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CARGO:

Analista judiciário
Área judiciária
Código de Organização Judiciária do Ceará
direito Constitucional
direito Administrativo
direito Civil
direito Processual Civil
direito Penal
direito Processual Penal
SUMÁRIO
Código de Organização Judiciária do Ceará
Lei n. 12.342, de 28.07.94 .................................................................7
Lei n. 12.483, de 03.08.95.............................................................. 220
Lei n. 12.698, de 28.05.97.............................................................. 280
Lei n. 13.551, de 29.12.04.............................................................. 284
Lei n. 13.956, de 13.08.07.............................................................. 296
Lei n. 14.128, de 06.06.08.............................................................. 326
Lei n. 14.258, de 04.12.08.............................................................. 333
Lei n. 14.302, de 09.01.09.............................................................. 365
Lei n. 14.309, de 02.03.09.............................................................. 369
Lei n. 14.310, de 20.03.09.............................................................. 370
Lei n. 14.311, 20.03.09................................................................... 371
Lei n. 14.407, de 15.07.09.............................................................. 385
Lei n. 14.414, de 23.07.09 ............................................................. 402
Lei n. 14.415, de 23.07.09.............................................................. 404
Lei n. 14.605, de 05.01.2010 .......................................................... 411
Lei n. 14.681, de 30.04.10.............................................................. 420
Lei n. 14.786, de 13 de agosto de 2010 9 ......................................... 422
Lei n. 14.813, de 14 de dezembro de 2010........................................ 451
Lei n. 14.816, de 14 de dezembro 2010 ............................................ 459
Lei n. 14.860, de 28.12.10.............................................................. 466
Lei n. 14.912, de 03.05.11.............................................................. 468
Lei n. 14.913, 03.05.11................................................................... 469
Lei n. 14.916, de 03.05.11.............................................................. 471
Direito Constitucional
Constituição da República Federativa do Brasil.................................... 480
Direito Administrativo
Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990.......................................... 615
Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992................................................. 710
Lei n. 9.784, de 29 de janeiro de 1999.............................................. 724
Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993................................................ 745
Decreto n. 9.412, de 18 de junho de 2018......................................... 839
Lei n. 10.520, de 17 de julho de 2002............................................... 840
Decreto n. 7.892, de 23 de janeiro de 2013....................................... 847
Lei n. 12.462, de 4 de agosto de 2011.............................................. 866
Direito Civil
Decreto-Lei n. 4.657, de 4 de setembro de 1942................................ 873
Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil........................ 882
Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990......................................... 1057
Lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979........................................ 1098
Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973........................................ 1126
Lei n. 10.741, de 1º de outubro de 2003......................................... 1230
Lei n. 8.245, de 18 de outubro de 1991........................................... 1264
Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990............................................... 1296
Direito Processual Civil
Lei n. 13.105, de 16 de Março de 2015 – Código de Processo Civil...... 1420
Direito Penal
Código Penal – Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940........ 1763
Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990............................................... 1909
Lei n. 7.716, de 5 de janeiro de 1989.............................................. 1914
Lei n. 9.455, de 7 de abril de 1997................................................. 1918
Lei n. 12.850, de 2 de agosto de 2013............................................ 1920
Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998......................................... 1934
Lei n. 9.503, de 23 de setembro de 1997 (CTB)................................ 1963
Lei n. 11.343, de 23 de agosto de 2006........................................... 2117
Lei n. 4.898, de 9 de dezembro de 1965.......................................... 2147
Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003...................................... 2154
Lei n. 9.613, de 3 de março de 1998............................................... 2173
Convenção Americana sobre Direitos Humanos................................. 2190
Decreto n. 678, De 6 de novembro de 1992..................................... 2249
Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006............................................ 2250
Direito Processual Penal
Código de Processo Penal – Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro
de 1941...................................................................................... 2270
Lei n. 9.296, de 24 de julho de 1996............................................... 2435
Lei n. 7.960, de 21 de dezembro de 1989........................................ 2438
Lei n. 8.038, de 28 de maio de 1990............................................... 2441
Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995......................................... 2453
Lei no 10.259, de 12 de julho de 2001............................................. 2480
Lei n. 7.210, de 11 de julho de 1984............................................... 2488
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

APRESENTAÇÃO

Caro(a) aluno(a),
No mundo jurídico, a doutrina comenta a lei, e a jurisprudência vai inter-
pretá-la.
Perceba que a lei é sempre o ponto de partida. Por isso, o conhecimen-
to da legislação que cairá na sua prova é mais do que importante, é essencial.
Contudo, ao longo de vários anos na preparação de candidatos para con-
cursos públicos, percebi que muitos deixam de lado essa tarefa. Eu enten-
do perfeitamente, pois é normal preferir ler um livro numa linguagem mais
fluente ou resolver questões de exames anteriores.
Por mais que às vezes tenhamos preguiça de ler a legislação, o caminho
para a aprovação no desejado concurso do TJ-CE passa necessariamente pelo
conhecimento da chamada “lei seca”.
Ah, quando falo em lei seca, estou me referindo a um contexto mais am-
plo, que engloba a leitura do texto da Constituição Federal e das múltiplas leis
que estão no edital.
Repare que, mesmo para o cargo de analista judiciário, há muitas maté-
rias de juridiquês, como é o caso de direito constitucional.
Sei que a nota de corte dos concursos está lá nas alturas e não dá sinais
de que esse contexto vai mudar. Ao contrário, acredito que a disputa continu-
ará cada vez mais acirrada.
É certo que as bancas de concurso passaram a cobrar um pouco de ju-
risprudência e a criar situações-problema que demandam mais atenção ao
candidato na hora de interpretar os itens.
Porém, a esmagadora maioria das questões das disciplinas jurídicas é ex-
traída da “lei seca”.
Repito: a leitura (repetidas vezes) da legislação que está no conteúdo
programático será um divisor de águas, acompanhando os candidatos apro-
vados.

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Analista Judiciário – Área Judiciária

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diciário.
Puxando sardinha para meu lado, além de ter peso diferenciado, o Direito
Constitucional ainda vai ajudar você em todas as outras disciplinas.
Por fim, peço que você não fraqueje nem caia na besteira de perder o foco
nesta caminhada até as provas. Sei que o nosso País atravessa um momento
difícil, e que escândalos dos mais variados eclodem no noticiário.
Contudo, você tem uma meta certeira. Siga firme, canalizando as ener-
gias para o que mais interessa, que é garantir sua aprovação e sua indepen-
dência financeira.
Quero muito ver você seguindo meus passos, pois sei bem o que é
ser técnico e analista judiciário. Brinco que eu sou você amanhã!
Sem mais demora, aproveite o material preparado pela Equipe do
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Aragonê Fernandes

ARAGONÊ FERNANDES
Atualmente, atua como Juiz de Direito do TJDFT. Contudo,
em seu qualificado percurso profissional, já se dedicou a ser
Promotor de Justiça do MPDFT; Assessor de Ministros do
STJ; Analista do STF; além de ter sido aprovado em vários
concursos públicos. Leciona Direito Constitucional em varia-
dos cursos preparatórios para concursos.

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LEI N. 12.342, DE 28.07.94

REPUBLICADA – D.O 09.08.94

Institui o Código de Divisão e de Organização Judiciária do Estado do Ceará.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte


Lei:

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º. Este Código dispõe sobre a divisão e a organização judiciária do


Estado do Ceará, bem como sobre o regime jurídico da magistratura e a or-
ganização dos serviços auxiliares da Justiça, observados os princípios consti-
tucionais que as regem.
Art. 2º. A administração da Justiça compete ao Poder Judiciário, pelos
seus órgãos, com a colaboração dos serviços auxiliares judiciais.
Art. 3º. São órgãos do Poder Judiciário:
I – Tribunal de Justiça; –
II – as Turmas Recursais dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais;
III – os Tribunais do Júri;
IV – Juízes de Direito;
V – Juízes de Direito Auxiliares; VI – Juízes Substitutos;
VII – Juízo Militar
VIII – Juizados Especiais Cíveis e Criminais;
IX – Juizados de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher;
X – a Justiça de Paz;
XI – outros órgãos criados por lei.(Redação dada pela Lei n. 14.258, de
4.12.08, DO de 9.12.2008).

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Parágrafo único. Mediante proposta do Tribunal de Justiça, a lei poderá

criar Tribunal inferior de Segundo Grau e outros órgãos, observados os requi-

sitos e competência previstos no sistema legal vigente.

Art. 4º. Para assegurar o cumprimento e a execução dos seus atos e deci-

sões, poderão os órgãos judiciários requisitar o auxílio da polícia civil ou mili-

tar, devendo a autoridade a quem for dirigido o pedido prestá-lo, sem inquirir

do fundamento da requisição.

LIVRO I

DA DIVISÃO JUDICIÁRIA

TÍTULO ÚNICO

CAPÍTULO I

DA COMPREENSÃO DA DIVISÃO JUDICIÁRIA

Art. 5º. A divisão judiciária compreende a criação, alteração e a extinção

de unidades judiciárias, sua classificação e agrupamento.

Art. 6º. Para fins de administração do Poder Judiciário, o território do Es-

tado do Ceará tem como unidades judiciárias as comarcas, termos judiciários

e distritos judiciários. As comarcas são agrupadas em zonas judiciárias.

Art. 7º. As comarcas, devidamente classificadas, bem como os termos

judiciários e distritos judiciários do Estado do Ceará são as constantes do

quadro único, anexo a esta lei.

Art. 8º. A Secretaria Geral do Tribunal de Justiça manterá um fichário de

todas as comarcas, termos, distritos e zonas, com a indicação da extensão

territorial, número de habitantes, número de eleitores, distância em relação

à Capital e cidades vizinhas, vias de comunicação, receita tributária, número

e espécie de feitos distribuídos e julgados em cada ano.

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CAPÍTULO II
DAS COMARCAS
Seção I
Da Classificação

Art. 9º. As Comarcas do Estado do Ceará ficam classificadas em 3 (três)


entrâncias, denominadas: entrância inicial, entrância intermediária e entrância
final, sendo enquadradas, com os respectivos ofícios do foro extrajudicial, em:
I – entrância inicial, formada pelas comarcas atualmente de 1ª e 2ª. en-
trâncias;
II – entrância intermediária, formada pelas atuais comarcas de 3ª entrância;
III – entrância final, formada pela Comarca de Fortaleza.
Parágrafo único. As Comarcas de Caucaia, Maracanaú, Sobral e Juazeiro
do Norte, atualmente de 3ª entrância, ficam classificadas como de entrância
final. (Redação dada pela Lei n° 14.407, DE 15.07.09, D.O. DE 16.07.09)

Seção II
Da Sede

Art. 10. Em cada município haverá sede de comarca, dependendo a sua


implantação do cumprimento dos requisitos estabelecidos nesta Lei, median-
te apuração pelo Tribunal de Justiça.
Parágrafo único – A comarca ainda não implantada constituirá um termo
judiciário, na forma do artigo 15 deste Código.

Seção III
Da Implantação e Instalação

Art. 11. São requisitos essenciais para a implantação de comarca:


a) população mínima de 10.000 (dez mil) habitantes;

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b) arrecadação estadual, proveniente de tributos, superior a cinco mil ve-


zes o valor da unidade fiscal do Estado do Ceará;
c) mínimo de 200 (duzentos) prédios na sede;
d) mínimo de 2.000 (dois mil) eleitores inscritos;
e) volume de serviços forenses equivalente a 100 (cem) processos judi-
ciais, no mínimo.
Art. 12. Presentes os requisitos estabelecidos no artigo anterior, o Tribu-
nal de Justiça verificará se a comarca possui prédio destinado ao Fórum local,
com dependência para gabinete de decisões e despachos do Juiz, sala de
audiências, sala de reuniões do Tribunal do Júri, sala para funcionamento da
Secretaria do Juízo, sala da portaria e distribuição, sala para oficiais de justi-
ça avaliadores, sala para o Ministério Público, sala para Defensores Públicos,
sala para advogados, sala para depósito de bens apreendidos ou penhorados,
além de outras dependências necessárias aos serviços judiciais e, ainda, ca-
sas para residência oficial do Juiz, do Promotor de Justiça e cadeia pública,
todos a integrar o domínio do Estado. O Tribunal verificará, ainda, se existem
prédios para instalação e funcionamento dos ofícios exercidos em caráter pri-
vado por delegação do Poder Público.
§ 1º Satisfeitos os requisitos, o Tribunal, mediante ato, fará a declaração
de implantação da comarca e diligenciará o provimento dos cargos de Juiz de
Direito, Diretor de Secretaria da Vara única, Técnico Judiciário, Auxiliar Judici-
ário, Oficial de Justiça Avaliador e Atendente Judiciário, em número necessá-
rio a execução dos serviços judiciais. Providenciará, outrossim, o provimento
dos cargos de 1º e 2º Notário.
§ 2º A comarca será instalada através de solenidade presidida pelo Juiz da
nova unidade judiciária, ou por outro designado pelo Presidente do Tribunal
de Justiça, lavrando-se ata.
§ 3º Da ata de instalação da comarca serão extraídas sete (7) cópias que
serão endereçadas, respectivamente, à Imprensa Oficial, para fim de publi-
cação, ao Tribunal de Justiça, ao Tribunal Regional Eleitoral, à Secretaria de

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Justiça do Estado, à Procuradoria Geral da Justiça, à Defensoria Pública e ao


Arquivo Público.
§ 4º Quando da implantação de nova comarca, permanecerão sob a chan-
cela jurisdicional do território da comarca original os feitos em tramitação.

Seção IV
Da Elevação da Comarca

Art. 13. Para a elevação de comarca à segunda ou à terceira entrância,


devem ser observados os seguintes requisitos:
a) população mínima, respectivamente, de 25.000 (vinte e cinco mil) ha-
bitantes ou 12.500 (doze mil e quinhentos) eleitores e 45.000 (quarenta e
cinco mil) habitantes ou 15.000 (quinze mil) eleitores, apurada pela última
estimativa oficial;
b) arrecadação estadual mínima proveniente de tributo, superior, respec-
tivamente, a treze mil (13.000) e vinte e cinco mil (25.000) vezes o valor da
unidade fiscal do Estado do Ceará, relativo ao ano anterior;
c) movimento forense, respectivamente, de duzentos (200) e quatrocen-
tos (400) feitos judiciais, que exijam sentença de que resulte coisa julgada
com relação ao último ano;
d) existência de edifícios públicos com capacidade e condições para fun-
cionamento do Fórum, da cadeia pública e casas para residência do Juiz e
do Promotor de Justiça, de acordo com a nova entrância e que integrarão o
domínio do Estado.
e) extensão territorial.
§ 1º Na receita tributária compreende-se a totalidade dos tributos rece-
bidos no município ou municípios componentes da comarca, acrescida das
cotas de participação;

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§ 2º Se um dos requisitos não alcançar o quantitativo mínimo mas, dele


se aproximar, a critério do Tribunal de Justiça, poderá ser proposta a elevação
de entrância da comarca.
§ 3º Os Juízes das comarcas que sofrerem elevação de entrância perma-
necerão nas respectivas funções até serem removidos ou promovidos. (Vide
art. 9º, com a alteração feita pela Lei n. 14.407/2009 que classificou as Co-
marcas do Estado em 3(três) entrâncias, denominadas: entrância inicial, en-
trância intermediária e entrância final.)

Seção V
Do Rebaixamento ou Extinção

Art. 14. A comarca poderá ser rebaixada ou extinta em caso de regressão


ou extinção das condições necessárias e essenciais para seu funcionamento.

CAPÍTULO III
DOS TERMOS JUDICIÁRIOS

Art. 15. O município cuja comarca ainda não estiver implantada constitui-


rá um termo judiciário, permanecendo, enquanto nessa condição, vinculado a
uma comarca implantada.
§ 1º Os termos judiciários são os constantes do Quadro único, anexo a
esta lei.
§ 2º Os serviços judiciais dos termos judiciários ficam afetos ao Juízo da
Comarca à qual estão vinculados.

CAPÍTULO IV
DOS DISTRITOS JUDICIÁRIOS

Art. 16. Cada distrito judiciário terá, pelo menos, um ofício de registro


civil de pessoas naturais e um juizado de paz.

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§ 1º A instalação do distrito ter-se-á por feita com a posse da primeira


pessoa que ocupar o cargo de Oficial do Registro Civil de Pessoas Naturais.
§ 2º O cargo de Oficial do Registro civil de Pessoas Naturais será provido
após concurso público de provas, elaborado na conformidade de ato regula-
mentar baixado pelo Tribunal de Justiça.
§ 3º O cargo de juiz de paz será exercitado nos distritos judiciários.

CAPÍTULO V
DAS ZONAS JUDICIÁRIAS

Art. 17 – (Revogado pelo art. 7º da Lei n. 12.698, de 28.05.97)

LIVRO II
DA ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA
TÍTULO I
DA JUSTIÇA DE SEGUNDA INSTÂNCIA
CAPÍTULO I
DA CONSTITUIÇÃO

Art. 18 – A Justiça de Segunda Instância é constituída pelo Tribunal de


Justiça.

Seção I
Do Tribunal de Justiça

Art. 19. O Tribunal de Justiça tem sede na Capital, jurisdição em todo o


território do Estado e compõe-se de 27 (vinte e sete) desembargadores, no-
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meados entre juízes de última entrância, observado o quinto constitucional.


(Redação dada pela Lei n. 13.813, de 18.09.06)

A Lei 14.407, de 15 de julho de 2009, criou 16 dezesseis cargos de Desembargadores no Tribunal de


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Justiça, passando o pleno a ser composto de 43 Desembargadores.

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§ 1º O Tribunal possui órgãos julgadores, órgãos diretivos e, como inte-


grante de sua estrutura administrativa, a Escola Superior da Magistratura do
Estado do Ceará.
§ 2º Ao Tribunal é atribuído o tratamento de “Egrégio” e a seus membros
o de “Excelência”, com o título de “Desembargador”.
§ 3º Os Desembargadores têm residência na Capital do Estado.

Seção II
Da Alteração de Sua Composição

Art. 20. Dependerá de proposta do Tribunal de Justiça a alteração numéri-


ca dos seus membros, sempre que o total de processos judiciais, distribuídos
e julgados no ano anterior, superar o índice de trezentos (300) feitos por Juiz.
§ 1º Se o total de processos judiciais distribuídos ao Tribunal de Justiça,
durante o ano anterior, superar o índice de 600 (seiscentos) feitos por juiz e
não for proposto o aumento do número de desembargadores, o acúmulo de
serviço não excluirá a aplicação das sanções previstas em lei.
§ 2º. Para efeito do cálculo referido no § 1º deste artigo, não serão com-
putados os membros do Tribunal no exercício dos cargos de Presidente, Vice-
-Presidente e Corregedor Geral da Justiça. (Redação dada pela Lei n. 12.912,
de 16.06.99)

CAPÍTULO II
DOS ÓRGÃOS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Seção I
Dos Órgãos Julgadores

Art. 21 – A composição, a organização e o funcionamento dos órgãos


julgadores do Tribunal de Justiça serão disciplinados no regimento interno do
Tribunal. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 1º Funcionarão três (03) Câmaras Cíveis Isoladas e duas (02) Câmaras
Criminais Isoladas, todas ordinalmente enumeradas.

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§ 2º Cada uma das Câmaras Isoladas constituir-se-á de quatro (04) De-


sembargadores.
§ 3º As Câmaras Reunidas, Cíveis e Criminais, são integradas pelos mem-
bros das respectivas Câmaras Isoladas.
§ 4º O Conselho da Magistratura tem a composição definida no art.37, §
1º, deste Código.

Seção II
Da Substituição de Desembargadores

Art. 22. As substituições de desembargadores far-se-ão de acordo com o


disposto no Regimento Interno do Tribunal de Justiça, observadas as disposi-
ções deste Código.
Art. 23. O Presidente do Tribunal de Justiça é substituído pelo Vice-Presi-
dente e este e o Corregedor, pelos demais membros desimpedidos na ordem
decrescente de antiguidade.
§ 1º Aplicam-se as normas aqui dispostas à substituição eventual do Pre-
sidente, Vice-Presidente e Corregedor Geral, por motivo de impedimento, au-
sência, licença ou férias, ressalvado o caso de vacância estabelecido no artigo
52 deste Código.
§ 2º O Desembargador que exercer a Presidência, em substituição, por
período superior a trinta (30)dias, devolverá para redistribuição os feitos em
seu poder e aqueles em que tenha lançado relatório, bem como os que pôs
em mesa para julgamento, mediante compensação. Os feitos em que seja
revisor passarão ao substituto legal.
Art. 24. Os membros do Conselho da Magistratura, exceto o seu Presiden-
te, nos casos de licença ou impedimentos, serão substituídos pelos respecti-
vos suplentes.
Art. 25. As substituições de Desembargadores, a qualquer título, por pe-
ríodo superior a trinta (30) dias, far-se-ão de acordo com o disposto no regi-

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mento interno do Tribunal de Justiça. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de


4.12.08, DO de 9.12.2008).
§ 1º O julgamento que tiver sido iniciado prosseguirá, computando-se os
votos já proferidos, ainda que o magistrado afastado seja o relator;
§ 2º Somente quando indispensável para decidir nova questão surgida no
julgamento, será dado substituto ao ausente, cujo voto, então, não se com-
putará.
Art. 26. Revogado pela Lei 14.258 de 4.12.08, DO de 9.12.08
Parágrafo único. Revogado pela Lei 14.258 de 4.12.08, DO de 9.12.08
Art. 27. Revogado pela Lei 14.258 de 4.12.08, DO de 9.12.08
Art. 28. Revogado pela Lei 14.258 de 4.12.08, DO de 9.12.08
Parágrafo único. A convocação far-se-á mediante sorteio público levado a
efeito pelo Tribunal Pleno, dentre os Juízes de Direito da comarca da Capital,
integrantes da primeira quinta parte da lista de antiguidade.

Seção III
Do Funcionamento

Art. 29. Os órgãos do Tribunal de Justiça funcionarão com a presença,


no mínimo, da maioria absoluta de seus membros, em seção ordinária ou
extraordinária, conforme dispuser o regimento interno do Tribunal de Justiça.
(Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008) (Vide art.
14 da Lei 14.258/2009) (A mesma Lei 14.258/2008, em seu artigo 8º, revoga
este artigo)
Art. 30. O Tribunal Pleno e as Câmaras Isoladas realizarão uma sessão or-
dinária por semana, e as Câmaras Reunidas, Cíveis e Criminais, uma por mês,
conforme dispuser o Regimento Interno. (Vide art. 14 da Lei 14.258/2009) (A
mesma Lei 14.258/2008, em seu artigo 8º, revoga os inexistentes parágrafos
1º e 2º deste artigo)

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Parágrafo único. Poderão os órgãos indicados no caput se reunir extraor-


dinariamente, na forma considerada no Regimento Interno.
Art. 31. O Tribunal Pleno e o Conselho da Magistratura serão presididos
pelo Presidente do Tribunal de Justiça e os demais órgãos sê-lo-ão na forma
disposta do regimento interno do Tribunal.(Redação dada pela Lei n. 14.258,
de 4.12.08, DO de 9.12.2008) (Vide art. 14 da Lei 14.258/2009) (A mesma
Lei 14.258/2008, em seu artigo 8º, revoga este artigo).

CAPÍTULO III
DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Seção I
Da Iniciativa do Processo Legislativo Externo

Art. 32. Ao Tribunal de Justiça compete conhecer e deliberar sobre as


seguintes matérias: (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de
9.12.2008)
I – propor ao Poder Legislativo, observado o disposto no art. l69 da Cons-
tituição Federal, a alteração, mediante lei, da organização e da divisão judi-
ciária;
II – propor à Assembleia Legislativa, observado o disposto no art. 169 da
Constituição Federal:
a) a alteração do número de seus membros;
b) a criação e a extinção de cargos de juiz de primeiro grau, de serviços
auxiliares e de juízes de paz;
c) e a fixação de vencimentos dos magistrados, dos servidores de justiça
e dos órgãos que lhe forem vinculados;
III – propor à Assembleia Legislativa a aprovação ou alteração do Regi-

mento de Custas.

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Seção II
Dos Regimentos Internos

Art. 33. Ao Tribunal Pleno compete elaborar seu Regimento Interno e os


de seus órgãos julgadores e de controle. (Redação dada pela Lei n. 14.258,
de 4.12.08) DO de 9.12.2008

Seção III
Da Competência Jurisdicional do Tribunal De Justiça

Art. 34. Ao Tribunal de Justiça compete: (Redação dada pela Lei n. 14.258,
de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
I – declarar, pelo voto da maioria absoluta dos seus membros, a inconsti-
tucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, nos casos de sua com-
petência originária e nos que para esse fim lhe forem remetidos pelos demais
órgãos julgadores do Tribunal;
II – processar e julgar, originariamente:
a) as representações de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos
estaduais e municipais contestados em face da Constituição Estadual;
b) as representações para intervenção em Municípios;
c) os mandados de segurança e os habeas-data contra atos do Governador
do Estado, da Mesa e da Presidência da Assembleia Legislativa, do próprio
Tribunal ou de algum de seus órgãos, dos Secretários de Estado, do Presiden-
te do Tribunal de Contas do Estado, do Presidente do Tribunal de Contas dos
Municípios, do Procurador-Geral do Estado, do Procurador- Geral de Justiça,
do Comandante da Polícia Militar, do Comandante do Corpo de Bombeiros e
do Chefe da Casa Militar.
d) os mandados de injunção contra omissão das autoridades referidas na
alínea anterior;

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e) nos crimes comuns e de responsabilidade, o Vice-Governador, Deputa-


dos Estaduais, Juízes Estaduais, membros do Ministério Público e os Prefeitos
Municipais, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
f) os crimes contra a honra em que for querelante o Prefeito da Capital,
o Procurador Geral do Estado, o Chefe do Gabinete do Governador, o Chefe
da Casa Militar, o Comandante da Polícia Militar, o Comandante do Corpo de
Bombeiros, os Deputados Estaduais, o Procurador Geral da Justiça, os Juízes
de primeiro grau e os membros do Ministério Público;
g) os habeas-corpus nos processos, cujos recursos forem de sua compe-
tência, ou quando o coator ou paciente for autoridade diretamente sujeita à
sua jurisdição;
h) as ações rescisórias de seus julgados;
i) as revisões criminais nos processos de sua competência;
j) os embargos aos seus acórdãos;
l) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, fa-
cultada a delegação de atribuição para a prática de atos processuais;
m) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da
autoridade de suas decisões;
n) as reclamações quanto ao modo de execução de seus acórdãos;
o) os conflitos de competência entre as Câmaras Cíveis e Criminais, Isola-
das ou Reunidas, o Conselho da Magistratura e qualquer outro órgão julgador;
p) as suspeições opostas a Desembargadores, ao Procurador Geral de Jus-
tiça ou aos Procuradores de Justiça;
q) as representações contra os membros do Tribunal, por excesso de pra-
zo previsto em lei (Código de Processo Civil, art. l99);
r) a restauração de autos extraviados ou destruídos quando o processo for
de sua competência originária;
s) os agravos ou outros recursos admissíveis de despachos proferidos, nos
feitos de sua competência, pelo Presidente do Tribunal;
III) Julgar, em grau de recurso:

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a) os embargos infringentes opostos a acórdãos das Câmaras Cíveis Reuni-


das, em ações rescisórias e em recursos de despachos que não os admitirem;
b) os agravos de despachos do Presidente que, em mandado de seguran-
ça, ordenarem a suspensão da execução de medida liminar, ou de sentença
que o houver concedido. Parágrafo único – O mandado de segurança, o habe-
as-data, o habeas-corpus, o mandado de injunção da competência originária
do Tribunal de Justiça terão prioridade de julgamento.

Seção IV
Da Competência Administrativa do Tribunal de Justiça

Art. 35. Em matéria administrativa, compete ao Tribunal de Justiça: (Re-


dação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
I) – processar e julgar os procedimentos administrativos instaurados para
apuração de incapacidade dos magistrados;
II) prover, na forma da Constituição Estadual, os cargos da magistratura
estadual de carreira, de primeiro e segundo graus;
III) aposentar os magistrados e os servidores da Justiça.
IV) conceder licença, férias e outros afastamentos aos juízes que lhe forem
vinculados; Executivo;
V) encaminhar as propostas orçamentárias do Poder Judiciário Estadual
ao Poder
VI) solicitar, quando cabível, a intervenção federal no Estado, nas hipóte-
ses de sua competência;
VII) organizar as secretarias e os serviços auxiliares do Tribunal, proven-
do-lhes os cargos, por intermédio do seu Presidente, na forma da lei;
VIII) baixar regulamento do concurso de provas e títulos de ingresso na
magistratura de carreira;
IX) eleger seu Presidente e demais titulares de sua direção, observando o
disposto no sistema legal vigente;

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X) indicar magistrados, juristas e respectivos suplentes para composição


do Tribunal Regional Eleitoral;
XI) conhecer dos pedidos de remoção e permuta de Juízes, bem assim dos
serventuários de Justiça;
XII) conceder remoção e permuta aos Desembargadores de uma para ou-
tra Câmara;
XIII) proceder à convocação de Juiz de Direito da Capital para substi-
tuir Desembargador em caso de afastamento superior a 30 (trinta) dias, na
forma do regimento interno do tribunal de Justiça. (Redação dada pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
XIV) aplicar sanções disciplinares a magistrados; (Redação dada pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
XV) declarar a perda do cargo, decidir sobre a remoção ou a disponibilida-
de de Desembargadores e Juízes de Direito, nas hipóteses e na forma previs-
tas em lei; (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
XVI) decidir, mediante Resolução, sobre a denominação de Fóruns nas
diversas comarcas.
XVII) deliberar sobre outros assuntos encaminhados ao Presidente, desde
que o Tribunal Pleno entenda escapar da competência daquele como órgão de
decisão singular.
§ 1º Os Desembargadores indicados para compor o Tribunal Regional Elei-
toral serão escolhidos pelo Tribunal Pleno, mediante eleição, pelo voto secre-
to, dentre os seus membros.
§ 2º Os Juízes de Direito indicados para compor o Tribunal Regional Elei-
toral serão escolhidos mediante eleição, por voto secreto do Tribunal Pleno,
dentre os juízes de entrância especial, integrantes da primeira quinta parte da
lista de antiguidade, salvo se não houver quem se inscreva no edital de ins-
crição, com prazo de dez dias, que será obrigatoriamente publicado no Diário
da Justiça do Estado, ou se os demais integrantes já houverem sido indicados
anteriormente, caso em que concorrerão os juízes da segunda quinta parte e
assim sucessivamente.

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§ 3º Os Desembargadores e Juízes de Direito indicados para compor o Tri-


bunal Regional Eleitoral, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no
mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos. Os substitutos serão
escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para
cada categoria.
§ 4º Os juristas que integrarão o Tribunal Regional Eleitoral serão nome-
ados pelo Presidente da República, dentre seis advogados de notável saber
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça, mediante elei-
ção, pelo voto secreto.
XVIII) propor à Assembleia Legislativa a aprovação ou alteração do regi-
mento de Custas e de Emolumentos; (Inciso acrescido pela Lei n. 14.258, de
4.12.08, DO de 9.12.2008)
XIX) empossar o Presidente, o Vice-Presidente, o Corregedor Geral de
Justiça, Desembargadores, Juízes e servidores efetivos ou comissionados no-
meados; (Inciso acrescido pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
XX) tratar de assuntos especiais, mediante convocação extraordinária do
Presidente; (Inciso acrescido pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
XXI) reunir-se em caso de comemoração cívica, visita oficial de alta au-
toridade ou para agraciamento com a Medalha do Mérito Judiciário; (Inciso
acrescido pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 1º Os Desembargadores indicados a compor o Tribunal Regional Eleitoral
serão escolhidos pelo tribunal de Justiça, por sua composição plenária, me-
diante eleição, pelo voto secreto, dentre os seus membros. (Parágrafo acres-
cido pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 2º O Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal e o Corregedor Geral de
Justiça não poderão integrar o Tribunal Regional Eleitoral. (Parágrafo acresci-
do pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 3º Os Juízes de Direito indicados a compor o Tribunal Regional Eleitoral
serão escolhidos mediante eleição, pelo Tribunal de Justiça, por sua composi-
ção plenária, dentre os Juízes de Direito, após expedição de edital de inscrição,

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com prazo de 10 (dez) dias, a contar da publicação no Diário da Justiça do Es-


tado. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 4º Os Desembargadores e os Juízes de Direito indicados para compor
o Tribunal Regional Eleitoral, salvo motivo justificado, nele terão exercício
por 2 (dois) anos, permitida uma recondução. (Parágrafo acrescido pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 5º Os substitutos serão escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo
processo, em número igual para cada categoria. (Parágrafo acrescido pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 6º Os Juristas a integrar o Tribunal Regional Eleitoral serão nomeados
pelo Presidente da República, dentre 3 (três) advogados de notável saber
jurídico e com idoneidade moral, escolhidos pelo Tribunal de Justiça, por sua
composição plenária, mediante eleição, após expedição de edital de inscrição,
com prazo de 10 (dez) dias, a contar da publicação no Diário da Justiça do Es-
tado. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 7º As decisões administrativas serão motivadas e tomadas em seção pú-
blica, as disciplinares, tomadas pelo voto da maioria absoluta dos membros do
Tribunal. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 8º O ato de remoção, disponibilidade ou aposentadoria de magistrado,
por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta
dos membros do Tribunal, por sua composição plenária, assegurada a ampla
defesa. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 9º Compete ao Tribunal Pleno deliberar sobre a promoção, remoção,
permuta e acesso de magistrados. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 14.258,
de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

Seção V
Da Competência Administrativa Recursal

Art. 36. Compete ao Tribunal de Justiça processar e julgar os recursos:


(Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

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a) das decisões do Conselho da Magistratura;


b) de pedidos de licença, férias e vantagens, assim como de sanções dis-
ciplinares (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
c) das decisões administrativas sobre licitações, contratos e alienações;
d) sobre concursos públicos para provimento de cargos de Juiz Substituto,
bem como de cargos do pessoal administrativo e auxiliar do Poder Judiciário.

CAPÍTULO IV
DO CONSELHO DA MAGISTRATURA
Seção I
Da Sede, Jurisdição, Composição e Eleição

Art. 37. O Conselho Superior da Magistratura, órgão disciplinar, de fisca-


lização e de orientação da magistratura, dos serventuários e servidores do
Poder Judiciário, tem sede na capital e jurisdição em todo o Estado do Ceará.
(Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 1º O Conselho será constituído do Presidente do Tribunal de Justiça, que
o presidirá, do Vice-Presidente, do Corregedor Geral da Justiça e de quatro
(04) Desembargadores, sendo dois (02) das Câmaras Cíveis e dois das Câ-
maras Criminais, eleitos na forma prevista neste Código.
§ 2º Na mesma sessão, o Tribunal elegerá quatro (04) suplentes, que se-
rão convocados para substituir os Conselheiros em seus impedimentos, licen-
ças e férias de acordo com a respectiva antiguidade.
§ 3º As sessões do Conselho Superior da Magistratura serão secretariadas
pelo Secretário Geral do Tribunal de Justiça ou por pessoa designada pelo
Presidente do Tribunal. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de
9.12.2008)
§ 4º O Conselho Superior da Magistratura reunir-se-á em sessão ordiná-
ria ou extraordinária, na forma definida em seu regimento interno. (Redação
dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 5º O Procurador Geral de Justiça oficiará junto ao Conselho da Magis-


tratura, podendo requerer o que julgar necessário, inclusive a convocação de
sessão extraordinária.
§ 6º O Regimento Interno do Conselho definirá suas atribuições e compe-
tência e estabelecerá o procedimento respectivo.
Art. 38. As sessões do Conselho Superior da Magistratura serão abertas,
podendo o Presidente, nos casos em que a preservação do direito à intimida-
de do interessado não prejudicar o interesse público à informação, limitar a
publicidade dos atos ao acusado e a seus advogados. (Redação dada pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
Parágrafo único. Da resenha dos trabalhos enviada à publicação, somen-
te será publicada a conclusão. (Parágrafo incluído pela Lei n. 14.258, de
4.12.08, DO de 9.12.2008)
Art. 39. O Conselho reunir-se-á, independentemente de convocação por
edital; suas sessões serão realizadas em conselho; seus julgamentos e deli-
berações serão tornados públicos, através do Diário da Justiça, resguardados,
quanto possível, as pessoas e cargos a que se refiram, para permitir pedidos
de reconsideração ou recurso ao Tribunal Pleno.
§ 1º Os assuntos da competência do Conselho serão distribuídos pelo Pre-
sidente, mediante sorteio.
§ 2º Os julgamentos serão reduzidos a acórdãos.
§ 3º Quando a decisão não for unânime, caberá, no prazo de cinco dias,
pedido de reconsideração, a ser distribuído a outro relator.
Art. 40. As sanções impostas a magistrados, bem como os erros e irre-
gularidades por eles praticados, serão comunicadas ao Conselho Superior da
Magistratura para registro. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO
de 9.12.2008)

Seção II
Da Competência Originária

Art. 41. A competência e o funcionamento do Conselho Superior da Magis-


tratura constarão de seu Regimento Interno aprovado pelo Pleno do Tribunal
de Justiça. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – originariamente:

a) exercer a inspeção superior da magistratura, cumprindo-lhe obstar que

os magistrados negligenciem no cumprimento de suas obrigações, excedam

prazos injustificadamente ou cometam arbitrariedades no exercício de suas

funções ou a pretexto de exercê-las;

b) promover as medidas de ordem administrativa necessárias à instalação

condigna dos serviços judiciários e seu funcionamento;

c) tomar as providências indispensáveis ao bom funcionamento dos ór-

gãos judiciários, ao seu prestígio e a disciplina forense;

d) elaborar o seu Regimento Interno;

e) mandar proceder a correições e sindicâncias;

f) assumir a iniciativa do processo de remoção compulsória, disponibilida-

de, declaração de incapacidade ou aposentadoria, por invalidez ou moléstia

incurável, de magistrados;

g) apreciar, em segredo de justiça, os motivos de suspeição de natureza

íntima, declarados pelos juízes;

h) impor penas disciplinares;

i) opinar sobre pedido de remoção e permuta de juízes, bem como de ser-

ventuários de justiça;

j) processar e julgar representação contra juiz de primeiro grau, por ex-

cesso de prazo, prevista no art. 198 do Código de Processo Civil;

l) julgar as representações formuladas contra Juízes, assim como instau-

rar processo disciplinar contra eles e determinar o seu afastamento do cargo,

até decisão final;

m) determinar a realização de sessão extraordinária do Júri, quando for o

caso;

II – conhecer e julgar os recursos:

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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a) de penas disciplinares impostas, originariamente, pelo Corregedor Ge-


ral da Justiça, ou pelos Juízes de primeiro grau;
b) das decisões dos juízes criminais sobre serviços externos de presos.

CAPÍTULO V
DAS CÂMARAS CÍVEIS REUNIDAS
Seção I
Do Funcionamento

Art. 42. Revogado pela Lei 14.258 de 4.12.08, DO de 9.12.08 (Vide


art. 14 da Lei 14.258/2008)

Seção II
Da Competência

Art. 43. Revogado pela Lei 14.258 de 4.12.08, DO de 9.12.08 (Vide art.
14 da Lei 14.258/2008)

CAPÍTULO VI
DAS CÂMARAS CÍVEIS ISOLADAS
Seção I
Do Funcionamento

Art. 44. Revogado pela Lei 14.258 de 4.12.08, DO de 9.12.08 (Vide


art. 14 da Lei 14.258/2008)

Seção II
Da Competência

Art. 45. Revogado pela Lei 14.258 de 4.12.08, DO de 9.12.08 (Vide


art. 14 da Lei 14.258/2008)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO VII
DAS CÂMARAS CRIMINAIS REUNIDAS
Seção I
Do Funcionamento

Art. 46. Revogado pela Lei 14.258 de 4.12.08, DO de 9.12.08 (Vide


art. 14 da Lei 14.258/2008)

Seção II
Da Competência

Art. 47. Revogado pela Lei 14.258 de 4.12.08, DO de 9.12.08 (Vide


art. 14 da Lei 14.258/2008)

CAPÍTULO VIII
DAS CÂMARAS CRIMINAIS ISOLADAS
Seção I
Do Funcionamento

Art. 48. Revogado pela Lei 14.258 de 4.12.08, DO de 9.12.08 (Vide


art. 14 da Lei 14.258/2008)
Art. 49. Revogado pela Lei 14.258 de 4.12.08, DO de 9.12.08 (Vide
art. 14 da Lei 14.258/2008)

Seção II
Da Competência

Art. 50. Compete às Câmaras Criminais Isoladas:


I – Processar e julgar:

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a) os pedidos de habeas-corpus, quando a violência ou ameaça de coação


for atribuída a Juiz de Primeiro Grau;
b) os mandados de segurança contra atos de Juiz, em matéria criminal;
c) nos crimes de responsabilidade, os funcionários da Secretaria do Tribu-
nal de Justiça, inclusive os lotados na Diretoria do Fórum de Fortaleza.
II – Julgar:
a) os recursos das decisões dos juízes criminais, do Tribunal do Júri, dos
órgãos da Justiça Militar Estadual, bem como o habeas-corpus;
b) os conflitos de jurisdição entre os Juizes de Primeiro Grau, assim como
os de atribuições entre estes e as autoridades administrativas municipais;
c) os embargos de declaração;
d) as reclamações opostas, a falta de recurso específico;
e) as reclamações interpostas contra a aplicação das penalidades previs-
tas nos arts. 801 e 802 do Código de Processo Penal.
III – Determinar a realização do exame previsto no artigo 777 do Código
de Processo Penal.

CAPÍTULO IX
DOS ÓRGÃOS DIRETIVOS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Seção I
Da Eleição

Art. 51. O Tribunal de Justiça é dirigido por um dos seus membros, como
Presidente, desempenhando dois outros as funções de Vice-Presidente e as
de Corregedor Geral da Justiça.
§ 1º O Presidente, o Vice-Presidente e o Corregedor Geral da Justiça são
eleitos por seus pares, pela maioria dos membros efetivos, por votação secre-
ta, dentre seus juízes mais antigos, com mandato por 02 (dois) anos, proibida
a reeleição. Quem tiver exercido quaisquer cargos de direção por quatro (04)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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anos, ou o de Presidente, não figurará mais entre os elegíveis, até que se es-

gotem todos os nomes na ordem de antiguidade. É obrigatória a aceitação do

cargo, salvo recusa manifestada e aceita antes da eleição.

§ 2º O disposto no parágrafo anterior não se aplica ao juiz eleito, para

completar período de mandato inferior a 01 (um) ano.

§ 3º As eleições realizar-se-ão na última sessão ordinária do ano do Tribu-

nal Pleno, e na mesma oportunidade serão eleitos os membros das Comissões

Permanentes do Tribunal, cujo mandato também é de 02 (dois) anos. Os elei-

tos tomarão posse em sessão solene, no primeiro dia útil de fevereiro do ano

seguinte ao da eleição, prestando compromisso e lavrando-se termo em livro

especial, que será assinado pelo Presidente do Tribunal de Justiça.

Seção II

Da Vacância

Art. 52. Vagando o cargo de Presidente, Vice-Presidente ou Corregedor

Geral da Justiça, no curso do primeiro ano de mandato, proceder-se-á, dentro

de uma semana, à eleição do sucessor para o tempo restante. Aquele que for

eleito Presidente não poderá ser reconduzido para o período subsequente.

§ 1º Vagando os cargos de Presidente ou de Vice-Presidente, faltando

menos de doze meses para o término do mandato a substituição far-se-á, do

Presidente pelo Vice-Presidente, e deste pelo Desembargador mais antigo,

podendo concorrer à próxima eleição, na conformidade do § 2º do artigo 51

deste Código.

§ 2º Vagando o cargo de Corregedor, e faltando menos de doze meses

para o término do mandato, realizar-se-á nova eleição, observado o disposto

no § 2º do artigo 51 deste Código.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO X
DO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 53. Compete ao Presidente do Tribunal de Justiça:


I – superintender, na qualidade de chefe do Poder Judiciário do Estado,
todo o serviço da Justiça, velando pelo regular funcionamento de seus órgãos
e pela observância do cumprimento do dever por parte dos magistrados,
serventuários e servidores de justiça; (Redação dada pela Lei n. 14.258, de
4.12.08, DO de 9.12.2008)
II – representar o Tribunal de Justiça em suas relações com os demais
Poderes; (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
III – dirigir os trabalhos do Tribunal e presidir as sessões do Tribunal Ple-
no, do Conselho da Magistratura e de outros órgãos, na forma do Regimento
Interno; (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008) IV
– funcionar como relator em;
a) exceções de suspeição de Desembargadores;
b) conflitos de competência entre órgãos fracionários do Tribunal;
c) processos de incapacidade, remoção compulsória, disponibilidade de
magistrados;
d) demais processos administrativos disciplinares contra Desembargado-
res; (Alíneas acrescidas pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
V – conceder licenças e vantagens previstas em lei a magistrados, ser-
ventuários e servidores do Poder Judiciário, e apreciar, em grau de recurso,
justificativas de faltas; (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de
9.12.2008)
VI – conceder férias a magistrados e a servidores do Poder Judiciário; (Re-
dação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
VII – apresentar, anualmente, por ocasião da reabertura dos trabalhos do
Tribunal, relatório das atividades do Poder Judiciário, expondo as condições
da administração, suas necessidades e demais problemas relacionados com a

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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regular distribuição da justiça; (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08,


DO de 9.12.2008)
VIII – ordenar o pagamento resultante de sentenças proferidas contra a
Fazenda Pública, segundo as possibilidades das dotações orçamentárias de
créditos consignados ao Poder Judiciário; (Redação dada pela Lei n. 14.258,
de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
IX – convocar Juízes de Direito da Comarca de Capital, na forma do Regi-
mento Interno, para completar, como vogal, o quorum de julgamento quando
por suspeição ou impedimento dos integrantes do Tribunal, não for possível
a substituição de um membro do Tribunal por outro; (Redação dada pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
X – nomear e empossar serventuários e servidores do Poder Judiciário;
(Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
XI – manter a ordem na sessão, fazendo retirar-se aquele que a pertur-
bar; (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
XII – levar ao conhecimento do Chefe do Ministério Público a falta de Pro-
curador de Justiça que, indevidamente, haja retirado autos por mais de 30
(trinta) dias, após a abertura de “vista”; (Redação dada pela Lei n. 14.258,
de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
XIII- mandar coligir documentos e provas para verificação de crime co-
mum ou de responsabilidade, cujo julgamento couber ao Tribunal; (Redação
dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
XIV – exonerar, demitir e aposentar serventuário e servidor do Poder Judi-
ciário; (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
XV – determinar a abertura de concurso para o cargo de Juiz Substituto,
notário, registrador e servidor do Poder Judiciário; (Redação dada pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
XVI – requisitar verba destinada ao Tribunal e aplicá-la; (Redação dada
pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

XVII – ordenar a publicação de edital, quando devido; (Redação dada pela

Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)


XVIII – proceder à distribuição dos feitos da competência do Tribunal, nos
termos do Regimento Interno; (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08,
DO de 9.12.2008)
XIX – proferir voto de qualidade, quando ocorrer empate e a solução
não estiver de outro modo regulada; (Redação dada pela Lei n. 14.258, de
4.12.08, DO de 9.12.2008)
XX – providenciar a elaboração anual das listas de antiguidade dos De-
sembargadores e dos Juízes; (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08,
DO de 9.12.2008)
XXI – escolher o pessoal de seu Gabinete; (Redação dada pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
XXII – indicar o Diretor do Fórum da Capital e, com relação às comarcas
do interior com mais de uma vara, designar o Juiz que deva exercer a função
de Diretor do Fórum, observando-se, quanto a este, o rodízio, permitindo-se
a recondução por mais de um período; (Redação dada pela Lei n. 14.258, de
4.12.08, DO de 9.12.2008)
XXIII – mandar publicar mensalmente, no órgão oficial, dados estatísti-
cos sobre os trabalhos do Tribunal referentes ao mês anterior, observadas as
disposições do art. 37 da Lei Complementar n. 35, de 14 de março de 1979;
(Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
XXIV – determinar a suspensão dos trabalhos judiciários, quando ocorrer
motivo relevante; interno; (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO
de 9.12.2008)
XXV – exercer outras atribuições especificadas em lei ou no seu Regimen-
to (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
XXVI – votar no julgamento de incidente de inconstitucionalidade; (Reda-
ção dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

XXVII – exercer as demais atribuições constantes neste Código e as es-


pecificadas na Lei Orgânica da Administração do Poder Judiciário; (Redação
dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
XXVIII – suspender em despacho fundamentado a execução de liminar ou
de sentença, nos casos previstos na legislação Federal; (Redação dada pela
Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
XXIX – praticar os atos gerais de administração com exemplar continência
aos princípios do art. 37, caput, da Constituição Federal. (Redação dada pela
Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
Parágrafo único. O Presidente do Tribunal de Justiça será auxiliado em
suas atividades por até 4 (quatro) Juízes de Direito da Comarca da Capital,
devendo sua escolha ser referendada pelo Tribunal de Justiça, em sessão ple-
nária. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
Art. 54. O Presidente do Tribunal poderá delegar, sempre com reserva de
poderes, e nas condições que definir, atribuições administrativas a auxilia-
res da administração. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de
9.12.2008)

CAPÍTULO XI
DO VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL

Art. 55. Compete ao Vice-Presidente do Tribunal de Justiça:


I – substituir o Presidente nos impedimentos, ausências, licenças e férias;
(Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
II – relatar exceção de suspeição, não reconhecida, e oposta ao Presidente
do Tribunal; (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
(A mesma Lei 14.258/2008, em seu artigo 8º, revoga este artigo)
III – participar com função julgadora, das sessões dos órgãos do Tri-
bunal de Justiça, na forma do Regimento Interno; (Redação dada pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

IV – rubricar os livros da Secretaria Geral do Tribunal de Justiça; (Redação


dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
V – presidir concurso para provimento do cargo de Juiz Substituto; (Reda-
ção dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
VI – exercer todas as funções judiciais e administrativas que lhe forem de-
legadas pelo Presidente do Tribunal de Justiça, ou atribuídas pelo Regimento
Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará; (Redação dada pela Lei
n. 14.310, de 20.03.09)
VII – exercer juízo de admissibilidade nos recursos extraordinário e espe-
cial. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008) (Este
inciso foi revogado pelo artigo 5º da Lei 14.310 de 2009 que, equivocada-
mente, afirma que o artigo 55 pertence à Lei 14.258. Na realidade, o artigo
55 pertence à Lei 12.342).

CAPÍTULO XII
DA CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA
Seção I
Da Organização

Art. 56. A Corregedoria Geral da Justiça, órgão de fiscalização, disciplina


e orientação administrativa, será exercida em todo o Estado por um Desem-
bargador com a denominação de Corregedor Geral da Justiça.
Parágrafo único. A Corregedoria elaborará seu Regimento Interno que será
submetido à aprovação do Conselho da Magistratura.
Art. 57. O Corregedor será substituído nos seus impedimentos, férias e
licenças, pelo Desembargador mais antigo desimpedido na ordem decrescen-
te de antiguidade.
Art. 58. O Corregedor Geral da Justiça será auxiliado em suas atividades
ordinárias, sindicâncias e inquéritos administrativos, bem como em correições
gerais e especiais ou parciais, por quatro (04) Juízes de Direito da Capital, um

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

para cada entrância, devendo sua escolha ser referendada pelo Tribunal de
Justiça, em sessão plenária, e por 02 (dois) assessores escolhidos entre Ba-
charéis em Direito, com mais de dois (02) anos de formado, com atribuições
definidas no Regimento Interno da Corregedoria.
Parágrafo único. O Corregedor Geral poderá requisitar servidores de justi-
ça ao Presidente do Tribunal para servirem na Corregedoria Geral ou auxilia-
rem na inspeção do serviço judiciário.

Seção II
Das Atribuições

Art. 59. São atribuições do Corregedor Geral da Justiça:


I – supervisionar as atividades administrativas da Corregedoria;
II – integrar o Conselho da Magistratura;
III – (Revogado pela Lei 14.258 de 4.12.08, DO de 9.12.08)
IV – relatar e processar representação contra magistrados de primeiro
grau, submetendo-a ao Tribunal de Justiça, na forma do Regimento Interno;
(Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
V – conhecer de representação contra notários, registradores e servidores
do Poder Judiciário de Primeira Instância da Capital ou do Interior ou, ainda,
de sua própria secretaria, encaminhando-a à autoridade competente para
aplicação de sanção, quando for o caso; (Redação dada pela Lei n. 14.258,
de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
VI – exercer vigilância sobre o funcionamento da Justiça, tanto nas Co-
marcas do Interior e da Capital, quanto à omissão de deveres e à prática de
abusos, no que se refere à permanência dos Juízes em suas respectivas sedes;
VII – propor ao Presidente do Tribunal a realização de concursos destina-
dos ao provimento de cargos de notários, registradores e servidores do Poder
Judiciário; (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

VIII – superintender e orientar as correições a cargo dos Juízes de Direito


requisitados;
IX – ministrar instruções aos Juízes, de ofício ou respondendo a consultas
escritas sobre matéria administrativa;
X – aplicar penas disciplinares a servidores administrativamente vincula-
dos à Corregedoria;
XI – determinar a realização de sindicância ou de processo administrativo
na forma da lei;
XII – baixar, com aprovação prévia do Conselho da Magistratura, provi-
mento sobre atribuições dos servidores da Justiça, quando não da competên-
cia da Presidência;
XIII – providenciar a verificação da assiduidade, produtividade e diligên-
cia do juiz, bem como sua residência na Comarca; (Redação dada pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
XIV – adotar providências para que as suspeições de natureza íntima se-
jam devida e imediatamente comunicadas ao Conselho da Magistratura;
XV – apresentar, até o dia 31 de dezembro, circunstanciado relatório à
Presidência do Tribunal de Justiça a respeito das atividades judiciárias do ano,
das medidas adotadas, dos serviços realizados e do grau de eficiência revela-
do pelos juízes e servidores.
XVI – exercer fiscalização sobre os serviços da Justiça de Paz.

Seção III
Das Correições

Art. 60. As correições à cargo da Corregedoria Geral da Justiça poderão


ser gerais ou parciais e serão realizadas pelo Corregedor Geral, de iniciativa
própria ou por determinação do Tribunal de Justiça, do Conselho da Magistra-
tura ou a requerimento do Procurador Geral da Justiça.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Subseção I
Das Correições Gerais

Art. 61. As correições gerais abrangem os serviços judiciais e extrajudi-


ciais de uma Comarca ou de apenas uma vara, bem como de ofícios notariais
e de registros.
§ 1º As correições gerais serão realizadas na sede da comarca, iniciando,
por meio de edital do Corregedor, convidando, previamente, as autoridades
judiciárias, serventuários e servidores de justiça, com indicação do dia, hora
e local em que os trabalhos terão começo.
§ 2º As autoridades judiciárias e servidores de justiça comparecerão com
seus títulos, pondo à disposição do Corregedor os autos, livros e papéis sob
sua guarda, e prestando- lhe as informações de que necessitar.
§ 3º Os autos, livros e papéis serão examinados nas secretarias de varas
ou nos notariados e ofícios de registros a que pertencerem, exceto quando
sob a guarda de Oficiais de Registro Civil dos distritos, nas comarcas do inte-
rior, caso em que o serviço correcional far-se-á no local destinado às audiên-
cias do Juízo.
§ 4º Em todas as correições, obrigatoriamente, será intimado para com-
parecer o Representante do Ministério Público.
Art. 62. A primeira correição de cada comarca começará do antepenúlti-
mo ano em diante, podendo versar sobre anos anteriores, se isso for julgado
conveniente pelo Corregedor Geral; as seguintes só abrangerão os autos,
livros e papéis subsequentes à última correição, a respeito da qual o Correge-
dor verificará se foram cumpridos seus provimentos e despachos.
Art. 63. Estão sujeitos às correições gerais:
I – os processos findos, iniciados no triênio anterior à correição, e os pen-
dentes, exceto:
a) os que estiverem com recursos interpostos, se ainda não esgotado o
prazo para alegações e remessa;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

b) os conclusos para julgamento, não excedidos os prazos legais;


c) os preparados para o júri, salvo quando não houver sessão convocada;
II – todos os livros que os serventuários de justiça são obrigados a possuir,
bem como os títulos com que servem os seus cargos, empregos e ofícios.
Art. 64. O Corregedor, nos exames a que proceder, verificará se as reco-
mendações baixadas nos autos e livros pelos Juízes locais, foram fielmente
cumpridas, aplicando, em caso negativo, as penas disciplinares cabíveis e
promovendo a apuração da responsabilidade dos faltosos na hipótese de rei-
terada desobediência a determinações superiores.
Art. 65. Findos os trabalhos da correição, o Corregedor, na presença da
autoridade judiciária, membro do Ministério Público e serventuários e ser-
vidores de justiça convocados, dará conhecimento das cotas e despachos
proferidos nos autos, livros e papéis examinados, fazendo a leitura dos pro-
vimentos expedidos. Em seguida, determinará a lavratura, em livro próprio
ou no protocolo de audiências, por serventuário designado para secretariar
os trabalhos, uma ata em que serão especificadas as ocorrências da correi-
ção, os exames feitos, as irregularidades verificadas, as cotas e provimentos
expedidos e as medidas adotadas no sentido da correição e normalização das
atividades forenses. A referida ata será assinada pelo Corregedor, autorida-
des e servidores presentes.
§ 1º Os provimentos relativos a atos praticados pelos Juízes não consta-
rão, especificamente, da ata final, sendo-lhe transmitidos, em caráter reser-
vado, pelo Corregedor.
§ 2º As penas disciplinares em que incorrerem os Juízes serão aplicadas
pela autoridade que houver determinado a realização da correição, tendo em
vista as conclusões do relatório do Corregedor.
Art. 66. As correições abrangerão também sindicâncias sobre o procedi-
mento funcional das autoridades judiciárias e serventuários de justiça.
Art. 67. As cotas escritas pelo Corregedor nos autos, livros e papéis, ser-
virão como advertência para as emendas ou remissões; os provimentos, para

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

instrução de serventuários e servidores e correção de abusos, com ou sem


cominação; os despachos, para ordenar qualquer sindicância, emenda de ir-
regularidade, imposição de sanções disciplinares e instauração de processos
de responsabilidade.
Art. 68. A qualquer tempo poderá o Corregedor voltar à sede da comarca
ou vara em que fizer correição, para verificar o cumprimento das ordens e
provimentos que houver expedido.
Art. 69. Durante a correição, o Corregedor Geral receberá as reclamações
e queixas, escritas ou verbais, que lhe forem dirigidas por auxiliares da Justi-
ça ou quaisquer pessoas, mandando reduzir a termo as que forem formuladas
verbalmente.
Parágrafo único. Se a reclamação referir-se ao Juiz, promovidas sindicân-
cias e diligências para apurar os fatos, os elementos colhidos devem ser en-
caminhados ao Conselho da Magistratura; se o reclamado for serventuário de
justiça, e constatada a procedência do reclamo, o Corregedor aplicará sanção
de advertência ou censura, multa de até meio salário mínimo, ou suspensão de
até 15 (quinze) dias, determinando o envio dos respectivos papéis à autorida-
de competente, para instauração de processo, se for o caso. Da aplicação de
sanção cabe recurso, dentro de 10 (dez) dias, para o Conselho da Magistratura.
Art. 70. Verificada a existência de autos e papéis com antiguidade su-
perior a trinta (30) anos, determinará o Corregedor a sua remessa ao Ar-
quivo Público do Estado. Art. 71. Ao Corregedor compete, ainda, quando
em correição:
I – examinar a legalidade dos títulos com que servem em seus cargos e
ofícios todos os serventuários sujeitos à correição;
II – sindicar de sua conduta funcional, com relação ao cumprimento dos
deveres, desempenho de atribuições e permanência na sede da comarca, ter-
mo ou distrito judiciário.
III – fiscalizar o que diz respeito à administração das pessoas e bens de
órfãos, interditos, ausentes e nascituros;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

IV – fiscalizar a execução dos testamentos e administração das fundações;


V – fiscalizar a execução das leis e regulamentos referentes à arrecadação
e administração de heranças jacentes;
VI – fiscalizar a aplicação de leis estaduais ou federais, por parte de ta-
beliães, na lavratura de escrituras e demais instrumentos que passarem em
suas notas;
VII – levar ao conhecimento da Ordem dos Advogados, do Procurador Ge-
ral da Justiça, do Chefe da Defensoria Pública e do Secretário de Polícia e Se-
gurança Pública, falta atribuída, respectivamente, a advogado ou solicitador,
representante do Ministério Público, Defensor Público e autoridade policial;
VIII – verificar ainda:
a) se existem, na serventia, todos os livros exigidos por lei;
b) se os livros existentes estão devidamente autenticados, bem encader-
nados e escriturados;
c) se os autos, livros e papéis, findos ou em andamento, estão bem guar-
dados, conservados e catalogados;
d) se os depósitos de coisas são seguros e higiênicos;
e) se nos lugares onde devem permanecer as partes, servidores, serven-
tuários, empregados de ofícios notariais e registrais, jurados e pessoas judi-
cialmente convocadas, há higiene, comodidade, segurança e decência;
f) se há servidores atacados de moléstias contagiosas ou portadoras de
moléstia ou defeito físico que prejudique o exercício das respectivas funções;
g) se os feitos e escrituras são distribuídos e processados na forma da lei;
h) se há processos parados e se são cumpridos os prazos de conclusão de
autos;
i) se são regularmente cobrados emolumentos, taxas e outros tributos
devidos à União, ao Estado e ao Município;
j) se as custas são cobradas nos estritos termos do respectivo Regimento;
l) se os Oficiais do Registro Civil processam com regularidade os papéis de
habilitação ao casamento civil;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

m) se as determinações do Juiz, na marcha dos processos, e as do Corre-


gedor, em correições anteriores, foram fielmente executadas.
Art. 72. O Corregedor dará audiência aos presos ou internados para rece-
ber-lhes as queixas ou reclamações, sobre elas providenciando. Duas vezes
ao ano, pelo menos, visitará os asilos, cadeias, estabelecimentos penitenciá-
rios, correcionais e de reforma, assim como prisões outras, verificando:
a) se os edifícios e dependências são higiênicos, seguros e aparelhados
para o fim a que se destinam;
b) se há pessoas detidas ou internadas ilegalmente, ou de modo diverso
do prescrito em lei, provendo acerca de sua soltura;
c) se as pessoas detidas ou internadas são alimentadas, vestidas, abriga-
das e tratadas.
Parágrafo único. Observada a falta de higiene, segurança ou aparelha-
mento, representará ao Tribunal de Justiça para a adoção das providências
indispensáveis.
Art. 73. O Corregedor fixará prazo razoável:
I – para aquisição ou legalização dos livros que faltarem ou estiverem ir-
regulares;
II – para organização de arquivos, tombamento de móveis e utensílios;
III – para a restituição, na forma do art. 30 do Código de Processo Civil
e do respectivo Regimento, de custas indevidas ou excessivas, devidamente
atualizadas; IV – em geral, para emenda de erros, abusos ou omissões veri-
ficados. Parágrafo único. Ordenará o Corregedor:
I – que sejam prestadas, ou reforçadas, as fianças omitidas ou insuficientes;
II – que sejam registrados e inscritos os testamentos e tomadas as contas
dos tutores, curadores e testamenteiros, síndicos, liquidatários, administra-
dores de fundações, e mais responsáveis;
III – que sejam nomeados tutores e curadores a menores, ausentes, in-
terditos e herança jacente;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

IV – que se proceda à especialização da hipoteca legal, nos casos em que


lhe couber proceder de ofício;
V – que sejam terminados os inventários, arrecadações e partilhas em que
haja interesse do Estado ou de incapazes;
VI – que seja dado o destino legal a quaisquer bens ou valores irregular-
mente conservados em poder de funcionários ou particulares.
Art. 74. Ao Corregedor compete, também, durante as correições, sindicar:
a) se os Juízes e serventuários de justiça têm residência nos lugares onde
servem e se cumprem, com exatidão, todos os seus deveres;
b) se tais autoridades costumam ausentar-se, abandonando, fora dos ca-
sos permitidos em lei, o exercício de seus cargos, sem os transmitirem ao
substituto, quando a isso são obrigados;
c) se as audiências designadas são realizadas com regularidade;
d) se as autoridades judiciárias são assíduas em deferir e ministrar justiça
às partes, e se têm vida irrepreensível, pública e privada;
e) se os feitos são distribuídos equitativa e legalmente;
f) se há inquérito paralisado em poder das autoridades policiais ou se es-
tas deixam de instaurá-los, comunicando o fato ao Conselho da Magistratura
e ao Secretário de Segurança Pública;
g) instaurar processo de abandono de cargo contra Juiz, serventuário e
funcionário de justiça.

Subseção II
Das Correições Parciais

Art. 75. As correições parciais terão por objeto a averiguação dos fatos
que as determinarem, aplicando-se-lhes os mesmos preceitos das gerais, no
que for cabível.
Art. 76. O Conselho da Magistratura, mediante provimento, expedirá,
para os casos especiais, as instruções que se fizerem precisas ao melhor de-
sempenho das funções do Corregedor.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO XIII
DA ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA

Art. 77. A Escola Superior da Magistratura do Estado do Ceará, destinada


à preparação e aperfeiçoamento de magistrados, será dirigida por um De-
sembargador em atividade, escolhido pelo Presidente do Tribunal de Justiça,
com anuência do seu Plenário.
Parágrafo único. O mandato do Diretor da Escola terá a mesma duração do
mandato do Presidente que o nomear, sendo permitida a recondução.
Art. 78. A Escola Superior da Magistratura é órgão de atuação desconcen-
trada do Tribunal de Justiça e funcionará com a estrutura e relativa autonomia
administrativa e financeira que lhe forem estabelecidas na Lei Orgânica da
Administração do Poder Judiciário, sendo o seu Regimento Interno aprovado
pelo Tribunal Pleno.
Art. 79. Compete à Escola Superior da Magistratura:
I – Promover cursos de preparação ao ingresso na magistratura, estabele-
cendo prazo de duração do curso, as disciplinas obrigatórias, a carga horária
mínima, a qualificação do pessoal docente, frequência e avaliação de apro-
veitamento;
II – Realizar cursos de caráter permanente para atualização, aperfeiço-
amento e especialização dos magistrados, observando as diretrizes básicas
do inciso anterior, bem como dos serviços administrativos e judiciais para os
servidores do Poder Judiciário e, ainda, para atividades notariais e registrais;
III – Promover congressos, simpósios e conferências sobre temas relacio-
nados à formação dos magistrados, ao aperfeiçoamento dos serviços judiciá-
rios e da prestação jurisdicional;
IV – Desenvolver estudos objetivando o encaminhamento de sugestões
para melhoria ou elaboração de normas propiciadoras de melhor prestação
jurisdicional;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

V – Celebrar convênios com Universidades que mantêm Cursos de Direito,


visando à melhoria da qualidade do pessoal docente e o suporte didático atra-
vés de métodos de ensino jurídico e técnicas de pesquisa na área do Direito.
§ 1º A participação e aproveitamento em cursos realizados sob os auspí-
cios da Escola Superior da Magistratura, para servirem como título ou requi-
sito para inscrição em concurso, qualificação para pleitos, promoção ou aces-
so, deverão ter sido realizados em Fortaleza e previamente anunciados por
edital, com prazo de dez (10) dias, publicado no Diário da Justiça do Estado,
convocando à inscrição os interessados.
§ 2º Somente os simpósios, congressos, conferências e outros estudos,
nos quais forem propiciadas semelhantes condições para participação de to-
dos os juízes, poderão servir como título para os fins de promoção ou acesso.
Art. 80. A Escola Superior da Magistratura patrocinará a pesquisa e o de-
bate jurídico de temas relevantes, visando o desenvolvimento da ciência do
direito e o aperfeiçoamento das leis.

TÍTULO II
DA JUSTIÇA DE PRIMEIRA INSTÂNCIA
SUBTÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO I
DA COMPOSIÇÃO

Art. 81. A Justiça de primeira instância compõe-se de:


I – Turmas Recursais dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais;
II – Tribunais do Júri;
III – Juízes de Direito;
IV – Juízes de Direito Auxiliares;
V – Juízes Substitutos;
VI – Juízo Militar;
VII – Juizados Especiais Cíveis e Criminais;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

VIII – Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher;


IX – Justiça de Paz.
Parágrafo único. O Tribunal de Justiça, por sua composição plenária, com
a aprovação por 2/3 (dois terços) de seus membros, mediante Resolução,
poderá alterar a competência dos órgãos previstos neste artigo, bem como
sua denominação, e ainda determinar a redistribuição dos feitos em curso nas
Comarcas sede de jurisdição, nas Comarcas vinculadas, nos juízos e juizados,
sem aumento de despesa, sempre que necessário para racionalizar a adequa-
da prestação jurisdicional. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO
de 9.12.2008)

CAPÍTULO II
DOS JUÍZES SUBSTITUTOS

Art. 82. O Juiz Substituto é nomeado dentre Bacharéis em Direito con-


cursados e, durante o transcurso do estágio probatório destinado a obtenção
de vitaliciedade, tem a mesma função, atribuição e competência conferidas
aos Juízes de Direito. Sua jurisdição corresponderá à unidade territorial da
comarca de primeira entrância para a qual for nomeado.
Parágrafo único – No interior do Estado funcionarão tantos Juízes Substi-
tutos quantas forem as comarcas de primeira entrância.

Seção I
Das Atribuições
Subseção I
Das Atribuições como Diretor do Foro

Art. 83. Em cada comarca haverá uma Diretoria do Foro.


Parágrafo único. Quando no exercício da função de Diretor do Foro, nas
comarcas de vara única ou de mais de uma vara, compete ao Juiz Substituto:
a) superintender o serviço judiciário da comarca;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

b) ministrar instruções ou ordens aos servidores de justiça, serventuários


e empregados a estes subordinados, sem prejuízo das atribuições, se houver,
dos demais juízes da comarca;
c) presidir os concursos destinados ao preenchimento dos cargos de ser-
ventuário e servidor de justiça na respectiva comarca;
d) comunicar-se diretamente com quaisquer outras autoridades públicas
federais, estaduais ou municipais, quando tiver de tratar de assuntos relacio-
nados com matéria administrativa do interesse do Foro da Comarca;
e) nomear serventuários de justiça ad hoc, nas faltas e impedimentos
eventuais dos efetivos;
f) designar substitutos para os titulares e auxiliares de secretarias ou car-
tórios extrajudiciais, nas faltas e impedimentos;
g) aplicar, quando cabíveis, sanções disciplinares a servidores de justiça,
serventuários, empregados destes e do Juízo, e a juízes de paz, sem prejuízo
de igual procedimento dos demais juízes da comarca nos processos que estes
dirigirem;
h) decidir reclamações contra atos praticados por serventuários de justiça,
sem prejuízo da competência dos demais juízes;
i) abrir, numerar, rubricar e encerrar os livros utilizados na secretaria ad-
ministrativa do Foro e nos notariados e ofícios de registro;
j) exigir a publicação no Diário da Justiça do nome do substituto do notá-
rio, oficial de registro ou escrivão, nas comarcas do interior do Estado;
l) rubricar os balanços comerciais;
m) tomar providências de ordem administrativa que digam respeito à fis-
calização, disciplina e regularidade dos serviços forenses;
n) presidir a distribuição das petições iniciais, inquéritos policiais, ainda
que requerendo prazo para diligência e conclusão, bem como de denúncias,
precatórias, rogatórias etc;
o) requisitar à Seção de Material do Tribunal de Justiça o fornecimento de
material de expediente, móveis e utensílios necessários ao serviço judiciário,

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

vedada a requisição para uso de escrivães não remunerados pelos cofres


públicos;
p) exercer fiscalização permanente em todos os serviços da Justiça, na
atividade dos servidores e sobre o não cumprimento de obrigações impostas
neste Código;

Subseção II
Das Atribuições Administrativas

Art. 84. Ressalvadas as atribuições originárias do Tribunal de Justiça e as


demais restrições contidas no presente Estatuto, são as seguintes as atribui-
ções administrativas dos Juízes Substitutos:
a) cumprir as determinações baixadas pela Presidência do Tribunal de Jus-
tiça, pelo Tribunal de Justiça, Conselho da Magistratura, Corregedor Geral da
Justiça e pelas Câmaras Julgadoras.
b) fiscalizar e conferir as contas de custas judiciais, glosando as que forem
indevidas ou excessivas;
c) requisitar das repartições públicas, informações e diligências;
d) exercer qualquer outra atribuição cometida ao Juiz de primeiro Grau
pelas leis em vigor;
e) praticar atos cuja execução lhes for delegada pelas autoridades supe-
riores;

Seção II
Da Competência

Art. 85. Compete aos Juízes Substitutos:


I – Em matéria cível:
a) processar e julgar, dentre outros:

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

1 – os feitos de jurisdição contenciosa ou voluntária de natureza cível ou


comercial e os correlatos processos cautelares e de execução;
2 – as ações concernentes a comunhão de interesse entre portadores de
debêntures e ao cancelamento de hipoteca em garantia destas;
3) os feitos que, por força de lei, devem ter curso no juízo universal de
falência ou concordata;
4) as ações de acidentes de trabalho;
5) as justificações, vistorias, notificações, protestos, interpelações e de-
mais processos preparatórios destinados a servir de documentos.
b) homologar as decisões arbitrais;
c) liquidar e executar, para fins de reparação de dano, a sentença criminal
condenatória;
d) cumprir as precatórias pertinentes à jurisdição cível;
e) dar execução às sentenças que proferir e às que emanarem do juízo
superior;
f) julgar embargos de declaração opostos à sentença que proferir;
g) julgar as suspeições dos representantes do Ministério Público e serven-
tuários de Justiça e as contra estes arguidas e não reconhecidas, nos feitos
em que competir o processo e julgamento;
h) cumprir os pedidos de informações da instância superior e precatórias
recebidas;
i) suprir a aprovação de estatutos de fundações ou sua reforma, quando a
denegue o Ministério Público.
j) processar e julgar as restaurações de autos extraviados ou destruídos
quando afetos ao seu juízo.
II – Em matéria da Infância e da Juventude, exercer as atribuições cons-
tantes da legislação especial de proteção integral à criança e ao adolescente,
assegurando-lhes, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referen-
tes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profis-

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

sionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência


familiar e comunitária.
III – Em matéria de Registros Públicos, dentre outras atribuições:
s) autorizar o registro das declarações de nascimento feitas após o decur-
so do prazo legal (art. 46, da Lei dos Registros Públicos);
b) processar e julgar os pedidos de alteração de nome (art. 57 da Lei dos
Registros Públicos);
c) processar e julgar os pedidos de restauração, suprimento ou retificação de
assento no registro civil (Arts. 109 e seguintes da Lei dos Registros Públicos);
d) Exarar o despacho de “cumpra-se” nos mandados oriundos de outros
órgãos judiciários para lavratura, restauração ou retificação de assentamento;
e) decidir as suscitações de dúvidas nos registros públicos;
f) processar e julgar os pedidos de retificação de área;
g) tomar as demais providências constantes da legislação específica dos
registros públicos.
IV – Em matéria criminal, dentre outras:
a) processar e julgar as ações penais e seus incidentes, por crimes e contra-
venções, inclusive as de natureza falimentar não atribuídas a outra jurisdição;
b) processar e julgar a restauração de autos extraviados ou destruídos,
quando afetos ao seu juízo;
c) julgar embargos de declaração opostos às sentenças que proferir;
d) proceder a instrução criminal e preparar para julgamento processo-cri-
me da competência do Tribunal do Júri e outros Tribunais de Primeiro Grau
instituídos por lei;
e) determinar a abertura de vista dos autos ao Ministério Público quando,
a requerimento deste, houver necessidade de aditamento da denúncia, nos
crimes de ação pública.
f) conhecer das causas extintivas de punibilidade nos crimes que processar;
g) aplicar a lei nova, por simples despacho, a requerimento da parte ou de
representante do Ministério Público;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

h) proceder anualmente a organização da lista de jurados e sua revisão;


i) convocar o júri e presidi-lo, sorteando os jurados para cada reunião;
j) conceder habeas-corpus, inclusive de ofício, exceto em caso de violência
ou coação provindas de autoridades judiciárias de igual ou superior jurisdi-
ção, quando for de competência privativa do Tribunal de Justiça do Estado do
Ceará ou de outro Tribunal;
l) relaxar a prisão ou detenção ilegal de qualquer pessoa e promover a
responsabilidade da autoridade coatora;
m) conceder liberdade provisória nos casos previstos em lei processual;
n) aplicar medidas de segurança;
o) determinar remessa ao órgão do Ministério Público de certidões ou do-
cumentos indispensáveis à promoção de responsabilidade, quando em autos
ou papéis do seu conhecimento constar a existência de crime de que caiba
ação pública;
p) cumprir as precatórias emanadas de autoridade judiciária;
q) visitar as prisões para informar-se de seu estado, conceder audiência
aos presos
e requerer as providências necessárias às autoridades competentes;
r) comunicar ao Tribunal Regional Eleitoral as condenações impostas aos
maiores de dezoito anos, privando-os temporária ou definitivamente dos seus
direitos políticos;
s) processar e julgar os crimes cometidos com abuso de liberdade de im-
prensa, praticando os atos que lhes forem atribuídos pelas leis respectivas;
t) exercer as funções de Juiz das Execuções Criminais, decidindo os inci-
dentes da execução, salvo quanto a graça, indulto e anistia;

Seção III
Da Competência em Outras Áreas da Jurisdição

Art. 86. Aos Juízes Substitutos, em exercício no interior do Estado, quan-


do investidos na jurisdição federal compete:

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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a) processar e julgar as causas mencionadas no parágrafo terceiro, do art.


109, da Constituição Federal de 1988, bem como as mencionadas nos incisos
I, II e III, do art. 15, da Lei N. 5.010/66; O recurso cabível das decisões serão
encaminhados ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região, sediado em Recife.
b) mandar cumprir os atos e diligências da Justiça Federal requeridas pelos
Juízes Federais ou Tribunais Regionais Federais através de ofício ou mandado.
Art. 87. Os Juízes Substitutos quando investidos na jurisdição trabalhista
têm a mesma competência das Juntas de Conciliação e Julgamento onde não
funcione órgão dessa Justiça especializada. O recurso de suas decisões profe-
ridas em ações trabalhistas deverá ser encaminhado ao Tribunal Regional do
Trabalho sediado em Fortaleza.
Art. 88. Os Juízes Substitutos quando investidos da jurisdição eleitoral
têm a competência estabelecida na legislação eleitoral. O recurso das deci-
sões em matéria eleitoral serão encaminhados ao Tribunal Regional Eleitoral
do Estado do Ceará.

CAPÍTULO III
DOS JUÍZES DE DIREITO AUXILIARES

Art. 89. Haverá, no Estado do Ceará, 31 (trinta e um) Juízes de Direito


Auxiliares, dos quais 19 (dezenove) de Entrância Especial, com lotação na
Capital, e 12 (doze) de 3ª entrância, lotados em comarcas-sede de Zona Ju-
diciária. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008.)
§ 1º Cabe aos Juízes Auxiliares do interior do Estado a substituição dos
Juízes Titulares de Varas ou Comarcas durante as férias individuais ou coleti-
vas, faltas, licenças e impedimentos e suspeições, dentro da respectiva Zona.
(Vide Lei n. 13.102, de 17.01.01)
§ 2º Quando do interesse da Justiça poderão os Juízes Auxiliares, de que
trata o caput deste artigo, coadjuvar os Juízes Titulares, na conformidade
do que for estabelecido pelo Presidente do Tribunal de Justiça. (Vide Lei n.
13.102, de 17.01.01)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 3º O Juiz Auxiliar, quando não estiver respondendo pela titularidade de


qualquer Comarca ou Vara, funcionará nos processos atinentes às Comarcas
Vinculadas da respectiva Zona, independentemente de qualquer designação.
No caso da Zona Judiciária possuir mais de 3 (três) Comarcas Vinculadas, o
Presidente do Tribunal de Justiça estabelecerá quais as Comarcas que serão
atendidas pelos Juízes Auxiliares. (Vide Lei n. 13.102, de 17.01.01)
§ 4º Os Juízes Auxiliares, quando em substituição, terão jurisdição plena,
respeitado o princípio processual da vinculação à causa, nos casos de ha-
ver concluído a audiência (Art. 132 do Código de Processo Civil). (Vide Lei
n. 13.102, de 17.01.01)
§ 5º A cooperação aos Juízes titulares, quando for o caso, será especificada
no ato de designação. (Vide Lei n. 13.102, de 17.01.01)
§ 6º O provimento do cargo de Juiz de Direito Auxiliar far-se-á atendidos
os critérios de promoção ou remoção, na forma da Lei. (Vide Lei n. 13.102,
de 17.01.01)
§ 7º O Juiz de Direito Auxiliar fixará residência na sede de sua Zona. (Vide
Lei n. 13.102, de 17.01.01)

CAPÍTULO IV
DOS JUÍZES DE DIREITO

Art. 90. As atribuições e competência dos Juízes de Direito do interior do


Estado são as mesmas dos Juízes Substitutos.

CAPÍTULO V
DO TRIBUNAL DO JÚRI

Art. 91. O Tribunal do Júri funcionará em cada comarca, obedecendo a


sua composição e funcionamento às normas estabelecidas em lei.
§ 1° As sessões do Tribunal do Júri poderão ser realizadas durante todo o
ano; (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º Na comarca da Capital, as sessões do Tribunal do Júri serão realiza-


das nos meses de fevereiro a junho e de agosto a dezembro;
§ 3º Sempre que necessário e o exigir o interesse da Justiça, o Juiz poderá
requerer ao Conselho da Magistratura que determine a convocação extraordi-
nária do Tribunal do Júri.
§ 4º O Conselho da Magistratura, a seu critério, também poderá determi-
nar, de ofício, a convocação extraordinária do Júri.
Art. 92. O alistamento de jurados será feito no mês de outubro de cada
ano, pelo Juiz Presidente do Júri, sendo a respectiva lista publicada no mês
seguinte. O sorteio dos jurados titulares e suplentes será feito trinta (30) dias
antes do dia designado para a instalação das sessões do Tribunal Popular.

CAPÍTULO VI
DA AUDITORIA MILITAR

Art. 93. A Justiça Militar do Estado será exercida:


a) Em primeiro grau, com jurisdição em todo o Estado, pelo Juiz Auditor e
pelos Conselhos de Justiça Militar;
b) Em segundo grau, pelo Tribunal de Justiça.
Art. 94. O Auditor será um juiz de entrância especial, removido ou pro-
movido para o cargo.
Parágrafo único. O Auditor da Justiça Militar será substituído em suas fal-
tas, licenças, férias ou impedimentos, por Juiz titular de vara criminal desig-
nado pelo Diretor do Fórum.
Art. 95. No que respeita à composição dos Conselhos de Justiça Militar,
observar-se-á, no aplicável, o disposto no Código de Justiça Militar da União.
Art. 96. Compete à Justiça Militar, por seus órgãos:
a) processar e julgar os policiais militares e bombeiros militares nos cri-
mes militares definidos em lei;
b) cumprir as precatórias expedidas pela Justiça Militar de outros Estados
da Federação, bem como da Justiça Militar do Distrito Federal e Territórios.

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CAPÍTULO VII
DAS TURMAS RECURSAIS

Art. 97. As Turmas Recursais serão compostas de 3 (três) Juízes integran-


tes da primeira quinta parte da lista de antiguidade da Entrância Especial,
indicados pelo Tribunal de Justiça, para o exercício de um biênio, permitida 1
(uma) recondução consecutiva. Esgotada a lista da primeira quinta parte, a
escolha poderá recair sobre Juízes de Direito de entrância especial, integran-
tes da segunda quinta parte da lista de antiguidade, e assim sucessivamente.
(Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 1° As Turmas Recursais serão presididas pelo membro mais antigo na
respectiva Turma. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de
9.12.2008)
§ 2° O Tribunal de Justiça poderá constituir, mediante Resolução, tantas
Turmas Recursais quantas necessárias à prestação jurisdicional. (Redação
dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 3° Compete às Turmas Recursais processar e julgar: (Redação dada pela
Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
I – mandado de segurança e habeas corpus contra ato de Juiz de Direito
do respectivo Juizado Especial e contra seus próprios atos; (Redação dada
pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
II – os recursos interpostos contra sentenças dos Juízes dos Juizados Es-
peciais Cíveis e Criminais; (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO
de 9.12.2008)
III – os embargos de declaração opostos a seus acórdãos; (Redação dada
pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
IV – as homologações de desistência e transação, nos feitos que se achem
em pauta. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 4° Compete ao Presidente de cada Turma Recursal exercer juízo de
admissibilidade em recursos interpostos a suas decisões ou acórdãos, bem

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como prestar as informações que lhe forem requisitadas. (Redação dada pela
Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 5° Os Juízes das Turmas Recursais serão substituídos em suas faltas,
afastamentos, férias, licenças, ausências e impedimentos nos termos de
Resolução aprovada pelo Tribunal de Justiça, que regulamente a matéria.
(Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

CAPÍTULO VIII
DOS JUIZADOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E
FAMILIAR CONTRA A MULHER

Art. 98. Haverá em Fortaleza pelo menos 1 (uma) Unidade de Juizado


de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, com competência cível
e criminal, de jurisdição especial, para o fim específico de coibir e prevenir
a violência doméstica e familiar contra a mulher. (Redação dada pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
Parágrafo único. Ao juiz titular da unidade judiciária compete processar,
julgar e executar os feitos cíveis e criminais decorrentes da prática de violên-
cia doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da Lei Federal n. 11.340,
de 7 de agosto de 2006. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO
de 9.12.2008)

CAPÍTULO IX
DOS JUIZADOS DE PAZ

Art. 99. A Justiça de Paz, de caráter temporário, composta de cidadãos


eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos,
remunerados pelos cofres públicos, tem competência para verificar, de ofício
ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação de casa-
mento, celebrar casamentos civis e exercer atribuições conciliatórias e outras,
sem caráter jurisdicional, conforme dispuser este Código.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º São requisitos para o exercício do cargo:


a) nacionalidade brasileira;
b) pleno exercício dos direitos políticos;
c) alistamento eleitoral;
d) idade mínima de vinte e um (21) anos completos;
e) escolaridade equivalente ao segundo grau completo;
f) aptidão física e mental;
g) certificado de participação e aproveitamento em curso específico minis-
trado pela Escola Superior da Magistratura do Estado do Ceará;
h) domicílio eleitoral no Município onde existir a vaga e a residência na
sede do Distrito para o qual concorrer.
§ 2º A inscrição será requerida pessoalmente pelo candidato;
§ 3º Cada Juiz de Paz será eleito com um suplente, que o sucederá ou
substituirá, nas hipóteses de vacância ou de impedimento. Nos casos de falta,
ausência ou impedimento do juiz de paz e de seu suplente, caberá ao Juiz de
Direito competente a nomeação de juiz de paz ad hoc.
§ 4º As eleições serão efetivadas até seis (06) meses depois da realiza-
ção das eleições para Governador, Deputados Estaduais, Deputados Federais
e Senadores, e serão presididas pelo Juiz Eleitoral, sendo vedada a eleição
simultânea com pleito para mandatos políticos.
§ 5º Caberá ao Tribunal de Justiça regulamentar as eleições para Juiz de
Paz até quatro (04) meses antes de sua realização. O prazo de inscrição de
candidatos será fixado em edital expedido pelo Juiz Eleitoral competente.
§ 6º Verificando irregularidade ou nulidade de casamento, de ofício ou em
caso de impugnação, o juiz de paz submeterá o processo ao Juiz Substituto
ou Juiz de Direito competente. Na Comarca da Capital, a nulidade ou impug-
nação será conhecida e decidida pelos Juizes de Direito de Varas de Família
indicados anualmente pelo Diretor do Foro.
§ 7º Os autos de habilitação de casamento tramitarão no Cartório do Re-
gistro Civil do Distrito;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 8º VETADO
§ 9º Em nenhuma hipótese, o Juiz de Paz terá competência criminal.
§ 10 – O exercício efetivo da função de Juiz de Paz assegurará prisão es-
pecial, em caso de crime comum, até definitivo julgamento.
§ 11 – É vedada a cobrança ou percepção de custas, emolumentos ou taxa
de qualquer natureza nos juizados de paz.
§ 12 – Os Juízes de Paz tomarão posse perante o Juiz de Direito da respec-
tiva comarca do interior. Na Capital, perante o Diretor do Foro.
§ 13 – É vedado ao Juiz de Paz exercer atividade político-partidária.
§ 14 – O servidor público, no exercício do mandato de juiz de paz, ficará
afastado de seu cargo, emprego ou função, contando o tempo de serviço para
todos os efeitos legais, exceto promoção por merecimento, e mantido o regi-
me previdenciário correspondente.
§ 15 – A remuneração dos juízes de paz será estabelecida em lei de inicia-
tiva do Tribunal de Justiça.

CAPÍTULO X
DAS SUBSTITUIÇÕES

Art. 100. A substituição dos Juízes nos afastamentos, faltas, férias, licen-
ças, impedimentos ou suspeições dar-se-á do seguinte modo:
I – nas comarcas do interior do Estado:
a) os Juízes de comarcas de vara única serão substituídos automaticamen-
te pelo Juiz Auxiliar da respectiva Zona Judiciária ou, a critério da Presidência
do Tribunal, pelo titular da unidade judiciária mais próxima;
b) nas comarcas com 2 (duas) varas, cabe, reciprocamente, a substituição
de um titular pelo outro, de forma automática;
c) nas comarcas de 3 (três) ou mais varas, a substituição dar-se-á de for-
ma sucessiva e independente de designação, como a seguir: o Juiz da 1ª vara
será substituído pelo Juiz da 2ª vara ou pelo que por ela se encontrar respon-

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

dendo, assim o da 2ª pelo Juiz da 3ª, e o da última vara será substituído pelo
Juiz da 1ª unidade judiciária;
d) para efeito de substituição, as Unidades de Juizado Especial Cível e Cri-
minal e as Unidades dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher são consideradas como a penúltima e última varas, respectivamente,
entre as existentes na comarca.
II – na comarca da Capital:
a) os Juízes titulares de varas especializadas isoladas serão substituídos
por designação do Juiz de Direito Diretor do Fórum;
b) aos Juízes titulares de varas não isoladas, de forma automática e inde-
pendentemente de designação, bem como aos titulares de Juizado Especial
Cível e Criminal, aplicar-se-ão a regra de substituição indicada na alínea “c”
do inciso I deste artigo.
Parágrafo único. O Presidente do Tribunal de Justiça e o Juiz de Direito
Diretor do Fórum da Capital, designarão, na primeira quinzena do mês de
dezembro de cada ano, os Juízes de Direito para responder pelo expediente
forense durante o recesso natalino. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de
4.12.08, DO de 9.12.2008)
Art. 101. O critério de substituição regulado nos incisos do artigo ante-
rior, no que couber, poderá ser alterado por motivo de relevante interesse
judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal de Justiça fazê-lo com relação
às comarcas do interior e ao Diretor do Fórum quanto à Comarca da Capital.
(Redação dada pela Lei n. 12.698, de 28.05.97)

CAPÍTULO XI
DA CORREIÇÃO PERMANENTE

Art. 102. A correição permanente, a cargo dos juízes de primeiro grau,


consiste no exame diário dos processos, através de despachos, decisões in-
terlocutórias e sentenças, bem como no exame dos livros obrigatórios das

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

secretarias das varas, das escrivanias, notariados e oficialatos de registros,


podendo o juiz, na inspeção de autos, livros e demais papéis, tomar conhe-
cimento de reclamações ou denúncias apresentadas por escrito ou verbal-
mente, reduzindo estas a termo, dando o encaminhamento regular e, se for
o caso, resolvendo-as.
§ 1º Aos Juízes de Primeiro Grau, como Corregedores permanentes, com-
pete também a atividade fiscalizadora da secretaria de sua vara, dos anexos
das escrivanias dos ofícios extrajudiciais do interior do Estado, polícia judi-
ciária e presídios, podendo, no desempenho do seu mister, aplicar sanções
disciplinares, com recurso para o Conselho da Magistratura, nos termos deste
Código.
§ 2º Os autos deverão ser examinados, cotejando-se os com os dados
constantes do livro de distribuição e do livro de tombo, verificando se foi
dado baixa na distribuição dos autos findos e se estes, posteriormente, foram
encaminhados ao arquivo do Foro; verificar se todos os processos em anda-
mento estão sendo apresentados para despachos. Em caso de falta de algum
processo, o Juiz tomará as providências cabíveis para sua apresentação ou,
se for o caso, restauração.
§ 3º Estão sujeitos à correição permanente:
a) os processos pendentes;
b) os livros que a secretaria da vara ou serventia extrajudicial são obriga-
das a possuir.
§ 4º Durante a correição o Juiz fiscalizará e verificará:
I – Em geral:
a) se os autos, livros e papéis findos ou em andamento estão devidamente
abertos, numerados, escriturados, encerrados, encadernados, guardados e
conservados;
b) se não há processos irregularmente parados e se os prazos a que es-
tão sujeitos as partes, os defensores públicos e os promotores de justiça são
cumpridos;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

c) se os feitos são distribuídos e processados na forma prescrita em lei;


d) se há demora injustificada no cumprimento dos atos judiciais, cartas
precatórias, procedimentos criminais e nos feitos em que algum dos interes-
sados é beneficiário da gratuidade de justiça;
e) se é regularmente publicado o expediente judicial;
f) se constam da capa dos processos o nome das partes e seus advogados;
g) se são cobrados os autos em poder dos peritos, advogados, defensores
públicos, promotores de justiça, por mais tempo que o determinado em lei;
h) se são informados nos autos a não devolução de mandados pelos ofi-
ciais de justiça avaliadores e a não devolução de precatórias nos prazos con-
feridos para seu cumprimento;
i) se estão regularmente enumeradas e rubricadas as folhas dos autos e
se as certidões, informações e termos neles lavrados estão subscritos pelo
Diretor de Secretaria ou seu substituto designado pelo juiz.
II – Em matéria criminal:
a) se há observância dos prazos para as instruções criminais;
b) se no julgamento dos réus presos está sendo obedecida a preferência
fixada no art. 431 do Código de Processo Penal;
c) se há observância do prazo fixado para conclusão de inquérito policial
e que somente pode voltar à delegacia quando novas diligências se tornarem
imprescindíveis ao oferecimento da denúncia;
d) se os inquéritos policiais, ainda que requerendo prazo para conclusão,
ao chegarem da delegacia, são distribuídos, autuados e registrados como
procedimento criminal diverso;
e) se as intimações de réus presos que devam tomar conhecimento de
qualquer ato do processo são feitas no próprio estabelecimento penal onde se
acharem os referidos réus;
III – Taxa Judiciária, Fundo de Reaparelhamento e Modernização do Judi-
ciário (FERMOJU), Contribuição da Caixa de Assistência aos Advogados, Asso-
ciação Cearense do Ministério Público e Custas processuais.

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Analista Judiciário – Área Judiciária

a) se a cobrança da taxa judiciária, da contribuição para a caixa de assis-


tência aos advogados, da Associação Cearense do Ministério Público, e dos
valores para o Fundo Especial de Reaparelhamento e Modernização do Judi-
ciário (FERMOJU) e das custas processuais são feitas nos percentuais fixados
em lei e se estão sendo recolhidas de acordo com o Regimento respectivo;
b) Se os valores são recolhidos através das guias próprias e depositados no
BANCO DO ESTADO DO CEARÁ – BEC e, ainda, se as guias de cada uma daque-
las despesas são regularmente juntadas aos autos para permitir a conferência;
IV – Dos Diretores de Secretaria e Escrivães que, nas comarcas do interior,
são titulares dos anexos das escrivanias:
a) se verifica e informa ao Juiz a não devolução dos autos após o prazo de
“vista”;
b) se certifica nos autos a falta de devolução do mandado pelo oficial de
justiça avaliador quando decorrido o prazo para seu cumprimento.
§ 5º O Juiz enviará à Corregedoria Geral da Justiça, até o dia dez (10) de
cada mês, relatório mensal simplificado contendo os dados atinentes ao mo-
vimento processual de sua vara, acompanhado de quadro estatístico sobre as
ações ou procedimentos distribuídos, especificando-os, audiências realizadas,
natureza das decisões interlocutórias e sentenças proferidas, informações so-
bre os feitos em seu poder cujos prazos para despacho ou decisões estão
excedidos, além de outros dados que entender conveniente ou que forem
exigidos pela Corregedoria através de Provimento específico.

SUBTÍTULO II
DA COMARCA DA CAPITAL
CAPÍTULO I
DO DIRETOR DO FORO DA CAPITAL

Art. 103. A Diretoria do Fórum Clóvis Beviláqua será exercida por 1 (um)
Juiz de Direito de Entrância Especial, indicado pelo Presidente do Tribunal de

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Justiça, devendo a escolha ser referendada pelo Pleno do Tribunal de Justiça,


competindo-lhe:
I – superintender a administração e polícia do edifício do Fórum, sem
prejuízo da atribuição dos Juízes de Direito quanto à polícia das audiências e
sessões do Tribunal do Júri;
II – presidir, diariamente, a distribuição dos feitos na Comarca de Fortaleza;
III – conceder férias aos servidores lotados no Fórum da Capital;
IV – conceder licença prevista neste Código aos servidores lotados no Fó-
rum da Capital;
V – abrir, rubricar e encerrar livros dos titulares dos cartórios extrajudiciais
da Comarca de Fortaleza;
VI – elaborar, durante a primeira quinzena do mês de dezembro de cada
ano, a escala de férias dos magistrados e encaminhá-la à Presidência do Tri-
bunal de Justiça; (Art. 250. As férias individuais serão concedidas:
a) ..............................................................
b) ...............................................................
c) aos Juízes da Capital, pelo diretor do Fórum;
d) ................................................................)
VII – elaborar a escala de Plantões Judiciários e promover a sua divulgação;
VIII – requisitar da autoridade competente a força policial necessária aos
serviços de segurança do prédio do Fórum;
IX – designar magistrado, nos termos do art. 101 desta Lei, em substitui-
ção ao titular, nos casos de férias, licenças, afastamentos, impedimentos e
suspeições;
X – sugerir à Presidência do Tribunal a lotação de servidores nas varas,
ouvindo previamente o Juiz de Direito;
XI – remeter mensalmente ao setor competente do Tribunal de Justiça a
frequência dos servidores;
XII – movimentar os servidores nos diversos serviços da Diretoria do
Fórum;
XIII – desempenhar atribuições delegadas pelo Presidente do Tribunal de
Justiça; XIV – apresentar, até 15 (quinze) dias antes da abertura dos traba-

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lhos judiciários, circunstanciado relatório à Presidência do Tribunal de Justi-


ça, a respeito das atividades judiciárias do ano, das medidas adotadas, dos
serviços realizados e do grau de eficiência revelado pelos Juízes e servidores;
XV – designar, dentre os juízes de direito com titularidade de Varas da
Infância e Juventude da Comarca de Fortaleza, um deles para coordenar ad-
ministrativamente os voluntários credenciados para exercer funções de pro-
teção da infância e da juventude. (Acrescido pela Lei n. 14.681, de 30 de abril
de 2010 – DO de 3 de maio de 2010).
§ 1º A designação do Juiz de Direito para exercer a Direção do Fórum
Clóvis Beviláqua deve coincidir com o mandato do Presidente que o indicou,
sendo permitida apenas 1(uma) recondução consecutiva.
§ 2º O Diretor do Fórum será auxiliado por 5 (cinco) juízes de Direito de
Entrância Final, por ele indicado, com a aprovação do Tribunal Pleno, escolhi-
dos de forma a representar os seguintes grupos de varas:
I – de Fazenda Pública, de Recuperação de Empresas e Falência, de Exe-
cução Fiscal e de Crimes contra a Ordem Tributária e de Registro Público; II
– Cíveis, de Família e de Sucessões;
III – de Infância e Adolescência;
IV – Criminais, de Delitos de Tráfico de Substâncias Entorpecentes, de
Execuções Criminais, de Corregedoria de Presídios e habeas corpus, do Juízo
Militar, de Penas Alternativas, do Júri e de Trânsito;
V- Juizados Especiais Cíveis e Criminais e Juizado Especial de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher.” (Parágrafo alterado pela Lei n. 14.681,
de 30 de abril de 2010 – DO de 3 de maio de 2010).

CAPÍTULO II
DA SECRETARIA GERAL E DA SUBDIRETORIA DO FÓRUM

Art. 104. Vinculado à Diretoria do Fórum haverá a Secretaria Geral, bem


como a Subdiretoria do Foro com as atribuições conferidas na Lei da Organi-
zação Administrativa do Poder Judiciário ou em ato do Diretor do Foro.

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Art. 105. Vinculados à Secretaria Geral e à Subdiretoria haverá departa-


mentos, divisões e serviços para descentralização e racionalização das tarefas
administrativas.
Parágrafo único. Os diversos Juízos de Primeiro Grau serão integrados
pelas Secretarias de Varas. Vinculados aos Juízos haverá o Departamento de
Serviços Judiciais que englobará os serviços de Portaria dos feitos judiciais,
de Distribuição judicial, de contadoria, de partilhas e leiloes e de Depósito
Público de Bens Apreendidos.
Obs.: a Lei 14.302/2009, em seu artigo 6º, extinguiu os cargos de Secre-
tário Geral e Subsecretário Geral e criou o cargo de Secretário Administrativo.
A Lei n. 14.786/2010 alterou o nome e o símbolo do cargo de Secretário Ad-
ministrativo. Atualmente Secretário Executivo, símbolo DGS 2.

CAPÍTULO III
DOS JUÍZES DE DIREITO
Seção I
Da Quantidade e Especialização das Varas

Art. 106. Na Comarca de Fortaleza haverá 1272 (cento e vinte sete )


Juízes de Direito com jurisdição na área territorial do dito município, atri-
buições e competência definidas neste Código, titulares das seguintes varas
ordinalmente dispostas: (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO
de 9.12.2008)
I – Trinta (30) Varas Cíveis (1ª a 30ª);
II – 2 (duas) Varas de Recuperação de Empresas e Falências ( 1ª e 2ª);
(Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

A Lei 14.407, de 15 de julho de 2009, criou quarenta cargos de Juizes de Direito na Comarca de Forta-
2

leza, conforme consta do art. 513-G, inciso I, deste Código. Em seguida, o Tribunal de Justiça do Estado
do Ceará expediu a Resolução n. 10, de 28 de maio de 2010, autorizando o provimento dos cargos de
Juiz de Direito criados pela mencionada Lei. Nesta resolução estão discriminados os cargos criados.

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III – Dezoito (18) Varas de Família (1ª a 18ª); IV – Cinco (05) Varas de
Sucessões (1ª a 5ª);
V – 9 (nove) Varas da Fazenda Pública (1ª a 9ª); (Redação dada pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
VI – 6 (seis) Varas de Execuções Fiscais e de Crimes contra a Ordem
Tributária (1ª a 6ª); (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de
9.12.2008)
VII – Duas (02) Varas de Registro Público (1ª e 2ª);
VIII – Cinco (5) Varas da Infância e da Juventude (1ª a 5ª);
IX – Dezoito (18) Varas Criminais (1ª a 18ª);
X – Uma (01) Vara de Execuções Criminais e Corregedoria de Presídios;
XI – Uma (01) Vara de Execução de Penas Alternativas e Habeas corpus;
XII – Seis (06) Varas do Júri; (1ª e 2ª);
XIII – Vara Única de Trânsito; (Redação dada pela Lei n. 14.258, de
4.12.08, DO de 9.12.2008)
XIV – Uma (01) Vara do Juízo Militar;
XV – Duas (02) Varas de Delitos Sobre Tráfico e Uso de Substâncias Entor-
pecentes XVI – Vinte (20) Unidades dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais;
XVII – 1 (um) Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.
(Redação dada pela Lei n. 13.925, de 26.07.07)
Parágrafo único – Haverá, ainda, na Comarca de Fortaleza dezenove (19)
Juízes Auxiliares, que funcionarão, por designação do Diretor do Fórum Clóvis
Beviláqua, prioritariamente, nas Varas cujos titulares se encontrem afastados
a serviço da Presidência do Tribunal de Justiça, da Corregedoria Geral de Jus-
tiça e da Escola Superior da Magistratura do Estado do Ceará.

Seção II
Da Competência Privativa

Art. 107. Na comarca de Fortaleza as atribuições dos Juízes de Direito são


exercidas mediante distribuição, respeitada a separação entre as jurisdições
cível, criminal e especial.

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Subseção I
Da Jurisdição Cível

Art. 108. Aos Juízes de Direito das Varas Cíveis compete exercer as atri-
buições definidas neste Código, não privativas de outro Juízo, servindo por
distribuição.
Art. 109. Aos Juízes de Direito das Varas da Fazenda Pública compete, por
distribuição:
I – processar e julgar com jurisdição em todo o território do Estado:
a) as causas em que o Estado do Ceará, o Município de Fortaleza, e os
seus respectivos órgãos autárquicos, forem interessados, como autores, réus,
assistentes ou oponentes, excetuadas falências, concordatas, acidentes de
trabalho e execuções fiscais, bem como as definidas nas letras “e” e “f”, do
inciso I, do art. 102, da Constituição Federal;
b) os mandados se segurança contra atos das autoridades estaduais, mu-
nicipais, autárquicas ou pessoas naturais ou jurídicas que exerçam funções
delegadas do Poder Público, no que se entender com essas funções, ressal-
vada a competência originária do Tribunal de Justiça e de seus órgãos em
relação à categoria da autoridade apontada como coatora, bem como a com-
petência dos Juízes de Direito das Comarcas do Interior onde a autoridade
impetrada tiver sua sede.
c) as medidas cautelares nos feitos de sua competência;
II – dar cumprimento às precatórias em que haja interesse de qualquer
Estado ou Município, suas autarquias, empresas públicas, sociedades de eco-
nomia mista ou fundações por eles criadas, salvo se elas tiverem de ser cum-
pridas em comarcas do interior do Estado;
§ 1º Os atos e diligências dos Juízes das Varas da Fazenda Pública pode-
rão ser praticados em qualquer comarca do interior do Estado pelos juízes
locais ou seus auxiliares, mediante a exibição de ofício ou mandado em for-
ma regular;

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§ 2º Nos casos definidos nas letras a e c deste artigo, caso se cuide de


ação fundada em direito real sobre imóveis é competente o foro da situação
da coisa.
Art. 110. Os Juízes de Direito das Varas de Execuções Fiscais compete,
por distribuição:
I – processar e julgar:
a) as execuções fiscais ajuizadas pelo Estado do Ceará, pelo Município de
Fortaleza, e por suas respectivas entidades autárquicas, contra devedores
residentes e domiciliados na Capital, sem prejuízo do disposto no parágrafo
único do art. 578 do Código de Processo Civil.
b) as ações decorrentes das execuções fiscais, como mandados de se-
gurança, repetição do indébito, anulatória do ato declarativo da dívida, ação
cautelar fiscal (Lei N. 8.397/92) e outras.
II – cumprir as precatórias extraídas de execuções fiscais ou ações delas
decorrentes.
Parágrafo único. Nos processos de Execução Fiscal observar-se-á o dispos-
to no parágrafo primeiro do artigo anterior.
Art. 111. Aos Juizes de Direito das Varas de Registros Públicos compete,
por distribuição:
I – Processar e julgar:
a) as causas que se refiram com exclusividade à alteração ou desconsti-
tuição dos registros públicos;
b) as impugnações a loteamento de imóveis, realizado na conformidade
do Decreto Lei n. 58, de 10 de dezembro de 1937;
c) as causas relativas a bem de família;
II – responder a consultas e decidir dúvidas levantadas pelos notários e
oficiais do registro público, salvo o caso de execução de sentença proferida
por outro juiz;
III – prover quanto à autenticação, inclusive por meios mecânicos, dos
livros dos notários e oficiais do Registro Público, que ficarão sob sua imediata
inspeção;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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IV – processar protestos, notificações, interpelações, vistorias e outras


medidas que sirvam como documentos para a juntada em processos de sua
competência;
V – Dirimir as dúvidas suscitadas entre a sociedade anônima e o acionista
ou qualquer interessado, a respeito das averbações, anotações, lançamentos
ou transferências de ações nos livros próprios das referidas sociedades anô-
nimas, com exceção das questões atinentes a substância do direito;
VI – cumprir as precatórias pertinentes à matéria de sua competência.
Art. 112. Aos Juízes das Varas de Família e Sucessões compete, por dis-
tribuição:
I – Processar e Julgar:
a) as ações de nulidade e anulação de casamento, de separação judicial e
de divórcio e as relativas ao estado e à capacidade da pessoa;
b) as ações de investigação de paternidade, cumuladas ou não com as de
petição de herança;
c) as ações de alimentos e as de posse e guarda de filhos menores, ressal-
vada a competência específica das Varas da Infância e da Juventude;
d) as ações sobre suspensão e perda do pátrio poder e as de emancipação,
ressalvada a competência das Varas da Infância e da Juventude;
e) as ações concernentes ao regime de bens do casamento, ao dote, às
doações antenupciais e aos bens parafernais;
f) as ações relativas à interdição e atos decorrentes, como nomeação de
curadores e administradores provisórios, levantamento de interdição, supri-
mento de consentimento, tomada de contas, especialização de hipoteca legal,
remoção e destituição de curadores.
II – Suprir o consentimento do cônjuge e dos pais ou tutores, para o ca-
samento dos filhos ou tutelados, sob sua jurisdição;
III – Julgar as habilitações de casamento civil e presidir a sua celebração;
IV – Cumprir as precatórias pertinentes à matéria de sua competência;
V – Processar e julgar inventários e partilhas ou arrolamentos;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

VI – As ações concernentes à sucessão causa mortis, salvo as de petição


de herança, quando cumuladas com as de investigação de paternidade;
VII – As ações de nulidade e anulação de testamento e as pertinentes a
sua execução;
VIII – As ações que envolvam bens vagos ou de ausentes e a herança ja-
cente, salvo as ações diretas contra a Fazenda Pública;
IX – Determinar a abertura de testamento e codicilos e decidir sobre a
aprovação dos testamentos particulares, ordenando ou não o registro, inscri-
ção e cumprimento deles e dos testamentos públicos;
Art. 113. Aos Juízes de Direito das Varas de Falências e Concordatas com-
pete processar e julgar: (Redação dada pela Lei n. 12.929, de 13.07.99)
I – as falências e concordatas;
II – os feitos que, por força de Lei, devam ter curso no juízo da falência ou
da concordata, inclusive os crimes de natureza falimentar;
III – as causas, inclusive os processos crime, nos quais as instituições fi-
nanceiras, em regime de liquidação extrajudicial, figurem como parte, vítima
ou terceiro interessado;
IV – as execuções por quantia certa contra devedor insolvente, inclusive o
pedido de declaração de insolvência;
V – as cartas precatórias oriundas de Juízes competentes para processar
os feitos que devam ter curso no juízo da falência ou da concordata, nos ter-
mos definidos em Lei;
VI – os processos que tratem de crimes falimentares.
Art. 114. Os Juízes de Direito Auxiliares de Entrância Especial funcionarão,
por designação do Juiz de Direito Diretor do Fórum da Capital, prioritariamen-
te, nas varas cujos titulares se encontrem afastados a serviço da Presidência
do Tribunal de Justiça, da Corregedoria Geral da Justiça ou da Escola Superior
da Magistratura do Estado do Ceará, bem como durante as férias individuais,
faltas, licenças, impedimentos e suspeições de magistrados. (Redação dada
pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º Os Juízes Auxiliares, quando em substituição, terão jurisdição ple-


na, respeitadas as normas processuais em vigor. (Redação dada pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 2º Quando do interesse da Justiça poderão os Juízes Auxiliares coadju-
var os Juízes Titulares, na conformidade do que for estabelecido pelo Juiz de
Direito Diretor do Fórum da Capital, dentro de suas respectivas competên-
cias. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

Subseção II
Da Jurisdição Criminal

Art. 115. Compete aos Juízes de Direito das Varas Criminais exercer as
atribuições genéricas e plenas na matéria de sua denominação, não privativas
de outros juízos, servindo por distribuição.
Parágrafo Único. Ao Juiz de Direito da 12ª. Vara Criminal compete, única e
exclusivamente, processar e julgar os crimes praticados contra a criança e o
adolescente, ressalvada a competência das Varas do Júri, do Trânsito e do Jui-
zado Especial Cível e Criminal. (Redação dada pela Lei n. 12.779, de 30.12.97)
Art. 116. Aos Juizes de Direito das Varas de Delitos sobre Tráfico e Uso
de Substâncias Entorpecentes compete, por distribuição, o processo e julga-
mento dos delitos decorrentes do tráfico ilícito e uso indevido de substâncias
entorpecentes ou que determinem dependência física e/ou psíquica.
Art.117. Aos Juízes das Varas do Júri, por distribuição, compete:
I – processar as ações dos crimes dolosos contra a vida, consumados ou
tentados;
II – prolatar sentença de pronúncia, impronúncia e absolvição sumária;
III – lavrar sentença condenatória ou absolutória na forma da lei;
IV – presidir o Tribunal do Júri;
V – promover o alistamento dos jurados e fazer sua revisão, inclusive da
lista de suplentes;
VI – exercer as demais atribuições previstas nas leis específicas.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 118. Aos Juízes das Varas de Trânsito compete, por distribuição:
I – processar e julgar os delitos culposos resultantes de acidentes de
trânsito;
II – determinar a remessa de inquérito, quando for o caso, ao órgão
competente;
III – adotar todas as providências necessárias e permitidas em lei para o
bom andamento dos processos distribuídos.
Art.119. Ao juiz da Vara da Justiça Militar compete:
I – funcionar como Auditor nos processos da alçada da Justiça Militar
Estadual;
II – praticar, em geral, os atos de jurisdição criminal regulados pelo Código
de Processo Penal Militar, não atribuídos expressamente à jurisdição diversa;
III – providenciar a remessa dos autos à Vara das Execuções Criminais tão
logo transite em julgado a sentença, passando-lhe à disposição os condena-
dos presos e fazendo as devidas comunicações.
Art. 120. Ao Juiz da Vara de Execuções Criminais, Corregedoria de Pre-
sídios e Habeas-corpus, observada a competência da Vara de Execução de
Penas Alternativas, cabe: (Redação dada pela Lei n. 12.862, de 25.11.98)
I – executar as sentenças condenatórias, inclusive as proferidas pelos
Juízes das comarcas do interior, quando a pena tenha de ser cumprida em
Penitenciária do Estado;
II – aplicar aos casos julgados a lei posterior que, de qualquer modo, fa-
voreça o condenado;
III – declarar extinta a punibilidade;
IV – conhecer e decidir sobre:
a) soma ou unificação de penas;
b) progressão ou regressão nos regimes;
c) detratação ou remissão da pena ou reajuste de pena, no caso de sua
comutação;
d) suspensão condicional da pena;

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Analista Judiciário – Área Judiciária

e) livramento condicional;
f) incidentes da execução;
V – expedir alvará de soltura em favor de réus que tenham cumprido a
pena;
VI – autorizar a expedição de folha corrida;
VII – inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando pro-
vidências para o adequado funcionamento e promovendo, quando for o caso, a
apuracão de responsabilidade, comunicando, outrossim, ao Corregedor Geral
da Justiça as irregularidades e deficiências da respectiva administração;
VIII – interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver
funcionando em condições inadequadas ou com infringência aos dispositivos
desta Lei;
IX – processar e julgar os pedidos de habeas-corpus, ressalvada, entre-
tanto, a competência do Juiz da Vara que esteja prevento em razão de an-
terior distribuição de inquérito policial, procedimento criminal de qualquer
natureza ou ação criminal;
X – Revogado pela Lei n. 12.862, de 25.11.98)
XI – (Inciso revogado pela Lei n. 13.891, de 25.05.07)
XII – Autorizar o ingresso e saída de presos tanto os oriundos da Capital
quanto do interior do Estado; quanto a estes deverá previamente encaminhar
ofício ao Juiz do interior dando conta da concessão da autorização;
XIII – zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança;
XIV – autorizar saídas temporárias;
XV – determinar:
a) Revogado pela Lei n. 12.862, de 25.11.98
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de
liberdade;
c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos;
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena
por medida de segurança;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

e) a revogação da medida de segurança;


f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;
g) o cumprimento da pena ou medida de segurança em outra comarca;
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º do art. 86 da Lei
de Execução Penal.
Art. 121. Ao Juiz da Vara de Execução de Penas Alternativas compete:
(Redação dada pela Lei n. 12.862, de 25.11.98)
I – promover a execução e fiscalização das penas restritivas de direitos e
decidir sobre os respectivos incidentes, inclusive das penas impostas a réus,
residentes na Comarca de Fortaleza, que foram processados e julgados em
outras unidades judiciárias;
II – cadastrar e credenciar entidades públicas ou com elas conveniar sobre
programas comunitários, com vista à aplicação da pena restritiva de direitos
de prestação de serviços à comunidade;
III – instituir e supervisionar programas comunitários para os fins previs-
tos no inciso anterior;
IV – fiscalizar o cumprimento das penas de interdição temporária de direi-
tos e de limitação de fim de semana.
V – processar e julgar os pedidos de Habeas corpus, ressalvada, entretan-
to, a competência do Juiz da Vara que esteja prevento em razão de anterior
distribuição de inquérito policial, procedimento criminal de qualquer natureza
ou ação criminal. (Inciso acrescido pela Lei n. 13.891, de 25.05.07)
Art. 122. (VETADO).

Subseção III
Da Jurisdição Especial

Art. 123. Aos Juízes de Direito das Varas da Infância e da Juventude cabe
a competência definida no Estatuto da Criança e do Adolescente e legislação
complementar.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo Único. Ao Juiz de Direito da 5ª. Vara da Infância e da Juventude


compete o atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato
infracional, a execução das medidas socioeducativas aplicadas aos adolescen-
tes infratores e a apuração de irregularidades em entidades governamentais
e não governamentais, bem como a imposição de penalidade administrativa
por infração às normas de proteção à criança e ao adolescente, nos termos
do inciso V do Art. 88 e dos Arts. 112, 191, 193, 194 e 197 da Lei Federal n.
8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).(Reda-
ção dada pela Lei n. 12.779, de 30.12.97)
Art. 124. Ao juiz de Direito da 18ª Vara Criminal compete, ainda, privati-
vamente, processar e julgar, com jurisdição em todo o território do Estado, as
ações decorrentes do Direito Ambiental ou Direito Ecológico destinadas a ga-
rantir, dentre outros bens, a preservação da vida, a diversificação das espécies
a higidez ambiental e o equilíbrio ecológico, tais como as ações penais, a ação
civil pública, a ação coletiva para tutela dos interesses ou direitos individuais
homogêneos, as ações de reparação de danos pessoalmente sofrido pelas
vítimas de acidentes ecológicos, as ações coletivas de responsabilidade civil
pelos danos ambientais, as ações declaratórias de nulidade de contratos admi-
nistrativos lesivos ao meio ambiente e outras decorrentes do Código Civil, do
Código Penal, da Lei de Contravenções Penais, do Código de Águas, do Código
Florestal, do Código de Caça, do Código de Pesca, do Código de Mineração e
do Código Brasileiro do Ar. (Redação dada pela Lei n. 12.929, de 13.07.99)
Parágrafo único – Sempre que entender necessário à eficiente prestação
da tutela jurisdicional, o juiz irá ao local do litígio.

CAPÍTULO IV
DOS JUIZADOS ESPECIAIS DA CAPITAL

Art. 125. Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais na Comarca de For-


taleza constituem unidades jurisdicionais compostas de Juízes de Direito de

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Entrância Especial. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de

9.12.2008)

§ 1º Em Fortaleza haverá 20 (vinte) Unidades dos Juizados Especiais Cí-

veis e Criminais, com competência cível e criminal. (Redação dada pela Lei n.

14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

§ 2º O Tribunal de Justiça, mediante Resolução, poderá criar anexos a

Unidades dos Juizados Especiais, bem como alterar suas localizações, pro-

curando sediá-las em áreas de elevada densidade habitacional, para maior

comodidade e presteza no atendimento ao jurisdicionado, observado o pro-

cedimento indicado no art. 81, parágrafo único desta Lei. (Redação dada pela

Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

CAPÍTULO V

DOS JUIZADOS DE PEQUENAS CAUSAS

Art. 126. (Revogado pela Lei Estadual n. 12.533, de 27.12.95 e Lei Fe-

deral n. 9.099/95.)

SUBTÍTULO III

DOS JUÍZES DE DIREITO DO INTERIOR DO ESTADO

Seção Única

Da Sua Competência Privativa

CAPÍTULO I

DAS COMARCAS COM VARA ÚNICA

Art. 127. Nas comarcas com Vara única, os Juízes terão competência

cumulativa dos processos de natureza cível e criminal.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO II
DAS COMARCAS COM DUAS VARAS

Art. 128. A competência dos Juízes de Direito das Comarcas com duas
varas é exercida com observância das seguintes privatividades:
I – Ao Juiz da 1ª Vara cabe:
a) os processos e medidas relativas aos Juízes da Infância e da Juventude,
obedecida a legislação específica;
b) os processos-crime da competência do Júri, Imprensa e de Economia
Popular;
c) as execuções criminais;
d) o cumprimento de precatórias
e) processar e julgar feitos relativos a conflitos fundiários; (Alínea acres-
cida pela Lei 14.258, de 4.12.08, DO DE 9.12.08)
II – Ao Juiz da 2ª Vara cabe:
a) o processo e julgamento das questões trabalhistas, onde não haja Jun-
ta de Conciliação e Julgamento;
b) o processo e julgamento das questões relativas a acidentes do trabalho;
c) os processos e julgamento dos crimes da competência do Juiz singular
e contravenções penais;
d) o conhecimento de habeas-corpus, ressalvado o disposto no art. 120,
inciso IX;
e) o conhecimento de processos relativos a registros públicos.

CAPÍTULO III
DAS COMARCAS COM TRÊS VARAS

Art. 129. A competência dos Juízes de Direito das comarcas com três va-
ras é exercida com observância das seguintes privatividades:
I – Ao Juiz da 1ª Vara cabe:

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

a) os processos-crime da competência do Júri, Imprensa e de Economia


Popular;
b) o cumprimento de precatórias;
c) as execuções criminais
d) processar e julgar feitos relativos a conflitos fundiários; (Alínea acresci-
da pela Lei 14.258, de 4.12.08, DO DE 9.12.08) II – Ao Juiz da 2ª Vara cabe:
a) o processo e julgamento das questões relativas a acidentes do trabalho;
b) o processo e julgamento das questões trabalhistas, onde não haja Jun-
ta de Conciliação e Julgamento;
c) o conhecimento de processos relativos a registros públicos. III – Ao Juiz
da 3ª Vara cabe:
a) o conhecimento dos habeas corpus, ressalvado o disposto no art. 120,
inciso IX;
b) o processo e julgamento de infrações relativas a contravenções penais;
c) os processos e medidas relativas ao Juízo da Infância e da Juventude,
obedecida a legislação específica;
Parágrafo único. Aos Juízos da 2ª e 3ª Varas competirá, por distribuição,
os processos e julgamento dos crimes da competência do Juiz singular.

CAPÍTULO IV
DA COMARCA COM QUATRO VARAS

Art. 130. A competência dos Juízes de Direito das comarcas com quatro
varas é exercida com observância das seguintes privatividades:
I – Ao Juiz da 1ª Vara cabe:
a) processar e julgar feitos relativos a conflitos fundiários; (Redação dada
pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
b) as execuções criminais. II – Ao Juiz da 2ª Vara cabe:
a) o processo e julgamento das questões trabalhistas onde não haja Junta
de Conciliação e Julgamento;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

b) o processo e julgamento de questões relativas a acidentes do trabalho;


c) o conhecimento de processos relativos a registros públicos.
III – Ao Juiz da 3ª Vara cabe:
a) o conhecimento dos habeas-corpus, ressalvado o disposto no art. 120,
inciso IX;
b) o processo e julgamento de infrações relativas a contravenções penais.
IV – Ao Juiz da 4ª Vara cabe:
a) os processos e medidas relativas ao Juizado da Infância e da Juventude,
observada a legislação específica;
b) o cumprimento de precatórias.
Parágrafo único. Aos Juízos da 2ª, 3ª e 4ª Varas competirá, por distribui-
ção, os processos e julgamento dos crimes da competência do Juiz Singular.

CAPÍTULO V
DAS COMARCAS COM CINCO VARAS

Art. 131. A competência do Juízes de Direito das Comarcas com cinco


varas é exercida com observância das seguintes privatividades:
I – Ao Juiz da 1ª Vara cabe:
a) os processos-crime da competência do Júri, de Imprensa e de Economia
Popular;
b) processar e julgar as execuções fiscais propostas pelos respectivos mu-
nicípios, e as ações delas decorrentes. (Redação dada pela Lei n. 12.779, de
30.12.97)
c) processar e julgar feitos relativos a conflitos fundiários; (Alínea acresci-
da pela Lei 14.258, de 4.12.08, DO DE 9.12.08)
II – Ao Juiz da 2ª Vara cabe:
a) o processo e julgamento de questões relativas a acidentes do trabalho;
b) o processo e julgamento das questões trabalhistas, desde que a comar-
ca não seja sede de Junta de Conciliação e Julgamento.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – Ao Juiz da 3ª Vara cabe:


a) os processos e medidas relativas ao Juizado da Infância e da Juventude,
obedecida a legislação específica;
b) o cumprimento de precatórias.
IV – Ao Juiz da 4ª Vara cabe:
a) as execuções criminais;
b) o conhecimento dos habeas-corpus, observado o disposto no inciso IX,
do art. 120, deste Código.
V – Ao Juiz da 5ª Vara cabe:
a) o conhecimento de processos relativos a registros públicos;
b) o processo e julgamento de infrações relativas a contravenções penais.
Parágrafo único – Aos Juízes da 2ª, 3ª, 4ª e 5ª Varas competirá, por dis-
tribuição, os processos e julgamentos dos crimes da competência do Juiz
Singular.
Art. 132. Nas comarcas com mais de um juiz, a aplicação de pena disci-
plinar caberá ao Juiz Diretor do Foro, sem prejuízo da atividade disciplinar de
cada Juiz.

CAPÍTULO VI
DOS JUÍZES DE DIREITO AUXILIARES DO INTERIOR

Art. 132-A. Nas comarcas do interior do Estado haverá 12 (doze) Juízes de


Direito Auxiliares, todos de 3ª Entrância, lotados em comarcas-sede de Zona
Judiciária. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 1º Compete aos Juízes de Direito Auxiliares substituir, por designação do
Presidente do Tribunal, os Juízes titulares de varas ou comarcas durante as
férias individuais, faltas, licenças, impedimentos e suspeições, dentro da res-
pectiva Zona. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 2º O Juiz de Direito Auxiliar, quando não estiver respondendo pela ti-
tularidade de qualquer comarca ou vara, funcionará nos processos atinentes

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

a comarcas vinculadas da respectiva zona, independentemente de qualquer


designação. No caso de a Zona Judiciária possuir mais de 3 (três) comarcas
vinculadas, o Presidente do Tribunal de Justiça estabelecerá quais as comar-
cas a ser atendidas pelos Juízes de Direito Auxiliar. (Redação dada pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 3º Os Juízes Auxiliares, quando em substituição, terão jurisdição ple-
na, respeitadas as normas processuais em vigor. (Redação dada pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 4º O Juiz de Direito Auxiliar tem residência na sede da respectiva Zona.
(Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 5º Quando do interesse da Justiça, poderão os Juízes Auxiliares coad-
juvar os Juízes Titulares, consoante o que for estabelecido pelo Presidente
do Tribunal de Justiça. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de
9.12.2008)
§ 6º Em caso de faltas ou licenças de até 5 (cinco) dias, a substituição nas
comarcas de vara única far-se-á, independentemente de designação, pelo
Juiz de Direito Auxiliar da Zona Judiciária. (Redação dada pela Lei N° 14.258,
DE 4.12.08 D.O. DE 9.12.08)
Art. 132. B. A competência das Comarcas com mais de 2 (duas) varas
será determinada por Resolução do Tribunal de Justiça, observada a especia-
lização de competências. (Redação dada pela Lei N° 14.407, DE 15.07.09,
D.O. DE 16.07.09)

TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DA CARREIRA DOS MAGISTRADOS
Subtítulo I
Disposições Gerais

Art. 133. Observadas as formalidades e exigências previstas na Constitui-


ção Federal, na Constituição do Estado e neste Código, as autoridades judi-

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

ciárias serão nomeadas pelo Chefe do Poder Judiciário, exceto os integrantes


do quinto do Tribunal de Justiça que o serão pelo Chefe do Poder Executivo.
Art. 134. São magistrados os Desembargadores, os Juízes de Direito e os
Juízes Substitutos.
Parágrafo único. Os Desembargadores ocupam o mais elevado grau na
escala hierárquica da magistratura estadual.
Art. 135. A carreira dos Juízes de Primeiro Grau está assim organizada:
a) Juízes Substitutos;
b) Juízes de Direito de 1ª Entrância;
c) Juízes de Direito de 2ª Entrância;
d) Juizes de Direito de 3ª Entrância;
e) Juizes de Direito de Entrância Especial.
Art. 136. Os cargos da magistratura são providos por:
a) nomeação;
b) promoção;
c) remoção;
d) permuta;
e) acesso.
f) reintegração;
g) readmissão;
h) aproveitamento;
i) reversão.
Art. 137. Somente haverá posse nos casos de provimento do cargo por
nomeação e acesso;
Art. 138. A vacância na magistratura decorrerá de:
a) promoção;
b) remoção;
c) acesso;
d) disponibilidade;
e) aposentadoria;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

f) exoneração;
g) demissão;
h) falecimento.

Subtítulo II
Do Provimento dos Cargos
CAPÍTULO I
DO INGRESSO NA MAGISTRATURA
Seção I
Dos Requisitos Básicos

Art. 139. O ingresso na magistratura de carreira dar-se-á em cargo de


Juiz Substituto, mediante nomeação, após concurso público de provas e de tí-
tulos, organizado e realizado pelo Tribunal de Justiça, conforme regulamento
por este baixado, com a participação de representante da Ordem dos Advo-
gados do Brasil, indicado pelo Conselho Seccional.
Art. 140. Na realização do concurso, a que alude o artigo anterior, poderá
o Tribunal de Justiça valer-se da colaboração de instituições de notória expe-
riência nessa atividade, assegurada, em todas as fases do certame, a partici-
pação do representante do Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do
Brasil. (Redação dada pela Lei n. 12.698, de 28.05.97)
Art. 141. Dos candidatos são exigidos os seguintes requisitos:
I – ser brasileiro nato;
II – achar-se no gozo e exercício de seus direitos políticos;
III – estar quite com as obrigações militares;
IV – ser bacharel ou doutor em Direito, por Faculdade oficial ou reconhecida;
V – contar, pelo menos, com dois anos de prática forense na advocacia, na
Defensoria Pública, no Ministério Público, no exercício de cargos de serventu-
ário ou de servidor de Justiça e de Delegado da Polícia Federal ou Estadual;
VI – contar, pelo menos, vinte e um (21) anos de idade e não ser maior de
sessenta e cinco (65) anos;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

VII – não registrar antecedentes criminais, comprovando-os através de cer-


tidões negativas expedidas pelo Serviço de Distribuição da Justiça Estadual,
bem como da Justiça Federal de Primeiro Grau;
VIII – estar em condições de sanidade física e mental;
IX – título de habilitação em curso oficial de preparação para a magistra-
tura.
X – Probidade e boa conduta demonstrado através de atestado fornecido
por três autoridades judiciárias ou membros do Ministério Público, Procu-
radores do Estado ou do Município de Fortaleza, segundo o qual conhece o
candidato e nada tendo a dizer em desabono de sua vida particular, familiar
e social.
§ 1º Os candidatos serão submetidos à investigação relativa aos aspectos
moral e social
§ 2º O requisito contido no item IX somente será exigido depois de gradu-
ada a primeira turma mantida pelo curso em alusão;

Seção II
Da Inscrição

Art. 142. O concurso de Juiz Substituto, será anunciado pelo Tribunal de


Justiça mediante publicação de edital no Diário da Justiça. Simultaneamente,
o Tribunal fará publicar o regulamento específico, no qual serão observados
os princípios estabelecidos na Constituição Federal, na Constituição do Estado
e neste Código.
Art. 143. O pedido de inscrição ao concurso, formalizado por escrito e da-
tilografado, devidamente acompanhado dos documentos comprobatórios dos
requisitos mencionados no art. 141, será dirigido ao Presidente do Tribunal
de Justiça.
Parágrafo único. A solicitação poderá ser feita por procurador com poderes
especiais.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 144. O pedido e os documentos que o instruírem serão autuados,


formando-se um processo cujo número será o de ordem da apresentação.
§ 1º Para fins de inscrição, não será permitido, sob qualquer pretexto, a
juntada de documento posterior ao último dia do prazo previsto no edital de
abertura.
§ 2º O Conselho da Magistratura procederá a investigação dos aspectos
sociais e morais do candidato, juntando aos autos respectivos os documentos
que coligir, fazendo prévia apreciação dos pedidos.
§ 3º Em seguida, o Presidente do Conselho submeterá as inscrições à
apreciação do Tribunal Pleno que motivadamente as deferirá ou não.
§ 4º Finda a apreciação dos pedidos de inscrição, o Presidente do Tribunal
de Justiça publicará relação nominal com os nomes dos candidatos que obti-
verem deferimento e dos que não o obtiveram.

Seção III
Do Concurso

Art. 145. O concurso constará de quatro (04) provas escritas e uma (01)
oral, sendo que aquelas estão distribuídas em duas fases distintas e subse-
quentes, quais sejam uma objetiva e outra subjetiva.
§ 1º O Presidente baixará edital de realização do concurso, designando
dia, hora e local para a realização da prova objetiva, de caráter eliminatório.
§ 2º A prova objetiva constará de cem (100) questões, versando sobre:
a) Direito Constitucional;
b) Direito Administrativo e Direito Tributário;
c) Direito Civil;
d) Direito Processual Civil;
e) Direito Penal;
f) Direito Processual Penal;
g) Direito Comercial;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

h) Direito do Trabalho e Direito Processual do Trabalho;


i) Direito Eleitoral; e,
j) especificamente, sobre Organização Judiciária e Registros Públicos.
§ 3º Na prova objetiva, para cada disciplina ou grupo de disciplina cons-
tante das letras do parágrafo anterior, formular-se-á dez (10) questões.
§ 4º Publicados os resultados da prova objetiva, os candidatos que houve-
rem logrado aprovação serão submetidos a três (03) provas escritas subjeti-
vas, cada uma de caráter eliminatório.
§ 5º Os candidatos aprovados nas provas subjetivas submeter-se-ão a
uma prova oral, realizada de acordo com o regulamento do concurso.
§ 6º Divulgado o resultado da prova oral, a comissão, em sessão pública,
procederá a avaliação dos títulos apresentados, e proclamará o resultado fi-
nal, que será publicado no Diário da Justiça.
§ 7º Os candidatos aprovados no concurso de provas e títulos serão, se-
guidamente, submetidos a exame de sanidade física e mental, não sendo
nomeados os que forem considerados inaptos.
Art. 146. O prazo de validade do concurso será de dois (02) anos, pror-
rogável uma vez, por igual período.
Parágrafo único. Dentro do período de dois (02) anos, ou, se houver, no
período da prorrogação, ocorrendo novas vagas, serão nomeados os rema-
nescentes aprovados, na ordem de classificação do concurso. Esses remanes-
centes terão prioridade sobre novos concursados para assumir o cargo.

CAPÍTULO II
Seção I
Da Nomeação

Art. 147. Os candidatos classificados no concurso de provas e títulos serão


submetidos a exames de sanidade física e mental, através de inspeção médica
oficial e, os que forem considerados aptos, serão nomeados pelo Presidente do
Tribunal de Justiça, para o cargo de Juiz Substituto, por 02 (dois) anos.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º A nomeação far-se-á pela ordem de classificação, permitido ao candi-


dato classificado em primeiro lugar a escolha da comarca dentre aquelas que
estiverem vagas
§ 2º O Tribunal fará a elaboração da lista das comarcas vagas, em ordem
alfabética.
§ 3º (VETADO).
§ 4º É admitido o sorteio apenas para os candidatos que obtiverem a mes-
ma classificação.
Art. 148. A nomeação ficará automaticamente sem efeito, se o magis-
trado não retirá-lo, não tomar posse e nem entrar em exercício nos prazos
fixados.

Seção II
Da Posse e do Compromisso

Art. 149. O nomeado tomará posse em sessão ordinária do Tribunal Pleno


ou em sessão especialmente convocada para esse fim.
Art. 150. Para o ato de posse, o Juiz Substituto apresentará à autoridade
competente para lhe dar posse o decreto de sua nomeação, declaração pú-
blica de seus bens, sua origem e respectivos valores, e declaração quanto ao
exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.
Art. 151. O Presidente do Tribunal de Justiça verificará, sob pena de res-
ponsabilidade, se foram satisfeitas as condições estabelecidas em lei ou re-
gulamento para investidura no cargo.
Art. 152. A posse deverá ocorrer no prazo de trinta (30) dias, contados
da data da publicação do ato de nomeação no Diário da Justiça.
Parágrafo único. Provando o nomeado justo impedimento, antes da ex-
piração do prazo, ser-lhe-á, pela autoridade que fez a nomeação, concedida
prorrogação, por tempo igual ao indicado neste artigo;
Art. 153. Desde que os motivos sejam relevantes, a posse do Juiz Subs-
tituto poderá ser prestada por meio de procurador.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 154. O Juiz, no ato da posse, prestará o compromisso de desempe-


nhar com retidão as funções do seu cargo, cumprindo a Constituição do País
e do Estado, e as leis.
§ 1º O termo de compromisso, lavrado pela Secretaria Geral do Tribunal
de Justiça, em livro próprio, será lido e assinado pelo Juiz e autoridade com-
petente.
§ 2º Em seguida, o Presidente declarará empossado o Juiz Substituto.
Art. 155. A Secretaria Geral do Tribunal de Justiça, fará a matrícula, em
livro especial, dele constando os dados do ato de nomeação e da declaração
de bens, bem como abrirá os assentamentos individuais do novo juiz, de-
vendo, para tal fim, colher os dados através de documentos idôneos que se
prendam a sua vida funcional.
§ 1º Nesse Livro serão anotadas , também, as remoções, promoções, li-
cenças, interrupções de exercício e quaisquer ocorrências que puderem inte-
ressar à vida profissional do magistrado.
§ 2º O início, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados no
assentamento individual ou ficha do magistrado.
§ 3º O início e as alterações do exercício das autoridades judiciárias serão
comunicadas por elas próprias ao Presidente do Tribunal de Justiça, exceto na
Capital, onde as comunicações serão endereçadas ao Diretor do Fórum, que
as transmitirá ao Corregedor Geral.

Seção III
Do Exercício

Art. 156. O Juiz Substituto empossado deverá entrar no efetivo exercício


do cargo, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da posse, oportuni-
dade em que será lavrada a declaração de exercício pelo Diretor de Secreta-
ria, remetendo-se cópia ao Secretário Geral do Tribunal de Justiça. (Redação
dada pela Lei N° 14.407, de 15.07.09 D.O. de 16.07.09)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 157. Empossado e havendo entrado em exercício, o Juiz Substituto


passará a frequentar o curso oficial de formação promovido pela Escola Su-
perior da Magistratura, pelo prazo mínimo de 3 (três) meses.
§ 1° Inexistindo Comarca de entrância inicial vaga, poderá o Juiz Substitu-
to exercer suas atribuições em qualquer unidade jurisdicional do Estado, por
ato do Presidente do Tribunal.
§ 2° Vagando unidade jurisdicional de entrância inicial, após ter sido rea-
lizada a remoção nos termos da legislação específica, obrigatoriamente o Juiz
Substituto assumirá o cargo naquela Comarca, respeitada a ordem de clas-
sificação do concurso. (Redação dada pela Lei N° 14.407, de 15.07.09, D.O.
de 16.07.09)

CAPÍTULO III
DA AQUISIÇÃO DA VITALICIEDADE

Art. 158. A aquisição da vitaliciedade poderá ser adquirida após dois anos
de exercício quando, então, o Juiz Substituto poderá ser nomeado Juiz de
Direito.
§ 1º Durante o período necessário à aquisição da vitaliciedade, em relação
ao juiz substituto, serão avaliados:
a) Idoneidade moral (dignidade funcional, retidão de conduta, probidade
e independência);
b) Assiduidade (frequência ao Fórum nos dias úteis e plantões, cumpri-
mento de horário e supervisão das atividades forenses);
c) Aptidão (qualidade do trabalho, eficiência das sentenças, atuação eficaz
e serena, conhecimento prático e teórico, diligência e observação dos prazos
legais);
d) Disciplina (senso de responsabilidade, discrição, observância das nor-
mas legais e relacionamento com o pessoal de apoio);

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

e) Produtividade (efetiva atuação no exercício da magistratura, quantidade


do trabalho, remessa de relatórios mensais à Corregedoria Geral da Justiça;
f) Bom relacionamento com os Advogados, Defensores Públicos, membros
do Ministério Público e partes (respeito aos direitos dos advogados, relacio-
namento normal nas audiências, observância das prerrogativas do Ministério
Público, tratamento respeitoso e cordial para com os advogados, Defensores
Públicos e partes).
§ 2º Através de cadastro especial dos Juízes em estágio, a Corregedoria Ge-
ral da Justiça providenciará sobre a anotação dos fatos relativos às atividades
funcionais desses magistrados, devendo o cadastro se constituir de pasta indi-
vidual, ficha de avaliação e outros elementos úteis fornecidos à Corregedoria.
§ 3º A apuração dos requisitos constantes do parágrafo primeiro deste
artigo será feita pela Corregedoria.
§ 4º No semestre imediatamente anterior à aquisição da vitaliciedade, o
Juiz Substituto encaminhará ao Presidente do Tribunal de Justiça seu pedido
de aquisição da vitaliciedade, instruindo-o com prova de residir na comarca,
prova de quitação de suas obrigações junto à Corregedoria Geral e ao Conse-
lho da Magistratura e outros documentos que entender convenientes.
§ 5º Os pedidos serão encaminhados ao Conselho da Magistratura que,
no penúltimo mês do biênio, emitirá parecer relativo à idoneidade moral e
intelectual do Juiz Substituto e à sua eficiência no desempenho do cargo para
apreciação pelo Tribunal de Justiça.
Art. 159. Constarão do prontuário que instruirá o parecer do Conselho:
I – os documentos encaminhados pelo próprio interessado;
II – as informações colhidas durante o biênio pelo Conselho da Magistra-
tura, junto à Presidência do Tribunal e à Corregedoria Geral da Justiça;
III – as referências ao Juiz Substituto, constantes de acórdãos ou declara-
ções de voto, enviadas pelos respectivos prolatores;
IV – quaisquer outras informações idôneas.

90
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 160. O Tribunal de Justiça, em sessão plenária, pelo voto da maioria


dos Desembargadores presentes, avaliará a atuação do requerente e decidirá
pela sua indicação ao cargo de Juiz de Direito.
§ 1º Poderá o Tribunal de Justiça recusá-lo por decisão adotada pelo voto
da maioria absoluta de seus membros efetivos.
§ 2º Os Juízes Substitutos não poderão perder o cargo senão por delibe-
ração do Tribunal de Justiça, tomada pelo voto de dois terços (2/3) de seus
membros efetivos.
§ 3º Afastado o Juiz do exercício do cargo, na forma do parágrafo anterior,
e decidindo-se pelo não vitaliciamento, a exoneração caberá ao Presidente do
Tribunal, ainda que a decisão seja proferida após o biênio.
Art. 161. Antes de decorrido o biênio necessário à aquisição da vitalicie-
dade, desde que seja apresentada proposta pelo Tribunal ao seu Presidente,
para exoneração do Juiz Substituto, este ficará afastado de suas funções e
perderá o direito à vitaliciedade ainda que o ato de exoneração seja assinado
após o decurso daquele período.
Art. 162. Aprovado no estágio probatório, será o Juiz Substituto nomeado
para o cargo de Juiz de Direito de 1ª Entrância, com a expedição do respec-
tivo ato declaratório da vitaliciedade, por ato do Presidente do Tribunal de
Justiça, tomando posse e prestando compromisso perante este.
Parágrafo único. Os nomes não indicados à nomeação, para que se consi-
dere findo o período de estágio probatório, serão objeto de ato de exoneração.

CAPÍTULO IV
DA ANTIGUIDADE DOS JUÍZES

Art. 163. Anualmente, na primeira quinzena do mês de janeiro, o Presi-


dente do Tribunal de Justiça mandará reorganizar o quadro de antiguidade
dos Desembargadores e Juízes, na entrância e no serviço público, e deter-

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minará que se proceda a sua leitura na primeira sessão do mês de fevereiro,


salvo for sessão solene de posse dos novos dirigentes do Tribunal.
Parágrafo único. O quadro será publicado até o dia trinta (30) de março
seguinte, somente sendo alterado através de reclamação oportunamente for-
mulada, ou revisão anual.
Art. 164. A antiguidade na entrância deve ser contada do dia inicial do
exercício, prevalecendo, em igualdade de condições:
I – a antiguidade na magistratura;
II – a maior prole;
III – o maior tempo de serviço público;
IV – a idade.
Parágrafo único. A antiguidade do Juiz Substituto contar-se-á a partir do
efetivo exercício na titularidade de comarca de entrância inicial.” (NR) (Reda-
ção dada pela Lei N° 14.407, de 15.07.09 D.O. de 16.07.09)
Art. 165. A apuração do tempo de serviço na entrância e no serviço pú-
blico será feita por dias.
Parágrafo único. Publicadas as listas de antiguidades dos magistrados, na
entrância e no serviço público, terão os interessados o prazo de trinta (30)
dias para reclamação, contados da publicação no Diário da Justiça.
Art. 166. Se a reclamação não for rejeitada liminarmente, por manifesta
improcedência, pelo Diário da Justiça serão intimados os interessados, cuja
antiguidade possa ser prejudicada pela decisão, no prazo comum de quinze
(15) dias, findo o qual a reclamação será apreciada na primeira reunião ple-
nária do Tribunal de Justiça.
Parágrafo único. Se a reclamação proceder, a lista de antiguidade será re-
publicada em relação à entrância onde houve modificação.
Art. 167. Serão considerados de efetivo exercício, para os efeitos legais,
inclusive para promoção, os dias em que o magistrado estiver afastado do
exercício do cargo em virtude de:
I – Férias;

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II – licenças: (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de


9.12.2008)
a) para tratamento de saúde;
b) por motivo de doença em pessoa da família;
c) para repouso à gestante ou mãe adotiva; (Redação dada pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
d) paternidade, por cinco (05) dias consecutivos;
III – Luto pelo falecimento do cônjuge ou companheiro, ascendente ou
descendente; sogro ou sogra; irmãos ou dependentes; cunhados; até oito
(08) dias consecutivos;
IV – Casamento, até oito dias;
V – Convocação para o serviço militar;
VI – Frequência a cursos ou seminários de aperfeiçoamento e estudos,
pelo prazo máximo de dois (02) anos;
VII – Para prestação de serviço exclusivamente à Justiça Eleitoral;
VIII – Para direção de Escola de formação e aperfeiçoamento de magistra-
dos, por prazo não superior a dois (02) anos;
IX – Para realização de missão ou serviço relevantes à administração da
Justiça;
X – Para exercício exclusivo da Presidência da Associação Cearense de
Magistrados, desde que requerido;
XI – Suspensão em virtude de pronúncia, em crime de que haja sido ab-
solvido e suspensão administrativa, quando a acusação for, afinal, julgada
improcedente;
XII – (VETADO).
Art. 168. O advogado nomeado Desembargador ou Juiz, terá computado
o tempo de exercício na advocacia, como de serviço público:
I – integralmente, para aposentadoria, observado o disposto nos artigos
202, § 2º, e 93, inciso VI, da Constituição Federal;
II – até o máximo de quinze (15) anos, para efeito de gratificação adicio-
nal por tempo de serviço.

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Parágrafo único. O tempo de advocacia será provado por inscrição na Or-


dem dos Advogados e certidões de secretarias de varas ou escrivanias, veda-
da a acumulação com serviço em cargo público, exercido simultaneamente.

CAPÍTULO V
DA PROMOÇÃO DOS JUÍZES DE DIREITO
Seção I
Disposições Gerais

Art. 169. A promoção de entrância para entrância dar-se-á, alternada-


mente, por antiguidade e merecimento.
§ 1º Caberá ao Presidente do Tribunal de Justiça classificar, entre os crité-
rios de promoção por merecimento e antiguidade, alternadamente, as vagas
de juízes da Capital e do Interior.
§ 2º O ato classificatório, mediante Portaria do Presidente, será publicado
no Diário da Justiça, antes ou na mesma data da publicação do edital convo-
cando à inscrição.
§ 3º Apurar-se-ão na entrância a antiguidade e o merecimento, este em
lista tríplice.
§ 4° Não será promovido o Juiz que, injustificadamente, retiver autos em
seu poder além do prazo legal, sendo-lhe vedado devolvê-los à Secretaria de
Vara sem a devida decisão. (Parágrafo acrescido pela Lei 14.258, de 4.12.08,
DO de 9.12.08)
Art. 170. A notícia da ocorrência de vaga a ser preenchida, mediante pro-
moção, deve ser imediatamente veiculada por Edital publicado uma vez no
Diário da Justiça, com a indicação das que devam ser preenchidas segundo o
critério de antiguidade ou de merecimento, com prazo de 10 (dez) dias, cha-
mando à inscrição os candidatos à promoção.

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Parágrafo único. Para cada vaga destinada ao preenchimento por pro-


moção, abrir-se-á inscrição distinta com a indicação da comarca ou vara a
ser provida, e, se mais de uma deva ser provida por merecimento, a lista de
inscrição conterá número de juízes igual ao das vagas existentes e mais dois
para cada vaga;

Seção II
Da Promoção Por Merecimento

Art. 171. Na promoção por merecimento serão observados os seguintes


critérios: (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
I – dedicação e esmero com que desempenha a função; (Redação dada
pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
II – elementos de aferição objetivos da produtividade e presteza no exercí-
cio da jurisdição, bem como pela frequência e aproveitamento em cursos ofi-
ciais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; (Redação dada pela Lei n. 14.258,
de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
III – ter o Juiz 2 (dois) anos de exercício na respectiva Entrância e integrar
a primeira quinta parte da lista de antiguidade dessa, salvo se não houver
com tais requisitos quem aceite a titularidade vaga, hipótese em que con-
correrão os integrantes da segunda quinta parte, e assim sucessivamente;
(Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
IV – o número de vezes em que tenha figurado em listas; (Redação dada
pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
V – outros critérios aprovados pelo Tribunal de Justiça, mediante Resolu-
ção. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
Art. 172. É obrigatória a promoção do juiz que haja figurado por três ve-
zes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento.
§ 1º Se dois ou mais juízes figurarem numa mesma lista de promoção
por merecimento pela terceira vez consecutiva, ou quinta alternada, terá
preferência:

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a) o mais antigo na entrância;


b) o mais votado;
c) o mais antigo no serviço público.
d) o mais antigo na carreira;
§ 2º Em caso de empate, nos critérios de aferição do merecimento, o Pre-
sidente considerará:
I) obtenção de maior número de votos, observados os escrutínios;
II) em caso de empate na votação:
a) antiguidade na entrância;
b) antiguidade na carreira;
c) o mais antigo no serviço público.
Art. 173. Antes da votação e organização da lista tríplice, em sessão, o
Presidente do Tribunal fará um relatório dos pedidos apresentados no prazo
do edital, podendo qualquer Desembargador usar da palavra, para encami-
nhar a votação.
Parágrafo único. A Secretaria-Geral do Tribunal apresentará aos votantes,
com antecedência mínima de 48 horas da sessão, a lista de magistrados ins-
critos, em que constem elementos necessários à aferição. (Parágrafo acresci-
do pela Lei 14.258, de 4.12.08, DO DE 9.12.08)
Art. 174. A lista de merecimento para promoção será organizada pelo
Pleno do Tribunal de Justiça, em sessão pública, com votação nominal, aberta
e fundamentada, devendo conter os nomes dos 3 (três) Juízes que obtiveram
a maior pontuação. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de
9.12.2008)
§ 1º Na organização dessa lista somente os Desembargadores efetivos
terão direito a voto e poderão sufragar até três (03) nomes;
§ 2º Serão considerados classificados, para a formação da lista, os que
alcançarem metade e mais um, pelo menos, dos votos dos Desembargadores
presentes.

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§ 3º Aos Desembargadores será distribuída, com razoável antecedência,


relação de todos os Juízes inscritos, com indicação das comarcas já ocupadas
e das punições disciplinares, porventura sofridas, cabendo ao Corregedor Ge-
ral prestar ao Tribunal os esclarecimentos julgados oportunos sobre a atuação
deles;
§ 4º A Corregedoria Geral da Justiça organizará expedientes relativos às
atividades judicantes e culturais de cada Juiz, servindo-se dos elementos
contidos nos relatórios, correições e autos, bem como os que forem volun-
tariamente fornecidos pelos interessados, para efeito de instruir o pedido de
cada candidato inscrito.
Art. 175. A lista será entregue ao Presidente do Tribunal de Justiça, que
fará a escolha, promovendo o Juiz, no prazo de três (03) dias, mandando ela-
borar o ato e encaminhá-lo para publicação.
Art. 176. Para efeito da composição da lista tríplice o merecimento será
apurado na entrância.
Art.177. Não haverá promoção, por merecimento, de Juiz de Direito em
disponibilidade, assim como não poderá figurar em lista de promoção, por
igual critério, o juiz punido com a sanção de censura, pelo prazo de 01 (um)
ano, contado da imposição desta.

Seção III
Da Promoção Por Antiguidade

Art. 178. Aplicar-se-á à promoção por antiguidade, no que couber, os


princípios da promoção por merecimento.
Art. 179. No caso de antiguidade, havendo empate, terá precedência o
Juiz mais antigo na carreira. Na apuração da antiguidade, o Tribunal de Justi-
ça poderá recusar, motivadamente, o Juiz mais antigo pelo voto de dois terços
de seus membros, repetindo- se a votação até fixar-se a indicação, condicio-

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nada a recusa à existência de procedimento administrativo que a recomende,


ou à determinação de abertura de tal procedimento, contra o juiz recusado.
Art. 180. Feita a indicação do juiz para ser promovido, o Presidente do
Tribunal, no prazo de três (03) dias, expedirá o ato de promoção e o encami-
nhará para publicação.
Art. 181. O Juiz em disponibilidade, determinada como sanção disciplinar,
não poderá ser promovido pelo critério da antiguidade.

CAPÍTULO VI
DO ACESSO AO TRIBUNAL
Seção I
Do Acesso Pelos Juízes de Carreira

Art. 182. O acesso ao Tribunal de Justiça dar-se-á por antiguidade e por


merecimento, alternadamente, apurados na última entrância.
Art. 183. Na apuração da antiguidade, o Tribunal somente poderá recusar
o Juiz mais antigo pelo voto de dois terços de seus membros, conforme pro-
cedimento próprio, repetindo- se a votação até fixar-se a indicação, condicio-
nada a recusa à existência de procedimento administrativo que a recomende,
ou à determinação de abertura de tal procedimento, contra o juiz recusado.
Art. 184. No caso de merecimento a lista tríplice compor-se-á de nomes
escolhidos dentre os juízes com mais de dois anos de exercício na última
entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antiguidade
desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago,
caso em que concorrerão os integrantes da segunda quinta parte, e assim
sucessivamente.
Parágrafo único. Feita a nomeação e publicação do ato, o Presidente de-
signará dia e hora para a sessão solene de posse do novo Desembargador.

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Art. 185. No acesso por merecimento serão observadas as regras estabe-


lecidas na promoção por merecimento (Artigos 171 a 177 deste Código) e, no
que couber, as normas sobre posse, compromisso e exercício.

Seção II
Do Acesso Pelo Quinto Constitucional

Art. 186. Na composição do Tribunal de Justiça, um quinto (1/5) dos lu-


gares será preenchido por advogados, em efetivo exercício da profissão, de
notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez (10) anos de
efetiva atividade profissional, e membros do Ministério Público com mais de
dez anos de carreira, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representa-
ção das respectivas classes.
Parágrafo único. Enquanto for ímpar o número de vagas destinadas ao
quinto constitucional, uma delas será, alternada e sucessivamente, preenchi-
da por advogado e por membro do Ministério Público, de tal forma que, tam-
bém sucessiva e alternadamente, os representantes de uma dessas classes
superem os da outra em uma unidade.
Art. 187. Verificada vaga que deva ser provida pelo quinto constitucional,
o Presidente do Tribunal de Justiça a anunciará mediante publicação no Diá-
rio da Justiça e oficiará ao Ministério Público ou à Ordem dos Advogados do
Brasil, Secção do Ceará, para que, no prazo de trinta (30) dias, indiquem os
integrantes da lista sêxtupla, com observância dos requisitos constitucionais
e legais exigidos.
§ 1º Recebida a lista sêxtupla, o Tribunal de Justiça formará a lista trípli-
ce em sessão pública e escrutínio reservado e a enviará ao Chefe do Poder
Executivo para que, nos vinte (20) dias subsequentes à remessa, escolha e
nomeie um de seus integrantes para o cargo de Desembargador.
§ 2º Publicado o ato de nomeação, o Presidente do Tribunal de Justiça de-
signará dia e hora para a sessão solene de posse.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO VII
DA REMOÇÃO
Seção I
Disposições Gerais

Art. 188. Vaga uma comarca, o seu provimento será feito, inicialmente,
por remoção, salvo se o preenchimento tiver que acontecer segundo critério
de antiguidade.
Parágrafo único. A juízo do Tribunal de Justiça poderá, ainda, ser provida
pelo mesmo critério, vaga decorrente de remoção, destinando-se a seguinte,
obrigatoriamente, ao provimento por promoção.
Art. 189. O exercício do cargo, no caso de remoção ou permuta, terá rei-
nício dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da publicação do
ato no Diário da Justiça do Estado.

Seção II
Da Remoção Voluntária

Art. 190. A remoção voluntária de uma vara para outra, na mesma co-
marca ou em unidade judiciária distinta, sempre de igual entrância, somente
será possível se o Juiz contar com mais de 2 (dois) anos de efetivo exercício na
Entrância. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
Parágrafo único. Vagando o cargo de Juiz de Direito ou Juiz Substituto, o Tri-
bunal de Justiça verificará a existência de Juiz da mesma Entrância, sem exer-
cício por motivo de disponibilidade, e examinará a conveniência de seu apro-
veitamento. (Parágrafo acrescido pela Lei 14.258, de 4.12.08, DO DE 9.12.08)
Art. 191. À Remoção Voluntária aplicam-se os mesmos critérios obje-
tivos de aferição do merecimento nas promoções. (Redação dada pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Não será removido o Juiz que, injustificadamente, retiver


autos em seu poder além do prazo legal, sendo-lhe vedado devolvê-los à Se-
cretaria de Vara sem a devida decisão. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de
4.12.08, DO de 9.12.2008)
Art. 192. Não havendo Juiz de Direito sem exercício, na forma do pa-
rágrafo único do art. 190 desta Lei, ou decidindo o Tribunal de Justiça não
aproveitá-lo, o Presidente do Tribunal de Justiça fará publicar a existência de
vaga para remoção, por meio de edital, com prazo de 10 (dez) dias contados
de sua publicação, para efeito de pedido de inscrição.
§ 1º Para cada vaga destinada ao preenchimento por remoção, abrir-se-á
inscrição distinta, com a indicação da comarca ou vara a ser provida.
§2° Não será publicado edital na hipótese ou no caso de o Tribunal de Jus-
tiça decidir prover a titularidade vaga mediante remoção por interesse públi-
co. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
Art. 193. O Juiz que requerer a sua remoção fará acompanhar seu reque-
rimento de certidão da Secretaria do Tribunal de Justiça sobre os seus assen-
tamentos funcionais e de informação da Corregedoria Geral quanto à atuação
funcional do requerente no exercício do cargo.

Seção III
Da Remoção Compulsória

Art. 194. O processo de remoção compulsória terá início por determina-


ção do Tribunal de Justiça, no caso de magistrados de primeiro grau enca-
minhado pelo Corregedor- Geral, e, exclusivamente pelo Presidente, no caso
de Desembargador. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de
9.12.2008)
§ 1º O presidente terá voto nessa deliberação;
§ 2º Da resolução que for tomada será lavrado acórdão nos autos;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3° Configurando-se motivo urgente e grave, atendida a conveniência da


Justiça, o Juiz poderá ser afastado do cargo por decisão do Tribunal, assegu-
rado a percepção dos subsídios integrais até decisão final.
Art. 195. O procedimento de remoção compulsória será instaurado, se
o magistrado deixar de cumprir os deveres constantes do artigo 314 deste
Código, os quais pela sua gravidade, podem incompatibilizá-lo com o meio
social ou forense.
Art. 196. O Presidente do Tribunal de Justiça remeterá ao Juiz acusado,
nas 48 horas imediatamente seguintes à apresentação da acusação, cópias
do teor da mesma e das provas existentes, para que o magistrado proceda
à sua defesa prévia, que deve ser formulada no prazo de 15 (quinze) dias,
contados da entrega da acusação.
§ 1° Findo o prazo para defesa prévia, haja ou não sido apresentada, o
Presidente do Tribunal de Justiça, no dia útil imediato à sua expiração, convo-
cará o Tribunal de Justiça para que, em sessão pública, decida sobre a instau-
ração do processo, e, acaso determinada pelo voto da maioria absoluta dos
seus membros, no mesmo dia distribuirá o feito e fará entregá-lo ao Relator.
(Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 2º O Tribunal, na sessão em que ordenar a instrução do processo, assim
como no seu transcorrer, poderá afastar o magistrado do exercício das suas
funções, sem prejuízo dos vencimentos e das vantagens até a decisão final.
Art. 197. As provas requeridas e deferidas, bem como as que o Relator
determinar de ofício, serão produzidas no prazo de 20 (vinte) dias, cientes o
Ministério Público, o magistrado ou o Procurador por ele constituído, a fim de
que possam delas participar.
§ 1º Finda a instrução, o Ministério Público, o magistrado ou seu procura-
dor terão sucessivamente, vista dos autos por 10 (dez) dias para as razões.
§ 2º O julgamento será realizado em sessão ordinária do Tribunal de Jus-
tiça, depois de relatório oral, e a decisão no sentido da penalização do magis-
trado só será tomada pelo voto de dois terços dos membros do colegiado em
escrutínio reservado.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º Da decisão publicar-se-á somente a conclusão, fazendo-se, no entan-


to, as anotações devidas nos assentamentos individuais do magistrado.
Art. 198. Verificando-se que o magistrado se acha incurso em alguma
disposição de lei penal, remeter-se-ão cópias das peças necessárias ao Pro-
curador Geral da Justiça.
Art. 199. O magistrado removido compulsoriamente aguardará, fora do
exercício, com as vantagens integrais do cargo, a designação, pelo Tribunal de
nova comarca ou vara, sendo considerado em trânsito para todos os efeitos.
Parágrafo único. No caso de aplicação de remoção compulsória, o juiz
substituto ficará impedido de ser promovido ou removido enquanto não de-
correr prazo de um ano da punição imposta. (Parágrafo acrescido pela Lei
14.258, de 4.12.08, DO DE 9.12.08)
Art. 200. Se o juiz não aceitar a remoção compulsória, deixando de as-
sumir o exercício das funções no prazo de 30 (trinta) dias, contado da publi-
cação do ato no Diário da Justiça, será imediatamente iniciado o processo de
abandono de cargo, suspendendo-se os pagamentos dos respectivos subsí-
dios. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

CAPÍTULO VIII
DA PERMUTA

Art. 201. A permuta é o ato pelo qual 2 (dois) magistrados de mesma En-
trância resolvem entre si alterar suas respectivas lotações funcionais, deven-
do o termo de celebração ser encaminhado ao Presidente, que o submeterá
ao Tribunal de Justiça, para deliberação por maioria de voto dos presentes.
(Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 1° Os Juízes interessados em permutar seus cargos devem contar, cada
qual, pelo menos 1 (um) ano de efetivo exercício na Entrância. (Parágrafo
acrescido pela Lei 14.258, de 4.12.08, DO DE 9.12.08)
§ 2° É vedada a permuta de Juiz que esteja a menos de 2 (dois) anos da
aposentadoria compulsória ou que componha a primeira quinta parte da lis-

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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ta de antiguidade. (Parágrafo acrescido pela Lei 14.258, de 4.12.08, DO DE


9.12.08)
Art. 202. Efetivada a permuta, os Juízes deverão permanecer nos cargos
permutados por, no mínimo, 1 (um) ano. (Redação dada pela Lei n. 14.258,
de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

CAPÍTULO IX
DA REINTEGRAÇÃO

Art. 203. A reintegração, que decorrerá de decisão administrativa ou ju-


dicial, passada em julgado, é o retorno do magistrado ao cargo, com ressar-
cimento dos vencimentos e vantagens que deixara de perceber, em razão do
afastamento, inclusive a contagem do tempo de serviço.
§ 1º Achando-se ocupado o cargo, no qual foi reintegrado o Juiz, o ocu-
pante será reconduzido ao cargo anterior, desde que este esteja vago, ou
aguardará, com todas as vantagens do cargo, ser designado para cargo igual
ou nova vara, sendo considerado em trânsito para todos os efeitos.
§ 2º Extinta a comarca, ou transferida a sua sede, o magistrado reintegra-
do, caso não aceite fixar-se na nova sede, ou em comarca de igual entrância,
será posto em disponibilidade remunerada;
§ 3º O Juiz reintegrado será submetido à inspeção médica e, se julgado
incapaz, será aposentado com as vantagens a que teria direito, se efetivada
a reintegração.

CAPÍTULO X
DA READMISSÃO

Art. 204. A readmissão é o ato pelo qual o magistrado exonerado rein-


gressa nos quadros da magistratura, assegurada a contagem do tempo de
serviço anterior, para efeito de disponibilidade, gratificação adicional e apo-
sentadoria.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. A readmissão dependerá de prévia inspeção médica e


comprovada idoneidade moral, não podendo o interessado ter idade superior
a sessenta e cinco (65) anos e nem mais de vinte e cinco (25) anos de serviço
público.
Art. 205. A readmissão no cargo inicial da carreira somente será conce-
dida quando não houver candidato aprovado em concurso, em condições de
nomeação.

CAPÍTULO XI
DA REVERSÃO

Art. 206. A reversão é o reingresso do magistrado aposentado nos qua-


dros da magistratura, quando insubsistentes os motivos da aposentadoria.
§ 1º A reversão far-se-á a pedido, ou de ofício, em vaga preenchível por
merecimento, na entrância a que pertencia o aposentado;
§ 2º A reversão dependerá de concordância do Conselho da Magistratura.
§ 3º A reversão no grau inicial da carreira somente ocorrerá não havendo
candidato aprovado em concurso, em condições de nomeação.
Art. 207. O tempo de afastamento por aposentadoria só será computado
para efeito de nova aposentadoria.

CAPÍTULO XII
DO APROVEITAMENTO

Art. 208. Aproveitamento é o retorno do magistrado em disponibilidade


ao exercício efetivo do cargo.
§ 1º O magistrado posto em disponibilidade por motivo de interesse públi-
co somente poderá pleitear o seu aproveitamento decorridos 02 (dois) anos
do afastamento;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º O pedido, devidamente instruído e justificado, acompanhado de pa-


recer do Conselho da Magistratura, será apreciado pelo Tribunal de Justiça,
após parecer do Procurador Geral da Justiça. Deferido o pedido, o aproveita-
mento far-se-á a critério do Tribunal, podendo ser aproveitado pelo critério da
remoção ou continuar em disponibilidade com vencimentos integrais;
§ 3º O magistrado, posto em disponibilidade em razão da mudança da
sede do Juízo, poderá ser aproveitado pelo Tribunal, de ofício, ou a seu pedi-
do, em caso de remoção ou promoção.
Art. 209. O aproveitamento dependerá de prova de capacidade física e
mental mediante inspeção médica.
Art. 210. No aproveitamento dos Juizes de Direito em disponibilidade,
quando deliberado pelo Tribunal, considerar-se-á, sucessivamente, a seguinte
ordem de preferência dos candidatos:
a) maior tempo de disponibilidade;
b) maior tempo de magistratura;
c) maior tempo de serviço público ao Estado;
d) maior tempo de serviço público.

SUBTÍTULO III
DOS DIREITOS
CAPÍTULO I
DO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 211. Será computado para efeito de disponibilidade, gratificação adi-


cional e de aposentadoria:
a) O tempo de serviço público federal, estadual e municipal, bem assim,
o prestado a entidades autárquicas, empresas públicas e sociedades de eco-
nomia mista;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

b) o período de serviço ativo nas forças armadas, computando-se em do-


bro o tempo em que tenha efetivamente participado de operações bélicas ou
de comboios marítimos e aéreos, em período de guerra;
c) o número de dias de serviço prestado como extranumerário ou sob
qualquer outra forma de admissão, desde que remunerado o servidor pelos
cofres públicos.
Parágrafo único. Aplica-se, somente para efeito de aposentadoria e dispo-
nibilidade, o tempo de serviço prestado a empresa privada, vedada a acumu-
lação com serviço em cargo público, exercido simultaneamente.
Art. 212. Aplicam-se aos magistrados as normas do Estatuto dos Fun-
cionários Públicos Civis do Estado sobre contagem de tempo de serviço e
vantagens outras, quando não colidirem com as disposições especiais deste
Código.

CAPÍTULO II
DA RETRIBUIÇÃO PECUNIÁRIA
Seção I
Dos Vencimentos

Art. 213. Os vencimentos dos Magistrados são irredutíveis e fixados em


lei em valor certo.
§ 1º A irredutibilidade dos vencimentos dos Magistrados não impede os
descontos fixados em lei, em base igual à estabelecida para os servidores
públicos para fins previdenciários;
§ 2º Os descontos para fins previdenciários são os constantes do art. 237
deste Código, ressalvada a contribuição voluntária para outras instituições
previdenciárias.
Art. 214. O Presidente do Tribunal de Justiça, o Vice-Presidente e o Corre-
gedor Geral da Justiça, perceberão uma gratificação mensal, correspondente
a vinte por cento (20%) para o Presidente e quinze por cento (15%) para o

107
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Vice-Presidente e Corregedor Geral da Justiça, calculada sobre os seus res-


pectivos vencimentos, à título de representação.
Art. 215. Os vencimentos dos Magistrados serão pagos na mesma data
fixada para o pagamento dos vencimentos dos Secretários de Estado ou dos
subsídios dos membros do Poder Legislativo, considerando-se que desatende
às garantias do Poder Judiciário atraso que ultrapasse o décimo dia útil do
mês seguinte ao vencido.
Art. 216. Para fins de remuneração dos Magistrados, ficam mantidos os
subsídios atualmente estipulados para os Desembargadores do Tribunal de
Justiça, fixando o escalonamento vertical de 5% (cinco por cento) entre as
entrâncias, atribuindo-se aos de entrância final, 95% (noventa e cinco por
cento) dos vencimentos dos Desembargadores.
Parágrafo único. Os Juízes Substitutos perceberão subsídios iguais aos dos
Juízes de Direito de entrância inicial.” (NR). (Redação dada pela Lei n. 14.407,
de 15.07.09 D.O. de 16.07.09)
Art. 217. Os Juízes Substitutos perceberão vencimentos iguais aos dos
Juízes de Direito de primeira entrância.
Art. 218. (VETADO).
Art. 219. Os Magistrados terão vencimentos pagos pelos cofres do Estado.
Art. 220. O pagamento dos vencimentos dos Desembargadores e Juízes
da Capital é efetuado no Tribunal de Justiça, mediante folhas organizadas
pela Secretaria competente, com o “pague-se” do Presidente.
Art. 221. Os Magistrados das demais comarcas perceberão seus vencimen-
tos pelas Exatorias Estaduais da respectiva jurisdição, ou pelo Banco do Estado
do Ceará mediante distribuição de crédito para todo o exercício financeiro.
Art. 222. Os Juízes das comarcas do interior telegrafarão ao Presidente do
Tribunal de Justiça, no último dia de cada mês, dando ciência dos dias de efe-
tivo exercício nas funções de seu cargo. Os Juízes informarão também acerca
do exercício dos servidores e serventuários de justiça da comarca e, no caso
de informação falsa, ficarão sujeitos às penalidades da lei, sem prejuízo da

108
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

perda, pelo dobro, dos dias em que se ausentarem da comarca, sem prévia
autorização do Chefe do Poder; na falta dessa comunicação, o Presidente do
Tribunal mandará excluir o juiz da folha de pagamento.
Art. 223. Além dos casos previstos na legislação comum para o funcioná-
rio em geral, os Magistrados não sofrerão qualquer desconto em seus venci-
mentos quando:
a) chamados pelo Presidente do Tribunal de Justiça ou pelo Conselho da
Magistratura;
b) para frequência a cursos ou seminários de aperfeiçoamento de estudos
a critério do Tribunal, pelo prazo máximo de 01 (um) ano;
c) para prestação de serviço, exclusivamente à Justiça Eleitoral;
Parágrafo único. Sem prejuízo do vencimento, remuneração ou de qual-
quer direito ou vantagem legal, o Magistrado poderá afastar-se de suas fun-
ções:
I – por oito (08) dias consecutivos, por motivo de:
a) casamento;
b) falecimento de cônjuge ou companheira, ascendente, descendente a,
irmão ou dependente.
II – até cinco (05) dias consecutivos, por motivo de:
a) paternidade;
b) adoção.

Seção II
Das Vantagens

Art. 224. Além dos vencimentos, constituem vantagens pecuniárias dos


magistrados:
I – ajuda de custo, para despesa de transporte e mudança, equivalente a
um mês de vencimentos;

109
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – ajuda de custo, para moradia nas comarcas onde não houver resi-
dência oficial para Juiz, exceto na Capital, equivalente a 10% (dez por cento)
sobre seus vencimentos.
III – salário-família;
IV – diárias;
V – (VETADO).
VI – gratificação adicional de um por cento por ano de serviço, incidente
sobre o vencimento básico e a gratificação de representação, compreendido
no tempo de serviço o exercício da advocacia, até o máximo de 15 anos e
observada a garantia constitucional de irredutibilidade;
VII – (VETADO).
Parágrafo único. A gratificação adicional será implantada automática e in-
dependentemente de requerimento.
Art. 225. Por aula proferida em Curso Oficial de Preparação para a Ma-
gistratura ou em Escola Especial de Aperfeiçoamento de Magistrados, será
atribuída uma gratificação de magistério, exceto quando receba remuneração
específica para esta atividade.
Art. 226. A verba de representação, salvo quando concedida em razão do
exercício de cargo ou função temporária, integra os vencimentos para todos
os efeitos legais.
Art. 227. A gratificação adicional, bem como as de representação atribu-
ídas ao Presidente, Vice-Presidente e Corregedor Geral da Justiça incorporar-
-se-ão aos vencimentos e proventos dos Magistrados para efeito de aposen-
tadoria.
Art. 228. As gratificações de substituição não são incorporáveis aos ven-
cimentos ou proventos dos Magistrados.
Art. 229. Ao magistrado que for convocado para substituir, no primeiro
grau, Juiz de entrância superior, perceberá a diferença de vencimentos cor-
respondentes, durante o período de afastamento do titular, inclusive diárias e
transporte, se for o caso.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º Quando a substituição se verificar entre Juízes da mesma ou de infe-


rior entrância somente serão devidas diárias e transporte, através de adian-
tamento arbitrado pelo Presidente do Tribunal, ficando o magistrado sujeito a
posterior prestação de contas.
§ 2º O juiz somente poderá responder por outra vara ou unidade dos
Juizados Especiais, nas seguintes hipóteses, sendo vedada qualquer outra
designação, inclusive para o juiz auxiliar outra vara ou unidade dos Juizados
Especiais: (Redação dada pela Lei n. 12. 919, de 30.06.99)
I – promoção, aposentadoria ou morte do titular, enquanto não preenchida
a vaga;
II – afastamento temporário do titular por motivo de licenças para trata-
mento de saúde, por motivo de doença em pessoa da família, para o serviço
militar, para repouso à gestante ou especial;
III – disponibilidade temporária do titular, enquanto durar o afastamento;
IV – férias do titular, até o seu retorno;
V – nas varas ou unidades dos Juizados Especiais cujos titulares se encon-
trem afastados a serviço da Presidência do Tribunal de Justiça, da Corregedo-
ria Geral da Justiça e da Escola Superior da Magistratura do Estado do Ceará,
devendo responder por mencionadas varas ou unidades os Juízes Auxiliares
criados pela Lei Estadual n. 12.698, de 28 de maio de 1997.
§ 3º. No caso de o juiz responder por outra vara ou unidade dos Juizados
Especiais por período igual ou superior a trinta (30) dias, nos únicos casos
autorizados pelo parágrafo anterior, não fará jus a qualquer gratificação, de-
vendo perceber somente diárias e transporte, se for o caso. (Acrescido pela
Lei n. 12. 919, de 30.06.99)
Art. 230. Ao magistrado será devida uma gratificação pelo efetivo exer-
cício em comarca de difícil provimento, equivalente a 20% (vinte por cento)
sobre seus vencimentos, competindo ao Tribunal de Justiça, mediante provi-
mento declarar a comarca naquela situação, considerando fatores objetivos
tais como segurança, transporte e salubridade.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 231. No caso de substituição de Desembargador, o Juiz de primeiro


grau convocado, perceberá enquanto perdurar a substituição, o equivalente à
diferença entre os seus vencimentos e os de Desembargador.
Art. 232. Ao Juiz Substituto, quando nomeado, e ao Juiz de Direito, quan-
do promovido, ou removido compulsoriamente, será paga ajuda de custo
equivalente até a um mês de vencimento, fazendo jus à mesma vantagem o
Juiz Substituto nomeado Juiz de Direito, desde que para comarca diferente.
Parágrafo único. A ajuda de custo será paga independentemente de o ma-
gistrado haver assumido o cargo, e restituído caso não o faça.
Art. 233. O magistrado, pelo exercício em órgão disciplinar ou de correi-
ção, nenhuma vantagem pecuniária perceberá, salvo transporte e diária para
alimentação e pousada, quando se deslocar de sua sede.
Art. 234. Os magistrados perceberão salário-família na conformidade da
legislação aplicável aos funcionários públicos em geral.
Art. 235. Ao cônjuge sobrevivente, e, em sua falta, aos herdeiros neces-
sários do magistrado falecido em atividade ou já aposentado, será abonada
importância igual a um mês dos proventos ou estipêndio que percebia, para
atender às despesas de funeral e luto.
§ 1º Na falta das pessoas enumeradas neste artigo, quem houver custea-
do os funerais do magistrado será indenizado das despesas realizadas dentro
dos limites traçados neste Código;
§ 2º A despesa correrá pela dotação própria do cargo e o pagamento será
efetuado pelo Tesouro do Estado, mediante apresentação de certidão do as-
sento de óbito e, no caso do parágrafo anterior, também com os comprovan-
tes dos gastos realizados.
Art. 236. Fica assegurado às famílias pensionáveis ou aos beneficiários
dos Magistrados do Ceará, do Secretário, do Subsecretário do Tribunal de
Justiça, do Diretor e do Subdiretor da Secretaria Geral do Fórum de Fortale-
za, dos Assessores dos Desembargadores, ativos ou inativos, montepio a ser
pago pelo Tesouro do Estado.

112
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. É obrigatória a inscrição no montepio.


Art. 237. Mensalmente, mediante consignação em folha de pagamento,
em extrato de pagamento ou quaisquer outras modalidades, os contribuintes
do montepio concorrerão para a Fazenda do Estado com uma cota correspon-
dente a um trinta avos (1/30) dos seus vencimentos ou proventos mensais
fixos e gratificações incorporáveis aos vencimentos, nos termos deste Código.
Art. 238. O montepio corresponderá a uma pensão mensal igual a cem
por cento (100%) dos vencimentos e vantagens percebidos pelo contribuinte,
à data de seu falecimento.
§ 1º A pensão será paga metade ao cônjuge supérstite ou companhei-
ro(a), e metade, em partes iguais, aos filhos, netos ou outros beneficiários
indicados.
§ 2º Na falta dos filhos, ou quando por qualquer motivo cessar o pagamen-
to a estes, a pensão pertencerá integralmente à viúva, sendo antes contudo,
assegurada ao contribuinte, seja qual for o seu estado civil, plena liberdade na
instituição de pensionistas e na fixação do quantitativo da pensão de cada um.
§ 3º O cônjuge, filhos e netos são beneficiários naturais, não necessitando
ser instituídos, sendo suficiente que comprovem essa condição.
§ 4º A pensão de montepio será reajustada automaticamente sempre que
houver alteração de vencimentos dos magistrados, a fim de manter-se pro-
porcional aos proventos ou vencimentos que receberia o contribuinte falecido,
observado sempre o disposto no caput deste artigo.
§ 5º Cessa o pagamento do montepio mensal:
a) em relação à viúva, na data em que contrair núpcias ou falecer, trans-
ferindo-se para os filhos ou beneficiários indicados o benefício, em partes
iguais;
b) em relação ao filho varão ou qualquer beneficiário varão, na data em
que atingir a maioridade, salvo se inválido ou incapaz de prover a própria
subsistência, ou se estudante, frequentar curso secundário ou curso superior,
até 25 anos de idade;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

c) em relação à filha ou qualquer beneficiária, na data em que contrair


núpcias, ou, tendo atingido a maioridade, passar a exercer atividade lucrati-
va, com a qual possa prover à própria subsistência;
§ 6º É permitida, até o limite dos vencimentos ou proventos que o con-
tribuinte vinha recebendo dos cofres públicos, a acumulação de pensões de
montepio:
a) entre si;
b) com outras pensões de qualquer natureza, pagas por entidades públi-
cas federais, estaduais ou municipais;
c) com vencimentos de cargos ou funções públicas da União, do Estado, do
Município ou de autarquias;
d) com proventos de inatividade, ainda quando resultem de aposentadoria
em cargos acumuláveis;
§ 7º Também não é vedada a acumulação de pensões de montepio com
salários de empregos particulares ou pensões percebidas de entidades priva-
das;
§ 8º O pagamento do montepio será requerido ao Presidente do Tribunal
de Justiça que, à vista dos elementos, o despachará de plano. Reconhecendo
a procedência do pedido, expedirá um título de pensão para cada beneficiá-
rio e promoverá a inclusão dos mesmos em folha de pagamento. Após isso,
remeterá o processo ao Tribunal de Contas para julgamento definitivo da le-
galidade. O pagamento da pensão de montepio inicial terá caráter provisório
até o julgamento definitivo do Tribunal de Contas.
§ 9º O Presidente do Tribunal de Justiça despachará de plano, autorizando
ou não o pagamento, que ficará a cargo do Tesouro do Estado.
Art. 239. À família do magistrado falecido em consequência de acidente
do trabalho ou de agressão no exercício ou decorrência de suas funções, o
Estado assegurará uma pensão mensal, equivalente aos vencimentos ou esti-
pêndio que ele percebia do Tesouro do Estado, ao tempo do fato.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 240. Todos os atos referentes aos magistrados, inclusive os em ina-


tividade, que devam ser apostilhados, terão as respectivas apostilas lavradas
nos títulos, assinadas pelo Presidente do Tribunal de Justiça.

CAPÍTULO III
DAS FÉRIAS

Art. 241. Os magistrados terão direito a férias anuais, por sessenta (60)
dias, coletivas ou individuais; (Vide inciso XII do art. 93 da CF de 1988, acres-
centado pela Emenda Constitucional n. 45, de 8 de dezembro de 2004)
Art. 242. Os membros do Tribunal de Justiça gozarão de férias coletivas
nos períodos de 02 a 31 de janeiro e de 02 a 31 de julho. (Vide determinação
em contrária inserta no inciso XII do artigo 93,da CF/88.)
Art. 243. Os Juízes do 1º Grau, titulares de varas ou comarcas, com exer-
cício no interior do Estado, gozarão de férias coletivas de 02 a 31 de janeiro
e de 02 a 31 de julho, assegurando-se, entretanto, o permanente funciona-
mento pelo menos de um órgão em cada comarca para atendimento de todo
e qualquer procedimento de caráter urgente. (Vide inciso XII do artigo 93,da
CF/88.)
Art. 244. Os Juízes de 1º Grau, titulares de varas, com exercício na Co-
marca da Capital, gozarão de férias coletivas nos meses de janeiro e julho,
assegurando-se, entretanto, o permanente funcionamento de pelo menos um
órgão judicante para atendimento de todo e qualquer procedimento de cará-
ter urgente. (Vide inciso XII do artigo 93,da CF/88.)
Art. 245. Os Juízes de Direito Auxiliares do interior substituirão os Juízes
titulares de varas ou comarcas, durante os períodos de férias coletivas, fa-
zendo jus, porém, a 60 (sessenta) dias de férias individuais. (Vide inciso XII
do artigo 93,da CF/88.)
Parágrafo único. Os Juízes Auxiliares do interior substituirão os titulares
das comarcas das respectivas zonas e durante a substituição despacharão os

115
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

processos cuja tramitação não se interrompe em razão de ocorrência de fé-


rias coletivas.(Vide inciso XII do artigo 93,da CF/88.)
Art. 246. O Tribunal de Justiça iniciará e encerrará seus trabalhos, res-
pectivamente, nos primeiro e último dias úteis de cada período com a reali-
zação de sessão.
Art. 247. Durante as férias coletivas compete ao Presidente do Tribunal
de Justiça, ou seu substituto legal, decidir pedidos de liminar em mandado de
segurança, determinar liberdade provisória ou sustação de ordem de prisão
e demais medidas que reclamem urgência. (Vide inciso XII do artigo 93,da
CF/88.)
Art. 248. O Presidente do Tribunal de Justiça e o Corregedor Geral da
Justiça gozarão de trinta (30) dias consecutivos de férias individuais, por
semestre.
Parágrafo único. Ao Vice-Presidente, ou na sua falta ou impedimento, ao
Desembargador mais antigo que, na ordem decrescente, o substituir, ao as-
sumir a Presidência, nas férias coletivas, é assegurado o gozo de férias indivi-
duais pelo tempo em que esteve no exercício.(Vide inciso XII do artigo 93,da
CF/88.)
Art. 249. As férias individuais não poderão fracionar-se em períodos infe-
riores a trinta (30) dias, e somente podem acumular-se por imperiosa neces-
sidade do serviço e pelo máximo de 02 (dois) meses.
Art. 250. As férias individuais serão concedidas:
a) ao Presidente do Tribunal de Justiça, pelo Tribunal Pleno;
b) ao Corregedor Geral e demais Desembargadores, pelo Presidente do
Tribunal de Justiça;
c) aos Juízes da Capital, pelo Diretor do Fórum;
d) aos Juízes do Interior que devam gozar férias individuais por haverem
respondido por varas ou comarcas nos períodos de férias coletivas, pelo Pre-
sidente do Tribunal de Justiça.

116
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 251. As autoridades competentes, antes do início do ano judiciário,


organizarão as escalas de férias, atendendo, quando possível, às solicitações
dos interessados, sem prejuízo da conveniência do serviço.
§ 1º As escalas de férias poderão sofrer modificações, por motivo justo, a
requerimento dos interessados;
§ 2º O Juiz que for removido ou promovido em gozo de férias não as in-
terromperá, sem prejuízo da posse imediata.
Art. 252. São feriados forenses:
a) os domingos, os dias de festa nacional ou estadual, como tais decreta-
dos, a quinta-feira e a sexta-feira da Semana Santa;
b) o dia 08 de dezembro, consagrado à Justiça.
Art. 253. Os magistrados, nos períodos de férias coletivas, não poderão
ausentar- se de suas comarcas senão para lugar de onde lhes seja possível
voltar às suas funções dentro de 48 horas, e sem antes comunicar à Presidên-
cia do Tribunal a ausência e onde devam ser encontrados.
Art. 254. Aos magistrados do 1º Grau, titulares de zonas eleitorais no in-
terior do Estado, poderão gozar, unicamente de um período de férias coletivas,
se, por decisão do Tribunal de Justiça e em nome do interesse público houver
extrema necessidade da permanência do Juiz à frente da zona, mormente em
período de alistamento eleitoral. (Vide inciso XII do artigo 93,da CF/88.)
§ 1º Aos Juízes, nas condições referidas neste artigo, será concedido um
período de férias individuais, equivalente a 30 (trinta) dias consecutivos, para
ser gozado no semestre seguinte ou ressalvado para gozo em tempo oportuno;
§ 2º Computar-se-ão em dobro as férias individuais não gozadas, por mo-
tivo de interesse público.
§ 3º As férias serão remuneradas com acréscimo de um terço (1/3) da
remuneração global do magistrado e seu pagamento se efetuará até dois (02)
dias antes do início do respectivo período.
Art. 255. (VETADO)
Parágrafo único. (VETADO)

117
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO IV
DAS LICENÇAS

Art. 256. Conceder-se-á licença:


I – para tratamento de saúde;
II – por motivo de doença em pessoa da família;
III – para o serviço militar;
IV – para repouso à gestante;
V – especial.

Seção I
Da Licença para Tratamento de Saúde

Art. 257. A licença para tratamento de saúde por prazo superior a 30


(trinta) dias, bem como as prorrogações que importem licença por período
ininterrupto, também superior a 30 (trinta) dias dependem de inspeção por
Junta Médica.
Art. 258. A licença pode ser prorrogada de ofício ou a pedido, em ambos
os casos, dependendo das conclusões do laudo médico.
Art. 259. Terminada a licença, o magistrado reassumirá, imediatamente, o
exercício do cargo, ressalvadas as hipóteses de prorrogação e aposentadoria.
Parágrafo único. O pedido deverá ser apresentado antes de findo o prazo
de licença; se indeferido, contar-se-á como de licença o período em que o
magistrado deixou de comparecer ao serviço por desconhecimento oficial ou
despacho.
Art. 260. A licença gozada dentro de sessenta (60) dias, contados do tér-
mino da anterior, será considerada como prorrogação.
Art. 261. O magistrado não poderá permanecer em licença por prazo su-
perior a 24 meses, salvo nos casos de doença em pessoa da família, de tuber-
culose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, lepra, paralisia
ou cardiopatia grave.

118
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 262. Expirado o prazo do artigo anterior, o magistrado será submeti-


do a novo exame médico e aposentado se for julgado inválido.
Parágrafo único. O tempo necessário ao exame médico será considerado
como de prorrogação.
Art. 263. Será integral o vencimento do magistrado licenciado para trata-
mento de saúde, acidentado em serviço ou atacado das moléstias indicadas
no art. 261 deste Código.
Art. 264. O magistrado, ao entrar em gozo de licença, comunicará à au-
toridade que a concedeu, o local onde pode ser encontrado.
§ 1º O magistrado licenciado não pode exercer qualquer das suas funções
jurisdicionais ou administrativas, nem exercitar qualquer função pública ou
particular;
§ 2º Salvo contraindicação médica, o magistrado licenciado poderá pro-
ferir decisões em processos que, antes da licença, lhe hajam sido conclusos
para julgamento ou tenham recebido seu visto como relator ou revisor.
Art. 265. A licença para tratamento de saúde será a pedido, ou de ofício.
§ 1º Num e noutro caso, é indispensável o exame médico:
a) pelo Instituto de Previdência do Estado do Ceará (IPEC), se o magistra-
do residir na Capital;
b) pelo posto ou repartição de saúde do Estado, se existentes, ou por mé-
dicos oficiais, se o magistrado residir no interior.
§ 2º No interior do Estado, em não sendo possível atender ao disposto na
letra “b” do parágrafo anterior, o exame poderá ser feito por Junta Médica
particular reconhecidas as firmas do atestado;
§ 3º As licenças para tratamento de saúde, ou por motivo de doença em
pessoa da família, desde que não excedentes de trinta (30) dias, serão con-
cedidas mediante apresentação de simples atestado médico particular, com
firma reconhecida.
Art. 266. As licenças para tratamento de saúde serão concedidas:
a) pelo Tribunal de Justiça, ao seu Presidente;
b) pelo Presidente do Tribunal de Justiça aos demais Desembargadores e
magistrados.

119
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Seção II
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família

Art. 267. O Juiz poderá obter licença por motivo de doença em pessoa de
ascendente e descendente, cônjuge ou companheira, irmão ou dependente,
na forma da Lei, provando ser indispensável sua assistência ao enfermo.
Parágrafo único. O Presidente do Tribunal de Justiça fará expedir o ato
concessivo à vista do laudo de exame médico e das informações prestadas
pelo Juiz.
Art. 268. A licença por motivo de doença em pessoa da família será con-
cedida com vencimentos integrais até dois anos. Depois desse prazo, não
será pago vencimento.

Seção III
Da Licença para o Serviço Militar

Art. 269. Ao magistrado que for convocado para o serviço militar e outros
encargos da segurança nacional, será concedida licença com vencimentos
integrais.
§ 1º A licença será concedida à vista de documento oficial que prove a
incorporação;
§ 2º Sem embargo da regra genérica da cabeça deste artigo, descontar-
-se-á dos vencimentos do magistrado incorporado a importância que vier a
receber em razão da incorporação, salvo se optar pelas vantagens do serviço
militar;
§ 3º Ao magistrado desincorporado conceder-se-á prazo não excedente de
30 (trinta) dias para reassumir o exercício, sem perda dos vencimentos.
Art. 270. Ao magistrado, oficial da reserva das forças armadas, será tam-
bém concedida licença com vencimentos integrais durante os estágios pre-

120
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

vistos pelos regulamentos militares, quando pelo serviço militar não perceber
qualquer vantagem pecuniária.
Parágrafo único. Quando o estágio for remunerado, assegurar-se-á o di-
reito de opção.

Seção IV
Da Licença à Gestante

Art. 271. A licença para repouso à magistrada gestante ou em decorrên-


cia de adoção será concedida nos termos da legislação, pelo prazo de 180
(cento e oitenta) dias. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de
9.12.2008)

Seção V
Da Licença Especial

Art. 272. Após cada quinquênio ininterrupto de exercício, o magistrado


fará jus a três (03) meses de licença especial, com a remuneração do cargo
efetivo, observados os requisitos definidos em lei.

SUBTÍTULO IV
DA VACÂNCIA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 273. A vacância do cargo de magistrado dar-se-á nos casos estabe-


lecidos no art. 138 deste Código, observado o disposto nos artigos 93, VIII e
95, I e II, da Constituição da República, e 96, X, e 98, I e II, da Constituição
do Estado.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. A vacância nos casos de promoção, remoção e acesso


observará o disposto no Livro II, Título III, Capítulos V, VI e VII, deste Código.

CAPÍTULO II
DA DISPONIBILIDADE

Art. 274. O magistrado em disponibilidade será classificado em quadro


especial, provendo-se imediatamente a vaga que ocorrer.
Art. 275. A disponibilidade, em caso de mudança da sede do Juízo, por
não haver o juiz aceito remoção para a mesma comarca ou outra de igual
entrância, outorga ao magistrado a percepção de vencimentos integrais e
contagem do tempo de serviço como se estivesse em exercício, e será decla-
rada por ato do Presidente do Tribunal, independentemente de manifestação
do Colegiado, assegurado o seu aproveitamento na forma do § 3º do art. 208
deste Código.
Parágrafo único. Se o magistrado dentro de 30 (trinta) dias contados da
data da publicação do ato de mudança, não usar da faculdade de requerer
remoção, será posto, de ofício, na disponibilidade de que trata este artigo.
Art. 276. O Tribunal de Justiça poderá determinar, por motivo de interes-
se público e pelo voto de dois terços de seus membros efetivos, a disponibili-
dade de membro do próprio Tribunal ou de Juiz de 1º Grau, com vencimentos
proporcionais ao tempo de serviço.
§ 1º O quorum de dois terços de membros efetivos do Tribunal será apura-
do em relação ao número de Desembargadores em condições legais de votar,
como tal se considerando os não atingidos por impedimentos ou suspeição e
os não licenciados por motivo de saúde;
§ 2º O procedimento para decretação da disponibilidade de magistrados
obedecerá ao disposto nos arts. 194 a 197 deste Código;
§ 3º A proporcionalidade dos vencimentos, com base no tempo de serviço,
obedecerá sempre os seguintes percentuais:

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I – Até 10 anos de tempo de serviço, 50% (cinquenta por cento);


II – De 10 a 15 anos de tempo de serviço, 60% (sessenta por cento);
III – De 15 a 20 anos de tempo de serviço, 70% (setenta por cento;
IV – De 20 a 25 anos de tempo de serviço, 80% (oitenta por cento);
V – De mais de 25 anos de tempo de serviço, 90% (noventa por cento).
Art. 277. O magistrado em disponibilidade continuará sujeito às vedações
constitucionais.
Art. 278. O tempo de serviço público federal, estadual ou municipal, será
computado integralmente para efeito de disponibilidade, na forma da lei.
Art. 279. O Desembargador que ao assumir as funções do seu cargo já
encontrar, com assento no Tribunal, seu cônjuge ou parentes consanguíneos
ou afins em linha reta, bem como na linha colateral até o 3º grau, não será
posto em disponibilidade.
Art. 280. Decretada a disponibilidade por motivo de interesse público, o
Presidente do Tribunal de Justiça formalizará o ato de declaração da disponi-
bilidade.

CAPÍTULO III
DA APOSENTADORIA
Seção I
Disposições Gerais

Art. 281. Com proventos integrais, a aposentadoria dos magistrados vi-


talícios será compulsória, aos 70 (setenta) anos de idade, ou por invalidez
comprovada, e facultativa, aos 30 (trinta) anos de serviço, após cinco (05)
anos de exercício efetivo na judicatura.
Art. 282. Para efeito de aposentadoria será computado integralmente o
tempo de serviço de qualquer natureza em cargo ou em função federal, es-
tadual e municipal, bem assim o prestado a entidades autárquicas, empresas

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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ou instituições que tenham passado à responsabilidade do Estado, empresas


públicas e privadas e sociedade de economia mista.
Art. 283. Ao advogado ou membro do Ministério Público nomeado De-
sembargador é exigida para aposentadoria voluntária, a efetividade mínima
de cinco (05) anos, no Tribunal de Justiça.
Art. 284. Os proventos da aposentadoria serão reajustados na mesma
proporção dos aumentos dos vencimentos concedidos, a qualquer título, aos
magistrados em atividade.

Seção II
Da Aposentadoria Compulsória

Art. 285. A aposentadoria compulsória dos magistrados, aos setenta anos


de idade, deverá ser declarada pelo Tribunal de Justiça, à vista dos seus as-
sentamentos individuais, de ofício ou a requerimento do Procurador Geral da
Justiça, consoante o estabelecido no Regimento Interno.
§ 1º À falta de requerimento do interessado, até 05 (cinco) dias antes
da data em que o magistrado deverá completá-la, o Presidente do Tribunal
baixará portaria para que se instaure o processo de ofício, fazendo-se a ne-
cessária comprovação da idade por meio da certidão de nascimento ou prova
equivalente;
§ 2º É permitido ao interessado provar, através de documentos, defeitos
ou inexatidões nos assentamentos individuais.

Seção III
Da Aposentadoria Por Invalidez

Art. 286. A aposentadoria compulsória dos magistrados, por invalidez,


observará o que preceitua o Regimento Interno a respeito de verificação des-
te estado, com a observância dos seguintes requisitos:

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I – O processo terá início a requerimento do magistrado, por ordem do


Presidente do Tribunal, de ofício ou em cumprimento de deliberação do plená-
rio ou, ainda, por provocação da Corregedoria Geral da Justiça;
II – Tratando-se de incapacidade mental, o Presidente do Tribunal nome-
ará curador ao paciente, sem prejuízo da defesa que este queira oferecer
pessoalmente, ou por procurador que constituir;
III – O paciente deverá ser afastado, desde logo do exercício do cargo,
até final decisão, devendo ficar concluído o processo no prazo de sessenta
(60) dias;
IV – A recusa do paciente em submeter-se à perícia médica permitirá o
julgamento baseado em quaisquer outras provas;
V – O magistrado que, por 02 (dois) anos consecutivos, afastar-se ao
todo, por 06 (seis) meses ou mais, para tratamento de saúde, deverá sub-
meter-se ao requerer nova licença para igual fim, dentro de 02 (dois) anos, a
exame para verificação de invalidez;
VI – Se o Tribunal concluir pela incapacidade do magistrado, comunicará
imediatamente a decisão ao Presidente, para os devidos fins.
Art. 287. Ao magistrado cujo estado de saúde não lhe permitir o exercí-
cio do cargo sem agravação do seu mal, perigo de contaminação e prejuízo
do serviço, por efeito de enfermidade incurável e outras moléstias que a lei
indicar, ou quando invalidado em consequência de acidente do trabalho, será
concedida licença, se a inspeção médica a que for submetido não concluir
pela necessidade imediata de aposentadoria.
§ 1º Efetivar-se-á a aposentadoria se dentro do prazo de dois (02) anos
não houver expectativa razoável de cura;
§ 2º As inspeções de saúde serão feitas, obrigatoriamente, pela Junta Mé-
dica do Instituto de Previdência do Estado do Ceará (IPEC).
§ 3º Decretada a aposentadoria, o magistrado continuará a perceber, sem
interrupção, como proventos provisórios, a importância que percebia na ati-
vidade, até que sejam fixados os proventos definitivos.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO IV
DA EXONERAÇÃO

Art. 288. A exoneração do magistrado dar-se-á a pedido ou de ofício.


Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
a) quando o Juiz Substituto não tomar posse ou não entrar no exercício
do seu cargo;
b) quando o Juiz Substituto não satisfizer as condições necessárias à aqui-
sição da vitaliciedade.
Art. 289. Na exoneração a pedido, o interessado se dirigirá ao Tribunal
de Justiça, através de requerimento devidamente formalizado e com firma
reconhecida. O Tribunal, depois de apreciada a solicitação, a encaminhará ao
Presidente para expedição do respectivo ato.
Parágrafo único. Ao magistrado sujeito a processo judicial não será con-
cedida exoneração enquanto não for julgado e, caso aplicada sanção que não
importe em demissão, enquanto não a houver cumprido.

CAPÍTULO V
DA DEMISSÃO

Art. 290. A pena de demissão será aplicada:


I – Aos magistrados quando decretada a perda do cargo em ação penal
por crime comum ou de responsabilidade ou em procedimento administrativo
nas seguintes hipóteses:
a) exercício, ainda que em disponibilidade de qualquer outra função, salvo
em cargo de magistério, público ou particular;
b) recebimento, a qualquer título e sob qualquer pretexto, de custas ou
participação nos processos sujeitos a seu despacho e julgamento;
c) exercício de atividade política-partidária;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – Aos Juízes nomeados mediante concurso de provas e títulos, enquanto


não adquirirem a vitaliciedade, em caso de falta grave, inclusive nas seguin-
tes hipóteses:
a) quando manifestamente negligente no cumprimento dos deveres do
cargo;
b) quando de procedimento incompatível com a dignidade, a honra e de-
coro de suas funções;
c) quando de escassa ou insuficiente capacidade de trabalho, ou cujo pro-
ceder funcional seja incompatível com o bom desempenho das atividades do
Poder Judiciário.
§ 1º O exercício de cargo do magistério, público ou particular, somente
será permitido se houver compatibilidade de horário, vedado em qualquer
hipótese, o desempenho de função administrativa ou técnica de estabeleci-
mento de ensino;
§ 2º Não se considera exercício do cargo o desempenho de função docente
em curso oficial de preparação para judicatura ou aperfeiçoamento de magis-
trado.
Art. 291. O procedimento para a decretação da perda do cargo terá início
por determinação do Tribunal de Justiça, de ofício, ou mediante representa-
ção fundamentada do Poder Executivo ou Legislativo, do Ministério Público ou
do Conselho Federal ou Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 1º Em qualquer hipótese, a instauração do processo preceder-se-á da
defesa prévia do magistrado, no prazo de quinze (15) dias, contados da en-
trega da cópia do teor da acusação e das provas existentes que lhe remeterá
o Presidente do Tribunal de Justiça, mediante ofício, nas 48 (quarenta e oito)
horas imediatamente seguidas à apresentação da acusação;
§ 2º Findo o prazo da defesa prévia, haja ou não sido apresentada, o Pre-
sidente, no dia útil imediato, convocará o Tribunal Pleno para que, em sessão,
decida sobre a instauração do processo, e caso determinada esta, no mesmo
dia distribuirá o feito e fará entregá-lo ao Relator;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º O Tribunal, na sessão que ordenar a instauração do processo, bem


assim no seu decorrer, poderá afastar o magistrado do exercício das suas fun-
ções sem prejuízo dos vencimentos e das vantagens, até decisão final;
§ 4º As provas requeridas e deferidas, bem como as que o Relator de-
terminar de ofício, serão produzidas no prazo de 20 (vinte) dias, cientes o
Ministério Público, o magistrado ou seu procurador, a fim de que possam
delas participar;
§ 5º Finda a instrução, o Ministério Público e o magistrado, ou seu
procurador terão, sucessivamente, vista dos autos por dez (10) dias para
razões;
§ 6º O julgamento será realizado em sessão pública do Tribunal, depois
de relatório oral, e a decisão no sentido da penalização do magistrado só
será tomada pelo voto de dois terços dos membros do Colegiado, em es-
crutínio reservado;
§ 7º Da decisão publicar-se-á somente a conclusão;
§ 8º Se a decisão concluir pela perda do cargo, o Presidente do Tribunal
providenciará a formalização do ato.

SUBTÍTULO V
DAS INCOMPATIBILIDADES E SUSPEIÇÕES
CAPÍTULO ÚNICO
Seção I
Das Incompatibilidades

Art. 292. No Tribunal, não poderão ter assento na mesma Turma, Câ-
mara ou grupo de Câmara, cônjuges e parentes consanguíneos ou afins em
linha reta, bem como em linha colateral até o 3º grau.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Nas sessões do Tribunal Pleno, o primeiro dos membros


mutuamente impedidos que votar, excluirá a participação do outro no jul-
gamento.
Art. 293. No mesmo juízo não podem servir, conjuntamente como Juiz
de Direito ou Substituto, parentes consanguíneos ou afins no grau indica-
do no artigo anterior.
Art. 294. Não podem requerer nem funcionar como advogados da parte
os que forem cônjuges, parentes consanguíneos ou afins do Juiz, em linha
reta, ou na linha colateral até o segundo grau.
§ 1º Fica o Juiz impedido se a intervenção do advogado se der em virtude
de distribuição obrigatória ou se houver sido constituído procurador do réu,
salvo se a incompatibilidade for maliciosamente provocada;
§ 2º A incompatibilidade se resolverá contra o advogado, se este inter-
vier no curso da causa, em primeiro ou segundo grau.
Art. 295. São nulos os atos praticados pelo Juiz, depois de se tornar
incompatível.

Seção II
Da Suspeição

Art. 296. O juiz deve dar-se por suspeito e, se o não fizer, poderá como
tal ser recusado por qualquer das partes, nos casos de lei.
Art. 297. Também será impedido de funcionar:
I – Se houver oficiado na causa como órgão do Ministério Público, ad-
vogado, árbitro ou perito ou nessa situação tiver parentes seus em grau
proibido;
II – Se houver funcionado na causa como Juiz de outro grau, pronun-
ciando-se, de fato ou de direito, sobre a mesma questão submetida a jul-
gamento.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 298. Poderá o Juiz dar-se por suspeito se afirmar a existência do


motivo de natureza íntima que, em consequência, o iniba de julgar quer
com respeito à parte, quer ao seu procurador, comunicando ao Conselho da
Magistratura os motivos da suspeição.
SUBTÍTULO VI
DA INCAPACIDADE DOS MAGISTRADOS
CAPÍTULO ÚNICO
DA APURAÇÃO DA INCAPACIDADE

Art. 299. O magistrado vitalício não será afastado do cargo senão median-
te processo administrativo em que se lhe apure a incapacidade física ou moral.
Art. 300. O procedimento para a verificação da incapacidade dos ma-
gistrados será iniciado por determinação do Tribunal, de ofício, ou mediante
representação fundamentada do Poder Executivo ou Legislativo, do Ministério
Público, ou do Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 1º A instrução do processo correrá perante o Conselho da Magistratura,
que concederá ao magistrado o prazo de quinze (15) dias para defesa prévia e
nomeará, findo esse prazo, uma Junta Médica composta de três (03) especia-
listas, consoante hipótese clínica, a fim de proceder ao exame necessário, or-
denando as diligências que julgar convenientes à completa elucidação do caso;
§ 2º Desse prazo o paciente será intimado por ofício do Presidente, com
a cópia da ordem inicial;
§ 3º Tratando-se de incapacidade mental, o presidente nomeará, desde
logo, um curador idôneo, que assista ou represente o paciente em todos os
termos do processo;
§ 4º Quando se tratar de incapacidade mental, poderão os interessados
requerer audiência do médico assistente do paciente, se ele não houver fun-
cionado como perito;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 5º O processo será secretariado pelo secretário do Conselho da Magis-

tratura.

Art. 301. Se o paciente estiver fora da Capital, os exames e diligências

serão deprecados à autoridade judiciária local competente.

Art. 302. Aos exames e outras diligências assistirão o Procurador Geral

da Justiça, o paciente e o Curador, que poderão requerer o que for a bem da

justiça.

Parágrafo único. Em casos extraordinários, poderá o Procurador Geral de-

legar a Procurador de Justiça as funções que lhe competem.

Art. 303. Não comparecendo ou recusando o paciente a submeter-se ao

exame ordenado, será marcado novo dia. Se o fato se repetir, o julgamento

basear-se-á em qualquer outra prova legal.

Art. 304. Instruído o procedimento, poderá o paciente, ou seu Curador

apresentar alegações no prazo de 10 (dez) dias. Ouvido a seguir o Procurador

Geral, serão os autos distribuídos e julgados em sessão pública do Tribunal

de Justiça.

§ 1º A decisão será adotada pelo voto de dois terços dos membros efetivos

do Tribunal, cabendo ao Presidente o direito de voto;

§ 2º Concluindo o Tribunal pela incapacidade do magistrado, o Presidente

expedirá, no prazo de trinta (30) dias, o ato de aposentadoria.

Art. 305. Verificando-se, no curso do processo, que o magistrado se acha

incurso em alguma disposição de lei penal, determinará o acórdão a remessa

de cópias das peças necessárias ao Procurador Geral da Justiça.

Art. 306. Correrão por conta do Estado todas as despesas do processo,

salvo as das diligências requeridas pelo paciente, se a decisão lhe for desfa-

vorável.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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SUBTÍTULO VII
DAS GARANTIAS E PRERROGATIVAS CAPÍTULO ÚNICO
SEÇÃO I DAS GARANTIAS

Art. 307. Os magistrados gozam das garantias de vitaliciedade, inamo-


vibilidade e irredutibilidade de vencimentos, salvo as restrições expressas na
Constituição Federal e Estadual.
§ 1º São vitalícios:
a) à partir da posse, os Desembargadores nomeados pelo quinto consti-
tucional;
b) após dois (02) anos de exercício, os juízes nomeados em virtude de
aprovação em concurso público de provas e títulos.
§ 2º O Juiz não poderá ser removido ou promovido senão com seu assen-
timento manifestado na forma da lei, ressalvada a remoção compulsória.
§ 3º Em caso de mudança da sede do Juízo, será facultado ao Juiz remo-
ver-se para ela ou para comarca de igual entrância, ou obter a disponibilidade
com vencimentos integrais.
4º Os vencimentos dos magistrados são irredutíveis, sujeitos, entretanto,
aos impostos gerais, inclusive o de renda e aos impostos extraordinários.
Art. 308. No caso de prisão em flagrante de qualquer autoridade judiciá-
ria, os autos respectivos deverão ser encaminhados, dentro de 48 horas, ao
Presidente do Tribunal de Justiça, que poderá proceder na forma prevista no
art. 310 do Código de Processo Penal, ouvido em 24 horas, o Procurador Geral;
§ 1º A autoridade judiciária que for detida em flagrante de crime inafian-
çável ficará, desde o momento da detenção sob custódia do Presidente do
Tribunal de Justiça;
§ 2º Se forem necessárias investigações ou diligências complementares, o
Conselho da Magistratura providenciará a respeito;
§ 3º Os Juízes Substitutos gozarão das mesmas garantias e prerrogativas
estabelecidas neste artigo, ressalvadas as restrições constitucionais e as ex-
ceções previstas neste Código.

132
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção II

Das Prerrogativas

Art. 309. São prerrogativas do magistrado:

I – Não ser preso senão por ordem escrita do Tribunal ou órgão especial

competente para o julgamento, salvo em flagrante de crime inafiançável,

caso em que a autoridade, sob pena de responsabilidade, fará imediata co-

municação e apresentação do magistrado ao Presidente do referido Tribunal,

a quem remeterá os autos.

II – Ser recolhido a prisão especial, ou a sala especial de Estado Maior, por

ordem e à disposição do Tribunal ou do órgão especial competente, quando

sujeito à prisão antes do julgamento final;

III – Ser ouvido como testemunha em dia, hora e local previamente ajus-

tados com a autoridade ou juiz de instância igual ou inferior;

IV – Não estar sujeito a notificação ou a intimação, salvo se expedida por

autoridade judiciária competente;

V – Usar carteira funcional expedida pelo Tribunal de Justiça, com força de

documento legal de identidade e de autorização para porte de arma de defesa

pessoal.

VI – Portar arma de defesa pessoal.

Parágrafo único – Quando, no curso da investigação houver indício da prá-

tica de crime por parte do magistrado, a autoridade policial, civil ou militar,

remeterá os respectivos autos ao Tribunal ou órgão especial competente, a

fim de que prossiga a investigação.

Art. 310. Os membros do Tribunal de Justiça têm o título de Desembarga-

dor, sendo o de Juiz, privativo dos integrantes da magistratura de primeiro grau.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

SUBTÍTULO VIII
DOS DEVERES, RESPONSABILIDADES E PROIBIÇÕES
CAPÍTULO ÚNICO
Seção I
Dos Deveres

Art. 311. São deveres do magistrado:


I – Praticar os atos de ofício, cumprir e fazer cumprir as disposições legais,
com independência, serenidade e exatidão;
II – Não exceder, sem justo motivo, os prazos para decidir ou despachar;
III – Determinar as providências necessárias para que os atos processuais
se realizem nos prazos legais;
IV – Tratar com urbanidade as partes, os membros do Ministério Públi-
co, os advogados, as testemunhas, os funcionários e auxiliares da Justiça,
e atender aos que o procurarem, a qualquer momento, quando se tratar de
providência que reclame e possibilite solução de urgência;
V – Residir na sede da comarca;
VI – Comparecer pontualmente à hora de iniciar-se o expediente ou ses-
são e não se ausentar injustificadamente antes do seu término;
VII – Exercer permanente fiscalização sobre os servidores subordinados
especialmente no que se refere à cobrança de custas, emolumentos e despe-
sas processuais, mesmo que não haja reclamação dos interessados;
VIII – Manter conduta irrepreensível na vida pública e particular.
IX – Zelar pelo prestígio da Justiça e pela dignidade de sua função;
X – Não manifestar opinião, por qualquer meio de comunicação, sobre
processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo
sobre despachos, votos ou decisões de órgãos judiciais, ressalvada a crítica
nos autos e em obras técnicas ou no exercício do magistério.
Art. 312. Os magistrados usarão vestes talares durante os julgamentos
do Tribunal de Justiça, no Tribunal do Júri e nas audiências cíveis e criminais.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção II
Das Responsabilidades

Art. 313. O magistrado responderá por perdas e danos quando:


I – No exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;
II – Recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva
ordenar de ofício, ou a requerimento das partes.
Parágrafo único. Reputar-se-ão verificadas as hipóteses previstas no inci-
so II, somente depois que a parte, por intermédio do Diretor de Secretaria ou
Escrivão, requerer, por escrito, ao magistrado que determine a providência, e
este não lhe atender o pedido dentro de 10 (dez) dias.

Seção III
Das Proibições

Art. 314. É vedado aos Juízes e Tribunais:


a) avocar processo ou causa pendente de outra autoridade, cabendo-lhes,
entretanto, suscitar conflito de competência;
b) abster-se de julgar a pretexto de lacuna ou obscuridade da lei, bem
como de falta de provas cumprindo-lhes, quando autorizados a decidir por
equidade, aplicar a norma que estabeleceriam se fossem legisladores;
c) advogar, aconselhar as partes ou dar-lhes parecer, mesmo quanto aos
juízes, nas causas em que forem suspeitos, ainda que se achem licenciados;
d) recusar fé aos documentos públicos de natureza legislativa, executiva
ou judiciária, da União, dos Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas
ou empresas públicas;
e) interferir em questões submetidas a outros tribunais ou juízes, bem
como alterar, anular ou suspender sentenças com ordens deles emanadas;
f) delegar a própria jurisdição, salvo nos casos previstos em lei.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

g) Exercer o comércio ou participar de sociedade comercial, inclusive de


economia mista, exceto como acionista ou quotista;
h) Exercer cargo de direção ou técnico de sociedade civil, associação ou
fundação, de qualquer natureza ou finalidade, salvo de associação de classe
de magistrados e sem remuneração;
Art. 315. Ao magistrado também é vedado, sob pena de perda do cargo
judiciário:
a) Exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública,
salvo um cargo de magistério, público ou particular, vedado, em qualquer
hipótese, o desempenho de função administrativa ou técnica de estabeleci-
mento de ensino;
b) Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em pro-
cesso.
c) Exercer atividade político-partidária.

TÍTULO IV
DA DISCIPLINA DOS MAGISTRADOS
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 316. A administração e a disciplina no Judiciário são exercidas pelos


seus vários órgãos competentes, na forma das leis e deste Código.
Parágrafo único. Os órgãos judiciários, quando for o caso, representarão ao
Conselho da Magistratura, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Or-
dem dos Advogados, bem assim ao Secretário de Polícia e Segurança Pública.
Art. 317. A atividade censória do Tribunal de Justiça e do Conselho da Ma-
gistratura é exercida com o resguardo devido à dignidade e à independência
do magistrado, a este sempre assegurada ampla defesa.

136
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 318. O magistrado não poderá ser punido ou prejudicado apenas


por suas opiniões que manifestar ou pelo teor das decisões que proferir em
sentença.

CAPÍTULO II
DAS SANÇÕES DISCIPLINARES E SUA APLICAÇÃO

Art. 319. As sanções aplicáveis aos magistrados são as seguintes:


I – advertência;
II – censura;
III – remoção compulsória;
IV – disponibilidade com proventos proporcionais ao tempo de serviço;
V – aposentadoria com proventos proporcionais ao tempo de serviço;
VI – demissão.
Parágrafo único. As sanções de advertência e de censura somente são
aplicadas aos Juízes da primeira instância.
Art. 320. A advertência aplicar-se-á reservadamente, por escrito, no caso
de negligência no cumprimento dos deveres do cargo.
Art. 321. A sanção disciplinar de censura será aplicada reservadamente,
por escrito, no caso de reiterada negligência no cumprimento dos deveres do
cargo, ou no de procedimento incorreto, se a infração não justificar punição
mais grave.
Art. 322. O Tribunal de Justiça poderá determinar, por motivo de interes-
se público, em sessão pública e pelo voto de dois terços de seus membros
efetivos:
I – A remoção compulsória de Juiz de instância inferior;
II – A disponibilidade de membro do próprio Tribunal ou de Juiz de instân-
cia inferior, com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.

137
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º Na determinação do quorum de decisão aplicar-se-á o disposto no §


1º, do art. 276 deste Código.
§ 2º Obrigatoriamente incorrerá em sanção punível com o que preceitua o
inciso I deste artigo, o magistrado que se manifestar ou tomar posição políti-
co-partidário na comarca de atuação.
Art. 323. O procedimento para a decretação da remoção, ou disponibi-
lidade de magistrado, obedecerá ao prescrito nos artigos 194 a 200 deste
Código.
Art. 324. A demissão será aplicada:
I – Aos magistrados vitalícios nos casos previstos no art. 290, inciso I,
letras a, b e c, deste Código;
II – Aos Juízes nomeados mediante concurso de provas e títulos, enquanto
não adquirirem a vitaliciedade, em caso de falta grave, inclusive nas hipóte-
ses previstas nas alíneas a, b e c do item II do artigo 290.
Art. 325. O Regimento Interno do Tribunal de Justiça estabelecerá o pro-
cedimento para a apuração de faltas puníveis com advertência ou censura.
Art. 326. São competentes para aplicação das sanções disciplinares:
I – O Tribunal de Justiça, ao seu Presidente, aos Desembargadores, ao
Corregedor Geral, aos Juízes de Direito e Juízes Substitutos nos casos dos in-
cisos III, IV, V e VI do art. 319 deste Código, em virtude de processo judicial
ou administrativo, conforme o caso;
II – O Presidente do Tribunal de Justiça, aos Juízes de Direito e Juízes
Substitutos nos casos do inciso I do artigo 319, inclusive quando do julga-
mento de processo de sua competência;
III – O Conselho da Magistratura, aos Juízes de Direito e Juízes Substitu-
tos, no caso do inciso II do artigo 319;
IV – Os Juízes de Direito e Juízes Substitutos, em suas comarcas, aos
servidores de justiça, serventuários de Justiça e juízes de paz, nos casos dos
incisos I e II do artigo 319;

138
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

V – A Corregedoria Geral, nos casos previstos neste Código.


Art. 327. A imposição de sanção disciplinar nos casos dos incisos I e II
do art. 319 será sempre fundamentada, dela cabendo recurso voluntário, no
prazo de 10 (dez) dias, para o Tribunal Pleno, se imposta pelo Presidente ou
pelo Conselho da Magistratura.
Parágrafo único. O Presidente do Tribunal conhecerá do recurso interpos-
to, no mesmo prazo deste artigo, das sanções impostas pelo Juiz de Direito ou
Juiz Substituto, cabendo ao Tribunal Pleno apreciar o recurso interposto, no
mesmo prazo, contra a imposição de sanção por parte do Corregedor Geral.

CAPÍTULO III
DA AÇÃO DISCIPLINAR

Art. 328. A Corregedoria Geral da Justiça, sempre que tiver conhecimento


de irregularidades ou faltas funcionais praticadas por magistrados, tomará
as medidas necessárias, instaurando, se for o caso, o respectivo procedi-
mento de sindicância. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de
9.12.2008)
Art. 329. No caso dos incisos I, II e III do art. 319, quando confessada,
documentalmente provada, ou manifestamente evidente a falta, a penalidade
poderá ser aplicada após sindicância, assegurada ao acusado ampla defesa.
Art. 330. A sindicância também terá lugar, como preliminar do processo
disciplinar, nos casos dos incisos IV, V e VI do artigo 319;
Parágrafo único. A sindicância será realizada pela Corregedoria Geral.
Art. 331. O processo disciplinar terá lugar, obrigatoriamente, quando a
falta funcional ou disciplinar possa determinar a aplicação de qualquer das
penalidades previstas no art. 319 desta Lei, aos magistrados. (Redação dada
pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Quando o indiciado for Juiz de 1ª instância, o processo será realizado


pela Corregedoria Geral;
§ 2º Quando o indiciado for Desembargador, a apuração ficará a cargo do
Presidente do Tribunal. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de
9.12.2008)
§ 3° Em caso de representação graciosa ou infundada, o órgão competen-
te, antes de determinar o arquivamento, mandará extrair cópias da represen-
tação ou da decisão e enviará as peças ao Ministério Público, para a devida
apreciação. (Parágrafo acrescido pela Lei 14.258 de 4.12.08, Do 9.12.08)
Art. 332. O Corregedor Geral requisitará servidores de justiça para servir
como secretário na tramitação do processo, podendo, se for necessário, to-
mar idêntica providência em relação à sindicância.
Art. 333. Quando o fato contrário à disciplina constituir, em tese, violação
à lei penal, o procedimento disciplinar será enviado ao Ministério Público, po-
dendo o Juiz ser afastado preventivamente nos termos desta lei.
Parágrafo único. Arquivado o expediente, ou julgada improcedente a acu-
sação por não constituir infração penal, o fato será administrativo e discipli-
narmente apreciado.
Art. 334. Qualquer pessoa ou autoridade poderá reclamar a apuração de
responsabilidade de magistrado, mediante representação que não poderá ser
arquivada de plano, salvo se manifestamente graciosa.
§ 1º Quando não apresentada por autoridade, a representação deve ter a
firma reconhecida;
§ 2º O representante será admitido a provar o alegado;
§ 3º Em caso de representação graciosa ou infundada, não apresentada
por autoridade, o Tribunal ou Conselho, antes de determinar arquivamento,
mandará extrair cópias da representação e do acórdão e enviar peças ao Mi-
nistério Público, para agir como de direito;
§ 4º Em caso de arquivamento que deverá ser sempre fundamentado, o
representante poderá obter certidão da decisão que o Conselho determinar;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 5º O andamento do expediente respectivo terá caráter reservado.


Art. 335. Na sindicância, como no processo administrativo, poderá ser
arguida suspeição, que se regerá pelas normas da legislação comum.

CAPÍTULO IV
DA SINDICÂNCIA

Art. 336. A sindicância será iniciada pelo encaminhamento da represen-


tação, ou mediante expedição de portaria do Conselho da Magistratura à Cor-
regedoria Geral, devendo correr em segredo de justiça, pela seguinte forma:
I – o Corregedor Geral da Justiça ouvirá o indiciado e a seguir, assinar-
-lhe-á o prazo de cinco (5) dias para produzir justificação ou defesa, podendo
apresentar provas, arrolar testemunhas e juntar documentos;

II – colhidas, no prazo de 5 (cinco) dias, as provas que entender neces-

sárias, o Corregedor-Geral, no prazo de 10 (dez) dias, submeterá o relatório

da sindicância ao Tribunal de Justiça; (Redação dada pela Lei n. 14.258, de

4.12.08, DO de 9.12.2008)

III – verificada a hipótese de aplicação de penalidade, os autos deverão

ser remetidos ao Tribunal de Justiça, para deliberação.

(Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

§ 1° A sindicância será regulada no Regimento Interno do Tribunal de Jus-

tiça. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

§ 2º A sindicância não deverá ultrapassar o prazo de trinta (30) dias;

§ 3° Aplicam-se à sindicância as normas do processo administrativo que

não forem incompatíveis com esse procedimento. (Redação dada pela Lei

n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO V
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO-DISCIPLINAR

Art. 337. O processo administrativo disciplinar terá início por determina-


ção do Tribunal de Justiça, encaminhado pelo Corregedor-Geral, no caso de
magistrados de primeiro grau, ou pelo Presidente do Tribunal, tratando-se
de Desembargador. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de
9.12.2008)
§ 1º Mediante requerimento motivado do Corregedor, ou eventualmente,
de qualquer outra autoridade processante, o prazo para conclusão do proces-
so poderá ser prorrogado por mais sessenta (60) dias;
§ 2° Findo o prazo da defesa prévia, haja ou não sido apresentada, o
Presidente, no dia útil imediato, convocará o Tribunal de Justiça para que,
em sessão, decida sobre a instauração do processo. (Redação dada pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 3º O Corregedor-Geral relatará a acusação perante o Tribunal de Jus-
tiça, no caso de magistrados de primeiro grau, e o Presidente do Tribunal
em se tratando de Desembargador. (Parágrafo acrescido pela Lei 14.258 de
4.12.08, Do 9.12.08)
Art. 338. Determinada a instauração do processo, o respectivo acórdão
conterá a imputação dos fatos e a delimitação do teor da acusação, devendo
o Presidente do Tribunal de Justiça, no mesmo dia, determinar a distribuição
do feito com a sua entrega ao relator, sem revisão. (Redação dada pela Lei n.
14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
Parágrafo único. O processo administrativo terá o prazo de 90 (noventa)
dias para ser concluído, prorrogável por igual período quando a delonga de-
correr do exercício do direito de defesa. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de
4.12.08, DO de 9.12.2008)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 339. O Tribunal de Justiça, na sessão que ordenar a instauração do


processo, bem assim no seu decorrer, decidirá se afasta o magistrado do
exercício de suas funções, assegurando-lhe a percepção do subsídio integral
até a decisão final. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de
9.12.2008)
Art. 340. O relator determinará a citação do magistrado, para o fim de
apresentar defesa em 5 (cinco) dias, encaminhando-lhe cópia do acórdão do
Tribunal de Justiça, observando que: (Redação dada pela Lei n. 14.258, de
4.12.08, DO de 9.12.2008)
I – havendo 2 (dois) ou mais magistrados, o prazo para defesa será co-
mum e de 10 (dez) dias; (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO
de 9.12.2008)
II – o magistrado que mudar de residência está obrigado a comunicar ao
Relator, ao Corregedor ou ao Presidente do Tribunal de Justiça o endereço em
que receberá citações, notificações ou intimações; (Redação dada pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
III – estando o magistrado em lugar incerto ou não sabido, será citado por
edital, com prazo de 30 (trinta) dias, contados da publicação, uma só vez,
no Diário da Justiça; (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de
9.12.2008)
IV – considerar-se-á revel o magistrado que, regularmente citado, não
apresentar defesa no prazo assinado; (Redação dada pela Lei n. 14.258, de
4.12.08, DO de 9.12.2008)
V – declarada a revelia, o relator designar-lhe-á defensor dativo, conce-
dendo-lhe igual prazo para a apresentação de defesa. (Redação dada pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 1º Decorrido o prazo para a defesa, decidirá o Relator sobre a produção
de provas requeridas pelo acusado e determinará as que de ofício entender
necessárias, podendo delegar poderes, para colhê-las, a magistrado de cate-

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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goria superior à do acusado, quando magistrado de primeiro grau. (Redação


dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 2º O magistrado e seu defensor serão intimados de todos os atos. (Re-
dação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
Art. 341. O Relator poderá interrogar o acusado sobre os fatos imputa-
dos, designando dia, hora e local, e determinar a intimação deste e de seu
defensor. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
Art. 342. O Relator tomará depoimentos das testemunhas, fará as aca-
reações e determinará as provas periciais e técnicas que entender pertinen-
tes para a elucidação dos fatos, aplicando-se subsidiariamente as normas do
Código de Processo Penal, da legislação processual penal extravagante e do
Código de Processo Civil, nessa ordem. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de
4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 1° As testemunhas residentes em outras localidades poderão ser ouvi-
das em seus domicílios, por autoridade judiciária, mediante delegação, se as-
sim for entendido conveniente. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08,
DO de 9.12.2008)
§ 2º Serão ouvidas no máximo 8 (oito) testemunhas. (Redação dada pela
Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 3º Finda a instrução, o Ministério Público e o magistrado acusado ou seu
defensor terão vista dos autos, por 10 (dez) dias, para razões finais. (Reda-
ção dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
Art. 343. Elaborado o relatório, serão remetidas aos membros do Tribunal
de Justiça cópias do acórdão referente à instauração do processo administra-
tivo, da defesa e das razões finais do magistrado, além de outras peças con-
sideradas essenciais para o julgamento. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de
4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 1º A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor, salvo o
caso de proibição legal, nos termos do art. 207 do Código de Processo Penal,
ou quando se tratar das pessoas mencionadas no art. 216 do mesmo diploma;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º Se arrolados como testemunhas, o Chefe do Poder Executivo, os Se-


cretários de Estado, os Magistrados, os Deputados, os Prefeitos ou pessoas
indicadas no art. 221 do Código de Processo Penal, serão eles ouvidos no lo-
cal, dia e hora previamente ajustados com a autoridade processante;
§ 3º Aos respectivos chefes serão requisitados os servidores públicos civis
ou militares arrolados como testemunhas;
§ 4º Tratando-se de militar, o seu comparecimento será requisitado ao
respectivo comando, com as indicações necessárias;
§ 5º As testemunhas residentes em outras localidades poderão ser ou-
vidas em seus domicílios, por autoridade judiciária, mediante delegação, se
assim for entendido conveniente.
Art. 344. O julgamento será realizado em sessão pública do Tribunal de
Justiça, iniciando-se com a leitura do relatório e a sustentação oral, seguida
do voto do Relator e da colheita dos votos. (Redação dada pela Lei n. 14.258,
de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 1º A punição a magistrado somente será imposta pelo voto da maioria
absoluta dos membros do Tribunal de Justiça, cabendo ao Presidente o direito
de voto. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 2º Da decisão somente será publicada a conclusão. (Redação dada pela
Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
Art. 345. Entendendo o Tribunal de Justiça existirem indícios de crime de
ação pública, o Presidente do Tribunal remeterá ao Ministério Público cópia
dos autos. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
Parágrafo único. Se a decisão concluir pela perda do cargo, o Presiden-
te do Tribunal providenciará a formalização do ato. (Redação dada pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
Art. 346. É permitido à autoridade processante tomar conhecimento de
arguições novas que surgirem contra o indiciado, caso em que este poderá
produzir outras provas em sua defesa.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 347. O extrato da ficha funcional do indiciado constará sempre dos


autos do processo.
Art. 348. Encerrada a instrução, o indiciado, dentro de dois (02) dias, terá
vista dos autos, em mãos do Secretário, para apresentar razões no prazo de
cinco (05) dias.
§ 1º No relatório a ser apresentado no prazo de oito (08) dias, a autori-
dade processante apreciará as irregularidades, as faltas funcionais imputadas
ao indiciado, as provas colhidas e as razões de defesa propondo a absolvição
ou a punição, e indicando, neste caso, a sanção a ser aplicada;
§ 2º É facultado à autoridade processante sugerir quaisquer outras provi-
dências que lhe parecerem necessárias.
Art. 349. Recebendo o processo, o Conselho da Magistratura proferirá jul-
gamento, dentro do prazo de quinze (15) dias, prorrogável por igual período.
§ 1º O Conselho poderá determinar a realização de diligências, a serem
cumpridas pela autoridade processante, dentro do prazo mencionado neste
artigo;
§ 2º Quando a imposição da penalidade escapar à sua alçada, o Conselho
encaminhará o processo a quem de direito;
§ 3º O Tribunal Pleno, à vista do processo administrativo revelador de fato
que, se apurado em processo judicial, autorizaria a condenação do magistra-
do à perda do cargo, abrirá vista dos autos ao Procurador Geral da Justiça,
para fins de direito.
Art. 350. A autoridade que presidir ao julgamento promoverá a expedição
dos atos decorrentes da decisão e as providências necessárias à sua execu-
ção. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
§ 1º Deverão constar do assentamento individual dos Juízes as sanções que
lhes forem impostas, vedada a sua publicação nos casos previstos nos números
IV, V e VI do art. 319, de cuja decisão publicar-se-á somente a conclusão;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2° Nos casos omissos, a juízo da autoridade processante, serão aplicá-


veis ao processo disciplinar as regras do Código de Processo Penal. (Redação
dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

CAPÍTULO VI
DO PROCESSO POR ABANDONO DE CARGO

Art. 351. No caso de abandono de cargo, instaurado o processo e feita a


citação na forma do § 1º, do art. 340, serão tomadas as declarações do indi-
ciado, marcando-se-lhe, após, o prazo de cinco (05) dias para a produção de
provas em sua defesa.
§ 1º Observar-se-á, no que couber, o disposto no § 5º do artigo 340 e
artigos 345
a 350;
§ 2º No caso de revelia, serão aplicadas as disposições do art. 341 e seus
parágrafos 1º e 2º.

CAPÍTULO VII
DO PROCESSO POR ACUMULAÇÃO PROIBIDA

Art. 352. No caso de acumulação não permitida (art. 95, parágrafo único,
inciso I, da Constituição Federal), instaurado o processo, proceder-se-á na

forma do art. 340 e seguintes deste Código.

Art. 353. Verificada a acumulação proibida, e provada a boa-fé, o Juiz

optará por um dos cargos.

§ 1º Provada a má fé, será o juiz não vitalício demitido de todos os cargos

e funções, devolvendo o que indebitamente houver recebido;

§ 2º Em se tratando de Juiz vitalício, proceder-se-á na forma do art. 291.

147
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO VIII
DOS RECURSOS DAS SANÇÕES DISCIPLINARES

Art. 354. Da aplicação de sanção disciplinar caberá recurso, sem efeito


suspensivo, à autoridade imediatamente superior a que impôs a sanção.
Art. 355. O prazo de interposição do recurso é de dez (10) dias, a contar
da data em que o interessado tiver conhecimento da imposição da penalidade
disciplinar.
Art. 356. O recurso será interposto mediante petição fundamentada di-
rigida à autoridade julgadora que, se mantiver a decisão, encaminha-lo-á
ao órgão julgador de segundo grau, e onde a decisão final será proferida no
prazo de trinta (30) dias.
Art. 357. Quando a sanção disciplinar for aplicada pelo Tribunal Pleno, o
interessado poderá pedir reconsideração, dentro de dez (10) dias.
Art. 358. Da deliberação do Conselho da Magistratura, que concluiu pela
demissão do Juiz não vitalício, caberá recurso para o Tribunal Pleno dentro do
prazo de dez (10) dias.

CAPÍTULO IX

DA REVISÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

Art. 359. A revisão do processo findo será admitida até seis (06) meses

após a punição do magistrado:

I – Quando a decisão for contrária ao texto expresso da lei ou à evidência

dos autos;

II – Quando a decisão se fundar em depoimento, exames ou documentos

falsos ou viciados;
III – Quando, após a decisão, se descobrirem novas provas de inocência
do interessado, ou de circunstâncias que autorizem diminuição de penalida-
des disciplinares.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Os pedidos que não se fundarem nos casos enumerados

neste artigo serão indeferidos liminarmente.

Art. 360. Da revisão não poderá resultar agravação de penalidade.

Art. 361. A revisão poderá ser pedida pelo próprio interessado ou seu pro-

curador, e, quando falecido, pelo cônjuge, descendente, ascendente ou irmão.

Parágrafo único. O requerimento será dirigido ao Tribunal de Justiça, que

a processará como disposto nesta Lei. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de

4.12.08, DO de 9.12.2008)

Art. 362. O requerimento será apenso ao processo, marcando o Presiden-

te o prazo de dez (10) dias para que o requerente junte as provas documen-

tais de suas alegações.

Art. 363. Concluída a instrução do processo, dar-se-á vista dos autos ao

requerente, pelo prazo de 10 (dez) dias, para razões finais. (Redação dada

pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

Art. 364. Decorrido esse prazo sem razões finais, ser-lhe-á nomeado defen-

sor para apresentá-las, incluindo-se logo em seguida o processo em pauta para

julgamento. (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)

Parágrafo único. Quando não for de sua alçada a penalidade aplicada, o

Conselho remeterá o processo, com seu parecer, à autoridade competente.

Art. 365. Julgada procedente a revisão, a autoridade revisora cancelará

ou modificará a penalidade imposta se não for o caso de anular o processo.

§ 1º Aplica-se o disposto acerca da reintegração do magistrado, se a pena

for a de demissão;

§ 2º Nos demais casos de procedência da revisão, o requerente será in-

denizado dos danos funcionais que tenha sofrido, com o ressarcimento de

outros prejuízos que forem apurados.

149
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO X
DO DIREITO DE PETIÇÃO E DO RECURSO DOS
ATOS ADMINISTRATIVOS
Seção I
Do Direito De Petição

Art. 366. É assegurado ao magistrado requerer, representar, reclamar e


recorrer, desde que se dirija em termos à autoridade competente.
Parágrafo único. Sempre que esse direito for exercido fora do Judiciário, o
autor enviará cópia de sua petição ao Conselho da Magistratura.

Seção II
Dos Recursos dos Atos Administrativos

Art. 367. Cabe recurso de reconsideração:


I – ao Tribunal de Justiça: (Redação dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08,
DO de 9.12.2008)
a) da classificação de candidatos aprovados no concurso de ingresso na
magistratura, com prazo de 10 (dez) dias após publicação da decisão; (Reda-
ção dada pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
b) da declaração de incapacidade de magistrado; (Redação dada pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
c) da decisão sobre remoção compulsória de magistrado; (Redação dada
pela Lei n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
d) do pedido de reexame da lista de antiguidade no prazo de 30 (trin-
ta) dias da publicação no Diário da Justiça.” (NR). (Redação dada pela Lei
n. 14.258, de 4.12.08, DO de 9.12.2008)
Art. 368. O recurso previsto no artigo anterior não tem efeito suspensivo
e, salvo disposições em contrário, será interposto no prazo de dez (10) dias,

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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contados da ciência da decisão pelo interessado ou da publicação do ato ad-


ministrativo no Diário da Justiça.
Art. 369. Para o Tribunal Pleno, no prazo de trinta (30) dias da publicação
no Diário da Justiça, caberá pedido de reexame da lista de antiguidade.
Art. 370. Da decisão do Presidente do Tribunal de Justiça, nos casos do
artigo 53, IV, deste Código, cabe recurso para o Tribunal Pleno, sem efeito
suspensivo e no prazo de dez (10) dias, contado da ciência do ato.
Art. 371. O direito de pleitear se exaure, na esfera administrativa, com
o provimento dos recursos previstos neste Código e a decisão das revisões.

TÍTULO V
DA ORGANIZAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, ATRIBUIÇÕES E DISCIPLINA
DOS SERVIÇOS AUXILIARES DO PODER JUDICIÁRIO
SUBTÍTULO I
DOS SERVIÇOS AUXILIARES DA JUSTIÇA DE SEGUNDO GRAU

Art. 372. O Tribunal de Justiça terá os seguintes órgãos auxiliares: (Vide


Lei 12.483/95 com as modificações introduzidas pelas Leis 13.956/2007 e
14.311/2009)
I – de controle interno da função administrativa: a Auditoria Administra-
tiva de Controle Interno.
II – de direção e gerenciamento: Secretaria Geral do Tribunal de Justiça,
desdobrando-se em:
a) Secretaria da Administração;
b) Secretaria de Finanças;
c) Secretaria de Tecnologia da Informação, e;
d) Secretaria Judiciária.
e) Secretaria de Gestão de Pessoas; (Alterado pela Lei n. 14.916, de
3 de maio de 2011, DO, de 11 de maio de 2011) (Redação dada pela Lei
n. 14.311/2009 de 20.03.09, D.O. DE 25.03.09)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – de direção e assessoramento superior: Diretorias de Departamento


e Unidades Equivalentes.
IV – de execução: Divisões, Serviços e Seções ou Unidades a esses níveis
§ 1º Os órgãos acima terão a composição e funções definidas na Lei Orgâ-
nica da Administração do Poder Judiciário.
§ 2º O quadro de pessoal do Poder Judiciário é fixado em lei especial, me-
diante proposta de seu Presidente.
§ 3º O Regulamento das Secretarias disciplinará, dentre outros assuntos:
a) a distribuição dos serviços administrativos e judiciários do Tribunal pe-
las diversas secretarias, departamentos, divisões, serviços e setores;
b) a competência das secretarias e dos seus órgãos;
c) as atribuições do Secretário Geral, dos Secretários, dos ocupantes de
cargos de direção e assessoramento e dos servidores em geral;
d) o provimento dos cargos;
§ 4º Os servidores lotados nas Secretarias do Tribunal de Justiça tomarão
posse perante o Chefe do Poder Judiciário.
§ 5º A matrícula dos servidores é feita de acordo com as normas previstas
na legislação estatutária dos servidores públicos civis do Estado.

SUBTÍTULO II
DOS SERVIÇOS AUXILIARES DA JUSTIÇA DE PRIMEIRO GRAU DA
COMARCA DE FORTALEZA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 373. A Diretoria do Foro terá seus serviços auxiliares, de natureza


administrativa e judicial, organizados conforme dispuser este Código e a Lei
Orgânica da Administração do Poder Judiciário.

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Art. 374. Os servidores da Diretoria do Fórum serão admitidos de confor-


midade com os preceitos da legislação em vigor, e terão as atribuições que
lhes forem conferidas pelo respectivo Regulamento.
§ 1º Os servidores cujos cargos forem lotados na Diretoria do Fórum de
Fortaleza tomarão posse perante o seu Diretor.
§ 2º A matrícula desses servidores é feita na Secretaria de Administração
e Finanças do Tribunal de Justiça, e observará as prescrições da legislação
estatutária dos servidores públicos civis do Estado.
§ 3º Caberá ao Diretor do Fórum a designação de servidores, preferen-
cialmente do quadro permanente, para o exercício dos cargos referentes aos
serviços compreendidos no artigo anterior.
§ 4º A Diretoria do Foro estabelecerá rotinas racionalizadas para o fiel
cumprimento das tarefas e atividades de cada um dos seus Serviços.

CAPÍTULO II
DOS SERVIÇOS AUXILIARES ADMINISTRATIVOS

Art. 375. Na estrutura administrativa do Fórum Clóvis Beviláqua haverá


Divisões, Serviços e Seções relacionados com as atividades de Pessoal, Con-
tabilidade, Material e Patrimônio, Conservação e Transportes e outros que
vierem a ser adotados para sua dinamização, conforme dispuser a Lei Orgâ-
nica da Administração do Poder Judiciário.

CAPÍTULO III
DOS SERVIÇOS AUXILIARES JUDICIAIS

Art. 376. Compreendem-se como serviços auxiliares judiciais:


a) Portaria dos feitos judiciais;
b) Distribuição dos feitos judiciais;
c) Contadoria;

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d) Partilhas e Leiloes; e
e) Depósito Público de Bens Apreendidos.
Parágrafo único. O Diretor do Foro poderá localizar extensões dos serviços
das letras a, b, c e d nos anexos do Fórum Clóvis Beviláqua, descentralizan-
do-os, por motivo de interesse público.

Seção I
Do Serviço de Portaria dos Feitos Judiciais

Art. 377. Para recebimento dos feitos judiciais haverá um Serviço de Por-
taria, desdobrado em três (03) Seções:
a) Seção de recebimento das ações e procedimentos de natureza cível;
b) Seção de recebimento das ações e procedimentos de natureza penal;
c) Seção de recebimento de ações de execução fiscal e demais delas de-
correntes.
§ 1º Compete a cada uma dessas seções receber as petições iniciais e
documentos da matéria de sua atribuição, conferindo-os e protocolando-os.
§ 2º O protocolo consistirá na anotação, em livro próprio, do número de
ordem, data e hora do recebimento, natureza da ação ou do procedimento,
nome das partes, espaço para o destinatário apor sua rubrica, data e carimbo
com seu nome e matrícula.
§ 3º O encarregado do protocolo fornecerá recibo ao interessado, do qual
constará o número do protocolo, a data e hora do recebimento, a assinatura
e carimbo com o nome e matrícula do recebedor, em modelo fornecido pelo
Serviço ou na segunda via da petição inicial, cotejando esta com o original.
§ 4º A Seção transcreverá as anotações do número, data e hora da entra-
da da inicial, no dorso da primeira folha da petição a fim de que reste íntegro
o espaço reservado ao despacho judicial.
§ 5º Em seguida, encaminhará a inicial com os documentos ao destinatário.

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§ 6º Sem prejuízo dos aspectos materiais e finalísticos, os serviços descri-


tos nos parágrafos 1º, 2º, 3º e 4º deste artigo deverão ser modernizados pela
adoção de sistema informatizado de protocolo e controle dos feitos judiciais.
§ 7º A Diretoria do Foro, através do serviço de portaria entregará aos in-
teressados os formulários oficiais da Guia de Recolhimento do Fundo Especial
de Reaparelhamento e Modernização do Poder Judiciário (FERMOJU), referen-
te à Taxa Judiciária e Custas Processuais, bem como das Guias de Recolhi-
mento da Taxa destinada à Caixa de Assistência aos Advogados e à Associa-
ção Cearense do Ministério Público. As guias poderão ser preenchidas pelas
próprias partes e recolhidas ao Banco do Estado do Ceará (BEC). Uma via,
devidamente quitada, será necessariamente juntada aos autos para permitir
a efetiva fiscalização por parte do Magistrado. Se a operacionalização o per-
mitir, poderá ser adotada Guia única, englobando todos esses recolhimentos,
hipótese em que o BEC deverá fazer os lançamentos dos créditos conforme
os destinatários, avisando-os.

Seção II
Do Serviço De Distribuição

Art. 378. Haverá um Serviço de Distribuição do Foro Judicial, com três


(03) Seções especializadas: uma, para os feitos cíveis; uma, para os feitos de
natureza penal; e uma, para as execuções fiscais e ações delas decorrentes.
Art. 379. Além do disposto no art. 254 do Código de Processo Civil, antes
de proceder a distribuição dos feitos, a Seção tomará as seguintes providên-
cias:
I) Verificará, através de seus arquivos ou sistema computadorizado, da
existência:
a) de prevenção;
b) de dependência;
II) Verificará, mediante consulta aos seus arquivos, se:

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a) há juiz impedido ou suspeito consoante comunicação deste, por ofício,


e arquivado na distribuição.
b) o advogado está suspenso de suas atividades, consoante comunicação,
por ofício, da Ordem dos Advogados do Brasil ou, se inscrito noutra Secção
da OAB, não anexou ele prova de haver participado sua advocacia eventual à
Secção local da mesma Instituição;
c) o advogado é Defensor Público ou Promotor de Justiça, consoante re-
lação trimestralmente fornecida pela Defensoria Pública e Ministério Público
respectivamente.
§ 1º Constatada as circunstâncias apontadas nos incisos I, letras a, b e c, e
II, letra a, a Seção procederá como de direito fazendo oportuna compensação.
§ 2º Se ocorrer as hipóteses das letras b e c, do inciso II, a seção certifica-
rá a ocorrência, mediante aposição de um carimbo no dorso da primeira folha
da petição inicial, devendo o encarregado datar e assinar a certidão.
§ 3º Compete ao Serviço de Distribuição:
a) Distribuir, em audiência pública, em dia e hora certa, na presença do
Diretor do Foro ou do Juiz por este indicado, bem como de representante da
OAB e Ministério Público, os feitos judiciais entre os diversos Juízes da Capi-
tal, observando-se o disposto no § 1º;
b) Mediante requerimento em formulário próprio, autenticado pelo BEC,
expedir certidão única, negativa ou positiva de processos distribuídos em an-
damento;
c) Encaminhar, imediatamente, os feitos distribuídos as Varas através das
respectivas Secretarias;
d) Dar baixa nos autos, para esse fim a ela encaminhados pelas Secreta-
rias das Varas por força de despacho judicial.
§ 4º A Seção de Distribuição não poderá reter quaisquer processos e atos
destinados à distribuição, tão logo seja procedida esta, em ordem rigorosa-
mente sucessiva, à proporção que lhe forem apresentados, observado o dis-
posto na letra a, do parágrafo terceiro.

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§ 5º Distribuir-se-ão por dependência os feitos de qualquer natureza que


se relacionarem com outros já distribuídos e ajuizados.
§ 6º Os atos e processos que não estiverem sujeitos à distribuição, por
não pertencerem à competência de dois ou mais Juízes, serão, não obstante,
prévia e obrigatoriamente, registrados pelo distribuidor, em livros especiais.
§ 7º O Serviço de Distribuição será informatizado, mantendo banco de
todos os dados dos processos, para possibilitar a sua distribuição automática
e a expedição de certidões negativas ou positivas em, no máximo, 48 horas.
Art. 380. Todos os processos findos serão, por despacho judicial, objeto
de baixa na Distribuição, antes de serem arquivados.
Parágrafo único. A Distribuição procederá a baixa no prazo máximo de
cinco (05) dias, certificando-a nos autos, devolvendo-os à Secretaria da Vara
de origem.
Art. 381. A Diretoria do Foro expedirá Portaria disciplinando a classifica-
ção dos feitos para fins de distribuição, observando-se os processos de cada
uma das varas ou grupos de varas de que trata o artigo 106.
Art. 382. As guias de recolhimento do Fundo Especial de Reforma e Mo-
dernização do Poder Judiciário (FERMOJU), da Caixa de Assistência aos Advo-
gados, da Associação Cearense do Ministério Público e das custas processu-
ais, desde que corretamente preenchidas e autenticadas, poderão ser, desde
logo, juntadas à petição inicial e documentos que a instruem.
Parágrafo único. Salvo os casos de obtenção de gratuidade de justiça,
quando não juntada a guia de recolhimento aos autos, o juiz determinará a
intimação da parte autora para que efetive o recolhimento no prazo de trinta
(30) dias, sob pena de cancelamento da distribuição.

Seção III
Do Serviço De Contadoria

Art. 383. O Serviço de Contadoria terá o número de servidores necessário


ao desempenho de suas atividades regulares. Os servidores que exercerão

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a função de contador serão submetidos a curso regular e de contínuo aper-


feiçoamento e atualização ministrado sob os auspícios da Escola Superior da
Magistratura.
Parágrafo único. Compete à Contadoria:
a) elaborar cálculos determinados pelo Juiz em processos em andamento
ou em fase de liquidação de sentença;
b) proceder a contagem do principal e juros, nas ações referentes a dívida
de quantia certa e nos cálculos aritméticos que se fizerem necessários, sobre
quaisquer direito ou obrigação;
c) cumprir qualquer outra determinação judicial.

Seção IV
Do Serviço de Partilhas e Leilões

Art. 384. O Serviço de Partilhas e Leiloes tem a incumbência de realizar


as atividades de sua denominação e terá o número de funcionários necessá-
rios ao regular desempenho de suas atividades, observando-se, quanto ao
treinamento, o disposto no caput do artigo anterior.
Parágrafo único. O Serviço terá duas (02) Seções Especializadas: Seção de
Partilhas e Seção de Leilões.

Seção V
Do Serviço de Depósito Público de Bens Apreendidos

Art. 385. Incumbe ao Serviço de Depósito de Bens Apreendidos receber


os bens apreendidos por determinação judicial, fornecendo recibo, em mode-
lo próprio, em quatro (4) vias, contendo os dados do processo e identificação
pormenorizada dos bens apreendidos. A primeira via ficará arquivada no ser-
viço, a segunda será destinada aos autos do processo, a terceira e quarta vias
serão entregues respectivamente ao autor e réu da ação.

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Parágrafo único. O Serviço deverá ter sob sua guarda direta e inteira se-
gurança os bens, zelando-os e comunicando, de imediato, ao Diretor do Foro
e ao Juiz ordenador da apreensão, qualquer irregularidade para a adoção das
providências cabíveis.
Art. 386. As vendas dos bens entregues à guarda do Serviço não podem
ser efetuadas sem prévia autorização judicial.
§ 1º O Chefe do Serviço, quando se tratar de bem imprestável ou sem
valor apreciável, dar-lhe-á o destino adequado, mediante autorização do Juiz
do processo, ou, se for o caso, pelo Diretor do Foro.
§ 2º Procederá de igual modo quando se tratar de bens perecíveis. Nessa
hipótese, o Chefe do Serviço comunicará essa circunstância ao Juiz do proces-
so ou ao Diretor do Foro, quando for o caso, publicando-se edital, com prazo
de trinta (30) dias, para conhecimento dos interessados a fim de requererem
o que for de sua conveniência.
§ 3º Os bens de que trata o parágrafo anterior serão vendidos em hasta
pública, observadas as prescrições da lei, e o produto das alienações será
aplicado em investimentos reprodutíveis no Banco do Estado do Ceará, em
conta com rendimento diário.

CAPÍTULO IV
DAS SECRETARIAS DE VARAS

Art. 387. Cada Vara da Comarca de Fortaleza terá sua Secretaria, su-
pervisionada pelo Juiz Titular e dirigida por um Diretor de Secretaria, DNS-3
nomeado em comissão pelo Presidente do Tribunal de Justiça após livre in-
dicação por escrito do respectivo Juiz Titular da Vara, dentre Bacharéis em
Direito, Administração, Ciências Contábeis, Economia e Ciências Sociais. O
Juiz fará a indicação do nomeando, acompanhado do diploma de conclusão
do curso superior.

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Art. 388. As Secretarias de Varas deverão registrar os feitos no Livro de


Registro de Processos (Livro de Tombo) e autuá-los. Todos os feitos distri-
buídos serão registrados e autuados, inclusive, no caso das Secretarias das
Varas criminais, os inquéritos policiais e outros procedimentos de natureza
criminal como pedidos de fiança quando não haja ainda chegado os autos do
inquérito a juízo.
Parágrafo único. A Secretaria da Vara, enquanto não dispuser de siste-
ma computadorizado para acompanhamento da tramitação dos feitos, deverá
elaborar, para cada processo, uma ficha, segundo modelo aprovado pela Di-
retoria do Foro para cada grupo de varas, destinada ao acompanhamento da
tramitação dos autos respectivos.
Art. 389. Ao Diretor de Secretaria compete:
a) receber da Seção de Distribuição as petições iniciais, inquéritos policiais
e outras manifestações. Em seguida, procederá o registro (tombamento) e
autuação, colocando capa e anotando em ficha ou sistema computadorizado
os dados do novo processo; certificará o registro e a autuação e fará conclu-
são dos autos ao Juiz da Vara;
b) proceder as anotações sobre o andamento dos feitos em fichas próprias
ou mediante digitação em sistema de computação;
c) preparar o expediente para despachos e audiências;
d) exibir os processos para consulta pelos advogados e prestar informa-
ções sobre
os feitos e seu andamento;
e) expedir certidões extraídas de autos, livros, fichas e demais papéis sob
sua guarda;
f) elaborar o Boletim contendo os despachos e demais atos judiciais para
publicação oficial e intimação das partes, encaminhando-o à Secretário Geral
do Fórum para a devida remessa à Imprensa Oficial;
g) elaborar editais para publicação oficial e em jornal local;

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h) expedir mandados, ofícios, cartas precatórias, cartas rogatórias e ou-


tros expedientes determinados pelo Juiz da Vara;
i) realizar diligências determinadas pelo Juiz da Vara, Diretor do Foro ou
Corregedor Geral da Justiça;
j) lavrar os termos de audiência em duas vias, juntando a via original no
Livro de Registro de Termos de Audiência, de folhas soltas, registrando-a me-
diante anotação do número da folha e tomada da rubrica do Juiz da Vara. A 2ª
via deverá ser junta aos autos respectivos. Os termos de audiência deverão
ser enumerados;
l) registrar as sentenças no Livro de Registro de Sentenças. O registro
será feito juntando a 2ª via da sentença ou sua fotocópia autenticada pelo
Diretor de Secretaria da Vara, enumerando-se a folha e tomando-se a rubrica
do Juiz;
m) encaminhar autos à Contadoria;
n) quando determinado pelo Juiz, abrir vista dos autos aos advogados,
aos Defensores Públicos e ao representante do Ministério Público, fazendo
conferência das folhas, certificando essa circunstância nos autos e anotando
na ficha respectiva. A entrega será feita após a anotação respectiva na ficha
do processo e no Livro de Carga de Autos, tomando neste a assinatura do
recebedor. No processo, antes da entrega, será certificada a intimação do
destinatário, tomada sua rubrica e lavrada o termo de vista dos autos;
o) certificar nos autos os atos praticados;
p) prestar ao Juiz informações por escrito nos autos;
q) quando da devolução dos autos à secretaria proceder a conferência das
folhas, certificando a devolução e a conferência, mediante termo de data;
r) remeter à Instância Superior, no prazo máximo de dez (10) dias, conta-
dos do despacho de remessa, os processos em grau de recurso;
s) através da Subdiretoria do Foro, encaminhar os autos para baixa na
distribuição e arquivo, quando determinado pelo Juiz;

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t) informar ao Juiz, por escrito, em formulário próprio, sobre os autos cujo

prazo de ‘vista’ estejam excedidos, para a adoção das providências cabíveis;


u) informar ao Juiz sobre autos irregularmente parados na Secretaria;
v) requisitar ao arquivo, quando determinado pelo Juiz, a apresentação de
autos de processo;
x) executar quaisquer atos determinados pelo Conselho da Magistratura,
Corregedor geral, Diretor do Foro ou Juiz da Vara.
z) verificará, salvo quando se tratar de advogado em causa própria ou
quando haja protesto pela apresentação da procuração no prazo legal, se a
inicial vem acompanhada de procuração assinada e com firma reconhecida e
se os documentos apresentados por fotocópias estão autenticados.
Art. 390. (Revogado pelo art. 11 da Lei 14.128, de 6 de junho de 2008,
DO de 11 de junho de 2008.)
Parágrafo único. A lotação nominal inicial será estabelecida pelo Diretor do
Foro, ouvido previamente o juiz da Vara, podendo ser revista anualmente ou
quando o interesse da Justiça o exigir.
Art. 391. As Secretarias das Varas adotarão os seguintes livros, de acordo
com a necessidade de seus serviços:
I – Livro de Registro de Processos (Livro de Tombo), com espaço para ano-
tar, quando for o caso, a baixa na distribuição e o arquivamento dos autos;
II – Livro de Registro de Termos de Audiência;
III – Livro de Registro de Sentenças;
IV – Livro de Carga de Autos para Advogados, Defensores Públicos e Pro-
motores de Justiça, podendo ser desdobrado um para cada rol de profissionais;
V – Livro de Entrega de Autos às Partes, sem traslado, nos casos em lei
permitidos;
VI – Livro para devolução de Cartas Precatórias, com espaço para anexa-
ção dos avisos de recepção;
VII – Livro de Entrega e Devolução de Mandados;

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VIII – Livro de Entrega de Alvarás;


IX – Livro de Correições realizadas nas Varas, nele lavrando-se os termos
de abertura, as ocorrências e provimentos baixados, bem como os termos de
encerramento; X – Livro “Rol dos Culpados”;
XI – Livro de Registro de Armas, com espaço para anotação do destino
final;
XII – Livro de Atas do Tribunal do Júri;
XIII – Livro para Lavratura de Termos de Reclamação Verbal e Providên-
cias adotadas pelo Juiz da Vara;
XIV – Livro de remessa de autos para a contadoria;
XV – Outros Livros previstos em lei ou que venham a ser adotados pela
Diretoria do Foro mediante ato.
§ 1º Os Livros serão abertos e encerrados mediante termo com a data da
abertura e do encerramento sendo que, no caso de livro de folhas soltas, as-
sim expresso no termo de abertura, a data de encerramento será a do último
ato registrado. Os livros serão, também, enumerados em ordem crescente e
terão todas as suas folhas numeradas e rubricadas pelo Juiz de Direito da Vara,
constando da capa o fim a que se destina e, da lombada, o número de ordem.
§ 2º Quando do encerramento do expediente, os Livros de “vista” de autos
serão diariamente encerrados pelo Diretor de Secretaria através da aposição
de carimbo com o Termo de Encerramento, para fins de servir de prova de
contagem de prazo.
§ 3º Os Livros poderão ser de folhas soltas, sem prejuízo das formalidades
previstas no parágrafo primeiro.
Art. 392. Poderá o Juiz da Vara adotar pastas ou colecionadores para
arquivamento de segundas-vias de ofícios expedidos e que não devam ser
juntadas aos autos e, ainda, sobre outros expedientes.
Art. 393. A Secretaria manterá um fichário onde será anotado o anda-
mento dos processos, até que venha a ser instituído sistema computadoriza-
do para digitação e consulta dos dados armazenados.

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Art. 394. A citação pelos correios, bem como as demais correspondências

oficiais expedidas pelas Secretarias das Varas, juntamente com os recibos de

postagem e/ou avisos de recebimento serão entregues na Subdiretoria para

selagem e remessa aos Correios.

CAPÍTULO V
DOS AUXILIARES DAS SECRETARIAS DAS VARAS
Seção I
Dos Técnicos Judiciários

Art. 395. (Revogado pelo art. 11 da Lei 14.128, de 6 de junho de 2008,


DO de 11 de junho de 2008.)
Parágrafo único (Revogado pela Lei n. 13.551, de 29.12.04)

Seção II
Dos Assistentes Técnicos Judiciários

Art. 396.. Revogado pelo art. 11 da Lei 14.128, de 6 de junho de 2008,


DO de 11 de junho de 2008.
§ 1º (Revogado pela Lei n. 13.551, de 29.12.04)
§ 2º Vetado
§ 3º (Revogado pela Lei n. 13.551, de 29.12.04)
§ 4º (Revogado pela Lei n. 13.551, de 29.12.04)

Seção III
Dos Oficiais De Justiça Avaliadores

Art. 397. (Revogado pelo art. 11 da Lei 14.128, de 6 de junho de 2008,


DO de 11 de junho de 2008.)

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Art. 398. (Revogado pelo art. 11 da Lei 14.128, de 6 de junho de 2008,


DO de 11 de junho de 2008.)
I – (Revogado pelo art. 11 da Lei 14.128, de 6 de junho de 2008, DO de
11 de junho de 2008.)
II – (Revogado pelo art. 11 da Lei 14.128, de 6 de junho de 2008, DO de
11 de junho de 2008.)
III – (Revogado pelo art. 11 da Lei 14.128, de 6 de junho de 2008, DO de
11 de junho de 2008.)
IV – (Revogado pelo art. 11 da Lei 14.128, de 6 de junho de 2008, DO de
11 de junho de 2008.)
V – (Revogado pelo art. 11 da Lei 14.128, de 6 de junho de 2008, DO de
11 de junho de 2008.)
§ 1º (Revogado pelo art. 11 da Lei 14.128, de 6 de junho de 2008, DO de
11 de junho de 2008.)
§ 2º (Revogado pelo art. 11 da Lei 14.128, de 6 de junho de 2008, DO de
11 de junho de 2008.)
§ 3º (Revogado pelo art. 11 da Lei 14.128, de 6 de junho de 2008, DO de
11 de junho de 2008.)
§ 4º (Revogado pelo art. 11 da Lei 14.128, de 6 de junho de 2008, DO de
11 de junho de 2008.)
Art. 399. (Revogado pelo art. 11 da Lei 14.128, de 6 de junho de 2008,
DO de 11 de junho de 2008.)

Seção IV
Dos Atendentes Judiciários

Art. 400. (Revogado pelo art. 11 da Lei 14.128, de 6 de junho de 2008,


DO de 11 de junho de 2008.)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 13.551, de 29.12.2004, DO
24.12.2004)

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SUBTÍTULO III
DOS SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO DA COMARCA DE
FORTALEZA, EXERCIDOS EM CARÁTER PRIVADO, POR
DELEGAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO CEARÁ E
SOB SUA FISCALIZAÇÃO
CAPÍTULO I
DO OFÍCIO DE REGISTRO DE DISTRIBUIÇÃO

Art. 401. Haverá, na Comarca de Fortaleza, 1 (um) Ofício de Registro


de Distribuição de Protestos. (Alterado pela Lei n. 14.706, de 14 de maio de
2010 – DO de 31 de maio de 2010)
Art. 402. Ao Ofício de Registro de Distribuição de Protestos, observado
o disposto no art. 13 da Lei Federal n. 8.935, de 18 de novembro de 1994,
compete privativamente: (Alterado pela Lei n. 14.706, de 14 de maio de 2010
– DO de 31 de maio de 2010).
I – distribuir obrigatória e equitativamente, entre os ofícios da mesma
natureza, os pedidos de protestos de títulos cambiários e cambiariformes,
observando a ordem cronológica de apresentação e fornecendo comprovante
aos apresentantes;
II – registrar os atos de última vontade, tais como testamentos, codicilos
privados ou públicos, bem como os respectivos atos revogatórios;
III – efetuar as averbações e os cancelamentos de sua competência;
IV – registrar obrigatoriamente e antecedente ao registro imobiliário, os
atos notariais lavrados fora da Comarca de Fortaleza, devendo constar do ato,
o endereço completo, residência, sede ou domicílio das partes.
V – Expedir certidão única da existência ou não de protesto de título. O
emolumento correspondente à certidão será recolhido pelo Oficial do Registro
de Distribuição e rateado entre este e as competentes serventias de Protestos.

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CAPÍTULO II
DOS SERVIÇOS DE TABELIONATO (DE NOTAS E DE PROTESTOS
DE TÍTULOS), DO REGISTRO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS, E DO
REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS

Art. 403. Haverá na Comarca de Fortaleza dez (10) Notariados com as


denominações de primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto, sexto, sétimo,
oitavo, nono e décimo, competindo privativamente ao 1º, 2º, 5º, 7º e 8º, a
lavratura e o protesto de títulos; ao 3º, 4º e 6º, as funções privativas do Re-
gistro de Títulos e Documentos e do Registro Civil das Pessoas Jurídicas; e ao
9º e 10º, as atribuições concernentes ao Ofício de Notas.

CAPÍTULO III
DO REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS NATURAIS

Art. 404. Haverá no Distrito-sede da Comarca de Fortaleza cinco (05)


Ofícios do Registro Civil das Pessoas Naturais, servindo cada um deles nos
limites de suas zonas, com as denominações de primeiro, segundo, terceiro,
quarto e quinto.
§ 1º Para os serviços do Registro Civil das Pessoas Naturais, a cidade de
Fortaleza se divide em cinco (05) zonas, observando-se os limites abaixo
descritos, respeitada a jurisdição territorial dos distritos de Antônio Bezerra,
Messejana, Mondubim, Parangaba e Mucuripe.
PRIMEIRA ZONA – Começa na orla marítima, na Avenida Desembargador
Moreira, lado do poente, e por esta segue até encontrar a Avenida Desembar-
gador Pontes Vieira, lado do norte, pela qual prossegue até chegar à Avenida
Treze de Maio, pela qual continua até atingir a Rua Senador Pompeu; daí se-
gue por esta Rua, no rumo do norte, lado do nascente, até chegar novamente
à orla marítima;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

SEGUNDA ZONA – Tem início na Avenida Desembargador Moreira, no seu


começo, pelo lado do nascente, seguindo por esta Rua até encontrar a Aveni-
da Desembargador Pontes Vieira, lado sul, por onde prossegue, alcançando a
Avenida 13 de Maio, por onde continua até encontrar a Rua Senador Pompeu;
parte nesse ponto na direção do sul pela Avenida dos Expedicionários, lado
nascente, até atingir os limites do sudoeste dos distritos de Parangaba e Mes-
sejana; daí, ao atingir a Estrada que liga a Capital ao Distrito de Messejana,
retornar pelo lado poente até atingir a Estrada de Ferro que liga Parangaba a
Mucuripe, prosseguindo por esta via férrea pelos lados norte e poente até a
orla marítima;
TERCEIRA ZONA – Inicia-se na Rua Senador Pompeu, na orla marítima,
lado do poente, até chegar na Rua Dr. Meton de Alencar, por onde prossegue,
na sua parte norte, até chegar na Avenida Bezerra de Menezes, pela qual con-
tinua até encontrar o limite noroeste do Distrito de Antônio Bezerra;
QUARTA ZONA – Começa na confluência da Rua Senador Pompeu com a
Rua Meton de Alencar, seguindo por esta até encontrar a Avenida dos Expedi-
cionários, no rumo do sul; prosseguindo por esta Avenida, do seu lado poen-
te, até encontrar os limites do distrito de Parangaba;
QUINTA ZONA – Tem início na orla marítima, seguindo pela Estrada de
Ferro que liga Parangaba ao Mucuripe, lados nascente e sul, até encontrar a
Estrada que liga a Capital ao distrito de Messejana; por esta Estrada, lado do
nascente, prossegue até alcançar os limites do sudoeste do distrito de Mes-
sejana.
§ 2º Para a execução dos mencionados serviços, serão ainda observadas
as seguintes normas:
a) São da competência do 1º Ofício os serviços do Registro Civil especifi-
cados nos artigos 89, 92 e 94 da Lei N. 6.015, de 31 de dezembro de 1973;
b) São da competência do 2º Ofício os serviços do Registro Civil especi-
ficados nos artigos 84, 88 e seu parágrafo único, da Lei N. 6.015, de 31 de
dezembro de 1973;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

c) São da competência do 3º Ofício os serviços do Registro Civil especifi-


cados nos artigos 66, 85 e 87 da Lei N. 6.015, de 31 de dezembro de 1973;
d) São da competência do 4º Ofício os serviços do Registro Civil especifi-
cados nos artigos 51, 62 e 65 da Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973.
§ 3º Os Oficiais do Registro Civil da sede e dos distritos da comarca da
Capital, bem como das sedes das comarcas da Região Metropolitana de For-
taleza poderão também realizar os serviços de reconhecimento de firmas,
autenticação de documentos e procurações, mencionados no art. 541 da pre-
sente Lei.

CAPÍTULO IV
DO REGISTRO DE IMÓVEIS

Art. 405. Haverá na Comarca de Fortaleza seis (06) Ofícios de Registro de


Imóveis, com as denominações de primeiro, segundo, terceiro, quarto, quinto
e sexto.
Parágrafo único. Os Oficiais de Registro de Imóveis exercerão suas fun-
ções dentro dos limites de suas respectivas zonas, as quais possuem as se-
guintes delimitações:
a) Primeira Zona – Constitui parte do Leste da cidade de Fortaleza, inician-
do na Foz do Rio Cocó, seguindo por esse rio lados nascente e sul até encon-
trar a BR 116. Prossegue por essa BR na direção Sul até alcançar o limite de
Fortaleza, seguindo essa linha divisória até a barra do Rio Pacotí;
b) Segunda Zona – Tem início no Norte da cidade a partir da orla marí-
tima, seguindo pela Avenida Barão de Studart, lado poente até encontrar a
Rua Coronel Alves Teixeira, segue por essa rua no sentido oeste até a Ave-
nida Visconde do Rio Branco e por essa avenida lado do poente prossegue
até alcançar a BR 116, dobrando à direita no trevo que dá acesso à Avenida

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Paulino Rocha; Segue pelas Avenidas Paulino Rocha, Dedé Brasil e Rua Carlos

Amora, dobrando à direita na Rua 7 de Setembro seguindo pelas Avenidas


João Pessoa, Universidade e Rua General Sampaio lado leste até encontrar a
orla marítima;
c) Terceira Zona – Constitui parte do poente da cidade de Fortaleza, co-
meçando na orla marítima seguindo pela Rua General Sampaio, Avenida da
Universidade, Avenida João Pessoa e Rua 7 de Setembro, lado oeste até a Rua
Gomes Brasil, dobrando nessa rua no sentido oeste até encontrar a Av. José
Bastos (Av. Augusto dos Anjos), por onde segue numa reta até encontrar o
limite sul da cidade;
d) Quarta Zona – Inicia na orla marítima seguindo pela Av. Barão de Stu-
dart, lado do nascente até encontrar a rua Coronel Alves Teixeira; Segue por
essa rua na direção oeste até a Avenida Visconde do Rio Branco e por essa
Avenida lado do nascente até encontrar a estrada de Ferro que liga Parangaba
ao Porto do Mucuripe, seguindo por essa via férrea lados norte e oeste até a
orla marítima;
e) Quinta Zona – Tem início na Foz do Rio Cocó seguindo esse rio lados
oeste e norte até encontrar a BR 116; Segue pela BR 116 na direção norte,
seguindo pela Avenida Visconde do Rio Branco lado leste até encontrar a Es-
trada de Ferro Parangaba-Porto do Mucuripe, seguindo por essa via férrea
lados sul e leste até a orla marítima:
f) Sexta Zona – Inicia no limite sul de Fortaleza seguindo pela BR 116 lado
oeste até o trevo que dá acesso à Avenida Paulino Rocha; Segue por essa
Avenida e pela Avenida Dedé Brasil e Rua Carlos Amora lado sul até a Rua 7
de Setembro, dobrando nessa rua na direção sul até a rua Gomes Brasil, por
onde segue dobrando nessa rua até encontrar a Avenida José Bastos (Avenida
Augusto dos Anjos) lado leste, por onde segue até encontrar o limite sul da
cidade.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

SUBTÍTULO IV
DOS SERVIÇOS AUXILIARES DAS COMARCAS DO INTERIOR DO
ESTADO CAPÍTULO ÚNICO

Art. 406. Em cada comarca do interior do Estado haverá um cargo de


Distribuidor, Contador, Partidor, Leiloeiro, Depositário Público, não remune-
rado pelos cofres públicos, com as atribuições de proceder a distribuição dos
processos entre juízes e escrivães; elaborar as contas antes da sentença ou
decisão interlocutória, bem como cálculos determinados pelo juiz; elaborar as
partilhas judiciais; realizar os leilões determinados pela autoridade judiciária
e ter, sob sua guarda direta e inteira segurança, com obrigação legal de res-
tituir na oportunidade própria, os bens corpóreos apreendidos judicialmente,
salvo os que forem confiados a depositários particulares.
Parágrafo único. ã medida que o cargo constante do caput deste artigo for
vagando, nas comarcas onde houver servidor de justiça o juiz a estes con-
fiará aquelas funções. Os juízes poderão também valer-se de pessoa idônea,
nomeando-a ad hoc para elaboração de cálculos especializados e realização
de partilhas judiciais.
Art. 407. Haverá na sede de cada comarca do interior do Estado, pelo
menos, dois Cartórios de Notas, com a designação de Primeiro (1º) e Segun-
do (2º), com as funções cumulativas, exercidas por distribuição, de Escrivania
do crime e do cível.
§ 1º Nas comarcas do interior do Estado, o Primeiro Escrivão e Tabelião
exercerá as funções de Oficial de Registro Civil e o Segundo Escrivão e Ta-
belião as funções de Oficial do Registro de Imóveis, ressalvados os direitos
adquiridos dos atuais serventuários.
§ 2º Os Notários do interior do Estado têm, igualmente, as funções cumu-
lativas do Registro de Títulos e Documentos e Oficial de Protestos, respeita-
dos eventuais direitos adquiridos.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 3º Além dos Ofícios mencionados no caput, haverá nas comarcas de Ca-


nindé, Limoeiro do Norte, Maranguape e Tauá, respectivamente, uma Escriva-
nia de Assistência Judiciária aos Necessitados, com a atribuição de realizar o
expediente judicial de todos os processos cíveis nos quais o promovente haja
requerido e obtido a gratuidade de justiça.
§ 4º As Comarcas mencionadas no parágrafo anterior contarão, também,
com uma Escrivania Privativa do Crime.
§ 5º Os protestos de títulos serão obrigatório e equitativamente distribuí-
dos entre os ofícios de notas da Comarca do interior pelo servidor mencionado
no art. 406, competindo a ele as mesmas funções cometidas ao distribuidor
extrajudicial da Comarca de Fortaleza.
Art. 408. (Revogado pelo art. 11 da Lei 14.128, de 6 de junho de 2008,
DO de 11 de junho de 2008.)
Parágrafo único. Os oficiais de justiça avaliadores do interior, além das
atribuições definidas no art. 398 deste Código, procederão as avaliações ju-
diciais, fixando em laudo o valor do que for objeto do respectivo mandado e,
ainda, poderão fazer, mediante designação específica do Juiz Diretor do Foro,
pregões de abertura e encerramento de audiências, chamada das partes, pro-
curadores e testemunhas.
Art. 409. (Revogado pelo art. 11 da Lei 14.128, de 6 de junho de 2008,
DO de 11 de junho de 2008.)

SUBTÍTULO V
DOS SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO DOS
TERMOS JUDICIÁRIOS CAPÍTULO ÚNICO

Art. 410. Todo Termo Judiciário terá, pelo menos, dois Cartórios de No-
tas, Protestos e Registros, denominados Primeiro e Segundo Ofício de Notas,
Protestos e Registros, respectivamente. Ambos acumularão o registro civil de
pessoas jurídicas e o registro de títulos e documentos. O Primeiro terá a seu
encargo o registro civil de pessoas naturais. O Segundo o registro de imóveis.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Os cargos serão preenchidos por concurso público e seus


ocupantes receberão emolumentos fixados no Regimento de Custas do Estado.

SUBTÍTULO VI
DOS SERVIÇOS DE REGISTRO DOS DISTRITOS JUDICIÁRIOS

Art. 411. Na forma definida no artigo 16 deste Código, cada Distrito Ju-
diciário terá um Ofício único de Registro Civil das Pessoas Naturais, com as
atribuições definidas no art. 29, da Lei de Registros Públicos.
Parágrafo único. Quanto aos cargos, aplicam-se as normas definidas no
parágrafo único do artigo anterior.

SUBTÍTULO VII
DOS SERVIDORES DE JUSTIÇA E SERVENTUÁRIOS
CAPÍTULO I
DOS SERVIDORES DE JUSTIÇA

Art. 412. Os deveres e sanções atinentes aos servidores de Justiça, são


regulados pelas normas constantes deste Código, pelos Regimentos Internos
da Secretaria do Tribunal de Justiça e da Diretoria do Fórum Clóvis Beviláqua
e, subsidiariamente, pelo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado.

CAPÍTULO II
DOS SERVENTUÁRIOS DE JUSTIÇA

Art. 413. Aos titulares incumbe a chefia dos respectivos ofícios e a livre
indicação dos seus Escreventes Substitutos.
§ 1º O titular de serventia, não remunerado pelos cofres públicos, poderá
admitir tantos empregados quantos forem necessários aos serviços do seu

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

ofício, subordinando-se as relações empregatícias à legislação regida pela


Consolidação das Leis do Trabalho.
§ 2º Aos Escrivães, em geral, compete a prática junto às respectivas au-
toridades judiciárias, de todos os atos privativos em lei, de acordo com pre-
ceitos estabelecidos e nas formas, usos, estilos e costumes seguidos no Foro;
§ 3º É permitido,aos escrivães, notários e registradores, quando for o
caso:
I – A utilização de microfilmagem nos registros e arquivamento de Atos
Notariais ou Registros de Protesto, Títulos e Documentos ou Pessoas Jurídicas
de Direito Privado;
II – A utilização, nos Ofícios de Notas da Capital, de livros de folhas soltas,
cujos modelos, encadernações, usos e números de páginas serão aprovados
pela Diretoria do Fórum, nos Ofícios de Notas da Capital, e pelos Juízes de
Direito, nos Ofícios de Notas das comarcas do interior, inclusive para testa-
mentos, observado o disposto no inciso I, do art. 1632, do Código Civil;
III – O uso de máquina datilográfica gelatinosa, nos atos de Ofícios de
Notas ou quando o uso assim o permitir, como nos traslados de escrituras
e procurações, com a impressão no livro de Notas e Registros, por processo
mecânico dispensando-se, neste caso, a lavratura do ato em manuscrito;
IV – O uso, pelos notários, de livros necessários ao serviço do cartó-
rio, além dos obrigatórios, mediante autorização da autoridade judiciária a
que estejam subordinados, até o máximo de três (03), para uso simultâneo,
apondo-se, aos números respectivos as letras alfabéticas A – B – C;
V – Utilizar cópia a carbono do original datilografado, bem como a obtida
em máquina copiadora ou fotocópia, como traslado, quando devidamente as-
sinada e conferida sua autenticidade pelo titular do ofício;
Art. 414. Os escreventes dividem-se em duas categorias:
a) substitutos;
b) compromissados.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Compete ao Escrevente Substituto substituir o serventuário nas suas


licenças, férias e impedimentos.
§ 2º A substituição será determinada pelo Juiz de Direito, mediante Porta-
ria, sem implicar em direito a qualquer titularidade do ofício respectivo.
Art. 415. Aos registradores do Registro Civil das Pessoas Naturais, do
Registro Civil das Pessoas Jurídicas, do Registro de Títulos e Documentos
e do Registro de Imóveis incumbe as atribuições inerentes aos respectivos
ofícios, segundo as disposições legais, especialmente as contidas nos Títulos
II, III, IV e V da Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973 (Lei dos Registros
Públicos), observados quanto ao primeiro e quanto ao último, os limites cir-
cunscricionais.

CAPÍTULO III
DOS CONCURSOS, NOMEAÇÕES, REMOÇÕES E PERMUTAS
Seção I
Disposições Gerais

Art. 416. Os serventuários e servidores de Justiça serão nomeados com


absoluta observância das formalidades e exigências estabelecidas na Consti-
tuição da República, na Constituição do Estado e neste Código.
Art. 417. Para a inscrição em concurso a qualquer dos cargos de serven-
tuários e servidores de Justiça, deve o candidato provar:
a) ser brasileiro nato ou naturalizado;
b) quitação ou isenção do serviço militar;
c) idoneidade moral;
d) gozo dos direitos políticos;
e) isenção de culpa ou pena, por meio de folha corrida;
f) ausência de moléstia infectocontagiosa ou de doença mental, provada
com exame médico oficial;
g) ser eleitor;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

h) condição de idade e demais requisitos especiais, que a lei prescrever.


Art. 418. Os Ofícios de Justiça são acessíveis aos brasileiros, maiores de
vinte e um (21) anos, que se habilitarem em concurso.
Art. 419. O Ofício de Justiça não fica sujeito à desanexação enquanto não
ocorrer vacância.
§ 1º Não se considera desanexação para efeito do disposto neste artigo,
a criação
de ofício idêntico, destinado a ser exercido por outro serventuário, quando
o exigir o interesse da coletividade, mediante proposta do Tribunal de Justiça;
§ 2º Aos titulares de Ofícios de Justiça, não remunerados pelos cofres
públicos, além das garantias conferidas neste artigo, serão assegurados os
direitos atribuídos pelo Instituto de Previdência do Estado, fixando-se em lei
especial os proventos da aposentadoria, a forma de pagamento das contribui-
ções, e os recursos destinados a esse cargo.
§ 3º Os atuais escreventes contribuirão para o INSS ou o órgão previdenci-
ário de direito, e não mais para o IPEC, ficando assegurado o direito de apro-
veitamento do tempo de contribuição para o IPEC, para fins de aposentadoria.

Seção II
Dos Concursos

Art. 420. Os concursos para os cargos de serventuário e servidores de


Justiça serão de provas, na conformidade deste Código.
Art. 421. Os concursos serão anunciados por edital publicado no Diário
da Justiça, com prazo entre quinze (15) a trinta (30) dias, a critério do Presi-
dente do Tribunal.
Art. 422. Fixado o prazo do limite do artigo anterior, poderá ser prorroga-
do uma vez, a critério do Presidente do Tribunal, considerando o número de
vagas a preencher e o de candidatos inscritos no prazo inicial.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 423. (Revogado pelo art. 11 da Lei 14.128, de 6 de junho de 2008,


DO de 11 de junho de 2008.)
Art. 424. O Tribunal de Justiça fará aprovar regulamentos disciplinando as
condições para realização dos concursos de que trata este capítulo.

Seção III
Das Nomeações

Art. 425. Os servidores da Secretaria Geral do Tribunal de Justiça e da


Diretoria do Fórum de Fortaleza serão nomeados pelo Presidente do Tribunal,
após aprovação do Tribunal de Justiça.
Art. 426. Os cargos de Secretário Geral e de Secretário de Administração
e Finanças e Secretário Judiciário do Tribunal de Justiça, serão de livre no-
meação e exoneração, dando-se o seu provimento em comissão, dentre Dou-
tores ou Bacharéis em Direito, com (2) anos pelo menos, de prática forense
como magistrado, membro do Ministério Público ou advogado bem como por
funcionário de Justiça, com mais de dez (10) anos de serviço depois de apro-
vada a indicação pelo Tribunal Pleno.
Art. 427. Os Oficiais do Registro Civil de Nascimentos, Casamentos e óbi-
tos dos distritos que não forem sede de comarca serão nomeados depois de
aprovados em concurso público de provas, regulamentado, em provimento
pelo Tribunal de Justiça.

Seção IV
Das Remoções e Permutas

Art. 428. Os titulares de ofício de justiça poderão ser removidos para


ofícios de igual natureza, da mesma ou de outra comarca, mediante requeri-
mento ao Tribunal de Justiça, ouvido o Conselho da Magistratura.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Vago o ofício, o Juiz de Direito comunicará o fato ao Presidente do


Tribunal de Justiça que determinará à Secretaria a expedição de edital, con-
vocando os interessados à remoção pelo prazo de quinze (15) dias contados
a partir da primeira publicação do edital;
§ 2º Os pedidos deverão dar entrada na Secretaria do Tribunal de Justiça
no prazo previsto no parágrafo anterior e reunidos em uma só autuação serão
encaminhados ao Conselho da Magistratura para apreciação.
Art. 429. A permuta será processada na forma do caput do artigo ante-
rior, cabendo ao Tribunal de Justiça concedê-la ou não.
Parágrafo único. A remoção ou permuta só poderá ser pleiteada após dois
(02) anos de efetivo exercício como titular do ofício.
Art. 429-A . Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício,
no âmbito do quadro permanente do Poder Judiciário, com ou sem mudança
de sede ou comarca e independentemente de entrância. (Redação dada pela
Lei n. 14.064, de 16.01.08)
§ 1º A remoção dar-se-á:
I – de ofício, no interesse da Administração, caso inexista voluntário, de
acordo com os critérios a serem definidos em Resolução do Tribunal de Justiça
do Estado do Ceará;
II – a pedido do servidor, a critério da Administração, mediante permuta
ou para preenchimento de vaga na lotação;
III – a pedido do servidor, para outra localidade, independentemente de
vaga e do interesse da Administração, nos seguintes casos:
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro ou por motivo de saúde do
requerente, do seu cônjuge, companheiro ou dependente, neste último caso
comprovado o motivo;
b) em virtude de processo seletivo, promovido na hipótese de o número
de vagas oferecidas ser menor que os servidores interessados na remoção, de
acordo com os critérios a serem definidos em Resolução do Tribunal de Justiça
do Estado do Ceará.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º A remoção de ofício é o deslocamento de servidor entre órgãos e uni-


dades administrativas do Poder Judiciário, realizada a critério e no interesse
da Administração, condicionado à existência de vaga na lotação de destino e
à constatação da inexistência de interessado.
§ 3º A Resolução de que trata o inciso I e alínea “b” do § 1º deste artigo
será editada no prazo de 90 (noventa) dias, contados a partir da vigência
desta Lei.
§ 4º O processo seletivo, de que trata a alínea “b” do § 1º deste artigo,
precederá o certame para preenchimento de cargos por concurso público.

CAPÍTULO IV
DO COMPROMISSO, POSSE, EXERCÍCIO E MATRÍCULA

Art. 430. Os serventuários e servidores da Justiça somente entrarão no


exercício de seus cargos, exibindo o título de sua nomeação, devidamente
anotado na Secretaria de Administração e Finanças do Tribunal, à autoridade
competente para lhes dar posse.
§ 1º Precederá à posse o compromisso que prestará o nomeado, de de-
sempenhar com honra e lealdade as funções do cargo;
§ 2º O compromisso poderá ser prestado por procurador, com poderes
especiais, mas, em qualquer hipótese, a posse somente se completará com o
exercício das respectivas funções;
§ 3º Anotado o compromisso prestado no título de nomeação, será este
registrado na Secretaria de Administração e Finanças do Tribunal de Justiça;
§ 4º Não haverá novo compromisso nos casos de promoção, de designa-
ção de função gratificada, de remoção ou de permuta.
Art. 431. A autoridade que der posse deve examinar, sob pena de res-
ponsabilidade, se foram atendidas as condições consignadas na lei ou regu-
lamento para investidura no cargo ou função, inclusive declaração de bens e
idade limite.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º O compromisso e a posse no cargo deverão efetuar-se no prazo de


trinta (30) dias, contados da data em que ocorreu a publicação do ato de no-
meação.
§ 2º Provando o nomeado impedimento legítimo, antes da expiração do
prazo ser-lhe-á, pela autoridade que expediu o título, concedida prorrogação,
por tempo igual ao fixado neste artigo.
§ 3º Perderá o direito ao cargo, que será declarado vago, aquele que não
prestar o compromisso e não entrar em exercício dentro do prazo acima es-
tabelecido.
Art. 432. Os servidores e serventuários de Justiça são obrigados a residir
na cidade onde servirem, não podendo ausentar-se, nos dias úteis, sem pré-
via autorização da autoridade competente, nem exceder o tempo de licença
ou de férias.
Art. 433. O início, a interrupção e o reinício do exercício do cargo serão
registrados no assentamento individual do serventuário ou servidor de Justiça.
Parágrafo único. O início e as alterações de exercício dos serventuários de
Justiça devem ser comunicados, imediatamente, à Presidência do Tribunal de
Justiça pelo Juiz da respectiva comarca e, na Capital, pelo Diretor do Fórum.
Art. 434. Será declarado vago o cargo se o nomeado não entrar em exer-
cício no prazo da lei, e no caso de remoção, será lavrada a demissão do re-
movido, após a feitura do processo de abandono.
Art. 435. A posse dos serventuários de Justiça é dada na Capital pelo Di-
retor do Fórum e no interior, pelo Juiz da Comarca.
Parágrafo único. A matrícula dos escreventes deve ser promovida, tam-
bém, em livro próprio, nos respectivos cartórios.
Art. 436. Para entrar em exercício, além dos requisitos enumerados atrás,
deve os notários e registradores provar perante quem lhe der posse, confor-
me o caso:
a) achar-se o prédio do cartório em condição de oferecer segurança à
guarda e conservação dos livros, autos e papéis que lhe forem entregues, ou
que possua por dever de ofício;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

b) haver lançado em livro especial, rubricado, encerrado e guardado pela


autoridade que lhe der posse, a sua assinatura e o sinal público de que fará
uso, nas funções de notário e depositado o sinal público na Secretaria de Ad-
ministração e Finanças do Tribunal de Justiça;
c) haver providenciado o registro de seu título de nomeação na Secretaria
de Administração e Finanças do Tribunal.
Art. 437. Antes de assumir o exercício, aquele que assumir as funções de
depositário público deve apresentar fiança ou seguro de fidelidade, cujo limite
será arbitrado pela autoridade competente para dar-lhe posse.

CAPÍTULO V
DOS VENCIMENTOS E CUSTAS

Art. 438. Os vencimentos dos servidores da Justiça, remunerados pelos


cofres públicos, não poderão ultrapassar o que percebe um Desembargador a
título de vencimento e representação.
Art. 439. O oficial de justiça avaliador que, no interior acumular as fun-
ções de porteiro de auditório, perceberá uma gratificação de função, equiva-
lente a um terço de seus vencimentos.
Art. 440. O auxiliar judiciário tem vencimentos fixados nas leis em vigor.
Art. 441. Os vencimentos são pagos, mensalmente, mediante folhas or-
ganizadas pela Secretaria Geral do Tribunal e pela Diretoria do Foro, com o
“pague-se” de autoridade competente, em relação:
a) ao pessoal lotado no Tribunal de Justiça;
b) aos servidores de Justiça.
§ 1º O pagamento a que se refere este artigo é feito na pagadoria do Tri-
bunal de Justiça, salvo outro critério a ser adotado pelo órgão competente.
§ 2º Os vencimentos dos servidores de Justiça no interior serão pagos
mediante distribuição de crédito à Coletoria Estadual da comarca em que ser-
virem, ou agências do Banco do Estado do Ceará.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 442. Mediante folha, também visada pelo Presidente do Tribunal de


Justiça, serão pagas as gratificações a servidores de Justiça.
Art. 443. Ressalvadas as disposições da justiça gratuita, as despesas dos
feitos judiciais serão adiantadas pelas partes, na forma prevista no Código de
Processo Civil e no Regimento de Custas e Emolumentos.
§ 1º Nenhum servidor da justiça receberá custas diretamente das partes,
sujeitando- se os infratores às penalidades previstas neste Código ou no Es-
tatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado e, ainda, a ser processado
criminalmente, se for o caso.
§ 2º As despesas processuais terão limites mínimo e máximo previstos no
Regimento de Custas.
§ 3º Cada feito judicial terá uma conta bancária própria, com rendimento
diário, aberta e movimentada por ordem exclusiva do juiz da causa.
§ 4º Todos os valores referentes à ação, custas e honorários do perito,
honorários de advogados, serão depositados mediante guia expedida pela
secretaria da vara e assinada pelo Juiz do feito.
§ 5º As custas processuais serão recolhidas ao FERMOJU nas comarcas
onde estão implantadas as secretarias de varas.
§ 6º Os notários e registradores perceberão emolumentos fixados no Re-
gimento de Emolumentos.

CAPÍTULO VI
DAS LICENÇAS E FÉRIAS

Art. 444. As licenças até três (03) meses para tratamento de saúde, se-
rão concedidas:
a) Pelo Presidente do Tribunal de Justiça, aos serventuários de Justiça do
interior e aos servidores de Justiça lotados no Tribunal;
b) Pelo Diretor do Fórum, aos serventuários, servidores de Justiça lotados
na Diretoria do Foro e nas secretarias de varas.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. Excedendo esse prazo, as licenças aos serventuários e


funcionários de Justiça acima especificados, serão concedidas pelo Presidente
do Tribunal de Justiça.
Art. 445. As licenças para tratamento de saúde até trinta (30) dias, serão
concedidas mediante simples atestado médico e as que ultrapassarem esse
prazo, após inspeção de saúde pelo órgão competente.
Parágrafo único. No interior do Estado, a inspeção será feita por repartição
de saúde do Estado, onde houver, ou por médicos oficiais, ou, em caso excep-
cional, por médico particular.
Art. 446. As licenças dos auxiliares judiciários serão concedidas pela au-
toridade judiciária sob cuja jurisdição servirem e, na Capital, pelo Diretor do
Fórum.
Art. 447. Aplicam-se aos servidores de justiça e, no que couber, aos ser-
ventuários de justiça, quanto às outras modalidades de licenças, as normas
da legislação estatutária do regime jurídico único dos servidores do Estado.
§ 1º Os servidores e serventuários de justiça têm direito à licença espe-
cial prevista no art. 167, XII, da Constituição Estadual, a qual somente será
concedida mediante comprovação de contar o requerente 05 (cinco) anos de
serviço, sem interrupção, e de não haver gozado licença além de três (03)
meses, para tratamento de saúde, durante o quinquênio;
§ 2º A licença especial poderá ser gozada, a pedido do servidor e do ser-
ventuário, de uma só vez ou em duas, sendo irretratável sua desistência;
§ 3º A licença para tratar de interesse particular, após dois anos de exer-
cício, e sem vencimentos, somente poderá ser concedida por um período não
superior a quatro (04) anos; sua renovação só poderá ocorrer após a decor-
rência de cinco (05) anos da última concessão.
§ 4º Não será considerado afastamento de suas funções a licença de ser-
ventuário para cursar mestrado ou doutorado, mesmo em comarca diferente
da sua.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 448. As férias dos serventuários e servidores de Justiça serão conce-


didas depois de um (01) ano de efetivo exercício e de acordo com as seguin-
tes normas:
I – Terão direito, em cada ano civil, a trinta (30) dias consecutivos de fé-
rias individuais;
II – É vedada a acumulação de férias que, não gozadas por motivo de in-
teresse do serviço, poderão ser ressalvadas e contadas em dobro para todos
os efeitos.
Art. 449. As férias serão concedidas:
a) aos servidores e serventuários de Justiça, pelo Juiz sob cuja jurisdição
servirem, sendo essa atribuição na Capital, conferida ao Diretor do Fórum
Clóvis Beviláqua;
b) ao pessoal lotado no Tribunal de Justiça, pelo seu Presidente, ou por de-
legação deste, ao Secretário Geral ou Secretário perante o qual tiver exercício
o servidor, ouvida a chefia imediata;
c) aos servidores lotados e em exercício na Diretoria do Fórum, pelo seu
Diretor, permitida a delegação.
Art. 450. As autoridades competentes, antes do início do ano civil, or-
ganizarão a escala das férias atendendo, quanto possível, à solicitação de
preferência do período, sem prejuízo da conveniência do serviço público. Na
Capital, os juízes encaminharão ao Diretor do Fórum os pedidos de férias dos
servidores lotados em suas respectivas varas.
Art. 451. A escala não impedirá a renúncia às férias ou a permuta dos pe-
ríodos fixados, mediante requerimento endereçado à autoridade competente.
§ 1º Nesses casos, e quando não especificados na tabela de férias, o ser-
vidor aguardará em exercício a solução;
§ 2º O servidor promovido ou removido no gozo de férias não as interrom-
perá se assim entender.
Art. 452. Não poderão gozar férias simultaneamente o titular da serven-
tia de Justiça e seu substituto legal.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Na Capital, o Diretor de Secretaria das Varas do Júri e, no


interior, o Escrivão do Júri não entrarão em gozo de férias individuais quando
convocada a reunião do Tribunal do Júri a que tenha de servir.
Art. 453. Em casos excepcionais, a autoridade que conceder as férias
poderá determinar o retorno do beneficiário ao serviço, assegurando-lhe o
direito de gozá-las noutra oportunidade.
Art. 454. Quem entrar em gozo de férias deve comunicar o fato ao seu
substituto legal e à autoridade que as concedeu.

CAPÍTULO VII
DAS SUBSTITUIÇÕES
Seção I
Dos Serventuários de Justiça

Art. 455. No caso de vaga, até a nomeação do novo titular, ou em suas


faltas e impedimentos, o titular da serventia de Justiça será substituído pelo
escrevente substituto ou, na falta deste, por escrevente compromissado e,
não havendo escrevente ou estando este impedido, por serventuário desim-
pedido de outro ofício da sede da comarca, competindo a designação, em
qualquer das hipóteses, ao Diretor do Fórum ou ao seu substituto.
§ 1º Nas comarcas onde houver mais de um Juiz, a designação de que
trata este artigo competirá ao que exercer as funções de Diretor do Fórum.
§ 2º (Revogado pela Lei n. 13.551, de 24.12.2004 DO 24.12.2004)
Art. 456. O Distribuidor-Contador-Partidor-Leiloeiro-Depositário será
substituído por pessoa designada pelo Juiz Diretor do Foro, advindo para o
substituto, o direito à percepção das respectivas custas.
Art. 457. Os Oficiais do Registro Civil dos distritos judiciários serão subs-
tituídos nos seus impedimentos e suspeições, pelo Oficial do Registro Civil
que o Juiz designar, excetuados os da Capital.
Seção II

185
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Dos Servidores de Justiça

Art. 458. O pessoal da Secretaria Geral do Tribunal de Justiça será subs-


tituído na forma indicada no seu Regulamento.
Parágrafo único. As substituições dos demais servidores de Justiça serão
processadas na conformidade da legislação específica.

CAPÍTULO VIII
DAS INCOMPATIBILIDADES E SUSPEIÇÕES

Art. 459. As incompatibilidades dos servidores de Justiça regulam-se pelo


disposto no presente Código quanto aos Juízes, no que couber. (Vide Resolu-
ção n. 82/2009 do CNJ)
Art. 460. Ficam por motivo de suspeição, impedidos de servir conjun-
tamente, no mesmo Juízo, dois escrivães, notários e registradores quando
entre eles haja o seguinte parentesco:
I – Pai ou filho;
II – Sogro ou genro;
III – Irmão ou cunhado, durante o cunhadio;
IV – Tio ou sobrinho;
V – Cônjuge ou companheiro.
Parágrafo único. Se o motivo de impedimento for anterior à nomeação,
será tornado sem efeito o provimento do último nomeado; se posterior, da-
quele que deu causa à incompatibilidade; se esta for imputável a ambos, do
mais novo no cargo.
Art. 461. Aos servidores e serventuários de Justiça serão extensivas as
prescrições sobre suspeição do Juiz, não sendo aplicáveis, contudo, aos ser-
vidores, os impedimentos relativos à nomeação.
Art. 462. Quando impedidos ou incompatíveis, deverão os serventuários
de Justiça declarar os motivos nos autos.

186
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO IX
DOS DIREITOS E GARANTIAS

Art. 463. Os direitos e garantias dos serventuários de Justiça e dos ser-


vidores de Justiça são os constantes da Constituição da República Federativa
do Brasil, da Constituição do Estado do Ceará e do Estatuto dos Servidores
Públicos Civis do Estado, no que lhes for aplicável.

CAPÍTULO X
DOS DEVERES E SANÇÕES
Seção I
Dos Serventuários de Justiça

Art. 464. Devem os serventuários de Justiça exercer com dignidade e


compostura seus ofícios obedecendo às ordens dos seus superiores, cumprin-
do as disposições legais e provimentos baixados pelo Tribunal de Justiça e
observando fielmente o Regimento de Custas.
Art. 465. Pelos ilícitos cometidos no exercício de suas funções, os ser-
ventuários ficarão sujeitos, conforme a sua gravidade, às seguintes sanções
disciplinares, sem prejuízo da responsabilidade civil e penal:
I – Repreensão;
II – Censura;
III – Suspensão até sessenta (60) dias, com perda total das vantagens do
cargo;
IV – Multa, até o valor de um salário mínimo vigente da região;
V – Demissão.
VI – Perda da delegação para os notários e os registradores, através de
sentença judicial transitada em julgado ou de decisão decorrente de proces-
so administrativo instaurado pelo juízo competente de primeiro ou segundo
grau, assegurado amplo direito de defesa.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. As sanções disciplinares serão impostas pelo Corregedor


Geral, pelos Juízes e pelo Diretor do Foro.
Art. 466. As penas do artigo anterior são aplicadas:
I – A de repreensão, nos casos de negligência;
II – A de censura, na falta de cumprimento dos deveres, em virtude de
atos reiterados de negligência ou procedimento público incorreto ou indeco-
roso, desde que a infração não seja punida com pena mais grave;
III – A de suspensão, quando a falta for de natureza grave e nos casos de
reincidência já punidos com censura ou quando a lei, taxativamente, a deter-
minar;
IV – A de multa, nos casos previstos nos Códigos de Processo Civil e de
Processo Penal, além de casos determinados em outras leis;
V – A de demissão, nos casos de:
a) crime contra a Administração Pública;
b) crime comum praticado em detrimento de dever inerente ao cargo,
quando de natureza grave, a critério da autoridade competente;
c) abandono do cargo, considerando-se como tal a deliberada ausência do
serviço, sem justa causa, por 30 (trinta) dias consecutivos ou 60 (sessenta)
dias, interpoladamente, durante doze meses;
d) incontinência pública e escandalosa e prática de jogos proibidos;
e) insubordinação grave em serviço;
f) ofensa física ou moral em serviço contra as partes e terceiros;
g) aplicação irregular dos dinheiros públicos que resultem em lesão para o
Erário Estadual ou dilapidação de seu patrimônio;
h) quebra do dever de sigilo funcional;
i) corrupção passiva nos termos da lei penal;
j) desídia funcional e descumprimento de dever especial inerente ao car-
go. VI – A de demissão a bem do serviço público, nos casos de:
a) procedimento irregular, falta grave ou defeito moral que incompatibilize
o serventuário com o desempenho do cargo;

188
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

b) incontinência pública escandalosa, vícios de jogos proibidos ou de em-


briaguez habitual;
c) condenação definitiva por crime a que sejam cominadas as penas de
detenção, por mais de quatro (4) anos, ou de reclusão, por mais de dois (2).
§ 1º A pena de demissão só será aplicada ao serventuário nos casos de
perda do cargo em virtude de sentença judiciária ou de decisão em processo
administrativo, na conformidade da lei;
§ 2º A pena de demissão será aplicada ao serventuário titular de ofício
de justiça, quando apurada a falta mediante inquérito administrativo, pelo
Tribunal Pleno;
§ 3º Aos demais serventuários será competente o Conselho da Magistra-
tura para aplicar a pena de demissão;
§ 4º Deverão constar dos assentamentos individuais dos serventuários
as penas que lhes forem impostas.
Art. 467. Concluído o inquérito administrativo, e havendo responsabili-
dade criminal que apurar, serão remetidas as peças necessárias ao Ministé-
rio Público, para o processo respectivo.
Art. 468. O serventuário de justiça preso preventivamente, pronunciado
por crime comum, por crime funcional ou, ainda, por crime inafiançável será
afastado do exercício do cargo até decisão final transitada em julgado.
Art. 469. As penas disciplinares, quando impostas pelos Juízes, devem
ser comunicadas ao Tribunal de Justiça, para os fins regulares.
Art. 470. Os escreventes serão civil e criminalmente responsáveis pelos
atos que praticarem no exercício de suas funções, sem prejuízo de respon-
sabilidade concorrente do serventuário perante quem servirem, quando for
o caso.
Art. 471. A autoridade que tiver ciência de irregularidade é obrigada a
promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo admi-
nistrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.

189
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 472. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração,


desde que contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam
formuladas por escrito, confirmada a autenticidade.
Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evidente infração
disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto.
Art. 473. Da sindicância poderá resultar (a) o arquivamento do processo;
(b) a aplicação de penalidade de repreensão ou censura; e (c) instauração de
processo disciplinar.
Parágrafo único. Nos demais casos será obrigatória a instauração de pro-
cesso disciplinar.

Seção II
Dos Servidores de Justiça

Art. 474. Os direitos, deveres, responsabilidades, sanções e proibições


referentes aos servidores de justiça são os estabelecidos no Regulamento da
Secretaria Geral do Tribunal de Justiça e na legislação administrativa, esta-
tutária, relativa ao regime jurídico único dos servidores públicos do Estado.

CAPÍTULO XI
DA APOSENTADORIA E DISPONIBILIDADE
Seção I
Dos Serventuários de Justiça

Art. 475. A aposentadoria dos serventuários que não recebem remunera-


ção dos cofres públicos obedecerá às disposições da legislação especial.
Art. 476. Em caso de invalidez comprovada, a aposentadoria de serven-
tuário de Justiça far-se-á a qualquer tempo.

190
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º O Tribunal de Justiça, uma vez demonstrada a incapacidade do ser-

ventuário mediante inspeção médica, encaminhará o processo ao Chefe do

Poder Judiciário para efeito de expedição do ato de aposentadoria.


§ 2º Ter-se-á como demonstrada a invalidez no caso de escusar-se o ser-
ventuário à inspeção de saúde, oficialmente imposta;
§ 3º Ao serventuário de Justiça, cujo estado de saúde não lhe permita o
exercício do cargo, sem agravamento do seu mal, risco de contaminação ou
prejuízo do serviço público, por efeito de enfermidade incurável, será conce-
dida licença com vencimentos integrais, quando a inspeção médica a que for
submetido não concluir, de logo, pela necessidade de aposentadoria;
§ 4º Efetivar-se-á esta se, dentro de um (01) ano, não houver possibili-
dade de cura.
Art. 477. A aposentadoria dos serventuários de Justiça, facultativa ou
compulsória, precederá, obrigatoriamente, liquidação de tempo de serviço
pelo Tribunal de Justiça, mediante solicitação do interessado ou de terceiros,
no caso de aposentadoria por limite de idade.
Parágrafo único. Não se admitirá pedido conjunto de liquidação de tempo
de serviço e de aposentadoria, devendo o interessado instruir o segundo pe-
dido com a certidão referente àquele ato.

Seção II
Dos Servidores de Justiça

Art. 478. A aposentadoria e a disponibilidade dos servidores de Justiça,


da competência do Presidente do Tribunal de Justiça, são reguladas pelo Es-
tatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado ou leis especiais, respeitadas
as normas do capítulo anterior.

191
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. A aposentadoria ou a disponibilidade dos servidores de

Justiça será da competência do Presidente do Tribunal de Justiça, após de-

cisão do Tribunal Pleno, e será processada pela Secretaria Geral do Tribunal

de Justiça, que remeterá o processo, devidamente instruído, à autoridade

competente para a decisão final e expedição dos respectivos decretos.

CAPÍTULO XII

DA APURAÇÃO DE RESPONSABILIDADE

Seção I

Dos Serventuários de Justiça

Art. 479. Sempre que a autoridade judiciária receber representação

sobre faltas cometidas por quem esteja sob sua jurisdição, mandará au-

tuá-la, ouvindo sobre a mesma, o acusado, no prazo de quinze (15) dias,

e, em seguida, o Ministério Público. Nessa hipótese a sindicância, como

medida preliminar do inquérito administrativo, somente será determinada

se a defesa liminar do acusado não demonstrar, de logo, sua inocência.

Parágrafo único. Se a autoridade judiciária a que alude este artigo, for o

Presidente do Tribunal de Justiça, mandará este remeter a representação à

Corregedoria Geral da Justiça, para o competente procedimento disciplinar.

Art. 480. Aplicar-se-ão aos serventuários de justiça as normas sobre

sindicância e inquérito administrativo constante do Estatuto dos Funcioná-

rios Públicos Civis do Estado.

Art. 481. Das penas aplicadas e da revisão do procedimento disciplinar,

cabem os recursos estabelecidos neste Código.

192
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção II
Dos Servidores De Justiça

Art. 482. Os processos administrativos referentes aos servidores da Se-


cretaria do Tribunal de Justiça e da Diretoria do Fórum de Fortaleza, reger-
-se-ão, também, pelas normas do citado Estatuto dos Funcionários Públicos
Civis do Estado, no que não colidirem com os preceitos do Regimento Interno
da Secretaria do Tribunal de Justiça.
§ 1º Cabe ao Presidente do Tribunal, ou ao Diretor do Fórum, conforme se
trate de servidor da Secretaria do Tribunal ou da Diretoria do Fórum, a nome-
ação da competente comissão;
§ 2º Independentemente da responsabilidade criminal do acusado, se pro-
vada a falta, deverá ser imposta sanção administrativa prevista, inclusive
demissão.

CAPÍTULO XIII
DO REGIME FUNCIONAL DAS SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS
(DISTRIBUIÇÃO EXTRAJUDICIAL, NOTARIADOS E REGISTROS)

Art. 483. A Distribuição Extrajudicial, os Notariados e os Registros (Civil e


de Imóveis), além do titular, será composto pelo substituto, aqui denominado
de oficial, bem como pelos escreventes, substitutos ou compromissados, e os
auxiliares.
§ 1º Compete ao Titular as atribuições de seu ofício.
§ 2º Compete ao oficial substituir o Titular da serventia nas suas ausências
e impedimentos, podendo praticar, simultaneamente com o titular, os atos
que lhe forem atribuídos.
§ 3º Cabe ao Corregedor Geral da Justiça fixar a lotação de cada ofício
extrajudicial, nomear o oficial substituto, dentre os escreventes da serventia,
dispor sobre os atos que possam ser praticados pelo oficial substituto e zelar

193
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

pela observância da legislação relativa ao pessoal. Nas comarcas do interior,


o Corregedor poderá delegar essas atribuições ao Juiz Diretor do Foro. A no-
meação do oficial será objeto de registro na Corregedoria.
Art. 484. A habilitação dos escreventes, de caráter público, na Comarca
da Capital, dar-se-á perante comissão organizada e presidida pelo Juiz de Di-
reito indicado pelo Corregedor Geral da Justiça, dentre os Juízes auxiliares da
Corregedoria; nas comarcas do interior, perante comissão presidida pelo Juiz
Diretor do Foro. A habilitação será objeto de registro na Corregedoria Geral.
§ 1º A inscrição para o exame será requerida pelo serventuário, conjunta-
mente com o candidato, observados os requisitos legais.
§ 2º O exame constará de duas provas: uma, manuscrita e outra, dati-
lografada. Ambas versarão sobre matéria atinente aos serviços da serventia
para a qual a habilitação está ocorrendo. No julgamento, a comissão, além
dos conhecimentos do candidato, a comissão apreciará a caligrafia, redação e
apresentação do trabalho.
§ 3º A comissão deverá declarar inabilitado o candidato se este não aten-
der o requisito da ilibada conduta.
§ 4º Uma vez habilitado o candidato prestará compromisso. Na Capital,
perante o Juiz indicado pelo Diretor do Foro; nas comarcas do interior, peran-
te o Juiz Diretor do Foro.
Art. 485. Os auxiliares serão admitidos pelos titulares, com aprovação
dos Juízes indicados no caput do artigo anterior.
§ 1º A exoneração dar-se-á à pedido e será publicada portaria de qualquer
das autoridades mencionadas neste artigo.
§ 2º Na demissão será observada a legislação trabalhista.
Art. 486. Em relação ao regime disciplinar, aplicar-se-á ao pessoal das
serventias extrajudiciais o disposto neste Código.
Art. 487. Os salários do oficial substituto, dos escreventes e dos auxilia-
res serão ajustados com o titular da serventia, cabendo sua homologação ao
Corregedor Geral ou ao Juiz de Direito Diretor do Foro para fins de verificação
do atendimento da legislação trabalhista.

194
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LIVRO III

TÍTULO ÚNICO

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Seção I

Da Autonomia Financeira

Art. 488. Ao Poder Judiciário é assegurada, além da autonomia adminis-

trativa, a autonomia financeira.

Art. 489. (VETADO)

§ 1º Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, destinadas

ao Poder Judiciário, serão entregues até o dia vinte de cada mês, em impor-

tância nunca inferior ao duodécimo.

§ 2º A entrega do numerário correspondente aos créditos adicionais au-

torizados por lei deverão ser entregues, no máximo, quinze (15) dias após a

sanção ou promulgação e respectiva publicação.

§ 3º Essas verbas ficarão à ordem do Presidente do Tribunal, a quem

caberá a apreciação da prestação de contas referente à sua aplicação, para

posterior encaminhamento ao Tribunal de Contas;

§ 4º Quando o regular exercício das funções do Poder Judiciário for impe-

dido ou dificultado por falta de recursos decorrentes de injustificada redução

de sua proposta orçamentária, ou pela não satisfação oportuna das dotações

que lhe correspondam, caberá ao Tribunal de Justiça, pela maioria absoluta

de seus membros, solicitar ao Supremo Tribunal Federal a intervenção da

União no Estado.

195
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção II
Dos Pagamentos Devidos em Razão de Condenação Judicial

Art. 490. A proposta anual orçamentária do Tribunal de Justiça incluirá


na rubrica “Sentenças Judiciárias” a quantia correspondente ao total das con-
denações impostas à Fazenda do Estado e cujos precatórios tenham entrado
e sido processados na Secretaria do Tribunal até primeiro de junho, data em
que seus valores serão atualizados, sem prejuízo de outras atualizações que
sejam necessárias em virtude da desvalorização da moeda, fazendo-se o pa-
gamento até o final do exercício seguinte.
§ 1º No orçamento de cada Município deverá ser consignada dotação des-
tinada ao pagamento de débitos oriundos de condenações judiciais que lhe
sejam impostos.
§ 2º A não inclusão no orçamento da dotação a que se refere o parágra-
fo anterior, obrigará a Prefeitura a solicitar abertura de crédito especial para
atender o pagamento dos débitos, sob pena de ser requerida a intervenção
no Município.
Art. 491. Os pagamentos devidos pela Fazenda Estadual ou Municipal, em
virtude de condenação judicial, serão feitos exclusivamente na ordem cronoló-
gica da apresentação dos precatórios e da conta dos respectivos créditos, proi-
bida a designação de casos ou pessoas nas dotações orçamentárias e nos crédi-
tos adicionais abertos para este fim, à exceção daqueles de natureza alimentar.
Parágrafo único. Os recursos para atender as despesas de que trata este ar-
tigo serão requisitados mensalmente à Secretaria da Fazenda, cabendo ao Pre-
sidente do Tribunal de Justiça expedir, diretamente, as ordens de pagamento.

