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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA


UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

STELLA AMORIM COLAÇO

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM UMA EMPRESA METALÚRGICA


LOCALIZADA NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE – PB

Campina Grande – PB
Outubro, 2016
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE


CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

STELLA AMORIM COLAÇO

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM UMA EMPRESA METALÚRGICA


LOCALIZADA NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE – PB

Relatório de Estágio supervisionado


apresentado à Universidade Federal de Campina
Grande como requisito para obtenção do título
de Graduação Plena em Engenharia de
Produção.

Orientadora: Prof.ª Maria Betânia Gama dos


Santos

Campina Grande – PB
Outubro, 2016
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2016

STELLA AMORIM COLAÇO

Campina Grande – PB, 14 de outubro de 2016

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________
Profa. Maria Betânia Gama dos Santos – Orientadora
UAEP/CCT/UFCG

___________________________________________
Profa. Taciana Lima Araújo
UAEP/CCT/UFCG

___________________________________________
Prof. Ivanildo Fernandes Araújo
UAEP/CCT/UFCG
4

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, por ser guia durante toda vida, me ajudando nesses
anos de graduação, me dando forças para continuar firme e nunca desistir.
Agradeço aos meus pais pela educação que me deram, e por sempre acreditarem na
minha capacidade. À minha irmã Lays Colaço, que sempre esteve ao meu lado me dando
apoio.
Ao meu namorado Itallo Monteiro, que esteve comigo todo tempo, dando força,
carinho e palavras de apoio.
Aos meus professores que passaram por minha vida acadêmica, me auxiliando e
distribuindo seus conhecimentos.
À professora Betânia, minha orientadora, que sempre esteve disposta a me ajudar
quando precisei, com seus ensinamentos e conselhos que sempre levarei comigo.
Por fim, agradeço ao meu chefe de estágio, Francisco Tavares, que com muita
atenção, paciência e dedicação me ensinou todas as atividades do estágio, me orientando
nesses meses de estágio.
5

RESUMO

O presente relatório refere-se às atividades desenvolvidas durante o Estágio


Supervisionado de Stella Amorim Colaço, aluna do curso de graduação em Engenharia de
Produção da Universidade de Campina Grande. Realizado na empresa metalúrgica
USIMOLDES INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MOLDES localizada na cidade de
Campina Grande no estado da Paraíba no período de julho a outubro de 2016, totalizando
240 horas. Mediante a supervisão de Francisco Tavares sob cargo de Diretor Técnico, a
estagiária foi integrada nas atividades desenvolvidas pela empresa, as quais são divididas
basicamente em quatro setores distintos: Usinagem de peças, Solda elétrica e Pintura,
Injetoras e Moinhos, além dos setores de apoio como administrativo e almoxarifado. No
período de estágio foram desenvolvidas diversas atividades, destacando-se a atividade de
catálogo de máquinas e equipamentos existentes na empresa, para a execução
posteriormente de um plano de manutenção. Para tanto, foi necessário obter as mais
diversas informações, desde a abordagem a funcionários da empresa, até aos fabricantes de
cada máquina. Como resultado do estágio salienta-se o fortalecimento e a associação dos
fundamentos e conhecimentos teóricos adquiridos na universidade, na busca da solução de
problemas reais encontrados na empresa, focando sempre as melhores alternativas de
viabilidade técnica e econômica.
Palavras-chave: Metalúrgica, Usinagem de peças, Catálogo de Máquinas, Plano de
Manutenção.
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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Estrutura Organizacional da Empresa ..........................................................12


Figura 02 - Moldes sendo feitos ……………………………………………………......13
Figura 03 - Torno mecânico ………………………………………………….…….…..14
Figura 04 - Funcionário usinando peça ………………………………………………...14
Figura 05 - Máquina Injetora ………………………………………………………….15
Figura 06 - Coletor biológico …………………………………………………………..16
Figura 07 - Ficha de Verificação Técnica .......................................................................24
Figura 08 - Folha de Máquina .........................................................................................25
Figura 09 - Plano de Manutenção Sistemática ................................................................26
Figura 10 - Plano de Lubrificação ...................................................................................27

LISTA DE TABELAS

Quadro 01 - Evolução da Manutenção ..............................................................................18


