Você está na página 1de 32

34567

15 DE JULHO DE 2011

˜
E D I Ç A O D E E S T U D O
ARTIGOS DE ESTUDO PARA AS SEMANAS DE:

29 de agosto–4 de setembro
ˆ ´
Voce seguir a
˜ ´
a amorosa orientaçao de Jeova?
´ ˆ
PAGINA 10 C ANTICOS: 26, 3

5-11 de setembro
ˆ ´
Voce acatar a
´
os claros alertas de Jeova?
´ ˆ
PAGINA 15 C ANTICOS: 65, 52

12-18 de setembro
O descanso de Deus — de que se trata?
´ ˆ
PAGINA 24 C ANTICOS: 19, 27

19-25 de setembro
ˆ
Voce entrou no descanso de Deus?
´ ˆ
PAGINA 28 C ANTICOS: 134, 24
34567 6
15 DE JULHO DE 2011

´ ´
O OBJETIVO DESTA REVISTA, A Sentinela, e honrar a Jeova Deus, o Supremo Governante do Universo.
Assim como as torres de vigia nos tempos antigos possibilitavam que uma pessoa observasse de longe
´ `
os acontecimentos, esta revista mostra para nos o significado dos acontecimentos mundiais a luz das
´
profecias bıblicas. Consola as pessoas com as boas novas de que o Reino de Deus, um governo real no
´ ´ ´ ´ ´
ceu, em breve acabara com toda a maldade e transformara a Terra num paraıso. Incentiva a fe em Jesus
´ ´
Cristo, que morreu para que nos pudessemos ter vida eterna e que agora reina como Rei do Reino de
˜ ´ ˜ ´ ´
Deus. Esta revista, publicada sem interrupçao pelas Testemunhas de Jeova desde 1879, nao e polıtica.
` ´
Adere a Bıblia como autoridade.
˜ ˜ ´ ´ ˜
Esta publicaçao nao e vendida.
˜ Ela faz parte de uma obra educativa bıblica, mundial,
mantida por donativos. A menos que haja outra indicaçao, os textos
´ ˜ ˆ
bıblicos citados sao da Traduçao do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referencias.

´ ´
OBJETIVO DOS ARTIGOS DE ESTUDO TAMB EM NESTE N UMERO
3 A Sentinela
˜
— nova ediçao
ˆ
em ingles
simplificado

´ 4 Uma longa
ARTIGOS DE ESTUDO 1 E 2 PAGINAS 10-19 - ´
´ ˆ batalha jurıdica
Jeova amorosamente nos alerta contra influen- termina
´
cias negativas que poderiam nos desviar do ca- em vitoria! )
minho para a vida eterna. Esses dois artigos
´ ˆ ´
consideram seis mas influencias e como evita-
las.
´
ARTIGOS DE ESTUDO 3 E 4 PAGINAS 24-32
´ ˜ 20 Eu tinha medo
A Bıblia diz que, depois da criaçao do homem, da morte
´ ´
Jeova “descansou” no setimo dia. (Heb. 4:4) — agora espero
´
O primeiro desses dois artigos explicara o obje- ‘vida em
ˆ
tivo do descanso de Deus e por que isso abundancia’ )
´ ´ ´
e importante para nos. O segundo indicara
algumas maneiras de mostrarmos que pes-
´
soalmente nos juntamos a Jeova no seu des-
canso.

´ ˜ ´ ´ ´
A Sentinela e publicada e impressa quinzenalmente pela Associaçao Torre de Vigia de Bıblias e Tratados. Sede e grafica: Rodovia SP-141, km 43, Cesario
´ ´
Lange, SP, 18285-000. Diretor e editor responsavel: A. S. Machado Filho. Revista registrada sob o numero de ordem 508. 5 2011 Watch Tower Bible and Tract
Society of Pennsylvania. Todos os direitos reservados. Impressa no Brasil.
Vol. 132, N.° 14 Semimonthly PORTUGUESE (Brazilian Edition)
A Sentinela
˜ ˆ
Nova ediçao em ingles simplificado
TEMOS o prazer de anun- nos manter bem supridos de oportuno ali-
´ mento espiritual. Portanto, para que todos os
ciar que, por um perıodo
experimental de um ano, a presentes se beneficiem plenamente da ma-
´ ˜ ´ ˜ ˆ
partir deste numero da ediçao de estudo de teria, a ediçao em ingles simplificado usa um
´ ´
A Sentinela, publicaremos simultaneamente vocabulario reduzido e estruturas sintaticas e
˜ ˆ ˜
todos os meses uma ediçao em ingles simpli- gramaticais mais simples. Essa nova ediçao
´ ´ ´
ficado. Contera os artigos de estudo e, depen- tera uma capa diferenciada. Os subtıtulos,
´ ˜
dendo da disponibilidade de espaço, artigos paragrafos, perguntas de recapitulaçao e gra-
´ ˜
secundarios selecionados. Acreditamos que vuras nos artigos de estudo coincidirao com
´ ˜ ˜ ˜
isso suprira uma importante necessidade es- os da ediçao-padrao. Assim, todos poderao
´ acompanhar o Estudo de A Sentinela usando
piritual de muitas Testemunhas de Jeova. ˜
Como assim? qualquer uma das ediçoes.
ˆ ´ ˜
O ingles e o idioma comum falado pelos Esperamos que essa nova provisao atenda
˜ ´ ` ˜ ´
nossos irmaos em paıses como Fiji, Gana, as oraçoes de muitos que pedem a Jeova:
˜ ´ ´ “Faze-me entender, para que eu aprenda os
Ilhas Salomao, Liberia, Nigeria, Papua-Nova
´ ˆ ˜ teus mandamentos.” (Sal. 119:73) Acredita-
Guine e Quenia. Embora nossos irmaos nes- ˆ
´ mos que aqueles que tem conhecimento li-
ses paıses talvez falem outros idiomas locais, ˆ
ˆ mitado do ingles, bem como algumas crian-
ou nativos, eles em geral usam o ingles nas ˆ ˜ ´
˜ ´ ças que falam ingles, acharao mais facil se
reunioes congregacionais e no ministerio de
ˆ ´ preparar para o semanal Estudo de A Senti-
campo. No entanto, o ingles que eles usam e ´
mais simples do que o usado nas nossas pu- nela. Devemos agradecer a Jeova que, por
˜ ´ ` ˜ ˜
blicaçoes. Ainda outros do povo de Jeova se “amor a associaçao inteira dos irmaos”, usa o
´ ˆ “escravo fiel e discreto” para prover uma far-
mudaram para paıses em que tem de se co-
ˆ ˜ tura de alimento espiritual. — 1 Ped. 2:17;
municar em ingles, mesmo que nao domi-
´ ˜ ˆ Mat. 24:45.
nem bem esse idioma. Alem disso, nao tem
˜
como assistir a reunioes congregacionais na
´
sua lıngua materna. Corpo Governante
Os artigos que estudamos toda semana no
˜ das Testemunhas de Jeová
Estudo de A Sentinela sao o meio principal de
´
UMA LONGA BATALHA
´ JURIDICA
TERMINA EM VITORIA!
´
E LA começou em 1995 e durou 15 anos. Nes-
´ ˜ ´
se perıodo, os cristaos verdadeiros na Rus-
sia sofreram ataques de pessoas que se opu-
multiplicou. De fato, de 1990 a 1995, o nume-
´
ro de Testemunhas de Jeova em Moscou pulou
de umas 300 para mais de 5 mil! Esse contı-
´
` ´
nham a liberdade religiosa. Esses opositores nuo aumento de novos servos de Jeova em
estavam decididos a colocar na ilegalidade as Moscou alarmou os opositores. Em meados
´
Testemunhas de Jeova em Moscou e outras dos anos 90, eles atacaram instigando uma
´ ´ ´ ´
partes do paıs. Jeova, porem, achou por bem guerra jurıdica. Essa luta prolongou-se por
premiar a integridade de nossos queridos ir- ´ ´
˜ ´ ´ morosos quatro estagios, ate ser finalmente re-
maos russos com uma vitoria jurıdica. Mas o solvida.
que levou a esse confronto?
REVIRAVOLTA ˜ NAS
LIBERDADE — ENFIM! INVESTIGAÇOES CRIMINAIS
Na primeira metade dos anos 90, nossos ir- ´
˜ ´ O primeiro estagio da luta começou em ju-
maos na Russia recuperaram a liberdade reli- nho de 1995. Um grupo radicado em Moscou,
giosa que perderam em 1917. Em 1991, o go- que apoiava abertamente a Igreja Ortodoxa
˜ ´
verno da Uniao Sovietica os registrou como Russa, apresentou uma queixa acusando nos-
˜ ˜ ˜
religiao oficial. Depois da desintegraçao da sos irmaos de atividades criminosas. O grupo
˜ ´ ´
Uniao Sovietica, as Testemunhas de Jeova fo-
˜ ´ afirmava que defendia os interesses de fami-
ram registradas na Federaçao Russa. Alem dis-
˜ ´ liares ressentidos com o fato de que seus
so, irmaos que decadas antes haviam sofrido ˆ
˜ conjuges ou filhos haviam se tornado Teste-
perseguiçao religiosa foram reconhecidos ofi- ´
´ munhas de Jeova. Em junho de 1996, inves-
cialmente pelo Estado como vıtimas de opres-
˜ ´ tigadores começaram a procurar provas de
sao polıtica. Em 1993, o Departamento de ˜
Justiça de Moscou registrou a Comunidade transgressoes, mas nada encontraram. Ainda
´ assim, o mesmo grupo apresentou nova quei-
das Testemunhas de Jeova de Moscou, como ˜
somos legalmente conhecidos ali. Naquele xa — acusando mais uma vez nossos irmaos de
´ atos criminosos. Os investigadores realizaram
mesmo ano tambem entrou em vigor a nova ˆ ˜
˜ ´ uma nova sindicancia, mas todas as acusaçoes
constituiçao da Russia, que garante a liberda-
˜ ˜ ´ foram refutadas. Apesar disso, os opositores
de de religiao. Nao e para menos que um ir-
˜ ´ ´ apresentaram uma terceira queixa, baseada
mao exclamasse: “Nos nem sonhavamos em ˜
´ nas mesmas acusaçoes. De novo as Testemu-
ter esse tipo de liberdade!” Daı, ele continuou: ´
“Esperamos 50 anos por isso!” nhas de Jeova em Moscou foram investigadas,
˜ ´ ` ˜
Os irmaos na Russia aproveitaram essa mas a promotora chegou a mesma conclusao
´ ´ ˜
“epoca favoravel” intensificando prontamen- — nao havia base para abrir um processo cri-
˜ ˜
te as suas atividades de pregaçao, com muitos minal. Entao, os opositores apresentaram a
bons resultados. (2 Tim. 4:2) “As pessoas esta- mesma queixa pela quarta vez e, de novo,
˜ ˜ ˆ
vam muito interessadas em religiao”, disse a promotora nao encontrou nenhuma eviden-
´ cia. Inacreditavelmente, o mesmo grupo soli-
uma senhora. Em pouco tempo, o numero
˜ ˜
de publicadores, pioneiros e congregaçoes se citou outra investigaçao. Por fim, em 13 de

4 A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011


abril de 1998, o novo investigador arquivou o
processo.
˜
“Mas entao”, diz um advogado envolvido
no caso, “aconteceu algo bizarro”. Embora a
representante da promotoria que conduziu
˜ ˜
essa quinta investigaçao admitisse que nao ha-
via prova de atividade criminosa, ela ainda as-
sim recomendou a abertura de um processo
˜
civil contra nossos irmaos. A representante
alegou que a Comunidade das Testemunhas
´
de Jeova de Moscou violava leis nacionais e in-
˜
ternacionais. O promotor da Circunscriçao
Administrativa Norte de Moscou concordou
com isso e apresentou uma queixa civil.1 As
ˆ prova, ela leu trechos das revistas A Sentinela e
audiencias começaram em 29 de setembro de
˜
1998, na Corte Distrital Golovinski, de Mos- Despertai! e de outras publicaçoes (veja aci-
´ ´ ma). Quando lhe perguntaram como essas pu-
cou. Era o inıcio do segundo estagio. ˜
´ blicaçoes causam inimizade, ela respondeu:
A BIBLIA NO TRIBUNAL ´ ˜
“As Testemunhas de Jeova ensinam que sao a
Num lotado tribunal na zona norte de Mos- ˜
religiao verdadeira.”
cou, a promotora Tatyana Kondratyeva lançou ˜ ´
Um irmao advogado entregou uma Bıblia
o ataque usando uma lei federal assinada ´ ´
para a juıza e outra para a promotora e leu Efe-
em 1997, que classifica o cristianismo ortodo- ´ ´ ´ ´
sios 4:5: “Um so Senhor, uma so fe, um so ba-
´ ´
xo, o islamismo, o judaısmo e o budismo tismo.” Logo depois, a juıza, a promotora e o
˜ ´ ˜
como religioes tradicionais.2 Essa mesma lei advogado — todos com a Bıblia na mao — ana-
˜ ˜ ˜
tem dificultado a outras religioes a obtençao lisavam textos como Joao 17:18 e Tiago 1:27.
´ ´ ´
do registro legal. Ela permite tambem que os A juıza perguntou: “Sera que esses textos inci-
´ ˜
tribunais proıbam religioes que promovam o tam a inimizade religiosa?” A promotora res-
´ ˜ ˆ
odio. Usando essa lei, a promotora alegou fal- pondeu que nao tinha competencia para co-
´ ´
samente que as Testemunhas de Jeova promo- mentar a Bıblia. O advogado leu trechos de
´ ´ ˜
vem o odio e destroem famılias, e, por isso, publicaçoes da Igreja Ortodoxa Russa que cri-
´
deviam ser proscritas. ticam duramente as Testemunhas de Jeova e
˜ ´ ˜
Uma advogada de defesa dos irmaos per- perguntou: “Sera que essas declaraçoes violam
˜ ˜
guntou: “Quem sao as pessoas da Congrega- a lei?” A promotora respondeu: “Nao tenho
˜ ˆ ˜
çao Moscou culpadas de violar a lei?” A pro- competencia para comentar proposiçoes cleri-
˜ ˆ cais.”
motora nao pode citar um nome sequer. Mas
˜
afirmou que as publicaçoes das Testemunhas
´ A PROMOTORIA VACILA
de Jeova incitam a inimizade religiosa. Como ´
Ao acusar as Testemunhas de Jeova de des-
1 A queixa foi apresentada em 20 de abril de 1998. ´
´ truir famılias, a promotora declarou que elas
Duas semanas depois, em 5 de maio, a Russia ratificou ˜
˜
a Convençao Europeia dos Direitos Humanos. nao comemoram dias santificados, como o
˜ Natal. No entanto, mais adiante ela admitiu
2 “A lei foi aprovada sob forte pressao da Igreja Orto-
doxa Russa que, enciumada, tenta proteger sua posiçao
˜ ˜ ˜
´ ´ ´ ˜ que a lei russa nao obriga os cidadaos a cele-
na Russia e esta avida de ver acontecer a proscriçao das
´
Testemunhas de Jeova.” — Associated Press, 25 de junho brar o Natal. Os russos — incluindo as Testemu-
´
de 1999. nhas de Jeova — podem escolher. A promotora

