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A Doutrina da Trindade na História

Louis Berkhof

A doutrina da trindade sempre enfrentou dificuldades e, portanto, não


é de admirar que a igreja, em seus esforços para formulá-la, tenha
sido repetidamente tentada a racionaliza-la e a dar-lhe uma
construção que deixava de fazer justiça aos dados da Escritura.
PERÍODO DA PRÉ-REFORMA. Os judeus do tempo de Jesus davam
muita ênfase à unidade de Deus, e esta ênfase foi trazida para dentro
da igreja cristã. O resultado foi que alguns eliminaram completamente
as distinções pessoais da Divindade, e que outros não fizeram plena
justiça à divindade essencial da segunda e da terceira pessoas da
Trindade Santa. Tertuliano foi o primeiro a empregar o termo
“Trindade” e a formular a doutrina, mas a sua formulação foi
deficiente, desde que envolvia uma infundada subordinação do Filho
ao Pai. Orígenes foi mais longe nesta direção, ensinando
explicitamente que o Filho é subordinado ao Pai quanto à essência, e
que o Espírito Santo é subordinado até mesmo ao Filho. Ele
desacreditou a divindade essencial destas duas pessoas do Ser
Divino e forneceu um ponto de partida aos arianos, que negavam a
divindade do Filho e do espírito Santo, apresentando o Filho como a
primeira criatura do Pai, e o Espírito Santo como a primeira criatura do
Filho. Assim, a consubstancialidade do Filho e do Espírito Santo com
o Pai foi sacrificada, com o fim de preservar a unidade; e, segundo
esse conceito, as três pessoas da Divindade diferem em grau de
dignidade. Os arianos ainda conservaram resquícios da doutrina das
três pessoas da Divindade, mas esta foi inteiramente sacrificada pelo
monarquianismo, em parte no interesse da unidade de Deus e em
parte para manter a divindade do Filho. O monarquianismo dinâmico
via em Jesus apenas homem e no espírito Santo uma influencia
divina, enquanto que o monarquianismo modalista considerava o Pai,
o Filho e o Espírito Santo meramente como três modos de
manifestação assumidos sucessivamente pela Divindade. Por outro
lado, também houve alguns que a tal ponto perderam de vista a
unidade de Deus, que acabaram no triteísmo. Alguns dos monofisistas
mais recentes, como João Ascunages e João Philopono, caíram neste
erro. Durante a Idade Média, o nominalista Roscelino foi acusado do
mesmo erro. A igreja começou a formular a sua doutrina da Trindade
no século quarto. O Concílio de Nicéia (325 A.D.) declarou que o Filho
é co-essencial com o Pai, enquanto que o Concílio de Constantinopla
(381 A.D.) afirmou a divindade do Espírito, embora não com a mesma
precisão. Quanto à interrelação dos três, foi oficialmente declarado
que o Filho é gerado pelo Pai, e que o Espírito procede do Pai e do
Filho. No Oriente, a doutrina da Trindade encontrou a sua proposição
mais completa na obra de João de Damasco, e no Ocidente, na
grande obra de Agostinho, De Trinitate. A primeira ainda retém um
elemento de subordinação, inteiramente eliminado pela segunda.
PERÍODO DA PÓS-REFORMA. Depois da Reforma não temos maior
desenvolvimento da doutrina da Trindade, mas o que encontramos
repetidamente são algumas das errôneas formulações antigas. Os
arminianos, Episcópio, Curceleu e Limborgh reavivaram a doutrina da
subordinação, outra vez, ao que parece, principalmente para defender
a unidade da Trindade. Eles atribuíram ao Pai uma certa preeminência
sobre as outras pessoas – em ordem, dignidade e poder. Posição um
tanto parecida foi tomada por Samuel Clarke, na Inglaterra, e pelo
teólogo luterano Kahnis. Outros seguiram o caminho indicado por
Sabélio, ensinando uma espécie de modalismo, como, por exemplo,
Emanuel Swedenborg, que sustentava que o eterno Deushomem fez-
se carne no Filho, e agia através do Espírito Santo; Hegel, que fala do
Pai como Deus
em Si, do Filho como Deus se objetivando, e do Espírito como Deus
retornando a Si mesmo; e Schleiermacher, que considera as três
pessoas simplesmente como três aspectos de Deus: o Pai é Deus
como a subjacente unidade de todas as coisas, o Filho é Deus como
passando a uma personalidade consciente no homem, e o Espírito
Santo é Deus vivendo ma igreja. Os socinianos da época da reforma
seguiam as linhas arianas, mas foram além de Ário, pois para eles
Cristo era simples homem e o Espírito Santo apenas um poder ou
influencia. Eles foram os precursores dos unitários e também dos
teólogos modernistas, que falam de Jesus como um mestre divino e
identificam o Espírito Santo com o Deus imanente. Finalmente,
também houve alguns que, como consideravam ininteligível a
afirmação da doutrina de uma Trindade ontológica, queriam livrar-se
dela e se satisfizeram com a doutrina de uma Trindade econômica,
uma Trindade como se vê revelada na obra de redenção e na
experiência humana. Exemplos de defensores desta idéia são Moses
Stuart, W. L. Alexander e W. A. Brown. Durante um considerável
período de tempo, declinou o interesse pela doutrina da Trindade, e a
discussão teológica centralizou-se mais particularmente na
personalidade de Deus. Brunner e Barth chamaram de novo a atenção
para a sua importância. Este último a coloca em primeiro plano,
discutindo-a em conexão com a doutrina da revelação, e lhe dedica
220 páginas da sua Dogmática. Materialmente, ele deriva da Escritura
a doutrina, mas formal e logicamente, acha que ela está envolvida na
simples sentença, “Deus fala”. Ele é Revelador (Pai), Revelação
(Filho) e Revelatura* (Espírito Santo). Ele se revela, é a Revelação e é
também o conteúdo da Revelação. Deus e Sua revelação se
identificam. Em Sua revelação Ele continua sendo Deus,
absolutamente livre e soberano. Esta idéia de Barth não é uma
espécie de sabelianismo, pois ele reconhece três pessoas na
Divindade. Além disso, ele não admite nenhuma subordinação. Diz
ele: “Assim, ao mesmo Deus que, em unidade incólume, é Revelador,
Revelação e Revelatura, também se atribui, em Sua variedade
incólume, precisamente este modo tríplice de existência”