Quadro 02 - Catálogo de Máquinas ………………………………………………..…….23
7

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................9
1.1 Objetivos ...........................................................................................................9
1.1.1 Geral ...........................................................................................................9
1.1.2 Específicos .................................................................................................9
2 . A EMPRESA OBJETO DE ESTUDO ...............................................................10
2.1 A Empresa .......................................................................................................10
2.1.1 Máquinas e equipamentos utilizados na empresa ..................................11
2.1.2 Visão ......................................................................................................11
2.1.3 Missão ....................................................................................................11
2.1.4 Valores ...................................................................................................11
2.1.5 Estrutura Organizacional .......................................................................12
2.2 Portfólio de Produtos ....................................................................................12

2.2.1 Confecção de moldes .................................................................................12


2.2.2 Usinagem de peças .....................................................................................13
2.2.3 Injeção de Coletores para exames biológicos ............................................15
3 . FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................16
3.1 A Manutenção e sua Evolução ......................................................................16
3.2 Tipos de Manutenção .....................................................................................19

3.2.1 Manutenção Corretiva ...............................................................................19


3.2.2 Manutenção Preventiva .............................................................................20
3.2.3 Manutenção Preditiva ................................................................................20
3.2.4 Manutenção Detectiva ...............................................................................21
3.2.5 Engenharia de Manutenção .......................................................................21
4. RELATO DE ATIVIDADES ...............................................................................22
4.1 Atividades Administrativas ............................................................................22
4.2 Atividades Técnicas ........................................................................................22
4.2.1 Ficha de Verificação Técnica ....................................................................24
4.2.2 Folha de Máquina ......................................................................................25
4.2.3 Plano de Manutenção Sistemática .............................................................26
4.1.4 Plano de Lubrificação ................................................................................27

5. DIFICULDADES ENCONTRADAS .................................................................28


8

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..............................................................................29


7. RECOMENDAÇÕES...........................................................................................30
REFERENCIAS ..................................................................................................31
9

INTRODUÇÃO

O presente relatório refere-se ao estágio supervisionado curricular desenvolvido pela


aluna do curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal de Campina Grande,
Stella Amorim Colaço, na empresa nacional Usimoldes Indústria e Comércio LTDA.
O estágio se deu início no dia 26 de julho de 2016 e teve término no dia 03 de
outubro de 2016, cumprindo carga horária de 240 horas, previamente estabelecida.
Inicialmente, a estagiária começou com o acompanhamento das atividades realizadas
pela empresa, para ter uma visão de como a mesma opera. Em seguida foi direcionada ao
departamento de manutenção para dar apoio na identificação e implementação de
melhorias de processos para otimização do sistema produtivo.
Desta forma, as atividades de estágio destinaram-se a colocar em prática
conhecimentos na área de manutenção adquiridos durante o curso de Engenharia de
Produção, e o objetivo do relatório de estágio foi mostrar e explicar as atividades
realizadas e como as mesmas exerceram impacto na empresa e no aprendizado da
estagiária.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Geral
Proporcionar a aluna o exercício da prática em empresas e instituições, possibilitando
o desenvolvimento de suas habilidades e competências, permitindo a aluna uma interação
com seu universo de atuação profissional.

1.1.2 Específicos
Alguns objetivos específicos foram criados para melhor compreensão das atividades
desenvolvidas, são eles:

● Adquirir conhecimento sobre o funcionamento de cada setor que está


relacionado ao desenvolvimento produtivo;
● Elaborar o catálogo de máquinas da empresa;
● Elaborar ficha técnica das máquinas;
● Elaborar ficha de verificação da manutenção;
10

● Confeccionar as folhas de máquina para ter o controle da manutenção;


● Elaborar a ficha de lubrificação de cada máquina.

2. A EMPRESA OBJETO DE ESTUDO

2.1. A Empresa

Em 1986, a Usimoldes Industria e Comercio de Moldes surgiu. Fundada por Eduardo


Colaço a partir de uma ideia que teve ainda jovem, prometia oferecer moldes de forma
rápida e eficiente.
Em seguida, convidou Francisco Tavares para ser seu sócio, juntos com uma visão
empreendedora expandiram sua empresa e começaram a desenvolver outras atividades de
oficina mecânica.
Com cerca de 30 anos no mercado, a Usimoldes Industria e Comercio de Moldes
encontra-se em funcionamento há mais de 15 anos que a expectativa média de vida para
uma empresa no Brasil, e há mais de 17 anos que a expectativa média de vida para uma
empresa desse ramo de atividade.

