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2019-A
CCE0181 - Estruturas Metálicas
UNIDADE 1: INTRODUÇÃO
1.1 ESTRUTURAS DE AÇO
1.1.1 Histórico das Estruturas de Aço
A construção em aço surgiu inicialmente na Inglaterra – há cerca de 200 anos – e desde
então vem aprimorando sua tecnologia e contribuindo para o desenvolvimento do setor em todo
o mundo. No Brasil, a história é mais recente. Foi no final do século XIX e início do século XX
que o aço começou a ser utilizado, mas ainda na forma de estruturas pré-fabricadas importadas
para atender à demanda crescente por pontes e edifícios. Apenas a partir do início de operação
da Companhia Siderúrgica Nacional, CSN, a primeira siderúrgica integrada instalada no país, em
1946, é que o aço importado passou a ser substituído pelo produto de fabricação nacional.
A princípio, contudo, o aço produzido no Brasil tinha como destino prioritário o setor
industrial, que crescia com vigor impulsionado pela ênfase na política de substituição de
importações e pelo crescimento do setor automotivo. Assim, desde o início do século passado,
a construção civil no Brasil se desenvolveu privilegiando o concreto e a alvenaria, tendo como
característica o uso intensivo de mão de obra, principalmente a de baixa qualificação. Mesmo
recentemente, como no período entre 1980 e 2004, este conservadorismo se manteve e foi
reforçado, provavelmente devido às baixas taxas de crescimento do setor da construção, que
atingiram média de apenas 0,5% anual no período.
De lá para cá muita coisa mudou nesse cenário. A partir de 2003 a construção encontrou
um novo ritmo de crescimento. A expansão também trouxe grandes alterações qualitativas e um
crescente amadurecimento do mercado, que passou a exigir obras cada vez mais rápidas e com
maior qualidade. A elevação do custo da mão de obra tornou indispensáveis a racionalização de
processos e a busca por maior produtividade e com melhor qualificação dos trabalhadores. O
bom desempenho das edificações tornou-se um requisito obrigatório, incorporando também a
preocupação com a sustentabilidade dos materiais e da obra como um todo, o que é uma
exigência cada vez mais importante para os clientes e para a sociedade. Essas demandas
encontraram a resposta adequada nos sistemas construtivos industrializados, entre os quais se
destacam os sistemas construtivos em aço.
É neste contexto, de mudanças e oportunidades, que surgiu uma iniciativa que trouxe
contribuição essencial para que o setor da construção metálica pudesse realizar os avanços que
se verificariam a seguir. Foi criado, em 2002, o Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA)
com a missão de atuar junto a cada elo da cadeia produtiva – empreendedores e construtoras,
arquitetos, engenheiros estruturais e fabricantes de estruturas e componentes – para difundir a
construção metálica e apoiar o desenvolvimento desse mercado. O trabalho efetuado permitiu a
análise correta das potencialidades das estruturas em aço, assim como dos sistemas mistos e
híbridos, sem a influência de paradigmas e preconceitos.
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a) Produção do Ferro
• 1720 – Obtenção de ferro por fundição com coque e início da produção de ferro de primeira
fusão em grandes massas.
• 1784 – Aperfeiçoamento dos fornos para converter ferro de primeira fusão em ferro forjável.
• 1864 – Introdução do forno Siemens-Martin para produção de aço.
b) Conformação do ferro -
• Meados do Séc.XVIII – Laminação de chapas de ferro.
• 1830 – Laminação dos primeiros trilhos de trem.
• 1854 – Laminação dos primeiros perfis I sendo feita a primeira normalização de um material
utilizado na construção civil.
c) Utilização do ferro
• 1779 – Primeira obra importante de ferro, ponte sobre o Severn em Coalbrookdale, na
Inglaterra, projetada por Abraham Darby com vão de 30m.
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• 1868 a 1874 – Ponte em aço sobre o Rio Mississipi em St. Louis, projetada por Eads, com 3
arcos treliçados, tendo o maior deles 159m de vão.
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• 1890 – Ponte sobre o “Firth of Forth” (Escócia) em balanço duplo treliçado, com vão central
de 521m.
