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O Papel e atribuições do coordenador pedagógico

Quem é o coordenador pedagógico?

O Papel e atribuições do coordenador pedagógico dentro da escola


Dentro das inúmeras mudanças que ocorrem na sociedade atual, de ordem
econômica, política,social, ideológica, a escola, como instituição de ensino e de
práticas pedagógicas, enfrenta muitos desafios que comprometem a sua ação
frente às exigências que surgem.Assim, os profissionais, que nela trabalham,
precisam estar conscientes de que os alunos devem ter uma formação cada
vez mais ampla, promovendo o desenvolvimento das capacidades desses
sujeitos.

Para tanto, torna-se necessária a presença de um coordenador pedagógico


consciente de seu papel, da importância de sua formação continuada e da
equipe docente, além de manter a parceria entre pais, alunos, professores e
direção. De acordo com o Regimento Escolar, Artigo nº. 129/2006-Resolução
CEE/TO, "a função de coordenação pedagógica é o suporte que gerencia,
coordena e supervisiona todas as atividades relacionadas com o processo de
ensino e aprendizagem, visando sempre à permanência do aluno com
sucesso."

Já segundo Clementi (apud Almeida), cabe ao coordenador "acompanhar o


projeto pedagógico, formar professores, partilhar suas ações, também é
importante que compreenda as reais relações dessa posição." Partindo desse
pressuposto, podem-se identificar as funções formadora, articuladora e
transformadora do papel desse profissional no ambiente escolar.

Considerando a função formadora, o coordenador precisa programar as ações


que viabilizem a formação do grupo do grupo para qualificação continuada
desses sujeitos.Consequentemente, conduzindo mudanças dentro da sala de
aula e na dinâmica da escola, produzindo impacto bastante produtivo e
atingindo as necessidades presentes.
Assim, muitos formadores encontram na reflexão da ação, momentos
riquíssimos para a formação. Isso acontece à medida que professores e
coordenadores agem conjuntamente observando, discutindo e planejando,
vencendo as dificuldades, expectativas e necessidades, requerendo momentos
individuais e coletivos entre os membros do grupo, atingindo aos objetivos
desejados. As relações interpessoais permeiam a prática do coordenador que
precisa articular as instâncias escola e família sabendo ouvir, olhar e falar a
todos que buscam a sua atenção.

Conforme Almeida(2003), na formação docente, "é muito importante prestar


atenção no outro, em seus saberes, dificuldades", sabendo reconhecer e
conhecer essas necessidades propiciando subsídios necessários à
atuação.Assim, a relação entre professor e coordenador, à medida que se
estreita e ambos crescem em sentido prático e teórico(práxis), concebe a
confiança, o respeito entre a equipe e favorece a constituição como pessoas.

Na parceria escola X família, esse profissional é requerido para estreitar esses


laços e mantê-los em prol da formação efetiva dos educandos à medida que
cada instância assuma seu papel social diante desse ato indispensável e
intransponível.

Como ressalta Alves(apud Reis,2008) "homens que através de sua ação


transformadora se transformam. É neste processo que os homens produzem
conhecimentos, sejam os mais singelos, sejam os mais sofisticados, sejam
aqueles que resolvem um problema cotidiano, sejam os que criam teorias
explicativas."

Assim, é papel do coordenador favorecer a construção de um ambiente


democrático e participativo, onde se incentive a produção do conhecimento por
parte da comunidade escolar, promovendo mudanças atitudinais,
procedimentais e conceituais nos indivíduos.

Os órgãos colegiados são espaços que proporcionam essa formação à medida


que a participação, o compromisso e o protagonismo de seus componentes,
pais, alunos, professores, coordenação e direção, ocasionem transformações
significativas nesse ambiente.Cabe ao coordenador atuar coletivamente e
visualizar esses espaços como oportunidades para o desempenho das suas
funções.
Apesar das inúmeras responsabilidades desse profissional já descritas e
analisadas aqui, o coordenador pedagógico enfrenta outros conflitos no espaço
escolar, tais como tarefas de ordem burocrática, disciplinar, organizacional.

Assumir esse cargo é sinônimo de enfrentamentos e atendimentos diários a


pais, funcionários, professores, além da responsabilidade de incentivo a
promoção do projeto pedagógico, necessidade de manter a própria formação,
independente da instituição e de cursos específicos, correndo o perigo de cair
no desânimo e comodismo e fatores de ordem pessoal que podem interferir em
sua prática.

