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UNIVERSIDADE PARANAENSE - UNIPAR

Reconhecida pela Portaria - MEC nº 1580, de 09/11/93 - D.O.U. 16/11/93


Mantenedora: Associação Paranaense de Ensino e Cultura – APEC
CURSO DE DIREITO
COORDENAÇÃO GERAL DO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA VARA DO


TRABALHO DE ASSIS CHATEAUBRIAND - PARANÁ.

GERTRUDES SANTANA, brasileira, casada, desempregada, portadora


da cédula de identidade n° 13.231.925-1, inscrita no CPF n° 093.319.819.10, portadora da
CTPS nº 18.123, série 0003-PR., inscrita no PIS/NIT n° 016246196331, residente e
domiciliada a Rua Projetada J, nº. 367, Jardim Social, CEP 87560-580, no município de
Palotina, Estado do Paraná, por intermédio de sua advogada e procuradora legalmente
constituído, conforme instrumento particular de procuração anexo, com escritório
profissional localizado na Avenida Paraná nº 0011, Centro, CEP: 87807-000, na cidade de
Assis Chateaubriand, Estado do Paraná, telefone/fax (44) 3621-2428, endereço eletrônico
julianaclemente123@gmail.com, dirige respeitosamente à presença de Vossa Excelência
com o fundamento no artigo 840,§1º CLT.

Para Propor:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Pelo Procedimento ordinário em face de:

ABC INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE LATICÍNIOS LTDA, pessoa


jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ Nº 75.517.151/0001-10, com sede localizada
na Avenida Nina Simone, n°. 231, Bairro Industrial, CEP. 87506-580, telefone para contato
(44) 3621-2815, em Palotina – Paraná.

Nos seguintes termos:

1 – DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

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Tendo em vista que a Reclamante no momento se encontra desempregada


e não possui condições de arcar com as despesas processuais sem prejuízo do próprio
sustento e seus familiares, em razão de ser pobre.

Assim nos termos do artigo 790,§ 4º da CLT e dos artigos 98 e 99, § 3º


do CPC, requer que seja concedido os benefícios da assistência judiciária gratuita.

2 – DO CONTRATO DE TRABALHO

A reclamante foi contratada em 10 de março de 2015 pelo reclamado para


exercer a função de empacotadora, recebendo por último um salário mensal de R$ 1.200,00
(Um mil, duzentos reais).
Outrossim, no decorrer do contrato de trabalho sua função era empacotar
frios (presunto, queijo, etc.) numa máquina própria para tal finalidade. Em 10 de janeiro
de 2017 sofreu um acidente, pois sua mão ficou presa no interior do equipamento, ficando
afastada pelo INSS e recebendo auxílio acidente por 06 (seis) meses a contar do evento.
A CIPA da empresa, convocada quando da ocorrência do acidente,
verificou que a máquina havia sido alterada pela empresa, que retirou um dos componentes
de segurança para que ela trabalhasse com maior rapidez e, assim, aumentasse a
produtividade
Em 12 de julho de 2017 retornou ao serviço, ocorre que a reclamante foi
dispensada sem justa causa em 20 de dezembro de 2017, quando recebeu as verbas
decorrentes da rescisão contratual.
Durante todo o contrato de trabalho sofreu descontos a título de
contribuição sindical e confederativa, mesmo não sendo sindicalizada.

Diante do exposto vem buscar a tutela jurisdicional

2 – DA REINTEGRAÇÃO

A reclamante preenche todos os requisitos para concessão da liminar ora


pleiteada. Desta maneira, requer desde já, a sua imediata reintegração as suas funções
anteriores e as respectivas vantagens do período em que esteve afastada do serviço.

Ademais, reclamante, que tem ressalvado por lei o direito de permanecer


desempenhando o seu ofício e está sofrendo com a falta de salário que tende a se agravar
ainda mais, caso não seja reintegrada de imediato no emprego, haja vista que o salário
possui caráter alimentar. Portanto, estão caracterizados o “fumus boni iuris” e o “periculum
in mora”.

