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ETFs - ANBIMA
Os Exchange Traded Funds (ETFs) são pouco conhecidos no Brasil, mas devem ganhar
importância, acompanhando uma tendência que já ocorreu em vários países desenvol-
vidos. Esse tipo de produto traz várias vantagens para os investidores e benefícios para
o mercado. Vamos conhecê-lo mais de perto aqui, explorando suas características, seu
funcionamento e suas vantagens.
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Embora sejam voltados para diferentes ativos, eles têm algo em comum: indicam a
tendência do mercado ou de seus segmentos, mostrando a evolução dos mesmos.
Alguns índices que contam com ETFs:
• Ibovespa: O Ibovespa, lançado em 1968, é o principal indicador de desempenho médio
das ações mais líquidas e representativas do país;
• S&P 500: Reflete os retornos de investimentos que correspondem, de forma geral, ao
desempenho do índice S&P500 em reais (S&P Brazilian Real Index);
• IMA-B: Índice de renda fixa composto por títulos públicos federais indexados ao IPCA.
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Artigo 2º da Instrução CVM 359/02
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A norma proíbe derivações do índice, múltiplos e/ou inverso – essa limitação visa pro-
teger o investidor, evitando que sejam criados novos índices (como uma composição de
vários índices) a partir de um índice original, o que poderia levar o ETF a se desviar do seu
objetivo e a dificultar a avaliação do investidor sobre o desempenho do gestor.
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LEMBRE-SE
No mercado primário, as cotas somente serão emitidas ou resgatadas por meio de agentes
autorizados (descrição no item 4) em lotes mínimos de cotas ou múltiplos inteiros desses.
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Confira, na figura abaixo, como se dão as relações nos mercados primário e secundário:
Corretora
Cesta/R$ Reais (R$)
Bolsa de Valores
Agente
Autorizado
ETF ETF Investidor
Cesta/R$
ETF
Investidor
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Título: Os diversos tipos de investidor no mercado de ETFs
Instituições
Financeiras
15,95%
Investidores
Institucionais Pessoas Físicas
68,83% 9,61%
Investidores Estrangeiros
5,10%
Empresas Públicas
e Privadas 0,50%
Evolução do no de investidores
41.468
39.157
36.711
32.015
30.126 30.211 30.985
28.030 28.692 29.333
27.313
24.907 25.979
Dez/17 Jan/18 Fev/18 Mar/18 Abr/18 Mai/18 Jun/18 Jul/18 Ago/18 Set/18 Out/18 Nov/18 Dez/18
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• Administrador – Cabe a ele emitir as cotas no mercado primário e cumprir todas as
atribuições de fundos de índice, conforme a Instrução 359 da CVM.
• Gestor de fundos de índice – É o responsável pela gestão dos fundos de ETFs, com
todas as suas atribuições estabelecidas na Instrução 558 da CVM, e por manter a ade-
rência do fundo em relação ao índice de referência.
• Agente autorizado – É uma figura presente apenas no mercado primário. Trata-se da
corretora de valores contratada pelos administradores em nome dos fundos ETFs, com
papel principal e único de intermediação das operações entre investidor, clearings e
administradores no mercado primário.
• Corretora – No caso dos ETFs, atua no mercado secundário. Ela é responsável pela
intermediação e negociação dos ETFs nesse mercado, atendendo todos os tipos de in-
vestidores. Exclusivamente para os ETFs de renda fixa, é responsável fiscal pelo cálculo,
retenção e recolhimento dos tributos.
• Provedor do índice – É contratado pelo gestor dos fundos de ETFs, responsável pela
metodologia, cálculo e divulgação dos índices. No Brasil, obrigatoriamente deve ser um
provedor independente e qualificado junto à CVM. Exemplos de provedores são a B3,
a Anbima e a S&P.
• Custodiante – Responsável pela custódia da carteira dos ETFs negociados no mercado local,
pelas liquidações física e financeira e pelas transferências dos ativos juntos às clearings.
• Câmara de Liquidação e Custódia – A clearing, atuando como câmara de liquidação e
custódia no mercado de ETF, é responsável pela listagem dos ETFs (admitindo os fun-
dos à negociação), pelo controle, custódia e liquidação das operações nos mercados
primário e secundário, pelo monitoramento das ofertas e negócios realizados em tela
e das obrigações dos formadores de mercado formais que atuam sob determinados
parâmetros contratados.