A Surpreendente Origem da Doutrina da Trindade


“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32).
A maioria das pessoas acredita que tudo que carrega o rótulo de “cristão” deve ter se
originado em Jesus Cristo e seus primeiros seguidores. Mas, definitivamente, este não é
o caso. Tudo que temos a fazer é verificar as palavras de Jesus Cristo e Seus apóstolos
para ver claramente que isto não é verdade.
Tal como Jesus e os escritores do Novo Testamento predizeram, o registro histórico
mostra que várias ideias heréticas, assim como mestres apoiando esses conceitos,
surgiram de dentro da Igreja primitiva, e outros de fora se infiltraram nela. O próprio
Cristo advertiu a seus seguidores: “Acautelai-vos, que ninguém vos engane. Porque
muitos virão em meu nome . . . e enganarão a muitos” (Mateus 24:4-5).
Você pode ler muitas advertências semelhantes em outras passagens (como Mateus
24:11, Atos 20:29-30, 2 Coríntios 11:13-15; 2 Timóteo 4:2-4, 2 Pedro 2:1-2, 1 João
2:18-19, 26; 4:1-3).
Quase duas décadas após a morte e ressurreição de Cristo, o apóstolo Paulo escreveu
que muitos crentes já estavam “passando . . . para outro evangelho” (Gálatas 1:6). Ele
escreveu que foi forçado a lutar contra “falsos apóstolos, obreiros fraudulentos”, que
estavam dissimuladamente “transfigurando-se em apóstolos de Cristo” (2 Coríntios
11:13). Um dos grandes problemas que ele teve que lidar foi o dos “falsos irmãos”
(versículo 26).
Perto do final do primeiro século, como vemos em 3 João 9-10, as condições ficaram
tão terríveis que os falsos ministros se recusavam abertamente a receber os
representantes do apóstolo João e até excluíam os verdadeiros cristãos da Igreja!
Deste período preocupante Edward Gibbon, um historiador famoso, escreveu, em sua
clássica obra A História do Declínio e Queda do Império Romano, que uma “nuvem
negra pairava sobre a primeira era da igreja” (The History of the Decline and Fall of the
Roman Empire, 1821, vol. 2, pág . 111).
Não demorou muito para que verdadeiros servos de Deus se tornassem uma minoria
marginalizada e dispersa entre aqueles que se autodenominavam cristãos. Uma religião
muito diferente, agora comprometida com muitos conceitos e práticas enraizadas no
antigo paganismo (essa mistura de crenças religiosas veio a ser conhecida como
sincretismo, comum na época do Império Romano), apoderou-se e modificou a fé
estabelecida por Jesus Cristo.
O historiador Jesse Hurlbut diz sobre esse tempo de transformação: “Nós intitulamos a
última geração do primeiro século, 68-100 d.C., ‘A Era das Trevas’, em parte porque as
trevas da perseguição vieram sobre a igreja, mas mais especificamente porque de todos
os períodos da história [da Igreja], é essa a era sobre a qual sabemos pouquíssimo. Não
temos mais a brilhante luz do Livro de Atos para nos guiar, e nenhum autor dessa era
tem preenchido o espaço vazio na história . . .
“Por cinquenta anos, após a vida de São Paulo, uma cortina pairou sobre a igreja,
através da qual nos esforçamos em vão para olhar, e quando finalmente ela se levanta,
cerca do ano 120 d.C. com os escritos dos mais antigos padres da igreja, encontramos
uma igreja, em muitos aspectos, muito diferente daquela dos dias de São Pedro e São
Paulo” (A História da Igreja Cristã [The Story of the Christian Church], 1970, pág. 33).
Esta igreja “muito diferente” iria crescer em poder e influência, e dentro de poucos
séculos dominaria até mesmo o poderoso Império Romano!
Por volta do segundo século, os membros fiéis da Igreja, o “pequeno rebanho” de Cristo
(Lucas 12:32), tinham sido totalmente espalhados pelas ondas de perseguição mortal.
Eles se mantiveram firmemente na verdade bíblica acerca de Jesus Cristo e Deus Pai,
ainda que perseguidos pelas autoridades romanas e até por aqueles que professavam o
Cristianismo, mas que na realidade ensinavam sobre “outro Jesus” e “outro evangelho”
(2 Coríntios 11:4, Gálatas 1:6-9).
As diferentes ideias sobre a divindade de Cristo conduziriam a conflitos
Este foi o cenário em que a doutrina da trindade surgiu. Nessas primeiras décadas após
o ministério, morte e ressurreição de Jesus Cristo, e incluindo os primeiros séculos que
se seguiram, várias ideias surgiram quanto à Sua exata natureza. Foi Jesus Cristo um
homem? Era Deus? Era Deus em figura de um homem? Foi uma ilusão? Foi um simples
homem que se tornou Deus? Foi criado por Deus Pai ou existia eternamente com o Pai?
Todas essas ideias tiveram seus proponentes. A uniformidade de crença da Igreja
original foi perdida com as novas crenças que muitos tomavam emprestado ou
adaptavam de religiões pagãs, substituindo os ensinamentos de Jesus e dos apóstolos.
Sejamos claros que, quando se trata de debates intelectuais e teológicos nos séculos
que levaram à formulação da trindade, a verdadeira Igreja estava em grande parte
ausente da cena, tendo sido empurrada para a clan destinidade. (Consulte o capítulo “O
Surgimento de um Falso Cristianismo” em nosso livro gratuito A Igreja que Jesus
Edificou para uma visão geral desse período crítico. Você pode baixar ou solicitar o seu
exemplar gratuito em www.revistaboanova.org/literatura).
Por esta razão, nesse período tempestuoso vemos frequentemente debates que não são
entre a verdade e o erro, mas entre um erro e outro erro diferente―uma verdade
raramente reconhecida por muitos estudiosos modernos, porém é crucial para nossa
compreensão.
Um exemplo clássico disso foi a disputa sobre a natureza de Cristo que levou o
imperador romano Constantino, o Grande, a convocar o Concílio de Nicéia (na
atualidade localizado a oeste da Turquia), em 325 d.C.
Constantino, apesar de ser defendido por muitos como o primeiro imperador romano
“cristão”, era na verdade um venerador do sol até ser batizado em seu leito de morte.
Durante seu reinado, ele teve seu filho mais velho e sua esposa assassinados. Ele
também era veementemente anti-semita, referindo-se em um de seus decretos “a
multidão detestável de judeus” e aos “costumes desses homens perversos”―costumes
estes que, na verdade, tinham suas raízes na Bíblia e praticados por Jesus e os
apóstolos.
Como imperador, em um período de grande tumulto dentro do Império Romano,
Constantino encontrou desafios para manter o império unificado. Ele reconheceu o valor
da religião para unir seu império. Este foi, de fato, uma de suas principais motivações
para aceitar e sancionar a religião “cristã” (que, nessa altura, tinham se afastado muito
dos ensinamentos de Jesus Cristo e dos apóstolos, e que era ‘cristã’ apenas no nome).
Mas agora Constantino enfrentava um novo desafio. A pesquisadora de religião Karen
Armstrong explica em A História de Deus que “um dos primeiros problemas que teve de
ser resolvido foi a doutrina sobre Deus . . . um novo perigo interno surgiu o qual dividia
amargamente os cristãos em campos opostos” (A History of God, 1993, pág. 106).
O debate sobre a natureza de Deus no Concílio de Nicéia
Constantino convocou o Concílio de Nicéia no ano 325 d.C., tanto por razões
políticas―para a união imperial―como religiosas. A principal questão nessa ocasião veio
a ser conhecida como a controvérsia ariana.
“Na esperança de garantir o seu trono ao apoiar o corpo crescente de cristãos, ele
demonstrou-lhes um considerável favor e era de seu interesse ter a igreja robusta e
unida. A controvérsia ariana estava pondo em risco sua unidade e ameaçando sua força.
Ele, portanto, se comprometeu a pôr fim ao problema. A ele foi sugerido, talvez pelo
bispo espanhol Hosius, que era de grande influência, que se um sínodo se reunisse
representando todas as igrejas, ambas de leste e de oeste, talvez haveria possibilidade
de restaurar a harmonia”.
“O próprio Constantino, é claro, não entendia e nem se importava com o assunto em
disputa, mas estava ansioso para acabar com a controvérsia, e o conselho de Hosius
pareceu-lhe ser ideal para chegarem a uma resolução” (Arthur Cushman McGiffert, A
História do Pensamento Cristão [A History of Christian Thought], 1954, vol. 1, pág.
258).
Ário, um padre de Alexandria, no Egito, argumentou que Cristo, sendo Filho de Deus,
deveria ter tido um começo e, portanto, era uma criação especial de Deus. Além disso,
se Jesus era o Filho, o Pai necessariamente deveria ser mais velho.
Opondo-se aos ensinamentos de Ário, estava Atanásio, um diácono também de
Alexandria. Sua visão era sobre uma forma primitiva de trinitarianismo onde o Pai, o
Filho e o Espírito Santo eram um, mas ao mesmo tempo, distintos entre si.
A decisão sobre qual ponto de vista o conselho da igreja aceitaria foi em grande medida
arbitrária. Karen Armstrong explica em A História de Deus: “Quando os bispos se
reuniram em Nicéia em 20 de maio de 325 d.C. para resolver a crise, muitos poucos
demonstraram apoio ao ponto de vista de Atanásio sobre Cristo. A maioria se deteve no
meio do caminho entre a posição de Atanásio e a de Ário” (A History of God, pág. 110).
Como imperador, Constantino estava numa posição fora do normal, para decidir a
doutrina da igreja, embora ele não fosse realmente um cristão. (No ano seguinte foi
quando ele ordenou o assassinato da sua esposa e filho, como mencionado
anteriormente).
Historiador Henry Chadwick atesta, “Constantino, tal como seu pai, adorava o deus Sol
Invicto” (A Igreja Primitiva [The Early Church], 1993, pág. 122). Quanto ao imperador
abraçar o Cristianismo, admite Chadwick, “sua conversão não deve ser interpretada
como uma experiência interna de graça . . . Era uma questão militar. O seu nível de
compreensão da doutrina cristã nunca foi muito bem entendido” (pág. 125).
Chadwick diz que o batismo de Constantino, em seu leito de morte, por si só, “não
deixa nenhuma dúvida sobre sua crença cristã”, sendo comum aos governantes adiar o
batismo, para evitar a responsabilidade por coisas como a tortura e execução de
criminosos (pág. 127). Mas esta justificativa realmente não ajuda para ratificar a
conversão do imperador como genuína.
Norbert Brox, um professor de história da igreja, confirma que Constantino nunca foi
realmente um cristão convertido: “Constantino não experimentou qualquer conversão,
não há sinais de uma mudança de fé nele. Ele nunca disse que se converteu a outro
deus . . . No momento em que se voltou para o Cristianismo, ele adorava o Sol
Invictus (o vitorioso deus Sol)” (Uma Breve História da Igreja Primitiva [A Concise
History of the Early Church], 1996, pág. 48).
Acerca do Concílio de Nicéia, A Enciclopédia Britânica declara: “O próprio Constantino o
presidiu, ativamente orientando as discussões, e pessoalmente propôs . . . a fórmula
fundamental para expressar a relação de Cristo com Deus no credo emitido pelo
conselho . . . Intimidados pelo imperador, os bispos, com duas únicas exceções,
assinaram o credo, embora, muitos deles, a contragosto” (The Encyclopaedia
Britannica, edição 1971, vol. 6, “Constantino”, pág. 386).
Com a aprovação do imperador, o concílio rejeitou o ponto de vista minoritário de Ário
e, não tendo nada definitivo para substituí-lo, aprovou a visão de Atanásio—também
opinião de uma minoria. A igreja foi deixada numa posição difícil quanto ao apoio oficial,
daquele ponto em diante, em relação a decisão tomada em Nicéia para endossar a
crença apoiada apenas pela minoria dos participantes.
Agora, o terreno para a aceitação oficial da trindade estava preparado—mas, como se
vê, levou mais de três séculos após a morte e ressurreição de Jesus Cristo para este
ensino antibíblico surgir!
A Decisão de Nicéia não pôs fim ao debate
O Concílio de Nicéia não acabou com a controvérsia. Karen Armstrong explica:
“Atanásio conseguiu impor sua teologia aos bispos... com o imperador no seu encalço . .
.”.
“A demonstração de concordância agradou a Constantino, que não compreendia as
questões teológicas, mas na verdade não havia unanimidade em Nicéia. Depois do
Concílio, os bispos continuaram a ensinar como antes e a crise ariana continuou por
mais sessenta anos. Ário e seus seguidores lutaram e conseguiram recuperar o favor
imperial. Atanásio foi exilado pelo menos cinco vezes. E foi muito difícil fazer valer seu
credo” (págs. 110-111).
Às vezes, as divergências em curso eram violentas e sangrentas. Sobre as
consequências do Concílio de Nicéia, o historiador Will Durant escreve: “Provavelmente
mais cristãos foram massacrados por cristãos nestes dois anos (342-343) do que em
todas as perseguições de cristãos pelos pagãos na história de Roma” (A História da
Civilização [The Story of Civilization], Vol. 4: A Era da Fé, 1950, pág. 8). Com
crueldade, enquanto reivindicavam serem cristãos, muitos crentes lutaram e mataram
uns aos outros por causa dos seus pontos de vista diferentes sobre Deus!
A respeito das décadas seguintes, o professor Harold Brown, citado anteriormente,
escreve: “Em meados das décadas desse século, 340-380, a história da doutrina parece
mais com a história de tribunais, de intrigas entre igrejas e de conflitos sociais . . . As
doutrinas centrais elaboradas nesse período, frequentemente parecem ter sido
apresentadas através de intrigas ou pela violência popular, e não de comum acordo da
cristandade guiada pelo Espírito Santo” (pág. 119).
O debate desvia seu foco para a natureza do Espírito Santo
Então, os desacordos passam a centrar-se em torno de outra questão, a natureza do
Espírito Santo. A este respeito, a declaração divulgada no Concílio de Nicéia
simplesmente disse: “Cremos no Espírito Santo”. Isto “parece ter sido adicionado ao
credo Atanasiano em uma reflexão posterior”, escreve Karen Armstrong. “As pessoas
estavam confusas sobre o Espírito Santo. Era simplesmente um sinônimo de Deus ou
era algo mais?” (pág. 115).
O professor Ryrie, também citado anteriormente, escreve: “Na segunda metade do
século IV, três teólogos da província da Capadócia, no leste da Ásia Menor [hoje Turquia
central] deram a forma definitiva à doutrina da trindade” (pág. 65). Eles propuseram
uma ideia que foi um passo além da visão de Atanásio—que Deus, o Pai, Jesus, o Filho,
e o Espírito Santo eram coiguais e juntos em um único ser, mas também distintos entre
si.
Estes homens—Basil, bispo de Cesaréia, seu irmão Gregório, bispo de Nissa, e Gregório
de Nazianzo—eram todos “treinados na filosofia grega” (Armstrong, pág. 113), a qual
sem dúvida afetaram suas perspectivas e crenças (veja “A Influência da Filosofia Grega
Sobre a Doutrina da Trindade”,).
Na opinião destes homens, explica Karen Armstrong, “a trindade só faz sentido como
uma experiência mística ou espiritual . . . Não como uma formulação lógica ou
intelectual, mas um paradigma imaginário que confundia a razão. Gregório de Nazianzo
deixou isso claro quando explicou que a contemplação de ‘três em um’ induzia a uma
emoção profunda e avassaladora que confundia o pensamento e a clareza intelectual.
“Mal consigo conceber o Um quando sou iluminado pelo esplendor dos Três; e mal
chego a distinguir os Três quando sou levado de volta para o Um. Quando eu penso em
qualquer um dos Três, penso dele como um todo; não consigo visualizar mais, pois a
maioria do que eu estou pensando não entendo” (pág. 117). Não é de admirar que,
como Armstrong conclui: “Para muitos cristãos ocidentais . . . a trindade é
simplesmente incompreensível” (ibidem).
As contínuas disputas levam ao Concílio de Constantinopla
No ano 381, quarenta e quatro anos após a morte de Constantino, o imperador
Teodósio, o Grande, convocou o Concílio de Constantinopla (hoje Istambul, Turquia)
para resolver essas disputas. Gregório de Nazianzo, recém-nomeado arcebispo de
Constantinopla, presidiu o conselho e pediu a adoção de seu ponto de vista sobre o
Espírito Santo.
O historiador Charles Freeman afirma: “Praticamente nada se sabe dos debates
teológicos do Concílio de 381, mas Gregório foi certamente na esperança de obter
alguma aceitação de sua crença de que o Espírito era con substancial com o Pai
[significando que são pessoas do mesmo ser, visto que substância neste contexto
denota qualidade individual].
“Seja pela falta de habilidade para lidar com o assunto ou se simplesmente por não
terem chance de consenso, os bispos ‘macedônios’, que se recusaram a aceitar a plena
divindade do Espírito Santo, deixaram o concílio . . . Portanto, Gregório repreendeu os
bispos por preferirem ter uma maioria ao invés de simplesmente aceitarem a sua
declaração da ‘Palavra Divina’ da Trindade” (381 D.C.: Hereges, Pagãos e o Alvorecer
do Estado Monoteísta [Heretics, Pagans and the Dawn of the Monotheistic State], 2008,
pág. 96).
Pouco depois Gregório ficou doente e teve que retirar-se do concílio. Agora, quem iria
presidir? “Foi assim que Nectarius, um senador idoso que tinha sido um popular ex-
prefeito da cidade por causa de seu patrocínio dos jogos, mas que ainda não era um
cristão batizado, foi escolhido... Nectarius parecia não conhecer a teologia, e teve que
ser iniciado na fé necessária antes de ser batizado e consagrado” (Freeman, págs. 97-
98).
Estranhamente, um homem que até este ponto não era cristão foi nomeado para
presidir um importante concílio da igreja encarregado de determinar o que seria
ensinado sobre a natureza de Deus!
A trindade torna-se uma doutrina oficial
O ensinamento dos três teólogos capadócios “tornou possível que o Concílio de
Constantinopla (381) afirmasse a divindade do Espírito Santo, que até aquele momento
não havia sido claramente estabelecida, nem mesmo nas Escrituras” (A Enciclopédia
Harper-Collins do Catolicismo [The Harper-Collins Encyclopedia of Catholicism], “Deus”,
pág. 568).
O concílio aprovou uma declaração que, em parte, diz o seguinte em português: “Nós
cremos em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra, e de todas as
coisas visíveis e invisíveis. E em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus,
gerado do Pai antes de todos os séculos . . . E acreditamos no Espírito Santo, Senhor e
Vivificador, que procede do Pai, que com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, que
falou através dos profetas . . .”. A declaração também afirma a crença “na Igreja Una,
Santa, Católica [ou seja, neste contexto, universal, total ou completa] e Apostólica . .
.”.
Com esta declaração em 381 d.C., que se tornaria conhecida como o Credo Niceno-
Constantinopolitano, a trindade como geralmente é entendida hoje em dia tornou-se a
crença oficial e ensinamento sobre a natureza de Deus.
O professor de teologia, Richard Hanson, observa que o resultado obtido na decisão do
conselho “foi reduzir as explicações do significado da palavra ‘Deus’, de uma extensa
lista de alternativas, a uma só explicação”, de modo que “quando o homem ocidental de
hoje diz ‘Deus’ ele está duma maneira geral a referir-se ao único e exclusivo Deus
[Trinitário] e nada mais” (Estudos da Antiguidade Cristã [Studies in Christian Antiquity],
1985, págs. 243-244).
Assim, o imperador Teodósio―que tinha sido batizado apenas um ano antes da
convocação do concílio—foi, como Constantino quase seis décadas antes, instrumento
no estabelecimento de importante doutrina na igreja. Como o historiador Charles
Freeman observa: “É importante lembrar que Teodósio não tinha qualquer formação
teológica e estabeleceu como se fosse um dogma uma fórmula contendo problemas
filosóficos difíceis de resolver dos quais ele não estaria ciente. Com efeito, as leis do
imperador silenciaram o debate quando ainda não estava resolvido” (pág. 103).
As outras crenças sobre a natureza de Deus foram proibidas
Agora que a decisão tinha sido alcançada, Teodósio não toleraria opiniões divergentes.
Ele lançou seu próprio decreto que dizia: “Agora, nós ordenamos que todas as igrejas
sejam entregues aos bispos que professam Pai, Filho e Espírito Santo como uma única
majestade, de mesma glória, e de esplendor único, aos [bispos] que não estabelecem
nenhuma distinção por separação sacrílega, mas (que afirmem) a ordem da Trindade,
reconhecendo as Pessoas e unindo a Divindade” (citado por Richard Rubenstein, Quando
Jesus Se Tornou Deus [When Jesus Became God], 1999, pág. 223).
Outro edito de Teodósio foi mais longe ainda ao exigir o cumprimento da nova doutrina:
“Devemos acreditar na divindade única do Pai, do Filho e do Espírito Santo, em igual
majestade e em santa Trindade. Nós autorizamos os seguidores desta lei a assumirem o
título de Cristãos Católicos, mas para os outros, uma vez que, em nosso
julgamento, eles são loucos insensatos, nós decretamos que sejam marcados com o
nome ignominioso de hereges, e não deverão ousar dar a seus conventículos
[assembleias] o nome de igrejas.
“Eles sofrerão, em primeiro lugar, o castigo da condenação divina, e em segundo, a
punição que a nossa autoridade decidir aplicar, de acordo com a vontade do céu”
(reproduzida em Documentos da Igreja Cristã [Documents of the Christian Church],
Henry Bettenson, editor , 1967, pág. 22).
Assim, vemos que um ensinamento que era estranho para Jesus Cristo, nunca ensinado
pelos apóstolos e desconhecido dos outros escritores bíblicos, foi implantado no lugar da
verdadeira revelação bíblica sobre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Qualquer um que
discordasse era estigmatizado como herege e tratado como tal, de acordo com os
decretos do imperador e das autoridades da igreja.
A doutrina da trindade foi decidida por tentativa e erro
Essa cadeia incomum de eventos é a razão pela qual os professores de teologia,
Anthony e Richard Hanson, em seu livro A crença razoável: Um Estudo da Fé Cristã,
resumiram a história anotando que a adoção da doutrina da trindade foi o resultado de
“um processo de exploração teológica que durou pelo menos trezentos anos . . . Na
verdade, foi um processo de tentativa e erro (ou de muitos erros e poucos acertos),
onde o erro não foi limitado ao que não era ortodoxo . . . Seria tolice representar a
doutrina da Santíssima Trindade como tendo sido alcançada por qualquer outro meio”
(Reasonable Belief: A Survey of the Christian Faith, 1980, pág. 172).
Eles, então, concluem: “Este foi um longo e confuso processo, em que diferentes
escolas de pensamento na Igreja trabalhavam de maneira independente, e depois
tentavam impor sobre as outras, a resposta deles à pergunta: ‘Quão divino é Jesus
Cristo?’ . . . Se alguma vez houve uma controvérsia decidida pelo método de tentativa e
erro, certamente foi esta” (pág. 175).
O clérigo anglicano e conferencista da Universidade de Oxford, K.E. Kirk escreve, de
forma esclarecedora, sobre a adoção da doutrina da trindade: “A justificativa teológica e
filosófica da divindade do Espírito começa no século IV; nós naturalmente nos voltamos
para os escritores desse período para descobrir quais os motivos da sua crença. Para
nossa surpresa, somos forçados a admitir que eles não tinham nenhum . . .
“Este fracasso da teologia cristã . . . em produzir uma justificativa lógica do ponto
fundamental de sua doutrina trinitária é de máxima importância. Antes de voltar à
questão da defesa da prática da doutrina, somos forçados a perguntar se a teologia ou
a filosofia já forneceu alguma razão pela qual sua crença deve ser trinitária” (“A
Evolução da Doutrina da Trindade” [The evolution of the Doctrine of the Trinity],
publicado em Ensaios sobre a Trindade e a Encarnação [Essays on the Trinity and the
Incarnation], editor A.E.J. Rawlinson, 1928, págs. 221-222).
Por que acreditar em um ensinamento que não é bíblico?
Esta é, resumidamente, a incrível história de como a doutrina da trindade veio a ser
introduzida—e como aqueles que se recusaram a aceitá-la passaram a ser
estigmatizados como hereges ou infiéis.
Mas será que devemos realmente basear nossa visão sobre Deus em uma doutrina que
não está escrita na Bíblia, que não foi formalizada até três séculos depois da época de
Jesus Cristo e dos apóstolos, que foi debatida e discutida ao longo de décadas (sem
esquecer os séculos desde então), que foi imposta pelos concílios religiosos presididos
por noviços ou não crentes, e que foi “decidida pelo método de tentativa e erro”?
Claro que não! Na verdade, devemos olhar para a Palavra de Deus—não para ideias de
homens—para entender como nosso Criador se revela!
A Surpreendente Origem da Doutrina da Trindade “E conhecereis a verdade, e a
verdade vos libertará” (João 8:32). A maioria das pessoas acredita que tudo que
carrega o rótulo de “cristão” deve ter se originado em Jesus Cristo e seus primeiros
seguidores. Mas, definitivamente, este não é o caso. Tudo que temos a fazer é verificar
as palavras de Jesus Cristo e Seus apóstolos para ver claramente que isto não é
verdade. Tal como Jesus e os escritores do Novo Testamento predizeram, o registro
histórico mostra que várias ideias heréticas, assim como mestres apoiando esses
conceitos, surgiram de dentro da Igreja primitiva, e outros de fora se infiltraram nela. O
próprio Cristo advertiu a seus seguidores: “Acautelai-vos, que ninguém vos engane.
Porque muitos virão em meu nome . . . e enganarão a muitos” (Mateus 24:4-5). Você
pode ler muitas advertências semelhantes em outras passagens (como Mateus 24:11,
Atos 20:29-30, 2 Coríntios 11:13-15; 2 Timóteo 4:2-4, 2 Pedro 2:1-2, 1 João 2:18-19,
26; 4:1-3). Quase duas décadas após a morte e ressurreição de Cristo, o apóstolo Paulo
escreveu que muitos crentes já estavam “passando . . . para outro evangelho” (Gálatas
1:6). Ele escreveu que foi forçado a lutar contra “falsos apóstolos, obreiros
fraudulentos”, que estavam dissimuladamente “transfigurando-se em apóstolos de
Cristo” (2 Coríntios 11:13). Um dos grandes problemas que ele teve que lidar foi o dos
“falsos irmãos” (versículo 26). Perto do final do primeiro século, como vemos em 3 João
9-10, as condições ficaram tão terríveis que os falsos ministros se recusavam
abertamente a receber os representantes do apóstolo João e até excluíam os
verdadeiros cristãos da Igreja! Deste período preocupante Edward Gibbon, um
historiador famoso, escreveu, em sua clássica obra A História do Declínio e Queda do
Império Romano, que uma “nuvem negra pairava sobre a primeira era da igreja” (The
History of the Decline and Fall of the Roman Empire, 1821, vol. 2, pág . 111). Não
demorou muito para que verdadeiros servos de Deus se tornassem uma minoria
marginalizada e dispersa entre aqueles que se autodenominavam cristãos. Uma religião
muito diferente, agora comprometida com muitos conceitos e práticas enraizadas no
antigo paganismo (essa mistura de crenças religiosas veio a ser conhecida como
sincretismo, comum na época do Império Romano), apoderou-se e modificou a fé
estabelecida por Jesus Cristo. O historiador Jesse Hurlbut diz sobre esse tempo de
transformação: “Nós intitulamos a última geração do primeiro século, 68-100 d.C., ‘A
Era das Trevas’, em parte porque as trevas da perseguição vieram sobre a igreja, mas
mais especificamente porque de todos os períodos da história [da Igreja], é essa a era
sobre a qual sabemos pouquíssimo. Não temos mais a brilhante luz do Livro de Atos
para nos guiar, e nenhum autor dessa era tem preenchido o espaço vazio na história . .
. “Por cinquenta anos, após a vida de São Paulo, uma cortina pairou sobre a igreja,
através da qual nos esforçamos em vão para olhar, e quando finalmente ela se levanta,
cerca do ano 120 d.C. com os escritos dos mais antigos padres da igreja, encontramos
uma igreja, em muitos aspectos, muito diferente daquela dos dias de São Pedro e São
Paulo” (A História da Igreja Cristã [The Story of the Christian Church], 1970, pág. 33).
Esta igreja “muito diferente” iria crescer em poder e influência, e dentro de poucos
séculos dominaria até mesmo o poderoso Império Romano! Por volta do segundo
século, os membros fiéis da Igreja, o “pequeno rebanho” de Cristo (Lucas 12:32),
tinham sido totalmente espalhados pelas ondas de perseguição mortal. Eles se
mantiveram firmemente na verdade bíblica acerca de Jesus Cristo e Deus Pai, ainda que
perseguidos pelas autoridades romanas e até por aqueles que professavam o
Cristianismo, mas que na realidade ensinavam sobre “outro Jesus” e “outro evangelho”
(2 Coríntios 11:4, Gálatas 1:6-9). As diferentes ideias sobre a divindade de Cristo
conduziriam a conflitos Este foi o cenário em que a doutrina da trindade surgiu. Nessas
primeiras décadas após o ministério, morte e ressurreição de Jesus Cristo, e incluindo
os primeiros séculos que se seguiram, várias ideias surgiram quanto à Sua exata
natureza. Foi Jesus Cristo um homem? Era Deus? Era Deus em figura de um homem?
Foi uma ilusão? Foi um simples homem que se tornou Deus? Foi criado por Deus Pai ou
existia eternamente com o Pai? Todas essas ideias tiveram seus proponentes. A
uniformidade de crença da Igreja original foi perdida com as novas crenças que muitos
tomavam emprestado ou adaptavam de religiões pagãs, substituindo os ensinamentos
de Jesus e dos apóstolos. Sejamos claros que, quando se trata de debates intelectuais e
teológicos nos séculos que levaram à formulação da trindade, a verdadeira Igreja
estava em grande parte ausente da cena, tendo sido empurrada para a clan
destinidade. (Consulte o capítulo “O Surgimento de um Falso Cristianismo” em nosso
livro gratuito A Igreja que Jesus Edificou para uma visão geral desse período crítico.
Você pode baixar ou solicitar o seu exemplar gratuito em
www.revistaboanova.org/literatura). Por esta razão, nesse período tempestuoso vemos
frequentemente debates que não são entre a verdade e o erro, mas entre um erro e
outro erro diferente―uma verdade raramente reconhecida por muitos estudiosos
modernos, porém é crucial para nossa compreensão. Um exemplo clássico disso foi a
disputa sobre a natureza de Cristo que levou o imperador romano Constantino, o
Grande, a convocar o Concílio de Nicéia (na atualidade localizado a oeste da Turquia),
em 325 d.C. Constantino, apesar de ser defendido por muitos como o primeiro
imperador romano “cristão”, era na verdade um venerador do sol até ser batizado em
seu leito de morte. Durante seu reinado, ele teve seu filho mais velho e sua esposa
assassinados. Ele também era veementemente anti-semita, referindo-se em um de seus
decretos “a multidão detestável de judeus” e aos “costumes desses homens
perversos”―costumes estes que, na verdade, tinham suas raízes na Bíblia e praticados
por Jesus e os apóstolos. Como imperador, em um período de grande tumulto dentro do
Império Romano, Constantino encontrou desafios para manter o império unificado. Ele
reconheceu o valor da religião para unir seu império. Este foi, de fato, uma de suas
principais motivações para aceitar e sancionar a religião “cristã” (que, nessa altura,
tinham se afastado muito dos ensinamentos de Jesus Cristo e dos apóstolos, e que era
‘cristã’ apenas no nome). Mas agora Constantino enfrentava um novo desafio. A
pesquisadora de religião Karen Armstrong explica em A História de Deus que “um dos
primeiros problemas que teve de ser resolvido foi a doutrina sobre Deus . . . um novo
perigo interno surgiu o qual dividia amargamente os cristãos em campos opostos” (A
History of God, 1993, pág. 106). O debate sobre a natureza de Deus no Concílio de
Nicéia Constantino convocou o Concílio de Nicéia no ano 325 d.C., tanto por razões
políticas―para a união imperial―como religiosas. A principal questão nessa ocasião veio
a ser conhecida como a controvérsia ariana. “Na esperança de garantir o seu trono ao
apoiar o corpo crescente de cristãos, ele demonstrou-lhes um considerável favor e era
de seu interesse ter a igreja robusta e unida. A controvérsia ariana estava pondo em
risco sua unidade e ameaçando sua força. Ele, portanto, se comprometeu a pôr fim ao
problema. A ele foi sugerido, talvez pelo bispo espanhol Hosius, que era de grande
influência, que se um sínodo se reunisse representando todas as igrejas, ambas de leste
e de oeste, talvez haveria possibilidade de restaurar a harmonia”. “O próprio
Constantino, é claro, não entendia e nem se importava com o assunto em disputa, mas
estava ansioso para acabar com a controvérsia, e o conselho de Hosius pareceu-lhe ser
ideal para chegarem a uma resolução” (Arthur Cushman McGiffert, A História do
Pensamento Cristão [A History of Christian Thought], 1954, vol. 1, pág. 258). Ário, um
padre de Alexandria, no Egito, argumentou que Cristo, sendo Filho de Deus, deveria ter
tido um começo e, portanto, era uma criação especial de Deus. Além disso, se Jesus era
o Filho, o Pai necessariamente deveria ser mais velho. Opondo-se aos ensinamentos de
Ário, estava Atanásio, um diácono também de Alexandria. Sua visão era sobre uma
forma primitiva de trinitarianismo onde o Pai, o Filho e o Espírito Santo eram um, mas
ao mesmo tempo, distintos entre si. A decisão sobre qual ponto de vista o conselho da
igreja aceitaria foi em grande medida arbitrária. Karen Armstrong explica em A História
de Deus: “Quando os bispos se reuniram em Nicéia em 20 de maio de 325 d.C. para
resolver a crise, muitos poucos demonstraram apoio ao ponto de vista de Atanásio
sobre Cristo. A maioria se deteve no meio do caminho entre a posição de Atanásio e a
de Ário” (A History of God, pág. 110). Como imperador, Constantino estava numa
posição fora do normal, para decidir a doutrina da igreja, embora ele não fosse
realmente um cristão. (No ano seguinte foi quando ele ordenou o assassinato da sua
esposa e filho, como mencionado anteriormente). Historiador Henry Chadwick atesta,
“Constantino, tal como seu pai, adorava o deus Sol Invicto” (A Igreja Primitiva [The
Early Church], 1993, pág. 122). Quanto ao imperador abraçar o Cristianismo, admite
Chadwick, “sua conversão não deve ser interpretada como uma experiência interna de
graça . . . Era uma questão militar. O seu nível de compreensão da doutrina cristã
nunca foi muito bem entendido” (pág. 125). Chadwick diz que o batismo de
Constantino, em seu leito de morte, por si só, “não deixa nenhuma dúvida sobre sua
crença cristã”, sendo comum aos governantes adiar o batismo, para evitar a
responsabilidade por coisas como a tortura e execução de criminosos (pág. 127). Mas
esta justificativa realmente não ajuda para ratificar a conversão do imperador como
genuína. Norbert Brox, um professor de história da igreja, confirma que Constantino
nunca foi realmente um cristão convertido: “Constantino não experimentou qualquer
conversão, não há sinais de uma mudança de fé nele. Ele nunca disse que se converteu
a outro deus . . . No momento em que se voltou para o Cristianismo, ele adorava o Sol
Invictus (o vitorioso deus Sol)” (Uma Breve História da Igreja Primitiva [A Concise
History of the Early Church], 1996, pág. 48). Acerca do Concílio de Nicéia, A
Enciclopédia Britânica declara: “O próprio Constantino o presidiu, ativamente orientando
as discussões, e pessoalmente propôs . . . a fórmula fundamental para expressar a
relação de Cristo com Deus no credo emitido pelo conselho . . . Intimidados pelo
imperador, os bispos, com duas únicas exceções, assinaram o credo, embora, muitos
deles, a contragosto” (The Encyclopaedia Britannica, edição 1971, vol. 6, “Constantino”,
pág. 386). Com a aprovação do imperador, o concílio rejeitou o ponto de vista
minoritário de Ário e, não tendo nada definitivo para substituí-lo, aprovou a visão de
Atanásio—também opinião de uma minoria. A igreja foi deixada numa posição difícil
quanto ao apoio oficial, daquele ponto em diante, em relação a decisão tomada em
Nicéia para endossar a crença apoiada apenas pela minoria dos participantes. Agora, o
terreno para a aceitação oficial da trindade estava preparado—mas, como se vê, levou
mais de três séculos após a morte e ressurreição de Jesus Cristo para este ensino
antibíblico surgir! A Decisão de Nicéia não pôs fim ao debate O Concílio de Nicéia não
acabou com a controvérsia. Karen Armstrong explica: “Atanásio conseguiu impor sua
teologia aos bispos... com o imperador no seu encalço . . .”. “A demonstração de
concordância agradou a Constantino, que não compreendia as questões teológicas, mas
na verdade não havia unanimidade em Nicéia. Depois do Concílio, os bispos
continuaram a ensinar como antes e a crise ariana continuou por mais sessenta anos.
Ário e seus seguidores lutaram e conseguiram recuperar o favor imperial. Atanásio foi
exilado pelo menos cinco vezes. E foi muito difícil fazer valer seu credo” (págs. 110-
111). Às vezes, as divergências em curso eram violentas e sangrentas. Sobre as
consequências do Concílio de Nicéia, o historiador Will Durant escreve: “Provavelmente
mais cristãos foram massacrados por cristãos nestes dois anos (342-343) do que em
todas as perseguições de cristãos pelos pagãos na história de Roma” (A História da
Civilização [The Story of Civilization], Vol. 4: A Era da Fé, 1950, pág. 8). Com
crueldade, enquanto reivindicavam serem cristãos, muitos crentes lutaram e mataram
uns aos outros por causa dos seus pontos de vista diferentes sobre Deus! A respeito das
décadas seguintes, o professor Harold Brown, citado anteriormente, escreve: “Em
meados das décadas desse século, 340-380, a história da doutrina parece mais com a
história de tribunais, de intrigas entre igrejas e de conflitos sociais . . . As doutrinas
centrais elaboradas nesse período, frequentemente parecem ter sido apresentadas
através de intrigas ou pela violência popular, e não de comum acordo da cristandade
guiada pelo Espírito Santo” (pág. 119). O debate desvia seu foco para a natureza do
Espírito Santo Então, os desacordos passam a centrar-se em torno de outra questão, a
natureza do Espírito Santo. A este respeito, a declaração divulgada no Concílio de Nicéia
simplesmente disse: “Cremos no Espírito Santo”. Isto “parece ter sido adicionado ao
credo Atanasiano em uma reflexão posterior”, escreve Karen Armstrong. “As pessoas
estavam confusas sobre o Espírito Santo. Era simplesmente um sinônimo de Deus ou
era algo mais?” (pág. 115). O professor Ryrie, também citado anteriormente, escreve:
“Na segunda metade do século IV, três teólogos da província da Capadócia, no leste da
Ásia Menor [hoje Turquia central] deram a forma definitiva à doutrina da trindade”
(pág. 65). Eles propuseram uma ideia que foi um passo além da visão de Atanásio—que
Deus, o Pai, Jesus, o Filho, e o Espírito Santo eram coiguais e juntos em um único ser,
mas também distintos entre si. Estes homens—Basil, bispo de Cesaréia, seu irmão
Gregório, bispo de Nissa, e Gregório de Nazianzo—eram todos “treinados na filosofia
grega” (Armstrong, pág. 113), a qual sem dúvida afetaram suas perspectivas e crenças
(veja “A Influência da Filosofia Grega Sobre a Doutrina da Trindade”,). Na opinião
destes homens, explica Karen Armstrong, “a trindade só faz sentido como uma
experiência mística ou espiritual . . . Não como uma formulação lógica ou intelectual,
mas um paradigma imaginário que confundia a razão. Gregório de Nazianzo deixou isso
claro quando explicou que a contemplação de ‘três em um’ induzia a uma emoção
profunda e avassaladora que confundia o pensamento e a clareza intelectual. “Mal
consigo conceber o Um quando sou iluminado pelo esplendor dos Três; e mal chego a
distinguir os Três quando sou levado de volta para o Um. Quando eu penso em qualquer
um dos Três, penso dele como um todo; não consigo visualizar mais, pois a maioria do
que eu estou pensando não entendo” (pág. 117). Não é de admirar que, como
Armstrong conclui: “Para muitos cristãos ocidentais . . . a trindade é simplesmente
incompreensível” (ibidem). As contínuas disputas levam ao Concílio de Constantinopla
No ano 381, quarenta e quatro anos após a morte de Constantino, o imperador
Teodósio, o Grande, convocou o Concílio de Constantinopla (hoje Istambul, Turquia)
para resolver essas disputas. Gregório de Nazianzo, recém-nomeado arcebispo de
Constantinopla, presidiu o conselho e pediu a adoção de seu ponto de vista sobre o
Espírito Santo. O historiador Charles Freeman afirma: “Praticamente nada se sabe dos
debates teológicos do Concílio de 381, mas Gregório foi certamente na esperança de
obter alguma aceitação de sua crença de que o Espírito era con substancial com o Pai
[significando que são pessoas do mesmo ser, visto que substância neste contexto
denota qualidade individual]. “Seja pela falta de habilidade para lidar com o assunto ou
se simplesmente por não terem chance de consenso, os bispos ‘macedônios’, que se
recusaram a aceitar a plena divindade do Espírito Santo, deixaram o concílio . . .
Portanto, Gregório repreendeu os bispos por preferirem ter uma maioria ao invés de
simplesmente aceitarem a sua declaração da ‘Palavra Divina’ da Trindade” (381 D.C.:
Hereges, Pagãos e o Alvorecer do Estado Monoteísta [Heretics, Pagans and the Dawn of
the Monotheistic State], 2008, pág. 96). Pouco depois Gregório ficou doente e teve que
retirar-se do concílio. Agora, quem iria presidir? “Foi assim que Nectarius, um senador
idoso que tinha sido um popular ex-prefeito da cidade por causa de seu patrocínio dos
jogos, mas que ainda não era um cristão batizado, foi escolhido... Nectarius parecia não
conhecer a teologia, e teve que ser iniciado na fé necessária antes de ser batizado e
consagrado” (Freeman, págs. 97-98). Estranhamente, um homem que até este ponto
não era cristão foi nomeado para presidir um importante concílio da igreja encarregado
de determinar o que seria ensinado sobre a natureza de Deus! A trindade torna-se uma
doutrina oficial O ensinamento dos três teólogos capadócios “tornou possível que o
Concílio de Constantinopla (381) afirmasse a divindade do Espírito Santo, que até
aquele momento não havia sido claramente estabelecida, nem mesmo nas Escrituras”
(A Enciclopédia Harper-Collins do Catolicismo [The Harper-Collins Encyclopedia of
Catholicism], “Deus”, pág. 568). O concílio aprovou uma declaração que, em parte, diz
o seguinte em português: “Nós cremos em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, Criador do
céu e da terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis. E em um só Senhor, Jesus
Cristo, Filho Unigênito de Deus, gerado do Pai antes de todos os séculos . . . E
acreditamos no Espírito Santo, Senhor e Vivificador, que procede do Pai, que com o Pai
e o Filho é adorado e glorificado, que falou através dos profetas . . .”. A declaração
também afirma a crença “na Igreja Una, Santa, Católica [ou seja, neste contexto,
universal, total ou completa] e Apostólica . . .”. Com esta declaração em 381 d.C., que
se tornaria conhecida como o Credo Niceno-Constantinopolitano, a trindade como
geralmente é entendida hoje em dia tornou-se a crença oficial e ensinamento sobre a
natureza de Deus. O professor de teologia, Richard Hanson, observa que o resultado
obtido na decisão do conselho “foi reduzir as explicações do significado da palavra
‘Deus’, de uma extensa lista de alternativas, a uma só explicação”, de modo que
“quando o homem ocidental de hoje diz ‘Deus’ ele está duma maneira geral a referir-se
ao único e exclusivo Deus [Trinitário] e nada mais” (Estudos da Antiguidade
Cristã [Studies in Christian Antiquity], 1985, págs. 243-244). Assim, o imperador
Teodósio―que tinha sido batizado apenas um ano antes da convocação do concílio—foi,
como Constantino quase seis décadas antes, instrumento no estabelecimento de
importante doutrina na igreja. Como o historiador Charles Freeman observa: “É
importante lembrar que Teodósio não tinha qualquer formação teológica e estabeleceu
como se fosse um dogma uma fórmula contendo problemas filosóficos difíceis de
resolver dos quais ele não estaria ciente. Com efeito, as leis do imperador silenciaram o
debate quando ainda não estava resolvido” (pág. 103). As outras crenças sobre a
natureza de Deus foram proibidas Agora que a decisão tinha sido alcançada, Teodósio
não toleraria opiniões divergentes. Ele lançou seu próprio decreto que dizia: “Agora, nós
ordenamos que todas as igrejas sejam entregues aos bispos que professam Pai, Filho e
Espírito Santo como uma única majestade, de mesma glória, e de esplendor único, aos
[bispos] que não estabelecem nenhuma distinção por separação sacrílega, mas (que
afirmem) a ordem da Trindade, reconhecendo as Pessoas e unindo a Divindade” (citado
por Richard Rubenstein, Quando Jesus Se Tornou Deus [When Jesus Became God],
1999, pág. 223). Outro edito de Teodósio foi mais longe ainda ao exigir o cumprimento
da nova doutrina: “Devemos acreditar na divindade única do Pai, do Filho e do Espírito
Santo, em igual majestade e em santa Trindade. Nós autorizamos os seguidores desta
lei a assumirem o título de Cristãos Católicos, mas para os outros, uma vez que, em
nosso julgamento, eles são loucos insensatos, nós decretamos que sejam marcados
com o nome ignominioso de hereges, e não deverão ousar dar a seus conventículos
[assembleias] o nome de igrejas. “Eles sofrerão, em primeiro lugar, o castigo da
condenação divina, e em segundo, a punição que a nossa autoridade decidir aplicar, de
acordo com a vontade do céu” (reproduzida em Documentos da Igreja
Cristã [Documents of the Christian Church], Henry Bettenson, editor , 1967, pág. 22).
Assim, vemos que um ensinamento que era estranho para Jesus Cristo, nunca ensinado
pelos apóstolos e desconhecido dos outros escritores bíblicos, foi implantado no lugar da
verdadeira revelação bíblica sobre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Qualquer um que
discordasse era estigmatizado como herege e tratado como tal, de acordo com os
decretos do imperador e das autoridades da igreja. A doutrina da trindade foi decidida
por tentativa e erro Essa cadeia incomum de eventos é a razão pela qual os professores
de teologia, Anthony e Richard Hanson, em seu livro A crença razoável: Um Estudo da
Fé Cristã, resumiram a história anotando que a adoção da doutrina da trindade foi o
resultado de “um processo de exploração teológica que durou pelo menos trezentos
anos . . . Na verdade, foi um processo de tentativa e erro (ou de muitos erros e poucos
acertos), onde o erro não foi limitado ao que não era ortodoxo . . . Seria tolice
representar a doutrina da Santíssima Trindade como tendo sido alcançada por qualquer
outro meio” (Reasonable Belief: A Survey of the Christian Faith, 1980, pág. 172). Eles,
então, concluem: “Este foi um longo e confuso processo, em que diferentes escolas de
pensamento na Igreja trabalhavam de maneira independente, e depois tentavam impor
sobre as outras, a resposta deles à pergunta: ‘Quão divino é Jesus Cristo?’ . . . Se
alguma vez houve uma controvérsia decidida pelo método de tentativa e erro,
certamente foi esta” (pág. 175). O clérigo anglicano e conferencista da Universidade de
Oxford, K.E. Kirk escreve, de forma esclarecedora, sobre a adoção da doutrina da
trindade: “A justificativa teológica e filosófica da divindade do Espírito começa no século
IV; nós naturalmente nos voltamos para os escritores desse período para descobrir
quais os motivos da sua crença. Para nossa surpresa, somos forçados a admitir que eles
não tinham nenhum . . . “Este fracasso da teologia cristã . . . em produzir uma
justificativa lógica do ponto fundamental de sua doutrina trinitária é de máxima
importância. Antes de voltar à questão da defesa da prática da doutrina, somos
forçados a perguntar se a teologia ou a filosofia já forneceu alguma razão pela qual sua
crença deve ser trinitária” (“A Evolução da Doutrina da Trindade” [The evolution of the
Doctrine of the Trinity], publicado em Ensaios sobre a Trindade e a Encarnação [Essays
on the Trinity and the Incarnation], editor A.E.J. Rawlinson, 1928, págs. 221-222). Por
que acreditar em um ensinamento que não é bíblico? Esta é, resumidamente, a incrível
história de como a doutrina da trindade veio a ser introduzida—e como aqueles que se
recusaram a aceitá-la passaram a ser estigmatizados como hereges ou infiéis. Mas será
que devemos realmente basear nossa visão sobre Deus em uma doutrina que não está
escrita na Bíblia, que não foi formalizada até três séculos depois da época de Jesus
Cristo e dos apóstolos, que foi debatida e discutida ao longo de décadas (sem esquecer
os séculos desde então), que foi imposta pelos concílios religiosos presididos por
noviços ou não crentes, e que foi “decidida pelo método de tentativa e erro”? Claro que
não! Na verdade, devemos olhar para a Palavra de Deus—não para ideias de homens—
para entender como nosso Criador se revela!

