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Urbanização, consumo e
mudanças ambientais globais
Francisco Bernardes de Oliveira
“População e mudanças
climáticas globais”
Daniel Joseph Hogan
– Dimensões do jogo político onde os grupos sociais (comunidades, classes sociais, etnias,
estados, empresas) se afirmam através delas. A ênfase na noção de globalização nas últimas
décadas se deu pela afirmação das grandes corporações globais que se afirmavam por meio
dessa escala.
– O conceito de cidadania é ambiguo quando visto de outras perspectivas, como a dos
povos indígenas ou de algumas campesinidades com forte caráter comunitário. Reduz o
cidadão ao indivíduo ignorando as individualidades que se conformam em consonância com
o sentido de identidade comunitária.
– Precisam ser reconhecidos como tais na sua diferença estabelecendo um diálogo de
saberes desses povos/comunidades com o conhecimento científico e filosófico convencional.
• A gestão racional e o uso racional:
– “Isso é grave na medida em que todo o debate ambiental indica, como de diversas
maneiras vem se manifestando nos movimentos sociais, a luta da humanidade para
dar outros sentidos (sustentáveis) à relação com a natureza”;
– “Dissociar a dimensão técnica da política é afirmar uma lógica que acredita numa
razão técnica acima do mundo mundano que habitamos, onde uma determinada
intenção se sobrepõe às outras (classismo burguês/gestorial e seu etnocentrismo de
pretensão universalista)”.
• Sobre “participação pública”:
• Introdução
– Crise ambiental/crise de valores e de utopias, de imaginários mobilizadores;
– O produtivismo e o consumismo destrutivos ;
– Ameaça do tecido social da convivência e do compartilhamento, do reconhecer-se
responsável pela igualdade de direitos de todos.
– “A crise de civilização caracteriza a perda de capacidade de resposta do sistema
dominante diante dos desafios planetários, tanto de preservação da integridade do
planeta e da vida para futuras gerações, como de injustiça social e ambiental intra e
inter povos hoje. Os fundamentos, a legitimidade e os rumos do modelo ocidental
eurocêntrico, extensivamente do Atlântico Norte, velho de alguns séculos, gestador das
conquistas e do colonialismo escravagista, do capitalismo e do socialismo (seu oposto
irmão siamês), estão derretendo e podem acabar tornando irreversível o processo de
destruição ecológica e social.”
– Biocivilização: um novo paradigma civilizatório.
• Fundamentos para uma Biocivilização:
1. Ignora o fato de que a ação dos seres humanos ocorre sempre por meio
dos fluxos de matéria e energia do mundo físico, sendo assim limitadas
de acordo com biorregiões e pelo planeta;
– Diferenciação de contextos.
• Produção, consumo e iniquidade no Brasil:
– A questão da sustentabilidade no Brasil não pode ser pensada com base nos
mesmos padrões em que a discussão se dá nos países da Europa e da OECD em
geral. A necessidade central no caso do Brasil não é a de estabelecer metas
agregadas de redução, mas sim adotar uma forte dinâmica política que
transforme a estrutura social desigual, desequilibrada e predatória que vem
sendo estabelecida nos diversos pontos do território.
– É preciso, em primeiro lugar, combater a insustentabilidade
social. Isso significa democratizar a renda e o acesso à terra, aos
recursos naturais, aos serviços básicos e aos bens de consumo
úteis. Um segundo movimento fundamental, na medida em que
a cidadania e o senso de comunidade nacional se fortaleça, é
combater o desperdício, o elitismo, o descaso com o espaço
comum e a alienação tecnológica que vem caracterizando a
economia urbano-industrial no Brasil.
– O caráter iníquo do mercado brasileiro cria uma grande distorção nos padrões de
consumo, pois os recursos naturais são utilizados basicamente para atender a
uma elite internacionalizada que quer replicar os padrões perdulários dos
mercados do Norte, ao passo que as necessidades básicas deixam de ser
atendidas.
– Este esforço não deve ser criticado com base em um ambientalismo superficial, já
que se trata de uma necessidade crucial de sustentabilidade social e de um uso
perfeitamente legítimo de espaço ambiental;
– Aumento no consumo dos estratos de baixa renda após o Plano Real de 1994,
devido à redistribuição resultante da eliminação do imposto inflacionário;