Atualmente, a organização emprega 7 funcionários (estimado), trabalhando nos


turnos da manhã e à tarde, são distribuídos em quatro setores distintos: Usinagem de peças,
Solda elétrica e Pintura, Injetoras e Moinhos, além dos setores de apoio como
administrativo e almoxarifado.

A empresa desenvolve mais precisamente confecção de moldes e usinagem de peças,


injeção de coletores para exames biológicos e componentes para área de segurança em
fechaduras.
11

2.1.1. Máquinas e equipamentos utilizados na empresa

Para realização de suas tarefas (confecção de moldes, corte de peças, uso da solda,
etc) os funcionários fazem uso de vários equipamentos do tipo compressor de ar, serra
policorte, máquinas de solda, máquina tipo moinho, injetoras, torno mecânico, fresadora,
plaina, serra de fita, furadeira de coluna, prensa hidráulica, forno para têmpera, esmeril,
bancadas, ferramentas em geral, etc.

2.1.2. Visão

Ser uma empresa conhecida e bem-sucedida, fornecendo aos clientes os melhores


serviços na área de moldes e usinagem, satisfazendo as expectativas dos mesmos, com
aplicação de tecnologia de ponta resultando em uma alta qualidade de produtos com
capacidade de personificação e flexibilidade e preços competitivos.

2.1.3. Missão

A Usimoldes tem como missão, comercializar e prestar serviços (de confecção de


moldes e usinagem de peças, injeção de coletores para exames biológicos e componentes
para área de segurança em fechaduras) atendendo as necessidades de nossos clientes.

2.1.4. Valores

A Usimoldes tem os seguintes valores:


● Empreender constantemente;
● Tradição – permanência no mercado;
● Responsabilidade social;
● Valorização dos colaboradores;
● Compromisso, segurança e ética;
● Satisfação e sucesso dos clientes;
12

2.1.5. Estrutura Organizacional

Por ser uma empresa de pequeno porte, sua estrutura organizacional é bem simples,
estruturada a partir da alta gerência, como no Organograma funcional da Figura 01.

Figura 01 – Estrutura Organizacional da Empresa

Diretor Geral

Administração

7
Funcionários

Fonte : Autor

2.2 Portfólio de produtos

2.2.1 Confecção de moldes

O molde de injeção de plástico é uma ferramenta de extrema importância para as


indústrias, eles são desenvolvidos por engenheiros mecânicos que analisam os detalhes
sobre os produtos que serão produzidos no molde de injeção de plástico. Eles são usinados
em aço ou alumínio, sendo que ambos os materiais apresentam resistência e ótima
qualidade, possibilitando dar forma a produtos finais de altíssima qualidade.
Atualmente na empresa estão sendo fabricados moldes sob encomenda (Figura 02).
13

Figura 02 - Moldes sendo feitos

Fonte: www.industriamagalhaes.com.br

2.2.2 Usinagem de peças

Processo de fabricação que promove a retirada de material da peça por usinagem. A porção
de material retirada por esse processo é chamado de cavaco. A usinagem atende aos
seguintes objetivos:

● Acabamento de superfícies de peças fundidas ou conformadas mecanicamente;


● Obtenção de peculiaridades (saliências, reentrâncias, furos passantes, furos
rosqueados, etc);
● Fabricação seriada de peças a um custo mais baixo;
● Fabricação de peças, de qualquer forma, a partir de um bloco de material
metálico;
● As operações de usinagem podem ser classificadas em: torneamento, fresamento,
aplainamento, furação, mandrilamento, serramento, brochamento e roscamento,
entre outros.
14

Figura 03 - Torno mecânico

Fonte: www.solucoesindustriais.com.br

Figura 04 - Funcionário usinando peça

Fonte: www.youtube.com
15

2.2.3 Injeção de Coletores para exames biológicos

A força que estimula os mecanismos do molde é gerada pela máquina injetora


(Figura 04) que por sua vez tem como fonte de energia a eletricidade e também a
hidráulica. Além de fazer o molde funcionar, a máquina injetora também possui outras
funções como: ativar componentes elétricos, hidráulicos ou pneumáticos do molde,
converter o polímero (plástico) do estado sólido para um ponto de fusão específico,
controlar a temperatura do molde, injetar o plástico dentro do molde para se obter o
produto final e atc.
Atualmente na empresa o uso da injetora está sendo para fabricação de coletores
biológicos (Figura 05).

