Você está na página 1de 12

Tales de Mileto (624 a Tales pensava que diversos deuses estavam nas coisas do mundo,

dessa forma a natureza passa também a ser considerada como


550 a.C.) algo divino. O espírito do mundo é Deus e as coisas têm alma que
penetra nelas através da umidade. É também através da umidade
que o poder de Deus entra nas coisas e as movimenta.

O primeiro pensador de Mileto observou que o calor precisa de


água, que a pessoa quando morre fica seca, que as coisas vivas
na natureza são úmidas, que os gérmens são úmidos, que os
alimentos tem seiva e concluiu que a água era o princípio e a
origem de todas as coisas. Ele dizia que as terras são sustentadas
pela água e se deslocam como um barco. Quando dizemos que ela
treme, como nos terremotos, na verdade ela está balançando
devido ao movimento da água. Ele observou que a água muda
constantemente e dizia que para que ela pudesse suportar todas
as transformações e continuar inalterada ela deveria ser um
elemento eterno.

Para ele todas as coisas estão cheias de deuses. Ele chega a essa
afirmação por perceber que as coisas no mundo estão em
constante movimento. Se as coisas se movem é porque estão
vivas. E se estão vivas é porque Deus está nelas. Não podemos
esquecer que quando Tales diz que todas as coisas têm deuses e
alma, ele não estava se referindo ao sentido religioso que damos
hoje às palavras Deus e Alma.
Mesmo que muitas das suas conclusões nos pareçam estranhas
hoje, dizemos que a Filosofia iniciou com Tales porque com ele
acontece a primeira separação entre o pensamento racional e o
que as pessoas percebem através dos cinco sentidos. Ele utiliza a
razão para buscar explicações para as coisas do mundo.

Dizia ainda que precisamos recordar dos amigos presentes e


ausentes; cuidar do nosso comportamento mais que da nossa
aparência; não enriquecer de modo injusto e não cair em
descrédito com aqueles com quem fizermos um trato.

Tales sustentava que a morte não é diferente da vida. E se


alguém lhe perguntava porque então ele não morria ele dizia que
era porque não tinha diferença entre vida e morte.
Além da famosa sentença Conhece-te a ti mesmo, algum
pensador de sua época atribuíram a Tales as seguintes outras:

- A água é o princípio de todas as coisas


- O ser mais antigo é Deus, porque não foi gerado
- Todas as coisas estão cheias de deuses
- A coisa mais bela é o mundo, porque é obra divina
- A pedra magnética (ímã) tem poder porque move o ferro
- O maior é o espaço porque dentro dele cabe tudo
- O mais veloz é o intelecto porque passa através de tudo
- A mais forte é a necessidade porque tudo domina
- O mais sábio é o tempo porque tudo revela

Anaximandro de Seguindo os passos de Tales de Mileto, Anaximandro


Mileto (611 a 547 a.C.) tentou desvendar o mistério sobre o princípio único e
primordial da vida, que para seu mestre, era a água.
Foi assim que ele criou o conceito de “ápeiron”, que
difere da “arché” desenvolvida por Tales. Assim, a
“arché” inclui um dos quatro elementos como gerador
de tudo (água).
Já o “ápeiron” define que o mundo teve origem de uma
substância indefinida, que representava o infinito e o
indeterminado.
Nas palavras do filósofo: “O que vem antes e depois do
finito, tende a ser infinito”.
Segundo ele, o “ápeiron” era indestrutível e
representava a massa geradora do cosmo e dos seres.
Era criado pela luta entre os elementos contrários,
como o frio o calor, o úmido, o seco, etc.
Anaximandro tinha um conceito mais intelectual e abstrato da
substância primordial: ela não poderia ter as propriedades
determinadas desta ou daquela matéria particular, mas deveria conter
todas as possibilidades em estado de indeterminação, dos quais todos
os seres surgiriam pela separação dos contrários. Era algo próximo ao
que hoje chamaríamos simplesmente de "matéria", porém dinâmica e
potencialmente viva, mais como a matéria dos físicos modernos do que

como a matéria inerte e passiva da física idealista clássica.