Seção III
Do Órgão Oficial do Poder Judiciário

Art. 492. O Estado editará o Diário do Poder Judiciário em publicação


autônoma, observado o disposto no parágrafo único deste artigo. (Redação
dada pela Lei n. 12.779, de 30.12.97)

196
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo Único. O Diário do Poder Judiciário poderá, porém, ser editado


pelo próprio Tribunal de Justiça, se assim decidir por Resolução. (Redação
dada pela Lei n. 12.779, de 30.12.97)
Art. 493. São órgãos oficiais das publicações do Poder Judiciário o “Diário
da Justiça”, a “Revista de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Ceará” e
outros repertórios autorizados pelo Tribunal de Justiça.
Parágrafo único. As publicações de qualquer natureza, inclusive editais e
atos administrativos, oriundos do Tribunal de Justiça e dos Juízes de primeiro
grau, em órgão oficial do Estado, serão isentas de pagamento ou outro ônus.
Art. 494. A Imprensa Oficial do Estado (IOCE) encaminhará, gratuita-
mente, ao Tribunal de Justiça e à Diretoria do Foro da Capital exemplares do
Diário da Justiça do Estado em número suficiente às necessidades de seus
serviços e a cada secretaria de vara da Capital, dois (02) exemplares do Diá-
rio da Justiça e um (01) exemplar do Diário Oficial e, a cada vara ou comarca
do interior, dois (02) exemplares do Diário da Justiça e um (01) do Diário
Oficial do Estado.

Seção IV
Da Implantação do Sistema de Secretarias de Varas

Art. 495. A partir da data da vigência desta Lei, nos serviços judiciais da
Comarca de Fortaleza, fica, automaticamente, instituído o sistema de Secreta-
ria de Varas, com as atribuições definidas nos artigos 388 e 389 deste Código.
§ 1º A Diretoria do Foro adotará as providências cabíveis para a implanta-
ção racional do sistema de Secretarias de Varas, de modo a não prejudicar o
andamento dos feitos, nem causar prejuízo aos direitos dos litigantes.
§ 2º Provimento do Tribunal de Justiça estabelecerá as rotinas dos servi-
ços forenses.
Art. 496. O Cartório de Distribuição judicial, as serventias judiciais ou es-
crivanias, inclusive as da Assistência Judiciária aos Necessitados, bem como

197
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

as atividades próprias de escrivanias anexadas aos atuais cartórios extraju-


diciais do registro civil da comarca de Fortaleza, a partir da data da vigência
desta lei, ficam, automaticamente, desativadas.
§ 1º Naquela data, a distribuição dos feitos judiciais passará a ser realiza-
da pelos serviços próprios definidos no art. 378, com observância dos artigos
379 a 382 deste Código e os processos distribuídos serão diretamente enca-
minhados às secretarias de varas.
§ 2º Os livros da Distribuição serão encerrados pelo Diretor do Foro e
passarão, juntamente com as fichas e demais papéis para os novos serviços.
§ 3º As Escrivanias desativadas, no prazo de vinte (20) dias, contados
da data da vigência desta Lei, encaminharão todos os Livros ao Diretor do
Foro para lavratura do termo de encerramento, bem como pastas, papéis e
outros documentos, salvo os que digam respeito diretamente a uma única
vara quando, então, para estas serão encaminhados. Outrossim, mediante
relação em duas vias, encaminharão às respectivas secretarias os autos dos
processos em tramitação, acompanhados das respectivas fichas, devendo o
encarregado do recebimento passar recibo.
§ 4º As Escrivanias entregarão ao Diretor do Foro uma relação dos autos
arquivados de cada vara que atendiam.
§ 5º Os titulares das Escrivanias Extrajudiciais anexadas aos atuais Cartó-
rios de Registro Civil da Comarca de Fortaleza, que serão desativadas, ficarão
em disponibilidade remunerada pelos cofres públicos, com remuneração equi-
valente ao que perceber os Diretores de Secretarias de Varas, continuando a
exercer, entretanto, a titularidade de Oficial do Registro Civil respectivo.
Art. 497. Recebidos os autos com as relações dos processos, cada Secre-
taria de Vara fará a devida conferência e dará recibo. Constatando discordân-
cia entre a relação de processos recebidos e a efetiva entrega dos autos, o
Juiz de Direito, de plano, tomará as providências cabíveis.
Art. 498. Recebidos os autos e conferidos, a Secretaria os ordenará em
ordem cronológica e providenciará o registro dos mesmos no Livro de Tombo

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

n. 01 da Vara, com nova numeração e autuação, colocando uma pro-capa,


em modelo mandado confeccionar pela Diretoria do Foro, que, para tanto,
requisitará do Presidente do Tribunal de Justiça verba do Fundo de Reapare-
lhamento e Modernização do Poder Judiciário (FERMOJU), instituído pela Lei
Estadual N. 11.891, de 20 de dezembro de 1991.
Art. 499. Os titulares das escrivanias judiciais desativadas da comarca de
Fortaleza, que foram legalmente investidos por concurso público, integrarão
quadro em extinção, podendo ser aproveitados em funções outras pelo Tribu-
nal de Justiça, Diretoria do Fórum Clóvis Beviláqua ou Secretarias de Varas,
bem como, ainda, se aposentar com vencimentos proporcionais ao tempo de
serviço ou ficar em disponibilidade remunerada.
§ 1º (VETADO)
§ 2º (VETADO)
§ 3º Os titulares das escrivanias da Assistência Judiciária aos Necessitados
e das escrivanias do crime das comarcas de Caucaia, Iguatu, Juazeiro do Nor-
te e Sobral, legalmente investidos, integrarão quadro em extinção, podendo
ser aproveitados em funções outras pelo Tribunal de Justiça ou Secretaria de
Vara.
Art. 500. O Diretor do Foro providenciará a designação dos locais para
funcionamento das Secretarias, as quais serão localizadas, de preferência,
em sala anexa ao Gabinete do Juiz.
Art. 501. O Diretor do Foro, no prazo de vinte (20) dias contados da vi-
gência desta Lei, prorrogáveis por sessenta (60) dias, ouvidos os Juízes de
Direito, redistribuirá, entre as diversas Secretarias de Varas, os funcionários
lotados nas escrivanias desativadas, salvo os que não percebiam pelos cofres
públicos.
Art. 502. A Diretoria do Foro, de imediato, realizará concurso para pre-
enchimento dos cargos de Técnico Judiciário, Auxiliar Judiciário, Atendente
Judiciário e Oficial de Justiça Avaliador para preenchimento das vagas que
sobejarem.

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Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 503. Os processos já arquivados pelas escrivanias judiciais desati-


vadas em decorrência desta Lei, passarão para o arquivo do Fórum, sendo
catalogados por vara e em ordem cronológica.
Art. 504. A partir da data da vigência desta lei, as custas judiciais serão
recolhidas em favor do Fundo de Reaparelhamento e Modernização do Poder
Judiciário (FERMOJU), na forma do Regimento de Custas.
Art. 505. A Diretoria do Foro mandará confeccionar carimbos, formulá-
rios, capas de processo e demais papéis necessários para o funcionamento
das Secretarias de Varas.
Art. 506. Quando da implantação do sistema de secretarias, os casos
omissos serão resolvidos pelo Diretor do Foro, podendo este declarar cinco
dias úteis como feriados forenses, assegurando-se a devolução de prazo às
partes e funcionamento de órgãos judiciários para atendimento a casos de
urgência.

Seção V
Disposições Finais Diversas

Art. 507. As cópias das petições destinadas à citação, fornecidas pelas


partes, datilografadas, em xerox, ou fotocópias autenticadas podem ser uti-
lizadas como parte integrante do mandado e como contrafé, sem prejuízo do
que estabelece o art. 225 do Código de Processo Civil.
Art. 508. Os juízes, advogados, jurados, serventuários, servidores de jus-
tiça e representantes do Ministério Público devem usar vestes talares nas
sessões do Tribunal do Júri e, facultativamente, nas audiências do juízo.
Art. 509. Nos casos omissos, aplicam-se aos magistrados, subsidiaria-
mente, o Regimento Interno do Tribunal de Justiça e o Estatuto dos Funcioná-
rios Públicos Civis do Estado.
Art. 510. O provimento inicial ou em face de vacância dos cargos da ativi-
dade notarial e de registro dar-se-á somente por meio de concurso público de
provas e títulos a ser obrigatoriamente realizado no prazo de três (03) meses.

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Art. 511. Todos os direitos e vantagens previstos neste Código, no que cou-
ber, serão extensivos aos servidores e serventuários da Justiça Militar do Estado.
Art. 512. Ressalvados os atuais ocupantes, não poderá ser nomeado para
cargo em comissão o cônjuge e os parentes até o terceiro (3º) grau de qual-
quer membro do Poder Judiciário.

CAPÍTULO II
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Seção I
Da Implantação de Novas Comarcas

Art. 513. Serão imediatamente implantadas, como comarcas de 1ª en-


trância, as Comarcas de Amontada, Aratuba, Caridade, Carnaubal, Catarina,
Cruz, Eusébio, Forquilha, Fortim, Graça, Hidrolândia, Horizonte, Icapuí, Ipa-
poranga, Irauçuba, Itarema, Madalena, Morrinhos, Palmácia, Paraipaba, Po-
ranga, Quixelô, Quixeré e Uruoca, todas de vara única, e, como comarca de
3ª entrância, a Comarca de Maracanaú, com duas varas, a 1ª e a 2ª, devendo
a instalação obedecer ao disposto no artigo 12 e seus parágrafos.

CAPÍTULO III
Seção I
Da Transformação dos Cargos de Juiz de Primeiro Grau

Art. 513-A. Em decorrência da alteração da classificação das entrâncias


no Estado do Ceará, ficam transformados os respectivos cargos de Juiz Subs-
tituto e Juiz de Direito de 1ª. e 2ª. entrâncias em cargos de Juiz Substituto e
Juiz de Direito de entrância inicial, os cargos de Juiz de Direito de 3ª entrância
ficam transformados em cargos de Juiz de Direito de entrância intermediária,
exceto os titulares das Comarcas de Caucaia, Maracanaú, Sobral e Juazeiro
do Norte, que ficam transformados em Juiz de Direito de entrância final, e os
cargos de Juiz de Direito da Comarca de Fortaleza em cargos de Juiz de Di-

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reito de entrância final, tudo na forma do anexo I desta Lei, assegurada aos
atuais Juízes Substitutos e os Juízes de Direito, a permanência no cargo em
exercício, até que sejam removidos ou promovidos. (Redação dada pela Lei
n. 14.407, DE 15.07.09, D.O. DE 16.07.09)
Parágrafo único. Ficam transformados os respectivos cargos de Juiz de
Direito Auxiliar das Comarcas de Caucaia, Maracanaú, Sobral e Juazeiro do
Norte em cargos de Juiz de Direito de entrância final, na forma do anexo II
desta Lei, assegurada aos atuais Juízes de Direito Auxiliar, a permanência no
cargo em exercício, até que sejam removidos ou promovidos. (Redação dada
pela Lei n° 14.407, DE 15.07.09, D.O. DE 16.07.09)
Art. 513-B. Para efeito de promoção, será observada a nova classificação
das entrâncias, conservando cada Magistrado a ordem de colocação cons-
tante da lista de antiguidade em vigor na data da publicação da presente lei.
(Redação dada pela Lei n° 14.407, DE 15.07.09, D.O. DE 16.07.09)
Parágrafo único. Não integrarão a lista de merecimento para promoção à
entrância intermediária, os Juízes integrantes da atual primeira entrância, en-
quanto existirem, em número suficiente para formá-la, os Juízes integrantes
da atual segunda entrância, salvo recusa. (Redação dada pela Lei n° 14.407,
DE 15.07.09, D.O. DE 16.07.09)

Seção II
Da Criação das Unidades Jurisdicionais
Subseção I
Da Criação das Unidades Jurisdicionais em Comarcas de Entrância
Final, Intermediária e Inicial

Art. 513-C. Ficam criadas a 6ª, 7ª, 8ª, 9ª. e 10ª., Varas da Comarca
de Caucaia, a 6ª. e 7ª. Varas de Juazeiro do Norte, 5ª., 6ª. e 7ª. Varas da
Comarca de Maracanaú, 6ª. e 7ª. Varas da Comarca de Sobral, todas de en-
trância final; ficam criadas a 3ª Vara da Comarca de Aracati, a 2ª. Vara da
Comarca de Boa Viagem, a 3ª. Vara da Comarca de Barbalha, a 3ª. Vara da

202
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Comarca de Crateús, a 5ª. Vara da Comarca de Crato, a 3ª. Vara da Comarca


de Eusébio, a 3ª. Vara da Comarca de Iguatu, a 3ª. Vara da Comarca de Ita-
pipoca, a 3ª. Vara da Comarca de Limoeiro do Norte, a 3ª. Vara da Comarca
de Maranguape, a 2ª. Vara da Comarca de Massapê, a 2ª. Vara da Comarca
de Mombaça, a 3ª. Vara da Comarca de Morada Nova, a 3ª. Vara da Comarca
de Quixadá, a 3ª. Vara da Comarca de Tianguá, a 3ª. Vara da Comarca de
Tauá e a 2ª. Vara da Comarca de Várzea Alegre, de entrância intermediária.
§ 1º Ficam transformadas em 1ª. Vara a Vara Única das Comarcas de Boa
Viagem,Massapé, Mombaça e Várzea Alegre.
§ 2º O Tribunal de Justiça disciplinará, por Resolução, a forma de implan-
tação e as competências de cada uma das unidades jurisdicionais criadas no
caput deste artigo, observado o limite de despesa do Poder Judiciário deter-
minado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Subseção II
Da Criação das Varas na Comarca de Fortaleza

Art. 513-D. Ficam criadas 40 (quarenta) Unidades Jurisdicionais na Co-


marca de Fortaleza.
Parágrafo único. O Tribunal de Justiça disciplinará, por Resolução, a forma
de implantação e as competências de cada uma das unidades jurisdicionais
criadas, observado o limite de despesa do Poder Judiciário determinado pela
Lei de Responsabilidade Fiscal.

Subseção III
Da Implantação Das Novas Comarcas

Art. 513-E. Serão implantadas, como Comarcas de entrância inicial, as


Comarcas de Acarape, Ibicuitinga, Antonina do Norte, Quiterianópolis, Jijoca
de Jericoacoara, Barreira, Varjota, Ararendá, Nova Olinda e Piquet Carneiro,
todas de vara única, e, devendo a instalação obedecer ao disposto no artigo
48 e seus parágrafos.

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Seção III
Da Criação dos Cargos de Magistrado

Art. 513-F. Ficam criados 16 (dezesseis) cargos de Desembargador.


Art. 513-G. Ficam criados 52 (cinquenta e dois) cargos de Juiz de Direito
de entrância final, sendo:
I – 40 (quarenta) cargos para a Comarca de Fortaleza;
II – 5 (cinco) cargos para a Comarca de Caucaia;
III – 2 (dois) cargos para a Comarca de Juazeiro do Norte;
IV – 3 (três) cargos para a Comarca de Maracanaú;
V – 2 (dois) cargos para a Comarca de Sobral.
Art. 513 – H. Ficam criados 17 (dezessete) cargos de Juiz de Direito de
entrância intermediária, sendo:
I – 1 (um) para a Comarca de Aracati;
II – 1 (um) para a Comarca de Boa Viagem;
III – 1 (um) para a Comarca de Barbalha;
IV – 1 (um) para a Comarca de Crateús;
V – 1 (um) para a Comarca de Crato;
VI – 1 (um) para a Comarca de Eusébio;
VII – 1 (um) para a Comarca de Iguatu;
VIII – 1 (um) para a Comarca de Itapipoca;
IX – 1 (um) para a Comarca de Limoeiro do Norte;
X – 1 (um) para a Comarca de Maranguape;
XI – 1 (um) para a Comarca de Massapê;
XII – 1 (um) para a Comarca de Mombaça;
XIII – 1 (um) para a Comarca de Morada Nova;
XIV – 1 (um) para a Comarca de Quixadá;
XV – 1 (um) para a Comarca de Tianguá;
XVI – 1 (um) para a Comarca de Tauá;
XVII – 1 (um) para a Comarca de Várzea Alegre.

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Art. 513-I. Ficam criados 10 (dez) cargos de Juiz de Direito de entrância


inicial nas Comarcas de Acarape, Ibicuitinga, Antonina do Norte, Quiteria-
nópoles, Jijoca de Jericoacoara, Barreira, Varjota, Ararendá, Nova Olinda e
Piquet Carneiro
Art. 513-J. Ficam criados 16 (dezesseis) cargos de Juiz de Direito Auxiliar
de entrância final, sendo:
I – 8 (oito) cargos na Comarca de Fortaleza;
II – 2 (dois) cargos na Comarca de Caucaia;
III – 2 (dois) cargos na Comarca de Juazeiro do Norte;
IV – 2 (dois) cargos na Comarca de Maracanaú;
V – 2 (dois) cargos na Comarca de Sobral.
Art. 513-K. Ficam criados dez (10) cargos de Juiz de Direito Auxiliar de
entrância intermediária, sendo:
I – 2 (dois) cargos na Comarca de Iguatu;
II – 2 (dois) cargos na Comarca de Crateús;
III – 2 (dois) cargos na Comarca de Russas;
IV – 2 (dois) cargos na Comarca de Quixadá;
V – 2 (dois) cargos na Comarca de Tianguá.

Seção IV
Da Criação dos Cargos De Provimento em Comissão do Quadro III –
Poder Judiciário

Art. 513-L. Ficam criados 48 (quarenta e oito) cargos de Assessor de


Desembargador, símbolo DNS-2, privativos de bacharel em Direito, e 16 (de-
zesseis) cargos de Oficial de Gabinete, símbolo DAS-2, de provimento em
comissão.
Parágrafo único. As nomeações para os cargos de que trata este artigo
dar-se-ão por ato do Presidente do Tribunal de Justiça, mediante indicação
dos respectivos Desembargadores. Art. 513 – M. Ficam criados 9 (nove)

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cargos de provimento em comissão, símbolo DAS-1, sendo 1 (um) cargo de


Assessor Técnico para a Comissão de Regimento Interno e Assessoria Legis-
lativa, 4 (quatro) cargos de Assessor de Câmara e 4 (quatro) cargos de Se-
cretário de Câmara do Tribunal de Justiça.
Parágrafo único. Os ocupantes dos cargos criados neste artigo serão de
indicação do Desembargador Presidente da respectiva Câmara, e nomeados
pelo Presidente do Tribunal de Justiça.

Seção V
Da Transformação dos Cargos de Provimento em Comissão
de Diretor de Secretaria

Art. 513-N. Ficam transformados os cargos de provimento em comissão


de Diretor de Secretaria:
I – das Comarcas de 1ª entrância, símbolo DAS–3, no cargo de Diretor de
Secretaria de entrância inicial, símbolo DAS–2;
II – das Comarcas de 2ª entrância, símbolo DAS-2, no cargo de Diretor de
Secretaria de entrância inicial, símbolo DAS-2;
III – das Comarcas de 3ª entrância, símbolo DAS-1, no cargo de Diretor
de Secretaria de entrância intermediária, símbolo DAS-1;
IV – da Comarca de entrância especial, símbolo DNS-3, no cargo de Dire-
tor de Secretaria de entrância final, símbolo DNS-3.
Parágrafo único. Os cargos de provimento em comissão de Diretor de Se-
cretaria de 3ª entrância, símbolo DAS-1, das Comarcas de Caucaia, Maraca-
naú, Sobral e Juazeiro do Norte, passam a ser classificados como cargos de
Diretor de Secretaria de entrância final, símbolo DNS-3.
Art. 513-O. Enquanto não forem elaboradas as regras complementares a
este Código, serão aplicadas as normas até então vigentes.” (NR).

206
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Obs.: A Lei n. 14.407/2009, de 15 de julho de 2009, DO de 16 de julho de


2009, incluiu o capítulo III (Art. 513-A ao art. 513-O) entre as seções I e II
do capítulo II do Título Único do Livro III. As seções do capítulo II, no entanto,
não foram renumeradas.
Art. 514. Lei de iniciativa do Tribunal de Justiça criará e fixará os cargos
necessários para a implantação das comarcas mencionadas no artigo anterior.
Parágrafo único. Os cargos serão de Diretor de Secretaria, Técnico Judi-
ciário, Auxiliar Judiciário, Oficial de Justiça Avaliador e Atendente Judiciário,
todos de primeira entrância.

3
Seção II
Da Elevação de Entrância de Comarcas

Art. 515. São elevadas à categoria de comarca de 2ª entrância as uni-


dades judiciárias de Guaraciaba do Norte, Jaguaruana, Parambu, Tamboril,
Taboleiro do Norte e Trairi.
Art. 516. São elevadas à categoria de comarca de 3ª entrância as unida-
des judiciárias de Boa Viagem, Camocim e Pacajus.

Seção III
Da Criação de Varas
Subseção I
Da Criação de Varas em Comarcas de 2ª e 3ª Entrância

Art. 517. Fica criada a 2ª Vara na Comarca de Pacatuba, de 2ª Entrância;


ficam criadas a 2ª Vara nas Comarcas de Acopiara, Brejo Santo, Camocim,
Crateús, Granja, Limoeiro do Norte, Morada Nova, Nova Russas, Tianguá,
Quixeramobim, Santa Quitéria e Uruburetama, todas de 3ª Entrância; fica
criada a 3ª Vara na comarca de Quixadá, de 3ª Entrância; ficam criadas a 3ª

3
Obs.: A Lei n. 14.407/2009, de 15 de julho de 2009, DO de 16 de julho de 2009, incluiu o capítulo III
(Art. 513-A ao art. 513-O) entre as seções I e II do capítulo II do Título Único do Livro III. As seções
do capítulo II, no entanto, não foram renumeradas.

207
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e 4ª Varas na comarca de Caucaia, a 4ª Vara na Comarca do Crato, a 5ª Vara


na Comarca de Juazeiro do Norte e Sobral.

Subseção II
Da Criação de Varas na Comarca de Fortaleza

Art. 518. Ficam criadas na comarca de Fortaleza a 2ª Vara de Registros


Públicos, a 3ª e 4ª Varas de Execuções Fiscais, a 4ª Vara da Infância e da
Juventude, as 13ª, 14ª e 15ª Varas Criminais, a 2ª Vara de Execuções Cri-
minais, Corregedoria de Presídios, Habeas Corpus e Cumprimento de Cartas
Precatórias, e a Vara única para o processo e julgamento dos crimes contra a
ordem tributária.

Seção IV
Da Criação de Cargos no Quadro de Magistrados

Art. 519. Ficam criados os seguintes cargos no Quadro de Magistrados


do Poder Judiciário:
I – Seis (06) cargos de Desembargador;
II – Nove (09) cargos de Juiz de Direito de Entrância Especial para, res-
pectivamente, a 2ª Vara de Registros Públicos, a 3ª e 4ª Varas de Execuções
Fiscais, a 4ª Vara da Infância e Juventude, as 13ª, 14ª e 15ª Varas Criminais,
a 2ª Vara de Execuções Criminais, Corregedoria de Presídios, Habeas Corpus
e cumprimento de Cartas Precatórias, e para a Vara única para o processo e
julgamento dos crimes contra a ordem tributária.
III – Vinte e três (23) cargos de Juiz de Direito de 3ª Entrância, assim
distribuídos:
a) cinco (05) na Comarca de Fortaleza (1º, 2º, 3º, 4º e 5º Juizado Espe-
cial);
b) um (01) na Comarca de Juazeiro do Norte (5ª Vara);

208
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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c) um (01) na comarca de Sobral (5ª Vara);


d) dois (02) na comarca de Caucaia (3º e 4º Varas);
e) um (01) na comarca de Quixadá (3º Vara);
f) dois (02) na comarca de Maracanaú (1ª e 2ª Varas);
g) e um (01) em cada comarca adiante nominada: Acopiara (2ª Vara),
Brejo Santo (2ª Vara), Camocim (2ª Vara), Crateús (2ª Vara), Granja (2ª
Vara), Morada Nova (2ª Vara), Nova Russas (2ª Vara), Tianguá (2ª Vara),
Quixeramobim (2ª Vara), Santa Quitéria (2ª Vara) e Uruburetama (2ª Vara).
IV – Sete (07) cargos de Juiz de Direito de 2ª entrância, sendo um (01)
para exercício na 2ª Vara da Comarca de Pacatuba e seis (06) para exercício
nos Juizados Especiais das comarcas de Caucaia, Crato, Iguatu, Juazeiro do
Norte, Maracanaú e Sobral.
V – Vinte e quatro (24) cargos de Juiz Substituto, sendo um (01) para
cada comarca, nas unidades judiciárias de Amontada, Aratuba, Caridade,
Carnaubal, Catarina, Cruz, Eusébio, Forquilha, Fortim, Graça, Hidrolândia,
Horizonte, Icapuí, Ipaporanga, Irauçuba, Itarema, Madalena, Morrinhos, Pal-
mácia, Paraipaba, Poranga, Quixelô, Quixeré e Uruoca, todas comarcas de
vara única e que serão implantadas a partir da data da vigência desta lei.

Seção V
Da Transformação de Cargos de Juiz de 1º Grau

Art. 520. Em decorrência da elevação de 1ª para 2ª entrância das comar-


cas de Guaraciaba do Norte, Jaguaruana, Parambu, Taboleiro do Norte, Tam-
boril e Trairi, os respectivos cargos de Juiz Substituto ou Juiz de Direito de 1ª
Entrância, conforme o caso, são transformados em cargos de Juiz de Direito
de 2ª Entrância, assegurada aos atuais Juízes Substitutos ou Juízes de Direito
de 1ª Entrância, nelas em exercício, a permanência até que sejam removidos
ou promovidos, em virtude da garantia da inamovibilidade.

209
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Parágrafo único. Fica transformado o atual cargo de Juiz de Direito da


Comarca de Pacatuba em cargo de Juiz de Direito da 1ª Vara da mesma Co-
marca.
Art. 521. Em decorrência da elevação de 2ª para 3ª entrância das co-
marcas de Boa Viagem, Camocim e Pacajus, os respectivos cargos de Juiz de
Direito de 2ª Entrância são transformados em cargos de Juiz de Direito de 3ª
Entrância, assegurada aos atuais Juízes de Direito de 2ª Entrância, nelas em
exercício, a permanência até que sejam removidos ou promovidos, em virtu-
de da garantia da inamovibilidade.

Seção VI
Da Criação de Cargos no Quadro de Servidores de Justiça
Subseção I
Do Tribunal de Justiça

Art. 522. Ficam criados seis (06) cargos de Assessor de Desembargador,


DNS-2, de provimento em comissão, com vencimento e representação fixado
em lei, a serem providos por Bacharéis em Direito, após indicação dos De-
sembargadores nomeados em face do aumento da composição do Tribunal de
Justiça;

Subseção II
Da Comarca da Capital

Art. 523. Ficam criados os seguintes cargos no quadro de servidores de


justiça da comarca da Capital:
I – cento e sete (107) cargos de Diretor de Secretaria de Vara da comarca
da Capital, DNS-3, de provimento em comissão, de livre nomeação e exone-
ração, com vencimento e representação fixado em lei, a serem providos por

210
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Bacharéis em Direito, Administração, Ciências Contábeis, Economia e Ciên-

cias Sociais, mediante indicação do Juiz de Direito titular da Vara e nomeação

pelo Presidente do Tribunal de Justiça;

II – cinco (05) cargos de Diretor de Secretaria de 3ª entrância, DAS-1,

para exercício nas Secretarias dos Juizados Especiais da comarca da Capital,

quando forem instalados, observando-se o disposto no inciso I quanto à for-

ma de provimento e indicação;

III – cento e vinte e cinco (125) cargos de Técnico Judiciário, Classe A,

AJU-NS, Referência 17, sendo 107 para as Secretarias de Varas da Capital e

18 para o Fórum Clóvis Beviláqua, a serem preenchidos por concurso público,

podendo concorrer candidatos formados em qualquer curso superior;

IV – duzentos e quatorze (214) cargos de Atendente Judiciário, Classe A,

AJU- NM, Referência 9, para lotação nas Secretarias de Varas da Capital, dois

para cada uma, a serem preenchidos mediante concurso público;

V – quarenta e seis (46) cargos de Oficiais de Justiça Avaliador, Classe A,

ANM, Referência 17, a serem preenchidas por concurso público.

Seção VII

Da Criação de Cargos de Notários e Registradores na Comarca

da Capital

Art. 524. São criados na Comarca da Capital, não renumerados pelos

cofres públicos:

I – dois (02) cargos de Notários (9º e 10º Notários de Fortaleza);

II – dois (02) cargos de Oficial do Registro de Imóveis (5º e 6º Oficiais do

Registro de Imóveis de Fortaleza);

III – um (01) cargo de Oficial do Registro Civil do Distrito do Mucuripe.

211
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Seção VIII
Da Criação de Cargos no Quadro de Servidores de Justiça
nas Comarcas do Interior

Art. 525. Ficam criados os seguintes cargos no quadro de servidores de


justiça das comarcas do interior:
I – Cargos de Diretor de Secretaria de 3ª Entrância, DAS.1, observando-se
o disposto no art. 387:
a) quatro (04) para exercício na comarca de Crato (1ª, 2ª 3ª e 4ª Varas);
b) dois (02) para exercício na comarca de Iguatu (1ª e 2ª Vara);
c) cinco (05) para exercício na comarca de Juazeiro do Norte (1ª, 2ª, 3ª,
4ª e 5ª Varas);
d) dois (02) para exercício na comarca de Maracanaú (1ª e 2ª Varas);
e) cinco (05) para exercício na comarca de Sobral (1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª Varas);
f) quatro (04) para exercício na comarca de Caucaia (1ª, 2ª, 3ª e 4ª Varas).
II – seis (06) cargos de Diretor de Secretaria de 2ª entrância, DAS.2, para
exercício nos Juizados Especiais das comarcas de Caucaia, Crato, Iguatu, Ju-
azeiro do Norte, Maracanaú e Sobral;
III – vinte e quatro (24) cargos de Diretor de Secretaria de 1ª entrância,
DAS.3, para exercício nas comarcas de primeira entrância definidas no artigo 513.
IV – Cargos de Técnico Judiciário:
a) de 3ª Entrância, Referência AJU-NS, A-08: Vinte e dois (22) cargos,
sendo quatro (04) para a comarca do Crato, dois (02) para Iguatu, cinco (05)
para Juazeiro do Norte, dois (02) para Maracanaú, cinco (05) para Sobral e
quatro (04) para Caucaia, sendo um para cada vara;
b) de 1ª Entrância, Referência AJU-NS, A-06: vinte e quatro (24), sendo
um (01) para cada comarca mencionada no art. 513;
V – Cargos de Auxiliar Judiciário:
a) De 3ª Entrância, Referência AJU-NM, A-08: Vinte e dois (22) cargos,
sendo quatro (04) para a comarca do Crato, dois (02) para Iguatu; cinco (05)

212
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

para Juazeiro do Norte; dois (02) para Maracanaú, cinco (05) para Sobral e
quatro (04) para Caucaia, sendo um para cada vara;
b) De 1ª Entrância, Referência AJU-NM, A-05: vinte e quatro (24), sendo
um (01) para cada comarca mencionada no art. 513;
VI – Cargos de Atendente Judiciário:
a) De 3ª Entrância, Referência AJU-NM, A-08: Vinte e dois (22) cargos,
sendo quatro (04) para a comarca do Crato, dois (02) para Iguatu; cinco (05)
para Juazeiro do Norte; dois (02) para Maracanaú, cinco (05) para Sobral e
quatro (04) para Caucaia, sendo um para cada vara;
b) De 1ª Entrância, Referência AJU-NM, A-06: Vinte e quatro (24), sendo
um (01) para cada comarca mencionada no art. 513;
VII – Cargos de Oficial de Justiça Avaliador:
a) De 3ª Entrância, Referência AJU-NM, A-13: dezoito (18) cargos sendo
um (01) para cada comarca mencionada no art. 517.
b) De 1ª Entrância, Referência AJU-NM, A-8: quarenta e oito (48) cargos,
sendo dois (02) para cada comarca mencionada no art. 513;
Parágrafo único – Para exercício nas escrivanias da Assistência Judiciária e
do Crime das comarcas de Limoeiro do Norte e Tauá, são criados os seguintes
cargos, remunerados pelos cofres públicos:
a) Escrivania da Assistência Judiciária de Limoeiro do Norte: Um (01) car-
go de Técnico Judiciário e dois (02) cargos de Auxiliar Judiciário, todos de 3ª
entrância;
b) Escrivania do Crime de Limoeiro do Norte: Um (01) cargo de Técnico
Judiciário e dois (02) cargos de Auxiliar Judiciário, todos de 3ª entrância;
c) Escrivania da Assistência Judiciária da comarca de Tauá: Um (01) car-
go de Técnico Judiciário e dois (02) cargos de Auxiliar Judiciário, todos de 3ª
entrância;
d) Escrivania do Crime da comarca de Tauá: Um (01) Técnico Judiciário e
dois (02) cargos de Auxiliar Judiciário, todos de 3ª entrância.

213
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção IX
Da Criação de Cargos de Notários e Registradores nas Comarcas
do Interior

Art. 526. Ficam criados os seguintes cargos, não remunerados pelos co-
fres públicos, e sem a acumulação da função de escrivão, a serem preenchi-
dos por concurso público de provas e títulos:
I – Cargos de Primeiro Notário:
a) vinte e quatro (24) nas comarcas definidas no art. 513;
b) um (01) na comarca de Maracanaú;
II – Cargos de Segundo Notário:
a) vinte e quatro (24) nas comarcas definidas no art. 513;
b) um (01) na comarca de Maracanaú.
III – Cargo de Terceiro Notário: Um (01) na comarca de Juazeiro do Norte.
IV – Cargo de Quarto Notário: Um (01) na comarca de Sobral.

Seção X
Da Criação de Secretarias de Varas em Comarcas do Interior

Art. 527. Ficam criadas as Secretarias de Varas das Comarcas de Cau-


caia, Crato, Iguatu, Juazeiro do Norte, Maracanaú e Sobral, com a mesma
estrutura das secretarias de varas da comarca de Fortaleza.
Art. 528. Os anexos das escrivanias das comarcas referidas no artigo
anterior passam para as secretarias das varas observando-se o disposto em
relação à implantação do sistema de secretaria de varas da Capital.
Art. 529. A critério do Tribunal de Justiça, serão instaladas as Secretarias
de Varas nas demais comarcas do interior.

Seção XI
Disposições Transitórias Diversas

Art. 530. Fica criado o Ofício do Registro Civil no Distrito do Mucuripe, em


Fortaleza, não remunerado pelos cofres públicos.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 531. Os atuais ocupantes dos cargos de Notário e Oficial dos Regis-
tros Públicos em geral, dos Termos Judiciários erigidos em Comarca por esta
lei, serão os titulares do 2º Ofício de Notas, Registro de Títulos e Documentos
e Registro de Imóveis.
Art. 532. Os Notários e Oficiais dos Registros Públicos em Geral dos
Termos Judiciários exercerão, cumulativamente, as funções de Oficial de Re-
gistro Civil das Pessoas Naturais, ressalvado o direito dos atuais ocupantes
dessa última função, em gozo de estabilidade.
Art. 533. Os titulares dos Cartórios de Registro Civil dos Termos Judici-
ários erigidos em comarca por esta Lei, no gozo de estabilidade, e com es-
colaridade mínima de segundo grau completo, assumirão na nova comarca
as titularidades do 1º Ofício de Notas, Registro de Títulos e Documentos e
Registro Civil das Pessoas Naturais.
Art. 534. Para atender a necessidade temporária de excepcional interes-
se público em virtude da implantação do sistema de secretaria de varas na
comarca da Capital, a partir da data da vigência da presente lei, cada Juiz de
Direito de entrância especial poderá solicitar ao Tribunal de Justiça a requisi-
ção de dois (02) servidores públicos estaduais de qualquer dos três Poderes,
para exercício na respectiva vara, indicando o nome, cargo e órgão de ori-
gem, sendo atribuída aos servidores requisitados a gratificação prevista no
artigo 132, inciso IV, do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do
Ceará, em nível de DAS-1, vedada a indicação de cônjuge, companheiro ou
parente de magistrado até o terceiro grau.
§ 1º Os escreventes que atuavam nas escrivanias do Cível, Comércio e
Provedoria, Ofício de órfãos, Menores, Ausentes e Interditos, e anexos das
Escrivanias do Registro Civil da sede desta Capital e no Cartório de Distribui-
ção de Feitos Judiciais, que à data da promulgação da vigente Constituição
Federal tinham cinco anos de exercício, serão considerados estáveis na nova
estrutura funcional do Poder Judiciário e serão lotados nas Secretarias de
Varas com salários equivalentes aos pagos aos ocupantes de cargos de ativi-
dades de nível médio (ANM) referência A.

215
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º Para atender a necessidade temporária de excepcional interesse pú-


blico, no sentido de não haver prejuízo das atividades do Poder Judiciário na
comarca da Capital, em decorrência da instalação das Secretarias de Varas,
fica o Tribunal de Justiça autorizado a contratar, pelo prazo de seis meses, os
atuais escreventes que não preencham os requisitos do parágrafo 1º.
§ 3º Antes de expirado o prazo de seis (06) meses, o Tribunal fará reali-
zar concurso público de provas e de títulos, podendo concorrer todos os es-
creventes de que trata este artigo, ao cargo de auxiliar judiciário, Classe C,
referência 18, valendo como título a prática do serviço na forma baixada no
regulamento do concurso.
Art. 535. Ficam desativados o Cartório de Distribuição dos Feitos Ju-
diciais, bem como a Escrivania de órfãos, Menores, Ausentes e Interditos,
as Escrivanias da Assistência Judiciária aos Necessitados, as Escrivanias do
Juizado da Infância e da Juventude, as Escrivanias da Fazenda Pública, as Es-
crivanias das Execuções Fiscais, a Escrivania de Procedimentos Sumaríssimos
e as Escrivanias dos Juizados de Pequenas Causas devendo os livros serem
encerrados pelo Diretor do Foro e os processos e respectivas fichas encami-
nhados às varas por onde tramitavam, através das secretarias destas.
Art. 536. A inscrição dos Magistrados no IPEC é facultativa. Dos demais
servidores é obrigatória. Poderá a inscrição ser requerida no prazo de noventa
(90) dias, contados da vigência da data desta Lei.
Art. 537. Ficam extintos os cargos de Distribuidor Judicial, Escrivão, Par-
tidor, Avaliador, Depositário Público e Leiloeiro, da Comarca de Fortaleza, fi-
cando os atuais titulares, em quadro especial, podendo ser aproveitados pela
Diretoria do Foro e por sua opção em outro cargo ou função, ou colocados em
disponibilidade.
Art. 538. (Revogado pelo art. 11 da Lei 14.128, de 6 de junho de 2008,
DO de 11 de junho de 2008.)
Art. 539. O Tribunal de Justiça e a Diretoria do Foro da Comarca de For-
taleza poderão baixar atos para fiel execução desta Lei.

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Art. 540. O atual Cartório de 2º Ofício da Comarca de Juazeiro do Norte,


ressalvada a função de escrivania, fica desdobrado em dois, passando o que
resulta do desdobramento a denominar-se 4º Ofício de Notas.
Parágrafo único. O atual Cartório do 2º Ofício da Comarca de Sobral fica
desdobrado em dois (02), passando o que resulta do desdobramento a deno-
minar-se de 4º Ofício, com as funções de Tabelionato de Notas, Registro Civil
das pessoas naturais e jurídicas e Registro de Títulos e Documentos.
Art. 541. Os Oficiais do Registro Civil da sede e dos Distritos da comarca
da Capital, bem como das sedes das comarcas da Região Metropolitana de
Fortaleza, poderão lavrar procurações, reconhecer firmas e autenticar docu-
mentos.
Art. 542. Os Oficiais de Justiça Avaliadores não farão jus à percepção de
qualquer despesas ou custas.
Parágrafo único. Os Oficiais de Justiça Avaliadores farão jus a uma gra-
tificação para locomoção correspondente a dois terços (2/3) dos seus venci-
mentos, compreendendo este o vencimento básico e a gratificação adicional.
Art. 543. Os processos serão redistribuídos sempre que instalada uma
nova vara, observando-se a sua especialização e proporcionalidade.
Parágrafo único. Na Comarca de Fortaleza, as atas da Distribuição ou Re-
distribuição dos Feitos Judiciais em Primeiro Grau de Jurisdição serão nume-
radas e encaminhadas no prazo de 3 (três) dias para publicação no Diário da
Justiça do Estado. Da nota da distribuição ou redistribuição constará, obriga-
toriamente, o número do processo, a vara, a natureza do processo, os nomes
das partes, os nomes dos advogados dos demandantes e, se for o caso, os
nomes dos advogados dos demandados.
Art. 544. Nas Comarcas do interior do Estado, onde foi implantado o sis-
tema de secretarias de varas, as funções de distribuição extrajudicial – salvo
nas comarcas em que regularmente instalado serviço de registro de distri-
buição da espécie, de conformidade com a Lei Federal N. 8.935/94 – serão
exercidas pelo titular do Cartório do Primeiro Ofício da Comarca ou, nos casos

217
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de vacância da titularidade ou de impedimento, pelo respectivo substituto,


enquanto que as funções de distribuição judicial, contadoria, depositário de
bens apreendidos por ordem judicial, partidor e leiloeiro serão exercidas pre-
ferencialmente por servidores do próprio quadro permanente do Poder Judi-
ciário, indicados pelo Diretor do Foro, resguardados os superiores interesses
da Justiça. (Redação dada pela Lei n. 12.779, de 30.12.97)
Parágrafo único. A Escola Superior da Magistratura ministrará cursos es-
pecíficos para essas atividades.
Art. 545. O Tribunal de Justiça estabelecerá normas para reversão em
benefício da Justiça das fianças de natureza criminal, após seis (06) meses
da ocorrência das hipóteses previstas em lei para suas devoluções, sem que
os interessados as requeiram, bem como nos casos de perda total ou parcial
da fiança.
Art. 546. (VETADO)
Art. 547. O tabelião de notas não poderá praticar atos de seu ofício fora
da Comarca para a qual recebeu delegação, cabendo ao Corregedor Geral da
Justiça, ex officio ou mediante comunicação ou reclamação providenciar junto
ao Tribunal de Justiça a apuração da desobediência para fins de cassação da
delegação, assegurada ampla defesa.
Art. 548. Cada serviço notarial ou de registro funcionará em um só local,
vedada a instalação de sucursal, observando-se o disposto no artigo anterior.
Art. 549. Os editais tornando público a realização de concurso público
para o preenchimento de cargos, remunerados ou não pelos cofres públi-
cos, criados por esta Lei, serão publicados com antecedência mínima de 45
(quarenta e cinco) dias da aplicação das provas, através do Diário Oficial da
Justiça.
Art. 550. As comarcas implantadas por esta Lei deverão ser instaladas
no prazo máximo de 90 (noventa) dias, a contar da data de sua publicação.
Art. 551. Tão logo restem vagos os cargos de notários e registradores de
comarcas, termos ou distritos judiciários, o Juiz de Direito da comarca deverá

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comunicar essas circunstâncias ao Presidente do Tribunal de Justiça para que


seja realizado concurso e preenchidos os cargos vagos no prazo máximo de
90 (noventa) dias sob pena de responsabilidade administrativa, tanto do Juiz
de Direito quanto do Presidente do Tribunal de Justiça.
Art. 552. (VETADO)
Art. 553. (VETADO)
Art. 554. (VETADO)
Art. 555. O pagamento dos proventos da aposentadoria dos serventuá-
rios de justiça é efetuado no Tribunal de Justiça do Estado, mediante folha
organizada pelo órgão competente da Secretaria e o despacho de autorização
do Presidente.
Art. 556. Os atuais cargos de Escrevente de 3ª entrância das comarcas
do interior do Estado são transformados em cargos de Auxiliar Judiciário, Re-
ferência AJU-NM, Especial-22, assegurada a não redução dos vencimentos.
Art. 557. Os atuais cargos de Oficial de Justiça de 3ª, 2ª e 1ª entrância
das comarcas do interior, são transformados em cargos de Oficial de Justiça
Avaliador, Referências AJU-NM Especial 27, AJU-NM Especial 24 e AJU-NM
Especial 22, respectivamente, assegurada a não redução dos vencimentos.
Art. 558. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas
as disposições em contrário.

219
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LEI N. 12.483, DE 03.08.95 (D.O. DE 11.08.95)

Dispõe sobre a organização administrativa do Poder Judiciário Estadual, define


as diretrizes gerais para sua Reforma e Modernização Administrativa e dá outras
providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte


Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES INICIAIS E CONCEITUAIS

Art. 1º. Esta Lei estabelece as normas gerais para a organização dos ser-
viços administrativos do Poder Judiciário do Estado do Ceará, abrangendo:
I – A composição dos órgãos e funções da Administração Superior do Po-
der Judiciário; Básica;
II – A composição dos órgãos, funções e atividades da Estrutura Orga-
nizacional III – A composição dos órgãos e respectivos campos de atuação
funcional da Estrutura Setorial;
IV – Normas Gerais relativas ao pessoal técnico-administrativo, incluindo
Regime Jurídico, que será único, diretrizes para o Plano de Cargos e Carreiras
e demais preceitos de Administração do Quadro III – Poder Judiciário;
V – Normas sobre o Planejamento, Programação, Execução Orçamentária
e Controle Interno.
Art. 2º. Esta Lei estabelece, também, as Diretrizes Gerais para a implan-
tação de Programa de Reforma e Modernização Administrativa no Poder Judi-
ciário, assim consubstanciadas:
I – O Poder Judiciário promoverá o constante aperfeiçoamento e atualiza-
ção dos instrumentos de Administração da Justiça, especialmente através das
seguintes providências:

220
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a) Conquista e manutenção da efetiva autonomia administrativa e finan-


ceira prevista nas Constituições Federal e Estadual;
b) Auto-organização e reorganização de seus serviços, para o que implan-
tará sistema de planejamento e de avaliação de resultados;
c) Introdução gradativa e crescente aplicação da Informática na gestão
judiciária e na operação dos sistemas administrativos;
II – O Poder Judiciário promoverá, com a participação de magistrados
e servidores, amplo e plurianual Programa de Desenvolvimento de Recur-
sos Humanos, com projetos de treinamento de formação e aperfeiçoamento
de Magistrados e de treinamento de formação, capacitação e atualização de
servidores judiciários, dinamizando, o mais que puder, a Escola Superior da
Magistratura;
III – O Poder Judiciário elaborará e executará Planos e Programas Pluria-
nuais de Aparelhamento de seus órgãos componentes, para compatibilização
de suas necessidades às disponibilidades do Erário, neles constando a indica-
ção das obras e equipamentos necessários, prioritários e a previsão de custos
e prazos;
IV – A função administrativa no Poder Judiciário observará os princípios
essenciais da Administração Pública previstos na Constituição (Legalidade,
Finalidade, Moralidade e Publicidade) e, ainda, os preceitos de PRECEDÊNCIA
e de PRIMAZIA assim conceituados:
a) Pelo preceito da PRECEDÊNCIA, as funções jurisdicionais, sendo o fim
último do Poder, devem ser atendidas com prioridade sobre as demais fun-
ções; a precedência é a superioridade hierárquica da função jurisdicional so-
bre a administrativa;
b) Pelo preceito da PRIMAZIA, as funções administrativas buscarão aten-
der às necessidades institucionais e operacionais do Poder, atuando, em face
da escassez dos recursos, pela seletiva aplicação priorizada dos meios, aten-
dida a urgência e a relevância das medidas a serem tomadas; a primazia é a
prioridade eventual de uma função administrativa sobre outra de igual natu-
reza e é ditada pela política administrativa.

221
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

V – A Organização Administrativa independe da Organização Judiciária,


nos aspectos operacionais, tendo suas próprias normas, devendo, entretanto,
pôr-se a serviço da Função Jurisdicional para que esta possa ser exercida com
eficiência e eficácia.
VI – A organização da função administrativa, diversamente da jurisdicio-
nal, baseia-se, entre outros, nos princípios da hierarquia, da unidade de co-
mando, observada a cadeia escalar, a divisão e racionalização do trabalho e
demais critérios técnicos de planejamento, coordenação, direção e controle,
não descurando as técnicas gerenciais de motivação do pessoal e observância
do sistema do mérito.

TÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO PODER JUDICIÁRIO
CAPÍTULO I
DOS NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO
Seção Única
Dos Órgãos e Funções Segundo os Níveis de Decisão

Art. 3º. A Administração do Poder Judiciário será exercida pelos órgãos e


funções adiante enunciados, segundo os seus respectivos níveis de decisão e
natureza de suas atribuições;
I – ÓRGÃOS E FUNÇÕES SUPERIORES DE DEFINIÇÃO DE POLÍTICAS E
ESTRATÉGIAS:
– Tribunal Pleno;
– Presidência do Tribunal de Justiça;
– Vice-Presidência;
II – ÓRGÃOS DE CONTROLE INTERNO E DISCIPLINAR DA FUNÇÃO JURIS-
DICIONAL:
– Conselho da Magistratura;
– Corregedoria Geral da Justiça;

222
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III – ÓRGÃOS DE CONTROLE INTERNO E DISCIPLINAR DA FUNÇÃO AD-


MINISTRATIVA:
– Auditoria Administrativa de Controle Interno;
IV – ÓRGÃOS SUPERIORES DE DIREÇÃO E GERENCIAMENTO: (Redação
dada pela Lei n. 14.311, de 20.03.09)
1. Secretaria Geral do Tribunal de Justiça, subdividindo-se em: (Redação
dada pela Lei n. 14.311, de 20.03.09)
1.1. Secretaria de Administração;
1.2. Secretaria de Finanças;
1.3. Secretaria de Tecnologia da Informação;
1.4. Secretaria Judiciária.
1.5. Secretaria de Gestão de Pessoas; (Alterado pela Lei n. 14.916, de
3.5.11, DO de 11 de maio de 2011.)
2 – Gabinete da Presidência, com unidades de assistência e assessora-
mento imediatos ao Chefe do Poder Judiciário e a seus membros:
2.1. Consultoria Jurídica;
2.1.1. Departamento de Execução e Controle Processual; (Acrescido pela
Lei n. 14.813, de 14.12.2010,D.O. DE 17.12.2010)
2.1.1.1. Divisão de Distribuição e Controle de Feitos; (Acrescido pela Lei
n. 14.813, de 14.12.2010,D.O. DE 17.12.2010)
2.1.1.2. Divisão Central de Contratos e Convênios; (Acrescido pela Lei
n. 14.813, de 14.12.2010,D.O. DE 17.12.2010)
2.1.1.3. Serviço de Precatórios; (Acrescido pela Lei n. 14.813, de
14.12.2010,D.O. DE 17.12.2010)
2.2. Assessoria Especial;
2.3. Assessoria de Comunicação do Poder Judiciário; (Alterado pela Lei
n. 14.813, de 14.12.2010, D.O. DE 17.12.2010)
2.4. Chefe da Assessoria de Cerimonial; (Alterado pela Lei n. 14.813, de
14.12.2010, D.O. DE 17.12.2010)

223
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

2.4.1 Assessoria de Cerimonial; (Alterado pela Lei n. 14.813, de 14.12.2010,


D.O. DE 17.12.2010)
2.5. Assessoria Institucional; (Alterado pela Lei n. 14.813, de 14.12.2010,
D.O. DE 17.12.2010)
2.5.1. Editor; (Alterado pela Lei n. 14.813, de 14.12.2010, D.O. DE
17.12.2010)
2.5.1.1. Departamento Editorial Gráfico; (Alterado pela Lei n. 14.813, de
14.12.2010, D.O. DE 17.12.2010)
2.5.1.2. Departamento de Gestão de Documentos; (Alterado pela Lei n.
14.813, de 14.12.2010, D.O. DE 17.12.2010)
2.5.1.2.1. Divisão de Biblioteca; (Alterado pela Lei n. 14.813, de
14.12.2010, D.O. DE 17.12.2010)
2.5.1.2.2. Divisão de Gerenciamento Eletrônico de Documentos; (Alterado
pela Lei n. 14.813, de 14.12.2010, D.O. DE 17.12.2010)
2.5.1.2.3. Divisão de Arquivo;” (NR).
2.5.2. Conselho Editorial; (Alterado pela Lei n. 14.813, de 14.12.2010,
D.O. DE 17.12.2010)
2.6. Secretaria Especial de Planejamento e Gestão: (Subitem acrescido
pela Lei 14.816, de 14 de dezembro de 2010, DO de 22 dezembro de 2010)
Vide íntegra da Lei 14.816/2010
2.6.1. Departamento de Estratégia e Projetos: (Subitem acrescido pela Lei
14.816, de 14 de dezembro de 2010, DO de 22 dezembro de 2010)
2.6.1.1. Divisão de Projetos; (Subitem acrescido pela Lei 14.816, de 14 de
dezembro de 2010, DO de 22 dezembro de 2010)
2.6.1.2. Divisão de Gerenciamento da Inovação; (Subitem acrescido pela
Lei 14.816, de 14 de dezembro de 2010, DO de 22 dezembro de 2010)
2.6.2. Departamento de Otimização Organizacional: (Subitem acrescido
pela Lei 14.816, de 14 de dezembro de 2010, DO de 22 dezembro de 2010)
2.6.2.1. Divisão de Sistemas de Gestão; (Subitem acrescido pela Lei
14.816, de 14 de dezembro de 2010, DO de 22 dezembro de 2010)

224
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

2.6.2.2. Divisão de Metodologia; (Subitem acrescido pela Lei 14.816, de

14 de dezembro de 2010, DO de 22 dezembro de 2010)

2.6.3. Departamento de Informações Gerenciais: (Subitem acrescido pela

Lei 14.816, de 14 de dezembro de 2010, DO de 22 dezembro de 2010)

2.6.3.1. Divisão de Gestão de Conhecimento; (Subitem acrescido pela Lei

14.816, de 14 de dezembro de 2010, DO de 22 dezembro de 2010)

2.6.3.2. Divisão de Estatística. (Subitem acrescido pela Lei 14.816, de 14

de dezembro de 2010, DO de 22 dezembro de 2010)

3. Gabinete da Vice-Presidência, com unidades de assistência e assesso-

ramento imediatos ao Vice-Presidente do Tribunal de Justiça:

3.1 – Chefia de Gabinete da Vice-Presidência;

3.2 – Assessoria Jurídica da Vice-Presidência.

4. Diretoria do Fórum da Comarca da Capital:

4.1 – Secretaria Administrativa;

4.2 – Chefia de Gabinete;

4.3 – Departamentos;

4.4 – Divisões;

4.5 – Serviços;

4.6 – Seções;

4.7 – Secretarias de Varas. (NR). (Itens incluídos pela Lei 14.302, de

09.01.09 D.O. 16.01.09).

V – ÓRGÃOS DE DIREÇÃO E ASSESSORAMENTO SUPERIOR:

– Diretorias de Departamentos e Unidades Equivalentes.

VI – ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO:

– Divisões, Serviços e Seções ou Unidades a esses níveis equivalentes.

VII – ÓRGÃO DE ADMINISTRAÇÃO DESCONCENTRADA:

– Escola Superior da Magistratura.

225
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CAPÍTULO II
DA ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR DO PODER JUDICIÁRIO
Seção I
Da Competência Administrativa do Tribunal Pleno

Art. 4º. O Tribunal Pleno é o órgão máximo da Administração Superior do


Poder Judiciário, incumbindo-lhe exercer, de modo geral e normativamente,
as atividades de definição das estratégias, diretrizes gerais e políticas admi-
nistrativas, e, especificamente:
I – apreciar e votar a proposta de orçamento anual para o Poder Judiciá-
rio, que será encaminhada aos Poderes Executivo e Legislativo nos termos da
Constituição e da Lei de Diretrizes Orçamentárias;
II – apreciar e votar propostas de resoluções dispondo sobre matéria de
organização e funcionamento administrativo dos órgãos do Poder Judiciário,
aprovando o Regulamento Administrativo e suas alterações;
III – apreciar e votar propostas e projetos de resoluções que impliquem
em criação de cargos e funções técnico-administrativas e auxiliares da Justiça
no Quadro de Pessoal do Poder Judiciário, para posterior apreciação pelo Po-
der Legislativo, na forma estabelecida na Constituição Estadual;
IV – apreciar e votar planos anuais e plurianuais de atuação do Poder Ju-
diciário;
V – autorizar o Presidente a:
a) abrir concursos públicos para provimento de cargos na magistratura e
vagas nos cargos técnico-administrativos e de auxiliares da Justiça;
b) afastar-se do cargo para viagens ao território nacional e/ou ao estran-
geiro, em missão oficial;
VI – deliberar sobre outros assuntos encaminhados pelo Presidente, que
lhe escapem à competência.

226
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção II
Da Competência Administrativa do Presidente

Art. 5º. Compete administrativamente ao Presidente do Tribunal de Justiça:


I – Exercer a Chefia do Poder Judiciário, representando-o onde se fizer
necessário e conveniente;
II – expedir atos normativos singulares (Portarias, Instruções Normativas
e Ordens de Serviço) dispondo sobre assuntos administrativos do Poder, bem
como atos que visem melhorias na Organização e Modernização dos serviços
Judiciários, inclusive para fiel execução das normas legais e resoluções do
Tribunal Pleno;
III – prover os cargos públicos do Quadro de Pessoal do Poder Judiciário,
sendo de sua competência privativa os atos que impliquem nomeação, as-
censão funcional, movimentação de uma para outra Secretaria ou localidade,
afastamento, exoneração, demissão, aposentadoria, enquadramento no Pla-
no de Cargos e Carreiras e no Regime Jurídico Único.
IV – autorizar a realização de despesas, observada a legislação específica;
V – conceder, ouvidos os setores administrativos competentes, os direitos
e vantagens dos servidores do Quadro III – Poder Judiciário, observadas as
normas do seu regime jurídico;
VI – assinar a correspondência do Poder Judiciário com os outros Poderes
e autoridades do País e/ou Exterior;
VII – supervisionar diretamente a atuação da Secretaria Geral do Tribunal
de Justiça e do Gabinete da Presidência e, com o auxílio do Vice-Presidente,
as atividades Judiciárias, conforme o disposto no Código de Divisão e Orga-
nização Judiciária;
VIII – delegar competência, inclusive a de Ordenador da Despesa, salvo
as de natureza privativa;
IX – firmar acordos, ajustes, convênios e contratos para obras e serviços
observada a legislação sobre licitação;

227
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

X – apreciar recursos de decisões sobre licitação de compras e serviços;


XI – exercer outras atribuições inerentes ao cargo, especialmente as pre-
vistas no Código de Divisão e Organização Judiciária.

Seção III
Da Competência Administrativa do Vice-Presidente

Art. 6º. Compete ao Vice-Presidente auxiliar o Presidente, no exercício de


suas atribuições, substituindo-o em suas faltas, ausências e impedimentos,
tendo a posição hierárquica, bem como suas competências jurisdicional e ad-
ministrativa definidas pelo Código de Divisão e Organização Judiciária.

CAPÍTULO III
DOS ÓRGÃOS DE CONTROLE INTERNO E DISCIPLINAR
NA FUNÇÃO JURISDICIONAL
Seção I
Da Corregedoria Geral da Justiça

Art. 7º. A Corregedoria Geral da Justiça é o órgão incumbido de exercer o


controle interno sobre a regularidade da função jurisdicional em todo o Esta-
do do Ceará, bem como a fiscalização, disciplina e orientação administrativa
nos termos da Lei de Divisão e Organização Judiciária do Estado.
§ 1º A Corregedoria Geral funciona apoiada nas seguintes unidades:
I – Conselho Consultivo;
II – Gabinete;
III – Diretoria Geral.
§ 2º O Conselho Consultivo terá sua composição, competência e funciona-
mento disciplinados em Regimento Interno, garantindo-se em sua composi-
ção um ouvidor para receber denúncias provenientes da sociedade.

§ 3º Compete ao Chefe de Gabinete da C.G. J:

228
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – superintender os serviços do Gabinete;

II – administrar e supervisionar os serviços de Secretaria; III – redigir a

correspondência oficial do Gabinete;

IV – coordenar a elaboração do relatório anual da Corregedoria;

V – opinar em consultas de matérias inerentes à Corregedoria, quando

solicitado pelo Corregedor Geral;

VI – elaborar o Plano de Férias dos servidores do Gabinete;

VII – exercer qualquer outro encargo que lhe for atribuído pelo Corregedor.

§ 4º A Diretoria Geral é o órgão responsável pela coordenação e supervisão

administrativa dos serviços da Corregedoria, competindo ao Diretor Geral:

I – coordenar e supervisionar os trabalhos de natureza administrativa da

Corregedoria Geral;

II – coordenar, controlar e supervisionar as atividades das unidades da

Diretoria; III – despachar o expediente da Diretoria com o Corregedor;

IV – elaborar o Plano de Férias dos servidores da Diretoria;

V – indicar ao Corregedor Geral nomes de servidores para preenchimento

das chefias das unidades subordinadas à Diretoria;

VI – apresentar, anualmente, relatórios de atividades da Diretoria;

VII – executar outras tarefas correlatas, quando solicitadas pelo Correge-

dor Geral.

§ 5º Subordinadas à Diretoria Geral funcionam, para o exercício das ativi-

dades fins da Corregedoria:

a) a Divisão de Correições, que operacionalizará sua atuação através do

Serviço de Correição da Capital e do Serviço de Correição do Interior;

b) a Divisão Disciplinar, que operacionalizará sua atuação através do Ser-

viço de Processos Administrativos Vinculados à Função Jurisdicional.

229
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção II
Do Conselho da Magistratura

Art. 8º. Ao Conselho da Magistratura, órgão máximo de disciplina, fisca-


lização e orientação da Magistratura e dos servidores auxiliares e serventuá-
rios da Justiça do Ceará, além da competência que lhe é atribuída pelo Código
de Divisão e Organização Judiciária, incumbirá:
I – promover as medidas de ordem administrativa necessárias à instalação
condigna dos serviços judiciários e seu funcionamento;
II – determinar, mediante provimento geral ou especial, as medidas ne-
cessárias ao funcionamento da justiça, ao seu prestígio e à disciplina forense;
III – ordenar correição geral, permanente ou periódica, expedindo as ins-
truções necessárias para a execução pela Corregedoria Geral da Justiça;
IV – apresentar ao Tribunal Pleno projetos de Lei de iniciativa do Poder
Judiciário, salvo quando de competência privativa de outro órgão do mesmo
Poder; V – elaborar e emendar o seu Regimento Interno;
VI – organizar, anualmente, a lista de antiguidade dos magistrados, em
conjunto com a Divisão de Pessoal, e decidir as reclamações que forem apre-
sentadas nos 30 (trinta) dias subsequentes à sua publicação, com recurso
para o Tribunal Pleno, em igual prazo;
VII – manifestar-se nas promoções, remoções e permutas de Juízes;
VIII – aplicar aos juízes sanções disciplinares de advertência e censura,
com recurso, no prazo de 10 (dez) dias, para o Tribunal Pleno;
IX – propor ao Tribunal Pleno as alterações que entender necessárias à
organização das Secretarias e órgãos do Poder Judiciário;
X – apreciar e aprovar projetos de atos normativos para aplicação da le-
gislação vigente sobre a administração de pessoal e administração financeira
que lhe forem encaminhados pelo Presidente;
XI – aplicar medidas disciplinares aos juízes e auxiliares da Justiça decor-
rentes de infringência jurisdicional, com recurso no prazo de dez (10) dias,
para o Tribunal Pleno;

230
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

XII – apreciar os regulamentos de concursos para provimento de cargos


da Magistratura, bem como de servidores e serventuários de secretarias de
varas, cartórios e ofícios de Justiça;
XIII – conhecer de:
a) recurso contra ato praticado em processo administrativo pelo Presi-
dente, pelo Vice-Presidente ou pelo Corregedor Geral da Justiça, de que não
caiba recurso específico, ou contra penalidade por algum deles imposta;
b) recurso de despacho de seus membros;
c) recurso contra ato normativo do Presidente do Tribunal na esfera de sua
competência;
XIV – tomar, com base nas estatísticas do movimento judiciário, a inicia-
tiva de medidas tendentes à correção de deficiências, apuração de responsa-
bilidades e dinamização dos serviços da Justiça.
XV – fiscalizar a execução da Lei Orçamentária na parte relativa ao Poder
Judiciário.
Parágrafo Único. O Conselho será secretariado pelo Secretário Geral, sen-
do substituído pelo Secretário Judiciário nas suas faltas ou impedimentos e,
terá o suporte da Divisão de Apoio Administrativo, à qual incumbe, além de
outras atribuições definidas por Lei; I – preparar o expediente administrativo
e submetê-lo à consideração da Presidência do Conselho;
II – auxiliar o Presidente na distribuição de processos;
III – manter e guardar sob sua responsabilidade os livros e documentos
de natureza sigilosa pertencentes ao Conselho, assim definidos na Lei 12.342,
de 28 de julho de 1994;
IV – organizar e manter fichário com anotações sobre Magistrados e ser-
vidores judiciários que tiveram processos disciplinares que tramitaram pelo
Conselho, encaminhando os dossiês e/ou processos para arquivamento na
Corregedoria Geral;
V – designar servidores para acompanhar processos em tramitação pelo
Conselho;
VI – prestar as informações e desincumbir-se de outros encargos deter-
minados pela Presidência.

231
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO IV
DOS ÓRGÃOS DE CONTROLE INTERNO E DISCIPLINAR DA FUN-
ÇÃO ADMINISTRATIVA
Seção I
Da Auditoria Administrativa de Controle Interno

Art. 9º. A Auditoria Administrativa de Controle Interno tem por finalidade


comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto à eficácia e eficiência
da gestão contábil, orçamentária, financeira, patrimonial e operacional, no
âmbito das unidades administrativas do Poder Judiciário, competindo-lhe:
I – exercer a coordenação geral, a orientação normativa, a supervisão téc-
nica e a realização de atividades inerentes ao controle interno;
II – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a
execução dos planos, programas e orçamento do Poder Judiciário do Estado
do Ceará;
III – realizar inspeções e auditorias de natureza contábil, orçamentária,
financeira, patrimonial e operacional nas unidades administrativas;
IV – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pelo Tribunal
de Justiça, mediante convênios, ajustes, acordos ou outro instrumento con-
gênere;
V – emitir certificado de auditoria atestando a regularidade ou a irregula-
ridade das prestações e tomadas de contas dos responsáveis pela guarda e
aplicação de valores e bens públicos administrados pelo Poder Judiciário do
Estado do Ceará;
VI – submeter à aprovação do Presidente do Tribunal de Justiça o plano
anual de auditoria;
VII – submeter à ciência do Presidente do Tribunal de Justiça os resultados
de auditorias e inspeções realizadas no âmbito das unidades administrativas
judiciárias, inclusive para o fim disposto no inciso XIII deste artigo;

232
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

VIII – avaliar normas e procedimentos administrativos, recomendando os


pontos de controle necessários à segurança dos sistemas estabelecidos;
IX – avaliar o nível de execução de metas, o alcance de objetivos e a ade-
quação das ações dos gestores diretamente responsáveis;
X – auxiliar os gestores na gerência e nos resultados de suas ações, por
meio de recomendações que visem a aprimorar procedimentos e controles;
XI – orientar as demais unidades na prática de atos administrativos, ga-
rantindo a conformidade com a legislação específica e normas correlatas;
XII – apoiar o controle externo do Estado e da União, zelando pelo sane-
amento dos processos que devam ser submetidos ao seu exame, acompa-
nhando o cumprimento de suas determinações e recomendações;
XIII – dar ciência ao Tribunal de Contas do Estado do Ceará dos casos
que configurem improbidade administrativa, praticados por responsáveis pela
guarda e aplicação de recursos públicos administrados pelo Poder Judiciário
Estadual, sob pena de responsabilidade solidária;
XIV – verificar a conformidade da execução orçamentária com as regras
estabelecidas na Lei Complementar n. 101/2000 – Lei de Responsabilidade
Fiscal;
XV – prestar assessoramento direto e imediato ao Presidente do Tribunal
de Justiça, nos assuntos relativos ao controle interno, especialmente no que
diz respeito aos dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal;
XVI – propor normas e procedimentos de auditoria e fiscalização de gestão
da administração judiciária;
XVII – executar outras atividades que lhe forem correlatas, ou conferidas
legalmente, no âmbito de sua competência.
Parágrafo único. Nenhum processo, documento, livro, registro ou informa-
ção, inclusive acesso à base de dados de informática, poderá ser sonegado
no exercício inerente às atividades de auditoria, fiscalização e avaliação da
gestão do Poder Judiciário. (Redação dada pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)

233
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção II
Da Unidade De Processo Administrativo Disciplinar

Art. 10 – (Revogado pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)


Parágrafo Único. A UPAD integrará a estrutura da Auditoria de Controle
Interno.

CAPÍTULO V
DOS ÓRGÃOS SUPERIORES DE DIREÇÃO E GERENCIAMENTO
Seção Única
Da Secretaria Geral do Tribunal de Justiça
SUBSEÇÃO I
Da Estrutura e Área de Atuação

Art. 11 – A Secretaria Geral do Tribunal de Justiça é o órgão ao qual


incumbe exercer, além das funções de secretariado do Tribunal Pleno e do
Conselho da Magistratura, as atribuições de gerenciamento superior das de-
mais unidades administrativas do Poder Judiciário que não sejam diretamente
supervisionadas pelo Presidente, pelo Vice-Presidente, pelo Corregedor Geral
da Justiça, Desembargadores e Juízes.
§ 1º A Secretaria Geral do Tribunal de Justiça, com suas atribuições e es-
trutura adiante definidas, subdivide-se em: (Alterado pela Lei n. 14.311, de
20.03.09)
I – Secretaria de Administração;
II – Secretaria de Finanças;
III – Secretaria de Tecnologia da Informação;
IV – Secretaria Judiciária.
V – Secretaria de Gestão de Pessoas. (Alterado pelo art. 1º da Lei n.
14.916, de 3.5.11, DO de 11 de maio de 2011.)
§ 2º Subordina-se também à Secretaria Geral do Tribunal de Justiça o De-
partamento de Serviços Integrados de Saúde, com as seguintes atribuições:

234
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – realizar consultas médicas, em nível ambulatorial, com emissão de


receitas e de atestados, requisição de exames médicos e encaminhamentos
para instituições de saúde;
II – realizar outros serviços integrados à área da saúde, odontológicos,
psicológicos e fonoaudiológicos, inclusive.
§ 3º O Diretor do Departamento de Serviços Integrados de Saúde será
nomeado pelo Presidente do Tribunal de Justiça, em comissão, dentre profis-
sionais detentores de curso superior em medicina, com reconhecida aptidão
técnica e gerencial.
§ 4º O cargo de Secretário Geral do Tribunal de Justiça, de recrutamento
amplo e livre nomeação e exoneração pelo Presidente do Tribunal de Justiça,
será de profissional com formação superior, preferencialmente de bacharel
em Direito, de reconhecida competência técnica e ilibada reputação, confor-
me o disposto no Código de Divisão e Organização Judiciária do Estado do
Ceará. (Redação dada pela Lei n. 14.309, de 02.03.09)
§ 5º O cargo de Secretário de Gestão de Pessoas, de recrutamento amplo
e de livre nomeação e exoneração pelo Presidente do Tribunal de Justiça a ser
provido, preferencialmente, por bacharel nas áreas de Direito, Administração,
Economia e Ciências Contábeis, de reconhecida competência técnica e ilibada
reputação. ( Alterado pelo art. 1º. da Lei n. 14.916, de 3.5.11, DO de 11 de
maio de 2011.)

Subseção II
Das Secretarias

Art. 12. A Secretaria de Administração é o órgão central ao qual incumbe


desenvolver as atividades de planejamento, organização, direção e controle
das funções administrativas do Poder Judiciário, competindo-lhe especifica-
mente: (Acrescido pela Lei n. 14.311, de 20.03.09)
I – a administração de material e patrimônio;
II – a administração de serviços gerais, abrangendo transporte e zeladoria;

235
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – os serviços de engenharia, abrangendo projeto, cálculo e acompa-


nhamento da execução. (Redação dada pela Lei n. 14.311, de 20.03.09)
IV – (Renumerado para o inciso III pela Lei n. 14.311, de 20.03.09)
§ 1º Subordinam-se à Secretaria de Administração os seguintes Departa-
mentos: (Alterado pela Lei n. 14.311, de 20.03.09)
I – Departamento de Material e Patrimônio;
II – Departamento de Manutenção e Serviços Gerais;
III – Departamento de Engenharia.
§ 2º O ocupante do cargo de Secretário de Administração, de recruta-
mento amplo, será nomeado, em comissão, pelo Presidente do Tribunal de
Justiça, dentre profissionais portadores de curso superior, de reputação iliba-
da e reconhecida competência técnica e gerencial na área de administração.
(Redação dada pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)
Art. 12-A. A Secretaria de Finanças é o órgão central ao qual incumbe
desenvolver as atividades de planejamento, organização, direção e controle
das funções financeiras do Poder Judiciário, competindo-lhe especificamente
a administração financeira, abrangendo os sistemas de gestão orçamentária,
financeira e de contabilidade no âmbito do Poder Judiciário. (Redação dada
pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)
§ 1º Subordinam-se à Secretaria de Finanças: Alterado pela Lei n. 14.916,
de 3.5.11, DO de 11 de maio de 2011.)
I – o Departamento Financeiro; (Alterado pela Lei n. 14.916, de 3.5.11,
DO de 11 de maio de 2011.)
II – O Departamento de Gerência Executiva do Fundo de Reaparelhamento
e Modernização do Poder Judiciário do Estado do Ceará – FERMOJU. (Alterado
pela Lei n. 14.916, de 3.5.11, DO de 11 de maio de 2011.)
§ 2º O ocupante do cargo de Secretário de Finanças, símbolo DGS-2, de
recrutamento amplo, será nomeado, em comissão, pelo Presidente do Tribu-
nal de Justiça, dentre profissionais portadores de curso superior, de reputa-

236
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

ção ilibada e reconhecida competência técnica e gerencial na área financeira.


(Redação dada pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)
§ 3º Subordinam-se ao Departamento Financeiro as divisões previstas
nos inciso I a IV e ao Departamento de Gerência Executiva do FERMOJU, as
constantes dos incisos V e VI: (Alterado pela Lei n. 14.916, de 3.5.11, DO de
11 de maio de 2011.)
I – Divisão de Contabilidade; II – Divisão de Orçamento;
III – Divisão de Programação e Fluxo de Caixa; IV – Divisão de Tesouraria;
Art. 12-B. Fica criada a Secretaria de Tecnologia da Informação, subordi-
nada à Secretaria Geral do Tribunal de Justiça, cujo titular ocupará o cargo de
provimento em comissão de Secretário de Tecnologia da Informação, símbolo
DGS 2. (Redação dada pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)
Art. 12-C. A Secretaria de Tecnologia da Informação é o órgão central ao
qual incumbe desenvolver as atividades de planejamento, organização, dire-
ção e controle das funções ligadas à tecnologia da informação e comunicação
do Poder Judiciário, competindo-lhe especificamente: (Redação dada pela Lei
n. 13.956, de 13.08.07)
I – a administração dos serviços de informática;
II – a administração dos serviços de comunicação de voz e dados;
III – a gestão da segurança da informação (Alterado pela Lei n. 14.913,
de 3 de maio de 2011, DO de 11 de maio de 2011);
IV – a gestão da segurança da informação.
§ 1º A Secretaria de Tecnologia da Informação será dirigida por um Se-
cretário, de recrutamento amplo, nomeado em comissão, pelo Presidente do
Tribunal de Justiça, dentre profissionais de nível superior, de reputação ilibada
e reconhecida competência na área da Tecnologia da Informação. (Redação
dada pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)
§ 2º Integram a Secretaria de Tecnologia da Informação: (Redação dada
pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)

237
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – o Departamento de Informática;
II – o Departamento de Gestão de Documentos.
Art. 12-D. O Departamento de Informática é a unidade administrativa
integrante da estrutura da Secretaria de Tecnologia da Informação, incumbin-
do-lhe a execução da política de tecnologia da informação e comunicação no
âmbito do Poder Judiciário, competindo-lhe especificamente: (Redação dada
pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)
I – colaborar na estruturação do Plano Diretor de Informática, com hori-
zonte temporal de, no mínimo, 3 (três) anos;
II – relacionar-se com os órgãos superiores e demais departamentos do
Poder Judiciário, a fim de levantar as necessidades da área de informática e
desenvolver os sistemas correspondentes;
III – estudar e definir os programas a serem elaborados a partir de instru-
ções de análise;
IV – definir necessidades de otimização ou substituição dos sistemas; V –
analisar os problemas de ordem operacional dos sistemas;
VI – encarregar-se da montagem, documentação e teste dos programas;
VII – manter contatos com usuários para definir entradas compatíveis com
o processamento e as saídas de informações, segundo suas reais necessidades;
VIII – acompanhar cronogramas de execução;
IX – verificar, com a frequência exigida, o estado dos equipamentos de
computação utilizados e cuidar da manutenção destes;
X – adotar as medidas necessárias e coordenar a implantação e o funcio-
namento do sistema de segurança e o credenciamento de pessoas e empre-
sas, no trato de assuntos, documentos e tecnologia sigilosos;
XI – planejar e coordenar a execução das atividades de segurança da in-
formação e comunicações na administração do Poder Judiciário Estadual;
XII – definir requisitos metodológicos para implementação da segurança
da informação e comunicações pelos órgãos da administração do Poder Judi-
ciário Estadual;

238
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

XIII – operacionalizar e manter unidade de tratamento e resposta a in-


cidentes ocorridos nas redes de computadores da administração do Poder
Judiciário Estadual;
XIV – estudar legislações correlatas e implementar as propostas sobre
matérias relacionadas à segurança da informação e comunicações; e
XV – avaliar convênios, acordos ou atos entre entidades públicas relacio-
nados à segurança da informação e comunicações.
§ 1º O Departamento de Informática será dirigido por um Diretor, nome-
ado em comissão pelo Presidente do Tribunal de Justiça, dentre profissionais
de nível superior, de reconhecida competência na área de Tecnologia da In-
formação. (Redação dada pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)
§ 2º A estrutura básica e setorial do Departamento de Informática é a se-
guinte: (Redação dada pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)
I – Divisão de Sistemas e Métodos:
a) Serviço de Desenvolvimento de Sistemas;
b) Serviço de Organização e Métodos;
II – Divisão de Tecnologia;
III – Divisão de Produção:
a) Serviço de Operação;
b) Serviço de Suporte Técnico;
c) Serviço de Atendimento ao Usuário.
IV – Divisão de Segurança da Informação.
Art.12-E. A Divisão de Segurança da Informação é a unidade administra-
tiva integrante do Departamento de Informática que tem por finalidade de-
senvolver atividades ligadas à segurança da informação no âmbito do Poder
Judiciário, cabendo-lhe: (Redação dada pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)
I – adotar as medidas necessárias e coordenar a implantação e o funcio-
namento do sistema de segurança e credenciamento de pessoas e empresas,
no trato de assuntos, documentos e tecnologia sigilosos;
II – planejar e coordenar a execução das atividades de segurança da infor-
mação e comunicações na administração do Poder Judiciário Estadual;

239
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – definir requisitos metodológicos para implementação da segurança


da informação e comunicações pelos órgãos da administração do Poder Judi-
ciário Estadual;
IV – operacionalizar e manter unidade de tratamento e resposta a inciden-
tes ocorridos nas redes de computadores da administração do Poder Judiciá-
rio Estadual;
V – estudar legislações correlatas e implementar as propostas sobre ma-
térias relacionadas à segurança da informação e comunicações; e
VI – avaliar convênios, acordos ou atos entre entidades públicas relacio-
nados à segurança da informação e comunicações.
Art. 12-F. O Departamento de Gestão de Documentos é unidade adminis-
trativa da Assessoria Institucional que tem por finalidade desenvolver as ati-
vidades de impressão, documentação, biblioteca e administração dos serviços
de arquivo, classificação, catalogação, formulação e expedição de normas
gerais sobre arquivamentos eletrônicos e guarda de documentos de interesse
do Poder Judiciário. (Alterado pela Lei n. 14.913, de 3 de maio de 2011, DO
de 11 de maio de 2011)
§ 1º A chefia do Departamento de Gestão de Documentos será exercida,
em comissão, por um Diretor nomeado pelo Presidente do Tribunal de Justi-
ça, dentre profissionais de nível universitário de reconhecida competência na
área de documentação e arquivo.
§ 2º As atribuições do Departamento de Gestão de Documentos serão
exercidas por suas unidades administrativas:
I – Divisão de Arquivo: (Redação dada pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)
a) classificar, catalogar, reproduzir e guardar documentos de interesse ju-
rídico e administrativo do Poder Judiciário;
b) formular e expedir normas gerais sobre arquivamento, descarte e des-
tinação final de papéis.”(NR).
Obs.: A Lei n. 14.913, de 3 de maio de 2011, refere-se à Divisão de Ar-
quivo como se estivesse no inciso III, quando, nesta lei, aparece no inciso I.

240
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – Divisão de Biblioteca: (Redação dada pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)


a) selecionar, adquirir, catalogar, classificar e guardar coleções, livros e
periódicos;
b) conservar e manter o material bibliográfico e de natureza permanente
da Biblioteca;
c) controlar as assinaturas de publicações;
d) preparar catálogos bibliográficos destinados ao público leitor e outras
listagens auxiliares;
e) supervisionar e controlar os empréstimos de publicações e fornecimen-
to de cópias;
f) orientar pesquisas e levantamentos bibliográficos de interesse do Poder
Judiciário;
g) manter e divulgar banco de dados informatizados sobre jurisprudência
do próprio Tribunal de Justiça e de outros estados;
h) executar outras tarefas correlatas.
III – Divisão de Gerenciamento Eletrônico de Documentos: (Redação dada
pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)
a) executar tarefas de classificação, catalogação, reprodução, impressão,
gravação eletrônica e guarda, em meio digital, dos documentos de interesse
jurídico, histórico e administrativo do Poder Judiciário;
b) formular e expedir normas gerais sobre arquivamentos eletrônicos.
Art. 12-G. A Secretaria de Gestão de Pessoas é o órgão central incumbido
de desenvolver a administração de recursos humanos, incluindo recrutamento,
seleção, treinamento e desenvolvimento do pessoal; planejamento, organiza-
ção, administração e controle do Quadro de Carreiras, vencimentos, vantagens
e benefícios; registro funcional do pessoal técnico- administrativo auxiliar e
aplicação de regime disciplinar, bem como o gerenciamento do pessoal tercei-
rizado. (Alterado pela Lei n. 14.916, de 3.5.11, DO de 11 de maio de 2011.)
§ 1º Subordina-se à Secretaria de Gestão de Pessoas o Departamento de
Gestão de Pessoas.

241
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º Fica mantida a estrutura e as atribuições do Departamento de Gestão


de Pessoas previstas no art. 25 da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995,
alterado pelo art. 16 da Lei n. 13.956, de 13 de agosto de 2007.” (NR).
Art. 12-H. O Departamento de Gerência Executiva do FERMOJU é a unida-
de administrativa da Secretaria de Finanças responsável pelo planejamento,
direção, coordenação e controle das atividades próprias do sistema de gestão
orçamentária, financeira e patrimonial e de contabilidade no âmbito do FER-
MOJU, inclusive de executar todas as atividades de arrecadação, acompanha-
mento e controle dos recursos deste Fundo. ( Acrescido pela Lei n. 14.916, de
3.5.11, DO de 11 de maio de 2011.)
§ 1º O Departamento de Gerência Executiva do FERMOJU, por meio de
suas unidades administrativas, terá as seguintes incumbências:
I – Divisão de Arrecadação:
a) sugerir à Comissão de Administração do FERMOJU as diretrizes opera-
cionais do Fundo;
b) elaborar normas e instruções complementares, dispondo sobre a arre-
cadação e a aplicação dos recursos financeiros disponíveis;
c) controlar o recolhimento e aplicação das receitas, supervisionando as
tarefas pertinentes à conciliação dos saldos das contas bancárias do Poder
Judiciário, bem como relativamente ao sistema informatizado e centralizado
de administração financeira do Estado;
d) preparar relatórios de acompanhamento da arrecadação do FERMOJU,
para apreciação da Auditoria Administrativa de Controle Interno, Comissão
de Administração do FERMOJU, Tribunal de Contas do Estado e Assembleia
Legislativa;
e) fiscalizar, em articulação com a Corregedoria Geral da Justiça, o reco-
lhimento das taxas, emolumentos, fianças, cauções, multas e demais receitas
do Fundo;
f) proceder à distribuição e controle dos selos judiciais e extrajudiciais, ad-
ministrando as receitas sobre venda de selos e ressarcimento aos cartorários
de registro civil;

242
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

g) controlar os depósitos judiciais nos termos da Lei n. 14.415, de 23 de


julho de 2009, supervisionando o cumprimento de determinações judiciais
para liberação de valores;
h) efetuar a restituição de custas judiciais e fianças criminais;
i) executar outras atividades correlatas;
II – Divisão de Execução Orçamentária e Financeira:
a) registrar e controlar os créditos orçamentários e adicionais consignados
ao Poder Judiciário;
b) elaborar proposta orçamentária do FERMOJU;
c) elaborar Plano Plurianual;
d) proceder ao levantamento das dotações orçamentárias para suplemen-
tações;
e) elaborar balanço orçamentário e financeiro que instruem as prestações
de contas dos ordenadores de despesa;
f) elaborar prestação de contas para o Tribunal de Contas;
g) elaborar e gerir o fluxo de caixa do Poder Judiciário, para cobertura das
despesas;
h) administrar sistemas de pagamentos, preferencialmente automáticos;
i) emitir Notas Orçamentárias autorizadas pelo ordenador de despesas
bem como respectivas anulações de empenho;
j) efetuar registros de despesas realizadas por meio de empenho global,
estimativo e ordinário;
k) efetuar pagamentos de despesas liquidadas e devidamente autoriza-
das, por intermédio do sistema informatizado e centralizado da administração
financeira do Estado;
l) emitir relatórios gerenciais sobre os pagamentos efetuados;
m) remeter ordens bancárias às instituições financeiras correspondentes
aos pagamentos programados;

243
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

n) efetuar registros das despesas de exercícios anteriores;


o) enviar declaração de débitos e créditos de tributos federais, estaduais
e municipais;
p) registrar processos inscritos em restos a pagar;
q) executar as despesas com recursos do Fundo Especial de Reapare-
lhamento e Modernização do Poder Judiciário – FERMOJU, instituído pela Lei
n. 11.891, de 20 de dezembro de 1991, e com recursos do Programa de Ino-
vação, Desburocratização, Modernização da Gestão e Melhoria da Produtivi-
dade do Poder judiciário – PIMPJ, instituído pela Lei n. 14.415, de 23 de julho
de 2009;
r) executar outras atribuições correlatas.
§ 2º O Diretor do Departamento de Gerência Executiva do FERMOJU será
nomeado, em comissão, pelo Presidente do Tribunal de Justiça dentre pro-
fissionais de nível superior de reconhecida competência na área financeira,
preferencialmente.
§ 3º A movimentação da conta do FERMOJU será de responsabilidade do
Secretário de Finanças e do Diretor do Departamento de Gerência Executiva
do FERMOJU, no âmbito de suas competências, bem como dos responsáveis
pela arrecadação, execução orçamentária e financeira do Fundo, nos termos
previstos em regulamento. (NR).”

Subseção III
Da Secretaria Judiciária

Art. 13. A Secretaria Judiciária é a unidade administrativa encarregada


do planejamento, da organização, da direção e do controle das atividades
auxiliares do Tribunal de Justiça na distribuição dos feitos; no preparo dos
processos para julgamento; emissão, divulgação e publicidade dos despa-
chos, acórdãos e decisões monocráticas, resoluções e outros atos processuais
e administrativos; elaboração de cálculos aritméticos e judiciais e controle do

244
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

trâmite dos precatórios; informações e relatórios aos julgadores, partes e ad-


vogados, e outras atividades correlatas; a elaboração da estatística judiciária,
inclusive, que deverá ser publicada periodicamente no Diário da Justiça.
§ 1º O titular da Secretaria Judiciária, de recrutamento amplo, será nome-
ado, em comissão, pelo Presidente do Tribunal de Justiça, dentre bacharéis
em Direito, de reputação ilibada e com reconhecida competência técnica.
§ 2º À Secretaria Judiciária compete, também, fornecer subsídios ao Pre-
sidente do Tribunal de Justiça para a organização e modernização dos servi-
ços judiciários do Estado.
§ 3º As atividades da Secretaria Judiciária serão agrupadas em unidades
administrativas, segundo a natureza, a espécie e o tipo dos processos judi-
ciais; a especialização e a competência dos órgãos julgadores; o volume e a
complexidade dos serviços exigidos, integrando sua estrutura:
I – o Departamento de Serviços Judiciários de Apoio; (vide art. 11 e 13 da
lei 14.311, de 20.3.2009 DO de 20.3.2009).
II – o Departamento Judiciário Cível; (vide art. 9º da lei 13.956, de
13.8.2007 DO de 21.8.2007).
III – o Departamento Judiciário Penal. (vide art. 10 da lei 13.956, de
13.8.2007 DO de 21.8.2007).
§ 4º Subordina-se, também, diretamente ao Secretário Judiciário a Divi-
são de Distribuição, unidade administrativa responsável pelo recebimento,
autuação, estudo da prevenção, distribuições e redistribuições de processos;
expedição de informações, emissão de certidões, atos e termos processuais;
elaboração de expedientes e encaminhamento de processos.
§ 5º Os Departamentos integrantes da estrutura da Secretaria Judiciária e
suas Divisões serão dirigidos por bacharéis em Direito nomeados em comis-
são pelo Presidente do Tribunal de Justiça.
§ 6º A estrutura da Divisão de Distribuição compreende:
I – Serviço de Distribuição Cível;
II – Serviço de Distribuição Criminal.

245
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 7º Sem prejuízo da subordinação hierárquica aos Presidentes das res-


pectivas Câmaras, vinculam-se funcionalmente ao Secretário Judiciário as Se-
cretarias das Câmaras, competindo-lhes prestar informações para assistência
técnica, jurídica e processual no acompanhamento, orientação e controle das
unidades por onde tramitem os feitos da competência do Tribunal de Justiça.
(Redação dada pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)

CAPÍTULO VI
DO CONTROLE EXTERNO
Seção Única
Do Conselho Estadual de Justiça
(Vetado o Capítulo)

Art. 14. (VETADO) Fica criado o Conselho Estadual de Justiça, órgão de


controle do Poder Judiciário.
Parágrafo Único . (VETADO) O sistema de controle exercerá a fiscalização
externa do Poder Judiciário, vedada a interferência no mérito das decisões
proferidas e nas atividades jurisdicionais.
Art. 15. (VETADO) Compete ao Conselho Estadual de Justiça:
I – Fiscalizar o serviço judicial;
II – Supervisionar os atos administrativos;
III – Receber denúncias e reclamações contra membros da Magistratura e
funcionários dos serviços auxiliares.
Art. 16. (VETADO) O Conselho Estadual de Justiça terá a seguinte com-
posição:
I – cinco Desembargadores eleitos pelos magistrados;
II – um Procurador da Justiça eleito pelos integrantes do Ministério Público
Estadual;

246
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – um advogado eleito pelos integrantes da Ordem dos Advogados do


Brasil, secção Ceará;
IV – três cidadãos cearenses, com mais de trinta e cinco anos, eleitos pela
Assembleia Legislativa do Estado, vedada a indicação de parlamentar.

TÍTULO III
DA ESTRUTURA SETORIAL DOS ÓRGÃOS DE DIREÇÃO
E ASSESSORAMENTO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Seção Única
Da Criação e Alteração de Unidades

Art. 17. As estruturas da Secretaria Geral do Tribunal de Justiça, da Se-


cretaria de Administração, da Secretaria de Finanças, da Secretaria de Tec-
nologia da Informação, da Secretaria Judiciária e da Secretaria de Gestão de
Pessoas organizar-se-ão em Departamentos, Divisões e Serviços, de acordo
com o volume e a natureza do trabalho e as necessidades de especialização
exigidas, para maior eficiência e eficácia das atividades desenvolvidas.” (NR).
(Alterado pela Lei n. 14.916, de 3.5.11, DO de 11 de maio de 2011.)
Art. 18. (Revogado pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)
Art. 19 – Para atender às conveniências ditadas pelo crescimento ou exi-
gências da dinâmica administrativa, o Poder Judiciário, mediante Resolução
do Tribunal Pleno, poderá alterar a estrutura setorial das Secretarias, desde
que:
a) Julgue procedentes as justificativas técnicas que as recomendarem;
b) haja disponibilidade de cargos em comissão para as funções de chefia
envolvidas;
c) as alterações não impliquem modificações nos padrões ou símbolos dos
cargos em comissão correspondentes e/ou não acarretem aumento de despesa.

247
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º As modificações nas estruturas organizacionais formais do Poder Ju-


diciário deverão ser precedidas, sempre, de estudo técnico, no qual se garan-
ta a racionalidade administrativa.
§ 2º O detalhamento da competência dos órgãos e unidades administrati-
vas e das atribuições do pessoal e das chefias das unidades e subunidades do
Tribunal de Justiça será objeto de regulamentação mediante regimento, bem
como de normas operacionais a serem baixadas por Resolução do Tribunal de
Justiça e atos da competência do Presidente, do Diretor do Fórum da Comarca
da Capital ou do Corregedor Geral da Justiça, nas respectivas áreas de atua-
ção. (Redação dada pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)

CAPÍTULO II
DA ESTRUTURA SETORIAL DAS UNIDADES ADMINISTRATIVAS E
COMPETÊNCIA DOS GABINETES DA PRESIDÊNCIA
E DA VICE-PRESIDÊNCIA.
Seção I
Da Estrutura e Competência do Gabinete da Presidência

Art. 20. Ao Gabinete da Presidência compete assistir, direta e imediata-


mente, o Presidente do Tribunal de Justiça em suas atribuições de Chefe do
Poder Judiciário.
Art. 21. Compete especificamente ao Gabinete da Presidência:
I – preparar e encaminhar o expediente do Presidente;
II – organizar a agenda diária do Presidente, articulando-se com as Asses-
sorias de Cerimonial e de Imprensa, quando for o caso;
III – organizar e manter atualizado o arquivo de correspondência;

IV – diligenciar sobre outros assuntos correlatos que lhe sejam encami-

nhados pelo Presidente do Tribunal.” (NR). (Redação dada pela Lei n. 13.956,

de 13.08.07)

248
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 21-A. Compete especificamente ao Gabinete da Vice-Presidência:

I – preparar e encaminhar os expedientes judiciais e administrativos de

competência do Vice-Presidente;

II – organizar a agenda diária do Vice-Presidente, articulando-se com o

Gabinete da Presidência para os períodos de substituição do Presidente do

Tribunal de Justiça nos seus impedimentos, ausências, licenças e férias;

III – organizar e manter atualizado os arquivos de documentos de compe-

tência do Vice-Presidente;

IV – diligenciar sobre outros assuntos correlatos que lhe sejam enca-

minhados pelo Vice-Presidente.” (NR). (Redação dada pela Lei 14.302, de

09.01.09 D.O. 16.01.09).

Art. 22-A. Chefia do Gabinete da Presidência será exercida por um chefe

de Gabinete nomeado, em comissão, pelo Presidente do Tribunal de Justiça.

§ 1º Reportam-se diretamente ao chefe do Gabinete as seguintes funções

que a ele se subordinam:

I – os Oficiais de Gabinete da Presidência;

II – os demais servidores lotados no Gabinete da Presidência. (Redação

dada pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)

§ 2º Vinculam-se, ainda, ao Gabinete da Presidência, para fins de organi-

zação, subordinando-se diretamente ao Presidente:

I – a Assistência Militar, integrante do Q.O. da Casa Militar do Governo,

com a organização que lhe for conferida;

II – a Consultoria Jurídica. (Redação dada pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)

§ 3º As funções de assessoramento e assistência imediata aos Desembar-

gadores serão lotadas nos respectivos Gabinetes.

249
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção II
Da Competência dos Órgãos da Secretaria Geral
Subseção I
Do Departamento de Engenharia

Obs.: a Lei 14.311 de 20.03.2009 alterou o art. 23 desta lei sem, no


entanto, alterar o título da Subseção I.

Art. 23. O Departamento de Engenharia é a unidade administrativa inte-


grante da Secretaria de Administração ao qual compete planejar, coordenar,
dirigir, fiscalizar e controlar as atividades e tarefas componentes dos sistemas
de obras, edificações e instalações afetas ao Poder Judiciário. (Redação dada
pela Lei n. 14.311, de 20.03.09)
§ 1º O Departamento de Engenharia terá a seguinte estrutura: (Redação
dada pela Lei n. 14.311, de 20.03.09)
I – Divisão de Obras:
a) Serviço de Projetos;
b) Serviço de Orçamentação;
II – Divisão de Acompanhamento:
a) Serviço de Fiscalização de Obras;
§ 2° São atribuições da Divisão de Obras: (Redação dada pela Lei
n. 14.311, de 20.03.09)
a) elaborar, diretamente ou por terceiros, projetos, cálculos e orçamentos
de obras do interesse do Poder Judiciário;
b) coordenar a elaboração do planejamento físico-financeiro de obras;
c) acompanhar a contratação de obras;
d) executar outras atividades correlatas.

250
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 3° São atribuições da Divisão de Acompanhamento: (Redação dada pela


Lei n. 14.311, de 20.03.09)
a) acompanhar e fiscalizar a execução de obras e serviços contratados;
(Redação dada pela Lei n. 14.311, de 20.03.09)
b) acompanhar a execução de contratos de manutenção firmados entre o
Poder Judiciário e as empresas especializadas;
c) supervisionar a manutenção dos elevadores, sistemas e aparelhos de ar
condicionado, máquinas, mobiliários e aparelhos eletrônicos, exceto aqueles
da área de informática;
d) executar direta ou indiretamente reparos nas instalações dos prédios,
especialmente redes elétricas, de dados, hidráulicas e de telecomunicações;
e) registrar a manutenção dos equipamentos sob a responsabilidade do
setor;
f) zelar pela manutenção dos aparelhos e redes de comunicação;
g) acompanhar os reparos, por execução direta ou mediante serviços de
terceiros, expedindo ordem de retirada de material a ser transportado para
oficinas, contatando, previamente, a pessoa responsável pelo bem patrimo-
nial, e para fins de liberação pela segurança;
§ 4º O Diretor do Departamento de Engenharia será nomeado, em co-
missão, pelo Presidente do Tribunal de Justiça dentre profissionais de nível
superior, da área da engenharia ou arquitetura, de reconhecida competência
técnica e administrativa.

Subseção II
Do Departamento de Informática

Art.24. (Revogado pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)


§ 1º (Revogado pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)
§ 2º (Revogado pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)

251
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção III
Da Estrutura Setorial da Secretaria de Administração e Finanças
Subseção I
Do Departamento de Recursos Humanos

Art. 25. O Departamento de Gestão de Pessoas é o órgão integrante da


Secretaria de Gestão de Pessoas do Poder Judiciário ao qual compete pla-
nejar, coordenar, dirigir e controlar as atividades e tarefas componentes dos
sistemas sob sua área gerencial. (Alterado pela Lei n. 14.916, de 3.5.11, DO
de 11 de maio de 2011.)
§ 1º O Departamento de Gestão de Pessoas terá a seguinte estrutura: I –
Divisão de Recrutamento e Desenvolvimento de Pessoal:
a) – Serviço de Recrutamento e Seleção;
b) – Serviço de Treinamento;
II – Divisão de Pessoal:
a) – Serviço de Cadastro e Controle Funcional;
b) – Serviço de Direitos e Vantagens;
c) – Serviço de Processos e Feitos Administrativos;
d) – Serviço de Administração de Cargos;
III – Divisão de Folha de Pagamento:
a) – Serviços de Registros Financeiros;
b) – Serviço de Instrução e Informação Financeira;
§ 2º O Diretor do Departamento de Gestão de Pessoas da Secretaria de
Gestão de Pessoas do Poder Judiciário será nomeado, em comissão, pelo
Presidente do Tribunal de Justiça, dentre profissionais de curso superior, pre-
ferencialmente com reconhecida competência na área de Recursos Humanos.
§ 3º Compete ao Departamento de Gestão de Pessoas por suas unidades
administrativas:” (NR).
I – Divisão de Recrutamento e Desenvolvimento de Pessoal:

252
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

a) realizar estudos e pesquisas sobre evasão, rotatividade, idade cronoló-


gica e de tempo de serviço do pessoal para fins de programar a reposição da
força de trabalho do Poder Judiciário;
b) realizar pesquisas e estudos internos sobre as necessidades qualitati-
vas e quantitativas de pessoal, de forma que possa orientar o recrutamento
interno e externo e os programas de treinamento e desenvolvimento, inclusi-
ve de estagiários;
c) elaborar, em conjunto com a Consultoria Jurídica, os regulamentos de
concursos para provimento de cargos de servidores e serventuários de justiça;
d) realizar concursos públicos para o provimento de cargos ou funções do
Quadro III – Poder Judiciário;
e) realizar a programação do treinamento, estabelecendo os currículos de
acordo com o perfil descritivo dos cargos;
f) realizar pesquisas externas sobre fontes fornecedoras de mão de obra
especializada necessária ao Poder Judiciário, inclusive junto a Universidades
para admissão de estagiários;
g) selecionar e indicar à Administração Superior os cursos de curta du-
ração ou outros eventos que, promovidos por entidades externas, sejam do
interesse do desenvolvimento pessoal e profissional do candidato oriundo do
Poder Judiciário e, portanto, possa servir-lhe de melhoria funcional e dos ser-
viços prestados pelo Poder Judiciário;
h) planejar e executar cursos na área administrativa, inclusive através da
terceirização de serviços, considerando as necessidades existentes nos diver-
sos segmentos do Poder Judiciário;
i) colaborar com a Escola Superior da Magistratura, em eventos por esta
promovidos, de interesse geral para o desenvolvimento dos recursos huma-
nos do Poder Judiciário;
j) administrar, juntamente com a Divisão de Pessoal, os projetos de está-
gio de estudantes universitários junto ao Tribunal de Justiça;
k) executar outras tarefas correlatas;

253
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – Divisão de Pessoal:
a) manter atualizado o sistema de registro dos dados funcionais dos
magistrados e dos servidores, da mão de obra terceirizada e estagiários,
inclusive;
b) manter ementários da legislação sobre regime jurídico dos servidores,
bem como sobre os direitos e vantagens da Magistratura;
c) manter atualizada a lotação setorial do pessoal do Poder Judiciário,
pelas diversas unidades administrativas, da mão de obra terceirizada e esta-
giários, inclusive;
d) manter atualizada a lotação dos magistrados nas Comarcas e Varas;
e) manter controle da frequência e do exercício, da mão de obra terceiri-
zada e estagiários, inclusive;
f) providenciar os instrumentos necessários à administração do Plano de
Cargos e Carreiras, coordenando a avaliação de desempenho, lista de antigui-
dade, recomendações para treinamento etc;
g) informar processos de aposentadoria no que respeita aos vencimentos
e vantagens auferidas e sua fundamentação legal;
h) executar outras atividades correlatas determinadas pela Diretoria do
Departamento;
III – Divisão de Folha de Pagamento:
a) controlar e manter atualizados os registros financeiros dos magistrados
e servidores do Poder Judiciário, sendo responsável pelos comandos para ela-
boração das folhas de pagamento;
b) informar e atestar a exatidão de processos de concessão de direitos e
vantagens dos magistrados e servidores do Poder Judiciário;
c) emitir declarações e certidões sobre rendimentos e vantagens;
d) controlar as consignações em folha de pagamento;
e) executar outras atividades correlatas determinadas pela Diretoria do
Departamento. (Redação dada pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)

254
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Subseção II
Do Departamento Financeiro

Art. 26. O Departamento Financeiro é a unidade administrativa integrante


da Secretaria de Finanças, responsável pelo planejamento, direção, coorde-
nação e controle das atividades próprias do sistema de gestão orçamentária,
financeira, patrimonial e de contabilidade no âmbito do Poder Judiciário, com
recursos do tesouro estadual. (Alterado pela Lei n. 14.916, de 3.5.11, DO de
11 de maio de 2011.)
§ 1º O Departamento Financeiro terá a seguinte estrutura:
I – Divisão de Programação e Fluxo de Caixa:
a) Serviço de Empenho;
II – Divisão de Tesouraria:
a) Serviço de Prestação de Contas e Balanço;
III – Divisão de Contabilidade:
a) Serviço de Preparo de Contas;
IV – Divisão de Orçamento:
a) Serviço de Controle de Dotações.
b) Serviço de Empenho.
§ 2º O Diretor do Departamento Financeiro será nomeado, em comissão,
pelo Presidente do Tribunal de Justiça dentre profissionais de nível superior,
de reconhecida competência na área financeira.
§ 3º Compete ao Departamento Financeiro por suas unidades administra-
tivas: I – Divisão de Programação e Fluxo de Caixa:
a) elaborar e gerir o fluxo de caixa do Poder Judiciário, solicitando os
duodécimos necessários à cobertura das despesas, repassando à Divisão de
Tesouraria as informações pertinentes;
b) controlar e registrar analiticamente as transferências de recursos recebi-
dos, elaborando os demonstrativos de recebimentos e pagamentos efetuados;

255
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

c) emitir demonstrativos mensais dos recursos orçamentários recebidos,


empenhados e existentes nos diversos elementos de despesas;
d) efetuar registros de despesas realizadas através do empenho global,
estimativo e ordinário;
e) emitir notas, empenhos ou guias financeiras;
f) executar outras atribuições correlatas;
II – Divisão de Tesouraria:
a) executar a abertura ou encerramento de contas bancárias do Poder
Judiciário;
b) administrar sistemas de pagamentos, preferencialmente automáticos;
c) informar e instruir processos de inscrição de consignatários e de devo-
lução de consignações;
d) efetuar os pagamentos de despesas liquidadas e autorizadas pela auto-
ridade competente, bem como das consignações, averbadas ou não em folha
de pagamento do pessoal; dos restos a pagar processados; das restituições
dos depósitos e das cauções, e executar outras despesas extraorçamentárias,
por intermédio do sistema informatizado e centralizado da administração fi-
nanceira do Estado;
e) remeter ordens bancárias às instituições financeiras, correspondentes
aos pagamentos programados;
f) prestar contas dos recursos recebidos e proporcionar informações regu-
lares ao órgão de Auditoria Administrativa de Controle Interno;
g) registrar, controlar e analisar as prestações de contas de suprimento de
fundos concedidos;
h) supervisionar e controlar as tarefas pertinentes à conciliação dos saldos
das contas bancárias do Poder Judiciário, bem como relativamente ao sistema
informatizado e centralizado de administração financeira do Estado;
i) executar outras atribuições correlatas;
III – Divisão de Contabilidade:

256
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

a) executar a contabilidade setorial do Poder Judiciário, observando as


normas do sistema informatizado e centralizado de administração financeira
do Estado, sem prejuízo da autonomia do Poder;
b) observar a aplicação dos preceitos legais e atos regulamentares ema-
nados do órgão central de contabilidade e finanças do Estado e do Tribunal
de Contas, com o auxílio da Auditoria Administrativa de Controle Interno do
Poder Judiciário;
c) organizar e manter atualizado o cadastro dos responsáveis por valores
e bens públicos afetos ao Poder Judiciário;
d) organizar prestações de contas dos recursos transferidos ao Poder Ju-
diciário e atender às equipes técnicas do Tribunal de Contas do Estado, pres-
tando-lhe as informações requeridas;.
e) emitir guias de lançamento para efeitos contábeis;
f) registrar e controlar a vigência de convênios, contratos e respectivos
planos de aplicação e prestação de contas;
g) registrar processos inscritos em restos a pagar;
h) executar outras atribuições correlatas;
IV – Divisão de Orçamento:
a) registrar e controlar os créditos orçamentários e adicionais consignados
ao Poder Judiciário;
b) elaborar a proposta orçamentária do Poder Judiciário;
c) emitir notas orçamentárias autorizadas pelo ordenador de despesas,
bem como as respectivas anulações de empenhos;
d) executar outras atribuições correlatas.” (NR).
e) registrar, controlar e analisar as prestações de contas de suprimentos
de fundos concedidos;
f) registrar e controlar a vigência de convênios, contratos e respectivos
planos de aplicação e prestação de contas;
g) efetuar registros das despesas de exercícios anteriores;

257
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

h) efetuar registros de despesas realizadas através de empenho global,


estimativo e ordinário;
i) registrar processos inscritos em restos a pagar;
j) emitir notas, empenhos ou guias financeiras;
l) executar outras atribuições correlatas. (Redação dada pela Lei n. 13.956,
de 13.08.07)
Art. 26-A. A Secretaria Executiva do Fundo Especial de Reaparelhamento
e Modernização do Poder Judiciário – FERMOJU é a unidade administrativa,
integrante da Secretaria de Finanças, incumbida de executar todas as ativida-
des de arrecadação, acompanhamento e controle dos recursos do FERMOJU.
§ 1º Incumbe à Secretaria Executiva do FERMOJU, por meio de suas uni-
dades administrativas:
I – Divisão de Arrecadação;
a) sugerir à Comissão de Administração do FERMOJU as diretrizes opera-
cionais do Fundo;
b) elaborar normas e instruções complementares dispondo sobre a arre-
cadação e a aplicação dos recursos financeiros disponíveis;
c) controlar o recolhimento e aplicação das receitas;
d) executar outras atividades correlatas.
II – Divisão de Acompanhamento e Controle:
a) propor plano de aplicação dos recursos do FERMOJU;
b) preparar relatórios de prestação de contas do FERMOJU, para aprecia-
ção da Auditoria Administrativa de Controle Interno, Comissão de Adminis-
tração do FERMOJU, Tribunal de Contas do Estado e Assembleia Legislativa;
c) fiscalizar, em articulação com a Corregedoria Geral da Justiça, o reco-
lhimento das taxas, emolumentos, fianças, cauções, multas e demais receitas
do Fundo;
d) executar outras atribuições correlatas.
§ 2º O Secretário Executivo do FERMOJU será nomeado, em comissão,
pelo Presidente do Tribunal de Justiça dentre profissionais de nível superior,
de reconhecida competência na área financeira. (Incluído pelo art. 18 da Lei
n. 13.956, de 13.08.07 e revogado pelo art. 21 da Lei 14.311/2009)

258
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Subseção III
Do Departamento de Comunicação Administrativa

Art. 27. (Revogado pela Lei n. 13.956, de 13.08.07) Art.29 – ( Revogado


pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)
Art. 30, alíneas e parágrafos – (Revogados pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)

Subseção IV
Do Departamento de Material e Patrimônio

Art. 31. O Departamento de Material e Patrimônio é a unidade adminis-


trativa integrante da Secretaria de Administração responsável pelo planeja-
mento, direção, coordenação e controle das atividades relacionadas com a
aquisição, guarda, suprimento e distribuição de materiais; controle de esto-
ques; registro e inventário de bens patrimoniais. (Redação dada pela Lei n.
14.311, de 20.03.09)
§ 1º O Departamento de Material e Patrimônio terá a seguinte estrutura:
(Redação dada pela Lei n. 14.311, de 20.03.09)
I – Divisão de Material:
a) Serviço de Compras;
b) Serviço de Almoxarifado;
II – Divisão de Patrimônio:
III – Divisão de Serviços Gerais:
a) Serviço de Transportes;
b) Serviço de Zeladoria;
c) Serviço de Protocolo Geral;
d) Serviço de Malotes.
§ 2º O Diretor do Departamento de Material e Patrimônio será nomeado,
em comissão, pelo Presidente do Tribunal de Justiça, dentre profissionais de
nível superior de reconhecida competência técnica e administrativa. (Redação
dada pela Lei n. 14.311, de 20.03.09)

259
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 3º São as seguintes as atribuições das unidades administrativas da Divi-


são de Material e Patrimônio: (Redação dada pela Lei n. 14.311, de 20.03.09)
I – Divisão de Material:
a) organizar e manter atualizado todo o sistema de aquisição de materiais
e serviços necessários ao bom funcionamento das unidades administrativas
do Poder;
b) controlar o estoque dos materiais de consumo;
c) organizar e manter atualizado o cadastro de fornecedores de materiais,
observando, no que couber e não conflitar com a organização do Judiciário,
as normas operacionais do sistema de material do Estado;
d) realizar o controle quantitativo e qualitativo do material adquirido e em
estoque, observando as especificações e requisições;
e) solicitar autorização para pedidos de compras;
f) manter o almoxarifado em perfeitas condições físicas e ambientais para
a adequada guarda dos diversos itens de material;
g) organizar catálogos de materiais;
h) acatar e propor medidas para a racionalização do consumo de mate-
riais;
i) examinar, conferir, recusar ou atestar o recebimento dos materiais com
base nas especificações dos pedidos;
j) propor padronização dos bens móveis a serem adquiridos, para o fim de
racionalizar a sua manutenção;
k) manter estatísticas do consumo médio mensal dos materiais estocados;
l) atender às requisições de materiais dentro das normas operacionais
estabelecidas;
m) executar outras atividades correlatas;
II – Divisão de Patrimônio: (Revogado pela Lei n. 14.311, de 20.03.09)
a) cadastrar e controlar a movimentação dos bens patrimoniais móveis
do Poder Judiciário, mantendo atualizados os termos de responsabilidade,
utilizando, de preferência, sistema informatizado de operacionalização dessas
medidas; (Revogado pela Lei n. 14.311, de 20.03.09)

260
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

b) elaborar os balancetes mensais e o inventário anual dos bens patrimo-


niais, para fins de incorporação ao Balanço Geral do Estado; (Revogado pela
Lei n. 14.311, de 20.03.09)
c) realizar inspeções para verificar a situação de uso e conservação dos
bens patrimoniais; (Revogado pela Lei n. 14.311, de 20.03.09)
d) arrolar os materiais considerados inservíveis ou de manutenção com-
provadamente antieconômica e propor medidas para a baixa e a destinação
final desses bens; (Revogado pela Lei n. 14.311, de 20.03.09)
e) incorporar ao patrimônio do Poder Judiciário todo o material adquirido,
doado ou transferido de outros órgãos; (Revogado pela Lei n. 14.311, de
20.03.09)
f) controlar a aquisição ou aluguel de linhas telefônicas, fixas e móveis e
de aparelhos telefônicos e fotocopiadoras; (Revogado pela Lei n. 14.311, de
20.03.09)
g) manter o cadastro do serviço telefônico móvel celular custeado pelo
Tribunal de Justiça. (Revogado pela Lei n. 14.311, de 20.03.09)
III – Divisão de Serviços Gerais, por intermédio de suas subunidades:
a) Serviço de Transporte:
1. zelar pela guarda, adequada operação e sistemática manutenção dos
veículos do Poder Judiciário;
2. planejar e coordenar as atividades de utilização e manutenção dos veí-
culos do Poder Judiciário;
3. manter controle sobre a regularidade da situação dos veículos do Poder
perante o órgão de trânsito e as exigências de licenciamento e seguro;
4. atender às solicitações de veículo, mantendo controle sobre sua utiliza-
ção, conforme as normas operacionais para tanto estabelecidas, adotando as
providências cabíveis em caso de descumprimento;
5. solicitar perícias e sindicâncias sobre acidentes que envolvam veículos
do Poder Judiciário;
6. propor medidas para a baixa e alienação de veículos quando demons-
trada economicamente a inviabilidade de sua recuperação e manutenção;

261
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

7. opinar sobre a racionalidade do uso dos transportes coletivos locados


pelo Poder Judiciário e acompanhar e fiscalizar a regular execução do contrato
de prestação de serviços;
8. manter cadastro atualizado dos usuários dos ônibus locados;
9. controlar o desempenho operacional dos veículos, consumo de combus-
tíveis e lubrificantes e assegurar a sua manutenção preventiva.
b) Serviço de Zeladoria:
1. supervisionar a execução dos serviços de limpeza e conservação dos
imóveis do Poder Judiciário;
2. supervisionar os serviços contratados com terceiros nesta área de
atuação;
3. distribuir os encargos da zeladoria por áreas físicas compatíveis com a
força de trabalho disponível;
4. zelar pela segurança das instalações e bens do Poder, supervisionando
os serviços de prevenção contra incêndio;
5. abastecer e supervisionar os serviços de copa e cozinha do Tribunal;
6. executar outras atribuições correlatas.
c) Serviço de Protocolo Geral:
1. operacionalizar as atividades de protocolo concernentes ao recebimen-
to, à triagem, ao registro sequencial, ao fornecimento de comprovantes, à
movimentação e entrega de documentos e de correspondências, incluídos os
processos judiciais, no âmbito do Poder Judiciário;
2. operar o sistema informatizado de protocolo;
3. executar outras atribuições correlatas.
d) Serviço de Malotes:
1. executar atividades de expedição e recebimento de malotes, inclusive
obtendo os meios para postagem e prestando contas dos recursos para esse
fim recebidos;
2. administrar e controlar os contratos de transporte de documentos e de
serviços de correios e comunicações por via postal;

262
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

3. executar outras atribuições correlatas. (NR). (Redação dada pela Lei n.


13.956, de 13.08.07)
Art. 31-A. O Departamento de Manutenção e Serviços Gerais é a unidade
administrativa integrante da Secretaria de Administração responsável pelo
planejamento, direção, coordenação e controle das atividades relacionadas
com os serviços de manutenção, segurança, transporte, zeladoria e malote.
(Acrescido pela Lei n. 14.311, de 20.03.09)
§ 1º O Departamento de Manutenção e Serviços Gerais terá a seguinte
estrutura: (Acrescido pela Lei n. 14.311, de 20.03.09)
I – Divisão de Manutenção da Capital:
a) Serviço de Manutenção de Prédios;
b) Serviço de Zeladoria;
II – Divisão de Manutenção e Serviços Gerais do Interior:
a) Serviço de Manutenção de Prédios;
b) Serviço de Zeladoria;
III – Divisão de Serviços Gerais:
a) Serviço de Transporte;
b) Serviço de Malote.
§ 2º O Diretor do Departamento de Manutenção e Serviços Gerais será no-
meado, em comissão, pelo Presidente do Tribunal de Justiça, dentre profissio-
nais de nível superior de reconhecida competência técnica e administrativa.
(Acrescido pela Lei n. 14.311, de 20.03.09)
§ 3º São atribuições da Divisão de Manutenção da Capital:
a) acompanhar a execução de contratos de manutenção firmados entre o
Poder Judiciário e as empresas especializadas;
b) supervisionar a manutenção dos elevadores, sistemas e aparelhos de
ar- condicionado, máquinas, mobiliários e aparelhos eletrônicos, exceto aque-
les da área de informática;
c) executar direta ou indiretamente reparos nas instalações dos prédios,
especialmente nas redes – elétrica e hidráulica;

263
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

d) registrar a manutenção dos equipamentos sob a responsabilidade do


setor;
e) acompanhar os reparos de bens móveis, por execução direta ou me-
diante serviço de terceiros, expedindo ordem de retirada de material, me-
diante autorização do responsável pelo bem patrimonial para liberação pela
segurança.
§ 4º São atribuições da Divisão de Manutenção do Interior:
a) acompanhar a execução de contratos de manutenção firmados entre o
Poder Judiciário e as empresas especializadas;
b) supervisionar a manutenção dos elevadores, sistemas e aparelhos de
ar-condicionado, máquinas, mobiliários e aparelhos eletrônicos, exceto aque-
les da área de informática;
c) executar direta ou indiretamente reparos nas instalações dos prédios,
especialmente redes – elétrica e hidráulica;
d) registrar a manutenção dos equipamentos sob a responsabilidade do
setor;
e) zelar pela manutenção dos aparelhos e redes de comunicação;
f) acompanhar os reparos de bens móveis, por execução direta ou me-
diante serviço de terceiros, expedindo ordem de retirada de material, me-
diante autorização do responsável pelo bem patrimonial para liberação pela
segurança.
§ 5º São atribuições da Divisão de Serviços Gerais:
a) planejar e coordenar as atividades de utilização e manutenção dos ve-
ículos do Poder Judiciário, zelando pela sua guarda;
b) manter controle sobre a regularidade da situação dos veículos do Poder
perante o órgão de trânsito e às exigências de licenciamento e seguro;
c) atender e controlar às solicitações de utilização de veículos;
d) solicitar perícias e sindicâncias sobre acidentes que envolvam veículos
do Poder Judiciário;

264
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

e) apresentar relatório circunstanciado indicatório de baixa e alienação de


veículos quando demonstrada economicamente a inviabilidade de recupera-
ção ou manutenção;
f) controlar o desempenho operacional dos veículos, consumo de combus-
tíveis e lubrificantes e assegurar a sua manutenção preventiva;
g) manter cadastro atualizado dos servidores que se utilizam das rotas
dos transportes locados pelo Poder Judiciário;
h) opinar sobre a racionalidade do uso dos transportes coletivos locados
pelo Poder Judiciário, acompanhar e fiscalizar a execução dos respectivos
contratos;
i) supervisionar a execução dos serviços de limpeza e conservação dos
imóveis do Poder Judiciário;
j) supervisionar os serviços de zeladoria contratados com terceiros;
l) distribuir os encargos da zeladoria por áreas físicas compatíveis com a
força de trabalho disponível;
m) abastecer e supervisionar os serviços de copa e cozinha do Tribunal de
Justiça;
n) executar outras atribuições correlatas.

Seção IV
Da Estrutura Setorial da Secretaria Judiciária
Subseção I
Do Departamento Judiciário Cível

Art. 32 e alíneas – (Revogados pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)

Subseção II
Do Departamento Judiciário Penal

Art. 33, inciso e alíneas – (Revogados pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)

265
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Subseção III
Do Departamento de Serviços Judiciários Auxiliares de Apoio

Art. 34. (Revogado pela Lei N. 13.956, de 13.08.07, D.O. de 21.08.07).

Subseção IV
Disposições Gerais Sobre a Secretaria Judiciária

Art. 35 e parágrafos. (Revogados pela Lei N. 13.956, de 13.08.07, D.O.


de 21.08.07).

CAPÍTULO III
DAS ESTRUTURAS BÁSICA E SETORIAL DO FÓRUM DA COMARCA
DA CAPITAL
Seção Única
Da Diretoria Do Fórum e da Secretaria Executiva
do Fórum4

Art. 36. A Diretoria do Fórum da Comarca da Capital, subordinada dire-


tamente ao Juiz Diretor do Fórum da Capital, será exercida por um Juiz de
Direito de entrância especial, indicado pelo Presidente do Tribunal, após o
nome ser submetido à apreciação do Tribunal Pleno, e contará com grupo de
servidores para assistência e assessoramento imediato ao Juiz Diretor, ocu-
pantes de cargo de provimento em comissão, inclusive, na forma definida no
anexo II, parte integrante desta Lei.” (NR). (Redação dada pela Lei 14.302,
DE 09.01.09, D.O. 16.01.09).

A Secretaria Geral do Fórum passou a ser denominada, a partir da Lei 14.302, de 9 de janeiro de
4

2009, de Secretaria Administrativa, símbolo DNS-1. Nova alteração realizada pela Lei 14.786, de 13
de agosto de 2010, denominou-a Secretaria Executiva do Fórum Clóvis Beviláqua, símbolo DGS-2.

266
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 36-A. A Secretaria Executiva do Fórum da Capital será dirigida por


um Secretário Executivo, abrangendo as atividades administrativas e auxi-
liares da Justiça na jurisdição da Comarca de Fortaleza, e terá a estrutura
básica, setorialmente subdividida em unidades e subunidades nos níveis de
Departamentos, Divisões, Serviços e Seções, da forma a seguir:” (NR). (Re-
dação dada pela Lei 14.302, DE 09.01.09, D.O. 16.01.09 e Lei 14.786 de 13
de agosto de 2010, DO de 17 de agosto de 2010).
I – Coordenadoria de Cumprimento de Mandados, de simbologia DAS- 3;
II – Secretarias de Varas, nos termos do Capítulo IV do Subtítulo II do
Título IV da Lei n. 12.342, de 28 de julho de 1994 – Código de Divisão e Or-
ganização Judiciária do Estado do Ceará;
III – Departamento de Serviços Judiciais, abrangendo:
a) Divisão de Atividades Judiciárias, assim estruturada:
1. Serviço de Protocolo;
2. Serviço de Distribuição;
3. Serviço de Outras Atividades Judiciais, desdobrado em:
3.1. Seção de Partilhas e Leilões;
3.2. Seção de Contadoria;
3.3. Seção de Depósito Público;
3.4. Seção de Certidões;
3.5. Seção de Arquivo;
3.6. Seção de Malote;
b) Divisão de Apoio Judiciário;
IV – Departamento de Informática, abrangendo:
a) Serviço de Implantação de Sistemas;
b) Serviço de Atividades de Apoio, subdividido em:
1. Seção de Suporte Técnico;
2. Seção de Atendimento ao Usuário;
V – Departamento de Administração, assim organizado:
a) Serviço de Recursos Humanos, desdobrado em:

267
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

1. Seção de Pagamento;
2. Seção de Pessoal;
3. Centro de Treinamento Integrado;
b) Serviço de Apoio Administrativo:
1. Seção de Comunicação;
2. Seção de Reprografia;
c) Serviço Integrado de Saúde;
VI – Departamento de Patrimônio e Serviços Gerais, com a seguinte es-
trutura:
a) Seção de Almoxarifado;
b) Seção de Patrimônio;
c) Seção de Manutenção;
d) Seção de Transporte;
e) Seção de Zeladoria;
VII – Juizado da Infância e da Juventude, com a seguinte estrutura de
apoio:
a) Divisão de Serviços Administrativos, compreendendo:
1. Seção de Serviços Gerais;
2. Seção de Apoio aos Serviços Administrativos;
3. Seção de Atendimento Inicial ao Adolescente em Conflito com a Lei;
b) Divisão de Procedimentos Administrativos e Judiciais, subdividida em:
1. Seção de Coordenação das Equipes de Manutenção de Vínculo e Adoção;
2. Seção de Cadastro de Adotantes e Adotandos;
3. Seção de Coordenação das Equipes de Medidas Socioeducativas.
§ 1º Fica criado o Núcleo de Apoio à Jurisdição, unidade subordinada dire-
tamente à Diretoria do Fórum da Comarca da Capital.
§ 2º Compete ao Núcleo de Apoio à Jurisdição o desenvolvimento das ati-
vidades de apoio técnico especializado às Varas ou Unidades Judiciárias – da
Infância e Juventude, de Família e da Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher, bem como o atendimento psicossocial ao servidor do Poder Judiciário.

268
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 3º O Núcleo de Apoio à Jurisdição contará com equipe interdisciplinar


composta por servidores do Poder Judiciário, com habilitação profissional em
Psicologia e Assistência Social e de ocupantes de cargos de provimento em
comissão denominados de Assessor em Psicologia e de Assessor em Serviço
Social, cargos estes privativos de detentores de cursos superior em Psicologia
e em Assistência Social, respectivamente, além de equipe de apoio adminis-
trativo integrada por outros servidores e estagiários.
§ 4º Caberá à Presidência do Tribunal de Justiça regulamentar, mediante
Provimento, as atividades dos profissionais integrantes do Núcleo de Apoio à
Jurisdição, ficando a cargo do Coordenador do Núcleo o acompanhamento dos
trabalhos desenvolvidos naquela unidade administrativa.” (NR). (Parágrafos
acrescentados pela LEI n. 14.311, 20.03.09 D.O. DE 25.03.09)

CAPÍTULO IV
DO ÓRGÃO DE ADMINISTRAÇÃO DESCONCENTRADA
Seção Única
Da Escola Superior de Magistratura

Art. 37. A Escola Superior de Magistratura criada pela Lei n. 11.203, de


17 de julho de 1986, é órgão de atuação desconcentrada do Poder Judiciário
ao qual incumbe planejar, executar e desenvolver política de treinamento
e desenvolvimento de Recursos Humanos para a Magistratura, bem como,
em íntima articulação com a Divisão de Recrutamento, Seleção, Treinamento
e Desenvolvimento de Pessoal, da Secretaria de Administração e Finanças,
promover a execução da política de treinamento de capacitação e aperfeiço-
amento do pessoal técnico-administrativo e de apoio às atividades auxiliares
da Justiça.
§ 1º A Escola Superior da Magistratura terá autonomia administrativa re-
lativa, expressa da seguinte forma:

269
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – em poder obter recursos externos de assistência técnica e financeira


para desenvolver sua programação;
II – em poder estabelecer taxas de inscrição e custeio de cursos, seminá-
rios, simpósios, fóruns de debates, concursos e outros eventos que promova,
diretamente ou mediante convênio com outras instituições, cujos recursos
serão arrecadados pelo FERMOJU, de acordo com o que estabelece a Lei
11.891, de 20.12.91;
III – adquirir e custear com recursos do FERMOJU, ou de outras fontes,
material permanente e de custeio, bem como contratar os serviços eventuais
de instrutores e conferencista com o objetivo de cumprir suas finalidades.
§ 2º A Escola Superior da Magistratura funcionará com apoio na seguinte
estrutura organizacional, que o Regulamento detalhará:
I – Diretoria Geral, exercida por um Desembargador, nos termos do Regu-
lamento Interno vigente;
II – Secretaria Executiva, à qual se subordinarão:
a) a Divisão de Programação e Controle com:
- Serviço de Programação de Cursos;
- Serviço de Acompanhamento e Avaliação;
- Serviço Administrativo de Apoio.
§ 3º O Regimento Interno da Escola Superior da Magistratura permanece
em vigor enquanto não for atualizado pelo Regulamento a esta Lei, mediante
Resolução do Tribunal de Justiça.

TÍTULO IV
DAS NORMAS RELATIVAS AO PESSOAL
CAPÍTULO I
DO REGIME JURÍDICO

Art. 38. Aplica-se aos servidores auxiliares da Justiça, remunerados pe-


los cofres públicos, atuais serventuários e funcionários da Justiça do Ceará,
o Regime Jurídico Único de direito público administrativo, instituído pela Lei

270
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

n. 9. 826, de 14 de maio de 1974 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis


do Estado) e legislação complementar, nos termos da Lei n. 12.062, de 12 de
janeiro de 1993.

CAPÍTULO II
DO PLANO DE CARGOS E CARREIRAS
Seção I
Dos Objetivos do Plano

Art. 39. O Plano de Cargos e Carreiras dos Servidores Auxiliares da Jus-


tiça, do Poder Judiciário do Ceará, obedecerá às diretrizes estabelecidas na
forma abaixo:
I – estrutura a composição do Grupo Ocupacional de Atividades Judiciá-
rias – AJ, das Categorias Funcionais, das Carreiras, das Classes, dos Cargos e
Referências. (NR). (Redação dada pela Lei n. 13.551, de 29.12.04)
II – Linhas de transposição dos cargos e funções; III – Hierarquização dos
cargos e das funções; IV – Tabela de Vencimentos;
V – Descrição e especificação dos Grupos Ocupacionais. Art. 40 – (Revo-
gado pela Lei n. 13.551, de 29.12.04) Art. 41. (Revogado pela Lei n. 13.551,
de 29.12.04)
Art. 42 e parágrafos. (Revogados pela Lei n. 13.551, de 29.12.04)
Art. 43. Segundo a correlação e a afinidade, a natureza dos trabalhos e o
nível de conhecimentos aplicados, os Grupos Ocupacionais abrangem várias
atividades, compreendendo:
a) Atividades Judiciárias de Nível Superior, carreiras e/ou classes abran-
gendo atividades inerentes a cargos ou funções caracterizados por ações de-
senvolvidas em campo de conhecimento específico, cujo provimento exige
curso de graduação de nível superior ou habilitação legal equivalente;
b) Atividades Judiciárias de Apoio Administrativo e Operacional, carrei-
ras e/ou classes que englobam atividades inerentes a cargos ou funções de

271
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

média e/ou reduzida complexidade ao nível de apoio às ações nas diversas


áreas, podendo exigir conhecimento e domínio de conceitos mais amplos ou
ainda, caracterizados pelas ações desenvolvidas em campo de conhecimento
específico exigindo escolaridade formal.
Art. 44. O Plano de Cargos e Carreiras objetiva fundamentalmente a va-
lorização e profissionalização do servidor judiciário, bem como a maior efici-
ência no apoio instrumental à Administração da Justiça, mediante:
I – a adoção do princípio do mérito para ingresso e progressão na carreira;
II – estabelecimento, em caráter sistemático e permanente, de programas
de capacitação e aperfeiçoamento dos servidores;
III – privatividade dos cargos de Direção e Assessoramento preferencial-
mente para servidores integrantes das carreiras do Quadro III, do Poder Ju-
diciário.

Seção II
Da Organização e do Ingresso nas Carreiras

Art. 45. Ressalvado o regime da Magistratura, no Quadro III – Poder Judi-


ciário, haverá somente servidores públicos sujeitos ao Regime Jurídico Único
de Direito Público Administrativo.
Art. 46. As carreiras serão organizadas em classes, integradas por cargos
de provimento efetivo e funções que, enquanto não extintas, integrarão a
parte especial do Quadro III do Poder Judiciário.
Parágrafo Único. Serão estabelecidas para cada classe as atribuições típi-
cas, os requisitos de formação, experiência e cursos de capacitação.
Art. 47. As carreiras poderão ser específicas ou genéricas.
Art. 48. O ingresso na carreira por nomeação dar-se-á na referência ini-
cial da classe respectiva, após aprovação em concurso público, obedecidos os
requisitos impostos pelo regulamento do certame.

272
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 49. O concurso público, sempre de caráter competitivo, eliminatório


e classificatório, poderá ser em duas etapas quando a natureza da carreira
exigir complementação de formação ou de especialização.
§ 1º A primeira etapa, de caráter eliminatório, constituir-se-á de provas e/
ou provas e títulos.
§ 2º A segunda etapa, de caráter classificatório, constará de treinamento
cujo tipo e duração serão indicados no edital do respectivo concurso.

Seção III
Da Ascensão do Servidor no Plano de Cargos e Carreiras

Art. 50. (Revogado pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)


§ 3°. Durante o estágio probatório, o servidor não poderá afastar-se de
sua Comarca de origem, nem fará jus à ascensão funcional, observadas as
exceções legais. (Redação dada pela Lei n. 13.551, de 29.12.04)
§ 4°. Findo o estágio probatório do servidor, após a avaliação de desempe-
nho, e adquirida a estabilidade no serviço público, será computado o tempo de
contribuição, para efeito de promoção, a partir da data de início do exercício nas
funções do respectivo cargo. (Redação dada pela Lei n. 13.551, de 29.12.04)

Seção IV
Da Capacitação e do Aperfeiçoamento do Servidor

Art. 51. As atividades de capacitação e aperfeiçoamento dos servidores,


como parte integrante do Sistema de Recursos Humanos, serão planejadas,
organizadas e executadas de forma integrada e sistêmica, segundo diretrizes
a serem fixadas por Resolução do Tribunal de Justiça.
§ 1º Os programas de capacitação relacionados a cada carreira deverão ter
em vista, principalmente, a habilitação do servidor para o eficaz desempenho
das atribuições inerentes à respectiva classe e à classe imediatamente superior.

273
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º Além dos cursos, os programas serão desenvolvidos através de está-


gios ou outras formas de capacitação no trabalho.
Art. 52. Compete ao órgão Central de Recursos Humanos do Poder Judi-
ciário, formular políticas e programas, supervisionar e coordenar a sua im-
plantação, avaliar resultados e, complementarmente, executar programas de
capacitação e aperfeiçoamento de nível mais elevado.
§ 1º A execução dos programas de capacitação, estágios, treinamentos,
poderá ser atribuída ao Departamento de Recursos Humanos ou, ainda, dele-
gada à entidade pública ou privada especializada na capacitação de Recursos
Humanos, mediante convênios ou contratos, observadas a Legislação Federal
sobre contratos e licitações e demais normas pertinentes à matéria.
§ 2º O servidor habilitado em cursos de conteúdo, duração e nível equivalen-
tes aos do programa de treinamento poderá ser dispensado de frequentá-los,
ficando sujeito, entretanto, a prova e/ou trabalhos para efeito de avaliação.

Seção V
Do Vencimento e da Remuneração

Art. 53. Para os efeitos desta Lei, considera-se vencimento-base a retri-


buição pecuniária devida ao servidor pelo exercício de cargo ou função públi-
ca, fixada em Lei para a respectiva referência vencimental.
Art. 54. Remuneração é o vencimento do cargo ou função acrescido das
vantagens pecuniárias permanentes ou temporárias estabelecidas em Lei.

Seção VI
Dos Cargos de Direção e Assessoramento

Art. 55. Os cargos de Direção e Assessoramento serão providos em co-


missão e classificados em níveis correspondentes à hierarquia da estrutura
organizacional, com base na complexidade e responsabilidade das respecti-

274
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

vas atribuições, segundo critérios estabelecidos em Regulamento, designados


por numeração cardinal crescente.
Parágrafo Único. A classificação dos cargos de Direção e Assessoramento
observará uma diferença de pelo menos um nível em relação àqueles em que
estiverem classificados os cargos de Direção a que se subordinam.
Art. 56. Os Assessores e demais integrantes dos Gabinetes dos Desem-
bargadores serão de recrutamento amplo, indicados pelos mesmos e nomea-
dos pelo Presidente do Tribunal de Justiça.

Seção VII
Do Quadro de Pessoal

Art. 57. O Quadro do Pessoal Auxiliar da Justiça será estruturado com


cargos de provimento efetivo, cargos de provimento em comissão e cargos/
funções destinados à extinção quando vagarem.
Art. 58. O Quadro de Pessoal referido no artigo anterior será organizado
e administrado de acordo com as diretrizes emanadas do Tribunal de Justiça
e operacionalizado pelos órgãos competentes da Secretaria de Administração
do Poder Judiciário. (NR). (Redação dada pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)
§ 1º A quantificação de cargos será fixada e alterada com base em es-
timativas técnicas que considerem as necessidades de funcionamento dos
serviços, os índices de movimentação de pessoal e o princípio da divisão do
trabalho.
§ 2º A lotação dos cargos necessários a cada Secretaria, órgão ou unidade
administrativa será efetuada por Ato da Presidência do Tribunal publicado no
Diário da Justiça, processando-se de igual modo para as modificações super-
venientes obrigada a publicação de toda a lotação das unidades alteradas.
Art. 59. O Quadro III – Poder Judiciário – compor-se-á de dois Subqua-
dros a seguir discriminados:

275
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Subquadro 1 – correspondendo aos cargos e funções próprias da carreira


da Magistratura, regulada pela Lei de Divisão e Organização Judiciária;
Subquadro 2 – compreendendo os cargos técnicos, administrativos e de
apoio das Atividades Auxiliares da Justiça.
Parágrafo Único – O Subquadro 2 será composto dos seguintes grupamen-
tos de cargos:
a) Parte Permanente I: integrada pelos cargos de provimento efetivo ocu-
pados pelos servidores concursados;
b) Parte Permanente II: integrada pelos cargos de provimento em comissão;
c) Parte Especial: composta de cargos/funções extintos quando vagarem,
correspondentes aos lugares dos atuais servidores, detentores de cargos/
funções nos termos da Lei n. 12.062/93.
Art. 60. Observadas as diretrizes estabelecidas nesta Lei e ressalvados
os casos de criação e reclassificação de cargos e outras alterações que im-
pliquem aumento de despesas, a estruturação e a administração do Plano
de Cargos e Carreiras do Poder Judiciário serão efetuados mediante Atos do
Tribunal.
Parágrafo Único. Até que seja implantado novo sistema de carreiras, a
progressão dos servidores se processará de acordo com os critérios anterior-
mente estabelecidos.

CAPÍTULO III
DO ENQUADRAMENTO

Art. 61. Os enquadramentos dos servidores integrantes dos Grupos Ocu-


pacionais de que trata esta Lei, no Plano de Cargos e Carreiras, dar-se-ão
através de 02 (duas) modalidades:
I – ENQUADRAMENTO SALARIAL AUTOMÁTICO – Consiste no enquadra-
mento dos atuais ocupantes de cargos e funções do nível hierárquico atual

276
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

para o nível hierárquico da escala salarial do novo sistema de carreiras, con-


forme disposto nos Anexos I e III desta Lei;
II – ENQUADRAMENTO POR DESCOMPRESSÃO – Consiste no deslocamen-
to dos atuais servidores detentores de Cargos/Funções de uma referência
para outra com a elevação de um nível para cada 5 (cinco) anos completados
até a data da publicação desta Lei.
§ 1º O enquadramento salarial automático terá seus efeitos financeiros a
partir desta data.
§ 2º O enquadramento por descompressão dos servidores já ajustados
nos termos do Art. 25 do Provimento n. 01/94 de 26/05/94, com situação
funcional publicada no Diário da Justiça de 30/09/1994, será aproveitado e
redefinido por Resolução a ser baixada, posteriormente, pelo Tribunal Pleno,
verificando a devida proporcionalidade entre o padrão vencimental das re-
ferências atuais com as propostas por esta Lei. Não observando a paridade
numérica entre as duas situações.
§ 3º No enquadramento salarial automático, os servidores integrantes dos
Grupos Ocupacionais de Atividade Judiciária de Apoio Administrativo Ope-
racional-AJU/ADO e Atividade Judiciária de Nível Superior-AJU/NS, que não
foram beneficiados pelo ajustamento de que trata o parágrafo anterior, pas-
sarão para referência inicial correspondente ao grau definido para seu cargo/
função na hierarquização prevista nas escalas de graus pré-determinados,
conforme Anexos I e III desta Lei. O enquadramento, de que trata o Inciso II
deste Artigo, dar- se-á na Resolução de que trata o parágrafo anterior.
§ 4º Quando o vencimento base for superior ao da referência inicial da
faixa vencimental do cargo/função ocupado pelo servidor, este será deslocado
para referência igual ou imediatamente superior.
§ 5 – Será por ato coletivo do dirigente máximo do Poder Judiciário a for-
malização do enquadramento dos servidores por descompressão.
Art. 62. (Revogado pela Lei n. 13.551, de 29.12.04)
Art.63. (Revogado pela Lei n. 13.551, de 29.12.04)

277
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 64. Os cargos de provimento em comissão de Direção, Assessora-


mento e Gerenciamento Superior observarão as seguintes diretrizes: (NR).
(Redação dada pela Lei n. 13.956, de 13.08.07)

TÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 65. Os aposentados terão seus proventos definidos observando-se a


CÓDIGO DE DIVISÃO E ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO CEA-
RÁ correspondência existente entre os cargos ou funções por eles ocupados,
ao se tornarem inativos e os cargos dos Grupos Ocupacionais ora implanta-
dos, de acordo com a classe e referência estabelecidas nesta Lei, inclusive
aplicação da modalidade descompressão, acrescidos das vantagens a que
fizeram jus no ato da aposentadoria.
Art. 66. Todos os cargos do Quadro III – Poder Judiciário, serão identifica-
dos por classe, referência e, se comissionados, por símbolos correspondentes
aos respectivos níveis hierárquicos e valores vencimentais, ressalvados os
cargos em comissão cujo valor da representação seja expresso em percentual
sobre o vencimento.
§ 1º Em caso de padronização, os cargos ressalvados na parte final deste
Artigo adotarão o símbolo DGS – Direção e Gerenciamento Superior, com 3
níveis (DGS-1, DGS-2 e DGS-3), nos termos da Tabela de Retribuição dos
cargos em Comissão.
§ 2º Os demais cargos em comissão observarão os símbolos DNS, – Dire-
ção de Nível Superior e, DAS – Direção e Assessoramento Superior, com os
valores correspondentes aos que forem adotados pelo Poder Executivo.
§ 3º O cargo de Secretário do Tribunal de Justiça passa a ser denominado
de Secretário Geral do Tribunal de Justiça (símbolo DGS-1).
§ 4º O cargo de Subsecretário do Tribunal de Justiça e Diretor Geral da
Secretaria do Fórum passarão a ter o símbolo DGS-2.

278
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 5º O cargo de Subdiretor da Secretaria do Fórum passa a referenciar-se


pelo símbolo DGS-3.

TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 67. Ficam criados os cargos em comissão de Secretário Judiciário e


de Secretário de Administração e Finanças do Tribunal de Justiça.
Art. 68. Para fins de viabilizar a reorganização administrativa de que trata
esta Lei, ficam criados e alterados em sua denominação, quantidade, símbo-
los e lotação os cargos em comissão e ficam alterados em sua denominação,
símbolos e lotação os cargos de provimento efetivo do Quadro III – Poder
Judiciário, nos termos expressos nos Anexos I e IV, parte integrante desta
mesma Lei.
Parágrafo único. O provimento dos cargos previstos na situação nova do
Anexo IV referido neste Artigo, dependerá de ato formal do Presidente do Tri-
bunal de Justiça, mesmo em caso de manutenção da denominação e de seu
ocupante, hipótese em que o ato será apenas confirmatório.
Art. 69. O Termo Judiciário de Paramoti passa a pertencer à Comarca de
Caridade, ficando revogado o Artigo 8º, da Lei n. 12.394, de 09 de dezembro
de 1994.
Art. 70. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei correrão por con-
ta das dotações orçamentárias do Poder Judiciário, previstas para este exer-
cício, sendo suplementada se insuficientes.
Art. 71. Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas
as disposições em contrário.

279
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 12.698, DE 28.05.97 (D.O. DE 28.05.97)

Dispõe sobre a criação de cargos de Juiz de Direito na Comarca de Fortaleza e


da 2ª. Vara e dos respectivos cargos de Juiz de Direito nas Comarcas de Casca-
vel, Pacajus, Tauá e Barbalha, eleva à categoria de 3ª. Entrância a Comarca de
Cedro, à de 2ª. Entrância as Comarcas de Barro, Beberibe, Euzébio e Reriutaba,
transforma os Juízos Zonais do Estado e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguin-


te Lei:

Art. 1º. Ficam criados, na Comarca de Fortaleza, nove (09) cargos de Juiz


de Direito Auxiliar, de Entrância Especial, a serem providos na forma da Lei.
Parágrafo único. Os Juízes de Direito Auxiliares funcionarão, por designa-
ção do Diretor do Fórum Clóvis Beviláqua, prioritariamente nas varas cujos
titulares se encontrem afastados a serviço da Presidência do Tribunal de Jus-
tiça, da Corregedoria Geral da Justiça e da Escola Superior da Magistratura
do Estado do Ceará.
Art. 2º. Ficam também criados, nas Comarcas de Cascavel, Pacajus e
Tauá, de 3ª. Entrância, e na Comarca de Barbalha, de 2ª. Entrância, a 2ª.
Vara e os respectivos cargos de Juiz de Direito, dando-se a denominação de
1ª. Vara a atual Vara Única dessas comarcas.
Parágrafo único. Em razão do disposto no caput deste artigo, os atuais
cargos de Juiz de Direito das Comarcas de Cascavel, Pacajus, Tauá e Barbalha
ficam transformados em cargos de Juiz de Direito da 1ª. Vara das mesmas
comarcas, neles mantidos os seus titulares.
Art. 3º. As Comarcas de Barro, Beberibe, Euzébio e Reriutaba são eleva-
das à categoria de 2ª. Entrância e a Comarca de Cedro é elevada à categoria
de 3ª Entrância, ficando os cargos de Juiz de Direito correspondentes trans-

280
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

formados em cargos de Juiz de Direito de 2ª. Entrância, e Juiz de Direito de


3ª Entrância, respectivamente, das mesmas comarcas, neles assegurada a
permanência de seus atuais titulares até que sejam promovidos, respeitado o
disposto no Art. 229, caput, da Lei n. 12.342, de 28 de julho de 1994.
Art. 4º. Os doze (12) Juízos Zonais do Estado, com sede nas Comarcas de
Aracati, Baturité, Crato, Cratéus, Icó, Iguatu, Itapagé, Russas, São Benedito,
Sobral, Senador Pompeu e Tauá, ficam transformados, respectivamente, em
Unidades do Juizado Especial Cível e Criminal, de 3ª. Entrância, das Comar-
cas de Aracati, Baturité, Lavras da Mangabeira, Cratéus, Icó, Itapipoca, Ita-
pagé, Russas, São Benedito, Tianguá, Senador Pompeu e Tauá.
Parágrafo único. Em decorrência dessa transformação, os cargos de Juiz
de Direito Zonal correspondentes, de acordo com a ordem estabelecida no
caput deste artigo, passam a ser de Juiz de Direito das respectivas Unidades
do Juizado Especial Cível e Criminal, de 3ª. Entrância, neles assim assegurada
a permanência dos seus atuais titulares até que sejam promovidos, respeita-
do o disposto no Art. 229, caput, da Lei N. 12.342/94.
Art. 5º. A Lei N. 12.342/94, que dispõe sobre o Código de Divisão e de
Organização Judiciária do Estado do Ceará, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
“Art. 53 –...
Parágrafo único. O Presidente do Tribunal de Justiça será auxiliado em suas
atividades por quatro (04) Juízes de Direito da Comarca da Capital, devendo
sua escolha ser referendada pelo Tribunal de Justiça, em sessão plenária.
Art. 100. A substituição dos Juízes nos afastamentos, faltas, férias indi-
viduais ou coletivas, licenças, impedimentos ou suspeições, dar-se-á do se-
guinte modo:
I – Nas comarcas do interior:
a) Os Juízes de comarcas de vara única serão substituídos por designa-
ção do Presidente do Tribunal de Justiça;

281
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

b) Nas comarcas com duas varas, cabe, reciprocamente, a substitui-


ção de um titular pelo outro;
c) Nas comarcas de três ou mais varas, a substituição dar-se-á de forma
sucessiva e independentemente de designação, da seguinte forma: o Juiz da
1ª. Vara, será substituído pelo Juiz da 2ª. ou que por ela se encontre respon-
dendo, assim o da 2ª., pelo Juiz da 3ª., sendo que, igualmente, o da última
vara será substituído pelo Juiz da 1ª.
d) Para efeito de substituição, as Unidades ou Varas do Juizado Especial
Cível e Criminal, observado o disposto no Art. 14 da Lei N. 12.553/95, com a
nova redação que lhe foi dada pelo Art. 2º. da Lei N. 12.652/96, são conside-
radas como a última vara entre as existentes na Comarca.
II – Na Comarca da Capital:
a) Os Juízes de varas especializadas isoladas serão substituídos por desig-
nação do Diretor do Fórum;
b) Os Juízes de varas não isoladas substituir-se-ão, automática e indepen-
dentemente
de qualquer designação, na forma constante das letras b e c do inciso I
deste artigo;
c) Os Juízes das Unidades do Juizado Especial Cível e Criminal serão subs-
tituídos na forma do disposto na letra c do inciso I deste artigo.
§ 1º. Nas férias coletivas, o Presidente do Tribunal de Justiça, em relação
às comarcas do interior, poderá dispor de forma diferente da prevista nas le-
tras b, c e d do inciso I deste artigo.
§ 2º –...
Art. 101. O critério de substituição regulado nos incisos do artigo anterior,
no que couber, poderá ser alterado por motivo de relevante interesse judi-
ciário, cabendo ao Presidente do Tribunal de Justiça fazê-lo com relação às
comarcas do interior e ao Diretor do Fórum quanto à Comarca da Capital.”
Art. 6º. O Art. 140 da Lei N. 12.342, de 28 de julho de 1994, passa a ter
a seguinte redação:

282
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

“Art. 140 – Na realização do concurso, a que alude o artigo anterior, pode-


rá o Tribunal de Justiça valer-se da colaboração de instituições de notória ex-
periência nessa atividade, assegurada, em todas as fases do certame, a par-
ticipação do representante do Conselho Seccional da Ordem dos Advogados
do Brasil”.
Art. 7º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário, especialmente os Arts. 17 e 89, e seus respectivos
parágrafos, da Lei N. 12.342/94.

283
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 13.551, DE 29.12.04

REPUBLICADO – D.O. 28.01.95

Altera dispositivos das Leis n.°s. 12.342, de 28 de julho de 1994, e 12.483, de 3


de agosto de 1995, reestrutura o Plano de Cargos e Carreiras dos Servidores do
Poder Judiciário e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguin-


te Lei:

Art. 1º. O Quadro III – Poder Judiciário fica estruturado na forma estabe-


lecida nos anexos I, II, III e IV.
§ 1º. O Grupo Ocupacional de Atividades Judiciárias – AJ, organiza-se em
Categorias Funcionais, Carreiras, Classes, Cargos, Referências, quantificação
e qualificação, na forma dos anexos I e II, partes integrantes desta Lei.
§ 2º. A hierarquização dos cargos e das funções e as linhas de transposi-
ção ficam definidas conforme dispõem os anexos II e III, partes integrantes
desta Lei.
§ 3º. A transposição dos atuais ocupantes dos cargos e funções, integran-
tes do Quadro III – Poder Judiciário, para posicionamento na nova tabela de
referências salariais, será feita observando-se o valor atualmente percebido,
a título de vencimento-base, correspondente ao respectivo nível salarial.
§ 4º. Na hipótese de não haver coincidência de valores entre a referência
salarial atual e os níveis da nova Tabela AJ, constante do anexo IV, parte in-
tegrante desta Lei, o novo posicionamento dar-se-á na referência salarial de
valor imediatamente posterior ao atual valor percebido, desprezada qualquer
equivalência entre referências da tabela atual e nova.

284
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 5º. Fica eliminado o diferenciado escalonamento de classes e referências


dos cargos estruturados por entrâncias, conforme estabelecido no anexo I,
parte integrante desta Lei.
§ 6º. O posicionamento na nova tabela dos atuais ocupantes do cargo de
Oficial de Justiça Avaliador será efetuado ao término da transição, cuja linha
de transposição está definida no anexo II, a que se refere o art. 3º da Lei n.°
13.221, de 6 de junho de 2002, decorrente do acordo celebrado entre o Poder
Judiciário e o Sindicato dos Oficiais de Justiça Avaliadores – SINCOJUST.
§ 7º. Os ocupantes do cargo de que trata o parágrafo anterior continuarão
percebendo seus vencimentos com base na Tabela AJU-NS, anexo I, a que se
refere o art. 1º da Lei n.° 13.337, de 22 de julho de 2003, sendo corrigida no
mesmo período e índice do reajuste anual dos demais servidores, cessando a
partir da implementação das condições avençadas.
§ 8º. Os atuais ocupantes do cargo e função de Agente de Vigilância de
Menores, com titulação de nível superior, indicados nas linhas de transposição
do anexo III desta Lei, passam a ser enquadrados nas referências 13 a 47 do
anexo II.
Art. 2º. O inciso I do art. 39, da Lei n.° 12.483, de 3 de agosto de 1995,
passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 39. ...
I – estrutura a composição do Grupo Ocupacional de Atividades Judiciá-
rias – AJ, das Categorias Funcionais, das Carreiras, das Classes, dos Cargos
e Referências.” (NR).
Art. 3º. Ficam incluídos os §§ 3º e 4º, no art. 50 da Lei n.° 12.483, de 3
de agosto de 1995, com a seguinte redação:
“Art. 50. ...
§ 3º. Durante o estágio probatório, o servidor não poderá afastar-se de
sua Comarca de origem, nem fará jus à ascensão funcional, observadas as
exceções legais.

285
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 4º. Findo o estágio probatório do servidor, após a avaliação de desem-


penho, e adquirida a estabilidade no serviço público, será computado o tempo
de contribuição, para efeito de promoção, a partir da data de início do exercí-
cio nas funções do respectivo cargo.” (NR).
Art. 4º. O caput do art. 64 da Lei n.° 12.483, de 3 de agosto de 1995,
passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 64. Os cargos de provimento em comissão de Direção, Assessora-
mento e Gerenciamento Superior observarão as seguintes diretrizes:” (NR).
Art. 5º. Os arts. 390 e 395 da Lei n.° 12.342, de 28 de julho de 1994,
passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 390. Além do Diretor, cada Secretaria de Vara contará com, pelo me-
nos, 1
(um) Analista Judiciário, 3 (três) Analistas Judiciários Adjuntos, 2 (dois)
Técnicos Judiciários e
2 (dois) Oficiais de Justiça Avaliadores.” (NR).
“Art. 395. O cargo de Analista Judiciário é privativo de bacharel em Direito,
cujo titular exercerá atividades judiciárias complexas e pouco repetitivas, em
assistência aos Magistrados, relacionadas com a elaboração de textos de na-
tureza jurídica e judiciária, pesquisas legislativas, doutrinárias e jurisprudên-
cias, além da supervisão e execução dos atos formais da prática da Secretaria
de Vara.” (NR).
Art. 6º. O art. 396 da Lei n.° 12.342, de 28 de julho de 1994, passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 396. O cargo de Analista Judiciário Adjunto, privativo de nível supe-
rior de duração plena, compreende a execução de atividades judiciárias de
natureza processual e administrativa.” (NR).
Art. 7º. O art. 397 da Lei n. 12.342, de 28 de julho de 1994, passa a vi-
gorar com a seguinte redação:
“Art. 397. O cargo de Oficial de Justiça Avaliador é privativo de nível su-
perior de duração plena, de natureza técnica, compreendendo a execução de
atividades previstas em Lei.” (NR).

286
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 8º. O art. 400 da Lei n. 12.342, de 28 de julho de 1994, passa a vi-


gorar com a seguinte redação:
“Art. 400. O cargo de Técnico Judiciário é de nível médio, cujo titular
exercerá atividades judiciárias de nível técnico, de natureza processual e ad-
ministrativa relacionadas com o atendimento aos Juízes, à Diretoria do Fó-
rum, à Secretaria do Tribunal de Justiça, aos gabinetes e salas de audiências,
à tramitação dos feitos, realização de pregões de abertura e encerramento de
audiências, chamada das partes, advogados, testemunhas, guarda e conser-
vação de bens e processos judiciais.” (NR).
Art. 9º. Fica instituído o Sistema de Promoção e Progressão Vertical dos
Servidores do Quadro III – Poder Judiciário, mantendo-se as proporções per-
centuais constantes entre referências da Tabela do anexo IV que será contada
a partir de 1º de junho de 2005, observando o transcurso do interstício de
365 (trezentos e sessenta e cinco) dias a critério do Executivo.
Art. 9º. Fica instituído o Sistema de Promoção e Progressão Vertical dos
Servidores do Quadro III – Poder Judiciário, mantendo-se as proposições
percentuais constantes entre referências da tabela do anexo IV, que será con-
tada a partir de 1º de junho de 2005, observando o transcurso do interstício
de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias. (Nova redação dada pela Lei n.
13.577, de 20.01.05)
§ 1º O número de servidores a serem avançados por progressão cor-
responderá a 60% (sessenta por cento) do total de ocupantes de cargos ou
funções em cada uma das respectivas classes, atendidos os critérios de de-
sempenho e antiguidade.
§ 2º. Observando o disposto no parágrafo anterior, do percentual previsto
para progressão, 50% (cinquenta por cento) será por desempenho e 50%
(cinquenta por cento) por antiguidade.
§ 3º. Se o quociente for fracionário e a fração superior a 0,5 (cinco déci-
mos), será acrescido de mais um.
Art. 10. Será editado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, em sua
composição plenária, no prazo de 90 (noventa) dias, contados a partir da data

287
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

de início de vigência desta Lei, regulamentação para ascensão funcional dos


servidores do Quadro III – Poder Judiciário, conforme disposto no art. 9º e
seus parágrafos.
Art. 11. Somente poderão ser autorizadas e efetivadas transferências ou
remoções de servidores do Quadro III – Poder Judiciário, de uma Comarca
para outra, quando atendida a condição de igualdade de entrância entre os
órgãos de lotação dos beneficiados pela alteração de lotação, ressalvadas as
exceções legais. (Revogado pela Lei n. 14.064, de 16.01.08)
Art. 12. Fica mantida a gratificação de que trata o art. 4º da Lei n. 10.759,
de 16 de dezembro de 1982, para os originários ocupantes do cargo de Auxi-
liar Judiciário, denominado por esta Lei de Analista Judiciário Adjunto.
Art. 13. Aplicam-se aos servidores inativos do Quadro III – Poder Judici-
ário, as disposições desta Lei, no que couber.
Art. 14. As despesas decorrentes desta Lei correrão à conta da dotação
orçamentária do Poder Judiciário.
Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 16. Revogam-se os arts. 40, 41, 42, o art. 61 e seus parágrafos,
arts. 62 e 63 da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, o parágrafo único do
art. 395, os §§ 1º, 3º e 4º do art. 396, o parágrafo único do art. 400 e o § 2º
do art. 455 da Lei n. 12.342, de 28 de julho de 1994 e demais disposições
em contrário.

288
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

ANEXO I
COMPOSIÇÃO DO GRUPO OCUPACIONAL – ATIVIDADES
JUDICIÁRIAS – AJ, SEGUNDO AS CATEGORIAS FUNCIONAIS,
CARREIRAS, CARGOS E FUNÇÕES, CLASSES, REFERÊNCIAS,
QUANTIDADE E QUALIFICAÇÃO.

QUALIFICAÇÃO
CARGO/
CLASSE REFERÊNCIA QUANTITATIVO ESCOLARIDADE PARA
FUNÇÃO
O INGRESSO
CARGOS FUNÇÕES
I 32 a 36
II 37 a 41 Bacharelado em Admi-
nistração, com o devido
Adminis- III 42 a 46 08 - registro profissional.
trador. IV 47 a 51
V 52 a 57
I 32 a 36 Bacharelado em Direto,
II 37 a 41 Administração, Ciências
Sociais, Letras, Psicolo-
Analista III 42 a 46
gia ou Licenciatura em
de 02 -
IV 47 a 51 Pedagogia, ou outras na
Treina-
área de Humanidades,
mento.
V 52 a 57 com registro profissional
quando houver.
I 32 a 36
II 37 a 41 Bacharelado em Serviço
Assis-
III 42 a 46 05 03 Social, com o devido
tente
IV 47 a 51 registro profissional.
Social.
V 52 a 57
I 32 a 36
II 37 a 41 Bacharelado em Bibliote-
conomia, com o devido
Bibliote- III 42 a 46 02 -
registro
cário. IV 47 a 51 profissional.
V 52 a 57
I 32 a 36
II 37 a 41 Bacharelado em Ciências
Contábeis, com o devido
Contador. III 42 a 46 03 01
registro
IV 47 a 51 profissional.
V 52 a 57

289
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

QUANTITATIVO QUALIFICAÇÃO
CARGO/
CLASSE REFERÊNCIA ESCOLARIDADE
FUNÇÃO CARGOS FUNÇÕES
PARA O INGRESSO
I 32 a 36
II 37 a 41 Bacharelado em
Econo- Ciências Econômicas
III 42 a 46 - 02
mista. com o devido
IV 47 a 51 registro profissional.
V 52 a 57
I 32 a 36
II 37 a 41 Graduação em Medi-
cina, com o devido
III 42 a 46 02 -
Médico. registro
IV 47 a 51 profissional.
V 52 a 57
I 32 a 36
Analista II 37 a 41
Judiciá-
III 42 a 46 Bacharelado em
rio de 1.ª, 340 -
IV 47 a 51 Direito.
2.ª, 3.ª e
Entrância
V 52 a 57
Especial.
I 32 a 36
II 37 a 41
Relações Bacharelado em
III 42 a 46 01 -
Públicas. Comunicação Social.
IV 47 a 51
V 52 a 57
Oficial de I 23 a 29
Justiça II 30 a 36
Avaliador Formação de Nível
III 37 a 43
de 1.ª, 668 - Superior de gradua-
2.ª, 3.ª e IV 44 a 50 ção plena.
Entrância
V 51 a 57
Especial.

Analista I 13 a 19
Judiciário II 20 a 26
III 27 a 33 Formação de Nível
Adjunto de
IV 34 a 40 901 08 Superior de gradua-
1.ª, 2.ª, 3.ª
ção plena.
e Entrância V 41 a 47
Especial.

290
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

QUANTITATIVO QUALIFICAÇÃO/
CARGO/
CLASSE REFERÊNCIA ESCOLARIDADE PARA
FUNÇÃO CARGOS FUNÇÕES
O INGRESSO
I 08 a 14
Técnico II 15 a 21
Judiciário de III 22 a 28 Escolaridade de Nível
IV 29 a 35 663 341
1.ª, 2.ª, 3.ª Médio.
e Entrância V 36 a 42
Especial.
Técnico em I 08 a 14
Manuten- II 15 a 21
III 22 a 28 Escolaridade de Nível
ção de 1.ª,
IV 29 a 35 27 12 Médio e habilitação pro-
2.ª, 3.ª e
fissional.
Entrância V 36 a 42
Especial.
I 08 a 14
II 15 a 21 Escolaridade de Nível
III 22 a 28 16 20 Médio e Carteira Nacio-
Motorista.
IV 29 a 35 nal de Habilitação.
V 36 a 42
I 08 a 14
II 15 a 21 Escolaridade de Nível
III 22 a 28 04 10 Médio e conhecimentos
Telefonista.
IV 29 a 35 práticos.
V 36 a 42
I 08 a 14 Escolaridade de Nível
II 15 a 21 Médio em curso profis-
Técnico em III 22 a 28 - 03 sionalizante.
Contabili- IV 29 a 35
A função será extinta
dade. V 36 a 42 quando da vacância.
I 01 a 07 Escolaridade de Nível
II 08 a 14
Médio. A função será
III 15 a 21 - 15
Vigia. extinta quando da
IV 22 a 28
V 29 a 35 vacância.

ANEXO II
GRUPO OCUPACIONAL DE ATIVIDADES JUDICIÁRIAS – AJ

HIERARQUIZAÇÃO DOS CARGOS/FUNÇÕES


CARGO/FUNÇÃO CLASSE REFERÊNCIAS
Administrador. I – a V 32 a 57
Analista Judiciário de 1.ª, 2.ª, 3.ª e Entrância Especial. I – a V 32 a 57

291
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

HIERARQUIZAÇÃO DOS CARGOS/FUNÇÕES


CARGO/FUNÇÃO CLASSE REFERÊNCIAS
Assistente Social. I – a V 32 a 57
Analista de Treinamento. I – a V 32 a 57
Bibliotecário. I – a V 32 a 57
Contador. I – a V 32 a 57
Economista. I – a V 32 a 57
Médico. I – a V 32 a 57
Relações Públicas. I – a V 32 a 57
Oficial de Justiça Avaliador de 1.ª, 2.ª, 3.ª e Entrância Espe- I – a V 23 a 57
cial.
Analista Judiciário Adjunto de 1.ª, 2.ª, 3.ª e Entrância Espe- I – a V 13 a 47
cial.
Técnico Judiciário de 1.ª, 2.ª, 3ª e Entrância Especial. I – a V 08 a 42
Técnico em Manutenção 1.ª, 2.ª, 3.ª e Entrância Especial. I – a V 08 a 42
Motorista. I – a V 08 a 42
Telefonista. I – a V 08 a 42
Técnico em Contabilidade. I – a V 08 a 42
Vigia. I – a V 01 a 35

ANEXO III
LINHAS DE TRANSPOSIÇÃO
GRUPO OCUPACIONAL: ATIVIDADES JUDICIÁRIAS – AJ

SITUAÇÃO ATUAL SITUAÇÃO NOVA
ATIVIDADES JUDICIÁRIAS – AJU ATIVIDADES JUDICIÁRIAS – AJ
Administrador. Administrador.
Analista de Treinamento. Orientador Educa- Analista de Treinamento.
cional.
Assistente Social. Assistente Social.
Bibliotecário. Bibliotecário.
Contador. Contador.
Economista. Economista.
Médico. Médico.

292
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

SITUAÇÃO ATUAL SITUAÇÃO NOVA
ATIVIDADES JUDICIÁRIAS – AJU ATIVIDADES JUDICIÁRIAS – AJ
Oficial de Justiça Avaliador de Entrância Oficial de Justiça Avaliador de Entrância
Especial. Especial.
Oficial de Justiça Avaliador de 3.ª Entrância. Oficial de Justiça Avaliador de 3.ª Entrância.
Oficial de Justiça Avaliador de 2.ª Entrância. Oficial de Justiça Avaliador de 2.ª Entrância.
Oficial de Justiça Avaliador de 1.ª Entrância Oficial de Justiça Avaliador de 1.ª Entrância.
Técnico em Comunicação Social.) Relações Públicas.
Técnico Judiciário de Entrância Especial. Analista Judiciário de Entrância Especial.
Técnico Judiciário de 3.ª Entrância. Analista Judiciário de 3.ª Entrância.
Técnico Judiciário de 2.ª Entrância. Analista Judiciário de 2.ª Entrância.
Técnico Judiciário de 1.ª Entrância. Analista Judiciário de 1.ª Entrância.
Auxiliar Judiciário de Entrância Especial. Analista Judiciário Adjunto de Entrância
Especial.
Auxiliar Judiciário de 3.ª Entrância. Analista Judiciário Adjunto de 3.ª Entrância.
Auxiliar Judiciário de 2.ª Entrância. Analista Judiciário Adjunto de 2.ª Entrância.
Auxiliar Judiciário de 1.ª Entrância. Analista Judiciário Adjunto de 1.ª Entrância.
Assistente de Administração Judiciária. Analista Judiciário Adjunto de Entrância
Especial.
Assistente de Biblioteconomia. Analista Judiciário Adjunto de Entrância
Especial.
Agente de Vigilância de Menores. Analista Judiciário Adjunto 1.ª, 2.ª, 3.ª e
Entrância Especial.
Atendente Judiciário de Entrância Especial.
Auxiliar de Administração. Técnico Judiciário de Entrância Especial.
Auxiliar de Serviços Gerais. Taquígrafo.
Porteiro dos Auditórios.
Servidor Estabilizado oriundo de Cartórios
Extra- Judicial de Entrância Especial.
Atendente Judiciário de 3.ª Entrância. Técnico Judiciário de 3.ª Entrância.
Servidor Estabilizado oriundo de Cartório
Extrajudicial de 3.ª Entrância.
Atendente Judiciário de 2.ª Entrância. Técnico Judiciário de 2.ª Entrância.
Servidor Estabilizado oriundo de Cartório
Extrajudicial de 2.ª Entrância.
Atendente Judiciário de 1.ª Entrância. Técnico Judiciário de 1.ª Entrância.
Servidor Estabilizado oriundo de Cartório
Extrajudicial de 1.ª Entrância.

293
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

SITUAÇÃO ATUAL SITUAÇÃO NOVA
ATIVIDADES JUDICIÁRIAS – AJU ATIVIDADES JUDICIÁRIAS – AJ
Auxiliar de Manutenção.
Oficial de manutenção. Técnico em Manutenção 1.ª, 2.ª, 3.ª e
Mecânico de Máquina e Veículos. Entrância Especial
Motorista. Motorista.
Telefonista. Telefonista.
Vigia. Vigia.
Técnico em Contabilidade. Técnico em Contabilidade.

ANEXO IV
GRUPO OCUPACIONAL DE ATIVIDADES JUDICIÁRIAS – AJ TABE-
LA VENCIMENTAL DO GRUPO OCUPACIONAL DE ATIVIDADES JU-
DICIÁRIAS – AJ

REFERÊNCIA R$
1 134,90
2 141,65
3 148,73
4 156,16
5 163,97
6 172,17
7 180,78
8 189,82
9 199,31
10 209,27
11 219,74
12 230,72
13 242,26
14 254,37
15 267,09
16 280,45
17 294,47
18 309,19
19 324,65
20 340,89

294
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

REFERÊNCIA R$
21 357,93
22 375,83
23 394,62
24 414,35
25 435,07
26 456,82
27 479,66
28 503,64
29 528,83
30 555,27
31 583,03
32 612,18
33 642,79
34 674,93
35 708,68
36 744,11
37 781,32
38 820,38
39 861,40
40 904,47
41 949,69
42 997,18
43 1.047,04
44 1.099,39
45 1.154,36
46 1.212,08
47 1.272,68
48 1.336,32
49 1.403,13
50 1.473,29
51 1.546,95
52 1.624,30
53 1.705,51
54 1.790,79
55 1.880,33
56 1.974,35
57 2.073,03

295
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 13.956, DE 13.08.07

Altera os dispositivos da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, que indica;


reestrutura órgãos do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará e dá outras provi-
dências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte


Lei:

Art. 1º. O inciso IV do art. 3º. da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995,


passa a ter a seguinte redação:
“Art. 3º ...
IV – ÓRGÃOS SUPERIORES DE DIREÇÃO E GERENCIAMENTO:
1 – Secretaria Geral do Tribunal de Justiça, subdividindo-se em:
1.1. Secretaria de Administração;
1.2. Secretaria de Finanças;
1.3. Secretaria de Tecnologia da Informação;
1.4. Secretaria Judiciária.
2 – Gabinete da Presidência, com unidades de assistência e assessora-
mento imediatos ao Chefe do Poder Judiciário e a seus membros:
2.1. Consultoria Jurídica;
2.2. Assessoria Especial;
2.3. Assessoria de Planejamento;
2.4. Assessoria de Imprensa;
2.5. Assessoria de Cerimonial.” (NR).
Art. 2º. O art. 9º. da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, passa a vi-
gorar com a seguinte redação:
“Art. 9º A Auditoria Administrativa de Controle Interno tem por finalidade
comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto à eficácia e eficiência

296
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

da gestão contábil, orçamentária, financeira, patrimonial e operacional, no


âmbito das unidades administrativas do Poder Judiciário, competindo-lhe:
I – exercer a coordenação geral, a orientação normativa, a supervisão téc-
nica e a realização de atividades inerentes ao controle interno;
II – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a
execução dos planos, programas e orçamento do Poder Judiciário do Estado
do Ceará;
III – realizar inspeções e auditorias de natureza contábil, orçamentária,
financeira, patrimonial e operacional nas unidades administrativas;
IV – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pelo Tribunal
de Justiça, mediante convênios, ajustes, acordos ou outro instrumento con-
gênere;
V – emitir certificado de auditoria atestando a regularidade ou a irregula-
ridade das prestações e tomadas de contas dos responsáveis pela guarda e
aplicação de valores e bens públicos administrados pelo Poder Judiciário do
Estado do Ceará;
VI – submeter à aprovação do Presidente do Tribunal de Justiça o plano
anual de auditoria;
VII – submeter à ciência do Presidente do Tribunal de Justiça os resultados
de auditorias e inspeções realizadas no âmbito das unidades administrativas
judiciárias, inclusive para o fim disposto no inciso XIII deste artigo;
VIII – avaliar normas e procedimentos administrativos, recomendando os
pontos de controle necessários à segurança dos sistemas estabelecidos;
IX – avaliar o nível de execução de metas, o alcance de objetivos e a ade-
quação das ações dos gestores diretamente responsáveis;
X – auxiliar os gestores na gerência e nos resultados de suas ações, por
meio de recomendações que visem a aprimorar procedimentos e controles;
XI – orientar as demais unidades na prática de atos administrativos, ga-
rantindo a conformidade com a legislação específica e normas correlatas;

297
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

XII – apoiar o controle externo do Estado e da União, zelando pelo sane-


amento dos processos que devam ser submetidos ao seu exame, acompa-
nhando o cumprimento de suas determinações e recomendações;
XIII – dar ciência ao Tribunal de Contas do Estado do Ceará dos casos
que configurem improbidade administrativa, praticados por responsáveis pela
guarda e aplicação de recursos públicos administrados pelo Poder Judiciário
Estadual, sob pena de responsabilidade solidária;
XIV – verificar a conformidade da execução orçamentária com as regras
estabelecidas na Lei Complementar n. 101/2000 – Lei de Responsabilidade
Fiscal;
XV – prestar assessoramento direto e imediato ao Presidente do Tribunal
de Justiça, nos assuntos relativos ao controle interno, especialmente no que
diz respeito aos dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal;
XVI – propor normas e procedimentos de auditoria e fiscalização de gestão
da administração judiciária;
XVII – executar outras atividades que lhe forem correlatas, ou conferidas
legalmente, no âmbito de sua competência.
Parágrafo único. Nenhum processo, documento, livro, registro ou informa-
ção, inclusive acesso à base de dados de informática, poderá ser sonegado
no exercício inerente às atividades de auditoria, fiscalização e avaliação da
gestão do Poder Judiciário.” (NR).
Art. 3º. Os §§ 1°., 2°., 3°. do art. 11 da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de
1995, passam a vigorar com as seguintes redações, nele sendo acrescentado
o § 4º., abaixo:
“Art. 11. ...
§ 1º A Secretaria Geral do Tribunal de Justiça, com suas atribuições e es-
trutura adiante definidas, subdivide-se em:
I – Secretaria de Administração;
II – Secretaria de Finanças;
III – Secretaria de Tecnologia da Informação;

298
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

IV – Secretaria Judiciária.
§ 2º Subordina-se também à Secretaria Geral do Tribunal de Justiça o De-
partamento de Serviços Integrados de Saúde, com as seguintes atribuições:
I – realizar consultas médicas, em nível ambulatorial, com emissão de
receitas e de atestados, requisição de exames médicos e encaminhamentos
para instituições de saúde;
II – realizar outros serviços integrados à área da saúde, odontológicos,
psicológicos e fonoaudiológicos, inclusive.
§ 3º O Diretor do Departamento de Serviços Integrados de Saúde será
nomeado pelo Presidente do Tribunal de Justiça, em comissão, dentre profis-
sionais detentores de curso superior em medicina, com reconhecida aptidão
técnica e gerencial.
§ 4º O cargo de Secretário Geral do Tribunal de Justiça, de recrutamento
amplo e livre nomeação e exoneração pelo Presidente do Tribunal de Justiça,
é privativo de bacharel em Direito, de reconhecida competência técnica e
ilibada reputação, conforme o disposto no Código de Divisão e Organização
Judiciária do Estado do Ceará.” (NR).
Art. 4º. A atual Secretaria de Administração e Finanças, integrante da es-
trutura do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, criada pela Lei n. 12.483,
de 3 de agosto de 1995, fica subdividida em duas, Secretaria de Adminis-
tração e Secretaria de Finanças, ambas subordinadas à Secretaria Geral do
Tribunal de Justiça, em cuja estrutura organizacional se integram.
Parágrafo único. O cargo de Secretário de Administração e Finanças, sím-
bolo DGS-2, criado pela Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, passa a deno-
minar-se Secretário de Administração do Tribunal de Justiça, símbolo DGS-2.
Art. 5º. O art. 12 da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, passa a vigo-
rar com a seguinte redação:
“Art. 12. A Secretaria de Administração é o órgão central ao qual incumbe
desenvolver as atividades de planejamento, organização, direção e controle das
funções administrativas do Poder Judiciário, competindo-lhe especificamente:

299
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – a administração de recursos humanos, incluindo recrutamento, sele-


ção, treinamento e desenvolvimento do pessoal; planejamento, organização,
administração e controle do Quadro de Carreiras, vencimentos, vantagens
e benefícios; registro funcional do pessoal técnico-administrativo auxiliar e
aplicação de regime disciplinar, bem como o gerenciamento do pessoal ter-
ceirizado;
II – a administração de material e patrimônio;
III – a administração de serviços gerais, abrangendo os serviços de proto-
colo, transportes e zeladoria;
IV – os serviços de engenharia, abrangendo projeto, cálculo, execução e
acompanhamento de serviços de engenharia e manutenção predial e de ins-
talações.
§ 1º Subordinam-se à Secretaria de Administração os seguintes Departa-
mentos:
I – Departamento de Recursos Humanos;
II – Departamento de Material, Patrimônio e Serviços Gerais;
III – Departamento de Engenharia.
§ 2º O ocupante do cargo de Secretário de Administração, de recrutamen-
to amplo, será nomeado, em comissão, pelo Presidente do Tribunal de Justi-
ça, dentre profissionais portadores de curso superior, de reputação ilibada e
reconhecida competência técnica e gerencial na área de administração.” (NR)
Art. 6º. Ficam incluídos na Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, os ar-
tigos 12-A, 12-B, 12-C, 12-D,12-E e 12-F, com a seguinte redação:
“Art. 12-A. A Secretaria de Finanças é o órgão central ao qual incumbe
desenvolver as atividades de planejamento, organização, direção e controle
das funções financeiras do Poder Judiciário, competindo-lhe especificamente
a administração financeira, abrangendo os sistemas de gestão orçamentária,
financeira e de contabilidade no âmbito do Poder Judiciário.
§ 1º São as seguintes as unidades subordinadas diretamente ao Secretá-
rio de Finanças:

300
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – Departamento Financeiro;
II – Secretaria Executiva do Fundo de Reaparelhamento e Modernização
do Poder Judiciário do Estado do Ceará – FERMOJU.
§ 2º O ocupante do cargo de Secretário de Finanças, símbolo DGS-2, de
recrutamento amplo, será nomeado, em comissão, pelo Presidente do Tribu-
nal de Justiça, dentre profissionais portadores de curso superior, de reputação
ilibada e reconhecida competência técnica e gerencial na área financeira.
§ 3º Subordinam-se, também, diretamente ao Secretário de Finanças, as
seguintes Divisões:
I – Divisão de Contabilidade;
II – Divisão de Orçamento.
Art. 12-B. Fica criada a Secretaria de Tecnologia da Informação, subordi-
nada à Secretaria Geral do Tribunal de Justiça, cujo titular ocupará o cargo de
provimento em comissão de Secretário de Tecnologia da Informação, símbolo
DGS 2.
Art. 12-C. A Secretaria de Tecnologia da Informação é o órgão central ao
qual incumbe desenvolver as atividades de planejamento, organização, dire-
ção e controle das funções ligadas à tecnologia da informação e comunicação
do Poder Judiciário, competindo-lhe especificamente:
I – a administração dos serviços de informática;
II – a administração dos serviços de comunicação de voz e dados;
III – a administração dos serviços de documentação, arquivo e biblioteca;
IV – a gestão da segurança da informação.
§ 1º A Secretaria de Tecnologia da Informação será dirigida por um Se-
cretário, de recrutamento amplo, nomeado em comissão, pelo Presidente do
Tribunal de Justiça, dentre profissionais de nível superior, de reputação ilibada
e reconhecida competência na área da Tecnologia da Informação.
§ 2º Integram a Secretaria de Tecnologia da Informação:
I – o Departamento de Informática;
II – o Departamento de Gestão de Documentos.

301
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 12-D. O Departamento de Informática é a unidade administrativa in-


tegrante da estrutura da Secretaria de Tecnologia da Informação, incumbin-
do-lhe a execução da política de tecnologia da informação e comunicação no
âmbito do Poder Judiciário, competindo-lhe especificamente:
I – colaborar na estruturação do Plano Diretor de Informática, com hori-
zonte temporal de, no mínimo, 3 (três) anos;
II – relacionar-se com os órgãos superiores e demais departamentos do
Poder Judiciário, a fim de levantar as necessidades da área de informática e
desenvolver os sistemas correspondentes;
III – estudar e definir os programas a serem elaborados a partir de ins-
truções de análise;
IV – definir necessidades de otimização ou substituição dos sistemas;
V – analisar os problemas de ordem operacional dos sistemas;
VI – encarregar-se da montagem, documentação e teste dos programas;
VII – manter contatos com usuários para definir entradas compatíveis com
o processamento e as saídas de informações, segundo suas reais necessidades;
VIII – acompanhar cronogramas de execução;
IX – verificar, com a frequência exigida, o estado dos equipamentos de
computação utilizados e cuidar da manutenção destes;
X – adotar as medidas necessárias e coordenar a implantação e o funcio-
namento do sistema de segurança e o credenciamento de pessoas e empre-
sas, no trato de assuntos, documentos e tecnologia sigilosos;
XI – planejar e coordenar a execução das atividades de segurança da in-
formação e comunicações na administração do Poder Judiciário Estadual;
XII – definir requisitos metodológicos para implementação da segurança
da informação e comunicações pelos órgãos da administração do Poder Judi-
ciário Estadual;
XIII – operacionalizar e manter unidade de tratamento e resposta a in-
cidentes ocorridos nas redes de computadores da administração do Poder
Judiciário Estadual;

302
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

XIV – estudar legislações correlatas e implementar as propostas sobre


matérias relacionadas à segurança da informação e comunicações; e
XV – avaliar convênios, acordos ou atos entre entidades públicas relacio-
nados à segurança da informação e comunicações.
§ 1º O Departamento de Informática será dirigido por um Diretor, nome-
ado em comissão pelo Presidente do Tribunal de Justiça, dentre profissionais
de nível superior, de reconhecida competência na área de Tecnologia da In-
formação.
§ 2º A estrutura básica e setorial do Departamento de Informática é a
seguinte:
I – Divisão de Sistemas e Métodos:
a) Serviço de Desenvolvimento de Sistemas;
b) Serviço de Organização e Métodos;
II – Divisão de Tecnologia;
III – Divisão de Produção:
a) Serviço de Operação;
b) Serviço de Suporte Técnico;
c) Serviço de Atendimento ao Usuário.
IV – Divisão de Segurança da Informação.
Art.12-E. A Divisão de Segurança da Informação é a unidade administra-
tiva integrante do Departamento de Informática que tem por finalidade de-
senvolver atividades ligadas à segurança da informação no âmbito do Poder
Judiciário, cabendo-lhe:
I – adotar as medidas necessárias e coordenar a implantação e o funcio-
namento do sistema de segurança e credenciamento de pessoas e empresas,
no trato de assuntos, documentos e tecnologia sigilosos;
II – planejar e coordenar a execução das atividades de segurança da infor-
mação e comunicações na administração do Poder Judiciário Estadual;
III – definir requisitos metodológicos para implementação da segurança
da informação e comunicações pelos órgãos da administração do Poder Judi-
ciário Estadual;

303
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

IV – operacionalizar e manter unidade de tratamento e resposta a inciden-


tes ocorridos nas redes de computadores da administração do Poder Judiciá-
rio Estadual;
V – estudar legislações correlatas e implementar as propostas sobre ma-
térias relacionadas à segurança da informação e comunicações; e
VI – avaliar convênios, acordos ou atos entre entidades públicas relacio-
nados à segurança da informação e comunicações.
Art. 12-F. O Departamento de Gestão de Documentos é a unidade admi-
nistrativa da Secretaria de Tecnologia da Informação que tem por finalidade
desenvolver as atividades de impressão, arquivo e documentação, e de biblio-
teca no âmbito do Poder Judiciário.
§ 1º A chefia do Departamento de Gestão de Documentos será exercida,
em comissão, por um Diretor nomeado pelo Presidente do Tribunal de Justi-
ça, dentre profissionais de nível universitário de reconhecida competência na
área de documentação e arquivo.
§ 2º As atribuições do Departamento de Gestão de Documentos serão
exercidas por suas unidades administrativas:
I – Divisão de Arquivo:
a) classificar, catalogar, reproduzir e guardar documentos de interesse his-
tórico e administrativo do Poder Judiciário;
b) formular e expedir normas gerais sobre arquivamento, descarte e des-
tinação final de papéis.
II – Divisão de Biblioteca:
a) selecionar, adquirir, catalogar, classificar e guardar coleções, livros e
periódicos;
b) conservar e manter o material bibliográfico e de natureza permanente
da Biblioteca;
c) controlar as assinaturas de publicações;
d) preparar catálogos bibliográficos destinados ao público leitor e outras
listagens auxiliares;

304
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

e) supervisionar e controlar os empréstimos de publicações e fornecimen-


to de cópias;
f) orientar pesquisas e levantamentos bibliográficos de interesse do Poder
Judiciário;
g) manter e divulgar banco de dados informatizados sobre jurisprudência
do próprio Tribunal de Justiça e de outros estados;
h) executar outras tarefas correlatas.
III – Divisão de Gerenciamento Eletrônico de Documentos:
a) executar tarefas de classificação, catalogação, reprodução, impressão,
gravação eletrônica e guarda, em meio digital, dos documentos de interesse
jurídico, histórico e administrativo do Poder Judiciário;
b) formular e expedir normas gerais sobre arquivamentos eletrônicos.”
(NR).
Art. 7º. O art. 13 da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, passa a vigo-
rar com a seguinte redação:
“Art. 13. A Secretaria Judiciária é a unidade administrativa encarregada
do planejamento, da organização, da direção e do controle das atividades
auxiliares do Tribunal de Justiça na distribuição dos feitos; no preparo dos
processos para julgamento; emissão, divulgação e publicidade dos despa-
chos, acórdãos e decisões monocráticas, resoluções e outros atos processuais
e administrativos; elaboração de cálculos aritméticos e judiciais e controle do
trâmite dos precatórios; informações e relatórios aos julgadores, partes e ad-
vogados, e outras atividades correlatas; a elaboração da estatística judiciária,
inclusive, que deverá ser publicada periodicamente no Diário da Justiça.
§ 1º O titular da Secretaria Judiciária, de recrutamento amplo, será nome-
ado, em comissão, pelo Presidente do Tribunal de Justiça, dentre bacharéis
em Direito, de reputação ilibada e com reconhecida competência técnica.
§ 2º À Secretaria Judiciária compete, também, fornecer subsídios ao Pre-
sidente do Tribunal de Justiça para a organização e modernização dos servi-
ços judiciários do Estado.

305
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 3º As atividades da Secretaria Judiciária serão agrupadas em unidades


administrativas, segundo a natureza, a espécie e o tipo dos processos judi-
ciais; a especialização e a competência dos órgãos julgadores; o volume e a
complexidade dos serviços exigidos, integrando sua estrutura:
I – o Departamento de Serviços Judiciários de Apoio;
II – o Departamento Judiciário Cível;
III – o Departamento Judiciário Penal.
§ 4º Subordina-se, também, diretamente ao Secretário Judiciário a Divi-
são de Distribuição, unidade administrativa responsável pelo recebimento,
autuação, estudo da prevenção, distribuições e redistribuições de processos;
expedição de informações, emissão de certidões, atos e termos processuais;
elaboração de expedientes e encaminhamento de processos.
§ 5º Os Departamentos integrantes da estrutura da Secretaria Judiciária e
suas Divisões serão dirigidos por bacharéis em Direito nomeados em comis-
são pelo Presidente do Tribunal de Justiça.
§ 6º A estrutura da Divisão de Distribuição compreende:
I – Serviço de Distribuição Cível;
II – Serviço de Distribuição Criminal.
§ 7º Sem prejuízo da subordinação hierárquica aos Presidentes das res-
pectivas Câmaras, vinculam-se funcionalmente ao Secretário Judiciário as
Secretarias das Câmaras, competindo-lhes prestar informações para assis-
tência técnica, jurídica e processual no acompanhamento, orientação e con-
trole das unidades por onde tramitem os feitos da competência do Tribunal
de Justiça.” (NR).
Art. 8º. Ao Departamento de Serviços Judiciários de Apoio compete de-
senvolver a programação, a execução e o controle das atividades de repro-
dução dos trabalhos das Câmaras Reunidas e Isoladas, e do Tribunal Pleno;
organização e pesquisa de jurisprudência; preparo de dados estatísticos, ser-
viços de precatórios e de cálculos judiciais, além dos serviços de protocolo
geral. (Redação alterada pela Lei 14.311 de 20.3.2009, DO 25.3.2009)

306
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º O Departamento de Serviços Judiciários de Apoio tem a seguinte es-


trutura:
I – Serviço de Estatística e Jurisprudência;
II – Serviço de Precatórios;
III – Serviço de Cálculos Judiciais;
IV – Serviço de Protocolo Geral.
§ 2º Compete, ainda, ao Departamento de Serviços Judiciários de Apoio:
a) desenvolver todos os procedimentos necessários ao controle do trâmite
de precatórios, desde a sua autuação até seu integral cumprimento;
b) informar quanto aos incidentes processuais relativos a precatórios,
petições, que lhes digam respeito, inclusive pedidos de sequestro, pedidos
de intervenção, agravos regimentais, mandados de segurança, reclamações
constitucionais e correicionais;
c) prestar informações e atender as partes sobre contas nos processos;
d) apresentar mensalmente estatística dos precatórios recebidos e res-
pectivos encaminhamentos e cumprimentos;
e) elaborar cálculos aritméticos que se fizerem necessários sobre quais-
quer direitos e obrigações, referentes aos processos que tramitam no Tribunal
de Justiça e que são originários das comarcas do interior do Estado;
f) cumprir qualquer outra determinação judicial;
h) operacionalizar as atividades de protocolo concernentes ao recebimen-
to, à triagem, ao registro sequencial, ao fornecimento de comprovantes, à
movimentação e entrega de documentos e de correspondências, incluídos os
processos judiciais, no âmbito do Poder Judiciário;
i) operar o sistema informatizado de protocolo;
j) executar outras atribuições correlatas.” (NR).
Art. 9º. O Departamento Judiciário Cível é a unidade administrativa da
Secretaria Judiciária do Tribunal de Justiça ao qual compete o recebimento e
preparo dos processos cíveis, expedição de informações, notificações, cita-
ções, intimações, emissão de certidões, e atos e termos processuais; remes-

307
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

sa de processos à distribuição e aos relatores, providenciando os expedien-


tes, apoiando-se na seguinte estrutura:
I – Serviço de Mandado de Segurança; II – Serviço de Recursos Privativos;
III – Serviço de Atos Processuais;
IV – Serviço de Recursos Cíveis.
Art. 10. O Departamento Judiciário Penal é a unidade administrativa da
Secretaria Judiciária do Tribunal de Justiça ao qual compete o recebimento e
preparo dos processos penais; expedição de informações, notificações, cita-
ções, intimações; emissão de certidões e atos e termos processuais; remessa
de processos à distribuição e aos relatores; elaboração dos expedientes, fazen-
do as anotações e registros necessários, e apoiar-se-á na seguinte estrutura:
I – Serviço de Habeas corpus; II – Serviço de Apelação Crime;
III – Serviço de Recursos Criminais.
Art. 11. O art. 17 da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, passa a vi-
gorar com a seguinte redação:
“Art. 17. As subunidades da Secretaria Geral do Tribunal de Justiça, da
Secretaria de Administração, da Secretaria de Finanças, da Secretaria de Tec-
nologia da Informação e da Secretaria Judiciária organizar-se-ão em Depar-
tamentos, Divisões e Serviços, de acordo com o volume e a natureza do tra-
balho e as necessidades de especialização exigidas, para maior eficiência e
eficácia das atividades desenvolvidas.” (NR).
Art. 12. Fica renumerado o parágrafo único do art. 19 da Lei n. 12.483,
de 3 de agosto de 1995, para § 1º., acrescentando-se ao referido artigo o §
2º., que passarão a ter a seguinte redação:
“Art. 19. ...
§ 1º As modificações nas estruturas organizacionais formais do Poder Ju-
diciário deverão ser precedidas, sempre, de estudo técnico, no qual se garan-
ta a racionalidade administrativa.
§ 2º O detalhamento da competência dos órgãos e unidades administra-
tivas e das atribuições do pessoal e das chefias das unidades e subunidades

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

do Tribunal de Justiça será objeto de regulamentação mediante regimento,


bem como de normas operacionais a serem baixadas por Resolução do Tribu-
nal de Justiça e atos da competência do Presidente, do Diretor do Fórum da
Comarca da Capital ou do Corregedor Geral da Justiça, nas respectivas áreas
de atuação.” (NR).
Art. 13. O art. 21 da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, passa a vi-
gorar com a seguinte redação:
“ Art. 21. Compete especificamente ao Gabinete da Presidência:
I – preparar e encaminhar o expediente do Presidente;
II – organizar a agenda diária do Presidente, articulando-se com as Asses-
sorias de Cerimonial e de Imprensa, quando for o caso;
III – organizar e manter atualizado o arquivo de correspondência;
IV – diligenciar sobre outros assuntos correlatos que lhe sejam encami-
nhados pelo Presidente do Tribunal.” (NR).
Art. 14. Os incisos II dos §§ 1°. e 2°. do art. 22 da Lei n. 12.483, de 3 de
agosto de 1995, passam a vigorar com as seguintes redações:
“ Art. 22. ...
§ 1º ...
II – os demais servidores lotados no Gabinete da Presidência.
§ 2º. ...
II – a Consultoria Jurídica.” (NR).
Art. 15. O art. 23 da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, passa a vi-
gorar com a seguinte redação:
“Art. 23. O Departamento de Engenharia é a unidade administrativa inte-
grante da Secretaria de Administração ao qual compete planejar, coordenar,
dirigir, fiscalizar e controlar as atividades e tarefas componentes dos sistemas
de obras e manutenção de edificações e instalações afetas ao Poder Judiciário.
§ 1º O Departamento de Engenharia terá a seguinte estrutura:
I – Divisão de Obras:
a) Serviço de Projetos;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

b) Serviço de Orçamentação;
II – Divisão de Acompanhamento e Manutenção:
a) Serviço de Fiscalização de Obras;
b) Serviço de Manutenção.
§ 2° São atribuições da Divisão de Obras:
a) elaborar, diretamente ou por terceiros, projetos, cálculos e orçamentos
de obras do interesse do Poder Judiciário;
b) coordenar a elaboração do planejamento físico-financeiro de obras;
c) acompanhar a contratação de obras;
d) executar outras atividades correlatas.
§ 3° São atribuições da Divisão de Acompanhamento e Manutenção:
a) acompanhar e fiscalizar a execução de obras e serviços contratados;
b) acompanhar a execução de contratos de manutenção firmados entre o
Poder Judiciário e as empresas especializadas;
c) supervisionar a manutenção dos elevadores, sistemas e aparelhos de ar
condicionado, máquinas, mobiliários e aparelhos eletrônicos, exceto aqueles
da área de informática;
d) executar direta ou indiretamente reparos nas instalações dos prédios,
especialmente redes elétricas, de dados, hidráulicas e de telecomunicações;
e) registrar a manutenção dos equipamentos sob a responsabilidade do
setor;
f) zelar pela manutenção dos aparelhos e redes de comunicação;
g) acompanhar os reparos, por execução direta ou mediante serviços de
terceiros, expedindo ordem de retirada de material a ser transportado para
oficinas, contatando, previamente, a pessoa responsável pelo bem patrimo-
nial, e para fins de liberação pela segurança;
§ 4º O Diretor do Departamento de Engenharia será nomeado, em co-
missão, pelo Presidente do Tribunal de Justiça dentre profissionais de nível
superior, da área da engenharia ou arquitetura, de reconhecida competência
técnica e administrativa.” (NR).

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 16. O art. 25 da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, passa a vi-


gorar com a seguinte redação:
“Art. 25. O Departamento de Recursos Humanos é o órgão integrante da
Secretaria de Administração do Poder Judiciário ao qual compete planejar, co-
ordenar, dirigir e controlar as atividades e tarefas componentes dos sistemas
sob sua área gerencial.
§ 1º O Departamento de Recursos Humanos terá a seguinte estrutura:
I – Divisão de Recrutamento e Desenvolvimento de Pessoal:
a) – Serviço de Recrutamento e Seleção;
b) – Serviço de Treinamento;
II – Divisão de Pessoal:
a) – Serviço de Cadastro e Controle Funcional;
b) – Serviço de Direitos e Vantagens;
c) – Serviço de Processos e Feitos Administrativos;
d) – Serviço de Administração de Cargos;
III – Divisão de Folha de Pagamento:
a) – Serviço de Registros Financeiros;
b) – Serviço de Instrução e Informação Financeira.
§ 2º O Diretor do Departamento de Recursos Humanos da Secretaria de
Administração será nomeado, em comissão, pelo Presidente do Tribunal de
Justiça, dentre profissionais de curso superior, com reconhecida competência
na área de Recursos Humanos.
§ 3º Compete ao Departamento de Recursos Humanos por suas unidades
administrativas:
I – Divisão de Recrutamento e Desenvolvimento de Pessoal:
a) realizar estudos e pesquisas sobre evasão, rotatividade, idade cronoló-
gica e de tempo de serviço do pessoal para fins de programar a reposição da
força de trabalho do Poder Judiciário;
b) realizar pesquisas e estudos internos sobre as necessidades qualitati-
vas e quantitativas de pessoal, de forma que possa orientar o recrutamento

311
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

interno e externo e os programas de treinamento e desenvolvimento, inclusi-


ve de estagiários;
c) elaborar, em conjunto com a Consultoria Jurídica, os regulamentos de
concursos para provimento de cargos de servidores e serventuários de justiça;
d) realizar concursos públicos para o provimento de cargos ou funções do
Quadro III – Poder Judiciário;
e) realizar a programação do treinamento, estabelecendo os currículos de
acordo com o perfil descritivo dos cargos;
f) realizar pesquisas externas sobre fontes fornecedoras de mão de obra
especializada necessária ao Poder Judiciário, inclusive junto a Universidades
para admissão de estagiários;
g) selecionar e indicar à Administração Superior os cursos de curta du-
ração ou outros eventos que, promovidos por entidades externas, sejam do
interesse do desenvolvimento pessoal e profissional do candidato oriundo do
Poder Judiciário e, portanto, possa servir-lhe de melhoria funcional e dos ser-
viços prestados pelo Poder Judiciário;
h) planejar e executar cursos na área administrativa, inclusive através da
terceirização de serviços, considerando as necessidades existentes nos diver-
sos segmentos do Poder Judiciário;
i) colaborar com a Escola Superior da Magistratura, em eventos por esta
promovidos, de interesse geral para o desenvolvimento dos recursos huma-
nos do Poder Judiciário;
j) administrar, juntamente com a Divisão de Pessoal, os projetos de está-
gio de estudantes universitários junto ao Tribunal de Justiça;
k) executar outras tarefas correlatas;
II – Divisão de Pessoal:
a) manter atualizado o sistema de registro dos dados funcionais dos magis-
trados e dos servidores, da mão de obra terceirizada e estagiários, inclusive;
b) manter ementários da legislação sobre regime jurídico dos servidores,
bem como sobre os direitos e vantagens da Magistratura;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

c) manter atualizada a lotação setorial do pessoal do Poder Judiciário,


pelas diversas unidades administrativas, da mão de obra terceirizada e esta-
giários, inclusive;
d) manter atualizada a lotação dos magistrados nas Comarcas e Varas;
e) manter controle da frequência e do exercício, da mão de obra terceiri-
zada e estagiários, inclusive;
f) providenciar os instrumentos necessários à administração do Plano de
Cargos e Carreiras, coordenando a avaliação de desempenho, lista de antigui-
dade, recomendações para treinamento etc;
g) informar processos de aposentadoria no que respeita aos vencimentos
e vantagens auferidas e sua fundamentação legal;
h) executar outras atividades correlatas determinadas pela Diretoria do
Departamento;
III – Divisão de Folha de Pagamento:
a) controlar e manter atualizados os registros financeiros dos magistrados
e servidores do Poder Judiciário, sendo responsável pelos comandos para ela-
boração das folhas de pagamento;
b) informar e atestar a exatidão de processos de concessão de direitos e
vantagens dos magistrados e servidores do Poder Judiciário;
c) emitir declarações e certidões sobre rendimentos e vantagens;
d) controlar as consignações em folha de pagamento;
e) executar outras atividades correlatas determinadas pela Diretoria do
Departamento.” (NR).
Art. 17. O art. 26 da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, passa a vi-
gorar com a seguinte redação:
“Art. 26. O Departamento Financeiro é a unidade administrativa integrante
da Secretaria de Finanças responsável pelo planejamento, direção, coorde-
nação e controle das atividades próprias do sistema de gestão orçamentária,
financeira, patrimonial e de contabilidade no âmbito do Poder Judiciário.
§ 1º O Departamento Financeiro terá a seguinte estrutura:

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – Divisão de Programação e Fluxo de Caixa;


II – Divisão de Tesouraria;
III – Divisão de Contabilidade:
a) Serviço de Preparo de Contas;
b) Serviço de Prestação de Contas e Balanço.
IV – Divisão de Orçamento:
a) Serviço de Controle de Dotações;
b) Serviço de Empenho.
§ 2º O Diretor do Departamento Financeiro será nomeado, em comissão,
pelo Presidente do Tribunal de Justiça dentre profissionais de nível superior,
de reconhecida competência na área financeira.
§ 3º Compete ao Departamento Financeiro por suas unidades administrativas:
I – Divisão de Programação e Fluxo de Caixa:
a) elaborar e gerir o fluxo de caixa do Poder Judiciário, solicitando, com
oportunidade e presteza, os duodécimos necessários à cobertura das despe-
sas, repassando à Divisão de Tesouraria as informações pertinentes;
b) controlar, registrando analiticamente, as transferências de recursos re-
cebidos, elaborando os demonstrativos de recebimentos e pagamentos efe-
tuados;
c) executar outras atribuições correlatas;
II – Divisão de Tesouraria:
a) executar a abertura ou encerramento de contas bancárias do Poder
Judiciário;
b) administrar sistemas de pagamentos, preferencialmente automáticos;
c) informar e instruir processos de inscrição de consignatários e de devo-
lução de consignações;
d) efetuar os pagamentos de despesas liquidadas e autorizadas pela auto-
ridade competente, bem como das consignações, averbadas ou não em folha
de pagamento do pessoal; dos restos a pagar processados; das restituições
dos depósitos e das cauções, e executar outras despesas extraorçamentárias,

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

por intermédio do sistema informatizado e centralizado da administração fi-


nanceira do Estado;
e) remeter ordens bancárias às instituições financeiras, correspondentes
aos pagamentos programados;
f) prestar contas dos recursos recebidos e proporcionar informações regu-
lares ao órgão de Auditoria Administrativa de Controle Interno;
g) executar outras atribuições correlatas.
III – Divisão de Contabilidade:
a) executar a contabilidade setorial do Poder Judiciário, observando as
normas do sistema informatizado e centralizado de administração financeira
do Estado, sem prejuízo da autonomia do Poder;
b) observar a aplicação dos preceitos legais e atos regulamentares ema-
nados do órgão central de contabilidade e finanças do Estado e do Tribunal
de Contas, com o auxílio da Auditoria Administrativa de Controle Interno do
Poder Judiciário;
c) organizar e manter atualizado o cadastro dos responsáveis por valores
e bens públicos afetos ao Poder Judiciário;
d) organizar prestações de contas dos recursos transferidos ao Poder Ju-
diciário e atender às equipes técnicas do Tribunal de Contas do Estado, pres-
tando-lhe as informações requeridas;.
e) emitir guias de lançamento para efeitos contábeis;
f) supervisionar e controlar as tarefas pertinentes à conciliação dos saldos
das contas bancárias do Poder Judiciário, bem como relativamente ao sistema
informatizado e centralizado de administração financeira do Estado;
g) realizar o acompanhamento e controle mensal das contas de telefonia
móvel celular de aparelhos utilizados por servidores ou magistrados, às ex-
pensas do Tribunal de Justiça;
h) executar outras atribuições correlatas;
IV – Divisão de Orçamento:
a) registrar e controlar os créditos orçamentários e adicionais consignados
ao Poder Judiciário;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

b) elaborar a proposta orçamentária do Poder Judiciário;


c) emitir notas orçamentárias autorizadas pelo ordenador de despesas,
bem como as respectivas anulações de empenhos;
d) emitir demonstrativos mensais dos recursos orçamentários recebidos,
empenhados e existentes nos diversos elementos de despesas;
e) registrar, controlar e analisar as prestações de contas de suprimentos
de fundos concedidos;
f) registrar e controlar a vigência de convênios, contratos e respectivos
planos de aplicação e prestação de contas;
g) efetuar registros das despesas de exercícios anteriores;
h) efetuar registros de despesas realizadas através de empenho global,
estimativo e ordinário;
i) registrar processos inscritos em restos a pagar;
j) emitir notas, empenhos ou guias financeiras;
l) executar outras atribuições correlatas.” (NR).
Art. 18. Fica incluído na Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, o art. 26-
A, com a seguinte redação : (Revogado pela Lei 14.311, de 20 de março de
2009, DO de 25 de março de 2009).
“Art. 26-A. A Secretaria Executiva do Fundo Especial de Reaparelhamento
e Modernização do Poder Judiciário – FERMOJU, é a unidade administrativa,
integrante da Secretaria de Finanças, incumbida de executar todas as ativida-
des de arrecadação, acompanhamento e controle dos recursos do FERMOJU.
§ 1º Incumbe à Secretaria Executiva do FERMOJU, por meio de suas uni-
dades administrativas:
I – Divisão de Arrecadação;
a) sugerir à Comissão de Administração do FERMOJU as diretrizes opera-
cionais do Fundo;
b) elaborar normas e instruções complementares dispondo sobre a arre-
cadação e a aplicação dos recursos financeiros disponíveis;
c) controlar o recolhimento e aplicação das receitas;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

d) executar outras atividades correlatas.


II – Divisão de Acompanhamento e Controle:
a) propor plano de aplicação dos recursos do FERMOJU;
b) preparar relatórios de prestação de contas do FERMOJU, para aprecia-
ção da Auditoria Administrativa de Controle Interno, Comissão de Adminis-
tração do FERMOJU, Tribunal de Contas do Estado e Assembleia Legislativa;
c) fiscalizar, em articulação com a Corregedoria Geral da Justiça, o reco-
lhimento das taxas, emolumentos, fianças, cauções, multas e demais receitas
do Fundo;
d) executar outras atribuições correlatas.
§ 2º O Secretário Executivo do FERMOJU será nomeado, em comissão,
pelo Presidente do Tribunal de Justiça dentre profissionais de nível superior,
de reconhecida competência na área financeira.”(NR).
Art. 19. O art. 31 da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, passa a vigo-
rar com a seguinte redação: (Revogado pela Lei 14.311, de 20 de março de
2009, DO de 25 de março de 2009).
“Art. 31. O Departamento de Material, Patrimônio e Serviços Gerais é a
unidade administrativa integrante da Secretaria de Administração responsável
pelo planejamento, direção, coordenação e controle das atividades relaciona-
das com a aquisição, guarda, suprimento e distribuição de materiais; controle
de estoques; registro, manutenção e inventário de bens patrimoniais; servi-
ços de transportes, serviços de zeladoria e serviços de protocolo e malotes.
§ 1º O Departamento de Material, Patrimônio e Serviços Gerais terá a se-
guinte estrutura:
I – Divisão de Material:
a) Serviço de Compras;
b) Serviço de Almoxarifado;
II – Divisão de Patrimônio;
III – Divisão de Serviços Gerais:
a) Serviço de Transportes;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

b) Serviço de Zeladoria;
c) Serviço de Protocolo Geral;
d) Serviço de Malotes.
§ 2º O Diretor do Departamento de Material, Patrimônio e Serviços Gerais
será nomeado, em comissão, pelo Presidente do Tribunal de Justiça, dentre
profissionais de nível superior de reconhecida competência técnica e admi-
nistrativa.
§ 3º São as seguintes as atribuições das unidades administrativas do De-
partamento de Material, Patrimônio e Serviços Gerais:
I – Divisão de Material:
a) organizar e manter atualizado todo o sistema de aquisição de materiais
e serviços necessários ao bom funcionamento das unidades administrativas
do Poder;
b) controlar o estoque dos materiais de consumo;
c) organizar e manter atualizado o cadastro de fornecedores de materiais,
observando, no que couber e não conflitar com a organização do Judiciário,
as normas operacionais do sistema de material do Estado;
d) realizar o controle quantitativo e qualitativo do material adquirido e em
estoque, observando as especificações e requisições;
e) solicitar autorização para pedidos de compras;
f) manter o almoxarifado em perfeitas condições físicas e ambientais para
a adequada guarda dos diversos itens de material;
g) organizar catálogos de materiais;
h) acatar e propor medidas para a racionalização do consumo de materiais;
i) examinar, conferir, recusar ou atestar o recebimento dos materiais com
base nas especificações dos pedidos;
j) propor padronização dos bens móveis a serem adquiridos, para o fim de
racionalizar a sua manutenção;
k) manter estatísticas do consumo médio mensal dos materiais estocados;
l) atender às requisições de materiais dentro das normas operacionais
estabelecidas;

318
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

m) executar outras atividades correlatas;


II – Divisão de Patrimônio:
a) cadastrar e controlar a movimentação dos bens patrimoniais móveis
do Poder Judiciário, mantendo atualizados os termos de responsabilidade,
utilizando, de preferência, sistema informatizado de operacionalização dessas
medidas;
b) elaborar os balancetes mensais e o inventário anual dos bens patrimo-
niais, para fins de incorporação ao Balanço Geral do Estado;
c) realizar inspeções para verificar a situação de uso e conservação dos
bens patrimoniais;
d) arrolar os materiais considerados inservíveis ou de manutenção com-
provadamente antieconômica e propor medidas para a baixa e a destinação
final desses bens;
e) incorporar ao patrimônio do Poder Judiciário todo o material adquirido,
doado ou transferido de outros órgãos;
f) controlar a aquisição ou aluguel de linhas telefônicas, fixas e móveis e
de aparelhos telefônicos e fotocopiadoras;
g) manter o cadastro do serviço telefônico móvel celular custeado pelo
Tribunal de Justiça;
III – Divisão de Serviços Gerais, por intermédio de suas subunidades:
a) Serviço de Transporte:
1. zelar pela guarda, adequada operação e sistemática manutenção dos
veículos do Poder Judiciário;
2. planejar e coordenar as atividades de utilização e manutenção dos veí-
culos do Poder Judiciário;
3. manter controle sobre a regularidade da situação dos veículos do Poder
perante o órgão de trânsito e as exigências de licenciamento e seguro;
4. atender às solicitações de veículo, mantendo controle sobre sua utiliza-
ção, conforme as normas operacionais para tanto estabelecidas, adotando as
providências cabíveis em caso de descumprimento;

319
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

5. solicitar perícias e sindicâncias sobre acidentes que envolvam veículos


do Poder Judiciário;
6. propor medidas para a baixa e alienação de veículos quando demons-
trada economicamente a inviabilidade de sua recuperação e manutenção;
7. opinar sobre a racionalidade do uso dos transportes coletivos locados
pelo Poder Judiciário e acompanhar e fiscalizar a regular execução do contrato
de prestação de serviços;
8. manter cadastro atualizado dos usuários dos ônibus locados;
9. controlar o desempenho operacional dos veículos, consumo de combus-
tíveis e lubrificantes e assegurar a sua manutenção preventiva.
b) Serviço de Zeladoria:
1. supervisionar a execução dos serviços de limpeza e conservação dos
imóveis do Poder Judiciário;
2. supervisionar os serviços contratados com terceiros nesta área de
atuação;
3. distribuir os encargos da zeladoria por áreas físicas compatíveis com a
força de trabalho disponível;
4. zelar pela segurança das instalações e bens do Poder, supervisionando
os serviços de prevenção contra incêndio;
5. abastecer e supervisionar os serviços de copa e cozinha do Tribunal;
6. executar outras atribuições correlatas.
c) Serviço de Protocolo Geral:
1. operacionalizar as atividades de protocolo concernentes ao recebimen-
to, à triagem, ao registro sequencial, ao fornecimento de comprovantes, à
movimentação e entrega de documentos e de correspondências, incluídos os
processos judiciais, no âmbito do Poder Judiciário;
2. operar o sistema informatizado de protocolo;
3. executar outras atribuições correlatas.
d) Serviço de Malotes:

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

1. executar atividades de expedição e recebimento de malotes, inclusive


obtendo os meios para postagem e prestando contas dos recursos para esse
fim recebidos;
2. administrar e controlar os contratos de transporte de documentos e de
serviços de correios e comunicações por via postal;
3. executar outras atribuições correlatas.” (NR).
Art. 20. O Capítulo III do Título III da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de
1995, passa a vigorar com a seguinte redação:

TÍTULO III
DA ESTRUTURA SETORIAL DOS ÓRGÃOS DE DIREÇÃO
E ASSESSORAMENTO
CAPÍTULO III
DAS ESTRUTURAS BÁSICA E SETORIAL DO FÓRUM DA COMARCA
DA CAPITAL
Seção Única
Da Diretoria do Fórum e da Secretaria Geral do Fórum

Art. 36. A Diretoria do Fórum da Comarca da Capital será exercida pelo


Vice-Presidente do Tribunal de Justiça e contará com grupo de servidores
para assistência e assessoramento imediato ao Desembargador Diretor, ocu-
pantes de cargos de provimento em comissão, inclusive, na forma definida no
anexo II , parte integrante desta Lei.
Art. 36-A. A Secretaria Geral do Fórum da Comarca da Capital, de igual
nível hierárquico ao das Secretarias de Administração, de Finanças, de Tec-
nologia da Informação e Judiciária do Tribunal de Justiça, subordinada direta-
mente ao Diretor do Fórum da Comarca da Capital, será dirigida pelo Secre-
tário Geral do Fórum, abrangendo as atividades administrativas e auxiliares
da Justiça na jurisdição da Comarca de Fortaleza, e terá a estrutura básica,

321
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

setorialmente subdividida em unidades e subunidades nos níveis de Departa-


mentos, Divisões, Serviços e Seções, da forma a seguir:
I – Coordenadoria de Cumprimento de Mandados, de simbologia DAS- 3;
II – Secretarias de Varas, nos termos do Capítulo IV do Subtítulo II do
Título IV da Lei n. 12.342, de 28 de julho de 1994 – Código de Divisão e Or-
ganização Judiciária do Estado do Ceará;
III – Departamento de Serviços Judiciais, abrangendo:
a) Divisão de Atividades Judiciárias, assim estruturada:
1. Serviço de Protocolo;
2. Serviço de Distribuição;
3. Serviço de Outras Atividades Judiciais, desdobrado em:
3.1. Seção de Partilhas e Leilões;
3.2. Seção de Contadoria;
3.3. Seção de Depósito Público;
3.4. Seção de Certidões;
3.5. Seção de Arquivo;
3.6. Seção de Malote;
b) Divisão de Apoio Judiciário;
IV – Departamento de Informática , abrangendo:
a) Serviço de Implantação de Sistemas;
b) Serviço de Atividades de Apoio, subdividido em:
1. Seção de Suporte Técnico;
2. Seção de Atendimento ao Usuário;
V – Departamento de Administração, assim organizado:
a) Serviço de Recursos Humanos, desdobrado em:
1. Seção de Pagamento;
2. Seção de Pessoal;
3. Centro de Treinamento Integrado;
b) Serviço de Apoio Administrativo:
1. Seção de Comunicação;

322
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

2. Seção de Reprografia;
3. Arquivo Administrativo;
c) Serviço Integrado de Saúde;
VI – Departamento de Patrimônio e Serviços Gerais, com a seguinte
estrutura:
a) Seção de Almoxarifado;
b) Seção de Patrimônio;
c) Seção de Manutenção;
d) Seção de Transporte;
e) Seção de Zeladoria;
VII – Juizado da Infância e da Juventude, com a seguinte estrutura de
apoio:
a) Divisão de Serviços Administrativos, compreendendo:
1. Seção de Serviços Gerais;
2. Seção de Apoio aos Serviços Administrativos;
3. Seção de Atendimento Inicial ao Adolescente em Conflito com a Lei;
b) Divisão de Procedimentos Administrativos e Judiciais, subdividida em:
1. Seção de Coordenação das Equipes de Manutenção de Vínculo e Adoção;
2. Seção de Cadastro de Adotantes e Adotandos;
3. Seção de Coordenação das Equipes de Medidas Socioeducativas.
§ 1º Os cargos comissionados de Secretário Geral do Fórum da Comarca
da Capital e de Coordenador de Cumprimento de Mandados serão exercidos
por bacharel em Direito, de reputação ilibada, sendo nomeados pelo Presi-
dente do Tribunal de Justiça, por indicação do Diretor do Fórum.
§ 2º As competências das unidades administrativas integrantes da estru-
tura da Secretaria Geral do Fórum da Comarca da Capital e as atribuições das
respectivas chefias e dos cargos de assessoramento e assistência imediata ao
Diretor do Fórum, inclusive, serão objeto de regulamentação mediante Regi-
mento, bem como de normas operacionais a serem baixadas por Resolução

323
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

do Tribunal de Justiça e atos da competência do Presidente do Tribunal de


Justiça e do Diretor do Fórum.
§ 3º A nova estrutura administrativa do Fórum da Comarca da Capital de-
finida neste artigo será compatibilizada, no que couber, com as disposições
contidas no Capítulo III do Subtítulo II do Título IV – Dos Serviços Auxiliares
Judiciais – da Lei n. 12.342, de 28 de julho de 1994, ficando, desde logo, o
Tribunal de Justiça autorizado a, mediante Resolução, definir complementar-
mente a matéria, em caso de necessidade.” (NR).
Art. 21. O caput do art. 58 da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995,
passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 58. O Quadro de Pessoal referido no artigo anterior será organizado
e administrado de acordo com as diretrizes emanadas do Tribunal de Justiça
e operacionalizado pelos órgãos competentes da Secretaria de Administração
do Poder Judiciário. (NR).
... ”
Art. 22. O inciso II do art. 372 da Lei n. 12.342, de 28 de julho de 1994,
passa a vigorar com a seguinte redação:
“ Art. 372. ...
II – de direção e gerenciamento: Secretaria Geral do Tribunal de Justiça,
desdobrando-se em:
a) Secretaria da Administração;
b) Secretaria de Finanças;
c) Secretaria de Tecnologia da Informação, e;
d) Secretaria Judiciária.
...” (NR).
Art. 23. Para o fim de viabilizar a reorganização administrativa, de que
trata esta Lei, ficam criados, extintos e/ou alterados em sua denominação,
símbolos e lotação os cargos de provimento em comissão do Quadro III –
Poder Judiciário, nos termos expressos nos anexos I e II, partes integrantes
desta Lei.

324
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. O provimento dos cargos previstos na situação nova do


anexo II referido no caput deste artigo dependerá de ato formal do Presidente
do Tribunal de Justiça.
Art. 24. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 25. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente os arts.
10, 18, 24, 27, 28, 29, 30, 32, 33, 34, 35 e 50 da Lei n. 12.483, de 3 de
agosto de 1995.

325
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 14.128, DE 06.06.08

Dispõe sobre a reestruturação das categorias funcionais integrantes do Grupo


Ocupacional Atividades Judiciárias do Quadro III do Poder Judiciário do Estado do
Ceará e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte


Lei:

CAPÍTULO I
DO GRUPO OCUPACIONAL ATIVIDADES JUDICIÁRIAS

Art. 1º. O Grupo Ocupacional Atividades Judiciárias do Quadro III do Po-


der Judiciário do Estado do Ceará, de que tratam as Leis n.s. 13.551, de 29 de
dezembro de 2004, 13.771, de 18 de maio de 2006, e 13.837, de 24 de no-
vembro de 2006, fica reestruturado pelas carreiras abaixo, constituídas pelos
cargos de provimento efetivo e suas respectivas áreas de atividades, classes
e referências, na forma do anexo I desta Lei:
I – Oficial de Justiça;
II – Analista Judiciário;
III -Técnico Judiciário.
Parágrafo único. Os cargos a que aludem os incisos I a III deste artigo têm
os seguintes âmbitos de atividades:
a) área judiciária, compreendendo serviços de natureza jurídica, abran-
gente de processamento de feitos, execução de mandados, análise e pes-
quisa de legislação, doutrina e jurisprudência nos vários ramos do Direito,
bem como elaboração de pareceres jurídicos e demais atividades de apoio de
caráter jurídico;

326
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

b) área técnico-administrativa, compreendendo serviços relacionados à


execução de atividades de natureza processual e administrativa: elaboração
de laudos e cálculos; gestão de recursos humanos, materiais e patrimoniais;
licitações e contratos; orçamento e finanças públicas; controle interno e au-
ditoria; desenvolvimento de sistemas, tecnologia e segurança da informação;
pesquisa e estatística; engenharia e arquitetura; serviços integrados de saú-
de; segurança, transporte e outras atividades congêneres ou complementa-
res de apoio técnico- administrativo especializado.
Art. 2º. As atribuições dos cargos estabelecidos no art. 1° desta Lei são
as descritas a seguir, que poderão ser desdobradas por regulamento.
I – Carreira de Oficial de Justiça:
a) área judiciária: atividades de nível superior, de natureza técnica, re-
alizadas, privativamente, por bacharéis em Direito, relacionadas a proces-
samento de feitos; apoio a julgamentos; execução de mandados, citações,
intimações, notificações e outras diligências emanadas dos magistrados; ava-
liação de bens, inventários, lavratura de termos de penhora de autos e certi-
dões; convocação de testemunhas nos casos previstos em lei, e outros atos
próprios ao processo judicial;
II – Carreira de Analista Judiciário:
a) área judiciária: atividades de nível superior, de natureza técnica, rea-
lizadas privativamente por bacharéis em Direito, relacionadas à pesquisa de
legislação, jurisprudência e doutrina; elaboração de laudos, atos, pareceres,
informações jurídicas, procedimentos de natureza processual, e o exercício
cumulativo de quaisquer outras funções pertinentes ao serviço judiciário, ex-
ceto as atividades atribuídas aos ocupantes do cargo de Oficial de Justiça;
b) área técnico-administrativa: atividades de natureza técnica, realiza-
das por graduados em curso de nível superior, em grau de bacharelado ou
licenciatura plena, com formação ou habilitação específica, relacionadas ao
planejamento, organização, coordenação, supervisão, controle e execução de
tarefas relativas à gestão estratégica de recursos humanos, materiais e patri-
moniais; organização e métodos; licitação e contratos; orçamento e finanças

327
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

públicas; controle interno e auditoria; elaboração de laudos e cálculos, pare-


ceres e informações; desenvolvimento de sistemas, tecnologia e segurança
da informação; organização, direção e execução de trabalhos técnicos relati-
vos às atividades de arquivo e conservação de acervo bibliográfico e de do-
cumentos, gerenciamento eletrônico de documentos e comunicação; saúde,
assistência social e psicológica; pesquisa e estatística; engenharia e arquite-
tura, e outras de suporte técnico e administrativo que sejam demandadas no
interesse do serviço;
III – Carreira de Técnico Judiciário:
a) área judiciária: atividades de nível intermediário, de natureza técnica e
processual, relacionadas à execução de tarefas técnico-judiciárias e adminis-
trativas, correspondentes ao atendimento aos magistrados e às partes, à tra-
mitação dos feitos, à realização de pregões de abertura e encerramento de au-
diências, às chamadas das partes, dos advogados, das testemunhas e à guarda
e conservação de bens e processos e outras atividades judiciárias correlatas;
b) área técnico-administrativa: atividades de natureza técnicas de nível
intermediário, referentes à execução de tarefas de apoio administrativo rela-
cionadas à gestão de recursos humanos, materiais e patrimoniais; contabili-
dade e finanças públicas; auditoria e controle interno; serviços de precatórios;
segurança e transporte; zeladoria, protocolo, atendimento às partes, expe-
dição e recebimento de documentos; almoxarifado, aquisição de materiais e
serviços; operação de sistemas informatizados; suporte técnico às unidades
organizacionais, bem como àquelas vinculadas às funções de motorista, vi-
gia, técnico em manutenção, técnico em contabilidade ou telefonia, símiles e
outras tarefas correlatas.

CAPÍTULO II
DO INGRESSO NA CARREIRA

Art. 3º. O ingresso em qualquer dos cargos de provimento efetivo das


Carreiras do Quadro III do Poder Judiciário reestruturadas por esta Lei dar-

328
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

-se-á na primeira referência da Classe “A” respectiva, após aprovação em


concurso público, de provas ou de provas e títulos, ou por enquadramento
dos atuais servidores do Poder Judiciário mediante expressa opção, de acordo
com as definições de cargos constantes desta Lei e os critérios estabelecidos
em posterior Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos.
Art. 3°. O ingresso em qualquer dos cargos de provimento efetivo das
Carreiras do Quadro III – Poder Judiciário reestruturadas por esta Lei dar-
-se-á na primeira referência da Classe “A” respectiva, após aprovação em
concurso público, de provas ou de provas e títulos, ou por enquadramento
dos atuais servidores do Poder Judiciário, mediante expressa opção, na for-
ma definida em Resolução do Tribunal de Justiça. (Redação dada pela Lei N°
14.414, de 23.07.09)
§ 1º O Poder Judiciário poderá incluir, como etapa do concurso público,
programa de formação, de caráter eliminatório, classificatório ou eliminatório
e classificatório.
§ 2º Permanecem inalteradas as regras em vigor do Plano de Cargos e
Carreiras dos Servidores do Poder Judiciário constantes das Leis n.s 13.551,
de 29 de dezembro de 2004, 13.771, de 18 de maio de 2006, e 13.837, de
24 de novembro de 2006, até o advento do novo Plano de Cargos, Carreiras
e Vencimentos referido no caput deste artigo.
§ 3° Enquanto não for editado Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos
– PCCV, para efeito de enquadramento dos atuais servidores do Poder Judici-
ário, o ingresso de qualquer servidor mediante concurso público, nos cargos
a que se refere este artigo, dar-se-á na referência e Classe iniciais previstas
pelas Leis indicadas no § 2° deste artigo. (Acrescido pela Lei N° 14.414, de
23.07.09)
Art. 4º. Os requisitos de escolaridade requeridos para ingresso nos cargos
públicos previstos no art. 1º desta Lei são os seguintes:
I – para o cargo de Oficial de Justiça: bacharelado em Direito;
II – para o cargo de Analista Judiciário:

329
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

a) área judiciária: bacharelado em Direito;


b) área técnico-administrativa: curso de graduação em nível superior, em
grau de bacharelado ou licenciatura plena, na forma definida na legislação
federal que regula a matéria, correlacionado à especialidade a ser exercida;
III – para o cargo de Técnico Judiciário: curso de ensino médio ou curso
técnico equivalente, correlacionado à especialidade, homologado pelo Conse-
lho Estadual de Educação.
§1º Serão definidos em regulamento e especificados em edital de concur-
so as áreas de formação especializada, o nível de experiência e o registro pro-
fissional exigido dos candidatos, de forma a abranger as áreas de atividades
previstas no parágrafo único do art.1º desta Lei.
§2º Serão destinados a candidatos portadores de deficiência o percentual
de 10% (dez por cento) do total dos cargos a serem preenchidos por concurso
público, podendo o Edital estabelecer condições especiais para definir a com-
patibilidade entre as atribuições do cargo e a deficiência do candidato.
§3º As vagas destinadas às pessoas com deficiência que não forem pre-
enchidas, em face da ausência de candidatos com deficiência habilitados no
concurso ou por qualquer outro motivo, serão preenchidas pelos demais can-
didatos habilitados no certame, respeitando-se a ordem de classificação.

CAPÍTULO III
DA LOTAÇÃO DOS CARGOS

Art. 5º. A distribuição e a lotação dos cargos do Grupo Ocupacional Ati-


vidades Judiciárias do Quadro III do Poder Judiciário do Estado do Ceará, re-
vistas preferencialmente a cada 2 (dois) anos, serão objeto de Resolução do
Tribunal Pleno, que definirá a lotação das Unidades Judiciárias das Comarcas
da Capital e do Interior do Estado, considerados, dentre outros, os critérios a
que alude o §1º deste artigo.

330
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§1º A lotação básica das Unidades Judiciárias das Comarcas do Interior do


Estado será composta, no mínimo, por 4 (quatro) servidores dentre ocupan-
tes dos cargos de que trata o art. 1º desta Lei, podendo ser acrescido esse
número em decorrência do respectivo volume processual e especificidades
das respectivas competências, bem como da densidade demográfica, exten-
são territorial e condições socioeconômicas do Município sede da Comarca.
§2º A lotação básica das Unidades Judiciárias da Comarca da Capital será
composta, no mínimo, por 8 (oito) servidores dentre ocupantes dos cargos
de que trata o art. 1º desta Lei, podendo esse número ser acrescido em de-
corrência do respectivo volume processual e das especificidades das compe-
tências.
Art. 6º. Ficam extintos 196 (cento e noventa e seis) cargos de provimento
efetivo, atualmente vagos, integrantes do Grupo Ocupacional Atividades Judi-
ciárias do Poder Judiciário, reestruturado por esta Lei conforme discriminado
no seu anexo II.
Art. 7º. Ficam criados, na forma do anexo II desta Lei, os seguintes car-
gos efetivos, a serem providos mediante concurso público, no total de 196
(cento e noventa e seis) cargos, assim distribuídos:
I – 47 (quarenta e sete ) cargos de Oficial de Justiça;
II – 95 (noventa e cinco) cargos de Analista Judiciário, e III – 54 (cinquen-
ta e quatro) cargos de Técnico Judiciário.
Art. 8º. Os valores das referências salariais do Grupo Ocupacional Ati-
vidades Judiciárias do Poder Judiciário, simbologia PJ, são os constantes do
anexo III desta Lei.
Parágrafo único. Os valores das referências salariais a que se refere este
artigo somente entrarão em vigor após a edição do Plano de Cargos, Carreiras
e Vencimentos – PCCV, previsto no art. 3° desta Lei. (Acrescido pela Lei N°
14.414, de 23.07.09)
Art. 9º. As despesas decorrentes desta Lei correrão à conta das dotações
orçamentárias do Poder Judiciário do Estado do Ceará.

331
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


Art. 11. Revogam-se as disposições em contrário, em especial o Capítulo
V e respectivas Seções do Subtítulo II, Título V da Lei n. 12.342, de 28 de
julho de 1994, bem assim os arts. 390, 408, 409, 423 e 538 do mesmo di-
ploma legal.

332
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 14.258, DE 04.12.08

Aprova alterações na Lei n. 12.342, de 28 de julho de 1994 – Código de Divisão


e Organização Judiciária do Estado do Ceará e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte

Lei:

Art. 1º. A Lei n. 12.342, de 28 de julho de 1994, que dispõe sobre o Có-

digo de Divisão e Organização Judiciária do Estado do Ceará, passa a vigorar

com as seguintes alterações:

“Art. 3º São órgãos do Poder Judiciário:

I – o Tribunal de Justiça;

II – as Turmas Recursais dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais;

III – os Tribunais do Júri;

IV – os Juízes de Direito;

V – os Juízes de Direito Auxiliares;

VI – os Juízes Substitutos;

VII – o Juízo Militar;

VIII – os Juizados Especiais Cíveis e Criminais;

IX – os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher;

X – a Justiça de Paz;

XI – outros órgãos criados por lei.

333
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO II
DOS ÓRGÃOS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Seção I
Dos Órgãos Julgadores

Art. 21. A composição, a organização e o funcionamento dos órgãos jul-


gadores do Tribunal de Justiça serão disciplinados no Regimento Interno do
Tribunal.
...
Art. 25. As substituições de Desembargadores, a qualquer título, por perí-
odo superior a 30 (trinta) dias, far-se-ão de acordo com o disposto no Regi-
mento Interno do Tribunal de Justiça.

Seção III
Do Funcionamento

Art. 29. Os órgãos do Tribunal de Justiça funcionarão com a presença, no


mínimo, da maioria absoluta de seus membros, em sessão ordinária ou ex-
traordinária, conforme dispuser o Regimento Interno do Tribunal de Justiça.
...
Art. 31. O Tribunal Pleno e o Conselho da Magistratura serão presididos
pelo Presidente do Tribunal de Justiça e os demais órgãos sê-lo-ão na forma
disposta no Regimento Interno do Tribunal.

CAPÍTULO III
DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Seção I
Da Iniciativa Do Processo Legislativo Externo

Art. 32. Ao Tribunal de Justiça compete conhecer e deliberar sobre as se-


guintes matérias:
...

334
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção II
Dos Regimentos Internos

Art. 33. Ao Tribunal de Justiça compete elaborar o seu Regimento Interno


e os de seus órgãos julgadores e de controle.

Seção III
Da Competência Jurisdicional do Tribunal de Justiça

Art. 34. Ao Tribunal de Justiça compete:


...

Seção IV
Da Competência Administrativa do Tribunal de Justiça

Art. 35. Em matéria administrativa, compete ao Tribunal de Justiça:


...
XIII – proceder à convocação de Juiz de Direito da Capital para substituir
Desembargador em caso de afastamento superior a 30 (trinta) dias, na forma
do Regimento Interno do Tribunal de Justiça;
XIV – aplicar sanções disciplinares a magistrados;
XV – declarar a perda do cargo, decidir sobre a remoção ou a disponi-
bilidade de Desembargadores e Juízes de Direito, nas hipóteses e na forma
previstas em lei;
...
XVIII – propor à Assembleia Legislativa a aprovação ou alteração do Regi-
mento de Custas e de Emolumentos;
XIX – empossar o Presidente, o Vice-Presidente, o Corregedor-Geral de
Justiça, Desembargadores, Juízes e servidores efetivos ou comissionados no-
meados;

335
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

XX – tratar de assuntos especiais, mediante convocação extraordinária do


Presidente;
XXI – reunir-se em caso de comemoração cívica, visita oficial de alta au-
toridade ou para agraciamento com a Medalha do Mérito Judiciário.
§ 1º Os Desembargadores indicados a compor o Tribunal Regional Eleitoral
serão escolhidos pelo Tribunal de Justiça, por sua composição plenária, me-
diante eleição, pelo voto secreto, dentre os seus membros.
§ 2º O Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal e o Corregedor-Geral de
Justiça não poderão integrar o Tribunal Regional Eleitoral.
§ 3° Os Juízes de Direito indicados a compor o Tribunal Regional Eleitoral
serão escolhidos mediante eleição, pelo Tribunal de Justiça, por sua composição
plenária, dentre os Juízes de Direito, após expedição de edital de inscrição, com
prazo de 10 (dez) dias, a contar da publicação no Diário da Justiça do Estado.
§ 4° Os Desembargadores e os Juízes de Direito indicados para compor o
Tribunal Regional Eleitoral, salvo motivo justificado, nele terão exercício por 2
(dois) anos, permitida uma recondução.
§ 5º Os substitutos serão escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo
processo, em número igual para cada categoria.
§ 6° Os juristas a integrar o Tribunal Regional Eleitoral serão nomeados
pelo Presidente da República, dentre 3 (três) advogados de notável saber
jurídico e com idoneidade moral, escolhidos pelo Tribunal de Justiça, por sua
composição plenária, mediante eleição, após expedição de edital de inscrição,
com prazo de 10 (dez) dias, a contar da publicação no Diário da Justiça do
Estado.
§ 7° As decisões administrativas serão motivadas e tomadas em sessão
pública, as disciplinares, tomadas pelo voto da maioria absoluta dos membros
do Tribunal.
§ 8° O ato de remoção, disponibilidade ou aposentadoria de magistrado,
por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta dos
membros do Tribunal, por sua composição plenária, assegurada a ampla defesa.

336
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 9º Compete ao Tribunal Pleno deliberar sobre a promoção, remoção,


permuta e acesso de magistrados.

Seção V
Da Competência Administrativa Recursal

Art. 36. Compete ao Tribunal de Justiça processar e julgar os recursos:


...
b) de pedido de licenças, férias e vantagens, assim como de sanções
disciplinares;
...

CAPÍTULO IV
DO CONSELHO DA MAGISTRATURA
Seção I
Da Sede, Jurisdição, Composição e Eleição

Art. 37. O Conselho Superior da Magistratura, órgão disciplinar, de fisca-


lização e de orientação da magistratura, dos serventuários e servidores do
Poder Judiciário, tem sede na Capital e jurisdição em todo o Estado do Ceará.
...
§ 3° As sessões do Conselho Superior da Magistratura serão secretariadas
pelo Secretário-Geral do Tribunal de Justiça ou por pessoa designada pelo
Presidente do Tribunal.
§ 4° O Conselho Superior da Magistratura reunir-se-á em sessão ordinária
ou extraordinária, na forma definida em seu Regimento Interno.
...
Art. 38. As sessões do Conselho Superior da Magistratura serão abertas,
podendo o Presidente, nos casos em que a preservação do direito à intimida-

337
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

de do interessado não prejudicar o interesse público à informação, limitar a


publicidade dos atos ao acusado e a seus advogados.
Parágrafo único. Da resenha dos trabalhos enviada à publicação, somente
será publicada a conclusão.
...
Art. 40. As sanções impostas a magistrados, bem como os erros e irre-
gularidades por eles praticados, serão comunicadas ao Conselho Superior da
Magistratura para registro.

Seção II
Da Competência Originária

Art. 41. A competência e o funcionamento do Conselho Superior da Magis-


tratura constarão de seu Regimento Interno, aprovado pelo Pleno do Tribunal
de Justiça.
...

CAPÍTULO X
DO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 53. Compete ao Presidente do Tribunal de Justiça:


I – superintender, na qualidade de Chefe do Poder Judiciário do Estado,
todo o serviço da Justiça, velando pelo regular funcionamento de seus órgãos
e pela observância do cumprimento do dever por parte dos magistrados, ser-
ventuários e servidores de justiça;
II – representar o Tribunal de Justiça em suas relações com os demais
Poderes;
III – dirigir os trabalhos do Tribunal e presidir as sessões do Tribunal Ple-
no, do Conselho da Magistratura e de outros órgãos, na forma do Regimento
Interno;

338
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

IV – funcionar como relator em:


a) exceções de suspeição de Desembargadores;
b) conflitos de competência entre órgãos fracionários do Tribunal;
c) processos de incapacidade, remoção compulsória, disponibilidade de
magistrado;
d) demais processos administrativos disciplinares contra Desembargadores;
V – conceder licenças e vantagens previstas em lei a magistrados, ser-
ventuários e servidores do Poder Judiciário, e apreciar, em grau de recurso,
justificativas de faltas;
VI – conceder férias a magistrados e a servidores do Poder Judiciário;
VII – apresentar, anualmente, por ocasião da reabertura dos trabalhos do
Tribunal, relatório das atividades do Poder Judiciário, expondo as condições
da administração, suas necessidades e demais problemas relacionados com a
regular distribuição da justiça;
VIII – ordenar o pagamento resultante de sentenças proferidas contra a
Fazenda Pública, segundo as possibilidades das dotações orçamentárias de
créditos consignados ao Poder Judiciário;
IX – convocar Juízes de Direito da Comarca de Capital, na forma do Regi-
mento Interno, para completar, como vogal, o quorum de julgamento quando
por suspeição ou impedimento dos integrantes do Tribunal, não for possível a
substituição de um membro do Tribunal por outro;
X – nomear e empossar serventuários e servidores do Poder Judiciário;
XI – manter a ordem na sessão, fazendo retirar-se aquele que a perturbar;
XII – levar ao conhecimento do Chefe do Ministério Público a falta de Pro-
curador de Justiça que, indevidamente, haja retirado autos por mais de 30
(trinta) dias, após a abertura de “vista”;
XIII- mandar coligir documentos e provas para verificação de crime co-
mum ou de responsabilidade, cujo julgamento couber ao Tribunal;
XIV – exonerar, demitir e aposentar serventuário e servidor do Poder
Judiciário;

339
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Analista Judiciário – Área Judiciária

XV – determinar a abertura de concurso para o cargo de Juiz Substituto,


notário, registrador e servidor do Poder Judiciário;
XVI – requisitar verba destinada ao Tribunal e aplicá-la; XVII – ordenar a
publicação de edital, quando devido;
XVIII – proceder à distribuição dos feitos da competência do Tribunal, nos
termos do Regimento Interno;
XIX – proferir voto de qualidade, quando ocorrer empate e a solução não
estiver de outro modo regulada;
XX – providenciar a elaboração anual das listas de antiguidade dos De-
sembargadores e dos Juízes;
XXI – escolher o pessoal de seu Gabinete;
XXII – indicar o Diretor do Fórum da Capital e, com relação às comarcas
do interior com mais de uma vara, designar o Juiz que deva exercer a função
de Diretor do Fórum, observando-se, quanto a este, o rodízio, permitindo-se
a recondução por mais de um período;
XXIII – mandar publicar mensalmente, no órgão oficial, dados estatísti-
cos sobre os trabalhos do Tribunal referente ao mês anterior, observadas as
disposições do art. 37 da Lei Complementar n. 35, de 14 de março de 1979;
XXIV – determinar a suspensão dos trabalhos judiciários, quando ocorrer
motivo relevante;
XXV – exercer outras atribuições especificadas em lei ou no seu Regimen-
to Interno;
XXVI – votar no julgamento de incidente de inconstitucionalidade;
XXVII – exercer as demais atribuições constantes neste Código e as espe-
cificadas na Lei Orgânica da Administração do Poder Judiciário;
XXVIII – suspender em despacho fundamentado a execução de liminar ou
de sentença, nos casos previstos na legislação Federal;
XXIX – praticar os atos gerais de administração com exemplar continência
aos princípios do art. 37, caput, da Constituição Federal.

340
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. O Presidente do Tribunal de Justiça será auxiliado em


suas atividades por até 4 (quatro) Juízes de Direito da Comarca da Capital,
devendo sua escolha ser referendada pelo Tribunal de Justiça, em sessão ple-
nária.
Art. 54. O Presidente do Tribunal poderá delegar, sempre com reserva de
poderes, e nas condições que definir, atribuições administrativas a auxiliares
da administração.

CAPÍTULO XI
DO VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL

Art. 55. Compete ao Vice-Presidente do Tribunal de Justiça:


I – substituir o Presidente nos impedimentos, ausências, licenças e férias;
II – relatar exceção de suspeição, não reconhecida, e oposta ao Presidente
do Tribunal;
III – participar com função julgadora, das sessões dos órgãos do Tribunal
de Justiça, na forma do Regimento Interno;
IV – rubricar os livros da Secretaria Geral do Tribunal de Justiça; V – pre-
sidir concurso para provimento do cargo de Juiz Substituto;
VI – exercer as demais funções administrativas que lhe forem delegadas
pelo Presidente do Tribunal, ou atribuídas pelo Regimento Interno;
VI – exercer todas as funções judiciais e administrativas que lhe forem de-
legadas pelo Presidente do Tribunal de Justiça, ou atribuídas pelo Regimento
Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará; (Redação dada pela Lei n.
14.310, de 20.03.09)
VII – exercer juízo de admissibilidade nos recursos extraordinário e espe-
cial.
...

341
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO XII
CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA
Seção II
Das Atribuições

Art. 59. ...


IV – relatar e processar representação contra magistrados de primeiro
grau, submetendo-a ao Tribunal de Justiça, na forma do Regimento Interno;
V – conhecer de representação contra notários, registradores e servidores
do Poder Judiciário de Primeira Instância da Capital ou do Interior ou, ainda,
de sua própria secretaria, encaminhando-a à autoridade competente para
aplicação de sanção, quando for o caso;
...
VII – propor ao Presidente do Tribunal a realização de concursos destina-
dos ao provimento de cargos de notários, registradores e servidores do Poder
Judiciário;
...
XIII – providenciar a verificação da assiduidade, produtividade e diligência
do juiz, bem como sua residência na Comarca;
...

TÍTULO II
DA JUSTIÇA DE PRIMEIRA INSTÂNCIA
SUBTÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO I
DA COMPOSIÇÃO

Art. 81. A Justiça de primeira instância compõe-se de:


I – Turmas Recursais dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais; II – Tribu-
nais do Júri;

342
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – Juízes de Direito;

IV – Juízes de Direito Auxiliares; V – Juízes Substitutos;

VI – Juízo Militar;

VII – Juizados Especiais Cíveis e Criminais;

VIII – Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher;

IX – Justiça de Paz.

Parágrafo único. O Tribunal de Justiça, por sua composição plenária, com

a aprovação por 2/3 (dois terços) de seus membros, mediante Resolução,

poderá alterar a competência dos órgãos previstos neste artigo, bem como

sua denominação, e ainda determinar a redistribuição dos feitos em curso nas

Comarcas sede de jurisdição, nas Comarcas vinculadas, nos juízos e juizados,

sem aumento de despesa, sempre que necessário para racionalizar a adequa-

da prestação jurisdicional.

...

Seção I

Das Atribuições

Subseção I

Das Atribuições como Diretor do Foro Capítulo III

dos Juízes de Direito Auxiliares

Art. 89. Haverá, no Estado do Ceará, 31 (trinta e um) Juízes de Direito

Auxiliares, dos quais 19 (dezenove) de Entrância Especial, com lotação na

Capital, e 12 (doze) de 3ª entrância, lotados em comarcas-sede de Zona Ju-

diciária.

...

343
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO V
DO TRIBUNAL DO JÚRI

Art. 91. ...


§ 1° As sessões do Tribunal do Júri poderão ser realizadas durante todo
o ano;
...

CAPÍTULO VII
DAS TURMAS RECURSAIS

Art. 97. As Turmas Recursais serão compostas de 3 (três) Juízes integran-


tes da primeira quinta parte da lista de antiguidade da Entrância Especial,
indicados pelo Tribunal de Justiça, para o exercício de um biênio, permitida 1
(uma) recondução consecutiva. Esgotada a lista da primeira quinta parte, a
escolha poderá recair sobre Juízes de Direito de entrância especial, integran-
tes da segunda quinta parte da lista de antiguidade, e assim sucessivamente.
§ 1° As Turmas Recursais serão presididas pelo membro mais antigo na
respectiva Turma.
§ 2° O Tribunal de Justiça poderá constituir, mediante Resolução, tantas
Turmas Recursais quantas necessárias à prestação jurisdicional.
§ 3° Compete às Turmas Recursais processar e julgar:
I – mandado de segurança e habeas corpus contra ato de Juiz de Direito
do respectivo Juizado Especial e contra seus próprios atos;
II – os recursos interpostos contra sentenças dos Juízes dos Juizados Es-
peciais Cíveis e Criminais;
III – os embargos de declaração opostos a seus acórdãos;
IV – as homologações de desistência e transação, nos feitos que se achem
em pauta.

344
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 4° Compete ao Presidente de cada Turma Recursal exercer juízo de


admissibilidade em recursos interpostos às suas decisões ou acórdãos, bem
como prestar as informações que lhe forem requisitadas.
§ 5° Os Juízes das Turmas Recursais serão substituídos em suas faltas,
afastamentos, férias, licenças, ausências e impedimentos nos termos de Re-
solução aprovada pelo Tribunal de Justiça, que regulamente a matéria.

CAPÍTULO VIII
DO JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
CONTRA A MULHER

Art. 98. Haverá em Fortaleza pelo menos 1 (uma) Unidade de Juizado


de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, com competência cível e
criminal, de jurisdição especial, para o fim específico de coibir e prevenir a
violência doméstica e familiar contra a mulher.
Parágrafo único. Ao juiz titular da unidade judiciária compete processar,
julgar e executar os feitos cíveis e criminais decorrentes da prática de violên-
cia doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da Lei Federal n. 11.340,
de 7 de agosto de 2006.
...

CAPÍTULO X
DAS SUBSTITUIÇÕES

Art. 100. A substituição dos Juízes nos afastamentos, faltas, férias, licen-
ças, impedimentos ou suspeições dar-se-á do seguinte modo:
I – nas comarcas do interior do Estado:
a) os Juízes de comarcas de vara única serão substituídos automaticamen-
te pelo Juiz Auxiliar da respectiva Zona Judiciária ou, a critério da Presidência
do Tribunal, pelo titular da unidade judiciária mais próxima;

345
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

b) nas comarcas com 2 (duas) varas, cabe, reciprocamente, a substituição


de um titular pelo outro, de forma automática;
c) nas comarcas de 3 (três) ou mais varas, a substituição dar-se-á de for-
ma sucessiva e independente de designação, como a seguir: o Juiz da 1ª vara
será substituído pelo Juiz da 2ª vara ou pelo que por ela se encontrar respon-
dendo, assim o da 2ª pelo Juiz da 3ª, e o da última vara será substituído pelo
Juiz da 1ª unidade judiciária;
d) para efeito de substituição, as Unidades de Juizado Especial Cível e Cri-
minal e as Unidades dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher são consideradas como a penúltima e última varas, respectivamente,
entre as existentes na comarca.
II – na comarca da Capital:
a) os Juízes titulares de varas especializadas isoladas serão substituídos
por designação do Juiz de Direito Diretor do Fórum;
b) aos Juízes titulares de varas não isoladas, de forma automática e inde-
pendentemente de designação, bem como aos titulares de Juizado Especial
Cível e Criminal, aplicar-se-ão a regra de substituição indicada na alínea “c”
do inciso I deste artigo.
Parágrafo único. O Presidente do Tribunal de Justiça e o Juiz de Direito
Diretor do Fórum da Capital, designarão, na primeira quinzena do mês de
dezembro de cada ano, os Juízes de Direito para responder pelo expediente
forense durante o recesso natalino.
...

SUBTÍTULO II
DA COMARCA DA CAPITAL
CAPÍTULO I
DO DIRETOR DO FORO DA CAPITAL

Art. 103. A Diretoria do Fórum Clóvis Beviláqua será exercida por 1 (um)
Juiz de Direito de Entrância Especial, indicado pelo Presidente do Tribunal de

346
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Justiça, devendo a escolha ser referendada pelo Pleno do Tribunal de Justiça,


competindo-lhe:
I – superintender a administração e polícia do edifício do Fórum, sem
prejuízo da atribuição dos Juízes de Direito quanto à polícia das audiências e
sessões do Tribunal do Júri;
II – presidir, diariamente, a distribuição dos feitos na Comarca de Fortaleza;
III – conceder férias aos servidores lotados no Fórum da Capital;
IV – conceder licença prevista neste Código aos servidores lotados no Fó-
rum da Capital;
V – abrir, rubricar e encerrar livros dos titulares dos cartórios extrajudiciais
da Comarca de Fortaleza;
VI – elaborar, durante a primeira quinzena do mês de dezembro de cada
ano, a escala de férias dos magistrados e encaminhá-la à Presidência do Tri-
bunal de Justiça;
VII – elaborar a escala de Plantões Judiciários e promover a sua divulgação;
VIII – requisitar da autoridade competente a força policial necessária aos
serviços de segurança do prédio do Fórum;
IX – designar magistrado, nos termos do art. 101 desta Lei, em substitui-
ção ao titular, nos casos de férias, licenças, afastamentos, impedimentos e
suspeições;
X – sugerir à Presidência do Tribunal a lotação de servidores nas varas,
ouvindo previamente o Juiz de Direito;
XI – remeter mensalmente ao setor competente do Tribunal de Justiça a
frequência dos servidores;
XII – movimentar os servidores nos diversos serviços da Diretoria do
Fórum;
XIII – desempenhar atribuições delegadas pelo Presidente do Tribunal de
Justiça;
XIV – apresentar, até 15 (quinze) dias antes da abertura dos trabalhos
judiciários, circunstanciado relatório à Presidência do Tribunal de Justiça, a

347
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

respeito das atividades judiciárias do ano, das medidas adotadas, dos servi-
ços realizados e do grau de eficiência revelado pelos Juízes e servidores.
§ 1º A designação do Juiz de Direito para exercer a Direção do Fórum
Clóvis Beviláqua deve coincidir com o mandato do Presidente que o indicou,
sendo permitida apenas 1(uma) recondução consecutiva.
§ 2º O Diretor do Fórum será auxiliado por 4 (quatro) Juízes de Direito de
Entrância Especial, por ele indicado, com aprovação do Tribunal Pleno, esco-
lhidos de forma a representar os seguintes grupos de varas:
a) de Fazenda Pública, de Recuperação de Empresas e Falência, de Execu-
ção Fiscal e de Crimes contra a Ordem Tributária e de Registro Público;
b) Cíveis, de Família, de Sucessões e de Infância e Adolescência;
c) Criminais, de Delitos de Tráfico e Uso de Substancias Entorpecentes, de
Execuções Criminais, de Corregedoria de Presídios e Habeas Corpus, do Juízo
Militar, de Penas Alternativas, do Júri, de Trânsito;
d) Juizados Especiais Cíveis e Criminais e Juizados Especiais de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher.
...
Art. 106. Na Comarca de Fortaleza haverá 127 (cento e vinte sete ) Juízes
de Direito com jurisdição na área territorial do dito município, atribuições e
competência definidas neste Código, titulares das seguintes varas ordinal-
mente dispostas:
...
II – 2 (duas) Varas de Recuperação de Empresas e Falências ( 1ª e 2ª);
...
V – 9 (nove) Varas da Fazenda Pública (1ª a 9ª);
VI – 6 (seis) Varas de Execuções Fiscais e de Crimes contra a Ordem Tri-
butária (1ª a 6ª);
...
XIII – 1 (uma) Vara de Trânsito;
...

348
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Subseção I
Da Jurisdição Cível

Art. 114. Os Juízes de Direito Auxiliares de Entrância Especial funcionarão,


por designação do Juiz de Direito Diretor do Fórum da Capital, prioritariamen-
te, nas varas cujos titulares se encontrem afastados a serviço da Presidência
do Tribunal de Justiça, da Corregedoria Geral da Justiça ou da Escola Superior
da Magistratura do Estado do Ceará, bem como durante as férias individuais,
faltas, licenças, impedimentos e suspeições de magistrados.
§ 1º Os Juízes Auxiliares, quando em substituição, terão jurisdição plena,
respeitadas as normas processuais em vigor.
§ 2º Quando do interesse da Justiça poderão os Juízes Auxiliares coadju-
var os Juízes Titulares, na conformidade do que for estabelecido pelo Juiz de
Direito Diretor do Fórum da Capital, dentro de suas respectivas competências.
...

CAPÍTULO IV
DOS JUIZADOS ESPECIAIS DA CAPITAL

Art. 125. Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais na Comarca de For-


taleza constituem unidades jurisdicionais compostas de Juízes de Direito de
Entrância Especial.
§ 1º Em Fortaleza haverá 20 (vinte) Unidades dos Juizados Especiais Cí-
veis e Criminais, com competência cível e criminal.
§ 2º O Tribunal de Justiça, mediante Resolução, poderá criar anexos a
Unidades dos Juizados Especiais, bem como alterar suas localizações, pro-
curando sediá-las em áreas de elevada densidade habitacional, para maior
comodidade e presteza no atendimento ao jurisdicionado, observado o proce-
dimento indicado no art. 81, parágrafo único desta Lei.
...

349
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO V

SUBTÍTULO III

DOS JUÍZES DE DIREITO DO INTERIOR DO ESTADO

Seção Única

Da Competência Privativa

CAPÍTULO II

DAS COMARCAS COM DUAS VARAS

Art. 128. I – ...

e) processar e julgar feitos relativos a conflitos fundiários;

...

CAPÍTULO III

DAS COMARCAS COM TRÊS VARAS

Art. 129 – ...

I – ...

d) processar e julgar feitos relativos a conflitos fundiários;

...

CAPÍTULO IV

DAS COMARCAS COM QUATRO VARAS

Art. 130. ...

I – ...

a) processar e julgar feitos relativos a conflitos fundiários;

350
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO V

DAS COMARCAS COM CINCO VARAS

Art. 131. ...


I – ...
c) processar e julgar feitos relativos a conflitos fundiários;
...

CAPÍTULO VI
DOS JUÍZES DE DIREITO AUXILIARES DO INTERIOR

Art. 132-A. Nas comarcas do interior do Estado haverá 12 (doze) Juízes de


Direito Auxiliares, todos de 3ª Entrância, lotados em comarcas-sede de Zona
Judiciária.
§ 1º Compete aos Juízes de Direito Auxiliares substituir, por designação
do Presidente do Tribunal, os Juízes titulares de varas ou comarcas durante
as férias individuais, faltas, licenças, impedimentos e suspeições, dentro da
respectiva Zona.
§ 2º O Juiz de Direito Auxiliar, quando não estiver respondendo pela ti-
tularidade de qualquer comarca ou vara, funcionará nos processos atinentes
a comarcas vinculadas da respectiva zona, independentemente de qualquer
designação. No caso de a Zona Judiciária possuir mais de 3 (três) comarcas
vinculadas, o Presidente do Tribunal de Justiça estabelecerá quais as comar-
cas a ser atendidas pelos Juízes de Direito Auxiliar.
§ 3º Os Juízes Auxiliares, quando em substituição, terão jurisdição plena,
respeitadas as normas processuais em vigor.
§ 4º O Juiz de Direito Auxiliar tem residência na sede da respectiva Zona.
§ 5º Quando do interesse da Justiça, poderão os Juízes Auxiliares coadju-
var os Juízes Titulares, consoante o que for estabelecido pelo Presidente do
Tribunal de Justiça.

351
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 6º Em caso de faltas ou licenças de até 5 (cinco) dias, a substituição nas


comarcas de vara única far-se-á, independentemente de designação, pelo
Juiz de Direito Auxiliar da Zona Judiciária.
...
Art. 167. ...
II – licenças:
...
c) para repouso à gestante ou mãe adotiva;
...

CAPÍTULO V
DA PROMOÇÃO DOS JUÍZES DE DIREITO
Seção I
Disposições Gerais

Art. 169. ...


§ 4° Não será promovido o Juiz que, injustificadamente, retiver autos em
seu poder além do prazo legal, sendo-lhe vedado devolvê-los à Secretaria de
Vara sem a devida decisão.
...

Seção II
Da Promoção por Merecimento

Art. 171. Na promoção por merecimento serão observados os seguintes


critérios:
I – dedicação e esmero com que desempenha a função;
II – elementos de aferição objetivos da produtividade e presteza no exer-
cício da jurisdição, bem como pela frequência e aproveitamento em cursos
oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;

352
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – ter o Juiz 2 (dois) anos de exercício na respectiva Entrância e integrar


a primeira quinta parte da lista de antiguidade dessa, salvo se não houver
com tais requisitos quem aceite a titularidade vaga, hipótese em que concor-
rerão os integrantes da segunda quinta parte, e assim sucessivamente;
IV – o número de vezes em que tenha figurado em listas;
V – outros critérios aprovados pelo Tribunal de Justiça, mediante Resolução.
...
Art. 173. ...
Parágrafo único. A Secretaria-Geral do Tribunal apresentará aos votantes,
com antecedência mínima de 48 horas da sessão, a lista de magistrados ins-
critos, em que constem elementos necessários à aferição.
Art. 174. A lista de merecimento para promoção será organizada pelo Ple-
no do Tribunal de Justiça, em sessão pública, com votação nominal, aberta e
fundamentada, devendo conter os nomes dos 3 (três) Juízes que obtiveram
a maior pontuação.
...

Seção II
Da Remoção Voluntária

Art. 190. A remoção voluntária de uma vara para outra, na mesma co-
marca ou em unidade judiciária distinta, sempre de igual entrância, somente
será possível se o Juiz contar com mais de 2 (dois) anos de efetivo exercício
na Entrância.
Parágrafo único. Vagando o cargo de Juiz de Direito ou Juiz Substituto, o
Tribunal de Justiça verificará a existência de Juiz da mesma Entrância, sem
exercício por motivo de disponibilidade, e examinará a conveniência de seu
aproveitamento.
Art. 191. À Remoção Voluntária aplicam-se os mesmos critérios objetivos
de aferição do merecimento nas promoções.

353
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. Não será removido o Juiz que, injustificadamente, retiver


autos em seu poder além do prazo legal, sendo-lhe vedado devolvê-los à Se-
cretaria de Vara sem a devida decisão.
Art. 192. Não havendo Juiz de Direito sem exercício, na forma do parágra-
fo único do art. 190 desta Lei, ou decidindo o Tribunal de Justiça não aprovei-
tá-lo, o Presidente do Tribunal de Justiça fará publicar a existência de vaga
para remoção, por meio de edital, com prazo de 10 (dez) dias contados de
sua publicação, para efeito de pedido de inscrição.
...
§2° Não será publicado edital na hipótese ou no caso de o Tribunal de Jus-
tiça decidir prover a titularidade vaga mediante remoção por interesse público.
...

Seção III
Da Remoção Compulsória

Art. 194. O processo de remoção compulsória terá início por determinação


do Tribunal de Justiça, no caso de magistrados de primeiro grau encaminha-
dos pelo Corregedor- Geral, e, exclusivamente pelo Presidente, no caso de
Desembargador.
...
§ 3° Configurando-se motivo urgente e grave, atendida a conveniência da
Justiça, o Juiz poderá ser afastado do cargo por decisão do Tribunal, assegu-
rado a percepção dos subsídios integrais até decisão final.
...
Art. 196. ...
§ 1° Findo o prazo para defesa prévia, haja ou não sido apresentada, o
Presidente do Tribunal de Justiça, no dia útil imediato à sua expiração, convo-
cará o Tribunal de Justiça para que, em sessão pública, decida sobre a instau-
ração do processo, e, acaso determinada pelo voto da maioria absoluta dos
seus membros, no mesmo dia distribuirá o feito e fará entregá-lo ao Relator.
...

354
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 199. ...


Parágrafo único. No caso de aplicação de remoção compulsória, o juiz
substituto ficará impedido de ser promovido ou removido enquanto não de-
correr prazo de um ano da punição imposta.
Art. 200. Se o juiz não aceitar a remoção compulsória, deixando de assumir
o exercício das funções no prazo de 30 (trinta) dias, contado da publicação do
ato no Diário da Justiça, será imediatamente iniciado o processo de abandono
de cargo, suspendendo-se os pagamentos dos respectivos subsídios.

CAPÍTULO VIII
DA PERMUTA

Art. 201. A permuta é o ato pelo qual 2 (dois) magistrados de mesma En-
trância resolvem entre si alterar suas respectivas lotações funcionais, deven-
do o termo de celebração ser encaminhado ao Presidente, que o submeterá
ao Tribunal de Justiça, para deliberação por maioria de voto dos presentes.
§ 1° Os Juízes interessados em permutar seus cargos devem contar, cada
qual, pelo menos 1 (um) ano de efetivo exercício na Entrância.
§ 2° É vedada a permuta de Juiz que esteja a menos de 2 (dois) anos da
aposentadoria compulsória ou que componha a primeira quinta parte da lista
de antiguidade.
Art. 202. Efetivada a permuta, os Juízes deverão permanecer nos cargos
permutados por, no mínimo, 1 (um) ano.
...

Seção IV
Da Licença à Gestante

Art. 271. A licença para repouso a magistrada-gestante ou em decorrência


de adoção será concedida nos termos da legislação, pelo prazo de 180 (cento
e oitenta) dias.
...

355
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO III
DA AÇÃO DISCIPLINAR

Art. 328. A Corregedoria Geral da Justiça, sempre que tiver conhecimento


de irregularidades ou faltas funcionais praticadas por magistrados, tomará as
medidas necessárias, instaurando, se for o caso, o respectivo procedimento
de sindicância.
...
Art. 331. O processo disciplinar terá lugar, obrigatoriamente, quando a
falta funcional ou disciplinar possa determinar a aplicação de qualquer das
penalidades previstas no art. 319 desta Lei, aos magistrados.
...
§ 2º Quando o indiciado for Desembargador, a apuração ficará a cargo do
Presidente do Tribunal.
§ 3° Em caso de representação graciosa ou infundada, o órgão competen-
te, antes de determinar o arquivamento, mandará extrair cópias da represen-
tação ou da decisão e enviará as peças ao Ministério Público, para a devida
apreciação.
...

CAPÍTULO IV
DA SINDICÂNCIA

Art. 336. ...


II – colhidas, no prazo de 5 (cinco) dias, as provas que entender necessá-
rias, o Corregedor-Geral, no prazo de 10 (dez) dias, submeterá o relatório da
sindicância ao Tribunal de Justiça;
III – verificada a hipótese de aplicação de penalidade, os autos deverão
ser remetidos ao Tribunal de Justiça, para deliberação.

356
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1° A sindicância será regulada no Regimento Interno do Tribunal de Justiça.


...
§ 3° Aplicam-se à sindicância as normas do processo administrativo que
não forem incompatíveis com esse procedimento.

CAPÍTULO V
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

Art. 337. O processo administrativo disciplinar terá início por determina-


ção do Tribunal de Justiça, encaminhado pelo Corregedor-Geral, no caso de
magistrados de primeiro grau, ou pelo Presidente do Tribunal, tratando-se de
Desembargador.
...
§ 2° Findo o prazo da defesa prévia, haja ou não sido apresentada, o Pre-
sidente, no dia útil imediato, convocará o Tribunal de Justiça para que, em
sessão, decida sobre a instauração do processo.
§ 3º O Corregedor-Geral relatará a acusação perante o Tribunal de Justiça,
no caso de magistrados de primeiro grau, e o Presidente do Tribunal em se
tratando de Desembargador.
Art. 338. Determinada a instauração do processo, o respectivo acórdão
conterá a imputação dos fatos e a delimitação do teor da acusação, devendo
o Presidente do Tribunal de Justiça, no mesmo dia, determinar a distribuição
do feito com a sua entrega ao relator, sem revisão.
Parágrafo único. O processo administrativo terá o prazo de 90 (noventa)
dias para ser concluído, prorrogável por igual período quando a delonga de-
correr do exercício do direito de defesa.
Art. 339. O Tribunal de Justiça, na sessão que ordenar a instauração do
processo, bem assim no seu decorrer, decidirá se afasta o magistrado do
exercício de suas funções, assegurando-lhe a percepção do subsídio integral
até a decisão final.

357
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 340. O relator determinará a citação do magistrado, para o fim de


apresentar defesa em 5 (cinco) dias, encaminhando-lhe cópia do acórdão do
Tribunal de Justiça, observando que:
I – havendo 2 (dois) ou mais magistrados, o prazo para defesa será co-
mum e de 10 (dez) dias;
II – o magistrado que mudar de residência está obrigado a comunicar ao
Relator, ao Corregedor ou ao Presidente do Tribunal de Justiça o endereço em
que receberá citações, notificações ou intimações;
III – estando o magistrado em lugar incerto ou não sabido, será citado por
edital, com prazo de 30 (trinta) dias, contados da publicação, uma só vez, no
Diário da Justiça;
IV – considerar-se-á revel o magistrado que, regularmente citado, não
apresentar defesa no prazo assinado;
V – declarada a revelia, o relator designar-lhe-á defensor dativo, conce-
dendo-lhe igual prazo para a apresentação de defesa.
§ 1º Decorrido o prazo para a defesa, decidirá o Relator sobre a produção
de provas requeridas pelo acusado e determinará as que de ofício entender
necessárias, podendo delegar poderes, para colhê-las, a magistrado de cate-
goria superior à do acusado, quando magistrado de primeiro grau.
§ 2º O magistrado e seu defensor serão intimados de todos os atos.
Art. 341. O Relator poderá interrogar o acusado sobre os fatos imputados,
designando dia, hora e local, e determinar a intimação deste e de seu defensor.
Art. 342. O Relator tomará depoimentos das testemunhas, fará as aca-
reações e determinará as provas periciais e técnicas que entender pertinen-
tes para a elucidação dos fatos, aplicando-se subsidiariamente as normas do
Código de Processo Penal, da legislação processual penal extravagante e do
Código de Processo Civil, nessa ordem.
§ 1° As testemunhas residentes em outras localidades poderão ser ou-
vidas em seus domicílios, por autoridade judiciária, mediante delegação, se
assim for entendido conveniente.

358
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º Serão ouvidas no máximo 8 (oito) testemunhas.


§ 3º Finda a instrução, o Ministério Público e o magistrado acusado ou seu
defensor terão vista dos autos, por 10 (dez) dias, para razões finais.
Art. 343. Elaborado o relatório, serão remetidas aos membros do Tribunal
de Justiça cópias do acórdão referente à instauração do processo adminis-
trativo, da defesa e das razões finais do magistrado, além de outras peças
consideradas essenciais para o julgamento.
...
Art. 344. O julgamento será realizado em sessão pública do Tribunal de
Justiça, iniciando-se com a leitura do relatório e a sustentação oral, seguida
do voto do Relator e da colheita dos votos.
§ 1º A punição a magistrado somente será imposta pelo voto da maioria
absoluta dos membros do Tribunal de Justiça, cabendo ao Presidente o direito
de voto.
§ 2º Da decisão somente será publicada a conclusão.
Art. 345. Entendendo o Tribunal de Justiça existirem indícios de crime de
ação pública, o Presidente do Tribunal remeterá ao Ministério Público cópia
dos autos.
Parágrafo único. Se a decisão concluir pela perda do cargo, o Presidente
do Tribunal providenciará a formalização do ato.
...
Art. 350. ...
§ 2° Nos casos omissos, a juízo da autoridade processante, serão aplicá-
veis ao processo disciplinar as regras do Código de Processo Penal.
...

CAPÍTULO IX
DA REVISÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

Art. 361. ...

359
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. O requerimento será dirigido ao Tribunal de Justiça, que


a processará como disposto nesta Lei.
...
Art. 363. Concluída a instrução do processo, dar-se-á vista dos autos ao
requerente, pelo prazo de 10 (dez) dias, para razões finais.
Art. 364. Decorrido esse prazo sem razões finais, ser-lhe-á nomeado de-
fensor para apresentá-las, incluindo-se logo em seguida o processo em pauta
para julgamento.

Seção II
Dos Recursos dos Atos Administrativos

Art. 367. ...


I – ao Tribunal de Justiça:
a) da classificação de candidatos aprovados no concurso de ingresso na
magistratura, com prazo de 10 (dez) dias após publicação da decisão;
b) da declaração de incapacidade de magistrado;
c) da decisão sobre remoção compulsória de magistrado;
d) do pedido de reexame da lista de antiguidade no prazo de 30 (trinta)
dias da publicação no Diário da Justiça.” (NR).
Art. 2º Ficam transformadas a 1ª Vara de Falências e Concordatas, a 6ª
Vara do Júri e a 2ª Vara de Trânsito em, respectivamente, 8ª Vara de Fazenda
Pública, 9ª Vara da Fazenda Pública e 6ª Vara de Execuções Fiscais e de Cri-
mes contra a Ordem Tributária, mantidos os seus titulares e a competência
definida no Código de Divisão e Organização Judiciária do Estado do Ceará,
Lei Estadual n. 12.342, de 28 de julho de 1994.
§ 1º A 3ª Vara de Falências e Concordatas passa a ser denominada 1ª
Vara de Recuperação de Empresas e Falências, e a 2ª Vara de Falências e
Concordatas passa a ser denominada 2ª Vara de Recuperação de Empresas
e Falências, devendo entre elas, ser distribuído de forma equitativa o acervo

360
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

da então 1ª Vara de Falências e Concordatas, cabendo à 1ª Vara os processos


com numeração final de 1 a 5, exclusive o dígito, e à 2ª Vara os demais, com
numeração final de 6 a 0, exclusive o dígito, bem como os feitos distribuídos
por prevenção.
§ 2º A 1ª Vara de Trânsito passa a ser denominada Vara Única de Trânsito,
mantidos seu titular e a competência descrita neste Código, devendo-se-lhe
incorporar o acervo processual da 2ª Vara de Trânsito, transformada, nos ter-
mos do caput deste artigo.
Art. 3º. Compete à 9ª Vara Cível de Fortaleza processar e julgar, priva-
tivamente, os litígios que envolvam conflitos agrários, sem prejuízo de suas
atuais competências.
Art. 4º. A Vara da Auditoria Militar passa a denominar-se de Vara do Juízo
Militar, mantidos o titular e a competência definida no Código de Divisão e
Organização Judiciária do Estado do Ceará, Lei Estadual n. 12.342, de 28 de
julho de 1994, com a redação que lhe é dada nesta Lei.
Art. 5º. A Unidade de Juizado Especial Cível e Criminal da Comarca de
São Benedito, a 2ª Vara da Comarca de Uruburetama e a Unidade de Juizado
Especial Cível e Criminal da Comarca de Russas ficam transformadas, res-
pectivamente, em 5ª Vara da Comarca de Caucaia, 2ª Vara da Comarca de
Eusébio e 2ª Vara de Russas, mantidos os titulares e a competência definida
no Código de Divisão e Organização Judiciária do Estado do Ceará, Lei Esta-
dual n. 12.342, 28 de julho de 1994, e na Lei Estadual n. 12.553, de 27 de
dezembro de 1995, que dispõe sobre o sistema de Juizados Especiais Cíveis
e Criminais no Estado do Ceará.
§ 1º O acervo processual das unidades judiciárias transformadas nos ter-
mos do caput deste artigo, será incorporado, respectivamente, à Vara Única
da Comarca de São Benedito e à 1ª Vara da Comarca de Uruburetama.
§ 2º A 1ª Vara da Comarca de Uruburetama passa a denominar-se Vara
Única da Comarca de Uruburetama, mantidos o titular e a competência defi-
nida na Lei Estadual n. 12.342, de 28 de julho de 1994.

361
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 3º A Vara Única da Comarca de Russas passa a denominar-se 1ª Vara


da Comarca de Russas, mantido o titular e a competência definida na Lei Es-
tadual n. 12.342, de 28 de julho de 1994.
§ 4º Pelo expediente da comarca vinculada de Tururu passa a responder o
Juiz de Direito da Comarca de Umirim.
§ 5º Os servidores lotados nas Comarcas transformadas por este artigo
permanecem na unidade de origem, ficando a critério da Presidência do Tribu-
nal de Justiça decidir sobre sua redistribuição, nos casos em que se constate
excesso de lotação por Unidade Judiciária.
§ 6º Os cargos de provimento em comissão das unidades judiciárias trans-
formadas por esta Lei ficam destinados à sua lotação na seguinte forma:
I – o cargo de Diretor de Secretaria do Juizado Especial Cível e Criminal da
Comarca de São Benedito fica transformado em Diretor de Secretaria da 5ª
Vara da Comarca de Caucaia;
II – o cargo de Diretor de Secretaria da 2ª Vara da Comarca de Urubure-
tama fica transformado em Diretor de Secretaria da 2ª Vara da Comarca de
Eusébio;
III – o cargo de Diretor de Secretaria do Juizado Especial Cível e Criminal
da Comarca de Russas fica transformado em Diretor de Secretaria da 2ª Vara
da Comarca de Russas; IV – o cargo de provimento em comissão de conci-
liador da Unidade de Juizado Especial da Comarca de São Benedito, símbolo
DAS-1, fica transformado, em cargo de provimento em comissão denominado
Secretário de Turma Recursal, símbolo DAS-1, com lotação no Tribunal de
Justiça.
Art. 6º. A competência do Juizado de Violência Doméstica e Familiar con-
tra a Mulher, criado pelo art. 1º da Lei n. 13.925, de 26 de julho de 2007,
com sede em Juazeiro do Norte, abrange as Comarcas de Juazeiro do Norte,
Crato e Barbalha.
Parágrafo único. Os feitos judiciais relativos à Lei Federal n. 11.340, de 7
de agosto de 2006, que tramitam nas Comarcas de Crato e Barbalha, até a

362
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

entrada em vigor desta Lei, não serão objeto de redistribuição, devendo tais
feitos serem processados e julgados pelos Juízos aos quais foram distribuídos
originalmente.
Art. 7º. O cargo de provimento em comissão de conciliador da Unidade
de Juizado Especial da Comarca de Russas, símbolo DAS-1, fica transforma-
do em cargo de provimento em comissão denominado Assessor Pedagógico,
símbolo DAS-1, com lotação na Escola Superior da Magistratura do Estado do
Ceará.
Art. 8º. Ficam revogados os arts. 26 e seu parágrafo único, 27, 28, 29,
30 e seus parágrafos 1º e 2º, 31, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 55, inciso II,
59, inciso III, todos da Lei 12.342, de 28 de julho de 1994.

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 9º. Serão encaminhados à 8ª Vara de Fazenda Pública e à 9ª Vara


da Fazenda Pública, por cada uma das atuais unidades, um total de 500 (qui-
nhentos) processos, sendo os 250 (duzentos e cinquenta) mais antigos e os
250 (duzentos e cinquenta) mais recentes, contados da data da instalação
das novas Varas, de acordo com o relatório fornecido pelo setor de distribui-
ção do Fórum da Capital, excetuados aqueles distribuídos por prevenção.
Art. 10. Será encaminhado à 6ª Vara de Execuções Fiscais e de Crimes
contra a Ordem Tributária, por cada uma das atuais unidades, um total de
2.500 (dois mil e quinhentos) processos, sendo os 1.250 (mil, duzentos e
cinquenta) mais antigos e os 1.250 (mil, duzentos e cinquenta) mais recen-
tes, contados da data da instalação da nova vara, de acordo com o relatório
fornecido pelo setor de distribuição do Fórum da Capital, excetuados aqueles
distribuídos por prevenção.
Art. 11. O acervo da 6ª Vara do Júri, transformada em 9ª Vara da Fazenda
Pública, será distribuído, de forma equitativa, entre as demais varas do júri.

363
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 12. A redistribuição dos feitos para as varas do interior do Estado,


criadas pelo art. 4º desta Lei, será realizada nos termos de Resolução editada
pelo Tribunal de Justiça.
Art. 13. A instalação das varas referidas nos arts. 2º e 5º desta Lei deverá
ocorrer no prazo de até 90 (noventa) dias, contados de sua vigência.
Parágrafo único. Fica delegada competência ao Presidente do Tribunal de
Justiça para decidir, mediante Provimento, sobre a ordem de instalação das
Unidades Judiciárias referidas no caput deste artigo.
Art. 14. As disposições a respeito da competência e funcionamento do Tri-
bunal Pleno, das Câmara Cíveis, Câmaras Criminais, Câmara Cíveis Reunidas
e Câmaras Criminais Reunidas, contidas nos arts. 29, 30, 31, 42, 43, 44, 45,
46, 47, 48, 49 e 50, todos da Lei Estadual n. 12.342, de 28 de julho de 1994,
têm vigência durante o prazo de 90 (noventa) dias, contados da publicação
desta Lei, ou até a entrada em vigor do Regimento Interno do Tribunal de
Justiça que regulamentar a matéria.
Art. 15. Fica assegurado o mandato do atual Diretor do Fórum da Capital
até a posse do Presidente do Tribunal eleito para o biênio 2009/2010.

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 16. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


Art. 17. Revogadas as disposições em contrário, especialmente a Lei n.
14.139, de 16 de junho de 2008.

364
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 14.302, DE 09.01.09

Altera dispositivos das Leis n.s 12.483, de 3 de agosto de 1995, e 13.956, de 13


de agosto de 2007, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte


Lei:

Art. 1º O inciso IV do art. 3º da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995,


com a redação dada pela Lei n. 13.956, de 13 de agosto de 2007, terá o seu
item 3 alterado, bem como será acrescido do item 4, que vigorarão com as
seguintes redações:
“Art. 3º ...
IV – ÓRGÃOS SUPERIORES DE DIREÇÃO E GERENCIAMENTO:
...
3. Gabinete da Vice-Presidência, com unidades de assistência e assesso-
ramento imediatos ao Vice-Presidente do Tribunal de Justiça:
3.1 – Chefia de Gabinete da Vice-Presidência;
3.2 – Assessoria Jurídica da Vice-Presidência.
4. Diretoria do Fórum da Comarca da Capital:
4.1 – Secretaria Administrativa;
4.2 – Chefia de Gabinete;
4.3 – Departamentos;
4.4 – Divisões;
4.5 – Serviços;
4.6 – Seções;
4.7 – Secretarias de Varas.” (NR).

365
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 2º O Capítulo II do Título III da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de


1995, fica acrescido do art. 21-A, passando a vigorar com a seguinte reda-
ção: “TÍTULO III
...

CAPÍTULO II
DA ESTRUTURA SETORIAL DAS UNIDADES ADMINISTRATIVAS
E COMPETÊNCIA DOS GABINETES DA PRESIDÊNCIA E DA VICE-
PRESIDÊNCIA.
...
Art. 21-A. Compete especificamente ao Gabinete da Vice-Presidência:
I – preparar e encaminhar os expedientes judiciais e administrativos de
competência do Vice-Presidente;
II – organizar a agenda diária do Vice-Presidente, articulando-se com o
Gabinete da Presidência para os períodos de substituição do Presidente do
Tribunal de Justiça nos seus impedimentos, ausências, licenças e férias;
III – organizar e manter atualizado os arquivos de documentos de compe-
tência do Vice-Presidente;
IV – diligenciar sobre outros assuntos correlatos que lhe sejam encami-
nhados pelo Vice-Presidente.” (NR).
Art. 3º. O art. 36 da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, na redação
dada pela Lei n. 13.956, de 13 de agosto de 2007, passa a vigorar com a se-
guinte redação:
“Art. 36. A Diretoria do Fórum da Comarca da Capital, subordinada dire-
tamente ao Juiz Diretor do Fórum da Capital, será exercida por um Juiz de
Direito de entrância especial, indicado pelo Presidente do Tribunal, após o
nome ser submetido à apreciação do Tribunal Pleno, e contará com grupo de
servidores para assistência e assessoramento imediato ao Juiz Diretor, ocu-
pantes de cargo de provimento em comissão, inclusive, na forma definida no
anexo II, parte integrante desta Lei.” (NR).

366
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 4º. O art. 36-A da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, na reda-


ção dada pela Lei n. 13.956, de 13 de agosto de 2007, passa a vigorar com
a seguinte redação:
“Art. 36-A. A Secretaria Administrativa do Fórum da Capital será dirigida
por um Secretário Administrativo, abrangendo as atividades administrativas e
auxiliares da Justiça na jurisdição da Comarca de Fortaleza, e terá a estrutura
básica, setorialmente subdividida em unidades e subunidades nos níveis de
Departamentos, Divisões, Serviços e Seções, da forma a seguir:” (NR).
Art. 5º. Ficam extintos os seguintes cargos de provimento em comissão:
I – 1 (um) de Secretário Geral do Fórum da Capital, simbologia DGS-2;
II – 1 (um) de Subsecretário Geral do Fórum da Capital, simbologia DNS-1;
III – 1 (um) de Assessor de Comunicação e Cerimonial da Vice-Presidência
(Diretoria do Fórum da Capital), simbologia DNS-1;
IV – 1 (um) de Assessor de Imprensa da Presidência, simbologia DNS-1;
V – 1 (um) de Assessor de Imprensa da Corregedoria Geral de Justi-
ça, simbologia DNS-2; (Cargo extinto pela Lei 14.311 de 20.03.09, D.O. DE
25.03.09)
VI – 2 ( dois) cargos de Secretário de Turma Recursal, simbologia DAS-1.
Parágrafo único. Os cargos a que se referem os incisos I a VI deste artigo
foram criados pelo anexo II da Lei n. 13.956, de 13 de agosto de 2007, tendo
um dos referenciados no inciso VI deste artigo sido criado pelo art. 5º da Lei
n. 14.258, de 4 de dezembro de 2008.”
Art. 6º. Ficam criados os seguintes cargos de provimento em comissão:
I – 1 (um) de Secretário Administrativo da Diretoria do Fórum da Capital,
simbologia DNS-1;
II – 1 (um) de Chefe de Gabinete da Vice-Presidência, simbologia DNS-2;
III – 1 (um) de Oficial de Gabinete da Vice-Presidência, simbologia DAS-1;
IV – 1 (um) de Assessor Jurídico da Vice-Presidência, simbologia DNS-2;
V – 2 (dois) cargos de Assessor de Comunicação, simbologia DNS-2;
VI – 6 (seis) cargos de Secretário de Turma Recursal, simbologia DAS-2;

367
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

VII – 1 (um) cargo de Assessor Pedagógico, simbologia DAS-2.


§ 1º Os cargos criados por este artigo, referenciados nos incisos I a IV, se-
rão nomeados pelo Presidente do Tribunal de Justiça, por indicação do Diretor
do Fórum da Capital e do Vice-Presidente do Tribunal de Justiça, no âmbito
de suas competências.
§ 2º A lotação dos cargos a que se refere o inciso V será objeto de delibe-
ração do Tribunal de Justiça.
§ 3º Os cargos criados pelos incisos VI e VII deste artigo integram a lo-
tação do Tribunal de Justiça e serão providos por servidores do Quadro III –
Poder Judiciário.
Art. 7º. Esta Lei entrará em vigor a partir do dia 2 de fevereiro de 2009.
Art. 8º. Revogam-se as disposições em contrário.

368
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 14.309, DE 02.03.09

Altera o § 4º do art. 11, da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, modificado


pela lei n. 13.956, de 13 de agosto de 2007, que reestrutura órgãos do Tribunal
de Justiça do Estado do Ceará e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte


Lei:

Art. 1º. Fica alterado o § 4º do art. 11, da Lei n. 12.483, de 3 de agosto


de 1995, modificado pela Lei n. 13.956, de 13 de agosto de 2007, passando
a figurar com a seguinte redação:
“Art. 11. ...
§ 4º O cargo de Secretário Geral do Tribunal de Justiça, de recrutamento
amplo e livre nomeação e exoneração pelo Presidente do Tribunal de Justiça,
será de profissional com formação superior, preferencialmente de bacharel
em Direito, de reconhecida competência técnica e ilibada reputação, confor-
me o disposto no Código de Divisão e Organização Judiciária do Estado do
Ceará.” (NR).
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3º Revo-
gam-se as disposições em contrário.

369
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 14.310, DE 20.03.09

Altera o inciso VI do art. 55, da Lei n. 14.258, de 4 de dezembro de 2008, e o


inciso IV do artº 6º da Lei n. 14.302, de 9 de janeiro de 2009 e dá outras provi-
dências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa Decretou e eu sanciono a seguin-


te Lei:

Art. 1º. O inciso VI do art. 55 da Lei n.º 14.258, de 4 de dezembro de


2008, passa a vigorar com a seguinte redação:
(Trata-se do inciso VI do Artigo 55 da Lei 12.342 de 28 de junho de 1994)
“Art. 55. ...
VI – exercer todas as funções judiciais e administrativas que lhe forem de-
legadas pelo Presidente do Tribunal de Justiça, ou atribuídas pelo Regimento
Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará”. (NR).
Art. 2º. Cria 2 (dois) cargos de provimento em comissão de Assessor Ju-
rídico da Vice-Presidência, símbolo DNS-1.
Art. 3º. Transforma o cargo de Assessor Jurídico da Vice-Presidência pre-
visto no inciso IV do art. 6º, da Lei n.º 14.302, de 9 de janeiro de 2009, em
Assessor Jurídico da Vice- Presidência, símbolo DNS-1.
Art. 4º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 5º. Fica revogado o inciso VII do art. 55 da Lei n.º 14.258, de 4 de
dezembro de 2008 e demais disposições em contrário. (Trata-se do inciso VI
do Artigo 55 da Lei 12.342 de 28 de junho de 1994)

370
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 14.311, 20.03.09

Altera dispositivos das Leis n.s. 12.483, de 3 de agosto de 1995, 13.956, de 13


de agosto de 2007, e 14.302, de 9 de janeiro de 2009, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa Decretou e eu sanciono a seguin-


te Lei:

Art. 1º. O inciso IV do art. 3º da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995,


alterado pela Lei n. 13.956, de 13 de agosto de 2007, passa a ter a seguinte
redação:
“Art. 3º ...
IV – ÓRGÃOS SUPERIORES DE DIREÇÃO E GERENCIAMENTO:
1. Secretaria Geral do Tribunal de Justiça, subdividindo-se em:
...
1.5. Secretaria de Recursos Humanos e de Gestão do FERMOJU;
2. Gabinete da Presidência, com unidades de assistência e assessoramen-
to imediatos ao Chefe do Poder Judiciário e a seus Membros:
...
2.4. Assessoria de Comunicação do Poder Judiciário;
...” (NR).
Art. 2º. O § 1º do art. 11 da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, alte-
rado pelo art.
3º da Lei n. 13.956, de 13 de agosto de 2007, passa a ter a seguinte re-
dação: “Art. 11. ...
§ 1º A Secretaria Geral do Tribunal de Justiça, com suas atribuições e es-
trutura adiante definidas, subdivide-se em:
...

371
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

V – Secretaria de Recursos Humanos e de Gestão do FERMOJU.” (NR).


Art. 3º. Fica acrescentado o § 5º ao art. 11 da Lei n. 12.483, de 3 de
agosto de 1995, alterado pelo art. 3º da Lei n. 13.956, de 13 de agosto de
2007, que passa a ter a seguinte redação:
“Art. 11. ...
§ 5º O cargo de Secretário de Recursos Humanos e de Gestão do FERMO-
JU, de recrutamento amplo e de livre nomeação e exoneração pelo Presiden-
te do Tribunal de Justiça a ser provido, preferencialmente, por bacharel nas
áreas de Direito, Administração ou Economia, de reconhecida competência
técnica e ilibada reputação.” (NR).
Art. 4º. Fica alterada a redação do § 1º do art. 12-A da Lei n. 12.483, de
3 de agosto de 1995, com a redação dada pelo art. 6º da Lei n.º 13.956, de
13 de agosto de 2007, na forma seguinte:
“Art. 12-A. ...
§ 1º Subordina-se à Secretaria de Finanças o Departamento Financeiro.”
(NR).
Art. 5º. Fica incluído na Lei n.º 12.483, de 3 de agosto de 1995, alterado
pela Lei n.º 13.956, de 13 de agosto de 2007, o art. 12-G, com a seguinte
redação:
“Art. 12-G. A Secretaria de Recursos Humanos e de Gestão do FERMOJU é
o órgão central incumbido de desenvolver:
I – a administração de recursos humanos, incluindo recrutamento, sele-
ção, treinamento e desenvolvimento do pessoal; planejamento, organização,
administração e controle do Quadro de Carreiras, vencimentos, vantagens
e benefícios; registro funcional do pessoal técnico-administrativo auxiliar e
aplicação de regime disciplinar, bem como o gerenciamento do pessoal ter-
ceirizado;
II – as atividades de arrecadação, acompanhamento e controle dos recur-
sos do FERMOJU.
§ 1º Subordinam-se à Secretaria de Recursos Humanos e de Gestão do
FERMOJU:

372
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – Departamento de Recursos Humanos;


II – Departamento de Gerência Executiva do FERMOJU.
§ 2º Subordinam-se ao Departamento de Gerência Executiva do FERMOJU
as seguintes Divisões:
I – Divisão de Arrecadação;
II – Divisão de Acompanhamento e Controle.
§ 3º Fica mantida a estrutura e as atribuições do Departamento de Recur-
sos Humanos previstas no art. 25 da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995,
alterado pelo art. 16 da Lei n. 13.956, de 13 de agosto de 2007.
§ 4º Incumbe ao Departamento de Gerência Executiva do FERMOJU, por
meio de suas unidades administrativas:
I – Divisão de Arrecadação:
a) sugerir à Comissão de Administração do FERMOJU as diretrizes opera-
cionais do Fundo;
b) elaborar normas e instruções complementares dispondo sobre a arre-
cadação e a aplicação dos recursos financeiros disponíveis;
c) controlar o recolhimento e aplicação das receitas;
d) executar outras atividades correlatas;
II – Divisão de Acompanhamento e Controle:
a) propor plano de aplicação dos recursos do FERMOJU;
b) preparar relatórios de acompanhamento da arrecadação do FERMOJU,
para apreciação da Auditoria Administrativa de Controle Interno, Comissão
de Administração do FERMOJU, Tribunal de Contas do Estado e Assembleia
Legislativa;
c) fiscalizar, em articulação com a Corregedoria Geral da Justiça, o reco-
lhimento das taxas, emolumentos, fianças, cauções, multas e demais receitas
do Fundo;
d) executar outras atribuições correlatas.” (NR).
Art. 6º. Fica alterada a redação do §1º do art. 12 da Lei n. 12.483, de 3
de agosto de 1995, e renumerados os incisos deste artigo, alterados pelo art.

373
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

5º da Lei n. 13.956, de 13 de agosto de 2007, que passam a vigorar com a


seguinte redação:
“Art. 12. A Secretaria de Administração é o órgão central ao qual incumbe
desenvolver as atividades de planejamento, organização, direção e controle
das funções administrativas do Poder Judiciário, competindo-lhe especifica-
mente:
I – a administração de material e patrimônio;
II – a administração de serviços gerais, abrangendo transporte e zeladoria;
III – os serviços de engenharia, abrangendo projeto, cálculo e acompa-
nhamento da execução.
§ 1º Subordinam-se à Secretaria de Administração os seguintes Departa-
mentos:
I – Departamento de Material e Patrimônio;
II – Departamento de Manutenção e Serviços Gerais;
III – Departamento de Engenharia.” (NR)
Art. 7º. O art. 17 da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, alterado pelo
art. 11 da Lei n. 13.956, de 13 de agosto de 2007, passa a vigorar com a
seguinte redação:
“Art. 17. A estrutura da Secretaria Geral do Tribunal de Justiça, da Se-
cretaria de Administração, da Secretaria de Finanças, da Secretaria de Tec-
nologia da Informação, da Secretaria Judiciária e da Secretaria de Recursos
Humanos e de Gestão do FERMOJU organizar-se-ão em Departamentos, Di-
visões e Serviços, de acordo com o volume e a natureza do trabalho e as
necessidades de especialização exigidas, para maior eficiência e eficácia das
atividades desenvolvidas.” (NR).
Art. 8º. O art. 23 da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, alterado pelo
art. 15 da Lei n. 13.956, de 13 de agosto de 2007, passa a vigorar com a
seguinte redação:
“Art. 23. O Departamento de Engenharia é a unidade administrativa inte-
grante da Secretaria de Administração ao qual compete planejar, coordenar,

374
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

dirigir, fiscalizar e controlar as atividades e tarefas componentes dos sistemas


de obras, edificações e instalações afetas ao Poder Judiciário.
§ 1º O Departamento de Engenharia terá a seguinte estrutura:
I – Divisão de Obras:
a) Serviço de Projetos;
b) Serviço de Orçamentação;
II – Divisão de Acompanhamento:
a) Serviço de Fiscalização de Obras;
...
§ 2° São atribuições da Divisão de Obras:
a) elaborar, diretamente ou por terceiros, projetos, cálculos e orçamentos
de obras do interesse do Poder Judiciário;
b) coordenar a elaboração do planejamento físico-financeiro de obras;
c) acompanhar a contratação de obras;
d) executar outras atividades correlatas.
§ 3° São atribuições da Divisão de Acompanhamento:
a) acompanhar e fiscalizar a execução de obras e serviços contratados;
...” (NR).
Art. 9º. O art. 31 da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, alterado pelo
art. 19 da Lei n. 13.956, de 13 de agosto de 2007, passa a vigorar com a
seguinte redação:
“Art. 31. O Departamento de Material e Patrimônio é a unidade adminis-
trativa integrante da Secretaria de Administração responsável pelo planeja-
mento, direção, coordenação e controle das atividades relacionadas com a
aquisição, guarda, suprimento e distribuição de materiais; controle de esto-
ques; registro e inventário de bens patrimoniais.
§ 1º O Departamento de Material e Patrimônio terá a seguinte estrutura:
I – Divisão de Material:
a) Serviço de Compras;
b) Serviço de Almoxarifado;

375
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – Divisão de Patrimônio:
...
§ 2º O Diretor do Departamento de Material e Patrimônio será nomeado,
em comissão, pelo Presidente do Tribunal de Justiça, dentre profissionais de
nível superior de reconhecida competência técnica e administrativa.
§ 3º São as seguintes as atribuições das unidades administrativas da Di-
visão de Material e Patrimônio:
I – Divisão de Material:
a) organizar e manter atualizado todo o sistema de aquisição de materiais
e serviços necessários ao bom funcionamento das unidades administrativas
do Poder;
b) controlar o estoque dos materiais de consumo;
c) organizar e manter atualizado o cadastro de fornecedores de materiais,
observando, no que couber e não conflitar com a organização do Judiciário,
as normas operacionais do sistema de material do Estado;
d) realizar o controle quantitativo e qualitativo do material adquirido e em
estoque, observando as especificações e requisições;
e) solicitar autorização para pedidos de compras;
f) manter o almoxarifado em perfeitas condições físicas e ambientais para
a adequada guarda dos diversos itens de material;
g) organizar catálogos de materiais;
h) acatar e propor medidas para a racionalização do consumo de mate-
riais;
i) examinar, conferir, recusar ou atestar o recebimento dos materiais com
base nas especificações dos pedidos;
j) propor padronização dos bens móveis a serem adquiridos, para o fim de
racionalizar a sua manutenção;
k) manter estatísticas do consumo médio mensal dos materiais estocados;
l) atender às requisições de materiais dentro das normas operacionais
estabelecidas;

376
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

m) executar outras atividades correlatas;


II – Divisão de Patrimônio:
a) cadastrar e controlar a movimentação dos bens patrimoniais móveis
do Poder Judiciário, mantendo atualizados os termos de responsabilidade,
utilizando, de preferência, sistema informatizado de operacionalização dessas
medidas;
b) elaborar os balancetes mensais e o inventário anual dos bens patrimo-
niais, para fins de incorporação ao Balanço Geral do Estado;
c) realizar inspeções para verificar a situação de uso e conservação dos
bens patrimoniais;
d) arrolar os materiais considerados inservíveis ou de manutenção com-
provadamente antieconômica e propor medidas para a baixa e a destinação
final desses bens;
e) incorporar ao patrimônio do Poder Judiciário todo o material adquirido,
doado ou transferido de outros órgãos;
f) controlar a aquisição ou aluguel de linhas telefônicas, fixas e móveis e
de aparelhos telefônicos e fotocopiadoras;
g) manter o cadastro do serviço telefônico móvel celular custeado pelo
Tribunal de Justiça.
...” (NR).
Art. 10. Fica incluído o art. 31-A na Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995,
alterado pela Lei n. 13.956, de 13 de agosto de 2007, que passa a vigorar
com a seguinte redação:
“Art. 31-A. O Departamento de Manutenção e Serviços Gerais é a unidade
administrativa integrante da Secretaria de Administração responsável pelo
planejamento, direção, coordenação e controle das atividades relacionadas
com os serviços de manutenção, segurança, transporte, zeladoria e malote.
§ 1º O Departamento de Manutenção e Serviços Gerais terá a seguinte
estrutura:
I – Divisão de Manutenção da Capital:

377
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

a) Serviço de Manutenção de Prédios;


b) Serviço de Zeladoria;
II – Divisão de Manutenção e Serviços Gerais do Interior:
a) Serviço de Manutenção de Prédios;
b) Serviço de Zeladoria;
III – Divisão de Serviços Gerais:
a) Serviço de Transporte;
b) Serviço de Malote.
§ 2º O Diretor do Departamento de Manutenção e Serviços Gerais será no-
meado, em comissão, pelo Presidente do Tribunal de Justiça, dentre profissio-
nais de nível superior de reconhecida competência técnica e administrativa.”
§ 3º São atribuições da Divisão de Manutenção da Capital:
a) acompanhar a execução de contratos de manutenção firmados entre o
Poder Judiciário e as empresas especializadas;
b) supervisionar a manutenção dos elevadores, sistemas e aparelhos de
ar- condicionado, máquinas, mobiliários e aparelhos eletrônicos, exceto aque-
les da área de informática;
c) executar direta ou indiretamente reparos nas instalações dos prédios,
especialmente nas redes – elétrica e hidráulica;
d) registrar a manutenção dos equipamentos sob a responsabilidade do
setor;
e) acompanhar os reparos de bens móveis, por execução direta ou me-
diante serviço de terceiros, expedindo ordem de retirada de material, me-
diante autorização do responsável pelo bem patrimonial para liberação pela
segurança.
§ 4º São atribuições da Divisão de Manutenção do Interior:
a) acompanhar a execução de contratos de manutenção firmados entre o
Poder Judiciário e as empresas especializadas;

378
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

b) supervisionar a manutenção dos elevadores, sistemas e aparelhos de


ar- condicionado, máquinas, mobiliários e aparelhos eletrônicos, exceto aque-
les da área de informática;
c) executar direta ou indiretamente reparos nas instalações dos prédios,
especialmente redes – elétrica e hidráulica;
d) registrar a manutenção dos equipamentos sob a responsabilidade do
setor;
e) zelar pela manutenção dos aparelhos e redes de comunicação;
f) acompanhar os reparos de bens móveis, por execução direta ou me-
diante serviço de terceiros, expedindo ordem de retirada de material, me-
diante autorização do responsável pelo bem patrimonial para liberação pela
segurança.
§ 5º São atribuições da Divisão de Serviços Gerais:
a) planejar e coordenar as atividades de utilização e manutenção dos ve-
ículos do Poder Judiciário, zelando pela sua guarda;
b) manter controle sobre a regularidade da situação dos veículos do Poder
perante o órgão de trânsito e às exigências de licenciamento e seguro;
c) atender e controlar às solicitações de utilização de veículos;
d) solicitar perícias e sindicâncias sobre acidentes que envolvam veículos
do Poder Judiciário;
e) apresentar relatório circunstanciado indicatório de baixa e alienação de
veículos quando demonstrada economicamente a inviabilidade de recupera-
ção ou manutenção;
f) controlar o desempenho operacional dos veículos, consumo de combus-
tíveis e lubrificantes e assegurar a sua manutenção preventiva;
g) manter cadastro atualizado dos servidores que se utilizam das rotas
dos transportes locados pelo Poder Judiciário;
h) opinar sobre a racionalidade do uso dos transportes coletivos locados
pelo Poder Judiciário, acompanhar e fiscalizar a execução dos respectivos
contratos;

379
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

i) supervisionar a execução dos serviços de limpeza e conservação dos


imóveis do Poder Judiciário;
j) supervisionar os serviços de zeladoria contratados com terceiros;
l) distribuir os encargos da zeladoria por áreas físicas compatíveis com a
força de trabalho disponível;
m) abastecer e supervisionar os serviços de copa e cozinha do Tribunal de
Justiça;
n) executar outras atribuições correlatas.” (NR).
Art. 11. Dá nova redação ao art. 8° da Lei n.º 13.596, de 13 de agosto de
2008, que passa a vigorar com a seguinte redação:
Obs.: trata-se da Lei n. 13.956, de 13 de agosto de 2007.
“Art. 8º Ao Departamento de Serviços Judiciários de Apoio compete desen-
volver a programação, a execução e o controle das atividades de reprodução
dos trabalhos das Câmaras Reunidas e Isoladas, e do Tribunal Pleno; organi-
zação e pesquisa de jurisprudência; preparo de dados estatísticos, serviços
de precatórios e de cálculos judiciais, além dos serviços de protocolo geral.
§ 1º O Departamento de Serviços Judiciários de Apoio tem a seguinte es-
trutura:
I – Serviço de Estatística e Jurisprudência; II – Serviço de Precatórios;
III – Serviço de Cálculos Judiciais;
IV – Serviço de Protocolo Geral.
§ 2º Compete, ainda, ao Departamento de Serviços Judiciários de Apoio:
a) desenvolver todos os procedimentos necessários ao controle do trâmite
de precatórios, desde a sua autuação até seu integral cumprimento;
b) informar quanto aos incidentes processuais relativos a precatórios,
petições, que lhes digam respeito, inclusive pedidos de sequestro, pedidos
de intervenção, agravos regimentais, mandados de segurança, reclamações
constitucionais e correicionais;
c) prestar informações e atender as partes sobre contas nos processos;
d) apresentar mensalmente estatística dos precatórios recebidos e res-
pectivos encaminhamentos e cumprimentos;

380
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

e) elaborar cálculos aritméticos que se fizerem necessários sobre quais-


quer direitos e obrigações, referentes aos processos que tramitam no Tribunal
de Justiça e que são originários das comarcas do interior do Estado;
f) cumprir qualquer outra determinação judicial;
h) operacionalizar as atividades de protocolo concernentes ao recebimen-
to, à triagem, ao registro sequencial, ao fornecimento de comprovantes, à
movimentação e entrega de documentos e de correspondências, incluídos os
processos judiciais, no âmbito do Poder Judiciário;
i) operar o sistema informatizado de protocolo;
j) executar outras atribuições correlatas.” (NR).
Art. 12. O art. 26 da Lei n.º 12.483, de 3 de agosto de 1995, alterado
pelo art. 17 da Lei n.º 13.956, de 13 de agosto de 2007 passa a vigorar com
a seguinte redação:
“Art. 26. O Departamento Financeiro é a unidade administrativa integrante
da Secretaria de Finanças responsável pelo planejamento, direção, coorde-
nação e controle das atividades próprias do sistema de gestão orçamentária,
financeira, patrimonial e de contabilidade no âmbito do Poder Judiciário, in-
clusive execução de despesas com recursos do Fundo Estadual de Reapare-
lhamento do Judiciário – FERMOJU, instituído pela Lei n.º 11.891, de 20 de
dezembro de 1991.”(NR).
Art. 13. Fica criado o Serviço de Apoio Administrativo da Secretaria Judi-
ciária, unidade administrativa responsável pelo controle das atividades inter-
nas e externas dos Oficiais de Justiça Avaliadores do Tribunal de Justiça.
Art. 14. Ficam acrescentados os §§ 1º, 2º, 3º e 4º ao art. 31 da Lei n.
12.483, de 3 de agosto de 1995, na redação dada pela Lei n. 13.956, de 13
de agosto de 2007, alterada pela Lei n. 14.302, de 9 de janeiro de 2009, com
a seguinte redação: (Após interpretação sistemática, verificou-se que este
artigo modificou, na realidade, o art. 36 da Lei 12.483/1995)
“Art. 31. ...

381
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º Fica criado o Núcleo de Apoio à Jurisdição, unidade subordinada dire-


tamente à Diretoria do Fórum da Comarca da Capital.
§ 2º Compete ao Núcleo de Apoio à Jurisdição o desenvolvimento das ati-
vidades de apoio técnico especializado às Varas ou Unidades Judiciárias – da
Infância e Juventude, de Família e da Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher, bem como o atendimento psicossocial ao servidor do Poder Judiciário.
§ 3º O Núcleo de Apoio à Jurisdição contará com equipe interdisciplinar
composta por servidores do Poder Judiciário, com habilitação profissional em
Psicologia e Assistência Social e de ocupantes de cargos de provimento em
comissão denominados de Assessor em Psicologia e de Assessor em Serviço
Social, cargos estes privativos de detentores de cursos superior em Psicologia
e em Assistência Social, respectivamente, além de equipe de apoio adminis-
trativo integrada por outros servidores e estagiários.
§ 4º Caberá à Presidência do Tribunal de Justiça regulamentar, mediante
Provimento, as atividades dos profissionais integrantes do Núcleo de Apoio à
Jurisdição, ficando a cargo do Coordenador do Núcleo o acompanhamento dos
trabalhos desenvolvidos naquela unidade administrativa.” (NR).
Art. 15. Fica transformado o cargo de provimento em comissão de Di-
retor de Divisão do Conselho Superior da Magistratura, símbolo DAS-2, em
Secretário Executivo do Conselho Superior da Magistratura, símbolo DAS-1,
a ser ocupado por profissional de ilibada conduta e, preferencialmente, com
formação superior em Direito.
Art. 16. Ficam criados os seguintes cargos de provimento em comissão:
I – 1 (um) de Secretário de Gestão de Pessoas, símbolo DGS-2; (Alterado
pela Lei n. 14.916, de 3 de maio de 2011, DO, de 11 de maio de 2011)
II – 1 (um) de Chefe da Assessoria de Comunicação do Poder Judiciário,
símbolo DNS-1;
III – 1 (um) de Assessor Técnico da Secretaria de Gestão de Pessoas,
símbolo GAJ-1;

382
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

IV – 1 (um) de Diretor do Departamento de Gestão Executiva do FERMO-


JU, símbolo DAS-1; (Alterado pela Lei n. 14.916, de 3 de maio de 2011, DO,
de 11 de maio de 2011)
V – 1 (um) de Diretor do Departamento de Gerência Executiva do FERMO-
JU, símbolo GAJ-1; (Alterado pela Lei n. 14.916, de 3 de maio de 2011, DO,
de 11 de maio de 2011) VI – 4 (quatro) de Diretor de Divisão, sendo 3 (três)
do Departamento de Serviços Gerais e 1 (um) de Apoio Administrativo da Se-
cretaria de Gestão de Pessoas, símbolo GAJ-2; (Alterado pela Lei n. 14.916,
de 3 de maio de 2011, DO, de 11 de maio de 2011)
VII – 1 (um) Oficial de Gabinete da Secretaria de Gestão de Pessoas, sím-
bolo GAJ-2; (Alterado pela Lei n. 14.916, de 3 de maio de 2011, DO, de 11
de maio de 2011)
VIII – 4 (quatro) de Chefe de Serviço, sendo 3 (três) para as Divisões do
Departamento de Serviços Gerais e 1 (um) para o Serviço de Apoio Adminis-
trativo da Secretaria Judiciária, símbolo DAS-3;
IX – 9 (nove) de Assessor Técnico em Jornalismo, símbolo DAS-3 (Alte-
rado pela Lei n. 14.912, de 3 de maio de 2011, DO de 11 de maio de 2011);
X – 1 (um) de Assessor Técnico em Fotografia, símbolo DAS-5;
XI – 1 (um) de Coordenador do Núcleo de Apoio à Jurisdição, símbolo
DNS-2;
XII – 8 (oito) de Assessor em Psicologia, símbolo DAS-2;
XIII – 6 (seis) de Assessor em Serviço Social, símbolo DAS-2.” (NR).
Art. 17. O inciso II do art. 372 da Lei n. 12.342, de 28 de julho de 1994,
alterado pelo art. 22 da Lei n.º 13.956 de 13 de agosto de 2007, passa a vi-
gorar com a seguinte redação:
“Art. 372. ... .
II – de direção e gerenciamento: Secretaria Geral do Tribunal de Justiça,
desdobrando-se em:
a) Secretaria da Administração;
b) Secretaria de Finanças;

383
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

c) Secretaria de Tecnologia da Informação;


d) Secretaria Judiciária;
e) Secretaria de Recursos Humanos e Gestão Executiva do FERMOJU;
...” (NR).
Art. 18. Os §§ 2 º e 3º do art. 5º da Lei n.º 11.891, 20 de dezembro de
1991, passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 5º ...
§ 2º Os recursos do FERMOJU serão recolhidos diretamente às instituições
financeiras conveniadas com o Poder Judiciário do Estado do Ceará.
§ 3º A movimentação da conta do FERMOJU será de responsabilidade dos
Secretários de Finanças e de Recursos Humanos e Gestão do FERMOJU, no
âmbito de suas competências, bem como do responsável pela contabilidade
do Fundo, nos termos previstos em regulamento.” (NR).
Art. 19. Ficam extintos os cargos de provimento em comissão de Assessor
de Comunicação, símbolo DNS-2, previstos no inciso V do art. 5º da Lei n.º
14.302, de 9 de janeiro de 2009. (Após interpretação sistemática, verificou-
-se que este artigo se referiu, na verdade, ao artigo 6º., inciso V, da Lei n.
14.302, de 9 de janeiro de 2009.)
Art. 20. Esta Lei entra em vigor a partir da data de sua publicação.
Art. 21. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente os arts.
18 e 19 da Lei n. 13.956, de 13 de agosto de 2007 e o inciso II do § 3º do
art. 31 da Lei n.º 12.483, 3 de agosto de 1995.

384
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 14.407, DE 15.07.09

Altera e inclui dispositivos na Lei n.º 12.342, de 28 de julho de 1994, Código de


Divisão e Organização Judiciária do Estado do Ceará e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte


Lei:

Art. 1°. Fica alterado o art. 9º da Lei n. 12.342, de 28 de julho de 1994,


com a seguinte redação:
“Art. 9º As Comarcas do Estado do Ceará ficam classificadas em 3 (três)
entrâncias, denominadas: entrância inicial, entrância intermediária e entrância
final, sendo enquadradas, com os respectivos ofícios do foro extrajudicial, em:
I – entrância inicial, formada pelas comarcas atualmente de 1ª e 2ª. en-
trâncias; II – entrância intermediária, formada pelas atuais comarcas de 3ª
entrância; e III – entrância final, formada pela Comarca de Fortaleza.
Parágrafo único. As Comarcas de Caucaia, Maracanaú, Sobral e Juazeiro do
Norte, atualmente de 3ª entrância, ficam classificadas como de entrância final.
Art. 2º. Os arts. 156, 157 e 216 da Lei n. 12.342, de 28 de julho de 1994,
passam a vigorar com o seguinte texto:
“Art. 156. O Juiz Substituto empossado deverá entrar no efetivo exercício
do cargo, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da posse, oportuni-
dade em que será lavrada a declaração de exercício pelo Diretor de Secreta-
ria, remetendo-se cópia ao Secretário Geral do Tribunal de Justiça.
Art. 157. Empossado e havendo entrado em exercício, o Juiz Substituto
passará a frequentar o curso oficial de formação promovido pela Escola Su-
perior da Magistratura, pelo prazo mínimo de 3 (três) meses.

385
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1° Inexistindo Comarca de entrância inicial vaga, poderá o Juiz Substitu-


to exercer suas atribuições em qualquer unidade jurisdicional do Estado, por
ato do Presidente do Tribunal.
§ 2° Vagando unidade jurisdicional de entrância inicial, após ter sido re-
alizada a remoção nos termos da legislação específica, obrigatoriamente o
Juiz Substituto assumirá o cargo naquela Comarca, respeitada a ordem de
classificação do concurso.
Art. 216. Para fins de remuneração dos Magistrados, ficam mantidos os
subsídios atualmente estipulados para os Desembargadores do Tribunal de
Justiça, fixando o escalonamento vertical de 5% (cinco por cento) entre as
entrâncias, atribuindo-se aos de entrância final, 95% (noventa e cinco por
cento) dos vencimentos dos Desembargadores.
Parágrafo único. Os Juízes Substitutos perceberão subsídios iguais aos dos
Juízes de Direito de entrância inicial.” (NR).
Art. 3°. Fica incluído na Lei n. 12.342, 28 de julho de 1994, o Capítulo III,
do Título Único, do Livro III, com a seguinte redação:

CAPÍTULO III
Seção I
Da Transformação dos Cargos de Juiz de Primeiro Grau

“Art. 513 – A. Em decorrência da alteração da classificação das entrâncias


no Estado do Ceará, ficam transformados os respectivos cargos de Juiz Subs-
tituto e Juiz de Direito de 1ª. e 2ª. entrâncias em cargos de Juiz Substituto e
Juiz de Direito de entrância inicial, os cargos de Juiz de Direito de 3ª entrância
ficam transformados em cargos de Juiz de Direito de entrância intermediária,
exceto os titulares das Comarcas de Caucaia, Maracanaú, Sobral e Juazeiro
do Norte, que ficam transformados em Juiz de Direito de entrância final, e os
cargos de Juiz de Direito da Comarca de Fortaleza em cargos de Juiz de Di-
reito de entrância final, tudo na forma do anexo I desta Lei, assegurada aos

386
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

atuais Juízes Substitutos e os Juízes de Direito, a permanência no cargo em


exercício, até que sejam removidos ou promovidos.
Parágrafo único. Ficam transformados os respectivos cargos de Juiz de
Direito Auxiliar das Comarcas de Caucaia, Maracanaú, Sobral e Juazeiro do
Norte em cargos de Juiz de Direito de entrância final, na forma do anexo II
desta Lei, assegurada aos atuais Juízes de Direito Auxiliar, a permanência no
cargo em exercício, até que sejam removidos ou promovidos.
Art. 513 – B. Para efeito de promoção, será observada a nova classificação
das entrâncias, conservando cada Magistrado a ordem de colocação constan-
te da lista de antiguidade em vigor na data da publicação da presente lei.
Parágrafo único. Não integrarão a lista de merecimento para promoção à
entrância intermediária, os Juízes integrantes da atual primeira entrância, en-
quanto existirem, em número suficiente para formá-la, os Juízes integrantes
da atual segunda entrância, salvo recusa.