Portanto, requer desde já, a reintegração

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3-DANO MATERIAL E LUCRO CESSANTE


Importante destacar que a indenização que visa reparar, pecuniariamente,
o mal originado, a época do acidente, a reclamante recebia a renda mensal de R$ 1.200,00
(Um mil, duzentos reais).
Conforme o Código Civil Brasileiro assim dispõe sobre a reparação de
danos art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos
devidos ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu o que razoavelmente
deixou de lucrar.
Como se vê, a lei protege o direito da reclamante, a reparação
compreende “o que razoavelmente deixou de lucrar”, neste caso: 7 meses x R$ 1200,00 =
R$ 8400,00 (Oito mil e quatrocentos reais).
O valor da condenação aos danos materiais (lucros cessantes) deve ser
idêntico ao valor da soma do rendimento mensal durante todo o período em que a
reclamante ficou afastada injustamente.
Como constatado o reclamante ainda teve vários prejuízos não só
corporal mais também financeiro como gastou com despesas para sua recuperação
R$7.500,00 (sete mil e quinhentos reais ).
Desta forma, em consonância acerca da matéria, in verbis:

EMENTA: INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL.


ACIDENTE DE TRABALHO. EXISTÊNCIA DE
INCAPACIDADE LABORATIVA. Havendo prova que o acidente
típico sofrido pela reclamante importou na redução da capacidade
laborativa da vítima para a função contratada, conforme exigem os
artigos 818 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e 373,
inciso I, do Código de Processo Civil de 2015 (CPC/2015), cabível
a condenação da reclamada ao pagamento de indenização por
danos materiais. Recurso ordinário da reclamante conhecido e
provido.
TRT-PR-00536-2015-242-09-00-9-ACO-00681-2018 - 7A.
TURMA

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Relator: ALTINO PEDROZO DOS SANTOS


Publicado no DEJT em 23-01-2018

TRT-PR-23-06-2017 DOENÇA OCUPACIONAL EQUIPARÁVEL


A ACIDENTE DE TRABALHO. CONFIGURAÇÃO DA
EXISTÊNCIA DE CONCAUSA PARA O AGRAVAMENTO DA
DOENÇA. DEVIDA INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL A
TÍTULO DE LUCROS CESSANTES E DANO MORAL. Correto
o reconhecimento em sentença da existência de doença equiparada
a acidente de trabalho, nos termos do artigo 20, II, da Lei
8.213/1991. Logo, devem os réus responder pelos danos materiais e
morais decorrentes do agravamento de doença preexistente. Acerca
dos danos materiais, no que concerne ao lucros cessantes, não se
encontram caracterizados nos autos, mais precisamente pelo que
consta no laudo médico, que não atestou a incapacidade total e
definitiva para o trabalho, ou seja, a incapacidade do autor para o
exercício das atividades laborais antes desenvolvidas em prol dos
réus. Quanto aos danos morais, impende realçar que prescindem de
prova, pois envolvem sentimentos ligados à subjetividade, cuja
manifestação e intensidade variam de indivíduo para indivíduo.
Afinal, dor, aflição, constrangimento, honra, autoestima,
humilhação, vergonha são fenômenos da alma e, nessa condição,
não são suscetíveis de medida objetiva. A ocorrência do fato que
teria desencadeado os danos morais é que deve estar demonstrada
nos autos, cabendo a quem a alega o ônus de prová-la, salvo
quando incontroversa. Nesse aspecto, devida a majoração da
indenização por danos morais que decorrem do próprio fato tido
como ofensivo.
TRT-PR-35994-2015-009-09-00-8-ACO-20318-2017 - 2A.
TURMA. Relator: ANA CAROLINA ZAINA
Publicado no DEJT em 23-06-2017

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Desarte requer a reparação do dano material sofrido.