Figura 05 - Máquina Injetora

Fonte: www.solucoesindustriais.com.br
16

Figura 06 - Coletor biológico

Fonte: alomae.prefeitura.sp.gov.br

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 A Manutenção e sua Evolução

Os primeiros registros de manutenção datam do século X, quando os vikings


dependiam fortemente da manutenção para manter seus navios em perfeitas condições para
as batalhas (PASCOLI apud SILVA, 2004).

Desde os anos 30, a evolução da manutenção pode ser dividida em 3 gerações:

A primeira geração abrange o período antes da segunda guerra mundial, quando a


indústria era pouco mecanizada, os equipamentos eram simples e, na sua grande maioria,
super dimensionados. Devido a conjuntura econômica da época, a questão da
produtividade não era prioritária. Não sendo necessária uma manutenção sistemática,
apenas serviços de limpeza, lubrificação e reparo após a quebra, ou seja, o conserto era
feito após a falha, manutenção corretiva (Kardec; Nascif, 2010).
17

Na segunda geração, que vai desde a segunda guerra mundial até os anos 60. As
pressões do período aumentaram a demanda por vários tipos de produtos, ao mesmo tempo
em que a mão-de-obra diminuía. Novas técnicas de manutenção começaram a serem
utilizados, e houve forte aumento da mecanização, como também da complexidade das
instalações industriais, utilizando assim, computadores grandes e lentos, sistemas manuais
de planejamento e controle do trabalho e monitoração por tempo. Neste período surgiu o
conceito de manutenção preventiva, pois se evidenciou a necessidade de maior
disponibilidade e confiabilidade, na busca de produtividade. A indústria estava muito
dependente do bom funcionamento das máquinas. Conquistando dessa forma, maior vida
útil dos equipamentos.

A partir da década de 70, surgiu a terceira geração, onde acelerou-se o processo de


mudança nas indústrias. A paralisação da produção, que por sua vez diminui a capacidade
de produção, aumentou os custos e afetou a qualidade dos produtos, isso era uma
preocupação generalizada. Na manufatura, os efeitos dos períodos de paralisação foram se
agravando pela tendência mundial de se utilizar sistemas just-in-time, onde estoques
reduzidos para a produção em andamento significava que pequenas pausas na
produção/entrega naquele momento poderiam paralisar a fábrica. Na terceira geração
reforçou-se o conceito de uma manutenção preditiva. A manutenção terá como objetivo
garantir a função dos equipamentos, sistemas e instalações no decorrer da sua vida útil e a
não-degeneração do desempenho.

Para Pinto e Xavier, 2001 o conceito predominante que a Missão da Manutenção tem
é "garantir a disponibilidade da função dos equipamentos e instalações de modo a atender a
um processo de produção ou de serviço, com confiabilidade, segurança, preservação do
meio ambiente e custos adequados".
Segundo Slack et. al (2008), o termo manutenção é usado para abordar a forma pela
qual as organizações tentam evitar as falhas, cuidando de suas instalações físicas. É uma
parte muito importante na grande maioria das atividades de produção e está relacionada a
todos os tipos de máquinas, equipamentos, veículos e instalações físicas.
18

Podemos observar na Tabela 01 os períodos de evolução da manutenção desde a


primeira até a quarta geração, relacionando as mudanças nas técnicas de manutenção, a
visão quanto a falha do equipamento e o aumento das expectativas em relação à
manutenção.

Quadro 01- Evolução da Manutenção

Fonte: Kardec; Nascif, 2010, p. 05


19

3.2 Tipos de Manutenção

As atividades de manutenção possuem a finalidade de manter o equipamento em


condições adequadas para o seu funcionamento. Essas atividades podem ser classificadas
como: manutenção corretiva planejada e não planejada; Manutenção preventiva;
manutenção preditiva; manutenção detectiva e engenharia de manutenção (PINTO e
XAVIER, 2001).