Heráclito de Éfeso A característica mais evidente dos escritos de Heráclito é a


(533 a 475 a.C.) presença de um grande orgulho e de desprezo. Despreza muitos
indivíduos considerados importantes pelos gregos, como
Homero, Hesíodo e Pitágoras.

Seu fragmento mais obscuro,

“Deste logos sendo sempre os homens se tornam


descompassados quer antes de ouvir quer tão logo tenham
ouvido; pois, tornando-se todas as coisas segundo esse logos, a
inexperientes se assemelham embora experimentando-se em
palavras e ações tais quais eu discorro segundo a natureza
distinguindo cada coisa e explicando como se comporta. Aos
outros homens escapa quanto fazem despertos, tal como
esquecem quanto fazem dormindo”

é representativo desse desprezo. Nele, Heráclito afirma que:

1. o Logos (ou seja, a lei universal que rege todos os


acontecimentos particulares e que é o fundamento da harmonia
de todas as coisas) sempre existiu;

2. os que estão prestes a “ouvir” ou que tenham ouvido o Logos


ficam descompassados, isto é, deslocados entre os outros
homens;

3. isto deve-se ao fato de que os que ouvem o Logos e,


conseqüentemente, passando a perceber todas as coisas a partir
do Logos, parecem inexperientes em relação a tudo, porque
tudo precisam reaprender; como diz Heráclito em outro
fragmento, “o homem como uma criança ouve o divino, tal
como a criança ao homem”;

4. esse aprendizado significa a distinção correta e a explicação


do comportamento de cada coisa;

5. os outros homens, que não ouvem o Logos, vivem como se


estivessem dormindo, não sendo capazes de perceber a
verdadeira realidade – e, segundo Heráclito em outro
fragmento, “não se deve agir nem falar como os que dormem”.

Heráclito pensava justamente nos homens que não ouvem o


Logos ao dizer que “se a felicidade estivesse nos prazeres do
corpo, diríamos felizes os bois, quando encontram ervilha para
comer” e que “asnos prefeririam palha a ouro”.

Para a filosofia de Empédocles o nascer e o morrer não existem se entendermos


Empédocles de o nascer e o morrer como um vir do nada e um ir para o nada. Ele pensa dessa
Agrigento (490 a 430 forma porque acredita que o ser é e o não ser não é. Assim não existe o
nascimento e a morte de algo. Para ele o que chamamos de nascimento e morte
a.C.) é simplesmente a aproximação e a separação de algumas substâncias. Essas
substâncias são indestrutíveis e eternamente iguais. Para Empédocles a água, o
ar a terra e o fogo são as substâncias que estão no princípio de todas as outras
coisas. Elas são as substâncias mais simples das quais derivam todas as outras,
são os elementos básicos que não mudam nunca sua qualidade. As quatro
substâncias básicas se unem e se separam umas das outras formando todas as
substâncias existentes. Elas são a origem das restantes.

Os quatro elementos da filosofia de Empédocles criam as coisas quando se


unem e quando se separam destroem o que existia quando estavam unidos. A
amizade ou o amor é a força cósmica que une os elementos e o ódio ou a
discórdia causam a desunião e a consequente separação dos elementos. O
destino é que alterna a predominância das duas forças que atuam sobre os
quatro elementos em um tempo constante. Quando o amor ou a amizade é mais
forte os elementos se juntam em uma unidade. E ao contrário, quando o mais
forte é o ódio ou a discórdia os elementos se separam e voltam a ser
unicamente água, terá, fogo ou ar.