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• 1910 a 1913 – Viaduto Santa Efigênia construído com estrutura belga, com 225m de
comprimento vencidos por três arcos.
• Na década de 30 – Edifício Chrysler e o Empire State (110 andares) ambos em Nova York.
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d) A Escola de Chicago
Chicago, depois da quase completa destruição pelo incêndio de 1871, teve um período
de auge na construção, principalmente com a chegada das estradas de ferro, que transformaram
a cidade num dos maiores mercados do mundo para o trigo, alimentação, máquinas e
ferramentas.
Para suprir tão grande e rápido crescimento da cidade, a única maneira de satisfazer as
exigências do mercado era a verticalização com estrutura metálica, tanto pela a resistência ao
fogo, como pela maior resistência estrutural e pelo maior aproveitamento dos espaços com
grandes vãos.
A França sempre esteve junto com a Inglaterra nos avanços do uso do ferro e do aço,
principalmente no aspecto relativo a pontes onde se destacou Gustave Eiffel. Depois de uma
série de exposições universais de tecnologia em Paris, o ferro passou a ter um papel muito
importante. A Torre Eiffel, que foi um símbolo criado para a exposição de 1889, apesar da grande
polêmica que causou, abriu caminho para outras obras, inclusive algumas grandes e discutíveis
como um arco tri-articulado de 110m de vão na Galeria das Máquinas em Paris.
Somente após a 2a Guerra Mundial com a construção da Usina de Volta Redonda no Rio
de Janeiro, a Indústria Siderúrgica implantou-se de fato no Brasil.
Datam das décadas de 50/60 alguns bons exemplos de obras em estrutura de aço no
Brasil, tais como o Edifício Avenida Central no Rio de Janeiro, com 34 andares e o Viaduto
Rodoviário sobre a BR-116, em Volta Redonda.
Obras atuais construídas no Estado de São Paulo, que merecem destaque são a Estação
do Largo 13 de Maio, da FEPASA, as pontes vicinais construídas pelo Governo Estadual, as
construções padronizadas de interesse social (creches, por uso comercial ou habitacional),
construídos não só na Capital, como também no interior, além, é claro, de inúmeras obras
industriais.
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Como se pode notar pelas datas acima, o emprego do ferro a princípio estava restrito a
pontes, porém, mais tarde, com o advento da revolução industrial, começou-se a generalizar o
uso do aço, exceto para residências.
Uma das maiores ajudas que o ferro recebeu no final do Séc. XIX para se estabelecer,
inclusive em residências, foi o encarecimento da matéria prima e da mão-de-obra para estruturas
de madeira e o estabelecimento de normas contra incêndios mais rígidas, sem falar na
possibilidade de melhor aproveitamento dos espaços com maiores vãos.
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produto secundário escória de alto-forno, que pode ser aproveitada na fabricação de cimento
(Figuras 17 e 18).
3. Produção de aço: na aciaria, a retirada de carbono do gusa, por meio de injeção de oxigênio
puro, o transforma em aço líquido (Figura 19) que, em seguida “escorrega” através da máquina
do Lingotamento Continuo (Figura 20) onde é resfriado e transformado em placas ou tarugos.
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Fig. 19 – Panela de gusa sendo conduzida, no interior Fig. 20 – Esquema de uma máquina de lingotamento
da aciaria, para o conversor onde será contínuo.
transformada em aço.
\
alguns aços estruturais pode ser vista no diagramas tensão-deformação da Figura 23.
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Até certo nível de tensão aplicada, o material trabalha no regime elástico-linear, isto é,
segue a Lei de Hooke e a deformação linear específica é proporcional ao esforço aplicado.
Até certo nível de tensão aplicada, o material trabalha no regime elástico-linear, isto é,
segue a Lei de Hooke e a deformação linear específica é proporcional ao esforço aplicado. Após
o escoamento, a estrutura interna do aço se rearranja e o material vai ao encruamento, em que
se verifica novamente a variação de tensão com a deformação específica, porém de forma não
linear. O valor máximo da tensão antes da ruptura é denominado resistência à ruptura do
material.