• Market maker (formador de mercado) – Contratado pelo gestor dos fundos ETFs, atua
para fomentar a liquidez no mercado secundário por meio do cumprimento de deter-
minados parâmetros definidos durante a sua contratação, colocando preço em tela e
fornecendo preço de referência para os investidores.
A liquidez é fundamental para o sucesso dos ETFs, uma vez que eles têm cotas nego-
ciadas na bolsa. Pouco adiantaria ter as cotas listadas, se fossem fechados poucos negó-
cios. Para dar saída ao investidor que quer vender suas cotas e facilitar a entrada de quem
quer comprá-las, existe o formador de mercado (market maker). Ele é responsável por
garantir a liquidez dos ETFs no mercado secundário.
Para isso, ele se compromete a manter ofertas de compra e venda dos ETFs, sempre
em acordo com os parâmetros de atuação na sessão de negociação, de forma regular e
contínua. Como sempre há ofertas de compra e venda, a liquidez é fomentada, os negócios
são facilitados e os movimentos artificiais nos preços, mitigados.
Ele acaba oferecendo aos investidores institucionais preços e lotes mais competitivos
para compor um portfólio, quando comparado à alternativa de compra ou venda da carteira
subjacente, especialmente quando esses ativos que formam a carteira não são negociados
em tela e têm liquidez bastante fragmentada. Tomando como exemplo um fundo de índice
de ações: acaba sendo mais vantajoso para o investidor comprar o ETF, graças à atuação do
market maker, do que comprar, individualmente, todas ações que compõem o índice.
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5. Os atrativos dos ETFs
Os ETFs vêm atraindo cada vez mais investidores por conta dos benefícios que oferece.
Vamos fazer um apanhado das vantagens desse produto:
A. Flexibilidade em alocações
Os ETFs permitem vários tipos e forma de atuação no mercado, tais como:
• Alocação tática: investimentos a curto prazo;
• Alocação estrutural: investimentos de médio ou longo prazo;
• Arbitragem: compra (ou venda) de cotas e seu concomitante resgate (ou integralização) no
mercado primário com o objetivo de lucrar com a diferença de preços dos ativos subjacen-
tes e do secundário de cotas (veja, no item liquidez, mais à frente, exemplos de arbitragem);
• Gestão de caixa: aplicação de caixa indexado a uma carteira diversificada;
• Monetização de ativos: para os ETFs que permitem a integralização de cotas por meio da
entrega dos ativos da carteira do fundo (modelo In Kind), o ETF pode representar uma
forma de monetizar uma carteira de ativos que não possuam liquidez em tela. Ou seja, o
investidor entrega os ativos pouco líquidos e, em troca, obtêm cotas de um ETF líquido.
B. Custos menores
• Negociação em tela: transparência na negociação e presença de formadores de merca-
do (formais ou não) pode levar à redução do spread de compra e venda da carteira;
• Diversificação: redução dos custos de transação para o investidor médio montar e des-
montar uma carteira diversificada.
C. Diversificação
• Carteiras diversificadas: Os ETFs replicam índices compostos por cestas de ativos diver-
sificados;
• Desenvolvimento do mercado de ETFs: de acordo com a demanda do mercado, sur-
gem ETFs representativos de diferentes classes, geografias, setores e tipos de ativos
subjacentes, possibilitando ampla diversificação.
D. Transparência de preços
• Negociação em tela: possibilidade de negociar compra e venda do ativo em livro de
ordens centralizado, com transparência para o investidor final;
• Formadores de mercado e arbitradores: presença de players que conseguem arbitrar
o mercado primário e secundário e realizar estratégias de cash-and-carry (comprar as
cotas e mantê-las até que seja necessário ofertá-las para atender à demanda dos in-
vestidores) para aproximar o preço da cota negociada do preço justo dos ativos que
formam a carteira do ETF.