Tanto os elementos como as forças que atuam sobre eles são divinos. Deus é o
Esfero, a união de todos os elementos através do amor ou da amizade. Na fase
em que o amor domina todos os elementos eles vão estar ligados em perfeita
harmonia. Nessa fase não existe o sol a terra ou o mar, mas uma unidade de
tudo que Empédocles denomina como sendo o Esfero. As almas também são
constituídas pelos elementos e sofrem a ação das forças do amor ou da amizade
e do ódio ou da discórdia. Ao contrário do domínio do amor no domínio do ódio
existe a dissolução dos elementos e forma-se assim o caos. Quando o caos está
instalado os elementos começam novamente a se unificar começando um novo
ciclo.

Para que o mundo exista devem existir tanto o elemento positivos quanto o
negativo, pois se existir somente o amor ou a amizade todos os elementos vão
se reunir e formar uma unidade compacta, vão formar uma única coisa. E ao
contrário se toda a força for do ódio ou da discórdia os elementos ficarão
completamente separados, fazendo também com que o cosmos não exista.

Portanto as coisas do mundo passam a existir no período de transição que vai


do predomínio do amor ao predomínio do ódio. Assim o cosmos nasce e se
destrói continuamente dependente e através da ação das duas forças sobre os
elementos. Não existe um momento em que a constituição do cosmos possa ser
considerada perfeita.

Empédocles pensava que dos poros das coisas saíam emanações que atingem os
nossos órgãos de sentido. Assim as partes que são semelhantes nos nossos
órgãos e nas coisas vão se reconhecer. O que for fogo em nossos sentidos vai
reconhecer as emanações que vem do fogo, o que for regido pela água vai
reconhecer as emanações que vem da água. Somente com nossa visão acontece
o contrário, nela as emanações partem dos olhos mas da mesma forma essas
emanações vão reconhecer nas coisas o que lhe for semelhante.

Para Empédocles nosso conhecimento está no coração e o veículo que


transporta esse conhecimento é o sangue. O conhecimento assim não acontece
somente no homem. Os conhecimentos que o homem pode ter são também
limitados. Ele somente consegue perceber uma pequena parte de sua vida, as
coisas que por acaso ele tem a possibilidade de se relacionar. Por isso ele não
pode desperdiçar nenhuma dessas possibilidades. Deve aproveitar e utilizar
todos os seus sentidos e através do intelecto perceber as evidências nas coisas
que conhece.

Empédocles sustenta ainda uma teoria sobre a evolução dos seres vivos. Para
ele no princípio havia numerosas partes de homens e animais - pernas, olhos,
orelhas - que estavam distribuídas desordenadamente. Através do amor essas
partes se juntavam aleatoriamente formando criaturas disformes que eram
inviáveis para sobreviver e pereciam. As espécies que formavam uma boa
combinação sobreviviam.

Sentenças:
- O sol, uma seta aguda. A lua do olho claro. O mar, suor da terra. A noite
solitária e cega.
- Os iguais se reconhecem.
- Sobrevive o que for mais capacitado
- O mundo evoluiu da água por meios naturais.

Parmênides de Eléia Parmênides foi o fundador da escola eleática, que sustenta: a


(495 a.C.) unidade e a imobilidade do Ser; o mundo sensível como uma
ilusão; o Ser sendo uno, eterno, imutável.