Origem e significado da doutrina da Trindade


Doutrina da Trindade, falsa ou verdadeira? (Parte I)

O verdadeiro povo de Deus precisa conhecer as Escrituras Sagradas e também a história. Há


atualmente uma diversidade de ensinamentos tidos como verdadeiros. De um lado temos os
ensinamentos de Deus e do outro lado os ensinamentos dos homens. Os que não pesquisam ou
não se aprofundam nas investigações, acabam sendo enganados por aqueles que dizem ser os
portadores da verdadeira mensagem de Deus.

É lamentável que para muitos as palavras de Jesus sejam totalmente ignoradas, pois se fossem
aceitas, este estudo seria desnecessário, pois todos entenderiam que há um só Deus e esse
Deus é o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. As palavras de Jesus foram muito claras a esse
respeito:

“E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, como único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo,
aquele que Tu enviaste.” João 17:3.

Certa oportunidade, um escriba perguntou a Jesus: “Qual é o primeiro de todos os


mandamentos?” O Mestre respondeu: “...Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.”
Marcos 12:29.

Ao Se referir como “nosso Deus”, o Senhor Jesus está chamando a atenção à todos os que
buscam a salvação, que o Seu Pai é o único Deus verdadeiro.

O apóstolo Paulo, o escolhido para pregar aos gentios, também apresentou o mesmo Deus de
nosso Senhor Jesus:

“Pois, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra (como
há muitos deuses e muitos senhores), todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem são
todas as coisas e para quem nós vivemos; e um só Senhor, jesus Cristo, pelo qual existem
todas as coisas, e por Ele nós também.” I Coríntios 8:5-6.

Essa rejeição às palavras de Jesus e às palavras do apóstolo Paulo tem sua história. Por isso
precisamos entendê-la.

1. Conhecendo a história

Muitas doutrinas foram introduzidas gradativamente pelo paganismo no seio do cristianismo


durante os primeiros séculos da era da Igreja, sendo que a mais importante delas é a doutrina
da trindade.

Na revista “Parousia”, ano 4 – No. 2, p. 5, editada especialmente para defender a doutrina da


trindade, há um importante comentário:

“...os cristãos do segundo ao quarto século, ...foram forçados gradualmente na direção da


formulação explícita da doutrina da trindade.” (grifo nosso).

Como os cristãos primitivos do primeiro século desconheciam a doutrina da trindade, esta tinha
que ser imposta gradualmente pela Igreja Romana já a partir do segundo século.

Um destacado evangelista, em seu livro “O Terceiro Milênio e as Profecias do Apocalipse”,


escreveu o seguinte a respeito daquele período, quando a apostasia começou a penetrar no
cristianismo:

“Naquele período, a igreja cristã passou a ter conflitos internos por causa de doutrinas estranhas
que pretendiam misturar-se às verdades bíblicas. Entre as doutrinas em conflito, podemos
mencionar: o pecado original, a Trindade, a natureza de Cristo, o papel da virgem Maria, o
celibato e a autoridade da Igreja. ...Nesse período da história, a Igreja não foi capaz de manter
pura a adoração ao único e verdadeiro Deus, nem prestou obediência fiel à Sagrada Escritura.
Contaminou-se com uma montanha de tradições humanas e costumes pagãos.” O Terceiro
Milênio e as Profecias do Apocalipse, pp. 41 e 42 – 10ª. Edição (grifo nosso).

De acordo com a Revista Superinteressante, de março/2004, p. 28, “os primeiros cristãos,


porém não seguiam o conceito da Trindade. Foi somente a partir do século 4 que a realidade
trinitária de Deus passou a ser discutida na Igreja Católica. ...O Islamismo e o Judaísmo
chegaram a acusar o Cristianismo de ter pervertido o monoteísmo por causa da trindade.” (grifo
nosso).

As igrejas cristãs, em sua maioria, concordam que “foi a Igreja em tempos posteriores quem
elaborou os detalhes da Trindade.” Revista “Parousia”, ano 4, No. 2, p. 10. Esta afirmação tem
fundamento, pois foi através o trabalho dos apologistas que a doutrina da trindade começou a
ser estudada e defendida no seio da igreja cristã. O apologista, Atenágoras, foi possivelmente o
primeiro a defender “filosoficamente” a doutrina da trindade.

Uma grande equipe de pesquisadores, colaboradores e consultores trabalharam


incansavelmente na elaboração de um livro editado pela Reader’s Digest: “Depois de Jesus, o
Triunfo do Cristianismo”. Neste livro, os historiadores resgataram a verdadeira história do
cristianismo dos primeiros séculos, confirmando o que os teólogos publicam na atualidade.
Deste livro extraímos um fato histórico de grande relevância:

“Era o ano 177. Atenágoras fez notar que, se tantas doutrinas religiosas diferentes eram
toleradas no seio do Império, seria justo que o cristianismo o fosse também. Servindo-se dos
seus vastos conhecimentos de filosofia grega, explicou como a fé cristã num Deus único era
semelhante ao conceito clássico da unidade de Deus. Foi possivelmente o primeiro a defender
filosoficamente a Trindade, ao tentar demonstrar que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um só
Ser. O objetivo dos apologistas foi demonstrar que o cristianismo incorporava os ideais gregos
de virtude e razão. Mas alguns cristãos discordavam: achavam que a filosofia estava
demasiadamente imersa na cultura pagã e recusavam-se a ver a sua fé em Jesus,
recentemente revelada, apoiada por argumentos filosóficos.” Depois de Jesus, o Triunfo de
Cristianismo, p. 141. (Grifo nosso).

Do mesmo livro, na página 140, lemos o seguinte:

“O mais famoso dos primeiros apologistas foi Justino, o Mártir. ...Pagão, nascido por volta de
100 em Flávia Neápolis, aprendeu filosofia grega, especialmente a doutrina de Platão,
convertendo-se ao cristianismo ainda jovem.” (Grifo nosso)

A doutrina da trindade não é uma doutrina bíblica. Esta teoria não é mencionada e nem
ensinada na Bíblia. Esta teoria era desconhecida pelos israelitas do Velho Testamento e pelos
cristãos primitivos do Novo Testamento. Não há autoridade bíblica para a trindade.
A verdade é que os teólogos buscam nas entrelinhas das Escrituras algum gancho para
defender tal doutrina, utilizando-se inclusive de meios ardilosos, tais como a prática de torcer os
textos sagrados da Bíblia.

A doutrina da trindade é de origem pagã. A trindade, assim como outras doutrinas, tais como
imortalidade da alma, domingo como dia de repouso, morada nos céus e muitas outras, foram
gradativamente incorporadas pelos filósofos e teólogos da Igreja durante os primeiros séculos
da era do cristianismo. Eles eram pagãos não completamente convertidos e tornaram-se
membros da Igreja cristã. Como esses homens assumiram lugares de liderança, como
professores e teólogos, a teologia da Igreja gradualmente paganizou-se. Os ensinamentos da
Bíblia foram reinterpretados e ajustados para se adaptarem aos ensinamentos da filosofia pagã.

2. Origem da palavra “trindade”

O primeiro uso da palavra “trindade” em sua forma grega ‘trinas’ foi de autoria de Teófilo, bispo
de Antioquia da Síria, no oitavo ano do reinado de Marco Aurélio (168 A.D.). Ele usou a palavra
no segundo dos três livros que escreveu, endereçados ao seu amigo Autólico. Ao comentar o
quarto dia da criação no Gênesis, ele escreveu: “Da mesma maneira também os três dias que
foram antes dos luminares, são tipos da trindade, de Deus, de Sua palavra, e Sua sabedoria.”
Teófilo, “Para Autólico”, The Ante-Nicene Fathers).

Tertuliano (160-220 A.D.) foi o primeiro a usar a palavra latina “trinitas”. Educado em Roma e
presbítero em Cártago, Tertuliano lançou as bases da Teologia Latina, a qual mais tarde foi
apoiada por Cipriano e Agostinho. Tertuliano expressou sua teologia nos termos da filosofia de
Platão. Ele estava entre os primeiros a ensinar a imortalidade da alma e a tortura eterna dos
ímpios. A trindade e a imortalidade da alma foram desenvolvidas dentro de um sistema de
teologia por Agostinho.

Os escritos de Agostinho tornaram-se a teologia básica da Igreja Romana. Tertuliano menciona


a trindade em seu livro escrito contra Praxeas que apoiava a teoria manarquiana. Ele escreveu:
O mistério da dispensação ainda está guardada, que distribui a Unidade numa trindade,
colocando em sua ordem as Três Pessoas – o Pai, o Filho e o Espírito Santo.” (Tertuliano.
“Contra Praxeas” – The Anti-Nicene Fathers).

Na revista “Parousia”, ano 4, No. 2, p. 34, encontramos uma declaração reveladora:

“Mas talvez alguém pergunte: por que este termo (trindade) não aparece na Bíblia? Para
responder a esta questão é preciso compreender que, a partir do século segundo, o centro
missiológico da Igreja transferiu-se em definitivo do ambiente judeu-palestino para o mundo
greco-romano. O trabalho iniciado por Paulo entre os gentios vê-se finalmente estabilizado no
ambiente gentílico e começa a gravitar em torno de questões que não haviam sido levantadas
no ambiente judaico. A Igreja viu-se, então, obrigada a expressar sua fé de um modo
compreensível para aqueles que não vinham de uma cultura vétero-testamentária, mas tinham
seu pensamento regido pelos conceitos da filosofia grega.”

O autor deste artigo confessa publicamente que a questão da trindade não havia sido levantada
no ambiente judaico. Ora, se os judeus (incluindo aí o Senhor Jesus e todos os apóstolos) não
ensinaram a doutrina da trindade, concluímos que esta falsa doutrina foi idealizada fora do
ambiente judaico, mais precisamente pela Igreja Romana, através seus apologistas, os quais
expressaram seus conhecimentos teológicos com base na filosofia grega de Platão. A partir de
então o cristianismo paganizou-se, afastando-se definitivamente das orientações de Deus.

3. Controvérsia entre Ário e Atanásio

A formulação da doutrina da trindade gerou controvérsias entre dois líderes da Igreja em


Alexandria, no início do quarto século: Ário (256-336 AD) e Atanásio (293-373 AD). Ário
mantinha a idéia de que Jesus, embora grande, era de alguma maneira inferior à Deus.
Atanásio, pelo contrário, afirmava que Cristo era igual à Deus em todos os aspectos. Em 318
AD, a controvérsia veio à tona. Ário afirmou que se Jesus era realmente Filho de Deus, então
deveria ter havido um tempo em que havia um Pai, mas nenhum Filho. O Pai, portanto, era
maior do que o Filho. Num Concílio da Igreja local celebrado em 321 AD, Ário e seus
colaboradores foram excomungados da Igreja por causa de sua opinião.
A falsa teoria da trindade levou algum tempo para alcançar uma posição dominante na Igreja.
Nesse meio tempo, o imperador Constantino tornara-se o maior partidário do Cristianismo. O
imperador considerava a Igreja como uma grande força unificadora e estava ansioso para que o
Cristianismo se tornasse a religião universal do Império Romano. Ele queria evitar todas as lutas
internas da Igreja, arrazoando que deveria haver uma Igreja unida e conseqüentemente um
império unificado.

Para buscar restaurar a unidade, Constantino convocou uma assembléia de prelados da Igreja
celebrada na cidade de Nicéia, em 325 AD. Bispos e o clero de todas as Igrejas foram
convidados para assistirem ao Concílio com todas as despesas pagas pelo imperador. O
Concílio de Nicéia, entretanto, não era verdadeiramente representativo, pois entre os 318 bispos
presentes, além de oficiais eclesiásticos menores, destes nem sequer dez bispos da região
oeste se fizeram presentes. Assim, o Concílio de Nicéia foi um Concílio de Igrejas maciçamente
representado apenas pela região oriental do Império.

Eusébio, conhecido como o Pai da história da Igreja, no início do Concílio ofereceu um credo
com uma linguagem idêntica das Escrituras Sagradas, em vez dos termos filosóficos usados por
Atanásio. Os seguidores de Atanásio percebendo que ao darem um voto para Eusébio, estariam
dando um voto a Ário, decidiram rejeitar o credo. O imperador Constantino, embora ignorante
com relação aos fatos teológicos em discussão, mas ansioso por alcançar unidade, apoiou
Atanásio. Aqueles que não assinaram, incluindo Ário, Eusébio e Teognis de Nicéia, foram
banidos e seus livros queimados publicamente.

O debate sobre o tema prosseguiu, até que em 381 AD o imperador Teodósio convocou um
Concílio em Constantinopla. Foi assistido por cerca de 150 bispos do oriente. Foi neste Concílio
que a doutrina da trindade tornou-se oficial em todas as fronteiras do império. Todos os que
discordaram foram expulsos de seus púlpitos e excomungados de suas igrejas. Era o regime
totalitário dos imperadores romanos e mais tarde da Igreja Romana. Como vimos, esta doutrina
espúria foi imposta pela Igreja Romana. Desde aquela época até hoje, milhares de fiéis
seguidores da Palavra de Deus são perseguidos e expulsos de suas igrejas por não apoiarem
esta teoria anti-bíblica. Esta doutrina, vigente até hoje, é designada por alguns historiadores
como Credo Niceno-Constantinopolitano.

Hoje, esta doutrina tornou-se o elo principal de ligação das igrejas cristãs com a Igreja Romana.
Na Carta Encíclica “Ut Unun Sint”, de 25 de maio de 1995, o papa João Paulo II declarou
textualmente o seguinte:

“Também surgiu entre os nossos irmãos separados, por moção da graça do Espírito Santo, um
movimento cada vez mais intenso em ordem à restauração da unidade de todos os cristãos.
Este movimento de unidade é chamado de ecumenismo. Participam dele os que invocam o
Deus Trino ...” (grifo nosso)

A única exigência para ingressar e iniciar o diálogo ecumênico é invocar o Deus Trino. Para a
Igreja Romana, as outras doutrinas como a guarda do sábado, o batismo por imersão, a crença
na mortalidade da alma, etc, não interferem no diálogo inicial para a unidade dos cristãos.
Segundo esse documento, as discussões serão progressivas com a finalidade de diminuir as
demais divergências.

4. Definição de Trindade

Trindade é a crença na existência de um Ser divino que subsiste em três pessoas: Pai, Filho e
Espírito Santo. O dicionário Webster define a palavra da seguinte maneira:

“A união de três pessoas (o Pai, o Filho, e o Espírito Santo) numa Divindade, de modo que todos
os três são um Deus, com relação à substância, mas três pessoas com relação à
individualidade.” Webster´s Collegiate Dictionary – 5ª. Edição.

Os trinitarianos, assim denominados os que defendem a doutrina da trindade, não crêem que as
três pessoas são uma pessoa ou que as três pessoas são três deuses. Eles crêem em três
pessoas que constituem um Deus.
Existem três propostas primárias envolvidas na doutrina da trindade:

a) A unidade composta de Deus

Os trinitarianos afirmam acreditar na unidade composta de Deus. Caso eles não acreditassem
em um Deus único, sua doutrina seria interpretada como politeísta. Eles não crêem na unidade
de Deus como é ensinada na Bíblia. Rejeitam a verdade bíblica de que existe apenas uma
Pessoa que é Deus. Os trinitarianos crêem que existe uma única substância, uma inteligência e
um propósito na Divindade, mas que três pessoas eternamente co-existem daquela essência
única e exercitam aquela única inteligência, e único propósito.

b) A divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo

O segundo ponto que os trinitarianos buscam estabelecer é que o Pai é Deus, o Filho é Deus e
o Espírito Santo é Deus. Tentam mostrar que cada um é mencionado como sendo Deus e que
cada um possui os atributos da Divindade como: imortalidade inerente, onipotência, onipresença
e onisciência.

c) A personalidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo

Os trinitarianos procuram provar que o Pai é uma pessoa, que o Filho é uma pessoa e que o
Espírito Santo também o é. Cada pessoa da trindade é admitida como completamente Deus,
dentro de Si mesma. Juntas, as três pessoas compartilham em comum a essência única, todos
os atributos, uma substância, uma inteligência e um propósito.

5. Desmontando a doutrina da Trindade

A doutrina da trindade é baseada sobre três propostas. É como uma mesa construída sobre três
pernas. Caso uma das pernas seja removida, a mesa por inteiro cairá. O fracasso na prova de
qualquer uma destas três propostas apresentadas anteriormente resultará no colapso desta
teoria. Para anular a doutrina da trindade, é necessário comprovar apenas um dos seguinte três
fatos:

a) A unidade de Deus não é composta.


b) Jesus não é Deus.
c) O Espírito Santo não é uma pessoa.

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O único e verdadeiro Deus
Doutrina da Trindade, falsa ou verdadeira? (Parte II)
1. A UNIDADE DE DEUS NÃO É COMPOSTA

Existe apenas uma pessoa que é Deus. Ele é a Fonte e o Dominador do universo. Ele é o Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo. A unidade de Deus é simples, e não composta como dizem os
trinitarianos.

1.1 - Um Deus significa uma pessoa

Deus é único. Ele é individual e singular, uma unidade, um único Ser. Há várias referências
bíblicas sobre esta questão:

“Como podeis crer, vós os que aceitais glória uns dos outros e, contudo, não procurais a glória
que vem do Deus único?” João 5:44.

“Um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus, e Pai de todos, o qual é sobre todos e
por todos e em todos.” Efésios 4:5-6.
“Crês tu que Deus é um só? Fazes bem; os demônios também o crêem e estremecem.” Tiago
2:19.

“Ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade,
império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém.” Judas 25.

“Porquanto há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” I


Timóteo 2:5.

“...e que não há outro Deus, senão um só.” I Coríntios 8:4.

“Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de Mim não há Deus;...para que se saiba desde o
nascente do sol, e desde o poente, que fora de Mim não há outro; Eu sou o Senhor, e não há
outro.” Isaías 45:5 e 6.

“E disse-Lhe o diabo: Dar-Te-ei toda a autoridade e glória destes reinos; porque a mim me foi
entregue, e dou-a a quem quero; portanto, se Tu me adorares, tudo será Teu. E Jesus,
respondendo, disse-lhe: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus, e só
a Ele servirás.” Lucas 4:6-8.

Todas as evidências são claras. Tanto no Velho Testamento como no Novo testamento, as
orientações são de que devemos adorar o Deus único. A certeza se cristaliza quando o próprio
Senhor Jesus disse à Satanás: “Adorarás o Senhor teu Deus, e só a Ele servirás.” O Senhor
Jesus não transmitiu a idéia de uma adoração a três deuses. Ele disse à Satanás que deveria
adorar unicamente a Deus (Pai), o Todo-Poderoso.

Analisaremos outros textos que se referem ao único Deus:

a) “Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.” Deuteronômio 6:4.

Estas palavras foram proferidas inicialmente por Moisés e depois repetidas pelo nosso Senhor
Jesus ao ser indagado pelo escriba: “O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o
Senhor Deus é o único Senhor. ...E o escriba Lhe disse: Muito bem, Mestre, e com verdade
disseste que há um só Deus, e que não há outro além dEle.” Marcos 12:29 e 32. Não teria sido
esta uma grande oportunidade do Mestre Jesus orientar os Seus ouvintes com relação ao Deus
triúno? Teria o Senhor Jesus coragem de enganar o Seu povo como fazem os atuais mestres e
doutores em teologia? Como Jesus era judeu e os judeus formam uma nação estritamente
monoteísta. (adoração a um único Deus), eles jamais poderiam imaginar um Deus em três
pessoas.

b) “E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus
Cristo, a quem enviaste.” João 17:3.

O Senhor Jesus fez referência à Seu Pai como “único Deus verdadeiro”. O adjetivo “único” tem o
seguinte significado: “que é só um”. A verdade é que Ele estava falando com uma única Pessoa:
Seu Pai. Há nesta passagem bíblica uma evidência clara que esta questão é de suma
importância para nossa salvação e reforça o conceito que Deus é único, individual e singular,
um único Ser: “que Te conheçam a Ti só”. O dicionário Aurélio define o adjetivo “só” como
sendo: “Que é só um; único; desacompanhado.” Esta declaração do Senhor Jesus confirma
indiscutivelmente que Seu Pai é o único Deus verdadeiro. A fé judaica centralizava-se neste
Deus. Todos os profetas acreditavam e ensinavam assim. Defensor da fé judaica, Jesus Cristo
não veio para destruir os ensinamentos dos profetas que O antecederam, mas veio para cumpri-
los: “Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir.” Mateus
5:17. Perguntamos: Por que acreditar nos teólogos e não acreditar nas palavras de Jesus? Será
que o Messias tinha menos entendimento sobre o assunto do que os doutores da atualidade?

c) “Todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem
existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por Ele.”
I Coríntios 8:6.
O apóstolo Paulo era judeu e também teve esta compreensão. Ele afirmou que há um só Deus e
acrescentou um detalhe muito importante: identificou esse Deus como sendo o Pai. Em seguida,
referindo-se a Jesus Cristo, ele O identifica como sendo “Senhor” e não como Deus. Paulo foi
separado pelo próprio Senhor Jesus, como um vaso escolhido para pregar também aos gentios:
“Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para Mim um vaso escolhido, para levar o Meu
nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel.” Atos 9:15. Se a doutrina da trindade é
bíblica e foi estabelecida por Deus como dizem os atuais teólogos cristãos, não seria lógico o
apóstolo Paulo ensinar corretamente os gentios e corrigir os judeus sobre uma questão tão séria
como esta? Não estava ele sendo guiado pelo Espírito de Deus? Por que não ensinou a
doutrina da trindade aos gentios? Ele não o fez por uma razão muito simples: estava pregando
uma verdade advinda do próprio Deus – “A minha palavra e a minha pregação, não consistiu em
palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de espírito e de poder; para
que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.” I Cor. 2:4-5.

1.2 - Pronomes Pessoais Singulares

O fato de que pronomes pessoais singulares são usados em referência a Deus é excelente
testemunho da unidade simples de Deus.

“Às dezenas, às centenas, de fato aos milhares, os pronomes da Bíblia em relação à Deus
permanecem como faróis em cada página do Gênesis ao Apocalipse, nos revelando a
singularidade pessoal, literal e individual de Deus com uma clareza tal, que nenhum trinitariano,
nem qualquer outro argumento pode negar com sucesso. “Eu, Mim, Meu” e “Ele, dEle, Ele
mesmo”, “Tu, Ti, Teu”, jamais foi e nunca será corretamente aplicado à mais do que uma
personalidade individual; tais palavras levam consigo uma dignidade e uma certeza que não
pode ser expressa nem por uma doutrina ou por qualquer outro método.” Judd, R.H. Op. cit.
p.32.