Muitas vezes, a escola e o coordenador se questionam quanto à necessidade


desse profissional e chegam à conclusão que esse sujeito pode promover
significativas mudanças, pois esse trabalha com formação e informação dos
docentes, principalmente.O espaço escolar é dinâmico e a reflexão é
fundamental a superação de obstáculos, socialização de experiências e
fortalecimento das relações interpessoais.

O coordenador pedagógico é peça fundamental no espaço escolar, pois busca


integrar os envolvidos no processo ensino-aprendizagem mantendo as
relações interpessoais de maneira saudável, valorizando a formação do
professor e a sua, desenvolvendo habilidades para lidar com as diferenças com
o objetivo de ajudar efetivamente na construção de uma educação de
qualidade.
Como planejar uma boa semana pedagógica

Conduzir os encontros de formação de professores é uma das atividades que


mais
aparecem na rotina do coordenador pedagógico. Mas como garantir que eles
de fato
contribuam para melhorar a prática da equipe? O segredo para fazer reuniões
cada
vez mais eficientes é planejá-las com cuidado, prevendo todos os momentos -
inclusive os de intervenção dos participantes. E a melhor maneira de fazer isso
é elaborando uma boa pauta, que nada mais é do que um roteiro no qual
devem
constar os objetivos, os conteúdos que serão tratados, as estratégias
propostas
e os materiais necessários.
Poucas pessoas dão importância a essa preparação. Porém formalizar em um
documento
esses itens tem vários propósitos. Primeiramente, a pauta evidencia a atuação
do
coordenador pedagógico na formação continuada docente. O arquivo desses
registros é imprescindível na construção da memória coletiva da instituição e
certamente vai servir de referência para os próximos formadores que ali
vierem
a atuar e também para outras escolas da rede. Dessa forma, o trabalho dos
profissionais mais experientes vai auxiliando na formação dos iniciantes.

Além disso, o planejamento contribui para a melhor utilização do tempo


dedicado
à formação. Imagine, por exemplo, deixar uma reunião inconclusa por haver
conteúdos demais para o tempo previsto ou ter de interrompê-la para fazer
cópias
de um material que deverá ser consultado. Tudo isso se resolve ao detalhar o
passo
a passo do encontro.

A pauta tem um papel ainda mais significativo. "Redigi-la é um momento de


aprendizagem para o próprio coordenador", afirma Débora Rana,
selecionadora
do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10 na categoria Gestor. As pautas
elaboradas
por Ana Iracema Scherer, coordenadora pedagógica da EMEF Presidente Nilo
Peçanha,
em Novo Hamburgo, a 42 quilômetros de Porto Alegre, não entravam em
grandes detalhes
até dois anos atrás. Ao começar a colocar no papel a descrição de cada etapa,
ela passou
a buscar mais referências teóricas, analisar o encadeamento da reunião com o
objetivo
da formação, estimar com mais precisão a duração das atividades e prever os
passos seguintes com base nos conhecimentos que queria construir com a
equipe.
Isso contribuiu para o melhor trabalho dos docentes, como é o caso de Dóris
Dettenborn,

professora do 2º ano

Esse processo reflexivo continua inclusive na execução da pauta, momento no


qual são incorporados os acontecimentos e as observações que alteram o
documento inicial. A análise comparativa da reunião prevista e da efetivamente
realizada dá pistas sobre se as estratégias formativas foram bem exploradas e
ajuda
na preparação dos próximos encontros.

Supervisores e outros coordenadores ajudam no planejamento

Tudo isso, é verdade, dá certo trabalho. Portanto, o apoio da rede de ensino


é fundamental. Contar com a participação de outros coordenadores da escola
ou
da rede - e até do diretor - é uma boa maneira de trocar experiências. De
qualquer
forma, a definição do foco de cada encontro com os professores exige ter em
mãos
o projeto de formação da escola - documento que descreve as necessidades
dos
professores com base nos registros deles, nas observações de aula e na
análise
de desempenho dos alunos.

Bom roteiro

Aqui, o propósito de cada item que compõe a pauta de formação


Objetivos
- Refletir sobre a prática da leitura em sala de aula com base
na análise de bons modelos.
- Planejar boas intervenções a serem feitas antes, durante
e depois da leitura.

