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ENGENHARIA TERMOTÉCNICA

3ºANO

AULA 09
DATA – 21/08/2019

CAPÍTULO V – QUEIMADOR
QUEIMADORES
5.1 INTRODUÇÃO

A função do queimador é o de fazer com que o combustível e o


oxidante fiquem em contacto o tempo suficiente e à temperatura
suficiente para ocorrer e completar a reacção de combustão.
Uma vez que a maioria das
reacções de combustão
acontecem na fase gasosa, o
contacto eficiente depende de:
tempo, temperatura e turbulência.

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QUEIMADORES
INTRODUÇÃO

Em geral os queimadores não podem ser


considerados isolados do forno pois os
arredores obviamente vão ter um efeito sobre
a quantidade de calor perdida pela chama,
consequentemente sobre a sua temperatura,
sobre o tempo em que os gases da chama são
mantidos na zona de combustão e, sobre a
recirculação do gás.
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QUEIMADORES
INTRODUÇÃO
A maneira de introdução do ar secundário também pode afectar a
forma, intensidade e estabilidade da chama.

– Ar primário é o ar directamente misturado ao combustível.

– Ar secundário é o ar injectado
na periferia do queimador e
serve para completar a queima,
resfriar os gases de combustão e
confinar a chama numa região
desejada.
4
QUEIMADORES
INTRODUÇÃO

Exemplo de queimadores.

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QUEIMADORES
INTRODUÇÃO
Aplicações de Queimadores

• Fornecimento de água quente


• Todos os tipos de caldeiras
• Ar quente
• Unidades de aquecimento móveis
• Secadores agrícolas e industriais
• Geradores de ar quente industriais
• Secadores rotativos
• Sistemas de cozedura
• Fornos de padarias
• Fornos de hotéis
• Incineradores
• Cremação.
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QUEIMADORES

5.2 FUNDAMENTOS SOBRE QUEIMADORES

Um queimador é um equipamento que mediante o processo de


combustão, tem por finalidade realizar a transformação de energia
química de um combustível em calor. O combustível pode ser
líquido, gasoso ou sólido.

Para além de providenciar o calor num qualquer dispositivo de


aquecimento, controla também a temperatura de saída e pressão do
dispositivo e é essencial que a queima de combustível seja eficiente
para que o consumo seja reduzido.
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QUEIMADORES
FUNDAMENTOS SOBRE QUEIMADORES

5.2.1. PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

Não existe um modelo padrão para o funcionamento de um


queimador, pois cada fabricante introduz um determinado parâmetro
e alterações ao seu queimador, o que pode estar associado ao tipo de
combustível utilizado e no caso de este ser líquido, ao tipo de
atomização. No entanto, de forma bastante simples e geral pode
efectuar-se uma breve descrição das características funcionais
comuns de maioria dos queimadores.
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QUEIMADORES – FUNDAMENTOS SOBRE QUEIMADORES
O combustível e o ar são transportados por canais no interior do
queimador, até à denominada cabeça do queimador (zona que
promove a introdução de combustível e de ar na câmara de
combustão e a reacção não se dá no interior do queimador).
Quando chega à câmara de combustão o combustível estará sob a
forma de pequenas gotas (para combustível liquido), pequenas
partículas (no caso de combustível sólido), ou vaporizado (no caso de
ser um gás).
Após esta mistura ocorre a ignição, que pode dar-se através de uma
pequena faísca, que se situa perto da cabeça do queimador, ou
através de uma chama piloto que irá provocar a ignição da chama
principal e assim haverá a libertação de calor pretendida. 9
QUEIMADORES
FUNDAMENTOS SOBRE QUEIMADORES
Mistura Ar / Combustível

Uma boa mistura do ar com o combustível é importante para


garantir uma mistura uniforme. Toda a partícula de combustível
deve estar em contacto com oxigénio.

A implementação de acções que proporcione o aumento da


turbulência (alta turbulência) contribuem para a mistura gás/ar.