Dessa forma, afirmava que o que é vir-a-ser, precisa tanto


do ser quanto do não ser, pois agem conjuntamente para
resultarem o vir-a-ser. O vir-a-ser estabelece as mudanças e
transformações físicas, haja vista ocorrer apenas uma mistura
participativa de ser e do não-ser, pois o vir-a-ser é um desejo
que implica os elementos de qualidade opostas para ser
unirem, e o resultado é o descobrimento do que deve vir-a-ser.
Quando o desejo está satisfeito, o ódio e o conflito interno
impulsionam o ser e o não-ser à se separarem, pois chega-se
a conclusão de que toda mudança é ilusória, só existe
fundamentalmente o ser e o não-ser, haja vista ser o via-a-ser
apenas uma ilusão sensível, sendo todas as percepções dos
sentidos meras ilusões, nos quais temos a tendência de
pensar que o não-ser é, e o vir-a-ser tem um ser.
Na teoria parmenidiana somente o pensamento puro que
pode argumentar, tendo este como características ser é:
imóvel ou imutável, pois se mudar se torna aquilo que ele não
é; eterno e indestrutível, haja vista não ter origem, nascimento
ou futuro; uno, pois deve ser único; indivisível ou contínuo,
pois não pode ser dividido em partes; pleno, pois se houvesse
intervalos em seu interior perderia a sua essência; e limitado.
Para Parmênides, a opinião é a via da experiência
sensorial, pois a via da verdade, que é ancorado no
pensamento puro, no intelecto que se separa das emoções e
sensações do mundo. Por isso, onde os sentimentos veem,
tocam, sentem as mudanças e oposições que ocorrem entre
si, sendo o pensamento uma mera ilusão. Portanto, somente
há um ser, que é uno, único, eterno, contínuo, indivisível e
imóvel, sendo esta a sua identidade.

Zenão de Eléia (495 a Zenão foi adotado por Parmênides na Escola de Eleia. Tornou-
se um professor muito respeitado em sua cidade, e devido a
430 a.C.) isso, envolveu-se bastante com a política local. Juntamente
com outros companheiros e conspiradores, Zenão tentou
derrubar o tirano que governava a cidade. Foi preso e torturado
até à morte. A partir de sua morte, tornou-se um herói,
deixando uma marca na lembrança de seus compatriotas
contemporâneos.
No pensamento de Zenão, as seguintes características são por
ele atribuídas a deus:
•O primeiro atributo deduzido pelo filósofo para compor o
conceito Deus é a eternidade. Assim, Zenão nos diz: “É
impossível que algo surja; pois teria que surgir ou do igual ou
do desigual. Ambas as coisas são, porém, impossíveis; pois não
se pode atribuir, ao igual, que dele se produza mais do que
deve ser produzido, já que os iguais devem ter entre si as
mesmas determinações. Tampouco pode surgir o desigual do
desigual; pois se do mais fraco se originasse o mais forte, ou
do menor o maior, ou do pior o melhor, ou se, inversamente, o
pior viesse do melhor, originar-se-ia o Não-Ser do Ser, o que é
impossível; portanto, deus é Eterno.”
•O segundo atributo que Zenão atribui à divindade é
a Unidade, como pode ser visto nesse argumento: “Se Deus é
o mais poderoso de tudo, então lhe é próprio que seja Um;
pois, na medida em que dele houvesse dois ou ainda mais, ele
não teria poder sobre eles; mas enquanto lhe faltasse o poder
sobre os outros não seria Deus. Se, portanto, houvesse mais
deuses, eles seriam mais poderosos e mais fracos um em face
do outro; não seriam, por conseguinte, deuses; pois faz parte
da natureza de Deus não ter acima de si nada mais poderosos;
pois o igual não é nem pior nem melhor que o igual – ou não se