Seção II
Da Criação das Unidades Jurisdicionais
Subseção I
Da Criação das Unidades Jurisdicionais em Comarcas de Entrância
Final, Intermediária e Inicial

Art. 513 – C. Ficam criadas a 6ª, 7ª, 8ª, 9ª. e 10ª. Varas da Comarca
de Caucaia, a 6ª. e 7ª. Varas de Juazeiro do Norte, 5ª., 6ª. e 7ª. Varas da
Comarca de Maracanaú, 6ª. e 7ª. Varas da Comarca de Sobral, todas de en-
trância final; ficam criadas a 3ª Vara da Comarca de Aracati, a 2ª. Vara da
Comarca de Boa Viagem, a 3ª. Vara da Comarca de Barbalha, a 3ª. Vara da
Comarca de Crateús, a 5ª. Vara da Comarca de Crato, a 3ª. Vara da Comarca
de Eusébio, a 3ª. Vara da Comarca de Iguatu, a 3ª. Vara da Comarca de Ita-
pipoca, a 3ª. Vara da Comarca de Limoeiro do Norte, a 3ª. Vara da Comarca
de Maranguape, a 2ª. Vara da Comarca de Massapê, a 2ª. Vara da Comarca

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

de Mombaça, a 3ª. Vara da Comarca de Morada Nova, a 3ª. Vara da Comarca


de Quixadá, a 3ª. Vara da Comarca de Tianguá, a 3ª. Vara da Comarca de
Tauá e a 2ª. Vara da Comarca de Várzea Alegre, de entrância intermediária.
§ 1º Ficam transformadas em 1ª. Vara a Vara Única das Comarcas de Boa
Viagem, Massapé, Mombaça e Várzea Alegre.
§ 2º O Tribunal de Justiça disciplinará, por Resolução, a forma de implan-
tação e as competências de cada uma das unidades jurisdicionais criadas no
caput deste artigo, observado o limite de despesa do Poder Judiciário deter-
minado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Subseção II
Da Criação das Varas na Comarca de Fortaleza

Art. 513 – D. Ficam criadas 40 (quarenta) Unidades Jurisdicionais na Co-


marca de Fortaleza.
Parágrafo único. O Tribunal de Justiça disciplinará, por Resolução, a forma
de implantação e as competências de cada uma das unidades jurisdicionais
criadas, observado o limite de despesa do Poder Judiciário determinado pela
Lei de Responsabilidade Fiscal.

Subseção III
Da Implantação das Novas Comarcas

Art. 513 – E. Serão implantadas, como Comarcas de entrância inicial, as


Comarcas de Acarape, Ibicuitinga, Antonina do Norte, Quiterianópoles, Jijoca
de Jericoacoara, Barreira, Varjota, Ararendá, Nova Olinda e Piquet Carneiro,
todas de vara única, e, devendo a instalação obedecer ao disposto no artigo
48 e seus parágrafos.

388
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção III
Da Criação dos Cargos de Magistrado

Art. 513 – F. Ficam criados 16 (dezesseis) cargos de Desembargador.


Art. 513 – G. Ficam criados 52 (cinquenta e dois) cargos de Juiz de Direito
de entrância final, sendo:
I – 40 (quarenta) cargos para a Comarca de Fortaleza;
II – 5 (cinco) cargos para a Comarca de Caucaia;
III – 2 (dois) cargos para a Comarca de Juazeiro do Norte;
IV – 3 (três) cargos para a Comarca de Maracanaú;
V – 2 (dois) cargos para a Comarca de Sobral.
Art. 513 – H. Ficam criados 17 (dezessete) cargos de Juiz de Direito de
entrância intermediária, sendo:
I – 1 (um) para a Comarca de Aracati;
II – 1 (um) para a Comarca de Boa Viagem;
III – 1 (um) para a Comarca de Barbalha; IV – 1 (um) para a Comarca de
Crateús;
V – 1 (um) para a Comarca de Crato;
VI – 1 (um) para a Comarca de Eusébio;
VII – 1 (um) para a Comarca de Iguatu;
VIII – 1 (um) para a Comarca de Itapipoca;
IX – 1 (um) para a Comarca de Limoeiro do Norte;
X – 1 (um) para a Comarca de Maranguape;
XI – 1 (um) para a Comarca de Massapê;
XII – 1 (um) para a Comarca de Mombaça;
XIII – 1 (um) para a Comarca de Morada Nova;
XIV – 1 (um) para a Comarca de Quixadá;
XV – 1 (um) para a Comarca de Tianguá;
XVI – 1 (um) para a Comarca de Tauá;
XVII – 1 (um) para a Comarca de Várzea Alegre.

389
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 513 – I. Ficam criados 10 (dez) cargos de Juiz de Direito de entrância


inicial nas Comarcas de Acarape, Ibicuitinga, Antonina do Norte, Quiteria-
nópoles, Jijoca de Jericoacoara, Barreira, Varjota, Ararendá, Nova Olinda e
Piquet Carneiro
Art. 513 – J. Ficam criados 16 (dezesseis) cargos de Juiz de Direito Auxiliar
de entrância final, sendo:
I – 8 (oito) cargos na Comarca de Fortaleza; II – 2 (dois) cargos na Co-
marca de Caucaia;
III – 2 (dois) cargos na Comarca de Juazeiro do Norte; IV – 2 (dois) cargos
na Comarca de Maracanaú;
V – 2 (dois) cargos na Comarca de Sobral.
Art. 513 – K. Ficam criados dez (10) cargos de Juiz de Direito Auxiliar de
entrância intermediária, sendo:
I – 2 (dois) cargos na Comarca de Iguatu; II – 2 (dois) cargos na Comarca
de Crateús; III – 2 (dois) cargos na Comarca de Russas;
IV – 2 (dois) cargos na Comarca de Quixadá;
V – 2 (dois) cargos na Comarca de Tianguá.

Seção IV
Da Criação dos Cargos de Provimento em Comissão do Quadro III –
Poder Judiciário

Art. 513 – L. Ficam criados 48 (quarenta e oito) cargos de Assessor de


Desembargador, símbolo DNS-2, privativos de bacharel em Direito, e 16 (de-
zesseis) cargos de Oficial de Gabinete, símbolo DAS-2, de provimento em
comissão.
Parágrafo único. As nomeações para os cargos de que trata este artigo dar-
-se-ão por ato do Presidente do Tribunal de Justiça, mediante indicação dos
respectivos Desembargadores. Art. 513 – M. Ficam criados 9 (nove) cargos
de provimento em comissão, símbolo DAS-1, sendo 1 (um) cargo de Assessor

390
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Técnico para a Comissão de Regimento Interno e Assessoria Legislativa, 4


(quatro) cargos de Assessor de Câmara e 4 (quatro) cargos de Secretário de
Câmara do Tribunal de Justiça.
Parágrafo único. Os ocupantes dos cargos criados neste artigo serão de
indicação do Desembargador Presidente da respectiva Câmara, e nomeados
pelo Presidente do Tribunal de Justiça.

Seção V

Art. 513 – N. Ficam transformados os cargos de provimento em comissão


de Diretor de Secretaria:
I – das Comarcas de 1ª entrância, símbolo DAS–3, no cargo de Diretor de
Secretaria de entrância inicial, símbolo DAS–2;
II – das Comarcas de 2ª entrância, símbolo DAS-2, no cargo de Diretor de
Secretaria de entrância inicial, símbolo DAS-2;
III – das Comarcas de 3ª entrância, símbolo DAS-1, no cargo de Diretor de
Secretaria de entrância intermediária, símbolo DAS-1;
IV – da Comarca de entrância especial, símbolo DNS-3, no cargo de Dire-
tor de Secretaria de entrância final, símbolo DNS-3.
Parágrafo único. Os cargos de provimento em comissão de Diretor de Se-
cretaria de 3ª entrância, símbolo DAS-1, das Comarcas de Caucaia, Maraca-
naú, Sobral e Juazeiro do Norte, passam a ser classificados como cargos de
Diretor de Secretaria de entrância final, símbolo DNS- 3.
Art. 513 – O. Enquanto não forem elaboradas as regras complementares a
este Código, serão aplicadas as normas até então vigentes.” (NR).
Art. 4º. Ficam criados o art. 132 – B. e o parágrafo único do art. 164 da
Lei n. 12.342, de 28 de julho de 1994, com a seguinte redação:
“Art. 132 – B. A competência das Comarcas com mais de 2 (duas) varas
será determinada por Resolução do Tribunal de Justiça, observada a especia-
lização de competências.
Art. 164. ...

391
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. A antiguidade do Juiz Substituto contar-se-á a partir do


efetivo exercício na titularidade de comarca de entrância inicial.” (NR).

Seção VII
Disposições Transitórias Diversas

Art. 5º. Os 79 (setenta e nove) cargos de Juiz de Direito criados pelos


arts. 513-G; 513-H e 513-I serão implantados na proporção de 40 (quarenta)
a partir de 1º de janeiro de 2010 e 39 (trinta e nove) a partir de 1º de agosto
do mesmo exercício.
Parágrafo único. Os cargos de Juiz Auxiliar criados pelos arts. 513-J e 513-
K serão implantados a partir da publicação desta Lei.
Art. 6º. Os cargos de provimento em comissão e os de provimento efetivo
das secretarias de vara serão criados, por lei específica, na proporção da im-
plantação das unidades jurisdicionais respectivas criadas por esta Lei.
Art. 7º. O Quadro Único da Lei n. 12.342, 28 de julho de 1994, passa a
vigorar na forma disposta no anexo I desta Lei.
Art. 8º. O anexo único da Lei n. 13.102, de 17 de janeiro de 2001, passa
a vigorar na forma disposta no anexo II desta Lei.
Art. 9º. O anexo único previsto no art. 6º da Lei n. 13.710, de 16 de de-
zembro de 2005, que fixa o subsídio mensal dos membros do Poder Judiciário
do Estado do Ceará, passa a vigorar na forma disposta no anexo III desta Lei.
Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 11. Revo-
gam-se as disposições em contrário.

392
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

ANEXO I

COMARCA DE ENTRÂNCIA FINAL
SEDE VINCULADA DISTRITOS
Antonio Bezerra, Barra do Ceará, Messejana, Mondu-
1. FORTALEZA
bim, Mucuripe e Parangaba.
Caucaia, Bom Princípio, Catuana, Guararu, Jurema,
2. CAUCAIA Mirambé, Sítios Novos e
Tucunduba.
Sobral, Aracatiaçu, Bonfim, Caioca, Caracará, Jaiba-
3. SOBRAL ras, Jordão, Patriarca, Rafael
Arruda, São José do Torto e Taperuaba.
4. JUAZEIRO
Juazeiro do Norte, Marrocos e Padre Cícero.
DO NORTE
5. MARACANAÚ Maracanaú e Pajuçara.

COMARCAS DE ENTRÂNCIA INTERMEDIÁRIA


SEDE VINCULADA DISTRITOS
Acopiara, Ebron, Isidoro, Quincue, Santa Felícia,
1. ACOPIARA
Santo Antônio e Trussu.
Aquiraz, Camará, Caponga da Bernarda, Jacaúna,
2. AQUIRAZ Justiniano de Serpa,
Patacas e Tapera.
Aracati, Barreira dos Vianas, Cabreiro, Córrego dos
3. ARACATI Fernandes, Cuipiranga,
Santa Tereza, Girau e Mata Fresca.
Aracoiaba, Ideal, Jaguarão, Jenipapeiro, Lagoa de
4. ARACOIABA São João, Milton Belo,
Pedra Branca, Plácido Martins e Varzantes.
5. AURORA Aurora, Ingazeiras e Tipi
6. BARBALHA Barbalha, Arajara e Estrela.
7. BATURITÉ Baturité, Boa Vista e São Sebastião.
Beberibe, Itapemirim, Parajuru, Serra do Félix, Suca-
8. BEBERIBE
tinga e Paripueira.
Boa Viagem, Domingos da Costa, Ibuaçú e Jacam-
9. BOA VIAGEM
pari.
10. BREJO SANTO Brejo Santo, Poço e São Felipe.

393
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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COMARCAS DE ENTRÂNCIA INTERMEDIÁRIA


SEDE VINCULADA DISTRITOS
11. CAMOCIM Camocim, Amarela e Guriú.
Canindé, Bonito, Esperança, Ipueiras dos Gomes,
12. CANINDÉ Monte Alegre, Targinos e
Ubirassu.
Cascavel, Caponga, Guanacés, Jacarecoara e Pitom-
13. CASCAVEL
beiras.
Crateús, Ibiapaba, Irapuan, Montenebo, Oiticica,
14. CRATEÚS Poti, Santo Antônio e
Tucuns.
Crato, Dom Quintino, Lameiro, Muriti, Ponta da Serra
15. CRATO
e Santa Fé.
16. EUSÉBIO Eusébio.
MARTINÓ- Granja, Adrianópolis, Ibuguaçu, Parazinho, Pessoa
17. GRANJA
POLE Anta, Sambaíba e Timonha. – Martinópole
Icó, Bernadinópolis, Cruzeirinho, Icozinho, Lima
18. ICÓ
Campos, Pedrinhas, São João e São Vicente.
Iguatu, Barra, Barreiras, Barro Alto, Baú, Cruz das
19. IGUATU Pedras, José de Alencar,
Quixoa, Riacho Vermelho, Serrote e Suassurana.
20. INDEPENDÊN-
Independência, Ematuba, Iapi e Jandragoeira.
CIA
PIRES FER- Ipu, Flores e Várzea do Giló. – Pires Ferreira, Delmiro
21. IPU
REIRA Gouveia e Donato.
Itapagé, Aguaí, Baixa Grande, Camará, Cruz, Ira-
22. ITAPAJÉ TEJUÇUOCA tinga, Pitombeiras e Soledade. – Tejuçuoca e Caxi-
toré.
Itapipoca, Arapari, Assunção, Barrento, Bela Vista,
23. ITAPIPOCA Betânia, Deserto,
Marinheiro e Brotas.
24. LAVRAS DA Lavras da Mangabeira, Amaniutaba, Arrojado, Ibo-
MANGABEIRA repi, Mangabeiras e Quitatiús.
25. LIMOEIRO
Limoeiro do Norte e Bixopá.
DO NORTE
Maranguape, Amanari, Cachoeira, Itapebussu,
Jubaia, Ladeira Grande, Lajes, Lagoa do Juvenal,
26. MARANGUAPE Manoel Guedes, Papara, Penedo, São João do Ama-
nari, Sapupara, Tanques e Umazeiras.

394
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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COMARCAS DE ENTRÂNCIA INTERMEDIÁRIA


SEDE VINCULADA DISTRITOS
Massapê, Ainá, Ipaguassu, Munbaba, Padre Linhares,
27. MASSAPÊ SENADOR SÁ Tangente e Tuína. – Senador Sá, Salão e Serrote.

Mombaça, Boa Vista, Cangati, Carnaúba, Catolé,


28. MOMBAÇA
Manoel Correia, São Gonçalo do Umari e São Vicente.
Morada Nova, Aruaru, Boa Água, Juazeiro de Baixo,
29. MORADA NOVA Lagoa Grande, Pedras, Roldão e Uiraponga.
Nova Russas, Canindezinho, Major Simplício, Nova
30. NOVA RUSSAS
Betânia e São Pedro.
31. PACAJUS Pacajus e Itaipaba.
Pacatuba, Monguba, Pavuna e Senador Carlos Jereis-
32. PACATUBA
sati.
Quixadá, Cipó dos Anjos, Custódio, Daniel de Quei-
BANABUIÚ,
roz, Dom Maurício, Joatama, São João dos Queiro-
CHORÓ-LI-
zes e Tapuiara.- Banabuiú, Rinaré e Sitiá. – Choro-Li-
33. QUIXADÁ MÃO E IBA-
mão e Caiçarinha. – Ibaretama, Nova Vida, Oiticica
RETAMA
e Pirangi.
Quixeramobim, Belém, Encantado, Lacerda, Nanim-
34. QUIXERAMO- tuba, Nenelândia, Passagem, São Miguel, Pirabibu e
BIM Uruque.
Russas, Bonhu, Flores, Lagoa Grande, Peixe e São
35. RUSSAS PALHANO João de Deus.- Palhano e São José.
Santa Quitéria, Areial, Lisieux, Logradouro, Maraca-
36. SANTA QUITÉ- naú, Malha Grande, Muribeca, Raimundo Martins e
CATUNDA
RIA Trapiá. – Catunda.
37. SÃO BENE-
São Benedito, Barreiros e Inhussu.
DITO

38. SÃO GONÇALO


São Gonçalo do Amarante, Croatá, Pecém, Serrote,
DO AMARANTE
Siupé, Taíba e Umarituba.
Senador Pompeu, Bonfim, Codiá, Engenheiro José
39. SENADOR
Lopes e São Joaquim do
POMPEU
Salgado.
Tauá, Barra Nova, Caiçara, Carrapateiras, Inhamus,
40. TAUÁ ARNEIROZ Marrecas, Marruás, Santa Teresa e Trici.- Arneiroz.
41. TIANGUÁ Tianguá, Arapá, Carnataí, Pindoguaba e Tabainha.
42. URUBURE-
Uburetama e Santa Luzia.
TAMA

395
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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43. VÁRZEA Várzea Alegre, Calabaco, Canindezinho, Ibicatu,


ALEGRE Naraniú e Riacho Verde.
Viçosa do Ceará, General Tibúrcio, Lambedouro,
44. VIÇOSA
Manhoso, Padre Vieira, Passagem da Onça e Quati-
DO CEARÁ
guaba.

COMARCAS DE ENTRÂNCIA INICIAL


SEDE VINCULADA DISTRITOS
1. ACARAPE Acarape.
2. ACARAÚ Acaraú e Aranaú.
3. AIUABA Aiuaba e Barra.
4. ALTO SANTO POTIRETAMA Alto Santo e Castanhão – Potiretama.
Amontada, Aracatiara, Graças, Icaraí, Lagoa Grande,
5. AMONTADA MIRAÍMA Moitas, Nascente, Poço
Cumprido e Sabiaguaba. – Miraíma.
6. ANTONINA
Antonina do Norte e Tabuleiro.
DO NORTE
7. ARARENDÁ Ararendá e Santo Antônio.
Araripe, Alagoinha, Brejinho, Pajeú e Riacho Grande.
8. ARARIPE POTENGI
– Potengi e Barreiras.
9. ARATUBA Aratuba.
10. ASSARÉ TARRAFAS Assaré, Amaro e Aratama – Tarrafas.
11. BAIXIO UMARI Baixio – Umari.
12. BARREIRA Barreira.
Barro, Brejinho, Cuncas, Engenho Velho, Iara, Monte
13. BARRO
Alegre, Santo Antônio e Serrota.
14. BARROQUINHA Barroquinha, Araras e Bitupitá.
15. BELA CRUZ Bela Cruz, Cajueirinho e Prata.

Campos Sales, Barão de Aquiraz, Carmelópolis,


16.
SALITRE Itaquá, Monte Castelo e Quixariú.-
CAMPOS SALES
Salitre, Caldeirão e Lagoa dos Crioulos.
17. CAPISTRANO Capistrano.
18. CARIDADE PARAMOTI Caridade, Inhuporanga e São Domingos. – Paramoti.
19. CARIRÉ Cariré, Alto, Arariús, Cacimba, Jucá e Tapuio.
Caririraçu, Feitosa, Miguel Xavier e Miragem.- Gran-
20. CARIRIAÇU GRANJEIRO
jeiro.

396
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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21. CARIÚS Cariús, Caipú, São Bartolomeu e São Sebastião.


22. CARNAUBAL Carnaubal, Monte Carmelo e Graça.
23. CATARINA Catarina.
Cedro, Candeias, Lajedo, Santo Antônio, São Miguel
24. CEDRO
e Várzea da Conceição.
25. CHAVAL Chaval e Passagem.
Chorozinho, Campestre, Pedro, Ocara, P. dos Libera-
tos, Timbaúba dos Marinheiros e
26. CHOROZINHO OCARA
Triângulo. – Ocara, Arisco dos Marianos, Curupira,
Novo Horizonte, Sereno de Cima e Serragem.
Coreaú, Araquém, Aroeiras e Ubaúna.- Moraújo, Boa
27. COREAÚ MORAÚJO Esperança, Goiânia e Várzea da
Volta.
Croatá, Barra do Sotero, Betânia, Santa Teresa e São
28. CROATÁ
Roque.

29. CRUZ Cruz e Caiçara.

30. FARIAS BRITO Farias Brito, Cariutaba, Nova Betânea e Quincundá.


31. FORQUILHA Forquilha e Trapiá.
32. FORTIM Fortim.
33. FRECHEIRINHA Frecheirinha.
34. GRAÇA Graça.
35. GROAÍRAS Groaíras e Itamaracá.
36. GUAIÚBA Guaiúba, Água Verde e Itacima.
37. GUARACIABA Guaraciaba do Norte, Espinho, Morrinhos Novos e
DO NORTE Sussuanha.
38. HIDROLÂNDIA Hidrolândia, Betânia, Irajá e Conceição.
39. HORIZONTE Horizonte, Aningás, Dourado e Queimadas.
40. IBIAPINA Ibiapina e Santo Antônio da Pindoba.
41. IBICUITINGA Ibicuitinga.
42. ICAPUI Icapuí, Ibicuitaba e Manibu.
43. IPAPORANGA Ipaporanga e Sacramento.
44. IPAUMIRIM Ipaumirim e Felizardo.
Ipueiras, América. Eng, João Tomé, Gárzea, Livra-
45. IPUEIRAS
mento, Matriz, Nova Fátima e São João das Lontras.
46. IRACEMA ERERÊ Iracema, Ema e São José. – Ererê.
47. IRAUÇUBA Irauçuba, Boa Vista do Caxitoré, Juá e Missi.

397
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

48. ITAITINGA Itaitinga e Gereraú.


49. ITAPIÚNA Itapiúna, Caio Prado, Itans e Palmatória.
50. ITAREMA
Itarema, Almofala e Carvoeiro.
51. ITATIRA Itatira, Bandeira, Cachoeira, Lagoa do Mato e Morro
Branco.
52. JAGUARETAMA JAGUARIBARA Jaguaretama e Poço Comprido. -. Jaguaribara.
53. JAGUARIBE Jaguaribe, Aquinópolis, Feiticeiro, Mapuá e Nova
Floresta.
54. JAGUARUANA ITAIÇABA Jaguaruana, Borges, Jiqui e São José.- Itaiçaba.
55. JARDIM Jardim e Jardimirim.
56. JATI PENAFORTE Jati – Penaforte.
57. JIJOCA DE Jijoca de Jericoacoara.
JERICOACARA
58. JUCÁS Jucás, Baixio da Donona, Canafístula, Mel, Poço
Grande e São Pedro do Norte.
59. MADALENA Madalena e Macaoca.
60. MARCO Marco e Panacuí.
61. MAURITI Mauriti, Ananuá, Buritizinho, Coité, Maraguá, Mara-
rupá, Palestina do Cariri, São Miguel e Umburanas.
62. MERUOCA ALCÂNTARAS Meruoca, Camilos, Palestina do Norte, Santo Antô-
nio dos Fernandes e São Francisco
- Alcântaras e Ventura.
63. MILAGRES ABAIARA Milagres e Podimirim. – Abaiara e São José.
64. MISSÃO VELHA Missão Velha, Gameleira de São Sebastião, Jama-
carú, Missão Nova e Quimami.
65. MONSENHOR Monsenhor Tabosa, Barreiros e Nossa Senhora do
TABOSA Livramento.
66. MOCAMBO PACUJÁ Mocambo e Carqueijo – Pacujá.
67. MORRINHOS Morrinhos e Sítio Alegre.
68. MULUNGU Mulungu.
69. NOVA OLINDA Nova Olinda.
70. NOVO ORIENTE Novo Oriente.
71. ORÓS Orós, Guassussé, Igarois e Palestina.
72. PACOTI GUARAMI- Pacoti, Colina, Fátima e Santa Ana – Guaramiranga
RANGA e Pernambuquinho.

398
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

73. PALMÁCIA Palmácia, Antonio Marques, Gado, Gado dos Rodri-


gues e Vertente do Lajedo.
74. PARACURU Paracuru e Jardim.

75. PARAIPABA Paraipaba e Lagoinha.


76. PARAMBU Parambu, Cococi, Monte Sião e Novo Assis.
Pedra Branca, Mineirolândia, Santa Cruz do Bana-
77. PEDRA BRANCA
buiú e Tróia.
APUIARÉS Pentecoste, Matias, Porfírio Sampaio e Sebastião
78. PENTECOSTE e GENERAL de Bareu. – Apuiarés, Canafístula e Vila Soares. –
SAMPAIO General Sampaio.
79. PEREIRO Pereiro e Criolos.
80. PINDORETAMA Pindoretama.
81. PIQUET CAR-
Piquet Carneiro, Ibicuã e Mulungu.
NEIRO
82. PORANGA Poranga e Macambira.
83. PORTEIRAS Porteiras.
84. QUITERIONÓ-
Quiterianópolis, Algodões e São Francisco.
POLIS
85. QUIXELÔ Quixelô.
86. QUIXERÉ Quixeré, Lagoinha e Tomé.
87. REDENÇÃO Redenção, Antonio Diogo, Guassi e São Gerardo.
88. RERIUTABA Reriutaba, Amanaiara e Campo Lindo.
Saboeiro, Barrinha, Felipe Flamengo, Malhada e
89. SABOEIRO
São José.
90. SANTANA DO Santana do Acaraú, João Cordeiro, Mutambeiras,
ACARAÚ Parapuí e Sapo.
91. SANTANA DO Santana do Cariri, Anjinhos, Araponga, Brejo
CARIRI ALTANEIRA Grande e Dom Leme – Altaneira e São Romão.
92. SÃO LUIS
São Luís do Curu.
DO CURU
DEPUTADO
Solonópole, Assunção, Cangati, Pasta e São José de
IRAPUAN
93. SOLONÓPOLE Solonópole – Milhã, Carnaubinha e Monte Grave –
PINHEIRO
Deputado Irapuan Pinheiro e Betânia.
E MILHÃ
Tabuleiro do Norte, Olho D´água da Bica e Peixe
94. TABULEIRO SÃO JOÃO DO
Gordo. – São João do Jaguaribe e Barra do Figuei-
DO NORTE JAGUARIBE
redo.

399
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Tamboril, Boa Esperança, Carvalho, Curatis,


95. TAMBORIL
Holanda, Oliveira e Sucesso.
96. TRAIRI Trairi, Canaã e Mundaú.
97. UBAJARA Ubajara, Araticum e Jaburuana.
98. UMIRIM TURURU Umirim – Tururu, Cemoaba e Conceição.
99. URUÓCA Uruóca, Campanário e Paracuá.

100. VARJOTA Varjota e Croatá.

ANEXO II

CARGO DE
ZONA COMARCA
JUIZ ÁREA DE JURISDIÇÃO
JUDICIÁRIA SEDE
AUXILIAR
Juazeiro do Norte, Crato, Santana do
Cariri, Assaré, Campos Sales, Araripe,
Barbalha, Caririaçu, Farias Brito, Missão
JUAZEIRO
1ª 04 Velha, Jardim, Milagres, Brejo Santo,
DO NORTE
Jati, Porteiras, Mauriti, Barro, Ipaumirim,
Aurora, Nova Olinda, Antonina do Norte.

Iguatu, Várzea Alegre, Saboeiro, Cariús,


Jucás, Icó, Cedro, Acopiara, Quixelô, Orós,
2ª IGUATU 03
Catarina, Aiuaba, Parambu, Lavras da
Mangabeira e Baixio.
Quixadá, Mombaça, Senador Pompeu,
Pedra Branca, Solonópole, Quixeramobim,
Canindé, Aracoiaba, Capistrano, Itapiúna,
3ª QUIXADÁ 03
Baturité, Itatira, Mulungu, Pacoti, Aratuba
e Piquet Carneiro.
Russas, Jaguaribe, Pereiro, Limoeiro do
Norte, Jaguaretama, Iracema, Alto Santo,
Tabuleiro do Norte, Morada Nova, Quixeré,
4ª RUSSAS 03
Jaguaruana, Beberibe, Cascavel, Aracati,
Fortim e Icapuí, Ibicuitinga.

Maracanaú, Maranguape, Pacatuba, Itai-


tinga, Euzébio, Aquiraz, Pindoretama,
5ª MARACANAÚ 04
Horizonte, Pacajus, Chorozinho, Redenção,
Palmácia, Guaiúba, Barreira e Acarape.

400
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CARGO DE
ZONA COMARCA
JUIZ ÁREA DE JURISDIÇÃO
JUDICIÁRIA SEDE
AUXILIAR

Caucaia, Pentecoste, São Luis do Curu,


São Gonçalo do Amarante, Paracuru,
6ª CAUCAIA 03
Paraipaba, Caridade, Itapipoca, Urubure-
tama, Trairi e Itapajé.
Sobral, Chaval, Granja, Camocim, Uruoca,
Massapê, Meruoca, Cariré, Groaíras,
Coreaú, Forquilha, Santana do Acaraú,
7ª SOBRAL 04 Irauçuba, Marco, Bela Cruz, Cruz, Morri-
nhos, Itarema, Acaraú, Amontada e Jijoca
de Jericoacoara.

Tianguá, Frecheirinha, Ubajara, Ibiapina,


Carnaubal, Guaraciaba do Norte, Ipu, São
8ª TIANGUÁ 03
Benedito, Croatá, Mucambo, Graça, Reriu-
taba e Viçosa do Ceará.
Crateús, Novo Oriente, Independência,
Tamboril, Tauá, Monsenhor Tabosa, Nova
Russas, Hidrolândia, Boa Viagem, Santa
9ª CRATEÚS 03
Quitéria, Madalena, Ipueiras, Ipaporanga,
Poranga, Ararendá e Quiterionópolis.

ANEXO III

MAGISTRADOS
DESEMBARGADOR R$ 22.111,25
JUIZ DE DIREITO DE ENTRÂNCIA FINAL R$ 21.005,68
JUIZ DE DIREITO DE ENTRÂNCIA INTERMEDIÁRIA R$ 19.955,40
JUIZ DE DIREITO DE ENTRÂNCIA INICIAL R$ 18.957,63

401
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 14.414, DE 23.07.09

Altera a Lei n. 14.128, de 6 de junho de 2008, que dispõe sobre a reestruturação


das categorias funcionais integrantes do Grupo Ocupacional Atividades Judiciá-
rias do quadro III – Poder Judiciário do Estado do Ceará e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguin-


te Lei:

Art. 1º. A Lei n. 14.128, de 6 de junho de 2008, que dispõe sobre a Re-


estruturação das Categorias Funcionais Integrantes do Grupo Ocupacional
Atividades Judiciárias do Quadro III – Poder Judiciário do Estado do Ceará
passa a vigorar com as seguintes modificações:
I – o caput do art. 3º, com acréscimo do § 3º:
“Art. 3º O ingresso em qualquer dos cargos de provimento efetivo das Car-
reiras do Quadro III – Poder Judiciário reestruturadas por esta Lei dar-se-á
na primeira referência da Classe “A” respectiva, após aprovação em concurso
público, de provas ou de provas e títulos, ou por enquadramento dos atuais
servidores do Poder Judiciário, mediante expressa opção, na forma definida
em Resolução do Tribunal de Justiça.
...
§ 3º Enquanto não for editado Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos
– PCCV, para efeito de enquadramento dos atuais servidores do Poder Judici-
ário, o ingresso de qualquer servidor mediante concurso público, nos cargos
a que se refere este artigo, dar-se-á na referência e Classe iniciais previstas
pelas Leis indicadas no § 2º deste artigo.” (NR).
II – acréscimo de parágrafo único ao art. 8º, com a seguinte redação:
“Art. 8º ...

402
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. Os valores das referências salariais a que se refere este


artigo somente entrarão em vigor após a edição do Plano de Cargos, Carreiras
e Vencimentos – PCCV, previsto no art. 3º desta Lei.” (NR).
Art. 2º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3º Revo-
gam-se as disposições em contrário.

403
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 14.415, DE 23.07.09

Institui o programa de Inovação, Desburocratização, Modernização da Gestão e


Melhoria da Produtividade do Poder Judiciário – PIMPJ, altera as Leis 12.643, de 4
de dezembro de 1996 e 13.480, de 26 de maio de 2004, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguin-


te Lei:

Art. 1º. Fica instituído o Programa de Inovação, Desburocratização, Mo-


dernização da Gestão e Melhoria da Produtividade do Poder Judiciário do Es-
tado do Ceará – PIMPJ, com a finalidade de otimizar os gastos e as receitas
para aumentar a capacidade de investimento, melhorar a qualidade dos ser-
viços prestados e o desempenho dos resultados institucionais, por meio das
seguintes medidas:
I – inserir novos modelos de gestão de processos e de resultados institu-
cionais do Poder Judiciário;
II – redesenhar os processos burocráticos das atividades do sistema ju-
dicial, automatizando e informatizando com modernos sistemas computacio-
nais;
III – equipar as áreas e atividades administrativas com sistemas, ferra-
mentas, instrumentos, equipamentos de alto desempenho e fortalecer a in-
fraestrutura tecnológica do Tribunal de Justiça;
IV – qualificar os servidores do Poder Judiciário no uso de novas tecnolo-
gias, bem como elevar o nível de formação acadêmica e profissional do corpo
funcional;
V – implantar estímulo financeiro pela consecução dos resultados e supe-
ração das metas estabelecidas pelo Chefe do Poder Judiciário;

404
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

VI – promover a modernização da infraestrutura física, móveis e equipa-


mentos do Tribunal de Justiça.
§ 1º O Presidente do Tribunal de Justiça determinará a elaboração de
plano diretor, com atualização periódica, que será coordenado pelo Comitê
Gestor da Modernização do Poder Judiciário -COGEM.
§ 2º Poderá ser criada comissão com a finalidade de acompanhar, monito-
rar e avaliar a execução dos projetos e ações, a consecução das metas e dos
resultados estabelecidos no plano diretor.
§ 3º O Presidente do Tribunal de Justiça, de acordo com a necessidade,
poderá atribuir aos servidores integrantes da comissão a que se refere o § 2º,
deste artigo, a gratificação prevista nos arts. 132, inciso IV e 135 da Lei n.
9.826, de 14 de maio de 1974, em valores a serem fixados por ato específico.
Art. 2º. As parcelas dos depósitos não repassados nos termos dos arts. 1º
e 2º da Lei n. 13.480, de 26 de maio de 2004, serão mantidas na instituição
financeira definida pelo Presidente do Tribunal de Justiça, com rendimento
previamente estabelecido, conforme as regras de mercado.
Parágrafo único. Compete à instituição financeira gestora do fundo de re-
serva de que trata o caput deste artigo, manter escrituração individualizada
para cada depósito efetuado, discriminando:
I – o valor total do depósito, acrescido da remuneração que lhe foi origi-
nalmente atribuída;
II  – o valor da parcela do depósito mantido na instituição financeira, nos
termos desta Lei, acrescida da remuneração que lhe foi originalmente atribuída.
Art. 3º. O atraso, pelo banco público, no repasse dos recursos dos de-
pósitos judiciais de que trata o art. 1º e o seu §1º, da Lei n. 13.480, de 26
de maio de 2004, implicará na multa de 0,20% (vinte centésimos por cento)
para cada dia de atraso, até o limite máximo de 20% (vinte por cento), a ser
repassado para o Tribunal de Justiça, com vistas ao financiamento do PIMPJ.
Art. 4º. O saldo dos recursos dos depósitos judiciais utilizados pelo Poder
Executivo com base na Lei n. 13.480, de 26 de maio de 2004, na data da

405
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

vigência desta Lei, deverá ser depositado na Conta Única dos Depósitos Judi-
ciais, em forma e prazo a ser definido pelo Poder Executivo.
Art. 5º. Os recursos monetários decorrentes das penas pecuniárias, in-
clusive daquelas substitutivas de penas privativas de liberdade, da perda de
bens e valores e de fiança criminal, serão destinados ao Fundo de Defesa
Social – FDS, para modernização e funcionamento do sistema penitenciário e
do sistema de segurança pública do Estado do Ceará.
§ 1º Os recursos a que se refere o caput deste artigo deverão ser aplica-
dos na manutenção e modernização do sistema penitenciário e de segurança
pública e utilizados na forma disposta em regulamento.
§ 2º O Poder Executivo repassará para o Poder Judiciário, com recursos
do tesouro, o valor correspondente a 50%(cinquenta por cento) dos recursos
arrecadados, conforme o caput deste artigo, até o 20º (vigésimo) dia do mês
subsequente ao da arrecadação, para financiamento do PIMPJ, nos termos
definidos no art. 1º desta Lei.
Art. 6º. Os dispositivos da Lei n. 12.643, de 4 de dezembro de 1996, pas-
sam a vigorar com as seguintes redações:
I – os §§ 1º e 2º do art. 1º:
“Art. 1º ...
§1º Para fins de implantação do Sistema Financeiro de Conta Única ins-
tituído nesta Lei, o Poder Judiciário autorizará a abertura de conta junto à
agência de um banco público, sob a denominação “Poder Judiciário/Depósitos
Judiciais”, a ser movimentada pelo Presidente do Tribunal de Justiça ou auto-
ridade competente delegada.
§ 2º Enquanto não utilizados para os fins a que se destinam, os recursos
serão centralizados e constituirão um fundo monetário a ser mantido e mo-
vimentado, junto a um banco público, sob a denominação “Poder Judiciário
– Fundo de Recursos a Utilizar”. (NR).
II – o § 2º do art. 2º:
“Art. 2º ...

406
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º Os saldos de todas as subcontas relativas a feitos arquivados sem


o levantamento do depósito correspondente, ou àqueles com situação atual
indefinida e sem movimentação dos saldos há mais de 2 (dois) anos, com-
preendendo o principal e os rendimentos financeiros, serão transferidos per-
manentemente para a “Conta Única de Depósitos Judiciais”, constituindo-se
receita pública, devendo ser aplicado pelo Presidente do Poder Judiciário,
na execução do Programa de Inovação, Desburocratização, Modernização da
Gestão e Melhoria da Produtividade – PIMPJ e, quando necessário, retornar à
“Conta Única de Depósitos Judiciais.” (NR).
III – o parágrafo único do art. 5º:
“Art. 5º ...
Parágrafo único. O pagamento de despesas será feito através de banco
público, mediante ordem de pagamento ou outro meio definido em ato do
Presidente do Tribunal de Justiça.” (NR).
IV – o parágrafo único do art. 8º:
“Art. 8º ...
Parágrafo único. Os convênios de que tratam o caput deste artigo deve-
rão ter como parte quaisquer dos bancos públicos, conforme o disposto no
art. 2º, § 1º desta Lei.” (NR)
Art. 7º. Os dispositivos a seguir, da Lei n. 13.480, de 26 de maio de 2004,
passam a vigorar com as seguintes redações:
I – o art. 1º:
“Art. 1º Os recursos monetários depositados no Sistema Financeiro da
Conta Única dos Depósitos Judiciais do Poder Judiciário, instituído pela Lei
n. 12.643, de 4 de dezembro de 1996, serão transferidos pelo banco público
responsável, no prazo estabelecido pelo Presidente do Tribunal de Justiça, na
proporção de 50% (cinquenta por cento) do saldo total existente, compre-
endendo o principal, a atualização monetária e os juros correspondentes aos
rendimentos, para conta exclusiva do Programa de Inovação, Desburocratiza-
ção, Modernização da Gestão e Melhoria da Produtividade do Poder Judiciário

407
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

do Estado do Ceará – PIMPJ, a fim de financiar os projetos e ações do progra-


ma, na forma disposta na legislação.
§ 1º Os depósitos judiciais em recursos monetários realizados após a vi-
gência desta Lei serão, também, transferidos em 50%(cinquenta por cento)
para conta exclusiva do programa de que trata o artigo anterior, até o dia 15
do mês subsequente à realização do depósito, pelo banco público responsável.
§  2º Os recursos financeiros transferidos para conta exclusiva do PIMPJ
somente poderão ser aplicados em soluções que visem às finalidades, os obje-
tivos e estejam alinhados com as medidas previstas em legislação específica.
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos depósitos judiciais relati-
vos a tributos e seus acessórios, cujos municípios tenham constituído seus
respectivos fundos de reserva e tenham sido habilitados ao recebimento das
transferências, conforme o disposto na Lei n. 10.819, de 16 de dezembro de
2003, os tributos e seus acessórios, do Estado, conforme Lei n. 11.429, de 26
de dezembro de 2006 e os tributos federais conforme a Lei n. 9.703, de 17 de
novembro de 1998.” (NR).
II – o art. 2º:
“Art. 2º A parcela de 50% (cinquenta por cento) dos depósitos judiciais
será mantida na Conta Única de Depósitos Judiciais do Poder Judiciário e
constituirá fundo de reserva destinado a garantir a restituição ou pagamento
referentes aos depósitos, conforme decisão judicial, sendo repassados nos
termos desta Lei.” (NR).
III – os §§ 1º e 2º do art. 5º:
“Art. 5º ...
§ 1º Na hipótese dos recursos do fundo de reserva, de que trata o art. 2º
ficarem reduzidos a montante inferior ao percentual de 50% (cinquenta por
cento), após o débito referido no caput, a instituição pública financeira gesto-
ra da Conta Única de Depósitos Judiciais do Poder Judiciário, fica autorizada
a reter o valor dos novos depósitos, até que efetivado o montante necessário

408
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

à recomposição do fundo no nível previsto, comunicando imediatamente ao

Presidente do Tribunal de Justiça.

§ 2º Após 3 (três) dias úteis, caso os depósitos referidos no parágrafo

anterior não sejam suficientes para a recomposição do fundo para o nível pre-

visto, a instituição financeira gestora da Conta Única de Depósitos Judiciais

do Poder Judiciário fica autorizada a debitar às disponibilidades financeiras da

conta exclusiva do PIMPJ, os recursos necessários.” (NR).

IV – o art. 6º ...

“Art. 6º Em qualquer hipótese, para atendimento das decisões judiciais,

os recursos financeiros de que trata esta Lei serão disponibilizados pelo Presi-
dente do Tribunal de Justiça para Conta Única de Depósitos Judiciais do Poder

Judiciário, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, após o comunica-

do do banco público.

§ 1º No cumprimento do prazo estabelecido no caput deste artigo, o Pre-

sidente do Tribunal de Justiça poderá utilizar os recursos do Fundo de Reapa-

relhamento e Modernização do Poder Judiciário – FERMOJU, instituído pela Lei

n. 11.891, de 20 de dezembro de 1991.

§ 2º Os ganhos da otimização dos gastos e das receitas poderão ser utili-

zados, no todo ou em parte, para repor os recursos da “Conta Única de Depó-

sitos Judiciais”, conforme se dispuser em ato do Presidente do Tribunal.” (NR).

Art. 8º. Para todos os efeitos legais, especialmente em relação às Leis Es-

taduais n. 13.439, de 16 de janeiro de 2004 e sua regulamentação, e da Lei

n. 14.236, de 10 de novembro de 2008, fica atribuído aos cargos de direção

superior do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, símbolos DGS-1 e DGS-2

(Secretários, Assessor Especial da Presidência e Consultor Jurídico) o mesmo

tratamento jurídico inerente a Secretário de Estado, bem como aos cargos

de Assessor Técnico e de Diretor do Departamento de Gerência Executiva do

FERMOJU, o tratamento jurídico correspondente a Secretário Adjunto, ressal-

409
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

vadas denominação, remuneração e foro. (Alterado pela Lei n. 14.916, de 3

de maio de 2011, DO de 11 de maio de 2011).


Art. 9º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 10. Revo-
gam-se as disposições em contrário.

410
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 14.605, DE 05.01.2010

Dispõe sobre o Fundo de Reaparelhamento e Modernização do Poder Judiciário –


FERMOJU, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguin-


te Lei:

CAPÍTULO I
DO FERMOJU, DA FINALIDADE E DAS RECEITAS
Seção I
Do Fermoju

Art. 1º. O Fundo Especial de Reaparelhamento e Modernização do Poder


Judiciário do Estado do Ceará – FERMOJU, instituído pela Lei n. 11.891, de 20
de dezembro de 1991, passa a reger-se pelas disposições estabelecidas por
esta Lei.

Seção II
Da Finalidade

Art. 2º. O FERMOJU tem por finalidade suprir o Poder Judiciário de recur-


sos para fazer face às despesas com:
I – a elaboração e execução de planos, programas e projetos para o de-
senvolvimento e a descentralização dos serviços judiciários previstos no § 3º
do art. 4º da Constituição Estadual;

411
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – a implantação de moderna tecnologia de controle da tramitação dos


feitos judiciais, notadamente com uso de informática, microfilmagem e re-
prografia, visando a obtenção de maior celeridade, eficiência e segurança dos
procedimentos judiciais;
III – ampliação de instalações, com aquisição de equipamentos e mobiliá-
rio, e reformas de prédios, ressuprimento de materiais permanentes específi-
cos e eventuais contratações de serviços de manutenção e reparos;
IV – implementação dos serviços de informatização da Justiça de primeiro
grau; V – produção, veiculação e divulgação de matérias oficiais de interesse
do Poder Judiciário;
VI – aquisição de livros e publicações técnicas necessárias à execução dos
serviços jurisdicionais;
VII – aporte de recursos financeiros para subsidiar os Cartórios de Regis-
tro Civil na prestação gratuita dos serviços indicados na Lei Federal n. 9.534,
de 10 de dezembro de 1997;
VIII – demais itens de despesa classificados como outras despesas cor-
rentes relativas à manutenção e ao funcionamento das atividades meio e fim
do Poder Judiciário.
Parágrafo único. Não serão admitidas, por conta do FERMOJU, o pagamen-
to de despesas de custeio previstas na folha normal de pessoal.

Seção III
Das Receitas e dos Acréscimos Moratórios
Subseção I
Das Receitas

Art. 3º. Constituem receitas do FERMOJU:


I – 100% (cem por cento) da arrecadação da taxa judiciária devida nos
termos do art. 68 e § 1º da Lei n. 9.771, de 6 de novembro de 1973;

412
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – 5% (cinco por cento) das receitas de custas judiciais dos cartórios do
foro judicial, não se aplicando o disposto neste item aos de Assistência Judicial;
III – 5% (cinco por cento) dos emolumentos de protestos, escrituras e
registros públicos;
IV – taxas de realização de cursos, seminários, conferências e outros
eventos promovidos pela Escola Superior da Magistratura;
V – taxas de inscrição em concursos públicos realizados pelo Poder Judiciário;
VI – saldos de exercícios financeiros anteriores;
VII – créditos consignados no orçamento do Estado e em leis especiais;
VIII – o produto da remuneração oriunda de aplicações financeiras;
IX  – subvenções, doações e auxílios oriundos de organismos públicos e
privados, nacionais e internacionais, aceitos por Resolução do Tribunal Pleno
e afetos aos fins do FERMOJU;
X – outras receitas eventuais, inclusive provenientes da alienação de bens
patrimoniais afetos ao Poder Judiciário.
Parágrafo único. Além das receitas enumeradas neste artigo, serão credi-
tadas e recolhidas ao FERMOJU:
I – as fianças e cauções exigidas nos processos cíveis, em trâmite na Jus-
tiça Estadual;
II – as multas aplicadas pelos juízes nos processos cíveis;
III – o produto da venda, com exclusividade, dos Selos de Autenticidade a
que se refere o art. 8º desta Lei.
Art. 4º. Os recursos pertencentes ao FERMOJU serão depositados em
conta específica e sua movimentação far-se-á por ordem de pagamento, che-
que nominativo ou outra forma, pelo Secretário de Finanças e pelo Diretor
do Departamento de Gestão Executiva do FERMOLU. (Alterado pela Lei n.
14.916, de 3 de maio de 2011, DO de 11 de maio de 2011).
Parágrafo único. O Tribunal de Justiça abrirá conta em nome do FERMOJU
para o recolhimento e movimentação dos recursos financeiros provenientes
do produto da venda dos Selos de Autenticidade e instituirá código próprio
para as referidas receitas.

413
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Subseção II
Das Multas e dos Acréscimos Moratórios

Art. 5º. O pagamento de quaisquer valores devidos ao FERMOJU fora dos


prazos legais sujeita o devedor à penalidade pecuniária de 0,15% (quinze
centésimos por cento) ao dia, até o limite de 10% (dez por cento), juros de
mora equivalentes ao percentual de 1% (um por cento) ao mês ou fração de
mês e atualização monetária pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Ampliado (IPCA-e) apurado anualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística – IBGE.
Parágrafo único. Os juros a que se refere o caput deste artigo incidirão a
partir do primeiro dia do mês subsequente aquele no qual os valores deve-
riam ser recolhidos.
Art. 6º. O inadimplemento das obrigações acessórias relativas ao forneci-
mento de informações sobre a movimentação dos cartórios sujeita o infrator
à multa equivalente a 5% (cinco por cento) do faturamento respectivo por
mês informado.

CAPÍTULO II
DOS ATOS NOTARIAIS GRATUITOS E DOS SELOS
DE AUTENTICIDADE
Seção I
Dos Atos Notariais Gratuitos

Art. 7º. Os cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais do Estado do


Ceará realizarão, gratuitamente, na forma da legislação federal, os atos de
registro civil de nascimento e óbito, bem como a emissão de primeira certidão
respectiva.

414
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. Aos reconhecidamente pobres, na forma da lei, é igual-


mente assegurada a isenção do pagamento das segundas vias dos registros
de nascimento, de óbitos, do casamento civil, das averbações e outras gratui-
dades que venham a ser previstas em lei ou determinadas por ordem judicial.

Seção II
Dos Selos de Autenticidade Extrajudicial

Art. 8º. Os Selos de Autenticidade Extrajudicial previstos no anexo único


desta Lei serão aplicados na prestação de serviços notariais, registrais e de
distribuição extrajudicial, de acordo com critérios a serem estabelecidos por
Portaria do Chefe do Poder Judiciário.
§ 1º O pagamento dos Selos de Autenticidade, a que se refere o caput
deste artigo, adquiridos junto ao FERMOJU, será efetuado nos prazos e forma
fixados pelo Chefe do Poder Judiciário, tendo por base os selos utilizados no
período, observado o prazo de até 10 (dez) dias após a utilização.
§ 2º O preço dos Selos de Autenticidade será reajustado sempre que hou-
ver alteração do valor dos emolumentos, obedecidos os mesmos índices, nos
termos da Lei.
§ 3º Fica assegurado aos cartórios do interior e da capital o estoque míni-
mo de 30% (trinta por cento) da média de uso semestral do Selo de Auten-
ticidade tipo 7 previsto no anexo único desta Lei, a ser aplicada ao Selo de
Autenticidade tipo 15 criado nesta Lei.
§ 4º No caso de demanda superior à média mensal, serão solicitados ao
Tribunal de Justiça os selos necessários a atender a demanda, devidamente
justificada, que será atendida no prazo máximo de 7 (sete) dias.
§ 5º Os cartórios que praticarem atos notariais nos quais sejam utiliza-
dos o Selo de Autenticidade a que se refere o caput deste artigo, relativos a
imóveis situados fora do Município para o qual recebeu delegação, deverão,
no prazo de 5 (cinco) dias úteis, comunicar tal ato ao Tribunal de Justiça com

415
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

vistas ao cumprimento do disposto no art. 9º da Lei Federal n. 8.935, de 18


de novembro de 1994, se for o caso, solicitar mais selos.
§ 6º De posse das informações prestadas na forma prevista no § 5º deste
artigo o Tribunal de Justiça informará ao cartório de registro de imóveis res-
ponsável pela matrícula do imóvel, o ato praticado fora do Município.
§ 7º As escrituras lavradas na forma do §5º deste artigo deverão ser re-
gistradas pelo cartório de distribuição, no interior e na capital, antes de serem
levadas ao cartório de registro de imóveis para os devidos registros ou ano-
tações a que se destinam, utilizando-se o Selo 01.

Seção III
Do Subsídio dos Atos Notariais Gratuitos

Art. 9º. Da receita mensal arrecadada, oriunda do produto da venda de


Selos de Autenticidade, a que se refere o art. 8º desta Lei, 85% (oitenta e
cinco por cento) deverão, obrigatoriamente, ser destinados ao subsídio dos
atos gratuitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil, devendo o restante
ser empregado no custeio administrativo do Tribunal de Justiça.
§ 1º O montante de 20% (vinte por cento) dos recursos destinados ao
pagamento do subsídio dos atos gratuitos será distribuído, igualitariamente,
entre os Cartórios de Registro Civil do interior do Estado, devendo o restante
ser rateado entre todos os Cartórios de Registro Civil, da capital e do interior,
observadas as médias dos atos gratuitos apuradas pelo Tribunal de Justiça.
§ 2º Fica assegurado subsídio mensal correspondente ao valor de 1 (um)
salário mínimo aos cartórios praticantes dos atos gratuitos a que alude o
art. 7º desta Lei, mesmo que os atos gratuitos praticados durante o mês não
alcancem o referido valor.

CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 10. A administração do FERMOJU poderá desenvolver campanhas


pedagógicas visando a incentivar a prática do registro de nascimento, bem

416
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

como o ressarcimento de gratuidade de atos de Registro Civil que venham a


ser instituídos por lei, além de outras matérias pertinentes.
Art. 11. Os bens adquiridos com recursos do FERMOJU serão incorporados
diretamente ao patrimônio do Poder Judiciário, por meio da Guia de Lança-
mento ou outro documento apropriado para tal finalidade.
Art. 12. Aplica-se, no que couber, à administração financeira do FERMOJU
o disposto na Lei Federal n. 4.320, de 17 de março de 1974, no Código de
Contabilidade do Estado e na legislação pertinente a contratos e licitações.
Art. 13. O FERMOJU sujeita-se à fiscalização e ao controle do Poder Legis-
lativo com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado, sem prejuízo de sistema
de auditoria e controle interno que o Poder Judiciário estabelecer, na forma
regimental.
Parágrafo único. O Tribunal de Justiça publicará, trimestralmente, no Di-
ário da Justiça e enviará à Assembleia Legislativa, até o dia 30 do mês sub-
sequente, demonstrativo dos recursos arrecadados pelo FERMOJU e da sua
aplicação.
Art. 14. Na hipótese de os cartórios a que se refere esta Lei serem ao
mesmo tempo devedor e credor do FERMOJU, será efetuada compensação
entre débitos e créditos até o limite em que se compensem.
Art. 15. Fica o Presidente do Tribunal de Justiça autorizado a baixar os atos
necessários ao fiel cumprimento desta Lei.
Art. 16. Ficam os Cartórios de Títulos de documentos obrigados a regis-
trar e informar eletronicamente operações de venda e compra ou qualquer
forma de transferência de propriedade de veículos ao órgão de trânsito do
Estado do Ceará.
§  1º O envio das informações a que alude o caput deverá ser efetuado
por via digital, observados os mecanismos de segurança que assegurem o
seu efetivo recebimento, sendo emitidos recibos digitais de operação, o qual
deverá ser aprovado pelo Detran/CE.

417
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º O Tribunal de Justiça regulamentará o disposto neste artigo por Re-


solução.
§ 3º Os Cartórios de Registro de Títulos e Documentos disponibilizarão às
partes o recibo digital de operação a que alude este artigo.
Art. 17. Os tabelionatos poderão pactuar livremente os seus emolumen-
tos, observada a tabela do Tribunal de Justiça e a Lei Federal n. 8.935, de 18
de novembro de 1994. Art. 18. O Tribunal de Justiça obrigatoriamente enca-
minhará à Assembleia Legislativa, juntamente com o balanço trimestral do
FERMOJU a relação mensal por serventia extrajudicial das receitas auferidas
no exercício de suas atividades.
Art. 19. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 20. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente as Leis
n.s. 11.891, de 20 de dezembro de 1991, 13.452, de 22 de abril de 2004 e
14.338, de 22 de abril de 2009, naquilo que contrariar.

418
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

ANEXO ÚNICO
(A QUE SE REFERE O ART. 8º)

SELO
1 REGISTRAL DISTRIBUIÇÃO
2 RECONHECIMENTO DE FIRMA
3 AUTENTICAÇÃO
4 CERTIDÃO / 2ª VIA / 2º TRASLADO
5 NOTARIAL I (PROTESTO DE TÍTULOS)
6 NOTARIAL II (PROCURAÇÕES E ESCRITURAS SEM VALOR DECLARADO)
7 NOTARIAL III (ESCRITURAS COM VALOR DECLARADO)
8 REGISTRAL CIVIL, NASCIMENTO E ÓBITO
9 2ª VIAS DE NASCIMENTO OU ÓBITO E AVERBAÇÕES GRATUITAS
10 REGISTRAL CASAMENTO
11 REGISTRAL DE TÍTULOS, DOCUMENTO CIVIL E DE PESSOAS JURÍDICAS
12 REGISTRAL IMÓVEIS I (AVERBAÇÕES E REGISTRO DE PACTO
ANTINUPCIAL)
13 REGISTRAL IMÓVEIS II (OUTROS REGISTROS)
14 RECONHECIMENTO DE FIRMA – TRANSFERÊNCIA DE VEÍCULO
15 NOTARIAL IV – SELO ESPECIAL (ESCRITURA COM VALOR DECLARADO)

419
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 14.681, DE 30.04.10

Altera dispositivos da Lei n. 12.342, de 28 de julho de 1994, Código de Divisão e


Organização Judiciária do Estado do Ceará, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte


Lei:

Art. 1º. Fica incluído o inciso XV no art. 103 da Lei n. 12.342, de 28 de ju-
lho de 1994, na redação dada pela Lei n. 14.258, de 4 de dezembro de 2008,
com a seguinte redação:
“Art. 103...
XV – designar, dentre os juízes de direito com titularidade de Varas da
Infância e Juventude da Comarca de Fortaleza, um deles para coordenar ad-
ministrativamente os voluntários credenciados para exercer funções de pro-
teção da infância e da juventude.” (NR).
Art. 2º. Fica alterada a redação do § 2º do art. 103 da Lei n. 12.342, de
28 de julho de 1994, na redação dada pela Lei n. 14.258, de 4 de dezembro
de 2008, que passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 103. ...
§ 2º O Diretor do Fórum será auxiliado por 5 (cinco) juízes de Direito de
Entrância Final, por ele indicado, com a aprovação do Tribunal Pleno, escolhi-
dos de forma a representar os seguintes grupos de varas:
I – de Fazenda Pública, de Recuperação de Empresas e Falência, de Execu-
ção Fiscal e de Crimes contra a Ordem Tributária e de Registro Público;
II – Cíveis, de Família e de Sucessões;
III – de Infância e Adolescência;

420
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

IV – Criminais, de Delitos de Tráfico de Substâncias Entorpecentes, de


Execuções Criminais, de Corregedoria de Presídios e habeas corpus, do Juízo
Militar, de Penas Alternativas, do Júri e de Trânsito;
V – Juizados Especiais Cíveis e Criminais e Juizado Especial de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher.” (NR).
Art. 3º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º. Revogam-se as disposições em contrário.

421
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 14.786, DE 13 DE AGOSTO DE 2010

Dispõe sobre o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração dos Servidores do


Quadro III – Poder Judiciário do Estado do Ceará e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu, Esmerino Oliveira


Arruda Coelho Júnior, 1º Vice-Presidente, de acordo com o art. 65, §§ 3° e 7°,
da Constituição do Estado do Ceará promulgo a seguinte Lei:

TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º. O Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração dos Servidores do


Quadro III – Poder Judiciário do Estado do Ceará é o estabelecido pela pre-
sente Lei.
Art. 2º. O Quadro III – Poder Judiciário do Estado do Ceará é composto
dos seguintes cargos:
I – Cargos de Provimento Efetivo;
II – Cargos de Provimento em Comissão;
III – Funções.
Art. 3º. Para os efeitos desta Lei considera-se:
I – Cargo: conjunto de atribuições cometidas a funcionários mediante re-
tribuição pecuniária padronizada, em número certo, com denominação pró-
pria e criado por lei, distinguindo-se:
a) Cargo de Provimento Efetivo: aquele que depende de prévia habilitação
em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidas a ordem de
classificação e prazo de validade;

422
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

b) Cargo de Provimento em Comissão: aquele cujo provimento é de livre


nomeação e exoneração por ato da autoridade competente, destinando-se à
execução de atividades de direção, assessoramento e chefia, caracterizando-
-se pela transitoriedade de sua investidura;
II – Carreira: conjunto de cargos dispostos em uma série de classes esca-
lonada em função de graus de responsabilidade e de complexidade de atribui-
ções, para cujo desempenho se requer nível de escolaridade idêntico;
III – Classe: gradação que compõe a carreira caracterizada por competên-
cias idênticas, requeridas para o desempenho de atribuições que crescem em
complexidade, abrangência e responsabilidade;
IV – Competência: reunião de conhecimentos, habilidades e atitudes re-
queridas pelas características das classes e que os servidores precisam adqui-
rir, desenvolver e aplicar, a fim de que possam contribuir para a consecução
dos resultados organizacionais e evoluir nas respectivas carreiras;
V – Função: atribuição ou conjunto de atribuições que a administração
pública confere a cada categoria funcional ou comete individualmente a de-
terminados servidores para execução de serviços, sem vinculação a cargo ou
emprego público, prescindindo de concurso público.

TÍTULO II
DA ESTRUTURA DOS QUADROS DOS CARGOS DE PROVIMENTO
EFETIVO, DOS CARGOS EM COMISSÃO E DAS FUNÇÕES
CAPÍTULO I
DO QUADRO DE CARGOS DE PROVIMENTO EFETIVO

Art. 4º. Os cargos do Quadro III – Poder Judiciário do Estado do Ceará


passam, na forma que estabelece o anexo I desta Lei, a compor as seguintes
carreiras:
I – Carreira dos Servidores do Poder Judiciário de Nível Superior – SPJ/
NS: compreende atividades de planejamento, organização, coordenação, su-
pervisão técnica, assessoramento, estudo e pesquisa, elaboração de laudos,

423
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

pareceres, informações e execução de tarefas de alto grau de complexidade,


desempenhadas por servidores com nível superior de escolaridade;
II – Carreira dos Servidores do Poder Judiciário de Nível Médio – SPJ/NM:
compreende atividades judiciárias e técnico-administrativas de grau médio de
complexidade, relacionadas com as diversas Unidades Judiciárias e Adminis-
trativas do Poder Judiciário do Estado do Ceará, desempenhadas por servido-
res com nível médio de escolaridade;
III – Carreira dos Servidores do Poder Judiciário de Nível Fundamental –
SPJ/ NF: compreende a execução das tarefas de baixo grau de complexidade
e de atividades de apoio operacional as Unidades Judiciárias e Administrativas
do Poder Judiciário, desempenhadas por servidores com nível fundamental de
escolaridade.
§ 1º As linhas de posicionamento dos Cargos nas Carreiras referidas no
caput deste artigo ficam definidas no anexo I, que passa a integrar a presente
Lei.
§ 2º Consideradas as linhas de posicionamento referidas no parágrafo an-
terior, fica definido que:
I – o Cargo de Analista Judiciário posicionado na forma estabelecida pelo
art. 395 da Lei n. 12.342, de 28 de julho de 1994, na redação dada pelo art.
5º da Lei n. 13.551 de 29 de dezembro de 2004, permanece com a mesma
denominação;
II – para efeito do presente Plano, os cargos de Técnico Judiciário criados
pela Lei n. 14.128, de 6 de junho de 2008, e providos por concurso público,
permanecem com a mesma denominação.
Art. 5º. Os cargos efetivos das Carreiras referidas no art. 4º, incisos I, II
e III, desta Lei, integram as seguintes áreas de atividade:
I – Cargos da Carreira SPJ/NS:
a) área judiciária: compreende os serviços realizados privativamente por
bacharéis em Direito, abrangendo processamento de feitos, execução de man-
dados, citações, intimações, notificações e outras diligências emanadas dos

424
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

magistrados, avaliação de bens, inventários, lavraturas de termos de penhora


e termos de certidões, convocação de testemunhas nos casos previstos em
lei e outros atos próprios ao processo judicial, além de análise e pesquisa de
legislação, doutrina e repertório de jurisprudência, elaboração de pareceres
jurídicos e assessoramento a magistrados;
b) área técnico-administrativa: compreende atividades de natureza técni-
ca, realizadas por graduados em cursos de nível superior, com formação ou
habilitação específica, relacionadas ao planejamento, organização, coordena-
ção, supervisão, controle e execução de tarefas relativas à gestão estratégi-
ca de recursos humanos, materiais e patrimoniais; organização e métodos;
licitação e contratos; orçamento e finanças públicas; controle interno e au-
ditoria; elaboração de laudos e cálculos, pareceres e informações; desenvol-
vimento de sistemas, tecnologia e segurança da informação; organização,
direção e execução de trabalhos técnicos relativos às atividades de arquivo e
conservação de acervo bibliográfico e de documentos, gerenciamento eletrô-
nico de documentos e comunicação; saúde, assistência social e psicológica;
pesquisa e estatística; engenharia e arquitetura e outras de suporte técnico e
administrativo que sejam demandadas no interesse do serviço;
II – Cargos da Carreira de SPJ/NM:
a) área judiciária: compreende atividades de nível intermediário, de natu-
reza processual, referentes à execução de tarefas judiciárias relacionadas ao
atendimento aos magistrados e às partes, à tramitação dos feitos, à realiza-
ção de abertura e encerramento de audiências, às chamadas das partes, dos
advogados e das testemunhas, à guarda e conservação de bens e processos
e outras atividades judiciárias correlatas;
b) área técnico-administrativa: compreende atividades de nível intermedi-
ário, de natureza técnica, referentes à execução de tarefas de apoio adminis-
trativo relacionadas a recursos humanos, materiais e patrimoniais; contabili-
dade e finanças públicas, auditoria e controle interno; serviços de precatórios;

425
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

almoxarifado, aquisição de materiais e serviços; operação e manutenção de


sistemas informatizados; protocolo e atendimento às partes;
III – Cargos da Carreira de SPJ/NF: compreende atividades de nível funda-
mental, referentes à execução de tarefas auxiliares relacionadas à zeladoria,
ao protocolo, à expedição e recebimento de documentos, à operação e ma-
nutenção de veículos e outros equipamentos, à segurança e outras atividades
correlatas.
§ 1º Ficam assegurados aos atuais ocupantes dos cargos de Oficial de
Justiça Avaliador inseridos no grupo de atribuições descritas no inciso II, alí-
nea “a” deste artigo, a permanência da nomenclatura do cargo de Oficial de
Justiça Avaliador e o exercício das atividades relativas à execução de man-
dados, citações, intimações, notificações e outras diligências emanadas dos
magistrados.
§ 2º As áreas de que tratam os incisos deste artigo poderão ser classifi-
cadas por especialidades quando necessária formação especializada por exi-
gência legal ou habilidade específica para o exercício das atribuições do cargo
respectivo.
Art. 6º. A jornada de trabalho para os ocupantes dos cargos efetivos e de
funções de que trata a presente Lei é de 40 (quarenta) horas semanais.
§ 1º Compete ao Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça disciplinar a implan-
tação da carga horária de que trata este artigo, de acordo com a necessidade
de serviço e a disponibilidade orçamentária e financeira.
§ 2º Disciplinada a carga horária, os servidores deverão expressar formal-
mente sua opção, observada a tabela de vencimento-base correspondente,
constante do anexo II desta Lei.
§ 3º O servidor poderá incorporar aos proventos da aposentadoria a re-
muneração correspondente à jornada de trabalho de 40 (quarenta) horas
semanais, em consonância com a legislação previdenciária vigente.
§ 4º Aos ocupantes de cargos que compõem a carreira a que se refere o
art. 4º, inciso I desta Lei que estejam desempenhando atividades exclusivas

426
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

da área de saúde, é assegurada opção pela jornada de trabalho de 20 (vin-


te) horas semanais, observada as tabelas de vencimento-base constante do
anexo II.
§ 5º Fica instituído banco de horas como forma de compensação para tra-
balhos realizados que excederem a carga horária padrão.
§ 6º Ato da Presidência poderá estabelecer o cumprimento da jornada
de trabalho em horário distinto do padrão, relativamente a tempo corrido, e
horário de entrada e saída, observado, em qualquer caso, os interesses da
Administração.
Art. 7º. Ficam extintos os cargos dos servidores optantes pelo Plano de
Cargos, Carreira e Remuneração de que trata esta Lei, reestruturados pelas
Leis de n.s 13.221, de 6 de junho de 2002, 13.551, de 29 de dezembro de
2004, 13.771, de 18 de maio de 2006, 13.837, de 24 de novembro de 2006,
e 14.128, de 6 de junho de 2008, os quais retornam a ocupar os respectivos
cargos descritos no anexo I, conforme o disposto na redação original dada
pelo art. 40 da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, os quais serão extintos
na medida de sua vacância.
§ 1º Os cargos a que se refere o caput deste artigo, que se encontrarem
vagos na data de publicação da presente Lei, bem como os que vierem a va-
gar, serão disponibilizados para provimento mediante concurso público, de
acordo com a carreira a que pertencem e a necessidade do serviço.
§ 2º Ficam extintos os cargos de Oficial de Justiça, criados pelo art. 7º,
inciso I, da Lei n. 14.128, de 6 de junho de 2008 e os que se encontrarem
vagos na data da promulgação desta Lei serão transformados em cargos de
Analista Judiciário.
§ 3º Os servidores investidos nos cargos de Oficial de Justiça Avaliador,
sob a égide do art. 397 da Lei n. 12.342, de 28 de julho de 1994, na redação
dada pelo art. 1º da Lei n. 13.221, de 6 de junho de 2002, possuidores na
data da investidura de escolaridade de nível superior, e de Oficial de Justiça,
cujos cargos foram criados pelo art. 7º, inciso I, da Lei n. 14.128, de 6 de
junho de 2008, serão posicionados no cargo de Analista Judiciário.

427
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 8º. Os atuais ocupantes dos cargos de provimento efetivo do Poder


Judiciário serão enquadrados de acordo com as linhas de posicionamento
estabelecidas no anexo I desta Lei, observada a correspondência na carreira
e na referência vencimental igual ou superior, se for o caso, à que vinham
percebendo até a data de entrada em vigor da presente Lei.
§ 1º O enquadramento estabelecido no presente Plano será efetivado em
5 (cinco) fases consecutivas e ininterruptas, com os efeitos financeiros a par-
tir de 1º de junho de 2010, assim discriminadas: 50% (cinquenta por cento)
em junho de 2010, e os restantes 50% (cinquenta por cento) em quatro par-
celas iguais e sucessivas a se vencerem em janeiro de 2011, janeiro de 2012,
janeiro de 2013 e janeiro de 2014.
§ 2º Para o enquadramento a que se refere o caput deste artigo, o ven-
cimento-base a ser considerado é o resultado da multiplicação do atual ven-
cimento pelo índice 2,8 (dois vírgula oito), representativo do seu somatório
com os valores das gratificações Judiciária e de Exercício.
§ 3º Ao término do enquadramento vencimental a que se refere este arti-
go será aplicado o enquadramento por tempo de serviço no Poder Judiciário,
de acordo com a curva de maturidade funcional, prevista no anexo III, que
passa a integrar a presente Lei.
§ 4º Efetivados os enquadramentos vencimental e por curva de maturida-
de, os servidores que obtiveram progressões por desempenho de acordo com
a Lei n. 13.551, de 29 de dezembro de 2004, regulamentada pela Resolução
n. 07, de 12 de abril de 2007, serão posicionados levando-se em conta as
referências obtidas.

Seção I
Da Estruturação das Carreiras

Art. 9º. As Carreiras de que trata o art. 4º, incisos I, II e III desta Lei es-
tão estruturadas em 4 (quatro) Classes desdobradas em Referências, sendo

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

4 (quatro) na Classe A, 5 (cinco) na Classe B, 6 (seis) na Classe C e 8 (oito)


na Classe Especial, conforme consta do anexo IV.
Parágrafo único. Os perfis de competências correspondentes às Classes
das Carreiras serão instituídos por Ato da Presidência do Tribunal de Justiça
do Estado do Ceará.

Seção II
Da Remuneração

Art. 10. A remuneração dos servidores integrantes das carreiras descritas


no art. 4º, incisos I, II e III desta Lei corresponde ao vencimento-base acres-
cido das gratificações instituídas nesta Lei, vantagens pessoais, vantagens
pessoais nominalmente identificadas e parcelas individuais complementares.
§ 1º Entende-se por vencimento-base a retribuição pecuniária padroniza-
da e fixada em lei, paga ao servidor pelo exercício do cargo.
§ 2º O valor a que se refere o parágrafo anterior é representado por Refe-
rências, escalonadas em valores crescentes, conforme Tabelas de Vencimen-
tos constantes do anexo II desta Lei.
§ 3º São ainda devidas aos integrantes das carreiras descritas no art. 4º,
incisos I, II e III desta Lei as vantagens pessoais já incorporadas, as vanta-
gens pessoais nominalmente identificadas e as parcelas individuais comple-
mentares, em consonância com a legislação previdenciária vigente.
Art. 11. Fica instituída a Gratificação por Alcance de Metas Estratégicas
– GAM, devida aos ocupantes dos cargos de provimento efetivo das carreiras
referidas no art. 4º, incisos I, II, e III, desta Lei.
§ 1° A Gratificação por Alcance de Metas Estratégicas tem por finalidade
fortalecer o comprometimento do servidor com o Poder Judiciário, no sentido
de estimulá-lo a participar do processo que visa o alcance das metas estraté-
gicas estabelecidas para o Poder.

429
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º A gratificação a que se refere o caput do artigo somente será devida


quando o servidor estiver em exercício de atividades inerentes às atribuições
dos cargos das carreiras referidas no art. 4º, incisos I, II e III desta Lei, ou
no exercício de cargo em comissão no Poder Judiciário.
Art. 12. Ato da Presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
instituirá e regulamentará o funcionamento de Comissão, à qual compete
estabelecer o valor a ser incluído no orçamento para pagamento da Gratifi-
cação por Alcance de Metas Estratégicas – GAM, com base na disponibilidade
financeira da instituição.
Parágrafo único. A Comissão a que se refere o caput deste artigo será
constituída por 1 (um) representante da Área Financeira, 1 (um) da área de
Recursos Humanos, 1 (um) Servidor de cargo efetivo do Tribunal de Justiça
do Estado do Ceará e 1 (um) do Fórum Clóvis Beviláqua.
Art. 13. A Gratificação por Alcance de Metas Estratégicas – GAM, basear-
-se-á na Avaliação dos Resultados alcançados pelo Poder Judiciário, a partir
da consecução dos seus objetivos estratégicos e do alcance das metas da
Unidade Judiciária ou Administrativa em que o servidor atue.
Parágrafo único. A Avaliação de Resultados do Poder Judiciário e das suas
Unidades Judiciárias ou Administrativas tomará como referência as metas
anuais estabelecidas no Plano Estratégico.
Art. 14. O pagamento do percentual da Gratificação por Alcance de Metas
Estratégicas – GAM, referente ao Desempenho Institucional e ao das Unida-
des Judiciárias ou Administrativas será efetuado de acordo com critérios, nor-
mas e procedimentos instituídos por Ato da Presidência do Tribunal de Justiça
do Estado do Ceará.
Art. 15. A Gratificação por Alcance de Metas Estratégicas – GAM, será
calculada em percentual sobre o vencimento-base do servidor, não podendo
exceder a 60% (sessenta por cento), sendo 30% (trinta por cento) para fins
de alcance das metas Institucional e até 30% (trinta por cento) para fins de
alcance das metas das Unidades Judiciárias ou Administrativas.

430
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 16. O resultado das avaliações terá efeito financeiro mensal, por um
período de 12 (doze) meses, iniciando-se no mês subsequente ao do proces-
samento das Avaliações Institucional e das Unidades Administrativas.
§ 1º A Gratificação por Alcance de Metas Estratégicas – GAM, comporá
os proventos da aposentadoria do servidor no percentual de 30% (trinta por
cento), em consonância com a legislação previdenciária vigente.
§ 2º Será devido ao servidor o percentual referente à Avaliação Institu-
cional.
Art. 17. Os ocupantes do Cargo de Oficial de Justiça Avaliador, integrante
da carreira SPJ-NM e os ocupantes do cargo de Analista Judiciário, atuando na
área judiciária e exercendo efetivamente atividades externas de cumprimento
de mandados, citações, intimações, notificações e outras diligências emana-
das dos magistrados, farão jus à Gratificação de Atividade Externa – GAE,
instituída no percentual de 30% (trinta por cento) do vencimento- base, con-
dicionada à avaliação de produtividade a ser regulamentada por Resolução do
Tribunal Pleno.
Art. 18. É instituído o Adicional de Especialização – AE, para os servido-
res em efetivo exercício nas Carreiras referidas no art. 4º, incisos I, II e III
desta Lei, em razão dos conhecimentos adicionais comprovados por títulos,
diplomas ou certificados de cursos de pós- graduação, em sentido amplo ou
estrito, observada a correlação com as atribuições do cargo em exercício.
§ 1º Para efeito do disposto neste artigo serão considerados somente os
cursos e as instituições de ensino reconhecidas pelo Ministério da Educação,
na forma da legislação pertinente.
§ 2º Serão admitidos somente cursos de pós-graduação lato sensu com
duração mínima de 360 (trezentas e sessenta) horas.
§ 3º Os servidores que vierem a perceber, na forma de Vantagem Pessoal
Nominalmente Identificada – VPNI, o valor correspondente ao Adicional de
Qualificação, ao apresentarem nova titulação, correlata com as atribuições do
cargo/função em exercício, poderão optar por perceber:

431
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – a diferença entre o valor antes obtido e o valor decorrente do Adicional


de Especialização – AE, previsto neste artigo; ou
II – o percentual correspondente à nova titulação.
§ 4º É vedada a percepção cumulativa de VPNI e de percentual.
Art. 19. O Adicional de Especialização – AE, incidirá, exclusivamente, so-
bre o vencimento-base do servidor, da seguinte forma:
I – 12,5% (doze vírgula cinco por cento), em se tratando de título de Doutor;
II – 10% (dez por cento), em se tratando de título de Mestre;
III – 7,5% (sete vírgula cinco por cento), em se tratando de Certificado de
Especialização.
§ 1º Em nenhuma hipótese o servidor perceberá cumulativamente mais
de um percentual dentre os previstos nos incisos I a III no caput deste artigo.
§ 2º O Adicional de Especialização será devido a partir da data de seu re-
querimento acompanhado da apresentação do título, diploma ou certificado.
Art. 20. É instituída a Gratificação de Estímulo à Interiorização – GEI, para
os servidores das carreiras referidas no art. 4º, incisos I, II e III desta Lei,
em exercício nas Comarcas situadas em localidades inóspitas, considerando-
-se para essa conceituação o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
– IDH-M, aferido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
§ 1º A gratificação criada no caput será paga, exclusivamente, sobre o
vencimento- base dos servidores, no percentual de 20% (vinte por cento),
consideradas as Comarcas localizadas em Municípios com IDH-M até 0,799.
§ 2º Através de Ato do Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Ce-
ará será apurada a classificação das Comarcas segundo os critérios referidos
no parágrafo anterior e a implantação será autorizada de acordo com a dispo-
nibilidade orçamentária do Poder Judiciário, priorizando-se as comarcas que
apresentarem IDH-M mais baixo.
§ 3º Os valores referentes à Gratificação de Estímulo à Interiorização –
GEI, comporão os proventos do servidor, em consonância com a legislação
previdenciária vigente.

432
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 21. Os integrantes das carreiras referidas no art. 4º, incisos I, II e


III desta Lei poderão perceber, além da Gratificação por Alcance de Metas
Estratégicas – GAM, da Gratificação de Atividade Externa – GAE, do Adicional
de Especialização – AE, da Gratificação de Estímulo a Interiorização – GEI,
as Vantagens Pessoais, as Vantagens Pessoais Nominalmente Identificadas, a
Parcela Individual Complementar e outras gratificações previstas em Lei.
§ 1º A diferença de valores entre a remuneração atualmente percebida,
excetuando- se a parcela da gratificação a que se refere o art. 132, inciso IV,
da Lei n. 9.826 de 14 de maio de 1974, e a decorrente da implantação do
presente Plano será paga mediante Parcela Individual Complementar – PIC.
§ 2º Os valores correspondentes a 30% (trinta por cento) da Gratificação
por Alcance de Metas Estratégicas – GAM, a 30% (trinta por cento) da Gra-
tificação por Atividade Externa – GAE, a 20% (vinte por cento) da Gratifica-
ção de Estímulo a Interiorização, ao Adicional de Especialização, à Vantagem
Pessoal, à Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada e à Parcela Indivi-
dual Complementar, serão percebidos na inatividade, em consonância com a
legislação previdenciária vigente e reajustados nas mesmas datas e índices
concedidos aos servidores do Poder Judiciário.

Seção III
Do Ingresso nas Carreiras

Art. 22. O ingresso nas Carreiras de que trata esta Lei far-se-á sempre
mediante aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos.
§ 1º O concurso público a que se refere o caput deste artigo poderá ser
realizado por áreas de especialização, organizado em uma ou mais fases, in-
cluindo, se for o caso, curso de formação, conforme dispuser o edital, obser-
vada a legislação pertinente.

433
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º Quando houver a exigência de títulos, estes terão caráter classifica-


tório, não substituindo as fases de provas e de curso de formação, que terão
sempre caráter eliminatório.
Art. 23. Os candidatos aprovados na primeira etapa do concurso e ma-
triculados no curso de formação terão direito, a título de auxílio financeiro, à
retribuição equivalente a 70% (setenta por cento) do vencimento básico da
Referência 01 da Classe A da carreira a que estiverem concorrendo.
Parágrafo único. O auxílio, de que trata o caput deste artigo, será devido
desde o início do curso de formação até a entrada em exercício ou até a data
da eliminação do candidato.
Art. 24. As instruções para o concurso público constarão de edital, que
deverá ser publicado no Diário da Justiça do Estado do Ceará e amplamente
divulgado em outros meios de comunicação.
Parágrafo único. Do edital constarão, obrigatoriamente, as exigências de
grau de escolaridade e sua comprovação, as provas e seus valores em pon-
tos, os conhecimentos gerais e específicos exigidos em cada prova, a data de
abertura e de término das inscrições, a quantidade de vagas existentes e o
prazo de validade do concurso.

Seção IV
Do Desenvolvimento nas Carreiras

Art. 25. O desenvolvimento nas carreiras representa a trajetória de pro-


gresso profissional obtido pelo servidor, em termos de proficiência no desem-
penho das atribuições do cargo que exerce e de acréscimo da aplicação de
competências, que resultam na eficiência e eficácia do seu trabalho no Poder
Judiciário do Estado do Ceará.
Art. 26. O desenvolvimento nas carreiras far-se-á mediante progressão e
promoção.

434
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º Progressão é a passagem do servidor da referência vencimental em


que se encontra para a seguinte, dentro da mesma classe da carreira.
§ 2º Promoção é a passagem do servidor da última referência vencimental
da classe em que se encontra para a primeira referência da classe seguinte.
Art. 27. As promoções e progressões obedecerão às proporções percen-
tuais constantes entre as referências das tabelas constantes do anexo II, ob-
servado o interstício de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.
§ 1º O número de servidores a serem alcançados pela progressão ou pro-
moção corresponderá a 60% (sessenta por cento) do total dos ocupantes de
cargos em cada uma das respectivas referências ou classes, tendo em vista
os critérios de desempenho e antiguidade.
§ 2º Observando o disposto no parágrafo anterior, do percentual previsto
para a progressão, 50% (cinquenta por cento) será por desempenho e 50%
(cinquenta por cento) por antiguidade.
§ 3º Se o quociente for fracionário e a fração superior a 0,5 (cinco déci-
mos), será acrescido de mais um.
§ 4º O Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, em sua
composição plenária, no prazo de 90 (noventa) dias, contados a partir da data
da entrada em vigor desta Lei, regulamentará as promoções e progressões.
§ 5º São requisitos básicos e simultâneos para:
I – a promoção: o interstício, expresso pelo tempo de permanência na
classe em que se encontra o servidor, as avaliações de competências e de-
sempenho e a capacitação;
II – a progressão: o interstício, expresso pelo tempo de permanência na
classe em que se encontra o servidor, as avaliações de competências e de-
sempenho.
§ 6º É vedada a progressão ao servidor que:
I – tenha sido punido nos últimos 24 (vinte e quatro) meses, com pena de
repreensão, suspensão ou multa;

435
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – não esteja no exercício das atribuições próprias do cargo por período


igual ou superior a 50% (cinquenta por cento) do período avaliado.
§ 7º É vedada a promoção ao servidor que:
I – se encontre em estágio probatório;

II – tenha sido punido nos últimos 24 (vinte e quatro) meses, com pena

de repreensão, suspensão ou multa;


III – não esteja no exercício das atribuições próprias do cargo por período
igual ou superior a 50% (cinquenta por cento) do período avaliado.
Art. 28. A promoção e a progressão, de que tratam o art. 27 desta Lei,
ficam condicionadas à disponibilidade orçamentária e financeira do Poder Ju-
diciário.
Art. 29. A capacitação dos servidores mediante programas e/ou cursos
em áreas de conhecimento, deverá considerar os programas de formação e
aperfeiçoamento que se relacionem direta e objetivamente com as competên-
cias requeridas para o desempenho das atribuições dos cargos das carreiras
e da missão institucional do Poder Judiciário.
Art. 30. A capacitação dos integrantes das Carreiras a que se refere o art.
4º, incisos I, II e III desta Lei, deverá ser sistemática, continuada e efetuar-
-se mediante programas direcionados especialmente para:
I – curso de formação, como fase do concurso público correspondente,
quando previsto;
II – atualização profissional dos servidores em relação às diferentes ati-
vidades do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará abrangidas pelos cargos a
que se refere o caput deste artigo;
III – aquisição e aperfeiçoamento das competências requeridas para o
desempenho dos cargos;
IV – incorporação de novos modelos de gestão, de tecnologias e outras
mudanças que afetem o campo de atribuições dos cargos;
V – desenvolvimento de equipes;

436
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

VI – gestão e assessoramento das atividades inerentes ao Poder Judiciário.


Parágrafo único. Os cursos e outras modalidades ou meios de capacitação
poderão ter pesos diferenciados, de acordo com sua importância para as atri-
buições dos cargos.
Art. 31. As progressões e promoções a que se referem os arts. 26 e 27
serão efetivadas anual e alternadamente, sendo que o primeiro interstício
para a sua concessão será contado a partir de 1º de junho de 2010, observa-
do o disposto no art. 27 desta Lei.

CAPÍTULO II
DOS CARGOS EM COMISSÃO

Art. 32. A remuneração dos cargos em comissão é composta:


I – do vencimento-base conforme o anexo V, integrante da presente Lei;
II – do percentual máximo referente à Avaliação Institucional da Gratifica-
ção por Alcance de Metas Estratégicas – GAM;
III – da Representação no percentual de 30% (trinta por cento) do venci-
mento-base.
§1º O servidor ocupante de cargo efetivo e de função do Quadro do Poder
Judiciário, que vier a ser investido em cargo de provimento em comissão,
poderá optar pelo vencimento do seu cargo efetivo ou função, ou pelo venci-
mento do cargo de provimento em comissão, acrescido da representação, na
forma do anexo V.
§ 2º Os servidores federais, estaduais, municipais, ou do Distrito Fede-
ral, cedidos para o exercício de cargo de provimento em comissão do Poder
Judiciário, perceberão a representação do cargo de provimento em comissão
de sua nomeação, a Gratificação pelo Alcance de Metas Estratégicas – GAM,
e, no caso de opção, o valor do vencimento do cargo comissionado, e, ainda,
outras gratificações previstas em lei.

437
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 3º As simbologias, os valores do vencimento e da representação dos


cargos de provimento em comissão do Poder Judiciário ficam definidas na
forma do anexo V desta Lei, sendo vedada a incidência de gratificações sobre
os valores atribuídos a esses cargos, excetuadas aquelas previstas nos incisos
I e II deste artigo.
§ 4º Sobre os valores constantes do anexo V incidirão os reajustes conce-
didos aos servidores do Poder Judiciário do Estado do Ceará.
Art. 33. Os cargos em comissão são direcionados às atribuições de dire-
ção, chefia e assessoramento, sendo vedada sua destinação para atribuições
diversas.
Art. 34. Será destinado um mínimo de 50% (cinquenta por cento) dos
cargos em comissão para provimento por servidores das carreiras judiciárias.
Art. 35. O limite máximo de servidores requisitados ou cedidos de outros
Poderes é de 20% (vinte por cento) do total dos servidores em atividade do
Quadro III – Poder Judiciário do Estado do Ceará.
Parágrafo único. Os servidores requisitados ou cedidos deverão ser substi-
tuídos por servidores das carreiras referidas no art. 4º, incisos I, II e III desta
Lei, no prazo máximo de 4 (quatro) anos, na proporção mínima de 20% (vin-
te por cento) ao ano, até que se atinja o limite previsto no caput deste artigo.

CAPÍTULO III
DAS FUNÇÕES

Art. 36. As funções remuneradas pelos cofres públicos e exercidas por


servidores que ingressaram no Quadro III – Poder Judiciário antes de 5 de
outubro de 1988, integrantes da Estrutura e Composição dos Grupos Ocupa-
cionais das Atividades Judiciárias de Nível Superior – AJU-NS, e das Ativida-
des Judiciárias de Apoio Administrativo e Operacional – AJU-ADO, conforme
o disposto na redação original dada pelo art. 40 da Lei n. 12.483, de 3 de

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

agosto de 1995, passam a compor os seguintes Grupos Operacionais, confor-


me previsto no anexo VI desta Lei.
I – Grupo Operacional de Funções do Poder Judiciário de Nível Superior –
FPJ/ NS: compreende as funções que requerem nível superior de escolaridade
para o seu exercício, visando o desenvolvimento de trabalho técnico-científico
de concepção, pesquisa, planejamento, execução, acompanhamento e ava-
liação de atividades que contribuam para consecução da missão institucional
do Poder Judiciário;
II – Grupo Operacional de Funções do Poder Judiciário de Nível Médio –
FPJ/NM: compreende as funções de nível médio de escolaridade para o seu
exercício, visando à execução de trabalho técnico-administrativo de suporte
às Unidades Judiciárias ou Administrativas do Poder Judiciário;
III – Grupo Operacional de Funções do Poder Judiciário de Nível Funda-
mental – FPJ/NF: compreende as funções que requerem nível fundamental de
escolaridade para o seu exercício, visando à execução de atividades de apoio
operacional às Unidades Judiciárias ou Administrativas do Poder Judiciário.
Art. 37. Os enquadramentos das funções a que se refere este artigo, na
forma do anexo VII, observarão o disposto nos §§ 1º, 2º, 3º e 4º do art. 8º
desta Lei, permanecendo os servidores no exercício das atribuições para as
quais originalmente ingressaram no Poder Judiciário, não se lhes aplicando,
doravante, promoções e progressões funcionais.
Parágrafo único. As funções de que trata este artigo serão extintas à me-
dida de suas vacâncias.
Art. 38. Os valores correspondentes à remuneração das funções, confor-
me o disposto no art. 37, desta Lei, são os constantes da tabela estabelecida
no anexo VII desta Lei, acrescidos das vantagens pessoais, de vantagens
pessoais nominalmente identificadas, da parcela individual complementar e
de outras vantagens previstas em lei.
§ 1º Aos ocupantes das funções a que se refere este artigo se aplica o
disposto no art. 6º desta Lei.

439
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º A diferença de valores entre a remuneração atualmente percebi-


da, excetuando- se a gratificação a que se refere o art. 132, inciso I, da Lei
n. 9.826, de 14 de maio de 1974, e a decorrente da implantação do presente
Plano será paga mediante Parcela Individual Complementar – PIC.
§ 3º À remuneração dos servidores a que se refere este Capítulo serão
aplicados os reajustes salariais concedidos aos demais servidores do Poder
Judiciário.
§ 4º Aos ocupantes de funções aplicam-se as regras estabelecidas no art.
40 da Constituição Federal.

TÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 39. A aplicação desta Lei não implicará redução de remuneração.


Art. 40. Aplica-se o disposto na presente Lei aos proventos e pensões,
procedendo- se o pagamento na forma estabelecida nos §§ 1º e 2º do art. 8º.
§ 1º Aos aposentados e pensionistas será devida a Gratificação por Alcan-
ce de Metas Estratégicas – GAM, referente ao percentual do resultado Insti-
tucional, observados os arts. 11 e 15 desta Lei.
§ 2º Os servidores do Poder Judiciário terão assegurada, como base para
o cálculo para aposentadoria, a remuneração estabelecida pela presente Lei,
em consonância com a legislação previdenciária vigente.
§ 3º A diferença de valores entre a remuneração atualmente percebida e
a decorrente da implantação do presente Plano será paga mediante Parcela
Individual Complementar – PIC.
Art. 41. O servidor que se encontrar em processo de aposentadoria terá
todos os direitos e vantagens inerentes ao plano de sua opção.
Art. 42. O posicionamento do servidor nas carreiras referidas no art. 4º,
incisos I, II, III, desta Lei não interrompe o tempo de serviço para efeito

440
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

de aposentadoria, respeitado o disposto na legislação que disciplina o Siste-


ma Único de Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e Militares, dos
Agentes Públicos e dos Membros de Poder do Estado do Ceará – SUPSEC,
criado pela Lei Complementar Estadual n. 12, de 23 de junho de 1999.
Art. 43. Durante a vigência do concurso público a que se refere o Edital
n. 1 – TJCE, de 31 de julho de 2008, os candidatos aprovados para o cargo de
Oficial de Justiça passarão a prover cargos transformados pelo § 2ºdo art. 7º.
Parágrafo único. Em obediência à ordem de classificação dos candidatos,
a cada convocação para o cargo de Analista Judiciário – Área Judiciária será
convocado, concomitantemente, um candidato ao cargo de Oficial de Justiça.
Art. 44. Os servidores que ingressaram no Poder Judiciário após 5 de
outubro de 1988, por força do art. 534 da Lei n. 12.342, de 28 de julho de
1994, permanecem no exercício das atribuições em que ingressaram, com
a atual remuneração, se lhes aplicando, exclusivamente, os reajustes gerais
concedidos aos demais servidores do Poder Judiciário e as disposições do art.
40 da Constituição Federal.
Art. 45. Os servidores que optarem pelo não enquadramento neste Plano
de Cargos, Carreiras e Remuneração – PCCR, deverão efetivá-lo, mediante Ter-
mo de Opção, irretratável, em até 60 (sessenta) dias, contados da data da pu-
blicação da presente Lei, aos quais serão asseguradas todas as situações fun-
cionais consolidadas em normas vigentes, respeitados os direitos adquiridos.
§ 1º O PCCR obedecerá, exclusivamente, às normas estabelecidas nesta
Lei, não prevalecendo, para qualquer efeito, as disposições legais definidas em
planos, reclassificações e enquadramentos anteriores, exceto no caso dos servi-
dores que não optarem por este PCCR, na forma prevista no caput deste artigo.
§ 2º Fica assegurado ao servidor que não aderir ao presente Plano a
mesma fórmula de cálculo que vem sendo praticada para fixação de seus
vencimentos, mantidos todos os direitos e vantagens inerentes ao respectivo
cargo, os quais integrarão seus proventos quando de sua aposentadoria.

441
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 46. Para provimento dos cargos das carreiras referidas no art. 4º,
incisos I, II, III desta Lei, ficam criados:
I – 400 (quatrocentos) cargos de Analista Judiciário para a Carreira SPJ/NS;
II – 200 (duzentos) cargos de Técnico Judiciário para a Carreira SPJ/NM.
§ 1º Os cargos criados por este artigo serão providos mediante concurso
público de provas e títulos, gradualmente, de acordo com as necessidades
do serviço e disponibilidade orçamentária do Poder Judiciário do Estado do
Ceará.
§ 2º Em qualquer hipótese, não será realizado concurso público previsto
no parágrafo anterior sem que tenham sido nomeados os aprovados no último
concurso público, cujo edital tenha sido publicado antes da vigência desta Lei.
Art. 47. Fica desconstituída para os optantes deste PCCR a Gratificação de
Exercício, nos termos da Lei n. 11.816, de 31 de maio de 1991, observadas
as disposições do art. 45 desta Lei.
Art. 48. Fica expressamente vedado o pagamento das gratificações pre-
vistas nos incisos deste artigo aos optantes pelo PCCR de que trata esta Lei:
I – de porteiro de auditório, prevista no art. 439 da Lei n. 12.342, de 28
de julho de 1994;
II – de representação para motorista do Poder Judiciário, prevista no art.
5º da Lei n. 10.882, de 20 de dezembro de 1983, alterado pela Lei n. 12.351,
de 16 de setembro de 1994;
III – de insalubridade, prevista no art. 3º da Lei n. 12.045, de 30 de de-
zembro de 1992;
IV – de taquígrafo, prevista na Lei n. 8.920, de 27 de setembro de 1967;
V – de risco de vida e saúde, estabelecida no art. 7º da Lei n. 10.624, de
15 de dezembro de 1981, no art. 4º da Lei n. 10.759, de 16 de dezembro de
1982, e no art. 3º da Lei n. 10.882, de 30 de dezembro de 1983;
VI – de nível universitário, instituída pela Lei n. 10.240, de 12 de janeiro
de 1979; VII – de representação de 166% (cento e sessenta e seis por cen-
to), estendida pela Lei n. 11.264, de 18 de dezembro de 1986, alterada pela

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Lei n. 11.535, de 10 de abril de 1989, aos Escrivães remunerados pelos cofres


públicos, aos Depositários Públicos e aos Advogados da Justiça Militar, ocu-
pantes de cargo despadronizado pela Lei n. 13.638, de 27 de julho de 2005;
VIII – judiciária, criada nos termos da Lei n. 11.715, de 26 de julho de
1990.
Parágrafo único. A partir da data de publicação dos enquadramentos, de
que trata o art. 8° desta Lei, cessa o pagamento para os optantes deste PCCR
dos valores atualmente percebidos, correspondentes às gratificações referi-
das no caput deste artigo e no art. 47, observadas as disposições do § 2° do
art. 45, desta Lei.
Art. 49. As despesas decorrentes desta Lei correrão à conta das dotações
consignadas no orçamento do Poder Judiciário do Estado do Ceará.
Art. 50. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 51. Revogam-se as disposições em contrário.

443
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CÓDIGO DE DIVISÃO E ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTA-


DO DO CEARÁ

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LEI N. 14.813, DE 14 DE DEZEMBRO DE 2010


Altera as Leis n.s. 12.483, de 3 de agosto de 1995, e 13.956, de 13 de agosto
de 2007.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte


Lei:

Art. 1º. O inciso IV do art. 3º da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995,


passa a ter a seguinte redação:
“Art. 3º. ...
IV – ÓRGÃOS SUPERIORES DE DIREÇÃO E GERENCIAMENTO:
...
2. Gabinete da Presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, com
unidades de assistência e assessoramento imediatos ao Chefe do Poder Judi-
ciário e a seus Membros;
2.1. Consultoria Jurídica:
2.1.1. Departamento de Execução e Controle Processual;
2.1.1.1. Divisão de Distribuição e Controle de Feitos;
2.1.1.2. Divisão Central de Contratos e Convênios;
2.1.1.3. Serviço de Precatórios;
2.2. Assessoria Especial;
2.3. Assessoria de Comunicação do Poder Judiciário;
2.4. Chefe da Assessoria de Cerimonial;
2.4.1. Assessoria de Cerimonial;
2.5. Assessoria Institucional:
2.5.1. Editor;
2.5.1.1. Departamento Editorial Gráfico;
2.5.1.2. Departamento de Gestão de Documentos;

451
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

2.5.1.2.1. Divisão de Biblioteca;


2.5.1.2.2. Divisão de Gerenciamento Eletrônico de Documentos;
2.5.2. Conselho Editorial.” (NR).
Art. 2º. A Consultoria Jurídica, órgão técnico-jurídico vinculado direta-
mente à Presidência do Tribunal de Justiça, é composta pelo Departamento
de Execução e Controle Processual, pela Divisão de Distribuição e Controle
de Feitos, pela Divisão Central de Contratos e Convênios, e pelo Serviço de
Precatórios, com as seguintes competências:
I – ao Consultor Jurídico compete:
a) assessorar o Presidente do Tribunal, assistindo-o na solução de proble-
mas jurídicos e nas relações institucionais do Poder;
b) coordenar as Assessorias nas áreas judicial e administrativa, velando
pela uniformidade possível dos pareceres e soluções encaminhados à Presi-
dência, promovendo, quanto aos processos não contenciosos, a revisão dos
estudos;
c) responder a consultas em matéria jurídica oriundas da Presidência, as-
sim como da Secretaria Geral, e, quando autorizadas, de outros setores da
Administração do Tribunal;
d) requisitar aos setores administrativos do Tribunal, em diligência, infor-
mações, subsídios e providências necessárias à solução de casos ou feitos sob
seu exame ou condução;
e) examinar previamente processos de aposentadoria e pensões, benefí-
cios, isenções e outros, relativos a pessoal, contratos e licitações, bem como
os relativos a atos de que possa resultar despesa para a instituição;
f) sugerir medidas necessárias à solução de problemas e situações de
interesse do Poder Judiciário, e relativamente à legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência dos seus atos de Administração;
g) chefiar o pessoal lotado na Consultoria Jurídica ou Assessorias, dirigir-
-lhe os serviços, resguardar o patrimônio público a estes afetado e assegurar
o cumprimento, pelo setor, das suas finalidades técnicas;

452
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

h) exercer outras atividades correlatas, tendentes à melhoria dos serviços


e ao bom desempenho da Consultoria Jurídica, que deverá perseguir o princí-
pio do prazo razoável no fluxo dos processos em que funcione;
II – ao Departamento de Execução e Controle Processual compete de-
senvolver as atividades de organização, direção e o controle dos processos
encaminhados à Consultoria Jurídica, a administração dos recursos humanos
lotados na Consultoria Jurídica, o gerenciamento do pessoal terceirizado e
dos estagiários, o desenvolvimento das funções administrativas relativas à
elaboração de relatórios, prestar informações às partes;
III – à Divisão de Distribuição e Controle de Feitos compete o controle de
todos os processos encaminhados à Consultoria Jurídica, preparando-os e
distribuindo-os aos Assessores; controlar a movimentação dos feitos; elabo-
rar expedientes relativos aos processos, prestar informações às partes, ela-
borar relatórios, ofícios e desenvolver outras atividades correlatas;
IV – à Divisão Central de Contratos e Convênios compete estabelecer,
em consonância com as diretrizes fixadas pela Administração Superior, as
condições contratuais prévias, de interesse do Tribunal de Justiça, a serem
incluídas e observadas nos processos licitatórios; preparar e encaminhar, em
tempo hábil, à Comissão de Licitação do Tribunal de Justiça as minutas de
contratos a serem firmados de acordo com o art. 40 da Lei n. 8.666/93;
elaborar as versões finais dos contratos ou convênios a serem firmados pela
Administração Superior do Tribunal de Justiça; acompanhar, em conjunto
com as unidades executoras, o cumprimento da execução e a observância
das obrigações previstas nas cláusulas e condições de todos os contratos ou
convênios celebrados, para efeito de enquadramento das solicitações de pa-
gamento e emissão das notas de empenho pertinentes; emitir, mensalmen-
te, e quando solicitado, relatórios sobre o acompanhamento dos contratos e
convênios celebrados, devidamente analisados, com apreciação conclusiva
sobre desvios ou irregularidades, se for o caso; providenciar a publicação no
Diário da Justiça, observados os prazos legais, dos extratos dos contratos e

453
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

convênios celebrados, e respectivos aditivos, alimentar o sistema de controle


de contratos e convênios do Tribunal de Contas do Estado do Ceará com infor-
mações ao Tribunal de Justiça, registrar e controlar a vigência de convênios,
contratos por meio do sistema de contrato de controle de contratos e convê-
nios do Tribunal de Justiça;
V – ao Serviço de Precatórios compete desenvolver todos os procedimen-
tos necessários ao controle do trâmite de precatórios, desde a sua autuação
até seu integral cumprimento; informar quanto aos incidentes processuais
relativos a precatórios, petições que lhes digam respeito, inclusive pedidos
de intervenção, agravos regimentais, mandados de segurança, reclamações
constitucionais e correicionais, prestar informações e atender as partes sobre
contas nos processos; apresentar mensalmente estatística dos precatórios
recebidos e respectivos encaminhamentos e cumprimentos; elaborar cálculos
aritméticos que se fizerem necessários sobre quaisquer direitos e obrigações,
referentes aos processos que tramitam no Tribunal de Justiça e que são origi-
nários das comarcas do interior do Estado; cumprir qualquer outra determi-
nação judicial relativa a precatório.
Art. 3º. A Assessoria Institucional, unidade de assessoramento direta-
mente vinculada à Presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, será
dirigida por um Assessor Institucional, a quem fica atribuído, para todos os
efeitos legais, o status de Secretário, nomeado para cargo de provimento em
comissão, símbolo DGS-2, pelo Chefe do Poder Judiciário, dentre profissionais
graduados em curso superior de duração plena.
§ 1º A Assessoria Institucional será composta pelo Assessor Institucional,
a quem compete as funções de Editor, pelo Conselho Editorial, pelo Departa-
mento Editorial e Gráfico, e pelo Departamento de Gestão de Documentos,
tendo por finalidade o desenvolvimento das ações institucionais voltadas para
os elevados interesses do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, no que per-
tine à pesquisa, elaboração, revisão, seleção, editoração de obras jurídicas,
bem como a guarda do acervo da biblioteca, mediante critérios técnicos, em

454
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

especial daquelas que apresentam relevante valor histórico e cultural para o


Poder Judiciário do Estado do Ceará, pela viabilização, preservação e opera-
cionalização do Centro Cultural Clóvis Beviláqua, este integrado por seu Mau-
soléu e Museu do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, responsabilizando-
-se, também, através do Departamento Editorial e Gráfico, pela Editoração,
edição gráfica e impressão de obras jurídicas e literárias, revistas e afins,
e pela edição e impressão do Diário da Justiça Estadual.
§ 2º A formação de Conselho Editorial será disciplinada mediante Resolu-
ção do Pleno do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará.
Art. 4º. Ficam alterados o art. 12 e renumerado o seu § 1º para parágrafo
único, o art. 12-C e o art.12-F da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, nas
redações dadas pelas Lei n.s. 13.956, de 13 de agosto de 2007 e 14.311, de
20 de março de 2009, passando a ter as seguintes redações:
“Art.12. ...
II – a administração de serviços gerais, abrangendo transportes, zelado-
ria e a Creche Infantil Felisbela Benvinda Guimarães;
III – Parágrafo único. Subordinam-se à Secretaria de Administração os
seguintes Departamentos:
...
Art. 12-C. …
III – a administração dos serviços de arquivo, classificação, catalogação,
formulação e expedição de normas gerais sobre arquivamentos eletrônicos,
reprodução e guarda de documentos de interesse administrativo do Poder
Judiciário;

§2º Integra a Secretaria de Tecnologia da Informação: I – o Departamento
de Informática.
...
Art. 12-F. O Departamento de Gestão de Documentos é unidade administra-
tiva da Assessoria Institucional que tem por finalidade desenvolver as ativida-
des de impressão, documentação e de biblioteca, no âmbito do Poder Judiciário.

455
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária


§2º As atribuições do Departamento de Gestão de Documentos serão
exercidas por suas unidades administrativas:
I – Divisão de Biblioteca:

II – Divisão de Gerenciamento Eletrônico de Documentos:
a) executar tarefas de classificação, catalogação, reprodução, impressão,
gravação eletrônica e guarda, em meio digital, dos documentos de interesse
jurídico e histórico do Poder Judiciário”. (NR).
Art. 5º. Fica alterado o art. 8º da Lei n. 13.956, de 13 de agosto de 2008,
na redação dada pelo art. 11 da Lei n. 14.311, de 20 de março de 2009, com
a seguinte redação:
“Art. 8º Ao Departamento de Serviços Judiciários de Apoio compete de-
senvolver a programação, a execução e o controle das atividades de repro-
dução dos trabalhos das Câmaras Reunidas e Isoladas, e do Tribunal Pleno;
organização e pesquisa de jurisprudência, preparado de dados estatísticos
serviço de cálculos judiciais e serviço de protocolo geral.
§1º O Departamento de Serviços Judiciários de Apoio tem a seguinte es-
trutura:
I – serviço de estatística e jurisprudência; II – serviço de cálculos judiciais;
III – serviço de protocolo geral.
§2º Compete, ainda, ao Departamento de Serviços Judiciários de Apoio:
a) prestar informações sobre contas nos processos;
b) elaborar os cálculos aritméticos que se fizerem necessários sobre quais-
quer direitos e obrigações referentes aos processos que tramitam no Tribunal
de Justiça e que são originários das Comarcas do interior do Estado;
c) cumprir qualquer outra determinação judicial;
d) operacionalizar as atividades de protocolo concernentes ao recebi-
mento, à triagem, ao registro sequencial, ao fornecimento de comprovantes,
à movimentação e entrega de documentos e de correspondências, incluídos
os processos judiciais, no âmbito do Poder Judiciário;

456
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

e) operar o sistema informatizado de protocolo;


f) executar outras atribuições correlatas.” (NR)
Art. 6º. Ficam criados no Quadro III — Poder Judiciário, os seguintes car-
gos de provimento em comissão:
I – 1 (um) cargo de direção e gerenciamento superior de Assessor Institu-
cional, simbologia DGS-2;
II – 1 (um) cargo de direção de nível superior de Chefe da Assessoria de
Cerimonial, simbologia DJS-1;
III – 2 (dois) cargos de direção e assessoramento superior, simbologia
GAJ- 1, denominados Diretor de Departamento Editorial e Gráfico e Diretor
de Departamento de Execução e Controle Processual, destinados, respectiva-
mente, à Assessoria Institucional e à Consultoria Jurídica;
IV – 2 (dois) cargos de direção e assessoramento superior de Diretor de
Divisão, símbolos GAJ-2, destinados à estrutura da Consultoria Jurídica;
§ 1º Fica transferido da Secretaria de Tecnologia da Informação para a
Assessoria Institucional, um cargo de direção e assessoramento superior sim-
bologia GAJ-1 de Diretor do Departamento de Gestão de Documentos, e 2
(dois) cargos de direção e assessoramento superior de Diretor de Divisão,
simbologias GAJ-2.
§ 2º Fica transferido do Serviço de Apoio Administrativo da Secretaria
Judiciária para a estrutura da Consultoria Jurídica estabelecida nesta Lei, um
cargo de direção e assessoramento superior de Chefe de Serviço de Precató-
rios, simbologia GAJ-3.
§ 3º Fica transformada a simbologia do Cargo de Assessor de Cerimonial
de DJS-1 para DJS-3.
§ 4º Compete ao Chefe da Assessoria de Cerimonial, planejar, organizar,
coordenar e executar atividades inerentes ao desenvolvimento e ampliação
das relações internas e institucionais do Tribunal de Justiça, assistindo o Pre-
sidente, as demais autoridades do Tribunal e as unidades das Secretarias,
quando solicitado, quanto ao protocolo a ser observado nas cerimônias e
eventos oficiais e à organização e realização de eventos institucionais.

457
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 5º O provimento dos cargos criados neste artigo dependerão de ato for-
mal do Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará.
§ 6º Fica alterada a Tabela de Cargos Comissionados do Quadro III – Po-
der Judiciário, a que se refere o anexo II do art. 23 da Lei n. 13.956, de 13 de
agosto de 2007, e inciso VIII do art. 16 da Lei n. 14.311, de 20 de março de
2009, com as criações e transferências estabelecidas nesta Lei.
Art. 7º Esta Lei entra em vigor a partir da data de sua publicação. Art. 8º
Revogam-se as disposições em contrário,

458
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 14.816, DE 14 DE DEZEMBRO 2010

Altera e acresce dispositivos à Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, alterados


e incluídos pelas Leis n.s. 13.956, de 13 de agosto de 2007 e 14.311, de 20 de
março de 2009, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ.

Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguin-


te Lei:

Art. 1º. Fica acrescido o subitem 2.6 ao inciso IV do art. 3º da Lei n.


12.483, de 3 de agosto de 1995, com a seguinte redação:
“Art. 3º ...
IV – ÓRGÃOS SUPERIORES DE DIREÇÃO E GERENCIAMENTO:
...
2. Gabinete da Presidência, com unidades de assistência e assessoramen-
to imediatos ao Chefe do Poder Judiciário e a seus Membros:
...
2.6. Secretaria Especial de Planejamento e Gestão:
2.6.1. Departamento de Estratégia e Projetos:
2.6.1.1. Divisão de Projetos;
2.6.1.2. Divisão de Gerenciamento da Inovação;
2.6.2. Departamento de Otimização Organizacional:
2.6.2.1. Divisão de Sistemas de Gestão;
2.6.2.2. Divisão de Metodologia;
2.6.3. Departamento de Informações Gerenciais:
2.6.3.1. Divisão de Gestão de Conhecimento;
2.6.3.2. Divisão de Estatística.
Art. 2º. A Secretaria Especial de Planejamento e Gestão, unidade de as-
sessoramento diretamente vinculada à Presidência do Tribunal de Justiça do

459
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Estado do Ceará, será dirigida por um Secretário Especial de Planejamento e


Gestão, a quem fica atribuído, para todos os efeitos legais, o status de Secre-
tário, e nomeado para cargo de provimento em comissão, símbolo DGS- 2,
pelo Chefe do Poder Judiciário, preferencialmente, dentre profissionais gradu-
ados nas áreas de Administração, Economia ou Ciências Contábeis e Atuarias,
de reconhecida competência técnica e ilibada reputação.
Art. 3º. A Secretaria Especial de Planejamento e Gestão é o órgão central
responsável por:
I – assegurar que as ações desenvolvidas no âmbito de atuação do Poder
Judiciário cearense estejam compatíveis com a missão, visão e valores insti-
tucionais, em consonância com o modelo de gestão adotado;
II – elaborar plano de ação e, assegurar, conjuntamente com a Secretaria
de Finanças, que os programas e atividades priorizados e as metas institucio-
nais estabelecidas estejam compatíveis com o orçamento;
III – acompanhar a execução orçamentária do Poder Judiciário cearen-
se, assessorar a tomada de decisões quanto a prioridades na aplicação dos
recursos disponíveis e recomendar suplementações orçamentárias, quando
necessário;
IV – assessorar a direção do Tribunal de Justiça nos processos de desen-
volvimento organizacional, de modo a assegurar a perspectiva sistêmica na
tomada de decisões, cabendo, inclusive, a  disponibilização de informações
gerenciais que subsidiem a decisão;
V – primar pela otimização organizacional através da normatização, da
análise crítica de processos e métodos de trabalho, e da implantação de sis-
temas integrados de gestão.
§ 1º Subordinam-se à Secretaria Especial de Planejamento de Gestão:
I – Departamento de Estratégia e Projetos;
II – Departamento de Otimização Organizacional;
III – Departamento de Informações Gerenciais.
§ 2º Incumbe ao Departamento de Estratégia e Projetos, por meio de suas
unidades administrativas:

460
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – Divisão de Projetos:


a) definir e implantar as políticas, as diretrizes e o Plano Estratégico de
Gestão do Poder Judiciário cearense, a partir da perspectiva sistêmica e em
compatibilidade com o orçamento anual;
b) assegurar o alinhamento e promover a articulação das diversas áreas
do Poder Judiciário cearense, com vistas ao cumprimento, bem como à ava-
liação sistemática e a atualização do Plano Estratégico de Gestão;
c) assegurar a proposição e cumprimento das metas globais do Poder Ju-
diciário cearense e seu desdobramento nas diversas Secretarias, Assessorias
e demais setores, a partir do estabelecimento do Plano Estratégico de Gestão;
d) consolidar os planos de trabalhos apresentados pelas diversas áreas do
Tribunal, para viabilizar a execução do Plano Estratégico de Gestão, de modo
a subsidiar a priorização de ações anuais propostas;
e) acompanhar a elaboração do orçamento do Tribunal, pela Secretaria
de Finanças, levando em conta as estimativas de receitas, de acordo com as
estratégias, políticas, programas e planos priorizados para desenvolvimento
organizacional;
f) promover a sensibilização e a divulgação de ações e resultados referen-
tes ao Planejamento Estratégico de Gestão;
g) participar do processo de elaboração da proposta orçamentária e orien-
tar sobre prioridade do Planejamento Estratégico de Gestão;
II – Divisão de Gerenciamento da Inovação:
a) promover a troca de experiências entre os Tribunais identificando, com-
partilhando e implantando melhores práticas;
b) identificar e disseminar internamente as melhores práticas de gestão,
por meio de mecanismos adequados, em interação com a Assessoria de Co-
municação;
c) incentivar o reconhecimento institucional e a criação das melhores prá-
ticas e inovações organizacionais pelos servidores;

461
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

d) realizar estudos técnicos e análise científica inerentes a propostas es-


tratégicas e critérios a serem adotados na gestão institucional, emitir parecer
quanto a implicações, possíveis desdobramentos e propor soluções;
e) analisar e validar propostas de regulamentação de projetos inovadores
das estratégias de atuação do Poder Judiciário cearense, assim como a am-
pliação da abrangência daqueles já implantados.
§ 3º Incumbe ao Departamento de Otimização Organizacional, por meio
de suas unidades administrativas:
I – Divisão de Sistemas de Gestão:
a) promover estudos e elaborar propostas de redefinição da estrutura or-
gânica do Tribunal, caso seja necessário;
b) assessorar na elaboração de normas, procedimentos, regulamentos,
manuais e demais instrumentos operacionais de trabalho;
c) elaborar, assegurar a atualização e disseminar um sistema de padroni-
zação organizacional do Poder Judiciário cearense;
d) assegurar o controle e orientar o uso racional e otimizado de formulá-
rios impressos e em meio eletrônico pelas diversas áreas do Tribunal, consi-
derados os seus processos de trabalho e em compatibilidade com o sistema
de padronização organizacional;
e) prestar consultoria para implantação e acompanhamento de sistemas
integrados de gestão, verificando o cumprimento dos padrões estabelecidos
pelas diferentes áreas do Tribunal, consolidando os resultados identificados e
propondo medidas corretivas;
f) prestar consultoria e assessorar na elaboração, implantação e acompa-
nhamento de projetos de racionalização de métodos e processos de trabalho;
g) promover a divulgação de ações e resultados referentes à gestão da
qualidade e à gestão de processos de trabalho;
h) desenvolver outras ações relativas à implantação da melhoria contínua;
II – Divisão de Metodologia:

462
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

a) prestar orientação metodológica às diversas áreas do Poder Judiciário


cearense na adequação ao sistema de padronização organizacional do Poder;
b) prestar orientação metodológica para a preparação do Plano Estratégi-
co de Gestão e da programação anual de projetos e atividades a serem de-
senvolvidas pelas áreas do Poder Judiciário cearense;
c) proporcionar apoio técnico às áreas do Tribunal e às comarcas na identi-
ficação de necessidades e na utilização de metodologias de gestão adequadas
ao desenvolvimento organizacional;
d) viabilizar a interação do Tribunal com outros órgãos e entidades públi-
cas, em especial com outros Tribunais, no sentido de disponibilizar e compar-
tilhar tecnologia e metodologia de gestão;
e) orientar a implantação de novos padrões estabelecidos, em interação
com a Assessoria de Comunicação e com a Secretaria de Recursos Humanos
e Gestão do FERMOJU.
§ 4º Incumbe ao Departamento de Informações Gerenciais, por meio de
suas unidades administrativas:
I – Divisão de Gestão do Conhecimento:
a) organizar, consolidar, atualizar e disseminar informações estatísticas e
gerenciais necessárias ao acompanhamento de indicadores de eficiência do
Poder Judiciário cearense, considerando os aspectos de custo, produtividade
e receita, de modo a subsidiar a gestão institucional;
b) promover estudos de natureza técnica e científica para subsidiar a to-
mada de decisão da direção do Tribunal na implementação de atividades de
cunho jurisdicional ou administrativo;
c) interagir com as diversas áreas do Tribunal responsáveis pela atualiza-
ção e aperfeiçoamento de informações específicas de suas áreas, para garan-
tir a integração, a consistência e a atualização dos dados disponíveis;
d) subsidiar o planejamento e o desenvolvimento de relatórios geren-
ciais nos sistemas informatizados, em interação com a Secretaria de Tecno-
logia da Informação;

463
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

e) coordenar a elaboração dos relatórios da gestão do Tribunal, quanto


ao seu conteúdo;
f) disponibilizar, periodicamente, informações gerenciais, para órgãos ex-
ternos ou internos do Poder Judiciário cearense, para subsidiar a condução de
políticas, estratégias e a implementação de projetos de cunho jurisdicional ou
administrativo;
II – Divisão de Estatísticas:
a) elaborar, divulgar e demonstrar, analiticamente, a evolução dos dados
estatísticos, para avaliar tendências e subsidiar decisões gerenciais do Tribunal;
b) manter os dados estatísticos permanentemente atualizados;
c) periodicamente, atualizar o Sistema de Estatística do Poder Judiciário,
instituído pelo Conselho Nacional de Justiça, bem como providenciar relató-
rios situacionais desta estatística;
d) acompanhar a evolução dos indicadores geopolíticos e econômicos do
Estado, publicados por órgãos oficiais ou instituições de pesquisa;
e) atender ao público, interno e externo, quanto a solicitações de informa-
ções estatísticas;
f) elaborar e divulgar boletim estatístico contendo relatórios comparativos
relativos aos principais indicadores de eficiência deste Poder.
Art. 4º. Ficam criados os seguintes cargos de provimento em comissão:
I – 1 (um) de Secretário Especial de Planejamento e Gestão, simbologia
DGS-2;
II – 1 (um) de Assessor Técnico da Secretaria Especial de Planejamento e
Gestão, simbologia GAJ-1;
III – 1 (um) de Diretor de Departamento de Estratégia e Projetos, simbo-
logia GAJ-1;
IV – 1 (um) de Diretor de Departamento de Otimização Organizacional,
simbologia GAJ-1;
V – 1 (um) de Diretor de Departamento de Informações Gerenciais, sim-
bologia GAJ-1;

464
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

VI – 7 (sete) de Diretor de Divisão, sendo 2 (dois) do Departamento de


Estratégia e Projetos, 2 (dois) do Departamento de Otimização Organizacio-
nal, 2 (dois) do Departamento de Informações Gerenciais e 1 (um) de Apoio
Administrativo da Secretaria Especial de Planejamento e Gestão, simbologia
GAJ -2;
VII – 1 (um) de Oficial de Gabinete da Secretaria Especial de Planejamen-
to e Gestão, simbologia GAJ – 2;
§ 1º Fica extinto o cargo de provimento em comissão de Assessor de Pla-
nejamento, símbolo DJS – 1, previsto no art. 23 da Lei n. 13.956, de 13 de
agosto de 2007.
§ 2º O provimento dos cargos criados neste artigo dependerão de ato for-
mal do Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará.
§ 3º Fica alterada a Tabela de Cargos Comissionados do Quadro III – Po-
der Judiciário, a que se refere o anexo II do art. 23 da Lei n. 13.956, de 13
de agosto de 2007, com as criações e extinção de cargos estabelecidas nes-
ta Lei.
Art. 5º Esta Lei entra em vigor a partir da data de sua publicação. Art. 6º
Revogam-se as disposições em contrário.

465
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 14.860, DE 28.12.10

Dispõe sobre a criação de cargos de provimento em comissão a que se refere o


Art. 6º da Lei n. 14.407, de 15 de julho de 2009, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguin-


te Lei:
Art. 1º. Ficam criados 12 (doze) cargos de provimento em comissão de
Diretor  de Secretaria de entrância final, símbolo DJS-3, nos termos abaixo
discriminados: I – 5 (cinco) cargos para a Comarca de Caucaia;
II – 2 (dois) cargos para a Comarca de Juazeiro do Norte;
III – 3 (três) cargos para a Comarca de Maracanaú;
IV – 2 (dois) cargos para a Comarca de Sobral.
Art. 2º. Ficam criados 17 (dezessete) cargos de provimento em comissão
de Diretor de Secretaria de entrância intermediária, símbolo GAJ-1, nos ter-
mos abaixo discriminados:
I – 1 (um) cargo para a Comarca de Aracati;
II – 1 (um) cargo para a Comarca de Boa Viagem;
III – 1 (um) cargo para a Comarca de Barbalha;
IV – 1 (um) cargo para a Comarca de Crateús;
V – 1 (um) cargo para a Comarca de Crato;
VI – 1 (um) cargo para a Comarca de Eusébio;
VII – 1 (um) cargo para a Comarca de Iguatu;
VIII – 1 (um) cargo para a Comarca de Itapipoca;
IX – 1 (um) cargo para a Comarca de Limoeiro do Norte;
X – 1 (um) cargo para a Comarca de Maranguape;
XI – 1 (um) cargo para a Comarca de Massapê;
XII – 1 (um) cargo para a Comarca de Mombaça;

466
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

XIII – 1 (um) cargo para a Comarca de Morada Nova;


XIV – 1 (um) cargo para a Comarca de Quixadá;
XV – 1 (um) cargo para a Comarca de Tianguá;
XVI – 1 (um) cargo para a Comarca de Tauá;
XVII – 1 (um) cargo para a Comarca de Várzea Alegre.
Art. 3º Ficam criados 10 (dez) cargos de provimento em comissão de
Diretor de Secretaria de entrância inicial, símbolo GAJ-2, nos termos abaixo
discriminados:
I – 1 (um) cargo para a Comarca de Acarape;
II – 1 (um) cargo para a Comarca de Ibicuitinga;
III – 1 (um) cargo para a Comarca de Antonina do Norte;
IV – 1 (um) cargo para a Comarca de Quiterianópoles;
V – 1 (um) cargo para a Comarca de Jijoca de Jericoacoara;
VI – 1 (um) cargo para a Comarca de Barreiras;
VII – 1 (um) cargo para a Comarca de Varjota;
VIII – 1 (um) cargo para a Comarca de Ararendá;
IX – 1 (um) cargo para a Comarca de Nova Olinda;
X – 1 (um) cargo para a Comarca de Piquet Carneiro.
Art. 4º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário.

467
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 14.912, DE 03.05.11

Altera dispositivo da Lei n. 14.311, de 20 de março de 2009, e dá outras provi-


dências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará decretou e eu


sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º. Fica criado na estrutura da Secretaria Judiciária um cargo de pro-
vimento em comissão de Chefe de Serviço de Recursos Cíveis, símbolo GAJ-3.
Art. 2º. Fica extinto 1 (um) cargo de provimento em comissão de Asses-
sor Técnico em Jornalismo, símbolo GAJ-3, previsto no inciso 9º do art. 16,
da Lei n. 14.311, de 20 de março de 2009.
Art. 3º. Fica alterado o inciso 9º. do art. 16, da Lei n. 14.311, de 20 de
março de 2009, que passa a ter a seguinte redação:
“Art. 16...
IX – 9 (nove) cargos de Assessor Técnico em Jornalismo, símbolo GAJ-3”.
(NR) Art. 4º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 5º. Revogam-se as disposições em contrário.

468
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 14.913, 03.05.11

Altera dispositivos da Lei n.º 12.483, de 3 de agosto de 1995, e alterações pos-


teriores e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará decretou e eu


sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º. Fica alterado o inciso IV do art. 3º da Lei n. 12.483, de 3 de agos-
to de 1995, que dispõe sobre a Organização Administrativa do Poder Judiciá-
rio, que passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 3º …
IV – ÓRGÃOS SUPERIORES DE DIREÇÃO E GERENCIAMENTO:
2.6.3.2.1. Divisão de Arquivo;” (NR).
Art. 2º. Os arts. 12-C e 12-F da Lei n. 12.483, de 11 de agosto de 1995,
incluídos pelo art. 6º da Lei n. 13.956, de 13 de agosto de 2007, e alterados
pelo art. 4º da Lei n. 14.813, de 14 de dezembro de 2010, passam a vigorar
com a seguinte redação:
I – “Art. 12-C – …
III – a gestão da segurança da informação.” (NR).
II – “Art. 12-F. O Departamento de Gestão de Documentos é unidade ad-
ministrativa da Assessoria Institucional que tem por finalidade desenvolver
as atividades de impressão, documentação, biblioteca e administração dos
serviços de arquivo, classificação, catalogação, formulação e expedição de
normas gerais sobre arquivamentos eletrônicos e guarda de documentos de
interesse do Poder Judiciário.
§ 2º ...
III – Divisão de Arquivo.

469
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

a) classificar, catalogar, reproduzir e guardar documentos de interesse ju-


rídico e administrativo do Poder Judiciário;
b) formular e expedir normas gerais sobre arquivamento, descarte e des-
tinação final de papéis.”(NR).
Art. 3º Fica transferido da Secretaria de Tecnologia da Informação para a
Assessoria Institucional um cargo de Direção e Assessoramento Superior de
Diretor de Divisão, símbolo GAJ-2.
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 5º Revo-
gam-se as disposições em contrário.

470
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 14.916, DE 03.05.11

Modifica dispositivos da Lei n. 12.342, de 28 de julho de 1994; da Lei n. 12.483,


de 3 de agosto de 1995; da Lei n. 14.311, de 20 de março de 2009; da Lei n.
14.415, de 23 de julho de 2009; e da Lei n. 14.605, de 5 de janeiro de 2010,
e alterações posteriores e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ

Faço saber que a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará decretou e eu


sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º. A Secretaria de Recursos Humanos e Gestão do FERMOJU, a que
se refere o art. 12 – G, da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, passa a
denominar-se Secretaria de Gestão de Pessoas.
Art. 2º. A Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, com as alterações in-
troduzidas pelas Leis n.s 13.956, de 13 de agosto de 2007, 14.302, de 09 de
janeiro de 2009, e 14.311, de 20 de março de 2009, passa a vigorar com as
modificações a seguir discriminadas:
I – o inciso IV do art. 3º terá a seguinte redação:
“Art. 3º. ...
IV – 1. ...
1.5. Secretaria de Gestão de Pessoas.” (NR);
II – o inciso V do § 1º e o § 5º do art. 11 terão a seguinte redação:
“Art. 11 ...
§ 1º ...
V – Secretaria de Gestão de Pessoas.
§ 5º O cargo de Secretário de Gestão de Pessoas, de recrutamento amplo
e de livre nomeação e exoneração pelo Presidente do Tribunal de Justiça a ser
provido, preferencialmente, por bacharel nas áreas de Direito, Administração
ou Economia e Ciências Contábeis, de reconhecida competência técnica e ili-
bada reputação.” (NR).

471
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – o §1º e o §3º do art. 12-A terão as seguintes redações: “Art. 12-A. ...


§ 1º Subordinam-se à Secretaria de Finanças:
I – o Departamento Financeiro;
II – o Departamento de Gerência Executiva do Fundo de Reaparelhamento
e Modernização do Poder Judiciário do Estado do Ceará – FERMOJU.
§ 3º Subordinam-se ao Departamento Financeiro as divisões previstas nos
inciso I a IV e ao Departamento de Gerência Executiva do FERMOJU, as cons-
tantes dos incisos V e VI:
I – Divisão de Contabilidade;
II – Divisão de Orçamento;
III – Divisão de Programação e Fluxo de Caixa;
IV – Divisão de Tesouraria;
V – Divisão de Arrecadação;
VI – Divisão de Execução Orçamentária e Financeira.” (NR).
IV – o art. 12-G passa a ter a seguinte redação:
“Art. 12-G. A Secretaria de Gestão de Pessoas é o órgão central incumbido
de desenvolver a administração de recursos humanos, incluindo recrutamen-
to, seleção, treinamento
e desenvolvimento do pessoal; planejamento, organização, administra-
ção e controle do Quadro de Carreiras, vencimentos, vantagens e benefícios;
registro funcional do pessoal técnico- administrativo auxiliar e aplicação de
regime disciplinar, bem como o gerenciamento do pessoal terceirizado. de
Pessoas.
§ 1º Subordina-se à Secretaria de Gestão de Pessoas o Departamento de
Gestão
§ 2º Fica mantida a estrutura e as atribuições do Departamento de Ges-
tão de Pessoas previstas no art. 25 da Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995,
alterado pelo art. 16 da Lei n. 13.956, de 13 de agosto de 2007.” (NR).
V – Fica acrescido à Lei n. 12.483, de 3 de agosto de 1995, o art. 12 – H,
com a seguinte redação:

472
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

“Art. 12-H. O Departamento de Gerência Executiva do FERMOJU é a unida-


de administrativa da Secretaria de Finanças responsável pelo planejamento,
direção, coordenação e controle das atividades próprias do sistema de gestão
orçamentária, financeira e patrimonial e de contabilidade no âmbito do FER-
MOJU, inclusive de executar todas as atividades de arrecadação, acompanha-
mento e controle dos recursos deste Fundo.
§ 1º O Departamento de Gerência Executiva do FERMOJU, por meio de
suas unidades administrativas, terá as seguintes incumbências:
I – Divisão de Arrecadação:
a) sugerir à Comissão de Administração do FERMOJU as diretrizes opera-
cionais do Fundo;
b) elaborar normas e instruções complementares, dispondo sobre a arre-
cadação e a aplicação dos recursos financeiros disponíveis;
c) controlar o recolhimento e aplicação das receitas, supervisionando as
tarefas pertinentes à conciliação dos saldos das contas bancárias do Poder
Judiciário, bem como relativamente ao sistema informatizado e centralizado
de administração financeira do Estado;
d) preparar relatórios de acompanhamento da arrecadação do FERMOJU,
para apreciação da Auditoria Administrativa de Controle Interno, Comissão
de Administração do FERMOJU, Tribunal de Contas do Estado e Assembleia
Legislativa;
e) fiscalizar, em articulação com a Corregedoria Geral da Justiça, o reco-
lhimento das taxas, emolumentos, fianças, cauções, multas e demais receitas
do Fundo;
f) proceder à distribuição e controle dos selos judiciais e extrajudiciais, ad-
ministrando as receitas sobre venda de selos e ressarcimento aos cartorários
de registro civil;
g) controlar os depósitos judiciais nos termos da Lei n. 14.415, de 23
de julho de 2009, supervisionando o cumprimento de determinações judiciais
para liberação de valores;

473
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

h) efetuar a restituição de custas judiciais e fianças criminais;


i) executar outras atividades correlatas;
II – Divisão de Execução Orçamentária e Financeira:
a) registrar e controlar os créditos orçamentários e adicionais consigna-
dos ao Poder Judiciário;
b) elaborar proposta orçamentária do FERMOJU;
c) elaborar Plano Plurianual;
d) proceder ao levantamento das dotações orçamentárias para suplemen-
tações;
e) elaborar balanço orçamentário e financeiro que instruem as prestações
de contas dos ordenadores de despesa;
f) elaborar prestação de contas para o Tribunal de Contas;
g) elaborar e gerir o fluxo de caixa do Poder Judiciário, para cobertura das
despesas;
h) administrar sistemas de pagamentos, preferencialmente automáticos;
i) emitir Notas Orçamentárias autorizadas pelo ordenador de despesas
bem como respectivas anulações de empenho;
j) efetuar registros de despesas realizadas por meio de empenho global,
estimativo e ordinário;
k) efetuar pagamentos de despesas liquidadas e devidamente autoriza-
das, por intermédio do sistema informatizado e centralizado da administração
financeira do Estado;
l) emitir relatórios gerenciais sobre os pagamentos efetuados;
m) remeter ordens bancárias às instituições financeiras correspondentes
aos pagamentos programados;
n) efetuar registros das despesas de exercícios anteriores;
o) enviar declaração de débitos e créditos de tributos federais, estaduais e
municipais;
p) registrar processos inscritos em restos a pagar;

474
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

q) executar as despesas com recursos do Fundo Especial de Reapare-


lhamento e Modernização do Poder Judiciário – FERMOJU, instituído pela Lei
n. 11.891, de 20 de dezembro de 1991, e com recursos do Programa de Ino-
vação, Desburocratização, Modernização da Gestão e Melhoria da Produtivi-
dade do Poder judiciário – PIMPJ, instituído pela Lei n. 14.415, de 23 de julho
de 2009;
r) executar outras atribuições correlatas.
§ 2º O Diretor do Departamento de Gerência Executiva do FERMOJU será
nomeado, em comissão, pelo Presidente do Tribunal de Justiça dentre pro-
fissionais de nível superior de reconhecida competência na área financeira,
preferencialmente.
§ 3º A movimentação da conta do FERMOJU será de responsabilidade do
Secretário de Finanças e do Diretor do Departamento de Gerência Executiva
do FERMOJU, no âmbito de suas competências, bem como dos responsáveis
pela arrecadação, execução orçamentária e financeira do Fundo, nos termos
previstos em regulamento. (NR).”
VI – o art. 17 terá a seguinte redação:
“Art. 17. As estruturas da Secretaria Geral do Tribunal de Justiça, da Se-
cretaria de Administração, da Secretaria de Finanças, da Secretaria de Tec-
nologia da Informação, da Secretaria Judiciária e da Secretaria de Gestão de
Pessoas organizar-se-ão em Departamentos, Divisões e Serviços, de acordo
com o volume e a natureza do trabalho e as necessidades de especialização
exigidas, para maior eficiência e eficácia das atividades desenvolvidas.” (NR).
VII – a Subseção I, da Seção III, do Capítulo II, do Título III, da Lei n.
12.483, de 3 de agosto de 1995, passa a vigorar com a seguinte redação:

Subseção I
Do Departamento de Gestão De Pessoas

Art. 25. O Departamento de Gestão de Pessoas é o órgão integrante da


Secretaria de Gestão de Pessoas do Poder Judiciário ao qual compete pla-

475
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

nejar, coordenar, dirigir e controlar as atividades e tarefas componentes dos


sistemas sob sua área gerencial.
§ 1º O Departamento de Gestão de Pessoas terá a seguinte estrutura:
...
§ 2º O Diretor do Departamento de Gestão de Pessoas da Secretaria de
Gestão de Pessoas do Poder Judiciário será nomeado, em comissão, pelo
Presidente do Tribunal de Justiça, dentre profissionais de curso superior, pre-
ferencialmente com reconhecida competência na área de Recursos Humanos.
§ 3º Compete ao Departamento de Gestão de Pessoas por suas unidades
administrativas:” (NR).
VIII – a Subseção II, da Seção III, do Capítulo II, do Título III passa a
vigorar com a seguinte redação:

Subseção II
Do Departamento Financeiro

Art. 26. O Departamento Financeiro é a unidade administrativa integrante


da Secretaria de Finanças, responsável pelo planejamento, direção, coorde-
nação e controle das atividades próprias do sistema de gestão orçamentária,
financeira, patrimonial e de contabilidade no âmbito do Poder Judiciário, com
recursos do tesouro estadual.
§ 1º O Departamento Financeiro terá a seguinte estrutura: I – Divisão de
Programação e Fluxo de Caixa:
a) Serviço de Empenho;
II – Divisão de Tesouraria:
a) Serviço de Prestação de Contas e Balanço;
III – Divisão de Contabilidade:
a) Serviço de Preparo de Contas;
IV – Divisão de Orçamento:
a) Serviço de Controle de Dotações.

476
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

...
§ 3º Compete ao Departamento Financeiro por suas unidades administra-
tivas:
I – Divisão de Programação e Fluxo de Caixa:
a) elaborar e gerir o fluxo de caixa do Poder Judiciário, solicitando os
duodécimos necessários à cobertura das despesas, repassando à Divisão de
Tesouraria as informações pertinentes;
b) controlar e registrar analiticamente as transferências de recursos recebi-
dos, elaborando os demonstrativos de recebimentos e pagamentos efetuados;
c) emitir demonstrativos mensais dos recursos orçamentários recebidos,
empenhados e existentes nos diversos elementos de despesas;
d) efetuar registros de despesas realizadas através do empenho global,
estimativo e ordinário;
e) emitir notas, empenhos ou guias financeiras;
f) executar outras atribuições correlatas;
II – Divisão de Tesouraria:
...
g) registrar, controlar e analisar as prestações de contas de suprimento de
fundos concedidos;
h) supervisionar e controlar as tarefas pertinentes à conciliação dos sal-
dos das contas bancárias do Poder Judiciário, bem como relativamente ao
sistema informatizado e centralizado de administração financeira do Estado;
i) executar outras atribuições correlatas;
III – Divisão de Contabilidade:
...
f) registrar e controlar a vigência de convênios, contratos e respectivos
planos de aplicação e prestação de contas;
g) registrar processos inscritos em restos a pagar;
h) executar outras atribuições correlatas;
IV – Divisão de Orçamento:

477
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

...
d) executar outras atribuições correlatas.” (NR).
Art. 3º. O art. 16 da Lei n. 14.311, 20 de março de 2009, passa a vigorar
com a seguinte redação:
“Art. 16. ...
I – 1 (um) de Secretário de Gestão de Pessoas, símbolo DGS-2;
...
III – 1 (um) de Assessor Técnico da Secretaria de Gestão de Pessoas,
símbolo – GAJ-1;
IV – 1 (um) de Diretor de Departamento de Gerência Executiva do FER-
MOJU, símbolo GAJ – 1;
...
VI – 4 (quatro) de Diretor de Divisão, sendo 3 (três) do Departamento de
Serviços Gerais e 1 (um) de Apoio Administrativo da Secretaria de Gestão de
Pessoas, símbolo GAJ-2; VII – 1 (um) de Oficial de Gabinete da Secretaria de
Gestão de Pessoas, símbolo GAJ-2;” (NR).
Art. 4º. A alínea “e” do inciso II do art. 372 da Lei n. 12.342, de 28 de
julho de 1994, alterado pelo art. 17 da Lei n 14.311, de 20 de março de 2009,
passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 372. ...
II – e) Secretaria de Gestão de Pessoas.” (NR).
...
Art. 5º. O caput do art. 4º da Lei n. 14.605, de 5 de janeiro de 2010,
passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 4º Os recursos pertencentes ao FERMOJU serão depositados em con-
ta específica e sua movimentação far-se-á por ordem de pagamento, cheque
nominativo ou outra forma, pelo Secretário de Finanças e pelo Diretor do De-
partamento de Gestão Executiva do FERMOJU.” (NR).
...

478
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 6º O art. 8º da Lei n. 14.415, de 23 de julho de 2009, passa a ter a


seguinte redação:
“Art. 8º Para todos os efeitos legais, especialmente em relação às Leis Es-
taduais n. 13.439, de 16 de janeiro de 2004, e sua regulamentação, e da Lei
n. 14.236, de 10 de novembro de 2008, fica atribuído aos cargos de direção
superior do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, símbolos DGS-1 e DGS-2,
(Secretários, Assessor Especial da Presidência e Consultor Jurídico), o mesmo
tratamento jurídico inerente a Secretário de Estado, bem como aos cargos
de Assessor Técnico e de Diretor do Departamento de Gerência Executiva do
FERMOJU, o tratamento jurídico correspondente a Secretário Adjunto, ressal-
vadas denominação, remuneração e foro.” (NR).
Art. 7º O Presidente do Tribunal de Justiça poderá editar os atos necessá-
rios ao fiel cumprimento desta Lei.
Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 9º Revo-
gam-se todas as disposições contrárias.

479
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

PREÂMBULO

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional

Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o

exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-

-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de

uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia

social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pa-

cífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

TÍTULO I

DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel

dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado demo-

crático de direito e tem como fundamentos:

I – a soberania;

II – a cidadania;

III – a dignidade da pessoa humana;

IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V – o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de

representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

480
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o

Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do

Brasil:

I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II – garantir o desenvolvimento nacional;

III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades

sociais e regionais;

IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,

cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações inter-

nacionais pelos seguintes princípios:

I – independência nacional;

II – prevalência dos direitos humanos;

III – autodeterminação dos povos;

IV – não intervenção;

V – igualdade entre os Estados;

VI – defesa da paz;

VII – solução pacífica dos conflitos;

VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X – concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração

econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando

à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

481
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

TÍTULO II

DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I

DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer na-

tureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País

a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e

à propriedade, nos termos seguintes:

I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos

desta Constituição;

II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão

em virtude de lei;

III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou

degradante;

IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da

indenização por dano material, moral ou à imagem;

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado

o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção

aos locais de culto e a suas liturgias;

VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa

nas entidades civis e militares de internação coletiva;

VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa

ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de

obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa,

fixada em lei;

482
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de

comunicação, independentemente de censura ou licença;

X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das

pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral de-

corrente de sua violação;

XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar

sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desas-

tre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegrá-

ficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por

ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de

investigação criminal ou instrução processual penal;

XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendi-

das as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo

da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo

qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com

seus bens;

XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos

ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra

reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido

prévio aviso à autoridade competente;

XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de ca-

ráter paramilitar;

483
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas in-

dependem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu fun-

cionamento;

XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter

suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso,

o trânsito em julgado;

XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer asso-

ciado;

XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm

legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;

XXII – é garantido o direito de propriedade;

XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;

XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por neces-

sidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia

indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente po-

derá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização

ulterior, se houver dano;

XXVI  – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que

trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débi-

tos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de

financiar o seu desenvolvimento;

XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação

ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a

lei fixar;

XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:

484
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodu-

ção da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que

criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respecti-

vas representações sindicais e associativas;

XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio tem-

porário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à pro-

priedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos,

tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econô-

mico do País;

XXX – é garantido o direito de herança;

XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada

pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre

que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;

XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de

seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão presta-

das no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo

sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de

taxas:

a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou con-

tra ilegalidade ou abuso de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direi-

tos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;

XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ame-

aça a direito;

485
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e

a coisa julgada;

XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;

XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe

der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia

cominação legal;

XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liber-

dades fundamentais;

XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,

sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou

anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,

o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os

mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos arma-

dos, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado democrático;

XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obriga-

ção de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos

da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do

valor do patrimônio transferido;

486
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras,

as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos;

XLVII – não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84,

XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

e) cruéis;

XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo

com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;

XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam perma-

necer com seus filhos durante o período de amamentação;

LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de

crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvi-

mento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou

de opinião;

LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade

competente;

487
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido

processo legal;

LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados

em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e

recursos a ela inerentes;

LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de

sentença penal condenatória;

LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação crimi-

nal, salvo nas hipóteses previstas em lei;

LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não

for intentada no prazo legal;

LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando

a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e

fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de trans-

gressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comu-

nicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa

por ele indicada;

LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de perma-

necer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão

ou por seu interrogatório policial;

LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judici-

ária;

488
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir

a liberdade provisória, com ou sem fiança;

LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo

inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do de-

positário infiel;

LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se

achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomo-

ção, por ilegalidade ou abuso de poder;

LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido

e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o respon-

sável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de

pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público;

LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente cons-

tituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses

de seus membros ou associados;

LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma

regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitu-

cionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cida-

dania;

LXXII – conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do

impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades gover-

namentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo

sigiloso, judicial ou administrativo;

489
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que

vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Esta-

do participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio

histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas

judiciais e do ônus da sucumbência;

LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que

comprovarem insuficiência de recursos;

LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o

que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;

LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na

forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.

LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a

razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua

tramitação.

§  1º  As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm

aplicação imediata.

§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem ou-

tros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados

internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que

forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por

três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emen-

das constitucionais.

490
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a

cuja criação tenha manifestado adesão.

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o traba-

lho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a pro-

teção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma

desta Constituição.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros

que visem à melhoria de sua condição social:

I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa

causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensa-

tória, dentre outros direitos;

II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

III – fundo de garantia do tempo de serviço;

IV  – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de

atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,

alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previ-

dência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,

sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;

VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo

coletivo;

VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem

remuneração variável;

491
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no

valor da aposentadoria;

IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção

dolosa;

XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração,

e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido

em lei;

XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de bai-

xa renda nos termos da lei;

XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e qua-

renta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução

da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininter-

ruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cin-

quenta por cento à do normal;

XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a

mais do que o salário normal;

XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a

duração de cento e vinte dias;

XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos

específicos, nos termos da lei;

XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de

trinta dias, nos termos da lei;

492
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de

saúde, higiene e segurança;

XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres

ou perigosas, na forma da lei;

XXIV – aposentadoria;

XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento

até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;

XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;

XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador,

sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo

ou culpa;

XXIX  – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho,

com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais,

até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;

a) (Revogada).

b) (Revogada).

XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de cri-

tério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios

de admissão do trabalhador portador de deficiência;

XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual

ou entre os profissionais respectivos;

XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores

de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na con-

dição de aprendiz, a partir de quatorze anos;

493
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatí-

cio permanente e o trabalhador avulso.

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domés-

ticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII,

XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as con-

dições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das

obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de tra-

balho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e

XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sin-

dicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao poder público

a interferência e a intervenção na organização sindical;

II – é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer

grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base

territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessa-

dos, não podendo ser inferior à área de um Município;

III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou indi-

viduais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;

IV  – a assembleia geral fixará  a contribuição que, em se tratando de

categoria profissional, será  descontada em folha, para custeio do sistema

confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da

contribuição prevista em lei;

V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;

VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas

de trabalho;

494
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organiza-

ções sindicais;

VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro

da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ain-

da que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta

grave nos termos da lei.

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de

sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a

lei estabelecer.

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores

decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam

por meio dele defender.

§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o

atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.

§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores

nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou

previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a

eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-

-lhes o entendimento direto com os empregadores.

495
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE

Art. 12. São brasileiros:

I – natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estran-

geiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde

que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde

que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a re-

sidir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois

de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;

II – naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas

aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano

ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Fe-

derativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação

penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver re-

ciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao

brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.

§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e natu-

ralizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I – de Presidente e Vice-Presidente da República;

496
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – de Presidente da Câmara dos Deputados;

III – de Presidente do Senado Federal;

IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V – da carreira diplomática;

VI – de oficial das Forças Armadas;

VII – de Ministro de Estado da Defesa.

§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de

atividade nociva ao interesse nacional;

II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro

residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu

território ou para o exercício de direitos civis.

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do

Brasil.

§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as

armas e o selo nacionais.

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos

próprios.

CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo

voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, me-

diante:

497
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – plebiscito;

II – referendo;

III – iniciativa popular.

§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:

I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos;

II – facultativos para:

a) os analfabetos;

b) os maiores de setenta anos;

c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o

período do serviço militar obrigatório, os conscritos.

§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:

I – a nacionalidade brasileira;

II – o pleno exercício dos direitos políticos;

III – o alistamento eleitoral;

IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;

V – a filiação partidária;

VI – a idade mínima de:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e

Senador;

b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito

Federal;

c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital,

Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;

d) dezoito anos para Vereador.

§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

498
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito

Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos

mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente.

§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Go-

vernadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos

respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os

parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Pre-

sidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Fe-

deral, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses ante-

riores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da ativida-

de;

II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade

superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para

a inatividade.

§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os

prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a mo-

ralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candi-

dato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder

econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na adminis-

tração direta ou indireta.

§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no

prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de

abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.

499
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justi-

ça, respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspen-

são só se dará nos casos de:

I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II – incapacidade civil absoluta;

III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus

efeitos;

IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternati-

va, nos termos do art. 5º, VIII;

V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de

sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de

sua vigência.

CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políti-

cos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartida-

rismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes

preceitos:

I – caráter nacional;

II – proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou go-

verno estrangeiros ou de subordinação a estes;

III – prestação de contas à Justiça Eleitoral;

IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

500
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estru-

tura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus

órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento

e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas elei-

ções majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem

obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, es-

tadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de

disciplina e fidelidade partidária.

§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na for-

ma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratui-

to ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternati-

vamente:

I – obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3%

(três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das

unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos

válidos em cada uma delas; ou

II – tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos

em pelo menos um terço das unidades da Federação.

§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização parami-

litar.

§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no

§ 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda

do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação

considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de

acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.

501
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do

Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,

todos autônomos, nos termos desta Constituição.

§ 1º Brasília é a Capital Federal.

§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transforma-

ção em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei

complementar.

§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmem-

brar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios

Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através

de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.

§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municí-

pios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por lei com-

plementar federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às

populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabi-

lidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-

-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações

de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de in-

teresse público;

II – recusar fé aos documentos públicos;

III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

502
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO II
DA UNIÃO

Art. 20. São bens da União:

I – os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;

II – as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortifi-

cações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preser-

vação ambiental, definidas em lei;

III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu do-

mínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros pa-

íses, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como

os terrenos marginais e as praias fluviais;

IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as

praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que

contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço

público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;

V – os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica

exclusiva;

VI – o mar territorial;

VII – os terrenos de marinha e seus acrescidos;

VIII – os potenciais de energia hidráulica;

IX – os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

X – as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-his-

tóricos;

XI – as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e

aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, parti-

cipação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos

503
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais

no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona eco-

nômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.

§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo

das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada

fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização

serão reguladas em lei.

Art. 21. Compete à União:

I – manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações

internacionais;

II – declarar a guerra e celebrar a paz;

III – assegurar a defesa nacional;

IV – permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças es-

trangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam tempora-

riamente;

V – decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;

VI – autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;

VII – emitir moeda;

VIII – administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de

natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem

como as de seguros e de previdência privada;

IX – elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do

território e de desenvolvimento econômico e social;

X – manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;

XI – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permis-

são, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a

organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos

institucionais;

504
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

XII – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou per-

missão:

a) os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens;

b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento ener-

gético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os

potenciais hidroenergéticos;

c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária;

d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasi-

leiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou

Território;

e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de

passageiros;

f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;

XIII – organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distri-

to Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios;

XIV – organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bom-

beiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira

ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo

próprio;

XV – organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, ge-

ologia e cartografia de âmbito nacional;

XVI – exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas

e de programas de rádio e televisão;

XVII – conceder anistia;

XVIII – planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades

públicas, especialmente as secas e as inundações;

505
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

XIX – instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e

definir critérios de outorga de direitos de seu uso;

XX – instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habita-

ção, saneamento básico e transportes urbanos;

XXI – estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;

XXII – executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fron-

teiras;

XXIII – explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza

e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e re-

processamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus

derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:

a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida

para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;

b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utiliza-

ção de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais;

c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização

e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas;

d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência

de culpa;

XXIV – organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;

XXV – estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de

garimpagem, em forma associativa.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,

aeronáutico, espacial e do trabalho;

II – desapropriação;

506
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Analista Judiciário – Área Judiciária

III – requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo

de guerra;

IV – águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;

V – serviço postal;

VI – sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;

VII – política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;

VIII – comércio exterior e interestadual;

IX – diretrizes da política nacional de transportes;

X – regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e ae-

roespacial;

XI – trânsito e transporte;

XII – jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;

XIII – nacionalidade, cidadania e naturalização;

XIV – populações indígenas;

XV – emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;

XVI  – organização do sistema nacional de emprego e condições para o

exercício de profissões;

XVII – organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e

dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização

administrativa destes;

XVIII – sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;

XIX – sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;

XX – sistemas de consórcios e sorteios;

XXI – normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias,

convocação e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros mi-

litares;

507
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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XXII – competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária

federais;

XXIII – seguridade social;

XXIV – diretrizes e bases da educação nacional;

XXV – registros públicos;

XXVI – atividades nucleares de qualquer natureza;

XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalida-

des, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da

União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art.

37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos

termos do art. 173, § 1º, III;

XXVIII – defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa

civil e mobilização nacional;

XXIX – propaganda comercial.

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar

sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal

e dos Municípios:

I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democrá-

ticas e conservar o patrimônio público;

II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pes-

soas portadoras de deficiência;

III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico,

artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios

arqueológicos;

IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte

e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;

508
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência,

à tecnologia, à pesquisa e à inovação;

VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas

formas;

VII – preservar as florestas, a fauna e a flora;

VIII – fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento

alimentar;

IX – promover programas de construção de moradias e a melhoria das

condições habitacionais e de saneamento básico;

X – combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, pro-

movendo a integração social dos setores desfavorecidos;

XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pes-

quisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;

XII – estabelecer e implantar política de educação para a segurança do

trânsito.

Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação

entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista

o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar con-

correntemente sobre:

I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

II – orçamento;

III – juntas comerciais;

IV – custas dos serviços forenses;

V – produção e consumo;

509
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VI  – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do

solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da polui-

ção;

VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e pai-

sagístico;

VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a

bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;

IX – educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa,

desenvolvimento e inovação;

X – criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;

XI – procedimentos em matéria processual;

XII – previdência social, proteção e defesa da saúde;

XIII – assistência jurídica e defensoria pública;

XIV – proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;

XV – proteção à infância e à juventude;

XVI – organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-

-se-á a estabelecer normas gerais.

§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui

a competência suplementar dos Estados.

§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a

competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a efi-

cácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

510
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO III
DOS ESTADOS FEDERADOS

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis

que adotarem, observados os princípios desta Constituição.

§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam ve-

dadas por esta Constituição.

§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os

serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida

provisória para a sua regulamentação.

§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões me-

tropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupa-

mentos de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento

e a execução de funções públicas de interesse comum.

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:

I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em de-

pósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da

União;

II – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domí-

nio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;

III – as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;

IV – as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponde-

rá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido

o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputa-

dos Federais acima de doze.

511
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§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-

-se-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade,

imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incor-

poração às Forças Armadas.

§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa

da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento

daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o

que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu regimento

interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os res-

pectivos cargos.

§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo esta-

dual.

Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para

mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em

primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se hou-

ver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a pos-

se ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subsequente, observado, quanto

ao mais, o disposto no art. 77.

§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função

na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de

concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.

§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de

Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, observado

o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

512
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CAPÍTULO IV
DOS MUNICÍPIOS

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos,

com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos mem-

bros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabe-

lecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguin-

tes preceitos:

I – eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato

de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;

II – eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo

de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder,

aplicadas as regras do art. 77 no caso de Municípios com mais de duzentos

mil eleitores;

III – posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano sub-

sequente ao da eleição;

IV – para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite

máximo de:

a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habi-

tantes;

b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil)

habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes;

c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil)

habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes;

d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta

mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes;

513
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta

mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes;

f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e

vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes;

g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento

e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes;

h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (tre-

zentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) ha-

bitantes;

i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (qua-

trocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) ha-

bitantes;

j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seis-

centos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos cinquenta mil) habitan-

tes;

k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (se-

tecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) ha-

bitantes;

l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (no-

vecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil)

habitantes;

m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000

(um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e du-

zentos mil) habitantes;

n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000

(um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e tre-

zentos e cinquenta mil) habitantes;

514
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão

e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e qui-

nhentos mil) habitantes;

p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000

(um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e

oitocentos mil) habitantes;

q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000

(um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e

quatrocentos mil) habitantes;

r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000

(dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até  3.000.000 (três mi-

lhões) de habitantes;

s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000

(três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitan-

tes;

t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000

(quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habi-

tantes;

u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000

(cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitan-

tes;

v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000

(seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes;

w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000

(sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;

515
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000

(oito milhões) de habitantes;

V – subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fi-

xados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem os

arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

VI – o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Mu-

nicipais em cada legislatura para a subsequente, observado o que dispõe esta

Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica

e os seguintes limites máximos:

a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Verea-

dores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;

b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes, o subsídio

máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento do subsídio dos De-

putados Estaduais;

c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio

máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos

Deputados Estaduais;

d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio

máximo dos Vereadores corresponderá a cinquenta por cento do subsídio dos

Deputados Estaduais;

e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o

subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a sessenta por cento do sub-

sídio dos Deputados Estaduais;

f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo

dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos

Deputados Estaduais;

516
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

VII – o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não pode-

rá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município;

VIII – inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos

no exercício do mandato e na circunscrição do Município;

IX – proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares,

no que couber, ao disposto nesta Constituição para os membros do Congresso

Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os membros da Assem-

bleia Legislativa;

X – julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;

XI – organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Mu-

nicipal;

XII – cooperação das associações representativas no planejamento muni-

cipal;

XIII – iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Muni-

cípio, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco

por cento do eleitorado;

XIV – perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo

único.

Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os

subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá ul-

trapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita tributá-

ria e das transferências previstas no § 5º do art. 153 e nos arts. 158 e 159,

efetivamente realizado no exercício anterior:

I – 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000

(cem mil) habitantes;

II – 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000

(cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes;

517
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001

(trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes;

IV – 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com

população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões)

de habitantes;

V – 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001

(três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;

VI – 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com

população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) habitantes.

§ 1º A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua

receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Ve-

readores.

§ 2º Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal:

I – efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;

II – não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou

III – enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária.

§ 3º Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Munici-

pal o desrespeito ao § 1º deste artigo.

Art. 30. Compete aos Municípios:

I – legislar sobre assuntos de interesse local;

II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;

III – instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como apli-

car suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar

balancetes nos prazos fixados em lei;

IV – criar, organizar e suprimir Distritos, observada a legislação estadual;

518
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

V – organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou per-

missão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte cole-

tivo, que tem caráter essencial;

VI – manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,

programas de educação infantil e de ensino fundamental;

VII – prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,

serviços de atendimento à saúde da população;

VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, me-

diante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do

solo urbano;

IX – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada

a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo

municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do

Poder Executivo municipal, na forma da lei.

§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio

dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou

Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.

§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente, sobre as contas

que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão

de dois terços dos membros da Câmara Municipal.

§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente,

à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual pode-

rá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.

§ 4º É vedada a criação de tribunais, Conselhos ou órgãos de contas mu-

nicipais.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO V
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
SEÇÃO I
DO DISTRITO FEDERAL

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-

-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias,

e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendi-

dos os princípios estabelecidos nesta Constituição.

§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reser-

vadas aos Estados e Municípios.

§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras

do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e

Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.

§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto

no art. 27.

§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Fede-

ral, das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar.

Seção II
Dos Territórios

Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos

Territórios.

§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se apli-

cará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso

Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União.

§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Go-

vernador, nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de

primeira e segunda instâncias, membros do Ministério Público e defensores

públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e

sua competência deliberativa.

CAPÍTULO VI
DA INTERVENÇÃO

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto

para:

I – manter a integridade nacional;

II – repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;

III – pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;

IV – garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da

Federação;

V – reorganizar as finanças da unidade da Federação que:

a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos con-

secutivos, salvo motivo de força maior;

b)  deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta

Constituição dentro dos prazos estabelecidos em lei;

VI – prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

VII – assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

521
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

c) autonomia municipal;

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta;

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estadu-

ais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desen-

volvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Mu-

nicípios localizados em Território Federal, exceto quando:

I – deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos conse-

cutivos, a dívida fundada;

II – não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;

III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na

manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de

saúde;

IV – o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar

a observância de princípios indicados na Constituição estadual, ou para pro-

ver a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.

Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:

I – no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder

Executivo coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal,

se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;

II – no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição

do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal

Superior Eleitoral;

III – de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do

Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de re-

cusa à execução de lei federal.

IV – (Revogado).

522
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as

condições de execução e que, se couber, nomeará  o interventor, será  sub-

metido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do

Estado, no prazo de vinte e quatro horas.

§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia

Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e

quatro horas.

§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apre-

ciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legislativa, o decreto li-

mitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar

ao restabelecimento da normalidade.

§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de

seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.

CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção I
Disposições Gerais

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes

da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos

princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência

e, também, ao seguinte:

I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros

que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangei-

ros, na forma da lei;

523
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação

prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com

a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,

ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre

nomeação e exoneração;

III – o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, pror-

rogável uma vez, por igual período;

IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aque-

le aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será con-

vocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou em-

prego, na carreira;

V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocu-

pantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por

servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos

em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;

VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindi-

cal;

VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos

em lei específica;

VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as

pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

IX – a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado

para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;

X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o

§ 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica,

observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anu-

al, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

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XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e em-

pregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos mem-

bros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos

e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumula-

tivamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra na-

tureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do

Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsí-

dio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Go-

vernador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais

e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores

do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos

por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal

Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do

Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;

XII – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário

não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remu-

neratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;

XIV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão

computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulterio-

res;

XV – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos pú-

blicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo

e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

525
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto,

quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o

disposto no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com

profissões regulamentadas;

XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abran-

ge autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista,

suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo

poder público;

XVIII – a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro

de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais se-

tores administrativos, na forma da lei;

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada

a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fun-

dação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua

atuação;

XX – depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de sub-

sidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a partici-

pação de qualquer delas em empresa privada;

XXI  – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, servi-

ços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação

pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com

cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições

efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigên-

cias de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumpri-

mento das obrigações.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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XXII  – as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado,

exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários

para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive

com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da

lei ou convênio.

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos

órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação

social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracteri-

zem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade

do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administra-

ção pública direta e indireta, regulando especialmente:

I – as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral,

asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avalia-

ção periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;

II – o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações so-

bre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;

III – a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo

de cargo, emprego ou função na administração pública.

§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos

direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o

ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo

da ação penal cabível.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por

qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalva-

das as respectivas ações de ressarcimento.

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado presta-

doras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa

qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o

responsável nos casos de dolo ou culpa.

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo

ou emprego da administração direta e indireta que possibilite o acesso a in-

formações privilegiadas.

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e enti-

dades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante con-

trato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha

por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, ca-

bendo à lei dispor sobre:

I – o prazo de duração do contrato;

II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obriga-

ções e responsabilidade dos dirigentes;

III – a remuneração do pessoal.

§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às socieda-

des de economia mista e suas subsidiárias, que receberem recursos da União,

dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despe-

sas de pessoal ou de custeio em geral.

§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria

decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo,

emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma des-

ta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei

de livre nomeação e exoneração.

528
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de

que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indeniza-

tório previstas em lei.

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facul-

tado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emen-

da às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio

mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a

noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos

Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste pa-

rágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e funda-

cional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I  – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, fica-

rá afastado de seu cargo, emprego ou função;

II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou

função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

III – investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horá-

rios, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo

da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será apli-

cada a norma do inciso anterior;

IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de man-

dato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais,

exceto para promoção por merecimento;

V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os

valores serão determinados como se no exercício estivesse.

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Seção II
Dos Servidores Públicos

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão

conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado

por servidores designados pelos respectivos Poderes.

§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do

sistema remuneratório observará:

I – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos

componentes de cada carreira;

II – os requisitos para a investidura;

III – as peculiaridades dos cargos.

§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo

para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-

-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira,

facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes

federados.

§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no

art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX,

podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a na-

tureza do cargo o exigir.

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de

Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusiva-

mente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer

gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espé-

cie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios pode-

rá estabelecer a relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores

públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.

§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente

os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.

§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disci-

plinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com

despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no

desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e

desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do ser-

viço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.

§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira po-

derá ser fixada nos termos do § 4º.

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Esta-

dos, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e funda-

ções, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário,

mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e

inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio

financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.

§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata

este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos va-

lores fixados na forma dos §§ 3º e 17:

I – por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo

de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia pro-

fissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;

531
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contri-

buição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de

idade, na forma de lei complementar;

III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de

efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se

dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições:

a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e

cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;

b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade,

se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua con-

cessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo

efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a

concessão da pensão.

§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua

concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para

as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este

artigo e o art. 201, na forma da lei.

§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a con-

cessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo,

ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de ser-

vidores:

I – portadores de deficiência;

II – que exerçam atividades de risco;

III – cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que preju-

diquem a saúde ou a integridade física.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em

cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, a, para o professor que com-

prove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério

na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis

na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposen-

tadoria à conta do regime de previdência previsto neste artigo.

§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que

será igual:

I – ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite

máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social

de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente

a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou

II – ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo

em que se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os bene-

fícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido

de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade

na data do óbito.

§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes,

em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.

§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado

para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito

de disponibilidade.

§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo

de contribuição fictício.

§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos

de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou

533
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição

para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição

de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma

desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e

exoneração, e de cargo eletivo.

§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servido-

res públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos

e critérios fixados para o regime geral de previdência social.

§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão decla-

rado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo tem-

porário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social.

§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que

instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos ser-

vidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposenta-

dorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o

limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência

social de que trata o art. 201.

§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será ins-

tituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o dispos-

to no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades

fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão

aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de

contribuição definida.

§ 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos

§§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço

público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente re-

gime de previdência complementar.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do

benefício previsto no § 3º serão devidamente atualizados, na forma da lei.

§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pen-

sões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite

máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social

de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servi-

dores titulares de cargos efetivos.

§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigên-

cias para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte

por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equiva-

lente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências

para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II.

§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdên-

cia social para os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma

unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o dis-

posto no art. 142, § 3º, X.

§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as

parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do

limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência

social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na

forma da lei, for portador de doença incapacitante.

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores

nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla

defesa;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na

forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável,

será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido

ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou

posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável

ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de servi-

ço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a ava-

liação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

Seção III
Dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios

Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Milita-

res, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são milita-

res dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Terri-

tórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º;

do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica

dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos

oficiais conferidas pelos respectivos governadores.

§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e

dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do respectivo

ente estatal.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção IV
Das Regiões

Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação

em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvi-

mento e à redução das desigualdades regionais.

§ 1º Lei complementar disporá sobre:

I – as condições para integração de regiões em desenvolvimento;

II – a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da

lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento

econômico e social, aprovados juntamente com estes.

§ 2º Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei:

I – igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços

de responsabilidade do poder público;

II – juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;

III  – isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais

devidos por pessoas físicas ou jurídicas;

IV – prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das

massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, su-

jeitas a secas periódicas.

§ 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a recupe-

ração de terras áridas e cooperará com os pequenos e médios proprietários

rurais para o estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e de pe-

quena irrigação.

537
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

TÍTULO IV
Da Organização dos Poderes
CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO
Seção I
Do Congresso Nacional

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se

compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.

Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo,

eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no

Distrito Federal.

§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado

e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcional-

mente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior

às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos

de oito ou mais de setenta Deputados.

§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do

Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.

§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com man-

dato de oito anos.

§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada

de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.

§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.

538
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de

cada Casa e de suas comissões serão tomadas por maioria dos votos, presen-

te a maioria absoluta de seus membros.

Seção II
Das Atribuições do Congresso Nacional

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da

República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor

sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:

I – sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;

II – plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, opera-

ções de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;

III – fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;

IV – planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvi-

mento;

V – limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do do-

mínio da União;

VI – incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios

ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas;

VII – transferência temporária da sede do Governo Federal;

VIII – concessão de anistia;

IX – organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da De-

fensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária e do Minis-

tério Público do Distrito Federal;

X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções pú-

blicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b;

539
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;

XII – telecomunicações e radiodifusão;

XIII – matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e

suas operações;

XIV – moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária

federal;

XV – fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, ob-

servado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, II I; e 153, § 2º, I.

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais

que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

II – autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a

paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou

nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei

complementar;

III – autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausen-

tarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias;

IV – aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado

de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;

V – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder

regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;

VI – mudar temporariamente sua sede;

VII – fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores,

observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153,

§ 2º, I;

540
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

VIII – fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e

dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º,

150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

IX – julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República

e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;

X – fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os


atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;
XI – zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da
atribuição normativa dos outros Poderes;
XII – apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emisso-
ras de rádio e televisão;
XIII – escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;
XIV – aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nu-
cleares;
XV – autorizar referendo e convocar plebiscito;
XVI – autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de
recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;
XVII – aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas
com área superior a dois mil e quinhentos hectares.
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de
suas comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares
de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para pres-
tarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado,
importando em crime de responsabilidade a ausência sem justificação ade-
quada.
§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câ-
mara dos Deputados ou a qualquer de suas comissões, por sua iniciativa e

541
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para expor assunto de rele-


vância de seu Ministério.
§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão
encaminhar pedidos escritos de informação a Ministros de Estado ou a qual-
quer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando em crime de
responsabilidade a recusa, ou o não atendimento, no prazo de trinta dias,

bem como a prestação de informações falsas.

Seção III
Da Câmara dos Deputados

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

I – autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo

contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

II – proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não

apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura

da sessão legislativa;

III – elaborar seu regimento interno;

IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, trans-

formação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a

iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâ-

metros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

V – eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

Seção IV
Do Senado Federal

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos

crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Coman-

dantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natu-

reza conexos com aqueles;

II – processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os mem-

bros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério

Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos

crimes de responsabilidade;

III – aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a es-

colha de:

a) magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;

b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da

República;

c) Governador de Território;

d) presidente e diretores do Banco Central;

e) Procurador-Geral da República;

f) titulares de outros cargos que a lei determinar;

IV – aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão

secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;

V – autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da

União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

VI – fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o

montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e

dos Municípios;

VII – dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito

externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,

543
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

de suas autarquias e demais entidades controladas pelo poder público fede-

ral;

VIII – dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da

União em operações de crédito externo e interno;

IX  – estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida

mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

X – suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada incons-

titucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;

XI – aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de

ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;

XII – elaborar seu regimento interno;

XIII – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação,

transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços,

e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os

parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

XIV – eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89,

VII.

XV – avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacio-

nal, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administra-

ções tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.

Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como

Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que

somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda

do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública,

sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

544
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção V
Dos Deputados e dos Senadores

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente,

por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.

§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão

submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.

§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional

não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso,

os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva,

para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.

§ 3º Recebida a denúncia contra Senador ou Deputado, por crime ocorrido

após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respec-

tiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da

maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento

da ação.

§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo

improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Dire-

tora.

§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o

mandato.

§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar so-

bre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato,

nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações.

§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, em-

bora militares e ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença

da Casa respectiva.

545
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o es-

tado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos

membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do

Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da medida.

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:

I – desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, au-

tarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa conces-

sionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas

uniformes;

b)  aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive

os de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades constantes da alínea

anterior;

II – desde a posse:

a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de

favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela

exercer função remunerada;

b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas enti-

dades referidas no inciso I, a;

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que

se refere o inciso I, a;

d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;

II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parla-

mentar;

546
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte

das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por

esta autorizada;

IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Cons-

tituição;

VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos

no regimento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do

Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.

§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida

pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta,

mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado

no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela

Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de

seus membros ou de partido político representado no Congresso Nacional,

assegurada ampla defesa.

§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa

levar à perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspen-

sos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º.

Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:


I – investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Se-

cretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de capital

ou chefe de missão diplomática temporária;

547
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar,

sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afasta-

mento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.

§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em fun-

ções previstas neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.

§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preen-

chê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato.

§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela

remuneração do mandato.

Seção VI
Das Reuniões

Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Fede-

ral, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.

§  1º  As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o

primeiro dia útil subsequente, quando recaírem em sábados, domingos ou

feriados.

§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do pro-

jeto de lei de diretrizes orçamentárias.

§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos De-

putados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:

I – inaugurar a sessão legislativa;

II – elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns

às duas Casas;

III – receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da Repú-

blica;

548
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

IV – conhecer do veto e sobre ele deliberar.

§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir

de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus mem-

bros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada

a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subsequente.

§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do

Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos

ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado

Federal.

§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á:

I – pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado

de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decre-

tação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do

Vice-Presidente da República;

II – pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos De-

putados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros

de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público relevante, em

todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada

uma das Casas do Congresso Nacional.

§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente

deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese

do § 8º deste artigo, vedado o pagamento de parcela indenizatória, em razão

da convocação.

§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação ex-

traordinária do Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na

pauta da convocação.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Seção VII
Das Comissões

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanen-

tes e temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no

respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.

§ 1º Na constituição das Mesas e de cada comissão, é assegurada, tanto

quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos par-

lamentares que participam da respectiva Casa.

§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:

I – discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento,

a competência do plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos mem-

bros da Casa;

II – realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;

III – convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assun-

tos inerentes a suas atribuições;

IV – receber petições, reclamações, representações ou queixas de qual-

quer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;

V – solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;

VI – apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais

de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.

§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de in-

vestigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos

regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados

e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requeri-

mento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado

e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao

550
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos

infratores.

§ 4º Durante o recesso, haverá uma comissão representativa do Congres-

so Nacional, eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legis-

lativo, com atribuições definidas no regimento comum, cuja composição re-

produzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.

Seção VIII
Do Processo Legislativo
SUBSeção I
Disposição geral

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:

I – emendas à Constituição;

II – leis complementares;

III – leis ordinárias;

IV – leis delegadas;

V – medidas provisórias;

VI – decretos legislativos;

VII – resoluções.

Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação,

alteração e consolidação das leis.

SUBSeção II
Da Emenda à Constituição

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou

do Senado Federal;

II – do Presidente da República;

III – de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da

Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus

membros.

§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção

federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Na-

cional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três

quintos dos votos dos respectivos membros.

§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara

dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.

§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a

abolir:

I – a forma federativa de Estado;

II – o voto direto, secreto, universal e periódico;

III – a separação dos Poderes;

IV – os direitos e garantias individuais.

§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por

prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legisla-

tiva.
SUBSeção III
Das Leis

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer

membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do

552
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Fede-

ral, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cida-

dãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.

§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

I – fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;

II – disponham sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração di-

reta e autárquica ou aumento de sua remuneração;

b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentá-

ria, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;

c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provi-

mento de cargos, estabilidade e aposentadoria;

d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União,

bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da De-

fensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;

e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública,

observado o disposto no art. 84, VI;

f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de car-

gos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a

reserva.

§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara

dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do

eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não me-

nos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República po-

derá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de

imediato ao Congresso Nacional.

553
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

I – relativa a:

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito

eleitoral;

b) direito penal, processual penal e processual civil;

c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a

garantia de seus membros;

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adi-

cionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;

II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou

qualquer outro ativo financeiro;

III – reservada a lei complementar;

IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e

pendente de sanção ou veto do Presidente da República.

§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impos-

tos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II,IV, V, e 154, II, só produzirá efei-

tos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até  o

último dia daquele em que foi editada.

§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 per-

derão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de

sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período,

devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações

jurídicas delas decorrentes.

§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida

provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso

Nacional.

554
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o

mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimen-

to de seus pressupostos constitucionais.

§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco

dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequen-

temente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobresta-

das, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da

Casa em que estiver tramitando.

§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida

provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não

tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.

§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos

Deputados.

§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as

medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas,

em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Na-

cional.

§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provi-

sória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso

de prazo.

§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta

dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações

jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência

conservar-se-ão por ela regidas.

§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da

medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja

sancionado ou vetado o projeto.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:

I – nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressal-

vado o disposto no art. 166, §§ 3º e4º;

II – nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câma-

ra dos Deputados, do Senado Federal, dos tribunais federais e do Ministério

Público.

Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presi-

dente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores

terão início na Câmara dos Deputados.

§ 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação

de projetos de sua iniciativa.

§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não

se manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até qua-

renta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas

da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional deter-

minado, até que se ultime a votação.

§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos De-

putados far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto

no parágrafo anterior.

§ 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do Congresso

Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.

Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra,

em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação,

se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.

Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.

Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto

de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.

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Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em

parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou

parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimen-

to, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado

Federal os motivos do veto.

§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de pará-

grafo, de inciso ou de alínea.

§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da Repú-

blica importará sanção.

§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a

contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria

absoluta dos Deputados e Senadores.

§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação,

ao Presidente da República.

§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto

será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais

proposições, até sua votação final.

§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo

Presidente da República, nos casos dos §§ 3º e 5º, o Presidente do Senado a

promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente

do Senado fazê-lo.

Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente pode-

rá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante

proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Con-

gresso Nacional.

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República,

que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.

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§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do

Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados

ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legis-

lação sobre:

I – organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a

garantia de seus membros;

II – nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;

III – planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do

Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exer-

cício.

§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso

Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer emenda.

Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.

Seção IX
Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional

e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta,

quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções

e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante con-

trole externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública

ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,

bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome

desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

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Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido

com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República,

mediante parecer prévio, que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar

de seu recebimento;

II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por di-

nheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas

as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal,

e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregulari-

dade de que resulte prejuízo ao erário público;

III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de

pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fun-

dações instituídas e mantidas pelo poder público, excetuadas as nomeações

para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de apo-

sentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que

não alterem o fundamento legal do ato concessório;

IV – realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado

Federal, de comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natu-

reza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unida-

des administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais

entidades referidas no inciso II;

V  – fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo

capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do

tratado constitutivo;

VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União,

mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Es-

tado, ao Distrito Federal ou a Município;

559
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VII  – prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por

qualquer de suas Casas, ou por qualquer das  respectivas comissões, sobre

a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e

sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;

VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou ir-

regularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre

outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;

IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências

necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando

a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;

XI – representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos

apurados.

§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente

pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as

medidas cabíveis.

§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa

dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal de-

cidirá a respeito.

§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa

terão eficácia de título executivo.

§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anual-

mente, relatório de suas atividades.

Art. 72. A comissão mista permanente a que se refere o art. 166, § 1º,

diante de indícios de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de

investimentos não programados ou de subsídios não aprovados, poderá so-

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licitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias,

preste os esclarecimentos necessários.

§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficien-

tes, a comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a ma-

téria, no prazo de trinta dias.

§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a comissão, se julgar que

o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública,

proporá ao Congresso Nacional sua sustação.

Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros,

tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo

o território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no

art. 96.

§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre

brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos:

I – mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;

II – idoneidade moral e reputação ilibada;

III – notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financei-

ros ou de administração pública;

IV – mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade pro-

fissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.

§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:

I – um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Fe-

deral, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério

Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os

critérios de antiguidade e merecimento;

II – dois terços pelo Congresso Nacional.

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§ 3º Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garan-

tias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros

do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e

pensão, as normas constantes do art. 40.

§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garan-

tias e impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições

da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal.

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma

integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:

I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a exe-

cução dos programas de governo e dos orçamentos da União;

II  – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à  eficácia e

eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e enti-

dades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos

por entidades de direito privado;

III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem

como dos direitos e haveres da União;

IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de

qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Con-

tas da União, sob pena de responsabilidade solidária.

§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte

legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades pe-

rante o Tribunal de Contas da União.

Art. 75. As normas estabelecidas nesta Seção aplicam-se, no que couber,

à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Esta-

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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dos e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos

Municípios.

Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de

Contas respectivos, que serão integrados por sete conselheiros.

CAPÍTULO II
Do Poder Executivo
Seção I
Do Presidente e do Vice-Presidente da República

Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxi-

liado pelos Ministros de Estado.

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República rea-

lizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro

turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano

anterior ao do término do mandato presidencial vigente.

§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente

com ele registrado.

§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por

partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em

branco e os nulos.

§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação,

far-se-á nova eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado,

concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele

que obtiver a maioria dos votos válidos.

§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou

impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o

de maior votação.

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§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo

lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á  o mais

idoso.

Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em

sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defen-

der e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo

brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.

Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o

Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assu-

mido o cargo, este será declarado vago.

Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-

-á, no de vaga, o Vice-Presidente.

Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribui-

ções que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente,

sempre que por ele convocado para missões especiais.

Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou

vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercí-

cio da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Fe-

deral e o do Supremo Tribunal Federal.

Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República,

far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.

§ 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial,

a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga,

pelo Congresso Nacional, na forma da lei.

§ 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de

seus antecessores.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá iní-

cio em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição.

Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem

licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a

quinze dias, sob pena de perda do cargo.

Seção II
Das Atribuições do Presidente da República

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

I – nomear e exonerar os Ministros de Estado;

II – exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da

administração federal;

III – iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta

Constituição;

IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir de-

cretos e regulamentos para sua fiel execução;

V – vetar projetos de lei, total ou parcialmente;

VI – dispor, mediante decreto, sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não

implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

VII – manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus repre-

sentantes diplomáticos;

VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a refe-

rendo do Congresso Nacional;

IX – decretar o estado de defesa e o estado de sítio;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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X – decretar e executar a intervenção federal;

XI – remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por

ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e soli-

citando as providências que julgar necessárias;

XII – conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos

órgãos instituídos em lei;

XIII – exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Co-

mandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-

-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos;

XIV – nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Su-

premo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Terri-

tórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do Banco

Central e outros servidores, quando determinado em lei;

XV – nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de

Contas da União;

XVI – nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o

Advogado-Geral da União;

XVII – nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89,

VII;

XVIII – convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de De-

fesa Nacional;

XIX – declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo

Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das

sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmen-

te, a mobilização nacional;

XX – celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacio-

nal;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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XXI – conferir condecorações e distinções honoríficas;

XXII – permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças es-

trangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam tempora-

riamente;

XXIII – enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de

lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstas nesta

Constituição;

XXIV – prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta

dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício

anterior;

XXV – prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;

XXVI – editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;

XXVII – exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.

Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições

mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Es-

tado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que

observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

Seção III
Da Responsabilidade do Presidente da República

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da Repúbli-

ca que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:

I – a existência da União;

II – o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério

Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;

III – o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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IV – a segurança interna do País;

V – a probidade na administração;

VI – a lei orçamentária;

VII – o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabe-

lecerá as normas de processo e julgamento.

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois

terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o

Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado

Federal, nos crimes de responsabilidade.

§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:

I – nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime

pelo Supremo Tribunal Federal;

II – nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo

Senado Federal.

§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não esti-

ver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular

prosseguimento do processo.

§  3º  Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações co-

muns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.

§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser

responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

Seção IV
Dos Ministros de Estado

Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maio-

res de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribui-

ções estabelecidas nesta Constituição e na lei:

I – exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades

da administração federal na área de sua competência e referendar os atos

e decretos assinados pelo Presidente da República;

II – expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;

III – apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão

no Ministério;

IV – praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas

ou delegadas pelo Presidente da República.

Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos

da administração pública.
Seção V
Do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional
SUBSeção I
Do Conselho da República

Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presi-

dente da República, e dele participam:

I – o Vice-Presidente da República;

II – o Presidente da Câmara dos Deputados;

III – o Presidente do Senado Federal;

IV – os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;

V – os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;

VI – o Ministro da Justiça;

VII – seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de

idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com man-

dato de três anos, vedada a recondução.

Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:

I – intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;

II – as questões relevantes para a estabilidade das instituições democrá-

ticas.

§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para

participar da reunião do Conselho, quando constar da pauta questão relacio-

nada com o respectivo Ministério.

§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da Re-

pública.
SUBSeção II
Do Conselho de Defesa Nacional

Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente

da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa

do Estado democrático, e dele participam como membros natos:

I – o Vice-Presidente da República;

II – o Presidente da Câmara dos Deputados;

III – o Presidente do Senado Federal;

IV – o Ministro da Justiça;

V – o Ministro de Estado da Defesa;

VI – o Ministro das Relações Exteriores;

VII – o Ministro do Planejamento;

VIII – os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz,

nos termos desta Constituição;

II – opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e

da intervenção federal;

III – propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis

à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especial-

mente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a explo-

ração dos recursos naturais de qualquer tipo;

IV – estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas ne-

cessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrá-

tico.

§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de De-

fesa Nacional.
CAPÍTULO III
Do Poder Judiciário
Seção I
Disposições Gerais

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:

I – o Supremo Tribunal Federal;

I – A - o Conselho Nacional de Justiça;

II – o Superior Tribunal de Justiça;

II – A - o Tribunal Superior do Trabalho;

III – os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

IV – os Tribunais e Juízes do Trabalho;

V – os Tribunais e Juízes Eleitorais;

VI – os Tribunais e Juízes Militares;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

VII – os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tri-

bunais Superiores têm sede na Capital Federal.

§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição

em todo o território nacional.

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal,

disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:

I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, me-

diante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos

Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito,

no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações,

à ordem de classificação;

II – promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigui-

dade e merecimento, atendidas as seguintes normas:

a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas

ou cinco alternadas em lista de merecimento;

b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na res-

pectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigui-

dade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;

c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios ob-

jetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela frequên-

cia e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;

d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz

mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, con-

forme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a vo-

tação até fixar-se a indicação;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu

poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido

despacho ou decisão;

III – o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e

merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância;

IV – previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promo-

ção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitalicia-

mento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de

formação e aperfeiçoamento de magistrados;

V – o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a

noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Su-

premo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados

em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas

categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre

uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem

exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos

Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37,

XI, e 39, § 4º;

VI – a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes

observarão o disposto no art. 40;

VII – o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do

tribunal;

VIII – o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado,

por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta

do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla

defesa;

573
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

VIII – A - a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca

de igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a, b, c e

e do inciso II;

IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e

fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar

a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou

somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do

interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;

X – as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão

pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus

membros;

XI – nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, pode-

rá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte

e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdi-

cionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das

vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno;

XII – a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coleti-

vas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não

houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente;

XIII – o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efe-

tiva demanda judicial e à respectiva população;

XIV – os servidores receberão delegação para a prática de atos de admi-

nistração e atos de mero expediente sem caráter decisório;

XV – a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de ju-

risdição.

Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos

tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de

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membros do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advo-

gados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos

de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de

representação das respectivas classes.

Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice,

enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolhe-

rá um de seus integrantes para nomeação.

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:

I – vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos

de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do

tribunal a que o juiz estiver vinculado e, nos demais casos, de sentença judi-

cial transitada em julgado;

II – inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do

art. 93, VIII;

III – irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e

XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

Parágrafo único. Aos juízes é vedado:

I – exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo

uma de magistério;

II – receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em pro-

cesso;

III – dedicar-se a atividade político-partidária;

IV  – receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de

pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções pre-

vistas em lei;

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V – exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes

de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exo-

neração.

Art. 96. Compete privativamente:

I – aos tribunais:

a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com

observância das normas de processo e das garantias processuais das partes,

dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos ju-

risdicionais e administrativos;

b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes

forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;

c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de car-

reira da respectiva jurisdição;

d) propor a criação de novas varas judiciárias;

e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedeci-

do o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à adminis-

tração da justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;

f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos

juízes e servidores que lhes forem imediatamente vinculados;

II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais

de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no

art. 169:

a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;

b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços

auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do sub-

sídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde

houver;

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c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;

d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;

III – aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Fe-

deral e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes

comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos

membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a incons-

titucionalidade de lei ou ato normativo do poder público.

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados cria-

rão:

I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos,

competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis

de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, me-

diante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses pre-

vistas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de

primeiro grau;

II – justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto

direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para,

na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de im-

pugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições con-

ciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.

§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da

Justiça Federal.

§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao cus-

teio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça.


Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e fi-
nanceira.

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§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos li-

mites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes

orçamentárias.

§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interes-

sados, compete:

I – no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e

dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;

II – no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Pre-

sidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.

§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas

propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes or-

çamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da pro-

posta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente,

ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.

§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem enca-

minhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Po-

der Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da

proposta orçamentária anual.

§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a

realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limi-

tes estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente

autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.

Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Esta-

duais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão ex-

clusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à con-

ta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas

dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorren-

tes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações,

benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, funda-

das em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em

julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exce-

to sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo.

§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por

sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam porta-

dores de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim definidos na forma

da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o va-

lor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste

artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante

será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório.

§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de pre-

catórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como

de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sen-

tença judicial transitada em julgado.

§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis pró-

prias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes

capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do

regime geral de previdência social.

§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito públi-

co, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de senten-

ças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresenta-

dos até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte,

quando terão seus valores atualizados monetariamente.

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§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados

diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que pro-

ferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a re-

querimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu

direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à

satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva.

§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omis-

sivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorre-

rá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho

Nacional de Justiça.

§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplemen-

tares de valor pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do va-

lor da execução para fins de enquadramento de parcela do total ao que dispõe

o § 3º deste artigo.

§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de

regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor

correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa

e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluí-

das parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução

esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial.

§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda

Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do

direito de abatimento, informação sobre os débitos que preencham as condi-

ções estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos.

§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade

federativa devedora, a entrega de créditos em precatórios para compra de

imóveis públicos do respectivo ente federado.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização

de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, in-

dependentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remunera-

ção básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora,

incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a ca-

derneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios.

§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em pre-

catórios a terceiros, independentemente da concordância do devedor, não se

aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º.

§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunica-

ção, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade

devedora.

§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta

Constituição Federal poderá estabelecer regime especial para pagamento de

crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo so-

bre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação.

§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir

débitos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios,

refinanciando-os diretamente.

§ 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aferirão men-

salmente, em base anual, o comprometimento de suas respectivas receitas

correntes líquidas com o pagamento de precatórios e obrigações de pequeno

valor.

§ 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata

o § 17, o somatório das receitas tributárias, patrimoniais, industriais, agrope-

cuárias, de contribuições e de serviços, de transferências correntes e outras

receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição

581
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Federal, verificado no período compreendido pelo segundo mês imediatamen-

te anterior ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as

duplicidades, e deduzidas:

I – na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Federal e aos

Municípios por determinação constitucional;

II – nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação

constitucional;

III – na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contri-

buição dos servidores para custeio de seu sistema de previdência e assistên-

cia social e as receitas provenientes da compensação financeira referida no

§ 9º do art. 201 da Constituição Federal.

§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações judi-

ciais em precatórios e obrigações de pequeno valor, em período de 12 (doze)

meses, ultrapasse a média do comprometimento percentual da receita cor-

rente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores, a parcela que ex-

ceder esse percentual poderá ser financiada, excetuada dos limites de endivi-

damento de que tratam os incisos VI e VII do art. 52 da Constituição Federal

e de quaisquer outros limites de endividamento previstos, não se aplicando a

esse financiamento a vedação de vinculação de receita prevista no inciso IV

do art. 167 da Constituição Federal.

§ 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por cento)

do montante dos precatórios apresentados nos termos do § 5º deste artigo,

15% (quinze por cento) do valor deste precatório serão pagos até o final do

exercício seguinte e o restante em parcelas iguais nos cinco exercícios sub-

sequentes, acrescidas de juros de mora e correção monetária, ou mediante

acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com

redução máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado,

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

desde que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial e que

sejam observados os requisitos definidos na regulamentação editada pelo

ente federado.
Seção II
Do Supremo Tribunal Federal

Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, es-

colhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e

cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomea-

dos pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria

absoluta do Senado Federal.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guar-

da da Constituição, cabendo-lhe:

I – processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou

estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo

federal;

b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presi-

dente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Pro-

curador-Geral da República;

c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Mi-

nistros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáuti-

ca, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores,

os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de ca-

ráter permanente;

583
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas

alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do

Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado

Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e

do próprio Supremo Tribunal Federal;

e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União,

o Estado, o Distrito Federal ou o Território;

f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito

Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da adminis-

tração indireta;

g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;

h) (Revogada).

i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o co-

ator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos

diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime

sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;

j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;

l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da au-

toridade de suas decisões;

m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, fa-

cultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais;

n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou

indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros

do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente

interessados;

584
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quais-

quer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro

tribunal;

p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;

q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamen-

tadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da

Câmara dos Deputados, do Senado Federal, da Mesa de uma dessas Casas

Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores,

ou do próprio Supremo Tribunal Federal;

r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Na-

cional do Ministério Público;

II – julgar, em recurso ordinário:

a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado

de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se dene-

gatória a decisão;

b) o crime político;

III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única

ou última instância, quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Cons-

tituição.

d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

§ 1º A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente

desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma

da lei.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal

Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias

de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante,

relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração públi-

ca direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.

§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a reper-

cussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da

lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo

recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros.

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação

declaratória de constitucionalidade:

I – o Presidente da República;

II – a Mesa do Senado Federal;

III – a Mesa da Câmara dos Deputados;

IV – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito

Federal;

V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal;

VI – o Procurador-Geral da República;

VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VIII – partido político com representação no Congresso Nacional;

IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas

ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do

Supremo Tribunal Federal.

§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar

efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administra-

tivo, para fazê-lo em trinta dias.

§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade,

em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-

-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.

§ 4º (Revogado).

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provo-

cação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas

decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua

publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais

órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas

esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou

cancelamento, na forma estabelecida em lei.

§  1º  A súmula terá  por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia

de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre ór-

gãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave

insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão

idêntica.

§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação,

revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que

podem propor a ação direta de inconstitucionalidade.

§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula

aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo

Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou

cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida

com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze)

membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sen-

do:

I – o Presidente do Supremo Tribunal Federal;

II – um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo

tribunal;

III – um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respec-

tivo tribunal;

IV – um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo

Tribunal Federal;

V – um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;

VI – um juiz federal de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior

Tribunal de Justiça;

VII – um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;

VIII – um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal

Superior do Trabalho;

IX – um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;

X – um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-

-Geral da República;

XI – um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procura-

dor-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de

cada instituição estadual;

XII – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Ad-

vogados do Brasil;

XIII – dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indica-

dos um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Fede-

ral e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo

Tribunal Federal.

§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente

da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado

Federal.

§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo,

caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal.

§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e finan-

ceira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes,

cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Esta-

tuto da Magistratura:

I – zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Es-

tatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de

sua competência, ou recomendar providências;

II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante

provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou

órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo

para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei,

sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União;

III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do

Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos

prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do

poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e cor-

reicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e

determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções admi-

nistrativas, assegurada ampla defesa;

IV – representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a adminis-

tração pública ou de abuso de autoridade;

V – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de

juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano;

VI – elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sen-

tenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder

Judiciário;

VII – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar neces-

sárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Con-

selho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal

Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da

sessão legislativa.

§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Mi-

nistro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal,

competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto

da Magistratura, as seguintes:

I – receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas

aos magistrados e aos serviços judiciários;

II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição

geral;

III – requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e re-

quisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Fe-

deral e Territórios.

§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Pre-

sidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvido-

rias de justiça, competentes para receber reclamações e denúncias de qual-

quer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra

seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de

Justiça.

Seção III
Do Superior Tribunal de Justiça

Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta

e três Ministros.

Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão no-

meados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta

e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e repu-

tação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado

Federal, sendo:

I – um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço

dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice

elaborada pelo próprio Tribunal;

II – um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministé-

rio Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e dos Territórios, alternada-

mente, indicados na forma do art. 94.

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I – processar e julgar, originariamente:

a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal,

e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de

Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas

591
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos

Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou

Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que

oficiem perante tribunais;

b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de

Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do

próprio Tribunal;

c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pes-

soas mencionadas na alínea a, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua

jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da

Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o dis-

posto no art. 102, I, o, bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados

e entre juízes vinculados a tribunais diversos;

e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;

f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da au-

toridade de suas decisões;

g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciá-

rias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas

de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União;

h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamen-

tadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da adminis-

tração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo

Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça

do Trabalho e da Justiça Federal;

i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur

às cartas rogatórias;

592
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – julgar, em recurso ordinário:

a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais

Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Terri-

tórios, quando a decisão for denegatória;

b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais

Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Terri-

tórios, quando denegatória a decisão;

c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo inter-

nacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domici-

liada no País;

III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última

instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados,

do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído ou-

tro tribunal.

Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça:

I – a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados,

cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o

ingresso e promoção na carreira;

II – o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei,

a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e

segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais,

cujas decisões terão caráter vinculante.

593
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Seção IV
Dos Tribunais Regionais Federais e dos Juízes Federais

Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:

I – os Tribunais Regionais Federais;

II – os Juízes Federais.

Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo,

sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomeados

pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos

de sessenta e cinco anos, sendo:

I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva ativi-

dade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez

anos de carreira;

II – os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco

anos de exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente.

§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Re-

gionais Federais e determinará sua jurisdição e sede.

§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a

realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limi-

tes territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos

e comunitários.

§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizada-

mente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do

jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.

Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:

I – processar e julgar, originariamente:

594
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Mi-

litar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os

membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça

Eleitoral;

b)  as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos

juízes federais da região;

c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tri-

bunal ou de juiz federal;

d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;

e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;

II – julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais

e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua

jurisdição.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública fe-

deral forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponen-

tes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça

Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

II – as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Mu-

nicípio ou pessoa domiciliada ou residente no País;

III – as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado es-

trangeiro ou organismo internacional;

IV  – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento

de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou

empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência

da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;

595
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

V – os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando,

iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no es-

trangeiro, ou reciprocamente;

V – A - as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste

artigo;

VI – os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados

por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;

VII – os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quan-

do o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam direta-

mente sujeitos a outra jurisdição;

VIII – os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autori-

dade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;

IX – os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a

competência da Justiça Militar;

X – os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a exe-

cução de carta rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após

a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva

opção, e à naturalização;

XI – a disputa sobre direitos indígenas.

§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judici-

ária onde tiver domicílio a outra parte.

§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção

judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato

ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda,

no Distrito Federal.

§ 3º Serão processadas e julgadas na Justiça estadual, no foro do domicí-

lio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição

596
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de

vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que

outras causas sejam também processadas e julgadas pela Justiça estadual.

§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para

o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-

-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obriga-

ções decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o

Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em

qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de com-

petência para a Justiça Federal.

Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma se-

ção judiciária, que terá por sede a respectiva capital, e varas localizadas se-

gundo o estabelecido em lei.

Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições co-

metidas aos juízes federais caberão aos juízes da Justiça local, na forma da

lei.

Seção V
Do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais Regionais do Traba-
lho e dos Juízes do Trabalho

Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:

I – o Tribunal Superior do Trabalho;

II – os Tribunais Regionais do Trabalho;

III – Juízes do Trabalho.

§ 1º (Revogado).

597
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º (Revogado).

§ 3º (Revogado).

Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete

Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e

menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ili-

bada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria

absoluta do Senado Federal, sendo:

I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva ativida-

de profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez

anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;

II – os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos

da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior.

§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.

§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho:

I – a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do

Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais

para o ingresso e promoção na carreira;

II – o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na

forma da lei, a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimo-

nial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central

do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante.

§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, origina-

riamente, a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da

autoridade de suas decisões

Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas

não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recur-

so para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.

598
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, com-

petência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Traba-

lho.

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:

I – as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direi-

to público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

II – as ações que envolvam exercício do direito de greve;

III – as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindi-

catos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;

IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o

ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;

V – os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista,

ressalvado o disposto no art. 102, I, o;

VI – as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes

da relação de trabalho;

VII – as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos em-

pregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;

VII – I - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art.

195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que pro-

ferir;

IX – outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da

lei.

§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.

§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitra-

gem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de

natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respei-

599
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

tadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as

convencionadas anteriormente.

§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão

do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio

coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.

Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo,

sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados

pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e menos

de sessenta e cinco anos, sendo:

I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva ativida-

de profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez

anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;

II – os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade

e merecimento, alternadamente.

§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante,

com a realização de audiências e demais funções de atividade jurisdicional,

nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos

públicos e comunitários.

§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentraliza-

damente, constituindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso

do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.

Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz

singular.

Parágrafo único. (Revogado).

Art. 117. (Revogado).

600
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção VI
Dos Tribunais e Juízes Eleitorais

Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:

I – o Tribunal Superior Eleitoral;

II – os Tribunais Regionais Eleitorais;

III – os Juízes Eleitorais;

IV – as Juntas Eleitorais.

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete

membros, escolhidos:

I – mediante eleição, pelo voto secreto:

a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;

b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;

II – por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis ad-

vogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supre-

mo Tribunal Federal.

Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o

Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o corre-

gedor eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça.

Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na capital de cada Estado

e no Distrito Federal.

§ 1º Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:

I – mediante eleição, pelo voto secreto:

a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;

b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Jus-

tiça;

601
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na capital do Estado

ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qual-

quer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;

III – por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre

seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo

Tribunal de Justiça.

§ 2º O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presi-

dente dentre os desembargadores.

Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência

dos Tribunais, dos juízes de direito e das Juntas Eleitorais.

§ 1º Os membros dos Tribunais, os juízes de direito e os integrantes das

Juntas Eleitorais, no exercício de suas funções, e no que lhes for aplicável,

gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.

§ 2º Os juízes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo justificado, servirão

por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos,

sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo,

em número igual para cada categoria.

§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as

que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou

mandado de segurança.

§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá re-

curso quando:

I – forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de

lei;

II – ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais Tribu-

nais Eleitorais;

602
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas elei-

ções federais ou estaduais;

IV – anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos fe-

derais ou estaduais;

V – denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou

mandado de injunção.
Seção VII
Dos Tribunais e Juízes Militares

Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:

I – o Superior Tribunal Militar;

II – os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.

Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros

vitalícios, nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a in-

dicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da Marinha,

quatro dentre oficiais-generais do Exército,  três dentre oficiais-generais da

Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco den-

tre civis.

Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da Re-

pública dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:

I – três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com

mais de dez anos de efetiva atividade profissional;

II – dois, por escolha paritária, dentre juízes-auditores e membros do Mi-

nistério Público da Justiça Militar.

Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares

definidos em lei.

603
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a

competência da Justiça Militar.


Seção VIII
Dos Tribunais e Juízes dos Estados

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios

estabelecidos nesta Constituição.

§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado,

sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.

§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstituciona-

lidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Cons-

tituição estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único

órgão.

§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça,

a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direi-

to e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de

Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar

seja superior a vinte mil integrantes.

§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos

Estados, nos crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos

disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for

civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da pa-

tente dos oficiais e da graduação das praças.

§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, sin-

gularmente, os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais

contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça, sob a

presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.

604
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, consti-

tuindo Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdiciona-

do à justiça em todas as fases do processo.

§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização

de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territo-

riais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e comu-

nitários.

Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a

criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões

agrárias.

Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicio-

nal, o juiz far-se-á presente no local do litígio.

CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
Seção I
Do Ministério Público

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à fun-

ção jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do

regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivi-

sibilidade e a independência funcional.

§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administra-

tiva, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo

a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por

605
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e

os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e funcionamento.

§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos

limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orça-

mentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o

Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamen-

tária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de

acordo com os limites estipulados na forma do § 3º.

§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada

em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executi-

vo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta

orçamentária anual.

§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a

realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limi-

tes estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente

autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.

Art. 128. O Ministério Público abrange:

I – o Ministério Público da União, que compreende:

a) o Ministério Público Federal;

b) o Ministério Público do Trabalho;

c) o Ministério Público Militar;

d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;

II – os Ministérios Públicos dos Estados.

§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da

República, nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da car-

reira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome pela

606
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois

anos, permitida a recondução.

§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Pre-

sidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria abso-

luta do Senado Federal.

§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territó-

rios formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei res-

pectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo Chefe

do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.

§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios

poderão ser destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legis-

lativo, na forma da lei complementar respectiva.

§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facul-

tada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as

atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente

a seus membros:

I – as seguintes garantias:

a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo

senão por sentença judicial transitada em julgado;

b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante deci-

são do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maio-

ria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa;

c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressal-

vado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I;

II – as seguintes vedações:

a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percen-

tagens ou custas processuais;

607
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

b) exercer a advocacia;

c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;

d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública,

salvo uma de magistério;

e) exercer atividade político-partidária;

f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pes-

soas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previs-

tas em lei.

§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95,

parágrafo único, V.

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

II – zelar pelo efetivo respeito dos poderes públicos e dos serviços de re-

levância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as

medidas necessárias a sua garantia;

III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do

patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos

e coletivos;

IV – promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins

de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constitui-

ção;

V – defender judicialmente os direitos e interesses das populações indíge-

nas;

VI – expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua com-

petência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma

da lei complementar respectiva;

608
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VII – exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei com-

plementar mencionada no artigo anterior;

VIII – requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito po-

licial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;

IX – exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compa-

tíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a con-

sultoria jurídica de entidades públicas.

§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste

artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto

nesta Constituição e na lei.

§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integran-

tes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo

autorização do chefe da instituição.

§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante con-

curso público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos

Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito,

no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações,

a ordem de classificação.

§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93.

§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata.

Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Con-

tas aplicam-se as disposições desta Seção pertinentes a direitos, vedações e

forma de investidura.

Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de qua-

torze membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada

a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de dois

anos, admitida uma recondução, sendo:

609
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – o Procurador-Geral da República, que o preside;

II – quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a repre-

sentação de cada uma de suas carreiras;

III – três membros do Ministério Público dos Estados;

IV – dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo

Superior Tribunal de Justiça;

V – dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advo-

gados do Brasil;

VI – dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados

um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.

§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indica-

dos pelos respectivos Ministérios Públicos, na forma da lei.

§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da

atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento

dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-lhe:

I – zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público,

podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou

recomendar providências;

II – zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante

provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou

órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-

-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias

ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de

Contas;

III – receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do

Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços au-

xiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição,

610
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a

disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais

ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada

ampla defesa;

IV – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de

membros do Ministério Público da União ou dos Estados julgados há menos

de um ano;

V – elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessá-

rias sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conse-

lho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art. 84, XI.

§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional,

dentre os membros do Ministério Público que o integram, vedada a recondu-

ção, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pela lei,

as seguintes:

I – receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas

aos membros do Ministério Público e dos seus serviços auxiliares;

II – exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição ge-

ral;

III – requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes

atribuições, e requisitar servidores de órgãos do Ministério Público.

§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil

oficiará junto ao Conselho.

§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público,

competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado

contra membros ou órgãos do Ministério Público, inclusive contra seus servi-

ços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério

Público.

611
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Seção II
Da Advocacia Pública

Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente

ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicial-

mente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua

organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento

jurídico do Poder Executivo.

§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da

União, de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maio-

res de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata

este artigo far-se-á mediante concurso público de provas e títulos.

§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação

da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o dispos-

to em lei.

Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados

em carreira, na qual o ingresso dependerá de concurso público de provas e

títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as

suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das

respectivas unidades federadas.

Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada es-

tabilidade após três anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desem-

penho perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das corre-

gedorias.

612
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Seção III
Da Advocacia

Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo

inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites

da lei.

Seção IV
Da Defensoria Pública

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à fun-

ção jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento

do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promo-

ção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extraju-

dicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos

necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal.

§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Dis-

trito Federal e dos Territórios e prescreverá normas gerais para sua organiza-

ção nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante

concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garan-

tia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições

institucionais.

§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia fun-

cional e administrativa, e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro

dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao

disposto no art. 99, § 2º.

613
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do

Distrito Federal.

§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivi-

sibilidade e a independência funcional, aplicando-se também, no que couber,

o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal.

Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções

II e III deste Capítulo serão remunerados na forma do art. 39, § 4º.

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LEI N. 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990


Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União,
das autarquias e das fundações públicas federais.

TÍTULO I
CAPÍTULO ÚNICO
Das Disposições Preliminares

Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis
da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações
públicas federais.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida
em cargo público.
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades pre-
vistas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são
criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres pú-
blicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.
Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos pre-
vistos em lei.

TÍTULO II

DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E

SUBSTITUIÇÃO
CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO
Seção I
Disposições Gerais

Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público:

615
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – a nacionalidade brasileira;

II – o gozo dos direitos políticos;

III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais;

IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;

V – a idade mínima de dezoito anos;

VI – aptidão física e mental.

§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requi-

sitos estabelecidos em lei.

§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se ins-

crever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam

compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão

reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.

§ 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica

federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas

estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei. (Inclu-

ído pela Lei n. 9.515, de 20.11.97)

Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da auto-

ridade competente de cada Poder.

Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.

Art. 8º São formas de provimento de cargo público:

I – nomeação;

II – promoção;

III – (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

IV – (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

V – readaptação;

VI – reversão;

VII – aproveitamento;

616
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VIII – reintegração;

IX – recondução.

Seção II
Da Nomeação

Art. 9º A nomeação far-se-á:

I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento

efetivo ou de carreira;

II – em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de con-

fiança vagos. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de nature-

za especial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro

cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa,

hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o perí-

odo da interinidade. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provi-

mento efetivo depende de prévia habilitação em concurso público de provas

ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua

validade.

Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimen-

to do servidor na carreira, mediante promoção, serão estabelecidos pela lei

que fixar as diretrizes do sistema de carreira na Administração Pública Federal

e seus regulamentos. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

617
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Seção III
Do Concurso Público

Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser

realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do

respectivo plano de carreira, condicionada a inscrição do candidato ao pa-

gamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e

ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas.(Redação

dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) (Regulamento)

Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois ) anos, podendo

ser prorrogado uma única vez, por igual período.

§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização

serão fixados em edital, que será publicado no Diário Oficial da União e em

jornal diário de grande circulação.

§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em

concurso anterior com prazo de validade não expirado.

Seção IV
Da Posse e do Exercício

Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual

deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos

inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente,

por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.

§ 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do

ato de provimento. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

618
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação do ato

de provimento, em licença prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afas-

tado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX

e X do art. 102, o prazo será contado do término do impedimento. (Redação

dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica.

§ 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomea-

ção. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores

que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de

outro cargo, emprego ou função pública.

§ 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer

no prazo previsto no § 1º deste artigo.

Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica

oficial.

Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto

física e mentalmente para o exercício do cargo.

Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo públi-

co ou da função de confiança. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 1º É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público

entrar em exercício, contados da data da posse. (Redação dada pela Lei n.

9.527, de 10.12.97)

§ 2º O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato

de sua designação para função de confiança, se não entrar em exercício nos

prazos previstos neste artigo, observado o disposto no art. 18. (Redação dada

pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

619
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nome-

ado ou designado o servidor compete dar-lhe exercício. (Redação dada pela

Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 4º O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de

publicação do ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licen-

ça ou afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no

primeiro dia útil após o término do impedimento, que não poderá exceder a

trinta dias da publicação. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício serão

registrados no assentamento individual do servidor.

Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresentará ao órgão

competente os elementos necessários ao seu assentamento individual.

Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado

no novo posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que

promover o servidor. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão

de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício

provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados

da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuições

do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para

a nova sede. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado legal-

mente, o prazo a que se refere este artigo será contado a partir do término

do impedimento.  (Parágrafo renumerado e alterado pela Lei n. 9.527, de

10.12.97)

§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput.

(Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

620
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das

atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima

do trabalho semanal de quarenta horas e observados os limites mínimo e má-

ximo de seis horas e oito horas diárias, respectivamente. (Redação dada pela

Lei n. 8.270, de 17.12.91)

§ 1º O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se

a regime de integral dedicação ao serviço, observado o disposto no art. 120,

podendo ser convocado sempre que houver interesse da Administração. (Re-

dação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica a duração de trabalho estabele-

cida em leis especiais. (Incluído pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)

Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de pro-

vimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte

e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de

avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores: (vide

EMC n. 19)

I – assiduidade;

II – disciplina;

III – capacidade de iniciativa;

IV – produtividade;

V – responsabilidade.

§ 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio probatório, será

submetida à homologação da autoridade competente a avaliação do desem-

penho do servidor, realizada por comissão constituída para essa finalidade, de

acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou

cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enumerados nos

incisos I a V do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei n. 11.784, de 2008

621
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se

estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto

no parágrafo único do art. 29.

§ 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de

provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no

órgão ou entidade de lotação, e somente poderá ser cedido a outro órgão ou

entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em

comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6,

5 e 4, ou equivalentes. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser concedidas as

licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96,

bem assim afastamento para participar de curso de formação decorrente de

aprovação em concurso para outro cargo na Administração Pública Federal.

(Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afasta-

mentos previstos nos arts. 83, 84, § 1º, 86 e 96, bem assim na hipótese de

participação em curso de formação, e será retomado a partir do término do

impedimento. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Seção V
Da Estabilidade

Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo

de provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço público ao completar

2 (dois) anos de efetivo exercício. (prazo 3 anos – vide EMC n. 19)

Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença ju-

dicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual

lhe seja assegurada ampla defesa.

622
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção VI
Da Transferência

Art. 23. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Seção VII
Da Readaptação

Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições

e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua

capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.

§ 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será apo-

sentado.

§ 2º A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeita-

da a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos

e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atri-

buições como excedente, até a ocorrência de vaga.(Redação dada pela Lei n.

9.527, de 10.12.97)
Seção VIII
Da Reversão

(Regulamento Dec. n. 3.644, de 30.11.2000)

Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado: (Reda-

ção dada pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)

I  – por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os

motivos da aposentadoria; ou (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45,

de 4.9.2001)

623
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – no interesse da administração, desde que: (Incluído pela Medida Pro-

visória n. 2.225-45, de 4.9.2001)

a) tenha solicitado a reversão; (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-

45, de 4.9.2001)

b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Incluído pela Medida Provisória

n. 2.225-45, de 4.9.2001)

c) estável quando na atividade; (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-

45, de 4.9.2001)

d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicita-

ção; (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)

e) haja cargo vago. (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de

4.9.2001)

§ 1º A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua

transformação. (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 2º O tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado para

concessão da aposentadoria. (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de

4.9.2001)

§ 3º No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o servidor exer-

cerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.  (Incluído

pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 4º O servidor que retornar à atividade por interesse da administração

perceberá, em substituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração

do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza pesso-

al que percebia anteriormente à aposentadoria. (Incluído pela Medida Provi-

sória n. 2.225-45, de 4.9.2001)

624
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 5º O servidor de que trata o inciso II somente terá os proventos calcu-

lados com base nas regras atuais se permanecer pelo menos cinco anos no

cargo. (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 6º O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo. (Incluído

pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)

Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)

Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70

(setenta) anos de idade.

Seção IX
Da Reintegração

Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo an-

teriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando

invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressar-

cimento de todas as vantagens.

§ 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponi-

bilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31.

§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será re-

conduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em

outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.

Seção X
Da Recondução

Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anterior-

mente ocupado e decorrerá de:

I – inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;

625
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – reintegração do anterior ocupante.

Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor

será aproveitado em outro, observado o disposto no art. 30.

Seção XI
Da Disponibilidade e do Aproveitamento

Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á

mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos

compatíveis com o anteriormente ocupado.

Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinará o ime-

diato aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocor-

rer nos órgãos ou entidades da Administração Pública Federal.

Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3º do art. 37, o servidor posto

em disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central

do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal – SIPEC, até o seu ade-

quado aproveitamento em outro órgão ou entidade. (Parágrafo incluído pela

Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponi-


bilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença
comprovada por junta médica oficial.

Capítulo II
Da Vacância

Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:


I – exoneração;
II – demissão;

626
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – promoção;
IV – (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
V – (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
VI – readaptação;
VII – aposentadoria;
VIII – posse em outro cargo inacumulável;
IX – falecimento.
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou
de ofício.
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
I – quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
II – quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no
prazo estabelecido.
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de função de
confiança dar-se-á: (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
I – a juízo da autoridade competente;

II – a pedido do próprio servidor.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

CAPÍTULO III
DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO
Seção I
Da Remoção

Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no

âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.

Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por moda-

lidades de remoção: (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

627
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I – de ofício, no interesse da Administração; (Incluído pela Lei n. 9.527,

de 10.12.97)

II – a pedido, a critério da Administração; (Incluído pela Lei n. 9.527, de

10.12.97)

III – a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da

Administração: (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público

civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Fe-

deral e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração; (In-

cluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente

que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicio-

nada à comprovação por junta médica oficial; (Incluído pela Lei n. 9.527, de

10.12.97)

c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o nú-

mero de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com nor-

mas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lota-

dos.(Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Seção II
Da Redistribuição

Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo,

ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão

ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central do SI-

PEC, observados os seguintes preceitos: (Redação dada pela Lei n. 9.527, de

10.12.97)

628
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – interesse da administração; (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

II – equivalência de vencimentos; (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

III – manutenção da essência das atribuições do cargo; (Incluído pela Lei

n. 9.527, de 10.12.97)

IV – vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das

atividades; (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

V – mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissio-

nal; (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

VI – compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institu-

cionais do órgão ou entidade. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 1º A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de lotação e da

força de trabalho às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reor-

ganização, extinção ou criação de órgão ou entidade.  (Incluído pela Lei n.

9.527, de 10.12.97)

§ 2º A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante ato con-

junto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e entidades da Administra-

ção Pública Federal envolvidos. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 3º Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto

o cargo ou declarada sua desnecessidade no órgão ou entidade, o servidor

estável que não for redistribuído será colocado em disponibilidade, até seu

aproveitamento na forma dos arts. 30 e 31. (Parágrafo renumerado e altera-

do pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 4º O servidor que não for redistribuído ou colocado em disponibilidade

poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter

exercício provisório, em outro órgão ou entidade, até seu adequado aprovei-

tamento. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

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Capítulo IV
Da Substituição

Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou che-

fia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados

no regimento interno ou, no caso de omissão, previamente designados pelo

dirigente máximo do órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de

10.12.97)

§ 1º O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo

do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os

de Natureza Especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamen-

tares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela

remuneração de um deles durante o respectivo período. (Redação dada pela

Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de

direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamen-

tos ou impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos,

paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido

período. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de unidades

administrativas organizadas em nível de assessoria.

TÍTULO III
DOS DIREITOS E VANTAGENS
CAPÍTULO I
DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO

Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo

público, com valor fixado em lei.

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Parágrafo único. (Revogado pela Medida Provisória n. 431, de 2008). (Re-

vogado pela Lei n. 11.784, de 2008)

Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das

vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.

§ 1º A remuneração do servidor investido em função ou cargo em comis-

são será paga na forma prevista no art. 62.

§ 2º O servidor investido em cargo em comissão de órgão ou entidade

diversa da de sua lotação receberá a remuneração de acordo com o estabe-

lecido no § 1º do art. 93.

§ 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter

permanente, é irredutível.

§ 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de atribuições

iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre servidores dos três Pode-

res, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza

ou ao local de trabalho.

§ 5º Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário míni-

mo. (Incluído pela Lei n. 11.784, de 2008

Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a título de re-

muneração, importância superior à soma dos valores percebidos como remu-

neração, em espécie, a qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes,

pelos Ministros de Estado, por membros do Congresso Nacional e Ministros do

Supremo Tribunal Federal.

Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as vantagens previs-

tas nos incisos II a VII do art. 61.

Art. 43. (Revogado pela Lei n. 9.624, de 2.4.98) (Vide Lei n. 9.624, de

2.4.98)

Art. 44. O servidor perderá:

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I – a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justifica-

do; (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

II – a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências

justificadas, ressalvadas as concessões de que trata o art. 97, e saídas anteci-

padas, salvo na hipótese de compensação de horário, até o mês subsequente

ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia imediata. (Redação dada pela

Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de for-

ça maior poderão ser compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim

consideradas como efetivo exercício. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum des-

conto incidirá sobre a remuneração ou provento. (Vide Decreto n. 1.502, de

1995) (Vide Decreto n. 1.903, de 1996) (Vide Decreto n. 2.065, de 1996)

(Regulamento) (Regulamento)

§ 1º Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em folha

de pagamento em favor de terceiros, a critério da administração e com repo-

sição de custos, na forma definida em regulamento. (Redação dada pela Lei

n. 13.172, de 2015)

§ 2º O total de consignações facultativas de que trata o § 1º não excederá

a 35% (trinta e cinco por cento) da remuneração mensal, sendo 5% (cin-

co por cento) reservados exclusivamente para: (Redação dada pela Lei n.

13.172, de 2015)

I – a amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito;

ou (Incluído pela Lei n. 13.172, de 2015)

II – a utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de crédito.

(Incluído pela Lei n. 13.172, de 2015)

632
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Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atualizadas até 30 de ju-

nho de 1994, serão previamente comunicadas ao servidor ativo, aposentado

ou ao pensionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo

ser parceladas, a pedido do interessado. (Redação dada pela Medida Provisó-

ria n. 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 1º O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente a

dez por cento da remuneração, provento ou pensão. (Redação dada pela Me-

dida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 2º Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior ao do

processamento da folha, a reposição será feita imediatamente, em uma única

parcela. (Redação dada pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)

§ 3º Na hipótese de valores recebidos em decorrência de cumprimento a

decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença que venha a ser revogada

ou rescindida, serão eles atualizados até a data da reposição. (Redação dada

pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)

Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado

ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de

sessenta dias para quitar o débito. (Redação dada pela Medida Provisória n.

2.225-45, de 4.9.2001)

Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto implicará sua

inscrição em dívida ativa. (Redação dada pela Medida Provisória n. 2.225-45,

de 4.9.2001)

Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de

arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos

resultante de decisão judicial.

633
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Capítulo II
Das Vantagens

Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes

vantagens:

I – indenizações;

II – gratificações;

III – adicionais.

§ 1º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para

qualquer efeito.

§ 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou pro-

vento, nos casos e condições indicados em lei.

Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumu-

ladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários

ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.

Seção I
Das Indenizações

Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:

I – ajuda de custo;

II – diárias;

III – transporte.

IV – auxílio-moradia.(Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)

Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos incisos I a III do

art. 51, assim como as condições para a sua concessão, serão estabelecidos

em regulamento. (Redação dada pela Lei n. 11.355, de 2006)

634
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Subseção I
Da Ajuda de Custo

Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instala-

ção do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova

sede, com mudança de domicílio em caráter permanente, vedado o duplo

pagamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou com-

panheiro que detenha também a condição de servidor, vier a ter exercício na

mesma sede. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 1º Correm por conta da administração as despesas de transporte do ser-

vidor e de sua família, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais.

§ 2º À família do servidor que falecer na nova sede são assegurados aju-

da de custo e transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de 1

(um) ano, contado do óbito.

§ 3º Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de remoção pre-

vistas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 36. (Incluído pela Lei n.

12.998, de 2014)

Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor,

conforme se dispuser em regulamento, não podendo exceder a importância

correspondente a 3 (três) meses.

Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do

cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo.

Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo servidor

da União, for nomeado para cargo em comissão, com mudança de domicílio.

Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do art. 93, a ajuda de

custo será paga pelo órgão cessionário, quando cabível.

635
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, in-

justificadamente, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias.

Subseção II
Das Diárias

Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter even-

tual ou transitório para outro ponto do território nacional ou para o exterior,

fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas

extraordinária com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme dis-

puser em regulamento. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 1º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela

metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando

a União custear, por meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas por

diárias.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 2º Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência per-

manente do cargo, o servidor não fará jus a diárias.

§ 3º Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da

mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constitu-

ídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de con-

trole integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e competência

dos órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se estendida, salvo

se houver pernoite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão

sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional. (Inclu-

ído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

636
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por

qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5

(cinco) dias.

Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo me-

nor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as diárias recebidas

em excesso, no prazo previsto no caput.

Subseção III
Da Indenização de Transporte

Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar

despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de

serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme se

dispuser em regulamento.
Subseção IV
Do Auxílio-Moradia
(Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)

Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das despesas com-

provadamente realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio

de hospedagem administrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês

após a comprovação da despesa pelo servidor. (Incluído pela Lei n. 11.355,

de 2006)

Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se atendidos os se-

guintes requisitos: (Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)

I – não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor; (Incluído

pela Lei n. 11.355, de 2006)

637
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcio-

nal; (Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)

III – o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido

proprietário, promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de

imóvel no Município aonde for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote

edificado sem averbação de construção, nos doze meses que antecederem a

sua nomeação; (Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)

IV – nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-mo-

radia; (Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)

V – o servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo

em comissão ou função de confiança do Grupo-Direção e Assessoramento

Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado

ou equivalentes; (Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)

VI – o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função de con-

fiança não se enquadre nas hipóteses do art. 58, § 3º, em relação ao local de

residência ou domicílio do servidor; (Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)

VII – o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município,

nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo em comissão ou função

de confiança, desconsiderando-se prazo inferior a sessenta dias dentro desse

período; e (Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)

VIII – o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou

nomeação para cargo efetivo. (Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)

IX – o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. (Incluído

pela Lei n. 11.490, de 2007)

Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o prazo no

qual o servidor estava ocupando outro cargo em comissão relacionado no in-

ciso V. (Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)

638
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 60-C. (Revogado pela Lei n. 12.998, de 2014)

Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25% (vinte

e cinco por cento) do valor do cargo em comissão, função comissionada ou

cargo de Ministro de Estado ocupado. (Incluído pela Lei n. 11.784, de 2008

§ 1º O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% (vinte e cinco por

cento) da remuneração de Ministro de Estado. (Incluído pela Lei n. 11.784,

de 2008

§ 2º Independentemente do valor do cargo em comissão ou função comis-

sionada, fica garantido a todos os que preencherem os requisitos o ressarci-

mento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e oitocentos reais). (Incluído pela Lei

n. 11.784, de 2008

§ 3º (Incluído pela Medida Provisória n. 805, de 2017) (Vigência encerrada)

§ 4º (Incluído pela Medida Provisória n. 805, de 2017) (Vigência encerrada)

Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel fun-

cional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia con-

tinuará sendo pago por um mês. (Incluído pela Lei n. 11.355, de 2006)

Seção II
Das Gratificações e Adicionais

Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, se-

rão deferidos aos servidores as seguintes retribuições, gratificações e adicio-

nais: (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

I – retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramen-

to; (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

II – gratificação natalina;

III – (Revogado pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)

639
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

IV – adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou peno-

sas;

V – adicional pela prestação de serviço extraordinário;

VI – adicional noturno;

VII – adicional de férias;

VIII – outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.

IX – gratificação por encargo de curso ou concurso. (Incluído pela Lei n.

11.314 de 2006)

Subseção I
Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção,
Chefia e Assessoramento
(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de

direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de

Natureza Especial é devida retribuição pelo seu exercício.(Redação dada pela

Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remuneração dos cargos em

comissão de que trata o inciso II do art. 9º. (Redação dada pela Lei n. 9.527,

de 10.12.97)

Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal Nominalmente Iden-

tificada – VPNI a incorporação da retribuição pelo exercício de função de di-

reção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de

Natureza Especial a que se referem os arts. 3º e 10 da Lei no 8.911, de 11 de

julho de 1994, e o art. 3º da Lei no 9.624, de 2 de abril de 1998. (Incluído pela

Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)

640
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Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste artigo somente esta-

rá sujeita às revisões gerais de remuneração dos servidores públicos fede-

rais. (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)

Subseção II
Da Gratificação Natalina

Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze avos)  da

remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de

exercício no respectivo ano.

Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será consi-

derada como mês integral.

Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro

de cada ano.

Parágrafo único. (VETADO).

Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação natalina, pro-

porcionalmente aos meses de exercício, calculada sobre a remuneração do

mês da exoneração.

Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para cálculo de qual-

quer vantagem pecuniária.

Subseção III
Do Adicional por Tempo de Serviço

Art. 67. (Revogado pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 2001, respei-

tadas as situações constituídas até 8.3.1999)

641
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Subseção IV
Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade
ou Atividades Penosas

Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em locais insalu-

bres ou em contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com

risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo.

§ 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculo-

sidade deverá optar por um deles.

§ 2º O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa com

a eliminação das condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão.

Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de servidores em ope-

rações ou locais considerados penosos, insalubres ou perigosos.

Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afastada, enquanto

durar a gestação e a lactação, das operações e locais previstos neste artigo,

exercendo suas atividades em local salubre e em serviço não penoso e não

perigoso.

Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades penosas, de insalu-

bridade e de periculosidade, serão observadas as situações estabelecidas em

legislação específica.

Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos servidores em

exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de vida o

justifiquem, nos termos, condições e limites fixados em regulamento.

Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam com Raios X ou

substâncias radioativas serão mantidos sob controle permanente, de modo

que as doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto

na legislação própria.

642
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo serão submeti-

dos a exames médicos a cada 6 (seis) meses.

Subseção V
Do Adicional por Serviço Extraordinário

Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50%

(cinquenta por cento) em relação à hora normal de trabalho.

Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário para atender a si-

tuações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo de 2 (duas)

horas por jornada.


Subseção VI
Do Adicional Noturno

Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre 22

(vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-

-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), computando-se cada hora

como cinquenta e dois minutos e trinta segundos.

Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o acréscimo de

que trata este artigo incidirá sobre a remuneração prevista no art. 73.

Subseção VII
Do Adicional de Férias

Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao servidor, por

ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um terço) da remune-

ração do período das férias.

643
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Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia

ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem

será considerada no cálculo do adicional de que trata este artigo.

Subseção VIII
Da Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
(Incluído pela Lei n. 11.314 de 2006)

Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é devida ao

servidor que, em caráter eventual: (Incluído pela Lei n. 11.314 de 2006) (Re-

gulamento)

I – atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou

de treinamento regularmente instituído no âmbito da administração pública

federal; (Incluído pela Lei n. 11.314 de 2006)

II – participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais,

para análise curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração

de questões de provas ou para julgamento de recursos intentados por candi-

datos; (Incluído pela Lei n. 11.314 de 2006)

III – participar da logística de preparação e de realização de concurso

público envolvendo atividades de planejamento, coordenação, supervisão,

execução e avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem in-

cluídas entre as suas atribuições permanentes; (Incluído pela Lei n. 11.314

de 2006)

IV – participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibu-

lar ou de concurso público ou supervisionar essas atividades. (Incluído pela

Lei n. 11.314 de 2006)

644
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Os critérios de concessão e os limites da gratificação de que trata

este artigo serão fixados em regulamento, observados os seguintes parâme-

tros: (Incluído pela Lei n. 11.314 de 2006)

I – o valor da gratificação será calculado em horas, observadas a natureza

e a complexidade da atividade exercida; (Incluído pela Lei n. 11.314 de 2006)

II – a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 (cento e

vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de excepcionalidade,

devidamente justificada e previamente aprovada pela autoridade máxima do

órgão ou entidade, que poderá autorizar o acréscimo de até 120 (cento e vin-

te) horas de trabalho anuais; (Incluído pela Lei n. 11.314 de 2006)

III – o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos seguintes

percentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico da administração

pública federal: (Incluído pela Lei n. 11.314 de 2006)

a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratando de ativi-

dades previstas nos incisos I e II do caput deste artigo; (Redação dada pela

Lei n. 11.501, de 2007)

b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando de ativida-

de prevista nos incisos III e IV do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei

n. 11.501, de 2007)

§ 2º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso somente será paga

se as atividades referidas nos incisos do caput deste artigo forem exercidas

sem prejuízo das atribuições do cargo de que o servidor for titular, devendo

ser objeto de compensação de carga horária quando desempenhadas durante

a jornada de trabalho, na forma do § 4º do art. 98 desta Lei. (Incluído pela

Lei n. 11.314 de 2006)

§ 3º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se incorpora ao

vencimento ou salário do servidor para qualquer efeito e não poderá ser uti-

645
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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lizada como base de cálculo para quaisquer outras vantagens, inclusive para

fins de cálculo dos proventos da aposentadoria e das pensões. (Incluído pela

Lei n. 11.314 de 2006)

Capítulo III
Das Férias

Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser acu-

muladas, até o máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço,

ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica.  (Redação dada

pela Lei n. 9.525, de 10.12.97) (Vide Lei n. 9.525, de 1997)

§ 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze)

meses de exercício.

§ 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.

§ 3º As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim

requeridas pelo servidor, e no interesse da administração pública. (Incluído

pela Lei n. 9.525, de 10.12.97)

Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será efetuado até 2

(dois) dias antes do início do respectivo período, observando-se o disposto no

§ 1º deste artigo. (Vide Lei n. 9.525, de 1997)

§ 1º e § 2º (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 3º O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, perceberá

indenização relativa ao período das férias a que tiver direito e ao incompleto,

na proporção de um doze avos por mês de efetivo exercício, ou fração supe-

rior a quatorze dias. (Incluído pela Lei n. 8.216, de 13.8.91)

§ 4º A indenização será calculada com base na remuneração do mês em

que for publicado o ato exoneratório. (Incluído pela Lei n. 8.216, de 13.8.91)

646
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 5º Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor adicional pre-

visto no inciso XVII do art. 7º da Constituição Federal quando da utilização do

primeiro período. (Incluído pela Lei n. 9.525, de 10.12.97)

Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou

substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por se-

mestre de atividade profissional, proibida em qualquer hipótese a acumulação.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de ca-

lamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou

eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do

órgão ou entidade.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) (Vide Lei n.

9.525, de 1997)

Parágrafo único. O restante do período interrompido será gozado de

uma só vez, observado o disposto no art. 77. (Incluído pela Lei n. 9.527, de

10.12.97)

CAPÍTULO IV
DAS LICENÇAS
Seção I
Disposições Gerais

Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:

I – por motivo de doença em pessoa da família;

II – por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;

III – para o serviço militar;

IV – para atividade política;

V – para capacitação; (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

647
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VI – para tratar de interesses particulares;

VII – para desempenho de mandato classista.

§ 1º A licença prevista no inciso I do caput deste artigo bem como cada

uma de suas prorrogações serão precedidas de exame por perícia médica

oficial, observado o disposto no art. 204 desta Lei. (Redação dada pela Lei n.

11.907, de 2009)

§ 2º (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 3º É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período da

licença prevista no inciso I deste artigo.


Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do término de
outra da mesma espécie será considerada como prorrogação.

Seção II
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família

Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença


do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e
enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu assenta-
mento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial. (Redação
dada pela Lei n. 11.907, de 2009)
§ 1º A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for
indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do
cargo ou mediante compensação de horário, na forma do disposto no inciso
II do art. 44. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 2º A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser
concedida a cada período de doze meses nas seguintes condições: (Redação
dada pela Lei n. 12.269, de 2010)
I – por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remunera-
ção do servidor; e (Incluído pela Lei n. 12.269, de 2010)

648
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração.


(Incluído pela Lei n. 12.269, de 2010)
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a partir da data
do deferimento da primeira licença concedida. (Incluído pela Lei n. 12.269,
de 2010)
§ 4º A soma das licenças remuneradas e das licenças não remuneradas,
incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em um mesmo período de
12 (doze) meses, observado o disposto no § 3º, não poderá ultrapassar os
limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2º. (Incluído pela Lei n. 12.269,
de 2010)

Seção III
Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge

Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônju-


ge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional,
para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo
e Legislativo.
§ 1º A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração.
§ 2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também
seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provi-
sório em órgão ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou
fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o seu
cargo. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Seção IV
Da Licença para o Serviço Militar

Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida li-


cença, na forma e condições previstas na legislação específica.

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Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta)


dias sem remuneração para reassumir o exercício do cargo.

Seção V
Da Licença para Atividade Política

Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o


período que mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como can-
didato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura perante a
Justiça Eleitoral.

§ 1º O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha

suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, arreca-

dação ou fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do regis-

tro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte

ao do pleito. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 2º A partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao

da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os vencimentos do car-

go efetivo, somente pelo período de três meses. (Redação dada pela Lei n.

9.527, de 10.12.97)

Seção VI
Da Licença para Capacitação
(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no

interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a

respectiva remuneração, por até três meses, para participar de curso de ca-

650
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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pacitação profissional. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) (Vide

Decreto n. 5.707, de 2006)

Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput não são acu-

muláveis.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)


Art. 88. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 89. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 90. (VETADO).

Seção VII
Da Licença para Tratar de Interesses Particulares

Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor

ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em estágio probatório, licen-

ças para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até três anos consecu-

tivos, sem remuneração. (Redação dada pela Medida Provisória n. 2.225-45,

de 4.9.2001)

Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a

pedido do servidor ou no interesse do serviço. (Redação dada pela Medida

Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)

Seção VIII
Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista

Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem remuneração

para o desempenho de mandato em confederação, federação, associação de

classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade

fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou administra-

ção em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para prestar

651
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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serviços a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso VIII do

art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e observados os se-

guintes limites: (Redação dada pela Lei n. 11.094, de 2005) (Regulamento)

I – para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois) servido-

res; (Redação dada pela Lei n. 12.998, de 2014)

II – para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta mil) as-

sociados, 4 (quatro) servidores; (Redação dada pela Lei n. 12.998, de 2014)

III – para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados, 8 (oito)

servidores. (Redação dada pela Lei n. 12.998, de 2014)

§ 1º Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para cargos de

direção ou de representação nas referidas entidades, desde que cadastradas

no órgão competente. (Redação dada pela Lei n. 12.998, de 2014)

§ 2º A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser renovada, no

caso de reeleição. (Redação dada pela Lei n. 12.998, de 2014)

CAPÍTULO V
DOS AFASTAMENTOS
Seção I
Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade

Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão

ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos

Municípios, nas seguintes hipóteses: (Redação dada pela Lei n. 8.270, de

17.12.91) (Regulamento) (Vide Decreto n. 4.493, de 3.12.2002) (Vide Decre-

to n. 5.213, de 2004) (Vide Decreto n. 9.144, de 2017)

I – para exercício de cargo em comissão ou função de confiança; (Redação

dada pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)

652
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II  – em casos previstos em leis específicas. (Redação dada pela Lei n.

8.270, de 17.12.91)

§ 1º Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou entidades dos

Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus da remuneração será

do órgão ou entidade cessionária, mantido o ônus para o cedente nos demais

casos. (Redação dada pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)

§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou sociedade de

economia mista, nos termos das respectivas normas, optar pela remuneração

do cargo efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo acrescida de percen-

tual da retribuição do cargo em comissão, a entidade cessionária efetuará o

reembolso das despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem. (Reda-

ção dada pela Lei n. 11.355, de 2006)

§ 3º A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário Oficial da

União. (Redação dada pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)

§ 4º Mediante autorização expressa do Presidente da República, o servidor

do Poder Executivo poderá ter exercício em outro órgão da Administração Fe-

deral direta que não tenha quadro próprio de pessoal, para fim determinado

e a prazo certo. (Incluído pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)

§ 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou servidor por ela

requisitado, as disposições dos §§ 1º e 2º deste artigo. (Redação dada pela

Lei n. 10.470, de 25.6.2002)

§ 6º As cessões de empregados de empresa pública ou de sociedade de

economia mista, que receba recursos de Tesouro Nacional para o custeio total

ou parcial da sua folha de pagamento de pessoal, independem das disposições

contidas nos incisos I e II e §§ 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício do

653
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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empregado cedido condicionado a autorização específica do Ministério do Pla-

nejamento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocupação de cargo em

comissão ou função gratificada. (Incluído pela Lei n. 10.470, de 25.6.2002)

§ 7º O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com a finalidade

de promover a composição da força de trabalho dos órgãos e entidades da

Administração Pública Federal, poderá determinar a lotação ou o exercício

de empregado ou servidor, independentemente da observância do constan-

te no inciso I e nos §§ 1º e 2º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 10.470, de

25.6.2002) (Vide Decreto n. 5.375, de 2005)

Seção II
Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo

Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguin-

tes disposições:

I – tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado

do cargo;

II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe

facultado optar pela sua remuneração;

III – investido no mandato de vereador:

a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu

cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;

b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sen-

do-lhe facultado optar pela sua remuneração.

§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a segu-

ridade social como se em exercício estivesse.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º O servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá

ser removido ou redistribuído de ofício para localidade diversa daquela onde

exerce o mandato.

Seção III

Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior

Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão

oficial, sem autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do

Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal. (Vide Decreto n.

1.387, de 1995)

§ 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou estu-

do, somente decorrido igual período, será permitida nova ausência.

§ 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será concedida

exoneração ou licença para tratar de interesse particular antes de decorrido

período igual ao do afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento da

despesa havida com seu afastamento.

§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da carreira diplo-

mática.

§ 4º As hipóteses, condições e formas para a autorização de que trata este

artigo, inclusive no que se refere à remuneração do servidor, serão disciplina-

das em regulamento. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo internacio-

nal de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total

da remuneração. (Vide Decreto n. 3.456, de 2000)

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Seção IV
(Incluído pela Lei n. 11.907, de 2009)
Do Afastamento para Participação em Programa de Pós-Gradua-
ção Stricto Sensu no País

Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração, e desde que

a participação não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo

ou mediante compensação de horário, afastar-se do exercício do cargo efeti-

vo, com a respectiva remuneração, para participar em programa de pós-gra-

duação stricto sensu em instituição de ensino superior no País. (Incluído pela

Lei n. 11.907, de 2009)

§ 1º Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá, em confor-

midade com a legislação vigente, os programas de capacitação e os critérios

para participação em programas de pós-graduação no País, com ou sem afas-

tamento do servidor, que serão avaliados por um comitê constituído para este

fim. (Incluído pela Lei n. 11.907, de 2009)

§ 2º Os afastamentos para realização de programas de mestrado e douto-

rado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivos no

respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4

(quatro) anos para doutorado, incluído o período de estágio probatório, que

não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares para

gozo de licença capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois)

anos anteriores à data da solicitação de afastamento. (Incluído pela Lei n.

11.907, de 2009)

§ 3º Os afastamentos para realização de programas de pós-doutorado

somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivo no res-

pectivo órgão ou entidade há pelo menos quatro anos, incluído o período

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de estágio probatório, e que não tenham se afastado por licença para tratar

de assuntos particulares ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos

anteriores à data da solicitação de afastamento. (Redação dada pela Lei n.

12.269, de 2010)

§ 4º Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos nos §§ 1º,

2º e 3º deste artigo terão que permanecer no exercício de suas funções após

o seu retorno por um período igual ao do afastamento concedido. (Incluído

pela Lei n. 11.907, de 2009)

§ 5º Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentado-

ria, antes de cumprido o período de permanência previsto no § 4º deste arti-

go, deverá ressarcir o órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei no 8.112,

de 11 de dezembro de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento. (Incluído

pela Lei n. 11.907, de 2009)

§ 6º Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou seu afas-

tamento no período previsto, aplica-se o disposto no § 5º deste artigo, salvo

na hipótese comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério do di-

rigente máximo do órgão ou entidade. (Incluído pela Lei n. 11.907, de 2009)

§ 7º Aplica-se à participação em programa de pós-graduação no Exterior,

autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto nos §§ 1º a 6º deste

artigo. (Incluído pela Lei n. 11.907, de 2009)

Capítulo VI
Das Concessões

Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:

(Redação dada pela Medida provisória n. 632, de 2013)

I – por 1 (um) dia, para doação de sangue;

657
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II – pelo período comprovadamente necessário para alistamento ou reca-

dastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a 2 (dois) dias; (Redação

dada pela Lei n. 12.998, de 2014)

III – por 8 (oito) dias consecutivos em razão de:

a) casamento;

b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, fi-

lhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.

Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudante, quando

comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição,

sem prejuízo do exercício do cargo.

§ 1º Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a compensação de

horário no órgão ou entidade que tiver exercício, respeitada a duração se-

manal do trabalho. (Parágrafo renumerado e alterado pela Lei n. 9.527, de

10.12.97)

§ 2º Também será concedido horário especial ao servidor portador de de-

ficiência, quando comprovada a necessidade por junta médica oficial, inde-

pendentemente de compensação de horário. (Incluído pela Lei n. 9.527, de

10.12.97)

§ 3º As disposições constantes do § 2º são extensivas ao servidor que te-

nha cônjuge, filho ou dependente com deficiência. (Redação dada pela Lei n.

13.370, de 2016)

§ 4º Será igualmente concedido horário especial, vinculado à compensa-

ção de horário a ser efetivada no prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que

desempenhe atividade prevista nos incisos I e II do caput do art. 76-A desta

Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.501, de 2007)

Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da admi-

nistração é assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima,

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matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, indepen-

dentemente de vaga.

Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge ou compa-

nheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem

como aos menores sob sua guarda, com autorização judicial.

Capítulo VII
Do Tempo de Serviço

Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço público fe-

deral, inclusive o prestado às Forças Armadas.

Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que serão con-

vertidos em anos, considerado o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são con-

siderados como de efetivo exercício os afastamentos em virtude de: (Vide

Decreto n. 5.707, de 2006)

I – férias;

II – exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade

dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal;

III – exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qual-

quer parte do território nacional, por nomeação do Presidente da República;

IV – participação em programa de treinamento regularmente instituído ou

em programa de pós-graduação stricto sensu no País, conforme dispuser o

regulamento; (Redação dada pela Lei n. 11.907, de 2009) (Vide Decreto n.

5.707, de 2006)

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V – desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do

Distrito Federal, exceto para promoção por merecimento;

VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;

VII – missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, con-

forme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

(Vide Decreto n. 5.707, de 2006)

VIII – licença:

a) à gestante, à adotante e à paternidade;

b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses,

cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo

de provimento efetivo; (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

c) para o desempenho de mandato classista ou participação de gerência

ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores para

prestar serviços a seus membros, exceto para efeito de promoção por mere-

cimento; (Redação dada pela Lei n. 11.094, de 2005)

d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;

e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento;  (Redação dada

pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

f) por convocação para o serviço militar;

IX – deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;

X – participação em competição desportiva nacional ou convocação para

integrar representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme

disposto em lei específica;

XI – afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil

participe ou com o qual coopere. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e disponibi-

lidade:

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I – o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municípios e Distrito

Federal;

II – a licença para tratamento de saúde de pessoal da família do servidor,

com remuneração, que exceder a 30 (trinta) dias em período de 12 (doze)

meses. (Redação dada pela Lei n. 12.269, de 2010)

III – a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2º;

IV – o tempo correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal,

estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso no serviço público federal;

V – o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previdência Social;

VI – o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;

VII – o tempo de licença para tratamento da própria saúde que exceder o

prazo a que se refere a alínea “b” do inciso VIII do art. 102. (Incluído pela Lei

n. 9.527, de 10.12.97)

§ 1º O tempo em que o servidor esteve aposentado será contado apenas

para nova aposentadoria.

§ 2º Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às Forças Arma-

das em operações de guerra.

§ 3º É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado con-

comitantemente em mais de um cargo ou função de órgão ou entidades dos

Poderes da União, Estado, Distrito Federal e Município, autarquia, fundação

pública, sociedade de economia mista e empresa pública.

Capítulo VIII
Do Direito de Petição

Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Pú-

blicos, em defesa de direito ou interesse legítimo.

661
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Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade competente para de-

cidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente

subordinado o requerente.

Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expe-

dido o ato ou proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado. (Vide

Lei n. 12.300, de 2010)

Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsideração de que tra-

tam os artigos anteriores deverão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias

e decididos dentro de 30 (trinta) dias.

Art. 107. Caberá recurso: (Vide Lei n. 12.300, de 2010)

I – do indeferimento do pedido de reconsideração;

II – das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.

§ 1º O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que

tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala

ascendente, às demais autoridades.

§ 2º O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que es-

tiver imediatamente subordinado o requerente.

Art. 108. O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de

recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da ciência, pelo inte-

ressado, da decisão recorrida. (Vide Lei n. 12.300, de 2010)

Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo da

autoridade competente.

Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou

do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato impugnado.

Art. 110. O direito de requerer prescreve:

662
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I – em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de apo-

sentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos

resultantes das relações de trabalho;

II – em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro

prazo for fixado em lei.

Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data da publicação

do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não

for publicado.

Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, inter-

rompem a prescrição.

Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela

administração.

Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista do

processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele

constituído.

Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo,

quando eivados de ilegalidade.

Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capí-

tulo, salvo motivo de força maior.

TÍTULO IV
DO REGIME DISCIPLINAR
Capítulo I
Dos Deveres

Art. 116. São deveres do servidor:

I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;

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II – ser leal às instituições a que servir;

III – observar as normas legais e regulamentares;

IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

V – atender com presteza:

a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas

as protegidas por sigilo;

b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclare-

cimento de situações de interesse pessoal;

c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.

VI – levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao

conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvi-

mento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apura-

ção; (Redação dada pela Lei n. 12.527, de 2011)

VII – zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio pú-

blico;

VIII – guardar sigilo sobre assunto da repartição;

IX – manter conduta compatível com a moralidade administrativa;

X – ser assíduo e pontual ao serviço;

XI – tratar com urbanidade as pessoas;

XII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encami-

nhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra

a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.

664
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Capítulo II

Das Proibições

Art. 117. Ao servidor é proibido: (Vide Medida Provisória n. 2.225-45, de

4.9.2001)

I – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização

do chefe imediato;

II – retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer do-

cumento ou objeto da repartição;

III – recusar fé a documentos públicos;

IV – opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo

ou execução de serviço;

V – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repar-

tição;

VI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em

lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu

subordinado;

VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação

profissional ou sindical, ou a partido político;

VIII – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança,

cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;

IX – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em de-

trimento da dignidade da função pública;

X – participar de gerência ou administração de sociedade privada, per-

sonificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de

acionista, cotista ou comanditário; (Redação dada pela Lei n. 11.784, de 2008

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XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públi-

cas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de

parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;

XII – receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espé-

cie, em razão de suas atribuições;

XIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;

XIV – praticar usura sob qualquer de suas formas;

XV – proceder de forma desidiosa;

XVI – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou

atividades particulares;

XVII – cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa,

exceto em situações de emergência e transitórias;

XVIII – exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exer-

cício do cargo ou função e com o horário de trabalho;

XIX – recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. (In-

cluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo

não se aplica nos seguintes casos: (Incluído pela Lei n. 11.784, de 2008

I – participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou

entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no

capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a

seus membros; e (Incluído pela Lei n. 11.784, de 2008

II – gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do

art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de interesses. (Incluí-

do pela Lei n. 11.784, de 2008

666
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Capítulo III
Da Acumulação

Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acu-

mulação remunerada de cargos públicos.

§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em

autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia

mista da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Muni-

cípios.

§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à compro-

vação da compatibilidade de horários.

§ 3º Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de car-

go ou emprego público efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os

cargos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis na ativida-

de. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão,

exceto no caso previsto no parágrafo único do art. 9º, nem ser remunerado

pela participação em órgão de deliberação coletiva. (Redação dada pela Lei n.

9.527, de 10.12.97)

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remuneração de-

vida pela participação em conselhos de administração e fiscal das empresas

públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas,

bem como quaisquer empresas ou entidades em que a União, direta ou in-

diretamente, detenha participação no capital social, observado o que, a res-

peito, dispuser legislação específica. (Redação dada pela Medida Provisória n.

2.225-45, de 4.9.2001)

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Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular licita-

mente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em

comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em

que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles,

declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.

(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Capítulo IV
Das Responsabilidades

Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo


exercício irregular de suas atribuições.
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo,
doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente
será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que asse-
gurem a execução do débito pela via judicial.
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor pe-
rante a Fazenda Pública, em ação regressiva.
§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra
eles será executada, até o limite do valor da herança recebida.
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções
imputadas ao servidor, nessa qualidade.
Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo
ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se,
sendo independentes entre si.
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no
caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou


administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver
suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apura-

ção de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que te-

nha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego

ou função pública. (Incluído pela Lei n. 12.527, de 2011)

Capítulo V
Das Penalidades

Art. 127. São penalidades disciplinares:

I – advertência;

II – suspensão;

III – demissão;

IV – cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

V – destituição de cargo em comissão;

VI – destituição de função comissionada.

Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e

a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o ser-

viço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes

funcionais.

Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o

fundamento legal e a causa da sanção disciplinar. (Incluído pela Lei n. 9.527,

de 10.12.97)

Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação

de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância

de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que

669
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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não justifique imposição de penalidade mais grave. (Redação dada pela Lei n.

9.527, de 10.12.97)

Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas

punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifi-

quem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90

(noventa) dias.

§ 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que,

injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determina-

da pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez

cumprida a determinação.

§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de sus-

pensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por

cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a

permanecer em serviço.

Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus regis-

tros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercí-

cio, respectivamente, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova

infração disciplinar.

Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retro-

ativos.

Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:

I – crime contra a administração pública;

II – abandono de cargo;

III – inassiduidade habitual;

IV – improbidade administrativa;

V – incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;

VI – insubordinação grave em serviço;

670
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VII – ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legíti-

ma defesa própria ou de outrem;

VIII – aplicação irregular de dinheiros públicos;

IX – revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;

X – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional;

XI – corrupção;

XII – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;

XIII – transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.

Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, em-

pregos ou funções públicas, a autoridade a que se refere o art. 143 notificará

o servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar opção no

prazo improrrogável de dez dias, contados da data da ciência e, na hipótese

de omissão, adotará procedimento sumário para a sua apuração e regulari-

zação imediata, cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas

seguintes fases:(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

I – instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser

composta por dois servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria


e a materialidade da transgressão objeto da apuração; (Incluído pela Lei n.

9.527, de 10.12.97)

II – instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório; (In-

cluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

III – julgamento. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 1º A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo nome e

matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos cargos, empregos

ou funções públicas em situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou enti-

dades de vinculação, das datas de ingresso, do horário de trabalho e do cor-

respondente regime jurídico. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

671
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato que a cons-
tituiu, termo de indiciação em que serão transcritas as informações de que
trata o parágrafo anterior, bem como promoverá a citação pessoal do servidor
indiciado, ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de cinco
dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na re-
partição, observado o disposto nos arts. 163 e 164. (Redação dada pela Lei

n. 9.527, de 10.12.97)

§ 3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quan-

to à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças

principais dos autos, opinará sobre a licitude da acumulação em exame, indi-

cará o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade instau-

radora, para julgamento. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 4º No prazo de cinco dias, contados do recebimento do processo, a au-

toridade julgadora proferirá a sua decisão, aplicando-se, quando for o caso, o

disposto no § 3º do art. 167. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 5º A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa configu-

rará sua boa-fé, hipótese em que se converterá automaticamente em pedido

de exoneração do outro cargo. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 6º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a

pena de demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilida-

de em relação aos cargos, empregos ou funções públicas em regime de acu-

mulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação serão

comunicados. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 7º O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar sub-

metido ao rito sumário não excederá trinta dias, contados da data de publi-

cação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por até

quinze dias, quando as circunstâncias o exigirem. (Incluído pela Lei n. 9.527,

de 10.12.97)

672
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 8º O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste artigo, ob-

servando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamente, as disposições dos

Títulos IV e V desta Lei. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo

que houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão.

Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante

de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração sujeita às penalidades de

suspensão e de demissão.

Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este artigo, a exone-

ração efetuada nos termos do art. 35 será convertida em destituição de cargo

em comissão.

Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos

dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132, implica a indisponibilidade dos bens e

o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível.

Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infrin-

gência do art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova

investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.

Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor

que for demitido ou destituído do cargo em comissão por infringência do art.

132, incisos I, IV, VIII, X e XI.

Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência intencional do servidor

ao serviço por mais de trinta dias consecutivos.

Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem

causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de

doze meses.

Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade habitu-

al, também será adotado o procedimento sumário a que se refere o art.

673
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

133, observando-se especialmente que: (Redação dada pela Lei n. 9.527, de

10.12.97)

I – a indicação da materialidade dar-se-á: (Incluído pela Lei n. 9.527, de

10.12.97)

a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa do período

de ausência intencional do servidor ao serviço superior a trinta dias; (Incluído

pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de falta ao

serviço sem causa justificada, por período igual ou superior a sessenta dias

interpoladamente, durante o período de doze meses;  (Incluído pela Lei n.

9.527, de 10.12.97)

II – após a apresentação da defesa a comissão elaborará relatório conclu-

sivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá

as peças principais dos autos, indicará o respectivo dispositivo legal, opinará,

na hipótese de abandono de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao

serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à autoridade instauradora

para julgamento. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:

I – pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder

Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República,

quando se tratar de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade

de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou entidade;

II – pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente infe-

rior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se tratar de suspensão

superior a 30 (trinta) dias;

674
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respecti-

vos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão

de até 30 (trinta) dias;

IV – pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de

destituição de cargo em comissão.

Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:

I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassa-

ção de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;

II – em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;

III – em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.

§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tor-

nou conhecido.

§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações

disciplinares capituladas também como crime.

§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar

interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade compe-

tente.

§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir

do dia em que cessar a interrupção.

TÍTULO V
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
Capítulo I
Disposições Gerais

Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço pú-

blico é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância

ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.

675
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º (Revogado pela Lei n. 11.204, de 2005)

§ 2º (Revogado pela Lei n. 11.204, de 2005)

§ 3º A apuração de que trata o caput, por solicitação da autoridade a que

se refere, poderá ser promovida por autoridade de órgão ou entidade diverso

daquele em que tenha ocorrido a irregularidade, mediante competência espe-

cífica para tal finalidade, delegada em caráter permanente ou temporário pelo

Presidente da República, pelos presidentes das Casas do Poder Legislativo e

dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, no âmbito do

respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as competências para o jul-

gamento que se seguir à apuração. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração,

desde que contenham a identificação e o endereço do denunciante e sejam

formuladas por escrito, confirmada a autenticidade.

Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evidente infração

disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto.

Art. 145. Da sindicância poderá resultar:

I – arquivamento do processo;

II – aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 (trin-

ta) dias;

III – instauração de processo disciplinar.

Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30

(trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a critério da autori-

dade superior.

Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposi-

ção de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão,

cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em

comissão, será obrigatória a instauração de processo disciplinar.

676
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Capítulo II
Do Afastamento Preventivo

Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a

influir na apuração da irregularidade, a autoridade instauradora do processo

disciplinar poderá determinar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo

prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.

Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo,

findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.

Capítulo III
Do Processo Disciplinar

Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar res-

ponsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas atribui-

ções, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre

investido.

Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão composta

de três servidores estáveis designados pela autoridade competente, observa-

do o disposto no § 3º do art. 143, que indicará, dentre eles, o seu presidente,

que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter

nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. (Redação dada pela

Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 1º A Comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presi-

dente, podendo a indicação recair em um de seus membros.

677
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito,

cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consanguíneo ou afim, em li-

nha reta ou colateral, até o terceiro grau.

Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com independência e im-

parcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido

pelo interesse da administração.

Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões terão caráter

reservado.

Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:

I – instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão;

II – inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relató-

rio;

III – julgamento.

Art. 152. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá

60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato que constituir a

comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo, quando as circunstân-

cias o exigirem.

§ 1º Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo integral aos seus

trabalhos, ficando seus membros dispensados do ponto, até a entrega do re-

latório final.

§ 2º As reuniões da comissão serão registradas em atas que deverão de-

talhar as deliberações adotadas.

678
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Seção I
Do Inquérito

Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do contra-

ditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utilização dos meios e

recursos admitidos em direito.

Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo disciplinar, como

peça informativa da instrução.

Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a

infração está capitulada como ilícito penal, a autoridade competente encami-

nhará cópia dos autos ao Ministério Público, independentemente da imediata

instauração do processo disciplinar.

Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de depoi-

mentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta

de prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a

permitir a completa elucidação dos fatos.

Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo

pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e reinquirir testemu-

nhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar

de prova pericial.

§ 1º O presidente da comissão poderá denegar pedidos considerados im-

pertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para o escla-

recimento dos fatos.

§ 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do

fato independer de conhecimento especial de perito.

679
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado

expedido pelo presidente da comissão, devendo a segunda via, com o ciente

do interessado, ser anexado aos autos.

Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a expedição do

mandado será imediatamente comunicada ao chefe da repartição onde serve,

com a indicação do dia e hora marcados para inquirição.

Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não

sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito.

§ 1º As testemunhas serão inquiridas separadamente.

§ 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem, pro-

ceder-se-á à acareação entre os depoentes.

Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá

o interrogatório do acusado, observados os procedimentos previstos nos arts.

157 e 158.

§ 1º No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido separa-

damente, e sempre que divergirem em suas declarações sobre fatos ou cir-

cunstâncias, será promovida a acareação entre eles.

§ 2º O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem como

à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e

respostas, facultando-se-lhe, porém, reinquiri-las, por intermédio do presi-

dente da comissão.

Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a

comissão proporá à autoridade competente que ele seja submetido a exame

por junta médica oficial, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra.

Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será processado em auto

apartado e apenso ao processo principal, após a expedição do laudo pericial.

680
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Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indiciação do ser-

vidor, com a especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas.

§ 1º O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da

comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegu-

rando-se-lhe vista do processo na repartição.

§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20 (vinte) dias.

§ 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para diligências

reputadas indispensáveis.

§ 4º No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia da citação,

o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo

membro da comissão que fez a citação, com a assinatura de (2) duas teste-

munhas.

Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar

à comissão o lugar onde poderá ser encontrado.

Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será cita-

do por edital, publicado no Diário Oficial da União e em jornal de grande cir-

culação na localidade do último domicílio conhecido, para apresentar defesa.

Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa será de 15

(quinze) dias a partir da última publicação do edital.

Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não

apresentar defesa no prazo legal.

§ 1º A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devolve-

rá o prazo para a defesa.

§ 2º Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do proces-

so designará um servidor como defensor dativo, que deverá ser ocupante de

cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual

ou superior ao do indiciado. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

681
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório minucioso,

onde resumirá as peças principais dos autos e mencionará as provas em que

se baseou para formar a sua convicção.

§ 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsa-

bilidade do servidor.

§ 2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão indicará o

dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias

agravantes ou atenuantes.

Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será reme-

tido à autoridade que determinou a sua instauração, para julgamento.

Seção II
Do Julgamento

Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do pro-

cesso, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão.

§ 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autoridade ins-

tauradora do processo, este será encaminhado à autoridade competente, que

decidirá em igual prazo.

§ 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o julgamen-

to caberá à autoridade competente para a imposição da pena mais grave.

§ 3º Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação de aposentadoria

ou disponibilidade, o julgamento caberá às autoridades de que trata o inciso

I do art. 141.

§ 4º Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a autoridade ins-

tauradora do processo determinará o seu arquivamento, salvo se flagrante-

mente contrária à prova dos autos. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

682
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando

contrário às provas dos autos.

Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos

autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, agravar a penalidade

proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade.

Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade que de-

terminou a instauração do processo ou outra de hierarquia superior declarará

a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de

outra comissão para instauração de novo processo.(Redação dada pela Lei n.

9.527, de 10.12.97)

§ 1º O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do processo.

§ 2º A autoridade julgadora que der causa à prescrição de que trata o art.

142, § 2º, será responsabilizada na forma do Capítulo IV do Título IV.

Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora

determinará o registro do fato nos assentamentos individuais do servidor.

Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como crime, o processo

disciplinar será remetido ao Ministério Público para instauração da ação pe-

nal, ficando trasladado na repartição.

Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser

exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do

processo e o cumprimento da penalidade, acaso aplicada.

Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o parágrafo único,

inciso I do art. 34, o ato será convertido em demissão, se for o caso.

Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:

I – ao servidor convocado para prestar depoimento fora da sede de sua

repartição, na condição de testemunha, denunciado ou indiciado;

683
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – aos membros da comissão e ao secretário, quando obrigados a se

deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de missão essencial ao

esclarecimento dos fatos.

Seção III
Da Revisão do Processo

Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a

pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias sus-

cetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade

aplicada.

§ 1º Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor,

qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do processo.

§ 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida

pelo respectivo curador.

Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente.

Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade não constitui fun-

damento para a revisão, que requer elementos novos, ainda não apreciados

no processo originário.

Art. 177. O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Ministro

de Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar a revisão, encaminha-

rá o pedido ao dirigente do órgão ou entidade onde se originou o processo

disciplinar.

Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade competente providencia-

rá a constituição de comissão, na forma do art. 149.

Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo originário.

Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e hora para a

produção de provas e inquirição das testemunhas que arrolar.

684
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a conclusão

dos trabalhos.

Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que couber,

as normas e procedimentos próprios da comissão do processo disciplinar.

Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade, nos

termos do art. 141.

Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias, con-

tados do recebimento do processo, no curso do qual a autoridade julgadora

poderá determinar diligências.

Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a pe-

nalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em

relação à destituição do cargo em comissão, que será convertida em exone-

ração.

Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento

de penalidade.
TÍTULO VI
DA SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR
Capítulo I
Disposições Gerais

Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social para o servidor e

sua família.

§ 1º O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja, simulta-

neamente, ocupante de cargo ou emprego efetivo na administração pública

direta, autárquica e fundacional não terá direito aos benefícios do Plano de

Seguridade Social, com exceção da assistência à saúde. (Redação dada pela

Lei n. 10.667, de 14.5.2003)

685
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, sem direito à re-

muneração, inclusive para servir em organismo oficial internacional do qual o

Brasil seja membro efetivo ou com o qual coopere, ainda que contribua para

regime de previdência social no exterior, terá suspenso o seu vínculo com o

regime do Plano de Seguridade Social do Servidor Público enquanto durar

o afastamento ou a licença, não lhes assistindo, neste período, os benefí-

cios do mencionado regime de previdência. (Incluído pela Lei n. 10.667, de

14.5.2003)

§ 3º Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem remunera-

ção a manutenção da vinculação ao regime do Plano de Seguridade Social do

Servidor Público, mediante o recolhimento mensal da respectiva contribuição,

no mesmo percentual devido pelos servidores em atividade, incidente sobre

a remuneração total do cargo a que faz jus no exercício de suas atribuições,

computando-se, para esse efeito, inclusive, as vantagens pessoais. (Incluído

pela Lei n. 10.667, de 14.5.2003)

§ 4º O recolhimento de que trata o § 3º deve ser efetuado até o segundo

dia útil após a data do pagamento das remunerações dos servidores públicos,

aplicando-se os procedimentos de cobrança e execução dos tributos federais

quando não recolhidas na data de vencimento. (Incluído pela Lei n. 10.667,

de 14.5.2003)

Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cobertura aos riscos

a que estão sujeitos o servidor e sua família, e compreende um conjunto de

benefícios e ações que atendam às seguintes finalidades:

I – garantir meios de subsistência nos eventos de doença, invalidez, velhi-

ce, acidente em serviço, inatividade, falecimento e reclusão;

II – proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;

III – assistência à saúde.

686
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos termos e condições

definidos em regulamento, observadas as disposições desta Lei.

Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do servidor com-

preendem:

I – quanto ao servidor:

a) aposentadoria;

b) auxílio-natalidade;

c) salário-família;

d) licença para tratamento de saúde;

e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade;

f) licença por acidente em serviço;

g) assistência à saúde;

h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho satisfatórias;

II – quanto ao dependente:

a) pensão vitalícia e temporária;

b) auxílio-funeral;

c) auxílio-reclusão;

d) assistência à saúde.

§ 1º As aposentadorias e pensões serão concedidas e mantidas pelos ór-

gãos ou entidades aos quais se encontram vinculados os servidores, observa-

do o disposto nos arts. 189 e 224.

§ 2º O recebimento indevido de benefícios havidos por fraude, dolo ou

má-fé, implicará devolução ao erário do total auferido, sem prejuízo da ação

penal cabível.

687
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO II
DOS BENEFÍCIOS
Seção I
Da Aposentadoria

Art. 186. O servidor será aposentado: (Vide art. 40 da Constituição)

I – por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando de-

corrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, con-

tagiosa ou incurável, especificada em lei, e proporcionais nos demais casos;

II – compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos propor-

cionais ao tempo de serviço;

III – voluntariamente:

a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30 (trinta) se

mulher, com proventos integrais;

b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de magistério se

professor, e 25 (vinte e cinco) se professora, com proventos integrais;

c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cinco) se

mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;

d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos 60 (sessen-

ta) se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.

§ 1º Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, a que se

refere o inciso I deste artigo, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose

múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no serviço públi-

co, hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parkinson, paralisia irreversí-

vel e incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados

avançados do mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodefi-

ciência Adquirida – AIDS, e outras que a lei indicar, com base na medicina

especializada.

688
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º Nos casos de exercício de atividades consideradas insalubres ou peri-

gosas, bem como nas hipóteses previstas no art. 71, a aposentadoria de que

trata o inciso III, “a” e “c”, observará o disposto em lei específica.

§ 3º Na hipótese do inciso I o servidor será submetido à junta médica

oficial, que atestará a invalidez quando caracterizada a incapacidade para o

desempenho das atribuições do cargo ou a impossibilidade de se aplicar o

disposto no art. 24. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 187. A aposentadoria compulsória será automática, e declarada por

ato, com vigência a partir do dia imediato àquele em que o servidor atingir a

idade-limite de permanência no serviço ativo.

Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a partir da

data da publicação do respectivo ato.

§ 1º A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para trata-

mento de saúde, por período não excedente a 24 (vinte e quatro) meses.

§ 2º Expirado o período de licença e não estando em condições de reassu-

mir o cargo ou de ser readaptado, o servidor será aposentado.

§ 3º O lapso de tempo compreendido entre o término da licença e a pu-

blicação do ato da aposentadoria será considerado como de prorrogação da

licença.

§ 4º Para os fins do disposto no § 1º deste artigo, serão consideradas ape-

nas as licenças motivadas pela enfermidade ensejadora da invalidez ou doen-

ças correlacionadas. (Incluído pela Lei n. 11.907, de 2009)

§ 5º A critério da Administração, o servidor em licença para tratamento de

saúde ou aposentado por invalidez poderá ser convocado a qualquer momen-

to, para avaliação das condições que ensejaram o afastamento ou a aposen-

tadoria. (Incluído pela Lei n. 11.907, de 2009)

689
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Art. 189. O provento da aposentadoria será calculado com observância

do disposto no § 3º do art. 41, e revisto na mesma data e proporção, sempre

que se modificar a remuneração dos servidores em atividade.

Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou van-

tagens posteriormente concedidas aos servidores em atividade, inclusive

quando decorrentes de transformação ou reclassificação do cargo ou função

em que se deu a aposentadoria.

Art. 190. O servidor aposentado com provento proporcional ao tempo

de serviço se acometido de qualquer das moléstias especificadas no § 1º do

art. 186 desta Lei e, por esse motivo, for considerado inválido por junta

médica oficial passará a perceber provento integral, calculado com base no

fundamento legal de concessão da aposentadoria. (Redação dada pela Lei n.

11.907, de 2009)

Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, o provento não será

inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade.

Art. 192. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 193. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratificação natalina, até o

dia vinte do mês de dezembro, em valor equivalente ao respectivo provento,

deduzido o adiantamento recebido.

Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente participado de opera-

ções bélicas, durante a Segunda Guerra Mundial, nos termos da Lei n. 5.315,

de 12 de setembro de 1967, será concedida aposentadoria com provento in-

tegral, aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço efetivo.

690
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Seção II
Do Auxílio-Natalidade

Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de nas-

cimento de filho, em quantia equivalente ao menor vencimento do serviço

público, inclusive no caso de natimorto.

§ 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de 50% (cin-

quenta por cento), por nascituro.

§ 2º O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor público,

quando a parturiente não for servidora.

Seção III
Do Salário-Família

Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao inativo, por

dependente econômico.

Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômicos para efeito de

percepção do salário-família:

I  – o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados até 21

(vinte e um) anos de idade ou, se estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou,

se inválido, de qualquer idade;

II – o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autorização judicial,

viver na companhia e às expensas do servidor, ou do inativo;

III – a mãe e o pai sem economia própria.

Art. 198. Não se configura a dependência econômica quando o benefici-

ário do salário-família perceber rendimento do trabalho ou de qualquer outra

fonte, inclusive pensão ou provento da aposentadoria, em valor igual ou su-

perior ao salário-mínimo.

691
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos e viverem em

comum, o salário-família será pago a um deles; quando separados, será pago

a um e outro, de acordo com a distribuição dos dependentes.

Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a madrasta e,

na falta destes, os representantes legais dos incapazes.

Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer tributo, nem ser-

virá de base para qualquer contribuição, inclusive para a Previdência Social.

Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração, não acarre-

ta a suspensão do pagamento do salário-família.

Seção IV
Da Licença para Tratamento de Saúde

Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde,

a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remune-

ração a que fizer jus.

Art. 203. A licença de que trata o art. 202 desta Lei será concedida com

base em perícia oficial. (Redação dada pela Lei n. 11.907, de 2009)

§ 1º Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada na residên-

cia do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado.

§ 2º Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde se encontra ou

tenha exercício em caráter permanente o servidor, e não se configurando as

hipóteses previstas nos parágrafos do art. 230, será aceito atestado passado

por médico particular. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 3º No caso do § 2º deste artigo, o atestado somente produzirá efeitos

depois de recepcionado pela unidade de recursos humanos do órgão ou enti-

dade. (Redação dada pela Lei n. 11.907, de 2009)

692
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 4º A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte) dias no período

de 12 (doze) meses a contar do primeiro dia de afastamento será concedi-

da mediante avaliação por junta médica oficial.  (Redação dada pela Lei n.

11.907, de 2009)

§ 5º A perícia oficial para concessão da licença de que trata o caput deste

artigo, bem como nos demais casos de perícia oficial previstos nesta Lei, será

efetuada por cirurgiões-dentistas, nas hipóteses em que abranger o campo

de atuação da odontologia. (Incluído pela Lei n. 11.907, de 2009)

Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a 15 (quinze) dias,

dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispensada de perícia oficial, na forma de-

finida em regulamento. (Redação dada pela Lei n. 11.907, de 2009)

Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome

ou natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões produzidas por aci-

dente em serviço, doença profissional ou qualquer das doenças especificadas

no art. 186, § 1º.

Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas ou fun-

cionais será submetido a inspeção médica.

Art. 206-A. O servidor será submetido a exames médicos periódicos, nos

termos e condições definidos em regulamento. (Incluído pela Lei n. 11.907,

de 2009) (Regulamento).

Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, a União e suas enti-

dades autárquicas e fundacionais poderão: (Incluído pela Lei n. 12.998, de

2014)

I – prestar os exames médicos periódicos diretamente pelo órgão ou en-

tidade à qual se encontra vinculado o servidor; (Incluído pela Lei n. 12.998,

de 2014)

693
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – celebrar convênio ou instrumento de cooperação ou parceria com os

órgãos e entidades da administração direta, suas autarquias e fundações; (In-

cluído pela Lei n. 12.998, de 2014)

III – celebrar convênios com operadoras de plano de assistência à saúde,

organizadas na modalidade de autogestão, que possuam autorização de fun-

cionamento do órgão regulador, na forma do art. 230; ou (Incluído pela Lei

n. 12.998, de 2014)

IV – prestar os exames médicos periódicos mediante contrato administra-

tivo, observado o disposto na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e demais

normas pertinentes. (Incluído pela Lei n. 12.998, de 2014)

Seção V
Da Licença à Gestante, à Adotante e da Licença-Paternidade

Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento

e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração. (Vide Decreto n.

6.690, de 2008)

§ 1º A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação,

salvo antecipação por prescrição médica.

§ 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do

parto.

§ 3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servido-

ra será submetida a exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício.

§ 4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito

a 30 (trinta) dias de repouso remunerado.

Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à

licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.

694
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis meses, a

servidora lactante terá direito, durante a jornada de trabalho, a uma hora de

descanso, que poderá ser parcelada em dois períodos de meia hora.

Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até

1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias de licença remune-

rada. (Vide Decreto n. 6.691, de 2008)

Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de criança com

mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este artigo será de 30

(trinta) dias.

Seção VI
Da Licença por Acidente em Serviço

Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor aciden-

tado em serviço.

Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido

pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atribui-

ções do cargo exercido.

Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano:

I – decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exer-

cício do cargo;

II – sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.

Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessite de tratamento

especializado poderá ser tratado em instituição privada, à conta de recursos

públicos.

695
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Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médica oficial cons-

titui medida de exceção e somente será admissível quando inexistirem meios

e recursos adequados em instituição pública.

Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez) dias, pror-

rogável quando as circunstâncias o exigirem.

Seção VII
Da Pensão

Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes, nas hipóteses legais,

fazem jus à pensão a partir da data de óbito, observado o limite estabelecido

no inciso XI do caput do art. 37 da Constituição Federal e no art. 2º da Lei

no 10.887, de 18 de junho de 2004. (Redação dada pela Lei n. 13.135, de

2015)

Art. 216. (Revogado pela Medida Provisória n. 664, de 2014) (Vigência)

(Revogado pela Lei n. 13.135, de 2015)

Art. 217. São beneficiários das pensões: 

I – o cônjuge; (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)

a) (Revogada); (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)

b) (Revogada); (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)

c) (Revogada); (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)

d) (Revogada); (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)

e) (Revogada); (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)

II – o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, com per-

cepção de pensão alimentícia estabelecida judicialmente; (Redação dada pela

Lei n. 13.135, de 2015)

696
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a) (Revogada); (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)

b) (Revogada); (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)

c) Revogada); (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)

d) (Revogada); (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)

III – o companheiro ou companheira que comprove união estável como

entidade familiar; (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)

IV – o filho de qualquer condição que atenda a um dos seguintes requisi-

tos: (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)

a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; (Incluído pela Lei n. 13.135, de

2015)

b) seja inválido; (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)

c) (Vide Lei n. 13.135, de 2015) (Vigência)

d) tenha deficiência intelectual ou mental, nos termos do regulamento;

(Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)

V – a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do servidor; e

(Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)

VI – o irmão de qualquer condição que comprove dependência econômica

do servidor e atenda a um dos requisitos previstos no inciso IV. (Incluído pela

Lei n. 13.135, de 2015)

§ 1º A concessão de pensão aos beneficiários de que tratam os incisos I

a IV do caput exclui os beneficiários referidos nos incisos V e VI. (Redação

dada pela Lei n. 13.135, de 2015)

§ 2º A concessão de pensão aos beneficiários de que trata o inciso V

do caput exclui o beneficiário referido no inciso VI. (Redação dada pela Lei

n. 13.135, de 2015)

697
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declara-

ção do servidor e desde que comprovada dependência econômica, na forma

estabelecida em regulamento. (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)

Art. 218. Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão, o seu valor

será distribuído em partes iguais entre os beneficiários habilitados. (Redação

dada pela Lei n. 13.135, de 2015)

§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)

§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)

§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)

Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo, prescrevendo

tão somente as prestações exigíveis há mais de 5 (cinco) anos.

Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova posterior ou habili-

tação tardia que implique exclusão de beneficiário ou redução de pensão só

produzirá efeitos a partir da data em que for oferecida.

Art. 220. Perde o direito à pensão por morte: (Redação dada pela Lei n.

13.135, de 2015)

I – após o trânsito em julgado, o beneficiário condenado pela prática de

crime de que tenha dolosamente resultado a morte do servidor; (Incluído

pela Lei n. 13.135, de 2015)

II – o cônjuge, o companheiro ou a companheira se comprovada, a qual-

quer tempo, simulação ou fraude no casamento ou na união estável, ou a for-

malização desses com o fim exclusivo de constituir benefício previdenciário,

apuradas em processo judicial no qual será assegurado o direito ao contradi-

tório e à ampla defesa. (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)

Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte presumida do ser-

vidor, nos seguintes casos:

I – declaração de ausência, pela autoridade judiciária competente;

698
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou acidente


não caracterizado como em serviço;
III  – desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo ou em
missão de segurança.
Parágrafo único. A pensão provisória será transformada em vitalícia ou
temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco) anos de sua vigência, res-
salvado o eventual reaparecimento do servidor, hipótese em que o benefício
será automaticamente cancelado.
Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário:
I – o seu falecimento;
II – a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a concessão
da pensão ao cônjuge;
III – a cessação da invalidez, em se tratando de beneficiário inválido, o
afastamento da deficiência, em se tratando de beneficiário com deficiência,
ou o levantamento da interdição, em se tratando de beneficiário com defici-
ência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz,
respeitados os períodos mínimos decorrentes da aplicação das alíneas “a” e
“b” do inciso VII; (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)
IV  – o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos, pelo filho ou ir-
mão; (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)
V – a acumulação de pensão na forma do art. 225;
VI – a renúncia expressa; e (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)
VII  – em relação aos beneficiários de que tratam os incisos I a III
do caput do art. 217: (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)
a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o servidor

tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou se o casamento ou a

união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito

do servidor; (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)

699
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade

do pensionista na data de óbito do servidor, depois de vertidas 18 (dezoito)

contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o início do casamento

ou da união estável: (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)

1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; (Incluído

pela Lei n. 13.135, de 2015)

2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de ida-

de; (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)

3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de ida-

de; (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)

4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; (In-

cluído pela Lei n. 13.135, de 2015)

5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos

de idade; (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)

6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade. (Incluído

pela Lei n. 13.135, de 2015)

§ 1º A critério da administração, o beneficiário de pensão cuja preservação

seja motivada por invalidez, por incapacidade ou por deficiência poderá ser

convocado a qualquer momento para avaliação das referidas condições. (In-

cluído pela Lei n. 13.135, de 2015)

§ 2º Serão aplicados, conforme o caso, a regra contida no inciso III ou os

prazos previstos na alínea “b” do inciso VII, ambos do caput, se o óbito do

servidor decorrer de acidente de qualquer natureza ou de doença profissional

ou do trabalho, independentemente do recolhimento de 18 (dezoito) contri-

buições mensais ou da comprovação de 2 (dois) anos de casamento ou de

união estável. (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)

700
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e desde que nesse

período se verifique o incremento mínimo de um ano inteiro na média nacio-

nal única, para ambos os sexos, correspondente à expectativa de sobrevida

da população brasileira ao nascer, poderão ser fixadas, em números inteiros,

novas idades para os fins previstos na alínea “b” do inciso VII do caput, em

ato do Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão, limitado

o acréscimo na comparação com as idades anteriores ao referido incremen-

to. (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)

§ 4º O tempo de contribuição a Regime Próprio de Previdência Social

(RPPS) ou ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) será considerado na

contagem das 18 (dezoito) contribuições mensais referidas nas alíneas “a” e

“b” do inciso VII do caput. (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)

Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário, a respectiva

cota reverterá para os cobeneficiários. (Redação dada pela Lei n. 13.135, de

2015)

I – (Revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)

II – (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)

Art. 224. As pensões serão automaticamente atualizadas na mesma data

e na mesma proporção dos reajustes dos vencimentos dos servidores, apli-

cando-se o disposto no parágrafo único do art. 189.

Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção cumulativa

de pensão deixada por mais de um cônjuge ou companheiro ou companheira

e de mais de 2 (duas) pensões. (Redação dada pela Lei n. 13.135, de 2015)

701
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção VIII
Do Auxílio-Funeral

Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido na ati-

vidade ou aposentado, em valor equivalente a um mês da remuneração ou

provento.

§ 1º No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será pago somente

em razão do cargo de maior remuneração.

§ 2º (VETADO).

§ 3º O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, por meio

de procedimento sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o

funeral.

Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este será indenizado,

observado o disposto no artigo anterior.

Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do local de

trabalho, inclusive no exterior, as despesas de transporte do corpo correrão à

conta de recursos da União, autarquia ou fundação pública.

Seção IX
Do Auxílio-Reclusão

Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos se-

guintes valores:

I – dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em

flagrante ou preventiva, determinada pela autoridade competente, enquanto

perdurar a prisão;

702
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de con-

denação, por sentença definitiva, a pena que não determine a perda de cargo.

§ 1º Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor terá direito à

integralização da remuneração, desde que absolvido.

§ 2º O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia imediato

àquele em que o servidor for posto em liberdade, ainda que condicional.

§ 3º Ressalvado o disposto neste artigo, o auxílio-reclusão será devido,

nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do segurado

recolhido à prisão. (Incluído pela Lei n. 13.135, de 2015)

Capítulo III
Da Assistência à Saúde

Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e de sua

família compreende assistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica

e farmacêutica, terá como diretriz básica o implemento de ações preventivas

voltadas para a promoção da saúde e será prestada pelo Sistema Único de

Saúde – SUS, diretamente pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado

o servidor, ou mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio,

mediante ressarcimento parcial do valor despendido pelo servidor, ativo ou

inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos ou seguros privados

de assistência à saúde, na forma estabelecida em regulamento. (Redação

dada pela Lei n. 11.302 de 2006)

§ 1º Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja exigida perícia, avalia-

ção ou inspeção médica, na ausência de médico ou junta médica oficial, para

a sua realização o órgão ou entidade celebrará, preferencialmente, convênio

com unidades de atendimento do sistema público de saúde, entidades sem

703
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

fins lucrativos declaradas de utilidade pública, ou com o Instituto Nacional do

Seguro Social – INSS. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 2º Na impossibilidade, devidamente justificada, da aplicação do dispos-

to no parágrafo anterior, o órgão ou entidade promoverá a contratação da

prestação de serviços por pessoa jurídica, que constituirá junta médica es-

pecificamente para esses fins, indicando os nomes e especialidades dos seus

integrantes, com a comprovação de suas habilitações e de que não estejam

respondendo a processo disciplinar junto à entidade fiscalizadora da profis-

são. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 3º Para os fins do disposto no caput deste artigo, ficam a União e suas

entidades autárquicas e fundacionais autorizadas a: (Incluído pela Lei n.

11.302 de 2006)

I – celebrar convênios exclusivamente para a prestação de serviços de

assistência à saúde para os seus servidores ou empregados ativos, aposenta-

dos, pensionistas, bem como para seus respectivos grupos familiares defini-

dos, com entidades de autogestão por elas patrocinadas por meio de instru-

mentos jurídicos efetivamente celebrados e publicados até 12 de fevereiro de

2006 e que possuam autorização de funcionamento do órgão regulador, sen-

do certo que os convênios celebrados depois dessa data somente poderão sê-

-lo na forma da regulamentação específica sobre patrocínio de autogestões, a

ser publicada pelo mesmo órgão regulador, no prazo de 180 (cento e oitenta)

dias da vigência desta Lei, normas essas também aplicáveis aos convênios

existentes até 12 de fevereiro de 2006; (Incluído pela Lei n. 11.302 de 2006)

II – contratar, mediante licitação, na forma da Lei no 8.666, de 21 de junho

de 1993, operadoras de planos e seguros privados de assistência à saúde que

possuam autorização de funcionamento do órgão regulador; (Incluído pela

Lei n. 11.302 de 2006)

704
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.302 de 2006)

§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.302 de 2006)

§ 5º O valor do ressarcimento fica limitado ao total despendido pelo ser-

vidor ou pensionista civil com plano ou seguro privado de assistência à saú-

de. (Incluído pela Lei n. 11.302 de 2006)

CAPÍTULO IV
DO CUSTEIO

Art. 231. (Revogado pela Lei n. 9.783, de 28.01.99)

Título VII
Capítulo Único
Da Contratação Temporária de Excepcional Interesse Público

Art. 232. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93)

Art. 233. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93)

Art. 234. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93)

Art. 235. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93)

TÍTULO VIII
CAPÍTULO ÚNICO
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a vinte e oito de

outubro.

705
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes Executivo, Le-

gislativo e Judiciário, os seguintes incentivos funcionais, além daqueles já

previstos nos respectivos planos de carreira:

I – prêmios pela apresentação de ideias, inventos ou trabalhos que favo-

reçam o aumento de produtividade e a redução dos custos operacionais;

II – concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito, condecoração

e elogio.

Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias corridos,

excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento, ficando pror-

rogado, para o primeiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em que não

haja expediente.

Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou po-

lítica, o servidor não poderá ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer

discriminação em sua vida funcional, nem eximir-se do cumprimento de seus

deveres.

Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da Constitui-

ção Federal, o direito à livre associação sindical e os seguintes direitos, entre

outros, dela decorrentes:

a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como substituto proces-

sual;

b)  de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano após o final do

mandato, exceto se a pedido;

c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a que for fi-

liado, o valor das mensalidades e contribuições definidas em assembleia geral

da categoria.

d) (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) 

e) (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

706
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do cônjuge e filhos,

quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e constem do seu assenta-

mento individual.

Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira ou companheiro,

que comprove união estável como entidade familiar.

Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o município onde a

repartição estiver instalada e onde o servidor tiver exercício, em caráter per-

manente.

TÍTULO IX
CAPÍTULO ÚNICO
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por esta Lei, na

qualidade de servidores públicos, os servidores dos Poderes da União, dos

ex-Territórios, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das funda-

ções públicas, regidos pela Lei n. 1.711, de 28 de outubro de 1952 - Estatuto

dos Funcionários Públicos Civis da União, ou pela Consolidação das Leis do

Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1º de maio de 1943, exceto

os contratados por prazo determinado, cujos contratos não poderão ser pror-

rogados após o vencimento do prazo de prorrogação.

§ 1º Os empregos ocupados pelos servidores incluídos no regime instituído

por esta Lei ficam transformados em cargos, na data de sua publicação.

§ 2º As funções de confiança exercidas por pessoas não integrantes de

tabela permanente do órgão ou entidade onde têm exercício ficam transfor-

madas em cargos em comissão, e mantidas enquanto não for implantado o

plano de cargos dos órgãos ou entidades na forma da lei.

707
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 3º As Funções de Assessoramento Superior – FAS, exercidas por servidor

integrante de quadro ou tabela de pessoal, ficam extintas na data da vigência

desta Lei.

§ 4º (VETADO).

§ 5º O regime jurídico desta Lei é extensivo aos serventuários da Justiça,

remunerados com recursos da União, no que couber.

§ 6º Os empregos dos servidores estrangeiros com estabilidade no serviço

público, enquanto não adquirirem a nacionalidade brasileira, passarão a inte-

grar tabela em extinção, do respectivo órgão ou entidade, sem prejuízo dos

direitos inerentes aos planos de carreira aos quais se encontrem vinculados

os empregos.

§ 7º Os servidores públicos de que trata o caput deste artigo, não am-

parados pelo art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, po-

derão, no interesse da Administração e conforme critérios estabelecidos em

regulamento, ser exonerados mediante indenização de um mês de remunera-

ção por ano de efetivo exercício no serviço público federal. (Incluído pela Lei

n. 9.527, de 10.12.97)

§ 8º Para fins de incidência do imposto de renda na fonte e na declaração

de rendimentos, serão considerados como indenizações isentas os pagamen-

tos efetuados a título de indenização prevista no parágrafo anterior. (Incluído

pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

§ 9º Os cargos vagos em decorrência da aplicação do disposto no § 7º po-

derão ser extintos pelo Poder Executivo quando considerados desnecessá-

rios. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 244. Os adicionais por tempo de serviço, já concedidos aos servido-

res abrangidos por esta Lei, ficam transformados em anuênio.

708
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 245. A licença especial disciplinada pelo art. 116 da Lei n. 1.711, de

1952, ou por outro diploma legal, fica transformada em licença-prêmio por

assiduidade, na forma prevista nos arts. 87 a 90.

Art. 246. (VETADO).

Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta Lei, haverá ajuste de

contas com a Previdência Social, correspondente ao período de contribuição

por parte dos servidores celetistas abrangidos pelo art. 243. (Redação dada

pela Lei n. 8.162, de 8.1.91) 

Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a vigência desta Lei,

passam a ser mantidas pelo órgão ou entidade de origem do servidor.

Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1º do art. 231, os servidores

abrangidos por esta Lei contribuirão na forma e nos percentuais atualmente

estabelecidos para o servidor civil da União conforme regulamento próprio.

Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satisfazer, dentro de 1

(um) ano, as condições necessárias para a aposentadoria nos termos do inci-

so II do art. 184 do antigo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União,

Lei n. 1.711, de 28 de outubro de 1952, aposentar-se-á com a vantagem

prevista naquele dispositivo. (Mantido pelo Congresso Nacional)

Art. 251. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)

Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos

financeiros a partir do primeiro dia do mês subsequente.

Art. 253. Ficam revogadas a Lei n. 1.711, de 28 de outubro de 1952, e

respectiva legislação complementar, bem como as demais disposições em

contrário.

709
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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LEI N. 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992


Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de
enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou
função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá
outras providências.

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público,


servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municí-
pios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de en-
tidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos
na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos
de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba sub-
venção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como
daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra
com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limi-
tando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a
contribuição dos cofres públicos.
Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas
no artigo anterior.
Art. 3º As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que,
mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato
de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

710
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 4º Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados


a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.
Art. 5º Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, do-
losa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento
do dano.
Art. 6º No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou
terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
Art. 7º Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público
ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa respon-
sável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade
dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo
recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre
o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.
Art. 8º O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se
enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do
valor da herança.

CAPÍTULO II
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam
Enriquecimento Ilícito

Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando enriqueci-


mento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão
do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades
mencionadas no art. 1º desta lei, e notadamente:
I – receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou
qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão,
percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou

711
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente
das atribuições do agente público;
II – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a
aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de
serviços pelas entidades referidas no art. 1º por preço superior ao valor de
mercado;
III – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a
alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço
por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
IV – utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipa-
mentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de
qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, bem como o tra-
balho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas
entidades;
V – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta,
para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de nar-
cotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou
aceitar promessa de tal vantagem;
VI – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indire-
ta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas
ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou
característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades
mencionadas no art. 1º desta lei;
VII – adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo,
emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja des-
proporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
VIII – aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou
assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível
de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições
do agente público, durante a atividade;

712
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

IX – perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou apli-


cação de verba pública de qualquer natureza;
X – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indi-
retamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja
obrigado;
XI – incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, ver-
bas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas
no art. 1º desta lei;
XII – usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integran-
tes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei.

Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao
Erário

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao


erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda pa-
trimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
I – facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao pa-
trimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art.
1º desta lei;
II – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das enti-
dades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
III – doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado,
ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores
do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem
observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;

713
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

IV – permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem inte-


grante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta
lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de
mercado;
V – permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço
por preço superior ao de mercado;
VI – realizar operação financeira sem observância das normas legais e re-
gulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
VII  – conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
VIII – frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo
para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-
-los indevidamente; (Redação dada pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)
IX – ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei
ou regulamento;
X – agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como
no que diz respeito à conservação do patrimônio público;
XI – liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinen-
tes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;
XII – permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicita-
mente;
XIII – permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, má-
quinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à
disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, bem
como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados
por essas entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a pres-
tação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as
formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)

714
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e pré-


via dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.
(Incluído pela Lei n. 11.107, de 2005)
XVI – facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao
patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou
valores públicos transferidos pela administração pública a entidades privadas
mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades le-
gais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei n. 13.019, de
2014) (Vigência)
XVII – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada
utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela adminis-
tração pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
(Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)
XVIII – celebrar parcerias da administração pública com entidades priva-
das sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis
à espécie; (Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)
XIX – agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das pres-
tações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com enti-
dades privadas; (Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014, com a redação dada
pela Lei n. 13.204, de 2015)
XX – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública
com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou
influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei n.
13.019, de 2014, com a redação dada pela Lei n. 13.204, de 2015)
XXI – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública
com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou
influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei n.
13.019, de 2014) (Vigência)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Seção II-A
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão
ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário
(Incluído pela Lei Complementar n. 157, de 2016) (Produção de efeito)

Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou


omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário
contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar
n. 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar n. 157, de
2016) (Produção de efeito)

Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os
Princípios da Administração Pública

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra


os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole
os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às institui-
ções, e notadamente:
I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso da-
quele previsto, na regra de competência;
II – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atri-
buições e que deva permanecer em segredo;
IV – negar publicidade aos atos oficiais;
V – frustrar a licitude de concurso público;
VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
VII – revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes
da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz
de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.

716
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

VIII – descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprova-


ção de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entida-
des privadas. (Redação dada pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)
IX – deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previs-
tos na legislação. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
X – transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de ser-
viços na área de saúde sem a prévia celebração de contrato, convênio ou
instrumento congênere, nos termos do parágrafo único do art. 24 da Lei n.
8.080, de 19 de setembro de 1990. (Incluído pela Lei n. 13.650, de 2018)

CAPÍTULO III
DAS PENAS

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas


previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade
sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumu-
lativamente, de acordo com a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei n.
12.120, de 2009).

I – na hipótese do art. 9º, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamen-

te ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da

função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamen-

to de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição

de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais


ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa

jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;

II – na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos

bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta cir-

cunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco

a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e

717
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incenti-

vos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio

de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;

III – na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver,

perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos,

pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida

pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber bene-

fícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que

por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo

de três anos.

IV – na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão

dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três)

vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido. (Incluído pela

Lei Complementar n. 157, de 2016)

Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em

conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido


pelo agente.

CAPÍTULO IV
DA DECLARAÇÃO DE BENS

Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à


apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimô-
nio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. (Regu-
lamento) (Regulamento)
§ 1º A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro,
títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, locali-
zado no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores
patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que

718
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os ob-


jetos e utensílios de uso doméstico.
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que
o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem
prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar
declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração
anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade
da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza,
com as necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no caput e
no § 2º deste artigo.

CAPÍTULO V
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL

Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa


competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prá-
tica de ato de improbidade.
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada,
conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua
autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho
fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º
deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos
termos do art. 22 desta lei.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a
imediata apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será
processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei n. 8.112, de 11 de

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dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os


respectivos regulamentos disciplinares.
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público
e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento adminis-
trativo para apurar a prática de ato de improbidade.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas
poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o procedi-
mento administrativo.
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão re-
presentará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira
ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou tercei-
ro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto
nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.
§ 2º Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o blo-
queio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indi-
ciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Mi-
nistério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da
efetivação da medida cautelar.
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata
o caput.
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessá-
rias à complementação do ressarcimento do patrimônio público.
§ 3º No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público,
aplica-se, no que couber, o disposto no § 3º do art. 6º da Lei n. 4.717, de 29
de junho de 1965. (Redação dada pela Lei n. 9.366, de 1996)
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará
obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.

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§ 5º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as


ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o
mesmo objeto. (Incluído pela Medida provisória n. 2.180-35, de 2001)
§ 6º A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham
indícios suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fun-
damentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas,
observada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16
a 18 do Código de Processo Civil. (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-
45, de 2001)
§ 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará
a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que pode-
rá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze
dias. (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 8º Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão
fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de im-
probidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita. (Inclu-
ído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 9º Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contesta-
ção. (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instru-
mento. (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação
de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito. (In-
cluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos
regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1º, do Código de Pro-
cesso Penal. (Incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 2001)
§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa jurídica
interessada o ente tributante que figurar no polo ativo da obrigação tributária
de que tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei Complementar n. 116, de
31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar n. 157, de 2016)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano


ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento
ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica preju-
dicada pelo ilícito.

CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES PENAIS

Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra


agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe
inocente.
Pena – detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a inde-
nizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver
provocado.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só
se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente po-
derá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo, em-
prego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer
necessária à instrução processual.
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I – da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à
pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei n. 12.120, de 2009).
II – da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou
pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Públi-
co, de ofício, a requerimento de autoridade administrativa ou mediante repre-
sentação formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a
instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo.

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CAPÍTULO VII
DA PRESCRIÇÃO

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta


lei podem ser propostas:
I – até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em
comissão ou de função de confiança;
II  – dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas
disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de
exercício de cargo efetivo ou emprego.
III – até cinco anos da data da apresentação à administração pública da
prestação de contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art.
1ºdesta Lei. (Incluído pela Lei n. 13.019, de 2014) (Vigência)

CAPÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.


Art. 25. Ficam revogadas as Leis n. 3.164, de 1º de junho de 1957,
e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições em contrário.

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LEI N. 9.784, DE 29 DE JANEIRO DE 1999


Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública
Federal.

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administra-

tivo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em espe-

cial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos

fins da Administração.

§ 1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes

Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função adminis-

trativa.

§ 2º Para os fins desta Lei, consideram-se:

I – órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração

direta e da estrutura da Administração indireta;

II – entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;

III – autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.

Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios

da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, mo-

ralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e

eficiência.

Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre

outros, os critérios de:

I – atuação conforme a lei e o Direito;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou par-

cial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;

III – objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promo-

ção pessoal de agentes ou autoridades;

IV – atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;

V – divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses

de sigilo previstas na Constituição;

VI  – adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações,

restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao

atendimento do interesse público;

VII – indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a

decisão;

VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos

administrados;

IX – adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau

de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;

X – garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações fi-

nais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que

possam resultar sanções e nas situações de litígio;

XI – proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as pre-

vistas em lei;

XII – impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atu-

ação dos interessados;

XIII – interpretação da norma administrativa da forma que melhor garan-

ta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa

de nova interpretação.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS

Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração,

sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:

I – ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que deverão

facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações;

II – ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha

a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos

neles contidos e conhecer as decisões proferidas;

III  – formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os

quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;

IV – fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo quando obri-

gatória a representação, por força de lei.

CAPÍTULO III
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO

Art. 4º São deveres do administrado perante a Administração, sem preju-

ízo de outros previstos em ato normativo:

I – expor os fatos conforme a verdade;

II – proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;

III – não agir de modo temerário;

IV – prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o

esclarecimento dos fatos.

726
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO IV
DO INÍCIO DO PROCESSO

Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a pedido de

interessado.

Art. 6º O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for ad-

mitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e conter os seguintes

dados:

I – órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;

II – identificação do interessado ou de quem o represente;

III – domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações;

IV – formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamen-

tos;

V – data e assinatura do requerente ou de seu representante.

Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebi-

mento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao

suprimento de eventuais falhas.

Art. 7º Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar modelos

ou formulários padronizados para assuntos que importem pretensões equiva-

lentes.

Art. 8º Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados tiverem

conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formulados em um único re-

querimento, salvo preceito legal em contrário.

727
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO V
DOS INTERESSADOS

Art. 9º São legitimados como interessados no processo administrativo:

I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou

interesses individuais ou no exercício do direito de representação;

II – aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interes-

ses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;

III – as organizações e associações representativas, no tocante a direitos

e interesses coletivos;

IV – as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direi-

tos ou interesses difusos.

Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de

dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato normativo próprio.

CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA

Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos admi-

nistrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e

avocação legalmente admitidos.

Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver

impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titu-

lares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando

for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econô-

mica, jurídica ou territorial.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de

competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes.

Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:

I – a edição de atos de caráter normativo;

II – a decisão de recursos administrativos;

III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no

meio oficial.

§ 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos,

os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o

recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.

§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade

delegante.

§ 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente

esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado.

Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes

devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a

órgão hierarquicamente inferior.

Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente

os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional

competente em matéria de interesse especial.

Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administra-

tivo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para

decidir.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO VII
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO

Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o servidor ou

autoridade que:

I – tenha interesse direto ou indireto na matéria;

II – tenha participado ou venha a participar como perito, testemunha ou

representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro

ou parente e afins até o terceiro grau;

III – esteja litigando judicial ou administrativamente com o interessado ou

respectivo cônjuge ou companheiro.

Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimento deve co-

municar o fato à autoridade competente, abstendo-se de atuar.

Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedimento consti-

tui falta grave, para efeitos disciplinares.

Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor que tenha

amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou com os

respectivos cônjuges, companheiros, parentes e afins até o terceiro grau.

Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de

recurso, sem efeito suspensivo.

CAPÍTULO VIII
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO

Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma de-

terminada senão quando a lei expressamente a exigir.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo,

com a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade respon-

sável.

§ 2º Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exi-

gido quando houver dúvida de autenticidade.

§ 3º A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo

órgão administrativo.

§ 4º O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencialmente e

rubricadas.

Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário

normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.

Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já ini-

ciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause

dano ao interessado ou à Administração.

Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade

responsável pelo processo e dos administrados que dele participem devem

ser praticados no prazo de cinco dias, salvo motivo de força maior.

Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o do-

bro, mediante comprovada justificação.

Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede

do órgão, cientificando-se o interessado se outro for o local de realização.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO IX
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS

Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo adminis-

trativo determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a

efetivação de diligências.

§ 1º A intimação deverá conter:

I – identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;

II – finalidade da intimação;

III – data, hora e local em que deve comparecer;

IV – se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se represen-

tar;

V – informação da continuidade do processo independentemente do seu

comparecimento;

VI – indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.

§ 2º A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quan-

to à data de comparecimento.

§ 3º A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal

com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a cer-

teza da ciência do interessado.

§ 4º No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domi-

cílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial.

§ 5º As intimações serão nulas quando feitas sem observância das pres-

crições legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou

irregularidade.

Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento

da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de

ampla defesa ao interessado.

Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem

para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao

exercício de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.

CAPÍTULO X
DA INSTRUÇÃO

Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar

os dados necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante

impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos

interessados de propor atuações probatórias.

§ 1º O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados

necessários à decisão do processo.

§ 2º Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem

realizar-se do modo menos oneroso para estes.

Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas obtidas

por meios ilícitos.

Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de interesse

geral, o órgão competente poderá, mediante despacho motivado, abrir perí-

odo de consulta pública para manifestação de terceiros, antes da decisão do

pedido, se não houver prejuízo para a parte interessada.

§ 1º A abertura da consulta pública será objeto de divulgação pelos meios

oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas possam examinar os autos,

fixando-se prazo para oferecimento de alegações escritas.

733
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição

de interessado do processo, mas confere o direito de obter da Administração

resposta fundamentada, que poderá ser comum a todas as alegações subs-

tancialmente iguais.

Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, diante da

relevância da questão, poderá ser realizada audiência pública para debates

sobre a matéria do processo.

Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria relevante,

poderão estabelecer outros meios de participação de administrados, direta-

mente ou por meio de organizações e associações legalmente reconhecidas.

Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de outros meios

de participação de administrados deverão ser apresentados com a indicação

do procedimento adotado.

Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiência de ou-

tros órgãos ou entidades administrativas poderá ser realizada em reunião

conjunta, com a participação de titulares ou representantes dos órgãos com-

petentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser juntada aos autos.

Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem

prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do dis-

posto no art. 37 desta Lei.

Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registra-

dos em documentos existentes na própria Administração responsável pelo

processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a ins-

trução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas

cópias.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da

decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem

como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo.

§ 1º Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do

relatório e da decisão.

§ 2º Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada,

as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes,

desnecessárias ou protelatórias.

Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresen-

tação de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações

para esse fim, mencionando-se data, prazo, forma e condições de atendimen-

to.

Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão com-

petente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se

eximindo de proferir a decisão.

Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessa-

do forem necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento

no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação implicará

arquivamento do processo.

Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada,

com antecedência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e

local de realização.

Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo,

o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma

especial ou comprovada necessidade de maior prazo.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo

fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva apresentação, res-

ponsabilizando-se quem der causa ao atraso.

§ 2º Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no

prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua

dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu no atendimento.

Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente

obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e estes não cumprirem o

encargo no prazo assinalado, o órgão responsável pela instrução deverá soli-

citar laudo técnico de outro órgão dotado de qualificação e capacidade técnica

equivalentes.

Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-

-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado.

Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá moti-

vadamente adotar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do

interessado.

Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certi-

dões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que o integram, res-

salvados os dados e documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo

direito à privacidade, à honra e à imagem.

Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a deci-

são final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases

do procedimento e formulará proposta de decisão, objetivamente justificada,

encaminhando o processo à autoridade competente.

736
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO XI
DO DEVER DE DECIDIR

Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão

nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em maté-

ria de sua competência.

Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administra-

ção tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual

período expressamente motivada.

CAPÍTULO XII
DA MOTIVAÇÃO

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação

dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:

I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;

II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;

III – decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;

IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;

V – decidam recursos administrativos;

VI – decorram de reexame de ofício;

VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discre-

pem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;

VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato

administrativo.

§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir

em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres,

737
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante

do ato.

§ 2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado

meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não

prejudique direito ou garantia dos interessados.

§ 3º  A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de

decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito.

CAPÍTULO XIII
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO

Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir

total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos

disponíveis.

§ 1º Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge so-

mente quem a tenha formulado.

§ 2º A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não pre-

judica o prosseguimento do processo, se a Administração considerar que o

interesse público assim o exige.

Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando

exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou

prejudicado por fato superveniente.

738
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO XIV
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO

Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados

de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou opor-

tunidade, respeitados os direitos adquiridos.

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de

que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos,

contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.

§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência con-

tar-se-á da percepção do primeiro pagamento.

§ 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de auto-

ridade administrativa que importe impugnação à validade do ato.

Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao in-

teresse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos

sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.

CAPÍTULO XV
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO

Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de

legalidade e de mérito.

§ 1º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual,

se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade

superior.

§ 2º Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo inde-

pende de caução.

739
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enun-

ciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impug-

nada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à au-

toridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula,

conforme o caso. (Incluído pela Lei n. 11.417, de 2006). Vigência

Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias

administrativas, salvo disposição legal diversa.

Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:

I – os titulares de direitos e interesses que forem parte no processo;

II – aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados

pela decisão recorrida;

III – as organizações e associações representativas, no tocante a direitos

e interesses coletivos;

IV – os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos.

Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para inter-

posição de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação

oficial da decisão recorrida.

§ 1º Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deve-

rá ser decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos

autos pelo órgão competente.

§ 2º O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por

igual período, ante justificativa explícita.

Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recor-

rente deverá expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar

os documentos que julgar convenientes.

Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito

suspensivo.

740
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta re-

paração decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a imediatamente

superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.

Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele conhecer

deverá intimar os demais interessados para que, no prazo de cinco dias úteis,

apresentem alegações.

Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:

I – fora do prazo;

II – perante órgão incompetente;

III – por quem não seja legitimado;

IV – após exaurida a esfera administrativa.

§ 1º Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade

competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.

§ 2º O não conhecimento do recurso não impede a Administração de rever

de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão administrativa.

Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar,

modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a

matéria for de sua competência.

Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer

gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientificado para que for-

mule suas alegações antes da decisão.

Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vin-

culante, o órgão competente para decidir o recurso explicitará as razões da

aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela

Lei n. 11.417, de 2006). Vigência

Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada

em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autorida-

741
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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de prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que deve-

rão adequar as futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob

pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.

(Incluído pela Lei n. 11.417, de 2006). Vigência

Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão

ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos

novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da

sanção aplicada.

Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento

da sanção.

CAPÍTULO XVI
DOS PRAZOS

Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação

oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo-se o do venci-

mento.

§ 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o

vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado

antes da hora normal.

§ 2º Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.

§ 3º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a data. Se no

mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo,

tem-se como termo o último dia do mês.

Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos

processuais não se suspendem.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO XVII
DAS SANÇÕES

Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão

natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer,

assegurado sempre o direito de defesa.

CAPÍTULO XVIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se

por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta

Lei.

Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instân-

cia, os procedimentos administrativos em que figure como parte ou interes-

sado: (Incluído pela Lei n. 12.008, de 2009).

I – pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; (Incluído

pela Lei n. 12.008, de 2009).

II – pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluído pela Lei n.

12.008, de 2009).

III – (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.008, de 2009).

IV – pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia

maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave,

doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepa-

topatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante),

contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra

doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que

743
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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a doença tenha sido contraída após o início do processo. (Incluído pela Lei n.

12.008, de 2009).

§ 1º A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de

sua condição, deverá requerê-lo à autoridade administrativa competente, que

determinará as providências a serem cumpridas. (Incluído pela Lei n. 12.008,

de 2009).

§ 2º Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que

evidencie o regime de tramitação prioritária. (Incluído pela Lei n. 12.008, de

2009).

§ 3º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.008, de 2009).

§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.008, de 2009).

Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

744
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LEI N. 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993

Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para
licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Seção I
Dos Princípios

Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos

administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade,

compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados,

do Distrito Federal e dos Municípios.

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos

da Administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações

públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais

entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito

Federal e Municípios.

Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações,

concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando

contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação,

ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer

ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em

que haja um acordo de vontade para a formação de vínculo e a estipulação de

obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.

Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio

745
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a

administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será

processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da

legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade,

da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do

julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (“Caput” do artigo com

redação dada pela Lei n. 12.349, de 15/12/2010)

§ 1º É vedado aos agentes públicos:

I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas

ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter

competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleçam

preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos

licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para

o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5º a 12 deste

artigo e no art. 3º da Lei n. 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Inciso com

redação dada pela Lei n. 12.349, de 15/12/2010)

II – estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal,

trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras

e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local

de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências

internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3º da

Lei n. 8.248, de 23 de outubro de 1991.

§ 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será

assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:

I – (Revogado pela Lei n. 12.349, de 15/12/2010)

II – produzidos no País;

III – produzidos ou prestados por empresas brasileiras;

746
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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IV – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa

e no desenvolvimento de tecnologia no País; (Inciso acrescido pela Lei n.

11.196, de 21/11/2005)

V – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento

de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para

reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade

previstas na legislação. (Inciso acrescido pela Lei n. 13.146, de 6/7/2015,

publicada no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação)

§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público

os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a

respectiva abertura.

§ 4º (VETADO na Lei n. 8.883, de 8/6/1994)

§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de

preferência para: (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória n. 495, de

19/7/2010, convertida na Lei n. 12.349, de 15/12/2010 e com redação dada

pela Lei n. 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015, em vigor

180 dias após sua publicação)

I – produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a

normas técnicas brasileiras; e (Inciso acrescido pela Lei n. 13.146, de 6/7/2015,

publicada no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação)

II – bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que

comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa

com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às

regras de acessibilidade previstas na legislação. (Inciso acrescido pela Lei n.

13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após

sua publicação)

§ 6º A margem de preferência de que trata o § 5º será estabelecida com

747
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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base em estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco)

anos, que levem em consideração: (Parágrafo com redação dada pela Lei n.

12.349, de 15/12/2010)

I – geração de emprego e renda; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.349, de

15/12/2010)

II – efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais;

(Inciso acrescido pela Lei n. 12.349, de 15/12/2010)

III – desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; (Inciso

acrescido pela Lei n. 12.349, de 15/12/2010)

IV – custo adicional dos produtos e serviços; e (Inciso acrescido pela Lei

n. 12.349, de 15/12/2010)

V – em suas revisões, análise retrospectiva de resultados (Inciso acrescido

pela Lei n. 12.349, de 15/12/2010)

§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes

de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser

estabelecido margem de preferência adicional àquela prevista no § 5º:

(Parágrafo com redação dada pela Lei n. 12.349, de 15/12/2010)

I – geração de emprego e renda;

II – efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais; e

III – desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País. (Inciso

acrescido pela Medida Provisória n. 495, de 19/7/2010, convertida na Lei n.

12.349, de 15/12/2010)

§ 8º As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos

ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5º e 7º, serão definidas pelo

Poder Executivo federal, não podendo a soma delas ultrapassar o montante

de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos manufaturados

e serviços estrangeiros. (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória n. 495,

748
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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de 19/7/2010, convertida na Lei n. 12.349, de 15/12/2010)

§ 9º As disposições contidas nos §§ 5º e 7º deste artigo não se aplicam aos

bens e aos serviços cuja capacidade de produção ou prestação no País seja

inferior: (Parágrafo com redação dada pela Lei n. 12.349, de 15/12/2010)

I – à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Inciso acrescido pela

Lei n. 12.349, de 15/12/2010)

II – ao quantitativo fixado com fundamento no § 7º do art. 23 desta Lei,

quando for o caso. (Inciso acrescido pela Lei n. 12.349, de 15/12/2010)

§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5º poderá ser estendida,

total ou parcialmente, aos bens e serviços originários dos Estados Partes

do Mercado Comum do Sul - Mercosul. (Parágrafo acrescido pela Medida

Provisória n. 495, de 19/7/2010, convertida na Lei n. 12.349, de 15/12/2010)

§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras

poderão, mediante prévia justificativa da autoridade competente, exigir

que o contratado promova, em favor de órgão ou entidade integrante da

administração pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo

isonômico, medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou

acesso a condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não,

na forma estabelecida pelo Poder Executivo federal. (Parágrafo acrescido pela

Medida Provisória n. 495, de 19/7/2010, convertida na Lei n. 12.349, de

15/12/2010)

§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao

aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação,

considerados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a licitação

poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e

produzidos de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei n.