A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011 5


´ ˜
afirmou tambem que a nossa organizaçao ‘pri-
va as crianças do descanso normal e de mo-
mentos de alegria’. Mas, ao ser questionada, ela
admitiu que nunca havia falado com algum jo-
´
vem criado por pais Testemunhas de Jeova.
`
Quando uma advogada perguntou a promoto-
´ ˜
ra se ela ja havia assistido a uma reuniao das
´ ˜
Testemunhas de Jeova, ela respondeu: “Nao foi
preciso.”
A promotoria apresentou um professor de
psiquiatria como testemunha perita. Ele ale-
Por que um veredicto ˜
gou que ler as nossas publicaçoes causa pro-
´ blemas mentais. Quando uma advogada de
russo e revisto na França ˜
´ defesa mencionou que a declaraçao escrita
Em 28 de fevereiro de 1996, a Russia as- ` ˆ
˜ que o professor apresentou a corte era identica
sinou a Convençao Europeia dos Direi- a um documento preparado pelo Patriarcado
tos Humanos. (Em 5 de maio de 1998, de Moscou, o professor admitiu que alguns
´ ˜ ´
o paıs ratificou a Convençao.) Por assi- trechos eram iguais, palavra por palavra. “Nos
´
nar esse tratado, o governo da Russia trabalhamos com base num mesmo disque-
˜ ˆ
declarou que seus cidadaos tem te”, disse ele. Perguntas posteriores revelaram
` ˜ que ele nunca havia tratado uma Testemunha
‘o direito a liberdade de religiao e o di- ´
˜ de Jeova. Em contraste, outro professor de psi-
reito de praticar sua religiao em casa e quiatria testemunhou no tribunal que ele ha-
´ ˜
em publico, e de mudar de religiao se via estudado mais de cem Testemunhas de
assim o desejarem.’ — Art. 9.°; ´
Jeova em Moscou. Ele constatou que o grupo
´
‘o direito de dizer e escrever de possui saude mental normal, e que os mem-
´ bros desse grupo passaram a ser mais toleran-
modo responsavel o que pensam e de ˜
˜ tes com outras religioes depois que se torna-
transmitir informaçoes a outros.’ ´
— Art. 10 e ram Testemunhas de Jeova.
˜ ´ ˜
‘o direito de participar em reunioes VITORIA — MAS NAO FINAL
´ ´
pacıficas.’ — Art. 11. Em 12 de março de 1999, a juıza designou
ˆ
˜ ´ cinco academicos para examinar as publica-
Pessoas ou organizaçoes vıtimas de vio- ˜ ´
˜ çoes das Testemunhas de Jeova e suspendeu o
laçoes do tratado, e que esgotaram to- ˜
´ julgamento. Sem relaçao com o julgamento
dos os meios legais no seu paıs, podem ´
` de Moscou, o Ministerio da Justiça do governo
levar seu caso a Corte Europeia dos Di- ´ ´
federal da Russia ja havia ordenado que um
reitos Humanos em Estrasburgo, na ˆ
˜ grupo de academicos examinasse as nossas
França (foto acima). Ela se compoe de ˜
´ ´ ´ publicaçoes. Em 15 de abril de 1999, esse gru-
47 juızes — um numero igual ao de paı- ´
po designado pelo Ministerio informou que
´ ˜ ˜
ses signatarios da Convençao Europeia nao havia encontrado nada prejudicial nas
˜ ˜
dos Direitos Humanos. A aplicaçao das nossas publicaçoes. Assim, em 29 de abril de
˜ ´ ´ ´ ´
decisoes da Corte e obrigatoria. Os paı- 1999, o Ministerio da Justiça renovou o regis-
ˆ ´
ses que assinaram o tratado tem de tro nacional das Testemunhas de Jeova. Mes-
˜ ´
acatar as decisoes tomadas. mo dispondo desse novo exame favoravel,
˜
o tribunal de Moscou insistiu em que um A promotora declarou que nao havia ne-
˜ cessidade de ela apresentar provas de que
novo grupo analisasse as nossas publicaçoes.
˜ ´
Isso criou uma situaçao estranha — as Teste- as Testemunhas de Jeova eram culpadas de
´ ˜
munhas de Jeova haviam sido reconhecidas transgressao. Segundo ela, o que estava em jul-
´ ˜
nacionalmente pelo Ministerio da Justiça da gamento eram as publicaçoes e as crenças das
´ ˜ ´ ˜
Russia como religiao legalizada, mas, ao mes- Testemunhas de Jeova, nao as suas atividades.
mo tempo, eram investigadas pelo Departa- Ela anunciou que apresentaria um porta-voz
˜ da Igreja Ortodoxa Russa como testemunha
mento de Justiça de Moscou sob a alegaçao de
´
violarem a lei. perita. Esse anuncio confirmou, sem sombra
´ ´
O julgamento recomeçou quase dois anos de duvidas, que havia clerigos profundamente
´ ˜
depois e, em 23 de fevereiro de 2001, a juıza envolvidos na pressao para proscrever as Teste-
´ ´
Yelena Prokhorycheva deu seu veredicto. Apos munhas de Jeova. Em 22 de maio de 2003, a
˜ ´
analisar as conclusoes do grupo que havia de- juıza ordenou que um grupo de peritos exami-
˜ ´ ˜
signado, ela decretou: “Nao ha base para a dis- nasse as nossas publicaçoes — de novo.
˜ ˜ O julgamento foi retomado em 17 de feve-
soluçao e proibiçao das atividades da comu-
´ reiro de 2004, para apreciar os resultados da
nidade religiosa Testemunhas de Jeova em
Moscou.” Por fim, ficou provado legalmente pesquisa do grupo de peritos. Estes constata-
˜ ˜
que nossos irmaos eram inocentes de todas as ram que as nossas publicaçoes incentivam os
˜ ´ ˜
acusaçoes! No entanto, a promotora rejeitou o leitores a “preservar a famılia e a instituiçao do
˜
veredicto e apelou para o Tribunal da Cidade casamento” e que a afirmaçao de que nossas
ˆ ˜ ´ ´
de Moscou. Tres meses depois, em 30 de maio publicaçoes promovem o odio e “infundada”.
˜ ´ Outros eruditos concordaram com isso. Per-
de 2001, esse tribunal anulou a decisao da juı- ´
za Prokhorycheva. Ordenou um novo julga- guntou-se a um professor de historia religiosa:
´
mento a ser conduzido pela mesma promoto- “Por que as Testemunhas de Jeova pregam?”
` ´
ra, mas presidido por outro juiz. Estava para Ele respondeu a´ corte: “Pregar e uma obriga-
´ ˜ ˜
começar o terceiro estagio. çao do cristao. E isso o que diz o Evangelho, e
´ ´
˜ e isso o que Cristo ordenou que seus discıpu-
DERROTA — MAS NAO FINAL ´
los fizessem — ‘ir e pregar em todos os paıses’.”
´ ˜ ´
Em 30 de outubro de 2001, a juıza Vera Du- Nao obstante, em 26 de março de 2004, a juı-
binskaya começou o novo julgamento.1 A pro- za proibiu as atividades das Testemunhas de
˜ ´
motora Kondratyeva reapresentou a acusaçao Jeova em Moscou. Em 16 de junho de 2004, o
´ Tribunal da Cidade de Moscou confirmou a
de que as Testemunhas de Jeova promovem o
´ ˜
odio. Acrescentou, no entanto, que proscrever decisao.1 Comentando o veredicto, uma Tes-
´ ´
a comunidade legal das Testemunhas de Jeova temunha de Jeova veterana observou: “Nos
´ ˜ ´
seria um meio de proteger os direitos das pro- tempos da Uniao Sovietica, o russo tinha de
´ ser ateu. Hoje, o russo tem de ser ortodoxo.”
prias Testemunhas de Jeova em Moscou. Em
˜ ˜ ˜ `
resposta a essa alegaçao descabida, todas as Qual foi a reaçao dos irmaos a proscri-
´ ˜ `
10 mil Testemunhas de Jeova em Moscou ime- çao? Foi similar a de Neemias da antiguidade.
˜
diatamente assinaram uma petiçao ao tribu- Quando os inimigos do povo de Deus se opu-
˜ ` ˜
nal solicitando que rejeitasse a “proteçao” su- seram a reconstruçao da muralha de Jerusa-
´ ˜
gerida pela promotora. lem, Neemias e seu povo nao se deixaram
´ ˜ ˜ ´
1 Ironicamente, essa mesma data marcava o decimo 1 A proscriçao dissolveu a associaçao jurıdica legal usa-
´ ´ ˜
aniversario da entrada em vigor, na Russia, de uma lei da pelas congregaçoes em Moscou. Os opositores espe-
´ ´ ˜ ˜
que reconhecia as Testemunhas de Jeova como vıtimas ravam que essa dissoluçao impedisse nossos irmaos de
˜ ´ ´
de opressao religiosa no regime sovietico. realizar seu ministerio.

A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011 7


˜ ˜
A decisao da Corte deter por nenhuma forma de oposiçao. Em
ˆ ˜ vez disso, ‘continuaram a construir’ e a ter
A seguir, tres breves extratos da decisao ˆ
‘animo para trabalhar’. (Nee. 4:1-6) Da mesma
da Corte. ˜ ˜
forma, os irmaos em Moscou nao permitiram
que os opositores os impedissem de realizar a
˜ obra a ser feita em nossos dias — pregar as boas
Uma acusaçao era de que as Testemu-
´ ´ novas. (1 Ped. 4:12, 16) Eles confiaram que
nhas de Jeova rompem famılias. A Corte ´
˜ ´ Jeova cuidaria deles, e estavam prontos para
nao a considerou valida. Ela declarou: ´
´ iniciar o quarto estagio dessa longa batalha.
“A origem dos conflitos esta na resis-
ˆ
tencia e na recusa, por parte de mem- AUMENTA A HOSTILIDADE
´ ˜ ˜
bros de famılia nao religiosos, de Em 25 de agosto de 2004, os irmaos envia-
aceitar e respeitar a liberdade que ˜
ram uma petiçao ao Kremlin, endereçada a
ˆ ˜ ´
seus familiares religiosos tem de mani- Vladimir Putin, entao presidente da Russia.
˜ ˜
festar e praticar sua religiao.” — § 111. Essa petiçao, que externava grande preocupa-
˜ ˜
çao com a proscriçao, consistia em 76 volumes
´ ˜ com mais de 315 mil assinaturas. Enquanto
A Corte tambem nao encontrou nenhu-
ˆ ˜ isso, o clero ortodoxo russo mostrou seu ver-
ma evidencia em apoio da acusaçao de ´
dadeiro carater. Um porta-voz do Patriarcado
“controle da mente”, declarando:
de Moscou declarou: “Somos realmente con-
´ ´
“A Corte considera notavel que os tri- tra as atividades das Testemunhas de Jeova.”
˜ ´
Um lıder muçulmano disse que a decisao de
˜
bunais [russos] nao citaram o nome
´ ˜
de uma unica pessoa cujos direitos de proscriçao era “um marco e um evento positi-
ˆ vo”.
liberdade de consciencia tenham sido
alegadamente violados por meio de ˜ ´
Nao e de admirar que membros iludidos da
´
tais tecnicas.” — § 129. sociedade russa se sentissem estimulados a
´
atacar as Testemunhas de Jeova. Alguns ir-
˜ ˜ ˜
Outra acusaçao era de que, por nao maos que pregavam em Moscou foram agredi-
˜ ´
aceitarem transfusoes de sangue, as Tes- dos com socos e pontapes de opositores. Um
´ ´ ˜
temunhas de Jeova prejudicam a saude homem enfurecido expulsou uma irma de um
´ ´ ˜
de seus adeptos. A Corte refutou a acu- predio e lhe deu um pontape tao violento nas
˜ costas que ela caiu e bateu a cabeça. Ela preci-
saçao, declarando: ´ ´
sou de atendimento medico; mas a polıcia
“A liberdade de aceitar ou de recusar nada fez contra o agressor. Outras Testemu-
´ ´ ´ `
tratamentos medicos especıficos, ou nhas de Jeova foram detidas e levadas a dele-
de escolher um tratamento alternati- ˜
gacia, onde tiveram de deixar suas impressoes
´ ˜
vo, e vital para a autodeterminaçao e digitais, foram fotografadas e ficaram presas
autonomia pessoal. Por exemplo, um ´
por uma noite. Administradores de imoveis
adulto capaz tem a liberdade de deci- ˜
usados para reunioes em Moscou foram amea-
˜ ˜
dir submeter-se, ou nao, a determina- çados de demissao caso continuassem a alugar
da cirurgia ou tratamento, ou, no ˜ ´
seus saloes para as Testemunhas de Jeova. Em
˜
mesmo pressuposto, de aceitar, ou pouco tempo, muitas congregaçoes perderam
˜ ˜ ˜
nao, uma transfusao de sangue.” seus locais de reuniao alugados. Quarenta
˜ ´
— § 136. congregaçoes tiveram de usar o mesmo predio

8 A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011


˜ ´
que aloja quatro Saloes do Reino. Uma congre- Argentina, Canada, Espanha, Estados Unidos,
˜ ´ ˜ ´ ˆ
gaçao que usava esse predio tinha de realizar a Japao, Reino Unido e Russia. Essas referencias
˜ ´ ` ˜ ´ ˜ ` ˜
Reuniao Publica as sete e meia da manha. “Os e as solidas refutaçoes da Corte as acusaçoes da
` `
publicadores tinham de se levantar as 5 horas promotora de Moscou propiciam a comunida-
˜ ´
da manha”, relata um superintendente viajan- de mundial das Testemunhas de Jeova um
´
te, “mas fizeram isso de boa vontade por mais poderoso instrumento na defesa de sua fe e
de um ano”. atividades.
Jesus disse a seus seguidores: “Sereis arrasta-
“EM TESTEMUNHO” dos perante governadores e reis, por minha
˜
Para provar que a proscriçao em Moscou era causa, em testemunho para eles e para as na-
ilegal, em dezembro de 2004 nossos advoga- ˜ ´
çoes.” (Mat. 10:18) A batalha jurıdica trava-
dos entraram com um recurso na Corte Euro- ´ ˜
da durante os ultimos 15 anos deu aos irmaos
peia dos Direitos Humanos. (Veja o quadro ´
´ a oportunidade de divulgar o nome de Jeova
“Por que um veredicto russo e revisto na Fran- como nunca antes em Moscou e outros luga-
´ ˜
ça”, na pagina 6.) Seis anos depois, em 10 de res. A atençao focalizada nas Testemunhas de
˜ ´ ˜
junho de 2010, a Corte emitiu uma decisao Jeova pelas investigaçoes, pelos julgamentos e
ˆ
unanime inocentando completamente as Tes- pelo veredicto de uma corte internacional tem
´
temunhas de Jeova!1 A Corte examinou todas realmente sido “em testemunho” e tem con-
˜ ´ ´
as acusaçoes feitas contra nos e as conside- tribuıdo para “o progresso das boas novas”.
´
rou totalmente infundadas. Declarou tambem (Fil. 1:12) De fato, hoje em dia, quando as Tes-
´ ˜ ´
que a Russia tinha a obrigaçao legal de “acabar temunhas de Jeova em Moscou participam
˜ ˜
com a violaçao confirmada pelo tribunal e de na pregaçao, muitos moradores perguntam:
ˆ ´ ´ ˜ ˆ
reparar suas consequencias ate onde for possı- “Mas eles nao proibiram o trabalho de voces?”
˜ ´ ˜
vel”. — Veja o quadro “A decisao da Corte”, na Isso em geral da aos irmaos a oportunidade de
´
pagina 8. explicar aos moradores as nossas crenças. Ob-
˜ ˜
As conclusoes bem articuladas sobre como viamente, nenhuma oposiçao pode nos impe-
˜ ´
a Convençao Europeia dos Direitos Huma- dir de pregar o Reino. Oramos para que Jeova
nos protege as atividades das Testemunhas de continue a abençoar e a apoiar nossos queri-
´ ˜ ` ´ ˜ ´
Jeova nao se aplicam apenas a Russia, mas dos e corajosos irmaos na Russia.
´ ` ˜
tambem as 46 outras naçoes-membros do
`
Conselho da Europa. Ainda mais, devido a am-
´
plitude e ao alcance da analise da lei e dos fa-
˜ ´
tos, a decisao sera lida com interesse por ju-
´
ristas, juızes, legisladores e especialistas em
direitos humanos ao redor do mundo. Por
ˆ ˜ ˜
que? Na sua decisao, a Corte referiu-se nao
˜ ´
apenas a oito decisoes que ja havia tomado em
´ ´
favor das Testemunhas de Jeova, mas tambem
´
a nove vitorias anteriores das Testemunhas ´ de
´
Jeova nas mais altas cortes da Africa do Sul,
1 Em 22 de novembro de 2010, um colegiado de cin-
´ ˆ
co juızes da Grande Camara da Corte Europeia dos Di-
´
reitos Humanos rejeitou o pedido da Russia de que o pro-
` ˆ
cesso fosse encaminhado a Grande Camara da Corte.
˜
Com isso, a decisao de 10 de junho de 2010 tornou-se
definitiva e vigente.

