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Fármacos no pré-operatório

Rodrigo F. Garbero
Luiz A. Vieira

Resumo dicações cirúrgicas e comorbidades dos pacien-


tes, a literatura ainda é carente em definir um
Muitos dos pacientes que serão submetidos
protocolo para a avaliação geral destes doentes,
a uma cirurgia apresentam uma doença crônica
devendo o juízo clínico do profissional orientar
e usam drogas. Um dos mais importantes papéis
a investigação pertinente a cada caso.
do médico na avaliação pré-operatória é fazer as
Em nossa experiência no ambula-
recomendações a respeito do uso ou interrupção
tório de Clinica Médica da Policlínica Piquet
das medicações neste período. Infelizmente, os
Carneiro, as consultas para avaliação do risco
dados nesta área são freqüentemente insuficien-
tes em fornecer recomendações baseadas em cirúrgico perfazem atualmente 15% do total de
evidências e suportar protocolos fixos. Neste consultas, com uma grande parcela destes doen-
artigo, nós tentamos fornecer um resumo das tes apresentando comorbidades em tratamento,
mais importantes recomendações, baseadas sendo necessário definir que tipo de estratégia é
nas propriedades farmacológicas das drogas e adequado à estimativa do risco cirúrgico e qual
no efeito da suspensão de medicamentos sobre será a melhor conduta quanto às medicações
a doença de base, e no potencial efeito da droga utilizadas cronicamente pelo doente, durante o
sobre o procedimento proposto, incluindo inte- ato operatório.
rações com os agentes anestésicos. Neste contexto deve-se sempre avaliar
PALAVRAS-CHAVE: Avaliação pré-ope- o risco do uso do fármaco durante a cirurgia e os
ratória; Interações medicamentosas; Cirurgias possíveis malefícios da retirada do fármaco na
eletivas; Doenças subjacentes. evolução da doença de base. Infelizmente, este
ponto permanece ainda longe de um consenso.
Introdução Poucos estudos na literatura se aprofundaram
A avaliação do risco cirúrgico é uma atividade neste tema e as medidas indicadas permanecem,
corriqueira nos consultórios de Clínica Médica na maioria das vezes, seguindo as orientações
e Cardiologia. Contudo, pela diversidade de in- dos próprios fabricantes da droga.

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Pontos relevantes A avaliação dos níveis séricos de algumas
drogas como a digoxina, fenitoína, e carbama-
O passo inicial e mais importante no zepina pode ser importante, pois estas drogas
manejo das drogas no pré-operatório é colher têm intervalos terapêuticos mais estreitos e suas
uma minuciosa história farmacológica, abor- doses podem estar excessivas ou insuficientes,
dando todos os comprimidos que os pacientes podendo alterar a resposta ao ato cirúrgico13.
utilizam. Por questões culturais os pacientes O jejum não é contra-indicação para a
tendem a chamar de medicamentos apenas o continuação dos fármacos pré-operatórios, pois
que eles julgam servir para o tratamento de suas podem ser tomados com pequena quantidade de
doenças, podendo omitir analgésicos e antiin- água. Contudo algumas cirurgias vão impedir
flamatórios tomados ocasionalmente para dor, totalmente a capacidade de ingestão oral e nestes
anticoncepcionais e terapias hormonais, bem
casos pode-se optar por formulações venosas,
como fitoterápicos. É importante conversar com
quando possível, ou administração enteral da
o paciente sobre todo comprimido ingerido, a
droga por sondas.
freqüência com que é utilizado e se está usando
É importante citar que alguns fármacos
neste momento.
não podem ser retirados abruptamente antes
Uma vez colhida uma adequada história
das cirurgias pelo risco de efeito rebote, sendo
farmacológica há quatro pontos fundamentais
os principais os beta-bloqueadores, a clonidina
na avaliação sobre a retirada ou manutenção dos
e os anticonvulsivantes8,13.
fármacos antes da cirurgia:
A partir de agora passaremos a descrever
1-O fármaco interfere na hemodinâmica, o manejo específico de determinados fármacos
cicatrização, ou coagulação e, portanto, pode
pelos sistemas orgânicos envolvidos.
prejudicar o procedimento cirúrgico?
2-O fármaco apresenta interações medica- Drogas nas doenças
mentosas importantes com os agentes anesté- cardiovasculares
sicos usuais? Os anti-hipertensivos devem ser mantidos
3-Qual a importância deste fármaco no inclusive no dia da cirurgia, as exceções são
controle da doença de base? discutidas abaixo.
4-Qual seria o efeito da suspensão deste Diuréticos - Suspender toda vez que a
fármaco antes da cirurgia? cirurgia envolver risco, ou previsão de perda
Caso o fármaco não interfira na anestesia sanguínea, pois podem alterar a capacidade
nem no procedimento pode ser mantido nor- renal de concentrar a urina prejudicando as
malmente, caso interfira deverá ser avaliado o respostas à hipovolemia10,13.
risco-benefício de sua retirada13,18,19. Beta-bloqueadores - Sem dúvida é o grupo
O correto manejo dos fármacos no pré- de fármacos onde a maior parte das evidências
operatório é um dos motivos que explica a médicas sugere um claro benefício na manu-
melhor evolução do paciente em procedimen- tenção perioperatória. Estes fármacos parecem
tos eletivos, comparados com as cirurgias de reduzir os efeitos cardiovasculares da descarga
urgência. Como regra geral a maioria das me- simpática da cirurgia, diminuindo o consumo
dicações pode ser mantida durante a cirurgia e de oxigênio pelo miocárdio e, consequente-
não interfere com a administração anestésica. mente, a chance de isquemia e arritmias. Os
Conseqüentemente, a maioria das drogas deve possíveis efeitos adversos seriam a bradicardia
ser continuada até a manhã da cirurgia a menos e a hipotensão, mas são de pequena gravidade
que seja totalmente desnecessário, como por e facilmente reversíveis. Quando o paciente não
exemplo, vitaminas usadas por conta própria ou puder ingerir por via oral utilizar formulações
haja contra-indicação a elas , como o AAS. venosas de beta-bloqueadores como o metopro-