distingue dele. Se, portanto, Deus é e se ele é de tal natureza,
então só há um deus; não seria capaz de tudo o que quisesse,
se houvesse mais deuses.”
•Quanto à figura, Zenão propõe que Deus tem a forma de uma
esfera – “Sendo Um, é em toda parte igual, ouve, vê e possui
também, em toda a parte, os outros sentimentos, pois, não
fosse assim, as partes de Deus dominariam uma sobre a outra,
o que é impossível. Como Deus é em toda parte igual, possui
ele a forma esférica; pois não é aqui assim, em outra parte
de outro modo, mas em toda parte igual.”
•Por fim, Zenão conclui que deus não é nem limitado nem
ilimitado, nem móvel nem imóvel. Visto que o ilimitado e o
imóvel são características do Não-Ser; e, que o limitado e o
móvel são características do Múltiplo, Zenão afirma: “O Um,
portanto, não está nem em repouso nem se movimenta; pois
não se parece nem com o Não-Ser nem com o Múltiplo. Em
tudo isso, deus se comporta assim; pois ele é eterno e uno;
idêntico a si mesmo e esférico, nem ilimitado nem limitado,
nem em repouso nem em movimento.”
Seguindo o pensamento de seu mestre Parmênides, que
afirmava a unidade do Ser, Zenão concebeu contra a
pluralidade os seguintes argumentos ou paradoxos:
1.”Se a pluralidade existe, as coisas serão ao mesmo tempo
limitadas e infinitas em número.” – De fato, se há mais de uma
coisa, vemos que entre a primeira e a segunda existe, então,
uma terceira. Assim, entre a primeira e a terceira, existirá uma
quarta; e assim, ao infinito.
2.”Se a pluralidade existe, as coisas, ao mesmo tempo, serão
infinitas em tamanho e não terão tamanho algum.” –
Igualmente aqui, se duas coisas possuem cada qual sua
espessura, e entre essas duas espessura há uma terceira
espessura, há que se concluir que entre a primeira espessura e
essa terceira espessura, haverá também uma quarta
espessura; e assim, ao infinito.
No pensamento dos eleatas, o movimento, tal como as
mudanças e as transformações físicas, nada mais eram do que
ilusões provocadas pelos nossos sentidos. Para propor que o
movimento não existe, Zenão concebeu os seguintes
argumentos ou paradoxos, que até hoje são objeto de muita
discussão entre filósofos e cientistas.
1.Paradoxo da dicotomia – Imagine um móvel que está no
ponto A e quer atingir o ponto B. Este movimento é impossível,
pois antes de atingir o ponto B, o móvel tem que atingir o meio
do caminho entre A e B, isto é, um ponto C. Mas para atingir C,
terá que primeiro atingir o meio do caminho entre A e C, isto é,
um ponto D. E assim, ao infinito.
2.Paradoxo de Aquiles – Imagine uma corrida entre um
atleta velocista (Aquiles) e uma tartaruga. Suponhamos que é
dada para a tartaruga uma vantagem inicial em distância.
Aquiles jamais a alcançará, porque quando ele chegar ao ponto
de onde a tartaruga partiu, ela já terá percorrido uma nova
distância; e quando ele atingir essa nova distância, a tartaruga
já terá percorrido uma outra nova distância, e assim, ao
infinito.
3.Paradoxo da flecha imóvel – Uma flecha em voo está a
qualquer instante em repouso. Ora, se um objeto está em
repouso quando ocupa um espaço igual às suas próprias
dimensões e se, a flecha em voo sempre ocupa espaço igual às
suas próprias dimensões, logo a flecha em voo está em
repouso.
4.Paradoxo do estádio - Assim como a flecha, argumenta
que é impossível que a subdivisibilidade do tempo e do espaço
termine em indivisíveis. É o mais discutido e com a descrição
mais difícil.