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1.3.2 Elasticidade
Uma peça de aço sob efeito de tensões de tração ou de compressão sofre deformações,
que podem ser elásticas ou plásticas. Tal comportamento se deve à natureza cristalina dos
metais, pela presença de planos de escorregamento de menor resistência mecânica no interior
do reticulado.
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1.3.7 Plasticidade
Deformação plástica é a deformação permanente provocada por tensão igual ou superior
à fp - resistência associada ao limite de proporcionalidade. É o resultado de um deslocamento
permanente dos átomos que constituem o material, diferindo, portanto, da deformação elástica,
em que os átomos mantêm as suas posições relativas. A deformação plástica altera a estrutura
interna do metal, tornando mais difícil o escorregamento ulterior e aumentando a dureza do metal.
Esse aumento na dureza por deformação plástica, quando a deformação supera εs, é
denominado endurecimento por deformação a frio ou encruamento e é acompanhado de
elevação do valor da resistência e redução da ductilidade do metal.
1.3.8 Ductilidade
Ductilidade é a capacidade dos materiais de se deformar sem se romper. Pode ser medido
por meio do alongamento (ε) ou da estricção, ou seja, a redução na área da seção transversal
do corpo de prova. Quanto mais dúctil o aço, maior será a redução de área ou o alongamento
antes da ruptura. A ductilidade tem grande importância nas estruturas metálicas, pois permite a
redistribuição de tensões locais elevadas. As barras de aço sofrem grandes deformações antes
de se romper, o que na prática constitui um aviso da presença de tensões elevadas.
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Fig. 25 – Diagrama tensão-deformação teórico para: (a) aço virgem (ideal); (b) aço com tensão residual (real).
O aço é produzido em uma grande variedade de tipos e formas, cada qual atendendo
eficientemente a uma ou mais aplicações. Esta variedade decorre da necessidade de contínua
adequação do produto às exigências de aplicações específicas que vão surgindo no mercado,
seja pelo controle da composição química, seja pela garantia de propriedades específicas ou,
ainda, na forma final (chapas, perfis, tubos, barras, etc.).
Existem mais de 3500 tipos diferentes de aços e cerca de 75% deles foram desenvolvidos
nos últimos 20 anos. Isso mostra a grande evolução que o setor tem experimentado.
Na construção civil, o interesse maior recai sobre os chamados aços estruturais de média
e alta resistência mecânica, termo designativo de todos os aços que, devido à sua resistência,
ductilidade e outras propriedades, são adequados para a utilização em elementos da construção
sujeitos a carregamento. Os principais requisitos para os aços destinados à aplicação estrutural
são: elevada tensão de escoamento, elevada tenacidade, boa soldabilidade, homogeneidade
micro-estrutural, susceptibilidade de corte por chama sem endurecimento e boa trabalhabilidade
em operações tais como corte, furação e dobramento, sem que se originem fissuras ou outros
defeitos.
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Os aços estruturais podem ser classificados em três grupos principais, conforme a tensão
de escoamento mínima especificada:
Limite de Escoamento - fy
Tipo
(Mpa)
Aço carbono de média resistência 195 à 259
Aço de alta resistência e baixa liga 290 à 345
Aço ligados, tratados termicamente 630 à 700
Os aços de alta resistência e baixa liga são utilizados toda vez que se deseja:
Elevar a relação do limite de escoamento para o limite de resistência à tração, sem perda
apreciável da ductilidade.
1.4.1 Aços-carbono
Os aços-carbono possuem em sua composição apenas quantidades limitadas dos
elementos químicos carbono, silício, manganês, enxofre e fósforo. Outros elementos químicos
existem apenas em quantidades residuais.
São os tipos mais usuais, sendo que o aumento de resistência é obtido com o carbono e,
em menor escala, com a adição de manganês. Nas estruturas, usa-se aços com teor máximo de
carbono de 0,45% para permitir a soldabilidade. Teor de carbono aumenta a resistência e a
dureza (reduz a ductilidade). Aços mais usados: ASTM A36, A570.