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QUEIMADORES
FUNDAMENTOS SOBRE QUEIMADORES

Ignição e Estabilidade

Esta é uma das principais características quanto aos aspectos de


segurança e confiabilidade operacional.

Um queimador é considerado estável quando mantém a ignição ao


longo de toda a faixa de pressão das correntes e dentro da faixa
normalmente utilizada para a relação ar/combustível.
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QUEIMADORES
5.3 QUEIMADORES DE COMBUSTÍVEIS GASOSOS

O combustível gasoso esta armazenado sob pressão (podendo estar


no estado líquido). Durante o seu transporte em tubagens sofre
várias reduções de pressão, devendo atingir o queimador no estado
gasoso e com uma temperatura não muito baixa.

Para utilizar um sistema de queima de gás natural ou outro, é


necessária uma adaptação do sistema de queima normal a óleo.

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QUEIMADORES
COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Para essa adaptação, utilizam-se obrigatoriamente os seguintes
equipamentos:

• Reguladores de vazão;
• Válvula solenóide;
• Pressostatos e válvulas reguladoras;
• Manômetros especiais para gases;
• Lança de queima principal para melhor homogeneização e
• Materiais para instalação elétrica, tubos e conexões.
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QUEIMADORES
COMBUSTÍVEIS GASOSOS
O propósito principal dos queimadores a gás é o de providenciar
condições específica e económicas favoráveis ao funcionamento do
forno. Para se alcançar este propósito, o queimador deve assegurar
o seguinte:
• Fornecer e misturar o combustível gasoso com o ar nas
quantidades requeridas;
• Completar a combustão do combustível dentro do espaço de
trabalho;
• A chama formada deve garantir o nível de transferência de calor
requerido no espaço de trabalho do forno.
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QUEIMADORES
COMBUSTÍVEIS GASOSOS
5.3.1 ÍNDICE DE WOBBE

Os gases podem ser classificados em termos de velocidade da


chama e do índice de Wobbe para propósitos de projecto do
queimador.

O Número de Wobbe, também chamado de Índice de Wobbe,


representa o calor fornecido pela queima de gases combustíveis
através de um orifício submetido a pressões constantes, a
montante e a jusante desse orifício.
O índice de Wobbe é uma forma de avaliar a energia gerada na
queima de um dado volume de um combustível gasoso.
15
QUEIMADORES
COMBUSTÍVEIS GASOSOS

O índice de Wobbe é utilizado para determinar as características


técnicas dos equipamentos e a sua regulação face ao gás que os
alimentará. Este índice também é usado para comparar a energia
produzida pela combustão de diferentes gases num determinado
equipamento (queimador de um fogão, esquentador, etc.).

O índice de Wobbe define-se como o quociente entre o poder


calorífico e a raíz quadrada da densidade relativa sob as mesmas
condições de temperatura e pressão de referência, ou seja:

MJ/Nm³
𝑷𝑪𝑰 𝑜𝑢 𝑷𝑪𝑺 𝑑𝑜 𝑔á𝑠 megajoules por metro cúbico normal
𝑰𝑾 =
𝝆𝒓 British Thermal Units (BTU) por pé cúbico normal
(1000 BTU/Ncf = 37.3 MJ/Nm³)
16
QUEIMADORES – COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Densidade de alguns gases
Índice de Wobbe

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Índice de Wobbe - Exercícios
Exemplo 5.1 – Comparar o índice de Wobbe do metano e do n-
butano, a 1 atmosfera e 45°C.
PCS
(kcal/kg
Metano CH4 13.249,0
n-Butano C4H10 11.822,0

