Primeiramente, pode ser destacada a Marcha das Panelas Vazias, quando cerca de 60 mil
pessoas manifestaram-se na cidade de São Paulo. Pouco tempo depois, houve a Greve dos
300 mil, quando cinco sindicatos convocaram uma greve que paralisou trabalhadores em
São Paulo durante quase um mês. A mobilização dos trabalhadores chamou a atenção do
governo, que, em resposta, nomeou João Goulart para o posto de Ministro do Trabalho.
A nomeação de Jango, como era conhecido João Goulart, foi estratégica, pois ele tinha uma
boa relação com os trabalhadores e com as lideranças sindicais. A atuação de Jango no
Ministério do Trabalho logo acalmou o ânimo dos movimentos trabalhistas, no entanto, por
outro lado, acirrou o dos opositores de Vargas.
A permanência de João Goulart no Ministério do Trabalho foi curta – oito meses. Além de
controlar os ânimos dos trabalhadores, Jango propôs algo que foi polêmico na época:
aumento de 100% no salário-mínimo dos trabalhadores. A proposta de Jango era uma
forma de compensar o desgaste na renda do trabalhador causado pela inflação.
Como forma de contornar a situação, Getúlio Vargas tomou medidas para agradar aos
diferentes lados: para acalmar a oposição, demitiu Jango; para acalmar a população,
ratificou o aumento salarial;
Apesar da forte crise política, a oposição não tinha força suficiente para derrubar Vargas.
Carlos Lacerda usava o seu jornal (Tribuna da Imprensa) para denunciar diariamente os
atos de corrupção do governo, sendo as denúncias verdadeiras ou não. Uma tentativa de
impeachment foi realizada e fracassou.
Novas investigações foram feitas e descobriram atos de corrupção praticados por membros
do governo. Apesar disso, as investigações nunca conseguiram incriminar diretamente o
presidente. De qualquer forma, o exército deu um ultimato e passou a exigir a renúncia do
presidente. Vargas, isolado politicamente, optou por cometer um ato extremo: na manhã de
24 de agosto de 1954, atirou contra o próprio peito.