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PROTÓTIPO DE UM BIODIGESTOR PARA IMPLANTAÇÃO NA

SUINOCULTURA DA FAZENDA SOBRADINHO - IFTM


Emmanuelle Cristina de Siqueira Melo¹; Iasmim Resende Barroso²; Isabella Fernandes
de Sousa³; Mayra Silva Vieira4; Genilda Maria de Oliveira5
1
Aluna do curso Técnico em Meio Ambiente, IFTM – Campus Uberlândia, email: sfvanusa2011@hotmail.com
2
Aluna do curso Técnico em Meio Ambiente , IFTM – Campus Uberlândia, email: iasmimresendebarroso@yahoo.com.br
3
Aluna do curso Técnico em Meio Ambiente, IFTM – Campus Uberlândia, email: bebella.if@gmail.com
4
Aluna do curso Técnico em Meio Ambiente, IFTM – Campus Uberlândia, email: majakake2014@gmail.com
5
Professora orientadora, IFTM – Campus Uberlândia, email: genilda@iftm.edu.br

RESUMO

O biodigestor consiste em um equipamento usado para o processamento de matéria


orgânica. Um biodigestor funciona como um reator químico em que as reações têm
origem biológica, ou seja, são feitas por bactérias que digerem matéria orgânica em
condições anaeróbicas. Com a implantação de um biodigestor na suinocultura da
Fazenda Sobradinho irá evitar a poluição do meio ambiente com o lançamento dos
dejetos produzidos pela atividade e permitirá o aproveitamento energético. Dessa forma,
espera-se como resultado final a obtenção do biogás, que nada mais é do que uma
mistura entre 75% de gás metano e 25% CO 2 e um biofertilizante de ótima qualidade,
muitas vezes misturados à água e, portanto, em forma líquida, mas em alguns outros
processos também sólidos. A partir desses produtos formados estimam-se alguns
benefícios com a implantação do biodigestor quer sejam a diminuição do aquecimento
global, pois a queima do gás metano, 24 vezes mais causador do efeito estufa do que o
CO 2 resultante da sua queima, também reduzirá significativamente o espaço utilizado
para o tratamento dos dejetos dos animais, em relação ao atual método em lagoas de
decantação, eliminará os maus odores dos dejetos animais, pois a matéria orgânica já foi
digerida e reduzirá significativamente os gastos do Instituto em relação a energia elétrica
e ou aproveitamento como gás comburente no sistema do refeitório, dinheiro que poderá
ser empregado para outras atividades no campus.