Resolução
𝑃𝐶𝐼 𝑜𝑢 𝑃𝐶𝑆 𝑑𝑜 𝑔á𝑠 13.249
𝐼𝑊𝑚𝑒𝑡𝑎𝑛𝑜 = = = 17.704,72 𝑘𝑐𝑎𝑙/𝑚3
𝜌𝑟 0,56

𝑃𝐶𝐼 𝑜𝑢 𝑃𝐶𝑆 𝑑𝑜 𝑔á𝑠 11822 3


𝐼𝑊𝑛−𝑏𝑢𝑡𝑎𝑛𝑜 = = = 8.177,4 𝑘𝑐𝑎𝑙/𝑚 18
𝜌𝑟 2,09
Índice de Wobbe - Exercícios

Exemplo 5.2 – Uma mistura de 59 % de propano e 41 % de ar tem


poder calorífico de 13.043 Kcal/m³. Determine o seu índice de
Wobbe.

Resolução

𝑷𝑪𝑰 𝑜𝑢 𝑷𝑪𝑺 𝑑𝑜 𝑔á𝑠 𝟏𝟑. 𝟎𝟒𝟑


𝑰𝑾 = = = 𝟏𝟏. 𝟑𝟎𝟖 𝑲𝒄𝒂𝒍/𝒎𝟑
𝝆𝒓 𝟎, 𝟓𝟗 × 𝟏, 𝟓𝟔 + 𝟎, 𝟒𝟏 × 𝟏

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QUEIMADORES – COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Índice de Wobbe
Os gases combustíveis são em geral agrupados em três famílias, num
uso internacional que encontra expressão nos valores do índice de
Wobbe:
1.ª família inclui os gases manufacturados;
2.ª família inclui os gases naturais (em geral com subgrupos
superior e inferior);
3.ª família inclui os gases de petróleo liquefeito (GPL’s).

Em função dessa repartição por famílias e pela similitude dos valores


de Wobbe dentro de cada uma delas, os equipamentos de combustão
são em geral projectados para cda uma das famílias, embora possam
apresentar exclusões ou alargamentos.
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QUEIMADORES – COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Índice de Wobbe
Assim os equipamentos são em geral concebidos para os seguintes
valores base:
Família Índice de Tipo de Gas Velocidade
Wobbe de chama
(MJ/Nm³)
1 22,5 – 30 Gás de cidade ou rua Alta
2 L (low ou inferior) 39 – 45
Natural Baixa
2 H (high ou superior) 45,5 – 55
3 73,5 – 87,5 GPL Baixa
Apesar desta relativa similitude no índice de Wobbe, algumas
características da combustão, como as características da chama e a sua
composição, podem limitar o usos de um determinado gás, mesmo em
equipamentos preparados para queimar um gás da mesma família 21
QUEIMADORES – COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Índice de Wobbe
Em dois gases com o mesmo índice de Wobbe tem as mesmas
características de combustão para serem queimados no mesmo
queimador sem modificações, em caso de pressões diferentes utiliza-
se o IWe.
𝑰𝑾𝒆 = 𝑰𝑾 ∆𝒑
Onde p – pressão manométrica do gás.

A vazão volumétrica de gás (𝑉𝑔 ) que atravessa o orifício do queimador


com área transversal efectiva 𝐴𝑒𝑓 está associada à queda de pressão
provocada pelo orifício (∆𝑝), ou seja:

∆𝒑
𝑽𝐠 = 𝑨𝒆𝒇
𝝆𝐠 22
QUEIMADORES – COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Índice de Wobbe
Quando se deseja substituir um gás 1 por outro gás 2 e obter o
mesmo fluxo calórico é necessário verificar:
𝐼𝑊1
Diâmetro de gicleurs: 𝐷2 = 𝐷1
𝐼𝑊2
𝐼 𝑊2
Pressão do gás: 𝑝2 = 𝑝1
𝐼𝑊1

Exemplo 5.3 - Um gás de cidade tem 𝐼𝑊1 = 25000, 𝑝1 = 800 𝑁/𝑚2 , 𝐷1 =


2 𝑚𝑚 e desejá-se substituir por gás natural com 𝐼𝑊1 = 42000, então
tem-se:
25000
𝐷2 = 2 × = 1,2 𝑚𝑚
42000
42000
𝑝2 = 800 × = 226 𝑁/𝑚2
25000 23
QUEIMADORES
COMBUSTÍVEIS GASOSOS
5.3.2 CLASSIFICAÇÃO DE QUEIMADORES À GÁS

