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Trabalho de Grupo
Disciplina: CiberPsicologia
2007 / 2008
Resumo
John Donahue e Kentle, 1991). Foi analisada uma amostra de 21 sujeitos, 11 (onze) dos quais
4 das 5 dimensões, sendo a excepção a dimensão Extroversão (t=-0,338 p = 739) nas restantes :
estatisticamente significativas.
suportadas numa coerência interna, dependente de como o indivíduo as utiliza para interagir,
reagir e partilhar com outrem. A Personalidade permite que nos reconheçamos e sejamos
persona, que significa «máscara do actor romano». A máscara não é entendida como um disfarce
mas sim como meio de exibir o mais específico da natureza humana, ela sintetiza em si a
relação com a morte. A noção de personalidade só pertence à pessoa humana (Martinho, 2004,
p18), sendo a “Pessoa” o Ser do Individuo e a sua Personalidade os seus atributos, onde interessa
aquilo que as pessoas têm de semelhante (Lawrence A. Pervin & Oliver P. John, 2004). Na
Personalidade que se podem classificar em dois grandes grupos: teorias individuais e sociais.
As teorias sociais mantêm a ideia de que a causa da Personalidade não é biológica mas
externa e que é determinada pelas situações que individuo enfrenta. Afirmam que o indivíduo
desenvolve uma personalidade através de muitos desígnios de lidar com outros indivíduos numa
situação social. Supõem que os indivíduos lutam por superar os sentimentos de inferioridade e
personalidade como «sentimento de si» que se resume ao sentimento que cada indivíduo tem da
sua individualidade biológica (Damásio, 2000). A Personalidade não se pode isolar de aspectos
independente da consciência e da representação de si, que cada um tem, nem da sua auto-estima
(Damásio, 2000).
pressupostos: todos os indivíduos têm uma série de características internas ou traços e que
existem diferenças entre o modo de desenvolver essas características por parte de cada indivíduo.
indivíduo, denominadas traços. A personalidade encontra-se integrada por uma série de atributos
previsíveis – traços ou factores. Podemos definir o traço como elemento perceptível, relativo e
Esta abordagem diferencial explica porque os indivíduos não reagem todos da mesma forma.
Alguns traços são comuns a todos, outros são exclusivos, uns podem determinar-se pela
hereditariedade (na determinação do temperamento); outros pelo meio social (família, grupos,
cultura, sociedade) outros pelas experiências sociais (Costa & MacCrae, 1992; John, Donahue &
Kentle, 1991). O modelo dos cinco grandes factores consolida o referido. Este apesar de
2006). Dessa forma, os traços de personalidade serviriam como um auxílio à forma como
interpretamos o meio e respondemos a ele, o que explica as diferenças individuais “sustenta que
os traços com base biológica interagem com o ambiente social para orientar o nosso
comportamento a cada instante” (MacCrae, 2006, p265). É esta perspectiva individual atribuída
variações de comportamentos de risco (Mussen, Conger, Kajan & Huston, 1990) entre os jovens.
O questionário de John Donahue e Kentle , o Big Five Inventory (BFI) foi criado com
base na Teoria dos traços. Este analisa cinco factores: Extroversão que corresponde ao nível de
experiência (flexibilidade de pensamento); Amabilidade que é definida por traços que levam a
Personalidade e Toxicodependência
semelhantes no Antigo Testamento. Sabe-se, também, que a morfina foi utilizada com fins
medicinais durante a II Guerra Mundial e que ainda não se conhecia a dependência provocada
pela substância. (Poiares, 1998). Foi Freud (1897, citado por Ribeiro, 1995; Poiares, 2002) que
durante a sua busca para explicar o fenómeno do comportamento aditivo, procurou alertar para a
No nosso país, na fase dos anos 20 e 30 a droga era exclusiva das classes elitistas onde o acesso
era privilegiado (médicos e farmacêuticos). (Poiares, 1998). Como afirma Olivenstein (1990)
sócio cultural (p.14). O consumo e a dependência de substâncias surge, de acordo com Murphy
& Khantzian (1995) quando o consumidor percebe que o efeito das mesmas pode ser usado para
lidar com sentimentos perturbadores que derivam de um ego frágil e de um self vulnerável. A
dependência é concebida como uma desordem de auto-regulação que envolve a gestão dos
Vários estudos (Gonçalves & Rodrigues, 1997; Miller & Rollnick, 1999; Neto & Torres, 1991;
Páges & Berthier, 2002; Fabião, 2002) referem que não existe um padrão claro de personalidade
e Personalidade anti-social. Num estudo descritivo (Piedmont & Ciarrocchi; Brooner, Herbst,
Schmidt, Brigelow & Costa; citado por Piedmont,1998) verificaram que existe um perfil
pontuação nas dimensões amabilidade e conscienciosidade. McCormick et al. (1998) verificou
que estes obtiveram pontuações altas na dimensão neuroticismo e baixas nas dimensões
amabilidade e conscienciosidade.