9
ˆ ´
VOCE SEGUIR˜ A A AMOROSA
´
ORIENTAÇAO DE JEOVA?
“Tenho odiado toda vereda falsa.” — SAL. 119:128.

ˆ ˜ ˜
I MAGINE o seguinte: voce precisa viajar a
certo lugar. Para saber como chegar la,
ˆ ˜
voce pede informaçoes a um amigo de con-
´
˜
Nao acompanhe “a multidao”
3 Numa viagem longa, o que voceˆ faria se

nao soubesse ao certo que caminho tomar?


fiança que conhece o caminho. Ao lhe orien- Poderia ser tentado a seguir outros viajantes,
tar, ele talvez diga: “Cuidado nesse desvio. em especial se visse muitos deles tomarem o
´ ˜
Ha ali uma placa com indicaçao errada. Mui- mesmo rumo. Isso seria arriscado. Afinal,
˜ ˜
ta gente se perde nesse local.” Nao se sentiria aqueles viajantes talvez nao estivessem indo
˜ ˆ
grato por esse interesse e nao acataria o aler- para o mesmo lugar que voce, ou talvez tam-
´ ´ ´
ta? De certa maneira, Jeova e como esse ami- bem estivessem perdidos. Nesse respeito,
´ ˜ ´ ´
go. Ele nos da boas orientaçoes sobre como veja um princıpio basico numa das leis dadas
chegar ao nosso destino — a vida eterna — ´
´ ´ ˆ ao Israel antigo. Os juızes ou testemunhas
mas tambem nos alerta sobre mas influen- que atuassem num julgamento eram alerta-
cias que poderiam nos levar a pegar um ˜
dos doˆ perigo de “acompanhar a multidao”.
caminho errado. — Deut. 5:32; Isa. 30:21. ´ ´ ´
(Leia Exodo 23:2.) Sem duvida, e muito facil
2 Neste artigo e no proximo ´ ` ˜
veremos algu- humanos imperfeitos cederem a pressao po-
ˆ ´
mas influencias sobre as quais o nosso Ami- pular, pervertendo a justiça. Mas sera que o
´ ´ ˜ ˜
go, Jeova Deus, nos alerta. Tenhamos em princıpio de nao acompanhar a multidao se
´ ˜
mente que ele nos da esses alertas porque aplica apenas a assuntos judiciais? Nao.
nos ama e se preocupa conosco. Ele quer que 4 Na verdade, a pressao˜
de fazer o que os
cheguemos ao nosso destino. Ele fica triste outros fazem pode nos afetar nas mais varia-
ˆ ` ´ ˆ ˜
quando ve pessoas cederem as mas influen- das situaçoes. Ela pode surgir de repente e ser
cias e se perderem no caminho. (Eze. 33:11) ´
ˆ ˆ muito difıcil de enfrentar. Como exemplo
Neste artigo, vamos falar de tres influencias ˜
´ disso, veja a pressao popular sofrida por Jo-
negativas. A primeira e uma força externa, a ´
´ sue e Calebe. Eles faziam parte de um grupo
segunda uma força interna e a terceira nem e de 12 homens enviados para espionar a Terra
´
real, mas e muito perigosa. Temos de saber Prometida. Na volta, dez deles deram infor-
ˆ ˜ ˜
que influencias sao essas e como nosso Pai maçoes muito negativas e desanimadoras.
celestial nos ensina a resistir a elas. Certo sal- Chegaram a dizer que alguns dos habitantes
´
mista inspirado disse a Jeova: “Tenho odiado daquele lugar eram gigantes descendentes
ˆ ˜
toda vereda falsa.” (Sal. 119:128) Voce sente dos nefilins (filhos da uniao entre anjos re-
o mesmo? Vejamos como intensificar esse
sentimento e agir de acordo com ele. 3. (a) Por que pode ser arriscado seguir outros via-
˜
jantes quando nao se sabe ao certo que caminho to-
˜ ´
1, 2. (a) Ao pedir informaçoes sobre como chegar mar?
ˆ (b) Que princıpio importante se encontra em
ˆ Exodo 23:2?
a certo lugar, que tipo de alerta voce aprecia, e por
ˆ ´ ´ ˜ ˜
que? (b) Que tipo de alertas Jeova da aos que o ser- 4, 5. Que pressao para acompanhar a multidao Jo-
ˆ ´
vem, e por que? sue e Calebe sofreram, mas como puderam resistir?

10 A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011


´ ˜
Ja se sentiu tentado a “acompanhar a multidao”?

ˆ ´
beldes e mulheres). (Gen. 6:4) Mas era uma sem fe. De modo que permaneceram fir-
˜ ´ mes, deixando-nos um excelente exemplo.
afirmaçao absurda. Esses hıbridos perversos
´ ´
foram exterminados muitos seculos antes, — Num. 14:1-10.
´ ˜ ´ 6 Voceˆ se sente, as`
no Diluvio, nao sobrando nem um unico vezes, pressionado a
´ ˜
descendente deles. No entanto, ate as mais “acompanhar a multidao”? Pessoas afasta-
´ ˜
infundadas ideias podem influenciar os fra- das de Jeova e que zombam de Seus padroes
´ ˜ de moral certamente constituem uma vasta
cos na fe. As informaçoes negativas daqueles
˜ ˜
dez espias rapidamente espalharam o medo multidao hoje em dia. Na questao do entre-
ˆ ˜
e o panico entre o povo. A maioria logo se tenimento, por exemplo, essa multidao mui-
convenceu de que seria um erro entrar na tas vezes promove ideias infundadas. Talvez
´ ˆ
Terra Prometida, como Jeova havia ordena- insista em dizer que a imoralidade, a violen-
´ ˜
do. O que Josue e Calebe fizeram nessa situa- cia e o espiritismo, tao comuns em progra-
˜ ´ ˜ ˆ
çao explosiva? — Num. 13:25-33. mas de televisao, filmes e jogos eletronicos,
˜ ˜ ˜
5 Eles nao ‘acompanharam a multidao’. sao inofensivos. (2 Tim. 3:1-5) Na escolha de
´
Embora os israelitas odiassem ouvir isso, es- entretenimento, para si ou para sua famılia,
ˆ ˆ
ses dois homens falaram a verdade e apega- voce permite que a consciencia deturpada
˜
ram-se a ela — mesmo sob a ameaça de se- de outros influencie suas decisoes e molde
ˆ ˜
rem mortos por apedrejamento. De onde sua consciencia? Nao seria isso, na realidade,
´ ˜
tiraram essa coragem? Sem duvida, boa par- acompanhar a multidao?
´ ´ ´
7 Jeova nos deu uma dadiva ´
te veio de sua fe. Pessoas de fe veem nitida- preciosa para
˜
mente a diferença entre as infundadas afir- nos ajudar a tomar decisoes: as nossas “facul-
˜ dades perceptivas”. Mas elas precisam ser
maçoes humanas e as promessas sagradas de
´
Jeova. Mais tarde, esses dois homens falaram 6. De que maneiras talvez nos sintamos pressiona-
˜ ´ ˜
da reputaçao de Jeova como cumpridor de dos a acompanhar a multidao?
´ 7, 8. (a) Como treinamos as “faculdades percepti-
todas as suas promessas. (Leia Josue 14:6, 8; ´
´ vas”, e por que esse treinamento e mais proveitoso
23:2, 14.) Josue e Calebe apegavam-se ao seu ´ ´
˜ do que seguir um grande numero de regras rıgidas?
Deus fiel e nao queriam de forma alguma ˆ
´ ˜ (b) Por que voce acha animador o exemplo de mui-
magoa-lo por acompanhar uma multidao ˜
tos jovens cristaos?

A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011 11


˜
treinadas “pelo uso”. (Heb. 5:14) Acompa- pagas ao seu redor. Isso era vital para ganhar
˜ ˜ ˜ ´
nhar a multidao nao ajudaria a treinar nos- e manter a aprovaçao de Jeova. (Lev. 18:24,
´
sas faculdades perceptivas; nem o faria, por 25) No entanto, essa lei revela tambem uma
´ ´ ˆ
outro lado, um grande numero de regras ´ rı- perigosa influencia interna que pode nos
ˆ
gidas sobre assuntos de consciencia. E por desviar de nosso destino, a vida eterna.
´ ˜
isso que, por exemplo, o povo de Jeova nao Como assim?
recebe uma lista de filmes, livros e sites na in- 10 Note o que Jeova´ apresentou ao seu

ternet que deve evitar. Visto que o mundo ´ ˜


povo como motivo por tras dessa lei: “Nao
˜ ˜
muda tao rapidamente, uma lista assim logo deveis estar seguindo os vossos coraçoes e os
ficaria defasada. (1 Cor. 7:31) Pior ainda, isso vossos olhos, os quais estais seguindo em re-
nos privaria da tarefa vital de pesar bem os ˜ ´
laçoes imorais.” Jeova conhece bem a natu-
´ ´ ˜ ´ ´
princıpios bıblicos, com oraçao, e daı tomar reza humana. Ele sabe muito bem como e
˜ ` ´ ´ ´ ˜ ´
decisoes a base desses princıpios. — Efe. 5:10. facil o nosso coraçao, ou nosso ıntimo, ser
8 Naturalmente, em certos casos as nossas seduzido pelo que os nossos olhos veem. De
˜ ´ ´ ˜ ´
decisoes com base na Bıblia podem nos tor- modo que a Bıblia nos alerta: “O coraçao e
˜ mais traiçoeiro do que qualquer outra coisa
nar impopulares. Os cristaos na escola talvez
˜ ˜ ´
enfrentem forte pressao da “multidao” para e esta desesperado. Quem o pode conhe-
´ ˜
ver e fazer o que todo mundo esta vendo e fa- cer?” ( Jer. 17:9) Consegue ver, entao, como
´ ´
zendo. (1 Ped. 4:4) Portanto, e maravilhoso foi oportuno o alerta de Jeova aos israelitas?
˜ ´ Ele se apercebia de que eles tenderiam a
ver cristaos jovens e idosos imitarem a fe de
´ ˜
Josue e Calebe, recusando-se a acompanhar olhar para os povos pagaos vizinhos e a dei-
˜ xar-se seduzir pelo que vissem. Poderiam
a multidao.
˜ ˜ ser tentados a querer se parecer com eles
Nao siga ‘seu coraçao e seus olhos’ ´
ˆ e, daı, a pensar, sentir e agir como eles.
9 A segunda influencia perigosa que ana-
´ — Pro. 13:20.
lisaremos e de origem interna. Para ilustrar: 11 Hoje e´ ainda mais facil ´
que o nosso cora-
ˆ ˜
se voce estivesse viajando para certo lu- çao traiçoeiro seja seduzido pelos nossos
gar, pensaria em dispensar o mapa e sim- sentidos. Vivemos num mundo que favore-
plesmente seguir seus impulsos — pegando ˜
ce a satisfaçao dos desejos da carne. Como
qualquer estrada ˜ ´ ´ ´
´ que
´
parecesse oferecer be- entao aplicar o princıpio por tras de Nume-
las paisagens? E obvio que ceder a tais im- ros 15:39? Considere: digamos que as pes-
pulsos o impediria de atingir seu objetivo. ˆ
soas na escola, no trabalho ou onde voce
´
Nesse respeito, veja outra das leis de Jeova ao mora estejam se vestindo de modo cada vez
´ ˆ
Israel antigo. Muitos hoje talvez achem difı- mais provocante. Isso pode afetar voce? Sen-
cil entender uma lei que mandava colocar ˜
te-se tentado a ‘seguir seu coraçao e seus
´ ´ ˆ
franjas e cordeis azuis nas roupas. (Leia Nu- olhos’ e, assim, ser seduzido pelo que ve?
ˆ ˆ ˆ ´ ´ ´
meros 15:37-39.) Mas voce ve a importancia Daı, sera tentado a baixar seus proprios pa-
ˆ ˜
dessa lei? Obedece-la ajudou o povo de Deus droes e se vestir de maneira similar? — Rom.
˜ 12:1, 2.
a se manter diferente e separado das naçoes
´
9. (a) Por que poderia ser perigoso, numa viagem, 10. Como Jeova mostrou que conhece bem a natu-
simplesmente seguir as nossas vontades e impulsos? reza humana?
´
(b) Por que a lei em Numeros 15:37-39 era importan- 11. Como os nossos sentidos poderiam nos sedu-
te para o povo de Deus no passado? zir?