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mente é traduzida por spreads estreitos, podemos apontar uma característica especial dos
ETFs em relação a outros ativos listados. Diferentemente dos outros fundos de investimen-
to listados que são fechados (Fundo Imobiliário, FIDC), os ETFs são fundos abertos que per-
mitem o ajuste da oferta de cotas à demanda do mercado através do mercado primário de
integralização e resgate de cotas. Essa possibilidade dá mais liquidez ao produto, graças às
operações de arbitragem e de um processo adequado de formação de preços.
• Arbitragem: O mercado primário é mais usado por grandes investidores institucionais
(por meio dos agentes autorizados), e é por meio dele que esses participantes garan-
tem que o ETF negocie mais próximo do seu valor justo. Essas instituições acompanham
o valor de mercado da cota em relação ao valor patrimonial da cota e fazem arbitragem
entre os dois. Vale lembrar que pode haver situações de ágio ou deságio na cota.
Quando o preço das cotas no secundário é superior ao valor patrimonial das mesmas
(há ágio), arbitradores tendem a integralizar novas cotas no primário e as venderem no
secundário, lucrando com a diferença. Quando as cotas no secundário valem menos
do que seu valor patrimonial (há deságio), a operação é inversa: resgatam-se as cotas
para recomprá-las no secundário, também lucrando com a diferença de preços. Essas
operações de arbitragem, feitas pelos grandes investidores, aproximam os valores dos
mercados primário e secundário, beneficiando a todos os demais investidores.
• Mais estabilidade em situações de estresse: Outra vantagem dos ETFs (In Kind) é que,
em situações de estresse, eles podem se comportar melhor do que os ativos que o
formam. A perspectiva de ajuste da oferta via mercado primário (habilidade de os ges-
tores atenderem a ordens de integralização e resgate), associada ao fluxo de compra e
venda no secundário, podem restringir efeitos de momentos de estresse.
Veja, no quadro a seguir, uma comparação do ETF em relação a outros tipos de investimento:
Oferece diversificação
Elaboração: ANBIMA
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O atrativo do produto pode ser diferente de um investidor para outro, assim como podem
variar os motivos pelos quais cada um procura o produto. Veja, abaixo, quais as principais
razões que levam cada tipo de investidor a buscar um ETF:
Diversificação x x x x x
Tela de
x x x x x x
negociação
Transparência x x x x x x
Liquidez x x x x x x
Gestão de caixa
x x x x x
de curto prazo
Estratégias de
x x x x
arbitragem
Custo atrativo x x x x x x
Elaboração: ANBIMA
8. A mordida do leão
A tributação dos ETFs obedece às regras vigentes para a tributação dos ativos de renda
fixa e de renda variável, mas tem algumas peculiaridades. Uma das vantagens do produto é
a inexistência do come-cotas, recolhimento semestral do Imposto de Renda (IR) que incide
sobre os fundos de investimento comuns. Há variações com relação à tributação no merca-
do primário e secundário. Vamos ver a seguir como isso se dá:
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A. No mercado primário
Você se lembra de que, no mercado primário, os investidores podem fazer a integrali-
zação das cotas do ETF pelo modelo (“In Kind”), no qual o investidor entrega um ativo para
integralizar a cota de um ETF, em vez de fazer o pagamento com moeda? Nesse caso, a
tributação dessas operações obedece a regras específicas.
Geralmente, esse tipo de operação é feito por grandes investidores institucionais. Eles
podem ter ações ou títulos públicos em carteira e querem passar a deter cotas de ETF. Es-
ses investidores fazem a integralização das cotas entregando as ações ou títulos públicos e
ficam com as cotas do ETF.
O entendimento da Receita Federal é que o investidor passou a deter um novo ativo –
é como se ele tivesse vendido a cesta de ações ou de títulos e comprado cotas do ETF. Por
isso, essa operação é tributada quando houver ganho de capital, levando-se em considera-
ção diferentes alíquotas na renda variável e na renda fixa.
Lembramos que os ETFs não pagam o come-cotas, recolhimento semestral do IR que
incide sobre os fundos de investimento comuns.
FIQUE ATENTO
Na renda fixa, o ETF possui aspectos tributários que o diferenciam dos demais produtos,
tais como:
• Não possui come-cotas (recolhimento semestral do IR), ao contrário dos fundos de investi-
mento,
• IOF com alíquota zero,
• Não possui isenção para vendas de ativos inferiores a R$20.000,00,
• Não está previsto compensação de perdas.
