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Fisiologia e
Recomendações
Nutricionais do
Idoso
Objetivos
Conhecer as alterações fisiológicas inerentes ao
processo de envelhecimento;
Compreender o impacto dessas alterações na
ingestão alimentar;
Compreender o impacto dessas alterações na
ingestão alimentar;
Conhecer as necessidades nutricionais dessa faixa
etária.
Conteúdos
Aspectos fisiológicos do idoso;
Recomendações nutricionais do idoso.
1. INTRODUÇÃO
Desde a segunda metade do século passado, o Brasil passa
por uma fase de transição demográfica, que em linhas gerais,
significa que o país passou de uma época com altas taxas de
natalidade e mortalidade para uma com baixa natalidade e
mortalidade, que levou à um aumento na expectativa de vida e,
consequentemente, à um envelhecimento populacional. Esse
novo cenário gera grande impacto em diversas áreas, entre elas
as da economia, de serviços e saúde.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas), em 2012, o Brasil possuía 25,4 milhões de pessoas
acima dos 60 anos. Em 2017, ultrapassou a marca dos 30, 3
milhões, o que representa um crescimento de 18% nessa faixa
etária (IBGE, 2018). Segundo projeções da OMS (Organização
Mundial de Saúde), em 2025 o Brasil terá a sexta maior
população de idosos do mundo, com 31,8 milhões de idosos
(OMS, 1998).
Na figura 1 a seguir, está representada a distribuição da
população brasileira por sexo e grupos de idades, baseada em
dados de 2017.
Alterações no gênito-urinário
Os rins diminuem a filtração glomerular. A bexiga
apresenta menor capacidade de armazenamento e redução da
força de contração. Ocorre um desequilíbrio entre a
musculatura voluntária e lisa, o que pode gerar episódios de
incontinência (TIBO, 2007).
INÍCIO DE DESTAQUE
As leituras indicadas no Tópico 3. 1. tratam sobre as
alterações fisiológicas inerentes ao envelhecimento. Neste
momento, você deve realizar essas leituras para aprofundar o
tema abordado.
FIM DE DESTAQUE
2. 2. RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NO IDOSO
Assim como nas demais unidades, antes de estudarmos
as recomendações nutricionais dessa fase da vida, é importante
conhecermos o estado nutricional desse indivíduo, para então
adequarmos suas necessidades.
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Diversos aspectos podem interferir na avaliação
nutricional em idosos, entre eles as alterações fisiológicas e
anatômicas inerentes à própria idade, alterações de composição
corporal, presença de doenças, interação fármaco-nutrientes
(Vitolo, 2008).
Alterações na cavidade oral (ausência ou amolecimento
dos dentes; próteses mal adaptadas; gengivas machucadas;
xerostomia), alterações na deglutição (disfagia), entre outras,
são algumas das alterações que estão associadas ao
comprometimento do estado nutricional do idoso.
Antropometria
Para essa avaliação, é realizado as seguintes aferições:
Peso (caso a pesagem não seja possível, pode-se utilizar
a fórmula de Chumlea et al (1985) para estimar o peso):
Homens:
P = (1,73 x CB)+(0,98 x CP)+(0,37 x DSE)+(1,16 x AJ)-81,69
Mulheres:
P = (0,98 x CB)+(1,27 x CP)+(0,4 x DSE)+(0,87 x AJ)-62,35
Sendo:
CB: circunferência do braço (cm)
CP: circunferência da panturrilha (cm)
DSE: dobra subescapular (mm)
AJ: altura do joelho (cm)
Altura (na impossibilidade de aferir a altura com
estadiômetro, é possível estima-la por envergadura ou
meia envergadura ou ainda pela fórmula de Chumlea et
al (1985)
Envergadura: distância entre os dedos médios de uma mão
a outra, feita com os braços estendidos com ângulo de 90º
em relação ao corpo;
Meia envergadura: extensão do braço até o osso externo
multiplicada por dois;
Chumlea:
Homens:
E = 64,19 – (0,04 x I)+(2,02 x AJ)
Mulheres:
E = 84,88 – (0,24 x I)+(1,83 x AJ)
Sendo:
I: idade (anos)
AJ: altura do joelho (cm)
Circunferências (braço, muscular do braço, panturrilha,
cintura, quadril)
Pregas cutâneas (tricipital, bicipital, supra ilíaca,
subescapular)
Com a associação dessas medidas, é possível avaliar
diversos indicadores de estado nutricional. O mais simples deles
é o cálculo do Índice de massa corporal (IMC), calculado através
da fórmula:
IMC = __Peso (kg)__
Altura2 (m)
Parâmetros bioquímicos
A interpretação de marcadores bioquímicos é de
extrema importância na avaliação nutricional, pois evidenciam
alterações bioquímicas de forma precoce, muito vezes antes
mesmo de aparecerem sintomas.