12 A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011


ˆ ´ ´
12 Precisamos com urgencia cultivar auto- mos a serio o conselho inspirado da Bıblia de
controle. Se os nossos olhos tendem a olhar nos vestir de modo ‘bem arrumado e modes-
˜ ˜
para o que nao devem, lembremo-nos da fir- to’. (1 Tim. 2:9) Nao se pode definir que algo
˜ ´ ´
me decisao do fiel Jo, que fez o seguinte pac- e modesto simplesmente com base no nosso
˜ ´ ´
to com os seus olhos: decididamente nao proprio criterio. Temos de levar em conta a
ˆ ˆ
mostrar interesse romantico por uma mu- consciencia e a sensibilidade dos outros, co-
˜ ´
lher que nao fosse sua esposa. ( Jo 31:1) O Rei locando a paz mental e o bem-estar deles aci-
´ ˜ ˆ
Davi tambem decidiu: “Nao porei diante dos ma de nossas preferencias. (Rom. 15:1, 2)
´ ˜ ˜ ´
meus olhos nenhuma coisa imprestavel.” A congregaçao crista e abençoada com mui-
´
(Sal. 101:3) Consideramos “coisa impresta- tos milhares de jovens exemplares nesse sen-
vel” tudo aquilo que pode prejudicar nossa ˜ ˜
ˆ ˜ ´ tido. Eles nos dao muito orgulho por nao
consciencia e nossa relaçao com Jeova. In- ˜
˜ ‘seguirem seu coraçao e seus olhos’ e preferi-
clui qualquer tentaçao que agrade aos olhos ´ ´
˜ ´ rem agradar a Jeova em tudo — ate mesmo
e ameace seduzir o coraçao a fazer o que e er- no modo de se vestir.
rado.
´ ˜ ´ ´
13 Por outro lado, jamais desejarıamos nos Nao va atras de “irrealidades”
14 Imagine uma pessoa atravessando um
tornar, em certo sentido, uma “coisa impres-
´ grande deserto. O que aconteceria se ela se
tavel” para outros, por lhes servir de tenta-
˜ ´ desviasse da rota por causa de uma mira-
çao para fazer o que e errado. Por isso, leva-
´ ˜
gem? Ir atras dessa ilusao poderia custar-lhe
12, 13. (a) O que devemos fazer se os nossos olhos ´
˜ a vida. Jeova conhece muito bem esse peri-
tendem a olhar para o que nao devem? (b) O que
˜ go. Veja um exemplo. Os israelitas queriam
pode nos mover a evitar ser uma causa de tentaçao ˜
para outros? ser como as naçoes vizinhas, que tinham reis
humanos. Desejar isso era um
grande erro, pois significava re-
´
jeitar a Jeova como Rei. Embora
´
Jeova lhes permitisse ter um rei
humano, ele fez com que seu
profeta Samuel os alertasse cla-
´
ramente do perigo de ir atras
de “irrealidades”. — Leia 1 Sa-
muel 12:21.
15 Sera´ que aquelas pessoas

achavam que um rei humano


poderia ser, de alguma forma,
´
mais real e confiavel do que
14. Que alerta sobre “irrealidades”
foi dado por Samuel?
15. De que maneira os israelitas fo-
´
ram atras de irrealidades?

´
Por que e perigoso
ceder a um impulso?

A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011 13


economia ou desastre natural? O que ofere-
cem quando a pessoa sente um vazio inte-
rior, precisando de um objetivo na vida, de
˜
orientaçoes e de respostas para as mais im-
ˆ
portantes perguntas a respeito da existencia
˜
humana? Que soluçao podem oferecer dian-
te da morte? Recorrer a coisas materiais para
preencher necessidades espirituais, nos dei-
´ ˜
xara desapontados. Bens materiais nao sal-
˜
vam; sao irrealidades. No fim das contas,
˜
eles nao podem nem mesmo prover plena
´ ˜ ˆ
segurança fısica, pois nao tem como prolon-
ˆ ´ ´ ˆ
Voce esta indo atras gar indefinidamente a curta existencia hu-
de irrealidades? mana nem evitar as doenças e a morte.
´
(Pro. 23:4, 5) Quanto mais real, portanto, e
´ ˜
nosso Deus, Jeova! Apenas uma forte relaçao
´
Jeova? Se era isso o que pensavam, elas esta- com ele pode nos dar verdadeira segurança.
´ ˆ ˜
vam realmente indo atras de uma irrealida- Que bençao valiosa! Jamais o abandonemos
´ ´
de. E corriam o risco de ir atras de muitas por ir atras de irrealidades.
˜ ˆ 17 Nao acha que e´ uma grande ben
˜ ˆ ˜
outras ilusoes satanicas. Reis humanos fa- çao ter a
` ´ ´
cilmente as conduziriam a idolatria. Os ido- Jeova como Amigo e Guia na jornada da
latras cometem o erro de achar que certos vida? Acatar continuamente seus amorosos
objetos — como deuses de madeira ou de pe- ˆ ´ ˆ
alertas contra tres mas influencias — a multi-
˜ ˜ ˜
dra — sao, de alguma maneira, mais reais e dao, o nosso coraçao e as irrealidades — au-
´ ´ ´ menta a probabilidade de chegarmos ao
confiaveis do que o Deus invisıvel, Jeova,
´
que criou todas as coisas. Mas, como disse o nosso destino: a vida eterna. No proximo ar-
´ ´ ˜ ˆ ´
apostolo Paulo, os ıdolos ‘nada sao’. (1 Cor. tigo veremos mais tres alertas de Jeova para
˜ nos ajudar a odiar e a evitar “toda vereda
8:4) Nao podem ver, ouvir, falar ou agir.
ˆ ˆ falsa” que a tantos desencaminha. — Sal.
Voce poderia ve-los e tocar neles, mas, caso
adorasse um deles, certamente estaria indo 119:128.
´ ˜
atras de uma irrealidade — uma ilusao que ˆ ´ ˜ ` ˆ
´ 17. O que voce fara com relaçao as influencias ne-
so levaria ao desastre. — Sal.115:4-8. gativas que consideramos?
16 Satanas ´
ainda sabe muito bem como
´
convencer pessoas a ir atras de irrealidades. ´
Por exemplo, ele seduz muitos a buscar segu- Qual e sua resposta?
rança nas coisas materiais. Dinheiro, bens e ˆ ´
Como voce aplicaria os princıpios reve-
bons empregos parecem oferecer vantagens. lados nestes textos?
˜ ˆ
Mas que soluçao real os bens materiais ofere- ˙ Exodo 23:2
cem em caso de doença grave, colapso da ´
˙ Numeros 15:37-39
´ ´
16. (a) Como Satanas seduz muitos a ir atras de ir- ˙ 1 Samuel 12:21
realidades? (b) Por que podemos dizer que, especial-
˜ ´
mente em comparaçao com Jeova Deus, as coisas ˙ Salmo 119:128
˜
materiais sao irrealidades?

14 A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011


ˆ ´
VOCE ACATARA OS CLAROS
´
ALERTAS DE JEOVA?
´
“Este e o caminho. Andai nele.” — ISA. 30:21.

˜ ´ ´
U MA placa de indicaçao incorreta numa
˜
rodovia nao apenas desencaminha; e
potencialmente perigosa. Digamos que um
´
meio dos apostolos Paulo e Pedro, Jeova nos
alerta contra falsos instrutores. (Leia Atos
20:29, 30; 2 Pedro 2:1-3.) Quem sao es-
˜
´ ˜
amigo o alertasse de que uma pessoa ma alte- ses instrutores? As expressoes inspiradas des-
´
rou uma placa para prejudicar viajantes in- ses dois apostolos ajudam a identificar a ori-
ˆ ˜ gem dos falsos instrutores e como eles agem.
cautos. Voce nao acataria o alerta?
2 Satanas e´ sem duvida
´ ´ 4 Paulo disse aos anciaos ˜ ˜
um inimigo perver- ´ da congregaçao
´ ˜
so, decidido a nos desencaminhar. (Rev. 12:9) de Efeso: “Dentre vos mesmos surgirao ho-
´ ˆ ˜
As mas influencias que estudamos no artigo mens e falarao coisas deturpadas.” Dirigin-
˜
anterior se originam dele e visam a nos des- do-se aos cristaos, Pedro escreveu: “Have-
` ´ ´ ˜
viar do caminho que leva a vida eterna. (Mat. ra falsos instrutores entre vos.” Entao, de
ˆ
7:13, 14) Felizmente, nosso bondoso Deus onde vem os falsos instrutores? Podem surgir
˜ ˜ ˜ ´
nos alerta de nao seguirmos as enganadoras de dentro da congregaçao. Sao apostatas.1
´ ˆ ˜
‘placas’ de Satanas. Vejamos agora mais tres O que querem? Eles nao se contentam em
ˆ ˜
de suas influencias negativas. Ao considerar- apenas deixar a organizaçao que um dia tal-
˜ vez tenham amado. O seu objetivo, como
mos como a Palavra de Deus nos ajuda a nao
´ ´ ´
nos desviar, podemos imaginar Jeova cami- Paulo explicou, e “atrair a si os discıpulos”.
´ ´ ˜ ´
nhando atras de nos e nos indicando a dire- Note o artigo definido na expressao “os discı-
˜ ´ ´
çao certa, dizendo: “Este e o caminho. Andai pulos”. Em vez de procurar fazer seus pro-
´ ´
nele.” (Isa. 30:21) Refletir sobre os claros aler- prios discıpulos, os apostatas tentam arrastar
´ ´ ˜ ´
tas de Jeova fortalecera nossa determinaçao consigo os discıpulos de Cristo. Como “lobos
´ vorazes”, os falsos instrutores buscam devo-
de acata-los.
˜
˜ rar membros desavisados da congregaçao,
Nao siga “falsos instrutores” ´
destruindo a sua fe e os afastando da verdade.
´
3 Imagine-se viajando numa terra arida.
— Mat. 7:15; 2 Tim. 2:18.
ˆ ˆ ` ˆ ´
Voce ve um poço a distancia e corre para la, 5 Como os falsos instrutores agem? Os seus
´ ´ ´
esperando encontrar agua para matar a sede. metodos revelam astucia. Eles ‘introduzem
´
Mas o poço esta vazio. Que desapontamento! quietamente’ ideias corrompedoras. Assim
˜
Falsos instrutores sao como poços vazios. To- como os contrabandistas, eles operam de
´
dos os que os procuram em busca de aguas modo clandestino, introduzindo sutilmente
da verdade ficam muito desapontados. Por ´
conceitos apostatas. E, assim como um as-
´ ´
1, 2. O que Satanas esta decidido a fazer, e como a
tuto falsificador tenta passar documentos
Palavra de Deus nos ajuda? ´ ´ ˜
1 “Apostasia” e renuncia da adoraçao verdadeira, afas-
˜ ˜ ˜
3, 4. (a) Em que sentido os falsos instrutores sao tamento, deserçao, rebeliao, abandono.
como poços vazios? (b) De onde muitas vezes os fal-
´
sos instrutores se originam, e o que eles querem? 5. Que metodos os falsos instrutores usam?

A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011 15


Como alguns talvez convidem
´ `
apostatas a sua casa?

´
apostatas. Sabemos o que ele quer di-
zer, mas estamos decididos a acatar
seu alerta em todos os sentidos?
7 O que esta´ envolvido em evitar
´ ˜
falsos instrutores? Nos nao os rece-
bemos em casa nem os cumpri-
˜
mentamos. Nao lemos as suas pu-
˜ ˜ `
blicaçoes, nao assistimos as suas
˜ ˜ ˜
apresentaçoes na televisao, nao aces-
samos os seus sites na internet nem
´
adicionamos comentarios aos seus
blogs. Por que adotamos uma posi-
˜ ˜
çao tao firme? Por causa do amor.
´ ´
falsificados, os apostatas usam “palavras si- Nos amamos o “Deus da verdade”, de modo
muladas”, ou argumentos falsos, tentando ˜
que nao nos interessamos em ensinos distor-
passar por verdades seus conceitos inventa- ´ `
cidos contrarios as verdades da Palavra de
dos. Eles espalham “ensinos enganosos”, ‘de- ˜ ´
Deus. (Sal. 31:5; Joao 17:17) Alem disso,
turpando as Escrituras’ para acomodar suas ´ ˜ ´
nos amamos a organizaçao de Jeova, por
´
proprias ideias. (2 Ped. 2:1, 3, 13; 3:16) Obvia- meio da qual aprendemos coisas maravilho-
´ ˜
mente, os apostatas nao desejam o nosso me- sas — como o nome de Deus e seu significa-
lhor. Segui-los nos desviaria do caminho ´ ˜
do, o Seu proposito para a Terra, a condiçao
para a vida eterna. ˜
dos mortos e a esperança da ressurreiçao.
ˆ
6 Como nos proteger dos falsos instruto- Voce se lembra de como se sentiu quando
´ aprendeu essas e outras verdades preciosas?
res? Os conselhos da Bıblia sobre como lidar
˜ ˜
com eles sao claros. (Leia Romanos 16:17; Por que, entao, deixar-se contaminar por al-
˜ ´ ˜
2 Joao 9-11.) “Que os eviteis”, diz a Palavra guem que tenta denegrir a organizaçao por
˜ ˆ
de Deus. Outras traduçoes dizem “afastem-se meio da qual voce aprendeu essas verdades?
˜ ´ ˜
deles” e ‘desviem-se deles’. Nao ha nada am- — Joao 6:66-69.
´ ˜
bıguo nesses conselhos inspirados. Suponha 8 Nao importa o que os falsos instrutores
´ ´ ˜
que um medico lhe recomendasse evitar o digam, nos nao os seguiremos! Por que recor-
´ ´
contato com alguem infectado com uma rer a tais poços vazios so para ser enganado e
´ ˆ
mortıfera doença contagiosa. Voce entende- ficar desapontado? Em vez disso, estejamos
´ ´ `
ria as palavras do medico e seguiria estrita- decididos a permanecer leais a Jeova e a orga-
´ ˜ ˜ ´
mente o seu conselho. Os apostatas estao nizaçao que tem um longo historico de saciar
mentalmente ‘doentes’ e tentam contaminar a nossa sede com as puras e refrescantes
outros com os seus ensinos desleais. (1 Tim. ´
´ ´ ´ aguas da verdade da inspirada Palavra de
6:3, 4, Bıblia Pastoral) Jeova, o Grande Medi- Deus. — Isa. 55:1-3; Mat. 24:45-47.
co, diz que devemos evitar o contato com os ´
7, 8. (a) O que esta envolvido em evitar os falsos
´ ´ ˆ ´
6. Que conselhos claros a Bıblia nos da a respeito de instrutores? (b) Por que voce esta decidido a adotar
˜
falsos instrutores? uma posiçao firme contra os falsos instrutores?