B. No mercado secundário
E as transações do mercado secundário, como são tributadas? No ETF de renda variá-
vel, quando o investidor aliena suas cotas também paga alíquota de 15% sobre o ganho de
capital, não importa quanto tempo o investidor mantenha as aplicações. Na renda fixa, as
alíquotas também são de acordo com o PMR – Prazo Médio de Repactuação: são de 25%,
20% e 15% – para até 180 dias, de 181 dias a 720 dias e acima de 720 dias, respectivamen-
te. Da mesma forma que ocorre no mercado primário, no secundário o imposto também é
de 30% caso o ETF esteja desenquadrado (quando a carteira está com menos de 75% em
ativos financeiros que integrem o índice de referência). E não há come-cotas.
Na tabela abaixo, mostramos um resumo da tributação nos dois mercados, referente
aos ETFs de renda fixa e variável, nos momentos de integralização, resgate e alienação.
Título: Tributação nos mercados primário e secundário
Linha fina: Alíquotas que incidem sobre ETFs de renda fixa e variável nos dois segmen-
tos de mercado
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Alíquotas
C. Tributação na prática
Nada como um exemplo para solidificar os conceitos aprendidos. Trazemos, abaixo,
um exemplo de tributação de ETF no mercado secundário. Ele pressupõe que um in-
vestidor aplicou R$ 100 mil no ETF, quando a cota valia R$ 100. Portanto, ele comprou
mil cotas do produto. Trinta dias depois, a cotação do ETF subiu para R$ 103,00 e ele
alienou 300 cotas. Nesse momento, ele pagará imposto sobre o ganho de capital pela
alíquota de 15%. Como ele lucrou R$ 3 por cota e vendeu 300 cotas, multiplica-se esses
valores e calcula-se os 15% de imposto: o resultado é que ele pagará R$ 135 para o leão
(300 x 3 x 15%).
Depois de 48 dias da primeira compra, a cotação já subiu para R$ 107 e ele lucrou R$
7 por cota (já que o preço de aquisição foi de R$ 100). Nessa ocasião, ele aproveita para
vender mais 500 cotas. O imposto a pagar será de R$ 525 (500 cotas x 7 x 15%). Noventa
dias depois da primeira compra, as cotações já estão em R$ 110 e ele aproveita para realizar
todo o investimento, vendendo as 200 cotas que ainda tinha. Pagará R$ 300 de imposto
(200 x 10 x 15%).
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Título: Exemplo de tributação de ETF no mercado secundário
D0 D30 D48 D90
Fluxo
Negociação 1 2 3
27 dias 21 dias 42 dias
2
De acordo com o artigo 71, I, IN nº 1.585/15 da Receita Federal
3
De acordo com o artigo 14, I, IN nº 1.585/15 da Receita Federal
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Título: Responsável pela informação dos custos aquisição e/ou rendimentos:
A. Escolhendo
O primeiro passo é escolher entre os vários tipos de ETF disponíveis no mercado, já
que existem vários fundos referenciados em índices diferentes. Essa escolha deve levar
em conta as preferências, os objetivos, o perfil e as estratégias do investidor. Para tanto, é
importante que o investidor:
Sempre converse com o Especialista: As corretoras e distribuidoras contam com es-
pecialistas que acompanham e analisam os ETFs e o momento do mercado, e estão
aptas a recomendar as melhores opções para cada caso, em qual quantidade e em que
momento. Vale lembrar que cada investidor, no entanto, é responsável pelos próprios
investimentos e está livre para seguir ou não qualquer orientação. É importante tam-
bém comparar os custos e serviços oferecidos pelas diversas corretoras.
Conheça os detalhes e documentos dos ETFs: É importante informar-se o máximo
possível para conversar com a corretora sobre as melhores opções para cada um no
momento. As informações principais são: tipos de ETFs, tipos de índices, desempenho
e rentabilidade, taxa de administração, composição da cesta e riscos. É possível obter
informações também nos sites oficiais dos ETFs e informações provenientes da CVM,
B3 e ANBIMA.
