Cebolinha No Olho Dos Outros Não É Refresco

28/08/2019 Cebolinha no olho dos outros não é refresco - Blog do Juca Kfouri - UOL
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Cebolinha no olho dos outros não é refresco
Juca Kfouri
27/08/2019 23h27
Não se trata de dizer que o Palmeiras começou a jogar melhor que o Grêmio
no Pacaembu.
O Palmeiras começou muuuuito melhor.
https://blogdojuca.uol.com.br/2019/08/cebolinha-no-olho-dos-outros-nao-e-refresco/ 1/14
Enquanto o Grêmio errava passes em cima de passes, o Palmeiras era

agudíssimo, com Luís Adriano obrigando Paulo Victor a se virar antes do
segundo minuto.
E assim seguiu até o 14º minuto, quando Thiago Santos dividiu pelo alto com o
goleiro gaúcho que espalmou mal nos pés de Luís Adriano e o centroavante
abriu o placar: 1 a 0.
O Grêmio precisava fazer 2 a 1 para seguir vivo na Libertadores.
E fez 1 a 1 em seu primeiro ataque, também no primeiro toque na bola de

Everton, aproveitando cobrança de falta por Alisson, nas costas de Marcos
Rocha, com um chute precioso, aos 18'.
E 2 a 1, quatro minutos depois, quando o Cebolinha entrou driblando na área

verde até que Weverton afastou a bola que caiu nos pés de Alisson para gelar
o estádio.
O jogo também não era bom.
Era muuuuito bom!
Espetacular!
O empate, lembremos, era tudo de que o Palmeiras precisava para ser

semifinalista contra o Flamengo ou o Inter.
Aos 30', Maicon, lesionado, deixou o campo e Rômulo entrou.
O Palmeiras pressionava o quanto podia, invariavelmente em bolas paradas,

sempre perigosas.
Já o Grêmio começou a fazer a catimba que acusou no rival durante o jogo de

ida.
São todos iguais, por suposto.
Em fruto de mais uma bola parada, aos 40', o rebote sobrou para Willian que
bateu certo, mas na trave gremista. Um pecado!
Três minutos depois, Dudu centrou, Paulo Victor errou na saída mais uma vez,
e por muito pouco Willian, de novo, quase empatou, com a bola saindo rente à
trave.
Na batata, já era para estar 2 a 2.
Mas não estava e o primeiro tempo, excelente, terminou com o Grêmio à frente.
O Grêmio encaçapou as duas bolas que chutou no gol.
O Palmeiras voltou para o segundo tempo com Deyverson no lugar de Willian.
Virar resultados não é a especialidade do time de Felipão, mas, também, nem

era necessário: o empate bastava.
E parecia possível, bem possível.
Depois de Maicon e Matheus Henrique, Jean Pyerre também foi amarelado,

aos 47'.
André desperdiçou um contra-ataque imperdível ao demorar para passar ao

Cebolinha.
O jogo transcorria em altíssima voltagem. Só André permanecia desligado,

incapaz de ganhar uma dividida.
Renato Portaluppi também tem suas teimosias…
Verdade que Gustavo Scarpa também não estava muito aceso e Felipão via
seu time alçando bolas na área para Geromel ganhar todas por cima, porque
sua mexida mudou o time para pior.
Nervoso, o Alviverde dominava e errava com Deyverson brigando com a bola.
Pepê substituiu André, enfim, aos 63'.
E Zé Rafael entrou no lugar de Scarpa, decepcionante, aos 65'.
Weverton teve de fazer uma defesaça num tirambaço de Jean Pyerre, aos 72'.
A última troca paulista foi a entrada de Rafael Veiga no lugar de Bruno

Henrique , aos 73'.
Alisson recebeu o quarto cartão amarelo do jogo, todos para o Imortal.
Mais de 36 mil torcedores lotavam o Pacaembu, provavelmente com saudade

da casa verde.
Diego Tardelli foi para o jogo no lugar de Alisson, aos 82'.
Fato é que o Palmeiras não punha a meta gremista em perigo, ao contrário das
pontadas tricolores.
Aos 89', por pouco, Pepê não fez o 3 a 1. Que seria, diga-se, justo.
Seis minutos de acréscimos para matar torcedor do coração.
Aos 93', VAR acionado pela primeira vez, quinto cartão para Geromel por
reclamação, mas não houve a marcação do suposto pênalti que, de fato, não
aconteceu para o Palmeiras.
A minoria gremista entoava o coro de "ELIMINADO".
Mas ainda faltavam mais dois minutos de acréscimos…
A opção preferencial do Grêmio pelas Copas, a do Brasil e a Libertadores,

dava certo.
Ao Palmeiras resta o Brasileirão e torcer para o Flamengo passar pelo Inter e

seguir dividido com o torneio continental.
Sabe-se lá o que acontecerá no Palestra diante de tamanha frustração,

diretamente proporcional à obsessão pelo título que não vem desde 1999.
O Grêmio segue em busca do inédito, para clubes brasileiros,

tetracampeonato.
Pedro Geromel atrás e o Cebolinha na frente são os heróis da grande atuação

gremista.
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S O B R E O AU TO R
Juca Kfouri é formado em Ciências Sociais pela USP. Diretor das revistas Placar (de
1979 a 1995) e da Playboy (1991 a 1994). Comentarista esportivo do SBT (de 1984 a
1987) e da Rede Globo (de 1988 a 1994). Participou do programa Cartão Verde, da Rede
Cultura, entre 1995 e 2000 e apresentou o Bola na Rede, na RedeTV, entre 2000 e 2002.
Voltou ao Cartão Verde em 2003, onde ficou até 2005. Apresentou o programa de
entrevistas na rede CNT, Juca Kfouri ao vivo, entre 1996 e 1999. Atualmente está
também na ESPN-Brasil. Colunista de futebol de “O Globo” entre 1989 e 1991 e
apresentador, de 2000 até 2010, do programa CBN EC, na rede CBN de rádio. Foi
colunista da Folha de S.Paulo entre 1995 e 1999, quando foi para o diário Lance!, onde
ficou até voltar, em 2005, para a Folha.
Colunas na Folha: https://blogdojuca.uol.com.br/lista-colunas-na-folha/
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