16 A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011


˜ ´ ´
Nao siga “historias falsas” 11 Quais seriam alguns exemplos de histo-
´ rias falsas que poderiam desviar os despreve-
9 Em certos casos, pode ser facil perceber
´ ´ ˜ ´
que uma placa foi adulterada` e que esta indi- nidos? Em princıpio, a expressao “historias
´ falsas” pode aplicar-se a qualquer mentira ou
cando o caminho errado. As vezes, ´ porem,
´ mito religioso que poderia nos ‘desviar da ver-
pode ser difıcil notar o engano. E assim tam- ´
´ ˆ dade’. (2 Tim. 4:3, 4) Satanas, que finge ser
bem com as influencias negativas de Sata- ˜
´ ˜ ´ um “anjo de luz”, usa astutamente a religiao
nas; algumas sao mais obvias do que outras.
´ falsa para desencaminhar as pessoas. (2 Cor.
O apostolo Paulo nos alerta contra uma das ˆ
´ ´ ´ 11:14) Sob a falsa aparencia de cristianismo, a
estrategias enganosas de Satanas: “historias
´ ˜ cristandade ensina doutrinas — como a Trin-
falsas”. (Leia 1 Timoteo 1:3, 4.) Para nao nos
desviar do caminho para a vida eterna, te- dade, o inferno de fogo e a imortalidade
˜ ´ da alma — envoltas em mitos e falsidades.
mos de saber o que sao historias falsas e como ´
˜ Alem disso, a cristandade promove celebra-
evitar ‘prestar atençao’ a elas. ˜ ´ ˜
´ çoes, como o Natal e a Pascoa, cujas tradiçoes
10 O alerta de Paulo a respeito de historias ˆ ´
´ aparentemente inocentes tem raızes na mito-
falsas aparece na sua primeira carta a Timo- logia e no paganismo. Por acatarmos o alerta
˜
teo, um superintendente cristao que fora en- de Deus de nos manter separados e ‘cessar de
˜ ˜
carregado de manter a pureza da congregaçao tocar em coisa impura’, nao seremos desen-
˜ ´ ´
e de ajudar os irmaos a permanecer fieis. caminhados por historias falsas. — 2 Cor.
(1 Tim. 1:18, 19) Paulo usou uma palavra gre- 6:14-17.
˜ ´
ga que pode se referir a ficçao, mito ou falsi- 12 Satanas promove outras mentiras que po-
dade. De acordo com a The International ˜
´ dem nos desencaminhar se nao tomarmos
Standard Bible Encyclopaedia (Enciclopedia cuidado. Veja alguns exemplos. Faça o que
´ ˜ ˆ ´ ´
Bıblica Padrao Internacional), essa palavra se quiser — voce decide o que e certo e o que e erra-
´ ˜ ´ ´
refere a “uma historia (religiosa) sem ligaçao do. Essa ideia e promovida na mıdia e no en-
com a realidade”. Talvez Paulo se referisse a tretenimento. Tal conceito distorcido dos pa-
´ ˜
mentiras religiosas promovidas por historias droes divinos nos pressiona a descartar todas
sensacionalistas ou lendas fantasiosas.1 Essas ˜ ´ ´
as restriçoes morais. A verdade e que nos te-
´ ˜
historias apenas ‘fornecem questoes para pes- mos uma enorme necessidade de diretrizes
´ ˜ ´ ´
quisa’ — isto e, levantam questoes super- morais que so Deus pode prover. ( Jer. 10:23)
´ ´ ˜ ´
fluas que levam a pesquisas inuteis. Historias Deus nao intervira no que acontece na Terra.
˜ ´
falsas sao uma manobra do arquienganador, Ser influenciado por esse espırito de ‘viver o
´ ´
Satanas, que usa mentiras religiosas e mitos presente’ pode nos tornar ‘inativos ou infrutı-
´ ´
ımpios para desviar os desprevenidos. O con- feros’. (2 Ped. 1:8) A verdade e que o dia de
´ ˜ ˜ ´
selho de Paulo e claro: nao preste atençao a Jeova se aproxima rapidamente, e temos de
´ ˆ ˜
historias falsas! manter a vigilancia. (Mat. 24:44) Deus nao se
ˆ ˆ
importa com voce. Crer nessa mentira satanica
´
1 Por exemplo, o livro apocrifo de Tobias, escrito por pode nos fazer desistir, achando que jamais
´ ´
volta do terceiro seculo AEC, portanto ja existente nos
´ ˜ ´
dias de Paulo, esta repleto de superstiçoes e de historias ´ ˜
absurdas de magia e feitiçaria apresentadas como verda-
11. Como Satanas usa astutamente a religiao falsa
´ para desencaminhar as pessoas, e que alerta nos aju-
des. — Veja Estudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1, pa- ´ ˜
gina 153. dara a nao ser desencaminhados?
´
12, 13. (a) Que mentiras Satanas promove, e qual
´ ´
9, 10. Que alerta Paulo deu a Timoteo a respeito de e a verdade a respeito de cada uma delas? (b) Como
´ ´
“historias falsas”, e a que ele talvez se referisse? (Veja podemos evitar ser desencaminhados pelas historias
´ ´
tambem a nota.) falsas de Satanas?

A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011 17


´
seremos dignos do amor de Deus. A verdade e
´ ´
que Jeova ama e valoriza cada um de seus ado- Qual e sua resposta?
radores. — Mat. 10:29-31. ˆ
Como voce aplicaria os alertas contidos
13 Precisamos estar sempre alertas, pois os
´ nos seguintes textos?
conceitos e atitudes do mundo de Satanas po-
´ ` ˙ 2 Pedro 2:1-3
dem parecer razoaveis a primeira vista. Mas
´ ´ ˆ ´
lembre-se de que Satanas e o genio do enga- ˙ 1 Timoteo 1:3, 4
no. Acatar os conselhos e os lembretes da Pala- ´
´ ´ ˙ 1 Timoteo 5:11-15
vra de Deus e a unica maneira de evitar
ˆ ´
ser desencaminhado pelas satanicas “histo-
rias falsas, engenhosamente inventadas”, ou ´
essenciais ou ate mesmo enganosos. ‘Tagare-
´ ` ´
pelos “mitos artificiosos”, segundo a Bıblia lar.’A tagarelice pode levar a calunia, que mui-
Vozes. — 2 Ped. 1:16. tas vezes causa desavenças. (Pro. 26:20) Sa-
˜
˜ ´ bendo disso ou nao, os caluniadores imitam a
Nao ‘siga a Satanas’ ´
Satanas, o Diabo.1 ‘Intrometer-se nos assuntos
14 Imagine uma placa que indicasse “Cami- ˜
dos outros.’ Nao temos o direito de dizer a ou-
´ ´
nho para Satanas”. Quem de nos seguiria a in- tros como cuidar de seus assuntos pessoais.
˜
dicaçao dessa placa? Ainda assim, Paulo nos Todo esse comportamento ocioso e perturba-
´ ˜
alerta sobre varias possibilidades de cristaos dor pode nos desviar da obra que Deus nos
dedicados serem ‘desviados para seguir a Sata- ˜
encarregou de realizar: a pregaçao do Reino.
´ ´
nas’. (Leia 1 Timoteo 5:11-15.) As suas pala- Deixar de apoiar ativamente essa obra signifi-
˜ ´ ´ ˜ ´
vras sao dirigidas a certas “viuvas mais jo- ca começar a seguir a Satanas. Nao ha meio-
´
vens”, mas os princıpios que ele menciona se termo. — Mat. 12:30.
´ ˜ ´
aplicam a todos nos. Aquelas cristas no pri- 16 Acatar os conselhos da Bıblia evita que se-
´ ˜ ´
meiro seculo talvez nao imaginassem estar se- jamos “desviados para seguir a Satanas”. Veja
´ ˜ ´
guindo a Satanas, mas suas açoes indicavam alguns dos sabios conselhos de Paulo. ‘Tenha
que era justamente isso o que faziam. Como bastante para fazer na obra do Senhor.’ (1 Cor.
´
podemos evitar seguir a Satanas, mesmo sem 15:58) Manter-nos ocupados nas atividades
perceber? Examinemos o alerta de Paulo a res- do Reino nos protege dos perigos da ociosida-
peito de tagarelice, ou falar mal dos outros. de e dos empenhos que desperdiçam tempo.
´ ´ ´ ˜
15 O alvo de Satanas e calar as nossas expres- (Mat. 6:33) ‘Fale o que e bom para a edificaçao.’
˜ ´ ´ ˜
soes de fe — que deixemos de pregar as boas (Efe. 4:29) Esteja decidido a nao ouvir tagareli-
˜ ´
novas. (Rev. 12:17) Para esse fim, ele tenta nos ce maldosa e a nao divulga-la.2 Cultive con-
˜ ˜
envolver em atividades que desperdiçam tem- fiança e respeito em relaçao aos irmaos. Assim
˜ ´ estaremos propensos a dizer coisas que edifi-
po ou que causam divisao entre nos. Note
´ ´ ˜
como Paulo identifica as taticas de Satanas. cam, nao que derrubam. ‘Tome por alvo cuidar
´ ´
‘Ficar desocupado, vadiando.’ Nessa era de tec- de seus proprios negocios’, ou assuntos. (1 Tes.
´ ´ 4:11) Interesse-se pelos outros, mas sempre
nologia e facil desperdiçar nosso tempo e o de
˜
outros, enviando, por exemplo, e-mails nao 1 O termo grego
´ ´
´ para “diabo” e diabolos,´ que signifi-
´ ca “caluniador”. E usado como um outro tıtulo de Sata-
14. Que alerta Paulo deu a certas viuvas mais jo- ´ ˜
´ ´ nas, o maior caluniador. — Joao 8:44; Rev. 12:9, 10.
vens, e por que todos nos precisamos levar a serio as 2 Veja o quadro “Penas espalhadas ao vento”.
suas palavras?
´ ´ 16. Acatar que conselhos pode evitar que sejamos
15. Qual e o alvo de Satanas, e como Paulo identifi-
´ ´
ca as taticas dele? ‘desviados para seguir a Satanas’?

18 A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011


´
respeitando a privacidade deles e sem lhes nunca se esqueça de que os alertas de Jeova
´ ˜
roubar a dignidade. Lembre-se, tambem, de considerados neste artigo e no anterior sao
˜ ´
que nao devemos impor a outros os nossos motivados pelo seu grande amor por nos. Ele
conceitos em assuntos que eles precisam deci- deseja nos poupar da tristeza e da dor que re-
´
dir por si mesmos. — Gal. 6:5. sultam de seguir as enganosas ‘placas’ de Sata-
17 Somos muito gratos de que Jeova´ nos diz
´ ´
nas. O caminho que Jeova deseja que tome-
˜ mos pode ser estreito, mas leva ao melhor
claramente o que nao devemos seguir. Mas
´ ˜ destino — a vida eterna. (Mat. 7:14) Jamais va-
17. (a) Por que Jeova nos alerta sobre o que nao de- ˜
ˆ ´ cilemos na nossa determinaçao de acatar a ad-
vemos seguir? (b) O que voce esta decidido a fazer ˜ ´ ´
˜ ´ moestaçao de Jeova: “Este e o caminho. Andai
com relaçao ao caminho que Jeova deseja que tome-
mos? nele.” — Isa. 30:21.

Penas espalhadas
ao vento
Um antigo conto judaico ilustra bem os “Estou perdoado?”, perguntou.
efeitos de espalhar tagarelice maldosa. Apre- ´
˜ ˆ “Primeiro, va e ajunte todas as penas”,
sentada em variadas versoes, a essencia da ´
´ ´ respondeu o sabio.
historia e a seguinte: ´
“Mas como? O vento ja as espalhou.”
Certo homem percorreu a cidade calu- “Reparar o dano causado pelas suas pa-
´
niando o sabio local. Mais tarde, o tagarela ´ ˜ ´
lavras e tao difıcil como recolher todas as
deu-se conta do dano que causara e dirigiu-
´ ˜ penas.”
se ao sabio para pedir perdao, prontifican- ˜ ´
do-se a fazer qualquer coisa para reparar o A liçao e clara. Uma vez proferidas, as
´ ´ ˜
seu erro. O sabio so tinha um pedido: que palavras nao podem ser recuperadas, e tal-
´
o caluniador apanhasse um travesseiro de vez seja impossıvel sanar o mal que causa-
penas e o abrisse, espalhando as penas ao ram. Antes de divulgar alguma tagarelice,
´
vento. Embora intrigado com o pedido, sera sensato nos lembrar de que, ao fazer
´ isso, estaremos como que prestes a espalhar
o tagarela fez o que lhe foi mandado e, daı,
´
voltou a falar com o sabio. penas ao vento.
EU TINHA MEDO
DA MORTE
— AGORA ESPERO
ˆ
‘VIDA EM ABUNDANCIA’
˘
NA RRA DO PO R
PIERO GATTI

˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙ ˙

U M LEVE ronco ficava cada vez mais forte.


Em seguida, o toque de sirenes avisava
´
as pessoas para se abrigarem. Daı o terror:
milhares de soldados italianos que fugiram
´
da zona de guerra para a neutra Suıça. Ao che-
´
garmos ali, fomos levados a varios campos de
˜
o estridente assobio de bombas e a destruiçao refugiados. Eu fiquei em um perto de Stei-
´ ´ ´
num estouro de arrebentar os tımpanos. nach, no nordeste do paıs, onde tınhamos al-
˜ ´ guma liberdade. O barbeiro em Steinach pre-
Isso era em Milao, Italia, em 1943/1944.
´
Como jovem soldado servindo ali, muitas cisava de ajuda temporaria na sua barbearia.
vezes eu recebia ordens para juntar restos Morei e trabalhei com ele por apenas um
´ ˆ
humanos soterrados em abrigos antiaereos mes, mas foi o suficiente para eu conhecer
bombardeados, onde pessoas haviam ficado uma pessoa que ensinou algo que mudou a
encurraladas e seus corpos foram dilacerados minha vida.
´ ˜ ´ Um dos fregueses do barbeiro era Adolfo
e ficaram irreconhecıveis. E nao era so a mor-
´
te de outros que eu via de perto. Algumas ve- Tellini, um italiano que morava na Suıça. Ele
´
zes eu mesmo escapei por pouco. Nessas oca- era Testemunha de Jeova. Eu nunca havia ou-
˜ ˜
sioes eu orava, prometendo a Deus que, se eu vido falar desse grupo, o que nao era de ad-
˜
escapasse dos massacres, faria a sua vontade. mirar, pois naquele tempo nao havia mais de
´ ´
150 Testemunhas de Jeova em toda a Italia.
Venci o medo da morte ´
Adolfo me falou sobre verdades bıblicas ma-
ˆ
Fui criado numa vila a uns dez quilome- ravilhosas, promessas de paz e de ‘vida em
´ ´ ˆ ˜
tros de Como, na Italia, perto da fronteira suı- abundancia’. ( Joao 10:10; Rev. 21:3, 4) Fiquei
´
ça. Ainda criança, conheci o que e a tristeza e fascinado com a mensagem de um futuro
o medo da morte. A gripe espanhola havia sem guerras e sem morte. De volta ao campo
˜ ´
matado duas de minhas irmas. Daı, em 1930, de refugiados, falei dessa esperança a outro
˜
quando eu tinha apenas 6 anos, minha mae, jovem italiano, Giuseppe Tubini, que tam-
´ ´
Luigia, faleceu. Criado como catolico, eu se- bem ficou impressionado. Adolfo e outras
` ´
guia as normas da Igreja e assistia a Missa se- Testemunhas de Jeova de vez em quando nos
manal. Mas foi anos depois numa barbearia, visitavam no campo.
˜ ˆ
nao numa igreja, que eu venci o meu medo. Adolfo me levou a Arbon, uns dez quilo-
Em 1944, a Segunda Guerra Mundial ceifa- metros de Steinach, onde um grupo pequeno
´ ˜
va muitas vidas. Eu era um das dezenas de de Testemunhas de Jeova realizava reunioes