Palavras-chave: Biodigestor; Biogás; Biofertilizante; Suinocultura

1. Introdução
A carne suína consolidou-se como a mais importante fonte de proteína animal do
mundo após 1978, sendo que os 10 maiores produtores mundiais são China, que detém
43,95% do mercado, Estados Unidos (9,95%), Alemanha (4,98%), Espanha (3,54%),
Brasil (3,26%), Vietnã (2,55%), França (2,28%), Polônia (2,15%), Canadá (1,89%) e
Rússia (1,87%) (Embrapa, 2013). Devido à pequena participação no abastecimento
internacional em decorrência de certo protecionismo de mercado feito por diversos
países e blocos econômico, bem como o consumo per capita interno ser tímido (12,3 Kg)
perante a média mundial (16,5 Kg em 2007), a suinocultura tem se desenvolvido
modestamente no Brasil (Embrapa, 2013). No entanto, essa atividade agropecuária tem
papel econômico importante para a economia do país e relevante destaque frente ao seu
potencial poluidor degradador do meio ambiente (COPAM, 2004).
Dessa forma, a preservação ambiental, preocupação básica de qualquer sistema
de produção, deve-se ter atenção especial no manejo dos dejetos e rejeitos de animais
(Fávero et al., 2003). Prioritariamente os dejetos devem ser usados como adubo
orgânico, respeitando sempre as limitações impostas pelo solo, água e planta. Quando
isso não for possível há necessidade de tratar os dejetos adequadamente, de maneira
que não ofereçam riscos de poluição quando retornarem à natureza. Uma das
tecnologias mais difundidas para tratamento de dejetos suínos é a utilização de
biodigestores para geração de biogás e biofertilizantes.
O gás resultante da digestão anaeróbia dos dejetos (biogás) pode ser utilizado na
substituição de combustíveis como lenha, GLP e energia elétrica, bem como aplicado
para aquecimento de aviários, banheiros e instalações para suínos (Fávero et al., 2003).
Além do mais o biofertilizante estabilizado no biodigestor pode ser aplicado sem maiores
riscos aos ambientes oferecendo fonte de nutrientes às culturas e condicionamento dos
solos.
Com base no diagnóstico dos problemas ambientais ocorrentes na Fazenda
Sobradinho, Campus Uberlândia do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do
Triângulo Mineiro, decorrentes das diferentes atividades implantadas, dentre eles os
dejetos produzidos pela suinocultura foi levantada a necessidade da elaboração de um
projeto visando a melhoria da utilização dos dejetos produzidos.
De acordo com que foi relatado, nota-se que uma das alternativas mais adequadas
seria a implantação de um biodigestor, assim convertendo os dejetos que seriam grandes
poluentes em uma fonte para geração de energia sustentável.
Com a efetivação desse projeto, reduziria os impactos ambientais produzidos por
essa atividade com grande potencial poluidor, levando também em consideração que o
biodigestor converteria o gás metano em energia elétrica que reduziria os gastos da
Instituição para esse fim e ainda geraria o biofertilizante que pode ser usado para
fertilização da horta ou plantações.
Dessa forma, este trabalho terá como objetivo o desenvolvimento de um protótipo
de biodigestor a ser operado em escala experimental para servir de modelo para
realização de cálculos de volume de biogás produzido/dia e possibilidades de conversão
em energia elétrica e ou utilização para substituição do GLP a ser implantado na
Fazenda Sobradinho do IFTM.

2. Material e Métodos

Para avaliação do potencial de geração de biogás a ser convertido em energia


elétrica e/ou a ser utilizado em substituição ao GLP para tratamento dos dejetos gerados
pela suinocultura da Fazenda Sobradinho do IFTM, desenvolveu-se um protótipo de
biodigestor em escala experimental, conforme as seguintes informações do projeto.

-Um galão de água mineral de 20 litros, vazio, para o biodigestor;


-Uma câmara de pneu de carrinho de mão vazia, para o armazenamento de biogás;
-Um tee de diâmetro ¼’’ (6 mm);
-Sacos plásticos pretos;
-Dois metros de tubulação de PVC (30 mm);
-Dois baldes de plástico com tampas;
-Válvula de Esfera ou Cap;
-Bico de Bunsen;
-Mangueira de gás de cozinha;

Em relação a montagem do biodigestor, o galão de água será utilizado como


recipiente para o armazenamento dos dejetos, onde ocorrerá o processo de
fermentação, através de bactérias anaeróbicas. Neste galão, serão ligadas tubulações de
entrada (colocação de dejetos); de saída (após a fermentação os dejetos viram
biofertilizantes), e também uma tubulação maleável (mangueira de gás de cozinha) para
a saída do gás, que em seguida, será armazenado em uma câmara de pneu (Figura 01).
Figura 01: Modelo utilizado para desenvolvimento do protótipo do biodigestor (BGS, 2014).

Operação do biodigestor

Para iniciar a operação do biodigestor utilizará como substrato os dejetos da


suinocultura da Fazenda Sobradinho – IFTM conforme efluentes da atividade, uma vez
que já se encontram diluídos em razão das técnicas de manejo adotadas.
Para a partida do sistema, 18 litros de dejetos serão introduzidos pela tubulação de
entrada do biodigestor com o auxílio de um funil e que posteriormente será fechada com
auxílio de um cap. Aguardará dez dias para que o processo de iniciação da
decomposição da primeira carga ocorra e depois o biodigestor será alimentado
diariamente com 1,2 litros de dejetos. Para que essas novas incorporações de substrato
no biodigestor ocorra abrirá o tubo de saída para permitir a saída da matéria orgânica já
digerida. Este material será coletado, podendo ser utilizado como biofertilizante para
adubar plantas.
O biodigestor será exposto ao sol durante uma a duas semanas, pois a primeira
produção de biogás é mais lenta. Espera-se uma produção de 3 e 7 litros de biogás por
dia.