Os aços-carbono são aqueles que não contêm elementos de liga, podendo ainda, ser
divididos em baixo, médio e alto carbono, sendo os de baixo carbono (C ≤ 0,30%), os mais
adequados à construção civil. Destacam-se:
✓ ASTM-A36 - o aço mais utilizado na fabricação de perfis soldados (chapas com t ≥ 4,57mm),
especificado pela American Society for Testing and Materials;
✓ NBR 6648/CG-26 - aço, especificado pela ABNT, utilizado na fabricação de perfis soldados
e que mais se assemelha ao anterior;
✓ NBR 7007/MR-250 - aço para fabricação de perfis laminados, que mais se assemelha ao
ASTM A-36;
✓ ASTM-A570 - o aço mais utilizado na fabricação de perfis formados a frio (chapas, t ≤ 5,84);
✓ NBR 6650/CF-26 - aço, especificado pela ABNT, utilizado na fabricação de perfis estruturais
formados a frio que mais se assemelha ao anterior.
Os aços de baixa liga sem tratamento térmico são aqueles que recebem elementos de
liga, com teor inferior a 2%, suficientes para adquirirem ou maior resistência mecânica (fy ≥ 300
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MPa) ou maior resistência à corrosão, ou ambos. São adequados à utilização na construção civil,
fazendo-se necessária uma análise econômica comparativa com os aços-carbono, pois estes
têm menor resistência, mas menor custo por unidade de peso. A seguir serão destacados os
principais deles.
Quando expostos ao clima (daí o nome aclimáveis), desenvolvem em sua superfície uma
camada de óxido compacta e aderente, que funciona como barreira de proteção contra o
prosseguimento do processo corrosivo, possibilitando, assim, a utilização desses aços sem
revestimento.
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exposto, sendo em geral de 18 meses a 3 anos; após um ano o material já apresenta a coloração
marrom clara.
A tonalidade definitiva, uma gradação escura do marrom (Figura 27), será função da
atmosfera predominante e da frequência com que a superfície do material se molha e se seca.
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Finalmente, há fatores ligados à geometria da peça, que explicam por que diferentes
estruturas do mesmo aço dispostas lado a lado podem ser atacadas de maneira distinta.
Esses tipos de aço são designados por um número de quatro algarismos (por exemplo,
SAE 1020), sendo que o primeiro representa o elemento de liga (para o aço-carbono o algarismo
é 1), o segundo indica a porcentagem aproximada da liga (zero significa a ausência de liga) e os
demais dígitos representam o teor médio de carbono (20 significa 0,20% médio de carbono).
Por exemplo, ABNT 1020/NBR 6006;SAE 1020. Segundo a Norma Brasileira ABNT NBR
14762:2010 “Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio”, a
utilização de aços sem qualificação estrutural para perfis é tolerada se o aço possuir propriedades
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mecânicas adequadas a receber o trabalho a frio. Não devem ser adotados no projeto valores
superiores a 180 MPa e 300 MPa para a resistência ao escoamento f y e a resistência à ruptura
fu, respectivamente.
1.5.1 Chapas
Chapas são produtos planos laminados de aço com largura superior a 500 mm. São
classificadas como chapas grossas (espessura superior a 5 mm) e chapas finas (espessura
inferior ou igual a 5 mm).
As chapas grossas são fabricadas pelas siderúrgicas com espessuras entre 5,0 mm e
150,0 mm, largura-padrão entre 1,0 m a 3,8 m e comprimento-padrão entre 6,0 m a 12,0 m.
As chapas grossas são utilizadas geralmente para a fabricação dos perfis soldados, mas
também podem ser utilizadas, dependendo da disponibilidade de equipamento adequado para
dobramento, em perfis formados a frio.
As chapas finas são fabricadas pelas siderúrgicas com espessuras variando entre 0,60
mm e 5,00 mm. As chapas finas apresentam largura-padrão entre 1,00 m e 1,50 m e
comprimento-padrão entre 2,00 m e 6,00 m.
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1.5.2 Perfis
Entre os vários componentes de uma estrutura metálica, tais como: chapas de ligação,
parafusos, chumbadores e perfis, são os últimos, evidentemente, os mais importantes para o
projeto, fabricação e montagem.