20 A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011


˜ ´
em italiano. Fiquei tao entusiasmado com o Nessa assembleia tive o privilegio de co-
´ ´ ˜
que ouvi que na semana seguinte fui a pe ate nhecer o irmao Nathan Knorr, do Betel de
´
la. Mais tarde, assisti a uma assembleia das Brooklyn. Ele incentivou a Giuseppe e a mim
´ ˜
Testemunhas de Jeova num salao de conven- a fazer do serviço a Deus o empenho de nos-
˜
çoes em Zurique. Fiquei pasmado com uma sas vidas. Decidi começar o serviço de tempo
˜ ´ ˆ
exibiçao de slides dos campos de extermı- integral dentro de um mes. Ao voltar para
nio, mostrando pilhas de corpos. Soube que ˜
casa, comuniquei a decisao aos meus familia-
´ ˜
muitas Testemunhas de Jeova alemas foram res, e todos tentaram fazer que eu mudasse de
´ ˆ
martirizadas por sua fe. Naquela assembleia, ideia. Mas eu estava decidido. Assim, um mes
conheci Maria Pizzato. Por causa de suas ati- depois, comecei a trabalhar no Betel em Mi-
´ ˜ ´
vidades como Testemunha de Jeova, ela ha- lao. Quatro missionarios serviam ali: Giusep-
˜
via sido condenada a 11 anos de prisao pelas pe ( Joseph) Romano e sua esposa, Angeli-
autoridades fascistas italianas. na, e Carlo Benanti e sua esposa, Costanza.
´ ´
Com o fim da guerra, voltei para a Italia e O quinto membro da famılia era Giuseppe
` ˜
juntei-me a pequena congregaçao em Como. Tubini, que acabara de chegar, e eu era o
˜ ´ ´
Eu nao havia tido um estudo bıblico sistema- sexto.
tico, mas entendia bem as verdades funda- ´ ˆ
Apos um mes em Betel fui designado supe-
´
mentais. Maria Pizzato tambem pertencia a rintendente de circuito — o primeiro viajante
˜ ´ ˜
essa congregaçao. Ela me falou sobre a neces- italiano no paıs. O irmao George Fredianelli,
˜ ´
sidade do batismo cristao e convidou-me o primeiro missionario que veio dos Estados
para visitar Marcello Martinelli, que morava ´ ´
´ Unidos para a Italia em 1946, ja era viajante.
em Castione Andevenno, na provıncia de Ele me treinou por algumas semanas e depois
˜
Sondrio. Marcello era um fiel irmao ungido enfrentei sozinho o que mais parecia uma
que havia sido condenado a 11 anos de pri- aventura. Lembro-me em especial da primei-
˜ ˜
sao pelo regime ditatorial. Eu tive de viajar ra congregaçao que visitei — Faenza. Imagi-
ˆ ´
80 quilometros de bicicleta para visita-lo. ne! Eu nunca havia proferido um discurso
´ ˜
Marcello usou a Bıblia para explicar os re- para uma congregaçao! Mesmo assim, incen-
quisitos do batismo, depois do que oramos e tivei os presentes, incluindo muitos jovens, a
fomos ao rio Adda, onde fui batizado. Era se- ´
pensar na possibilidade de entrar no ministe-
tembro de 1946. Foi um dia muito especial! rio de tempo integral. Mais tarde, alguns des-
˜ ˜
Eu estava tao emocionado com a minha deci- ses jovens receberam designaçoes de grande
˜ ´ ˜
sao de servir a Jeova e de ter entao uma espe- responsabilidade no campo italiano.
´
rança solida para o futuro que, no fim do dia, Começava assim uma emocionante vida
eu mal pude acreditar que havia pedalado de superintendente viajante. Uma vida de
ˆ
160 quilometros! surpresas, ajustes, desafios e alegrias, e de
˜ ˜
Em maio de 1947 foi realizada, em Milao, a grande afeto da parte de queridos irmaos e
´ ´ ˜
primeira assembleia do pos-guerra na Italia. irmas.
Compareceram umas 700 pessoas, muitas
´
das quais haviam atravessado a fase da perse- O cenario religioso
˜ ´ ´
guiçao fascista. Aconteceu algo incomum do pos-guerra na Italia
˜
nessa assembleia. Giuseppe Tubini, a quem Gostaria de contar algo sobre a situaçao re-
´ ´
eu dera testemunho no campo de refugiados, ligiosa na Italia daquele tempo. A Igreja Cato-
proferiu o discurso do batismo — depois do lica reinava soberana. Embora uma nova
˜
qual ele mesmo foi batizado! constituiçao estivesse em vigor desde 1948,

A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011 21


0 A caminho de Gileade
Zurique Arbon
BERNA
´ Steinach
S U I Ç A

Com
Como
Giuseppe Castione

Rio A dda
em Gileade ˜ Andevenno
Milao

Faenza

´
´
ITALIA
foi so em 1956 que as leis fascistas contra a li- que a guerra havia acaba-
˜ ´
vre pregaçao das Testemunhas de Jeova fo- do e a maioria dos italia-
˜ ROMA
ram revogadas. Por pressao do clero, com nos era pobre. Havia pou-
ˆ ˜
frequencia as assembleias de circuito eram cos irmaos, e eles quase Sulmona
` ˜
interrompidas. Mas as tentativas do clero as nao tinham recursos. Mes-
vezes falhavam completamente, como acon- mo assim, a vida no serviço
teceu em 1948 em Sulmona, uma cidadezi- ´
de Jeova era maravilhosa. Ventotene
´
nha na Italia central.
A assembleia foi realizada num teatro. No Gileade
˜ Em 1950, eu e Giuseppe Tubini
domingo de manha, eu era o presidente e
˜ fomos convidados para cursar a 16.a
o irmao Giuseppe Romano proferiu o discur-
´ ˆ ´
so publico. A assistencia era enorme para turma da escola missionaria de Gilea-
´ ˜ de. Logo me dei conta que aprender
aqueles dias. Numa epoca em que nao havia
´ ˆ ´
nem 500 publicadores no paıs, 2 mil pessoas ingles seria difıcil para mim. Eu me es-
´
lotaram o teatro. No fim do discurso, um jo- forcei ao maximo, mas era um verdadei-
´ ´ ´
vem, instruıdo por dois sacerdotes que esta- ro desafio. Tınhamos de ler a Bıblia inteira
ˆ ˆ `
vam na assistencia, subiu ao palco. Para criar em ingles. Para conseguir isso, as vezes eu
˜ deixava de almoçar para praticar a leitura em
confusao, ele passou a gritar o mais alto que
podia. Naquele instante, eu lhe disse: “Se tem voz alta. Por fim, chegou a minha vez de dar
˜ ´ um discurso. Lembro-me das palavras do ins-
algo a dizer, primeiro alugue um salao e daı
ˆ ´ ˆ trutor como se fosse ontem: “Os seus gestos e
voce podera dizer o que quiser.” A assistencia
˜ ˜
nao gostou do que ele fez e abafou a sua voz seu entusiasmo sao excelentes, mas seu in-
˜ ˜ ˆ ´ ´
com expressoes de desaprovaçao. Com isso, o gles e totalmente incompreensıvel!” Apesar
ˆ
jovem pulou do palco e desapareceu. disso, consegui concluir o curso com exito.
Naqueles dias, viajar era uma aventura e Depois, eu e Giuseppe fomos designados
` ˜ ´
tanto. As vezes eu ia de uma congregaçao para a Italia. Esse treinamento adicional nos
´ ˆ ˜
para outra a pe, de bicicleta, em velhos oni- preparou para servir melhor os irmaos.
bus superlotados ou de trem. Vez por outra Em 1955 casei-me com Lidia, cujo discurso
´
eu me hospedava em estabulos ou num de- de batismo eu havia proferido sete anos an-
´
posito de ferramentas. Fazia pouco tempo tes. O pai ela, Domenico, era um querido ir-

22 A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011


Nosso casamento -
´
Minha amada esposa esta
´
comigo ha mais de 55 anos

˜
mao que conseguira ajudar os seus sete filhos
a aceitar a verdade, apesar de ter sido perse-
guido pelo regime fascista e condenado ao
´ ˆ ´
exılio por tres anos. Lidia tambem era uma
verdadeira lutadora pela verdade. Ela enfren-
ˆ
tou tres julgamentos antes de o nosso direito Em 1991, depois de 44 anos como superin-
legal de pregar de casa em casa ter sido final- tendente viajante, deixei o serviço de circui-
mente reconhecido. Depois de seis anos de ˜
to, tendo visitado congregaçoes por toda a
casados, nasceu nosso primeiro filho, Benia- ´
Italia. Nos quatro anos seguintes, servi como
mino. Em 1972 tivemos outro filho, Marco. ˜
superintendente de um Salao de Assembleias
Sinto-me feliz de que ambos, com as suas fa- ´
´ ´ ate que uma doença grave me obrigou a re-
mılias, servem zelosamente a Jeova. `
duzir minhas atividades. Mas, graças a bon-
´ ´
´ dade imerecida de Jeova, ate agora estou no
Ativo no serviço de Jeova serviço de tempo integral. Procuro dar meu
´ ˜
Na minha vida feliz de servir ao proximo melhor na pregaçao e no ensino das boas no-
ˆ ´ ´
tenho tido muitas experiencias inesquecı- vas, e dirijo alguns estudos bıblicos. Os ir-
´ ˜
veis. Por exemplo, no inıcio dos anos 80, maos ainda dizem que quando dou discursos
˜ ´
meu sogro escreveu ao entao presidente da meu entusiasmo e “explosivo”. Agradeço
´ ´ ˜
Italia, Sandro Pertini. Durante a ditadura fas- a Jeova que meu vigor nao diminuiu com a
cista, ambos haviam sido exilados na ilha de idade.
Ventotene, onde eram mantidos os supostos Quando jovem, eu vivia totalmente domi-
inimigos do regime. Meu sogro solicitou nado pelo medo da morte, mas o conheci-
˜ ´
uma entrevista com a intençao de dar teste- mento bıblico exato me deu uma esperança
munho ao presidente. Quando a entrevista ˆ
segura de vida eterna — vida “em abund ´ an-
foi concedida, eu o acompanhei, e fomos ˜
cia”, como disse Jesus. ( Joao 10:10) E isso o
muito bem recebidos — algo fora do comum. que aguardo — uma vida plena de paz, segu-
O presidente cumprimentou calorosamente ˆ ˜
rança e felicidade, com fartas bençaos de
´ ´
meu sogro com um abraço. Daı falamos so- Jeova. Toda honra seja dada ao nosso amoro-
´ ´
bre a nossa fe e lhe entregamos algumas pu- so Criador, cujo nome temos o privilegio de
˜
blicaçoes. levar. — Sal. 83:18.

A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011 23


O DESCANSO DE DEUS
— DE QUE SE TRATA?
´
“Resta um descanso sabatico para o povo de Deus.” — HEB. 4:9.

´ ˆ
N O PRIMEIRO capıtulo de Genesis vemos
´
que durante seis dias simbolicos Deus
preparou a Terra para habitaçao humana.
˜
los, dizendo “meu Pai tem estado trabalhan-
˜
do”, ele refutou essa acusaçao. Jesus estava,
´
na verdade, dizendo aos crıticos: ‘Meu Pai e
´
Cada um desses perıodos termina com as pa- eu estamos empenhados no mesmo tipo de
lavras: “Veio a ser noitinha e veio a ser ma- trabalho. Visto que meu Pai tem trabalhado
˜ ˆ ´ ˆ ˜ ´
nha.” (Gen. 1:5, 8, 13, 19, 23, 31) No entanto, no seu sabado de milenios de duraçao, e per-
´ ´ ´
sobre o setimo dia, a Bıblia diz: “Deus passou feitamente permissıvel que eu trabalhe, mes-
´ ˆ ´
a abençoar o setimo dia e a faze-lo sagrado, mo no sabado.’ Assim Jesus deu a entender
porque nele tem repousado de toda a sua obra ˜ ` ´
que, com relaçao a Terra, o grande sabado de
ˆ ´ ˜
que Deus criara.” — Gen. 2:3. descanso de Deus, o setimo dia, ainda nao ha-
2 Note a forma verbal “tem repousado”. Isso via terminado nos seus dias.1
´ ˆ ´
indica que o setimo dia — o “dia” de descan- 4 Uma segunda evidencia e fornecida pelo
so de Deus — ainda estava em curso em ´ ˆ
apostolo Paulo. Ao citar Genesis 2:2 a respeito
´
1513 AEC, quando Moises escreveu o livro de do descanso de Deus, ele escreveu sob inspi-
ˆ ´ ˜ ´ ´
Genesis. Sera que o dia de descanso de Deus raçao: “Nos, os que exercemos fe, entramos
´ ´
ainda esta em andamento? Em caso afirmati- no descanso.” (Heb. 4:3, 4, 6, 9) Portanto, o se-
vo, podemos entrar nesse descanso hoje? As timo dia ainda estava em curso nos dias de
˜ ´
respostas a essas perguntas sao de maxima Paulo. Quanto tempo mais duraria esse dia
ˆ ´
importancia para nos. de descanso?
5 Para responder a essa pergunta, temos de
´ ´
Jeova ainda esta ‘repousando’? ´ ˆ
ˆ
3 Duas evidencias nos levam a concluir que
nos lembrar do objetivo do setimo dia. Gene-
´
´ sis 2:3 explica qual e: “Deus passou a aben-
o setimo dia ainda estava em curso no pri- ´ ˆ
´ çoar o setimo dia e a faze-lo sagrado.” Esse dia
meiro seculo da EC. Primeiro, note as pala-
foi ‘feito sagrado’ — santificado, ou colocado
vras de Jesus a opositores que o criticavam ` ´
´ a parte, por Jeova — para concretizar o Seu
por realizar curas no sabado, o que eles consi- ´ ´ ´
proposito. Esse proposito e que a Terra seja
deravam ser um tipo de trabalho. O Senhor
habitada por homens e mulheres obedientes
disse a eles: “Meu Pai tem estado trabalhando
´ ˜
ate agora e eu estou trabalhando.” ( Joao 5:16, 1 Os sacerdotes e os levitas trabalhavam no templo
´
17) Qual era o argumento? Jesus estava sendo no sabado, mesmo assim ‘permaneciam sem culpa’.
´ ´ Como sumo sacerdote do grande templo espiritual de
´ ˜
acusado de trabalhar no sabado. Ao contesta- Deus, Jesus tambem podia cumprir sua designaçao espi-
´
ritual sem temer estar violando o sabado. — Mat. 12:5, 6.
˜
1, 2. O que podemos concluir de uma traduçao
ˆ ˆ
exata de Genesis 2:3, e que perguntas surgem? 4. Que evidencia adicional Paulo fornece de que
˜ ´
3. Como as palavras de Jesus em Joao 5:16, 17 indi- o setimo dia ainda estava em curso nos seus dias?
´ ´
cam que o setimo dia ainda estava em curso no pri- 5. Qual era o objetivo do setimo dia, e quando esse
´ ´
meiro seculo? objetivo sera plenamente alcançado?