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lol e o esmolol. A preferência sempre se faz para Drogas nas doenças
os cardio-seletivos, para diminuir a chance de respiratórias
broncoespasmo na cirurgia12,17.
A maior parte das drogas para as doenças
Clonidina - Trata-se de um simpaticolítico
respiratórias é mantida durante todo o período
de ação central que tem sido cada vez menos
perioperatório, pois diminui a incidência de
utilizado na terapia anti-hipertensiva. A manu-
descompensações pulmonares durante a cirur-
tenção da clonidina durante o perioperatório foi
gia ou a recuperação pós-anestésica. Alguns
associada a um melhor prognóstico cardiovas-
autores sugerem que se façam inalações com
cular, por outro lado a retirada da droga deve
beta-agonistas nos pós-operatório imediato de
ser programada, e feita de maneira gradual,
pacientes com Asma ou DPOC, principalmente
pois a retirada abrupta pode resultar em grave
se submetidos a cirurgias que podem compro-
efeito rebote. O possível benefício da droga no
meter a função respiratória (pneumectomias,
per-operatório associado ao risco de sua retirada
cirurgias de andar superior de abdome). Os
súbita fazem com que a recomendação seja man-
glicocorticóides são especialmente importantes,
ter a droga inclusive no dia da cirurgia, usando
pois sua retirada no perioperatório leva ao risco
aplicações trans-dérmicas caso a ingestão oral
de insuficiência adrenal, devendo ser mantidos
seja impossível.
durante todo o pré-operatório.
Outros simpaticolíticos centrais, como a
As exceções do grupo são os antagonistas
alfametildopa, têm uma chance muito menor
dos leucotrienos, que devem ser suspensos na
de causar efeito rebote e uma meia vida mais
manhã da cirurgia e retomados assim que o pa-
longa, podendo causar hipotensão prolongada,
ciente tiver condições de deglutir. Como a ação
portanto devem ser substituídas por drogas
destes fármacos persiste por vários dias após a
alternativas durante a preparação do paciente
dose não há risco de descompensação de Asma
para a cirurgia8.
com sua retirada no dia do procedimento. Há
Antiarrítmicos - Os antiarrítmicos mais muito pouco na literatura sobre a teofilina no
antigos como a quinidina, a procainamida e perioperatório, mas sabe-se que é uma droga
outros, principalmente da classe I e III são de intervalo terapêutico curto, portanto deve
retirados alguns dias antes e reintroduzidos ter, idealmente, seus níveis medidos antes da
depois conforme a necessidade, não havendo cirurgia, devendo ser suspensa no dia anterior
um protocolo fechado. Os antiarrítmicos mais pelos riscos de efeitos cardiovasculares graves
modernos, notadamente a amiodarona, podem durante o procedimento anestésico20.
ser tomados inclusive no dia da cirurgia e na
impossibilidade de ingestão por via oral alguns
Drogas nas doenças
gastrintestinais
podem ser usados por via intravenosa. O sotalol
é um beta-bloqueador com efeitos antiarríti- Não existe nenhuma contra-indicação
micos e como todo beta-bloqueador deve ser quanto à manutenção de antagonistas-H2 ou
mantido durante todo o ato operatório10,13. inibidores de bomba de prótons no periopera-
Quanto aos fármacos usados no tratamen- tório. Pelo contrário eles diminuem a chance de
to das dislipidemias há muito pouco dado na lesão aguda de mucosa durante o pós-operatório
literatura, contudo parece ser seguro manter as por diminuírem a secreção ácida. Além disto, a
estatinas no per-operatório, principalmente nos própria alcalinização gástrica tem as vantagens
de acelerar o esvaziamento gástrico e aumentar
pacientes de alto risco cardiovascular, devendo-
a tonicidade do esfíncter esofageano inferior.
se suspender todos os outros anti-lipemiantes
Portanto estas drogas se associam a diminuição
no dia anterior ao procedimento22.
do conteúdo gástrico e a um conteúdo me-
nos ácido, resultando em menores índices de

