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Observa-se que o caso, atrai a incidência do caput do art.

944 do
CC/02, que cumprindo o comando constitucional (art.5.º, V e X)
dispõe de modo claro e preciso que ¨a indenização mede-se pela
extensão do dano¨. Existe ainda a possibilidade de pleito reparatório
e indenizatório por meio da Ação Civil Pública, a qual poderá
contemplar além das obrigações de fazer e não fazer que a
tipicidade do caso requerer, o dano moral coletivo.
Quem terá a responsabilidade ?

Vale (mineradora multinacional brasileira) e a BHP Billiton, controladoras da


Samarco.

Como funciona a indenização ?

Segundo o Termo de Ajuste Preliminar (TAP) – firmado em 20 de fevereiro


entre a mineradora, os ministérios públicos Federal (MPF) e Estadual (MPMG),
as defensorias públicas da União (DPU) e do estado (DPMG) e as advocacias-
gerais da União (AGU) e do estado (AGE) –, os prejudicados têm direito a um
salário-mínimo por adulto, meio salário por adolescentes (12 a 17 anos) e um
quarto por criança (abaixo de 12) durante um ano. O pagamento vale para
moradores do município e para quem vive a até um quilômetro do leito do Rio
Paraopeba, desde Brumadinho e demais cidades na calha do rio até Pompeu,
na represa de Retiro Baixo.

Por meio de nota, a Vale informou que iniciou o pagamento das indenizações
emergenciais do acordo, sendo que neste primeiro momento receberão o
recurso cerca de 800 moradores dos bairros Parque da Cachoeira e Córrego
do Feijão, regiões mais impactadas pelo rompimento da barragem.

A empresa informou ainda que o pagamento equivalente a uma cesta básica


por família de Córrego do Feijão e Parque da Cachoeira, sendo R$ 405,40
mensais durante um ano, será depositado diretamente na conta bancária da
pessoa responsável pelo núcleo familiar. O processo de registro para
pagamento das indenizações emergenciais para os moradores das outras
localidades de Brumadinho e municípios até 1 quilômetro da calha do Rio
Paraopeba será definido em audiências na justiça.

Parentes da família que estava hospedada na pousada Nova Estância, em


Brumadinho , que foi engolida pela lama com o desabamento da barragem da
mina Córrego do Feijão, entraram com ação contra a Vale pedindo indenização
de R$ 40 milhões — R$ 10 milhões por cada pessoa morta. Segundo o
advogado Roberto Delmanto Júnior, um dos responsáveis pelo caso, o valor
tem como base um estudo interno da própria Vale, que calculou em US$ 2,6
milhões o valor de indenização por perdas de vidas.

O diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale , Luciano


Siani, afirmou que a Vale vai oferecer uma doação de R$ 100 mil a cada
família de vítimas da tragédia em Brumadinho . Segundo Siani, esse valor
não é indenização, é uma doação.

Como funciona a indenização ?

Com a mudança na legislação trabalhista que começou a valer em novembro


de 2017, a indenização por danos morais para as famílias dos trabalhadores da
Vale e de empresas terceirizadas vítimas do rompimento da barragem em
Brumadinho poderá ficar limitada a até 50 vezes o salário do funcionário da
mina, limite para os danos gravíssimos, conforme o artigo 223. Para a
indenização por danos materiais, não há limite. Como a reforma tem pouco
mais de um ano, alguns juízes podem, no entanto, considerar o artigo
inconstitucional e afastar o teto para cálculo da reparação, dizem especialistas.

A MP da reforma excluía a limitação especificamente para acidente com morte


e estabelecia que a indenização ficaria limitada a 50 vezes o teto do INSS (R$
5.839), para evitar a falta de isonomia. Mas a MP caducou, pois o Congresso
não chegou a votar a medida.

Sobre a questão das marcas divisórias

O rompimento da barragem em Brumadinho, região metropolitana de Belo


Horizonte, é mais um triste capítulo da história dos desastres ambientais
em nosso país. Uma barragem pertencente à mineradora Vale rompeu-se no
dia 25 de janeiro de 2019, desencadeando uma onda de lama que destruiu
casas, vegetações , limites de áreas demarcadas entre propriedades
particulares, fez desaparecer o rio Paraopeba, córregos, afluentes, nascentes
margens delimitadoras de sítios, chácaras e fazendas. Além disso serviam de
marcas divisórias cercas, árvores balizadoras de limites entre propriedades que
também foram arrancadas com a força da inundação.

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