24 A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011


˜ ´ ˜
que tomarao conta dela e´ de todas as suas for- Moises qual era seu objetivo com relaçao aos
ˆ ˜
mas de vida. (Gen. 1:28) E na realizaçao desse israelitas. Deus disse: “Estou para descer, a
´ ´ ´ ˜ ´
proposito que tanto Jeova Deus como Jesus fim de livra-los da mao dos egıpcios e para
´ ˆ ˆ
Cristo, o “Senhor do sabado”, tem “estado faze-los subir daquela terra [o Egito] para uma
´ terra boa e espaçosa, ˆ para uma terra que
trabalhando ate agora”. (Mat. 12:8) O dia de
´ ´ mana leite e mel.” (Exo. 3:8) Exatamente
descanso de Deus prosseguira ate que Seu
˜ ´
objetivo com relaçao a esse descanso tenha como Jeova prometera ao antepassado deles,
˜
sido plenamente alcançado no fim do Reina- Abraao, o objetivo de Deus em livrar os israe-
˜ ´
do Milenar de Cristo. litas “da mao dos egıpcios” era fazer desses is-
ˆ
˜ raelitas o Seu povo. (Gen. 22:17) Deus forne-
Nao “caia no mesmo ceu aos israelitas um conjunto de leis que
ˆ ´ ˜ ´
exemplo de desobediencia” lhes tornaria possıvel ter uma relaçao pacıfica
6 Deus explicou de modo claro a Adao ˜
e com ele. (Isa. 48:17, 18) Ele lhes disse: “Se obe-
´ ˜ `
Eva qual era seu proposito, mas eles nao coo- decerdes estritamente a minha voz e deveras
˜
peraram para a sua realizaçao. Naturalmente, guardardes meu pacto [especificado na Lei],
˜ ˜
Adao e Eva foram apenas os primeiros huma- entao vos haveis de tornar minha proprieda-
ˆ
nos a preferir a desobediencia. Tem havido de especial dentre todos osˆ outros povos, pois
˜ ˜ ´ ´
milhoes de outros desde entao. Ate mesmo o minha e toda a terra.” (Exo. 19:5, 6) Assim,
˜ ˜
povo escolhido de Deus, a naçao de Israel, fre- para terem uma relaçao privilegiada com
´ `
quentemente o desobedecia. E e digno de Deus, os israelitas tinham de obedecer a sua
˜
nota que Paulo tenha alertado os cristaos do voz.
´
primeiro seculo de que mesmo alguns deles 8 Imagine que vida os israelitas teriam se
´ ˜ `
poderiam cair na armadilha em que caıram tao somente tivessem obedecido a voz de
os israelitas antigos. Ele escreveu: “Façamos, ´
´ Deus! Jeova abençoaria seus campos, seus vi-
portanto, o maximo para entrar naquele des- nhedos e seus rebanhos. Os seus inimigos
´ ˜
canso, para que ninguem caia no mesmo nao os dominariam indefinidamente. (Leia
ˆ
exemplo de desobediencia.” (Heb. 4:11) Note 1 Reis 10:23-27.) Quando viesse, o Messias
˜
que Paulo relaciona desobedecer com nao provavelmente encontraria Israel prosperan-
entrar no descanso de Deus. O que isso signi- ˜ ˜
´ do como naçao independente, nao subjuga-
fica para nos? Se de alguma maneira nos re- `
da a tirania romana. Israel poderia ter sido
´ ´
belarmos contra o proposito de Deus, sera um reino-modelo para seus vizinhos, como
˜
que correremos o risco de nao entrar no des- prova concreta de que obedecer ao Deus ver-
canso de Deus? Obviamente, a resposta a essa ˆ ˜
dadeiro traz bençaos espirituais e materiais.
´ ´
pergunta e muito importante, e mais adiante 9 Que privilegio os israelitas tiveram — co-
´ ˜ ´ ´
nos a consideraremos. Por ora, vejamos o que laborar na realizaçao do proposito de Jeova,
´ ˆ ˜ ˜
mais o pessimo exemplo dos israelitas nos en- o que resultaria em bençaos nao apenas para
sina sobre entrar no descanso de Deus. ´
eles, mas, por fim, para todas as famılias da
ˆ
˜ ˜ Terra! (Gen. 22:18) No entanto, como um
“Nao entrarao no meu descanso”
7 Em 1513 AEC, Jeova´ revelou ao seu servo 8. Que tipo de vida os israelitas poderiam ter tido se
tivessem sido obedientes a Deus?
˜
6. Que exemplos nos servem de alerta, e que liçao 9, 10. (a) Por que o desejo de Israel de voltar para
podemos aprender deles? ´
o Egito era um assunto serio? (b) Como uma volta
˜ ´ ˜
7. Qual era a intençao de Jeova ao libertar os israeli- para o Egito poderia ter afetado a adoraçao dos israe-
˜
tas da escravidao no Egito, e o que se esperava deles? litas?

A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011 25


´
O que continua a ser necessario para que o povo de Deus entre no Seu descanso?

˜ ˜
todo, os daquela geraçao rebelde pouco se in- sito, voltando agora a sua atençao para a gera-
˜
teressaram em estabelecer um reino-modelo çao seguinte. Os membros dessa nova gera-
´ ´ ´ ˜
sob o domınio teocratico. Eles ate mesmo de- çao eram mais obedientes do que seus pais.
´ ´
sejaram voltar para o Egito! (Leia Numeros Sob as ordens de Jeova, eles entraram na Ter-
14:2-4.) Mas como poderia a volta deles para ´
ra Prometida e passaram a conquista-la. Em
o Egito promover o objetivo de Deus de trans- ´
Josue 24:31, lemos: “Israel continuou a servir
˜ ´ ´
formar Israel num reino-modelo? Nao pode- a Jeova todos os dias de Josue e todos os dias
` ˜
ria. Na realidade, se os israelitas voltassem a dos anciaos que prolongaram seus dias de-
´ ˜ ´
custodia de seus captores pagaos, jamais con- pois de Josue e que tinham conhecido todo o
seguiriam seguir a Lei mosaica e aproveitar a ´
trabalho de Jeova, que ele fez para Israel.”
˜ ´ ˜ ˜
provisao de Jeova para o perdao de seus peca- 12 Mas aquela geraçao obediente aos pou-
dos. Que mentalidade carnal e que falta de vi- ´
cos desapareceu e foi substituıda por outra,
˜ ˜ ´ ´ ˜ ´
sao eles tinham! Nao e para menos que Jeova que “nao conhecia a Jeova, nem o trabalho
dissesse a esses rebeldes: “[Eu] me aborreci que tinha feito para Israel”. Assim, “os filhos
˜
desta geraçao e disse: ‘Eles sempre se perdem de Israel puseram-se a fazer o que era mau aos
˜ ˜ ´ ´
nos seus coraçoes, e eles mesmos nao chega- olhos de Jeova e a servir aos Baalins”. ( Juı.
ram a conhecer os meus caminhos.’ De modo ˜
˜ ˜ 2:10, 11) A Terra Prometida nao mostrou ser
que jurei na minha ira: ‘Nao entrarao no meu um verdadeiro “lugar de descanso” para eles.
descanso.’ ” — Heb. 3:10, 11; Sal. 95:10, 11. ˆ
Por causa de sua desobediencia, a paz com
10 O desejo de voltar para o Egito mostrou ˜
Deus nao durou muito tempo. Referindo-se a
˜ ˜ ´
que aquela naçao obstinada nao prezava as um perıodo posterior, Paulo escreveu: “Se Jo-
ˆ ˜ ´
bençaos espirituais que recebera, preferindo sue os tivesse conduzido [os israelitas] a um
´ ˜
o alho-porro, a cebola e o alho disponıveis no lugar de descanso, Deus nao teria depois fala-
´ ´
Egito. (Num. 11:5) Como o ingrato Esau, os do de outro dia. De modo que resta um des-
rebeldes estavam dispostos a renunciar a uma ´
canso sabatico para o povo de Deus.” (Heb.
preciosa herança espiritual em troca de uma 4:8, 9) “O povo de Deus” a que Paulo se refe-
˜ ˆ ˜ ˜
boa refeiçao. — Gen. 25:30-32; Heb. 12:16. ria eram cristaos. Significa isso que os cristaos
11 Apesar da falta de fe´ da geraçao ˜
de israeli- podiam entrar no descanso de Deus? Certa-
´ ˜
tas que saiu do Egito, Jeova ‘trabalhava’ pa- mente que sim — cristaos tanto judeus como
´ ˜
cientemente no cumprimento de seu propo- nao judeus!
´ ´ ´
11. Como a falta de fe dos israelitas nos dias de 12. Como sabemos que e possıvel entrar no descan-
´ ´
Moises afetou o proposito de Deus? so de Deus hoje?

26 A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011


Podemos entrar no descanso
´
de Jeova por trabalharmos
obedientemente em harmonia
´
com o seu proposito progressivo,
´
ao passo que este nos e revelado
˜
por meio de sua organizaçao

˜ ´
Alguns nao entram no descanso de Deus descansou tambem das
no descanso de Deus ´
suas proprias obras, assim como Deus das
13 Ao escrever aos cristaos˜ ˜
hebreus, Paulo suas.” (Heb. 4:8-10) Aqueles cristaos hebreus
˜
manifestou sua preocupaçao de que alguns tinham de parar de pensar que poderiam ga-
˜ ˜ ´
deles nao estavam cooperando com o pro- nhar a aprovaçao de Jeova por meio de obras
´
posito progressivo de Deus. (Leia Hebreus baseadas na Lei mosaica. Desde o Pentecostes
4:1.) Como assim? Ironicamente, tinha a ver de 33 EC, Deus concede generosamente seu
ˆ ´
com a observancia da Lei mosaica. Por uns favor aos que exercem fe em Jesus Cristo.
1.500 anos, todo israelita que desejasse viver 15 O que impediu os israelitas nos dias de
´ ´
em harmonia com o proposito de Deus tinha Moises de entrar na Terra Prometida? A deso-
de seguir a Lei. No entanto, com a morte de ˆ ˜
bediencia. O que impedia alguns cristaos nos
Jesus, a Lei foi tirada do caminho. Alguns cris- dias de Paulo de entrar no descanso de Deus?
˜ ˜ ˆ ˜
taos nao reconheciam isso, insistindo em O mesmo: a desobediencia. Eles nao reco-
continuar a observar certos preceitos da Lei.1 nheceram que a Lei havia servido ao seu obje-
14 Para os cristaos˜ ´
decididos a seguir a Lei, tivo e que Jeova estava agora conduzindo seu
´ ˜
Paulo explicou que o sumo sacerdocio de Je- povo numa direçao diferente.
sus, o novo pacto e o templo espiritual eram ˆ ´
´ ˜ 15. Por que a obediencia e essencial para entrarmos
superiores aos seus equivalentes pre-cristaos.
no descanso de Deus?
(Heb. 7:26-28; 8:7-10; 9:11, 12) Assim, prova-
´
velmente pensando na guarda do sabado se-
manal sob a Lei, Paulo escreveu o seguinte so- ˜
´ Perguntas para meditaçao
bre o privilegio de entrar no dia de descanso ´
´ ´ ˙ Qual era o objetivo do setimo dia de
de Jeova: “Resta um descanso sabatico para descanso de Deus?
o povo de Deus. Porque o homem que entrou ´
˙ Como sabemos que o setimo dia
´
˜ ˜
1 Nao se sabe se algum cristao judeu chegou a apoiar ainda esta em curso hoje?
˜
arranjos para o Dia de Expiaçao depois do Pentecostes
´ ˙ O que impediu os israelitas nos dias
de 33 EC. Isso sem duvida mostraria falta de respeito ´ ˜
´ ˜
pelo sacrifıcio de Jesus. Mas alguns cristaos judeus se de Moises e alguns cristaos do pri-
˜ ´
apegavam a outras tradiçoes relacionadas com a Lei. meiro seculo de entrar no descanso
´
— Gal. 4:9-11. de Deus?
˜
13, 14. Que relaçao existia entre seguir a Lei mosai- ˙ O que significa entrar no descanso de
ca e entrar no descanso de Deus (a) nos dias de Deus hoje?
´ ´
Moises? (b) no primeiro seculo?

A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011 27


´
Entrar no descanso de Deus hoje entrar, ou participar, no descanso de Jeova por
16 Poucos cristaos ˜ trabalharmos obedientemente em harmonia
hoje insistiriam em se-
´
guir algum preceito da Lei mosaica a fim de com o seu proposito progressivo, ao passo que
˜ ´
ganhar a salvaçao. As palavras inspiradas de este nos e revelado por meio de sua organiza-
´ ˜ ˜
Paulo aos efesios sao bem claras: “Por esta be- çao.
´
nignidade imerecida e que fostes salvos por 17 Por outro lado, desconsiderar os con-
´ ´ ˜ ´ ´ ´
intermedio da fe; e isto nao se deve a vos, e selhos bıblicos da classe do escravo fiel
´ ˜ ˜
dadiva de Deus. Nao, nao se deve a obras, a e discreto, preferindo seguir um proceder
fim de que nenhum homem tenha base para independente, significaria resistir ao desen-
ˆ ´ ˜ ´
jactancia.” (Efe. 2:8, 9) Como, entao, os cris- rolar do proposito de Deus. Isso poria em ris-
˜ ˜ ´ ´
taos podem entrar no descanso de Deus? co a nossa relaçao pacıfica com Jeova. No
´ ´ ´ ˜
Jeova reservou o setimo dia — seu dia de des- proximo artigo, veremos algumas situaçoes
´ ˜
canso — para levar seu proposito com relaçao comuns que podem afetar o povo de Deus.
` ´ ˜
a Terra a um glorioso cumprimento. Podemos Tambem, como as nossas decisoes — obede-
´
16, 17. (a) O que significa entrar no descanso de
cer ou adotar um espırito independente —
´ ´ podem determinar se realmente entramos no
Deus hoje? (b) O que sera considerado no proximo
artigo? descanso de Deus.

ˆ
VOCE ENTROU NO
DESCANSO DE DEUS?
´
“A palavra de Deus e viva e exerce poder.” — HEB. 4:12.

˜ ´
V IMOS no artigo anterior que podemos
entrar no descanso de Deus por apoiar
˜
obedientemente a realizaçao de seus propo-
´
a nossa disposiçao de nos ajustar ao proposi-
to de Deus — ser obedientes de coraçao —
pode ser testada.
˜

´
sitos. Isso talvez seja mais facil dizer do que 2 Como voceˆ se sai na questao˜
de aceitar
´
fazer. Por exemplo, quando aprendemos que conselhos baseados na Bıblia? As Escrituras
´ dizem que Deus deseja juntar a si “as coisas
Jeova desaprova algo de que gostamos, a
˜ ´ ˜
nossa reaçao inicial pode ser de rebeldia. Isso desejaveis de todas as naçoes”. (Ageu 2:7)
˜ ´ ˜
indica que temos de melhorar na questao de Naturalmente, a maioria de nos nao era
´
estar ‘prontos para obedecer’. (Tia. 3:17) Nes- nada ‘desejavel’ antes de aprender a verdade.
˜ No entanto, o amor a Deus e ao seu querido
te artigo, veremos algumas situaçoes em que
´
Filho nos levou a fazer mudanças significati-
1. Qual e uma das maneiras de entrarmos no des-
´
canso de Deus hoje, mas por que isso pode ser mais 2, 3. Que esforços contınuos temos de fazer para
´ ´
facil dizer do que fazer? agradar a Jeova?

28 A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011


´ ˜
vas na nossa atitude e habitos, a fim de a motivaçao do conselheiro ou objetar ao
´
nos tornar pessoas plenamente aceitaveis a modo como o conselho foi dado. (2 Reis
˜
Deus. Por fim, depois de muitas oraçoes e es- 5:11) E se o conselho toca num aspecto espe-
forço de nossa parte, chegou o abençoado ´ ˜
cialmente sensıvel — açoes de um membro
dia em que pudemos nos apresentar para o ´
de nossa famılia, maneira de nos vestir, nos-
˜ ˜
batismo cristao. — Leia Colossenses 1:9, 10. sa higiene pessoal ou um tipo de diversao de
˜ ˜ ˆ ´
3 Nao obstante, o nosso batismo nao pos que gostamos, mas que Jeova odeia — talvez
` ˜ ˜
fim a batalha contra a imperfeiçao. A luta a nossa reaçao seja bastante negativa, para
˜
continuou, e vai continuar enquanto for- nossa surpresa e para consternaçao de quem
mos imperfeitos. Mas temos esta garantia: se nos aconselha. Mas, depois de pensar bem,
continuarmos a luta, decididos a nos tornar em geral admitimos que o conselho foi apro-
´ priado.
pessoas de quem Jeova se agrada cada vez
´
mais, ele abençoara os nossos esforços. 6 O texto principal deste artigo nos lembra

˜ ´ de que a palavra de Deus “exerce poder”.