Os perfis podem ser obtidos ou diretamente por laminação ou a partir de operações de:
conformação a frio ou soldagem. São denominados, respectivamente, de perfis: laminados,
formados a frio e soldados.
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Perfis laminados são aqueles fabricados a quente nas usinas siderúrgicas e são os mais
econômicos para utilização em edificações de estruturas metálicas, pois dispensam a fabricação
“artesanal” dos perfis soldados ou dos perfis formados a frio.
A Siderúrgica Aço Minas Gerais – AÇOMINAS, hoje integrante do grupo Gerdau, foi
projetada para suprir o mercado com perfis laminados adequados ao uso na construção civil. Por
se tratar de um perfil fabricado diretamente na siderúrgica, há dimensões padronizadas e o
projetista fica restrito a essas dimensões. Se houver necessidade de perfis de dimensões
diferentes das padronizadas, podem ser utilizados os perfis formados a frio ou soldados em
substituição ao laminado.
O aço geralmente utilizado na fabricação desses perfis é o ASTM A 572 Gr 50, com f y =
Perfil I: Série chamada Standard Shape (S), possuindo superfícies internas das abas
(mesas) inclinadas e estreitas. Esta série é normalmente emprega em vigas.
Perfil W: Série chamada Wide Flange Shape, possuindo superfícies internas das abas
(mesas) paralelas e largas. Esta série é normalmente empregada em vigas ou pilares.
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Perfil HP: Série chamada H-Pile, possuindo superfícies internas das abas (mesas)
paralelas e largas. Esta série é normalmente empregada em vigas pesadas ou pilares.
A norma ABNT NBR 5884 - "Perfil I estrutural de aço soldado por arco elétrico" apresenta
as características geométricas de uma série de perfis I e H soldados e tolerâncias na fabricação.
São classificados em série simétrica e monossimétrica.
Série simétrica é a série composta por perfis que apresentam simetria na sua seção
transversal em relação aos eixos X-X e Y-Y, conforme ilustrado na figura 3.1.
✓ Série CS, formada por perfis soldados tipo pilar, relação d/bf = 1, cujas dimensões estão
indicadas na ABNT NBR 5884
✓ Série CVS, formada por perfis soldados tipo viga-pilar, relação 1 < d/bf ≤ 1,5, cujas
dimensões estão indicadas na ABNT NBR 5884
✓ Série VS, formada por perfis soldados tipo viga, relação 1,5 < d/b f ≤ 4, cujas dimensões
estão indicadas na ABNT NBR 5884
✓ Série PS, formada por perfis soldados simétricos cujas dimensões não estão indicadas na
ABNT NBR 5884, mas que seguem as demais especificações da Norma Brasileira.
Série monossimétrica é a série composta por perfis soldados que não apresentam
simetria na sua seção transversal em relação ao eixo X-X e apresentam simetria em relação ao
eixo Y-Y, conforme ilustrado na figura 29 e geometria figura 30.
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✓ Série VSM, formada por perfis soldados monossimétricos tipo viga, relação 1 < d/bf ≤ 4,
cujas mesas apresentam larguras idênticas e espessuras diferentes, com dimensões
indicadas na ABNT NBR 5884.
✓ Série PSM, formada por perfis soldados monossimétricos, inclusive os perfis com larguras
de mesas diferentes entre si, cujas dimensões não estão indicadas na ABNT NBR 5884, mas
que seguem as demais especificações da Norma Brasileira.
A designação dos perfis I soldados faz-se pela série, seguido da altura em milímetros e
da massa aproximada em quilogramas por metro.
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Os perfis formados a frio, sendo compostos por chapas finas, possuem leveza, facilidade
de fabricação, de manuseio e de transporte, além de possuírem resistência e ductilidade
adequadas ao uso em estruturas civis.
Perfis formados a frio são perfis conformados a partir do dobramento a frio de chapas.
Esse dobramento pode ser feito de forma contínua ou descontínua. O processo contínuo,
adequado à fabricação em série, é realizado a partir do deslocamento longitudinal de uma chapa
de aço, sobre os roletes de uma linha de perfilação (figura 31). Os roletes vão conferindo
gradativamente à chapa, a forma definitiva do perfil. Quando o perfil deixa a linha de perfilação,
ele é cortado no comprimento indicado no projeto.