749
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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10.176, de 11 de janeiro de 2001. (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória

n. 495, de 19/7/2010, convertida na Lei n. 12.349, de 15/12/2010)

§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, a relação de

empresas favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5º, 7º, 10, 11 e 12

deste artigo, com indicação do volume de recursos destinados a cada uma

delas. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.349, de 15/12/2010)

§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais normas de

licitação e contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido

às microempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei. (Parágrafo

acrescido pela Lei Complementar n. 147, de 7/8/2014)

§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem sobre as demais

preferências previstas na legislação quando estas forem aplicadas sobre

produtos ou serviços estrangeiros. (Parágrafo acrescido pela Lei Complementar

n. 147, de 7/8/2014)

§ 16. (VETADO na Lei n. 13.097, de 19/1/2015)

Art. 4º Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos

ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel

observância do pertinente procedimento estabelecido nesta Lei, podendo

qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira

de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.

Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta Lei caracteriza ato

administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração

Pública.
Art. 5º Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações terão
como expressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o disposto
no art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da Administração, no pagamento

750
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

das obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações, realização de


obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de
recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo
quando presentes relevantes razões de interesse público e mediante prévia
justificativa da autoridade competente, devidamente publicada.
§ 1º Os créditos a que se referem este artigo terão seus valores corrigidos
por critérios previstos no ato convocatório e que lhes preservem o valor.
§ 2º A correção de que trata o parágrafo anterior, cujo pagamento será feito
junto com o principal, correrá à conta das mesmas dotações orçamentárias
que atenderam aos créditos a que se referem.
§ 3º Observado o disposto no caput, os pagamentos decorrentes de
despesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art.
24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetuados
no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação da fatura.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 9.648, de 27/5/1998)
Art. 5º-A. As normas de licitações e contratos devem privilegiar o
tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de
pequeno porte na forma da lei. (Artigo acrescido pela Lei Complementar n.
147, de 7/8/2014)

Seção II
Das Definições

Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:


I – Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação,

realizada por execução direta ou indireta;

II – Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de

interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação,

751
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção,

transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-

profissionais;

III – Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de

uma só vez ou parceladamente;

IV – Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros;

V – Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor estimado

seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea c do

inciso I do art. 23 desta Lei;

VI  – Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das

obrigações assumidas por empresas em licitações e contratos;

VII – Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da

Administração, pelos próprios meios;

VIII – Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros,

sob qualquer dos seguintes regimes:

a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra

ou do serviço por preço certo e total;

b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra

ou do serviço por preço certo de unidades determinadas;

c) (VETADO)

d) tarefa - quando se ajusta mão de obra para pequenos trabalhos por

preço certo, com ou sem fornecimento de materiais;

e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em

sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e

instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua

entrega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os

requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança

752
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades

para que foi contratada;

IX – Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com

nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo

de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações

dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e

o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que

possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo

de execução, devendo conter os seguintes elementos:

a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global

da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;

b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de

forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante

as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e

montagem;

c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e

equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que

assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o

caráter competitivo para a sua execução;

d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos

construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra,

sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;

e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra,

compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas

de fiscalização e outros dados necessários em cada caso;

f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em

quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;

753
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

X – Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes

à execução completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da

Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;

XI – Administração Pública - a Administração direta e indireta da União,

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as

entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do poder

público e das fundações por ele instituídas ou mantidas;

XII – Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual

a Administração Pública opera e atua concretamente;

XIII  – Imprensa oficial - veículo oficial de divulgação da Administração

Pública, sendo para a União o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o

Distrito Federal e os Municípios, o que for definido nas respectivas leis;

XIV – Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instrumento

contratual;

XV – Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a

Administração Pública;

XVI – Comissão - comissão, permanente ou especial, criada pela

Administração com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos

e procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitantes.

XVII – produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados,

produzidos no território nacional de acordo com o processo produtivo básico

ou com as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal;

(Inciso acrescido pela Medida Provisória n. 495, de 19/7/2010, convertida na

Lei n. 12.349, de 15/12/2010)

XVIII  – serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições

estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Inciso acrescido pela Medida

Provisória n. 495, de 19/7/2010, convertida na Lei n. 12.349, de 15/12/2010)

754
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XIX – sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos

- bens e serviços de tecnologia da informação e comunicação cuja

descontinuidade provoque dano significativo à administração pública e que

envolvam pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados às informações

críticas: disponibilidade, confiabilidade, segurança e confidencialidade. (Inciso

acrescido pela Medida Provisória n. 495, de 19/7/2010, convertida na Lei n.

12.349, de 15/12/2010)

XX – produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens, insumos, serviços

e obras necessários para atividade de pesquisa científica e tecnológica,

desenvolvimento de tecnologia ou inovação tecnológica, discriminados em

projeto de pesquisa aprovado pela instituição contratante. (Inciso acrescido

pela Lei n. 13.243, de 11/1/2016)

Seção III
Das Obras e Serviços

Art. 7º As licitações para a execução de obras e para a prestação de

serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte

sequência:

I – projeto básico;

II – projeto executivo;

III – execução das obras e serviços.

§ 1º A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da conclusão

e aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às etapas

anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvolvido

concomitantemente com a execução das obras e serviços, desde que também

autorizado pela Administração.

755
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§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:

I – houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível

para exame dos interessados em participar do processo licitatório;

II – existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição

de todos os seus custos unitários;

III – houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o

pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem

executados no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo

cronograma;

IV – o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas

no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando

for o caso.

§ 3º É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos financeiros

para sua execução, qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos de

empreendimentos executados e explorados sob o regime de concessão, nos

termos da legislação específica.

§ 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento

de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos

não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo.

§ 5º É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços

sem similaridade ou de marcas, características e especificações exclusivas,

salvo nos casos em que for tecnicamente justificável ou ainda quando o

fornecimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime de Administração

contratada, previsto e discriminado no ato convocatório.

§ 6º A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos atos

ou contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.

756
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§ 7º Não será ainda computado como valor da obra ou serviço, para

fins de julgamento das propostas de preços, a atualização monetária das

obrigações de pagamento, desde a data final de cada período de aferição

até a do respectivo pagamento, que será calculada pelos mesmos critérios

estabelecidos obrigatoriamente no ato convocatório.

§ 8º Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pública os

quantitativos das obras e preços unitários de determinada obra executada.

§ 9º O disposto neste artigo aplica-se também, no que couber, aos casos

de dispensa e de inexigibilidade de licitação.

Art. 8º A execução das obras e dos serviços deve programar-se, sempre,

em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e considerados os prazos

de sua execução.

Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da execução de obra

ou serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua

execução total, salvo insuficiência financeira ou comprovado motivo de ordem

técnica, justificados em despacho circunstanciado da autoridade a que se

refere o art. 26 desta Lei.

Art. 9º Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da

execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:

I – o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;

II – empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração

do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente,

gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital

com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou subcontratado;

III – servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável

pela licitação.

757
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§1º É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a

que se refere o inciso II deste artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na

execução, como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão

ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração interessada.

§ 2º O disposto neste artigo não impede a licitação ou contratação de obra

ou serviço que inclua a elaboração de projeto executivo como encargo do

contratado ou pelo preço previamente fixado pela Administração.

§ 3º Considera-se participação indireta, para fins do disposto neste artigo,

a existência de qualquer vínculo de natureza técnica, comercial, econômica,

financeira ou trabalhista entre o autor do projeto, pessoa física ou jurídica, e

o licitante ou responsável pelos serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se

os fornecimentos de bens e serviços a estes necessários.

§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros da comissão

de licitação.

Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas seguintes formas:

I – execução direta;

II – execução indireta, nos seguintes regimes:

a) empreitada por preço global;

b) empreitada por preço unitário;

c) (VETADO)

d) tarefa;

e) empreitada integral.

Parágrafo único. (VETADO)

Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins terão projetos

padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto quando o projeto-padrão

não atender às condições peculiares do local ou às exigências específicas do

empreendimento.

758
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Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços

serão considerados principalmente os seguintes requisitos:

I – segurança;

II – funcionalidade e adequação ao interesse público;

III – economia na execução, conservação e operação;

IV – possibilidade de emprego de mão de obra, materiais, tecnologia e

matérias-primas existentes no local para execução, conservação e operação;

V – facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da

durabilidade da obra ou do serviço;

VI – adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho

adequadas;

VII – impacto ambiental.

Seção IV
Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados

Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais

especializados os trabalhos relativos a:

I – estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;

II – pareceres, perícias e avaliações em geral;

III  – assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou

tributárias;

IV – fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;

V – patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;

VI – treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;

VII – restauração de obras de arte e bens de valor histórico;

VIII – (VETADO)

759
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§ 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos

para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão,

preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com

estipulação prévia de prêmio ou remuneração.

§ 2º Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber,

o disposto no art. 111 desta Lei.

§ 3º A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que

apresente relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento

licitatório ou como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade

de licitação, ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem

pessoal e diretamente os serviços objeto do contrato.

Seção V
Das Compras

Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de

seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob

pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.

Art. 15. As compras, sempre que possível deverão:

I – atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de

especificações técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as

condições de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas;

II – ser processadas através de sistema de registro de preços;

III – submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às

do setor privado;

IV – ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para

aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economicidade;

760
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V – balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades

da Administração Pública.

§ 1º O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado.

§ 2º Os preços registrados serão publicados trimestralmente para

orientação da Administração, na imprensa oficial.

§ 3º O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto,

atendidas as peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições;

I – seleção feita mediante concorrência;

II – estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços

registrados;

III – validade do registro não superior a um ano.

§ 4º A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar

as contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de

outros meios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado

ao beneficiário do registro preferência em igualdade de condições.

§ 5º O sistema de controle originado no quadro geral de preços, quando

possível, deverá ser informatizado.

§ 6º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante do

quadro geral em razão de incompatibilidade desse com o preço vigente no

mercado.

§ 7º Nas compras deverão ser observadas, ainda:

I – a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de marca;

II – a definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas em

função do consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre

que possível, mediante adequadas técnicas quantitativas de estimação;

III  – as condições de guarda e armazenamento que não permitam a

deterioração do material.

761
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§ 8º O recebimento de material de valor superior ao limite estabelecido no

art. 23 desta Lei, para a modalidade de convite, deverá ser confiado a uma

comissão de, no mínimo, 3 (três) membros.

Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de divulgação

oficial ou em quadro de avisos de amplo acesso público, à relação de todas as

compras feitas pela Administração direta ou indireta, de maneira a clarificar a

identificação do bem comprado, seu preço unitário, a quantidade adquirida, o

nome do vendedor e o valor total da operação, podendo ser aglutinadas por

itens as compras feitas com dispensa e inexigibilidade de licitação.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos de dispensa

de licitação previstos no inciso IX do art. 24.

Seção VI
Das Alienações

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à

existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de

avaliação e obedecerá às seguintes normas:

I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da

Administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos,

inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de

licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:

a) dação em pagamento;

b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da

administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto

nas alíneas f, h e i; (Alínea com redação dada pela Lei n. 11.952, de 25/6/2009)

c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do

inciso X do art. 24 desta Lei;

762
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d) investidura;

e) venda a outro órgão ou entidade da Administração pública, de qualquer

esfera de governo;

f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de

uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos,

destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais

ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos

ou entidades da administração pública; (Alínea com redação dada pela Lei n.

11.481, de 31/5/2007)

g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei

n. 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos

órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal

atribuição; (Alínea acrescida pela Lei n. 11.196, de 21/11/2005)

h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de

uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito

local com área de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) e

inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse

social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;

(Alínea acrescida pela Lei n. 11.481, de 31/05/2007)

i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de

terras públicas rurais da União e do Incra, onde incidam ocupações até o

limite de que trata o § 1º do art. 6º da Lei n. 11.952, de 25 de junho de 2009,

para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; e (Alínea

acrescida pela Medida Provisória n. 458, de 10/2/2009, convertida na Lei n.

11.952, de 25/6/2009, com redação dada pela Lei n. 13.465, de 11/7/2017)

II – quando móveis dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada

esta nos seguintes casos;

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a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após

avaliação de sua oportunidade e conveniência socioeconômica, relativamente

à escolha de outra forma de alienação;

b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da

Administração Pública;

c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a

legislação específica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades

da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;

f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da


Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.
§ 1º Os imóveis doados com base na alínea b do inciso I deste artigo,
cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio
da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo beneficiário.
§ 2º A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de
direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se:
I – a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja
a localização do imóvel;
II – a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento ou ato normativo
do órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura,
ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre área rural, observado o
limite de que trata o § 1º do art. 6º da Lei n. 11.952, de 25 de junho de 2009;
(Inciso com redação dada pela Lei n. 13.465, de 11/7/2017)
§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2º ficam dispensadas de autorização
legislativa, porém submetem-se aos seguintes condicionamentos: (“Caput”
do parágrafo acrescido pela Lei n. 11.196, de 21/11/2005 e com nova redação
dada pela Lei n. 11.952, de 25/6/2009)

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I – aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular

seja comprovadamente anterior a 1º de dezembro de 2004; (Inciso acrescido

pela Lei n. 11.196, de 21/11/2005)

II – submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e

administrativo da destinação e da regularização fundiária de terras públicas;

(Inciso acrescido pela Lei n. 11.196, de 21/11/2005)

III – vedação de concessões para hipóteses de exploração não contempladas

na lei agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou nas normas legais

ou administrativas de zoneamento ecológico-econômico; e (Inciso acrescido

pela Lei n. 11.196, de 21/11/2005)

IV – previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notificação,

em caso de declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social.

(Inciso acrescido pela Lei n. 11.196, de 21/11/2005)

§ 2º-B. A hipótese do inciso II do § 2º deste artigo: (“Caput” do parágrafo

acrescido pela Lei n. 11.196, de 21/11/2005)

I – só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação,

impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante atividades

agropecuárias; (Inciso acrescido pela Lei n. 11.196, de 21/11/2005)

II  – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não

exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas

superiores a esse limite; (Inciso acrescido pela Lei n. 11.196, de 21/11/2005

e com nova redação dada pela Lei n. 11.763, de 1/8/2008)

III – pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura

prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no

inciso II deste parágrafo. (Inciso acrescido pela Lei n. 11.196, de 21/11/2005)

IV – (VETADO na Lei n. 11.763, de 1/8/2008)

§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta Lei:

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I – a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente


ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável
isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não
ultrapasse a 50% (cinquenta por cento) do valor constante da alínea a do
inciso II do art. 23 desta Lei;
II – a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes,
ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos
urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dispensáveis
na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens

reversíveis ao final da concessão. (Parágrafo com redação dada pela Lei n.

9.648, de 27/5/1998)

§ 4º A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão

obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de

reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso

de interesse público devidamente justificado.

§ 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite oferecer

o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais

obrigações serão garantidas por hipoteca em 2º grau em favor do doador.

§ 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em

quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea “b “, desta

Lei, a Administração poderá permitir o leilão.

§ 7º (VETADO na Lei n. 11.481, de 31/5/2007)

Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase de habilitação

limitar-se-á à comprovação do recolhimento de quantia correspondente a 5%

(cinco por cento) da avaliação.

Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja

derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser

alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras:

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I – avaliação dos bens alienáveis;

II – comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;

III – adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência

ou leilão.

CAPÍTULO II
DA LICITAÇÃO
Seção I
Das Modalidades, Limites e Dispensa

Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição

interessada, salvo por motivo de interesse público, devidamente justificado.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a habilitação de

interessados residentes ou sediados em outros locais.

Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências e

das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizadas no

local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no

mínimo, por uma vez;

I – no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão

ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de

obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas

por instituições federais;

II – no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal, quando se tratar

respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração

Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal;

III – em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver,

em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra,

767
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prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo, ainda, a

Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de

divulgação para ampliar a área de competição.

§ 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados

poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a

licitação.

§ 2º O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do

evento será:

I – quarenta e cinco dias para:

a) concurso;

b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime

de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou

“técnica e preço”;

II – trinta dias para:

a) concorrência, nos casos não especificados na alínea b do inciso anterior;

b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo “melhor técnica” ou

“técnica e preço”.

III – quinze dias para tomada de preços, nos casos não especificados na

alínea b do inciso anterior, ou leilão;

IV – cinco dias úteis para convite.

§ 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a

partir da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou

ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos,

prevalecendo a data que ocorrer mais tarde.

768
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma

que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido,

exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das

propostas.

Art. 22. São modalidades de licitação:

I – concorrência;

II – tomada de preços;

III – convite;

IV – concurso;

V – leilão;

§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados

que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos

mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados

devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas

para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das

propostas, observada a necessária qualificação.

§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo

pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em

número mínimo e 3 (três), pela unidade administrativa, a qual afixará,

em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos

demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu

interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação

das propostas.

769
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados

para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição

de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de

edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta

e cinco) dias.

§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para

a venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos

legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis

prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor

da avaliação.

§ 6º Na hipótese do § 3º deste artigo, existindo na praça mais de três

possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico

ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado,

enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações.

§ 7º Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse

dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes

exigidos no § 3º deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente

justificadas no processo, sob pena de repetição do convite.

§ 8º É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação

das referidas neste artigo.

§ 9º Na hipótese do § 2º deste artigo, a Administração somente poderá

exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31,

que comprovem habilitação compatível com o objeto da licitação, nos termos

do edital.

Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do

artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em

vista o valor estimado da contratação: (Vide Decreto n. 9.412, de 18/6/2018)

770
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

 Obs.: o Decreto n. 9.412/2018 é a próxima lei deste material.

I – para obras e serviços de engenharia:

a) convite: até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais);

b) tomada de preços: até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil

reais);

c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil

reais); (Inciso com redação dada pela Lei n. 9.648, de 27/5/1998)

II – para compras e serviços não referidos no inciso anterior:

a) convite: até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);

b) tomada de preços: até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil

reais);

c) concorrência: acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil

reais). (Inciso com redação dada pela Lei n. 9.648, de 27/5/1998)

§ 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão

divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente

viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos

recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade sem perda

da economia de escala.

§ 2º Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas

nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da

obra, serviço ou compra há de corresponder licitação distinta, preservada a

modalidade pertinente para a execução do objeto em licitação.

§ 3º A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que

seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis,

ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de uso

e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados

os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade

771
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não

houver fornecedor do bem ou serviço no País.

§ 4º Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a

tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.

§ 5º É vedada a utilização da modalidade convite ou tomada de preços,

conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda

para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam

ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório

de seus valores caracterizar o caso de tomada de preços ou concorrência,

respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de

natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou empresas de

especialidade diversa daquele do executor da obra ou serviço.

§ 6º As organizações industriais da Administração Federal direta, em face

de suas peculiaridades, obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I deste

artigo também para suas compras e serviços em geral, desde que para a

aquisição de materiais aplicados exclusivamente na manutenção, reparo ou

fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes à União.

§ 7º Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja prejuízo

para o conjunto ou complexo, é permitida a cotação de quantidade inferior à

demandada na licitação, com vistas a ampliação da competitividade, podendo

o edital fixar quantitativo mínimo para preservar a economia de escala.

(Parágrafo acrescido pela Lei n. 9.648, de 27/5/1998)

§ 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores

mencionados no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da

Federação, e o triplo, quando formado por maior número. (Parágrafo acrescido

pela Lei n. 11.107, de 6/4/2005)

Art. 24. É dispensável a licitação:

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I – para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento)

do limite previsto na alínea a do inciso I do artigo anterior, desde que não

se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e

serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas


conjunta e concomitantemente; (Inciso com redação dada pela Lei n. 9.648,
de 27/5/1998)
II – para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do
limite previsto na alínea a do inciso II do artigo anterior e para alienações,
nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um
mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada
de uma só vez; (Inciso com redação dada pela Lei n. 9.648, de 27/5/1998)
III – nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
IV – nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando
caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo
ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e
outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários
ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas
de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180
(cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da
emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;
V – quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta,
justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração,

mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;

VI – quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular

preços ou normalizar o abastecimento;

VII – quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente

superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com

os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o

773
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parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a

adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante

do registro de preços, ou dos serviços;

VIII – para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de

bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre

a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico

em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja

compatível com o praticado no mercado;

IX – quando houver possibilidade de comprometimento da segurança

nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República,

ouvido o Conselho de Defesa Nacional;

X – para compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das

finalidades precípuas da Administração, cujas necessidades de instalação e

localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível

com o valor de mercado, segundo avaliação prévia.

XI – na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento,

em consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de

classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas

pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;

XII – nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no

tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes,

realizadas diretamente com base no preço do dia;

XIII – na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou

estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional,

ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a

contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha

fins lucrativos;

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XIV – para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional

específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas

forem manifestamente vantajosas para o Poder Público;

XV – para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos,

de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades

do órgão ou entidade;

XVI – para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados

de uso da Administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para a

prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público

interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública,

criados para esse fim específico;

XVII – para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou

estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de

garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando

tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;

XVIII – nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de

navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento,

quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou

localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional

ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer

a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não

exceda ao limite previsto na alínea a do inciso II do art. 23 desta Lei;

XIX – para as compras de materiais de uso pelas Forças Armadas, com

exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver

necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio

logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão

instituída por decreto;

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XX  – na contratação de associação de portadores de deficiência física,

sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades

da Administração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de

mão de obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado

no mercado.

XXI – para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e

desenvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços de engenharia, a 20%

(vinte por cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art.

23; (Inciso acrescido pela Lei n. 9.648, de 27/5/1998, e com redação dada

pela Lei n. 13.243, de 11/1/2016)

XXII – na contratação do fornecimento ou suprimento de energia elétrica

e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo

as normas da legislação específica; (Inciso acrescido pela Lei n. 9.648, de

27/5/1998, e com nova redação dada pela Lei n. 10.438, de 26/4/2002)

XXIII – na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de

economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou

alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço

contratado seja compatível com o praticado no mercado; (Inciso acrescido

pela Lei n. 9.648, de 27/5/1998)

XXIV – para a celebração de contratos de prestação de serviços com

as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas

de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. (Inciso

acrescido pela Lei n. 9.648, de 27/5/1998) (Vide ADIN n. 1.923/1998)

XXV – na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica -

ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o

licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. (Inciso

acrescido pela Lei n. 10.973, de 2/12/2004)

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XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação

ou com entidade de sua Administração indireta, para a prestação de serviços

públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de

consórcio público ou em convênio de cooperação. (Inciso acrescido pela Lei

n. 11.107, de 6/4/2005)

XXVII – na contratação da coleta, processamento e comercialização de

resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de

coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas

exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder

público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos

compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Inciso

acrescido pela Lei n. 11.196, de 21/11/2005 e com nova redação dada pela

Lei n. 11.445, de 5/1/2007)

XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados

no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e

defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada

pela autoridade máxima do órgão. (Inciso acrescido pela Lei n. 11.484, de

31/5/2007)

XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos

contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em

operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço

e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da

Força. (Inciso acrescido pela Lei n. 11.783, de 17/9/2008)

XXX – na contratação de instituição ou organização, pública ou privada,

com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica

e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e

Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei

777
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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federal. (Inciso acrescido pela Lei n. 12.188, de 11/1/2010, publicada no DOU

de 12/1/2010, em vigor 30 ( trinta) dias após a publicação )

XXXI – nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts.

3º, 4º, 5º e 20 da Lei n. 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados

os princípios gerais de contratação dela constantes. (Inciso acrescido pela

Medida Provisória n. 495, de 19/7/2010, convertida na Lei n. 12.349, de

15/12/2010)

XXXII – na contratação em que houver transferência de tecnologia de

produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei

n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção

nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante

as etapas de absorção tecnológica. (Inciso acrescido pela Lei n. 12.715, de

17/9/2012)

XXXIII – na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a

implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água

para consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias

rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água. (Inciso

acrescido pela Medida Provisória n. 619, de 6/6/2013, convertida na Lei n.

12.873, de 24/10/2013)

XXXIV – para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno de

insumos estratégicos para a saúde produzidos ou distribuídos por fundação

que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da

administração pública direta, sua autarquia ou fundação em projetos de ensino,

pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e

estímulo à inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira necessária

à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam transferência de

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS,

nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim

específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado

seja compatível com o praticado no mercado. (Inciso acrescido pela Lei n.

13.204, de 14/12/2015)

XXXV – para a construção, a ampliação, a reforma e o aprimoramento de

estabelecimentos penais, desde que configurada situação de grave e iminente

risco à segurança pública. (Inciso acrescido pela Lei n. 13.500, de 26/10/2017)

§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo

serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por

consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por

autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas.

(Parágrafo único acrescido pela Lei n. 9.648, de 27/5/1998, transformado em

§1º e com nova redação dada pela Lei n. 12.715, de 17/9/2012)

§ 2º O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a

administração pública estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não

se aplica aos órgãos ou entidades que produzem produtos estratégicos para

o SUS, no âmbito da Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme

elencados em ato da direção nacional do SUS. (Parágrafo acrescido pela Lei

n. 12.715, de 17/9/2012)

§ 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput, quando

aplicada a obras e serviços de engenharia, seguirá procedimentos especiais

instituídos em regulamentação específica. (Parágrafo acrescido pela Lei n.

13.243, de 11/1/2016)

§ 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do art. 9º à

hipótese prevista no inciso XXI do caput. (Parágrafo acrescido pela Lei n.

13.243, de 11/1/2016)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição,

em especial:

I – para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam

ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo,

vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade

ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do

local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato,

Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes.

II – para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei,

de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização,

vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

III  – para contratação de profissional de qualquer setor artístico,

diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela

crítica especializada ou pela opinião pública.

§ 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa,

cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho

anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento,

equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades,

permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais

adequado à plena satisfação do objeto do contrato.

§ 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se

comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado

à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público

responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.

Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17 e no inciso III

e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25,

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo

único do art. 8º desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias,

à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no

prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. (“Caput” do

artigo com redação dada pela Lei n. 11.107, de 6/4/2005)

Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de

retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os

seguintes elementos:

I – caracterização da situação emergencial, calamitosa ou de grave e

iminente risco à segurança pública que justifique a dispensa, quando for o

caso; (Inciso com redação dada pela Lei n. 13.500, de 26/10/2017)

II – razão da escolha do fornecedor ou executante;

III – justificativa do preço.

IV – documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens

serão alocados. (Inciso acrescido pela Lei n. 9.648, de 27/5/1998)

Seção II
Da Habilitação

Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados,

exclusivamente, documentação relativa a:

I – habilitação jurídica;

II – qualificação técnica;

III – qualificação econômico-financeira;

IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Inciso com redação dada pela Lei

n. 12.440, de 7/7/2011, publicada no DOU de 8/7/2011, em vigor 180 (cento

oitenta) dias após a publicação)

781
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição

Federal. (Inciso acrescido pela Lei n. 9.854, de 27/10/1999)

Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso,

consistirá em:

I – cédula de identidade;

II – registro comercial, no caso de empresa individual;

III – ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente

registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades

por ações, acompanhado de documentos de eleição de seus administradores;

IV – inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada

de prova de diretoria em exercício;

V – decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade

estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para

funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o

exigir.

Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista,

conforme o caso, consistirá em: (“Caput” do artigo com redação dada pela

Lei n. 12.440, de 7/7/2011, publicada no DOU de 8/7/2011, em vigor 180

(cento oitenta) dias após a publicação)

I – prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro

Geral de Contribuintes (CGC);

II – prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal,

se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo

de atividade e compatível com o objeto contratual;

III – prova de regularidade para a Fazenda Federal, Estadual e Municipal

do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;

IV – prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no

cumprimento dos encargos sociais instituídos por Lei.

V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do

Trabalho, mediante a apresentação de certidão negativa, nos termos do

Título VII-A da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei

n. 5.452, de 1º de maio de 1943. (Inciso acrescido pela Lei n. 12.440, de

7/7/2011, publicada no DOU de 8/7/2011, em vigor 180 (cento oitenta) dias

após a publicação)

Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:

I – registro ou inscrição na entidade profissional competente;

II – comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente

e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da

licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal

técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem

como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se

responsabilizará pelos trabalhos;

III – comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os

documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as

informações e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto

da licitação;

IV – prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando

for o caso.

§ 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do caput deste artigo,

no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados

fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente

registrados nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências a:

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir

em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta,

profissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade

competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de

obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas exclusivamente

às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação,

vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazo máximos;

II – (VETADO)

a) (VETADO)

b) (VETADO)

§ 2º As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo,

mencionadas no parágrafo anterior, serão definidas no instrumento

convocatório.

§ 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões

ou atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e

operacional equivalente ou superior.

§ 4º Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão,

quando for o caso, será feita através de atestados fornecidos por pessoa

jurídica de direito público ou privado.

§ 5º É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com

limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer

outras não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.

§ 6º As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas,

equipamentos e pessoal técnico especializado, considerados essenciais para o

cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresentação

de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as

penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.

784
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 7º (VETADO)

I – (VETADO)

II – (VETADO)

§ 8º No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta

complexidade técnica, poderá a Administração exigir dos licitantes a

metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou

não, antecederá sempre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente

por critérios objetivos.

§ 9º Entende-se por licitação de alta complexidade técnica aquela que

envolva alta especialização, como fator de extrema relevância para garantir a

execução do objeto a ser contratado, ou que possa comprometer a continuidade

da prestação de serviços públicos essenciais.

§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação da

capacitação técnico-operacional de que trata o inciso I do § 1º deste artigo

deverão participar da obra ou serviço objeto da licitação, admitindo-se a

substituição por profissionais de experiência equivalente ou superior, desde

que aprovada pela Administração.

§ 11. (VETADO)

§ 12. (VETADO)

Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira

limitar-se-á a:

I  – balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício

social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa

situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes

ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando

encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta;

785
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor

da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio

da pessoa física;

III – garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no caput e §

1º do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do

objeto da contratação.

§ 1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade

financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir

caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos

de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade.

§ 2º Administração, nas compras para entrega futura e na execução de

obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação,

a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as

garantias previstas no § 1º do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de

comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito

de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.

§ 3º O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere

o parágrafo anterior, não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor

estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à

data da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização

para esta data através de índices oficiais.

§ 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos

pelo licitante que importem diminuição da capacidade operativa ou absorção

de disponibilidade financeira, calculada esta em função do patrimônio líquido

atualizado e sua capacidade de rotação.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 5º A comprovação da boa situação financeira da empresa será feita de

forma objetiva, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e

devidamente justificados no processo administrativo da licitação que tenha

dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de índices e valores

não usualmente adotados para a correta avaliação de situação financeira

suficiente ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação.

§ 6º (VETADO)

Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados

em original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório competente

ou por servidor da Administração ou publicação em órgão da imprensa oficial.

§ 1º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei poderá ser

dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento

de bens para pronta entrega e leilão.

§ 2º O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1º do art.

36, substitui os documentos enumerados nos arts. 28 a 31, quanto às

informações disponibilizadas em sistema informatizado de consulta direta

indicado no edital, obrigando-se a parte a declarar, sob as penalidades legais,

a superveniência de fato impeditivo da habilitação. (Parágrafo com redação

dada pela Lei n. 9.648, de 27/5/1998)

§ 3º A documentação referida neste artigo poderá ser substituída por

registro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto

no edital e o registro tenha sido feito em obediência ao disposto nesta Lei.

§ 4º As empresas estrangeiras que não funcionem no País, tanto

quanto possível, atenderão, nas licitações internacionais, às exigências dos

parágrafos anteriores mediante documentos equivalentes, autenticados pelos

respectivos consulados e traduzidos por tradutor juramentado, devendo ter

787
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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representação legal no Brasil com poderes expressos para receber citação e

responder administrativa ou judicialmente.

§ 5º Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, prévio

recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referentes a fornecimento

do edital, quando solicitado, com os seus elementos constitutivos, limitados

ao valor do custo efetivo de reprodução gráfica da documentação fornecida.

§ 6º O disposto no § 4º deste artigo, no § 1º do art. 33 e no § 2º do art. 55

não se aplica às licitações internacionais para a aquisição de bens e serviços

cujo pagamento seja feito com o produto de financiamento concedido por

organismo financeiro internacional de que o Brasil faça parte, ou por agência

estrangeira de cooperação, nem nos casos de contratação com empresa

estrangeira, para a compra de equipamentos fabricados e entregues no

exterior, desde que para este caso tenha havido prévia autorização do Chefe

do Poder Executivo, nem nos casos de aquisição de bens e serviços realizada

por unidades administrativas com sede no exterior.

§ 7º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e este artigo poderá

ser dispensada, nos termos de regulamento, no todo ou em parte, para a

contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, desde que para

pronta entrega ou até o valor previsto na alínea “a” do inciso II do caput do

art. 23. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.243, de 11/1/2016)

Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de empresas em

consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:

I – comprovação do compromisso público ou particular de constituição de

consórcio, subscrito pelos consorciados;

II – indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender

às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por

parte de cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o

somatório dos quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de qualificação

econômico-financeira, o somatório dos valores de cada consorciado,

na proporção de sua respectiva participação, podendo a Administração

estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento)

dos valores exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para

os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas

assim definidas em Lei;

IV – impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma

licitação, através de mais de um consórcio ou isoladamente;

V – responsabilidade dos integrantes pelos atos praticados em consórcio,

tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato.

§ 1º No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança

caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado o disposto no

inciso II deste artigo.

§ 2º O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do

contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso

referido no inciso I deste artigo.

Seção III
Dos Registros Cadastrais

Art. 34. Para os fins desta lei, os órgãos e entidades da Administração

Pública que realizem frequentemente licitações manterão registros cadastrais

para efeito de habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo,

um ano.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá estar

permanentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por ele

responsável a proceder, no mínimo anualmente, através da imprensa oficial

e de jornal diário, a chamamento público para a atualização dos registros

existentes e para o ingresso de novos interessados.

§ 2º É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de registros

cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administração Pública.

Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qualquer

tempo, o interessado fornecerá os elementos necessários à satisfação das

exigências do art. 27 desta Lei.

Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se em vista

sua especialização, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e

econômica avaliada pelos elementos constantes da documentação relacionada

nos arts. 30 e 31 desta Lei.

§ 1º Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre que

atualizarem o registro.

§ 2º A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas será

anotada no respectivo registro cadastral.

Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o

registro do inscrito que deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta lei,

ou as estabelecidas para classificação cadastral.

Seção IV
Do Procedimento e Julgamento

Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de

processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado,

contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:

I – edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;

II – comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21

desta Lei, ou da entrega do convite;

III – ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo

ou oficial, ou do responsável pelo convite;

IV – original das propostas e dos documentos que as instruírem;

V – atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;

VI – pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa

ou inexigibilidade;

VII – atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;

VIII – recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas

manifestações e decisões;

IX – despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o

caso, fundamentado circunstanciadamente;

X – termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;

XI – outros comprovantes de publicações;

XII – demais documentos relativos à licitação.

Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos

contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas

e aprovadas por assessoria jurídica da Administração.

Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um

conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes

o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea “c” desta Lei, o processo licitatório

será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela

autoridade responsável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis

791
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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da data prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedência

mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios

previstos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso e direito a todas

as informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados.

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se licitações


simultâneas aquelas com objetos similares e com realização prevista para
intervalos são superiores a trinta dias, e licitações sucessivas aquelas em
que, também com objetos similares, o edital subsequente tenha uma data
anterior a cento e vinte dias após o término do contrato resultante da licitação
antecedente.
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual,
o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de
execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o
local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como
para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:
I – objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
II  – prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos
instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato
e para entrega do objeto da licitação;
III – sanções para o caso de inadimplemento;
IV – local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;
V – se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de

licitação e o local onde possa ser examinado e adquirido;

VI  – condições para participação na licitação, em conformidade com os

arts. 27 a 31 desta lei, e forma de apresentação das propostas;

VII  – critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros

objetivos;

VIII – locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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distância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos

relativos à licitação e às condições para atendimento das obrigações necessárias

ao cumprimento de seu objeto;

IX – condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e

estrangeiras, no caso de licitações internacionais;

X – o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o

caso, permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços

mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de

referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48. (Inciso

com redação dada pela Lei n. 9.648, de 27/5/1998)

XI – critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo

de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a

data prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa

proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela;

XII – (VETADO)

XIII – limites, para pagamento de instalação e mobilização para execução

de obras ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das

demais parcelas, etapas ou tarefas;

XIV – condições de pagamento, prevendo:

a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data

final do período de adimplemento de cada parcela;

b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com

a disponibilidade de recursos financeiros;

c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a

data final do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo

pagamento;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e

descontos, por eventuais antecipações de pagamentos;

e) exigência de seguros, quando for o caso;

XV – instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;

XVI – condições de recebimento do objeto da licitação;

XVII – outras indicações específicas ou peculiares da licitação.

§ 1º O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas

e assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de

licitação, e dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua

divulgação e fornecimento aos interessados.

§ 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:

I – o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos,

especificações e outros complementos;

II – orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários;

III – a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante

vencedor;

IV – as especificações complementares e as normas de execução pertinentes

à licitação.

§ 3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como adimplemento da

obrigação contratual a prestação do serviço, a realização da obra, a entrega

do bem ou de parcela destes, bem como qualquer outro evento contratual a

cuja ocorrência esteja vinculada a emissão de documento de cobrança.

§ 4º Nas compras para entrega imediata, assim entendidas aquelas

com prazo de entrega até trinta dias da data prevista para apresentação da

proposta, poderão ser dispensados:

I – o disposto no inciso XI deste artigo;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II  – a atualização financeira a que se refere a alínea “c” do inciso XIV

deste artigo, correspondente ao período compreendido entre as datas do

adimplemento e a prevista para o pagamento, desde que não superior a

quinze dias.

§ 5º A Administração Pública poderá, nos editais de licitação para a

contratação de serviços, exigir da contratada que um percentual mínimo de

sua mão de obra seja oriundo ou egresso do sistema prisional, com a finalidade

de ressocialização do reeducando, na forma estabelecida em regulamento.

(Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.500, de 26/10/2017)

Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do

edital, ao qual se acha estritamente vinculada.

§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação

por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até

5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de

habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em

até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1º do art. 113.

§ 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação

perante a Administração o licitante que não o fizer até o segundo dia útil

que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a

abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou

concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam

esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso.

§ 3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de

participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela

pertinente.

§ 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar

das fases subsequentes.

795
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional o edital deverá ajustar-

se às diretrizes da política monetária e do comércio exterior e atender às

exigências dos órgãos competentes.

§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda

estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante brasileiro.

§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado

em virtude da licitação de que trata o parágrafo anterior será efetuado em

moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia útil imediatamente anterior

à data do efetivo pagamento.

§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes

àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.

§ 4º Para fins de julgamento da licitação, as propostas apresentadas por

licitantes estrangeiros serão acrescidas dos gravames consequentes dos

mesmos tributos que oneram exclusivamente os licitantes brasileiros quanto

à operação final de venda.

§ 5º Para a realização de obras, prestação de serviços ou aquisição de bens

com recursos provenientes de financiamento ou doação oriundos de agência

oficial de cooperação estrangeira ou organismo financeiro multilateral de que o

Brasil seja parte, poderão ser admitidas, na respectiva licitação, as condições

decorrentes de acordos, protocolos, convenções ou tratados internacionais,

aprovados pelo Congresso Nacional, bem como as normas e procedimentos

daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção da proposta mais

vantajosa para a Administração, o qual poderá contemplar, além do preço,

outros fatores de avaliação desde que por elas exigidos para a obtenção do

financiamento ou da doação, e que também não conflitem com o princípio do

julgamento objetivo e sejam objeto de despacho motivado do órgão executor

do contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imediatamente superior.

796
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 6º As cotações de todos os licitantes serão para entrega no mesmo local

de destino.

Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos

seguintes procedimentos:

I – abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação

dos concorrentes, e sua apreciação;

II – devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados,

contendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou

após sua denegação;

III – abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes

habilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso,

ou tenha havido desistência expressa, ou após o julgamento dos recursos

interpostos;

IV – verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do

edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados

por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de

registro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de

julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes

ou incompatíveis;

V – julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de


avaliação constantes do edital;
VI – deliberação da autoridade competente quanto à homologação e
adjudicação do objeto da licitação.
§ 1º A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação
e as propostas será realizada sempre em ato público previamente designado,
do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e
pela Comissão.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos licitantes


presentes e pela Comissão.
§ 3º É facultada à comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da
licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou a complementar
a instrução do processo, vedada a inclusão posterior de documento ou
informação que deveria constar originariamente da proposta.
§ 4º O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que couber, ao
concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite.
§ 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (incisos I e II)
e abertas as propostas (inciso III), não cabe desclassificá-los por motivo
relacionado com a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só
conhecidos após o julgamento.
§ 6º Após a fase de habilitação, não cabe desistência de proposta, salvo
por motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela Comissão.
Art. 44. No julgamento das propostas, a comissão levará em consideração
os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem
contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei.
§ 1º É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso,
secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o

princípio da igualdade entre os licitantes.

§ 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no

edital ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido,

nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes.

§ 3º Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários

simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos

insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda

que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos,

798
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

exceto quando se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio

licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração.

§ 4º O disposto no parágrafo anterior se aplica também às propostas que

incluam mão de obra estrangeira ou importações de qualquer natureza.

Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão

de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os

tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório

e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a

possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.

§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na

modalidade concurso.

I – a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais

vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que

apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite

e ofertar o menor preço;

II – a de melhor técnica;

III – a de técnica e preço;

IV – a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou

concessão de direito real de uso.

§ 2º No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o

disposto no § 2º do art. 3º desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamente,

por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes serão convocados,

vedado qualquer outro processo.

§ 3º No caso da licitação do tipo menor preço, entre os licitantes

considerados qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos

preços propostos, prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério

previsto no parágrafo anterior.

799
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 4º Para a contratação de bens e serviços de informática, a Administração

observará o disposto no art. 3º da Lei n. 8.248, de 23 de outubro de

1991, levando em conta os fatores especificados em seu § 2º e adotando

obrigatoriamente o tipo de licitação “técnica e preço”, permitido o emprego

de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.

§ 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste

artigo.

§ 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas tantas

propostas quantas necessárias até que se atinja a quantidade demandada na

licitação. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 9.648, de 27/5/1998)

Art. 46. Os tipos de licitação “melhor técnica” ou “técnica e preço” serão

utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente

intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização,

supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral, e, em

particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos

básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4º do artigo anterior.

§ 1º Nas licitações do tipo “melhor técnica” será adotado o seguinte

procedimento claramente explicitado no instrumento convocatório, o qual

fixará o preço máximo que a Administração se propõe a pagar:

I – serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusivamente

dos licitantes previamente qualificados e feita então a avaliação e classificação

destas propostas de acordo com os critérios pertinentes e adequados a objeto

licitado, definidos com clareza e objetividade no instrumento convocatório e

que considerem a capacitação e a experiência do proponente, a qualidade

técnica da proposta, compreendendo metodologia, organização, tecnologias

e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualificação das

equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua execução;

800
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura

das propostas de preço dos licitantes que tenham atingido a valorização

mínima estabelecida no instrumento convocatório e à negociação das

condições propostas, com a proponente melhor classificada, com base nos

orçamentos detalhados apresentados e respectivos preços unitários e tendo

como referência o limite representado pela proposta de menor preço entre os

licitantes que obtiveram a valorização mínima;

III – no caso de impasse na negociação anterior, procedimento idêntico

será adotado, sucessivamente, com os demais proponentes, pela ordem de

classificação, até a consecução de acordo para a contratação;

IV – as propostas de preços serão devolvidas intactas aos licitantes que

não forem preliminarmente habilitados ou que não obtiverem a valorização

mínima estabelecida para a proposta técnica.

§ 2º Nas licitações do tipo “técnica e preço” será adotado, adicionalmente

ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedimento claramente

explicitado no instrumento convocatório:

I – será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de

acordo com critérios objetivos preestabelecidos no instrumento convocatório;

II  – a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média

ponderada das valorizações das propostas técnicas e de preço, de acordo com

os pesos preestabelecidos no instrumento convocatório.

§ 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste artigo

poderão ser adotados, por autorização expressa e mediante justificativa

circunstanciada da maior autoridade da Administração promotora constante do

ato convocatório, para fornecimento de bens e execução de obras ou prestação

de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes de tecnologia

nitidamente sofisticada e de domínio restrito, atestado por autoridades

801
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

técnicas de reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido

admitir soluções alternativas e variações de execução, com repercussões

significativas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e durabilidade

concretamente mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha

dos licitantes, na conformidade dos critérios objetivamente fixados no ato

convocatório.

§ 4º (VETADO)

Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, quando for adotada

a modalidade de execução de empreitada por preço global, a Administração

deverá fornecer obrigatoriamente, junto com o edital, todos os elementos e

informações necessárias para que os licitantes possam elaborar suas propostas

de preços com total e completo conhecimento do objeto da licitação.

Art. 48. Serão desclassificadas:

I – as propostas que não atendam às exigências do ato convocatório da

licitação;

II – propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com

preços manifestamente inexequíveis, assim considerados aqueles que não

venham a ter demonstrada sua viabilidade através de documentação que

comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e

que os coeficientes de produtividade são compatíveis com a execução do

objeto do contrato, condições estas necessariamente especificadas no ato

convocatório da licitação.

§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo, consideram-

se manifestamente inexequíveis, no caso de licitações de menor preço para

obras e serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a

70% (setenta por cento) do menor dos seguintes valores:

802
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cinquenta

por cento) do valor orçado pela Administração, ou

b) valor orçado pela Administração. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 9.648,

de 27/5/1998)

§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior cujo valor

global da proposta for inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a

que se referem as alíneas a e b, será exigida, para a assinatura do contrato,

prestação de garantia adicional, dentre as modalidades previstas no § 1º do

art. 56, igual a diferença entre o valor resultante do parágrafo anterior e o

valor da correspondente proposta. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 9.648, de

27/5/1998)

§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas

forem desclassificadas, a Administração poderá fixar aos licitantes o prazo

de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras

propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso

de convite, a redução deste prazo para três dias úteis. (Parágrafo único

transformado em § 3º pela Lei n. 9.648, de 27/5/1998)

Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento

somente poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente

de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente

para justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou

por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente

fundamentado.

§ 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não

gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art.

59 desta Lei.

803
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§ 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado

o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.

§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o

contraditório e a ampla defesa.

§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplicam-se aos atos do

procedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação.

Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição

da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao

procedimento licitatório, sob pena de nulidade.

Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua

alteração ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por

comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo

pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros

permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.

§ 1º No caso de convite, a comissão de licitação, excepcionalmente,

nas pequenas unidades administrativas e em face da exiguidade de pessoal

disponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela

autoridade competente.

§ 2º A comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro

cadastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais

legalmente habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.

§ 3º Os membros das comissões de licitação responderão solidariamente

por todos os atos praticados pela comissão, salvo se posição individual

divergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada

na reunião em que tiver sido tomada a decisão.

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§ 4º A investidura dos membros das Comissões permanentes não excederá

a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a

mesma comissão no período subsequente.

§ 5º No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial

integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da

matéria em exame, servidores públicos ou não.

Art. 52. O concurso a que se refere o § 4º do art. 22 desta Lei deve ser

precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local

indicado no edital.

§ 1º O regulamento deverá indicar:

I – a qualificação exigida dos participantes;

II – as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;

III  – as condições de realização do concurso e os prêmios a serem

concedidos.

§ 2º Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a Administração

a executá-lo quando julgar conveniente.

Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado

pela Administração, procedendo-se na forma da legislação pertinente.

§ 1º Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administração

para fixação do preço mínimo de arrematação.

§ 2º Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual estabelecido

no edital, não inferior a 5% (cinco por cento), e, após a assinatura da respectiva

ata lavrada no local do leilão, imediatamente entregues ao arrematante, o

qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo estipulado no edital de

convocação, sob pena de perder em favor da Administração o valor já recolhido.

§ 3º Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderá ser

feito em até vinte e quatro horas.

805
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§ 4º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado principalmente no

município em que se realizará.

CAPÍTULO III
DOS CONTRATOS
Seção I
Disposições Preliminares

Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se

pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes,

supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições

de direito privado.

§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições

para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações

e responsabilidades das partes, em conformidade com os termos da licitação

e da proposta a que se vinculam.

§ 2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação

devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta.

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:

I – o objeto e seus elementos característicos;

II – o regime de execução ou a forma de fornecimento;

III  – o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e

periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária

entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;

IV – os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega,

de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;

V – o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação

funcional programática e da categoria econômica;

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VI – as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando

exigidas;

VII – os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis

e os valores das multas;

VIII – os casos de rescisão;

IX – o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão

administrativa prevista no art. 77 desta Lei;

X – as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão,

quando for o caso;

XI – a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a

inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;

XII – a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos

casos omissos;

XIII – a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do

contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as

condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.

§ 1º (VETADO)

§ 2º Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas

físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá

constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da sede da

Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o disposto no

§ 6º do art. 32 desta Lei.

§ 3º No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade

comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos

da União, Estado ou Município, as características e os valores pagos, segundo

o disposto no art. 63 da Lei n. 4.320, de 17 de março de 1964.

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Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde

que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de

garantia nas contratações de obras, serviços e compras.

§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de

garantia:

I – caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter

sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado

de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados

pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda;

(Inciso com redação dada pela Lei n. 11.079, de 30/12/2004)

II – seguro-garantia;

III – fiança bancária.

§ 2º A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a

cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas

condições daquele, ressalvado o previsto no § 3º deste artigo.

§ 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo

alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados

através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o

limite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até

dez por cento do valor do contrato.

§ 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após

a execução do contrato, e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.

§ 5º Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela

Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia

deverá ser acrescido o valor desses bens.

Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à

vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:

I – aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas

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estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se


houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no

ato convocatório;

II – a prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que

poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com

vistas a obtenção de preços e condições mais vantajosas para a Administração,

limitada a sessenta meses. (Inciso com redação dada pela Lei n. 9.648, de

27/5/1998)

III – (VETADO)

IV – ao aluguel de equipamentos à utilização de programas de informática,

podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses

após o início da vigência do contrato.

V – às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24,

cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso

haja interesse da administração. (Inciso acrescido pela Medida Provisória n.

495, de 19/7/2010, convertida na Lei n. 12.349, de 15/12/2010)


§ 1º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega
admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada
a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum
dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo:
I – alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
II – superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à
vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução
do contrato;
III – interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de
trabalho por ordem e no interesse da Administração;
IV – aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos

limites permitidos por esta lei;

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V – impedimento de execução por fato ou ato de terceiro reconhecido pela

Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;

VI – omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive

quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento

ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais

aplicáveis aos responsáveis.

§ 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e

previamente, autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.

§ 3º É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.

§ 4º Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante

autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput

deste artigo poderá ser prorrogado em até doze meses. (Parágrafo acrescido

pela Lei n. 9.648, de 27/5/1998)

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por

esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:

I  – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades

de interesse público, respeitados os direitos do contratado;

II – rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do

art. 79 desta Lei;

III – fiscalizar-lhes a execução;

IV – aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;

V – nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis,

imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da

necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo

contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.

810
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos

administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do

contratado.

§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras

do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.

Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera

retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente,

deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos.

Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de

indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que

ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto

que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe

deu causa.

Seção II
Da Formalização dos Contratos

Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições


interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e
registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre
imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de
tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim
entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite
estabelecido no art. 23, inciso II, alínea a desta lei, feitas em regime de
adiantamento.

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Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus


representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número
do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos
contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de
seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua
eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês
seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela
data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto
no art. 26 desta Lei.
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência
e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços
estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e
facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros
instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa,

autorização de compra ou ordem de execução de serviço.

§ 1º A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato


convocatório da licitação.

§ 2º Em carta contrato, nota de empenho de despesa, autorização de

compra, ordem de execução de serviço ou outros instrumentos hábeis aplica-

se, no que couber, o disposto no art. 55 desta lei.

§ 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas

gerais, no que couber:

I  – aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que

o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido,

predominantemente, por norma de direito privado.

II – aos contratos em que a Administração for parte como usuária de

serviço público.

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§ 4º É dispensável o “termo de contrato” e facultada a substituição prevista

neste artigo a critério da Administração e independentemente de seu valor,

nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos,

dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.

Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos

do contrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado,

a obtenção de cópia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos

devidos.

Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para

assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente,

dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à

contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.

§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual

período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que

ocorra motivo justificado aceito pela Administração.

§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o

termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no

prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes,

na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas

condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços

atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação

independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.

§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem

convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos

assumidos.

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Seção III
Da Alteração dos Contratos

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as

devidas justificativas, nos seguintes casos:

I – unilateralmente pela Administração:

a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para

melhor adequação técnica aos seus objetivos;

b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de

acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos

por esta Lei;

II – por acordo das partes:

a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;

b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou

serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica

da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;

c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição

de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada

a antecipação do pagamento com relação ao cronograma financeiro fixado,

sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução

de obra ou serviço;

d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre

os encargos do contratado e a retribuição da Administração para a justa

remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do

equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem

fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis,

retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou ainda, em caso de

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica

extraordinária e extracontratual.

§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais,

os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras,

até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e,

no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de

50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos.

§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites

estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: (“Caput” do parágrafo com redação

dada pela Lei n. 9.648, de 27/5/1998)

I – (VETADO na Lei n. 9.648, de 27/5/1998)

II – as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes.

(Inciso com redação dada pela Lei n. 9.648, de 27/5/1998)

§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários

para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes,

respeitados os limites estabelecidos no § 1º deste artigo.


§ 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já
houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão
ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente
comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização
por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que
regularmente comprovados.
§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos,
bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a
data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços
contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme
o caso.

815
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos

do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o

equilíbrio econômico-financeiro inicial.

§ 7º (VETADO).

§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços

previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações

financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem

como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite

do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser

registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.

Seção IV
Da Execução dos Contratos

Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo

com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma

pelas consequências de sua inexecução total ou parcial.

Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no inciso

II do § 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir, durante todo o período de

execução do contrato, a reserva de cargos prevista em lei para pessoa com

deficiência ou para reabilitado da Previdência Social, bem como as regras de

acessibilidade previstas na legislação.

Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumprimento dos

requisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de trabalho. (Artigo

acrescido pela Lei n. 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015,

em vigor 180 dias após sua publicação)

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Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada

por um representante da Administração especialmente designado, permitida

a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações

pertinentes a esta atribuição.

§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas

as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que

for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.

§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência do

representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para

a adoção das medidas convenientes.

Art. 68. O contrato deverá manter preposto, aceito pela Administração,

no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contrato.

Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir

ou substituir, as suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em

que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou

de materiais empregados.

Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à


Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução
do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização
ou o acompanhamento pelo órgão interessado.
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas,
previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
§ 1º A inadimplência do contratado com referência aos encargos trabalhistas,
fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade
por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a
regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de
Imóveis. (Parágrafo com redação dada pela Lei n. 9.032, de 28/4/1995)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º A Administração Pública responde solidariamente com o contratado


pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos
termos do art. 31 da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991. (Parágrafo com
redação dada pela Lei n. 9.032, de 28/4/1995)
§ 3º (VETADO)
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das
responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da
obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela
Administração.
Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:
I – em se tratando de obras e serviços:
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e
fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até
15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade
competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o
decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do

objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;

II – em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:

a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade

do material com a especificação;

b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do

material e consequente aceitação.

§ 1º Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento

far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.

§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade

civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional

pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei

ou pelo contrato.

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§ 3º O prazo a que se refere a alínea b do inciso I deste artigo não poderá

ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devidamente

justificados e previstos no edital.

§ 4º Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se

refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro

dos prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, desde que comunicados à

Administração nos 15 (quinze) dias anterior à exaustão dos mesmos.

Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes

casos:

I – gêneros perecíveis e alimentação preparada;

II – serviços profissionais;

III – obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea

a, desta Lei, desde que não se componham de aparelhos, equipamentos e

instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade.

Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito mediante

recibo.

Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite

ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidos por normas

técnicas oficiais para a boa execução do objeto do contrato correm por conta

do contratado.

Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou

fornecimento executado em desacordo com o contrato.

Seção V
Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos

Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão,

com as consequências contratuais e as previstas em lei ou regulamento.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:

I – o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos

ou prazos;

II  – o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações,

projetos e prazos.

III – a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar

a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos

prazos estipulados.

IV – o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;

V – a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa

e prévia comunicação à Administração;

VI – a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do

contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como

a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato;

VII  – o desatendimento das determinações regulares da autoridade

designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de

seus superiores;

VIII – o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na

forma do 1º do art. 67 desta Lei;

IX – a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;

X – a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;

XI – a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da

empresa, que prejudique a execução do contrato;

XII – razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento,

justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa

a que está subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo

a que se refere o contrato;

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XIII – a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou

compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite

permitido no § 1º do art. 65 desta Lei;

XIV – a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração,

por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade

pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por

repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do

pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente

imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao

contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento

das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;

XV – o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela

Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas

destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública,

grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o

direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que

seja normalizada a situação;

XVI – a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto

para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem

como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;

XVII – a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente

comprovada, impeditiva da execução do contrato.

XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das

sanções penais cabíveis. (Inciso acrescido pela Lei n. 9.854, de 27/10/1999)

Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente

motivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.

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Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:

I – determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos

enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;

II – amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo

da licitação, desde que haja conveniência para a Administração;

III – judicial, nos termos da legislação;

IV – (VETADO)

§ 1º A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de

autorização escrita e fundamentada da autoridade competente.

§ 2º Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo

anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos

regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:

I – devolução de garantia;

II – pagamento devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;

III – pagamento do custo da desmobilização.

§ 3º (VETADO)

§ 4º (VETADO)

§ 5º Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o

cronograma de execução será prorrogado automaticamente por igual tempo.

Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as

seguintes consequências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei.

I – assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se

encontrar, por ato próprio da Administração;

II – ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e

pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade,

na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;

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III – execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração,

e dos valores das multas e indenizações a ela devidos;

IV – retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos

causados à Administração.

§ 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica

a critério da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço

por execução direta ou indireta.

§ 2º É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado,

manter o contrato, podendo assumir o controle de determinadas atividades

de serviços essenciais.

§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido

de autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secretário

Estadual ou Municipal, conforme o caso.

§ 4º A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à

Administração, a seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo.

CAPÍTULO IV
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDICIAL

Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato,

aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido pela

Administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação assumida,

sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes

convocados nos termos do art. 64, § 2º, desta Lei, que não aceitarem a

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contratação, nas mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatário,

inclusive quanto ao prazo e preço.

Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em desacordo

com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os objetivos da licitação

sujeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem

prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.

Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tentados,

sujeitam os seus autores, quando servidores públicos, além das sanções

penais, à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.

Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, aquele que

exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, cargo, função ou

emprego público.

§ 1º Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, quem exerce

cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, assim consideradas,

além das fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, as

demais entidades sob controle, direto ou indireto, do Poder Público.

§ 2º A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os autores

dos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo em comissão ou de

função de confiança em órgão da Administração direta, autarquia, empresa

pública, sociedade de economia mista, fundação pública, ou outra entidade

controlada direta ou indiretamente pelo Poder Público.

Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às licitações e

aos contratos celebrados pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios, e

respectivas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista,

fundações públicas, e quaisquer outras entidades sob seu controle direto ou

indireto.

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Seção II
Das Sanções Administrativas

Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o

contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório

ou no contrato.

§ 1º A multa a que alude neste artigo não impede que a Administração

rescinda unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções previstas

nesta Lei.

§ 2º A multa, aplicada após regular processo administrativo, será

descontada da garantia do respectivo contratado.

§ 3º Se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além

da perda desta responderá o contratado pela sua diferença, a qual será

descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou

ainda, quando for o caso, cobrada judicialmente.

Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração

poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:

I – advertência;

II – multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;

III – suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de

contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;

IV – declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração

Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até

que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou

a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a

Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção

aplicada com base no inciso anterior.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada,


além da perda desta responderá o contratado pela sua diferença, que será
descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou
cobrada judicialmente.
§ 2º As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão
ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do
interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
§ 3º A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência
exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme
o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de
10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após
2 (dois) anos de sua aplicação.
Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior poderão
também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em razão dos
contratos regidos por esta Lei:

I – tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios

dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;

II – tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da

licitação;

III – demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a

Administração em virtude de atos ilícitos praticados.

Seção III
Dos Crimes e das Penas

Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas

em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à

inexigibilidade:

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Pena – detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente

concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou

inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público.

Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer

outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o

intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação

do objeto da licitação:

Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante

a Administração, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de

contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou

vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário, durante

a execução dos contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização

em lei, no ato convocatório da licitação ou nos respectivos instrumentos

contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de

sua exigibilidade, observado o disposto no art. 121 desta Lei:

Pena – detenção, de dois a quatro anos, e multa.

Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, tendo

comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, obtém

vantagem indevida ou se beneficia, injustamente, das modificações ou

prorrogações contratuais.

Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de

procedimento licitatório:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

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Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento


licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena – detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
Art. 95. Afastar ou procurar afastar licitante, por meio de violência, grave
ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo:
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de
licitar, em razão da vantagem oferecida.
Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para
aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente:
I – elevando arbitrariamente os preços;
II  – vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou

deteriorada;

III – entregando uma mercadoria por outra;

IV – alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria

fornecida;

V – tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a proposta

ou a execução do contrato:

Pena – detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa ou profissional

declarado inidôneo:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado inidôneo,

venha a licitar ou a contratar com a Administração.

Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscrição de qualquer

interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a alteração,

suspensão ou cancelamento de registro do inscrito:

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Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste no

pagamento de quantia fixada na sentença e calculada em índices percentuais,

cuja base corresponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou

potencialmente auferível pelo agente.

§ 1º Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a 2%

(dois por cento), nem superiores a 5% (cinco por cento) do valor do contrato

licitado ou celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação.

§ 2º O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, à

Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal.

Seção IV
Do Processo e do Procedimento Judicial

Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública

incondicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la.

Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos desta Lei, a

iniciativa do Ministério Público, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre

o fato e sua autoria, bem como as circunstâncias em que se deu a ocorrência.

Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade

reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por duas testemunhas.

Art. 102. Quando em autos ou documentos de que conhecerem, os

magistrados, os membros dos Tribunais ou Conselhos de Contas ou os

titulares dos órgãos integrantes do sistema de controle interno de qualquer

dos Poderes, verificarem a existência dos crimes definidos pela Lei remeterão

ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento

da denúncia.

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Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da pública, se esta

não for ajuizada no prazo legal, aplicando-se, no que couber, o disposto nos

arts. 29 e 30 do Código de Processo Penal.

Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo de 10

(dez) dias para apresentação de defesa escrita, contado da data do seu

interrogatório, podendo juntar documentos, arrolar as testemunhas que tiver,

em número não superior a 5 (cinco), e indicar as demais provas que pretenda

produzir.

Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas

as diligências instrutórias deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á,

sucessivamente, o prazo de 5 (cinco) dias a cada parte para alegações finais.

Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro de 24 (vinte

e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para proferir a sentença.

Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 108. No processamento e julgamento das infrações penais definidas

nesta Lei, assim como nos recursos e nas execuções que lhes digam respeito,

aplicar-se-ão, subsidiariamente, o Código de Processo Penal e a Lei de

Execução Penal.

CAPÍTULO V
DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS

Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei

cabem:

I – recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato

ou da lavratura da ata, nos casos de:

a) habilitação ou inabilitação do licitante;

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b) julgamento das propostas;

c) anulação ou revogação da licitação;

d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração

ou cancelamento;

e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei;

f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa.

II – representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intimação da decisão

relacionada com o objeto da licitação ou do contrato, de que não caiba recurso

hierárquico;

III – pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Estado, ou

Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na hipótese do § 4º do

art. 87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato.

§ 1º A intimação dos atos referidos no inciso I alíneas “a”, “b”, “c” e “e”

deste artigo, excluídos os relativos a advertência e multa de mora, e no inciso

III, será feita mediante publicação na imprensa oficial, salvo, para os casos

previstos nas alíneas “a” e “b”, se presentes os prepostos dos licitantes no

ato em que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação

direta aos interessados e lavrada em ata.

§ 2º O recurso previsto nas alíneas “a” e “b” do inciso I deste artigo

terá efeito suspensivo, podendo a autoridade competente, motivadamente e

presentes razões de interesse público, atribuir ao recurso interposto eficácia

suspensiva aos demais recursos.

§ 3º Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitantes que

poderão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis.

§ 4º O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que

praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo

de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente

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informado, devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo

de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena de

responsabilidade.

§ 5º Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de reconsideração

se inicia ou corre sem que os autos do processo estejam com vista franqueada

ao interessado.

§ 6º Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de carta convite

os prazos estabelecidos nos incisos I e II e no § 3º deste artigo serão de dois

dias úteis.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta lei, excluir-se-á

o dia do início e incluir-se-á o do vencimento, e considerar-se-ão os dias

consecutivos, exceto quando for explicitamente disposto em contrário.

Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos neste artigo

em dia de expediente no órgão ou na entidade.

Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, premiar ou receber

projeto ou serviço técnico especializado desde que o autor ceda os direitos

patrimoniais a ele relativos e a Administração possa utilizá-lo de acordo com

o previsto no regulamento de concurso ou no ajuste para sua elaboração.

Parágrafo único. Quando o projeto referir-se à obra imaterial de caráter

tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos direitos incluirá o

fornecimento de todos os dados, documentos e elementos de informação

pertinentes à tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação em suporte

físico de qualquer natureza e aplicação da obra.

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Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais de uma entidade

pública, caberá ao órgão contratante, perante a entidade interessada,

responder pela sua boa execução, fiscalização e pagamento.

§ 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação da qual, nos termos

do edital, decorram contratos administrativos celebrados por órgãos ou

entidades dos entes da Federação consorciados. (Parágrafo com redação

dada pela Lei n. 11.107, de 6/4/2005)

§ 2º É facultado à entidade interessada o acompanhamento da licitação

e da execução do contrato. (Parágrafo com redação dada pela Lei n. 11.107,

de 6/4/2005)

Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais

instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas competente,

na forma da legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da

Administração responsáveis pela demonstração da legalidade e regularidade

da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem prejuízo do sistema

de controle interno nela previsto.

§ 1º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá

representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de

controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do

disposto neste artigo.

§ 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle

interno poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à

data de recebimento das propostas, cópia do edital de licitação já publicado,

obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção

de medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem

determinadas.

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Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a pré-qualificação de

licitantes nas concorrências, a ser procedida sempre que o objeto da licitação

recomende análise mais detida da qualificação técnica dos interessados.

§ 1º A adoção do procedimento de pré-qualificação será feita mediante

proposta da autoridade competente, aprovada pela imediatamente superior.

§ 2º Na pré-qualificação serão observadas as exigências desta Lei relativas

à concorrência, à convocação dos interessados, ao procedimento e à análise

da documentação.

Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir normas relativas aos

procedimentos operacionais a serem observados na execução das licitações,

no âmbito de sua competência, observadas as disposições desta Lei.

Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, após aprovação da

autoridade competente, deverão ser publicadas na imprensa oficial.

Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos

convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por

órgãos e entidades da Administração.

§ 1º A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou entidades

da Administração Pública depende de prévia aprovação de competente plano

de trabalho proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no

mínimo, as seguintes informações:

I – identificação do objeto a ser executado;

II – metas a serem atingidas;

III – etapas ou fases de execução;

IV – plano de aplicação dos recursos financeiros;

V – cronograma de desembolso;

VI – previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclusão

das etapas ou fases programadas;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VII – se o ajuste compreender obra ou serviço de engenharia, comprovação

de que os recursos próprios para complementar a execução do objeto estão

devidamente assegurados, salvo se o custo total do empreendimento recair

sobre a entidade ou órgão descentralizador.

§ 2º Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará ciência do

mesmo à Assembleia Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva.

§ 3º As parcelas do convênio serão liberadas em estrita conformidade com

o plano de aplicação aprovado, exceto nos casos a seguir, em que as mesmas

ficarão retidas até o saneamento das impropriedades ocorrentes:

I – quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da

parcela anteriormente recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive

mediante procedimentos de fiscalização local, realizados periodicamente pela


entidade ou órgão descentralizador dos recursos ou pelo órgão competente
do sistema de controle interno da Administração Pública;
II  – quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos,
atrasos não justificados no cumprimento das etapas ou fases programadas,
práticas atentatórias aos princípios fundamentais de Administração Pública
nas contratações e demais atos praticados na execução do convênio, ou o
inadimplemento do executor com relação a outras cláusulas conveniais básicas;
III – quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras apontadas
pelo partícipe repassador dos recursos ou por integrantes do respectivo
sistema de controle interno.
§ 4º Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão obrigatoriamente
aplicados em cadernetas de poupança de instituição financeira oficial se a
previsão de seu uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo de aplicação
financeira de curto prazo ou operação de mercado aberto lastreada em títulos
da dívida pública, quando a utilização dos mesmos verificar-se em prazos

menores que um mês.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 5º As receitas financeiras auferidas na forma do parágrafo anterior

serão obrigatoriamente computadas a crédito do convênio e aplicadas,

exclusivamente, no objeto de sua finalidade, devendo constar de demonstrativo

específico que integrará as prestações de contas do ajuste.

§ 6º Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do convênio,

acordo ou ajuste, os saldos financeiros remanescentes, inclusive os provenientes

das receitas obtidas das aplicações financeiras realizadas, serão devolvidos

à entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo improrrogável de

30 (trinta) dias do evento, sob pena da imediata instauração de tomada de

contas especial do responsável, providenciada pela autoridade competente do

órgão ou entidade titular dos recursos.

Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações realizadas pelos órgãos

dos Poderes Legislativos e Judiciário e do Tribunal de Contas regem-se pelas

normas desta lei, no que couber, nas três esferas administrativas.

Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as entidades

da Administração indireta deverão adaptar suas normas sobre licitações e

contratos ao disposto nesta Lei.

Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fundações

públicas e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União

e pelas entidades referidas no artigo anterior editarão regulamentos próprios

devidamente publicados, ficando sujeitas às disposições desta Lei.

Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo, no âmbito

da Administração Pública, após aprovados pela autoridade de nível superior

a que estiverem vinculados os respectivos órgãos, sociedades e entidades,

deverão ser publicados na imprensa oficial.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anualmente revistos

pelo Poder Executivo Federal, que os fará publicar no Diário Oficial da União,

observando como limite superior a variação geral dos preços do mercado, no

período. (Artigo com redação dada pela Lei n. 9.648, de 27/5/1998)

Art. 121. O disposto nesta lei não se aplica às licitações instauradas e aos

contratos assinados anteriormente à sua vigência, ressalvado o disposto no art.

57, nos §§ 1º, 2º e 8º do art. 65, no inciso XV do art. 78, bem assim o disposto

no caput do art. 5º, com relação ao pagamento das obrigações na ordem

cronológica, podendo esta ser observada, no prazo de noventa dias contados da

vigência desta Lei, separadamente para as obrigações relativas aos contratos

regidos por legislação anterior à Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993.

Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patrimônio da União

continuam a reger-se pelas disposições do Decreto-Lei n. 9.760, de 5 de

setembro de 1946, com suas alterações, e os relativos a operações de crédito

interno ou externo celebrados pela União ou a concessão de garantia do

Tesouro Nacional continuam regidos pela legislação pertinente, aplicando-se

esta Lei, no que couber.

Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á procedimento

licitatório específico, a ser estabelecido no Código Brasileiro de Aeronáutica.

Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas, as repartições

sediadas no exterior observarão as peculiaridades locais e os princípios básicos

desta lei, na forma de regulamentação específica.

Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para permissão ou

concessão de serviços públicos os dispositivos desta lei que não conflitem

com a legislação específica sobre o assunto.

837
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do § 2º do

art. 7º serão dispensadas nas licitações para concessão de serviços com

execução prévia de obras em que não foram previstos desembolso por parte

da Administração Pública concedente.

Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente os

Decretos-Leis n.s 2.300, de 21 de novembro de 1986, 2.348, de 24 de julho

de 1987, 2.360, de 16 de setembro de 1987, a Lei n. 8.220, de 4 de setembro

de 1991, e o art. 83 da Lei n. 5.194, de 24 de dezembro de 1966.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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DECRETO N. 9.412, DE 18 DE JUNHO DE 2018

Atualiza os valores das modalidades de licitação de que trata o art. 23


da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o


art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art.
120 da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993,

DECRETA:
Art. 1º Os valores estabelecidos nos incisos I e II do caput do art. 23 da
Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, ficam atualizados nos seguintes ter-
mos:
I – para obras e serviços de engenharia:
a) na modalidade convite - até R$ 330.000,00 (trezentos e trinta mil reais);
b) na modalidade tomada de preços - até R$ 3.300.000,00 (três milhões
e trezentos mil reais); e
c) na modalidade concorrência - acima de R$ 3.300.000,00 (três milhões
e trezentos mil reais); e
II – para compras e serviços não incluídos no inciso I:
a) na modalidade convite - até R$ 176.000,00 (cento e setenta e seis mil
reais);
b) na modalidade tomada de preços - até R$ 1.430.000,00 (um milhão,
quatrocentos e trinta mil reais); e
c) na modalidade concorrência - acima de R$ 1.430.000,00 (um milhão,
quatrocentos e trinta mil reais).
Art. 2º Este Decreto entra em vigor trinta dias após a data de sua publi-
cação.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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LEI N. 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002

Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,


nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade
de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços
comuns, e dá outras providências.

Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a


licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.
Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e
efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade pos-
sam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usu-
ais no mercado.
Art. 2º (VETADO)
§ 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de
tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica.
§ 2º Será facultado, nos termos de regulamentos próprios da União, Esta-
dos, Distrito Federal e Municípios, a participação de bolsas de mercadorias no
apoio técnico e operacional aos órgãos e entidades promotores da modalida-
de de pregão, utilizando-se de recursos de tecnologia da informação.
§ 3º As bolsas a que se referem o § 2º deverão estar organizadas sob a
forma de sociedades civis sem fins lucrativos e com a participação plural de
corretoras que operem sistemas eletrônicos unificados de pregões.
Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte:
I  – a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e
definirá o objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de
aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do
contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecimento;
II – a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas
especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a

competição;

840
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III  – dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições

referidas no inciso I deste artigo e os indispensáveis elementos técnicos sobre

os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento, elaborado pelo órgão

ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços a serem licitados; e

IV – a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão

ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio,

cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a

análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a

adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.

§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por servidores

ocupantes de cargo efetivo ou emprego da administração, preferencialmen-

te pertencentes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora do

evento.

§ 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e de

membro da equipe de apoio poderão ser desempenhadas por militares

Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos in-

teressados e observará as seguintes regras:

I – a convocação dos interessados será efetuada por meio de publicação

de aviso em diário oficial do respectivo ente federado ou, não existindo, em

jornal de circulação local, e facultativamente, por meios eletrônicos e confor-

me o vulto da licitação, em jornal de grande circulação, nos termos do regu-

lamento de que trata o art. 2º;

II – do aviso constarão a definição do objeto da licitação, a indicação do

local, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital;

III – do edital constarão todos os elementos definidos na forma do inciso

I do art. 3º, as normas que disciplinarem o procedimento e a minuta do con-

trato, quando for o caso;

841
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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IV – cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à disposição de

qualquer pessoa para consulta e divulgadas na forma da Lei no 9.755, de 16

de dezembro de 1998;

V – o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da

publicação do aviso, não será inferior a 8 (oito) dias úteis;

VI – no dia, hora e local designados, será realizada sessão pública para

recebimento das propostas, devendo o interessado, ou seu representante,

identificar-se e, se for o caso, comprovar a existência dos necessários pode-

res para formulação de propostas e para a prática de todos os demais atos

inerentes ao certame;

VII – aberta a sessão, os interessados ou seus representantes, apresen-

tarão declaração dando ciência de que cumprem plenamente os requisitos de

habilitação e entregarão os envelopes contendo a indicação do objeto e do

preço oferecidos, procedendo-se à sua imediata abertura e à verificação da

conformidade das propostas com os requisitos estabelecidos no instrumento

convocatório;

VIII – no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das

ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer

novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor;

IX – não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições definidas no

inciso anterior, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de

3 (três), oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os

preços oferecidos;
X – para julgamento e classificação das propostas, será adotado o crité-

rio de menor preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as

especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qualidade

definidos no edital;

842
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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XI – examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao ob-

jeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir motivadamente a respeito da sua

aceitabilidade;

XII – encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro

procederá à abertura do invólucro contendo os documentos de habilitação do

licitante que apresentou a melhor proposta, para verificação do atendimento

das condições fixadas no edital;

XIII – a habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante está em si-

tuação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de

Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais,

quando for o caso, com a comprovação de que atende às exigências do edital

quanto à habilitação jurídica e qualificações técnica e econômico-financeira;

XIV – os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos de habi-

litação que já constem do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornece-

dores – Sicaf e sistemas semelhantes mantidos por Estados, Distrito Federal

ou Municípios, assegurado aos demais licitantes o direito de acesso aos dados

nele constantes;

XV – verificado o atendimento das exigências fixadas no edital, o licitante

será declarado vencedor;

XVI – se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às exigên-

cias habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas subsequentes e a qualifi-

cação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim sucessivamente, até

a apuração de uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante decla-

rado vencedor;

843
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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XVII  – nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pregoeiro poderá

negociar diretamente com o proponente para que seja obtido preço melhor;

XVIII – declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar ime-

diata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido

o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do recurso, ficando

os demais licitantes desde logo intimados para apresentar contrarrazões em

igual número de dias, que começarão a correr do término do prazo do recor-

rente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos;

XIX – o acolhimento de recurso importará a invalidação apenas dos atos

insuscetíveis de aproveitamento;

XX – a falta de manifestação imediata e motivada do licitante importará a

decadência do direito de recurso e a adjudicação do objeto da licitação pelo

pregoeiro ao vencedor;

XXI – decididos os recursos, a autoridade competente fará a adjudicação

do objeto da licitação ao licitante vencedor;

XXII – homologada a licitação pela autoridade competente, o adjudicatá-

rio será convocado para assinar o contrato no prazo definido em edital; e

XXIII – se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de validade da

sua proposta, não celebrar o contrato, aplicar-se-á o disposto no inciso XVI.

Art. 5º É vedada a exigência de:

I – garantia de proposta;

II – aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação

no certame; e
III – pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a forneci-
mento do edital, que não serão superiores ao custo de sua reprodução gráfi-
ca, e aos custos de utilização de recursos de tecnologia da informação, quan-
do for o caso.

844
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60 (sessenta) dias, se

outro não estiver fixado no edital.

Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua propos-

ta, não celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação

falsa exigida para o certame, ensejar o retardamento da execução de seu

objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato,

comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de

licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será

descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores

a que se refere o inciso XIV do art. 4º desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco)

anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e das demais

cominações legais.

Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes de meios

eletrônicos, serão documentados no processo respectivo, com vistas à aferi-

ção de sua regularidade pelos agentes de controle, nos termos do regulamen-

to previsto no art. 2º.

Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de pregão, as

normas da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993.

Art. 10. Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida Pro-

visória n. 2.182-18, de 23 de agosto de 2001.

Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços comuns, no âmbito

da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando efetuadas

pelo sistema de registro de preços previsto no art. 15 da Lei n. 8.666, de 21

de junho de 1993, poderão adotar a modalidade de pregão, conforme regu-

lamento específico.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 12. A Lei n. 10.191, de 14 de fevereiro de 2001, passa a vigorar

acrescida do seguinte artigo:

“Art. 2-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão

adotar, nas licitações de registro de preços destinadas à aquisição de bens

e serviços comuns da área da saúde, a modalidade do pregão, inclusive por

meio eletrônico, observando-se o seguinte:

I – são considerados bens e serviços comuns da área da saúde, aqueles

necessários ao atendimento dos órgãos que integram o Sistema Único de

Saúde, cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente

definidos no edital, por meio de especificações usuais do mercado.

II – quando o quantitativo total estimado para a contratação ou forneci-

mento não puder ser atendido pelo licitante vencedor, admitir-se-á a convo-

cação de tantos licitantes quantos forem necessários para o atingimento da

totalidade do quantitativo, respeitada a ordem de classificação, desde que os

referidos licitantes aceitem praticar o mesmo preço da proposta vencedora.

III – na impossibilidade do atendimento ao disposto no inciso II, excepcio-

nalmente, poderão ser registrados outros preços diferentes da proposta ven-

cedora, desde que se trate de objetos de qualidade ou desempenho superior,

devidamente justificada e comprovada a vantagem, e que as ofertas sejam

em valor inferior ao limite máximo admitido.”

Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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DECRETO N. 7.892, DE 23 DE JANEIRO DE 2013

Vigência

Regulamenta o Sistema de Registro de Preços previsto no art. 15 da Lei n. 8.666,


de 21 de junho de 1993.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art.


84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 15
da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, e no art. 11 da Lei n. 10.520, de 17
de julho de 2002,

DECRETA:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º. As contratações de serviços e a aquisição de bens, quando efetu-


adas pelo Sistema de Registro de Preços – SRP, no âmbito da administração
pública federal direta, autárquica e fundacional, fundos especiais, empresas
públicas, sociedades de economia mista e demais entidades controladas, di-
reta ou indiretamente pela União, obedecerão ao disposto neste Decreto.
Art. 2º. Para os efeitos deste Decreto, são adotadas as seguintes defini-
ções:
I – Sistema de Registro de Preços – conjunto de procedimentos para re-
gistro formal de preços relativos à prestação de serviços e aquisição de bens,
para contratações futuras;
II – ata de registro de preços – documento vinculativo, obrigacional, com
característica de compromisso para futura contratação, em que se registram
os preços, fornecedores, órgãos participantes e condições a serem pratica-

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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das, conforme as disposições contidas no instrumento convocatório e propos-


tas apresentadas;
III – órgão gerenciador – órgão ou entidade da administração pública fe-
deral responsável pela condução do conjunto de procedimentos para registro
de preços e gerenciamento da ata de registro de preços dele decorrente;
IV – órgão participante – órgão ou entidade da administração pública fe-
deral que participa dos procedimentos iniciais do Sistema de Registro de Pre-
ços e integra a ata de registro de preços; e
IV – órgão participante – órgão ou entidade da administração pública que
participa dos procedimentos iniciais do Sistema de Registro de Preços e in-
tegra a ata de registro de preços; (Redação dada pelo Decreto n. 8.250, de
2.014)
V – órgão não participante – órgão ou entidade da administração pública
que, não tendo participado dos procedimentos iniciais da licitação, atendidos
os requisitos desta norma, faz adesão à ata de registro de preços.
VI – compra nacional – compra ou contratação de bens e serviços, em que
o órgão gerenciador conduz os procedimentos para registro de preços desti-
nado à execução descentralizada de programa ou projeto federal, mediante
prévia indicação da demanda pelos entes federados beneficiados; e (Incluído
pelo Decreto n. 8.250, de 2.014)
VII – órgão participante de compra nacional – órgão ou entidade da ad-
ministração pública que, em razão de participação em programa ou projeto
federal, é contemplado no registro de preços independente de manifestação
formal. (Incluído pelo Decreto n. 8.250, de 2.014)
Art. 3º. O Sistema de Registro de Preços poderá ser adotado nas seguin-
tes hipóteses:
I – quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade
de contratações frequentes;
II – quando for conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas
parceladas ou contratação de serviços remunerados por unidade de medida
ou em regime de tarefa;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de ser-


viços para atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de
governo; ou
IV – quando, pela natureza do objeto, não for possível definir previamente
o quantitativo a ser demandado pela Administração.

CAPÍTULO II
DA INTENÇÃO PARA REGISTRO DE PREÇOS

Art. 4º. Fica instituído o procedimento de Intenção de Registro de Pre-


ços – IRP, a ser operacionalizado por módulo do Sistema de Administração e
Serviços Gerais – SIASG, que deverá ser utilizado pelos órgãos e entidades
integrantes do Sistema de Serviços Gerais – SISG, para registro e divulgação
dos itens a serem licitados e para a realização dos atos previstos nos incisos
II e V do caput do art. 5º e dos atos previstos no inciso II e caput do art. 6º.
§ 1º A divulgação da intenção de registro de preços poderá ser dispensada
nos casos de sua inviabilidade, de forma justificada.
§ 1º A divulgação da intenção de registro de preços poderá ser dispensa-
da, de forma justificada pelo órgão gerenciador. (Redação dada pelo Decreto
n. 8.250, de 2.014)
§ 1º-A O prazo para que outros órgãos e entidades manifestem interesse
em participar de IRP será de oito dias úteis, no mínimo, contado da data de
divulgação da IRP no Portal de Compras do Governo federal. (Incluído pelo
Decreto n. 9.488, de 2018) (Vigência)
§ 2º O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão editará norma
complementar para regulamentar o disposto neste artigo.
§ 3º Caberá ao órgão gerenciador da Intenção de Registro de Preços –
IRP: (Incluído pelo Decreto n. 8.250, de 2.014)
I – estabelecer, quando for o caso, o número máximo de participantes na
IRP em conformidade com sua capacidade de gerenciamento; (Incluído pelo
Decreto n. 8.250, de 2.014)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II  – aceitar ou recusar, justificadamente, os quantitativos considerados


ínfimos ou a inclusão de novos itens; e (Incluído pelo Decreto n. 8.250, de
2.014)
III – deliberar quanto à inclusão posterior de participantes que não ma-
nifestaram interesse durante o período de divulgação da IRP. (Incluído pelo
Decreto n. 8.250, de 2.014)
§ 4º Os procedimentos constantes dos incisos II e III do § 3º serão efeti-
vados antes da elaboração do edital e de seus anexos. (Incluído pelo Decreto
n. 8.250, de 2.014)
§ 5º Para receber informações a respeito das IRPs disponíveis no Portal de
Compras do Governo Federal, os órgãos e entidades integrantes do SISG se
cadastrarão no módulo IRP e inserirão a linha de fornecimento e de serviços
de seu interesse. (Incluído pelo Decreto n. 8.250, de 2.014)
§ 6º É facultado aos órgãos e entidades integrantes do SISG, antes de
iniciar um processo licitatório, consultar as IRPs em andamento e deliberar a
respeito da conveniência de sua participação. (Incluído pelo Decreto n. 8.250,
de 2.014)

CAPÍTULO III
DAS COMPETÊNCIAS DO ÓRGÃO GERENCIADOR

Art. 5º. Caberá ao órgão gerenciador a prática de todos os atos de con-


trole e administração do Sistema de Registro de Preços, e ainda o seguinte:
I – registrar sua intenção de registro de preços no Portal de Compras do
Governo federal;
II  – consolidar informações relativas à estimativa individual e total de
consumo, promovendo a adequação dos respectivos termos de referência ou
projetos básicos encaminhados para atender aos requisitos de padronização
e racionalização;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – promover atos necessários à instrução processual para a realização


do procedimento licitatório;
IV  – realizar pesquisa de mercado para identificação do valor estimado
da licitação e consolidar os dados das pesquisas de mercado realizadas pelos
órgãos e entidades participantes;
IV – realizar pesquisa de mercado para identificação do valor estimado da
licitação e, consolidar os dados das pesquisas de mercado realizadas pelos ór-
gãos e entidades participantes, inclusive nas hipóteses previstas nos §§ 2º e
3º do art. 6º deste Decreto; (Redação dada pelo Decreto n. 8.250, de 2.014)
V  – confirmar junto aos órgãos participantes a sua concordância com o
objeto a ser licitado, inclusive quanto aos quantitativos e termo de referência
ou projeto básico;
VI – realizar o procedimento licitatório;
VII – gerenciar a ata de registro de preços;
VIII – conduzir eventuais renegociações dos preços registrados;
IX – aplicar, garantida a ampla defesa e o contraditório, as penalidades
decorrentes de infrações no procedimento licitatório; e
X – aplicar, garantida a ampla defesa e o contraditório, as penalidades
decorrentes do descumprimento do pactuado na ata de registro de preços ou
do descumprimento das obrigações contratuais, em relação às suas próprias
contratações.
XI  – autorizar, excepcional e justificadamente, a prorrogação do prazo
previsto no § 6º do art. 22 deste Decreto, respeitado o prazo de vigência da
ata, quando solicitada pelo órgão não participante. (Incluído pelo Decreto n.
8.250, de 2.014)
§ 1º A ata de registro de preços, disponibilizada no Portal de Compras do
Governo federal, poderá ser assinada por certificação digital.
§ 2º O órgão gerenciador poderá solicitar auxílio técnico aos órgãos par-
ticipantes para execução das atividades previstas nos incisos III, IV e VI
do caput.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO IV
DAS COMPETÊNCIAS DO ÓRGÃO PARTICIPANTE

Art. 6º O órgão participante será responsável pela manifestação de inte-


resse em participar do registro de preços, providenciando o encaminhamen-
to ao órgão gerenciador de sua estimativa de consumo, local de entrega e,
quando couber, cronograma de contratação e respectivas especificações ou
termo de referência ou projeto básico, nos termos da Lei n. 8.666, de 21 de
junho de 1993, e da Lei n. 10.520, de 17 de julho de 2002, adequado ao re-
gistro de preços do qual pretende fazer parte, devendo ainda:
I – garantir que os atos relativos a sua inclusão no registro de preços es-
tejam formalizados e aprovados pela autoridade competente;
II – manifestar, junto ao órgão gerenciador, mediante a utilização da In-
tenção de Registro de Preços, sua concordância com o objeto a ser licitado,
antes da realização do procedimento licitatório; e
III – tomar conhecimento da ata de registros de preços, inclusive de even-
tuais alterações, para o correto cumprimento de suas disposições.
Parágrafo único. Cabe ao órgão participante aplicar, garantida a ampla
defesa e o contraditório, as penalidades decorrentes do descumprimento do
pactuado na ata de registro de preços ou do descumprimento das obrigações
contratuais, em relação às suas próprias contratações, informando as ocor-
rências ao órgão gerenciador.
§ 1º Cabe ao órgão participante aplicar, garantida a ampla defesa e o con-
traditório, as penalidades decorrentes do descumprimento do pactuado na
ata de registro de preços ou do descumprimento das obrigações contratuais,
em relação às suas próprias contratações, informando as ocorrências ao ór-
gão gerenciador. (Incluído pelo Decreto n. 8.250, de 2.014)
§ 2º No caso de compra nacional, o órgão gerenciador promoverá a divul-
gação da ação, a pesquisa de mercado e a consolidação da demanda dos ór-
gãos e entidades da administração direta e indireta da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pelo Decreto n. 8.250, de 2.014)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º Na hipótese prevista no § 2º , comprovada a vantajosidade, fica fa-


cultado aos órgãos ou entidades participantes de compra nacional a execução
da ata de registro de preços vinculada ao programa ou projeto federal. (In-
cluído pelo Decreto n. 8.250, de 2.014)
§ 4º Os entes federados participantes de compra nacional poderão utili-
zar recursos de transferências legais ou voluntárias da União, vinculados aos
processos ou projetos objeto de descentralização e de recursos próprios para
suas demandas de aquisição no âmbito da ata de registro de preços de com-
pra nacional. (Incluído pelo Decreto n. 8.250, de 2.014)
§ 5º Caso o órgão gerenciador aceite a inclusão de novos itens, o órgão
participante demandante elaborará sua especificação ou termo de referência
ou projeto básico, conforme o caso, e a pesquisa de mercado, observado o
disposto no art. 6º . (Incluído pelo Decreto n. 8.250, de 2.014)
§ 6º Caso o órgão gerenciador aceite a inclusão de novas localidades para
entrega do bem ou execução do serviço, o órgão participante responsável
pela demanda elaborará, ressalvada a hipótese prevista no § 2º, pesquisa de
mercado que contemple a variação de custos locais ou regionais. (Incluído
pelo Decreto n. 8.250, de 2.014)

CAPÍTULO V
DA LICITAÇÃO PARA REGISTRO DE PREÇOS

Art. 7º A licitação para registro de preços será realizada na modalidade de


concorrência, do tipo menor preço, nos termos da Lei n. 8.666, de 1993, ou
na modalidade de pregão, nos termos da Lei n. 10.520, de 2002, e será pre-
cedida de ampla pesquisa de mercado.
§ 1º O julgamento por técnica e preço poderá ser excepcionalmente ado-
tado, a critério do órgão gerenciador e mediante despacho fundamentado da
autoridade máxima do órgão ou entidade.

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§ 1º O julgamento por técnica e preço, na modalidade concorrência, pode-


rá ser excepcionalmente adotado, a critério do órgão gerenciador e mediante
despacho fundamentado da autoridade máxima do órgão ou entidade. (Reda-
ção dada pelo Decreto n. 8.250, de 2.014)
§ 2º Na licitação para registro de preços não é necessário indicar a dota-
ção orçamentária, que somente será exigida para a formalização do contrato
ou outro instrumento hábil.
Art. 8º O órgão gerenciador poderá dividir a quantidade total do item em
lotes, quando técnica e economicamente viável, para possibilitar maior com-
petitividade, observada a quantidade mínima, o prazo e o local de entrega ou
de prestação dos serviços.
§ 1º No caso de serviços, a divisão se dará em função da unidade de me-
dida adotada para aferição dos produtos e resultados, e será observada a
demanda específica de cada órgão ou entidade participante do certame.
§ 1º No caso de serviços, a divisão considerará a unidade de medida ado-
tada para aferição dos produtos e resultados, e será observada a demanda
específica de cada órgão ou entidade participante do certame. (Redação dada
pelo Decreto n. 8.250, de 2.014)
§ 2º Na situação prevista no § 1º, deverá ser evitada a contratação, em
um mesmo órgão ou entidade, de mais de uma empresa para a execução de
um mesmo serviço, em uma mesma localidade, para assegurar a responsabi-
lidade contratual e o princípio da padronização.
Art. 9º O edital de licitação para registro de preços observará o disposto
nas Leis n. 8.666, de 1993, e n. 10.520, de 2002, e contemplará, no mínimo:
I – a especificação ou descrição do objeto, que explicitará o conjunto de
elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado para a
caracterização do bem ou serviço, inclusive definindo as respectivas unidades
de medida usualmente adotadas;
II – estimativa de quantidades a serem adquiridas pelo órgão gerenciador
e órgãos participantes;

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III – estimativa de quantidades a serem adquiridas por órgãos não parti-


cipantes, observado o disposto no § 4º do art. 22, no caso de o órgão geren-
ciador admitir adesões;
IV – quantidade mínima de unidades a ser cotada, por item, no caso
de bens;
V – condições quanto ao local, prazo de entrega, forma de pagamento, e
nos casos de serviços, quando cabível, frequência, periodicidade, característi-
cas do pessoal, materiais e equipamentos a serem utilizados, procedimentos,
cuidados, deveres, disciplina e controles a serem adotados;
VI – prazo de validade do registro de preço, observado o disposto
no caput do art. 12;
VII – órgãos e entidades participantes do registro de preço;
VIII – modelos de planilhas de custo e minutas de contratos, quando
cabível;
IX – penalidades por descumprimento das condições;
X – minuta da ata de registro de preços como anexo; e
XI – realização periódica de pesquisa de mercado para comprovação da
vantajosidade.
§ 1º O edital poderá admitir, como critério de julgamento, o menor preço
aferido pela oferta de desconto sobre tabela de preços praticados no merca-
do, desde que tecnicamente justificado.
§ 2º Quando o edital previr o fornecimento de bens ou prestação de servi-
ços em locais diferentes, é facultada a exigência de apresentação de proposta
diferenciada por região, de modo que aos preços sejam acrescidos custos
variáveis por região.
§ 3º A estimativa a que se refere o inciso III do caput não será conside-
rada para fins de qualificação técnica e qualificação econômico-financeira na
habilitação do licitante.
§ 4º O exame e a aprovação das minutas do instrumento convocatório e
do contrato serão efetuados exclusivamente pela assessoria jurídica do órgão
gerenciador. (Incluído pelo Decreto n. 8.250, de 2.014)

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Art. 10. Após o encerramento da etapa competitiva, os licitantes poderão


reduzir seus preços ao valor da proposta do licitante mais bem classificado.
Parágrafo único. A apresentação de novas propostas na forma
do  caput não prejudicará o resultado do certame em relação ao licitante
mais bem classificado.

CAPÍTULO VI
DO REGISTRO DE PREÇOS E DA VALIDADE DA ATA

Art. 11. Após a homologação da licitação, o registro de preços observará,


entre outras, as seguintes condições:
I – será incluído, na respectiva ata, o registro dos licitantes que aceitarem
cotar os bens ou serviços com preços iguais ao do licitante vencedor na sequ-
ência da classificação do certame;
II – o preço registrado com indicação dos fornecedores será divulgado no
Portal de Compras do Governo federal e ficará disponibilizado durante a vi-
gência da ata de registro de preços; e
III – a ordem de classificação dos licitantes registrados na ata deverá ser
respeitada nas contratações.
§ 1º O registro a que se refere o caput tem por objetivo a formação de
cadastro de reserva, no caso de exclusão do primeiro colocado da ata, nas
hipóteses previstas nos arts. 20 e 21.
§ 2º Serão registrados na ata de registro de preços, nesta ordem:
I – os preços e quantitativos do licitante mais bem classificado durante a
etapa competitiva; e
II – os preços e quantitativos dos licitantes que tiverem aceito cotar seus
bens ou serviços em valor igual ao do licitante mais bem classificado.
§ 3º Se houver mais de um licitante na situação de que trata o inciso II do
§ 2º , serão classificados segundo a ordem da última proposta apresentada
durante a fase competitiva.

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I – serão registrados na ata de registro de preços os preços e quantitativos


do licitante mais bem classificado durante a fase competitiva; (Redação dada
pelo Decreto n. 8.250, de 2.014)
II – será incluído, na respectiva ata na forma de anexo, o registro dos
licitantes que aceitarem cotar os bens ou serviços com preços iguais aos do
licitante vencedor na sequência da classificação do certame, excluído o per-
centual referente à margem de preferência, quando o objeto não atender aos
requisitos previstos no art. 3º da Lei n. 8.666, de 1993; (Redação dada pelo
Decreto n. 8.250, de 2.014)
III – o preço registrado com indicação dos fornecedores será divulgado
no Portal de Compras do Governo Federal e ficará disponibilizado durante a
vigência da ata de registro de preços; e (Redação dada pelo Decreto n. 8.250,
de 2.014)
IV – a ordem de classificação dos licitantes registrados na ata deverá ser
respeitada nas contratações. (Redação dada pelo Decreto n. 8.250, de 2.014)
§ 1º O registro a que se refere o inciso II do caput tem por objetivo a
formação de cadastro de reserva no caso de impossibilidade de atendimento
pelo primeiro colocado da ata, nas hipóteses previstas nos arts. 20 e 21. (Re-
dação dada pelo Decreto n. 8.250, de 2.014)
§ 2º Se houver mais de um licitante na situação de que trata o inciso II
do caput, serão classificados segundo a ordem da última proposta apresen-
tada durante a fase competitiva. (Redação dada pelo Decreto n. 8.250, de
2.014)
§ 3º A habilitação dos fornecedores que comporão o cadastro de reserva
a que se refere o inciso II do caput será efetuada, na hipótese prevista no
parágrafo único do art. 13 e quando houver necessidade de contratação de
fornecedor remanescente, nas hipóteses previstas nos arts. 20 e 21. (Reda-
ção dada pelo Decreto n. 8.250, de 2.014)
§ 4º O anexo que trata o inciso II do caput consiste na ata de realização
da sessão pública do pregão ou da concorrência, que conterá a informação

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dos licitantes que aceitarem cotar os bens ou serviços com preços iguais ao
do licitante vencedor do certame. (Incluído pelo Decreto n. 8.250, de 2.014)
Art. 12. O prazo de validade da ata de registro de preços não será supe-
rior a doze meses, incluídas eventuais prorrogações, conforme o inciso III do
§ 3º do art. 15 da Lei n. 8.666, de 1993.
§ 1º É vedado efetuar acréscimos nos quantitativos fixados pela ata de
registro de preços, inclusive o acréscimo de que trata o § 1º do art. 65 da Lei
n. 8.666, de 1993.
§ 2º A vigência dos contratos decorrentes do Sistema de Registro de Preços
será definida nos instrumentos convocatórios, observado o disposto no art.
57 da Lei n. 8.666, de 1993.
§ 3º Os contratos decorrentes do Sistema de Registro de Preços poderão
ser alterados, observado o disposto no art. 65 da Lei n. 8.666, de 1993.
§ 4º O contrato decorrente do Sistema de Registro de Preços deverá ser
assinado no prazo de validade da ata de registro de preços.

CAPÍTULO VII
DA ASSINATURA DA ATA E DA CONTRATAÇÃO COM FORNECEDO-
RES REGISTRADOS

Art. 13. Homologado o resultado da licitação, os fornecedores classifica-


dos, observado o disposto no art. 11, serão convocados para assinar a ata de
registro de preços, dentro do prazo e condições estabelecidos no instrumento
convocatório, podendo o prazo ser prorrogado uma vez, por igual período,
quando solicitado pelo fornecedor e desde que ocorra motivo justificado acei-
to pela administração.
Art. 13. Homologado o resultado da licitação, o fornecedor mais bem clas-
sificado será convocado para assinar a ata de registro de preços, no prazo e
nas condições estabelecidos no instrumento convocatório, podendo o prazo
ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pelo fornecedor

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e desde que ocorra motivo justificado aceito pela administração.  (Redação


dada pelo Decreto n. 8.250, de 2.014)
Parágrafo único. É facultado à administração, quando o convocado não as-
sinar a ata de registro de preços no prazo e condições estabelecidos, convocar
os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual
prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado.
Art. 14. A ata de registro de preços implicará compromisso de forneci-
mento nas condições estabelecidas, após cumpridos os requisitos de publici-
dade.
Parágrafo único. A recusa injustificada de fornecedor classificado em assi-
nar a ata, dentro do prazo estabelecido neste artigo, ensejará a aplicação das
penalidades legalmente estabelecidas.
Art. 15. A contratação com os fornecedores registrados será formalizada
pelo órgão interessado por intermédio de instrumento contratual, emissão de
nota de empenho de despesa, autorização de compra ou outro instrumento
hábil, conforme o art. 62 da Lei n. 8.666, de 1993.
Art. 16. A existência de preços registrados não obriga a administração a
contratar, facultando-se a realização de licitação específica para a aquisição
pretendida, assegurada preferência ao fornecedor registrado em igualdade de
condições.

CAPÍTULO VIII
DA REVISÃO E DO CANCELAMENTO DOS PREÇOS REGISTRADOS

Art. 17. Os preços registrados poderão ser revistos em decorrência de


eventual redução dos preços praticados no mercado ou de fato que eleve o
custo dos serviços ou bens registrados, cabendo ao órgão gerenciador pro-
mover as negociações junto aos fornecedores, observadas as disposições
contidas naalínea “d” do inciso II do caput do art. 65 da Lei n. 8.666, de 1993.

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Art. 18. Quando o preço registrado tornar-se superior ao preço praticado


no mercado por motivo superveniente, o órgão gerenciador convocará os for-
necedores para negociarem a redução dos preços aos valores praticados pelo
mercado.
§ 1º Os fornecedores que não aceitarem reduzir seus preços aos valores
praticados pelo mercado serão liberados do compromisso assumido, sem apli-
cação de penalidade.
§ 2º A ordem de classificação dos fornecedores que aceitarem reduzir
seus preços aos valores de mercado observará a classificação original.
Art. 19. Quando o preço de mercado tornar-se superior aos preços regis-
trados e o fornecedor não puder cumprir o compromisso, o órgão gerenciador
poderá:
I – liberar o fornecedor do compromisso assumido, caso a comunicação
ocorra antes do pedido de fornecimento, e sem aplicação da penalidade se
confirmada a veracidade dos motivos e comprovantes apresentados; e
II – convocar os demais fornecedores para assegurar igual oportunidade
de negociação.
Parágrafo único. Não havendo êxito nas negociações, o órgão gerenciador
deverá proceder à revogação da ata de registro de preços, adotando as me-
didas cabíveis para obtenção da contratação mais vantajosa.
Art. 20. O registro do fornecedor será cancelado quando:
I – descumprir as condições da ata de registro de preços;
II – não retirar a nota de empenho ou instrumento equivalente no prazo
estabelecido pela Administração, sem justificativa aceitável;
III – não aceitar reduzir o seu preço registrado, na hipótese deste se tor-
nar superior àqueles praticados no mercado; ou
IV – sofrer sanção prevista nos incisos III ou IV do caput do art. 87 da Lei
n. 8.666, de 1993, ou no art. 7º da Lei n. 10.520, de 2002.
Parágrafo único. O cancelamento de registros nas hipóteses previstas nos
incisos I, II e IV do caput será formalizado por despacho do órgão gerencia-
dor, assegurado o contraditório e a ampla defesa.

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Art. 21. O cancelamento do registro de preços poderá ocorrer por fato


superveniente, decorrente de caso fortuito ou força maior, que prejudique o
cumprimento da ata, devidamente comprovados e justificados:
I – por razão de interesse público; ou
II – a pedido do fornecedor.

CAPÍTULO IX
DA UTILIZAÇÃO DA ATA DE REGISTRO DE PREÇOS POR ÓRGÃO
OU ENTIDADES NÃO PARTICIPANTES

Art. 22. Desde que devidamente justificada a vantagem, a ata de registro


de preços, durante sua vigência, poderá ser utilizada por qualquer órgão ou
entidade da administração pública federal que não tenha participado do cer-
tame licitatório, mediante anuência do órgão gerenciador.
§ 1º Os órgãos e entidades que não participaram do registro de preços,
quando desejarem fazer uso da ata de registro de preços, deverão consultar o
órgão gerenciador da ata para manifestação sobre a possibilidade de adesão.
§ 1º-A A manifestação do órgão gerenciador de que trata o § 1º fica con-
dicionada à realização de estudo, pelos órgãos e pelas entidades que não par-
ticiparam do registro de preços, que demonstre o ganho de eficiência, a via-
bilidade e a economicidade para a administração pública federal da utilização
da ata de registro de preços, conforme estabelecido em ato do Secretário de
Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. (Incluído
pelo Decreto n. 9.488, de 2018) (Vigência)
§ 1º-B O estudo de que trata o § 1º-A, após aprovação pelo órgão geren-
ciador, será divulgado no Portal de Compras do Governo federal. (Incluído
pelo Decreto n. 9.488, de 2018) (Vigência)
§ 2º Caberá ao fornecedor beneficiário da ata de registro de preços, ob-
servadas as condições nela estabelecidas, optar pela aceitação ou não do
fornecimento decorrente de adesão, desde que não prejudique as obrigações

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presentes e futuras decorrentes da ata, assumidas com o órgão gerenciador


e órgãos participantes.
§ 3º As aquisições ou contratações adicionais a que se refere este artigo
não poderão exceder, por órgão ou entidade, a cem por cento dos quantitati-
vos dos itens do instrumento convocatório e registrados na ata de registro de
preços para o órgão gerenciador e órgãos participantes.
§ 3º As aquisições ou as contratações adicionais de que trata este artigo
não poderão exceder, por órgão ou entidade, a cinquenta por cento dos quan-
titativos dos itens do instrumento convocatório e registrados na ata de regis-
tro de preços para o órgão gerenciador e para os órgãos participantes. (Re-
dação dada pelo Decreto n. 9.488, de 2018) (Vigência)
§ 4º O instrumento convocatório deverá prever que o quantitativo decor-
rente das adesões à ata de registro de preços não poderá exceder, na totali-
dade, ao quíntuplo do quantitativo de cada item registrado na ata de registro
de preços para o órgão gerenciador e órgãos participantes, independente do
número de órgãos não participantes que aderirem.
§ 4º O instrumento convocatório preverá que o quantitativo decorrente
das adesões à ata de registro de preços não poderá exceder, na totalidade,
ao dobro do quantitativo de cada item registrado na ata de registro de preços
para o órgão gerenciador e para os órgãos participantes, independentemente
do número de órgãos não participantes que aderirem. (Redação dada pelo
Decreto n. 9.488, de 2018) (Vigência)
§ 4º-A Na hipótese de compra nacional: (Incluído pelo Decreto n. 9.488,
de 2018) (Vigência)
I – as aquisições ou as contratações adicionais não excederão, por órgão ou
entidade, a cem por cento dos quantitativos dos itens do instrumento convoca-
tório e registrados na ata de registro de preços para o órgão gerenciador e para
os órgãos participantes; e (Incluído pelo Decreto n. 9.488, de 2018)(Vigência)
II – o instrumento convocatório da compra nacional preverá que o quan-
titativo decorrente das adesões à ata de registro de preços não excederá, na

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totalidade, ao quíntuplo do quantitativo de cada item registrado na ata de re-


gistro de preços para o órgão gerenciador e para os órgãos participantes, in-
dependentemente do número de órgãos não participantes que aderirem. (In-
cluído pelo Decreto n. 9.488, de 2018) (Vigência)
§ 5º O órgão gerenciador somente poderá autorizar adesão à ata após a
primeira aquisição ou contratação por órgão integrante da ata, exceto quan-
do, justificadamente, não houver previsão no edital para aquisição ou con-
tratação pelo órgão gerenciador. (Revogado pelo Decreto n. 8.250, de 2.014)
§ 6º Após a autorização do órgão gerenciador, o órgão não participante
deverá efetivar a aquisição ou contratação solicitada em até noventa dias,
observado o prazo de vigência da ata.
§ 7º Compete ao órgão não participante os atos relativos à cobrança do
cumprimento pelo fornecedor das obrigações contratualmente assumidas e a
aplicação, observada a ampla defesa e o contraditório, de eventuais penalida-
des decorrentes do descumprimento de cláusulas contratuais, em relação às
suas próprias contratações, informando as ocorrências ao órgão gerenciador.
§ 8º É vedada aos órgãos e entidades da administração pública federal a
adesão a ata de registro de preços gerenciada por órgão ou entidade munici-
pal, distrital ou estadual.
§ 9º É facultada aos órgãos ou entidades municipais, distritais ou esta-
duais a adesão a ata de registro de preços da Administração Pública Federal.
§ 9º-A Sem prejuízo da observância ao disposto no § 3º, à hipótese pre-
vista no § 9º não se aplica o disposto nos § 1º-A e § 1º-B no caso de órgãos
e entidades de outros entes federativos. (Incluído pelo Decreto n. 9.488, de
2018) (Vigência)
§ 10. É vedada a contratação de serviços de tecnologia da informação
e comunicação por meio de adesão a ata de registro de preços que não
seja: (Incluído pelo Decreto n. 9.488, de 2018) (Vigência)
I – gerenciada pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Ges-
tão; ou (Incluído pelo Decreto n. 9.488, de 2018) (Vigência)

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II – gerenciada por outro órgão ou entidade e previamente aprovada pela


Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação do Ministério do Pla-
nejamento, Desenvolvimento e Gestão. (Incluído pelo Decreto n. 9.488, de
2018) (Vigência)
§ 11. O disposto no § 10 não se aplica às hipóteses em que a contratação
de serviços esteja vinculada ao fornecimento de bens de tecnologia da infor-
mação e comunicação constante da mesma ata de registro de preços. (Inclu-
ído pelo Decreto n. 9.488, de 2018) (Vigência)

CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 23. A Administração poderá utilizar recursos de tecnologia da infor-


mação na operacionalização do disposto neste Decreto e automatizar proce-
dimentos de controle e atribuições dos órgãos gerenciadores e participantes.
Art. 24. As atas de registro de preços vigentes, decorrentes de certa-
mes realizados sob a vigência do Decreto n. 3.931, de 19 de setembro de
2001, poderão ser utilizadas pelos órgãos gerenciadores e participantes, até
o término de sua vigência.
Art. 25. Até a completa adequação do Portal de Compras do Governo fe-
deral para atendimento ao disposto no § 1º do art. 5º, o órgão gerenciador
deverá:
I – providenciar a assinatura da ata de registro de preços e o encaminha-
mento de sua cópia aos órgãos ou entidades participantes; e
II – providenciar a indicação dos fornecedores para atendimento às de-
mandas, observada a ordem de classificação e os quantitativos de contrata-
ção definidos pelos órgãos e entidades participantes.
Art. 26. Até a completa adequação do Portal de Compras do Governo fe-
deral para atendimento ao disposto nos incisos I e II do caput do art. 11 e no
inciso II do § 2º do art. 11, a ata registrará os licitantes vencedores, quanti-
tativos e respectivos preços.

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Art. 27. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão poderá editar


normas complementares a este Decreto.
Art. 28. Este Decreto entra em vigor trinta dias após a data de sua publi-
cação.
Art. 29. Ficam revogados:
I – o Decreto n. 3.931, de 19 de setembro de 2001 ; e
II – o Decreto n. 4.342, de 23 de agosto de 2002.

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LEI N. 12.462, DE 4 DE AGOSTO DE 2011


Institui o Regime Diferenciado de Contratações Públicas - RDC; altera a Lei n.
10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe sobre a organização da Presidência
da República e dos Ministérios, a legislação da Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac) e a legislação da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (In-
fraero); cria a Secretaria de Aviação Civil, cargos de Ministro de Estado, cargos
em comissão e cargos de Controlador de Tráfego Aéreo; autoriza a contratação
de controladores de tráfego aéreo temporários; altera as Leis n.s 11.182, de 27
de setembro de 2005, 5.862, de 12 de dezembro de 1972, 8.399, de 7 de janeiro
de 1992, 11.526, de 4 de outubro de 2007, 11.458, de 19 de março de 2007, e
12.350, de 20 de dezembro de 2010, e a Medida Provisória n. 2.185-35, de 24 de
agosto de 2001; e revoga dispositivos da Lei n. 9.649, de 27 de maio de 1998.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DO REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS - RDC

Seção I
Aspectos Gerais

Art. 1º É instituído o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC),


aplicável exclusivamente às licitações e contratos necessários à realização:
I – dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, constantes da Carteira
de Projetos Olímpicos a ser definida pela Autoridade Pública Olímpica (APO); e
II  – da Copa das Confederações da Federação Internacional de Futebol
Associação - Fifa 2013 e da Copa do Mundo Fifa 2014, definidos pelo Grupo
Executivo - Gecopa 2014 do Comitê Gestor instituído para definir, aprovar e
supervisionar as ações previstas no Plano Estratégico das Ações do Governo
Brasileiro para a realização da Copa do Mundo Fifa 2014 - CGCOPA 2014, res-
tringindo-se, no caso de obras públicas, às constantes da matriz de respon-
sabilidades celebrada entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios;

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III – de obras de infraestrutura e de contratação de serviços para os aero-


portos das capitais dos Estados da Federação distantes até 350 km (trezentos
e cinquenta quilômetros) das cidades sedes dos mundiais referidos nos inci-
sos I e II.
IV  – das ações integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC) (Incluído pela Lei n. 12.688, de 2012)
V – das obras e serviços de engenharia no âmbito do Sistema Único de
Saúde - SUS. (Incluído pela Lei n. 12.745, de 2012)
VI – das obras e serviços de engenharia para construção, ampliação e
reforma e administração de estabelecimentos penais e de unidades de aten-
dimento socioeducativo; (Incluído pela Lei n. 13.190, de 2015)
VII  – das ações no âmbito da segurança pública;  (Incluído pela Lei n.
13.190, de 2015)
VIII – das obras e serviços de engenharia, relacionadas a melhorias na
mobilidade urbana ou ampliação de infraestrutura logística; e (Incluído pela
Lei n. 13.190, de 2015)
IX – dos contratos a que se refere o art. 47-A. (Incluído pela Lei n. 13.190,
de 2015)
X – das ações em órgãos e entidades dedicados à ciência, à tecnologia e à
inovação. (Incluído pela Lei n. 13.243, de 2016)
§ 1º O RDC tem por objetivos:
I – ampliar a eficiência nas contratações públicas e a competitividade en-
tre os licitantes;
II – promover a troca de experiências e tecnologias em busca da melhor
relação entre custos e benefícios para o setor público;
III – incentivar a inovação tecnológica; e
IV – assegurar tratamento isonômico entre os licitantes e a seleção da
proposta mais vantajosa para a administração pública.
§ 2º A opção pelo RDC deverá constar de forma expressa do instrumento
convocatório e resultará no afastamento das normas contidas na Lei n. 8.666,
de 21 de junho de 1993, exceto nos casos expressamente previstos nesta Lei.

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§ 3º Além das hipóteses previstas no caput, o RDC também é aplicável


às licitações e aos contratos necessários à realização de obras e serviços de
engenharia no âmbito dos sistemas públicos de ensino e de pesquisa, ciência
e tecnologia. (Redação dada pela Lei n. 13.190, de 2015)
Art. 2º Na aplicação do RDC, deverão ser observadas as seguintes definições:
I – empreitada integral: quando se contrata um empreendimento em sua
integralidade, compreendendo a totalidade das etapas de obras, serviços e
instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a sua
entrega ao contratante em condições de entrada em operação, atendidos os
requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de segurança es-
trutural e operacional e com as características adequadas às finalidades para
a qual foi contratada;
II – empreitada por preço global: quando se contrata a execução da obra
ou do serviço por preço certo e total;
III – empreitada por preço unitário: quando se contrata a execução da
obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas;
IV – projeto básico: conjunto de elementos necessários e suficientes, com
nível de precisão adequado, para, observado o disposto no parágrafo único
deste artigo:
a) caracterizar a obra ou serviço de engenharia, ou complexo de obras ou
serviços objeto da licitação, com base nas indicações dos estudos técnicos
preliminares;
b) assegurar a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto
ambiental do empreendimento; e
c) possibilitar a avaliação do custo da obra ou serviço e a definição dos
métodos e do prazo de execução;
V – projeto executivo: conjunto dos elementos necessários e suficientes à
execução completa da obra, de acordo com as normas técnicas pertinentes; e
VI – tarefa: quando se ajusta mão de obra para pequenos trabalhos por
preço certo, com ou sem fornecimento de materiais.

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Parágrafo único. O projeto básico referido no inciso IV do caput deste ar-


tigo deverá conter, no mínimo, sem frustrar o caráter competitivo do procedi-
mento licitatório, os seguintes elementos:
I – desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global
da obra e identificar seus elementos constitutivos com clareza;
II – soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas,
de forma a restringir a necessidade de reformulação ou de variantes durante
as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e mon-
tagem a situações devidamente comprovadas em ato motivado da adminis-
tração pública;
III – identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equi-
pamentos a incorporar à obra, bem como especificações que assegurem os
melhores resultados para o empreendimento;
IV – informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos cons-
trutivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a obra;
V – subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, com-
preendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de
fiscalização e outros dados necessários em cada caso, exceto, em relação à
respectiva licitação, na hipótese de contratação integrada;
VI – orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em
quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados.
Art. 3º As licitações e contratações realizadas em conformidade com o
RDC deverão observar os princípios da legalidade, da impessoalidade, da mo-
ralidade, da igualdade, da publicidade, da eficiência, da probidade adminis-
trativa, da economicidade, do desenvolvimento nacional sustentável, da vin-
culação ao instrumento convocatório e do julgamento objetivo.
Art. 4º Nas licitações e contratos de que trata esta Lei serão observadas
as seguintes diretrizes:
I – padronização do objeto da contratação relativamente às especificações
técnicas e de desempenho e, quando for o caso, às condições de manutenção,
assistência técnica e de garantia oferecidas;

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II – padronização de instrumentos convocatórios e minutas de contratos,


previamente aprovados pelo órgão jurídico competente;
III – busca da maior vantagem para a administração pública, consideran-
do custos e benefícios, diretos e indiretos, de natureza econômica, social ou
ambiental, inclusive os relativos à manutenção, ao desfazimento de bens e
resíduos, ao índice de depreciação econômica e a outros fatores de igual re-
levância;
IV  – condições de aquisição, de seguros, de garantias e de pagamento
compatíveis com as condições do setor privado, inclusive mediante pagamen-
to de remuneração variável conforme desempenho, na forma do art. 10; (Re-
dação dada pela Lei n. 12.980, de 2014)
V – utilização, sempre que possível, nas planilhas de custos constantes
das propostas oferecidas pelos licitantes, de mão de obra, materiais, tec-
nologias e matérias-primas existentes no local da execução, conservação e
operação do bem, serviço ou obra, desde que não se produzam prejuízos à
eficiência na execução do respectivo objeto e que seja respeitado o limite do
orçamento estimado para a contratação; e
VI – parcelamento do objeto, visando à ampla participação de licitantes,
sem perda de economia de escala.
VII – ampla publicidade, em sítio eletrônico, de todas as fases e procedi-
mentos do processo de licitação, assim como dos contratos, respeitado o art.
6º desta Lei. (Incluído pela Lei n. 13.173, de 2015)
§ 1º As contratações realizadas com base no RDC devem respeitar, espe-
cialmente, as normas relativas à:
I – disposição final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos gera-
dos pelas obras contratadas;
II – mitigação por condicionantes e compensação ambiental, que serão
definidas no procedimento de licenciamento ambiental;
III – utilização de produtos, equipamentos e serviços que, comprovada-
mente, reduzam o consumo de energia e recursos naturais;

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IV – avaliação de impactos de vizinhança, na forma da legislação urbanística;


V – proteção do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e imaterial,
inclusive por meio da avaliação do impacto direto ou indireto causado pelas
obras contratadas; e
VI – acessibilidade para o uso por pessoas com deficiência ou com mobi-
lidade reduzida.
§ 2º O impacto negativo sobre os bens do patrimônio cultural, históri-
co, arqueológico e imaterial tombados deverá ser compensado por meio
de medidas determinadas pela autoridade responsável, na forma da legis-
lação aplicável.

Seção II
Das Regras Aplicáveis às Licitações no Âmbito do RDC
Subseção I
Do Objeto da Licitação

Art. 5º O objeto da licitação deverá ser definido de forma clara e precisa


no instrumento convocatório, vedadas especificações excessivas, irrelevantes
ou desnecessárias.
Art. 6º Observado o disposto no § 3º, o orçamento previamente estima-
do para a contratação será tornado público apenas e imediatamente após o
encerramento da licitação, sem prejuízo da divulgação do detalhamento dos
quantitativos e das demais informações necessárias para a elaboração das
propostas.
§ 1º Nas hipóteses em que for adotado o critério de julgamento por maior
desconto, a informação de que trata o caput deste artigo constará do instru-
mento convocatório.
§ 2º No caso de julgamento por melhor técnica, o valor do prêmio ou da
remuneração será incluído no instrumento convocatório.

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§ 3º Se não constar do instrumento convocatório, a informação referida


no caput deste artigo possuirá caráter sigiloso e será disponibilizada estrita e
permanentemente aos órgãos de controle externo e interno.

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DECRETO-LEI N. 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942


Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. (Redação dada pela
Lei n. 12.376, de 2010)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o


artigo 180 da Constituição, decreta:
Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país
quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
§ 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando
admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. (Vide Lei n.
1.991, de 1953) (Vide Lei n. 2.145, de 1953) (Vide Lei n. 2.410, de 1955)
(Vide Lei n. 2.770, de 1956) (Vide Lei n. 3.244, de 1957) (Vide Lei n. 4.966,
de 1966) (Vide Decreto-Lei n. 333, de 1967) (Vide Lei n. 2.807, de 1956)
(Vide Lei n. 4.820, de 1965)
§ 2º (Revogado pela Lei n. 12.036, de 2009).
§ 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu
texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores
começará a correr da nova publicação.
§ 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que
outra a modifique ou revogue.
§ 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare,
quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria
de que tratava a lei anterior.
§ 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das
já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter
a lei revogadora perdido a vigência.
Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.

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Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se
dirige e às exigências do bem comum.
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurí-
dico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei n.
3.238, de 1957)
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente
ao tempo em que se efetuou. (Incluído pela Lei n. 3.238, de 1957)
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou al-
guém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha
termo pré-fixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
(Incluído pela Lei n. 3.238, de 1957)
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já
não caiba recurso. (Incluído pela Lei n. 3.238, de 1957)
Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras
sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos
de família.
§ 1º Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira
quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
§ 2º O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades
diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. (Redação dada
pela Lei n. 3.238, de 1957)
§ 3º Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do
matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
§ 4º O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em
que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro do-
micílio conjugal.
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante
expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do

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decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comu-


nhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção
ao competente registro. (Redação dada pela Lei n. 6.515, de 1977)
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges fo-
rem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data
da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual
prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as
condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O
Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá re-
examinar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos
de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim
de que passem a produzir todos os efeitos legais. (Redação dada pela Lei n.
12.036, de 2009).
§ 7º Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se
ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos
incapazes sob sua guarda.
§ 8º Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no
lugar de sua residência ou naquele em que se encontre.
Art. 8º Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes,
aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.
§ 1º Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quan-
to aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros
lugares.
§ 2º O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja
posse se encontre a coisa apenhada.
Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em
que se constituírem.
§ 1º Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo
de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei
estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.

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§ 2º A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em


que residir o proponente.
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em
que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e
a situação dos bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regula-
da pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de
quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal
do de cujus. (Redação dada pela Lei n. 9.047, de 1995)
§ 2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para
suceder.
Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as
sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem.
§ 1º Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou estabeleci-
mentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasi-
leiro, ficando sujeitas à lei brasileira.
§ 2º Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer
natureza, que eles tenham constituído, dirijam ou hajam investido de funções
públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptíveis de de-
sapropriação.
§ 3º Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios
necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consula-
res. (Vide Lei n. 4.331, de 1964)
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu
domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
§ 1º Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações re-
lativas a imóveis situados no Brasil.
§ 2º A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e
segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por
autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto
das diligências.

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Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei
que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo
os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça.
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a
invoca prova do texto e da vigência.
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro,
que reúna os seguintes requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à reve-
lia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias
para a execução no lugar em que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide art.105, I, i
da Constituição Federal).
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 12.036, de 2009).
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de apli-
car a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se
qualquer remissão por ela feita a outra lei.
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer
declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a
soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes.
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades con-
sulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro
Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos
de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. (Redação
dada pela Lei n. 3.238, de 1957)
§ 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a
separação consensual e o divórcio consensual de brasileiros, não havendo fi-
lhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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aos prazos, devendo constar da respectiva escritura pública as disposições


relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e,
ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou
à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento. (Incluído pela
Lei n. 12.874, de 2013) Vigência
§ 2º É indispensável a assistência de advogado, devidamente constituído,
que se dará mediante a subscrição de petição, juntamente com ambas as
partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua advogado próprio,
não se fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da escritura
pública. (Incluído pela Lei n. 12.874, de 2013) Vigência
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e
celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei n. 4.657, de
4 de setembro de 1942, desde que satisfaçam todos os requisitos legais. (In-
cluído pela Lei n. 3.238, de 1957)
Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos tiver sido re-
cusada pelas autoridades consulares, com fundamento no artigo 18 do mes-
mo Decreto-lei, ao interessado é facultado renovar o pedido dentro em 90
(noventa) dias contados da data da publicação desta lei. (Incluído pela Lei n.
3.238, de 1957)
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se deci-
dirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as
consequências práticas da decisão. (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação
da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou
norma administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas. (Incluído
pela Lei n. 13.655, de 2018)
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judi-
cial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma ad-
ministrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e
administrativas. (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)

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Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá,


quando for o caso, indicar as condições para que a regularização ocorra de
modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se
podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das
peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos. (Incluído pela Lei n.
13.655, de 2018)
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão consi-
derados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das
políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados.
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contra-
to, ajuste, processo ou norma administrativa, serão consideradas as circuns-
tâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado a ação do
agente. (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravida-
de da infração cometida, os danos que dela provierem para a administração
pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do
agente. (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria
das demais sanções de mesma natureza e relativas ao mesmo fato. (Incluído
pela Lei n. 13.655, de 2018)
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer
interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado,
impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regi-
me de transição quando indispensável para que o novo dever ou condiciona-
mento de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e
sem prejuízo aos interesses gerais.
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial,
quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa
cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações gerais

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da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação


geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas. (Incluído pela
Lei n. 13.655, de 2018)
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e es-
pecificações contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência
judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática admi-
nistrativa reiterada e de amplo conhecimento público. (Incluído pela Lei n.
13.655, de 2018)
Art. 25. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação con-
tenciosa na aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de
licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e,
quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de
relevante interesse geral, celebrar compromisso com os interessados, obser-
vada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua publi-
cação oficial. (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo: (Incluído pela Lei n.
13.655, de 2018)
I – buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatí-
vel com os interesses gerais; (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
II – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
III – não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicio-
namento de direito reconhecidos por orientação geral; (Incluído pela Lei n.
13.655, de 2018)
IV – deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu
cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento. (Incluído
pela Lei n. 13.655, de 2018)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora
ou judicial, poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos

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anormais ou injustos resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos.


(Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente
as partes sobre seu cabimento, sua forma e, se for o caso, seu valor. (Incluído
pela Lei n. 13.655, de 2018)
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado com-
promisso processual entre os envolvidos. (Incluído pela Lei n. 13.655, de
2018)
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões
ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro. (Incluído pela Lei n.
13.655, de 2018)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)
Art. 29. Vide Lei n. 13.655, de 2018
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança
jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmu-
las administrativas e respostas a consultas. (Incluído pela Lei n. 13.655, de
2018)
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão
caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até
ulterior revisão. (Incluído pela Lei n. 13.655, de 2018)

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LEI N. 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 – CÓDIGO CIVIL

Institui o Código Civil.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL
LIVRO I
DAS PESSOAS
TÍTULO I
DAS PESSOAS NATURAIS
CAPÍTULO I
DA PERSONALIDADE E DA CAPACIDADE

Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.


Art. 2º A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida;
mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos
da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei
n. 13.146, de 2015) (Vigência)
I – (Revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
II – (Revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
III – (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os
exercer: (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei
n. 13.146, de 2015) (Vigência)

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III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem ex-
primir sua vontade; (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
IV – os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação
especial. (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa
fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, median-
te instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por
sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II – pelo casamento;
III – pelo exercício de emprego público efetivo;
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação
de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos com-
pletos tenha economia própria.
Art. 6º A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se
esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de su-
cessão definitiva.
Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo
de vida;
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for
encontrado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente
poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo
a sentença fixar a data provável do falecimento.

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Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se


podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-
-se-ão simultaneamente mortos.
Art. 9º Serão registrados em registro público:
I – os nascimentos, casamentos e óbitos;
II – a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;
III – a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;
IV – a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:
I – das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento,
o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;
II – dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem
a filiação;
III – (Revogado pela Lei n. 12.010, de 2009)

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE

Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da perso-
nalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício
sofrer limitação voluntária.
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da per-
sonalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções pre-
vistas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer
a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente
em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do pró-
prio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou
contrariar os bons costumes.

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Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de
transplante, na forma estabelecida em lei especial.
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gra-
tuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qual-
quer tempo.
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de
vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome
e o sobrenome.
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em
publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda
quando não haja intenção difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propagan-
da comercial.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção
que se dá ao nome.
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da jus-
tiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a trans-
missão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem
de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da
indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeita-
bilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. (Vide ADIN 4815)
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legí-
timas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descen-
dentes.
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a reque-
rimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou
fazer cessar ato contrário a esta norma. (Vide ADIN 4815)

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CAPÍTULO III
DA AUSÊNCIA
Seção I
Da Curadoria dos Bens do Ausente

Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver
notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba
administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do
Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando
o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou conti-
nuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obriga-
ções, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o dispos-
to a respeito dos tutores e curadores.
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicial-
mente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência,
será o seu legítimo curador.
§ 1º Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos
pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os
iniba de exercer o cargo.
§ 2º Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3º Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do
curador.

Seção II
Da Sucessão Provisória

Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se


ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão

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os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente


a sucessão.
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram
interessados:
I – o cônjuge não separado judicialmente;
II – os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III – os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua
morte;
IV – os credores de obrigações vencidas e não pagas.
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória
só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa;
mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se
houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
§ 1º Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados
na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo com-
petente.
§ 2º Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventá-
rio até trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir
a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela
forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.
Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a
conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis
ou em títulos garantidos pela União.
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente,
darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equiva-
lentes aos quinhões respectivos.
§ 1º Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar
a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe

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deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado

pelo juiz, e que preste essa garantia.


§ 2º Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a
sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar
na posse dos bens do ausente.
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por de-
sapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão repre-
sentando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão
as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor pro-
visório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que
a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade
desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com
o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz
competente.
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi
voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos
frutos e rendimentos.
Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá, justi-
ficando falta de meios, requerer lhe seja entregue metade dos rendimentos
do quinhão que lhe tocaria.
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do faleci-
mento do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor
dos herdeiros, que o eram àquele tempo.
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de
estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos suces-
sores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecu-
ratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.

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Seção III
Da Sucessão Definitiva

Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede
a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a suces-
são definitiva e o levantamento das cauções prestadas.
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se
que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas
notícias dele.
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da
sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele
ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os
sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados
houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente
não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens
arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se loca-
lizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União,
quando situados em território federal.

TÍTULO II
DAS PESSOAS JURÍDICAS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e


de direito privado.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I – a União;

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II – os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;


III – os Municípios;
IV – as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela
Lei n. 11.107, de 2005)
V – as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de
direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se,
no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados es-
trangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional
público.
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente
responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos
a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se
houver, por parte destes, culpa ou dolo.
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I – as associações;
II – as sociedades;
III – as fundações.
IV – as organizações religiosas; (Incluído pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003)
V – os partidos políticos. (Incluído pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003)
VI – as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela
Lei n. 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 1º São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcio-
namento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-
-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu
funcionamento. (Incluído pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003)
§ 2º As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiaria-
mente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Códi-
go. (Incluído pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o dis-


posto em lei específica. (Incluído pela Lei n. 10.825, de 22.12.2003)
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado
com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando
necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se
no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das
pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o
prazo da publicação de sua inscrição no registro.
Art. 46. O registro declarará:
I – a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social,
quando houver;
II – o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos
diretores;
III – o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente,
judicial e extrajudicialmente;
IV – se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de
que modo;
V – se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obriga-
ções sociais;
VI – as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patri-
mônio, nesse caso.
Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos
nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se
tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dis-
puser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que
se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de
erro, dolo, simulação ou fraude.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a re-


querimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo
desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimen-
to da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo,
desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de
obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de
sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
(Redação dada pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
§ 1º Para fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização
dolosa da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática
de atos ilícitos de qualquer natureza. (Incluído pela Medida Provisória n. 881,
de 2019)
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato
entre os patrimônios, caracterizada por: (Incluído pela Medida Provisória n.
881, de 2019)
I – cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do
administrador ou vice-versa; (Incluído pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
II – transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações,
exceto o de valor proporcionalmente insignificante; e (Incluído pela Medida
Provisória n. 881, de 2019)
III – outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. (Incluído
pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
§ 3º O disposto no caput e nos § 1º e § 2º também se aplica à extensão
das obrigações de sócios ou de administradores à pessoa jurídica. (Incluído
pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos
de que trata o caput não autoriza a desconsideração da personalidade da
pessoa jurídica. (Incluído pela Medida Provisória n. 881, de 2019)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração


da finalidade original da atividade econômica específica da pessoa jurídica.
(Incluído pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autori-
zação para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até
que esta se conclua.
§ 1º Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a aver-
bação de sua dissolução.
§ 2º As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que
couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.
§ 3º Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição
da pessoa jurídica.
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos di-
reitos da personalidade.

CAPÍTULO II
DAS ASSOCIAÇÕES

Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se or-


ganizem para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recí-
procos.
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I – a denominação, os fins e a sede da associação;
II – os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III – os direitos e deveres dos associados;
IV – as fontes de recursos para sua manutenção;
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;
(Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005)
VI – as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a
dissolução.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas

contas. (Incluído pela Lei n. 11.127, de 2005)

Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá

instituir categorias com vantagens especiais.

Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não

dispuser o contrário.

Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do

patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si,

na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo

disposição diversa do estatuto.

Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa,

assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de re-

curso, nos termos previstos no estatuto. (Redação dada pela Lei n. 11.127,

de 2005)

Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 11.127, de 2005)

Art. 58. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou

função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e

pela forma previstos na lei ou no estatuto.

Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral: (Redação dada pela

Lei n. 11.127, de 2005)

I – destituir os administradores; (Redação dada pela Lei n. 11.127, de

2005)

II – alterar o estatuto. (Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005)

Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II

deste artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente convocada

para esse fim, cujo quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os

critérios de eleição dos administradores. (Redação dada pela Lei n. 11.127,

de 2005)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do es-


tatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la.
(Redação dada pela Lei n. 11.127, de 2005)
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líqui-
do, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas
no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômi-
cos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados,
à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
§ 1º Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos as-
sociados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste
artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições
que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
§ 2º Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Ter-
ritório, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas
neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do
Estado, do Distrito Federal ou da União.

CAPÍTULO III
DAS FUNDAÇÕES

Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pú-
blica ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a
que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
(Redação dada pela Lei n. 13.151, de 2015)
I – assistência social; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; (In-
cluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
III – educação; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
IV – saúde; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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V – segurança alimentar e nutricional; (Incluído pela Lei n. 13.151, de


2015)
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas,
modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações
e conhecimentos técnicos e científicos; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos hu-
manos; (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
IX – atividades religiosas; e (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
X – (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.151, de 2015)
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela
destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados
em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o institui-
dor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os
bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por man-
dado judicial.
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio,
em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases
(art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à
aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo
instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência
caberá ao Ministério Público.
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situ-
adas.
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo
ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. (Redação dada pela Lei
n. 13.151, de 2015)

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§ 2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo,


em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a
reforma:
I – seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e represen-
tar a fundação;
II – não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de
45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público
a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. (Redação
dada pela Lei n. 13.151, de 2015)
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unâ-
nime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão
do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para
impugná-la, se quiser, em dez dias.
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a
fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público,
ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu
patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatu-
to, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou
semelhante.

TÍTULO III
DO DOMICÍLIO

Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua
residência com ânimo definitivo.
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, al-
ternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.

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Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações con-


cernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada
um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residên-
cia habitual, o lugar onde for encontrada.
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção
manifesta de o mudar.
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa
às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais decla-
rações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompa-
nharem.
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I – da União, o Distrito Federal;
II – dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III – do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV – das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respecti-
vas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu
estatuto ou atos constitutivos.
§ 1º Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares dife-
rentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
§ 2º Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-
-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas
por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil,
a que ela corresponder.
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar,
o marítimo e o preso.
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assis-
tente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas
funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a

898
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sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marí-


timo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir
a sentença.
Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar
extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá
ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro
onde o teve.
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domi-
cílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.

LIVRO II
DOS BENS
TÍTULO ÚNICO
DAS DIFERENTES CLASSES DE BENS
CAPÍTULO I
DOS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS
Seção I
Dos Bens Imóveis

Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural
ou artificialmente.
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I – os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II – o direito à sucessão aberta.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
I – as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade,
forem removidas para outro local;
II – os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se
reempregarem.

899
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Seção II
Dos Bens Móveis

Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de


remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação eco-
nômico-social.
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
I – as energias que tenham valor econômico;
II – os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;
III – os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não fo-
rem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qua-
lidade os provenientes da demolição de algum prédio.

Seção III
Dos Bens Fungíveis e Consumíveis

Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da
mesma espécie, qualidade e quantidade.
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição
imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destina-
dos à alienação.

Seção IV
Dos Bens Divisíveis

Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na
sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se
destinam.
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por
determinação da lei ou por vontade das partes.

900
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Seção V
Dos Bens Singulares e Coletivos

Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de


per si, independentemente dos demais.
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares
que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser ob-
jeto de relações jurídicas próprias.
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídi-
cas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.

CAPÍTULO II
DOS BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS

Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente;
acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.
Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes,
se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento
de outro.
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não
abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação
de vontade, ou das circunstâncias do caso.
Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e pro-
dutos podem ser objeto de negócio jurídico.
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso
habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
§ 2º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.

901
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§ 3º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que
se deteriore.
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos
sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.

CAPÍTULO III
DOS BENS PÚBLICOS

Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pesso-


as jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja
qual for a pessoa a que pertencerem.
Art. 99. São bens públicos:
I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e
praças;
II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a servi-
ço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou mu-
nicipal, inclusive os de suas autarquias;
III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de
direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas
entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se domi-
nicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se
tenha dado estrutura de direito privado.
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial
são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a
lei determinar.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas
as exigências da lei.
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

902
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Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuí-
do, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração
pertencerem.

LIVRO III
DOS FATOS JURÍDICOS
TÍTULO I
DO NEGÓCIO JURÍDICO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:


I – agente capaz;
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III – forma prescrita ou não defesa em lei.
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada
pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes,
salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum.
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídi-
co se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver
subordinado.
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma
especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial
à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, mo-
dificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta
vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem
instrumento público, este é da substância do ato.
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja
feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o desti-
natário tinha conhecimento.

903
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Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os


usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas
consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-
-fé e os usos do lugar de sua celebração.
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se
estritamente.

CAPÍTULO II
DA REPRESENTAÇÃO

Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo inte-


ressado.
Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de
seus poderes, produz efeitos em relação ao representado.
Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio
jurídico que o representante, no seu interesse ou por conta de outrem, cele-
brar consigo mesmo.
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo represen-
tante o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido
subestabelecidos.
Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tra-
tar em nome do representado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes,
sob pena de, não o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem.
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito
de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimen-
to de quem com aquele tratou.
Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negó-
cio ou da cessação da incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a
anulação prevista neste artigo.

904
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Art. 120. Os requisitos e os efeitos da representação legal são os esta-


belecidos nas normas respectivas; os da representação voluntária são os da
Parte Especial deste Código.

CAPÍTULO III
DA CONDIÇÃO, DO TERMO E DO ENCARGO

Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamen-


te da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento
futuro e incerto.
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à
ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem
as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro
arbítrio de uma das partes.
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
I – as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;
II – as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
III – as condições incompreensíveis ou contraditórias.
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando re-
solutivas, e as de não fazer coisa impossível.
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição sus-
pensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que
ele visa.
Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e,
pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições, estas não terão valor,
realizada a condição, se com ela forem incompatíveis.
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar,
vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o
direito por ele estabelecido.
Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os
efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execu-

905
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ção continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário,


não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a
natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé.
Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efeitos jurídicos, a condição
cujo implemento for maliciosamente obstado pela parte a quem desfavorecer,
considerando-se, ao contrário, não verificada a condição maliciosamente le-
vada a efeito por aquele a quem aproveita o seu implemento.
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva
ou resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo.
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do
direito.
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, compu-
tam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o do vencimento.
§ 1º Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado
o prazo até o seguinte dia útil.
§ 2º Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§ 3º Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de
início, ou no imediato, se faltar exata correspondência.
§ 4º Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.
Art. 133. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e,
nos contratos, em proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do
instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício
do credor, ou de ambos os contratantes.
Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exequíveis
desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depen-
der de tempo.
Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposi-
ções relativas à condição suspensiva e resolutiva.

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Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito,


salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente,
como condição suspensiva.
Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo
se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida
o negócio jurídico.

CAPÍTULO IV

DOS DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

Seção I

Do Erro ou Ignorância

Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de

vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa

de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.

Art. 139. O erro é substancial quando:

I – interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou

a alguma das qualidades a ele essenciais;

II – concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se

refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo re-

levante;

III – sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o mo-

tivo único ou principal do negócio jurídico.

Art. 140. O falso motivo só vicia a declaração de vontade quando expres-

so como razão determinante.

Art. 141. A transmissão errônea da vontade por meios interpostos é anu-

lável nos mesmos casos em que o é a declaração direta.

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Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou da coisa, a que se referir a de-


claração de vontade, não viciará o negócio quando, por seu contexto e pelas
circunstâncias, se puder identificar a coisa ou pessoa cogitada.
Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza a retificação da declaração de
vontade.
Art. 144. O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a
pessoa, a quem a manifestação de vontade se dirige, se oferecer para execu-
tá-la na conformidade da vontade real do manifestante.

Seção II
Do Dolo

Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a
sua causa.
Art. 146. O dolo acidental só obriga à satisfação das perdas e danos, e é
acidental quando, a seu despeito, o negócio seria realizado, embora por outro
modo.
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma
das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado,
constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria
celebrado.
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de tercei-
ro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento;
em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responde-
rá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou.
Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o
representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve;
se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado respon-
derá solidariamente com ele por perdas e danos.
Art. 150. Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode ale-
gá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização.

908
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Seção III
Da Coação

Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que
incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pes-
soa, à sua família, ou aos seus bens.
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do
paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação.
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a con-
dição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias
que possam influir na gravidade dela.
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um
direito, nem o simples temor reverencial.
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela
tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta respon-
derá solidariamente com aquele por perdas e danos.
Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro,
sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento;
mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver
causado ao coacto.

Seção IV
Do Estado de Perigo

Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da


necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conheci-
do pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do de-
clarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.

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Seção V
Da Lesão

Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade,
ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional
ao valor da prestação oposta.
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigen-
tes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento
suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.

Seção VI
Da Fraude Contra Credores

Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de


dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvên-
cia, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografá-
rios, como lesivos dos seus direitos.
§ 1º Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
§ 2º Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear
a anulação deles.
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os contratos onerosos do devedor
insolvente, quando a insolvência for notória, ou houver motivo para ser co-
nhecida do outro contratante.
Art. 160. Se o adquirente dos bens do devedor insolvente ainda não tiver
pago o preço e este for, aproximadamente, o corrente, desobrigar-se-á depo-
sitando-o em juízo, com a citação de todos os interessados.
Parágrafo único. Se inferior, o adquirente, para conservar os bens, poderá
depositar o preço que lhes corresponda ao valor real.
Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada
contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a estipulação

910
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que hajam procedido de


má-fé.
Art. 162. O credor quirografário, que receber do devedor insolvente o
pagamento da dívida ainda não vencida, ficará obrigado a repor, em proveito
do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores, aquilo que
recebeu.
Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos direitos dos outros credores as
garantias de dívidas que o devedor insolvente tiver dado a algum credor.
Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários
indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural, ou indus-
trial, ou à subsistência do devedor e de sua família.
Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante re-
verterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de
credores.
Parágrafo único. Se esses negócios tinham por único objeto atribuir di-
reitos preferenciais, mediante hipoteca, penhor ou anticrese, sua invalidade
importará somente na anulação da preferência ajustada.

CAPÍTULO V
DA INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:


I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III – o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV – não revestir a forma prescrita em lei;
V – for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a
sua validade;
VI – tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII – a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem
cominar sanção.

911
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dis-

simulou, se válido for na substância e na forma.

§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:

I – aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daque-

las às quais realmente se conferem, ou transmitem;

II – contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;

III – os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.

§ 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contra-

entes do negócio jurídico simulado.

Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por

qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir.

Parágrafo único. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando

conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não

lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das partes.

Art. 169. O negócio jurídico nulo não é suscetível de confirmação, nem

convalesce pelo decurso do tempo.

Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de ou-

tro, subsistirá este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que

o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o

negócio jurídico:

I – por incapacidade relativa do agente;

II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou

fraude contra credores.

Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo di-

reito de terceiro.

Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio ce-

lebrado e a vontade expressa de mantê-lo.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi

cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava.

Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio

anulável, nos termos dos arts. 172 a 174, importa a extinção de todas as

ações, ou exceções, de que contra ele dispusesse o devedor.

Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resultar da falta de autorização

de terceiro, será validado se este a der posteriormente.

Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem

se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusi-

vamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade.

Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anu-

lação do negócio jurídico, contado:

I – no caso de coação, do dia em que ela cessar;

II – no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão,

do dia em que se realizou o negócio jurídico;

III – no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem es-

tabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a contar

da data da conclusão do ato.

Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-

-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando

inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.

Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pa-

gou a um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância

paga.

Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado

em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão inde-

nizadas com o equivalente.

913
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 183. A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico

sempre que este puder provar-se por outro meio.


Art. 184. Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um
negócio jurídico não o prejudicará na parte válida, se esta for separável; a
invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a
destas não induz a da obrigação principal.

TÍTULO II
DOS ATOS JURÍDICOS LÍCITOS

Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, apli-
cam-se, no que couber, as disposições do Título anterior.

TÍTULO III
DOS ATOS ILÍCITOS

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou im-
prudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exer-
cê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I – os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito
reconhecido;
II – a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a
fim de remover perigo iminente.

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Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando

as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os

limites do indispensável para a remoção do perigo.

TÍTULO IV
DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA
CAPÍTULO I
DA PRESCRIÇÃO
Seção I
Disposições Gerais

Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se ex-
tingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só va-
lerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consu-
mar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incom-
patíveis com a prescrição.
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo
das partes.
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição,
pela parte a quem aproveita.
Art. 194. (Revogado pela Lei n. 11.280, de 2006)
Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação
contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à pres-
crição, ou não a alegarem oportunamente.
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr con-
tra o seu sucessor.

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Seção II
Das Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição

Art. 197. Não corre a prescrição:


I – entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II – entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III – entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante
a tutela ou curatela.
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I – contra os incapazes de que trata o art. 3º;
II – contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados
ou dos Municípios;
III – contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo
de guerra.
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
I – pendendo condição suspensiva;
II – não estando vencido o prazo;
III – pendendo ação de evicção.
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo
criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários,
só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.

Seção III
Das Causas que Interrompem a Prescrição

Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma


vez, dar-se-á:
I – por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se
o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
II – por protesto, nas condições do inciso antecedente;

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III – por protesto cambial;


IV – pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em
concurso de credores;
V – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI – por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe re-
conhecimento do direito pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do
ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.
Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado.
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos
outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o codevedor, ou seu
herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
§ 1º A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros;
assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os de-
mais e seus herdeiros.
§ 2º A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário
não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de
obrigações e direitos indivisíveis.
§ 3º A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.

Seção IV
Dos Prazos da Prescrição

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fi-
xado prazo menor.
Art. 206. Prescreve:
§ 1º Em um ano:
I – a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a
consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou
dos alimentos;

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II – a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele,


contado o prazo:
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data
em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro
prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador;
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;
III – a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judi-
ciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários;
IV – a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram
para a formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da
ata da assembleia que aprovar o laudo;
V – a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas
e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da
liquidação da sociedade.
§ 2º Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a par-
tir da data em que se vencerem.
§ 3º Em três anos:
I – a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
II – a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias
ou vitalícias;
III – a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações
acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização
ou sem ela;
IV – a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
V – a pretensão de reparação civil;
VI – a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-
-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição;
VII – a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da
lei ou do estatuto, contado o prazo:

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a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade


anônima;
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do
balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da
reunião ou assembleia geral que dela deva tomar conhecimento;
c) para os liquidantes, da primeira assembleia semestral posterior à vio-
lação;
VIII – a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar
do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;
IX – a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro preju-
dicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
§ 4º Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da
aprovação das contas.
§ 5º Em cinco anos:
I – a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento
público ou particular;
II – a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais,
curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão
dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;
III – a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em
juízo.

CAPÍTULO II
DA DECADÊNCIA

Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadên-


cia as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei.

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Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabe-


lecida por lei.
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita
pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a
alegação.
TÍTULO V
DA PROVA

Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico
pode ser provado mediante:
I – confissão;
II – documento;
III – testemunha;
IV – presunção;
V – perícia.
Art. 213. Não tem eficácia a confissão se provém de quem não é capaz
de dispor do direito a que se referem os fatos confessados.

Parágrafo único. Se feita a confissão por um representante, somente é

eficaz nos limites em que este pode vincular o representado.

Art. 214. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de

erro de fato ou de coação.

Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento

dotado de fé pública, fazendo prova plena.

§ 1º Salvo quando exigidos por lei outros requisitos, a escritura pública

deve conter:

I – data e local de sua realização;

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II – reconhecimento da identidade e capacidade das partes e de quantos

hajam comparecido ao ato, por si, como representantes, intervenientes ou

testemunhas;

III – nome, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e residência

das partes e demais comparecentes, com a indicação, quando necessário, do

regime de bens do casamento, nome do outro cônjuge e filiação;

IV – manifestação clara da vontade das partes e dos intervenientes;

V – referência ao cumprimento das exigências legais e fiscais inerentes à

legitimidade do ato;
VI – declaração de ter sido lida na presença das partes e demais compa-
recentes, ou de que todos a leram;
VII – assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como a do
tabelião ou seu substituto legal, encerrando o ato.
§ 2º Se algum comparecente não puder ou não souber escrever, outra
pessoa capaz assinará por ele, a seu rogo.
§ 3º A escritura será redigida na língua nacional.
§ 4º Se qualquer dos comparecentes não souber a língua nacional e o
tabelião não entender o idioma em que se expressa, deverá comparecer tra-
dutor público para servir de intérprete, ou, não o havendo na localidade, ou-
tra pessoa capaz que, a juízo do tabelião, tenha idoneidade e conhecimento
bastantes.
§ 5º Se algum dos comparecentes não for conhecido do tabelião, nem pu-
der identificar-se por documento, deverão participar do ato pelo menos duas
testemunhas que o conheçam e atestem sua identidade.
Art. 216. Farão a mesma prova que os originais as certidões textuais de
qualquer peça judicial, do protocolo das audiências, ou de outro qualquer li-
vro a cargo do escrivão, sendo extraídas por ele, ou sob a sua vigilância, e por
ele subscritas, assim como os traslados de autos, quando por outro escrivão
consertados.

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Art. 217. Terão a mesma força probante os traslados e as certidões, ex-


traídos por tabelião ou oficial de registro, de instrumentos ou documentos
lançados em suas notas.
Art. 218. Os traslados e as certidões considerar-se-ão instrumentos públi-
cos, se os originais se houverem produzido em juízo como prova de algum ato.
Art. 219. As declarações constantes de documentos assinados presu-
mem-se verdadeiras em relação aos signatários.
Parágrafo único. Não tendo relação direta, porém, com as disposições
principais ou com a legitimidade das partes, as declarações enunciativas não
eximem os interessados em sua veracidade do ônus de prová-las.
Art. 220. A anuência ou a autorização de outrem, necessária à validade
de um ato, provar-se-á do mesmo modo que este, e constará, sempre que se
possa, do próprio instrumento.
Art. 221. O instrumento particular, feito e assinado, ou somente assinado
por quem esteja na livre disposição e administração de seus bens, prova as
obrigações convencionais de qualquer valor; mas os seus efeitos, bem como
os da cessão, não se operam, a respeito de terceiros, antes de registrado no
registro público.
Parágrafo único. A prova do instrumento particular pode suprir-se pelas
outras de caráter legal.
Art. 222. O telegrama, quando lhe for contestada a autenticidade, faz
prova mediante conferência com o original assinado.
Art. 223. A cópia fotográfica de documento, conferida por tabelião de
notas, valerá como prova de declaração da vontade, mas, impugnada sua
autenticidade, deverá ser exibido o original.
Parágrafo único. A prova não supre a ausência do título de crédito, ou do
original, nos casos em que a lei ou as circunstâncias condicionarem o exercí-
cio do direito à sua exibição.

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Art. 224. Os documentos redigidos em língua estrangeira serão traduzi-


dos para o português para ter efeitos legais no País.
Art. 225. As reproduções fotográficas, cinematográficas, os registros fo-
nográficos e, em geral, quaisquer outras reproduções mecânicas ou eletrôni-
cas de fatos ou de coisas fazem prova plena destes, se a parte, contra quem
forem exibidos, não lhes impugnar a exatidão.
Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e sociedades provam contra
as pessoas a que pertencem, e, em seu favor, quando, escriturados sem vício
extrínseco ou intrínseco, forem confirmados por outros subsídios.

Parágrafo único. A prova resultante dos livros e fichas não é bastante

nos casos em que a lei exige escritura pública, ou escrito particular revesti-

do de requisitos especiais, e pode ser ilidida pela comprovação da falsidade

ou inexatidão dos lançamentos.

Art. 227. (Revogado pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)

Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova

testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da prova por

escrito.

Art. 228. Não podem ser admitidos como testemunhas:

I – os menores de dezesseis anos;

II – (Revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)

III – (Revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)

IV – o interessado no litígio, o amigo íntimo ou o inimigo capital das

partes;

V – os cônjuges, os ascendentes, os descendentes e os colaterais, até

o terceiro grau de alguma das partes, por consanguinidade, ou afinidade.

§ 1º Para a prova de fatos que só elas conheçam, pode o juiz admitir o

depoimento das pessoas a que se refere este artigo. (Redação dada pela Lei

n. 13.146, de 2015) (Vigência)

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§ 2º A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igualdade de con-

dições com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados todos os recursos de

tecnologia assistiva. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)

Art. 229. (Revogado pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)

Art. 230. (Revogado pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)

Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessá-

rio não poderá aproveitar-se de sua recusa.

Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a

prova que se pretendia obter com o exame.

PARTE ESPECIAL
LIVRO I
DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
TÍTULO I
DAS MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES
CAPÍTULO I
DAS OBRIGAÇÕES DE DAR
Seção I
Das Obrigações de Dar Coisa Certa

Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela em-
bora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circuns-
tâncias do caso.
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem cul-
pa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica
resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do
devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.

924
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o

credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor

que perdeu.

Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente,

ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um

ou em outro caso, indenização das perdas e danos.

Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus me-

lhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o

credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.


Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor
os pendentes.
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do
devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação
se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo
equivalente, mais perdas e danos.
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, rece-
bê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do
devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo
à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado
de indenização.
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor tra-
balho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes
às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo
modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.

925
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Seção II
Das Obrigações de Dar Coisa Incerta

Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela
quantidade.
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a es-
colha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação;
mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção
antecedente.
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou dete-
rioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.

CAPÍTULO II
DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER

Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que


recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do de-
vedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e
danos.
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor
mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem
prejuízo da indenização cabível.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente
de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois
ressarcido.

CAPÍTULO III
DAS OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER

Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do
devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o


credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa,
ressarcindo o culpado perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou man-
dar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do
ressarcimento devido.

CAPÍTULO IV
DAS OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS

Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se ou-


tra coisa não se estipulou.
§ 1º Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma pres-
tação e parte em outra.
§ 2º Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de op-
ção poderá ser exercida em cada período.
§ 3º No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime
entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
§ 4º Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder
exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação
ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das
prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pa-
gar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que
o caso determinar.
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tor-
nar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a pres-
tação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do
devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor re-
clamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do


devedor, extinguir-se-á a obrigação.

CAPÍTULO V
DAS OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS

Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obriga-


ção divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distin-
tas, quantos os credores ou devedores.
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto
uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por mo-
tivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divi-
sível, cada um será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do
credor em relação aos outros coobrigados.
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir
a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I – a todos conjuntamente;
II – a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada
um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe
caiba no total.
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará ex-
tinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota
do credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, no-
vação, compensação ou confusão.
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em
perdas e danos.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os


devedores, responderão todos por partes iguais.
§ 2º Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo
só esse pelas perdas e danos.

CAPÍTULO VI
DAS OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
Seção I
Disposições Gerais

Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais


de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à
dívida toda.

Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade

das partes.

Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos

cocredores ou codevedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar

diferente, para o outro.

Seção II

Da Solidariedade Ativa

Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor

o cumprimento da prestação por inteiro.

Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o

devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.

Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dí-

vida até o montante do que foi pago.

929
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada

um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que correspon-

der ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.

Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para

todos os efeitos, a solidariedade.

Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento

responderá aos outros pela parte que lhes caiba.

Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exce-

ções pessoais oponíveis aos outros.

Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge

os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de ex-

ceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer

deles. (Redação dada pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)

Seção III
Da Solidariedade Passiva

Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos


devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido
parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo
resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de
ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros,
nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao
seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reu-
nidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais
devedores.

930
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão


por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrên-
cia da quantia paga ou relevada.
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada
entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição
dos outros sem consentimento destes.
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores
solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas
perdas e danos só responde o culpado.
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que
a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos
outros pela obrigação acrescida.
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que
lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções
pessoais a outro codevedor.

Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de

alguns ou de todos os devedores.


Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais deve-
dores, subsistirá a dos demais.
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir
de cada um dos codevedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos
a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de
todos os codevedores.
Art. 284. No caso de rateio entre os codevedores, contribuirão também
os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação in-
cumbia ao insolvente.
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos deve-
dores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.

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TÍTULO II
DA TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
CAPÍTULO I
DA CESSÃO DE CRÉDITO

Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a na-
tureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibiti-
va da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar
do instrumento da obrigação.
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abran-
gem-se todos os seus acessórios.
Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito,
se não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular
revestido das solenidades do § 1º do art. 654.
Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer aver-
bar a cessão no registro do imóvel.
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor,
senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em
escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita.
Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se
completar com a tradição do título do crédito cedido.
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da
cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão no-
tificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da
obrigação cedida; quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá
a prioridade da notificação.
Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor,
pode o cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido.

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Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe com-
petirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da
cessão, tinha contra o cedente.
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se res-
ponsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tem-
po em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por
título gratuito, se tiver procedido de má-fé.
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela
solvência do devedor.
Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do de-
vedor, não responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos
juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário
houver feito com a cobrança.
Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido
pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar,
não tendo notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o cre-
dor os direitos de terceiro.
CAPÍTULO II
DA ASSUNÇÃO DE DÍVIDA

Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o


consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo,
salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que
consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.
Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-
-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele
originariamente dadas ao credor.
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o
débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por tercei-
ros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação.

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Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais
que competiam ao devedor primitivo.
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o
pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em
trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento.

TÍTULO III
DO ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
CAPÍTULO I
DO PAGAMENTO
Seção I
De Quem Deve Pagar

Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usan-


do, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer
em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.
Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio
nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos
direitos do credor.
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao re-
embolso no vencimento.
Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou opo-
sição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor
tinha meios para ilidir a ação.
Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da pro-
priedade, quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu.
Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá
mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o
solvente não tivesse o direito de aliená-la.

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Seção II
Daqueles a Quem se Deve Pagar

Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o


represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto
reverter em seu proveito.
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda
provado depois que não era credor.
Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de
quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu.
Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da
quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante.
Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora
feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o paga-
mento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar
de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.

Seção III
Do Objeto do Pagamento e Sua Prova

Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe
é devida, ainda que mais valiosa.
Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não
pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se
assim não se ajustou.
Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em mo-
eda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes.
Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações su-
cessivas.

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Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção ma-


nifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução,
poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto
possível, o valor real da prestação.
Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda
estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da
moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial.
Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter
o pagamento, enquanto não lhe seja dada.
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento parti-
cular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou
quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do
credor, ou do seu representante.
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá
a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga
a dívida.
Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, per-
dido este, poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do cre-
dor que inutilize o título desaparecido.
Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da
última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas
as anteriores.
Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes pre-
sumem-se pagos.
Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento.
Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor
provar, em sessenta dias, a falta do pagamento.
Art. 325. Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o paga-
mento e a quitação; se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a
despesa acrescida.

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Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, en-


tender-se-á, no silêncio das partes, que aceitaram os do lugar da execução.

Seção IV
Do Lugar do Pagamento

Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as


partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da
natureza da obrigação ou das circunstâncias.
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher
entre eles.
Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em
prestações relativas a imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem.
Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento
no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para
o credor.
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir
renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato.

Seção V
Do Tempo do Pagamento

Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada
época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente.
Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento
da condição, cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor.
Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido
o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código:
I – no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;

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II – se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em exe-


cução por outro credor;
III – se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito,
fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.
Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidarieda-
de passiva, não se reputará vencido quanto aos outros devedores solventes.

CAPÍTULO II
DO PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO

Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito


judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma
legais.
Art. 335. A consignação tem lugar:
I – se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o paga-
mento, ou dar quitação na devida forma;
II – se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e
condição devidos;
III – se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado au-
sente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV – se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto
do pagamento;
V – se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister
concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requi-
sitos sem os quais não é válido o pagamento.
Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando,
tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo
se for julgado improcedente.
Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não
o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respec-

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tivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as consequências de


direito.
Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levan-
tá-lo, embora o credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e
fiadores.
Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito,
aquiescer no levantamento, perderá a preferência e a garantia que lhe com-
petiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados os
codevedores e fiadores que não tenham anuído.
Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entre-
gue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou
mandar recebê-la, sob pena de ser depositada.
Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será
ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser deposi-
tada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-
-se-á como no artigo antecedente.
Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado procedente, corre-
rão à conta do credor, e, no caso contrário, à conta do devedor.
Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante con-
signação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo conhe-
cimento do litígio, assumirá o risco do pagamento.
Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores que se pre-
tendem mutuamente excluir, poderá qualquer deles requerer a consignação.

CAPÍTULO III
DO PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO

Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:


I – do credor que paga a dívida do devedor comum;

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II – do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário,


bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de di-
reito sobre imóvel;
III – do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser
obrigado, no todo ou em parte.
Art. 347. A sub-rogação é convencional:
I – quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe
transfere todos os seus direitos;
II – quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para
solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos
direitos do credor satisfeito.
Art. 348. Na hipótese do inciso I do artigo antecedente, vigorará o dis-
posto quanto à cessão do crédito.
Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações,
privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor
principal e os fiadores.
Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os di-
reitos e as ações do credor, senão até à soma que tiver desembolsado para
desobrigar o devedor.
Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência
ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não
chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever.

CAPÍTULO IV
DA IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO

Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza,
a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se
todos forem líquidos e vencidos.

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Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e
vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não
terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando
haver ele cometido violência ou dolo.
Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro
nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se
o credor passar a quitação por conta do capital.
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for
omissa quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em
primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tem-
po, a imputação far-se-á na mais onerosa.

CAPÍTULO V
DA DAÇÃO EM PAGAMENTO

Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que


lhe é devida.
Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações
entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda.
Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transfe-
rência importará em cessão.
Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, resta-
belecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, res-
salvados os direitos de terceiros.

CAPÍTULO VI
DA NOVAÇÃO

Art. 360. Dá-se a novação:

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I – quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e


substituir a anterior;
II – quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o
credor;
III – quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao
antigo, ficando o devedor quite com este.
Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas inequívo-
co, a segunda obrigação confirma simplesmente a primeira.
Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada inde-
pendentemente de consentimento deste.
Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o
aceitou, ação regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a
substituição.
Art. 364. A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sem-
pre que não houver estipulação em contrário. Não aproveitará, contudo, ao
credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anticrese, se os bens dados em
garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na novação.
Art. 365. Operada a novação entre o credor e um dos devedores solidá-
rios, somente sobre os bens do que contrair a nova obrigação subsistem as
preferências e garantias do crédito novado. Os outros devedores solidários
ficam por esse fato exonerados.
Art. 366. Importa exoneração do fiador a novação feita sem seu consenso
com o devedor principal.
Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser
objeto de novação obrigações nulas ou extintas.

CAPÍTULO VII
DA COMPENSAÇÃO

Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma

da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de

coisas fungíveis.

Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das

duas prestações, não se compensarão, verificando-se que diferem na quali-

dade, quando especificada no contrato.

Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este

lhe dever; mas o fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao

afiançado.

Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não

obstam a compensação.

Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação,

exceto:

I – se provier de esbulho, furto ou roubo;

II – se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos;

III – se uma for de coisa não suscetível de penhora.

Art. 374. (Revogado pela Lei n. 10.677, de 22.5.2003)

Art. 375. Não haverá compensação quando as partes, por mútuo acordo,

a excluírem, ou no caso de renúncia prévia de uma delas.

Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode compensar

essa dívida com a que o credor dele lhe dever.


Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz
a terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação,
que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe
não tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito
que antes tinha contra o cedente.
Art. 378. Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, não
se podem compensar sem dedução das despesas necessárias à operação.

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Art. 379. Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas compensá-
veis, serão observadas, no compensá-las, as regras estabelecidas quanto à
imputação do pagamento.
Art. 380. Não se admite a compensação em prejuízo de direito de ter-
ceiro. O devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o
crédito deste, não pode opor ao exequente a compensação, de que contra o
próprio credor disporia.

CAPÍTULO VIII
DA CONFUSÃO

Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se con-


fundam as qualidades de credor e devedor.
Art. 382. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só
de parte dela.
Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário
só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou
na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade.
Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os
seus acessórios, a obrigação anterior.

CAPÍTULO IX
DA REMISSÃO DAS DÍVIDAS

Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação,


mas sem prejuízo de terceiro.
Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escri-
to particular, prova desoneração do devedor e seus coobrigados, se o credor
for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir.

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Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia


do credor à garantia real, não a extinção da dívida.
Art. 388. A remissão concedida a um dos codevedores extingue a dívida
na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a
solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução
da parte remitida.
TÍTULO IV
DO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e


danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regular-
mente estabelecidos, e honorários de advogado.
Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente
desde o dia em que executou o ato de que se devia abster.
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens
do devedor.
Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contra-
tante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça.
Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as
exceções previstas em lei.
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso
fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsa-
bilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato ne-
cessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.

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CAPÍTULO II
DA MORA

Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento


e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a
convenção estabelecer.
Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa,
mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regu-
larmente estabelecidos, e honorários de advogado.
Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor,
este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos.
Art. 396. Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre
este em mora.
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu ter-
mo, constitui de pleno direito em mora o devedor.
Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante inter-
pelação judicial ou extrajudicial.
Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o deve-
dor em mora, desde que o praticou.
Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da presta-
ção, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior,
se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou
que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente de-
sempenhada.

Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsa-

bilidade pela conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas

empregadas em conservá-la, e sujeita-o a recebê-la pela estimação mais

favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o

pagamento e o da sua efetivação.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 401. Purga-se a mora:


I – por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância
dos prejuízos decorrentes do dia da oferta;
II – por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e
sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data.

CAPÍTULO III
DAS PERDAS E DANOS

Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas


e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu,
o que razoavelmente deixou de lucrar.
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas
e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito
dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.
Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro,
serão pagas com atualização monetária segundo índices oficiais regular-
mente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado,
sem prejuízo da pena convencional.
Parágrafo único. Provado que os juros da mora não cobrem o prejuízo, e
não havendo pena convencional, pode o juiz conceder ao credor indenização
suplementar.
Art. 405. Contam-se os juros de mora desde a citação inicial.

CAPÍTULO IV
DOS JUROS LEGAIS

Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o


forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, se-

947
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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rão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento
de impostos devidos à Fazenda Nacional.
Art. 407. Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos
juros da mora que se contarão assim às dívidas em dinheiro, como às presta-
ções de outra natureza, uma vez que lhes esteja fixado o valor pecuniário por
sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as partes.

CAPÍTULO V
DA CLÁUSULA PENAL

Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que,
culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora.
Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou
em ato posterior, pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de
alguma cláusula especial ou simplesmente à mora.
Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total ina-
dimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do
credor.
Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou
em segurança especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio
de exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da
obrigação principal.
Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode ex-
ceder o da obrigação principal.
Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a
obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da pena-
lidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a fina-
lidade do negócio.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em


falta um deles, incorrerão na pena; mas esta só se poderá demandar integral-
mente do culpado, respondendo cada um dos outros somente pela sua quota.
Parágrafo único. Aos não culpados fica reservada a ação regressiva contra
aquele que deu causa à aplicação da pena.
Art. 415. Quando a obrigação for divisível, só incorre na pena o devedor
ou o herdeiro do devedor que a infringir, e proporcionalmente à sua parte na
obrigação.
Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor
alegue prejuízo.
Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal,
não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencio-
nado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo
ao credor provar o prejuízo excedente.

CAPÍTULO VI
DAS ARRAS OU SINAL

Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à
outra, a título de arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em
caso de execução, ser restituídas ou computadas na prestação devida, se do
mesmo gênero da principal.
Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a
outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as
arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devo-
lução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais
regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado.
Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar
maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte
inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as
arras como o mínimo da indenização.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para


qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória.
Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as
recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá
direito a indenização suplementar.

TÍTULO V
DOS CONTRATOS EM GERAL
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Seção I
Preliminares

Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da


função social do contrato, observado o disposto na Declaração de Direitos de
Liberdade Econômica. (Redação dada pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
Parágrafo único. Nas relações contratuais privadas, prevalecerá o princípio
da intervenção mínima do Estado, por qualquer dos seus poderes, e a revisão
contratual determinada de forma externa às partes será excepcional. (Incluí-
do pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do
contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas que gerem dú-
vida quanto à sua interpretação, será adotada a mais favorável ao aderente.
(Redação dada pela Medida Provisória n. 881, de 2019)
Parágrafo único. Nos contratos não atingidos pelo disposto no caput, ex-
ceto se houver disposição específica em lei, a dúvida na interpretação bene-
ficia a parte que não redigiu a cláusula controvertida. (Incluído pela Medida
Provisória n. 881, de 2019)

950
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a
renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as
normas gerais fixadas neste Código.
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.

Seção II
Da Formação dos Contratos

Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não


resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do
caso.
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I – se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita.
Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por
meio de comunicação semelhante;
II – se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente
para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
III – se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro
do prazo dado;
IV – se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da ou-
tra parte a retratação do proponente.
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os re-
quisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstân-
cias ou dos usos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulga-
ção, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.

951
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao


conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitan-
te, sob pena de responder por perdas e danos.
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modifica-
ções, importará nova proposta.
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação
expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o con-
trato, não chegando a tempo a recusa.
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela
chegar ao proponente a retratação do aceitante.
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a
aceitação é expedida, exceto:
I – no caso do artigo antecedente;
II – se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III – se ela não chegar no prazo convencionado.
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.

Seção III
Da Estipulação em Favor de Terceiro

Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento


da obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação,
também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e nor-
mas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do
art. 438.
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar
o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o
devedor.

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Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro


designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro
contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por
disposição de última vontade.

Seção IV
Da Promessa de Fato de Terceiro

Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por per-
das e danos, quando este o não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o côn-
juge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e
desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha
a recair sobre os seus bens.
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por ou-
trem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.

Seção V
Dos Vícios Redibitórios

Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser


enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que
é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode
o adquirente reclamar abatimento no preço.
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o
que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão somente restituirá
o valor recebido, mais as despesas do contrato.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pe-


reça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao
tempo da tradição.
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimen-
to no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for
imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se
da alienação, reduzido à metade.
§ 1º Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde,
o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo má-
ximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano,
para os imóveis.
§ 2º Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios
ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos
locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver re-
gras disciplinando a matéria.
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de
cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante
nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.

Seção VI
Da Evicção

Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Sub-
siste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou
excluir a responsabilidade pela evicção.
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção,
se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa
evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da
restituição integral do preço ou das quantias que pagou:

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;


II – à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que di-
retamente resultarem da evicção;
III – às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor
da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido,
no caso de evicção parcial.
Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alie-
nada esteja deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente.
Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e
não tiver sido condenado a indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido
da quantia que lhe houver de dar o alienante.
Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que so-
freu a evicção, serão pagas pelo alienante.
Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem
sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição
devida.
Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto op-
tar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspon-
dente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito
a indenização.
Art. 456. (Revogado pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a
coisa era alheia ou litigiosa.

Seção VII
Dos Contratos Aleatórios

Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos
futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o

955
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de

sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha

a existir.

Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, toman-

do o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá

também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver

concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à

esperada.

Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá,

e o alienante restituirá o preço recebido.

Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes,

mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o

alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de

todo, no dia do contrato.

Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente po-

derá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contra-

tante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava

exposta a coisa.

Seção VIII

Do Contrato Preliminar

Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos

os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.

Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto

no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependi-

mento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo,

assinando prazo à outra para que o efetive.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro com-

petente.

Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir

a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato

preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação.

Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, pode-

rá a outra parte considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos.

Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de

ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela previsto, ou,

inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinado pelo devedor.

Seção IX

Do Contrato com Pessoa a Declarar

Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes

reservar-se a faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e

assumir as obrigações dele decorrentes.

Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de

cinco dias da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado.

Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se

revestir da mesma forma que as partes usaram para o contrato.

Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos anteceden-

tes, adquire os direitos e assume as obrigações decorrentes do contrato, a

partir do momento em que este foi celebrado.

Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários:

I – se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a

aceitá-la;

957
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia


no momento da indicação.
Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento
da nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes origi-
nários.

CAPÍTULO II

DA EXTINÇÃO DO CONTRATO

Seção I

Do Distrato

Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.

Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou impli-

citamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.

Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes

houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia

unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a

natureza e o vulto dos investimentos.

Seção II

Da Cláusula Resolutiva

Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita

depende de interpelação judicial.

Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do

contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos

casos, indenização por perdas e danos.

958
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção III

Da Exceção de Contrato não Cumprido

Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de

cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.

Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes

contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar


duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à pres-
tação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê
garantia bastante de satisfazê-la.

Seção IV
Da Resolução por Onerosidade Excessiva

Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a pres-


tação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema
vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e im-
previsíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da
sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar
equitativamente as condições do contrato.
Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das par-
tes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o
modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.
Art. 480-A. Nas relações interempresariais, é licito às partes contratan-
tes estabelecer parâmetros objetivos para a interpretação de requisitos de
revisão ou de resolução do pacto contratual. (Incluído pela Medida Provisória
n. 881, de 2019)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 480-B. Nas relações interempresariais, deve-se presumir a simetria


dos contratantes e observar a alocação de riscos por eles definida. (Incluído
pela Medida Provisória n. 881, de 2019)

TÍTULO VI
DAS VÁRIAS ESPÉCIES DE CONTRATO
CAPÍTULO I
DA COMPRA E VENDA
Seção I
Disposições Gerais

Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga


a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em
dinheiro.
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e
perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura.
Neste caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a
intenção das partes era de concluir contrato aleatório.
Art. 484. Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou mo-
delos, entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que
a elas correspondem.
Parágrafo único. Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver
contradição ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no
contrato.
Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que
os contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não
aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem
os contratantes designar outra pessoa.
Art. 486. Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de mercado
ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar.

960
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 487. É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâme-


tros, desde que suscetíveis de objetiva determinação.
Art. 488. Convencionada a venda sem fixação de preço ou de critérios
para a sua determinação, se não houver tabelamento oficial, entende-se que
as partes se sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor.
Parágrafo único. Na falta de acordo, por ter havido diversidade de preço,
prevalecerá o termo médio.
Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbí-
trio exclusivo de uma das partes a fixação do preço.
Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e
registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.
Art. 491. Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a en-
tregar a coisa antes de receber o preço.
Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta
do vendedor, e os do preço por conta do comprador.
§ 1º Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, marcar ou
assinalar coisas, que comumente se recebem, contando, pesando, medindo
ou assinalando, e que já tiverem sido postas à disposição do comprador, cor-
rerão por conta deste.
§ 2º Correrão também por conta do comprador os riscos das referidas
coisas, se estiver em mora de as receber, quando postas à sua disposição no
tempo, lugar e pelo modo ajustados.
Art. 493. A tradição da coisa vendida, na falta de estipulação expressa,
dar-se-á no lugar onde ela se encontrava, ao tempo da venda.
Art. 494. Se a coisa for expedida para lugar diverso, por ordem do com-
prador, por sua conta correrão os riscos, uma vez entregue a quem haja de
transportá-la, salvo se das instruções dele se afastar o vendedor.
Art. 495. Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes
da tradição o comprador cair em insolvência, poderá o vendedor sobrestar

961
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

na entrega da coisa, até que o comprador lhe dê caução de pagar no tempo


ajustado.
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os
outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem con-
sentido.
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do
cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.
Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em
hasta pública:
I – pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens
confiados à sua guarda ou administração;
II – pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa
jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou in-
direta;
III – pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros
serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar
em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender
a sua autoridade;
IV – pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam en-
carregados.
Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito.
Art. 498. A proibição contida no inciso III do artigo antecedente, não
compreende os casos de compra e venda ou cessão entre co-herdeiros, ou
em pagamento de dívida, ou para garantia de bens já pertencentes a pessoas
designadas no referido inciso.
Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens
excluídos da comunhão.
Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de
extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em
qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir

962
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução


do contrato ou abatimento proporcional ao preço.
§ 1º Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enun-
ciativa, quando a diferença encontrada não exceder de um vigésimo da área
total enunciada, ressalvado ao comprador o direito de provar que, em tais
circunstâncias, não teria realizado o negócio.
§ 2º Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que tinha
motivos para ignorar a medida exata da área vendida, caberá ao comprador, à
sua escolha, completar o valor correspondente ao preço ou devolver o excesso.
§ 3º Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se
o imóvel for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas
enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não conste, de modo
expresso, ter sido a venda ad corpus.
Art. 501. Decai do direito de propor as ações previstas no artigo ante-
cedente o vendedor ou o comprador que não o fizer no prazo de um ano, a
contar do registro do título.
Parágrafo único. Se houver atraso na imissão de posse no imóvel, atribu-
ível ao alienante, a partir dela fluirá o prazo de decadência.
Art. 502. O vendedor, salvo convenção em contrário, responde por todos
os débitos que gravem a coisa até o momento da tradição.
Art. 503. Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma
não autoriza a rejeição de todas.
Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua par-
te a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a
quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver
para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta
dias, sob pena de decadência.
Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver ben-
feitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se
as partes forem iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, que a
quiserem, depositando previamente o preço.

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Seção II
Das Cláusulas Especiais à Compra e Venda
Subseção I
Da Retrovenda

Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de reco-


brá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço re-
cebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante
o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a
realização de benfeitorias necessárias.
Art. 506. Se o comprador se recusar a receber as quantias a que faz jus,
o vendedor, para exercer o direito de resgate, as depositará judicialmente.
Parágrafo único. Verificada a insuficiência do depósito judicial, não será o
vendedor restituído no domínio da coisa, até e enquanto não for integralmen-
te pago o comprador.
Art. 507. O direito de retrato, que é cessível e transmissível a herdeiros e
legatários, poderá ser exercido contra o terceiro adquirente.
Art. 508. Se a duas ou mais pessoas couber o direito de retrato sobre o
mesmo imóvel, e só uma o exercer, poderá o comprador intimar as outras
para nele acordarem, prevalecendo o pacto em favor de quem haja efetuado
o depósito, contanto que seja integral.

Subseção II
Da Venda a Contento e da Sujeita a Prova

Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada


sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se
reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado.

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Art. 510. Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a condi-
ção suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vende-
dor e seja idônea para o fim a que se destina.
Art. 511. Em ambos os casos, as obrigações do comprador, que recebeu,
sob condição suspensiva, a coisa comprada, são as de mero comodatário,
enquanto não manifeste aceitá-la.
Art. 512. Não havendo prazo estipulado para a declaração do comprador,
o vendedor terá direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que
o faça em prazo improrrogável.

Subseção III
Da Preempção ou Preferência

Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação


de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamen-
to, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto.
Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não poderá
exceder a cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel.
Art. 514. O vendedor pode também exercer o seu direito de prelação,
intimando o comprador, quando lhe constar que este vai vender a coisa.
Art. 515. Aquele que exerce a preferência está, sob pena de a perder,
obrigado a pagar, em condições iguais, o preço encontrado, ou o ajustado.
Art. 516. Inexistindo prazo estipulado, o direito de preempção caducará,
se a coisa for móvel, não se exercendo nos três dias, e, se for imóvel, não se
exercendo nos sessenta dias subsequentes à data em que o comprador tiver
notificado o vendedor.
Art. 517. Quando o direito de preempção for estipulado a favor de dois ou
mais indivíduos em comum, só pode ser exercido em relação à coisa no seu
todo. Se alguma das pessoas, a quem ele toque, perder ou não exercer o seu
direito, poderão as demais utilizá-lo na forma sobredita.

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Art. 518. Responderá por perdas e danos o comprador, se alienar a coisa


sem ter dado ao vendedor ciência do preço e das vantagens que por ela lhe ofe-
recem. Responderá solidariamente o adquirente, se tiver procedido de má-fé.
Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pú-
blica, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou
não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito
de preferência, pelo preço atual da coisa.
Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos her-
deiros.

Subseção IV
Da Venda com Reserva de Domínio

Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a


propriedade, até que o preço esteja integralmente pago.
Art. 522. A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e
depende de registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros.
Art. 523. Não pode ser objeto de venda com reserva de domínio a coisa
insuscetível de caracterização perfeita, para estremá-la de outras congêne-
res. Na dúvida, decide-se a favor do terceiro adquirente de boa-fé.
Art. 524. A transferência de propriedade ao comprador dá-se no momen-
to em que o preço esteja integralmente pago. Todavia, pelos riscos da coisa
responde o comprador, a partir de quando lhe foi entregue.
Art. 525. O vendedor somente poderá executar a cláusula de reserva de
domínio após constituir o comprador em mora, mediante protesto do título ou
interpelação judicial.
Art. 526. Verificada a mora do comprador, poderá o vendedor mover con-
tra ele a competente ação de cobrança das prestações vencidas e vincendas
e o mais que lhe for devido; ou poderá recuperar a posse da coisa vendida.
Art. 527. Na segunda hipótese do artigo antecedente, é facultado ao ven-
dedor reter as prestações pagas até o necessário para cobrir a depreciação da

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coisa, as despesas feitas e o mais que de direito lhe for devido. O excedente
será devolvido ao comprador; e o que faltar lhe será cobrado, tudo na forma
da lei processual.
Art. 528. Se o vendedor receber o pagamento à vista, ou, posteriormente,
mediante financiamento de instituição do mercado de capitais, a esta caberá
exercer os direitos e ações decorrentes do contrato, a benefício de qualquer
outro. A operação financeira e a respectiva ciência do comprador constarão
do registro do contrato.

Subseção V
Da Venda Sobre Documentos

Art. 529. Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída


pela entrega do seu título representativo e dos outros documentos exigidos
pelo contrato ou, no silêncio deste, pelos usos.
Parágrafo único. Achando-se a documentação em ordem, não pode o com-
prador recusar o pagamento, a pretexto de defeito de qualidade ou do estado
da coisa vendida, salvo se o defeito já houver sido comprovado.
Art. 530. Não havendo estipulação em contrário, o pagamento deve ser
efetuado na data e no lugar da entrega dos documentos.
Art. 531. Se entre os documentos entregues ao comprador figurar apólice
de seguro que cubra os riscos do transporte, correm estes à conta do com-
prador, salvo se, ao ser concluído o contrato, tivesse o vendedor ciência da
perda ou avaria da coisa.
Art. 532. Estipulado o pagamento por intermédio de estabelecimento
bancário, caberá a este efetuá-lo contra a entrega dos documentos, sem
obrigação de verificar a coisa vendida, pela qual não responde.
Parágrafo único. Nesse caso, somente após a recusa do estabelecimento
bancário a efetuar o pagamento, poderá o vendedor pretendê-lo, diretamente
do comprador.

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CAPÍTULO II
DA TROCA OU PERMUTA

Art. 533. Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda,


com as seguintes modificações:
I – salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por
metade as despesas com o instrumento da troca;
II – é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descenden-
tes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante.

CAPÍTULO III
DO CONTRATO ESTIMATÓRIO

Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao


consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajus-
tado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada.
Art. 535. O consignatário não se exonera da obrigação de pagar o preço,
se a restituição da coisa, em sua integridade, se tornar impossível, ainda que
por fato a ele não imputável.
Art. 536. A coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou sequestro
pelos credores do consignatário, enquanto não pago integralmente o preço.
Art. 537. O consignante não pode dispor da coisa antes de lhe ser resti-
tuída ou de lhe ser comunicada a restituição.

CAPÍTULO IV
DA DOAÇÃO
Seção I
Disposições Gerais

Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por libera-
lidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.

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Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita
ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, den-
tro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita
a encargo.
Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário
não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remunera-
tória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao
encargo imposto.
Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular.
Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens mó-
veis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição.
Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu repre-
sentante legal.
Art. 543. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a acei-
tação, desde que se trate de doação pura.
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a
outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
Art. 545. A doação em forma de subvenção periódica ao beneficiado ex-
tingue-se morrendo o doador, salvo se este outra coisa dispuser, mas não
poderá ultrapassar a vida do donatário.
Art. 546. A doação feita em contemplação de casamento futuro com cer-
ta e determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a
um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não
pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casa-
mento não se realizar.
Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu pa-
trimônio, se sobreviver ao donatário.
Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro.
Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou ren-
da suficiente para a subsistência do doador.

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Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que
o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.
Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada
pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois
de dissolvida a sociedade conjugal.
Art. 551. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de
uma pessoa entende-se distribuída entre elas por igual.
Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher,
subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo.
Art. 552. O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujei-
to às consequências da evicção ou do vício redibitório. Nas doações para ca-
samento com certa e determinada pessoa, o doador ficará sujeito à evicção,
salvo convenção em contrário.
Art. 553. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso
forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral.
Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério Público
poderá exigir sua execução, depois da morte do doador, se este não tiver feito.
Art. 554. A doação a entidade futura caducará se, em dois anos, esta não
estiver constituída regularmente.

Seção II
Da Revogação da Doação

Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por
inexecução do encargo.
Art. 556. Não se pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a
liberalidade por ingratidão do donatário.
Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações:
I – se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de
homicídio doloso contra ele;

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II – se cometeu contra ele ofensa física;


III – se o injuriou gravemente ou o caluniou;
IV – se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este
necessitava.
Art. 558. Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido, nos ca-
sos do artigo anterior, for o cônjuge, ascendente, descendente, ainda que
adotivo, ou irmão do doador.
Art. 559. A revogação por qualquer desses motivos deverá ser pleiteada
dentro de um ano, a contar de quando chegue ao conhecimento do doador o
fato que a autorizar, e de ter sido o donatário o seu autor.
Art. 560. O direito de revogar a doação não se transmite aos herdeiros
do doador, nem prejudica os do donatário. Mas aqueles podem prosseguir na
ação iniciada pelo doador, continuando-a contra os herdeiros do donatário, se
este falecer depois de ajuizada a lide.
Art. 561. No caso de homicídio doloso do doador, a ação caberá aos seus
herdeiros, exceto se aquele houver perdoado.
Art. 562. A doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encar-
go, se o donatário incorrer em mora. Não havendo prazo para o cumprimen-
to, o doador poderá notificar judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo
razoável para que cumpra a obrigação assumida.
Art. 563. A revogação por ingratidão não prejudica os direitos adquiridos
por terceiros, nem obriga o donatário a restituir os frutos percebidos antes
da citação válida; mas sujeita-o a pagar os posteriores, e, quando não possa
restituir em espécie as coisas doadas, a indenizá-la pelo meio termo do seu
valor.
Art. 564. Não se revogam por ingratidão:
I – as doações puramente remuneratórias;
II – as oneradas com encargo já cumprido;
III – as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural;
IV – as feitas para determinado casamento.

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CAPÍTULO V
DA LOCAÇÃO DE COISAS

Art. 565. Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra,
por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante
certa retribuição.
Art. 566. O locador é obrigado:
I – a entregar ao locatário a coisa alugada, com suas pertenças, em esta-
do de servir ao uso a que se destina, e a mantê-la nesse estado, pelo tempo
do contrato, salvo cláusula expressa em contrário;
II – a garantir-lhe, durante o tempo do contrato, o uso pacífico da coisa.
Art. 567. Se, durante a locação, se deteriorar a coisa alugada, sem culpa
do locatário, a este caberá pedir redução proporcional do aluguel, ou resolver
o contrato, caso já não sirva a coisa para o fim a que se destinava.
Art. 568. O locador resguardará o locatário dos embaraços e turbações
de terceiros, que tenham ou pretendam ter direitos sobre a coisa alugada, e
responderá pelos seus vícios, ou defeitos, anteriores à locação.
Art. 569. O locatário é obrigado:
I – a servir-se da coisa alugada para os usos convencionados ou presumi-
dos, conforme a natureza dela e as circunstâncias, bem como tratá-la com o
mesmo cuidado como se sua fosse;
II – a pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, em falta de
ajuste, segundo o costume do lugar;
III – a levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiros, que se
pretendam fundadas em direito;
IV – a restituir a coisa, finda a locação, no estado em que a recebeu, sal-
vas as deteriorações naturais ao uso regular.
Art. 570. Se o locatário empregar a coisa em uso diverso do ajustado, ou
do a que se destina, ou se ela se danificar por abuso do locatário, poderá o
locador, além de rescindir o contrato, exigir perdas e danos.

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Art. 571. Havendo prazo estipulado à duração do contrato, antes do ven-


cimento não poderá o locador reaver a coisa alugada, senão ressarcindo ao
locatário as perdas e danos resultantes, nem o locatário devolvê-la ao loca-
dor, senão pagando, proporcionalmente, a multa prevista no contrato.
Parágrafo único. O locatário gozará do direito de retenção, enquanto não
for ressarcido.
Art. 572. Se a obrigação de pagar o aluguel pelo tempo que faltar consti-
tuir indenização excessiva, será facultado ao juiz fixá-la em bases razoáveis.
Art. 573. A locação por tempo determinado cessa de pleno direito findo o
prazo estipulado, independentemente de notificação ou aviso.
Art. 574. Se, findo o prazo, o locatário continuar na posse da coisa aluga-
da, sem oposição do locador, presumir-se-á prorrogada a locação pelo mesmo
aluguel, mas sem prazo determinado.
Art. 575. Se, notificado o locatário, não restituir a coisa, pagará, enquan-
to a tiver em seu poder, o aluguel que o locador arbitrar, e responderá pelo
dano que ela venha a sofrer, embora proveniente de caso fortuito.
Parágrafo único. Se o aluguel arbitrado for manifestamente excessivo, po-
derá o juiz reduzi-lo, mas tendo sempre em conta o seu caráter de penalidade.
Art. 576. Se a coisa for alienada durante a locação, o adquirente não fi-
cará obrigado a respeitar o contrato, se nele não for consignada a cláusula da
sua vigência no caso de alienação, e não constar de registro.
§ 1º O registro a que se refere este artigo será o de Títulos e Documentos
do domicílio do locador, quando a coisa for móvel; e será o Registro de Imó-
veis da respectiva circunscrição, quando imóvel.
§ 2º Em se tratando de imóvel, e ainda no caso em que o locador não
esteja obrigado a respeitar o contrato, não poderá ele despedir o locatário,
senão observado o prazo de noventa dias após a notificação.
Art. 577. Morrendo o locador ou o locatário, transfere-se aos seus herdei-
ros a locação por tempo determinado.

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Art. 578. Salvo disposição em contrário, o locatário goza do direito de


retenção, no caso de benfeitorias necessárias, ou no de benfeitorias úteis, se
estas houverem sido feitas com expresso consentimento do locador.

CAPÍTULO VI
DO EMPRÉSTIMO
Seção I
Do Comodato

Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis.


Perfaz-se com a tradição do objeto.
Art. 580. Os tutores, curadores e em geral todos os administradores de
bens alheios não poderão dar em comodato, sem autorização especial, os
bens confiados à sua guarda.
Art. 581. Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-lhe-á
o necessário para o uso concedido; não podendo o comodante, salvo necessi-
dade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, suspender o uso e gozo da
coisa emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que se determi-
ne pelo uso outorgado.
Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria
fora, a coisa emprestada, não podendo usá-la senão de acordo com o contra-
to ou a natureza dela, sob pena de responder por perdas e danos. O comoda-
tário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la,
o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante.
Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com ou-
tros do comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do
comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a
caso fortuito, ou força maior.

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Art. 584. O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as


despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada.
Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias
de uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o comodante.

Seção II
Do Mútuo

Art. 586. O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obri-


gado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero,
qualidade e quantidade.
Art. 587. Este empréstimo transfere o domínio da coisa emprestada ao
mutuário, por cuja conta correm todos os riscos dela desde a tradição.
Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele
sob cuja guarda estiver, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus
fiadores.
Art. 589. Cessa a disposição do artigo antecedente:
I – se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair
o empréstimo, o ratificar posteriormente;
II – se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair
o empréstimo para os seus alimentos habituais;
III – se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso,
a execução do credor não lhes poderá ultrapassar as forças;
IV – se o empréstimo reverteu em benefício do menor;
V – se o menor obteve o empréstimo maliciosamente.
Art. 590. O mutuante pode exigir garantia da restituição, se antes do
vencimento o mutuário sofrer notória mudança em sua situação econômica.
Art. 591. Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devi-
dos juros, os quais, sob pena de redução, não poderão exceder a taxa a que
se refere o art. 406, permitida a capitalização anual.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 592. Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mútuo


será:
I – até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim
para o consumo, como para semeadura;
II – de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro;
III – do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer
outra coisa fungível.

CAPÍTULO VII
DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO

Art. 593. A prestação de serviço, que não estiver sujeita às leis trabalhis-
tas ou a lei especial, reger-se-á pelas disposições deste Capítulo.
Art. 594. Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imate-
rial, pode ser contratada mediante retribuição.
Art. 595. No contrato de prestação de serviço, quando qualquer das par-
tes não souber ler, nem escrever, o instrumento poderá ser assinado a rogo e
subscrito por duas testemunhas.
Art. 596. Não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as partes, fi-
xar-se-á por arbitramento a retribuição, segundo o costume do lugar, o tempo
de serviço e sua qualidade.
Art. 597. A retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço, se, por
convenção, ou costume, não houver de ser adiantada, ou paga em prestações.
Art. 598. A prestação de serviço não se poderá convencionar por mais de
quatro anos, embora o contrato tenha por causa o pagamento de dívida de
quem o presta, ou se destine à execução de certa e determinada obra. Neste
caso, decorridos quatro anos, dar-se-á por findo o contrato, ainda que não
concluída a obra.
Art. 599. Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natu-
reza do contrato, ou do costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio,
mediante prévio aviso, pode resolver o contrato.

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Parágrafo único. Dar-se-á o aviso:


I – com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo
de um mês, ou mais;
II – com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por se-
mana, ou quinzena;
III – de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias.
Art. 600. Não se conta no prazo do contrato o tempo em que o prestador
de serviço, por culpa sua, deixou de servir.
Art. 601. Não sendo o prestador de serviço contratado para certo e de-
terminado trabalho, entender-se-á que se obrigou a todo e qualquer serviço
compatível com as suas forças e condições.
Art. 602. O prestador de serviço contratado por tempo certo, ou por obra
determinada, não se pode ausentar, ou despedir, sem justa causa, antes de
preenchido o tempo, ou concluída a obra.
Parágrafo único. Se se despedir sem justa causa, terá direito à retribuição
vencida, mas responderá por perdas e danos. O mesmo dar-se-á, se despe-
dido por justa causa.
Art. 603. Se o prestador de serviço for despedido sem justa causa, a
outra parte será obrigada a pagar-lhe por inteiro a retribuição vencida, e por
metade a que lhe tocaria de então ao termo legal do contrato.
Art. 604. Findo o contrato, o prestador de serviço tem direito a exigir da
outra parte a declaração de que o contrato está findo. Igual direito lhe cabe,
se for despedido sem justa causa, ou se tiver havido motivo justo para deixar
o serviço.
Art. 605. Nem aquele a quem os serviços são prestados, poderá transferir
a outrem o direito aos serviços ajustados, nem o prestador de serviços, sem
aprazimento da outra parte, dar substituto que os preste.
Art. 606. Se o serviço for prestado por quem não possua título de habi-
litação, ou não satisfaça requisitos outros estabelecidos em lei, não poderá
quem os prestou cobrar a retribuição normalmente correspondente ao traba-

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

lho executado. Mas se deste resultar benefício para a outra parte, o juiz atri-
buirá a quem o prestou uma compensação razoável, desde que tenha agido
com boa-fé.
Parágrafo único. Não se aplica a segunda parte deste artigo, quando a
proibição da prestação de serviço resultar de lei de ordem pública.
Art. 607. O contrato de prestação de serviço acaba com a morte de qual-
quer das partes. Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão
da obra, pela rescisão do contrato mediante aviso prévio, por inadimplemento
de qualquer das partes ou pela impossibilidade da continuação do contrato,
motivada por força maior.
Art. 608. Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito a pres-
tar serviço a outrem pagará a este a importância que ao prestador de serviço,
pelo ajuste desfeito, houvesse de caber durante dois anos.
Art. 609. A alienação do prédio agrícola, onde a prestação dos serviços
se opera, não importa a rescisão do contrato, salvo ao prestador opção entre
continuá-lo com o adquirente da propriedade ou com o primitivo contratante.

CAPÍTULO VIII
DA EMPREITADA

Art. 610. O empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela só com seu
trabalho ou com ele e os materiais.
§ 1º A obrigação de fornecer os materiais não se presume; resulta da lei
ou da vontade das partes.
§ 2º O contrato para elaboração de um projeto não implica a obrigação de
executá-lo, ou de fiscalizar-lhe a execução.
Art. 611. Quando o empreiteiro fornece os materiais, correm por sua
conta os riscos até o momento da entrega da obra, a contento de quem a
encomendou, se este não estiver em mora de receber. Mas se estiver, por sua
conta correrão os riscos.

978
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 612. Se o empreiteiro só forneceu mão de obra, todos os riscos em


que não tiver culpa correrão por conta do dono.
Art. 613. Sendo a empreitada unicamente de lavor (art. 610), se a coisa
perecer antes de entregue, sem mora do dono nem culpa do empreiteiro,
este perderá a retribuição, se não provar que a perda resultou de defeito dos
materiais e que em tempo reclamara contra a sua quantidade ou qualidade.
Art. 614. Se a obra constar de partes distintas, ou for de natureza das
que se determinam por medida, o empreiteiro terá direito a que também se
verifique por medida, ou segundo as partes em que se dividir, podendo exigir
o pagamento na proporção da obra executada.
§ 1º Tudo o que se pagou presume-se verificado.
§ 2º O que se mediu presume-se verificado se, em trinta dias, a contar da
medição, não forem denunciados os vícios ou defeitos pelo dono da obra ou
por quem estiver incumbido da sua fiscalização.
Art. 615. Concluída a obra de acordo com o ajuste, ou o costume do lugar,
o dono é obrigado a recebê-la. Poderá, porém, rejeitá-la, se o empreiteiro se
afastou das instruções recebidas e dos planos dados, ou das regras técnicas
em trabalhos de tal natureza.
Art. 616. No caso da segunda parte do artigo antecedente, pode quem en-
comendou a obra, em vez de enjeitá-la, recebê-la com abatimento no preço.
Art. 617. O empreiteiro é obrigado a pagar os materiais que recebeu, se
por imperícia ou negligência os inutilizar.
Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções
consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o
prazo irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim
em razão dos materiais, como do solo.
Parágrafo único. Decairá do direito assegurado neste artigo o dono da
obra que não propuser a ação contra o empreiteiro, nos cento e oitenta dias
seguintes ao aparecimento do vício ou defeito.

979
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 619. Salvo estipulação em contrário, o empreiteiro que se incumbir


de executar uma obra, segundo plano aceito por quem a encomendou, não
terá direito a exigir acréscimo no preço, ainda que sejam introduzidas modi-
ficações no projeto, a não ser que estas resultem de instruções escritas do
dono da obra.
Parágrafo único. Ainda que não tenha havido autorização escrita, o dono
da obra é obrigado a pagar ao empreiteiro os aumentos e acréscimos, segun-
do o que for arbitrado, se, sempre presente à obra, por continuadas visitas,
não podia ignorar o que se estava passando, e nunca protestou.
Art. 620. Se ocorrer diminuição no preço do material ou da mão de obra
superior a um décimo do preço global convencionado, poderá este ser revisto,
a pedido do dono da obra, para que se lhe assegure a diferença apurada.
Art. 621. Sem anuência de seu autor, não pode o proprietário da obra in-
troduzir modificações no projeto por ele aprovado, ainda que a execução seja
confiada a terceiros, a não ser que, por motivos supervenientes ou razões de
ordem técnica, fique comprovada a inconveniência ou a excessiva onerosida-
de de execução do projeto em sua forma originária.
Parágrafo único. A proibição deste artigo não abrange alterações de pouca
monta, ressalvada sempre a unidade estética da obra projetada.
Art. 622. Se a execução da obra for confiada a terceiros, a responsabili-
dade do autor do projeto respectivo, desde que não assuma a direção ou fis-
calização daquela, ficará limitada aos danos resultantes de defeitos previstos
no art. 618 e seu parágrafo único.
Art. 623. Mesmo após iniciada a construção, pode o dono da obra sus-
pendê-la, desde que pague ao empreiteiro as despesas e lucros relativos aos
serviços já feitos, mais indenização razoável, calculada em função do que ele
teria ganho, se concluída a obra.
Art. 624. Suspensa a execução da empreitada sem justa causa, responde
o empreiteiro por perdas e danos.
Art. 625. Poderá o empreiteiro suspender a obra:

980
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – por culpa do dono, ou por motivo de força maior;


II – quando, no decorrer dos serviços, se manifestarem dificuldades im-
previsíveis de execução, resultantes de causas geológicas ou hídricas, ou ou-
tras semelhantes, de modo que torne a empreitada excessivamente onerosa,
e o dono da obra se opuser ao reajuste do preço inerente ao projeto por ele
elaborado, observados os preços;
III – se as modificações exigidas pelo dono da obra, por seu vulto e na-
tureza, forem desproporcionais ao projeto aprovado, ainda que o dono se
disponha a arcar com o acréscimo de preço.
Art. 626. Não se extingue o contrato de empreitada pela morte de qual-
quer das partes, salvo se ajustado em consideração às qualidades pessoais
do empreiteiro.

CAPÍTULO IX
DO DEPÓSITO
Seção I
Do Depósito Voluntário

Art. 627. Pelo contrato de depósito recebe o depositário um objeto móvel,


para guardar, até que o depositante o reclame.
Art. 628. O contrato de depósito é gratuito, exceto se houver convenção
em contrário, se resultante de atividade negocial ou se o depositário o prati-
car por profissão.
Parágrafo único. Se o depósito for oneroso e a retribuição do depositário
não constar de lei, nem resultar de ajuste, será determinada pelos usos do
lugar, e, na falta destes, por arbitramento.
Art. 629. O depositário é obrigado a ter na guarda e conservação da coi-
sa depositada o cuidado e diligência que costuma com o que lhe pertence,

981
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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bem como a restituí-la, com todos os frutos e acrescidos, quando o exija o

depositante.

Art. 630. Se o depósito se entregou fechado, colado, selado, ou lacrado,

nesse mesmo estado se manterá.

Art. 631. Salvo disposição em contrário, a restituição da coisa deve dar-

-se no lugar em que tiver de ser guardada. As despesas de restituição correm

por conta do depositante.

Art. 632. Se a coisa houver sido depositada no interesse de terceiro, e o

depositário tiver sido cientificado deste fato pelo depositante, não poderá ele

exonerar-se restituindo a coisa a este, sem consentimento daquele.

Art. 633. Ainda que o contrato fixe prazo à restituição, o depositário en-

tregará o depósito logo que se lhe exija, salvo se tiver o direito de retenção

a que se refere o art. 644, se o objeto for judicialmente embargado, se sobre

ele pender execução, notificada ao depositário, ou se houver motivo razoável

de suspeitar que a coisa foi dolosamente obtida.

Art. 634. No caso do artigo antecedente, última parte, o depositário,

expondo o fundamento da suspeita, requererá que se recolha o objeto ao

Depósito Público.

Art. 635. Ao depositário será facultado, outrossim, requerer depósito ju-

dicial da coisa, quando, por motivo plausível, não a possa guardar, e o depo-

sitante não queira recebê-la.

Art. 636. O depositário, que por força maior houver perdido a coisa de-

positada e recebido outra em seu lugar, é obrigado a entregar a segunda ao

depositante, e ceder-lhe as ações que no caso tiver contra o terceiro respon-

sável pela restituição da primeira.

Art. 637. O herdeiro do depositário, que de boa-fé vendeu a coisa depo-

sitada, é obrigado a assistir o depositante na reivindicação, e a restituir ao

comprador o preço recebido.

982
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 638. Salvo os casos previstos nos arts. 633 e 634, não poderá o de-

positário furtar-se à restituição do depósito, alegando não pertencer a coisa

ao depositante, ou opondo compensação, exceto se noutro depósito se fundar.

Art. 639. Sendo dois ou mais depositantes, e divisível a coisa, a cada um

só entregará o depositário a respectiva parte, salvo se houver entre eles so-

lidariedade.

Art. 640. Sob pena de responder por perdas e danos, não poderá o depo-

sitário, sem licença expressa do depositante, servir-se da coisa depositada,

nem a dar em depósito a outrem.

Parágrafo único. Se o depositário, devidamente autorizado, confiar a coisa

em depósito a terceiro, será responsável se agiu com culpa na escolha deste.

Art. 641. Se o depositário se tornar incapaz, a pessoa que lhe assumir a

administração dos bens diligenciará imediatamente restituir a coisa deposita-

da e, não querendo ou não podendo o depositante recebê-la, recolhê-la-á ao

Depósito Público ou promoverá nomeação de outro depositário.

Art. 642. O depositário não responde pelos casos de força maior; mas,

para que lhe valha a escusa, terá de prová-los.

Art. 643. O depositante é obrigado a pagar ao depositário as despesas

feitas com a coisa, e os prejuízos que do depósito provierem.

Art. 644. O depositário poderá reter o depósito até que se lhe pague a

retribuição devida, o líquido valor das despesas, ou dos prejuízos a que se

refere o artigo anterior, provando imediatamente esses prejuízos ou essas

despesas.

Parágrafo único. Se essas dívidas, despesas ou prejuízos não forem pro-

vados suficientemente, ou forem ilíquidos, o depositário poderá exigir caução

idônea do depositante ou, na falta desta, a remoção da coisa para o Depósito

Público, até que se liquidem.

983
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 645. O depósito de coisas fungíveis, em que o depositário se obrigue


a restituir objetos do mesmo gênero, qualidade e quantidade, regular-se-á
pelo disposto acerca do mútuo.
Art. 646. O depósito voluntário provar-se-á por escrito.

Seção II
Do Depósito Necessário

Art. 647. É depósito necessário:


I – o que se faz em desempenho de obrigação legal;
II – o que se efetua por ocasião de alguma calamidade, como o incêndio,
a inundação, o naufrágio ou o saque.
Art. 648. O depósito a que se refere o inciso I do artigo antecedente, re-
ger-se-á pela disposição da respectiva lei, e, no silêncio ou deficiência dela,
pelas concernentes ao depósito voluntário.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se aos depósitos pre-
vistos no inciso II do artigo antecedente, podendo estes certificarem-se por
qualquer meio de prova.
Art. 649. Aos depósitos previstos no artigo antecedente é equiparado o
das bagagens dos viajantes ou hóspedes nas hospedarias onde estiverem.
Parágrafo único. Os hospedeiros responderão como depositários, assim
como pelos furtos e roubos que perpetrarem as pessoas empregadas ou ad-
mitidas nos seus estabelecimentos.
Art. 650. Cessa, nos casos do artigo antecedente, a responsabilidade dos
hospedeiros, se provarem que os fatos prejudiciais aos viajantes ou hóspedes
não podiam ter sido evitados.
Art. 651. O depósito necessário não se presume gratuito. Na hipótese do
art. 649, a remuneração pelo depósito está incluída no preço da hospedagem.
Art. 652. Seja o depósito voluntário ou necessário, o depositário que não
o restituir quando exigido será compelido a fazê-lo mediante prisão não ex-
cedente a um ano, e ressarcir os prejuízos.

984
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO X
DO MANDATO
Seção I
Disposições Gerais

Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes


para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o
instrumento do mandato.
Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração me-
diante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do
outorgante.
§ 1º O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi
passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data e o objetivo da
outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos.
§ 2º O terceiro com quem o mandatário tratar poderá exigir que a procu-
ração traga a firma reconhecida.
Art. 655. Ainda quando se outorgue mandato por instrumento público,
pode substabelecer-se mediante instrumento particular.
Art. 656. O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal ou escrito.
Art. 657. A outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para
o ato a ser praticado. Não se admite mandato verbal quando o ato deva ser
celebrado por escrito.
Art. 658. O mandato presume-se gratuito quando não houver sido esti-
pulada retribuição, exceto se o seu objeto corresponder ao daqueles que o
mandatário trata por ofício ou profissão lucrativa.
Parágrafo único. Se o mandato for oneroso, caberá ao mandatário a retri-
buição prevista em lei ou no contrato. Sendo estes omissos, será ela determi-
nada pelos usos do lugar, ou, na falta destes, por arbitramento.

985
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 659. A aceitação do mandato pode ser tácita, e resulta do começo

de execução.
Art. 660. O mandato pode ser especial a um ou mais negócios determi-
nadamente, ou geral a todos os do mandante.
Art. 661. O mandato em termos gerais só confere poderes de adminis-
tração.
§ 1º Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos
que exorbitem da administração ordinária, depende a procuração de poderes
especiais e expressos.
§ 2º O poder de transigir não importa o de firmar compromisso.
Art. 662. Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha
sem poderes suficientes, são ineficazes em relação àquele em cujo nome fo-
ram praticados, salvo se este os ratificar.
Parágrafo único. A ratificação há de ser expressa, ou resultar de ato ine-
quívoco, e retroagirá à data do ato.
Art. 663. Sempre que o mandatário estipular negócios expressamente
em nome do mandante, será este o único responsável; ficará, porém, o man-
datário pessoalmente obrigado, se agir no seu próprio nome, ainda que o
negócio seja de conta do mandante.
Art. 664. O mandatário tem o direito de reter, do objeto da operação que
lhe foi cometida, quanto baste para pagamento de tudo que lhe for devido em
consequência do mandato.
Art. 665. O mandatário que exceder os poderes do mandato, ou proceder
contra eles, será considerado mero gestor de negócios, enquanto o mandante
lhe não ratificar os atos.
Art. 666. O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipa-
do pode ser mandatário, mas o mandante não tem ação contra ele senão de
conformidade com as regras gerais, aplicáveis às obrigações contraídas por
menores.

986
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção II
Das Obrigações do Mandatário

Art. 667. O mandatário é obrigado a aplicar toda sua diligência habitual


na execução do mandato, e a indenizar qualquer prejuízo causado por culpa
sua ou daquele a quem substabelecer, sem autorização, poderes que devia
exercer pessoalmente.
§ 1º Se, não obstante proibição do mandante, o mandatário se fizer subs-
tituir na execução do mandato, responderá ao seu constituinte pelos preju-
ízos ocorridos sob a gerência do substituto, embora provenientes de caso
fortuito, salvo provando que o caso teria sobrevindo, ainda que não tivesse
havido substabelecimento.
§ 2º Havendo poderes de substabelecer, só serão imputáveis ao man-
datário os danos causados pelo substabelecido, se tiver agido com culpa na
escolha deste ou nas instruções dadas a ele.
§ 3º Se a proibição de substabelecer constar da procuração, os atos prati-
cados pelo substabelecido não obrigam o mandante, salvo ratificação expres-
sa, que retroagirá à data do ato.
§ 4º Sendo omissa a procuração quanto ao substabelecimento, o procura-
dor será responsável se o substabelecido proceder culposamente.
Art. 668. O mandatário é obrigado a dar contas de sua gerência ao man-
dante, transferindo-lhe as vantagens provenientes do mandato, por qualquer
título que seja.
Art. 669. O mandatário não pode compensar os prejuízos a que deu cau-
sa com os proveitos que, por outro lado, tenha granjeado ao seu constituinte.
Art. 670. Pelas somas que devia entregar ao mandante ou recebeu para
despesa, mas empregou em proveito seu, pagará o mandatário juros, desde
o momento em que abusou.
Art. 671. Se o mandatário, tendo fundos ou crédito do mandante, com-
prar, em nome próprio, algo que devera comprar para o mandante, por ter

987
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

sido expressamente designado no mandato, terá este ação para obrigá-lo à

entrega da coisa comprada.

Art. 672. Sendo dois ou mais os mandatários nomeados no mesmo ins-

trumento, qualquer deles poderá exercer os poderes outorgados, se não fo-

rem expressamente declarados conjuntos, nem especificamente designados

para atos diferentes, ou subordinados a atos sucessivos. Se os mandatários

forem declarados conjuntos, não terá eficácia o ato praticado sem interferên-

cia de todos, salvo havendo ratificação, que retroagirá à data do ato.

Art. 673. O terceiro que, depois de conhecer os poderes do mandatário,

com ele celebrar negócio jurídico exorbitante do mandato, não tem ação con-

tra o mandatário, salvo se este lhe prometeu ratificação do mandante ou se

responsabilizou pessoalmente.

Art. 674. Embora ciente da morte, interdição ou mudança de estado do

mandante, deve o mandatário concluir o negócio já começado, se houver pe-

rigo na demora.

Seção III

Das Obrigações do Mandante

Art. 675. O mandante é obrigado a satisfazer todas as obrigações con-

traídas pelo mandatário, na conformidade do mandato conferido, e adiantar

a importância das despesas necessárias à execução dele, quando o manda-

tário lho pedir.

Art. 676. É obrigado o mandante a pagar ao mandatário a remuneração

ajustada e as despesas da execução do mandato, ainda que o negócio não

surta o esperado efeito, salvo tendo o mandatário culpa.

Art. 677. As somas adiantadas pelo mandatário, para a execução do man-

dato, vencem juros desde a data do desembolso.

988
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 678. É igualmente obrigado o mandante a ressarcir ao mandatário as


perdas que este sofrer com a execução do mandato, sempre que não resul-
tem de culpa sua ou de excesso de poderes.
Art. 679. Ainda que o mandatário contrarie as instruções do mandante,
se não exceder os limites do mandato, ficará o mandante obrigado para com
aqueles com quem o seu procurador contratou; mas terá contra este ação
pelas perdas e danos resultantes da inobservância das instruções.
Art. 680. Se o mandato for outorgado por duas ou mais pessoas, e para
negócio comum, cada uma ficará solidariamente responsável ao mandatário
por todos os compromissos e efeitos do mandato, salvo direito regressivo,
pelas quantias que pagar, contra os outros mandantes.
Art. 681. O mandatário tem sobre a coisa de que tenha a posse em vir-
tude do mandato, direito de retenção, até se reembolsar do que no desempe-
nho do encargo despendeu.

Seção IV
Da Extinção do Mandato

Art. 682. Cessa o mandato:


I – pela revogação ou pela renúncia;
II – pela morte ou interdição de uma das partes;
III – pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os pode-
res, ou o mandatário para os exercer;
IV – pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio.
Art. 683. Quando o mandato contiver a cláusula de irrevogabilidade e o
mandante o revogar, pagará perdas e danos.
Art. 684. Quando a cláusula de irrevogabilidade for condição de um ne-
gócio bilateral, ou tiver sido estipulada no exclusivo interesse do mandatário,
a revogação do mandato será ineficaz.

989
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula "em causa própria", a sua

revogação não terá eficácia, nem se extinguirá pela morte de qualquer das

partes, ficando o mandatário dispensado de prestar contas, e podendo trans-

ferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as

formalidades legais.

Art. 686. A revogação do mandato, notificada somente ao mandatário,

não se pode opor aos terceiros que, ignorando-a, de boa-fé com ele trataram;

mas ficam salvas ao constituinte as ações que no caso lhe possam caber con-

tra o procurador.

Parágrafo único. É irrevogável o mandato que contenha poderes de cum-

primento ou confirmação de negócios encetados, aos quais se ache vinculado.

Art. 687. Tanto que for comunicada ao mandatário a nomeação de outro,

para o mesmo negócio, considerar-se-á revogado o mandato anterior.

Art. 688. A renúncia do mandato será comunicada ao mandante, que, se

for prejudicado pela sua inoportunidade, ou pela falta de tempo, a fim de pro-

ver à substituição do procurador, será indenizado pelo mandatário, salvo se

este provar que não podia continuar no mandato sem prejuízo considerável,

e que não lhe era dado substabelecer.

Art. 689. São válidos, a respeito dos contratantes de boa-fé, os atos com

estes ajustados em nome do mandante pelo mandatário, enquanto este ig-

norar a morte daquele ou a extinção do mandato, por qualquer outra causa.

Art. 690. Se falecer o mandatário, pendente o negócio a ele cometido, os

herdeiros, tendo ciência do mandato, avisarão o mandante, e providenciarão

a bem dele, como as circunstâncias exigirem.

Art. 691. Os herdeiros, no caso do artigo antecedente, devem limitar-se

às medidas conservatórias, ou continuar os negócios pendentes que se não

possam demorar sem perigo, regulando-se os seus serviços dentro desse li-

mite, pelas mesmas normas a que os do mandatário estão sujeitos.

990
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção V
Do Mandato Judicial

Art. 692. O mandato judicial fica subordinado às normas que lhe dizem
respeito, constantes da legislação processual, e, supletivamente, às estabe-
lecidas neste Código.

CAPÍTULO XI
DA COMISSÃO

Art. 693. O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda


de bens pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente.
Art. 694. O comissário fica diretamente obrigado para com as pessoas
com quem contratar, sem que estas tenham ação contra o comitente, nem
este contra elas, salvo se o comissário ceder seus direitos a qualquer das
partes.
Art. 695. O comissário é obrigado a agir de conformidade com as ordens
e instruções do comitente, devendo, na falta destas, não podendo pedi-las a
tempo, proceder segundo os usos em casos semelhantes.
Parágrafo único. Ter-se-ão por justificados os atos do comissário, se deles
houver resultado vantagem para o comitente, e ainda no caso em que, não
admitindo demora a realização do negócio, o comissário agiu de acordo com
os usos.
Art. 696. No desempenho das suas incumbências o comissário é obrigado
a agir com cuidado e diligência, não só para evitar qualquer prejuízo ao co-
mitente, mas ainda para lhe proporcionar o lucro que razoavelmente se podia
esperar do negócio.
Parágrafo único. Responderá o comissário, salvo motivo de força maior,
por qualquer prejuízo que, por ação ou omissão, ocasionar ao comitente.

991
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 697. O comissário não responde pela insolvência das pessoas com
quem tratar, exceto em caso de culpa e no do artigo seguinte.
Art. 698. Se do contrato de comissão constar a cláusula del credere,
responderá o comissário solidariamente com as pessoas com que houver tra-
tado em nome do comitente, caso em que, salvo estipulação em contrário, o
comissário tem direito a remuneração mais elevada, para compensar o ônus
assumido.
Art. 699. Presume-se o comissário autorizado a conceder dilação do pra-
zo para pagamento, na conformidade dos usos do lugar onde se realizar o
negócio, se não houver instruções diversas do comitente.
Art. 700. Se houver instruções do comitente proibindo prorrogação de
prazos para pagamento, ou se esta não for conforme os usos locais, poderá
o comitente exigir que o comissário pague incontinenti ou responda pelas
consequências da dilação concedida, procedendo-se de igual modo se o co-
missário não der ciência ao comitente dos prazos concedidos e de quem é seu
beneficiário.
Art. 701. Não estipulada a remuneração devida ao comissário, será ela
arbitrada segundo os usos correntes no lugar.
Art. 702. No caso de morte do comissário, ou, quando, por motivo de
força maior, não puder concluir o negócio, será devida pelo comitente uma
remuneração proporcional aos trabalhos realizados.
Art. 703. Ainda que tenha dado motivo à dispensa, terá o comissário di-
reito a ser remunerado pelos serviços úteis prestados ao comitente, ressalva-
do a este o direito de exigir daquele os prejuízos sofridos.
Art. 704. Salvo disposição em contrário, pode o comitente, a qualquer
tempo, alterar as instruções dadas ao comissário, entendendo-se por elas
regidos também os negócios pendentes.
Art. 705. Se o comissário for despedido sem justa causa, terá direito a
ser remunerado pelos trabalhos prestados, bem como a ser ressarcido pelas
perdas e danos resultantes de sua dispensa.

992
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 706. O comitente e o comissário são obrigados a pagar juros um ao


outro; o primeiro pelo que o comissário houver adiantado para cumprimento
de suas ordens; e o segundo pela mora na entrega dos fundos que pertence-
rem ao comitente.
Art. 707. O crédito do comissário, relativo a comissões e despesas feitas,
goza de privilégio geral, no caso de falência ou insolvência do comitente.
Art. 708. Para reembolso das despesas feitas, bem como para recebimen-
to das comissões devidas, tem o comissário direito de retenção sobre os bens
e valores em seu poder em virtude da comissão.
Art. 709. São aplicáveis à comissão, no que couber, as regras sobre
mandato.

CAPÍTULO XII
DA AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO

Art. 710. Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não
eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta
de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona
determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua
disposição a coisa a ser negociada.
Parágrafo único. O proponente pode conferir poderes ao agente para que
este o represente na conclusão dos contratos.
Art. 711. Salvo ajuste, o proponente não pode constituir, ao mesmo tem-
po, mais de um agente, na mesma zona, com idêntica incumbência; nem
pode o agente assumir o encargo de nela tratar de negócios do mesmo gêne-
ro, à conta de outros proponentes.
Art. 712. O agente, no desempenho que lhe foi cometido, deve agir com
toda diligência, atendo-se às instruções recebidas do proponente.
Art. 713. Salvo estipulação diversa, todas as despesas com a agência ou
distribuição correm a cargo do agente ou distribuidor.

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Art. 714. Salvo ajuste, o agente ou distribuidor terá direito à remunera-


ção correspondente aos negócios concluídos dentro de sua zona, ainda que
sem a sua interferência.
Art. 715. O agente ou distribuidor tem direito à indenização se o pro-
ponente, sem justa causa, cessar o atendimento das propostas ou reduzi-lo
tanto que se torna antieconômica a continuação do contrato.
Art. 716. A remuneração será devida ao agente também quando o negó-
cio deixar de ser realizado por fato imputável ao proponente.
Art. 717. Ainda que dispensado por justa causa, terá o agente direito a
ser remunerado pelos serviços úteis prestados ao proponente, sem embargo
de haver este perdas e danos pelos prejuízos sofridos.
Art. 718. Se a dispensa se der sem culpa do agente, terá ele direito à
remuneração até então devida, inclusive sobre os negócios pendentes, além
das indenizações previstas em lei especial.
Art. 719. Se o agente não puder continuar o trabalho por motivo de força
maior, terá direito à remuneração correspondente aos serviços realizados,
cabendo esse direito aos herdeiros no caso de morte.
Art. 720. Se o contrato for por tempo indeterminado, qualquer das partes
poderá resolvê-lo, mediante aviso prévio de noventa dias, desde que transcorri-
do prazo compatível com a natureza e o vulto do investimento exigido do agente.
Parágrafo único. No caso de divergência entre as partes, o juiz decidirá da
razoabilidade do prazo e do valor devido.
Art. 721. Aplicam-se ao contrato de agência e distribuição, no que couber,
as regras concernentes ao mandato e à comissão e as constantes de lei especial.

CAPÍTULO XIII
DA CORRETAGEM

Art. 722. Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada a outra
em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação de

994
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dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios, confor-


me as instruções recebidas.
Art. 723. O corretor é obrigado a executar a mediação com diligência e
prudência, e a prestar ao cliente, espontaneamente, todas as informações
sobre o andamento do negócio. (Redação dada pela Lei n. 12.236, de 2010)
Parágrafo único. Sob pena de responder por perdas e danos, o corretor
prestará ao cliente todos os esclarecimentos acerca da segurança ou do risco
do negócio, das alterações de valores e de outros fatores que possam influir
nos resultados da incumbência. (Incluído pela Lei n. 12.236, de 2010)
Art. 724. A remuneração do corretor, se não estiver fixada em lei, nem
ajustada entre as partes, será arbitrada segundo a natureza do negócio e os
usos locais.
Art. 725. A remuneração é devida ao corretor uma vez que tenha conse-
guido o resultado previsto no contrato de mediação, ou ainda que este não se
efetive em virtude de arrependimento das partes.
Art. 726. Iniciado e concluído o negócio diretamente entre as partes,
nenhuma remuneração será devida ao corretor; mas se, por escrito, for ajus-
tada a corretagem com exclusividade, terá o corretor direito à remuneração
integral, ainda que realizado o negócio sem a sua mediação, salvo se compro-
vada sua inércia ou ociosidade.
Art. 727. Se, por não haver prazo determinado, o dono do negócio dis-
pensar o corretor, e o negócio se realizar posteriormente, como fruto da sua
mediação, a corretagem lhe será devida; igual solução se adotará se o ne-
gócio se realizar após a decorrência do prazo contratual, mas por efeito dos
trabalhos do corretor.
Art. 728. Se o negócio se concluir com a intermediação de mais de um
corretor, a remuneração será paga a todos em partes iguais, salvo ajuste em
contrário.
Art. 729. Os preceitos sobre corretagem constantes deste Código não
excluem a aplicação de outras normas da legislação especial.

995
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CAPÍTULO XIV
DO TRANSPORTE
Seção I
Disposições Gerais

Art. 730. Pelo contrato de transporte alguém se obriga, mediante retri-


buição, a transportar, de um lugar para outro, pessoas ou coisas.
Art. 731. O transporte exercido em virtude de autorização, permissão ou
concessão, rege-se pelas normas regulamentares e pelo que for estabelecido
naqueles atos, sem prejuízo do disposto neste Código.
Art. 732. Aos contratos de transporte, em geral, são aplicáveis, quando
couber, desde que não contrariem as disposições deste Código, os preceitos
constantes da legislação especial e de tratados e convenções internacionais.
Art. 733. Nos contratos de transporte cumulativo, cada transportador se
obriga a cumprir o contrato relativamente ao respectivo percurso, responden-
do pelos danos nele causados a pessoas e coisas.
§ 1º O dano, resultante do atraso ou da interrupção da viagem, será de-
terminado em razão da totalidade do percurso.
§ 2º Se houver substituição de algum dos transportadores no decorrer do
percurso, a responsabilidade solidária estender-se-á ao substituto.

Seção II
Do Transporte de Pessoas

Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas


transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula qual-
quer cláusula excludente da responsabilidade.
Parágrafo único. É lícito ao transportador exigir a declaração do valor da
bagagem a fim de fixar o limite da indenização.

996
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Art. 735. A responsabilidade contratual do transportador por acidente


com o passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação
regressiva.
Art. 736. Não se subordina às normas do contrato de transporte o feito
gratuitamente, por amizade ou cortesia.
Parágrafo único. Não se considera gratuito o transporte quando, embora
feito sem remuneração, o transportador auferir vantagens indiretas.
Art. 737. O transportador está sujeito aos horários e itinerários previstos,
sob pena de responder por perdas e danos, salvo motivo de força maior.
Art. 738. A pessoa transportada deve sujeitar-se às normas estabelecidas
pelo transportador, constantes no bilhete ou afixadas à vista dos usuários,
abstendo-se de quaisquer atos que causem incômodo ou prejuízo aos passa-
geiros, danifiquem o veículo, ou dificultem ou impeçam a execução normal do
serviço.
Parágrafo único. Se o prejuízo sofrido pela pessoa transportada for atri-
buível à transgressão de normas e instruções regulamentares, o juiz reduzirá
equitativamente a indenização, na medida em que a vítima houver concorrido
para a ocorrência do dano.
Art. 739. O transportador não pode recusar passageiros, salvo os casos
previstos nos regulamentos, ou se as condições de higiene ou de saúde do
interessado o justificarem.
Art. 740. O passageiro tem direito a rescindir o contrato de transporte
antes de iniciada a viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor da pas-
sagem, desde que feita a comunicação ao transportador em tempo de ser
renegociada.
§ 1º Ao passageiro é facultado desistir do transporte, mesmo depois de
iniciada a viagem, sendo-lhe devida a restituição do valor correspondente ao
trecho não utilizado, desde que provado que outra pessoa haja sido transpor-
tada em seu lugar.

997
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§ 2º Não terá direito ao reembolso do valor da passagem o usuário que


deixar de embarcar, salvo se provado que outra pessoa foi transportada em
seu lugar, caso em que lhe será restituído o valor do bilhete não utilizado.
§ 3º Nas hipóteses previstas neste artigo, o transportador terá direito de
reter até cinco por cento da importância a ser restituída ao passageiro, a tí-
tulo de multa compensatória.
Art. 741. Interrompendo-se a viagem por qualquer motivo alheio à vonta-
de do transportador, ainda que em consequência de evento imprevisível, fica
ele obrigado a concluir o transporte contratado em outro veículo da mesma
categoria, ou, com a anuência do passageiro, por modalidade diferente, à sua
custa, correndo também por sua conta as despesas de estada e alimentação
do usuário, durante a espera de novo transporte.
Art. 742. O transportador, uma vez executado o transporte, tem direito
de retenção sobre a bagagem de passageiro e outros objetos pessoais deste,
para garantir-se do pagamento do valor da passagem que não tiver sido feito
no início ou durante o percurso.

Seção III
Do Transporte de Coisas

Art. 743. A coisa, entregue ao transportador, deve estar caracterizada


pela sua natureza, valor, peso e quantidade, e o mais que for necessário para
que não se confunda com outras, devendo o destinatário ser indicado ao me-
nos pelo nome e endereço.
Art. 744. Ao receber a coisa, o transportador emitirá conhecimento com a
menção dos dados que a identifiquem, obedecido o disposto em lei especial.
Parágrafo único. O transportador poderá exigir que o remetente lhe entre-
gue, devidamente assinada, a relação discriminada das coisas a serem trans-
portadas, em duas vias, uma das quais, por ele devidamente autenticada,
ficará fazendo parte integrante do conhecimento.

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Art. 745. Em caso de informação inexata ou falsa descrição no documen-

to a que se refere o artigo antecedente, será o transportador indenizado pelo

prejuízo que sofrer, devendo a ação respectiva ser ajuizada no prazo de cento

e vinte dias, a contar daquele ato, sob pena de decadência.

Art. 746. Poderá o transportador recusar a coisa cuja embalagem seja

inadequada, bem como a que possa pôr em risco a saúde das pessoas, ou

danificar o veículo e outros bens.

Art. 747. O transportador deverá obrigatoriamente recusar a coisa cujo

transporte ou comercialização não sejam permitidos, ou que venha desacom-

panhada dos documentos exigidos por lei ou regulamento.

Art. 748. Até a entrega da coisa, pode o remetente desistir do transporte

e pedi-la de volta, ou ordenar seja entregue a outro destinatário, pagando,

em ambos os casos, os acréscimos de despesa decorrentes da contraordem,

mais as perdas e danos que houver.

Art. 749. O transportador conduzirá a coisa ao seu destino, tomando to-

das as cautelas necessárias para mantê-la em bom estado e entregá-la no

prazo ajustado ou previsto.

Art. 750. A responsabilidade do transportador, limitada ao valor constan-

te do conhecimento, começa no momento em que ele, ou seus prepostos,

recebem a coisa; termina quando é entregue ao destinatário, ou depositada

em juízo, se aquele não for encontrado.

Art. 751. A coisa, depositada ou guardada nos armazéns do transpor-

tador, em virtude de contrato de transporte, rege-se, no que couber, pelas

disposições relativas a depósito.

Art. 752. Desembarcadas as mercadorias, o transportador não é obriga-

do a dar aviso ao destinatário, se assim não foi convencionado, dependendo

também de ajuste a entrega a domicílio, e devem constar do conhecimento

de embarque as cláusulas de aviso ou de entrega a domicílio.

999
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 753. Se o transporte não puder ser feito ou sofrer longa interrupção,
o transportador solicitará, incontinenti, instruções ao remetente, e zelará pela
coisa, por cujo perecimento ou deterioração responderá, salvo força maior.
§ 1º Perdurando o impedimento, sem motivo imputável ao transportador
e sem manifestação do remetente, poderá aquele depositar a coisa em juízo,
ou vendê-la, obedecidos os preceitos legais e regulamentares, ou os usos lo-
cais, depositando o valor.
§ 2º Se o impedimento for responsabilidade do transportador, este poderá
depositar a coisa, por sua conta e risco, mas só poderá vendê-la se perecível.
§ 3º Em ambos os casos, o transportador deve informar o remetente da
efetivação do depósito ou da venda.
§ 4º Se o transportador mantiver a coisa depositada em seus próprios
armazéns, continuará a responder pela sua guarda e conservação, sendo-lhe
devida, porém, uma remuneração pela custódia, a qual poderá ser contratu-
almente ajustada ou se conformará aos usos adotados em cada sistema de
transporte.
Art. 754. As mercadorias devem ser entregues ao destinatário, ou a quem
apresentar o conhecimento endossado, devendo aquele que as receber con-
feri-las e apresentar as reclamações que tiver, sob pena de decadência dos
direitos.
Parágrafo único. No caso de perda parcial ou de avaria não perceptível
à primeira vista, o destinatário conserva a sua ação contra o transportador,
desde que denuncie o dano em dez dias a contar da entrega.
Art. 755. Havendo dúvida acerca de quem seja o destinatário, o transpor-
tador deve depositar a mercadoria em juízo, se não lhe for possível obter ins-
truções do remetente; se a demora puder ocasionar a deterioração da coisa,
o transportador deverá vendê-la, depositando o saldo em juízo.
Art. 756. No caso de transporte cumulativo, todos os transportadores
respondem solidariamente pelo dano causado perante o remetente, ressal-
vada a apuração final da responsabilidade entre eles, de modo que o ressar-
cimento recaia, por inteiro, ou proporcionalmente, naquele ou naqueles em
cujo percurso houver ocorrido o dano.

1000
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO XV
DO SEGURO
Seção I
Disposições Gerais

Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o


pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a
pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados.
Parágrafo único. Somente pode ser parte, no contrato de seguro, como
segurador, entidade para tal fim legalmente autorizada.
Art. 758. O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do
bilhete do seguro, e, na falta deles, por documento comprobatório do paga-
mento do respectivo prêmio.
Art. 759. A emissão da apólice deverá ser precedida de proposta escrita
com a declaração dos elementos essenciais do interesse a ser garantido e do
risco.
Art. 760. A apólice ou o bilhete de seguro serão nominativos, à ordem ou
ao portador, e mencionarão os riscos assumidos, o início e o fim de sua vali-
dade, o limite da garantia e o prêmio devido, e, quando for o caso, o nome do
segurado e o do beneficiário.
Parágrafo único. No seguro de pessoas, a apólice ou o bilhete não podem
ser ao portador.
Art. 761. Quando o risco for assumido em cosseguro, a apólice indicará o
segurador que administrará o contrato e representará os demais, para todos
os seus efeitos.
Art. 762. Nulo será o contrato para garantia de risco proveniente de ato
doloso do segurado, do beneficiário, ou de representante de um ou de outro.
Art. 763. Não terá direito a indenização o segurado que estiver em mora
no pagamento do prêmio, se ocorrer o sinistro antes de sua purgação.

1001
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 764. Salvo disposição especial, o fato de se não ter verificado o ris-
co, em previsão do qual se faz o seguro, não exime o segurado de pagar o
prêmio.
Art. 765. O segurado e o segurador são obrigados a guardar na conclu-
são e na execução do contrato, a mais estrita boa-fé e veracidade, tanto a
respeito do objeto como das circunstâncias e declarações a ele concernentes.
Art. 766. Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer decla-
rações inexatas ou omitir circunstâncias que possam influir na aceitação da
proposta ou na taxa do prêmio, perderá o direito à garantia, além de ficar
obrigado ao prêmio vencido.
Parágrafo único. Se a inexatidão ou omissão nas declarações não resultar
de má-fé do segurado, o segurador terá direito a resolver o contrato, ou a
cobrar, mesmo após o sinistro, a diferença do prêmio.
Art. 767. No seguro à conta de outrem, o segurador pode opor ao segu-
rado quaisquer defesas que tenha contra o estipulante, por descumprimento
das normas de conclusão do contrato, ou de pagamento do prêmio.
Art. 768. O segurado perderá o direito à garantia se agravar intencional-
mente o risco objeto do contrato.
Art. 769. O segurado é obrigado a comunicar ao segurador, logo que sai-
ba, todo incidente suscetível de agravar consideravelmente o risco coberto,
sob pena de perder o direito à garantia, se provar que silenciou de má-fé.
§ 1º O segurador, desde que o faça nos quinze dias seguintes ao recebi-
mento do aviso da agravação do risco sem culpa do segurado, poderá dar-lhe
ciência, por escrito, de sua decisão de resolver o contrato.
§ 2º A resolução só será eficaz trinta dias após a notificação, devendo ser
restituída pelo segurador a diferença do prêmio.
Art. 770. Salvo disposição em contrário, a diminuição do risco no curso
do contrato não acarreta a redução do prêmio estipulado; mas, se a redução
do risco for considerável, o segurado poderá exigir a revisão do prêmio, ou a
resolução do contrato.

1002
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 771. Sob pena de perder o direito à indenização, o segurado par-


ticipará o sinistro ao segurador, logo que o saiba, e tomará as providências
imediatas para minorar-lhe as consequências.
Parágrafo único. Correm à conta do segurador, até o limite fixado no con-
trato, as despesas de salvamento consequente ao sinistro.
Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga à atualização
monetária da indenização devida segundo índices oficiais regularmente esta-
belecidos, sem prejuízo dos juros moratórios.
Art. 773. O segurador que, ao tempo do contrato, sabe estar passado o
risco de que o segurado se pretende cobrir, e, não obstante, expede a apólice,
pagará em dobro o prêmio estipulado.
Art. 774. A recondução tácita do contrato pelo mesmo prazo, mediante
expressa cláusula contratual, não poderá operar mais de uma vez.
Art. 775. Os agentes autorizados do segurador presumem-se seus repre-
sentantes para todos os atos relativos aos contratos que agenciarem.
Art. 776. O segurador é obrigado a pagar em dinheiro o prejuízo resultan-
te do risco assumido, salvo se convencionada a reposição da coisa.
Art. 777. O disposto no presente Capítulo aplica-se, no que couber, aos
seguros regidos por leis próprias.

Seção II
Do Seguro de Dano

Art. 778. Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode ultra-
passar o valor do interesse segurado no momento da conclusão do contrato,
sob pena do disposto no art. 766, e sem prejuízo da ação penal que no caso
couber.
Art. 779. O risco do seguro compreenderá todos os prejuízos resultantes
ou consequentes, como sejam os estragos ocasionados para evitar o sinistro,
minorar o dano, ou salvar a coisa.

1003
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 780. A vigência da garantia, no seguro de coisas transportadas, co-

meça no momento em que são pelo transportador recebidas, e cessa com a

sua entrega ao destinatário.

Art. 781. A indenização não pode ultrapassar o valor do interesse segu-

rado no momento do sinistro, e, em hipótese alguma, o limite máximo da

garantia fixado na apólice, salvo em caso de mora do segurador.

Art. 782. O segurado que, na vigência do contrato, pretender obter novo

seguro sobre o mesmo interesse, e contra o mesmo risco junto a outro se-

gurador, deve previamente comunicar sua intenção por escrito ao primeiro,

indicando a soma por que pretende segurar-se, a fim de se comprovar a obe-

diência ao disposto no art. 778.

Art. 783. Salvo disposição em contrário, o seguro de um interesse por

menos do que valha acarreta a redução proporcional da indenização, no caso

de sinistro parcial.

Art. 784. Não se inclui na garantia o sinistro provocado por vício intrínse-

co da coisa segurada, não declarado pelo segurado.

Parágrafo único. Entende-se por vício intrínseco o defeito próprio da coisa,

que se não encontra normalmente em outras da mesma espécie.

Art. 785. Salvo disposição em contrário, admite-se a transferência do

contrato a terceiro com a alienação ou cessão do interesse segurado.

§ 1º Se o instrumento contratual é nominativo, a transferência só produz

efeitos em relação ao segurador mediante aviso escrito assinado pelo cedente

e pelo cessionário.

§ 2º A apólice ou o bilhete à ordem só se transfere por endosso em preto,

datado e assinado pelo endossante e pelo endossatário.

Art. 786. Paga a indenização, o segurador sub-roga-se, nos limites do

valor respectivo, nos direitos e ações que competirem ao segurado contra o

autor do dano.

1004
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º Salvo dolo, a sub-rogação não tem lugar se o dano foi causado pelo
cônjuge do segurado, seus descendentes ou ascendentes, consanguíneos ou
afins.
§ 2º É ineficaz qualquer ato do segurado que diminua ou extinga, em pre-
juízo do segurador, os direitos a que se refere este artigo.
Art. 787. No seguro de responsabilidade civil, o segurador garante o pa-
gamento de perdas e danos devidos pelo segurado a terceiro.
§ 1º Tão logo saiba o segurado das consequências de ato seu, suscetível
de lhe acarretar a responsabilidade incluída na garantia, comunicará o fato
ao segurador.
§ 2º É defeso ao segurado reconhecer sua responsabilidade ou confessar
a ação, bem como transigir com o terceiro prejudicado, ou indenizá-lo direta-
mente, sem anuência expressa do segurador.
§ 3º Intentada a ação contra o segurado, dará este ciência da lide ao se-
gurador.
§ 4º Subsistirá a responsabilidade do segurado perante o terceiro, se o
segurador for insolvente.
Art. 788. Nos seguros de responsabilidade legalmente obrigatórios, a in-
denização por sinistro será paga pelo segurador diretamente ao terceiro pre-
judicado.
Parágrafo único. Demandado em ação direta pela vítima do dano, o segu-
rador não poderá opor a exceção de contrato não cumprido pelo segurado,
sem promover a citação deste para integrar o contraditório.

Seção III
Do Seguro de Pessoa

Art. 789. Nos seguros de pessoas, o capital segurado é livremente estipu-


lado pelo proponente, que pode contratar mais de um seguro sobre o mesmo
interesse, com o mesmo ou diversos seguradores.

1005
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 790. No seguro sobre a vida de outros, o proponente é obrigado a


declarar, sob pena de falsidade, o seu interesse pela preservação da vida do
segurado.
Parágrafo único. Até prova em contrário, presume-se o interesse, quando
o segurado é cônjuge, ascendente ou descendente do proponente.
Art. 791. Se o segurado não renunciar à faculdade, ou se o seguro não
tiver como causa declarada a garantia de alguma obrigação, é lícita a substi-
tuição do beneficiário, por ato entre vivos ou de última vontade.
Parágrafo único. O segurador, que não for cientificado oportunamente da
substituição, desobrigar-se-á pagando o capital segurado ao antigo benefi-
ciário.
Art. 792. Na falta de indicação da pessoa ou beneficiário, ou se por qual-
quer motivo não prevalecer a que for feita, o capital segurado será pago por
metade ao cônjuge não separado judicialmente, e o restante aos herdeiros do
segurado, obedecida a ordem da vocação hereditária.
Parágrafo único. Na falta das pessoas indicadas neste artigo, serão be-
neficiários os que provarem que a morte do segurado os privou dos meios
necessários à subsistência.
Art. 793. É válida a instituição do companheiro como beneficiário, se ao
tempo do contrato o segurado era separado judicialmente, ou já se encontra-
va separado de fato.
Art. 794. No seguro de vida ou de acidentes pessoais para o caso de
morte, o capital estipulado não está sujeito às dívidas do segurado, nem se
considera herança para todos os efeitos de direito.
Art. 795. É nula, no seguro de pessoa, qualquer transação para paga-
mento reduzido do capital segurado.
Art. 796. O prêmio, no seguro de vida, será conveniado por prazo limita-
do, ou por toda a vida do segurado.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, no seguro individual, o segurador
não terá ação para cobrar o prêmio vencido, cuja falta de pagamento, nos

1006
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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prazos previstos, acarretará, conforme se estipular, a resolução do contrato,


com a restituição da reserva já formada, ou a redução do capital garantido
proporcionalmente ao prêmio pago.
Art. 797. No seguro de vida para o caso de morte, é lícito estipular-se um
prazo de carência, durante o qual o segurador não responde pela ocorrência
do sinistro.
Parágrafo único. No caso deste artigo o segurador é obrigado a devolver
ao beneficiário o montante da reserva técnica já formada.
Art. 798. O beneficiário não tem direito ao capital estipulado quando o
segurado se suicida nos primeiros dois anos de vigência inicial do contrato,
ou da sua recondução depois de suspenso, observado o disposto no parágrafo
único do artigo antecedente.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese prevista neste artigo, é nula a cláu-
sula contratual que exclui o pagamento do capital por suicídio do segurado.
Art. 799. O segurador não pode eximir-se ao pagamento do seguro, ainda
que da apólice conste a restrição, se a morte ou a incapacidade do segurado
provier da utilização de meio de transporte mais arriscado, da prestação de
serviço militar, da prática de esporte, ou de atos de humanidade em auxílio
de outrem.
Art. 800. Nos seguros de pessoas, o segurador não pode sub-rogar-se
nos direitos e ações do segurado, ou do beneficiário, contra o causador do
sinistro.
Art. 801. O seguro de pessoas pode ser estipulado por pessoa natural ou
jurídica em proveito de grupo que a ela, de qualquer modo, se vincule.
§ 1º O estipulante não representa o segurador perante o grupo segurado,
e é o único responsável, para com o segurador, pelo cumprimento de todas
as obrigações contratuais.
§ 2º A modificação da apólice em vigor dependerá da anuência expressa
de segurados que representem três quartos do grupo.
Art. 802. Não se compreende nas disposições desta Seção a garantia do
reembolso de despesas hospitalares ou de tratamento médico, nem o custeio
das despesas de luto e de funeral do segurado.

1007
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO XVI
DA CONSTITUIÇÃO DE RENDA

Art. 803. Pode uma pessoa, pelo contrato de constituição de renda, obri-
gar-se para com outra a uma prestação periódica, a título gratuito.
Art. 804. O contrato pode ser também a título oneroso, entregando-se
bens móveis ou imóveis à pessoa que se obriga a satisfazer as prestações a
favor do credor ou de terceiros.
Art. 805. Sendo o contrato a título oneroso, pode o credor, ao contratar,
exigir que o rendeiro lhe preste garantia real, ou fidejussória.
Art. 806. O contrato de constituição de renda será feito a prazo certo, ou
por vida, podendo ultrapassar a vida do devedor mas não a do credor, seja
ele o contratante, seja terceiro.
Art. 807. O contrato de constituição de renda requer escritura pública.
Art. 808. É nula a constituição de renda em favor de pessoa já falecida,
ou que, nos trinta dias seguintes, vier a falecer de moléstia que já sofria,
quando foi celebrado o contrato.
Art. 809. Os bens dados em compensação da renda caem, desde a tradi-
ção, no domínio da pessoa que por aquela se obrigou.
Art. 810. Se o rendeiro, ou censuário, deixar de cumprir a obrigação es-
tipulada, poderá o credor da renda acioná-lo, tanto para que lhe pague as
prestações atrasadas como para que lhe dê garantias das futuras, sob pena
de rescisão do contrato.
Art. 811. O credor adquire o direito à renda dia a dia, se a prestação não
houver de ser paga adiantada, no começo de cada um dos períodos prefixos.
Art. 812. Quando a renda for constituída em benefício de duas ou mais
pessoas, sem determinação da parte de cada uma, entende-se que os seus
direitos são iguais; e, salvo estipulação diversa, não adquirirão os sobrevivos
direito à parte dos que morrerem.

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Art. 813. A renda constituída por título gratuito pode, por ato do institui-
dor, ficar isenta de todas as execuções pendentes e futuras.
Parágrafo único. A isenção prevista neste artigo prevalece de pleno direito
em favor dos montepios e pensões alimentícias.

CAPÍTULO XVII
DO JOGO E DA APOSTA

Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas


não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi
ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.
§ 1º Estende-se esta disposição a qualquer contrato que encubra ou en-
volva reconhecimento, novação ou fiança de dívida de jogo; mas a nulidade
resultante não pode ser oposta ao terceiro de boa-fé.
§ 2º O preceito contido neste artigo tem aplicação, ainda que se trate
de jogo não proibido, só se excetuando os jogos e apostas legalmente per-
mitidos.
§ 3º Excetuam-se, igualmente, os prêmios oferecidos ou prometidos
para o vencedor em competição de natureza esportiva, intelectual ou ar-
tística, desde que os interessados se submetam às prescrições legais e
regulamentares.
Art. 815. Não se pode exigir reembolso do que se emprestou para jogo
ou aposta, no ato de apostar ou jogar.
Art. 816. As disposições dos arts. 814 e 815 não se aplicam aos contratos
sobre títulos de bolsa, mercadorias ou valores, em que se estipulem a liqui-
dação exclusivamente pela diferença entre o preço ajustado e a cotação que
eles tiverem no vencimento do ajuste.
Art. 817. O sorteio para dirimir questões ou dividir coisas comuns consi-
dera-se sistema de partilha ou processo de transação, conforme o caso.

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CAPÍTULO XVIII
DA FIANÇA
Seção I
Disposições Gerais

Art. 818. Pelo contrato de fiança, uma pessoa garante satisfazer ao cre-
dor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra.
Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação exten-
siva.
Art. 819-A. (VETADO) (Incluído pela Lei n. 10.931, de 2004)
Art. 820. Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do
devedor ou contra a sua vontade.
Art. 821. As dívidas futuras podem ser objeto de fiança; mas o fiador,
neste caso, não será demandado senão depois que se fizer certa e líquida a
obrigação do principal devedor.
Art. 822. Não sendo limitada, a fiança compreenderá todos os acessórios
da dívida principal, inclusive as despesas judiciais, desde a citação do fiador.
Art. 823. A fiança pode ser de valor inferior ao da obrigação principal e
contraída em condições menos onerosas, e, quando exceder o valor da dívi-
da, ou for mais onerosa que ela, não valerá senão até ao limite da obrigação
afiançada.
Art. 824. As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a
nulidade resultar apenas de incapacidade pessoal do devedor.
Parágrafo único. A exceção estabelecida neste artigo não abrange o caso
de mútuo feito a menor.
Art. 825. Quando alguém houver de oferecer fiador, o credor não pode
ser obrigado a aceitá-lo se não for pessoa idônea, domiciliada no município
onde tenha de prestar a fiança, e não possua bens suficientes para cumprir a
obrigação.

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Art. 826. Se o fiador se tornar insolvente ou incapaz, poderá o credor


exigir que seja substituído.

Seção II
Dos Efeitos da Fiança

Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a


exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do
devedor.
Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se refere
este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo município, livres
e desembargados, quantos bastem para solver o débito.
Art. 828. Não aproveita este benefício ao fiador:
I – se ele o renunciou expressamente;
II – se se obrigou como principal pagador, ou devedor solidário;
III – se o devedor for insolvente, ou falido.
Art. 829. A fiança conjuntamente prestada a um só débito por mais de
uma pessoa importa o compromisso de solidariedade entre elas, se declara-
damente não se reservarem o benefício de divisão.
Parágrafo único. Estipulado este benefício, cada fiador responde unica-
mente pela parte que, em proporção, lhe couber no pagamento.
Art. 830. Cada fiador pode fixar no contrato a parte da dívida que toma
sob sua responsabilidade, caso em que não será por mais obrigado.
Art. 831. O fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-rogado nos
direitos do credor; mas só poderá demandar a cada um dos outros fiadores
pela respectiva quota.
Parágrafo único. A parte do fiador insolvente distribuir-se-á pelos outros.
Art. 832. O devedor responde também perante o fiador por todas as per-
das e danos que este pagar, e pelos que sofrer em razão da fiança.

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Art. 833. O fiador tem direito aos juros do desembolso pela taxa estipu-
lada na obrigação principal, e, não havendo taxa convencionada, aos juros
legais da mora.
Art. 834. Quando o credor, sem justa causa, demorar a execução iniciada
contra o devedor, poderá o fiador promover-lhe o andamento.
Art. 835. O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem
limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os
efeitos da fiança, durante sessenta dias após a notificação do credor.
Art. 836. A obrigação do fiador passa aos herdeiros; mas a responsabili-
dade da fiança se limita ao tempo decorrido até a morte do fiador, e não pode
ultrapassar as forças da herança.

Seção III
Da Extinção da Fiança

Art. 837. O fiador pode opor ao credor as exceções que lhe forem pes-
soais, e as extintivas da obrigação que competem ao devedor principal, se
não provierem simplesmente de incapacidade pessoal, salvo o caso do mútuo
feito a pessoa menor.
Art. 838. O fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado:
I – se, sem consentimento seu, o credor conceder moratória ao devedor;
II – se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação nos seus direitos
e preferências;
III – se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavelmente do
devedor objeto diverso do que este era obrigado a lhe dar, ainda que depois
venha a perdê-lo por evicção.
Art. 839. Se for invocado o benefício da excussão e o devedor, retardan-
do-se a execução, cair em insolvência, ficará exonerado o fiador que o invo-
cou, se provar que os bens por ele indicados eram, ao tempo da penhora,
suficientes para a solução da dívida afiançada.

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CAPÍTULO XIX
DA TRANSAÇÃO

Art. 840. É lícito aos interessados prevenirem ou terminarem o litígio me-


diante concessões mútuas.
Art. 841. Só quanto a direitos patrimoniais de caráter privado se permite
a transação.
Art. 842. A transação far-se-á por escritura pública, nas obrigações em
que a lei o exige, ou por instrumento particular, nas em que ela o admite; se
recair sobre direitos contestados em juízo, será feita por escritura pública, ou
por termo nos autos, assinado pelos transigentes e homologado pelo juiz.
Art. 843. A transação interpreta-se restritivamente, e por ela não se
transmitem, apenas se declaram ou reconhecem direitos.
Art. 844. A transação não aproveita, nem prejudica senão aos que nela
intervierem, ainda que diga respeito a coisa indivisível.
§ 1º Se for concluída entre o credor e o devedor, desobrigará o fiador.
§ 2º Se entre um dos credores solidários e o devedor, extingue a obriga-
ção deste para com os outros credores.
§ 3º Se entre um dos devedores solidários e seu credor, extingue a dívida
em relação aos codevedores.
Art. 845. Dada a evicção da coisa renunciada por um dos transigentes, ou
por ele transferida à outra parte, não revive a obrigação extinta pela transa-
ção; mas ao evicto cabe o direito de reclamar perdas e danos.
Parágrafo único. Se um dos transigentes adquirir, depois da transação,
novo direito sobre a coisa renunciada ou transferida, a transação feita não o
inibirá de exercê-lo.
Art. 846. A transação concernente a obrigações resultantes de delito não
extingue a ação penal pública.
Art. 847. É admissível, na transação, a pena convencional.
Art. 848. Sendo nula qualquer das cláusulas da transação, nula será esta.

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Parágrafo único. Quando a transação versar sobre diversos direitos con-


testados, independentes entre si, o fato de não prevalecer em relação a um
não prejudicará os demais.
Art. 849. A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial
quanto à pessoa ou coisa controversa.
Parágrafo único. A transação não se anula por erro de direito a respeito
das questões que foram objeto de controvérsia entre as partes.
Art. 850. É nula a transação a respeito do litígio decidido por sentença
passada em julgado, se dela não tinha ciência algum dos transatores, ou
quando, por título ulteriormente descoberto, se verificar que nenhum deles
tinha direito sobre o objeto da transação.

CAPÍTULO XX
DO COMPROMISSO

Art. 851. É admitido compromisso, judicial ou extrajudicial, para resolver


litígios entre pessoas que podem contratar.
Art. 852. É vedado compromisso para solução de questões de estado, de
direito pessoal de família e de outras que não tenham caráter estritamente
patrimonial.
Art. 853. Admite-se nos contratos a cláusula compromissória, para resol-
ver divergências mediante juízo arbitral, na forma estabelecida em lei especial.

TÍTULO VII
DOS ATOS UNILATERAIS
CAPÍTULO I
DA PROMESSA DE RECOMPENSA

Art. 854. Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recom-


pensar, ou gratificar, a quem preencha certa condição, ou desempenhe certo
serviço, contrai obrigação de cumprir o prometido.

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Art. 855. Quem quer que, nos termos do artigo antecedente, fizer o ser-
viço, ou satisfizer a condição, ainda que não pelo interesse da promessa, po-
derá exigir a recompensa estipulada.
Art. 856. Antes de prestado o serviço ou preenchida a condição, pode o
promitente revogar a promessa, contanto que o faça com a mesma publi-
cidade; se houver assinado prazo à execução da tarefa, entender-se-á que
renuncia o arbítrio de retirar, durante ele, a oferta.
Parágrafo único. O candidato de boa-fé, que houver feito despesas, terá
direito a reembolso.
Art. 857. Se o ato contemplado na promessa for praticado por mais de
um indivíduo, terá direito à recompensa o que primeiro o executou.
Art. 858. Sendo simultânea a execução, a cada um tocará quinhão igual
na recompensa; se esta não for divisível, conferir-se-á por sorteio, e o que
obtiver a coisa dará ao outro o valor de seu quinhão.
Art. 859. Nos concursos que se abrirem com promessa pública de recom-
pensa, é condição essencial, para valerem, a fixação de um prazo, observadas
também as disposições dos parágrafos seguintes.
§ 1º A decisão da pessoa nomeada, nos anúncios, como juiz, obriga os
interessados.
§ 2º Em falta de pessoa designada para julgar o mérito dos trabalhos que
se apresentarem, entender-se-á que o promitente se reservou essa função.
§ 3º Se os trabalhos tiverem mérito igual, proceder-se-á de acordo com
os arts. 857 e 858.
Art. 860. As obras premiadas, nos concursos de que trata o artigo an-
tecedente, só ficarão pertencendo ao promitente, se assim for estipulado na
publicação da promessa.

CAPÍTULO II
DA GESTÃO DE NEGÓCIOS

Art. 861. Aquele que, sem autorização do interessado, intervém na ges-


tão de negócio alheio, dirigi-lo-á segundo o interesse e a vontade presumível
de seu dono, ficando responsável a este e às pessoas com que tratar.

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Art. 862. Se a gestão foi iniciada contra a vontade manifesta ou presumí-


vel do interessado, responderá o gestor até pelos casos fortuitos, não provan-
do que teriam sobrevindo, ainda quando se houvesse abatido.
Art. 863. No caso do artigo antecedente, se os prejuízos da gestão exce-
derem o seu proveito, poderá o dono do negócio exigir que o gestor restitua
as coisas ao estado anterior, ou o indenize da diferença.
Art. 864. Tanto que se possa, comunicará o gestor ao dono do negócio a
gestão que assumiu, aguardando-lhe a resposta, se da espera não resultar
perigo.
Art. 865. Enquanto o dono não providenciar, velará o gestor pelo negócio,
até o levar a cabo, esperando, se aquele falecer durante a gestão, as instru-
ções dos herdeiros, sem se descuidar, entretanto, das medidas que o caso
reclame.
Art. 866. O gestor envidará toda sua diligência habitual na administração
do negócio, ressarcindo ao dono o prejuízo resultante de qualquer culpa na
gestão.
Art. 867. Se o gestor se fizer substituir por outrem, responderá pelas fal-
tas do substituto, ainda que seja pessoa idônea, sem prejuízo da ação que a
ele, ou ao dono do negócio, contra ela possa caber.
Parágrafo único. Havendo mais de um gestor, solidária será a sua respon-
sabilidade.
Art. 868. O gestor responde pelo caso fortuito quando fizer operações ar-
riscadas, ainda que o dono costumasse fazê-las, ou quando preterir interesse
deste em proveito de interesses seus.
Parágrafo único. Querendo o dono aproveitar-se da gestão, será obrigado
a indenizar o gestor das despesas necessárias, que tiver feito, e dos prejuí-
zos, que por motivo da gestão, houver sofrido.
Art. 869. Se o negócio for utilmente administrado, cumprirá ao dono as
obrigações contraídas em seu nome, reembolsando ao gestor as despesas
necessárias ou úteis que houver feito, com os juros legais, desde o desem-

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bolso, respondendo ainda pelos prejuízos que este houver sofrido por causa
da gestão.
§ 1º A utilidade, ou necessidade, da despesa, apreciar-se-á não pelo re-
sultado obtido, mas segundo as circunstâncias da ocasião em que se fizerem.
§ 2º Vigora o disposto neste artigo, ainda quando o gestor, em erro quanto
ao dono do negócio, der a outra pessoa as contas da gestão.
Art. 870. Aplica-se a disposição do artigo antecedente, quando a gestão
se proponha a acudir a prejuízos iminentes, ou redunde em proveito do dono
do negócio ou da coisa; mas a indenização ao gestor não excederá, em im-
portância, as vantagens obtidas com a gestão.
Art. 871. Quando alguém, na ausência do indivíduo obrigado a alimentos,
por ele os prestar a quem se devem, poder-lhes-á reaver do devedor a impor-
tância, ainda que este não ratifique o ato.
Art. 872. Nas despesas do enterro, proporcionadas aos usos locais e à
condição do falecido, feitas por terceiro, podem ser cobradas da pessoa que
teria a obrigação de alimentar a que veio a falecer, ainda mesmo que esta não
tenha deixado bens.
Parágrafo único. Cessa o disposto neste artigo e no antecedente, em se
provando que o gestor fez essas despesas com o simples intento de bem-fazer.
Art. 873. A ratificação pura e simples do dono do negócio retroage ao dia
do começo da gestão, e produz todos os efeitos do mandato.
Art. 874. Se o dono do negócio, ou da coisa, desaprovar a gestão, consi-
derando-a contrária aos seus interesses, vigorará o disposto nos arts. 862 e
863, salvo o estabelecido nos arts. 869 e 870.
Art. 875. Se os negócios alheios forem conexos ao do gestor, de tal arte
que se não possam gerir separadamente, haver-se-á o gestor por sócio da-
quele cujos interesses agenciar de envolta com os seus.
Parágrafo único. No caso deste artigo, aquele em cujo benefício interveio
o gestor só é obrigado na razão das vantagens que lograr.

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CAPÍTULO III
DO PAGAMENTO INDEVIDO

Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado
a restituir; obrigação que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes
de cumprida a condição.
Art. 877. Àquele que voluntariamente pagou o indevido incumbe a prova
de tê-lo feito por erro.
Art. 878. Aos frutos, acessões, benfeitorias e deteriorações sobrevindas à
coisa dada em pagamento indevido, aplica-se o disposto neste Código sobre
o possuidor de boa-fé ou de má-fé, conforme o caso.
Art. 879. Se aquele que indevidamente recebeu um imóvel o tiver aliena-
do em boa-fé, por título oneroso, responde somente pela quantia recebida;
mas, se agiu de má-fé, além do valor do imóvel, responde por perdas e danos.
Parágrafo único. Se o imóvel foi alienado por título gratuito, ou se, aliena-
do por título oneroso, o terceiro adquirente agiu de má-fé, cabe ao que pagou
por erro o direito de reivindicação.
Art. 880. Fica isento de restituir pagamento indevido aquele que, rece-
bendo-o como parte de dívida verdadeira, inutilizou o título, deixou prescre-
ver a pretensão ou abriu mão das garantias que asseguravam seu direito;
mas aquele que pagou dispõe de ação regressiva contra o verdadeiro devedor
e seu fiador.
Art. 881. Se o pagamento indevido tiver consistido no desempenho de
obrigação de fazer ou para eximir-se da obrigação de não fazer, aquele que
recebeu a prestação fica na obrigação de indenizar o que a cumpriu, na me-
dida do lucro obtido.
Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita,
ou cumprir obrigação judicialmente inexigível.
Art. 883. Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para
obter fim ilícito, imoral, ou proibido por lei.

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Parágrafo único. No caso deste artigo, o que se deu reverterá em favor de


estabelecimento local de beneficência, a critério do juiz.

CAPÍTULO IV
DO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA

Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem,
será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos
valores monetários.
Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada,
quem a recebeu é obrigado a restituí-la, e, se a coisa não mais subsistir, a
restituição se fará pelo valor do bem na época em que foi exigido.
Art. 885. A restituição é devida, não só quando não tenha havido causa
que justifique o enriquecimento, mas também se esta deixou de existir.
Art. 886. Não caberá a restituição por enriquecimento, se a lei conferir ao
lesado outros meios para se ressarcir do prejuízo sofrido.

TÍTULO VIII
DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito


literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os
requisitos da lei.
Art. 888. A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua
validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico
que lhe deu origem.
Art. 889. Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação
precisa dos direitos que confere, e a assinatura do emitente.
§ 1º É à vista o título de crédito que não contenha indicação de vencimento.

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§ 2º Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado


no título, o domicílio do emitente.
§ 3º O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em compu-
tador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emiten-
te, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo.
Art. 890. Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proi-
bitiva de endosso, a excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por
despesas, a que dispense a observância de termos e formalidade prescritas, e
a que, além dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações.
Art. 891. O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser
preenchido de conformidade com os ajustes realizados.
Parágrafo único. O descumprimento dos ajustes previstos neste artigo pe-
los que deles participaram, não constitui motivo de oposição ao terceiro por-
tador, salvo se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé.
Art. 892. Aquele que, sem ter poderes, ou excedendo os que tem, lança
a sua assinatura em título de crédito, como mandatário ou representante de
outrem, fica pessoalmente obrigado, e, pagando o título, tem ele os mesmos
direitos que teria o suposto mandante ou representado.
Art. 893. A transferência do título de crédito implica a de todos os direitos
que lhe são inerentes.
Art. 894. O portador de título representativo de mercadoria tem o direito
de transferi-lo, de conformidade com as normas que regulam a sua circula-
ção, ou de receber aquela independentemente de quaisquer formalidades,
além da entrega do título devidamente quitado.
Art. 895. Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá
ser dado em garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não, separada-
mente, os direitos ou mercadorias que representa.
Art. 896. O título de crédito não pode ser reivindicado do portador que
o adquiriu de boa-fé e na conformidade das normas que disciplinam a sua
circulação.

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Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de


pagar soma determinada, pode ser garantido por aval.
Parágrafo único. É vedado o aval parcial.
Art. 898. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título.
§ 1º Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a sim-
ples assinatura do avalista.
§ 2º Considera-se não escrito o aval cancelado.
Art. 899. O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de
indicação, ao emitente ou devedor final.
§ 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avali-
zado e demais coobrigados anteriores.
§ 2º Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula a obrigação da-
quele a quem se equipara, a menos que a nulidade decorra de vício de forma.
Art. 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do
anteriormente dado.
Art. 901. Fica validamente desonerado o devedor que paga título de cré-
dito ao legítimo portador, no vencimento, sem oposição, salvo se agiu de
má-fé.
Parágrafo único. Pagando, pode o devedor exigir do credor, além da entre-
ga do título, quitação regular.
Art. 902. Não é o credor obrigado a receber o pagamento antes do venci-
mento do título, e aquele que o paga, antes do vencimento, fica responsável
pela validade do pagamento.
§ 1º No vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda que
parcial.
§ 2º No caso de pagamento parcial, em que se não opera a tradição do
título, além da quitação em separado, outra deverá ser firmada no próprio
título.
Art. 903. Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de
crédito pelo disposto neste Código.

1021
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CAPÍTULO II
DO TÍTULO AO PORTADOR

Art. 904. A transferência de título ao portador se faz por simples tradição.


Art. 905. O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele
indicada, mediante a sua simples apresentação ao devedor.
Parágrafo único. A prestação é devida ainda que o título tenha entrado em
circulação contra a vontade do emitente.
Art. 906. O devedor só poderá opor ao portador exceção fundada em di-
reito pessoal, ou em nulidade de sua obrigação.
Art. 907. É nulo o título ao portador emitido sem autorização de lei es-
pecial.
Art. 908. O possuidor de título dilacerado, porém identificável, tem direito
a obter do emitente a substituição do anterior, mediante a restituição do pri-
meiro e o pagamento das despesas.
Art. 909. O proprietário, que perder ou extraviar título, ou for injusta-
mente desapossado dele, poderá obter novo título em juízo, bem como impe-
dir sejam pagos a outrem capital e rendimentos.
Parágrafo único. O pagamento, feito antes de ter ciência da ação referida
neste artigo, exonera o devedor, salvo se se provar que ele tinha conhecimen-
to do fato.

CAPÍTULO III
DO TÍTULO À ORDEM

Art. 910. O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou an-
verso do próprio título.
§ 1º Pode o endossante designar o endossatário, e para validade do endos-
so, dado no verso do título, é suficiente a simples assinatura do endossante.
§ 2º A transferência por endosso completa-se com a tradição do título.

1022
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§ 3º Considera-se não escrito o endosso cancelado, total ou parcialmente.


Art. 911. Considera-se legítimo possuidor o portador do título à ordem
com série regular e ininterrupta de endossos, ainda que o último seja em
branco.
Parágrafo único. Aquele que paga o título está obrigado a verificar a regu-
laridade da série de endossos, mas não a autenticidade das assinaturas.
Art. 912. Considera-se não escrita no endosso qualquer condição a que o
subordine o endossante.
Parágrafo único. É nulo o endosso parcial.
Art. 913. O endossatário de endosso em branco pode mudá-lo para en-
dosso em preto, completando-o com o seu nome ou de terceiro; pode en-
dossar novamente o título, em branco ou em preto; ou pode transferi-lo sem
novo endosso.
Art. 914. Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do en-
dosso, não responde o endossante pelo cumprimento da prestação constante
do título.
§ 1º Assumindo responsabilidade pelo pagamento, o endossante se torna
devedor solidário.
§ 2º Pagando o título, tem o endossante ação de regresso contra os coo-
brigados anteriores.
Art. 915. O devedor, além das exceções fundadas nas relações pessoais
que tiver com o portador, só poderá opor a este as exceções relativas à forma
do título e ao seu conteúdo literal, à falsidade da própria assinatura, a defeito
de capacidade ou de representação no momento da subscrição, e à falta de
requisito necessário ao exercício da ação.
Art. 916. As exceções, fundadas em relação do devedor com os portado-
res precedentes, somente poderão ser por ele opostas ao portador, se este,
ao adquirir o título, tiver agido de má-fé.
Art. 917. A cláusula constitutiva de mandato, lançada no endosso, confe-
re ao endossatário o exercício dos direitos inerentes ao título, salvo restrição
expressamente estatuída.

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§ 1º O endossatário de endosso-mandato só pode endossar novamente o


título na qualidade de procurador, com os mesmos poderes que recebeu.
§ 2º Com a morte ou a superveniente incapacidade do endossante, não
perde eficácia o endosso-mandato.
§ 3º Pode o devedor opor ao endossatário de endosso-mandato somente
as exceções que tiver contra o endossante.
Art. 918. A cláusula constitutiva de penhor, lançada no endosso, confere
ao endossatário o exercício dos direitos inerentes ao título.
§ 1º O endossatário de endosso-penhor só pode endossar novamente o
título na qualidade de procurador.
§ 2º Não pode o devedor opor ao endossatário de endosso-penhor as ex-
ceções que tinha contra o endossante, salvo se aquele tiver agido de má-fé.
Art. 919. A aquisição de título à ordem, por meio diverso do endosso, tem
efeito de cessão civil.
Art. 920. O endosso posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos
do anterior.

CAPÍTULO IV
DO TÍTULO NOMINATIVO

Art. 921. É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome


conste no registro do emitente.
Art. 922. Transfere-se o título nominativo mediante termo, em registro do
emitente, assinado pelo proprietário e pelo adquirente.
Art. 923. O título nominativo também pode ser transferido por endosso
que contenha o nome do endossatário.
§ 1º A transferência mediante endosso só tem eficácia perante o emi-
tente, uma vez feita a competente averbação em seu registro, podendo o
emitente exigir do endossatário que comprove a autenticidade da assinatura
do endossante.

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§ 2º O endossatário, legitimado por série regular e ininterrupta de endos-


sos, tem o direito de obter a averbação no registro do emitente, comprovada
a autenticidade das assinaturas de todos os endossantes.
§ 3º Caso o título original contenha o nome do primitivo proprietário, tem
direito o adquirente a obter do emitente novo título, em seu nome, devendo
a emissão do novo título constar no registro do emitente.
Art. 924. Ressalvada proibição legal, pode o título nominativo ser trans-
formado em à ordem ou ao portador, a pedido do proprietário e à sua custa.
Art. 925. Fica desonerado de responsabilidade o emitente que de boa-fé
fizer a transferência pelos modos indicados nos artigos antecedentes.
Art. 926. Qualquer negócio ou medida judicial, que tenha por objeto o
título, só produz efeito perante o emitente ou terceiros, uma vez feita a com-
petente averbação no registro do emitente.

TÍTULO IX
DA RESPONSABILIDADE CIVIL
CAPÍTULO I
DA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a ou-
trem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente
de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmen-
te desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem.
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas
por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de
meios suficientes.

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Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equi-
tativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que
dele dependem.
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do
art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização
do prejuízo que sofreram.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa
de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a
importância que tiver ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de
quem se causou o dano (art. 188, inciso I).
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresá-
rios individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos
danos causados pelos produtos postos em circulação.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I – os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em
sua companhia;
II – o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas
mesmas condições;
III – o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e pre-
postos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV – os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se
albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes,
moradores e educandos;
V – os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime,
até a concorrente quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente,
ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados
pelos terceiros ali referidos.

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Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o
que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for
descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se po-
dendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu
autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este cau-
sado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que re-
sultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade
fosse manifesta.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida,
fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que
faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora
estipulados, e a pagar as custas em dobro.
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte,
sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará
obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobra-
do e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição.
Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando
o autor desistir da ação antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de
haver indenização por algum prejuízo que prove ter sofrido.
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de
outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais
de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-
autores e as pessoas designadas no art. 932.
Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la trans-
mitem-se com a herança.

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CAPÍTULO II
DA INDENIZAÇÃO

Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.


Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da
culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento dano-
so, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa
em confronto com a do autor do dano.
Art. 946. Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou no
contrato disposição fixando a indenização devida pelo inadimplente, apurar-
-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei processual determinar.
Art. 947. Se o devedor não puder cumprir a prestação na espécie ajusta-
da, substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente.
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir ou-
tras reparações:
I – no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral
e o luto da família;
II – na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, le-
vando-se em conta a duração provável da vida da vítima.
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indeniza-
rá o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim
da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver
sofrido.
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa
exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho,
a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim
da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho
para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.

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Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indeniza-


ção seja arbitrada e paga de uma só vez.
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de
indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional, por
negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente, agravar-
-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
Art. 952. Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da restituição
da coisa, a indenização consistirá em pagar o valor das suas deteriorações e
o devido a título de lucros cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reembolsar
o seu equivalente ao prejudicado.
Parágrafo único. Para se restituir o equivalente, quando não exista a pró-
pria coisa, estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo de afeição, con-
tanto que este não se avantaje àquele.
Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na
reparação do dano que delas resulte ao ofendido.
Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá
ao juiz fixar, equitativamente, o valor da indenização, na conformidade das
circunstâncias do caso.
Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pa-
gamento das perdas e danos que sobrevierem ao ofendido, e se este não
puder provar prejuízo, tem aplicação o disposto no parágrafo único do artigo
antecedente.
Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal:
I – o cárcere privado;
II – a prisão por queixa ou denúncia falsa e de má-fé;
III – a prisão ilegal.

TÍTULO X
DAS PREFERÊNCIAS E PRIVILÉGIOS CREDITÓRIOS

Art. 955. Procede-se à declaração de insolvência toda vez que as dívidas


excedam à importância dos bens do devedor.

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Art. 956. A discussão entre os credores pode versar quer sobre a pre-
ferência entre eles disputada, quer sobre a nulidade, simulação, fraude, ou
falsidade das dívidas e contratos.
Art. 957. Não havendo título legal à preferência, terão os credores igual
direito sobre os bens do devedor comum.
Art. 958. Os títulos legais de preferência são os privilégios e os direitos
reais.
Art. 959. Conservam seus respectivos direitos os credores, hipotecários
ou privilegiados:
I – sobre o preço do seguro da coisa gravada com hipoteca ou privilégio,
ou sobre a indenização devida, havendo responsável pela perda ou danifica-
ção da coisa;
II – sobre o valor da indenização, se a coisa obrigada a hipoteca ou privi-
légio for desapropriada.
Art. 960. Nos casos a que se refere o artigo antecedente, o devedor do
seguro, ou da indenização, exonera-se pagando sem oposição dos credores
hipotecários ou privilegiados.
Art. 961. O crédito real prefere ao pessoal de qualquer espécie; o crédito
pessoal privilegiado, ao simples; e o privilégio especial, ao geral.
Art. 962. Quando concorrerem aos mesmos bens, e por título igual, dois
ou mais credores da mesma classe especialmente privilegiados, haverá entre
eles rateio proporcional ao valor dos respectivos créditos, se o produto não
bastar para o pagamento integral de todos.
Art. 963. O privilégio especial só compreende os bens sujeitos, por ex-
pressa disposição de lei, ao pagamento do crédito que ele favorece; e o geral,
todos os bens não sujeitos a crédito real nem a privilégio especial.
Art. 964. Têm privilégio especial:
I – sobre a coisa arrecadada e liquidada, o credor de custas e despesas
judiciais feitas com a arrecadação e liquidação;
II – sobre a coisa salvada, o credor por despesas de salvamento;

1030
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III – sobre a coisa beneficiada, o credor por benfeitorias necessárias ou


úteis;
IV – sobre os prédios rústicos ou urbanos, fábricas, oficinas, ou quaisquer
outras construções, o credor de materiais, dinheiro, ou serviços para a sua
edificação, reconstrução, ou melhoramento;
V – sobre os frutos agrícolas, o credor por sementes, instrumentos e ser-
viços à cultura, ou à colheita;
VI – sobre as alfaias e utensílios de uso doméstico, nos prédios rústicos
ou urbanos, o credor de aluguéis, quanto às prestações do ano corrente e do
anterior;
VII – sobre os exemplares da obra existente na massa do editor, o autor
dela, ou seus legítimos representantes, pelo crédito fundado contra aquele no
contrato da edição;
VIII – sobre o produto da colheita, para a qual houver concorrido com o
seu trabalho, e precipuamente a quaisquer outros créditos, ainda que reais, o
trabalhador agrícola, quanto à dívida dos seus salários.
IX – sobre os produtos do abate, o credor por animais. (Incluído pela Lei
n. 13.176, de 2015)
Art. 965. Goza de privilégio geral, na ordem seguinte, sobre os bens do
devedor:
I – o crédito por despesa de seu funeral, feito segundo a condição do mor-
to e o costume do lugar;
II – o crédito por custas judiciais, ou por despesas com a arrecadação e
liquidação da massa;
III – o crédito por despesas com o luto do cônjuge sobrevivo e dos filhos
do devedor falecido, se foram moderadas;
IV – o crédito por despesas com a doença de que faleceu o devedor, no
semestre anterior à sua morte;
V – o crédito pelos gastos necessários à mantença do devedor falecido e
sua família, no trimestre anterior ao falecimento;

1031
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VI – o crédito pelos impostos devidos à Fazenda Pública, no ano corrente


e no anterior;
VII – o crédito pelos salários dos empregados do serviço doméstico do
devedor, nos seus derradeiros seis meses de vida;
VIII – os demais créditos de privilégio geral.

LIVRO II
DO DIREITO DE EMPRESA
TÍTULO I
DO EMPRESÁRIO
CAPÍTULO I
DA CARACTERIZAÇÃO E DA INSCRIÇÃO

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente ativi-


dade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de
serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão in-
telectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso
de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir
elemento de empresa.
Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de
Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.
Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que
contenha:
I – o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regi-
me de bens;
II – a firma, com a respectiva assinatura autógrafa que poderá ser substi-
tuída pela assinatura autenticada com certificação digital ou meio equivalente
que comprove a sua autenticidade, ressalvado o disposto no inciso I do § 1º

1032
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do art. 4º da Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006; (Reda-


ção dada pela Lei Complementar n. 147, de 2014)
III – o capital;
IV – o objeto e a sede da empresa.
§ 1º Com as indicações estabelecidas neste artigo, a inscrição será toma-
da por termo no livro próprio do Registro Público de Empresas Mercantis, e
obedecerá a número de ordem contínuo para todos os empresários inscritos.
§ 2º À margem da inscrição, e com as mesmas formalidades, serão aver-
badas quaisquer modificações nela ocorrentes.
§ 3º Caso venha a admitir sócios, o empresário individual poderá solicitar
ao Registro Público de Empresas Mercantis a transformação de seu registro
de empresário para registro de sociedade empresária, observado, no que
couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código. (Incluído pela Lei
Complementar n. 128, de 2008)
§ 4º O processo de abertura, registro, alteração e baixa do microempre-
endedor individual de que trata o art. 18-A da Lei Complementar n. 123, de
14 de dezembro de 2006, bem como qualquer exigência para o início de seu
funcionamento deverão ter trâmite especial e simplificado, preferentemente
eletrônico, opcional para o empreendedor, na forma a ser disciplinada pelo
Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da
Legalização de Empresas e Negócios – CGSIM, de que trata o inciso III do
art. 2º da mesma Lei. (Incluído pela Lei n. 12.470, de 2011)
§ 5º Para fins do disposto no § 4º, poderão ser dispensados o uso da fir-
ma, com a respectiva assinatura autógrafa, o capital, requerimentos, demais
assinaturas, informações relativas à nacionalidade, estado civil e regime de
bens, bem como remessa de documentos, na forma estabelecida pelo CGSIM.
(Incluído pela Lei n. 12.470, de 2011)
Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar
sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste
deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária.

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Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição do estabelecimento se-


cundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas Mercantis da
respectiva sede.
Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplifi-
cado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos
efeitos daí decorrentes.
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal pro-
fissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus
parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da
respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para to-
dos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.

CAPÍTULO II
DA CAPACIDADE

Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em


pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de
empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas.
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente
assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por
seus pais ou pelo autor de herança.
§ 1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame
das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em
continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais,
tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos
direitos adquiridos por terceiros.
§ 2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já
possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acer-
vo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização.

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§ 3º O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comer-


ciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que
envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes
pressupostos: (Incluído pela Lei n. 12.399, de 2011)
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; (In-
cluído pela Lei n. 12.399, de 2011)
II – o capital social deve ser totalmente integralizado; (Incluído pela Lei
n. 12.399, de 2011)
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente
incapaz deve ser representado por seus representantes legais. (Incluído pela
Lei n. 12.399, de 2011)
Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por
disposição de lei, não puder exercer atividade de empresário, nomeará, com
a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.
§ 1º Do mesmo modo será nomeado gerente em todos os casos em que o
juiz entender ser conveniente.
§ 2º A aprovação do juiz não exime o representante ou assistente do me-
nor ou do interdito da responsabilidade pelos atos dos gerentes nomeados.
Art. 976. A prova da emancipação e da autorização do incapaz, nos casos
do art. 974, e a de eventual revogação desta, serão inscritas ou averbadas no
Registro Público de Empresas Mercantis.
Parágrafo único. O uso da nova firma caberá, conforme o caso, ao geren-
te; ou ao representante do incapaz; ou a este, quando puder ser autorizado.
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com
terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de
bens, ou no da separação obrigatória.
Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conju-
gal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o
patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.

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Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no


Registro Público de Empresas Mercantis, os pactos e declarações antenupciais
do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de bens clausulados
de incomunicabilidade ou inalienabilidade.
Art. 980. A sentença que decretar ou homologar a separação judicial do
empresário e o ato de reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes
de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis.

TÍTULO I-A
(Incluído pela Lei n. 12.441, de 2011) (Vigência)
DA EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA

Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será cons-


tituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devida-
mente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salá-
rio-mínimo vigente no País. (Incluído pela Lei n. 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão
"EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de res-
ponsabilidade limitada. (Incluído pela Lei n. 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilida-
de limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalida-
de. (Incluído pela Lei n. 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também pode-
rá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num
único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração.
(Incluído pela Lei n. 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limita-
da constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remune-
ração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem,

1036
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nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vincula-
dos à atividade profissional. (Incluído pela Lei n. 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que
couber, as regras previstas para as sociedades limitadas. (Incluído pela Lei
n. 12.441, de 2011) (Vigência)
§ 7º Somente o patrimônio social da empresa responderá pelas dívidas
da empresa individual de responsabilidade limitada, hipótese em que não se
confundirá, em qualquer situação, com o patrimônio do titular que a consti-
tui, ressalvados os casos de fraude. (Incluído pela Medida Provisória n. 881,
de 2019)

TÍTULO X
DO PENHOR, DA HIPOTECA E DA ANTICRESE
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1.419. Nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem
dado em garantia fica sujeito, por vínculo real, ao cumprimento da obrigação.
Art. 1.420. Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou
dar em anticrese; só os bens que se podem alienar poderão ser dados em
penhor, anticrese ou hipoteca.
§ 1º A propriedade superveniente torna eficaz, desde o registro, as garan-
tias reais estabelecidas por quem não era dono.
§ 2º A coisa comum a dois ou mais proprietários não pode ser dada em
garantia real, na sua totalidade, sem o consentimento de todos; mas cada um
pode individualmente dar em garantia real a parte que tiver.
Art. 1.421. O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não im-
porta exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda
vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação.

1037
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Art. 1.422. O credor hipotecário e o pignoratício têm o direito de excutir a


coisa hipotecada ou empenhada, e preferir, no pagamento, a outros credores,
observada, quanto à hipoteca, a prioridade no registro.
Parágrafo único. Excetuam-se da regra estabelecida neste artigo as dívi-
das que, em virtude de outras leis, devam ser pagas precipuamente a quais-
quer outros créditos.
Art. 1.423. O credor anticrético tem direito a reter em seu poder o bem,
enquanto a dívida não for paga; extingue-se esse direito decorridos quinze
anos da data de sua constituição.
Art. 1.424. Os contratos de penhor, anticrese ou hipoteca declararão, sob
pena de não terem eficácia:
I – o valor do crédito, sua estimação, ou valor máximo;
II – o prazo fixado para pagamento;
III – a taxa dos juros, se houver;
IV – o bem dado em garantia com as suas especificações.
Art. 1.425. A dívida considera-se vencida:
I – se, deteriorando-se, ou depreciando-se o bem dado em segurança,
desfalcar a garantia, e o devedor, intimado, não a reforçar ou substituir;
II – se o devedor cair em insolvência ou falir;
III – se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste
modo se achar estipulado o pagamento. Neste caso, o recebimento posterior
da prestação atrasada importa renúncia do credor ao seu direito de execução
imediata;
IV – se perecer o bem dado em garantia, e não for substituído;
V – se se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se de-
positará a parte do preço que for necessária para o pagamento integral do
credor.

§ 1º Nos casos de perecimento da coisa dada em garantia, esta se sub-

-rogará na indenização do seguro, ou no ressarcimento do dano, em be-

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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nefício do credor, a quem assistirá sobre ela preferência até seu completo

reembolso.

§ 2º Nos casos dos incisos IV e V, só se vencerá a hipoteca antes do

prazo estipulado, se o perecimento, ou a desapropriação recair sobre o bem

dado em garantia, e esta não abranger outras; subsistindo, no caso contrá-

rio, a dívida reduzida, com a respectiva garantia sobre os demais bens, não

desapropriados ou destruídos.

Art. 1.426. Nas hipóteses do artigo anterior, de vencimento antecipado

da dívida, não se compreendem os juros correspondentes ao tempo ainda

não decorrido.

Art. 1.427. Salvo cláusula expressa, o terceiro que presta garantia real

por dívida alheia não fica obrigado a substituí-la, ou reforçá-la, quando,

sem culpa sua, se perca, deteriore, ou desvalorize.

Art. 1.428. É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, antic-

rético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for

paga no vencimento.

Parágrafo único. Após o vencimento, poderá o devedor dar a coisa em

pagamento da dívida.

Art. 1.429. Os sucessores do devedor não podem remir parcialmente

o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus quinhões; qualquer deles,

porém, pode fazê-lo no todo.

Parágrafo único. O herdeiro ou sucessor que fizer a remição fica sub-ro-

gado nos direitos do credor pelas quotas que houver satisfeito.

Art. 1.430. Quando, excutido o penhor, ou executada a hipoteca, o pro-

duto não bastar para pagamento da dívida e despesas judiciais, continuará

o devedor obrigado pessoalmente pelo restante.

1039
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO II
DO PENHOR
Seção I
Da Constituição do Penhor

Art. 1.431. Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que,


em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou
alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação.
Parágrafo único. No penhor rural, industrial, mercantil e de veículos, as
coisas empenhadas continuam em poder do devedor, que as deve guardar e
conservar.
Art. 1.432. O instrumento do penhor deverá ser levado a registro, por
qualquer dos contratantes; o do penhor comum será registrado no Cartório
de Títulos e Documentos.

Seção II
Dos Direitos do Credor Pignoratício

Art. 1.433. O credor pignoratício tem direito:


I – à posse da coisa empenhada;
II – à retenção dela, até que o indenizem das despesas devidamente jus-
tificadas, que tiver feito, não sendo ocasionadas por culpa sua;
III – ao ressarcimento do prejuízo que houver sofrido por vício da coisa
empenhada;
IV – a promover a execução judicial, ou a venda amigável, se lhe permitir
expressamente o contrato, ou lhe autorizar o devedor mediante procuração;
V – a apropriar-se dos frutos da coisa empenhada que se encontra em seu
poder;

1040
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VI – a promover a venda antecipada, mediante prévia autorização judi-


cial, sempre que haja receio fundado de que a coisa empenhada se perca ou
deteriore, devendo o preço ser depositado. O dono da coisa empenhada pode
impedir a venda antecipada, substituindo-a, ou oferecendo outra garantia
real idônea.
Art. 1.434. O credor não pode ser constrangido a devolver a coisa empe-
nhada, ou uma parte dela, antes de ser integralmente pago, podendo o juiz,
a requerimento do proprietário, determinar que seja vendida apenas uma das
coisas, ou parte da coisa empenhada, suficiente para o pagamento do credor.

Seção III
Das Obrigações do Credor Pignoratício

Art. 1.435. O credor pignoratício é obrigado:


I – à custódia da coisa, como depositário, e a ressarcir ao dono a perda
ou deterioração de que for culpado, podendo ser compensada na dívida, até
a concorrente quantia, a importância da responsabilidade;
II – à defesa da posse da coisa empenhada e a dar ciência, ao dono dela,
das circunstâncias que tornarem necessário o exercício de ação possessória;
III – a imputar o valor dos frutos, de que se apropriar (art. 1.433, inciso
V) nas despesas de guarda e conservação, nos juros e no capital da obrigação
garantida, sucessivamente;
IV – a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma vez paga a
dívida;
V – a entregar o que sobeje do preço, quando a dívida for paga, no caso
do inciso IV do art. 1.433.

Seção IV
Da Extinção do Penhor

Art. 1.436. Extingue-se o penhor:

1041
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I – extinguindo-se a obrigação;
II – perecendo a coisa;
III – renunciando o credor;
IV – confundindo-se na mesma pessoa as qualidades de credor e de dono
da coisa;
V – dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a venda da coisa em-
penhada, feita pelo credor ou por ele autorizada.
§ 1º Presume-se a renúncia do credor quando consentir na venda particu-
lar do penhor sem reserva de preço, quando restituir a sua posse ao devedor,
ou quando anuir à sua substituição por outra garantia.
§ 2º Operando-se a confusão tão somente quanto a parte da dívida pigno-
ratícia, subsistirá inteiro o penhor quanto ao resto.
Art. 1.437. Produz efeitos a extinção do penhor depois de averbado o
cancelamento do registro, à vista da respectiva prova.

Seção V
Do Penhor Rural
Subseção I
Disposições Gerais

Art. 1.438. Constitui-se o penhor rural mediante instrumento público ou


particular, registrado no Cartório de Registro de Imóveis da circunscrição em
que estiverem situadas as coisas empenhadas.
Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que garante com
penhor rural, o devedor poderá emitir, em favor do credor, cédula rural pigno-
ratícia, na forma determinada em lei especial.
Art. 1.439. O penhor agrícola e o penhor pecuário não podem ser con-
vencionados por prazos superiores aos das obrigações garantidas. (Redação
dada pela Lei n. 12.873, de 2013)

1042
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Embora vencidos os prazos, permanece a garantia, enquanto subsis-


tirem os bens que a constituem.
§ 2º A prorrogação deve ser averbada à margem do registro respectivo,
mediante requerimento do credor e do devedor.
Art. 1.440. Se o prédio estiver hipotecado, o penhor rural poderá cons-
tituir-se independentemente da anuência do credor hipotecário, mas não lhe
prejudica o direito de preferência, nem restringe a extensão da hipoteca, ao
ser executada.
Art. 1.441. Tem o credor direito a verificar o estado das coisas empenha-
das, inspecionando-as onde se acharem, por si ou por pessoa que credenciar.

Subseção II
Do Penhor Agrícola

Art. 1.442. Podem ser objeto de penhor:


I – máquinas e instrumentos de agricultura;
II – colheitas pendentes, ou em via de formação;
III – frutos acondicionados ou armazenados;
IV – lenha cortada e carvão vegetal;
V – animais do serviço ordinário de estabelecimento agrícola.
Art. 1.443. O penhor agrícola que recai sobre colheita pendente, ou em
via de formação, abrange a imediatamente seguinte, no caso de frustrar-se
ou ser insuficiente a que se deu em garantia.
Parágrafo único. Se o credor não financiar a nova safra, poderá o devedor
constituir com outrem novo penhor, em quantia máxima equivalente à do pri-
meiro; o segundo penhor terá preferência sobre o primeiro, abrangendo este
apenas o excesso apurado na colheita seguinte.

Subseção III
Do Penhor Pecuário

Art. 1.444. Podem ser objeto de penhor os animais que integram a ativi-
dade pastoril, agrícola ou de lacticínios.

1043
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Art. 1.445. O devedor não poderá alienar os animais empenhados sem


prévio consentimento, por escrito, do credor.
Parágrafo único. Quando o devedor pretende alienar o gado empenhado
ou, por negligência, ameace prejudicar o credor, poderá este requerer se
depositem os animais sob a guarda de terceiro, ou exigir que se lhe pague a
dívida de imediato.
Art. 1.446. Os animais da mesma espécie, comprados para substituir os
mortos, ficam sub-rogados no penhor.
Parágrafo único. Presume-se a substituição prevista neste artigo, mas não
terá eficácia contra terceiros, se não constar de menção adicional ao respec-
tivo contrato, a qual deverá ser averbada.

Seção VI
Do Penhor Industrial e Mercantil

Art. 1.447. Podem ser objeto de penhor máquinas, aparelhos, materiais,


instrumentos, instalados e em funcionamento, com os acessórios ou sem
eles; animais, utilizados na indústria; sal e bens destinados à exploração das
salinas; produtos de suinocultura, animais destinados à industrialização de
carnes e derivados; matérias-primas e produtos industrializados.
Parágrafo único. Regula-se pelas disposições relativas aos armazéns ge-
rais o penhor das mercadorias neles depositadas.
Art. 1.448. Constitui-se o penhor industrial, ou o mercantil, mediante ins-
trumento público ou particular, registrado no Cartório de Registro de Imóveis
da circunscrição onde estiverem situadas as coisas empenhadas.
Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida, que garante com
penhor industrial ou mercantil, o devedor poderá emitir, em favor do credor,
cédula do respectivo crédito, na forma e para os fins que a lei especial deter-
minar.

1044
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 1.449. O devedor não pode, sem o consentimento por escrito do cre-
dor, alterar as coisas empenhadas ou mudar-lhes a situação, nem delas dis-
por. O devedor que, anuindo o credor, alienar as coisas empenhadas, deverá
repor outros bens da mesma natureza, que ficarão sub-rogados no penhor.
Art. 1.450. Tem o credor direito a verificar o estado das coisas empenha-
das, inspecionando-as onde se acharem, por si ou por pessoa que credenciar.

Seção VII
Do Penhor de Direitos e Títulos de Crédito

Art. 1.451. Podem ser objeto de penhor direitos, suscetíveis de cessão,


sobre coisas móveis.
Art. 1.452. Constitui-se o penhor de direito mediante instrumento público
ou particular, registrado no Registro de Títulos e Documentos.
Parágrafo único. O titular de direito empenhado deverá entregar ao credor
pignoratício os documentos comprobatórios desse direito, salvo se tiver inte-
resse legítimo em conservá-los.
Art. 1.453. O penhor de crédito não tem eficácia senão quando notificado
ao devedor; por notificado tem-se o devedor que, em instrumento público ou
particular, declarar-se ciente da existência do penhor.
Art. 1.454. O credor pignoratício deve praticar os atos necessários à con-
servação e defesa do direito empenhado e cobrar os juros e mais prestações
acessórias compreendidas na garantia.
Art. 1.455. Deverá o credor pignoratício cobrar o crédito empenhado,
assim que se torne exigível. Se este consistir numa prestação pecuniária,
depositará a importância recebida, de acordo com o devedor pignoratício, ou
onde o juiz determinar; se consistir na entrega da coisa, nesta se sub-rogará
o penhor.

1045
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Estando vencido o crédito pignoratício, tem o credor di-

reito a reter, da quantia recebida, o que lhe é devido, restituindo o restante

ao devedor; ou a excutir a coisa a ele entregue.


Art. 1.456. Se o mesmo crédito for objeto de vários penhores, só ao
credor pignoratício, cujo direito prefira aos demais, o devedor deve pagar;
responde por perdas e danos aos demais credores o credor preferente que,
notificado por qualquer um deles, não promover oportunamente a cobrança.
Art. 1.457. O titular do crédito empenhado só pode receber o pagamento
com a anuência, por escrito, do credor pignoratício, caso em que o penhor se
extinguirá.
Art. 1.458. O penhor, que recai sobre título de crédito, constitui-se me-
diante instrumento público ou particular ou endosso pignoratício, com a tra-
dição do título ao credor, regendo-se pelas Disposições Gerais deste Título e,
no que couber, pela presente Seção.
Art. 1.459. Ao credor, em penhor de título de crédito, compete o direito de:
I – conservar a posse do título e recuperá-la de quem quer que o detenha;
II – usar dos meios judiciais convenientes para assegurar os seus direitos,
e os do credor do título empenhado;
III – fazer intimar ao devedor do título que não pague ao seu credor, en-
quanto durar o penhor;
IV – receber a importância consubstanciada no título e os respectivos juros,
se exigíveis, restituindo o título ao devedor, quando este solver a obrigação.
Art. 1.460. O devedor do título empenhado que receber a intimação pre-
vista no inciso III do artigo antecedente, ou se der por ciente do penhor, não
poderá pagar ao seu credor. Se o fizer, responderá solidariamente por este,
por perdas e danos, perante o credor pignoratício.
Parágrafo único. Se o credor der quitação ao devedor do título empenhado,
deverá saldar imediatamente a dívida, em cuja garantia se constituiu o penhor.

1046
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Seção VIII
Do Penhor de Veículos

Art. 1.461. Podem ser objeto de penhor os veículos empregados em qual-


quer espécie de transporte ou condução.
Art. 1.462. Constitui-se o penhor, a que se refere o artigo antecedente,
mediante instrumento público ou particular, registrado no Cartório de Títulos e
Documentos do domicílio do devedor, e anotado no certificado de propriedade.
Parágrafo único. Prometendo pagar em dinheiro a dívida garantida com
o penhor, poderá o devedor emitir cédula de crédito, na forma e para os fins
que a lei especial determinar.
Art. 1.463. Não se fará o penhor de veículos sem que estejam previamen-
te segurados contra furto, avaria, perecimento e danos causados a terceiros.
Art. 1.464. Tem o credor direito a verificar o estado do veículo empenha-
do, inspecionando-o onde se achar, por si ou por pessoa que credenciar.
Art. 1.465. A alienação, ou a mudança, do veículo empenhado sem
prévia comunicação ao credor importa no vencimento antecipado do crédito
pignoratício.
Art. 1.466. O penhor de veículos só se pode convencionar pelo prazo
máximo de dois anos, prorrogável até o limite de igual tempo, averbada a
prorrogação à margem do registro respectivo.

Seção IX
Do Penhor Legal

Art. 1.467. São credores pignoratícios, independentemente de convenção:


I – os hospedeiros, ou fornecedores de pousada ou alimento, sobre as
bagagens, móveis, joias ou dinheiro que os seus consumidores ou fregueses
tiverem consigo nas respectivas casas ou estabelecimentos, pelas despesas
ou consumo que aí tiverem feito;

1047
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – o dono do prédio rústico ou urbano, sobre os bens móveis que o


rendeiro ou inquilino tiver guarnecendo o mesmo prédio, pelos aluguéis ou
rendas.
Art. 1.468. A conta das dívidas enumeradas no inciso I do artigo ante-
cedente será extraída conforme a tabela impressa, prévia e ostensivamente
exposta na casa, dos preços de hospedagem, da pensão ou dos gêneros for-
necidos, sob pena de nulidade do penhor.
Art. 1.469. Em cada um dos casos do art. 1.467, o credor poderá tomar
em garantia um ou mais objetos até o valor da dívida.
Art. 1.470. Os credores, compreendidos no art. 1.467, podem fazer efe-
tivo o penhor, antes de recorrerem à autoridade judiciária, sempre que haja
perigo na demora, dando aos devedores comprovante dos bens de que se
apossarem.
Art. 1.471. Tomado o penhor, requererá o credor, ato contínuo, a sua ho-
mologação judicial.
Art. 1.472. Pode o locatário impedir a constituição do penhor mediante
caução idônea.

CAPÍTULO III
DA HIPOTECA
Seção I
Disposições Gerais

Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca:


I – os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com eles;
II – o domínio direto;
III – o domínio útil;
IV – as estradas de ferro;
V – os recursos naturais a que se refere o art. 1.230, independentemente
do solo onde se acham;

1048
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VI – os navios;
VII – as aeronaves.
VIII – o direito de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei n.
11.481, de 2007)
IX – o direito real de uso; (Incluído pela Lei n. 11.481, de 2007)
X – a propriedade superficiária. (Incluído pela Lei n. 11.481, de 2007)
§ 1º A hipoteca dos navios e das aeronaves reger-se-á pelo disposto em
lei especial. (Renumerado do parágrafo único pela Lei n. 11.481, de 2007)
§ 2º Os direitos de garantia instituídos nas hipóteses dos incisos IX e X
do caput deste artigo ficam limitados à duração da concessão ou direito de
superfície, caso tenham sido transferidos por período determinado. (Incluído
pela Lei n. 11.481, de 2007)
Art. 1.474. A hipoteca abrange todas as acessões, melhoramentos ou
construções do imóvel. Subsistem os ônus reais constituídos e registrados,
anteriormente à hipoteca, sobre o mesmo imóvel.
Art. 1.475. É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel
hipotecado.
Parágrafo único. Pode convencionar-se que vencerá o crédito hipotecário,
se o imóvel for alienado.
Art. 1.476. O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca
sobre ele, mediante novo título, em favor do mesmo ou de outro credor.
Art. 1.477. Salvo o caso de insolvência do devedor, o credor da segunda
hipoteca, embora vencida, não poderá executar o imóvel antes de vencida a
primeira.
Parágrafo único. Não se considera insolvente o devedor por faltar ao paga-
mento das obrigações garantidas por hipotecas posteriores à primeira.
Art. 1.478. Se o devedor da obrigação garantida pela primeira hipoteca
não se oferecer, no vencimento, para pagá-la, o credor da segunda pode pro-
mover-lhe a extinção, consignando a importância e citando o primeiro credor
para recebê-la e o devedor para pagá-la; se este não pagar, o segundo credor,

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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efetuando o pagamento, se sub-rogará nos direitos da hipoteca anterior, sem


prejuízo dos que lhe competirem contra o devedor comum.
Parágrafo único. Se o primeiro credor estiver promovendo a execução da
hipoteca, o credor da segunda depositará a importância do débito e as des-
pesas judiciais.
Art. 1.479. O adquirente do imóvel hipotecado, desde que não se tenha
obrigado pessoalmente a pagar as dívidas aos credores hipotecários
Art. 1.480. O adquirente notificará o vendedor e os credores hipotecários,
deferindo-lhes, conjuntamente, a posse do imóvel, ou o depositará em juízo.
Parágrafo único. Poderá o adquirente exercer a faculdade de abandonar o
imóvel hipotecado, até as vinte e quatro horas subsequentes à citação, com
que se inicia o procedimento executivo.
Art. 1.481. Dentro em trinta dias, contados do registro do título aquisi-
tivo, tem o adquirente do imóvel hipotecado o direito de remi-lo, citando os
credores hipotecários e propondo importância não inferior ao preço por que
o adquiriu.
§ 1º Se o credor impugnar o preço da aquisição ou a importância ofere-
cida, realizar-se-á licitação, efetuando-se a venda judicial a quem oferecer
maior preço, assegurada preferência ao adquirente do imóvel.
§ 2º Não impugnado pelo credor, o preço da aquisição ou o preço proposto
pelo adquirente, haver-se-á por definitivamente fixado para a remissão do
imóvel, que ficará livre de hipoteca, uma vez pago ou depositado o preço.
§ 3º Se o adquirente deixar de remir o imóvel, sujeitando-o a execu-
ção, ficará obrigado a ressarcir os credores hipotecários da desvalorização
que, por sua culpa, o mesmo vier a sofrer, além das despesas judiciais da
execução.
§ 4º Disporá de ação regressiva contra o vendedor o adquirente que ficar
privado do imóvel em consequência de licitação ou penhora, o que pagar a
hipoteca, o que, por causa de adjudicação ou licitação, desembolsar com o

1050
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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pagamento da hipoteca importância excedente à da compra e o que suportar


custas e despesas judiciais.
Art. 1.482. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 1.483. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 1.484. É lícito aos interessados fazer constar das escrituras o valor
entre si ajustado dos imóveis hipotecados, o qual, devidamente atualizado,
será a base para as arrematações, adjudicações e remições, dispensada a
avaliação.
Art. 1.485. Mediante simples averbação, requerida por ambas as partes,
poderá prorrogar-se a hipoteca, até 30 (trinta) anos da data do contrato.
Desde que perfaça esse prazo, só poderá subsistir o contrato de hipoteca re-
constituindo-se por novo título e novo registro; e, nesse caso, lhe será manti-
da a precedência, que então lhe competir. (Redação dada pela Lei n. 10.931,
de 2004)
Art. 1.486. Podem o credor e o devedor, no ato constitutivo da hipoteca,
autorizar a emissão da correspondente cédula hipotecária, na forma e para os
fins previstos em lei especial.
Art. 1.487. A hipoteca pode ser constituída para garantia de dívida futu-
ra ou condicionada, desde que determinado o valor máximo do crédito a ser
garantido.
§ 1º Nos casos deste artigo, a execução da hipoteca dependerá de prévia
e expressa concordância do devedor quanto à verificação da condição, ou ao
montante da dívida.
§ 2º Havendo divergência entre o credor e o devedor, caberá àquele fazer
prova de seu crédito. Reconhecido este, o devedor responderá, inclusive, por
perdas e danos, em razão da superveniente desvalorização do imóvel.
Art. 1.488. Se o imóvel, dado em garantia hipotecária, vier a ser lotea-
do, ou se nele se constituir condomínio edilício, poderá o ônus ser dividido,
gravando cada lote ou unidade autônoma, se o requererem ao juiz o credor,

1051
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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o devedor ou os donos, obedecida a proporção entre o valor de cada um deles


e o crédito.
§ 1º O credor só poderá se opor ao pedido de desmembramento do ônus,
provando que o mesmo importa em diminuição de sua garantia.
§ 2º Salvo convenção em contrário, todas as despesas judiciais ou extra-
judiciais necessárias ao desmembramento do ônus correm por conta de quem
o requerer.
§ 3º O desmembramento do ônus não exonera o devedor originário da
responsabilidade a que se refere o art. 1.430, salvo anuência do credor.

Seção II
Da Hipoteca Legal

Art. 1.489. A lei confere hipoteca:


I – às pessoas de direito público interno (art. 41) sobre os imóveis perten-
centes aos encarregados da cobrança, guarda ou administração dos respecti-
vos fundos e rendas;
II  – aos filhos, sobre os imóveis do pai ou da mãe que passar a outras
núpcias, antes de fazer o inventário do casal anterior;
III – ao ofendido, ou aos seus herdeiros, sobre os imóveis do delinquente,
para satisfação do dano causado pelo delito e pagamento das despesas judi-
ciais;
IV – ao co-herdeiro, para garantia do seu quinhão ou torna da partilha,
sobre o imóvel adjudicado ao herdeiro reponente;
V – ao credor sobre o imóvel arrematado, para garantia do pagamento do
restante do preço da arrematação.
Art. 1.490. O credor da hipoteca legal, ou quem o represente, poderá,
provando a insuficiência dos imóveis especializados, exigir do devedor que
seja reforçado com outros.
Art. 1.491. A hipoteca legal pode ser substituída por caução de títulos da
dívida pública federal ou estadual, recebidos pelo valor de sua cotação míni-

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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ma no ano corrente; ou por outra garantia, a critério do juiz, a requerimento


do devedor.

Seção III
Do Registro da Hipoteca

Art. 1.492. As hipotecas serão registradas no cartório do lugar do imóvel,


ou no de cada um deles, se o título se referir a mais de um.
Parágrafo único. Compete aos interessados, exibido o título, requerer o
registro da hipoteca.
Art. 1.493. Os  registros e averbações seguirão a ordem em que forem
requeridas, verificando-se ela pela da sua numeração sucessiva no protocolo.
Parágrafo único. O número de ordem determina a prioridade, e esta a pre-
ferência entre as hipotecas.
Art. 1.494. Não se registrarão no mesmo dia duas hipotecas, ou uma
hipoteca e outro direito real, sobre o mesmo imóvel, em favor de pessoas di-
versas, salvo se as escrituras, do mesmo dia, indicarem a hora em que foram
lavradas.
Art. 1.495. Quando se apresentar ao oficial do registro título de
hipoteca que mencione a constituição de anterior, não registrada, so-
brestará ele na inscrição da nova, depois de a prenotar, até trinta
dias, aguardando que o interessado inscreva a precedente; esgotado o
prazo, sem que se requeira a inscrição desta, a hipoteca ulterior será
registrada e obterá preferência.
Art. 1.496. Se tiver dúvida sobre a legalidade do registro requerido,
o  oficial fará, ainda assim, a prenotação do pedido. Se a dúvida, dentro
em noventa dias, for julgada improcedente, o registro efetuar-se-á com o
mesmo número que teria na data da prenotação; no caso contrário, can-
celada esta, receberá o registro o número correspondente à data em que
se tornar a requerer.

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Art. 1.497. As hipotecas legais, de qualquer natureza, deverão ser regis-


tradas e especializadas.
§ 1º O registro e a especialização das hipotecas legais incumbem a quem
está obrigado a prestar a garantia, mas os interessados podem promover a
inscrição delas, ou solicitar ao Ministério Público que o faça.
§ 2º As pessoas, às quais incumbir o registro e a especialização das hipo-
tecas legais, estão sujeitas a perdas e danos pela omissão.
Art. 1.498. Vale o registro da hipoteca, enquanto a obrigação perdurar;
mas a especialização, em completando vinte anos, deve ser renovada.

Seção IV
Da Extinção da Hipoteca

Art. 1.499. A hipoteca extingue-se:


I – pela extinção da obrigação principal;
II – pelo perecimento da coisa;
III – pela resolução da propriedade;
IV – pela renúncia do credor;
V – pela remição;
VI – pela arrematação ou adjudicação.
Art. 1.500. Extingue-se ainda a hipoteca com a averbação, no Registro de
Imóveis, do cancelamento do registro, à vista da respectiva prova.
Art. 1.501. Não extinguirá a hipoteca, devidamente registrada, a arre-
matação ou adjudicação, sem que tenham sido notificados judicialmente os
respectivos credores hipotecários, que não forem de qualquer modo partes
na execução.

Seção V
Da Hipoteca de Vias Férreas

Art. 1.502. As hipotecas sobre as estradas de ferro serão registradas no


Município da estação inicial da respectiva linha.

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Art. 1.503. Os credores hipotecários não podem embaraçar a exploração


da linha, nem contrariar as modificações, que a administração deliberar, no
leito da estrada, em suas dependências, ou no seu material.
Art. 1.504. A hipoteca será circunscrita à linha ou às linhas especificadas
na escritura e ao respectivo material de exploração, no estado em que ao
tempo da execução estiverem; mas os credores hipotecários poderão opor-se
à venda da estrada, à de suas linhas, de seus ramais ou de parte considerável
do material de exploração; bem como à fusão com outra empresa, sempre
que com isso a garantia do débito enfraquecer.
Art. 1.505. Na execução das hipotecas será intimado o representante da
União ou do Estado, para, dentro em quinze dias, remir a estrada de ferro
hipotecada, pagando o preço da arrematação ou da adjudicação.

CAPÍTULO IV
DA ANTICRESE

Art. 1.506. Pode o devedor ou outrem por ele, com a entrega do imóvel


ao credor, ceder-lhe o direito de perceber, em compensação da dívida, os fru-
tos e rendimentos.
§ 1º É permitido estipular que os frutos e rendimentos do imóvel sejam
percebidos pelo credor à conta de juros, mas se o seu valor ultrapassar a taxa
máxima permitida em lei para as operações financeiras, o remanescente será
imputado ao capital.
§ 2º Quando a anticrese recair sobre bem imóvel, este poderá ser hipote-
cado pelo devedor ao credor anticrético, ou a terceiros, assim como o imóvel
hipotecado poderá ser dado em anticrese.
Art. 1.507. O credor anticrético pode administrar os bens dados em an-
ticrese e fruir seus frutos e utilidades, mas deverá apresentar anualmente
balanço, exato e fiel, de sua administração.

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§ 1º Se o devedor anticrético não concordar com o que se contém no ba-


lanço, por ser inexato, ou ruinosa a administração, poderá impugná-lo, e, se
o quiser, requerer a transformação em arrendamento, fixando o juiz o valor
mensal do aluguel, o qual poderá ser corrigido anualmente.
§ 2º O credor anticrético pode, salvo pacto em sentido contrário, arrendar
os bens dados em anticrese a terceiro, mantendo, até ser pago, direito de re-
tenção do imóvel, embora o aluguel desse arrendamento não seja vinculativo
para o devedor.
Art. 1.508. O  credor anticrético responde pelas deteriorações que, por
culpa sua, o imóvel vier a sofrer, e pelos frutos e rendimentos que, por sua
negligência, deixar de perceber.
Art. 1.509. O credor anticrético pode vindicar os seus direitos contra o
adquirente dos bens, os credores quirografários e os hipotecários posteriores
ao registro da anticrese.
§ 1º Se executar os bens por falta de pagamento da dívida, ou permitir
que outro credor o execute, sem opor o seu direito de retenção ao exequente,
não terá preferência sobre o preço.
§ 2º O credor anticrético não terá preferência sobre a indenização do se-
guro, quando o prédio seja destruído, nem, se forem desapropriados os bens,
com relação à desapropriação.
Art. 1.510. O adquirente dos bens dados em anticrese poderá remi-los,
antes do vencimento da dívida, pagando a sua totalidade à data do pedido de
remição e imitir-se-á, se for o caso, na sua posse.