Protágoras de Abdera A base da filosofia de Protágoras está na máxima "O Homem é a


(481 a 411 a.C,) medida de todas as coisas, daquelas que são por aquilo que são e
daquelas que não são por aquilo que não são." Para ele medida
significava juízo e as coisas são os fatos e as experiências das
pessoas. Com essa máxima Protágoras tinha por objetivo negar um
critério absoluto para distinguir o ser do não ser. O critério para a
diferenciação torna-se o homem, cada homem. Ele explica melhor
"Tal como cada coisa se apresenta para mim, assim ela é para mim, tal
como ela se apresenta para você, assim ela é para você." O vento que
sopra é frio ou quente? A resposta vai depender de cada pessoa, para
algumas vai estar frio e para outras vai estar quente, dessa forma
ninguém vai estar errado e a verdade vai estar em cada sujeito e no
que ele pensa sobre sua experiência.

Se os homens são a medida de todas as coisas, por consequência,


nenhuma medida pode ser a medida para todos os homens. As coisas
assim vão ser definidas pelas pessoas que as definem, o que vale para
determinada situação não vai valer para outras. As coisas vão ser
conhecidas particularmente por cada indivíduo.

Protágoras ensinava também técnicas e métodos para tornar um


argumento fraco em um argumento forte. Ele ensinava a aptidão de
fazer sobressair um ponto de vista sobre um ponto de vista contrário.
Os homens tem em si a faculdade de julgar com justiça, a função do
sofista é fazer com que eles expressem essa capacidade.

Para ele as coisas são portanto relativas aos indivíduos e aos seus
pareceres. Não existe uma verdade absoluta assim como não existem
padrões morais absolutos, o que existem são coisas mais oportunas,
úteis e convenientes. A pessoa sábia vai ser aquela que consegue
distinguir o que é mais vantajoso e decente para cada situação. O
sábio vai conseguir também convencer os outros a reconhecer essa
qualidade superior e fazer com que eles a ponham em prática.

Protágoras afirmou também que em relação aos deuses ele não


poderia afirmar se existem ou se não existem pois muitas coisas o
impediam de fazer tais afirmações, ele considerava o assunto obscuro
e a vida breve para se achar uma resposta para a questão. Mostrava-se
agnóstico nas suas crenças pois o divino vai além da capacidade
humana de compreensão dessa experiência sendo o homem limitado
em seu saber. Para ele era possível criarmos argumentos tanto a favor
como contra a existência dos deuses.

Ele dizia ainda que os sábios e os bons oradores deveriam guiar


através de conselhos as outras pessoas.

Sentenças:
- Sobre qualquer questão existem dois argumentos contrários entre si.
- Sobre os deuses não posso saber se existem ou se não existem.
- Das coisas belas umas são belas por natureza e outras por lei, mas as
coisas justas não são justas por causa da natureza, os homens estão
continuamente disputando pela justiça e a alteram também
continuamente.
- Toda a vida do homem tem necessidade de ordem e de adaptação.

SÓCRATES (470 a 399 a.C.) Sócrates ensinava seus discípulos através de perguntas, conhecido como
método socrático “Conhece-te a ti mesmo”. O método socrático consiste em
uma prática, que utilizando um discurso caracterizado pela maiêutica, isso é
induzir uma pessoa por seu próprio raciocínio, chegar a uma conclusão.

Sócrates acreditava na imortalidade da alma. Não concordava com as idéias


dos sofistas, pois estes aplicavam uma retórica, induziam ao conhecimento,
enquanto Sócrates fazia as pessoas descobrirem sozinhas através da
maiêutica. E Sócrates defendia a idéia de que a virtude nascia junto com
cada pessoa, e não podia ser aprendida.

Sócrates acreditava que “agir mal é não saber”, que atos errados eram
conseqüência da própria ignorância. “Só sei que nada sei” dizia isso porque
sabia que sua sabedoria era limitada.

Sócrates sempre primou pelas leis e, por isso, opôs-se às decisões


políticas ilegais do povo e dos tiranos. Sua defesa às leis valeu-lhe a
própria vida.
Para Sócrates, as leis são sempre justas, e se há injustiça, ela se dá
porque os homens julgaram injustamente. A injustiça ocorre quando os
homens se esquecem que juraram não “favorecer o que lhes parece bom,
mas julgar segundo as leis.” (Platão, Apologia de Sócrates, 32b e 32d).

Quando Sócrates aceita sua própria condenação, mostra sua integridade


e, ao mesmo tempo, a iniquidade dos juízes; mostra que as leis devem
ser respeitadas acima de tudo. E, se por lei, ainda assim proferindo uma
sentença injusta, o juíz tem autoridade em julgar, então, tal julgamento
deve ser respeitado.
Esse legalismo socrático se explica pela relação entre a cidade e os
cidadãos exposta no diálogo Críton. Segundo Sócrates, existe uma
homologia entre a cidade, considerada como uma pátria e os cidadãos,
que se situam assimétricamente com relação à cidade, a saber, etando a
ela filiados e subordinados.
Essa relação na concepção de que são as leis que garante que todos
estão igualmente submetidos e que todos podem estar unidos.
•A cidade, através das leis, precede o indivíduo.
•O indivíduo, em sua cidadania é gerado pela cidade e, neste
sentido, tem todos os seus direitos garantidos, mas também o
dever de cumprir tudo o que exigi a cidade. O indivíduo, em
outras palavras, pertence à cidade não perdendo com isso sua
liberdade.