3.2.1 Manutenção Corretiva

Esse tipo de manutenção tem como único objetivo colocar o equipamento em uso
novamente, uma vez que o mesmo já chegou ao nível crítico, ou seja, parou por quebra de
alguma determinada peça.
Segundo a A.F.N.O.R (Norma Francesa X 60-010) descreve a Manutenção Corretiva
como “Operação de manutenção realizada após falha”. Corresponde a uma atitude de
defesa enquanto se espera uma próxima falha acidental, atitude esta característica da
conservação tradicional.
Para Nepomuceno (1999) esse tipo de manutenção significa deixar o equipamento
trabalhar até quebrar. É o tipo de manutenção mais arriscada, pois não há nada de
programação para a parada, e dependendo do problema e do tempo pode gerar um alto
prejuízo a empresa.
Dentro da manutenção corretiva, existem duas variáveis: manutenção corretiva não
planejada, que é a correção de uma falha que ocorreu de maneira aleatória. Não há tempo
para a preparação do serviço. Ela normalmente indica altos custos, pois a quebra
inesperada pode provocar perdas de produção, perdas na qualidade do produto, e também
custos indiretos altos com a manutenção. E a manutenção corretiva planejada, que é a
correção do desempenho menor do que o esperado ou da falha, por decisão gerencial, onde
todos os membros da equipe estão cientes que o equipamento não trabalha da forma como
deveria. Mesmo que a decisão gerencial seja de deixar o equipamento funcionar até ocorrer
a quebra, essa é uma decisão conhecida, e alguns planejamentos podem ser feitos quando
ocorrer a falha.
20

3.2.2 Manutenção Preventiva

Segundo Siqueira (2009), a manutenção preventiva possibilita a realização da


manutenção obedecendo ao cronograma pré-estabelecido pela empresa, com o objetivo de
reduzir falhas e custos e queda no desempenho. Sua realização tem como enfoque a
intenção de minimizar a probabilidade de falha de um bem.

Consiste em uma manutenção de aplicação de um programa de ajustes, lubrificação,


troca de peças, limpeza, reparo de componentes e equipamentos e calibração. Esse tipo de
manutenção baseada no tempo, não leva em conta as condições do equipamento.

É o primeiro passo para a introdução da variável qualidade no serviço de


manutenção. Onde as empresas estarão controlando de forma mais eficaz sua rotina de
manutenção, reduzindo o número de paradas não planejadas e otimizando seu tempo de tal
forma a gerar aumento na produtividade, diminuição de custos e uma supervisão mais
detalhada na vida útil de cada equipamento.

3.2.3 Manutenção Preditiva

A manutenção preditiva é o acompanhamento periódico de equipamentos ou


máquinas, através de dados coletados por meio de monitoração ou inspeções.
Segundo Takahashi (1993) indica que a manutenção preditiva é uma inspeção para
investigar as condições de deterioração e reparos com base nas inspeções.
É um método aplicado em manutenção com o objetivo de determinar as condições
reais de funcionamento dos equipamentos, com base em dados que podem informar o nível
de degradação ou desgaste. Tem como proposta o monitoramento das condições de áreas
distintas das máquinas, entre elas: mecânicas, pneumáticas, hidráulicas, elétricas e de
instalações, acompanhando seu rendimento.
Portanto, podemos dizer que é uma área da manutenção que prediz o tempo de vida
útil dos componentes das máquinas e equipamentos e o modo que esse tempo pode ser
melhor administrado, descobrindo a origem das falhas e como elas podem vir a influenciar
outros componentes do sistema.
21

3.2.4 Manutenção Detectiva

É uma atividade que serve para garantir o bom funcionamento de uma máquina, a
manutenção do seu ciclo de vida tem um alto grau de confiabilidade e ajuda na boa
operação dos equipamentos garantindo viabilidade em longo prazo. Algumas tarefas são
feitas nesse tipo de manutenção, algumas delas são: Testes de emergência; Testes de
malhas de controle; Inspeção veicular anual; Testes de válvulas, Testes em fornos e
caldeiras, entre outros.
A manutenção detectiva também pode ser chamada de pró-ativa, e por muitas
empresas é considerado um fator competitivo, pois a condição das máquinas e demais
equipamentos são fatores determinantes no sucesso financeiro e produtivo das empresas.

