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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR SEGUNDO VICE PRESIDENTE

DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

ADVOGADO, regularmente inscrito no quadro de Advogados da OAB/RJ sob o nº...,


com endereço profissional na Rua ..., nº..., na Cidade do Rio de Janeiro, RJ, CEP, vem
respeitosamente à presença de Vossa Excelência com fundamento no art. 5º, LXVIII, da
Constituição Federal, bem como o artigo 647 do Código de Processo Penal, impetrar o
presente

“HABEAS CORPUS” LIBERATÓRIO

Em favor de MICHAEL DA SILVA, nacionalidade, estado civil, profissão, carteira


de identidade nº..., inscrito no cadastro de pessoas físicas sob o nº..., , custodiado nas
dependências..., indicando como autoridade coatora o Excelentíssimo Juízo da 22ª Vara
Criminal da Capital, com base nos fatos e fundamentos ora expostos.
EGRÉGIO TRIBUNAL !

I- DOS FATOS

O Paciente foi preso em flagrante no dia 10 de julho de 2016 pela prática do


crime previsto no art. 16 § único, IV da Lei 10.826/03 e art. 28 da Lei 11.343/06. No
auto de prisão em flagrante, constam os depoimentos dos policiais que efetuaram a
prisão.

O paciente foi preso em razão de uma “noticia criminis”, realizada por sua
mulher Angelina da Silva, afirmando que o mesmo possuía dentro de casa armas com
numeração raspada e isso a assustava. Diante de tal informação e com o
consentimento da Angelina, os policiais se dirigiram ao quarto do casal residia e após
intensa busca no imóvel, encontravam três revolveres calibre 38 com numeração
raspada, em um outro armário dentro do quarto os policias encontraram 50 munições
e em seguida encontraram um papelote com 0,9 decigramas de cocaína. Relata que
não há anotações na folha de antecedentes criminais do paciente.

II- DO DIREITO

II.A) DA GRAVIDADE DO CRIME

De acordo com a doutrina de Direito processual penal do ano de 2012


de Tourinho filho, diz que é pressuposto da prisão, o periculum libertatis, isto é, a
existência de perigo causado pela liberdade do sujeito passivo da persecução penal.

A partir desse último pressuposto ou fundamento, a lei elenca as seguintes


situações nas quais a prisão preventiva poderá ser decretada: por conveniência da
instrução criminal, como garantia da ordem pública, da ordem econômica ou para
assegurar a aplicação da lei penal. Para Tourinho Filho, entretanto, essas seriam as
condições para a prisão preventiva, sendo os pressupostos: a materialidade e indícios
de autoria.

Neste caso não há risco na soltura e no processo de investigação. Pois o crime


praticado não afeta a economia popular, pois não é um crime de ordem tributária, não
afetando a ordem financeira. Também não há de se falar na conveniência da instrução
criminal, porque não há provas e elementos que indique que o requerente esteja
prejudicando a produção de provas.

Não existe aplicação da Lei penal, pois não há elementos que indiquem que o
requerente irá se evadir do local, pois o mesmo tem residência fixa, não tendo o risco
de fugir.

Só existia prisão cautelar somente se há necessidade da prisão, pois não há


risco de ele ficar em liberdade.

Para corroborar com a pretensão do Habeas corpus, vale citar o Julgado da 1ª


Câmara criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJ-CE), em que o Relator Dr.
Francisco Carneiro Lima (HC 0003134-08.2014.8.06.0000), com data de julgamento em
03/06/2015, quando julgou caso semelhante da seguinte maneira:
II.B) DA AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS DO ART. 312 DO CPP

De acordo com o artigo 312 do CPP onde diz que a prisão preventiva poderá ser
decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da
instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da
existência do crime e indício suficiente de autoria.

Não há que se falar dos pressupostos tipificados no art. 312 do CPP, pois, não
gerou instabilidade da sociedade atingindo à ordem pública, o paciente é primário e
não traz risco para a sociedade, neste caso se não traz risco a prisão é desnecessária.

Também não há garantia da ordem econômica porque a infração suposta


praticada não viola a economia popular, pois são crimes que não afetam a economia
popular, pois não violação da ordem tributária.

No caso da conveniência da instrução criminal, não há pois não tem elementos


que indiquem que o paciente esteja prejudicando a instrução, não há conveniência e a
prisão é desnecessária. Também não existe a aplicação da Lei penal, pois não há provas
de que o paciente irá fugir, pois tinha residência fixa, podendo ser localizado a
qualquer tempo pelo Juiz.

III- DOS PEDIDOS

Isto posto requer à Vossa Excelência:

I- Requer à esta nobre Câmara a concessão da Ordem de Habeas Corpus e


posterior expedição de Alvará de Soltura com fundamento no art. 5º, LVXIII da
Constituição Federal.
Nestes termos,

Pede deferimento.

Capital, Data

Nome do Advogado

OAB/UF

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