O método principal de classificação dos queimadores a gás é baseado


em como se faz a mistura de ar e combustível. Sendo assim eles
dividem-se em três grandes grupos:
1. com pré-mistura de gás e ar ou ventilados;
2. com mistura parcial de gás e ar;
3. queimadores com mistura externa ou de chama de difusão

O primeiro grupo refere-se aos queimadores nos quais o


combustível e o ar são misturados antes de serem injectados pelo
queimador. 24
QUEIMADORES
COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Uma mistura de combustível pré-misturada é fornecida à zona de
combustão do forno e o processo de combustão é cinético (chama de
pré-combustão) pela sua natureza. Estes queimadores são chamados
de mistura interna ou queimadores pré-misturados.
No segundo grupo de queimadores, somente uma parte do ar
necessário para a combustão é preliminarmente misturada com o
combustível (antes da injecção no forno).
Para o terceiro grupo de queimadores, o processo da mistura realiza-
se no local onde ocorre a combustão e assim, a combustão é do tipo
de difusão. A combustão de combustível contendo hidrocarbonetos
resulta numa chama visível. É por isso que estes queimadores são
também chamados queimadores de chama difusiva.
25
QUEIMADORES
COMBUSTÍVEIS GASOSOS
5.3.3 QUEIMADORES COM PRÉ-MISTURA

De realçar que:

• Com estes queimadores consegue-se uma


baixa relação Ar-Combustível, o que garante
uma maior temperatura da chama. O facto da
mistura se fazer fora da câmara proporciona
este evento.

• Estes queimadores são utilizados para gases


de baixo poder calorífico inferior.
Fig. 5.1 Queimador tipo Bunsen
26
QUEIMADORES – COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Queimadores com Pré-Mistura
Neste tipo de queimador o gás combustível passa pelo orifício de
descarga (desenho abaixo) utilizando pressões relativamente altas. A
zona de baixa pressão e alta velocidade criada pela passagem do gás
pelo orifício aspira uma parcela de ar denominada ar primário. O ar
primário pode participar de 30 a 100% do ar total requerido para a
combustão dependendo do projecto do queimador. A mistura passa
por um dispositivo misturador e é descarregada por vários orifícios
no bocal ou bico de gás. Estes orifícios devem ser dimensionados de
forma a manter a estabilidade da chama, atender a um formato de
chama e garantir que a velocidade da mistura estará sempre superior
a da propagação da chama. 27
QUEIMADORES – COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Queimadores com Pré-Mistura

1 – Orifício de descarga do gás


2 – Misturador tipo venturi
3 – Bocal de gás
28
QUEIMADORES – COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Queimadores com Pré-Mistura
Normalmente os queimadores premisturados possuem o controle de
ar primário e secundário, e operam geralmente com o ar primário
totalmente aberto (a menos que haja problemas de descolamento ou
de retorno de chama) e o secundário modulando o excesso de ar.

 Os queimadores pre-misturados normalmente atendem a


capacidade de 25.000 kcal/h a 3,5 Gcal/h com tiragem natural e
excesso mínimo de ar de 5%.
29
QUEIMADORES – COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Queimadores com Pré-Mistura
Para o cálculo da quantidade de ar usa-se a fórmula
1,43 1,71
g 𝑃2 𝑃2 kg
𝑚𝑎𝑟 = 0,12𝐶𝑎 𝑑22 𝑃1 −
𝑇1 𝑃1 𝑃1 𝑠
Para o cálculo da quantidade de combustível utiliza-se a expressão:
2 kg
𝐵 = 1,11𝐶𝑓 𝑑𝑓 𝐺∆𝑃
𝑠
Onde:
df – diâmetro do injector de combustível
d2 – diâmetro do injector de ar
Ca – coeficiente de descarga do ar ~ 0,8
Cf - coeficiente de descarga do combustível ~ 0,75
G – densidade relativa
30
QUEIMADORES
COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Queimadores de mistura por bocais (Raw gas Burners)

