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CDD: 149.7
Abstract: In this paper I intend to expose and criticize the interpretation of Leibniz's thought, pro-
posed by Russel and recovered by Curley, according to which existential propositions constitute an ex-
ception to leibnizian conception that in every proposition its predicate is contained in its subject.
Keywords: Leibniz, Russell, Curley, truth, existence.
Cad. Hist. Fil. Ci., Campinas, Série 3, v. 21, n. 1, p. 71-89, jan.-jun. 2011.
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cia não exprimiria uma qualidade da essência, e sim uma propriedade relacional
irredutível às essências consideradas em si mesmas.”,in: Pinheiro, U., “As De-
finições de Existência em Leibniz”, Cadernos de História e Filosofia da Ciência, vol.
18, n. 1, 2008, p. 37.
18 Em algumas passagens Leibniz parece efetivamente adotar essa concepção
de existência: “Quoniam vera propositio est quae idêntica est, vel ex identicis
potest demonstrari adhibitis definitionibus, hinc sequitur Exustentiae definiti-
onem realem in eo consistere, ut existat quod est máxime perfectum ex iis
quae alioqui existere possent, seu quod plus involvit essentiae. Adeo ut natura
sit possibilitatis sive essentiae exigere existentiam.”, in: Leibniz, G. W., Die
philosophischen Schriften, Band 7, herausgegeben von C. Gerhardt, Georg Olms,
Hildesheim, 1978, pág. 195.
19 Curley afirma o seguinte: “And so the Leibnizian system – ora t least that
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poderia ser virtuoso em função da posse de uma característica outra que a pie-
dade, o que não nos asseguraria ser a piedade uma virtude.
26 Esse fato torna ainda mais implausível a hipótese interpretativa de Curley,
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que Pedro não nega a Cristo – o que é imprescindível para que a nega-
ção de Cristo por Pedro seja contingente, e não necessária – quanto que
existe efetivamente o Pedro que não nega a Cristo. Se transformamos
essa proposição na proposição secundi adjecti “Pedro não negador de
Cristo é” podemos transcrever sua interpretação essencial por meio da
proposição “Pedro que não nega a Cristo é um possível” e sua interpre-
tação existencial por “Pedro que não nega a Cristo é um existente”. Em
proposições desse tipo ser possível e existir são, assim, duas coisas dis-
tintas uma da outra, o que permite que haja duas maneiras diversas – a
essencial e a existencial - de se compreender essas proposições.
Quando afirmamos, por exemplo, que Pedro negou a Cristo e
compreendemos essa afirmação existencialmente, estabelecemos, se-
gundo Leibniz, um vínculo entre Pedro, a negação e a existência, ca-
bendo, então, perguntar como exatamente as noções e de existência e
de negação se conectam à noção de Pedro. No parágrafo 71 das Investi-
gações Gerais, Leibniz aborda essa questão crucial. Ele escreve o seguinte:
“se eu digo “A é B” de uma coisa existente é o mesmo que se eu disses-
se “AB é um existente”, por exemplo, “Pedro é um negador”, isto é,
“Pedro negador é um existente”. A questão aqui é como se deve proce-
der nessa análise, isto é, se o termo “Pedro negador” envolve existência
ou se “Pedro existente” envolve negação – ou se Pedro envolve tanto
existência quanto negação como se você dissesse “Pedro é um negador
efetivo”, isto é, um negador existente, o que é certamente verdadeiro.
Indubitavelmente que se deve falar desse modo.” 27
O primeiro ponto que eu gostaria de sublinhar, a partir dessa
citação, é o fato de Leibniz, contrariamente à interpretação defendida
por Curley, explicitamente afirmar que nesse exemplo a existência, e
não apenas a negação, se encontra envolvida na noção de Pedro. A
principal dificuldade reside em como compatibilizar a afirmação desse
envolvimento da existência na noção do existente com a afirmação –
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além de algum grau de entidade, uma vez que ele pode ser aplicado a várias
entidades. Contudo, eu não gostaria de dizer que “que algo existe” é um possí-
vel, isto é, existência possível, pois isso é simplesmente a própria essência.
Nós, por outro lado, compreendemos a existência efetiva, isto é, algo acrescen-
tado à possibilidade ou essência, de tal maneira que nesse sentido a existência
possível seria o mesmo que a atualidade desprovida de atualidade, o que é ab-
surdo.”, G. W., Leibniz: Logical Papers, edited and translated by G. H. R. Parkin-
son, Clarendon Press, Oxford, 1966, pág. 65.
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Referências Bibliográficas
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