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LEI N. 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990


Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:

TÍTULO I
DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º O presente código estabelece normas de proteção e defesa do


consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5º,
inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposi-
ções Transitórias.
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza
produto ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ain-
da que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desen-
volvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transforma-
ção, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.
§ 1º Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, me-
diante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito
e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

1057
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO II
DA POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES DE CONSUMO

Art. 4º A Política Nacional de Relações de Consumo tem por objetivo o


atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito a sua dignidade,
saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da
sua qualidade de vida, bem como a transferência e harmonia das relações de
consumo, atendidos os seguintes princípios:
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o
atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade,
saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da
sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de
consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei n. 9.008,
de 21.3.1995)
I – reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de con-
sumo;
II – ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumi-
dor:
a) por iniciativa direta;
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representa-
tivas;
c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qua-
lidade, segurança, durabilidade e desempenho.
III – harmonização dos interesses dos participantes das relações de con-
sumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de
desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios
nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal),
sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e
fornecedores;

1058
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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IV – educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos


seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;
V – incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle
de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos
alternativos de solução de conflitos de consumo;
VI  – coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no
mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida
de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos
distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores;
VII – racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII – estudo constante das modificações do mercado de consumo.
Art. 5º Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo,
contará o poder público com os seguintes instrumentos, entre outros:
I – manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consu-
midor carente;
II – instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no
âmbito do Ministério Público;
III – criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de
consumidores vítimas de infrações penais de consumo;
IV – criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especiali-
zadas para a solução de litígios de consumo;
V – concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações
de Defesa do Consumidor.
§ 1º (Vetado).
§ 2º (Vetado).

CAPÍTULO III
DOS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:

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I – a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por


práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou
nocivos;
II – a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e
serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e ser-
viços, com especificação correta de quantidade, características, composição,
qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e ser-
viços, com especificação correta de quantidade, características, composição,
qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apre-
sentem; (Redação dada pela Lei n. 12.741, de 2012) Vigência
IV – a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comer-
ciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas
ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
V – a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as
tornem excessivamente onerosas;
VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, in-
dividuais, coletivos e difusos;
VII – o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à pre-
venção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos
ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos ne-
cessitados;
VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do
ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for
verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras
ordinárias de experiências;
IX – (Vetado);
X – a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

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Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput  deste


artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado o disposto em
regulamento. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 7º Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes
de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da
legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades
administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princípios ge-
rais do direito, analogia, costumes e equidade.
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão
solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo.

CAPÍTULO IV
DA QUALIDADE DE PRODUTOS E SERVIÇOS, DA PREVENÇÃO E DA
REPARAÇÃO DOS DANOS
Seção I
Da Proteção à Saúde e Segurança

Art. 8º Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não


acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os con-
siderados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição,
obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações
necessárias e adequadas a seu respeito.
Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe
prestar as informações a que se refere este artigo, através de impressos
apropriados que devam acompanhar o produto.
§ 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar as
informações a que se refere este artigo, através de impressos apropriados
que devam acompanhar o produto. (Redação dada pela Lei n. 13.486, de
2017)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º O fornecedor deverá higienizar os equipamentos e utensílios utiliza-


dos no fornecimento de produtos ou serviços, ou colocados à disposição do
consumidor, e informar, de maneira ostensiva e adequada, quando for o caso,
sobre o risco de contaminação. (Incluído pela Lei n. 13.486, de 2017)
Art. 9º O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou
perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e
adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da
adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto.
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produ-
to ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade
ou periculosidade à saúde ou segurança.
§ 1º O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua in-
trodução no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que
apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades compe-
tentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários.
§ 2º Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo anterior serão
veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do fornecedor do pro-
duto ou serviço.
§ 3º Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de produtos ou
serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a União, os Estados, o Dis-
trito Federal e os Municípios deverão informá-los a respeito.
Art. 11. (Vetado).

Seção II
Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro,


e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes
de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apre-
sentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele


legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias rele-
vantes, entre as quais:
I – sua apresentação;
II – o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III – a época em que foi colocado em circulação.
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor
qualidade ter sido colocado no mercado.
§ 3º O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será res-
ponsabilizado quando provar:
I – que não colocou o produto no mercado;
II – que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
III – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo
anterior, quando:
I – o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser
identificados;
II – o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, pro-
dutor, construtor ou importador;
III – não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá
exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua
participação na causação do evento danoso.
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da exis-
tência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insu-
ficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1º O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o con-
sumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias
relevantes, entre as quais:

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – o modo de seu fornecimento;


II – o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III – a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
§ 3º O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I – que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II – a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
§ 4º A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada
mediante a verificação de culpa.
Art. 15. (Vetado).
Art. 16. (Vetado).
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores to-
das as vítimas do evento.

SEÇÃO III
DA RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO E DO SERVIÇO

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não durá-


veis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que
os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes
diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a
indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem
publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o
consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I – a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas
condições de uso;
II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,
sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – o abatimento proporcional do preço.


§ 2º Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo
previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior
a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá
ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do con-
sumidor.
§ 3º O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1º
deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das
partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto,
diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.
§ 4º Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1º deste
artigo, e não sendo possível a substituição do bem, poderá haver substituição
por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação
ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do disposto nos
incisos II e III do § 1º deste artigo.
§ 5º No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável
perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto quando identificado cla-
ramente seu produtor.
§ 6º São impróprios ao uso e consumo:
I – os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
II – os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsifica-
dos, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda,
aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distri-
buição ou apresentação;
III – os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao
fim a que se destinam.
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quan-
tidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua
natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do reci-
piente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – o abatimento proporcional do preço;


II – complementação do peso ou medida;
III – a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou
modelo, sem os aludidos vícios;
IV – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,
sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
§ 1º Aplica-se a este artigo o disposto no § 4º do artigo anterior.
§ 2º O fornecedor imediato será responsável quando fizer a pesagem ou
a medição e o instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões
oficiais.
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que
os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por
aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta
ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e
à sua escolha:
I – a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,
sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III – o abatimento proporcional do preço.
§ 1º A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devida-
mente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
§ 2º São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins
que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam
as normas regulamentares de prestabilidade.
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por objetivo a repara-
ção de qualquer produto considerar-se-á implícita a obrigação do fornecedor
de empregar componentes de reposição originais adequados e novos, ou que
mantenham as especificações técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes
últimos, autorização em contrário do consumidor.
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias,
permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obri-

1066
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

gados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos es-


senciais, contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obri-
gações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cum-
pri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste código.
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por ina-
dequação dos produtos e serviços não o exime de responsabilidade.
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe
de termo expresso, vedada a exoneração contratual do fornecedor.
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite,
exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções an-
teriores.
§ 1º Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos res-
ponderão solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções anterio-
res.
§ 2º Sendo o dano causado por componente ou peça incorporada ao pro-
duto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabricante, construtor ou
importador e o que realizou a incorporação.

Seção IV
Da Decadência e da Prescrição

Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constata-


ção caduca em:
I – trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não
duráveis;
II – noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos
duráveis.
§ 1º Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva
do produto ou do término da execução dos serviços.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º Obstam a decadência:
I – a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante
o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente,
que deve ser transmitida de forma inequívoca;
II – (Vetado).
III – a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
§ 3º Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momen-
to em que ficar evidenciado o defeito.
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos
causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capí-
tulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e
de sua autoria.
Parágrafo único. (Vetado).

Seção V
Da Desconsideração da Personalidade Jurídica

Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da socieda-


de quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso
de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou con-
trato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falên-
cia, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
provocados por má administração.
§ 1º (Vetado).
§ 2º As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades
controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes
deste código.
§ 3º As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas
obrigações decorrentes deste código.
§ 4º As sociedades coligadas só responderão por culpa.

1068
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 5º Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua


personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos
causados aos consumidores.

CAPÍTULO V
DAS PRÁTICAS COMERCIAIS
Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos con-


sumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele
previstas.

Seção II
Da Oferta

Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veicu-


lada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e
serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular
ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegu-
rar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa
sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, ga-
rantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os
riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.
Parágrafo único. As informações de que trata este artigo, nos produtos re-
frigerados oferecidos ao consumidor, serão gravadas de forma indelével. (In-
cluído pela Lei n. 11.989, de 2009)
Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de
componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou im-
portação do produto.

1069
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser


mantida por período razoável de tempo, na forma da lei.
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal,
deve constar o nome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e
em todos os impressos utilizados na transação comercial.
Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e serviços por telefone,
quando a chamada for onerosa ao consumidor que a origina. (Incluído pela
Lei n. 11.800, de 2008).
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável
pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos.
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à
oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente
e à sua livre escolha:
I – exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta,
apresentação ou publicidade;
II – aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
III – rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventual-
mente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.

Seção III
Da Publicidade

Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor,


fácil e imediatamente, a identifique como tal.
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou servi-
ços, manterá, em seu poder, para informação dos legítimos interessados, os
dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem.
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 1º É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação
de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito


da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem,
preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
§ 2º É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer
natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se apro-
veite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valo-
res ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de
forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
§ 3º Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão
quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.
§ 4º (Vetado).
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou co-
municação publicitária cabe a quem as patrocina.

Seção IV
Das Práticas Abusivas

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços:


Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras
práticas abusivas: (Redação dada pela Lei n. 8.884, de 11.6.1994)
I – condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento
de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantita-
tivos;
II – recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata me-
dida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os
usos e costumes;
III – enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer
produto, ou fornecer qualquer serviço;
IV – prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em
vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe
seus produtos ou serviços;

1071
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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V – exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;


VI – executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autoriza-
ção expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anterio-
res entre as partes;
VII – repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo
consumidor no exercício de seus direitos;
VIII – colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em
desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se
normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Téc-
nicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);
IX – deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou
deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério;
IX – recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a
quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os
casos de intermediação regulados em leis especiais; (Redação dada pela Lei
n. 8.884, de 11.6.1994)
X – (Vetado).
X – elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços. (Incluído pela
Lei n. 8.884, de 11.6.1994)
XI – Dispositivo incluído pela MPV n. 1.890-67, de 22.10.1999, transfor-
mado em inciso XIII, quando da conversão na Lei n. 9.870, de 23.11.1999
XII – deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou
deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério. (Incluído pela Lei
n. 9.008, de 21.3.1995)
XIII – aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratual-
mente estabelecido. (Incluído pela Lei n. 9.870, de 23.11.1999)
XIV – permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de serviços
de um número maior de consumidores que o fixado pela autoridade adminis-
trativa como máximo. (Incluído pela Lei n. 13.425, de 2017)

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Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou en-


tregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às
amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.
Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumi-
dor orçamento prévio discriminando o valor da mão de obra, dos materiais e
equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como
as datas de início e término dos serviços.
§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo pra-
zo de dez dias, contado de seu recebimento pelo consumidor.
§ 2º Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraen-
tes e somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes.
§ 3º O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos de-
correntes da contratação de serviços de terceiros não previstos no orçamento
prévio.
Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao
regime de controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores deverão
respeitar os limites oficiais sob pena de não o fazendo, responderem pela
restituição da quantia recebida em excesso, monetariamente atualizada, po-
dendo o consumidor exigir à sua escolha, o desfazimento do negócio, sem
prejuízo de outras sanções cabíveis.

Seção V
Da Cobrança de Dívidas

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será ex-


posto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou
ameaça.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito
à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso,
acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano
justificável.

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Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados


ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço e o número de inscrição
no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Ju-
rídica – CNPJ do fornecedor do produto ou serviço correspondente. (Incluído
pela Lei n. 12.039, de 2009)

Seção VI
Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores

Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às


informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de
consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes.
§ 1º Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros,
verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter infor-
mações negativas referentes a período superior a cinco anos.
§ 2º A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo
deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por
ele.
§ 3º O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e
cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no pra-
zo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das
informações incorretas.
§ 4º Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços
de proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter
público.
§ 5º Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumi-
dor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito,
quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo acesso ao cré-
dito junto aos fornecedores.

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§ 6º Todas as informações de que trata o caput deste artigo devem ser


disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a pessoa com defici-
ência, mediante solicitação do consumidor. (Incluído pela Lei n. 13.146, de
2015) (Vigência)
Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão cadastros
atualizados de reclamações fundamentadas contra fornecedores de produtos
e serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente. A divulgação indicará se
a reclamação foi atendida ou não pelo fornecedor.
§ 1º É facultado o acesso às informações lá constantes para orientação e
consulta por qualquer interessado.
§ 2º Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mesmas regras enuncia-
das no artigo anterior e as do parágrafo único do art. 22 deste código.
Art. 45. (Vetado).

CAPÍTULO VI
DA PROTEÇÃO CONTRATUAL
Seção I
Disposições Gerais

Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão


os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimen-
to prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos
de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais
favorável ao consumidor.
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, re-
cibos e pré-contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor,
ensejando inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a
contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço,

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sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer


fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento
previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, du-
rante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente
atualizados.
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida
mediante termo escrito.
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado
e esclarecer, de maneira adequada em que consiste a mesma garantia, bem
como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a car-
go do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo
fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de instrução,
de instalação e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações.

Seção II
Das Cláusulas Abusivas

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais


relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
I – impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do forne-
cedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem
renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o forne-
cedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em
situações justificáveis;
II – subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga,
nos casos previstos neste código;
III – transfiram responsabilidades a terceiros;

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IV  – estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que colo-


quem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis
com a boa-fé ou a equidade;
V – (Vetado);
VI – estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;
VII – determinem a utilização compulsória de arbitragem;
VIII – imponham representante para concluir ou realizar outro negócio
jurídico pelo consumidor;
IX – deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora
obrigando o consumidor;
X – permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço
de maneira unilateral;
XI – autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem
que igual direito seja conferido ao consumidor;
XII – obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua
obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
XIII – autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou
a qualidade do contrato, após sua celebração;
XIV – infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
XV – estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
XVI – possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias
necessárias.
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
I – ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;
II – restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do
contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;
III – se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, consideran-
do-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras cir-
cunstâncias peculiares ao caso.

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§ 2º A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contra-


to, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decor-
rer ônus excessivo a qualquer das partes.
§ 3º (Vetado).
§ 4º É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente re-
querer ao Ministério Público que ajuíze a competente ação para ser declarada
a nulidade de cláusula contratual que contrarie o disposto neste código ou de
qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das
partes.
Art. 52. No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de
crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá,
entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente sobre:
I – preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;
II – montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;
III – acréscimos legalmente previstos;
IV – número e periodicidade das prestações;
V – soma total a pagar, com e sem financiamento.
§ 1º As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigação no
seu termo não poderão ser superiores a dez por cento do valor da prestação.
§ 1º As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no
seu termo não poderão ser superiores a dois por cento do valor da prestação.
(Redação dada pela Lei n. 9.298, de 1º.8.1996)
§ 2º É assegurado ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total ou
parcialmente, mediante redução proporcional dos juros e demais acréscimos.
§ 3º (Vetado).
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante
pagamento em prestações, bem como nas alienações fiduciárias em garantia,
consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que estabeleçam a perda
total das prestações pagas em benefício do credor que, em razão do inadim-
plemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada do produto alienado.

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§ 1º (Vetado).
§ 2º Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a com-
pensação ou a restituição das parcelas quitadas, na forma deste artigo, terá
descontada, além da vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuí-
zos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo.
§ 3º Os contratos de que trata o caput deste artigo serão expressos em
moeda corrente nacional.

Seção III
Dos Contratos de Adesão

Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido apro-


vadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo for-
necedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou
modificar substancialmente seu conteúdo. 
§ 1º A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de
adesão do contrato.
§ 2º Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a
alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no
§ 2º do artigo anterior.
§ 3º Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e
com caracteres ostensivos e legíveis, de modo a facilitar sua compreensão
pelo consumidor.
§ 3º Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e
com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior
ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. (Reda-
ção dada pela n. 11.785, de 2008)
§ 4º As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deve-
rão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.
§ 5º (Vetado)

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CAPÍTULO VII
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS
(Vide Lei n. 8.656, de 1993)

Art. 55. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter concorren-


te e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa, baixarão normas
relativas à produção, industrialização, distribuição e consumo de produtos e
serviços.
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fiscalizarão e
controlarão a produção, industrialização, distribuição, a publicidade de pro-
dutos e serviços e o mercado de consumo, no interesse da preservação da
vida, da saúde, da segurança, da informação e do bem-estar do consumidor,
baixando as normas que se fizerem necessárias.
§ 2º (Vetado).
§ 3º Os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais com
atribuições para fiscalizar e controlar o mercado de consumo manterão co-
missões permanentes para elaboração, revisão e atualização das normas re-
feridas no § 1º, sendo obrigatória a participação dos consumidores e forne-
cedores.
§ 4º Os órgãos oficiais poderão expedir notificações aos fornecedores para
que, sob pena de desobediência, prestem informações sobre questões de in-
teresse do consumidor, resguardado o segredo industrial.
Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas,
conforme o caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de
natureza civil, penal e das definidas em normas específicas:
I – multa;
II – apreensão do produto;
III – inutilização do produto;
IV – cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
V – proibição de fabricação do produto;

1080
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VI – suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;


VII – suspensão temporária de atividade;
VIII – revogação de concessão ou permissão de uso;
IX – cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X – interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de ativi-
dade;
XI – intervenção administrativa;
XII – imposição de contrapropaganda.
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela
autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplica-
das cumulativamente, inclusive por medida cautelar, antecedente ou inciden-
te de procedimento administrativo.
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infra-
ção, a vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor será apli-
cada mediante procedimento administrativo nos termos da lei, revertendo
para o fundo de que trata a Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, sen-
do a infração ou dano de âmbito nacional, ou para os fundos estaduais de
proteção ao consumidor nos demais casos. (Vide Decreto n. 407, de 1991)
Parágrafo único. A multa será em montante nunca inferior a trezentas e não
superior a três milhões de vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN),
ou índice equivalente que venha substituí-lo.
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infra-
ção, a vantagem auferida e a condição econômica do fornecedor, será aplica-
da mediante procedimento administrativo, revertendo para o Fundo de que
trata a Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou
para os Fundos estaduais ou municipais de proteção ao consumidor nos de-
mais casos. (Redação dada pela Lei n. 8.656, de 21.5.1993)
Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a duzentas e
não superior a três milhões de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência
(Ufir), ou índice equivalente que venha a substituí-lo. (Parágrafo acrescenta-
do pela Lei n. 8.703, de 6.9.1993)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos, de proibição

de fabricação de produtos, de suspensão do fornecimento de produto ou ser-

viço, de cassação do registro do produto e revogação da concessão ou per-

missão de uso serão aplicadas pela administração, mediante procedimento

administrativo, assegurada ampla defesa, quando forem constatados vícios

de quantidade ou de qualidade por inadequação ou insegurança do produto

ou serviço.

Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de interdição e de

suspensão temporária da atividade, bem como a de intervenção administra-

tiva, serão aplicadas mediante procedimento administrativo, assegurada am-

pla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática das infrações de maior

gravidade previstas neste código e na legislação de consumo.

§ 1º A pena de cassação da concessão será aplicada à concessionária de

serviço público, quando violar obrigação legal ou contratual.

§ 2º A pena de intervenção administrativa será aplicada sempre que as

circunstâncias de fato desaconselharem a cassação de licença, a interdição ou

suspensão da atividade.

§ 3º Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade

administrativa, não haverá reincidência até o trânsito em julgado da sentença.

Art. 60. A imposição de contrapropaganda será cominada quando o for-

necedor incorrer na prática de publicidade enganosa ou abusiva, nos termos

do art. 36 e seus parágrafos, sempre às expensas do infrator.

§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsável da mesma for-

ma, frequência e dimensão e, preferencialmente no mesmo veículo, local,

espaço e horário, de forma capaz de desfazer o malefício da publicidade en-

ganosa ou abusiva.

§ 2º (Vetado)

§ 3º (Vetado).

1082
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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TÍTULO II
DAS INFRAÇÕES PENAIS

Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo previstas nes-


te código, sem prejuízo do disposto no Código Penal e leis especiais, as con-
dutas tipificadas nos artigos seguintes.
Art. 62. (Vetado).
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou pericu-
losidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publi-
cidade:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante re-
comendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser
prestado.
§ 2º Se o crime é culposo:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumido-
res a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja pos-
terior à sua colocação no mercado:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do
mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade competente,
os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste artigo.
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando de-
terminação de autoridade competente:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa.
Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das
correspondentes à lesão corporal e à morte.
§ 1º As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das corresponden-
tes à lesão corporal e à morte. (Redação dada pela Lei n. 13.425, de 2017)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º A prática do disposto no inciso XIV do art. 39 desta Lei também ca-


racteriza o crime previsto no caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.425,
de 2017)
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação rele-
vante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, de-
sempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
§ 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
§ 2º Se o crime é culposo;
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser
enganosa ou abusiva:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser ca-
paz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa
a sua saúde ou segurança:
Pena – Detenção de seis meses a dois anos e multa:
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão
base à publicidade:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de
reposição usados, sem autorização do consumidor:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constran-
gimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de
qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente,
a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.

1084
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que


sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros:
Pena – Detenção de seis meses a um ano ou multa.
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor
constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou de-
veria saber ser inexata:
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequa-
damente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo;
Pena – Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos
neste código, incide as penas a esses cominadas na medida de sua culpabi-
lidade, bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que
promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta,
exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e
prestação de serviços nas condições por ele proibidas.
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
I – serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião
de calamidade;
II – ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III – dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV – quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja
manifestamente superior à da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior
de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência mental interditadas
ou não;
V – serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamen-
tos ou quaisquer outros produtos ou serviços essenciais.

1085
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em dias-


-multa, correspondente ao mínimo e ao máximo de dias de duração da pena
privativa da liberdade cominada ao crime. Na individualização desta multa, o
juiz observará o disposto no art. 60, §1º do Código Penal.
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser
impostas, cumulativa ou alternadamente, observado o disposto nos arts.
44 a 47, do Código Penal:
I – a interdição temporária de direitos;
II – a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audi-
ência, às expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação;
III – a prestação de serviços à comunidade.
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este código, será
fixado pelo juiz, ou pela autoridade que presidir o inquérito, entre cem e du-
zentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou índice equi-
valente que venha a substituí-lo.
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica do indiciado
ou réu, a fiança poderá ser:
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste código,
bem como a outros crimes e contravenções que envolvam relações de consu-
mo, poderão intervir, como assistentes do Ministério Público, os legitimados
indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado propor ação
penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.

TÍTULO III
DA DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas


poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:

1086
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste


código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares
pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II – interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste
código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo,
categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por
uma relação jurídica base;
III – interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os
decorrentes de origem comum.
Art. 82. Para os fins do art. 100, parágrafo único, são legitimados concor-
rentemente:
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados con-
correntemente: (Redação dada pela Lei n. 9.008, de 21.3.1995) (Vide Lei n.
13.105, de 2015) (Vigência)
I – o Ministério Público,
II – a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III – as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta,
ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa
dos interesses e direitos protegidos por este código;
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que
incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos prote-
gidos por este código, dispensada a autorização assemblear.
§ 1º O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas
ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto interesse so-
cial evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância
do bem jurídico a ser protegido.
§ 2º (Vetado).
§ 3º (Vetado).
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código
são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequa-
da e efetiva tutela.

1087
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. (Vetado).


Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de
fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou de-
terminará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento.
§ 1º A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissí-
vel se por elas optar o autor ou se impossível a tutela específica ou a obten-
ção do resultado prático correspondente.
§ 2º A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art.
287, do Código de Processo Civil).
§ 3º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado
receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela limi-
narmente ou após justificação prévia, citado o réu.
§ 4º O juiz poderá, na hipótese do § 3º ou na sentença, impor multa diária
ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatí-
vel com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 5º Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equi-
valente, poderá o juiz determinar as medidas necessárias, tais como busca e
apreensão, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de obra, impedimento
de atividade nociva, além de requisição de força policial.
Art. 85. (Vetado).
Art. 86. (Vetado).
Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este código não haverá adian-
tamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras
despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé,
em honorários de advogados, custas e despesas processuais.
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os
diretores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente conde-
nados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da
responsabilidade por perdas e danos.

1088
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, a ação de


regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, facultada a possibilida-
de de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação da lide.
Art. 89. (Vetado)
Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas do Código
de Processo Civil e da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive no que
respeita ao inquérito civil, naquilo que não contrariar suas disposições.

CAPÍTULO II
DAS AÇÕES COLETIVAS PARA A DEFESA DE INTERESSES
INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS

Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 81 poderão propor, em nome


próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de
responsabilidade pelos danos individualmente sofridos, de acordo com o dis-
posto nos artigos seguintes.
Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, em nome
próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de
responsabilidade pelos danos individualmente sofridos, de acordo com o dis-
posto nos artigos seguintes. (Redação dada pela Lei n. 9.008, de 21.3.1995)
Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sempre como
fiscal da lei.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para
a causa a justiça local:
I – no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âm-
bito local;
II – no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos
de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do Código de Processo
Civil aos casos de competência concorrente.

1089
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de


que os interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem
prejuízo de ampla divulgação pelos meios de comunicação social por parte
dos órgãos de defesa do consumidor.
Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica,
fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados.
Art. 96. (Vetado).
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas
pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o
art. 82.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legiti-
mados de que trata o art. 81, abrangendo as vítimas cujas indenizações já
tiverem sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento
de outras execuções.
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legiti-
mados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já
tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento
de outras execuções. (Redação dada pela Lei n. 9.008, de 21.3.1995)
§ 1º A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de
liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado.
§ 2º É competente para a execução o juízo:
I – da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execu-
ção individual;
II – da ação condenatória, quando coletiva a execução.
Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de condenação pre-
vista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985 e de indenizações pelos preju-
ízos individuais resultantes do mesmo evento danoso, estas terão preferência
no pagamento. (Vide Decreto n. 407, de 1991)

1090
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a destinação da im-


portância recolhida ao fundo criado pela Lei n.7.347 de 24 de julho de 1985,
ficará sustada enquanto pendentes de decisão de segundo grau as ações de
indenização pelos danos individuais, salvo na hipótese de o patrimônio do
devedor ser manifestamente suficiente para responder pela integralidade das
dívidas.
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados
em número compatível com a gravidade do dano, poderão os legitimados do
art. 82 promover a liquidação e execução da indenização devida. (Vide De-
creto n. 407, de 1991)
Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá para o fundo
criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985. (Vide Decreto n. 407, de
1991)
CAPÍTULO III
DAS AÇÕES DE RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR DE
PRODUTOS E SERVIÇOS

Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e


serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste título, serão ob-
servadas as seguintes normas:
I – a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
II – o réu que houver contratado seguro de responsabilidade poderá cha-
mar ao processo o segurador, vedada a integração do contraditório pelo Ins-
tituto de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese, a sentença que julgar proce-
dente o pedido condenará o réu nos termos do art. 80 do Código de Processo
Civil. Se o réu houver sido declarado falido, o síndico será intimado a informar
a existência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afirma-
tivo, o ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segurador,
vedada a denunciação da lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispen-
sado o litisconsórcio obrigatório com este.

1091
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código poderão propor


ação visando compelir o Poder Público competente a proibir, em todo o ter-
ritório nacional, a produção, divulgação distribuição ou venda, ou a determi-
nar a alteração na composição, estrutura, fórmula ou acondicionamento de
produto, cujo uso ou consumo regular se revele nocivo ou perigoso à saúde
pública e à incolumidade pessoal.
§ 1º (Vetado).
§ 2º (Vetado)

CAPÍTULO IV
DA COISA JULGADA

Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará
coisa julgada:
I – erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insufici-
ência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra
ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese do
inciso I do parágrafo único do art. 81;
II – ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo
improcedência por insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quan-
do se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;
III – erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para benefi-
ciar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo
único do art. 81.
§ 1º Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudica-
rão interesses e direitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo,
categoria ou classe.
§ 2º Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pe-
dido, os interessados que não tiverem intervindo no processo como litiscon-
sortes poderão propor ação de indenização a título individual.

1092
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com


o art. 13 da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações
de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente
ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão
as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execu-
ção, nos termos dos arts. 96 a 99.
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal conde-
natória.
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo
único do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas os
efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II
e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se
não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência
nos autos do ajuizamento da ação coletiva.

TÍTULO IV
DO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC),


os órgãos federais, estaduais, do Distrito Federal e municipais e as entidades
privadas de defesa do consumidor.
Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Consumidor, da Secre-
taria Nacional de Direito Econômico (MJ), ou órgão federal que venha substi-
tuí-lo, é organismo de coordenação da política do Sistema Nacional de Defesa
do Consumidor, cabendo-lhe:
I – planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política nacional de
proteção ao consumidor;
II – receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, denúncias ou su-
gestões apresentadas por entidades representativas ou pessoas jurídicas de
direito público ou privado;

1093
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – prestar aos consumidores orientação permanente sobre seus direitos


e garantias;
IV – informar, conscientizar e motivar o consumidor através dos diferentes
meios de comunicação;
V – solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito policial para a
apreciação de delito contra os consumidores, nos termos da legislação vigente;
VI – representar ao Ministério Público competente para fins de adoção de
medidas processuais no âmbito de suas atribuições;
VII – levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infrações de or-
dem administrativa que violarem os interesses difusos, coletivos, ou individu-
ais dos consumidores;
VIII – solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, Estados, do
Distrito Federal e Municípios, bem como auxiliar a fiscalização de preços,
abastecimento, quantidade e segurança de bens e serviços;
IX – incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros programas es-
peciais, a formação de entidades de defesa do consumidor pela população e
pelos órgãos públicos estaduais e municipais;
X – (Vetado).
XI – (Vetado).
XII – (Vetado)
XIII – desenvolver outras atividades compatíveis com suas finalidades.
Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o Departamento
Nacional de Defesa do Consumidor poderá solicitar o concurso de órgãos e
entidades de notória especialização técnico-científica.

TÍTULO V
DA CONVENÇÃO COLETIVA DE CONSUMO

Art. 107. As entidades civis de consumidores e as associações de forne-


cedores ou sindicatos de categoria econômica podem regular, por convenção
escrita, relações de consumo que tenham por objeto estabelecer condições

1094
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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relativas ao preço, à qualidade, à quantidade, à garantia e características de


produtos e serviços, bem como à reclamação e composição do conflito de
consumo.
§ 1º A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do instru-
mento no cartório de títulos e documentos.
§ 2º A convenção somente obrigará os filiados às entidades signatárias.
§ 3º Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se desligar
da entidade em data posterior ao registro do instrumento.
Art. 108. (Vetado).

TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 109. (Vetado).
Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1º da Lei n. 7.347, de
24 de julho de 1985:
"IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo".
Art. 111. O inciso II do art. 5º da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985,
passa a ter a seguinte redação:
"II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio am-
biente, ao consumidor, ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico, ou a qualquer outro interesse difuso ou coletivo".
Art. 112. O § 3º do art. 5º da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, passa
a ter a seguinte redação:
"§ 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por asso-
ciação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titula-
ridade ativa".
Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4º, 5º e 6º ao art. 5º. da Lei n.°
7.347, de 24 de julho de 1985:
"§ 4º O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz,
quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou carac-
terística do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.

1095
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 5º Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos


da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos
de que cuida esta lei.
§ 6º Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados com-
promisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante com-
binações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial".
Art. 114. O art. 15 da Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter
a seguinte redação:
"Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença
condenatória, sem que a associação autora lhe promova a execução, deverá
fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados".
Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n. 7.347, de 24 de julho
de 1985, passando o parágrafo único a constituir o caput, com a seguinte
redação:
“Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os
diretores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente conde-
nados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da
responsabilidade por perdas e danos”.
Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n. 7.347, de 24 de
julho de 1985:
"Art. 18.  Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de
custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem
condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários
de advogado, custas e despesas processuais".
Art. 117. Acrescente-se à Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985, o seguinte
dispositivo, renumerando-se os seguintes:
"Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e
individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu
o Código de Defesa do Consumidor".

1096
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e oitenta dias a


contar de sua publicação.
Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 11 de setembro de 1990; 169º da Independência e 102º da Re-
pública.

1097
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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LEI N. 6.766, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1979

Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras Providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O parcelamento do solo para fins urbanos será regido por esta Lei.
Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
estabelecer normas complementares relativas ao parcelamento do solo mu-
nicipal para adequar o previsto nesta Lei às peculiaridades regionais e locais.

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 2º O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante lote-


amento ou desmembramento, observadas as disposições desta Lei e as das
legislações estaduais e municipais pertinentes.
§ 1º  Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados
a edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públi-
cos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes.
§ 2º Considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes des-
tinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde
que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no
prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes.
§ 3º (VETADO)(Incluído pela Lei n. 9.785, de 1999)
§ 4º  Considera-se lote o terreno servido de infraestrutura básica cujas di-
mensões atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei
municipal para a zona em que se situe.(Incluído pela Lei n. 9.785, de 1999)

1098
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 5º  A infraestrutura básica dos parcelamentos é constituída pelos equi-


pamentos urbanos de escoamento das águas pluviais, iluminação pública, es-
gotamento sanitário, abastecimento de água potável, energia elétrica pública
e domiciliar e vias de circulação. (Redação dada pela Lei n. 11.445, de 2007).
(Vigência)
§ 6º A infraestrutura básica dos parcelamentos situados nas zonas ha-
bitacionais declaradas por lei como de interesse social (ZHIS) consistirá, no
mínimo, de: (Incluído pela Lei n. 9.785, de 1999)
I – vias de circulação; (Incluído pela Lei n. 9.785, de 1999)
II – escoamento das águas pluviais; (Incluído pela Lei n. 9.785, de 1999)
III – rede para o abastecimento de água potável; e (Incluído pela Lei
n. 9.785, de 1999)
IV – soluções para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica do-
miciliar. (Incluído pela Lei n. 9.785, de 1999)
§ 7º O lote poderá ser constituído sob a forma de imóvel autônomo ou
de unidade imobiliária integrante de condomínio de lotes. (Incluído pela Lei
n. 13.465, de 2017)
§ 8º Constitui loteamento de acesso controlado a modalidade de lotea-
mento, definida nos termos do § 1º deste artigo, cujo controle de acesso será
regulamentado por ato do poder público Municipal, sendo vedado o impedi-
mento de acesso a pedestres ou a condutores de veículos, não residentes,
devidamente identificados ou cadastrados. (Incluído pela Lei n. 13.465, de
2017)
Art. 3º Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos
em zonas urbanas, de expansão urbana ou de urbanização específica, assim
definidas pelo plano diretor ou aprovadas por lei municipal. (Redação dada
pela Lei n. 9.785, de 1999)
Parágrafo único. Não será permitido o parcelamento do solo:
I – em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as
providências para assegurar o escoamento das águas;

1099
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde


pública, sem que sejam previamente saneados;
III – em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cen-
to), salvo se atendidas exigências específicas das autoridades competentes;
IV – em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edifica-
ção;
V – em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impe-
ça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção.

CAPÍTULO II
DOS REQUISITOS URBANÍSTICOS PARA LOTEAMENTO

Art. 4º Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes


requisitos:
I – as áreas destinadas a sistemas de circulação, a implantação de equi-
pamento urbano e comunitário, bem como a espaços livres de uso público,
serão proporcionais à densidade de ocupação prevista pelo plano diretor ou
aprovada por lei municipal para a zona em que se situem. (Redação dada pela
Lei n. 9.785, de 1999)
II – os lotes terão área mínima de 125m² (cento e vinte e cinco metros
quadrados) e frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando o loteamento se
destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de
interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes;
III – ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio
público das rodovias e ferrovias, será obrigatória a reserva de uma faixa
não edificável de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigências
da legislação específica; (Redação dada pela Lei n. 10.932, de 2004)
IV – as vias de loteamento deverão articular-se com as vias adjacentes
oficiais, existentes ou projetadas, e harmonizar-se com a topografia local.
§ 1º A legislação municipal definirá, para cada zona em que se divida o
território do Município, os usos permitidos e os índices urbanísticos de par-

1100
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

celamento e ocupação do solo, que incluirão, obrigatoriamente, as áreas mí-


nimas e máximas de lotes e os coeficientes máximos de aproveitamento.
(Redação dada pela Lei n. 9.785, de 1999)
§ 2º Consideram-se comunitários os equipamentos públicos de educação,
cultura, saúde, lazer e similares.
§ 3º Se necessária, a reserva de faixa não edificável vinculada a dutovias
será exigida no âmbito do respectivo licenciamento ambiental, observados
critérios e parâmetros que garantam a segurança da população e a proteção
do meio ambiente, conforme estabelecido nas normas técnicas pertinentes.
(Incluído pela Lei n. 10.932, de 2004)
§ 4º No caso de lotes integrantes de condomínio de lotes, poderão ser
instituídas limitações administrativas e direitos reais sobre coisa alheia em
benefício do poder público, da população em geral e da proteção da paisagem
urbana, tais como servidões de passagem, usufrutos e restrições à constru-
ção de muros. (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)
Art. 5º O Poder Público competente poderá complementarmente exigir,
em cada loteamento, a reserva de faixa non aedificandi destinada a equipa-
mentos urbanos.
Parágrafo único. Consideram-se urbanos os equipamentos públicos de
abastecimento de água, serviços de esgotos, energia elétrica, coletas de
águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado.

CAPÍTULO III
DO PROJETO DE LOTEAMENTO

Art. 6º Antes da elaboração do projeto de loteamento, o interessado de-


verá solicitar à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso,
que defina as diretrizes para o uso do solo, traçado dos lotes, do sistema vi-
ário, dos espaços livres e das áreas reservadas para equipamento urbano e
comunitário, apresentando, para este fim, requerimento e planta do imóvel
contendo, pelo menos:

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – as divisas da gleba a ser loteada;


II – as curvas de nível à distância adequada, quando exigidas por lei es-
tadual ou municipal;
III – a localização dos cursos d’água, bosques e construções existentes;
IV – a indicação dos arruamentos contíguos a todo o perímetro, a localiza-
ção das vias de comunicação, das áreas livres, dos equipamentos urbanos e
comunitários existentes no local ou em suas adjacências, com as respectivas
distâncias da área a ser loteada;
V – o tipo de uso predominante a que o loteamento se destina;
VI – as características, dimensões e localização das zonas de uso contí-
guas.
Art. 7º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso,
indicará, nas plantas apresentadas junto com o requerimento, de acordo com
as diretrizes de planejamento estadual e municipal:
I – as ruas ou estradas existentes ou projetada, que compõem o sistema
viário da cidade e do município, relacionadas com o loteamento pretendido e
a serem respeitadas;
II – o traçado básico do sistema viário principal;
III – a localização aproximada dos terrenos destinados a equipamento ur-
bano e comunitário e das áreas livres de uso público;
IV – as faixas sanitárias do terreno necessárias ao escoamento das águas
pluviais e as faixas não edificáveis;
V – a zona ou zonas de uso predominante da área, com indicação dos usos
compatíveis.
Parágrafo único. As diretrizes expedidas vigorarão pelo prazo máximo de
quatro anos. (Redação dada pela Lei n. 9.785, de 1999)
Art. 8º Os Municípios com menos de cinquenta mil habitantes e aqueles
cujo plano diretor contiver diretrizes de urbanização para a zona em que se
situe o parcelamento poderão dispensar, por lei, a fase de fixação de diretri-
zes previstas nos arts. 6o e 7o desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 9.785,
de 1999)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 9º Orientado pelo traçado e diretrizes oficiais, quando houver, o pro-

jeto, contendo desenhos, memorial descritivo e cronograma de execução das

obras com duração máxima de quatro anos, será apresentado à Prefeitura

Municipal, ou ao Distrito Federal, quando for o caso, acompanhado de certi-

dão atualizada da matrícula da gleba, expedida pelo Cartório de Registro de

Imóveis competente, de certidão negativa de tributos municipais e do com-

petente instrumento de garantia, ressalvado o disposto no § 4º do art. 18.

(Redação dada pela Lei n. 9.785, de 1999)

§ 1º Os desenhos conterão pelo menos:

I – a subdivisão das quadras em lotes, com as respectivas dimensões e

numeração;

Il – o sistema de vias com a respectiva hierarquia;

III – as dimensões lineares e angulares do projeto, com raios, cordas, ar-

cos, pontos de tangência e ângulos centrais das vias;

IV – os perfis longitudinais e transversais de todas as vias de circulação e

praças;

V – a indicação dos marcos de alinhamento e nivelamento localizados nos

ângulos de curvas e vias projetadas;

VI – a indicação em planta e perfis de todas as linhas de escoamento das

águas pluviais.

§ 2º O memorial descritivo deverá conter, obrigatoriamente, pelo menos:

I – a descrição sucinta do loteamento, com as suas características e a fi-

xação da zona ou zonas de uso predominante;

II – as condições urbanísticas do loteamento e as limitações que incidem

sobre os lotes e suas construções, além daquelas constantes das diretrizes

fixadas;

III – a indicação das áreas públicas que passarão ao domínio do município

no ato de registro do loteamento;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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IV – a enumeração dos equipamentos urbanos, comunitários e dos serviços


públicos ou de utilidade pública, já existentes no loteamento e adjacências.
§ 3º Caso se constate, a qualquer tempo, que a certidão da matrícula
apresentada como atual não tem mais correspondência com os registros e
averbações cartorárias do tempo da sua apresentação, além das consequ-
ências penais cabíveis, serão consideradas insubsistentes tanto as diretrizes
expedidas anteriormente, quanto as aprovações consequentes. (Incluído pela
Lei n. 9.785, de 1999)

CAPÍTULO IV
DO PROJETO DE DESMEMBRAMENTO

Art. 10. Para a aprovação de projeto de desmembramento, o interessado


apresentará requerimento à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quan-
do for o caso, acompanhado de certidão atualizada da matrícula da gleba,
expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis competente, ressalvado o dis-
posto no § 4º do art. 18, e de planta do imóvel a ser desmembrado contendo:
(Redação dada pela Lei n. 9.785, de 1999)
I – a indicação das vias existentes e dos loteamentos próximos;
II – a indicação do tipo de uso predominante no local;
III – a indicação da divisão de lotes pretendida na área.
Art. 11. Aplicam-se ao desmembramento, no que couber, as disposições
urbanísticas vigentes para as regiões em que se situem ou, na ausência des-
tas, as disposições urbanísticas para os loteamentos. (Redação dada pela Lei
n. 9.785, de 1999)
Parágrafo único. O Município, ou o Distrito Federal quando for o caso, fi-
xará os requisitos exigíveis para a aprovação de desmembramento de lotes
decorrentes de loteamento cuja destinação da área pública tenha sido inferior
à mínima prevista no § 1º do art. 4º desta Lei.

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CAPÍTULO V
DA APROVAÇÃO DO PROJETO DE LOTEAMENTO
E DESMEMBRAMENTO

Art. 12. O projeto de loteamento e desmembramento deverá ser apro-


vado pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, a
quem compete também a fixação das diretrizes a que aludem os arts. 6º e 7º
desta Lei, salvo a exceção prevista no artigo seguinte.
§ 1º O projeto aprovado deverá ser executado no prazo constante do cro-
nograma de execução, sob pena de caducidade da aprovação. (Incluído pela
Lei n. 12.608, de 2012)
§ 2º Nos Municípios inseridos no cadastro nacional de municípios com áre-
as suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações
bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos, a aprovação do
projeto de que trata o caput ficará vinculada ao atendimento dos requisitos
constantes da carta geotécnica de aptidão à urbanização. (Incluído pela Lei
n. 12.608, de 2012) (Vigência)
§ 3º É vedada a aprovação de projeto de loteamento e desmembramento
em áreas de risco definidas como não edificáveis, no plano diretor ou em le-
gislação dele derivada. (Incluído pela Lei n. 12.608, de 2012)
Art. 13. Aos Estados caberá disciplinar a aprovação pelos Municípios de
loteamentos e desmembramentos nas seguintes condições: (Redação dada
pela Lei n. 9.785, de 1999)
I – quando localizados em áreas de interesse especial, tais como as de
proteção aos mananciais ou ao patrimônio cultural, histórico, paisagístico e
arqueológico, assim definidas por legislação estadual ou federal;
Il – quando o loteamento ou desmembramento localizar-se em área li-
mítrofe do município, ou que pertença a mais de um município, nas regiões
metropolitanas ou em aglomerações urbanas, definidas em lei estadual ou
federal;

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III – quando o loteamento abranger área superior a 1.000.000 m².


Parágrafo único. No caso de loteamento ou desmembramento localizado
em área de município integrante de região metropolitana, o exame e a anu-
ência prévia à aprovação do projeto caberão à autoridade metropolitana.
Art. 14. Os Estados definirão, por decreto, as áreas de proteção especial,
previstas no inciso I do artigo anterior.
Art. 15. Os Estados estabelecerão, por decreto, as normas a que deverão
submeter-se os projetos de loteamento e desmembramento nas áreas previs-
tas no art. 13, observadas as disposições desta Lei.
Parágrafo único. Na regulamentação das normas previstas neste artigo,
o Estado procurará atender às exigências urbanísticas do planejamento mu-
nicipal.
Art. 16. A lei municipal definirá os prazos para que um projeto de parce-
lamento apresentado seja aprovado ou rejeitado e para que as obras execu-
tadas sejam aceitas ou recusadas. (Redação dada pela Lei n. 9.785, de 1999)
§ 1º Transcorridos os prazos sem a manifestação do Poder Público, o pro-
jeto será considerado rejeitado ou as obras recusadas, assegurada a indeni-
zação por eventuais danos derivados da omissão. (Incluído pela Lei n. 9.785,
de 1999)
§ 2º Nos Municípios cuja legislação for omissa, os prazos serão de noven-
ta dias para a aprovação ou rejeição e de sessenta dias para a aceitação ou
recusa fundamentada das obras de urbanização. (Incluído pela Lei n. 9.785,
de 1999)
Art. 17. Os espaços livres de uso comum, as vias e praças, as áreas des-
tinadas a edifícios públicos e outros equipamentos urbanos, constantes do
projeto e do memorial descritivo, não poderão ter sua destinação alterada
pelo loteador, desde a aprovação do loteamento, salvo as hipóteses de cadu-
cidade da licença ou desistência do loteador, sendo, neste caso, observadas
as exigências do art. 23 desta Lei.

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CAPÍTULO VI
DO REGISTRO DO LOTEAMENTO E DESMEMBRAMENTO

Art. 18. Aprovado o projeto de loteamento ou de desmembramento, o


loteador deverá submetê-lo ao registro imobiliário dentro de 180 (cento e
oitenta) dias, sob pena de caducidade da aprovação, acompanhado dos se-
guintes documentos:
I – título de propriedade do imóvel ou certidão da matrícula, ressalvado o
disposto nos §§ 4º e 5º; (Redação dada pela Lei n. 9.785, de 1999)
II – histórico dos títulos de propriedade do imóvel, abrangendo os últimos
20 (vintes anos), acompanhados dos respectivos comprovantes;
III – certidões negativas:
a) de tributos federais, estaduais e municipais incidentes sobre o imóvel;
b) de ações reais referentes ao imóvel, pelo período de 10 (dez) anos;
c) de ações penais com respeito ao crime contra o patrimônio e contra a
Administração Pública.
IV – certidões:
a) dos cartórios de protestos de títulos, em nome do loteador, pelo período
de 10 (dez) anos;
b) de ações pessoais relativas ao loteador, pelo período de 10 (dez) anos;
c) de ônus reais relativos ao imóvel;
d) de ações penais contra o loteador, pelo período de 10 (dez) anos.
V – cópia do ato de aprovação do loteamento e comprovante do termo de
verificação pela Prefeitura Municipal ou pelo Distrito Federal, da execução das
obras exigidas por legislação municipal, que incluirão, no mínimo, a execu-
ção das vias de circulação do loteamento, demarcação dos lotes, quadras e
logradouros e das obras de escoamento das águas pluviais ou da aprovação
de um cronograma, com a duração máxima de quatro anos, acompanhado
de competente instrumento de garantia para a execução das obras; (Redação
dada pela Lei n. 9.785, de 1999)

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VI – exemplar do contrato padrão de promessa de venda, ou de cessão


ou de promessa de cessão, do qual constarão obrigatoriamente as indicações
previstas no art. 26 desta Lei;
VII – declaração do cônjuge do requerente de que consente no registro do
loteamento.
§ 1º Os períodos referidos nos incisos III, alínea b e IV, alíneas a, e d, to-
marão por base a data do pedido de registro do loteamento, devendo todas
elas serem extraídas em nome daqueles que, nos mencionados períodos, te-
nham sido titulares de direitos reais sobre o imóvel.
§ 2º A existência de protestos, de ações pessoais ou de ações penais, ex-
ceto as referentes a crime contra o patrimônio e contra a administração, não
impedirá o registro do loteamento se o requerente comprovar que esses pro-
testos ou ações não poderão prejudicar os adquirentes dos lotes. Se o Oficial
do Registro de Imóveis julgar insuficiente a comprovação feita, suscitará a
dúvida perante o juiz competente.
§ 3º A declaração a que se refere o inciso VII deste artigo não dispensa-
rá o consentimento do declarante para os atos de alienação ou promessa de
alienação de lotes, ou de direitos a eles relativos, que venham a ser pratica-
dos pelo seu cônjuge.
§ 4º O título de propriedade será dispensado quando se tratar de parcela-
mento popular, destinado às classes de menor renda, em imóvel declarado de
utilidade pública, com processo de desapropriação judicial em curso e imissão
provisória na posse, desde que promovido pela União, Estados, Distrito Fede-
ral, Municípios ou suas entidades delegadas, autorizadas por lei a implantar
projetos de habitação. (Incluído pela Lei n. 9.785, de 1999)
§ 5º No caso de que trata o § 4º, o pedido de registro do parcelamento,
além dos documentos mencionados nos incisos V e VI deste artigo, será ins-
truído com cópias autênticas da decisão que tenha concedido a imissão provi-
sória na posse, do decreto de desapropriação, do comprovante de sua publi-
cação na imprensa oficial e, quando formulado por entidades delegadas, da lei
de criação e de seus atos constitutivos. (Incluído pela Lei n. 9.785, de 1999)

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Art. 19. Examinada a documentação e encontrada em ordem, o Oficial do


Registro de Imóveis encaminhará comunicação à Prefeitura e fará publicar,
em resumo e com pequeno desenho de localização da área, edital do pedido
de registro em 3 (três) dias consecutivos, podendo este ser impugnado no
prazo de 15 (quinze) dias contados da data da última publicação.
§ 1º Findo o prazo sem impugnação, será feito imediatamente o registro.
Se houver impugnação de terceiros, o Oficial do Registro de Imóveis intimará
o requerente e a Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso,
para que sobre ela se manifestem no prazo de 5 cinco) dias, sob pena de ar-
quivamento do processo. Com tais manifestações o processo será enviado ao
juiz competente para decisão.
§ 2º Ouvido o Ministério Público no prazo de 5 (cinco) dias, o juiz decidirá
de plano ou após instrução sumária, devendo remeter ao interessado as vias
ordinárias caso a matéria exija maior indagação.
§ 3º Nas capitais, a publicação do edital se fará no Diário Oficial do Estado
e num dos jornais de circulação diária. Nos demais municípios, a publicação
se fará apenas num dos jornais locais, se houver, ou, não havendo, em jornal
da região.
§ 4º O Oficial do Registro de Imóveis que efetuar o registro em desacor-
do com as exigências desta Lei ficará sujeito a multa equivalente a 10 (dez)
vezes os emolumentos regimentais fixados para o registro, na época em que
for aplicada a penalidade pelo juiz corregedor do cartório, sem prejuízo das
sanções penais e administrativas cabíveis.
§ 5º Registrado o loteamento, o Oficial de Registro comunicará, por certi-
dão, o seu registro à Prefeitura.
Art. 20. O registro do loteamento será feito, por extrato, no livro próprio.
Parágrafo único. No Registro de Imóveis far-se-á o registro do loteamento,
com uma indicação para cada lote, a averbação das alterações, a abertura
de ruas e praças e as áreas destinadas a espaços livres ou a equipamentos
urbanos.

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Art. 21. Quando a área loteada estiver situada em mais de uma circuns-
crição imobiliária, o registro será requerido primeiramente perante aquela em
que estiver localizada a maior parte da área loteada. Procedido o registro nes-
sa circunscrição, o interessado requererá, sucessivamente, o registro do lote-
amento em cada uma das demais, comprovando perante cada qual o registro
efetuado na anterior, até que o loteamento seja registrado em todas. Dene-
gado registro em qualquer das circunscrições, essa decisão será comunicada,
pelo Oficial do Registro de Imóveis, às demais para efeito de cancelamento
dos registros feitos, salvo se ocorrer a hipótese prevista no § 4º deste artigo.
§ 1º Nenhum lote poderá situar-se em mais de uma circunscrição.
§ 2º É defeso ao interessado processar simultaneamente, perante diferen-
tes circunscrições, pedidos de registro do mesmo loteamento, sendo nulos os
atos praticados com infração a esta norma.
§ 3º Enquanto não procedidos todos os registros de que trata este artigo,
considerar-se-á o loteamento como não registrado para os efeitos desta Lei.
§ 4º O indeferimento do registro do loteamento em uma circunscrição
não determinará o cancelamento do registro procedido em outra, se o motivo
do indeferimento naquela não se estender à área situada sob a competência
desta, e desde que o interessado requeira a manutenção do registro obtido,
submetido o remanescente do loteamento a uma aprovação prévia perante a
Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso.
Art. 22. Desde a data de registro do loteamento, passam a integrar o do-
mínio do Município as vias e praças, os espaços livres e as áreas destinadas
a edifícios públicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e
do memorial descritivo.
Parágrafo único. Na hipótese de parcelamento do solo implantado e não
registrado, o Município poderá requerer, por meio da apresentação de planta
de parcelamento elaborada pelo loteador ou aprovada pelo Município e de de-
claração de que o parcelamento se encontra implantado, o registro das áreas
destinadas a uso público, que passarão dessa forma a integrar o seu domínio.
(Incluído pela Lei n. 12.424, de 2011)

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Art. 23. O registro do loteamento só poderá ser cancelado:


I – por decisão judicial;
II – a requerimento do loteador, com anuência da Prefeitura, ou do Dis-
trito Federal quando for o caso, enquanto nenhum lote houver sido objeto de
contrato;
III – a requerimento conjunto do loteador e de todos os adquirentes de
lotes, com anuência da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso,
e do Estado.
§ 1º A Prefeitura e o Estado só poderão se opor ao cancelamento se disto
resultar inconveniente comprovado para o desenvolvimento urbano ou se já
se tiver realizado qualquer melhoramento na área loteada ou adjacências.
§ 2º Nas hipóteses dos incisos II e III, o Oficial do Registro de Imóveis
fará publicar, em resumo, edital do pedido de cancelamento, podendo este
ser impugnado no prazo de 30 (trinta) dias contados da data da última publi-
cação. Findo esse prazo, com ou sem impugnação, o processo será remetido
ao juiz competente para homologação do pedido de cancelamento, ouvido o
Ministério Público.
§ 3º A homologação de que trata o parágrafo anterior será precedida de
vistoria judicial destinada a comprovar a inexistência de adquirentes instala-
dos na área loteada.
Art. 24. O processo de loteamento e os contratos de depositados em
Cartório poderão ser examinados por qualquer pessoa, a qualquer tempo,
independentemente do pagamento de custas ou emolumentos, ainda que a
título de busca.

CAPÍTULO VII
DOS CONTRATOS

Art. 25. São irretratáveis os compromissos de compra e venda, cessões


e promessas de cessão, os que atribuam direito a adjudicação compulsória e,
estando registrados, confiram direito real oponível a terceiros.

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Art. 26. Os compromissos de compra e venda, as cessões ou promessas


de cessão poderão ser feitos por escritura pública ou por instrumento parti-
cular, de acordo com o modelo depositado na forma do inciso VI do art. 18 e
conterão, pelo menos, as seguintes indicações:
I – nome, registro civil, cadastro fiscal no Ministério da Fazenda, naciona-
lidade, estado civil e residência dos contratantes;
II – denominação e situação do loteamento, número e data da inscrição;
III – descrição do lote ou dos lotes que forem objeto de compromissos,
confrontações, área e outras características;
IV – preço, prazo, forma e local de pagamento bem como a importância
do sinal;
V – taxa de juros incidentes sobre o débito em aberto e sobre as presta-
ções vencidas e não pagas, bem como a cláusula penal, nunca excedente a
10% (dez por cento) do débito e só exigível nos casos de intervenção judicial
ou de mora superior a 3 (três) meses;
VI – indicação sobre a quem incumbe o pagamento dos impostos e taxas
incidentes sobre o lote compromissado;
VII – declaração das restrições urbanísticas convencionais do loteamento,
supletivas da legislação pertinente.
§ 1º O contrato deverá ser firmado em 3 (três) vias ou extraídas em 3
(três) traslados, sendo um para cada parte e o terceiro para arquivo no regis-
tro imobiliário, após o registro e anotações devidas.
§ 2º Quando o contrato houver sido firmado por procurador de qualquer
das partes, será obrigatório o arquivamento da procuração no registro imo-
biliário.
§ 3º Admite-se, nos parcelamentos populares, a cessão da posse em que
estiverem provisoriamente imitidas a União, Estados, Distrito Federal, Mu-
nicípios e suas entidades delegadas, o que poderá ocorrer por instrumento
particular, ao qual se atribui, para todos os fins de direito, caráter de escritura
pública, não se aplicando a disposição do inciso II do art. 134 do Código Civil.
(Incluído pela Lei n. 9.785, de 1999)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 4º A cessão da posse referida no § 3º, cumpridas as obrigações do


cessionário, constitui crédito contra o expropriante, de aceitação obrigatória
em garantia de contratos de financiamentos habitacionais. (Incluído pela Lei
n. 9.785, de 1999)
§ 5º Com o registro da sentença que, em processo de desapropriação,
fixar o valor da indenização, a posse referida no § 3º converter-se-á em
propriedade e a sua cessão, em compromisso de compra e venda ou venda
e compra, conforme haja obrigações a cumprir ou estejam elas cumpridas,
circunstância que, demonstradas ao Registro de Imóveis, serão averbadas na
matrícula relativa ao lote. (Incluído pela Lei n. 9.785, de 1999)
§ 6º Os compromissos de compra e venda, as cessões e as promessas de
cessão valerão como título para o registro da propriedade do lote adquirido,
quando acompanhados da respectiva prova de quitação. (Incluído pela Lei
n. 9.785, de 1999)
Art. 26-A. Os contratos de compra e venda, cessão ou promessa de ces-
são de loteamento devem ser iniciados por quadro-resumo, que deverá con-
ter, além das indicações constantes do art. 26 desta Lei: (Incluído pela Lei
n. 13.786, de 2018)
I – o preço total a ser pago pelo imóvel; (Incluído pela Lei n. 13.786, de
2018)
II – o valor referente à corretagem, suas condições de pagamento e a iden-
tificação precisa de seu beneficiário; (Incluído pela Lei n. 13.786, de 2018)
III – a forma de pagamento do preço, com indicação clara dos valores e
vencimentos das parcelas; (Incluído pela Lei n. 13.786, de 2018)
IV – os índices de correção monetária aplicáveis ao contrato e, quando
houver pluralidade de índices, o período de aplicação de cada um; (Incluído
pela Lei n. 13.786, de 2018)
V – as consequências do desfazimento do contrato, seja mediante dis-
trato, seja por meio de resolução contratual motivada por inadimplemento
de obrigação do adquirente ou do loteador, com destaque negritado para as

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

penalidades aplicáveis e para os prazos para devolução de valores ao adqui-


rente; (Incluído pela Lei n. 13.786, de 2018)
VI – as taxas de juros eventualmente aplicadas, se mensais ou anuais, se
nominais ou efetivas, o seu período de incidência e o sistema de amortização;
(Incluído pela Lei n. 13.786, de 2018)
VII – as informações acerca da possibilidade do exercício, por parte do
adquirente do imóvel, do direito de arrependimento previsto no art. 49 da Lei
n. 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor), em
todos os contratos firmados em estandes de vendas e fora da sede do lotea-
dor ou do estabelecimento comercial; (Incluído pela Lei n. 13.786, de 2018)
VIII – o prazo para quitação das obrigações pelo adquirente após a ob-
tenção do termo de vistoria de obras; (Incluído pela Lei n. 13.786, de 2018)
IX – informações acerca dos ônus que recaiam sobre o imóvel; (Incluído
pela Lei n. 13.786, de 2018)
X – o número do registro do loteamento ou do desmembramento, a matrí-
cula do imóvel e a identificação do cartório de registro de imóveis competen-
te; (Incluído pela Lei n. 13.786, de 2018)
XI – o termo final para a execução do projeto referido no § 1º do art. 12
desta Lei e a data do protocolo do pedido de emissão do termo de vistoria de
obras. (Incluído pela Lei n. 13.786, de 2018)
§ 1º Identificada a ausência de quaisquer das informações previstas no
caput deste artigo, será concedido prazo de 30 (trinta) dias para aditamento
do contrato e saneamento da omissão, findo o qual, essa omissão, se não
sanada, caracterizará justa causa para rescisão contratual por parte do ad-
quirente. (Incluído pela Lei n. 13.786, de 2018)
§ 2º A efetivação das consequências do desfazimento do contrato, men-
cionadas no inciso V do caput deste artigo, dependerá de anuência prévia e
específica do adquirente a seu respeito, mediante assinatura junto a essas
cláusulas, que deverão ser redigidas conforme o disposto no § 4º do art. 54
da Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumi-
dor). (Incluído pela Lei n. 13.786, de 2018)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 27. Se aquele que se obrigou a concluir contrato de promessa de


venda ou de cessão não cumprir a obrigação, o credor poderá notificar o de-
vedor para outorga do contrato ou oferecimento de impugnação no prazo de
15 (quinze) dias, sob pena de proceder-se ao registro de pré-contrato, pas-
sando as relações entre as partes a serem regidas pelo contrato-padrão.
§ 1º Para fins deste artigo, terão o mesmo valor de pré-contrato a pro-
messa de cessão, a proposta de compra, a reserva de lote ou qualquer, outro
instrumento, do qual conste a manifestação da vontade das partes, a indica-
ção do lote, o preço e modo de pagamento, e a promessa de contratar.
§ 2º O registro de que trata este artigo não será procedido se a parte que
o requereu não comprovar haver cumprido a sua prestação, nem a oferecer
na forma devida, salvo se ainda não exigível.
§ 3º Havendo impugnação daquele que se comprometeu a concluir o con-
trato, observar-se-á o disposto nos arts. 639 e 640 do Código de Processo Civil.
Art. 28. Qualquer alteração ou cancelamento parcial do loteamento regis-
trado dependerá de acordo entre o loteador e os adquirentes de lotes atin-
gidos pela alteração, bem como da aprovação pela Prefeitura Municipal, ou
do Distrito Federal quando for o caso, devendo ser depositada no Registro de
Imóveis, em complemento ao projeto original com a devida averbação.
Art. 29. Aquele que adquirir a propriedade loteada mediante ato inter
vivos, ou por sucessão causa mortis, sucederá o transmitente em todos os
seus direitos e obrigações, ficando obrigado a respeitar os compromissos de
compra e venda ou as promessas de cessão, em todas as suas cláusulas, sen-
do nula qualquer disposição em contrário, ressalvado o direito do herdeiro ou
legatário de renunciar à herança ou ao legado.
Art. 30. A sentença declaratória de falência ou da insolvência de qualquer
das partes não rescindirá os contratos de compromisso de compra e venda
ou de promessa de cessão que tenham por objeto a área loteada ou lotes da
mesma. Se a falência ou insolvência for do proprietário da área loteada ou
do titular de direito sobre ela, incumbirá ao síndico ou ao administrador dar

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cumprimento aos referidos contratos; se do adquirente do lote, seus direitos


serão levados à praça.
Art. 31. O contrato particular pode ser transferido por simples trespasse,
lançado no verso das vias em poder das partes, ou por instrumento em sepa-
rado, declarando-se o número do registro do loteamento, o valor da cessão e
a qualificação do cessionário, para o devido registro.
§ 1º A cessão independe da anuência do loteador mas, em relação a este,
seus efeitos só se produzem depois de cientificado, por escrito, pelas partes
ou quando registrada a cessão.
§ 2º Uma vez registrada a cessão, feita sem anuência do loteador, o Oficial
do Registro dar-lhe-á ciência, por escrito, dentro de 10 (dez) dias.
Art. 32. Vencida e não paga a prestação, o contrato será considerado res-
cindido 30 (trinta) dias depois de constituído em mora o devedor.
§ 1º Para os fins deste artigo o devedor-adquirente será intimado, a re-
querimento do credor, pelo Oficial do Registro de Imóveis, a satisfazer as
prestações vencidas e as que se vencerem até a data do pagamento, os juros
convencionados e as custas de intimação.
§ 2º Purgada a mora, convalescerá o contrato.
§ 3º Com a certidão de não haver sido feito o pagamento em cartório, o
vendedor requererá ao Oficial do Registro o cancelamento da averbação.
Art. 32-A. Em caso de resolução contratual por fato imputado ao adqui-
rente, respeitado o disposto no § 2º deste artigo, deverão ser restituídos os
valores pagos por ele, atualizados com base no índice contratualmente esta-
belecido para a correção monetária das parcelas do preço do imóvel, poden-
do ser descontados dos valores pagos os seguintes itens: (Incluído pela Lei
n. 13.786, de 2018)
I – os valores correspondentes à eventual fruição do imóvel, até o equiva-
lente a 0,75% (setenta e cinco centésimos por cento) sobre o valor atualizado
do contrato, cujo prazo será contado a partir da data da transmissão da posse
do imóvel ao adquirente até sua restituição ao loteador; (Incluído pela Lei
n. 13.786, de 2018)

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II – o montante devido por cláusula penal e despesas administrativas,


inclusive arras ou sinal, limitado a um desconto de 10% (dez por cento) do
valor atualizado do contrato; (Incluído pela Lei n. 13.786, de 2018)
III – os encargos moratórios relativos às prestações pagas em atraso pelo
adquirente; (Incluído pela Lei n. 13.786, de 2018)
IV – os débitos de impostos sobre a propriedade predial e territorial urba-
na, contribuições condominiais, associativas ou outras de igual natureza que
sejam a estas equiparadas e tarifas vinculadas ao lote, bem como tributos,
custas e emolumentos incidentes sobre a restituição e/ou rescisão; (Incluído
pela Lei n. 13.786, de 2018)
V – a comissão de corretagem, desde que integrada ao preço do lote.
(Incluído pela Lei n. 13.786, de 2018)
§ 1º O pagamento da restituição ocorrerá em até 12 (doze) parcelas
mensais, com início após o seguinte prazo de carência: (Incluído pela Lei
n. 13.786, de 2018)
I – em loteamentos com obras em andamento: no prazo máximo de 180
(cento e oitenta) dias após o prazo previsto em contrato para conclusão das
obras; (Incluído pela Lei n. 13.786, de 2018)
II – em loteamentos com obras concluídas: no prazo máximo de 12 (doze)
meses após a formalização da rescisão contratual. (Incluído pela Lei n. 13.786,
de 2018)
§ 2º Somente será efetuado registro do contrato de nova venda se for
comprovado o início da restituição do valor pago pelo vendedor ao titular do
registro cancelado na forma e condições pactuadas no distrato, dispensa-
da essa comprovação nos casos em que o adquirente não for localizado ou
não tiver se manifestado, nos termos do art. 32 desta Lei. (Incluído pela Lei
n. 13.786, de 2018)
§ 3º O procedimento previsto neste artigo não se aplica aos contratos e
escrituras de compra e venda de lote sob a modalidade de alienação fiduciária

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nos termos da Lei n. 9.514, de 20 de novembro de 1997. (Incluído pela Lei


n. 13.786, de 2018)
Art. 33. Se o credor das prestações se recusar recebê-las ou furtar-se ao
seu recebimento, será constituído em mora mediante notificação do Oficial do
Registro de Imóveis para vir receber as importâncias depositadas pelo deve-
dor no próprio Registro de Imóveis. Decorridos 15 (quinze) dias após o rece-
bimento da intimação, considerar-se-á efetuado o pagamento, a menos que o
credor impugne o depósito e, alegando inadimplemento do devedor, requeira
a intimação deste para os fins do disposto no art. 32 desta Lei.
Art. 34. Em qualquer caso de rescisão por inadimplemento do adquirente,
as benfeitorias necessárias ou úteis por ele levadas a efeito no imóvel deve-
rão ser indenizadas, sendo de nenhum efeito qualquer disposição contratual
em contrário.
§ 1º Não serão indenizadas as benfeitorias feitas em desconformidade
com o contrato ou com a lei. (Redação dada pela Lei n. 13.786, de 2018)
§ 2º No prazo de 60 (sessenta) dias, contado da constituição em mora,
fica o loteador, na hipótese do caput deste artigo, obrigado a alienar o imóvel
mediante leilão judicial ou extrajudicial, nos termos da Lei n. 9.514, de 20 de
novembro de 1997. (Incluído pela Lei n. 13.786, de 2018)
Art. 35. Se ocorrer o cancelamento do registro por inadimplemento do
contrato, e tiver sido realizado o pagamento de mais de 1/3 (um terço) do
preço ajustado, o oficial do registro de imóveis mencionará esse fato e a
quantia paga no ato do cancelamento, e somente será efetuado novo re-
gistro relativo ao mesmo lote, mediante apresentação do distrato assinado
pelas partes e a comprovação do pagamento da parcela única ou da primeira
parcela do montante a ser restituído ao adquirente, na forma do art. 32-A
desta Lei, ao titular do registro cancelado, ou mediante depósito em dinheiro
à sua disposição no registro de imóveis. (Redação dada pela Lei n. 13.786,
de 2018)

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§ 1º Ocorrendo o depósito a que se refere este artigo, o Oficial do Registro


de Imóveis intimará o interessado para vir recebê-lo no prazo de 10 (dez)
dias, sob pena de ser devolvido ao depositante.
§ 2º No caso de não se encontrado o interessado, o Oficial do Registro de
Imóveis depositará quantia em estabelecimento de crédito, segundo a ordem
prevista no inciso I do art. 666 do Código de Processo Civil, em conta com
incidência de juros e correção monetária.
§ 3º A obrigação de comprovação prévia de pagamento da parcela única
ou da primeira parcela como condição para efetivação de novo registro, pre-
vista no caput deste artigo, poderá ser dispensada se as partes convenciona-
rem de modo diverso e de forma expressa no documento de distrato por elas
assinado. (Incluído pela Lei n. 13.786, de 2018)
Art. 36. O registro do compromisso, cessão ou promessa de cessão só
poderá ser cancelado:
I – por decisão judicial;
II – a requerimento conjunto das partes contratantes;
III – quando houver rescisão comprovada do contrato.
Art. 36-A. As atividades desenvolvidas pelas associações de proprietários
de imóveis, titulares de direitos ou moradores em loteamentos ou empreen-
dimentos assemelhados, desde que não tenham fins lucrativos, bem como
pelas entidades civis organizadas em função da solidariedade de interesses
coletivos desse público com o objetivo de administração, conservação, ma-
nutenção, disciplina de utilização e convivência, visando à valorização dos
imóveis que compõem o empreendimento, tendo em vista a sua natureza
jurídica, vinculam-se, por critérios de afinidade, similitude e conexão, à ati-
vidade de administração de imóveis. (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)
Parágrafo único. A administração de imóveis na forma do caput deste arti-
go sujeita seus titulares à normatização e à disciplina constantes de seus atos
constitutivos, cotizando-se na forma desses atos para suportar a consecução
dos seus objetivos. (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)

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CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 37. É vedado vender ou prometer vender parcela de loteamento ou


desmembramento não registrado.
Art. 38. Verificado que o loteamento ou desmembramento não se acha
registrado ou regularmente executado ou notificado pela Prefeitura Munici-
pal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, deverá o adquirente do lote
suspender o pagamento das prestações restantes e notificar o loteador para
suprir a falta.
§ 1º Ocorrendo a suspensão do pagamento das prestações restantes, na
forma do caput deste artigo, o adquirente efetuará o depósito das prestações
devidas junto ao Registro de Imóveis competente, que as depositará em es-
tabelecimento de crédito, segundo a ordem prevista no inciso I do art. 666 do
Código de Processo Civil, em conta com incidência de juros e correção mone-
tária, cuja movimentação dependerá de prévia autorização judicial.
§ 2º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, ou
o Ministério Público, poderá promover a notificação ao loteador prevista no
caput deste artigo.
§ 3º Regularizado o loteamento pelo loteador, este promoverá judicial-
mente a autorização para levantar as prestações depositadas, com os acrés-
cimos de correção monetária e juros, sendo necessária a citação da Prefeitu-
ra, ou do Distrito Federal quando for o caso, para integrar o processo judicial
aqui previsto, bem como audiência do Ministério Público.
§ 4º Após o reconhecimento judicial de regularidade do loteamento, o
loteador notificará os adquirentes dos lotes, por intermédio do Registro de
Imóveis competente, para que passem a pagar diretamente as prestações
restantes, a contar da data da notificação.
§ 5º No caso de o loteador deixar de atender à notificação até o venci-
mento do prazo contratual, ou quando o loteamento ou desmembramento for

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regularizado pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o


caso, nos termos do art. 40 desta Lei, o loteador não poderá, a qualquer titu-
lo, exigir o recebimento das prestações depositadas.
Art.39. Será nula de pleno direito a cláusula de rescisão de contrato por
inadimplemento do adquirente, quando o loteamento não estiver regular-
mente inscrito.
Art. 40. A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso,
se desatendida pelo loteador a notificação, poderá regularizar loteamento ou
desmembramento não autorizado ou executado sem observância das deter-
minações do ato administrativo de licença, para evitar lesão aos seus padrões
de desenvolvimento urbano e na defesa dos direitos dos adquirentes de lotes.
§ 1º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, que
promover a regularização, na forma deste artigo, obterá judicialmente o le-
vantamento das prestações depositadas, com os respectivos acréscimos de
correção monetária e juros, nos termos do § 1º do art. 38 desta Lei, a título
de ressarcimento das importâncias despendidas com equipamentos urbanos
ou expropriações necessárias para regularizar o loteamento ou desmembra-
mento.
§ 2º As importâncias despendidas pela Prefeitura Municipal, ou pelo Dis-
trito Federal quando for o caso, para regularizar o loteamento ou desmem-
bramento, caso não sejam integralmente ressarcidas conforme o disposto no
parágrafo anterior, serão exigidas na parte faltante do loteador, aplicando-se
o disposto no art. 47 desta Lei.
§ 3º No caso de o loteador não cumprir o estabelecido no parágrafo an-
terior, a Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, poderá
receber as prestações dos adquirentes, até o valor devido.
§ 4º A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, para
assegurar a regularização do loteamento ou desmembramento, bem como o
ressarcimento integral de importâncias despendidas, ou a despender, pode-
rá promover judicialmente os procedimentos cautelares necessários aos fins
colimados.

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§ 5º A regularização de um parcelamento pela Prefeitura Municipal, ou


Distrito Federal, quando for o caso, não poderá contrariar o disposto nos arts.
3º e 4º desta Lei, ressalvado o disposto no § 1o desse último. (Incluído pela
Lei n. 9.785, de 1999)
Art. 41. Regularizado o loteamento ou desmembramento pela Prefeitura
Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, o adquirente do lote,
comprovando o depósito de todas as prestações do preço avençado, poderá
obter o registro, de propriedade do lote adquirido, valendo para tanto o com-
promisso de venda e compra devidamente firmado.
Art. 42. Nas desapropriações não serão considerados como loteados ou
loteáveis, para fins de indenização, os terrenos ainda não vendidos ou com-
promissados, objeto de loteamento ou desmembramento não registrado.
Art. 43. Ocorrendo a execução de loteamento não aprovado, a destinação
de áreas públicas exigidas no inciso I do art. 4º desta Lei não se poderá al-
terar sem prejuízo da aplicação das sanções administrativas, civis e criminais
previstas.
Parágrafo único. Neste caso, o loteador ressarcirá a Prefeitura Municipal
ou o Distrito Federal quando for o caso, em pecúnia ou em área equivalente,
no dobro da diferença entre o total das áreas públicas exigidas e as efetiva-
mente destinadas (Incluído pela Lei n. 9.785, de 1999)
Art. 44. O Município, o Distrito Federal e o Estado poderão expropriar
áreas urbanas ou de expansão urbana para reloteamento, demolição, re-
construção e incorporação, ressalvada a preferência dos expropriados para a
aquisição de novas unidades.
Art. 45. O loteador, ainda que já tenha vendido todos os lotes, ou os vizi-
nhos, são partes legítimas para promover ação destinada a impedir constru-
ção em desacordo com restrições legais ou contratuais.
Art. 46. O loteador não poderá fundamentar qualquer ação ou defesa na
presente Lei sem apresentação dos registros e contratos a que ela se refere.

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Art. 47. Se o loteador integrar grupo econômico ou financeiro, qualquer


pessoa física ou jurídica desse grupo, beneficiária de qualquer forma do lotea-
mento ou desmembramento irregular, será solidariamente responsável pelos
prejuízos por ele causados aos compradores de lotes e ao Poder Público.
Art. 48. O foro competente para os procedimentos judiciais previstos nes-
ta Lei será o da comarca da situação do lote.
Art. 49. As intimações e notificações previstas nesta Lei deverão ser fei-
tas pessoalmente ao intimado ou notificado, que assinará o comprovante do
recebimento, e poderão igualmente ser promovidas por meio dos Cartórios
de Registro de Títulos e Documentos da Comarca da situação do imóvel ou do
domicílio de quem deva recebê-las.
§ 1º Se o destinatário se recusar a dar recibo ou se furtar ao recebimento,
ou se for desconhecido o seu paradeiro, o funcionário incumbido da diligência
informará esta circunstância ao Oficial competente que a certificará, sob sua
responsabilidade.
§ 2º Certificada a ocorrência dos fatos mencionados no parágrafo anterior,
a intimação ou notificação será feita por edital na forma desta Lei, começando
o prazo a correr 10 (dez) dias após a última publicação.

CAPÍTULO IX
DISPOSIÇÕES PENAIS

Art. 50. Constitui crime contra a Administração Pública.


I – dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembra-
mento do solo para fins urbanos, sem autorização do órgão público compe-
tente, ou em desacordo com as disposições desta Lei ou das normas pertinen-
tes do Distrito Federal, Estados e Municípios;
II – dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembra-
mento do solo para fins urbanos sem observância das determinações cons-
tantes do ato administrativo de licença;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – fazer ou veicular em proposta, contrato, prospecto ou comunicação


ao público ou a interessados, afirmação falsa sobre a legalidade de lotea-
mento ou desmembramento do solo para fins urbanos, ou ocultar fraudulen-
tamente fato a ele relativo.
Pena: Reclusão, de 1(um) a 4 (quatro) anos, e multa de 5 (cinco) a 50
(cinquenta) vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Parágrafo único. O crime definido neste artigo é qualificado, se cometido.
I – por meio de venda, promessa de venda, reserva de lote ou quaisquer
outros instrumentos que manifestem a intenção de vender lote em lotea-
mento ou desmembramento não registrado no Registro de Imóveis compe-
tente.
II – com inexistência de título legítimo de propriedade do imóvel loteado
ou desmembrado, ressalvado o disposto no art. 18, §§ 4º e 5º, desta Lei,
ou com omissão fraudulenta de fato a ele relativo, se o fato não constituir
crime mais grave. (Redação dada pela Lei n. 9.785, de 1999)
Pena – Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa de 10 (dez) a 100
(cem) vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Art. 51. Quem, de qualquer modo, concorra para a prática dos crimes
previstos no artigo anterior desta Lei incide nas penas a estes cominadas,
considerados em especial os atos praticados na qualidade de mandatário de
loteador, diretor ou gerente de sociedade.
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.785, de 1999)
Art. 52. Registrar loteamento ou desmembramento não aprovado pelos
órgãos competentes, registrar o compromisso de compra e venda, a cessão
ou promessa de cessão de direitos, ou efetuar registro de contrato de venda
de loteamento ou desmembramento não registrado.
Pena – Detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa de 5 (cinco) a 50
(cinquenta) vezes o maior salário mínimo vigente no País, sem prejuízo das
sanções administrativas cabíveis.

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CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 53. Todas as alterações de uso do solo rural para fins urbanos de-
penderão de prévia audiência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária – INCRA, do Órgão Metropolitano, se houver, onde se localiza o Muni-
cípio, e da aprovação da Prefeitura municipal, ou do Distrito Federal quando
for o caso, segundo as exigências da legislação pertinente.
Art. 53-A. São considerados de interesse público os parcelamentos vin-
culados a planos ou programas habitacionais de iniciativa das Prefeituras Mu-
nicipais e do Distrito Federal, ou entidades autorizadas por lei, em especial
as regularizações de parcelamentos e de assentamentos. (Incluído pela Lei
n. 9.785, de 1999)
Parágrafo único. Às ações e intervenções de que trata este artigo não será
exigível documentação que não seja a mínima necessária e indispensável aos
registros no cartório competente, inclusive sob a forma de certidões, vedadas
as exigências e as sanções pertinentes aos particulares, especialmente aque-
las que visem garantir a realização de obras e serviços, ou que visem prevenir
questões de domínio de glebas, que se presumirão asseguradas pelo Poder
Público respectivo. (Incluído pela Lei n. 9.785, de 1999)
Art. 54. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Art. 55. Revogam-se as disposições em contrário.

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LEI N. 6.015, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1973


Dispõe sobre os registros públicos, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
Das Disposições Gerais
CAPÍTULO I
DAS ATRIBUIÇÕES

Art. 1º Os serviços concernentes aos Registros Públicos, estabelecidos


pela legislação civil para autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídi-
cos, ficam sujeitos ao regime estabelecido nesta Lei. (Redação dada pela Lei
n. 6.216, de 1975)
§ 1º Os Registros referidos neste artigo são os seguintes: (Redação dada
pela Lei n. 6.216, de 1975)
I – o registro civil de pessoas naturais; (Redação dada pela Lei n. 6.216,
de 1975)
II – o registro civil de pessoas jurídicas; (Redação dada pela Lei n. 6.216,
de 1975)
III – o registro de títulos e documentos; (Redação dada pela Lei n. 6.216,
de 1975)
IV – o registro de imóveis. (Redação dada pela Lei n. 6.216, de 1975)
§ 2º Os demais registros reger-se-ão por leis próprias. (Redação dada
pela Lei n. 6.216, de 1975)
§ 3º Os registros poderão ser escriturados, publicitados e conservados em
meio eletrônico, obedecidos os padrões tecnológicos estabelecidos em regu-
lamento. (Incluído pela Medida Provisória n. 881, de 2019)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 2º Os registros indicados no § 1º do artigo anterior ficam a cargo de


serventuários privativos nomeados de acordo com o estabelecido na Lei de
Organização Administrativa e Judiciária do Distrito Federal e dos Territórios e
nas Resoluções sobre a Divisão e Organização Judiciária dos Estados, e serão
feitos: (Redação dada pela Lei n. 6.216, de 1975)
I – o do item I, nos ofícios privativos, ou nos cartórios de registro de nas-
cimentos, casamentos e óbitos; (Redação dada pela Lei n. 6.216, de 1975)
II – os dos itens II e III, nos ofícios privativos, ou nos cartórios de registro
de títulos e documentos; (Redação dada pela Lei n. 6.216, de 1975)
III – os do item IV, nos ofícios privativos, ou nos cartórios de registro de
imóveis. (Redação dada pela Lei n. 6.216, de 1975)

CAPÍTULO II
DA ESCRITURAÇÃO

Art. 3º A escrituração será feita em livros encadernados, que obedecerão


aos modelos anexos a esta Lei, sujeitos à correição da autoridade judiciária
competente.
§ 1º Os livros podem ter 0,22m até 0,40m de largura e de 0,33m até
0,55m de altura, cabendo ao oficial a escolha, dentro dessas dimensões, de
acordo com a conveniência do serviço.
§ 2º Para facilidade do serviço podem os livros ser escriturados mecanica-
mente, em folhas soltas, obedecidos os modelos aprovados pela autoridade
judiciária competente.
Art. 4º Os livros de escrituração serão abertos, numerados, autentica-
dos e encerrados pelo oficial do registro, podendo ser utilizado, para tal fim,
processo mecânico de autenticação previamente aprovado pela autoridade
judiciária competente.
Parágrafo único. Os livros notariais, nos modelos existentes, em folhas fi-
xas ou soltas, serão também abertos, numerados, autenticados e encerrados

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pelo tabelião, que determinará a respectiva quantidade a ser utilizada, de


acordo com a necessidade do serviço. (Incluído pela Lei n. 9.955, de 2000)
Art. 5º Considerando a quantidade dos registros o Juiz poderá autorizar
a diminuição do número de páginas dos livros respectivos, até a terça parte
do consignado nesta Lei.
Art. 6º Findando-se um livro, o imediato tomará o número seguinte,
acrescido à respectiva letra, salvo no registro de imóveis, em que o número
será conservado, com a adição sucessiva de letras, na ordem alfabética sim-
ples, e, depois, repetidas em combinação com a primeira, com a segunda, e
assim indefinidamente. Exemplos: 2-A a 2-Z; 2-AA a 2-AZ; 2-BA a 2-BZ, etc.
Art. 7º Os números de ordem dos registros não serão interrompidos no
fim de cada livro, mas continuarão, indefinidamente, nos seguintes da mes-
ma espécie.

CAPÍTULO III
DA ORDEM DO SERVIÇO

Art. 8º O serviço começará e terminará às mesmas horas em todos os


dias úteis.
Parágrafo único. O registro civil de pessoas naturais funcionará todos os
dias, sem exceção.
Art. 9º Será nulo o registro lavrado fora das horas regulamentares ou em
dias em que não houver expediente, sendo civil e criminalmente responsável
o oficial que der causa à nulidade.
Art. 10. Todos os títulos, apresentados no horário regulamentar e que
não forem registrados até a hora do encerramento do serviço, aguardarão o
dia seguinte, no qual serão registrados, preferencialmente, aos apresentados
nesse dia.
Parágrafo único. O registro civil de pessoas naturais não poderá, entretan-
to, ser adiado.

1128
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 11. Os oficiais adotarão o melhor regime interno de modo a assegu-


rar às partes a ordem de precedência na apresentação dos seus títulos, esta-
belecendo-se, sempre, o número de ordem geral.
Art. 12. Nenhuma exigência fiscal, ou dúvida, obstará a apresentação de
um título e o seu lançamento do Protocolo com o respectivo número de or-
dem, nos casos em que da precedência decorra prioridade de direitos para o
apresentante.
Parágrafo único. Independem de apontamento no Protocolo os títulos
apresentados apenas para exame e cálculo dos respectivos emolumentos.
Art. 13. Salvo as anotações e as averbações obrigatórias, os atos do re-
gistro serão praticados:
I – por ordem judicial;
II – a requerimento verbal ou escrito dos interessados;
III – a requerimento do Ministério Público, quando a lei autorizar.
§ 1º O reconhecimento de firma nas comunicações ao registro civil pode
ser exigido pelo respectivo oficial.
§ 2º A emancipação concedida por sentença judicial será anotada às ex-
pensas do interessado.
Art. 14. Pelos atos que praticarem, em decorrência desta Lei, os Ofi-
ciais do Registro terão direito, a título de remuneração, aos emolumentos
fixados nos Regimentos de Custas do Distrito Federal, dos Estados e dos
Territórios, os quais serão pagos, pelo interessado que os requerer, no ato
de requerimento ou no da apresentação do título. (Redação dada pela Lei
n. 6.216, de 1975)
Parágrafo único. O valor correspondente às custas de escrituras, certi-
dões, buscas, averbações, registros de qualquer natureza, emolumentos e
despesas legais constará, obrigatoriamente, do próprio documento, indepen-
dentemente da expedição do recibo, quando solicitado. (Incluído pela Lei n.
6.724, de 1979)
Art. 15. Quando o interessado no registro for o oficial encarregado de
fazê-lo ou algum parente seu, em grau que determine impedimento, o ato
incumbe ao substituto legal do oficial.

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CAPÍTULO IV
DA PUBLICIDADE

Art. 16. Os oficiais e os encarregados das repartições em que se façam os


registros são obrigados:
1º a lavrar certidão do que lhes for requerido;
2º a fornecer às partes as informações solicitadas.
Art. 17. Qualquer pessoa pode requerer certidão do registro sem informar
ao oficial ou ao funcionário o motivo ou interesse do pedido.
Parágrafo único. O acesso ou envio de informações aos registros públicos,
quando forem realizados por meio da rede mundial de computadores (inter-
net) deverão ser assinados com uso de certificado digital, que atenderá os
requisitos da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP. (Incluído pela
Lei n. 11.977, de 2009)
Art. 18. Ressalvado o disposto nos arts. 45, 57, § 7º, e 95, parágrafo
único, a certidão será lavrada independentemente de despacho judicial, de-
vendo mencionar o livro de registro ou o documento arquivado no cartório.
(Redação dada pela Lei n. 9.807, de 1999)
Art. 19. A certidão será lavrada em inteiro teor, em resumo, ou em relató-
rio, conforme quesitos, e devidamente autenticada pelo oficial ou seus substi-
tutos legais, não podendo ser retardada por mais de 5 (cinco) dias. (Redação
dada pela Lei n. 6.216, de 1975)
§ 1º A certidão, de inteiro teor, poderá ser extraída por meio datilográfico
ou reprográfico. (Redação dada pela Lei n. 6.216, de 1975)
§ 2º As certidões do Registro Civil das Pessoas Naturais mencionarão,
sempre, a data em que foi lavrado o assento e serão manuscritas ou datilo-
grafadas e, no caso de adoção de papéis impressos, os claros serão preen-
chidos também em manuscrito ou datilografados. (Redação dada pela Lei n.
6.216, de 1975)
§ 3º Nas certidões de registro civil, não se mencionará a circunstância de
ser legítima, ou não, a filiação, salvo a requerimento do próprio interessado,

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ou em virtude de determinação judicial. (Incluído dada pela Lei n. 6.216,


de 1975)
§ 4º As certidões de nascimento mencionarão a data em que foi feito o
assento, a data, por extenso, do nascimento e, ainda, expressamente, a na-
turalidade. (Redação dada pela Lei n. 13.484, de 2017)
§ 5º As certidões extraídas dos registros públicos deverão ser fornecidas
em papel e mediante escrita que permitam a sua reprodução por fotocópia,
ou outro processo equivalente. (Incluído dada pela Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 20. No caso de recusa ou retardamento na expedição da certidão, o
interessado poderá reclamar à autoridade competente, que aplicará, se for o
caso, a pena disciplinar cabível.
Parágrafo único. Para a verificação do retardamento, o oficial, logo que
receber alguma petição, fornecerá à parte uma nota de entrega devidamente
autenticada.
Art. 21. Sempre que houver qualquer alteração posterior ao ato cuja
certidão é pedida, deve o Oficial mencioná-la, obrigatoriamente, não obstan-
te as especificações do pedido, sob pena de responsabilidade civil e penal,
ressalvado o disposto nos artigos 45 e 95. (Redação dada pela Lei n. 6.216,
de 1975)
Parágrafo único. A alteração a que se refere este artigo deverá ser ano-
tada na própria certidão, contendo a inscrição de que "a presente certidão
envolve elementos de averbação à margem do termo. (Incluído dada pela Lei
n. 6.216, de 1975)

CAPÍTULO V
DA CONSERVAÇÃO

Art. 22. Os livros de registro, bem como as fichas que os substituam, so-


mente sairão do respectivo cartório mediante autorização judicial. (Redação
dada pela Lei n. 6.216, de 1975)

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Art. 23. Todas as diligências judiciais e extrajudiciais que exigirem a apre-


sentação de qualquer livro, ficha substitutiva de livro ou documento, efetuar-
-se-ão no próprio cartório. (Redação dada pela Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 24. Os oficiais devem manter em segurança, permanentemente, os
livros e documentos e respondem pela sua ordem e conservação.
Art. 25. Os papéis referentes ao serviço do registro serão arquivados em
cartório mediante a utilização de processos racionais que facilitem as buscas,
facultada a utilização de microfilmagem e de outros meios de reprodução au-
torizados em lei.
Art. 26. Os livros e papéis pertencentes ao arquivo do cartório ali perma-
necerão indefinidamente.
Art. 27. Quando a lei criar novo cartório, e enquanto este não for instala-
do, os registros continuarão a ser feitos no cartório que sofreu o desmembra-
mento, não sendo necessário repeti-los no novo ofício.
Parágrafo único. O arquivo do antigo cartório continuará a pertencer-lhe.

CAPÍTULO VI
DA RESPONSABILIDADE

Art. 28. Além dos casos expressamente consignados, os oficiais são ci-


vilmente responsáveis por todos os prejuízos que, pessoalmente, ou pelos
prepostos ou substitutos que indicarem, causarem, por culpa ou dolo, aos
interessados no registro.
Parágrafo único. A responsabilidade civil independe da criminal pelos de-
litos que cometerem.
TÍTULO II
Do Registro de Pessoas Naturais

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 29. Serão registrados no registro civil de pessoas naturais:


I – os nascimentos; (Regulamento) (Regulamento)

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II – os casamentos; (Regulamento) (Regulamento)


III – os óbitos; (Regulamento) (Regulamento)
IV – as emancipações;
V – as interdições;
VI – as sentenças declaratórias de ausência;
VII – as opções de nacionalidade;
VIII – as sentenças que deferirem a legitimação adotiva.
§ 1º Serão averbados:
a) as sentenças que decidirem a nulidade ou anulação do casamento, o
desquite e o restabelecimento da sociedade conjugal;
b) as sentenças que julgarem ilegítimos os filhos concebidos na constância
do casamento e as que declararem a filiação legítima;
c) os casamentos de que resultar a legitimação de filhos havidos ou con-
cebidos anteriormente;
d) os atos judiciais ou extrajudiciais de reconhecimento de filhos ilegítimos;
e) as escrituras de adoção e os atos que a dissolverem;
f) as alterações ou abreviaturas de nomes.
§ 2º É competente para a inscrição da opção de nacionalidade o cartório
da residência do optante, ou de seus pais. Se forem residentes no estrangei-
ro, far-se-á o registro no Distrito Federal.
§ 3º Os ofícios do registro civil das pessoas naturais são considerados ofí-
cios da cidadania e estão autorizados a prestar outros serviços remunerados,
na forma prevista em convênio, em credenciamento ou em matrícula com
órgãos públicos e entidades interessadas. (Incluído pela Lei n. 13.484, de
2017) (Vide ADIN 5855)
§ 4º O convênio referido no § 3º deste artigo independe de homologação
e será firmado pela entidade de classe dos registradores civis de pessoas na-
turais de mesma abrangência territorial do órgão ou da entidade interessada.
(Incluído pela Lei n. 13.484, de 2017) (Vide ADIN 5855)
Art. 30. Não serão cobrados emolumentos pelo registro civil de nasci-
mento e pelo assento de óbito, bem como pela primeira certidão respectiva.
(Redação dada pela Lei n. 9.534, de 1997)

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§ 1º Os reconhecidamente pobres estão isentos de pagamento de emolu-


mentos pelas demais certidões extraídas pelo cartório de registro civil. (Re-
dação dada pela Lei n. 9.534, de 1997)
§ 2º O estado de pobreza será comprovado por declaração do próprio in-
teressado ou a rogo, tratando-se de analfabeto, neste caso, acompanhada da
assinatura de duas testemunhas. (Redação dada pela Lei n. 9.534, de 1997)
§ 3º A falsidade da declaração ensejará a responsabilidade civil e criminal
do interessado. (Incluído pela Lei n. 9.534, de 1997)
§ 3º-A Comprovado o descumprimento, pelos oficiais de Cartórios de Re-
gistro Civil, do disposto no caput deste artigo, aplicar-se-ão as penalidades
previstas nos arts. 32 e 33 da Lei no 8.935, de 18 de novembro de 1994.
(Incluído pela Lei n. 9.812, de 1999)
§ 3º-B Esgotadas as penalidades a que se refere o parágrafo anterior e
verificando-se novo descumprimento, aplicar-se-á o disposto no art. 39 da Lei
no 8.935, de 18 de novembro de 1994. (Incluído pela Lei n. 9.812, de 1999)
§ 3º-C. Os cartórios de registros públicos deverão afixar, em local de gran-
de visibilidade, que permita fácil leitura e acesso ao público, quadros con-
tendo tabelas atualizadas das custas e emolumentos, além de informações
claras sobre a gratuidade prevista no caput deste artigo. (Incluído pela Lei n.
11.802, de 2008).
§ 4º É proibida a inserção nas certidões de que trata o § 1º deste artigo
de expressões que indiquem condição de pobreza ou semelhantes. (Incluído
pela Lei n. 11.789, de 2008)
§ 5º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.534, de 1997)
§ 6º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.534, de 1997)
§ 7º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.534, de 1997)
§ 8º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.534, de 1997)
Art. 31. Os fatos concernentes ao registro civil, que se derem a bordo dos
navios de guerra e mercantes, em viagem, e no exército, em campanha, se-
rão imediatamente registrados e comunicados em tempo oportuno, por cópia

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autêntica, aos respectivos Ministérios, a fim de que, através do Ministério da


Justiça, sejam ordenados os assentamentos, notas ou averbações nos livros
competentes das circunscrições a que se referirem.
Art. 32. Os assentos de nascimento, óbito e de casamento de brasileiros
em país estrangeiro serão considerados autênticos, nos termos da lei do lugar
em que forem feitos, legalizadas as certidões pelos cônsules ou quando por
estes tomados, nos termos do regulamento consular.
§ 1º Os assentos de que trata este artigo serão, porém, transladados nos
cartórios de 1º Ofício do domicílio do registrado ou no 1º Ofício do Distrito
Federal, em falta de domicílio conhecido, quando tiverem de produzir efeito
no País, ou, antes, por meio de segunda via que os cônsules serão obrigados
a remeter por intermédio do Ministério das Relações Exteriores.
§ 2º O filho de brasileiro ou brasileira, nascido no estrangeiro, e cujos pais
não estejam ali a serviço do Brasil, desde que registrado em consulado brasi-
leiro ou não registrado, venha a residir no território nacional antes de atingir
a maioridade, poderá requerer, no juízo de seu domicílio, se registre, no livro
"E" do 1º Ofício do Registro Civil, o termo de nascimento.
§ 3º Do termo e das respectivas certidões do nascimento registrado na
forma do parágrafo antecedente constará que só valerão como prova de na-
cionalidade brasileira, até quatro (4) anos depois de atingida a maioridade.
§ 4º Dentro do prazo de quatro anos, depois de atingida a maioridade pelo
interessado referido no § 2º deverá ele manifestar a sua opção pela naciona-
lidade brasileira perante o juízo federal. Deferido o pedido, proceder-se-á ao
registro no livro "E" do Cartório do 1º Ofício do domicílio do optante.
§ 5º Não se verificando a hipótese prevista no parágrafo anterior, o oficial
cancelará, de ofício, o registro provisório efetuado na forma do § 2º.

CAPÍTULO II
DA ESCRITURAÇÃO E ORDEM DE SERVIÇO

Art. 33 Haverá, em cada cartório, os seguintes livros, todos com 300 (tre-
zentas) folhas cada um: (Redação dada pela Lei n. 6.216, de 1975)

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I – "A" - de registro de nascimento; (Redação dada pela Lei n. 6.216,


de 1975)
II – "B" - de registro de casamento; (Redação dada pela Lei n. 6.216,
de 1975)
III – "B Auxiliar" - de registro de casamento Religioso para Efeitos Civis;
(Redação dada pela Lei n. 6.216, de 1975)
IV – "C" - de registro de óbitos; (Redação dada pela Lei n. 6.216, de 1975)
V – "C Auxiliar" - de registro de natimortos; (Incluído pela Lei n. 6.216,
de 1975)
VI – "D" - de registro de proclama. (Incluído pela Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 34. O oficial juntará, a cada um dos livros, índice alfabético dos as-
sentos lavrados pelos nomes das pessoas a quem se referirem.
Parágrafo único. O índice alfabético poderá, a critério do oficial, ser orga-
nizado pelo sistema de fichas, desde que preencham estas os requisitos de
segurança, comodidade e pronta busca.
Art. 35. A escrituração será feita seguidamente, em ordem cronológica
de declarações, sem abreviaturas, nem algarismos; no fim de cada assento
e antes da subscrição e das assinaturas, serão ressalvadas as emendas, en-
trelinhas ou outras circunstâncias que puderem ocasionar dúvidas. Entre um
assento e outro, será traçada uma linha de intervalo, tendo cada um o seu
número de ordem.
Art. 36. Os livros de registro serão divididos em três partes, sendo na da
esquerda lançado o número de ordem e na central o assento, ficando na da
direita espaço para as notas, averbações e retificações.
Art. 37. As partes, ou seus procuradores, bem como as testemunhas, as-
sinarão os assentos, inserindo-se neles as declarações feitas de acordo com a
lei ou ordenadas por sentença. As procurações serão arquivadas, declarando-
-se no termo a data, o livro, a folha e o ofício em que foram lavradas, quando
constarem de instrumento público.

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§ 1º Se os declarantes, ou as testemunhas não puderem, por qualquer


circunstâncias assinar, far-se-á declaração no assento, assinando a rogo outra
pessoa e tomando-se a impressão dactiloscópica da que não assinar, à mar-
gem do assento.
§ 2º As custas com o arquivamento das procurações ficarão a cargo dos
interessados.
Art. 38. Antes da assinatura dos assentos, serão estes lidos às partes e
às testemunhas, do que se fará menção.
Art. 39. Tendo havido omissão ou erro de modo que seja necessário fa-
zer adição ou emenda, estas serão feitas antes da assinatura ou ainda em
seguida, mas antes de outro assento, sendo a ressalva novamente por todos
assinada.
Art. 40. Fora da retificação feita no ato, qualquer outra só poderá ser efe-
tuada nos termos dos arts. 109 a 112 desta Lei. (Redação dada pela Lei n.
12.100, de 2009).
Art. 41. Reputam-se inexistentes e sem efeitos jurídicos quaisquer emen-
das ou alterações posteriores, não ressalvadas ou não lançadas na forma
indicada nos artigos 39 e 40.
Art. 42. A testemunha para os assentos de registro deve satisfazer às
condições exigidas pela lei civil, sendo admitido o parente, em qualquer grau,
do registrado.
Parágrafo único. Quando a testemunha não for conhecida do oficial do re-
gistro, deverá apresentar documento hábil da sua identidade, do qual se fará,
no assento, expressa menção.
Art. 43. Os livros de proclamas serão escriturados cronologicamente com
o resumo do que constar dos editais expedidos pelo próprio cartório ou rece-
bidos de outros, todos assinados pelo oficial.
Parágrafo único. As despesas de publicação do edital serão pagas pelo
interessado.
Art. 44. O registro do edital de casamento conterá todas as indicações
quanto à época de publicação e aos documentos apresentados, abrangendo
também o edital remetido por outro oficial processante.

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Art. 45. A certidão relativa ao nascimento de filho legitimado por subse-


quente matrimônio deverá ser fornecida sem o teor da declaração ou averba-
ção a esse respeito, como se fosse legítimo; na certidão de casamento tam-
bém será omitida a referência àquele filho, salvo havendo em qualquer dos
casos, determinação judicial, deferida em favor de quem demonstre legítimo
interesse em obtê-la.

CAPÍTULO III
DAS PENALIDADES

Art. 46. As declarações de nascimento feitas após o decurso do prazo


legal serão registradas no lugar de residência do interessado. (Redação dada
pela Lei n. 11.790, de 2008).
§ 1º O requerimento de registro será assinado por 2 (duas) testemunhas,
sob as penas da lei. (Redação dada pela Lei n. 11.790, de 2008).
§ 2º (Revogado pela Lei n. 10.215, de 2001)
§ 3º O oficial do Registro Civil, se suspeitar da falsidade da declaração,
poderá exigir prova suficiente. (Redação dada pela Lei n. 11.790, de 2008).
§ 4º Persistindo a suspeita, o oficial encaminhará os autos ao juízo com-
petente. (Redação dada pela Lei n. 11.790, de 2008).
§ 5º Se o Juiz não fixar prazo menor, o oficial deverá lavrar o assento den-
tro em cinco (5) dias, sob pena de pagar multa correspondente a um salário
mínimo da região.
Art. 47. Se o oficial do registro civil recusar fazer ou retardar qualquer
registro, averbação ou anotação, bem como o fornecimento de certidão, as
partes prejudicadas poderão queixar-se à autoridade judiciária, a qual, ouvin-
do o acusado, decidirá dentro de cinco (5) dias.
§ 1º Se for injusta a recusa ou injustificada a demora, o Juiz que tomar
conhecimento do fato poderá impor ao oficial multa de um a dez salários mí-
nimos da região, ordenando que, no prazo improrrogável de vinte e quatro

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(24) horas, seja feito o registro, a averbação, a anotação ou fornecida certi-


dão, sob pena de prisão de cinco (5) a vinte (20) dias.
§ 2º Os pedidos de certidão feitos por via postal, telegráfica ou bancária
serão obrigatoriamente atendidos pelo oficial do registro civil, satisfeitos os
emolumentos devidos, sob as penas previstas no parágrafo anterior.
Art. 48. Os Juizes farão correição e fiscalização nos livros de registro,
conforme as normas da organização Judiciária.
Art. 49. Os oficiais do registro civil remeterão à Fundação Instituto Bra-
sileiro de Geografia e Estatística, dentro dos primeiros oito dias dos meses
de janeiro, abril, julho e outubro de cada ano, um mapa dos nascimentos,
casamentos e óbitos ocorridos no trimestre anterior. (Redação dada pela Lei
n. 6.140, de 1974)
§ 1º A Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística fornece-
rá mapas para a execução do disposto neste artigo, podendo requisitar aos
oficiais do registro que façam as correções que forem necessárias. (Redação
dada pela Lei n. 6.140, de 1974)
§ 2º Os oficiais que, no prazo legal, não remeterem os mapas, incorrerão
na multa de um a cinco salários mínimos da região, que será cobrada como
dívida ativa da União, sem prejuízo da ação penal que no caso couber. (Reda-
ção dada pela Lei n. 6.140, de 1974)
§ 3º No mapa de que trata o caput deverá ser informado o número da iden-
tificação da Declaração de Nascido Vivo. (Redação dada pela Lei n. 12.662,
de 2012)
§ 4º Os mapas dos nascimentos deverão ser remetidos aos órgãos públi-
cos interessados no cruzamento das informações do registro civil e da Decla-
ração de Nascido Vivo conforme o regulamento, com o objetivo de integrar
a informação e promover a busca ativa de nascimentos. (Incluído pela Lei n.
12.662, de 2012)
§ 5º Os mapas previstos no caput e no § 4º deverão ser remetidos por
meio digital quando o registrador detenha capacidade de transmissão de da-
dos. (Incluído pela Lei n. 12.662, de 2012)

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CAPÍTULO IV
DO NASCIMENTO

Art. 50. Todo nascimento que ocorrer no território nacional deverá ser


dado a registro, no lugar em que tiver ocorrido o parto ou no lugar da resi-
dência dos pais, dentro do prazo de quinze dias, que será ampliado em até
três meses para os lugares distantes mais de trinta quilômetros da sede do
cartório. (Redação dada pela Lei n. 9.053, de 1995)
§ 1º Quando for diverso o lugar da residência dos pais, observar-se-á a or-
dem contida nos itens 1º e 2º do art. 52. (Incluído pela Lei n. 9.053, de 1995)
§ 2º Os índios, enquanto não integrados, não estão obrigados a inscrição
do nascimento. Este poderá ser feito em livro próprio do órgão federal de as-
sistência aos índios. (Renumerado do § 1º, pela Lei n. 9.053, de 1995)
§ 3º Os menores de vinte e um (21) anos e maiores de dezoito (18) anos
poderão, pessoalmente e isentos de multa, requerer o registro de seu nasci-
mento. (Renumerado do § 2º, pela Lei n. 9.053, de 1995)
§ 4º É facultado aos nascidos anteriormente à obrigatoriedade do registro
civil requerer, isentos de multa, a inscrição de seu nascimento. (Renumerado
do § 3º, pela Lei n. 9.053, de 1995)
§ 5º Aos brasileiros nascidos no estrangeiro se aplicará o disposto neste
artigo, ressalvadas as prescrições legais relativas aos consulados. (Renume-
rado do § 4º, pela Lei n. 9.053, de 1995)
Art. 51. Os nascimentos ocorridos a bordo, quando não registrados nos
termos do artigo 65, deverão ser declarados dentro de cinco (5) dias, a contar
da chegada do navio ou aeronave ao local do destino, no respectivo cartório
ou consulado. (Renumerado do art. 52, pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 52. São obrigados a fazer declaração de nascimento: (Renumerado
do art. 53, pela Lei n. 6.216, de 1975).
1º) o pai ou a mãe, isoladamente ou em conjunto, observado o disposto
no § 2º do art. 54; (Redação dada pela Lei n. 13.112, de 2015)

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2º) no caso de falta ou de impedimento de um dos indicados no item 1º,


outro indicado, que terá o prazo para declaração prorrogado por 45 (quarenta
e cinco) dias; (Redação dada pela Lei n. 13.112, de 2015)
3º) no impedimento de ambos, o parente mais próximo, sendo maior
achando-se presente;
4º) em falta ou impedimento do parente referido no número anterior os
administradores de hospitais ou os médicos e parteiras, que tiverem assistido
o parto;
5º) pessoa idônea da casa em que ocorrer, sendo fora da residência
da mãe;
6º) finalmente, as pessoas (VETADO) encarregadas da guarda do menor.
(Redação dada pela Lei n. 6.216, de 1975).
§ 1º Quando o oficial tiver motivo para duvidar da declaração, poderá ir à
casa do recém-nascido verificar a sua existência, ou exigir a atestação do mé-
dico ou parteira que tiver assistido o parto, ou o testemunho de duas pessoas
que não forem os pais e tiverem visto o recém-nascido.
§ 2º Tratando-se de registro fora do prazo legal o oficial, em caso de dú-
vida, poderá requerer ao Juiz as providências que forem cabíveis para escla-
recimento do fato.
Art. 53. No caso de ter a criança nascido morta ou no de ter morrido na
ocasião do parto, será, não obstante, feito o assento com os elementos que
couberem e com remissão ao do óbito. (Renumerado do art. 54, com nova
redação, pela Lei n. 6.216, de 1975).
§ 1º No caso de ter a criança nascido morta, será o registro feito no
livro "C Auxiliar", com os elementos que couberem. (Incluído pela Lei n.
6.216, de 1975).
§ 2º No caso de a criança morrer na ocasião do parto, tendo, entretanto,
respirado, serão feitos os dois assentos, o de nascimento e o de óbito, com os
elementos cabíveis e com remissões recíprocas. (Incluído pela Lei n. 6.216,
de 1975).

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Art. 54. O assento do nascimento deverá conter: (Renumerado do art.


55, pela Lei n. 6.216, de 1975).
1º) o dia, mês, ano e lugar do nascimento e a hora certa, sendo possível
determiná-la, ou aproximada;
2º) o sexo do registrando; (Redação dada pela Lei n. 6.216, de 1975).
3º) o fato de ser gêmeo, quando assim tiver acontecido;
4º) o nome e o prenome, que forem postos à criança;
5º) a declaração de que nasceu morta, ou morreu no ato ou logo depois
do parto;
6º) a ordem de filiação de outros irmãos do mesmo prenome que existi-
rem ou tiverem existido;
7º) Os nomes e prenomes, a naturalidade, a profissão dos pais, o lugar e
cartório onde se casaram, a idade da genitora, do registrando em anos com-
pletos, na ocasião do parto, e o domicílio ou a residência do casal. (Redação
dada pela Lei n. 6.140, de 1974)
8º) os nomes e prenomes dos avós paternos e maternos;
9º) os nomes e prenomes, a profissão e a residência das duas testemu-
nhas do assento, quando se tratar de parto ocorrido sem assistência médica
em residência ou fora de unidade hospitalar ou casa de saúde; (Redação dada
pela Lei n. 13.484, de 2017)
10) o número de identificação da Declaração de Nascido Vivo, com contro-
le do dígito verificador, exceto na hipótese de registro tardio previsto no art.
46 desta Lei; e (Redação dada pela Lei n. 13.484, de 2017)
11) a naturalidade do registrando. (Incluído pela Lei n. 13.484, de 2017)
§ 1º Não constituem motivo para recusa, devolução ou solicitação de re-
tificação da Declaração de Nascido Vivo por parte do Registrador Civil das
Pessoas Naturais: (Incluído pela Lei n. 12.662, de 2012)
I – equívocos ou divergências que não comprometam a identificação da
mãe; (Incluído pela Lei n. 12.662, de 2012)
II – omissão do nome do recém-nascido ou do nome do pai; (Incluído pela
Lei n. 12.662, de 2012)

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III – divergência parcial ou total entre o nome do recém-nascido cons-


tante da declaração e o escolhido em manifestação perante o registrador no
momento do registro de nascimento, prevalecendo este último; (Incluído pela
Lei n. 12.662, de 2012)
IV – divergência parcial ou total entre o nome do pai constante da decla-
ração e o verificado pelo registrador nos termos da legislação civil, prevale-
cendo este último; (Incluído pela Lei n. 12.662, de 2012)
V – demais equívocos, omissões ou divergências que não comprometam
informações relevantes para o registro de nascimento. (Incluído pela Lei n.
12.662, de 2012)
§ 2º O nome do pai constante da Declaração de Nascido Vivo não constitui
prova ou presunção da paternidade, somente podendo ser lançado no regis-
tro de nascimento quando verificado nos termos da legislação civil vigente.
(Incluído pela Lei n. 12.662, de 2012)
§ 3º Nos nascimentos frutos de partos sem assistência de profissionais da
saúde ou parteiras tradicionais, a Declaração de Nascido Vivo será emitida
pelos Oficiais de Registro Civil que lavrarem o registro de nascimento, sempre
que haja demanda das Secretarias Estaduais ou Municipais de Saúde para
que realizem tais emissões. (Incluído pela Lei n. 12.662, de 2012)
§ 4º A naturalidade poderá ser do Município em que ocorreu o nascimento
ou do Município de residência da mãe do registrando na data do nascimento,
desde que localizado em território nacional, e a opção caberá ao declarante
no ato de registro do nascimento. (Incluído pela Lei n. 13.484, de 2017)
Art. 55. Quando o declarante não indicar o nome completo, o oficial lan-
çará adiante do prenome escolhido o nome do pai, e na falta, o da mãe, se
forem conhecidos e não o impedir a condição de ilegitimidade, salvo reconhe-
cimento no ato. (Renumerado do art. 56, pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. Os oficiais do registro civil não registrarão prenomes sus-
cetíveis de expor ao ridículo os seus portadores. Quando os pais não se con-
formarem com a recusa do oficial, este submeterá por escrito o caso, indepen-
dente da cobrança de quaisquer emolumentos, à decisão do Juiz competente.

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Art. 56. O interessado, no primeiro ano após ter atingido a maioridade


civil, poderá, pessoalmente ou por procurador bastante, alterar o nome, des-
de que não prejudique os apelidos de família, averbando-se a alteração que
será publicada pela imprensa. (Renumerado do art. 57, pela Lei n. 6.216, de
1975).
Art. 57. A alteração posterior de nome, somente por exceção e motiva-
damente, após audiência do Ministério Público, será permitida por sentença
do juiz a que estiver sujeito o registro, arquivando-se o mandado e publican-
do-se a alteração pela imprensa, ressalvada a hipótese do art. 110 desta Lei.
(Redação dada pela Lei n. 12.100, de 2009).
§ 1º Poderá, também, ser averbado, nos mesmos termos, o nome abre-
viado, usado como firma comercial registrada ou em qualquer atividade pro-
fissional. (Incluído pela Lei n. 6.216, de 1975).
§ 2º A mulher solteira, desquitada ou viúva, que viva com homem solteiro,
desquitado ou viúvo, excepcionalmente e havendo motivo ponderável, pode-
rá requerer ao juiz competente que, no registro de nascimento, seja averbado
o patronímico de seu companheiro, sem prejuízo dos apelidos próprios, de
família, desde que haja impedimento legal para o casamento, decorrente do
estado civil de qualquer das partes ou de ambas. (Incluído pela Lei n. 6.216,
de 1975).
§ 3º O juiz competente somente processará o pedido, se tiver expressa
concordância do companheiro, e se da vida em comum houverem decorrido,
no mínimo, 5 (cinco) anos ou existirem filhos da união. (Incluído pela Lei n.
6.216, de 1975).
§ 4º O pedido de averbação só terá curso, quando desquitado o compa-
nheiro, se a ex-esposa houver sido condenada ou tiver renunciado ao uso dos
apelidos do marido, ainda que dele receba pensão alimentícia. (Incluído pela
Lei n. 6.216, de 1975).
§ 5º O aditamento regulado nesta Lei será cancelado a requerimento de
uma das partes, ouvida a outra. (Incluído pela Lei n. 6.216, de 1975).

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§ 6º Tanto o aditamento quanto o cancelamento da averbação previstos


neste artigo serão processados em segredo de justiça. (Incluído pela Lei n.
6.216, de 1975).
§ 7º Quando a alteração de nome for concedida em razão de fundada
coação ou ameaça decorrente de colaboração com a apuração de crime, o
juiz competente determinará que haja a averbação no registro de origem de
menção da existência de sentença concessiva da alteração, sem a averbação
do nome alterado, que somente poderá ser procedida mediante determinação
posterior, que levará em consideração a cessação da coação ou ameaça que
deu causa à alteração. (Incluído pela Lei n. 9.807, de 1999)
§ 8º O enteado ou a enteada, havendo motivo ponderável e na forma dos
§§ 2º e 7º deste artigo, poderá requerer ao juiz competente que, no registro
de nascimento, seja averbado o nome de família de seu padrasto ou de sua
madrasta, desde que haja expressa concordância destes, sem prejuízo de
seus apelidos de família. (Incluído pela Lei n. 11.924, de 2009)
Art. 58. O prenome será definitivo, admitindo-se, todavia, a sua substitui-
ção por apelidos públicos notórios. (Redação dada pela Lei n. 9.708, de 1998)
(Vide ADIN N. 4.275)
Parágrafo único. A substituição do prenome será ainda admitida em razão
de fundada coação ou ameaça decorrente da colaboração com a apuração de
crime, por determinação, em sentença, de juiz competente, ouvido o Ministé-
rio Público. (Redação dada pela Lei n. 9.807, de 1999)
Art. 59. Quando se tratar de filho ilegítimo, não será declarado o nome
do pai sem que este expressamente o autorize e compareça, por si ou por
procurador especial, para, reconhecendo-o, assinar, ou não sabendo ou não
podendo, mandar assinar a seu rogo o respectivo assento com duas testemu-
nhas. (Renumerado do art. 60, pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 60. O registro conterá o nome do pai ou da mãe, ainda que ilegíti-
mos, quando qualquer deles for o declarante. (Renumerado do art. 61, pela
Lei n. 6.216, de 1975).

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Art. 61. Tratando-se de exposto, o registro será feito de acordo com as


declarações que os estabelecimentos de caridade, as autoridades ou os parti-
culares comunicarem ao oficial competente, nos prazos mencionados no arti-
go 51, a partir do achado ou entrega, sob a pena do artigo 46, apresentando
ao oficial, salvo motivo de força maior comprovada, o exposto e os objetos a
que se refere o parágrafo único deste artigo. (Renumerado do art. 62, pela
Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. Declarar-se-á o dia, mês e ano, lugar em que foi expos-
to, a hora em que foi encontrado e a sua idade aparente. Nesse caso, o en-
voltório, roupas e quaisquer outros objetos e sinais que trouxer a criança e
que possam a todo o tempo fazê-la reconhecer, serão numerados, alistados
e fechados em caixa lacrada e selada, com o seguinte rótulo: "Pertence ao
exposto tal, assento de fls..... do livro....." e remetidos imediatamente, com
uma guia em duplicata, ao Juiz, para serem recolhidos a lugar seguro. Rece-
bida e arquivada a duplicata com o competente recibo do depósito, far-se-á à
margem do assento a correspondente anotação.
Art. 62. O registro do nascimento do menor abandonado, sob jurisdição
do Juiz de Menores, poderá fazer-se por iniciativa deste, à vista dos elemen-
tos de que dispuser e com observância, no que for aplicável, do que preceitua
o artigo anterior. (Renumerado do art 63, pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 63. No caso de gêmeos, será declarada no assento especial de cada
um a ordem de nascimento. Os gêmeos que tiverem o prenome igual deverão
ser inscritos com duplo prenome ou nome completo diverso, de modo que
possam distinguir-se. (Renumerado do art. 64, pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. Também serão obrigados a duplo prenome, ou a nome
completo diverso, os irmãos a que se pretender dar o mesmo prenome.
Art. 64. Os assentos de nascimento em navio brasileiro mercante ou de
guerra serão lavrados, logo que o fato se verificar, pelo modo estabelecido na
legislação de marinha, devendo, porém, observar-se as disposições da pre-
sente Lei. (Renumerado do art. 65, pela Lei n. 6.216, de 1975).

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Art. 65. No primeiro porto a que se chegar, o comandante depositará


imediatamente, na capitania do porto, ou em sua falta, na estação fiscal,
ou ainda, no consulado, em se tratando de porto estrangeiro, duas cópias
autenticadas dos assentos referidos no artigo anterior, uma das quais será
remetida, por intermédio do Ministério da Justiça, ao oficial do registro, para
o registro, no lugar de residência dos pais ou, se não for possível descobri-lo,
no 1º Ofício do Distrito Federal. Uma terceira cópia será entregue pelo co-
mandante ao interessado que, após conferência na capitania do porto, por ela
poderá, também, promover o registro no cartório competente. (Renumerado
do art. 66, pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. Os nascimentos ocorridos a bordo de quaisquer aerona-
ves, ou de navio estrangeiro, poderão ser dados a registro pelos pais brasilei-
ros no cartório ou consulado do local do desembarque.
Art. 66. Pode ser tomado assento de nascimento de filho de militar ou
assemelhado em livro criado pela administração militar mediante declaração
feita pelo interessado ou remetido pelo comandante da unidade, quando em
campanha. Esse assento será publicado em boletim da unidade e, logo que
possível, trasladado por cópia autenticada, ex officio ou a requerimento do
interessado, para o cartório de registro civil a que competir ou para o do 1º
Ofício do Distrito Federal, quando não puder ser conhecida a residência do
pai. (Renumerado do art. 67, pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. A providência de que trata este artigo será extensiva ao
assento de nascimento de filho de civil, quando, em consequência de opera-
ções de guerra, não funcionarem os cartórios locais.

CAPÍTULO V
DA HABILITAÇÃO PARA O CASAMENTO

Art. 67. Na habilitação para o casamento, os interessados, apresentan-


do os documentos exigidos pela lei civil, requererão ao oficial do registro do
distrito de residência de um dos nubentes, que lhes expeça certidão de que

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se acham habilitados para se casarem. (Renumerado do art. 68, pela Lei n.


6.216, de 1975).
§ 1º Autuada a petição com os documentos, o oficial mandará afixar pro-
clamas de casamento em lugar ostensivo de seu cartório e fará publicá-los
na imprensa local, se houver, Em seguida, abrirá vista dos autos ao órgão
do Ministério Público, para manifestar-se sobre o pedido e requerer o que for
necessário à sua regularidade, podendo exigir a apresentação de atestado de
residência, firmado por autoridade policial, ou qualquer outro elemento de
convicção admitido em direito. (Redação dada pela Lei n. 6.216, de 1975).
§ 2º Se o órgão do Ministério Público impugnar o pedido ou a documenta-
ção, os autos serão encaminhados ao Juiz, que decidirá sem recurso.
§ 3º Decorrido o prazo de quinze (15) dias a contar da afixação do edital
em cartório, se não aparecer quem oponha impedimento nem constar algum
dos que de ofício deva declarar, ou se tiver sido rejeitada a impugnação do
órgão do Ministério Público, o oficial do registro certificará a circunstância nos
autos e entregará aos nubentes certidão de que estão habilitados para se ca-
sar dentro do prazo previsto em lei.
§ 4º Se os nubentes residirem em diferentes distritos do Registro Civil, em
um e em outro se publicará e se registrará o edital.
§ 5º Se houver apresentação de impedimento, o oficial dará ciência do
fato aos nubentes, para que indiquem em três (3) dias prova que pretendam
produzir, e remeterá os autos a juízo; produzidas as provas pelo oponente e
pelos nubentes, no prazo de dez (10) dias, com ciência do Ministério Público,
e ouvidos os interessados e o órgão do Ministério Público em cinco (5) dias,
decidirá o Juiz em igual prazo.
§ 6º Quando o casamento se der em circunscrição diferente daquela da
habilitação, o oficial do registro comunicará ao da habilitação esse fato, com
os elementos necessários às anotações nos respectivos autos. (Incluído pela
Lei n. 6.216, de 1975).

1148
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Art. 68. Se o interessado quiser justificar fato necessário à habilitação


para o casamento, deduzirá sua intenção perante o Juiz competente, em
petição circunstanciada indicando testemunhas e apresentando documentos
que comprovem as alegações. (Renumerado do art. 69, pela Lei n. 6.216, de
1975).
§ 1º Ouvidas as testemunhas, se houver, dentro do prazo de cinco (5)
dias, com a ciência do órgão do Ministério Público, este terá o prazo de vinte
e quatro (24) horas para manifestar-se, decidindo o Juiz em igual prazo, sem
recurso.
§ 2º Os autos da justificação serão encaminhados ao oficial do registro
para serem anexados ao processo da habilitação matrimonial.
Art. 69. Para a dispensa de proclamas, nos casos previstos em lei, os
contraentes, em petição dirigida ao Juiz, deduzirão os motivos de urgência
do casamento, provando-a, desde logo, com documentos ou indicando outras
provas para demonstração do alegado. (Renumerado do art. 70, pela Lei n.
6.216, de 1975).
§ 1º Quando o pedido se fundar em crime contra os costumes, a dispensa
de proclamas será precedida da audiência dos contraentes, separadamente e
em segredo de justiça.
§ 2º Produzidas as provas dentro de cinco (5) dias, com a ciência do órgão
do Ministério Público, que poderá manifestar-se, a seguir, em vinte e quatro
(24) horas, o Juiz decidirá, em igual prazo, sem recurso, remetendo os autos
para serem anexados ao processo de habilitação matrimonial.

CAPÍTULO VI
DO CASAMENTO

Art. 70 Do matrimônio, logo depois de celebrado, será lavrado assento,


assinado pelo presidente do ato, os cônjuges, as testemunhas e o oficial, sen-
do exarados: (Renumerado do art. 71, pela Lei n. 6.216, de 1975).

1149
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1º) os nomes, prenomes, nacionalidade, naturalidade, data de nascimen-


to, profissão, domicílio e residência atual dos cônjuges; (Redação dada pela
Lei n. 13.484, de 2017)
2º) os nomes, prenomes, nacionalidade, data de nascimento ou de morte,
domicílio e residência atual dos pais;
3º) os nomes e prenomes do cônjuge precedente e a data da dissolução
do casamento anterior, quando for o caso;
4º) a data da publicação dos proclamas e da celebração do casamento;
5º) a relação dos documentos apresentados ao oficial do registro;
6º) os nomes, prenomes, nacionalidade, profissão, domicílio e residência
atual das testemunhas;
7º) o regime de casamento, com declaração da data e do cartório em
cujas notas foi tomada a escritura antenupcial, quando o regime não for o da
comunhão ou o legal que sendo conhecido, será declarado expressamente;
8º) o nome, que passa a ter a mulher, em virtude do casamento;
9º) os nomes e as idades dos filhos havidos de matrimônio anterior ou
legitimados pelo casamento.
10º) à margem do termo, a impressão digital do contraente que não sou-
ber assinar o nome. (Incluído pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. As testemunhas serão, pelo menos, duas, não dispondo
a lei de modo diverso.

CAPÍTULO VII
DO REGISTRO DO CASAMENTO RELIGIOSO PARA EFEITOS CIVIS

Art. 71. Os nubentes habilitados para o casamento poderão pedir


ao oficial que lhe forneça a respectiva certidão, para se casarem pe-
rante autoridade ou ministro religioso, nela mencionando o prazo legal
de validade da habilitação. (Renumerado do art. 72 pela Lei n. 6.216,
de 1975).

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 72. O termo ou assento do casamento religioso, subscrito pela auto-


ridade ou ministro que o celebrar, pelos nubentes e por duas testemunhas,
conterá os requisitos do artigo 71, exceto o 5º. (Renumerado do art. 73, pela
Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 73. No prazo de trinta dias a contar da realização, o celebrante ou
qualquer interessado poderá, apresentando o assento ou termo do casamen-
to religioso, requerer-lhe o registro ao oficial do cartório que expediu a certi-
dão. (Renumerado do art. 74, pela Lei n. 6.216, de 1975).
§ 1º O assento ou termo conterá a data da celebração, o lugar, o culto
religioso, o nome do celebrante, sua qualidade, o cartório que expediu a
habilitação, sua data, os nomes, profissões, residências, nacionalidades das
testemunhas que o assinarem e os nomes dos contraentes. (Redação dada
pela Lei n. 6.216, de 1975).
§ 2º Anotada a entrada do requerimento o oficial fará o registro no prazo
de 24 (vinte e quatro) horas (Redação dada pela Lei n. 6.216, de 1975).
§ 3º A autoridade ou ministro celebrante arquivará a certidão de habili-
tação que lhe foi apresentada, devendo, nela, anotar a data da celebração
do casamento.
Art. 74. O casamento religioso, celebrado sem a prévia habilitação, pe-
rante o oficial de registro público, poderá ser registrado desde que apresenta-
dos pelos nubentes, com o requerimento de registro, a prova do ato religioso
e os documentos exigidos pelo Código Civil, suprindo eles eventual falta de
requisitos nos termos da celebração. (Renumerado do art. 75, pela Lei n.
6.216, de 1975).
Parágrafo único. Processada a habilitação com a publicação dos editais
e certificada a inexistência de impedimentos, o oficial fará o registro do ca-
samento religioso, de acordo com a prova do ato e os dados constantes do
processo, observado o disposto no artigo 70.
Art. 75. O registro produzirá efeitos jurídicos a contar da celebração do
casamento. (Renumerado do art. 76, pela Lei n. 6.216, de 1975).

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CAPÍTULO VIII
DO CASAMENTO EM IMINENTE RISCO DE VIDA

Art. 76. Ocorrendo iminente risco de vida de algum dos contraentes, e


não sendo possível a presença da autoridade competente para presidir o ato,
o casamento poderá realizar-se na presença de seis testemunhas, que com-
parecerão, dentro de 5 (cinco) dias, perante a autoridade judiciária mais pró-
xima, a fim de que sejam reduzidas a termo suas declarações. (Renumerado
do art. 77, com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
§ 1º Não comparecendo as testemunhas, espontaneamente, poderá qual-
quer interessado requerer a sua intimação.
§ 2º Autuadas as declarações e encaminhadas à autoridade judiciária
competente, se outra for a que as tomou por termo, será ouvido o órgão do
Ministério Público e se realizarão as diligências necessárias para verificar a
inexistência de impedimento para o casamento.
§ 3º Ouvidos dentro em 5 (cinco) dias os interessados que o requerem e
o órgão do Ministério Público, o Juiz decidirá em igual prazo.
§ 4º Da decisão caberá apelação com ambos os efeitos.
§ 5º Transitada em julgado a sentença, o Juiz mandará registrá-la no Livro
de Casamento.

CAPÍTULO IX
DO ÓBITO

Art. 77. Nenhum sepultamento será feito sem certidão do oficial de regis-


tro do lugar do falecimento ou do lugar de residência do de cujus, quando o
falecimento ocorrer em local diverso do seu domicílio, extraída após a lavra-
tura do assento de óbito, em vista do atestado de médico, se houver no lugar,
ou em caso contrário, de duas pessoas qualificadas que tiverem presenciado
ou verificado a morte. (Redação dada pela Lei n. 13.484, de 2017)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Antes de proceder ao assento de óbito de criança de menos de 1


(um) ano, o oficial verificará se houve registro de nascimento, que, em caso
de falta, será previamente feito. (Redação dada pela Lei n. 6.216, de 1975).
§ 2º A cremação de cadáver somente será feita daquele que houver ma-
nifestado a vontade de ser incinerado ou no interesse da saúde pública e se
o atestado de óbito houver sido firmado por 2 (dois) médicos ou por 1 (um)
médico legista e, no caso de morte violenta, depois de autorizada pela auto-
ridade judiciária. (Incluído pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 78. Na impossibilidade de ser feito o registro dentro de 24 (vinte e
quatro) horas do falecimento, pela distância ou qualquer outro motivo rele-
vante, o assento será lavrado depois, com a maior urgência, e dentro dos pra-
zos fixados no artigo 50. (Renumerado do art. 79 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 79. São obrigados a fazer declaração de óbitos: (Renumerado do art.
80 pela Lei n. 6.216, de 1975).
1º) o chefe de família, a respeito de sua mulher, filhos, hóspedes, agrega-
dos e fâmulos;
2º) a viúva, a respeito de seu marido, e de cada uma das pessoas indica-
das no número antecedente;
3º) o filho, a respeito do pai ou da mãe; o irmão, a respeito dos irmãos
e demais pessoas de casa, indicadas no n. 1; o parente mais próximo
maior e presente;
4º) o administrador, diretor ou gerente de qualquer estabelecimento pú-
blico ou particular, a respeito dos que nele faleceram, salvo se estiver presen-
te algum parente em grau acima indicado;
5º) na falta de pessoa competente, nos termos dos números anteriores,
a que tiver assistido aos últimos momentos do finado, o médico, o sacerdote
ou vizinho que do falecimento tiver notícia;
6º) a autoridade policial, a respeito de pessoas encontradas mortas.
Parágrafo único. A declaração poderá ser feita por meio de preposto, auto-
rizando-o o declarante em escrito, de que constem os elementos necessários
ao assento de óbito.

1153
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 80. O assento de óbito deverá conter: (Renumerado do art. 81 pela,


Lei n. 6.216, de 1975).
1º) a hora, se possível, dia, mês e ano do falecimento;
2º) o lugar do falecimento, com indicação precisa;
3º) o prenome, nome, sexo, idade, cor, estado, profissão, naturalidade,
domicílio e residência do morto;
4º) se era casado, o nome do cônjuge sobrevivente, mesmo quando des-
quitado; se viúvo, o do cônjuge predefunto; e o cartório de casamento em
ambos os casos;
5º) os nomes, prenomes, profissão, naturalidade e residência dos pais;
6º) se faleceu com testamento conhecido;
7º) se deixou filhos, nome e idade de cada um;
8º) se a morte foi natural ou violenta e a causa conhecida, com o nome
dos atestantes;
9º) lugar do sepultamento;
10º) se deixou bens e herdeiros menores ou interditos;
11º) se era eleitor.
12º) pelo menos uma das informações a seguir arroladas: número de
inscrição do PIS/PASEP; número de inscrição no Instituto Nacional do Seguro
Social - INSS, se contribuinte individual; número de benefício previdenciário
- NB, se a pessoa falecida for titular de qualquer benefício pago pelo INSS;
número do CPF; número de registro da Carteira de Identidade e respectivo
órgão emissor; número do título de eleitor; número do registro de nascimen-
to, com informação do livro, da folha e do termo; número e série da Carteira
de Trabalho. (Vide Medida Provisória n. 2.060-3, de 2000) (Incluído pela Me-
dida Provisória n. 2.187-13, de 2001)
Parágrafo único. O oficial de registro civil comunicará o óbito à Receita
Federal e à Secretaria de Segurança Pública da unidade da Federação que
tenha emitido a cédula de identidade, exceto se, em razão da idade do faleci-
do, essa informação for manifestamente desnecessária. (Incluído pela Lei n.
13.114, de 2015)

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Art. 81. Sendo o finado desconhecido, o assento deverá conter declaração


de estatura ou medida, se for possível, cor, sinais aparentes, idade presumi-
da, vestuário e qualquer outra indicação que possa auxiliar de futuro o seu
reconhecimento; e, no caso de ter sido encontrado morto, serão mencionados
esta circunstância e o lugar em que se achava e o da necropsia, se tiver ha-
vido. (Renumerado do art. 82 pela, Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. Neste caso, será extraída a individual dactiloscópica, se
no local existir esse serviço.
Art. 82. O assento deverá ser assinado pela pessoa que fizer a comuni-
cação ou por alguém a seu rogo, se não souber ou não puder assinar. (Renu-
merado do art. 83 pela, Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 83. Quando o assento for posterior ao enterro, faltando atestado de
médico ou de duas pessoas qualificadas, assinarão, com a que fizer a decla-
ração, duas testemunhas que tiverem assistido ao falecimento ou ao funeral
e puderem atestar, por conhecimento próprio ou por informação que tiverem
colhido, a identidade do cadáver. (Renumerado do art. 84 pela Lei n. 6.216,
de 1975).
Art. 84. Os assentos de óbitos de pessoas falecidas a bordo de navio bra-
sileiro serão lavrados de acordo com as regras estabelecidas para os nasci-
mentos, no que lhes for aplicável, com as referências constantes do artigo 80,
salvo se o enterro for no porto, onde será tomado o assento. (Renumerado do
art. 85 Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 85. Os óbitos, verificados em campanha, serão registrados em livro
próprio, para esse fim designado, nas formações sanitárias e corpos de tro-
pas, pelos oficiais da corporação militar correspondente, autenticado cada
assento com a rubrica do respectivo médico chefe, ficando a cargo da unidade
que proceder ao sepultamento o registro, nas condições especificadas, dos
óbitos que se derem no próprio local de combate. (Renumerado do art. 86,
pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 86. Os óbitos a que se refere o artigo anterior, serão publicados em
boletim da corporação e registrados no registro civil, mediante relações auten-

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ticadas, remetidas ao Ministério da Justiça, contendo os nomes dos mortos,


idade, naturalidade, estado civil, designação dos corpos a que pertenciam,
lugar da residência ou de mobilização, dia, mês, ano e lugar do falecimento e
do sepultamento para, à vista dessas relações, se fazerem os assentamentos
de conformidade com o que a respeito está disposto no artigo 66. (Renume-
rado do art. 87 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 87. O assentamento de óbito ocorrido em hospital, prisão ou outro
qualquer estabelecimento público será feito, em falta de declaração de paren-
tes, segundo a da respectiva administração, observadas as disposições dos
artigos 80 a 83; e o relativo a pessoa encontrada acidental ou violentamente
morta, segundo a comunicação, ex oficio, das autoridades policiais, às quais
incumbe fazê-la logo que tenham conhecimento do fato. (Renumerado do art.
88, pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 88. Poderão os Juízes togados admitir justificação para o assento de
óbito de pessoas desaparecidas em naufrágio, inundação, incêndio, terremo-
to ou qualquer outra catástrofe, quando estiver provada a sua presença no
local do desastre e não for possível encontrar-se o cadáver para exame. (Re-
numerado do art. 89 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. Será também admitida a justificação no caso de desapa-
recimento em campanha, provados a impossibilidade de ter sido feito o regis-
tro nos termos do artigo 85 e os fatos que convençam da ocorrência do óbito.

CAPÍTULO X
DA EMANCIPAÇÃO, INTERDIÇÃO E AUSÊNCIA

Art. 89. No cartório do 1º Ofício ou da 1ª subdivisão judiciária de cada


comarca serão registrados, em livro especial, as sentenças de emancipação,
bem como os atos dos pais que a concederem, em relação aos menores nela
domiciliados. (Renumerado do art 90 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 90. O registro será feito mediante trasladação da sentença oferecida
em certidão ou do instrumento, limitando-se, se for de escritura pública, as

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referências da data, livro, folha e ofício em que for lavrada sem dependência,
em qualquer dos casos, da presença de testemunhas, mas com a assinatura
do apresentante. Dele sempre constarão: (Renumerado do art. 91 pela Lei n.
6.216, de 1975).
1º) data do registro e da emancipação;
2º) nome, prenome, idade, filiação, profissão, naturalidade e residência
do emancipado; data e cartório em que foi registrado o seu nascimento;
3º) nome, profissão, naturalidade e residência dos pais ou do tutor.
Art. 91. Quando o juiz conceder emancipação, deverá comunicá-la, de
ofício, ao oficial de registro, se não constar dos autos haver sido efetuado este
dentro de 8 (oito) dias. (Renumerado do art. 92 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. Antes do registro, a emancipação, em qualquer caso, não
produzirá efeito.
Art. 92. As interdições serão registradas no mesmo cartório e no mesmo
livro de que trata o artigo 89, salvo a hipótese prevista na parte final do pa-
rágrafo único do artigo 33, declarando-se: (Renumerado do art. 93 pela Lei
n. 6.216, de 1975).
1º) data do registro;
2º) nome, prenome, idade, estado civil, profissão, naturalidade, domicílio
e residência do interdito, data e cartório em que forem registrados o nasci-
mento e o casamento, bem como o nome do cônjuge, se for casado;
3º) data da sentença, nome e vara do Juiz que a proferiu;
4º) nome, profissão, estado civil, domicílio e residência do curador;
5º) nome do requerente da interdição e causa desta;
6º) limites da curadoria, quando for parcial a interdição;
7º) lugar onde está internado o interdito.
Art. 93. A comunicação, com os dados necessários, acompanhados de
certidão de sentença, será remetida pelo Juiz ao cartório para registro de
ofício, se o curador ou promovente não o tiver feito dentro de oito (8) dias.
(Renumerado do art. 94 pela Lei n. 6.216, de 1975).

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Parágrafo único. Antes de registrada a sentença, não poderá o curador


assinar o respectivo termo.
Art. 94. O registro das sentenças declaratórias de ausência, que nomea-
rem curador, será feita no cartório do domicílio anterior do ausente, com as
mesmas cautelas e efeitos do registro de interdição, declarando-se: (Renu-
merado do art. 95 pela Lei n. 6.216, de 1975).
1º) data do registro;
2º) nome, idade, estado civil, profissão e domicílio anterior do ausente,
data e cartório em que foram registrados o nascimento e o casamento, bem
como o nome do cônjuge, se for casado;
3º) tempo de ausência até a data da sentença;
4º) nome do promotor do processo;
5º) data da sentença, nome e vara do Juiz que a proferiu;
6º) nome, estado, profissão, domicílio e residência do curador e os limites
da curatela.

CAPÍTULO XI
DA LEGITIMAÇÃO ADOTIVA

Art. 95. Serão registradas no registro de nascimentos as sentenças de


legitimação adotiva, consignando-se nele os nomes dos pais adotivos como
pais legítimos e os dos ascendentes dos mesmos se já falecidos, ou sendo
vivos, se houverem, em qualquer tempo, manifestada por escrito sua adesão
ao ato (Lei n. 4.655, de 2 de junho de 1965, art. 6º). (Renumerado do art. 96
pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. O mandado será arquivado, dele não podendo o ofi-
cial fornecer certidão, a não ser por determinação judicial e em segredo
de justiça, para salvaguarda de direitos (Lei n. 4.655, de 2-6-65, art. 8º,
parágrafo único).
Art. 96. Feito o registro, será cancelado o assento de nascimento original
do menor. (Renumerado do art. 97 pela Lei n. 6.216, de 1975).

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CAPÍTULO XII
DA AVERBAÇÃO

Art. 97. A averbação será feita pelo oficial do cartório em que constar o


assento à vista da carta de sentença, de mandado ou de petição acompa-
nhada de certidão ou documento legal e autêntico. (Redação dada pela Lei n.
13.484, de 2017)
Parágrafo único. Nas hipóteses em que o oficial suspeitar de fraude, falsi-
dade ou má-fé nas declarações ou na documentação apresentada para fins de
averbação, não praticará o ato pretendido e submeterá o caso ao represen-
tante do Ministério Público para manifestação, com a indicação, por escrito,
dos motivos da suspeita. (Incluído pela Lei n. 13.484, de 2017)
Art. 98. A averbação será feita à margem do assento e, quando não hou-
ver espaço, no livro corrente, com as notas e remissões recíprocas, que faci-
litem a busca. (Renumerado do art. 99 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 99. A averbação será feita mediante a indicação minuciosa da sen-
tença ou ato que a determinar. (Renumerado do art. 100 pela Lei n. 6.216,
de 1975).
Art. 100. No livro de casamento, será feita averbação da sentença de
nulidade e anulação de casamento, bem como do desquite, declarando-se a
data em que o Juiz a proferiu, a sua conclusão, os nomes das partes e o trân-
sito em julgado. (Renumerado do art. 101 pela Lei n. 6.216, de 1975).
§ 1º Antes de averbadas, as sentenças não produzirão efeito contra
terceiros.
§ 2º As sentenças de nulidade ou anulação de casamento não serão aver-
badas enquanto sujeitas a recurso, qualquer que seja o seu efeito.
§ 3º A averbação a que se refere o parágrafo anterior será feita à vista
da carta de sentença, subscrita pelo presidente ou outro Juiz do Tribunal que
julgar a ação em grau de recurso, da qual constem os requisitos mencionados
neste artigo e, ainda, certidão do trânsito em julgado do acórdão.

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§ 4º O oficial do registro comunicará, dentro de quarenta e oito horas, o


lançamento da averbação respectiva ao Juiz que houver subscrito a carta de
sentença mediante ofício sob registro postal.
§ 5º Ao oficial, que deixar de cumprir as obrigações consignadas nos pa-
rágrafos anteriores, será imposta a multa de cinco salários-mínimos da região
e a suspensão do cargo até seis meses; em caso de reincidência ser-lhe-á
aplicada, em dobro, a pena pecuniária, ficando sujeito à perda do cargo.
Art. 101. Será também averbado, com as mesmas indicações e efeitos,
o ato de restabelecimento de sociedade conjugal. (Renumerado do art. 102
pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 102. No livro de nascimento, serão averbados: (Renumerado do art.
103 pela Lei n. 6.216, de 1975).
1º) as sentenças que julgarem ilegítimos os filhos concebidos nas cons-
tância do casamento;
2º) as sentenças que declararem legítima a filiação;
3º) as escrituras de adoção e os atos que a dissolverem;
4º) o reconhecimento judicial ou voluntário dos filhos ilegítimos;
5º) a perda de nacionalidade brasileira, quando comunicada pelo Ministé-
rio da Justiça.
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. (Incluído pela Lei n. 8.069,
de 1990)
Art. 103. Será feita, ainda de ofício, diretamente quando no mesmo car-
tório, ou por comunicação do oficial que registrar o casamento, a averbação
da legitimação dos filhos por subsequente matrimônio dos pais, quando tal
circunstância constar do assento de casamento. (Renumerado do art. 104
pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 104. No livro de emancipações, interdições e ausências, será feita
a averbação das sentenças que puserem termo à interdição, das substitui-
ções dos curadores de interditos ou ausentes, das alterações dos limites de
curatela, da cessação ou mudança de internação, bem como da cessação da

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ausência pelo aparecimento do ausente, de acordo com o disposto nos artigos


anteriores. (Renumerado do art. 105 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. Averbar-se-á, também, no assento de ausência, a sen-
tença de abertura de sucessão provisória, após o trânsito em julgado, com
referência especial ao testamento do ausente se houver e indicação de seus
herdeiros habilitados. (Renumerado com nova redação pela Lei n. 6.216, de
1975).
Art. 105. Para a averbação de escritura de adoção de pessoa cujo registro
de nascimento haja sido fora do País, será trasladado, sem ônus para os inte-
ressados, no livro "A" do Cartório do 1º Ofício ou da 1ª subdivisão judiciária
da comarca em que for domiciliado o adotante, aquele registro, legalmente
traduzido, se for o caso, para que se faça, à margem dele, a competente
averbação. (Renumerado do art. 106 pela Lei n. 6.216, de 1975).

CAPÍTULO XIII
DAS ANOTAÇÕES

Art. 106. Sempre que o oficial fizer algum registro ou averbação, de-


verá, no prazo de cinco dias, anotá-lo nos atos anteriores, com remissões
recíprocas, se lançados em seu cartório, ou fará comunicação, com resumo
do assento, ao oficial em cujo cartório estiverem os registros primitivos, obe-
decendo-se sempre à forma prescrita no artigo 98. (Renumerado do art. 107
pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. As comunicações serão feitas mediante cartas relaciona-
das em protocolo, anotando-se à margem ou sob o ato comunicado, o núme-
ro de protocolo e ficarão arquivadas no cartório que as receber.
Art. 107. O óbito deverá ser anotado, com as remissões recíprocas, nos
assentos de casamento e nascimento, e o casamento no deste. (Renumerado
do art. 108 pela Lei n. 6.216, de 1975).
§ 1º A emancipação, a interdição e a ausência serão anotadas pela
mesma forma, nos assentos de nascimento e casamento, bem como a

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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mudança do nome da mulher, em virtude de casamento, ou sua dissolu-


ção, anulação ou desquite.
§ 2º A dissolução e a anulação do casamento e o restabelecimento da so-
ciedade conjugal serão, também, anotadas nos assentos de nascimento dos
cônjuges.
Art. 108. Os oficiais, além das penas disciplinares em que incorrerem,
são responsáveis civil e criminalmente pela omissão ou atraso na remessa de
comunicações a outros cartórios. (Renumerado do art. 109 pela Lei n. 6.216,
de 1975).

CAPÍTULO XIV
DAS RETIFICAÇÕES, RESTAURAÇÕES E SUPRIMENTOS

Art. 109. Quem pretender que se restaure, supra ou retifique assenta-


mento no Registro Civil, requererá, em petição fundamentada e instruída com
documentos ou com indicação de testemunhas, que o Juiz o ordene, ouvido
o órgão do Ministério Público e os interessados, no prazo de cinco dias, que
correrá em cartório. (Renumerado do art. 110 pela Lei n. 6.216, de 1975).
§ 1º Se qualquer interessado ou o órgão do Ministério Público impugnar o
pedido, o Juiz determinará a produção da prova, dentro do prazo de dez dias
e ouvidos, sucessivamente, em três dias, os interessados e o órgão do Minis-
tério Público, decidirá em cinco dias.
§ 2º Se não houver impugnação ou necessidade de mais provas, o Juiz
decidirá no prazo de cinco dias.
§ 3º Da decisão do Juiz, caberá o recurso de apelação com ambos os efeitos.
§ 4º Julgado procedente o pedido, o Juiz ordenará que se expeça manda-
do para que seja lavrado, restaurado e retificado o assentamento, indicando,
com precisão, os fatos ou circunstâncias que devam ser retificados, e em que
sentido, ou os que devam ser objeto do novo assentamento.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 5º Se houver de ser cumprido em jurisdição diversa, o mandado será


remetido, por ofício, ao Juiz sob cuja jurisdição estiver o cartório do Registro
Civil e, com o seu "cumpra-se", executar-se-á.
§ 6º As retificações serão feitas à margem do registro, com as indicações
necessárias, ou, quando for o caso, com a trasladação do mandado, que fica-
rá arquivado. Se não houver espaço, far-se-á o transporte do assento, com
as remissões à margem do registro original.
Art. 110. O oficial retificará o registro, a averbação ou a anotação, de
ofício ou a requerimento do interessado, mediante petição assinada pelo in-
teressado, representante legal ou procurador, independentemente de prévia
autorização judicial ou manifestação do Ministério Público, nos casos de: (Re-
dação dada pela Lei n. 13.484, de 2017)
I – erros que não exijam qualquer indagação para a constatação imediata
de necessidade de sua correção; (Incluído pela Lei n. 13.484, de 2017)
II – erro na transposição dos elementos constantes em ordens e man-
dados judiciais, termos ou requerimentos, bem como outros títulos a serem
registrados, averbados ou anotados, e o documento utilizado para a referida
averbação e/ou retificação ficará arquivado no registro no cartório; (Incluído
pela Lei n. 13.484, de 2017)
III – inexatidão da ordem cronológica e sucessiva referente à numeração
do livro, da folha, da página, do termo, bem como da data do registro; (In-
cluído pela Lei n. 13.484, de 2017)
IV – ausência de indicação do Município relativo ao nascimento ou natura-
lidade do registrado, nas hipóteses em que existir descrição precisa do ende-
reço do local do nascimento; (Incluído pela Lei n. 13.484, de 2017)
V – elevação de Distrito a Município ou alteração de suas nomenclaturas
por força de lei. (Incluído pela Lei n. 13.484, de 2017)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.484, de 2017)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.484, de 2017)
§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.484, de 2017)
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.484, de 2017)

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§ 5º Nos casos em que a retificação decorra de erro imputável ao oficial,


por si ou por seus prepostos, não será devido pelos interessados o pagamen-
to de selos e taxas. (Incluído pela Lei n. 13.484, de 2017)
Art. 111. Nenhuma justificação em matéria de registro civil, para retifica-
ção, restauração ou abertura de assento, será entregue à parte. (Renumera-
do do art. 112 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 112. Em qualquer tempo poderá ser apreciado o valor probante da
justificação, em original ou por traslado, pela autoridade judiciária compe-
tente ao conhecer de ações que se relacionarem com os fatos justificados.
(Renumerado do art. 113 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 113. As questões de filiação legítima ou ilegítima serão decididas em
processo contencioso para anulação ou reforma de assento. (Renumerado do
art. 114 pela Lei n. 6.216, de 1975).

TÍTULO III
Do Registro Civil de Pessoas Jurídicas
CAPÍTULO I
DA ESCRITURAÇÃO

Art. 114. No Registro Civil de Pessoas Jurídicas serão inscritos: (Renume-


rado do art. 115 pela Lei n. 6.216, de 1975).
I – os contratos, os atos constitutivos, o estatuto ou compromissos das
sociedades civis, religiosas, pias, morais, científicas ou literárias, bem como o
das fundações e das associações de utilidade pública;
II – as sociedades civis que revestirem as formas estabelecidas nas leis
comerciais, salvo as anônimas.
III – os atos constitutivos e os estatutos dos partidos políticos. (Incluído
pela Lei n. 9.096, de 1995)
Parágrafo único. No mesmo cartório será feito o registro dos jornais, peri-
ódicos, oficinas impressoras, empresas de radiodifusão e agências de notícias
a que se refere o art. 8º da Lei n. 5.250, de 9-2-1967.

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Art. 115. Não poderão ser registrados os atos constitutivos de pessoas


jurídicas, quando o seu objeto ou circunstâncias relevantes indiquem destino
ou atividades ilícitos ou contrários, nocivos ou perigosos ao bem público, à
segurança do Estado e da coletividade, à ordem pública ou social, à moral e
aos bons costumes. (Renumerado do art. 116 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. Ocorrendo qualquer dos motivos previstos neste artigo,
o oficial do registro, de ofício ou por provocação de qualquer autoridade, so-
brestará no processo de registro e suscitará dúvida para o Juiz, que a decidirá.
Art. 116. Haverá, para o fim previsto nos artigos anteriores, os seguintes
livros: (Renumerado do art. 117 pela Lei n. 6.216, de 1975).
I – Livro A, para os fins indicados nos números I e II, do art. 114, com
300 folhas;
II – Livro B, para matrícula das oficinas impressoras, jornais, periódicos,
empresas de radiodifusão e agências de notícias, com 150 folhas.
Art. 117. Todos os exemplares de contratos, de atos, de estatuto e de pu-
blicações, registrados e arquivados serão encadernados por periódicos certos,
acompanhados de índice que facilite a busca e o exame. (Renumerado do art.
118 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 118. Os oficiais farão índices, pela ordem cronológica e alfabética, de
todos os registros e arquivamentos, podendo adotar o sistema de fichas, mas
ficando sempre responsáveis por qualquer erro ou omissão. (Renumerado do
art. 119 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 119. A existência legal das pessoas jurídicas só começa com o registro
de seus atos constitutivos. (Renumerado do art. 120 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. Quando o funcionamento da sociedade depender de apro-
vação da autoridade, sem esta não poderá ser feito o registro.

CAPÍTULO II
DA PESSOA JURÍDICA

Art. 120. O registro das sociedades, fundações e partidos políticos consis-


tirá na declaração, feita em livro, pelo oficial, do número de ordem, da data

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da apresentação e da espécie do ato constitutivo, com as seguintes indica-


ções: (Redação dada pela Lei n. 9.096, de 1995)
I – a denominação, o fundo social, quando houver, os fins e a sede da as-
sociação ou fundação, bem como o tempo de sua duração;
II – o modo por que se administra e representa a sociedade, ativa e pas-
sivamente, judicial e extrajudicialmente;
III – se o estatuto, o contrato ou o compromisso é reformável, no tocante
à administração, e de que modo;
IV – se os membros respondem ou não, subsidiariamente, pelas obriga-
ções sociais;
V – as condições de extinção da pessoa jurídica e nesse caso o destino do
seu patrimônio;
VI – os nomes dos fundadores ou instituidores e dos membros da dire-
toria, provisória ou definitiva, com indicação da nacionalidade, estado civil e
profissão de cada um, bem como o nome e residência do apresentante dos
exemplares.
Parágrafo único. Para o registro dos partidos políticos, serão obedecidos,
além dos requisitos deste artigo, os estabelecidos em lei específica. (Incluído
pela Lei n. 9.096, de 1995)
Art. 121. Para o registro serão apresentadas duas vias do estatuto, com-
promisso ou contrato, pelas quais far-se-á o registro mediante petição do
representante legal da sociedade, lançando o oficial, nas duas vias, a compe-
tente certidão do registro, com o respectivo número de ordem, livro e folha.
Uma das vias será entregue ao representante e a outra arquivada em cartó-
rio, rubricando o oficial as folhas em que estiver impresso o contrato, compro-
misso ou estatuto. (Redação dada pela Lei n. 9.042, de 1995)

CAPÍTULO III
DO REGISTRO DE JORNAIS, OFICINAS IMPRESSORAS, EMPRESAS
DE RADIODIFUSÃO E AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Art. 122. No registro civil das pessoas jurídicas serão matriculados: (Re-


numerado do art. 123 pela Lei n. 6.216, de 1975).

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I – os jornais e demais publicações periódicas;


II – as oficinas impressoras de quaisquer natureza, pertencentes a pesso-
as naturais ou jurídicas;
III – as empresas de radiodifusão que mantenham serviços de notícias,
reportagens, comentários, debates e entrevistas;
IV – as empresas que tenham por objeto o agenciamento de notícias.
Art. 123. O pedido de matrícula conterá as informações e será instruído
com os documentos seguintes: (Renumerado do art. 124 pela Lei n. 6.216,
de 1975).
I – no caso de jornais ou outras publicações periódicas:
a) título do jornal ou periódico, sede da redação, administração e oficinas
impressoras, esclarecendo, quanto a estas, se são próprias ou de terceiros, e
indicando, neste caso, os respectivos proprietários;
b) nome, idade, residência e prova da nacionalidade do diretor ou reda-
tor-chefe;
c) nome, idade, residência e prova da nacionalidade do proprietário;
d) se propriedade de pessoa jurídica, exemplar do respectivo estatuto ou
contrato social e nome, idade, residência e prova de nacionalidade dos dire-
tores, gerentes e sócios da pessoa jurídica proprietária.
II – nos casos de oficinas impressoras:
a) nome, nacionalidade, idade e residência do gerente e do proprietário,
se pessoa natural;
b) sede da administração, lugar, rua e número onde funcionam as oficinas
e denominação destas;
c) exemplar do contrato ou estatuto social, se pertencentes a pessoa jurídica.
III – no caso de empresas de radiodifusão:
a) designação da emissora, sede de sua administração e local das instala-
ções do estúdio;
b) nome, idade, residência e prova de nacionalidade do diretor ou reda-
tor-chefe responsável pelos serviços de notícias, reportagens, comentários,
debates e entrevistas.

1167
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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IV – no caso de empresas noticiosas:


a) nome, nacionalidade, idade e residência do gerente e do proprietário,
se pessoa natural;
b) sede da administração;
c) exemplar do contrato ou estatuto social, se pessoa jurídica.
§ 1º As alterações em qualquer dessas declarações ou documentos deve-
rão ser averbadas na matrícula, no prazo de oito dias.
§ 2º A cada declaração a ser averbada deverá corresponder um requerimento.
Art. 124. A falta de matrícula das declarações, exigidas no artigo ante-
rior, ou da averbação da alteração, será punida com multa que terá o valor de
meio a dois salários mínimos da região. (Renumerado do art. 125 pela Lei n.
6.216, de 1975).
§ 1º A sentença que impuser a multa fixará prazo, não inferior a vinte
dias, para matrícula ou alteração das declarações.
§ 2º A multa será aplicada pela autoridade judiciária em representação
feita pelo oficial, e cobrada por processo executivo, mediante ação do órgão
competente.
§ 3º Se a matrícula ou alteração não for efetivada no prazo referido no §
1º deste artigo, o Juiz poderá impor nova multa, agravando-a de 50% (cin-
quenta por cento) toda vez que seja ultrapassado de dez dias o prazo assina-
lado na sentença.
Art. 125. Considera-se clandestino o jornal, ou outra publicação peri-
ódica, não matriculado nos termos do artigo 122 ou de cuja matrícula não
constem os nomes e as qualificações do diretor ou redator e do proprietário.
(Renumerado do art. 126 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 126. O processo de matrícula será o mesmo do registro prescrito no
artigo 121. (Renumerado do art. 127 pela Lei n. 6.216, de 1975).

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TÍTULO IV
Do Registro de Títulos e Documentos
CAPÍTULO I
DAS ATRIBUIÇÕES

Art. 127. No Registro de Títulos e Documentos será feita a transcrição:


(Renumerado do art. 128 pela Lei n. 6.216, de 1975).
I – dos instrumentos particulares, para a prova das obrigações convencio-
nais de qualquer valor;
II – do penhor comum sobre coisas móveis;
III – da caução de títulos de crédito pessoal e da dívida pública federal,
estadual ou municipal, ou de Bolsa ao portador;
IV – do contrato de penhor de animais, não compreendido nas disposições
do art. 10 da Lei n. 492, de 30-8-1934;
V – do contrato de parceria agrícola ou pecuária;
VI – do mandado judicial de renovação do contrato de arrendamento para
sua vigência, quer entre as partes contratantes, quer em face de terceiros
(art. 19, § 2º do Decreto n. 24.150, de 20-4-1934);
VII – facultativo, de quaisquer documentos, para sua conservação.
Parágrafo único. Caberá ao Registro de Títulos e Documentos a realização
de quaisquer registros não atribuídos expressamente a outro ofício.
Art. 128. À margem dos respectivos registros, serão averbadas quaisquer
ocorrências que os alterem, quer em relação às obrigações, quer em atinên-
cia às pessoas que nos atos figurarem, inclusive quanto à prorrogação dos
prazos. (Renumerado do art. 129 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 129. Estão sujeitos a registro, no Registro de Títulos e Documentos,
para surtir efeitos em relação a terceiros: (Renumerado do art. 130 pela Lei
n. 6.216, de 1975).
1º) os contratos de locação de prédios, sem prejuízo do disposto do artigo
167, I, n. 3;

1169
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2º) os documentos decorrentes de depósitos, ou de cauções feitos em


garantia de cumprimento de obrigações contratuais, ainda que em separado
dos respectivos instrumentos;
3º) as cartas de fiança, em geral, feitas por instrumento particular, seja
qual for a natureza do compromisso por elas abonado;
4º) os contratos de locação de serviços não atribuídos a outras reparti-
ções;
5º) os contratos de compra e venda em prestações, com reserva de domí-
nio ou não, qualquer que seja a forma de que se revistam, os de alienação ou
de promessas de venda referentes a bens móveis e os de alienação fiduciária;
6º) todos os documentos de procedência estrangeira, acompanhados das
respectivas traduções, para produzirem efeitos em repartições da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios ou em qualquer
instância, juízo ou tribunal;
7º) as quitações, recibos e contratos de compra e venda de automóveis,
bem como o penhor destes, qualquer que seja a forma que revistam;
8º) os atos administrativos expedidos para cumprimento de decisões judi-
ciais, sem trânsito em julgado, pelas quais for determinada a entrega, pelas
alfândegas e mesas de renda, de bens e mercadorias procedentes do exterior.
9º) os instrumentos de cessão de direitos e de créditos, de sub-rogação e
de dação em pagamento.
Art. 130. Dentro do prazo de vinte dias da data da sua assinatura pelas
partes, todos os atos enumerados nos arts. 127 e 129, serão registrados no
domicílio das partes contratantes e, quando residam estas em circunscrições
territoriais diversas, far-se-á o registro em todas elas. (Renumerado do art.
131 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. Os registros de documentos apresentados, depois de fin-
do o prazo, produzirão efeitos a partir da data da apresentação.
Art. 131. Os registros referidos nos artigos anteriores serão feitos inde-
pendentemente de prévia distribuição. (Renumerado do art. 132 pela Lei n.
6.216, de 1975).

1170
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CAPÍTULO II
DA ESCRITURAÇÃO

Art. 132. No registro de Títulos e Documentos haverá os seguintes livros,


todos com 300 folhas: (Renumerado do art. 133 pela Lei n. 6.216, de 1975).
I – Livro A - protocolo para apontamentos de todos os títulos, documentos
e papéis apresentados, diariamente, para serem registrados, ou averbados;
II – Livro B - para trasladação integral de títulos e documentos, sua con-
servação e validade contra terceiros, ainda que registrados por extratos em
outros livros;
III – Livro C - para inscrição, por extração, de títulos e documentos, a fim
de surtirem efeitos em relação a terceiros e autenticação de data;
IV – Livro D - indicador pessoal, substituível pelo sistema de fichas, a cri-
tério e sob a responsabilidade do oficial, o qual é obrigado a fornecer, com
presteza, as certidões pedidas pelos nomes das partes que figurarem, por
qualquer modo, nos livros de registros.
Art. 133. Na parte superior de cada página do livro se escreverá o título,
a letra com o número e o ano em que começar. (Renumerado do art. 134 pela
Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 134. O Juiz, em caso de afluência de serviço, poderá autorizar o
desdobramento dos livros de registro para escrituração das várias espécie de
atos, sem prejuízo da unidade do protocolo e de sua numeração em ordem
rigorosa. (Renumerado do art. 135 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. Esses livros desdobrados terão as indicações de E, F, G,
H, etc.
Art. 135. O protocolo deverá conter colunas para as seguintes anotações:
(Renumerado do art. 136 pela Lei n. 6.216, de 1975).
1º) número de ordem, continuando, indefinidamente, nos seguintes;
2º) dia e mês;
3º) natureza do título e qualidade do lançamento (integral, resumido, pe-
nhor, etc.);

1171
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4º) o nome do apresentante;


5º) anotações e averbações.
Parágrafo único. Em seguida ao registro, far-se-á, no protocolo, remissão
ao número da página do livro em que foi ele lançado, mencionando-se, tam-
bém, o número e a página de outros livros em que houver qualquer nota ou
declaração concernente ao mesmo ato.
Art. 136. O livro de registro integral de títulos será escriturado nos ter-
mos do artigo 142, lançado-se, antes de cada registro, o número de ordem,
a data do protocolo e o nome do apresentante, e conterá colunas para as
seguintes declarações: (Renumerado do art. 137 pela Lei n. 6.216, de 1975).
1º) número de ordem;
2º) dia e mês;
3º) transcrição;
4º) anotações e averbações.
Art. 137. O livro de registro, por extrato, conterá colunas para as seguin-
tes declarações: (Renumerado do art. 138 pela Lei n. 6.216, de 1975).
1º) número de ordem;
2º) dia e mês;
3º) espécie e resumo do título;
4º) anotações e averbações.
Art. 138. O indicador pessoal será dividido alfabeticamente para a indi-
cação do nome de todas as pessoas que, ativa ou passivamente, individual
ou coletivamente, figurarem nos livros de registro e deverá conter, além dos
nomes das pessoas, referências aos números de ordem e páginas dos outros
livros e anotações. (Renumerado do art. 139 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 139. Se a mesma pessoa já estiver mencionada no indicador, somen-
te se fará, na coluna das anotações, uma referência ao número de ordem, pá-
gina e número do livro em que estiver lançado o novo registro ou averbação.
(Renumerado do art. 140 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 140. Se no mesmo registro ou averbação, figurar mais de uma pes-
soa, ativa ou passivamente, o nome de cada uma será lançado distintamente,

1172
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no indicador, com referência recíproca na coluna das anotações. (Renumera-


do do art. 141 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 141. Sem prejuízo do disposto no art. 161, ao oficial é facultado
efetuar o registro por meio de microfilmagem, desde que, por lançamentos
remissivos, com menção ao protocolo, ao nome dos contratantes, à data e à
natureza dos documentos apresentados, sejam os microfilmes havidos como
partes integrantes dos livros de registro, nos seus termos de abertura e en-
cerramento. (Renumerado do art. 142 pela Lei n. 6.216, de 1975).

CAPÍTULO III
DA TRANSCRIÇÃO E DA AVERBAÇÃO

Art. 142. O registro integral dos documentos consistirá na trasladação


dos mesmos, com a mesma ortografia e pontuação, com referência às entreli-
nhas ou quaisquer acréscimos, alterações, defeitos ou vícios que tiver o origi-
nal apresentado, e, bem assim, com menção precisa aos seus característicos
exteriores e às formalidades legais, podendo a transcrição dos documentos
mercantis, quando levados a registro, ser feita na mesma disposição gráfica
em que estiverem escritos, se o interessado assim o desejar. (Renumerado do
art. 143 pela Lei n. 6.216, de 1975).
§ 1º Feita a trasladação, na última linha, de maneira a não ficar espaço
em branco, será conferida e realizado o seu encerramento, depois do que o
oficial, seu substituto legal ou escrevente designado pelo oficial e autorizado
pelo Juiz competente, ainda que o primeiro não esteja afastado, assinará o
seu nome por inteiro.
§ 2º Tratando-se de documento impresso, idêntico a outro já anteriormen-
te registrado na íntegra, no mesmo livro, poderá o registro limitar-se a con-
signar o nome das partes contratantes, as características do objeto e demais
dados constantes dos claros preenchidos, fazendo-se remissão, quanto ao
mais, àquele já registrado.

1173
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Art. 143. O registro resumido consistirá na declaração da natureza do


título, do documento ou papel, valor, prazo, lugar em que tenha sido feito,
nome e condição jurídica das partes, nomes das testemunhas, data da assi-
natura e do reconhecimento de firma por tabelião, se houver, o nome deste, o
do apresentante, o número de ordem e a data do protocolo, e da averbação, a
importância e a qualidade do imposto pago, depois do que será datado e ru-
bricado pelo oficial ou servidores referidos no artigo 142, § 1º. (Renumerado
do art. 144 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 144. O registro de contratos de penhor, caução e parceria será feito
com declaração do nome, profissão e domicílio do credor e do devedor, valor
da dívida, juros, penas, vencimento e especificações dos objetos apenhados,
pessoa em poder de quem ficam, espécie do título, condições do contrato, data
e número de ordem. (Renumerado do art. 145 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. Nos contratos de parceria, serão considerados credor o
parceiro proprietário e devedor, o parceiro cultivador ou criador.
Art. 145. Qualquer dos interessados poderá levar a registro os contratos
de penhor ou caução. (Renumerado do art. 146 pela Lei n. 6.216, de 1975).

CAPÍTULO IV
DA ORDEM DO SERVIÇO

Art. 146. Apresentado o título ou documento para registro ou averbação,


serão anotados, no protocolo, a data de sua apresentação, sob o número de
ordem que se seguir imediatamente, a natureza do instrumento, a espécie de
lançamento a fazer (registro integral ou resumido, ou averbação), o nome do
apresentante, reproduzindo-se as declarações relativas ao número de ordem,
à data, e à espécie de lançamento a fazer no corpo do título, do documento
ou do papel. (Renumerado do art. 147 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 147. Protocolado o título ou documento, far-se-á, em seguida, no
livro respectivo, o lançamento, (registro integral ou resumido, ou averbação),

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e, concluído este, declarar-se-á no corpo do título, documento ou papel, o


número de ordem e a data do procedimento no livro competente, rubricando
o oficial ou os servidores referidos no art. 142, § 1º, esta declaração e as
demais folhas do título, do documento ou do papel. (Renumerado do art. 148
pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 148. Os títulos, documentos e papéis escritos em língua estrangeira,
uma vez adotados os caracteres comuns, poderão ser registrados no original,
para o efeito da sua conservação ou perpetuidade. Para produzirem efeitos
legais no País e para valerem contra terceiros, deverão, entretanto, ser verti-
dos em vernáculo e registrada a tradução, o que, também, se observará em
relação às procurações lavradas em língua estrangeira. (Renumerado do art.
149 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. Para o registro resumido, os títulos, documentos ou pa-
péis em língua estrangeira, deverão ser sempre traduzidos.
Art. 149. Depois de concluídos os lançamentos nos livros respectivos,
será feita, nas anotações do protocolo, referência ao número de ordem sob o
qual tiver sido feito o registro, ou a averbação, no livro respectivo, datando e
rubricando, em seguida, o oficial ou os servidores referidos no art. 142, § 1º.
(Renumerado do art. 150 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 150. O apontamento do título, documento ou papel no protocolo será
feito, seguida e imediatamente um depois do outro. Sem prejuízo da nume-
ração individual de cada documento, se a mesma pessoa apresentar simul-
taneamente diversos documentos de idêntica natureza, para lançamentos da
mesma espécie, serão eles lançados no protocolo englobadamente. (Renu-
merado do art. 151 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. Onde terminar cada apontamento, será traçada uma li-
nha horizontal, separando-o do seguinte, sendo lavrado, no fim do expe-
diente diário, o termo de encerramento do próprio punho do oficial por este
datado e assinado.
Art. 151. O lançamento dos registros e das averbações nos livros res-
pectivos será feito, também seguidamente, na ordem de prioridade do seu

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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apontamento no protocolo, quando não for obstado por ordem de autori-


dade judiciária competente, ou por dúvida superveniente; neste caso, se-
guir-se-ão os registros ou averbações dos imediatos, sem prejuízo da data
autenticada pelo competente apontamento. (Renumerado do art. 152 pela
Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 152. Cada registro ou averbação será datado e assinado por intei-
ro, pelo oficial ou pelos servidores referidos no artigo 142, § 1º, separados,
um do outro, por uma linha horizontal. (Renumerado do art. 153 pela Lei n.
6.216, de 1975).
Art. 153. Os títulos terão sempre um número diferente, segundo a or-
dem de apresentação, ainda que se refiram à mesma pessoa. O registro e a
averbação deverão ser imediatos e, quando não o puderem ser, por acúmu-
lo de serviço, o lançamento será feito no prazo estritamente necessário, e
sem prejuízo da ordem da pré-notação. Em qualquer desses casos, o oficial,
depois de haver dado entrada no protocolo e lançado no corpo do título as
declarações prescritas, fornecerá um recibo contendo a declaração da data
da apresentação, o número de ordem desta no protocolo e a indicação do dia
em que deverá ser entregue, devidamente legalizado; o recibo será restituído
pelo apresentante contra a devolução do documento. (Renumerado do art.
154 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 154. Nos termos de encerramento diário do protocolo, lavrados
ao findar a hora regulamentar, deverão ser mencionados, pelos respec-
tivos números, os títulos apresentados cujos registros ficarem adiados,
com a declaração dos motivos do adiamento. (Renumerado do art. 155
pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. Ainda que o expediente continue para ultimação do servi-
ço, nenhuma nova apresentação será admitida depois da hora regulamentar.
Art. 155. Quando o título, já registrado por extrato, for levado a registro
integral, ou for exigido simultaneamente pelo apresentante o duplo registro,
mencionar-se-á essa circunstância no lançamento posterior e, nas anotações

1176
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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do protocolo, far-se-ão referências recíprocas para verificação das diversas


espécies de lançamento do mesmo título. (Renumerado do art. 156 pela Lei
n. 6.216, de 1975).
Art. 156. O oficial deverá recusar registro a título e a documento que não
se revistam das formalidades legais. (Renumerado do art. 157 pela Lei n.
6.216, de 1975).
Parágrafo único. Se tiver suspeita de falsificação, poderá o oficial sobres-
tar no registro, depois de protocolado o documento, até notificar o apresen-
tante dessa circunstância; se este insistir, o registro será feito com essa nota,
podendo o oficial, entretanto, submeter a dúvida ao Juiz competente, ou noti-
ficar o signatário para assistir ao registro, mencionando também as alegações
pelo último aduzidas.
Art. 157. O oficial, salvo quando agir de má-fé, devidamente comprova-
da, não será responsável pelos danos decorrentes da anulação do registro,
ou da averbação, por vício intrínseco ou extrínseco do documento, título ou
papel, mas, tão somente, pelos erros ou vícios no processo de registro. (Re-
numerado do art. 158 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 158. As procurações deverão trazer reconhecidas as firmas dos ou-
torgantes. (Renumerado do art. 159 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 159. As folhas do título, documento ou papel que tiver sido registra-
do e as das certidões serão rubricadas pelo oficial, antes de entregues aos
apresentantes. As declarações no protocolo, bem como as dos registros e das
averbações lançadas no título, documento ou papel e as respectivas datas
poderão ser apostas por carimbo, sendo, porém, para autenticação, de pró-
prio punho do oficial, ou de quem suas vezes fizer, a assinatura ou a rubrica.
(Renumerado do art. 160 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 160. O oficial será obrigado, quando o apresentante o requerer, a
notificar do registro ou da averbação os demais interessados que figurarem
no título, documento, o papel apresentado, e a quaisquer terceiros que lhes
sejam indicados, podendo requisitar dos oficiais de registro em outros Muni-

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

cípios, as notificações necessárias. Por esse processo, também, poderão ser


feitos avisos, denúncias e notificações, quando não for exigida a intervenção
judicial. (Renumerado do art. 161 pela Lei n. 6.216, de 1975).
§ 1º Os certificados de notificação ou da entrega de registros serão lavra-
dos nas colunas das anotações, no livro competente, à margem dos respec-
tivos registros.
§ 2º O serviço das notificações e demais diligências poderá ser realizado
por escreventes designados pelo oficial e autorizados pelo Juiz competente.
Art. 161. As certidões do registro integral de títulos terão o mesmo valor
probante dos originais, ressalvado o incidente de falsidade destes, oportuna-
mente levantado em juízo. (Renumerado do art. 162 pela Lei n. 6.216, de 1975).
§ 1º O apresentante do título para registro integral poderá também deixá-
-lo arquivado em cartório ou a sua fotocópia, autenticada pelo oficial, circuns-
tâncias que serão declaradas no registro e nas certidões.
§ 2º Quando houver acúmulo de trabalho, um dos suboficiais poderá ser
autorizado pelo Juiz, a pedido do oficial e sob sua responsabilidade, a lavrar
e subscrever certidão.
Art. 162. O fato da apresentação de um título, documento ou papel, para
registro ou averbação, não constituirá, para o apresentante, direito sobre o
mesmo, desde que não seja o próprio interessado. (Renumerado do art. 163
pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 163. Os tabeliães e escrivão, nos atos que praticarem, farão sempre
referência ao livro e à folha do registro de títulos e documentos em que te-
nham sido trasladados os mandatos de origem estrangeira, a que tenham de
reportar-se. (Renumerado do art. 164 pela Lei n. 6.216, de 1975).

CAPÍTULO V
DO CANCELAMENTO

Art. 164. O cancelamento poderá ser feito em virtude de sentença ou de


documento autêntico de quitação ou de exoneração do título registrado. (Re-
numerado do art. 165 pela Lei n. 6.216, de 1975).

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 165. Apresentado qualquer dos documentos referidos no artigo an-


terior, o oficial certificará, na coluna das averbações do livro respectivo, o
cancelamento e a razão dele, mencionando-se o documento que o autorizou,
datando e assinando a certidão, de tudo fazendo referência nas anotações do
protocolo. (Renumerado do art. 166 pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. Quando não for suficiente o espaço da coluna das averba-
ções, será feito novo registro, com referências recíprocas, na coluna própria.
Art. 166. Os requerimentos de cancelamento serão arquivados com os
documentos que os instruírem. (Renumerado do art. 167 pela Lei n. 6.216,
de 1975).
TÍTULO V
Do Registro de Imóveis
CAPÍTULO I
DAS ATRIBUIÇÕES

Art. 167 - No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão feitos. (Re-


numerado do art. 168 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
I – o registro: (Redação dada pela Lei n. 6.216, de 1975).
1) da instituição de bem de família;
2) das hipotecas legais, judiciais e convencionais;
3) dos contratos de locação de prédios, nos quais tenha sido consignada
cláusula de vigência no caso de alienação da coisa locada;
4) do penhor de máquinas e de aparelhos utilizados na indústria, instala-
dos e em funcionamento, com os respectivos pertences ou sem eles;
5) das penhoras, arrestos e sequestros de imóveis;
6) das servidões em geral;
7) do usufruto e do uso sobre imóveis e da habitação, quando não resul-
tarem do direito de família;
8) das rendas constituídas sobre imóveis ou a eles vinculadas por dispo-
sição de última vontade;

1179
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

9) dos contratos de compromisso de compra e venda de cessão deste e de


promessa de cessão, com ou sem cláusula de arrependimento, que tenham
por objeto imóveis não loteados e cujo preço tenha sido pago no ato de sua
celebração, ou deva sê-lo a prazo, de uma só vez ou em prestações;
10) da enfiteuse;
11) da anticrese;
12) das convenções antenupciais;
13) das cédulas de crédito rural;
14) das cédulas de crédito, industrial;
15) dos contratos de penhor rural;
16) dos empréstimos por obrigações ao portador ou debêntures, inclusive
as conversíveis em ações;
17) das incorporações, instituições e convenções de condomínio;
18) dos contratos de promessa de venda, cessão ou promessa de cessão
de unidades autônomas condominiais a que alude a Lei n. 4.591, de 16 de
dezembro de 1964, quando a incorporação ou a instituição de condomínio se
formalizar na vigência desta Lei;
19) dos loteamentos urbanos e rurais;
20) dos contratos de promessa de compra e venda de terrenos loteados
em conformidade com o Decreto-lei n. 58, de 10 de dezembro de 1937, e
respectiva cessão e promessa de cessão, quando o loteamento se formalizar
na vigência desta Lei;
21) das citações de ações reais ou pessoais reipersecutórias, relativas a
imóveis;
22) (Revogado pela Lei n. 6.850, de 1980)
23) dos julgados e atos jurídicos entre vivos que dividirem imóveis ou os
demarcarem inclusive nos casos de incorporação que resultarem em consti-
tuição de condomínio e atribuírem uma ou mais unidades aos incorporadores;
24) das sentenças que nos inventários, arrolamentos e partilhas, adjudi-
carem bens de raiz em pagamento das dívidas da herança;

1180
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

25) dos atos de entrega de legados de imóveis, dos formais de partilha


e das sentenças de adjudicação em inventário ou arrolamento quando não
houver partilha;
26) da arrematação e da adjudicação em hasta pública;
27) do dote;
28) das sentenças declaratórias de usucapião; (Redação dada pela Medida
Provisória n. 2.220, de 2001)
29) da compra e venda pura e da condicional;
30) da permuta;
31) da dação em pagamento;
32) da transferência, de imóvel a sociedade, quando integrar quota social;
33) da doação entre vivos;
34) da desapropriação amigável e das sentenças que, em processo de de-
sapropriação, fixarem o valor da indenização;
35) da alienação fiduciária em garantia de coisa imóvel. (Incluído pela Lei
n. 9.514, de 1997)
36). da imissão provisória na posse, quando concedida à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou às suas entidades delegadas, e
respectiva cessão e promessa de cessão; (Redação dada pela Lei n. 12.424,
de 2011)
37) dos termos administrativos ou das sentenças declaratórias da conces-
são de uso especial para fins de moradia; (Redação dada pela Medida Provi-
sória n. 2.220, de 2001)
38) (VETADO) (Incluído pela Lei n. 10.257, de 2001)
39) da constituição do direito de superfície de imóvel urbano; (Incluído
pela Lei n. 10.257, de 2001)
40) do contrato de concessão de direito real de uso de imóvel público.
(Redação dada pela Medida Provisória n. 2.220, de 2001)
41. da legitimação de posse; (Incluído pela Lei n. 11.977, de 2009)
42. da conversão da legitimação de posse em propriedade, prevista no
art. 60 da Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009; (Incluído pela Lei n. 12.424,
de 2011)

1181
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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43. da Certidão de Regularização Fundiária (CRF); (Incluído pela Lei n.


13.465, de 2017)
44. da legitimação fundiária. (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)
II – a averbação: (Redação dada pela Lei n. 6.216, de 1975).
1) das convenções antenupciais e do regime de bens diversos do legal,
nos registros referentes a imóveis ou a direitos reais pertencentes a qualquer
dos cônjuges, inclusive os adquiridos posteriormente ao casamento;
2) por cancelamento, da extinção dos ônus e direitos reais;
3) dos contratos de promessa de compra e venda, das cessões e das pro-
messas de cessão a que alude o Decreto-lei n. 58, de 10 de dezembro de
1937, quando o loteamento se tiver formalizado anteriormente à vigência
desta Lei;
4) da mudança de denominação e de numeração dos prédios, da edifica-
ção, da reconstrução, da demolição, do desmembramento e do loteamento
de imóveis;
5) da alteração do nome por casamento ou por desquite, ou, ainda, de
outras circunstâncias que, de qualquer modo, tenham influência no registro
ou nas pessoas nele interessadas;
6) dos atos pertinentes a unidades autônomas condominiais a que alude
a Lei n. 4.591, de 16 de dezembro de 1964, quando a incorporação tiver sido
formalizada anteriormente à vigência desta Lei;
7) das cédulas hipotecárias;
8) da caução e da cessão fiduciária de direitos relativos a imóveis;
9) das sentenças de separação de dote;
10) do restabelecimento da sociedade conjugal;
11) das cláusulas de inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabili-
dade impostas a imóveis, bem como da constituição de fideicomisso;
12) das decisões, recursos e seus efeitos, que tenham por objeto atos ou
títulos registrados ou averbados;
13) "ex offício", dos nomes dos logradouros, decretados pelo poder
público.

1182
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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14) das sentenças de separação judicial, de divórcio e de nulidade ou anu-


lação de casamento, quando nas respectivas partilhas existirem imóveis ou
direitos reais sujeitos a registro. (Incluído pela Lei n. 6.850, de 1980)
15 - da rerratificação do contrato de mútuo com pacto adjeto de hipoteca
em favor de entidade integrante do Sistema Financeiro da Habitação, ainda
que importando elevação da dívida, desde que mantidas as mesmas partes
e que inexista outra hipoteca registrada em favor de terceiros. (Incluído pela
Lei n. 6.941, de 1981)
16) do contrato de locação, para os fins de exercício de direito de prefe-
rência. (Incluído pela Lei n. 8.245, de 1991)
17) do Termo de Securitização de créditos imobiliários, quando submeti-
dos a regime fiduciário. (Incluído pela Lei n. 9.514, de 1997)
18) da notificação para parcelamento, edificação ou utilização compulsó-
rios de imóvel urbano; (Incluído pela Lei n. 10.257, de 2001)
19) da extinção da concessão de uso especial para fins de moradia; (In-
cluído pela Lei n. 10.257, de 2001)
20) da extinção do direito de superfície do imóvel urbano. (Incluído pela
Lei n. 10.257, de 2001)
21) da cessão de crédito imobiliário. (Vide Medida Provisória n. 2.223, de
2001) (Incluído pela Lei n. 10.931, de 2004)
22. da reserva legal; (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)
23. da servidão ambiental. (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)
24. do destaque de imóvel de gleba pública originária. (Incluído pela Lei
n. 11.952, de 2009)
25. (Vide Medida Provisória n. 458, de 2009)
26. do auto de demarcação urbanística. (Incluído pela Lei n. 11.977,
de 2009)
27. da extinção da legitimação de posse; (Redação dada pela Lei n. 12.424,
de 2011)
28. da extinção da concessão de uso especial para fins de moradia; (Inclu-
ído pela Lei n. 12.424, de 2011)

1183
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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29. da extinção da concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei n.


12.424, de 2011)
30. da sub-rogação de dívida, da respectiva garantia fiduciária ou hipote-
cária e da alteração das condições contratuais, em nome do credor que venha
a assumir tal condição na forma do disposto pelo art. 31 da Lei no 9.514, de
20 de novembro de 1997, ou do art. 347 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro
de 2002 - Código Civil, realizada em ato único, a requerimento do interessado
instruído com documento comprobatório firmado pelo credor original e pelo
mutuário. (Redação dada pela Lei n. 12.810, de 2013)
31. da certidão de liberação de condições resolutivas dos títulos de domí-
nio resolúvel emitidos pelos órgãos fundiários federais na Amazônia Legal.
(Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)
32. do termo de quitação de contrato de compromisso de compra e ven-
da registrado e do termo de quitação dos instrumentos públicos ou privados
oriundos da implantação de empreendimentos ou de processo de regularização
fundiária, firmado pelo empreendedor proprietário de imóvel ou pelo promo-
tor do empreendimento ou da regularização fundiária objeto de loteamento,
desmembramento, condomínio de qualquer modalidade ou de regularização
fundiária, exclusivamente para fins de exoneração da sua responsabilidade
sobre tributos municipais incidentes sobre o imóvel perante o Município, não
implicando transferência de domínio ao compromissário comprador ou ao be-
neficiário da regularização. (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)
Art. 168 - Na designação genérica de registro, consideram-se englobadas
a inscrição e a transcrição a que se referem as leis civis. (Renumerado do art.
168 § 2º para artigo autônomo pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 169 - Todos os atos enumerados no art. 167 são obrigatórios e efe-
tuar-se-ão no Cartório da situação do imóvel, salvo: (Redação dada pela Lei
n. 6.216, de 1975).
I  – as averbações, que serão efetuadas na matrícula ou à margem do
registro a que se referirem, ainda que o imóvel tenha passado a pertencer a
outra circunscrição; (Incluído pela Lei n. 6.216, de 1975).

1184
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – os registros relativos a imóveis situados em comarcas ou circuns-


crições limítrofes, que serão feitos em todas elas, devendo os Registros de
Imóveis fazer constar dos registros tal ocorrência. (Redação dada pela Lei n.
10.267, de 2001)
III – o registro previsto no n. 3 do inciso I do art. 167, e a averbação
prevista no n. 16 do inciso II do art. 167 serão efetuados no cartório onde
o imóvel esteja matriculado mediante apresentação de qualquer das vias do
contrato, assinado pelas partes e subscrito por duas testemunhas, bastando a
coincidência entre o nome de um dos proprietários e o locador. (Incluído pela
Lei n. 8.245, de 1991)
Art. 170 - O desmembramento territorial posterior ao registro não exige
sua repetição no novo cartório. (Incluído pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 171. Os atos relativos a vias férreas serão registrados na circuns-
crição imobiliária onde se situe o imóvel. (Redação dada pela Lei n. 13.465,
de 2017)
Parágrafo único. A requerimento do interessado, o oficial do cartório do re-
gistro de imóveis da circunscrição a que se refere o caput deste artigo abrirá a
matrícula da área correspondente, com base em planta, memorial descritivo
e certidão atualizada da matrícula ou da transcrição do imóvel, caso exista,
podendo a apuração do remanescente ocorrer em momento posterior. (Inclu-
ído pela Lei n. 13.465, de 2017)

CAPÍTULO II
DA ESCRITURAÇÃO

Art. 172 - No Registro de Imóveis serão feitos, nos termos desta Lei, o


registro e a averbação dos títulos ou atos constitutivos, declaratórios, trans-
lativos e extintos de direitos reais sobre imóveis reconhecidos em lei, " inter
vivos" ou " mortis causa" quer para sua constituição, transferência e extinção,
quer para sua validade em relação a terceiros, quer para a sua disponibilida-
de. (Renumerado do art. 168 § 1º para artigo autônomo com nova redação
pela Lei n. 6.216, de 1975).

1185
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 173 - Haverá, no Registro de Imóveis, os seguintes livros: (Renume-


rado do art. 171 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
I – Livro n. 1 - Protocolo;
II – Livro n. 2 - Registro Geral;
III – Livro n. 3 - Registro Auxiliar;
IV – Livro n. 4 - Indicador Real;
V – Livro n. 5 - Indicador Pessoal.
Parágrafo único. Observado o disposto no § 2º do art. 3º, desta Lei, os
livros n.s 2, 3, 4 e 5 poderão ser substituídos por fichas.
Art. 174 - O livro n. 1 - Protocolo - servirá para apontamento de todos os
títulos apresentados diariamente, ressalvado o disposto no parágrafo único
do art. 12 desta Lei. (Renumerado do art. 172 com nova redação pela Lei n.
6.216, de 1975).
Art. 175 - São requisitos da escrituração do Livro n. 1 - Protocolo: (Renu-
merado do art. 172 parágrafo único para artigo autônomo com nova redação
pela Lei n. 6.216, de 1975).
I – o número de ordem, que seguirá indefinidamente nos livros da mesma
espécie;
II – a data da apresentação;
III – o nome do apresentante;
IV – a natureza formal do título;
V – os atos que formalizar, resumidamente mencionados.
Art. 176 - O Livro n. 2 - Registro Geral - será destinado, à matrícula dos
imóveis e ao registro ou averbação dos atos relacionados no art. 167 e não
atribuídos ao Livro n. 3. (Renumerado do art. 173 com nova redação pela Lei
n. 6.216, de 1975).
§ 1º A escrituração do Livro n. 2 obedecerá às seguintes normas: (Renu-
merado do parágrafo único, pela Lei n. 6.688, de 1979)
I – cada imóvel terá matrícula própria, que será aberta por ocasião do pri-
meiro registro a ser feito na vigência desta Lei;

1186
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – são requisitos da matrícula:


1) o número de ordem, que seguirá ao infinito;
2) a data;
3) a identificação do imóvel, que será feita com indicação: (Redação dada
pela Lei n. 10.267, de 2001)
a - se rural, do código do imóvel, dos dados constantes do CCIR, da deno-
minação e de suas características, confrontações, localização e área; (Incluí-
da pela Lei n. 10.267, de 2001)
b - se urbano, de suas características e confrontações, localização, área,
logradouro, número e de sua designação cadastral, se houver. (Incluída pela
Lei n. 10.267, de 2001)
4) o nome, domicílio e nacionalidade do proprietário, bem como:
a) tratando-se de pessoa física, o estado civil, a profissão, o número de
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda ou do Re-
gistro Geral da cédula de identidade, ou à falta deste, sua filiação;
b) tratando-se de pessoa jurídica, a sede social e o número de inscrição no
Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda;
5) o número do registro anterior;
6) tratando-se de imóvel em regime de multipropriedade, a indicação da
existência de matrículas, nos termos do § 10 deste artigo; (Incluído pela Lei
n. 13.777, de 2018) (Vigência)
III – são requisitos do registro no Livro n. 2:
1) a data;
2) o nome, domicílio e nacionalidade do transmitente, ou do devedor, e do
adquirente, ou credor, bem como:
a) tratando-se de pessoa física, o estado civil, a profissão e o número de
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda ou do Re-
gistro Geral da cédula de identidade, ou, à falta deste, sua filiação;
b) tratando-se de pessoa jurídica, a sede social e o número de inscrição no
Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda;

1187
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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3) o título da transmissão ou do ônus;


4) a forma do título, sua procedência e caracterização;
5) o valor do contrato, da coisa ou da dívida, prazo desta, condições e
mais especificações, inclusive os juros, se houver.
§ 2º Para a matrícula e registro das escrituras e partilhas, lavradas ou ho-
mologadas na vigência do Decreto n. 4.857, de 9 de novembro de 1939, não
serão observadas as exigências deste artigo, devendo tais atos obedecer ao
disposto na legislação anterior. (Incluído pela Lei n. 6.688, de 1979)
§ 3º Nos casos de desmembramento, parcelamento ou remembramento
de imóveis rurais, a identificação prevista na alínea a do item 3 do inciso II
do § 1º será obtida a partir de memorial descritivo, assinado por profissional
habilitado e com a devida Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, con-
tendo as coordenadas dos vértices definidores dos limites dos imóveis rurais,
georreferenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro e com precisão posicional
a ser fixada pelo INCRA, garantida a isenção de custos financeiros aos pro-
prietários de imóveis rurais cuja somatória da área não exceda a quatro mó-
dulos fiscais. (Incluído pela Lei n. 10.267, de 2001)
§ 4º A identificação de que trata o § 3º tornar-se-á obrigatória para
efetivação de registro, em qualquer situação de transferência de imóvel
rural, nos prazos fixados por ato do Poder Executivo. (Incluído pela Lei n.
10.267, de 2001)
§ 5º Nas hipóteses do § 3º, caberá ao Incra certificar que a poligonal obje-
to do memorial descritivo não se sobrepõe a nenhuma outra constante de seu
cadastro georreferenciado e que o memorial atende às exigências técnicas,
conforme ato normativo próprio. (Incluído pela Lei n. 11.952, de 2009)
§ 6º A certificação do memorial descritivo de glebas públicas será referen-
te apenas ao seu perímetro originário. (Incluído pela Lei n. 11.952, de 2009)
§ 7º Não se exigirá, por ocasião da efetivação do registro do imóvel des-
tacado de glebas públicas, a retificação do memorial descritivo da área re-
manescente, que somente ocorrerá a cada 3 (três) anos, contados a partir

1188
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do primeiro destaque, englobando todos os destaques realizados no período.


(Incluído pela Lei n. 11.952, de 2009)
§ 8º O ente público proprietário ou imitido na posse a partir de decisão
proferida em processo judicial de desapropriação em curso poderá requerer a
abertura de matrícula de parte de imóvel situado em área urbana ou de ex-
pansão urbana, previamente matriculado ou não, com base em planta e me-
morial descritivo, podendo a apuração de remanescente ocorrer em momento
posterior. (Incluído pela Lei n. 12.424, de 2011)
§ 9º A instituição do direito real de laje ocorrerá por meio da abertura de
uma matrícula própria no registro de imóveis e por meio da averbação desse
fato na matrícula da construção-base e nas matrículas de lajes anteriores,
com remissão recíproca. (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)
§ 10. Quando o imóvel se destinar ao regime da multipropriedade, além
da matrícula do imóvel, haverá uma matrícula para cada fração de tempo, na
qual se registrarão e averbarão os atos referentes à respectiva fração de tem-
po, ressalvado o disposto no § 11 deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.777,
de 2018) (Vigência)
§ 11. Na hipótese prevista no § 10 deste artigo, cada fração de tempo
poderá, em função de legislação tributária municipal, ser objeto de inscrição
imobiliária individualizada. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 12. Na hipótese prevista no inciso II do § 1º do art. 1.358-N da Lei n.
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), a fração de tempo adicional,
destinada à realização de reparos, constará da matrícula referente à fração
de tempo principal de cada multiproprietário e não será objeto de matrícula
específica. (Incluído pela Lei n. 13.777, de 2018) (Vigência)
§ 13. Para a identificação de que tratam os §§ 3º e 4º deste artigo, é dis-
pensada a anuência dos confrontantes, bastando para tanto a declaração do
requerente de que respeitou os limites e as confrontações. (Incluído pela Lei
n. 13.838, de 2019)
Art. 177 - O Livro n. 3 - Registro Auxiliar - será destinado ao registro dos
atos que, sendo atribuídos ao Registro de Imóveis por disposição legal, não

1189
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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digam respeito diretamente a imóvel matriculado. (Renumerado do art. 174


com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 178 - Registrar-se-ão no Livro n. 3 - Registro Auxiliar: (Renumerado
do art. 175 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
I – a emissão de debêntures, sem prejuízo do registro eventual e definiti-
vo, na matrícula do imóvel, da hipoteca, anticrese ou penhor que abonarem
especialmente tais emissões, firmando-se pela ordem do registro a prioridade
entre as séries de obrigações emitidas pela sociedade;
II – as cédulas de crédito rural e de crédito industrial, sem prejuízo do
registro da hipoteca cedular;
III  – as convenções de condomínio edilício, condomínio geral voluntário
e condomínio em multipropriedade; (Redação dada pela Lei n. 13.777, de
2018) (Vigência)
IV – o penhor de máquinas e de aparelhos utilizados na indústria, instala-
dos e em funcionamento, com os respectivos pertences ou sem eles;
V – as convenções antenupciais;
VI – os contratos de penhor rural;
VII – os títulos que, a requerimento do interessado, forem registrados no
seu inteiro teor, sem prejuízo do ato, praticado no Livro n. 2.
Art. 179 - O Livro n. 4 - Indicador Real - será o repositório de todos os
imóveis que figurarem nos demais livros, devendo conter sua identificação,
referência aos números de ordem dos outros livros e anotações necessárias.
(Renumerado do art. 176 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
§ 1º Se não for utilizado o sistema de fichas, o Livro n. 4 conterá, ain-
da, o número de ordem, que seguirá indefinidamente, nos livros da mes-
ma espécie.
§ 2º Adotado o sistema previsto no parágrafo precedente, os oficiais deve-
rão ter, para auxiliar a consulta, um livro-índice ou fichas pelas ruas, quando
se tratar de imóveis urbanos, e pelos nomes e situações, quando rurais.
Art. 180 - O Livro n. 5 - Indicador Pessoal - dividido alfabeticamente, será
o repositório dos nomes de todas as pessoas que, individual ou coletivamen-

1190
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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te, ativa ou passivamente, direta ou indiretamente, figurarem nos demais li-


vros, fazendo-se referência aos respectivos números de ordem. (Renumerado
do art. 177 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. Se não for utilizado o sistema de fichas, o Livro n. 5 con-
terá, ainda, o número de ordem de cada letra do alfabeto, que seguirá inde-
finidamente, nos livros da mesma espécie. Os oficiais poderão adotar, para
auxiliar as buscas, um livro-índice ou fichas em ordem alfabética.
Art. 181 - Poderão ser abertos e escriturados, concomitantemente, até
dez livros de "Registro Geral", obedecendo, neste caso, a sua escrituração ao
algarismo final da matrícula, sendo as matrículas de número final 1 feitas no
Livro 2-1, as de final dois no Livro 2-2 e as de final três no Livro 2-3, e assim,
sucessivamente. (Incluído pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. Também poderão ser desdobrados, a critério do oficial,
os Livros n.s 3 "Registro Auxiliar", 4 "Indicador Real" e 5 "Indicador Pessoal"
(Incluído pela Lei n. 6.216, de 1975).

CAPÍTULO III
DO PROCESSO DO REGISTRO

Art. 182 - Todos os títulos tomarão, no Protocolo, o número de ordem que


lhes competir em razão da sequência rigorosa de sua apresentação. (Renu-
merado do art. 185 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 183 - Reproduzir-se-á, em cada título, o número de ordem respectivo
e a data de sua prenotação. (Renumerado do art. 185 parágrafo único para
artigo autônomo com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 184 - O Protocolo será encerrado diariamente. (Incluído pela Lei n.
6.216, de 1975).
Art. 185 - A escrituração do protocolo incumbirá tanto ao oficial titu-
lar como ao seu substituto legal, podendo, ser feita, ainda, por escrevente
auxiliar expressamente designado pelo oficial titular ou pelo seu substituto

1191
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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legal mediante autorização do juiz competente, ainda que os primeiros não


estejam nem afastados nem impedidos. (Renumerado do art. 186 com nova
redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 186 - O número de ordem determinará a prioridade do título, e esta
a preferência dos direitos reais, ainda que apresentados pela mesma pessoa
mais de um título simultaneamente. (Renumerado do art. 187 com nova re-
dação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 187 - Em caso de permuta, e pertencendo os imóveis à mesma cir-
cunscrição, serão feitos os registros nas matrículas correspondentes, sob um
único número de ordem no Protocolo. (Renumerado do art. 188 com nova
redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 188 - Protocolizado o título, proceder-se-á ao registro, dentro do
prazo de 30 (trinta) dias, salvo nos casos previstos nos artigos seguintes.
(Renumerado do art. 189 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 189 - Apresentado título de segunda hipoteca, com referência ex-
pressa à existência de outra anterior, o oficial, depois de prenotá-lo, aguar-
dará durante 30 (trinta) dias que os interessados na primeira promovam a
inscrição. Esgotado esse prazo, que correrá da data da prenotação, sem que
seja apresentado o título anterior, o segundo será inscrito e obterá prefe-
rência sobre aquele. (Renumerado do art. 190 com nova redação pela Lei n.
6.216, de 1975).
Art. 190 - Não serão registrados, no mesmo dia, títulos pelos quais se
constituam direitos reais contraditórios sobre o mesmo imóvel. (Renumerado
do art. 191 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 191 - Prevalecerão, para efeito de prioridade de registro, quando
apresentados no mesmo dia, os títulos prenotados no Protocolo sob número
de ordem mais baixo, protelando-se o registro dos apresentados posterior-
mente, pelo prazo correspondente a, pelo menos, um dia útil. (Renumerado
do art. 192 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 192 - O disposto nos arts. 190 e 191 não se aplica às escrituras pú-
blicas, da mesma data e apresentadas no mesmo dia, que determinem, taxa-

1192
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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tivamente, a hora da sua lavratura, prevalecendo, para efeito de prioridade,


a que foi lavrada em primeiro lugar. (Renumerado do artigo 192 parágrafo
único pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 193. O registro será feito pela simples exibição do título, sem depen-
dência de extratos.
Art. 194 - O título de natureza particular apresentado em uma só via será
arquivado em cartório, fornecendo o oficial, a pedido, certidão do mesmo.
(Redação dada pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 195 - Se o imóvel não estiver matriculado ou registrado em nome do
outorgante, o oficial exigirá a prévia matrícula e o registro do título anterior,
qualquer que seja a sua natureza, para manter a continuidade do registro.
(Renumerado do art. 197 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 195-A. O Município poderá solicitar ao cartório de registro de imó-
veis competente a abertura de matrícula de parte ou da totalidade de imóveis
públicos oriundos de parcelamento do solo urbano implantado, ainda que não
inscrito ou registrado, por meio de requerimento acompanhado dos seguintes
documentos: (Redação dada pela Lei n. 13.465, de 2017)
I – planta e memorial descritivo do imóvel público a ser matriculado, dos
quais constem a sua descrição, com medidas perimetrais, área total, locali-
zação, confrontantes e coordenadas preferencialmente georreferenciadas dos
vértices definidores de seus limites; (Incluído pela Lei n. 12.424, de 2011)
II – comprovação de intimação dos confrontantes para que informem, no
prazo de 15 (quinze) dias, se os limites definidos na planta e no memorial
descritivo do imóvel público a ser matriculado se sobrepõem às suas respec-
tivas áreas, se for o caso; (Incluído pela Lei n. 12.424, de 2011)
III – as respostas à intimação prevista no inciso II, quando houver; e (In-
cluído pela Lei n. 12.424, de 2011)
IV – planta de parcelamento ou do imóvel público a ser registrado, assi-
nada pelo loteador ou elaborada e assinada por agente público da prefeitura,
acompanhada de declaração de que o parcelamento encontra-se implantado,

1193
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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na hipótese de este não ter sido inscrito ou registrado. (Redação dada pela
Lei n. 13.465, de 2017)
§ 1º Apresentados pelo Município os documentos relacionados no caput, o
registro de imóveis deverá proceder ao registro dos imóveis públicos decor-
rentes do parcelamento do solo urbano na matrícula ou transcrição da gleba
objeto de parcelamento. (Incluído pela Lei n. 12.424, de 2011)
§ 2º Na abertura de matrícula de imóvel público oriundo de parcelamento
do solo urbano, havendo divergência nas medidas perimetrais de que resulte,
ou não, alteração de área, a situação de fato implantada do bem deverá pre-
valecer sobre a situação constante do registro ou da planta de parcelamento,
respeitados os limites dos particulares lindeiros. (Incluído pela Lei n. 12.424,
de 2011)
§ 3º Não será exigido, para transferência de domínio, formalização da
doação de áreas públicas pelo loteador nos casos de parcelamentos urbanos
realizados na vigência do Decreto-Lei no 58, de 10 de dezembro de 1937.
(Incluído pela Lei n. 12.424, de 2011)
§ 4º Recebido o requerimento e verificado o atendimento aos requisitos
previstos neste artigo, o oficial do registro de imóveis abrirá a matrícula em
nome do Município. (Incluído pela Lei n. 12.424, de 2011)
§ 5º A abertura de matrícula de que trata o caput independe do regime
jurídico do bem público. (Incluído pela Lei n. 12.424, de 2011)
§ 6º Na hipótese de haver área remanescente, a sua apuração poderá
ocorrer em momento posterior. (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)
§ 7º O procedimento definido neste artigo poderá ser adotado para abertura
de matrícula de glebas municipais adquiridas por lei ou por outros meios legal-
mente admitidos, inclusive para as terras devolutas transferidas ao Município
em razão de legislação estadual ou federal, dispensado o procedimento dis-
criminatório administrativo ou judicial. (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)
§ 8º O disposto neste artigo aplica-se, em especial, às áreas de uso públi-
co utilizadas pelo sistema viário do parcelamento urbano irregular. (Incluído
pela Lei n. 13.465, de 2017)

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Art. 195-B. A União, os Estados e o Distrito Federal poderão solicitar ao


registro de imóveis competente a abertura de matrícula de parte ou da to-
talidade de imóveis urbanos sem registro anterior, cujo domínio lhes tenha
sido assegurado pela legislação, por meio de requerimento acompanhado dos
documentos previstos nos incisos I, II e III do caput do art. 195-A, inclusive
para as terras devolutas, dispensado o procedimento discriminatório adminis-
trativo ou judicial. (Redação dada pela Lei n. 13.465, de 2017)
§ 1º Recebido o requerimento na forma prevista no caput deste artigo, o
oficial do registro de imóveis abrirá a matrícula em nome do requerente, ob-
servado o disposto nos §§ 5º e 6º do art. 195-A. (Redação dada pela Lei n.
13.465, de 2017)
§ 2º O Município poderá realizar, em acordo com o Estado, o procedimento
de que trata este artigo e requerer, em nome deste, no registro de imóveis
competente a abertura de matrícula de imóveis urbanos situados nos limites
do respectivo território municipal. (Incluído pela Lei n. 12.424, de 2011)
§ 3º O procedimento de que trata este artigo poderá ser adotado pela
União para o registro de imóveis rurais de sua propriedade, observado o dis-
posto nos §§ 3º, 4º, 5º, 6º e 7º do art. 176 desta Lei. (Incluído pela Lei n.
13.465, de 2017)
§ 4º Para a abertura de matrícula em nome da União com base neste ar-
tigo, a comprovação de que trata o inciso II do caput do art. 195-A será re-
alizada, no que couber, mediante o procedimento de notificação previsto nos
arts. 12-A e 12-B do Decreto-Lei no 9.760, de 5 de setembro de 1946, com
ressalva quanto ao prazo para apresentação de eventuais impugnações, que
será de quinze dias, na hipótese de notificação pessoal, e de trinta dias, na
hipótese de notificação por edital. (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)
Art. 196 - A matrícula será feita à vista dos elementos constantes do
título apresentado e do registro anterior que constar do próprio cartório. (Re-
numerado do art. 197 § 1º com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 197 - Quando o título anterior estiver registrado em outro cartório, o
novo título será apresentado juntamente com certidão atualizada, comproba-

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tória do registro anterior, e da existência ou inexistência de ônus. (Renume-


rado do art. 197 § 2º com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 198 - Havendo exigência a ser satisfeita, o oficial indica-la-á por es-
crito. Não se conformando o apresentante com a exigência do oficial, ou não
a podendo satisfazer, será o título, a seu requerimento e com a declaração
de dúvida, remetido ao juízo competente para dirimi-la, obedecendo-se ao
seguinte: (Renumerado do art. 198 a 201 "caput" com nova redação pela Lei
n. 6.216, de 1975).
I – no Protocolo, anotará o oficial, à margem da prenotação, a ocorrência
da dúvida;
II - após certificar, no título, a prenotação e a suscitação da dúvida, rubri-
cará o oficial todas as suas folhas;
III – em seguida, o oficial dará ciência dos termos da dúvida ao apresen-
tante, fornecendo-lhe cópia da suscitação e notificando-o para impugná-la,
perante o juízo competente, no prazo de 15 (quinze) dias;
IV – certificado o cumprimento do disposto no item anterior, remeter-se-
-ão ao juízo competente, mediante carga, as razões da dúvida, acompanha-
das do título.
Art. 199 - Se o interessado não impugnar a dúvida no prazo referido no
item III do artigo anterior, será ela, ainda assim, julgada por sentença. (Re-
numerado do art. 201 § 1º com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 200 - Impugnada a dúvida com os documentos que o interessado
apresentar, será ouvido o Ministério Público, no prazo de dez dias. (Renume-
rado do art. 202 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 201 - Se não forem requeridas diligências, o juiz proferirá decisão no
prazo de quinze dias, com base nos elementos constantes dos autos. (Renu-
merado do art. 202 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 202 - Da sentença, poderão interpor apelação, com os efeitos devo-
lutivo e suspensivo, o interessado, o Ministério Público e o terceiro prejudica-
do. (Renumerado do parágrafo único do art. 202 com nova redação pela Lei
n. 6.216, de 1975).

1196
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Art. 203 - Transitada em julgado a decisão da dúvida, proceder-se-á do


seguinte modo: (Renumerado dos arts. 203 e 204 com nova redação pela Lei
n. 6.216, de 1975).
I – se for julgada procedente, os documentos serão restituídos à parte,
independentemente de translado, dando-se ciência da decisão ao oficial, para
que a consigne no Protocolo e cancele a prenotação;
II – se for julgada improcedente, o interessado apresentará, de novo, os
seus documentos, com o respectivo mandado, ou certidão da sentença, que
ficarão arquivados, para que, desde logo, se proceda ao registro, declarando
o oficial o fato na coluna de anotações do Protocolo.
Art. 204 - A decisão da dúvida tem natureza administrativa e não impede
o uso do processo contencioso competente. (Renumerado do art. 205 com
nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 205 - Cessarão automaticamente os efeitos da prenotação se, de-
corridos 30 (trinta) dias do seu lançamento no Protocolo, o título não tiver
sido registrado por omissão do interessado em atender às exigências legais.
(Renumerado do art. 206 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. Nos procedimentos de regularização fundiária de interes-
se social, os efeitos da prenotação cessarão decorridos 60 (sessenta) dias de
seu lançamento no protocolo. (Redação dada pela Lei n. 12.424, de 2011)
Art. 206 - Se o documento, uma vez prenotado, não puder ser registrado,
ou o apresentante desistir do seu registro, a importância relativa às despesas
previstas no art. 14 será restituída, deduzida a quantia correspondente às
buscas e a prenotação. (Renumerado do art. 207 com nova redação pela Lei
n. 6.216, de 1975).
Art. 207 - No processo, de dúvida, somente serão devidas custas, a se-
rem pagas pelo interessado, quando a dúvida for julgada procedente. (Renu-
merado do art. 208 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 208 - O registro começado dentro das horas fixadas não será inter-
rompido, salvo motivo de força maior declarado, prorrogando-se expediente

1197
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até ser concluído. (Renumerado do art. 209 com nova redação pela Lei n.
6.216, de 1975).
Art. 209 - Durante a prorrogação nenhuma nova apresentação será ad-
mitida, lavrando o termo de encerramento no Protocolo. (Renumerado do art.
210 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 210 - Todos os atos serão assinados e encerrados pelo oficial, por
seu substituto legal, ou por escrevente expressamente designado pelo oficial
ou por seu substituto legal e autorizado pelo juiz competente ainda que os
primeiros não estejam nem afastados nem impedidos. (Renumerado do art.
211 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 211 - Nas vias dos títulos restituídas aos apresentantes, serão decla-
rados resumidamente, por carimbo, os atos praticados. (Renumerado do art.
212 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 212. Se o registro ou a averbação for omissa, imprecisa ou não ex-
primir a verdade, a retificação será feita pelo Oficial do Registro de Imóveis
competente, a requerimento do interessado, por meio do procedimento ad-
ministrativo previsto no art. 213, facultado ao interessado requerer a retifi-
cação por meio de procedimento judicial. (Redação dada pela Lei n. 10.931,
de 2004)
Parágrafo único. A opção pelo procedimento administrativo previsto no
art. 213 não exclui a prestação jurisdicional, a requerimento da parte preju-
dicada. (Incluído pela Lei n. 10.931, de 2004)
Art. 213. O oficial retificará o registro ou a averbação: (Redação dada
pela Lei n. 10.931, de 2004)
I – de ofício ou a requerimento do interessado nos casos de: (Incluído pela
Lei n. 10.931, de 2004)
a) omissão ou erro cometido na transposição de qualquer elemento do
título; (Incluída pela Lei n. 10.931, de 2004)
b) indicação ou atualização de confrontação; (Incluída pela Lei n. 10.931,
de 2004)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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c) alteração de denominação de logradouro público, comprovada por do-


cumento oficial; (Incluída pela Lei n. 10.931, de 2004)
d) retificação que vise a indicação de rumos, ângulos de deflexão ou in-
serção de coordenadas georreferenciadas, em que não haja alteração das
medidas perimetrais; (Incluída pela Lei n. 10.931, de 2004)
e) alteração ou inserção que resulte de mero cálculo matemático feito a
partir das medidas perimetrais constantes do registro; (Incluída pela Lei n.
10.931, de 2004)
f) reprodução de descrição de linha divisória de imóvel confrontante que já
tenha sido objeto de retificação; (Incluída pela Lei n. 10.931, de 2004)
g) inserção ou modificação dos dados de qualificação pessoal das partes,
comprovada por documentos oficiais, ou mediante despacho judicial quan-
do houver necessidade de produção de outras provas; (Incluída pela Lei n.
10.931, de 2004)
II – a requerimento do interessado, no caso de inserção ou alteração de
medida perimetral de que resulte, ou não, alteração de área, instruído com
planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente habilitado,
com prova de anotação de responsabilidade técnica no competente Conselho
Regional de Engenharia e Arquitetura - CREA, bem assim pelos confrontantes.
(Incluído pela Lei n. 10.931, de 2004)
§ 1º Uma vez atendidos os requisitos de que trata o caput do art. 225, o
oficial averbará a retificação. (Redação dada pela Lei n. 10.931, de 2004)
§ 2º Se a planta não contiver a assinatura de algum confrontante, este
será notificado pelo Oficial de Registro de Imóveis competente, a requerimen-
to do interessado, para se manifestar em quinze dias, promovendo-se a no-
tificação pessoalmente ou pelo correio, com aviso de recebimento, ou, ainda,
por solicitação do Oficial de Registro de Imóveis, pelo Oficial de Registro de
Títulos e Documentos da comarca da situação do imóvel ou do domicílio de
quem deva recebê-la. (Redação dada pela Lei n. 10.931, de 2004)
§ 3º A notificação será dirigida ao endereço do confrontante constante
do Registro de Imóveis, podendo ser dirigida ao próprio imóvel contíguo ou

1199
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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àquele fornecido pelo requerente; não sendo encontrado o confrontante ou


estando em lugar incerto e não sabido, tal fato será certificado pelo oficial
encarregado da diligência, promovendo-se a notificação do confrontante me-
diante edital, com o mesmo prazo fixado no § 2º, publicado por duas vezes em
jornal local de grande circulação. (Redação dada pela Lei n. 10.931, de 2004)
§ 4º Presumir-se-á a anuência do confrontante que deixar de apresen-
tar impugnação no prazo da notificação. (Redação dada pela Lei n. 10.931,
de 2004)
§ 5º Findo o prazo sem impugnação, o oficial averbará a retificação reque-
rida; se houver impugnação fundamentada por parte de algum confrontante,
o oficial intimará o requerente e o profissional que houver assinado a planta
e o memorial a fim de que, no prazo de cinco dias, se manifestem sobre a
impugnação. (Redação dada pela Lei n. 10.931, de 2004)
§ 6º Havendo impugnação e se as partes não tiverem formalizado tran-
sação amigável para solucioná-la, o oficial remeterá o processo ao juiz com-
petente, que decidirá de plano ou após instrução sumária, salvo se a contro-
vérsia versar sobre o direito de propriedade de alguma das partes, hipótese
em que remeterá o interessado para as vias ordinárias. (Incluído pela Lei n.
10.931, de 2004)
§ 7º Pelo mesmo procedimento previsto neste artigo poderão ser apura-
dos os remanescentes de áreas parcialmente alienadas, caso em que serão
considerados como confrontantes tão somente os confinantes das áreas re-
manescentes. (Incluído pela Lei n. 10.931, de 2004)
§ 8º As áreas públicas poderão ser demarcadas ou ter seus registros reti-
ficados pelo mesmo procedimento previsto neste artigo, desde que constem
do registro ou sejam logradouros devidamente averbados. (Incluído pela Lei
n. 10.931, de 2004)
§ 9º Independentemente de retificação, dois ou mais confrontantes pode-
rão, por meio de escritura pública, alterar ou estabelecer as divisas entre si
e, se houver transferência de área, com o recolhimento do devido imposto de

1200
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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transmissão e desde que preservadas, se rural o imóvel, a fração mínima de


parcelamento e, quando urbano, a legislação urbanística. (Incluído pela Lei n.
10.931, de 2004)
§ 10. Entendem-se como confrontantes não só os proprietários dos imó-
veis contíguos, mas, também, seus eventuais ocupantes; o condomínio geral,
de que tratam os arts. 1.314 e seguintes do Código Civil, será representado
por qualquer dos condôminos e o condomínio edilício, de que tratam os arts.
1.331 e seguintes do Código Civil, será representado, conforme o caso, pelo
síndico ou pela Comissão de Representantes. (Incluído pela Lei n. 10.931,
de 2004)
§ 11. Independe de retificação: (Incluído pela Lei n. 10.931, de 2004)
I – a regularização fundiária de interesse social realizada em Zonas Espe-
ciais de Interesse Social, promovida por Município ou pelo Distrito Federal,
quando os lotes já estiverem cadastrados individualmente ou com lançamento
fiscal há mais de 10 (dez) anos; (Redação dada pela Lei n. 12.424, de 2011)
II – a adequação da descrição de imóvel rural às exigências dos arts. 176,
§§ 3º e 4º, e 225, § 3º, desta Lei. (Incluído pela Lei n. 10.931, de 2004)
III – a adequação da descrição de imóvel urbano decorrente de transfor-
mação de coordenadas geodésicas entre os sistemas de georreferenciamento
oficiais; (Incluído pela Lei n. 12.424, de 2011)
IV – a averbação do auto de demarcação urbanística e o registro do parce-
lamento decorrente de projeto de regularização fundiária de interesse social
de que trata a Lei n. 11.977, de 7 de julho de 2009; e (Incluído pela Lei n.
12.424, de 2011)
V – o registro do parcelamento de glebas para fins urbanos anterior a 19
de dezembro de 1979, que esteja implantado e integrado à cidade, nos ter-
mos do art. 71 da Lei n. 11.977, de 7 de julho de 2009. (Incluído pela Lei n.
12.424, de 2011)
§ 12. Poderá o oficial realizar diligências no imóvel para a constatação de
sua situação em face dos confrontantes e localização na quadra. (Incluído
pela Lei n. 10.931, de 2004)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 13. Não havendo dúvida quanto à identificação do imóvel, o título ante-


rior à retificação poderá ser levado a registro desde que requerido pelo ad-
quirente, promovendo-se o registro em conformidade com a nova descrição.
(Incluído pela Lei n. 10.931, de 2004)
§ 14. Verificado a qualquer tempo não serem verdadeiros os fatos cons-
tantes do memorial descritivo, responderão os requerentes e o profissional
que o elaborou pelos prejuízos causados, independentemente das sanções
disciplinares e penais. (Incluído pela Lei n. 10.931, de 2004)
§ 15. Não são devidos custas ou emolumentos notariais ou de registro
decorrentes de regularização fundiária de interesse social a cargo da adminis-
tração pública. (Incluído pela Lei n. 10.931, de 2004)
§ 16. Na retificação de que trata o inciso II do caput, serão considerados
confrontantes somente os confinantes de divisas que forem alcançadas pela
inserção ou alteração de medidas perimetrais. (Incluído pela Lei n. 12.424,
de 2011)
Art. 214 - As nulidades de pleno direito do registro, uma vez provadas,
invalidam-no, independentemente de ação direta. (Renumerado do art. 215
com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
§ 1º A nulidade será decretada depois de ouvidos os atingidos. (Incluído
pela Lei n. 10.931, de 2004)
§ 2º Da decisão tomada no caso do § 1º caberá apelação ou agravo con-
forme o caso. (Incluído pela Lei n. 10.931, de 2004)
§ 3º Se o juiz entender que a superveniência de novos registros poderá
causar danos de difícil reparação poderá determinar de ofício, a qualquer mo-
mento, ainda que sem oitiva das partes, o bloqueio da matrícula do imóvel.
(Incluído pela Lei n. 10.931, de 2004)
§ 4º Bloqueada a matrícula, o oficial não poderá mais nela praticar qual-
quer ato, salvo com autorização judicial, permitindo-se, todavia, aos interes-
sados a prenotação de seus títulos, que ficarão com o prazo prorrogado até a
solução do bloqueio. (Incluído pela Lei n. 10.931, de 2004)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 5º A nulidade não será decretada se atingir terceiro de boa-fé que já


tiver preenchido as condições de usucapião do imóvel. (Incluído pela Lei n.
10.931, de 2004)
Art. 215 - São nulos os registros efetuados após sentença de abertura
de falência, ou do termo legal nele fixado, salvo se a apresentação tiver sido
feita anteriormente. (Renumerado do art. 216 com nova redação pela Lei n.
6.216, de 1975).
Art. 216 - O registro poderá também ser retificado ou anulado por sen-
tença em processo contencioso, ou por efeito do julgado em ação de anula-
ção ou de declaração de nulidade de ato jurídico, ou de julgado sobre fraude
à execução. (Renumerado do art. 217 com nova redação pela Lei n. 6.216,
de 1975)
Art. 216-A. Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de re-
conhecimento extrajudicial de usucapião, que será processado diretamente
perante o cartório do registro de imóveis da comarca em que estiver situado
o imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por ad-
vogado, instruído com: (Incluído pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
I – ata notarial lavrada pelo tabelião, atestando o tempo de posse do
requerente e de seus antecessores, conforme o caso e suas circunstâncias,
aplicando-se o disposto no art. 384 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015
(Código de Processo Civil); (Redação dada pela Lei n. 13.465, de 2017)
II  – planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente
habilitado, com prova de anotação de responsabilidade técnica no respectivo
conselho de fiscalização profissional, e pelos titulares de direitos registrados
ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo ou na matrícula dos imó-
veis confinantes; (Redação dada pela Lei n. 13.465, de 2017)
III  – certidões negativas dos distribuidores da comarca da situação do
imóvel e do domicílio do requerente; (Incluído pela Lei n. 13.105, de 2015)
(Vigência)
IV – justo título ou quaisquer outros documentos que demonstrem a ori-
gem, a continuidade, a natureza e o tempo da posse, tais como o pagamento

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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dos impostos e das taxas que incidirem sobre o imóvel. (Incluído pela Lei n.
13.105, de 2015) (Vigência)
§ 1º O pedido será autuado pelo registrador, prorrogando-se o prazo da
prenotação até o acolhimento ou a rejeição do pedido. (Incluído pela Lei n.
13.105, de 2015) (Vigência)
§ 2º Se a planta não contiver a assinatura de qualquer um dos titulares de
direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo ou na
matrícula dos imóveis confinantes, o titular será notificado pelo registrador
competente, pessoalmente ou pelo correio com aviso de recebimento, para
manifestar consentimento expresso em quinze dias, interpretado o silêncio
como concordância. (Redação dada pela Lei n. 13.465, de 2017)
§ 3º O oficial de registro de imóveis dará ciência à União, ao Estado, ao
Distrito Federal e ao Município, pessoalmente, por intermédio do oficial de
registro de títulos e documentos, ou pelo correio com aviso de recebimento,
para que se manifestem, em 15 (quinze) dias, sobre o pedido. (Incluído pela
Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 4º O oficial de registro de imóveis promoverá a publicação de edital em
jornal de grande circulação, onde houver, para a ciência de terceiros eventu-
almente interessados, que poderão se manifestar em 15 (quinze) dias. (In-
cluído pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 5º Para a elucidação de qualquer ponto de dúvida, poderão ser solicita-
das ou realizadas diligências pelo oficial de registro de imóveis. (Incluído pela
Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 6º Transcorrido o prazo de que trata o § 4º deste artigo, sem pendência
de diligências na forma do § 5º deste artigo e achando-se em ordem a do-
cumentação, o oficial de registro de imóveis registrará a aquisição do imóvel
com as descrições apresentadas, sendo permitida a abertura de matrícula, se
for o caso. (Redação dada pela Lei n. 13.465, de 2017)
§ 7º Em qualquer caso, é lícito ao interessado suscitar o procedimento
de dúvida, nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei n. 13.105, de 2015)
(Vigência)

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§ 8º Ao final das diligências, se a documentação não estiver em ordem, o


oficial de registro de imóveis rejeitará o pedido. (Incluído pela Lei n. 13.105,
de 2015) (Vigência)
§ 9º A rejeição do pedido extrajudicial não impede o ajuizamento de ação
de usucapião. (Incluído pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 10. Em caso de impugnação do pedido de reconhecimento extrajudicial
de usucapião, apresentada por qualquer um dos titulares de direito reais e de
outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapien-
do e na matrícula dos imóveis confinantes, por algum dos entes públicos ou
por algum terceiro interessado, o oficial de registro de imóveis remeterá os
autos ao juízo competente da comarca da situação do imóvel, cabendo ao re-
querente emendar a petição inicial para adequá-la ao procedimento comum.
(Incluído pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 11. No caso de o imóvel usucapiendo ser unidade autônoma de condo-
mínio edilício, fica dispensado consentimento dos titulares de direitos reais e
outros direitos registrados ou averbados na matrícula dos imóveis confinantes
e bastará a notificação do síndico para se manifestar na forma do § 2º deste
artigo. (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)
§ 12. Se o imóvel confinante contiver um condomínio edilício, bastará a
notificação do síndico para o efeito do § 2º deste artigo, dispensada a notifi-
cação de todos os condôminos. (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)
§ 13. Para efeito do § 2º deste artigo, caso não seja encontrado o notifi-
cando ou caso ele esteja em lugar incerto ou não sabido, tal fato será certifi-
cado pelo registrador, que deverá promover a sua notificação por edital me-
diante publicação, por duas vezes, em jornal local de grande circulação, pelo
prazo de quinze dias cada um, interpretado o silêncio do notificando como
concordância. (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)
§ 14. Regulamento do órgão jurisdicional competente para a correição das
serventias poderá autorizar a publicação do edital em meio eletrônico, caso
em que ficará dispensada a publicação em jornais de grande circulação. (In-
cluído pela Lei n. 13.465, de 2017)

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§ 15. No caso de ausência ou insuficiência dos documentos de que trata


o inciso IV do caput deste artigo, a posse e os demais dados necessários po-
derão ser comprovados em procedimento de justificação administrativa pe-
rante a serventia extrajudicial, que obedecerá, no que couber, ao disposto no
§ 5º do art. 381 e ao rito previsto nos arts. 382 e 383 da Lei no 13.105, de
16 março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei n. 13.465,
de 2017)

CAPÍTULO IV
DAS PESSOAS

Art. 217 - O registro e a averbação poderão ser provocados por qualquer


pessoa, incumbindo-lhe as despesas respectivas. (Renumerado do art. 218
com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 218 - Nos atos a título gratuito, o registro pode também ser promo-
vido pelo transferente, acompanhado da prova de aceitação do beneficiado.
(Renumerado do art. 219 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 219 - O registro do penhor rural independe do consentimento do
credor hipotecário. (Renumerado do art. 220 com nova redação pela Lei n.
6.216, de 1975).
Art. 220 - São considerados, para fins de escrituração, credores e deve-
dores, respectivamente: (Renumerado do art. 221 com nova redação pela Lei
n. 6.216, de 1975).
I – nas servidões, o dono do prédio dominante e dono do prédio serviente;
II – no uso, o usuário e o proprietário;
III – na habitação, o habitante e proprietário;
IV – na anticrese, o mutuante e mutuário;
V – no usufruto, o usufrutuário e nu-proprietário;
VI – na enfiteuse, o senhorio e o enfiteuta;
VII – na constituição de renda, o beneficiário e o rendeiro censuário;
VIII – na locação, o locatário e o locador;

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IX – nas promessas de compra e venda, o promitente comprador e o pro-


mitente vendedor;
X – nas penhoras e ações, o autor e o réu;
XI – nas cessões de direitos, o cessionário e o cedente;
XII – nas promessas de cessão de direitos, o promitente cessionário e o
promitente cedente.

CAPÍTULO V
DOS TÍTULOS

Art. 221 - Somente são admitidos registro: (Renumerado com nova reda-


ção pela Lei n. 6.216, de 1975).
I – escrituras públicas, inclusive as lavradas em consulados brasileiros;
II – escritos particulares autorizados em lei, assinados pelas partes e tes-
temunhas, com as firmas reconhecidas, dispensado o reconhecimento quan-
do se tratar de atos praticados por entidades vinculadas ao Sistema Financei-
ro da Habitação;
III – atos autênticos de países estrangeiros, com força de instrumento
público, legalizados e traduzidos na forma da lei, e registrados no cartório do
Registro de Títulos e Documentos, assim como sentenças proferidas por tri-
bunais estrangeiros após homologação pelo Supremo Tribunal Federal;
IV – cartas de sentença, formais de partilha, certidões e mandados extra-
ídos de autos de processo.
V – contratos ou termos administrativos, assinados com a União, Estados,
Municípios ou o Distrito Federal, no âmbito de programas de regularização
fundiária e de programas habitacionais de interesse social, dispensado o re-
conhecimento de firma. (Redação dada pela Lei n. 12.424, de 2011)
§ 1º Serão registrados os contratos e termos mencionados no inciso V do
caput assinados a rogo com a impressão dactiloscópica do beneficiário, quan-
do este for analfabeto ou não puder assinar, acompanhados da assinatura de
2 (duas) testemunhas. (Incluído pela Lei n. 12.424, de 2011)

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§ 2º Os contratos ou termos administrativos mencionados no inciso V do


caput poderão ser celebrados constando apenas o nome e o número de docu-
mento oficial do beneficiário, podendo sua qualificação completa ser efetuada
posteriormente, no momento do registro do termo ou contrato, mediante
simples requerimento do interessado dirigido ao registro de imóveis. (Incluí-
do pela Lei n. 12.424, de 2011)
§ 3º Fica dispensada a apresentação dos títulos previstos nos incisos I a
V do caput deste artigo quando se tratar de registro do projeto de regulariza-
ção fundiária e da constituição de direito real, sendo o ente público promotor
da regularização fundiária urbana responsável pelo fornecimento das infor-
mações necessárias ao registro, ficando dispensada a apresentação de título
individualizado, nos termos da legislação específica. (Redação dada pela Lei
n. 13.465, de 2017)
Art. 222 - Em todas as escrituras e em todos os atos relativos a imóveis,
bem como nas cartas de sentença e formais de partilha, o tabelião ou escri-
vão deve fazer referência à matrícula ou ao registro anterior, seu número e
cartório. (Renumerado do art 223 com nova redação pela Lei n. 6.216, de
1975).
Art. 223 - Ficam sujeitas à obrigação, a que alude o artigo anterior,
as partes que, por instrumento particular, celebrarem atos relativos a
imóveis. (Renumerado do § 1º do art. 223 com nova redação pela Lei n.
6.216, de 1975).
Art. 224 - Nas escrituras, lavradas em decorrência de autorização judicial,
serão mencionadas por certidão, em breve relatório com todas as minúcias
que permitam identificá-los, os respectivos alvarás. (Renumerado do § 2º do
art. 223 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 225 - Os tabeliães, escrivães e juizes farão com que, nas escrituras
e nos autos judiciais, as partes indiquem, com precisão, os característicos,
as confrontações e as localizações dos imóveis, mencionando os nomes dos
confrontantes e, ainda, quando se tratar só de terreno, se esse fica do lado

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par ou do lado ímpar do logradouro, em que quadra e a que distância métrica


da edificação ou da esquina mais próxima, exigindo dos interessados certidão
do registro imobiliário. (Renumerado do art. 228 com nova redação pela Lei
n. 6.216, de 1975).
§ 1º As mesmas minúcias, com relação à caracterização do imóvel, devem
constar dos instrumentos particulares apresentados em cartório para registro.
§ 2º Consideram-se irregulares, para efeito de matrícula, os títulos nos
quais a caracterização do imóvel não coincida com a que consta do registro
anterior.
§ 3º Nos autos judiciais que versem sobre imóveis rurais, a localização,
os limites e as confrontações serão obtidos a partir de memorial descritivo
assinado por profissional habilitado e com a devida Anotação de Responsabi-
lidade Técnica – ART, contendo as coordenadas dos vértices definidores dos
limites dos imóveis rurais, georreferenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro
e com precisão posicional a ser fixada pelo INCRA, garantida a isenção de
custos financeiros aos proprietários de imóveis rurais cuja somatória da área
não exceda a quatro módulos fiscais. (Incluído pela Lei n. 10.267, de 2001)
Art. 226 - Tratando-se de usucapião, os requisitos da matrícula devem
constar do mandado judicial. (Renumerado do art. 229 com nova redação
pela Lei n. 6.216, de 1975).

CAPÍTULO VI
DA MATRÍCULA

Art. 227 - Todo imóvel objeto de título a ser registrado deve estar ma-
triculado no Livro n. 2 - Registro Geral - obedecido o disposto no art. 176.
(Renumerado do art. 224 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 228 - A matrícula será efetuada por ocasião do primeiro registro a
ser lançado na vigência desta Lei, mediante os elementos constantes do títu-
lo apresentado e do registro anterior nele mencionado. (Renumerado do art.
225 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).

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Art. 229 - Se o registro anterior foi efetuado em outra circunscrição, a


matrícula será aberta com os elementos constantes do título apresentado e
da certidão atualizada daquele registro, a qual ficará arquivada em cartório.
(Renumerado do § 1º do art. 225 com nova redação pela Lei n. 6.216, de
1975).
Art. 230 - Se na certidão constar ônus, o oficial fará a matrícula, e, logo
em seguida ao registro, averbará a existência do ônus, sua natureza e valor,
certificando o fato no título que devolver à parte, o que o correrá, também,
quando o ônus estiver lançado no próprio cartório. (Incluído pela Lei n. 6.216,
de 1975).
Art. 231 - No preenchimento dos livros, observar-se-ão as seguintes nor-
mas: (Incluído pela Lei n. 6.216, de 1975).
I – no alto da face de cada folha será lançada a matrícula do imóvel, com
os requisitos constantes do art. 176, e no espaço restante e no verso, serão
lançados por ordem cronológica e em forma narrativa, os registros e averba-
ções dos atos pertinentes ao imóvel matriculado;
II – preenchida uma folha, será feito o transporte para a primeira folha em
branco do mesmo livro ou do livro da mesma série que estiver em uso, onde
continuarão os lançamentos, com remissões recíprocas.
Art. 232 - Cada lançamento de registro será precedido pela letra " R " e
o da averbação pelas letras "AV", seguindo-se o número de ordem do lança-
mento e o da matrícula (ex: R-1-1, R-2-1, AV-3-1, R-4-1, AV-5-1, etc.) (In-
cluído pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 233 - A matrícula será cancelada: (Renumerado do art. 230 com
nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
I – por decisão judicial;
II – quando em virtude de alienação parciais, o imóvel for inteiramente
transferido a outros proprietários;
III – pela fusão, nos termos do artigo seguinte.
Art. 234 - Quando dois ou mais imóveis contíguos pertencentes ao mes-
mo proprietário, constarem de matrículas autônomas, pode ele requerer a

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fusão destas em uma só, de novo número, encerrando-se as primitivas. (Re-


numerado do art. 231 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 235 - Podem, ainda, ser unificados, com abertura de matrícula única:
(Incluído pela Lei n. 6.216, de 1975).
I – dois ou mais imóveis constantes de transcrições anteriores a esta Lei,
à margem das quais será averbada a abertura da matrícula que os unificar;
(Incluído pela Lei n. 6.216, de 1975).
II – dois ou mais imóveis, registrados por ambos os sistemas, caso em
que, nas transcrições, será feita a averbação prevista no item anterior, as
matrículas serão encerradas na forma do artigo anterior. (Incluído pela Lei n.
6.216, de 1975).
III – 2 (dois) ou mais imóveis contíguos objeto de imissão provisória na
posse registrada em nome da União, Estado, Município ou Distrito Federal.
(Incluído pela Lei n. 12.424, de 2011)
§ 1º Os imóveis de que trata este artigo, bem como os oriundos de des-
membramentos, partilha e glebas destacadas de maior porção, serão desdo-
brados em novas matrículas, juntamente com os ônus que sobre eles exis-
tirem, sempre que ocorrer a transferência de 1 (uma) ou mais unidades,
procedendo-se, em seguida, ao que estipula o inciso II do art. 233. (Redação
dada pela Lei n. 12.424, de 2011)
§ 2º A hipótese de que trata o inciso III somente poderá ser utilizada nos
casos de imóveis inseridos em área urbana ou de expansão urbana e com a
finalidade de implementar programas habitacionais ou de regularização fun-
diária, o que deverá ser informado no requerimento de unificação. (Incluído
pela Lei n. 12.424, de 2011)
§ 3º Na hipótese de que trata o inciso III, a unificação das matrículas poderá
abranger um ou mais imóveis de domínio público que sejam contíguos à área ob-
jeto da imissão provisória na posse. (Incluído pela Lei n. 12.424, de 2011)
Art. 235-A. Fica instituído o Código Nacional de Matrícula (CNM) que cor-
responde à numeração única de matrículas imobiliárias em âmbito nacional.
(Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)

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§ 1º O CNM referente a matrícula encerrada ou cancelada não poderá ser


reutilizado. (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)
§ 2º Ato da Corregedoria Nacional de Justiça do Conselho Nacional de Jus-
tiça regulamentará as características e a forma de implementação do CNM.
(Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)

CAPÍTULO VII
DO REGISTRO

Art. 236 - Nenhum registro poderá ser feito sem que o imóvel a que se
referir esteja matriculado. (Incluído pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 237 - Ainda que o imóvel esteja matriculado, não se fará registro que
dependa da apresentação de título anterior, a fim de que se preserve a con-
tinuidade do registro. (Renumerado do art. 235 e parágrafo único com nova
redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 237-A. Após o registro do parcelamento do solo ou da incorporação
imobiliária, até a emissão da carta de habite-se, as averbações e registros
relativos à pessoa do incorporador ou referentes a direitos reais de garantias,
cessões ou demais negócios jurídicos que envolvam o empreendimento se-
rão realizados na matrícula de origem do imóvel e em cada uma das matrí-
culas das unidades autônomas eventualmente abertas. (Incluído pela Lei n.
11.977, de 2009)
§ 1º Para efeito de cobrança de custas e emolumentos, as averbações e os
registros relativos ao mesmo ato jurídico ou negócio jurídico e realizados com
base no caput serão considerados como ato de registro único, não importan-
do a quantidade de unidades autônomas envolvidas ou de atos intermediários
existentes. (Redação dada pela Lei n. 12.424, de 2011)
§ 2º Nos registros decorrentes de processo de parcelamento do solo ou de
incorporação imobiliária, o registrador deverá observar o prazo máximo de 15
(quinze) dias para o fornecimento do número do registro ao interessado ou

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a indicação das pendências a serem satisfeitas para sua efetivação. (Incluído


pela Lei n. 11.977, de 2009)
§ 3º O registro da instituição de condomínio ou da especificação do em-
preendimento constituirá ato único para fins de cobrança de custas e emolu-
mentos. (Incluído pela Lei n. 12.424, de 2011)
Art. 238 - O registro de hipoteca convencional valerá pelo prazo de 30
(trinta) anos, findo o qual só será mantido o número anterior se reconstituída
por novo título e novo registro. (Renumerado do art. 241 com nova redação
pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 239 - As penhoras, arrestos e sequestros de imóveis serão registra-
dos depois de pagas as custas do registro pela parte interessada, em cumpri-
mento de mandado ou à vista de certidão do escrivão, de que constem, além
dos requisitos exigidos para o registro, os nomes do juiz, do depositário, das
partes e a natureza do processo. (Renumerado do art. 244 com nova redação
pela Lei n. 6.216, de 1975).
Parágrafo único. A certidão será lavrada pelo escrivão do feito, com a de-
claração do fim especial a que se destina, após a entrega, em cartório, do
mandado devidamente cumprido.
Art. 240 - O registro da penhora faz prova quanto à fraude de qualquer
transação posterior. (Renumerado do art. 245 com nova redação pela Lei n.
6.216, de 1975).
Art. 241 - O registro da anticrese no livro n. 2 declarará, também, o pra-
zo, a época do pagamento e a forma de administração. (Renumerado do art.
238 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 242 - O contrato de locação, com cláusula expressa de vigência no
caso de alienação do imóvel, registrado no Livro n. 2, consignará também, o
seu valor, a renda, o prazo, o tempo e o lugar do pagamento, bem como pena
convencional. (Renumerado do art. 239 com nova redação pela Lei n. 6.216,
de 1975).
Art. 243 - A matrícula do imóvel promovida pelo titular do domínio direto
aproveita ao titular do domínio útil, e vice-versa. (Renumerado do art. 236
com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).

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Art. 244 - As escrituras antenupciais serão registradas no livro n. 3 do


cartório do domicílio conjugal, sem prejuízo de sua averbação obrigatória
no lugar da situação dos imóveis de propriedade do casal, ou dos que forem
sendo adquiridos e sujeitos a regime de bens diverso do comum, com a de-
claração das respectivas cláusulas, para ciência de terceiros. (Renumerado do
art. 243 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975).
Art. 245 - Quando o regime de separação de bens for determinado por
lei, far-se-á a respectiva averbação nos termos do artigo anterior, incumbindo
ao Ministério Público zelar pela fiscalização e observância dessa providência.
(Renumerado do parágrafo único do art. 243 com nova redação pela Lei n.
6.216, de 1975).

CAPÍTULO VIII
DA AVERBAÇÃO E DO CANCELAMENTO

Art. 246 - Além dos casos expressamente indicados no item II do artigo


167, serão averbados na matrícula as sub-rogações e outras ocorrências que,
por qualquer modo, alterem o registro. (Renumerado do art. 247 com nova
redação pela Lei n. 6.216, de 1975)
§ 1º As averbações a que se referem os itens 4 e 5 do inciso II do art.
167 serão as feitas a requerimento dos interessados, com firma reconhecida,
instruído com documento dos interessados, com firma reconhecida, instruído
com documento comprobatório fornecido pela autoridade competente. A al-
teração do nome só poderá ser averbada quando devidamente comprovada
por certidão do Registro Civil. (Renumerado do parágrafo único, pela Lei n.
10.267, de 2001)
§ 2º Tratando-se de terra indígena com demarcação homologada, a União
promoverá o registro da área em seu nome. (Incluído pela Lei n. 10.267,
de 2001)
§ 3º Constatada, durante o processo demarcatório, a existência de do-
mínio privado nos limites da terra indígena, a União requererá ao Oficial de

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Registro a averbação, na respectiva matrícula, dessa circunstância. (Incluído


pela Lei n. 10.267, de 2001)
§ 4º As providências a que se referem os §§ 2º e 3º deste artigo deverão
ser efetivadas pelo cartório, no prazo de trinta dias, contado a partir do rece-
bimento da solicitação de registro e averbação, sob pena de aplicação de mul-
ta diária no valor de R$ 1.000,00 (mil reais), sem prejuízo da responsabilida-
de civil e penal do Oficial de Registro. (Incluído pela Lei n. 10.267, de 2001)
Art. 247 - Averbar-se-á, também, na matrícula, a declaração de indis-
ponibilidade de bens, na forma prevista na Lei. (incluído pela Lei n. 6.216,
de 1975)
Art. 248 - O cancelamento efetuar-se-á mediante averbação, assinada
pelo oficial, seu substituto legal ou escrevente autorizado, e declarará o mo-
tivo que o determinou, bem como o título em virtude do qual foi feito. (Renu-
merado do art. 249 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 249 - O cancelamento poderá ser total ou parcial e referir-se a qual-
quer dos atos do registro. (Renumerado do art. 250 com nova redação pela
Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 250 - Far-se-á o cancelamento: (incluído pela Lei n. 6.216, de 1975)
I – em cumprimento de decisão judicial transitada em julgado; (incluído
pela Lei n. 6.216, de 1975)
II – a requerimento unânime das partes que tenham participado do ato
registrado, se capazes, com as firmas reconhecidas por tabelião; (incluído
pela Lei n. 6.216, de 1975)
III – A requerimento do interessado, instruído com documento hábil. (in-
cluído pela Lei n. 6.216, de 1975)
IV – a requerimento da Fazenda Pública, instruído com certidão de con-
clusão de processo administrativo que declarou, na forma da lei, a rescisão
do título de domínio ou de concessão de direito real de uso de imóvel rural,
expedido para fins de regularização fundiária, e a reversão do imóvel ao pa-
trimônio público. (Incluído pela Lei n. 11.952, de 2009)

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Art. 251 - O cancelamento de hipoteca só pode ser feito: (Renumerado


do art. 254 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975)
I – à vista de autorização expressa ou quitação outorgada pelo credor ou
seu sucessor, em instrumento público ou particular;
II – em razão de procedimento administrativo ou contencioso, no qual o
credor tenha sido intimado (art. 698 do Código de Processo Civil);
III – na conformidade da legislação referente às cédulas hipotecárias.
Art. 252 - O registro, enquanto não cancelado, produz todos os efeitos
legais ainda que, por outra maneira, se prove que o título está desfeito, anu-
lado, extinto ou rescindido. (Renumerado do art. 255 com nova redação pela
Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 253 - Ao terceiro prejudicado é lícito, em juízo, fazer prova da ex-
tinção dos ônus, reais, e promover o cancelamento do seu registro. (Renu-
merado do art. 255, parágrafo único, com nova redação pela Lei n. 6.216,
de 1975)
Art. 254 - Se, cancelado o registro, subsistirem o título e os direitos dele
decorrentes, poderá o credor promover novo registro, o qual só produzirá
efeitos a partir da nova data. (Renumerado do art. 257 com nova redação
pela Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 255 - Além dos casos previstos nesta Lei, a inscrição de incorporação
ou loteamento só será cancelada a requerimento do incorporador ou lotea-
dor, enquanto nenhuma unidade ou lote for objeto de transação averbada,
ou mediante o consentimento de todos os compromissários ou cessionários.
(Renumerado do art. 259 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 256 - O cancelamento da servidão, quando o prédio dominante es-
tiver hipotecado, só poderá ser feito com aquiescência do credor, expressa-
mente manifestada. (Renumerado do art. 251 com nova redação pela Lei n.
6.216, de 1975)
Art. 257 - O dono do prédio serviente terá, nos termos da lei, direito a
cancelar a servidão. (Renumerado do art. 252 com nova redação pela Lei n.
6.216, de 1975)

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Art. 258 - O foreiro poderá, nos termos da lei, averbar a renúncia de seu


direito, sem dependência do consentimento do senhorio direto. (Renumerado
do art. 253 com nova redação pela Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 259 - O cancelamento não pode ser feito em virtude de sentença su-
jeita, ainda, a recurso. (Renumerado do art. 256 com nova redação pela Lei
n. 6.216, de 1975)

CAPÍTULO IX
DO BEM DE FAMÍLIA

Art. 260. A instituição do bem de família far-se-á por escritura pública,


declarando o instituidor que determinado prédio se destina a domicílio de sua
família e ficará isento de execução por dívida.(Renumerado do art. 261, pela
Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 261. Para a inscrição do bem de família, o instituidor apresentará ao
oficial do registro a escritura pública de instituição, para que mande publicá-la
na imprensa local e, à falta, na da Capital do Estado ou do Território. (Renu-
merado do art. 262, pela Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 262. Se não ocorrer razão para dúvida, o oficial fará a publicação,
em forma de edital, do qual constará: (Renumerado do art. 263, pela Lei n.
6.216, de 1975)
I – o resumo da escritura, nome, naturalidade e profissão do instituidor,
data do instrumento e nome do tabelião que o fez, situação e característicos
do prédio;
II – o aviso de que, se alguém se julgar prejudicado, deverá, dentro em
trinta (30) dias, contados da data da publicação, reclamar contra a institui-
ção, por escrito e perante o oficial.
Art. 263. Findo o prazo do n. II do artigo anterior, sem que tenha havido
reclamação, o oficial transcreverá a escritura, integralmente, no livro n. 3 e
fará a inscrição na competente matrícula, arquivando um exemplar do jornal

1217
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em que a publicação houver sido feita e restituindo o instrumento ao apresen-


tante, com a nota da inscrição. (Renumerado do art. 264, pela Lei n. 6.216,
de 1975)
Art. 264. Se for apresentada reclamação, dela fornecerá o oficial, ao ins-
tituidor, cópia autêntica e lhe restituirá a escritura, com a declaração de haver
sido suspenso o registro, cancelando a prenotação. (Renumerado do art. 265,
pela Lei n. 6.216, de 1975)
§ 1º O instituidor poderá requerer ao Juiz que ordene o registro, sem em-
bargo da reclamação.
§ 2º Se o Juiz determinar que proceda ao registro, ressalvará ao recla-
mante o direito de recorrer à ação competente para anular a instituição ou de
fazer execução sobre o prédio instituído, na hipótese de tratar-se de dívida
anterior e cuja solução se tornou inexequível em virtude do ato da instituição.
§ 3º O despacho do Juiz será irrecorrível e, se deferir o pedido será trans-
crito integralmente, juntamente com o instrumento.
Art. 265. Quando o bem de família for instituído juntamente com a trans-
missão da propriedade (Decreto-Lei n. 3.200, de 19 de abril de 1941, art. 8º,
§ 5º), a inscrição far-se-á imediatamente após o registro da transmissão ou,
se for o caso, com a matrícula. (Renumerado do art. 266, pela Lei n. 6.216,
de 1975)

CAPÍTULO X
DA REMIÇÃO DO IMÓVEL HIPOTECADO

Art. 266. Para remir o imóvel hipotecado, o adquirente requererá, no


prazo legal, a citação dos credores hipotecários propondo, para a remição, no
mínimo, o preço por que adquiriu o imóvel. (Renumerado do art. 267, pela
Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 267. Se o credor, citado, não se opuser à remição, ou não compa-
recer, lavrar-se-á termo de pagamento e quitação e o Juiz ordenará, por

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sentença, o cancelamento de hipoteca. (Renumerado do art. 268, pela Lei n.


6.216, de 1975)
Parágrafo único. No caso de revelia, consignar-se-á o preço à custa
do credor.
Art. 268. Se o credor, citado, comparecer e impugnar o preço oferecido, o
Juiz mandará promover a licitação entre os credores hipotecários, os fiadores
e o próprio adquirente, autorizando a venda judicial a quem oferecer maior
preço. (Renumerado do art. 269, pela Lei n. 6.216, de 1975)
§ 1º Na licitação, será preferido, em igualdade de condições, o lanço do
adquirente.
§ 2º Na falta de arrematante, o valor será o proposto pelo adquirente.
Art. 269. Arrematado o imóvel e depositado, dentro de quarenta e oito
(48) horas, o respectivo preço, o Juiz mandará cancelar a hipoteca, sub-ro-
gando-se no produto da venda os direitos do credor hipotecário. (Renumera-
do do art. 270, pela Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 270. Se o credor de segunda hipoteca, embora não vencida a dívida,
requerer a remição, juntará o título e certidão da inscrição da anterior e depo-
sitará a importância devida ao primeiro credor, pedindo a citação deste para
levantar o depósito e a do devedor para dentro do prazo de cinco dias remir a
hipoteca, sob pena de ficar o requerente sub-rogado nos direitos creditórios,
sem prejuízo dos que lhe couberem em virtude da segunda hipoteca. (Renu-
merado do art. 271, pela Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 271. Se o devedor não comparecer ou não remir a hipoteca, os autos
serão conclusos ao Juiz para julgar por sentença a remição pedida pelo se-
gundo credor. (Renumerado do art. 272, pela Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 272. Se o devedor comparecer e quiser efetuar a remição, notificar-
-se-á o credor para receber o preço, ficando sem efeito o depósito realizado
pelo autor. (Renumerado do art. 273, pela Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 273. Se o primeiro credor estiver promovendo a execução da hipote-
ca, a remição, que abrangerá a importância das custas e despesas realizadas,

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não se efetuará antes da primeira praça, nem depois de assinado o auto de


arrematação. (Renumerado do art. 274, pela Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 274. Na remição de hipoteca legal em que haja interesse de incapaz
intervirá o Ministério Público. (Renumerado do art. 275, pela Lei n. 6.216,
de 1975)
Art. 275. Das sentenças que julgarem o pedido de remição caberá o re-
curso de apelação com ambos os efeitos. (Renumerado do art. 276, pela Lei
n. 6.216, de 1975)
Art. 276. Não é necessária a remição quando o credor assinar, com o ven-
dedor, escritura de venda do imóvel gravado. (Renumerado do art. 277, pela
Lei n. 6.216, de 1975)

CAPÍTULO XI
DO REGISTRO TORRENS

Art. 277. Requerida a inscrição de imóvel rural no Registro Torrens, o


oficial protocolará e autuará o requerimento e documentos que o instruírem
e verificará se o pedido se acha em termos de ser despachado. (Renumerado
do art. 278, pela Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 278. O requerimento será instruído com: (Renumerado do art. 279,
pela Lei n. 6.216, de 1975)
I – os documentos comprobatórios do domínio do requerente;
II – a prova de quaisquer atos que modifiquem ou limitem a sua propriedade;
III – o memorial de que constem os encargos do imóvel os nomes dos
ocupantes, confrontantes, quaisquer interessados, e a indicação das respec-
tivas residências;
IV – a planta do imóvel, cuja escala poderá variar entre os limites: 1:500m
(1/500) e 1:5.000m (1/5.000).
§ 1º O levantamento da planta obedecerá às seguintes regras:
a) empregar-se-ão goniômetros ou outros instrumentos de maior precisão;

1220
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b) a planta será orientada segundo o mediano do lugar, determinada a


declinação magnética;
c) fixação dos pontos de referência necessários a verificações ulteriores e
de marcos especiais, ligados a pontos certos e estáveis nas sedes das proprie-
dades, de maneira que a planta possa incorporar-se à carta geral cadastral.
§ 2º Às plantas serão anexadas o memorial e as cadernetas das operações
de campo, autenticadas pelo agrimensor.
Art. 279. O imóvel sujeito a hipoteca ou ônus real não será admitido a
registro sem consentimento expresso do credor hipotecário ou da pessoa em
favor de quem se tenha instituído o ônus. (Renumerado do art. 280, pela Lei
n. 6.216, de 1975)
Art. 280. Se o oficial considerar irregular o pedido ou a documentação,
poderá conceder o prazo de trinta (30) dias para que o interessado os regu-
larize. Se o requerente não estiver de acordo com a exigência do oficial, este
suscitará dúvida. (Renumerado do art. 281, pela Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 281. Se o oficial considerar em termos o pedido, remetê-lo-á a juízo
para ser despachado. (Renumerado do art. 282, pela Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 282. O Juiz, distribuído o pedido a um dos cartórios judiciais se en-
tender que os documentos justificam a propriedade do requerente, mandará
expedir edital que será afixado no lugar de costume e publicado uma vez no
órgão oficial do Estado e três (3) vezes na imprensa local, se houver, mar-
cando prazo não menor de dois (2) meses, nem maior de quatro (4) meses
para que se ofereça oposição. (Renumerado do art. 283, pela Lei n. 6.216,
de 1975)
Art. 283. O Juiz ordenará, de ofício ou a requerimento da parte, que, à
custa do peticionário, se notifiquem do requerimento as pessoas nele indica-
das. (Renumerado do art. 284, pela Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 284. Em qualquer hipótese, será ouvido o órgão do Ministério Públi-
co, que poderá impugnar o registro por falta de prova completa do domínio
ou preterição de outra formalidade legal. (Renumerado do art. 285, pela Lei
n. 6.216, de 1975)

1221
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Art. 285. Feita a publicação do edital, a pessoa que se julgar com direito


sobre o imóvel, no todo ou em parte, poderá contestar o pedido no prazo de
quinze dias. (Renumerado do art. 286, pela Lei n. 6.216, de 1975)
§ 1º A contestação mencionará o nome e a residência do réu, fará a des-
crição exata do imóvel e indicará os direitos reclamados e os títulos em que
se fundarem.
§ 2º Se não houver contestação, e se o Ministério Público não impugnar o
pedido, o Juiz ordenará que se inscreva o imóvel, que ficará, assim, submeti-
do aos efeitos do Registro Torrens.
Art. 286. Se houver contestação ou impugnação, o procedimento será
ordinário, cancelando-se, mediante mandado, a prenotação. (Renumerado do
art. 287, pela Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 287. Da sentença que deferir, ou não, o pedido, cabe o recurso de
apelação, com ambos os efeitos. (Renumerado do art. 288, pela Lei n. 6.216,
de 1975)
Art. 288. Transitada em julgado a sentença que deferir o pedido, o oficial
inscreverá, na matrícula, o julgado que determinou a submissão do imóvel
aos efeitos do Registro Torrens, arquivando em cartório a documentação au-
tuada. (Renumerado do art. 289, pela Lei n. 6.216, de 1975)

CAPÍTULO XII
(INCLUÍDO PELA LEI N. 12.424, DE 2011)

DO REGISTRO DA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA


Art. 288-A. O procedimento de registro da regularização fundiária urba-
na observará o disposto em legislação específica. (Redação dada pela Lei n.
13.465, de 2017)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.465, de 2017)
II – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.465, de 2017)
III – (revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.465, de 2017)

1222
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§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.465, de 2017)


§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.465, de 2017)
§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.465, de 2017)
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.465, de 2017)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.465, de 2017)
II – (revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.465, de 2017)
Art. 288-B. (Revogado pela Lei n. 13.465, de 2017
Art. 288-C. (Revogado pela Lei n. 13.465, de 2017
Art. 288-D. (Revogado pela Lei n. 13.465, de 2017
Art. 288-E. (Revogado pela Lei n. 13.465, de 2017
Art. 288-F. (Revogado pela Lei n. 13.465, de 2017
Art. 288-G. (Revogado pela Lei n. 13.465, de 2017

TÍTULO VI
Das Disposições Finais e Transitórias
(Redação dada pela Lei n. 6.216, de 1975)

Art. 289. No exercício de suas funções, cumpre aos oficiais de registro


fazer rigorosa fiscalização do pagamento dos impostos devidos por força dos
atos que lhes forem apresentados em razão do ofício. (Renumerado do art.
305, pela Lei n. 6.216, de 1975)
Art. 290.. Os emolumentos devidos pelos atos relacionados com a primei-
ra aquisição imobiliária para fins residenciais, financiada pelo Sistema Finan-
ceiro da Habitação, serão reduzidos em 50% (cinquenta por cento). (Redação
dada pela Lei n. 6.941, de 1981)
§ 1º - O registro e a averbação referentes à aquisição da casa própria,
em que seja parte cooperativa habitacional ou entidade assemelhada, serão
considerados, para efeito de cálculo, de custas e emolumentos, como um ato
apenas, não podendo a sua cobrança exceder o limite correspondente a 40%
(quarenta por cento) do Maior Valor de Referência. (Redação dada pela Lei n.
6.941, de 1981)

1223
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§ 2º - Nos demais programas de interesse social, executados pelas Com-


panhias de Habitação Popular - COHABs ou entidades assemelhadas, os emo-
lumentos e as custas devidos pelos atos de aquisição de imóveis e pelos de
averbação de construção estarão sujeitos às seguintes limitações: (Redação
dada pela Lei n. 6.941, de 1981)
a) imóvel de até 60 m 2 (sessenta metros quadrados) de área construída:
10% (dez por cento) do Maior Valor de Referência; (Redação dada pela Lei n.
6.941, de 1981)
b) de mais de 60 m² (sessenta metros quadrados) até 70 m 2 (setenta
metros quadrados) de área construída: 15% (quinze por cento) do Maior Va-
lor de Referência; (Redação dada pela Lei n. 6.941, de 1981)
c) de mais de 70 m 2 (setenta metros quadrados) e até 80 m 2 (oitenta
metros quadrados) de área construída: 20% (vinte por cento) do Maior Valor
de Referência. (Redação dada pela Lei n. 6.941, de 1981)
§ 3º - Os emolumentos devidos pelos atos relativos a financiamento rural
serão cobrados de acordo com a legislação federal. (Redação dada pela Lei n.
6.941, de 1981)
§ 4º As custas e emolumentos devidos aos Cartórios de Notas e de Regis-
tro de Imóveis, nos atos relacionados com a aquisição imobiliária para fins re-
sidenciais, oriundas de programas e convênios com a União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, para a construção de habitações populares destinadas a
famílias de baixa renda, pelo sistema de mutirão e autoconstrução orientada,
serão reduzidos para vinte por cento da tabela cartorária normal, consideran-
do-se que o imóvel será limitado a até sessenta e nove metros quadrados de
área construída, em terreno de até duzentos e cinquenta metros quadrados.
(Incluído pela Lei n. 9.934, de 1999)
§ 5º Os cartórios que não cumprirem o disposto no § 4º ficarão sujeitos
a multa de até R$ 1.120,00 (um mil, cento e vinte reais) a ser aplicada pelo
juiz, com a atualização que se fizer necessária, em caso de desvalorização da
moeda. (Incluído pela Lei n. 9.934, de 1999)

1224
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Art. 290-A. Devem ser realizados independentemente do recolhimento


de custas e emolumentos: (Incluído pela Lei n. 11.481, de 2007)
I – o primeiro registro de direito real constituído em favor de beneficiário
de regularização fundiária de interesse social em áreas urbanas e em áreas
rurais de agricultura familiar; (Incluído pela Lei n. 11.481, de 2007)
II – a primeira averbação de construção residencial de até 70 m² (setenta
metros quadrados) de edificação em áreas urbanas objeto de regularização
fundiária de interesse social. (Incluído pela Lei n. 11.481, de 2007)
III – o registro de título de legitimação de posse, concedido pelo poder
público, de que trata o art. 59 da Lei n. 11.977, de 7 de julho de 2009, e de
sua conversão em propriedade. (Incluído pela Lei n. 12.424, de 2011)
§ 1º O registro e a averbação de que tratam os incisos I, II e III do caput
deste artigo independem da comprovação do pagamento de quaisquer tribu-
tos, inclusive previdenciários. (Redação dada pela Lei n. 12.424, de 2011)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.424, de 2011)
Art. 291 - A emissão ou averbação da Cédula Hipotecária, consolidan-
do créditos hipotecários de um só credor, não implica modificação da ordem
preferencial dessas hipotecas em relação a outras que lhes sejam posteriores
e que garantam créditos não incluídos na consolidação. (Incluído pela Lei n.
6.941, de 1981)
Art. 292 - É vedado aos Tabeliães e aos Oficiais de Registro de Imóveis,
sob pena de responsabilidade, lavrar ou registrar escritura ou escritos parti-
culares autorizados por lei, que tenham por objeto imóvel hipotecado a en-
tidade do Sistema Financeiro da Habitação, ou direitos a eles relativos, sem
que conste dos mesmos, expressamente, a menção ao ônus real e ao credor,
bem como a comunicação ao credor, necessariamente feita pelo alienante,
com antecedência de, no mínimo 30 (trinta) dias. (Incluído pela Lei n. 6.941,
de 1981)
Art. 293 - Se a escritura deixar de ser lavrada no prazo de 60 (sessenta)
dias a contar da data da comunicação do alienante, esta perderá a validade.
(Incluído pela Lei n. 6.941, de 1981)

1225
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Parágrafo único. A ciência da comunicação não importará consentimento


tácito do credor hipotecário. (Incluído pela Lei n. 6.941, de 1981)
Art. 294. Nos casos de incorporação de bens imóveis do patrimônio pú-
blico, para a formação ou integralização do capital de sociedade por ações da
administração indireta ou para a formação do patrimônio de empresa pública,
o oficial do respectivo registro de imóveis fará o novo registro em nome da
entidade a que os mesmos forem incorporados ou transferidos, valendo-se,
para tanto, dos dados característicos e confrontações constantes do anterior.
(Renumerado do art. 291, pela Lei n. 6.941, de 1981)
§ 1º Servirá como título hábil para o novo registro o instrumento pelo qual
a incorporação ou transferência se verificou, em cópia autêntica, ou exemplar
do órgão oficial no qual foi aquele publicado.
§ 2º Na hipótese de não coincidência das características do imóvel com
as constantes do registro existente, deverá a entidade, ao qual foi o mesmo
incorporado ou transferido, promover a respectiva correção mediante termo
aditivo ao instrumento de incorporação ou transferência e do qual deverão
constar, entre outros elementos, seus limites ou confrontações, sua descrição
e caracterização.
§ 3º Para fins do registro de que trata o presente artigo, considerar-se-á,
como valor de transferência dos bens, o constante do instrumento a que alu-
de o § 1º.
Art. 295 - O encerramento dos livros em uso, antes da vigência da pre-
sente Lei, não exclui a validade dos atos neles registrados, nem impede que,
neles, se façam as averbações e anotações posteriores. (Renumerado do art
292, pela Lei n. 6.941, de 1981)
Parágrafo único. Se a averbação ou anotação dever ser feita no Livro n. 2
do Registro de Imóvel, pela presente Lei, e não houver espaço nos anteriores
Livros de Transcrição das Transmissões, será aberta a matrícula do imóvel.
Art. 296. Aplicam-se aos registros referidos no art. 1º, § 1º, incisos I, II
e III, desta Lei, as disposições relativas ao processo de dúvida no registro de
imóveis. (Renumerado do art 293, pela Lei n. 6.941, de 1981)

1226
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Art. 297 - Os oficiais, na data de vigência desta Lei, lavrarão termo de


encerramento nos livros, e dele remeterão cópia ao juiz a que estiverem su-
bordinados. (Renumerado do art. 294, pela Lei n. 6.941, de 1981)
Parágrafo único. Sem prejuízo do cumprimento integral das disposições
desta Lei, os livros antigos poderão ser aproveitados, até o seu esgotamento,
mediante autorização judicial e adaptação aos novos modelos, iniciando-se
nova numeração.
Art. 298 - Esta Lei entrará em vigor no dia 1º de janeiro 1976. (Renume-
rado do art. 295, pela Lei n. 6.941, de 1981)
Art. 299 - Revogam-se a Lei n. 4.827, de 7 de março de 1924, os Decre-
tos n.s 4.857, de 9 de novembro de 1939, 5.318, de 29 de fevereiro 1940,
5.553, de 6 de maio de 1940, e as demais disposições em contrário. (Renu-
merado pela Lei n. 6.941, de 1981)
Republicado no DOU de 16.9.1975 (Suplemento), de acordo com o art. 2º
da Lei n. 6.216, de 1975, com as alterações advindas das Leis n.s 6.140, de
28/11/1974 e 6.216, de 30/6/1975 e retificado em 30.10.1975

REGISTRO DE IMÓVEIS - Modelo do Livro n. 1 - Protocolo

REGISTRO DE IMÓVEIS
PROTOCOLO
Livro n. 1 ANO:
N. Natureza
de Data NOME DO APRESENTANTE formal do ANOTAÇÕES
ordem título

Dimensões máximas de acordo com o art. 3º, § 1º:


Altura: 0,55m
Largura: 0,40m

1227
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REGISTRO DE IMÓVEIS - Modelo do Livro n. 2 - Registro Geral

REGISTRO DE IMÓVEIS
REGISTRO GERAL
Livro n. 2 Fl.:..................................

MATRÍCULA N................................... Data:..................................


IDENTIDADE NOMINAL:
NOME, DOMICÍLIO E NACIONALIDADE DO PROPRIETÁRIO:
NÚMERO DO REGISTRO ANTERIOR:

Dimensões máximas de acordo com o art. 3º, § 1º:


Altura: 0,55m
Largura: 0,40m

REGISTRO DE IMÓVEIS - Modelo do Livro n. 3 - Registro Auxiliar

REGISTRO DE IMÓVEIS
REGISTRO AUXILIAR
Livro n. 3  ANO:

Ref. aos
N.
Data REGISTRO demais AVERBAÇÕES
de ordem
livros

Dimensões máximas de acordo com o art. 3º, § 1º:


Altura: 0,55m
Largura: 0,40m

1228
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REGISTRO DE IMÓVEIS - Modelo do Livro n. 4 - Indicador Real

REGISTRO DE IMÓVEIS
INDICADOR REAL
Livro n. 4  ANO:
N. Referência
de IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL aos ANOTAÇÕES
ordem demais livros

Dimensões máximas de acordo com o art. 3º, § 1º:


Altura: 0,55m
Largura: 0,40m
REGISTRO DE IMÓVEIS - Modelo do Livro n. 5 - Indicador Pessoal

REGISTRO DE IMÓVEIS
INDICADOR PESSOAL
Livro n. 5  ANO:
N. Referência
de PESSOAS aos ANOTAÇÕES
ordem demais livros

Dimensões máximas de acordo com o art. 3º, § 1º:


Altura: 0,55m
Largura: 0,40m
*

1229
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LEI NO 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003


Mensagem de veto

Vigência

(Vide Decreto n. 6.214, de 2007)

Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º  É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos


assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, asseguran-
do-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades,
para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral,
intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder
Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao
trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência
familiar e comunitária.
§ 1º A garantia de prioridade compreende: (Redação dada pela Lei n.
13.466, de 2017)
I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos
públicos e privados prestadores de serviços à população;
II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas
específicas;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas


com a proteção ao idoso;
IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e con-
vívio do idoso com as demais gerações;
V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detri-
mento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de
condições de manutenção da própria sobrevivência;
VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geria-
tria e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos;
VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de
informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de en-
velhecimento;
VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência
social locais.
IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda. (In-
cluído pela Lei n. 11.765, de 2008).
§ 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos maiores de
oitenta anos, atendendo-se suas necessidades sempre preferencialmente em
relação aos demais idosos. (Incluído pela Lei n. 13.466, de 2017)
Art. 4º Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discri-
minação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos,
por ação ou omissão, será punido na forma da lei.
§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.
§ 2º As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras
decorrentes dos princípios por ela adotados.
Art. 5º A inobservância das normas de prevenção importará em responsa-
bilidade à pessoa física ou jurídica nos termos da lei.
Art. 6º Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente
qualquer forma de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que
tenha conhecimento.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 7º Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais


do Idoso, previstos na Lei no  8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo
cumprimento dos direitos do idoso, definidos nesta Lei.

TÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DO DIREITO À VIDA

Art. 8º O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um


direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente.
Art. 9º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e
à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um
envelhecimento saudável e em condições de dignidade.

CAPÍTULO II
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE

Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a


liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos
civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.
§ 1º O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspec-
tos:
I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comuni-
tários, ressalvadas as restrições legais;
II – opinião e expressão;
III – crença e culto religioso;
IV – prática de esportes e de diversões;
V – participação na vida familiar e comunitária;
VI – participação na vida política, na forma da lei;

1232
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.


§ 2º O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física,
psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da
autonomia, de valores, ideias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.
§ 3º É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a sal-
vo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou
constrangedor.

CAPÍTULO III
DOS ALIMENTOS

Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil.


Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os
prestadores.
Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas pe-
rante o Promotor de Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e pas-
sarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei processual
civil. (Redação dada pela Lei n. 11.737, de 2008)
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômi-
cas de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no
âmbito da assistência social.

CAPÍTULO IV
DO DIREITO À SAÚDE

Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermé-


dio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e
igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a
prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção
especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por


meio de:
I – cadastramento da população idosa em base territorial;
II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;
III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas
áreas de geriatria e gerontologia social;
IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que
dele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos
abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lu-
crativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano
e rural;
V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das
sequelas decorrentes do agravo da saúde.
§ 2º Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medi-
camentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órte-
ses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
§ 3º É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança
de valores diferenciados em razão da idade.
§ 4º  Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante
terão atendimento especializado, nos termos da lei.
§ 5º É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os ór-
gãos públicos, hipótese na qual será admitido o seguinte procedimento: (In-
cluído pela Lei n. 12.896, de 2013)
I – quando de interesse do poder público, o agente promoverá o contato
necessário com o idoso em sua residência; ou (Incluído pela Lei n. 12.896,
de 2013)
II – quando de interesse do próprio idoso, este se fará representar por
procurador legalmente constituído. (Incluído pela Lei n. 12.896, de 2013)
§ 6º É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia
médica do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, pelo serviço público

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de saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que


integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição do laudo de saúde
necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção tributária. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.896, de 2013)
§ 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de oitenta anos terão
preferência especial sobre os demais idosos, exceto em caso de emergência.
(Incluído pela Lei n. 13.466, de 2017).
Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a
acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequa-
das para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico.
Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo trata-
mento conceder autorização para o acompanhamento do idoso ou, no caso de
impossibilidade, justificá-la por escrito.
Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é
assegurado o direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado
mais favorável.
Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à opção,
esta será feita:
I – pelo curador, quando o idoso for interditado;
II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder
ser contactado em tempo hábil;
III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver
tempo hábil para consulta a curador ou familiar;
IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conheci-
do, caso em que deverá comunicar o fato ao Ministério Público.
Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos
para o atendimento às necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a
capacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares
e grupos de autoajuda.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada con-


tra idosos serão objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde
públicos e privados à autoridade sanitária, bem como serão obrigatoriamente
comunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos: (Redação dada pela
Lei n. 12.461, de 2011)
I – autoridade policial;
II – Ministério Público;
III – Conselho Municipal do Idoso;
IV – Conselho Estadual do Idoso;
V – Conselho Nacional do Idoso.
§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idoso qual-
quer ação ou omissão praticada em local público ou privado que lhe cause
morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico. (Incluído pela Lei n. 12.461,
de 2011)
§ 2º Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória prevista
no  caput deste artigo, o disposto na Lei no  6.259, de 30 de outubro de
1975. (Incluído pela Lei n. 12.461, de 2011)

CAPÍTULO V
DA EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER

Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões,


espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.
Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à edu-
cação, adequando currículos, metodologias e material didático aos programas
educacionais a ele destinados.
§ 1º Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técnicas
de comunicação, computação e demais avanços tecnológicos, para sua inte-
gração à vida moderna.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou cultu-


ral, para transmissão de conhecimentos e vivências às demais gerações, no
sentido da preservação da memória e da identidade culturais.
Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal se-
rão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito
e à valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir co-
nhecimentos sobre a matéria.
Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será
proporcionada mediante descontos de pelo menos 50% (cinquenta por cento)
nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem
como o acesso preferencial aos respectivos locais.
Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários espe-
ciais voltados aos idosos, com finalidade informativa, educativa, artística e
cultural, e ao público sobre o processo de envelhecimento.
Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão às pessoas idosas,
na perspectiva da educação ao longo da vida, cursos e programas de exten-
são, presenciais ou a distância, constituídos por atividades formais e não for-
mais. (Redação dada pela lei n. 13.535, de 2017)
Parágrafo único. O poder público apoiará a criação de universidade aberta
para as pessoas idosas e incentivará a publicação de livros e periódicos, de
conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura, con-
siderada a natural redução da capacidade visual. (Incluído pela lei n. 13.535,
de 2017)

CAPÍTULO VI
DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DO TRABALHO

Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, respei-


tadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é ve-


dada a discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para
concursos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir.
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público
será a idade, dando-se preferência ao de idade mais elevada.
Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de:
I – profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus po-
tenciais e habilidades para atividades regulares e remuneradas;
II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedên-
cia mínima de 1 (um) ano, por meio de estímulo a novos projetos sociais,
conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais e de
cidadania;
III – estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho.

CAPÍTULO VII
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da


Previdência Social observarão, na sua concessão, critérios de cálculo que pre-
servem o valor real dos salários sobre os quais incidiram contribuição, nos
termos da legislação vigente.
Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manutenção serão reajusta-
dos na mesma data de reajuste do salário-mínimo, pro rata, de acordo com
suas respectivas datas de início ou do seu último reajustamento, com base
em percentual definido em regulamento, observados os critérios estabeleci-
dos pela Lei no8.213, de 24 de julho de 1991.
Art. 30. A perda da condição de segurado não será considerada para a
concessão da aposentadoria por idade, desde que a pessoa conte com, no
mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de
carência na data de requerimento do benefício.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto no caput obser-


vará o disposto no caput e § 2º do art. 3º da Lei no 9.876, de 26 de novem-
bro de 1999, ou, não havendo salários de contribuição recolhidos a partir da
competência de julho de 1994, o disposto no art. 35 da Lei no 8.213, de 1991.
Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado com
atraso por responsabilidade da Previdência Social, será atualizado pelo mes-
mo índice utilizado para os reajustamentos dos benefícios do Regime Geral
de Previdência Social, verificado no período compreendido entre o mês que
deveria ter sido pago e o mês do efetivo pagamento.
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1º de Maio, é a data-base dos aposen-
tados e pensionistas.

CAPÍTULO VIII
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articula-


da, conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistên-
cia Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais
normas pertinentes.
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não pos-
suam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua famí-
lia, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da
Lei Orgânica da Assistência Social – Loas. (Vide Decreto n. 6.214, de 2007)
Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família
nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda
familiar per capita a que se refere a Loas.
Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obri-
gadas a firmar contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa abriga-
da. 

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a cobrança


de participação do idoso no custeio da entidade.
§ 2º O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal da Assistência
Social estabelecerá a forma de participação prevista no § 1º, que não poderá
exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício previdenciário ou de
assistência social percebido pelo idoso.
§ 3º Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante legal firmar
o contrato a que se refere o caput deste artigo.
Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto
ou núcleo familiar, caracteriza a dependência econômica, para os efeitos le-
gais. (Vigência)

CAPÍTULO IX
DA HABITAÇÃO

Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou


substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar,
ou, ainda, em instituição pública ou privada.
§ 1º A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanên-
cia será prestada quando verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar,
abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da família.
§ 2º  Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a
manter identificação externa visível, sob pena de interdição, além de atender
toda a legislação pertinente.
§ 3º As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões
de habitação compatíveis com as necessidades deles, bem como provê-los
com alimentação regular e higiene indispensáveis às normas sanitárias e com
estas condizentes, sob as penas da lei.
Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recur-
sos públicos, o idoso goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia
própria, observado o seguinte:

1240
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades habitacionais
residenciais para atendimento aos idosos; (Redação dada pela Lei n. 12.418,
de 2011)
II – implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao idoso;
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia
de acessibilidade ao idoso;
IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de apo-
sentadoria e pensão.
Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para atendimento a
idosos devem situar-se, preferencialmente, no pavimento térreo. (Incluído
pela Lei n. 12.419, de 2011)

CAPÍTULO X
DO TRANSPORTE

Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gra-


tuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semiurbanos, exceto nos
serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços
regulares.
§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer
documento pessoal que faça prova de sua idade.
§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão
reservados 10% (dez por cento) dos assentos para os idosos, devidamente
identificados com a placa de reservado preferencialmente para idosos.
§ 3º No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (ses-
senta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legislação local dispor
sobre as condições para exercício da gratuidade nos meios de transporte pre-
vistos no caput deste artigo.
Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á,
nos termos da legislação específica: (Regulamento) (Vide Decreto n. 5.934,
de 2006)
I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com ren-
da igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – desconto de 50% (cinquenta por cento), no mínimo, no valor das pas-
sagens, para os idosos que excederem as vagas gratuitas, com renda igual ou
inferior a 2 (dois) salários-mínimos.
Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os mecanismos e
os critérios para o exercício dos direitos previstos nos incisos I e II.
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local,
de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos públicos e privados,
as quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade
ao idoso.
Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do idoso nos proce-
dimentos de embarque e desembarque nos veículos do sistema de transporte
coletivo. (Redação dada pela Lei n. 12.899, de 2013)

TÍTULO III
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis sempre que os


direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de aten-
dimento;
III – em razão de sua condição pessoal.

CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO

Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas nesta Lei poderão ser


aplicadas, isolada ou cumulativamente, e levarão em conta os fins sociais a
que se destinam e o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.

1242
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43, o Ministé-


rio Público ou o Poder Judiciário, a requerimento daquele, poderá determinar,
dentre outras, as seguintes medidas:
I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de responsabi-
lidade;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial,
hospitalar ou domiciliar;
IV  – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação
e tratamento a usuários dependentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio
idoso ou à pessoa de sua convivência que lhe cause perturbação;
V – abrigo em entidade;
VI – abrigo temporário.

TÍTULO IV
DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO AO IDOSO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á por meio do conjunto


articulado de ações governamentais e não governamentais da União, dos Es-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento:
I – políticas sociais básicas, previstas na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de
1994;
II – políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para
aqueles que necessitarem;
III – serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas de negli-
gência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;

1243
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

IV – serviço de identificação e localização de parentes ou responsáveis por


idosos abandonados em hospitais e instituições de longa permanência;
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos dos ido-
sos;
VI – mobilização da opinião pública no sentido da participação dos diver-
sos segmentos da sociedade no atendimento do idoso.

CAPÍTULO II
DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO AO IDOSO

Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção


das próprias unidades, observadas as normas de planejamento e execução
emanadas do órgão competente da Política Nacional do Idoso, conforme a Lei
no 8.842, de 1994.
Parágrafo único. As entidades governamentais e não governamentais de
assistência ao idoso ficam sujeitas à inscrição de seus programas, junto ao
órgão competente da Vigilância Sanitária e Conselho Municipal da Pessoa Ido-
sa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa,
especificando os regimes de atendimento, observados os seguintes requisi-
tos:
I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade,
higiene, salubridade e segurança;
II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho compatíveis com
os princípios desta Lei;
III – estar regularmente constituída;
IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.
Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de institucionalização
de longa permanência adotarão os seguintes princípios:
I – preservação dos vínculos familiares;
II – atendimento personalizado e em pequenos grupos;

1244
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de força


maior;
IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno
e externo;
V – observância dos direitos e garantias dos idosos;
VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente de
respeito e dignidade.
Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de atendimento ao
idoso responderá civil e criminalmente pelos atos que praticar em detrimento
do idoso, sem prejuízo das sanções administrativas.
Art. 50. Constituem obrigações das entidades de atendimento:
I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o idoso, especi-
ficando o tipo de atendimento, as obrigações da entidade e prestações decor-
rentes do contrato, com os respectivos preços, se for o caso;
II – observar os direitos e as garantias de que são titulares os idosos;
III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação suficiente;
IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade;
V – oferecer atendimento personalizado;
VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos familiares;
VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento de visitas;
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade do idoso;
IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer;
X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com
suas crenças;
XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda ocorrência de
idoso portador de doenças infectocontagiosas;
XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público requisite os docu-
mentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os tiverem, na
forma da lei;

1245
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que receberem


dos idosos;
XV – manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do
atendimento, nome do idoso, responsável, parentes, endereços, cidade, rela-
ção de seus pertences, bem como o valor de contribuições, e suas alterações,
se houver, e demais dados que possibilitem sua identificação e a individuali-
zação do atendimento;
XVI – comunicar ao Ministério Público, para as providências cabíveis, a
situação de abandono moral ou material por parte dos familiares;
XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com formação específica.
Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos prestadoras de
serviço ao idoso terão direito à assistência judiciária gratuita.

CAPÍTULO III
DA FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO

Art. 52. As entidades governamentais e não governamentais de atendi-


mento ao idoso serão fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministério Públi-
co, Vigilância Sanitária e outros previstos em lei.
Art. 53. O art. 7º da Lei no 8.842, de 1994, passa a vigorar com a seguinte
redação:
“Art. 7º Compete aos Conselhos de que trata o art. 6º desta Lei a supervi-
são, o acompanhamento, a fiscalização e a avaliação da política nacional do
idoso, no âmbito das respectivas instâncias político-administrativas.” (NR)

Art. 54. Será dada publicidade das prestações de contas dos recursos pú-


blicos e privados recebidos pelas entidades de atendimento.

Art. 55. As entidades de atendimento que descumprirem as determina-


ções desta Lei ficarão sujeitas, sem prejuízo da responsabilidade civil e cri-
minal de seus dirigentes ou prepostos, às seguintes penalidades, observado
o devido processo legal:

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I – as entidades governamentais:


a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa;
II – as entidades não governamentais:
a) advertência;
b) multa;
c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas;
d) interdição de unidade ou suspensão de programa;
e) proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público.
§ 1º Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer tipo de fraude em
relação ao programa, caberá o afastamento provisório dos dirigentes ou a
interdição da unidade e a suspensão do programa.
§ 2º A suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas ocorrerá
quando verificada a má aplicação ou desvio de finalidade dos recursos.
§ 3º Na ocorrência de infração por entidade de atendimento, que colo-
que em risco os direitos assegurados nesta Lei, será o fato comunicado ao
Ministério Público, para as providências cabíveis, inclusive para promover a
suspensão das atividades ou dissolução da entidade, com a proibição de aten-
dimento a idosos a bem do interesse público, sem prejuízo das providências
a serem tomadas pela Vigilância Sanitária.

§ 4º Na aplicação das penalidades, serão consideradas a natureza e a gra-


vidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o idoso, as
circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes da entidade.

CAPÍTULO IV
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as determinações


do art. 50 desta Lei:

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Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil re-


ais), se o fato não for caracterizado como crime, podendo haver a interdição
do estabelecimento até que sejam cumpridas as exigências legais.
Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimento de longa per-
manência, os idosos abrigados serão transferidos para outra instituição, a
expensas do estabelecimento interditado, enquanto durar a interdição.
Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por estabeleci-
mento de saúde ou instituição de longa permanência de comunicar à autori-
dade competente os casos de crimes contra idoso de que tiver conhecimento:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil re-
ais), aplicada em dobro no caso de reincidência.
Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre a prioridade
no atendimento ao idoso:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00 (um mil
reais) e multa civil a ser estipulada pelo juiz, conforme o dano sofrido pelo
idoso.
CAPÍTULO V
DA APURAÇÃO ADMINISTRATIVA DE INFRAÇÃO ÀS
NORMAS DE PROTEÇÃO AO IDOSO

Art. 59. Os valores monetários expressos no Capítulo IV serão atualizados


anualmente, na forma da lei.
Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade administrativa
por infração às normas de proteção ao idoso terá início com requisição do Mi-
nistério Público ou auto de infração elaborado por servidor efetivo e assinado,
se possível, por duas testemunhas.
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração poderão ser usadas
fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as circunstâncias da infra-
ção.

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§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura


do auto, ou este será lavrado dentro de 24 (vinte e quatro) horas, por motivo
justificado.
Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a apresentação da
defesa, contado da data da intimação, que será feita:
I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for lavrado na
presença do infrator;
II – por via postal, com aviso de recebimento.
Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde do idoso, a autoridade
competente aplicará à entidade de atendimento as sanções regulamentares,
sem prejuízo da iniciativa e das providências que vierem a ser adotadas pelo
Ministério Público ou pelas demais instituições legitimadas para a fiscalização.
Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida ou a saúde da
pessoa idosa abrigada, a autoridade competente aplicará à entidade de aten-
dimento as sanções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das provi-
dências que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou pelas demais
instituições legitimadas para a fiscalização.

CAPÍTULO VI
DA APURAÇÃO JUDICIAL DE IRREGULARIDADES EM ENTIDADE
DE ATENDIMENTO

Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento administrativo


de que trata este Capítulo as disposições das Leis nos 6.437, de 20 de agosto
de 1977, e 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade em entidade go-
vernamental e não governamental de atendimento ao idoso terá início me-
diante petição fundamentada de pessoa interessada ou iniciativa do Ministério
Público.

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Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o


Ministério Público, decretar liminarmente o afastamento provisório do diri-
gente da entidade ou outras medidas que julgar adequadas, para evitar lesão
aos direitos do idoso, mediante decisão fundamentada.
Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de 10 (dez)
dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e indicar as pro-
vas a produzir.
Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na conformidade do art.
69 ou, se necessário, designará audiência de instrução e julgamento, delibe-
rando sobre a necessidade de produção de outras provas.
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público
terão 5 (cinco) dias para oferecer alegações finais, decidindo a autoridade
judiciária em igual prazo.
§ 2º  Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigen-
te de entidade governamental, a autoridade judiciária oficiará a autoridade
administrativa imediatamente superior ao afastado, fixando-lhe prazo de 24
(vinte e quatro) horas para proceder à substituição.
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária poderá
fixar prazo para a remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exi-
gências, o processo será extinto, sem julgamento do mérito.
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou
ao responsável pelo programa de atendimento.

TÍTULO V
DO ACESSO À JUSTIÇA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste Capítulo, o pro-


cedimento sumário previsto no Código de Processo Civil, naquilo que não
contrarie os prazos previstos nesta Lei.

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Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especializadas e exclusivas do


idoso.
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e proce-
dimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como
parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos, em qualquer instância.
§ 1º O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fa-
zendo prova de sua idade, requererá o benefício à autoridade judiciária com-
petente para decidir o feito, que determinará as providências a serem cumpri-
das, anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do processo.
§ 2º A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se
em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, com união
estável, maior de 60 (sessenta) anos.
§ 3º A prioridade se estende aos processos e procedimentos na Admi-
nistração Pública, empresas prestadoras de serviços públicos e instituições
financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defensoria Publica da União,
dos Estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços de Assistência Ju-
diciária.
§ 4º Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil acesso
aos assentos e caixas, identificados com a destinação a idosos em local visível
e caracteres legíveis.
§ 5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade especial aos maio-
res de oitenta anos. (Incluído pela Lei n. 13.466, de 2017).

CAPÍTULO II
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 72. (VETADO)
Art. 73. As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei, serão exer-
cidas nos termos da respectiva Lei Orgânica.

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Art. 74. Compete ao Ministério Público:


I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos di-
reitos e interesses difusos ou coletivos, individuais indisponíveis e individuais
homogêneos do idoso;
II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de interdição total ou
parcial, de designação de curador especial, em circunstâncias que justifiquem
a medida e oficiar em todos os feitos em que se discutam os direitos de idosos
em condições de risco;
III – atuar como substituto processual do idoso em situação de risco, con-
forme o disposto no art. 43 desta Lei;
IV – promover a revogação de instrumento procuratório do idoso, nas
hipóteses previstas no art. 43 desta Lei, quando necessário ou o interesse
público justificar;
V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo:
a) expedir notificações, colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso
de não comparecimento injustificado da pessoa notificada, requisitar condu-
ção coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar;
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autorida-
des municipais, estaduais e federais, da administração direta e indireta, bem
como promover inspeções e diligências investigatórias;
c) requisitar informações e documentos particulares de instituições privadas;
VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e a ins-
tauração de inquérito policial, para a apuração de ilícitos ou infrações às nor-
mas de proteção ao idoso;
VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados
ao idoso, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e
os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas admi-
nistrativas ou judiciais necessárias à remoção de irregularidades porventura
verificadas;

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IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços de


saúde, educacionais e de assistência social, públicos, para o desempenho de
suas atribuições;
X – referendar transações envolvendo interesses e direitos dos idosos pre-
vistos nesta Lei.
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas neste
artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuser a lei.
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que
compatíveis com a finalidade e atribuições do Ministério Público.
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções,
terá livre acesso a toda entidade de atendimento ao idoso.
Art. 75. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará
obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de
que cuida esta Lei, hipóteses em que terá vista dos autos depois das partes,
podendo juntar documentos, requerer diligências e produção de outras pro-
vas, usando os recursos cabíveis.
Art. 76. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita
pessoalmente.
Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade
do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer
interessado.

CAPÍTULO III
DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES DIFUSOS, COLETIVOS
E INDIVIDUAIS INDISPONÍVEIS OU HOMOGÊNEOS

Art. 78. As manifestações processuais do representante do Ministério Pú-


blico deverão ser fundamentadas.
Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilida-
de por ofensa aos direitos assegurados ao idoso, referentes à omissão ou ao
oferecimento insatisfatório de:

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I – acesso às ações e serviços de saúde;


II  – atendimento especializado ao idoso portador de deficiência ou com
limitação incapacitante;
III – atendimento especializado ao idoso portador de doença infectocon-
tagiosa;
IV – serviço de assistência social visando ao amparo do idoso.
Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não excluem da pro-
teção judicial outros interesses difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou
homogêneos, próprios do idoso, protegidos em lei.
Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do do-
micílio do idoso, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa,
ressalvadas as competências da Justiça Federal e a competência originária
dos Tribunais Superiores.
Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, coletivos,
individuais indisponíveis ou homogêneos, consideram-se legitimados, concor-
rentemente:
I – o Ministério Público;
II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
III – a Ordem dos Advogados do Brasil;
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 (um) ano e
que incluam entre os fins institucionais a defesa dos interesses e direitos da
pessoa idosa, dispensada a autorização da assembleia, se houver prévia au-
torização estatutária.
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da
União e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legiti-
mada, o Ministério Público ou outro legitimado deverá assumir a titularidade
ativa.
Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, são
admissíveis todas as espécies de ação pertinentes.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou


agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições de Poder Público, que
lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental,
que se regerá pelas normas da lei do mandado de segurança.
Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de
fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou de-
terminará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao
adimplemento.
§ 1º  Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado
receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela li-
minarmente ou após justificação prévia, na forma do art. 273 do Código de
Processo Civil.
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do § 1º ou na sentença, impor multa diária
ao réu, independentemente do pedido do autor, se for suficiente ou compatí-
vel com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da senten-
ça favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver confi-
gurado.
Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão ao Fundo
do Idoso, onde houver, ou na falta deste, ao Fundo Municipal de Assistência
Social, ficando vinculados ao atendimento ao idoso.
Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) dias após o trân-
sito em julgado da decisão serão exigidas por meio de execução promovida
pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos de-
mais legitimados em caso de inércia daquele.
Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar
dano irreparável à parte.
Art. 86. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao
Poder Público, o juiz determinará a remessa de peças à autoridade competen-
te, para apuração da responsabilidade civil e administrativa do agente a que
se atribua a ação ou omissão.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado da sentença


condenatória favorável ao idoso sem que o autor lhe promova a execução,
deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada, igual iniciativa aos demais le-
gitimados, como assistentes ou assumindo o polo ativo, em caso de inércia
desse órgão.
Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento
de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas.
Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério Público.
Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá, provocar a iniciati-
va do Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os fatos que cons-
tituam objeto de ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção.
Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tribunais, no exercício
de suas funções, quando tiverem conhecimento de fatos que possam configu-
rar crime de ação pública contra idoso ou ensejar a propositura de ação para
sua defesa, devem encaminhar as peças pertinentes ao Ministério Público,
para as providências cabíveis.
Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às
autoridades competentes as certidões e informações que julgar necessárias,
que serão fornecidas no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob sua presidência, inqué-
rito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou particular,
certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual
não poderá ser inferior a 10 (dez) dias.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se
convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação civil ou
de peças informativas, determinará o seu arquivamento, fazendo-o funda-
mentadamente.
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados se-
rão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três)
dias, ao Conselho Superior do Ministério Público ou à Câmara de Coordenação
e Revisão do Ministério Público.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º Até que seja homologado ou rejeitado o arquivamento, pelo Conse-


lho Superior do Ministério Público ou por Câmara de Coordenação e Revisão
do Ministério Público, as associações legitimadas poderão apresentar razões
escritas ou documentos, que serão juntados ou anexados às peças de infor-
mação.
§ 4º Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de Coordenação e Revisão
do Ministério Público de homologar a promoção de arquivamento, será desig-
nado outro membro do Ministério Público para o ajuizamento da ação.

TÍTULO VI
DOS CRIMES
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei


no 7.347, de 24 de julho de 1985.
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de
liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto
na  Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que
couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal. (Vide
ADI 3.096-5 - STF)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES EM ESPÉCIE

Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondi-
cionada, não se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal.
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a
operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por
qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por
motivo de idade:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

1257
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou


discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.
§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar
sob os cuidados ou responsabilidade do agente.
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo
sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou di-
ficultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos,
o socorro de autoridade pública:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de
longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas,
quando obrigado por lei ou mandado:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do
idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o
de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujei-
tando-o a trabalho excessivo ou inadequado:
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 2º Se resulta a morte:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um)
ano e multa:
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de
idade;
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar as-


sistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução
de ordem judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura
da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a exe-
cução de ordem judicial expedida nas ações em que for parte ou interveniente
o idoso:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer
outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abriga-
do, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de atendimento:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefí-
cios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer outro documento
com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informa-
ções ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso:
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar
procuração para fins de administração de bens ou deles dispor livremente:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou
outorgar procuração:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.

1259
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento


de seus atos, sem a devida representação legal:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

TÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério Públi-


co ou de qualquer outro agente fiscalizador:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 110. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código Pe-
nal, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 61.............................................................................
............................................................................
II – h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher
grávida;
.............................................................................” (NR)
“Art. 121.............................................................................
............................................................................
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o
crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou
se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir
as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo
doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é prati-
cado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
.............................................................................” (NR)
“Art. 133.............................................................................
............................................................................
§ 3º ............................................................................
............................................................................

1260
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III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.” (NR)


“Art. 140.............................................................................
............................................................................
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor,
etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de defici-
ência:
............................................................................ (NR)
“Art. 141.............................................................................
............................................................................
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiên-
cia, exceto no caso de injúria.
.............................................................................” (NR)
“Art. 148.............................................................................
............................................................................
§ 1º............................................................................
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente ou maior
de 60 (sessenta) anos.
............................................................................” (NR)
“Art. 159............................................................................
............................................................................
§ 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seques-
trado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime
é cometido por bando ou quadrilha.
............................................................................” (NR)
“Art. 183............................................................................
............................................................................
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a
60 (sessenta) anos.” (NR)
“Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge,
ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de as-

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cendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando


os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judi-
cialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer
descendente ou ascendente, gravemente enfermo:
............................................................................” (NR)
Art. 111. O O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro de 1941,
Lei das Contravenções Penais, passa a vigorar acrescido do seguinte parágra-
fo único:
“Art. 21............................................................................

............................................................................
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a
vítima é maior de 60 (sessenta) anos.” (NR)
Art. 112. O inciso II do § 4º do art. 1º da Lei no 9.455, de 7 de abril de
1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1º ............................................................................

............................................................................
§ 4º ............................................................................
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiên-
cia, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
............................................................................” (NR)
Art. 113. O  inciso III do art. 18 da Lei no 6.368, de 21 de outubro de
1976, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 18............................................................................

............................................................................
III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a menores de 21
(vinte e um) anos ou a pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos ou a quem tenha, por qualquer causa, diminuída ou suprimida a capaci-
dade de discernimento ou de autodeterminação:
............................................................................” (NR)

1262
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Art. 114. O art. 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000, passa a


vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade igual
ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas
acompanhadas por crianças de colo terão atendimento prioritário, nos termos
desta Lei.” (NR)

Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao Fundo Nacional


de Assistência Social, até que o Fundo Nacional do Idoso seja criado, os re-
cursos necessários, em cada exercício financeiro, para aplicação em progra-
mas e ações relativos ao idoso.

Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados relativos à po-


pulação idosa do País.

Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional projeto


de lei revendo os critérios de concessão do Benefício de Prestação Continua-
da previsto na Lei Orgânica da Assistência Social, de forma a garantir que o
acesso ao direito seja condizente com o estágio de desenvolvimento socioe-
conômico alcançado pelo País.

Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias da sua pu-
blicação, ressalvado o disposto no caput do art. 36, que vigorará a partir de
1o de janeiro de 2004.

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LEI N. 8.245, DE 18 DE OUTUBRO DE 1991


Dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos e os procedimentos a
elas pertinentes.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:

TÍTULO I
DA LOCAÇÃO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Seção I
Da locação em geral

Art. 1º A locação de imóvel urbano regula - se pelo disposto nesta lei:


Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código Civil e pelas leis espe-
ciais:
a) as locações:
1. de imóveis de propriedade da União, dos Estados e dos Municípios, de
suas autarquias e fundações públicas;
2. de vagas autônomas de garagem ou de espaços para estacionamento
de veículos;
3. de espaços destinados à publicidade;
4. em apart-hotéis, hotéis-residência ou equiparados, assim considerados
aqueles que prestam serviços regulares a seus usuários e como tais sejam
autorizados a funcionar;
b) o arrendamento mercantil, em qualquer de suas modalidades.
Art. 2º Havendo mais de um locador ou mais de um locatário, enten-
de - se que são solidários se o contrário não se estipulou.

1264
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Parágrafo único. Os ocupantes de habitações coletivas multifamiliares pre-


sumem - se locatários ou sublocatários.
Art. 3º O contrato de locação pode ser ajustado por qualquer prazo, de-
pendendo de vênia conjugal, se igual ou superior a dez anos.
Parágrafo único. Ausente a vênia conjugal, o cônjuge não estará obrigado
a observar o prazo excedente.
Art. 4º Durante o prazo estipulado para a duração do contrato, não pode-
rá o locador reaver o imóvel alugado. Com exceção ao que estipula o § 2º do
art. 54-A, o locatário, todavia, poderá devolvê-lo, pagando a multa pactuada,
proporcional ao período de cumprimento do contrato, ou, na sua falta, a que
for judicialmente estipulada. (Redação dada pela Lei n. 12.744, de 2012)
Parágrafo único. O locatário ficará dispensado da multa se a devolução do
imóvel decorrer de transferência, pelo seu empregador, privado ou público,
para prestar serviços em localidades diversas daquela do início do contrato,
e se notificar, por escrito, o locador com prazo de, no mínimo, trinta dias de
antecedência.
Art. 5º Seja qual for o fundamento do término da locação, a ação do lo-
cador para reaver o imóvel é a de despejo.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica se a locação termina
em decorrência de desapropriação, com a imissão do expropriante na posse
do imóvel.
Art. 6º O locatário poderá denunciar a locação por prazo indeterminado
mediante aviso por escrito ao locador, com antecedência mínima de trinta
dias.
Parágrafo único. Na ausência do aviso, o locador poderá exigir quantia cor-
respondente a um mês de aluguel e encargos, vigentes quando da resilição.
Art. 7º Nos casos de extinção de usufruto ou de fideicomisso, a locação
celebrada pelo usufrutuário ou fiduciário poderá ser denunciada, com o prazo
de trinta dias para a desocupação, salvo se tiver havido aquiescência escrita
do nu-proprietário ou do fideicomissário, ou se a propriedade estiver consoli-
dada em mãos do usufrutuário ou do fiduciário.

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Parágrafo único. A denúncia deverá ser exercitada no prazo de noventa


dias contados da extinção do fideicomisso ou da averbação da extinção do
usufruto, presumindo - se, após esse prazo, a concordância na manutenção
da locação.
Art. 8º Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente poderá
denunciar o contrato, com o prazo de noventa dias para a desocupação, salvo
se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver cláusula de vi-
gência em caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula do imóvel.
§ 1º Idêntico direito terá o promissário comprador e o promissário cessio-
nário, em caráter irrevogável, com imissão na posse do imóvel e título regis-
trado junto à matrícula do mesmo.
§ 2º A denúncia deverá ser exercitada no prazo de noventa dias contados
do registro da venda ou do compromisso, presumindo - se, após esse prazo,
a concordância na manutenção da locação.
Art. 9º A locação também poderá ser desfeita:
I – por mútuo acordo;
II – em decorrência da prática de infração legal ou contratual;
III – em decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais encargos;
IV  – para a realização de reparações urgentes determinadas pelo Poder
Público, que não possam ser normalmente executadas com a permanência do
locatário no imóvel ou, podendo, ele se recuse a consenti - las.
Art. 10. Morrendo o locador, a locação transmite - se aos herdeiros.
Art. 11. Morrendo o locatário, ficarão sub - rogados nos seus direitos e
obrigações:
I – nas locações com finalidade residencial, o cônjuge sobrevivente ou o
companheiro e, sucessivamente, os herdeiros necessários e as pessoas que
viviam na dependência econômica do de  cujus , desde que residentes no
imóvel;
II – nas locações com finalidade não residencial, o espólio e, se for o caso,
seu sucessor no negócio.

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Art. 12. Em casos de separação de fato, separação judicial, divórcio ou


dissolução da união estável, a locação residencial prosseguirá automatica-
mente com o cônjuge ou companheiro que permanecer no imóvel. (Redação
dada pela Lei n. 12.112, de 2009)
§ 1º Nas hipóteses previstas neste artigo e no art. 11, a sub-rogação será
comunicada por escrito ao locador e ao fiador, se esta for a modalidade de
garantia locatícia. (Incluído pela Lei n. 12.112, de 2009)
§ 2º O fiador poderá exonerar-se das suas responsabilidades no prazo de
30 (trinta) dias contado do recebimento da comunicação oferecida pelo sub-
-rogado, ficando responsável pelos efeitos da fiança durante 120 (cento e vin-
te) dias após a notificação ao locador. (Incluído pela Lei n. 12.112, de 2009)
Art. 13. A cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do imóvel, to-
tal ou parcialmente, dependem do consentimento prévio e escrito do locador.
§ 1º Não se presume o consentimento pela simples demora do locador em
manifestar formalmente a sua oposição.
§ 2º Desde que notificado por escrito pelo locatário, de ocorrência de uma
das hipóteses deste artigo, o locador terá o prazo de trinta dias para manifes-
tar formalmente a sua oposição.
§ 3º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.112, de 2009)

Seção II
Das sublocações

Art. 14. Aplicam - se às sublocações, no que couber, as disposições rela-


tivas às locações.
Art. 15. Rescindida ou finda a locação, qualquer que seja sua causa, re-
solvem - se as sublocações, assegurado o direito de indenização do subloca-
tário contra o sublocador.

1267
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Art. 16. O sublocatário responde subsidiariamente ao locador pela impor-


tância que dever ao sublocador, quando este for demandado e, ainda, pelos
aluguéis que se vencerem durante a lide.

Seção III
Do aluguel

Art. 17. É livre a convenção do aluguel, vedada a sua estipulação em mo-


eda estrangeira e a sua vinculação à variação cambial ou ao salário mínimo.
Parágrafo único. Nas locações residenciais serão observadas os critérios
de reajustes previstos na legislação específica.
Art. 18. É lícito às partes fixar, de comum acordo, novo valor para o alu-
guel, bem como inserir ou modificar cláusula de reajuste.
Art. 19. Não havendo acordo, o locador ou locatário, após três anos de
vigência do contrato ou do acordo anteriormente realizado, poderão pedir re-
visão judicial do aluguel, a fim de ajustá - lo ao preço de mercado.
Art. 20. Salvo as hipóteses do art. 42 e da locação para temporada, o lo-
cador não poderá exigir o pagamento antecipado do aluguel.
Art. 21. O aluguel da sublocação não poderá exceder o da locação; nas
habitações coletivas multifamiliares, a soma dos aluguéis não poderá ser su-
perior ao dobro do valor da locação.
Parágrafo único. O descumprimento deste artigo autoriza o sublocatário a
reduzir o aluguel até os limites nele estabelecidos.

Seção IV
Dos deveres do locador e do locatário

Art. 22. O locador é obrigado a:


I – entregar ao locatário o imóvel alugado em estado de servir ao uso a
que se destina;

1268
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II – garantir, durante o tempo da locação, o uso pacífico do imóvel locado;


III – manter, durante a locação, a forma e o destino do imóvel;
IV – responder pelos vícios ou defeitos anteriores à locação;
V – fornecer ao locatário, caso este solicite, descrição minuciosa do estado
do imóvel, quando de sua entrega, com expressa referência aos eventuais
defeitos existentes;
VI – fornecer ao locatário recibo discriminado das importâncias por este
pagas, vedada a quitação genérica;
VII – pagar as taxas de administração imobiliária, se houver, e de inter-
mediações, nestas compreendidas as despesas necessárias à aferição da ido-
neidade do pretendente ou de seu fiador;
VIII – pagar os impostos e taxas, e ainda o prêmio de seguro comple-
mentar contra fogo, que incidam ou venham a incidir sobre o imóvel, salvo
disposição expressa em contrário no contrato;
IX – exibir ao locatário, quando solicitado, os comprovantes relativos às
parcelas que estejam sendo exigidas;
X – pagar as despesas extraordinárias de condomínio.
Parágrafo único. Por despesas extraordinárias de condomínio se entendem
aquelas que não se refiram aos gastos rotineiros de manutenção do edifício,
especialmente:
a) obras de reformas ou acréscimos que interessem à estrutura integral
do imóvel;
b) pintura das fachadas, empenas, poços de aeração e iluminação, bem
como das esquadrias externas;
c) obras destinadas a repor as condições de habitabilidade do edifício;
d) indenizações trabalhistas e previdenciárias pela dispensa de emprega-
dos, ocorridas em data anterior ao início da locação;
e) instalação de equipamento de segurança e de incêndio, de telefonia, de
intercomunicação, de esporte e de lazer;
f) despesas de decoração e paisagismo nas partes de uso comum;
g) constituição de fundo de reserva.

1269
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Art. 23. O locatário é obrigado a:


I – pagar pontualmente o aluguel e os encargos da locação, legal ou con-
tratualmente exigíveis, no prazo estipulado ou, em sua falta, até o sexto dia
útil do mês seguinte ao vencido, no imóvel locado, quando outro local não
tiver sido indicado no contrato;
II – servir - se do imóvel para o uso convencionado ou presumido, com-
patível com a natureza deste e com o fim a que se destina, devendo tratá - lo
com o mesmo cuidado como se fosse seu;
III – restituir o imóvel, finda a locação, no estado em que o recebeu, salvo
as deteriorações decorrentes do seu uso normal;
IV – levar imediatamente ao conhecimento do locador o surgimento de
qualquer dano ou defeito cuja reparação a este incumba, bem como as even-
tuais turbações de terceiros;
V – realizar a imediata reparação dos danos verificados no imóvel, ou nas
suas instalações, provocadas por si, seus dependentes, familiares, visitantes
ou prepostos;
VI – não modificar a forma interna ou externa do imóvel sem o consenti-
mento prévio e por escrito do locador;
VII – entregar imediatamente ao locador os documentos de cobrança de
tributos e encargos condominiais, bem como qualquer intimação, multa ou
exigência de autoridade pública, ainda que dirigida a ele, locatário;
VIII – pagar as despesas de telefone e de consumo de força, luz e gás,
água e esgoto;
IX – permitir a vistoria do imóvel pelo locador ou por seu mandatário, me-
diante combinação prévia de dia e hora, bem como admitir que seja o mesmo
visitado e examinado por terceiros, na hipótese prevista no art. 27;
X – cumprir integralmente a convenção de condomínio e os regulamentos
internos;
XI – pagar o prêmio do seguro de fiança;
XII – pagar as despesas ordinárias de condomínio.

1270
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Por despesas ordinárias de condomínio se entendem as necessárias à


administração respectiva, especialmente:
a) salários, encargos trabalhistas, contribuições previdenciárias e sociais
dos empregados do condomínio;
b) consumo de água e esgoto, gás, luz e força das áreas de uso comum;
c) limpeza, conservação e pintura das instalações e dependências de uso
comum;
d) manutenção e conservação das instalações e equipamentos hidráulicos,
elétricos, mecânicos e de segurança, de uso comum;
e) manutenção e conservação das instalações e equipamentos de uso co-
mum destinados à prática de esportes e lazer;
f) manutenção e conservação de elevadores, porteiro eletrônico e antenas
coletivas;
g) pequenos reparos nas dependências e instalações elétricas e hidráuli-
cas de uso comum;
h) rateios de saldo devedor, salvo se referentes a período anterior ao início
da locação;
i) reposição do fundo de reserva, total ou parcialmente utilizado no custeio
ou complementação das despesas referidas nas alíneas anteriores, salvo se
referentes a período anterior ao início da locação.
§ 2º O locatário fica obrigado ao pagamento das despesas referidas no pa-
rágrafo anterior, desde que comprovadas a previsão orçamentária e o rateio
mensal, podendo exigir a qualquer tempo a comprovação das mesmas.
§ 3º No edifício constituído por unidades imobiliárias autônomas, de pro-
priedade da mesma pessoa, os locatários ficam obrigados ao pagamento das
despesas referidas no § 1º deste artigo, desde que comprovadas.
Art. 24. Nos imóveis utilizados como habitação coletiva multifamiliar, os
locatários ou sublocatários poderão depositar judicialmente o aluguel e en-
cargos se a construção for considerada em condições precárias pelo Poder
Público.

1271
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§ 1º O levantamento dos depósitos somente será deferido com a comuni-


cação, pela autoridade pública, da regularização do imóvel.
§ 2º Os locatários ou sublocatários que deixarem o imóvel estarão desobri-
gados do aluguel durante a execução das obras necessárias à regularização.
§ 3º Os depósitos efetuados em juízo pelos locatários e sublocatários po-
derão ser levantados, mediante ordem judicial, para realização das obras ou
serviços necessários à regularização do imóvel.
Art. 25. Atribuída ao locatário a responsabilidade pelo pagamento dos
tributos, encargos e despesas ordinárias de condomínio, o locador poderá co-
brar tais verbas juntamente com o aluguel do mês a que se refiram.
Parágrafo único. Se o locador antecipar os pagamentos, a ele pertencerão
as vantagens daí advindas, salvo se o locatário reembolsá - lo integralmente.
Art. 26. Necessitando o imóvel de reparos urgentes, cuja realização in-
cumba ao locador, o locatário é obrigado a consenti - los.
Parágrafo único. Se os reparos durarem mais de dez dias, o locatário terá
direito ao abatimento do aluguel, proporcional ao período excedente; se mais
de trinta dias, poderá resilir o contrato.

Seção V
Do direito de preferência

Art. 27. No caso de venda, promessa de venda, cessão ou promessa de


cessão de direitos ou dação em pagamento, o locatário tem preferência para
adquirir o imóvel locado, em igualdade de condições com terceiros, devendo
o locador dar -  lhe conhecimento do negócio mediante notificação judicial,
extrajudicial ou outro meio de ciência inequívoca.
Parágrafo único. A comunicação deverá conter todas as condições do ne-
gócio e, em especial, o preço, a forma de pagamento, a existência de ônus
reais, bem como o local e horário em que pode ser examinada a documenta-
ção pertinente.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 28. O direito de preferência do locatário caducará se não manifes-


tada, de maneira inequívoca, sua aceitação integral à proposta, no prazo de
trinta dias.
Art. 29. Ocorrendo aceitação da proposta, pelo locatário, a posterior de-
sistência do negócio pelo locador acarreta, a este, responsabilidade pelos
prejuízos ocasionados, inclusive lucros cessantes.
Art. 30. Estando o imóvel sublocado em sua totalidade, caberá a prefe-
rência ao sublocatário e, em seguida, ao locatário. Se forem vários os sublo-
catários, a preferência caberá a todos, em comum, ou a qualquer deles, se
um só for o interessado.
Parágrafo único. Havendo pluralidade de pretendentes, caberá a preferên-
cia ao locatário mais antigo, e, se da mesma data, ao mais idoso.
Art. 31. Em se tratando de alienação de mais de uma unidade imobiliária,
o direito de preferência incidirá sobre a totalidade dos bens objeto da aliena-
ção.
Art. 32. O direito de preferência não alcança os casos de perda da pro-
priedade ou venda por decisão judicial, permuta, doação, integralização de
capital, cisão, fusão e incorporação.
Parágrafo único. Nos contratos firmados a partir de 1º de outubro de 2001,
o direito de preferência de que trata este artigo não alcançará também os
casos de constituição da propriedade fiduciária e de perda da propriedade
ou venda por quaisquer formas de realização de garantia, inclusive mediante
leilão extrajudicial, devendo essa condição constar expressamente em cláu-
sula contratual específica, destacando-se das demais por sua apresentação
gráfica. (Incluído pela Lei n. 10.931, de 2004)
Art. 33. O locatário preterido no seu direito de preferência poderá recla-
mar do alienante as perdas e danos ou, depositando o preço e demais des-
pesas do ato de transferência, haver para si o imóvel locado, se o requerer
no prazo de seis meses, a contar do registro do ato no cartório de imóveis,
desde que o contrato de locação esteja averbado pelo menos trinta dias antes
da alienação junto à matrícula do imóvel.