Neste tipo de queimadores de tiragem natural o gás e o ar não se


misturam até que deixam o bocal de descarga. Os dois fluidos são
mantidos separados no queimador, porém os orifícios do bocal de
descarga do combustível são projectados para gerar a adequada
mistura com o ar quando este passa pelo bloco refractário. O bloco
refractário deve ser projetado para se obter a máxima mistura
utilizando-se toda a perda de carga disponível no ar.

O bocal ou bico de gás deve ser projetado para uma pressão


normalmente de 1 kgf/cm², evitando-se orifícios demasiadamente
pequenos.
31
QUEIMADORES – COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Queimadores com pré mistura _ de mistura por bocais
O formato da chama depende
fortemente do projecto dos bocais,
que muitas vezes possuem uma ou
duas linhas de furos (círculos de
furos) com 10 a 20 orifícios de
descarga. O ângulo de descarga dos
furos afecta sensivelmente o formato
da chama. Por exemplo 70° de
ângulo entre furos diametralmente
opostos (35° em relação a vertical)
cria uma chama relativamente longa
e estreita enquanto que 100° gera
uma chama mais curta e
32
QUEIMADORES – COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Queimadores de mistura por bocais

Estes queimadores podem facilmente serem adaptados para


trabalhar com tiragem forçada e pré-aquecimento de ar.

 Os queimadores de mistura por bocais normalmente atendem a


capacidade de 125.000 kcal/h a 5,0 Gcal/h com tiragem natural e
excesso mínimo de ar de 5% a 10%. A forma da chama pode ser
cônica com várias relações de diâmetro e comprimento, plana e
rotacional.

33
QUEIMADORES
COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Queimador Turbulento

Os queimadores turbulentos oferecem as seguintes vantagens em


comparação com os outros:
– Pode operar a relativamente baixas pressões de gás e de ar;
– Garante a perfeita mistura de gás e ar à baixa pressão no
queimador;
– É de projecção fácil;
– Pode operar com gás e ar pré-aquecidos.
34
QUEIMADORES – COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Queimadores Turbulento
Os queimadores são seleccionados da seguinte forma:

Com um PCI do combustível conhecido e o fluxo do combustível 𝐵


m³/h por queimador, a carga térmica do queimador Q determina-se
pela seguinte expressão:
𝑄 = 𝐵. 𝑃𝐶𝐼

As pressões requeridas são determinadas das seguintes expressões:

𝑝𝑔 = 𝜉𝑔 ℎ𝑔 (para o gás) 𝝃𝒈 : 𝟎, 𝟕 − 𝟎, 𝟖
𝑝𝑎 = 𝜉𝑎 ℎ𝑎 (para o ar) 𝝃𝒂 : 𝟐, 𝟓 − 𝟑

35
QUEIMADORES – COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Gráfico 5.1 - Para um dado valor de velocidade à saída do queimador (entre 20
- 30 m/s) e para a carga térmica já determinada determina-se o valor do
Q diâmetro através do monograma
u
e
i
T
m
u
a
r
d
b
o
u
r
l
e
e
s
n
t
o
s

36
QUEIMADORES – COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Tabela 5.1 - Dimensões em (mm) de queimadores turbulentos
Q
u
e
i
T
m
u
a
r
d
b
o
u
r
l
e
e
s
n
t
o
s

37
QUEIMADORES – EXERCÍCIOS
Parâmetros para o dimensionamento
Fig. 5.2 queimador turbulento

D
Dg
Da
B
C
E
d1
d2
d3
a

38
QUEIMADORES – EXERCÍCIOS
EXERCÍCIO RESOLVIDO 5.1

Dimensionar um queimador turbulento que funciona com um


caudal de 250 m³/h de um combustível gasoso com o poder
calorífico de 8.380 kJ/m³, sabendo que a velocidade na boca do
mesmo é de 30 m/s.