Há a escolha de ser persuadido, logo, obedecer a lei, ou persuadir em


mudar a lei. Tomar tal decisão é exercer a cidadania e, para que a
decisão seja a melhor, que ela seja filosófica. É tal cidadania que permite
a prática da filosofia. Sócrates é um cidadão ateniense, ele pôde se
entregar livremente à filosofia. Um estrangeiro pode ser sofista um
homem de opiniões, mas não filósofo. Porque Atenas era democrática foi
possível nascer o pensamento filosófico. Não que a prática política
democrática levasse às idéias filosóficas, mas porque tal contexto sócio-
político dava liberdade para se ser filósofo. Platão, na República, VIII, diz
que a democracia, por sua confusão anárquica, permite que cada um viva
como queira, inclusive o filósofo.
Com filosofia Sócrates não fez política, mas estimulou à reflexão política
seus concidadãos e fortificou as leis com sua postura e palavras.
•Quando ele busca a justiça imanente nas leis criticando-as, não
faz senão atribuir seriedade e exigir reflexão, pois, para o mesmo,
a lei não é “um jogo de criança ou um falar inútil.” (Críton, 46b)

A filosofia, portanto, não tem e não deve cumprir o papel de praticar


política, mas, ao contrário, refletir, interrogar, duvidar das práticas
políticas, das leis, etc.
•O filósofo exerce seu papel de cidadão e age conforme a lei,
obedece antes de questionar, sem interiorizar, e também aceita
vinda de fora esta moral que serve de regra de conduta e
direciona as rápidas decisões.
•O filósofo pensa, reflete, toma a lei como hipótese, busca, enfim,
fundamentar uma verdadeira interioridade moral.

PLATÃO (427 a 347 a.C.) Para Platão existiam dois mundos diferentes, o mundo das idéias, onde há
bondade e beleza. É também chamado de cosmos. As almas ficam no
mundos das idéias, por que elas não tem matéria. E o mundo sensível, onde
há maldade, onde a matéria existe. Onde o corpo é matéria, tornando-se mal.

Para Platão quando alguém nasce uma alma vem do mundo das idéias, para
o corpo da pessoa. A alma, por estar no mundo das idéias, tem o
conhecimento de tudo. Mas quando se encontra com o corpo, que é mal, ela
esquece tudo. Isso explica a teoria do conhecimento de Platão que diz
“conhecer é recordar”, ou seja, no andar dos anos, a alma vai vendo e
lembrando aquilo tudo que já sabia.

Então para Platão a pessoa é só alma.

Platão filosofou sobre vários assuntos, como a arte e política.

Sobre a arte disse “a arte é o distanciamento da verdade”, onde acredita que


uma imagem retratada em quadro, é uma cópia de uma pessoa, ou de uma
paisagem. Essa cópia distancia-se da verdade, ou do verdadeiro.

Sobre política, cria uma visão de cada um faz o que nasceu para fazer, assim
também explica a origem da cidade, que é uma questão de sobrevivência,
onde cada um deve ter uma posição.

Para Platão o melhor governante é o rei filósofo, porque os intelectos são


possuidores de sabedoria, logo melhor podem governar.

Segundo Platão, os regimes políticos se distinguem pelo número e pela


qualidade dos que governam, a saber:

•Na monarquia, o governo é de um só (monas) cuja qualidade é a


honrar a nobreza de sua linhagem;
•Na aristocracia, o poder pertence a uma elite, um pequeno grupo
ou os melhores (aristoi) cuja qualidade é a virtude guerreira.
•Na democracia, em que o poder poder pertence ao povo
(demos), cujos cidadãos possuem liberdade de decisão política.