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broncoaspiração e de Pneumonite Aspirativa à diminuição da resposta simpática associada ao
(Síndrome de Mendelson). A cimetidina pode hipertireoidismo (e potencializada pelo proce-
alterar a meia vida de várias drogas anestésicas, dimento). Deve-se evitar neste doentes o uso
mas seu uso é cada dia mais raro. Portanto como de alguns agentes como o pancurônio, efedrina,
regra geral os agentes anti-secretórios devem norepinefrina, epinefrina, ou atropina, que têm
ser mantidos durante todo o perioperatório. Os ação vagolítica ou simpaticomimética13.
pró-cinéticos podem até ser usados, mas como Terapias hormonais devem ser avaliadas
seu efeito é apenas sintomático, não havendo com bastante critério antes da cirurgia, mulheres
grande prejuízo com sua suspensão, geralmente jovens que utilizam contraceptivos orais, sem
não são prescritos no perioperatório19. fatores de risco para tromboembolismo e que
se submeterão a procedimentos simples sem
Drogas nas doenças endócrinas imobilização podem manter sua terapia, caso
As drogas que alteram funções endócrinas contrário devem suspender o contraceptivo por
representam um tópico de especial importância pelo menos seis semanas e utilizar um método
dentro do manejo do paciente cirúrgico, sendo não hormonal até a cirurgia. As mulheres em
que três grupos de pacientes se sobressaem em terapia de reposição hormonal ou tratamento
importância e merecem atenção especial, são com moduladores dos receptores de estrogênio
os doentes que usam glicocorticóides, os que como o tamoxifeno e o raloxifeno devem ter a
fazem tratamento para tireóide e os diabéticos. terapia suspensa pelo menos quatro semanas
Como regra geral estes pacientes devem ir para antes do procedimento6.
a cirurgia o mais próximo do estado compen- Quanto aos usuários de glicocorticóides,
sado possível, sendo que cada um tem suas manter a dose usual naqueles que usam menos
particularidades. de 20mg de prednisona ou equivalente. Em
Na avaliação dos pacientes com patolo- doses maiores de 20mg por pelo menos três se-
gias da tireoide o conceito básico é que nem a manas, ou pacientes que apresentam estigmas de
levotiroxina (usada para o hipotireoidismo), Cushing e vão se submeter a um procedimento
nem os antitireoidianos (propiltiouracil e me- cirúrgico importante pode ser necessário au-
timazol) apresentam importantes efeitos no ato mentar a dose em 25% do basal10,13,18,19.
operatório, podendo ser mantidos até a manhã Nada é mais desafiador que o manejo de
da cirurgia. diabéticos no perioperatório, já que por um lado
O preparo pré-operatório destes doentes o descontrole glicêmico pode alterar etapas im-
será discutido com detalhes em outro capítulo, portantes do procedimento, como a cicatrização,
mas cumpre reforçar que os pacientes não de- por outro a hipoglicemia pode ser devastadora
vem ser submetidos à cirurgia com a função ti- durante o ato operatório, levando a sofrimento
reoidiana descompensada, devendo-se antes de cerebral e celular. Este difícil manejo será abor-
uma cirurgia eletiva obter um razoável controle dado em outro capítulo e aqui nos atemos aos
da doença. O hipotireoidismo grave se relaciona fármacos.
a um pior prognóstico cirúrgico e o hiperti- Sabe-se que os diabéticos apresentam uma
reoidismo não tratado pode se transformar em chance maior que a população normal de se-
uma tempestade tireoidiana no pós-operatório. rem submetidos a um procedimento cirúrgico.
Outra consideração importante é que estes Estima-se que cerca de 50% destes pacientes
pacientes têm maior chance de apresentarem farão pelo menos uma cirurgia durante sua
outras endocrinopatias, marcadamente insufi- vida. As cirurgias são particularmente mais
ciência adrenal. comuns quando a doença está avançada, como
Nos hipertireoideos, a utilização de beta- nos diabéticos com Insuficiência Renal que farão
bloqueadores no pré-operatório está relacionada fístulas arterio-venosas, ou nos com neuropatia