39
QUEIMADORES

Dados:
𝑃𝐶𝐼𝑐𝑜𝑚𝑏𝑢𝑠𝑡í𝑣𝑒𝑙 = 8380 𝑘𝐽/𝑚3
𝐵 = 250 𝑚3 /h

Determina-se a carga térmica do queimador pela seguinte expressão:

𝑄 = 𝐵. 𝑃𝐶𝐼 = 250 × 8.380 = 2.095.000 𝑘𝐽/ℎ = 500,38. 103 𝑘𝑐𝑎𝑙/ℎ

40
QUEIMADORES
A partir do gráfico

Com este valor Q = 500.10³ kcal/h e a velocidade de 30 m/s, na


tabela lê-se o valor do diâmetro D = 100 mm. 41
QUEIMADORES – EXEMPLO 5.3
Dimensões em (mm) de queimadores turbulentos

Na tabela, seleciona-se o
diâmetro D, tendo em
conta a faixa de poder
calorifico

(PCI = 8.380 kJ/m3):

D = 100 mm
Dg = 100 mm
Da = 125 mm
42
QUEIMADORES – EXERCÍCIOS

EXERCÍCIO 5.1

Dimensionar um queimador turbulento que funciona com um


caudal de 290 m³/h de um combustível gasoso com a composição
CH4 = 25,5%, CO2 = 12,3%, N2 = 8,7% e O2 = 14,5% e 39% de outros
compostos inertes, sabendo que a velocidade na boca do mesmo é de
30 m/s.

43
QUEIMADORES
COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Queimadores tipo injector

A produtividade e estabilidade dos injectores depende em grande


medida da pressão a que o combustível é fornecido:

– Se a pressão for tal que a velocidade do fluído que sai do bico seja
menor que a da chama tem-se o retorno e a chama entra no
interior do bico;
– Se ela for de modo a que a velocidade do fluído seja maior que a da
chama, então a chama irá se interromper;
– Geralmente a velocidade da mistura a saída do queimador wq deve
estar entre 20 – 50 m/s (a 0°C). A pressão mínima requerida para
prevenir o retorno da chama é de 490 N/m² para gás do alto forno,
881 Pa para gás natural e 196 N/m² para uma mistura de gás do
alto forno e de coque à PCI = 8.350 kJ/m³. 44
QUEIMADORES – COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Queimadores tipo injector
A velocidade definitiva da mistura combustível na saída do
queimador corresponde a carga térmica no pulverizador do
queimador que é dada pela expressão:

𝑃𝐶𝐼
ℎ𝑞 = 0,278𝐵
𝑓𝑞
Onde:
Ḃ – é o fluxo volumétrico de combustível em m³/h
fq – é a área da secção transversal do bico do queimador
Geralmente hq varia entre 8.160 e 11.650 W/cm²

A quantidade de gás em função da produtividade do queimador e a


pressão de gás requerida podem ser determinadas pela Tabela 5.2.
45
QUEIMADORES – COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Queimadores tipo injector
Gráfico 5.2 - Efeito de admissão do
gás no desempenho do injector

Tabela 5.2 - Injector de diâmetro


dq = 100 mm com excesso de ar
α=1,5
(temperatura de
• tg = 0 °C
linhas contínuas e
• tg = 300 °C
linhas interrompidas)
QUEIMADORES – COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Queimadores tipo injector

Alguns tipos de injectores funcionam com gás ou ar pré-aquecidos,


que são de especial importância para fornos que funcionam com gás
de baixo poder calorífico tal como gás do alto-forno.

É necessário seleccionar correctamente a temperatura de pré-


aquecimento do gás e do ar para que haja ignição no misturador.
Este tipo de queimadores é usual em fornos de grandes dimensões.