4-DO DANO MORAL

A reclamante vem passando por dificuldades financeiras, visto estar


desempregado e não ter condições de prover as necessidades da sua família, bem como,
situações que lhe causam evidentes transtornos, constituindo-se claro abalo moral.
Outrossim, ocorreu uma inevitável violação do direito e havendo
violação que cause dano moral, é cabível a indenização, conforme os artigos 186 e 187, c/c
927.
Destarte, Luiz Antônio Rizzato Nunes e Mirellar D’Angelo Caldeira
sintetizam o que pode ser considerado dano moral passível de indenização:

“Assim, o dano moral é aquele que afeta a paz interior de uma


pessoa, atingindo-lhe o sentimento, o decoro, o ego, a honra, enfim,
tudo o que não tem valor econômico, mas que lhe causa dor e
sofrimento. É, pois, a dor física e/ou psicológica sentida pelo
indivíduo. A imagem denegrida, o nome manchado, a perda do ente
querido, ou até mesmo a redução da capacidade laborativa em
decorrência de acidente, traduz-se numa dor íntima. (O Dano Moral
e Sua Interpretação Jurisprudencial, Ed. Saraiva, 1999). ”

Segundo Rui Stoco


“[...] A vítima de uma lesão a algum daqueles direitos sem cunho
patrimonial efetivo, mas ofendida em um bem jurídico que em
certos casos pode ser mais valioso do que os integrantes de seu
patrimônio, deve receber uma soma que lhe compense a dor ou o
sofrimento[...] (Responsabilidade Civil e sua Interpretação
Jurisprudencial, 2ª edição, pg. 459, de autoria de Caio Mário da
Silva Pereira).”

A propósito, colaciona-se no seguinte precedente:

DOENÇAS OCUPACIONAIS. AUSÊNCIA DE NEXO CAUSAL.


LIMBO JURÍDICO PREVIDENCÁRIO. DIREITO à
INDENIZAÇÃO. I. Comprovada a continuidade da doença e
ausente demonstração do aninus abandonandi, após receber alta
previdenciária, o autor em situação de desamparo por culpa da ré,
que mesmo cientes do fato, não providenciou seu retorno ao
emprego, tampouco propôs em audiência readmitir o reclamante
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em função compatível. II. Não incide, in casu, a presunção de que


trata a Súmula 32 do C. TST, de vez que não configurado o animus
subjetivo de abandono de emprego, nos termos da recente e
predominante jurisprudência do Colendo Tribunal Superior do
Trabalho. Referido interregno, denominado pela jurisprudência
como limbo jurídico previdenciário, relega o empregado à condição
de extrema penúria, pois além de não mais receber o benefício
previdenciário, passa também a não auferir salário, permanecendo
em total desamparo financeiro. III. Consistia dever da
empregadora, ao revés de recusar o trabalho do autor, ter
tomado conduta proativa no sentido de permitir seu trabalho
em condições que seu serviço médico entendesse compatíveis
com sua condição pessoal, pelo princípio da
adaptação/acomodação razoável, cumprindo a boa-fé objetiva e a
função social do contrato, condenável o proceder em relegar a
condição de extrema penúria e dificuldade financeira, como
permaneceu durante o interregno após a alta previdenciária. IV.
Nessas circunstâncias, devidos ao trabalhador os salários do
período a alta previdenciária até o efetivo retorno ao trabalho e, em
decorrência, compensação por danos morais no importe de R$
15.000,00.
(TRT-9 - RO: 00010576520145090041 PR, Relator: ROSEMARIE
DIEDRICHS PIMPÃO, Data de Julgamento: 28/02/2018). (Grifo
nosso)

TRT-PR-30-01-2009 < DANO MORAL. EMPREGADO


ACIDENTADO. NECESSIDADE DE REMANEJAMENTO.
DISPENSA ABUSIVA. DANO À HONRA SUBJETIVA E
OBJETIVA. O tratamento devido a empregado que se recupera de
acidente do trabalho deve conciliar, além de aspectos técnicos, o
respeito aos valores morais do indivíduo. A dispensa levada a efeito
sem qualquer tentativa de readaptação do trabalhador em função
compatível com sua condição física configura abuso, especialmente
porque demonstrado que as seqüelas não o incapacitaram para
função diversa da que exercia antes do acidente. A empresa tem
importante papel social e jurídico a desempenhar no processo de
readaptação do empregado acidentado, o que torna inadmissível
que, em lugar de ajudá-lo na reinclusão, o empregador promova a
dispensa que, portanto, se considera discriminatória e causadora de
humilhação e constrangimento. A indenização é devida em face
abalo psicológico produzido pela redução da capacidade laborativa.
Recurso a que se dá provimento, para condenar o empregador ao
pagamento de indenização por danos morais.