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que complicam com pé diabético. ce de hipoglicemia no pré-operatório. Portanto
Quanto aos fármacos utilizados pelos dia- como regra geral os pacientes que farão peque-
béticos eles podem ser divididos em três grupos: nos procedimentos, podem receber insulina,
aqueles que controlam a terapia apenas com sendo necessária apenas redução da dose para
dieta, os que usam antidiabéticos orais e os que metade (glargina) ou um terço (NPH) da dose
usam insulina. usual, já os que serão submetidos a procedimen-
Diabéticos controlados apenas com dieta tos maiores, com necessidade de maior tempo de
geralmente não precisam de nenhuma terapia jejum devem ter a insulina de longa ação suspen-
pré-operatória específica, devendo-se utilizar sa e receber infusão de insulina venosa. Na nossa
medidas seriadas da glicemia capilar e aplicar prática esta infusão só se aplica aos doentes de
insulina de ação rápida (regular ou lispro) maior risco que farão seu pré-operatório em
quando necessário, objetivando uma glicemia unidades fechadas, sendo exemplo, os pacientes
menor que 200mg/dL. que farão cirurgias cardíacas, onde a glicemia
Quando a insulina não é utilizada não há é mantida entre 80-110mg/dL, nos demais a
necessidade de utilizar glicose nas soluções de rotina usual é utilizar os esquemas de glicemia
hidratação, exceto pelas necessidades basais. capilar e insulina de ação rápida objetivando
Quando aplicada insulina, em qualquer doente uma glicemia menor que 200mg/dL e maior de
diabético, é necessário adicionar glicose às so- 120mg/dL. Conforme já dito antes todo doente
luções, para evitar hipoglicemia grave, afinal o diabético que recebe insulina, de qualquer tipo
doente estará em jejum para a cirurgia. e está em jejum por um procedimento cirúrgico
Nos diabéticos que fazem tratamento com deve receber infusão de glicose, numa taxa de
hipoglicemiantes orais deve-se atentar para 5g de glicose/hora.
a suspensão pré-operatória destas drogas e Os esquemas de glicemia capilar e insulina
controle glicêmico com esquemas de insulina de ação rápida variam muito entre as instituições
regular. A metformina deve ser suspensa 48 dependendo geralmente da experiência dos
horas antes do procedimento, pelo risco de médicos que avaliam o doente. Uma tentativa
acidose lática e os outros antidiabéticos podem de normatizar estes esquemas foi proposta por
ser suspensos na manhã da cirurgia2,13. Jacober and Sowers, usando a dose de insulina
Uma exceção importante é a clorpropamida, total dos pacientes (Tab.1)9.
uma droga obsoleta, de meia vida longa e com
Drogas anticoagulantes e
importantes efeitos colaterais, como a Secreção
antiagregantes plaquetários
Inapropriada de ADH. Sempre que possível os
pacientes devem ter a droga substituída por O manejo dos anticoagulantes no pré-
sulfoniluréias mais modernas na preparação operatório é discutido detalhadamente em outro
pré-operatória. No dia da cirurgia recebem o capítulo, neste momento nos atemos mais aos
mesmo esquema de glicemia capilar e insulina antiagregantes plaquetários, sejam eles utiliza-
regular conforme a necessidade, objetivando dos com este fim, como o AAS, o clopidogrel,
manter a glicemia menor que 200mg/dL. o cilostazol e a ticlopidina, seja o efeito antia-
O manejo dos pacientes que usam insulina gregante um efeito colateral como no caso dos
é um pouco mais complexo. A retirada total da antiinflamatórios não esteroides.
insulina com a manutenção apenas de esquemas Aqui a regra geral é que se o fármaco causa
de glicemia capilar e insulina de ação rápida uma inibição irreversível da agregação plaquetá-
pode levar a alterações metabólicas resultantes ria deve ser suspenso pelo menos sete dias antes
da falta de glicose nas células, semelhantes ao do procedimento e se causa uma inibição rever-
jejum, por outro lado a manutenção das doses sível pode ser suspenso de acordo com sua meia
usuais de insulina pode aumentar muito a chan- vida, geralmente 72 horas antes da cirurgia.

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O AAS causa uma inibição irreversível sível, podendo então ser suspenso 72 horas antes
da ciclo-oxigenase, impedindo a plaqueta de do procedimento.
produzir tromboxane por toda sua vida. Por- Quanto ao cumarínico, a conduta mais
tanto enquanto circular aquela plaqueta será aceita é suspender a droga no pré-operatório e
incapaz de se agregar. Os pacientes submetidos reintroduzí-la logo que for possível. Contudo
a cirurgias eletivas devem ter o AAS suspen- diversos estudos mostraram que a cirurgia de
so 7-10 dias antes do procedimento, pois é o catarata realizada com INR em níveis terapêu-
tempo necessário para a substituição destas ticos pode ser segura e ter menos complicações
plaquetas por células novas com capacidade que a tentativa de retirar e reintroduzir a droga.
normal de agregação21. Os antiinflamatórios não Portanto pacientes de alto risco para trombose
hormonais causam uma inibição reversível da que se submetem a cirurgias de baixa complexi-
ciclo-oxigenase e a plaqueta perde a capacidade dade podem ser operados sem alteração no seu
de se agregar apenas enquanto o fármaco está esquema anticoagulante, caso seu INR esteja em
circulando. Portanto estes fármacos podem ser
níveis terapêuticos, já os que serão submetidos
suspensos de acordo com sua meia vida. O pro-
a cirurgias mais complexas, principalmente
blema é que a meia vida destas drogas varia de
neurocirurgias, devem ter o cumarínico sus-
2-5 horas, como o ibuprofeno e a indometacina
penso e utilizar formulações de heparina neste
a 12-17 horas como o naproxeno, levando a ra-
intervalo11.
zoável confusão na hora de decidir o momento
de suspender a droga. Portanto uma conduta Antibióticos e quimioterápicos
bastante razoável é suspender estes fármacos
Nestes fármacos não há exceção. Pela pos-
pelo menos 72 horas antes de procedimentos
sibilidade de surgimento de resistência com sua
cirúrgicos eletivos.
retirada eles devem ser mantidos durante todo o
O clopidogrel e a ticlopidina são antagonis-
perioperatório. Isto se aplica tanto a antibióticos
tas do ADP que causam uma inibição irrever-
usados para infecções agudas, como para trata-
sível da capacidade de agregação plaquetária,
mentos prolongados, como antituberculosos e
devendo ser suspensos pelo menos 7 a 10 dias
anti-retrovirais.
antes de procedimentos eletivos. Já o efeito do
cilostazol sobre a agregação plaquetária é rever-

Tabela 1. Esquema de insulina de ação rápida conforme glicemia capilar.