Alguns exemplos:

Êxodo 20:1 – “Eu sou o Senhor teu Deus…”


Êxodo 20: 3 – “Não terás outros deuses diante de Mim.”
Êxodo 20:24 – “...em todo o lugar em que Eu fizer recordar o Meu nome, virei a ti...”
Mateus 6:9 – “Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o Teu nome...”
Mateus 4:10 – “...Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás.”
João 17:3 – “...que Te conheçam a Ti só, como único Deus verdadeiro, ...”

1.3 – Esta única Pessoa é o Pai de nosso Senhor Jesus

O testemunho da Bíblia é que existe uma única Pessoa que é Deus. Sem dúvida alguma esta
Pessoa é o Pai. Muitos textos bíblicos identificam o único Deus como o Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo. Apresentamos abaixo algumas destas passagens das Escrituras:

João 17:1 e 3 – “...Pai, é chegada a hora... que Te conheçam à Ti só, por único Deus
verdadeiro...”
Romanos 15:6 – “...glorifiques ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.”
I Coríntios 8:6 – “...para nós, há um só Deus, o Pai...”
I Coríntios 15:24 – “...quando tiver entregado o reino a Deus, o Pai,...”
II Coríntios 1:3 – “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo...”
Efésios 1:17 – “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória...”
Efésios 4:6 – “Um só Deus e Pai de todos...”
I Tessalonicenses 3:13 – “...diante de nosso Deus e Pai...”
Tiago 3:9 – “Com ela bendizemos a Deus e Pai...”
II João 3 – “... da parte de Deus Pai e da parte de Jesus Cristo, o Filho do Pai...”

A unidade de Deus não é composta. Um Deus significa uma pessoa. Esta única Pessoa é o Pai
de nosso Senhor Jesus Cristo.

1.4 – ARGUMENTOS TRINITARIANOS CONSIDERADOS


1.4.1 – A palavra plural hebraica

– ELOHIM – (Tradução: deuses)

Argumento trinitariano: Para os trinitarianos “ELOHIM” (deuses) é um termo plural, portanto, uma
unidade composta e sempre significa dois ou mais deuses. Citam como exemplo:

Gênesis 1:1 “No princípio criou Deus (Elohim no hebraico) os céus e a terra.”

Gênesis 1:1“bereshit bara elohim et hashamayim veet haaretz.” (original hebraico)

O que diz a Bíblia?

Essa teoria não expressa a verdade, porque no hebraico o verbo sempre acompanha o sujeito.
No caso de Gênesis 1:1 o verbo é “bara” e está no singular, exigindo desta forma um sujeito
singular e não plural.

Se “Deus” fosse plural, como dizem os trinitarianos, o verbo teria que ser “criaram”. De acordo
com essa falsa teoria, o texto em análise teria que ser lido assim: “No princípio criaram os
deuses os céus e a terra.” Vemos que não é esta a construção da frase, segundo a Bíblia.

O substantivo plural “Elohim” denota a plenitude da força divina, a soma de poderes revelados
por Deus, referindo-se ao “plural de majestade”.

Importante: O termo “Elohim” é usado também para deuses e pessoas que não eram trindades.
Portanto, esse termo também pode significar “um”. Exemplos:

a) I Reis 18:27

Baal era uma divindade adorada em todas as povoações fenícias e em Canaã. Era o deus sol
dos fenícios. O seu significado é: dono, senhor. Essa divindade representava uma única pessoa.
Segundo a crença, fecundava a terra por meio de suas fontes e como era considerado dono
divino, a ele se devia tributo. O relato abaixo refere-se à experiência do profeta Elias, no monte
Carmelo. O culto ao deus Baal, foi introduzido em Israel por Acabe.
I Reis 18:27 – “vayihi vatzohorayim vayihatel bahem eliyahu vayomer kiru vekol-gadol ki-elohim
hu ki siyahh vekhi-sig lo vekhi-derekh lo ulai yashen hu veyikatz.” (Tradução para o hebraico)
I Reis 18:27 – “E sucedeu que ao meio-dia Elias zombava deles, e dizia: Clamai em altas vozes,
porque ele é um deus; [pode ser] que esteja falando, ou que tenha [alguma] cousa que fazer, ou
que intente [alguma] viagem; porventura dorme, e despertará.”
A frase em hebraico “ki elohim hu (porque ele é um deus)” foi utilizada a Baal, uma única
“divindade”.
Assim, o texto original em hebraico prova que o termo “elohim” não significa sempre dois ou
mais deuses. Neste caso o deus Baal era “um”.

b) Êxodo 4:16 e 7:1

Esta outra passagem bíblica tem a ver com o profeta Moisés. Ele era para ser “elohim” diante do
faraó:
Êxodo 4:16 – “vediber-hu lekha el-haam vehaya hu yihye-lekha lefe veata tihye-lo lelohim”.
(Tradução para o hebraico)
Êxodo 4:16 – “E ele falará por ti ao povo; e acontecerá que ele te será por boca, e tu lhe serás
por Deus”.
Êxodo 7:1 –“vayomer ADONAI el-moshe ree netatikha elohim lefaro veaharon ahhikha yihye
neviekha”. (Tradução para o hebraico)
Êxodo 7:1- “Então disse o SENHOR a Moisés: Eis que te tenho posto [por] Deus sobre Faraó, e
Aarão, teu irmão, será o teu profeta.”

Neste caso Moisés era apenas uma pessoa e não duas ou mais.
c) Gênesis 1:26 e 27

Outra passagem bíblica onde “Elohim” é usado, encontra-se em Gênesis 1:26:

Gênesis 1:26 – “vayomer elohim naase adam betzalmenu kidmutenu veyirdu vidgat hayam uvof
hashamayim uvabehema uvkhol-haaretz uvkhol-haremes haromes al-haaretz”. Gênesis 1:27 –
“vayivra elohim et-haadam betzalmo betzelem elohim bara oto zakhar unkeva bara otam”.
Gênesis 1:26 - E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa
semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e
sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.” Gênesis 1:27 – “E criou
Deus o homem à Sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.”
Embora o verbo e os pronomes pessoais estejam no plural no versículo 26, eles referem-se sem
dúvida à um Deus singular. Isto está claro pelo fato de que no versículo seguinte (27), o
pronome e o verbo estão no singular em referência à Deus – “criou Deus”.

A criação está intimamente ligada Àquele que é o Autor dos dez mandamentos, escritas pelo
Seu próprio dedo em duas tábuas de pedra. O Criador é identificado como sendo uma única
Pessoa:

“Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando-o nas suas gerações como pacto
perpétuo. Entre Mim e os filhos de Israel será ele um sinal para sempre; porque em seis dias fez
o Senhor o céu e a terra, e ao sétimo dia descansou, e achou refrigério. E deu a Moisés, quando
acabou de falar com ele no monte Sinal, as duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra,
escritas pelo dedo de Deus.” Êxodo 31:16-18.

Estes textos estão associados à proclamação final do evangelho:

“...Temei a Deus, e dai-Lhe glória; porque é chegada a hora do Seu juízo; e adorai Aquele que
fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.”

d) Isaías 6:8

Um outro texto que segue esse princípio encontra-se em Isaías 6:8:

“Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei? e quem irá por nós?...”

É interessante notar que o Senhor disse: “A quem enviarei?”

Quando falando de Si mesmo, Deus diz: “Eu, Meu, Mim.” Quando homens falam à respeito de
Deus dizem: “Ele, dEle, Lhe.” Caso os pronomes plurais destes textos fizessem referência à
uma pluralidade de pessoas dentro de Deus, porque então não é Deus sempre designado por
pronomes plurais?

Além do mais, se estes pronomes plurais denotassem realmente pluralidade em Deus, não
haveria absolutamente nada que revelasse quantos haveriam naquela pluralidade, se seriam
dois, três, dez, ou mesmo mil. Aplicar pluralidade a Deus resultaria em politeísmo, mas não
trinitarianismo.

e) II Reis 1:2
Além do termo “Elohim”, temos o termo em hebraico:
“Elohei” (Tradução: deus de...).
Na maioria dos casos, encontramos o termo “elohei” que é a contração no genitivo da palavra
“elohim”.
Este termo está no plural, e mesmo estando no plural é utilizado para designar a apenas uma
única “divindade”. Exemplo:
II Reis 1:2 – “vayipol ahhazya bead hasevakha baaliyato asher beshomron vayahhal vayishlahh
malakhim vayomer alehem lekhu dirshu bevaal zevuv elohei ekron im-ehhye mehholi ze.”
II Reis 1:2 – “E caiu Acazias pelas grades dum quarto alto, que [tinha] em Samaria, e adoeceu: e
enviou mensageiros, e disse-lhes: Ide, e perguntai a Baal-Zebu, deus de Ecrom, se sararei
desta doença.”

1.4.2 – Um único Deus

- ECHAD – (Traduzido como: um, único)

Argumento trinitariano: Os trinitarianos ensinam que o termo “Echad” é uma unidade composta,
aplicado sempre quando se apresentam vários componentes da mesma espécie e substância.
Para defenderem a doutrina da trindade, dizem que esse termo significa sempre dois ou mais
deuses. Exemplo:

Gênesis 2:24 – “Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e
serão uma carne.”

Gênesis 2:24 – “al-ken yaazav-ish et-aviv veet-imo vedavak beishto vehayu levasar echad.”
(original hebraico)

O que diz a Bíblia?


O termo “Echad” significa “um”, “único”. Com base no exemplo acima, pode-se pensar que
“Echad” é sempre sinônimo de uma unidade composta, isto é, significando sempre dois ou mais
da mesma espécie. Como o verdadeiro intuito é enganar, nenhum teólogo, defensor da trindade,
irá apresentar algum texto bíblico que apresente o termo “Echad” significando apenas “um” e
“único” ao tratar de uma só pessoa. Por que os defensores da trindade omitem os seguintes
textos bíblicos abaixo?

Deuteronômio 17:6 – “al-pi shenayim edim o shelosha edim yumat hamet lo yumat al-pi ed
echad.”

Deuteronômio 17:6 - “Por boca de duas testemunhas, ou três testemunhas, será morto o que
houver de morrer: por boca duma só testemunha não morrerá.”

Eclesiastes 4:8 – “yesh echad veen sheni gam ben vaahh en-lo veen ketz lekhol-amalo gam-
enav (eno) lo-tisba osher ulmi ani amel umhhaser et-nafshi mitova gam-ze hevel veinyan ra hu.”

Eclesiastes 4:8 - “Há um [que é] só, e não tem segundo; sim, ele não tem filho nem irmã; e
contudo de todo o seu trabalho não [há] fim, nem os seus olhos se fartam de riquezas; e não diz:
Para quem trabalho eu, privando a minha alma do bem? Também isto [é] vaidade e enfadonha
ocupação.”

Nos dois versículos acima a mesma palavra hebraica é usada, e a palavra "echad" está
claramente referindo-se a apenas um e não a uma unidade composta.
O povo de Israel sempre tem adorado uma única Pessoa como sendo seu Deus. Se alguém
tiver alguma dúvida, pergunte a um judeu, e ele responderá. Agora podemos entender o
verdadeiro significado da profissão de fé do israelita:

Deuteronômio 6:4 – “shema yisrael Adonai Eloheinu Adonai echad.”

Deuteronômio 6:4 – “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus [é] o único Senhor.”

O termo “Senhor” em hebraico é “Adonai”. É um vocativo que significa: Poderoso.

Observação: O termo “Eloheinu” é uma variante de “Elohim”, podendo significar um ou mais


deuses. Exemplo onde a palavra “Eloheinu” é utilizada para indicar um deus:

I Samuel 5:7 – “vayiru anshe-ashdod ki-khen veameru lo-yeshev aron elohe yisrael imanu ki-
kasheta yado alenu veal dagon eloheinu.”

I Samuel 5:7 - “Vendo então os homens de Asdode que assim era, disseram: Não fique conosco
a arca do Deus de Israel; pois a sua mão é dura sobre nós, e sobre Dagom, nosso deus.”
1.4.3 – Frases repetidas três vezes

Argumento trinitariano: Os defensores da doutrina da trindade ensinam que as três palavras


seguidas em Isaías 6:3, provam a existência da trindade.

“E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; a terra
toda está cheia da Sua glória.” Isaías 6:3.

O que diz a Bíblia?


Qualquer pessoa sabe que esta repetição é entendida como um superlativo absoluto. É dado
ênfase à Pessoa de Deus, considerando-O como SANTÍSSIMO.

Como os trinitarianos entenderiam as seguintes passagens bíblicas, onde ocorrem semelhantes


repetições?

”Ó terra, terra, terra! Ouve a palavra do Senhor.” Jeremias 22:29

“Ao revés, ao revés, ao revés o porei; também o que é não continuará assim, até que venha
Aquele a quem pertence de direito; e lho darei a Ele.” Ezequiel 21:27.

Repetições para dar ênfase é uma prática comum entre os escritores da Bíblia.

Um verso similar nós encontramos em Apocalipse 4:8:

“Os quatro seres viventes tinham, cada um, seis asas, e ao redor e por dentro estavam cheios
de olhos; e não têm descanso nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, santo, santo é o
Senhor Deus, o Todo Poderoso, aquele que era, e que é, e que há de vir.”

O contexto deste verso nos mostra que estas palavras foram dirigidas somente ao Pai. O
contexto descreve Deus assentado sobre Seu trono no Céu, tendo nas mãos um livro selado
com sete selos (Apocalipse 5:1). Um anjo forte clama, perguntando quem é digno de abrir o livro
e romper os seus selos (Apocalipse 5:2-4). Finalmente após tornar-se claro que ninguém mais
era digno, Jesus é descrito como o Cordeiro que vem e toma o livro da mão direita de Deus
(Apocalipse 5:5-7). Jesus não era aquele que Se assentava sobre o trono, nem parte d´Ele.
Aquele que se assentava no trono não era uma trindade. Em Apocalipse 4:2-3, notamos que
“um” estava assentado sobre o trono. Esta pessoa única era o Pai, o Criador. Era Ele que
estava assentado sobre o trono a quem as quatro criaturas viventes adoravam com as palavras:
Santo, santo, santo.

Este texto, assim como Isaias 6:3 absolutamente não apóia a falsa doutrina da trindade.

1.4.4 – Pronomes pessoais singulares

Quando Deus fala de Si mesmo, Ele diz: “Eu, Meu, Mim” O fato de que pronomes pessoais
singulares são usados em referência à Deus é excelente testemunho da unidade simples de
Deus. Apenas alguns exemplos:

“Eu sou o Senhor teu Deus...” Êxodo 20:1.


“Não terás outros deuses diante de Mim.” Êxodo 20:3.
“Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o Teu nome...” Mateus 6:9.
“Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás.” Mateus 4:10.
“...que Te conheçam a Ti só, como único Deus verdadeiro.” João 17:3.
“...em todo o lugar em que Eu fizer recordar o Meu nome, virei a ti...” Êxodo 20:24.

1.4.5 – Esta única Pessoa é o Pai

A doutrina da trindade não era conhecida pelos apóstolos. Eles sempre exaltaram o Pai de
nosso Senhor Jesus como sendo o único Deus:
“...glorifiques ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.” Romanos 15:6.

“...para nós, há um só Deus, o Pai...” I Coríntios 8:6.

“...à Deus, o Pai.” I Coríntios 15:24.

“...o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo...” II Coríntios 1:3.

“...o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo...” Efésios 1:17.

“...um só Deus e Pai de todos...” Efésios 4:6.

“ ...nosso Deus e Pai...” I Tessalonicenses 3:13.

“...à Deus e Pai...” Tiago 3:9.

“...da parte de Deus Pai e do nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai.” II João 3.

1.4.6 – Somente uma única Pessoa é Deus

Deus Se identificou aos profetas como sendo uma única Pessoa:

“A ti te foi mostrado para que soubesses que o Senhor é Deus; nenhum outro há senão Ele.”
Deuteronômio 4:35.

“Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus...” Malaquias 2:10

“...Porventura não sou Eu, o Senhor? Pois não há outro Deus senão Eu; Deus justo e Salvador
não há além de Mim.” Isaías 45:21.

“Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros
deuses diante de Mim.” Êxodo 20:2-3.

O Senhor Jesus apresentou o Seu Pai como único Deus verdadeiro e ao confirmar os
ensinamentos dos profetas, Ele provou ser o verdadeiro Messias:

“E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, como único Deus verdadeiro...” João 17:3.

A unidade de Deus não é composta. Um Deus significa uma Pessoa. Esta única Pessoa é o Pai
de nosso Senhor Jesus Cristo.

esus – O Filho de Deus Imprimir

Doutrina da Trindade, falsa ou verdadeira? (Parte III)


1. JESUS NÃO É DEUS

1.1 – Somente uma única pessoa é Deus

Jesus não é Deus porque há somente uma Pessoa que é Deus. Essa Pessoa única tem sido
identificada como sendo Pai de Jesus. Seguindo esse raciocínio, Jesus não pode ser também
Deus. Não há outra pessoa que possa ser Deus no mesmo sentido em que o Pai é Deus.

“Para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo, e para quem nós vivemos.” I Cor. 8:6.
“Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos.” Efésios 4:6.

Entendemos que Jesus é divino, mas não divindade. Ele é o divino Filho de Deus, mas não é a
divindade, o Ser Supremo. Por Sua vitória sobre o pecado, sejam dados a Ele o louvor, a honra
e a glória.

1.2 – Jesus é o Filho de Deus

Os trinitarianos ensinam que Jesus é Deus Filho. Esse ensinamento não é bíblico. O Senhor
Jesus nunca Se identificou desta maneira. O que nós encontramos na Bíblia, são afirmações de
que Jesus é o Filho de Deus. Ele não pode ser Deus e Filho de Deus ao mesmo tempo.

As passagens bíblicas a seguir provam que Jesus é o Filho de Deus:

a) Afirmações de Jesus:

“Aquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, dizeis vós: Blasfemas; porque Eu disse:
Sou Filho de Deus?” João 10:36.

“Jesus, porém, guardava silêncio. E o sumo sacerdote disse-Lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que
nos digas se Tu és o Cristo, o Filho de Deus. Respondeu-lhe Jesus: É como disseste...” Mateus
26:63-64.

b) Afirmações dos discípulos:

“Mas vos, perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que Eu sou? Respondeu-Lhe Simão Pedro: Tu és
o Cristo, o Filho do Deus vivo.” Mateus 16:15-16.

“Respondeu-Lhe Natanael: Rabi, Tu és o Filho de Deus, Tu és rei de Israel.” João 1:49.

João Batista deu o seu testemunho:

“Eu mesmo vi e já vos dei testemunho de que este é o Filho de Deus.” João 1:34.

1.3 – Jesus como mediador não poder ser o próprio Deus

Diz o texto sagrado: “Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus
Cristo homem.” I Timóteo 2:5.

Jesus é Mediador entre Deus e os homens, portanto, não é Ele o próprio Deus. Se o próprio
Jesus fosse Deus e igual à Deus, conforme os trinitarianos declaram, Ele não estaria numa
posição para servir como Mediador. Como mediador alguém deve ser a terceira parte, pois caso
Cristo sendo Deus ou igual à Deus, seria uma das duas partes, e não teria condições de
ministrar como Mediador entre os dois – Deus e o homem.

O fato de que Jesus é um Mediador, anula a possibilidade de que Ele seja parte de uma
trindade. Ele e Seu Pai são de personalidades separadas. Ele declarou que Ele e Seu Pai
constituem duas testemunhas separadas:

“E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. Eu sou o
que testifico de Mim mesmo, e de Mim testifica também o Pai que Me enviou.” João 8:17-18.

1.4 – O Pai é o Deus de Jesus

Jesus reconheceu o Pai, o único Deus verdadeiro, como Seu Deus. Jesus jamais reivindicou a
Si próprio como sendo Deus. Não pretendia ser igual a Deus. Ele sempre Se referiu ao Pai
como sendo superior a Ele, Seu Deus. Nos textos bíblicos abaixo, Jesus faz referência ao Pai
como Seu Deus:

“Deus Meu, Deus Meu, porque Me desamparaste?” Mateus 27:46.

“...Pai, é chegada a hora... que Te conheçam à Ti só, por único Deus verdadeiro...” João 17:1 e
3.

“Eu subo para o Meu Pai e vosso Pai, Meu Deus e vosso Deus...” João 20:17.

“Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. A quem
vencer, Eu o farei coluna no templo do Meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o
nome do Meu Deus, e o nome da cidade do Meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do
Meu Deus, e também o Meu novo nome.” Apocalipse 3:11 e 12.

Muitos dos escritores do Novo Testamento descrevem Deus como o Deus de Jesus:

“Deus e Pai de nosso Senhor Jesus...” II Coríntios 1:3.


“O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus...” II Coríntios 11:31.
”O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus...” Efésios 1:3.
“O Deus de nosso Senhor Jesus...” Efésios 1:7.
“O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus...” I Pedro 1:3.

1.5 – Jesus orou ao Seu Deus, o Pai

Jesus revelou que Ele próprio não era Deus quando orou a Seu Pai, identificando-O como único
Deus verdadeiro. Caso Jesus fosse igual a Deus, porque orou Ele então a Deus? O cristianismo
lança suas falsas doutrinas ensinando que o homem Jesus nunca deixou de ser Deus.
Consideram-no como DEUS HOMEM.

Os trinitarianos afirmam que Deus, Jesus e o Espírito têm uma mesma inteligência e poder.
Precisaria Jesus orar a uma outra pessoa da trindade, pedindo ajuda, mesmo tendo todos os
atributos divinos, por continuar sendo Deus, mesmo em forma humana? Não seria contraditória
uma questão como esta?

Ao orar a Deus, Jesus mostrou ser dependente de Seu Pai:

“Graças Te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, ...” Mateus 11:25.

“E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o Seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai,
se é possível, passe de Mim este cálice, todavia, não seja como Eu quero, mas como Tu
queres....E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai Meu, se este cálice não pode passar de Mim
sem Eu o beber, faça-se a Tua vontade.” Mateus 26:39 e 42.

“E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a Deus.”
Lucas 6:12.

1.6 – Jesus é inferior a Deus

Jesus não é igual à Seu Pai, pois o Pai é maior do que o Filho, conseqüentemente, Ele é inferior
à Seu Pai. Jesus, portanto, não é Deus. Ao reconhecer este fato, não quer dizer que não
estejamos dando a glória devida a Cristo. O objetivo é entender e reconhecer a verdadeira
relação entre o Pai e Seu Filho. Jesus deixou claro que Ele é hierarquicamente inferior a Seu
Pai ao declarar o seguinte:

“Meu Pai e maior do que Eu.” João 14:28.

O próprio contexto de onde foi extraída a passagem bíblica acima, confirma que o Senhor Jesus
veio para cumprir um propósito do Pai, isto é, tornar conhecido o Pai ( O Deus Altíssimo). Assim,
a submissão da obra do Senhor Jesus é claramente entendida nos seguintes textos sagrados:

“...as palavras que Eu vos digo, não as digo por Mim mesmo; mas o Pai, que permanece em
Mim, é quem faz as Suas obras.” João 14:10.

“...a palavra que estais ouvindo não é Minha, mas do Pai que Me enviou.” João 14:24.
Quando Jesus disse: “Eu e o Pai somos um.” João 10:30, Ele não ensinou que Ele e Seu Pai
eram um em essência ou ser (como afirmam os trinitarianos). Nem tampouco Ele quis dizer que
Ele e o Pai possuem os mesmos atributos, tais como: onipotência, onipresença e onisciência. O
entendimento correto é que Ele referiu-Se à unidade de propósito e perfeita concordância que
existe entre Ele e Seu Pai. Mais adiante Jesus orou para que esta mesma unidade tornasse
possível entre Seus seguidores:

“E rogo não somente por estes, mas também, por aqueles que pela Sua palavra hão de crer em
Mim; para que todos sejam um, assim como Tu ó Pai, és em Mim e Eu em Ti, que também eles
sejam um em nós; para que o mundo creia que Tu Me enviaste.” João 17:20-21.

Pelo fato de nós sermos um com o Pai e o Filho em caráter e propósito, não nos torna partícipes
desta divindade, isto é, que sejamos iguais a Deus, possuindo os mesmos atributos.

Jesus sempre reconheceu que Seu Pai é maior do que Ele. Isto claramente expõe o fato de que
Jesus não pode ser parte de um Deus triuno.

Muitos textos bíblicos comprovam a inferioridade de Jesus em relação a Deus:

“Meu Pai...é maior do que todos; ...” João 10:29.

“...porque o Pai é maior do que Eu.” João 14:28.

“... vós de Cristo, e Cristo de Deus.” I Coríntios 3:23.

“...o homem a cabeça da mulher e Deus a cabeça de Cristo.” I Coríntios 11:3.

“...então também o próprio Filho se sujeitará Àquele que todas as coisas Lhe sujeitou, para que
Deus seja tudo em todos.” I Coríntios 15:28.

Esta última passagem bíblica refere-se à sujeição de Cristo ao Seu Pai depois de haver sido
completada a obra redentora e depois de haver destruído todo domínio e toda a autoridade e
todo o poder na Terra. Quando todos os inimigos estiverem debaixo de Seus pés e quando o
último inimigo, a morte, for destruído, Deus (o Pai de Jesus) será supremo; será tudo em todos.

Jesus viveu como Servo de Deus. Ele rendeu perfeita obediência à Seu Pai, sempre fazendo
aquilo que agradava a Deus. Ele reconhecia ser inferior a Deus.

“...eis que Eu farei vir o Meu Servo, o Renovo.” Zacarias 3:8.

“Eis aqui o Meu servo que escolhi...” Mateus 12:18.

“Mas esvaziou-Se a Si mesmo, tomando a forma de Servo...” Filipenses 2:7-8.

“Disse-lhes Jesus: A Minha comida é fazer a vontade dAquele que Me enviou...” João 4:34

“...porque não procuro a Minha vontade, mas a vontade dAquele que Me enviou.” João 5:30.

“Porque Eu desci do céu, não para fazer a Minha vontade, mas a vontade dAquele que Me
enviou.” João 6:38.

“E Aquele que Me enviou está comigo; não Me tem deixado só; porque faço sempre o que é do
Seu agrado.” João 8:29.

“...Pai, se queres afasta de Mim este cálice; todavia não se faça a Minha vontade, mas a Tua.”
L:ucas 22:42.