Quando conselhos sao necessarios ´
Sim, ela exerce poder para mudar vidas. Ela e
4 Antes de podermos começar a combater ˜
˜ tao eficaz em nos ajudar a fazer as mudanças
as nossas imperfeiçoes, temos de saber quais ´
˜ ˜ necessarias depois do nosso batismo assim
sao elas. Um discurso tocante no Salao do como foi antes de darmos esse passo. Na sua
Reino, ou um bem ponderado artigo nas ´
˜ carta aos hebreus, Paulo escreveu tambem
nossas publicaçoes, podem expor uma falha ´ ˜
que a palavra de Deus “penetra ate a divisao
grave de nossa parte. Mas, caso desperceba- ´
da alma e do espırito, e das juntas e da sua
mos o ponto apresentado num discurso ou ´
˜ ´ medula, e e capaz de discernir os pensamen-
nao apliquemos o conselho impresso, Jeova ˜ ˜
˜ tos e as intençoes do coraçao”. (Heb. 4:12)
talvez use um companheiro cristao para tra- Em outras palavras, quando entendemos
` ˜ ´ ´ ´
zer a falha a nossa atençao. — Leia Galatas bem o proposito de Deus para nos, a nossa
6:1. ˜ ´ ´
˜ ´ ´ reaçao revela o que somos no ıntimo. Sera
5 Nao e facil aceitar conselhos de um hu- `
que existe as vezes uma diferença entre o que
mano imperfeito, mesmo que sejam dados aparentamos ser (a “alma”) e o que realmen-
´ ´
com o maior tato e amor possıvel. No entan- te somos (o “espırito”)? (Leia Mateus 23:27,
´ ´ ˆ
to, como Galatas 6:1 destaca, Jeova ordena os 28.) Analise como voce reagiria nas seguintes
ˆ ˜ ˜
que tem qualificaçoes espirituais a ‘tentar’ situaçoes.
´
nos reajustar “num espırito de brandura”. Se
´
reagirmos bem, nos agradaremos ainda mais Acompanhe o passo
´ ˜ ´
a Deus. Curiosamente, quando oramos, nos da organizaçao de Jeova
7 Muitos de nos ´
admitimos com facilidade que somos imper- sabem de cor o texto
´ ´ ´
feitos. No entanto, quando alguem nos de Proverbios 4:18: “A vereda dos justos e
ˆ ´ ´
aponta uma falha, a tendencia e tentar nos como a luz clara que clareia mais e mais ate
justificar, minimizar o problema, questionar o dia estar firmemente estabelecido.” Isso
ˆ
4. De que tres maneiras podemos receber conselhos 6. Como a palavra de Deus revela “os pensamentos
´ ˜ ˜
bıblicos? e as intençoes do coraçao”?
˜ ´ ´
5. Cite algumas reaçoes indesejaveis que poderıa- 7, 8. (a) O que talvez tenha motivado alguns cris-
´ ˜ ´
mos ter ao ser aconselhados, e explique por que e taos judeus a se apegarem a certas praticas da Lei
˜ ´
preciso que os pastores cristaos persistam em seus mosaica? (b) Sera que as suas obras se harmoniza-
´ ´
esforços de nos ajudar. vam com o proposito progressivo de Jeova?

A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011 29


´
significa que a nossa conduta e o nosso en- 10 Vejamos outro exemplo. Em fins do se-
´ ´
tendimento dos propositos de Deus melho- culo 19 e começo do seculo 20, certos Estu-
´
ram com o passar do tempo. dantes da Bıblia que eram excelentes orado-
´
8 Como vimos no artigo anterior, depois res publicos achavam que podiam cumprir
˜ ˜
da morte de Jesus muitos cristaos judeus melhor a missao de pregar por proferir bons
´ discursos para ouvintes apreciativos. Eles
achavam difıcil abandonar a Lei mosaica. ´
(Atos 21:20) Embora Paulo habilmente pon- gostavam de falar em publico, e alguns se de-
˜ ˜ ˜
derasse que os cristaos nao estavam mais leitavam na calorosa bajulaçao de seus ou-
` vintes. No entanto, mais tarde ficou evi-
sujeitos a Lei, alguns rejeitaram sua argu- ´
˜ dente que Jeova desejava que seu povo se
mentaçao inspirada. (Col. 2:13-15) Talvez
achassem que, se continuassem a seguir pelo empenhasse em formas diversas de pregar,
menos algumas partes da Lei, evitariam a incluindo o serviço de casa em casa. Al-
˜ ´
perseguiçao. Seja como for, quando escreveu guns oradores publicos bem-sucedidos re-
˜ cusaram-se terminantemente a tentar algo
aos cristaos hebreus, Paulo deixou claro que
˜ novo. Por fora, pareciam homens de boa es-
eles nao podiam entrar no descanso de Deus
enquanto se recusassem a cooperar com piritualidade, bem devotados ao Senhor.
´ ˆ
o desenrolar do proposito divino.1 (Heb. Contudo, diante das claras evidencias sobre
˜ ` ˜
4:1, 2, 6; leia Hebreus 4:11.) Para ganhar a o que Deus desejava com relaçao a pregaçao,
˜ ´ ˜
aprovaçao de Jeova, eles teriam de aceitar o os seus reais pensamentos, intençoes e moti-
˜ ` ´ ˜
fato de que Deus estava conduzindo seu vaçoes vieram a tona. Jeova nao se agradou
˜ ˜
povo numa direçao diferente. deles. Por isso, nao os abençoou. Eles aban-
˜
9 Nos tempos modernos, tem havido refi- donaram a organizaçao. — Mat. 10:1-6; Atos
5:42; 20:20.
namentos no nosso entendimento de alguns ˜
´ ˜ 11 Isso nao significa que pregar publica-
ensinos bıblicos. Isso nao nos deve abalar; ´
deve reforçar a nossa confiança na classe do mente tenha sido facil para todos os que
` ˜
permaneceram leais a organizaçao. Muitos
escravo fiel e discreto. Quando membros re-
acharam desafiador esse trabalho, em espe-
presentativos do “escravo” discernem que o ´
cial no inıcio. Mas eram obedientes. Com o
nosso conceito sobre certo aspecto da verda-
tempo, venceram a ansiedade e foram muito
de precisa ser esclarecido ou corrigido, eles ´ ˆ
˜ abençoados por Jeova. Como voce reage
nao deixam de fazer o ajuste. A classe do es- ´
´ quando e convidado a participar em alguma
cravo esta mais interessada em cooperar com ˜ ´
´ forma de pregaçao que no momento e dife-
o proposito progressivo de Deus do que em ˆ ´
´ rente do que voce costuma fazer? Esta dis-
poupar-se de crıticas por causa de um enten-
ˆ posto a tentar algo novo?
dimento ajustado. Como voce reage quando
´ ´
e apresentado um ajuste no nosso entendi- Quando alguem que amamos
mento das Escrituras? — Leia Lucas 5:39. ´
abandona a Jeova
12 Sem duvida, ´ ´
´ `
1 Muitos lıderes judeus seguiam a risca a Lei mosaica,
todos nos concordamos
˜
mas, quando o Messias chegou, eles nao o reconhece- ˜
˜ ´ 10, 11. O que podemos aprender da reaçao de al-
ram. Nao acompanharam o proposito progressivo de ´
Deus. guns a novos metodos de pregar as boas novas?
´ ´
12, 13. (a) Qual e o objetivo de Jeova ao exigir que
˜ ˜
9. Qual deve ser a nossa atitude quando sao feitos transgressores nao arrependidos sejam desassocia-
´ ˜
ajustes no nosso entendimento de assuntos bıbli- dos? (b) Que prova alguns pais cristaos enfrentam, e
´ ˜ ´
cos? por que e uma prova tao difıcil?

30 A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011


Os pais ficam arrasados

´
com o princıpio de que, para agradar
´
a Deus, temos de ser fısica, moral e
espiritualmente limpos. (Leia Tito
˜
2:14.) Mas podem surgir situaçoes
em que a nossa lealdade a esse aspec-
´
to do proposito de Deus seja severa-
mente provada. Suponha, por exem-
´
plo, que o filho unico de um casal
˜
cristao exemplar abandona a verda-
´
de. Preferindo “o usufruto tempora-
˜
rio do pecado” a uma relaçao pessoal
´ ˜
com Jeova e com seus pais cristaos, o
´
rapaz e desassociado. — Heb. 11:25.
13 Os pais ficam arrasados. Quanto
` ˜
a desassociaçao, eles obviamente sa-
´ ´ ˜
bem que a Bıblia ordena ‘cessar de ter convi- e para menos que se sintam tao angustia-
ˆ ˜
vencia com qualquer que se chame irmao, dos!
´ ˜
que for fornicador, ganancioso, idolatra, in- 15 Mas o que esses pais queridos vao fazer?
˜ ˜ ` ˜ ´
juriador, beberrao ou extorsor, nem sequer Obedecerao as claras orientaçoes de Jeova?
comendo com tal homem’. (1 Cor. 5:11, 13) ´ ˜
Ou sera que vao achar que podem se associar
´
Eles sabem tambem que a palavra “qual- regularmente com o filho desassociado e
´ ´
quer” nesse versıculo inclui membros da fa- chamar isso de “assuntos familiares necessa-
´ ˜ ˜ ˜
mılia que nao vivem na mesma casa. Mas rios”? Ao tomar sua decisao, eles nao devem
eles amam muito o seu filho! Fortes emo- ´
desconsiderar o que Jeova vai achar do que
˜ ˜ ´
çoes talvez os levem a raciocinar: ‘Como po- farao. O objetivo de Deus e manter limpa a
deremos ajudar o nosso filho a voltar para ˜ ´
organizaçao e, se possıvel, levar transgresso-
´ ˜
Jeova se cortarmos quase por completo a res a cair em si. Como os pais cristaos podem
˜ ˜
nossa associaçao com ele? Nao seria mais apoiar esse objetivo?
produtivo manter um contato regular com 16 Arao, ˜ ˜ ´
irmao de Moises, enfrentou uma
ele?’1 ˜ ´
situaçao difıcil envolvendo dois de seus fi-
14 Nos ´ ´
nos compadecemos desses pais. lhos, Nadabe e Abiu. Imagine como ele deve
O filho podia escolher, e ele escolheu levar ter se sentido quando esses filhos oferece-
˜ ˜ ´ ´ ˜
uma vida nao crista em vez de preservar a ram fogo ilegıtimo a Jeova, que entao os exe-
˜ ˆ
sua estreita associaçao com os pais e outros cutou. Naturalmente, isso pos fim a qual-
˜ ´ ˜ ˜
irmaos na fe. Os pais, por outro lado, nao quer associaçao que esses homens ainda
˜ ˜
podiam controlar as decisoes do filho. Nao poderiam ter tido com seus pais. Havia algo
´ ´ ´
´
1 Veja ‘Mantenha-se no Amor de Deus’, paginas 207-
mais, porem. Por meio de Moises, Jeova or-
˜ ´ ˜
209. denou a Arao e seus filhos fieis: “Nao deixeis
´ ˜
14, 15. O que esta realmente envolvido na decisao 16, 17. O que podemos aprender por meditar no
ˆ ˜
que os pais de filhos desassociados tem de tomar? exemplo de Arao?

A SENTINEL A ˙ 15 DE JULHO DE 2011 31


˜ ˆ
as vossas cabeças ficar desgrenhadas e nao preciso lutar contra a tendencia de nosso co-
˜
deveis rasgar as vossas roupas [em sinal de raçao imperfeito de se rebelar contra os con-
˜ ´
luto], para que nao morrais e para que selhos bıblicos. Temos de ter absoluta certe-
´ ˜ za de que o modo de Deus lidar com os
[Jeova] nao fique indignado contra toda a
´ ´
assembleia.” (Lev. 10:1-6) A mensagem e cla- nossos problemas e sempre o melhor.
´
ra. O nosso amor a Jeova tem de ser mais for- ´
´ “A palavra de Deus e viva”
te do que o nosso amor a familiares infieis.
17 Hoje, Jeova´ nao˜ 20 Quando Paulo escreveu que “a palavra
executa de imediato os ´ ˜
de Deus e viva”, ele nao se referia especifica-
que violam as suas leis. Amorosamente, ele ` ´
´ mente a Palavra escrita de Deus, a Bıblia.1
lhes da uma chance de se arrependerem de `
´ ´ O contexto mostra que ele se referia as pro-
suas obras mas. Mas como Jeova se sentiria
˜ messas de Deus. O argumento de Paulo era
se os pais de um transgressor nao arrependi- ˜
que Deus nao se esquece das promessas que
do e desassociado persistissem em se asso- ´
˜ faz. Jeova deixou isso claro por meio do pro-
ciar desnecessariamente com ele? Nao seria ´ ˜ ´
ˆ ´ ` feta Isaıas: ‘A minha palavra nao voltara a
isso por Jeova a prova? ´ ˆ
mim sem resultados, mas tera exito certo na-
18 Muitos desassociados, agora readmiti-
˜ quilo para que a enviei.’ (Isa. 55:11) Assim,
dos, reconhecem abertamente que a posiçao ˜
nao precisamos ficar impacientes quando as
firme adotada por seus amigos e familiares ˜ ˜
˜ coisas nao avançam tao rapidamente quanto
os ajudou a cair em si. Os anciaos que reco- ´ ´
˜ gostarıamos. Jeova ‘segue trabalhando’ para
mendaram a readmissao de certa jovem es- ´ ˜
concretizar seu proposito. — Joao 5:17.
creveram que ela havia limpado a sua vida 21 Fieis´
˜ membros mais velhos da “grande
“em parte por causa do respeito de seu irmao ˜ ´ ´ ´
˜ multidao” servem a Jeova ha decadas. (Rev.
pelo arranjo da desassociaçao”. Ela disse que ˜
` ˜ 7:9) Muitos nao esperavam envelhecer nes-
“o apego fiel dele as orientaçoes das Escritu- ˜
te sistema. Ainda assim, nao desanimaram.
ras a ajudou a desejar voltar”. (Sal. 92:14) Eles sabem que as promessas de
19 Que conclusao ˜ ´ ˜ ˜ ˜
devemos tirar? Que e Deus nao sao uma questao morta — a sua
´ ´ ´
ˆ ˜
18, 19. Que bençaos talvez recebam os familiares
‘palavra e viva’, e Jeova esta trabalhando
˜ ´ ˜ para cumpri-la. Visto que Deus preza muito
que seguem as instruçoes de Jeova com relaçao a de- ´ ´
sassociados? o seu proposito, nos o alegramos quando co-
´
locamos esse proposito acima de qualquer
´
outro interesse. Durante este setimo dia,
Lembra-se? ´
´ ´
Jeova tem descansado, certo de que seu pro-
˙ O que e necessario para entrarmos ´ ´
posito sera cumprido e de que, como grupo,
no descanso de Deus hoje? ´ ˆ ´
seu povo o apoiara. E voce? Ja entrou no des-
˜ ´ ´
˙ Que relaçao ha entre o proposito de canso de Deus?
˜
Deus e a nossa disposiçao de aceitar
´ 1 Hoje, Deus nos fala por meio de sua Palavra escrita,
conselhos bıblicos?
˜ ´ que tem poder para influenciar a nossa vida. Assim, por
˙ Em que situaçoes pode ser difıcil aca- ˜
extensao, as palavras de Paulo em Hebreus 4:12 podem
˜ ` ´
tar as orientaçoes das Escrituras, mas ser aplicadas a Bıblia.
´
por que e essencial obedecer?
20. De que duas maneiras pode-se aplicar Hebreus
˙ De que duas maneiras pode-se apli- 4:12? (Veja a nota.)
car Hebreus 4:12? 21. Que encorajamento Hebreus 4:12 pode dar aos
´ ˜
fieis membros mais velhos da “grande multidao”?

www.watchtower.org w11 15/07-T

Você também pode gostar