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Supremo Tribunal Federal

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 734.467 BAHIA

RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI


RECTE.(S) : ESTADO DA BAHIA
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DA BAHIA
RECDO.(A/S) : MARINA SANTOS MATTOS
ADV.(A/S) : SYDIONEY PASTOR DA LUZ

Trata-se de agravo contra decisão que negou seguimento a recurso


extraordinário interposto de acórdão cuja ementa segue transcrita:

“MANDADO DE SEGURANÇA – PRORROGAÇÃO DA


LICENÇA MATERNIDADE DE 120 PARA 180 DIAS –
SERVIDORA PÚBLICA ESTADUAL – APLICAÇÃO DA LEI
FEDERAL Nº 11.770/2008 – DIREITO LÍQUIDO E CERTO –
CONCESSÃO DA SEGURANÇA. AGRAVO REGIMENTAL
PREJUDICADO.
1. O art. 2º da Lei nº 11.770/08 configura norma de
aplicabilidade imediata, não necessitando, portanto, de qualquer
regulamentação para a sua aplicação;
2. O direito à licença-maternidade previsto no art. 7º, inciso
XVIII da CR/88, é direito social auto-aplicável, não sendo razoável
entender que a lei infraconstitucional necessitaria de regulamentação
para ser efetivamente aplicada.
3. O Estado da Bahia, através de seu Governador, em data de 26
de maio de 2011, sob a louvável justificativa de aumentar o tempo de
aleitamento materno, evitando-se, desse modo, a incidência de doenças
entre os recém-nascidos, sancionou a Lei nº 12.241/11, reconhecendo o
direito das servidoras públicas gozarem de 180 dias de licença-
maternidade. Assim, ao estender às servidoras o direito à prorrogação
da licença-maternidade, é de se afirmar a certeza e liquidez do direito
da parte impetrante.”

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição,


alegou-se violação aos arts. 7º, XVIII, 25, caput, 39, caput e § 3º, e 61, § 1º,
II, c, da mesma Carta.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 3473283.
Supremo Tribunal Federal

ARE 734467 / BA

A pretensão recursal não merece acolhida. Ressalta-se,


preliminarmente, que, com exceção do art. 7º, XVIII, da Constituição
Federal, os demais dispositivos constitucionais apontados como violados
não foram prequestionados. Assim, como tem consignado este Tribunal,
por meio da Súmula 282, é inadmissível o recurso extraordinário se a
questão constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão
recorrido. Ademais, se os embargos declaratórios foram opostos somente
para suprir, em parte, a omissão (art. 39, caput e § 3º), é inviável o
recurso, nos termos da Súmula 356 do STF.

É certo, ainda, que a jurisprudência desta Corte orienta-se no sentido


de que a questão referente a prorrogação de licença maternidade de
servidora pública estadual possui natureza infraconstitucional. Desse
modo, eventual ofensa à Constituição se daria de forma meramente
reflexa. Inviável, portanto, o recurso extraordinário. Nesse sentido,
menciono as seguintes decisões, entre outras: ARE 664.076/MG, Rel. Min.
Luiz Fux e ARE 693.307/MG, Rel. Min. Cármen Lúcia.

Isso posto, nego seguimento ao recurso (CPC, art. 557, caput).

Publique-se.

Brasília, 5 de março de 2013.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI


- Relator -

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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