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Bolsonaro condiciona avaliar ajuda do G7 a reti... https://brasil.elpais.com/brasil/2019/08/27/politi...

BRASIL

INCÊNDIOS NA AMAZÔNIA ›

Bolsonaro condiciona avaliar


ajuda do G7 a retirada de
“insultos” de Macron e reforça
atrito com a França
Presidente brasileiro recua após membros do Governo
informarem que os 20 milhões de dólares oferecidos para
auxiliar no combate aos incêndios na Amazônia seriam
rejeitados

Área arrasada pelo fogo na Amazônia brasileira, no último sábado 24 de agosto. / Vídeo:
Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. FOTO: LULA SAMPAIO (AFP) | VÍDEO: REUTERS

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HELOÍSA MENDONÇA
São Paulo - 27 AGO 2019 - 13:10 BRT

Depois de diferentes declarações de integrantes do Governo brasileiro


sobre a ajuda financeira oferecida pelos países do G7 para o combate
aos incêndios na Amazônia, ainda é incerto se o Brasil aceitará ou não os
20 milhões de dólares (cerca de 83 milhões de reais) oferecidos pelo
bloco. Horas depois do ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni sinalizar
que o Brasil deveria rejeitar o auxílio para apagar as chamas florestais, o
presidente Jair Bolsonaro condicionou aceitar a oferta a um pedido de
desculpas do presidente francês Emmanuel Macron. "Eu falei isso [em
não aceitar os recursos]?", questionou o mandatário brasileiro, no início
da manhã desta terça-feira, ao ser questionado por jornalistas sobre o
por quê de o Brasil não aceitar a oferta do G7. "Primeiramente, o senhor
Macron deve retirar os insultos que fez à minha pessoa. Primeiro, me
chamou de mentiroso. Depois, a informações que eu tive, é que a nossa
soberania está em aberto na Amazônia", afirmou, na saída do Palácio da
Alvorada.

A maior parte dos recursos acordado entre Alemanha, Canadá, EUA,


França, Itália, Japão e Reino Unido seria destinada para o envio de aviões
Canadair para combater os incêndios na Amazônia. "Então, para
conversar ou aceitar qualquer coisa da França, que seja das melhores
intenções possíveis, ele [Macron] vai ter que retirar essas palavras e,
daí, a gente pode conversar", disse o presidente brasileiro. "Primeiro, ele
retira, depois ele oferece e daí eu respondo", completou. Bolsonaro não
mostrou, no entanto, qualquer intenção de pedir desculpas à
primeira-dama francesa, Brigitte Macron, por ter endossado, nesta
segunda-feira, em uma rede social um comentário ofensivo à esposa do
mandatário francês. Bolsonaro limitou-se a dizer que não publicou a foto
que zombava da aparência de Brigitte e disse apenas que afirmou ao
responsável pela publicação para "não falar besteira" —na ocasião, o
presidente brasileiro respondeu ao internauta com a frase: “não humilha
cara. kkkkkkk”.

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Macron e Bolsonaro vem


MAIS INFORMAÇÕES
trocando críticas públicas
Macron questiona se
Bolsonaro está “à
desde a semana passada,
altura” do cargo quando o aumento das
depois das piadas que queimadas na Amazônia foi
fez de sua mulher
classificada por Macron como
uma crise internacional. O
O negócio milionário governo francês chegou a
dos incêndios na ameaçar bloquear o acordo da
Amazônia
União Europeia com o Mercosul
por causa das "mentiras" de
Bolsonaro. A escalada da
tensão entre os presidentes
Marina Silva:
subiu ainda mais depois que o
“Voltamos a uma
situação ambiental
mandatário brasileiro e um de
pior do que a da seus ministros publicaram
década de 80” comentários desrespeitosos
sobre o presidente francês e
sua esposa. "Como sinto muita
amizade e respeito pelo povo
brasileiro, espero que tenha rapidamente um presidente que esteja à
altura", reagiu o líder francês em entrevista coletiva durante o último dia
da cúpula do G7, em Biarritz (França).

No mesmo dia, Bolsonaro questionou quais intenções estariam por trás


da oferta do auxílio financeiro por parte do G7. "Será que alguém ajuda
alguém, a não ser uma pessoa pobre, né, sem retorno? Quem é que está
de olho na Amazônia? O que eles querem lá?", questionou. Bolsonaro
também usou as redes sociais para dizer que não aceitará que o
presidente francês "dispare ataques descabidos e gratuitos à
Amazônia". "Nem que disfarce suas intenções atrás da ideia de uma
aliança dos países do G7 para salvar a Amazônia, como se fôssemos
uma colônia ou uma terra de ninguém", acrescentou o presidente

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brasileiro, acirrando ainda mais a queda de braço entre os dois


mandatários.

As declarações mais recentes de Bolsonaro divergem do tom do


ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que chegou a dizer, que a
ajuda do G7 seria bem-vinda. Nesta terça-feira, porém, Salles também
recuou e afirmou à agência Reuters, que ainda não tinha sido informado
pelo Governo sobre o assunto.

No último fim de semana, foram registrados mais de 1.000 novos


incêndios e, desde o início do ano, já foram reportados 80.626 em todo
Brasil, quase 80% a mais que no mesmo período de 2018, segundo
dados do Instituto Nacional de Investigação Espacial (INPE). Os satélites
mostram que mais de 80% do território devorado pelas chamas está na
Amazônia. O ministro de Defesa, Fernando Azevedo e Silva, afirmou, no
entanto, que a situação está "sob controle" e que, por agora, só
"preocupa um pouco" o fogo detectado nos Estados de Acre, Rondônia e
Pará (ao Norte do país). Sobre a ajuda do G7, o ministro disse que o
assunto está sendo tratado no Ministério das Relações Exteriores.

Por meio de nota, o Itamaraty informou que apesar do "suposto


lançamento de novas iniciativas relacionadas à Amazônia" para
reflorestar a região, já existem instrumentos previstos para esse tipo de
medida. De acordo com a nota, as ações estão previstas na Convenção-
Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e já
incluem, por exemplo, o pagamento por países desenvolvidos como a
França de 30 bilhões de dólares pela redução, no Brasil, de emissões de
gases de efeito estufa.

"Espera-se da França — e de outros países que porventura apoiem suas


ideias — que se engajem com seriedade nessas discussões no âmbito da
UNFCCC, ao invés de lançar iniciativas redundantes, com montantes

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que ficam muito aquém dos seus compromissos internacionais, e com


insinuações ambíguas quanto ao princípio da soberania nacional",
afirma o ministério das Relações Exteriores.

Adere a Mais informação >

ARQUIVADO EM:

Emmanuel Macron · Reflorestação · Cúpula G-7 Biarritz · Ricardo Salles · Amazônia


· Jair Bolsonaro · Desmatamento · G-7 · Reservas naturais · Incêndios florestais

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Novas fotos ilegais Novo estimulante 19 Coisas que os


mostram o que a natural vira febre no americanos fazem e
vida na Coréia do Brasil nós brasileiros
Norte realmente é estranhamos
como
DIRECT EXPOSE HOMEM ATUAL DESAFIO MUNDIAL

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Macron questiona se ‘Youtuber’ morre após O negócio milionário dos


Bolsonaro está “à altura” gravar salto de incêndios na Amazônia
do cargo depois das piadas paraquedas de empresa de
(EL PAÍS) (EL PAÍS) (EL PAÍS)

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