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A Tragédia do Inacabado

Por J. Sergio Fortes

Tomei emprestado o título deste artigo de uma palestra do renomado empresário Dr.
John Haggai. Com voz forte e dinamismo de "um jovem de 80 anos", Dr. Haggai
desafiou um grupo de profissionais e empresários de vários países a considerarem os
perigos das“obras inacabadas” em cada área de suas vidas.

Recentemente assisti ao vivo as imagens dolorosas, em todos os canais de televisão,


mostrando a tragédia da queda de um avião comercial na cidade, com quase duas
centenas de pessoas a bordo, sobre um local em que estive tantas vezes a negócio e
onde tinha amigos de quem aguardava ansiosamente por notícias. Ao contemplar
aquelas cenas de terror, veio à minha mente o eco da voz altissionante do Dr. Haggai:
“Tenham cuidado com obras inacabadas”.

Noticiou-se que as obras de recuperação em uma das pistas do aeroporto, onde a


aeronave tentou frustradamente pousar, estavam inacabadas. Enquanto considerava
essa "obra inacabada" ― bem como as obras por acabar dos que pereceram no
acidente ― pensei também nas inúmeras obras inacabadas na minha vida pessoal. O
preço que tive de pagar para concluir algumas foi alto. Outras,
até hoje luto para concluí-las.

. Obras inacabadas! Como evitar ser destruído por elas ou pagar alto preço por
retardar sua conclusão? Philip Chesterfield foi muito preciso ao afirmar: "Tudo o que
vale a pena ser feito merece e exige ser bem feito". Por negligência, ineficiência,
preguiça, medo, não querer sofrer ou fazer outros sofrerem, as obras inacabadas vão
atapetando os caminhos de nossa existência. Ao referir-se à obra para a qual foi
comissionado, Jesus Cristo declarou enfático:“Terminei a obra que me destes a fazer”
(João 17.4). E antes de entregar o espírito Ele foi categórico: “Está concluído!” (João
19.30). Vejamos algumas dicas para ajudar a evitar obras inacabadas:

. Prestar contas a alguém. Um amigo, mentor, pai, mãe ou cônjuge estão entre
os que podemos prestar contas e assim evitar negócios inacabados. Porém, para ser
efetiva, essa prestação de contas deve ocorrer regularmente. Abrir nossa vida
particular e expor fraquezas que preferiríamos manter escondidas requer muita
maturidade emocional. Sabedor da árdua tarefa que lhe coube de construir o Templo,
Salomão recebeu este conselho do seu pai: “Esforça-te e tem bom ânimo, e faze a
obra; não temas, nem te apavores; porque o Senhor DEUS, meu DEUS, há de ser
contigo; não te deixará, nem te desamparará, até que acabes toda a obra do serviço
da Casa do Senhor” (I Crônicas 28.20).
. Manter diligência e foco. Atividades do cotidiano colocam alta demanda sobre o
nosso tempo. É o efeito multitarefa. Saber estabelecer prioridades e lidar com cada
uma com diligência e foco requer sabedoria. Definitivamente Salomão aprendeu a
lição: “O que é negligente na sua obra é também irmão do desperdiçador” (Provérbios
18.9).

. Perseguir o fim com determinação. Dois meses atrás comecei uma carta a um
amigo que não via há mais de 30 anos e que soube que ele estava com câncer. Duas
semanas depois meu amigo morreu. A carta ficou inacabada e sem ser postada. Ao lê-
la chorei pensando na chance que perdi em oferecer encorajamento a alguém já no fim
de seus dias. Obras inacabadas cobram preço alto e multa pesada. Procrastinar, ficar
esperando por mais inspiração, por melhor momento, são meras desculpas.

Deus nos propiciou exemplo perfeito desde o princípio: “E havendo DEUS acabado no
dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha
feito” (Gênesis 2.2).

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