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(TRT-9 438200768908 PR 438-2007-68-9-0-8, Relator:


MARLENE T. FUVERKI SUGUIMATSU, 2A. TURMA. Data de
Publicação: 30/01/2009)

a) Da Culpa da Reclamada

Outrossim, a reclamante sofreu acidente por culpa exclusiva da


reclamada pois era obrigado a executar serviços sem a segurança necessária, a CIPA,
quando convocada para analisar sobre a ocorrência do acidente, verificou que a máquina
havia sido alterada pela empresa, que retirou um dos componentes de segurança para que a
reclamante trabalhasse com maior rapidez e, assim, aumentasse a produtividade.

Como se vê, a reclamada ao retirar componentes de segurança assumiu o


risco que ocasionou acidente, é importante observar que o poder conferido ao empregador,
não deve e nem pode ultrapassar as barreiras estabelecidas para a segurança do empregado.

Neste sentido colecionam-se os seguintes julgados:

TRT-PR-30-08-2011 DOENÇA - TRABALHO - CONCAUSA -


PROVA PERICIAL. Para que haja o dever de indenizar decorrente
de acidente do trabalho ou de doença ocupacional a ele equiparada
é necessário que se façam presentes o dano, o nexo causal entre o
dano e o acidente/doença ocupacional e o dolo ou a culpa do
empregador. Ainda que a origem da doença não decorra
exclusivamente das atividades laborais executadas na Reclamada -
o que afasta o nexo causal exclusivo -, a prova pericial constatou
que o ambiente de trabalho foi uma das causas para o agravamento
do quadro clínico, tratando-se, no mínimo, de concausa, assim
entendida como uma causa paralela ou concomitante que serviu
para agravar a doença, razão pela qual não há como excluir o dever
de indenizar da Ré.(TRT-9 53602009661904 PR 5360-2009-661-9-
0-4, Relator: LUIZ CELSO NAPP, 4A. TURMA, Data de
Publicação: 30/08/2011).

TRT-PR-08-11-2011 EMENTA: ACIDENTE DE TRABALHO.


DANO MORAL. CULPA DO EMPREGADOR. REPARAÇÃO
DEVIDA. Ocorrido o acidente de trabalho e evidenciada a culpa do
empregador, que não demonstrou ter cumprido todas as exigências
impostas pelo artigo 157 da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), com o escopo de evitar a ocorrência de acidentes,
configurada está a obrigação de reparar o dano moral sofrido pelo
empregado. Recurso ordinário do reclamante conhecido e provido.
(TRT-9 3692009658906 PR 369-2009-658-9-0-6, Relator: ALTINO
PEDROZO DOS SANTOS, 3A. TURMA, Data de Publicação:
08/11/2011).
ACIDENTE DO TRABALHO TÍPICO. RESPONSABILIDADE
DO EMPREGADOR. Incumbe ao empregador o ônus da prova de

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que adotou todas as medidas e precauções cabíveis, bem como ter


treinados os seus empregados, com a finalidade de evitar ou mesmo
diminuir o risco de acidentes no ambiente de trabalho, o que não
ocorreu na espécie. Assim, presumida a negligência do empregador
com a saúde do reclamante, conclui-se que este concorreu com
culpa para o evento danoso, devendo ser responsabilizado pelos
danos morais e materiais decorrentes do acidente.
(TRT-4 - RO: 00202114020155040731, Data de Julgamento:
05/05/2017, 9ª Turma)

b) Descontos Indevidos

Acrescenta, também que durante todo o contrato de trabalho sofreu


descontos a título de contribuição sindical e confederativa, mesmo não sendo sindicalizada,
logo não são cabíveis tais descontos. A súmula 666 do TST dispõe que só exigível a
contribuição confederativa a filiados aos sindicatos respectivos.
Houve cobrança indiscriminada motivo pelo qual fere o princípio da
liberdade de associação consagrados no art. 8 inciso 5 da CF/88, que somente ocorre
mediante a autorização do empregado desconto na folha de pagamento como prevê o art.
545 da CLT.