1273
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. A averbação far - se - á à vista de qualquer das vias do


contrato de locação desde que subscrito também por duas testemunhas.
Art. 34. Havendo condomínio no imóvel, a preferência do condômino terá
prioridade sobre a do locatário.

Seção VI
Das benfeitorias

Art. 35. Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeito-


rias necessárias introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo
locador, bem como as úteis, desde que autorizadas, serão indenizáveis e per-
mitem o exercício do direito de retenção.
Art. 36. As benfeitorias voluptuárias não serão indenizáveis, podendo ser
levantadas pelo locatário, finda a locação, desde que sua retirada não afete a
estrutura e a substância do imóvel.

Seção VII
Das garantias locatícias

Art. 37. No contrato de locação, pode o locador exigir do locatário as se-


guintes modalidades de garantia:
I – caução;
II – fiança;
III – seguro de fiança locatícia.
IV – cessão fiduciária de quotas de fundo de investimento. (Incluído pela
Lei n. 11.196, de 2005)
Parágrafo único. É vedada, sob pena de nulidade, mais de uma das moda-
lidades de garantia num mesmo contrato de locação.
Art. 38. A caução poderá ser em bens móveis ou imóveis.

1274
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º A caução em bens móveis deverá ser registrada em cartório de títulos


e documentos; a em bens imóveis deverá ser averbada à margem da respec-
tiva matrícula.
§ 2º A caução em dinheiro, que não poderá exceder o equivalente a três
meses de aluguel, será depositada em caderneta de poupança, autorizada,
pelo Poder Público e por ele regulamentada, revertendo em benefício do lo-
catário todas as vantagens dela decorrentes por ocasião do levantamento da
soma respectiva.
§ 3º A caução em títulos e ações deverá ser substituída, no prazo de trinta
dias, em caso de concordata, falência ou liquidação das sociedades emisso-
ras.
Art. 39. Salvo disposição contratual em contrário, qualquer das garantias
da locação se estende até a efetiva devolução do imóvel, ainda que prorro-
gada a locação por prazo indeterminado, por força desta Lei. (Redação dada
pela Lei n. 12.112, de 2009)
Art. 40. O locador poderá exigir novo fiador ou a substituição da modali-
dade de garantia, nos seguintes casos:
I – morte do fiador;
II – ausência, interdição, recuperação judicial, falência ou insolvência do
fiador, declaradas judicialmente; (Redação dada pela Lei n. 12.112, de 2009)
III – alienação ou gravação de todos os bens imóveis do fiador ou sua mu-
dança de residência sem comunicação ao locador;
IV – exoneração do fiador;
V – prorrogação da locação por prazo indeterminado, sendo a fiança ajus-
tada por prazo certo;
VI – desaparecimento dos bens móveis;
VII – desapropriação ou alienação do imóvel.
VIII – exoneração de garantia constituída por quotas de fundo de investi-
mento; (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)

1275
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

IX – liquidação ou encerramento do fundo de investimento de que trata o


inciso IV do art. 37 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
X – prorrogação da locação por prazo indeterminado uma vez notificado
o locador pelo fiador de sua intenção de desoneração, ficando obrigado por
todos os efeitos da fiança, durante 120 (cento e vinte) dias após a notificação
ao locador. (Incluído pela Lei n. 12.112, de 2009)
Parágrafo único. O locador poderá notificar o locatário para apresentar
nova garantia locatícia no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de desfazimento
da locação. (Incluído pela Lei n. 12.112, de 2009)
Art. 41. O seguro de fiança locatícia abrangerá a totalidade das obriga-
ções do locatário.
Art. 42. Não estando a locação garantida por qualquer das modalidades,
o locador poderá exigir do locatário o pagamento do aluguel e encargos até o
sexto dia útil do mês vincendo.

Seção VIII
Das penalidades criminais e civis

Art. 43. Constitui contravenção penal, punível com prisão simples de cin-


co dias a seis meses ou multa de três a doze meses do valor do último aluguel
atualizado, revertida em favor do locatário:
I – exigir, por motivo de locação ou sublocação, quantia ou valor além do
aluguel e encargos permitidos;
II – exigir, por motivo de locação ou sublocação, mais de uma modalidade
de garantia num mesmo contrato de locação;
III – cobrar antecipadamente o aluguel, salvo a hipótese do art. 42 e da
locação para temporada.
Art. 44. Constitui crime de ação pública, punível com detenção de três
meses a um ano, que poderá ser substituída pela prestação de serviços à co-
munidade:

1276
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – recusar - se o locador ou sublocador, nas habitações coletivas multifa-


miliares, a fornecer recibo discriminado do aluguel e encargos;
II – deixar o retomante, dentro de cento e oitenta dias após a entrega do
imóvel, no caso do inciso III do art. 47, de usá - lo para o fim declarado ou,
usando - o, não o fizer pelo prazo mínimo de um ano;
III – não iniciar o proprietário, promissário comprador ou promissário ces-
sionário, nos casos do inciso IV do art. 9º, inciso IV do art. 47, inciso I do art.
52 e inciso II do art. 53, a demolição ou a reparação do imóvel, dentro de
sessenta dias contados de sua entrega;
IV – executar o despejo com inobservância do disposto no § 2º do art. 65.
Parágrafo único. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas neste artigo,
poderá o prejudicado reclamar, em processo próprio, multa equivalente a um
mínimo de doze e um máximo de vinte e quatro meses do valor do último
aluguel atualizado ou do que esteja sendo cobrado do novo locatário, se re-
alugado o imóvel.

Seção IX
Das nulidades

Art. 45. São nulas de pleno direito as cláusulas do contrato de locação


que visem a elidir os objetivos da presente lei, notadamente as que proíbam
a prorrogação prevista no art. 47, ou que afastem o direito à renovação, na
hipótese do art. 51, ou que imponham obrigações pecuniárias para tanto.

CAPÍTULO II
DAS DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
Seção I
Da locação residencial

Art. 46. Nas locações ajustadas por escrito e por prazo igual ou superior
a trinta meses, a resolução do contrato ocorrerá findo o prazo estipulado, in-
dependentemente de notificação ou aviso.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Findo o prazo ajustado, se o locatário continuar na posse do imóvel


alugado por mais de trinta dias sem oposição do locador, presumir - se - á
prorrogada a locação por prazo indeterminado, mantidas as demais cláusulas
e condições do contrato.
§ 2º Ocorrendo a prorrogação, o locador poderá denunciar o contrato a
qualquer tempo, concedido o prazo de trinta dias para desocupação.
Art. 47. Quando ajustada verbalmente ou por escrito e como prazo infe-
rior a trinta meses, findo o prazo estabelecido, a locação prorroga - se au-
tomaticamente, por prazo indeterminado, somente podendo ser retomado o
imóvel:
I – Nos casos do art. 9º;
II – em decorrência de extinção do contrato de trabalho, se a ocupação do
imóvel pelo locatário relacionada com o seu emprego;
III – se for pedido para uso próprio, de seu cônjuge ou companheiro, ou
para uso residencial de ascendente ou descendente que não disponha, assim
como seu cônjuge ou companheiro, de imóvel residencial próprio;
IV – se for pedido para demolição e edificação licenciada ou para a realiza-
ção de obras aprovadas pelo Poder Público, que aumentem a área construída,
em, no mínimo, vinte por cento ou, se o imóvel for destinado a exploração de
hotel ou pensão, em cinquenta por cento;
V – se a vigência ininterrupta da locação ultrapassar cinco anos.
§ 1º Na hipótese do inciso III, a necessidade deverá ser judicialmente
demonstrada, se:
a) O retomante, alegando necessidade de usar o imóvel, estiver ocupan-
do, com a mesma finalidade, outro de sua propriedade situado nas mesma
localidade ou, residindo ou utilizando imóvel alheio, já tiver retomado o imó-
vel anteriormente;
b) o ascendente ou descendente, beneficiário da retomada, residir em
imóvel próprio.

1278
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º Nas hipóteses dos incisos III e IV, o retomante deverá comprovar ser
proprietário, promissário comprador ou promissário cessionário, em caráter
irrevogável, com imissão na posse do imóvel e título registrado junto à ma-
trícula do mesmo.

Seção II
DAS LOCAÇÃO PARA TEMPORADA

Art. 48. Considera - se locação para temporada aquela destinada à re-


sidência temporária do locatário, para prática de lazer, realização de cursos,
tratamento de saúde, feitura de obras em seu imóvel, e outros fatos que
decorrem tão somente de determinado tempo, e contratada por prazo não
superior a noventa dias, esteja ou não mobiliado o imóvel.
Parágrafo único. No caso de a locação envolver imóvel mobiliado, consta-
rá do contrato, obrigatoriamente, a descrição dos móveis e utensílios que o
guarnecem, bem como o estado em que se encontram.
Art. 49. O locador poderá receber de uma só vez e antecipadamente os
aluguéis e encargos, bem como exigir qualquer das modalidades de garantia
previstas no art. 37 para atender as demais obrigações do contrato.
Art. 50. Findo o prazo ajustado, se o locatário permanecer no imóvel sem
oposição do locador por mais de trinta dias, presumir - se - á prorrogada a
locação por tempo indeterminado, não mais sendo exigível o pagamento an-
tecipado do aluguel e dos encargos.
Parágrafo único. Ocorrendo a prorrogação, o locador somente poderá de-
nunciar o contrato após trinta meses de seu início ou nas hipóteses do art. 47.

Seção III
Da locação não residencial

Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá


direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamen-
te:

1279
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo de-
terminado;
II – o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininter-
ruptos dos contratos escritos seja de cinco anos;
III – o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo
prazo mínimo e ininterrupto de três anos.
§ 1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessio-
nários ou sucessores da locação; no caso de sublocação total do imóvel, o
direito a renovação somente poderá ser exercido pelo sublocatário.
§ 2º Quando o contrato autorizar que o locatário utilize o imóvel para as
atividades de sociedade de que faça parte e que a esta passe a pertencer o
fundo de comércio, o direito a renovação poderá ser exercido pelo locatário
ou pela sociedade.
§ 3º Dissolvida a sociedade comercial por morte de um dos sócios, o sócio
sobrevivente fica sub - rogado no direito a renovação, desde que continue no
mesmo ramo.
§ 4º O direito a renovação do contrato estende - se às locações celebradas
por indústrias e sociedades civis com fim lucrativo, regularmente constituí-
das, desde que ocorrentes os pressupostos previstos neste artigo.
§ 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no
interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à
data da finalização do prazo do contrato em vigor.
Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se:
I – por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras
que importarem na sua radical transformação; ou para fazer modificações de
tal natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade;
II – o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de
fundo de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria
do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente.

1280
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Na hipótese do inciso II, o imóvel não poderá ser destinado ao uso


do mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também envolvia o fundo de
comércio, com as instalações e pertences.
§ 2º Nas locações de espaço em shopping centers , o locador não poderá
recusar a renovação do contrato com fundamento no inciso II deste artigo.
§ 3º O locatário terá direito a indenização para ressarcimento dos prejuí-
zos e dos lucros cessantes que tiver que arcar com mudança, perda do lugar
e desvalorização do fundo de comércio, se a renovação não ocorrer em razão
de proposta de terceiro, em melhores condições, ou se o locador, no prazo
de três meses da entrega do imóvel, não der o destino alegado ou não iniciar
as obras determinadas pelo Poder Público ou que declarou pretender realizar.
Art. 53 - Nas locações de imóveis utilizados por hospitais, unidades sa-
nitárias oficiais, asilos, estabelecimentos de saúde e de ensino autorizados e
fiscalizados pelo Poder Público, bem como por entidades religiosas devida-
mente registradas, o contrato somente poderá ser rescindido. (Redação dada
pela Lei n. 9.256, de 9.1.1996)
I – nas hipóteses do art. 9º;
II – se o proprietário, promissário comprador ou promissário cessionário,
em caráter irrevogável e imitido na posse, com título registrado, que haja
quitado o preço da promessa ou que, não o tendo feito, seja autorizado pelo
proprietário, pedir o imóvel para demolição, edificação, licenciada ou reforma
que venha a resultar em aumento mínimo de cinquenta por cento da área útil.
Art. 54. Nas relações entre lojistas e empreendedores de shopping cen-
ter , prevalecerão as condições livremente pactuadas nos contratos de loca-
ção respectivos e as disposições procedimentais previstas nesta lei.
§ 1º O empreendedor não poderá cobrar do locatário em shopping center :
a) as despesas referidas nas alíneas a , b e d do parágrafo único do art. 22; e
b) as despesas com obras ou substituições de equipamentos, que impli-
quem modificar o projeto ou o memorial descritivo da data do habite - se e
obras de paisagismo nas partes de uso comum.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º As despesas cobradas do locatário devem ser previstas em orçamen-


to, salvo casos de urgência ou força maior, devidamente demonstradas, po-
dendo o locatário, a cada sessenta dias, por si ou entidade de classe exigir a
comprovação das mesmas.
Art. 54-A. Na locação não residencial de imóvel urbano na qual o locador
procede à prévia aquisição, construção ou substancial reforma, por si mesmo
ou por terceiros, do imóvel então especificado pelo pretendente à locação, a
fim de que seja a este locado por prazo determinado, prevalecerão as condi-
ções livremente pactuadas no contrato respectivo e as disposições procedi-
mentais previstas nesta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.744, de 2012)
§ 1º Poderá ser convencionada a renúncia ao direito de revisão do valor
dos aluguéis durante o prazo de vigência do contrato de locação. (Incluído
pela Lei n. 12.744, de 2012)
§ 2º Em caso de denúncia antecipada do vínculo locatício pelo locatário,
compromete-se este a cumprir a multa convencionada, que não excederá,
porém, a soma dos valores dos aluguéis a receber até o termo final da loca-
ção. (Incluído pela Lei n. 12.744, de 2012)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.744, de 2012)
Art. 55. Considera - se locação não residencial quando o locatário for
pessoa jurídica e o imóvel, destinar - se ao uso de seus titulares, diretores,
sócios, gerentes, executivos ou empregados.
Art. 56. Nos demais casos de locação não residencial, o contrato por pra-
zo determinado cessa, de pleno direito, findo o prazo estipulado, independen-
temente de notificação ou aviso.
Parágrafo único. Findo o prazo estipulado, se o locatário permanecer no
imóvel por mais de trinta dias sem oposição do locador, presumir - se - á
prorrogada a locação nas condições ajustadas, mas sem prazo determinado.
Art. 57. O contrato de locação por prazo indeterminado pode ser denun-
ciado por escrito, pelo locador, concedidos ao locatário trinta dias para a de-
socupação.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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TÍTULO II
DOS PROCEDIMENTOS
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 58. Ressalvados os casos previstos no parágrafo único do art. 1º,


nas ações de despejo, consignação em pagamento de aluguel e acessório da
locação, revisionais de aluguel e renovatórias de locação, observar - se - á o
seguinte:
I – os processos tramitam durante as férias forenses e não se suspendem
pela superveniência delas;
II – é competente para conhecer e julgar tais ações o foro do lugar da si-
tuação do imóvel, salvo se outro houver sido eleito no contrato;
III – o valor da causa corresponderá a doze meses de aluguel, ou, na hi-
pótese do inciso II do art. 47, a três salários vigentes por ocasião do ajuiza-
mento;
IV – desde que autorizado no contrato, a citação, intimação ou notifica-
ção far - se - á mediante correspondência com aviso de recebimento, ou,
tratando - se de pessoa jurídica ou firma individual, também mediante telex
ou fac-símile , ou, ainda, sendo necessário, pelas demais formas previstas no
Código de Processo Civil;
V – os recursos interpostos contra as sentenças terão efeito somente de-
volutivo.

CAPÍTULO II
DAS AÇÕES DE DESPEJO

Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de des-


pejo terão o rito ordinário.

1283
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Conceder - se - á liminar para desocupação em quinze dias, indepen-


dentemente da audiência da parte contrária e desde que prestada a caução
no valor equivalente a três meses de aluguel, nas ações que tiverem por fun-
damento exclusivo:
I – o descumprimento do mútuo acordo (art. 9º, inciso I), celebrado por
escrito e assinado pelas partes e por duas testemunhas, no qual tenha sido
ajustado o prazo mínimo de seis meses para desocupação, contado da assi-
natura do instrumento;
II – o disposto no inciso II do art. 47, havendo prova escrita da rescisão
do contrato de trabalho ou sendo ela demonstrada em audiência prévia;
III – o término do prazo da locação para temporada, tendo sido proposta
a ação de despejo em até trinta dias após o vencimento do contrato;
IV – a morte do locatário sem deixar sucessor legítimo na locação, de
acordo com o referido no inciso I do art. 11, permanecendo no imóvel pesso-
as não autorizadas por lei;
V – a permanência do sublocatário no imóvel, extinta a locação, celebrada
com o locatário.
VI – o disposto no inciso IV do art. 9º, havendo a necessidade de se produ-
zir reparações urgentes no imóvel, determinadas pelo poder público, que não
possam ser normalmente executadas com a permanência do locatário, ou,
podendo, ele se recuse a consenti-las; (Incluído pela Lei n. 12.112, de 2009)
VII – o término do prazo notificatório previsto no parágrafo único do art.
40, sem apresentação de nova garantia apta a manter a segurança inaugural
do contrato; (Incluído pela Lei n. 12.112, de 2009)
VIII – o término do prazo da locação não residencial, tendo sido proposta
a ação em até 30 (trinta) dias do termo ou do cumprimento de notificação
comunicando o intento de retomada; (Incluído pela Lei n. 12.112, de 2009)
IX – a falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação no venci-
mento, estando o contrato desprovido de qualquer das garantias previstas
no art. 37, por não ter sido contratada ou em caso de extinção ou pedido de
exoneração dela, independentemente de motivo. (Incluído pela Lei n. 12.112,
de 2009)

1284
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º Qualquer que seja o fundamento da ação dar - se - á ciência do pe-


dido aos sublocatários, que poderão intervir no processo como assistentes.
§ 3º No caso do inciso IX do § 1º deste artigo, poderá o locatário evitar a
rescisão da locação e elidir a liminar de desocupação se, dentro dos 15 (quin-
ze) dias concedidos para a desocupação do imóvel e independentemente de
cálculo, efetuar depósito judicial que contemple a totalidade dos valores de-
vidos, na forma prevista no inciso II do art. 62. (Incluído pela Lei n. 12.112,
de 2009)
Art. 60. Nas ações de despejo fundadas no inciso IV do art. 9º, inciso IV
do art. 47 e inciso II do art. 53, a petição inicial deverá ser instruída com pro-
va da propriedade do imóvel ou do compromisso registrado.
Art. 61 Nas ações fundadas no § 2º do art. 46 e nos incisos III e IV do
art. 47, se o locatário, no prazo da contestação, manifestar sua concordância
com a desocupação do imóvel, o juiz acolherá o pedido fixando prazo de seis
meses para a desocupação, contados da citação, impondo ao vencido a res-
ponsabilidade pelas custas e honorários advocatícios de vinte por cento sobre
o valor dado à causa. Se a desocupação ocorrer dentro do prazo fixado, o réu
ficará isento dessa responsabilidade; caso contrário, será expedido mandado
de despejo.
Art. 62. Nas ações de despejo fundadas na falta de pagamento de aluguel
e acessórios da locação, de aluguel provisório, de diferenças de aluguéis, ou
somente de quaisquer dos acessórios da locação, observar-se-á o seguin-
te: (Redação dada pela Lei n. 12.112, de 2009)
I – o pedido de rescisão da locação poderá ser cumulado com o pedido de
cobrança dos aluguéis e acessórios da locação; nesta hipótese, citar-se-á o
locatário para responder ao pedido de rescisão e o locatário e os fiadores para
responderem ao pedido de cobrança, devendo ser apresentado, com a inicial,
cálculo discriminado do valor do débito; (Redação dada pela Lei n. 12.112,
de 2009)

1285
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – o locatário e o fiador poderão evitar a rescisão da locação efetuando,


no prazo de 15 (quinze) dias, contado da citação, o pagamento do débito
atualizado, independentemente de cálculo e mediante depósito judicial, inclu-
ídos: (Redação dada pela Lei n. 12.112, de 2009)
a) os aluguéis e acessórios da locação que vencerem até a sua efetivação;
b) as multas ou penalidades contratuais, quando exigíveis;
c) os juros de mora;
d) as custas e os honorários do advogado do locador, fixados em dez por
cento sobre o montante devido, se do contrato não constar disposição diversa;
III – efetuada a purga da mora, se o locador alegar que a oferta não é in-
tegral, justificando a diferença, o locatário poderá complementar o depósito
no prazo de 10 (dez) dias, contado da intimação, que poderá ser dirigida ao
locatário ou diretamente ao patrono deste, por carta ou publicação no órgão
oficial, a requerimento do locador; (Redação dada pela Lei n. 12.112, de 2009)
IV – não sendo integralmente complementado o depósito, o pedido de
rescisão prosseguirá pela diferença, podendo o locador levantar a quantia
depositada; (Redação dada pela Lei n. 12.112, de 2009)
V – os aluguéis que forem vencendo até a sentença deverão ser deposi-
tados à disposição do juízo, nos respectivos vencimentos, podendo o locador
levantá - los desde que incontroversos;
VI – havendo cumulação dos pedidos de rescisão da locação e cobrança
dos aluguéis, a execução desta pode ter início antes da desocupação do imó-
vel, caso ambos tenham sido acolhidos.
Parágrafo único. Não se admitirá a emenda da mora se o locatário já hou-
ver utilizado essa faculdade nos 24 (vinte e quatro) meses imediatamente
anteriores à propositura da ação. (Redação dada pela Lei n. 12.112, de 2009)
Art. 63. Julgada procedente a ação de despejo, o juiz determinará a ex-
pedição de mandado de despejo, que conterá o prazo de 30 (trinta) dias
para a desocupação voluntária, ressalvado o disposto nos parágrafos seguin-
tes. (Redação dada pela Lei n. 12.112, de 2009)

1286
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º O prazo será de quinze dias se:


a) entre a citação e a sentença de primeira instância houverem decorrido
mais de quatro meses; ou
b) o despejo houver sido decretado com fundamento no art. 9º ou no §
2º do art. 46. (Redação dada pela Lei n. 12.112, de 2009)
§ 2º Tratando-se de estabelecimento de ensino autorizado e fiscalizado
pelo Poder Público, respeitado o prazo mínimo de seis meses e o máximo de
um ano, o juiz disporá de modo que a desocupação coincida com o período
de férias escolares.
§ 3º Tratando-se de hospitais, repartições públicas, unidades sanitárias
oficiais, asilos, estabelecimentos de saúde e de ensino autorizados e fisca-
lizados pelo Poder Público, bem como por entidades religiosas devidamente
registradas, e o despejo for decretado com fundamento no inciso IV do art.
9º ou no inciso II do art. 53, o prazo será de um ano, exceto no caso em que
entre a citação e a sentença de primeira instância houver decorrido mais de
um ano, hipótese em que o prazo será de seis meses. (Redação dada pela Lei
n. 9.256, de 9.1.1996)
§ 4º A sentença que decretar o despejo fixará o valor da caução para o
caso de ser executada provisoriamente.
Art. 64. Salvo nas hipóteses das ações fundadas no art. 9º, a execução
provisória do despejo dependerá de caução não inferior a 6 (seis) meses nem
superior a 12 (doze) meses do aluguel, atualizado até a data da prestação da
caução. (Redação dada pela Lei n. 12.112, de 2009)
§ 1º A caução poderá ser real ou fidejussória e será prestada nos autos da
execução provisória.
§ 2º Ocorrendo a reforma da sentença ou da decisão que concedeu limi-
narmente o despejo, o valor da caução reverterá em favor do réu, como inde-
nização mínima das perdas e danos, podendo este reclamar, em ação própria,
a diferença pelo que a exceder.

1287
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 65. Findo o prazo assinado para a desocupação, contado da data da


notificação, será efetuado o despejo, se necessário com emprego de força,
inclusive arrombamento.
§ 1º Os móveis e utensílios serão entregues à guarda de depositário, se
não os quiser retirar o despejado.
§ 2º O despejo não poderá ser executado até o trigésimo dia seguinte ao
do falecimento do cônjuge, ascendente, descendente ou irmão de qualquer
das pessoas que habitem o imóvel.
Art. 66. Quando o imóvel for abandonado após ajuizada a ação, o locador
poderá imitir-se na posse do imóvel.

CAPÍTULO III
DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO DE ALUGUEL E ACESSÓRIOS DA
LOCAÇÃO

Art. 67. Na ação que objetivar o pagamento dos aluguéis e acessórios da


locação mediante consignação, será observado o seguinte:
I – a petição inicial, além dos requisitos exigidos pelo art. 282 do Código
de Processo Civil, deverá especificar os aluguéis e acessórios da locação com
indicação dos respectivos valores;
II – determinada a citação do réu, o autor será intimado a, no prazo de
vinte e quatro horas, efetuar o depósito judicial da importância indicada na
petição inicial, sob pena de ser extinto o processo;
III – o pedido envolverá a quitação das obrigações que vencerem durante
a tramitação do feito e até ser prolatada a sentença de primeira instância,
devendo o autor promover os depósitos nos respectivos vencimentos;
IV – não sendo oferecida a contestação, ou se o locador receber os valo-
res depositados, o juiz acolherá o pedido, declarando quitadas as obrigações,
condenando o réu ao pagamento das custas e honorários de vinte por cento
do valor dos depósitos;

1288
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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V – a contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber,


ficará adstrita, quanto à matéria de fato, a:
a) não ter havido recusa ou mora em receber a quantia devida;
b) ter sido justa a recusa;
c) não ter sido efetuado o depósito no prazo ou no lugar do pagamento;
d) não ter sido o depósito integral;
VI – além de contestar, o réu poderá, em reconvenção, pedir o despejo e
a cobrança dos valores objeto da consignatória ou da diferença do depósito
inicial, na hipótese de ter sido alegado não ser o mesmo integral;
VII – o autor poderá complementar o depósito inicial, no prazo de cinco
dias contados da ciência do oferecimento da resposta, com acréscimo de dez
por cento sobre o valor da diferença. Se tal ocorrer, o juiz declarará quitadas
as obrigações, elidindo a rescisão da locação, mas imporá ao autor-recon-
vindo a responsabilidade pelas custas e honorários advocatícios de vinte por
cento sobre o valor dos depósitos;
VIII – havendo, na reconvenção, cumulação dos pedidos de rescisão da
locação e cobrança dos valores objeto da consignatória, a execução desta
somente poderá ter início após obtida a desocupação do imóvel, caso ambos
tenham sido acolhidos.
Parágrafo único. O réu poderá levantar a qualquer momento as importân-
cias depositadas sobre as quais não penda controvérsia.

CAPÍTULO IV
DA AÇÃO REVISIONAL DE ALUGUEL

Art. 68. Na ação revisional de aluguel, que terá o rito sumário, observar-


-se-á o seguinte: (Redação dada pela Lei n. 12.112, de 2009)
I – além dos requisitos exigidos pelos arts. 276 e 282 do Código de Pro-
cesso Civil, a petição inicial deverá indicar o valor do aluguel cuja fixação é
pretendida;

1289
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – ao designar a audiência de conciliação, o juiz, se houver pedido e com


base nos elementos fornecidos tanto pelo locador como pelo locatário, ou nos
que indicar, fixará aluguel provisório, que será devido desde a citação, nos
seguintes moldes: (Redação dada pela Lei n. 12.112, de 2009)
a) em ação proposta pelo locador, o aluguel provisório não poderá ser ex-
cedente a 80% (oitenta por cento) do pedido; (Incluída pela Lei n. 12.112,
de 2009)
b) em ação proposta pelo locatário, o aluguel provisório não poderá ser
inferior a 80% (oitenta por cento) do aluguel vigente; (Incluída pela Lei n.
12.112, de 2009)
III – sem prejuízo da contestação e até a audiência, o réu poderá pedir
seja revisto o aluguel provisório, fornecendo os elementos para tanto;
IV – na audiência de conciliação, apresentada a contestação, que deverá
conter contraproposta se houver discordância quanto ao valor pretendido, o
juiz tentará a conciliação e, não sendo esta possível, determinará a realização
de perícia, se necessária, designando, desde logo, audiência de instrução e
julgamento;(Redação dada pela Lei n. 12.112, de 2009)
V – o pedido de revisão previsto no inciso III deste artigo interrompe o
prazo para interposição de recurso contra a decisão que fixar o aluguel provi-
sório. (Incluído pela Lei n. 12.112, de 2009)
§ 1º Não caberá ação revisional na pendência de prazo para desocupação
do imóvel (arts. 46, parágrafo 2º e 57), ou quando tenha sido este estipulado
amigável ou judicialmente.
§ 2º No curso da ação de revisão, o aluguel provisório será reajustado na
periodicidade pactuada ou na fixada em lei.
Art. 69. O aluguel fixado na sentença retroage à citação, e as diferenças
devidas durante a ação de revisão, descontados os alugueres provisórios sa-
tisfeitos, serão pagas corrigidas, exigíveis a partir do trânsito em julgado da
decisão que fixar o novo aluguel.

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§ 1º Se pedido pelo locador, ou sublocador, a sentença poderá estabele-


cer periodicidade de reajustamento do aluguel diversa daquela prevista no
contrato revisando, bem como adotar outro indexador para reajustamento do
aluguel.
§ 2º A execução das diferenças será feita nos autos da ação de revisão.
Art. 70. Na ação de revisão do aluguel, o juiz poderá homologar acordo
de desocupação, que será executado mediante expedição de mandado de
despejo.

CAPÍTULO V
DA AÇÃO RENOVATÓRIA

Art. 71. Além dos demais requisitos exigidos no art. 282 do Código de


Processo Civil, a petição inicial da ação renovatória deverá ser instruída com:
I – prova do preenchimento dos requisitos dos incisos I, II e III do art. 51;
II – prova do exato cumprimento do contrato em curso;
III – prova da quitação dos impostos e taxas que incidiram sobre o imóvel
e cujo pagamento lhe incumbia;
IV – indicação clara e precisa das condições oferecidas para a renovação
da locação;
V – indicação do fiador quando houver no contrato a renovar e, quando
não for o mesmo, com indicação do nome ou denominação completa, número
de sua inscrição no Ministério da Fazenda, endereço e, tratando-se de pessoa
natural, a nacionalidade, o estado civil, a profissão e o número da carteira
de identidade, comprovando, desde logo, mesmo que não haja alteração do
fiador, a atual idoneidade financeira; (Redação dada pela Lei n. 12.112, de
2009)
VI – prova de que o fiador do contrato ou o que o substituir na renovação
aceita os encargos da fiança, autorizado por seu cônjuge, se casado for;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VII – prova, quando for o caso, de ser cessionário ou sucessor, em virtude


de título oponível ao proprietário.
Parágrafo único. Proposta a ação pelo sublocatário do imóvel ou de parte
dele, serão citados o sublocador e o locador, como litisconsortes, salvo se,
em virtude de locação originária ou renovada, o sublocador dispuser de prazo
que admita renovar a sublocação; na primeira hipótese, procedente a ação, o
proprietário ficará diretamente obrigado à renovação.
Art. 72. A contestação do locador, além da defesa de direito que possa
caber, ficará adstrita, quanto à matéria de fato, ao seguinte:
I – não preencher o autor os requisitos estabelecidos nesta lei;
II – não atender, a proposta do locatário, o valor locativo real do imóvel na
época da renovação, excluída a valorização trazida por aquele ao ponto ou lugar;
III – ter proposta de terceiro para a locação, em condições melhores;
IV – não estar obrigado a renovar a locação (incisos I e II do art. 52).
§ 1º No caso do inciso II, o locador deverá apresentar, em contraproposta,
as condições de locação que repute compatíveis com o valor locativo real e
atual do imóvel.
§ 2º No caso do inciso III, o locador deverá juntar prova documental da
proposta do terceiro, subscrita por este e por duas testemunhas, com clara
indicação do ramo a ser explorado, que não poderá ser o mesmo do locatário.
Nessa hipótese, o locatário poderá, em réplica, aceitar tais condições para
obter a renovação pretendida.
§ 3º No caso do inciso I do art. 52, a contestação deverá trazer prova da
determinação do Poder Público ou relatório pormenorizado das obras a serem
realizadas e da estimativa de valorização que sofrerá o imóvel, assinado por
engenheiro devidamente habilitado.
§ 4º Na contestação, o locador, ou sublocador, poderá pedir, ainda, a fixa-
ção de aluguel provisório, para vigorar a partir do primeiro mês do prazo do
contrato a ser renovado, não excedente a oitenta por cento do pedido, desde
que apresentados elementos hábeis para aferição do justo valor do aluguel.

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§ 5º Se pedido pelo locador, ou sublocador, a sentença poderá estabelecer


periodicidade de reajustamento do aluguel diversa daquela prevista no contrato
renovando, bem como adotar outro indexador para reajustamento do aluguel.
Art. 73. Renovada a locação, as diferenças dos aluguéis vencidos serão
executadas nos próprios autos da ação e pagas de uma só vez.
Art. 74. Não sendo renovada a locação, o juiz determinará a expedição de
mandado de despejo, que conterá o prazo de 30 (trinta) dias para a desocu-
pação voluntária, se houver pedido na contestação. (Redação dada pela Lei
n. 12.112, de 2009)
§ 1º (VETADO) (Incluído dada pela Lei n. 12.112, de 2009)
§ 2º (VETADO) (Incluído dada pela Lei n. 12.112, de 2009)
§ 3º (VETADO) (Incluído dada pela Lei n. 12.112, de 2009)
Art. 75. Na hipótese do inciso III do art. 72, a sentença fixará desde logo
a indenização devida ao locatário em consequência da não prorrogação da
locação, solidariamente devida pelo locador e o proponente.

TÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 76. Não se aplicam as disposições desta lei aos processos em curso.


Art. 77. Todas as locações residenciais que tenham sido celebradas ante-
riormente à vigência desta lei serão automaticamente prorrogadas por tempo
indeterminado, ao término do prazo ajustado no contrato.
Art. 78. As locações residenciais que tenham sido celebradas anterior-
mente à vigência desta lei e que já vigorem ou venham a vigorar por prazo
indeterminado, poderão ser denunciadas pelo locador, concedido o prazo de
doze meses para a desocupação.
Parágrafo único. Na hipótese de ter havido revisão judicial ou amigável
do aluguel, atingindo o preço do mercado, a denúncia somente poderá ser
exercitada após vinte e quatro meses da data da revisão, se esta ocorreu nos
doze meses anteriores à data da vigência desta lei.

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Art. 79. No que for omissa esta lei aplicam-se as normas do Código Civil
e do Código de Processo Civil.
Art. 80. Para os fins do  inciso I do art. 98 da Constituição Federal, as
ações de despejo poderão ser consideradas como causas cíveis de menor
complexidade.
Art. 81. O inciso II do art. 167 e o art. 169 da Lei n. 6.015, de 31 de de-
zembro de 1973, passam a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 167...........................................................
II – 16)  do contrato de locação, para os fins de exercício de direito de
preferência.”
“Art. 169..............................................................
..............................................................................
III  – o registro previsto no n. 3 do inciso I do art. 167, e a averbação
prevista no n. 16 do inciso II do art. 167 serão efetuados no cartório onde
o imóvel esteja matriculado mediante apresentação de qualquer das vias do
contrato, assinado pelas partes e subscrito por duas testemunhas, bastando
a coincidência entre o nome de um dos proprietários e o locador.”
Art. 82. O art. 3º da Lei n. 8.009, de 29 de março de 1990, passa a vigo-
rar acrescido do seguinte inciso VII:
“Art. 3º.................................................................
.............................................................................
VII – por obrigação decorrente de fiança concedida em contrato de loca-
ção.”
Art. 83. Ao art. 24 da Lei n. 4.591, de 16 de dezembro de 1964 fica acres-
cido o seguinte § 4º:
“Art. 24................................................................
.............................................................................
4º Nas decisões da assembleia que envolvam despesas ordinárias do con-
domínio, o locatário poderá votar, caso o condômino locador a ela não com-
pareça.”

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Art. 84. Reputam-se válidos os registros dos contratos de locação de imó-


veis, realizados até a data da vigência desta lei.
Art. 85. Nas locações residenciais, é livre a convenção do aluguel quanto
a preço, periodicidade e indexador de reajustamento, vedada a vinculação à
variação do salário mínimo, variação cambial e moeda estrangeira:
I – dos imóveis novos, com habite-se concedido a partir da entrada em
vigor desta lei;
II – dos demais imóveis não enquadrados no inciso anterior, em relação
aos contratos celebrados, após cinco anos de entrada em vigor desta lei.
Art. 86. O art. 8º da Lei n. 4.380, de 21 de agosto de 1964 passa a vigo-
rar com a seguinte redação:
“Art. 8º O sistema financeiro da habitação, destinado a facilitar e promo-
ver a construção e a aquisição da casa própria ou moradia, especialmente
pelas classes de menor renda da população, será integrado.”
Art. 87. (Vetado).
Art. 88. (Vetado).
Art. 89. Esta lei entrará em vigor sessenta dias após a sua publicação.
Art. 90. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente:
I – o Decreto n. 24.150, de 20 de abril de 1934;
II – a Lei n. 6.239, de 19 de setembro de 1975;
III – a Lei n. 6.649, de 16 de maio de 1979;
IV – a Lei n. 6.698, de 15 de outubro de 1979;
V – a Lei n. 7.355, de 31 de agosto de 1985;
VI – a Lei n. 7.538, de 24 de setembro de 1986;
VII – a Lei n. 7.612, de 9 de julho de 1987; e
VIII – a Lei n. 8.157, de 3 de janeiro de 1991.

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LEI N. 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990


Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

LIVRO I
PARTE GERAL
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adoles-


cente.
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze
anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos
de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente
este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamen-
tais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que
trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as
crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação fami-
liar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição
pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente
social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas,
as famílias ou a comunidade em que vivem. (Parágrafo único acrescido pela
Lei n. 13.257, de 8/3/2016)

1296
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Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do


Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convi-
vência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pú-
blica;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas
com a proteção à infância e à juventude.
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão,
punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus di-
reitos fundamentais.
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a
que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres indi-
viduais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como
pessoas em desenvolvimento.

TÍTULO II
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE

Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde,


mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento
e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
Art. 8º É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às
políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo e, às gestantes,

1297
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério


e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema
Único de Saúde. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei n. 13.257, de
8/3/2016)
§ 1º O atendimento pré-natal será realizado por profissionais da atenção
primária. (Parágrafo com redação dada pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 2º Os profissionais de saúde de referência da gestante garantirão sua
vinculação, no último trimestre da gestação, ao estabelecimento em que será
realizado o parto, garantido o direito de opção da mulher. (Parágrafo com re-
dação dada pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 3º Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegurarão às mu-
lheres e aos seus filhos recém-nascidos alta hospitalar responsável e con-
trarreferência na atenção primária, bem como o acesso a outros serviços e
a grupos de apoio à amamentação. (Parágrafo com redação dada pela Lei n.
13.257, de 8/3/2016)
§ 4º Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à ges-
tante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir
ou minorar as consequências do estado puerperal. (Parágrafo acrescido pela
Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 5º A assistência referida no § 4º deste artigo deverá ser prestada tam-
bém a gestantes e mães que manifestem interesse em entregar seus filhos
para adoção, bem como a gestantes e mães que se encontrem em situação de
privação de liberdade. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009
e com redação dada pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 6º A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompanhante de sua
preferência durante o período do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-
-parto imediato. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 7º A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento materno,
alimentação complementar saudável e crescimento e desenvolvimento infan-
til, bem como sobre formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de

1298
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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estimular o desenvolvimento integral da criança. (Parágrafo acrescido pela


Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 8º A gestante tem direito a acompanhamento saudável durante toda a
gestação e a parto natural cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesa-
riana e outras intervenções cirúrgicas por motivos médicos. (Parágrafo acres-
cido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 9º A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante que não
iniciar ou que abandonar as consultas de pré-natal, bem como da puérpera
que não comparecer às consultas pós-parto. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
13.257, de 8/3/2016)
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho
na primeira infância que se encontrem sob custódia em unidade de privação
de liberdade, ambiência que atenda às normas sanitárias e assistenciais do
Sistema Único de Saúde para o acolhimento do filho, em articulação com o
sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento integral da crian-
ça. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
Art. 9º O Poder Público, as instituições e os empregadores propiciarão
condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães
submetidas a medida privativa de liberdade.
§ 1º Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão
ações sistemáticas, individuais ou coletivas, visando ao planejamento, à im-
plementação e à avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao aleita-
mento materno e à alimentação complementar saudável, de forma contínua.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 2º Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal deverão dispor
de banco de leite humano ou unidade de coleta de leite humano. (Parágrafo
acrescido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de
gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:

1299
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I – manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários


individuais, pelo prazo de dezoito anos;
II  – identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão
plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas
normatizadas pela autoridade administrativa competente;
III – proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anorma-
lidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos
pais;
IV – fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as
intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato;
V – manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência
junto à mãe.
VI – acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orien-
tações quanto à técnica adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade
hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente. (Inciso acrescido pela Lei
n. 13.436, de 12/4/2017, publicada no DOU de 13/4/2017, em vigor 90 dias
após a publicação)
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saú-
de da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde,
observado o princípio da equidade no acesso a ações e serviços para promo-
ção, proteção e recuperação da saúde. (“Caput” do artigo com redação dada
pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 1º A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem dis-
criminação ou segregação, em suas necessidades gerais de saúde e especí-
ficas de habilitação e reabilitação. (Parágrafo com redação dada pela Lei n.
13.257, de 8/3/2016)
§ 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àqueles que ne-
cessitarem, medicamentos, órteses, próteses e outras tecnologias assistivas

1300
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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relativas ao tratamento, habilitação ou reabilitação para crianças e adoles-


centes, de acordo com as linhas de cuidado voltadas às suas necessidades
específicas. (Parágrafo com redação dada pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 3º Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crian-
ças na primeira infância receberão formação específica e permanente para a
detecção de sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem como para
o acompanhamento que se fizer necessário. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
13.257, de 8/3/2016)
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as uni-
dades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados intermediários, deverão
proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos
pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente. (Ar-
tigo com redação dada pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de trata-
mento cruel ou degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente
serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva lo-
calidade, sem prejuízo de outras providências legais. (“Caput” do artigo com
redação dada pela Lei n. 13.010, de 26/6/2014)
§ 1º As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus
filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangi-
mento, à Justiça da Infância e da Juventude. (Parágrafo único acrescido pela
Lei n. 12.010, de 3/8/2009 transformado em § 1º e com redação dada pela
Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 2º Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entrada, os ser-
viços de assistência social em seu componente especializado, o Centro de
Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e os demais órgãos do
Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente deverão conferir
máxima prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária da primei-
ra infância com suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza,
formulando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em rede e,

1301
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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se necessário, acompanhamento domiciliar. (Parágrafo acrescido pela Lei n.


13.257, de 8/3/2016)
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência
médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que ordinariamen-
te afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais,
educadores e alunos.
§ 1º É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas
autoridades sanitárias. (Parágrafo único transformado em § 1º pela Lei n.
13.257, de 8/3/2016)
§ 2º O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das
crianças e das gestantes, de forma transversal, integral e intersetorial com
as demais linhas de cuidado direcionadas à mulher e à criança. (Parágrafo
acrescido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 3º A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e
será prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer, por meio de aconselha-
mento pré-natal, e, posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de
vida, com orientações sobre saúde bucal. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
13.257, de 8/3/2016)
§ 4º A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais
será atendida pelo Sistema Único de Saúde. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
13.257, de 8/3/2016)
§ 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus primeiros
dezoito meses de vida, de protocolo ou outro instrumento construído com a
finalidade de facilitar a detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento
da criança, de risco para o seu desenvolvimento psíquico. (Parágrafo acres-
cido pela Lei n. 13.438, de 26/4/2017, publicada no DOU de 27/4/2017, em
vigor 180 dias após a publicação)

1302
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO II
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE

Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à


dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como
sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas
leis.
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
I – ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressal-
vadas as restrições legais;
II – opinião e expressão;
III – crença e culto religioso;
IV – brincar, praticar esportes e divertir-se;
V – participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
VI – participar da vida política, na forma da lei;
VII – buscar refúgio, auxílio e orientação.
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade fí-
sica, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação
da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos
espaços e objetos pessoais.
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescen-
te, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrori-
zante, vexatório ou constrangedor.
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e
cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante,
como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto,
pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pe-
los agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer
pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:

1303
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o


uso da força física sobre a criança ou o adolescente que resulte em:
a) sofrimento físico; ou
b) lesão;
II – tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamen-
to em relação à criança ou ao adolescente que:
a) humilhe; ou
b) ameace gravemente; ou
c) ridicularize. (Artigo acrescido pela Lei n. 13.010, de 26/6/2014)
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis,
os agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou qualquer pes-
soa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los
ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradan-
te como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto
estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medi-
das, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso:
I – encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;
II – encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
III – encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
IV – obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado;
V – advertência.
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo
Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais. (Artigo acresci-
do pela Lei n. 13.010, de 26/6/2014)

CAPÍTULO III
DO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA
Seção I
Disposições Gerais

Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no


seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a

1304
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvol-


vimento integral. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei n. 13.257, de
8/3/2016)
§ 1º Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de
acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máxi-
mo, a cada 3 (três) meses, devendo a autoridade judiciária competente, com
base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar,
decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou
pela colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previs-
tas no art. 28 desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009,
com redação dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017, vetado pelo Presidente
da República, mantido pelo Congresso Nacional e publicado no DOU-Edição
Extra de 23/2/2018)
§ 2º A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhi-
mento institucional não se prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo
comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamen-
te fundamentada pela autoridade judiciária. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 3º A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua fa-
mília terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que
será esta incluída em serviços e programas de proteção, apoio e promoção,
nos termos do § 1º do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos
incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009 e com redação dada pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 4º Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe
ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo
responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade
responsável, independentemente de autorização judicial. (Parágrafo acresci-
do pela Lei n. 12.962, de 8/4/2014)

1305
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 5º Será garantida a convivência integral da criança com a mãe adoles-


cente que estiver em acolhimento institucional. (Parágrafo acrescido pela Lei
n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 6º A mãe adolescente será assistida por equipe especializada multidisci-
plinar. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu
filho para adoção, antes ou logo após o nascimento, será encaminhada à
Justiça da Infância e da Juventude. (“Caput” do artigo acrescido pela Lei n.
13.509, de 22/11/2017)
§ 1º A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional da Jus-
tiça da Infância e da Juventude, que apresentará relatório à autoridade ju-
diciária, considerando inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional e
puerperal. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 2º De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá determinar o
encaminhamento da gestante ou mãe, mediante sua expressa concordância,
à rede pública de saúde e assistência social para atendimento especializado.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 3º A busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo
único do art. 25 desta Lei, respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias,
prorrogável por igual período. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de
22/11/2017)
§ 4º Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro
representante da família extensa apto a receber a guarda, a autoridade judi-
ciária competente deverá decretar a extinção do poder familiar e determinar
a colocação da criança sob a guarda provisória de quem estiver habilitado a
adotá-la ou de entidade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou
institucional. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 5º Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de ambos os
genitores, se houver pai registral ou pai indicado, deve ser manifestada na
audiência a que se refere o § 1º do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre
a entrega. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)

1306
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o genitor nem


representante da família extensa para confirmar a intenção de exercer o po-
der familiar ou a guarda, a autoridade judiciária suspenderá o poder familiar
da mãe, e a criança será colocada sob a guarda provisória de quem esteja
habilitado a adotá-la. (Parágrafo vetado pelo Presidente da República na Lei
n. 13.509, de 22/11/2017, mantido pelo Congresso Nacional e publicado no
DOU-Edição Extra de 23/2/2018)
§ 7º Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze) dias para
propor a ação de adoção, contado do dia seguinte à data do término do está-
gio de convivência. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 8º Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada em audi-
ência ou perante a equipe interprofissional - da entrega da criança após o
nascimento, a criança será mantida com os genitores, e será determinado
pela Justiça da Infância e da Juventude o acompanhamento familiar pelo pra-
zo de 180 (cento e oitenta) dias. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de
22/11/2017)
§ 9º É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, respeitado
o disposto no art. 48 desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de
22/11/2017)
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crianças acolhidas
não procuradas por suas famílias no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir
do dia do acolhimento. (Parágrafo vetado pelo Presidente da República na Lei
n. 13.509, de 22/11/2017, mantido pelo Congresso Nacional e publicado no
DOU-Edição Extra de 23/2/2018)
Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de acolhimento ins-
titucional ou familiar poderão participar de programa de apadrinhamento.
(“Caput” do artigo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 1º O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança
e ao adolescente vínculos externos à instituição para fins de convivência fa-
miliar e comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos

1307
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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social, moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro. (Parágrafo acrescido


pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito)
anos não inscritas nos cadastros de adoção, desde que cumpram os requisitos
exigidos pelo programa de apadrinhamento de que fazem parte. (Parágrafo
vetado pelo Presidente da República na Lei n. 13.509, de 22/11/2017, manti-
do pelo Congresso Nacional e publicado no DOU-Edição Extra de 23/2/2018)
§ 3º Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescente a fim
de colaborar para o seu desenvolvimento. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
13.509, de 22/11/2017)
§ 4º O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado será defi-
nido no âmbito de cada programa de apadrinhamento, com prioridade para
crianças ou adolescentes com remota possibilidade de reinserção familiar ou
colocação em família adotiva. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de
22/11/2017)
§ 5º Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados pela Justiça
da Infância e da Juventude poderão ser executados por órgãos públicos ou
por organizações da sociedade civil. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509,
de 22/11/2017)
§ 6º Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os responsáveis
pelo programa e pelos serviços de acolhimento deverão imediatamente no-
tificar a autoridade judiciária competente. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
13.509, de 22/11/2017)
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por ado-
ção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designa-
ções discriminatórias relativas à filiação.
Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo
pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qual-
quer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade judi-
ciária competente para a solução da divergência. (Expressão "pátrio poder"
substituída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

1308
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos


filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cum-
prir e fazer cumprir as determinações judiciais.
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais
e deveres e responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da
criança, devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas
crenças e culturas, assegurados os direitos da criança estabelecidos nesta
Lei. (Parágrafo único acrescido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo
suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar. (Expressão "pá-
trio poder" substituída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
§ 1º Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da
medida, a criança ou o adolescente será mantido em sua família de origem, a
qual deverá obrigatoriamente ser incluída em serviços e programas oficiais de
proteção, apoio e promoção. (Parágrafo único transformado em §1º pela Lei
n. 12.962, de 8/4/2014 e com redação dada pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição
do poder familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso, sujeito
à pena de reclusão, contra o próprio filho ou filha. (Parágrafo acrescido pela
Lei n. 12.962, de 8/4/2014)
Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judi-
cialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação
civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado dos deveres e
obrigações a que alude o art. 22. (Expressão "pátrio poder" substituída por
“poder familiar” pelo art. 3º da Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

Seção II
Da Família Natural

Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais


ou qualquer deles e seus descendentes.

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Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que


se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, forma-
da por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e
mantém vínculos de afinidade e afetividade. (Parágrafo único acrescido pela
Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos
pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de nascimento, por
testamento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer que
seja a origem da filiação.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho
ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes.
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo,
indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus
herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.

Seção III
Da Família Substituta
Subseção I
Disposições Gerais

Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tu-


tela ou adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou adoles-
cente, nos termos desta Lei.
§ 1º Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente
ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvi-
mento e grau de compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua
opinião devidamente considerada. (Parágrafo com redação dada pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
§ 2º Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário
seu consentimento, colhido em audiência. (Parágrafo com redação dada pela
Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

1310
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e


a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as con-
sequências decorrentes da medida. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010,
de 3/8/2009)
§ 4º Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda
da mesma família substituta, ressalvada a comprovada existência de risco
de abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade
de solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento
definitivo dos vínculos fraternais. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
§ 5º A colocação da criança ou adolescente em família substituta será pre-
cedida de sua preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizados
pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude,
preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da
política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Parágrafo
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 6º Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de
comunidade remanescente de quilombo, é ainda obrigatório:
I – que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural,
os seus costumes e tradições, bem como suas instituições, desde que não
sejam incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei
e pela Constituição Federal;
II – que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comu-
nidade ou junto a membros da mesma etnia;
III – a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável
pela política indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de
antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá
acompanhar o caso. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que re-
vele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou não
ofereça ambiente familiar adequado.

1311
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá transferência da


criança ou adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não go-
vernamentais, sem autorização judicial.
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui medida
excepcional, somente admissível na modalidade de adoção.
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará com-
promisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, mediante termo nos
autos.

Subseção II
Da Guarda

Art. 33. A guarda obriga à prestação de assistência material, moral e


educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de
opor-se a terceiros, inclusive aos pais.
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferi-
da, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto
no de adoção por estrangeiros.
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela
e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos
pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de representação para a
prática de atos determinados.
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente,
para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários.
§ 4º Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da au-
toridade judiciária competente, ou quando a medida for aplicada em pre-
paração para adoção, o deferimento da guarda de criança ou adolescente a
terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim como o
dever de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação específica, a
pedido do interessado ou do Ministério Público. (Parágrafo acrescido pela Lei
n. 12.010, de 3/8/2009)

1312
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência jurídica, in-


centivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a forma de guarda, de criança
ou adolescente afastado do convívio familiar. ("Caput" do artigo com redação
dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 1º A inclusão da criança ou adolescente em programas de acolhimento
familiar terá preferência a seu acolhimento institucional, observado, em qual-
quer caso, o caráter temporário e excepcional da medida, nos termos desta
Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo a pessoa ou casal cadastrado no
programa de acolhimento familiar poderá receber a criança ou adolescente
mediante guarda, observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei. (Parágra-
fo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 3º A União apoiará a implementação de serviços de acolhimento em fa-
mília acolhedora como política pública, os quais deverão dispor de equipe que
organize o acolhimento temporário de crianças e de adolescentes em residên-
cias de famílias selecionadas, capacitadas e acompanhadas que não estejam
no cadastro de adoção. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 4º Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distritais e muni-
cipais para a manutenção dos serviços de acolhimento em família acolhedora,
facultando-se o repasse de recursos para a própria família acolhedora. (Pará-
grafo acrescido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato
judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público.

Subseção III
Da Tutela

Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18
(dezoito) anos incompletos. ("Caput" do artigo com redação dada pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)

1313
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação


da perda ou suspensão do poder familiar e implica necessariamente o dever
de guarda. (Expressão "pátrio poder" substituída por “poder familiar” pelo
art. 3º da Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autên-
tico, conforme previsto no parágrafo único do art. 1.729 da Lei n. 10.406, de
10 de janeiro de 2002 - Código Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após
a abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao controle judicial
do ato, observando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei.
("Caput" do artigo com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados os requisi-
tos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo deferida a tutela à
pessoa indicada na disposição de última vontade, se restar comprovado que
a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em melho-
res condições de assumi-la. (Parágrafo único com redação dada pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24.

Subseção IV
Da Adoção

Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o dis-


posto nesta Lei.
§ 1º A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer
apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adoles-
cente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25
desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 2º É vedada a adoção por procuração. (Parágrafo único transformado
em § 2º pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

1314
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º Em caso de conflito entre direitos e interesses do adotando e de


outras pessoas, inclusive seus pais biológicos, devem prevalecer os direitos
e os interesses do adotando. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de
22/11/2017)
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do
pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes.
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos
direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo
com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-se
os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino do adotante
e os respectivos parentes.
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes,
o adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, ob-
servada a ordem de vocação hereditária.
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independen-
temente do estado civil. ("Caput" do artigo com redação dada pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.
§ 2º Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casa-
dos civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da
família. (Parágrafo com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que
o adotando.
§ 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros
podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o re-
gime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na
constância do período de convivência e que seja comprovada a existência de
vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que
justifiquem a excepcionalidade da concessão. (Parágrafo com redação dada
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

1315
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 5º Nos casos do § 4º deste artigo, desde que demonstrado efetivo be-


nefício ao adotando, será assegurada a guarda compartilhada, conforme pre-
visto no art. 1.584 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil.
(Parágrafo com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 6º A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca ma-
nifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de
prolatada a sentença. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para
o adotando e fundar-se em motivos legítimos.
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu al-
cance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado.
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representan-
te legal do adotando.
§ 1º O consentimento será dispensado em relação à criança ou adoles-
cente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder
familiar. (Expressão "pátrio poder" substituída por “poder familiar” pelo art.
3º da Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 2º Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será tam-
bém necessário o seu consentimento.
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança
ou adolescente, pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade
da criança ou adolescente e as peculiaridades do caso. (“Caput” do artigo com
redação dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 1º O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já es-
tiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para
que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo. (Parágra-
fo com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 2º A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da rea-
lização do estágio de convivência. (Parágrafo com redação dada pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)

1316
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º-A. O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo pode ser pror-
rogado por até igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade
judiciária. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 3º Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora
do País, o estágio de convivência será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no
máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável por até igual período, uma
única vez, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. (Pará-
grafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei
n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 3º-A. Ao final do prazo previsto no § 3º deste artigo, deverá ser apre-
sentado laudo fundamentado pela equipe mencionada no § 4º deste artigo,
que recomendará ou não o deferimento da adoção à autoridade judiciária.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 4º O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interpro-
fissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente
com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de garantia
do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso acerca
da conveniência do deferimento da medida. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
§ 5º O estágio de convivência será cumprido no território nacional, pre-
ferencialmente na comarca de residência da criança ou adolescente, ou, a
critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a com-
petência do juízo da comarca de residência da criança. (Parágrafo acrescido
pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será
inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como
o nome de seus ascendentes.
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original
do adotado.

1317
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório


do Registro Civil do Município de sua residência. (Parágrafo com redação dada
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 4º Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas
certidões do registro. (Parágrafo com redação dada pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
§ 5º A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de
qualquer deles, poderá determinar a modificação do prenome. (Parágrafo
com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 6º Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, é obri-
gatória a oitiva do adotando, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28
desta Lei. (Parágrafo com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 7º A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sen-
tença constitutiva, exceto na hipótese prevista no § 6º do art. 42 desta Lei,
caso em que terá força retroativa à data do óbito. (Parágrafo acrescido pela
Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 8º O processo relativo à adoção assim como outros a ele relacionados
serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu armazenamento em microfilme
ou por outros meios, garantida a sua conservação para consulta a qualquer
tempo. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o
adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com doença crônica.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.955, de 5/2/2014)
§ 10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será de 120
(cento e vinte) dias, prorrogável uma única vez por igual período, mediante
decisão fundamentada da autoridade judiciária. (Parágrafo acrescido pela Lei
n. 13.509, de 22/11/2017)
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem
como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e
seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. ("Caput" do ar-
tigo com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

1318
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser também


deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada
orientação e assistência jurídica e psicológica. (Parágrafo único acrescido pela
Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais
naturais. (Expressão "pátrio poder" substituída por “poder familiar” pelo art.
3º da Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regio-
nal, um registro de crianças e adolescentes em condições de serem adotados
e outro de pessoas interessadas na adoção.
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta aos órgãos
técnicos do Juizado, ouvido o Ministério Público.
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satisfizer os requi-
sitos legais, ou verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 29.
§ 3º A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um período de
preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da
Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsá-
veis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência
familiar. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 4º Sempre que possível e recomendável, a preparação referida no § 3º
deste artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes em acolhimento
familiar ou institucional em condições de serem adotados, a ser realizado sob
a orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância
e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de aco-
lhimento e pela execução da política municipal de garantia do direito à convi-
vência familiar. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 5º Serão criados e implementados cadastros estaduais e nacional de
crianças e adolescentes em condições de serem adotados e de pessoas ou
casais habilitados à adoção. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)

1319
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 6º Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora do


País, que somente serão consultados na inexistência de postulantes nacio-
nais habilitados nos cadastros mencionados no § 5º deste artigo. (Parágrafo
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 7º As autoridades estaduais e federais em matéria de adoção terão
acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca de informações e a
cooperação mútua, para melhoria do sistema. (Parágrafo acrescido pela Lei
n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 8º A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 (quarenta e
oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes em condições de serem
adotados que não tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das
pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à adoção nos cadas-
tros estadual e nacional referidos no § 5º deste artigo, sob pena de respon-
sabilidade. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 9º Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manutenção e cor-
reta alimentação dos cadastros, com posterior comunicação à Autoridade Cen-
tral Federal Brasileira. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência de pretendentes
habilitados residentes no País com perfil compatível e interesse manifesto
pela adoção de criança ou adolescente inscrito nos cadastros existentes, será
realizado o encaminhamento da criança ou adolescente à adoção internacio-
nal. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, com redação dada
pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em sua ado-
ção, a criança ou o adolescente, sempre que possível e recomendável, será
colocado sob guarda de família cadastrada em programa de acolhimento fa-
miliar. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos postulantes
à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério Público. (Parágrafo acrescido pela
Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato domi-


ciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos desta Lei quando:
I – se tratar de pedido de adoção unilateral;
II – for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente man-
tenha vínculos de afinidade e afetividade;
III – oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de crian-
ça maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de
convivência comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não
seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas
nos arts. 237 ou 238 desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato deverá
comprovar, no curso do procedimento, que preenche os requisitos necessá-
rios à adoção, conforme previsto nesta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
§ 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas interessadas em
adotar criança ou adolescente com deficiência, com doença crônica ou com
necessidades específicas de saúde, além de grupo de irmãos. (Parágrafo
acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual o pretenden-
te possui residência habitual em país-parte da Convenção de Haia, de 29 de
maio de 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria
de Adoção Internacional, promulgada pelo Decreto n. 3.087, de 21 junho de
1999, e deseja adotar criança em outro país-parte da Convenção. (“Caput” do
artigo com redação dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 1º A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou domi-
ciliado no Brasil somente terá lugar quando restar comprovado: ("Caput" do
parágrafo com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
I – que a colocação em família adotiva é a solução adequada ao caso con-
creto; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, com redação dada
pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)

1321
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança


ou adolescente em família adotiva brasileira, com a comprovação, certificada
nos autos, da inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil com
perfil compatível com a criança ou adolescente, após consulta aos cadastros
mencionados nesta Lei; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009,
com redação dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
III – que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado,
por meios adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra
preparado para a medida, mediante parecer elaborado por equipe interpro-
fissional, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei. (Inciso
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 2º Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estrangei-
ros, nos casos de adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro.
(Parágrafo com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 3º A adoção internacional pressupõe a intervenção das Autoridades Cen-
trais Estaduais e Federal em matéria de adoção internacional. (Parágrafo com
redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 4º (Revogado pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento previsto nos
arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes adaptações: ("Caput" do artigo
com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
I – a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança ou ado-
lescente brasileiro, deverá formular pedido de habilitação à adoção perante a
Autoridade Central em matéria de adoção internacional no país de acolhida,
assim entendido aquele onde está situada sua residência habitual; (Inciso
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
II – se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que os solici-
tantes estão habilitados e aptos para adotar, emitirá um relatório que conte-
nha informações sobre a identidade, a capacidade jurídica e adequação dos
solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e médica, seu meio

1322
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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social, os motivos que os animam e sua aptidão para assumir uma adoção
internacional; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
III – a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório à Autori-
dade Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Brasilei-
ra; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
IV – o relatório será instruído com toda a documentação necessária, in-
cluindo estudo psicossocial elaborado por equipe interprofissional habilitada e
cópia autenticada da legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova
de vigência; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
V – os documentos em língua estrangeira serão devidamente autenticados
pela autoridade consular, observados os tratados e convenções internacio-
nais, e acompanhados da respectiva tradução, por tradutor público juramen-
tado; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
VI – a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e solicitar com-
plementação sobre o estudo psicossocial do postulante estrangeiro à adoção,
já realizado no país de acolhida; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
VII – verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central Estadual,
a compatibilidade da legislação estrangeira com a nacional, além do pre-
enchimento por parte dos postulantes à medida dos requisitos objetivos e
subjetivos necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei
como da legislação do país de acolhida, será expedido laudo de habilitação à
adoção internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; (Inciso
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
VIII – de posse do laudo de habilitação, o interessado será autorizado a
formalizar pedido de adoção perante o Juízo da Infância e da Juventude do
local em que se encontra a criança ou adolescente, conforme indicação efe-
tuada pela Autoridade Central Estadual. (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010,
de 3/8/2009)

1323
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, admite-se que os


pedidos de habilitação à adoção internacional sejam intermediados por orga-
nismos credenciados. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 2º Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o credenciamento de
organismos nacionais e estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de
habilitação à adoção internacional, com posterior comunicação às Autorida-
des Centrais Estaduais e publicação nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio
próprio da internet. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 3º Somente será admissível o credenciamento de organismos que:
I – sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de Haia e es-
tejam devidamente credenciados pela Autoridade Central do país onde es-
tiverem sediados e no país de acolhida do adotando para atuar em adoção
internacional no Brasil;
II  – satisfizerem as condições de integridade moral, competência pro-
fissional, experiência e responsabilidade exigidas pelos países respectivos e
pela Autoridade Central Federal Brasileira;
III – forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação e experi-
ência para atuar na área de adoção internacional;
IV – cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento jurídico brasileiro
e pelas normas estabelecidas pela Autoridade Central Federal Brasileira. (Pa-
rágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 4º Os organismos credenciados deverão ainda:
I – perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e dentro dos
limites fixados pelas autoridades competentes do país onde estiverem sedia-
dos, do país de acolhida e pela Autoridade Central Federal Brasileira;
II – ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e de reconhe-
cida idoneidade moral, com comprovada formação ou experiência para atuar
na área de adoção internacional, cadastradas pelo Departamento de Polícia
Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal Brasileira, mediante pu-
blicação de portaria do órgão federal competente;

1324
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – estar submetidos à supervisão das autoridades competentes do país


onde estiverem sediados e no país de acolhida, inclusive quanto à sua com-
posição, funcionamento e situação financeira;
IV – apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada ano, re-
latório geral das atividades desenvolvidas, bem como relatório de acompa-
nhamento das adoções internacionais efetuadas no período, cuja cópia será
encaminhada ao Departamento de Polícia Federal;
V – enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade Central Es-
tadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Brasileira, pelo período
mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório será mantido até a juntada de
cópia autenticada do registro civil, estabelecendo a cidadania do país de aco-
lhida para o adotado;
VI – tomar as medidas necessárias para garantir que os adotantes enca-
minhem à Autoridade Central Federal Brasileira cópia da certidão de registro
de nascimento estrangeira e do certificado de nacionalidade tão logo lhes se-
jam concedidos. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 5º A não apresentação dos relatórios referidos no § 4º deste artigo pelo
organismo credenciado poderá acarretar a suspensão de seu credenciamen-
to. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 6º O credenciamento de organismo nacional ou estrangeiro encarrega-
do de intermediar pedidos de adoção internacional terá validade de 2 (dois)
anos. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 7º A renovação do credenciamento poderá ser concedida mediante re-
querimento protocolado na Autoridade Central Federal Brasileira nos 60 (ses-
senta) dias anteriores ao término do respectivo prazo de validade. (Parágrafo
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 8º Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu a adoção
internacional, não será permitida a saída do adotando do território nacional.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

1325
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 9º Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária determinará


a expedição de alvará com autorização de viagem, bem como para obtenção
de passaporte, constando, obrigatoriamente, as características da criança ou
adolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços pe-
culiares, assim como foto recente e a aposição da impressão digital do seu
polegar direito, instruindo o documento com cópia autenticada da decisão e
certidão de trânsito em julgado. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qualquer momen-
to, solicitar informações sobre a situação das crianças e adolescentes adota-
dos. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos credenciados, que
sejam considerados abusivos pela Autoridade Central Federal Brasileira e que
não estejam devidamente comprovados, é causa de seu descredenciamento.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser representados
por mais de uma entidade credenciada para atuar na cooperação em adoção
internacional. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado fora do Bra-
sil terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo ser renovada. (Parágrafo
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de organismos de ado-
ção, nacionais ou estrangeiros, com dirigentes de programas de acolhimento
institucional ou familiar, assim como com crianças e adolescentes em condi-
ções de serem adotados, sem a devida autorização judicial. (Parágrafo acres-
cido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar ou suspen-
der a concessão de novos credenciamentos sempre que julgar necessário,
mediante ato administrativo fundamentado. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e descredenciamento,


o repasse de recursos provenientes de organismos estrangeiros encarregados
de intermediar pedidos de adoção internacional a organismos nacionais ou a
pessoas físicas.
Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser efetuados via
Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente e estarão sujeitos às delibera-
ções do respectivo Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente. (Artigo
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em país ratifi-
cante da Convenção de Haia, cujo processo de adoção tenha sido processado
em conformidade com a legislação vigente no país de residência e atendido o
disposto na Alínea "c" do Artigo 17 da referida Convenção, será automatica-
mente recepcionada com o reingresso no Brasil.
§ 1º Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea "c" do Artigo 17 da
Convenção de Haia, deverá a sentença ser homologada pelo Superior Tribunal
de Justiça.
§ 2º O pretendente brasileiro residente no exterior em país não ratificante
da Convenção de Haia, uma vez reingressado no Brasil, deverá requerer a ho-
mologação da sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça. (Artigo
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de aco-
lhida, a decisão da autoridade competente do país de origem da criança ou
do adolescente será conhecida pela Autoridade Central Estadual que tiver
processado o pedido de habilitação dos pais adotivos, que comunicará o fato
à Autoridade Central Federal e determinará as providências necessárias à ex-
pedição do Certificado de Naturalização Provisório.
§ 1º A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Público, somente
deixará de reconhecer os efeitos daquela decisão se restar demonstrado que
a adoção é manifestamente contrária à ordem pública ou não atende ao inte-
resse superior da criança ou do adolescente.

1327
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista no § 1º deste


artigo, o Ministério Público deverá imediatamente requerer o que for de direito
para resguardar os interesses da criança ou do adolescente, comunicando-se
as providências à Autoridade Central Estadual, que fará a comunicação à Au-
toridade Central Federal Brasileira e à Autoridade Central do país de origem.
(Artigo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de aco-
lhida e a adoção não tenha sido deferida no país de origem porque a sua le-
gislação a delega ao país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com
decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país que não tenha aderido
à Convenção referida, o processo de adoção seguirá as regras da adoção na-
cional. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

CAPÍTULO IV
DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao


pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania
e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – direito de ser respeitado por seus educadores;
III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instân-
cias escolares superiores;
IV – direito de organização e participação em entidades estudantis;
V – acesso a escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo
pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele
não tiveram acesso na idade própria;

1328
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;


III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos
de idade; (Inciso com redação dada pela Lei n. 13.306, de 4/7/2016)
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
artística, segundo a capacidade de cada um;
VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adoles-
cente trabalhador;
VII – atendimento no ensino fundamental, através de programas suple-
mentares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência
à saúde.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público ou sua
oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fun-
damental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela
frequência à escola.
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos
ou pupilos na rede regular de ensino.
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comu-
nicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
I – maus-tratos envolvendo seus alunos;
II – reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os
recursos escolares;
III – elevados níveis de repetência.
Art. 57. O Poder Público estimulará pesquisas, experiências e novas pro-
postas relativas a calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e ava-
liação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino
fundamental obrigatório.

1329
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, ar-


tísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente,
garantindo-se a estes a liberdade de criação e o acesso às fontes de cultura.
Art. 59. Os Municípios, com apoio dos Estados e da União, estimularão e
facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações culturais,
esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude.

CAPÍTULO V
DO DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO
TRABALHO

Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de ida-


de, salvo na condição de aprendiz.
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legisla-
ção especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional mi-
nistrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princí-
pios:
I – garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular;
II – atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;
III – horário especial para o exercício das atividades.
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa
de aprendizagem.
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegura-
dos os direitos trabalhistas e previdenciários.
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho
protegido.
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de
trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou
não governamental, é vedado trabalho:

1330
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco


horas do dia seguinte;
II – perigoso, insalubre ou penoso;
III – realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvi-
mento físico, psíquico, moral e social;
IV – realizado em horários e locais que não permitam a frequência à es-
cola.
Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob
responsabilidade de entidade governamental ou não governamental sem fins
lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele participe condições de
capacitação para o exercício de atividade regular remunerada.
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exi-
gências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social do edu-
cando prevalecem sobre o aspecto produtivo.
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou
a participação na venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter
educativo.
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no
trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros:
I – respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;
II – capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.

TÍTULO III
DA PREVENÇÃO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação


dos direitos da criança e do adolescente.

1331
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão


atuar de forma articulada na elaboração de políticas públicas e na execução
de ações destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de tratamento cruel
ou degradante e difundir formas não violentas de educação de crianças e de
adolescentes, tendo como principais ações:
I – a promoção de campanhas educativas permanentes para a divulgação
do direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o
uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e dos instrumen-
tos de proteção aos direitos humanos;
II – a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público e
da Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos
da Criança e do Adolescente e com as entidades não governamentais que atu-
am na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente;
III – a formação continuada e a capacitação dos profissionais de saúde,
educação e assistência social e dos demais agentes que atuam na promoção,
proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente para o desenvol-
vimento das competências necessárias à prevenção, à identificação de evi-
dências, ao diagnóstico e ao enfrentamento de todas as formas de violência
contra a criança e o adolescente;
IV – o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos que
envolvam violência contra a criança e o adolescente;
V  – a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garantir os
direitos da criança e do adolescente, desde a atenção pré-natal, e de ativida-
des junto aos pais e responsáveis com o objetivo de promover a informação,
a reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao uso de castigo físico
ou de tratamento cruel ou degradante no processo educativo;
VI – a promoção de espaços intersetoriais locais para a articulação de
ações e a elaboração de planos de atuação conjunta focados nas famílias em
situação de violência, com participação de profissionais de saúde, de assis-
tência social e de educação e de órgãos de promoção, proteção e defesa dos
direitos da criança e do adolescente.

1332
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com deficiência


terão prioridade de atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção
e proteção. (Artigo acrescido pela Lei n. 13.010, de 26/6/2014)
Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas áreas a que
se refere o art. 71, dentre outras, devem contar, em seus quadros, com pes-
soas capacitadas a reconhecer e comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou
casos de maus-tratos praticados contra crianças e adolescentes.
Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela comunicação de que
trata este artigo, as pessoas encarregadas, por razão de cargo, função, ofí-
cio, ministério, profissão ou ocupação, do cuidado, assistência ou guarda de
crianças e adolescentes, punível, na forma deste Estatuto, o injustificado re-
tardamento ou omissão, culposos ou dolosos. (Artigo acrescido pela Lei n.
13.046, de 1/12/2014)
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer,
esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção es-
pecial outras decorrentes dos princípios por ela adotados.
Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará em respon-
sabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos desta Lei.

CAPÍTULO II
DA PREVENÇÃO ESPECIAL
Seção I
Da Informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos

Art. 74. O Poder Público, através do órgão competente, regulará as di-


versões e espetáculos públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas
etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação
se mostre inadequada.

1333
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos


deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exi-
bição, informação destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária
especificada no certificado de classificação.
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetácu-
los públicos classificados como adequados à sua faixa etária.
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão in-
gressar e permanecer nos locais de apresentação ou exibição quando acom-
panhadas dos pais ou responsável.
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário
recomendado para o público infanto-juvenil, programas com finalidades edu-
cativas, artísticas, culturais e informativas.
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado sem
aviso de sua classificação, antes de sua transmissão, apresentação ou exibição.
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de empresas
que explorem a venda ou aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão
para que não haja venda ou locação em desacordo com a classificação atribu-
ída pelo órgão competente.
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, no invólu-
cro, informação sobre a natureza da obra e a faixa etária a que se destinam.
Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio ou inade-
quado a crianças e adolescentes deverão ser comercializadas em embalagem
lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que contenham
mensagens pornográficas ou obscenas sejam protegidas com embalagem
opaca.
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil
não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios
de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os va-
lores éticos e sociais da pessoa e da família.

1334
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercial-


mente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos, assim entendidas
as que realizem apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para que não
seja permitida a entrada e a permanência de crianças e adolescentes no local,
afixando aviso para orientação do público.

Seção II
Dos Produtos e Serviços

Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:


I – armas, munições e explosivos;
II – bebidas alcoólicas;
III – produtos cujos componentes possam causar dependência física ou
psíquica ainda que por utilização indevida;
IV – fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu redu-
zido potencial sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de
utilização indevida;
V – revistas e publicações a que alude o art. 78;
VI – bilhetes lotéricos e equivalentes.
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel,
motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou acom-
panhado pelos pais ou responsável.

Seção III
Da Autorização para Viajar

Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde reside,
desacompanhada dos pais ou responsável, sem expressa autorização judicial.
§ 1º A autorização não será exigida quando:

1335
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na mesma


unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana;
b) a criança estiver acompanhada:
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado do-
cumentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou respon-
sável.
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável,
conceder autorização válida por dois anos.
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispen-
sável, se a criança ou adolescente:
I – estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
II – viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo
outro através de documento com firma reconhecida.
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou
adolescente nascido em território nacional poderá sair do País em companhia
de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.

LIVRO II
PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do adoles-


cente far-se-á através de um conjunto articulado de ações governamentais e
não governamentais, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
cípios.
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:
I – políticas sociais básicas;

1336
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de ga-


rantia de proteção social e de prevenção e redução de violações de direitos,
seus agravamentos ou reincidências; (Inciso com redação dada pela Lei n.
13.257, de 8/3/2016)
III – serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicosso-
cial às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e
opressão;
IV – serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e
adolescentes desaparecidos;
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança
e do adolescente.
VI – políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de
afastamento do convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à
convivência familiar de crianças e adolescentes; (Inciso acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
VII – campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de
crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e à adoção, especifica-
mente inter-racial, de crianças maiores ou de adolescentes, com necessida-
des específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos. (Inciso
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
I – municipalização do atendimento;
II – criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da
criança e do adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações em
todos os níveis, assegurada a participação popular paritária por meio de orga-
nizações representativas, segundo leis federal, estaduais e municipais;
III – criação e manutenção de programas específicos, observada a des-
centralização político-administrativa;
IV – manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados
aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do adolescente;

1337
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

V – integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, De-


fensoria, Segurança Pública e Assistência Social, preferencialmente em um
mesmo local, para efeito de agilização do atendimento inicial a adolescente a
quem se atribua autoria de ato infracional;
VI – integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público,
Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados da execução das políticas sociais
básicas e de assistência social, para efeito de agilização do atendimento de
crianças e de adolescentes inseridos em programas de acolhimento familiar
ou institucional, com vista na sua rápida reintegração à família de origem ou,
se tal solução se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em famí-
lia substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei;
(Inciso com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
VII – mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos
diversos segmentos da sociedade. (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
VIII – especialização e formação continuada dos profissionais que traba-
lham nas diferentes áreas da atenção à primeira infância, incluindo os conhe-
cimentos sobre direitos da criança e sobre desenvolvimento infantil; (Inciso
acrescido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
IX – formação profissional com abrangência dos diversos direitos da crian-
ça e do adolescente que favoreça a intersetorialidade no atendimento da
criança e do adolescente e seu desenvolvimento integral; (Inciso acrescido
pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
X – realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infan-
til e sobre prevenção da violência. (Inciso acrescido pela Lei n. 13.257, de
8/3/2016)
Art. 89. A função de membro do Conselho Nacional e dos conselhos esta-
duais e municipais dos direitos da criança e do adolescente é considerada de
interesse público relevante e não será remunerada.

1338
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO II
DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO
Seção I
Disposições Gerais

Art. 90. As entidades de atendimentos são responsáveis pela manutenção


das próprias unidades, assim como pelo planejamento e execução de progra-
mas de proteção e sócio-educativos destinados a crianças e adolescentes, em
regime de:
I – orientação e apoio sócio-familiar;
II – apoio sócio-educativo em meio aberto;
III – colocação familiar;
IV – acolhimento institucional; (Inciso com redação dada pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
V – prestação de serviços à comunidade; (Inciso com redação dada pela
Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90
(noventa) dias após a publicação)
VI – liberdade assistida; (Inciso com redação dada pela Lei n. 12.594, de
18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias após
a publicação)
VII – semiliberdade; e (Inciso com redação dada pela Lei n. 12.594, de
18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias após
a publicação)
VIII – internação. (Inciso com redação dada pela Lei n. 12.594, de
18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias
após a publicação)
§ 1º As entidades governamentais e não governamentais deverão proce-
der à inscrição de seus programas, especificando os regimes de atendimento,
na forma definida neste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos da Criança
e do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e de suas alterações,

1339
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

do que fará comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária. (Pará-


grafo único transformado em § 1º pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 2º Os recursos destinados à implementação e manutenção dos progra-
mas relacionados neste artigo serão previstos nas dotações orçamentárias
dos órgãos públicos encarregados das áreas de Educação, Saúde e Assistên-
cia Social, dentre outros, observando-se o princípio da prioridade absoluta à
criança e ao adolescente preconizado pelo caput do art. 227 da Constituição
Federal e pelo caput e parágrafo único do art. 4º desta Lei. (Parágrafo acres-
cido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 3º Os programas em execução serão reavaliados pelo Conselho Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos,
constituindo-se critérios para renovação da autorização de funcionamento:
I – o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como às reso-
luções relativas à modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Con-
selhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis;
II – a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atestadas pelo Con-
selho Tutelar, pelo Ministério Público e pela Justiça da Infância e da Juventude;
III – em se tratando de programas de acolhimento institucional ou fami-
liar, serão considerados os índices de sucesso na reintegração familiar ou de
adaptação à família substituta, conforme o caso. (Parágrafo acrescido pela Lei
n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 91. As entidades não governamentais somente poderão funcionar
depois de registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, o qual comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à autoridade
judiciária da respectiva localidade.
§ 1º Será negado o registro à entidade que: (Parágrafo único transforma-
do em § 1º pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de habitabili-
dade, higiene, salubridade e segurança;
b) não apresente plano de trabalho compatível com os princípios desta Lei;

1340
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

c) esteja irregularmente constituída;


d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e deliberações re-
lativas à modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de
Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis. (Alínea acrescida
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 2º O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, cabendo ao
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, periodicamente,
reavaliar o cabimento de sua renovação, observado o disposto no § 1º deste
artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de acolhimento fami-
liar ou institucional deverão adotar os seguintes princípios: ("Caput" do artigo
com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
I – preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração fami-
liar; (Inciso com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
II – integração em família substituta, quando esgotados os recursos de
manutenção na família natural ou extensa; (Inciso com redação dada pela Lei
n. 12.010, de 3/8/2009)
III – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
IV – desenvolvimento de atividades em regime de coeducação;
V – não desmembramento de grupos de irmãos;
VI – evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de
crianças e adolescentes abrigados;
VII – participação na vida da comunidade local;
VIII – preparação gradativa para o desligamento;
IX – participação de pessoas da comunidade no processo educativo.
§ 1º O dirigente de entidade que desenvolve programa de acolhimento
institucional é equiparado ao guardião, para todos os efeitos de direito. (Pará-
grafo único transformado em § 1º com nova redação dada pela Lei n. 12.010,
de 3/8/2009)

1341
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas de acolhi-


mento familiar ou institucional remeterão à autoridade judiciária, no máximo
a cada 6 (seis) meses, relatório circunstanciado acerca da situação de cada
criança ou adolescente acolhido e sua família, para fins da reavaliação pre-
vista no § 1º do art. 19 desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
§ 3º Os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo e Judiciá-
rio, promoverão conjuntamente a permanente qualificação dos profissionais
que atuam direta ou indiretamente em programas de acolhimento institucio-
nal e destinados à colocação familiar de crianças e adolescentes, incluindo
membros do Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar. (Parágra-
fo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 4º Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária compe-
tente, as entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou
institucional, se necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos de
assistência social, estimularão o contato da criança ou adolescente com seus
pais e parentes, em cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput
deste artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 5º As entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar
ou institucional somente poderão receber recursos públicos se comprovado
o atendimento dos princípios, exigências e finalidades desta Lei. (Parágrafo
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 6º O descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigente de en-
tidade que desenvolva programas de acolhimento familiar ou institucional é
causa de sua destituição, sem prejuízo da apuração de sua responsabilidade
administrativa, civil e criminal. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
§ 7º Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em acolhi-
mento institucional, dar-se-á especial atenção à atuação de educadores de
referência estáveis e qualitativamente significativos, às rotinas específicas e

1342
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

ao atendimento das necessidades básicas, incluindo as de afeto como priori-


tárias. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhimento insti-
tucional poderão, em caráter excepcional e de urgência, acolher crianças e
adolescentes sem prévia determinação da autoridade competente, fazendo
comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e
da Juventude, sob pena de responsabilidade. ("Caput" do artigo com redação
dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade judiciária, ouvido
o Ministério Público e se necessário com o apoio do Conselho Tutelar local,
tomará as medidas necessárias para promover a imediata reintegração fa-
miliar da criança ou do adolescente ou, se por qualquer razão não for isso
possível ou recomendável, para seu encaminhamento a programa de acolhi-
mento familiar, institucional ou a família substituta, observado o disposto no
§ 2º do art. 101 desta Lei. (Parágrafo único acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internação têm as
seguintes obrigações, entre outras:
I – observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;
II – não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição
na decisão de internação;
III – oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos
reduzidos;
IV – preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade
ao adolescente;
V – diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vín-
culos familiares;
VI – comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que
se mostre inviável ou impossível o reatamento dos vínculos familiares;
VII – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabili-
dade, higiene, salubridade e segurança e os objetos necessários à higiene
pessoal;

1343
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

VIII  – oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa


etária dos adolescentes atendidos;
IX – oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêu-
ticos;
X – propiciar escolarização e profissionalização;
XI – propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
XII – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com
suas crenças;
XIII – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
XIV – reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis
meses, dando ciência dos resultados à autoridade competente;
XV – informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situa-
ção processual;
XVI – comunicar às autoridades competentes todos os casos de adoles-
cente portadores de moléstias infectocontagiosas;
XVII – fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescentes;
XVIII – manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de
egressos;
XIX – providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania
àqueles que não os tiverem;
XX  – manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias
do atendimento, nome do adolescente, seus pais ou responsável, parentes,
endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua formação, relação de seus
pertences e demais dados que possibilitem sua identificação e a individuali-
zação do atendimento.
§ 1º Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes deste artigo
às entidades que mantêm programas de acolhimento institucional e familiar.
(Parágrafo com redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as entidades
utilizarão preferencialmente os recursos da comunidade.

1344
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que abriguem ou recepcio-


nem crianças e adolescentes, ainda que em caráter temporário, devem ter,
em seus quadros, profissionais capacitados a reconhecer e reportar ao Con-
selho Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-tratos. (Artigo acrescido pela
Lei n. 13.046, de 1/12/2014)

Seção II
Da Fiscalização das Entidades

Art. 95. As entidades governamentais e não governamentais, referidas


no art. 90, serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos
Conselhos Tutelares.
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão apresen-
tados ao Estado ou ao Município, conforme a origem das dotações orçamen-
tárias.
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que des-
cumprirem obrigação constante do art. 94, sem prejuízo da responsabilidade
civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos:
I – às entidades governamentais:
a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa;
II – às entidades não governamentais:
a) advertência;
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
d) cassação do registro.
§ 1º Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades de atendi-
mento, que coloquem em risco os direitos assegurados nesta Lei, deverá ser

1345
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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o fato comunicado ao Ministério Público ou representado perante autoridade


judiciária competente para as providências cabíveis, inclusive suspensão das
atividades ou dissolução da entidade. (Parágrafo único transformado em § 1º
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 2º As pessoas jurídicas de direito público e as organizações não gover-
namentais responderão pelos danos que seus agentes causarem às crianças
e aos adolescentes, caracterizado o descumprimento dos princípios nortea-
dores das atividades de proteção específica. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)

TÍTULO II
DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis


sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III – em razão de sua conduta.

CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO

Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isola-


da ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo.
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades
pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos
familiares e comunitários.

1346
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação das medi-
das: (“Caput” do parágrafo único acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
I – condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos: crian-
ças e adolescentes são os titulares dos direitos previstos nesta e em outras
Leis, bem como na Constituição Federal; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010,
de 3/8/2009)
II – proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de toda
e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e
prioritária dos direitos de que crianças e adolescentes são titulares; (Inciso
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
III – responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efeti-
vação dos direitos assegurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela
Constituição Federal, salvo nos casos por esta expressamente ressalvados, é
de responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de governo, sem
prejuízo da municipalização do atendimento e da possibilidade da execução
de programas por entidades não governamentais; (Inciso acrescido pela Lei
n. 12.010, de 3/8/2009)
IV – interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve
atender prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do adolescen-
te, sem prejuízo da consideração que for devida a outros interesses legítimos
no âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso concreto; (Inciso
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
V – privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do ado-
lescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, direito à imagem e re-
serva da sua vida privada; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
VI – intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve
ser efetuada logo que a situação de perigo seja conhecida; (Inciso acrescido
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
VII – intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente
pelas autoridades e instituições cuja ação seja indispensável à efetiva promo-
ção dos direitos e à proteção da criança e do adolescente; (Inciso acrescido
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

1347
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VIII – proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária


e adequada à situação de perigo em que a criança ou o adolescente se en-
contram no momento em que a decisão é tomada; (Inciso acrescido pela Lei
n. 12.010, de 3/8/2009)
IX – responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo
que os pais assumam os seus deveres para com a criança e o adolescente;
(Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
X – prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da
criança e do adolescente deve ser dada prevalência às medidas que os man-
tenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se isso não for
possível, que promovam a sua integração em família adotiva; (Inciso acres-
cido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei n. 13.509,
de 22/11/2017)
XI – obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respeitado
seu estágio de desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus pais ou
responsável devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que deter-
minaram a intervenção e da forma como esta se processa; (Inciso acrescido
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
XII – oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em se-
parado ou na companhia dos pais, de responsável ou de pessoa por si indi-
cada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a
participar nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos e de
proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela autoridade judi-
ciária competente, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei.
(Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a auto-
ridade competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I – encaminhamento aos pais ou responsável, mediante, termo de respon-
sabilidade;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;

1348
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III  – matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de


ensino fundamental;
IV – inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de prote-
ção, apoio e promoção da família, da criança e do adolescente; (Inciso com
redação dada pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
V – requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regi-
me hospitalar ou ambulatorial;
VI – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e
tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
VII – acolhimento institucional; (Inciso com redação dada pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
VIII – inclusão em programa de acolhimento familiar; (Inciso com redação
dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
IX – colocação em família substituta. (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010,
de 3/8/2009)
§ 1º O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas pro-
visórias e excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração
familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família substituta,
não implicando privação de liberdade. (Parágrafo único transformado em § 1º
com nova redação dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 2º Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de
vítimas de violência ou abuso sexual e das providências a que alude o art. 130
desta Lei, o afastamento da criança ou adolescente do convívio familiar é de
competência exclusiva da autoridade judiciária e importará na deflagração, a
pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de proce-
dimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável
legal o exercício do contraditório e da ampla defesa. (Parágrafo acrescido pela
Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 3º Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às insti-
tuições que executam programas de acolhimento institucional, governamen-

1349
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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tais ou não, por meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela autoridade
judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros:
I – sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de seu res-
ponsável, se conhecidos;
II – o endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos de
referência;
III – os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob sua
guarda;
IV – os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio familiar.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 4º Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente, a
entidade responsável pelo programa de acolhimento institucional ou familiar
elaborará um plano individual de atendimento, visando à reintegração fami-
liar, ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada em contrário
de autoridade judiciária competente, caso em que também deverá contem-
plar sua colocação em família substituta, observadas as regras e princípios
desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 5º O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da equipe
técnica do respectivo programa de atendimento e levará em consideração a
opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do responsável.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 6º Constarão do plano individual, dentre outros:
I – os resultados da avaliação interdisciplinar;
II – os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e
III – a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a criança ou
com o adolescente acolhido e seus pais ou responsável, com vista na reinte-
gração familiar ou, caso seja esta vedada por expressa e fundamentada de-
terminação judicial, as providências a serem tomadas para sua colocação em
família substituta, sob direta supervisão da autoridade judiciária. (Parágrafo
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

1350
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 7º O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local mais próximo


à residência dos pais ou do responsável e, como parte do processo de rein-
tegração familiar, sempre que identificada a necessidade, a família de origem
será incluída em programas oficiais de orientação, de apoio e de promoção
social, sendo facilitado e estimulado o contato com a criança ou com o ado-
lescente acolhido. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 8º Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável pelo
programa de acolhimento familiar ou institucional fará imediata comunica-
ção à autoridade judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo
de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
§ 9º Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração da criança ou
do adolescente à família de origem, após seu encaminhamento a programas
oficiais ou comunitários de orientação, apoio e promoção social, será enviado
relatório fundamentado ao Ministério Público, no qual conste a descrição por-
menorizada das providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita
pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da política munici-
pal de garantia do direito à convivência familiar, para a destituição do poder
familiar, ou destituição de tutela ou guarda. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de 15 (quin-
ze) dias para o ingresso com a ação de destituição do poder familiar, salvo se
entender necessária a realização de estudos complementares ou de outras
providências indispensáveis ao ajuizamento da demanda. (Parágrafo acres-
cido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei n. 13.509,
de 22/11/2017)
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional,
um cadastro contendo informações atualizadas sobre as crianças e adoles-
centes em regime de acolhimento familiar e institucional sob sua responsa-
bilidade, com informações pormenorizadas sobre a situação jurídica de cada

1351
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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um, bem como as providências tomadas para sua reintegração familiar ou


colocação em família substituta, em qualquer das modalidades previstas no
art. 28 desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Conselho Tutelar, o
órgão gestor da Assistência Social e os Conselhos Municipais dos Direitos da
Criança e do Adolescente e da Assistência Social, aos quais incumbe deliberar
sobre a implementação de políticas públicas que permitam reduzir o número
de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o período
de permanência em programa de acolhimento. (Parágrafo acrescido pela Lei
n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo serão acom-
panhadas da regularização do registro civil.
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de nascimento
da criança ou adolescente será feito à vista dos elementos disponíveis, me-
diante requisição da autoridade judiciária.
§ 2º Os registros e certidões necessárias à regularização de que trata este
artigo são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta
prioridade.
§ 3º Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado procedimento
específico destinado à sua averiguação, conforme previsto pela Lei n. 8.560,
de 29 de dezembro de 1992. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
§ 4º Nas hipóteses previstas no § 3º deste artigo, é dispensável o ajui-
zamento de ação de investigação de paternidade pelo Ministério Público se,
após o não comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a pater-
nidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para adoção. (Parágrafo
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 5º Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo,
do nome do pai no assento de nascimento são isentos de multas, custas e
emolumentos, gozando de absoluta prioridade. (Parágrafo acrescido pela Lei
n. 13.257, de 8/3/2016)

1352
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 6º São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do reconhe-


cimento de paternidade no assento de nascimento e a certidão corresponden-
te. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)

TÍTULO III
DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou


contravenção penal.
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, su-
jeitos às medidas previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do
adolescente à data do fato.
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as me-
didas previstas no art. 101.

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS INDIVIDUAIS

Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em


flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autori-
dade judiciária competente.
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsá-
veis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra
recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente
e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada.

1353
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilida-

de, a possibilidade de liberação imediata.

Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo

prazo máximo de quarenta e cinco dias.

Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em in-

dícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade im-

periosa da medida.

Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a

identificação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo

para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.

CAPÍTULO III

DAS GARANTIAS PROCESSUAIS

Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devi-

do processo legal.

Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes

garantias:

I – pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante

citação ou meio equivalente;

II – igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas

e testemunhas e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;

III – defesa técnica por advogado;

IV – assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma

da lei;

V – direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;

VI – direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qual-

quer fase do procedimento.

1354
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO IV
DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente


poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
I – advertência;
II – obrigação de reparar o dano;
III – prestação de serviços à comunidade;
IV – liberdade assistida;
V – inserção em regime de semiliberdade;
VI – internação em estabelecimento educacional;
VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade
de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação
de trabalho forçado.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental recebe-
rão tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condi-
ções.
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100.
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art.
112 pressupõe a existência de provas suficientes da autoria e da materiali-
dade da infração, ressalvada a hipótese de remissão, nos termos do art. 127.
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver
prova da materialidade e indícios suficientes da autoria.

1355
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção II
Da Advertência

Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será re-


duzida a termo e assinada.

Seção III
Da Obrigação de Reparar o Dano

Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais,


a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a
coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o
prejuízo da vítima.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser
substituída por outra adequada.

Seção IV
Da Prestação de Serviços à Comunidade

Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de


tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses,
junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos
congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais.
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do ado-
lescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas se-
manais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não
prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho.

Seção V
Da Liberdade Assistida

Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a


medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o ado-
lescente.

1356
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso,


a qual poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendimento.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses,
podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra
medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autorida-
de competente, a realização dos seguintes encargos, entre outros:
I – promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes
orientação e inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou comunitário
de auxílio e assistência social;
II – supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do adolescente,
promovendo, inclusive, sua matrícula;
III – diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua
inserção no mercado de trabalho;
IV – apresentar relatório do caso.

Seção VI
Do Regime de Semiliberdade

Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início,


ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de
atividades externas, independentemente de autorização judicial.
§ 1º É obrigatória a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre
que possível, ser utilizados os recursos existentes na comunidade.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, aplicando-se, no que
couber, as disposições relativas à internação.

Seção VII
Da Internação

Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos


princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de
pessoa em desenvolvimento.

1357
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equi-


pe técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manuten-
ção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis
meses.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a
três anos.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente
deverá ser liberado, colocado em regime de semiliberdade ou de liberdade
assistida.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização
judicial, ouvido o Ministério Público.
§ 7º A determinação judicial mencionada no § 1º poderá ser revista a
qualquer tempo pela autoridade judiciária. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noven-
ta) dias após a publicação)
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:
I – tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou vio-
lência a pessoa;
II – por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III  – por descumprimento reiterado e injustificável da medida anterior-
mente imposta.
§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não po-
derá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada judicialmente após
o devido processo legal. (Parágrafo com redação dada pela Lei n. 12.594,
de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias
após a publicação)
§ 2º Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra
medida adequada.

1358
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para


adolescentes, em local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigo-
rosa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da infra-
ção.
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória,
serão obrigatórias atividades pedagógicas.
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros,
os seguintes:
I – entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público;
II – peticionar diretamente a qualquer autoridade;
III – avistar-se reservadamente com seu defensor;
IV – ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;
V – ser tratado com respeito e dignidade;
VI – permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima
ao domicílio de seus pais ou responsável;
VII – receber visitas, ao menos semanalmente;
VIII – corresponder-se com seus familiares e amigos;
IX – ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;
X – habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;
XI – receber escolarização e profissionalização;
XII – realizar atividades culturais, esportivas e de lazer;
XIII – ter acesso aos meios de comunicação social;
XIV – receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que
assim o deseje;
XV – manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro
para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porventura depositados
em poder da entidade;
XVI – receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais in-
dispensáveis à vida em sociedade.
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.

1359
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita,


inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de
sua prejudicialidade aos interesses do adolescente.
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos in-
ternos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de contenção e segurança.

CAPÍTULO V
DA REMISSÃO

Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato


infracional, o representante do Ministério Público poderá conceder a remissão,
como forma de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e consequ-
ências do fato, ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente
e sua maior ou menor participação no ato infracional.
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela
autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do processo.
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou
comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de anteceden-
tes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas pre-
vistas em lei, exceto a colocação em regime de semiliberdade e a internação.
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista ju-
dicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou
de seu representante legal, ou do Ministério Público.

TÍTULO IV
DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU RESPONSÁVEL

Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:


I – encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários de
proteção, apoio e promoção da família; (Inciso com redação dada pela Lei n.
13.257, de 8/3/2016)

1360
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e


tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
III – encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
IV – encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
V – obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência
e aproveitamento escolar;
VI – obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento es-
pecializado;
VII – advertência;
VIII – perda da guarda;
IX – destituição da tutela;
X – suspensão ou destituição do poder familiar. (Expressão "pátrio poder"
substituída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X
deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual
impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá determi-
nar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória
dos alimentos de que necessitem a criança ou o adolescente dependentes do
agressor. (Parágrafo único acrescido pela Lei n. 12.415, de 9/6/2011)

TÍTULO V
DO CONSELHO TUTELAR
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não juris-


dicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos
da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.

1361
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito


Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante
da administração pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos
pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida 1 (uma)
recondução, mediante novo processo de escolha. (Artigo com redação dada
pela Lei n. 12.696, de 25/7/2012)
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigi-
dos os seguintes requisitos:
I – reconhecida idoneidade moral;
II – idade superior a vinte e um anos;
III – residir no município.
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de
funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos res-
pectivos membros, aos quais é assegurado o direito a: (“Caput” do artigo com
redação dada pela Lei n. 12.696, de 25/7/2012)
I – cobertura previdenciária; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.696, de
25/7/2012)
II – gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço)
do valor da remuneração mensal; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.696, de
25/7/2012)
III – licença-maternidade; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.696, de
25/7/2012)
IV – licença-paternidade; (Inciso acrescido pela Lei n. 12.696, de
25/7/2012)
V – gratificação natalina. (Inciso acrescido pela Lei n. 12.696, de 25/7/2012)
Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da do Distri-
to Federal previsão dos recursos necessários ao funcionamento do Conselho
Tutelar e à remuneração e formação continuada dos conselheiros tutelares.
(Parágrafo único com redação dada pela Lei n. 12.696, de 25/7/2012)

1362
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço


público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral. (Artigo com
redação dada pela Lei n. 12.696, de 25/7/2012)

CAPÍTULO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:


I – atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98
e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII;
II – atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas
previstas no art. 129, I a VII;
III – promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço so-
cial, previdência, trabalho e segurança;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento
injustificado de suas deliberações;
IV – encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infra-
ção administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente;
V – encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
VI – providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre
as previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;
VII – expedir notificações;
VIII – requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adoles-
cente quando necessário;
IX – assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orça-
mentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e
do adolescente;
X – representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos
direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II da Constituição Federal;

1363
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

XI – representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou


suspensão do poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manuten-
ção da criança ou do adolescente junto à família natural. (Inciso com redação
dada pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
XII  – promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais,
ações de divulgação e treinamento para o reconhecimento de sintomas de
maus-tratos em crianças e adolescentes. (Inciso acrescido pela Lei n. 13.046,
de 1/12/2014)
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar
entender necessário o afastamento do convívio familiar, comunicará inconti-
nenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os moti-
vos de tal entendimento e as providências tomadas para a orientação, o apoio
e a promoção social da família. (Parágrafo único acrescido pela Lei n. 12.010,
de 3/8/2009)
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas
pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse.

CAPÍTULO III
DA COMPETÊNCIA

Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência constante


do art. 147.

CAPÍTULO IV
DA ESCOLHA DOS CONSELHEIROS

Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar


será estabelecido em lei municipal e realizado sob a responsabilidade do Con-
selho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização do
Ministério Público. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei n. 8.242, de
12/10/1991)

1364
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá


em data unificada em todo o território nacional a cada 4 (quatro) anos, no
primeiro domingo do mês de outubro do ano subsequente ao da eleição pre-
sidencial. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.696, de 25/7/2012)
§ 2º A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do
ano subsequente ao processo de escolha. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
12.696, de 25/7/2012)
§ 3º No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é vedado
ao candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vanta-
gem pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno valor. (Pará-
grafo acrescido pela Lei n. 12.696, de 25/7/2012)

CAPÍTULO V
DOS IMPEDIMENTOS

Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher,


ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, du-
rante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma des-
te artigo, em relação à autoridade judiciária e ao representante do Ministério
Público com atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em exercício na
Comarca, Foro Regional ou Distrital.

TÍTULO VI
DO ACESSO À JUSTIÇA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à Defenso-


ria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus
órgãos.

1365
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessi-


tarem, através de defensor público ou advogado nomeado.
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juven-
tude são isentas de custas e emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância
de má fé.
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados e os maio-
res de dezesseis e menores de vinte e um anos assistidos por seus pais, tu-
tores ou curadores, na forma da legislação civil ou processual.
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial à criança
ou adolescente, sempre que os interesses destes colidirem com os de seus
pais ou responsável, ou quando carecer de representação ou assistência legal
ainda que eventual.
Art. 143. É vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administra-
tivos que digam respeito a crianças e adolescentes a que se atribua autoria
de ato infracional.
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identificar
a criança ou adolescente, vedando-se fotografia, referência a nome, apelido,
filiação, parentesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome.
(Parágrafo único com redação dada pela Lei n. 10.764, de 12/11/2003)
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se refere o arti-
go anterior somente será deferida pela autoridade judiciária competente, se
demonstrado o interesse e justificada a finalidade.

CAPÍTULO II
DA JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE
Seção I
Disposições Gerais

Art. 145. Os Estados e o Distrito Federal poderão criar varas especiali-


zadas e exclusivas da infância e da juventude, cabendo ao Poder Judiciário

1366
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

estabelecer sua proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de in-


fraestrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em plantões.

Seção II
Do Juiz

Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da


Juventude, ou o Juiz que exerce essa função, na forma da Lei de Organização
Judiciária local.
Art. 147. A competência será determinada:
I – pelo domicílio dos pais ou responsável;
II – pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais
ou responsável.
§ 1º Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar
da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, continência e preven-
ção.
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade compe-
tente da residência dos pais ou responsável, ou do local onde sediar-se a
entidade que abrigar a criança ou adolescente.
§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de
rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca, será competente, para
aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede estadual da
emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou
retransmissoras do respectivo Estado.
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:
I – conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para
apuração de ato infracional atribuído a adolescente, aplicando as medidas
cabíveis;
II – conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do pro-
cesso;
III – conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;

1367
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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IV – conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos


ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, observado o disposto no art.
209;
V  – conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de
atendimento, aplicando as medidas cabíveis;
VI – aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra nor-
ma de proteção a criança ou adolescentes;
VII – conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as
medidas cabíveis.
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses
do art. 98, é também competente a Justiça da Infância e da Juventude para
o fim de:
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
b) conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda ou modifi-
cação da tutela ou guarda; (Expressão "pátrio poder" substituída por “poder
familiar” pelo art. 3º da Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna,
em relação ao exercício do poder familiar; (Expressão "pátrio poder" substi-
tuída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os
pais;
f) designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou re-
presentação, ou de outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que
haja interesses de criança ou adolescente;
g) conhecer de ações de alimentos;
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros
de nascimento e óbito.
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria,
ou autorizar, mediante alvará:

1368
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompanhado


dos pais ou responsável, em:
a) estádio, ginásio e campo desportivo;
b) bailes ou promoções dançantes;
c) boate ou congêneres;
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão;
II – a participação de criança e adolescente em:
a) espetáculos públicos e seus ensaios;
b) certames de beleza.
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciária levará
em conta, dentre outros fatores:
a) os princípios desta Lei;
b) as peculiaridades locais;
c) a existência de instalações adequadas;
d) o tipo de frequência habitual ao local;
e) a adequação do ambiente a eventual participação ou frequência de
crianças e adolescentes;
f) a natureza do espetáculo.
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deverão ser fun-
damentadas, caso a caso, vedadas as determinações de caráter geral.

Seção III
Dos Servidores Auxiliares

Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orça-


mentária, prever recursos para manutenção de equipe interprofissional, des-
tinada a assessorar a Justiça da Infância e da Juventude.
Art. 151. Compete à equipe interprofissional, dentre outras atribuições
que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito,

1369
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver


trabalhos de aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção e ou-
tros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a
livre manifestação do ponto de vista técnico.
Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de servidores públicos inte-
grantes do Poder Judiciário responsáveis pela realização dos estudos psicos-
sociais ou de quaisquer outras espécies de avaliações técnicas exigidas por
esta Lei ou por determinação judicial, a autoridade judiciária poderá proceder
à nomeação de perito, nos termos do art. 156 da Lei n. 13.105, de 16 de mar-
ço de 2015 (Código de Processo Civil). (Parágrafo único acrescido pela Lei n.
13.509, de 22/11/2017)

CAPÍTULO III
DOS PROCEDIMENTOS
Seção I
Disposições Gerais

Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se subsidiaria-


mente as normas gerais previstas na legislação processual pertinente.
§1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade absoluta na
tramitação dos processos e procedimentos previstos nesta Lei, assim como
na execução dos atos e diligências judiciais a eles referentes. (Parágrafo úni-
co acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, transformado em § 1º pela Lei
n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus procedimen-
tos são contados em dias corridos, excluído o dia do começo e incluído o dia
do vencimento, vedado o prazo em dobro para a Fazenda Pública e o Ministé-
rio Público. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder a proce-
dimento previsto nesta ou em outra lei, a autoridade judiciária poderá in-

1370
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

vestigar os fatos e ordenar de ofício as providências necessárias, ouvido o


Ministério Público.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para o fim de afas-
tamento da criança ou do adolescente de sua família de origem e em outros
procedimentos necessariamente contenciosos. (Parágrafo único acrescido
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.

Seção II
Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar

(Expressão "pátrio poder" substituída por “poder familiar” pelo art. 3º da


Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do poder familiar
terá início por provocação do Ministério Público ou de quem tenha legítimo
interesse. (Expressão "pátrio poder" substituída por “poder familiar” pelo art.
3º da Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 156. A petição inicial indicará:
I – a autoridade judiciária a que for dirigida;
II – o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do
requerido, dispensada a qualificação em se tratando de pedido formulado por
representante do Ministério Público;
III – a exposição sumária do fato e o pedido;
IV – as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o rol de tes-
temunhas e documentos.
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvi-
do o Ministério Público, decretar a suspensão do poder familiar, liminar ou
incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou
adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de responsabilidade.

1371
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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(Expressão "pátrio poder" substituída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei
n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 1º Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária determinará, conco-
mitantemente ao despacho de citação e independentemente de requerimento
do interessado, a realização de estudo social ou perícia por equipe interpro-
fissional ou multidisciplinar para comprovar a presença de uma das causas de
suspensão ou destituição do poder familiar, ressalvado o disposto no § 10 do
art. 101 desta Lei, e observada a Lei n. 13.431, de 4 de abril de 2017. (Pará-
grafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 2º Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, é ainda obri-
gatória a intervenção, junto à equipe interprofissional ou multidisciplinar re-
ferida no § 1º deste artigo, de representantes do órgão federal responsável
pela política indigenista, observado o disposto no § 6º do art. 28 desta Lei.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, oferecer
resposta escrita, indicando as provas a serem produzidas e oferecendo desde
logo o rol de testemunhas e documentos.
§ 1º A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios para sua
realização. (Parágrafo único transformado em §1º e com redação dada pela
Lei n. 12.962, de 8/4/2014)
§ 2º O requerido privado de liberdade deverá ser citado pessoalmente.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.962, de 8/4/2014)
§ 3º Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado
o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo
suspeita de ocultação, informar qualquer pessoa da família ou, em sua falta,
qualquer vizinho do dia útil em que voltará a fim de efetuar a citação, na hora
que designar, nos termos do art. 252 e seguintes da Lei n. 13.105, de 16 de
março de 2015 (Código de Processo Civil). (Parágrafo acrescido pela Lei n.
13.509, de 22/11/2017)

1372
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 4º Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local incerto ou não


sabido, serão citados por edital no prazo de 10 (dez) dias, em publicação úni-
ca, dispensado o envio de ofícios para a localização. (Parágrafo acrescido pela
Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir advogado,
sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, poderá requerer, em car-
tório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual incumbirá a apresentação de res-
posta, contando-se o prazo a partir da intimação do despacho de nomeação.
Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liberdade, o oficial
de justiça deverá perguntar, no momento da citação pessoal, se deseja que
lhe seja nomeado defensor. (Parágrafo único acrescido pela Lei n. 12.962, de
8/4/2014)
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará de qual-
quer repartição ou órgão público a apresentação de documento que interesse
à causa, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público.
Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido concluído o estudo
social ou a perícia realizada por equipe interprofissional ou multidisciplinar, a
autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco)
dias, salvo quando este for o requerente, e decidirá em igual prazo. (“Caput”
do artigo com redação dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do
Ministério Público, determinará a oitiva de testemunhas que comprovem a
presença de uma das causas de suspensão ou destituição do poder familiar
previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002
(Código Civil), ou no art. 24 desta Lei. (Parágrafo com redação dada pela Lei
n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 2º (Revogado pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 3º Se o pedido importar em modificação de guarda, será obrigatória,
desde que possível e razoável, a oitiva da criança ou adolescente, respeitado
seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações
da medida. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

1373
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem identificados


e estiverem em local conhecido, ressalvados os casos de não compareci-
mento perante a Justiça quando devidamente citados. (Parágrafo acrescido
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei n. 13.509, de
22/11/2017)
§ 5º Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a autoridade ju-
dicial requisitará sua apresentação para a oitiva. (Parágrafo acrescido pela Lei
n. 12.962, de 8/4/2014)
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará vista dos
autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo quando este for o requeren-
te, designando, desde logo, audiência de instrução e julgamento.
§ 1º (Revogado pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 2º Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público, serão ouvi-
das as testemunhas, colhendo-se oralmente o parecer técnico, salvo quando
apresentado por escrito, manifestando-se sucessivamente o requerente, o
requerido e o Ministério Público, pelo tempo de 20 (vinte) minutos cada um,
prorrogável por mais 10 (dez) minutos. (Parágrafo com redação dada pela Lei
n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 3º A decisão será proferida na audiência, podendo a autoridade judiciá-
ria, excepcionalmente, designar data para sua leitura no prazo máximo de 5
(cinco) dias. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 4º Quando o procedimento de destituição de poder familiar for iniciado
pelo Ministério Público, não haverá necessidade de nomeação de curador es-
pecial em favor da criança ou adolescente. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
13.509, de 22/11/2017)
Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120
(cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no caso de notória inviabilidade de ma-
nutenção do poder familiar, dirigir esforços para preparar a criança ou o ado-
lescente com vistas à colocação em família substituta. (“Caput” do parágrafo
com redação dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)

1374
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a suspensão do poder


familiar será averbada à margem do registro de nascimento da criança ou do
adolescente. (Parágrafo único acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

Seção III
Da Destituição da Tutela

Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedimento para a


remoção de tutor previsto na lei processual civil e, no que couber, o disposto
na Seção anterior.

Seção IV
Da Colocação em Família Substituta

Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de colocação em


família substituta:
I  – qualificação completa do requerente e de seu eventual cônjuge, ou
companheiro, com expressa anuência deste;
II – indicação de eventual parentesco do requerente e de seu cônjuge,
ou companheiro, com a criança ou adolescente, especificando se tem ou não
parente vivo;
III – qualificação completa da criança ou adolescente e de seus pais, se
conhecidos;
IV – indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexando, se pos-
sível, uma cópia da respectiva certidão;
V – declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendimentos relati-
vos à criança ou ao adolescente.
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão também os
requisitos específicos.

1375
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos ou sus-


pensos do poder familiar, ou houverem aderido expressamente ao pedido de
colocação em família substituta, este poderá ser formulado diretamente em
cartório, em petição assinada pelos próprios requerentes, dispensada a assis-
tência de advogado. ("Caput" do artigo com redação dada pela Lei n. 12.010,
de 3/8/2009)
§ 1º Na hipótese de concordância dos pais, o juiz: (“Caput” do parágrafo
único transformado em § 1º pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, com redação
dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
I – na presença do Ministério Público, ouvirá as partes, devidamente assis-
tidas por advogado ou por defensor público, para verificar sua concordância
com a adoção, no prazo máximo de 10 (dez) dias, contado da data do pro-
tocolo da petição ou da entrega da criança em juízo, tomando por termo as
declarações; e (Inciso acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
II – declarará a extinção do poder familiar. (Inciso acrescido pela Lei n.
13.509, de 22/11/2017)
§ 2º O consentimento dos titulares do poder familiar será precedido de
orientações e esclarecimentos prestados pela equipe interprofissional da
Justiça da Infância e da Juventude, em especial, no caso de adoção, sobre
a irrevogabilidade da medida. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)
§ 3º São garantidos a livre manifestação de vontade dos detentores do
poder familiar e o direito ao sigilo das informações. (Parágrafo acrescido
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei n. 13.509, de
22/11/2017)
§ 4º O consentimento prestado por escrito não terá validade se não for
ratificado na audiência a que se refere o § 1º deste artigo. (Parágrafo acres-
cido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei n. 13.509,
de 22/11/2017)

1376
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 5º O consentimento é retratável até a data da realização da audiência


especificada no § 1º deste artigo, e os pais podem exercer o arrependimento
no prazo de 10 (dez) dias, contado da data de prolação da sentença de extin-
ção do poder familiar. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009,
com redação dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 6º O consentimento somente terá valor se for dado após o nascimento
da criança. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 7º A família natural e a família substituta receberão a devida orientação
por intermédio de equipe técnica interprofissional a serviço da Justiça da In-
fância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsá-
veis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência
familiar. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, com redação
dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes
ou do Ministério Público, determinará a realização de estudo social ou, se
possível, perícia por equipe interprofissional, decidindo sobre a concessão de
guarda provisória, bem como, no caso de adoção, sobre o estágio de convi-
vência.
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda provisória ou do estágio
de convivência, a criança ou o adolescente será entregue ao interessado,
mediante termo de responsabilidade. (Parágrafo único acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e ouvida,
sempre que possível, a criança ou o adolescente, dar-se-á vista dos autos ao
Ministério Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo a autoridade judiciária
em igual prazo.
Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a perda ou a sus-
pensão do poder familiar constituir pressuposto lógico da medida principal de
colocação em família substituta, será observado o procedimento contraditório

1377
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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previsto nas seções II e III deste Capítulo. (Expressão "pátrio poder" substi-
tuída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá ser decretada
nos mesmos autos do procedimento, observado o disposto no art. 35.
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o disposto no
art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47.
Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob a guarda de
pessoa inscrita em programa de acolhimento familiar será comunicada pela
autoridade judiciária à entidade por este responsável no prazo máximo de 5
(cinco) dias. (Parágrafo único acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

Seção V
Da apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente

Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, des-


de logo, encaminhado à autoridade judiciária.
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será,
desde logo, encaminhado à autoridade policial competente.
Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para atendi-
mento de adolescente e em se tratando de ato infracional praticado em co-
autoria com maior, prevalecerá a atribuição da repartição especializada, que,
após as providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à
repartição policial própria.
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante vio-
lência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do dis-
posto nos arts. 106, parágrafo único e 107, deverá:
I – lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;
II – apreender o produto e os instrumentos da infração;
III – requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da ma-
terialidade e autoria da infração.

1378
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto


poderá ser substituída por boletim de ocorrência circunstanciada.
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente
será prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromis-
so e responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério
Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato,
exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão social,
deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua seguran-
ça pessoal ou manutenção da ordem pública.
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará,
desde logo, o adolescente ao representante do Ministério Público, juntamente
com cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial en-
caminhará o adolescente a entidade de atendimento, que fará a apresentação
ao representante do Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apre-
sentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de repartição policial espe-
cializada, o adolescente aguardará a apresentação em dependência separada
da destinada a maiores, não podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo
referido no parágrafo anterior.
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encaminha-
rá imediatamente ao representante do Ministério Público cópia do auto de
apreensão ou boletim de ocorrência.
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de partici-
pação de adolescente na prática de ato infracional, a autoridade policial en-
caminhará ao representante do Ministério Público relatório das investigações
e demais documentos.
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não
poderá ser conduzido ou transportado em compartimento fechado de veículo
policial, em condições atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à
sua integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.

1379
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Pú-


blico, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão, boletim de ocorrência
ou relatório policial, devidamente autuados pelo cartório judicial e com infor-
mação sobre os antecedentes do adolescente, procederá imediata e informal-
mente à sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima
e testemunhas.
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o representante do Minis-
tério Público notificará os pais ou responsável para apresentação do adoles-
cente, podendo requisitar o concurso das Polícias Civil e Militar.
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o repre-
sentante do Ministério Público poderá:
I – promover o arquivamento dos autos;
II – conceder a remissão;
III – representar à autoridade judiciária para aplicação de medida socio-
educativa.
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão
pelo representante do Ministério Público, mediante termo fundamentado, que
conterá o resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária
para homologação.
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade judiciária
determinará, conforme o caso, o cumprimento da medida.
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao Pro-
curador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamentado, e este oferecerá
representação, designará outro membro do Ministério Público para apresen-
tá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará a au-
toridade judiciária obrigada a homologar.
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público
não promover o arquivamento ou conceder a remissão, oferecerá represen-
tação à autoridade judiciária, propondo a instauração de procedimento para
aplicação da medida socioeducativa que se afigurar a mais adequada.

1380
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º A representação será oferecida por petição, que conterá o breve re-


sumo dos fatos e a classificação do ato infracional e, quando necessário, o rol
de testemunhas, podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instalada
pela autoridade judiciária.
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da autoria e
materialidade.
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedi-
mento, estando o adolescente internado provisoriamente, será de quarenta
e cinco dias.
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará
audiência de apresentação do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a
decretação ou manutenção da internação, observado o disposto no art. 108
e parágrafo.
§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor
da representação, e notificados a comparecer à audiência, acompanhados de
advogado.
§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade judici-
ária dará curador especial ao adolescente.
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá
mandado de busca e apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até
a efetiva apresentação.
§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua apresenta-
ção, sem prejuízo da notificação dos pais ou responsável.
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária,
não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional.
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características definidas no
art. 123, o adolescente deverá ser imediatamente transferido para a localida-
de mais próxima.
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará
sua remoção em repartição policial, desde que em Seção isolada dos adultos

1381
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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e com instalações apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo máximo de


cinco dias, sob pena de responsabilidade.
Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a au-
toridade judiciária procederá à oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinião
de profissional qualificado.
§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, ouvirá o
representante do Ministério Público, proferindo decisão.
§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de internação
ou colocação em regime de semiliberdade, a autoridade judiciária, verifican-
do que o adolescente não possui advogado constituído, nomeará defensor,
designando, desde logo, audiência em continuação, podendo determinar a
realização de diligências e estudo do caso.
§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo de três
dias contado da audiência de apresentação, oferecerá defesa prévia e rol de
testemunhas.
§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas arroladas na
representação e na defesa prévia, cumpridas as diligências e juntado o rela-
tório da equipe interprofissional, será dada a palavra ao representante do Mi-
nistério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos
para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária,
que em seguida proferirá decisão.
Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer, in-
justificadamente, à audiência de apresentação, a autoridade judiciária desig-
nará nova data, determinando sua condução coercitiva.
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo,
poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimento, antes da sentença.
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que
reconheça na sentença:
I – estar provada a inexistência do fato;
II – não haver prova da existência do fato;

1382
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – não constituir o fato ato infracional;


IV – não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato infracional.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adolescente interna-
do, será imediatamente colocado em liberdade.
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou
regime de semiliberdade será feita:
I – ao adolescente e ao seu defensor;
II – quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável,
sem prejuízo do defensor.
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente na
pessoa do defensor.
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este mani-
festar se deseja ou não recorrer da sentença.

Seção V-A
Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investigação de Crimes
contra a Dignidade Sexual de Criança e de Adolescente

(Seção acrescida pela Lei n. 13.441, de 8/5/2017)

Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com o fim de


investigar os crimes previstos nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e
241-D desta Lei e nos arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), obedecerá às seguintes
regras:
I – será precedida de autorização judicial devidamente circunstanciada e
fundamentada, que estabelecerá os limites da infiltração para obtenção de
prova, ouvido o Ministério Público;
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou representa-
ção de delegado de polícia e conterá a demonstração de sua necessidade, o
alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investi-

1383
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

gadas e, quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam


a identificação dessas pessoas;
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de
eventuais renovações, desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vin-
te) dias e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da autoridade
judicial.
§ 1º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão requisitar relató-
rios parciais da operação de infiltração antes do término do prazo de que trata
o inciso II do § 1º deste artigo.
§ 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste artigo, consideram-se:
I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, térmi-
no, duração, endereço de Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de
origem da conexão;
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assi-
nante ou de usuário registrado ou autenticado para a conexão a quem ende-
reço de IP, identificação de usuário ou código de acesso tenha sido atribuído
no momento da conexão.
§ 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não será admitida se a
prova puder ser obtida por outros meios. (Artigo acrescido pela Lei n. 13.441,
de 8/5/2017)
Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão encaminha-
das diretamente ao juiz responsável pela autorização da medida, que zelará
por seu sigilo.
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será
reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia responsável
pela operação, com o objetivo de garantir o sigilo das investigações. (Artigo
acrescido pela Lei n. 13.441, de 8/5/2017)
Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua identidade para,
por meio da internet, colher indícios de autoria e materialidade dos crimes
previstos nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos

1384
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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arts. 154-A, 217-A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de de-


zembro de 1940 (Código Penal).
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a es-
trita finalidade da investigação responderá pelos excessos praticados. (Artigo
acrescido pela Lei n. 13.441, de 8/5/2017)
Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir nos
bancos de dados próprios, mediante procedimento sigiloso e requisição da
autoridade judicial, as informações necessárias à efetividade da identidade
fictícia criada.
Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta Seção será nu-
merado e tombado em livro específico. (Artigo acrescido pela Lei n. 13.441,
de 8/5/2017)
Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos pratica-
dos durante a operação deverão ser registrados, gravados, armazenados e
encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório cir-
cunstanciado.
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput deste
artigo serão reunidos em autos apartados e apensados ao processo criminal
juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a preservação da identi-
dade do agente policial infiltrado e a intimidade das crianças e dos adolescen-
tes envolvidos. (Artigo acrescido pela Lei n. 13.441, de 8/5/2017)

Seção VI
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de Atendimento

Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em entidade


governamental e não governamental terá início mediante portaria da autori-
dade judiciária ou representação do Ministério Público ou do Conselho Tutelar,
onde conste, necessariamente, resumo dos fatos.

1385
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária,


ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o afastamento provisório
do dirigente da entidade, mediante decisão fundamentada.
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de dez dias,
oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos e indicar as provas a
produzir.
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a autori-
dade judiciária designará audiência de instrução e julgamento, intimando as
partes.
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público te-
rão cinco dias para oferecer alegações finais, decidindo a autoridade judiciária
em igual prazo.
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigen-
te de entidade governamental, a autoridade judiciária oficiará à autoridade
administrativa imediatamente superior ao afastado, marcando prazo para a
substituição.
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária pode-
rá fixar prazo para a remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as
exigências, o processo será extinto, sem julgamento de mérito.
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou
programa de atendimento.

Seção VII
Da Apuração de Infração Administrativa às

Normas de Proteção à Criança e ao Adolescente


Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade administrativa
por infração às normas de proteção à criança e ao adolescente terá início por
representação do Ministério Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto de infra-
ção elaborado por servidor efetivo ou voluntário credenciado, e assinado por
duas testemunhas, se possível.

1386
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, poderão ser usadas


fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as circunstâncias da infração.
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura
do auto, certificando-se, em caso contrário, dos motivos do retardamento.
Art. 195. O requerimento terá prazo de dez dias para apresentação de
defesa, contado da data da intimação, que será feita:
I – pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na presença
do requerido;
II – por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado, que entre-
gará cópia do auto ou da representação ao requerido, ou a seu representante
legal, lavrando certidão;
III – por via postal, com aviso de recebimento, se não for encontrado o
requerido ou seu representante legal;
IV – por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sabido o para-
deiro do requerido ou de seu representante legal.
Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a autoridade
judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias, decidindo
em igual prazo.
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária procederá na con-
formidade do artigo anterior, ou, sendo necessário, designará audiência de
instrução e julgamento.
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão sucessivamente o
Ministério Público e o procurador do requerido, pelo tempo de vinte minutos
para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária,
que em seguida proferirá sentença.

Seção VIII
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção

(Seção acrescida pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, apresenta-


rão petição inicial na qual conste:

1387
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – qualificação completa;


II – dados familiares;
III – cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casamento, ou de-
claração relativa ao período de união estável;
IV – cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas;
V – comprovante de renda e domicílio;
VI – atestados de sanidade física e mental;
VII – certidão de antecedentes criminais;
VIII – certidão negativa de distribuição cível. (Artigo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) ho-
ras, dará vista dos autos ao Ministério Público, que no prazo de 5 (cinco) dias
poderá:
I – apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe interprofissional
encarregada de elaborar o estudo técnico a que se refere o art. 197-C desta
Lei;
II – requerer a designação de audiência para oitiva dos postulantes em
juízo e testemunhas;
III – requerer a juntada de documentos complementares e a realização
de outras diligências que entender necessárias. (Artigo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe interprofissional
a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, que deverá elaborar estu-
do psicossocial, que conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e o
preparo dos postulantes para o exercício de uma paternidade ou maternidade
responsável, à luz dos requisitos e princípios desta Lei. (“Caput” do artigo
acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 1º É obrigatória a participação dos postulantes em programa ofere-
cido pela Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio

1388
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do


direito à convivência familiar e dos grupos de apoio à adoção devidamente
habilitados perante a Justiça da Infância e da Juventude, que inclua prepa-
ração psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou
de adolescentes com deficiência, com doenças crônicas ou com necessidades
específicas de saúde, e de grupos de irmãos. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 2º Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigatória da prepa-
ração referida no § 1º deste artigo incluirá o contato com crianças e adoles-
centes em regime de acolhimento familiar ou institucional, a ser realizado sob
orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e
da Juventude e dos grupos de apoio à adoção, com apoio dos técnicos respon-
sáveis pelo programa de acolhimento familiar e institucional e pela execução
da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Parágra-
fo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei n.
13.509, de 22/11/2017)
§ 3º É recomendável que as crianças e os adolescentes acolhidos institu-
cionalmente ou por família acolhedora sejam preparados por equipe interpro-
fissional antes da inclusão em família adotiva. (Parágrafo acrescido pela Lei
n. 13.509, de 22/11/2017)
Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da participação no progra-
ma referido no art. 197-C desta Lei, a autoridade judiciária, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas, decidirá acerca das diligências requeridas pelo Mi-
nistério Público e determinará a juntada do estudo psicossocial, designando,
conforme o caso, audiência de instrução e julgamento.
Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou sendo essas
indeferidas, a autoridade judiciária determinará a juntada do estudo psicosso-
cial, abrindo a seguir vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias,
decidindo em igual prazo. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

1389
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Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito nos cadas-


tros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua convocação para a adoção
feita de acordo com ordem cronológica de habilitação e conforme a disponi-
bilidade de crianças ou adolescentes adotáveis. (“Caput” do artigo acrescido
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 1º A ordem cronológica das habilitações somente poderá deixar de ser
observada pela autoridade judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do art.
50 desta Lei, quando comprovado ser essa a melhor solução no interesse do
adotando. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
§ 2º A habilitação à adoção deverá ser renovada no mínimo trienalmente
mediante avaliação por equipe interprofissional. (Parágrafo acrescido pela Lei
n. 12.010, de 3/8/2009, com redação dada pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 3º Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção, será dispensá-
vel a renovação da habilitação, bastando a avaliação por equipe interprofis-
sional. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
§ 4º Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à adoção de
crianças ou adolescentes indicados dentro do perfil escolhido, haverá reava-
liação da habilitação concedida. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 13.509, de
22/11/2017)
§ 5º A desistência do pretendente em relação à guarda para fins de adoção
ou a devolução da criança ou do adolescente depois do trânsito em julgado da
sentença de adoção importará na sua exclusão dos cadastros de adoção e na
vedação de renovação da habilitação, salvo decisão judicial fundamentada,
sem prejuízo das demais sanções previstas na legislação vigente. (Parágrafo
acrescido pela Lei n. 13.509, de 22/11/2017)
Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habilitação à adoção será
de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável por igual período, mediante decisão
fundamentada da autoridade judiciária. (Artigo acrescido pela Lei n. 13.509,
de 22/11/2017)

1390
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO IV
DOS RECURSOS

Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude,


inclusive os relativos à execução das medidas socioeducativas, adotar-se-á o
sistema recursal da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Pro-
cesso Civil), com as seguintes adaptações: (“Caput” com redação dada pela
Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90
(noventa) dias após a publicação)
I – os recursos serão interpostos independentemente de preparo;
II – em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo para
o Ministério Público e para a defesa será sempre de 10 (dez) dias; (Inciso
com redação dada pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de
19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias após a publicação)
III – os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor;
IV – (Revogado pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
V – (Revogado pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
VI – (Revogado pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
VII – antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no
caso de apelação, ou do instrumento, no caso de agravo, a autoridade judici-
ária proferirá despacho fundamentado, mantendo ou reformando a decisão,
no prazo de cinco dias;
VIII – mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os
autos ou o instrumento à superior instância dentro de vinte e quatro horas,
independentemente de novo pedido do recorrente; se a reformar, a remessa
dos autos dependerá de pedido expresso da parte interessada ou do Ministé-
rio Público, no prazo de cinco dias, contados da intimação.
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149 caberá re-
curso de apelação.

1391
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Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito desde logo,


embora sujeita a apelação, que será recebida exclusivamente no efeito devo-
lutivo, salvo se se tratar de adoção internacional ou se houver perigo de dano
irreparável ou de difícil reparação ao adotando. (Artigo acrescido pela Lei n.
12.010, de 3/8/2009)
Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores
do poder familiar fica sujeita a apelação, que deverá ser recebida apenas no
efeito devolutivo. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de destituição
de poder familiar, em face da relevância das questões, serão processados
com prioridade absoluta, devendo ser imediatamente distribuídos, ficando
vedado que aguardem, em qualquer situação, oportuna distribuição, e serão
colocados em mesa para julgamento sem revisão e com parecer urgente do
Ministério Público. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa para julgamen-
to no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da sua conclusão.
Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data do julgamento
e poderá na sessão, se entender necessário, apresentar oralmente seu pare-
cer. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a instauração de proce-
dimento para apuração de responsabilidades se constatar o descumprimento
das providências e do prazo previstos nos artigos anteriores. (Artigo acresci-
do pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)

CAPÍTULO V
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 200. As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei, serão exer-


cidas nos termos da respectiva Lei Orgânica.
Art. 201. Compete ao Ministério Público:

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I – conceder a remissão como forma de exclusão do processo;


II – promover e acompanhar os procedimentos relativos às infrações atri-
buídas a adolescentes;
III – promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos
de suspensão e destituição do poder familiar, nomeação e remoção de tuto-
res, curadores e guardiães, bem como oficiar em todos os demais procedi-
mentos da competência da Justiça da Infância e da Juventude; (Expressão
"pátrio poder" substituída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei n. 12.010,
de 3/8/2009)
IV – promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a especia-
lização e a inscrição de hipoteca legal e a prestação de contas dos tutores,
curadores e quaisquer administradores de bens de crianças e adolescentes
nas hipóteses do art. 98;
V – promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos
interesses individuais, difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescên-
cia, inclusive os definidos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;
VI – instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:
a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclarecimentos e, em
caso de não comparecimento injustificado, requisitar condução coercitiva, in-
clusive pela polícia civil ou militar;
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades
municipais, estaduais e federais, da administração direta ou indireta, bem
como promover inspeções e diligências investigatórias;
c) requisitar informações e documentos a particulares e instituições pri-
vadas;
VII – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e deter-
minar a instauração de inquérito policial, para apuração de ilícitos ou infra-
ções às normas de proteção à infância e à juventude;
VIII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegura-
dos às crianças e adolescentes, promovendo as medidas judiciais e extraju-
diciais cabíveis;

1393
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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IX – impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas corpus, em


qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa dos interesses sociais e indi-
viduais indisponíveis afetos à criança e ao adolescente;
X – representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infrações
cometidas contra as normas de proteção à infância e à juventude, sem preju-
ízo da promoção da responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;
XI – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e
os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas admi-
nistrativas ou judiciais necessárias à remoção de irregularidades porventura
verificadas;
XII – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços médi-
cos, hospitalares, educacionais e de assistência social, públicos ou privados,
para o desempenho de suas atribuições.
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas
neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dis-
puserem a Constituição e esta Lei.
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que
compatíveis com a finalidade do Ministério Público.
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções,
terá livre acesso a todo local onde se encontre criança ou adolescente.
§ 4º O representante do Ministério Público será responsável pelo uso in-
devido das informações e documentos que requisitar, nas hipóteses legais de
sigilo.
§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII deste artigo,
poderá o representante do Ministério Público:
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o compe-
tente procedimento, sob sua presidência;
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade reclamada, em
dia, local e horário previamente notificados ou acertados;
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços públicos e de
relevância pública afetos à criança e ao adolescente, fixando prazo razoável
para sua perfeita adequação.

1394
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará


obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de
que cuida esta Lei, hipótese em que terá vista dos autos depois das partes,
podendo juntar documentos e requerer diligências, usando os recursos cabí-
veis.
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita
pessoalmente.
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade
do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer
interessado.
Art. 205. As manifestações processuais do representante do Ministério
Público deverão ser fundamentadas.

CAPÍTULO VI
DO ADVOGADO

Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qual-


quer pessoa que tenha legítimo interesse na solução da lide poderão intervir
nos procedimentos de que trata esta Lei, através de advogado, o qual será
intimado para todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial, respei-
tado o segredo de justiça.
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e gratuita
àqueles que dela necessitarem.
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infra-
cional, ainda que ausente ou foragido, será processado sem defensor.
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz,
ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir outro de sua preferência.
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de nenhum ato
do processo, devendo o juiz nomear substituto, ainda que provisoriamente,
ou para o só efeito do ato.

1395
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§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar defensor


nomeado ou, sido constituído, tiver sido indicado por ocasião de ato formal
com a presença da autoridade judiciária.

CAPÍTULO VII
DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES INDIVIDUAIS,
DIFUSOS E COLETIVOS

Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabi-


lidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e ao adolescente, refe-
rentes ao não oferecimento ou oferta irregular:
I – do ensino obrigatório;
II – de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiên-
cia;
III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco
anos de idade; (Inciso com redação dada pela Lei n. 13.306, de 4/7/2016)
IV – de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
V – de programas suplementares de oferta de material didático-escolar,
transporte e assistência à saúde do educando do ensino fundamental;
VI – de serviço de assistência social visando à proteção à família, à ma-
ternidade, à infância e à adolescência, bem como ao amparo às crianças e
adolescentes que dele necessitem;
VII – de acesso às ações e serviços de saúde;
VIII – de escolarização e profissionalização dos adolescentes privados de
liberdade.
IX  – de ações, serviços e programas de orientação, apoio e promoção
social de famílias e destinados ao pleno exercício do direito à convivência
familiar por crianças e adolescentes. (Inciso acrescido pela Lei n. 12.010, de
3/8/2009)

1396
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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X – de programas de atendimento para a execução das medidas socio-


educativas e aplicação de medidas de proteção; (Inciso acrescido pela Lei
n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (no-
venta) dias após a publicação)
XI – de políticas e programas integrados de atendimento à criança e ao
adolescente vítima ou testemunha de violência. (Inciso acrescido pela Lei n.
13.431, de 4/4/2017, publicada no DOU de 5/4/2017, em vigor 1 ano após a
publicação)
§ 1º As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial
outros interesses individuais, difusos ou coletivos, próprios da infância e da
adolescência, protegidos pela Constituição e pela Lei. (Parágrafo único trans-
formado em § 1º pela Lei n. 11.259, de 30/12/2005)
§ 2º A investigação do desaparecimento de crianças ou adolescentes será
realizada imediatamente após notificação aos órgãos competentes, que deve-
rão comunicar o fato aos portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias
de transporte interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes todos os dados
necessários à identificação do desaparecido. (Parágrafo acrescido pela Lei n.
11.259, de 30/12/2005)
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do
local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá compe-
tência absoluta para processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça
Federal e a competência originária dos Tribunais Superiores.
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos ou difu-
sos, consideram-se legitimados concorrentemente:
I – o Ministério Público;
II – a União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal e os Territórios;
III – as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que
incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos prote-
gidos por esta Lei, dispensada a autorização da assembleia, se houver prévia
autorização estatutária.

1397
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da


União e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legiti-
mada, o Ministério Público ou outro legitimado poderá assumir a titularidade
ativa.
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados
compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, o qual terá
eficácia de título executivo extrajudicial.
Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por esta Lei,
são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes.
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas do Código de
Processo Civil.
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público, que lesem direito
líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, que se regerá
pelas normas da lei do mandado de segurança.
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de
fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou de-
terminará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento.
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado
receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela limi-
narmente ou após justificação prévia, citando o réu.
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença,
impor multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for su-
ficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cum-
primento do preceito.
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da senten-
ça favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver confi-
gurado o descumprimento.

1398
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo Conselho


dos Direitos da Criança e do Adolescente do respectivo município.
§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em julgado
da decisão serão exigidas através de execução promovida pelo Ministério Pú-
blico, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará deposita-
do em estabelecimento oficial de crédito, em conta com correção monetária.
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evi-
tar dano irreparável à parte.
Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao
Poder Público, o juiz determinará a remessa de peças à autoridade competen-
te, para apuração da responsabilidade civil e administrativa do agente a que
se atribua a ação ou omissão.
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença
condenatória sem que a associação autora lhe promova a execução, deverá
fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu os hono-
rários advocatícios arbitrados na conformidade do § 4º do art. 20 da Lei n.
5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, quando reconhe-
cer que a pretensão é manifestamente infundada.
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os
diretores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente conde-
nados ao décuplo das custas, sem prejuízo de responsabilidade por perdas e
danos.
Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento
de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas.
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar
a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe informações sobre fatos que
constituam objeto de ação civil, e indicando-lhe os elementos de convicção.

1399
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízes e tribunais tiverem


conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura de ação civil, reme-
terão peças ao Ministério Público para as providências cabíveis.
Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às
autoridades competentes as certidões e informações que julgar necessárias,
que serão fornecidas no prazo de quinze dias.
Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, in-
quérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou particu-
lar, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual
não poderá ser inferior a dez dias úteis.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se
convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação cível,
promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças informa-
tivas, fazendo-o fundamentadamente.
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados se-
rão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de três dias,
ao Conselho Superior do Ministério Público.
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento,
em sessão do Conselho Superior do Ministério Público, poderão as associa-
ções legitimadas apresentar razões escritas ou documentos, que serão junta-
dos aos autos do inquérito ou anexados às peças de informação.
§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação
do Conselho Superior do Ministério Público, conforme dispuser o seu Regi-
mento.
§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquiva-
mento, designará, desde logo, outro órgão do Ministério Público para o ajui-
zamento da ação.
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da
Lei n. 7.347, de 24 de julho de 1985.

1400
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

TÍTULO VII
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
CAPÍTULO I
DOS CRIMES
Seção I
Disposições Gerais

Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e


o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do disposto na legislação
penal.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte
Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de
Processo Penal.
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.

Seção II
Dos Crimes em Espécie

Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabele-


cimento de atenção à saúde de gestante de manter registro das atividades
desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. 10 desta Lei, bem como
de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica,
declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do
desenvolvimento do neonato:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento
de atenção à saúde de gestante de identificar corretamente o neonato e a
parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames
referidos no art. 10 desta Lei:

1401
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Pena – detenção de seis meses a dois anos.


Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo
à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo or-
dem escrita da autoridade judiciária competente:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão
sem observância das formalidades legais.
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de
criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária
competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou
vigilância a vexame ou a constrangimento:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 233. (Revogado pela Lei n. 9.455, de 7/4/1997)
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar
a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento
da ilegalidade da apreensão:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em be-
nefício de adolescente privado de liberdade:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro
do Conselho Tutelar ou representante do Ministério Público no exercício de
função prevista nesta Lei:
Pena – detenção de seis meses a dois anos.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob
sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em
lar substituto:

1402
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Pena – reclusão de dois a seis anos, e multa.


Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, me-
diante paga ou recompensa:
Pena – reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga
ou recompensa.
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de
criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades
legais ou com o fito de obter lucro:
Pena – reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente
à violência. (Parágrafo único acrescido pela Lei n. 10.764, de 12/11/2003)
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por
qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou
adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. ("Caput" do artigo
com redação dada pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou
de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou adolescente nas
cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena.
(Parágrafo com redação dada pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:
("Caput" do parágrafo com redação dada pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;
(Inciso com redação dada pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospi-
talidade; ou (Inciso com redação dada pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo ou afim até
o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da

1403
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vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou


com seu consentimento. (Inciso acrescido pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou ado-
lescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Artigo com reda-
ção dada pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar
ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática
ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo
explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias,
cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo;
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às
fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste artigo.
§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1º deste artigo são pu-
níveis quando o responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente no-
tificado, deixa de desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput
deste artigo. (Artigo acrescido pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotogra-
fia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena
quantidade o material a que se refere o caput deste artigo.
§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de co-
municar às autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas nos
arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por:

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I – agente público no exercício de suas funções;


II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas
finalidades institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminha-
mento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo;
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de aces-
so ou serviço prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento
do material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público
ou ao Poder Judiciário.
§ 3º As pessoas referidas no § 2º deste artigo deverão manter sob sigilo o
material ilícito referido. (Artigo acrescido pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de
sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modi-
ficação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda,
disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui
ou armazena o material produzido na forma do caput deste artigo. (Artigo
acrescido pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio
de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo
explícito ou pornográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso;
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de indu-
zir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita. (Artigo
acrescido pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão "cena
de sexo explícito ou pornográfica" compreende qualquer situação que envolva
criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas,

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ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins pri-
mordialmente sexuais. (Artigo acrescido pela Lei n. 11.829, de 25/11/2008)
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qual-
quer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Artigo com redação dada pela
Lei n. 10.764, de 12/11/2003)
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratui-
tamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou,
sem justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar depen-
dência física ou psíquica:
Pena – detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não
constitui crime mais grave. (Artigo com redação dada pela Lei n. 13.106, de
17/3/2015)
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qual-
quer forma, a criança ou adolescente fogos de estampido ou de artifício, ex-
ceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam incapazes de provocar
qualquer dano físico em caso de utilização indevida:
Pena – detenção de seis meses a dois anos, e multa.
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no
caput do art. 2º desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual: (“Caput” do
artigo acrescido pela Lei n. 9.975, de 23/6/2000)
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens
e valores utilizados na prática criminosa em favor do Fundo dos Direitos da
Criança e do Adolescente da unidade da Federação (Estado ou Distrito Fede-
ral) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé.
(Pena acrescida pela Lei n. 9.975, de 23/6/2000, com redação dada pela Lei
n. 13.440, de 8/5/2017)
§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o respon-
sável pelo local em que se verifique a submissão de criança ou adolescente

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às práticas referidas no caput deste artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei n.


9.975, de 23/6/2000)
§ 2º Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de
localização e de funcionamento do estabelecimento. (Parágrafo acrescido pela
Lei n. 9.975, de 23/6/2000)
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito)
anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as
condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive
salas de bate-papo da internet.
§ 2º As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um ter-
ço no caso de a infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1º
da Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.015,
de 7/8/2009)

CAPÍTULO II
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento


de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comu-
nicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envol-
vendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de atendi-
mento o exercício dos direitos constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do
art. 124 desta Lei:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.

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Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por


qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento de procedimento
policial, administrativo ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se
atribua ato infracional:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotogra-
fia de criança ou adolescente envolvido em ato infracional, ou qualquer ilus-
tração que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de
forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente.
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio
ou televisão, além da pena prevista neste artigo, a autoridade judiciária po-
derá determinar a apreensão da publicação ou a suspensão da programação
da emissora até por dois dias, bem como da publicação do periódico até por
dois números. (Expressão "ou a suspensão da programação da emissora até
por dois dias, bem como da publicação do periódico até por dois números"
declarada inconstitucional, em controle concentrado, pelo Supremo Tribunal
Federal, pela ADIN n. 869-2, publicada no DO de 03/09/2004, p. 1.)
Art. 248. (Revogado pela Lei n. 13.431, de 4/4/2017, publicada no DOU
de 5/4/2017, em vigor 1 ano após a publicação)
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao
poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação
da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: (Expressão "pátrio poder" subs-
tituída por “poder familiar” pelo art. 3º da Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou
responsável, ou sem autorização escrita desses ou da autoridade judiciária,
em hotel, pensão, motel ou congênere:

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Pena – multa. (“Caput” do artigo com redação dada pela Lei n. 12.038, de
1/10/2009)
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autorida-
de judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até 15
(quinze) dias. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.038, de 1/10/2009)
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias,
o estabelecimento será definitivamente fechado e terá sua licença cassada.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.038, de 1/10/2009)
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com
inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de
afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, infor-
mação destacada sobre a natureza da diversão ou espetáculo e a faixa etária
especificada no certificado de classificação:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro
em caso de reincidência.
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou
espetáculos, sem indicar os limites de idade a que não se recomendem:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, duplicada em caso de
reincidência, aplicável, separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de
divulgação ou publicidade.
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário
diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação:
Pena – multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de
reincidência a autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da pro-
gramação da emissora por até dois dias. (Expressão “em horário diverso do
autorizado” declarada inconstitucional, em controle concentrado, pelo Supre-

1409
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mo Tribunal Federal, pela ADIN n. 2.404, publicada no DOU de 12/9/2016,


p. 2)
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado
pelo órgão competente como inadequado às crianças ou adolescentes admi-
tidos ao espetáculo:
Pena – multa de vinte a cem salários de referência; na reincidência, a au-
toridade poderá determinar a suspensão do espetáculo ou o fechamento do
estabelecimento por até quinze dias.
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de programação
em vídeo, em desacordo com a classificação atribuído pelo órgão competente:
Pena – multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidên-
cia, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabeleci-
mento por até quinze dias.
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 desta Lei:
Pena – multa de três a vinte salários de referência, duplicando-se a pena
em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da revista ou publicação.
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o empresário de
observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de criança ou adolescente aos
locais de diversão, ou sobre sua participação no espetáculo.
Pena – multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidên-
cia, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabeleci-
mento por até quinze dias.
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar a instalação
e operacionalização dos cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101
desta Lei:
Pena – multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais).
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que deixa de efe-
tuar o cadastramento de crianças e de adolescentes em condições de serem
adotadas, de pessoas ou casais habilitados à adoção e de crianças e adoles-

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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centes em regime de acolhimento institucional ou familiar. (Artigo acrescido


pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento
de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato encaminhamento à au-
toridade judiciária de caso de que tenha conhecimento de mãe ou gestante
interessada em entregar seu filho para adoção:
Pena – multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais).
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de programa oficial
ou comunitário destinado à garantia do direito à convivência familiar que dei-
xa de efetuar a comunicação referida no caput deste artigo. (Artigo acrescido
pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009)
Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do art. 81:
Pena – multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil re-
ais);
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento comercial até o
recolhimento da multa aplicada. (Artigo acrescido pela Lei n. 13.106, de
17/3/2015)
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da publicação deste
Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo sobre a criação ou adaptação de
seus órgãos às diretrizes da política de atendimento fixadas no art. 88 e ao
que estabelece o Título V do Livro II.
Parágrafo único. Compete aos Estados e Municípios promoverem a adap-
tação de seus órgãos e programas às diretrizes e princípios estabelecidos
nesta Lei.
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fundos dos Direi-
tos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, estaduais ou municipais,
devidamente comprovadas, sendo essas integralmente deduzidas do imposto
de renda, obedecidos os seguintes limites: (“Caput” com redação dada pela

1411
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90


(noventa) dias após a publicação)
I – 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado pelas
pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real; e (Inciso com redação
dada pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em
vigor 90 (noventa) dias após a publicação)
II – 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado pelas pessoas
físicas na Declaração de Ajuste Anual, observado o disposto no art. 22 da Lei
n. 9.532, de 10 de dezembro de 1997. (Inciso com redação dada pela Lei n.
12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noven-
ta) dias após a publicação)
§ 1º (Revogado pela Lei n. 9.532, de 10/12/1997)
§ 1º-A. Na definição das prioridades a serem atendidas com os recursos
captados pelos fundos nacional, estaduais e municipais dos direitos da crian-
ça e do adolescente, serão consideradas as disposições do Plano Nacional de
Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convi-
vência Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional pela Primeira Infância.
(Parágrafo acrescido pela Lei n. 12.010, de 3/8/2009 e com redação dada
pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 2º Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direitos da criança
e do adolescente fixarão critérios de utilização, por meio de planos de aplica-
ção, das dotações subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente
percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças
e adolescentes e para programas de atenção integral à primeira infância em
áreas de maior carência socioeconômica e em situações de calamidade. (Pa-
rágrafo com redação dada pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da Economia, Fa-
zenda e Planejamento, regulamentará a comprovação das doações feitas aos
fundos, nos termos deste artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei n. 8.242, de
12/10/1991)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a forma de fiscali-


zação da aplicação, pelo Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adoles-
cente, dos incentivos fiscais referidos neste artigo. (Parágrafo acrescido pela
Lei n. 8.242, de 12/10/1991)
§ 5º Observado o disposto no § 4º do art. 3º da Lei n. 9.249, de 26 de
dezembro de 1995, a dedução de que trata o inciso I do caput: (Parágrafo
com redação dada pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de
19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias após a publicação)
I – será considerada isoladamente, não se submetendo a limite em con-
junto com outras deduções do imposto; e (Inciso com redação dada pela Lei
n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (no-
venta) dias após a publicação)
II – não poderá ser computada como despesa operacional na apuração do
lucro real. (Inciso com redação dada pela Lei n. 12.594, de 18/01/2012, pu-
blicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias após a publicação)
Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de 2009, a pes-
soa física poderá optar pela doação de que trata o inciso II do caput do art.
260 diretamente em sua Declaração de Ajuste Anual.
§ 1º A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os seguintes
percentuais aplicados sobre o imposto apurado na declaração:
I – (VETADO);
II – (VETADO);
III – 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.
§ 2º A dedução de que trata o caput:
I – está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda
apurado na declaração de que trata o inciso II do caput do art. 260;
II – não se aplica à pessoa física que:
a) utilizar o desconto simplificado;
b) apresentar declaração em formulário; ou
c) entregar a declaração fora do prazo;

1413
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – só se aplica às doações em espécie; e


IV – não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em vigor.
§ 3º O pagamento da doação deve ser efetuado até a data de vencimento
da primeira quota ou quota única do imposto, observadas instruções especí-
ficas da Secretaria da Receita Federal do Brasil.
§ 4º O não pagamento da doação no prazo estabelecido no § 3º implica
a glosa definitiva desta parcela de dedução, ficando a pessoa física obrigada
ao recolhimento da diferença de imposto devido apurado na Declaração de
Ajuste Anual com os acréscimos legais previstos na legislação.
§ 5º A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na Declaração de
Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo ano calendário, aos fundos con-
trolados pelos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente municipais,
distrital, estaduais e nacional concomitantemente com a opção de que trata o
caput, respeitado o limite previsto no inciso II do art. 260. (Artigo acrescido
pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor
90 (noventa) dias após a publicação)
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá ser de-
duzida:
I – do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas que apuram
o imposto trimestralmente; e
II – do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para as pessoas
jurídicas que apuram o imposto anualmente.
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do período a que
se refere a apuração do imposto. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.594, de
18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias
após a publicação)
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei podem ser efe-
tuadas em espécie ou em bens.
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem ser depositadas
em conta específica, em instituição financeira pública, vinculadas aos res-

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pectivos fundos de que trata o art. 260. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.594,
de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias
após a publicação)
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital
e municipais devem emitir recibo em favor do doador, assinado por pessoa
competente e pelo presidente do Conselho correspondente, especificando:
I – número de ordem;
II – nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e endereço do
emitente;
III – nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doador;
IV – data da doação e valor efetivamente recebido; e
V – ano-calendário a que se refere a doação.
§ 1º O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser emitido
anualmente, desde que discrimine os valores doados mês a mês.
§ 2º No caso de doação em bens, o comprovante deve conter a identifi-
cação dos bens, mediante descrição em campo próprio ou em relação anexa
ao comprovante, informando também se houve avaliação, o nome, CPF ou
CNPJ e endereço dos avaliadores. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.594, de
18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias
após a publicação)
Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador deverá:
I – comprovar a propriedade dos bens, mediante documentação hábil;
II – baixar os bens doados na declaração de bens e direitos, quando se
tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso de pessoa jurídica; e
II – considerar como valor dos bens doados:
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declaração do im-
posto de renda, desde que não exceda o valor de mercado;
b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens.

1415
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será considerado na


determinação do valor dos bens doados, exceto se o leilão for determinado por
autoridade judiciária. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, pu-
blicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias após a publicação)
Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D e 260-E
devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo de 5 (cinco) anos para
fins de comprovação da dedução perante a Receita Federal do Brasil. (Artigo
acrescido pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012,
em vigor 90 (noventa) dias após a publicação)
Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital
e municipais devem:
I – manter conta bancária específica destinada exclusivamente a gerir os
recursos do Fundo;
II – manter controle das doações recebidas; e
III – informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do Brasil as
doações recebidas mês a mês, identificando os seguintes dados por doador:
a) nome, CNPJ ou CPF;
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou em bens.
(Artigo acrescido pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de
19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias após a publicação)
Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações previstas no art.
260-G, a Secretaria da Receita Federal do Brasil dará conhecimento do fato
ao Ministério Público. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, pu-
blicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias após a publicação)
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacio-
nal, estaduais, distrital e municipais divulgarão amplamente à comunidade:
I – o calendário de suas reuniões;
II  – as ações prioritárias para aplicação das políticas de atendimento à
criança e ao adolescente;

1416
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – os requisitos para a apresentação de projetos a serem beneficiados


com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional,
estaduais, distrital ou municipais;
IV – a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário e o valor
dos recursos previstos para implementação das ações, por projeto;
V – o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por projeto
atendido, inclusive com cadastramento na base de dados do Sistema de In-
formações sobre a Infância e a Adolescência; e
VI  – a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com recursos
dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais,
distrital e municipais. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, pu-
blicada no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias após a publicação)
Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Comarca, a forma de
fiscalização da aplicação dos incentivos fiscais referidos no art. 260 desta Lei.
Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts. 260-G e 260-I
sujeitará os infratores a responder por ação judicial proposta pelo Ministério
Público, que poderá atuar de ofício, a requerimento ou representação de qual-
quer cidadão. (Artigo acrescido pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada
no DOU de 19/1/2012, em vigor 90 (noventa) dias após a publicação)
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Repúbli-
ca (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da Receita Federal do Brasil, até 31
de outubro de cada ano, arquivo eletrônico contendo a relação atualizada dos
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, estadu-
ais e municipais, com a indicação dos respectivos números de inscrição no
CNPJ e das contas bancárias específicas mantidas em instituições financeiras
públicas, destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos. (Artigo
acrescido pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012,
em vigor 90 (noventa) dias após a publicação)
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá as instru-
ções necessárias à aplicação do disposto nos arts. 260 a 260-K. (Artigo acres-
cido pela Lei n. 12.594, de 18/1/2012, publicada no DOU de 19/1/2012, em
vigor 90 (noventa) dias após a publicação)

1417
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 261. À falta dos Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do


Adolescente, os registros, inscrições e alterações a que se referem os arts.
90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão efetuados perante a autoridade ju-
diciária da comarca a que pertencer a entidade.
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos Estados e Muni-
cípios, e os Estados aos Municípios, os recursos referentes aos programas
e atividades previstos nesta Lei, tão logo estejam criados os Conselhos dos
Direitos da Criança e do Adolescente nos seus respectivos níveis.
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as atribuições
a eles conferidas serão exercidas pela autoridade judiciária.
Art. 263. O Decreto-Lei n. 2.848, de 07 de dezembro de 1940, Código
Penal, passa a vigorar com as seguintes alterações:
"1) Art. 121.............................................................................
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço, se o crime
resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se
o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir
as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo
doloso o homicídio, a pena é aumentada de um terço, se o crime é praticado
contra pessoa menor de catorze anos.
2) Art. 129.................................................................................
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses
do art. 121, § 4º.
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
3) Art. 136..............................................................................
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa
menor de catorze anos.
4) Art. 213..........................................................................
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
Pena – reclusão de quatro a dez anos.
5) Art. 214..................................................................................

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:


Pena – reclusão de três a nove anos."
Art. 264. O art. 102 da Lei n. 6.015, de 31 de dezembro de 1973, fica
acrescido do seguinte item:
"Art. 102.................................................................................
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder." (Vide art. 3º da Lei n. 12.010,
de 3/8/2009)
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da administra-
ção direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder
Público Federal, promoverão edição popular do texto integral deste Estatuto,
que será posto à disposição das escolas e das entidades de atendimento e de
defesa dos direitos da criança e do adolescente.
Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla divulgação dos
direitos da criança e do adolescente nos meios de comunicação social.
Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será veiculada em
linguagem clara, compreensível e adequada a crianças e adolescentes, es-
pecialmente às crianças com idade inferior a 6 (seis) anos. (Artigo acrescido
pela Lei n. 13.257, de 8/3/2016)
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publicação.
Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser promovidas
atividades e campanhas de divulgação e esclarecimentos acerca do disposto
nesta Lei.
Art. 267. Revogam-se as Leis n.s 4.513, de 1964 e 6.697, de 10 de ou-
tubro de 1979 (Código de Menores), e as demais disposições em contrário.

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LEI N. 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015 –


CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Código de Processo Civil.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

PARTE GERAL
LIVRO I
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS
TÍTULO ÚNICO
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS
PROCESSUAIS
CAPÍTULO I
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL

Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado con-


forme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da
República Federativa do Brasil , observando-se as disposições deste Código.
Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por
impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a di-
reito.
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos
conflitos.
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de
conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos
e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.

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Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução inte-


gral do mérito, incluída a atividade satisfativa.
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve compor-
tar-se de acordo com a boa-fé.
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se
obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao
exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus,
aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar
pelo efetivo contraditório.
Art. 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais
e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da
pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legali-
dade, a publicidade e a eficiência.
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja
previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I – à tutela provisória de urgência;
II – às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e
III ;
III – à decisão prevista no art. 701 .
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base
em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade
de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de
ofício.
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públi-
cos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a
presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou
do Ministério Público.

1421
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem


cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. (Redação dada
pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
§ 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanente-
mente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de
computadores.
§ 2º Estão excluídos da regra do caput :
I – as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de
improcedência liminar do pedido;
II – o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica
firmada em julgamento de casos repetitivos;
III – o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de
demandas repetitivas;
IV – as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932 ;
V – o julgamento de embargos de declaração;
VI – o julgamento de agravo interno;
VII – as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Na-
cional de Justiça;
VIII – os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham com-
petência penal;
IX – a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por
decisão fundamentada.
§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica
das conclusões entre as preferências legais.
§ 4º Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1º, o requeri-
mento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão,
exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julga-
mento em diligência.
§ 5º Decidido o requerimento previsto no § 4º, o processo retornará à
mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista.

1422
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1º ou, conforme o


caso, no § 3º, o processo que:
I – tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessi-
dade de realização de diligência ou de complementação da instrução;
II – se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II .

CAPÍTULO II
DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS

Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasilei-
ras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções
ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte.
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamen-
te aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as
situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, traba-
lhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas
supletiva e subsidiariamente.

LIVRO II
DA FUNÇÃO JURISDICIONAL
TÍTULO I
DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO

Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo
o território nacional, conforme as disposições deste Código.
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo
quando autorizado pelo ordenamento jurídico.

1423
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá


intervir como assistente litisconsorcial.
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:
I – da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurí-
dica;
II – da autenticidade ou da falsidade de documento.
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha
ocorrido a violação do direito.

TÍTULO II
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
CAPÍTULO I
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL

Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as


ações em que:
I – o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no
Brasil;
II – no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III – o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domici-
liada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou
sucursal.
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e
julgar as ações:
I – de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de
bens, recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos;

1424
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver do-


micílio ou residência no Brasil;
III – em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à juris-
dição nacional.
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qual-
quer outra:
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II – em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testa-
mento particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda
que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio
fora do território nacional;
III – em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, pro-
ceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacio-
nalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispen-
dência e não obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma
causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de
tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não
impede a homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para
produzir efeitos no Brasil.
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento
e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo
estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.
§ 1º Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência inter-
nacional exclusiva previstas neste Capítulo.
§ 2º Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1º a 4º .

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO II
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
Seção I
Disposições Gerais

Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de


que o Brasil faz parte e observará:
I – o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente;
II – a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes
ou não no Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos,
assegurando-se assistência judiciária aos necessitados;
III – a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na
legislação brasileira ou na do Estado requerente;
IV – a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos
pedidos de cooperação;
V – a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades es-
trangeiras.
§ 1º Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá
realizar-se com base em reciprocidade, manifestada por via diplomática.
§ 2º Não se exigirá a reciprocidade referida no § 1º para homologação de
sentença estrangeira.
§ 3º Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de
atos que contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as nor-
mas fundamentais que regem o Estado brasileiro.
§ 4º O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na
ausência de designação específica.
Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá por objeto:
I – citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial;
II – colheita de provas e obtenção de informações;
III – homologação e cumprimento de decisão;

1426
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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IV – concessão de medida judicial de urgência;


V – assistência jurídica internacional;
VI – qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei
brasileira.

Seção II
Do Auxílio Direto

Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente
de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de
delibação no Brasil.
Art. 29. A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão es-
trangeiro interessado à autoridade central, cabendo ao Estado requerente
assegurar a autenticidade e a clareza do pedido.
Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte,
o auxílio direto terá os seguintes objetos:
I – obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e
sobre processos administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso;
II – colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em
curso no estrangeiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária bra-
sileira;
III – qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei
brasileira.
Art. 31. A autoridade central brasileira comunicar-se-á diretamente com
suas congêneres e, se necessário, com outros órgãos estrangeiros responsá-
veis pela tramitação e pela execução de pedidos de cooperação enviados e
recebidos pelo Estado brasileiro, respeitadas disposições específicas constan-
tes de tratado.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 32. No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a
lei brasileira, não necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade central
adotará as providências necessárias para seu cumprimento.
Art. 33. Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central
o encaminhará à Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo a medida
solicitada.
Parágrafo único. O Ministério Público requererá em juízo a medida solicita-
da quando for autoridade central.
Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a
medida apreciar pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de
atividade jurisdicional.

Seção III
Da Carta Rogatória

Art. 35. (VETADO).


Art. 36. O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de
Justiça é de jurisdição contenciosa e deve assegurar às partes as garantias
do devido processo legal.
§ 1º A defesa restringir-se-á à discussão quanto ao atendimento dos re-
quisitos para que o pronunciamento judicial estrangeiro produza efeitos no
Brasil.
§ 2º Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronuncia-
mento judicial estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira.

Seção IV
Disposições Comuns às Seções Anteriores

Art. 37. O pedido de cooperação jurídica internacional oriundo de autori-


dade brasileira competente será encaminhado à autoridade central para pos-
terior envio ao Estado requerido para lhe dar andamento.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 38. O pedido de cooperação oriundo de autoridade brasileira com-


petente e os documentos anexos que o instruem serão encaminhados à au-
toridade central, acompanhados de tradução para a língua oficial do Estado
requerido.
Art. 39. O pedido passivo de cooperação jurídica internacional será recu-
sado se configurar manifesta ofensa à ordem pública.
Art. 40. A cooperação jurídica internacional para execução de decisão es-
trangeira dar-se-á por meio de carta rogatória ou de ação de homologação de
sentença estrangeira, de acordo com o art. 960 .
Art. 41. Considera-se autêntico o documento que instruir pedido de co-
operação jurídica internacional, inclusive tradução para a língua portuguesa,
quando encaminhado ao Estado brasileiro por meio de autoridade central ou
por via diplomática, dispensando-se ajuramentação, autenticação ou qual-
quer procedimento de legalização.
Parágrafo único. O disposto no caput não impede, quando necessária, a
aplicação pelo Estado brasileiro do princípio da reciprocidade de tratamento.

TÍTULO III
DA COMPETÊNCIA INTERNA
CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA
Seção I
Disposições Gerais

Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos li-
mites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo
arbitral, na forma da lei.
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da dis-
tribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de

1429
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão


judiciário ou alterarem a competência absoluta.
Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal ,
a competência é determinada pelas normas previstas neste Código ou em
legislação especial, pelas normas de organização judiciária e, ainda, no que
couber, pelas constituições dos Estados.
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão reme-
tidos ao juízo federal competente se nele intervier a União, suas empresas
públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de
atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, ex-
ceto as ações:
I – de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho;
II – sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.
§ 1º Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja
de competência do juízo perante o qual foi proposta a ação.
§ 2º Na hipótese do § 1º, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos
em razão da incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o
mérito daquele em que exista interesse da União, de suas entidades autárqui-
cas ou de suas empresas públicas.
§ 3º O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar
conflito se o ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do
processo.
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens
móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
§ 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qual-
quer deles.
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser de-
mandado onde for encontrado ou no foro de domicílio do autor.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será


proposta no foro de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Bra-
sil, a ação será proposta em qualquer foro.
§ 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão de-
mandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor.
§ 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua
residência ou no do lugar onde for encontrado.
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é compe-
tente o foro de situação da coisa.
§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de elei-
ção se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão,
divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da
coisa, cujo juízo tem competência absoluta.
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competen-
te para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições
de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para
todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no
estrangeiro.
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é com-
petente:
I – o foro de situação dos bens imóveis;
II – havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III – não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do
espólio.
Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu
último domicílio, também competente para a arrecadação, o inventário, a
partilha e o cumprimento de disposições testamentárias.
Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domi-
cílio de seu representante ou assistente.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que


seja autora a União.
Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta
no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a
demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal.
Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que
seja autor Estado ou o Distrito Federal.
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação
poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou
fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do res-
pectivo ente federado.
Art. 53. É competente o foro:
I – para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhe-
cimento ou dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio
do casal;
II – de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se
pedem alimentos;
III – do lugar:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa
jurídica contraiu;
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou
associação sem personalidade jurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir
o cumprimento;
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no
respectivo estatuto;

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f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação


de dano por ato praticado em razão do ofício;
IV – do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano;
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios;
V – de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de
dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.

Seção II
Da Modificação da Competência

Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela


continência, observado o disposto nesta Seção.
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for co-
mum o pedido ou a causa de pedir.
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta,
salvo se um deles já houver sido sentenciado.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput :
I – à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao
mesmo ato jurídico;
II – às execuções fundadas no mesmo título executivo.
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam
gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decidi-
dos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver
identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser
mais amplo, abrange o das demais.
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido propos-
ta anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença
sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente
reunidas.

1433
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Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo


prevento, onde serão decididas simultaneamente.
Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o
juízo.
Art. 60. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca,
seção ou subseção judiciária, a competência territorial do juízo prevento es-
tender-se-á sobre a totalidade do imóvel.
Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação
principal.
Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou
da função é inderrogável por convenção das partes.
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e
do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e
obrigações.
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento es-
crito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico.
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes.
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser
reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao
juízo do foro de domicílio do réu.
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição
de foro na contestação, sob pena de preclusão.

Seção III
Da Incompetência

Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como ques-


tão preliminar de contestação.
§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e
grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício.

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§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente


a alegação de incompetência.
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão re-
metidos ao juízo competente.
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efei-
tos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida,
se for o caso, pelo juízo competente.
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a in-
competência em preliminar de contestação.
Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério
Público nas causas em que atuar.
Art. 66. Há conflito de competência quando:
I – 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes;
II – 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um
ao outro a competência;
III – entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou
separação de processos.
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá
suscitar o conflito, salvo se a atribuir a outro juízo.

CAPÍTULO II
DA COOPERAÇÃO NACIONAL

Art. 67. Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado


ou comum, em todas as instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribu-
nais superiores, incumbe o dever de recíproca cooperação, por meio de seus
magistrados e servidores.
Art. 68. Os juízos poderão formular entre si pedido de cooperação para
prática de qualquer ato processual.
Art. 69. O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente aten-
dido, prescinde de forma específica e pode ser executado como:

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I – auxílio direto;
II – reunião ou apensamento de processos;
III – prestação de informações;
IV – atos concertados entre os juízes cooperantes.
§ 1º As cartas de ordem, precatória e arbitral seguirão o regime previsto
neste Código.
§ 2º Os atos concertados entre os juízes cooperantes poderão consistir,
além de outros, no estabelecimento de procedimento para:
I – a prática de citação, intimação ou notificação de ato;
II – a obtenção e apresentação de provas e a coleta de depoimentos;
III – a efetivação de tutela provisória;
IV – a efetivação de medidas e providências para recuperação e preserva-
ção de empresas;
V – a facilitação de habilitação de créditos na falência e na recuperação
judicial;
VI – a centralização de processos repetitivos;
VII – a execução de decisão jurisdicional.
§ 3º O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre órgãos
jurisdicionais de diferentes ramos do Poder Judiciário.

LIVRO III
DOS SUJEITOS DO PROCESSO
TÍTULO I
DAS PARTES E DOS PROCURADORES
CAPÍTULO I
DA CAPACIDADE PROCESSUAL

Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem
capacidade para estar em juízo.
Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor
ou por curador, na forma da lei.

1436
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Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao:


I – incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste co-
lidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade;
II – réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora
certa, enquanto não for constituído advogado.
Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública,
nos termos da lei.
Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor
ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o re-
gime de separação absoluta de bens.
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
I – que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o
regime de separação absoluta de bens;
II – resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato
praticado por eles;
III – fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;
IV – que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção
de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.
§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do
réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos
praticado.
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos
autos.
Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicial-
mente quando for negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando
lhe seja impossível concedê-lo.
Parágrafo único. A falta de consentimento, quando necessário e não supri-
do pelo juiz, invalida o processo.
Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:

1437
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I – a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante ór-


gão vinculado;
II – o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;
III – o Município, por seu prefeito ou procurador;
IV – a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente
federado designar;
V – a massa falida, pelo administrador judicial;
VI – a herança jacente ou vacante, por seu curador;
VII – o espólio, pelo inventariante;
VIII – a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos desig-
narem ou, não havendo essa designação, por seus diretores;
IX – a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados
sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de
seus bens;
X – a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou adminis-
trador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;
XI – o condomínio, pelo administrador ou síndico.
§ 1º Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão
intimados no processo no qual o espólio seja parte.
§ 2º A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá
opor a irregularidade de sua constituição quando demandada.
§ 3º O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa ju-
rídica estrangeira a receber citação para qualquer processo.
§ 4º Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recípro-
co para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro
ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procuradorias.
Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da re-
presentação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoá-
vel para que seja sanado o vício.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância


originária:
I – o processo será extinto, se a providência couber ao autor;
II – o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;
III – o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependen-
do do polo em que se encontre.
§ 2º Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de
justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator:
I – não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente;
II – determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência
couber ao recorrido.

CAPÍTULO II
DOS DEVERES DAS PARTES E DE SEUS PROCURADORES
Seção I
Dos Deveres

Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes,
de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem
do processo:
I – expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II – não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de
que são destituídas de fundamento;
III – não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à
declaração ou à defesa do direito;
IV – cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisó-
ria ou final, e não criar embaraços à sua efetivação;
V – declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o ende-
reço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa
informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva;

1439
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VI – não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito


litigioso.
§ 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pes-
soas mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato
atentatório à dignidade da justiça.
§ 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à
dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, ci-
vis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento
do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta.
§ 3 o Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista no §
2º será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em
julgado da decisão que a fixou, e sua execução observará o procedimento da
execução fiscal, revertendo-se aos fundos previstos no art. 97 .
§ 4º A multa estabelecida no § 2º poderá ser fixada independentemente
da incidência das previstas nos arts. 523, § 1º , e 536, § 1º .
§ 5º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista
no § 2º poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.
§ 6º Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria
Pública e do Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2º a 5º, deven-
do eventual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de
classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará.
§ 7º Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz determinará o
restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar
nos autos até a purgação do atentado, sem prejuízo da aplicação do § 2º.
§ 8º O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir
decisão em seu lugar.
Art. 78. É vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos membros
do Ministério Público e da Defensoria Pública e a qualquer pessoa que participe
do processo empregar expressões ofensivas nos escritos apresentados.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Quando expressões ou condutas ofensivas forem manifestadas oral


ou presencialmente, o juiz advertirá o ofensor de que não as deve usar ou
repetir, sob pena de lhe ser cassada a palavra.
§ 2º De ofício ou a requerimento do ofendido, o juiz determinará que as
expressões ofensivas sejam riscadas e, a requerimento do ofendido, determi-
nará a expedição de certidão com inteiro teor das expressões ofensivas e a
colocará à disposição da parte interessada.

Seção II
Da Responsabilidade das Partes por Dano Processual

Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como
autor, réu ou interveniente.
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I – deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato in-
controverso;
II – alterar a verdade dos fatos;
III – usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV – opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V – proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI – provocar incidente manifestamente infundado;
VII – interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé
a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por
cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuí-
zos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas as
despesas que efetuou.
§ 1º Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz conde-
nará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidaria-
mente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá


ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.
§ 3º O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível
mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos
próprios autos.

Seção III
Das Despesas, dos Honorários Advocatícios e das Multas

Art. 82. Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justiça, in-


cumbe às partes prover as despesas dos atos que realizarem ou requererem
no processo, antecipando-lhes o pagamento, desde o início até a sentença
final ou, na execução, até a plena satisfação do direito reconhecido no título.
§ 1º Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização
o juiz determinar de ofício ou a requerimento do Ministério Público, quando
sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica.
§ 2º A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas
que antecipou.
Art. 83. O autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou
deixar de residir no país ao longo da tramitação de processo prestará caução
suficiente ao pagamento das custas e dos honorários de advogado da parte
contrária nas ações que propuser, se não tiver no Brasil bens imóveis que lhes
assegurem o pagamento.
§ 1º Não se exigirá a caução de que trata o caput :
I – quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado internacional
de que o Brasil faz parte;
II – na execução fundada em título extrajudicial e no cumprimento de
sentença;
III – na reconvenção.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º Verificando-se no trâmite do processo que se desfalcou a garantia,


poderá o interessado exigir reforço da caução, justificando seu pedido com a
indicação da depreciação do bem dado em garantia e a importância do reforço
que pretende obter.
Art. 84. As despesas abrangem as custas dos atos do processo, a inde-
nização de viagem, a remuneração do assistente técnico e a diária de teste-
munha.
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado
do vencedor.
§ 1º São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimen-
to de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos
recursos interpostos, cumulativamente.
§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de
vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos:
I – o grau de zelo do profissional;
II – o lugar de prestação do serviço;
III – a natureza e a importância da causa;
IV – o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
§ 3º Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos ho-
norários observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2º e os
seguintes percentuais:
I – mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da conde-
nação ou do proveito econômico obtido até 200 (duzentos) salários-mínimos;
II – mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condena-
ção ou do proveito econômico obtido acima de 200 (duzentos) salários-míni-
mos até 2.000 (dois mil) salários-mínimos;
III – mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da conde-
nação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) salários-mí-
nimos até 20.000 (vinte mil) salários-mínimos;

1443
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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IV – mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da conde-


nação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) salários-
-mínimos até 100.000 (cem mil) salários-mínimos;
V – mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condena-
ção ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) salários-
-mínimos.
§ 4º Em qualquer das hipóteses do § 3º :
I – os percentuais previstos nos incisos I a V devem ser aplicados desde
logo, quando for líquida a sentença;
II – não sendo líquida a sentença, a definição do percentual, nos termos
previstos nos incisos I a V, somente ocorrerá quando liquidado o julgado;
III – não havendo condenação principal ou não sendo possível mensurar
o proveito econômico obtido, a condenação em honorários dar-se-á sobre o
valor atualizado da causa;
IV – será considerado o salário-mínimo vigente quando prolatada senten-
ça líquida ou o que estiver em vigor na data da decisão de liquidação.
§ 5º Quando, conforme o caso, a condenação contra a Fazenda Pública ou
o benefício econômico obtido pelo vencedor ou o valor da causa for superior
ao valor previsto no inciso I do § 3º, a fixação do percentual de honorários
deve observar a faixa inicial e, naquilo que a exceder, a faixa subsequente, e
assim sucessivamente.
§ 6º Os limites e critérios previstos nos §§ 2º e 3º aplicam-se independen-
temente de qual seja o conteúdo da decisão, inclusive aos casos de improce-
dência ou de sentença sem resolução de mérito.
§ 7º Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra
a Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha
sido impugnada.
§ 8º Nas causas em que for inestimável ou irrisório o proveito econômico
ou, ainda, quando o valor da causa for muito baixo, o juiz fixará o valor dos ho-
norários por apreciação equitativa, observando o disposto nos incisos do § 2º.

1444
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 9º Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual


de honorários incidirá sobre a soma das prestações vencidas acrescida de 12
(doze) prestações vincendas.
§ 10. Nos casos de perda do objeto, os honorários serão devidos por quem
deu causa ao processo.
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados ante-
riormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal,
observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a 6º, sendo vedado ao
tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao advogado do
vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º para
a fase de conhecimento.
§ 12. Os honorários referidos no § 11 são cumuláveis com multas e outras
sanções processuais, inclusive as previstas no art. 77 .
§ 13. As verbas de sucumbência arbitradas em embargos à execução re-
jeitados ou julgados improcedentes e em fase de cumprimento de sentença
serão acrescidas no valor do débito principal, para todos os efeitos legais.
§ 14. Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza ali-
mentar, com os mesmos privilégios dos créditos oriundos da legislação do
trabalho, sendo vedada a compensação em caso de sucumbência parcial.
§ 15. O advogado pode requerer que o pagamento dos honorários que lhe
caibam seja efetuado em favor da sociedade de advogados que integra na
qualidade de sócio, aplicando-se à hipótese o disposto no § 14.
§ 16. Quando os honorários forem fixados em quantia certa, os juros mo-
ratórios incidirão a partir da data do trânsito em julgado da decisão.
§ 17. Os honorários serão devidos quando o advogado atuar em causa
própria.
§ 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito
aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição
e cobrança.
§ 19. Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos
termos da lei.

1445
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 86. Se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão propor-
cionalmente distribuídas entre eles as despesas.
Parágrafo único. Se um litigante sucumbir em parte mínima do pedido, o
outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos honorários.
Art. 87. Concorrendo diversos autores ou diversos réus, os vencidos res-
pondem proporcionalmente pelas despesas e pelos honorários.
§ 1º A sentença deverá distribuir entre os litisconsortes, de forma ex-
pressa, a responsabilidade proporcional pelo pagamento das verbas previstas
no caput .
§ 2 o Se a distribuição de que trata o § 1º não for feita, os vencidos res-
ponderão solidariamente pelas despesas e pelos honorários.
Art. 88. Nos procedimentos de jurisdição voluntária, as despesas serão
adiantadas pelo requerente e rateadas entre os interessados.
Art. 89. Nos juízos divisórios, não havendo litígio, os interessados paga-
rão as despesas proporcionalmente a seus quinhões.
Art. 90. Proferida sentença com fundamento em desistência, em renúncia
ou em reconhecimento do pedido, as despesas e os honorários serão pagos
pela parte que desistiu, renunciou ou reconheceu.
§ 1º Sendo parcial a desistência, a renúncia ou o reconhecimento, a res-
ponsabilidade pelas despesas e pelos honorários será proporcional à parcela
reconhecida, à qual se renunciou ou da qual se desistiu.
§ 2º Havendo transação e nada tendo as partes disposto quanto às despe-
sas, estas serão divididas igualmente.
§ 3º Se a transação ocorrer antes da sentença, as partes ficam dispensa-
das do pagamento das custas processuais remanescentes, se houver.
§ 4º Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultaneamente,
cumprir integralmente a prestação reconhecida, os honorários serão reduzi-
dos pela metade.
Art. 91. As despesas dos atos processuais praticados a requerimento da
Fazenda Pública, do Ministério Público ou da Defensoria Pública serão pagas
ao final pelo vencido.

1446
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º As perícias requeridas pela Fazenda Pública, pelo Ministério Público


ou pela Defensoria Pública poderão ser realizadas por entidade pública ou,
havendo previsão orçamentária, ter os valores adiantados por aquele que
requerer a prova.
§ 2º Não havendo previsão orçamentária no exercício financeiro para
adiantamento dos honorários periciais, eles serão pagos no exercício seguinte
ou ao final, pelo vencido, caso o processo se encerre antes do adiantamento
a ser feito pelo ente público.
Art. 92. Quando, a requerimento do réu, o juiz proferir sentença sem re-
solver o mérito, o autor não poderá propor novamente a ação sem pagar ou
depositar em cartório as despesas e os honorários a que foi condenado.
Art. 93. As despesas de atos adiados ou cuja repetição for necessária fi-
carão a cargo da parte, do auxiliar da justiça, do órgão do Ministério Público
ou da Defensoria Pública ou do juiz que, sem justo motivo, houver dado causa
ao adiamento ou à repetição.
Art. 94. Se o assistido for vencido, o assistente será condenado ao paga-
mento das custas em proporção à atividade que houver exercido no processo.
Art. 95. Cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que
houver indicado, sendo a do perito adiantada pela parte que houver requerido
a perícia ou rateada quando a perícia for determinada de ofício ou requerida
por ambas as partes.
§ 1º O juiz poderá determinar que a parte responsável pelo pagamento
dos honorários do perito deposite em juízo o valor correspondente.
§ 2º A quantia recolhida em depósito bancário à ordem do juízo será cor-
rigida monetariamente e paga de acordo com o art. 465, § 4º .
§ 3º Quando o pagamento da perícia for de responsabilidade de benefici-
ário de gratuidade da justiça, ela poderá ser:
I – custeada com recursos alocados no orçamento do ente público e reali-
zada por servidor do Poder Judiciário ou por órgão público conveniado;

1447
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – paga com recursos alocados no orçamento da União, do Estado ou do


Distrito Federal, no caso de ser realizada por particular, hipótese em que o
valor será fixado conforme tabela do tribunal respectivo ou, em caso de sua
omissão, do Conselho Nacional de Justiça.
§ 4º Na hipótese do § 3º, o juiz, após o trânsito em julgado da decisão
final, oficiará a Fazenda Pública para que promova, contra quem tiver sido
condenado ao pagamento das despesas processuais, a execução dos valores
gastos com a perícia particular ou com a utilização de servidor público ou
da estrutura de órgão público, observando-se, caso o responsável pelo pa-
gamento das despesas seja beneficiário de gratuidade da justiça, o disposto
no art. 98, § 2º .
§ 5º Para fins de aplicação do § 3º, é vedada a utilização de recursos do
fundo de custeio da Defensoria Pública.
Art. 96. O valor das sanções impostas ao litigante de má-fé reverterá em
benefício da parte contrária, e o valor das sanções impostas aos serventuá-
rios pertencerá ao Estado ou à União.
Art. 97. A União e os Estados podem criar fundos de modernização do Po-
der Judiciário, aos quais serão revertidos os valores das sanções pecuniárias
processuais destinadas à União e aos Estados, e outras verbas previstas em lei.

Seção IV
Da Gratuidade da Justiça

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com in-


suficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os
honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
§ 1º A gratuidade da justiça compreende:
I – as taxas ou as custas judiciais;
II – os selos postais;
III – as despesas com publicação na imprensa oficial, dispensando-se a
publicação em outros meios;

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IV – a indenização devida à testemunha que, quando empregada, recebe-


rá do empregador salário integral, como se em serviço estivesse;
V – as despesas com a realização de exame de código genético – DNA e
de outros exames considerados essenciais;
VI – os honorários do advogado e do perito e a remuneração do intérprete
ou do tradutor nomeado para apresentação de versão em português de docu-
mento redigido em língua estrangeira;
VII – o custo com a elaboração de memória de cálculo, quando exigida
para instauração da execução;
VIII – os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para
propositura de ação e para a prática de outros atos processuais inerentes ao
exercício da ampla defesa e do contraditório;
IX – os emolumentos devidos a notários ou registradores em decorrência
da prática de registro, averbação ou qualquer outro ato notarial necessário à
efetivação de decisão judicial ou à continuidade de processo judicial no qual
o benefício tenha sido concedido.
§ 2º A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do benefici-
ário pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes
de sua sucumbência.
§ 3º Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbên-
cia ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da
decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situ-
ação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade,
extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
§ 4º A concessão de gratuidade não afasta o dever de o beneficiário pagar,
ao final, as multas processuais que lhe sejam impostas.
§ 5º A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a todos os
atos processuais, ou consistir na redução percentual de despesas processuais
que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento.

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§ 6º Conforme o caso, o juiz poderá conceder direito ao parcelamento de


despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do proce-
dimento.
§ 7º Aplica-se o disposto no art. 95, §§ 3º a 5º , ao custeio dos emolu-
mentos previstos no § 1º, inciso IX, do presente artigo, observada a tabela e
as condições da lei estadual ou distrital respectiva.
§ 8º Na hipótese do § 1º, inciso IX, havendo dúvida fundada quanto ao
preenchimento atual dos pressupostos para a concessão de gratuidade, o no-
tário ou registrador, após praticar o ato, pode requerer, ao juízo competente
para decidir questões notariais ou registrais, a revogação total ou parcial do
benefício ou a sua substituição pelo parcelamento de que trata o § 6º deste
artigo, caso em que o beneficiário será citado para, em 15 (quinze) dias, ma-
nifestar-se sobre esse requerimento.
Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição
inicial, na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou
em recurso.
§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da parte na instância, o
pedido poderá ser formulado por petição simples, nos autos do próprio pro-
cesso, e não suspenderá seu curso.
§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos ele-
mentos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de
gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a com-
provação do preenchimento dos referidos pressupostos.
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusi-
vamente por pessoa natural.
§ 4º A assistência do requerente por advogado particular não impede a
concessão de gratuidade da justiça.
§ 5º Na hipótese do § 4º, o recurso que verse exclusivamente sobre valor
de honorários de sucumbência fixados em favor do advogado de beneficiário
estará sujeito a preparo, salvo se o próprio advogado demonstrar que tem
direito à gratuidade.

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§ 6º O direito à gratuidade da justiça é pessoal, não se estendendo a li-


tisconsorte ou a sucessor do beneficiário, salvo requerimento e deferimento
expressos.
§ 7º Requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso, o recor-
rente estará dispensado de comprovar o recolhimento do preparo, incumbin-
do ao relator, neste caso, apreciar o requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo
para realização do recolhimento.
Art. 100. Deferido o pedido, a parte contrária poderá oferecer impugna-
ção na contestação, na réplica, nas contrarrazões de recurso ou, nos casos de
pedido superveniente ou formulado por terceiro, por meio de petição simples,
a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, nos autos do próprio proces-
so, sem suspensão de seu curso.
Parágrafo único. Revogado o benefício, a parte arcará com as despesas
processuais que tiver deixado de adiantar e pagará, em caso de má-fé, até
o décuplo de seu valor a título de multa, que será revertida em benefício da
Fazenda Pública estadual ou federal e poderá ser inscrita em dívida ativa.
Art. 101. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher
pedido de sua revogação caberá agravo de instrumento, exceto quando a
questão for resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação.
§ 1º O recorrente estará dispensado do recolhimento de custas até deci-
são do relator sobre a questão, preliminarmente ao julgamento do recurso.
§ 2º Confirmada a denegação ou a revogação da gratuidade, o relator ou o
órgão colegiado determinará ao recorrente o recolhimento das custas proces-
suais, no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de não conhecimento do recurso.
Art. 102. Sobrevindo o trânsito em julgado de decisão que revoga a gra-
tuidade, a parte deverá efetuar o recolhimento de todas as despesas de cujo
adiantamento foi dispensada, inclusive as relativas ao recurso interposto, se
houver, no prazo fixado pelo juiz, sem prejuízo de aplicação das sanções pre-
vistas em lei.

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Parágrafo único. Não efetuado o recolhimento, o processo será extinto


sem resolução de mérito, tratando-se do autor, e, nos demais casos, não
poderá ser deferida a realização de nenhum ato ou diligência requerida pela
parte enquanto não efetuado o depósito.

CAPÍTULO III
DOS PROCURADORES

Art. 103. A parte será representada em juízo por advogado regularmente


inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
Parágrafo único. É lícito à parte postular em causa própria quando tiver
habilitação legal.
Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procu-
ração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar
ato considerado urgente.
§ 1º Nas hipóteses previstas no caput , o advogado deverá, independen-
temente de caução, exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorro-
gável por igual período por despacho do juiz.
§ 2º O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele
em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por
perdas e danos.
Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento pú-
blico ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos
os atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a proce-
dência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda
a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de
hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica.
§ 1º A procuração pode ser assinada digitalmente, na forma da lei.
§ 2º A procuração deverá conter o nome do advogado, seu número de
inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo.

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§ 3º Se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração tam-


bém deverá conter o nome dessa, seu número de registro na Ordem dos Ad-
vogados do Brasil e endereço completo.
§ 4º Salvo disposição expressa em sentido contrário constante do próprio
instrumento, a procuração outorgada na fase de conhecimento é eficaz para
todas as fases do processo, inclusive para o cumprimento de sentença.
Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado:
I – declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número
de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de
advogados da qual participa, para o recebimento de intimações;
II – comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço.
§ 1º Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que
se supra a omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a citação
do réu, sob pena de indeferimento da petição.
§ 2º Se o advogado infringir o previsto no inciso II, serão consideradas
válidas as intimações enviadas por carta registrada ou meio eletrônico ao en-
dereço constante dos autos.
Art. 107. O advogado tem direito a:
I – examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal, mesmo sem
procuração, autos de qualquer processo, independentemente da fase de tra-
mitação, assegurados a obtenção de cópias e o registro de anotações, salvo
na hipótese de segredo de justiça, nas quais apenas o advogado constituído
terá acesso aos autos;
II – requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo, pelo
prazo de 5 (cinco) dias;
III – retirar os autos do cartório ou da secretaria, pelo prazo legal, sem-
pre que neles lhe couber falar por determinação do juiz, nos casos previstos
em lei.
§ 1º Ao receber os autos, o advogado assinará carga em livro ou docu-
mento próprio.

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§ 2º Sendo o prazo comum às partes, os procuradores poderão retirar os


autos somente em conjunto ou mediante prévio ajuste, por petição nos autos.
§ 3º Na hipótese do § 2º, é lícito ao procurador retirar os autos para ob-
tenção de cópias, pelo prazo de 2 (duas) a 6 (seis) horas, independentemente
de ajuste e sem prejuízo da continuidade do prazo.
§ 4º O procurador perderá no mesmo processo o direito a que se refere o
§ 3º se não devolver os autos tempestivamente, salvo se o prazo for prorro-
gado pelo juiz.
§ 5º O disposto no inciso I do caput deste artigo aplica-se integralmente a
processos eletrônicos. (Incluído pela Lei n. 13.793, de 2019)

CAPÍTULO IV
DA SUCESSÃO DAS PARTES E DOS PROCURADORES

Art. 108. No curso do processo, somente é lícita a sucessão voluntária


das partes nos casos expressos em lei.
Art. 109. A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos,
a título particular, não altera a legitimidade das partes.
§ 1º O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo, suceden-
do o alienante ou cedente, sem que o consinta a parte contrária.
§ 2º O adquirente ou cessionário poderá intervir no processo como assis-
tente litisconsorcial do alienante ou cedente.
§ 3º Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes origi-
nárias ao adquirente ou cessionário.
Art. 110. Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão
pelo seu espólio ou pelos seus sucessores, observado o disposto no art. 313,
§§ 1º e 2º .
Art. 111. A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado
constituirá, no mesmo ato, outro que assuma o patrocínio da causa.

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Parágrafo único. Não sendo constituído novo procurador no prazo de 15


(quinze) dias, observar-se-á o disposto no art. 76 .
Art. 112. O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo,
provando, na forma prevista neste Código, que comunicou a renúncia ao
mandante, a fim de que este nomeie sucessor.
§ 1º Durante os 10 (dez) dias seguintes, o advogado continuará a repre-
sentar o mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo
§ 2º Dispensa-se a comunicação referida no caput quando a procuração
tiver sido outorgada a vários advogados e a parte continuar representada por
outro, apesar da renúncia.

TÍTULO II
DO LITISCONSÓRCIO

Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em


conjunto, ativa ou passivamente, quando:
I – entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamen-
te à lide;
II – entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
III – ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
§ 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número
de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na exe-
cução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a
defesa ou o cumprimento da sentença.
§ 2º O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação
ou resposta, que recomeçará da intimação da decisão que o solucionar.
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando,
pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depen-
der da citação de todos que devam ser litisconsortes.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do


contraditório, será:
I – nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deve-
riam ter integrado o processo;
II – ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.
Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz de-
terminará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsor-
tes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo.
Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação
jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litis-
consortes.
Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com
a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário,
caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas
os poderão beneficiar.
Art. 118. Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do
processo, e todos devem ser intimados dos respectivos atos.

TÍTULO III
DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
CAPÍTULO I
DA ASSISTÊNCIA
Seção I
Disposições Comuns

Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juri-
dicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá
intervir no processo para assisti-la.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e

em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado

em que se encontre.

Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedi-

do do assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar.

Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente inte-

resse jurídico para intervir, o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do

processo.

Seção II

Da Assistência Simples

Art. 121. O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal,

exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais

que o assistido.

Parágrafo único. Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assis-

tido, o assistente será considerado seu substituto processual.

Art. 122. A assistência simples não obsta a que a parte principal reconhe-

ça a procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que

se funda a ação ou transija sobre direitos controvertidos.

Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio

o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da de-

cisão, salvo se alegar e provar que:

I – pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos

atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na

sentença;

II – desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assis-

tido, por dolo ou culpa, não se valeu.

1457
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Seção III

Da Assistência Litisconsorcial

Art. 124. Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre


que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido.

CAPÍTULO II
DA DENUNCIAÇÃO DA LIDE

Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das


partes:
I – ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi
transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da
evicção lhe resultam;
II – àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em
ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.
§ 1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a de-
nunciação da lide for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida.
§ 2º Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo de-
nunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja
responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado sucessivo promover
nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será exerci-
do por ação autônoma.
Art. 126. A citação do denunciado será requerida na petição inicial, se o
denunciante for autor, ou na contestação, se o denunciante for réu, devendo
ser realizada na forma e nos prazos previstos no art. 131 .
Art. 127. Feita a denunciação pelo autor, o denunciado poderá assumir
a posição de litisconsorte do denunciante e acrescentar novos argumentos à
petição inicial, procedendo-se em seguida à citação do réu.
Art. 128. Feita a denunciação pelo réu:

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo


prosseguirá tendo, na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denun-
ciado;
II – se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir
com sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringin-
do sua atuação à ação regressiva;
III – se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor na ação
principal, o denunciante poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal
reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de regresso.
Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se
for o caso, requerer o cumprimento da sentença também contra o denuncia-
do, nos limites da condenação deste na ação regressiva.
Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará
ao julgamento da denunciação da lide.
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação
não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da condenação do denuncian-
te ao pagamento das verbas de sucumbência em favor do denunciado.

CAPÍTULO III
DO CHAMAMENTO AO PROCESSO

Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu:


I – do afiançado, na ação em que o fiador for réu;
II – dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;
III – dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de
alguns o pagamento da dívida comum.
Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo
será requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo de 30
(trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento.
Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou subse-
ção judiciárias, ou em lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 132. A sentença de procedência valerá como título executivo em fa-


vor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do
devedor principal, ou, de cada um dos codevedores, a sua quota, na propor-
ção que lhes tocar.

CAPÍTULO IV
DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA

Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será


instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber in-
tervir no processo.
§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os
pressupostos previstos em lei.
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração
inversa da personalidade jurídica.
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do
processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fun-
dada em título executivo extrajudicial.
§ 1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distri-
buidor para as anotações devidas.
§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da per-
sonalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será cita-
do o sócio ou a pessoa jurídica.
§ 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese
do § 2º.
§ 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos
legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica.
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado
para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido


por decisão interlocutória.
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a one-
ração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao
requerente.

CAPÍTULO V
DO AMICUS CURIAE

Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a


especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da con-
trovérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das
partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação
de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com repre-
sentatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.
§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de compe-
tência nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de
embargos de declaração e a hipótese do § 3º.
§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a in-
tervenção, definir os poderes do amicus curiae .
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de
resolução de demandas repetitivas.

TÍTULO IV
DO JUIZ E DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA
CAPÍTULO I
DOS PODERES, DOS DEVERES E DA RESPONSABILIDADE DO JUIZ

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,


incumbindo-lhe:
I – assegurar às partes igualdade de tratamento;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – velar pela duração razoável do processo;


III – prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e
indeferir postulações meramente protelatórias;
IV – determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais
ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judi-
cial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;
V – promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente
com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais;
VI – dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos
meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir
maior efetividade à tutela do direito;
VII – exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força
policial, além da segurança interna dos fóruns e tribunais;
VIII – determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das par-
tes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a
pena de confesso;
IX – determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamen-
to de outros vícios processuais;
X – quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas,
oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível,
outros legitimados a que se referem o art. 5º da Lei n. 7.347, de 24 de julho
de 1985 , e o art. 82 da Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990 , para, se
for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva.
Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode
ser determinada antes de encerrado o prazo regular.
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obs-
curidade do ordenamento jurídico.
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos
em lei.

1462
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sen-
do-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige
iniciativa da parte.
Art. 142. Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e réu se
serviram do processo para praticar ato simulado ou conseguir fim vedado por
lei, o juiz proferirá decisão que impeça os objetivos das partes, aplicando, de
ofício, as penalidades da litigância de má-fé.
Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos
quando:
I – no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;
II – recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva
ordenar de ofício ou a requerimento da parte.
Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão veri-
ficadas depois que a parte requerer ao juiz que determine a providência e o
requerimento não for apreciado no prazo de 10 (dez) dias.

CAPÍTULO II
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO

Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas fun-


ções no processo:
I – em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, fun-
cionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como tes-
temunha;
II – de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
III – quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou
membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer pa-
rente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau,
inclusive;

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IV – quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou compa-


nheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o
terceiro grau, inclusive;
V – quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pes-
soa jurídica parte no processo;
VI – quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qual-
quer das partes;
VII – em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha
relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
VIII – em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu
cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou
colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advoga-
do de outro escritório;
IX – quando promover ação contra a parte ou seu advogado.
§ 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o de-
fensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o
processo antes do início da atividade judicante do juiz.
§ 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impe-
dimento do juiz.
§ 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso
de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em
seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele previs-
ta, mesmo que não intervenha diretamente no processo.
Art. 145. Há suspeição do juiz:
I – amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
II – que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa
antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes
acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despe-
sas do litígio;

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III – quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu
cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro
grau, inclusive;
IV – interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
§ 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem
necessidade de declarar suas razões.
§ 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
I – houver sido provocada por quem a alega;
II – a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta
aceitação do arguido.
Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato,
a parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida
ao juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-
-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas.
§ 1º Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o
juiz ordenará imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso
contrário, determinará a autuação em apartado da petição e, no prazo de 15
(quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos e de
rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal.
§ 2º Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sen-
do que, se o incidente for recebido:
I – sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr;
II – com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julga-
mento do incidente.
§ 3º Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente
ou quando este for recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será
requerida ao substituto legal.
§ 4º Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é impro-
cedente, o tribunal rejeita-la-á.

1465
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§ 5º Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta


suspeição, o tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu
substituto legal, podendo o juiz recorrer da decisão.
§ 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o mo-
mento a partir do qual o juiz não poderia ter atuado.
§ 7º O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando
já presente o motivo de impedimento ou de suspeição.
Art. 147. Quando 2 (dois) ou mais juízes forem parentes, consanguíneos
ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, o primeiro
que conhecer do processo impede que o outro nele atue, caso em que o se-
gundo se escusará, remetendo os autos ao seu substituto legal.
Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição:
I – ao membro do Ministério Público;
II – aos auxiliares da justiça;
III – aos demais sujeitos imparciais do processo.
§ 1º A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em
petição fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em
que lhe couber falar nos autos.
§ 2º O juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão
do processo, ouvindo o arguido no prazo de 15 (quinze) dias e facultando a
produção de prova, quando necessária.
§ 3º Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1º será disciplinada pelo
regimento interno.
§ 4º O disposto nos §§ 1º e 2º não se aplica à arguição de impedimento
ou de suspeição de testemunha.

CAPÍTULO III
DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA

Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições se-
jam determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe

1466
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de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador, o


intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o distribui-
dor, o contabilista e o regulador de avarias.

Seção I
Do Escrivão, do Chefe de Secretaria e do Oficial de Justiça

Art. 150. Em cada juízo haverá um ou mais ofícios de justiça, cujas atri-
buições serão determinadas pelas normas de organização judiciária.
Art. 151. Em cada comarca, seção ou subseção judiciária haverá, no mí-
nimo, tantos oficiais de justiça quantos sejam os juízos.
Art. 152. Incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria:
I – redigir, na forma legal, os ofícios, os mandados, as cartas precatórias
e os demais atos que pertençam ao seu ofício;
II – efetivar as ordens judiciais, realizar citações e intimações, bem como
praticar todos os demais atos que lhe forem atribuídos pelas normas de or-
ganização judiciária;
III – comparecer às audiências ou, não podendo fazê-lo, designar servidor
para substituí-lo;
IV – manter sob sua guarda e responsabilidade os autos, não permitindo
que saiam do cartório, exceto:
a) quando tenham de seguir à conclusão do juiz;
b) com vista a procurador, à Defensoria Pública, ao Ministério Público ou à
Fazenda Pública;
c) quando devam ser remetidos ao contabilista ou ao partidor;
d) quando forem remetidos a outro juízo em razão da modificação da com-
petência;
V – fornecer certidão de qualquer ato ou termo do processo, independente-
mente de despacho, observadas as disposições referentes ao segredo de justiça;
VI – praticar, de ofício, os atos meramente ordinatórios.

1467
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§ 1º O juiz titular editará ato a fim de regulamentar a atribuição prevista


no inciso VI.
§ 2º No impedimento do escrivão ou chefe de secretaria, o juiz convocará
substituto e, não o havendo, nomeará pessoa idônea para o ato.
Art. 153. O escrivão ou o chefe de secretaria atenderá, preferencialmente,
à ordem cronológica de recebimento para publicação e efetivação dos pronun-
ciamentos judiciais. (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
§ 1º A lista de processos recebidos deverá ser disponibilizada, de forma
permanente, para consulta pública.
§ 2º Estão excluídos da regra do caput :
I – os atos urgentes, assim reconhecidos pelo juiz no pronunciamento ju-
dicial a ser efetivado;
II – as preferências legais.
§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-ão a ordem cronológica
de recebimento entre os atos urgentes e as preferências legais.
§ 4º A parte que se considerar preterida na ordem cronológica poderá re-
clamar, nos próprios autos, ao juiz do processo, que requisitará informações
ao servidor, a serem prestadas no prazo de 2 (dois) dias.
§ 5º Constatada a preterição, o juiz determinará o imediato cumprimento
do ato e a instauração de processo administrativo disciplinar contra o servidor.
Art. 154. Incumbe ao oficial de justiça:
I – fazer pessoalmente citações, prisões, penhoras, arrestos e demais di-
ligências próprias do seu ofício, sempre que possível na presença de 2 (duas)
testemunhas, certificando no mandado o ocorrido, com menção ao lugar, ao
dia e à hora;
II – executar as ordens do juiz a que estiver subordinado;
III – entregar o mandado em cartório após seu cumprimento;
IV – auxiliar o juiz na manutenção da ordem;
V – efetuar avaliações, quando for o caso;

1468
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VI – certificar, em mandado, proposta de autocomposição apresentada por


qualquer das partes, na ocasião de realização de ato de comunicação que lhe
couber.
Parágrafo único. Certificada a proposta de autocomposição prevista no
inciso VI, o juiz ordenará a intimação da parte contrária para manifestar-se,
no prazo de 5 (cinco) dias, sem prejuízo do andamento regular do processo,
entendendo-se o silêncio como recusa.
Art. 155. O escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça são res-
ponsáveis, civil e regressivamente, quando:
I – sem justo motivo, se recusarem a cumprir no prazo os atos impostos
pela lei ou pelo juiz a que estão subordinados;
II – praticarem ato nulo com dolo ou culpa.

Seção II
Do Perito

Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender
de conhecimento técnico ou científico.
§ 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habili-
tados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro
mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.
§ 2º Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pú-
blica, por meio de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornais
de grande circulação, além de consulta direta a universidades, a conselhos de
classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados
do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados.
§ 3º Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para ma-
nutenção do cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do
conhecimento e a experiência dos peritos interessados.
§ 4º Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição,
nos termos dos arts. 148 e 467 , o órgão técnico ou científico nomeado para

1469
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realização da perícia informará ao juiz os nomes e os dados de qualificação


dos profissionais que participarão da atividade.
§ 5º Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado
pelo tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair
sobre profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente detentor
do conhecimento necessário à realização da perícia.
Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe desig-
nar o juiz, empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo
alegando motivo legítimo.
§ 1º A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da
intimação, da suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de re-
núncia ao direito a alegá-la.
§ 2º Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com dispo-
nibilização dos documentos exigidos para habilitação à consulta de interessa-
dos, para que a nomeação seja distribuída de modo equitativo, observadas a
capacidade técnica e a área de conhecimento.
Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas
responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar
em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemen-
te das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao
respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis.

Seção III
Do Depositário e do Administrador

Art. 159. A guarda e a conservação de bens penhorados, arrestados, se-


questrados ou arrecadados serão confiadas a depositário ou a administrador,
não dispondo a lei de outro modo.

1470
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 160. Por seu trabalho o depositário ou o administrador perceberá re-


muneração que o juiz fixará levando em conta a situação dos bens, ao tempo
do serviço e às dificuldades de sua execução.
Parágrafo único. O juiz poderá nomear um ou mais prepostos por indica-
ção do depositário ou do administrador.
Art. 161. O depositário ou o administrador responde pelos prejuízos que,
por dolo ou culpa, causar à parte, perdendo a remuneração que lhe foi arbi-
trada, mas tem o direito a haver o que legitimamente despendeu no exercício
do encargo.
Parágrafo único. O depositário infiel responde civilmente pelos prejuízos
causados, sem prejuízo de sua responsabilidade penal e da imposição de san-
ção por ato atentatório à dignidade da justiça.

Seção IV
Do Intérprete e do Tradutor

Art. 162. O juiz nomeará intérprete ou tradutor quando necessário para:


I – traduzir documento redigido em língua estrangeira;
II – verter para o português as declarações das partes e das testemunhas
que não conhecerem o idioma nacional;
III – realizar a interpretação simultânea dos depoimentos das partes e
testemunhas com deficiência auditiva que se comuniquem por meio da Língua
Brasileira de Sinais, ou equivalente, quando assim for solicitado.
Art. 163. Não pode ser intérprete ou tradutor quem:
I – não tiver a livre administração de seus bens;
II – for arrolado como testemunha ou atuar como perito no processo;
III – estiver inabilitado para o exercício da profissão por sentença penal
condenatória, enquanto durarem seus efeitos.
Art. 164. O intérprete ou tradutor, oficial ou não, é obrigado a desempe-
nhar seu ofício, aplicando-se-lhe o disposto nos arts. 157 e 158 .

1471
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Seção V

Dos Conciliadores e Mediadores Judiciais

Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual

de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de concilia-

ção e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar,

orientar e estimular a autocomposição.

§ 1º A composição e a organização dos centros serão definidas pelo res-

pectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça.

§ 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não

houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio,

sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimida-

ção para que as partes conciliem.

§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver

vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as

questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabe-

lecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais

que gerem benefícios mútuos.

Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios da

independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencia-

lidade, da oralidade, da informalidade e da decisão informada.

§ 1º A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no

curso do procedimento, cujo teor não poderá ser utilizado para fim diverso

daquele previsto por expressa deliberação das partes.

§ 2º Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador

e o mediador, assim como os membros de suas equipes, não poderão divul-

gar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da

mediação.

1472
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o objetivo de pro-

porcionar ambiente favorável à autocomposição.

§ 4º A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre autonomia

dos interessados, inclusive no que diz respeito à definição das regras proce-

dimentais.

Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de con-

ciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de

tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que manterá registro de

profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional.

§ 1º Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso

realizado por entidade credenciada, conforme parâmetro curricular definido

pelo Conselho Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça,

o conciliador ou o mediador, com o respectivo certificado, poderá requerer

sua inscrição no cadastro nacional e no cadastro de tribunal de justiça ou de

tribunal regional federal.

§ 2º Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público,

o tribunal remeterá ao diretor do foro da comarca, seção ou subseção judici-

ária onde atuará o conciliador ou o mediador os dados necessários para que


seu nome passe a constar da respectiva lista, a ser observada na distribuição

alternada e aleatória, respeitado o princípio da igualdade dentro da mesma

área de atuação profissional.

§ 3º Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e me-

diadores constarão todos os dados relevantes para a sua atuação, tais como o

número de processos de que participou, o sucesso ou insucesso da atividade,

a matéria sobre a qual versou a controvérsia, bem como outros dados que o

tribunal julgar relevantes.

§ 4º Os dados colhidos na forma do § 3º serão classificados sistematica-

mente pelo tribunal, que os publicará, ao menos anualmente, para conheci-

1473
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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mento da população e para fins estatísticos e de avaliação da conciliação, da

mediação, das câmaras privadas de conciliação e de mediação, dos concilia-

dores e dos mediadores.

§ 5º Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma

do caput , se advogados, estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos

em que desempenhem suas funções.

§ 6º O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliado-

res e mediadores, a ser preenchido por concurso público de provas e títulos,

observadas as disposições deste Capítulo.

Art. 168. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o

mediador ou a câmara privada de conciliação e de mediação.

§ 1º O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar

cadastrado no tribunal.

§ 2º Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador, ha-

verá distribuição entre aqueles cadastrados no registro do tribunal, observa-

da a respectiva formação.
§ 3º Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um me-

diador ou conciliador.
Art. 169. Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6º , o conciliador e o me-

diador receberão pelo seu trabalho remuneração prevista em tabela fixada

pelo tribunal, conforme parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de

Justiça.

§ 1º A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho vo-

luntário, observada a legislação pertinente e a regulamentação do tribunal.

§ 2º Os tribunais determinarão o percentual de audiências não remune-

radas que deverão ser suportadas pelas câmaras privadas de conciliação e

mediação, com o fim de atender aos processos em que deferida gratuidade

da justiça, como contrapartida de seu credenciamento.

1474
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 170. No caso de impedimento, o conciliador ou mediador o comuni-


cará imediatamente, de preferência por meio eletrônico, e devolverá os autos
ao juiz do processo ou ao coordenador do centro judiciário de solução de con-
flitos, devendo este realizar nova distribuição.
Parágrafo único. Se a causa de impedimento for apurada quando já ini-
ciado o procedimento, a atividade será interrompida, lavrando-se ata com
relatório do ocorrido e solicitação de distribuição para novo conciliador ou
mediador.
Art. 171. No caso de impossibilidade temporária do exercício da função,
o conciliador ou mediador informará o fato ao centro, preferencialmente por
meio eletrônico, para que, durante o período em que perdurar a impossibili-
dade, não haja novas distribuições
Art. 172. O conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo prazo de 1
(um) ano, contado do término da última audiência em que atuaram, de as-
sessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes.
Art. 173. Será excluído do cadastro de conciliadores e mediadores aquele
que:
I – agir com dolo ou culpa na condução da conciliação ou da mediação sob
sua responsabilidade ou violar qualquer dos deveres decorrentes do art. 166,
§§ 1º e 2º ;
II – atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de impe-
dido ou suspeito.
§ 1º Os casos previstos neste artigo serão apurados em processo admi-
nistrativo.
§ 2º O juiz do processo ou o juiz coordenador do centro de conciliação e
mediação, se houver, verificando atuação inadequada do mediador ou conci-
liador, poderá afastá-lo de suas atividades por até 180 (cento e oitenta) dias,
por decisão fundamentada, informando o fato imediatamente ao tribunal para
instauração do respectivo processo administrativo.

1475
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 174. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criarão

câmaras de mediação e conciliação, com atribuições relacionadas à solução

consensual de conflitos no âmbito administrativo, tais como:

I – dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administração

pública;

II – avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por

meio de conciliação, no âmbito da administração pública;

III – promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de

conduta.

Art. 175. As disposições desta Seção não excluem outras formas de con-

ciliação e mediação extrajudiciais vinculadas a órgãos institucionais ou reali-

zadas por intermédio de profissionais independentes, que poderão ser regu-

lamentadas por lei específica.

Parágrafo único. Os dispositivos desta Seção aplicam-se, no que couber,

às câmaras privadas de conciliação e mediação.

TÍTULO V

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 176. O Ministério Público atuará na defesa da ordem jurídica, do regi-

me democrático e dos interesses e direitos sociais e individuais indisponíveis.

Art. 177. O Ministério Público exercerá o direito de ação em conformidade

com suas atribuições constitucionais.

Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta)

dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou

na Constituição Federal e nos processos que envolvam:

I – interesse público ou social;

II – interesse de incapaz;

1476
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.


Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si
só, hipótese de intervenção do Ministério Público.
Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Mi-
nistério Público:
I – terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos
do processo;
II – poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes
e recorrer.
Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-
-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos
do art. 183, § 1º .
§ 1º Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o ofereci-
mento de parecer, o juiz requisitará os autos e dará andamento ao processo.
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabe-
lecer, de forma expressa, prazo próprio para o Ministério Público.
Art. 181. O membro do Ministério Público será civil e regressivamente
responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.

TÍTULO VI 
DA ADVOCACIA PÚBLICA

Art. 182. Incumbe à Advocacia Pública, na forma da lei, defender e pro-


mover os interesses públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, por meio da representação judicial, em todos os âmbitos federa-
tivos, das pessoas jurídicas de direito público que integram a administração
direta e indireta.
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas res-
pectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro

1477
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a

partir da intimação pessoal.

§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.

§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabe-

lecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público.

Art. 184. O membro da Advocacia Pública será civil e regressivamente

responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções

TÍTULO VII 
DA DEFENSORIA PÚBLICA

Art. 185. A Defensoria Pública exercerá a orientação jurídica, a promoção


dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos ne-
cessitados, em todos os graus, de forma integral e gratuita.
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as
suas manifestações processuais.
§ 1º O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor público, nos
termos do art. 183, § 1º .
§ 2º A requerimento da Defensoria Pública, o juiz determinará a intimação
pessoal da parte patrocinada quando o ato processual depender de providên-
cia ou informação que somente por ela possa ser realizada ou prestada.
§ 3º O disposto no caput aplica-se aos escritórios de prática jurídica das
faculdades de Direito reconhecidas na forma da lei e às entidades que pres-
tam assistência jurídica gratuita em razão de convênios firmados com a De-
fensoria Pública.
§ 4º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabe-
lecer, de forma expressa, prazo próprio para a Defensoria Pública.
Art. 187. O membro da Defensoria Pública será civil e regressivamente
responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.

1478
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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LIVRO IV 
DOS ATOS PROCESSUAIS
TÍTULO I 
DA FORMA, DO TEMPO E DO LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS
CAPÍTULO I 
DA FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS
Seção I 
Dos Atos em Geral

Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determi-


nada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os
que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo
de justiça os processos:
I – em que o exija o interesse público ou social;
II – que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separa-
ção, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III – em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à inti-
midade;
IV – que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta
arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja compro-
vada perante o juízo.
§ 1º O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo
de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus
procuradores.
§ 2º O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz
certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha
resultantes de divórcio ou separação.
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocompo-
sição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedi-

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mento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus


ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade
das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos
casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que
alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário
para a prática dos atos processuais, quando for o caso.
§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos
somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados.
§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual
ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calen-
dário.
Art. 192. Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso da
língua portuguesa.
Parágrafo único. O documento redigido em língua estrangeira somente
poderá ser juntado aos autos quando acompanhado de versão para a língua
portuguesa tramitada por via diplomática ou pela autoridade central, ou fir-
mada por tradutor juramentado.

Seção II
Da Prática Eletrônica de Atos Processuais

Art. 193. Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais,


de forma a permitir que sejam produzidos, comunicados, armazenados e va-
lidados por meio eletrônico, na forma da lei.
Parágrafo único. O disposto nesta Seção aplica-se, no que for cabível, à
prática de atos notariais e de registro.
Art. 194. Os sistemas de automação processual respeitarão a publicidade
dos atos, o acesso e a participação das partes e de seus procuradores, in-

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clusive nas audiências e sessões de julgamento, observadas as garantias da


disponibilidade, independência da plataforma computacional, acessibilidade e
interoperabilidade dos sistemas, serviços, dados e informações que o Poder
Judiciário administre no exercício de suas funções.
Art. 195. O registro de ato processual eletrônico deverá ser feito em
padrões abertos, que atenderão aos requisitos de autenticidade, integrida-
de, temporalidade, não repúdio, conservação e, nos casos que tramitem em
segredo de justiça, confidencialidade, observada a infraestrutura de chaves
públicas unificada nacionalmente, nos termos da lei.
Art. 196. Compete ao Conselho Nacional de Justiça e, supletivamente, aos
tribunais, regulamentar a prática e a comunicação oficial de atos processuais
por meio eletrônico e velar pela compatibilidade dos sistemas, disciplinando
a incorporação progressiva de novos avanços tecnológicos e editando, para
esse fim, os atos que forem necessários, respeitadas as normas fundamentais
deste Código.
Art. 197. Os tribunais divulgarão as informações constantes de seu sis-
tema de automação em página própria na rede mundial de computadores,
gozando a divulgação de presunção de veracidade e confiabilidade.
Parágrafo único. Nos casos de problema técnico do sistema e de erro ou
omissão do auxiliar da justiça responsável pelo registro dos andamentos, po-
derá ser configurada a justa causa prevista no art. 223, caput e § 1º .
Art. 198. As unidades do Poder Judiciário deverão manter gratuitamen-
te, à disposição dos interessados, equipamentos necessários à prática de
atos processuais e à consulta e ao acesso ao sistema e aos documentos dele
constantes.
Parágrafo único. Será admitida a prática de atos por meio não eletrôni-
co no local onde não estiverem disponibilizados os equipamentos previstos
no caput .
Art. 199. As unidades do Poder Judiciário assegurarão às pessoas com
deficiência acessibilidade aos seus sítios na rede mundial de computadores,

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ao meio eletrônico de prática de atos judiciais, à comunicação eletrônica dos


atos processuais e à assinatura eletrônica.

Seção III 
Dos Atos das Partes

Art. 200. Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou


bilaterais de vontade produzem imediatamente a constituição, modificação ou
extinção de direitos processuais.
Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeitos após homolo-
gação judicial.
Art. 201. As partes poderão exigir recibo de petições, arrazoados, papéis
e documentos que entregarem em cartório.
Art. 202. É vedado lançar nos autos cotas marginais ou interlineares, as
quais o juiz mandará riscar, impondo a quem as escrever multa correspon-
dente à metade do salário-mínimo.

Seção IV 
Dos Pronunciamentos do Juiz

Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões


interlocutórias e despachos.
§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais,
sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento
nos arts. 485 e 487 , põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem
como extingue a execução.
§ 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza
decisória que não se enquadre no § 1º.
§ 3º São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados
no processo, de ofício ou a requerimento da parte.

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§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigató-


ria, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor
e revistos pelo juiz quando necessário.
Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais.
Art. 205. Os despachos, as decisões, as sentenças e os acórdãos serão
redigidos, datados e assinados pelos juízes.
§ 1º Quando os pronunciamentos previstos no caput forem proferidos
oralmente, o servidor os documentará, submetendo-os aos juízes para revi-
são e assinatura.
§ 2º A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser
feita eletronicamente, na forma da lei.
§ 3º Os despachos, as decisões interlocutórias, o dispositivo das senten-
ças e a ementa dos acórdãos serão publicados no Diário de Justiça Eletrônico.

Seção V 
Dos Atos do Escrivão ou do Chefe de Secretaria

Art. 206. Ao receber a petição inicial de processo, o escrivão ou o chefe


de secretaria a autuará, mencionando o juízo, a natureza do processo, o nú-
mero de seu registro, os nomes das partes e a data de seu início, e procederá
do mesmo modo em relação aos volumes em formação.
Art. 207. O escrivão ou o chefe de secretaria numerará e rubricará todas
as folhas dos autos.
Parágrafo único. À parte, ao procurador, ao membro do Ministério Público,
ao defensor público e aos auxiliares da justiça é facultado rubricar as folhas
correspondentes aos atos em que intervierem.
Art. 208. Os termos de juntada, vista, conclusão e outros semelhantes
constarão de notas datadas e rubricadas pelo escrivão ou pelo chefe de se-
cretaria.

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Art. 209. Os atos e os termos do processo serão assinados pelas pessoas


que neles intervierem, todavia, quando essas não puderem ou não quiserem
firmá-los, o escrivão ou o chefe de secretaria certificará a ocorrência.
§ 1º Quando se tratar de processo total ou parcialmente documentado em
autos eletrônicos, os atos processuais praticados na presença do juiz pode-
rão ser produzidos e armazenados de modo integralmente digital em arquivo
eletrônico inviolável, na forma da lei, mediante registro em termo, que será
assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de secretaria, bem
como pelos advogados das partes.
§ 2º Na hipótese do § 1º, eventuais contradições na transcrição deverão
ser suscitadas oralmente no momento de realização do ato, sob pena de
preclusão, devendo o juiz decidir de plano e ordenar o registro, no termo, da
alegação e da decisão.
Art. 210. É lícito o uso da taquigrafia, da estenotipia ou de outro método
idôneo em qualquer juízo ou tribunal.
Art. 211. Não se admitem nos atos e termos processuais espaços em
branco, salvo os que forem inutilizados, assim como entrelinhas, emendas ou
rasuras, exceto quando expressamente ressalvadas.

CAPÍTULO II 
DO TEMPO E DO LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS
Seção I 
Do Tempo

Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis)
às 20 (vinte) horas.
§ 1º Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os atos iniciados antes,
quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.

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§ 2º Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e


penhoras poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, e
nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido neste artigo, observado
o disposto no art. 5º, inciso XI, da Constituição Federal .
§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado por meio de petição em autos
não eletrônicos, essa deverá ser protocolada no horário de funcionamento do
fórum ou tribunal, conforme o disposto na lei de organização judiciária local.
Art. 213. A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer
horário até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo.
Parágrafo único. O horário vigente no juízo perante o qual o ato deve ser
praticado será considerado para fins de atendimento do prazo.
Art. 214. Durante as férias forenses e nos feriados, não se praticarão atos
processuais, excetuando-se:
I – os atos previstos no art. 212, § 2º ;
II – a tutela de urgência.
Art. 215. Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não
se suspendem pela superveniência delas:
I – os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conserva-
ção de direitos, quando puderem ser prejudicados pelo adiamento;
II – a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor
e curador;
III – os processos que a lei determinar.
Art. 216. Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito forense, os
sábados, os domingos e os dias em que não haja expediente forense.

Seção II 
Do Lugar

Art. 217. Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do


juízo, ou, excepcionalmente, em outro lugar em razão de deferência, de inte-
resse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo interessado
e acolhido pelo juiz.

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CAPÍTULO III 
DOS PRAZOS
Seção I 
Disposições Gerais

Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos


em lei.
§ 1º Quando a lei for omissa, o juiz determinará os prazos em considera-
ção à complexidade do ato.
§ 2º Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente
obrigarão a comparecimento após decorridas 48 (quarenta e oito) horas.
§ 3º Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5
(cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte.
§ 4º Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial
do prazo.
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz,
computar-se-ão somente os dias úteis.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos
processuais.
Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendi-
dos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive.
§ 1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos por lei, os
juízes, os membros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advo-
cacia Pública e os auxiliares da Justiça exercerão suas atribuições durante o
período previsto no caput .
§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem ses-
sões de julgamento.
Art. 221. Suspende-se o curso do prazo por obstáculo criado em detri-
mento da parte ou ocorrendo qualquer das hipóteses do art. 313 , devendo o
prazo ser restituído por tempo igual ao que faltava para sua complementação.

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Parágrafo único. Suspendem-se os prazos durante a execução de progra-


ma instituído pelo Poder Judiciário para promover a autocomposição, incum-
bindo aos tribunais especificar, com antecedência, a duração dos trabalhos.
Art. 222. Na comarca, seção ou subseção judiciária onde for difícil o trans-
porte, o juiz poderá prorrogar os prazos por até 2 (dois) meses.
§ 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios sem anuência das partes.
§ 2º Havendo calamidade pública, o limite previsto no caput para prorro-
gação de prazos poderá ser excedido.
Art. 223. Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de emen-
dar o ato processual, independentemente de declaração judicial, ficando as-
segurado, porém, à parte provar que não o realizou por justa causa.
§ 1º Considera-se justa causa o evento alheio à vontade da parte e que a
impediu de praticar o ato por si ou por mandatário.
§ 2º Verificada a justa causa, o juiz permitirá à parte a prática do ato no
prazo que lhe assinar.
Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados ex-
cluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento.
§ 1º Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o
primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente foren-
se for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver indispo-
nibilidade da comunicação eletrônica.
§ 2º Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao
da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.
§ 3º A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da
publicação.
Art. 225. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente
em seu favor, desde que o faça de maneira expressa.
Art. 226. O juiz proferirá:
I – os despachos no prazo de 5 (cinco) dias;
II – as decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) dias;

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III – as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias.


Art. 227. Em qualquer grau de jurisdição, havendo motivo justificado,
pode o juiz exceder, por igual tempo, os prazos a que está submetido.
Art. 228. Incumbirá ao serventuário remeter os autos conclusos no pra-
zo de 1 (um) dia e executar os atos processuais no prazo de 5 (cinco) dias,
contado da data em que:
I – houver concluído o ato processual anterior, se lhe foi imposto pela lei;
II – tiver ciência da ordem, quando determinada pelo juiz.
§ 1º Ao receber os autos, o serventuário certificará o dia e a hora em que
teve ciência da ordem referida no inciso II.
§ 2º Nos processos em autos eletrônicos, a juntada de petições ou de ma-
nifestações em geral ocorrerá de forma automática, independentemente de
ato de serventuário da justiça.
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escri-
tórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as
suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de
requerimento.
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois)
réus, é oferecida defesa por apenas um deles.
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.
Art. 230. O prazo para a parte, o procurador, a Advocacia Pública, a De-
fensoria Pública e o Ministério Público será contado da citação, da intimação
ou da notificação.
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do come-
ço do prazo:
I – a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação
ou a intimação for pelo correio;
II – a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação
ou a intimação for por oficial de justiça;
III – a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der
por ato do escrivão ou do chefe de secretaria;

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IV – o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a ci-
tação ou a intimação for por edital;
V – o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao
término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação
for eletrônica;
VI – a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não ha-
vendo esse, a data de juntada da carta aos autos de origem devidamente cum-
prida, quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta;
VII – a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Jus-
tiça impresso ou eletrônico;
VIII – o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos
autos, em carga, do cartório ou da secretaria.
§ 1º Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para con-
testar corresponderá à última das datas a que se referem os incisos I a VI
do caput .
§ 2º Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado in-
dividualmente.
§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por
quem, de qualquer forma, participe do processo, sem a intermediação de
representante judicial, o dia do começo do prazo para cumprimento da deter-
minação judicial corresponderá à data em que se der a comunicação.
§ 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput à citação com hora certa.
Art. 232. Nos atos de comunicação por carta precatória, rogatória ou de
ordem, a realização da citação ou da intimação será imediatamente informa-
da, por meio eletrônico, pelo juiz deprecado ao juiz deprecante.

Seção II 
Da Verificação dos Prazos e das Penalidades

Art. 233. Incumbe ao juiz verificar se o serventuário excedeu, sem moti-


vo legítimo, os prazos estabelecidos em lei.

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§ 1º Constatada a falta, o juiz ordenará a instauração de processo admi-


nistrativo, na forma da lei.
§ 2º Qualquer das partes, o Ministério Público ou a Defensoria Pública po-
derá representar ao juiz contra o serventuário que injustificadamente exceder
os prazos previstos em lei.
Art. 234. Os advogados públicos ou privados, o defensor público e o
membro do Ministério Público devem restituir os autos no prazo do ato a ser
praticado.
§ 1º É lícito a qualquer interessado exigir os autos do advogado que ex-
ceder prazo legal.
§ 2º Se, intimado, o advogado não devolver os autos no prazo de 3 (três)
dias, perderá o direito à vista fora de cartório e incorrerá em multa corres-
pondente à metade do salário-mínimo.
§ 3º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato à seção local da Ordem
dos Advogados do Brasil para procedimento disciplinar e imposição de multa.
§ 4º Se a situação envolver membro do Ministério Público, da Defenso-
ria Pública ou da Advocacia Pública, a multa, se for o caso, será aplicada ao
agente público responsável pelo ato.
§ 5º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato ao órgão competente res-
ponsável pela instauração de procedimento disciplinar contra o membro que
atuou no feito.
Art. 235. Qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria Pública
poderá representar ao corregedor do tribunal ou ao Conselho Nacional de Jus-
tiça contra juiz ou relator que injustificadamente exceder os prazos previstos
em lei, regulamento ou regimento interno.
§ 1º Distribuída a representação ao órgão competente e ouvido previa-
mente o juiz, não sendo caso de arquivamento liminar, será instaurado proce-
dimento para apuração da responsabilidade, com intimação do representado
por meio eletrônico para, querendo, apresentar justificativa no prazo de 15
(quinze) dias.

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§ 2º Sem prejuízo das sanções administrativas cabíveis, em até 48 (qua-


renta e oito) horas após a apresentação ou não da justificativa de que trata o
§ 1º, se for o caso, o corregedor do tribunal ou o relator no Conselho Nacional
de Justiça determinará a intimação do representado por meio eletrônico para
que, em 10 (dez) dias, pratique o ato.
§ 3º Mantida a inércia, os autos serão remetidos ao substituto legal do juiz
ou do relator contra o qual se representou para decisão em 10 (dez) dias.

TÍTULO II 
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 236. Os atos processuais serão cumpridos por ordem judicial.


§ 1º Será expedida carta para a prática de atos fora dos limites territoriais
do tribunal, da comarca, da seção ou da subseção judiciárias, ressalvadas as
hipóteses previstas em lei.
§ 2º O tribunal poderá expedir carta para juízo a ele vinculado, se o ato
houver de se realizar fora dos limites territoriais do local de sua sede.
§ 3º Admite-se a prática de atos processuais por meio de videoconfe-
rência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em
tempo real.
Art. 237. Será expedida carta:
I – de ordem, pelo tribunal, na hipótese do § 2º do art. 236 ;
II – rogatória, para que órgão jurisdicional estrangeiro pratique ato de
cooperação jurídica internacional, relativo a processo em curso perante órgão
jurisdicional brasileiro;
III – precatória, para que órgão jurisdicional brasileiro pratique ou deter-
mine o cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato relativo

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a pedido de cooperação judiciária formulado por órgão jurisdicional de com-


petência territorial diversa;
IV – arbitral, para que órgão do Poder Judiciário pratique ou determine o
cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato objeto de pedido
de cooperação judiciária formulado por juízo arbitral, inclusive os que impor-
tem efetivação de tutela provisória.
Parágrafo único. Se o ato relativo a processo em curso na justiça federal
ou em tribunal superior houver de ser praticado em local onde não haja vara
federal, a carta poderá ser dirigida ao juízo estadual da respectiva comarca.

CAPÍTULO II 
DA CITAÇÃO

Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou
o interessado para integrar a relação processual.
Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou
do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou
de improcedência liminar do pedido.
§ 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta
ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresenta-
ção de contestação ou de embargos à execução.
§ 2º Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se de processo de:
I – conhecimento, o réu será considerado revel;
II – execução, o feito terá seguimento.
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompeten-
te, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor,
ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro
de 2002 (Código Civil) .
§ 1º A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a
citação, ainda que proferido por juízo incompetente, retroagirá à data de pro-
positura da ação.

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§ 2º Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez) dias, as providências


necessárias para viabilizar a citação, sob pena de não se aplicar o disposto
no § 1º.
§ 3º A parte não será prejudicada pela demora imputável exclusivamente
ao serviço judiciário.
§ 4º O efeito retroativo a que se refere o § 1º aplica-se à decadência e aos
demais prazos extintivos previstos em lei.
Art. 241. Transitada em julgado a sentença de mérito proferida em favor
do réu antes da citação, incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria comu-
nicar-lhe o resultado do julgamento.
Art. 242. A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pes-
soa do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do
interessado.
§ 1º Na ausência do citando, a citação será feita na pessoa de seu manda-
tário, administrador, preposto ou gerente, quando a ação se originar de atos
por eles praticados.
§ 2º O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que
deixou, na localidade onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes
para receber citação será citado na pessoa do administrador do imóvel en-
carregado do recebimento dos aluguéis, que será considerado habilitado para
representar o locador em juízo.
§ 3º A citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios
e de suas respectivas autarquias e fundações de direito público será realiza-
da perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação
judicial.
Art. 243. A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se encon-
tre o réu, o executado ou o interessado.
Parágrafo único. O militar em serviço ativo será citado na unidade em
que estiver servindo, se não for conhecida sua residência ou nela não for
encontrado.

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Art. 244. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:
I – de quem estiver participando de ato de culto religioso;
II – de cônjuge, de companheiro ou de qualquer parente do morto, con-
sanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo grau, no
dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes;
III – de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento;
IV – de doente, enquanto grave o seu estado.
Art. 245. Não se fará citação quando se verificar que o citando é mental-
mente incapaz ou está impossibilitado de recebê-la.
§ 1º O oficial de justiça descreverá e certificará minuciosamente a ocor-
rência.
§ 2º Para examinar o citando, o juiz nomeará médico, que apresentará
laudo no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 3º Dispensa-se a nomeação de que trata o § 2º se pessoa da família
apresentar declaração do médico do citando que ateste a incapacidade deste.
§ 4º Reconhecida a impossibilidade, o juiz nomeará curador ao citando,
observando, quanto à sua escolha, a preferência estabelecida em lei e restrin-
gindo a nomeação à causa.
§ 5º A citação será feita na pessoa do curador, a quem incumbirá a defesa
dos interesses do citando.
Art. 246. A citação será feita:
I – pelo correio;
II – por oficial de justiça;
III – pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em
cartório;
IV – por edital;
V – por meio eletrônico, conforme regulado em lei.
§ 1º Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte,
as empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos siste-
mas de processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações
e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio.

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§ 2º O disposto no § 1º aplica-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal,


aos Municípios e às entidades da administração indireta.
§ 3º Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados pes-
soalmente, exceto quando tiver por objeto unidade autônoma de prédio em
condomínio, caso em que tal citação é dispensada.
Art. 247. A citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país,
exceto:
I – nas ações de estado, observado o disposto no art. 695, § 3º ;
II – quando o citando for incapaz;
III – quando o citando for pessoa de direito público;
IV – quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar
de correspondência;
V – quando o autor, justificadamente, a requerer de outra forma.
Art. 248. Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou o chefe de secre-
taria remeterá ao citando cópias da petição inicial e do despacho do juiz e co-
municará o prazo para resposta, o endereço do juízo e o respectivo cartório.
§ 1º A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o car-
teiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo.
§ 2º Sendo o citando pessoa jurídica, será válida a entrega do mandado a
pessoa com poderes de gerência geral ou de administração ou, ainda, a fun-
cionário responsável pelo recebimento de correspondências.
§ 3º Da carta de citação no processo de conhecimento constarão os requi-
sitos do art. 250 .
§ 4º Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de aces-
so, será válida a entrega do mandado a funcionário da portaria responsável
pelo recebimento de correspondência, que, entretanto, poderá recusar o re-
cebimento, se declarar, por escrito, sob as penas da lei, que o destinatário da
correspondência está ausente.
Art. 249. A citação será feita por meio de oficial de justiça nas hipóteses
previstas neste Código ou em lei, ou quando frustrada a citação pelo correio.

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Art. 250. O mandado que o oficial de justiça tiver de cumprir conterá:


I – os nomes do autor e do citando e seus respectivos domicílios ou resi-
dências;
II – a finalidade da citação, com todas as especificações constantes da
petição inicial, bem como a menção do prazo para contestar, sob pena de re-
velia, ou para embargar a execução;
III – a aplicação de sanção para o caso de descumprimento da ordem, se
houver;
IV – se for o caso, a intimação do citando para comparecer, acompanhado
de advogado ou de defensor público, à audiência de conciliação ou de media-
ção, com a menção do dia, da hora e do lugar do comparecimento;
V – a cópia da petição inicial, do despacho ou da decisão que deferir tutela
provisória;
VI – a assinatura do escrivão ou do chefe de secretaria e a declaração de
que o subscreve por ordem do juiz.
Art. 251. Incumbe ao oficial de justiça procurar o citando e, onde o en-
contrar, citá-lo:
I – lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé;
II – portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;
III – obtendo a nota de ciente ou certificando que o citando não a apôs no
mandado.
Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procura-
do o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo
suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta,
qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a cita-
ção, na hora que designar.
Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com con-
trole de acesso, será válida a intimação a que se refere o caput feita a funcio-
nário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência.

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Art. 253. No dia e na hora designados, o oficial de justiça, independente-


mente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou à residência do citan-
do a fim de realizar a diligência.
§ 1º Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará infor-
mar-se das razões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando
se tenha ocultado em outra comarca, seção ou subseção judiciárias.
§ 2º A citação com hora certa será efetivada mesmo que a pessoa da fa-
mília ou o vizinho que houver sido intimado esteja ausente, ou se, embora
presente, a pessoa da família ou o vizinho se recusar a receber o mandado.
§ 3º Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com
qualquer pessoa da família ou vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o
nome.
§ 4º O oficial de justiça fará constar do mandado a advertência de que
será nomeado curador especial se houver revelia.
Art. 254. Feita a citação com hora certa, o escrivão ou chefe de secretaria
enviará ao réu, executado ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado
da data da juntada do mandado aos autos, carta, telegrama ou correspon-
dência eletrônica, dando-lhe de tudo ciência.
Art. 255. Nas comarcas contíguas de fácil comunicação e nas que se
situem na mesma região metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar,
em qualquer delas, citações, intimações, notificações, penhoras e quaisquer
outros atos executivos.
Art. 256. A citação por edital será feita:
I – quando desconhecido ou incerto o citando;
II – quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar
o citando;
III – nos casos expressos em lei.
§ 1º Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que
recusar o cumprimento de carta rogatória.

1497
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notí-


cia de sua citação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver
emissora de radiodifusão.
§ 3º O réu será considerado em local ignorado ou incerto se infrutíferas
as tentativas de sua localização, inclusive mediante requisição pelo juízo de
informações sobre seu endereço nos cadastros de órgãos públicos ou de con-
cessionárias de serviços públicos.
Art. 257. São requisitos da citação por edital:
I – a afirmação do autor ou a certidão do oficial informando a presença das
circunstâncias autorizadoras;
II – a publicação do edital na rede mundial de computadores, no sítio do
respectivo tribunal e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justi-
ça, que deve ser certificada nos autos;
III – a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e
60 (sessenta) dias, fluindo da data da publicação única ou, havendo mais de
uma, da primeira;
IV – a advertência de que será nomeado curador especial em caso de
revelia.
Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a publicação do edital seja
feita também em jornal local de ampla circulação ou por outros meios, consi-
derando as peculiaridades da comarca, da seção ou da subseção judiciárias.
Art. 258. A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente
a ocorrência das circunstâncias autorizadoras para sua realização, incorrerá
em multa de 5 (cinco) vezes o salário-mínimo.
Parágrafo único. A multa reverterá em benefício do citando.
Art. 259. Serão publicados editais:
I – na ação de usucapião de imóvel;
II – na ação de recuperação ou substituição de título ao portador;
III – em qualquer ação em que seja necessária, por determinação legal, a
provocação, para participação no processo, de interessados incertos ou des-
conhecidos.

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CAPÍTULO III 
DAS CARTAS

Art. 260. São requisitos das cartas de ordem, precatória e rogatória:


I – a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato;
II – o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do
mandato conferido ao advogado;
III – a menção do ato processual que lhe constitui o objeto;
IV – o encerramento com a assinatura do juiz.
§ 1º O juiz mandará trasladar para a carta quaisquer outras peças, bem
como instruí-la com mapa, desenho ou gráfico, sempre que esses documen-
tos devam ser examinados, na diligência, pelas partes, pelos peritos ou pelas
testemunhas.
§ 2º Quando o objeto da carta for exame pericial sobre documento, este
será remetido em original, ficando nos autos reprodução fotográfica.
§ 3º A carta arbitral atenderá, no que couber, aos requisitos a que se re-
fere o caput e será instruída com a convenção de arbitragem e com as provas
da nomeação do árbitro e de sua aceitação da função.
Art. 261. Em todas as cartas o juiz fixará o prazo para cumprimento,
atendendo à facilidade das comunicações e à natureza da diligência.
§ 1º As partes deverão ser intimadas pelo juiz do ato de expedição da
carta.
§ 2º Expedida a carta, as partes acompanharão o cumprimento da dili-
gência perante o juízo destinatário, ao qual compete a prática dos atos de
comunicação.
§ 3º A parte a quem interessar o cumprimento da diligência cooperará
para que o prazo a que se refere o caput seja cumprido.
Art. 262. A carta tem caráter itinerante, podendo, antes ou depois de lhe
ser ordenado o cumprimento, ser encaminhada a juízo diverso do que dela
consta, a fim de se praticar o ato.

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Parágrafo único. O encaminhamento da carta a outro juízo será imediata-


mente comunicado ao órgão expedidor, que intimará as partes.
Art. 263. As cartas deverão, preferencialmente, ser expedidas por meio
eletrônico, caso em que a assinatura do juiz deverá ser eletrônica, na forma
da lei.
Art. 264. A carta de ordem e a carta precatória por meio eletrônico, por
telefone ou por telegrama conterão, em resumo substancial, os requisitos
mencionados no art. 250 , especialmente no que se refere à aferição da au-
tenticidade.
Art. 265. O secretário do tribunal, o escrivão ou o chefe de secretaria
do juízo deprecante transmitirá, por telefone, a carta de ordem ou a carta
precatória ao juízo em que houver de se cumprir o ato, por intermédio do
escrivão do primeiro ofício da primeira vara, se houver na comarca mais de
um ofício ou de uma vara, observando-se, quanto aos requisitos, o disposto
no art. 264 .
§ 1º O escrivão ou o chefe de secretaria, no mesmo dia ou no dia útil ime-
diato, telefonará ou enviará mensagem eletrônica ao secretário do tribunal,
ao escrivão ou ao chefe de secretaria do juízo deprecante, lendo-lhe os ter-
mos da carta e solicitando-lhe que os confirme.
§ 2º Sendo confirmada, o escrivão ou o chefe de secretaria submeterá a
carta a despacho.
Art. 266. Serão praticados de ofício os atos requisitados por meio ele-
trônico e de telegrama, devendo a parte depositar, contudo, na secretaria do
tribunal ou no cartório do juízo deprecante, a importância correspondente às
despesas que serão feitas no juízo em que houver de praticar-se o ato.
Art. 267. O juiz recusará cumprimento a carta precatória ou arbitral, de-
volvendo-a com decisão motivada quando:
I – a carta não estiver revestida dos requisitos legais;
II – faltar ao juiz competência em razão da matéria ou da hierarquia;
III – o juiz tiver dúvida acerca de sua autenticidade.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. No caso de incompetência em razão da matéria ou da


hierarquia, o juiz deprecado, conforme o ato a ser praticado, poderá remeter
a carta ao juiz ou ao tribunal competente.
Art. 268. Cumprida a carta, será devolvida ao juízo de origem no prazo
de 10 (dez) dias, independentemente de traslado, pagas as custas pela parte.

CAPÍTULO IV 
DAS INTIMAÇÕES

Art. 269. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e
dos termos do processo.
§ 1º É facultado aos advogados promover a intimação do advogado da
outra parte por meio do correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do ofício
de intimação e do aviso de recebimento.
§ 2º O ofício de intimação deverá ser instruído com cópia do despacho, da
decisão ou da sentença.
§ 3º A intimação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios
e de suas respectivas autarquias e fundações de direito público será realiza-
da perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação
judicial.
Art. 270. As intimações realizam-se, sempre que possível, por meio ele-
trônico, na forma da lei.
Parágrafo único. Aplica-se ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à
Advocacia Pública o disposto no § 1º do art. 246 .
Art. 271. O juiz determinará de ofício as intimações em processos pen-
dentes, salvo disposição em contrário.
Art. 272. Quando não realizadas por meio eletrônico, consideram-se fei-
tas as intimações pela publicação dos atos no órgão oficial.
§ 1º Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, fi-
gure apenas o nome da sociedade a que pertençam, desde que devidamente
registrada na Ordem dos Advogados do Brasil.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º Sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação constem os


nomes das partes e de seus advogados, com o respectivo número de inscri-
ção na Ordem dos Advogados do Brasil, ou, se assim requerido, da sociedade
de advogados.
§ 3º A grafia dos nomes das partes não deve conter abreviaturas.
§ 4º A grafia dos nomes dos advogados deve corresponder ao nome com-
pleto e ser a mesma que constar da procuração ou que estiver registrada na
Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 5º Constando dos autos pedido expresso para que as comunicações dos
atos processuais sejam feitas em nome dos advogados indicados, o seu de-
satendimento implicará nulidade.
§ 6º A retirada dos autos do cartório ou da secretaria em carga pelo ad-
vogado, por pessoa credenciada a pedido do advogado ou da sociedade de
advogados, pela Advocacia Pública, pela Defensoria Pública ou pelo Ministério
Público implicará intimação de qualquer decisão contida no processo retirado,
ainda que pendente de publicação.
§ 7º O advogado e a sociedade de advogados deverão requerer o respec-
tivo credenciamento para a retirada de autos por preposto.
§ 8º A parte arguirá a nulidade da intimação em capítulo preliminar do
próprio ato que lhe caiba praticar, o qual será tido por tempestivo se o vício
for reconhecido.
§ 9º Não sendo possível a prática imediata do ato diante da necessidade
de acesso prévio aos autos, a parte limitar-se-á a arguir a nulidade da in-
timação, caso em que o prazo será contado da intimação da decisão que a
reconheça.
Art. 273. Se inviável a intimação por meio eletrônico e não houver na
localidade publicação em órgão oficial, incumbirá ao escrivão ou chefe de se-
cretaria intimar de todos os atos do processo os advogados das partes:
I – pessoalmente, se tiverem domicílio na sede do juízo;
II – por carta registrada, com aviso de recebimento, quando forem domi-
ciliados fora do juízo.

1502
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 274. Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às
partes, aos seus representantes legais, aos advogados e aos demais sujeitos
do processo pelo correio ou, se presentes em cartório, diretamente pelo es-
crivão ou chefe de secretaria.
Parágrafo único. Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço
constante dos autos, ainda que não recebidas pessoalmente pelo interessado,
se a modificação temporária ou definitiva não tiver sido devidamente comuni-
cada ao juízo, fluindo os prazos a partir da juntada aos autos do comprovante
de entrega da correspondência no primitivo endereço.
Art. 275. A intimação será feita por oficial de justiça quando frustrada a
realização por meio eletrônico ou pelo correio.
§ 1º A certidão de intimação deve conter:
I – a indicação do lugar e a descrição da pessoa intimada, mencionando,
quando possível, o número de seu documento de identidade e o órgão que o
expediu;
II – a declaração de entrega da contrafé;
III – a nota de ciente ou a certidão de que o interessado não a apôs no
mandado.
§ 2º Caso necessário, a intimação poderá ser efetuada com hora certa ou
por edital.

TÍTULO III 
DAS NULIDADES

Art. 276. Quando a lei prescrever determinada forma sob pena de nulida-
de, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa.
Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará
válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 278. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade

em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão.


Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput às nulidades que o juiz
deva decretar de ofício, nem prevalece a preclusão provando a parte legítimo
impedimento.
Art. 279. É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não
for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir.
§ 1º Se o processo tiver tramitado sem conhecimento do membro do Mi-
nistério Público, o juiz invalidará os atos praticados a partir do momento em
que ele deveria ter sido intimado.
§ 2º A nulidade só pode ser decretada após a intimação do Ministério Pú-
blico, que se manifestará sobre a existência ou a inexistência de prejuízo.
Art. 280. As citações e as intimações serão nulas quando feitas sem ob-
servância das prescrições legais.
Art. 281. Anulado o ato, consideram-se de nenhum efeito todos os sub-
sequentes que dele dependam, todavia, a nulidade de uma parte do ato não
prejudicará as outras que dela sejam independentes.
Art. 282. Ao pronunciar a nulidade, o juiz declarará que atos são atingi-
dos e ordenará as providências necessárias a fim de que sejam repetidos ou
retificados.
§ 1º O ato não será repetido nem sua falta será suprida quando não pre-
judicar a parte.
§ 2º Quando puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveite a
decretação da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato
ou suprir-lhe a falta.
Art. 283. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação
dos atos que não possam ser aproveitados, devendo ser praticados os que
forem necessários a fim de se observarem as prescrições legais.
Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados desde
que não resulte prejuízo à defesa de qualquer parte.

1504
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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TÍTULO IV 
DA DISTRIBUIÇÃO E DO REGISTRO

Art. 284. Todos os processos estão sujeitos a registro, devendo ser distri-
buídos onde houver mais de um juiz.
Art. 285. A distribuição, que poderá ser eletrônica, será alternada e ale-
atória, obedecendo-se rigorosa igualdade.
Parágrafo único. A lista de distribuição deverá ser publicada no Diário de
Justiça.
Art. 286. Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer na-
tureza:
I – quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já
ajuizada;
II – quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for
reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que
sejam parcialmente alterados os réus da demanda;
III – quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, § 3º ,
ao juízo prevento.
Parágrafo único. Havendo intervenção de terceiro, reconvenção ou outra
hipótese de ampliação objetiva do processo, o juiz, de ofício, mandará proce-
der à respectiva anotação pelo distribuidor.
Art. 287. A petição inicial deve vir acompanhada de procuração, que con-
terá os endereços do advogado, eletrônico e não eletrônico.
Parágrafo único. Dispensa-se a juntada da procuração:
I – no caso previsto no art. 104 ;
II – se a parte estiver representada pela Defensoria Pública;
III – se a representação decorrer diretamente de norma prevista na Cons-
tituição Federal ou em lei.
Art. 288. O juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, corrigirá o
erro ou compensará a falta de distribuição.

1505
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 289. A distribuição poderá ser fiscalizada pela parte, por seu procu-
rador, pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública.
Art. 290. Será cancelada a distribuição do feito se a parte, intimada na
pessoa de seu advogado, não realizar o pagamento das custas e despesas de
ingresso em 15 (quinze) dias.

TÍTULO V 
DO VALOR DA CAUSA

Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha
conteúdo econômico imediatamente aferível.
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção
e será:
I – na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do
principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até
a data de propositura da ação;
II – na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento,
a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do
ato ou o de sua parte controvertida;
III – na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pe-
didas pelo autor;
IV – na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de ava-
liação da área ou do bem objeto do pedido;
V – na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor
pretendido;
VI – na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente
à soma dos valores de todos eles;
VII – na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;
VIII – na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido
principal.

1506
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á


o valor de umas e outras.
§ 2º O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual,
se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um)
ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das prestações.
§ 3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quan-
do verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou
ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao
recolhimento das custas correspondentes.
Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor
atribuído à causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respei-
to, impondo, se for o caso, a complementação das custas.

LIVRO V 
DA TUTELA PROVISÓRIA
TÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evi-


dência.
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada,
pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental.
Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe
do pagamento de custas.
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do pro-
cesso, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória
conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo.
Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas
para efetivação da tutela provisória.

1507
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas


referentes ao cumprimento provisório da sentença, no que couber.
Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela
provisória, o juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso.
Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando
antecedente, ao juízo competente para conhecer do pedido principal.
Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência
originária de tribunal e nos recursos a tutela provisória será requerida ao ór-
gão jurisdicional competente para apreciar o mérito.

TÍTULO II 
DA TUTELA DE URGÊNCIA
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos


que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.
§ 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso,
exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra
parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte econo-
micamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justi-
ficação prévia.
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida
quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada
mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra
alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.

1508
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte


responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte
adversa, se:
I – a sentença lhe for desfavorável;
II – obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer
os meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III – ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;
IV – o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão
do autor.
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida
tiver sido concedida, sempre que possível.

CAPÍTULO II 
DO PROCEDIMENTO DA TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA
EM CARÁTER ANTECEDENTE

Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura


da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipa-
da e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito
que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do
processo.
§ 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:
I – o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua
argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido
de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar;
II – o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de
mediação na forma do art. 334 ;
III – não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado
na forma do art. 335 .

1509
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste


artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito.
§ 3º O aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo dar-se-á
nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais.
§ 4º Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de in-
dicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final.
§ 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do
benefício previsto no caput deste artigo.
§ 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela an-
tecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em
até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem
resolução de mérito.
Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303 , torna-se
estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
§ 1º No caso previsto no caput , o processo será extinto.
§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever,
reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput .
§ 3º A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista,
reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata
o § 2º.
§ 4º Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos
em que foi concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a que
se refere o § 2º, prevento o juízo em que a tutela antecipada foi concedida.
§ 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto
no § 2º deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da
decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1º.
§ 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabi-
lidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, refor-
mar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos
do § 2º deste artigo.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO III 
DO PROCEDIMENTO DA TUTELA CAUTELAR REQUERIDA
EM CARÁTER ANTECEDENTE

Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar
em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição su-
mária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem
natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303 .
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o
pedido e indicar as provas que pretende produzir.
Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor
presumir-se-ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz decidirá
dentro de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o pro-
cedimento comum.
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formu-
lado pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado
nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não depen-
dendo do adiantamento de novas custas processuais.
§ 1º O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido
de tutela cautelar.
§ 2º A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do
pedido principal.
§ 3º Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a
audiência de conciliação ou de mediação, na forma do art. 334 , por seus ad-
vogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova citação do réu.
§ 4º Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado
na forma do art. 335 .

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se:


I – o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal;
II – não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias;
III – o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou
extinguir o processo sem resolução de mérito.
Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela caute-
lar, é vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento.
Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte for-
mule o pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do
indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição.

TÍTULO III 
DA TUTELA DA EVIDÊNCIA

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da


demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo,
quando:
I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propó-
sito protelatório da parte;
II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documen-
talmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em
súmula vinculante;
III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de
entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos
fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz
de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir
liminarmente.

1512
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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LIVRO VI 
DA FORMAÇÃO, DA SUSPENSÃO E DA EXTINÇÃO DO PROCESSO
TÍTULO I 
DA FORMAÇÃO DO PROCESSO

Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for pro-
tocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos
mencionados no art. 240 depois que for validamente citado.

TÍTULO II 
DA SUSPENSÃO DO PROCESSO

Art. 313. Suspende-se o processo:


I – pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das
partes, de seu representante legal ou de seu procurador;
II – pela convenção das partes;
III – pela arguição de impedimento ou de suspeição;
IV- pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas;
V – quando a sentença de mérito:
a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência
ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro
processo pendente;
b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato
ou a produção de certa prova, requisitada a outro juízo;
VI – por motivo de força maior;
VII – quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos
da navegação de competência do Tribunal Marítimo;
VIII – nos demais casos que este Código regula.

1513
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IX – pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advogada respon-


sável pelo processo constituir a única patrona da causa; (Incluído pela Lei
n. 13.363, de 2016)
X – quando o advogado responsável pelo processo constituir o único pa-
trono da causa e tornar-se pai. (Incluído pela Lei n. 13.363, de 2016)
§ 1º Na hipótese do inciso I, o juiz suspenderá o processo, nos termos
do art. 689 .
§ 2º Não ajuizada ação de habilitação, ao tomar conhecimento da morte,
o juiz determinará a suspensão do processo e observará o seguinte:
I – falecido o réu, ordenará a intimação do autor para que promova a
citação do respectivo espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos
herdeiros, no prazo que designar, de no mínimo 2 (dois) e no máximo 6
(seis) meses;
II – falecido o autor e sendo transmissível o direito em litígio, determina-
rá a intimação de seu espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos
herdeiros, pelos meios de divulgação que reputar mais adequados, para que
manifestem interesse na sucessão processual e promovam a respectiva habi-
litação no prazo designado, sob pena de extinção do processo sem resolução
de mérito.
§ 3º No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que
iniciada a audiência de instrução e julgamento, o juiz determinará que a par-
te constitua novo mandatário, no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual
extinguirá o processo sem resolução de mérito, se o autor não nomear novo
mandatário, ou ordenará o prosseguimento do processo à revelia do réu, se
falecido o procurador deste.
§ 4º O prazo de suspensão do processo nunca poderá exceder 1 (um) ano
nas hipóteses do inciso V e 6 (seis) meses naquela prevista no inciso II.
§ 5º O juiz determinará o prosseguimento do processo assim que esgota-
dos os prazos previstos no § 4º.

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§ 6º No caso do inciso IX, o período de suspensão será de 30 (trinta)


dias, contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção, mediante
apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que comprove
a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção,
desde que haja notificação ao cliente. (Incluído pela Lei n. 13.363, de 2016)
§ 7 º No caso do inciso X, o período de suspensão será de 8 (oito) dias,
contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção, mediante apre-
sentação de certidão de nascimento ou documento similar que comprove a
realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, des-
de que haja notificação ao cliente. (Incluído pela Lei n. 13.363, de 2016)
Art. 314. Durante a suspensão é vedado praticar qualquer ato processu-
al, podendo o juiz, todavia, determinar a realização de atos urgentes a fim
de evitar dano irreparável, salvo no caso de arguição de impedimento e de
suspeição.
Art. 315. Se o conhecimento do mérito depender de verificação da exis-
tência de fato delituoso, o juiz pode determinar a suspensão do processo até
que se pronuncie a justiça criminal.
§ 1º Se a ação penal não for proposta no prazo de 3 (três) meses, contado
da intimação do ato de suspensão, cessará o efeito desse, incumbindo ao juiz
cível examinar incidentemente a questão prévia.
§ 2º Proposta a ação penal, o processo ficará suspenso pelo prazo máximo
de 1 (um) ano, ao final do qual aplicar-se-á o disposto na parte final do § 1º.

TÍTULO III 
DA EXTINÇÃO DO PROCESSO

Art. 316. A extinção do processo dar-se-á por sentença.


Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá
conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício.

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PARTE ESPECIAL
LIVRO I 
DO PROCESSO DE CONHECIMENTO E DO CUMPRIMENTO
DE SENTENÇA
TÍTULO I 
DO PROCEDIMENTO COMUM
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo dis-


posição em contrário deste Código ou de lei.
Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos
demais procedimentos especiais e ao processo de execução.

CAPÍTULO II 
DA PETIÇÃO INICIAL
Seção I 
Dos Requisitos da Petição Inicial

Art. 319. A petição inicial indicará:


I – o juízo a que é dirigida;
II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união está-
vel, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a
residência do autor e do réu;
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV – o pedido com as suas especificações;
V – o valor da causa;
VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos
alegados;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação


ou de mediação.
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o au-
tor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção.
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de infor-
mações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu.
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto
no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível
ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensá-
veis à propositura da ação.
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requi-
sitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes
de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15
(quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve
ser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a
petição inicial.

Seção II 
Do Pedido

Art. 322. O pedido deve ser certo.


§ 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e
as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios.
§ 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e
observará o princípio da boa-fé.
Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em
prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, inde-
pendentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na con-

1517
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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denação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo,


deixar de pagá-las ou de consigná-las.
Art. 324. O pedido deve ser determinado.
§ 1º É lícito, porém, formular pedido genérico:
I – nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens deman-
dados;
II – quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do
ato ou do fato;
III – quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depen-
der de ato que deva ser praticado pelo réu.
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção.
Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação,
o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo.
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao
devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de
outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo.
Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim
de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior.
Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente,
para que o juiz acolha um deles.
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo
réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.
§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que:
I – os pedidos sejam compatíveis entre si;
II – seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
III – seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento,
será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem
prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos pro-

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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cedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que


não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum.
§ 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações de pedidos de que
trata o art. 326 .
Art. 328. Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele
que não participou do processo receberá sua parte, deduzidas as despesas na
proporção de seu crédito.
Art. 329. O autor poderá:
I – até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, indepen-
dentemente de consentimento do réu;
II – até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa
de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a
possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias,
facultado o requerimento de prova suplementar.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à res-
pectiva causa de pedir.

Seção III 
Do Indeferimento da Petição Inicial

Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:


I – for inepta;
II – a parte for manifestamente ilegítima;
III – o autor carecer de interesse processual;
IV – não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 .
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:
I – lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II – o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se
permite o pedido genérico;
III – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;

1519
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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IV – contiver pedidos incompatíveis entre si.


§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorren-
te de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá
de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações
contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor
incontroverso do débito.
§ 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser
pago no tempo e modo contratados.
Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao
juiz, no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se.
§ 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder
ao recurso.
§ 2º Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contesta-
ção começará a correr da intimação do retorno dos autos, observado o dis-
posto no art. 334 .
§ 3º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado
da sentença.

CAPÍTULO III 
DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO

Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, indepen-
dentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido
que contrariar:
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tri-
bunal de Justiça;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tri-
bunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repe-
titivas ou de assunção de competência;
IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se


verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado
da sentença, nos termos do art. 241 .
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do pro-
cesso, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a cita-
ção do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.

CAPÍTULO IV 
DA CONVERSÃO DA AÇÃO INDIVIDUAL EM AÇÃO COLETIVA

Art. 333. (VETADO).

CAPÍTULO V 
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO

Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não


for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de
conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias,
devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
§ 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na
audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Códi-
go, bem como as disposições da lei de organização judiciária.
§ 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à media-
ção, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira
sessão, desde que necessárias à composição das partes.
§ 3º A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu
advogado.
§ 4º A audiência não será realizada:

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na


composição consensual;
II – quando não se admitir a autocomposição.
§ 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na auto-
composição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez)
dias de antecedência, contados da data da audiência.
§ 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência
deve ser manifestado por todos os litisconsortes.
§ 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio
eletrônico, nos termos da lei.
§ 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de
conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancio-
nado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou
do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado.
§ 9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defen-
sores públicos.
§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração
específica, com poderes para negociar e transigir.
§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por
sentença.
§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organi-
zada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o
início de uma e o início da seguinte.

CAPÍTULO VI 
DA CONTESTAÇÃO

Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15


(quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de
conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não
houver autocomposição;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação


ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334,
§ 4º, inciso I ;
III – prevista no art. 231 , de acordo com o modo como foi feita a citação,
nos demais casos.
§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, §
6º , o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data
de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência.
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II , havendo li-
tisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não
citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que
homologar a desistência.
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defe-
sa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor
e especificando as provas que pretende produzir.
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I – inexistência ou nulidade da citação;
II – incompetência absoluta e relativa;
III – incorreção do valor da causa;
IV – inépcia da petição inicial;
V – perempção;
VI – litispendência;
VII – coisa julgada;
VIII – conexão;
IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
X – convenção de arbitragem;
XI – ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz


ação anteriormente ajuizada.
§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mes-
ma causa de pedir e o mesmo pedido.
§ 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso.
§ 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por deci-
são transitada em julgado.
§ 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o
juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo.
§ 6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem,
na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e
renúncia ao juízo arbitral.
Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o
responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze)
dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu.
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despe-
sas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados
entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos
termos do art. 85, § 8º .
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o su-
jeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento,
sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos
prejuízos decorrentes da falta de indicação.
§ 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze)
dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se,
ainda, o parágrafo único do art. 338 .
§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição
inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.
Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a
contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será

1524
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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imediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio ele-

trônico.

§ 1º A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver

sido citado por meio de carta precatória, juntada aos autos dessa carta, se-

guindo-se a sua imediata remessa para o juízo da causa.

§ 2º Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para

o qual for distribuída a contestação ou a carta precatória será considerado

prevento.

§ 3º Alegada a incompetência nos termos do caput , será suspensa a re-

alização da audiência de conciliação ou de mediação, se tiver sido designada.

§ 4º Definida a competência, o juízo competente designará nova data para

a audiência de conciliação ou de mediação.

Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as

alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as

não impugnadas, salvo se:

I – não for admissível, a seu respeito, a confissão;

II – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei

considerar da substância do ato;

III – estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.

Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se apli-

ca ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial.

Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alega-

ções quando:

I – relativas a direito ou a fato superveniente;

II – competir ao juiz conhecer delas de ofício;

III – por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer

tempo e grau de jurisdição.

1525
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO VII 
DA RECONVENÇÃO

Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para mani-


festar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento
da defesa.
§ 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu ad-
vogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça
o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à
reconvenção.
§ 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.
§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com
terceiro.
§ 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser
titular de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta
em face do autor, também na qualidade de substituto processual.
§ 6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer
contestação.

CAPÍTULO VIII 
DA REVELIA

Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presu-
mir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
I – havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II – o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III – a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei
considere indispensável à prova do ato;

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IV – as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou


estiverem em contradição com prova constante dos autos.
Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos flui-
rão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial.
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase,
recebendo-o no estado em que se encontrar.

CAPÍTULO IX 
DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES E DO SANEAMENTO

Art. 347. Findo o prazo para a contestação, o juiz tomará, conforme o


caso, as providências preliminares constantes das seções deste Capítulo.

Seção I 
Da Não Incidência dos Efeitos da Revelia

Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência


do efeito da revelia previsto no art. 344 , ordenará que o autor especifique as
provas que pretenda produzir, se ainda não as tiver indicado.
Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapostas às
alegações do autor, desde que se faça representar nos autos a tempo de pra-
ticar os atos processuais indispensáveis a essa produção.

Seção II 
Do Fato Impeditivo, Modificativo ou Extintivo do Direito do Autor

Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do di-


reito do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe
o juiz a produção de prova.

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SEÇÃO III 
DAS ALEGAÇÕES DO RÉU

Art. 351. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337 ,
o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-
-lhe a produção de prova.
Art. 352. Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis,
o juiz determinará sua correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias.
Art. 353. Cumpridas as providências preliminares ou não havendo ne-
cessidade delas, o juiz proferirá julgamento conforme o estado do processo,
observando o que dispõe o Capítulo X.

CAPÍTULO X 
DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO
Seção I 
Da Extinção do Processo

Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487,


incisos II e III , o juiz proferirá sentença.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a
apenas parcela do processo, caso em que será impugnável por agravo de
instrumento.

Seção II 
Do Julgamento Antecipado do Mérito

Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença


com resolução de mérito, quando:

I – não houver necessidade de produção de outras provas;

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II – o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver re-
querimento de prova, na forma do art. 349 .

Seção III 
Do Julgamento Antecipado Parcial do Mérito

Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos


pedidos formulados ou parcela deles:
I – mostrar-se incontroverso;
II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355 .
§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a exis-
tência de obrigação líquida ou ilíquida.
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reco-
nhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de
caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.
§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a
execução será definitiva.
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o
mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da
parte ou a critério do juiz.
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo
de instrumento.

Seção IV 
Do Saneamento e da Organização do Processo

Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o
juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo:
I – resolver as questões processuais pendentes, se houver;

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II – delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade pro-


batória, especificando os meios de prova admitidos;
III – definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373 ;
IV – delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito;
V – designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento.
§ 1º Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclareci-
mentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a
decisão se torna estável.
§ 2º As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação
consensual das questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e
IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz.
§ 3º Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direi-
to, deverá o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em co-
operação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará
as partes a integrar ou esclarecer suas alegações.
§ 4º Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o
juiz fixará prazo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes
apresentem rol de testemunhas.
§ 5º Na hipótese do § 3º, as partes devem levar, para a audiência prevista,
o respectivo rol de testemunhas.
§ 6º O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10
(dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato.
§ 7º O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a
complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados.
§ 8º Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz
deve observar o disposto no art. 465 e, se possível, estabelecer, desde logo,
calendário para sua realização.
§ 9º As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma)
hora entre as audiências.

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CAPÍTULO XI 
DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiên-


cia de instrução e julgamento e mandará apregoar as partes e os respectivos
advogados, bem como outras pessoas que dela devam participar.
Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, inde-
pendentemente do emprego anterior de outros métodos de solução consen-
sual de conflitos, como a mediação e a arbitragem.
Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe:
I – manter a ordem e o decoro na audiência;
II – ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem
inconvenientemente;
III – requisitar, quando necessário, força policial;
IV – tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Mi-
nistério Público e da Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do
processo;
V – registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados
em audiência.
Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nes-
ta ordem, preferencialmente:
I – o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de
esclarecimentos requeridos no prazo e na forma do art. 477 , caso não res-
pondidos anteriormente por escrito;
II – o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos pessoais;
III – as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas.
Parágrafo único. Enquanto depuserem o perito, os assistentes técnicos, as
partes e as testemunhas, não poderão os advogados e o Ministério Público
intervir ou apartear, sem licença do juiz.
Art. 362. A audiência poderá ser adiada:
I – por convenção das partes;

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II – se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que


dela deva necessariamente participar;
III – por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta)
minutos do horário marcado.
§ 1º O impedimento deverá ser comprovado até a abertura da audiência,
e, não o sendo, o juiz procederá à instrução.
§ 2º O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte
cujo advogado ou defensor público não tenha comparecido à audiência, apli-
cando-se a mesma regra ao Ministério Público.
§ 3º Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas.
Art. 363. Havendo antecipação ou adiamento da audiência, o juiz, de ofí-
cio ou a requerimento da parte, determinará a intimação dos advogados ou
da sociedade de advogados para ciência da nova designação.
Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor
e do réu, bem como ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua
intervenção, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um,
prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do juiz.
§ 1º Havendo litisconsorte ou terceiro interveniente, o prazo, que formará
com o da prorrogação um só todo, dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se
não convencionarem de modo diverso.
§ 2º Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direi-
to, o debate oral poderá ser substituído por razões finais escritas, que serão
apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, se for
o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias, asse-
gurada vista dos autos.
Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e justi-
ficadamente cindida na ausência de perito ou de testemunha, desde que haja
concordância das partes.
Parágrafo único. Diante da impossibilidade de realização da instrução, do
debate e do julgamento no mesmo dia, o juiz marcará seu prosseguimento
para a data mais próxima possível, em pauta preferencial.

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Art. 366. Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, o juiz profe-


rirá sentença em audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias.
Art. 367. O servidor lavrará, sob ditado do juiz, termo que conterá, em
resumo, o ocorrido na audiência, bem como, por extenso, os despachos, as
decisões e a sentença, se proferida no ato.
§ 1º Quando o termo não for registrado em meio eletrônico, o juiz rubri-
car-lhe-á as folhas, que serão encadernadas em volume próprio.
§ 2º Subscreverão o termo o juiz, os advogados, o membro do Ministério
Público e o escrivão ou chefe de secretaria, dispensadas as partes, exceto
quando houver ato de disposição para cuja prática os advogados não tenham
poderes.
§ 3º O escrivão ou chefe de secretaria trasladará para os autos cópia au-
têntica do termo de audiência.
§ 4º Tratando-se de autos eletrônicos, observar-se-á o disposto neste Có-
digo, em legislação específica e nas normas internas dos tribunais.
§ 5º A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áu-
dio, em meio digital ou analógico, desde que assegure o rápido acesso das
partes e dos órgãos julgadores, observada a legislação específica.
§ 6º A gravação a que se refere o § 5º também pode ser realizada direta-
mente por qualquer das partes, independentemente de autorização judicial.
Art. 368. A audiência será pública, ressalvadas as exceções legais.

CAPÍTULO XII 
DAS PROVAS
Seção I 
Disposições Gerais

Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem
como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código,

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para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e in-
fluir eficazmente na convicção do juiz.
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determi-
nar as provas necessárias ao julgamento do mérito.
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligên-
cias inúteis ou meramente protelatórias.
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independente-
mente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da
formação de seu convencimento.
Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro
processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o con-
traditório.
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I – ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extin-
tivo do direito do autor.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa re-
lacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encar-
go nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato
contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que
o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportu-
nidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
§ 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em
que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessiva-
mente difícil.
§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por
convenção das partes, salvo quando:
I – recair sobre direito indisponível da parte;
II – tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
§ 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante

o processo.

1534
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 374. Não dependem de prova os fatos:

I – notórios;

II – afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;

III – admitidos no processo como incontroversos;

IV – em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.

Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas

pela observação do que ordinariamente acontece e, ainda, as regras de expe-

riência técnica, ressalvado, quanto a estas, o exame pericial.

Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou

consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.

Art. 377. A carta precatória, a carta rogatória e o auxílio direto suspen-

derão o julgamento da causa no caso previsto no art. 313, inciso V, alínea

“b”, quando, tendo sido requeridos antes da decisão de saneamento, a prova

neles solicitada for imprescindível.

Parágrafo único. A carta precatória e a carta rogatória não devolvidas no

prazo ou concedidas sem efeito suspensivo poderão ser juntadas aos autos a

qualquer momento.

Art. 378. Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário

para o descobrimento da verdade.

Art. 379. Preservado o direito de não produzir prova contra si própria,

incumbe à parte:

I – comparecer em juízo, respondendo ao que lhe for interrogado;

II – colaborar com o juízo na realização de inspeção judicial que for con-

siderada necessária;

III – praticar o ato que lhe for determinado.

Art. 380. Incumbe ao terceiro, em relação a qualquer causa:


I – informar ao juiz os fatos e as circunstâncias de que tenha conhecimento;
II – exibir coisa ou documento que esteja em seu poder.

1535
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Poderá o juiz, em caso de descumprimento, determinar,


além da imposição de multa, outras medidas indutivas, coercitivas, manda-
mentais ou sub-rogatórias.

Seção II 
Da Produção Antecipada da Prova

Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em


que:
I – haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito di-
fícil a verificação de certos fatos na pendência da ação;
II – a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição
ou outro meio adequado de solução de conflito;
III – o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuiza-
mento de ação.
§ 1º O arrolamento de bens observará o disposto nesta Seção quando
tiver por finalidade apenas a realização de documentação e não a prática de
atos de apreensão.
§ 2º A produção antecipada da prova é da competência do juízo do foro
onde esta deva ser produzida ou do foro de domicílio do réu.
§ 3º A produção antecipada da prova não previne a competência do juízo
para a ação que venha a ser proposta.
§ 4º O juízo estadual tem competência para produção antecipada de prova
requerida em face da União, de entidade autárquica ou de empresa pública
federal se, na localidade, não houver vara federal.
§ 5º Aplica-se o disposto nesta Seção àquele que pretender justificar a
existência de algum fato ou relação jurídica para simples documento e sem
caráter contencioso, que exporá, em petição circunstanciada, a sua intenção.
Art. 382. Na petição, o requerente apresentará as razões que justificam
a necessidade de antecipação da prova e mencionará com precisão os fatos
sobre os quais a prova há de recair.

1536
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a citação


de interessados na produção da prova ou no fato a ser provado, salvo se ine-
xistente caráter contencioso.
§ 2º O juiz não se pronunciará sobre a ocorrência ou a inocorrência do
fato, nem sobre as respectivas consequências jurídicas.
§ 3º Os interessados poderão requerer a produção de qualquer prova no
mesmo procedimento, desde que relacionada ao mesmo fato, salvo se a sua
produção conjunta acarretar excessiva demora.
§ 4º Neste procedimento, não se admitirá defesa ou recurso, salvo contra
decisão que indeferir totalmente a produção da prova pleiteada pelo reque-
rente originário.
Art. 383. Os autos permanecerão em cartório durante 1 (um) mês para
extração de cópias e certidões pelos interessados.
Parágrafo único. Findo o prazo, os autos serão entregues ao promovente
da medida.

Seção III 
Da Ata Notarial

Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser ates-
tados ou documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavra-
da por tabelião.
Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em
arquivos eletrônicos poderão constar da ata notarial.

Seção IV 
Do Depoimento Pessoal

Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a


fim de que esta seja interrogada na audiência de instrução e julgamento, sem
prejuízo do poder do juiz de ordená-lo de ofício.

1537
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Se a parte, pessoalmente intimada para prestar depoimento pessoal


e advertida da pena de confesso, não comparecer ou, comparecendo, se re-
cusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a pena.
§ 2º É vedado a quem ainda não depôs assistir ao interrogatório da outra
parte.
§ 3º O depoimento pessoal da parte que residir em comarca, seção ou
subseção judiciária diversa daquela onde tramita o processo poderá ser colhi-
do por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão
de sons e imagens em tempo real, o que poderá ocorrer, inclusive, durante a
realização da audiência de instrução e julgamento.
Art. 386. Quando a parte, sem motivo justificado, deixar de responder ao
que lhe for perguntado ou empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais
circunstâncias e os elementos de prova, declarará, na sentença, se houve
recusa de depor.
Art. 387. A parte responderá pessoalmente sobre os fatos articulados,
não podendo servir-se de escritos anteriormente preparados, permitindo-lhe
o juiz, todavia, a consulta a notas breves, desde que objetivem completar
esclarecimentos.
Art. 388. A parte não é obrigada a depor sobre fatos:
I – criminosos ou torpes que lhe forem imputados;
II – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo;
III – acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu
cônjuge, de seu companheiro ou de parente em grau sucessível;
IV – que coloquem em perigo a vida do depoente ou das pessoas referidas
no inciso III.
Parágrafo único. Esta disposição não se aplica às ações de estado e de
família.

Seção V 
Da Confissão

Art. 389. Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a


verdade de fato contrário ao seu interesse e favorável ao do adversário.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 390. A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada.

§ 1º A confissão espontânea pode ser feita pela própria parte ou por re-

presentante com poder especial.

§ 2º A confissão provocada constará do termo de depoimento pessoal.

Art. 391. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudi-

cando, todavia, os litisconsortes.

Parágrafo único. Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos

reais sobre imóveis alheios, a confissão de um cônjuge ou companheiro não

valerá sem a do outro, salvo se o regime de casamento for o de separação

absoluta de bens.

Art. 392. Não vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relati-

vos a direitos indisponíveis.

§ 1º A confissão será ineficaz se feita por quem não for capaz de dispor do

direito a que se referem os fatos confessados.

§ 2º A confissão feita por um representante somente é eficaz nos limites

em que este pode vincular o representado.

Art. 393. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de

erro de fato ou de coação.

Parágrafo único. A legitimidade para a ação prevista no caput é exclusiva

do confitente e pode ser transferida a seus herdeiros se ele falecer após a

propositura.

Art. 394. A confissão extrajudicial, quando feita oralmente, só terá eficá-

cia nos casos em que a lei não exija prova literal.

Art. 395. A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que a

quiser invocar como prova aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no

que lhe for desfavorável, porém cindir-se-á quando o confitente a ela aduzir

fatos novos, capazes de constituir fundamento de defesa de direito material

ou de reconvenção.

1539
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Seção VI 
Da Exibição de Documento ou Coisa

Art. 396. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que
se encontre em seu poder.
Art. 397. O pedido formulado pela parte conterá:
I – a individuação, tão completa quanto possível, do documento ou da
coisa;
II – a finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam com o
documento ou com a coisa;
III – as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o
documento ou a coisa existe e se acha em poder da parte contrária.
Art. 398. O requerido dará sua resposta nos 5 (cinco) dias subsequentes
à sua intimação.
Parágrafo único. Se o requerido afirmar que não possui o documento ou
a coisa, o juiz permitirá que o requerente prove, por qualquer meio, que a
declaração não corresponde à verdade.
Art. 399. O juiz não admitirá a recusa se:
I – o requerido tiver obrigação legal de exibir;
II – o requerido tiver aludido ao documento ou à coisa, no processo, com
o intuito de constituir prova;
III – o documento, por seu conteúdo, for comum às partes.
Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos
que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar se:
I – o requerido não efetuar a exibição nem fizer nenhuma declaração no
prazo do art. 398 ;
II – a recusa for havida por ilegítima.
Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas indutivas,
coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias para que o documento seja
exibido.

1540
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 401. Quando o documento ou a coisa estiver em poder de terceiro, o


juiz ordenará sua citação para responder no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 402. Se o terceiro negar a obrigação de exibir ou a posse do docu-
mento ou da coisa, o juiz designará audiência especial, tomando-lhe o de-
poimento, bem como o das partes e, se necessário, o de testemunhas, e em
seguida proferirá decisão.
Art. 403. Se o terceiro, sem justo motivo, se recusar a efetuar a exibição,
o juiz ordenar-lhe-á que proceda ao respectivo depósito em cartório ou em
outro lugar designado, no prazo de 5 (cinco) dias, impondo ao requerente que
o ressarça pelas despesas que tiver.
Parágrafo único. Se o terceiro descumprir a ordem, o juiz expedirá manda-
do de apreensão, requisitando, se necessário, força policial, sem prejuízo da
responsabilidade por crime de desobediência, pagamento de multa e outras
medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias
para assegurar a efetivação da decisão.
Art. 404. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento
ou a coisa se:
I – concernente a negócios da própria vida da família;
II – sua apresentação puder violar dever de honra;
III – sua publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem
como a seus parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau, ou lhes re-
presentar perigo de ação penal;
IV – sua exibição acarretar a divulgação de fatos a cujo respeito, por es-
tado ou profissão, devam guardar segredo;
V – subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do
juiz, justifiquem a recusa da exibição;
VI – houver disposição legal que justifique a recusa da exibição.
Parágrafo único. Se os motivos de que tratam os incisos I a VI do caput dis-
serem respeito a apenas uma parcela do documento, a parte ou o terceiro
exibirá a outra em cartório, para dela ser extraída cópia reprográfica, de tudo
sendo lavrado auto circunstanciado.

1541
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Seção VII 
Da Prova Documental
Subseção I 
Da Força Probante dos Documentos

Art. 405. O documento público faz prova não só da sua formação, mas
também dos fatos que o escrivão, o chefe de secretaria, o tabelião ou o ser-
vidor declarar que ocorreram em sua presença.
Art. 406. Quando a lei exigir instrumento público como da substância do
ato, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta.
Art. 407. O documento feito por oficial público incompetente ou sem a
observância das formalidades legais, sendo subscrito pelas partes, tem a
mesma eficácia probatória do documento particular.
Art. 408. As declarações constantes do documento particular escrito e
assinado ou somente assinado presumem-se verdadeiras em relação ao sig-
natário.
Parágrafo único. Quando, todavia, contiver declaração de ciência de deter-
minado fato, o documento particular prova a ciência, mas não o fato em si,
incumbindo o ônus de prová-lo ao interessado em sua veracidade.
Art. 409. A data do documento particular, quando a seu respeito surgir
dúvida ou impugnação entre os litigantes, provar-se-á por todos os meios de
direito.
Parágrafo único. Em relação a terceiros, considerar-se-á datado o docu-
mento particular:
I – no dia em que foi registrado;
II – desde a morte de algum dos signatários;
III – a partir da impossibilidade física que sobreveio a qualquer dos sig-
natários;
IV – da sua apresentação em repartição pública ou em juízo;

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V – do ato ou do fato que estabeleça, de modo certo, a anterioridade da


formação do documento.
Art. 410. Considera-se autor do documento particular:
I – aquele que o fez e o assinou;
II – aquele por conta de quem ele foi feito, estando assinado;
III – aquele que, mandando compô-lo, não o firmou porque, conforme a
experiência comum, não se costuma assinar, como livros empresariais e as-
sentos domésticos.
Art. 411. Considera-se autêntico o documento quando:
I – o tabelião reconhecer a firma do signatário;
II – a autoria estiver identificada por qualquer outro meio legal de certifi-
cação, inclusive eletrônico, nos termos da lei;
III – não houver impugnação da parte contra quem foi produzido o docu-
mento.
Art. 412. O documento particular de cuja autenticidade não se duvida
prova que o seu autor fez a declaração que lhe é atribuída.
Parágrafo único. O documento particular admitido expressa ou tacitamen-
te é indivisível, sendo vedado à parte que pretende utilizar-se dele aceitar os
fatos que lhe são favoráveis e recusar os que são contrários ao seu interesse,
salvo se provar que estes não ocorreram.
Art. 413. O telegrama, o radiograma ou qualquer outro meio de trans-
missão tem a mesma força probatória do documento particular se o original
constante da estação expedidora tiver sido assinado pelo remetente.
Parágrafo único. A firma do remetente poderá ser reconhecida pelo ta-
belião, declarando-se essa circunstância no original depositado na estação
expedidora.
Art. 414. O telegrama ou o radiograma presume-se conforme com o ori-
ginal, provando as datas de sua expedição e de seu recebimento pelo desti-
natário.

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Art. 415. As cartas e os registros domésticos provam contra quem os es-


creveu quando:
I – enunciam o recebimento de um crédito;
II – contêm anotação que visa a suprir a falta de título em favor de quem
é apontado como credor;
III – expressam conhecimento de fatos para os quais não se exija deter-
minada prova.
Art. 416. A nota escrita pelo credor em qualquer parte de documento
representativo de obrigação, ainda que não assinada, faz prova em benefício
do devedor.
Parágrafo único. Aplica-se essa regra tanto para o documento que o cre-
dor conservar em seu poder quanto para aquele que se achar em poder do
devedor ou de terceiro.
Art. 417. Os livros empresariais provam contra seu autor, sendo lícito ao
empresário, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito,
que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos.
Art. 418. Os livros empresariais que preencham os requisitos exigidos por
lei provam a favor de seu autor no litígio entre empresários.
Art. 419. A escrituração contábil é indivisível, e, se dos fatos que resul-
tam dos lançamentos, uns são favoráveis ao interesse de seu autor e outros
lhe são contrários, ambos serão considerados em conjunto, como unidade.
Art. 420. O juiz pode ordenar, a requerimento da parte, a exibição inte-
gral dos livros empresariais e dos documentos do arquivo:
I – na liquidação de sociedade;
II – na sucessão por morte de sócio;
III – quando e como determinar a lei.
Art. 421. O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a exibição parcial dos
livros e dos documentos, extraindo-se deles a suma que interessar ao litígio,
bem como reproduções autenticadas.

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Art. 422. Qualquer reprodução mecânica, como a fotográfica, a cinema-


tográfica, a fonográfica ou de outra espécie, tem aptidão para fazer prova dos
fatos ou das coisas representadas, se a sua conformidade com o documento
original não for impugnada por aquele contra quem foi produzida.
§ 1º As fotografias digitais e as extraídas da rede mundial de computa-
dores fazem prova das imagens que reproduzem, devendo, se impugnadas,
ser apresentada a respectiva autenticação eletrônica ou, não sendo possível,
realizada perícia.
§ 2º Se se tratar de fotografia publicada em jornal ou revista, será exigido
um exemplar original do periódico, caso impugnada a veracidade pela outra
parte.
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à forma impressa de mensagem
eletrônica.
Art. 423. As reproduções dos documentos particulares, fotográficas ou
obtidas por outros processos de repetição, valem como certidões sempre que
o escrivão ou o chefe de secretaria certificar sua conformidade com o original.
Art. 424. A cópia de documento particular tem o mesmo valor probante
que o original, cabendo ao escrivão, intimadas as partes, proceder à confe-
rência e certificar a conformidade entre a cópia e o original.
Art. 425. Fazem a mesma prova que os originais:
I – as certidões textuais de qualquer peça dos autos, do protocolo das
audiências ou de outro livro a cargo do escrivão ou do chefe de secretaria, se
extraídas por ele ou sob sua vigilância e por ele subscritas;
II – os traslados e as certidões extraídas por oficial público de instrumen-
tos ou documentos lançados em suas notas;
III – as reproduções dos documentos públicos, desde que autenticadas
por oficial público ou conferidas em cartório com os respectivos originais;
IV – as cópias reprográficas de peças do próprio processo judicial declara-
das autênticas pelo advogado, sob sua responsabilidade pessoal, se não lhes
for impugnada a autenticidade;

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V – os extratos digitais de bancos de dados públicos e privados, desde que


atestado pelo seu emitente, sob as penas da lei, que as informações confe-
rem com o que consta na origem;
VI – as reproduções digitalizadas de qualquer documento público ou par-
ticular, quando juntadas aos autos pelos órgãos da justiça e seus auxiliares,
pelo Ministério Público e seus auxiliares, pela Defensoria Pública e seus auxi-
liares, pelas procuradorias, pelas repartições públicas em geral e por advoga-
dos, ressalvada a alegação motivada e fundamentada de adulteração.
§ 1º Os originais dos documentos digitalizados mencionados no inciso VI
deverão ser preservados pelo seu detentor até o final do prazo para proposi-
tura de ação rescisória.
§ 2º Tratando-se de cópia digital de título executivo extrajudicial ou de
documento relevante à instrução do processo, o juiz poderá determinar seu
depósito em cartório ou secretaria.
Art. 426. O juiz apreciará fundamentadamente a fé que deva merecer o
documento, quando em ponto substancial e sem ressalva contiver entrelinha,
emenda, borrão ou cancelamento.
Art. 427. Cessa a fé do documento público ou particular sendo-lhe decla-
rada judicialmente a falsidade.
Parágrafo único. A falsidade consiste em:
I – formar documento não verdadeiro;
II – alterar documento verdadeiro.
Art. 428. Cessa a fé do documento particular quando:
I – for impugnada sua autenticidade e enquanto não se comprovar sua
veracidade;
II – assinado em branco, for impugnado seu conteúdo, por preenchimento
abusivo.
Parágrafo único. Dar-se-á abuso quando aquele que recebeu documento
assinado com texto não escrito no todo ou em parte formá-lo ou completá-lo
por si ou por meio de outrem, violando o pacto feito com o signatário.

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Art. 429. Incumbe o ônus da prova quando:


I – se tratar de falsidade de documento ou de preenchimento abusivo, à
parte que a arguir;
II – se tratar de impugnação da autenticidade, à parte que produziu o
documento.

Subseção II 
Da Arguição de Falsidade

Art. 430. A falsidade deve ser suscitada na contestação, na réplica ou no


prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da intimação da juntada do docu-
mento aos autos.
Parágrafo único. Uma vez arguida, a falsidade será resolvida como ques-
tão incidental, salvo se a parte requerer que o juiz a decida como questão
principal, nos termos do inciso II do art. 19 .
Art. 431. A parte arguirá a falsidade expondo os motivos em que funda a
sua pretensão e os meios com que provará o alegado.
Art. 432. Depois de ouvida a outra parte no prazo de 15 (quinze) dias,
será realizado o exame pericial.
Parágrafo único. Não se procederá ao exame pericial se a parte que pro-
duziu o documento concordar em retirá-lo.
Art. 433. A declaração sobre a falsidade do documento, quando suscitada
como questão principal, constará da parte dispositiva da sentença e sobre ela
incidirá também a autoridade da coisa julgada.

Subseção III 
Da Produção da Prova Documental

Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com


os documentos destinados a provar suas alegações.

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Parágrafo único. Quando o documento consistir em reprodução cinema-


tográfica ou fonográfica, a parte deverá trazê-lo nos termos do caput , mas
sua exposição será realizada em audiência, intimando-se previamente as
partes.
Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos docu-
mentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois
dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos.
Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de documentos
formados após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se
tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à
parte que os produzir comprovar o motivo que a impediu de juntá-los an-
teriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar a conduta da
parte de acordo com o art. 5º .
Art. 436. A parte, intimada a falar sobre documento constante dos au-
tos, poderá:
I – impugnar a admissibilidade da prova documental;
II – impugnar sua autenticidade;
III – suscitar sua falsidade, com ou sem deflagração do incidente de
arguição de falsidade;
IV – manifestar-se sobre seu conteúdo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, a impugnação deverá
basear-se em argumentação específica, não se admitindo alegação genéri-
ca de falsidade.
Art. 437. O réu manifestar-se-á na contestação sobre os documentos
anexados à inicial, e o autor manifestar-se-á na réplica sobre os documen-
tos anexados à contestação.
§ 1º Sempre que uma das partes requerer a juntada de documento aos
autos, o juiz ouvirá, a seu respeito, a outra parte, que disporá do prazo de
15 (quinze) dias para adotar qualquer das posturas indicadas no art. 436 .

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§ 2º Poderá o juiz, a requerimento da parte, dilatar o prazo para ma-

nifestação sobre a prova documental produzida, levando em consideração

a quantidade e a complexidade da documentação.


Art. 438. O juiz requisitará às repartições públicas, em qualquer tempo
ou grau de jurisdição:
I – as certidões necessárias à prova das alegações das partes;
II – os procedimentos administrativos nas causas em que forem interes-
sados a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios ou entidades da
administração indireta.
§ 1º Recebidos os autos, o juiz mandará extrair, no prazo máximo e im-
prorrogável de 1 (um) mês, certidões ou reproduções fotográficas das peças
que indicar e das que forem indicadas pelas partes, e, em seguida, devolve-
rá os autos à repartição de origem.
§ 2º As repartições públicas poderão fornecer todos os documentos em
meio eletrônico, conforme disposto em lei, certificando, pelo mesmo meio,
que se trata de extrato fiel do que consta em seu banco de dados ou no do-
cumento digitalizado.

Seção VIII 
Dos Documentos Eletrônicos

Art. 439. A utilização de documentos eletrônicos no processo convencio-


nal dependerá de sua conversão à forma impressa e da verificação de sua
autenticidade, na forma da lei.
Art. 440. O juiz apreciará o valor probante do documento eletrônico não
convertido, assegurado às partes o acesso ao seu teor.
Art. 441. Serão admitidos documentos eletrônicos produzidos e conser-
vados com a observância da legislação específica.

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Seção IX 
Da Prova Testemunhal
Subseção I 
Da Admissibilidade e do Valor da Prova Testemunhal

Art. 442. A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei


de modo diverso.
Art. 443. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos:
I – já provados por documento ou confissão da parte;
II – que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.
Art. 444. Nos casos em que a lei exigir prova escrita da obrigação, é ad-
missível a prova testemunhal quando houver começo de prova por escrito,
emanado da parte contra a qual se pretende produzir a prova.
Art. 445. Também se admite a prova testemunhal quando o credor não
pode ou não podia, moral ou materialmente, obter a prova escrita da obriga-
ção, em casos como o de parentesco, de depósito necessário ou de hospeda-
gem em hotel ou em razão das práticas comerciais do local onde contraída a
obrigação.
Art. 446. É lícito à parte provar com testemunhas:
I – nos contratos simulados, a divergência entre a vontade real e a von-
tade declarada;
II – nos contratos em geral, os vícios de consentimento.
Art. 447. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as
incapazes, impedidas ou suspeitas.
§ 1º São incapazes:
I – o interdito por enfermidade ou deficiência mental;
II – o que, acometido por enfermidade ou retardamento mental, ao tempo
em que ocorreram os fatos, não podia discerni-los, ou, ao tempo em que deve
depor, não está habilitado a transmitir as percepções;
III – o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos;

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IV – o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que


lhes faltam.
§ 2º São impedidos:
I – o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em qualquer
grau e o colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por consan-
guinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse público ou, tratando-se
de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a
prova que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito;
II – o que é parte na causa;
III – o que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o represen-
tante legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros que assistam ou
tenham assistido as partes.
§ 3º São suspeitos:
I – o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo;
II – o que tiver interesse no litígio.
§ 4º Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das testemunhas
menores, impedidas ou suspeitas.
§ 5º Os depoimentos referidos no § 4º serão prestados independentemen-
te de compromisso, e o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer.
Art. 448. A testemunha não é obrigada a depor sobre fatos:
I – que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge ou compa-
nheiro e aos seus parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou colate-
ral, até o terceiro grau;
II – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo.
Art. 449. Salvo disposição especial em contrário, as testemunhas devem
ser ouvidas na sede do juízo.
Parágrafo único. Quando a parte ou a testemunha, por enfermidade ou por
outro motivo relevante, estiver impossibilitada de comparecer, mas não de
prestar depoimento, o juiz designará, conforme as circunstâncias, dia, hora e
lugar para inquiri-la.

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Subseção II 
Da Produção da Prova Testemunhal

Art. 450. O rol de testemunhas conterá, sempre que possível, o nome, a


profissão, o estado civil, a idade, o número de inscrição no Cadastro de Pes-
soas Físicas, o número de registro de identidade e o endereço completo da
residência e do local de trabalho.
Art. 451. Depois de apresentado o rol de que tratam os §§ 4º e 5º do art.
357 , a parte só pode substituir a testemunha:
I – que falecer;
II – que, por enfermidade, não estiver em condições de depor;
III – que, tendo mudado de residência ou de local de trabalho, não for
encontrada.
Art. 452. Quando for arrolado como testemunha, o juiz da causa:
I – declarar-se-á impedido, se tiver conhecimento de fatos que possam in-
fluir na decisão, caso em que será vedado à parte que o incluiu no rol desistir
de seu depoimento;
II – se nada souber, mandará excluir o seu nome.
Art. 453. As testemunhas depõem, na audiência de instrução e julgamen-
to, perante o juiz da causa, exceto:
I – as que prestam depoimento antecipadamente;
II – as que são inquiridas por carta.
§ 1º A oitiva de testemunha que residir em comarca, seção ou subseção
judiciária diversa daquela onde tramita o processo poderá ser realizada por
meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão e re-
cepção de sons e imagens em tempo real, o que poderá ocorrer, inclusive,
durante a audiência de instrução e julgamento.
§ 2º Os juízos deverão manter equipamento para a transmissão e recep-
ção de sons e imagens a que se refere o § 1º.
Art. 454. São inquiridos em sua residência ou onde exercem sua função:

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I – o presidente e o vice-presidente da República;


II – os ministros de Estado;
III – os ministros do Supremo Tribunal Federal, os conselheiros do Con-
selho Nacional de Justiça e os ministros do Superior Tribunal de Justiça, do
Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior Eleitoral, do Tribunal Superior
do Trabalho e do Tribunal de Contas da União;
IV – o procurador-geral da República e os conselheiros do Conselho Nacio-
nal do Ministério Público;
V – o advogado-geral da União, o procurador-geral do Estado, o procura-
dor-geral do Município, o defensor público-geral federal e o defensor público-
-geral do Estado;
VI – os senadores e os deputados federais;
VII – os governadores dos Estados e do Distrito Federal;
VIII – o prefeito;
IX – os deputados estaduais e distritais;
X – os desembargadores dos Tribunais de Justiça, dos Tribunais Regio-
nais Federais, dos Tribunais Regionais do Trabalho e dos Tribunais Regionais
Eleitorais e os conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito
Federal;
XI – o procurador-geral de justiça;
XII – o embaixador de país que, por lei ou tratado, concede idêntica prer-
rogativa a agente diplomático do Brasil.
§ 1º O juiz solicitará à autoridade que indique dia, hora e local a fim de ser
inquirida, remetendo-lhe cópia da petição inicial ou da defesa oferecida pela
parte que a arrolou como testemunha.
§ 2º Passado 1 (um) mês sem manifestação da autoridade, o juiz desig-
nará dia, hora e local para o depoimento, preferencialmente na sede do juízo.
§ 3º O juiz também designará dia, hora e local para o depoimento, quando
a autoridade não comparecer, injustificadamente, à sessão agendada para a
colheita de seu testemunho no dia, hora e local por ela mesma indicados.

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Art. 455. Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha


por ele arrolada do dia, da hora e do local da audiência designada, dispensan-
do-se a intimação do juízo.
§ 1º A intimação deverá ser realizada por carta com aviso de recebimento,
cumprindo ao advogado juntar aos autos, com antecedência de pelo menos 3
(três) dias da data da audiência, cópia da correspondência de intimação e do
comprovante de recebimento.
§ 2º A parte pode comprometer-se a levar a testemunha à audiência, in-
dependentemente da intimação de que trata o § 1º, presumindo-se, caso a
testemunha não compareça, que a parte desistiu de sua inquirição.
§ 3º A inércia na realização da intimação a que se refere o § 1º importa
desistência da inquirição da testemunha.
§ 4º A intimação será feita pela via judicial quando:
I – for frustrada a intimação prevista no § 1º deste artigo;
II – sua necessidade for devidamente demonstrada pela parte ao juiz;
III – figurar no rol de testemunhas servidor público ou militar, hipótese
em que o juiz o requisitará ao chefe da repartição ou ao comando do corpo
em que servir;
IV – a testemunha houver sido arrolada pelo Ministério Público ou pela
Defensoria Pública;
V – a testemunha for uma daquelas previstas no art. 454 .
§ 5º A testemunha que, intimada na forma do § 1º ou do § 4º, deixar de
comparecer sem motivo justificado será conduzida e responderá pelas despe-
sas do adiamento.
Art. 456. O juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente,
primeiro as do autor e depois as do réu, e providenciará para que uma não
ouça o depoimento das outras.
Parágrafo único. O juiz poderá alterar a ordem estabelecida no caput se as
partes concordarem.

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Art. 457. Antes de depor, a testemunha será qualificada, declarará ou


confirmará seus dados e informará se tem relações de parentesco com a par-
te ou interesse no objeto do processo.
§ 1º É lícito à parte contraditar a testemunha, arguindo-lhe a incapacida-
de, o impedimento ou a suspeição, bem como, caso a testemunha negue os
fatos que lhe são imputados, provar a contradita com documentos ou com
testemunhas, até 3 (três), apresentadas no ato e inquiridas em separado.
§ 2º Sendo provados ou confessados os fatos a que se refere o § 1º, o juiz
dispensará a testemunha ou lhe tomará o depoimento como informante.
§ 3º A testemunha pode requerer ao juiz que a escuse de depor, alegando
os motivos previstos neste Código, decidindo o juiz de plano após ouvidas as
partes.
Art. 458. Ao início da inquirição, a testemunha prestará o compromisso
de dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado.
Parágrafo único. O juiz advertirá à testemunha que incorre em sanção pe-
nal quem faz afirmação falsa, cala ou oculta a verdade.
Art. 459. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à tes-
temunha, começando pela que a arrolou, não admitindo o juiz aquelas que
puderem induzir a resposta, não tiverem relação com as questões de fato ob-
jeto da atividade probatória ou importarem repetição de outra já respondida.
§ 1º O juiz poderá inquirir a testemunha tanto antes quanto depois da
inquirição feita pelas partes.
§ 2º As testemunhas devem ser tratadas com urbanidade, não se lhes
fazendo perguntas ou considerações impertinentes, capciosas ou vexatórias.
§ 3º As perguntas que o juiz indeferir serão transcritas no termo, se a
parte o requerer.
Art. 460. O depoimento poderá ser documentado por meio de gravação.
§ 1º Quando digitado ou registrado por taquigrafia, estenotipia ou outro
método idôneo de documentação, o depoimento será assinado pelo juiz, pelo
depoente e pelos procuradores.

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§ 2º Se houver recurso em processo em autos não eletrônicos, o depoi-


mento somente será digitado quando for impossível o envio de sua documen-
tação eletrônica.
§ 3º Tratando-se de autos eletrônicos, observar-se-á o disposto neste Có-
digo e na legislação específica sobre a prática eletrônica de atos processuais.
Art. 461. O juiz pode ordenar, de ofício ou a requerimento da parte:
I – a inquirição de testemunhas referidas nas declarações da parte ou das
testemunhas;
II – a acareação de 2 (duas) ou mais testemunhas ou de alguma delas
com a parte, quando, sobre fato determinado que possa influir na decisão da
causa, divergirem as suas declarações.
§ 1º Os acareados serão reperguntados para que expliquem os pontos de
divergência, reduzindo-se a termo o ato de acareação.
§ 2º A acareação pode ser realizada por videoconferência ou por outro
recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real.
Art. 462. A testemunha pode requerer ao juiz o pagamento da despesa
que efetuou para comparecimento à audiência, devendo a parte pagá-la logo
que arbitrada ou depositá-la em cartório dentro de 3 (três) dias.
Art. 463. O depoimento prestado em juízo é considerado serviço público.
Parágrafo único. A testemunha, quando sujeita ao regime da legislação
trabalhista, não sofre, por comparecer à audiência, perda de salário nem des-
conto no tempo de serviço.

Seção X 
Da Prova Pericial

Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.


§ 1º O juiz indeferirá a perícia quando:
I – a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico;
II – for desnecessária em vista de outras provas produzidas;

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III – a verificação for impraticável.


§ 2º De ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá, em substitui-
ção à perícia, determinar a produção de prova técnica simplificada, quando o
ponto controvertido for de menor complexidade.
§ 3º A prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição de espe-
cialista, pelo juiz, sobre ponto controvertido da causa que demande especial
conhecimento científico ou técnico.
§ 4 o Durante a arguição, o especialista, que deverá ter formação acadêmi-
ca específica na área objeto de seu depoimento, poderá valer-se de qualquer
recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens com o fim de esclare-
cer os pontos controvertidos da causa.
Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará
de imediato o prazo para a entrega do laudo.
§ 1º Incumbe às partes, dentro de 15 (quinze) dias contados da intimação
do despacho de nomeação do perito:
I – arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;
II – indicar assistente técnico;
III – apresentar quesitos.
§ 2º Ciente da nomeação, o perito apresentará em 5 (cinco) dias:
I – proposta de honorários;
II – currículo, com comprovação de especialização;
III – contatos profissionais, em especial o endereço eletrônico, para onde
serão dirigidas as intimações pessoais.
§ 3º As partes serão intimadas da proposta de honorários para, querendo,
manifestar-se no prazo comum de 5 (cinco) dias, após o que o juiz arbitrará
o valor, intimando-se as partes para os fins do art. 95 .
§ 4º O juiz poderá autorizar o pagamento de até cinquenta por cento dos
honorários arbitrados a favor do perito no início dos trabalhos, devendo o re-
manescente ser pago apenas ao final, depois de entregue o laudo e prestados
todos os esclarecimentos necessários.

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§ 5º Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá reduzir


a remuneração inicialmente arbitrada para o trabalho.
§ 6º Quando tiver de realizar-se por carta, poder-se-á proceder à nomea-
ção de perito e à indicação de assistentes técnicos no juízo ao qual se requi-
sitar a perícia.
Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi co-
metido, independentemente de termo de compromisso.
§ 1º Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão sujeitos
a impedimento ou suspeição.
§ 2º O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o acom-
panhamento das diligências e dos exames que realizar, com prévia comunica-
ção, comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias.
Art. 467. O perito pode escusar-se ou ser recusado por impedimento ou
suspeição.
Parágrafo único. O juiz, ao aceitar a escusa ou ao julgar procedente a im-
pugnação, nomeará novo perito.
Art. 468. O perito pode ser substituído quando:
I – faltar-lhe conhecimento técnico ou científico;
II – sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe
foi assinado.
§ 1º No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à corpo-
ração profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada
tendo em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no
processo.
§ 2º O perito substituído restituirá, no prazo de 15 (quinze) dias, os valo-
res recebidos pelo trabalho não realizado, sob pena de ficar impedido de atuar
como perito judicial pelo prazo de 5 (cinco) anos.
§ 3º Não ocorrendo a restituição voluntária de que trata o § 2º, a parte
que tiver realizado o adiantamento dos honorários poderá promover execu-
ção contra o perito, na forma dos arts. 513 e seguintes deste Código , com
fundamento na decisão que determinar a devolução do numerário.

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Art. 469. As partes poderão apresentar quesitos suplementares durante


a diligência, que poderão ser respondidos pelo perito previamente ou na au-
diência de instrução e julgamento.
Parágrafo único. O escrivão dará à parte contrária ciência da juntada dos
quesitos aos autos.
Art. 470. Incumbe ao juiz:
I – indeferir quesitos impertinentes;
II – formular os quesitos que entender necessários ao esclarecimento da
causa.
Art. 471. As partes podem, de comum acordo, escolher o perito, indican-
do-o mediante requerimento, desde que:
I – sejam plenamente capazes;
II – a causa possa ser resolvida por autocomposição.
§ 1º As partes, ao escolher o perito, já devem indicar os respectivos assis-
tentes técnicos para acompanhar a realização da perícia, que se realizará em
data e local previamente anunciados.
§ 2º O perito e os assistentes técnicos devem entregar, respectivamente,
laudo e pareceres em prazo fixado pelo juiz.
§ 3º A perícia consensual substitui, para todos os efeitos, a que seria rea-
lizada por perito nomeado pelo juiz.
Art. 472. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na
inicial e na contestação, apresentarem, sobre as questões de fato, pareceres
técnicos ou documentos elucidativos que considerar suficientes.
Art. 473. O laudo pericial deverá conter:
I – a exposição do objeto da perícia;
II – a análise técnica ou científica realizada pelo perito;
III – a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser
predominantemente aceito pelos especialistas da área do conhecimento da
qual se originou;
IV – resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas
partes e pelo órgão do Ministério Público.

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§ 1º No laudo, o perito deve apresentar sua fundamentação em linguagem


simples e com coerência lógica, indicando como alcançou suas conclusões.
§ 2º É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação, bem
como emitir opiniões pessoais que excedam o exame técnico ou científico do
objeto da perícia.
§ 3º Para o desempenho de sua função, o perito e os assistentes técnicos
podem valer-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obten-
do informações, solicitando documentos que estejam em poder da parte, de
terceiros ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com plani-
lhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos necessários
ao esclarecimento do objeto da perícia.
Art. 474. As partes terão ciência da data e do local designados pelo juiz
ou indicados pelo perito para ter início a produção da prova.
Art. 475. Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área
de conhecimento especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito, e a
parte, indicar mais de um assistente técnico.
Art. 476. Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o lau-
do dentro do prazo, o juiz poderá conceder-lhe, por uma vez, prorrogação
pela metade do prazo originalmente fixado.
Art. 477. O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz,
pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento.
§ 1º As partes serão intimadas para, querendo, manifestar-se sobre o
laudo do perito do juízo no prazo comum de 15 (quinze) dias, podendo o
assistente técnico de cada uma das partes, em igual prazo, apresentar seu
respectivo parecer.
§ 2º O perito do juízo tem o dever de, no prazo de 15 (quinze) dias, es-
clarecer ponto:
I – sobre o qual exista divergência ou dúvida de qualquer das partes, do
juiz ou do órgão do Ministério Público;
II – divergente apresentado no parecer do assistente técnico da parte.

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§ 3º Se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte requererá

ao juiz que mande intimar o perito ou o assistente técnico a comparecer à

audiência de instrução e julgamento, formulando, desde logo, as perguntas,

sob forma de quesitos.

§ 4º O perito ou o assistente técnico será intimado por meio eletrônico,

com pelo menos 10 (dez) dias de antecedência da audiência.

Art. 478. Quando o exame tiver por objeto a autenticidade ou a falsidade

de documento ou for de natureza médico-legal, o perito será escolhido, de

preferência, entre os técnicos dos estabelecimentos oficiais especializados, a

cujos diretores o juiz autorizará a remessa dos autos, bem como do material

sujeito a exame.

§ 1º Nas hipóteses de gratuidade de justiça, os órgãos e as repartições

oficiais deverão cumprir a determinação judicial com preferência, no prazo

estabelecido.

§ 2º A prorrogação do prazo referido no § 1º pode ser requerida motiva-

damente.

§ 3º Quando o exame tiver por objeto a autenticidade da letra e da firma,

o perito poderá requisitar, para efeito de comparação, documentos existentes

em repartições públicas e, na falta destes, poderá requerer ao juiz que a pes-

soa a quem se atribuir a autoria do documento lance em folha de papel, por

cópia ou sob ditado, dizeres diferentes, para fins de comparação.

Art. 479. O juiz apreciará a prova pericial de acordo com o disposto

no art. 371 , indicando na sentença os motivos que o levaram a considerar ou

a deixar de considerar as conclusões do laudo, levando em conta o método

utilizado pelo perito.

Art. 480. O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a

realização de nova perícia quando a matéria não estiver suficientemente es-

clarecida.

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§ 1º A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre os quais

recaiu a primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos

resultados a que esta conduziu.


§ 2º A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a
primeira.
§ 3º A segunda perícia não substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar
o valor de uma e de outra.

Seção XI 
Da Inspeção Judicial

Art. 481. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer


fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre
fato que interesse à decisão da causa.
Art. 482. Ao realizar a inspeção, o juiz poderá ser assistido por um ou
mais peritos.
Art. 483. O juiz irá ao local onde se encontre a pessoa ou a coisa quando:
I – julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos
que deva observar;
II – a coisa não puder ser apresentada em juízo sem consideráveis despe-
sas ou graves dificuldades;
III – determinar a reconstituição dos fatos.
Parágrafo único. As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, pres-
tando esclarecimentos e fazendo observações que considerem de interesse
para a causa.
Art. 484. Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstancia-
do, mencionando nele tudo quanto for útil ao julgamento da causa.
Parágrafo único. O auto poderá ser instruído com desenho, gráfico ou fo-
tografia.

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CAPÍTULO XIII 
DA SENTENÇA E DA COISA JULGADA
Seção I 
Disposições Gerais

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:


I – indeferir a petição inicial;
II – o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência
das partes;
III – por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor
abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV – verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvi-
mento válido e regular do processo;
V – reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa
julgada;
VI – verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII – acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou
quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;
VIII – homologar a desistência da ação;
IX – em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível
por disposição legal; e
X – nos demais casos prescritos neste Código.
§ 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada
pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcio-
nalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao paga-
mento das despesas e dos honorários de advogado.
§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e
IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito
em julgado.