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1.5.3.5 Barras
Assim como os perfis laminados, as barras são elementos que possuem o comprimento
com dimensão bem superior as demais (aços longos), sendo produzidas com seção transversal
circular (barras redondas), seção transversal quadrada (barras quadradas) ou seção transversal
retangular (barras chatas).
As barras redondas são utilizadas como tirantes ou pendurais para solicitações de tração,
ao passo que as barras quadradas ou chatas têm pouca aplicação em estruturas. No Anexo XX
apresentam-se tabelas com as dimensões de barras fabricadas no Brasil.
A especificação destas barras é feita através do seu símbolo com um chanfro, seguido da
informação de dimensão. Por exemplo, o símbolo ∅=12,7 representa uma barra circular com
diâmetro 12,7 mm.
Os principais produtores de aços longos do tipo barra, no Brasil, são a Gerdau Açominas
e a Arcelor Mittal (antiga Belgo-Mineira).
Fig. 32 – Barras
1.5.3.6 Tubos
Os tubos laminados são elementos vazados (ocos) com seção transversal circular,
retangular ou quadrada, conforme Figura 33 abaixo, sendo produzidos com a utilização de
laminadores especiais.
Os tubos circulares possuem diâmetro (∅) variando entre 26,7 e 355,6 mm, os tubos
quadrados são fabricados com lado (B) variando entre 50 e 90 mm, já os tubos retangulares
possuem uma variação do lado menor (B) entre 40 e 210 mm e do lado maior (H) entre 60 e 360
mm. Os tubos são peças bastante eficientes para esforços axiais, peças fletidas, sob torção e
feitos combinados, resultando em elementos leves quando comparados aos perfis laminados
mencionados anteriormente, entretanto, devido à dificuldade na execução das ligações acabam
não sendo tão utilizados.
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Fig. 33 – Tubos
Fig. 34 – Cordoalhas (a) 3 fios, (b) 7 fios (c) 19 fios e (d) 37 fios
Já os cabos são formados por feixes de fios entrelaçados entre si em formato helicoidal,
possuindo módulo de elasticidade da ordem de 50 % daquele obtido para uma barra maciça de
aço. Podem ser utilizados pontes (pênseis ou estaiadas), gruas, ou em sistemas de polias. A
Figura 35 mostra um padrão típico de cabo de aço.
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1.6 Aplicações
As aplicações do aço na Engenharia Civil são muitas, tais como:
Hangares Pontes
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Torres Guindates
Passarelas
Postes
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Mezaninos Coberturas
✓ Vantagens
• Alívio de carga nas fundações: Por serem mais leves, as estruturas em aço podem
reduzir em até 30% o custo das fundações.
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✓ Desvantagens
• Risco de custos maiores: se o projeto não levar em conta todos os itens da construção, o
preço pode ser de 5 a 20% maior se comparado ao processo tradicional.
• Pouco indicado em construção pequena: como se trata de uma estrutura industrial, não
se justifica economicamente a encomenda de poucas peças.
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• Desembolso em curto espaço de tempo: como os prazos são pequenos, o dinheiro tem
que estar disponível.
O aço é material 100% reciclável podendo, esgotada a vida útil da edificação, retornar
aos fornos sob forma de sucata e se tornar um novo aço, sem perda de qualidade.
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• Não Polui o meio ambiente: o aço é obtido a partir do minério de ferro, que é um dos
elementos mais abundantes no planeta. Do processo de produção resulta um material
homogêneo, que não libera substâncias que agridem o meio ambiente;
• Durabilidade: existem diversas maneiras de proteção efetiva do aço contra corrosão, seja
por meio de revestimento metálico ou pintura, ou ambos, que são cada vez mais aplicados
diretamente às chapas ou à estrutura durante o processo de fabricação;
• O aço é infinitamente reciclável: o aço pode ser reciclado em sua totalidade sem perder
nenhuma de suas qualidades. Devido a suas propriedades magnéticas, que não são
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