Avaliação de glicemia, albumina, marcadores do
metabolismo de ferro, hemograma, perfil lipídico, vitaminas (B 12
e ácido fólico) estão entre os principais parâmetros a serem
avaliados (Vitolo, 2008).
Consumo alimentar
É importante que nesse momento aspectos como
queixas (ganho ou perda de peso), história pregressa
(antecedentes pessoais e familiares), hábitos alimentares,
consumo alimentar e questões especiais (hábitos sociais como
tabagismo ou etilismo, uso de medicamentos) sejam levados em
consideração para a realização de uma anamnese mais
completa
Exame físico
RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
Energia
Para estimativa da TMR, utilizam-se as equações
propostas por Harris-Benedict (1979) ou pela OMS (1985). Em
ambos os casos, é necessário levar em consideração fatores
relacionados à atividade física, lesões e efeitos térmicos para a
estimativa do gasto energético total (Silva, 2016). O cálculo da
necessidade energética total (NET) é feito pela fórmula:
NET = TMR x FATOR ATIVIDADE x FATOR TÉRMICO x FATOR
LESÃO
HARRIS-BENEDICT (1919)
Mulheres:
TMR = 655,1 + (9,56 x P) + (1,85 x E) – (4,68 x I)
Homens:
TMR = 66,5 + (13,75 x P) + (5,0 x E) – (6,78 x I)
Sendo:
P: peso (kg)
E: estatura (cm)
I: idade (anos)
Proteína
As necessidades proteicas nesse grupo são alvos de
muita investigação. Estudos apontam que consumo menor que
0,8 g/Kg/dia favoreceria o surgimento de sarcopenia. Tal fato
elevaria a recomendação diária de proteína, porém a presença
de problemas renais (muito comuns nessa fase) contraindicam
esse aumento. Por isso as condutas devem ser avaliadas de
forma individual (Silva, 2016).
De forma geral, o IOM (2002) recomenda que a proteína
represente de 10 a 35% do valor calórico total ou 0,8g/kg/dia.
Vitaminas e minerais
No quadro 6 a seguir são apresentadas as vitaminas e
suas funções orgânicas, bem como suas recomendações diárias
segundo a DRI (2000).
INÍCIO DE DESTAQUE
As leituras indicada no Tópico 3. 2. tratam sobre as
recomendações nutricionais para idosos. Neste momento, você
deve realizar essas leituras para aprofundar o tema abordado.
FIM DE DESTAQUE
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante
para você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades
em responder as questões a seguir, você deverá revisar os
conteúdos estudados para sanar as suas dúvidas.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões
autoavaliativas propostas:
1) d.
2) c.
5. CONSIDERAÇÕES
Com esta unidade encerramos o nosso estudo da Nutrição da
gestação ao envelhecimento.
Durante nossa caminhada, percorremos todas as fases do
desenvolvimento humano e estudamos as principais
características e aspectos fisiológicos inerentes a cada fase. A
partir daí foi possível relacionar esses aspectos com o estado
nutricional do indivíduo e propor, respeitando as
individualidades, as melhores estratégias nutricionais, que
promovessem o pleno desenvolvimento e preservação da saúde
e qualidade de vida.
Não se limite aos conhecimentos aqui passados. Lembre-se
que a Nutrição é uma ciência dinâmica, que passa por
alterações de condutas e paradigmas frequentemente. A busca
pelo conhecimento constante fará de você um profissional
diferenciado, sempre atualizado e apto à desenvolver suas
atividades de forma ética e eficiente.
6. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 Distribuição da população por sexo e grupo idade – 2017. Disponível em:
<https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-
noticias/noticias/20980-numero-de-idosos-cresce-18-em-5-anos-e-ultrapassa-30-
milhoes-em-2017>. Acesso em 3 ago. 2018.
Sites pesquisados
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Número de idosos cresce 18%
em 5 anos e ultrapassa 30 milhões em 2017. Disponível em:
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-
noticias/noticias/20980-numero-de-idosos-cresce-18-em-5-anos-e-ultrapassa-30-
milhoes-em-2017. Acesso em 3 ago. 2018.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DA SILVA, M. L. N.; MARUCCI, M. F. N.; ROEDIGER, M. A. Tratado de Nutrição em
Gerontologia. Barueri, SP: Manole, 2016.
LIPSCHITZ, D. A. Screening for nutritional status in the elderly. Prim Care, v. 21, n. 1, p.
55 – 67, 1994.
VITOLO, Márcia Regina. Nutrição: da gestação ao envelhecimento. 1 ed. Rio de
Janeiro: Ed. Rubio, 2008.