A selecção de queimadores para fornos particulares de acordo com a


sua produtividade é feita de acordo com o Gráfico 5.3 e com Tabela
5.4.
47
QUEIMADORES – COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Desempenho de injector (Gráfico 5.3 e Tabela 5.3)
Q
u
e
T
i i
m p
a
o
d
o
n
r j
e e
s c
t
o
r

48
QUEIMADORES – COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Tabela 5.4 - Dimensões básicas do injector
Q
u
e T
i i
m p
a o
d
o n
Fig 5.2 Queimador
r j
e e Tipo injector
s c
t
o
r

49
QUEIMADORES
EXERCÍCIO RESOLVIDO 5.2

Dimensionar um queimador do tipo injector que funciona com um


caudal de 500 m³/h de um combustível gasoso com o poder
calorífico de 6.650 kJ/m³. Determinar também a pressão necessária
do gás a entrada do queimador.

50
QUEIMADORES
Tendo o consumo de combustível, o poder calorífico inferior do
combustível e a fórmula de cálculo da carga térmica:
Ḃ = 500 m³/h
PCI = 6.650 kJ/m³
𝑩 × 𝑷𝑪𝑰
𝒉𝒒 = 𝟎, 𝟐𝟕𝟖
𝒇𝒒
Nota:
Geralmente hq varia entre 8.160 e 11.650 W/cm2, então com o
auxílio da Tabela 5.4 testa-se os queimadores padronizados até
conseguir-se uma carga térmica hq entre 8.160 e 11.650 W/cm2 a
partir do diâmetro que nos dará a área da seccção transveral do bico
do queimador 𝒇𝒒 , então tem-se:
𝑩 × 𝑷𝑪𝑰
𝒉𝒒 = 𝟎, 𝟐𝟕𝟖
𝝅𝒅𝟐
𝟒 51
QUEIMADORES
Da Tabela 5.4

Para d = 85 mm = 8,5 cm

𝐵 × 𝑃𝐶𝐼 500 × 6.650 2


ℎ𝑞 = 0,278 = 0,278 = 16.289,54 𝑊/𝑐𝑚
𝜋𝑑 2 3,14 × 8,52
4 4
Este valor de hq está fora dos parámetros [8.160-11.650 W/cm2],
então é descartado. 52
QUEIMADORES
Para d = 75 mm = 7,5 cm

𝐵 × 𝑃𝐶𝐼 500 × 6.650 2


ℎ𝑞 = 0,278 = 0,278 = 20.923,00 𝑊/𝑐𝑚
𝜋𝑑 2 3,14 × 7,52
4 4
Este valor de hq está fora dos parámetros, então é descartado.

Para d = 100 mm = 10,0 cm

𝐵 ∗ 𝑃𝐶𝐼 500 × 6.650 2


ℎ𝑞 = 0,278 = 0,278 = 11.769,19 𝑊/𝑐𝑚
𝜋𝑑 2 3,14 × 102
4 4
Este valor de hq está fora dos parámetros, então é descartado.
53
QUEIMADORES

Para d = 116 mm = 11,6 cm

𝐵 × 𝑃𝐶𝐼
ℎ𝑞 = 0,278
𝜋𝑑 2
4
500 × 6.650 2
= 0,278 = 8.746,43 𝑊/𝑐𝑚
3,14 × 11,62
4
Este valor de hq está dentro dos
parámetros [8.160-11.650 W/cm2],
portanto é aceite.

Na tabela 5.2, o PCI = 6.650 kJ/m³ corresponde a curva 12 e pelo


gráfico 5.2 sabendo que Produtividade = 500 m³/h retira-se a pressão
necessária na conduta de gás que é 17 kN/m² 54
QUEIMADORES

Da tabela, para dq = 116


mm, ao lado tem-se o
dimensionamento do
queimador.

55
QUEIMADORES

• Continua!!

56

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