Sobre a questão da inferioridade do Senhor Jesus em relação ao Pai, os teólogos trinitarianos


dizem que esta inferioridade é aplicada unicamente enquanto o Senhor Jesus assumiu a
natureza humana, em virtude de suas limitações como ser humano. Todavia, os mesmos
teólogos ensinam que Jesus não deixou de ser Deus quando assumiu a forma humana.
1.7– Jesus é inferior a Deus em atributos

O Novo Testamento revela Jesus Cristo como inferior a Deus em atributos. Esta é uma
indicação definitiva de que Jesus em si mesmo não é Deus. Não é nem igual ou idêntico ao Pai,
tão pouco parte de um Deus triuno. Deus é infinito e perfeito em todos os Seus atributos. Em
todas estas coisas, Deus é imutável; Sua perfeição infinita não pode nem aumentar, tão pouco
diminuir. O que Ele tem sido, sempre será.

1.8 – Jesus é inferior a Deus em conhecimento

Deus é onisciente e perfeito em conhecimento. Jesus, por outro lado, não era onisciente. Jesus
crescia em sabedoria:

“E crescia Jesus em sabedoria...” Lucas 2:52.

Se Jesus continuava sendo Deus com conhecimento infinito, como poderia Ele ter “crescido em
sabedoria”? Jesus recebeu Seu conhecimento de Deus:

“...e que nada faço de Mim mesmo; mas como o Pai Me ensinou, assim falo.” João 8:28.

O conhecimento de Deus inclui todas as coisas, presentes, passadas e futuras. Ele conhece
todas as coisas:

“(Jesus) respondeu-lhes: A vós não vos compete saber os tempos ou as épocas, que o Pai
reservou à Sua própria autoridade.” Atos 1:7.

Jesus, por outro lado, era limitado em conhecimento inclusive com relação à data de Sua volta:

“Quanto, porém, ao dia e à hora, ninguém sabe, nem os anjos no céu nem o Filho, senão o Pai.”
Marcos 13:32.

1.9 – Jesus é inferior a Deus em poder

Deus é onipotente. Ele é Todo-Poderoso; tem poder infinito. O poder de Deus originou-Se dEle
próprio. Através de Seu poder, Deus executa todas as Suas obras.

Jesus, por outro lado, não era onipotente. O poder que Cristo exercia quando operava milagres
era recebido de Deus:

“...A Jesus, o nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com milagres, prodígios e sinais,
que Deus por Ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis.” Atos 2:22.

“Disse-lhes, pois, Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho de si mesmo nada pode
fazer,...” João 5:19.

“Eu não posso de Mim mesmo fazer coisa alguma; ...” João 5:30.

“...e que nada faço de Mim mesmo; ...” João 8:28.

1.10 – Jesus é inferior a Deus em vida

Deus sempre existiu. Nunca houve um tempo no qual Deus não existisse. Deus não somente
viverá para sempre no futuro, mas também viveu eternamente no passado. A vida de Deus foi
sem começo:

“Aquele que possui, Ele só, a imortalidade, e habita em luz inacessível; a quem nenhum dos
homens tem visto nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém.” I Timóteo 6:16.
A vida de Cristo, no entanto, teve um começo definido; houve um tempo, em que Jesus não
existia. Se não fosse por Deus, Jesus jamais teria existido. Jesus foi gerado do Pai, portanto,
Sua vida foi derivada de Deus. O poder de Deus fez com Maria concebesse e desse à luz à um
filho. Se não fosse pelo santo poder de Deus, Jesus não teria nascido:

“Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a Sua sombra; pelo
que também o Santo que de ti há de nascer será chamado Filho de Deus.” Lucas 1:35.

O Senhor Jesus não teve vida eterna em Si mesmo. Esta vida foi dada pelo Pai. Sua vida foi
derivada de Deus:

“Pois assim como o Pai tem vida em Si mesmo, assim também deu ao Filho ter vida em Si
mesmo.” João 5:26.

Depois de morrer no Calvário, Jesus também recebeu vida ressurreta do Pai. Deus levantou
Jesus dos mortos através de Seu poder:

“Ao qual Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte,...” Atos 2:24.

“Ora, a este Jesus, Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas.” Atos 2:32.

“A este ressuscitou Deus ao terceiro dia e Lhe concedeu que Se manifestasse.” Atos 10:40.

“Mas Deus O ressuscitou dentre os mortos.” Atos 13:30.

“...como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, ...” Romanos 6:4.

“Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que
Deus O ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” Romanos 10:9.

“Ora, Deus não somente ressuscitou ao Senhor, mas também nos ressuscitará a nós pelo Seu
poder.” I Coríntios 6:14.

“E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de
Deus que Ele ressuscitou a Cristo,...” I Coríntios 15:15.

“Sabendo que Aquele que ressuscitou o Senhor Jesus, nos ressuscitará a nós com Jesus, e nos
apresentará convosco.” II Coríntios 4:14.

Jesus não ressurgiu dos mortos por Si mesmo. Ele foi levantado da morte através o poder de
Deus, pois somente Ele é a fonte de toda a vida. Acreditar nisto é uma questão de salvação:
“...se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus O
ressuscitou dentre os mortos, será salvo.” Romanos 10:9.

1.11 – Deus não pode morrer

Deus é imortal, e não pode estar sujeito à morte:

“Aquele que possui, Ele só, a imortalidade, e habita em luz inacessível; a quem nenhum dos
homens tem visto nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém.” I Timóteo 6:16.

Jesus, ao contrário, nasceu mortal, pois é sabido que experimentou a morte. Jesus tinha as
características de um homem mortal. Ele experimentou:

a) Fome

“E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome.” Mateus 4:2.

b) Sede
“Depois, sabendo Jesus que todas as coisas já estavam consumadas, para que se cumprisse a
Escritura, disse: Tenho sede.” João 19:28.

c) Cansaço

“Achava-se ali o poço de Jacó. Jesus, pois, cansado da viagem, sentou-Se assim junto do poço;
era cerca da hora sexta.” João 4:6.

d) Tentação

“Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo.” Mateus 4:1.

e) Sofrimento

“E disse-lhes: Assim está escrito que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressurgisse dentre os
mortos.” Lucas 24:46.

Jesus morreu:

“Mas vindo a Jesus, e vendo que já estava morto, não Lhe quebraram as pernas.” João 19:33.

“...que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras.” I Coríntios 15:3.

Deus não pode morrer, mas Jesus morreu. Jesus tornou-Se imortal quando Deus O levantou da
sepultura, assim sendo, recebeu a imortalidade de Deus. A partir de então Jesus jamais poderá
morrer novamente:

“Sabendo que, tendo Cristo ressurgido dentre os mortos, já não morre mais; a morte não mais
tem domínio sobre Ele.” Romanos 6:9.

Quando Jesus voltar, todos os verdadeiros crentes serão feitos imortais como Ele:

“Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta
soará, e os mortos serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é
necessário que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se
revista da imortalidade.” I Coríntios 15:52-53

1.12 – Atributos e posições divinas recebidas de Deus

Alguns acreditam que Jesus deve ser Deus porque exerce certa autoridade divina, e revela
certos atributos divinos. Exaltado à mão direita de Deus, Jesus recebeu autoridade e poder
divinos de Deus. Isto, entretanto, não prova que Jesus é igual a Deus ou que Ele é o próprio
Deus ou que Ele é uma parte de Deus.

O fato de Jesus ter sido exaltado pelo Pai, mostra que Ele é menor do que Deus:

“De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito
Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis.” Atos 2:33.

“Pelo que também Deus O exaltou soberanamente, e Lhe deu o nome que é sobre todo nome.”
Filipenses 2:9.

O fato de Jesus receber posição e obras divinas mostra que Ele é inferior a Deus. Hoje, Jesus
tem sido exaltado à mais alta posição no universo, depois de Deus.

Jesus disse:

“Todo o poder Me é dado no céu e na terra.” Mateus 28:18.

Jesus sempre entendeu que Seu Pai era superior a Ele em autoridade. Ele viveu em perfeita
obediência a Deus. Após Sua ressurreição Jesus recebeu autoridade divina de Deus. Se Jesus
é Deus, não precisaria receber poder (autoridade) de ninguém. Isto prova que Jesus é inferior a
Deus e conseqüentemente Ele não é Deus.

1.13 – Obra de julgamento

Deus autorizou Jesus a ser o juiz da humanidade. Deus entregou o julgamento ao Seu Filho.
Deus julgará a humanidade através da obra de Cristo, o juiz. Jesus recebeu esta posição e obra
de Deus:

“Porque o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o julgamento....E deu-Lhe autoridade para
julgar, porque é o Filho do homem.” João 5:22 e 27.

“Este nos mandou pregar ao povo, e testificar que Ele é o que por Deus foi constituído juiz dos
vivos e dos mortos.” Atos 10:42.

“Mas Deus, não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens
em todo lugar se arrependam; porquanto determinou um dia em que com justiça há de julgar o
mundo, por meio do varão que para isso ordenou; e disso tem dado certeza a todos,
ressuscitando-O dentre os mortos.” Atos 17:30-31.

O fato de que Jesus recebeu esta prerrogativa de Seu Pai, indica que o Pai é superior a Ele. Por
isso, Jesus não é Deus.

1.14 – Sua presença invisível

Embora Jesus esteja nos céus, Ele pode estar presente em todos os lugares com Seus
seguidores. Ele disse:

“Eis que Eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” Mateus 28:20.

Jesus pode fazer isto através do poder de Deus, o Espírito. Jesus recebeu este poder de Deus:

“Quando vier o Ajudador, que Eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que do Pai
procede, esse dará testemunho de Mim.” João 15:26.

“De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito
Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis.” Atos 2:33.

Durante Seu ministério terrestre Jesus pode curar o servo do centurião (Mateus 8:5-13), mesmo
estando o servo doente a uma grande distância daquele lugar que Se encontrava. Ele também
podia conhecer o que havia no coração do homem. Jesus pode fazer essas coisas, não porque
Ele é parte de um Deus triúno, mas, porque Deus O revestiu de poder para executar essas
obras.

Ao Jesus iniciar o Seu ministério, quando foi batizado, Seu Pai derramou sobre Ele o poder do
Espírito:

“E o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-Se do céu
esta voz: Tu és o Meu Filho amado; em Ti Me comprazo.” Lucas 3:22.

2 – ARGUMENTOS TRINITARIANOS CONSIDERADOS


Vemos com muita tristeza os argumentos debilitados que lançam mão os trinitarianos para
defender sua teoria. Eles apresentam textos fora do contexto para provarem que Jesus é Deus.
Relacionamos a seguir alguns desses argumentos:

2.1 - Isaías 44:6

Argumento trinitariano: Os trinitarianos ensinam que nessa passagem Jesus Se revela como
Deus.
“Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos exércitos: Eu sou o primeiro, e
Eu sou o último, e fora de Mim não há Deus.” Isaías 44:6.

O que diz a Bíblia?

Para um atento pesquisador da Palavra de Deus, esse texto prova que Deus é um só. Além
dessa única Pessoa não há outro Deus. É uma Pessoa que está falando. Essa Pessoa é o Pai
de Jesus. Poucas passagens adiante o mesmo Deus que está falando em Isaías 44:6 profetiza
sobre a vinda de Ciro (uma figura representativa de Jesus). A seu respeito Ele diz: “Ele é Meu
Pastor, e cumprirá tudo o que Me apraz; ... Assim diz o Senhor ao Seu Ungido...” Isaías 44:28.
O livro de Isaías se divide em partes. A parte que abrange os capítulos 40 a 66 é chamada de
“Livro de Conforto”, pois o tema principal é: O Servo do Senhor. Os escritores do Novo
Testamento, reputando a missão de Israel consumada em Jesus Cristo, O consideram, a Ele
somente, o israelita típico no mais elevado sentido e Lhe atribuem tudo quanto consta no Livro
de Conforto concernente ao Servo.

Um pouco antes, ou seja, em Isaias 42:1, o mesmo Deus que fala em Isaías 44:6, apresenta o
Seu futuro Servo, o Messias vindouro:

“Eis aqui o Meu Servo, a quem sustenho; o Meu escolhido, em quem se compraz a Minha alma;
pus o Meu Espírito sobre Ele; Ele trará justiça às nações.” Isaías 42:1.

Essa mesma passagem bíblica é mencionada em Mateus 12:18, referindo-Se ao cumprimento


dessa profecia de Isaías.

Concluímos, pois, que as palavras registradas em Isaías 44:6 não foram proferidas por Jesus.
Quem Se apresenta aí é o Deus Altíssimo, o Todo Poderoso de Israel, o Pai de Jesus, que
também é o nosso Redentor, por ter enviado o Seu Filho para nos salvar.

2.2 - Apocalipse 1:8

Argumento trinitariano: Os que defendem a doutrina da trindade ensinam que esta passagem é
prova de que Jesus é o Deus Todo Poderoso.

Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, e que era, e que há de vir, o Todo
Poderoso.” Apocalipse 1:8.

O que diz a Bíblia?

O grande problema dos trinitarianos é que eles não querem aceitar os ensinamentos de Deus.
Ao lermos alguns versículos anteriores a esta passagem bíblica, encontramos a resposta:

“João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça a vós e paz da parte dAquele que é, e que era,
e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do Seu trono.” Apocalipse 1:4

Esta passagem bíblica apresenta-nos Aquele que está assentado no trono. Esse é o Pai de
Jesus, o Deus Todo Poderoso. Observem agora, o que diz o versículo seguinte:

“E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o Príncipe dos
reis da terra. Àquele que nos ama, e pelo Seu sangue nos libertou dos nossos pecados e nos
fez reino, sacerdotes para Deus, Seu Pai, a Ele seja glória e domínio pelos séculos dos séculos.
Amém.” Apocalipse 1:5-6.

Notamos que uma outra Pessoa é apresentada. Essa Pessoa é Jesus Cristo, que virá nas
nuvens e todo o olho O verá (Apocalipse 1:7). A dúvida lançada por parte dos trinitarianos é com
relação aos seguintes dizeres: “que é, que era, e que há de vir”. Para eles, o único que há de vir
é Jesus. No entanto, a Bíblia diz que, quando a Nova Jerusalém descer do Céu para se
estabelecer na Terra, Deus estará com os salvos e com eles habitará (Apocalipse 21:3).

Observem agora o que diz Apocalipse 4:8-11:


“Os quatro seres viventes tinham, cada um, seis asas, e ao redor e por dentro estavam cheios
de olhos; e não têm descanso, nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo Santo é o
Senhor Deus, o Todo Poderoso, aquele que era, e que é, e que há de vir. E, sempre que os
seres viventes dava m glória e honra e ações de graças ao que estava assentado sobre o trono,
ao que vive pelos séculos dos séculos, os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante do que
estava assentado sobre o trono, e adoravam ao que vive pelos séculos dos séculos; e lançavam
as suas coroas diante do trono, dizendo: Digno és, Senhor nosso e Deus nosso, de receber a
glória e a honra e o poder, porque Tu criaste todas as coisas, e por Tua vontade existiram e
foram criadas.” Apocalipse 4:8-11.

Não há dúvida alguma que o texto está se referindo ao Pai de Jesus, aquele que está assentado
no trono. Qualquer dúvida é dirimida se lermos Apocalipse 5:1-7. É o momento em que se
apresenta o Cordeiro de Deus, o único digno de abrir os selos. Diz a Palavra de Deus que o
Cordeiro “veio e tomou o livro da destra do que estava assentado sobre o trono.” Apocalipse 5:7.

Claramente estão expostas duas Pessoas:

a) Deus, que é o Todo Poderoso, assentado no trono, aquele que era, e que é, que há de vir.

b) Jesus, o Cordeiro, que toma o livro da mão direita de Deus.

2.3 - Salmos 110:1

Argumento trinitariano: Os defensores da doutrina da trindade alegam que está havendo um


diálogo entre as Pessoas da Divindade.

“Disse o Senhor ao Meu Senhor: Assenta-Te à Minha direita, até que Eu ponha os Teus
inimigos por escabelo dos Teus pés.” Salmos 110:1.

Que diz a Bíblia?

Esta passagem bíblica revela um fato futuro. Após cumprir com a Sua missão na Terra, Jesus
subiu ao Céu e Se assentou à direita de Deus. (Atos 7:56). O apóstolo Paulo fala a esse
respeito:

“...Cristo Jesus é quem morreu, ou antes quem ressurgiu dentre os mortos, o qual está à direita
de Deus, e também intercede por nós.” Romanos 8:34.

Todo o contexto fala de uma profecia a se cumprir na Pessoa do Messias vindouro. Basta ler um
pouco adiante;

“...Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.” Salmos 110:4.

O livro de Hebreus trata sobre esse assunto, identificando Jesus Cristo em Sua função de Sumo
Sacerdote (Hebreus 7).

A passagem de Salmos 110:1 não identifica à Jesus como sendo uma divindade. As palavras de
Pedro não deixam dúvidas:

“Ora, a este Jesus, Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. De sorte que,
exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou
isto que vós agora vedes e ouvis. Porque Davi não subiu aos céus, mas ele próprio declara:
Disse o Senhor ao Meu Senhor: Assenta-Te à Minha direita, até que Eu ponha os Teus inimigos
por escabelo de Teus pés. Saiba pois com certeza toda a casa de Israel que a esse mesmo
Jesus, a quem vós crucificastes, Deus O fez Senhor e Cristo.” Atos 2:32-36.

Podemos comparar essa passagem com a de Atos 5:30-31:

“O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, suspendendo-O no madeiro;
sim, Deus, com a sua destra, O elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o
arrependimento e remissão de pecado.” Atos 5:30-31.

Deixamos algumas indagações aos defensores da doutrina da trindade:

1. Eles crêem que Jesus é Deus. Por que, segundo o texto acima, o Seu Pai teve que
ressuscitá-Lo dentre os mortos? Jesus não teria ressuscitado através o Seu próprio poder?

2. Para os que defendem a doutrina da trindade, Jesus é Deus. Quem é esse Deus que elevou à
Jesus para ser Príncipe e Salvador? Para eles Jesus não deveria voltar a ocupar a posição de
Deus?

2.4 - Isaías 25:9

Argumento Trinitariano: Os defensores da doutrina da trindade ensinam que Jesus é o esperado


Deus que se manifestará na segunda vinda. Eles se baseiam nos seguintes textos:

“E naquele dia se dirá: Eis que este é o nosso Deus; por Ele temos esperado, para que nos
salve. Este é o Senhor, por Ele temos esperado; na Sua salvação gozaremos e nos
alegraremos.” Isaías 25:9.

“Aguardando a bem aventurada esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e


Salvador Cristo Jesus.” Tito 2:13.

O que diz a Bíblia?

OBSERVAÇÃO: Os dois versos apresentados pelos defensores da doutrina da trindade não se


referem ao mesmo evento.

a) Analisaremos em primeiro lugar a passagem bíblica de Isaías 25:9. Para entendê-la, temos
que ler a passagem anterior e lá encontramos a resposta quanto ao momento em que se dará o
encontro de Deus com Seu povo:

“Aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor Deus as lágrimas de todos os
rostos, e tirará de toda a terra o opróbrio do Seu povo; porque o Senhor o disse.” Isaías 25:8.

Quando será aniquilada a morte para sempre? É evidente que a morte não será aniquilada na
segunda vinda do Messias. Ela será aniquilada no final do milênio. O apóstolo Paulo diz que é
necessário que Jesus, “reine até que haja posto todos os inimigos debaixo de Seus pés. Ora, o
último inimigo a ser destruído é a morte.” I Coríntios 15:25-26. “Então virá o fim quando Ele
entregar o reino a Deus o Pai, quando houver destruído todo domínio, e toda autoridade e todo
poder.” I Coríntios 15:24. O que o apóstolo Paulo quer dizer é que Jesus irá reinar e ao terminar
o Seu reinado, quando a Terra estiver toda regenerada, quando os inimigos de Deus estiverem
todos destruídos (Satanás, seus anjos e os ímpios) e quando a morte estiver aniquilada para
sempre, então será o fim da era do pecado e da morte. Isto ocorrerá no final do milênio. A Terra
então estará preparada para receber a Santa Cidade, a Nova Jerusalém, que descerá do Céu. É
o momento de Jesus entregar o reino ao Seu Pai, o Deus Todo Poderoso, o qual passará a
habitar junto com o Seu povo para todo o sempre. O profeta João descreve esse momento
maravilhoso da seguinte maneira:

“E vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que descia do céu da parte de Deus, adereçada como
uma noiva ataviada para o seu noivo. E ouvi uma grande voz, vinda do trono que dizia: Eis que
o tabernáculo de Deus está com os homens, pois com eles habitará e eles serão o Seu povo e
Deus mesmo estará com eles.” Apocalipse 21:2-3.

Dá para observar que Deus se fará presente junto ao Seu povo, somente após a descida da
nova Jerusalém. Somente então Ele habitará com eles. Em seguida o profeta João repete a
profecia de Isaías 25:8:

“Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto,
nem lamento, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas.” Apocalipse 21:4.

É o Senhor Deus, o Pai de Jesus, é que vai enxugar as lágrimas. Livres finalmente da morte e
da dor, os salvos finalmente poderão exclamar ao Deus Todo Poderoso, o Pai de Jesus:

“...Eis que este é o nosso Deus; por ele temos esperado, para que nos salve. Este é o Senhor;
por Ele temos esperado; na Sua salvação gozaremos e nos alegraremos.” Isaías 25:9

b) Analisaremos agora o outro texto apresentado pelos trinitarianos – Tito 2:13.

OBSERVAÇÃO: O apóstolo Paulo não cria na trindade. Ele não deixa dúvidas em todos os seus
escritos quanto à sua crença num só Deus. Talvez seja interessante rever o texto escrito pelo
apóstolo Paulo: “Todavia para nós há um só Deus, o Pai...” I Coríntios 8:6. Ele deixou registrado
que o seu Deus é o Pai de nosso Senhor Jesus.

Partindo desse princípio, analisaremos agora o que o apóstolo Paulo escreveu no início de sua
epístola endereçada a Tito:

“A Tito, meu verdadeiro filho segundo a fé que nos é comum, graça e paz da parte de Deus Pai,
e de Cristo Jesus, nosso Salvador.” Tito1:4.

Se Paulo estivesse apresentando à Jesus como sendo “nosso grande Deus”, estaria em
contradição consigo mesmo. O apóstolo Paulo sempre se mantinha fiel às orientações de Deus.

O texto que está sob análise aparece da seguinte forma em outras traduções:

“Aguardando a bem aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e de


nosso Salvador Jesus Cristo.” Tito 2:13.

Esta tradução está de acordo com as que foram preparadas por notáveis eruditos dos idiomas
originais, extraídas do original grego:

The New Testament, por Cornelius Nary, 1719.


The New Testament in Greek and English, por Daniel Mace, Londres, 1729.
The New Testament, translated from the text of JJ Griesbach, Londres 1840.
The New Tesament, translated from the Greek text of Tischendorf, USA, 1869.

Falando da Sua segunda vinda, o Senhor Jesus apresentou um detalhe muito importante:

“Porque o Filho do homem há de vir na glória de Seu Pai, com os Seus anjos...” Mateus 16:27

Esse foi o entendimento do apóstolo Paulo ao se referir sobre “o aparecimento da glória do


grande Deus.”

Tentar provar a divindade de Jesus através o texto de Tito 2:13 é desconhecer os escritos do
apóstolo Paulo. Ele foi um defensor de uma verdade e cria que Deus é o Pai de nosso Senhor
Jesus. Muitos textos escritos por ele, confirmam esse entendimento:

“Graça seja convosco, e paz, da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” I Coríntios
1:3.

“Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem nós
vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual existem todas as coisas, e por Ele nós
também.” I Coríntios 8:6.

“Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê o espírito de sabedoria
e de revelação no pleno conhecimento dEle.” Efésios 1:17.

“Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos.” Efésios 4:6.

“Sempre dando graças por tudo a Deus, o Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.” Efésios
5:20.
“Graças damos a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, orando sempre por vós.”
Colossenses 1:3.

A verdade é que ao longo dos séculos o inimigo de Deus serviu-se de agentes humanos para
praticar seus mais cruéis ataques contra a Palavra de Deus.

2.5 - João 10:33

Argumento trinitariano: Os defensores da doutrina da trindade utilizam esse texto para provar
que Jesus Se dizia Deus. Citam depois João 8:58.

“Responderam-Lhe os judeus: Não é por nenhuma obra boa que vamos apedrejar-Te, mas por
blasfêmia; e porque, sendo Tu homem, Te fazes Deus.” João 10:33.

“Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, Eu
sou.” João 8:58.

O que diz a Bíblia?

O Senhor Jesus nunca disse que Ele era Deus. Ele sempre Se apresentava como Filho de
Deus. O texto de João 10:33 registra uma acusação falsa contra Jesus por parte de alguns
líderes judeus. Lendo um pouco adiante, Jesus não disse ser Deus e nem disse ser Deus Filho.
Transcrevemos a seguir o que Jesus disse para eles:

“Àquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, dizeis vós: Blasfemas; porque Eu disse:
Sou Filho de Deus?” João 10:36.

Os trinitarianos atualmente fazem a mesma coisa que esses líderes judeus. Ensinam falsamente
que Jesus é DEUS.

A expressão “Eu sou” usada por Jesus, conforme o texto de João 8:58, não prova que Jesus é
Deus. Precisamos entender o contexto. Novamente um grupo de judeus se envolveu para
acusar Jesus:

Disseram-Lhe os judeus. Agora sabemos que tens demônio. Abraão morreu, e também os
profetas; e Tu dizes: Se alguém guardar a Minha palavra, nunca provará a morte! Porventura és
Tu maior do que nosso pai Abraão, que morreu? Também os profetas morreram; quem
pretendes Tu ser? Respondeu-lhes Jesus: ...Abraão, vosso pai, exultou por ver o Meu dia; viu-o
e alegrou-se.” João 8:52-56.