GLICEMIA CONDUTA

< 70mg% Comunicar com urgência o plantonista

70-200mg% Não infundir insulina

201-250 1x (dose total de insulina em 24h/30)

251-300 2x (dose total de insulina em 24h/30)

301-350 3x (dose total de insulina em 24h/30)

351-400 4x (dose total de insulina em 24h/30)

401-450 5x (dose total de insulina em 24h/30)

> 451 Comunicar com urgência o plantonista

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Drogas nas doenças neuro- A interação com opióides como a meperidina
psiquiátricas e o dextrometorfano (antitussígeno) pode levar
a uma síndrome serotoninérgica grave, com
Os antidepressivos e os ansiolíticos são os
síndrome extrapiramidal, agitação, cefaléia,
grupos de fármacos neuropsiquiátricos mais
febre, convulsões, coma, e até morte. Alguns
utilizados na prática médica5.
anestesistas não se sentem seguros em aplicar
Os benzodiazepínicos podem ser mantidos
anestesia geral em pacientes que usam Inibi-
durante a cirurgia sem maiores problemas,
dores da MAO, e há relatos de procedimentos
devendo apenas ser relatado seu uso na ficha
sem complicações, mas estes casos devem ser
de avaliação.
individualizados e discutidos entre a equipe
Os antidepressivos tricíclicos podem ser
anestésica e os psiquiatras que acompanham o
mantidos durante a cirurgia, principalmente nos
doente. A regra geral é suspender as drogas pelo
doentes que fazem uso crônico destes fármacos
menos duas semanas antes da cirurgia14.
em altas doses16. Contudo há relatos de efeito
Outros fármacos psiquiátricos merecem
pró-arrítmico da associação de antidepressivos
citação. Os estabilizadores do humor mais uti-
tricíclicos com anestésicos inalatórios como o
lizados são o lítio e o ácido valpróico, devendo
halotano, devendo-se ter atenção na monitoriza-
ser mantidos durante todo o procedimento.
ção operatória destes doentes. Os pacientes com
O lítio pode prolongar o efeito dos relaxantes
maior risco de arritmias (por exemplo: cirurgias
musculares, portanto deve-se comunicar ao
cardíacas) que usam doses baixas, como para o
anestesista sobre seu uso. O mesmo raciocínio
tratamento da dor crônica, devem suspender o
fármaco sete dias antes do procedimento. se aplica aos usuários crônicos de opióides, e aos
A situação dos inibidores da recaptação que usam antipsicóticos.
da serotonina é mais complicada, visto haver Entre os fármacos usados para doenças
razoável evidência na literatura de aumento neurológicas merecem destaque os anticonvul-
da necessidade de transfusões em pacientes sivantes que devem ser mantidos durante toda
submetidos a cirurgias em uso destas drogas. a cirurgia, sendo feitos por via venosa quando
A suspensão destes fármacos deve ser feita em a ingestão oral for impossível. A suspensão
torno de três semanas antes do procedimento, destes fármacos pode levar a crises convulsivas
o problema é que os distúrbios psiquiátricos no per-operatório, com aumento importante da
costumam aflorar neste período, e após a rein- morbidade destes doentes1.
trodução no pós-operatório são necessárias mais Os antiparkinsonianos dopaminérgicos
algumas semanas para o retorno da eficácia. podem apresentar interações importantes com
Portanto sempre que possível o manejo destas a dopamina ou outros adrenérgicos, devendo
drogas no per-operatório deve ser discutido de ter sua dose reduzida no pré-operatório, e
maneira multidisciplinar, avaliando a urgência re-estabelecida o mais precoce possível após
do procedimento, os riscos de sangramento da a cirurgia. Não devem ser suspensos abrupta-
cirurgia e os efeitos da retirada do fármaco sobre mente, pois pode haver síndrome neuroléptica.
a doença de base. Cabe lembrar que o paciente A levodopa-carbidopa pode ser tomada até a
que apresenta um transtorno de humor grave noite anterior à cirurgia, devendo ser omitida
em atividade durante o ato operatório apresenta a dose matinal4.
maior morbidade e mortalidade. Os pacientes em tratamento para miastenia
Os inibidores da monoamino-oxidase gravis, que se submeterão a cirurgias maiores
(MAO) são os antidepressivos de maior desta- podem ter a dose da manhã do dia da cirurgia
que no que tange a complicações per-operató- omitida, o que levaria a uma necessidade menor
rias. Podem interagir com agentes adrenérgicos de agentes bloqueadores neuromusculares. A
ou anticolinérgicos, causando hipertensão grave. droga deve ser reintroduzida assim que o pa-