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§ 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento


do réu, desistir da ação.
§ 5º A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença.
§ 6º Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da
causa pelo autor depende de requerimento do réu.
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os inci-
sos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se.
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta
a que a parte proponha de novo a ação.
§ 1º No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos inci-
sos I, IV, VI e VII do art. 485 , a propositura da nova ação depende da corre-
ção do vício que levou à sentença sem resolução do mérito.
§ 2º A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do paga-
mento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado.
§ 3º Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em
abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo
objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em de-
fesa o seu direito.
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I – acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II – decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência
ou prescrição;
III – homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na
reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332 , a prescrição
e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes
oportunidade de manifestar-se.

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Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a de-
cisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos
termos do art. 485 .

Seção II 
Dos Elementos e dos Efeitos da Sentença

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:


I – o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso,
com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrên-
cias havidas no andamento do processo;
II – os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de
direito;
III – o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as
partes lhe submeterem.
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela
interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I – se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo,
sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo
concreto de sua incidência no caso;
III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes
de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V – se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identifi-
car seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julga-
mento se ajusta àqueles fundamentos;
VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente
invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento.

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§ 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os


critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam
a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam
a conclusão.
§ 3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de
todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé.
Art. 490. O juiz resolverá o mérito acolhendo ou rejeitando, no todo ou
em parte, os pedidos formulados pelas partes.
Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que for-
mulado pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obriga-
ção, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos
e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
I – não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
II – a apuração do valor devido depender da produção de prova de re-
alização demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na
sentença.
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do valor
devido por liquidação.
§ 2º O disposto no caput também se aplica quando o acórdão alterar a
sentença.
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida,
bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do
que lhe foi demandado.
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurí-
dica condicional.
Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo,
modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá
ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no
momento de proferir a decisão.

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Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes


sobre ele antes de decidir.
Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la:
I – para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões
materiais ou erros de cálculo;
II – por meio de embargos de declaração.
Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação con-
sistente em dinheiro e a que determinar a conversão de prestação de fazer,
de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valerão como título
constitutivo de hipoteca judiciária.
§ 1º A decisão produz a hipoteca judiciária:
I – embora a condenação seja genérica;
II – ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sen-
tença ou esteja pendente arresto sobre bem do devedor;
III – mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo.
§ 2º A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de
cópia da sentença perante o cartório de registro imobiliário, independente-
mente de ordem judicial, de declaração expressa do juiz ou de demonstração
de urgência.
§ 3º No prazo de até 15 (quinze) dias da data de realização da hipoteca,
a parte informá-la-á ao juízo da causa, que determinará a intimação da outra
parte para que tome ciência do ato.
§ 4º A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor
hipotecário, o direito de preferência, quanto ao pagamento, em relação a ou-
tros credores, observada a prioridade no registro.
§ 5º Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o paga-
mento de quantia, a parte responderá, independentemente de culpa, pelos
danos que a outra parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia,
devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios autos.

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Seção III 
Da Remessa Necessária

Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito
senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:
I – proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios
e suas respectivas autarquias e fundações de direito público;
II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução
fiscal.
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo
legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o
presidente do respectivo tribunal avoca-los-á.
§ 2º Em qualquer dos casos referidos no § 1º, o tribunal julgará a remessa
necessária.
§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o pro-
veito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a:
I – 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias
e fundações de direito público;
II – 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Fede-
ral, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios
que constituam capitais dos Estados;
III – 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e res-
pectivas autarquias e fundações de direito público.
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença es-
tiver fundada em:
I – súmula de tribunal superior;
II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tri-
bunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repe-
titivas ou de assunção de competência;

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IV – entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âm-


bito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação,
parecer ou súmula administrativa.

Seção IV 
Do Julgamento das Ações Relativas às Prestações de Fazer,
de Não Fazer e de Entregar Coisa

Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não
fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou de-
terminará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado
prático equivalente.
Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir
a prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é
irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa
ou dolo.
Art. 498. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao
conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero
e pela quantidade, o autor individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber
a escolha, ou, se a escolha couber ao réu, este a entregará individualizada,
no prazo fixado pelo juiz.
Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o
autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela
pelo resultado prático equivalente.
Art. 500. A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da
multa fixada periodicamente para compelir o réu ao cumprimento específico
da obrigação.
Art. 501. Na ação que tenha por objeto a emissão de declaração de von-
tade, a sentença que julgar procedente o pedido, uma vez transitada em jul-
gado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida.

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Seção V 
Da Coisa Julgada

Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna


imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de
lei nos limites da questão principal expressamente decidida.
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, de-
cidida expressa e incidentemente no processo, se:
I – dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II – a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se apli-
cando no caso de revelia;
III – o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para re-
solvê-la como questão principal.
§ 2º A hipótese do § 1º não se aplica se no processo houver restrições
probatórias ou limitações à cognição que impeçam o aprofundamento da aná-
lise da questão prejudicial.
Art. 504. Não fazem coisa julgada:
I – os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte
dispositiva da sentença;
II – a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.
Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas rela-
tivas à mesma lide, salvo:
I – se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio mo-
dificação no estado de fato ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a
revisão do que foi estatuído na sentença;
II – nos demais casos prescritos em lei.
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada,
não prejudicando terceiros.

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Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo as questões já


decididas a cujo respeito se operou a preclusão.
Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão
deduzidas e repelidas todas as alegações e as defesas que a parte poderia
opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.

CAPÍTULO XIV 
DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA

Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida,


proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor:
I – por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado
pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;
II – pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e
provar fato novo.
§ 1º Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao
credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos
apartados, a liquidação desta.
§ 2º Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético,
o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença.
§ 3º O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição
dos interessados programa de atualização financeira.
§ 4º Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença
que a julgou.
Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para
a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar,
e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que
couber, o procedimento da prova pericial.
Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a
intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de ad-

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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vogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no


prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto
no Livro I da Parte Especial deste Código .
Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, pro-
cessando-se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante
instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes.

TÍTULO II 
DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste


Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o
disposto no Livro II da Parte Especial deste Código.
§ 1º O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia,
provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do exequente.
§ 2º O devedor será intimado para cumprir a sentença:
I – pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos au-
tos;
II – por carta com aviso de recebimento, quando representado pela De-
fensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, ressal-
vada a hipótese do inciso IV;
III – por meio eletrônico, quando, no caso do § 1º do art. 246 , não tiver
procurador constituído nos autos
IV – por edital, quando, citado na forma do art. 256 , tiver sido revel na
fase de conhecimento.
§ 3º Na hipótese do § 2º, incisos II e III, considera-se realizada a intima-
ção quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação
ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do art. 274.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 4º Se o requerimento a que alude o § 1º for formulado após 1 (um) ano


do trânsito em julgado da sentença, a intimação será feita na pessoa do de-
vedor, por meio de carta com aviso de recebimento encaminhada ao endereço
constante dos autos, observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e
no § 3º deste artigo.
§ 5º O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do
fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase
de conhecimento.
Art. 514. Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou
termo, o cumprimento da sentença dependerá de demonstração de que se
realizou a condição ou de que ocorreu o termo.
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de
acordo com os artigos previstos neste Título:
I – as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade
de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
II – a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III – a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer
natureza;
IV – o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao in-
ventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;
V – o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou
honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;
VI – a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII – a sentença arbitral;
VIII – a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX – a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à
carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;
X – (VETADO).
§ 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para
o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º A autocomposição judicial pode envolver sujeito estranho ao processo


e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo.
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I – os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II – o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III – o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal conde-
natória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido
pelo Tribunal Marítimo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá
optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se
encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser
executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos
autos do processo será solicitada ao juízo de origem.
Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a
protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento
voluntário previsto no art. 523.
§ 1º Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão
de teor da decisão.
§ 2º A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3
(três) dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado,
o número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para
pagamento voluntário.
§ 3º O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a de-
cisão exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade,
a anotação da propositura da ação à margem do título protestado.
§ 4º A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determi-
nação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três)
dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada
a satisfação integral da obrigação.

1574
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 518. Todas as questões relativas à validade do procedimento de cum-


primento da sentença e dos atos executivos subsequentes poderão ser argui-
das pelo executado nos próprios autos e nestes serão decididas pelo juiz.
Art. 519. Aplicam-se as disposições relativas ao cumprimento da senten-
ça, provisório ou definitivo, e à liquidação, no que couber, às decisões que
concederem tutela provisória.

CAPÍTULO II 
DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DA SENTENÇA QUE RECONHECE
A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA

Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso


desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cum-
primento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime:
I – corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se
a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido;
II – fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença
objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-
-se eventuais prejuízos nos mesmos autos;
III – se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou
anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução;
IV – o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que im-
portem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro di-
reito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem
de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos
próprios autos.
§ 1º No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apre-
sentar impugnação, se quiser, nos termos do art. 525 .
§ 2º A multa e os honorários a que se refere o § 1º do art. 523 são devi-
dos no cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de
quantia certa.

1575
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor,


com a finalidade de isentar-se da multa, o ato não será havido como incom-
patível com o recurso por ele interposto.
§ 4º A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II não implica
o desfazimento da transferência de posse ou da alienação de propriedade ou
de outro direito real eventualmente já realizada, ressalvado, sempre, o direito
à reparação dos prejuízos causados ao executado.
§ 5º Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de
fazer, de não fazer ou de dar coisa aplica-se, no que couber, o disposto neste
Capítulo.
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensa-
da nos casos em que:
I – o crédito for de natureza alimentar, independentemente de sua origem;
II – o credor demonstrar situação de necessidade;
III – pender o agravo fundado nos incisos II e III do art. 1.042 ;
III – pender o agravo do art. 1.042; (Redação dada pela Lei n. 13.256, de
2016) (Vigência)
IV – a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância
com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior
Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento
de casos repetitivos.
Parágrafo único. A exigência de caução será mantida quando da dispensa
possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação.
Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido por peti-
ção dirigida ao juízo competente.
Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompa-
nhada de cópias das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá
ser certificada pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal:
I – decisão exequenda;
II – certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo;

1576
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III – procurações outorgadas pelas partes;


IV – decisão de habilitação, se for o caso;
V – facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias
para demonstrar a existência do crédito.

CAPÍTULO III 
DO CUMPRIMENTO DEFINITIVO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A
EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA

Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em li-


quidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento
definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o exe-
cutado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido
de custas, se houver.
§ 1º Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput , o débito
será acrescido de multa de dez por cento e, também, de honorários de advo-
gado de dez por cento.
§ 2º Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput , a multa e
os honorários previstos no § 1º incidirão sobre o restante.
§ 3º Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expe-
dido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de
expropriação.
Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com de-
monstrativo discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter:
I – o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físi-
cas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado,
observado o disposto no art. 319, §§ 1º a 3º ;
II – o índice de correção monetária adotado;
III – os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV – o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária uti-
lizados;

1577
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V – a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;


VI – especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados;
VII – indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível.
§ 1º Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente exceder
os limites da condenação, a execução será iniciada pelo valor pretendido, mas
a penhora terá por base a importância que o juiz entender adequada.
§ 2º Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de contabilista
do juízo, que terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para efetuá-la, exceto
se outro lhe for determinado.
§ 3º Quando a elaboração do demonstrativo depender de dados em poder
de terceiros ou do executado, o juiz poderá requisitá-los, sob cominação do
crime de desobediência.
§ 4º Quando a complementação do demonstrativo depender de dados adi-
cionais em poder do executado, o juiz poderá, a requerimento do exequente,
requisitá-los, fixando prazo de até 30 (trinta) dias para o cumprimento da
diligência.
§ 5º Se os dados adicionais a que se refere o § 4º não forem apresentados
pelo executado, sem justificativa, no prazo designado, reputar-se-ão corretos
os cálculos apresentados pelo exequente apenas com base nos dados de que
dispõe.
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento vo-
luntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, indepen-
dentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos,
sua impugnação.
§ 1º Na impugnação, o executado poderá alegar:
I – falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo
correu à revelia;
II – ilegitimidade de parte;
III – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV – penhora incorreta ou avaliação errônea;

1578
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V – excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;


VI – incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VII – qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como paga-
mento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que superve-
nientes à sentença.
§ 2º A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto
nos arts. 146 e 148 .
§ 3º Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229.
§ 4º Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de exe-
cução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á de-
clarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo
discriminado e atualizado de seu cálculo.
§ 5º Na hipótese do § 4º, não apontado o valor correto ou não apresentado
o demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de
execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a impugnação será
processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução.
§ 6º A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos exe-
cutivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do exe-
cutado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito sufi-
cientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes
e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar
ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação.
§ 7º A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6º não impedirá
a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e
de avaliação dos bens
§ 8º Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respei-
to apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte
restante.
§ 9º A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos
executados não suspenderá a execução contra os que não impugnaram, quan-
do o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao impugnante.

1579
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exe-


quente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos
próprios autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz.
§ 11. As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo para
apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à validade e à
adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes,
podem ser arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer dos
casos, o prazo de 15 (quinze) dias para formular esta arguição, contado da
comprovada ciência do fato ou da intimação do ato.
§ 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, conside-
ra-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial
fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo
Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato
normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Cons-
tituição Federal , em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
§ 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal
poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica.
§ 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser
anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda.
§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em jul-
gado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado
do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da
sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que enten-
der devido, apresentando memória discriminada do cálculo.
§ 1º O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o
valor depositado, sem prejuízo do levantamento do depósito a título de par-
cela incontroversa.
§ 2º Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a diferença
incidirão multa de dez por cento e honorários advocatícios, também fixados
em dez por cento, seguindo-se a execução com penhora e atos subsequentes.

1580
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obrigação e


extinguirá o processo.
Art. 527. Aplicam-se as disposições deste Capítulo ao cumprimento pro-
visório da sentença, no que couber.

CAPÍTULO IV 
DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILI-
DADE DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS

Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de


prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz,
a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente
para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impos-
sibilidade de efetuá-lo.
§ 1º Caso o executado, no prazo referido no caput , não efetue o paga-
mento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da impossi-
bilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial,
aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517 .
§ 2º Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta
de pagar justificará o inadimplemento.
§ 3º Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for
aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma
do § 1º, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.
§ 4º A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar
separado dos presos comuns.
§ 5º O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das
prestações vencidas e vincendas.
§ 6º Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da
ordem de prisão.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que


compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execu-
ção e as que se vencerem no curso do processo.
§ 8º O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou
decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III,
caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penho-
ra em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a
que o exequente levante mensalmente a importância da prestação.
§ 9º Além das opções previstas no art. 516 , parágrafo único, o exequente
pode promover o cumprimento da sentença ou decisão que condena ao paga-
mento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio.
Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou
gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o exe-
quente poderá requerer o desconto em folha de pagamento da importância
da prestação alimentícia.
§ 1º Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao
empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto
a partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do proto-
colo do ofício.
§ 2º O ofício conterá o nome e o número de inscrição no Cadastro de
Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância a ser desconta-
da mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na qual deve ser feito o
depósito.
§ 3º Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto
de execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado,
de forma parcelada, nos termos do caput deste artigo, contanto que, somado
à parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos.
Art. 530. Não cumprida a obrigação, observar-se-á o disposto nos arts.
831 e seguintes .

1582
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 531. O disposto neste Capítulo aplica-se aos alimentos definitivos ou

provisórios.

§ 1º A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos alimentos

fixados em sentença ainda não transitada em julgado, se processa em autos

apartados.

§ 2º O cumprimento definitivo da obrigação de prestar alimentos será pro-

cessado nos mesmos autos em que tenha sido proferida a sentença.

Art. 532. Verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz deve-

rá, se for o caso, dar ciência ao Ministério Público dos indícios da prática do

crime de abandono material.

Art. 533. Quando a indenização por ato ilícito incluir prestação de alimen-

tos, caberá ao executado, a requerimento do exequente, constituir capital

cuja renda assegure o pagamento do valor mensal da pensão.

§ 1º O capital a que se refere o caput , representado por imóveis ou por

direitos reais sobre imóveis suscetíveis de alienação, títulos da dívida pública

ou aplicações financeiras em banco oficial, será inalienável e impenhorável

enquanto durar a obrigação do executado, além de constituir-se em patrimô-

nio de afetação.

§ 2º O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do

exequente em folha de pagamento de pessoa jurídica de notória capacidade

econômica ou, a requerimento do executado, por fiança bancária ou garantia

real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz.

§ 3º Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte

requerer, conforme as circunstâncias, redução ou aumento da prestação.

§ 4º A prestação alimentícia poderá ser fixada tomando por base o salá-

rio-mínimo.

§ 5º Finda a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o ca-

pital, cessar o desconto em folha ou cancelar as garantias prestadas.

1583
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO V 
DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA
A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA
PELA FAZENDA PÚBLICA

Art. 534. No cumprimento de sentença que impuser à Fazenda Pública o


dever de pagar quantia certa, o exequente apresentará demonstrativo discri-
minado e atualizado do crédito contendo:
I – o nome completo e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Fí-
sicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente;
II – o índice de correção monetária adotado;
III – os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV – o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária
utilizados;
V – a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI – a especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados.
§ 1º Havendo pluralidade de exequentes, cada um deverá apresentar o
seu próprio demonstrativo, aplicando-se à hipótese, se for o caso, o disposto
nos §§ 1º e 2º do art. 113 .
§ 2º A multa prevista no § 1º do art. 523 não se aplica à Fazenda Pública.
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante
judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de
30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir:
I – falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo
correu à revelia;
II – ilegitimidade de parte;
III – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV – excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
V – incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;

1584
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VI – qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como paga-


mento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que superve-
nientes ao trânsito em julgado da sentença.
§ 1º A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto
nos arts. 146 e 148 .
§ 2º Quando se alegar que o exequente, em excesso de execução, plei-
teia quantia superior à resultante do título, cumprirá à executada declarar
de imediato o valor que entende correto, sob pena de não conhecimento da
arguição.
§ 3º Não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições da executada:
I – expedir-se-á, por intermédio do presidente do tribunal competente,
precatório em favor do exequente, observando-se o disposto na Constituição
Federal ;
II – por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente pú-
blico foi citado para o processo, o pagamento de obrigação de pequeno valor
será realizado no prazo de 2 (dois) meses contado da entrega da requisição,
mediante depósito na agência de banco oficial mais próxima da residência do
exequente.
§ 4º Tratando-se de impugnação parcial, a parte não questionada pela
executada será, desde logo, objeto de cumprimento.
§ 5º Para efeito do disposto no inciso III do caput deste artigo, conside-
ra-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial
fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo
Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato
normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Cons-
tituição Federal , em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso.
§ 6º No caso do § 5º, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal
poderão ser modulados no tempo, de modo a favorecer a segurança jurídica.
§ 7º A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 5º deve ter sido
proferida antes do trânsito em julgado da decisão exequenda.

1585
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 8º Se a decisão referida no § 5º for proferida após o trânsito em julgado


da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do
trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.

CAPÍTULO VI 
DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA
A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE FAZER, DE NÃO FAZER OU
DE ENTREGAR COISA
Seção I 
Do Cumprimento de Sentença que Reconheça a Exigibilidade
de Obrigação de Fazer ou de Não Fazer

Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de


obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento,
para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prá-
tico equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.
§ 1º Para atender ao disposto no caput , o juiz poderá determinar, entre
outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de
pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade no-
civa, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial.
§ 2º O mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas será cumprido
por 2 (dois) oficiais de justiça, observando-se o disposto no art. 846, §§ 1º a
4º , se houver necessidade de arrombamento.
§ 3º O executado incidirá nas penas de litigância de má-fé quando injus-
tificadamente descumprir a ordem judicial, sem prejuízo de sua responsabili-
zação por crime de desobediência.
§ 4º No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obri-
gação de fazer ou de não fazer, aplica-se o art. 525 , no que couber.
§ 5º O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento
de sentença que reconheça deveres de fazer e de não fazer de natureza não
obrigacional.

1586
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser apli-


cada na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na
fase de execução, desde que seja suficiente e compatível com a obrigação e
que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito.
§ 1º O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a
periodicidade da multa vincenda ou excluí-la, caso verifique que:
I – se tornou insuficiente ou excessiva;
II – o obrigado demonstrou cumprimento parcial superveniente da obriga-
ção ou justa causa para o descumprimento.
§ 2º O valor da multa será devido ao exequente.
§ 3º A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório,
devendo ser depositada em juízo, permitido o levantamento do valor após o
trânsito em julgado da sentença favorável à parte ou na pendência do agravo
fundado nos incisos II ou III do art. 1.042.
§ 3º A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório,
devendo ser depositada em juízo, permitido o levantamento do valor após o
trânsito em julgado da sentença favorável à parte. (Redação dada pela Lei
n. 13.256, de 2016) (Vigência)
§ 4º A multa será devida desde o dia em que se configurar o descumprimento
da decisão e incidirá enquanto não for cumprida a decisão que a tiver cominado.
§ 5º O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento
de sentença que reconheça deveres de fazer e de não fazer de natureza não
obrigacional.

Seção II 
Do Cumprimento de Sentença que Reconheça a Exigibilidade de
Obrigação de Entregar Coisa

Art. 538. Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo esta-


belecido na sentença, será expedido mandado de busca e apreensão ou de

1587
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

imissão na posse em favor do credor, conforme se tratar de coisa móvel


ou imóvel.
§ 1º A existência de benfeitorias deve ser alegada na fase de conheci-
mento, em contestação, de forma discriminada e com atribuição, sempre que
possível e justificadamente, do respectivo valor.
§ 2º O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na contesta-
ção, na fase de conhecimento.
§ 3º Aplicam-se ao procedimento previsto neste artigo, no que couber, as
disposições sobre o cumprimento de obrigação de fazer ou de não fazer.

TÍTULO III 
DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
CAPÍTULO I 
DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro reque-
rer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida.
§ 1º Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado
em estabelecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do paga-
mento, cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento, assina-
do o prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa.
§ 2º Decorrido o prazo do § 1º, contado do retorno do aviso de recebi-
mento, sem a manifestação de recusa, considerar-se-á o devedor liberado da
obrigação, ficando à disposição do credor a quantia depositada.
§ 3º Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento ban-
cário, poderá ser proposta, dentro de 1 (um) mês, a ação de consignação,
instruindo-se a inicial com a prova do depósito e da recusa.
§ 4º Não proposta a ação no prazo do § 3º, ficará sem efeito o depósito,
podendo levantá-lo o depositante.

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Art. 540. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando


para o devedor, à data do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda
for julgada improcedente.
Art. 541. Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas,
pode o devedor continuar a depositar, no mesmo processo e sem mais for-
malidades, as que se forem vencendo, desde que o faça em até 5 (cinco) dias
contados da data do respectivo vencimento.
Art. 542. Na petição inicial, o autor requererá:
I – o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5
(cinco) dias contados do deferimento, ressalvada a hipótese do art. 539, § 3º ;
II – a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação.
Parágrafo único. Não realizado o depósito no prazo do inciso I, o processo
será extinto sem resolução do mérito.
Art. 543. Se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a escolha
couber ao credor, será este citado para exercer o direito dentro de 5 (cinco)
dias, se outro prazo não constar de lei ou do contrato, ou para aceitar que o
devedor a faça, devendo o juiz, ao despachar a petição inicial, fixar lugar, dia
e hora em que se fará a entrega, sob pena de depósito.
Art. 544. Na contestação, o réu poderá alegar que:
I – não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida;
II – foi justa a recusa;
III – o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento;
IV – o depósito não é integral.
Parágrafo único. No caso do inciso IV, a alegação somente será admissível
se o réu indicar o montante que entende devido.
Art. 545. Alegada a insuficiência do depósito, é lícito ao autor completá-
-lo, em 10 (dez) dias, salvo se corresponder a prestação cujo inadimplemento
acarrete a rescisão do contrato.
§ 1º No caso do caput , poderá o réu levantar, desde logo, a quantia ou a
coisa depositada, com a consequente liberação parcial do autor, prosseguindo
o processo quanto à parcela controvertida.

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§ 2º A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determina-


rá, sempre que possível, o montante devido e valerá como título executivo,
facultado ao credor promover-lhe o cumprimento nos mesmos autos, após
liquidação, se necessária.
Art. 546. Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obriga-
ção e condenará o réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios.
Parágrafo único. Proceder-se-á do mesmo modo se o credor receber e der
quitação.
Art. 547. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o
pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares
do crédito para provarem o seu direito.
Art. 548. No caso do art. 547 :
I – não comparecendo pretendente algum, converter-se-á o depósito em
arrecadação de coisas vagas;
II – comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano;
III – comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o depósito e
extinta a obrigação, continuando o processo a correr unicamente entre os
presuntivos credores, observado o procedimento comum.
Art. 549. Aplica-se o procedimento estabelecido neste Capítulo, no que
couber, ao resgate do aforamento.

CAPÍTULO II 
DA AÇÃO DE EXIGIR CONTAS

Art. 550. Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir contas reque-
rerá a citação do réu para que as preste ou ofereça contestação no prazo de
15 (quinze) dias.
§ 1º Na petição inicial, o autor especificará, detalhadamente, as razões
pelas quais exige as contas, instruindo-a com documentos comprobatórios
dessa necessidade, se existirem.

1590
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§ 2º Prestadas as contas, o autor terá 15 (quinze) dias para se manifestar,


prosseguindo-se o processo na forma do Capítulo X do Título I deste Livro.
§ 3º A impugnação das contas apresentadas pelo réu deverá ser funda-
mentada e específica, com referência expressa ao lançamento questionado.
§ 4º Se o réu não contestar o pedido, observar-se-á o disposto no art. 355 .
§ 5º A decisão que julgar procedente o pedido condenará o réu a prestar
as contas no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de não lhe ser lícito impug-
nar as que o autor apresentar.
§ 6º Se o réu apresentar as contas no prazo previsto no § 5º, seguir-se-á
o procedimento do § 2º, caso contrário, o autor apresenta-las-á no prazo de
15 (quinze) dias, podendo o juiz determinar a realização de exame pericial,
se necessário.
Art. 551. As contas do réu serão apresentadas na forma adequada, es-
pecificando-se as receitas, a aplicação das despesas e os investimentos, se
houver.
§ 1º Havendo impugnação específica e fundamentada pelo autor, o juiz
estabelecerá prazo razoável para que o réu apresente os documentos justifi-
cativos dos lançamentos individualmente impugnados.
§ 2º As contas do autor, para os fins do art. 550, § 5º , serão apresentadas
na forma adequada, já instruídas com os documentos justificativos, especifi-
cando-se as receitas, a aplicação das despesas e os investimentos, se houver,
bem como o respectivo saldo.
Art. 552. A sentença apurará o saldo e constituirá título executivo judicial.
Art. 553. As contas do inventariante, do tutor, do curador, do depositário
e de qualquer outro administrador serão prestadas em apenso aos autos do
processo em que tiver sido nomeado.
Parágrafo único. Se qualquer dos referidos no caput for condenado a pa-
gar o saldo e não o fizer no prazo legal, o juiz poderá destituí-lo, sequestrar
os bens sob sua guarda, glosar o prêmio ou a gratificação a que teria direito
e determinar as medidas executivas necessárias à recomposição do prejuízo.

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CAPÍTULO III 
DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS
Seção I 
Disposições Gerais

Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não


obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal corres-
pondente àquela cujos pressupostos estejam provados.
§ 1º No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande
número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem
encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-se, ain-
da, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de
hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.
§ 2º Para fim da citação pessoal prevista no § 1º, o oficial de justiça pro-
curará os ocupantes no local por uma vez, citando-se por edital os que não
forem encontrados.
§ 3º O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da existência
da ação prevista no § 1º e dos respectivos prazos processuais, podendo, para
tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio locais, da publicação de carta-
zes na região do conflito e de outros meios.
Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:
I – condenação em perdas e danos;
II – indenização dos frutos.
Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida ne-
cessária e adequada para:
I – evitar nova turbação ou esbulho;
II – cumprir-se a tutela provisória ou final.
Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em
sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos
resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.

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Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor


quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pre-
tensão for deduzida em face de terceira pessoa.
Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a
alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa.
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de
posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta den-
tro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial.
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput , será comum o proce-
dimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório.
Art. 559. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoria-
mente mantido ou reintegrado na posse carece de idoneidade financeira para,
no caso de sucumbência, responder por perdas e danos, o juiz designar-lhe-á
o prazo de 5 (cinco) dias para requerer caução, real ou fidejussória, sob pena
de ser depositada a coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte eco-
nomicamente hipossuficiente.

Seção II 
Da Manutenção e da Reintegração de Posse

Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de tur-
bação e reintegrado em caso de esbulho.
Art. 561. Incumbe ao autor provar:
I – a sua posse;
II – a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III – a data da turbação ou do esbulho;
IV – a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou
a perda da posse, na ação de reintegração.
Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferi-
rá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de

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reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente


o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será
deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos
respectivos representantes judiciais.
Art. 563. Considerada suficiente a justificação, o juiz fará logo expedir
mandado de manutenção ou de reintegração.
Art. 564. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de
reintegração, o autor promoverá, nos 5 (cinco) dias subsequentes, a citação
do réu para, querendo, contestar a ação no prazo de 15 (quinze) dias.
Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia, o prazo para
contestar será contado da intimação da decisão que deferir ou não a medida
liminar.
Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou
a turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia,
o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá
designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que
observará o disposto nos §§ 2º e 4º.
§ 1º Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um)
ano, a contar da data de distribuição, caberá ao juiz designar audiência de
mediação, nos termos dos §§ 2º a 4º deste artigo.
§ 2º O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e
a Defensoria Pública será intimada sempre que houver parte beneficiária de
gratuidade da justiça.
§ 3º O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua presen-
ça se fizer necessária à efetivação da tutela jurisdicional.
§ 4º Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da
União, de Estado ou do Distrito Federal e de Município onde se situe a área
objeto do litígio poderão ser intimados para a audiência, a fim de se manifes-
tarem sobre seu interesse no processo e sobre a existência de possibilidade
de solução para o conflito possessório.

1594
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 5º Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio sobre propriedade de


imóvel.
Art. 566. Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento comum.

Seção III 
Do Interdito Proibitório

Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser
molestado na posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou
esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu
determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito.
Art. 568. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na Seção II deste
Capítulo.

CAPÍTULO IV 
DA AÇÃO DE DIVISÃO E DA DEMARCAÇÃO DE
TERRAS PARTICULARES
Seção I 
Disposições Gerais

Art. 569. Cabe:


I – ao proprietário a ação de demarcação, para obrigar o seu confinante a
estremar os respectivos prédios, fixando-se novos limites entre eles ou avi-
ventando-se os já apagados;
II – ao condômino a ação de divisão, para obrigar os demais consortes a
estremar os quinhões.
Art. 570. É lícita a cumulação dessas ações, caso em que deverá proces-
sar-se primeiramente a demarcação total ou parcial da coisa comum, citan-
do-se os confinantes e os condôminos.

1595
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 571. A demarcação e a divisão poderão ser realizadas por escritura


pública, desde que maiores, capazes e concordes todos os interessados, ob-
servando-se, no que couber, os dispositivos deste Capítulo.
Art. 572. Fixados os marcos da linha de demarcação, os confinantes con-
siderar-se-ão terceiros quanto ao processo divisório, ficando-lhes, porém,
ressalvado o direito de vindicar os terrenos de que se julguem despojados
por invasão das linhas limítrofes constitutivas do perímetro ou de reclamar
indenização correspondente ao seu valor.
§ 1º No caso do caput , serão citados para a ação todos os condôminos,
se a sentença homologatória da divisão ainda não houver transitado em jul-
gado, e todos os quinhoeiros dos terrenos vindicados, se a ação for proposta
posteriormente.
§ 2º Neste último caso, a sentença que julga procedente a ação, conde-
nando a restituir os terrenos ou a pagar a indenização, valerá como título
executivo em favor dos quinhoeiros para haverem dos outros condôminos que
forem parte na divisão ou de seus sucessores a título universal, na proporção
que lhes tocar, a composição pecuniária do desfalque sofrido.
Art. 573. Tratando-se de imóvel georreferenciado, com averbação no re-
gistro de imóveis, pode o juiz dispensar a realização de prova pericial.

Seção II 
Da Demarcação

Art. 574. Na petição inicial, instruída com os títulos da propriedade, de-


signar-se-á o imóvel pela situação e pela denominação, descrever-se-ão os
limites por constituir, aviventar ou renovar e nomear-se-ão todos os confinan-
tes da linha demarcanda.
Art. 575. Qualquer condômino é parte legítima para promover a demar-
cação do imóvel comum, requerendo a intimação dos demais para, querendo,
intervir no processo.

1596
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 576. A citação dos réus será feita por correio, observado o disposto
no art. 247 .
Parágrafo único. Será publicado edital, nos termos do inciso III do art. 259 .
Art. 577. Feitas as citações, terão os réus o prazo comum de 15 (quinze)
dias para contestar.
Art. 578. Após o prazo de resposta do réu, observar-se-á o procedimento
comum.
Art. 579. Antes de proferir a sentença, o juiz nomeará um ou mais peritos
para levantar o traçado da linha demarcanda.
Art. 580. Concluídos os estudos, os peritos apresentarão minucioso laudo
sobre o traçado da linha demarcanda, considerando os títulos, os marcos, os
rumos, a fama da vizinhança, as informações de antigos moradores do lugar
e outros elementos que coligirem.
Art. 581. A sentença que julgar procedente o pedido determinará o tra-
çado da linha demarcanda.
Parágrafo único. A sentença proferida na ação demarcatória determinará
a restituição da área invadida, se houver, declarando o domínio ou a posse do
prejudicado, ou ambos.
Art. 582. Transitada em julgado a sentença, o perito efetuará a demarca-
ção e colocará os marcos necessários.
Parágrafo único. Todas as operações serão consignadas em planta e me-
morial descritivo com as referências convenientes para a identificação, em
qualquer tempo, dos pontos assinalados, observada a legislação especial que
dispõe sobre a identificação do imóvel rural.
Art. 583. As plantas serão acompanhadas das cadernetas de operações
de campo e do memorial descritivo, que conterá:
I – o ponto de partida, os rumos seguidos e a aviventação dos antigos com
os respectivos cálculos;
II – os acidentes encontrados, as cercas, os valos, os marcos antigos, os
córregos, os rios, as lagoas e outros;

1597
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – a indicação minuciosa dos novos marcos cravados, dos antigos apro-
veitados, das culturas existentes e da sua produção anual;
IV – a composição geológica dos terrenos, bem como a qualidade e a ex-
tensão dos campos, das matas e das capoeiras;
V – as vias de comunicação;
VI – as distâncias a pontos de referência, tais como rodovias federais e
estaduais, ferrovias, portos, aglomerações urbanas e polos comerciais;
VII – a indicação de tudo o mais que for útil para o levantamento da linha
ou para a identificação da linha já levantada.
Art. 584. É obrigatória a colocação de marcos tanto na estação inicial,
dita marco primordial, quanto nos vértices dos ângulos, salvo se algum des-
ses últimos pontos for assinalado por acidentes naturais de difícil remoção ou
destruição.
Art. 585. A linha será percorrida pelos peritos, que examinarão os marcos e
os rumos, consignando em relatório escrito a exatidão do memorial e da planta
apresentados pelo agrimensor ou as divergências porventura encontradas.
Art. 586. Juntado aos autos o relatório dos peritos, o juiz determinará
que as partes se manifestem sobre ele no prazo comum de 15 (quinze) dias.
Parágrafo único. Executadas as correções e as retificações que o juiz deter-
minar, lavrar-se-á, em seguida, o auto de demarcação em que os limites demar-
candos serão minuciosamente descritos de acordo com o memorial e a planta.
Art. 587. Assinado o auto pelo juiz e pelos peritos, será proferida a sen-
tença homologatória da demarcação.

Seção III 
Da Divisão

Art. 588. A petição inicial será instruída com os títulos de domínio do pro-
movente e conterá:
I – a indicação da origem da comunhão e a denominação, a situação, os
limites e as características do imóvel;

1598
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – o nome, o estado civil, a profissão e a residência de todos os condômi-


nos, especificando-se os estabelecidos no imóvel com benfeitorias e culturas;
III – as benfeitorias comuns.
Art. 589. Feitas as citações como preceitua o art. 576 , prosseguir-se-á
na forma dos arts. 577 e 578 .
Art. 590. O juiz nomeará um ou mais peritos para promover a medição do
imóvel e as operações de divisão, observada a legislação especial que dispõe
sobre a identificação do imóvel rural.
Parágrafo único. O perito deverá indicar as vias de comunicação existentes,
as construções e as benfeitorias, com a indicação dos seus valores e dos res-
pectivos proprietários e ocupantes, as águas principais que banham o imóvel
e quaisquer outras informações que possam concorrer para facilitar a partilha.
Art. 591. Todos os condôminos serão intimados a apresentar, dentro de
10 (dez) dias, os seus títulos, se ainda não o tiverem feito, e a formular os
seus pedidos sobre a constituição dos quinhões.
Art. 592. O juiz ouvirá as partes no prazo comum de 15 (quinze) dias.
§ 1º Não havendo impugnação, o juiz determinará a divisão geodésica do
imóvel.
§ 2º Havendo impugnação, o juiz proferirá, no prazo de 10 (dez) dias,
decisão sobre os pedidos e os títulos que devam ser atendidos na formação
dos quinhões.
Art. 593. Se qualquer linha do perímetro atingir benfeitorias permanentes
dos confinantes feitas há mais de 1 (um) ano, serão elas respeitadas, bem como
os terrenos onde estiverem, os quais não se computarão na área dividenda.
Art. 594. Os confinantes do imóvel dividendo podem demandar a restitui-
ção dos terrenos que lhes tenham sido usurpados.
§ 1º Serão citados para a ação todos os condôminos, se a sentença ho-
mologatória da divisão ainda não houver transitado em julgado, e todos os
quinhoeiros dos terrenos vindicados, se a ação for proposta posteriormente.

1599
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º Nesse último caso terão os quinhoeiros o direito, pela mesma senten-


ça que os obrigar à restituição, a haver dos outros condôminos do processo
divisório ou de seus sucessores a título universal a composição pecuniária
proporcional ao desfalque sofrido.
Art. 595. Os peritos proporão, em laudo fundamentado, a forma da divi-
são, devendo consultar, quanto possível, a comodidade das partes, respeitar,
para adjudicação a cada condômino, a preferência dos terrenos contíguos às
suas residências e benfeitorias e evitar o retalhamento dos quinhões em gle-
bas separadas.
Art. 596. Ouvidas as partes, no prazo comum de 15 (quinze) dias, sobre
o cálculo e o plano da divisão, o juiz deliberará a partilha.
Parágrafo único. Em cumprimento dessa decisão, o perito procederá à de-
marcação dos quinhões, observando, além do disposto nos arts. 584 e 585 ,
as seguintes regras:
I – as benfeitorias comuns que não comportarem divisão cômoda serão
adjudicadas a um dos condôminos mediante compensação;
II – instituir-se-ão as servidões que forem indispensáveis em favor de uns
quinhões sobre os outros, incluindo o respectivo valor no orçamento para
que, não se tratando de servidões naturais, seja compensado o condômino
aquinhoado com o prédio serviente;
III – as benfeitorias particulares dos condôminos que excederem à área a
que têm direito serão adjudicadas ao quinhoeiro vizinho mediante reposição;
IV – se outra coisa não acordarem as partes, as compensações e as repo-
sições serão feitas em dinheiro.
Art. 597. Terminados os trabalhos e desenhados na planta os quinhões e
as servidões aparentes, o perito organizará o memorial descritivo.
§ 1º Cumprido o disposto no art. 586 , o escrivão, em seguida, lavrará
o auto de divisão, acompanhado de uma folha de pagamento para cada
condômino.

1600
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º Assinado o auto pelo juiz e pelo perito, será proferida sentença ho-
mologatória da divisão.
§ 3º O auto conterá:
I – a confinação e a extensão superficial do imóvel;
II – a classificação das terras com o cálculo das áreas de cada consorte
e com a respectiva avaliação ou, quando a homogeneidade das terras não
determinar diversidade de valores, a avaliação do imóvel na sua integridade;
III – o valor e a quantidade geométrica que couber a cada condômino,
declarando-se as reduções e as compensações resultantes da diversidade de
valores das glebas componentes de cada quinhão.
§ 4º Cada folha de pagamento conterá:
I – a descrição das linhas divisórias do quinhão, mencionadas as confinantes;
II – a relação das benfeitorias e das culturas do próprio quinhoeiro e das
que lhe foram adjudicadas por serem comuns ou mediante compensação;
III – a declaração das servidões instituídas, especificados os lugares, a
extensão e o modo de exercício.
Art. 598. Aplica-se às divisões o disposto nos arts. 575 a 578 .

CAPÍTULO V 
DA AÇÃO DE DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE

Art. 599. A ação de dissolução parcial de sociedade pode ter por objeto:
I – a resolução da sociedade empresária contratual ou simples em relação
ao sócio falecido, excluído ou que exerceu o direito de retirada ou recesso; e
II – a apuração dos haveres do sócio falecido, excluído ou que exerceu o
direito de retirada ou recesso; ou
III – somente a resolução ou a apuração de haveres.
§ 1º A petição inicial será necessariamente instruída com o contrato social
consolidado.

1601
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º A ação de dissolução parcial de sociedade pode ter também por ob-


jeto a sociedade anônima de capital fechado quando demonstrado, por acio-
nista ou acionistas que representem cinco por cento ou mais do capital social,
que não pode preencher o seu fim.
Art. 600. A ação pode ser proposta:
I – pelo espólio do sócio falecido, quando a totalidade dos sucessores não
ingressar na sociedade;
II – pelos sucessores, após concluída a partilha do sócio falecido;
III – pela sociedade, se os sócios sobreviventes não admitirem o ingresso
do espólio ou dos sucessores do falecido na sociedade, quando esse direito
decorrer do contrato social;
IV – pelo sócio que exerceu o direito de retirada ou recesso, se não tiver
sido providenciada, pelos demais sócios, a alteração contratual consensual
formalizando o desligamento, depois de transcorridos 10 (dez) dias do exer-
cício do direito;
V – pela sociedade, nos casos em que a lei não autoriza a exclusão extra-
judicial; ou
VI – pelo sócio excluído.
Parágrafo único. O cônjuge ou companheiro do sócio cujo casamento,
união estável ou convivência terminou poderá requerer a apuração de seus
haveres na sociedade, que serão pagos à conta da quota social titulada por
este sócio.
Art. 601. Os sócios e a sociedade serão citados para, no prazo de 15
(quinze) dias, concordar com o pedido ou apresentar contestação.
Parágrafo único. A sociedade não será citada se todos os seus sócios o
forem, mas ficará sujeita aos efeitos da decisão e à coisa julgada.
Art. 602. A sociedade poderá formular pedido de indenização compensá-
vel com o valor dos haveres a apurar.
Art. 603. Havendo manifestação expressa e unânime pela concordância da
dissolução, o juiz a decretará, passando-se imediatamente à fase de liquidação.

1602
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º Na hipótese prevista no caput , não haverá condenação em honorá-


rios advocatícios de nenhuma das partes, e as custas serão rateadas segundo
a participação das partes no capital social.
§ 2º Havendo contestação, observar-se-á o procedimento comum, mas a
liquidação da sentença seguirá o disposto neste Capítulo.
Art. 604. Para apuração dos haveres, o juiz:
I – fixará a data da resolução da sociedade;
II – definirá o critério de apuração dos haveres à vista do disposto no con-
trato social; e
III – nomeará o perito.
§ 1º O juiz determinará à sociedade ou aos sócios que nela permanecerem
que depositem em juízo a parte incontroversa dos haveres devidos.
§ 2º O depósito poderá ser, desde logo, levantando pelo ex-sócio, pelo
espólio ou pelos sucessores.
§ 3º Se o contrato social estabelecer o pagamento dos haveres, será ob-
servado o que nele se dispôs no depósito judicial da parte incontroversa.
Art. 605. A data da resolução da sociedade será:
I – no caso de falecimento do sócio, a do óbito;
II – na retirada imotivada, o sexagésimo dia seguinte ao do recebimento,
pela sociedade, da notificação do sócio retirante;
III – no recesso, o dia do recebimento, pela sociedade, da notificação do
sócio dissidente;
IV – na retirada por justa causa de sociedade por prazo determinado e na
exclusão judicial de sócio, a do trânsito em julgado da decisão que dissolver
a sociedade; e
V – na exclusão extrajudicial, a data da assembleia ou da reunião de só-
cios que a tiver deliberado.
Art. 606. Em caso de omissão do contrato social, o juiz definirá, como
critério de apuração de haveres, o valor patrimonial apurado em balanço de
determinação, tomando-se por referência a data da resolução e avaliando-se

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bens e direitos do ativo, tangíveis e intangíveis, a preço de saída, além do


passivo também a ser apurado de igual forma.
Parágrafo único. Em todos os casos em que seja necessária a realização
de perícia, a nomeação do perito recairá preferencialmente sobre especialista
em avaliação de sociedades.
Art. 607. A data da resolução e o critério de apuração de haveres podem
ser revistos pelo juiz, a pedido da parte, a qualquer tempo antes do início da
perícia.
Art. 608. Até a data da resolução, integram o valor devido ao ex-sócio,
ao espólio ou aos sucessores a participação nos lucros ou os juros sobre o ca-
pital próprio declarados pela sociedade e, se for o caso, a remuneração como
administrador.
Parágrafo único. Após a data da resolução, o ex-sócio, o espólio ou os su-
cessores terão direito apenas à correção monetária dos valores apurados e
aos juros contratuais ou legais.
Art. 609. Uma vez apurados, os haveres do sócio retirante serão pagos
conforme disciplinar o contrato social e, no silêncio deste, nos termos do § 2º
do art. 1.031 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) .

CAPÍTULO VI 
DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA
Seção I 
Disposições Gerais

Art. 610. Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao


inventário judicial.
§ 1º Se todos forem capazes e concordes, o inventário e a partilha pode-
rão ser feitos por escritura pública, a qual constituirá documento hábil para
qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depo-
sitada em instituições financeiras.

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§ 2 o O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes in-


teressadas estiverem assistidas por advogado ou por defensor público, cuja
qualificação e assinatura constarão do ato notarial.
Art. 611. O processo de inventário e de partilha deve ser instaurado den-
tro de 2 (dois) meses, a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12
(doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos, de ofício
ou a requerimento de parte.
Art. 612. O juiz decidirá todas as questões de direito desde que os fatos
relevantes estejam provados por documento, só remetendo para as vias or-
dinárias as questões que dependerem de outras provas.
Art. 613. Até que o inventariante preste o compromisso, continuará o
espólio na posse do administrador provisório.
Art. 614. O administrador provisório representa ativa e passivamente o
espólio, é obrigado a trazer ao acervo os frutos que desde a abertura da su-
cessão percebeu, tem direito ao reembolso das despesas necessárias e úteis
que fez e responde pelo dano a que, por dolo ou culpa, der causa.

Seção II 
Da Legitimidade para Requerer o Inventário

Art. 615. O requerimento de inventário e de partilha incumbe a quem


estiver na posse e na administração do espólio, no prazo estabelecido
no art. 611 .
Parágrafo único. O requerimento será instruído com a certidão de óbito do
autor da herança.
Art. 616. Têm, contudo, legitimidade concorrente:
I – o cônjuge ou companheiro supérstite;
II – o herdeiro;
III – o legatário;
IV – o testamenteiro;

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V – o cessionário do herdeiro ou do legatário;


VI – o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança;
VII – o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes;
VIII – a Fazenda Pública, quando tiver interesse;
IX – o administrador judicial da falência do herdeiro, do legatário, do autor
da herança ou do cônjuge ou companheiro supérstite.

Seção III 
Do Inventariante e das Primeiras Declarações

Art. 617. O juiz nomeará inventariante na seguinte ordem:


I – o cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que estivesse convi-
vendo com o outro ao tempo da morte deste;
II – o herdeiro que se achar na posse e na administração do espólio, se
não houver cônjuge ou companheiro sobrevivente ou se estes não puderem
ser nomeados;
III – qualquer herdeiro, quando nenhum deles estiver na posse e na ad-
ministração do espólio;
IV – o herdeiro menor, por seu representante legal;
V – o testamenteiro, se lhe tiver sido confiada a administração do espólio
ou se toda a herança estiver distribuída em legados;
VI – o cessionário do herdeiro ou do legatário;
VII – o inventariante judicial, se houver;
VIII – pessoa estranha idônea, quando não houver inventariante judicial.
Parágrafo único. O inventariante, intimado da nomeação, prestará, dentro
de 5 (cinco) dias, o compromisso de bem e fielmente desempenhar a função.
Art. 618. Incumbe ao inventariante:
I – representar o espólio ativa e passivamente, em juízo ou fora dele, ob-
servando-se, quanto ao dativo, o disposto no art. 75, § 1º ;
II – administrar o espólio, velando-lhe os bens com a mesma diligência
que teria se seus fossem;

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III – prestar as primeiras e as últimas declarações pessoalmente ou por


procurador com poderes especiais;
IV – exibir em cartório, a qualquer tempo, para exame das partes, os do-
cumentos relativos ao espólio;
V – juntar aos autos certidão do testamento, se houver;
VI – trazer à colação os bens recebidos pelo herdeiro ausente, renunciante
ou excluído;
VII – prestar contas de sua gestão ao deixar o cargo ou sempre que o juiz
lhe determinar;
VIII – requerer a declaração de insolvência.
Art. 619. Incumbe ainda ao inventariante, ouvidos os interessados e com
autorização do juiz:
I – alienar bens de qualquer espécie;
II – transigir em juízo ou fora dele;
III – pagar dívidas do espólio;
IV – fazer as despesas necessárias para a conservação e o melhoramento
dos bens do espólio.
Art. 620. Dentro de 20 (vinte) dias contados da data em que prestou
o compromisso, o inventariante fará as primeiras declarações, das quais se
lavrará termo circunstanciado, assinado pelo juiz, pelo escrivão e pelo inven-
tariante, no qual serão exarados:
I – o nome, o estado, a idade e o domicílio do autor da herança, o dia e o
lugar em que faleceu e se deixou testamento;
II – o nome, o estado, a idade, o endereço eletrônico e a residência dos
herdeiros e, havendo cônjuge ou companheiro supérstite, além dos respec-
tivos dados pessoais, o regime de bens do casamento ou da união estável;
III – a qualidade dos herdeiros e o grau de parentesco com o inventariado;
IV – a relação completa e individualizada de todos os bens do espólio, in-
clusive aqueles que devem ser conferidos à colação, e dos bens alheios que
nele forem encontrados, descrevendo-se:

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a) os imóveis, com as suas especificações, nomeadamente local em que


se encontram, extensão da área, limites, confrontações, benfeitorias, origem
dos títulos, números das matrículas e ônus que os gravam;
b) os móveis, com os sinais característicos;
c) os semoventes, seu número, suas espécies, suas marcas e seus sinais
distintivos;
d) o dinheiro, as joias, os objetos de ouro e prata e as pedras preciosas,
declarando-se-lhes especificadamente a qualidade, o peso e a importância;
e) os títulos da dívida pública, bem como as ações, as quotas e os títulos
de sociedade, mencionando-se-lhes o número, o valor e a data;
f) as dívidas ativas e passivas, indicando-se-lhes as datas, os títulos, a
origem da obrigação e os nomes dos credores e dos devedores;
g) direitos e ações;
h) o valor corrente de cada um dos bens do espólio.
§ 1º O juiz determinará que se proceda:
I – ao balanço do estabelecimento, se o autor da herança era empresário
individual;
II – à apuração de haveres, se o autor da herança era sócio de sociedade
que não anônima.
§ 2º As declarações podem ser prestadas mediante petição, firmada por
procurador com poderes especiais, à qual o termo se reportará.
Art. 621. Só se pode arguir sonegação ao inventariante depois de encer-
rada a descrição dos bens, com a declaração, por ele feita, de não existirem
outros por inventariar.
Art. 622. O inventariante será removido de ofício ou a requerimento:
I – se não prestar, no prazo legal, as primeiras ou as últimas declarações;
II – se não der ao inventário andamento regular, se suscitar dúvidas infun-
dadas ou se praticar atos meramente protelatórios;
III – se, por culpa sua, bens do espólio se deteriorarem, forem dilapidados
ou sofrerem dano;

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IV – se não defender o espólio nas ações em que for citado, se deixar de


cobrar dívidas ativas ou se não promover as medidas necessárias para evitar
o perecimento de direitos;
V – se não prestar contas ou se as que prestar não forem julgadas boas;
VI – se sonegar, ocultar ou desviar bens do espólio.
Art. 623. Requerida a remoção com fundamento em qualquer dos incisos
do art. 622 , será intimado o inventariante para, no prazo de 15 (quinze) dias,
defender-se e produzir provas.
Parágrafo único. O incidente da remoção correrá em apenso aos autos do
inventário.
Art. 624. Decorrido o prazo, com a defesa do inventariante ou sem ela, o
juiz decidirá.
Parágrafo único. Se remover o inventariante, o juiz nomeará outro, obser-
vada a ordem estabelecida no art. 617 .
Art. 625. O inventariante removido entregará imediatamente ao subs-
tituto os bens do espólio e, caso deixe de fazê-lo, será compelido mediante
mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se tratar
de bem móvel ou imóvel, sem prejuízo da multa a ser fixada pelo juiz em
montante não superior a três por cento do valor dos bens inventariados.

Seção IV 
Das Citações e das Impugnações

Art. 626. Feitas as primeiras declarações, o juiz mandará citar, para os


termos do inventário e da partilha, o cônjuge, o companheiro, os herdeiros e
os legatários e intimar a Fazenda Pública, o Ministério Público, se houver her-
deiro incapaz ou ausente, e o testamenteiro, se houver testamento.
§ 1º O cônjuge ou o companheiro, os herdeiros e os legatários serão cita-
dos pelo correio, observado o disposto no art. 247 , sendo, ainda, publicado
edital, nos termos do inciso III do art. 259 .

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§ 2º Das primeiras declarações extrair-se-ão tantas cópias quantas forem


as partes.
§ 3º A citação será acompanhada de cópia das primeiras declarações.
§ 4º Incumbe ao escrivão remeter cópias à Fazenda Pública, ao Ministério
Público, ao testamenteiro, se houver, e ao advogado, se a parte já estiver
representada nos autos.
Art. 627. Concluídas as citações, abrir-se-á vista às partes, em cartório
e pelo prazo comum de 15 (quinze) dias, para que se manifestem sobre as
primeiras declarações, incumbindo às partes:
I – arguir erros, omissões e sonegação de bens;
II – reclamar contra a nomeação de inventariante
III – contestar a qualidade de quem foi incluído no título de herdeiro.
§ 1º Julgando procedente a impugnação referida no inciso I, o juiz man-
dará retificar as primeiras declarações.
§ 2º Se acolher o pedido de que trata o inciso II, o juiz nomeará outro
inventariante, observada a preferência legal.
§ 3º Verificando que a disputa sobre a qualidade de herdeiro a que alude
o inciso III demanda produção de provas que não a documental, o juiz re-
meterá a parte às vias ordinárias e sobrestará, até o julgamento da ação, a
entrega do quinhão que na partilha couber ao herdeiro admitido.
Art. 628. Aquele que se julgar preterido poderá demandar sua admissão
no inventário, requerendo-a antes da partilha.
§ 1º Ouvidas as partes no prazo de 15 (quinze) dias, o juiz decidirá.
§ 2º Se para solução da questão for necessária a produção de provas que
não a documental, o juiz remeterá o requerente às vias ordinárias, mandando
reservar, em poder do inventariante, o quinhão do herdeiro excluído até que
se decida o litígio.
Art. 629. A Fazenda Pública, no prazo de 15 (quinze) dias, após a vista
de que trata o art. 627 , informará ao juízo, de acordo com os dados que
constam de seu cadastro imobiliário, o valor dos bens de raiz descritos nas
primeiras declarações.

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Seção V 
Da Avaliação e do Cálculo do Imposto

Art. 630. Findo o prazo previsto no art. 627 sem impugnação ou decidida


a impugnação que houver sido oposta, o juiz nomeará, se for o caso, perito
para avaliar os bens do espólio, se não houver na comarca avaliador judicial.
Parágrafo único. Na hipótese prevista no art. 620, § 1º , o juiz nomeará
perito para avaliação das quotas sociais ou apuração dos haveres.
Art. 631. Ao avaliar os bens do espólio, o perito observará, no que for
aplicável, o disposto nos arts. 872 e 873 .
Art. 632. Não se expedirá carta precatória para a avaliação de bens situ-
ados fora da comarca onde corre o inventário se eles forem de pequeno valor
ou perfeitamente conhecidos do perito nomeado.
Art. 633. Sendo capazes todas as partes, não se procederá à avaliação se
a Fazenda Pública, intimada pessoalmente, concordar de forma expressa com
o valor atribuído, nas primeiras declarações, aos bens do espólio.
Art. 634. Se os herdeiros concordarem com o valor dos bens declarados
pela Fazenda Pública, a avaliação cingir-se-á aos demais.
Art. 635. Entregue o laudo de avaliação, o juiz mandará que as partes se
manifestem no prazo de 15 (quinze) dias, que correrá em cartório.
§ 1º Versando a impugnação sobre o valor dado pelo perito, o juiz a deci-
dirá de plano, à vista do que constar dos autos.
§ 2º Julgando procedente a impugnação, o juiz determinará que o perito
retifique a avaliação, observando os fundamentos da decisão.
Art. 636. Aceito o laudo ou resolvidas as impugnações suscitadas a seu
respeito, lavrar-se-á em seguida o termo de últimas declarações, no qual o
inventariante poderá emendar, aditar ou completar as primeiras.
Art. 637. Ouvidas as partes sobre as últimas declarações no prazo co-
mum de 15 (quinze) dias, proceder-se-á ao cálculo do tributo.

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Art. 638. Feito o cálculo, sobre ele serão ouvidas todas as partes no prazo
comum de 5 (cinco) dias, que correrá em cartório, e, em seguida, a Fazenda
Pública.
§ 1º Se acolher eventual impugnação, o juiz ordenará nova remessa dos
autos ao contabilista, determinando as alterações que devam ser feitas no
cálculo.
§ 2º Cumprido o despacho, o juiz julgará o cálculo do tributo.

Seção VI 
Das Colações

Art. 639. No prazo estabelecido no art. 627 , o herdeiro obrigado à cola-


ção conferirá por termo nos autos ou por petição à qual o termo se reportará
os bens que recebeu ou, se já não os possuir, trar-lhes-á o valor.
Parágrafo único. Os bens a serem conferidos na partilha, assim como as
acessões e as benfeitorias que o donatário fez, calcular-se-ão pelo valor que
tiverem ao tempo da abertura da sucessão.
Art. 640. O herdeiro que renunciou à herança ou o que dela foi excluído
não se exime, pelo fato da renúncia ou da exclusão, de conferir, para o efeito
de repor a parte inoficiosa, as liberalidades que obteve do doador.
§ 1º É lícito ao donatário escolher, dentre os bens doados, tantos quantos
bastem para perfazer a legítima e a metade disponível, entrando na partilha
o excedente para ser dividido entre os demais herdeiros.
§ 2º Se a parte inoficiosa da doação recair sobre bem imóvel que não com-
porte divisão cômoda, o juiz determinará que sobre ela se proceda a licitação
entre os herdeiros.
§ 3º O donatário poderá concorrer na licitação referida no § 2º e, em
igualdade de condições, terá preferência sobre os herdeiros.
Art. 641. Se o herdeiro negar o recebimento dos bens ou a obrigação de
os conferir, o juiz, ouvidas as partes no prazo comum de 15 (quinze) dias,
decidirá à vista das alegações e das provas produzidas.

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§ 1º Declarada improcedente a oposição, se o herdeiro, no prazo impror-


rogável de 15 (quinze) dias, não proceder à conferência, o juiz mandará se-
questrar-lhe, para serem inventariados e partilhados, os bens sujeitos à cola-
ção ou imputar ao seu quinhão hereditário o valor deles, se já não os possuir.
§ 2º Se a matéria exigir dilação probatória diversa da documental, o juiz
remeterá as partes às vias ordinárias, não podendo o herdeiro receber o seu
quinhão hereditário, enquanto pender a demanda, sem prestar caução cor-
respondente ao valor dos bens sobre os quais versar a conferência.

Seção VII 
Do Pagamento das Dívidas

Art. 642. Antes da partilha, poderão os credores do espólio requerer ao


juízo do inventário o pagamento das dívidas vencidas e exigíveis.
§ 1º A petição, acompanhada de prova literal da dívida, será distribuída
por dependência e autuada em apenso aos autos do processo de inventário.
§ 2º Concordando as partes com o pedido, o juiz, ao declarar habilitado
o credor, mandará que se faça a separação de dinheiro ou, em sua falta, de
bens suficientes para o pagamento.
§ 3º Separados os bens, tantos quantos forem necessários para o paga-
mento dos credores habilitados, o juiz mandará aliená-los, observando-se as
disposições deste Código relativas à expropriação.
§ 4º Se o credor requerer que, em vez de dinheiro, lhe sejam adjudicados,
para o seu pagamento, os bens já reservados, o juiz deferir-lhe-á o pedido,
concordando todas as partes.
§ 5º Os donatários serão chamados a pronunciar-se sobre a aprovação
das dívidas, sempre que haja possibilidade de resultar delas a redução das
liberalidades.
Art. 643. Não havendo concordância de todas as partes sobre o pedido de
pagamento feito pelo credor, será o pedido remetido às vias ordinárias.

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Parágrafo único. O juiz mandará, porém, reservar, em poder do inventa-


riante, bens suficientes para pagar o credor quando a dívida constar de do-
cumento que comprove suficientemente a obrigação e a impugnação não se
fundar em quitação.
Art. 644. O credor de dívida líquida e certa, ainda não vencida, pode re-
querer habilitação no inventário.
Parágrafo único. Concordando as partes com o pedido referido no caput ,
o juiz, ao julgar habilitado o crédito, mandará que se faça separação de bens
para o futuro pagamento.
Art. 645. O legatário é parte legítima para manifestar-se sobre as dívidas
do espólio:
I – quando toda a herança for dividida em legados;
II – quando o reconhecimento das dívidas importar redução dos legados.
Art. 646. Sem prejuízo do disposto no art. 860 , é lícito aos herdeiros, ao
separarem bens para o pagamento de dívidas, autorizar que o inventariante
os indique à penhora no processo em que o espólio for executado.

Seção VIII 
Da Partilha

Art. 647. Cumprido o disposto no art. 642, § 3º , o juiz facultará às par-
tes que, no prazo comum de 15 (quinze) dias, formulem o pedido de quinhão
e, em seguida, proferirá a decisão de deliberação da partilha, resolvendo os
pedidos das partes e designando os bens que devam constituir quinhão de
cada herdeiro e legatário.
Parágrafo único. O juiz poderá, em decisão fundamentada, deferir ante-
cipadamente a qualquer dos herdeiros o exercício dos direitos de usar e de
fruir de determinado bem, com a condição de que, ao término do inventário,
tal bem integre a cota desse herdeiro, cabendo a este, desde o deferimento,
todos os ônus e bônus decorrentes do exercício daqueles direitos.

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Art. 648. Na partilha, serão observadas as seguintes regras:


I – a máxima igualdade possível quanto ao valor, à natureza e à qualidade
dos bens;
II – a prevenção de litígios futuros;
III – a máxima comodidade dos coerdeiros, do cônjuge ou do companheiro,
se for o caso.
Art. 649. Os bens insuscetíveis de divisão cômoda que não couberem na
parte do cônjuge ou companheiro supérstite ou no quinhão de um só herdei-
ro serão licitados entre os interessados ou vendidos judicialmente, partilhan-
do-se o valor apurado, salvo se houver acordo para que sejam adjudicados
a todos.
Art. 650. Se um dos interessados for nascituro, o quinhão que lhe caberá
será reservado em poder do inventariante até o seu nascimento.
Art. 651. O partidor organizará o esboço da partilha de acordo com a de-
cisão judicial, observando nos pagamentos a seguinte ordem:
I – dívidas atendidas;
II – meação do cônjuge;
III – meação disponível;
IV – quinhões hereditários, a começar pelo coerdeiro mais velho.
Art. 652. Feito o esboço, as partes manifestar-se-ão sobre esse no pra-
zo comum de 15 (quinze) dias, e, resolvidas as reclamações, a partilha será
lançada nos autos.
Art. 653. A partilha constará:
I – de auto de orçamento, que mencionará:
a) os nomes do autor da herança, do inventariante, do cônjuge ou com-
panheiro supérstite, dos herdeiros, dos legatários e dos credores admitidos;
b) o ativo, o passivo e o líquido partível, com as necessárias especificações;
c) o valor de cada quinhão;
II – de folha de pagamento para cada parte, declarando a quota a pagar-
-lhe, a razão do pagamento e a relação dos bens que lhe compõem o quinhão,
as características que os individualizam e os ônus que os gravam.

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Parágrafo único. O auto e cada uma das folhas serão assinados pelo juiz
e pelo escrivão.
Art. 654. Pago o imposto de transmissão a título de morte e juntada aos
autos certidão ou informação negativa de dívida para com a Fazenda Pública,
o juiz julgará por sentença a partilha.
Parágrafo único. A existência de dívida para com a Fazenda Pública não
impedirá o julgamento da partilha, desde que o seu pagamento esteja devi-
damente garantido.
Art. 655. Transitada em julgado a sentença mencionada no art. 654 , re-
ceberá o herdeiro os bens que lhe tocarem e um formal de partilha, do qual
constarão as seguintes peças:
I – termo de inventariante e título de herdeiros;
II – avaliação dos bens que constituíram o quinhão do herdeiro;
III – pagamento do quinhão hereditário;
IV – quitação dos impostos;
V – sentença.
Parágrafo único. O formal de partilha poderá ser substituído por certidão
de pagamento do quinhão hereditário quando esse não exceder a 5 (cinco)
vezes o salário-mínimo, caso em que se transcreverá nela a sentença de par-
tilha transitada em julgado.
Art. 656. A partilha, mesmo depois de transitada em julgado a senten-
ça, pode ser emendada nos mesmos autos do inventário, convindo todas as
partes, quando tenha havido erro de fato na descrição dos bens, podendo o
juiz, de ofício ou a requerimento da parte, a qualquer tempo, corrigir-lhe as
inexatidões materiais.
Art. 657. A partilha amigável, lavrada em instrumento público, reduzida a
termo nos autos do inventário ou constante de escrito particular homologado
pelo juiz, pode ser anulada por dolo, coação, erro essencial ou intervenção de
incapaz, observado o disposto no § 4º do art. 966 .

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Parágrafo único. O direito à anulação de partilha amigável extingue-se em


1 (um) ano, contado esse prazo:
I – no caso de coação, do dia em que ela cessou;
II – no caso de erro ou dolo, do dia em que se realizou o ato;
III – quanto ao incapaz, do dia em que cessar a incapacidade.
Art. 658. É rescindível a partilha julgada por sentença:
I – nos casos mencionados no art. 657 ;
II – se feita com preterição de formalidades legais;
III – se preteriu herdeiro ou incluiu quem não o seja.

Seção IX 
Do Arrolamento

Art. 659. A partilha amigável, celebrada entre partes capazes, nos ter-
mos da lei, será homologada de plano pelo juiz, com observância dos arts.
660 a 663 .
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se, também, ao pedido de adjudicação,
quando houver herdeiro único.
§ 2º Transitada em julgado a sentença de homologação de partilha ou de
adjudicação, será lavrado o formal de partilha ou elaborada a carta de adju-
dicação e, em seguida, serão expedidos os alvarás referentes aos bens e às
rendas por ele abrangidos, intimando-se o fisco para lançamento administra-
tivo do imposto de transmissão e de outros tributos porventura incidentes,
conforme dispuser a legislação tributária, nos termos do § 2º do art. 662 .
Art. 660. Na petição de inventário, que se processará na forma de arro-
lamento sumário, independentemente da lavratura de termos de qualquer
espécie, os herdeiros:
I – requererão ao juiz a nomeação do inventariante que designarem;
II – declararão os títulos dos herdeiros e os bens do espólio, observado o
disposto no art. 630 ;

1617
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – atribuirão valor aos bens do espólio, para fins de partilha.


Art. 661. Ressalvada a hipótese prevista no parágrafo único do art. 663 ,
não se procederá à avaliação dos bens do espólio para nenhuma finalidade.
Art. 662. No arrolamento, não serão conhecidas ou apreciadas questões
relativas ao lançamento, ao pagamento ou à quitação de taxas judiciárias e de
tributos incidentes sobre a transmissão da propriedade dos bens do espólio.
§ 1º A taxa judiciária, se devida, será calculada com base no valor atribu-
ído pelos herdeiros, cabendo ao fisco, se apurar em processo administrativo
valor diverso do estimado, exigir a eventual diferença pelos meios adequados
ao lançamento de créditos tributários em geral.
§ 2º O imposto de transmissão será objeto de lançamento administrativo,
conforme dispuser a legislação tributária, não ficando as autoridades fazen-
dárias adstritas aos valores dos bens do espólio atribuídos pelos herdeiros.
Art. 663. A existência de credores do espólio não impedirá a homologa-
ção da partilha ou da adjudicação, se forem reservados bens suficientes para
o pagamento da dívida.
Parágrafo único. A reserva de bens será realizada pelo valor estimado pe-
las partes, salvo se o credor, regularmente notificado, impugnar a estimativa,
caso em que se promoverá a avaliação dos bens a serem reservados.
Art. 664. Quando o valor dos bens do espólio for igual ou inferior a 1.000
(mil) salários-mínimos, o inventário processar-se-á na forma de arrolamen-
to, cabendo ao inventariante nomeado, independentemente de assinatura de
termo de compromisso, apresentar, com suas declarações, a atribuição de
valor aos bens do espólio e o plano da partilha.
§ 1º Se qualquer das partes ou o Ministério Público impugnar a estimativa,
o juiz nomeará avaliador, que oferecerá laudo em 10 (dez) dias.
§ 2º Apresentado o laudo, o juiz, em audiência que designar, deliberará
sobre a partilha, decidindo de plano todas as reclamações e mandando pagar
as dívidas não impugnadas.

1618
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º Lavrar-se-á de tudo um só termo, assinado pelo juiz, pelo inventa-


riante e pelas partes presentes ou por seus advogados.
§ 4º Aplicam-se a essa espécie de arrolamento, no que couber, as dispo-
sições do art. 672 , relativamente ao lançamento, ao pagamento e à quitação
da taxa judiciária e do imposto sobre a transmissão da propriedade dos bens
do espólio.
§ 5º Provada a quitação dos tributos relativos aos bens do espólio e às
suas rendas, o juiz julgará a partilha.
Art. 665. O inventário processar-se-á também na forma do art. 664 ,
ainda que haja interessado incapaz, desde que concordem todas as partes e
o Ministério Público.
Art. 666. Independerá de inventário ou de arrolamento o pagamento dos
valores previstos na Lei n. 6.858, de 24 de novembro de 1980 .
Art. 667. Aplicam-se subsidiariamente a esta Seção as disposições das
Seções VII e VIII deste Capítulo.

Seção X 
Disposições Comuns a Todas as Seções

Art. 668. Cessa a eficácia da tutela provisória prevista nas Seções deste
Capítulo:
I – se a ação não for proposta em 30 (trinta) dias contados da data em
que da decisão foi intimado o impugnante, o herdeiro excluído ou o credor
não admitido;
II – se o juiz extinguir o processo de inventário com ou sem resolução de
mérito.
Art. 669. São sujeitos à sobrepartilha os bens:
I – sonegados;
II – da herança descobertos após a partilha;
III – litigiosos, assim como os de liquidação difícil ou morosa;

1619
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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IV – situados em lugar remoto da sede do juízo onde se processa o inven-


tário.
Parágrafo único. Os bens mencionados nos incisos III e IV serão reserva-
dos à sobrepartilha sob a guarda e a administração do mesmo ou de diverso
inventariante, a consentimento da maioria dos herdeiros.
Art. 670. Na sobrepartilha dos bens, observar-se-á o processo de inven-
tário e de partilha.
Parágrafo único. A sobrepartilha correrá nos autos do inventário do autor
da herança.
Art. 671. O juiz nomeará curador especial:
I – ao ausente, se não o tiver;
II – ao incapaz, se concorrer na partilha com o seu representante, desde
que exista colisão de interesses.
Art. 672. É lícita a cumulação de inventários para a partilha de heranças
de pessoas diversas quando houver:
I – identidade de pessoas entre as quais devam ser repartidos os bens;
II – heranças deixadas pelos dois cônjuges ou companheiros;
III – dependência de uma das partilhas em relação à outra.
Parágrafo único. No caso previsto no inciso III, se a dependência for par-
cial, por haver outros bens, o juiz pode ordenar a tramitação separada, se
melhor convier ao interesse das partes ou à celeridade processual.
Art. 673. No caso previsto no art. 672 , inciso II, prevalecerão as primei-
ras declarações, assim como o laudo de avaliação, salvo se alterado o valor
dos bens.

CAPÍTULO VII 
DOS EMBARGOS DE TERCEIRO

Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ame-
aça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito in-

1620
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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compatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua


inibição por meio de embargos de terceiro.
§ 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário,
ou possuidor.
§ 2º Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:
I – o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios
ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843 ;
II – o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara
a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução;
III – quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconside-
ração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte;
IV – o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto
de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais
dos atos expropriatórios respectivos.
Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo
de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cum-
primento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois
da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas
sempre antes da assinatura da respectiva carta.
Parágrafo único. Caso identifique a existência de terceiro titular de inte-
resse em embargar o ato, o juiz mandará intimá-lo pessoalmente.
Art. 676. Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que
ordenou a constrição e autuados em apartado.
Parágrafo único. Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os
embargos serão oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo
deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta.
Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua
posse ou de seu domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo documentos
e rol de testemunhas.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz.


§ 2º O possuidor direto pode alegar, além da sua posse, o domínio alheio.
§ 3º A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador consti-
tuído nos autos da ação principal.
§ 4º Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aprovei-
ta, assim como o será seu adversário no processo principal quando for sua a
indicação do bem para a constrição judicial.
Art. 678. A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio
ou a posse determinará a suspensão das medidas constritivas sobre os bens
litigiosos objeto dos embargos, bem como a manutenção ou a reintegração
provisória da posse, se o embargante a houver requerido.
Parágrafo único. O juiz poderá condicionar a ordem de manutenção ou de
reintegração provisória de posse à prestação de caução pelo requerente, res-
salvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente.
Art. 679. Os embargos poderão ser contestados no prazo de 15 (quinze)
dias, findo o qual se seguirá o procedimento comum.
Art. 680. Contra os embargos do credor com garantia real, o embargado
somente poderá alegar que:
I – o devedor comum é insolvente;
II – o título é nulo ou não obriga a terceiro;
III – outra é a coisa dada em garantia.
Art. 681. Acolhido o pedido inicial, o ato de constrição judicial indevida
será cancelado, com o reconhecimento do domínio, da manutenção da posse
ou da reintegração definitiva do bem ou do direito ao embargante.

CAPÍTULO VIII 
DA OPOSIÇÃO

Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre


que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer
oposição contra ambos.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 683. O opoente deduzirá o pedido em observação aos requisitos exi-


gidos para propositura da ação.
Parágrafo único. Distribuída a oposição por dependência, serão os opostos
citados, na pessoa de seus respectivos advogados, para contestar o pedido
no prazo comum de 15 (quinze) dias.
Art. 684. Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, contra
o outro prosseguirá o opoente.
Art. 685. Admitido o processamento, a oposição será apensada aos autos
e tramitará simultaneamente à ação originária, sendo ambas julgadas pela
mesma sentença.
Parágrafo único. Se a oposição for proposta após o início da audiência de
instrução, o juiz suspenderá o curso do processo ao fim da produção das pro-
vas, salvo se concluir que a unidade da instrução atende melhor ao princípio
da duração razoável do processo.
Art. 686. Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação originária e a
oposição, desta conhecerá em primeiro lugar.

CAPÍTULO IX 
DA HABILITAÇÃO

Art. 687. A habilitação ocorre quando, por falecimento de qualquer das


partes, os interessados houverem de suceder-lhe no processo.
Art. 688. A habilitação pode ser requerida:
I – pela parte, em relação aos sucessores do falecido;
II – pelos sucessores do falecido, em relação à parte.
Art. 689. Proceder-se-á à habilitação nos autos do processo principal, na
instância em que estiver, suspendendo-se, a partir de então, o processo.
Art. 690. Recebida a petição, o juiz ordenará a citação dos requeridos
para se pronunciarem no prazo de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. A citação será pessoal, se a parte não tiver procurador
constituído nos autos.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 691. O juiz decidirá o pedido de habilitação imediatamente, salvo se


este for impugnado e houver necessidade de dilação probatória diversa da
documental, caso em que determinará que o pedido seja autuado em aparta-
do e disporá sobre a instrução.
Art. 692. Transitada em julgado a sentença de habilitação, o processo
principal retomará o seu curso, e cópia da sentença será juntada aos autos
respectivos.

CAPÍTULO X 
DAS AÇÕES DE FAMÍLIA

Art. 693. As normas deste Capítulo aplicam-se aos processos conten-


ciosos de divórcio, separação, reconhecimento e extinção de união estável,
guarda, visitação e filiação.
Parágrafo único. A ação de alimentos e a que versar sobre interesse de
criança ou de adolescente observarão o procedimento previsto em legislação
específica, aplicando-se, no que couber, as disposições deste Capítulo.
Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos
para a solução consensual da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de
profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação.
Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode determinar a sus-
pensão do processo enquanto os litigantes se submetem a mediação extraju-
dicial ou a atendimento multidisciplinar.
Art. 695. Recebida a petição inicial e, se for o caso, tomadas as provi-
dências referentes à tutela provisória, o juiz ordenará a citação do réu para
comparecer à audiência de mediação e conciliação, observado o disposto no
art. 694.
§ 1º O mandado de citação conterá apenas os dados necessários à audi-
ência e deverá estar desacompanhado de cópia da petição inicial, assegurado
ao réu o direito de examinar seu conteúdo a qualquer tempo.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º A citação ocorrerá com antecedência mínima de 15 (quinze) dias da


data designada para a audiência.
§ 3º A citação será feita na pessoa do réu.
§ 4º Na audiência, as partes deverão estar acompanhadas de seus advo-
gados ou de defensores públicos.
Art. 696. A audiência de mediação e conciliação poderá dividir-se em
tantas sessões quantas sejam necessárias para viabilizar a solução consen-
sual, sem prejuízo de providências jurisdicionais para evitar o perecimento do
direito.
Art. 697. Não realizado o acordo, passarão a incidir, a partir de então, as
normas do procedimento comum, observado o art. 335 .
Art. 698. Nas ações de família, o Ministério Público somente intervirá
quando houver interesse de incapaz e deverá ser ouvido previamente à ho-
mologação de acordo.
Art. 699. Quando o processo envolver discussão sobre fato relacionado
a abuso ou a alienação parental, o juiz, ao tomar o depoimento do incapaz,
deverá estar acompanhado por especialista.

CAPÍTULO XI 
DA AÇÃO MONITÓRIA

Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com
base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do
devedor capaz:
I – o pagamento de quantia em dinheiro;
II – a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;
III – o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.
§ 1º A prova escrita pode consistir em prova oral documentada, produzida
antecipadamente nos termos do art. 381 .
§ 2º Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso:

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo;


II – o valor atual da coisa reclamada;
III – o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico per-
seguido.
§ 3º O valor da causa deverá corresponder à importância prevista no § 2º,
incisos I a III.
§ 4º Além das hipóteses do art. 330 , a petição inicial será indeferida
quando não atendido o disposto no § 2º deste artigo.
§ 5º Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresen-
tada pelo autor, o juiz intima-lo-á para, querendo, emendar a petição inicial,
adaptando-a ao procedimento comum.
§ 6º É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública.
§ 7º Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios permi-
tidos para o procedimento comum.
Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de
mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação
de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para
o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento
do valor atribuído à causa.
§ 1º O réu será isento do pagamento de custas processuais se cumprir o
mandado no prazo.
§ 2º Constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, indepen-
dentemente de qualquer formalidade, se não realizado o pagamento e não
apresentados os embargos previstos no art. 702 , observando-se, no que
couber, o Título II do Livro I da Parte Especial .
§ 3º É cabível ação rescisória da decisão prevista no caput quando ocorrer
a hipótese do § 2º.
§ 4º Sendo a ré Fazenda Pública, não apresentados os embargos previstos
no art. 702 , aplicar-se-á o disposto no art. 496 , observando-se, a seguir, no
que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 5º Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916 .


Art. 702. Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá
opor, nos próprios autos, no prazo previsto no art. 701 , embargos à ação
monitória.
§ 1º Os embargos podem se fundar em matéria passível de alegação como
defesa no procedimento comum.
§ 2º Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia superior à devida,
cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentan-
do demonstrativo discriminado e atualizado da dívida.
§ 3º Não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo,
os embargos serão liminarmente rejeitados, se esse for o seu único funda-
mento, e, se houver outro fundamento, os embargos serão processados, mas
o juiz deixará de examinar a alegação de excesso.
§ 4º A oposição dos embargos suspende a eficácia da decisão referida
no caput do art. 701 até o julgamento em primeiro grau.
§ 5º O autor será intimado para responder aos embargos no prazo de 15
(quinze) dias.
§ 6º Na ação monitória admite-se a reconvenção, sendo vedado o ofere-
cimento de reconvenção à reconvenção.
§ 7º A critério do juiz, os embargos serão autuados em apartado, se par-
ciais, constituindo-se de pleno direito o título executivo judicial em relação à
parcela incontroversa.
§ 8º Rejeitados os embargos, constituir-se-á de pleno direito o título exe-
cutivo judicial, prosseguindo-se o processo em observância ao disposto no Tí-
tulo II do Livro I da Parte Especial , no que for cabível.
§ 9º Cabe apelação contra a sentença que acolhe ou rejeita os embargos.
§ 10. O juiz condenará o autor de ação monitória proposta indevidamente
e de má-fé ao pagamento, em favor do réu, de multa de até dez por cento
sobre o valor da causa.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 11. O juiz condenará o réu que de má-fé opuser embargos à ação mo-
nitória ao pagamento de multa de até dez por cento sobre o valor atribuído à
causa, em favor do autor.

CAPÍTULO XII 
DA HOMOLOGAÇÃO DO PENHOR LEGAL

Art. 703. Tomado o penhor legal nos casos previstos em lei, requererá o
credor, ato contínuo, a homologação.
§ 1º Na petição inicial, instruída com o contrato de locação ou a conta
pormenorizada das despesas, a tabela dos preços e a relação dos objetos
retidos, o credor pedirá a citação do devedor para pagar ou contestar na au-
diência preliminar que for designada.
§ 2º A homologação do penhor legal poderá ser promovida pela via extra-
judicial mediante requerimento, que conterá os requisitos previstos no § 1º
deste artigo, do credor a notário de sua livre escolha.
§ 3º Recebido o requerimento, o notário promoverá a notificação extraju-
dicial do devedor para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar o débito ou impugnar
sua cobrança, alegando por escrito uma das causas previstas no art. 704 ,
hipótese em que o procedimento será encaminhado ao juízo competente para
decisão.
§ 4º Transcorrido o prazo sem manifestação do devedor, o notário forma-
lizará a homologação do penhor legal por escritura pública.
Art. 704. A defesa só pode consistir em:
I – nulidade do processo;
II – extinção da obrigação;
III – não estar a dívida compreendida entre as previstas em lei ou não
estarem os bens sujeitos a penhor legal;
IV – alegação de haver sido ofertada caução idônea, rejeitada pelo credor.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 705. A partir da audiência preliminar, observar-se-á o procedimento


comum.
Art. 706. Homologado judicialmente o penhor legal, consolidar-se-á a
posse do autor sobre o objeto.
§ 1º Negada a homologação, o objeto será entregue ao réu, ressalvado ao
autor o direito de cobrar a dívida pelo procedimento comum, salvo se acolhida
a alegação de extinção da obrigação.
§ 2º Contra a sentença caberá apelação, e, na pendência de recurso, po-
derá o relator ordenar que a coisa permaneça depositada ou em poder do
autor.

CAPÍTULO XIII 
DA REGULAÇÃO DE AVARIA GROSSA

Art. 707. Quando inexistir consenso acerca da nomeação de um regula-


dor de avarias, o juiz de direito da comarca do primeiro porto onde o navio
houver chegado, provocado por qualquer parte interessada, nomeará um de
notório conhecimento.
Art. 708. O regulador declarará justificadamente se os danos são pas-
síveis de rateio na forma de avaria grossa e exigirá das partes envolvidas a
apresentação de garantias idôneas para que possam ser liberadas as cargas
aos consignatários.
§ 1º A parte que não concordar com o regulador quanto à declaração de
abertura da avaria grossa deverá justificar suas razões ao juiz, que decidirá
no prazo de 10 (dez) dias.
§ 2º Se o consignatário não apresentar garantia idônea a critério do re-
gulador, este fixará o valor da contribuição provisória com base nos fatos
narrados e nos documentos que instruírem a petição inicial, que deverá ser
caucionado sob a forma de depósito judicial ou de garantia bancária.
§ 3º Recusando-se o consignatário a prestar caução, o regulador reque-
rerá ao juiz a alienação judicial de sua carga na forma dos arts. 879 a 903 .

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 4º É permitido o levantamento, por alvará, das quantias necessárias ao


pagamento das despesas da alienação a serem arcadas pelo consignatário,
mantendo-se o saldo remanescente em depósito judicial até o encerramento
da regulação.
Art. 709. As partes deverão apresentar nos autos os documentos ne-
cessários à regulação da avaria grossa em prazo razoável a ser fixado pelo
regulador.
Art. 710. O regulador apresentará o regulamento da avaria grossa no
prazo de até 12 (doze) meses, contado da data da entrega dos documentos
nos autos pelas partes, podendo o prazo ser estendido a critério do juiz.
§ 1º Oferecido o regulamento da avaria grossa, dele terão vista as partes
pelo prazo comum de 15 (quinze) dias, e, não havendo impugnação, o regu-
lamento será homologado por sentença.
§ 2º Havendo impugnação ao regulamento, o juiz decidirá no prazo de 10
(dez) dias, após a oitiva do regulador.
Art. 711. Aplicam-se ao regulador de avarias os arts. 156 a 158 , no que
couber.

CAPÍTULO XIV 
DA RESTAURAÇÃO DE AUTOS

Art. 712. Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou não,


pode o juiz, de ofício, qualquer das partes ou o Ministério Público, se for o
caso, promover-lhes a restauração.
Parágrafo único. Havendo autos suplementares, nesses prosseguirá o pro-
cesso.
Art. 713. Na petição inicial, declarará a parte o estado do processo ao
tempo do desaparecimento dos autos, oferecendo:
I – certidões dos atos constantes do protocolo de audiências do cartório
por onde haja corrido o processo;

1630
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – cópia das peças que tenha em seu poder;


III – qualquer outro documento que facilite a restauração.
Art. 714. A parte contrária será citada para contestar o pedido no prazo
de 5 (cinco) dias, cabendo-lhe exibir as cópias, as contrafés e as reproduções
dos atos e dos documentos que estiverem em seu poder.
§ 1º Se a parte concordar com a restauração, lavrar-se-á o auto que, as-
sinado pelas partes e homologado pelo juiz, suprirá o processo desaparecido.
§ 2º Se a parte não contestar ou se a concordância for parcial, observar-
-se-á o procedimento comum.
Art. 715. Se a perda dos autos tiver ocorrido depois da produção das pro-
vas em audiência, o juiz, se necessário, mandará repeti-las.
§ 1º Serão reinquiridas as mesmas testemunhas, que, em caso de impos-
sibilidade, poderão ser substituídas de ofício ou a requerimento.
§ 2º Não havendo certidão ou cópia do laudo, far-se-á nova perícia, sem-
pre que possível pelo mesmo perito.
§ 3º Não havendo certidão de documentos, esses serão reconstituídos
mediante cópias ou, na falta dessas, pelos meios ordinários de prova.
§ 4º Os serventuários e os auxiliares da justiça não podem eximir-se de
depor como testemunhas a respeito de atos que tenham praticado ou assistido.
§ 5º Se o juiz houver proferido sentença da qual ele próprio ou o escrivão
possua cópia, esta será juntada aos autos e terá a mesma autoridade da ori-
ginal.
Art. 716. Julgada a restauração, seguirá o processo os seus termos.
Parágrafo único. Aparecendo os autos originais, neles se prosseguirá, sen-
do-lhes apensados os autos da restauração.
Art. 717. Se o desaparecimento dos autos tiver ocorrido no tribunal, o
processo de restauração será distribuído, sempre que possível, ao relator do
processo.
§ 1º A restauração far-se-á no juízo de origem quanto aos atos nele
realizados.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º Remetidos os autos ao tribunal, nele completar-se-á a restauração e


proceder-se-á ao julgamento.
Art. 718. Quem houver dado causa ao desaparecimento dos autos res-
ponderá pelas custas da restauração e pelos honorários de advogado, sem
prejuízo da responsabilidade civil ou penal em que incorrer.

CAPÍTULO XV 
DOS PROCEDIMENTOS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
Seção I 
Disposições Gerais

Art. 719. Quando este Código não estabelecer procedimento especial,


regem os procedimentos de jurisdição voluntária as disposições constantes
desta Seção.
Art. 720. O procedimento terá início por provocação do interessado, do
Ministério Público ou da Defensoria Pública, cabendo-lhes formular o pedido
devidamente instruído com os documentos necessários e com a indicação da
providência judicial.
Art. 721. Serão citados todos os interessados, bem como intimado o Mi-
nistério Público, nos casos do art. 178 , para que se manifestem, querendo,
no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 722. A Fazenda Pública será sempre ouvida nos casos em que tiver
interesse.
Art. 723. O juiz decidirá o pedido no prazo de 10 (dez) dias.
Parágrafo único. O juiz não é obrigado a observar critério de legalidade
estrita, podendo adotar em cada caso a solução que considerar mais conve-
niente ou oportuna.
Art. 724. Da sentença caberá apelação.
Art. 725. Processar-se-á na forma estabelecida nesta Seção o pedido de:

1632
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – emancipação;
II – sub-rogação;
III – alienação, arrendamento ou oneração de bens de crianças ou adoles-
centes, de órfãos e de interditos;
IV – alienação, locação e administração da coisa comum;
V – alienação de quinhão em coisa comum;
VI – extinção de usufruto, quando não decorrer da morte do usufrutuá-
rio, do termo da sua duração ou da consolidação, e de fideicomisso, quando
decorrer de renúncia ou quando ocorrer antes do evento que caracterizar a
condição resolutória;
VII – expedição de alvará judicial;
VIII – homologação de autocomposição extrajudicial, de qualquer nature-
za ou valor.
Parágrafo único. As normas desta Seção aplicam-se, no que couber, aos
procedimentos regulados nas seções seguintes.

Seção II 
Da Notificação e da Interpelação

Art. 726. Quem tiver interesse em manifestar formalmente sua vontade


a outrem sobre assunto juridicamente relevante poderá notificar pessoas par-
ticipantes da mesma relação jurídica para dar-lhes ciência de seu propósito.
§ 1º Se a pretensão for a de dar conhecimento geral ao público, mediante
edital, o juiz só a deferirá se a tiver por fundada e necessária ao resguardo
de direito.
§ 2º Aplica-se o disposto nesta Seção, no que couber, ao protesto judicial.
Art. 727. Também poderá o interessado interpelar o requerido, no caso
do art. 726 , para que faça ou deixe de fazer o que o requerente entenda ser
de seu direito.

1633
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 728. O requerido será previamente ouvido antes do deferimento da


notificação ou do respectivo edital:

I – se houver suspeita de que o requerente, por meio da notificação ou do

edital, pretende alcançar fim ilícito;

II – se tiver sido requerida a averbação da notificação em registro público.

Art. 729. Deferida e realizada a notificação ou interpelação, os autos se-

rão entregues ao requerente.

Seção III 

Da Alienação Judicial

Art. 730. Nos casos expressos em lei, não havendo acordo entre os inte-

ressados sobre o modo como se deve realizar a alienação do bem, o juiz, de

ofício ou a requerimento dos interessados ou do depositário, mandará aliená-

-lo em leilão, observando-se o disposto na Seção I deste Capítulo e, no que

couber, o disposto nos arts. 879 a 903 .

Seção IV 

Do Divórcio e da Separação Consensuais, da Extinção Consensual de

União Estável e da Alteração do Regime de Bens do Matrimônio

Art. 731. A homologação do divórcio ou da separação consensuais, ob-

servados os requisitos legais, poderá ser requerida em petição assinada por

ambos os cônjuges, da qual constarão:

I – as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns;

II – as disposições relativas à pensão alimentícia entre os cônjuges;

III – o acordo relativo à guarda dos filhos incapazes e ao regime de visitas; e

IV – o valor da contribuição para criar e educar os filhos.

1634
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Parágrafo único. Se os cônjuges não acordarem sobre a partilha dos


bens, far-se-á esta depois de homologado o divórcio, na forma estabelecida
nos arts. 647 a 658 .
Art. 732. As disposições relativas ao processo de homologação judicial de
divórcio ou de separação consensuais aplicam-se, no que couber, ao processo
de homologação da extinção consensual de união estável.
Art. 733. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção
consensual de união estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e ob-
servados os requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública, da
qual constarão as disposições de que trata o art. 731 .
§ 1º A escritura não depende de homologação judicial e constitui título
hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de impor-
tância depositada em instituições financeiras.
§ 2º O tabelião somente lavrará a escritura se os interessados estiverem
assistidos por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assina-
tura constarão do ato notarial.
Art. 734. A alteração do regime de bens do casamento, observados os
requisitos legais, poderá ser requerida, motivadamente, em petição assinada
por ambos os cônjuges, na qual serão expostas as razões que justificam a
alteração, ressalvados os direitos de terceiros.
§ 1º Ao receber a petição inicial, o juiz determinará a intimação do Mi-
nistério Público e a publicação de edital que divulgue a pretendida alteração
de bens, somente podendo decidir depois de decorrido o prazo de 30 (trinta)
dias da publicação do edital.
§ 2º Os cônjuges, na petição inicial ou em petição avulsa, podem propor
ao juiz meio alternativo de divulgação da alteração do regime de bens, a fim
de resguardar direitos de terceiros.
§ 3º Após o trânsito em julgado da sentença, serão expedidos mandados
de averbação aos cartórios de registro civil e de imóveis e, caso qualquer dos
cônjuges seja empresário, ao Registro Público de Empresas Mercantis e Ati-
vidades Afins.

1635
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Seção V 
Dos Testamentos e dos Codicilos

Art. 735. Recebendo testamento cerrado, o juiz, se não achar vício exter-
no que o torne suspeito de nulidade ou falsidade, o abrirá e mandará que o
escrivão o leia em presença do apresentante.
§ 1º Do termo de abertura constarão o nome do apresentante e como ele
obteve o testamento, a data e o lugar do falecimento do testador, com as
respectivas provas, e qualquer circunstância digna de nota.
§ 2º Depois de ouvido o Ministério Público, não havendo dúvidas a serem
esclarecidas, o juiz mandará registrar, arquivar e cumprir o testamento.
§ 3º Feito o registro, será intimado o testamenteiro para assinar o termo
da testamentária.
§ 4º Se não houver testamenteiro nomeado ou se ele estiver ausente ou
não aceitar o encargo, o juiz nomeará testamenteiro dativo, observando-se a
preferência legal.
§ 5º O testamenteiro deverá cumprir as disposições testamentárias e
prestar contas em juízo do que recebeu e despendeu, observando-se o dis-
posto em lei.
Art. 736. Qualquer interessado, exibindo o traslado ou a certidão de tes-
tamento público, poderá requerer ao juiz que ordene o seu cumprimento,
observando-se, no que couber, o disposto nos parágrafos do art. 735 .
Art. 737. A publicação do testamento particular poderá ser requerida,
depois da morte do testador, pelo herdeiro, pelo legatário ou pelo testamen-
teiro, bem como pelo terceiro detentor do testamento, se impossibilitado de
entregá-lo a algum dos outros legitimados para requerê-la.
§ 1º Serão intimados os herdeiros que não tiverem requerido a publicação
do testamento.
§ 2º Verificando a presença dos requisitos da lei, ouvido o Ministério Pú-
blico, o juiz confirmará o testamento.

1636
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§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo ao codicilo e aos testamentos marí-


timo, aeronáutico, militar e nuncupativo.
§ 4º Observar-se-á, no cumprimento do testamento, o disposto nos pará-
grafos do art. 735 .

Seção VI 
Da Herança Jacente

Art. 738. Nos casos em que a lei considere jacente a herança, o juiz em
cuja comarca tiver domicílio o falecido procederá imediatamente à arrecada-
ção dos respectivos bens.
Art. 739. A herança jacente ficará sob a guarda, a conservação e a ad-
ministração de um curador até a respectiva entrega ao sucessor legalmente
habilitado ou até a declaração de vacância.
§ 1º Incumbe ao curador:
I – representar a herança em juízo ou fora dele, com intervenção do Mi-
nistério Público;
II – ter em boa guarda e conservação os bens arrecadados e promover a
arrecadação de outros porventura existentes;
III – executar as medidas conservatórias dos direitos da herança;
IV – apresentar mensalmente ao juiz balancete da receita e da despesa;
V – prestar contas ao final de sua gestão.
§ 2º Aplica-se ao curador o disposto nos arts. 159 a 161 .
Art. 740. O juiz ordenará que o oficial de justiça, acompanhado do escri-
vão ou do chefe de secretaria e do curador, arrole os bens e descreva-os em
auto circunstanciado.
§ 1º Não podendo comparecer ao local, o juiz requisitará à autoridade
policial que proceda à arrecadação e ao arrolamento dos bens, com 2 (duas)
testemunhas, que assistirão às diligências.

1637
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§ 2º Não estando ainda nomeado o curador, o juiz designará depositário


e lhe entregará os bens, mediante simples termo nos autos, depois de com-
promissado.
§ 3º Durante a arrecadação, o juiz ou a autoridade policial inquirirá os mo-
radores da casa e da vizinhança sobre a qualificação do falecido, o paradeiro
de seus sucessores e a existência de outros bens, lavrando-se de tudo auto
de inquirição e informação.
§ 4º O juiz examinará reservadamente os papéis, as cartas missivas e os
livros domésticos e, verificando que não apresentam interesse, mandará em-
pacotá-los e lacrá-los para serem assim entregues aos sucessores do falecido
ou queimados quando os bens forem declarados vacantes.
§ 5º Se constar ao juiz a existência de bens em outra comarca, mandará
expedir carta precatória a fim de serem arrecadados.
§ 6º Não se fará a arrecadação, ou essa será suspensa, quando, iniciada,
apresentarem-se para reclamar os bens o cônjuge ou companheiro, o her-
deiro ou o testamenteiro notoriamente reconhecido e não houver oposição
motivada do curador, de qualquer interessado, do Ministério Público ou do
representante da Fazenda Pública.
Art. 741. Ultimada a arrecadação, o juiz mandará expedir edital, que será
publicado na rede mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver
vinculado o juízo e na plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça,
onde permanecerá por 3 (três) meses, ou, não havendo sítio, no órgão oficial
e na imprensa da comarca, por 3 (três) vezes com intervalos de 1 (um) mês,
para que os sucessores do falecido venham a habilitar-se no prazo de 6 (seis)
meses contado da primeira publicação.
§ 1º Verificada a existência de sucessor ou de testamenteiro em lugar cer-
to, far-se-á a sua citação, sem prejuízo do edital.
§ 2º Quando o falecido for estrangeiro, será também comunicado o fato à
autoridade consular.

1638
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§ 3º Julgada a habilitação do herdeiro, reconhecida a qualidade do testa-


menteiro ou provada a identidade do cônjuge ou companheiro, a arrecadação
converter-se-á em inventário.
§ 4º Os credores da herança poderão habilitar-se como nos inventários ou
propor a ação de cobrança.
Art. 742. O juiz poderá autorizar a alienação:
I – de bens móveis, se forem de conservação difícil ou dispendiosa;
II – de semoventes, quando não empregados na exploração de alguma
indústria;
III – de títulos e papéis de crédito, havendo fundado receio de depreciação;
IV – de ações de sociedade quando, reclamada a integralização, não dis-
puser a herança de dinheiro para o pagamento;
V – de bens imóveis:
a) se ameaçarem ruína, não convindo a reparação;
b) se estiverem hipotecados e vencer-se a dívida, não havendo dinheiro
para o pagamento.
§ 1º Não se procederá, entretanto, à venda se a Fazenda Pública ou o ha-
bilitando adiantar a importância para as despesas.
§ 2º Os bens com valor de afeição, como retratos, objetos de uso pessoal,
livros e obras de arte, só serão alienados depois de declarada a vacância da
herança.
Art. 743. Passado 1 (um) ano da primeira publicação do edital e não ha-
vendo herdeiro habilitado nem habilitação pendente, será a herança declara-
da vacante.
§ 1º Pendendo habilitação, a vacância será declarada pela mesma senten-
ça que a julgar improcedente, aguardando-se, no caso de serem diversas as
habilitações, o julgamento da última.
§ 2º Transitada em julgado a sentença que declarou a vacância, o cônjuge,
o companheiro, os herdeiros e os credores só poderão reclamar o seu direito
por ação direta.

1639
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Seção VII 
Dos Bens dos Ausentes

Art. 744. Declarada a ausência nos casos previstos em lei, o juiz mandará
arrecadar os bens do ausente e nomear-lhes-á curador na forma estabelecida
na Seção VI, observando-se o disposto em lei.
Art. 745. Feita a arrecadação, o juiz mandará publicar editais na rede
mundial de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado e na
plataforma de editais do Conselho Nacional de Justiça, onde permanecerá por
1 (um) ano, ou, não havendo sítio, no órgão oficial e na imprensa da comarca,
durante 1 (um) ano, reproduzida de 2 (dois) em 2 (dois) meses, anunciando
a arrecadação e chamando o ausente a entrar na posse de seus bens.
§ 1º Findo o prazo previsto no edital, poderão os interessados requerer a
abertura da sucessão provisória, observando-se o disposto em lei.
§ 2º O interessado, ao requerer a abertura da sucessão provisória, pedirá
a citação pessoal dos herdeiros presentes e do curador e, por editais, a dos
ausentes para requererem habilitação, na forma dos arts. 689 a 692 .
§ 3º Presentes os requisitos legais, poderá ser requerida a conversão da
sucessão provisória em definitiva.
§ 4º Regressando o ausente ou algum de seus descendentes ou ascen-
dentes para requerer ao juiz a entrega de bens, serão citados para contestar
o pedido os sucessores provisórios ou definitivos, o Ministério Público e o re-
presentante da Fazenda Pública, seguindo-se o procedimento comum.

Seção VIII 
Das Coisas Vagas

Art. 746. Recebendo do descobridor coisa alheia perdida, o juiz mandará


lavrar o respectivo auto, do qual constará a descrição do bem e as declara-
ções do descobridor.

1640
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§ 1º Recebida a coisa por autoridade policial, esta a remeterá em seguida


ao juízo competente.
§ 2º Depositada a coisa, o juiz mandará publicar edital na rede mundial
de computadores, no sítio do tribunal a que estiver vinculado e na plataforma
de editais do Conselho Nacional de Justiça ou, não havendo sítio, no órgão
oficial e na imprensa da comarca, para que o dono ou o legítimo possuidor
a reclame, salvo se se tratar de coisa de pequeno valor e não for possível a
publicação no sítio do tribunal, caso em que o edital será apenas afixado no
átrio do edifício do fórum.
§ 3º Observar-se-á, quanto ao mais, o disposto em lei.

Seção IX 
Da Interdição

Art. 747. A interdição pode ser promovida:


I – pelo cônjuge ou companheiro;
II – pelos parentes ou tutores;
III – pelo representante da entidade em que se encontra abrigado o inter-
ditando;
IV – pelo Ministério Público.
Parágrafo único. A legitimidade deverá ser comprovada por documentação
que acompanhe a petição inicial.
Art. 748. O Ministério Público só promoverá interdição em caso de doença
mental grave:
I – se as pessoas designadas nos incisos I, II e III do art. 747 não existi-
rem ou não promoverem a interdição;
II – se, existindo, forem incapazes as pessoas mencionadas nos incisos I
e II do art. 747 .
Art. 749. Incumbe ao autor, na petição inicial, especificar os fatos que
demonstram a incapacidade do interditando para administrar seus bens e, se

1641
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for o caso, para praticar atos da vida civil, bem como o momento em que a
incapacidade se revelou.
Parágrafo único. Justificada a urgência, o juiz pode nomear curador provi-
sório ao interditando para a prática de determinados atos.
Art. 750. O requerente deverá juntar laudo médico para fazer prova de
suas alegações ou informar a impossibilidade de fazê-lo.
Art. 751. O interditando será citado para, em dia designado, comparecer
perante o juiz, que o entrevistará minuciosamente acerca de sua vida, negó-
cios, bens, vontades, preferências e laços familiares e afetivos e sobre o que
mais lhe parecer necessário para convencimento quanto à sua capacidade
para praticar atos da vida civil, devendo ser reduzidas a termo as perguntas
e respostas.
§ 1º Não podendo o interditando deslocar-se, o juiz o ouvirá no local onde
estiver.
§ 2º A entrevista poderá ser acompanhada por especialista.
§ 3º Durante a entrevista, é assegurado o emprego de recursos tecnológi-
cos capazes de permitir ou de auxiliar o interditando a expressar suas vonta-
des e preferências e a responder às perguntas formuladas.
§ 4º A critério do juiz, poderá ser requisitada a oitiva de parentes e de
pessoas próximas.
Art. 752. Dentro do prazo de 15 (quinze) dias contado da entrevista, o
interditando poderá impugnar o pedido.
§ 1º O Ministério Público intervirá como fiscal da ordem jurídica.
§ 2º O interditando poderá constituir advogado, e, caso não o faça, deverá
ser nomeado curador especial.
§ 3º Caso o interditando não constitua advogado, o seu cônjuge, compa-
nheiro ou qualquer parente sucessível poderá intervir como assistente.
Art. 753. Decorrido o prazo previsto no art. 752 , o juiz determinará a
produção de prova pericial para avaliação da capacidade do interditando para
praticar atos da vida civil.

1642
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§ 1º A perícia pode ser realizada por equipe composta por expertos com
formação multidisciplinar.
§ 2º O laudo pericial indicará especificadamente, se for o caso, os atos
para os quais haverá necessidade de curatela.
Art. 754. Apresentado o laudo, produzidas as demais provas e ouvidos os
interessados, o juiz proferirá sentença.
Art. 755. Na sentença que decretar a interdição, o juiz:
I – nomeará curador, que poderá ser o requerente da interdição, e fixará os
limites da curatela, segundo o estado e o desenvolvimento mental do interdito;
II – considerará as características pessoais do interdito, observando suas
potencialidades, habilidades, vontades e preferências.
§ 1º A curatela deve ser atribuída a quem melhor possa atender aos inte-
resses do curatelado.
§ 2º Havendo, ao tempo da interdição, pessoa incapaz sob a guarda e a
responsabilidade do interdito, o juiz atribuirá a curatela a quem melhor puder
atender aos interesses do interdito e do incapaz.
§ 3º A sentença de interdição será inscrita no registro de pessoas naturais
e imediatamente publicada na rede mundial de computadores, no sítio do tri-
bunal a que estiver vinculado o juízo e na plataforma de editais do Conselho
Nacional de Justiça, onde permanecerá por 6 (seis) meses, na imprensa local,
1 (uma) vez, e no órgão oficial, por 3 (três) vezes, com intervalo de 10 (dez)
dias, constando do edital os nomes do interdito e do curador, a causa da in-
terdição, os limites da curatela e, não sendo total a interdição, os atos que o
interdito poderá praticar autonomamente.
Art. 756. Levantar-se-á a curatela quando cessar a causa que a determinou.
§ 1º O pedido de levantamento da curatela poderá ser feito pelo interdito,
pelo curador ou pelo Ministério Público e será apensado aos autos da interdição.
§ 2º O juiz nomeará perito ou equipe multidisciplinar para proceder ao
exame do interdito e designará audiência de instrução e julgamento após a
apresentação do laudo.

1643
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º Acolhido o pedido, o juiz decretará o levantamento da interdição e


determinará a publicação da sentença, após o trânsito em julgado, na forma
do art. 755, § 3º , ou, não sendo possível, na imprensa local e no órgão ofi-
cial, por 3 (três) vezes, com intervalo de 10 (dez) dias, seguindo-se a aver-
bação no registro de pessoas naturais.
§ 4º A interdição poderá ser levantada parcialmente quando demonstrada
a capacidade do interdito para praticar alguns atos da vida civil.
Art. 757. A autoridade do curador estende-se à pessoa e aos bens do
incapaz que se encontrar sob a guarda e a responsabilidade do curatelado
ao tempo da interdição, salvo se o juiz considerar outra solução como mais
conveniente aos interesses do incapaz.
Art. 758. O curador deverá buscar tratamento e apoio apropriados à con-
quista da autonomia pelo interdito.

Seção X 
Disposições Comuns à Tutela e à Curatela

Art. 759. O tutor ou o curador será intimado a prestar compromisso no


prazo de 5 (cinco) dias contado da:
I – nomeação feita em conformidade com a lei;
II – intimação do despacho que mandar cumprir o testamento ou o instru-
mento público que o houver instituído.
§ 1º O tutor ou o curador prestará o compromisso por termo em livro ru-
bricado pelo juiz.
§ 2º Prestado o compromisso, o tutor ou o curador assume a administra-
ção dos bens do tutelado ou do interditado.
Art. 760. O tutor ou o curador poderá eximir-se do encargo apresentando
escusa ao juiz no prazo de 5 (cinco) dias contado:
I – antes de aceitar o encargo, da intimação para prestar compromisso;
II – depois de entrar em exercício, do dia em que sobrevier o motivo da
escusa.

1644
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§ 1º Não sendo requerida a escusa no prazo estabelecido neste artigo,


considerar-se-á renunciado o direito de alegá-la.
§ 2º O juiz decidirá de plano o pedido de escusa, e, não o admitindo,
exercerá o nomeado a tutela ou a curatela enquanto não for dispensado por
sentença transitada em julgado.
Art. 761. Incumbe ao Ministério Público ou a quem tenha legítimo inte-
resse requerer, nos casos previstos em lei, a remoção do tutor ou do curador.
Parágrafo único. O tutor ou o curador será citado para contestar a arguição
no prazo de 5 (cinco) dias, findo o qual observar-se-á o procedimento comum.
Art. 762. Em caso de extrema gravidade, o juiz poderá suspender o tutor
ou o curador do exercício de suas funções, nomeando substituto interino.
Art. 763. Cessando as funções do tutor ou do curador pelo decurso do
prazo em que era obrigado a servir, ser-lhe-á lícito requerer a exoneração do
encargo.
§ 1º Caso o tutor ou o curador não requeira a exoneração do encargo
dentro dos 10 (dez) dias seguintes à expiração do termo, entender-se-á re-
conduzido, salvo se o juiz o dispensar.
§ 2º Cessada a tutela ou a curatela, é indispensável a prestação de contas
pelo tutor ou pelo curador, na forma da lei civil.

Seção XI 
Da Organização e da Fiscalização das Fundações

Art. 764. O juiz decidirá sobre a aprovação do estatuto das fundações e


de suas alterações sempre que o requeira o interessado, quando:
I – ela for negada previamente pelo Ministério Público ou por este forem
exigidas modificações com as quais o interessado não concorde;
II – o interessado discordar do estatuto elaborado pelo Ministério Público.
§ 1º O estatuto das fundações deve observar o disposto na Lei n. 10.406,
de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) .

1645
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º Antes de suprir a aprovação, o juiz poderá mandar fazer no estatuto


modificações a fim de adaptá-lo ao objetivo do instituidor.
Art. 765. Qualquer interessado ou o Ministério Público promoverá em ju-
ízo a extinção da fundação quando:
I – se tornar ilícito o seu objeto;
II – for impossível a sua manutenção;
III – vencer o prazo de sua existência.

Seção XII 
Da Ratificação dos Protestos Marítimos e dos
Processos Testemunháveis Formados a Bordo

Art. 766. Todos os protestos e os processos testemunháveis formados a


bordo e lançados no livro Diário da Navegação deverão ser apresentados pelo
comandante ao juiz de direito do primeiro porto, nas primeiras 24 (vinte e
quatro) horas de chegada da embarcação, para sua ratificação judicial.
Art. 767. A petição inicial conterá a transcrição dos termos lançados no
livro Diário da Navegação e deverá ser instruída com cópias das páginas que
contenham os termos que serão ratificados, dos documentos de identificação
do comandante e das testemunhas arroladas, do rol de tripulantes, do do-
cumento de registro da embarcação e, quando for o caso, do manifesto das
cargas sinistradas e a qualificação de seus consignatários, traduzidos, quando
for o caso, de forma livre para o português.
Art. 768. A petição inicial deverá ser distribuída com urgência e encami-
nhada ao juiz, que ouvirá, sob compromisso a ser prestado no mesmo dia, o
comandante e as testemunhas em número mínimo de 2 (duas) e máximo de
4 (quatro), que deverão comparecer ao ato independentemente de intimação.
§ 1º Tratando-se de estrangeiros que não dominem a língua portuguesa,
o autor deverá fazer-se acompanhar por tradutor, que prestará compromisso
em audiência.

1646
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§ 2º Caso o autor não se faça acompanhar por tradutor, o juiz deverá no-
mear outro que preste compromisso em audiência.
Art. 769. Aberta a audiência, o juiz mandará apregoar os consignatários
das cargas indicados na petição inicial e outros eventuais interessados, no-
meando para os ausentes curador para o ato.
Art. 770. Inquiridos o comandante e as testemunhas, o juiz, convencido
da veracidade dos termos lançados no Diário da Navegação, em audiência,
ratificará por sentença o protesto ou o processo testemunhável lavrado a bor-
do, dispensado o relatório.
Parágrafo único. Independentemente do trânsito em julgado, o juiz deter-
minará a entrega dos autos ao autor ou ao seu advogado, mediante a apre-
sentação de traslado.

LIVRO II 
DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
TÍTULO I 
DA EXECUÇÃO EM GERAL
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 771. Este Livro regula o procedimento da execução fundada em tí-


tulo extrajudicial, e suas disposições aplicam-se, também, no que couber,
aos procedimentos especiais de execução, aos atos executivos realizados no
procedimento de cumprimento de sentença, bem como aos efeitos de atos ou
fatos processuais a que a lei atribuir força executiva.
Parágrafo único. Aplicam-se subsidiariamente à execução as disposições
do Livro I da Parte Especial.
Art. 772. O juiz pode, em qualquer momento do processo:
I – ordenar o comparecimento das partes;

1647
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II – advertir o executado de que seu procedimento constitui ato atentató-


rio à dignidade da justiça;
III – determinar que sujeitos indicados pelo exequente forneçam informa-
ções em geral relacionadas ao objeto da execução, tais como documentos e
dados que tenham em seu poder, assinando-lhes prazo razoável.
Art. 773. O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, determinar as me-
didas necessárias ao cumprimento da ordem de entrega de documentos e
dados.
Parágrafo único. Quando, em decorrência do disposto neste artigo, o juízo
receber dados sigilosos para os fins da execução, o juiz adotará as medidas
necessárias para assegurar a confidencialidade.
Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta co-
missiva ou omissiva do executado que:
I – frauda a execução;
II – se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios arti-
ficiosos;
III – dificulta ou embaraça a realização da penhora;
IV – resiste injustificadamente às ordens judiciais;
V – intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à
penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se
for o caso, certidão negativa de ônus.
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa em
montante não superior a vinte por cento do valor atualizado do débito em
execução, a qual será revertida em proveito do exequente, exigível nos pró-
prios autos do processo, sem prejuízo de outras sanções de natureza proces-
sual ou material.
Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de
apenas alguma medida executiva.
Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte:

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I – serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas so-


bre questões processuais, pagando o exequente as custas processuais e os
honorários advocatícios;
II – nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impug-
nante ou do embargante.
Art. 776. O exequente ressarcirá ao executado os danos que este sofreu,
quando a sentença, transitada em julgado, declarar inexistente, no todo ou
em parte, a obrigação que ensejou a execução.
Art. 777. A cobrança de multas ou de indenizações decorrentes de liti-
gância de má-fé ou de prática de ato atentatório à dignidade da justiça será
promovida nos próprios autos do processo.

CAPÍTULO II 
DAS PARTES

Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei con-
fere título executivo.
§ 1º Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão
ao exequente originário:
I – o Ministério Público, nos casos previstos em lei;
II – o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por
morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo;
III – o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for
transferido por ato entre vivos;
IV – o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
§ 2º A sucessão prevista no § 1º independe de consentimento do executado.
Art. 779. A execução pode ser promovida contra:
I – o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II – o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;

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III – o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obri-

gação resultante do título executivo;

IV – o fiador do débito constante em título extrajudicial;

V – o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento

do débito;

VI – o responsável tributário, assim definido em lei.

Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que funda-

das em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para

todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento.

CAPÍTULO III 

DA COMPETÊNCIA

Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada pe-

rante o juízo competente, observando-se o seguinte:

I – a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de

eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos;

II – tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no

foro de qualquer deles;

III – sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução

poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do

exequente;

IV – havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução

será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente;

V – a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o

ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não

mais resida o executado.

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Art. 782. Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os atos

executivos, e o oficial de justiça os cumprirá.


§ 1º O oficial de justiça poderá cumprir os atos executivos determinados
pelo juiz também nas comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se
situem na mesma região metropolitana.
§ 2º Sempre que, para efetivar a execução, for necessário o emprego de
força policial, o juiz a requisitará.
§ 3º A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão do nome
do executado em cadastros de inadimplentes.
§ 4º A inscrição será cancelada imediatamente se for efetuado o paga-
mento, se for garantida a execução ou se a execução for extinta por qualquer
outro motivo.
§ 5º O disposto nos §§ 3º e 4º aplica-se à execução definitiva de título
judicial.

CAPÍTULO IV 
DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA REALIZAR QUALQUER
EXECUÇÃO
Seção I 
Do Título Executivo

Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em


título de obrigação certa, líquida e exigível.
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
I – a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o
cheque;
II – a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
III – o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) teste-
munhas;

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IV – o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela


Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores
ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
V – o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito
real de garantia e aquele garantido por caução;
VI – o contrato de seguro de vida em caso de morte;
VII – o crédito decorrente de foro e laudêmio;
VIII – o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de
imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de
condomínio;
IX – a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na
forma da lei;
X – o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de
condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em as-
sembleia geral, desde que documentalmente comprovadas;
XI – a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a
valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela prati-
cados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
XII – todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atri-
buir força executiva.
§ 1º A propositura de qualquer ação relativa a débito constante de título
executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução.
§ 2º Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não
dependem de homologação para serem executados.
§ 3º O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os
requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e quando
o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação.
Art. 785. A existência de título executivo extrajudicial não impede a par-
te de optar pelo processo de conhecimento, a fim de obter título executivo
judicial.

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Seção II 
Da Exigibilidade da Obrigação

Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a
obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo.
Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apu-
rar o crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação constante do título.
Art. 787. Se o devedor não for obrigado a satisfazer sua prestação senão
mediante a contraprestação do credor, este deverá provar que a adimpliu ao
requerer a execução, sob pena de extinção do processo.
Parágrafo único. O executado poderá eximir-se da obrigação, depositando
em juízo a prestação ou a coisa, caso em que o juiz não permitirá que o cre-
dor a receba sem cumprir a contraprestação que lhe tocar.
Art. 788. O credor não poderá iniciar a execução ou nela prosseguir se o
devedor cumprir a obrigação, mas poderá recusar o recebimento da presta-
ção se ela não corresponder ao direito ou à obrigação estabelecidos no título
executivo, caso em que poderá requerer a execução forçada, ressalvado ao
devedor o direito de embargá-la.

CAPÍTULO V 
DA RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL

Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futu-
ros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas
em lei.
Art. 790. São sujeitos à execução os bens:
I – do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em di-
reito real ou obrigação reipersecutória;
II – do sócio, nos termos da lei;
III – do devedor, ainda que em poder de terceiros;

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IV – do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou


de sua meação respondem pela dívida;
V – alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução;
VI – cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em ra-
zão do reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores;
VII – do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade
jurídica.
Art. 791. Se a execução tiver por objeto obrigação de que seja sujeito
passivo o proprietário de terreno submetido ao regime do direito de superfí-
cie, ou o superficiário, responderá pela dívida, exclusivamente, o direito real
do qual é titular o executado, recaindo a penhora ou outros atos de constrição
exclusivamente sobre o terreno, no primeiro caso, ou sobre a construção ou
a plantação, no segundo caso.
§ 1º Os atos de constrição a que se refere o caput serão averbados sepa-
radamente na matrícula do imóvel, com a identificação do executado, do valor
do crédito e do objeto sobre o qual recai o gravame, devendo o oficial desta-
car o bem que responde pela dívida, se o terreno, a construção ou a planta-
ção, de modo a assegurar a publicidade da responsabilidade patrimonial de
cada um deles pelas dívidas e pelas obrigações que a eles estão vinculadas.
§ 2º Aplica-se, no que couber, o disposto neste artigo à enfiteuse, à conces-
são de uso especial para fins de moradia e à concessão de direito real de uso.
Art. 792. A alienação ou a oneração de bem é considerada fraude à
execução:
I – quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pre-
tensão reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido aver-
bada no respectivo registro público, se houver;
II – quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do pro-
cesso de execução, na forma do art. 828 ;
III – quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou
outro ato de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;

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IV – quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o


devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência;
V – nos demais casos expressos em lei.
§ 1º A alienação em fraude à execução é ineficaz em relação ao exequente.
§ 2º No caso de aquisição de bem não sujeito a registro, o terceiro adqui-
rente tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aqui-
sição, mediante a exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do
vendedor e no local onde se encontra o bem.
§ 3º Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à
execução verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pre-
tende desconsiderar.
§ 4º Antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o tercei-
ro adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de
15 (quinze) dias.
Art. 793. O exequente que estiver, por direito de retenção, na posse de
coisa pertencente ao devedor não poderá promover a execução sobre outros
bens senão depois de excutida a coisa que se achar em seu poder.
Art. 794. O fiador, quando executado, tem o direito de exigir que primeiro
sejam executados os bens do devedor situados na mesma comarca, livres e
desembargados, indicando-os pormenorizadamente à penhora.
§ 1º Os bens do fiador ficarão sujeitos à execução se os do devedor, si-
tuados na mesma comarca que os seus, forem insuficientes à satisfação do
direito do credor.
§ 2º O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado nos autos do
mesmo processo.
§ 3º O disposto no caput não se aplica se o fiador houver renunciado ao
benefício de ordem.
Art. 795. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da
sociedade, senão nos casos previstos em lei.
§ 1º O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida da socieda-
de, tem o direito de exigir que primeiro sejam excutidos os bens da sociedade.

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§ 2º Incumbe ao sócio que alegar o benefício do § 1º nomear quantos


bens da sociedade situados na mesma comarca, livres e desembargados,
bastem para pagar o débito.
§ 3º O sócio que pagar a dívida poderá executar a sociedade nos autos do
mesmo processo.
§ 4º Para a desconsideração da personalidade jurídica é obrigatória a ob-
servância do incidente previsto neste Código.
Art. 796. O espólio responde pelas dívidas do falecido, mas, feita a parti-
lha, cada herdeiro responde por elas dentro das forças da herança e na pro-
porção da parte que lhe coube.

TÍTULO II 
DAS DIVERSAS ESPÉCIES DE EXECUÇÃO
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 797. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar


o concurso universal, realiza-se a execução no interesse do exequente que
adquire, pela penhora, o direito de preferência sobre os bens penhorados.
Parágrafo único. Recaindo mais de uma penhora sobre o mesmo bem,
cada exequente conservará o seu título de preferência.
Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente:
I – instruir a petição inicial com:
a) o título executivo extrajudicial;
b) o demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da ação,
quando se tratar de execução por quantia certa;
c) a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso;
d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe
corresponde ou que lhe assegura o cumprimento, se o executado não for

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obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do


exequente;
II – indicar:
a) a espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um
modo puder ser realizada;
b) os nomes completos do exequente e do executado e seus números de
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica;
c) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível.
Parágrafo único. O demonstrativo do débito deverá conter:
I – o índice de correção monetária adotado;
II – a taxa de juros aplicada;
III – os termos inicial e final de incidência do índice de correção monetária
e da taxa de juros utilizados;
IV – a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
V – a especificação de desconto obrigatório realizado.
Art. 799. Incumbe ainda ao exequente:
I – requerer a intimação do credor pignoratício, hipotecário, anticrético ou
fiduciário, quando a penhora recair sobre bens gravados por penhor, hipoteca,
anticrese ou alienação fiduciária;
II – requerer a intimação do titular de usufruto, uso ou habitação, quando
a penhora recair sobre bem gravado por usufruto, uso ou habitação;
III – requerer a intimação do promitente comprador, quando a penhora recair
sobre bem em relação ao qual haja promessa de compra e venda registrada;
IV – requerer a intimação do promitente vendedor, quando a penhora recair
sobre direito aquisitivo derivado de promessa de compra e venda registrada;
V – requerer a intimação do superficiário, enfiteuta ou concessionário, em
caso de direito de superfície, enfiteuse, concessão de uso especial para fins de
moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre
imóvel submetido ao regime do direito de superfície, enfiteuse ou concessão;

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VI – requerer a intimação do proprietário de terreno com regime de direito


de superfície, enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia ou
concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre direitos do
superficiário, do enfiteuta ou do concessionário;
VII – requerer a intimação da sociedade, no caso de penhora de quo-
ta social ou de ação de sociedade anônima fechada, para o fim previsto no
art. 876, § 7º ;
VIII – pleitear, se for o caso, medidas urgentes;
IX – proceder à averbação em registro público do ato de propositura da
execução e dos atos de constrição realizados, para conhecimento de terceiros.
X – requerer a intimação do titular da construção-base, bem como, se for
o caso, do titular de lajes anteriores, quando a penhora recair sobre o direito
real de laje; (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)
XI – requerer a intimação do titular das lajes, quando a penhora recair
sobre a construção-base. (Incluído pela Lei n. 13.465, de 2017)
Art. 800. Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao deve-
dor, esse será citado para exercer a opção e realizar a prestação dentro de
10 (dez) dias, se outro prazo não lhe foi determinado em lei ou em contrato.
§ 1º Devolver-se-á ao credor a opção, se o devedor não a exercer no prazo
determinado.
§ 2º A escolha será indicada na petição inicial da execução quando couber
ao credor exercê-la.
Art. 801. Verificando que a petição inicial está incompleta ou que não está
acompanhada dos documentos indispensáveis à propositura da execução, o
juiz determinará que o exequente a corrija, no prazo de 15 (quinze) dias, sob
pena de indeferimento.
Art. 802. Na execução, o despacho que ordena a citação, desde que rea-
lizada em observância ao disposto no § 2º do art. 240 , interrompe a prescri-
ção, ainda que proferido por juízo incompetente.
Parágrafo único. A interrupção da prescrição retroagirá à data de proposi-
tura da ação.

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Art. 803. É nula a execução se:


I – o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa,
líquida e exigível;
II – o executado não for regularmente citado;
III – for instaurada antes de se verificar a condição ou de ocorrer o termo.
Parágrafo único. A nulidade de que cuida este artigo será pronunciada pelo
juiz, de ofício ou a requerimento da parte, independentemente de embargos
à execução.
Art. 804. A alienação de bem gravado por penhor, hipoteca ou anticrese
será ineficaz em relação ao credor pignoratício, hipotecário ou anticrético não
intimado.
§ 1º A alienação de bem objeto de promessa de compra e venda ou de
cessão registrada será ineficaz em relação ao promitente comprador ou ao
cessionário não intimado.
§ 2º A alienação de bem sobre o qual tenha sido instituído direito de su-
perfície, seja do solo, da plantação ou da construção, será ineficaz em relação
ao concedente ou ao concessionário não intimado.
§ 3º A alienação de direito aquisitivo de bem objeto de promessa de ven-
da, de promessa de cessão ou de alienação fiduciária será ineficaz em relação
ao promitente vendedor, ao promitente cedente ou ao proprietário fiduciário
não intimado.
§ 4º A alienação de imóvel sobre o qual tenha sido instituída enfiteuse,
concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real de
uso será ineficaz em relação ao enfiteuta ou ao concessionário não intimado.
§ 5º A alienação de direitos do enfiteuta, do concessionário de direito real
de uso ou do concessionário de uso especial para fins de moradia será ineficaz
em relação ao proprietário do respectivo imóvel não intimado.
§ 6º A alienação de bem sobre o qual tenha sido instituído usufruto, uso ou
habitação será ineficaz em relação ao titular desses direitos reais não intimado.
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execu-
ção, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.

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Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais


gravosa incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob
pena de manutenção dos atos executivos já determinados.

CAPÍTULO II 
DA EXECUÇÃO PARA A ENTREGA DE COISA
Seção I 
Da Entrega de Coisa Certa

Art. 806. O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de


título executivo extrajudicial, será citado para, em 15 (quinze) dias, satisfazer
a obrigação.
§ 1º Ao despachar a inicial, o juiz poderá fixar multa por dia de atraso
no cumprimento da obrigação, ficando o respectivo valor sujeito a alteração,
caso se revele insuficiente ou excessivo.
§ 2º Do mandado de citação constará ordem para imissão na posse ou
busca e apreensão, conforme se tratar de bem imóvel ou móvel, cujo cum-
primento se dará de imediato, se o executado não satisfizer a obrigação no
prazo que lhe foi designado.
Art. 807. Se o executado entregar a coisa, será lavrado o termo respec-
tivo e considerada satisfeita a obrigação, prosseguindo-se a execução para o
pagamento de frutos ou o ressarcimento de prejuízos, se houver.
Art. 808. Alienada a coisa quando já litigiosa, será expedido mandado
contra o terceiro adquirente, que somente será ouvido após depositá-la.
Art. 809. O exequente tem direito a receber, além de perdas e danos, o
valor da coisa, quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, não for en-
contrada ou não for reclamada do poder de terceiro adquirente.
§ 1º Não constando do título o valor da coisa e sendo impossível sua avalia-
ção, o exequente apresentará estimativa, sujeitando-a ao arbitramento judicial.
§ 2º Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os prejuízos.

1660
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 810. Havendo benfeitorias indenizáveis feitas na coisa pelo executa-


do ou por terceiros de cujo poder ela houver sido tirada, a liquidação prévia
é obrigatória.
Parágrafo único. Havendo saldo:
I – em favor do executado ou de terceiros, o exequente o depositará ao
requerer a entrega da coisa;
II – em favor do exequente, esse poderá cobrá-lo nos autos do mesmo
processo.

Seção II 
Da Entrega de Coisa Incerta

Art. 811. Quando a execução recair sobre coisa determinada pelo gênero
e pela quantidade, o executado será citado para entregá-la individualizada,
se lhe couber a escolha.
Parágrafo único. Se a escolha couber ao exequente, esse deverá indicá-la
na petição inicial.
Art. 812. Qualquer das partes poderá, no prazo de 15 (quinze) dias, im-
pugnar a escolha feita pela outra, e o juiz decidirá de plano ou, se necessário,
ouvindo perito de sua nomeação.
Art. 813. Aplicar-se-ão à execução para entrega de coisa incerta, no que
couber, as disposições da Seção I deste Capítulo.

CAPÍTULO III 
DA EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER OU DE NÃO FAZER
Seção I 
Disposições Comuns

Art. 814. Na execução de obrigação de fazer ou de não fazer fundada em


título extrajudicial, ao despachar a inicial, o juiz fixará multa por período de
atraso no cumprimento da obrigação e a data a partir da qual será devida.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. Se o valor da multa estiver previsto no título e for exces-

sivo, o juiz poderá reduzi-lo.

Seção II 

Da Obrigação de Fazer

Art. 815. Quando o objeto da execução for obrigação de fazer, o executa-

do será citado para satisfazê-la no prazo que o juiz lhe designar, se outro não

estiver determinado no título executivo.

Art. 816. Se o executado não satisfizer a obrigação no prazo designado,

é lícito ao exequente, nos próprios autos do processo, requerer a satisfação

da obrigação à custa do executado ou perdas e danos, hipótese em que se

converterá em indenização.

Parágrafo único. O valor das perdas e danos será apurado em liquidação,

seguindo-se a execução para cobrança de quantia certa.

Art. 817. Se a obrigação puder ser satisfeita por terceiro, é lícito ao juiz

autorizar, a requerimento do exequente, que aquele a satisfaça à custa do

executado.

Parágrafo único. O exequente adiantará as quantias previstas na proposta

que, ouvidas as partes, o juiz houver aprovado.

Art. 818. Realizada a prestação, o juiz ouvirá as partes no prazo de 10

(dez) dias e, não havendo impugnação, considerará satisfeita a obrigação.

Parágrafo único. Caso haja impugnação, o juiz a decidirá.

Art. 819. Se o terceiro contratado não realizar a prestação no prazo ou

se o fizer de modo incompleto ou defeituoso, poderá o exequente requerer ao

juiz, no prazo de 15 (quinze) dias, que o autorize a concluí-la ou a repará-la

à custa do contratante.

1662
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. Ouvido o contratante no prazo de 15 (quinze) dias, o juiz

mandará avaliar o custo das despesas necessárias e o condenará a pagá-lo.

Art. 820. Se o exequente quiser executar ou mandar executar, sob sua

direção e vigilância, as obras e os trabalhos necessários à realização da

prestação, terá preferência, em igualdade de condições de oferta, em rela-

ção ao terceiro.

Parágrafo único. O direito de preferência deverá ser exercido no prazo de

5 (cinco) dias, após aprovada a proposta do terceiro.

Art. 821. Na obrigação de fazer, quando se convencionar que o executado

a satisfaça pessoalmente, o exequente poderá requerer ao juiz que lhe assine

prazo para cumpri-la.

Parágrafo único. Havendo recusa ou mora do executado, sua obrigação

pessoal será convertida em perdas e danos, caso em que se observará o pro-

cedimento de execução por quantia certa.

Seção III 

Da Obrigação de Não Fazer

Art. 822. Se o executado praticou ato a cuja abstenção estava obrigado

por lei ou por contrato, o exequente requererá ao juiz que assine prazo ao

executado para desfazê-lo.

Art. 823. Havendo recusa ou mora do executado, o exequente requererá

ao juiz que mande desfazer o ato à custa daquele, que responderá por perdas

e danos.

Parágrafo único. Não sendo possível desfazer-se o ato, a obrigação resol-

ve-se em perdas e danos, caso em que, após a liquidação, se observará o

procedimento de execução por quantia certa.

1663
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO IV 
DA EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA
Seção I 
Disposições Gerais

Art. 824. A execução por quantia certa realiza-se pela expropriação de


bens do executado, ressalvadas as execuções especiais.
Art. 825. A expropriação consiste em:
I – adjudicação;
II – alienação;
III – apropriação de frutos e rendimentos de empresa ou de estabeleci-
mentos e de outros bens.
Art. 826. Antes de adjudicados ou alienados os bens, o executado pode,
a todo tempo, remir a execução, pagando ou consignando a importância atu-
alizada da dívida, acrescida de juros, custas e honorários advocatícios.

Seção II 
Da Citação do Devedor e do Arresto

Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários ad-


vocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo executado.
§ 1º No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos
honorários advocatícios será reduzido pela metade.
§ 2º O valor dos honorários poderá ser elevado até vinte por cento, quan-
do rejeitados os embargos à execução, podendo a majoração, caso não opos-
tos os embargos, ocorrer ao final do procedimento executivo, levando-se em
conta o trabalho realizado pelo advogado do exequente.
Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execução foi ad-
mitida pelo juiz, com identificação das partes e do valor da causa, para fins

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de averbação no registro de imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a


penhora, arresto ou indisponibilidade.
§ 1º No prazo de 10 (dez) dias de sua concretização, o exequente deverá
comunicar ao juízo as averbações efetivadas.
§ 2º Formalizada penhora sobre bens suficientes para cobrir o valor da
dívida, o exequente providenciará, no prazo de 10 (dez) dias, o cancelamento
das averbações relativas àqueles não penhorados.
§ 3º O juiz determinará o cancelamento das averbações, de ofício ou a
requerimento, caso o exequente não o faça no prazo.
§ 4º Presume-se em fraude à execução a alienação ou a oneração de bens
efetuada após a averbação.
§ 5º O exequente que promover averbação manifestamente indevida ou
não cancelar as averbações nos termos do § 2º indenizará a parte contrária,
processando-se o incidente em autos apartados.
Art. 829. O executado será citado para pagar a dívida no prazo de 3 (três)
dias, contado da citação.
§ 1º Do mandado de citação constarão, também, a ordem de penhora e a
avaliação a serem cumpridas pelo oficial de justiça tão logo verificado o não
pagamento no prazo assinalado, de tudo lavrando-se auto, com intimação do
executado.
§ 2º A penhora recairá sobre os bens indicados pelo exequente, salvo se
outros forem indicados pelo executado e aceitos pelo juiz, mediante demons-
tração de que a constrição proposta lhe será menos onerosa e não trará pre-
juízo ao exequente.
Art. 830. Se o oficial de justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-á
tantos bens quantos bastem para garantir a execução.
§ 1º Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de
justiça procurará o executado 2 (duas) vezes em dias distintos e, havendo
suspeita de ocultação, realizará a citação com hora certa, certificando porme-
norizadamente o ocorrido.

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§ 2º Incumbe ao exequente requerer a citação por edital, uma vez frus-


tradas a pessoal e a com hora certa.
§ 3º Aperfeiçoada a citação e transcorrido o prazo de pagamento, o arres-
to converter-se-á em penhora, independentemente de termo.

Seção III 
Da Penhora, do Depósito e da Avaliação
Subseção I 
Do Objeto da Penhora

Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para
o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários
advocatícios.
Art. 832. Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera im-
penhoráveis ou inalienáveis.
Art. 833. São impenhoráveis:
I – os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos
à execução;
II – os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a
residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as
necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;
III – os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado,
salvo se de elevado valor;
IV – os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunera-
ções, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios,
bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao
sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e
os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º ;

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V – os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumen-


tos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do
executado;
VI – o seguro de vida;
VII – os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas
forem penhoradas;
VIII – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que tra-
balhada pela família;
IX – os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplica-
ção compulsória em educação, saúde ou assistência social;
X – a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40
(quarenta) salários-mínimos;
XI – os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido políti-
co, nos termos da lei;
XII – os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regi-
me de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao
próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição.
§ 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de
penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de
sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-
-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, §
8º , e no art. 529, § 3º .
§ 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os
equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pes-
soa física ou a empresa individual produtora rural, exceto quando tais bens
tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a
negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, tra-
balhista ou previdenciária.
Art. 834. Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e os
rendimentos dos bens inalienáveis.

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Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:


I – dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição
financeira;
II – títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal
com cotação em mercado;
III – títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
IV – veículos de via terrestre;
V – bens imóveis;
VI – bens móveis em geral;
VII – semoventes;
VIII – navios e aeronaves;
IX – ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
X – percentual do faturamento de empresa devedora;
XI – pedras e metais preciosos;
XII – direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de
alienação fiduciária em garantia;
XIII – outros direitos.
§ 1º É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hi-
póteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias
do caso concreto.
§ 2º Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fian-
ça bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao
do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.
§ 3º Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre
a coisa dada em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, este
também será intimado da penhora.
Art. 836. Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o
produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo
pagamento das custas da execução.

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§ 1º Quando não encontrar bens penhoráveis, independentemente de de-


terminação judicial expressa, o oficial de justiça descreverá na certidão os
bens que guarnecem a residência ou o estabelecimento do executado, quan-
do este for pessoa jurídica.
§ 2º Elaborada a lista, o executado ou seu representante legal será no-
meado depositário provisório de tais bens até ulterior determinação do juiz.

Subseção II 
Da Documentação da Penhora, de seu Registro e do Depósito

Art. 837. Obedecidas as normas de segurança instituídas sob critérios


uniformes pelo Conselho Nacional de Justiça, a penhora de dinheiro e as aver-
bações de penhoras de bens imóveis e móveis podem ser realizadas por meio
eletrônico.
Art. 838. A penhora será realizada mediante auto ou termo, que conterá:
I – a indicação do dia, do mês, do ano e do lugar em que foi feita;
II – os nomes do exequente e do executado;
III – a descrição dos bens penhorados, com as suas características;
IV – a nomeação do depositário dos bens.
Art. 839. Considerar-se-á feita a penhora mediante a apreensão e o de-
pósito dos bens, lavrando-se um só auto se as diligências forem concluídas
no mesmo dia.
Parágrafo único. Havendo mais de uma penhora, serão lavrados autos in-
dividuais.
Art. 840. Serão preferencialmente depositados:
I – as quantias em dinheiro, os papéis de crédito e as pedras e os metais
preciosos, no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal ou em banco do
qual o Estado ou o Distrito Federal possua mais da metade do capital social
integralizado, ou, na falta desses estabelecimentos, em qualquer instituição
de crédito designada pelo juiz;

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II – os móveis, os semoventes, os imóveis urbanos e os direitos aquisiti-


vos sobre imóveis urbanos, em poder do depositário judicial;
III – os imóveis rurais, os direitos aquisitivos sobre imóveis rurais, as
máquinas, os utensílios e os instrumentos necessários ou úteis à atividade
agrícola, mediante caução idônea, em poder do executado.
§ 1º No caso do inciso II do caput , se não houver depositário judicial, os
bens ficarão em poder do exequente.
§ 2º Os bens poderão ser depositados em poder do executado nos casos
de difícil remoção ou quando anuir o exequente.
§ 3º As joias, as pedras e os objetos preciosos deverão ser depositados
com registro do valor estimado de resgate.
Art. 841. Formalizada a penhora por qualquer dos meios legais, dela será
imediatamente intimado o executado.
§ 1º A intimação da penhora será feita ao advogado do executado ou à
sociedade de advogados a que aquele pertença.
§ 2º Se não houver constituído advogado nos autos, o executado será in-
timado pessoalmente, de preferência por via postal.
§ 3º O disposto no § 1º não se aplica aos casos de penhora realizada na
presença do executado, que se reputa intimado.
§ 4º Considera-se realizada a intimação a que se refere o § 2º quando
o executado houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo,
observado o disposto no parágrafo único do art. 274 .
Art. 842. Recaindo a penhora sobre bem imóvel ou direito real sobre imó-
vel, será intimado também o cônjuge do executado, salvo se forem casados
em regime de separação absoluta de bens.
Art. 843. Tratando-se de penhora de bem indivisível, o equivalente à quo-
ta-parte do coproprietário ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o
produto da alienação do bem.
§ 1º É reservada ao coproprietário ou ao cônjuge não executado a prefe-
rência na arrematação do bem em igualdade de condições.

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§ 2º Não será levada a efeito expropriação por preço inferior ao da ava-


liação na qual o valor auferido seja incapaz de garantir, ao coproprietário ou
ao cônjuge alheio à execução, o correspondente à sua quota-parte calculado
sobre o valor da avaliação.
Art. 844. Para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, cabe
ao exequente providenciar a averbação do arresto ou da penhora no registro
competente, mediante apresentação de cópia do auto ou do termo, indepen-
dentemente de mandado judicial.

Subseção III 
Do Lugar de Realização da Penhora

Art. 845. Efetuar-se-á a penhora onde se encontrem os bens, ainda que


sob a posse, a detenção ou a guarda de terceiros.
§ 1º A penhora de imóveis, independentemente de onde se localizem,
quando apresentada certidão da respectiva matrícula, e a penhora de veículos
automotores, quando apresentada certidão que ateste a sua existência, serão
realizadas por termo nos autos.
§ 2º Se o executado não tiver bens no foro do processo, não sendo possí-
vel a realização da penhora nos termos do § 1º, a execução será feita por car-
ta, penhorando-se, avaliando-se e alienando-se os bens no foro da situação.
Art. 846. Se o executado fechar as portas da casa a fim de obstar a pe-
nhora dos bens, o oficial de justiça comunicará o fato ao juiz, solicitando-lhe
ordem de arrombamento.
§ 1 o Deferido o pedido, 2 (dois) oficiais de justiça cumprirão o mandado,
arrombando cômodos e móveis em que se presuma estarem os bens, e lavra-
rão de tudo auto circunstanciado, que será assinado por 2 (duas) testemu-
nhas presentes à diligência.
§ 2º Sempre que necessário, o juiz requisitará força policial, a fim de au-
xiliar os oficiais de justiça na penhora dos bens.

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§ 3º Os oficiais de justiça lavrarão em duplicata o auto da ocorrência, en-


tregando uma via ao escrivão ou ao chefe de secretaria, para ser juntada aos
autos, e a outra à autoridade policial a quem couber a apuração criminal dos
eventuais delitos de desobediência ou de resistência.
§ 4º Do auto da ocorrência constará o rol de testemunhas, com a respec-
tiva qualificação.

Subseção IV 
Das Modificações da Penhora

Art. 847. O executado pode, no prazo de 10 (dez) dias contado da in-


timação da penhora, requerer a substituição do bem penhorado, desde que
comprove que lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente.
§ 1º O juiz só autorizará a substituição se o executado:
I – comprovar as respectivas matrículas e os registros por certidão do cor-
respondente ofício, quanto aos bens imóveis;
II – descrever os bens móveis, com todas as suas propriedades e caracte-
rísticas, bem como o estado deles e o lugar onde se encontram;
III – descrever os semoventes, com indicação de espécie, de número, de
marca ou sinal e do local onde se encontram;
IV – identificar os créditos, indicando quem seja o devedor, qual a origem
da dívida, o título que a representa e a data do vencimento; e
V – atribuir, em qualquer caso, valor aos bens indicados à penhora, além
de especificar os ônus e os encargos a que estejam sujeitos.
§ 2º Requerida a substituição do bem penhorado, o executado deve in-
dicar onde se encontram os bens sujeitos à execução, exibir a prova de sua
propriedade e a certidão negativa ou positiva de ônus, bem como abster-se
de qualquer atitude que dificulte ou embarace a realização da penhora.
§ 3º O executado somente poderá oferecer bem imóvel em substituição
caso o requeira com a expressa anuência do cônjuge, salvo se o regime for o
de separação absoluta de bens.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 4º O juiz intimará o exequente para manifestar-se sobre o requerimento


de substituição do bem penhorado.
Art. 848. As partes poderão requerer a substituição da penhora se:
I – ela não obedecer à ordem legal;
II – ela não incidir sobre os bens designados em lei, contrato ou ato judi-
cial para o pagamento;
III – havendo bens no foro da execução, outros tiverem sido penhorados;
IV – havendo bens livres, ela tiver recaído sobre bens já penhorados ou
objeto de gravame;
V – ela incidir sobre bens de baixa liquidez;
VI – fracassar a tentativa de alienação judicial do bem; ou
VII – o executado não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer das in-
dicações previstas em lei.
Parágrafo único. A penhora pode ser substituída por fiança bancária ou
por seguro garantia judicial, em valor não inferior ao do débito constante da
inicial, acrescido de trinta por cento.
Art. 849. Sempre que ocorrer a substituição dos bens inicialmente penho-
rados, será lavrado novo termo.
Art. 850. Será admitida a redução ou a ampliação da penhora, bem como
sua transferência para outros bens, se, no curso do processo, o valor de mer-
cado dos bens penhorados sofrer alteração significativa.
Art. 851. Não se procede à segunda penhora, salvo se:
I – a primeira for anulada;
II – executados os bens, o produto da alienação não bastar para o paga-
mento do exequente;
III – o exequente desistir da primeira penhora, por serem litigiosos os
bens ou por estarem submetidos a constrição judicial.
Art. 852. O juiz determinará a alienação antecipada dos bens penhorados
quando:
I – se tratar de veículos automotores, de pedras e metais preciosos e de
outros bens móveis sujeitos à depreciação ou à deterioração;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – houver manifesta vantagem.


Art. 853. Quando uma das partes requerer alguma das medidas previstas
nesta Subseção, o juiz ouvirá sempre a outra, no prazo de 3 (três) dias, antes
de decidir.
Parágrafo único. O juiz decidirá de plano qualquer questão suscitada.

Subseção V 
Da Penhora de Dinheiro em Depósito ou em Aplicação Financeira

Art. 854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em apli-


cação financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia
do ato ao executado, determinará às instituições financeiras, por meio de
sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro
nacional, que torne indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do
executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na execução.
§ 1º No prazo de 24 (vinte e quatro) horas a contar da resposta, de ofício,
o juiz determinará o cancelamento de eventual indisponibilidade excessiva, o
que deverá ser cumprido pela instituição financeira em igual prazo.
§ 2º Tornados indisponíveis os ativos financeiros do executado, este será
intimado na pessoa de seu advogado ou, não o tendo, pessoalmente.
§ 3º Incumbe ao executado, no prazo de 5 (cinco) dias, comprovar que:
I – as quantias tornadas indisponíveis são impenhoráveis;
II – ainda remanesce indisponibilidade excessiva de ativos financeiros.
§ 4º Acolhida qualquer das arguições dos incisos I e II do § 3º, o juiz de-
terminará o cancelamento de eventual indisponibilidade irregular ou exces-
siva, a ser cumprido pela instituição financeira em 24 (vinte e quatro) horas.
§ 5º Rejeitada ou não apresentada a manifestação do executado, con-
verter-se-á a indisponibilidade em penhora, sem necessidade de lavratura
de termo, devendo o juiz da execução determinar à instituição financeira
depositária que, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, transfira o montante
indisponível para conta vinculada ao juízo da execução.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 6º Realizado o pagamento da dívida por outro meio, o juiz determinará,


imediatamente, por sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do
sistema financeiro nacional, a notificação da instituição financeira para que,
em até 24 (vinte e quatro) horas, cancele a indisponibilidade.
§ 7º As transmissões das ordens de indisponibilidade, de seu cancelamen-
to e de determinação de penhora previstas neste artigo far-se-ão por meio de
sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro
nacional.
§ 8º A instituição financeira será responsável pelos prejuízos causados ao
executado em decorrência da indisponibilidade de ativos financeiros em va-
lor superior ao indicado na execução ou pelo juiz, bem como na hipótese de
não cancelamento da indisponibilidade no prazo de 24 (vinte e quatro) horas,
quando assim determinar o juiz.
§ 9º Quando se tratar de execução contra partido político, o juiz, a re-
querimento do exequente, determinará às instituições financeiras, por meio
de sistema eletrônico gerido por autoridade supervisora do sistema bancário,
que tornem indisponíveis ativos financeiros somente em nome do órgão parti-
dário que tenha contraído a dívida executada ou que tenha dado causa à vio-
lação de direito ou ao dano, ao qual cabe exclusivamente a responsabilidade
pelos atos praticados, na forma da lei.

Subseção VI 
Da Penhora de Créditos

Art. 855. Quando recair em crédito do executado, enquanto não ocorrer a


hipótese prevista no art. 856 , considerar-se-á feita a penhora pela intimação:
I – ao terceiro devedor para que não pague ao executado, seu credor;
II – ao executado, credor do terceiro, para que não pratique ato de dispo-
sição do crédito.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 856. A penhora de crédito representado por letra de câmbio, nota


promissória, duplicata, cheque ou outros títulos far-se-á pela apreensão do
documento, esteja ou não este em poder do executado.
§ 1º Se o título não for apreendido, mas o terceiro confessar a dívida, será
este tido como depositário da importância.
§ 2º O terceiro só se exonerará da obrigação depositando em juízo a im-
portância da dívida.
§ 3º Se o terceiro negar o débito em conluio com o executado, a quitação
que este lhe der caracterizará fraude à execução.
§ 4º A requerimento do exequente, o juiz determinará o comparecimento,
em audiência especialmente designada, do executado e do terceiro, a fim de
lhes tomar os depoimentos.
Art. 857. Feita a penhora em direito e ação do executado, e não tendo ele
oferecido embargos ou sendo estes rejeitados, o exequente ficará sub-rogado
nos direitos do executado até a concorrência de seu crédito.
§ 1º O exequente pode preferir, em vez da sub-rogação, a alienação judi-
cial do direito penhorado, caso em que declarará sua vontade no prazo de 10
(dez) dias contado da realização da penhora.
§ 2º A sub-rogação não impede o sub-rogado, se não receber o crédito
do executado, de prosseguir na execução, nos mesmos autos, penhorando
outros bens.
Art. 858. Quando a penhora recair sobre dívidas de dinheiro a juros, de
direito a rendas ou de prestações periódicas, o exequente poderá levantar os
juros, os rendimentos ou as prestações à medida que forem sendo deposita-
dos, abatendo-se do crédito as importâncias recebidas, conforme as regras
de imputação do pagamento.
Art. 859. Recaindo a penhora sobre direito a prestação ou a restituição de
coisa determinada, o executado será intimado para, no vencimento, deposi-
tá-la, correndo sobre ela a execução.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 860. Quando o direito estiver sendo pleiteado em juízo, a penhora


que recair sobre ele será averbada, com destaque, nos autos pertinentes ao
direito e na ação correspondente à penhora, a fim de que esta seja efetivada
nos bens que forem adjudicados ou que vierem a caber ao executado.

Subseção VII 
Da Penhora das Quotas ou das Ações de Sociedades Personificadas

Art. 861. Penhoradas as quotas ou as ações de sócio em sociedade sim-


ples ou empresária, o juiz assinará prazo razoável, não superior a 3 (três)
meses, para que a sociedade:
I – apresente balanço especial, na forma da lei;
II – ofereça as quotas ou as ações aos demais sócios, observado o direito
de preferência legal ou contratual;
III – não havendo interesse dos sócios na aquisição das ações, proceda à
liquidação das quotas ou das ações, depositando em juízo o valor apurado,
em dinheiro.
§ 1º Para evitar a liquidação das quotas ou das ações, a sociedade poderá
adquiri-las sem redução do capital social e com utilização de reservas, para
manutenção em tesouraria.
§ 2º O disposto no caput e no § 1º não se aplica à sociedade anônima de
capital aberto, cujas ações serão adjudicadas ao exequente ou alienadas em
bolsa de valores, conforme o caso.
§ 3º Para os fins da liquidação de que trata o inciso III do caput , o juiz po-
derá, a requerimento do exequente ou da sociedade, nomear administrador,
que deverá submeter à aprovação judicial a forma de liquidação.
§ 4º O prazo previsto no caput poderá ser ampliado pelo juiz, se o paga-
mento das quotas ou das ações liquidadas:
I – superar o valor do saldo de lucros ou reservas, exceto a legal, e sem
diminuição do capital social, ou por doação; ou

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – colocar em risco a estabilidade financeira da sociedade simples ou


empresária.
§ 5º Caso não haja interesse dos demais sócios no exercício de direito de
preferência, não ocorra a aquisição das quotas ou das ações pela sociedade
e a liquidação do inciso III do caput seja excessivamente onerosa para a so-
ciedade, o juiz poderá determinar o leilão judicial das quotas ou das ações.

Subseção VIII 
Da Penhora de Empresa, de Outros Estabelecimentos
e de Semoventes

Art. 862. Quando a penhora recair em estabelecimento comercial, in-


dustrial ou agrícola, bem como em semoventes, plantações ou edifícios em
construção, o juiz nomeará administrador-depositário, determinando-lhe que
apresente em 10 (dez) dias o plano de administração.
§ 1º Ouvidas as partes, o juiz decidirá.
§ 2º É lícito às partes ajustar a forma de administração e escolher o depo-
sitário, hipótese em que o juiz homologará por despacho a indicação.
§ 3º Em relação aos edifícios em construção sob regime de incorporação
imobiliária, a penhora somente poderá recair sobre as unidades imobiliárias
ainda não comercializadas pelo incorporador.
§ 4º Sendo necessário afastar o incorporador da administração da incor-
poração, será ela exercida pela comissão de representantes dos adquirentes
ou, se se tratar de construção financiada, por empresa ou profissional indica-
do pela instituição fornecedora dos recursos para a obra, devendo ser ouvida,
neste último caso, a comissão de representantes dos adquirentes.
Art. 863. A penhora de empresa que funcione mediante concessão ou
autorização far-se-á, conforme o valor do crédito, sobre a renda, sobre deter-
minados bens ou sobre todo o patrimônio, e o juiz nomeará como depositário,
de preferência, um de seus diretores.

1678
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º Quando a penhora recair sobre a renda ou sobre determinados bens,


o administrador-depositário apresentará a forma de administração e o esque-
ma de pagamento, observando-se, quanto ao mais, o disposto em relação ao
regime de penhora de frutos e rendimentos de coisa móvel e imóvel.
§ 2º Recaindo a penhora sobre todo o patrimônio, prosseguirá a execução
em seus ulteriores termos, ouvindo-se, antes da arrematação ou da adjudi-
cação, o ente público que houver outorgado a concessão.
Art. 864. A penhora de navio ou de aeronave não obsta que continuem
navegando ou operando até a alienação, mas o juiz, ao conceder a autoriza-
ção para tanto, não permitirá que saiam do porto ou do aeroporto antes que
o executado faça o seguro usual contra riscos.
Art. 865. A penhora de que trata esta Subseção somente será determina-
da se não houver outro meio eficaz para a efetivação do crédito.

Subseção IX 
Da Penhora de Percentual de Faturamento de Empresa

Art. 866. Se o executado não tiver outros bens penhoráveis ou se, ten-
do-os, esses forem de difícil alienação ou insuficientes para saldar o crédito
executado, o juiz poderá ordenar a penhora de percentual de faturamento de
empresa.
§ 1º O juiz fixará percentual que propicie a satisfação do crédito exequen-
do em tempo razoável, mas que não torne inviável o exercício da atividade
empresarial.
§ 2º O juiz nomeará administrador-depositário, o qual submeterá à apro-
vação judicial a forma de sua atuação e prestará contas mensalmente, entre-
gando em juízo as quantias recebidas, com os respectivos balancetes men-
sais, a fim de serem imputadas no pagamento da dívida.
§ 3º Na penhora de percentual de faturamento de empresa, observar-se-
-á, no que couber, o disposto quanto ao regime de penhora de frutos e rendi-
mentos de coisa móvel e imóvel.

1679
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Subseção X 
Da Penhora de Frutos e Rendimentos de Coisa Móvel ou Imóvel

Art. 867. O juiz pode ordenar a penhora de frutos e rendimentos de coisa


móvel ou imóvel quando a considerar mais eficiente para o recebimento do
crédito e menos gravosa ao executado.
Art. 868. Ordenada a penhora de frutos e rendimentos, o juiz nomeará
administrador-depositário, que será investido de todos os poderes que con-
cernem à administração do bem e à fruição de seus frutos e utilidades, per-
dendo o executado o direito de gozo do bem, até que o exequente seja pago
do principal, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios.
§ 1º A medida terá eficácia em relação a terceiros a partir da publicação
da decisão que a conceda ou de sua averbação no ofício imobiliário, em caso
de imóveis.
§ 2º O exequente providenciará a averbação no ofício imobiliário median-
te a apresentação de certidão de inteiro teor do ato, independentemente de
mandado judicial.
Art. 869. O juiz poderá nomear administrador-depositário o exequente
ou o executado, ouvida a parte contrária, e, não havendo acordo, nomeará
profissional qualificado para o desempenho da função.
§ 1º O administrador submeterá à aprovação judicial a forma de adminis-
tração e a de prestar contas periodicamente.
§ 2º Havendo discordância entre as partes ou entre essas e o administra-
dor, o juiz decidirá a melhor forma de administração do bem.
§ 3º Se o imóvel estiver arrendado, o inquilino pagará o aluguel direta-
mente ao exequente, salvo se houver administrador.
§ 4º O exequente ou o administrador poderá celebrar locação do móvel ou
do imóvel, ouvido o executado.
§ 5º As quantias recebidas pelo administrador serão entregues ao exe-
quente, a fim de serem imputadas ao pagamento da dívida.

1680
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 6º O exequente dará ao executado, por termo nos autos, quitação das


quantias recebidas.

Subseção XI 
Da Avaliação

Art. 870. A avaliação será feita pelo oficial de justiça.


Parágrafo único. Se forem necessários conhecimentos especializados e o
valor da execução o comportar, o juiz nomeará avaliador, fixando-lhe prazo
não superior a 10 (dez) dias para entrega do laudo.
Art. 871. Não se procederá à avaliação quando:
I – uma das partes aceitar a estimativa feita pela outra;
II – se tratar de títulos ou de mercadorias que tenham cotação em bolsa,
comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial;
III – se tratar de títulos da dívida pública, de ações de sociedades e de
títulos de crédito negociáveis em bolsa, cujo valor será o da cotação oficial do
dia, comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial;
IV – se tratar de veículos automotores ou de outros bens cujo preço médio
de mercado possa ser conhecido por meio de pesquisas realizadas por órgãos
oficiais ou de anúncios de venda divulgados em meios de comunicação, caso
em que caberá a quem fizer a nomeação o encargo de comprovar a cotação
de mercado.
Parágrafo único. Ocorrendo a hipótese do inciso I deste artigo, a avaliação
poderá ser realizada quando houver fundada dúvida do juiz quanto ao real
valor do bem.
Art. 872. A avaliação realizada pelo oficial de justiça constará de vistoria
e de laudo anexados ao auto de penhora ou, em caso de perícia realizada por
avaliador, de laudo apresentado no prazo fixado pelo juiz, devendo-se, em
qualquer hipótese, especificar:
I – os bens, com as suas características, e o estado em que se encontram;
II – o valor dos bens.

1681
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Quando o imóvel for suscetível de cômoda divisão, a avaliação, tendo em


conta o crédito reclamado, será realizada em partes, sugerindo-se, com a apre-
sentação de memorial descritivo, os possíveis desmembramentos para alienação.
§ 2º Realizada a avaliação e, sendo o caso, apresentada a proposta de
desmembramento, as partes serão ouvidas no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 873. É admitida nova avaliação quando:
I – qualquer das partes arguir, fundamentadamente, a ocorrência de erro
na avaliação ou dolo do avaliador;
II – se verificar, posteriormente à avaliação, que houve majoração ou di-
minuição no valor do bem;
III – o juiz tiver fundada dúvida sobre o valor atribuído ao bem na primeira
avaliação.
Parágrafo único. Aplica-se o art. 480 à nova avaliação prevista no inciso
III do caput deste artigo.
Art. 874. Após a avaliação, o juiz poderá, a requerimento do interessado
e ouvida a parte contrária, mandar:
I – reduzir a penhora aos bens suficientes ou transferi-la para outros, se
o valor dos bens penhorados for consideravelmente superior ao crédito do
exequente e dos acessórios;
II – ampliar a penhora ou transferi-la para outros bens mais valiosos, se o
valor dos bens penhorados for inferior ao crédito do exequente.
Art. 875. Realizadas a penhora e a avaliação, o juiz dará início aos atos
de expropriação do bem.

Seção IV 
Da Expropriação de Bens
Subseção I 
Da Adjudicação

Art. 876. É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da ava-


liação, requerer que lhe sejam adjudicados os bens penhorados.
§ 1º Requerida a adjudicação, o executado será intimado do pedido:

1682
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos;


II – por carta com aviso de recebimento, quando representado pela De-
fensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos;
III – por meio eletrônico, quando, sendo o caso do § 1º do art. 246 , não
tiver procurador constituído nos autos.
§ 2º Considera-se realizada a intimação quando o executado houver mu-
dado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto
no art. 274, parágrafo único .
§ 3º Se o executado, citado por edital, não tiver procurador constituído
nos autos, é dispensável a intimação prevista no § 1º.
§ 4º Se o valor do crédito for:
I – inferior ao dos bens, o requerente da adjudicação depositará de ime-
diato a diferença, que ficará à disposição do executado;
II – superior ao dos bens, a execução prosseguirá pelo saldo remanescente.
§ 5º Idêntico direito pode ser exercido por aqueles indicados no art. 889,
incisos II a VIII , pelos credores concorrentes que hajam penhorado o mesmo
bem, pelo cônjuge, pelo companheiro, pelos descendentes ou pelos ascen-
dentes do executado.
§ 6º Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á a licitação entre
eles, tendo preferência, em caso de igualdade de oferta, o cônjuge, o compa-
nheiro, o descendente ou o ascendente, nessa ordem.
§ 7º No caso de penhora de quota social ou de ação de sociedade anônima
fechada realizada em favor de exequente alheio à sociedade, esta será inti-
mada, ficando responsável por informar aos sócios a ocorrência da penhora,
assegurando-se a estes a preferência.
Art. 877. Transcorrido o prazo de 5 (cinco) dias, contado da última inti-
mação, e decididas eventuais questões, o juiz ordenará a lavratura do auto
de adjudicação.

1683
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Considera-se perfeita e acabada a adjudicação com a lavratura e a


assinatura do auto pelo juiz, pelo adjudicatário, pelo escrivão ou chefe de se-
cretaria, e, se estiver presente, pelo executado, expedindo-se:
I – a carta de adjudicação e o mandado de imissão na posse, quando se
tratar de bem imóvel;
II – a ordem de entrega ao adjudicatário, quando se tratar de bem móvel.
§ 2º A carta de adjudicação conterá a descrição do imóvel, com remissão
à sua matrícula e aos seus registros, a cópia do auto de adjudicação e a prova
de quitação do imposto de transmissão.
§ 3º No caso de penhora de bem hipotecado, o executado poderá remi-lo
até a assinatura do auto de adjudicação, oferecendo preço igual ao da avalia-
ção, se não tiver havido licitantes, ou ao do maior lance oferecido.
§ 4º Na hipótese de falência ou de insolvência do devedor hipotecário, o
direito de remição previsto no § 3º será deferido à massa ou aos credores em
concurso, não podendo o exequente recusar o preço da avaliação do imóvel.
Art. 878. Frustradas as tentativas de alienação do bem, será reaberta
oportunidade para requerimento de adjudicação, caso em que também se
poderá pleitear a realização de nova avaliação.

Subseção II 
Da Alienação

Art. 879. A alienação far-se-á:


I – por iniciativa particular;
II – em leilão judicial eletrônico ou presencial.
Art. 880. Não efetivada a adjudicação, o exequente poderá requerer a
alienação por sua própria iniciativa ou por intermédio de corretor ou leiloeiro
público credenciado perante o órgão judiciário.
§ 1º O juiz fixará o prazo em que a alienação deve ser efetivada, a forma
de publicidade, o preço mínimo, as condições de pagamento, as garantias e,
se for o caso, a comissão de corretagem.

1684
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º A alienação será formalizada por termo nos autos, com a assinatura


do juiz, do exequente, do adquirente e, se estiver presente, do executado,
expedindo-se:
I – a carta de alienação e o mandado de imissão na posse, quando se tra-
tar de bem imóvel;
II – a ordem de entrega ao adquirente, quando se tratar de bem móvel.
§ 3º Os tribunais poderão editar disposições complementares sobre o pro-
cedimento da alienação prevista neste artigo, admitindo, quando for o caso, o
concurso de meios eletrônicos, e dispor sobre o credenciamento dos correto-
res e leiloeiros públicos, os quais deverão estar em exercício profissional por
não menos que 3 (três) anos.
§ 4º Nas localidades em que não houver corretor ou leiloeiro público cre-
denciado nos termos do § 3º, a indicação será de livre escolha do exequente.
Art. 881. A alienação far-se-á em leilão judicial se não efetivada a adju-
dicação ou a alienação por iniciativa particular.
§ 1º O leilão do bem penhorado será realizado por leiloeiro público.
§ 2º Ressalvados os casos de alienação a cargo de corretores de bolsa de
valores, todos os demais bens serão alienados em leilão público.
Art. 882. Não sendo possível a sua realização por meio eletrônico, o leilão
será presencial.
§ 1º A alienação judicial por meio eletrônico será realizada, observando-se
as garantias processuais das partes, de acordo com regulamentação específi-
ca do Conselho Nacional de Justiça.
§ 2º A alienação judicial por meio eletrônico deverá atender aos requisitos
de ampla publicidade, autenticidade e segurança, com observância das regras
estabelecidas na legislação sobre certificação digital.
§ 3º O leilão presencial será realizado no local designado pelo juiz.
Art. 883. Caberá ao juiz a designação do leiloeiro público, que poderá ser
indicado pelo exequente.
Art. 884. Incumbe ao leiloeiro público:

1685
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – publicar o edital, anunciando a alienação;


II – realizar o leilão onde se encontrem os bens ou no lugar designado
pelo juiz;
III – expor aos pretendentes os bens ou as amostras das mercadorias;
IV – receber e depositar, dentro de 1 (um) dia, à ordem do juiz, o produto
da alienação;
V – prestar contas nos 2 (dois) dias subsequentes ao depósito.
Parágrafo único. O leiloeiro tem o direito de receber do arrematante a co-
missão estabelecida em lei ou arbitrada pelo juiz.
Art. 885. O juiz da execução estabelecerá o preço mínimo, as condições
de pagamento e as garantias que poderão ser prestadas pelo arrematante.
Art. 886. O leilão será precedido de publicação de edital, que conterá:
I – a descrição do bem penhorado, com suas características, e, tratando-
-se de imóvel, sua situação e suas divisas, com remissão à matrícula e aos
registros;
II – o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo qual poderá
ser alienado, as condições de pagamento e, se for o caso, a comissão do lei-
loeiro designado;
III – o lugar onde estiverem os móveis, os veículos e os semoventes e,
tratando-se de créditos ou direitos, a identificação dos autos do processo em
que foram penhorados;
IV – o sítio, na rede mundial de computadores, e o período em que se
realizará o leilão, salvo se este se der de modo presencial, hipótese em que
serão indicados o local, o dia e a hora de sua realização;
V – a indicação de local, dia e hora de segundo leilão presencial, para a
hipótese de não haver interessado no primeiro;
VI – menção da existência de ônus, recurso ou processo pendente sobre
os bens a serem leiloados.
Parágrafo único. No caso de títulos da dívida pública e de títulos negocia-
dos em bolsa, constará do edital o valor da última cotação.

1686
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 887. O leiloeiro público designado adotará providências para a ampla


divulgação da alienação.
§ 1º A publicação do edital deverá ocorrer pelo menos 5 (cinco) dias antes
da data marcada para o leilão.
§ 2º O edital será publicado na rede mundial de computadores, em sítio
designado pelo juízo da execução, e conterá descrição detalhada e, sempre
que possível, ilustrada dos bens, informando expressamente se o leilão se
realizará de forma eletrônica ou presencial.
§ 3º Não sendo possível a publicação na rede mundial de computadores
ou considerando o juiz, em atenção às condições da sede do juízo, que esse
modo de divulgação é insuficiente ou inadequado, o edital será afixado em
local de costume e publicado, em resumo, pelo menos uma vez em jornal de
ampla circulação local.
§ 4º Atendendo ao valor dos bens e às condições da sede do juízo, o juiz
poderá alterar a forma e a frequência da publicidade na imprensa, mandar
publicar o edital em local de ampla circulação de pessoas e divulgar avisos em
emissora de rádio ou televisão local, bem como em sítios distintos do indicado
no § 2º.
§ 5º Os editais de leilão de imóveis e de veículos automotores serão pu-
blicados pela imprensa ou por outros meios de divulgação, preferencialmente
na seção ou no local reservados à publicidade dos respectivos negócios.
§ 6º O juiz poderá determinar a reunião de publicações em listas referen-
tes a mais de uma execução.
Art. 888. Não se realizando o leilão por qualquer motivo, o juiz mandará
publicar a transferência, observando-se o disposto no art. 887 .
Parágrafo único. O escrivão, o chefe de secretaria ou o leiloeiro que cul-
posamente der causa à transferência responde pelas despesas da nova publi-
cação, podendo o juiz aplicar-lhe a pena de suspensão por 5 (cinco) dias a 3
(três) meses, em procedimento administrativo regular.
Art. 889. Serão cientificados da alienação judicial, com pelo menos 5
(cinco) dias de antecedência:

1687
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – o executado, por meio de seu advogado ou, se não tiver procurador


constituído nos autos, por carta registrada, mandado, edital ou outro meio
idôneo;
II – o coproprietário de bem indivisível do qual tenha sido penhorada fra-
ção ideal;
III – o titular de usufruto, uso, habitação, enfiteuse, direito de superfície,
concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão de direito real
de uso, quando a penhora recair sobre bem gravado com tais direitos reais;
IV – o proprietário do terreno submetido ao regime de direito de superfí-
cie, enfiteuse, concessão de uso especial para fins de moradia ou concessão
de direito real de uso, quando a penhora recair sobre tais direitos reais;
V – o credor pignoratício, hipotecário, anticrético, fiduciário ou com pe-
nhora anteriormente averbada, quando a penhora recair sobre bens com tais
gravames, caso não seja o credor, de qualquer modo, parte na execução;
VI – o promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem em re-
lação ao qual haja promessa de compra e venda registrada;
VII – o promitente vendedor, quando a penhora recair sobre direito aqui-
sitivo derivado de promessa de compra e venda registrada;
VIII – a União, o Estado e o Município, no caso de alienação de bem
tombado.
Parágrafo único. Se o executado for revel e não tiver advogado constitu-
ído, não constando dos autos seu endereço atual ou, ainda, não sendo ele
encontrado no endereço constante do processo, a intimação considerar-se-á
feita por meio do próprio edital de leilão.
Art. 890. Pode oferecer lance quem estiver na livre administração de seus
bens, com exceção:
I – dos tutores, dos curadores, dos testamenteiros, dos administradores
ou dos liquidantes, quanto aos bens confiados à sua guarda e à sua respon-
sabilidade;

1688
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – dos mandatários, quanto aos bens de cuja administração ou alienação


estejam encarregados;
III – do juiz, do membro do Ministério Público e da Defensoria Pública, do
escrivão, do chefe de secretaria e dos demais servidores e auxiliares da jus-
tiça, em relação aos bens e direitos objeto de alienação na localidade onde
servirem ou a que se estender a sua autoridade;
IV – dos servidores públicos em geral, quanto aos bens ou aos direitos da
pessoa jurídica a que servirem ou que estejam sob sua administração direta
ou indireta;
V – dos leiloeiros e seus prepostos, quanto aos bens de cuja venda este-
jam encarregados;
VI – dos advogados de qualquer das partes.
Art. 891. Não será aceito lance que ofereça preço vil.
Parágrafo único. Considera-se vil o preço inferior ao mínimo estipulado
pelo juiz e constante do edital, e, não tendo sido fixado preço mínimo, consi-
dera-se vil o preço inferior a cinquenta por cento do valor da avaliação.
Art. 892. Salvo pronunciamento judicial em sentido diverso, o pagamento
deverá ser realizado de imediato pelo arrematante, por depósito judicial ou
por meio eletrônico.
§ 1º Se o exequente arrematar os bens e for o único credor, não estará
obrigado a exibir o preço, mas, se o valor dos bens exceder ao seu crédito,
depositará, dentro de 3 (três) dias, a diferença, sob pena de tornar-se sem
efeito a arrematação, e, nesse caso, realizar-se-á novo leilão, à custa do
exequente.
§ 2º Se houver mais de um pretendente, proceder-se-á entre eles à licita-
ção, e, no caso de igualdade de oferta, terá preferência o cônjuge, o compa-
nheiro, o descendente ou o ascendente do executado, nessa ordem.
§ 3º No caso de leilão de bem tombado, a União, os Estados e os Municí-
pios terão, nessa ordem, o direito de preferência na arrematação, em igual-
dade de oferta.

1689
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 893. Se o leilão for de diversos bens e houver mais de um lançador,


terá preferência aquele que se propuser a arrematá-los todos, em conjunto,
oferecendo, para os bens que não tiverem lance, preço igual ao da avaliação
e, para os demais, preço igual ao do maior lance que, na tentativa de arre-
matação individualizada, tenha sido oferecido para eles.
Art. 894. Quando o imóvel admitir cômoda divisão, o juiz, a requerimento
do executado, ordenará a alienação judicial de parte dele, desde que sufi-
ciente para o pagamento do exequente e para a satisfação das despesas da
execução.
§ 1º Não havendo lançador, far-se-á a alienação do imóvel em sua inte-
gridade.
§ 2º A alienação por partes deverá ser requerida a tempo de permitir a
avaliação das glebas destacadas e sua inclusão no edital, e, nesse caso, ca-
berá ao executado instruir o requerimento com planta e memorial descritivo
subscritos por profissional habilitado.
Art. 895. O interessado em adquirir o bem penhorado em prestações po-
derá apresentar, por escrito:
I – até o início do primeiro leilão, proposta de aquisição do bem por valor
não inferior ao da avaliação;
II – até o início do segundo leilão, proposta de aquisição do bem por valor
que não seja considerado vil.
§ 1º A proposta conterá, em qualquer hipótese, oferta de pagamento de
pelo menos vinte e cinco por cento do valor do lance à vista e o restante
parcelado em até 30 (trinta) meses, garantido por caução idônea, quando se
tratar de móveis, e por hipoteca do próprio bem, quando se tratar de imóveis.
§ 2º As propostas para aquisição em prestações indicarão o prazo, a mo-
dalidade, o indexador de correção monetária e as condições de pagamento
do saldo.
§ 3º (VETADO).

1690
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 4º No caso de atraso no pagamento de qualquer das prestações, incidirá


multa de dez por cento sobre a soma da parcela inadimplida com as parcelas
vincendas.
§ 5º O inadimplemento autoriza o exequente a pedir a resolução da arre-
matação ou promover, em face do arrematante, a execução do valor devido,
devendo ambos os pedidos ser formulados nos autos da execução em que se
deu a arrematação.
§ 6º A apresentação da proposta prevista neste artigo não suspende o
leilão.
§ 7º A proposta de pagamento do lance à vista sempre prevalecerá sobre
as propostas de pagamento parcelado.
§ 8º Havendo mais de uma proposta de pagamento parcelado:
I – em diferentes condições, o juiz decidirá pela mais vantajosa, assim
compreendida, sempre, a de maior valor;
II – em iguais condições, o juiz decidirá pela formulada em primeiro lugar.
§ 9º No caso de arrematação a prazo, os pagamentos feitos pelo arrema-
tante pertencerão ao exequente até o limite de seu crédito, e os subsequen-
tes, ao executado.
Art. 896. Quando o imóvel de incapaz não alcançar em leilão pelo menos
oitenta por cento do valor da avaliação, o juiz o confiará à guarda e à admi-
nistração de depositário idôneo, adiando a alienação por prazo não superior
a 1 (um) ano.
§ 1º Se, durante o adiamento, algum pretendente assegurar, mediante
caução idônea, o preço da avaliação, o juiz ordenará a alienação em leilão.
§ 2º Se o pretendente à arrematação se arrepender, o juiz impor-lhe-á
multa de vinte por cento sobre o valor da avaliação, em benefício do incapaz,
valendo a decisão como título executivo.
§ 3º Sem prejuízo do disposto nos §§ 1º e 2º, o juiz poderá autorizar a
locação do imóvel no prazo do adiamento.
§ 4º Findo o prazo do adiamento, o imóvel será submetido a novo leilão.

1691
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 897. Se o arrematante ou seu fiador não pagar o preço no prazo


estabelecido, o juiz impor-lhe-á, em favor do exequente, a perda da caução,
voltando os bens a novo leilão, do qual não serão admitidos a participar o
arrematante e o fiador remissos.
Art. 898. O fiador do arrematante que pagar o valor do lance e a multa
poderá requerer que a arrematação lhe seja transferida.
Art. 899. Será suspensa a arrematação logo que o produto da alienação
dos bens for suficiente para o pagamento do credor e para a satisfação das
despesas da execução.
Art. 900. O leilão prosseguirá no dia útil imediato, à mesma hora em que
teve início, independentemente de novo edital, se for ultrapassado o horário
de expediente forense.
Art. 901. A arrematação constará de auto que será lavrado de imediato e
poderá abranger bens penhorados em mais de uma execução, nele mencio-
nadas as condições nas quais foi alienado o bem.
§ 1º A ordem de entrega do bem móvel ou a carta de arrematação do bem
imóvel, com o respectivo mandado de imissão na posse, será expedida de-
pois de efetuado o depósito ou prestadas as garantias pelo arrematante, bem
como realizado o pagamento da comissão do leiloeiro e das demais despesas
da execução.
§ 2º A carta de arrematação conterá a descrição do imóvel, com remis-
são à sua matrícula ou individuação e aos seus registros, a cópia do auto de
arrematação e a prova de pagamento do imposto de transmissão, além da
indicação da existência de eventual ônus real ou gravame.
Art. 902. No caso de leilão de bem hipotecado, o executado poderá re-
mi-lo até a assinatura do auto de arrematação, oferecendo preço igual ao do
maior lance oferecido.
Parágrafo único. No caso de falência ou insolvência do devedor hipotecário,
o direito de remição previsto no caput defere-se à massa ou aos credores em
concurso, não podendo o exequente recusar o preço da avaliação do imóvel.

1692
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 903. Qualquer que seja a modalidade de leilão, assinado o auto pelo
juiz, pelo arrematante e pelo leiloeiro, a arrematação será considerada per-
feita, acabada e irretratável, ainda que venham a ser julgados procedentes os
embargos do executado ou a ação autônoma de que trata o § 4º deste artigo,
assegurada a possibilidade de reparação pelos prejuízos sofridos.
§ 1º Ressalvadas outras situações previstas neste Código, a arrematação
poderá, no entanto, ser:
I – invalidada, quando realizada por preço vil ou com outro vício;
II – considerada ineficaz, se não observado o disposto no art. 804 ;
III – resolvida, se não for pago o preço ou se não for prestada a caução.
§ 2º O juiz decidirá acerca das situações referidas no § 1º, se for provoca-
do em até 10 (dez) dias após o aperfeiçoamento da arrematação.
§ 3º Passado o prazo previsto no § 2º sem que tenha havido alegação de
qualquer das situações previstas no § 1º, será expedida a carta de arremata-
ção e, conforme o caso, a ordem de entrega ou mandado de imissão na posse.
§ 4º Após a expedição da carta de arrematação ou da ordem de entrega, a
invalidação da arrematação poderá ser pleiteada por ação autônoma, em cujo
processo o arrematante figurará como litisconsorte necessário.
§ 5º O arrematante poderá desistir da arrematação, sendo-lhe imediata-
mente devolvido o depósito que tiver feito:
I – se provar, nos 10 (dez) dias seguintes, a existência de ônus real ou
gravame não mencionado no edital;
II – se, antes de expedida a carta de arrematação ou a ordem de entrega,
o executado alegar alguma das situações previstas no § 1º ;
III – uma vez citado para responder a ação autônoma de que trata o § 4º
deste artigo, desde que apresente a desistência no prazo de que dispõe para
responder a essa ação.
§ 6º Considera-se ato atentatório à dignidade da justiça a suscitação
infundada de vício com o objetivo de ensejar a desistência do arrematante,
devendo o suscitante ser condenado, sem prejuízo da responsabilidade por

1693
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

perdas e danos, ao pagamento de multa, a ser fixada pelo juiz e devida ao


exequente, em montante não superior a vinte por cento do valor atualizado
do bem.

Seção V 
Da Satisfação do Crédito

Art. 904. A satisfação do crédito exequendo far-se-á:


I – pela entrega do dinheiro;
II – pela adjudicação dos bens penhorados.
Art. 905. O juiz autorizará que o exequente levante, até a satisfação in-
tegral de seu crédito, o dinheiro depositado para segurar o juízo ou o produto
dos bens alienados, bem como do faturamento de empresa ou de outros fru-
tos e rendimentos de coisas ou empresas penhoradas, quando:
I – a execução for movida só a benefício do exequente singular, a quem,
por força da penhora, cabe o direito de preferência sobre os bens penhorados
e alienados;
II – não houver sobre os bens alienados outros privilégios ou preferências
instituídos anteriormente à penhora.
Parágrafo único. Durante o plantão judiciário, veda-se a concessão de pe-
didos de levantamento de importância em dinheiro ou valores ou de liberação
de bens apreendidos.
Art. 906. Ao receber o mandado de levantamento, o exequente dará ao
executado, por termo nos autos, quitação da quantia paga.
Parágrafo único. A expedição de mandado de levantamento poderá ser
substituída pela transferência eletrônica do valor depositado em conta vincu-
lada ao juízo para outra indicada pelo exequente.
Art. 907. Pago ao exequente o principal, os juros, as custas e os honorá-
rios, a importância que sobrar será restituída ao executado.
Art. 908. Havendo pluralidade de credores ou exequentes, o dinheiro lhes
será distribuído e entregue consoante a ordem das respectivas preferências.

1694
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º No caso de adjudicação ou alienação, os créditos que recaem sobre o


bem, inclusive os de natureza propter rem , sub-rogam-se sobre o respectivo
preço, observada a ordem de preferência.
§ 2º Não havendo título legal à preferência, o dinheiro será distribuído en-
tre os concorrentes, observando-se a anterioridade de cada penhora.
Art. 909. Os exequentes formularão as suas pretensões, que versarão
unicamente sobre o direito de preferência e a anterioridade da penhora, e,
apresentadas as razões, o juiz decidirá.

CAPÍTULO V 
DA EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA

Art. 910. Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública


será citada para opor embargos em 30 (trinta) dias.
§ 1º Não opostos embargos ou transitada em julgado a decisão que os
rejeitar, expedir-se-á precatório ou requisição de pequeno valor em favor do
exequente, observando-se o disposto no art. 100 da Constituição Federal .
§ 2º Nos embargos, a Fazenda Pública poderá alegar qualquer matéria que
lhe seria lícito deduzir como defesa no processo de conhecimento.
§ 3º Aplica-se a este Capítulo, no que couber, o disposto nos artigos 534
e 535 .

CAPÍTULO VI 
DA EXECUÇÃO DE ALIMENTOS

Art. 911. Na execução fundada em título executivo extrajudicial que con-


tenha obrigação alimentar, o juiz mandará citar o executado para, em 3 (três)
dias, efetuar o pagamento das parcelas anteriores ao início da execução e das
que se vencerem no seu curso, provar que o fez ou justificar a impossibilidade
de fazê-lo.

1695
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Aplicam-se, no que couber, os §§ 2º a 7º do art. 528 .


Art. 912. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou
gerente de empresa, bem como empregado sujeito à legislação do trabalho,
o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento de pessoal
da importância da prestação alimentícia.
§ 1º Ao despachar a inicial, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao
empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto
a partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do proto-
colo do ofício.
§ 2º O ofício conterá os nomes e o número de inscrição no Cadastro de
Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância a ser descontada
mensalmente, a conta na qual deve ser feito o depósito e, se for o caso, o
tempo de sua duração.
Art. 913. Não requerida a execução nos termos deste Capítulo, observar-
-se-á o disposto no art. 824 e seguintes, com a ressalva de que, recaindo a
penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo aos embargos à exe-
cução não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da
prestação.

TÍTULO III 
DOS EMBARGOS À EXECUÇÃO

Art. 914. O executado, independentemente de penhora, depósito ou cau-


ção, poderá se opor à execução por meio de embargos.
§ 1º Os embargos à execução serão distribuídos por dependência, autu-
ados em apartado e instruídos com cópias das peças processuais relevantes,
que poderão ser declaradas autênticas pelo próprio advogado, sob sua res-
ponsabilidade pessoal.
§ 2º Na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo depre-
cante ou no juízo deprecado, mas a competência para julgá-los é do juízo de-

1696
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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precante, salvo se versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora,


da avaliação ou da alienação dos bens efetuadas no juízo deprecado.
Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias,
contado, conforme o caso, na forma do art. 231 .
§ 1º Quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles
embargar conta-se a partir da juntada do respectivo comprovante da citação,
salvo no caso de cônjuges ou de companheiros, quando será contado a partir
da juntada do último.
§ 2º Nas execuções por carta, o prazo para embargos será contado:
I – da juntada, na carta, da certificação da citação, quando versarem uni-
camente sobre vícios ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação
dos bens;
II – da juntada, nos autos de origem, do comunicado de que trata o § 4º
deste artigo ou, não havendo este, da juntada da carta devidamente cumpri-
da, quando versarem sobre questões diversas da prevista no inciso I deste
parágrafo.
§ 3º Em relação ao prazo para oferecimento dos embargos à execução,
não se aplica o disposto no art. 229 .
§ 4º Nos atos de comunicação por carta precatória, rogatória ou de ordem,
a realização da citação será imediatamente informada, por meio eletrônico,
pelo juiz deprecado ao juiz deprecante.
Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente
e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acresci-
do de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que
lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acres-
cidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês.
§ 1º O exequente será intimado para manifestar-se sobre o preenchimento
dos pressupostos do caput , e o juiz decidirá o requerimento em 5 (cinco) dias.
§ 2º Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá de deposi-
tar as parcelas vincendas, facultado ao exequente seu levantamento.

1697
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia depositada, e


serão suspensos os atos executivos.
§ 4º Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o
depósito, que será convertido em penhora.
§ 5º O não pagamento de qualquer das prestações acarretará cumulati-
vamente:
I – o vencimento das prestações subsequentes e o prosseguimento do
processo, com o imediato reinício dos atos executivos;
II – a imposição ao executado de multa de dez por cento sobre o valor das
prestações não pagas.
§ 6º A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa renúncia
ao direito de opor embargos
§ 7º O disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da sentença.
Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar:
I – inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
II – penhora incorreta ou avaliação errônea;
III – excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
IV – retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de execução
para entrega de coisa certa;
V – incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VI – qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em proces-
so de conhecimento.
§ 1º A incorreção da penhora ou da avaliação poderá ser impugnada por
simples petição, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da ciência do ato.
§ 2º Há excesso de execução quando:
I – o exequente pleiteia quantia superior à do título;
II – ela recai sobre coisa diversa daquela declarada no título;
III – ela se processa de modo diferente do que foi determinado no título;
IV – o exequente, sem cumprir a prestação que lhe corresponde, exige o
adimplemento da prestação do executado;

1698
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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V – o exequente não prova que a condição se realizou.


§ 3º Quando alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia
quantia superior à do título, o embargante declarará na petição inicial o valor
que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado
de seu cálculo.
§ 4º Não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo,
os embargos à execução:
I – serão liminarmente rejeitados, sem resolução de mérito, se o excesso
de execução for o seu único fundamento;
II – serão processados, se houver outro fundamento, mas o juiz não exa-
minará a alegação de excesso de execução.
§ 5º Nos embargos de retenção por benfeitorias, o exequente poderá
requerer a compensação de seu valor com o dos frutos ou dos danos con-
siderados devidos pelo executado, cumprindo ao juiz, para a apuração dos
respectivos valores, nomear perito, observando-se, então, o art. 464 .
§ 6º O exequente poderá a qualquer tempo ser imitido na posse da coisa,
prestando caução ou depositando o valor devido pelas benfeitorias ou resul-
tante da compensação.
§ 7º A arguição de impedimento e suspeição observará o disposto nos
arts. 146 e 148 .
Art. 918. O juiz rejeitará liminarmente os embargos:
I – quando intempestivos;
II – nos casos de indeferimento da petição inicial e de improcedência limi-
nar do pedido;
III – manifestamente protelatórios.
Parágrafo único. Considera-se conduta atentatória à dignidade da justiça
o oferecimento de embargos manifestamente protelatórios.
Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo.
§ 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito sus-
pensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da

1699
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora,


depósito ou caução suficientes.
§ 2º Cessando as circunstâncias que a motivaram, a decisão relativa aos
efeitos dos embargos poderá, a requerimento da parte, ser modificada ou
revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada.
§ 3º Quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos disser respeito ape-
nas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante.
§ 4º A concessão de efeito suspensivo aos embargos oferecidos por um dos
executados não suspenderá a execução contra os que não embargaram quan-
do o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao embargante.
§ 5º A concessão de efeito suspensivo não impedirá a efetivação dos atos
de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens.
Art. 920. Recebidos os embargos:
I – o exequente será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias;
II – a seguir, o juiz julgará imediatamente o pedido ou designará audiência;
III – encerrada a instrução, o juiz proferirá sentença.

TÍTULO IV 
DA SUSPENSÃO E DA EXTINÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO
CAPÍTULO I 
DA SUSPENSÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO

Art. 921. Suspende-se a execução:


I – nas hipóteses dos arts. 313 e 315 , no que couber;
II – no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os em-
bargos à execução;
III – quando o executado não possuir bens penhoráveis;
IV – se a alienação dos bens penhorados não se realizar por falta de lici-
tantes e o exequente, em 15 (quinze) dias, não requerer a adjudicação nem
indicar outros bens penhoráveis;
V – quando concedido o parcelamento de que trata o art. 916 .

1700
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Na hipótese do inciso III, o juiz suspenderá a execução pelo prazo de


1 (um) ano, durante o qual se suspenderá a prescrição.
§ 2º Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano sem que seja localizado
o executado ou que sejam encontrados bens penhoráveis, o juiz ordenará o
arquivamento dos autos.
§ 3º Os autos serão desarquivados para prosseguimento da execução se
a qualquer tempo forem encontrados bens penhoráveis.
§ 4º Decorrido o prazo de que trata o § 1º sem manifestação do exequen-
te, começa a correr o prazo de prescrição intercorrente.
§ 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias,
poderá, de ofício, reconhecer a prescrição de que trata o § 4º e extinguir o
processo.
Art. 922. Convindo as partes, o juiz declarará suspensa a execução du-
rante o prazo concedido pelo exequente para que o executado cumpra volun-
tariamente a obrigação.
Parágrafo único. Findo o prazo sem cumprimento da obrigação, o processo
retomará o seu curso.
Art. 923. Suspensa a execução, não serão praticados atos processuais,
podendo o juiz, entretanto, salvo no caso de arguição de impedimento ou de
suspeição, ordenar providências urgentes.

CAPÍTULO II 
DA EXTINÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO

Art. 924. Extingue-se a execução quando:


I – a petição inicial for indeferida;
II – a obrigação for satisfeita;
III – o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da
dívida;
IV – o exequente renunciar ao crédito;

1701
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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V – ocorrer a prescrição intercorrente.


Art. 925. A extinção só produz efeito quando declarada por sentença.

LIVRO III 
DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E DOS MEIOS DE IMPUGNAÇÃO
DAS DECISÕES JUDICIAIS
TÍTULO I 
DA ORDEM DOS PROCESSOS E DOS PROCESSOS DE COMPETÊNCIA
ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la


estável, íntegra e coerente.
§ 1º Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regi-
mento interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes
a sua jurisprudência dominante.
§ 2º Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às cir-
cunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
I – as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade;
II – os enunciados de súmula vinculante;
III – os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de reso-
lução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e
especial repetitivos;
IV – os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria
constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V – a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem
vinculados.

1702
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art.


489, § 1º , quando decidirem com fundamento neste artigo.
§ 2º A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em
julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas
e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir
para a rediscussão da tese.
§ 3º Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo
Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento
de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da alteração no inte-
resse social e no da segurança jurídica.
§ 4º A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada
ou de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessi-
dade de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da
segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.
§ 5º Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os
por questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede
mundial de computadores.
Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos
repetitivos a decisão proferida em:
I – incidente de resolução de demandas repetitivas;
II – recursos especial e extraordinário repetitivos.
Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por objeto ques-
tão de direito material ou processual.

CAPÍTULO II 
DA ORDEM DOS PROCESSOS NO TRIBUNAL

Art. 929. Os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de


sua entrada, cabendo à secretaria ordená-los, com imediata distribuição.
Parágrafo único. A critério do tribunal, os serviços de protocolo poderão ser
descentralizados, mediante delegação a ofícios de justiça de primeiro grau.

1703
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 930. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do


tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade.
Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará pre-
vento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo pro-
cesso ou em processo conexo.
Art. 931. Distribuídos, os autos serão imediatamente conclusos ao rela-
tor, que, em 30 (trinta) dias, depois de elaborar o voto, restituí-los-á, com
relatório, à secretaria.
Art. 932. Incumbe ao relator:
I – dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção
de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes;
II – apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de
competência originária do tribunal;
III – não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha
impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
IV – negar provimento a recurso que for contrário a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou
do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tri-
bunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repeti-
tivas ou de assunção de competência;
V – depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento
ao recurso se a decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou
do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tri-
bunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repeti-
tivas ou de assunção de competência;

1704
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VI – decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica,


quando este for instaurado originariamente perante o tribunal;
VII – determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;
VIII – exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do
tribunal.
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator con-
cederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou
complementada a documentação exigível.
Art. 933. Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à
decisão recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não
examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará
as partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 1º Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, esse será
imediatamente suspenso a fim de que as partes se manifestem especificamente.
§ 2º Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solici-
tou encaminhá-los ao relator, que tomará as providências previstas no caput e,
em seguida, solicitará a inclusão do feito em pauta para prosseguimento do
julgamento, com submissão integral da nova questão aos julgadores.
Art. 934. Em seguida, os autos serão apresentados ao presidente, que
designará dia para julgamento, ordenando, em todas as hipóteses previstas
neste Livro, a publicação da pauta no órgão oficial.
Art. 935. Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamen-
to decorrerá, pelo menos, o prazo de 5 (cinco) dias, incluindo-se em nova
pauta os processos que não tenham sido julgados, salvo aqueles cujo julga-
mento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte.
§ 1º Às partes será permitida vista dos autos em cartório após a publica-
ção da pauta de julgamento.
§ 2º Afixar-se-á a pauta na entrada da sala em que se realizar a sessão
de julgamento.

1705
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 936. Ressalvadas as preferências legais e regimentais, os recursos, a


remessa necessária e os processos de competência originária serão julgados
na seguinte ordem:
I – aqueles nos quais houver sustentação oral, observada a ordem dos
requerimentos;
II – os requerimentos de preferência apresentados até o início da sessão
de julgamento;
III – aqueles cujo julgamento tenha iniciado em sessão anterior; e
IV – os demais casos.
Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo
relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao re-
corrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério Público,
pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de
sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final
do caput do art. 1.021 :
I – no recurso de apelação;
II – no recurso ordinário;
III – no recurso especial;
IV – no recurso extraordinário;
V – nos embargos de divergência;
VI – na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação;
VII – (VETADO);
VIII – no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias
que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência;
IX – em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tri-
bunal.
§ 1º A sustentação oral no incidente de resolução de demandas repetitivas
observará o disposto no art. 984 , no que couber.

1706
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º O procurador que desejar proferir sustentação oral poderá requerer,


até o início da sessão, que o processo seja julgado em primeiro lugar, sem
prejuízo das preferências legais.
§ 3º Nos processos de competência originária previstos no inciso VI, ca-
berá sustentação oral no agravo interno interposto contra decisão de relator
que o extinga.
§ 4º É permitido ao advogado com domicílio profissional em cidade diver-
sa daquela onde está sediado o tribunal realizar sustentação oral por meio
de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e
imagens em tempo real, desde que o requeira até o dia anterior ao da sessão.
Art. 938. A questão preliminar suscitada no julgamento será decidida an-
tes do mérito, deste não se conhecendo caso seja incompatível com a decisão.
§ 1º Constatada a ocorrência de vício sanável, inclusive aquele que possa
ser conhecido de ofício, o relator determinará a realização ou a renovação do
ato processual, no próprio tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, intima-
das as partes.
§ 2º Cumprida a diligência de que trata o § 1º, o relator, sempre que pos-
sível, prosseguirá no julgamento do recurso.
§ 3º Reconhecida a necessidade de produção de prova, o relator conver-
terá o julgamento em diligência, que se realizará no tribunal ou em primeiro
grau de jurisdição, decidindo-se o recurso após a conclusão da instrução.
§ 4º Quando não determinadas pelo relator, as providências indicadas nos
§§ 1º e 3º poderão ser determinadas pelo órgão competente para julgamento
do recurso.
Art. 939. Se a preliminar for rejeitada ou se a apreciação do mérito for
com ela compatível, seguir-se-ão a discussão e o julgamento da matéria prin-
cipal, sobre a qual deverão se pronunciar os juízes vencidos na preliminar.
Art. 940. O relator ou outro juiz que não se considerar habilitado a pro-
ferir imediatamente seu voto poderá solicitar vista pelo prazo máximo de 10
(dez) dias, após o qual o recurso será reincluído em pauta para julgamento
na sessão seguinte à data da devolução.

1707
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Se os autos não forem devolvidos tempestivamente ou se não for


solicitada pelo juiz prorrogação de prazo de no máximo mais 10 (dez) dias, o
presidente do órgão fracionário os requisitará para julgamento do recurso na
sessão ordinária subsequente, com publicação da pauta em que for incluído.
§ 2º Quando requisitar os autos na forma do § 1º, se aquele que fez o
pedido de vista ainda não se sentir habilitado a votar, o presidente convocará
substituto para proferir voto, na forma estabelecida no regimento interno do
tribunal.
Art. 941. Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do jul-
gamento, designando para redigir o acórdão o relator ou, se vencido este, o
autor do primeiro voto vencedor.
§ 1º O voto poderá ser alterado até o momento da proclamação do resulta-
do pelo presidente, salvo aquele já proferido por juiz afastado ou substituído.
§ 2º No julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a decisão
será tomada, no órgão colegiado, pelo voto de 3 (três) juízes.
§ 3º O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte
integrante do acórdão para todos os fins legais, inclusive de prequestionamen-
to.
Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento
terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros
julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regi-
mento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inver-
são do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito
de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores.
§ 1º Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma
sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura compo-
nham o órgão colegiado.
§ 2º Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por
ocasião do prosseguimento do julgamento.

1708
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente,


ao julgamento não unânime proferido em:
I – ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, deven-
do, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição
previsto no regimento interno;
II – agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar
parcialmente o mérito.
§ 4º Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:
I – do incidente de assunção de competência e ao de resolução de deman-
das repetitivas;
II – da remessa necessária;
III – não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte
especial.
Art. 943. Os votos, os acórdãos e os demais atos processuais podem ser
registrados em documento eletrônico inviolável e assinados eletronicamente,
na forma da lei, devendo ser impressos para juntada aos autos do processo
quando este não for eletrônico.
§ 1º Todo acórdão conterá ementa.
§ 2º Lavrado o acórdão, sua ementa será publicada no órgão oficial no
prazo de 10 (dez) dias.
Art. 944. Não publicado o acórdão no prazo de 30 (trinta) dias, contado
da data da sessão de julgamento, as notas taquigráficas o substituirão, para
todos os fins legais, independentemente de revisão.
Parágrafo único. No caso do caput , o presidente do tribunal lavrará, de
imediato, as conclusões e a ementa e mandará publicar o acórdão.
Art. 945. A critério do órgão julgador, o julgamento dos recursos e dos
processos de competência originária que não admitem sustentação oral po-
derá realizar-se por meio eletrônico. (Revogado pela Lei n. 13.256, de 2016)
§ 1º O relator cientificará as partes, pelo Diário da Justiça, de que o jul-
gamento se fará por meio eletrônico. (Revogado pela Lei n. 13.256, de 2016)

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§ 2º Qualquer das partes poderá, no prazo de 5 (cinco) dias, apresen-


tar memoriais ou discordância do julgamento por meio eletrônico. (Revogado
pela Lei n. 13.256, de 2016)
§ 3º A discordância não necessita de motivação, sendo apta a determinar
o julgamento em sessão presencial. (Revogado pela Lei n. 13.256, de 2016)
§ 4º Caso surja alguma divergência entre os integrantes do órgão julga-
dor durante o julgamento eletrônico, este ficará imediatamente suspenso,
devendo a causa ser apreciada em sessão presencial. (Revogado pela Lei
n. 13.256, de 2016)
Art. 946. O agravo de instrumento será julgado antes da apelação inter-
posta no mesmo processo.
Parágrafo único. Se ambos os recursos de que trata o caput houverem de
ser julgados na mesma sessão, terá precedência o agravo de instrumento.

CAPÍTULO III 
DO INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA

Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento


de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária
envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem
repetição em múltiplos processos.
§ 1º Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá,
de ofício ou a requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria
Pública, que seja o recurso, a remessa necessária ou o processo de compe-
tência originária julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar.
§ 2º O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou o pro-
cesso de competência originária se reconhecer interesse público na assunção
de competência.
§ 3º O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os
juízes e órgãos fracionários, exceto se houver revisão de tese.

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§ 4º Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão


de direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição
de divergência entre câmaras ou turmas do tribunal.

CAPÍTULO IV 
DO INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE

Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de


ato normativo do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as
partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir o conhe-
cimento do processo.
Art. 949. Se a arguição for:
I – rejeitada, prosseguirá o julgamento;
II – acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu
órgão especial, onde houver.
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao
plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já
houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal
sobre a questão.
Art. 950. Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do
tribunal designará a sessão de julgamento.
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do
ato questionado poderão manifestar-se no incidente de inconstitucionalidade
se assim o requererem, observados os prazos e as condições previstos no
regimento interno do tribunal.
§ 2º A parte legitimada à propositura das ações previstas no art. 103 da
Constituição Federal poderá manifestar-se, por escrito, sobre a questão cons-
titucional objeto de apreciação, no prazo previsto pelo regimento interno,

1711
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sendo-lhe assegurado o direito de apresentar memoriais ou de requerer a


juntada de documentos.
§ 3º Considerando a relevância da matéria e a representatividade dos pos-
tulantes, o relator poderá admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação
de outros órgãos ou entidades.

CAPÍTULO V 
DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA

Art. 951. O conflito de competência pode ser suscitado por qualquer das
partes, pelo Ministério Público ou pelo juiz.
Parágrafo único. O Ministério Público somente será ouvido nos conflitos de
competência relativos aos processos previstos no art. 178 , mas terá qualida-
de de parte nos conflitos que suscitar.
Art. 952. Não pode suscitar conflito a parte que, no processo, arguiu in-
competência relativa.
Parágrafo único. O conflito de competência não obsta, porém, a que a par-
te que não o arguiu suscite a incompetência.
Art. 953. O conflito será suscitado ao tribunal:
I – pelo juiz, por ofício;
II – pela parte e pelo Ministério Público, por petição.
Parágrafo único. O ofício e a petição serão instruídos com os documentos
necessários à prova do conflito.
Art. 954. Após a distribuição, o relator determinará a oitiva dos juízes em
conflito ou, se um deles for suscitante, apenas do suscitado.
Parágrafo único. No prazo designado pelo relator, incumbirá ao juiz ou aos
juízes prestar as informações.
Art. 955. O relator poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das
partes, determinar, quando o conflito for positivo, o sobrestamento do pro-

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cesso e, nesse caso, bem como no de conflito negativo, designará um dos


juízes para resolver, em caráter provisório, as medidas urgentes.
Parágrafo único. O relator poderá julgar de plano o conflito de competên-
cia quando sua decisão se fundar em:
I – súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça
ou do próprio tribunal;
II – tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de
assunção de competência.
Art. 956. Decorrido o prazo designado pelo relator, será ouvido o Ministé-
rio Público, no prazo de 5 (cinco) dias, ainda que as informações não tenham
sido prestadas, e, em seguida, o conflito irá a julgamento.
Art. 957. Ao decidir o conflito, o tribunal declarará qual o juízo competen-
te, pronunciando-se também sobre a validade dos atos do juízo incompetente.
Parágrafo único. Os autos do processo em que se manifestou o conflito
serão remetidos ao juiz declarado competente.
Art. 958. No conflito que envolva órgãos fracionários dos tribunais, de-
sembargadores e juízes em exercício no tribunal, observar-se-á o que dispu-
ser o regimento interno do tribunal.
Art. 959. O regimento interno do tribunal regulará o processo e o jul-
gamento do conflito de atribuições entre autoridade judiciária e autoridade
administrativa.

CAPÍTULO VI 
DA HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA E DA CONCESSÃO
DO EXEQUATUR À CARTA ROGATÓRIA

Art. 960. A homologação de decisão estrangeira será requerida por ação


de homologação de decisão estrangeira, salvo disposição especial em sentido
contrário prevista em tratado.
§ 1º A decisão interlocutória estrangeira poderá ser executada no Brasil
por meio de carta rogatória.

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§ 2º A homologação obedecerá ao que dispuserem os tratados em vigor


no Brasil e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.
§ 3º A homologação de decisão arbitral estrangeira obedecerá ao dispos-
to em tratado e em lei, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições deste
Capítulo.
Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a
homologação de sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas
rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de lei ou tratado.
§ 1º É passível de homologação a decisão judicial definitiva, bem como a
decisão não judicial que, pela lei brasileira, teria natureza jurisdicional.
§ 2º A decisão estrangeira poderá ser homologada parcialmente.
§ 3º A autoridade judiciária brasileira poderá deferir pedidos de urgência e
realizar atos de execução provisória no processo de homologação de decisão
estrangeira.
§ 4º Haverá homologação de decisão estrangeira para fins de execução
fiscal quando prevista em tratado ou em promessa de reciprocidade apresen-
tada à autoridade brasileira.
§ 5º A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Bra-
sil, independentemente de homologação pelo Superior Tribunal de Justiça.
§ 6º Na hipótese do § 5º, competirá a qualquer juiz examinar a validade
da decisão, em caráter principal ou incidental, quando essa questão for sus-
citada em processo de sua competência.
Art. 962. É passível de execução a decisão estrangeira concessiva de me-
dida de urgência.
§ 1º A execução no Brasil de decisão interlocutória estrangeira concessiva
de medida de urgência dar-se-á por carta rogatória.
§ 2º A medida de urgência concedida sem audiência do réu poderá ser
executada, desde que garantido o contraditório em momento posterior.
§ 3º O juízo sobre a urgência da medida compete exclusivamente à auto-
ridade jurisdicional prolatora da decisão estrangeira.

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§ 4º Quando dispensada a homologação para que a sentença estrangeira


produza efeitos no Brasil, a decisão concessiva de medida de urgência depen-
derá, para produzir efeitos, de ter sua validade expressamente reconhecida
pelo juiz competente para dar-lhe cumprimento, dispensada a homologação
pelo Superior Tribunal de Justiça.
Art. 963. Constituem requisitos indispensáveis à homologação da decisão:
I – ser proferida por autoridade competente;
II – ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia;
III – ser eficaz no país em que foi proferida;
IV – não ofender a coisa julgada brasileira;
V – estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispen-
se prevista em tratado;
VI – não conter manifesta ofensa à ordem pública.
Parágrafo único. Para a concessão do exequatur às cartas rogatórias, obser-
var-se-ão os pressupostos previstos no caput deste artigo e no art. 962, § 2º .
Art. 964. Não será homologada a decisão estrangeira na hipótese de
competência exclusiva da autoridade judiciária brasileira.
Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à concessão do exequa-
tur à carta rogatória.
Art. 965. O cumprimento de decisão estrangeira far-se-á perante o juízo
federal competente, a requerimento da parte, conforme as normas estabele-
cidas para o cumprimento de decisão nacional.
Parágrafo único. O pedido de execução deverá ser instruído com cópia au-
tenticada da decisão homologatória ou do exequatur , conforme o caso.

CAPÍTULO VII 
DA AÇÃO RESCISÓRIA

Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida


quando:

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I – se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou


corrupção do juiz;
II – for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III – resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da
parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de
fraudar a lei;
IV – ofender a coisa julgada;
V – violar manifestamente norma jurídica;
VI – for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo
criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;
VII – obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova
cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de
lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII – for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
§ 1º Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente
ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispen-
sável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido
sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.
§ 2º Nas hipóteses previstas nos incisos do caput , será rescindível a deci-
são transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça:
I – nova propositura da demanda; ou
II – admissibilidade do recurso correspondente.
§ 3º A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da
decisão.
§ 4º Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por ou-
tros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos
homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação,
nos termos da lei.
§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput  deste
artigo, contra decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido

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em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a existência


de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que
lhe deu fundamento. (Incluído pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
§ 6º Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste arti-
go, caberá ao autor, sob pena de inépcia, demonstrar, fundamentadamente,
tratar-se de situação particularizada por hipótese fática distinta ou de ques-
tão jurídica não examinada, a impor outra solução jurídica. (Incluído pela Lei
n. 13.256, de 2016) (Vigência)
Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:
I – quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou sin-
gular;
II – o terceiro juridicamente interessado;
III – o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das
partes, a fim de fraudar a lei;
c) em outros casos em que se imponha sua atuação;
IV – aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a
intervenção.
Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 178 , o Ministério Público será inti-
mado para intervir como fiscal da ordem jurídica quando não for parte.
Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos
essenciais do art. 319 , devendo o autor:
I – cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento do
processo;
II – depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa, que
se converterá em multa caso a ação seja, por unanimidade de votos, decla-
rada inadmissível ou improcedente.

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§ 1º Não se aplica o disposto no inciso II à União, aos Estados, ao Distrito


Federal, aos Municípios, às suas respectivas autarquias e fundações de direito
público, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e aos que tenham obtido
o benefício de gratuidade da justiça.
§ 2º O depósito previsto no inciso II do caput deste artigo não será supe-
rior a 1.000 (mil) salários-mínimos.
§ 3º Além dos casos previstos no art. 330 , a petição inicial será indeferida
quando não efetuado o depósito exigido pelo inciso II do caput deste artigo.
§ 4º Aplica-se à ação rescisória o disposto no art. 332 .
§ 5º Reconhecida a incompetência do tribunal para julgar a ação rescisó-
ria, o autor será intimado para emendar a petição inicial, a fim de adequar o
objeto da ação rescisória, quando a decisão apontada como rescindenda:
I – não tiver apreciado o mérito e não se enquadrar na situação prevista
no § 2º do art. 966 ;
II – tiver sido substituída por decisão posterior.
§ 6º Na hipótese do § 5º, após a emenda da petição inicial, será permiti-
do ao réu complementar os fundamentos de defesa, e, em seguida, os autos
serão remetidos ao tribunal competente.
Art. 969. A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da
decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória.
Art. 970. O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nun-
ca inferior a 15 (quinze) dias nem superior a 30 (trinta) dias para, querendo,
apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á,
no que couber, o procedimento comum.
Art. 971. Na ação rescisória, devolvidos os autos pelo relator, a secretaria
do tribunal expedirá cópias do relatório e as distribuirá entre os juízes que
compuserem o órgão competente para o julgamento.
Parágrafo único. A escolha de relator recairá, sempre que possível, em juiz
que não haja participado do julgamento rescindendo.

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Art. 972. Se os fatos alegados pelas partes dependerem de prova, o re-

lator poderá delegar a competência ao órgão que proferiu a decisão rescin-

denda, fixando prazo de 1 (um) a 3 (três) meses para a devolução dos autos.

Art. 973. Concluída a instrução, será aberta vista ao autor e ao réu para

razões finais, sucessivamente, pelo prazo de 10 (dez) dias.

Parágrafo único. Em seguida, os autos serão conclusos ao relator, proce-

dendo-se ao julgamento pelo órgão competente.

Art. 974. Julgando procedente o pedido, o tribunal rescindirá a decisão,

proferirá, se for o caso, novo julgamento e determinará a restituição do de-

pósito a que se refere o inciso II do art. 968 .

Parágrafo único. Considerando, por unanimidade, inadmissível ou impro-

cedente o pedido, o tribunal determinará a reversão, em favor do réu, da

importância do depósito, sem prejuízo do disposto no § 2º do art. 82 .

Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do

trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.

§ 1º Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o pra-

zo a que se refere o caput , quando expirar durante férias forenses, recesso,

feriados ou em dia em que não houver expediente forense.

§ 2º Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo

será a data de descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5

(cinco) anos, contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no

processo.

§ 3º Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo come-

ça a contar, para o terceiro prejudicado e para o Ministério Público, que não

interveio no processo, a partir do momento em que têm ciência da simulação

ou da colusão.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO VIII 
DO INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS

Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas


repetitivas quando houver, simultaneamente:
I – efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a
mesma questão unicamente de direito;
II – risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
§ 1º A desistência ou o abandono do processo não impede o exame de
mérito do incidente.
§ 2º Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoria-
mente no incidente e deverá assumir sua titularidade em caso de desistência
ou de abandono.
§ 3º A inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas por
ausência de qualquer de seus pressupostos de admissibilidade não impede
que, uma vez satisfeito o requisito, seja o incidente novamente suscitado.
§ 4º É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando
um dos tribunais superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já
tiver afetado recurso para definição de tese sobre questão de direito material
ou processual repetitiva.
§ 5º Não serão exigidas custas processuais no incidente de resolução de
demandas repetitivas.
Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente
de tribunal:
I – pelo juiz ou relator, por ofício;
II – pelas partes, por petição;
III – pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, por petição.
Parágrafo único. O ofício ou a petição será instruído com os documentos
necessários à demonstração do preenchimento dos pressupostos para a ins-
tauração do incidente.

1720
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 978. O julgamento do incidente caberá ao órgão indicado pelo regi-


mento interno dentre aqueles responsáveis pela uniformização de jurispru-
dência do tribunal.
Parágrafo único. O órgão colegiado incumbido de julgar o incidente e de
fixar a tese jurídica julgará igualmente o recurso, a remessa necessária ou o
processo de competência originária de onde se originou o incidente.
Art. 979. A instauração e o julgamento do incidente serão sucedidos da
mais ampla e específica divulgação e publicidade, por meio de registro eletrô-
nico no Conselho Nacional de Justiça.
§ 1º Os tribunais manterão banco eletrônico de dados atualizados com
informações específicas sobre questões de direito submetidas ao incidente,
comunicando-o imediatamente ao Conselho Nacional de Justiça para inclusão
no cadastro.
§ 2º Para possibilitar a identificação dos processos abrangidos pela deci-
são do incidente, o registro eletrônico das teses jurídicas constantes do ca-
dastro conterá, no mínimo, os fundamentos determinantes da decisão e os
dispositivos normativos a ela relacionados.
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo ao julgamento de recursos repetiti-
vos e da repercussão geral em recurso extraordinário.
Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá prefe-
rência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os
pedidos de habeas corpus .
Parágrafo único. Superado o prazo previsto no caput , cessa a suspensão
dos processos prevista no art. 982 , salvo decisão fundamentada do relator
em sentido contrário.
Art. 981. Após a distribuição, o órgão colegiado competente para julgar o
incidente procederá ao seu juízo de admissibilidade, considerando a presença
dos pressupostos do art. 976.
Art. 982. Admitido o incidente, o relator:

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – suspenderá os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tra-


mitam no Estado ou na região, conforme o caso;
II – poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita proces-
so no qual se discute o objeto do incidente, que as prestarão no prazo de 15
(quinze) dias;
III – intimará o Ministério Público para, querendo, manifestar-se no prazo
de 15 (quinze) dias.
§ 1º A suspensão será comunicada aos órgãos jurisdicionais competentes.
§ 2º Durante a suspensão, o pedido de tutela de urgência deverá ser diri-
gido ao juízo onde tramita o processo suspenso.
§ 3º Visando à garantia da segurança jurídica, qualquer legitimado men-
cionado no art. 977, incisos II e III , poderá requerer, ao tribunal competente
para conhecer do recurso extraordinário ou especial, a suspensão de todos os
processos individuais ou coletivos em curso no território nacional que versem
sobre a questão objeto do incidente já instaurado.
§ 4º Independentemente dos limites da competência territorial, a parte no
processo em curso no qual se discuta a mesma questão objeto do incidente é
legitimada para requerer a providência prevista no § 3º deste artigo.
§ 5º Cessa a suspensão a que se refere o inciso I do caput deste artigo se
não for interposto recurso especial ou recurso extraordinário contra a decisão
proferida no incidente.
Art. 983. O relator ouvirá as partes e os demais interessados, inclusive
pessoas, órgãos e entidades com interesse na controvérsia, que, no prazo co-
mum de 15 (quinze) dias, poderão requerer a juntada de documentos, bem
como as diligências necessárias para a elucidação da questão de direito contro-
vertida, e, em seguida, manifestar-se-á o Ministério Público, no mesmo prazo.
§ 1º Para instruir o incidente, o relator poderá designar data para, em
audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e conheci-
mento na matéria.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º Concluídas as diligências, o relator solicitará dia para o julgamento


do incidente.
Art. 984. No julgamento do incidente, observar-se-á a seguinte ordem:
I – o relator fará a exposição do objeto do incidente;
II – poderão sustentar suas razões, sucessivamente:
a) o autor e o réu do processo originário e o Ministério Público, pelo prazo
de 30 (trinta) minutos;
b) os demais interessados, no prazo de 30 (trinta) minutos, divididos en-
tre todos, sendo exigida inscrição com 2 (dois) dias de antecedência.
§ 1º Considerando o número de inscritos, o prazo poderá ser ampliado.
§ 2º O conteúdo do acórdão abrangerá a análise de todos os fundamen-
tos suscitados concernentes à tese jurídica discutida, sejam favoráveis ou
contrários.
Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada:
I – a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idên-
tica questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo
tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo
Estado ou região;
II – aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que ve-
nham a tramitar no território de competência do tribunal, salvo revisão na
forma do art. 986 .
§ 1º Não observada a tese adotada no incidente, caberá reclamação.
§ 2º Se o incidente tiver por objeto questão relativa a prestação de serviço
concedido, permitido ou autorizado, o resultado do julgamento será comunica-
do ao órgão, ao ente ou à agência reguladora competente para fiscalização da
efetiva aplicação, por parte dos entes sujeitos a regulação, da tese adotada.
Art. 986. A revisão da tese jurídica firmada no incidente far-se-á pelo
mesmo tribunal, de ofício ou mediante requerimento dos legitimados mencio-
nados no art. 977, inciso III .

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 987. Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso extraordi-


nário ou especial, conforme o caso.
§ 1º O recurso tem efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral
de questão constitucional eventualmente discutida.
§ 2º Apreciado o mérito do recurso, a tese jurídica adotada pelo Supremo
Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça será aplicada no territó-
rio nacional a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre
idêntica questão de direito.

CAPÍTULO IX 
DA RECLAMAÇÃO

Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Públi-


co para:
I – preservar a competência do tribunal;
II – garantir a autoridade das decisões do tribunal;
III – garantir a observância de decisão do Supremo Tribunal Federal em
controle concentrado de constitucionalidade;
III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de deci-
são do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionali-
dade; (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
IV – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de pre-
cedente proferido em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de
assunção de competência.
IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de inci-
dente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de
competência; (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
§ 1º A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu jul-
gamento compete ao órgão jurisdicional cuja competência se busca preservar
ou cuja autoridade se pretenda garantir.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida


ao presidente do tribunal.
§ 3º Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao rela-
tor do processo principal, sempre que possível.
§ 4º As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida
da tese jurídica e sua não aplicação aos casos que a ela correspondam.
§ 5º É inadmissível a reclamação proposta após o trânsito em julgado da
decisão.
§ 5º É inadmissível a reclamação: (Redação dada pela Lei n. 13.256, de
2016) (Vigência)
I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada; (Incluído
pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraor-
dinário com repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julga-
mento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgota-
das as instâncias ordinárias. (Incluído pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
§ 6º A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a
decisão proferida pelo órgão reclamado não prejudica a reclamação.
Art. 989. Ao despachar a reclamação, o relator:
I – requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática
do ato impugnado, que as prestará no prazo de 10 (dez) dias;
II – se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugna-
do para evitar dano irreparável;
III – determinará a citação do beneficiário da decisão impugnada, que terá
prazo de 15 (quinze) dias para apresentar a sua contestação.
Art. 990. Qualquer interessado poderá impugnar o pedido do reclamante.
Art. 991. Na reclamação que não houver formulado, o Ministério Públi-
co terá vista do processo por 5 (cinco) dias, após o decurso do prazo para
informações e para o oferecimento da contestação pelo beneficiário do ato
impugnado.

1725
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 992. Julgando procedente a reclamação, o tribunal cassará a decisão


exorbitante de seu julgado ou determinará medida adequada à solução da
controvérsia.
Art. 993. O presidente do tribunal determinará o imediato cumprimento
da decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente.

TÍTULO II 
DOS RECURSOS
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:


I – apelação;
II – agravo de instrumento;
III – agravo interno;
IV – embargos de declaração;
V – recurso ordinário;
VI – recurso especial;
VII – recurso extraordinário;
VIII – agravo em recurso especial ou extraordinário;
IX – embargos de divergência.
Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposi-
ção legal ou decisão judicial em sentido diverso.
Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por
decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de
dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a proba-
bilidade de provimento do recurso.
Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro
prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem
jurídica.

1726
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a de-


cisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito
de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto pro-
cessual.
Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e
com observância das exigências legais.
§ 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles
poderá aderir o outro.
§ 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sen-
do-lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissi-
bilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado,
ainda, o seguinte:
I – será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora in-
terposto, no prazo de que a parte dispõe para responder;
II – será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso
especial;
III – não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se
for ele considerado inadmissível.
Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do re-
corrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso.
Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão
cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julga-
mento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos.
Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da
outra parte.
Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não
poderá recorrer.
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma
reserva, de ato incompatível com a vontade de recorrer.
Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso.

1727
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 1.002. A decisão pode ser impugnada no todo ou em parte.


Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que
os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria
Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.
§ 1º Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão intimados em audi-
ência quando nesta for proferida a decisão.
§ 2º Aplica-se o disposto no art. 231 , incisos I a VI, ao prazo de interpo-
sição de recurso pelo réu contra decisão proferida anteriormente à citação.
§ 3º No prazo para interposição de recurso, a petição será protocolada
em cartório ou conforme as normas de organização judiciária, ressalvado o
disposto em regra especial.
§ 4º Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio,
será considerada como data de interposição a data de postagem.
§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os re-
cursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias.
§ 6º O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de in-
terposição do recurso.
Art. 1.004. Se, durante o prazo para a interposição do recurso, sobrevier
o falecimento da parte ou de seu advogado ou ocorrer motivo de força maior
que suspenda o curso do processo, será tal prazo restituído em proveito da
parte, do herdeiro ou do sucessor, contra quem começará a correr novamente
depois da intimação.
Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos apro-
veita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses.
Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por
um devedor aproveitará aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes
forem comuns.
Art. 1.006. Certificado o trânsito em julgado, com menção expressa da
data de sua ocorrência, o escrivão ou o chefe de secretaria, independente-

1728
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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mente de despacho, providenciará a baixa dos autos ao juízo de origem, no


prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprova-
rá, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive
porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.
§ 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,
os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Fe-
deral, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que
gozam de isenção legal.
§ 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de
retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advo-
gado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no
processo em autos eletrônicos.
§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso,
o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será in-
timado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro,
sob pena de deserção.
§ 5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do pre-
paro, inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na
forma do § 4º.
§ 6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena
de deserção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para
efetuar o preparo.
§ 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplica-
ção da pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao
recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 1.008. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão im-
pugnada no que tiver sido objeto de recurso.

1729
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO II 
DA APELAÇÃO

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.


§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu
respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela pre-
clusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente
interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
§ 2º Se as questões referidas no § 1º forem suscitadas em contrarrazões,
o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a res-
peito delas.
§ 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as ques-
tões mencionadas no art. 1.015 integrarem capítulo da sentença.
Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primei-
ro grau, conterá:
I – os nomes e a qualificação das partes;
II – a exposição do fato e do direito;
III – as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;
IV – o pedido de nova decisão.
§ 1º O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de
15 (quinze) dias.
§ 2º Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante
para apresentar contrarrazões.
§ 3º Após as formalidades previstas nos §§ 1º e 2º, os autos serão reme-
tidos ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade.
Art. 1.011. Recebido o recurso de apelação no tribunal e distribuído ime-
diatamente, o relator:
I – decidi-lo-á monocraticamente apenas nas hipóteses do art. 932, inci-
sos III a V ;

1730
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – se não for o caso de decisão monocrática, elaborará seu voto para


julgamento do recurso pelo órgão colegiado.
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos
imediatamente após a sua publicação a sentença que:
I – homologa divisão ou demarcação de terras;
II – condena a pagar alimentos;
III – extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embar-
gos do executado;
IV – julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V – confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI – decreta a interdição.
§ 2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumpri-
mento provisório depois de publicada a sentença.
§ 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º
poderá ser formulado por requerimento dirigido ao:
I – tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e
sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para
julgá-la;
II – relator, se já distribuída a apelação.
§ 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa
pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do re-
curso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave
ou de difícil reparação.
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria
impugnada.
§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas
as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido
solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.

1731
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz


acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento
dos demais.
§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribu-
nal deve decidir desde logo o mérito quando:
I – reformar sentença fundada no art. 485 ;
II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os
limites do pedido ou da causa de pedir;
III – constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que
poderá julgá-lo;
IV – decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a pres-
crição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais ques-
tões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.
§ 5º O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela pro-
visória é impugnável na apelação.
Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão
ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por mo-
tivo de força maior.
CAPÍTULO III 
DO AGRAVO DE INSTRUMENTO

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutó-


rias que versarem sobre:
I – tutelas provisórias;
II – mérito do processo;
III – rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV – incidente de desconsideração da personalidade jurídica;

1732
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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V – rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido


de sua revogação;
VI – exibição ou posse de documento ou coisa;
VII – exclusão de litisconsorte;
VIII – rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX – admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X – concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embar-
gos à execução;
XI – redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ;
XII – (VETADO);
XIII – outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões
interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumpri-
mento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal
competente, por meio de petição com os seguintes requisitos:
I – os nomes das partes;
II – a exposição do fato e do direito;
III – as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o pró-
prio pedido;
IV – o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo.
Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:
I – obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da
petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da
certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a
tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e
do agravado;
II – com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos
no inciso I, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabili-
dade pessoal;

1733
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.


§ 1º Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das respecti-
vas custas e do porte de retorno, quando devidos, conforme tabela publicada
pelos tribunais.
§ 2º No prazo do recurso, o agravo será interposto por:
I – protocolo realizado diretamente no tribunal competente para julgá-lo;
II – protocolo realizado na própria comarca, seção ou subseção judiciárias;
III – postagem, sob registro, com aviso de recebimento;
IV – transmissão de dados tipo fac-símile, nos termos da lei;
V – outra forma prevista em lei.
§ 3º Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício
que comprometa a admissibilidade do agravo de instrumento, deve o relator
aplicar o disposto no art. 932, parágrafo único .
§ 4º Se o recurso for interposto por sistema de transmissão de dados tipo
fac-símile ou similar, as peças devem ser juntadas no momento de protocolo
da petição original.
§ 5º Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças re-
feridas nos incisos I e II do caput , facultando-se ao agravante anexar outros
documentos que entender úteis para a compreensão da controvérsia.
Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do proces-
so, de cópia da petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua
interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso.
§ 1º Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator
considerará prejudicado o agravo de instrumento.
§ 2º Não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a providência
prevista no caput , no prazo de 3 (três) dias a contar da interposição do agra-
vo de instrumento.
§ 3º O descumprimento da exigência de que trata o § 2º, desde que ar-
guido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo de ins-
trumento.

1734
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído


imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV , o
relator, no prazo de 5 (cinco) dias:
I – poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação
de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz
sua decisão;
II – ordenará a intimação do agravado pessoalmente, por carta com aviso
de recebimento, quando não tiver procurador constituído, ou pelo Diário da
Justiça ou por carta com aviso de recebimento dirigida ao seu advogado, para
que responda no prazo de 15 (quinze) dias, facultando-lhe juntar a documen-
tação que entender necessária ao julgamento do recurso;
III – determinará a intimação do Ministério Público, preferencialmente por
meio eletrônico, quando for o caso de sua intervenção, para que se manifeste
no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 1.020. O relator solicitará dia para julgamento em prazo não superior
a 1 (um) mês da intimação do agravado.

CAPÍTULO IV 
DO AGRAVO INTERNO

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno
para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as
regras do regimento interno do tribunal.
§ 1º Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificada-
mente os fundamentos da decisão agravada.
§ 2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para mani-
festar-se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não
havendo retratação, o relator leva-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado,
com inclusão em pauta.

1735
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da de-


cisão agravada para julgar improcedente o agravo interno.
§ 4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível
ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão funda-
mentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um
e cinco por cento do valor atualizado da causa.
§ 5º A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depó-
sito prévio do valor da multa prevista no § 4º, à exceção da Fazenda Pública
e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final.

CAPÍTULO V 
DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão ju-


dicial para:
I – esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II – suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar
o juiz de ofício ou a requerimento;
III – corrigir erro material.
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:
I – deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos re-
petitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob
julgamento;
II – incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º .

Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em

petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou

omissão, e não se sujeitam a preparo.

§ 1º Aplica-se aos embargos de declaração o art. 229 .

1736
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo

de 5 (cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento

implique a modificação da decisão embargada.

Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias.

§ 1º Nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na sessão

subsequente, proferindo voto, e, não havendo julgamento nessa sessão, será

o recurso incluído em pauta automaticamente.

§ 2º Quando os embargos de declaração forem opostos contra decisão de

relator ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal, o órgão prolator da

decisão embargada decidi-los-á monocraticamente.

§ 3º O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como agra-

vo interno se entender ser este o recurso cabível, desde que determine pre-

viamente a intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, comple-

mentar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021,

§ 1º .

§ 4º Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modifica-

ção da decisão embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso

contra a decisão originária tem o direito de complementar ou alterar suas ra-

zões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, conta-

do da intimação da decisão dos embargos de declaração.

§ 5º Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a

conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte antes

da publicação do julgamento dos embargos de declaração será processado e

julgado independentemente de ratificação.

Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o em-

bargante suscitou, para fins de prequestionamento, ainda que os embargos


de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior con-
sidere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade.

1737
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e


interrompem o prazo para a interposição de recurso.
§ 1º A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa
pelo respectivo juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento
do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano
grave ou de difícil reparação.
§ 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração,
o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a
pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atu-
alizado da causa.
§ 3º Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protela-
tórios, a multa será elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da
causa, e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito
prévio do valor da multa, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de
gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.
§ 4º Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois)
anteriores houverem sido considerados protelatórios.

CAPÍTULO VI 
DOS RECURSOS PARA O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E PARA O
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Seção I 
Do Recurso Ordinário

Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário:


I – pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas
data e os mandados de injunção decididos em única instância pelos tribunais

superiores, quando denegatória a decisão;

II – pelo Superior Tribunal de Justiça:

1738
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais

regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Fe-

deral e Territórios, quando denegatória a decisão;

b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou

organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domi-

ciliada no País.

§ 1º Nos processos referidos no inciso II, alínea “b”, contra as decisões

interlocutórias caberá agravo de instrumento dirigido ao Superior Tribunal de

Justiça, nas hipóteses do art. 1.015 .

§ 2º Aplica-se ao recurso ordinário o disposto nos arts. 1.013, § 3º ,

e 1.029, § 5º .

Art. 1.028. Ao recurso mencionado no art. 1.027, inciso II, alínea “b”, apli-

cam-se, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento, as dis-

posições relativas à apelação e o Regimento Interno do Superior Tribunal de

Justiça.

§ 1º Na hipótese do art. 1.027, § 1º , aplicam-se as disposições relati-

vas ao agravo de instrumento e o Regimento Interno do Superior Tribunal

de Justiça.

§ 2º O recurso previsto no art. 1.027, incisos I e II, alínea “a”, deve ser

interposto perante o tribunal de origem, cabendo ao seu presidente ou vice-

-presidente determinar a intimação do recorrido para, em 15 (quinze) dias,

apresentar as contrarrazões.

§ 3º Findo o prazo referido no § 2º, os autos serão remetidos ao respecti-

vo tribunal superior, independentemente de juízo de admissibilidade.

1739
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção II 
Do Recurso Extraordinário e do Recurso Especial
Subseção I 
Disposições Gerais

Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos pre-


vistos na Constituição Federal , serão interpostos perante o presidente ou o
vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
I – a exposição do fato e do direito;
II – a demonstração do cabimento do recurso interposto;
III – as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recor-
rida.
§ 1º Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente
fará a prova da divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório
de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em
que houver sido publicado o acórdão divergente, ou ainda com a reprodução
de julgado disponível na rede mundial de computadores, com indicação da
respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso, mencionar as circunstâncias
que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados.
§ 2º Quando o recurso estiver fundado em dissídio jurisprudencial, é ve-
dado ao tribunal inadmiti-lo com base em fundamento genérico de que as cir-
cunstâncias fáticas são diferentes, sem demonstrar a existência da distinção.
§ 2º ( Revogado ). (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
§ 3º O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá
desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção,
desde que não o repute grave.
§ 4º Quando, por ocasião do processamento do incidente de resolução de
demandas repetitivas, o presidente do Supremo Tribunal Federal ou do Supe-
rior Tribunal de Justiça receber requerimento de suspensão de processos em
que se discuta questão federal constitucional ou infraconstitucional, poderá,

1740
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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considerando razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social,


estender a suspensão a todo o território nacional, até ulterior decisão do re-
curso extraordinário ou do recurso especial a ser interposto.
§ 5º O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário
ou a recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a in-
terposição do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu
exame prevento para julgá-lo;
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publi-
cação da decisão de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator
designado para seu exame prevento para julgá-lo; (Redação dada pela Lei
n. 13.256, de 2016) (Vigência)
II – ao relator, se já distribuído o recurso;
III – ao presidente ou vice-presidente do tribunal local, no caso de o re-
curso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037 .
III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período
compreendido entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de
admissão do recurso, assim como no caso de o recurso ter sido sobresta-
do, nos termos do art. 1.037 . (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)
(Vigência)
Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o
recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quin-
ze) dias, findo o qual os autos serão remetidos ao respectivo tribunal superior.
Parágrafo único. A remessa de que trata o caput dar-se-á independente-
mente de juízo de admissibilidade.
Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o
recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quin-
ze) dias, findo o qual os autos serão conclusos ao presidente ou ao vice-pre-
sidente do tribunal recorrido, que deverá: (Redação dada pela Lei n. 13.256,
de 2016) (Vigência)
I – negar seguimento: (Incluído pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)

1741
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o


Supremo Tribunal Federal não tenha reconhecido a existência de repercussão
geral ou a recurso extraordinário interposto contra acórdão que esteja em
conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal exarado no re-
gime de repercussão geral; (Incluída pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acór-
dão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal
Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, respectivamente, exarado no re-
gime de julgamento de recursos repetitivos; (Incluída pela Lei n. 13.256, de
2016) (Vigência)
II – encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do juízo de
retratação, se o acórdão recorrido divergir do entendimento do Supremo Tri-
bunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça exarado, conforme o caso,
nos regimes de repercussão geral ou de recursos repetitivos; (Incluído pela
Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter re-
petitivo ainda não decidida pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça, conforme se trate de matéria constitucional ou infracons-
titucional; (Incluído pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
IV – selecionar o recurso como representativo de controvérsia constitucio-
nal ou infraconstitucional, nos termos do § 6º do art. 1.036; (Incluído pela Lei
n. 13.256, de 2016) (Vigência)
V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao
Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, desde que: (In-
cluído pela Lei n. 13.256, de 2016)
a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão
geral ou de julgamento de recursos repetitivos; (Incluída pela Lei n. 13.256,
de 2016) (Vigência)

1742
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b) o recurso tenha sido selecionado como representativo da controvérsia;


ou (Incluída pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação. (Incluída pela
Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
§ 1º Da decisão de inadmissibilidade proferida com fundamento no inciso
V caberá agravo ao tribunal superior, nos termos do art. 1.042. (Incluído pela
Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
§ 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá
agravo interno, nos termos do art. 1.021. (Incluído pela Lei n. 13.256, de
2016) (Vigência)
Art. 1.031. Na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordi-
nário e recurso especial, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de
Justiça.
§ 1º Concluído o julgamento do recurso especial, os autos serão remetidos
ao Supremo Tribunal Federal para apreciação do recurso extraordinário, se
este não estiver prejudicado.
§ 2º Se o relator do recurso especial considerar prejudicial o recurso ex-
traordinário, em decisão irrecorrível, sobrestará o julgamento e remeterá os
autos ao Supremo Tribunal Federal.
§ 3º Na hipótese do § 2º, se o relator do recurso extraordinário, em de-
cisão irrecorrível, rejeitar a prejudicialidade, devolverá os autos ao Superior
Tribunal de Justiça para o julgamento do recurso especial.
Art. 1.032. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o
recurso especial versa sobre questão constitucional, deverá conceder prazo
de 15 (quinze) dias para que o recorrente demonstre a existência de reper-
cussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional.
Parágrafo único. Cumprida a diligência de que trata o caput , o relator
remeterá o recurso ao Supremo Tribunal Federal, que, em juízo de admissibi-
lidade, poderá devolvê-lo ao Superior Tribunal de Justiça.

1743
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Art. 1.033. Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a


ofensa à Constituição afirmada no recurso extraordinário, por pressupor a
revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior
Tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial.
Art. 1.034. Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, o Su-
premo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça julgará o processo,
aplicando o direito.
Parágrafo único. Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial
por um fundamento, devolve-se ao tribunal superior o conhecimento dos de-
mais fundamentos para a solução do capítulo impugnado.
Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não co-
nhecerá do recurso extraordinário quando a questão constitucional nele ver-
sada não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo.
§ 1º Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou
não de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou
jurídico que ultrapassem os interesses subjetivos do processo.
§ 2º O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral
para apreciação exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal.
§ 3º Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão
que:
I – contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal
Federal;
II – tenha sido proferido em julgamento de casos repetitivos;
II – ( Revogado ); (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016) (Vigência)
III – tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei fede-
ral, nos termos do art. 97 da Constituição Federal .
§ 4º O relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifes-
tação de terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regi-
mento Interno do Supremo Tribunal Federal.

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§ 5º Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Fe-


deral determinará a suspensão do processamento de todos os processos pen-
dentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no
território nacional.
§ 6º O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente do
tribunal de origem, que exclua da decisão de sobrestamento e inadmita o re-
curso extraordinário que tenha sido interposto intempestivamente, tendo o re-
corrente o prazo de 5 (cinco) dias para manifestar-se sobre esse requerimento.
§ 7º Da decisão que indeferir o requerimento referido no § 6º caberá agra-
vo, nos termos do art. 1.042 .
§ 7º Da decisão que indeferir o requerimento referido no § 6º ou que
aplicar entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julga-
mento de recursos repetitivos caberá agravo interno. (Redação dada pela Lei
n. 13.256, de 2016) (Vigência)
§ 8º Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-presidente do tri-
bunal de origem negará seguimento aos recursos extraordinários sobrestados
na origem que versem sobre matéria idêntica.
§ 9º O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá ser julga-
do no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressal-
vados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus .
§ 10. Não ocorrendo o julgamento no prazo de 1 (um) ano a contar do
reconhecimento da repercussão geral, cessa, em todo o território nacional, a
suspensão dos processos, que retomarão seu curso normal.
§ 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)
§ 11. A súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que
será publicada no diário oficial e valerá como acórdão.

Subseção II 
Do Julgamento dos Recursos Extraordinário e Especial Repetitivos

Art. 1.036. Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários


ou especiais com fundamento em idêntica questão de direito, haverá afetação

1745
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para julgamento de acordo com as disposições desta Subseção, observado o


disposto no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal e no do Superior
Tribunal de Justiça.
§ 1º O presidente ou o vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribu-
nal regional federal selecionará 2 (dois) ou mais recursos representativos da
controvérsia, que serão encaminhados ao Supremo Tribunal Federal ou ao
Superior Tribunal de Justiça para fins de afetação, determinando a suspensão
do trâmite de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que
tramitem no Estado ou na região, conforme o caso.
§ 2º O interessado pode requerer, ao presidente ou ao vice-presidente, que
exclua da decisão de sobrestamento e inadmita o recurso especial ou o recur-
so extraordinário que tenha sido interposto intempestivamente, tendo o recor-
rente o prazo de 5 (cinco) dias para manifestar-se sobre esse requerimento.
§ 3º Da decisão que indeferir este requerimento caberá agravo, nos ter-
mos do art. 1.042 .
§ 3º Da decisão que indeferir o requerimento referido no § 2º caberá ape-
nas agravo interno. (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)
§ 4º A escolha feita pelo presidente ou vice-presidente do tribunal de jus-
tiça ou do tribunal regional federal não vinculará o relator no tribunal superior,
que poderá selecionar outros recursos representativos da controvérsia.
§ 5º O relator em tribunal superior também poderá selecionar 2 (dois) ou
mais recursos representativos da controvérsia para julgamento da questão de
direito independentemente da iniciativa do presidente ou do vice-presidente
do tribunal de origem.
§ 6º Somente podem ser selecionados recursos admissíveis que conte-
nham abrangente argumentação e discussão a respeito da questão a ser
decidida.
Art. 1.037. Selecionados os recursos, o relator, no tribunal superior, cons-
tatando a presença do pressuposto do caput do art. 1.036 , proferirá decisão
de afetação, na qual:

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I – identificará com precisão a questão a ser submetida a julgamento;


II – determinará a suspensão do processamento de todos os processos
pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitem
no território nacional;
III – poderá requisitar aos presidentes ou aos vice-presidentes dos tribu-
nais de justiça ou dos tribunais regionais federais a remessa de um recurso
representativo da controvérsia.
§ 1º Se, após receber os recursos selecionados pelo presidente ou pelo
vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, não se
proceder à afetação, o relator, no tribunal superior, comunicará o fato ao pre-
sidente ou ao vice-presidente que os houver enviado, para que seja revogada
a decisão de suspensão referida no art. 1.036, § 1º .
§ 2º É vedado ao órgão colegiado decidir, para os fins do art. 1.040 , ques-
tão não delimitada na decisão a que se refere o inciso I do caput . (Revogado
pela Lei n. 13.256, de 2016)
§ 3º Havendo mais de uma afetação, será prevento o relator que primeiro
tiver proferido a decisão a que se refere o inciso I do caput .
§ 4º Os recursos afetados deverão ser julgados no prazo de 1 (um) ano
e terão preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu
preso e os pedidos de habeas corpus .
§ 5º Não ocorrendo o julgamento no prazo de 1 (um) ano a contar da pu-
blicação da decisão de que trata o inciso I do caput , cessam automaticamen-
te, em todo o território nacional, a afetação e a suspensão dos processos, que
retomarão seu curso normal. (Revogado pela Lei n. 13.256, de 2016)
§ 6º Ocorrendo a hipótese do § 5º, é permitido a outro relator do res-
pectivo tribunal superior afetar 2 (dois) ou mais recursos representativos da
controvérsia na forma do art. 1.036 .
§ 7º Quando os recursos requisitados na forma do inciso III do caput con-
tiverem outras questões além daquela que é objeto da afetação, caberá ao
tribunal decidir esta em primeiro lugar e depois as demais, em acórdão espe-
cífico para cada processo.

1747
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 8º As partes deverão ser intimadas da decisão de suspensão de seu


processo, a ser proferida pelo respectivo juiz ou relator quando informado da
decisão a que se refere o inciso II do caput .
§ 9º Demonstrando distinção entre a questão a ser decidida no processo
e aquela a ser julgada no recurso especial ou extraordinário afetado, a parte
poderá requerer o prosseguimento do seu processo.
§ 10. O requerimento a que se refere o § 9º será dirigido:
I – ao juiz, se o processo sobrestado estiver em primeiro grau;
II – ao relator, se o processo sobrestado estiver no tribunal de origem;
III – ao relator do acórdão recorrido, se for sobrestado recurso especial ou
recurso extraordinário no tribunal de origem;
IV – ao relator, no tribunal superior, de recurso especial ou de recurso ex-
traordinário cujo processamento houver sido sobrestado.
§ 11. A outra parte deverá ser ouvida sobre o requerimento a que se re-
fere o § 9º, no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 12. Reconhecida a distinção no caso:
I – dos incisos I, II e IV do § 10, o próprio juiz ou relator dará prossegui-
mento ao processo;
II – do inciso III do § 10, o relator comunicará a decisão ao presidente
ou ao vice-presidente que houver determinado o sobrestamento, para que o
recurso especial ou o recurso extraordinário seja encaminhado ao respectivo
tribunal superior, na forma do art. 1.030, parágrafo único .
§ 13. Da decisão que resolver o requerimento a que se refere o § 9º
caberá:
I – agravo de instrumento, se o processo estiver em primeiro grau;
II – agravo interno, se a decisão for de relator.
Art. 1.038. O relator poderá:
I – solicitar ou admitir manifestação de pessoas, órgãos ou entidades com
interesse na controvérsia, considerando a relevância da matéria e consoante
dispuser o regimento interno;

1748
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II – fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas


com experiência e conhecimento na matéria, com a finalidade de instruir o
procedimento;
III – requisitar informações aos tribunais inferiores a respeito da controvér-
sia e, cumprida a diligência, intimará o Ministério Público para manifestar-se.
§ 1º No caso do inciso III, os prazos respectivos são de 15 (quinze) dias,
e os atos serão praticados, sempre que possível, por meio eletrônico.
§ 2º Transcorrido o prazo para o Ministério Público e remetida cópia do
relatório aos demais ministros, haverá inclusão em pauta, devendo ocorrer o
julgamento com preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que en-
volvam réu preso e os pedidos de habeas corpus .
§ 3º O conteúdo do acórdão abrangerá a análise de todos os fundamentos
da tese jurídica discutida, favoráveis ou contrários.
§ 3º O conteúdo do acórdão abrangerá a análise dos fundamentos rele-
vantes da tese jurídica discutida. (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)
Art. 1.039. Decididos os recursos afetados, os órgãos colegiados declara-
rão prejudicados os demais recursos versando sobre idêntica controvérsia ou
os decidirão aplicando a tese firmada.
Parágrafo único. Negada a existência de repercussão geral no recurso ex-
traordinário afetado, serão considerados automaticamente inadmitidos os re-
cursos extraordinários cujo processamento tenha sido sobrestado.
Art. 1.040. Publicado o acórdão paradigma:
I – o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem negará segui-
mento aos recursos especiais ou extraordinários sobrestados na origem, se o
acórdão recorrido coincidir com a orientação do tribunal superior;
II – o órgão que proferiu o acórdão recorrido, na origem, reexaminará o
processo de competência originária, a remessa necessária ou o recurso ante-
riormente julgado, se o acórdão recorrido contrariar a orientação do tribunal
superior;

1749
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – os processos suspensos em primeiro e segundo graus de jurisdição


retomarão o curso para julgamento e aplicação da tese firmada pelo tribunal
superior;
IV – se os recursos versarem sobre questão relativa a prestação de ser-
viço público objeto de concessão, permissão ou autorização, o resultado do
julgamento será comunicado ao órgão, ao ente ou à agência reguladora com-
petente para fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos entes sujeitos a
regulação, da tese adotada.
§ 1º A parte poderá desistir da ação em curso no primeiro grau de jurisdi-
ção, antes de proferida a sentença, se a questão nela discutida for idêntica à
resolvida pelo recurso representativo da controvérsia.
§ 2º Se a desistência ocorrer antes de oferecida contestação, a parte fica-
rá isenta do pagamento de custas e de honorários de sucumbência.
§ 3º A desistência apresentada nos termos do § 1º independe de consen-
timento do réu, ainda que apresentada contestação.
Art. 1.041. Mantido o acórdão divergente pelo tribunal de origem, o re-
curso especial ou extraordinário será remetido ao respectivo tribunal superior,
na forma do art. 1.036, § 1º .
§ 1º Realizado o juízo de retratação, com alteração do acórdão divergente,
o tribunal de origem, se for o caso, decidirá as demais questões ainda não de-
cididas cujo enfrentamento se tornou necessário em decorrência da alteração.
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do inciso II do caput do art. 1.040 e o re-
curso versar sobre outras questões, caberá ao presidente do tribunal, depois
do reexame pelo órgão de origem e independentemente de ratificação do
recurso ou de juízo de admissibilidade, determinar a remessa do recurso ao
tribunal superior para julgamento das demais questões.
§ 2º Quando ocorrer a hipótese do inciso II do caput do art. 1.040 e o
recurso versar sobre outras questões, caberá ao presidente ou ao vice-presi-
dente do tribunal recorrido, depois do reexame pelo órgão de origem e inde-
pendentemente de ratificação do recurso, sendo positivo o juízo de admissibi-
lidade, determinar a remessa do recurso ao tribunal superior para julgamento
das demais questões. (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)

1750
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Seção III
Do Agravo em Recurso Especial e em Recurso Extraordinário

Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão de presidente ou de vice-presi-


dente do tribunal que:
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presi-
dente do tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso
especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em
regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos. (Re-
dação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)
I – indeferir pedido formulado com base no art. 1.035, § 6º , ou
no art. 1.036, § 2º , de inadmissão de recurso especial ou extraordinário
intempestivo;
I – (Revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)
II – inadmitir, com base no art. 1.040 , inciso I, recurso especial ou extra-
ordinário sob o fundamento de que o acórdão recorrido coincide com a orien-
tação do tribunal superior;
II – (Revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)
III – inadmitir recurso extraordinário, com base no art. 1.035, § 8º , ou
no art. 1.039 , parágrafo único, sob o fundamento de que o Supremo Tribunal
Federal reconheceu a inexistência de repercussão geral da questão constitu-
cional discutida.
III – (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)
§ 1º Sob pena de não conhecimento do agravo, incumbirá ao agravante
demonstrar, de forma expressa:
§ 1º (Revogado): (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)
I – a intempestividade do recurso especial ou extraordinário sobrestado,
quando o recurso fundar-se na hipótese do inciso I do caput deste artigo;
I – (Revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)

1751
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II – a existência de distinção entre o caso em análise e o precedente invo-


cado, quando a inadmissão do recurso:
II – (Revogado): (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)
a) especial ou extraordinário fundar-se em entendimento firmado em jul-
gamento de recurso repetitivo por tribunal superior;
a) (Revogada); (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)
b) extraordinário fundar-se em decisão anterior do Supremo Tribunal Fe-
deral de inexistência de repercussão geral da questão constitucional discutida.
b) (Revogada). (Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)
§ 2º A petição de agravo será dirigida ao presidente ou vice-presidente do
tribunal de origem e independe do pagamento de custas e despesas postais.
§ 2º A petição de agravo será dirigida ao presidente ou ao vice-presidente
do tribunal de origem e independe do pagamento de custas e despesas pos-
tais, aplicando-se a ela o regime de repercussão geral e de recursos repetiti-
vos, inclusive quanto à possibilidade de sobrestamento e do juízo de retrata-
ção.(Redação dada pela Lei n. 13.256, de 2016)
§ 3º O agravado será intimado, de imediato, para oferecer resposta no
prazo de 15 (quinze) dias.
§ 4º Após o prazo de resposta, não havendo retratação, o agravo será re-
metido ao tribunal superior competente.
§ 5º O agravo poderá ser julgado, conforme o caso, conjuntamente com o
recurso especial ou extraordinário, assegurada, neste caso, sustentação oral,
observando-se, ainda, o disposto no regimento interno do tribunal respectivo.
§ 6º Na hipótese de interposição conjunta de recursos extraordinário e es-
pecial, o agravante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido.
§ 7º Havendo apenas um agravo, o recurso será remetido ao tribunal
competente, e, havendo interposição conjunta, os autos serão remetidos ao
Superior Tribunal de Justiça.
§ 8º Concluído o julgamento do agravo pelo Superior Tribunal de Justiça
e, se for o caso, do recurso especial, independentemente de pedido, os autos

1752
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serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal para apreciação do agravo a ele


dirigido, salvo se estiver prejudicado.

Seção IV
Dos Embargos de Divergência

Art. 1.043. É embargável o acórdão de órgão fracionário que:


I – em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julga-
mento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, em-
bargado e paradigma, de mérito;
II – em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julga-
mento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos, em-
bargado e paradigma, relativos ao juízo de admissibilidade; (Revogado pela
Lei n. 13.256, de 2016)
III – em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do jul-
gamento de qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de
mérito e outro que não tenha conhecido do recurso, embora tenha apreciado
a controvérsia;
IV – nos processos de competência originária, divergir do julgamento
de qualquer outro órgão do mesmo tribunal. (Revogado pela Lei n. 13.256,
de 2016)
§ 1º Poderão ser confrontadas teses jurídicas contidas em julgamentos de
recursos e de ações de competência originária.
§ 2º A divergência que autoriza a interposição de embargos de divergên-
cia pode verificar-se na aplicação do direito material ou do direito processual.
§ 3º Cabem embargos de divergência quando o acórdão paradigma for da
mesma turma que proferiu a decisão embargada, desde que sua composição
tenha sofrido alteração em mais da metade de seus membros.
§ 4º O recorrente provará a divergência com certidão, cópia ou citação
de repositório oficial ou credenciado de jurisprudência, inclusive em mídia

1753
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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eletrônica, onde foi publicado o acórdão divergente, ou com a reprodução de


julgado disponível na rede mundial de computadores, indicando a respectiva
fonte, e mencionará as circunstâncias que identificam ou assemelham os ca-
sos confrontados.
§ 5º É vedado ao tribunal inadmitir o recurso com base em fundamento
genérico de que as circunstâncias fáticas são diferentes, sem demonstrar a
existência da distinção. (Revogado pela Lei n. 13.256, de 2016)
Art. 1.044. No recurso de embargos de divergência, será observado o pro-
cedimento estabelecido no regimento interno do respectivo tribunal superior.
§ 1º A interposição de embargos de divergência no Superior Tribunal de
Justiça interrompe o prazo para interposição de recurso extraordinário por
qualquer das partes.
§ 2º Se os embargos de divergência forem desprovidos ou não alterarem
a conclusão do julgamento anterior, o recurso extraordinário interposto pela
outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos de divergência
será processado e julgado independentemente de ratificação.

LIVRO COMPLEMENTAR
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 1.045. Este Código entra em vigor após decorrido 1 (um) ano da


data de sua publicação oficial.
Art. 1.046. Ao entrar em vigor este Código, suas disposições se aplicarão
desde logo aos processos pendentes, ficando revogada a Lei n. 5.869, de 11
de janeiro de 1973.
§ 1º As disposições da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 , relativas ao
procedimento sumário e aos procedimentos especiais que forem revogadas
aplicar-se-ão às ações propostas e não sentenciadas até o início da vigência
deste Código.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º Permanecem em vigor as disposições especiais dos procedimentos


regulados em outras leis, aos quais se aplicará supletivamente este Código.
§ 3º Os processos mencionados no art. 1.218 da Lei n. 5.869, de 11 de
janeiro de 1973 , cujo procedimento ainda não tenha sido incorporado por lei
submetem-se ao procedimento comum previsto neste Código.
§ 4º As remissões a disposições do Código de Processo Civil revogado,
existentes em outras leis, passam a referir-se às que lhes são corresponden-
tes neste Código.
§ 5º A primeira lista de processos para julgamento em ordem cronológica
observará a antiguidade da distribuição entre os já conclusos na data da en-
trada em vigor deste Código .
Art. 1.047. As disposições de direito probatório adotadas neste Código
aplicam-se apenas às provas requeridas ou determinadas de ofício a partir da
data de início de sua vigência.
Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal,
os procedimentos judiciais:
I – em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim compre-
endida qualquer das enumeradas no art. 6º, inciso XIV, da Lei n. 7.713, de 22
de dezembro de 1988 ;
II – regulados pela Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente) .
§ 1º A pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando prova de
sua condição, deverá requerê-lo à autoridade judiciária competente para de-
cidir o feito, que determinará ao cartório do juízo as providências a serem
cumpridas.
§ 2º Deferida a prioridade, os autos receberão identificação própria que
evidencie o regime de tramitação prioritária.
§ 3º Concedida a prioridade, essa não cessará com a morte do beneficia-
do, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite ou do companheiro em
união estável.

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§ 4º A tramitação prioritária independe de deferimento pelo órgão jurisdi-


cional e deverá ser imediatamente concedida diante da prova da condição de
beneficiário.
Art. 1.049. Sempre que a lei remeter a procedimento previsto na lei pro-
cessual sem especificá-lo, será observado o procedimento comum previsto
neste Código.
Parágrafo único. Na hipótese de a lei remeter ao procedimento sumário,
será observado o procedimento comum previsto neste Código, com as modi-
ficações previstas na própria lei especial, se houver.
Art. 1.050. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, suas
respectivas entidades da administração indireta, o Ministério Público, a De-
fensoria Pública e a Advocacia Pública, no prazo de 30 (trinta) dias a contar
da data da entrada em vigor deste Código , deverão se cadastrar perante
a administração do tribunal no qual atuem para cumprimento do disposto
nos arts. 246, § 2º , e 270, parágrafo único .
Art. 1.051. As empresas públicas e privadas devem cumprir o disposto
no art. 246, § 1º , no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data de inscrição do
ato constitutivo da pessoa jurídica, perante o juízo onde tenham sede ou filial.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às microempresas e às
empresas de pequeno porte.
Art. 1.052. Até a edição de lei específica, as execuções contra devedor
insolvente, em curso ou que venham a ser propostas, permanecem reguladas
pelo Livro II, Título IV, da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 .
Art. 1.053. Os atos processuais praticados por meio eletrônico até a tran-
sição definitiva para certificação digital ficam convalidados, ainda que não te-
nham observado os requisitos mínimos estabelecidos por este Código, desde
que tenham atingido sua finalidade e não tenha havido prejuízo à defesa de
qualquer das partes.
Art. 1.054. O disposto no art. 503, § 1º , somente se aplica aos processos
iniciados após a vigência deste Código, aplicando-se aos anteriores o disposto
nos arts. 5º , 325 e 470 da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 .

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Art. 1.055. (VETADO).
Art. 1.056. Considerar-se-á como termo inicial do prazo da prescrição
prevista no art. 924, inciso V , inclusive para as execuções em curso, a data
de vigência deste Código.
Art. 1.057. O disposto no art. 525, §§ 14 e 15 , e no art. 535, §§ 7º e 8º ,
aplica-se às decisões transitadas em julgado após a entrada em vigor deste
Código  , e, às decisões transitadas em julgado anteriormente, aplica-se o
disposto no art. 475-L, § 1º , e no art. 741, parágrafo único, da Lei n. 5.869,
de 11 de janeiro de 1973 .
Art. 1.058. Em todos os casos em que houver recolhimento de importân-
cia em dinheiro, esta será depositada em nome da parte ou do interessado,
em conta especial movimentada por ordem do juiz, nos termos do art. 840,
inciso I .
Art. 1.059. À tutela provisória requerida contra a Fazenda Pública aplica-
-se o disposto nos arts. 1º a 4º da Lei n. 8.437, de 30 de junho de 1992 , e
no art. 7º, § 2º, da Lei n. 12.016, de 7 de agosto de 2009 .
Art. 1.060. O inciso II do art. 14 da Lei n. 9.289, de 4 de julho de 1996 ,
passa a vigorar com a seguinte redação: (Vigência)
“Art. 14.....................................................................
..........................................................................................
II – aquele que recorrer da sentença adiantará a outra metade das custas,
comprovando o adiantamento no ato de interposição do recurso, sob pena de
deserção, observado o disposto nos §§ 1º a 7º do art. 1.007 do Código de
Processo Civil ;
...................................................................................” (NR)
Art. 1.061. O § 3º do art. 33 da Lei n. 9.307, de 23 de setembro de 1996
(Lei de Arbitragem) , passa a vigorar com a seguinte redação: (Vigência)
“Art. 33.......................................................................
.............................................................................................

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º A decretação da nulidade da sentença arbitral também poderá ser re-


querida na impugnação ao cumprimento da sentença, nos termos dos arts. 525
e seguintes do Código de Processo Civil , se houver execução judicial.” (NR)
Art. 1.062. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica
aplica-se ao processo de competência dos juizados especiais.
Art. 1.063. Até a edição de lei específica, os juizados especiais cíveis pre-
vistos na Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995 , continuam competentes
para o processamento e julgamento das causas previstas no art. 275, inciso
II, da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 .
Art. 1.064. O caput do art. 48 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de
1995 , passa a vigorar com a seguinte redação: (Vigência)
“ Art. 48. Caberão embargos de declaração contra sentença ou acórdão
nos casos previstos no Código de Processo Civil .
...................................................................................” (NR)
Art. 1.065. O art. 50 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995 , passa
a vigorar com a seguinte redação: (Vigência)
“ Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a inter-
posição de recurso.” (NR)
Art. 1.066. O art. 83 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995 , pas-
sam a vigorar com a seguinte redação: (Vigência)
“ Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em sentença ou acór-
dão, houver obscuridade, contradição ou omissão.
.............................................................................................
§ 2º Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição
de recurso.
...................................................................................” (NR)
Art. 1.067. O art. 275 da Lei n. 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código
Eleitoral) , passa a vigorar com a seguinte redação: (Vigência)
“ Art. 275. São admissíveis embargos de declaração nas hipóteses previs-
tas no Código de Processo Civil .

1758
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Os embargos de declaração serão opostos no prazo de 3 (três) dias,


contado da data de publicação da decisão embargada, em petição dirigida ao
juiz ou relator, com a indicação do ponto que lhes deu causa.
§ 2º Os embargos de declaração não estão sujeitos a preparo.
§ 3º O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias.
§ 4º Nos tribunais:
I – o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subsequente,
proferindo voto;
II – não havendo julgamento na sessão referida no inciso I, será o recurso
incluído em pauta;
III – vencido o relator, outro será designado para lavrar o acórdão.
§ 5º Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição
de recurso.
§ 6º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o
juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pa-
gar ao embargado multa não excedente a 2 (dois) salários-mínimos.
§ 7º Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelató-
rios, a multa será elevada a até 10 (dez) salários-mínimos.” (NR)
Art. 1.068. O art. 274 e o caput do art. 2.027 da Lei n. 10.406, de 10
de janeiro de 2002 (Código Civil) , passam a vigorar com a seguinte reda-
ção: (Vigência)
“Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge
os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de ex-
ceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer
deles.” (NR)
“Art. 2.027. A partilha é anulável pelos vícios e defeitos que invalidam,
em geral, os negócios jurídicos.
...................................................................................” (NR)
Art. 1.069. O Conselho Nacional de Justiça promoverá, periodicamen-
te, pesquisas estatísticas para avaliação da efetividade das normas previstas
neste Código.

1759
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 1.070. É de 15 (quinze) dias o prazo para a interposição de qualquer


agravo, previsto em lei ou em regimento interno de tribunal, contra decisão
de relator ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal.
Art. 1.071. O Capítulo III do Título V da Lei n. 6.015, de 31 de dezembro
de 1973 (Lei de Registros Públicos), passa a vigorar acrescida do seguinte art.
216-A: (Vigência)
“Art. 216-A. Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de
reconhecimento extrajudicial de usucapião, que será processado diretamente
perante o cartório do registro de imóveis da comarca em que estiver situado
o imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por ad-
vogado, instruído com:
I – ata notarial lavrada pelo tabelião, atestando o tempo de posse do re-
querente e seus antecessores, conforme o caso e suas circunstâncias;
II  – planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente
habilitado, com prova de anotação de responsabilidade técnica no respectivo
conselho de fiscalização profissional, e pelos titulares de direitos reais e de
outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo
e na matrícula dos imóveis confinantes;
III  – certidões negativas dos distribuidores da comarca da situação do
imóvel e do domicílio do requerente;
IV – justo título ou quaisquer outros documentos que demonstrem a ori-
gem, a continuidade, a natureza e o tempo da posse, tais como o pagamento
dos impostos e das taxas que incidirem sobre o imóvel.
§ 1º O pedido será autuado pelo registrador, prorrogando-se o prazo da
prenotação até o acolhimento ou a rejeição do pedido.
§ 2º Se a planta não contiver a assinatura de qualquer um dos titulares de
direitos reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do
imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, esse será noti-
ficado pelo registrador competente, pessoalmente ou pelo correio com aviso
de recebimento, para manifestar seu consentimento expresso em 15 (quinze)
dias, interpretado o seu silêncio como discordância.

1760
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º O oficial de registro de imóveis dará ciência à União, ao Estado, ao


Distrito Federal e ao Município, pessoalmente, por intermédio do oficial de
registro de títulos e documentos, ou pelo correio com aviso de recebimento,
para que se manifestem, em 15 (quinze) dias, sobre o pedido.
§ 4º O oficial de registro de imóveis promoverá a publicação de edital em
jornal de grande circulação, onde houver, para a ciência de terceiros eventu-
almente interessados, que poderão se manifestar em 15 (quinze) dias.
§ 5º Para a elucidação de qualquer ponto de dúvida, poderão ser solicita-
das ou realizadas diligências pelo oficial de registro de imóveis.
§ 6º Transcorrido o prazo de que trata o § 4º deste artigo, sem pendência
de diligências na forma do § 5º deste artigo e achando-se em ordem a do-
cumentação, com inclusão da concordância expressa dos titulares de direitos
reais e de outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel
usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, o oficial de registro de
imóveis registrará a aquisição do imóvel com as descrições apresentadas,
sendo permitida a abertura de matrícula, se for o caso.
§ 7º Em qualquer caso, é lícito ao interessado suscitar o procedimento de
dúvida, nos termos desta Lei.
§ 8º Ao final das diligências, se a documentação não estiver em ordem, o
oficial de registro de imóveis rejeitará o pedido.
§ 9º A rejeição do pedido extrajudicial não impede o ajuizamento de ação
de usucapião.
§ 10. Em caso de impugnação do pedido de reconhecimento extrajudicial
de usucapião, apresentada por qualquer um dos titulares de direito reais e de
outros direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo
e na matrícula dos imóveis confinantes, por algum dos entes públicos ou por
algum terceiro interessado, o oficial de registro de imóveis remeterá os autos
ao juízo competente da comarca da situação do imóvel, cabendo ao reque-
rente emendar a petição inicial para adequá-la ao procedimento comum.”

1761
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 1.072. Revogam-se: (Vigência)
I – o art. 22 do Decreto-Lei n. 25, de 30 de novembro de 1937 ;
II – os arts. 227 , caput, 229 , 230 , 456 , 1.482 , 1.483 e 1.768 a 1.773
da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) ;
III – os arts. 2º , 3º , 4º , 6º , 7º , 11 , 12 e 17 da Lei n. 1.060, de 5 de
fevereiro de 1950 ;
IV – os arts. 13 a 18 , 26 a 29 e 38 da Lei n. 8.038, de 28 de maio de
1990 ;
V – os arts. 16 a 18 da Lei n. 5.478, de 25 de julho de 1968 ; e
VI – o art. 98, § 4º, da Lei n. 12.529, de 30 de novembro de 2011 .

1762
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CÓDIGO PENAL – DECRETO-LEI NO 2.848, DE 7


DE DEZEMBRO DE 1940

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o


art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei:

PARTE GERAL
TÍTULO I
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL

(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Anterioridade da Lei
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem
prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Lei penal no tempo


Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da
sentença condenatória. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)


Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de
sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao
fato praticado durante sua vigência. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)

1763
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Tempo do crime
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omis-
são, ainda que outro seja o momento do resultado.(Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 1984)

Territorialidade
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e
regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território
nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a
serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as ae-
ronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em al-
to-mar. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de
aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se
aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo corres-
pondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.(Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 1984)
Lugar do crime (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação
ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria
produzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)
Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangei-
ro: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 1984)
I – os crimes: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela
Lei n. 7.209, de 1984)

1764
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Es-


tado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia
mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei
n. 7.209, de 1984)
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído
pela Lei n. 7.209, de 1984)
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Bra-
sil; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
II – os crimes: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído
pela Lei n. 7.209, de 1984)
b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de
propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julga-
dos. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira,
ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei n. 7.209,
de 1984)
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do con-
curso das seguintes condições: (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei n. 7.209,
de 1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela
Lei n. 7.209, de 1984)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza
a extradição; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido
a pena; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo,
não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela
Lei n. 7.209, de 1984)

1765
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro


contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no pará-
grafo anterior: (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei n. 7.209,
de 1984)
b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei n. 7.209,
de 1984)
Pena – cumprida no estrangeiro (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil
pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Eficácia de sentença estrangeira (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira pro-
duz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil
para: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I  – obrigar o condenado à reparação do dano, a  restituições e a outros
efeitos civis; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Parágrafo único. A homologação depende: (Incluído pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessa-
da; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país
de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de
requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Contagem de prazo (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1766
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os


dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
Frações não computáveis da pena (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restriti-
vas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzei-
ro. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Legislação especial (Incluída pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados
por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

TÍTULO II
DO CRIME

Relação de causalidade (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)


Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é
imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem
a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Superveniência de causa independente (Incluído pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
§ 1º  - A superveniência de causa relativamente independente exclui a
imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, en-
tretanto, imputam-se a quem os praticou. (Incluído pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Relevância da omissão (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1767
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia


agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (In-
cluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resul-
tado. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Crime consumado (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua defini-
ção legal; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Tentativa (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstân-
cias alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Pena – de tentativa (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com
a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
(Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu-
ção ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já pratica-
dos.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Arrependimento posterior  (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da

1768
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois ter-
ços. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Crime impossível (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio
ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Crime doloso (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produ-
zi-lo;(Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Crime culposo (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência,
negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser pu-
nido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. (In-
cluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Agravação pelo resultado (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde
o agente que o houver causado ao menos culposamente.(Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Erro sobre elementos do tipo  (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o
dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Descriminantes putativas (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas cir-
cunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legíti-
ma. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível
como crime culposo.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1769
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Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)


§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta
de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da víti-
ma, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (In-
cluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Erro sobre a ilicitude do fato  (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude
do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um
sexto a um terço. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se
omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas
circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obe-
diência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é
punível o autor da coação ou da ordem.(Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
Exclusão de ilicitude (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – em estado de necessidade; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – em legítima defesa;(Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de
direito.(Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Excesso punível (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1770
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo,


responderá pelo excesso doloso ou culposo.(Incluído pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Estado de necessidade
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para
salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de ou-
tro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias,
não era razoável exigir-se. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de
enfrentar o perigo. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado,
a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

Legítima defesa
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente
dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito
seu ou de outrem.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

TÍTULO III
DA IMPUTABILIDADE PENAL

Inimputáveis
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvol-
vimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omis-
são, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determi-
nar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)

1771
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Redução de pena
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o
agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento
mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Menores de dezoito anos
Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis,
ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial.  (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Emoção e paixão
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
I – a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Embriaguez
II – a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de
efeitos análogos.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, prove-
niente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-
-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por em-
briaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo
da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1772
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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TÍTULO IV
DO CONCURSO DE PESSOAS

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas pe-
nas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminu-
ída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave,
ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de ca-
ráter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

Casos de impunibilidade
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo dispo-
sição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo
menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1773
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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TÍTULO V
DAS PENAS
CAPÍTULO I
DAS ESPÉCIES DE PENA

Art. 32 - As penas são: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)


I – privativas de liberdade;
II – restritivas de direitos;
III – de multa.
SEÇÃO I
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

Reclusão e detenção
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, se-
miaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, sal-
vo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança
máxima ou média;
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial
ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabele-
cimento adequado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma
progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes crité-
rios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la
em regime fechado;

1774
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro)


anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regi-
me semiaberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (qua-
tro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-
-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.(Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 4º O condenado por crime contra a administração pública terá a pro-
gressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do
dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os
acréscimos legais. (Incluído pela Lei n. 10.763, de 12.11.2003)

Regras do regime fechado


Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da
pena, a exame criminológico de classificação para individualização da execu-
ção. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento
durante o repouso noturno. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na
conformidade das aptidões ou ocupações anteriores do condenado, des-
de que compatíveis com a execução da pena.(Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou
obras públicas. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Regras do regime semiaberto


Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado
que inicie o cumprimento da pena em regime semiaberto. (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1775
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período


diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a frequência a cursos
supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Regras do regime aberto


Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de respon-
sabilidade do condenado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância,
trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permane-
cendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga. (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato de-
finido como crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não
pagar a multa cumulativamente aplicada. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)

Regime especial
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, obser-
vando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como,
no que couber, o disposto neste Capítulo. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)

Direitos do preso
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da
liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade
física e moral. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1776
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Trabalho do preso
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garan-
tidos os benefícios da Previdência Social. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Legislação especial
Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos arts. 38
e 39 deste Código, bem como especificará os deveres e direitos do preso,
os critérios para revogação e transferência dos regimes e estabelecerá as
infrações disciplinares e correspondentes sanções.  (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

Superveniência de doença mental


Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser re-
colhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro
estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Detração
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de
segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de
prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos
referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

SEÇÃO II
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

Penas restritivas de direitos


Art. 43. As penas restritivas de direitos são:  (Redação dada pela Lei
n. 9.714, de 1998)
I – prestação pecuniária; (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
II – perda de bens e valores; (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)

1777
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei n. 7.209, de 1984)


IV – prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; (Incluído
pela Lei n. 9.714, de 25.11.1998)
V – interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei n. 9.714, de
25.11.1998)
VI – limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 25.11.1998)
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as
privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei n. 9.714, de 1998)
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o
crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qual-
quer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;(Redação dada pela Lei
n. 9.714, de 1998)
II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei
n. 9.714, de 1998)
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade
do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa
substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 1º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita
por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena
privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e
multa ou por duas restritivas de direitos. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição,
desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente re-
comendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do
mesmo crime. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 4º A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade
quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cál-
culo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cum-
prido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias
de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)

1778
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 5º Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro cri-


me, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar
de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva ante-
rior. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)

Conversão das penas restritivas de direitos


Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, pro-
ceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48. (Redação dada pela Lei
n. 9.714, de 1998)
§ 1º A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima,
a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social,
de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem
superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será
deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se
coincidentes os beneficiários. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 2º No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário,
a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza. (Inclu-
ído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 3º A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á,
ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional,
e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo cau-
sado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da
prática do crime. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)

Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas


Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas
é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberda-
de. (Redação dada pela Lei n. 9.714, de 1998)

1779
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consis-


te na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. (Incluído pela Lei n. 9.714,
de 1998)
§ 2º A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assis-
tenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres,
em programas comunitários ou estatais. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 3º As tarefas a que se refere o § 1º serão atribuídas conforme as apti-
dões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa
por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal
de trabalho. (Incluído pela Lei n. 9.714, de 1998)
§ 4º Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao conde-
nado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior
à metade da pena privativa de liberdade fixada. (Incluído pela Lei n. 9.714,
de 1998)
Interdição temporária de direitos (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como
de mandato eletivo; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam
de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;(Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
IV – proibição de frequentar determinados lugares. (Incluído pela Lei
n. 9.714, de 1998)
V – proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.
(Incluído pela Lei n. 12.550, de 2011)

1780
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Limitação de fim de semana


Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de perma-
necer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de alber-
gado ou outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
Parágrafo único. Durante a permanência poderão ser ministrados ao con-
denado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.(Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

SEÇÃO III
DA PENA DE MULTA

Multa
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário
da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo,
de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. (Reda-
ção dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a
um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem
superior a 5 (cinco) vezes esse salário. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices
de correção monetária. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Pagamento da multa
Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de tran-
sitada em julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as
circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas
mensais. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1781
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimen-


to ou salário do condenado quando: (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) aplicada isoladamente; (Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;(Incluído pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
c) concedida a suspensão condicional da pena. (Incluído pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sus-
tento do condenado e de sua família.(Incluído pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Conversão da Multa e revogação (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será
considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação rela-
tiva à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas
interruptivas e suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei n. 9.268,
de 1º.4.1996) (Vide ADIN 3150)
§ 1º - (Revogado pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
§ 2º - (Revogado pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)

Suspensão da execução da multa


Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao con-
denado doença mental. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

CAPÍTULO II
DA COMINAÇÃO DAS PENAS

Penas privativas de liberdade


Art. 53 - As penas privativas de liberdade têm seus limites estabelecidos
na sanção correspondente a cada tipo legal de crime. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

1782
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Penas restritivas de direitos


Art. 54 - As penas restritivas de direitos são aplicáveis, independente-
mente de cominação na parte especial, em substituição à pena privativa de
liberdade, fixada em quantidade inferior a 1 (um) ano, ou nos crimes culpo-
sos. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e
VI do art. 43 terão a mesma duração da pena privativa de liberdade subs-
tituída, ressalvado o disposto no § 4º do art. 46. (Redação dada pela Lei
n. 9.714, de 1998)
Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47
deste Código, aplicam-se para todo o crime cometido no exercício de profis-
são, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos de-
veres que lhes são inerentes. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste
Código, aplica-se aos crimes culposos de trânsito. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

Pena – de multa
Art. 58 - A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem os limites
fixados no art.  49 e seus parágrafos deste Código.(Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. A multa prevista no parágrafo único do art. 44 e no § 2º
do art. 60 deste Código aplica-se independentemente de cominação na parte
especial. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1783
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO III
DA APLICAÇÃO DA PENA

Fixação da pena
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta
social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conse-
quências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá,
conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do cri-
me: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
II – a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;(Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;(Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
IV – a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra es-
pécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Critérios especiais da pena de multa


Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente,
à situação econômica do réu. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que,
em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no má-
ximo. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Multa substitutiva
§ 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) me-
ses, pode ser substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II
e III do art. 44 deste Código.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1784
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Circunstâncias agravantes
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não cons-
tituem ou qualificam o crime:(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – a reincidência; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso
que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidio-
so ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas,
de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma
da lei específica; (Redação dada pela Lei n. 11.340, de 2006)
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, mi-
nistério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávi-
da; (Redação dada pela Lei n. 10.741, de 2003)
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade
pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.

Agravantes no caso de concurso de pessoas


Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: (Reda-
ção dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1785
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos


demais agentes; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – coage ou induz outrem à execução material do crime; (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autori-
dade ou não punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
IV – executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de
recompensa.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Reincidência
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime,
depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro,
o tenha condenado por crime anterior. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Art. 64 - Para efeito de reincidência: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
I – não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento
ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo
superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou
do livramento condicional, se não ocorrer revogação; (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
II – não se consideram os crimes militares próprios e políticos.(Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Circunstâncias atenuantes
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de
70 (setenta) anos, na data da sentença; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

1786
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – o desconhecimento da lei; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de


11.7.1984)
III – ter o agente:(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o
crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamen-
to, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento
de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção,
provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o
provocou.
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância re-
levante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente
em lei. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes


Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproxi-
mar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entenden-
do-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da
personalidade do agente e da reincidência. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)

Cálculo da pena
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art.  59
deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes
e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1787
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. No concurso de causas de aumento ou de diminuição


previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma
só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Concurso material
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente
as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação
cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aque-
la. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena
privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será
incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado
cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessiva-
mente as demais. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Concurso formal
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas
cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer
caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativa-
mente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de
desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.(Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra
do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1788
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Crime continuado
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo,
lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes
ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só
dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qual-
quer caso, de um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Parágrafo único. Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos
com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a cul-
pabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente,
bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as
regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.(Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Multas no concurso de crimes


Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta
e integralmente. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Erro na execução
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução,
o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa
diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atenden-
do-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também
atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70
deste Código.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1789
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Resultado diverso do pretendido


Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro
na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente
responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre tam-
bém o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código. (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Limite das penas
Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não
pode ser superior a 30 (trinta) anos. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
§ 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade
cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas para
atender ao limite máximo deste artigo. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
§ 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento
da pena, far-se-á nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período
de pena já cumprido.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Concurso de infrações
Art. 76 - No concurso de infrações, executar-se-á primeiramente a pena
mais grave. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

CAPÍTULO IV
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA

Requisitos da suspensão da pena


Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2
(dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde
que: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1790
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – o condenado não seja reincidente em crime doloso; (Redação dada


pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do
agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do
benefício;(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste
Código. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do
benefício.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro
anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado
seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a sus-
pensão. (Redação dada pela Lei n. 9.714, de 1998)
Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à ob-
servação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar servi-
ços à comunidade (art.  46) ou submeter-se à limitação de fim de semana
(art. 48). (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de
fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramen-
te favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pe-
las seguintes condições, aplicadas cumulativamente: (Redação dada pela Lei
n. 9.268, de 1º.4.1996)
a) proibição de frequentar determinados lugares; (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do
juiz; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para
informar e justificar suas atividades. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

1791
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica su-


bordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do
condenado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem
à multa. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Revogação obrigatória
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efe-
tua, sem motivo justificado, a  reparação do dano;  (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
III – descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Revogação facultativa
§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qual-
quer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime
culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de
direitos. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Prorrogação do período de prova


§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou con-
travenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento
definitivo. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la,
prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. (Reda-
ção dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1792
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Cumprimento das condições


Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se
extinta a pena privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

CAPÍTULO V
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL

Requisitos do livramento condicional


Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a
pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente
em crime doloso e tiver bons antecedentes; (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
II – cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime
doloso; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – comprovado comportamento satisfatório durante a execução da
pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para pro-
ver à própria subsistência mediante trabalho honesto; (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
IV – tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano cau-
sado pela infração; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
V – cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por
crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente especí-
fico em crimes dessa natureza. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único. Para o condenado por crime doloso, cometido com vio-
lência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também
subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o li-
berado não voltará a delinquir. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1793
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Soma de penas
Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se
para efeito do livramento. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Especificações das condições


Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica subordinado o
livramento. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Revogação do livramento
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a
pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível: (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
I – por crime cometido durante a vigência do benefício; (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Revogação facultativa
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado
deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for ir-
recorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja
privativa de liberdade.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Efeitos da revogação
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido,
e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior
àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o
condenado. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1794
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Extinção
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não pas-
sar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por cri-
me cometido na vigência do livramento.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se
extinta a pena privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

CAPÍTULO VI
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO

Efeitos genéricos e específicos


Art. 91 - São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)
I – tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de ter-
ceiro de boa-fé: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabri-
co, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua provei-
to auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.
§ 1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao pro-
duto ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se
localizarem no exterior. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 2º Na hipótese do § 1º, as medidas assecuratórias previstas na legislação
processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acu-
sado para posterior decretação de perda. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)

1795
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei


n. 7.209, de 11.7.1984)
I – a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada
pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior
a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever
para com a Administração Pública; (Incluído pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a
4 (quatro) anos nos demais casos. (Incluído pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da
curatela nos crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra
outrem igualmente titular do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou ou-
tro descendente ou contra tutelado ou curatelado; (Redação dada pela Lei
n. 13.715, de 2018)
III – a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a
prática de crime doloso. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos,
devendo ser motivadamente declarados na sentença. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

CAPÍTULO VII
DA REABILITAÇÃO

Reabilitação
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença
definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu pro-
cesso e condenação. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da con-
denação, previstos no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação
anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

1796
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do


dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução,
computando-se o período de prova da suspensão e o do livramento condicio-
nal, se não sobrevier revogação, desde que o condenado: (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; (Redação dada
pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante
de bom comportamento público e privado; (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
III – tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a abso-
luta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que
comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qual-
quer tempo, desde que o pedido seja instruído com novos elementos com-
probatórios dos requisitos necessários. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministé-
rio Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definiti-
va, a pena que não seja de multa. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

TÍTULO VI
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA

Espécies de medidas de segurança


Art. 96. As medidas de segurança são: (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
I – Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à fal-
ta, em outro estabelecimento adequado; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

1797
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – sujeição a tratamento ambulatorial. (Redação dada pela Lei n. 7.209,


de 11.7.1984)
Parágrafo único. Extinta a punibilidade, não se impõe medida de seguran-
ça nem subsiste a que tenha sido imposta. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)

Imposição da medida de segurança para inimputável


Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação
(art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for punível com detenção,
poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulatorial. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

Prazo
§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeter-
minado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia médica,
a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três)
anos. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Perícia médica
§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e
deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o
juiz da execução. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Desinternação ou liberação condicional


§ 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo
ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um)
ano, pratica fato indicativo de persistência de sua periculosidade. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz deter-
minar a internação do agente, se essa providência for necessária para fins
curativos. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

1798
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Substituição da pena por medida de segurança para o semi-imputável


Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e ne-
cessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena privativa de
liberdade pode ser substituída pela internação, ou tratamento ambulatorial,
pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos termos do artigo anterior e
respectivos §§ 1º a 4º. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Direitos do internado
Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento dotado de carac-
terísticas hospitalares e será submetido a tratamento. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

TÍTULO VII
DA AÇÃO PENAL

Ação pública e de iniciativa privada


Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a
declara privativa do ofendido. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo,
quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Minis-
tro da Justiça. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofen-
dido ou de quem tenha qualidade para representá-lo. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação
pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por
decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação pas-
sa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

1799
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

A ação penal no crime complexo


Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do
tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública
em relação àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proce-
der por iniciativa do Ministério Público. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Irretratabilidade da representação
Art. 102 - A representação será irretratável depois de oferecida a denún-
cia. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Decadência do direito de queixa ou de representação


Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do di-
reito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis)
meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no
caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para
oferecimento da denúncia. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa


Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado
expressa ou tacitamente. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de
ato incompatível com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato
de receber o ofendido a indenização do dano causado pelo crime. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Perdão do ofendido
Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede
mediante queixa, obsta ao prosseguimento da ação. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

1800
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: (Reda-


ção dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos ou-
tros; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – se o querelado o recusa, não produz efeito. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a
vontade de prosseguir na ação. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença
condenatória. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

TÍTULO VIII
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

Extinção da punibilidade
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
I – pela morte do agente;
II – pela anistia, graça ou indulto;
III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV – pela prescrição, decadência ou perempção;
V – pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes
de ação privada;
VI – pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII – (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
VIII – (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
IX – pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

1801
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, ele-


mento constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a
este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impe-
de, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Prescrição antes de transitar em julgado a sentença


Art. 109. A  prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final,
salvo o disposto no § 1º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo
da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redação
dada pela Lei n. 12.234, de 2010).
I – em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
II – em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não
excede a doze;
III – em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não
excede a oito;
IV – em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não ex-
cede a quatro;
V – em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo
superior, não excede a dois;
VI – em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Re-
dação dada pela Lei n. 12.234, de 2010).

Prescrição das penas restritivas de direito


Parágrafo único. Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos pra-
zos previstos para as privativas de liberdade. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)

1802
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória


Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença conde-
natória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo
anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente.
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julga-
do para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena
aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data an-
terior à da denúncia ou queixa. (Redação dada pela Lei n. 12.234, de 2010).
§ 2º (Revogado pela Lei n. 12.234, de 2010).

Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sen-


tença final
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final,
começa a correr: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – do dia em que o crime se consumou; (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
II – no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III – nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; (Re-
dação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
IV – nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do
registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido. (Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
V – nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes,
previstos neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima
completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta
a ação penal. (Redação dada pela Lei n. 12.650, de 2012)

1803
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória irrecorrível


Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a cor-
rer: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a
acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento
condicional; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
II – do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da
interrupção deva computar-se na pena. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do


livramento condicional
Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livra-
mento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena.
(Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Prescrição da multa
Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá: (Redação dada pela
Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
I – em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplica-
da; (Incluído pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
II – no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de
liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou
cumulativamente aplicada. (Incluído pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)

Redução dos prazos de prescrição


Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o cri-
minoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data
da sentença, maior de 70 (setenta) anos.(Redação dada pela Lei n. 7.209, de
11.7.1984)

1804
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Causas impeditivas da prescrição


Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não
corre: (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
I – enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa
o reconhecimento da existência do crime; (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)
II – enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.(Redação dada pela
Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único. Depois de passada em julgado a sentença condenatória,
a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por
outro motivo. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

Causas interruptivas da prescrição


Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
I – pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
II – pela pronúncia; (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
III  – pela decisão confirmatória da pronúncia; (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)
IV – pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorrí-
veis; (Redação dada pela Lei n. 11.596, de 2007).
V – pelo início ou continuação do cumprimento da pena; (Redação dada
pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
VI – pela reincidência. (Redação dada pela Lei n. 9.268, de 1º.4.1996)
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção
da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos
crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos de-
mais a interrupção relativa a qualquer deles. (Redação dada pela Lei n. 7.209,
de 11.7.1984)

1805
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo,


todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 118 - As penas mais leves prescrevem com as mais graves. (Redação
dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade
incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente. (Redação dada pela Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

Perdão judicial
Art. 120 - A sentença que conceder perdão judicial não será considerada
para efeitos de reincidência. (Redação dada pela Lei n. 7.209, de 11.7.1984)

PARTE ESPECIAL
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA

Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém:
Pena – reclusão, de seis a vinte anos.

Caso de diminuição de pena


§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor so-
cial ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Homicídio qualificado
§ 2º Se o homicídio é cometido:
I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;

1806
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II – por motivo fútil;


III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro
meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso
que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem
de outro crime:
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.
Feminicídio (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)
VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído
pela Lei n. 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Consti-
tuição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segu-
rança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão
dessa condição: (Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando
o crime envolve: (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)
I – violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)
II – menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei
n. 13.104, de 2015)

Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei n. 4.611, de 1965)
Pena – detenção, de um a três anos.

Aumento de pena
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o
crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício,
ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura di-

1807
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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minuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante.


Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime
é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta)
anos. (Redação dada pela Lei n. 10.741, de 2003)
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar
a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de for-
ma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei
n. 6.416, de 24.5.1977)
§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de se-
gurança, ou por grupo de extermínio. (Incluído pela Lei n. 12.720, de 2012)
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade
se o crime for praticado: (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)
I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.104, de 2015)
II – contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta)
anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem
condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental; (Redação dada pela
Lei n. 13.771, de 2018)
III – na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da
vítima; (Redação dada pela Lei n. 13.771, de 2018)
IV – em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas
nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei n. 11.340, de 7 de agosto de
2006. (Incluído pela Lei n. 13.771, de 2018)

Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio


Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio
para que o faça:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclu-
são, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de
natureza grave.

1808
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. A pena é duplicada:

Aumento de pena
I – se o crime é praticado por motivo egoístico;
II – se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capaci-
dade de resistência.

Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o  próprio filho,
durante o parto ou logo após:
Pena – detenção, de dois a seis anos.

Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento


Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho
provoque: (Vide ADPF 54)
Pena – detenção, de um a três anos.

Aborto provocado por terceiro


Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena – reclusão, de três a dez anos.
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: (Vide
ADPF 54)
Pena – reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é
maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento
é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência

Forma qualificada
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumenta-
das de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados
para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são
duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.

1809
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)

Aborto necessário
I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

Aborto no caso de gravidez resultante de estupro


II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consenti-
mento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.

CAPÍTULO II
DAS LESÕES CORPORAIS

Lesão corporal
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Lesão corporal de natureza grave


§ 1º Se resulta:
I – Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II – perigo de vida;
III – debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV – aceleração de parto:
Pena – reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º Se resulta:
I – Incapacidade permanente para o trabalho;
II – enfermidade incurável;
III – perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV – deformidade permanente;
V – aborto:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

1810
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Lesão corporal seguida de morte


§ 3º Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não
quís o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Diminuição de pena
§ 4º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor
social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Substituição da pena
§ 5º O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de
detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:
I – se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II – se as lesões são recíprocas.

Lesão corporal culposa


§ 6º Se a lesão é culposa: (Vide Lei n. 4.611, de 1965)
Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Aumento de pena
§ 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hi-
póteses dos §§ 4º e 6º do art. 121 deste Código. (Redação dada pela Lei
n. 12.720, de 2012)
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação
dada pela Lei n. 8.069, de 1990)

Violência Doméstica (Incluído pela Lei n. 10.886, de 2004)


§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, côn-
juge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hos-
pitalidade: (Redação dada pela Lei n. 11.340, de 2006)

1811
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela


Lei n. 11.340, de 2006)
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo, se as circunstâncias
são as indicadas no § 9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um ter-
ço). (Incluído pela Lei n. 10.886, de 2004)
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um ter-
ço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. (Incluído
pela Lei n. 11.340, de 2006)
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito
nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional
e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em de-
corrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo
até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois
terços. (Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)

CAPÍTULO III
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE

Perigo de contágio venéreo


Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato
libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que
está contaminado:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 2º - Somente se procede mediante representação.

Perigo de contágio de moléstia grave


Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de
que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

1812
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Perigo para a vida ou saúde de outrem


Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:
Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime
mais grave.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposi-
ção da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas
para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em
desacordo com as normas legais. (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)

Abandono de incapaz 
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilân-
cia ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos
resultantes do abandono:
Pena – detenção, de seis meses a três anos.
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão, de um a cinco anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Aumento de pena
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:
I – se o abandono ocorre em lugar ermo;
II – se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou
curador da vítima.
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei n. 10.741,
de 2003)

Exposição ou abandono de recém-nascido


Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

1813
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:


Pena – detenção, de um a três anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena – detenção, de dois a seis anos.

Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem
risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou
ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses
casos, o socorro da autoridade pública:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergen-
cial (Incluído pela Lei n. 12.653, de 2012).
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garan-
tia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como
condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial: (Incluído pela
Lei n. 12.653, de 2012).
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela
Lei n. 12.653, de 2012).
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de aten-
dimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a
morte. (Incluído pela Lei n. 12.653, de 2012).

Maus-tratos
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autori-
dade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou
custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer
sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios
de correção ou disciplina:

1814
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa.


§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão, de um a quatro anos.
§ 2º - Se resulta a morte:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pes-
soa menor de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei n. 8.069, de 1990)

CAPÍTULO IV
DA RIXA

Rixa
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores:
Pena – detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave,
aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis me-
ses a dois anos.

CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA

Calúnia
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como
crime:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a pro-
pala ou divulga.
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.

1815
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Exceção da verdade
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não
foi condenado por sentença irrecorrível;
II – se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no n. I do
art. 141;
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absol-
vido por sentença irrecorrível.

Difamação
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Exceção da verdade
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é
funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

Injúria
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I – quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II – no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua na-
tureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena corres-
pondente à violência.
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor,
etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de defici-
ência: (Redação dada pela Lei n. 10.741, de 2003)

1816
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Pena – reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei n. 9.459,


de 1997)

Disposições comuns
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço,
se qualquer dos crimes é cometido:
I – contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estran-
geiro;
II – contra funcionário público, em razão de suas funções;
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação
da calúnia, da difamação ou da injúria.
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiên-
cia, exceto no caso de injúria. (Incluído pela Lei n. 10.741, de 2003)
Parágrafo único. Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de
recompensa, aplica-se a pena em dobro.

Exclusão do crime
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
I – a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por
seu procurador;
II – a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo
quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
III – o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em aprecia-
ção ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.
Parágrafo único. Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela
difamação quem lhe dá publicidade.

Retratação
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da
calúnia ou da difamação, fica isento de pena.

1817
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia


ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-
-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a
ofensa. (Incluído pela Lei n. 13.188, de 2015)
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difa-
mação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo.
Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias,
responde pela ofensa.
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede me-
diante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta
lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça,
no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante represen-
tação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso
do § 3º do art. 140 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 12.033. de 2009)

CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
SEÇÃO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL

Constrangimento ilegal
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça,
ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de
resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Aumento de pena
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a
execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas.

1818
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.


§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente
ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II – a coação exercida para impedir suicídio.

Ameaça
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer
outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

Sequestro e cárcere privado


Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere
privado: (Vide Lei n. 10.446, de 2002)
Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do
agente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei n. 11.106,
de 2005)
II – se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saú-
de ou hospital;
III – se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído
pela Lei n. 11.106, de 2005)
V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela Lei n. 11.106,
de 2005)
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da
detenção, grave sofrimento físico ou moral:
Pena – reclusão, de dois a oito anos.

1819
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Redução a condição análoga à de escravo


Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer sub-
metendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o
a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio,
sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto:
(Redação dada pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena corresponden-
te à violência. (Redação dada pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei n. 10.803, de
11.12.2003)
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador,
com o fim de retê-lo no local de trabalho; (Incluído pela Lei n. 10.803, de
11.12.2003)
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de
documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local
de trabalho. (Incluído pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
§ 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: (Incluído
pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei n. 10.803, de
11.12.2003)
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. (In-
cluído pela Lei n. 10.803, de 11.12.2003)
Tráfico de Pessoas (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alo-
jar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou
abuso, com a finalidade de: (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
I – remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; (Incluído pela Lei
n. 13.344, de 2016) (Vigência)
II – submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; (Incluído
pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)

1820
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – submetê-la a qualquer tipo de servidão; (Incluído pela Lei n. 13.344,


de 2016) (Vigência)
IV – adoção ilegal; ou (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
V – exploração sexual. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 1º A pena é aumentada de um terço até a metade se: (Incluído pela Lei
n. 13.344, de 2016) (Vigência)
I – o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções
ou a pretexto de exercê-las; (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
II – o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou
com deficiência; (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
III – o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de co-
abitação, de hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de
superioridade hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função;
ou (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
IV – a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional. (In-
cluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 2º A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e
não integrar organização criminosa. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016)
(Vigência)

SEÇÃO II
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO

Violação de domicílio
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou con-
tra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em
suas dependências:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.

1821
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com


o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente
à violência.
§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcio-
nário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades
estabelecidas em lei, ou com abuso do poder.
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou
em suas dependências:
I – durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar
prisão ou outra diligência;
II – a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo
ali praticado ou na iminência de o ser.
§ 4º - A expressão "casa" compreende:
I – qualquer compartimento habitado;
II – aposento ocupado de habitação coletiva;
III – compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão
ou atividade.
§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa":
I – hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto
aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior;
II – taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

SEÇÃO III
DOS CRIMES CONTRA A
INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA

Violação de correspondência
Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fecha-
da, dirigida a outrem:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

1822
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Sonegação ou destruição de correspondência


§ 1º - Na mesma pena incorre:
I – quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora
não fechada e, no todo ou em parte, a sonega ou destrói;

Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica


II – quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusiva-
mente comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conver-
sação telefônica entre outras pessoas;
III – quem impede a comunicação ou a conversação referidas no número
anterior;
IV – quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, sem obser-
vância de disposição legal.
§ 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem.
§ 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço pos-
tal, telegráfico, radioelétrico ou telefônico:
Pena – detenção, de um a três anos.
§ 4º - Somente se procede mediante representação, salvo nos casos do
§ 1º, IV, e do § 3º.

Correspondência comercial
Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento
comercial ou industrial para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair
ou suprimir correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo:
Pena – detenção, de três meses a dois anos.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

1823
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

SEÇÃO IV
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS

Divulgação de segredo
Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento
particular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou deten-
tor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º Somente se procede mediante representação. (Parágrafo único renu-
merado pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas,
assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou ban-
co de dados da Administração Pública: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)
§ 2º Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal
será incondicionada. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

Violação do segredo profissional


Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência
em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e  cuja revelação possa
produzir dano a outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.

Invasão de dispositivo informático (Incluído pela Lei n. 12.737, de


2012) Vigência
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede
de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e
com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autoriza-
ção expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para
obter vantagem ilícita: (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

1824
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluído pela


Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou di-
funde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a práti-
ca da conduta definida no caput. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 2º Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta
prejuízo econômico. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações ele-
trônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas,
assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo
invadido: (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta
não constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 4º Na hipótese do § 3º, aumenta-se a pena de um a dois terços se
houver divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer
título, dos dados ou informações obtidos. (Incluído pela Lei n. 12.737, de
2012) Vigência
§ 5º Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado
contra: (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
I – Presidente da República, governadores e prefeitos; (Incluído pela Lei
n. 12.737, de 2012) Vigência
II – Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Lei n. 12.737,
de 2012) Vigência
III – Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assem-
bleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de
Câmara Municipal; ou (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
IV – dirigente máximo da administração direta e indireta federal, es-
tadual, municipal ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei n. 12.737, de
2012) Vigência
Ação penal (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

1825
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede me-


diante representação, salvo se o crime é cometido contra a administração
pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito
Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públi-
cos. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
CAPÍTULO I
DO FURTO

Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o
repouso noturno.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada,
o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um
a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que
tenha valor econômico.

Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é co-
metido:
I – com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III – com emprego de chave falsa;
IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas.

1826
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se hou-


ver emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.
(Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de ve-
ículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o
exterior. (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for
de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em
partes no local da subtração. (Incluído pela Lei n. 13.330, de 2016)
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a
subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego. (Incluído
pela Lei n. 13.654, de 2018)

Furto de coisa comum
Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para
outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º - Somente se procede mediante representação.
§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não
excede a quota a que tem direito o agente.

CAPÍTULO II
DO ROUBO E DA EXTORSÃO

Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, median-
te grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer
meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

1827
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa,


emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a im-
punidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade: (Redação dada
pela Lei n. 13.654, de 2018)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.654, de 2018)
II – se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III – se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente co-
nhece tal circunstância.
IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado
para outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
V – se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberda-
de. (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que,
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou empre-
go. (Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): (Incluído pela Lei n. 13.654,
de 2018)
I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;
(Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (Incluído pela Lei
n. 13.654, de 2018)
§ 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei n. 13.654, de 2018)
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito)
anos, e multa; (Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
(Incluído pela Lei n. 13.654, de 2018)

1828
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça,
e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômi-
ca, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego
de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º
do artigo anterior. Vide Lei n. 8.072, de 25.7.90
§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima,
e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena
é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão
corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e
3º, respectivamente. (Incluído pela Lei n. 11.923, de 2009)

Extorsão mediante sequestro


Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem,
qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Vide Lei n. 8.072,
de 25.7.90 (Vide Lei n. 10.446, de 2002)
Pena – reclusão, de oito a quinze anos.. (Redação dada pela Lei n. 8.072,
de 25.7.1990)
§ 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seques-
trado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime
é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei n. 8.072, de 25.7.90 (Redação
dada pela Lei n. 10.741, de 2003)
Pena – reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei n. 8.072,
de 25.7.1990)
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei n. 8.072,
de 25.7.90

1829
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação dada pela


Lei n. 8.072, de 25.7.1990)
§ 3º - Se resulta a morte: Vide Lei n. 8.072, de 25.7.90
Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Redação dada pela Lei
n. 8.072, de 25.7.1990)
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar
à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida
de um a dois terços. (Redação dada pela Lei n. 9.269, de 1996)

Extorsão indireta
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da si-
tuação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal
contra a vítima ou contra terceiro:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

CAPÍTULO III
DA USURPAÇÃO

Alteração de limites
Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal
indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa
imóvel alheia:
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem:

Usurpação de águas
I – desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;

Esbulho possessório
II – invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concur-
so de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho
possessório.

1830
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta co-


minada.
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, so-
mente se procede mediante queixa.

Supressão ou alteração de marca em animais


Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio,
marca ou sinal indicativo de propriedade:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

CAPÍTULO IV
DO DANO

Dano
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Dano qualificado
Parágrafo único. Se o crime é cometido:
I – com violência à pessoa ou grave ameaça;
II  – com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não
constitui crime mais grave
III – contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de
Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de
economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos; (Redação
dada pela Lei n. 13.531, de 2017)
IV – por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena cor-
respondente à violência.

1831
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia


Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem con-
sentimento de quem de direito, desde que o fato resulte prejuízo:
Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.

Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico


Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade
competente em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Alteração de local especialmente protegido


Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de
local especialmente protegido por lei:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Ação penal
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do
art. 164, somente se procede mediante queixa.

CAPÍTULO V
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Apropriação indébita
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a
detenção:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
I – em depósito necessário;

1832
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante,


testamenteiro ou depositário judicial;
III – em razão de ofício, emprego ou profissão.
Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei n. 9.983,
de 2000)
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições re-
colhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela Lei n. 9.983,
de 2000)
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à
previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segura-
dos, a terceiros ou arrecadada do público; (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham inte-
grado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à pres-
tação de serviços; (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
III – pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou
valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. (In-
cluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, con-
fessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e pres-
ta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou re-
gulamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de
multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a
denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive aces-
sórios; ou (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

1833
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II  – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual


ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente,
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluí-
do pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 4º A faculdade prevista no § 3º deste artigo não se aplica aos casos de
parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja supe-
rior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei n. 13.606, de 2018)

Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da


natureza
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por
erro, caso fortuito ou força da natureza:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre:

Apropriação de tesouro
I – quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em par-
te, da quota a que tem direito o proprietário do prédio;

Apropriação de coisa achada


II – quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcial-
mente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la
à autoridade competente, dentro no prazo de quinze dias.
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no
art. 155, § 2º.

1834
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO VI
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES

Estelionato
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo
alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou
qualquer outro meio fraudulento:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez
contos de réis.
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz
pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:

Disposição de coisa alheia como própria


I – vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa
alheia como própria;

Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria


II – vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria
inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender
a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer
dessas circunstâncias;

Defraudação de penhor
III – defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por ou-
tro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;

Fraude na entrega de coisa


IV – defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve en-
tregar a alguém;

1835
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro


V – destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o pró-
prio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com
o intuito de haver indenização ou valor de seguro;

Fraude no pagamento por meio de cheque


VI – emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do saca-
do, ou lhe frustra o pagamento.
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detri-
mento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular,
assistência social ou beneficência.

Estelionato contra idoso
§ 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso. (In-
cluído pela Lei n. 13.228, de 2015)

Duplicata simulada
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda
à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço presta-
do. (Redação dada pela Lei n. 8.137, de 27.12.1990)
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 8.137, de 27.12.1990)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que falsificar ou
adulterar a escrituração do Livro de Registro de Duplicatas. (Incluído pela Lei
n. 5.474. de 1968)

Abuso de incapazes
Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão
ou inexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem,
induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídi-
co, em prejuízo próprio ou de terceiro:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.

1836
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Induzimento à especulação
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da
simplicidade ou inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo
ou aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo
saber que a operação é ruinosa:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Fraude no comércio
Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou
consumidor:
I – vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou de-
teriorada;
II – entregando uma mercadoria por outra:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de
metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra
de menor valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso,
metal de ou outra qualidade:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.

Outras fraudes
Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se
de meio de transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento:
Pena – detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação, e o juiz
pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.

1837
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade


por ações
Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em pros-
pecto ou em comunicação ao público ou à assembleia, afirmação falsa sobre a
constituição da sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não constitui
crime contra a economia popular.
§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contra a
economia popular: (Vide Lei n. 1.521, de 1951)
I – o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, em pros-
pecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao público ou à assembleia,
faz afirmação falsa sobre as condições econômicas da sociedade, ou oculta
fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas relativo;
II – o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artifício,
falsa cotação das ações ou de outros títulos da sociedade;
III – o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou usa, em
proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prévia au-
torização da assembleia geral;
IV – o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade,
ações por ela emitidas, salvo quando a lei o permite;
V – o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social, aceita em
penhor ou em caução ações da própria sociedade;
VI – o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em desacordo com
este, ou mediante balanço falso, distribui lucros ou dividendos fictícios;
VII – o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou con-
luiado com acionista, consegue a aprovação de conta ou parecer;
VIII – o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
IX – o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a fun-
cionar no País, que pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa
informação ao Governo.

1838
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, e multa,


o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o
voto nas deliberações de assembleia geral.

Emissão irregular de conhecimento de depósito ou "warrant"


Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo
com disposição legal:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Fraude à execução
Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danifi-
cando bens, ou simulando dívidas:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante queixa.

CAPÍTULO VII
DA RECEPTAÇÃO

Receptação
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em pro-
veito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para
que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: (Redação dada pela Lei
n. 9.426, de 1996)
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei
n. 9.426, de 1996)
Receptação qualificada (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,
desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma
utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: (Redação dada pela Lei
n. 9.426, de 1996)

1839
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Pena – reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei
n. 9.426, de 1996)
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em
residência. (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela despropor-
ção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presu-
mir-se obtida por meio criminoso: (Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.
(Redação dada pela Lei n. 9.426, de 1996)
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena
o autor do crime de que proveio a coisa. (Redação dada pela Lei n. 9.426,
de 1996)
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, ten-
do em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na recep-
tação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155. (Incluído pela Lei
n. 9.426, de 1996)
§ 6º Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito
Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, so-
ciedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos,
aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. (Redação dada
pela Lei n. 13.531, de 2017)

Receptação de animal
Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depó-
sito ou vender, com a finalidade de produção ou de comercialização, semo-
vente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes,
que deve saber ser produto de crime: (Incluído pela Lei n. 13.330, de 2016)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 13.330, de 2016)

1840
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos


neste título, em prejuízo: (Vide Lei n. 10.741, de 2003)
I – do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II – de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegíti-
mo, seja civil ou natural.
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime pre-
visto neste título é cometido em prejuízo: (Vide Lei n. 10.741, de 2003)
I – do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II – de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III – de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I – se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja em-
prego de grave ameaça ou violência à pessoa;
II – ao estranho que participa do crime.
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a
60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei n. 10.741, de 2003)

TÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL

Violação de direito autoral


Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: (Redação
dada pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. (Redação
dada pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)

1841
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de


lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual,
interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor,
do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de
quem os represente: (Redação dada pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
§ 2º Na mesma pena do § 1º incorre quem, com o intuito de lucro direto
ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire,
oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma
reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete
ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga ori-
ginal ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização
dos titulares dos direitos ou de quem os represente. (Redação dada pela Lei
n. 10.695, de 1º.7.2003)
§ 3º Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo,
fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário
realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar
previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lu-
cro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor,
do artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem
os represente: (Redação dada pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 10.695, de 1º.7.2003)
§ 4º O disposto nos §§ 1º, 2º e 3º não se aplica quando se tratar de exce-
ção ou limitação ao direito de autor ou os que lhe são conexos, em conformi-
dade com o previsto na Lei n. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia
de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do
copista, sem intuito de lucro direto ou indireto. (Incluído pela Lei n. 10.695,
de 1º.7.2003)

1842
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Usurpação de nome ou pseudônimo alheio


Art. 185 - (Revogado pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
Art. 186. Procede-se mediante: (Redação dada pela Lei n. 10.695, de
1º.7.2003)
I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184; (Incluído pela Lei
n. 10.695, de 1º.7.2003)
II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1º e
2º do art. 184; (Incluído pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
III – ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfa-
vor de entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de
economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público; (Incluído pela Lei
n. 10.695, de 1º.7.2003)
IV – ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previs-
tos no § 3º do art. 184. (Incluído pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PRIVILÉGIO DE INVENÇÃO

Violação de privilégio de invenção 


Art. 187. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)
Falsa atribuição de privilégio 
Art. 188. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)
Usurpação ou indevida exploração de modelo ou desenho privilegiado 
Art. 189. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)
Falsa declaração de depósito em modelo ou desenho 
Art. 190. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)
Art. 191. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)

1843
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA AS
MARCAS DE INDÚSTRIA E COMÉRCIO

Violação do direito de marca 


Art. 192. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)
Uso indevido de armas, brasões e distintivos públicos 
Art. 193. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)
Marca com falsa indicação de procedência 
Art. 194. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)
Art. 195. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)

CAPÍTULO IV
DOS CRIMES DE CONCORRÊNCIA DESLEAL

Concorrência desleal 
Art. 196. (Revogado pela Lei n. 9.279, de 14.5.1996)

TÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA
A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Atentado contra a liberdade de trabalho


Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça:
I – a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a tra-
balhar ou não trabalhar durante certo período ou em determinados dias:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspon-
dente à violência;
II – a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de
parede ou paralisação de atividade econômica:

1844
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena corres-


pondente à violência.

Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem


violenta
Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça,
a celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer a outrem ou não adquirir
de outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspon-
dente à violência.

Atentado contra a liberdade de associação


Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça,
a participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação
profissional:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspon-
dente à violência.

Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação


da ordem
Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, pra-
ticando violência contra pessoa ou contra coisa:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspon-
dente à violência.
Parágrafo único. Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é
indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados.

Paralisação de trabalho de interesse coletivo


Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, pro-
vocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

1845
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola.


Sabotagem
Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou
agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho,
ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes
ou delas dispor:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Frustração de direito assegurado por lei trabalhista


Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela
legislação do trabalho:
Pena – detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspon-
dente à violência. (Redação dada pela Lei n. 9.777, de 29.12.1998)
§ 1º Na mesma pena incorre quem: (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)
I – obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabele-
cimento, para impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida;
(Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)
II – impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, me-
diante coação ou por meio da retenção de seus documentos pessoais ou con-
tratuais. (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de
dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou
mental. (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)

Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho


Art. 204 - Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa
à nacionalização do trabalho:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspon-
dente à violência.

1846
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Exercício de atividade com infração de decisão administrativa


Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por decisão adminis-
trativa:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Aliciamento para o fim de emigração


Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los
para território estrangeiro. (Redação dada pela Lei n. 8.683, de 1993)
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. (Redação dada pela
Lei n. 8.683, de 1993)

Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território


nacional
Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra
localidade do território nacional:
Pena – detenção de um a três anos, e multa. (Redação dada pela Lei
n. 9.777, de 29.12.1998)
§ 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localida-
de de execução do trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou
cobrança de qualquer quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar condi-
ções do seu retorno ao local de origem. (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de
dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou
mental. (Incluído pela Lei n. 9.777, de 1998)

1847
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

TÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO
RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO

Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo


Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou
função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso;
vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um
terço, sem prejuízo da correspondente à violência.

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS

Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária


Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um
terço, sem prejuízo da correspondente à violência.