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL


REGIONAL DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO "Conciliar também
é realizar justiça" 1ª TURMA CNJ: 0000628-38.2015.5.09.0567
TRT: 00633-2015-567-09-00-2 (RO) V I S T O S, relatados e
discutidos estes autos de RECURSO ORDINÁRIO, provenientes
da VARA DO TRABALHO DE NOVA ESPERANÇA, sendo
recorrentes, USINA DE AÇÚCAR SANTA TEREZINHA LTDA. e
DOMINGOS RINALDI SOARES - RECURSO ADESIVO, e
recorridos, OS MESMOS. RELATÓRIO Inconformadas com a
r.sentença, proferida pelo MM. Juiz Luiz Antônio Bernardo, que
acolheu parcialmente os pedidos formulados em exordial, recorrem
a reclamada e, adesivamente, o reclamante [...] DEVOLUÇÃO DE
DESCONTOS O MM. Juízo de origem condenou a reclamada na
restituição dos valores descontados a título de contribuição
confederativa, porque não comprovados todos os requisitos legais
necessários à licitude do referido desconto (fl. 532). A reclamada
requer seja excluída da condenação a devolução dos descontos em
referência aduzindo que houve autorização do reclamante para
tanto quando da assinatura dos recibos de pagamento sem qualquer
oposição. Também argumenta que os descontos sob tal rubrica
estão previstos nos Acordos Coletivos e decorrem de lei (fls.
560/561). Pois bem. Conforme entendimento prevalente neste e.
colegiado, a exegese do artigo 8º, V, da Constituição Federal, induz
a conclusão no sentido de que a disposição que pretende impor
obrigação, em geral, é inconstitucional, por ofensa ao princípio da

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liberdade de associação sindical. Independentemente de quem é


beneficiado pelas disposições normativas, não há preceito legal
autorizando a extensão do encargo a terceiros estranhos ao quadro
de filiados do sindicato, até porque todos os integrantes da
categoria já contribuem compulsoriamente em favor do sindicato
por força do art. 580, da CLT. Logo, fere o direito à plena liberdade
de sindicalização, cláusulas constantes de acordo (v.g. cláusula 43ª,
do ACT 2013/2015, fl. 361), convenção coletiva de trabalho ou
sentença normativa, prevendo imposição de contribuição
confederativa aos empregados não filiados à entidade sindical.
Destarte, o não-filiado não pode ser obrigado a recolher
contribuição confederativa, contribuição assistencial, subvenção
patronal e outras contribuições instituídas por meio de convenções
coletivas de trabalho, uma vez que estas se prestam à manutenção
da entidade sindical, da qual somente as pessoas filiadas ao
sindicato são obrigadas a contribuir (Súmula 666/STF). Ainda.
Segundo o entendimento deste e. colegiado, para a licitude dos
descontos, é necessária a sindicalização do trabalhador e a
autorização expressa para referido desconto, nos termos do artigo
462, da CLT, e do entendimento consubstanciado na Súmula 666,
do e. STF, na OJ/SDC nº 17 e no Precedente Normativo nº 119,
ambos do c. TST. Na hipótese, não se observa prova da filiação do
reclamante ao sindicato. Logo, indevidos os descontos a título de
contribuição confederativa. Assim, mantenho a r.sentença.
[...]Mantenho a r. sentença, sob fundamento diverso.
CONCLUSÃO ACORDAM os Desembargadores da 1ª Turma do
Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, por unanimidade de
votos, CONHECER DO RECURSO ORDINÁRIO OPOSTO
PELA RECLAMADA, DO RECURSO ADESIVO OPOSTO
PELO RECLAMANTE, assim como das respectivas contrarrazões.
No mérito, por igual votação, DAR PROVIMENTO PARCIAL AO
DA RECLAMADA [...]Custas inalteradas. Intimem-se. Curitiba,
26 de setembro de 2017. NEIDE ALVES DOS SANTOS
Desembargadora Relatora lfm/nas
(TRT-9 - RO: 00006283820155090567 PR, Relator: , Data de
Julgamento: 26/09/2017)

Por fim, a fixação de valores indenizatórios pelos danos morais causados,


não diminuirá a dor e sofrimento sentindo pela reclamante, por outro lado, compensará, de
alguma forma, atenuando as adversidades que enfrentou e ainda enfrentará desde o evento
danoso.