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ciente tiver estabilidade hemodinâmica. A Ephedra é geralmente usada para perder
peso, aumentar a energia e tratar condições
Drogas nas doenças reumáticas alérgicas das vias aéreas. Pode aumentar o ris-
Idealmente os pacientes portadores de co de Infarto Agudo do Miocárdio e Acidente
patologias reumáticas graves devem ter a par- Vascular Cerebral, devendo ser suspensa pelo
ticipação de seu reumatologista na avaliação menos 24 horas antes da cirurgia. O Garlic é
pré-operatória. A conduta quanto aos glicocor- usado para diminuição do LDL e da ateroscle-
ticóides já foi discutida, quanto aos outros imu- rose. Pode aumentar a chance de sangramento e
nossupressores há muito pouco na literatura, deve ser retirado pelo menos sete dias antes do
sendo importante decidir as estratégias a partir procedimento. A Gingko biloba é usada para vá-
de reuniões interdisciplinares. O maior risco rios fins, desde perda de memória, até sintomas
destas drogas é aumentar as taxas de infecção de Insuficiência Venosa Crônica, ou disfunção
operatória7,23. erétil. Pode aumentar o risco de sangramento
Estudos isolados sugerem que a sulfassalazi- e deve ser retirada pelo menos três dias antes
na e a penicilamina deveriam ser suspensas uma da cirurgia.
semana antes do procedimento, o metotrexato O Ginseng é usado como restaurador dos
poderia ser mantido em pacientes com função processos homeostáticos. Ele diminui os níveis
renal normal, bem como a hidroxicloroquina. plasmáticos de glicose e pode aumentar o risco
Contudo a avaliação criteriosa e multidisciplinar de sangramento, devendo ser suspenso pelo
decidirá os casos enquanto faltarem evidências menos sete dias antes da cirurgia. O Kava-kava
mais firmes na literatura. é um popular ansiolítico que pode aumentar
As drogas usadas para tratar a Gota (alo- o efeito sedativo das drogas anestésicas e deve
purinol e colchicina) devem ser suspensas na ser suspenso 24 horas antes do procedimento.
manhã da cirurgia. As drogas utilizadas para o Existem evidências de hepatotoxidade grave
tratamento da Osteoporose também devem ser por esta droga, o que vem diminuindo seu uso.
suspensas; o raloxifeno já foi discutido, o alen- Valeriana e outros sedativos naturais devem ser
dronato apesar de não ter interações graves com suspenso cautelosamente no pré-operatório e se
o procedimento cirúrgico-anestésico, é de difícil necessário substituídos por benzodiazepínicos,
manuseio no per-operatório, visto ser necessário pois faltam evidências firmes sobre sua seguran-
o paciente ficar pelo menos 30 minutos em pé e ça neste período.
tomar uma boa quantidade de água para evitar
a esofagite, o que pode ser impossível durante
Drogas nas doenças prostáticas
o pré-operatório. Fármacos usados para o prostatismo mere-
cem uma atenção especial, pois o uso de anta-
Medicamentos fitoterápicos
gonistas do receptor alfa-1 durante cirurgia de
São fármacos vendidos aos pacientes com as catarata foi associado a complicações oculares
promessas de serem tão eficazes quanto a alopa- graves, como o prolapso da íris. Estes fármacos
tia e isentos de efeitos colaterais, e seu uso vem devem ser descontinuados antes da cirurgia, mas
aumentando de maneira substancial nos últimos o tempo de retirada é incerto.
anos, chegando ao nível de 38% da população
americana usar ou já ter usado uma destas Conclusão
drogas, sendo freqüentes a auto-medicação e
a omissão de seu uso. Muitos destes fármacos O correto manejo pré-operatório das medi-
carecem de uma comprovação científica de cações exige um exercício constante de pesquisa
eficácia, e podem interferir de maneira grave do clínico, visto ser muito difícil memorizar a
no per-operatório, portanto devem ser sempre miríade de interações e complicações relativas
suspensos3,15. aos fármacos usados. O passo mais importante

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é a obtenção de uma história farmacológica increase risk for venous thromboembolic
disease. Ann Intern Med 2000;132:689-96.
detalhada, procurando ativamente por fármacos
freqüentemente omitidos, como os fitoterápicos, 7. GRENNAN, D.M., GRAY, J., LOUDON, J.,
et al. Methotrexate and early postoperative
e mantendo sempre uma relação estreita com a complications in patients with rheumatoid
equipe cirúrgica e anestésica, bem como com os arthritis undergoing elective orthopedic
especialistas que cuidam das co-morbidades do surgery. Ann Rheum Dis 2001; 60:214-7.