3.2.5 Engenharia de Manutenção

Segundo Jorge Paulino, 2011 a Engenharia de Manutenção propriamente dita,


começou na crise do petróleo (década de setenta), com a necessidade da racionalização dos
custos; nas últimas quatro décadas, com a globalização, com o incremento da
competitividade, com a busca constante na melhoria da qualidade e com o aumento na
produtividade.
É o ramo da engenharia voltado para a aplicação de seus conceitos, com o intuito de
otimização dos equipamentos, dos orçamentos e processos, de tal forma a chegar a uma
melhor confiabilidade e disponibilidade de equipamentos.
A engenharia de manutenção ganhou uma importância crescente nos últimos tempos
devido ao aumento do número de equipamentos, aparelhos, sistemas, máquinas e
infraestruturas que têm vindo a ocorrer constantemente, desde a Revolução Industrial. O
seu elevado número e diversidade requerem um conjunto crescente de profissionais e
sistemas especializados na sua manutenção. Necessitando de conhecimentos mais
específicos relacionados com a área de aplicação, como por exemplo os de mecânica,
eletricidade e química. Também requer conhecimentos gerais de higiene e segurança no
trabalho, informática, gestão de recursos humanos, legislação, meio ambiente e
contabilidade.
Tem uma gama de aplicação muito ampla, mas se torna mais eficaz nas operações de
organizações complexas. Tem grande importância em áreas como, hospitais, indústria
22

siderúrgica, indústria alimentar, indústria automotiva, indústria têxtil, extração de petróleo,


produção de energia, indústria química, marinha, aeronáutica e telecomunicações.

4. RELATO DE ATIVIDADES

As atividades realizadas pela acadêmica do estágio foram supervisionadas pelo


diretor Executivo Francisco Tavares, com ajuda dos demais funcionários que fazem parte
da empresa. O estágio teve 280 horas de duração e ocorreu no período de 26 de julho de
201 a 03 de outubro de 2016, nos turnos da manhã e tarde. Durante o estágio pode-se
observar e fazer parte da dinâmica da unidade e da equipe, acompanhar e ter a experiência
de uma vivência real da rotina de uma empresa. Dessa forma a estagiária pôde aplicar suas
competências da engenharia de produção, mais especificamente na área de manutenção. O
estágio começou com a observação e reconhecimento do local, em seguida, a aluna teve
que dá início a um plano de manutenção de máquinas e equipamentos da empresa. As
atividades estão descritas a seguir.

4.1 Atividades administrativas

● Acompanhamento dos procedimentos realizados pelos técnicos e funcionários;


● Orientações sobre cuidados específicos na circulação da empresa;
● Interação com a equipe e troca de experiências;
● Participar de reuniões.

4.2 Atividades técnicas

● Iniciar o Arquivo técnico de cada máquina;


● Elaborar a ficha de Verificação Técnica;
● Elaborar a folha de Máquina;
● Criar um plano de Manutenção Sistemática;
● Criar um plano de Lubrificação.
23

O arquivo técnico são documentos que tem como finalidade principal criar
instrumentos de controle e monitoramento do armazenamento e tráfego dos mesmos nas
empresas, por intermédio da implantação de técnicas e metodologias de organização e
gerenciamento de arquivos. A aluna ficou responsável pela criação de um plano de
manutenção para as máquinas existentes na empresa, já que as mesmas até então nunca
tinham sido catalogadas e registradas. Foram catalogadas 12 máquinas entre elas,
compressores, fresadoras, furadeiras, serras, tornos, injetoras, entre outras. (Tabela 02)
Na sequência, teve que dar início a uma série de pesquisas, por grande parte das
máquinas serem bastante antigas, a maioria delas não tem nenhuma identificação, série de
fabricação, ou até mesmo nome do fabricante. A aluna teve que entrar em contato com
várias empresas para conseguir os manuais de instruções, atividade essa muitas vezes mal
sucedida por não ter retorno dos mesmos.
Com alguns manuais em mãos a aluna pôde dar início a elaboração da Ficha de
Verificação Técnica; Folha de Máquina; Plano de Manutenção Sistemática e Plano de
Lubrificação de cada uma das máquinas existentes na empresa.