Pelo exposto e o dano sofrido, requer que seja condenado a reclamada a


reparar os danos morais causados à reclamante no valor de R$ 10.000,00 (Dez mil reais).

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5-DOS HONÓRAIOS ADVOCATÍCIOS

Preliminarmente, os honorários são devidos em razão do trabalho


intelectual do advogado. Por sua vez o artigo 22 da Lei 8906/94 que disciplina o Estatuto
da Advocacia, dispõe que a prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na
OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos
de sucumbência.
Cabe ainda referir de acordo com art. 791-A:

Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos


honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco
por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que
resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido
ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da
causa.

Considerando a hierarquia das normas e o disposto, requer honorários no


importe de advocatícios de no mínimo 10% sobre o valor bruto da condenação ou a
critério do M. M juízo, sobre o valor a ser pago ao autor, uma vez que preenchido os
requisitos legais para sua concessão.

6-DA MULTA DO ART 467

Se a empresa não vier a satisfazer as verbas solicitadas na presente


demanda, se tratando de títulos incontroversos, a sentença deverá observar o acréscimo de
50%, nos termos do art. 467 da CLT.
Neste sentido:

TRT-PR-04-08-2017 MULTA DO ART. 467 DA CLT. VERBAS


RESCISÓRIAS INCONTROVERSAS. DEVIDA. É cabível a
aplicação da multa do artigo 467 da CLT, quando a parte ré admite
a falta de pagamento das verbas rescisórias e também não o faz em
primeira audiência. Recurso do autor que se dá provimento. TRT-
PR-04139-2016-014-09-00-1-ACO-25252-2017 - 6A. TURMA
Relator: FRANCISCO ROBERTO ERMEL Publicado no
DEJT em 04-08-2017

Dessa forma, requer o pagamento de todas as parcelas incontroversas na


primeira audiência, sob pena de acréscimo de 50% a caráter de multa.

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7- DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

Conforme dispõe art. 790, § 3º da CLT, tendo em vista que a reclamante


no momento se encontra desempregada, razão pela qual não tem condições de arcar com
as despesas processuais sem prejuízo do sustento próprio e de sua família (voltou a residir
com sua mãe) por esse motivo merece ser concedido, de plano, o benefício da Justiça
Gratuita, dispensando a mesma do recolhimento de custas, honorários periciais,
honorários advocatícios à parte contrária, em caso de sucumbência, e emolumentos.

Seguindo mesmo raciocino art. 791-A, § 4º da CLT, o qual dispõe que,


“vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda
que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações
decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade

Sendo assim requer a concessão do benefício da gratuidade de justiça ao


reclamante por não ter condições de arcar com as custas do processo.

8-REQUERIMENTOS

Ante o exposto, requer:


a) A concessão da tutela de urgência para reintegração da
reclamante em razão a estabilidade provisória por acidente de
trabalho, em caso de não reintegração requer a indenização no
valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).
b) A indenização por de indenização por danos materiais e
lucros cessantes no valor de R$ 15.900,00 (quinze mil e novecentos
reais).
c) A condenação da reclamada ao pagamento
indenizatório dos danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil
reais), bem como restituição de descontos indevidos no salário.
d) A condenação da parte vencida em custas e honorários
advocatícios na base de 10% (trinta) por cento sobre o valor da
condenação.

Dá-se ao valor da causa 33.900,00 (trinta e três mil e novecentos)

Nestes termos
Pede deferimento.

Umuarama, 26 de março de 2018.

Cristina Silva da Costa


OAB/PR 183695

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UNIVERSIDADE PARANAENSE - UNIPAR
Reconhecida pela Portaria - MEC nº 1580, de 09/11/93 - D.O.U. 16/11/93
Mantenedora: Associação Paranaense de Ensino e Cultura – APEC
CURSO DE DIREITO
COORDENAÇÃO GERAL DO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA

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