doente. Muito mais que uma avaliação focal o 8. HART, G.R., ANDERSON, R.J. Withdrawal
chamado risco cirúrgico deve ser uma avaliação syndromes and the cessation of antihypertensive
therapy. Arch Intern Med 1981; 141:1125.
global e multidisciplinar. No que tange às drogas
9. JACOBER, S.J., SOWERS, J.R. An update on
a literatura é ainda muito frágil em evidências,
perioperative management of diabetes. Arch
mas a maioria dos fármacos pode ser usada Intern Med 1999; 159:2405.
com segurança durante a cirurgia. Contudo é 10. KROENKE, K., GOOBY-TOEDT, D., JACKSON,
muito importante conhecer as exceções, pois J.L. Chronic medications in the perioperative
pode haver complicações anestésico-cirúrgicas period. South Med J 1998; 91:358.

graves relacionadas ao manejo inadequado dos 11. LIU, S.S., MULROY, M.F. Neuraxial anesthesia
fármacos no pré-operatório. in the presence of standard heparin. Reg Anesth
Pain Med 1998;23(Suppl 2):157-63.
As mudanças bruscas e profundas na
12. MANGANO, D.T., LAYUG, E.L., WALLACE, A.,
medicação usual durante a preparação para a
et al for the Multicenter Study of Perioperative
cirurgia devem ser evitadas ao máximo, pois Ischemia Research Group. Effect of atenolol
a descompensação da doença de base pode on mortality and cardiovascular morbidity
after noncardiac surgery. N Engl J Med 1996;
ser muito mais ominosa que a manutenção da 335:1713.
medicação usual. Quando é imperiosa uma mu-
13. MERCADO, D.L. Perioperative medication
dança terapêutica, esta deve ser feita lentamente, management. Med Clin North Am 2003; 87(1):
postergando a cirurgia o máximo possível, para 41-57.
que o paciente entre na sala compensado de sua 14. MICHAELS, I., SERRINS, M., SHIER, N.Q., et
patologia de base. al. Anesthesia for cardiac surgery in patients
receiving monoamine oxidase inhibitors.
Anesth Analg 1984;63:1041-4.
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the surgical patient. Philadelphia, PA: W.B. Med Clin North Am 2000;18:637-54.
Saunders Co.; 1998. p. 2183-312. 17. SHAMMASH, J.B., TROST, J.C., GOLD, J.M.,
2. CANADIAN DIABETES ASSOCIATION. 2003 et al. Perioperative beta-blocker withdrawal
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and management of diabetes in Canada. Can J Heart J 2001;141:148-53.
Diabetes 2003; 27(Suppl 2):S1. 18. SMITH, M.S., MUIR, H., HALL, R. Perioperative
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M.F. Use of herbal medicines in ambulatory considerations. Drugs 1996; 51:238.
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19. SPELL, N.O. Stopping and restarting
4. FRIEDMAN, J.H., FEINBERG, S.S., FELDMAN, medications in the perioperative period. Med
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due to levodopa therapy withdrawal. JAMA
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obstructive pulmonary disease. N Engl J Med
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Emerg Med Clin North Am 2000; 18:211-32. 21. TAGGART, D.P., SIDDIQUI, A., WHAEATLEY,
D.J. Low-dose preoperative aspirin therapy,
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D., et al. Postmenopausal hormone therapy requirements. Ann Thorac Surg 1990;50:425-8.

36 Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ


22. WA E L , S . Pe r i o p e r a t i v e m e d i c a t i o n cations. Unfortunately, the data in this area are
management: A case-based review of general
principles. Cleveland Clinic J Med 2006; 73-1:82-
often insufficient to provide evidence-based
7 recommendations and support fixed guidelines.
23. WLUKA A, BUCHBINDER R, HALL S, et al. In this article, we tried to provide a summary
Methotrexate and postoperative complications. of most important recommendations, based in
Ann Rheum Dis 2002;61:86-7.
the pharmacologic properties of the drugs and
the effect of stopping medications on the patient
Abstract disease, and the effect of drugs during surgical
Many of the patients who will be submit- procedure, including potential interactions with
ted to a surgery have a chronic disease and use anesthetic agents.
drugs. One of the most important consultant’s KEYWORDS: Preoperative evaluation,;
roles in the preoperative evaluation is to make Drug interactions; Elective surgeries; Underling
recommendations regarding the use of medi- diseases.

Ano 6, Julho / Dezembro de 2007 37


TITULAÇÃO DOS AUTORES

Editorial Artigo 2: A necessidade de


Haroldo Coelho da Silva exames complementares pré-
Médico da Unidade Docente Assistencial de Clínica
Médica FCM - UERJ
operatórios
Márcia C. B. Ladeira
Mario Fritsh T. Neves
Professora Auxiliar do Departamento de Clínica
Professor Adjunto do Departamento de Clínica
Médica FCM - UERJ
Médica FCM - UERJ
Endereço para correspondência:
Wille Oigman Márcia Cristina B. Ladeira
Professor Titular de Clínica Médica FCM - UERJ Av. 28 de Setembro, 77 – 3º andar – Vila Isabel
Rio de Janeiro, RJ / CEP 20551-030
Artigo 1: A consulta clínica Telefone: 2587-6631
Email: ladeira.marcia@gmail.com
pré-operatória
Haroldo C. da Silva Artigo 3: Fármacos no pré-
Médico da Unidade Docente-Assistencial de operatório
Clínica Médica HUPE - UERJ Rodrigo F. Garbero
Raphael M. G. M. Gonçalves Professor substituto do Departamento de Clínica
Médica da FCM - UERJ
Professor Substituto do Departamento de Clínica
Médica FCM - UERJ Luiz A. Vieira
Professor Assistente do Departamento de Clínica
Endereço para correspondência: Médica da FCM - UERJ
Haroldo Coelho da Silva
Hospital Universitário Pedro Ernesto – Endereço para correspondência:
Departamento de Clínica Médica Av. 28 de Setembro, 77 – 3º andar – Vila Isabel
Av. 28 de Setembro, 77 – 3º andar – Vila Isabel Rio de Janeiro, RJ / CEP 20551-030
Rio de Janeiro, RJ / 20551-030 Telefone: 2587-6631
Telefone: 2587-6631 Email: rogarbero@hotmail.com
Email: harcoelho@terra.com.br