Entre os heróis da fé, encontramos o nome do patriarca Abraão, que, embora não tendo
alcançado as promessas, viu-as e saudou-as (Hebreus 11:13). Cada vez que um cordeiro era
sacrificado, ali estava representado o Messias vindouro. Os profetas aguardaram com muita
ansiedade a vinda futura do Messias. Abraão teve o privilégio, através da fé, contemplar a
primeira vinda do Messias.
No verso 57 os judeus entenderam mal o que Jesus havia dito, crendo que Ele havia declarado
ser contemporâneo de Abraão. Jesus, porém, reafirma Sua absoluta preeminência no plano de
Deus com a surpreendente declaração:
“Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse Eu sou.” João 8:58.
O que Jesus queria dizer era: EU SOU O MESSIAS!
O propósito de João escrever seu evangelho é para provar que Cristo (o Messias) é o Filho de
Deus (João 20:31). Ao Jesus dizer “Eu sou” não significa que Ele estava se auto-declarando
como DEUS. A evidência nos mostra que a frase “EGO EIMI” traduzida por “EU SOU”, conforme
encontrada em João 8:58, significa “eu sou aquele” ou “aquele em questão”. Um texto onde esta
mesma palavra é utilizada, encontramos em João 9:9:
“Uns diziam: É ele. E outros: Não é, mas se parece com ele. Ele dizia: Eu sou.” João 9:9.
De acordo com este texto, o homem cego se identifica a si mesmo dizendo: EU SOU (“Eu sou a
pessoa a qual estão buscando” ou “eu sou aquele”). Quando Jesus utilizava a frase “EU SOU”,
Ele queria dizer o seguinte: “Eu sou esse (Filho do homem)” ou “Eu sou (o Messias)”.
2.6 - João 1:1
Argumento trinitariano: Os trinitarianos ensinam que João inicia o seu evangelho apresentando
Jesus como sendo Deus.
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” João 1:1.
O que diz a Bíblia?
Observação: João, o autor do evangelho que levou o seu nome, escreveu que esse livro foi
escrito para que “creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e para que crendo, tenhais vida
em Seu nome.” João 20:31. Não seria contraditório o apóstolo João logo no primeiro capítulo de
seu livro ensinar o contrário, isto é, que Jesus é Deus?
Em diversas traduções bíblicas há uma distorção. O texto originalmente fala “Deus era a
Palavra” e não como está escrito atualmente: “A Palavra era Deus”. O texto original foi escrito no
idioma grego da seguinte maneira:
“en [NO] arch [PRINCÍPIO] hó [ERA] o [A] logos [PALAVRA] kai [E] o [A] logos [PALAVRA] hó
[ESTAVA] próston [EM] tón [O] yeon [DEUS] kai [E] yeov [DEUS] hó [ERA] o [A] logos
[PALAVRA] outov [ESTA] hó [ESTAVA] en [NO] arch [PRINCÍPIO] próston [EM] tón [O] yeon
[DEUS]”.

Tradução:

“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava no Deus, e Deus era a Palavra. Esta estava no
princípio no Deus”.
A frase em latim de João 1:1 também lê-se da seguinte forma: DEUS ERAT VERBUM (Deus era
o verbo). Neste caso a palavra “DEUS” está no nominativo, portanto, “Deus” é o sujeito da
oração. Quando dizemos “Deus era a Palavra”, o sujeito da frase é “Deus”. Mas quando
dizemos “A Palavra era Deus”, o sujeito da frase passa a ser “A Palavra” e lhe damos um
atributo – “Ser Deus” - o que não está escrito no original grego e nem no latim.
Se formos ao livro do Gênesis vamos ver que todas as coisas foram criadas através da palavra
de Deus. Por exemplo: “Disse Deus: Haja luz. E houve luz”. Gênesis 1:3 Se admitirmos que o
verbo estava com Deus e o verbo era Deus, como está na maioria das traduções, então temos
dois deuses e não um, porque mesmo a doutrina da trindade admite que ela e composta por
pessoas distintas. Sendo assim, quebra-se o monoteísmo bíblico.
Mesmo que alguns tradutores teimem em colocar o artigo indefinido – “um” - entre colchetes
antes da palavra “Deus” (Ex.: E a Palavra era (um) Deus), no entanto, admitem que na
construção em grego não existe tal "artigo indefinido antes de THÉOS" (Deus). Eles cometem o
mesmo erro da maioria das traduções, ou seja, invertem o sentido da frase na tradução,
alterando, portanto, o seu significado e atribuindo ao LOGOS (Palavra) uma pessoalidade, não
uma característica. O LOGOS de João no Novo Testamento tem as mesmas características do
DAVAR do Antigo Testamento, o qual possui uma dimensão que comunica um pensamento,
uma intenção, ou seja , a palavra que cria e guia a história (ver Isaías 55:10-11).
Esta leitura da passagem de João 1:1 em nossas traduções, fornece suporte vital para a
doutrina tradicional da Trindade, em partes iguais pelo Pai e o Filho desde a eternidade.
Parafraseando, as versões às vezes vão muito além do original em grego. As versões
contemporâneas interpretam este texto para dizer que dois seres estavam presentes no início.
Sem dúvida, de acordo com essa tradução, a palavra seria equivalente a um eterno Filho. Seria
certamente entendido neste sentido por aqueles que foram educados nos concílios pós-
bíblicos.
Mas por que os leitores pulam de "palavra" para "filho"? O texto simplesmente diz: "No princípio
era a palavra"; não diz "No princípio era o Filho". A substituição de "Filho" para "palavra", que
para milhões de leitores parece ser um reflexo automático, teve dramáticas conseqüências. Ela
tem exercido uma poderosa, mesmo hipnotizante influência sobre os leitores da Bíblia. João
escreveu: "No princípio era a palavra". Ele não disse: "No princípio era o Filho de Deus". Não há,
de fato, nenhuma menção direta ao Filho de Deus, até chegarmos ao versículo 14, onde "a
palavra se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, a glória do Filho único, cheio de
graça e de verdade." Antes do versículo 14 estamos no mesmo âmbito como falaram os pré-
cristãos sobre a sabedoria. Estamos tratando com PERSONIFICAÇÕES em lugar de pessoas,
AÇÕES PERSONIFICADAS DE DEUS em lugar de um Ser Divino individual como tal. O ponto
está obscurecido pelo fato de que temos que traduzir LOGOS como VERBO (ELE) através do
texto. Porém se traduzirmos LOGOS como "MANIFESTAÇÃO OU EXPRESSÃO DE DEUS" se
fará mais evidente, pois o texto não tem a intenção de que se pense no LOGOS dos versos 1 a
13 como um ser divino pessoal.
A ambigüidade no grego (DI AUTOU), "por ela" ou "por ele" de João 1:3 permite uma palavra
"impessoal" antes de Jesus nascer. A ambigüidade surge quando algo que está sendo dito
admite mais de um sentido, comprometendo a compreensão do conteúdo. Isso pode suscitar
dúvidas no leitor e levá-lo a conclusões equivocadas na interpretação do texto. Assim como a
impessoalidade da “palavra” está sugerida no texto de João 1:1, assim ocorre com “vida eterna”
em I João 1:2:
“Pois a vida foi manifestada, e nós a temos visto, e dela testificamos, e vos anunciamos a vida
eterna, que estava com o Pai, e a nós foi manifestada.” I João 1:2.
A "vida eterna" impessoal que estava com o PAI (PROS TON THEON), isto é, a promessa da
vida eterna que seria provida por Cristo. Pedro parece fazer eco da mesma idéia quando
descreve Jesus como o Cordeiro de Deus que foi "predestinado antes da fundação do mundo,
porém manifestado nestes últimos dias" (1 Pedro 1:20).
Uns versículos antes, ele usa o mesmo conceito de predestinação ao falar do plano de Deus
para chamar os cristãos à salvação:
“Eleitos segundo a presciência de Deus Pai...” I Pedro 1:2.
A aplicação deste conceito a Jesus no verso 20 indica uma "preexistência ideal" nos eternos
conselhos de Deus e não uma existência real em outra dimensão antes de seu nascimento
como ser humano. Um paralelo interessante ocorre no livro do Apocalipse, onde todas as coisas
"são e foram criadas" por Deus:
“...porque Tu criaste todas as coisas, e por Tua vontade são e foram criadas.” Apocalipse 4:11.
Esta frase sugere que todas as coisas que são, existiram primeiro na vontade eterna de Deus e
por essa vontade vieram à sua real existência no seu devido tempo.
O significado de “palavra”
PALAVRA (Gr. logos) - (1) A expressão do pensamento; não o mero nome de um objeto: (a)
encarnando uma concepção ou idéia (por exemplo, em Lucas 7:7; I Coríntios 14:9,19); (b) Um
dito ou afirmação. (c) Discurso, prática, dito de instrução. (Dicionário Expositivo de Vine).
PALAVRA (Gr. Logos) - Do ato de falar. Palavra proferida a viva voz que expressa uma
concepção ou idéia. O que alguém disse. Discurso, doutrina, ensino. (Léxico Grego de Strong).
PALAVRA (Heb. Davar) - Ocorre cerca de 1455 vezes. Em contextos jurídicos, significa disputa
(Êxodo 18:16, 19; 24:14), acusação, sentença, a alegação, transferência e disposição... [caso
contrário o pedido], decreto, a conversa, o relatório, o texto de uma carta, letra de uma canção,
promessa, anais de eventos, mandamento, plano (Gênesis 41:37; II Samuel 17:14, II Crônicas
10:4; Ester 2:2; Salmos 64:5, 6; Isaías 8:10), a língua ... Daniel 9:25: decreto de um rei;
[também:] coisa, assunto ou evento.
OBSERVAÇÃO: Pessoa literal não é encontrada em nenhuma das definições acima para
LOGOS.

2.7 - Isaías 9:6

Argumento trinitariano: Os trinitarianos ensinam que Jesus é o Deus forte e o Pai Eterno,
conforme está relatado em Isaías 9:6.
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os Seus ombros;
e o Seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai Eterno, Príncipe da Paz.” Isaías
9:6.
O que diz a Bíblia?

De acordo com a Bíblia Hebraica, baseada nos textos originais, esse verso bíblico encontra-se
registrado da forma seguinte:

“Pois nasceu entre nós uma criança, um filho nos foi dado. E sobre seus ombros estará a
autoridade; por isso o maravilhoso Conselheiro, o Deus Todo Poderoso e Pai Eterno, alcunhou-
o de Príncipe da Paz.” Isaías 9:6.

Como o texto é bem explicativo, não há necessidade de se fazer qualquer comentário a


respeito.

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O que é o Espírito Santo?
Doutrina da Trindade, falsa ou verdadeira? (Parte IV)
1. O ESPÍRITO SANTO NÃO É UMA PESSOA

O Espírito Santo não é uma pessoa distinta do Pai e do Filho. O Espírito Santo é impessoal, não
é parte de uma trindade. É sim, a energia divina através da qual, Deus realiza Suas obras.

1.1 – O Espírito é o Poder de Deus

O Espírito não é uma pessoa distinta do Pai e do Filho porque é o poder de Deus. O Espírito
Santo é o poder impessoal de Deus. Cada obra que Deus executa, é através de Seu poder, ou
Espírito.

Em primeiro lugar precisamos encontrar o verdadeiro significado da palavra “Espírito”. Os


próprios defensores da doutrina da trindade nos esclarecem o assunto, como é o caso de um
renomado teólogo, o qual publicou uma matéria especialmente destinada para professores da
escola bíblica, referente 2o. trimestre de 1999, p. 41, da qual extraímos o seguinte:

“No Antigo Testamento, a palavra hebraica ‘ruach’ aparece 377 vezes e é traduzida como
‘vento’, ‘fôlego’ ou ‘espírito’, ‘princípio vital’, ‘coragem’, ‘vitalidade’ ou ‘força’, ‘disposição’ e
‘caráter moral’. ...Essa palavra também é traduzida como ‘Espírito de Deus’. No Novo
Testamento, a palavra grega ‘pneuma’ é igualmente traduzida como ‘espírito’ ou ‘respiração’.
Também significa ‘atitude’ ou ‘estado de espírito’. Da mesma forma que ‘ruach’, algumas vezes
é traduzida como ‘Espírito do Senhor.”...Nem no Antigo nem no Novo Testamento ‘ruach’ ou
‘pneuma’ se referem a alguma entidade inteligente capaz de existir independentemente do
corpo.”

1.2 – A Definição de “Espírito” no Velho Testamento

A palavra hebraica “ruach”, encontrada no Velho Testamento é traduzida como “espírito” e


originalmente significa fôlego, vento, sopro e respiração. Aplica-se tanto ao espírito dos animais
quanto ao espírito dos homens, espíritos malignos e Espírito de Deus. Eis alguns exemplos:

a) Ruach = Espírito de homem

“Na verdade há um espírito (ruach) no homem, e o sopro do Todo-Poderoso o faz entendido.” Jó


32:8.

“...fala o Senhor, o que estendeu o céu, e que lançou os alicerces da terra, e que formou o
espírito (ruach) do homem dentro dele.” Zacarias 12:1.

b) Ruach = sopro, respiração

“Enquanto em mim estiver a minha vida, e o sopro (ruach) de Deus nos meus narizes.” Jó 27:3.

“...se lhes cortas a respiração (ruach), eles morrem, e voltam ao seu pó.” Salmos 104:29.

“Os céus por sua palavra se fizeram, e pelo sopro (ruach) de sua boca o exército deles.” Salmos
33:6.

“A sua respiração (ruach) é como a torrente que transborda e chega até ao pescoço.” Isaías
30:28.

c) Ruach = Espírito dos animais

Quando aplicada aos animais, a palavra “ruach” sempre é traduzida como “fôlego de vida” ou
“espírito de vida”:

“Porque estou para derramar águas em dilúvio sobre a terra para consumir toda carne em que
há fôlego (ruach) de vida debaixo dos céus; tudo o que há na terra perecerá.” Gênesis 6:17.

“Entraram para junto de Noé na arca, dois a dois de toda a carne em que havia espírito (ruach)
de vida.” Gênesis 7:15.

“Pois o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais; uma e a
mesma coisa lhes sucede; como morre um, assim morre o outro; todos têm o mesmo fôlego
(ruach); e o homem não tem vantagem sobre os animais; porque tudo é vaidade.” Eclesiastes
3:19.

d) Ruach = Vento

“...Deus fez soprar um vento (ruach) sobre a terra e baixaram as águas.” Gênesis 8:1.

“No princípio, Deus criou o céu e a terra. Ora a terra estava vazia e vaga, as trevas cobriam o
abismo, e um vento (ruach) de Deus pairava sobre as águas.” Gênesis 1:1.

e) Ruach = Mente

“Deu Davi a Salomão, seu filho, a planta do pórtico com as suas casas, ...também a planta de
tudo quanto tinha em mente (ruach), com referência aos átrios da casa do Senhor.” I Crônicas
28:11 e 12.

Fazendo uma comparação de alguns versos bíblicos, descobrimos que o Espírito de Deus é a
própria “mente” de Deus:

Isaías 40:13 – “Quem guiou o Espírito do Senhor? Ou, como seu conselheiro o ensinou?”

Observem que a palavra “Espírito” (ruach) de Isaías 40:13, foi traduzida pelo apóstolo Paulo
como “mente”:

Romanos 11:34 – “Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?”

I Coríntios 2:16 – “Pois, quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir?”

Entendemos desta forma que o “espírito de Jesus” é a mente de Cristo. Todas as instruções
saem da mente de Deus (Pai) e são transmitidas para a mente de Cristo. Este por sua vez
transmite para as nossas mentes as instruções de Deus. Esse entendimento é confirmado pelo
apóstolo Paulo:

“...Deus enviou aos nossos corações o Espírito de Seu Filho.” Gálatas 4:6.

1.3 – Definição de “Espírito” no Novo Testamento

A palavra grega “pneuma” é traduzida no Novo Testamento como “espírito” e tem o mesmo
significado de “ruach” no hebraico, ou seja, é um sinônimo de espírito, fôlego, vento, sopro, ar.
Algumas palavras como pneu, pneumático, pneumonia, etc, todas relacionadas à respiração ou
ao ar, derivam da palavra “pneuma”.

A seguir apresentaremos algumas passagens bíblicas em que a palavra “pneuma” foi usada.
Quando os apóstolos escreveram a palavra “pneuma”, estavam eles se referindo a uma outra
pessoa da divindade? Ou estavam se referindo ao fôlego ou sopro de Deus?

(Ressurreição da filha de Jairo) – “Voltou-lhe o espírito (pneuma), e ela imediatamente se


levantou, e ele mandou que lhe dessem de comer.” Lucas 8:55.

“Porque assim como o corpo sem espírito (pneuma) é morto, assim também a fé sem obras é
morta.” Tiago 2:26.

Obs.: O verso de Tiago reafirma nossa crença sobre a impossibilidade de um espírito (pneuma)
subsistir sem corpo. Segundo a Bíblia, para que uma pessoa tenha vida é necessário o espírito
(pneuma) e o corpo.
O “pneuma” do homem é parte integrante do seu ser. Da mesma forma o “pneuma” de Deus é
parte integrante de Deus, não uma outra pessoa.

Há um texto bíblico que deixa os defensores da doutrina da trindade bastante incomodados e


muito mais incomodados ficam aqueles que combatem a religião Espírita, que prega que é
possível o espírito (pneuma) existir independentemente ou separadamente do corpo do seu
possuidor:

“Porque qual dos homens sabe as coisas do homem senão o seu próprio espírito (pneuma) que
nele está? Assim também as coisas de Deus ninguém as conhece, senão o Espírito (pneuma)
de Deus.” I Coríntios 2:11.

Se o Espírito (pneuma) de Deus é uma pessoa ou entidade consciente que vive separadamente
do corpo do possuidor, então o “pneuma” do homem também o é. Este é um conceito espírita.
Ao escrever “assim também”, o apóstolo Paulo faz uma comparação e liga os dois pneumas. O
apóstolo Paulo usou a mesma linguagem quando escreveu aos Romanos:

“Pois todos os que são guiados pelo Espírito (pneuma) de Deus são filhos de Deus. ...O próprio
Espírito (pneuma) testifica com o nosso espírito (pneuma) que somos filhos de Deus.” Romanos
8:14 e 16.

Esclarecemos que a palavra “pneuma” extraída do original grego não diferencia o espírito do
homem do Espírito de Deus através de letras minúsculas e maiúsculas.

Se o Espírito (pneuma) de Deus é uma pessoa, então o Espírito (pneuma) de Cristo é outra
pessoa. Como os trinitarianos explicam isto?

“Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito (pneuma), se é que o Espírito (pneuma) de
Deus habita em vós. E se alguém não tem o Espírito (pneuma) de Cristo, esse tal não é dele.”
Romanos 8:9.

O fato é que o Pai e o Filho são duas pessoas distintas, mas compartilham do mesmo espírito
ou em outras palavras do mesmo poder. Por isso Jesus disse o seguinte:

“Eu e o Pai somos um.” João 10:30.

Da mesma forma podemos ser um com Deus e com Cristo se recebermos em nós o Espírito
(pneuma) de Deus. Isso Jesus deixou claro em sua oração relatada em João 17:21:

“A fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em
nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.” João 17:21.

O plano de Deus é que sejamos um com Ele e com o Pai. Não fisicamente falando, mas que
sejamos uma unidade espiritual, ou seja, que tenhamos o mesmo Espírito (pneuma) de Deus e
de Cristo, mesmo sendo pessoas diferentes:

“Mas aquele que se une ao Senhor é um só espírito com Ele.” I Coríntios 6:17.

1.4 – A palavra “Espírito” é neutra

O Espírito não é uma personalidade porque a palavra grega “pneuma”, traduzido Espírito, é
neutra, em gênero. Artigos e pronomes referentes à essa palavra também são neutros.

1.5 – Símbolos impessoais

O poder impessoal de Deus, o Espírito Santo, é designado na Bíblia por símbolos impessoais.
Eis alguns:

a) Vento
“O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai;
assim é todo aquele que é nascido do Espírito.” João 3:8.

“E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a
casa em que estavam assentados.” Atos 2:2.

b) Fogo

“E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após
mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar, Ele vos batizará com o
Espírito Santo, e com fogo.” Mateus 3:11.

c) Água

“E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem
sede, venha a Mim, e beba. Quem crê em Mim, como diz a Escritura, rios d’água viva correrão
do seu ventre. E isto disse Ele do Espírito que haviam de receber os que nele crescem; porque
o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.” João 7:37-39.

d) Óleo

“Tu amas a justiça e aborreces a impiedade; por isso Deus, o teu Deus te ungiu com óleo de
alegria, mais do que a teus companheiros.” Salmos 45:7.

“O Espírito do Senhor Jeová está sobre mim; porque o Senhor me ungiu, para pregar boas
novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos
cativos, e a abertura de prisão aos presos.” Isaías 61:1.

e) Selo

“Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa
salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa.”
Efésios 1:13.

f) Pomba

“E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito
de Deus descendo como pomba e vindo sobre Ele.” Mateus 3:16.

g) Lâmpadas

“E do trono saíam relâmpagos, e trovões, e vozes; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de
fogo, as quais são os sete Espíritos de Deus.” Apocalipse 4:5.

h) Fôlego

“Tudo o que tinha fôlego de espírito de vida em seus narizes, tudo o que havia no seco, morreu.”
Gênesis 7:22.

1.6 – Características Impessoais

As características impessoais do Espírito revelam-no como o poder de Deus e não como uma
personalidade.

1.6.1 - O Espírito pode ser derramado

“Até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto; então o deserto se tornará em campo fértil,
e o campo fértil será reputado por um bosque.” Isaías 32:15.
“Porque derramarei água sobre o sedento, e rios sobre a terra seca; derramarei o Meu Espírito
sobre a tua posteridade, e a Minha bênção sobre os teus descendentes.” Isaías 44:3.

“E há de ser que depois, derramarei o Meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas
filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos mancebos terão visões.” Joel 2:28.

“E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do Meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e
os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos mancebos terão visões, e os vossos
velhos sonharão sonhos.” Atos 2:17.

“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a Sua misericórdia, nos
salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente
Ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador.” Tito 3:5-6.

“De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito
Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis.” Atos 2:33-34.

1.6.2 - O Espírito pode ser assoprado

“E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.” João 20:22.

1.6.3 - O Espírito pode encher pessoas

“E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a
casa em que estavam assentados. ...E todos foram cheios do Espírito Santo, ...” Atos 2:2-4.

“E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito.” Efésios
5:18.

1.6.4 - Jesus foi ungido com este poder

“Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o que andou fazendo
bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele.” Atos 10:38.

1.6.5 - Homens foram batizados nele

“...mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de
levar; Ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo.” Atos 3:11.

“Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo;
não muito depois destes dias.” Atos 1:5

“Pois todos nós fomos batizados em um Espírito formando um corpo, quer judeus, quer gregos,
quer servos, quer livres, ....” I Coríntios 12:13.

1.6.6 - As pessoas beberam dele

“...e todos temos bebido de um Espírito.” I Coríntios 12:13.

1.6.7 – O Espírito é comparado ao vento que sopra

“O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai;
assim é todo aquele que é nascido do Espírito.” João 3:8.

O Espírito Santo é, portanto, impessoal. Perguntamos: Pode uma pessoa ser derramada,
espargida, assoprada? O Espírito não é uma pessoa.
1.7 – O Espírito Santo não tem um nome pessoal

O Espírito demonstra-se impessoal pelo fato de ele não possuir um nome pessoal. Deus é uma
Pessoa: Seu nome é: YAHWEH; nosso Salvador é uma Pessoa: Seu nome é: YESHUA . Qual é
o nome do Espírito? O Espírito não é uma pessoa, por isso não tem um nome pessoal. O
Espírito não é uma personalidade.

1.8 – Nenhuma prece dirigida ao Espírito Santo

O Espírito Santo não é uma pessoa, porque em toda a Bíblia não há sequer uma oração ou
canção de louvor, ou exclamação endereçada a ele. Nem há um preceito sequer que autorize
dentro da Bíblia tal oração ou hino de louvor. Em nenhum lugar nas Escrituras Sagradas somos
nós ensinados a amar, honrar ou louvar o Espírito Santo ou a orar por sua assistência. Por que
a Bíblia não nos orienta nesse sentido, se o Espírito Santo é uma pessoa como o Pai e o Filho?

O Espírito Santo não é mencionado nos hinos de adoração no Apocalipse. Os únicos


mencionados são: Deus (o Pai de nosso Senhor Jesus) e Jesus Cristo (Cordeiro).

“...Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra,
e glória, e poder para todo o sempre.” Apocalipse 5:13.

“E clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono,
e ao Cordeiro.” Apocalipse 7:10.

Se o Espírito Santo é a terceira pessoa da trindade, por que a Bíblia o omite e não o inclui com o
Pai e o Filho?

1.9 – O Espírito Santo não é incluído nas saudações apostólicas

O poder de Deus, o Espírito, geralmente não é mencionado juntamente com Deus e Jesus nos
cumprimentos e saudações apostólicas nas Epístolas Neo-Testamentárias. O Espírito não é
mencionado em nenhuma das saudações das Epístolas de Paulo:

“A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus
nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” Romanos 1:7.

“Graça e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” I Coríntios 1:3.

“Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai e da do Senhor Jesus Cristo.” II Coríntios 1:2.

“Graça e paz da parte de Deus Pai e da de nosso Senhor Jesus Cristo.” Gálatas 1:3.

“A vós graça, e paz da parte de Deus nosso Pai e da do Senhor Jesus Cristo.” Efésios 1:2.

“Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai e da do Senhor Jesus Cristo.” Filipenses 1:2.

“Aos santos e irmãos fiéis em Cristo, que estão em Colossos. Graça a vós, e paz da parte de
Deus nosso Pai e da do Senhor Jesus Cristo.” Colossenses 1:2.

“Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus, o Pai, e no Senhor Jesus
Cristo; Graça e paz tenhais de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.” I Tessalonicenses
1:1.

“Graça e paz a vós da parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo.” II
Tessalonicenses 1:2.

“A Timóteo meu verdadeiro filho na fé; graça, misericórdia e paz da parte de Deus nosso Pai e
da de Cristo Jesus, nosso Senhor.” I Timóteo 1:2.
“A Timóteo, meu amado filho; graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai, e da de Cristo
Jesus, Senhor nosso.” II Timóteo 1:2.

“A Tito, meu verdadeiro filho, segunda a fé comum, graça, misericórdia, e paz da parte de Deus
Pai, e da do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador.” Tito 1:4.

“Graça a vós e paz da parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo.” Filemon 3.