Conteúdos
- Leitura e planejamento da leitura pelo professor.

Materiais
- Transcrição da situação de leitura pela professora da turma do 2º ano.
- Livro O Nabo Gigante.
- Vídeo da mesma situação de leitura.
- Livro Ler e Escrever na Escola, de Délia Lerner

Identificação
Além de dar um tom oficial ao documento,
o cabeçalho ajuda a localizá-lo em caso de consultas
para os planejamentos futuros.

Saberes trabalhados
Deixe claras as metas de aprendizagem, relacionando-as com as estratégias que
serão desenvolvidas ao longo da reunião.

Menos é mais
O excesso pode tornar a formação superficial. Opte por trabalhar somente um tema
por vez, dependendo da complexidadade.

Lista útil
Definir e especificar os objetos necessários aos estudos faz com que eles
sejam providenciados com antecedência.
Desenvolvimento

- Apresentação da pauta e dos objetivos da reunião - 5 minutos

- Ampliação do repertório cultural - 10 minutos

- Retomada da discussão sobre a leitura em sala de aula - 20 minutos:-


Perguntar aos professores como eles têm encaminhado essa situação didática: que
critérios usam para a escolha do livro? Eles planejam as próprias intervenções para
antes,
durante e depois da leitura?

- Coletivamente, fazer uma listagem das aprendizagens dos alunos em uma


situação de leitura pelo professor, baseando-se nas referências teóricas do livro de
Délia Lerner.

- Tematização da prática docente - situação didática de leitura


pelo professor - 1 hora:-
Apresentar o livro O Nabo Gigante. Realizar a leitura e entregá-lo ao grupo
para que todos conheçam e manuseiem a obra.

- Explicar que um conto de acumulação apresenta repetição de elementos


ao longo da história e discutir o porquê dessa nomenclatura

- Distribuir a transcrição do vídeo que será repassado em seguida.

- Pedir para que grifem, façam anotações e, em pequenos grupos, respondam


às seguintes questões:

Quais intervenções da professora parecem ter sido planejadas especificamente


para a leitura daquele livro? (listar aqui as respostas esperadas)

Quais condições didáticas foram garantidas nessa proposta?

O que parece que a professora fez para se preparar para a leitura?

Que procedimentos deve ter usado para planejar? Discutam os itens


que podem ter feito parte do planejamento.

- Exibir o vídeo.

- Dividir os professores em pequenos grupos para que debatam as questões.

- Socializar as conclusões e sistematizar os pontos discutidos.

Momento cultural
Uma leitura, a apresentação de um vídeo ou uma conversa sobre uma exposição
ou peça em cartaz são opções para iniciar a reunião.

Resgate de saberes
Ao retomar as conclusões anteriores, é possível verificar os conhecimentos
adquiridos e marcar a continuidade do plano de formação.

Previsão das respostas


Antecipe as possíveis reações em função dos problemas didáticos enfrentados.
Isso ajuda a pensar em outras possibilidades de abordagem.

Hora de resumir
Planeje momentos de intervenção para amarrar o conteúdo. Sistematize os
conhecimentos com base nos registros coletivos.

- Planejamento de leitura pelo professor - 1 hora:


- Entregar os livros de contos. Solicitar aos docentes que façam a análise e
escolham um deles para planejar a leitura que farão em sala.

- Entregar um modelo de planejamento e combinar que essa atividade será


iniciada nos grupos e continuará nos trabalhos coletivos.

- Socializar o que os grupos produziram e elaborar um só planejamento com


base na discussão dos grupos.

Olhar reflexivo
Planeje as estratégias para problematizar a prática docente. Tome como objeto
de reflexão bons exemplos de situações didáticas.

Aulas seguintes
Dê tempo para que o grupo prepare coletivamente as aulas. Acompanhe
o processo e dê espaço para discutir algumas decisões.

Avaliação e Comentários
Reserve um espaço para indicar se as ações foram realizadas e descrever
situações que tenham saído do planejamento.

- Organização da sequência didática para o mês de junho - 10 minutos:

- Retomar com os professores as aulas realizadas e discutir, coletivamente,

sobre as próximas aulas, levando em consideração o cronograma.

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