Ano 6, Julho / Dezembro de 2007 9


Artigo 4: Avaliação Serviço de Cardiologia do HUPE-UERJ.

cardiovascular em pré- Endereço para correspondência:


Eduardo C. Barbosa
operatório de cirurgia Hospital Universitário Pedro Ernesto – Setor de
Arritmias
não-cardíaca Av. 28 de Setembro, 77 – 2º andar – Vila Isabel
Ronaldo A.O.C. Gismond Rio de Janeiro, RJ / 20551-030
Professor Substituto do Departamento de Clínica Telefone.: 2587-6631
Médica FCM-UERJ. Email: correabarbosa@terra.com.br

Mario F. Neves Artigo 7: Manejo pré-


Professor Adjunto do Departamento de Clínica
Médica FCM-UERJ.
operatório dos pacientes com
Endereço para correspondência: doença endócrina e doença
Mario Fritsch Neves renal crônica
Hospital Universitário Pedro Ernesto
Departamento de Clínica Médica Manoel R. A. de Almeida
Av. 28 de Setembro, 77 sala 329 – Vila Isabel Professor Assistente do Departamento de Clínica
Rio de Janeiro, RJ / CEP 20551-030 Médica.
Telefone: 2587-6631
Email: mfneves@uerj.br Filipe S. Affonso
Professor Assistente do Departamento de Clínica
Artigo 5: O Paciente Médica.

hipertenso Endereço para correspondência:


Manoel Ricardo A. de Almeida
Daniel Arthur B. Kasal Hospital Universitário Pedro Ernesto
Professor substituto no Departamento de Clínica Departamento de Clínica Médica
Médica. Av. 28 de Setembro, 77 – 3º andar – Vila Isabel
Rio de Janeiro, RJ / CEP 20551-030
Wille Oigman Telefone: 2587-6631
Professor Titular do Departamento de Clínica Email: mraalmeida@uol.com.br
Médica.
Endereço para correspondência: Artigo 8: O Paciente com
Wille Oigman
Hospital Universitário Pedro Ernesto doença pulmonar
Departamento de Clínica Médica Agnaldo J. Lopes
Av. 28 de Setembro, 77 sala 329 – Vila Isabel
Chefe do Setor de Provas de Função Respiratória
Rio de Janeiro, RJ / CEP 20551-030
Telefone: 2587-6631 do HUPE-UERJ.
Email: oigman@rio.com.br
José Manoel Jansen
Professor Titular de Pneumologia FCM-UERJ
Artigo 6: Risco cirúrgico
Endereço para correspondência:
em pacientes com arritmias Agnaldo J. Lopes
cardíacas Hospital Universitário Pedro Ernesto
Serviço de Pneumologia
Eduardo C. Barbosa Av. 28 de Setembro, 77, 2º andar – Vila Isabel
Professor Assistente da Disciplina de Cardiologia Rio de Janeiro, RJ / CEP: 20551-030
da FCM - UERJ. Telefone.: 2587-6537
Responsável pelo Setor de Arritmias Cardíacas do Email: phel.lop@uol.com.br

10 Revista do Hospital Universitário Pedro Ernesto, UERJ


Artigo 9: Recomendações Artigo 10: Avaliação pré-
profiláticas para pacientes operatória pediátrica
cirúrgicos Júlia M. Paes de Carvalho
Alan Mekler Médica Residente de Pediatria da FCM-UERJ

Professor substituto do Departamento de Clínica Luciano A. M. Pinto


Médica FCM-UERJ
Professor Assistente do Departamento de Pediatria
Aloysio G. da Fonseca da FCM-UERJ

Professor Assistente do Departamento de Clínica Endereço para correspondência:


Médica FCM-UERJ Júlia M. Paes de Carvalho
Rua Gal. Artigas, 72/301 / CEP 22441-140
Endereço para correspondência: Telefone: 021 9626-5466
Aloysio G. da Fonseca
Hospital Universitário Pedro Ernesto Email: juliapc@terra.com.br
Departamento de Clínica Médica
Av. 28 de Setembro, 77 sala 329 – Vila Isabel
Rio de Janeiro, RJ – CEP 20551-030
Telefone: 2587-6631
Email: aloysiofonseca@ajato.com.br

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