Deus e Jesus são mencionados juntos repetidamente. Se Paulo sabia da existência de uma
terceira pessoa de quem a graça deveria ser recebida, porque não solicitou ele por isso, a seu
favor, em conexão com o Pai e Seu Filho?

Notem também as palavras de abertura das epístolas escritas pelos outros escritores:

“Tiago, servo de Deus, do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que andam dispersas, saúde.”
Tiago 1:1.

“Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus, e de Jesus nosso Senhor.” II
Pedro 1:2.

“O que vimos e ouvimos isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e
a nossa comunhão é com o Pai, e com Seu Filho Jesus Cristo.” I João 1:3.

“Graça, misericórdia, paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai,
seja convosco na verdade e caridade.” II João 3.

“Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados, queridos em Deus Pai, e
conservados por Jesus Cristo.” Judas 1.

Todos estes mencionam Deus e Jesus, mas não o Espírito Santo. O Espírito é mencionado em I
Pedro 1:2 não como uma pessoa. O apóstolo simplesmente afirma que o poder manifesto de
Deus, o Espírito, é o agente que santifica os eleitos:

“Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito para a obediência e


aspersão do sangue de Jesus Cristo; graça e paz vos seja multiplicada.” I Pedro 1:2.

Uma outra passagem na qual o Espírito é mencionado é II Coríntios 13:13:

“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com
todos vós.” II Coríntios 13:13.

Os trinitarianos afirmam que o Pai é sempre o primeiro, o Filho sempre o segundo, e o Espírito
sempre o terceiro. Os apóstolos, entretanto, parecem jamais ter ouvido sobre a regra trinitária. É
interessante notar que neste verso Jesus é mencionado primeiro, Deus é mencionado em
segundo, e o Espírito em último. Neste texto Jesus e Deus são representados como Pessoas. O
Espírito é revelado como o poder de Deus. Paulo não ensinou a trindade nesta bela bênção. Ele
desejava que estes experimentassem os benefícios da graça de Cristo. Ele também desejava
que os crentes de Corinto entrassem nas bênçãos resultantes do amor de Deus, assim como,
desfrutar da comunhão espiritual com Deus, Seu Filho e irmãos, o que é possível somente
através da operação do poder de Deus, o Espírito Santo.

IMPORTANTE: Notem que Paulo mencionou a comunhão do Espírito Santo, não a comunhão
com o Espírito Santo. Os crentes têm comunhão com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo,
porque o Pai e o Filho são Pessoas, ao passo que os crentes não podem ter comunhão com o
Espírito, pois este não é uma pessoa. Na verdade, os cristãos experimentam comunhão do
Espírito, mas não com o Espírito.

Assim, esta bênção de Paulo na realidade não ensina de modo algum a existência de uma
trindade. Nem tampouco I Pedro 3:18, outro texto encontrado na Bíblia e freqüentemente usado
pelos trinitarianos.
1.10 – O Espírito Santo não é mencionado como estando entronado ou reinando

A Bíblia representa a Deus o Pai, sentado sobre Seu Trono e Jesus assentado à Sua mão
direita. O Pai e o Filho são ligados no julgamento e na redenção. O reino vindouro é o reino de
Deus e de Seu Cristo. Na nova Terra são mencionados apenas os tronos de Deus e do
Cordeiro. Não há menção alguma do Espírito como sendo uma pessoa ou como um ser
assentado num trono.

“Ao que vencer, Eu lhe concederei que se assente comigo no Meu trono; assim como Eu venci,
e Me assentei com Meu Pai no Seu trono.” Apocalipse 3:21.

“...buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está, assentado à mão direita de Deus.”
Colossenses 3:1.

“Ora, do que estamos dizendo, o ponto principal é este: Temos um Sumo Sacerdote tal, que se
assentou nos céus à direita do trono da Majestade.” Hebreus 8:1.

“Fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, ...e está assentado à direita do
trono de Deus.” Hebreus 12:2.

“...Cristo Jesus é quem morreu, ou antes quem ressurgiu dentre os mortos, o qual está à direita
de Deus, e também intercede por nós.” Romanos 8:34.

“E clamavam com grande voz: Salvação ao nosso Deus, que está assentado sobre o trono, e ao
Cordeiro.” Apocalipse 7:10.

“E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: O reino do
mundo passou a ser de nosso Senhor e do Seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.”
Apocalipse 11:15.

“E olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o Monte Sião, e com Ele cento e quarenta e quatro mil,
que traziam na fronte escrito o nome dEle e o nome de Seu Pai.” Apocalipse 14:1.

“E mostrou-me o rio da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do
Cordeiro.” Apocalipse 22:1.

“Alí não haverá jamais maldição. Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos O
servirão.” Apocalipse 22:3.

1.11 – O Espírito Santo não é relacionado com o Pai como sendo uma pessoa

A relação entre o Espírito Santo e o Pai não é como de uma pessoa para outra. A relação entre
o Espírito e o Pai é como de um poder para com uma pessoa. O Espírito é o poder de Deus. Se
considerarmos o Espírito de Deus como sendo uma pessoa, também deveremos considerar
outros atributos de Deus como sabedoria e amor como pessoas, igualmente.

Outro ponto a considerar é que o Pai diz: “Tu” ao Filho e o Filho diz “Tu” ao Pai, mas, nenhum
deles diz “Tu” ao Espírito Santo. O Pai ama o Filho, e o Filho ama ao Pai, mas nenhum dEles é
mencionado “amando o Espírito Santo”.

Na Bíblia o Pai nunca é chamado de “a primeira pessoa” e o Filho nunca é chamado de


“segunda pessoa”. A Bíblia denomina o Pai, como Deus Todo-Poderoso, Altíssimo e Único
Deus. Jesus é chamado de Filho de Deus, Salvador, Mediador, Advogado, Cordeiro, etc.

2 – ARGUMENTOS TRINITARIANOS CONSIDERADOS

2.1 – Mateus 28:19

Argumento trinitariano: Os trinitarianos ensinam que todo o crente que é batizado, nasce sob o
poder da trindade.

“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo.” Mateus 28:19.

O que diz a Bíblia?

Mesmo que este texto, da forma como se apresenta nas Bíblias de nossos dias, não prove que
haja mais de um Deus (o Pai), é utilizado por muitas pessoas como evidência de que devamos
batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

a) – Os discípulos não batizaram em nome da trindade

Segundo os trinitarianos, o texto nos sugere que Jesus ordenou aos discípulos que batizassem
em nome de três pessoas. Todavia, ao lermos a Palavra de Deus, ocorreu algo intrigante com
relação ao cumprimento da ordem de Jesus por parte dos discípulos:

“Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus


Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.” Atos 2:38.

Pedro pregou o arrependimento e conclamou aos judeus para que fossem batizados, não em
nome de três pessoas, como supostamente ensinava o texto de Mateus 28:19, mas “em nome
de Jesus”. De onde tirou Pedro essa ordem para pregar o arrependimento e batismo em nome
de Jesus? Naturalmente ele cumpriu uma ordem do próprio Senhor Jesus:

“Então (Jesus) lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras; e lhes disse:
Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia e
que em Seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações,
começando por Jerusalém.” Lucas 24:44-47.

Pedro pregou o arrependimento em nome de Jesus, baseado no texto de Lucas, acima


mencionado. E apelou para os crentes para que se batizassem em nome de Jesus, o que não
está em harmonia com a ordem que aparece nas versões atuais de Mateus 28:19.

Abençoou Deus tal apelo de Pedro? A Escritura relata que sim:

“ ...Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia
de quase três mil pessoas. ... Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos
por intermédio dos apóstolos....E cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo
salvos.” Atos 2: 41, 43.

O batismo registrado em Atos 2:38 não foi o único feito “em nome de Jesus” relatado na Bíblia.
Há outros textos os quais transcrevemos abaixo:

“...mas, somente tinham sido batizados em nome do Senhor Jesus.” Atos 8:16.

“Mandou, pois, que fossem batizados em nome de Jesus Cristo.” Atos 10:48.

“Quando ouviram isso, foram batizados em nome do Senhor Jesus.” Atos 19:5.

“Ou, porventura, ignorais que todos quantos fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados
na Sua morte? Romanos 6:3.

“Porque todos quantos fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo.” Atos 22:16.

“E tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por
Ele graças a Deus Pai.” Colossenses 3:17.

Sabemos pela Bíblia, que Deus nunca abençoa os esforços do homem quando ele está em
desobediência aberta. Como pode ser então que, ordenando Jesus que se batizasse em nome
de três pessoas em Mateus 28:19, Pedro pregasse o batismo somente em nome de Jesus, e
mesmo assim Deus abençoasse sua obra? A resposta é: Deus não o faria, a menos que Pedro
estivesse cumprindo exatamente a ordem que Cristo lhe deu. Sendo isso verdade, o original de
Mateus 28:19 nunca poderia ser o que conhecemos nas Bíblias atuais.

b) – Registros históricos sobre a deturpação do texto

O texto atual deve ser resultante de uma deturpação do texto original feita em alguma época do
passado, a fim de adaptá-lo ao credo dos concílios de Nicéia e Constantinopla. Para tirar
qualquer dúvida a respeito do assunto, vamos procurar subsídios na história:

“A fórmula batismal foi mudada do nome de Jesus Cristo para as palavras Pai, Filho e Espírito
Santo pela Igreja Católica no segundo século.” Enciclopédia Britânica, 11a. Edição, volume 3,
pp. 365 e 366.

“Sempre nas fontes antigas menciona que o batismo era em nome de Jesus Cristo.”
Enciclopédia Britânica, 11a. Edição, volume 3, p. 82.

“A religião primitiva sempre batizava em nome do Senhor Jesus até o desenvolvimento da


doutrina da trindade no segundo século.” Enciclopédia da Religião – Canney, p. 53.

“O batismo cristão era administrado usando o nome de Jesus. O uso da fórmula trinitariana de
nenhuma forma foi sugerida pela história da igreja primitiva; o batismo foi sempre em nome do
Senhor Jesus até o tempo do mártir Justino quando a fórmula da trindade foi usada.”
Enciclopédia da Religião – Hastings, vol. 2, pp. 377-389 (em inglês).

“É possível que, em sua forma precisa, essa fórmula (Pai, Filho e Espírito Santo) reflita
influência do uso litúrgico posteriormente fixado na comunidade primitiva.” Comentário no
rodapé da Bíblia de Jerusalém.

A história nos prova que a igreja primitiva batizava em nome do Senhor Jesus, até o
aparecimento da doutrina da trindade. E a história também nos diz que a fórmula batismal foi
alterada pela Igreja Romana. Temos outras provas sobre a deturpação do texto original de
Mateus 28:19:

“De acordo com o editor do Christadelphian Monastshefte, Eusébio, entre seus muitos outros
escritos, compilou uma coleção de textos corrompidos das Santas Escrituras, e ‘a mais séria de
todas as falsificações denunciadas por ele é sem dúvida a tradicional passagem de Mateus
28:19.’...

De acordo com Conybeare:

‘Eusébio cita este texto (Mat. 28:19) vez traz vez em obras escritas entre os anos 300 e 336,
nominadamente em seus longos comentários sobre Salmos, Isaías, sua Demonstratio
Evangélica, sua Theophany... em sua famosa história da Igreja... Eu tenho, após uma pesquisa
moderada nestas obras de Eusébio, encontrado dezoito citações de Mateus 28:19, e sempre da
seguinte forma: ‘Ide e fazei discípulos de todas as nações em Meu nome, ensinando-os a
observar todas as coisas, tudo o que Eu vos ordenei’.

... E Eusébio não se contentou meramente em citar o verso nesta forma, mas ele mais de uma
vez comenta sobre ele em uma forma tal que parece querer mostrar quanto ele fixou-se pelas
palavras ‘em Meu nome’. Assim, em sua Demonstratio Evangélica, ele escreve como segue (col.
240, p. 136):

‘Mas ele não os ordenou ‘fazer discípulos de todas as nações’ simplesmente e sem qualificação,
mas com a adição essencial ‘em Meu nome’. Pois tão grande era a virtude vinculada a este
apelo que o Apóstolo diz, ‘Deus lhe deu um nome acima de todo nome, para que ao nome de
Jesus se dobre todo o joelho no céu, e na terra, e sob a terra’. Estava certo, portanto, que ele
deveria enfatizar a virtude do poder residente em seu nome, mas escondido de muitos, e por
isso diz aos seus Apóstolos, ‘Ide, e fazei discípulos de todas as nações em Meu nome’.” (grifos
nossos) (Fonte: A Closer Look at Matthew 28:19, A Study In Textual Criticism, Edited By Mark
Kennicott, 2000, págs. 13, 14)
O texto acima mostra que Eusébio, em seus escritos, citava textos da versão do evangelho de
Mateus que tinha à sua disposição, e os transcrevia como: “batizando-os em Meu nome”, isto é,
em nome de Jesus. Segundo a fonte acima, Eusébio de Cesaréia denunciou a adulteração do
texto de Mateus 28:19. Segundo ele, o texto original não mandava batizar no nome de três
pessoas. Quem foi Eusébio de Cesaréia? Podemos dar crédito às suas afirmações sobre
Mateus 28:19? Vejamos o que diz uma publicação de 1902 sobre ele:

“F. C. Conybeare, no Hibbert Journal, Outubro, 1902


‘Dos autores dos testemunhais escritos do texto do Novo Testamento segundo se encontravam
nos Manuscritos Gregos de 300-340 D.C., nenhum é tão importante quanto Eusébio de
Cesaréia, pois ele viveu na maior Biblioteca Cristã daquela época, aquela que Origen e
Pamphilius, nominadamente, coletaram. Não é exagero dizer que a partir desta simples coleção
de manuscritos em Cesaréia deriva a maior parte da literatura ante-Nicênica remanescente.
Nesta Biblioteca, Eusébio deve ter manuseado habitualmente códigos dos evangelhos duzentos
anos mais antigos que o mais antigo dos grandes manuscritos que temos agora em nossas
bibliotecas’.”. (grifos nossos) (Fonte: A Closer Look at Matthew 28:19, A Study In Textual
Criticism, Edited By Mark Kennicott, 2000, pág. 13).

“No seu ‘Textual Criticism of the New Testament’ Conybeare escreve:

‘É claro, portanto, que dos manuscritos os quais Eusébio herdou do seu predecessor,
Pamphilius, em Cesárea, na Palestina, alguns ao final preservaram a passagem original, nos
quais não havia nenhuma menção do batismo em nome do Pai, Filho e Espírito Santo. Foi
conjecturado por Dr. Davidson, Dr. Martineau, pelo Decano de Westminster, e pelo Prof.
Harnack (para mencionar alguns nomes dentre muitos) que o texto recebido aqui não poderia
conter as próprias palavras de Jesus; isso muito antes de ninguém, exceto Dr. Burgon, que
manteve a descoberta para si, ter notificado a forma do texto apresentada por Eusébio’.” (grifos
nossos) (Fonte: A Closer Look at Matthew 28:19, A Study In Textual Criticism, Edited By Mark
Kennicott, 2000, pág. 15).

Segundo a fonte acima, Eusébio é o que estava em melhores condições de acessar os originais
dos manuscritos do novo testamento, pois tinha a disposição manuscritos dos evangelhos
datados quase da época dos próprios apóstolos, uma época na qual a igreja ainda preservava
sua pureza. E ele citava freqüentemente que a ordem contida em Mateus 28:19 era: “batizando-
os em Meu nome”. Achamos conveniente também colocar mais algumas referências sobre ele, a
fim de mostrar quanta credibilidade pode-se atribuir à sua obra:

“Mosheim, em uma nota editorial de rodapé


‘Eusebius Pamphili, Bispo de Cesaréia na Palestina, um homem de vasto conhecimento e
erudição, e que adquiriu fama imortal por seus trabalhos em história eclesiástica, e em outros
ramos do conhecimento teológico. ... até cerca de 40 anos de idade ele viveu em grande
intimidade com o mártir Pamphilius, um homem instruído e devoto de Cesaréia, e fundador de
uma extensa biblioteca ali, da qual Eusébio derivou seu vasto conhecimento’.

Dr. Wescott, em ‘General Survey’, pag. 108


‘Eusebio, a cujo zelo nós devemos a maior parte da história conhecida do Novo Testamento’.

Peake Bible Commentary, pág. 596


‘O mais importante escritor no primeiro quarto do quarto século foi Eusébio de Cesaréira...
Eusébio era um homem de pouca originalidade ou juízo independente. Mas ele era
grandemente versado na literatura Grega Cristã do segundo e terceiro séculos, parte da qual
está irreparavelmente perdida, e as gerações subseqüentes têm um grande débito para com sua
honesta, e algumas vezes não pouco prejudicada, erudição’...

Mosheim, novamente, em uma nota editorial


‘Eusébio era um historiador imparcial, e teve acesso aos melhores auxílios para compor uma
correta história, segundo sua época permitia’.” (Fonte: A Closer Look at Matthew 28:19, A Study
In Textual Criticism, Edited By Mark Kennicott, 2000, págs. 12 e 13).

O trabalho de Eusébio nos mostra que, segundo os textos originais, a ordem de Jesus foi para
que batizassem em Seu nome. Escritos deste mesmo autor, posteriores ao concílio de Nicéia,
no qual foi tratada a crença em uma trindade, apresentam o texto segundo as versões modernas
atuais (batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo). Assim, fica evidente a
influência dos concílios de Nicéia e Constantinopla na mudança intencional de Mateus 28:19, do
texto original, para o que temos nas Bíblias de hoje. Não há um relato sequer na Bíblia de um
batismo realizado em nome do Pai, Filho e Espírito Santo, conforme apresentado nas traduções
modernas de Mateus 28:19. Todos são feitos em nome de Jesus Cristo. Vemos, portanto, que o
texto de Mateus 28:19, da forma como lemos nas Bíblias modernas, não se harmoniza com o
todo das Escrituras.

c) – Único texto nas Escrituras Sagradas onde aparece a expressão: Pai, Filho e Espírito Santo.

Não podemos firmar um conceito doutrinário baseando-nos apenas em um único versículo


bíblico. É também um princípio teológico. Temos na Bíblia apenas uma passagem bíblica onde
estão reunidos: Pai, Filho e Espírito Santo (Mateus 28:19).

Causa-nos profunda estranheza o fato de a maioria dos doutores em teologia, defensores da


doutrina da trindade, colocar toda ênfase a um verso solitário, ignorando completamente um
conceito reafirmado em dezenas de versos escritos por vários autores e mesmo confirmado pela
história.

Analisando com bastante profundidade o significado do versículo anterior, ou seja, Mateus


28:18, não poderia mais haver dúvidas sobre a deturpação feita no texto em questão:

“E, chegando-se Jesus, falou-lhes dizendo: É-Me dado todo o poder no céu e na terra.” Mateus
28:18.

Sendo dado a Jesus todo o poder, porque deveria Ele transferir no versículo seguinte todo o
poder à Santíssima Trindade? A palavra “poder” (grego: exousia) aqui significa “autoridade”.
Após ter recebido autoridade divina de Deus, Jesus autorizou Seus discípulos a irem e
ensinarem a todas as nações. Assim, quando os discípulos ensinaram e batizaram, eles assim o
fizeram através da autoridade de que estavam investidos pelo Pai, que tinha dado toda
autoridade para Seu Filho.

As instruções do Senhor Jesus aos Seus discípulos, após Sua ressurreição, foram claras:

“E disse-lhes (Jesus): Assim está escrito que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressurgisse
dentre os mortos; e que em Seu nome se pregasse o arrependimento para remissão dos
pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém.” Lucas 24:46 e 47.

Em obediência a estas instruções de Jesus, as pessoas foram batizadas:

“Pedro então lhes respondeu: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de
Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo.” Atos
2:38.

Diante do sucesso e número cada vez mais crescente de pessoas que creram nas palavras dos
discípulos, as autoridades lançaram uma importante pergunta a Pedro e João:

“Muitos, porém, dos que ouviram a palavra, creram, e se elevou o número dos homens a quase
cinco mil. No dia seguinte, reuniram-se em Jerusalém as autoridades, os anciãos, os escribas, e
Anás, o sumo sacerdote, e Caifás, João, Alexandre, e todos quantos eram da linhagem do sumo
sacerdote. E, pondo-se no meio deles, perguntaram: Com que poder ou em nome de quem
fizestes vós isto? Atos 4:4-7.

Pedro evidentemente não respondeu que eles estavam fazendo tudo em nome do Pai, Filho e
Espírito Santo. A resposta dele foi enfática e precisa:

“Seja conhecido de vós todos, e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o
nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, nesse
nome está este aqui, são diante de vós. Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores,
a qual foi posta como pedra angular. E em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu,
nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos.” Atos 4:10-12.
Pelo visto, nenhuma referência às supostas instruções de Jesus: “...fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” Mateus 28:19.

d) – Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo

Se todos os argumentos apresentados, com relação ao texto de Mateus 28:19, não foram
convincentes, resta-nos fazer uma pequena análise e logo descobriremos que o referido
versículo não é verdadeiro.

Neste texto a palavra “nome” no original está no singular; esta palavra não se refere a um nome
pessoal. Observem o seguinte:

PAI - O termo “Pai” não é o nome pessoal de Deus, é apenas um título, pois Seu nome pessoal
é YAHWEH.

FILHO - A palavra “Filho” não é o nome pessoal de nosso Salvador, é também um título, pois
Seu nome pessoal é YESHUA.

ESPÍRITO SANTO - O “Espírito Santo” é o poder de Deus, não é uma pessoa, portanto, não tem
um nome pessoal. Por ser impessoal, o Espírito (poder de Deus) não tem nome próprio. Será
que algum mestre ou doutor em teologia encontrou alguma referência na Palavra de Deus sobre
o nome pessoal do Espírito Santo? Como explicar o batismo “em nome” do Espírito Santo?

e) - Um falso argumento dos trinitarianos

Destacados teólogos de diversas igrejas cristãs, comprometidos com a falsa doutrina de Roma,
tentam apresentar falsas conclusões sobre o assunto em pauta. Dizem os teólogos que o
batismo em nome Jesus, apresentado no livro de Atos, se explica pelo seguinte motivo:

Quem estava sendo batizado eram os judeus e os judeus já criam no Pai a quem eles
reconheciam como Deus. O que faltava aos judeus era a aceitação de Cristo e por esse motivo
eles foram batizados em no nome do Filho apenas. A crença anterior dos judeus no Pai
eliminava a necessidade do batismo em nome da trindade, já que apenas o Filho eles deveriam
agora aceitar. Com a aceitação do Filho, automaticamente eram batizados pelo Espírito Santo, e
assim a trindade estava realizada na vida dos judeus conversos.

O argumento desses teólogos não se sustenta pela Palavra de Deus. É mais uma tentativa para
enganar os que não conhecem a Bíblia Sagrada. A verdade é que os batismos eram realizados
tanto aos judeus como aos gentios e todos eram realizados em nome do Senhor Jesus. A
conclusão é bastante óbvia quando lemos Atos 10:1-48. Eram gentios os que ali foram
batizados em nome de Jesus.

2.2 – Atos 5:3-4

Argumento trinitariano: Os defensores da doutrina da trindade dizem que o Espírito Santo é uma
pessoa, pois ele pode ser entristecido.

“Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao
Espírito Santo e retivesses parte do preço do terreno? Enquanto o possuías, não era teu? E
vendido, não estava o preço em teu poder? Como, pois, formaste este desígnio em teu
coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.” Atos 5:3-4.

O que diz a Bíblia?

O Espírito Santo é o poder de Deus. A obra do Espírito é a obra de Deus e de Seu Filho.
Quando alguém é cheio do Espírito, ele está cheio do poder de Deus e Cristo. O fruto do
Espírito é o resultado da obra de Cristo na vida do crente através de Seu poder. Quando a Bíblia
descreve o Espírito falando a nós (Apocalipse 2:7), está se referindo à obra de Deus falando
através de Seu poder. Quando Ananias mentiu ao Espírito Santo, ele mentiu para Deus que
operava através daquele santo poder. Basta ler um pouco adiante, para constatar o que
estamos afirmando:

“Então Pedro lhe disse: Por que é que combinastes entre vós provar o Espírito do Senhor?...”
Atos 5: 9.

Era o “Espírito do Senhor” que estava sendo provado naquele momento. Não era a pessoa do
Espírito Santo. A fonte do poder do Espírito é Deus (Pai de nosso Senhor Jesus). É dEle que
procede esse poder:

“Quando vier o Consolador, que Eu da parte do Pai vos enviarei, o Espírito da verdade, que
procede do Pai, Ele testificará de Mim.” João 15:26.

O verbo grego equivalente a “proceder”, é EKPOREUOMAI. O significado original deste verbo é:


sair ou partir de dentro. A mesma palavra é usada nos seguintes versículos:

“Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que PROCEDE da boca de Deus.”
Mateus 4:4.

“O que SAI do homem, isso é o que o contamina.” Marcos 7:20.

“Então vi SAIR da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos
imundos semelhantes a rãs.” Apocalipse 16:13.

O verbo “proceder” (do grego: ekporeuomai) indica que o Espírito da verdade sai de dentro (do
interior) do Pai. Isso enfraquece a teoria de que o Espírito é uma pessoa, independentemente do
Pai e do Filho. O Espírito de Deus está dentro de Deus e não fora dEle. De dentro de Deus o
Espírito emana para os Seus filhos através de Cristo. O Espírito de Cristo, ou o Espírito do
Senhor é também o Espírito do Pai, pois ambos compartilham o mesmo “pneuma” (espírito), isto
é, o mesmo poder. As afirmações de Cristo são claras:

“Tudo quanto o Pai tem é Meu...” João 16:15.

“...para que possais saber e compreender que o Pai está em Mim e Eu nEle.” João 10:38.

“Não crês tu que Eu estou no Pai, e que o Pai está em Mim?” João 14:10.

O Pai e o Filho são duas Pessoas distintas. Não se deve entender que o Pai está fisicamente
dentro do corpo do Filho e vice versa. Jesus está dizendo que ambos são um em espírito, ou
seja, compartilham o mesmo “pneuma”. Assim, tudo o que o Pai tem, também pertence ao Filho.
Tudo! Inclusive o seu próprio Espírito (pneuma). Os dois compartilham do mesmo Espírito.