A política não é uma técnica, mas uma ciência e que, portanto, pode ser
ensinada. Ou seja, a finalidade da política não é o exercício do poder,
mas a realização da justiça como um bem comum para a cidade.
•Platão critica os sofistas por eles defenderem que a educação
política se realize pela retórica e que a política não passa de uma
boa técnica de governo, completamente avessa à concepção
puramente teórica de bons governos. Para Platão, somente a
teoria política poderia ser capaz de orientar a técnica
governamental.
•Platão critica a democracia, descrevendo uma cidade em que a
liberdade permite que se faça o que quiser, a igualdade é injusta
porque trata da mesma maneira o igual e o desigual.
•Reina a anomia, isto é, a falta de respeito às leis e a anarquia,
isto é, a falta de governo.
•Prevalece a desordem moral, a injustiça, o domínio dos mais
fortes e o subjugo dos mais fracos.
A anarquia está contida na essência da democracia, por isso, quando se
governa mal em um regime democrático, a conseqüência inevitável é a
anarquia.

ARISTÓTELES(384 a 322 Aristóteles é contrario ao pensamento de Platão que existam dois mundos,
a.C.) pois acredita que exista apenas um.

Acredita que a pessoa é um composto de corpo e alma.

Para ele a matéria tem a potência de mudar a sua forma e gerar um novo ato.
Uma semente é uma arvore em potencia, e uma arvore é uma semente em
ato. A semente é a matéria e tem a potencia de mudar a sua forma, gerando
uma arvore, em ato.

Também afirma que exista um “Ato puro”, que é perfeito, não falta nada, não
tem potência de transformar em nada, e que a todos caminham para essa
perfeição.

Aristóteles acredita que conhecer é abstrair-se da matéria, que conhecemos


através, primeiramente, dos sentidos e depois do intelecto. Então, para se
conhecer uma arvore primeiramente eu a olho, depois gravo a imagem dela
na cabeça, já que não posso colocá-la como matéria dentro da cabeça.

Para Aristóteles existem quatro causas para a existência de algo: Material,


aquilo que é feito à coisa; Formal, a coisa em si; Eficiente, aquilo que da
origem a coisa; e Final, aquilo para o qual a coisa é feita.

Aristóteles ainda diz “A filofosia é a palavra segunda, a palavra primeira é a


realidade”.

Para Aristóteles “A virtude é o ato de fazer o bem sempre” e “O vicio é o ato


de fazer o mal sempre”.

Para ele a vida em sociedade é necessária para desenvolver a razão, assim


a vida com amizade e harmonia, nas cidades, é a perfeita caracterização de
uma boa cidade.

Aristóteles acredita que o homem que não participa da política, torna-se um


ser pela metade, somente racional, que é, vive e sente. O homem deve ser
um animal político que é, vive, sente e pensa.

É considerado humanista por se preocupar com política da sociedade.

EPÍCURO (341 a 270 a.C.) Epicuro era muito doente, então sua filosofia visava uma vida tranqüila sem
dor e sem medo e vivendo cercado de amigos.

Acreditava que não devemos ter nenhum medo dos deuses, não devemos ter
medo da morte, porque ela é o fim. Se acaba tudo no momento da morte,
porque ter medo dela? Não é difícil limitar seus bens e consegui-los. Os
males têm breve duração.

Tanto o corpo quanto a alma são aglomerados de átomos, quando uma


pessoa morre esses átomos são desaglomerados, tornando possível assim,
um segundo nascimento.

Para ele uma pessoa virtuosa deve ter características como a prudência, o
calculismo, saber que uma atitude hoje, pode gerar um sofrimento, mas
amanhã pode gerar uma alegria e vice e versa.

ESTÓICOS não acreditavam na imortalidade espiritual.

Acreditavam na imortalidade através da honra dos filhos e da cultura.


Também de nascer na natureza e voltar para ela, quando morrer

Você também pode gostar