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B. Investindo
Todos os ETFs são negociados por intermédio das corretoras de valores, que são as
responsáveis por orientar o investidor no processo de abertura de conta e por apresentar
as ferramentas de negociação. O investidor pode acessar ao site da clearing para buscar a
lista de corretoras autorizadas a atuar. Aqui, os passos são os seguintes:
1. Abrir uma conta em uma corretora e verificar o perfil de investidor;
2. Verificar mais uma vez os custos envolvidos na transação e avaliar os aspectos financeiros;
3. Efetuar a negociação de compra ou venda do ETF pelo home broker.
Para a pessoa física, é muito simples negociar cotas de ETFs. Veja, no esquema a seguir,
os principais passos para investir:
ETF
7. Acompanhar
os investimentos.
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10. Um pouco de história...
A. ETFs no mundo
O primeiro ETF do mundo foi criado no Canadá em 1990 e transformou o cenário de
investimentos ao conjugar as vantagens de investir em conjunto e a flexibilidade de nego-
ciação. Mas, na verdade, se quisermos voltar muito no tempo, podemos dizer que os ETFs
remontam a um primeiro fundo de investimentos fechado, inventado por um comerciante
holandês em 1774, composto pelas commodities nas colônias americanas lastreado nas
plantações, eram emitidas em series e negociadas em mercado aberto. Um século e meio
depois, foi criado o primeiro fundo mútuo aberto, oferecendo aos investidores a capacida-
de de comprar e vender cotas diariamente.
Em 1990, ocorreu a criação do ETF propriamente dito no Canadá. Três anos depois, em
1993, eles chegariam aos Estados Unidos. O primeiro ETF americano tinha como objetivo
replicar o índice S&P 500. Administrado pelo State Street e listado na Bolsa de Nova York
(NYSE) com o ticker “SPY”, esse fundo permanece até hoje como o maior ETF do mundo,
com patrimônio de aproximadamente US$ 260 bilhões em 2018. Além do montante signi-
ficativo, o SPY é altamente líquido e negocia em torno de 15% das suas cotas diariamente
no mercado.
Em menos de 25 anos de existência, os ETFs tornaram-se um dos veículos mais popu-
lares para todos os tipos de investidores. No início, eles eram usados principalmente por
institucionais para executar estratégias sofisticadas de negociação. Mas, hoje em dia, são
utilizados por investidores com os mais diversos objetivos e estratégias, o que trouxe dina-
mismo ao mercado. Os ETFs foram se sofisticando e ganhando novas opções: hoje pode-
mos encontrar ETFs que permitem ao investidor exposição a diferentes mercados.
Os atrativos do produto são responsáveis por esse sucesso: os ETFs são geralmente
mais baratos em relação aos fundos mútuos, oferecem diversificação, são facilmente nego-
ciáveis e possibilitam arbitragem de baixo custo.
Basta olhar a evolução recente do crescimento desse produto, em número de fundos e
patrimônio gerido, no Brasil e no mundo, para ver que essa popularidade só vem aumentando:
Título do gráfico: A popularidade dos ETFs
Linha fina: Evolução do patrimônio e do número de ETFs no Brasil e no mundo
Global
USD 5,1
trilhões
CAGR ETFs
17,3%
17
Brasil
R$ 10,5
CAGR ETFs bilhões
16,4%
B. ETFs no Brasil
Por aqui, o primeiro ETF foi lançado em 2004 graças a uma iniciativa do Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) por meio de oferta pública. O PIBB11,
que busca reproduzir o índice IBr-X 50, teve grande adesão de investidores pessoas físicas.
Em março de 2019, na B3, existiam 13 ETFs referenciados a índices de ações locais, dois
referenciados a índices estrangeiros (S&P 500) e um ETF de renda fixa referenciado ao S&P/
BM&F índice de Futuros de Taxa de Juros.
Ainda é pouco, se compararmos os ETFs com o tamanho da indústria de fundos de
investimento no Brasil (cerca de 4,7 trilhões de reais segundo o consolidado histórico de
fundos de investimento da ANBIMA de março de 2019).
Por isso, acredita-se que há muito espaço para o desenvolvimento de ETFs. Um cres-
cimento exponencial é esperado para os próximos anos, em linha com o desenvolvimento
desse mercado ao redor do mundo. Esperamos que você possa acompanhar esse desen-
volvimento. Bons investimentos!
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