Quadro 02 - Catálogo de Máquinas

CATÁLOGO DE MÁQUINAS
COMPRESSOR SCHULZ MSV 10-200

FRESADORA FERRAMENTEIRA CARDOSO FC 40-2

FURADEIRA DE BANCADA FERRARI

FURADEIRA DE BANCADA SCHULZ

FURADEIRA FRESADORA KONE KFF-30

INJETORA PÍ-5

SERRA DE FITA PRIMELÉTRICA LTDA

SERRA ELÉTRICA FRANHO S-500

SERRA FRANHO MA350

TORNO MECÂNICO JOINVILE

TORNO MECÂNICO RUBY


24

TORNO NARDINI 220

Para melhor ilustração deste relatório será exposto o exemplo de ficha de verificação
técnica, folha de máquina, plano de manutenção sistemática e plano de lubrificação feitos
pela estagiária apenas para a máquina “FURADEIRA FRESADORA KONE KFF-30”.

4.2.1 Ficha de Verificação Técnica

As fichas de verificação técnica, são documentos que contém informações de


extrema importância sobre a máquina, como: nome do equipamento, especificações
técnicas, fotos, funções e instruções de uso. Na figura 02 aparece a ficha de verificação
técnica elaborada pela aluna para a máquina “Furadeira Fresadora”.
25

Figura 02 - Ficha de Verificação Técnica


Fonte: Autor

4.2.2 Folha de Máquina

É um dos principais documentos que deve fazer parte do acervo da Manutenção. A


consulta ao mesmo, permite ter uma retrospectiva de tudo o que já foi feito em
Manutenção no equipamento. Para que a folha de máquina possa ter condições de
funcionar, é necessário que o sistema de controle de Serviço esteja atuante, fato que não
ocorre na empresa, a partir do momento que o plano de manutenção for implantado, a folha
de máquina vai sendo preenchida. Nela podemos encontrar o tipo de manutenção feita na
máquina, o que foi feito, data de início, o tempo em que a máquina ficou parada e o tempo
total em horas de manutenção. Na figura 03 aparece a folha de máquina elaborada pela
aluna para a máquina “Furadeira Fresadora”.

Figura 03 – Folha de Máquina


26

Fonte: Autor

4.2.3 Plano de Manutenção Sistemática

O Plano de Manutenção Sistemática é um esquema detalhado de onde consta as


partes do equipamento que serão trocados, período de troca, próxima troca e data da troca.
É feita estrategicamente com base em informações históricas, experiência das oficinas de
manutenção, manuais de fabricantes e da direção que a organização determina. Como na
empresa essas informações não eram guardadas, na ficha ilustrada na figura 04 só consta as
peças que os funcionários eventualmente trocavam, mas a partir do momento que o plano
de manutenção for implantado, todos esses dados serão observados e registrados. Esse
plano é melhorado com o tempo, com o propósito de garantir uma melhor eficiência do
plano. Na figura 04, aparece a ficha de verificação para manutenção sistemática elaborada
pela aluna para a máquina “Furadeira Fresadora”.

Figura 04 – Plano de Manutenção Sistemática


27

Fonte: Autor

4.2.4 Plano de Lubrificação

O Plano de Lubrificação é um documento no qual está expresso detalhadamente as


partes a serem lubrificadas, frequência da lubrificação, tipos de lubrificantes a usar,
período de troca. O propósito de um plano de lubrificação eficiente é maximizar a
confiabilidade dos equipamentos através do controle e registro das diversas atividades
relacionadas à lubrificação. Na figura 05 aparece a ficha de lubrificação elaborada pela
aluna para a máquina “Furadeira Fresadora”.

Figura 05 – Plano de Lubrificação

Fonte: Autor
28

5. DIFICULDADES ENCONTRADAS

O Estágio na empresa metalúrgica foi a primeira oportunidade que a estagiária teve