Método
Participantes / Amostra
feminino (42,9%) cuja média de idade é de 30,86 anos, sendo a idade mínima de 21 anos e a
máxima de 46. É constituída por dois grupos, sendo um grupo constituído por 11 sujeitos
masculino (27%) e 8 do sexo feminino (73%) cuja média de idades é de 32,91 anos, sendo a
idade mínima de 22 anos e a idade máxima de 46 (ver tabela 1). Em relação à escolaridade deste
do sexo masculino (90%) e 1 do sexo feminino (10%), cuja média de idades é de 28,60 anos,
sendo a idade mínima de 21 anos e a idade máxima 36. No que diz respeito à escolaridade 5
Medidas/Instrumentos:
O instrumento utilizado foi o Big Five Inventory (BFI) de John Donahue e Kentle, 1991. Neste
estudo, a escala Big Five Inventory (BFI) foi construída, informaticamente com recurso ao
programa InfoPath do Microsoft Office 2007 do Windows XP, no decurso das aulas da cadeira
BFI é um questionário de
de CiberPsicologia com supervisão do docenProcedimento. O
personalidade, composto por 44 itens que permite avaliar 5 factores; Extroversão (oposta à
Bernaud, 1998). Aos sujeitos pediu-se que classificassem cada afirmação utilizando uma escala
O procedimento utilizado na recolha dos questionários da escala BFI foi composto de duas fases:
Numa primeira fase foram distribuídos aleatoriamente os questionários pelo grupo de
estatístico deste estudo. Numa segunda fase foram apresentados e preenchidos pelo grupo de
estudantes universitários. Posteriormente foi feita a recolha por meio informático no horário
Psicologia.
Resultados
O tratamento estatístico foi efectuado com recurso ao software SPSS versão 16.
superior ao nível de significância (p= 0,05) para um intervalo de confiança de 95%, logo a
Pela aplicação do Independente Sample Test verifica-se que o valor de significância obtido nas
p=0,021), Neuroticismo
nesta dimensão evidências que permitam inferir sobre a não existência de diferenças
estatisticamente significativas entre os grupos (ver tabela 3).
Importa referir ainda as médias que cada grupo obteve em cada uma das cinco dimensões,
quer onde se verificaram diferenças assim como na dimensão em que não houve evidências que
3,2250 e os estudantes a média de 2,7045; por fim, na dimensão abertura à experiência o grupo
Discussão
grupo de estudantes, o que vivifica de certa forma os estudos efectuados (Piedmont &
Ciarrocchi; Brooner, Herbst, Schmidt, Brigelow & Costa; citado por Piedmont,1998) e
extrinsecamente) a motivação tanto pelo que levam os jovens a dirigirem-se ao mundo da droga,
Tabela 1
Idades
DROGA MÉDIAS
Extroversão Sim 3,1625
Não 3,2500
Agradabilidade Sim 2,8000
Não 3,7879
conscienciosidade Sim 3,0333
Não 3,6061
Neuroticismo Sim 3,2250
Não 2,7045
Abertura à Experiência Sim 2,6500
Não 3,7818
Tabela 3
Ex-To Estud
xicode antes
npend Univ
entes ersitá
rios
N=10 N=11
M DP M DP t
Bernaud, Jean Luc; “Les méthodes d’évaluation de la personnalité”, Dunod, Paris, 1998.
Gonçalves, L. & Rodrigues, V. A. (1997). “A banha da cobra?: Ensaio sobre a prática
psiquiátrica contemporânea”. Lisboa: Dom Quixote.
Janeiro, Luís & Metelo, Telma; Revista Toxicodependência; Edição IDT; Volume10 –
Número 1 (2004) (pp. 25-35).
Lawrence A. Pervin & Oliver P. John; “Personalidade: teoria e pesquisa”; trad. Ronaldo
Cataldo Costa. – 8ª Ed. – Porto Alegre: Artmed, 2004.
Piedmont, R. (1998). The revised NEO Personality Inventory: Clinical and research
Applications. New York: Plenun Press.