A Bíblia é muito clara ao afirmar que o Espírito, enviado pelo Pai através de Cristo, não é a
suposta terceira pessoa da trindade, o “deus espírito santo” como os defensores da doutrina da
trindade ensinam. Vejamos algumas passagens que confirmam isto:

“Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e inquiriam, os quais profetizaram
acerca da graça a vós outros destinada, investigando, atentamente, qual a ocasião ou quais as
circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de
antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os
seguiriam.” I Pedro 1:10-12.

“E percorrendo a região frígio-gálata, tendo sido impedidos pelo Espírito Santo de pregar a
palavra na Ásia, defrontando Mísia, tentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não o
permitiu.” Atos 16:6-7.

2.3 - Efésios 4:30

Argumento trinitariano: Os trinitarianos ensinam que não se pode entristecer uma força ou
poder.

“E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.”
Efésios 4:30.

O que diz a Bíblia?

Quando o homem “entristece” o Santo Espírito de Deus, ele entristece ao próprio Deus. O
Espírito Santo é uma dádiva que procede do Pai. Como Cristo é o único Mediador perante o Pai,
é através do Espírito de Cristo que recebemos as bênçãos e somos convencidos do pecado, da
justiça e do juízo (João 16:8). É através de Seu Espírito que Cristo habita em nós:

“E, porque vós sois filhos, enviou Deus aos nossos corações o Espírito de Seu Filho, que clama:
Aba, Pai!” Gálatas 4:6.

Foi o próprio Jesus que prometeu estar com os discípulos e com todos os crentes através das
eras, sempre, até a consumação dos séculos:

“... e eis que Eu estou convoco todos os dias, até a consumação dos séculos”. Mateus 28:20.

“Não vos deixarei órfãos; voltarei a vós.” João 14:18.

É o Senhor Jesus que está falando aos nossos corações através o Seu Espírito. É Ele que nos
repreende e castiga:

“Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te. Eis que estou à
porta, e bato, se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele
cearei, e ele comigo.” Apocalipse 3:19-20.

Assim, qualquer recusa ao apelo que o Senhor Jesus faz aos nossos corações, estamos
entristecendo a Deus, pois o próprio Deus opera através o Espírito de Cristo.

2.4 – João 14:16-17

Argumento trinitariano: Os trinitarianos afirmam que o “outro” Consolador é a terceira pessoa da


trindade.

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, a
saber, o Espírito da verdade, o qual o mundo não pode receber; porque não o vê nem o
conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita convosco, e estará em vós.” João 14:16 e 17.

O que diz a Bíblia?

O sentido original da palavra grega “PARÁKLETOS” está relacionado a alguém que está ao lado
a fim de ajudar, defender e consolar. Além de “Consolador”, algumas versões usam
“Confortador”, “Conselheiro” e “Advogado”.

Nesta passagem bíblica, Cristo responde: O Consolador é o Espírito da verdade. Perguntamos:


A verdade tem espírito? É evidente que estamos lidando com elementos simbólicos, cuja
interpretação deve ser dada pela própria Bíblia.

Primeiramente temos que descobrir a definição de “verdade” dentro do contexto do próprio


capítulo 14. Lembramos o seguinte: Um texto fora de um contexto vira pretexto. O próprio
contexto, isto é, no próprio capítulo 14, logo nos primeiros versos, a “verdade” é definida por
Cristo:

“Eu sou o caminho, a VERDADE, e a vida.” João 14:6.

Portanto, se a verdade neste contexto representa Cristo, então o “Espírito da verdade” pode ser
interpretado naturalmente como o “Espírito de Cristo”.
Qual a finalidade da vinda do Consolador? O verso 16 responde:

“... a fim de que esteja para sempre convosco.” João 14:16.

Esta expressão nos é familiar, pois Cristo também disse que estaria conosco:

“E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos.” Mateus 28:20.

Dento do contexto do capítulo 14 de João, temos mais algumas pistas muito importantes:

“Não vos deixarei órfãos, virei para vós.” João 14:18.

“Naquele dia conhecereis que estou em Meu Pai, e vós em Mim, e Eu em vós.” João 14:20.

Observem a semelhança das expressões extraídas de João 14, versos 17 e 20. No verso 17
Jesus afirma que o Espírito da verdade “...estará em vós”, no verso 20 Ele repete o conceito,
afirmando que Ele, o próprio Jesus estaria “... em vós”.

Isto quer dizer que Cristo prometeu enviar o Seu próprio Espírito, não uma terceira pessoa.
Como não poderia ajudar e consolar seus discípulos pessoalmente em carne, prometeu estar
com eles de outra forma, isto é, através do Seu Espírito (pneuma).

A manifestação do “parákletos” (Espírito de Cristo) é prometida também no verso seguinte:

“Aquele que tem os Meus mandamentos e os guarda, esse é o que Me ama; e aquele que Me
ama será amado pelo Meu Pai, e Eu também o amarei e Me manifestarei a ele.” João 14:21.

A promessa contida no verso acima está intimamente relacionada à promessa de João 14:16-
20. Trata-se da promessa de que Jesus não deixaria Seus discípulos desamparados, mas que
Ele viria e Se manifestaria a eles de outra forma: ESPIRITUALMENTE. No verso 26 Jesus
chama o Consolador de Espírito Santo:

“Mas o Consolador (parákletos), o Espírito Santo...” João 14:26.

Também não é errado dizer que Deus é nosso Consolador. O apóstolo Paulo afirma que o Deus
e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo “é o Pai das misericórdias e Deus de toda a consolação.” II
Coríntios 1:3. Afirma também que “Deus, que consola os abatidos, nos consolou...” II Coríntios
7:6. Portanto, o Espírito da verdade, o Consolador, é também o Espírito de Deus.

Voltando à análise do texto bíblico em questão, o mesmo diz: “E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos
dará outro Consolador,...” João 14:16.

Os defensores da doutrina da trindade questionam o seguinte: Cristo prometeu “outro”


Consolador, como poderia ser o próprio Cristo?

Primeiramente é importante relembrar que Cristo muitas vezes falava de Si mesmo na terceira
pessoa do singular. Eis alguns exemplos:

“Desde agora estará sentado o filho do homem à direita do Todo-Poderoso Deus.” Lucas 22:69.

“Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te pede: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e
ele te daria água viva.” João 4:10.

“Então conhecereis a verdade e a verdade vos libertará... Se o filho vos libertar,


verdadeiramente sereis livres.” João 8:32 e 36.

“Mas aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas... as ovelhas ouvem a sua voz, e
chama pelo nome as suas ovelhas.” João 10:2 e 3.

“Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.” João 6:33.

Em resumo, quando Cristo profere discurso na terceira pessoa do singular, falando sobre a
verdade, a água viva, o bom pastor, o pão de Deus, o “parákletos” e outros símbolos, na
verdade está falando sobre Si mesmo. Por que Cristo utilizou a palavra “outro”? Convém lembrar
que nem sempre a palavra “outro” refere-se literalmente a uma terceira pessoa. A palavra “outro”
pode ter um sentido simbólico, já que está inserida num contexto repleto de símbolos. Eis um
exemplo:

“O Espírito do Senhor se apossou de ti (Saul), e profetizarás com eles, e tu serás mudado em


outro homem. ...Sucedeu, pois, que, virando-se ele para despedir-se de Samuel, Deus lhe
mudou o coração; ...” I Samuel 10: 6 e 9.

Saul transformou-se literalmente em “outro” homem? Claro que não. Era o mesmo Saul, a
mesma pessoa, mas agindo de outra forma. Semelhantemente, o Consolador é o próprio Cristo,
mas atuando de “outra” forma, não mais em carne, e sim através do Seu Espírito.

No verso 28, Cristo repete a mensagem de forma literal:

“Vou e volto para junto de vós.” João 14:28.

2.5 – I João 2:1

Argumento trinitariano: Os defensores da doutrina da trindade ensinam que o “Parákletos” é a


terceira pessoa da trindade.

“Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se todavia, alguém pecar,
temos um Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo.” I João 2:1.

O que diz a Bíblia?

O Senhor Jesus prometeu aos discípulos que após Sua subida aos céus, Ele lhes enviaria o
poder de Deus, o Espírito Santo. Através deste poder, Jesus continuaria Sua obra com e nos
discípulos. O poder foi chamado de “parákletos”, termo grego traduzido como Consolador,
Conselheiro, Ajudador e Advogado.. Jesus pretendia trabalhar através daquele poder em favor
dos crentes.

A palavra “parákletos” agora está sendo usada pelo apóstolo João. Ele com certeza entendeu os
discursos de Jesus, ao referir-se sobre o “parákletos”, e agora tem a oportunidade de utilizar o
mesmo termo grego e colocar sua interpretação de forma clara e inequívoca.

O “parákletos” apresentado pelo apóstolo João (I João 2:1) é o mesmo apresentado pelo Senhor
Jesus (João 14:16 e 26). O “parákletos”, identificado como sendo nosso Consolador,
Conselheiro, Ajudador e Advogado, é um só: JESUS CRISTO, nosso Senhor e Salvador, que
atua em nossa vida através do seu “pneuma”.

2.6 – I João 5:7

Argumento trinitariano: Para os trinitarianos este versículo prova a existência de uma trindade.

“Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a palavra e o Espírito Santo; e este três são
um.” I João 5:7.

O que diz a Bíblia?

Entre os eruditos este verso é considerado espúrio, não sendo aceito como parte genuína da
Bíblia, portanto sem autoridade. Sendo este verso forjado, já que não consta nos melhores
manuscritos, presume-se que o mesmo foi inserido por algum escriba trinitariano durante a
Idade Média. Hoje em dia, trinitarianos honestos não usam este verso no ensino de sua
doutrina. Quase todas as versões e traduções modernas corretamente omitem as palavras
deste verso.

Com relação a este texto, a Bíblia de Jerusalém, usada e recomendada pela Igreja Católica, traz
no rodapé a seguinte observação:

“O texto dos versículos 7-8 está acrescido na Vulgata de um inciso (aqui abaixo entre
parênteses) ausente dos antigos manuscritos gregos, das antigas versões e dos melhores
manuscritos da Vulgata, o qual parece ser uma glosa marginal introduzida posteriormente no
texto: “Porque há três que testemunham (no céu: o Pai, o Verbo e o Espírito Santo, e esses três
são um só; e há três que testemunham na terra): o Espírito, a água e o sangue, e esses três são
um só.”

Outras versões da Bíblia, como a tradução de João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada,
trazem o texto entre colchetes ou mesmo em itálico, mencionando que os textos apresentados
de tal forma na Bíblia não pertencem aos manuscritos originais. Uma outra tradução de João
Ferreira de Almeida omite simplesmente o versículo defendido pelos trinitarianos e apresenta o
texto de I João 5:7-8 da seguinte maneira: “E o Espírito é o que dá testemunho, porque o
Espírito é a verdade. Porque três são os que dão testemunho: o Espírito, e a água, e o sangue;
e estes três concordam.”

Um ponto relativo a este texto nos deveria chamar a atenção: Uma vez que os escritos da Bíblia
foram inspirados por Deus, devemos crer que quaisquer acréscimos a estes escritos não
provêm da parte de Deus, mas sim do inimigo de Deus. Assim, se Satanás teve tanto interesse
em colocar um texto que favoreça a falsa crença em uma trindade, não é difícil desconfiarmos
que a própria doutrina da trindade é de sua autoria.

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Perguntas a serem respondidas pelos trinitarianos
Doutrina da Trindade, falsa ou verdadeira? (Parte V)
Nos últimos dias têm surgido inúmeros questionamentos quanto à autenticidade da doutrina da
Trindade.

Somos constantemente advertidos de que qualquer doutrina só tem algum valor, quando
fundamentada na Bíblia. Tudo deve estar amparado na revelação bíblica.

Algumas perguntas surgiram quando da realização de um minucioso estudo da doutrina da


trindade. Estudo este que teve como base a Bíblia e a história.

Para aceitarmos esta doutrina, como sendo uma doutrina genuinamente bíblica, teremos que
encontrar respostas às perguntas aqui apresentadas, caso contrário, tal doutrina se revelará
anti-bíblica, devendo, portanto, ser rejeitada.

1. Se o Deus único apresentado na Bíblia é um grupo de três pessoas divinas (e não três
deuses), é correto chamar cada um deles, individualmente, de Deus? Por exemplo: "Deus Pai",
"Deus Filho" e "Deus Espírito Santo"? Cada um deles é Deus, ou Deus é apenas o conjunto dos
três? Se chamarmos cada um deles de Deus, como podemos sustentar que não são três
deuses?

2. A Doutrina da Trindade afirma que o Espírito Santo é uma pessoa e é Deus, se isso é
verdade, por que não encontramos na Bíblia uma única vez a expressão: "Deus Espírito" ou
"Deus Espírito Santo"?

3. Se o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um, por que Cristo omitiu o "Deus Espírito Santo" nas
seguintes passagens bíblicas?

“Não crês que Eu estou no Pai e que o Pai está em Mim? As palavras que Eu vos digo não as
digo por Mim mesmo; mas o Pai, que permanece em Mim, faz as Suas obras.” João 14:10.

“A fim de que todos sejam um; e como és Tu, ó Pai, em Mim e Eu em Ti, também sejam eles em
nós; para que o mundo creia que Tu me enviaste. Eu lhes tenho transmitido a glória que Me tens
dado, para que sejam um, como nós o somos; Eu neles, e Tu em Mim, a fim de que sejam
aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que Tu me enviaste e os amaste, como
também amaste a Mim.” João 17:21-23.

“Eu e o Pai somos um.” João 10:30.

4. Segundo a doutrina da trindade, o Espírito Santo é uma pessoa e é Deus. Se isso é verdade,
como entender então Joel 2:28-29, onde afirma que Deus derramaria o Seu espírito sobre toda
a carne?

“E acontecerá, depois, que derramarei o Meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas
filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e
sobre as servas derramarei o Meu Espírito naqueles dias.” Joel 2:28-29.

Nota: O dicionário Michaelis define "meu" como sendo pronome pessoal designativo de algo que
pertence à pessoa que fala, ou que diz respeito a ela.

Diante do que diz o dicionário, o espírito que será derramado, pertence à Deus (o Pai), sendo
parte dEle e não uma outra pessoa.

5. Se Cristo é o Deus eterno, como crêem os trinitarianos, Ele não poderia morrer. Então por
que a Bíblia afirma taxativamente que Cristo morreu, e que Deus o Pai O ressuscitou?

“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós,
sendo nós ainda pecadores." Romanos 5:8.

“Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus
Cristo e por Deus Pai, que O ressuscitou dentre os mortos.” Gálatas 1:1.

6. Se Cristo é o próprio Deus eterno, por que o livro de Atos afirma que Cristo, além de ter sido
ressuscitado por Deus, foi elevado a Príncipe e Salvador? Como Cristo poderia ser elevado a
Príncipe se já era o próprio Deus?

“O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, suspendendo-o no madeiro.
Deus com a Sua destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e
remissão dos pecados.” Atos 5:30 e 31.

7. Segundo crêem os trinitarianos, o Espírito Santo é uma pessoa e é Deus, com base nisto por
que Cristo não menciona esta pessoa ao afirmar que nossa salvação está em conhecermos a
Deus Pai e a Jesus Cristo a quem Ele enviou? O “Deus Espírito Santo” não tem participação em
nossa salvação?

“Tendo Jesus falado estas coisas, levantou os olhos ao céu e disse: Pai, é chegada a hora;
glorifica a Teu Filho, para que o Filho Te glorifique a Ti, assim como Lhe conferiste autoridade
sobre toda a carne, a fim de que Ele conceda a vida eterna a todos os que Lhe deste. E a vida
eterna é esta: que Te conheçam a Ti, como único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem
enviaste." João 17:1-3.

8. Se Deus é uma unidade de três pessoas co-eternas, como afirmam os trinitarianos, por que o
apóstolo João excluiu o "Deus Espírito Santo", ao afirmar que nossa comunhão é com o Pai e
com Seu Filho Jesus Cristo?

“O que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente,
mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com Seu Filho, Jesus
Cristo.” I João 1:3.

9. Em quem devemos acreditar, na doutrina da trindade, a qual afirma que Deus é uma unidade
de três pessoas co-eternas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, ou na Bíblia, que afirma existir
somente um Deus, que é o Pai e um só Senhor, que é Jesus Cristo?

“Por que, ainda que há também alguns que se chamem deuses, quer no céu ou sobre a terra,
como há muitos deuses e muitos senhores, todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem
são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas
as coisas, e nós também, por Ele.” I Corintios 8:5-6.

Nota: O texto não diz que Deus é uma unidade de três pessoas co-eternas (Deus Pai, Deus
Filho e Deus Espírito Santo), como afirmam os trinitarianos, mas que Deus é um só, o Pai, e que
Jesus Cristo é o único Senhor.

"Então, falou Deus todas estas palavras: Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do
Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de Mim." Êxodo 20:1-3.

Nota: O texto acima não diz: "Nós somos o Senhor", também não diz: "Não terás outros deuses
diante de nós."

O texto deixa evidente que Deus é um só, o Pai, e não uma unidade de três pessoas co-
eternas.

O dicionário Michaelis define "Mim" como sendo a variação do pronome pessoal "Eu" (singular)
e não "nós" (plural).

10. Se o Pai, o Filho e o Espírito Santo são membros de uma trindade estando
conseqüentemente no mesmo nível hierárquico, por que Cristo disse que o Pai era maior do que
Ele?

“Ouvistes que eu vos disse: vou e volto para junto de vós. Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de
que eu vá para o Pai, pois o Pai é maior do que eu.” João 14:28.

11. Se o Espírito Santo, conforme afirmam os trinitarianos, é a terceira pessoa da trindade,


distinto do Pai e de Jesus Cristo, por que a Bíblia afirma que o Espírito Santo é o Espírito de
Cristo enviado aos nossos corações?

“E, por que vós sois filhos, enviou Deus ao nosso coração o Espírito de Seu Filho, que clama:
Aba, Pai." Gálatas 4:6.

12. Se Deus é uma unidade de três pessoas co-eternas, como afirma a doutrina da trindade, por
que então somente o Pai sabe o dia e a hora da segunda vinda de Cristo, e por que o “Deus
Espírito Santo” nem sequer foi citado por Cristo no texto abaixo?

“Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o
Pai.” Mateus 24:36.

Nota: Os trinitarianos alegam que Jesus declarou isso por que estava falando como homem.
Contudo, no livro de Atos, encontramos o seguinte diálogo entre os discípulos e o Messias:

“Então, os que estavam reunidos lhe perguntaram: Senhor, será este o tempo em que restaures
o reino a Israel? Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai
reservou pela sua exclusiva autoridade.” Atos 1:6-7.

Cristo proferiu estas palavras no Monte das Oliveiras, ao aproximar-se o momento de Sua
ascensão. Portanto já havia sido morto e ressuscitado.

13. Segundo o livro de Apocalipse, os 144 mil terão em suas frontes dois nomes, o nome do
Cordeiro e o nome de Seu Pai. Por que não terão o nome do Espírito Santo, já que segundo
crêem os trinitarianos ele é Deus, em igualdade com o Pai e com o Filho?

“Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil,
tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai.” Apocalipse 14:1.

Haverá apenas dois nomes nas frontes dos 144 mil:

O nome do Cordeiro, que é Jesus ou Yeshua (em hebraico);


O nome do Seu Pai, que é Jeová ou Yahweh (em hebraico).
14. Segundo o entendimento dos trinitarianos, quando a Bíblia usa o termo: "Espírito de Deus",
ela está se referindo ao “Deus Espírito Santo”, a "terceira pessoa da Trindade". Se esse
raciocínio é verdadeiro, então, quando a Bíblia usa o termo: "Espírito de Jesus", ela está se
referindo a quem? Seria uma quarta pessoa da Divindade?

15. Se o Espírito Santo é Deus e uma das pessoas da Trindade, como crêem os trinitarianos,
por que o próprio Cristo afirmou: “Eu e o Pai somos um.” João 10:30 e não: Eu, o Pai e o
Espírito Santo somos um?

16. Segundo os defensores da Doutrina da Trindade, quando a Bíblia usa a expressão “Espírito
de Deus”, está se referindo ao "Deus Espírito Santo", a "terceira pessoa da Trindade". Se isso é
verdade, como entender então o que o apóstolo João escreveu em Apocalipse 4:5, onde há a
afirmação de que Deus possui sete espíritos que são enviados por toda a terra?

“Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que
são os sete Espíritos de Deus” Apocalipse 4:5.

“Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro
como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos
de Deus enviados por toda a terra.” Apocalipse 5:6.

Se aplicarmos aos textos acima o ensinamento trinitariano, teremos então que aceitar os textos
como referindo-se a sete pessoas distintas do Pai e do Filho. Deus, então, não seria uma
"unidade de três pessoas co-eternas", mas sim, de nove pessoas.

17. Se Cristo é o Deus eterno, como afirma a doutrina da trindade, por que Cristo afirmou que a
Sua vida foi concedida pelo Pai?

“Por que assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si
mesmo.” João 5:26.

18. Se Cristo é um dos membros da trindade, estando no mesmo nível hierárquico do Deus Pai,
e do “Deus Espírito Santo”, por que a Bíblia afirma que após o encerramento do grande conflito,
Cristo se sujeitará ao Pai?

"Por que todas as coisas sujeitou debaixo dos pés. E, quando diz que todas as coisas Lhe estão
sujeitas, certamente, exclui Aquele que tudo Lhe subordinou. Quando, porém, todas as coisas
Lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se sujeitará Àquele que todas as coisas
Lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos.” I Coríntios 15:27-28.

19. Se Deus é uma unidade de três pessoas co-eternas, por que Cristo afirma que devemos orar
apenas ao Pai?

“Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o Teu nome; venha
o Teu reino; faça-se a Tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-
nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos
devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal pois Teu é o reino, o poder
e a glória para sempre. Amém!” Mateus 6:9-13.

Nota: Se você ora unicamente ao Pai e pede que o atenda em nome de Jesus, como Seu
mediador, é por que, na prática, não crê na doutrina da trindade!

20. Se Cristo é o próprio Deus Eterno, como ensina a doutrina da trindade, por que Paulo em
sua carta aos Hebreus afirma que Jesus está assentado à destra do trono de Deus?

“Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que
lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra
do trono de Deus”. Hebreus 12:2.

Nota: Se Cristo está assentado à destra do trono de Deus, é por que Ele não é o próprio Deus.

21. Quando Cristo antecipou aos discípulos os sofrimentos pelos quais passaria, disse que eles
O abandonariam, mas que Ele não estaria só, pois o Pai estaria com Ele. Se o Espírito Santo é
uma pessoa e é Deus, como crêem os trinitarianos, por que somente o Pai estaria com Cristo
naquele momento de extremo sofrimento? Onde estaria o "Deus Espírito Santo", o qual deveria
estar com Ele em todos os momentos?

“Eis que vem a hora e já é chegada em que sereis dispersos, cada um para a sua casa, e Me
deixareis só; contudo, não estou só, por que O Pai está comigo.” João 16:32.

22. Se Cristo é o "Deus Filho", como afirma a Doutrina da Trindade, por que não encontramos
um único texto na Bíblia que se refira a Ele como “Deus Filho”?

23. Se Deus é uma unidade de três pessoas co-eternas, como ensina a doutrina da trindade, por
que Paulo, em sua carta aos Colossenses, manda que tudo seja feito em nome de Jesus Cristo,
dando graças a Deus Pai? O "Deus Espírito Santo" não merece que lhe seja dado graças?

“Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em


toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão,
em vosso coração. E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do
Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai”. Colossenses 3:16 e 17.

24. Falando sobre a comunhão, o apóstolo João afirma que ela deve ser mantida com o Pai e
com Seu Filho Jesus Cristo. Por que João omitiu a "terceira pessoa da trindade", nessa
declaração tão importante para a Igreja de Deus?

O que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente,
mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus
Cristo.” I João 1:3.

25. Se Deus é uma unidade de três pessoas co-eternas, como afirmam os trinitarianos, por que
João omitiu o "Deus Espírito Santo", a "terceira pessoa", ao afirmar que aquele que permanece
na doutrina de Cristo, tem tanto o Pai como o Filho?

“Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que
permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho.” II João 9.

26. Se Deus é uma unidade de três pessoas co-eternas (Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito
Santo), como ensina a doutrina da trindade, por que Cristo disse que unicamente o Pai conhece
o Filho e somente o Filho conhece o Pai? Não é estranho que o “Deus Espírito Santo”, sendo
co-eterno com o Pai e o Filho, não conheça a ambos?

“Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece
o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.” Mateus 11:27.

Nota: O dicionário Michaelis define o vocábulo "ninguém" como "nenhuma pessoa". Sendo
assim, nenhuma pessoa além do Pai, conhece o Filho e nenhuma pessoa além do Filho
conhece o Pai. Este texto depõe contra a existência de uma unidade de três pessoas co-
eternas.

27. Se Deus é uma unidade de três pessoas co-eternas, como afirma a doutrina da trindade, por
que João em sua saudação, cita apenas o Deus Pai e Jesus Cristo, Seu Filho? Por que João
omite completamente a "terceira pessoa da trindade"?

“A graça, a misericórdia e a paz, da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai, serão
conosco em verdade e amor.” II João 1:3.

Nota: Teria João esquecido de citar a terceira pessoa da Trindade?

28. Cristo admitiu que nada podia senão pelo Pai. Como se explica isso? Jesus sendo o eterno
Deus não seria auto-suficiente, completo em Si mesmo?

“Disse-lhes, pois, Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho de si mesmo nada pode
fazer, senão o que vir o Pai fazer, porque tudo quanto Ele faz, o Filho o faz igualmente.” João
5:19.

“Eu não posso de Mim mesmo fazer coisa alguma...” João 5:30.

29. Já após Sua ascensão e glória, quando da visão de João da Ilha de Patmos, Jesus referiu-
Se à Seu Pai como “Meu Deus”.

“Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do Meu Deus, e daí jamais sairá; gravará também
sobre ele o nome do Meu Deus, o nome da cidade do Meu Deus, a nova Jerusalém que desce
do céu, vinda da parte do Meu Deus, e o Meu novo nome.”

30. Sabendo-se que a “trindade” é uma refinada heresia que se infiltrou na Igreja nos primeiros
séculos através do paganismo de Constantino, teríamos coragem de deliberadamente continuar
a propagar essa dose do vinho de Babilônia?

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