de atuar na área de manutenção, por isso no início de estágio tiveram algumas dificuldades.
As primeiras encontradas se referem à tecnologia, recursos e gestão de pessoas, que essa
oferece. Saber lidar dentro do ambiente de trabalho, com os colaboradores, equipamentos,
entre outros.
Estar no chão de fábrica fez a estagiária pensar, raciocinar e analisar sobre a situação
da empresa. Essa foi outra dificuldade encontrada, visto que durante a faculdade não teve
nenhuma situação prática, só teórica, por isso muitas vezes enfrentou dificuldade de não
saber como agir, por exemplo, ou de simplesmente não conseguir pensar diagnosticamente
através do problema apresentado.
Outra dificuldade encontrada é o estado atual que a empresa se encontra, por ser uma
empresa de pequeno porte não se preocupa em atender rigorosamente as normas de
segurança, higiene, manutenção, entre outros. Antes das atividades realizadas pela
estagiária não dispunha de nenhum catálogo de máquinas, as mesmas não tinham
identificação, número de série, modelo, isso dificultou bastante o plano de manutenção
feito pela estagiária.
Enfim, todas as dificuldades enfrentadas durante o estágio, não foram maiores que o
rico conhecimento adquirido. Pois, todas foram sanadas com o passar dos dias e com o
auxílio dos profissionais que lá atuam, que são extremamente preparados e competentes,
deixaram a estagiária a vontade para exercer suas atividades.
29

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Trabalhar no setor de engenharia em uma empresa metalúrgica foi uma experiência


muito positiva, tanto pelo cumprimento das horas de estágio quanto pelo grande
conhecimento adquirido durante todo o período na empresa.
O estágio atendeu as expectativas da aluna no que diz respeito à grande gama de
procedimentos que a área de manutenção oferece. Onde teve a oportunidade de
desenvolver diversos procedimentos adquiridos na universidade, buscando otimizar o
tempo das tarefas e conhecer a rotina da empresa. A receptividade de todos os funcionários
e o ambiente acolhedor deram a oportunidade da aluna desenvolver seus conhecimentos e
despertar sua interação com as pessoas.
No decorrer desse período de estágio foram vivenciados alguns desafios que
contribuíram para sua formação acadêmica, como por exemplo, é o caso da falta de
informações dos equipamentos, situação que levou a estagiária refletir sobre a melhor
maneira de solucionar esse problema. Buscou de diversos meios para conseguir
informações de cada máquina, seja indo atrás dos fabricantes, pesquisas pela internet e até
mesmo com os próprios funcionários da empresa.
No entanto, os desafios encontrados tiveram grande contribuição para a consolidação
do seu conhecimento, fazendo a aluna refletir sobre diferentes situações e a melhor forma
de conduzi-las.
Os objetivos do estágio foram atingidos com sucesso pois, foi proporcionado a aluna
uma vivência com a realidade de uma indústria, realizando atividades nas suas futuras
áreas de atuação. O aprendizado será levado para vida toda, mostrando que desafios
sempre irão existir, e cabe a cada um de nós encontrar as soluções mais viáveis para os
problemas.
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7. RECOMENDAÇÕES

Para a elaboração de trabalhos futuros sugere-se:

● A criação de softwares e programas que facilitem a comunicação entre as


necessidades de materiais de manutenção da empresa;

● A utilização do plano de manutenção projetado nesse estudo com o intuito de


complementar futuras pesquisas;

● Desenvolvimento de outras metodologias como novos arranjos físicos, que


incorporem os assuntos relacionados à Higiene e Segurança do trabalho e
construção de um novo layout baseado no catálogo de máquinas feitos neste
relatório.
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REFERENCIAS

RASIA, A. Apostila: Administração da Manutenção.UFCG.

MANUTENÇÃO DETECTIVA. Disponível em: <www.manutencaodetectiva.com.br>


Acessado em: 15/09/2016 as 10:14.48

CONCEITOS E APLICAÇÃO DA MANUTENÇÃO PREDITIVA. Disponível


em:<www.matutencaoemfoco.com.br> Acessado em: 10/09/2016 as 21:31.59

ESTUDO DE TEORIAS DE MANUTENÇÃO. EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO.


Disponível em: <www.monografias.com.br> Acessado em: 12/09/2016 as 15:22.32

PLANO DE LUBRIFICAÇÃO. Disponível em: <www.lubrin.com.br> Acessado em:


13/09/2016 as 21:45.55

TIPOS DE MANUTENÇÃO. Disponível em: <www.gestaoindustrial.ilax.com.br>


Acessado em: 13/09/2016 as 21:50.12

MANUTENÇÃO – FUNÇÃO ESTRATÉGICA (Alan Kardec & Julio Nascif). Disponível


em: <www.ftp.demec.ufpr.br> Acessado em: 13/09/2016 as 22:10.44

DEFINIÇÃO - O QUE É USINAGEM. Disponível em: <www.cimm.com.br> Acessado


em: 10/10/2016 as 02:21.32

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