3. Resultados esperados
Os resultados esperados em curto prazo, ou seja, durante o período do projeto,
consistem em:
1. Desenvolvimento do protótipo do biodigestor (Figura 02);
2. Produção de biogás suficiente para ser queimado e demonstrado o seu poder
calorífero por meio do acendimento em bico de bunsen;
3. Geração do biofertilizante;
Os principais resultados devem ser esperados a médios e longos prazos, onde o
protótipo do biodigestor estará funcionando por um tempo maior permitindo a estimativa
da quantidade de biogás gerado, sendo assim capaz de calcular exatamente a produção
de biogás a ser convertido em energia elétrica e ou substituição do GLP e, assim, estimar
a economia para o Campus Uberlândia se aplicada essa tecnologia de tratamento de
dejetos.
Foi gasto, em média, R$109,35 reais para a construção do protótipo do biodigestor,
e com esse valor serão calculados os custos para implantação do sistema de biodigestor
em escala plena de acordo com a produção de dejetos na suinocultura da Fazenda
Sobradinho.
Figura 02: Protótipo do biodigestor confeccionado para ser utilizado na geração de biogás.
De acordo com os dados obtidos no primeiro semestre no ano de 2015, na
suinocultura da Fazenda Sobradinho, a produção de dejetos é de aproximadamente
6,158 m³ por dia. Sabe-se que para a produção de 1m³ de biogás, são necessários 12 kg
de dejetos suínos (Kiffer, 2013; APS, 2015); logo, serão produzidos em média de 513,16
m³ de biogás por dia, e consequentemente, poderia ser gerado 733,827 kWh de
eletricidade (levando em conta, que 1m³ de biogás produz 1,43 kWh) (Kiffer, 2013; APS,
2015). Considerando os dados acima, o Campus Uberlândia – IFTM poderia economizar
cerca de R$ 293,53 à R$ 440,29 por dia (levando em conta que 1m³ kWH custa em
média R$0,40 à R$ 0,60).

Conclusão

É possível tratar os dejetos de suínos utilizando os sistemas de biodigestores podendo-


se produzir biogás a ser convertido em energia elétrica e ou substituição do GLP gerando
economia significativa na manutenção da Fazenda Sobradinho, Campus Uberlândia –
IFTM, podendo-se aplicar os recursos financeiros economizados em outras atividades
que beneficiem os projetos políticos pedagógicos da Instituição.

4. Agradecimentos

Queremos agradecer a nossa orientadora Genilda Maria, pela oportunidade da


realização desse trabalho e pela atenção que nos foi dada por parte da mesma. E aos
nossos pais que participaram auxiliando na confecção do biodigestor (Sr. André Luiz
Pereira de Souza; Sr. Wagner Borges Barroso e Sra. Vanusa Francisca de Siqueira).

6. Referências

APS, 2015. Disponível em: <http://www.aps.org.br/noticias/1-timas/357-a-energia-gerada-


pela-suinocultura-.html> Acesso em 30 de setembro de 2015.
Kiffer, D. 2013. Disponível em: <http://www.faperj.br/?id=2569.2.0> Acesso em 30
setembro de 2015.
BGS, 2014. Mini Biodigestor. Disponível em < http://bgsequipamentos.com.br/blog/
tag/biodigestor-caseiro/ > Acesso em 30 de setembro de 2015.
COPAM, 2004. Deliberação Normativa COPAM 74 de 2004.
Embrapa 2003. Produção Suínos. Embrapa Suínos e Aves. Sistemas de Produção, 2.
ISSN 1678-8850 Versão Eletrônica. Jan/2003.
Embrapa, 2013. A suinocultura no Brasil. Disponível em < http://www.cnpsa.embrapa.br/
cias/index.php?option=com_content&view=article&id=5:origem-dos-
suinos&catid=4:suinos-publico&Itemid=19 > Acesso em 30 de setembro de 2015.

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