Violação de sepultura
Art. 210 - Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Destruição, subtração ou ocultação de cadáver


Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

1848
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Vilipêndio a cadáver
Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL

(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Estupro
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter
conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato
libidinoso: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela Lei
n. 12.015, de 2009)
§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima
é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei
n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)
§ 2º Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)
Art. 214 - (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)

1849
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Violação sexual mediante fraude (Redação dada pela Lei n. 12.015,


de 2009)
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com al-
guém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre mani-
festação de vontade da vítima: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei
n. 12.015, de 2009)
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem eco-
nômica, aplica-se também multa. (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Importunação sexual (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso
com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro: (Incluído pela
Lei n. 13.718, de 2018)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime
mais grave. (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)
Art. 216. (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)
Assédio sexual (Incluído pela Lei n. 10.224, de 15 de 2001)
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou fa-
vorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior
hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou fun-
ção. (Incluído pela Lei n. 10.224, de 15 de 2001)
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei n. 10.224,
de 15 de 2001)
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei n. 10.224, de 15 de 2001)
§ 2º A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (de-
zoito) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

1850
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO I-A
(Incluído pela Lei n. 13.772, de 2018)
DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL

Registro não autorizado da intimidade sexual


Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, con-
teúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e pri-
vado sem autorização dos participantes: (Incluído pela Lei n. 13.772, de 2018)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fo-
tografia, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa
em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo. (Incluído pela
Lei n. 13.772, de 2018)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Sedução
Art. 217 - (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com me-
nor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)
§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com
alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não
pode oferecer resistência. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

1851
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: (Incluído


pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)
§ 4º Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. (Incluído pela Lei
n. 12.015, de 2009)
§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo
aplicam-se independentemente do consentimento da vítima ou do fato de
ela ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime. (Incluído pela Lei
n. 13.718, de 2018)

Corrupção de menores 
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascí-
via de outrem: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Redação dada pela Lei
n. 12.015, de 2009)
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescen-
te (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos,
ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de sa-
tisfazer lascívia própria ou de outrem: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)
Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração
sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável. (Redação dada pela
Lei n. 12.978, de 2014)
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de
exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermida-

1852
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de ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática


do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: (Incluído pela Lei
n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)
§ 1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, apli-
ca-se também multa. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
I – quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém
menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita
no caput deste artigo; (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
II – o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifi-
quem as práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.015,
de 2009)
§ 3º Na hipótese do inciso II do § 2º, constitui efeito obrigatório da con-
denação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabe-
lecimento. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulne-
rável, de cena de sexo ou de pornografia (Incluído pela Lei n. 13.718,
de 2018)
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à
venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio
de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotogra-
fia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de
estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o
consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia: (Incluído pela
Lei n. 13.718, de 2018)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime
mais grave. (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)
Aumento de pena (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

1853
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime
é praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afe-
to com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação. (Incluído pela Lei
n. 13.718, de 2018)
Exclusão de ilicitude (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)
§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas
no caput deste artigo em publicação de natureza jornalística, científica, cul-
tural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a identificação
da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior de 18 (dezoito)
anos. (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)

CAPÍTULO III
DO RAPTO

Rapto violento ou mediante fraude


Art. 219 - (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
Rapto consensual
Art. 220 - (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
Diminuição de pena
Art. 221 - (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
Concurso de rapto e outro crime
Art. 222 - (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 223 - (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)


Art. 224 - (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)

1854
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Ação penal
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, proce-
de-se mediante ação penal pública incondicionada. (Redação dada pela Lei
n. 13.718, de 2018)
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.718, de 2018)

Aumento de pena
Art. 226. A pena é aumentada: (Redação dada pela Lei n. 11.106, de 2005)
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou
mais pessoas; (Redação dada pela Lei n. 11.106, de 2005)
II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio,
irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da
vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela; (Redação dada
pela Lei n. 13.718, de 2018)
III – (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)
IV – de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado: (Inclu-
ído pela Lei n. 13.718, de 2018)
Estupro coletivo (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes; (Incluído pela Lei
n. 13.718, de 2018)
Estupro corretivo (Incluído pela Lei n. 13.718, de 2018)
b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima. (Incluído
pela Lei n. 13.718, de 2018)

1855
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CAPÍTULO V
DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE
PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE
EXPLORAÇÃO SEXUAL
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

Mediação para servir a lascívia de outrem


Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:
Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 1º Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou
se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão,
tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de
tratamento ou de guarda: (Redação dada pela Lei n. 11.106, de 2005)
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.
§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou
fraude:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à vio-
lência.
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de explo-
ração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone: (Reda-
ção dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 12.015, de 2009)
§ 1º Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, côn-
juge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou
se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigi-
lância: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

1856
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. (Redação dada pela Lei


n. 12.015, de 2009)
§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça
ou fraude:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à
violência.
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Casa de prostituição
Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em
que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação di-
reta do proprietário ou gerente: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Rufianismo
Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamen-
te de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem
a exerça:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou
se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado,
cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima,
ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção
ou vigilância: (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 12.015, de 2009)
§ 2º Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou
outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima:
(Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena corres-
pondente à violência. (Redação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)

1857
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual (Re-


dação dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
Art. 231. (Revogado pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 231-A. (Revogado pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 232 - (Revogado pela Lei n. 12.015, de 2009)

Promoção de migração ilegal


Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem
econômica, a entrada ilegal de estrangeiro em território nacional ou de brasi-
leiro em país estrangeiro: Incluído pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Incluído pela Lei
n. 13.445, de 2017 Vigência
§ 1º Na mesma pena incorre quem promover, por qualquer meio, com o fim
de obter vantagem econômica, a saída de estrangeiro do território nacional
para ingressar ilegalmente em país estrangeiro. Incluído pela Lei n. 13.445,
de 2017 Vigência
§ 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se: Incluído
pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência
I – o crime é cometido com violência; ou Incluído pela Lei n. 13.445, de
2017 Vigência
II – a vítima é submetida a condição desumana ou degradante. Incluído
pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência
§ 3º A pena prevista para o crime será aplicada sem prejuízo das corres-
pondentes às infrações conexas. Incluído pela Lei n. 13.445, de 2017 Vigência

CAPÍTULO VI
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR

Ato obsceno
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto
ao público:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

1858
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Escrito ou objeto obsceno


Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para
fim de comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho,
pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
I – vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos
referidos neste artigo;
II – realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação tea-
tral, ou exibição cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro espe-
táculo, que tenha o mesmo caráter;
III – realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audi-
ção ou recitação de caráter obsceno.

CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES GERAIS
(Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

Aumento de pena (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)


Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: (In-
cluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
I – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
II – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
III – de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez; (Reda-
ção dada pela Lei n. 13.718, de 2018)
IV – de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima
doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser porta-
dor, ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência. (Redação dada pela Lei
n. 13.718, de 2018)

1859
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título


correrão em segredo de justiça. (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)
Art. 234-C. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.015, de 2009)

TÍTULO VII
DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO

Bigamia
Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:
Pena – reclusão, de dois a seis anos.
§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa ca-
sada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de
um a três anos.
§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por
motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime.

Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento


Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro con-
traente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. A ação penal depende de queixa do contraente enganado
e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença
que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.

Conhecimento prévio de impedimento


Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento
que lhe cause a nulidade absoluta:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

1860
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Simulação de autoridade para celebração de casamento


Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento:
Pena – detenção, de um a três anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Simulação de casamento
Art. 239 - Simular casamento mediante engano de outra pessoa:
Pena – detenção, de um a três anos, se o fato não constitui elemento de
crime mais grave.

Adultério
Art. 240 - (Revogado pela Lei n. 11.106, de 2005)

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO

Registro de nascimento inexistente


Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente:
Pena – reclusão, de dois a seis anos.

Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao esta-


do civil de recém-nascido
Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de
outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direi-
to inerente ao estado civil: (Redação dada pela Lei n. 6.898, de 1981)
Pena – reclusão, de dois a seis anos. (Redação dada pela Lei n. 6.898,
de 1981)
Parágrafo único. Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobre-
za: (Redação dada pela Lei n. 6.898, de 1981)
Pena – detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a
pena. (Redação dada pela Lei n. 6.898, de 1981)

1861
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Sonegação de estado de filiação


Art. 243 - Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência
filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o
fim de prejudicar direito inerente ao estado civil:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR

Abandono material
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge,
ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de as-
cendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando
os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judi-
cialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer
descendente ou ascendente, gravemente enfermo: (Redação dada pela Lei
n. 10.741, de 2003)
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez ve-
zes o maior salário mínimo vigente no País. (Redação dada pela Lei n. 5.478,
de 1968)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra
ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego
ou função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada
ou majorada. (Incluído pela Lei n. 5.478, de 1968)

Entrega de filho menor a pessoa inidônea


Art. 245 - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa em cuja
companhia saiba ou deva saber que o menor fica moral ou materialmente em
perigo: (Redação dada pela Lei n. 7.251, de 1984)
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Redação dada pela Lei
n. 7.251, de 1984)

1862
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º - A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o agente pra-


tica delito para obter lucro, ou se o menor é enviado para o exterior. (Incluído
pela Lei n. 7.251, de 1984)
§ 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, embora
excluído o perigo moral ou material, auxilia a efetivação de ato destinado ao
envio de menor para o exterior, com o fito de obter lucro. (Incluído pela Lei
n. 7.251, de 1984)

Abandono intelectual
Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho
em idade escolar:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Art. 247 - Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu po-
der ou confiado à sua guarda ou vigilância:
I – frequente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa vicio-
sa ou de má vida;
II – frequente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor,
ou participe de representação de igual natureza;
III – resida ou trabalhe em casa de prostituição;
IV – mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.

CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA O
PÁTRIO PODER, TUTELA CURATELA

Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes


Art. 248 - Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir do lugar
em que se acha por determinação de quem sobre ele exerce autoridade, em
virtude de lei ou de ordem judicial; confiar a outrem sem ordem do pai, do
tutor ou do curador algum menor de dezoito anos ou interdito, ou deixar, sem
justa causa, de entregá-lo a quem legitimamente o reclame:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

1863
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Subtração de incapazes
Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem
o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem judicial:
Pena – detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não constitui ele-
mento de outro crime.
§ 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdi-
to não o exime de pena, se destituído ou temporariamente privado do pátrio
poder, tutela, curatela ou guarda.
§ 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu
maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de aplicar pena.

TÍTULO VIII
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM

Incêndio
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física
ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.

Aumento de pena
§ 1º - As penas aumentam-se de um terço:
I – se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em
proveito próprio ou alheio;
II – se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência
social ou de cultura;
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;

1864
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;


g) em poço petrolífero ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.

Incêndio culposo
§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis meses a dois anos.

Explosão
Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de
outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de
dinamite ou de substância de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.
§ 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos
análogos:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena
§ 2º - As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipó-
teses previstas no § 1º, I, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer
das coisas enumeradas no n. II do mesmo parágrafo.

Modalidade culposa
§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efei-
tos análogos, a pena é de detenção, de seis meses a dois anos; nos demais
casos, é de detenção, de três meses a um ano.

Uso de gás tóxico ou asfixiante


Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de
outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

1865
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Modalidade Culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosi-


vos ou gás tóxico, ou asfixiante
Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença
da autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou
material destinado à sua fabricação:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Inundação
Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física
ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou deten-
ção, de seis meses a dois anos, no caso de culpa.

Perigo de inundação
Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio,
expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, obs-
táculo natural ou obra destinada a impedir inundação:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Desabamento ou desmoronamento
Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a
vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de seis meses a um ano.

1866
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento


Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inun-
dação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou
qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou sal-
vamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Formas qualificadas de crime de perigo comum


Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de
natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se
resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão
corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena
cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.

Difusão de doença ou praga


Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta,
plantação ou animais de utilidade econômica:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Modalidade culposa
Parágrafo único. No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a seis
meses, ou multa.

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA A
SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS

Perigo de desastre ferroviário


Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:
I – destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha
férrea, material rodante ou de tração, obra de arte ou instalação;

1867
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – colocando obstáculo na linha;


III – transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou inter-
rompendo ou embaraçando o funcionamento de telégrafo, telefone ou radio-
telegrafia;
IV – praticando outro ato de que possa resultar desastre:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Desastre ferroviário
§ 1º - Se do fato resulta desastre:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos e multa.
§ 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
§ 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qual-
quer via de comunicação em que circulem veículos de tração mecânica, em
trilhos ou por meio de cabo aéreo.

Atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo


Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou
praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima,
fluvial ou aérea:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.

Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo


§ 1º - Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação
ou a queda ou destruição de aeronave:
Pena – reclusão, de quatro a doze anos.

Prática do crime com o fim de lucro


§ 2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente pratica o crime
com intuito de obter vantagem econômica, para si ou para outrem.

1868
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Modalidade culposa
§ 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Atentado contra a segurança de outro meio de transporte


Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe
ou dificultar-lhe o funcionamento:
Pena – detenção, de um a dois anos.
§ 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de dois a cin-
co anos.
§ 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre:
Pena – detenção, de três meses a um ano.

Forma qualificada
Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no
caso de desastre ou sinistro, resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o dis-
posto no art. 258.

Arremesso de projétil
Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado
ao transporte público por terra, por água ou pelo ar:
Pena – detenção, de um a seis meses.
Parágrafo único. Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção,
de seis meses a dois anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º,
aumentada de um terço.

Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública


Art. 265 - Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de
água, luz, força ou calor, ou qualquer outro de utilidade pública:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.

1869
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. Aumentar-se-á a pena de 1/3 (um terço) até a metade,


se o dano ocorrer em virtude de subtração de material essencial ao funciona-
mento dos serviços. (Incluído pela Lei n. 5.346, de 3.11.1967)
Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, in-
formático, telemático ou de informação de utilidade pública (Redação
dada pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico
ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe o restabelecimento:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena quem interrompe serviço telemático ou de
informação de utilidade pública, ou impede ou dificulta-lhe o restabelecimen-
to. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
§ 2º Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido por ocasião de
calamidade pública. (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA

Epidemia
Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos:
Pena – reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei n. 8.072,
de 25.7.1990)
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro.
§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se
resulta morte, de dois a quatro anos.

Infração de medida sanitária preventiva


Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada a impedir
introdução ou propagação de doença contagiosa:
Pena – detenção, de um mês a um ano, e multa.

1870
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se o agente é funcioná-


rio da saúde pública ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista
ou enfermeiro.

Omissão de notificação de doença


Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja
notificação é compulsória:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou


medicinal
Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou subs-
tância alimentícia ou medicinal destinada a consumo:
Pena – reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei n. 8.072,
de 25.7.1990)
§ 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou tem em
depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou a substância envenenada.

Modalidade culposa
§ 2º - Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Corrupção ou poluição de água potável


Art. 271 - Corromper ou poluir água potável, de uso comum ou particular,
tornando-a imprópria para consumo ou nociva à saúde:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos.

Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de dois meses a um ano.

1871
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou


produtos alimentícios (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Art. 272 - Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto
alimentício destinado a consumo, tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-
-lhe o valor nutritivo: (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, expõe à ven-
da, importa, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou
entrega a consumo a substância alimentícia ou o produto falsificado, corrom-
pido ou adulterado. (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
§  1º - Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações previstas
neste artigo em relação a bebidas, com ou sem teor alcoólico. (Redação dada
pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Modalidade culposa
§ 2º - Se o crime é culposo: (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto desti-
nado a fins terapêuticos ou medicinais (Redação dada pela Lei n. 9.677,
de 2.7.1998)
Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a
fins terapêuticos ou medicinais: (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Pena – reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda,
tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a
consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. (Redação
dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

1872
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os medica-


mentos, as matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos, os sa-
neantes e os de uso em diagnóstico. (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previs-
tas no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes condições: (In-
cluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
I – sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária compe-
tente; (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
II – em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso
anterior; (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
III – sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua
comercialização; (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
IV – com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; ((Incluído
pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
V – de procedência ignorada; (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
VI – adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária
competente. (Incluído pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Modalidade culposa
§ 2º - Se o crime é culposo: 
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Emprego de processo proibido ou de substância não permitida


Art. 274 - Empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, reves-
timento, gaseificação artificial, matéria corante, substância aromática, antis-
séptica, conservadora ou qualquer outra não expressamente permitida pela
legislação sanitária:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

1873
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Invólucro ou recipiente com falsa indicação


Art. 275 - Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos alimentícios,
terapêuticos ou medicinais, a existência de substância que não se encontra
em seu conteúdo ou que nele existe em quantidade menor que a menciona-
da: (Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Produto ou substância nas condições dos dois artigos anteriores


Art. 276 - Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qual-
quer forma, entregar a consumo produto nas condições dos arts. 274 e 275.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.(Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Substância destinada à falsificação


Art. 277 - Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder substân-
cia destinada à falsificação de produtos alimentícios, terapêuticos ou medici-
nais:(Redação dada pela Lei n. 9.677, de 2.7.1998)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.677, de 2.7.1998)

Outras substâncias nocivas à saúde pública


Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender
ou, de qualquer forma, entregar a consumo coisa ou substância nociva à saú-
de, ainda que não destinada à alimentação ou a fim medicinal:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de dois meses a um ano.

1874
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Substância avariada
Art. 279 - (Revogado pela Lei n. 8.137, de 27.12.1990)

Medicamento em desacordo com receita médica


Art. 280 - Fornecer substância medicinal em desacordo com receita médica:
Pena – detenção, de um a três anos, ou multa.

Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena – detenção, de dois meses a um ano.
COMÉRCIO, POSSE OU USO DE ENTORPECENTE OU SUBSTÂNCIA
QUE DETERMINE DEPENDÊNCIA FÍSICA OU PSÍQUICA. (Redação dada
pela Lei n. 5.726, de 1971) (Revogado pela Lei n. 6.368, 1976)
Art. 281. (Revogado pela Lei n. 6.368, 1976)

Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica


Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a  profissão de médico,
dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se tam-
bém multa.

Charlatanismo
Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Curandeirismo
Art. 284 - Exercer o curandeirismo:
I – prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer
substância;

1875
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;


III – fazendo diagnósticos:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente
fica também sujeito à multa.

Forma qualificada
Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste
Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267.

TÍTULO IX
DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA

Incitação ao crime
Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime:
Pena – detenção, de três a seis meses, ou multa.

Apologia de crime ou criminoso


Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de
crime:
Pena – detenção, de três a seis meses, ou multa.

Associação Criminosa
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico
de cometer crimes: (Redação dada pela Lei n. 12.850, de 2013) (Vigência)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei
n. 12.850, de 2013) (Vigência)
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é ar-
mada ou se houver a participação de criança ou adolescente. (Redação dada
pela Lei n. 12.850, de 2013) (Vigência)

1876
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Constituição de milícia privada (Incluído dada pela Lei n. 12.720,


de 2012)
Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organiza-
ção paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de
praticar qualquer dos crimes previstos neste Código: (Incluído dada pela Lei
n. 12.720, de 2012)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. (Incluído dada pela Lei
n. 12.720, de 2012)

TÍTULO X
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
CAPÍTULO I
DA MOEDA FALSA

Moeda Falsa
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou pa-
pel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro:
Pena – reclusão, de três a doze anos, e multa.
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, im-
porta ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz
na circulação moeda falsa.
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou
alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com
detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário
público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite
ou autoriza a fabricação ou emissão:
I – de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;
II – de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja
circulação não estava ainda autorizada.

1877
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Crimes assimilados ao de moeda falsa


Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com
fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cé-
dula ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal indica-
tivo de sua inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais
condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Parágrafo único. O máximo da reclusão é elevado a doze anos e multa, se
o crime é cometido por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro
se achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo.(Vide Lei
n. 7.209, de 11.7.1984)

Petrechos para falsificação de moeda


Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir
ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especial-
mente destinado à falsificação de moeda:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Emissão de título ao portador sem permissão legal


Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título
que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte
indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos do-
cumentos referidos neste artigo incorre na pena de detenção, de quinze dias
a três meses, ou multa.

1878
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO II
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS

Falsificação de papéis públicos


Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel
de emissão legal destinado à arrecadação de tributo; (Redação dada pela Lei
n. 11.035, de 2004)
II – papel de crédito público que não seja moeda de curso legal;
III – vale postal;
IV – cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de
outro estabelecimento mantido por entidade de direito público;
V – talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a
arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder pú-
blico seja responsável;
VI – bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte adminis-
trada pela União, por Estado ou por Município:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei n. 11.035,
de 2004)
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se
refere este artigo; (Incluído pela Lei n. 11.035, de 2004)
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda,
fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a controle tributá-
rio; (Incluído pela Lei n. 11.035, de 2004)
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em de-
pósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma,
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, produto ou mercadoria: (Incluído pela Lei n. 11.035, de 2004)
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário,
falsificado; (Incluído pela Lei n. 11.035, de 2004)

1879
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a


obrigatoriedade de sua aplicação. (Incluído pela Lei n. 11.035, de 2004)
§ 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de
torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos
papéis a que se refere o parágrafo anterior.
§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qual-
quer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu
§ 2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de deten-
ção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 5º Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1º,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
vias, praças ou outros logradouros públicos e em residências. (Incluído pela
Lei n. 11.035, de 2004)

Petrechos de falsificação
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto espe-
cialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo
anterior:
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevale-
cendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

CAPÍTULO III
DA FALSIDADE DOCUMENTAL

Falsificação do selo ou sinal público


Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
I – selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou
de Município;

1880
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a auto-
ridade, ou sinal público de tabelião:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Incorre nas mesmas penas:
I – quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
II – quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de
outrem ou em proveito próprio ou alheio.
III – quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas
ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou enti-
dades da Administração Pública. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se
do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

Falsificação de documento público


Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar
documento público verdadeiro:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se
do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emana-
do de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso,
as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
§ 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela
Lei n. 9.983, de 2000)
I  – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja
destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua
a qualidade de segurado obrigatório;(Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em do-
cumento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa
ou diversa da que deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

1881
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado


com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa
ou diversa da que deveria ter constado. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencio-
nados no § 3º, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração,
a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.(Incluído pela
Lei n. 9.983, de 2000)
Falsificação de documento particular (Redação dada pela Lei n. 12.737,
de 2012) Vigência
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar
documento particular verdadeiro:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Falsificação de cartão (Incluído pela Lei n. 12.737, de 2012) Vigência
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documen-
to particular o cartão de crédito ou débito. (Incluído pela Lei n. 12.737, de
2012) Vigência

Falsidade ideológica
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que
dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa
da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou
alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público,
e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
Parágrafo único. Se o agente é funcionário público, e comete o crime pre-
valecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento
de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.

Falso reconhecimento de firma ou letra


Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública,
firma ou letra que o não seja:

1882
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público;


e de um a três anos, e multa, se o documento é particular.

Certidão ou atestado ideologicamente falso


Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública,
fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de
ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena – detenção, de dois meses a um ano.

Falsidade material de atestado ou certidão


§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o
teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstân-
cia que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço
de caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena – detenção, de três meses a dois anos.
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena
privativa de liberdade, a de multa.

Falsidade de atestado médico


Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:
Pena – detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se tam-
bém multa.

Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica


Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor
para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está visivelmente
anotada na face ou no verso do selo ou peça:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz
uso do selo ou peça filatélica.

1883
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Uso de documento falso
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados,
a que se referem os arts. 297 a 302:
Pena – a cominada à falsificação ou à alteração.

Supressão de documento
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de ou-
trem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de
que não podia dispor:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público,
e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é particular.

CAPÍTULO IV
DE OUTRAS FALSIDADES

Falsificação do sinal empregado no contraste de metal precioso ou


na fiscalização alfandegária, ou para outros fins
Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal empre-
gado pelo poder público no contraste de metal precioso ou na fiscalização
alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa natureza, falsificado por outrem:
Pena – reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a autoridade
pública para o fim de fiscalização sanitária, ou para autenticar ou encerrar
determinados objetos, ou comprovar o cumprimento de formalidade legal:
Pena – reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa.

Falsa identidade
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter
vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não consti-
tui elemento de crime mais grave.

1884
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de


reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem,
para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro:
Pena – detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não
constitui elemento de crime mais grave.

Fraude de lei sobre estrangeiro


Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no território
nacional, nome que não é o seu:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único. Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe
a entrada em território nacional: (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Incluído pela Lei n. 9.426,
de 1996)
Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de ação,
título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos em que a este é veda-
da por lei a propriedade ou a posse de tais bens: (Redação dada pela Lei
n. 9.426, de 1996)
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 9.426, de 1996)
Adulteração de sinal identificador de veículo automotor  (Redação
dada pela Lei n. 9.426, de 1996)
Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal
identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento:(Re-
dação dada pela Lei n. 9.426, de 1996))
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa. (Redação dada pela Lei
n. 9.426, de 1996)
§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em
razão dela, a pena é aumentada de um terço. (Incluído pela Lei n. 9.426,
de 1996)

1885
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o
licenciamento ou registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo inde-
vidamente material ou informação oficial. (Incluído pela Lei n. 9.426, de 1996)

CAPÍTULO V
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

Fraudes em certames de interesse público (Incluído pela Lei 12.550.


de 2011)
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar
a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo
sigiloso de: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
I – concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
II – avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
III – processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou (Incluído pela
Lei 12.550. de 2011)
IV – exame ou processo seletivo previstos em lei: (Incluído pela Lei 12.550.
de 2011)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei
12.550. de 2011)
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer
meio, o  acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas
no caput. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública: (Inclu-
ído pela Lei 12.550. de 2011)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei
12.550. de 2011)
§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por fun-
cionário público. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)

1886
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Peculato
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qual-
quer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do
cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não ten-
do a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja
subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário.

Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à
sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de
metade a pena imposta.

Peculato mediante erro de outrem


Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercí-
cio do cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela
Lei n. 9.983, de 2000)

1887
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de


dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas
informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de
obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: (Inclu-
ído pela Lei n. 9.983, de 2000))
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informa-
ções (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou
programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade com-
petente: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela
Lei n. 9.983, de 2000)
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se
da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou
para o administrado.(Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento


Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a
guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais
grave.

Emprego irregular de verbas ou rendas públicas


Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabe-
lecida em lei:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.

1888
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Excesso de exação
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou
deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexa-
tório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada pela Lei n. 8.137, de
27.12.1990)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 8.137, de 27.12.1990)
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que
recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:
Pena – reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indireta-
mente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 10.763, de 12.11.2003)
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vanta-
gem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de
ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício,
com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

1889
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Facilitação de contrabando ou descaminho


Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contra-
bando ou descaminho (art. 334):
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 8.137, de 27.12.1990)

Prevaricação
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício,
ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou
sentimento pessoal:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de
cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio
ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente
externo: (Incluído pela Lei n. 11.466, de 2007).
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Condescendência criminosa
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar su-
bordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte
competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Advocacia administrativa
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante
a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena – detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo:
Pena – detenção, de três meses a um ano, além da multa.

1890
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Violência arbitrária
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente
à violência.

Abandono de função
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado


Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as
exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber
oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Violação de sigilo funcional


Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva
permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não cons-
titui crime mais grave.
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de
senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a siste-
mas de informações ou banco de dados da Administração Pública; (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)

1891
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela Lei


n. 9.983, de 2000)
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a
outrem: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)

Violação do sigilo de proposta de concorrência


Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou pro-
porcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena – Detenção, de três meses a um ano, e multa.

Funcionário público
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem,
embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou
função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou
função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora
de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da
Administração Pública. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos cri-
mes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou
de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta,
sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo
poder público. (Incluído pela Lei n. 6.799, de 1980)

1892
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO II
DOS CRIMES PRATICADOS POR
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Usurpação de função pública


Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único. Se do fato o agente aufere vantagem:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Resistência
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena – detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspon-
dentes à violência.

Desobediência
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:
Pena – detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.
Desacato
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em
razão dela:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei n. 9.127, de 1995)
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem,
vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato pratica-
do por funcionário público no exercício da função: (Redação dada pela Lei
n. 9.127, de 1995)

1893
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela


Lei n. 9.127, de 1995)
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou
insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. (Redação dada
pela Lei n. 9.127, de 1995)

Corrupção ativa
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público,
para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 10.763, de 12.11.2003)
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se, em razão da van-
tagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica
infringindo dever funcional.

Descaminho
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto
devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação
dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei
n. 13.008, de 26.6.2014)
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)
I – pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
(Redação dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
II – pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; (Redação dada
pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
III – vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma,
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestina-

1894
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

mente no País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de in-


trodução clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por
parte de outrem; (Redação dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
IV – adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira,
desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de documentos
que sabe serem falsos. (Redação dada pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estran-
geiras, inclusive o exercido em residências. (Redação dada pela Lei n. 13.008,
de 26.6.2014)
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em
transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Redação dada pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)

Contrabando
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei
n. 13.008, de 26.6.2014)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. (Incluído pela Lei n. 13.008,
de 26.6.2014)
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)
I – pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; (Incluído pela
Lei n. 13.008, de 26.6.2014)
II – importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de re-
gistro, análise ou autorização de órgão público competente; (Incluído pela Lei
n. 13.008, de 26.6.2014)
III – reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à ex-
portação; (Incluído pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)

1895
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

IV – vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma,


utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira; (Incluído pela Lei n. 13.008,
de 26.6.2014)
V – adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício
de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.
(Incluído pela Lei n. 13.008, de 26.6.2014)§ 2º - Equipara-se às atividades
comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular
ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residên-
cias. (Incluído pela Lei n. 4.729, de 14.7.1965)
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado
em transporte aéreo, marítimo ou fluvial.  (Incluído pela Lei n. 13.008, de
26.6.2014)

Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência


Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em
hasta pública, promovida pela administração federal, estadual ou municipal, ou
por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante,
por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena cor-
respondente à violência.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou
licitar, em razão da vantagem oferecida.

Inutilização de edital ou de sinal


Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital
afixado por ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal em-
pregado, por determinação legal ou por ordem de funcionário público, para
identificar ou cerrar qualquer objeto:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.

1896
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Subtração ou inutilização de livro ou documento


Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, pro-
cesso ou documento confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício,
ou de particular em serviço público:
Pena – reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído pela Lei n. 9.983,
de 2000)
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qual-
quer acessório, mediante as seguintes condutas: (Incluído pela Lei n. 9.983,
de 2000)
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de infor-
mações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empre-
sário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que
lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade
da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo em-
pregador ou pelo tomador de serviços; (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remune-
rações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais
previdenciárias: (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 9.983, de 2000)
§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e
confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações
devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes
do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de
multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído
pela Lei n. 9.983, de 2000)
I – (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

1897
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II  – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual


ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente,
como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluí-
do pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento
mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz
poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de mul-
ta. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)
§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mes-
mas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência
social. (Incluído pela Lei n. 9.983, de 2000)

CAPÍTULO II-A
(Incluído pela Lei n. 10.467, de 11.6.2002)
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMI-
NISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA

Corrupção ativa em transação comercial internacional


Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem
indevida a funcionário público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para deter-
miná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacionado à transação
comercial internacional: (Incluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 10467, de 11.6.2002)
Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão da
vantagem ou promessa, o funcionário público estrangeiro retarda ou omite
o ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. (Incluído pela Lei
n. 10467, de 11.6.2002)
Tráfico de influência em transação comercial internacional (Incluí-
do pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)

1898
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, di-


reta ou indiretamente, vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de
influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de
suas funções, relacionado a transação comercial internacional: (Incluído pela
Lei n. 10467, de 11.6.2002)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei
n. 10467, de 11.6.2002)
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou
insinua que a vantagem é também destinada a funcionário estrangeiro. (In-
cluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)
Funcionário público estrangeiro (Incluído pela Lei n. 10467, de
11.6.2002)
Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, para os efeitos
penais, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerce car-
go, emprego ou função pública em entidades estatais ou em representações
diplomáticas de país estrangeiro. (Incluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)
Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem exer-
ce cargo, emprego ou função em empresas controladas, diretamente ou indi-
retamente, pelo Poder Público de país estrangeiro ou em organizações públi-
cas internacionais. (Incluído pela Lei n. 10467, de 11.6.2002)

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA

Reingresso de estrangeiro expulso


Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi
expulso:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão
após o cumprimento da pena.

1899
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Denunciação caluniosa
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo
judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação
de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o
sabe inocente: (Redação dada pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de ano-
nimato ou de nome suposto.
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de con-
travenção.

Comunicação falsa de crime ou de contravenção


Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência
de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

Autoacusação falsa
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou pra-
ticado por outrem:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Falso testemunho ou falsa perícia


Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como tes-
temunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: (Redação dada pela Lei
n. 10.268, de 28.8.2001)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada
pela Lei n. 12.850, de 2013) (Vigência)
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é prati-
cado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada

1900
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte


entidade da administração pública direta ou indireta.(Redação dada pela Lei
n. 10.268, de 28.8.2001)
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.(Redação dada pela
Lei n. 10.268, de 28.8.2001)
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem
a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação
falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou
interpretação: (Redação dada pela Lei n. 10.268, de 28.8.2001)
Pena – reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação dada pela Lei
n. 10.268, de 28.8.2001)
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o cri-
me é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em pro-
cesso penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração
pública direta ou indireta. (Redação dada pela Lei n. 10.268, de 28.8.2001)

Coação no curso do processo


Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer in-
teresse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa
que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou admi-
nistrativo, ou em juízo arbitral:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspon-
dente à violência.

Exercício arbitrário das próprias razões


Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão,
embora legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena cor-
respondente à violência.
Parágrafo único. Se não há emprego de violência, somente se procede
mediante queixa.

1901
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha


em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Fraude processual
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou ad-
ministrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir
a erro o juiz ou o perito:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único. Se a inovação se destina a produzir efeito em processo
penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.

Favorecimento pessoal
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de
crime a que é cominada pena de reclusão:
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena – detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou
irmão do criminoso, fica isento de pena.

Favorecimento real
Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou de recep-
tação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Pena – detenção, de um a seis meses, e multa.
Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada
de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autoriza-
ção legal, em estabelecimento prisional. (Incluído pela Lei n. 12.012, de 2009).
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei
n. 12.012, de 2009).

1902
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Exercício arbitrário ou abuso de poder


Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual,
sem as formalidades legais ou com abuso de poder:
Pena – detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre o funcionário que:
I – ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a estabelecimento des-
tinado a execução de pena privativa de liberdade ou de medida de segurança;
II – prolonga a execução de pena ou de medida de segurança, deixando de
expedir em tempo oportuno ou de executar imediatamente a ordem de liberdade;
III – submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a vexame ou a
constrangimento não autorizado em lei;
IV – efetua, com abuso de poder, qualquer diligência.

Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança


Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou
submetida a medida de segurança detentiva:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
§ 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa,
ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de dois a seis anos.
§ 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se também a
pena correspondente à violência.
§ 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é praticado
por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou o internado.
§ 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia ou guarda,
aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Evasão mediante violência contra a pessoa


Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido
a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:
Pena – detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente
à violência.

1903
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Arrebatamento de preso
Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o te-
nha sob custódia ou guarda:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspondente à
violência.

Motim de presos
Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da
prisão:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente
à violência.

Patrocínio infiel
Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profis-
sional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Patrocínio simultâneo ou tergiversação


Parágrafo único. Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador
judicial que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes
contrárias.

Sonegação de papel ou objeto de valor probatório


Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos,
documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advo-
gado ou procurador:
Pena – detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Exploração de prestígio
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pre-
texto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de
justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha:

1904
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.


Parágrafo único. As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega
ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pes-
soas referidas neste artigo.

Violência ou fraude em arrematação judicial


Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; afastar ou
procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave amea-
ça, fraude ou oferecimento de vantagem:
Pena – detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da pena cor-
respondente à violência.

Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito


Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de
que foi suspenso ou privado por decisão judicial:
Pena – detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

CAPÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS
(Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

Contratação de operação de crédito


Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno
ou externo, sem prévia autorização legislativa: (Incluído pela Lei n. 10.028,
de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei n. 10.028,
de 2000)
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou rea-
liza operação de crédito, interno ou externo: (Incluído pela Lei n. 10.028,
de 2000)

1905
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei


ou em resolução do Senado Federal; (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo
autorizado por lei. (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar (Incluído
pela Lei n. 10.028, de 2000)
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de des-
pesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite esta-
belecido em lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei
n. 10.028, de 2000)
Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatu-
ra (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois úl-
timos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa
não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a
ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de dis-
ponibilidade de caixa: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído pela Lei n. 10.028,
de 2000)
Ordenação de despesa não autorizada  (Incluído pela Lei n. 10.028,
de 2000)
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: (Incluído pela Lei
n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei n. 10.028,
de 2000)
Prestação de garantia graciosa (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido
constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia
prestada, na forma da lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)

1906
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei


n. 10.028, de 2000)
Não cancelamento de restos a pagar  (Incluído pela Lei n. 10.028,
de 2000)
Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cancela-
mento do montante de restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido
em lei: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei
n. 10.028, de 2000)
Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato
ou legislatura (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento
de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do
mandato ou da legislatura: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000))
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei n. 10.028,
de 2000)
Oferta pública ou colocação de títulos no mercado (Incluído pela Lei
n. 10.028, de 2000)
Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a coloca-
ção no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido
criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado de
liquidação e de custódia: (Incluído pela Lei n. 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei n. 10.028,
de 2000)

1907
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 360 - Ressalvada a legislação especial sobre os crimes contra a exis-


tência, a segurança e a integridade do Estado e contra a guarda e o emprego
da economia popular, os crimes de imprensa e os de falência, os de respon-
sabilidade do Presidente da República e dos Governadores ou Interventores,
e os crimes militares, revogam-se as disposições em contrário.
Art. 361 - Este Código entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 1942.

1908
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990


Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII,
da Constituição Federal, e determina outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados
no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consu-
mados ou tentados: (Redação dada pela Lei n. 8.930, de 1994) (Vide Lei n.
7.210, de 1984)
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo
de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado
(art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII); (Redação dada pela Lei n.
13.142, de 2015)
I – A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e
lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º), quando praticadas contra
autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, compa-
nheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;
(Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)
II – latrocínio (art. 157, § 3º, in fine); (Inciso incluído pela Lei n. 8.930,
de 1994)
III – extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2º); (Inciso incluído pela
Lei n. 8.930, de 1994)
IV – extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput,
e §§ lo, 2º e 3º); (Inciso incluído pela Lei n. 8.930, de 1994)
V – estupro (art. 213, caput  e §§ 1º e 2º); (Redação dada pela Lei n.
12.015, de 2009)

1909
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

VI – estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º); (Reda-
ção dada pela Lei n. 12.015, de 2009)
VII – epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º). (Inciso incluído pela
Lei n. 8.930, de 1994)
VII – A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei n. 9.695, de 1998)
VII – B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto des-
tinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e §
1º-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso
incluído pela Lei n. 9.695, de 1998)
VIII – favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração se-
xual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e
2º). (Incluído pela Lei n. 12.978, de 2014)
Parágrafo único. Consideram-se também hediondos o crime de genocídio
previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei no 2.889, de 1º de outubro de 1956, e o de
posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16 da
Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos tentados ou consumados.
(Redação dada pela Lei n. 13.497, de 2017)
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de en-
torpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: (Vide Súmula
Vinculante)
I – anistia, graça e indulto;
II – fiança. (Redação dada pela Lei n. 11.464, de 2007)
§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em
regime fechado. (Redação dada pela Lei n. 11.464, de 2007)
§ 2º A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previs-
tos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena,
se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. (Redação
dada pela Lei n. 11.464, de 2007)
§ 3º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamen-
te se o réu poderá apelar em liberdade. (Redação dada pela Lei n. 11.464, de
2007)

1910
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de de-


zembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta)
dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada neces-
sidade. (Incluído pela Lei n. 11.464, de 2007)
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima,
destinados ao cumprimento de penas impostas a condenados de alta pericu-
losidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a ordem
ou incolumidade pública.
Art. 4º (Vetado).
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso:
“Art. 83...............................................................

........................................................................
V – cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por
crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes
dessa natureza.”

Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214;
223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270; caput, todos do Código
Penal, passam a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 157..............................................................

§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de


cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a
trinta anos, sem prejuízo da multa.
........................................................................
Art. 159. ...............................................................
Pena – reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1º.................................................................
Pena – reclusão, de doze a vinte anos.

§ 2º.................................................................

1911
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.


§ 3º.................................................................
Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
........................................................................
Art. 213................................................................
Pena – reclusão, de seis a dez anos.
Art. 214................................................................
Pena – reclusão, de seis a dez anos.
........................................................................
Art. 223................................................................
Pena – reclusão, de oito a doze anos.
Parágrafo único. Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
........................................................................
Art. 267................................................................
Pena – reclusão, de dez a quinze anos.
........................................................................
Art. 270................................................................
Pena – reclusão, de dez a quinze anos.
.......................................................................”

Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo:

“Art. 159...............................................................

........................................................................
§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o coautor que de-
nunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena
reduzida de um a dois terços.”
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288
do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura,
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.

1912
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade


o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena redu-
zida de um a dois terços.
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts.
157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua com-
binação com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com
o  art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas
de metade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, estando
a vítima em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código
Penal.
Art. 10. O art. 35 da Lei n. 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vi-
gorar acrescido de parágrafo único, com a seguinte redação:
“Art. 35.................................................................
Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados
em dobro quando se tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14.”
Art. 11. (Vetado).
Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.

1913
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989


Mensagem de veto

Vide Lei n. 12.735, de 2012

Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de dis-
criminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacio-
nal. (Redação dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
Art. 2º (Vetado).
Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a
qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das conces-
sionárias de serviços públicos.
Pena – reclusão de dois a cinco anos.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discrimina-
ção de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, obstar a promoção
funcional. (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.
Pena – reclusão de dois a cinco anos.
§ 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça
ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de descendência ou origem
nacional ou étnica: (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
I – deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em
igualdade de condições com os demais trabalhadores;  (Incluído pela Lei n.
12.288, de 2010)
II – impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de
benefício profissional; (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
III – proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de
trabalho, especialmente quanto ao salário. (Incluído pela Lei n. 12.288, de
2010)

1914
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à co-


munidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial, quem, em
anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores, exigir
aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas ativida-
des não justifiquem essas exigências.
Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-
-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em
estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau.
Pena – reclusão de três a cinco anos.
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de dezoito anos a
pena é agravada de 1/3 (um terço).
Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, esta-
lagem, ou qualquer estabelecimento similar.
Pena – reclusão de três a cinco anos.
Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares,
confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos
esportivos, casas de diversões, ou clubes sociais abertos ao público.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de cabelei-
reiros, barbearias, termas ou casas de massagem ou estabelecimento com as
mesmas finalidades.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou re-
sidenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos:
Pena – reclusão de um a três anos.

1915
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões,


navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de trans-
porte concedido.
Pena – reclusão de um a três anos.
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer
ramo das Forças Armadas.
Pena – reclusão de dois a quatro anos.
Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou
convivência familiar e social.
Pena – reclusão de dois a quatro anos.
Art. 15. (Vetado).
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função públi-
ca, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabeleci-
mento particular por prazo não superior a três meses.
Art. 17. (Vetado).
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não são auto-
máticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.
Art. 19. (Vetado).
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça,
cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei n. 9.459,
de 15/05/97)
Pena – reclusão de um a três anos e multa. (Redação dada pela Lei n.
9.459, de 15/05/97)
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas,
ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gama-
da, para fins de divulgação do nazismo. (Redação dada pela Lei n. 9.459, de
15/05/97)
Pena – reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei n. 9.459,
de 15/05/97)

1916
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio


dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza: (Reda-
ção dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
Pena – reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei n. 9.459,
de 15/05/97)
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Mi-
nistério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena
de desobediência: (Redação dada pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
I – o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do
material respectivo;(Incluído pela Lei n. 9.459, de 15/05/97)
II  – a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, televisivas,
eletrônicas ou da publicação por qualquer meio; (Redação dada pela Lei n.
12.735, de 2012)
III – a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na
rede mundial de computadores. (Incluído pela Lei n. 12.288, de 2010)
§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após o trânsito
em julgado da decisão, a destruição do material apreendido. (Incluído pela
Lei n. 9.459, de 15/05/97)
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumerado
pela Lei n. 8.081, de 21.9.1990)
Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário. (Renumerado pela Lei
n. 8.081, de 21.9.1990)

1917
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997


Define os crimes de tortura e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, cau-
sando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou
de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com empre-
go de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como
forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a
medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática
de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever
de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena
é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a
dezesseis anos.
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
I – se o crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiên-
cia, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei n.
10.741, de 2003)
III – se o crime é cometido mediante sequestro.

1918
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego pú-


blico e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º,
iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha
sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontran-
do-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990 -
Estatuto da Criança e do Adolescente.

1919
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013

Define organização criminosa e dispõe sobre a inves-


tigação criminal, os meios de obtenção da prova,
infrações penais correlatas e o procedimento crimi-
Vigência
nal; altera o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 (Código Penal); revoga a Lei no 9.034, de 3
de maio de 1995; e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Art. 1º Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investigação

criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o

procedimento criminal a ser aplicado.

§ 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais

pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas,

ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente,

vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas

penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter

transnacional.

§ 2º Esta Lei se aplica também:

I – às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional

quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido

no estrangeiro, ou reciprocamente;

1920
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – às organizações terroristas internacionais, reconhecidas segundo as

normas de direito internacional, por foro do qual o Brasil faça parte, cujos atos

de suporte ao terrorismo, bem como os atos preparatórios ou de execução de

atos terroristas, ocorram ou possam ocorrer em território nacional.

II – às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a

prática dos atos de terrorismo legalmente definidos. (Redação dada pela lei

n. 13.260, de 2016)

Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por

interposta pessoa, organização criminosa:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das

penas correspondentes às demais infrações penais praticadas.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma,

embaraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa.

§ 2º As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização

criminosa houver emprego de arma de fogo.

§ 3º A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou

coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente

atos de execução.

§ 4º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços):

I – se há participação de criança ou adolescente;

II – se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização cri-

minosa dessa condição para a prática de infração penal;

III – se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou

em parte, ao exterior;

IV – se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações

criminosas independentes;

1921
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

V – se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da

organização.

§ 5º Se houver indícios suficientes de que o funcionário público integra

organização criminosa, poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do

cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida

se fizer necessária à investigação ou instrução processual.

§ 6º A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público

a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o

exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8 (oito) anos subsequentes

ao cumprimento da pena.

§ 7º Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata

esta Lei, a Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará

ao Ministério Público, que designará membro para acompanhar o feito até a

sua conclusão.

CAPÍTULO II

DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA

Art. 3º Em qualquer fase da persecução penal, serão permitidos, sem pre-


juízo de outros já previstos em lei, os seguintes meios de obtenção da prova:

I – colaboração premiada;

II – captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos;

III – ação controlada;

IV – acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados

cadastrais constantes de bancos de dados públicos ou privados e a informações

eleitorais ou comerciais;

1922
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

V – interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos

da legislação específica;

VI – afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos da

legislação específica;

VII – infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do

art. 11;

VIII – cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais

e municipais na busca de provas e informações de interesse da investigação

ou da instrução criminal.

§ 1º Havendo necessidade justificada de manter sigilo sobre a capacidade

investigatória, poderá ser dispensada licitação para contratação de serviços

técnicos especializados, aquisição ou locação de equipamentos destinados

à polícia judiciária para o rastreamento e obtenção de provas previstas nos

incisos II e V.(Incluído pela Lei n. 13.097, de 2015)

§ 2º No caso do § 1º, fica dispensada a publicação de que trata o parágrafo

único do art. 61 da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993, devendo ser

comunicado o órgão de controle interno da realização da contratação. (Incluído

pela Lei n. 13.097, de 2015)

Seção I

Da Colaboração Premiada

Art. 4º O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão

judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou

substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e

voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que

dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados:

1923
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I  – a identificação dos demais coautores e partícipes da organização

criminosa e das infrações penais por eles praticadas;

II – a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da

organização criminosa;

III  – a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da

organização criminosa;

IV – a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações

penais praticadas pela organização criminosa;

V – a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada.

§ 1º Em qualquer caso, a concessão do benefício levará em conta a

personalidade do colaborador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a

repercussão social do fato criminoso e a eficácia da colaboração.

§ 2º Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério

Público, a qualquer tempo, e o delegado de polícia, nos autos do inquérito

policial, com a manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou

representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda

que esse benefício não tenha sido previsto na proposta inicial, aplicando-se,

no que couber, o art. 28 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941

(Código de Processo Penal).

§ 3º O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao

colaborador, poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual

período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, suspendendo-

se o respectivo prazo prescricional.

§ 4º Nas mesmas hipóteses do caput, o Ministério Público poderá deixar de

oferecer denúncia se o colaborador:

I – não for o líder da organização criminosa;

II – for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo.

1924
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 5º Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida

até a metade ou será admitida a progressão de regime ainda que ausentes os

requisitos objetivos.

§ 6º O juiz não participará das negociações realizadas entre as partes para

a formalização do acordo de colaboração, que ocorrerá entre o delegado de

polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Ministério Público,

ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado e

seu defensor.

§ 7º Realizado o acordo na forma do § 6º, o respectivo termo, acompanhado

das declarações do colaborador e de cópia da investigação, será remetido ao

juiz para homologação, o qual deverá verificar sua regularidade, legalidade e

voluntariedade, podendo para este fim, sigilosamente, ouvir o colaborador, na

presença de seu defensor.

§ 8º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos

requisitos legais, ou adequá-la ao caso concreto.

§ 9º Depois de homologado o acordo, o colaborador poderá, sempre

acompanhado pelo seu defensor, ser ouvido pelo membro do Ministério Público

ou pelo delegado de polícia responsável pelas investigações.

§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas

autoincriminatórias produzidas pelo colaborador não poderão ser utilizadas

exclusivamente em seu desfavor.

§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua eficácia.

§ 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não denunciado, o

colaborador poderá ser ouvido em juízo a requerimento das partes ou por

iniciativa da autoridade judicial.

1925
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 13. Sempre que possível, o registro dos atos de colaboração será feito

pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou

técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das

informações.

§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença

de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal

de dizer a verdade.

§ 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e execução da

colaboração, o colaborador deverá estar assistido por defensor.

§ 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento

apenas nas declarações de agente colaborador.

Art. 5º São direitos do colaborador:

I – usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica;

II – ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais

preservados;

III – ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e

partícipes;

IV – participar das audiências sem contato visual com os outros acusados;

V – não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser

fotografado ou filmado, sem sua prévia autorização por escrito;

VI – cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos demais corréus

ou condenados.

Art. 6º O termo de acordo da colaboração premiada deverá ser feito por

escrito e conter:

I – o relato da colaboração e seus possíveis resultados;

II  – as condições da proposta do Ministério Público ou do delegado de

polícia;

1926
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – a declaração de aceitação do colaborador e de seu defensor;

IV – as assinaturas do representante do Ministério Público ou do delegado

de polícia, do colaborador e de seu defensor;

V – a especificação das medidas de proteção ao colaborador e à sua família,

quando necessário.

Art. 7º O pedido de homologação do acordo será sigilosamente distribuído,

contendo apenas informações que não possam identificar o colaborador e o

seu objeto.

§ 1º As informações pormenorizadas da colaboração serão dirigidas

diretamente ao juiz a que recair a distribuição, que decidirá no prazo de 48

(quarenta e oito) horas.

§ 2º O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e

ao delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das investigações,

assegurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos

elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa,

devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados os referentes às

diligências em andamento.

§ 3º O acordo de colaboração premiada deixa de ser sigiloso assim que

recebida a denúncia, observado o disposto no art. 5º.

Seção II

Da Ação Controlada

Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a intervenção policial ou

administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela

vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que

a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e

obtenção de informações.

1927
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º O retardamento da intervenção policial ou administrativa será

previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá

os seus limites e comunicará ao Ministério Público.

§ 2º A comunicação será sigilosamente distribuída de forma a não conter

informações que possam indicar a operação a ser efetuada.

§ 3º Até o encerramento da diligência, o acesso aos autos será restrito ao

juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma de garantir o

êxito das investigações.

§ 4º Ao término da diligência, elaborar-se-á auto circunstanciado acerca

da ação controlada.

Art. 9º Se a ação controlada envolver transposição de fronteiras, o

retardamento da intervenção policial ou administrativa somente poderá

ocorrer com a cooperação das autoridades dos países que figurem como

provável itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os riscos de

fuga e extravio do produto, objeto, instrumento ou proveito do crime.

Seção III

Da Infiltração de Agentes

Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação,

representada pelo delegado de polícia ou requerida pelo Ministério Público,

após manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso

de inquérito policial, será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa

autorização judicial, que estabelecerá seus limites.

§ 1º Na hipótese de representação do delegado de polícia, o juiz competente,

antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.

1928
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º Será admitida a infiltração se houver indícios de infração penal de

que trata o art. 1º e se a prova não puder ser produzida por outros meios

disponíveis.

§ 3º A infiltração será autorizada pelo prazo de até 6 (seis) meses, sem

prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua necessidade.

§ 4º Findo o prazo previsto no § 3º, o relatório circunstanciado será

apresentado ao juiz competente, que imediatamente cientificará o Ministério

Público.

§ 5º No curso do inquérito policial, o delegado de polícia poderá determinar

aos seus agentes, e o Ministério Público poderá requisitar, a qualquer tempo,

relatório da atividade de infiltração.

Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a representação do

delegado de polícia para a infiltração de agentes conterão a demonstração da

necessidade da medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando possível,

os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e o local da infiltração.

Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente distribuído, de forma

a não conter informações que possam indicar a operação a ser efetivada ou

identificar o agente que será infiltrado.

§ 1º As informações quanto à necessidade da operação de infiltração

serão dirigidas diretamente ao juiz competente, que decidirá no prazo de 24

(vinte e quatro) horas, após manifestação do Ministério Público na hipótese

de representação do delegado de polícia, devendo-se adotar as medidas

necessárias para o êxito das investigações e a segurança do agente infiltrado.

§ 2º Os autos contendo as informações da operação de infiltração

acompanharão a denúncia do Ministério Público, quando serão disponibilizados

à defesa, assegurando-se a preservação da identidade do agente.

1929
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º Havendo indícios seguros de que o agente infiltrado sofre risco

iminente, a operação será sustada mediante requisição do Ministério Público

ou pelo delegado de polícia, dando-se imediata ciência ao Ministério Público e

à autoridade judicial.

Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação, a devida

proporcionalidade com a finalidade da investigação, responderá pelos excessos

praticados.

Parágrafo único. Não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de crime

pelo agente infiltrado no curso da investigação, quando inexigível conduta

diversa.

Art. 14. São direitos do agente:

I – recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada;

II – ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que couber, o disposto

no art. 9º da Lei no 9.807, de 13 de julho de 1999, bem como usufruir das

medidas de proteção a testemunhas;

III – ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz e demais

informações pessoais preservadas durante a investigação e o processo

criminal, salvo se houver decisão judicial em contrário;

IV – não ter sua identidade revelada, nem ser fotografado ou filmado

pelos meios de comunicação, sem sua prévia autorização por escrito.

Seção IV

Do Acesso a Registros, Dados Cadastrais, Documentos e

Informações

Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público terão acesso,

independentemente de autorização judicial, apenas aos dados cadastrais do

investigado que informem exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e

1930
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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o endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, instituições

financeiras, provedores de internet e administradoras de cartão de crédito.

Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão, pelo prazo de 5 (cinco)

anos, acesso direto e permanente do juiz, do Ministério Público ou do delegado

de polícia aos bancos de dados de reservas e registro de viagens.

Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou móvel manterão, pelo

prazo de 5 (cinco) anos, à disposição das autoridades mencionadas no art.

15, registros de identificação dos números dos terminais de origem e de

destino das ligações telefônicas internacionais, interurbanas e locais.

Seção V

Dos Crimes Ocorridos na Investigação e na Obtenção da Prova

Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o colaborador, sem sua

prévia autorização por escrito:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça,

a prática de infração penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar

informações sobre a estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das investigações que envolvam

a ação controlada e a infiltração de agentes:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e

informações requisitadas pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia,

no curso de investigação ou do processo:

Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

1931
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Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de forma indevida, se

apossa, propala, divulga ou faz uso dos dados cadastrais de que trata esta Lei.

CAPÍTULO III

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações penais conexas serão

apurados mediante procedimento ordinário previsto no Decreto-Lei n. 3.689,

de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), observado o disposto

no parágrafo único deste artigo.

Parágrafo único. A instrução criminal deverá ser encerrada em prazo

razoável, o qual não poderá exceder a 120 (cento e vinte) dias quando o réu

estiver preso, prorrogáveis em até igual período, por decisão fundamentada,

devidamente motivada pela complexidade da causa ou por fato procrastinatório

atribuível ao réu.

Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado pela autoridade

judicial competente, para garantia da celeridade e da eficácia das diligências

investigatórias, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado,

amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do

direito de defesa, devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados

os referentes às diligências em andamento.

Parágrafo único. Determinado o depoimento do investigado, seu defensor

terá assegurada a prévia vista dos autos, ainda que classificados como

sigilosos, no prazo mínimo de 3 (três) dias que antecedem ao ato, podendo

ser ampliado, a critério da autoridade responsável pela investigação.

Art. 24. O art. 288 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940

(Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:

1932
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

“Associação Criminosa

Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico

de cometer crimes:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.

Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é

armada ou se houver a participação de criança ou adolescente.” (NR)

Art. 25. O art. 342 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940

(Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 342....................................................................................

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

..................................................................................................” (NR)

Art. 26. Revoga-se a Lei no 9.034, de 3 de maio de 1995.

Art. 27. Esta Lei entra em vigor após decorridos 45 (quarenta e cinco)

dias de sua publicação oficial.

1933
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

LEI N. 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998

Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades


lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º (VETADO)

Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes

previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua

culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e

de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa

jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a

sua prática, quando podia agir para evitá-la.

Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e

penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja

cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu

órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.

Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das

pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato.

Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua

personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à

qualidade do meio ambiente.

Art. 5º (VETADO)

1934
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO II

DA APLICAÇÃO DA PENA

Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente

observará:

I – a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas

consequências para a saúde pública e para o meio ambiente;

II – os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de

interesse ambiental;

III – a situação econômica do infrator, no caso de multa.

Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as

privativas de liberdade quando:

I – tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade

inferior a quatro anos;

II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade

do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem

que a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e prevenção

do crime.

Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo

terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída.

Art. 8º As penas restritivas de direito são:

I – prestação de serviços à comunidade;

II – interdição temporária de direitos;

III – suspensão parcial ou total de atividades;

IV – prestação pecuniária;

V – recolhimento domiciliar.

1935
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 9º A prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição ao

condenado de tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades

de conservação, e, no caso de dano da coisa particular, pública ou tombada,

na restauração desta, se possível.

Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são a proibição de

o condenado contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais

ou quaisquer outros benefícios, bem como de participar de licitações, pelo

prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos, no de

crimes culposos.

Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada quando estas não

estiverem obedecendo às prescrições legais.

Art. 12. A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à

vítima ou à entidade pública ou privada com fim social, de importância,

fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos

e sessenta salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de

eventual reparação civil a que for condenado o infrator.

Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na autodisciplina e senso

de responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar,

frequentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido

nos dias e horários de folga em residência ou em qualquer local destinado a

sua moradia habitual, conforme estabelecido na sentença condenatória.

Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:

I – baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;

II – arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação

do dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada;

III – comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação

ambiental;

1936
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

IV – colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle

ambiental.

Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem

ou qualificam o crime:

I – reincidência nos crimes de natureza ambiental;

II – ter o agente cometido a infração:

a) para obter vantagem pecuniária;

b) coagindo outrem para a execução material da infração;

c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o

meio ambiente;

d) concorrendo para danos à propriedade alheia;

e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato

do Poder Público, a regime especial de uso;

f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;

g) em período de defeso à fauna;

h) em domingos ou feriados;

i) à noite;

j) em épocas de seca ou inundações;

l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;

m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;

n) mediante fraude ou abuso de confiança;

o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização

ambiental;

p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por

verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;

q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das

autoridades competentes;

r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.

1937
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena

pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de liberdade não

superior a três anos.

Art. 17. A verificação da reparação a que se refere o § 2º do art. 78 do

Código Penal será feita mediante laudo de reparação do dano ambiental, e as

condições a serem impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a proteção

ao meio ambiente.

Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se

revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada

até três vezes, tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida.

Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível,

fixará o montante do prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e

cálculo de multa.

Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível

poderá ser aproveitada no processo penal, instaurando-se o contraditório.

Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o

valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando

os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente.

Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução

poderá efetuar-se pelo valor fixado nos termos do  caput, sem prejuízo da

liquidação para apuração do dano efetivamente sofrido.

Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente às

pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3º, são:

I – multa;

II – restritivas de direitos;

III – prestação de serviços à comunidade.

1938
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são:

I – suspensão parcial ou total de atividades;

II – interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;

III – proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter

subsídios, subvenções ou doações.

§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem

obedecendo às disposições legais ou regulamentares, relativas à proteção do

meio ambiente.

§ 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou

atividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou em desacordo

com a concedida, ou com violação de disposição legal ou regulamentar.

§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios,

subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de dez anos.

Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica

consistirá em:

I – custeio de programas e de projetos ambientais;

II – execução de obras de recuperação de áreas degradadas;

III – manutenção de espaços públicos;

IV – contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.

Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente,

com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta

Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado

instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário

Nacional.

1939
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO III

DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO DE INFRAÇÃO


ADMINISTRATIVA OU DE CRIME

Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e

instrumentos, lavrando-se os respectivos autos.

§ 1º Os animais serão prioritariamente libertados em seu habitat ou, sendo

tal medida inviável ou não recomendável por questões sanitárias, entregues

a jardins zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, para guarda e

cuidados sob a responsabilidade de técnicos habilitados. (Redação dada pela

Lei n. 13.052, de 2014)

§ 2º Até que os animais sejam entregues às instituições mencionadas no

§ 1º deste artigo, o órgão autuante zelará para que eles sejam mantidos em

condições adequadas de acondicionamento e transporte que garantam o seu

bem-estar físico. (Redação dada pela Lei n. 13.052, de 2014)

§ 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes avaliados

e doados a instituições científicas, hospitalares, penais e outras com fins

beneficentes. (Renumerando do §2º para §3º pela Lei n. 13.052, de 2014)

§ 4º Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão destruídos

ou doados a instituições científicas, culturais ou educacionais. (Renumerando

do §3º para §4º pela Lei n. 13.052, de 2014)

§ 5º Os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos,

garantida a sua descaracterização por meio da reciclagem. (Renumerando do

§4º para §5º pela Lei n. 13.052, de 2014)

1940
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO IV

DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL

Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública

incondicionada.

Parágrafo único. (VETADO)

Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de

aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76

da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada

desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata

o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade.

Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de

1995, aplicam-se aos crimes de menor potencial ofensivo definidos nesta Lei,

com as seguintes modificações:

I – a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5º do

artigo referido no caput, dependerá de laudo de constatação de reparação

do dano ambiental, ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I do § 1º

do mesmo artigo;

II – na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa

a reparação, o prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período

máximo previsto no artigo referido no caput, acrescido de mais um ano, com

suspensão do prazo da prescrição;

III – no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos

II, III e IV do § 1º do artigo mencionado no caput;

IV – findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo laudo

de constatação de reparação do dano ambiental, podendo, conforme seu

1941
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

resultado, ser novamente prorrogado o período de suspensão, até o máximo

previsto no inciso II deste artigo, observado o disposto no inciso III;

V – esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de

punibilidade dependerá de laudo de constatação que comprove ter o acusado

tomado as providências necessárias à reparação integral do dano.

CAPÍTULO V

DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE


Seção I
Dos Crimes contra a Fauna

Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna

silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou

autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:

Pena – detenção de seis meses a um ano, e multa.

§ 1º Incorre nas mesmas penas:

I – quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em

desacordo com a obtida;

II – quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;

III – quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em

cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da

fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos

dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida

permissão, licença ou autorização da autoridade competente.

§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada

ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de

aplicar a pena.

1942
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 3º São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às

espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que

tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do

território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras.

§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado:

I – contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que

somente no local da infração;

II – em período proibido à caça;

III – durante a noite;

IV – com abuso de licença;

V – em unidade de conservação;

VI – com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar

destruição em massa.

§ 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de

caça profissional.

§ 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de pesca.

Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em

bruto, sem a autorização da autoridade ambiental competente:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial

favorável e licença expedida por autoridade competente:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais

silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

1943
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou

cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando

existirem recursos alternativos.

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do

animal.

Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais,

o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos,

açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras:

Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:

I – quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aquicultura

de domínio público;

II – quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas,

sem licença, permissão ou autorização da autoridade competente;

III – quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza

sobre bancos de moluscos ou corais, devidamente demarcados em carta

náutica.

Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares

interditados por órgão competente:

Pena – detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas


cumulativamente.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:
I – pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos
inferiores aos permitidos;
II – pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização
de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos;

1944
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III  – transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes


provenientes da coleta, apanha e pesca proibidas.
Art. 35. Pescar mediante a utilização de:
I – explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam
efeito semelhante;
II – substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente:
Pena – reclusão de um ano a cinco anos.
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a
retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos
dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de
aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção,
constantes nas listas oficiais da fauna e da flora.
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado:
I – em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua
família;
II – para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou
destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela
autoridade competente;
III – (VETADO)
IV – por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão
competente.

Seção II

Dos Crimes contra a Flora

Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação

permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das

normas de proteção:

1945
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em

estágio avançado ou médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou

utilizá-la com infringência das normas de proteção: (Incluído pela Lei n.

11.428, de 2006).

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente. (Incluído pela Lei n. 11.428, de 2006).

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

(Incluído pela Lei n. 11.428, de 2006).

Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação

permanente, sem permissão da autoridade competente:

Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às

áreas de que trata o art. 27 do Decreto n. 99.274, de 6 de junho de 1990,

independentemente de sua localização:

Pena – reclusão, de um a cinco anos.

§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral as

Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques Nacionais, os

Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre. (Redação dada pela Lei

n. 9.985, de 2000)

§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no

interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral será considerada

circunstância agravante para a fixação da pena. (Redação dada pela Lei n.

9.985, de 2000)

1946
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

Art. 40-A. (VETADO) (Incluído pela Lei n. 9.985, de 2000)

§ 1º Entende-se por Unidades de Conservação de Uso Sustentável as

Áreas de Proteção Ambiental, as Áreas de Relevante Interesse Ecológico,

as Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Reservas de Fauna,

as Reservas de Desenvolvimento Sustentável e as Reservas Particulares do

Patrimônio Natural. (Incluído pela Lei n. 9.985, de 2000)

§ 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no

interior das Unidades de Conservação de Uso Sustentável será considerada

circunstância agravante para a fixação da pena. (Incluído pela Lei n. 9.985,

de 2000)

§ 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. (Incluído pela

Lei n. 9.985, de 2000)

Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:

Pena – reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses

a um ano, e multa.
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar

incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou

qualquer tipo de assentamento humano:

Pena – detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Art. 43. (VETADO)

Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de

preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou

qualquer espécie de minerais:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

1947
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim

classificada por ato do Poder Público, para fins industriais, energéticos ou

para qualquer outra exploração, econômica ou não, em desacordo com as

determinações legais:

Pena – reclusão, de um a dois anos, e multa.

Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira,

lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de

licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se

da via que deverá acompanhar o produto até final beneficiamento:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda,

tem em depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros

produtos de origem vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem

ou do armazenamento, outorgada pela autoridade competente.

Art. 47. (VETADO)

Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais

formas de vegetação:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou

meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade

privada alheia:

Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa.

Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação

fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

1948
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta,

plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização

do órgão competente: (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)

Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. (Incluído pela Lei

n. 11.284, de 2006)

§ 1º Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência

imediata pessoal do agente ou de sua família. (Incluído pela Lei n. 11.284,

de 2006)

§ 2º Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil hectares), a pena

será aumentada de 1 (um) ano por milhar de hectare. (Incluído pela Lei n.

11.284, de 2006)

Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas demais

formas de vegetação, sem licença ou registro da autoridade competente:

Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo substâncias

ou instrumentos próprios para caça ou para exploração de produtos ou

subprodutos florestais, sem licença da autoridade competente:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um

sexto a um terço se:

I – do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a

modificação do regime climático;

II – o crime é cometido:

a) no período de queda das sementes;

b) no período de formação de vegetações;

c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça

ocorra somente no local da infração;

1949
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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d) em época de seca ou inundação;

e) durante a noite, em domingo ou feriado.

Seção III

Da Poluição e outros Crimes Ambientais

Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que

resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem

a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Se o crime é culposo:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

§ 2º Se o crime:

I – tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;

II – causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que

momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos

à saúde da população;

III – causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do

abastecimento público de água de uma comunidade;

IV – dificultar ou impedir o uso público das praias;

V – ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou

detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências

estabelecidas em leis ou regulamentos:

Pena – reclusão, de um a cinco anos.

§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem

deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de

precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível.

1950
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a

competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo

com a obtida:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a

área pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença,

concessão ou determinação do órgão competente.

Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar,

fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto

ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio

ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus

regulamentos:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei n. 12.305,

de 2010)

I – abandona os produtos ou substâncias referidos no caput ou os utiliza

em desacordo com as normas ambientais ou de segurança; (Incluído pela Lei

n. 12.305, de 2010)

II – manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla

ou dá destinação final a resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida

em lei ou regulamento. (Incluído pela Lei n. 12.305, de 2010)

§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é

aumentada de um sexto a um terço.

§ 3º Se o crime é culposo:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 57. (VETADO)

1951
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as penas serão

aumentadas:

I – de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora ou ao meio

ambiente em geral;

II – de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de natureza grave

em outrem;

III – até o dobro, se resultar a morte de outrem.

Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo somente serão

aplicadas se do fato não resultar crime mais grave.

Art. 59. (VETADO)

Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em

qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços

potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais

competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas

cumulativamente.

Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar

dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas:

Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Seção IV

Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural

Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar:

I – bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão

judicial;

1952
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica

ou similar protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um ano

de detenção, sem prejuízo da multa.

Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local especialmente

protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu

valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso,

arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da autoridade

competente ou em desacordo com a concedida:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no seu

entorno, assim considerado em razão de seu valor paisagístico, ecológico,

artístico, turístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou

monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo

com a concedida:

Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento

urbano: (Redação dada pela Lei n. 12.408, de 2011)

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Redação dada

pela Lei n. 12.408, de 2011)


§ 1º Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude

do seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de 6 (seis) meses

a 1 (um) ano de detenção e multa. (Renumerado do parágrafo único pela Lei

n. 12.408, de 2011)

§ 2º Não constitui crime a prática de grafite realizada com o objetivo de

valorizar o patrimônio público ou privado mediante manifestação artística, desde

1953
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

que consentida pelo proprietário e, quando couber, pelo locatário ou arrendatário

do bem privado e, no caso de bem público, com a autorização do órgão

competente e a observância das posturas municipais e das normas editadas

pelos órgãos governamentais responsáveis pela preservação e conservação do

patrimônio histórico e artístico nacional. (Incluído pela Lei n. 12.408, de 2011)

Seção V

Dos Crimes contra a Administração Ambiental

Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a

verdade, sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos

de autorização ou de licenciamento ambiental:

Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 67. Conceder o funcionário público licença, autorização ou permissão

em desacordo com as normas ambientais, para as atividades, obras ou

serviços cuja realização depende de ato autorizativo do Poder Público:

Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano

de detenção, sem prejuízo da multa.

Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de

cumprir obrigação de relevante interesse ambiental:

Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano,

sem prejuízo da multa.

Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no trato

de questões ambientais:

Pena – detenção, de um a três anos, e multa.

1954
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão

florestal ou qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou

relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por

omissão: (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei n.

11.284, de 2006)

§ 1º Se o crime é culposo: (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Incluído pela Lei n. 11.284,

de 2006)

§ 2º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há dano

significativo ao meio ambiente, em decorrência do uso da informação falsa,

incompleta ou enganosa. (Incluído pela Lei n. 11.284, de 2006)

CAPÍTULO VI

DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA

Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou

omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e

recuperação do meio ambiente.

§ 1º São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental

e instaurar processo administrativo os funcionários de órgãos ambientais

integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados

para as atividades de fiscalização, bem como os agentes das Capitanias dos

Portos, do Ministério da Marinha.

§ 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir

representação às autoridades relacionadas no parágrafo anterior, para efeito

do exercício do seu poder de polícia.

1955
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental

é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante processo

administrativo próprio, sob pena de corresponsabilidade.

§ 4º As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo

próprio, assegurado o direito de ampla defesa e o contraditório, observadas

as disposições desta Lei.

Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração ambiental

deve observar os seguintes prazos máximos:

I – vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o auto

de infração, contados da data da ciência da autuação;

II – trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração,

contados da data da sua lavratura, apresentada ou não a defesa ou impugnação;

III – vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à instância

superior do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, ou à Diretoria de

Portos e Costas, do Ministério da Marinha, de acordo com o tipo de autuação;

IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do recebimento

da notificação.

Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes

sanções, observado o disposto no art. 6º:

I – advertência;

II – multa simples;

III – multa diária;

IV  – apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora,

instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza

utilizados na infração;

V – destruição ou inutilização do produto;

1956
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

VI – suspensão de venda e fabricação do produto;

VII – embargo de obra ou atividade;

VIII – demolição de obra;

IX – suspensão parcial ou total de atividades;

X – (VETADO)

XI – restritiva de direitos.

§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-

lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas cominadas.

§ 2º A advertência será aplicada pela inobservância das disposições desta

Lei e da legislação em vigor, ou de preceitos regulamentares, sem prejuízo

das demais sanções previstas neste artigo.

§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência

ou dolo:

I – advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de

saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela

Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;

II – opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania

dos Portos, do Ministério da Marinha.

§ 4º A multa simples pode ser convertida em serviços de preservação,

melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.

§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da infração

se prolongar no tempo.

§ 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e V do caput obedecerão

ao disposto no art. 25 desta Lei.

§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do  caput serão aplicadas

quando o produto, a obra, a atividade ou o estabelecimento não estiverem

obedecendo às prescrições legais ou regulamentares.

1957
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 8º As sanções restritivas de direito são:

I – suspensão de registro, licença ou autorização;

II – cancelamento de registro, licença ou autorização;

III – perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;

IV – perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em

estabelecimentos oficiais de crédito;

V – proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de

até três anos.

Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração

ambiental serão revertidos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado

pela Lei n. 7.797, de 10 de julho de 1989, Fundo Naval, criado pelo Decreto

n. 20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos estaduais ou municipais de meio

ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o órgão arrecadador.

Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma

ou outra medida pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado.

Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado no

regulamento desta Lei e corrigido periodicamente, com base nos índices

estabelecidos na legislação pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00 (cinquenta

reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais).

Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios,

Distrito Federal ou Territórios substitui a multa federal na mesma hipótese de

incidência.

1958
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO VII

DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRESERVAÇÃO DO MEIO

AMBIENTE

Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pública e os bons

costumes, o Governo brasileiro prestará, no que concerne ao meio ambiente, a

necessária cooperação a outro país, sem qualquer ônus, quando solicitado para:

I – produção de prova;

II – exame de objetos e lugares;

III – informações sobre pessoas e coisas;

IV  – presença temporária da pessoa presa, cujas declarações tenham

relevância para a decisão de uma causa;

V – outras formas de assistência permitidas pela legislação em vigor ou

pelos tratados de que o Brasil seja parte.

§ 1º A solicitação de que trata este artigo será dirigida ao Ministério da

Justiça, que a remeterá, quando necessário, ao órgão judiciário competente

para decidir a seu respeito, ou a encaminhará à autoridade capaz de atendê-la.

§ 2º A solicitação deverá conter:

I – o nome e a qualificação da autoridade solicitante;

II – o objeto e o motivo de sua formulação;

III – a descrição sumária do procedimento em curso no país solicitante;

IV – a especificação da assistência solicitada;

V – a documentação indispensável ao seu esclarecimento, quando for o

caso.

Art. 78. Para a consecução dos fins visados nesta Lei e especialmente

para a reciprocidade da cooperação internacional, deve ser mantido sistema

de comunicações apto a facilitar o intercâmbio rápido e seguro de informações

com órgãos de outros países.

1959
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO VIII

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as disposições do Código

Penal e do Código de Processo Penal.

Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os órgãos ambientais

integrantes do SISNAMA, responsáveis pela execução de programas e projetos

e pelo controle e fiscalização dos estabelecimentos e das atividades suscetíveis

de degradarem a qualidade ambiental, ficam autorizados a celebrar, com

força de título executivo extrajudicial, termo de compromisso com pessoas

físicas ou jurídicas responsáveis pela construção, instalação, ampliação e

funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos

ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores. (Redação

dada pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 1º O termo de compromisso a que se refere este artigo destinar-se-á,

exclusivamente, a permitir que as pessoas físicas e jurídicas mencionadas

no  caput  possam promover as necessárias correções de suas atividades,

para o atendimento das exigências impostas pelas autoridades ambientais

competentes, sendo obrigatório que o respectivo instrumento disponha sobre:

(Redação dada pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

I – o nome, a qualificação e o endereço das partes compromissadas e dos

respectivos representantes legais; (Redação dada pela Medida Provisória n.

2.163-41, de 2001)

II – o prazo de vigência do compromisso, que, em função da complexidade

das obrigações nele fixadas, poderá variar entre o mínimo de noventa dias e

1960
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

o máximo de três anos, com possibilidade de prorrogação por igual período;

(Redação dada pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

III – a descrição detalhada de seu objeto, o valor do investimento previsto

e o cronograma físico de execução e de implantação das obras e serviços

exigidos, com metas trimestrais a serem atingidas; (Redação dada pela

Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

IV – as multas que podem ser aplicadas à pessoa física ou jurídica

compromissada e os casos de rescisão, em decorrência do não-cumprimento

das obrigações nele pactuadas; (Redação dada pela Medida Provisória n.

2.163-41, de 2001)

V – o valor da multa de que trata o inciso IV não poderá ser superior

ao valor do investimento previsto; (Redação dada pela Medida Provisória n.

2.163-41, de 2001)

VI – o foro competente para dirimir litígios entre as partes. (Incluído pela

Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 2º No tocante aos empreendimentos em curso até o dia 30 de março

de 1998, envolvendo construção, instalação, ampliação e funcionamento

de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais,

considerados efetiva ou potencialmente poluidores, a assinatura do termo

de compromisso deverá ser requerida pelas pessoas físicas e jurídicas

interessadas, até o dia 31 de dezembro de 1998, mediante requerimento

escrito protocolizado junto aos órgãos competentes do SISNAMA, devendo

ser firmado pelo dirigente máximo do estabelecimento. (Redação dada pela

Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 3º Da data da protocolização do requerimento previsto no § 2º e

enquanto perdurar a vigência do correspondente termo de compromisso,

1961
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

ficarão suspensas, em relação aos fatos que deram causa à celebração do

instrumento, a aplicação de sanções administrativas contra a pessoa física

ou jurídica que o houver firmado. (Redação dada pela Medida Provisória n.

2.163-41, de 2001)

§ 4º A celebração do termo de compromisso de que trata este artigo não

impede a execução de eventuais multas aplicadas antes da protocolização do

requerimento. (Redação dada pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 5º Considera-se rescindido de pleno direito o termo de compromisso,

quando descumprida qualquer de suas cláusulas, ressalvado o caso fortuito

ou de força maior. (Incluído pela Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

§ 6º O termo de compromisso deverá ser firmado em até noventa dias,

contados da protocolização do requerimento. (Incluído pela Medida Provisória

n. 2.163-41, de 2001)

§ 7º O requerimento de celebração do termo de compromisso deverá

conter as informações necessárias à verificação da sua viabilidade técnica e

jurídica, sob pena de indeferimento do plano. (Incluído pela Medida Provisória

n. 2.163-41, de 2001)

§ 8º Sob pena de ineficácia, os termos de compromisso deverão ser

publicados no órgão oficial competente, mediante extrato. (Incluído pela

Medida Provisória n. 2.163-41, de 2001)

Art. 80. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa

dias a contar de sua publicação.


Art. 81. (VETADO)
Art. 82. Revogam-se as disposições em contrário.

1962
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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LEI N. 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997 (CTB)

Institui o Código de Trânsito Brasileiro.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º O trânsito de qualquer natureza nas vias terrestres do território


nacional, abertas à circulação, rege-se por este Código.
§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e
animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação,
parada, estacionamento e operação de carga ou descarga.
§ 2º O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos
órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes
cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas desti-
nadas a assegurar esse direito.
§ 3º Os órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito
respondem, no âmbito das respectivas competências, objetivamente, por da-
nos causados aos cidadãos em virtude de ação, omissão ou erro na execução
e manutenção de programas, projetos e serviços que garantam o exercício do
direito do trânsito seguro.
§ 4º (VETADO)
§ 5º Os órgãos e entidades de trânsito pertencentes ao Sistema Nacional
de Trânsito darão prioridade em suas ações à defesa da vida, nela incluída a
preservação da saúde e do meio ambiente.
Art. 2º São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os logra-
douros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias, que terão seu

1963
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

uso regulamentado pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre elas, de


acordo com as peculiaridades locais e as circunstâncias especiais.
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas vias ter-
restres as praias abertas à circulação pública, as vias internas pertencentes
aos condomínios constituídos por unidades autônomas e as vias e áreas de
estacionamento de estabelecimentos privados de uso coletivo. (Redação dada
pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 3º As disposições deste Código são aplicáveis a qualquer veículo,
bem como aos proprietários, condutores dos veículos nacionais ou estrangei-
ros e às pessoas nele expressamente mencionadas.
Art. 4º Os conceitos e definições estabelecidos para os efeitos deste Có-
digo são os constantes do Anexo I.

CAPÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE TRÂNSITO
Seção I
Disposições Gerais

Art. 5º O Sistema Nacional de Trânsito é o conjunto de órgãos e entidades


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que tem por fina-
lidade o exercício das atividades de planejamento, administração, normatiza-
ção, pesquisa, registro e licenciamento de veículos, formação, habilitação e
reciclagem de condutores, educação, engenharia, operação do sistema viário,
policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicação
de penalidades.
Art. 6º São objetivos básicos do Sistema Nacional de Trânsito:
I – estabelecer diretrizes da Política Nacional de Trânsito, com vistas à
segurança, à  fluidez, ao  conforto, à  defesa ambiental e à educação para o
trânsito, e fiscalizar seu cumprimento;

1964
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – fixar, mediante normas e procedimentos, a padronização de critérios


técnicos, financeiros e administrativos para a execução das atividades de
trânsito;
III – estabelecer a sistemática de fluxos permanentes de informações en-
tre os seus diversos órgãos e entidades, a fim de facilitar o processo decisório
e a integração do Sistema.

Seção II
Da Composição e da Competência do Sistema Nacional de Trânsito

Art. 7º Compõem o Sistema Nacional de Trânsito os seguintes órgãos e


entidades:
I – o Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, coordenador do Sistema
e órgão máximo normativo e consultivo;
II – os Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e o Conselho de Trânsito
do Distrito Federal - CONTRANDIFE, órgãos normativos, consultivos e coor-
denadores;
III – os órgãos e entidades executivos de trânsito da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios;
IV – os órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios;
V – a Polícia Rodoviária Federal;
VI – as Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e
VII – as Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI.
Art. 7º-A. A autoridade portuária ou a entidade concessionária de porto
organizado poderá celebrar convênios com os órgãos previstos no art. 7º,
com a interveniência dos Municípios e Estados, juridicamente interessados,
para o fim específico de facilitar a autuação por descumprimento da legislação
de trânsito. (Incluído pela Lei n. 12.058, de 2009)

1965
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º O convênio valerá para toda a área física do porto organizado, inclu-
sive, nas áreas dos terminais alfandegados, nas estações de transbordo, nas
instalações portuárias públicas de pequeno porte e nos respectivos estacio-
namentos ou vias de trânsito internas. (Incluído pela Lei n. 12.058, de 2009)
§ 2º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.058, de 2009)
§ 3º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.058, de 2009)
Art. 8º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão os res-
pectivos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviários,
estabelecendo os limites circunscricionais de suas atuações.
Art. 9º O Presidente da República designará o ministério ou órgão da
Presidência responsável pela coordenação máxima do Sistema Nacional de
Trânsito, ao qual estará vinculado o CONTRAN e subordinado o órgão máximo
executivo de trânsito da União.
Art. 10. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), com sede no Distri-
to Federal e presidido pelo dirigente do órgão máximo executivo de trânsito
da União, tem a seguinte composição: (Redação dada pela Lei n. 12.865,
de 2013)
I – (VETADO)
II – (VETADO)
III – um representante do Ministério da Ciência e Tecnologia;
IV – um representante do Ministério da Educação e do Desporto;
V – um representante do Ministério do Exército;
VI – um representante do Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia
Legal;
VII – um representante do Ministério dos Transportes;
VIII – (VETADO)
IX – (VETADO)
X – (VETADO)
XI – (VETADO)
XII – (VETADO)

1966
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

XIII – (VETADO)
XIV – (VETADO)
XV – (VETADO)
XVI – (VETADO)
XVII – (VETADO)
XVIII – (VETADO)
XIX – (VETADO)
XX – um representante do ministério ou órgão coordenador máximo do
Sistema Nacional de Trânsito;
XXI – (VETADO)
XXII – um representante do Ministério da Saúde. (Incluído pela Lei
n. 9.602, de 1998)
XXIII – 1 (um) representante do Ministério da Justiça. (Incluído pela Lei
n. 11.705, de 2008)
XXIV – 1 (um) representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior; (Incluído pela Lei n. 12.865, de 2013)
XXV – 1 (um) representante da Agência Nacional de Transportes Terres-
tres (ANTT). (Incluído pela Lei n. 12.865, de 2013)
§ 1º (VETADO)
§ 2º (VETADO)
§ 3º (VETADO)
Art. 11. (VETADO)
Art. 12. Compete ao CONTRAN:
I – estabelecer as normas regulamentares referidas neste Código e as di-
retrizes da Política Nacional de Trânsito;
II – coordenar os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, objetivando a
integração de suas atividades;
III – (VETADO)
IV – criar Câmaras Temáticas;

1967
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

V – estabelecer seu regimento interno e as diretrizes para o funcionamen-


to dos CETRAN e CONTRANDIFE;
VI – estabelecer as diretrizes do regimento das JARI;
VII – zelar pela uniformidade e cumprimento das normas contidas neste
Código e nas resoluções complementares;
VIII – estabelecer e normatizar os procedimentos para a aplicação das
multas por infrações, a  arrecadação e o repasse dos valores arrecadados;
(Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
IX – responder às consultas que lhe forem formuladas, relativas à aplica-
ção da legislação de trânsito;
X – normatizar os procedimentos sobre a aprendizagem, habilitação, ex-
pedição de documentos de condutores, e registro e licenciamento de veículos;
XI – aprovar, complementar ou alterar os dispositivos de sinalização e os
dispositivos e equipamentos de trânsito;
XII  – apreciar os recursos interpostos contra as decisões das instâncias
inferiores, na forma deste Código;
XIII – avocar, para análise e soluções, processos sobre conflitos de com-
petência ou circunscrição, ou, quando necessário, unificar as decisões admi-
nistrativas; e
XIV  – dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de trânsito no
âmbito da União, dos Estados e do Distrito Federal.
XV – normatizar o processo de formação do candidato à obtenção da Car-
teira Nacional de Habilitação, estabelecendo seu conteúdo didático-pedagógi-
co, carga horária, avaliações, exames, execução e fiscalização. (Incluído pela
Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 13. As Câmaras Temáticas, órgãos técnicos vinculados ao CONTRAN,
são integradas por especialistas e têm como objetivo estudar e oferecer su-
gestões e embasamento técnico sobre assuntos específicos para decisões da-
quele colegiado.

1968
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º Cada Câmara é constituída por especialistas representantes de órgãos


e entidades executivos da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos
Municípios, em igual número, pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito,
além de especialistas representantes dos diversos segmentos da sociedade
relacionados com o trânsito, todos indicados segundo regimento específico
definido pelo CONTRAN e designados pelo ministro ou dirigente coordenador
máximo do Sistema Nacional de Trânsito.
§ 2º Os segmentos da sociedade, relacionados no parágrafo anterior, se-
rão representados por pessoa jurídica e devem atender aos requisitos esta-
belecidos pelo CONTRAN.
§ 3º Os coordenadores das Câmaras Temáticas serão eleitos pelos respec-
tivos membros.
§ 4º (VETADO)
I – (VETADO)
II – (VETADO)
III – (VETADO)
IV – (VETADO)
Art. 14. Compete aos Conselhos Estaduais de Trânsito - CETRAN e ao
Conselho de Trânsito do Distrito Federal - CONTRANDIFE:
I – cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito
das respectivas atribuições;
II – elaborar normas no âmbito das respectivas competências;
III – responder a consultas relativas à aplicação da legislação e dos pro-
cedimentos normativos de trânsito;
IV – estimular e orientar a execução de campanhas educativas de trânsito;
V – julgar os recursos interpostos contra decisões:
a) das JARI;
b) dos órgãos e entidades executivos estaduais, nos casos de inaptidão
permanente constatados nos exames de aptidão física, mental ou psicológica;

1969
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

VI – indicar um representante para compor a comissão examinadora de


candidatos portadores de deficiência física à habilitação para conduzir veícu-
los automotores;
VII – (VETADO)
VIII – acompanhar e coordenar as atividades de administração, educa-
ção, engenharia, fiscalização, policiamento ostensivo de trânsito, formação
de condutores, registro e licenciamento de veículos, articulando os órgãos do
Sistema no Estado, reportando-se ao CONTRAN;
IX – dirimir conflitos sobre circunscrição e competência de trânsito no âm-
bito dos Municípios; e
X – informar o CONTRAN sobre o cumprimento das exigências definidas
nos §§ 1º e 2º do art. 333.
XI – designar, em caso de recursos deferidos e na hipótese de reavaliação
dos exames, junta especial de saúde para examinar os candidatos à habilita-
ção para conduzir veículos automotores. (Incluído pela Lei n. 9.602, de 1998)
Parágrafo único. Dos casos previstos no inciso V, julgados pelo órgão, não
cabe recurso na esfera administrativa.
Art. 15. Os presidentes dos CETRAN e do CONTRANDIFE são nomeados
pelos Governadores dos Estados e do Distrito Federal, respectivamente, e de-
verão ter reconhecida experiência em matéria de trânsito.
§ 1º Os membros dos CETRAN e do CONTRANDIFE são nomeados pelos
Governadores dos Estados e do Distrito Federal, respectivamente.
§ 2º Os membros do CETRAN e do CONTRANDIFE deverão ser pessoas de
reconhecida experiência em trânsito.
§ 3º O mandato dos membros do CETRAN e do CONTRANDIFE é de dois
anos, admitida a recondução.
Art. 16. Junto a cada órgão ou entidade executivos de trânsito ou rodovi-
ário funcionarão Juntas Administrativas de Recursos de Infrações - JARI, ór-
gãos colegiados responsáveis pelo julgamento dos recursos interpostos con-
tra penalidades por eles impostas.

1970
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. As JARI têm regimento próprio, observado o disposto no


inciso VI do art. 12, e apoio administrativo e financeiro do órgão ou entidade
junto ao qual funcionem.
Art. 17. Compete às JARI:
I – julgar os recursos interpostos pelos infratores;
II – solicitar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos
rodoviários informações complementares relativas aos recursos, objetivando
uma melhor análise da situação recorrida;
III – encaminhar aos órgãos e entidades executivos de trânsito e execu-
tivos rodoviários informações sobre problemas observados nas autuações e
apontados em recursos, e que se repitam sistematicamente.
Art. 18. (VETADO)
Art. 19. Compete ao órgão máximo executivo de trânsito da União:
I – cumprir e fazer cumprir a legislação de trânsito e a execução das nor-
mas e diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN, no âmbito de suas atribuições;
II – proceder à supervisão, à coordenação, à correição dos órgãos delega-
dos, ao controle e à fiscalização da execução da Política Nacional de Trânsito
e do Programa Nacional de Trânsito;
III – articular-se com os órgãos dos Sistemas Nacionais de Trânsito, de
Transporte e de Segurança Pública, objetivando o combate à violência no
trânsito, promovendo, coordenando e executando o controle de ações para a
preservação do ordenamento e da segurança do trânsito;
IV – apurar, prevenir e reprimir a prática de atos de improbidade contra a
fé pública, o patrimônio, ou a administração pública ou privada, referentes à
segurança do trânsito;
V – supervisionar a implantação de projetos e programas relacionados
com a engenharia, educação, administração, policiamento e fiscalização do
trânsito e outros, visando à uniformidade de procedimento;
VI – estabelecer procedimentos sobre a aprendizagem e habilitação de
condutores de veículos, a expedição de documentos de condutores, de regis-
tro e licenciamento de veículos;

1971
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

VII – expedir a Permissão para Dirigir, a Carteira Nacional de Habilitação,


os Certificados de Registro e o de Licenciamento Anual mediante delegação
aos órgãos executivos dos Estados e do Distrito Federal;
VIII – organizar e manter o Registro Nacional de Carteiras de Habilitação
- RENACH;
IX – organizar e manter o Registro Nacional de Veículos Automotores -
RENAVAM;
X – organizar a estatística geral de trânsito no território nacional, definindo
os dados a serem fornecidos pelos demais órgãos e promover sua divulgação;
XI – estabelecer modelo padrão de coleta de informações sobre as ocor-
rências de acidentes de trânsito e as estatísticas do trânsito;
XII – administrar fundo de âmbito nacional destinado à segurança e à
educação de trânsito;
XIII – coordenar a administração do registro das infrações de trânsito, da
pontuação e das penalidades aplicadas no prontuário do infrator, da arreca-
dação de multas e do repasse de que trata o § 1º do art. 320; (Redação dada
pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
XIV – fornecer aos órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito
informações sobre registros de veículos e de condutores, mantendo o fluxo
permanente de informações com os demais órgãos do Sistema;
XV – promover, em conjunto com os órgãos competentes do Ministério da
Educação e do Desporto, de acordo com as diretrizes do CONTRAN, a elabo-
ração e a implementação de programas de educação de trânsito nos estabe-
lecimentos de ensino;
XVI – elaborar e distribuir conteúdos programáticos para a educação de
trânsito;
XVII – promover a divulgação de trabalhos técnicos sobre o trânsito;
XVIII – elaborar, juntamente com os demais órgãos e entidades do Sis-
tema Nacional de Trânsito, e submeter à aprovação do CONTRAN, a comple-
mentação ou alteração da sinalização e dos dispositivos e equipamentos de
trânsito;

1972
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

XIX – organizar, elaborar, complementar e alterar os manuais e normas de


projetos de implementação da sinalização, dos dispositivos e equipamentos
de trânsito aprovados pelo CONTRAN;
XX – expedir a permissão internacional para conduzir veículo e o certifica-
do de passagem nas alfândegas mediante delegação aos órgãos executivos
dos Estados e do Distrito Federal ou a entidade habilitada para esse fim pelo
poder público federal; (Redação dada pela lei n. 13.258, de 2016)
XXI – promover a realização periódica de reuniões regionais e congressos
nacionais de trânsito, bem como propor a representação do Brasil em con-
gressos ou reuniões internacionais;
XXII – propor acordos de cooperação com organismos internacionais, com
vistas ao aperfeiçoamento das ações inerentes à segurança e educação de
trânsito;
XXIII – elaborar projetos e programas de formação, treinamento e espe-
cialização do pessoal encarregado da execução das atividades de engenharia,
educação, policiamento ostensivo, fiscalização, operação e administração de
trânsito, propondo medidas que estimulem a pesquisa científica e o ensino
técnico-profissional de interesse do trânsito, e promovendo a sua realização;
XXIV – opinar sobre assuntos relacionados ao trânsito interestadual e in-
ternacional;
XXV – elaborar e submeter à aprovação do CONTRAN as normas e requisi-
tos de segurança veicular para fabricação e montagem de veículos, consoante
sua destinação;
XXVI – estabelecer procedimentos para a concessão do código marca-mo-
delo dos veículos para efeito de registro, emplacamento e licenciamento;
XXVII – instruir os recursos interpostos das decisões do CONTRAN, ao mi-
nistro ou dirigente coordenador máximo do Sistema Nacional de Trânsito;
XXVIII – estudar os casos omissos na legislação de trânsito e submetê-
-los, com proposta de solução, ao Ministério ou órgão coordenador máximo
do Sistema Nacional de Trânsito;

1973
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

XXIX  – prestar suporte técnico, jurídico, administrativo e financeiro ao


CONTRAN.
XXX  – organizar e manter o Registro Nacional de Infrações de Trânsito
(Renainf). (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 1º Comprovada, por meio de sindicância, a deficiência técnica ou admi-
nistrativa ou a prática constante de atos de improbidade contra a fé pública,
contra o patrimônio ou contra a administração pública, o órgão executivo de
trânsito da União, mediante aprovação do CONTRAN, assumirá diretamente
ou por delegação, a execução total ou parcial das atividades do órgão exe-
cutivo de trânsito estadual que tenha motivado a investigação, até que as
irregularidades sejam sanadas.
§ 2º O regimento interno do órgão executivo de trânsito da União disporá
sobre sua estrutura organizacional e seu funcionamento.
§ 3º Os órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos rodoviá-
rios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios fornecerão,
obrigatoriamente, mês a mês, os dados estatísticos para os fins previstos no
inciso X.
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 20. Compete à Polícia Rodoviária Federal, no âmbito das rodovias e
estradas federais:
I – cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito
de suas atribuições;
II – realizar o patrulhamento ostensivo, executando operações relaciona-
das com a segurança pública, com o objetivo de preservar a ordem, incolumi-
dade das pessoas, o patrimônio da União e o de terceiros;
III  – aplicar e arrecadar as multas impostas por infrações de trânsito,
as medidas administrativas decorrentes e os valores provenientes de estada
e remoção de veículos, objetos, animais e escolta de veículos de cargas su-
perdimensionadas ou perigosas;

1974
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

IV – efetuar levantamento dos locais de acidentes de trânsito e dos servi-


ços de atendimento, socorro e salvamento de vítimas;
V – credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segu-
rança relativas aos serviços de remoção de veículos, escolta e transporte de
carga indivisível;
VI – assegurar a livre circulação nas rodovias federais, podendo solicitar
ao órgão rodoviário a adoção de medidas emergenciais, e zelar pelo cumpri-
mento das normas legais relativas ao direito de vizinhança, promovendo a
interdição de construções e instalações não autorizadas;
VII – coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de
trânsito e suas causas, adotando ou indicando medidas operacionais preven-
tivas e encaminhando-os ao órgão rodoviário federal;
VIII – implementar as medidas da Política Nacional de Segurança e Edu-
cação de Trânsito;
IX – promover e participar de projetos e programas de educação e segu-
rança, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;
X – integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trân-
sito para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na área de
sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação e
à celeridade das transferências de veículos e de prontuários de condutores de
uma para outra unidade da Federação;
XI – fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos
veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no
art. 66, além de dar apoio, quando solicitado, às ações específicas dos órgãos
ambientais.
Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos rodoviários da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no âmbito de sua circuns-
crição:
I – cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito
de suas atribuições;

1975
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de


pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da
segurança de ciclistas;
III – implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos
e os equipamentos de controle viário;
IV – coletar dados e elaborar estudos sobre os acidentes de trânsito e suas
causas;
V – estabelecer, em conjunto com os órgãos de policiamento ostensivo de
trânsito, as respectivas diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito;
VI – executar a fiscalização de trânsito, autuar, aplicar as penalidades de
advertência, por escrito, e ainda as multas e medidas administrativas cabí-
veis, notificando os infratores e arrecadando as multas que aplicar;
VII – arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e
objetos, e escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas;
VIII – fiscalizar, autuar, aplicar as penalidades e medidas administrativas
cabíveis, relativas a infrações por excesso de peso, dimensões e lotação dos
veículos, bem como notificar e arrecadar as multas que aplicar;
IX – fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, aplicando as
penalidades e arrecadando as multas nele previstas;
X – implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Progra-
ma Nacional de Trânsito;
XI – promover e participar de projetos e programas de educação e segu-
rança, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;
XII – integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trân-
sito para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na área de
sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação e
à celeridade das transferências de veículos e de prontuários de condutores de
uma para outra unidade da Federação;
XIII – fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos
veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no

1976
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art. 66, além de dar apoio às ações específicas dos órgãos ambientais locais,
quando solicitado;
XIV – vistoriar veículos que necessitem de autorização especial para tran-
sitar e estabelecer os requisitos técnicos a serem observados para a circula-
ção desses veículos.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 22. Compete aos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Es-
tados e do Distrito Federal, no âmbito de sua circunscrição:
I – cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito
das respectivas atribuições;
II – realizar, fiscalizar e controlar o processo de formação, aperfeiçoamen-
to, reciclagem e suspensão de condutores, expedir e cassar Licença de Apren-
dizagem, Permissão para Dirigir e Carteira Nacional de Habilitação, mediante
delegação do órgão federal competente;
III – vistoriar, inspecionar quanto às condições de segurança veicular, re-
gistrar, emplacar, selar a placa, e licenciar veículos, expedindo o Certificado
de Registro e o Licenciamento Anual, mediante delegação do órgão federal
competente;
IV – estabelecer, em conjunto com as Polícias Militares, as diretrizes para
o policiamento ostensivo de trânsito;
V – executar a fiscalização de trânsito, autuar e aplicar as medidas admi-
nistrativas cabíveis pelas infrações previstas neste Código, excetuadas aque-
las relacionadas nos incisos VI e VIII do art. 24, no exercício regular do Poder
de Polícia de Trânsito;
VI – aplicar as penalidades por infrações previstas neste Código, com ex-
ceção daquelas relacionadas nos incisos VII e VIII do art. 24, notificando os
infratores e arrecadando as multas que aplicar;
VII – arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e
objetos;

1977
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VIII – comunicar ao órgão executivo de trânsito da União a suspensão e


a cassação do direito de dirigir e o recolhimento da Carteira Nacional de Ha-
bilitação;
IX – coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre acidentes de trân-
sito e suas causas;
X – credenciar órgãos ou entidades para a execução de atividades previs-
tas na legislação de trânsito, na forma estabelecida em norma do CONTRAN;
XI – implementar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Progra-
ma Nacional de Trânsito;
XII – promover e participar de projetos e programas de educação e segu-
rança de trânsito de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;
XIII – integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de
Trânsito para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na área
de sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação
e à celeridade das transferências de veículos e de prontuários de condutores
de uma para outra unidade da Federação;
XIV – fornecer, aos órgãos e entidades executivos de trânsito e executivos
rodoviários municipais, os dados cadastrais dos veículos registrados e dos
condutores habilitados, para fins de imposição e notificação de penalidades e
de arrecadação de multas nas áreas de suas competências;
XV – fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos
veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no
art. 66, além de dar apoio, quando solicitado, às ações específicas dos órgãos
ambientais locais;
XVI – articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional de Trânsito
no Estado, sob coordenação do respectivo CETRAN.
Art. 23. Compete às Polícias Militares dos Estados e do Distrito Federal:
I – (VETADO)
II – (VETADO)

1978
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III – executar a fiscalização de trânsito, quando e conforme convênio fir-


mado, como agente do órgão ou entidade executivos de trânsito ou execu-
tivos rodoviários, concomitantemente com os demais agentes credenciados;
IV – (VETADO)
V – (VETADO)
VI – (VETADO)
VII – (VETADO)
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Mu-
nicípios, no âmbito de sua circunscrição: (Redação dada pela Lei n. 13.154,
de 2015)
I – cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito
de suas atribuições;
II – planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de
pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da
segurança de ciclistas;
III – implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos
e os equipamentos de controle viário;
IV – coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre os acidentes de
trânsito e suas causas;
V – estabelecer, em conjunto com os órgãos de polícia ostensiva de trân-
sito, as diretrizes para o policiamento ostensivo de trânsito;
VI – executar a fiscalização de trânsito em vias terrestres, edificações de
uso público e edificações privadas de uso coletivo, autuar e aplicar as medidas
administrativas cabíveis e as penalidades de advertência por escrito e multa,
por infrações de circulação, estacionamento e parada previstas neste Código,
no exercício regular do poder de polícia de trânsito, notificando os infratores e
arrecadando as multas que aplicar, exercendo iguais atribuições no âmbito de
edificações privadas de uso coletivo, somente para infrações de uso de vagas
reservadas em estacionamentos; (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016)
(Vigência)

1979
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VII – aplicar as penalidades de advertência por escrito e multa, por infra-


ções de circulação, estacionamento e parada previstas neste Código, notifi-
cando os infratores e arrecadando as multas que aplicar;
VIII – fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas administrativas
cabíveis relativas a infrações por excesso de peso, dimensões e lotação dos
veículos, bem como notificar e arrecadar as multas que aplicar;
IX – fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, aplicando as
penalidades e arrecadando as multas nele previstas;
X – implantar, manter e operar sistema de estacionamento rotativo pago
nas vias;
XI – arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e
objetos, e escolta de veículos de cargas superdimensionadas ou perigosas;
XII – credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de se-
gurança relativas aos serviços de remoção de veículos, escolta e transporte
de carga indivisível;
XIII – integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de
Trânsito para fins de arrecadação e compensação de multas impostas na área
de sua competência, com vistas à unificação do licenciamento, à simplificação
e à celeridade das transferências de veículos e de prontuários dos condutores
de uma para outra unidade da Federação;
XIV – implantar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Programa
Nacional de Trânsito;
XV – promover e participar de projetos e programas de educação e segu-
rança de trânsito de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;
XVI – planejar e implantar medidas para redução da circulação de veícu-
los e reorientação do tráfego, com o objetivo de diminuir a emissão global de
poluentes;
XVII – registrar e licenciar, na forma da legislação, veículos de tração
e propulsão humana e de tração animal, fiscalizando, autuando, aplicando
penalidades e arrecadando multas decorrentes de infrações; (Redação dada
pela Lei n. 13.154, de 2015)

1980
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XVIII – conceder autorização para conduzir veículos de propulsão humana


e de tração animal;
XIX – articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional de Trânsito
no Estado, sob coordenação do respectivo CETRAN;
XX – fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos
veículos automotores ou pela sua carga, de acordo com o estabelecido no
art.  66, além de dar apoio às ações específicas de órgão ambiental local,
quando solicitado;
XXI – vistoriar veículos que necessitem de autorização especial para tran-
sitar e estabelecer os requisitos técnicos a serem observados para a circula-
ção desses veículos.
§ 1º As competências relativas a órgão ou entidade municipal serão exer-
cidas no Distrito Federal por seu órgão ou entidade executivos de trânsito.
§ 2º Para exercer as competências estabelecidas neste artigo, os Municí-
pios deverão integrar-se ao Sistema Nacional de Trânsito, conforme previsto
no art. 333 deste Código.
Art. 25. Os órgãos e entidades executivos do Sistema Nacional de Trânsi-
to poderão celebrar convênio delegando as atividades previstas neste Código,
com vistas à maior eficiência e à segurança para os usuários da via.
Parágrafo único. Os órgãos e entidades de trânsito poderão prestar servi-
ços de capacitação técnica, assessoria e monitoramento das atividades relati-
vas ao trânsito durante prazo a ser estabelecido entre as partes, com ressar-
cimento dos custos apropriados.

CAPÍTULO III
DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA

Art. 26. Os usuários das vias terrestres devem:


I – abster-se de todo ato que possa constituir perigo ou obstáculo para o
trânsito de veículos, de pessoas ou de animais, ou ainda causar danos a pro-
priedades públicas ou privadas;

1981
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II – abster-se de obstruir o trânsito ou torná-lo perigoso, atirando, de-


positando ou abandonando na via objetos ou substâncias, ou nela criando
qualquer outro obstáculo.
Art. 27. Antes de colocar o veículo em circulação nas vias públicas, o con-
dutor deverá verificar a existência e as boas condições de funcionamento dos
equipamentos de uso obrigatório, bem como assegurar-se da existência de
combustível suficiente para chegar ao local de destino.
Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo,
dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.
Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação
obedecerá às seguintes normas:
I – a circulação far-se-á pelo lado direito da via, admitindo-se as exceções
devidamente sinalizadas;
II – o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal
entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista,
considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circu-
lação, do veículo e as condições climáticas;
III – quando veículos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproxima-
rem de local não sinalizado, terá preferência de passagem:
a) no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que
estiver circulando por ela;
b) no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela;
c) nos demais casos, o que vier pela direita do condutor;
IV – quando uma pista de rolamento comportar várias faixas de circulação
no mesmo sentido, são as da direita destinadas ao deslocamento dos veículos
mais lentos e de maior porte, quando não houver faixa especial a eles desti-
nada, e as da esquerda, destinadas à ultrapassagem e ao deslocamento dos
veículos de maior velocidade;
V – o trânsito de veículos sobre passeios, calçadas e nos acostamentos, só
poderá ocorrer para que se adentre ou se saia dos imóveis ou áreas especiais
de estacionamento;

1982
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VI – os veículos precedidos de batedores terão prioridade de passagem,


respeitadas as demais normas de circulação;
VII – os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de
polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias, além de
prioridade de trânsito, gozam de livre circulação, estacionamento e parada,
quando em serviço de urgência e devidamente identificados por dispositivos
regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitente, obser-
vadas as seguintes disposições:
a) quando os dispositivos estiverem acionados, indicando a proximidade
dos veículos, todos os condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa
da esquerda, indo para a direita da via e parando, se necessário;
b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão aguardar no passeio,
só atravessando a via quando o veículo já tiver passado pelo local;
c) o uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminação vermelha inter-
mitente só poderá ocorrer quando da efetiva prestação de serviço de urgência;
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com
velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurança, obedecidas as
demais normas deste Código;
VIII – os veículos prestadores de serviços de utilidade pública, quando
em atendimento na via, gozam de livre parada e estacionamento no local
da prestação de serviço, desde que devidamente sinalizados, devendo estar
identificados na forma estabelecida pelo CONTRAN;
IX – a ultrapassagem de outro veículo em movimento deverá ser feita
pela esquerda, obedecida a sinalização regulamentar e as demais normas es-
tabelecidas neste Código, exceto quando o veículo a ser ultrapassado estiver
sinalizando o propósito de entrar à esquerda;
X – todo condutor deverá, antes de efetuar uma ultrapassagem, certificar-
-se de que:
a) nenhum condutor que venha atrás haja começado uma manobra para
ultrapassá-lo;

1983
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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b) quem o precede na mesma faixa de trânsito não haja indicado o propó-


sito de ultrapassar um terceiro;
c) a faixa de trânsito que vai tomar esteja livre numa extensão suficiente
para que sua manobra não ponha em perigo ou obstrua o trânsito que venha
em sentido contrário;
XI – todo condutor ao efetuar a ultrapassagem deverá:
a) indicar com antecedência a manobra pretendida, acionando a luz in-
dicadora de direção do veículo ou por meio de gesto convencional de braço;
b) afastar-se do usuário ou usuários aos quais ultrapassa, de tal forma
que deixe livre uma distância lateral de segurança;
c) retomar, após a efetivação da manobra, a faixa de trânsito de origem,
acionando a luz indicadora de direção do veículo ou fazendo gesto convencio-
nal de braço, adotando os cuidados necessários para não pôr em perigo ou
obstruir o trânsito dos veículos que ultrapassou;
XII – os veículos que se deslocam sobre trilhos terão preferência de pas-
sagem sobre os demais, respeitadas as normas de circulação.
XIII – (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 1º As normas de ultrapassagem previstas nas alíneas a e b do inciso X
e a e b do inciso XI aplicam-se à transposição de faixas, que pode ser reali-
zada tanto pela faixa da esquerda como pela da direita.
§ 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste
artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre res-
ponsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motoriza-
dos e, juntos, pela incolumidade dos pedestres.
Art. 30. Todo condutor, ao perceber que outro que o segue tem o propó-
sito de ultrapassá-lo, deverá:
I – se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslocar-se para a faixa
da direita, sem acelerar a marcha;
II – se estiver circulando pelas demais faixas, manter-se naquela na qual
está circulando, sem acelerar a marcha.

1984
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. Os veículos mais lentos, quando em fila, deverão manter


distância suficiente entre si para permitir que veículos que os ultrapassem
possam se intercalar na fila com segurança.
Art. 31. O condutor que tenha o propósito de ultrapassar um veículo de
transporte coletivo que esteja parado, efetuando embarque ou desembarque
de passageiros, deverá reduzir a velocidade, dirigindo com atenção redobrada
ou parar o veículo com vistas à segurança dos pedestres.
Art. 32. O condutor não poderá ultrapassar veículos em vias com duplo
sentido de direção e pista única, nos trechos em curvas e em aclives sem
visibilidade suficiente, nas passagens de nível, nas pontes e viadutos e nas
travessias de pedestres, exceto quando houver sinalização permitindo a ul-
trapassagem.
Art. 33. Nas interseções e suas proximidades, o condutor não poderá efe-
tuar ultrapassagem.
Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-
-se de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via que
o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição, sua
direção e sua velocidade.
Art. 35. Antes de iniciar qualquer manobra que implique um deslocamen-
to lateral, o condutor deverá indicar seu propósito de forma clara e com a
devida antecedência, por meio da luz indicadora de direção de seu veículo, ou
fazendo gesto convencional de braço.
Parágrafo único. Entende-se por deslocamento lateral a transposição de
faixas, movimentos de conversão à direita, à esquerda e retornos.
Art. 36. O condutor que for ingressar numa via, procedente de um lote
lindeiro a essa via, deverá dar preferência aos veículos e pedestres que por
ela estejam transitando.
Art. 37. Nas vias providas de acostamento, a conversão à esquerda e a
operação de retorno deverão ser feitas nos locais apropriados e, onde estes
não existirem, o condutor deverá aguardar no acostamento, à direita, para
cruzar a pista com segurança.

1985
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via ou em lotes


lindeiros, o condutor deverá:
I – ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o máximo possível do
bordo direito da pista e executar sua manobra no menor espaço possível;
II – ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o máximo possível de
seu eixo ou da linha divisória da pista, quando houver, caso se trate de uma
pista com circulação nos dois sentidos, ou do bordo esquerdo, tratando-se de
uma pista de um só sentido.
Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de direção, o condutor
deverá ceder passagem aos pedestres e ciclistas, aos veículos que transitem
em sentido contrário pela pista da via da qual vai sair, respeitadas as normas
de preferência de passagem.
Art. 39. Nas vias urbanas, a operação de retorno deverá ser feita nos lo-
cais para isto determinados, quer por meio de sinalização, quer pela existên-
cia de locais apropriados, ou, ainda, em outros locais que ofereçam condições
de segurança e fluidez, observadas as características da via, do veículo, das
condições meteorológicas e da movimentação de pedestres e ciclistas.
Art. 40. O uso de luzes em veículo obedecerá às seguintes determinações:
I – o condutor manterá acesos os faróis do veículo, utilizando luz baixa,
durante a noite e durante o dia nos túneis providos de iluminação pública e
nas rodovias; (Redação dada pela Lei n. 13.290, de 2016) (Vigência)
II – nas vias não iluminadas o condutor deve usar luz alta, exceto ao cru-
zar com outro veículo ou ao segui-lo;
III – a troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e por curto período
de tempo, com o objetivo de advertir outros motoristas, só poderá ser utili-
zada para indicar a intenção de ultrapassar o veículo que segue à frente ou
para indicar a existência de risco à segurança para os veículos que circulam
no sentido contrário;
IV – o condutor manterá acesas pelo menos as luzes de posição do veículo
quando sob chuva forte, neblina ou cerração;

1986
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V – O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes situações:


a) em imobilizações ou situações de emergência;
b) quando a regulamentação da via assim o determinar;
VI – durante a noite, em circulação, o condutor manterá acesa a luz de
placa;
VII – o condutor manterá acesas, à noite, as luzes de posição quando o
veículo estiver parado para fins de embarque ou desembarque de passageiros
e carga ou descarga de mercadorias.
Parágrafo único. Os veículos de transporte coletivo regular de passageiros,
quando circularem em faixas próprias a eles destinadas, e os ciclos motoriza-
dos deverão utilizar-se de farol de luz baixa durante o dia e a noite.
Art. 41. O condutor de veículo só poderá fazer uso de buzina, desde que
em toque breve, nas seguintes situações:
I – para fazer as advertências necessárias a fim de evitar acidentes;
II – fora das áreas urbanas, quando for conveniente advertir a um condu-
tor que se tem o propósito de ultrapassá-lo.
Art. 42. Nenhum condutor deverá frear bruscamente seu veículo, salvo
por razões de segurança.
Art. 43. Ao regular a velocidade, o condutor deverá observar constante-
mente as condições físicas da via, do veículo e da carga, as condições mete-
orológicas e a intensidade do trânsito, obedecendo aos limites máximos de
velocidade estabelecidos para a via, além de:
I – não obstruir a marcha normal dos demais veículos em circulação sem
causa justificada, transitando a uma velocidade anormalmente reduzida;
II – sempre que quiser diminuir a velocidade de seu veículo deverá antes
certificar-se de que pode fazê-lo sem risco nem inconvenientes para os outros
condutores, a não ser que haja perigo iminente;
III – indicar, de forma clara, com a antecedência necessária e a sinalização
devida, a manobra de redução de velocidade.

1987
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Art. 44. Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condutor do


veículo deve demonstrar prudência especial, transitando em velocidade mo-
derada, de forma que possa deter seu veículo com segurança para dar passa-
gem a pedestre e a veículos que tenham o direito de preferência.
Art. 45. Mesmo que a indicação luminosa do semáforo lhe seja favorável,
nenhum condutor pode entrar em uma interseção se houver possibilidade de
ser obrigado a imobilizar o veículo na área do cruzamento, obstruindo ou im-
pedindo a passagem do trânsito transversal.
Art. 46. Sempre que for necessária a imobilização temporária de um ve-
ículo no leito viário, em situação de emergência, deverá ser providenciada a
imediata sinalização de advertência, na forma estabelecida pelo CONTRAN.
Art. 47. Quando proibido o estacionamento na via, a parada deverá res-
tringir-se ao tempo indispensável para embarque ou desembarque de passa-
geiros, desde que não interrompa ou perturbe o fluxo de veículos ou a loco-
moção de pedestres.
Parágrafo único. A operação de carga ou descarga será regulamentada
pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via e é considerada esta-
cionamento.
Art. 48. Nas paradas, operações de carga ou descarga e nos estaciona-
mentos, o  veículo deverá ser posicionado no sentido do fluxo, paralelo ao
bordo da pista de rolamento e junto à guia da calçada (meio-fio), admitidas
as exceções devidamente sinalizadas.
§ 1º Nas vias providas de acostamento, os veículos parados, estacionados
ou em operação de carga ou descarga deverão estar situados fora da pista de
rolamento.
§ 2º O estacionamento dos veículos motorizados de duas rodas será feito
em posição perpendicular à guia da calçada (meio-fio) e junto a ela, salvo
quando houver sinalização que determine outra condição.
§ 3º O estacionamento dos veículos sem abandono do condutor poderá
ser feito somente nos locais previstos neste Código ou naqueles regulamen-
tados por sinalização específica.

1988
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir a porta do veículo,


deixá-la aberta ou descer do veículo sem antes se certificarem de que isso
não constitui perigo para eles e para outros usuários da via.
Parágrafo único. O embarque e o desembarque devem ocorrer sempre do
lado da calçada, exceto para o condutor.
Art. 50. O uso de faixas laterais de domínio e das áreas adjacentes às
estradas e rodovias obedecerá às condições de segurança do trânsito estabe-
lecidas pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.
Art. 51. Nas vias internas pertencentes a condomínios constituídos por
unidades autônomas, a sinalização de regulamentação da via será implanta-
da e mantida às expensas do condomínio, após aprovação dos projetos pelo
órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.
Art. 52. Os veículos de tração animal serão conduzidos pela direita da
pista, junto à guia da calçada (meio-fio) ou acostamento, sempre que não
houver faixa especial a eles destinada, devendo seus condutores obedecer, no
que couber, às normas de circulação previstas neste Código e às que vierem
a ser fixadas pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via.
Art. 53. Os animais isolados ou em grupos só podem circular nas vias
quando conduzidos por um guia, observado o seguinte:
I – para facilitar os deslocamentos, os rebanhos deverão ser divididos em
grupos de tamanho moderado e separados uns dos outros por espaços sufi-
cientes para não obstruir o trânsito;
II – os animais que circularem pela pista de rolamento deverão ser man-
tidos junto ao bordo da pista.
Art. 54. Os condutores de motocicletas, motonetas e ciclomotores só po-
derão circular nas vias:
I – utilizando capacete de segurança, com viseira ou óculos protetores;
II – segurando o guidom com as duas mãos;
III – usando vestuário de proteção, de acordo com as especificações do
CONTRAN.

1989
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 55. Os passageiros de motocicletas, motonetas e ciclomotores só


poderão ser transportados:
I – utilizando capacete de segurança;
II – em carro lateral acoplado aos veículos ou em assento suplementar
atrás do condutor;
III – usando vestuário de proteção, de acordo com as especificações do
CONTRAN.
Art. 56. (VETADO)
Art. 57. Os ciclomotores devem ser conduzidos pela direita da pista de
rolamento, preferencialmente no centro da faixa mais à direita ou no bordo
direito da pista sempre que não houver acostamento ou faixa própria a eles
destinada, proibida a sua circulação nas vias de trânsito rápido e sobre as
calçadas das vias urbanas.
Parágrafo único. Quando uma via comportar duas ou mais faixas de trân-
sito e a da direita for destinada ao uso exclusivo de outro tipo de veículo,
os ciclomotores deverão circular pela faixa adjacente à da direita.
Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de
bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acosta-
mento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de
rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via, com
preferência sobre os veículos automotores.
Parágrafo único. A autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via
poderá autorizar a circulação de bicicletas no sentido contrário ao fluxo dos
veículos automotores, desde que dotado o trecho com ciclofaixa.
Art. 59. Desde que autorizado e devidamente sinalizado pelo órgão ou
entidade com circunscrição sobre a via, será permitida a circulação de bicicle-
tas nos passeios.
Art. 60. As vias abertas à circulação, de acordo com sua utilização, clas-
sificam-se em:
I – vias urbanas:

1990
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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a) via de trânsito rápido;


b) via arterial;
c) via coletora;
d) via local;
II – vias rurais:
a) rodovias;
b) estradas.
Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via será indicada por meio
de sinalização, obedecidas suas características técnicas e as condições de
trânsito.
§ 1º Onde não existir sinalização regulamentadora, a velocidade máxima
será de:
I – nas vias urbanas:
a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito rápido:
b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais;
c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras;
d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais;
II – nas vias rurais:
a) nas rodovias de pista dupla: (Redação dada pela Lei n. 13.281, de
2016) (Vigência)
1. 110 km/h (cento e dez quilômetros por hora) para automóveis, camio-
netas e motocicletas; (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os demais veículos; (Re-
dação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
3. (revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
b) nas rodovias de pista simples: (Redação dada pela Lei n. 13.281, de
2016) (Vigência)
1. 100 km/h (cem quilômetros por hora) para automóveis, camionetas e
motocicletas; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)

1991
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

2. 90 km/h (noventa quilômetros por hora) para os demais veículos; (In-


cluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
c) nas estradas: 60 km/h (sessenta quilômetros por hora). (Incluído pela
Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º O órgão ou entidade de trânsito ou rodoviário com circunscrição so-
bre a via poderá regulamentar, por meio de sinalização, velocidades superio-
res ou inferiores àquelas estabelecidas no parágrafo anterior.
Art. 62. A velocidade mínima não poderá ser inferior à metade da veloci-
dade máxima estabelecida, respeitadas as condições operacionais de trânsito
e da via.
Art. 63. (VETADO)
Art. 64. As crianças com idade inferior a dez anos devem ser transpor-
tadas nos bancos traseiros, salvo exceções regulamentadas pelo CONTRAN.
Art. 65. É obrigatório o uso do cinto de segurança para condutor e passa-
geiros em todas as vias do território nacional, salvo em situações regulamen-
tadas pelo CONTRAN.
Art. 66. (VETADO)
Art. 67. As provas ou competições desportivas, inclusive seus ensaios, em
via aberta à circulação, só poderão ser realizadas mediante prévia permissão
da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via e dependerão de:
I – autorização expressa da respectiva confederação desportiva ou de en-
tidades estaduais a ela filiadas;
II – caução ou fiança para cobrir possíveis danos materiais à via;
III – contrato de seguro contra riscos e acidentes em favor de terceiros;
IV – prévio recolhimento do valor correspondente aos custos operacionais
em que o órgão ou entidade permissionária incorrerá.
Parágrafo único. A autoridade com circunscrição sobre a via arbitrará os
valores mínimos da caução ou fiança e do contrato de seguro. 

1992
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO III-A
(INCLUÍDO LEI N. 12.619, DE 2012) (VIGÊNCIA)
DA CONDUÇÃO DE VEÍCULOS POR MOTORISTAS PROFISSIONAIS

Art. 67-A. O disposto neste Capítulo aplica-se aos motoristas profissio-


nais: (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
I – de transporte rodoviário coletivo de passageiros; (Incluído pela Lei
n. 13.103, de 2015) (Vigência)
II – de transporte rodoviário de cargas. (Incluído pela Lei n. 13.103, de
2015) (Vigência)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 5º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 6º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 7º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 8º (VETADO). (Incluído Lei n. 12.619, de 2012) (Vigência)
Art. 67-B. VETADO). (Incluído Lei n. 12.619, de 2012) (Vigência)
Art. 67-C. É vedado ao motorista profissional dirigir por mais de 5 (cin-
co) horas e meia ininterruptas veículos de transporte rodoviário coletivo de
passageiros ou de transporte rodoviário de cargas. (Redação dada pela Lei
n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 1º Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso dentro de cada
6 (seis) horas na condução de veículo de transporte de carga, sendo facultado
o seu fracionamento e o do tempo de direção desde que não ultrapassadas 5
(cinco) horas e meia contínuas no exercício da condução. (Incluído pela Lei
n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 1º-A. Serão observados 30 (trinta) minutos para descanso a cada 4
(quatro) horas na condução de veículo rodoviário de passageiros, sendo fa-

1993
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

cultado o seu fracionamento e o do tempo de direção. (Incluído pela Lei


n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 2º Em situações excepcionais de inobservância justificada do tempo de
direção, devidamente registradas, o tempo de direção poderá ser elevado
pelo período necessário para que o condutor, o veículo e a carga cheguem
a um lugar que ofereça a segurança e o atendimento demandados, desde
que não haja comprometimento da segurança rodoviária. (Incluído pela Lei
n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 3º O condutor é obrigado, dentro do período de 24 (vinte e quatro) ho-
ras, a observar o mínimo de 11 (onze) horas de descanso, que podem ser
fracionadas, usufruídas no veículo e coincidir com os intervalos mencionados
no § 1º, observadas no primeiro período 8 (oito) horas ininterruptas de des-
canso. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 4º Entende-se como tempo de direção ou de condução apenas o período
em que o condutor estiver efetivamente ao volante, em curso entre a origem
e o destino. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 5º Entende-se como início de viagem a partida do veículo na ida ou no
retorno, com ou sem carga, considerando-se como sua continuação as par-
tidas nos dias subsequentes até o destino. (Incluído pela Lei n. 13.103, de
2015) (Vigência)
§ 6º O condutor somente iniciará uma viagem após o cumprimento inte-
gral do intervalo de descanso previsto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei
n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 7º Nenhum transportador de cargas ou coletivo de passageiros, em-
barcador, consignatário de cargas, operador de terminais de carga, operador
de transporte multimodal de cargas ou agente de cargas ordenará a qual-
quer motorista a seu serviço, ainda que subcontratado, que conduza veículo
referido no caput sem a observância do disposto no § 6º. (Incluído pela Lei
n. 13.103, de 2015) (Vigência)
Art. 67-D. (VETADO). (Incluído Lei n. 12.619, de 2012) (Vigência)

1994
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 67-E. O motorista profissional é responsável por controlar e registrar


o tempo de condução estipulado no art. 67-C, com vistas à sua estrita obser-
vância. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 1º A não observância dos períodos de descanso estabelecidos no art. 67-C
sujeitará o motorista profissional às penalidades daí decorrentes, previstas
neste Código. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 2º O tempo de direção será controlado mediante registrador instantâneo
inalterável de velocidade e tempo e, ou por meio de anotação em diário de
bordo, ou papeleta ou ficha de trabalho externo, ou por meios eletrônicos ins-
talados no veículo, conforme norma do Contran. (Incluído pela Lei n. 13.103,
de 2015) (Vigência)
§ 3º O equipamento eletrônico ou registrador deverá funcionar de forma
independente de qualquer interferência do condutor, quanto aos dados regis-
trados. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 4º A guarda, a preservação e a exatidão das informações contidas no
equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e de tempo
são de responsabilidade do condutor. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015)
(Vigência)

CAPÍTULO IV
DOS PEDESTRES E CONDUTORES DE VEÍCULOS NÃO
MOTORIZADOS

Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios ou passagens


apropriadas das vias urbanas e dos acostamentos das vias rurais para cir-
culação, podendo a autoridade competente permitir a utilização de parte da
calçada para outros fins, desde que não seja prejudicial ao fluxo de pedestres.
§ 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-se ao pedes-
tre em direitos e deveres.

1995
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º Nas áreas urbanas, quando não houver passeios ou quando não for
possível a utilização destes, a circulação de pedestres na pista de rolamento
será feita com prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila
única, exceto em locais proibidos pela sinalização e nas situações em que a
segurança ficar comprometida.
§ 3º Nas vias rurais, quando não houver acostamento ou quando não for
possível a utilização dele, a circulação de pedestres, na pista de rolamento,
será feita com prioridade sobre os veículos, pelos bordos da pista, em fila
única, em sentido contrário ao deslocamento de veículos, exceto em locais
proibidos pela sinalização e nas situações em que a segurança ficar compro-
metida.
§ 4º (VETADO)
§ 5º Nos trechos urbanos de vias rurais e nas obras de arte a serem cons-
truídas, deverá ser previsto passeio destinado à circulação dos pedestres, que
não deverão, nessas condições, usar o acostamento.
§ 6º Onde houver obstrução da calçada ou da passagem para pedestres,
o órgão ou entidade com circunscrição sobre a via deverá assegurar a devida
sinalização e proteção para circulação de pedestres.
Art. 69. Para cruzar a pista de rolamento o pedestre tomará precauções
de segurança, levando em conta, principalmente, a visibilidade, a distância
e a velocidade dos veículos, utilizando sempre as faixas ou passagens a ele
destinadas sempre que estas existirem numa distância de até cinquenta me-
tros dele, observadas as seguintes disposições:
I – onde não houver faixa ou passagem, o cruzamento da via deverá ser
feito em sentido perpendicular ao de seu eixo;
II – para atravessar uma passagem sinalizada para pedestres ou delimita-
da por marcas sobre a pista:
a) onde houver foco de pedestres, obedecer às indicações das luzes;
b) onde não houver foco de pedestres, aguardar que o semáforo ou o
agente de trânsito interrompa o fluxo de veículos;

1996
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – nas interseções e em suas proximidades, onde não existam faixas de


travessia, os pedestres devem atravessar a via na continuação da calçada,
observadas as seguintes normas:
a) não deverão adentrar na pista sem antes se certificar de que podem
fazê-lo sem obstruir o trânsito de veículos;
b) uma vez iniciada a travessia de uma pista, os pedestres não deverão
aumentar o seu percurso, demorar-se ou parar sobre ela sem necessidade.
Art. 70. Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre as faixas
delimitadas para esse fim terão prioridade de passagem, exceto nos locais
com sinalização semafórica, onde deverão ser respeitadas as disposições des-
te Código.
Parágrafo único. Nos locais em que houver sinalização semafórica de con-
trole de passagem será dada preferência aos pedestres que não tenham con-
cluído a travessia, mesmo em caso de mudança do semáforo liberando a
passagem dos veículos.
Art. 71. O órgão ou entidade com circunscrição sobre a via manterá,
obrigatoriamente, as faixas e passagens de pedestres em boas condições de
visibilidade, higiene, segurança e sinalização.

CAPÍTULO V
DO CIDADÃO

Art. 72. Todo cidadão ou entidade civil tem o direito de solicitar, por es-
crito, aos órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito, sinalização,
fiscalização e implantação de equipamentos de segurança, bem como sugerir
alterações em normas, legislação e outros assuntos pertinentes a este Códi-
go.
Art. 73. Os órgãos ou entidades pertencentes ao Sistema Nacional de
Trânsito têm o dever de analisar as solicitações e responder, por escrito, den-
tro de prazos mínimos, sobre a possibilidade ou não de atendimento, escla-

1997
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

recendo ou justificando a análise efetuada, e, se pertinente, informando ao


solicitante quando tal evento ocorrerá.
Parágrafo único. As campanhas de trânsito devem esclarecer quais as atri-
buições dos órgãos e entidades pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito
e como proceder a tais solicitações.

CAPÍTULO VI
DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO

Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos e constitui dever


prioritário para os componentes do Sistema Nacional de Trânsito.
§ 1º É obrigatória a existência de coordenação educacional em cada órgão
ou entidade componente do Sistema Nacional de Trânsito.
§ 2º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito deverão promover,
dentro de sua estrutura organizacional ou mediante convênio, o funciona-
mento de Escolas Públicas de Trânsito, nos moldes e padrões estabelecidos
pelo CONTRAN.
Art. 75. O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os temas e os crono-
gramas das campanhas de âmbito nacional que deverão ser promovidas por
todos os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito, em especial
nos períodos referentes às férias escolares, feriados prolongados e à Semana
Nacional de Trânsito.
§ 1º Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito deverão pro-
mover outras campanhas no âmbito de sua circunscrição e de acordo com as
peculiaridades locais.
§ 2º As campanhas de que trata este artigo são de caráter permanente,
e os serviços de rádio e difusão sonora de sons e imagens explorados pelo
poder público são obrigados a difundi-las gratuitamente, com a frequência
recomendada pelos órgãos competentes do Sistema Nacional de Trânsito.

1998
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 76. A educação para o trânsito será promovida na pré-escola e nas


escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de planejamento e ações coordenadas
entre os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de Educação,
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas respectivas
áreas de atuação.
Parágrafo único. Para a finalidade prevista neste artigo, o  Ministério da
Educação e do Desporto, mediante proposta do CONTRAN e do Conselho de
Reitores das Universidades Brasileiras, diretamente ou mediante convênio,
promoverá:
I – a adoção, em todos os níveis de ensino, de um currículo interdisciplinar
com conteúdo programático sobre segurança de trânsito;
II – a adoção de conteúdos relativos à educação para o trânsito nas esco-
las de formação para o magistério e o treinamento de professores e multipli-
cadores;
III – a criação de corpos técnicos interprofissionais para levantamento e
análise de dados estatísticos relativos ao trânsito;
IV – a elaboração de planos de redução de acidentes de trânsito junto aos
núcleos interdisciplinares universitários de trânsito, com vistas à integração
universidades-sociedade na área de trânsito.
Art. 77. No âmbito da educação para o trânsito caberá ao Ministério da
Saúde, mediante proposta do CONTRAN, estabelecer campanha nacional es-
clarecendo condutas a serem seguidas nos primeiros socorros em caso de
acidente de trânsito.
Parágrafo único. As campanhas terão caráter permanente por intermédio
do Sistema Único de Saúde - SUS, sendo intensificadas nos períodos e na
forma estabelecidos no art. 76.
Art. 77-A. São assegurados aos órgãos ou entidades componentes do
Sistema Nacional de Trânsito os mecanismos instituídos nos arts. 77-B a 77-E
para a veiculação de mensagens educativas de trânsito em todo o território
nacional, em caráter suplementar às campanhas previstas nos arts. 75 e 77.
(Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).

1999
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 77-B. Toda peça publicitária destinada à divulgação ou promoção,


nos meios de comunicação social, de produto oriundo da indústria automobi-
lística ou afim, incluirá, obrigatoriamente, mensagem educativa de trânsito a
ser conjuntamente veiculada. (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
§ 1º Para os efeitos dos arts. 77-A a 77-E, consideram-se produtos oriun-
dos da indústria automobilística ou afins: (Incluído pela Lei n. 12.006, de
2009).
I – os veículos rodoviários automotores de qualquer espécie, incluídos os
de passageiros e os de carga; (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
II – os componentes, as peças e os acessórios utilizados nos veículos
mencionados no inciso I. (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
§ 2º O disposto no caput deste artigo aplica-se à propaganda de natureza
comercial, veiculada por iniciativa do fabricante do produto, em qualquer das
seguintes modalidades: (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
I – rádio; (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
II – televisão; (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
III – jornal; (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
IV – revista; (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
V – outdoor. (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
§ 3º Para efeito do disposto no § 2º, equiparam-se ao fabricante o mon-
tador, o encarroçador, o importador e o revendedor autorizado dos veícu-
los e demais produtos discriminados no § 1º deste artigo. (Incluído pela Lei
n. 12.006, de 2009).
Art. 77-C. Quando se tratar de publicidade veiculada em outdoor ins-
talado à margem de rodovia, dentro ou fora da respectiva faixa de domínio,
a obrigação prevista no art. 77-B estende-se à propaganda de qualquer tipo
de produto e anunciante, inclusive àquela de caráter institucional ou eleitoral.
(Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
Art. 77-D. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) especificará o con-
teúdo e o padrão de apresentação das mensagens, bem como os procedimen-

2000
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

tos envolvidos na respectiva veiculação, em conformidade com as diretrizes


fixadas para as campanhas educativas de trânsito a que se refere o art. 75.
(Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
Art. 77-E. A veiculação de publicidade feita em desacordo com as condi-
ções fixadas nos arts. 77-A a 77-D constitui infração punível com as seguintes
sanções: (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
I – advertência por escrito; (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
II – suspensão, nos veículos de divulgação da publicidade, de qualquer
outra propaganda do produto, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias; (Incluído
pela Lei n. 12.006, de 2009).
III – multa de R$ 1.627,00 (mil, seiscentos e vinte e sete reais) a R$
8.135,00 (oito mil, cento e trinta e cinco reais), cobrada do dobro até o quín-
tuplo em caso de reincidência. (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016)
(Vigência)
§ 1º As sanções serão aplicadas isolada ou cumulativamente, conforme
dispuser o regulamento. (Incluído pela Lei n. 12.006, de 2009).
§ 2º Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, qualquer infração
acarretará a imediata suspensão da veiculação da peça publicitária até que
sejam cumpridas as exigências fixadas nos arts. 77-A a 77-D. (Incluído pela
Lei n. 12.006, de 2009).
Art. 78. Os Ministérios da Saúde, da Educação e do Desporto, do Traba-
lho, dos Transportes e da Justiça, por intermédio do CONTRAN, desenvolverão
e implementarão programas destinados à prevenção de acidentes.
Parágrafo único. O percentual de dez por cento do total dos valores arre-
cadados destinados à Previdência Social, do Prêmio do Seguro Obrigatório de
Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestre - DPVAT,
de que trata a Lei n. 6.194, de 19 de dezembro de 1974, serão repassados
mensalmente ao Coordenador do Sistema Nacional de Trânsito para aplicação
exclusiva em programas de que trata este artigo.

2001
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 79. Os órgãos e entidades executivos de trânsito poderão firmar con-


vênio com os órgãos de educação da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, objetivando o cumprimento das obrigações estabelecidas
neste capítulo.

CAPÍTULO VII
DA SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO

Art. 80. Sempre que necessário, será colocada ao longo da via, sinaliza-


ção prevista neste Código e em legislação complementar, destinada a condu-
tores e pedestres, vedada a utilização de qualquer outra.
§  1º A sinalização será colocada em posição e condições que a tornem
perfeitamente visível e legível durante o dia e a noite, em distância compatí-
vel com a segurança do trânsito, conforme normas e especificações do CON-
TRAN.
§ 2º O CONTRAN poderá autorizar, em caráter experimental e por período
prefixado, a utilização de sinalização não prevista neste Código.
§ 3º A responsabilidade pela instalação da sinalização nas vias internas
pertencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas e nas
vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos privados de uso coletivo
é de seu proprietário. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 81. Nas vias públicas e nos imóveis é proibido colocar luzes, publici-
dade, inscrições, vegetação e mobiliário que possam gerar confusão, interfe-
rir na visibilidade da sinalização e comprometer a segurança do trânsito.
Art. 82. É proibido afixar sobre a sinalização de trânsito e respectivos su-
portes, ou junto a ambos, qualquer tipo de publicidade, inscrições, legendas
e símbolos que não se relacionem com a mensagem da sinalização.
Art. 83. A afixação de publicidade ou de quaisquer legendas ou símbolos
ao longo das vias condiciona-se à prévia aprovação do órgão ou entidade com
circunscrição sobre a via.

2002
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 84. O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via


poderá retirar ou determinar a imediata retirada de qualquer elemento que
prejudique a visibilidade da sinalização viária e a segurança do trânsito, com
ônus para quem o tenha colocado.
Art. 85. Os locais destinados pelo órgão ou entidade de trânsito com cir-
cunscrição sobre a via à travessia de pedestres deverão ser sinalizados com
faixas pintadas ou demarcadas no leito da via.
Art. 86. Os  locais destinados a postos de gasolina, oficinas, estaciona-
mentos ou garagens de uso coletivo deverão ter suas entradas e saídas devi-
damente identificadas, na forma regulamentada pelo CONTRAN.
Art. 86-A. As vagas de estacionamento regulamentado de que trata o
inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser sinalizadas com as respectivas
placas indicativas de destinação e com placas informando os dados sobre a
infração por estacionamento indevido. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015)
(Vigência)
Art. 87. Os sinais de trânsito classificam-se em:
I – verticais;
II – horizontais;
III – dispositivos de sinalização auxiliar;
IV – luminosos;
V – sonoros;
VI – gestos do agente de trânsito e do condutor.
Art. 88. Nenhuma via pavimentada poderá ser entregue após sua cons-
trução, ou reaberta ao trânsito após a realização de obras ou de manutenção,
enquanto não estiver devidamente sinalizada, vertical e horizontalmente, de
forma a garantir as condições adequadas de segurança na circulação.
Parágrafo único. Nas vias ou trechos de vias em obras deverá ser afixada
sinalização específica e adequada.
Art. 89. A sinalização terá a seguinte ordem de prevalência:

2003
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – as ordens do agente de trânsito sobre as normas de circulação e outros


sinais;
II – as indicações do semáforo sobre os demais sinais;
III – as indicações dos sinais sobre as demais normas de trânsito.
Art. 90. Não serão aplicadas as sanções previstas neste Código por inob-
servância à sinalização quando esta for insuficiente ou incorreta.
§ 1º O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via é res-
ponsável pela implantação da sinalização, respondendo pela sua falta, insufi-
ciência ou incorreta colocação.
§ 2º O CONTRAN editará normas complementares no que se refere à in-
terpretação, colocação e uso da sinalização.

CAPÍTULO VIII
DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO, DA OPERAÇÃO, DA FISCALIZAÇÃO
E DO POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO

Art. 91. O CONTRAN estabelecerá as normas e regulamentos a serem


adotados em todo o território nacional quando da implementação das so-
luções adotadas pela Engenharia de Tráfego, assim como padrões a serem
praticados por todos os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito.
Art. 92. (VETADO)
Art. 93. Nenhum projeto de edificação que possa transformar-se em polo
atrativo de trânsito poderá ser aprovado sem prévia anuência do órgão ou
entidade com circunscrição sobre a via e sem que do projeto conste área para
estacionamento e indicação das vias de acesso adequadas.
Art. 94. Qualquer obstáculo à livre circulação e à segurança de veículos e
pedestres, tanto na via quanto na calçada, caso não possa ser retirado, deve
ser devida e imediatamente sinalizado.
Parágrafo único. É proibida a utilização das ondulações transversais e de
sonorizadores como redutores de velocidade, salvo em casos especiais defini-
dos pelo órgão ou entidade competente, nos padrões e critérios estabelecidos
pelo CONTRAN.

2004
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 95. Nenhuma obra ou evento que possa perturbar ou interromper a


livre circulação de veículos e pedestres, ou colocar em risco sua segurança,
será iniciada sem permissão prévia do órgão ou entidade de trânsito com cir-
cunscrição sobre a via.
§ 1º A obrigação de sinalizar é do responsável pela execução ou manuten-
ção da obra ou do evento.
§ 2º Salvo em casos de emergência, a autoridade de trânsito com cir-
cunscrição sobre a via avisará a comunidade, por intermédio dos meios de
comunicação social, com quarenta e oito horas de antecedência, de qualquer
interdição da via, indicando-se os caminhos alternativos a serem utilizados.
§ 3º O descumprimento do disposto neste artigo será punido com multa
de R$ 81,35 (oitenta e um reais e trinta e cinco centavos) a R$ 488,10 (qua-
trocentos e oitenta e oito reais e dez centavos), independentemente das co-
minações cíveis e penais cabíveis, além de multa diária no mesmo valor até
a regularização da situação, a partir do prazo final concedido pela autoridade
de trânsito, levando-se em consideração a dimensão da obra ou do evento
e o prejuízo causado ao trânsito. (Redação pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vi-
gência)
§ 4º Ao servidor público responsável pela inobservância de qualquer das
normas previstas neste e nos arts. 93 e 94, a autoridade de trânsito aplicará
multa diária na base de cinquenta por cento do dia de vencimento ou remu-
neração devida enquanto permanecer a irregularidade.

CAPÍTULO IX
DOS VEÍCULOS
Seção I
Disposições Gerais

Art. 96. Os veículos classificam-se em:


I – quanto à tração:

2005
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

a) automotor;
b) elétrico;
c) de propulsão humana;
d) de tração animal;
e) reboque ou semirreboque;
II – quanto à espécie:
a) de passageiros:
1 - bicicleta;
2 - ciclomotor;
3 - motoneta;
4 - motocicleta;
5 - triciclo;
6 - quadriciclo;
7 - automóvel;
8 - micro-ônibus;
9 - ônibus;
10 - bonde;
11 - reboque ou semirreboque;
12 - charrete;
b) de carga:
1 - motoneta;
2 - motocicleta;
3 - triciclo;
4 - quadriciclo;
5 - caminhonete;
6 - caminhão;
7 - reboque ou semirreboque;
8 - carroça;
9 - carro de mão;
c) misto:

2006
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

1 - camioneta;
2 - utilitário;
3 - outros;
d) de competição;
e) de tração:
1 - caminhão-trator;
2 - trator de rodas;
3 - trator de esteiras;
4 - trator misto;
f) especial;
g) de coleção;
III – quanto à categoria:
a) oficial;
b) de representação diplomática, de repartições consulares de carreira ou
organismos internacionais acreditados junto ao Governo brasileiro;
c) particular;
d) de aluguel;
e) de aprendizagem.
Art. 97. As características dos veículos, suas especificações básicas, con-
figuração e condições essenciais para registro, licenciamento e circulação se-
rão estabelecidas pelo CONTRAN, em função de suas aplicações.
Art. 98. Nenhum proprietário ou responsável poderá, sem prévia autori-
zação da autoridade competente, fazer ou ordenar que sejam feitas no veícu-
lo modificações de suas características de fábrica.
Parágrafo único. Os veículos e motores novos ou usados que sofrerem
alterações ou conversões são obrigados a atender aos mesmos limites e exi-
gências de emissão de poluentes e ruído previstos pelos órgãos ambientais
competentes e pelo CONTRAN, cabendo à entidade executora das modifica-
ções e ao proprietário do veículo a responsabilidade pelo cumprimento das
exigências.

2007
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 99. Somente poderá transitar pelas vias terrestres o veículo cujo


peso e dimensões atenderem aos limites estabelecidos pelo CONTRAN.
§ 1º O excesso de peso será aferido por equipamento de pesagem ou pela
verificação de documento fiscal, na forma estabelecida pelo CONTRAN.
§ 2º Será tolerado um percentual sobre os limites de peso bruto total e
peso bruto transmitido por eixo de veículos à superfície das vias, quando afe-
rido por equipamento, na forma estabelecida pelo CONTRAN.
§ 3º Os equipamentos fixos ou móveis utilizados na pesagem de veículos
serão aferidos de acordo com a metodologia e na periodicidade estabelecidas
pelo CONTRAN, ouvido o órgão ou entidade de metrologia legal.
Art. 100. Nenhum veículo ou combinação de veículos poderá transitar
com lotação de passageiros, com peso bruto total, ou com peso bruto total
combinado com peso por eixo, superior ao fixado pelo fabricante, nem ultra-
passar a capacidade máxima de tração da unidade tratora.
§ 1º Os veículos de transporte coletivo de passageiros poderão ser dota-
dos de pneus extralargos. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º O Contran regulamentará o uso de pneus extralargos para os demais
veículos. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 3º É permitida a fabricação de veículos de transporte de passageiros de
até 15 m (quinze metros) de comprimento na configuração de chassi 8x2.
(Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 101. Ao veículo ou combinação de veículos utilizado no transporte
de carga indivisível, que não se enquadre nos limites de peso e dimensões
estabelecidos pelo CONTRAN, poderá ser concedida, pela autoridade com cir-
cunscrição sobre a via, autorização especial de trânsito, com prazo certo,
válida para cada viagem, atendidas as medidas de segurança consideradas
necessárias.
§ 1º A autorização será concedida mediante requerimento que especifica-
rá as características do veículo ou combinação de veículos e de carga, o per-
curso, a data e o horário do deslocamento inicial.

2008
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º A autorização não exime o beneficiário da responsabilidade por even-


tuais danos que o veículo ou a combinação de veículos causar à via ou a ter-
ceiros.
§ 3º Aos guindastes autopropelidos ou sobre caminhões poderá ser con-
cedida, pela autoridade com circunscrição sobre a via, autorização especial
de trânsito, com prazo de seis meses, atendidas as medidas de segurança
consideradas necessárias.
Art. 102. O veículo de carga deverá estar devidamente equipado quando
transitar, de modo a evitar o derramamento da carga sobre a via.
Parágrafo único. O  CONTRAN fixará os requisitos mínimos e a forma de
proteção das cargas de que trata este artigo, de acordo com a sua natureza.

Seção II
Da Segurança dos Veículos

Art. 103. O veículo só poderá transitar pela via quando atendidos os re-


quisitos e condições de segurança estabelecidos neste Código e em normas
do CONTRAN.
§ 1º Os fabricantes, os importadores, os montadores e os encarroçadores
de veículos deverão emitir certificado de segurança, indispensável ao cadas-
tramento no RENAVAM, nas condições estabelecidas pelo CONTRAN.
§ 2º O CONTRAN deverá especificar os procedimentos e a periodicidade
para que os fabricantes, os importadores, os montadores e os encarroçadores
comprovem o atendimento aos requisitos de segurança veicular, devendo,
para isso, manter disponíveis a qualquer tempo os resultados dos testes e
ensaios dos sistemas e componentes abrangidos pela legislação de segurança
veicular.
Art. 104. Os veículos em circulação terão suas condições de segurança,
de controle de emissão de gases poluentes e de ruído avaliadas mediante
inspeção, que será obrigatória, na forma e periodicidade estabelecidas pelo

2009
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CONTRAN para os itens de segurança e pelo CONAMA para emissão de gases


poluentes e ruído.
§ 1º (VETADO)
§ 2º (VETADO)
§ 3º (VETADO)
§ 4º (VETADO)
§ 5º Será aplicada a medida administrativa de retenção aos veículos re-
provados na inspeção de segurança e na de emissão de gases poluentes e
ruído.
§ 6º Estarão isentos da inspeção de que trata o caput, durante 3 (três)
anos a partir do primeiro licenciamento, os  veículos novos classificados na
categoria particular, com capacidade para até 7 (sete) passageiros, desde que
mantenham suas características originais de fábrica e não se envolvam em
acidente de trânsito com danos de média ou grande monta. (Incluído pela Lei
n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 7º Para os demais veículos novos, o período de que trata o § 6º será de
2 (dois) anos, desde que mantenham suas características originais de fábrica
e não se envolvam em acidente de trânsito com danos de média ou grande
monta. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre outros a se-
rem estabelecidos pelo CONTRAN:
I – cinto de segurança, conforme regulamentação específica do CONTRAN,
com exceção dos veículos destinados ao transporte de passageiros em per-
cursos em que seja permitido viajar em pé;
II – para os veículos de transporte e de condução escolar, os de transporte
de passageiros com mais de dez lugares e os de carga com peso bruto total
superior a quatro mil, quinhentos e trinta e seis quilogramas, equipamento
registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo;
III – encosto de cabeça, para todos os tipos de veículos automotores, se-
gundo normas estabelecidas pelo CONTRAN;

2010
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

IV – (VETADO)
V – dispositivo destinado ao controle de emissão de gases poluentes e de
ruído, segundo normas estabelecidas pelo CONTRAN.
VI – para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna dianteira, trasei-
ra, lateral e nos pedais, e espelho retrovisor do lado esquerdo.
VII – equipamento suplementar de retenção - air bag frontal para o condu-
tor e o passageiro do banco dianteiro. (Incluído pela Lei n. 11.910, de 2009)
§ 1º O CONTRAN disciplinará o uso dos equipamentos obrigatórios dos
veículos e determinará suas especificações técnicas.
§ 2º Nenhum veículo poderá transitar com equipamento ou acessório proi-
bido, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas pre-
vistas neste Código.
§ 3º Os fabricantes, os importadores, os montadores, os encarroçadores
de veículos e os revendedores devem comercializar os seus veículos com os
equipamentos obrigatórios definidos neste artigo, e com os demais estabele-
cidos pelo CONTRAN.
§ 4º O CONTRAN estabelecerá o prazo para o atendimento do disposto
neste artigo.
§ 5º A exigência estabelecida no inciso VII do caput deste artigo será pro-
gressivamente incorporada aos novos projetos de automóveis e dos veículos
deles derivados, fabricados, importados, montados ou encarroçados, a partir
do 1º  (primeiro) ano após a definição pelo Contran das especificações téc-
nicas pertinentes e do respectivo cronograma de implantação e a partir do
5º (quinto) ano, após esta definição, para os demais automóveis zero quilô-
metro de modelos ou projetos já existentes e veículos deles derivados. (In-
cluído pela Lei n. 11.910, de 2009)
§ 6º A exigência estabelecida no inciso VII do caput deste artigo não se
aplica aos veículos destinados à exportação. (Incluído pela Lei n. 11.910,
de 2009)

2011
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 106. No caso de fabricação artesanal ou de modificação de veículo


ou, ainda, quando ocorrer substituição de equipamento de segurança especi-
ficado pelo fabricante, será exigido, para licenciamento e registro, certificado
de segurança expedido por instituição técnica credenciada por órgão ou enti-
dade de metrologia legal, conforme norma elaborada pelo CONTRAN.
Art. 107. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte individual ou
coletivo de passageiros, deverão satisfazer, além das exigências previstas
neste Código, às  condições técnicas e aos requisitos de segurança, higiene
e conforto estabelecidos pelo poder competente para autorizar, permitir ou
conceder a exploração dessa atividade.
Art. 108. Onde não houver linha regular de ônibus, a autoridade com cir-
cunscrição sobre a via poderá autorizar, a título precário, o transporte de pas-
sageiros em veículo de carga ou misto, desde que obedecidas as condições de
segurança estabelecidas neste Código e pelo CONTRAN.
Parágrafo único. A autorização citada no caput não poderá exceder a doze
meses, prazo a partir do qual a autoridade pública responsável deverá implan-
tar o serviço regular de transporte coletivo de passageiros, em conformidade
com a legislação pertinente e com os dispositivos deste Código. (Incluído pela
Lei n. 9.602, de 1998)
Art. 109. O transporte de carga em veículos destinados ao transporte de
passageiros só pode ser realizado de acordo com as normas estabelecidas
pelo CONTRAN.
Art. 110. O veículo que tiver alterada qualquer de suas características
para competição ou finalidade análoga só poderá circular nas vias públicas
com licença especial da autoridade de trânsito, em itinerário e horário fixados.
Art. 111. É vedado, nas áreas envidraçadas do veículo:
I – (VETADO)
II – o uso de cortinas, persianas fechadas ou similares nos veículos em
movimento, salvo nos que possuam espelhos retrovisores em ambos os lados.

2012
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – aposição de inscrições, películas refletivas ou não, painéis decorati-


vos ou pinturas, quando comprometer a segurança do veículo, na forma de
regulamentação do CONTRAN. (Incluído pela Lei n. 9.602, de 1998)
Parágrafo único. É proibido o uso de inscrição de caráter publicitário ou
qualquer outra que possa desviar a atenção dos condutores em toda a exten-
são do para-brisa e da traseira dos veículos, salvo se não colocar em risco a
segurança do trânsito.
Art. 112. (Revogado pela Lei n. 9.792, de 1999)
Art. 113. Os importadores, as montadoras, as encarroçadoras e fabri-
cantes de veículos e autopeças são responsáveis civil e criminalmente por
danos causados aos usuários, a terceiros, e ao meio ambiente, decorrentes
de falhas oriundas de projetos e da qualidade dos materiais e equipamentos
utilizados na sua fabricação.

Seção III
Da Identificação do Veículo

Art. 114. O veículo será identificado obrigatoriamente por caracteres gra-


vados no chassi ou no monobloco, reproduzidos em outras partes, conforme
dispuser o CONTRAN.
§ 1º A gravação será realizada pelo fabricante ou montador, de modo a
identificar o veículo, seu fabricante e as suas características, além do ano de
fabricação, que não poderá ser alterado.
§ 2º As regravações, quando necessárias, dependerão de prévia autorização
da autoridade executiva de trânsito e somente serão processadas por estabeleci-
mento por ela credenciado, mediante a comprovação de propriedade do veículo,
mantida a mesma identificação anterior, inclusive o ano de fabricação.
§ 3º Nenhum proprietário poderá, sem prévia permissão da autoridade
executiva de trânsito, fazer, ou ordenar que se faça, modificações da identifi-
cação de seu veículo.

2013
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 115. O  veículo será identificado externamente por meio de placas


dianteira e traseira, sendo esta lacrada em sua estrutura, obedecidas as es-
pecificações e modelos estabelecidos pelo CONTRAN.
§ 1º Os caracteres das placas serão individualizados para cada veículo e o
acompanharão até a baixa do registro, sendo vedado seu reaproveitamento.
§ 2º As placas com as cores verde e amarela da Bandeira Nacional serão
usadas somente pelos veículos de representação pessoal do Presidente e do
Vice-Presidente da República, dos Presidentes do Senado Federal e da Câma-
ra dos Deputados, do Presidente e dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
dos Ministros de Estado, do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral
da República.
§ 3º Os veículos de representação dos Presidentes dos Tribunais Fede-
rais, dos Governadores, Prefeitos, Secretários Estaduais e Municipais, dos
Presidentes das Assembleias Legislativas, das Câmaras Municipais, dos Pre-
sidentes dos Tribunais Estaduais e do Distrito Federal, e do respectivo chefe
do Ministério Público e ainda dos Oficiais Generais das Forças Armadas terão
placas especiais, de acordo com os modelos estabelecidos pelo CONTRAN.
§ 4º Os aparelhos automotores destinados a puxar ou a arrastar maqui-
naria de qualquer natureza ou a executar trabalhos de construção ou de pa-
vimentação são sujeitos ao registro na repartição competente, se transitarem
em via pública, dispensados o licenciamento e o emplacamento. (Redação
dada pela Lei n. 13.154, de 2015) (Vide)
§ 4º-A. Os tratores e demais aparelhos automotores destinados a puxar
ou a arrastar maquinaria agrícola ou a executar trabalhos agrícolas, desde
que facultados a transitar em via pública, são sujeitos ao registro único, sem
ônus, em cadastro específico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abaste-
cimento, acessível aos componentes do Sistema Nacional de Trânsito. (Reda-
ção dada pela Lei n. 13.154, de 2015) (Vide)
§ 5º O disposto neste artigo não se aplica aos veículos de uso bélico.
§ 6º Os veículos de duas ou três rodas são dispensados da placa dianteira.

2014
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 7º Excepcionalmente, mediante autorização específica e fundamentada


das respectivas corregedorias e com a devida comunicação aos órgãos de
trânsito competentes, os veículos utilizados por membros do Poder Judiciário
e do Ministério Público que exerçam competência ou atribuição criminal pode-
rão temporariamente ter placas especiais, de forma a impedir a identificação
de seus usuários específicos, na forma de regulamento a ser emitido, conjun-
tamente, pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ, pelo Conselho Nacional do
Ministério Público - CNMP e pelo Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN.
(Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 8º Os veículos artesanais utilizados para trabalho agrícola (jericos), para
efeito do registro de que trata o § 4º-A, ficam dispensados da exigência pre-
vista no art. 106. (Incluído pela Lei n. 13.154, de 2015)
§ 9º As placas que possuírem tecnologia que permita a identificação do
veículo ao qual estão atreladas são dispensadas da utilização do lacre previs-
to no caput, na forma a ser regulamentada pelo Contran. (Incluído pela Lei
n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 116. Os veículos de propriedade da União, dos Estados e do Distrito
Federal, devidamente registrados e licenciados, somente quando estritamen-
te usados em serviço reservado de caráter policial, poderão usar placas par-
ticulares, obedecidos os critérios e limites estabelecidos pela legislação que
regulamenta o uso de veículo oficial.
Art. 117. Os veículos de transporte de carga e os coletivos de passageiros
deverão conter, em local facilmente visível, a inscrição indicativa de sua tara,
do peso bruto total (PBT), do peso bruto total combinado (PBTC) ou capaci-
dade máxima de tração (CMT) e de sua lotação, vedado o uso em desacordo
com sua classificação.

CAPÍTULO X
DOS VEÍCULOS EM CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL

Art. 118. A circulação de veículo no território nacional, independentemen-


te de sua origem, em trânsito entre o Brasil e os países com os quais exista

2015
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

acordo ou tratado internacional, reger-se-á pelas disposições deste Código,


pelas convenções e acordos internacionais ratificados.
Art. 119. As repartições aduaneiras e os órgãos de controle de fronteira
comunicarão diretamente ao RENAVAM a entrada e saída temporária ou defi-
nitiva de veículos.
§ 1º Os veículos licenciados no exterior não poderão sair do território na-
cional sem o prévio pagamento ou o depósito, judicial ou administrativo, dos
valores correspondentes às infrações de trânsito cometidas e ao ressarcimen-
to de danos que tiverem causado ao patrimônio público ou de particulares, in-
dependentemente da fase do processo administrativo ou judicial envolvendo
a questão. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º Os veículos que saírem do território nacional sem o cumprimento do
disposto no § 1º e que posteriormente forem flagrados tentando ingressar ou
já em circulação no território nacional serão retidos até a regularização da
situação. (Incluído pela Lei n. 13. 281, de 2016) (Vigência)

CAPÍTULO XI
DO REGISTRO DE VEÍCULOS

Art. 120. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, reboque ou semir-


reboque, deve ser registrado perante o órgão executivo de trânsito do Estado
ou do Distrito Federal, no Município de domicílio ou residência de seu proprie-
tário, na forma da lei.
§ 1º Os órgãos executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal
somente registrarão veículos oficiais de propriedade da administração direta,
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de qualquer um
dos poderes, com indicação expressa, por pintura nas portas, do nome, sigla
ou logotipo do órgão ou entidade em cujo nome o veículo será registrado,
excetuando-se os veículos de representação e os previstos no art. 116.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica ao veículo de uso bélico.

2016
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 121. Registrado o veículo, expedir-se-á o Certificado de Registro de


Veículo - CRV de acordo com os modelos e especificações estabelecidos pelo
CONTRAN, contendo as características e condições de invulnerabilidade à fal-
sificação e à adulteração.
Art. 122. Para a expedição do Certificado de Registro de Veículo o órgão
executivo de trânsito consultará o cadastro do RENAVAM e exigirá do proprie-
tário os seguintes documentos:
I  – nota fiscal fornecida pelo fabricante ou revendedor, ou documento
equivalente expedido por autoridade competente;
II – documento fornecido pelo Ministério das Relações Exteriores, quando
se tratar de veículo importado por membro de missões diplomáticas, de re-
partições consulares de carreira, de representações de organismos interna-
cionais e de seus integrantes.
Art. 123. Será obrigatória a expedição de novo Certificado de Registro de
Veículo quando:
I – for transferida a propriedade;
II – o proprietário mudar o Município de domicílio ou residência;
III – for alterada qualquer característica do veículo;
IV – houver mudança de categoria.
§ 1º No caso de transferência de propriedade, o prazo para o proprietário
adotar as providências necessárias à efetivação da expedição do novo Certi-
ficado de Registro de Veículo é de trinta dias, sendo que nos demais casos as
providências deverão ser imediatas.
§ 2º No caso de transferência de domicílio ou residência no mesmo Muni-
cípio, o proprietário comunicará o novo endereço num prazo de trinta dias e
aguardará o novo licenciamento para alterar o Certificado de Licenciamento
Anual.
§ 3º A expedição do novo certificado será comunicada ao órgão executivo
de trânsito que expediu o anterior e ao RENAVAM.

2017
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 124. Para a expedição do novo Certificado de Registro de Veículo se-


rão exigidos os seguintes documentos:
I – Certificado de Registro de Veículo anterior;
II – Certificado de Licenciamento Anual;
III – comprovante de transferência de propriedade, quando for o caso,
conforme modelo e normas estabelecidas pelo CONTRAN;
IV – Certificado de Segurança Veicular e de emissão de poluentes e ruído,
quando houver adaptação ou alteração de características do veículo;
V – comprovante de procedência e justificativa da propriedade dos com-
ponentes e agregados adaptados ou montados no veículo, quando houver
alteração das características originais de fábrica;
VI – autorização do Ministério das Relações Exteriores, no caso de veículo
da categoria de missões diplomáticas, de repartições consulares de carreira,
de representações de organismos internacionais e de seus integrantes;
VII – certidão negativa de roubo ou furto de veículo, expedida no Município
do registro anterior, que poderá ser substituída por informação do RENAVAM;
VIII – comprovante de quitação de débitos relativos a tributos, encargos
e multas de trânsito vinculados ao veículo, independentemente da responsa-
bilidade pelas infrações cometidas;
IX – (Revogado pela Lei n. 9.602, de 1998)
X – comprovante relativo ao cumprimento do disposto no art. 98, quando
houver alteração nas características originais do veículo que afetem a emis-
são de poluentes e ruído;
XI – comprovante de aprovação de inspeção veicular e de poluentes e
ruído, quando for o caso, conforme regulamentações do CONTRAN e do CO-
NAMA.
Art. 125. As informações sobre o chassi, o monobloco, os agregados e as
características originais do veículo deverão ser prestadas ao RENAVAM:
I – pelo fabricante ou montadora, antes da comercialização, no caso de
veículo nacional;

2018
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – pelo órgão alfandegário, no caso de veículo importado por pessoa física;
III – pelo importador, no caso de veículo importado por pessoa jurídica.
Parágrafo único. As informações recebidas pelo RENAVAM serão repassa-
das ao órgão executivo de trânsito responsável pelo registro, devendo este
comunicar ao RENAVAM, tão logo seja o veículo registrado.
Art. 126. O proprietário de veículo irrecuperável, ou destinado à desmon-
tagem, deverá requerer a baixa do registro, no prazo e forma estabelecidos
pelo Contran, vedada a remontagem do veículo sobre o mesmo chassi de for-
ma a manter o registro anterior. (Redação dada pela Lei n. 12.977, de 2014)
(Vigência)
Parágrafo único. A obrigação de que trata este artigo é da companhia
seguradora ou do adquirente do veículo destinado à desmontagem, quando
estes sucederem ao proprietário.
Art. 127. O órgão executivo de trânsito competente só efetuará a baixa
do registro após prévia consulta ao cadastro do RENAVAM.
Parágrafo único. Efetuada a baixa do registro, deverá ser esta comunica-
da, de imediato, ao RENAVAM.
Art. 128. Não será expedido novo Certificado de Registro de Veículo en-
quanto houver débitos fiscais e de multas de trânsito e ambientais, vincula-
das ao veículo, independentemente da responsabilidade pelas infrações co-
metidas.
Art. 129. O registro e o licenciamento dos veículos de propulsão humana
e dos veículos de tração animal obedecerão à regulamentação estabelecida
em legislação municipal do domicílio ou residência de seus proprietários. (Re-
dação dada pela Lei n. 13.154, de 2015)
Art. 129-A. O registro dos tratores e demais aparelhos automotores des-
tinados a puxar ou a arrastar maquinaria agrícola ou a executar trabalhos
agrícolas será efetuado, sem ônus, pelo Ministério da Agricultura, Pecuá-
ria e Abastecimento, diretamente ou mediante convênio. (Incluído pela Lei
n. 13.154, de 2015)

2019
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO XII
DO LICENCIAMENTO

Art. 130. Todo veículo automotor, elétrico, articulado, reboque ou semir-


reboque, para transitar na via, deverá ser licenciado anualmente pelo órgão
executivo de trânsito do Estado, ou do Distrito Federal, onde estiver registra-
do o veículo.
§ 1º O disposto neste artigo não se aplica a veículo de uso bélico.
§ 2º No caso de transferência de residência ou domicílio, é válido, durante
o exercício, o licenciamento de origem.
Art. 131. O Certificado de Licenciamento Anual será expedido ao veículo
licenciado, vinculado ao Certificado de Registro, no modelo e especificações
estabelecidos pelo CONTRAN.
§ 1º O primeiro licenciamento será feito simultaneamente ao registro.
§ 2º O veículo somente será considerado licenciado estando quitados os
débitos relativos a tributos, encargos e multas de trânsito e ambientais, vin-
culados ao veículo, independentemente da responsabilidade pelas infrações
cometidas.
§ 3º Ao licenciar o veículo, o proprietário deverá comprovar sua aprova-
ção nas inspeções de segurança veicular e de controle de emissões de gases
poluentes e de ruído, conforme disposto no art. 104.
Art. 132. Os veículos novos não estão sujeitos ao licenciamento e terão
sua circulação regulada pelo CONTRAN durante o trajeto entre a fábrica e o
Município de destino.
§ 1º O disposto neste artigo aplica-se, igualmente, aos veículos impor-
tados, durante o trajeto entre a alfândega ou entreposto alfandegário e o
Município de destino. (Renumerado do parágrafo único pela Lei n. 13.103, de
2015) (Vigência)
§ 2º (Revogado pela Lei n. 13.154, de 2015)
Art. 133. É obrigatório o porte do Certificado de Licenciamento Anual.

2020
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Parágrafo único. O porte será dispensado quando, no momento da fiscali-


zação, for possível ter acesso ao devido sistema informatizado para verificar
se o veículo está licenciado. (Incluído pela Lei n. 13. 281, de 2016) (Vigência)
Art. 134. No caso de transferência de propriedade, o proprietário antigo
deverá encaminhar ao órgão executivo de trânsito do Estado dentro de um
prazo de trinta dias, cópia autenticada do comprovante de transferência de
propriedade, devidamente assinado e datado, sob pena de ter que se respon-
sabilizar solidariamente pelas penalidades impostas e suas reincidências até
a data da comunicação.
Parágrafo único. O comprovante de transferência de propriedade de que
trata o caput poderá ser substituído por documento eletrônico, na forma re-
gulamentada pelo Contran. (Incluído pela Lei n. 13.154, de 2015)
Art. 135. Os veículos de aluguel, destinados ao transporte individual ou
coletivo de passageiros de linhas regulares ou empregados em qualquer ser-
viço remunerado, para registro, licenciamento e respectivo emplacamento de
característica comercial, deverão estar devidamente autorizados pelo poder
público concedente.

CAPÍTULO XIII
DA CONDUÇÃO DE ESCOLARES

Art. 136. Os veículos especialmente destinados à condução coletiva de


escolares somente poderão circular nas vias com autorização emitida pelo
órgão ou entidade executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal,
exigindo-se, para tanto:
I – registro como veículo de passageiros;
II – inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios e
de segurança;
III – pintura de faixa horizontal na cor amarela, com quarenta centímetros
de largura, à meia altura, em toda a extensão das partes laterais e traseira
da carroçaria, com o dístico ESCOLAR, em preto, sendo que, em caso de veí-

2021
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culo de carroçaria pintada na cor amarela, as cores aqui indicadas devem ser
invertidas;
IV – equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo;
V – lanternas de luz branca, fosca ou amarela dispostas nas extremidades
da parte superior dianteira e lanternas de luz vermelha dispostas na extremi-
dade superior da parte traseira;
VI – cintos de segurança em número igual à lotação;
VII – outros requisitos e equipamentos obrigatórios estabelecidos pelo
CONTRAN.
Art. 137. A autorização a que se refere o artigo anterior deverá ser afi-
xada na parte interna do veículo, em local visível, com inscrição da lotação
permitida, sendo vedada a condução de escolares em número superior à ca-
pacidade estabelecida pelo fabricante.
Art. 138. O condutor de veículo destinado à condução de escolares deve
satisfazer os seguintes requisitos:
I – ter idade superior a vinte e um anos;
II – ser habilitado na categoria D;
III – (VETADO)
IV – não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, ou ser rein-
cidente em infrações médias durante os doze últimos meses;
V – ser aprovado em curso especializado, nos termos da regulamentação
do CONTRAN.
Art. 139. O disposto neste Capítulo não exclui a competência municipal
de aplicar as exigências previstas em seus regulamentos, para o transporte
de escolares.

CAPÍTULO XIII-A
DA CONDUÇÃO DE MOTO-FRETE
(Incluído pela Lei n. 12.009, de 2009)

Art. 139-A. As motocicletas e motonetas destinadas ao transporte remune-


rado de mercadorias – moto-frete – somente poderão circular nas vias com au-

2022
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torização emitida pelo órgão ou entidade executivo de trânsito dos Estados e do


Distrito Federal, exigindo-se, para tanto: (Incluído pela Lei n. 12.009, de 2009)
I – registro como veículo da categoria de aluguel; (Incluído pela Lei
n. 12.009, de 2009)
II – instalação de protetor de motor mata-cachorro, fixado no chassi do
veículo, destinado a proteger o motor e a perna do condutor em caso de tom-
bamento, nos termos de regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito
– Contran; (Incluído pela Lei n. 12.009, de 2009)
III – instalação de aparador de linha antena corta-pipas, nos termos de
regulamentação do Contran; (Incluído pela Lei n. 12.009, de 2009)
IV – inspeção semestral para verificação dos equipamentos obrigatórios e
de segurança. (Incluído pela Lei n. 12.009, de 2009)
§ 1º A instalação ou incorporação de dispositivos para transporte de car-
gas deve estar de acordo com a regulamentação do Contran. (Incluído pela
Lei n. 12.009, de 2009)
§ 2º É proibido o transporte de combustíveis, produtos inflamáveis ou
tóxicos e de galões nos veículos de que trata este artigo, com exceção do
gás de cozinha e de galões contendo água mineral, desde que com o auxílio
de side-car, nos termos de regulamentação do Contran. (Incluído pela Lei
n. 12.009, de 2009)
Art. 139-B. O disposto neste Capítulo não exclui a competência municipal
ou estadual de aplicar as exigências previstas em seus regulamentos para as
atividades de moto-frete no âmbito de suas circunscrições. (Incluído pela Lei
n. 12.009, de 2009)

CAPÍTULO XIV
DA HABILITAÇÃO

Art. 140. A habilitação para conduzir veículo automotor e elétrico será


apurada por meio de exames que deverão ser realizados junto ao órgão ou

2023
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entidade executivos do Estado ou do Distrito Federal, do domicílio ou residên-


cia do candidato, ou na sede estadual ou distrital do próprio órgão, devendo
o condutor preencher os seguintes requisitos:
I – ser penalmente imputável;
II – saber ler e escrever;
III – possuir Carteira de Identidade ou equivalente.
Parágrafo único. As informações do candidato à habilitação serão cadas-
tradas no RENACH.
Art. 141. O processo de habilitação, as normas relativas à aprendizagem
para conduzir veículos automotores e elétricos e à autorização para conduzir
ciclomotores serão regulamentados pelo CONTRAN.
§ 1º A autorização para conduzir veículos de propulsão humana e de tra-
ção animal ficará a cargo dos Municípios.
§ 2º (VETADO)
Art. 142. O reconhecimento de habilitação obtida em outro país está su-
bordinado às condições estabelecidas em convenções e acordos internacio-
nais e às normas do CONTRAN.
Art. 143. Os candidatos poderão habilitar-se nas categorias de A a E,
obedecida a seguinte gradação:
I – Categoria A - condutor de veículo motorizado de duas ou três rodas,
com ou sem carro lateral;
II – Categoria B - condutor de veículo motorizado, não abrangido pela ca-
tegoria A, cujo peso bruto total não exceda a três mil e quinhentos quilogra-
mas e cuja lotação não exceda a oito lugares, excluído o do motorista;
III – Categoria C - condutor de veículo motorizado utilizado em transporte
de carga, cujo peso bruto total exceda a três mil e quinhentos quilogramas;
IV – Categoria D - condutor de veículo motorizado utilizado no transporte
de passageiros, cuja lotação exceda a oito lugares, excluído o do motorista;
V – Categoria E - condutor de combinação de veículos em que a unidade
tratora se enquadre nas categorias B, C ou D e cuja unidade acoplada, rebo-

2024
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que, semirreboque, trailer ou articulada tenha 6.000 kg (seis mil quilogra-


mas) ou mais de peso bruto total, ou cuja lotação exceda a 8 (oito) lugares.
(Redação dada pela Lei n. 12.452, de 2011)
§ 1º Para habilitar-se na categoria C, o condutor deverá estar habilitado
no mínimo há um ano na categoria B e não ter cometido nenhuma infração
grave ou gravíssima, ou ser reincidente em infrações médias, durante os úl-
timos doze meses.
§ 2º São os condutores da categoria B autorizados a conduzir veículo au-
tomotor da espécie motor-casa, definida nos termos do Anexo I deste Códi-
go, cujo peso não exceda a 6.000 kg (seis mil quilogramas), ou cuja lotação
não exceda a 8 (oito) lugares, excluído o do motorista. (Incluído pela Lei
n. 12.452, de 2011)
§ 3º Aplica-se o disposto no inciso V ao condutor da combinação de veícu-
los com mais de uma unidade tracionada, independentemente da capacidade
de tração ou do peso bruto total. (Renumerado pela Lei n. 12.452, de 2011)
Art. 144. O trator de roda, o trator de esteira, o trator misto ou o equi-
pamento automotor destinado à movimentação de cargas ou execução de
trabalho agrícola, de terraplenagem, de construção ou de pavimentação só
podem ser conduzidos na via pública por condutor habilitado nas categorias
C, D ou E.
Parágrafo único. O trator de roda e os equipamentos automotores desti-
nados a executar trabalhos agrícolas poderão ser conduzidos em via públi-
ca também por condutor habilitado na categoria B. (Redação dada pela Lei
n. 13.097, de 2015)
Art. 145. Para habilitar-se nas categorias D e E ou para conduzir veículo
de transporte coletivo de passageiros, de escolares, de emergência ou de
produto perigoso, o candidato deverá preencher os seguintes requisitos:
I – ser maior de vinte e um anos;
II – estar habilitado:
a) no mínimo há dois anos na categoria B, ou no mínimo há um ano na
categoria C, quando pretender habilitar-se na categoria D; e

2025
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b) no mínimo há um ano na categoria C, quando pretender habilitar-se na


categoria E;
III – não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima ou ser rein-
cidente em infrações médias durante os últimos doze meses;
IV – ser aprovado em curso especializado e em curso de treinamento de
prática veicular em situação de risco, nos termos da normatização do CON-
TRAN.
Parágrafo único. A participação em curso especializado previsto no inci-
so IV independe da observância do disposto no inciso III. (Incluído pela Lei
n. 12.619, de 2012) (Vigência)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.154, de 2015)
Art. 145-A. Além do disposto no art. 145, para conduzir ambulâncias,
o candidato deverá comprovar treinamento especializado e reciclagem em
cursos específicos a cada 5 (cinco) anos, nos termos da normatização do Con-
tran. (Incluído pela Lei n. 12.998, de 2014)
Art. 146. Para conduzir veículos de outra categoria o condutor deverá
realizar exames complementares exigidos para habilitação na categoria pre-
tendida.
Art. 147. O candidato à habilitação deverá submeter-se a exames reali-
zados pelo órgão executivo de trânsito, na seguinte ordem:
I – de aptidão física e mental;
II – (VETADO)
III – escrito, sobre legislação de trânsito;
IV – de noções de primeiros socorros, conforme regulamentação do CON-
TRAN;
V – de direção veicular, realizado na via pública, em veículo da categoria
para a qual estiver habilitando-se.
§ 1º Os resultados dos exames e a identificação dos respectivos examina-
dores serão registrados no RENACH. (Renumerado do parágrafo único, pela
Lei n. 9.602, de 1998)

2026
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º O exame de aptidão física e mental será preliminar e renovável a


cada cinco anos, ou a cada três anos para condutores com mais de sessenta
e cinco anos de idade, no local de residência ou domicílio do examinado. (In-
cluído pela Lei n. 9.602, de 1998)
§ 3º O exame previsto no § 2º incluirá avaliação psicológica preliminar e
complementar sempre que a ele se submeter o condutor que exerce atividade
remunerada ao veículo, incluindo-se esta avaliação para os demais candida-
tos apenas no exame referente à primeira habilitação. (Redação dada pela Lei
n. 10.350, de 2001)
§ 4º Quando houver indícios de deficiência física, mental, ou de progres-
sividade de doença que possa diminuir a capacidade para conduzir o veículo,
o prazo previsto no § 2º poderá ser diminuído por proposta do perito exami-
nador. (Incluído pela Lei n. 9.602, de 1998)
§ 5º O condutor que exerce atividade remunerada ao veículo terá essa
informação incluída na sua Carteira Nacional de Habilitação, conforme es-
pecificações do Conselho Nacional de Trânsito – Contran. (Incluído pela Lei
n. 10.350, de 2001)
Art. 147-A. Ao candidato com deficiência auditiva é assegurada acessi-
bilidade de comunicação, mediante emprego de tecnologias assistivas ou de
ajudas técnicas em todas as etapas do processo de habilitação. (Incluído pela
Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 1º O material didático audiovisual utilizado em aulas teóricas dos cursos
que precedem os exames previstos no art. 147 desta Lei deve ser acessível,
por meio de subtitulação com legenda oculta associada à tradução simultânea
em Libras. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 2º É assegurado também ao candidato com deficiência auditiva reque-
rer, no ato de sua inscrição, os serviços de intérprete da Libras, para acompa-
nhamento em aulas práticas e teóricas. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015)
(Vigência)

2027
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 148. Os exames de habilitação, exceto os de direção veicular, pode-


rão ser aplicados por entidades públicas ou privadas credenciadas pelo órgão
executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, de acordo com as
normas estabelecidas pelo CONTRAN.
§ 1º A formação de condutores deverá incluir, obrigatoriamente, curso de
direção defensiva e de conceitos básicos de proteção ao meio ambiente rela-
cionados com o trânsito.
§ 2º Ao candidato aprovado será conferida Permissão para Dirigir, com
validade de um ano.
§ 3º A Carteira Nacional de Habilitação será conferida ao condutor no tér-
mino de um ano, desde que o mesmo não tenha cometido nenhuma infração
de natureza grave ou gravíssima ou seja reincidente em infração média.
§ 4º A não obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, tendo em vista
a incapacidade de atendimento do disposto no parágrafo anterior, obriga o
candidato a reiniciar todo o processo de habilitação.
§ 5º O Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN poderá dispensar os
tripulantes de aeronaves que apresentarem o cartão de saúde expedido pe-
las Forças Armadas ou pelo Departamento de Aeronáutica Civil, respectiva-
mente, da prestação do exame de aptidão física e mental. (Incluído pela Lei
n. 9.602, de 1998)
Art. 148-A. Os condutores das categorias C, D e E deverão submeter-se
a exames toxicológicos para a habilitação e renovação da Carteira Nacional de
Habilitação. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 1º O exame de que trata este artigo buscará aferir o consumo de subs-
tâncias psicoativas que, comprovadamente, comprometam a capacidade de
direção e deverá ter janela de detecção mínima de 90 (noventa) dias, nos
termos das normas do Contran. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vi-
gência)
§ 2º Os condutores das categorias C, D e E com Carteira Nacional de Ha-
bilitação com validade de 5 (cinco) anos deverão fazer o exame previsto no

2028
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º no prazo de 2 (dois) anos e 6 (seis) meses a contar da realização do


disposto no caput. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 3º Os condutores das categorias C, D e E com Carteira Nacional de Ha-
bilitação com validade de 3 (três) anos deverão fazer o exame previsto no
§ 1º no prazo de 1 (um) ano e 6 (seis) meses a contar da realização do dis-
posto no caput. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 4º É garantido o direito de contraprova e de recurso administrativo no
caso de resultado positivo para o exame de que trata o caput, nos termos das
normas do Contran. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 5º A reprovação no exame previsto neste artigo terá como consequência
a suspensão do direito de dirigir pelo período de 3 (três) meses, condicionado
o levantamento da suspensão ao resultado negativo em novo exame, e veda-
da a aplicação de outras penalidades, ainda que acessórias. (Incluído pela Lei
n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 6º O resultado do exame somente será divulgado para o interessado
e não poderá ser utilizado para fins estranhos ao disposto neste artigo ou
no § 6º do art. 168 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo
Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943. (Incluído pela Lei n. 13.103, de
2015) (Vigência)
§ 7º O exame será realizado, em regime de livre concorrência, pelos labo-
ratórios credenciados pelo Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN,
nos termos das normas do Contran, vedado aos entes públicos: (Incluído pela
Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
I – fixar preços para os exames; (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015)
(Vigência)
II – limitar o número de empresas ou o número de locais em que a ativi-
dade pode ser exercida; e (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
III – estabelecer regras de exclusividade territorial. (Incluído pela Lei
n. 13.103, de 2015) (Vigência)
Art. 149. (VETADO)

2029
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 150. Ao renovar os exames previstos no artigo anterior, o condutor


que não tenha curso de direção defensiva e primeiros socorros deverá a eles
ser submetido, conforme normatização do CONTRAN.
Parágrafo único. A empresa que utiliza condutores contratados para ope-
rar a sua frota de veículos é obrigada a fornecer curso de direção defensiva,
primeiros socorros e outros conforme normatização do CONTRAN.
Art. 151. No caso de reprovação no exame escrito sobre legislação de
trânsito ou de direção veicular, o candidato só poderá repetir o exame depois
de decorridos quinze dias da divulgação do resultado.
Art. 152. O exame de direção veicular será realizado perante comissão
integrada por 3 (três) membros designados pelo dirigente do órgão executivo
local de trânsito. (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 1º Na comissão de exame de direção veicular, pelo menos um membro
deverá ser habilitado na categoria igual ou superior à pretendida pelo candi-
dato.
§ 2º Os militares das Forças Armadas e os policiais e bombeiros dos ór-
gãos de segurança pública da União, dos Estados e do Distrito Federal que
possuírem curso de formação de condutor ministrado em suas corporações
serão dispensados, para a concessão do documento de habilitação, dos exa-
mes aos quais se houverem submetido com aprovação naquele curso, desde
que neles sejam observadas as normas estabelecidas pelo Contran. (Redação
dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 3º O militar, o policial ou o bombeiro militar interessado na dispensa de
que trata o § 2º instruirá seu requerimento com ofício do comandante, chefe
ou diretor da unidade administrativa onde prestar serviço, do qual constarão
o número do registro de identificação, naturalidade, nome, filiação, idade e
categoria em que se habilitou a conduzir, acompanhado de cópia das atas dos
exames prestados. (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 4º (VETADO)

2030
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 153. O candidato habilitado terá em seu prontuário a identificação de


seus instrutores e examinadores, que serão passíveis de punição conforme
regulamentação a ser estabelecida pelo CONTRAN.
Parágrafo único. As penalidades aplicadas aos instrutores e examinadores
serão de advertência, suspensão e cancelamento da autorização para o exer-
cício da atividade, conforme a falta cometida.
Art. 154. Os veículos destinados à formação de condutores serão iden-
tificados por uma faixa amarela, de vinte centímetros de largura, pintada ao
longo da carroçaria, à meia altura, com a inscrição AUTOESCOLA na cor preta.
Parágrafo único. No veículo eventualmente utilizado para aprendizagem,
quando autorizado para servir a esse fim, deverá ser afixada ao longo de sua
carroçaria, à meia altura, faixa branca removível, de vinte centímetros de
largura, com a inscrição AUTOESCOLA na cor preta.
Art. 155. A formação de condutor de veículo automotor e elétrico será re-
alizada por instrutor autorizado pelo órgão executivo de trânsito dos Estados
ou do Distrito Federal, pertencente ou não à entidade credenciada.
Parágrafo único. Ao aprendiz será expedida autorização para aprendiza-
gem, de acordo com a regulamentação do CONTRAN, após aprovação nos
exames de aptidão física, mental, de primeiros socorros e sobre legislação de
trânsito. (Incluído pela Lei n. 9.602, de 1998)
Art. 156. O CONTRAN regulamentará o credenciamento para prestação
de serviço pelas autoescolas e outras entidades destinadas à formação de
condutores e às exigências necessárias para o exercício das atividades de
instrutor e examinador.
Art. 157. (VETADO)
Art. 158. A aprendizagem só poderá realizar-se: (Vide Lei n. 12.217, de
2010) Vigência
I – nos termos, horários e locais estabelecidos pelo órgão executivo de
trânsito;
II – acompanhado o aprendiz por instrutor autorizado.

2031
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º Além do aprendiz e do instrutor, o veículo utilizado na aprendizagem


poderá conduzir apenas mais um acompanhante. (Renumerado do parágrafo
único pela Lei n. 12.217, de 2010).
§ 2º Parte da aprendizagem será obrigatoriamente realizada durante a
noite, cabendo ao CONTRAN fixar-lhe a carga horária mínima corresponden-
te. (Incluído pela Lei n. 12.217, de 2010).
Art. 159. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida em modelo único
e de acordo com as especificações do CONTRAN, atendidos os pré-requisitos
estabelecidos neste Código, conterá fotografia, identificação e CPF do condu-
tor, terá fé pública e equivalerá a documento de identidade em todo o terri-
tório nacional.
§ 1º É obrigatório o porte da Permissão para Dirigir ou da Carteira Nacio-
nal de Habilitação quando o condutor estiver à direção do veículo.
§ 2º (VETADO)
§ 3º A emissão de nova via da Carteira Nacional de Habilitação será regu-
lamentada pelo CONTRAN.
§ 4º (VETADO)
§ 5º A Carteira Nacional de Habilitação e a Permissão para Dirigir somente
terão validade para a condução de veículo quando apresentada em original.
§ 6º A identificação da Carteira Nacional de Habilitação expedida e a da
autoridade expedidora serão registradas no RENACH.
§ 7º A cada condutor corresponderá um único registro no RENACH, agre-
gando-se neste todas as informações.
§ 8º A renovação da validade da Carteira Nacional de Habilitação ou a
emissão de uma nova via somente será realizada após quitação de débitos
constantes do prontuário do condutor.
§ 9º (VETADO)
§ 10. A validade da Carteira Nacional de Habilitação está condicionada
ao prazo de vigência do exame de aptidão física e mental. (Incluído pela Lei
n. 9.602, de 1998)

2032
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 11. A Carteira Nacional de Habilitação, expedida na vigência do Código


anterior, será substituída por ocasião do vencimento do prazo para revalida-
ção do exame de aptidão física e mental, ressalvados os casos especiais pre-
vistos nesta Lei. (Incluído pela Lei n. 9.602, de 1998)
Art. 160. O condutor condenado por delito de trânsito deverá ser subme-
tido a novos exames para que possa voltar a dirigir, de acordo com as nor-
mas estabelecidas pelo CONTRAN, independentemente do reconhecimento da
prescrição, em face da pena concretizada na sentença.
§ 1º Em caso de acidente grave, o condutor nele envolvido poderá ser
submetido aos exames exigidos neste artigo, a juízo da autoridade executiva
estadual de trânsito, assegurada ampla defesa ao condutor.
§ 2º No caso do parágrafo anterior, a autoridade executiva estadual de
trânsito poderá apreender o documento de habilitação do condutor até a sua
aprovação nos exames realizados.

CAPÍTULO XV
DAS INFRAÇÕES

Art. 161. Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer pre-


ceito deste Código, da legislação complementar ou das resoluções do CON-
TRAN, sendo o infrator sujeito às penalidades e medidas administrativas indi-
cadas em cada artigo, além das punições previstas no Capítulo XIX.
Parágrafo único. As infrações cometidas em relação às resoluções do CON-
TRAN terão suas penalidades e medidas administrativas definidas nas pró-
prias resoluções.
Art. 162. Dirigir veículo:
I – sem possuir Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir ou
Autorização para Conduzir Ciclomotor: (Redação dada pela Lei n. 13.281, de
2016) (Vigência)

2033
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vi-


gência)
Penalidade - multa (três vezes); (Redação dada pela Lei n. 13.281, de
2016) (Vigência)
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condu-
tor habilitado; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
II – com Carteira Nacional de Habilitação, Permissão para Dirigir ou Au-
torização para Conduzir Ciclomotor cassada ou com suspensão do direito de
dirigir: (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vi-
gência)
Penalidade - multa (três vezes); (Redação dada pela Lei n. 13.281, de
2016) (Vigência)
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e re-
tenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado; (Incluído pela
Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
III – com Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Dirigir de
categoria diferente da do veículo que esteja conduzindo: (Redação dada pela
Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vi-
gência)
Penalidade - multa (duas vezes); (Redação dada pela Lei n. 13.281, de
2016) (Vigência)
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação de condu-
tor habilitado; (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
IV – (VETADO)
V – com validade da Carteira Nacional de Habilitação vencida há mais de
trinta dias:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;

2034
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Medida administrativa - recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação


e retenção do veículo até a apresentação de condutor habilitado;
VI – sem usar lentes corretoras de visão, aparelho auxiliar de audição, de
prótese física ou as adaptações do veículo impostas por ocasião da concessão
ou da renovação da licença para conduzir:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo até o saneamento da irregu-
laridade ou apresentação de condutor habilitado.
Art. 163. Entregar a direção do veículo a pessoa nas condições previstas
no artigo anterior:
Infração - as mesmas previstas no artigo anterior;
Penalidade - as mesmas previstas no artigo anterior;
Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do artigo anterior.
Art. 164. Permitir que pessoa nas condições referidas nos incisos do
art. 162 tome posse do veículo automotor e passe a conduzi-lo na via:
Infração - as mesmas previstas nos incisos do art. 162;
Penalidade - as mesmas previstas no art. 162;
Medida administrativa - a mesma prevista no inciso III do art. 162.
Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substân-
cia psicoativa que determine dependência: (Redação dada pela Lei n. 11.705,
de 2008)
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei n. 11.705, de 2008) 
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12
(doze) meses. (Redação dada pela Lei n. 12.760, de 2012)
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e re-
tenção do veículo, observado o disposto no § 4º do art. 270 da Lei no 9.503,
de 23 de setembro de 1997 - do Código de Trânsito Brasileiro. (Redação dada
pela Lei n. 12.760, de 2012)

2035
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso


de reincidência no período de até 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei
n. 12.760, de 2012)
Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia
ou outro procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra
substância psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 277: (Incluído pela Lei
n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12
(doze) meses; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e re-
tenção do veículo, observado o disposto no § 4º do art. 270. (Incluído pela
Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de
reincidência no período de até 12 (doze) meses (Incluído pela Lei n. 13.281,
de 2016) (Vigência)
Art. 166. Confiar ou entregar a direção de veículo a pessoa que, mesmo
habilitada, por seu estado físico ou psíquico, não estiver em condições de di-
rigi-lo com segurança:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 167. Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de segurança,
conforme previsto no art. 65:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo até colocação do cinto pelo
infrator.
Art. 168. Transportar crianças em veículo automotor sem observância
das normas de segurança especiais estabelecidas neste Código:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;

2036
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Medida administrativa - retenção do veículo até que a irregularidade seja


sanada.
Art. 169. Dirigir sem atenção ou sem os cuidados indispensáveis à segu-
rança:
Infração - leve;
Penalidade - multa.
Art. 170. Dirigir ameaçando os pedestres que estejam atravessando a via
pública, ou os demais veículos:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa - retenção do veículo e recolhimento do documento
de habilitação.
Art. 171. Usar o veículo para arremessar, sobre os pedestres ou veículos,
água ou detritos:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 172. Atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substâncias:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 173. Disputar corrida: (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014)
(Vigência)
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir e apreen-
são do veículo; (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e re-
moção do veículo.
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso
de reincidência no período de 12 (doze) meses da infração anterior. (Incluído
pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)

2037
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 174. Promover, na via, competição, eventos organizados, exibição e


demonstração de perícia em manobra de veículo, ou deles participar, como
condutor, sem permissão da autoridade de trânsito com circunscrição sobre a
via: (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir e apreen-
são do veículo; (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e re-
moção do veículo.
§ 1º As penalidades são aplicáveis aos promotores e aos condutores par-
ticipantes. (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
§ 2º Aplica-se em dobro a multa prevista no caput  em caso de reinci-
dência no período de 12 (doze) meses da infração anterior. Incluído pela Lei
n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 175. Utilizar-se de veículo para demonstrar ou exibir manobra peri-
gosa, mediante arrancada brusca, derrapagem ou frenagem com deslizamen-
to ou arrastamento de pneus: (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014)
(Vigência)
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir e apreen-
são do veículo; (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e re-
moção do veículo.
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso
de reincidência no período de 12 (doze) meses da infração anterior. (Incluído
pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 176. Deixar o condutor envolvido em acidente com vítima:
I – de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo fazê-lo;
II – de adotar providências, podendo fazê-lo, no sentido de evitar perigo
para o trânsito no local;

2038
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – de preservar o local, de forma a facilitar os trabalhos da polícia e da


perícia;
IV – de adotar providências para remover o veículo do local, quando de-
terminadas por policial ou agente da autoridade de trânsito;
V – de identificar-se ao policial e de lhe prestar informações necessárias à
confecção do boletim de ocorrência:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação.
Art. 177. Deixar o condutor de prestar socorro à vítima de acidente de
trânsito quando solicitado pela autoridade e seus agentes:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 178. Deixar o condutor, envolvido em acidente sem vítima, de adotar
providências para remover o veículo do local, quando necessária tal medida
para assegurar a segurança e a fluidez do trânsito:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 179. Fazer ou deixar que se faça reparo em veículo na via pública,
salvo nos casos de impedimento absoluto de sua remoção e em que o veículo
esteja devidamente sinalizado:
I – em pista de rolamento de rodovias e vias de trânsito rápido:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
II – nas demais vias:
Infração - leve;
Penalidade - multa.
Art. 180. Ter seu veículo imobilizado na via por falta de combustível:
Infração - média;

2039
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo.
Art. 181. Estacionar o veículo:
I – nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinhamento da
via transversal:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
II – afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinquenta centímetros a um
metro:
Infração - leve;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
III – afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um metro:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
IV – em desacordo com as posições estabelecidas neste Código:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
V – na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias de trânsito
rápido e das vias dotadas de acostamento:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
VI – junto ou sobre hidrantes de incêndio, registro de água ou tampas de
poços de visita de galerias subterrâneas, desde que devidamente identifica-
dos, conforme especificação do CONTRAN:
Infração - média;

2040
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
VII – nos acostamentos, salvo motivo de força maior:
Infração - leve;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
VIII – no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, sobre ciclovia ou
ciclofaixa, bem como nas ilhas, refúgios, ao lado ou sobre canteiros centrais,
divisores de pista de rolamento, marcas de canalização, gramados ou jardim
público:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
IX – onde houver guia de calçada (meio-fio) rebaixada destinada à entra-
da ou saída de veículos:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
X – impedindo a movimentação de outro veículo:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
XI – ao lado de outro veículo em fila dupla:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
XII – na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação de veículos
e pedestres:
Infração - grave;
Penalidade - multa;

2041
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Medida administrativa - remoção do veículo;


XIII – onde houver sinalização horizontal delimitadora de ponto de em-
barque ou desembarque de passageiros de transporte coletivo ou, na inexis-
tência desta sinalização, no intervalo compreendido entre dez metros antes e
depois do marco do ponto:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
XIV – nos viadutos, pontes e túneis:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
XV – na contramão de direção:
Infração - média;
Penalidade - multa;
XVI – em aclive ou declive, não estando devidamente freado e sem calço
de segurança, quando se tratar de veículo com peso bruto total superior a
três mil e quinhentos quilogramas:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
XVII – em desacordo com as condições regulamentadas especificamente
pela sinalização (placa - Estacionamento Regulamentado):
Infração - grave; (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) (Vigência)
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo;
XVIII  – em locais e horários proibidos especificamente pela sinalização
(placa - Proibido Estacionar):
Infração - média;
Penalidade - multa;

2042
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Medida administrativa - remoção do veículo;


XIX – em locais e horários de estacionamento e parada proibidos pela si-
nalização (placa - Proibido Parar e Estacionar):
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção do veículo.
XX  – nas vagas reservadas às pessoas com deficiência ou idosos, sem
credencial que comprove tal condição: (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)
(Vigência)
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Penalidade - multa; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Medida administrativa - remoção do veículo. (Incluído pela Lei n. 13.281,
de 2016) (Vigência)
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, a autoridade de trânsito aplicará a
penalidade preferencialmente após a remoção do veículo.
§ 2º No caso previsto no inciso XVI é proibido abandonar o calço de segu-
rança na via.
Art. 182. Parar o veículo:
I – nas esquinas e a menos de cinco metros do bordo do alinhamento da
via transversal:
Infração - média;
Penalidade - multa;
II – afastado da guia da calçada (meio-fio) de cinquenta centímetros a um
metro:
Infração - leve;
Penalidade - multa;
III – afastado da guia da calçada (meio-fio) a mais de um metro:
Infração - média;
Penalidade - multa;
IV – em desacordo com as posições estabelecidas neste Código:

2043
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Infração - leve;
Penalidade - multa;
V – na pista de rolamento das estradas, das rodovias, das vias de trânsito
rápido e das demais vias dotadas de acostamento:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
VI – no passeio ou sobre faixa destinada a pedestres, nas ilhas, refúgios,
canteiros centrais e divisores de pista de rolamento e marcas de canalização:
Infração - leve;
Penalidade - multa;
VII – na área de cruzamento de vias, prejudicando a circulação de veículos
e pedestres:
Infração - média;
Penalidade - multa;
VIII – nos viadutos, pontes e túneis:
Infração - média;
Penalidade - multa;
IX – na contramão de direção:
Infração - média;
Penalidade - multa;
X – em local e horário proibidos especificamente pela sinalização (placa -
Proibido Parar):
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 183. Parar o veículo sobre a faixa de pedestres na mudança de sinal
luminoso:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 184. Transitar com o veículo:

2044
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – na faixa ou pista da direita, regulamentada como de circulação exclu-


siva para determinado tipo de veículo, exceto para acesso a imóveis lindeiros
ou conversões à direita:
Infração - leve;
Penalidade - multa;
II – na faixa ou pista da esquerda regulamentada como de circulação ex-
clusiva para determinado tipo de veículo:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
III – na faixa ou via de trânsito exclusivo, regulamentada com circulação
destinada aos veículos de transporte público coletivo de passageiros, salvo
casos de força maior e com autorização do poder público competente: (Inclu-
ído pela Lei n. 13.154, de 2015)
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei n. 13.154, de 2015)
Penalidade - multa e apreensão do veículo; (Incluído pela Lei n. 13.154,
de 2015)
Medida Administrativa - remoção do veículo. (Incluído pela Lei n. 13.154,
de 2015)
Art. 185. Quando o veículo estiver em movimento, deixar de conservá-lo:
I – na faixa a ele destinada pela sinalização de regulamentação, exceto em
situações de emergência;
II – nas faixas da direita, os veículos lentos e de maior porte:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 186. Transitar pela contramão de direção em:
I – vias com duplo sentido de circulação, exceto para ultrapassar outro
veículo e apenas pelo tempo necessário, respeitada a preferência do veículo
que transitar em sentido contrário:
Infração - grave;
Penalidade - multa;

2045
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

II – vias com sinalização de regulamentação de sentido único de circulação:


Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 187. Transitar em locais e horários não permitidos pela regulamenta-
ção estabelecida pela autoridade competente: 
I – para todos os tipos de veículos:
Infração - média;
Penalidade - multa;
II – (Revogado pela Lei n. 9.602, de 1998)
Art. 188. Transitar ao lado de outro veículo, interrompendo ou perturban-
do o trânsito:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 189. Deixar de dar passagem aos veículos precedidos de batedores,
de socorro de incêndio e salvamento, de polícia, de operação e fiscalização
de trânsito e às ambulâncias, quando em serviço de urgência e devidamente
identificados por dispositivos regulamentados de alarme sonoro e iluminação
vermelha intermitentes:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 190. Seguir veículo em serviço de urgência, estando este com priori-
dade de passagem devidamente identificada por dispositivos regulamentares
de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitentes:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 191. Forçar passagem entre veículos que, transitando em sentidos
opostos, estejam na iminência de passar um pelo outro ao realizar operação
de ultrapassagem:
Infração - gravíssima;

2046
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir. (Redação


dada pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de
reincidência no período de até 12 (doze) meses da infração anterior. (Incluído
pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 192. Deixar de guardar distância de segurança lateral e frontal entre
o seu veículo e os demais, bem como em relação ao bordo da pista, consi-
derando-se, no momento, a velocidade, as condições climáticas do local da
circulação e do veículo:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 193. Transitar com o veículo em calçadas, passeios, passarelas, ciclo-
vias, ciclofaixas, ilhas, refúgios, ajardinamentos, canteiros centrais e diviso-
res de pista de rolamento, acostamentos, marcas de canalização, gramados
e jardins públicos:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (três vezes).
Art. 194. Transitar em marcha à ré, salvo na distância necessária a pe-
quenas manobras e de forma a não causar riscos à segurança:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 195. Desobedecer às ordens emanadas da autoridade competente de
trânsito ou de seus agentes:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 196. Deixar de indicar com antecedência, mediante gesto regula-
mentar de braço ou luz indicadora de direção do veículo, o início da marcha,
a realização da manobra de parar o veículo, a mudança de direção ou de faixa
de circulação:
Infração - grave;
Penalidade - multa.

2047
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 197. Deixar de deslocar, com antecedência, o veículo para a faixa


mais à esquerda ou mais à direita, dentro da respectiva mão de direção,
quando for manobrar para um desses lados:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 198. Deixar de dar passagem pela esquerda, quando solicitado:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 199. Ultrapassar pela direita, salvo quando o veículo da frente estiver
colocado na faixa apropriada e der sinal de que vai entrar à esquerda:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 200. Ultrapassar pela direita veículo de transporte coletivo ou de es-
colares, parado para embarque ou desembarque de passageiros, salvo quan-
do houver refúgio de segurança para o pedestre:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um metro e cinquenta
centímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 202. Ultrapassar outro veículo:
I – pelo acostamento;
II – em interseções e passagens de nível;
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vi-
gência)
Penalidade - multa (cinco vezes). (Redação dada pela Lei n. 12.971, de
2014) (Vigência)
Art. 203. Ultrapassar pela contramão outro veículo:
I – nas curvas, aclives e declives, sem visibilidade suficiente;
II – nas faixas de pedestre;

2048
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – nas pontes, viadutos ou túneis;


IV – parado em fila junto a sinais luminosos, porteiras, cancelas, cruza-
mentos ou qualquer outro impedimento à livre circulação;
V – onde houver marcação viária longitudinal de divisão de fluxos opostos
do tipo linha dupla contínua ou simples contínua amarela:
Infração - gravíssima; (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vi-
gência)
Penalidade - multa (cinco vezes). (Redação dada pela Lei n. 12.971, de
2014) (Vigência)
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de
reincidência no período de até 12 (doze) meses da infração anterior. (Incluído
pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 204. Deixar de parar o veículo no acostamento à direita, para aguar-
dar a oportunidade de cruzar a pista ou entrar à esquerda, onde não houver
local apropriado para operação de retorno:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 205. Ultrapassar veículo em movimento que integre cortejo, préstito,
desfile e formações militares, salvo com autorização da autoridade de trânsito
ou de seus agentes:
Infração - leve;
Penalidade - multa.
Art. 206. Executar operação de retorno:
I – em locais proibidos pela sinalização;
II – nas curvas, aclives, declives, pontes, viadutos e túneis;
III – passando por cima de calçada, passeio, ilhas, ajardinamento ou can-
teiros de divisões de pista de rolamento, refúgios e faixas de pedestres e nas
de veículos não motorizados;
IV – nas interseções, entrando na contramão de direção da via transversal;
V – com prejuízo da livre circulação ou da segurança, ainda que em locais
permitidos:

2049
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 207. Executar operação de conversão à direita ou à esquerda em lo-
cais proibidos pela sinalização:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 208. Avançar o sinal vermelho do semáforo ou o de parada obriga-
tória:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 209. Transpor, sem autorização, bloqueio viário com ou sem sina-
lização ou dispositivos auxiliares, deixar de adentrar às áreas destinadas à
pesagem de veículos ou evadir-se para não efetuar o pagamento do pedágio:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 210. Transpor, sem autorização, bloqueio viário policial:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa, apreensão do veículo e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa - remoção do veículo e recolhimento do documento
de habilitação.
Art. 211. Ultrapassar veículos em fila, parados em razão de sinal lumino-
so, cancela, bloqueio viário parcial ou qualquer outro obstáculo, com exceção
dos veículos não motorizados:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 212. Deixar de parar o veículo antes de transpor linha férrea:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 213. Deixar de parar o veículo sempre que a respectiva marcha for
interceptada:

2050
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I  – por agrupamento de pessoas, como préstitos, passeatas, desfiles e


outros:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
II – por agrupamento de veículos, como cortejos, formações militares e
outros:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 214. Deixar de dar preferência de passagem a pedestre e a veículo
não motorizado:
I – que se encontre na faixa a ele destinada;
II – que não haja concluído a travessia mesmo que ocorra sinal verde para
o veículo;
III – portadores de deficiência física, crianças, idosos e gestantes:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
IV – quando houver iniciado a travessia mesmo que não haja sinalização
a ele destinada;
V – que esteja atravessando a via transversal para onde se dirige o veí-
culo:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 215. Deixar de dar preferência de passagem:
I – em interseção não sinalizada:
a) a veículo que estiver circulando por rodovia ou rotatória;
b) a veículo que vier da direita;
II – nas interseções com sinalização de regulamentação de Dê a Preferência:
Infração - grave;
Penalidade - multa.

2051
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 216. Entrar ou sair de áreas lindeiras sem estar adequadamente


posicionado para ingresso na via e sem as precauções com a segurança de
pedestres e de outros veículos:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 217. Entrar ou sair de fila de veículos estacionados sem dar preferên-
cia de passagem a pedestres e a outros veículos:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 218. Transitar em velocidade superior à máxima permitida para o lo-
cal, medida por instrumento ou equipamento hábil, em rodovias, vias de trân-
sito rápido, vias arteriais e demais vias: (Redação dada pela Lei n. 11.334,
de 2006)
I – quando a velocidade for superior à máxima em até 20% (vinte por
cento): (Redação dada pela Lei n. 11.334, de 2006)
Infração - média; (Redação dada pela Lei n. 11.334, de 2006)
Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei n. 11.334, de 2006)
II – quando a velocidade for superior à máxima em mais de 20% (vinte
por cento) até 50% (cinquenta por cento): (Redação dada pela Lei n. 11.334,
de 2006)
Infração - grave; (Redação dada pela Lei n. 11.334, de 2006)
Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei n. 11.334, de 2006)
III – quando a velocidade for superior à máxima em mais de 50% (cin-
quenta por cento): (Incluído pela Lei n. 11.334, de 2006)
Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei n. 11.334, de 2006)
Penalidade - multa [3 (três) vezes], suspensão imediata do direito de di-
rigir e apreensão do documento de habilitação. (Incluído pela Lei n. 11.334,
de 2006)
Art. 219. Transitar com o veículo em velocidade inferior à metade da ve-
locidade máxima estabelecida para a via, retardando ou obstruindo o trânsi-

2052
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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to, a menos que as condições de tráfego e meteorológicas não o permitam,


salvo se estiver na faixa da direita:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma compatível
com a segurança do trânsito:
I – quando se aproximar de passeatas, aglomerações, cortejos, préstitos
e desfiles:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;
II – nos locais onde o trânsito esteja sendo controlado pelo agente da au-
toridade de trânsito, mediante sinais sonoros ou gestos;
III – ao aproximar-se da guia da calçada (meio-fio) ou acostamento;
IV – ao aproximar-se de ou passar por interseção não sinalizada;
V – nas vias rurais cuja faixa de domínio não esteja cercada;
VI – nos trechos em curva de pequeno raio;
VII – ao aproximar-se de locais sinalizados com advertência de obras ou
trabalhadores na pista;
VIII – sob chuva, neblina, cerração ou ventos fortes;
IX – quando houver má visibilidade;
X – quando o pavimento se apresentar escorregadio, defeituoso ou ava-
riado;
XI – à aproximação de animais na pista;
XII – em declive;
XIII – ao ultrapassar ciclista:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
XIV – nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e de-
sembarque de passageiros ou onde haja intensa movimentação de pedestres:
Infração - gravíssima;

2053
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Penalidade - multa.
Art. 221. Portar no veículo placas de identificação em desacordo com as
especificações e modelos estabelecidos pelo CONTRAN:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização e apreen-
são das placas irregulares.
Parágrafo único. Incide na mesma penalidade aquele que confecciona,
distribui ou coloca, em veículo próprio ou de terceiros, placas de identificação
não autorizadas pela regulamentação.
Art. 222. Deixar de manter ligado, nas situações de atendimento de
emergência, o sistema de iluminação vermelha intermitente dos veículos de
polícia, de socorro de incêndio e salvamento, de fiscalização de trânsito e das
ambulâncias, ainda que parados:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 223. Transitar com o farol desregulado ou com o facho de luz alta de
forma a perturbar a visão de outro condutor:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.
Art. 224. Fazer uso do facho de luz alta dos faróis em vias providas de
iluminação pública:
Infração - leve;
Penalidade - multa.
Art. 225. Deixar de sinalizar a via, de forma a prevenir os demais condu-
tores e, à noite, não manter acesas as luzes externas ou omitir-se quanto a
providências necessárias para tornar visível o local, quando:
I – tiver de remover o veículo da pista de rolamento ou permanecer no
acostamento;

2054
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II – a carga for derramada sobre a via e não puder ser retirada imediata-
mente:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Art. 226. Deixar de retirar todo e qualquer objeto que tenha sido utilizado
para sinalização temporária da via:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 227. Usar buzina:
I – em situação que não a de simples toque breve como advertência ao
pedestre ou a condutores de outros veículos;
II – prolongada e sucessivamente a qualquer pretexto;
III – entre as vinte e duas e as seis horas;
IV – em locais e horários proibidos pela sinalização;
V – em desacordo com os padrões e frequências estabelecidas pelo CON-
TRAN:
Infração - leve;
Penalidade - multa.
Art. 228. Usar no veículo equipamento com som em volume ou frequên-
cia que não sejam autorizados pelo CONTRAN:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.
Art. 229. Usar indevidamente no veículo aparelho de alarme ou que pro-
duza sons e ruído que perturbem o sossego público, em desacordo com nor-
mas fixadas pelo CONTRAN:
Infração - média;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo.
Art. 230. Conduzir o veículo:

2055
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I – com o lacre, a inscrição do chassi, o selo, a placa ou qualquer outro


elemento de identificação do veículo violado ou falsificado;
II – transportando passageiros em compartimento de carga, salvo por
motivo de força maior, com permissão da autoridade competente e na forma
estabelecida pelo CONTRAN;
III – com dispositivo antirradar;
IV – sem qualquer uma das placas de identificação;
V – que não esteja registrado e devidamente licenciado;
VI – com qualquer uma das placas de identificação sem condições de le-
gibilidade e visibilidade:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo;
VII – com a cor ou característica alterada;
VIII – sem ter sido submetido à inspeção de segurança veicular, quando
obrigatória;
IX – sem equipamento obrigatório ou estando este ineficiente ou inope-
rante;
X – com equipamento obrigatório em desacordo com o estabelecido pelo
CONTRAN;
XI – com descarga livre ou silenciador de motor de explosão defeituoso,
deficiente ou inoperante;
XII – com equipamento ou acessório proibido;
XIII – com o equipamento do sistema de iluminação e de sinalização al-
terados;
XIV – com registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo vicia-
do ou defeituoso, quando houver exigência desse aparelho;
XV – com inscrições, adesivos, legendas e símbolos de caráter publicitário
afixados ou pintados no para-brisa e em toda a extensão da parte traseira do
veículo, excetuadas as hipóteses previstas neste Código;

2056
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XVI – com vidros total ou parcialmente cobertos por películas refletivas ou


não, painéis decorativos ou pinturas;
XVII – com cortinas ou persianas fechadas, não autorizadas pela legisla-
ção;
XVIII – em mau estado de conservação, comprometendo a segurança, ou
reprovado na avaliação de inspeção de segurança e de emissão de poluentes
e ruído, prevista no art. 104;
XIX – sem acionar o limpador de para-brisa sob chuva:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização;
XX – sem portar a autorização para condução de escolares, na forma es-
tabelecida no art. 136:
Infração - grave;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
XXI – de carga, com falta de inscrição da tara e demais inscrições previs-
tas neste Código;
XXII – com defeito no sistema de iluminação, de sinalização ou com lâm-
padas queimadas:
Infração - média;
Penalidade - multa.
XXIII – em desacordo com as condições estabelecidas no art. 67-C, rela-
tivamente ao tempo de permanência do condutor ao volante e aos intervalos
para descanso, quando se tratar de veículo de transporte de carga ou coletivo
de passageiros: (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
Infração - média; (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
Penalidade - multa; (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
Medida administrativa - retenção do veículo para cumprimento do tempo
de descanso aplicável. (Redação dada pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
XXIV – (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.619, de 2012) (Vigência)

2057
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§ 1º Se o condutor cometeu infração igual nos últimos 12 (doze) meses,


será convertida, automaticamente, a penalidade disposta no inciso XXIII em
infração grave. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
§ 2º Em se tratando de condutor estrangeiro, a liberação do veículo fica
condicionada ao pagamento ou ao depósito, judicial ou administrativo, da
multa. (Incluído pela Lei n. 13.103, de 2015) (Vigência)
Art. 231. Transitar com o veículo:
I – danificando a via, suas instalações e equipamentos;
II – derramando, lançando ou arrastando sobre a via:
a) carga que esteja transportando;
b) combustível ou lubrificante que esteja utilizando;
c) qualquer objeto que possa acarretar risco de acidente:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização;
III – produzindo fumaça, gases ou partículas em níveis superiores aos fi-
xados pelo CONTRAN;
IV – com suas dimensões ou de sua carga superiores aos limites estabe-
lecidos legalmente ou pela sinalização, sem autorização:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização;
V – com excesso de peso, admitido percentual de tolerância quando aferi-
do por equipamento, na forma a ser estabelecida pelo CONTRAN:
Infração - média;
Penalidade - multa acrescida a cada duzentos quilogramas ou fração de
excesso de peso apurado, constante na seguinte tabela:
a) até 600 kg (seiscentos quilogramas) - R$ 5,32 (cinco reais e trinta e
dois centavos); (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)

2058
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b) de 601 (seiscentos e um) a 800 kg (oitocentos quilogramas) - R$ 10,64


(dez reais e sessenta e quatro centavos); (Redação dada pela Lei n. 13.281,
de 2016) (Vigência)
c) de 801 (oitocentos e um) a 1.000 kg (mil quilogramas) - R$ 21,28 (vin-
te e um reais e vinte e oito centavos); (Redação dada pela Lei n. 13.281, de
2016) (Vigência)
d) de 1.001 (mil e um) a 3.000 kg (três mil quilogramas) - R$ 31,92 (trin-
ta e um reais e noventa e dois centavos); (Redação dada pela Lei n. 13.281,
de 2016) (Vigência)
e) de 3.001 (três mil e um) a 5.000 kg (cinco mil quilogramas) - R$ 42,56
(quarenta e dois reais e cinquenta e seis centavos); (Redação dada pela Lei
n. 13.281, de 2016) (Vigência)
f) acima de 5.001 kg (cinco mil e um quilogramas) - R$ 53,20 (cinquenta
e três reais e vinte centavos); (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016)
(Vigência)
Medida administrativa - retenção do veículo e transbordo da carga exce-
dente;
VI – em desacordo com a autorização especial, expedida pela autoridade
competente para transitar com dimensões excedentes, ou quando a mesma
estiver vencida:
Infração - grave;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo;
VII – com lotação excedente;
VIII – efetuando transporte remunerado de pessoas ou bens, quando não
for licenciado para esse fim, salvo casos de força maior ou com permissão da
autoridade competente:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo;

2059
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IX – desligado ou desengrenado, em declive:


Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo;
X – excedendo a capacidade máxima de tração:
Infração - de média a gravíssima, a depender da relação entre o excesso
de peso apurado e a capacidade máxima de tração, a ser regulamentada pelo
CONTRAN;
Penalidade - multa;
Medida Administrativa - retenção do veículo e transbordo de carga exce-
dente.
Parágrafo único. Sem prejuízo das multas previstas nos incisos V e X,
o veículo que transitar com excesso de peso ou excedendo à capacidade má-
xima de tração, não computado o percentual tolerado na forma do disposto
na legislação, somente poderá continuar viagem após descarregar o que ex-
ceder, segundo critérios estabelecidos na referida legislação complementar.
Art. 232. Conduzir veículo sem os documentos de porte obrigatório refe-
ridos neste Código:
Infração - leve;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo até a apresentação do docu-
mento.
Art. 233. Deixar de efetuar o registro de veículo no prazo de trinta dias,
junto ao órgão executivo de trânsito, ocorridas as hipóteses previstas no
art. 123:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.
Art. 234. Falsificar ou adulterar documento de habilitação e de identifica-
ção do veículo:

2060
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Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo.
Art. 235. Conduzir pessoas, animais ou carga nas partes externas do ve-
ículo, salvo nos casos devidamente autorizados:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para transbordo.
Art. 236. Rebocar outro veículo com cabo flexível ou corda, salvo em ca-
sos de emergência:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 237. Transitar com o veículo em desacordo com as especificações,
e com falta de inscrição e simbologia necessárias à sua identificação, quando
exigidas pela legislação:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - retenção do veículo para regularização.
Art. 238. Recusar-se a entregar à autoridade de trânsito ou a seus agen-
tes, mediante recibo, os documentos de habilitação, de registro, de licencia-
mento de veículo e outros exigidos por lei, para averiguação de sua autenti-
cidade:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo.
Art. 239. Retirar do local veículo legalmente retido para regularização,
sem permissão da autoridade competente ou de seus agentes:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo.

2061
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 240. Deixar o responsável de promover a baixa do registro de veículo


irrecuperável ou definitivamente desmontado:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - Recolhimento do Certificado de Registro e do Cer-
tificado de Licenciamento Anual.
Art. 241. Deixar de atualizar o cadastro de registro do veículo ou de ha-
bilitação do condutor:
Infração - leve;
Penalidade - multa.
Art. 242. Fazer falsa declaração de domicílio para fins de registro, licen-
ciamento ou habilitação:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Art. 243. Deixar a empresa seguradora de comunicar ao órgão executivo
de trânsito competente a ocorrência de perda total do veículo e de lhe devol-
ver as respectivas placas e documentos:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - Recolhimento das placas e dos documentos.
Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor:
I – sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção
e vestuário de acordo com as normas e especificações aprovadas pelo CON-
TRAN;
II – transportando passageiro sem o capacete de segurança, na forma es-
tabelecida no inciso anterior, ou fora do assento suplementar colocado atrás
do condutor ou em carro lateral;
III – fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma roda;
IV – com os faróis apagados;

2062
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V – transportando criança menor de sete anos ou que não tenha, nas cir-
cunstâncias, condições de cuidar de sua própria segurança:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa - Recolhimento do documento de habilitação;
VI – rebocando outro veículo;
VII – sem segurar o guidom com ambas as mãos, salvo eventualmente
para indicação de manobras;
VIII – transportando carga incompatível com suas especificações ou em
desacordo com o previsto no § 2º do art. 139-A desta Lei; (Incluído pela Lei
n. 12.009, de 2009)
IX – efetuando transporte remunerado de mercadorias em desacordo com
o previsto no art. 139-A desta Lei ou com as normas que regem a atividade
profissional dos mototaxistas: (Incluído pela Lei n. 12.009, de 2009)
Infração – grave; (Incluído pela Lei n. 12.009, de 2009)
Penalidade – multa; (Incluído pela Lei n. 12.009, de 2009)
Medida administrativa – apreensão do veículo para regularização. (Incluí-
do pela Lei n. 12.009, de 2009)
§ 1º Para ciclos aplica-se o disposto nos incisos III, VII e VIII, além de:
a) conduzir passageiro fora da garupa ou do assento especial a ele desti-
nado;
b) transitar em vias de trânsito rápido ou rodovias, salvo onde houver
acostamento ou faixas de rolamento próprias;
c) transportar crianças que não tenham, nas circunstâncias, condições de
cuidar de sua própria segurança.
§ 2º Aplica-se aos ciclomotores o disposto na alínea b do parágrafo ante-
rior:
Infração - média;
Penalidade - multa.

2063
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§ 3º A restrição imposta pelo inciso VI do caput deste artigo não se apli-


ca às motocicletas e motonetas que tracionem semirreboques especialmente
projetados para esse fim e devidamente homologados pelo órgão competen-
te. (Incluído pela Lei n. 10.517, de 2002)
Art. 245. Utilizar a via para depósito de mercadorias, materiais ou equi-
pamentos, sem autorização do órgão ou entidade de trânsito com circunscri-
ção sobre a via:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção da mercadoria ou do material.
Parágrafo único. A penalidade e a medida administrativa incidirão sobre a
pessoa física ou jurídica responsável.
Art. 246. Deixar de sinalizar qualquer obstáculo à livre circulação, à segu-
rança de veículo e pedestres, tanto no leito da via terrestre como na calçada,
ou obstaculizar a via indevidamente:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa, agravada em até cinco vezes, a critério da autoridade
de trânsito, conforme o risco à segurança.
Parágrafo único. A penalidade será aplicada à pessoa física ou jurídica res-
ponsável pela obstrução, devendo a autoridade com circunscrição sobre a via
providenciar a sinalização de emergência, às expensas do responsável, ou, se
possível, promover a desobstrução.
Art. 247. Deixar de conduzir pelo bordo da pista de rolamento, em fila
única, os veículos de tração ou propulsão humana e os de tração animal, sem-
pre que não houver acostamento ou faixa a eles destinados:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 248. Transportar em veículo destinado ao transporte de passageiros
carga excedente em desacordo com o estabelecido no art. 109:
Infração - grave;
Penalidade - multa;

2064
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Medida administrativa - retenção para o transbordo.


Art. 249. Deixar de manter acesas, à noite, as luzes de posição, quando o
veículo estiver parado, para fins de embarque ou desembarque de passagei-
ros e carga ou descarga de mercadorias:
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 250. Quando o veículo estiver em movimento:
I – deixar de manter acesa a luz baixa:
a) durante a noite;
b) de dia, nos túneis providos de iluminação pública e nas rodovias; (Re-
dação dada pela Lei n. 13.290, de 2016) (Vigência)
c) de dia e de noite, tratando-se de veículo de transporte coletivo de pas-
sageiros, circulando em faixas ou pistas a eles destinadas;
d) de dia e de noite, tratando-se de ciclomotores;
II – deixar de manter acesas pelo menos as luzes de posição sob chuva
forte, neblina ou cerração;
III – deixar de manter a placa traseira iluminada, à noite;
Infração - média;
Penalidade - multa.
Art. 251. Utilizar as luzes do veículo:
I – o pisca-alerta, exceto em imobilizações ou situações de emergência;
II – baixa e alta de forma intermitente, exceto nas seguintes situações:
a) a curtos intervalos, quando for conveniente advertir a outro condutor
que se tem o propósito de ultrapassá-lo;
b) em imobilizações ou situação de emergência, como advertência, utili-
zando pisca-alerta;
c) quando a sinalização de regulamentação da via determinar o uso do
pisca-alerta:
Infração - média;
Penalidade - multa.

2065
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Art. 252. Dirigir o veículo:


I – com o braço do lado de fora;
II – transportando pessoas, animais ou volume à sua esquerda ou entre
os braços e pernas;
III – com incapacidade física ou mental temporária que comprometa a
segurança do trânsito;
IV – usando calçado que não se firme nos pés ou que comprometa a uti-
lização dos pedais;
V – com apenas uma das mãos, exceto quando deva fazer sinais regula-
mentares de braço, mudar a marcha do veículo, ou acionar equipamentos e
acessórios do veículo;
VI – utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a aparelhagem sonora
ou de telefone celular;
Infração - média;
Penalidade - multa.
VII – realizando a cobrança de tarifa com o veículo em movimento: (Inclu-
ído pela Lei n. 13.154, de 2015)
Infração - média; (Incluído pela Lei n. 13.154, de 2015)
Penalidade - multa. (Incluído pela Lei n. 13.154, de 2015)
Parágrafo único. A hipótese prevista no inciso V caracterizar-se-á como
infração gravíssima no caso de o condutor estar segurando ou manuseando
telefone celular. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 253. Bloquear a via com veículo:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa e apreensão do veículo;
Medida administrativa - remoção do veículo.
Art. 253-A. Usar qualquer veículo para, deliberadamente, interromper,
restringir ou perturbar a circulação na via sem autorização do órgão ou en-
tidade de trânsito com circunscrição sobre ela: (Incluído pela Lei n. 13. 281,
de 2016)

2066
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Infração - gravíssima; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)


Penalidade - multa (vinte vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12
(doze) meses; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)
Medida administrativa - remoção do veículo. (Incluído pela Lei n. 13.281,
de 2016)
§ 1º Aplica-se a multa agravada em 60 (sessenta) vezes aos organizado-
res da conduta prevista no caput. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)
§ 2º Aplica-se em dobro a multa em caso de reincidência no período de 12
(doze) meses. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)
§ 3º As penalidades são aplicáveis a pessoas físicas ou jurídicas que incor-
ram na infração, devendo a autoridade com circunscrição sobre a via restabe-
lecer de imediato, se possível, as condições de normalidade para a circulação
na via. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)
Art. 254. É proibido ao pedestre:
I – permanecer ou andar nas pistas de rolamento, exceto para cruzá-las
onde for permitido;
II – cruzar pistas de rolamento nos viadutos, pontes, ou túneis, salvo onde
exista permissão;
III – atravessar a via dentro das áreas de cruzamento, salvo quando hou-
ver sinalização para esse fim;
IV – utilizar-se da via em agrupamentos capazes de perturbar o trânsito,
ou para a prática de qualquer folguedo, esporte, desfiles e similares, salvo em
casos especiais e com a devida licença da autoridade competente;
V – andar fora da faixa própria, passarela, passagem aérea ou subterrâ-
nea;
VI – desobedecer à sinalização de trânsito específica;
Infração - leve;
Penalidade - multa, em 50% (cinquenta por cento) do valor da infração de
natureza leve.
VII – (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)

2067
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)


§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)
Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não seja permitida a circu-
lação desta, ou de forma agressiva, em desacordo com o disposto no pará-
grafo único do art. 59:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção da bicicleta, mediante recibo para o pa-
gamento da multa.

CAPÍTULO XVI
DAS PENALIDADES

Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das competências estabele-


cidas neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá aplicar, às infrações
nele previstas, as seguintes penalidades:
I – advertência por escrito;
II – multa;
III – suspensão do direito de dirigir;
IV – (Revogado pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
V – cassação da Carteira Nacional de Habilitação;
VI – cassação da Permissão para Dirigir;
VII – frequência obrigatória em curso de reciclagem.
§ 1º A aplicação das penalidades previstas neste Código não elide as puni-
ções originárias de ilícitos penais decorrentes de crimes de trânsito, conforme
disposições de lei.
§ 2º (VETADO)
§ 3º A imposição da penalidade será comunicada aos órgãos ou entidades
executivos de trânsito responsáveis pelo licenciamento do veículo e habilita-
ção do condutor.

2068
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 257. As penalidades serão impostas ao condutor, ao proprietário do


veículo, ao embarcador e ao transportador, salvo os casos de descumprimen-
to de obrigações e deveres impostos a pessoas físicas ou jurídicas expressa-
mente mencionados neste Código.
§ 1º Aos proprietários e condutores de veículos serão impostas concomi-
tantemente as penalidades de que trata este Código toda vez que houver res-
ponsabilidade solidária em infração dos preceitos que lhes couber observar,
respondendo cada um de per si pela falta em comum que lhes for atribuída.
§ 2º Ao proprietário caberá sempre a responsabilidade pela infração refe-
rente à prévia regularização e preenchimento das formalidades e condições
exigidas para o trânsito do veículo na via terrestre, conservação e inaltera-
bilidade de suas características, componentes, agregados, habilitação legal e
compatível de seus condutores, quando esta for exigida, e outras disposições
que deva observar.
§ 3º Ao condutor caberá a responsabilidade pelas infrações decorrentes de
atos praticados na direção do veículo.
§ 4º O embarcador é responsável pela infração relativa ao transporte de
carga com excesso de peso nos eixos ou no peso bruto total, quando simul-
taneamente for o único remetente da carga e o peso declarado na nota fiscal,
fatura ou manifesto for inferior àquele aferido.
§ 5º O transportador é o responsável pela infração relativa ao transporte
de carga com excesso de peso nos eixos ou quando a carga proveniente de
mais de um embarcador ultrapassar o peso bruto total.
§ 6º O transportador e o embarcador são solidariamente responsáveis
pela infração relativa ao excesso de peso bruto total, se o peso declarado na
nota fiscal, fatura ou manifesto for superior ao limite legal.
§ 7º Não sendo imediata a identificação do infrator, o principal condutor ou
o proprietário do veículo terá quinze dias de prazo, após a notificação da au-
tuação, para apresentá-lo, na forma em que dispuser o Conselho Nacional de
Trânsito (Contran), ao fim do qual, não o fazendo, será considerado respon-

2069
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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sável pela infração o principal condutor ou, em sua ausência, o proprietário


do veículo. (Redação dada pela Lei n. 13.495, 2017) (Vigência)
§  8º Após o prazo previsto no parágrafo anterior, não havendo identifi-
cação do infrator e sendo o veículo de propriedade de pessoa jurídica, será
lavrada nova multa ao proprietário do veículo, mantida a originada pela in-
fração, cujo valor é o da multa multiplicada pelo número de infrações iguais
cometidas no período de doze meses.
§ 9º O fato de o infrator ser pessoa jurídica não o exime do disposto no
§ 3º do art. 258 e no art. 259.
§ 10. O proprietário poderá indicar ao órgão executivo de trânsito o prin-
cipal condutor do veículo, o qual, após aceitar a indicação, terá seu nome
inscrito em campo próprio do cadastro do veículo no Renavam. (Incluído pela
Lei n. 13.495, 2017) (Vigência)
§ 11. O principal condutor será excluído do Renavam: (Incluído pela Lei
n. 13.495, 2017) (Vigência)
I – quando houver transferência de propriedade do veículo; (Incluído pela
Lei n. 13.495, 2017) (Vigência)
II – mediante requerimento próprio ou do proprietário do veículo; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.495, 2017) (Vigência)
III – a partir da indicação de outro principal condutor. (Incluído pela Lei
n. 13.495, 2017) (Vigência)
Art. 258. As infrações punidas com multa classificam-se, de acordo com
sua gravidade, em quatro categorias:
I – infração de natureza gravíssima, punida com multa no valor de R$
293,47 (duzentos e noventa e três reais e quarenta e sete centavos); (Reda-
ção dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
II – infração de natureza grave, punida com multa no valor de R$ 195,23
(cento e noventa e cinco reais e vinte e três centavos); (Redação dada pela
Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)

2070
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – infração de natureza média, punida com multa no valor de R$ 130,16


(cento e trinta reais e dezesseis centavos); (Redação dada pela Lei n. 13.281,
de 2016) (Vigência)
IV – infração de natureza leve, punida com multa no valor de R$ 88,38 (oi-
tenta e oito reais e trinta e oito centavos). (Redação dada pela Lei n. 13.281,
de 2016) (Vigência)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º Quando se tratar de multa agravada, o fator multiplicador ou índice
adicional específico é o previsto neste Código.
§ 3º (VETADO)
§ 4º (VETADO)
Art. 259. A cada infração cometida são computados os seguintes núme-
ros de pontos:
I – gravíssima - sete pontos;
II – grave - cinco pontos;
III – média - quatro pontos;
IV – leve - três pontos.
§ 1º (VETADO)
§ 2º (VETADO)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.619, de 2012) (Vigência)
§ 4º Ao condutor identificado no ato da infração será atribuída pontuação
pelas infrações de sua responsabilidade, nos termos previstos no §  3º do
art. 257, excetuando-se aquelas praticadas por passageiros usuários do ser-
viço de transporte rodoviário de passageiros em viagens de longa distância
transitando em rodovias com a utilização de ônibus, em linhas regulares in-
termunicipal, interestadual, internacional e aquelas em viagem de longa dis-
tância por fretamento e turismo ou de qualquer modalidade, excetuadas as
situações regulamentadas pelo Contran a teor do art. 65 da Lei no 9.503, de
23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro. (Incluído pela Lei
n. 13.103, de 2015) (Vigência)

2071
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Art. 260. As multas serão impostas e arrecadadas pelo órgão ou entidade


de trânsito com circunscrição sobre a via onde haja ocorrido a infração, de
acordo com a competência estabelecida neste Código.
§ 1º As multas decorrentes de infração cometida em unidade da Federa-
ção diversa da do licenciamento do veículo serão arrecadadas e compensadas
na forma estabelecida pelo CONTRAN.
§ 2º As multas decorrentes de infração cometida em unidade da Federa-
ção diversa daquela do licenciamento do veículo poderão ser comunicadas ao
órgão ou entidade responsável pelo seu licenciamento, que providenciará a
notificação.
§ 3º (Revogado pela Lei n. 9.602, de 1998)
§ 4º Quando a infração for cometida com veículo licenciado no exterior,
em trânsito no território nacional, a multa respectiva deverá ser paga antes
de sua saída do País, respeitado o princípio de reciprocidade.
Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de dirigir será imposta
nos seguintes casos: (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
I – sempre que o infrator atingir a contagem de 20 (vinte) pontos, no
período de 12 (doze) meses, conforme a pontuação prevista no art. 259; (In-
cluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
II – por transgressão às normas estabelecidas neste Código, cujas infra-
ções preveem, de forma específica, a penalidade de suspensão do direito de
dirigir. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 1º Os prazos para aplicação da penalidade de suspensão do direito de di-
rigir são os seguintes: (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
I – no caso do inciso I do caput: de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e, no
caso de reincidência no período de 12 (doze) meses, de 8 (oito) meses a 2
(dois) anos; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
II – no caso do inciso II do caput: de 2 (dois) a 8 (oito) meses, exceto
para as infrações com prazo descrito no dispositivo infracional, e, no caso de
reincidência no período de 12 (doze) meses, de 8 (oito) a 18 (dezoito) meses,

2072
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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respeitado o disposto no inciso II do art. 263. (Incluído pela Lei n. 13.281, de


2016) (Vigência)
§ 2º Quando ocorrer a suspensão do direito de dirigir, a Carteira Nacional
de Habilitação será devolvida a seu titular imediatamente após cumprida a
penalidade e o curso de reciclagem.
§ 3º A imposição da penalidade de suspensão do direito de dirigir elimina
os 20 (vinte) pontos computados para fins de contagem subsequente. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.547, de 2011)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.619, de 2012) (Vigência)
§ 5º O condutor que exerce atividade remunerada em veículo, habilitado
na categoria C, D ou E, poderá optar por participar de curso preventivo de
reciclagem sempre que, no período de 1 (um) ano, atingir 14 (quatorze) pon-
tos, conforme regulamentação do Contran. (Redação dada pela Lei n. 13.281,
de 2016) (Vigência)
§ 6º Concluído o curso de reciclagem previsto no § 5º, o condutor terá
eliminados os pontos que lhe tiverem sido atribuídos, para fins de contagem
subsequente. (Incluído pela Lei n. 13.154, de 2015)
§ 7º O motorista que optar pelo curso previsto no § 5º não poderá fazer
nova opção no período de 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei n. 13.281,
de 2016) (Vigência)
§ 8º A pessoa jurídica concessionária ou permissionária de serviço público
tem o direito de ser informada dos pontos atribuídos, na forma do art. 259,
aos motoristas que integrem seu quadro funcional, exercendo atividade re-
munerada ao volante, na forma que dispuser o Contran. (Incluído pela Lei
n. 13.154, de 2015)
§ 9º Incorrerá na infração prevista no inciso II do art. 162 o condutor que,
notificado da penalidade de que trata este artigo, dirigir veículo automotor em
via pública. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 10. O processo de suspensão do direito de dirigir referente ao inciso II
do caput deste artigo deverá ser instaurado concomitantemente com o pro-

2073
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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cesso de aplicação da penalidade de multa. (Incluído pela Lei n. 13.281, de


2016) (Vigência)
§ 11. O Contran regulamentará as disposições deste artigo. (Incluído pela
Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 262. (Revogado pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 263. A cassação do documento de habilitação dar-se-á:
I – quando, suspenso o direito de dirigir, o infrator conduzir qualquer ve-
ículo;
II – no caso de reincidência, no prazo de doze meses, das infrações pre-
vistas no inciso III do art. 162 e nos arts. 163, 164, 165, 173, 174 e 175;
III – quando condenado judicialmente por delito de trânsito, observado o
disposto no art. 160.
§ 1º Constatada, em processo administrativo, a irregularidade na expedi-
ção do documento de habilitação, a autoridade expedidora promoverá o seu
cancelamento.
§ 2º Decorridos dois anos da cassação da Carteira Nacional de Habilitação,
o infrator poderá requerer sua reabilitação, submetendo-se a todos os exa-
mes necessários à habilitação, na forma estabelecida pelo CONTRAN.
Art. 264. (VETADO)
Art. 265. As penalidades de suspensão do direito de dirigir e de cassação
do documento de habilitação serão aplicadas por decisão fundamentada da
autoridade de trânsito competente, em processo administrativo, assegurado
ao infrator amplo direito de defesa.
Art. 266. Quando o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais in-
frações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as respectivas penalidades.
Art. 267. Poderá ser imposta a penalidade de advertência por escrito à
infração de natureza leve ou média, passível de ser punida com multa, não
sendo reincidente o infrator, na mesma infração, nos últimos doze meses,
quando a autoridade, considerando o prontuário do infrator, entender esta
providência como mais educativa.

2074
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º A aplicação da advertência por escrito não elide o acréscimo do valor


da multa prevista no § 3º do art. 258, imposta por infração posteriormente
cometida.
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se igualmente aos pedestres, podendo
a multa ser transformada na participação do infrator em cursos de segurança
viária, a critério da autoridade de trânsito.
Art. 268. O infrator será submetido a curso de reciclagem, na forma es-
tabelecida pelo CONTRAN:
I – quando, sendo contumaz, for necessário à sua reeducação;
II – quando suspenso do direito de dirigir;
III – quando se envolver em acidente grave para o qual haja contribuído,
independentemente de processo judicial;
IV – quando condenado judicialmente por delito de trânsito;
V – a qualquer tempo, se for constatado que o condutor está colocando
em risco a segurança do trânsito;
VI – em outras situações a serem definidas pelo CONTRAN.

CAPÍTULO XVII
DAS MEDIDAS ADMINISTRATIVAS

Art. 269. A autoridade de trânsito ou seus agentes, na esfera das com-


petências estabelecidas neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá
adotar as seguintes medidas administrativas:
I – retenção do veículo;
II – remoção do veículo;
III – recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação;
IV – recolhimento da Permissão para Dirigir;
V – recolhimento do Certificado de Registro;
VI – recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual;
VII – (VETADO)

2075
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VIII – transbordo do excesso de carga;


IX – realização de teste de dosagem de alcoolemia ou perícia de substân-
cia entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica;
X – recolhimento de animais que se encontrem soltos nas vias e na faixa
de domínio das vias de circulação, restituindo-os aos seus proprietários, após
o pagamento de multas e encargos devidos.
XI – realização de exames de aptidão física, mental, de legislação, de prá-
tica de primeiros socorros e de direção veicular. (Incluído pela Lei n. 9.602,
de 1998)
§ 1º A ordem, o consentimento, a fiscalização, as medidas administrativas
e coercitivas adotadas pelas autoridades de trânsito e seus agentes terão por
objetivo prioritário a proteção à vida e à incolumidade física da pessoa.
§ 2º As medidas administrativas previstas neste artigo não elidem a apli-
cação das penalidades impostas por infrações estabelecidas neste Código,
possuindo caráter complementar a estas.
§ 3º São documentos de habilitação a Carteira Nacional de Habilitação e
a Permissão para Dirigir.
§ 4º Aplica-se aos animais recolhidos na forma do inciso X o disposto nos
arts. 271 e 328, no que couber.
Art. 270. O veículo poderá ser retido nos casos expressos neste Código.
§ 1º Quando a irregularidade puder ser sanada no local da infração, o ve-
ículo será liberado tão logo seja regularizada a situação.
§ 2º Não sendo possível sanar a falha no local da infração, o veículo, des-
de que ofereça condições de segurança para circulação, poderá ser liberado
e entregue a condutor regularmente habilitado, mediante recolhimento do
Certificado de Licenciamento Anual, contra apresentação de recibo, assina-
lando-se prazo razoável ao condutor para regularizar a situação, para o que
se considerará, desde logo, notificado. (Redação dada pela Lei n. 13.160,
de 2015)

2076
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 3º O Certificado de Licenciamento Anual será devolvido ao condutor no


órgão ou entidade aplicadores das medidas administrativas, tão logo o veículo
seja apresentado à autoridade devidamente regularizado.
§ 4º Não se apresentando condutor habilitado no local da infração, o veí-
culo será removido a depósito, aplicando-se neste caso o disposto no art. 271.
(Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 5º A critério do agente, não se dará a retenção imediata, quando se
tratar de veículo de transporte coletivo transportando passageiros ou veículo
transportando produto perigoso ou perecível, desde que ofereça condições de
segurança para circulação em via pública.
§ 6º Não efetuada a regularização no prazo a que se refere o § 2º, será
feito registro de restrição administrativa no Renavam por órgão ou entidade
executivo de trânsito dos Estados e do Distrito Federal, que será retirada após
comprovada a regularização. (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 7º O descumprimento das obrigações estabelecidas no § 2º resultará em
recolhimento do veículo ao depósito, aplicando-se, nesse caso, o disposto no
art. 271. (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
Art. 271. O veículo será removido, nos casos previstos neste Código, para
o depósito fixado pelo órgão ou entidade competente, com circunscrição so-
bre a via.
§ 1º A restituição do veículo removido só ocorrerá mediante prévio pa-
gamento de multas, taxas e despesas com remoção e estada, além de ou-
tros encargos previstos na legislação específica. (Incluído pela Lei n. 13.160,
de 2015)
§ 2º A liberação do veículo removido é condicionada ao reparo de qualquer
componente ou equipamento obrigatório que não esteja em perfeito estado
de funcionamento. (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 3º Se o reparo referido no § 2º demandar providência que não possa ser
tomada no depósito, a autoridade responsável pela remoção liberará o veículo
para reparo, na forma transportada, mediante autorização, assinalando prazo
para reapresentação. (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016)

2077
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 4º Os serviços de remoção, depósito e guarda de veículo poderão ser re-


alizados por órgão público, diretamente, ou por particular contratado por lici-
tação pública, sendo o proprietário do veículo o responsável pelo pagamento
dos custos desses serviços. (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016)
§ 5º O proprietário ou o condutor deverá ser notificado, no ato de remo-
ção do veículo, sobre as providências necessárias à sua restituição e sobre o
disposto no art. 328, conforme regulamentação do CONTRAN. (Incluído pela
Lei n. 13.160, de 2015)
§ 6º Caso o proprietário ou o condutor não esteja presente no momento
da remoção do veículo, a autoridade de trânsito, no prazo de 10 (dez) dias
contado da data da remoção, deverá expedir ao proprietário a notificação
prevista no § 5º, por remessa postal ou por outro meio tecnológico hábil que
assegure a sua ciência, e, caso reste frustrada, a notificação poderá ser feita
por edital. (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016)
§ 7º A notificação devolvida por desatualização do endereço do proprie-
tário do veículo ou por recusa desse de recebê-la será considerada recebida
para todos os efeitos (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 8º Em caso de veículo licenciado no exterior, a notificação será feita por
edital. (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 9º Não caberá remoção nos casos em que a irregularidade puder ser
sanada no local da infração. (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 10. O pagamento das despesas de remoção e estada será correspon-
dente ao período integral, contado em dias, em que efetivamente o veículo
permanecer em depósito, limitado ao prazo de 6 (seis) meses. (Incluído pela
Lei n. 13.281, de 2016)
§ 11. Os custos dos serviços de remoção e estada prestados por particula-
res poderão ser pagos pelo proprietário diretamente ao contratado. (Incluído
pela Lei n. 13.281, de 2016)
§ 12. O disposto no § 11 não afasta a possibilidade de o respectivo ente da
Federação estabelecer a cobrança por meio de taxa instituída em lei. (Incluído
pela Lei n. 13.281, de 2016)

2078
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 13. No caso de o proprietário do veículo objeto do recolhimento compro-


var, administrativa ou judicialmente, que o recolhimento foi indevido ou que
houve abuso no período de retenção em depósito, é da responsabilidade do
ente público a devolução das quantias pagas por força deste artigo, segun-
do os mesmos critérios da devolução de multas indevidas. (Incluído pela Lei
n. 13.281, de 2016)
Art. 272. O recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação e da Per-
missão para Dirigir dar-se-á mediante recibo, além dos casos previstos neste
Código, quando houver suspeita de sua inautenticidade ou adulteração.
Art. 273. O  recolhimento do Certificado de Registro dar-se-á mediante
recibo, além dos casos previstos neste Código, quando:
I – houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;
II – se, alienado o veículo, não for transferida sua propriedade no prazo
de trinta dias.
Art. 274. O recolhimento do Certificado de Licenciamento Anual dar-se-á
mediante recibo, além dos casos previstos neste Código, quando:
I – houver suspeita de inautenticidade ou adulteração;
II – se o prazo de licenciamento estiver vencido;
III – no caso de retenção do veículo, se a irregularidade não puder ser
sanada no local.
Art. 275. O transbordo da carga com peso excedente é condição para que
o veículo possa prosseguir viagem e será efetuado às expensas do proprietá-
rio do veículo, sem prejuízo da multa aplicável.
Parágrafo único. Não sendo possível desde logo atender ao disposto neste
artigo, o veículo será recolhido ao depósito, sendo liberado após sanada a
irregularidade e pagas as despesas de remoção e estada.
Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou por litro
de ar alveolar sujeita o condutor às penalidades previstas no art. 165. (Reda-
ção dada pela Lei n. 12.760, de 2012)

2079
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de tolerância quando a


infração for apurada por meio de aparelho de medição, observada a legislação
metrológica. (Redação dada pela Lei n. 12.760, de 2012)
Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em acidente de
trânsito ou que for alvo de fiscalização de trânsito poderá ser submetido a
teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que, por meios técnicos
ou científicos, na forma disciplinada pelo Contran, permita certificar influência
de álcool ou outra substância psicoativa que determine dependência. (Reda-
ção dada pela Lei n. 12.760, de 2012)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.760, de 2012)
§ 2º A infração prevista no art. 165 também poderá ser caracterizada
mediante imagem, vídeo, constatação de sinais que indiquem, na forma dis-
ciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora ou produção
de quaisquer outras provas em direito admitidas. (Redação dada pela Lei
n. 12.760, de 2012)
§ 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabele-
cidas no art. 165-A deste Código ao condutor que se recusar a se submeter a
qualquer dos procedimentos previstos no caput deste artigo. (Redação dada
pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 278. Ao condutor que se evadir da fiscalização, não submetendo ve-
ículo à pesagem obrigatória nos pontos de pesagem, fixos ou móveis, será
aplicada a penalidade prevista no art. 209, além da obrigação de retornar ao
ponto de evasão para fim de pesagem obrigatória.
Parágrafo único. No caso de fuga do condutor à ação policial, a apreensão
do veículo dar-se-á tão logo seja localizado, aplicando-se, além das penalida-
des em que incorre, as estabelecidas no art. 210.
Art. 278-A. O condutor que se utilize de veículo para a prática do crime
de receptação, descaminho, contrabando, previstos nos arts. 180, 334 e 334-
A do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), con-
denado por um desses crimes em decisão judicial transitada em julgado, terá

2080
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cassado seu documento de habilitação ou será proibido de obter a habilitação


para dirigir veículo automotor pelo prazo de 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei
n. 13.804, de 2019)
§ 1º O condutor condenado poderá requerer sua reabilitação, submeten-
do-se a todos os exames necessários à habilitação, na forma deste Código.
(Incluído pela Lei n. 13.804, de 2019)
§ 2º No caso do condutor preso em flagrante na prática dos crimes de que
trata o caput deste artigo, poderá o juiz, em qualquer fase da investigação
ou da ação penal, se houver necessidade para a garantia da ordem pública,
como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou
ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão
motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veícu-
lo automotor, ou a proibição de sua obtenção. (Incluído pela Lei n. 13.804,
de 2019)
Art. 279. Em caso de acidente com vítima, envolvendo veículo equipado
com registrador instantâneo de velocidade e tempo, somente o perito oficial
encarregado do levantamento pericial poderá retirar o disco ou unidade ar-
mazenadora do registro.

CAPÍTULO XVIII
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
Seção I
Da Autuação

Art. 280. Ocorrendo infração prevista na legislação de trânsito, lavrar-se-


-á auto de infração, do qual constará:
I – tipificação da infração;
II – local, data e hora do cometimento da infração;
III – caracteres da placa de identificação do veículo, sua marca e espécie,
e outros elementos julgados necessários à sua identificação;

2081
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IV – o prontuário do condutor, sempre que possível;


V – identificação do órgão ou entidade e da autoridade ou agente autuador
ou equipamento que comprovar a infração;
VI – assinatura do infrator, sempre que possível, valendo esta como noti-
ficação do cometimento da infração.
§ 1º (VETADO)
§ 2º A infração deverá ser comprovada por declaração da autoridade ou do
agente da autoridade de trânsito, por aparelho eletrônico ou por equipamento
audiovisual, reações químicas ou qualquer outro meio tecnologicamente dis-
ponível, previamente regulamentado pelo CONTRAN.
§  3º Não sendo possível a autuação em flagrante, o  agente de trânsito
relatará o fato à autoridade no próprio auto de infração, informando os dados
a respeito do veículo, além dos constantes nos incisos I, II e III, para o pro-
cedimento previsto no artigo seguinte.
§ 4º O agente da autoridade de trânsito competente para lavrar o auto de
infração poderá ser servidor civil, estatutário ou celetista ou, ainda, policial
militar designado pela autoridade de trânsito com jurisdição sobre a via no
âmbito de sua competência.

Seção II
Do Julgamento das Autuações e Penalidades

Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da competência estabelecida


neste Código e dentro de sua circunscrição, julgará a consistência do auto de
infração e aplicará a penalidade cabível.
Parágrafo único. O auto de infração será arquivado e seu registro julgado
insubsistente:
I – se considerado inconsistente ou irregular;
II – se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a notificação da
autuação. (Redação dada pela Lei n. 9.602, de 1998)

2082
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Art. 282. Aplicada a penalidade, será expedida notificação ao proprietário


do veículo ou ao infrator, por remessa postal ou por qualquer outro meio tec-
nológico hábil, que assegure a ciência da imposição da penalidade.
§ 1º A notificação devolvida por desatualização do endereço do proprietá-
rio do veículo será considerada válida para todos os efeitos.
§ 2º A notificação a pessoal de missões diplomáticas, de repartições con-
sulares de carreira e de representações de organismos internacionais e de
seus integrantes será remetida ao Ministério das Relações Exteriores para as
providências cabíveis e cobrança dos valores, no caso de multa.
§ 3º Sempre que a penalidade de multa for imposta a condutor, à exceção
daquela de que trata o § 1º do art. 259, a notificação será encaminhada ao
proprietário do veículo, responsável pelo seu pagamento.
§ 4º Da notificação deverá constar a data do término do prazo para apre-
sentação de recurso pelo responsável pela infração, que não será inferior a
trinta dias contados da data da notificação da penalidade. (Incluído pela Lei
n. 9.602, de 1998)
§ 5º No caso de penalidade de multa, a data estabelecida no parágra-
fo anterior será a data para o recolhimento de seu valor. (Incluído pela Lei
n. 9.602, de 1998)
Art. 282-A. O proprietário do veículo ou o condutor autuado poderá op-
tar por ser notificado por meio eletrônico se o órgão do Sistema Nacional de
Trânsito responsável pela autuação oferecer essa opção. (Incluído pela Lei
n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 1º O proprietário ou o condutor autuado que optar pela notificação por
meio eletrônico deverá manter seu cadastro atualizado no órgão executivo
de trânsito do Estado ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei n. 13.281, de
2016) (Vigência)
§ 2º Na hipótese de notificação por meio eletrônico, o proprietário ou o
condutor autuado será considerado notificado 30 (trinta) dias após a inclusão

2083
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da informação no sistema eletrônico. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)


(Vigência)
§ 3º O sistema previsto no caput será certificado digitalmente, atendidos
os requisitos de autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabi-
lidade da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). (Incluído
pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 283. (VETADO)
Art. 284. O pagamento da multa poderá ser efetuado até a data do ven-
cimento expressa na notificação, por oitenta por cento do seu valor.
§  1º Caso o infrator opte pelo sistema de notificação eletrônica, se dis-
ponível, conforme regulamentação do Contran, e opte por não apresentar
defesa prévia nem recurso, reconhecendo o cometimento da infração, poderá
efetuar o pagamento da multa por 60% (sessenta por cento) do seu valor,
em qualquer fase do processo, até o vencimento da multa. (Incluído pela Lei
n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º O recolhimento do valor da multa não implica renúncia ao questiona-
mento administrativo, que pode ser realizado a qualquer momento, respeita-
do o disposto no § 1º. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 3º Não incidirá cobrança moratória e não poderá ser aplicada qualquer
restrição, inclusive para fins de licenciamento e transferência, enquanto não
for encerrada a instância administrativa de julgamento de infrações e penali-
dades. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§  4º Encerrada a instância administrativa de julgamento de infrações e
penalidades, a multa não paga até o vencimento será acrescida de juros de
mora equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de
Custódia (Selic) para títulos federais acumulada mensalmente, calculados a
partir do mês subsequente ao da consolidação até o mês anterior ao do paga-
mento, e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que o pagamento
estiver sendo efetuado. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)

2084
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Art. 285. O recurso previsto no art. 283 será interposto perante a autori-


dade que impôs a penalidade, a qual remetê-lo-á à JARI, que deverá julgá-lo
em até trinta dias.
§ 1º O recurso não terá efeito suspensivo.
§ 2º A autoridade que impôs a penalidade remeterá o recurso ao órgão
julgador, dentro dos dez dias úteis subsequentes à sua apresentação, e, se o
entender intempestivo, assinalará o fato no despacho de encaminhamento.
§ 3º Se, por motivo de força maior, o recurso não for julgado dentro do
prazo previsto neste artigo, a autoridade que impôs a penalidade, de ofício,
ou por solicitação do recorrente, poderá conceder-lhe efeito suspensivo.
Art. 286. O recurso contra a imposição de multa poderá ser interposto no
prazo legal, sem o recolhimento do seu valor.
§ 1º No caso de não provimento do recurso, aplicar-se-á o estabelecido no
parágrafo único do art. 284.
§ 2º Se o infrator recolher o valor da multa e apresentar recurso, se jul-
gada improcedente a penalidade, ser-lhe-á devolvida a importância paga,
atualizada em UFIR ou por índice legal de correção dos débitos fiscais.
Art. 287. Se a infração for cometida em localidade diversa daquela do li-
cenciamento do veículo, o recurso poderá ser apresentado junto ao órgão ou
entidade de trânsito da residência ou domicílio do infrator.
Parágrafo único. A autoridade de trânsito que receber o recurso deverá
remetê-lo, de pronto, à autoridade que impôs a penalidade acompanhado das
cópias dos prontuários necessários ao julgamento.
Art. 288. Das decisões da JARI cabe recurso a ser interposto, na forma
do artigo seguinte, no prazo de trinta dias contado da publicação ou da noti-
ficação da decisão.
§ 1º O recurso será interposto, da decisão do não provimento, pelo res-
ponsável pela infração, e da decisão de provimento, pela autoridade que im-
pôs a penalidade.
§ 2º (Revogado pela Lei n. 12.249, de 2010)

2085
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Art. 289. O recurso de que trata o artigo anterior será apreciado no prazo


de trinta dias:
I – tratando-se de penalidade imposta pelo órgão ou entidade de trânsito
da União:
a) em caso de suspensão do direito de dirigir por mais de seis meses, cas-
sação do documento de habilitação ou penalidade por infrações gravíssimas,
pelo CONTRAN;
b) nos demais casos, por colegiado especial integrado pelo Coordenador-
-Geral da JARI, pelo Presidente da Junta que apreciou o recurso e por mais
um Presidente de Junta;
II – tratando-se de penalidade imposta por órgão ou entidade de trânsito
estadual, municipal ou do Distrito Federal, pelos CETRAN E CONTRANDIFE,
respectivamente.
Parágrafo único. No caso da alínea b do inciso I, quando houver apenas
uma JARI, o recurso será julgado por seus próprios membros.
Art. 290. Implicam encerramento da instância administrativa de julga-
mento de infrações e penalidades: (Redação dada pela Lei n. 13.281, de
2016) (Vigência)
I – o julgamento do recurso de que tratam os arts. 288 e 289; (Incluído
pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
II – a não interposição do recurso no prazo legal; e (Incluído pela Lei
n. 13.281, de 2016) (Vigência)
III – o pagamento da multa, com reconhecimento da infração e requeri-
mento de encerramento do processo na fase em que se encontra, sem apre-
sentação de defesa ou recurso. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigên-
cia)
Parágrafo único. Esgotados os recursos, as penalidades aplicadas nos ter-
mos deste Código serão cadastradas no RENACH.

2086
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CAPÍTULO XIX
DOS CRIMES DE TRÂNSITO
Seção I
Disposições Gerais

Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, pre-


vistos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Có-
digo de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem
como a Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.
§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto
nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o
agente estiver: (Renumerado do parágrafo único pela Lei n. 11.705, de 2008)
I – sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que
determine dependência; (Incluído pela Lei n. 11.705, de 2008)
II – participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição auto-
mobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo
automotor, não autorizada pela autoridade competente; (Incluído pela Lei
n. 11.705, de 2008)
III – transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via
em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora). (Incluído pela Lei n. 11.705,
de 2008)
§ 2º Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá ser instaura-
do inquérito policial para a investigação da infração penal. (Incluído pela Lei
n. 11.705, de 2008)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)
§ 4º O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes previstas no art. 59
do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), dando
especial atenção à culpabilidade do agente e às circunstâncias e consequên-
cias do crime. (Incluído pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)

2087
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Art. 292. A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habili-


tação para dirigir veículo automotor pode ser imposta isolada ou cumulativa-
mente com outras penalidades. (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014)
(Vigência)
Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a per-
missão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor, tem a duração de dois
meses a cinco anos.
§ 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a
entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito horas, a Permissão para
Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
§ 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão
ou a habilitação para dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sen-
tenciado, por efeito de condenação penal, estiver recolhido a estabelecimento
prisional.
Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo
necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida
cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda mediante
representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a sus-
pensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a
proibição de sua obtenção.
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida caute-
lar, ou da que indeferir o requerimento do Ministério Público, caberá recurso
em sentido estrito, sem efeito suspensivo.
Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proibição de se
obter a permissão ou a habilitação será sempre comunicada pela autoridade
judiciária ao Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, e ao órgão de trânsito
do Estado em que o indiciado ou réu for domiciliado ou residente.
Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Có-
digo, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação
para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabí-
veis. (Redação dada pela Lei n. 11.705, de 2008)

2088
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Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, me-


diante depósito judicial em favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia
calculada com base no disposto no § 1º do art. 49 do Código Penal, sempre
que houver prejuízo material resultante do crime.
§ 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo de-
monstrado no processo.
§ 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 do Código
Penal.
§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será des-
contado.
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos cri-
mes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração:
I – com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de
grave dano patrimonial a terceiros;
II – utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;
III – sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
IV – com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria
diferente da do veículo;
V – quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o
transporte de passageiros ou de carga;
VI – utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou
características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acor-
do com os limites de velocidade prescritos nas especificações do fabricante;
VII – sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada
a pedestres.
Art. 299. (VETADO)
Art. 300. (VETADO)
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de
que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fian-
ça, se prestar pronto e integral socorro àquela.

2089
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Seção II
Dos Crimes em Espécie

Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:


Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor,
a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente: (Incluído pela
Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
I – não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; (Incluído
pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
II – praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; (Incluído pela Lei
n. 12.971, de 2014) (Vigência)
III – deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal,
à vítima do acidente; (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
IV – no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo
de transporte de passageiros. (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
V – (Revogado pela Lei n. 11.705, de 2008)
§ 2º (Revogado pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de
qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: (Incluído
pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)
Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito
de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. (In-
cluído pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de
se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer
das hipóteses do § 1º do art. 302. (Renumerado do parágrafo único pela Lei
n. 13.546, de 2017) (Vigência)

2090
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§ 2º A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos, sem


prejuízo das outras penas previstas neste artigo, se o agente conduz o veí-
culo com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool
ou de outra substância psicoativa que determine dependência, e se do crime
resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima. (Incluído pela Lei
n. 13.546, de 2017) (Vigência)
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar
imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa
causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não cons-
tituir elemento de crime mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do
veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de
vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves.
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir
à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alte-
rada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que
determine dependência: (Redação dada pela Lei n. 12.760, de 2012)
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proi-
bição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º As condutas previstas no caput serão constatadas por: (Incluído pela
Lei n. 12.760, de 2012)
I – concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de
sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar;
ou (Incluído pela Lei n. 12.760, de 2012)
II – sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da
capacidade psicomotora. (Incluído pela Lei n. 12.760, de 2012)

2091
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§ 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante


teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova tes-
temunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito
à contraprova. (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
§ 3º O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de
alcoolemia ou toxicológicos para efeito de caracterização do crime tipificado
neste artigo. (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou
a habilitação para dirigir veículo automotor imposta com fundamento neste
Código:
Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição
adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibição.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de
entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir
ou a Carteira de Habilitação.
Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de
corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de exibição ou de-
monstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela
autoridade competente, gerando situação de risco à incolumidade pública ou
privada: (Redação dada pela Lei n. 13.546, de 2017) (Vigência)
Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo au-
tomotor. (Redação dada pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
§ 1º Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de
natureza grave, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o
resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é
de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das outras penas pre-
vistas neste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
§ 2º Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as circuns-
tâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco

2092
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de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10


(dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo. (Incluído
pela Lei n. 12.971, de 2014) (Vigência)
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Per-
missão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir,
gerando perigo de dano:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a
pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir
suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou
por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 310-A. (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.619, de 2012) (Vigência)
Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas pro-
ximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de
passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou
concentração de pessoas, gerando perigo de dano:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico
com vítima, na pendência do respectivo procedimento policial preparatório,
inquérito policial ou processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa,
a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados,
quando da inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo
aos quais se refere.
Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 deste Có-
digo, nas situações em que o juiz aplicar a substituição de pena privativa
de liberdade por pena restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de
serviço à comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes ativi-
dades: (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)

2093
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de


bombeiros e em outras unidades móveis especializadas no atendimento a ví-
timas de trânsito; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
II – trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública
que recebem vítimas de acidente de trânsito e politraumatizados; (Incluído
pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
III – trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de
acidentados de trânsito; (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
IV – outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recupera-
ção de vítimas de acidentes de trânsito. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016)
(Vigência)

CAPÍTULO XX
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 313. O Poder Executivo promoverá a nomeação dos membros do


CONTRAN no prazo de sessenta dias da publicação deste Código.
Art. 314. O CONTRAN tem o prazo de duzentos e quarenta dias a partir da
publicação deste Código para expedir as resoluções necessárias à sua melhor
execução, bem como revisar todas as resoluções anteriores à sua publicação,
dando prioridade àquelas que visam a diminuir o número de acidentes e a
assegurar a proteção de pedestres.
Parágrafo único. As  resoluções do CONTRAN, existentes até a data de
publicação deste Código, continuam em vigor naquilo em que não conflitem
com ele.
Art. 315. O Ministério da Educação e do Desporto, mediante proposta do
CONTRAN, deverá, no prazo de duzentos e quarenta dias contado da publica-
ção, estabelecer o currículo com conteúdo programático relativo à segurança
e à educação de trânsito, a fim de atender o disposto neste Código.

2094
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Art. 316. O prazo de notificação previsto no inciso II do parágrafo único


do art. 281 só entrará em vigor após duzentos e quarenta dias contados da
publicação desta Lei.
Art. 317. Os órgãos e entidades de trânsito concederão prazo de até um
ano para a adaptação dos veículos de condução de escolares e de aprendiza-
gem às normas do inciso III do art. 136 e art. 154, respectivamente.
Art. 318. (VETADO)
Art. 319. Enquanto não forem baixadas novas normas pelo CONTRAN,
continua em vigor o disposto no art. 92 do Regulamento do Código Nacional
de Trânsito - Decreto n. 62.127, de 16 de janeiro de 1968.
Art. 319-A. Os valores de multas constantes deste Código poderão ser
corrigidos monetariamente pelo Contran, respeitado o limite da variação do
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no exercício anterior.
(Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Parágrafo único. Os novos valores decorrentes do disposto no caput serão
divulgados pelo Contran com, no mínimo, 90 (noventa) dias de antecedência
de sua aplicação. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 320. A receita arrecadada com a cobrança das multas de trânsi-
to será aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenharia de tráfego, de
campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito.
§ 1º O percentual de cinco por cento do valor das multas de trânsito ar-
recadadas será depositado, mensalmente, na conta de fundo de âmbito na-
cional destinado à segurança e educação de trânsito. (Redação dada pela Lei
n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 2º O órgão responsável deverá publicar, anualmente, na rede mundial
de computadores (internet), dados sobre a receita arrecadada com a cobran-
ça de multas de trânsito e sua destinação. (Incluído pela Lei n. 13. 281, de
2016) (Vigência)
Art. 320-A. Os órgãos e as entidades do Sistema Nacional de Trânsito
poderão integrar-se para a ampliação e o aprimoramento da fiscalização de

2095
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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trânsito, inclusive por meio do compartilhamento da receita arrecadada com a


cobrança das multas de trânsito. (Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016)
Art. 321. (VETADO)
Art. 322. (VETADO)
Art. 323. O CONTRAN, em cento e oitenta dias, fixará a metodologia de
aferição de peso de veículos, estabelecendo percentuais de tolerância, sendo
durante este período suspensa a vigência das penalidades previstas no inciso
V do art. 231, aplicando-se a penalidade de vinte UFIR por duzentos quilogra-
mas ou fração de excesso.
Parágrafo único. Os limites de tolerância a que se refere este artigo, até
a sua fixação pelo CONTRAN, são aqueles estabelecidos pela Lei n. 7.408, de
25 de novembro de 1985.
Art. 324. (VETADO)
Art. 325. As repartições de trânsito conservarão por, no mínimo, 5 (cinco)
anos os documentos relativos à habilitação de condutores, ao registro e ao
licenciamento de veículos e aos autos de infração de trânsito. (Redação dada
pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 1º Os documentos previstos no caput poderão ser gerados e tramita-
dos eletronicamente, bem como arquivados e armazenados em meio digital,
desde que assegurada a autenticidade, a fidedignidade, a confiabilidade e a
segurança das informações, e serão válidos para todos os efeitos legais, sen-
do dispensada, nesse caso, a sua guarda física. (Incluído pela Lei n. 13.281,
de 2016) (Vigência)
§ 2º O Contran regulamentará a geração, a tramitação, o arquivamento,
o armazenamento e a eliminação de documentos eletrônicos e físicos gerados
em decorrência da aplicação das disposições deste Código. (Incluído pela Lei
n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 3º Na hipótese prevista nos §§ 1º e 2º, o sistema deverá ser certificado
digitalmente, atendidos os requisitos de autenticidade, integridade, validade
jurídica e interoperabilidade da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira
(ICP-Brasil). (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)

2096
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Art. 326. A Semana Nacional de Trânsito será comemorada anualmente


no período compreendido entre 18 e 25 de setembro.
Art. 326-A. A atuação dos integrantes do Sistema Nacional de Trânsito,
no que se refere à política de segurança no trânsito, deverá voltar-se prio-
ritariamente para o cumprimento de metas anuais de redução de índice de
mortos por grupo de veículos e de índice de mortos por grupo de habitantes,
ambos apurados por Estado e por ano, detalhando-se os dados levantados e
as ações realizadas por vias federais, estaduais e municipais. (Incluído pela
Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)
§ 1º O objetivo geral do estabelecimento de metas é, ao final do prazo de
dez anos, reduzir à metade, no mínimo, o índice nacional de mortos por grupo
de veículos e o índice nacional de mortos por grupo de habitantes, relativa-
mente aos índices apurados no ano da entrada em vigor da lei que cria o Pla-
no Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans). (Incluído
pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)
§ 2º As metas expressam a diferença a menor, em base percentual, entre
os índices mais recentes, oficialmente apurados, e os índices que se pretende
alcançar. (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)
§ 3º A decisão que fixar as metas anuais estabelecerá as respectivas mar-
gens de tolerância. (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)
§ 4º As metas serão fixadas pelo Contran para cada um dos Estados da
Federação e para o Distrito Federal, mediante propostas fundamentadas dos
Cetran, do Contrandife e do Departamento de Polícia Rodoviária Federal, no
âmbito das respectivas circunscrições. (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018)
(Vigência)
§ 5º Antes de submeterem as propostas ao Contran, os Cetran, o Con-
trandife e o Departamento de Polícia Rodoviária Federal realizarão consulta
ou audiência pública para manifestação da sociedade sobre as metas a serem
propostas. (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)

2097
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§ 6º As propostas dos Cetran, do Contrandife e do Departamento de Polí-


cia Rodoviária Federal serão encaminhadas ao Contran até o dia 1º de agosto
de cada ano, acompanhadas de relatório analítico a respeito do cumprimento
das metas fixadas para o ano anterior e de exposição de ações, projetos ou
programas, com os respectivos orçamentos, por meio dos quais se pretende
cumprir as metas propostas para o ano seguinte. (Incluído pela Lei n. 13.614,
de 2018) (Vigência)
§ 7º As metas fixadas serão divulgadas em setembro, durante a Semana
Nacional de Trânsito, assim como o desempenho, absoluto e relativo, de cada
Estado e do Distrito Federal no cumprimento das metas vigentes no ano an-
terior, detalhados os dados levantados e as ações realizadas por vias federais,
estaduais e municipais, devendo tais informações permanecer à disposição do
público na rede mundial de computadores, em sítio eletrônico do órgão má-
ximo executivo de trânsito da União. (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018)
(Vigência)
§ 8º O Contran, ouvidos o Departamento de Polícia Rodoviária Federal e
demais órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, definirá as fórmulas para
apuração dos índices de que trata este artigo, assim como a metodologia para
a coleta e o tratamento dos dados estatísticos necessários para a composição
dos termos das fórmulas. (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)
§ 9º Os dados estatísticos coletados em cada Estado e no Distrito Federal
serão tratados e consolidados pelo respectivo órgão ou entidade executivos
de trânsito, que os repassará ao órgão máximo executivo de trânsito da União
até o dia 1º de março, por meio do sistema de registro nacional de acidentes
e estatísticas de trânsito. (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)
§ 10. Os dados estatísticos sujeitos à consolidação pelo órgão ou entidade
executivos de trânsito do Estado ou do Distrito Federal compreendem os cole-
tados naquela circunscrição: (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)
I – pela Polícia Rodoviária Federal e pelo órgão executivo rodoviário da
União; (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)

2098
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II – pela Polícia Militar e pelo órgão ou entidade executivos rodoviários do


Estado ou do Distrito Federal; (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigên-
cia)
III – pelos órgãos ou entidades executivos rodoviários e pelos órgãos ou
entidades executivos de trânsito dos Municípios. (Incluído pela Lei n. 13.614,
de 2018) (Vigência)
§ 11. O cálculo dos índices, para cada Estado e para o Distrito Federal,
será feito pelo órgão máximo executivo de trânsito da União, ouvidos o De-
partamento de Polícia Rodoviária Federal e demais órgãos do Sistema Nacio-
nal de Trânsito. (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)
§ 12. Os índices serão divulgados oficialmente até o dia 31 de março de
cada ano. (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)
§ 13. Com base em índices parciais, apurados no decorrer do ano, o Con-
tran, os Cetran e o Contrandife poderão recomendar aos integrantes do Sis-
tema Nacional de Trânsito alterações nas ações, projetos e programas em
desenvolvimento ou previstos, com o fim de atingir as metas fixadas para
cada um dos Estados e para o Distrito Federal. (Incluído pela Lei n. 13.614,
de 2018) (Vigência)
§ 14. A partir da análise de desempenho a que se refere o § 7º deste arti-
go, o Contran elaborará e divulgará, também durante a Semana Nacional de
Trânsito: (Incluído pela Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)
I – duas classificações ordenadas dos Estados e do Distrito Federal, uma
referente ao ano analisado e outra que considere a evolução do desempenho
dos Estados e do Distrito Federal desde o início das análises; (Incluído pela
Lei n. 13.614, de 2018) (Vigência)
II – relatório a respeito do cumprimento do objetivo geral do estabeleci-
mento de metas previsto no § 1º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.614,
de 2018) (Vigência)
Art. 327. A partir da publicação deste Código, somente poderão ser fabri-
cados e licenciados veículos que obedeçam aos limites de peso e dimensões

2099
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fixados na forma desta Lei, ressalvados os que vierem a ser regulamentados


pelo CONTRAN.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 328. O veículo apreendido ou removido a qualquer título e não recla-
mado por seu proprietário dentro do prazo de sessenta dias, contado da data
de recolhimento, será avaliado e levado a leilão, a ser realizado preferencial-
mente por meio eletrônico. (Redação dada pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 1º Publicado o edital do leilão, a preparação poderá ser iniciada após
trinta dias, contados da data de recolhimento do veículo, o qual será classifi-
cado em duas categorias: (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
I – conservado, quando apresenta condições de segurança para trafegar;
e (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
II – sucata, quando não está apto a trafegar. (Incluído pela Lei n. 13.160,
de 2015)
§ 2º Se não houver oferta igual ou superior ao valor da avaliação, o lote
será incluído no leilão seguinte, quando será arrematado pelo maior lance,
desde que por valor não inferior a cinquenta por cento do avaliado. (Incluído
pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 3º Mesmo classificado como conservado, o veículo que for levado a lei-
lão por duas vezes e não for arrematado será leiloado como sucata. (Incluído
pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 4º É vedado o retorno do veículo leiloado como sucata à circulação. (In-
cluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 5º A cobrança das despesas com estada no depósito será limitada ao
prazo de seis meses. (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 6º Os valores arrecadados em leilão deverão ser utilizados para custeio
da realização do leilão, dividindo-se os custos entre os veículos arrematados,
proporcionalmente ao valor da arrematação, e destinando-se os valores re-
manescentes, na seguinte ordem, para: (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
I – as despesas com remoção e estada; (Incluído pela Lei n. 13.160,
de 2015)

2100
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – os tributos vinculados ao veículo, na forma do § 10; (Incluído pela Lei


n. 13.160, de 2015)
III – os credores trabalhistas, tributários e titulares de crédito com ga-
rantia real, segundo a ordem de preferência estabelecida no art. 186 da Lei
no 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional); (Incluído
pela Lei n. 13.160, de 2015)
IV – as multas devidas ao órgão ou à entidade responsável pelo leilão;
(Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
V – as demais multas devidas aos órgãos integrantes do Sistema Nacio-
nal de Trânsito, segundo a ordem cronológica; e (Incluído pela Lei n. 13.160,
de 2015)
VI – os demais créditos, segundo a ordem de preferência legal. (Incluído
pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 7º Sendo insuficiente o valor arrecadado para quitar os débitos inciden-
tes sobre o veículo, a situação será comunicada aos credores. (Incluído pela
Lei n. 13.160, de 2015)
§ 8º Os órgãos públicos responsáveis serão comunicados do leilão pre-
viamente para que formalizem a desvinculação dos ônus incidentes sobre o
veículo no prazo máximo de dez dias. (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 9º Os débitos incidentes sobre o veículo antes da alienação administra-
tiva ficam dele automaticamente desvinculados, sem prejuízo da cobrança
contra o proprietário anterior. (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 10. Aplica-se o disposto no § 9º inclusive ao débito relativo a tributo
cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil, a posse, a circulação ou
o licenciamento de veículo. (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 11. Na hipótese de o antigo proprietário reaver o veículo, por qualquer
meio, os débitos serão novamente vinculados ao bem, aplicando-se, nesse
caso, o disposto nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 271. (Incluído pela Lei n. 13.160,
de 2015)

2101
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 12. Quitados os débitos, o saldo remanescente será depositado em conta


específica do órgão responsável pela realização do leilão e ficará à disposição
do antigo proprietário, devendo ser expedida notificação a ele, no máximo
em trinta dias após a realização do leilão, para o levantamento do valor no
prazo de cinco anos, após os quais o valor será transferido, definitivamente,
para o fundo a que se refere o parágrafo único do art. 320. (Incluído pela Lei
n. 13.160, de 2015)
§ 13. Aplica-se o disposto neste artigo, no que couber, ao animal recolhi-
do, a qualquer título, e não reclamado por seu proprietário no prazo de ses-
senta dias, a contar da data de recolhimento, conforme regulamentação do
CONTRAN. (Incluído pela Lei n. 13.160, de 2015)
§ 14. Se identificada a existência de restrição policial ou judicial sobre o
prontuário do veículo, a autoridade responsável pela restrição será notificada
para a retirada do bem do depósito, mediante a quitação das despesas com
remoção e estada, ou para a autorização do leilão nos termos deste artigo.
(Redação dada pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 15. Se no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da notificação de que
trata o § 14, não houver manifestação da autoridade responsável pela res-
trição judicial ou policial, estará o órgão de trânsito autorizado a promover
o leilão do veículo nos termos deste artigo. (Incluído pela Lei n. 13.281, de
2016) (Vigência)
§ 16. Os veículos, sucatas e materiais inservíveis de bens automotores
que se encontrarem nos depósitos há mais de 1 (um) ano poderão ser desti-
nados à reciclagem, independentemente da existência de restrições sobre o
veículo. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
§ 17. O procedimento de hasta pública na hipótese do § 16 será realizado
por lote de tonelagem de material ferroso, observando-se, no que couber,
o disposto neste artigo, condicionando-se a entrega do material arrematado
aos procedimentos necessários à descaracterização total do bem e à destina-
ção exclusiva, ambientalmente adequada, à reciclagem siderúrgica, vedado

2102
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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qualquer aproveitamento de peças e partes. (Incluído pela Lei n. 13.281, de


2016) (Vigência)
§ 18. Os veículos sinistrados irrecuperáveis queimados, adulterados ou es-
trangeiros, bem como aqueles sem possibilidade de regularização perante o
órgão de trânsito, serão destinados à reciclagem, independentemente do pe-
ríodo em que estejam em depósito, respeitado o prazo previsto no caput des-
te artigo, sempre que a autoridade responsável pelo leilão julgar ser essa a
medida apropriada. (Incluído pela Lei n. 13.281, de 2016) (Vigência)
Art. 329. Os condutores dos veículos de que tratam os arts. 135 e 136,
para exercerem suas atividades, deverão apresentar, previamente, certidão
negativa do registro de distribuição criminal relativamente aos crimes de ho-
micídio, roubo, estupro e corrupção de menores, renovável a cada cinco anos,
junto ao órgão responsável pela respectiva concessão ou autorização.
Art. 330. Os estabelecimentos onde se executem reformas ou recupera-
ção de veículos e os que comprem, vendam ou desmontem veículos, usados
ou não, são obrigados a possuir livros de registro de seu movimento de en-
trada e saída e de uso de placas de experiência, conforme modelos aprovados
e rubricados pelos órgãos de trânsito.
§ 1º Os livros indicarão:
I – data de entrada do veículo no estabelecimento;
II – nome, endereço e identidade do proprietário ou vendedor;
III – data da saída ou baixa, nos casos de desmontagem;
IV – nome, endereço e identidade do comprador;
V – características do veículo constantes do seu certificado de registro;
VI – número da placa de experiência.
§  2º Os livros terão suas páginas numeradas tipograficamente e serão
encadernados ou em folhas soltas, sendo que, no primeiro caso, conterão ter-
mo de abertura e encerramento lavrados pelo proprietário e rubricados pela
repartição de trânsito, enquanto, no segundo, todas as folhas serão autenti-
cadas pela repartição de trânsito.

2103
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º A entrada e a saída de veículos nos estabelecimentos referidos neste


artigo registrar-se-ão no mesmo dia em que se verificarem assinaladas, in-
clusive, as horas a elas correspondentes, podendo os veículos irregulares lá
encontrados ou suas sucatas ser apreendidos ou retidos para sua completa
regularização.
§ 4º As autoridades de trânsito e as autoridades policiais terão acesso aos
livros sempre que o solicitarem, não podendo, entretanto, retirá-los do esta-
belecimento.
§ 5º A falta de escrituração dos livros, o atraso, a fraude ao realizá-lo e a
recusa de sua exibição serão punidas com a multa prevista para as infrações
gravíssimas, independente das demais cominações legais cabíveis.
§ 6º Os livros previstos neste artigo poderão ser substituídos por sis-
tema eletrônico, na forma regulamentada pelo Contran. (Incluído pela Lei
n. 13.154, de 2015)
Art. 331. Até a nomeação e posse dos membros que passarão a integrar
os colegiados destinados ao julgamento dos recursos administrativos previs-
tos na Seção II do Capítulo XVIII deste Código, o julgamento dos recursos
ficará a cargo dos órgãos ora existentes.
Art. 332. Os órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Trân-
sito proporcionarão aos membros do CONTRAN, CETRAN e CONTRANDIFE, em
serviço, todas as facilidades para o cumprimento de sua missão, fornecendo-
-lhes as informações que solicitarem, permitindo-lhes inspecionar a execução
de quaisquer serviços e deverão atender prontamente suas requisições.
Art. 333. O CONTRAN estabelecerá, em até cento e vinte dias após a
nomeação de seus membros, as disposições previstas nos arts. 91 e 92, que
terão de ser atendidas pelos órgãos e entidades executivos de trânsito e exe-
cutivos rodoviários para exercerem suas competências.
§ 1º Os órgãos e entidades de trânsito já existentes terão prazo de um
ano, após a edição das normas, para se adequarem às novas disposições es-
tabelecidas pelo CONTRAN, conforme disposto neste artigo.

2104
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º Os órgãos e entidades de trânsito a serem criados exercerão as


competências previstas neste Código em cumprimento às exigências estabe-
lecidas pelo CONTRAN, conforme disposto neste artigo, acompanhados pelo
respectivo CETRAN, se órgão ou entidade municipal, ou CONTRAN, se órgão
ou entidade estadual, do Distrito Federal ou da União, passando a integrar o
Sistema Nacional de Trânsito.
Art. 334. As ondulações transversais existentes deverão ser homologa-
das pelo órgão ou entidade competente no prazo de um ano, a partir da pu-
blicação deste Código, devendo ser retiradas em caso contrário.
Art. 335. (VETADO)
Art. 336. Aplicam-se os sinais de trânsito previstos no Anexo II até a
aprovação pelo CONTRAN, no prazo de trezentos e sessenta dias da publica-
ção desta Lei, após a manifestação da Câmara Temática de Engenharia, de
Vias e Veículos e obedecidos os padrões internacionais.
Art. 337. Os  CETRAN terão suporte técnico e financeiro dos Estados e
Municípios que os compõem e, o CONTRANDIFE, do Distrito Federal.
Art. 338. As montadoras, encarroçadoras, os importadores e fabricantes,
ao comerciarem veículos automotores de qualquer categoria e ciclos, são
obrigados a fornecer, no ato da comercialização do respectivo veículo, manu-
al contendo normas de circulação, infrações, penalidades, direção defensiva,
primeiros socorros e Anexos do Código de Trânsito Brasileiro.
Art. 339. Fica o Poder Executivo autorizado a abrir crédito especial no
valor de R$ 264.954,00 (duzentos e sessenta e quatro mil, novecentos e cin-
quenta e quatro reais), em favor do ministério ou órgão a que couber a coor-
denação máxima do Sistema Nacional de Trânsito, para atender as despesas
decorrentes da implantação deste Código.
Art. 340. Este Código entra em vigor cento e vinte dias após a data de
sua publicação.
Art. 341. Ficam revogadas as Leis n.s 5.108, de 21 de setem-
bro de 1966, 5.693, de 16 de agosto de 1971, 5.820, de 10 de novem-

2105
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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bro de 1972, 6.124, de 25 de outubro de 1974, 6.308, de 15 de dezembro


de 1975, 6.369, de 27 de outubro de 1976, 6.731, de 4 de dezembro de
1979, 7.031, de 20 de setembro de 1982, 7.052, de 02 de dezembro de
1982, 8.102, de 10 de dezembro de 1990, os arts. 1º a 6º e 11 do Decreto-lei
n. 237, de 28 de fevereiro de 1967, e os Decretos-leis n.s 584, de 16 de maio
de 1969, 912, de 2 de outubro de 1969, e 2.448, de 21 de julho de 1988.

ANEXO I
DOS CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Para efeito deste Código adotam-se as seguintes definições:


ACOSTAMENTO - parte da via diferenciada da pista de rolamento desti-
nada à parada ou estacionamento de veículos, em caso de emergência, e à
circulação de pedestres e bicicletas, quando não houver local apropriado para
esse fim.
AGENTE DA AUTORIDADE DE TRÂNSITO - pessoa, civil ou policial militar,
credenciada pela autoridade de trânsito para o exercício das atividades de
fiscalização, operação, policiamento ostensivo de trânsito ou patrulhamento.
AR ALVEOLAR - ar expirado pela boca de um indivíduo, originário dos al-
véolos pulmonares. (Incluído pela Lei n. 12.760, de 2012)
AUTOMÓVEL - veículo automotor destinado ao transporte de passageiros,
com capacidade para até oito pessoas, exclusive o condutor.
AUTORIDADE DE TRÂNSITO - dirigente máximo de órgão ou entidade exe-
cutivo integrante do Sistema Nacional de Trânsito ou pessoa por ele expres-
samente credenciada.
BALANÇO TRASEIRO - distância entre o plano vertical passando pelos cen-
tros das rodas traseiras extremas e o ponto mais recuado do veículo, conside-
rando-se todos os elementos rigidamente fixados ao mesmo.
BICICLETA - veículo de propulsão humana, dotado de duas rodas, não
sendo, para efeito deste Código, similar à motocicleta, motoneta e ciclomotor.

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BICICLETÁRIO - local, na via ou fora dela, destinado ao estacionamento


de bicicletas.
BONDE - veículo de propulsão elétrica que se move sobre trilhos.
BORDO DA PISTA - margem da pista, podendo ser demarcada por linhas
longitudinais de bordo que delineiam a parte da via destinada à circulação de
veículos.
CALÇADA - parte da via, normalmente segregada e em nível diferente,
não destinada à circulação de veículos, reservada ao trânsito de pedestres e,
quando possível, à implantação de mobiliário urbano, sinalização, vegetação
e outros fins.
CAMINHÃO-TRATOR - veículo automotor destinado a tracionar ou arrastar
outro.
CAMINHONETE - veículo destinado ao transporte de carga com peso bruto
total de até três mil e quinhentos quilogramas.
CAMIONETA - veículo misto destinado ao transporte de passageiros e car-
ga no mesmo compartimento.
CANTEIRO CENTRAL - obstáculo físico construído como separador de duas
pistas de rolamento, eventualmente substituído por marcas viárias (canteiro
fictício).
CAPACIDADE MÁXIMA DE TRAÇÃO - máximo peso que a unidade de tração
é capaz de tracionar, indicado pelo fabricante, baseado em condições sobre
suas limitações de geração e multiplicação de momento de força e resistência
dos elementos que compõem a transmissão.
CARREATA - deslocamento em fila na via de veículos automotores em sinal
de regozijo, de reivindicação, de protesto cívico ou de uma classe.
CARRO DE MÃO - veículo de propulsão humana utilizado no transporte de
pequenas cargas.
CARROÇA - veículo de tração animal destinado ao transporte de carga.
CATADIÓPTRICO - dispositivo de reflexão e refração da luz utilizado na
sinalização de vias e veículos (olho-de-gato).

2107
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CHARRETE - veículo de tração animal destinado ao transporte de pessoas.


CICLO - veículo de pelo menos duas rodas a propulsão humana.
CICLOFAIXA - parte da pista de rolamento destinada à circulação exclusiva
de ciclos, delimitada por sinalização específica.
CICLOMOTOR - veículo de duas ou três rodas, provido de um motor de
combustão interna, cuja cilindrada não exceda a cinquenta centímetros cú-
bicos (3,05 polegadas cúbicas) e cuja velocidade máxima de fabricação não
exceda a cinquenta quilômetros por hora.
CICLOVIA - pista própria destinada à circulação de ciclos, separada fisica-
mente do tráfego comum.
CONVERSÃO - movimento em ângulo, à esquerda ou à direita, de mudan-
ça da direção original do veículo.
CRUZAMENTO - interseção de duas vias em nível.
DISPOSITIVO DE SEGURANÇA - qualquer elemento que tenha a função
específica de proporcionar maior segurança ao usuário da via, alertando-o
sobre situações de perigo que possam colocar em risco sua integridade física
e dos demais usuários da via, ou danificar seriamente o veículo.
ESTACIONAMENTO - imobilização de veículos por tempo superior ao ne-
cessário para embarque ou desembarque de passageiros.
ESTRADA - via rural não pavimentada.
ETILÔMETRO - aparelho destinado à medição do teor alcoólico no ar alve-
olar. (Incluído pela Lei n. 12.760, de 2012)
FAIXAS DE DOMÍNIO - superfície lindeira às vias rurais, delimitada por lei
específica e sob responsabilidade do órgão ou entidade de trânsito competen-
te com circunscrição sobre a via.
FAIXAS DE TRÂNSITO - qualquer uma das áreas longitudinais em que a
pista pode ser subdividida, sinalizada ou não por marcas viárias longitudinais,
que tenham uma largura suficiente para permitir a circulação de veículos au-
tomotores.
FISCALIZAÇÃO - ato de controlar o cumprimento das normas estabele-
cidas na legislação de trânsito, por meio do poder de polícia administrativa

2108
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de trânsito, no âmbito de circunscrição dos órgãos e entidades executivos de


trânsito e de acordo com as competências definidas neste Código.
FOCO DE PEDESTRES - indicação luminosa de permissão ou impedimento
de locomoção na faixa apropriada.
FREIO DE ESTACIONAMENTO - dispositivo destinado a manter o veículo
imóvel na ausência do condutor ou, no caso de um reboque, se este se en-
contra desengatado.
FREIO DE SEGURANÇA OU MOTOR - dispositivo destinado a diminuir a
marcha do veículo no caso de falha do freio de serviço.
FREIO DE SERVIÇO - dispositivo destinado a provocar a diminuição da
marcha do veículo ou pará-lo.
GESTOS DE AGENTES - movimentos convencionais de braço, adotados
exclusivamente pelos agentes de autoridades de trânsito nas vias, para orien-
tar, indicar o direito de passagem dos veículos ou pedestres ou emitir ordens,
sobrepondo-se ou completando outra sinalização ou norma constante deste
Código.
GESTOS DE CONDUTORES - movimentos convencionais de braço, adota-
dos exclusivamente pelos condutores, para orientar ou indicar que vão efe-
tuar uma manobra de mudança de direção, redução brusca de velocidade ou
parada.
ILHA - obstáculo físico, colocado na pista de rolamento, destinado à orde-
nação dos fluxos de trânsito em uma interseção.
INFRAÇÃO - inobservância a qualquer preceito da legislação de trânsito,
às normas emanadas do Código de Trânsito, do Conselho Nacional de Trânsito
e a regulamentação estabelecida pelo órgão ou entidade executiva do trân-
sito.
INTERSEÇÃO - todo cruzamento em nível, entroncamento ou bifurcação,
incluindo as áreas formadas por tais cruzamentos, entroncamentos ou bifur-
cações.
INTERRUPÇÃO DE MARCHA - imobilização do veículo para atender circuns-
tância momentânea do trânsito.

2109
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LICENCIAMENTO - procedimento anual, relativo a obrigações do proprie-


tário de veículo, comprovado por meio de documento específico (Certificado
de Licenciamento Anual).
LOGRADOURO PÚBLICO - espaço livre destinado pela municipalidade à
circulação, parada ou estacionamento de veículos, ou à circulação de pedes-
tres, tais como calçada, parques, áreas de lazer, calçadões.
LOTAÇÃO - carga útil máxima, incluindo condutor e passageiros, que o
veículo transporta, expressa em quilogramas para os veículos de carga, ou
número de pessoas, para os veículos de passageiros.
LOTE LINDEIRO - aquele situado ao longo das vias urbanas ou rurais e que
com elas se limita.
LUZ ALTA - facho de luz do veículo destinado a iluminar a via até uma
grande distância do veículo.
LUZ BAIXA - facho de luz do veículo destinada a iluminar a via diante do
veículo, sem ocasionar ofuscamento ou incômodo injustificáveis aos conduto-
res e outros usuários da via que venham em sentido contrário.
LUZ DE FREIO - luz do veículo destinada a indicar aos demais usuários da
via, que se encontram atrás do veículo, que o condutor está aplicando o freio
de serviço.
LUZ INDICADORA DE DIREÇÃO (pisca-pisca) - luz do veículo destinada a
indicar aos demais usuários da via que o condutor tem o propósito de mudar
de direção para a direita ou para a esquerda.
LUZ DE MARCHA À RÉ - luz do veículo destinada a iluminar atrás do veí-
culo e advertir aos demais usuários da via que o veículo está efetuando ou a
ponto de efetuar uma manobra de marcha à ré.
LUZ DE NEBLINA - luz do veículo destinada a aumentar a iluminação da
via em caso de neblina, chuva forte ou nuvens de pó.
LUZ DE POSIÇÃO (lanterna) - luz do veículo destinada a indicar a presença
e a largura do veículo.

2110
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MANOBRA - movimento executado pelo condutor para alterar a posição


em que o veículo está no momento em relação à via.
MARCAS VIÁRIAS - conjunto de sinais constituídos de linhas, marcações,
símbolos ou legendas, em tipos e cores diversas, apostos ao pavimento da via.
MICRO-ÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo com capacida-
de para até vinte passageiros.
MOTOCICLETA - veículo automotor de duas rodas, com ou sem side-car,
dirigido por condutor em posição montada.
MOTONETA - veículo automotor de duas rodas, dirigido por condutor em
posição sentada.
MOTOR-CASA (MOTOR-HOME) - veículo automotor cuja carroçaria seja fe-
chada e destinada a alojamento, escritório, comércio ou finalidades análogas.
NOITE - período do dia compreendido entre o pôr-do-sol e o nascer do sol.
ÔNIBUS - veículo automotor de transporte coletivo com capacidade para
mais de vinte passageiros, ainda que, em virtude de adaptações com vista à
maior comodidade destes, transporte número menor.
OPERAÇÃO DE CARGA E DESCARGA - imobilização do veículo, pelo tempo
estritamente necessário ao carregamento ou descarregamento de animais
ou carga, na forma disciplinada pelo órgão ou entidade executivo de trânsito
competente com circunscrição sobre a via.
OPERAÇÃO DE TRÂNSITO - monitoramento técnico baseado nos concei-
tos de Engenharia de Tráfego, das condições de fluidez, de estacionamento
e parada na via, de forma a reduzir as interferências tais como veículos que-
brados, acidentados, estacionados irregularmente atrapalhando o trânsito,
prestando socorros imediatos e informações aos pedestres e condutores.
PARADA - imobilização do veículo com a finalidade e pelo tempo estrita-
mente necessário para efetuar embarque ou desembarque de passageiros.
PASSAGEM DE NÍVEL - todo cruzamento de nível entre uma via e uma li-
nha férrea ou trilho de bonde com pista própria.

2111
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PASSAGEM POR OUTRO VEÍCULO - movimento de passagem à frente de


outro veículo que se desloca no mesmo sentido, em menor velocidade, mas
em faixas distintas da via.
PASSAGEM SUBTERRÂNEA - obra de arte destinada à transposição de vias,
em desnível subterrâneo, e ao uso de pedestres ou veículos.
PASSARELA - obra de arte destinada à transposição de vias, em desnível
aéreo, e ao uso de pedestres.
PASSEIO - parte da calçada ou da pista de rolamento, neste último caso,
separada por pintura ou elemento físico separador, livre de interferências, des-
tinada à circulação exclusiva de pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas.
PATRULHAMENTO - função exercida pela Polícia Rodoviária Federal com
o objetivo de garantir obediência às normas de trânsito, assegurando a livre
circulação e evitando acidentes.
PERÍMETRO URBANO - limite entre área urbana e área rural.
PESO BRUTO TOTAL - peso máximo que o veículo transmite ao pavimento,
constituído da soma da tara mais a lotação.
PESO BRUTO TOTAL COMBINADO - peso máximo transmitido ao pavimen-
to pela combinação de um caminhão-trator mais seu semirreboque ou do
caminhão mais o seu reboque ou reboques.
PISCA-ALERTA - luz intermitente do veículo, utilizada em caráter de ad-
vertência, destinada a indicar aos demais usuários da via que o veículo está
imobilizado ou em situação de emergência.
PISTA - parte da via normalmente utilizada para a circulação de veículos,
identificada por elementos separadores ou por diferença de nível em relação
às calçadas, ilhas ou aos canteiros centrais.
PLACAS - elementos colocados na posição vertical, fixados ao lado ou
suspensos sobre a pista, transmitindo mensagens de caráter permanente e,
eventualmente, variáveis, mediante símbolo ou legendas pré-reconhecidas e
legalmente instituídas como sinais de trânsito.
POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRÂNSITO - função exercida pelas Polícias
Militares com o objetivo de prevenir e reprimir atos relacionados com a se-

2112
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gurança pública e de garantir obediência às normas relativas à segurança de


trânsito, assegurando a livre circulação e evitando acidentes.
PONTE - obra de construção civil destinada a ligar margens opostas de
uma superfície líquida qualquer.
REBOQUE - veículo destinado a ser engatado atrás de um veículo auto-
motor.
REGULAMENTAÇÃO DA VIA - implantação de sinalização de regulamenta-
ção pelo órgão ou entidade competente com circunscrição sobre a via, definin-
do, entre outros, sentido de direção, tipo de estacionamento, horários e dias.
REFÚGIO - parte da via, devidamente sinalizada e protegida, destinada ao
uso de pedestres durante a travessia da mesma.
RENACH - Registro Nacional de Condutores Habilitados.
RENAVAM - Registro Nacional de Veículos Automotores.
RETORNO - movimento de inversão total de sentido da direção original de
veículos.
RODOVIA - via rural pavimentada.
SEMIRREBOQUE - veículo de um ou mais eixos que se apoia na sua unida-
de tratora ou é a ela ligado por meio de articulação.
SINAIS DE TRÂNSITO - elementos de sinalização viária que se utilizam
de placas, marcas viárias, equipamentos de controle luminosos, dispositivos
auxiliares, apitos e gestos, destinados exclusivamente a ordenar ou dirigir o
trânsito dos veículos e pedestres.
SINALIZAÇÃO - conjunto de sinais de trânsito e dispositivos de segurança
colocados na via pública com o objetivo de garantir sua utilização adequada,
possibilitando melhor fluidez no trânsito e maior segurança dos veículos e
pedestres que nela circulam.
SONS POR APITO - sinais sonoros, emitidos exclusivamente pelos agentes
da autoridade de trânsito nas vias, para orientar ou indicar o direito de pas-
sagem dos veículos ou pedestres, sobrepondo-se ou completando sinalização
existente no local ou norma estabelecida neste Código.

2113
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TARA - peso próprio do veículo, acrescido dos pesos da carroçaria e equi-


pamento, do combustível, das ferramentas e acessórios, da roda sobressa-
lente, do extintor de incêndio e do fluido de arrefecimento, expresso em
quilogramas.
TRAILER - reboque ou semirreboque tipo casa, com duas, quatro, ou seis
rodas, acoplado ou adaptado à traseira de automóvel ou camionete, utilizado
em geral em atividades turísticas como alojamento, ou para atividades co-
merciais.
TRÂNSITO - movimentação e imobilização de veículos, pessoas e animais
nas vias terrestres.
TRANSPOSIÇÃO DE FAIXAS - passagem de um veículo de uma faixa de-
marcada para outra.
TRATOR - veículo automotor construído para realizar trabalho agrícola, de
construção e pavimentação e tracionar outros veículos e equipamentos.
ULTRAPASSAGEM - movimento de passar à frente de outro veículo que se
desloca no mesmo sentido, em menor velocidade e na mesma faixa de tráfe-
go, necessitando sair e retornar à faixa de origem.
UTILITÁRIO - veículo misto caracterizado pela versatilidade do seu uso,
inclusive fora de estrada.
VEÍCULO ARTICULADO - combinação de veículos acoplados, sendo um
deles automotor.
VEÍCULO AUTOMOTOR - todo veículo a motor de propulsão que circule por
seus próprios meios, e que serve normalmente para o transporte viário de
pessoas e coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados para o trans-
porte de pessoas e coisas. O termo compreende os veículos conectados a
uma linha elétrica e que não circulam sobre trilhos (ônibus elétrico).
VEÍCULO DE CARGA - veículo destinado ao transporte de carga, podendo
transportar dois passageiros, exclusive o condutor.

2114
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VEÍCULO DE COLEÇÃO - aquele que, mesmo tendo sido fabricado há mais


de trinta anos, conserva suas características originais de fabricação e possui
valor histórico próprio.
VEÍCULO CONJUGADO - combinação de veículos, sendo o primeiro um ve-
ículo automotor e os demais reboques ou equipamentos de trabalho agrícola,
construção, terraplenagem ou pavimentação.
VEÍCULO DE GRANDE PORTE - veículo automotor destinado ao transporte
de carga com peso bruto total máximo superior a dez mil quilogramas e de
passageiros, superior a vinte passageiros.
VEÍCULO DE PASSAGEIROS - veículo destinado ao transporte de pessoas
e suas bagagens.
VEÍCULO MISTO - veículo automotor destinado ao transporte simultâneo
de carga e passageiro.
VIA - superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais, compre-
endendo a pista, a calçada, o acostamento, ilha e canteiro central.
VIA DE TRÂNSITO RÁPIDO - aquela caracterizada por acessos especiais
com trânsito livre, sem interseções em nível, sem acessibilidade direta aos
lotes lindeiros e sem travessia de pedestres em nível.
VIA ARTERIAL - aquela caracterizada por interseções em nível, geralmente
controlada por semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias se-
cundárias e locais, possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade.
VIA COLETORA - aquela destinada a coletar e distribuir o trânsito que
tenha necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais,
possibilitando o trânsito dentro das regiões da cidade.
VIA LOCAL - aquela caracterizada por interseções em nível não semafori-
zadas, destinada apenas ao acesso local ou a áreas restritas.
VIA RURAL - estradas e rodovias.
VIA URBANA - ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e similares abertos à
circulação pública, situados na área urbana, caracterizados principalmente
por possuírem imóveis edificados ao longo de sua extensão.

2115
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VIAS E ÁREAS DE PEDESTRES - vias ou conjunto de vias destinadas à cir-


culação prioritária de pedestres.
VIADUTO - obra de construção civil destinada a transpor uma depressão
de terreno ou servir de passagem superior. (Vide Resolução n. 160, de 2004
do CONTRAN)

2116
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LEI N. 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006

Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medi-
das para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependen-
tes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico
ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre

Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção

e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas

para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e

define crimes.

Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas

as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim

especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente

pelo Poder Executivo da União.

Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como

o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos

quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de

autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção

de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a

respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.

2117
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos

vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais

ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização,

respeitadas as ressalvas supramencionadas.

TÍTULO II

DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e

coordenar as atividades relacionadas com:

I – a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários

e dependentes de drogas;

II – a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.

CAPÍTULO I

DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS


DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 4º São princípios do Sisnad:

I – o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente

quanto à sua autonomia e à sua liberdade;

II – o respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes;

III – a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo

brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso indevido de

drogas e outros comportamentos correlacionados;

IV – a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social,


para o estabelecimento dos fundamentos e estratégias do Sisnad;

V – a promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado e Sociedade,

reconhecendo a importância da participação social nas atividades do Sisnad;

2118
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VI – o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados

com o uso indevido de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu

tráfico ilícito;

VII – a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção

do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de

drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;

VIII – a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes

Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad;

IX – a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a

interdependência e a natureza complementar das atividades de prevenção

do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de

drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas;

X – a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso

indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e

de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a

garantir a estabilidade e o bem-estar social;

XI  – a observância às orientações e normas emanadas do Conselho

Nacional Antidrogas - Conad.

Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos:

I – contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos

vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas,

seu tráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados;

II – promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas

no país;

III – promover a integração entre as políticas de prevenção do uso

indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e

de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas

2119
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal,

Estados e Municípios;

IV – assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articulação

das atividades de que trata o art. 3º desta Lei.

CAPÍTULO II

DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO

DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 6º (VETADO)

Art. 7º A organização do Sisnad assegura a orientação central e a execução

descentralizada das atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal,

distrital, estadual e municipal e se constitui matéria definida no regulamento

desta Lei.

Art. 8º (VETADO)

CAPÍTULO III

(VETADO)

Art. 9º (VETADO)

Art. 10. (VETADO)

Art. 11. (VETADO)

Art. 12. (VETADO)

Art. 13. (VETADO)

Art. 14. (VETADO)

2120
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO IV

DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES

SOBRE DROGAS

Art. 15. (VETADO)

Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da

assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas devem

comunicar ao órgão competente do respectivo sistema municipal de saúde os

casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas,

conforme orientações emanadas da União.

Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de

drogas integrarão sistema de informações do Poder Executivo.

TÍTULO III

DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E


REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS

CAPÍTULO I

DA PREVENÇÃO

Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas,

para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a redução dos fatores de

vulnerabilidade e risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores de

proteção.

Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem

observar os seguintes princípios e diretrizes:

2121
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência

na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual

pertence;

II – a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como

forma de orientar as ações dos serviços públicos comunitários e privados e

de evitar preconceitos e estigmatização das pessoas e dos serviços que as

atendam;

III – o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em

relação ao uso indevido de drogas;

IV – o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua

com as instituições do setor privado e com os diversos segmentos sociais,

incluindo usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio

do estabelecimento de parcerias;

V – a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às

especificidades socioculturais das diversas populações, bem como das

diferentes drogas utilizadas;

VI – o reconhecimento do “não uso”, do “retardamento do uso” e da

redução de riscos como resultados desejáveis das atividades de natureza

preventiva, quando da definição dos objetivos a serem alcançados;

VII – o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da

população, levando em consideração as suas necessidades específicas;

VIII  – a articulação entre os serviços e organizações que atuam em

atividades de prevenção do uso indevido de drogas e a rede de atenção a

usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares;

IX – o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas,

profissionais, entre outras, como forma de inclusão social e de melhoria da

qualidade de vida;

2122
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

X – o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da

prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de educação nos 3

(três) níveis de ensino;

XI – a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido

de drogas, nas instituições de ensino público e privado, alinhados às Diretrizes

Curriculares Nacionais e aos conhecimentos relacionados a drogas;

XII – a observância das orientações e normas emanadas do Conad;

XIII – o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas

setoriais específicas.

Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas

dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em consonância com as

diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do

Adolescente - Conanda.

CAPÍTULO II

DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL


DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS

Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de

drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas que visem à

melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos associados

ao uso de drogas.

Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do

dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas

direcionadas para sua integração ou reintegração em redes sociais.

Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do

dependente de drogas e respectivos familiares devem observar os seguintes

princípios e diretrizes:

2123
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de

quaisquer condições, observados os direitos fundamentais da pessoa humana,

os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional de

Assistência Social;

II – a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social do

usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares que considerem

as suas peculiaridades socioculturais;

III  – definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a

inclusão social e para a redução de riscos e de danos sociais e à saúde;

IV – atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos

familiares, sempre que possível, de forma multidisciplinar e por equipes

multiprofissionais;

V – observância das orientações e normas emanadas do Conad;

VI – o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas

setoriais específicas.

Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do Distrito

Federal, dos Municípios desenvolverão programas de atenção ao usuário e

ao dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde

e os princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a previsão

orçamentária adequada.

Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão

conceder benefícios às instituições privadas que desenvolverem programas

de reinserção no mercado de trabalho, do usuário e do dependente de drogas

encaminhados por órgão oficial.

Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atuação

nas áreas da atenção à saúde e da assistência social, que atendam usuários

ou dependentes de drogas poderão receber recursos do Funad, condicionados

à sua disponibilidade orçamentária e financeira.

2124
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática

de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou

submetidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à

sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.

CAPÍTULO III

DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada

ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o

Ministério Público e o defensor.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer

consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo

com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:

I – advertência sobre os efeitos das drogas;

II – prestação de serviços à comunidade;

III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal,

semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena

quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou

psíquica.

§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz

atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às

condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais,

bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão

aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.

2125
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do

caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.

§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em

programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais,

estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que

se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação

de usuários e dependentes de drogas.

§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere

o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente,

poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:

I – admoestação verbal;

II – multa.

§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator,

gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial,

para tratamento especializado.

Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do §

6º do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número

de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a

100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do

agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário

mínimo.

Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se

refere o § 6º do art. 28 serão creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas.

Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das

penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107

e seguintes do Código Penal.

2126
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TÍTULO IV

DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA


E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade competente para

produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito,

importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender,

comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-

prima destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais.

Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo

delegado de polícia na forma do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente

para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições

encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias

para a preservação da prova. (Redação dada pela Lei n. 12.961, de 2014)

§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.961, de 2014)

§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.961, de 2014)

§ 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação,

observar-se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente,

o disposto no Decreto no 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber,

dispensada a autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do

Meio Ambiente - Sisnama.

§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas,

conforme o disposto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a

legislação em vigor.

2127
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CAPÍTULO II

DOS CRIMES

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir,

vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo,

guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda

que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação

legal ou regulamentar:

Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500

(quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I  – importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à

venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda,

ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação

legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado

à preparação de drogas;

II – semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo

com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em

matéria-prima para a preparação de drogas;

III – utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade,

posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele

se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com

determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: (Vide

ADI n. 4.274)

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300

(trezentos) dias-multa.

2128
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§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de

seu relacionamento, para juntos a consumirem:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700

(setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas

previstas no art. 28.

§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser

reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas

de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se

dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. (Vide

Resolução n. 5, de 2012)

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender,

distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda

que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto

destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas,

sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil

e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.

Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar,

reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e §

1º, e 34 desta Lei:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700

(setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se

associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos

nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:

2129
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Pena – reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil

e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.

Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação

destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e §

1º, e 34 desta Lei:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos)

a 700 (setecentos) dias-multa.

Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas

necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com

determinação legal ou regulamentar:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50

(cinquenta) a 200 (duzentos) dias-multa.

Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da

categoria profissional a que pertença o agente.

Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas,

expondo a dano potencial a incolumidade de outrem:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão

do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo

mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200

(duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.

Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente

com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos)

a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for

de transporte coletivo de passageiros.

Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas

de um sexto a dois terços, se:

2130
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I – a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as

circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;

II – o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no

desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;

III  – a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de

estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades

estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de

locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou

diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes

de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em

transportes públicos;

IV – o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de

arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;

V – caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o

Distrito Federal;

VI – sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a

quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de

entendimento e determinação;

VII – o agente financiar ou custear a prática do crime.

Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a

investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais

coautores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto

do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois

terços.

Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância

sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da

substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.

2131
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei,

o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número

de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas dos

acusados, valor não inferior a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes

o maior salário-mínimo.

Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão

impostas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se,

em virtude da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes,

ainda que aplicadas no máximo.

Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei

são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade

provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.

Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o

livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada

sua concessão ao reincidente específico.

Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob


o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo
da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento.
Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força
pericial, que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as
condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na
sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado.
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por
força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía,
ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter

ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

2132
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste

a necessidade de encaminhamento do agente para tratamento, realizada por

profissional de saúde com competência específica na forma da lei, determinará

que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei.

CAPÍTULO III

DO PROCEDIMENTO PENAL

Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste

Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente,

as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.

§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei,

salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei,

será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no 9.099,

de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.

§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá

prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado

ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele

comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as

requisições dos exames e perícias necessários.

§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no §

2º deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local

em que se encontrar, vedada a detenção do agente.

§ 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2º deste artigo, o agente

será submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade

de polícia judiciária entender conveniente, e em seguida liberado.

2133
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no 9.099, de 1995, que dispõe

sobre os Juizados Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a

aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada

na proposta.

Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1º,

e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem,

empregará os instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas

previstos na Lei no 9.807, de 13 de julho de 1999.

Seção I

Da Investigação

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária

fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia

do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em

24 (vinte e quatro) horas.

§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento

da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza

e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por

pessoa idônea.

§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo não

ficará impedido de participar da elaboração do laudo definitivo.

§ 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez)

dias, certificará a regularidade formal do laudo de constatação e determinará

a destruição das drogas apreendidas, guardando-se amostra necessária à

realização do laudo definitivo. (Incluído pela Lei n. 12.961, de 2014)

2134
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 4º A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia

competente no prazo de 15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e

da autoridade sanitária. (Incluído pela Lei n. 12.961, de 2014)

§ 5º O local será vistoriado antes e depois de efetivada a destruição das

drogas referida no § 3º, sendo lavrado auto circunstanciado pelo delegado

de polícia, certificando-se neste a destruição total delas. (Incluído pela Lei n.

12.961, de 2014)

Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão

em flagrante será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias

contado da data da apreensão, guardando-se amostra necessária à realização

do laudo definitivo, aplicando-se, no que couber, o procedimento dos §§ 3º a

5º do art. 50. (Incluído pela Lei n. 12.961, de 2014)

Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se

o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.

Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados

pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade

de polícia judiciária.

Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade

de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:

I – relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões

que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza

da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se

desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a

qualificação e os antecedentes do agente; ou

II – requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.

Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências

complementares:

2135
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá


ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de
instrução e julgamento;
II – necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que
seja titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá
ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de
instrução e julgamento.
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes
previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante
autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes procedimentos
investigatórios:
I  – a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação,
constituída pelos órgãos especializados pertinentes;
II – a não atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores
químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem
no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior

número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo

da ação penal cabível.

Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será

concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação

dos agentes do delito ou de colaboradores.

Seção II

Da Instrução Criminal

Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Comissão

Parlamentar de Inquérito ou peças de informação, dar-se-á vista ao Ministério

Público para, no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes providências:

2136
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – requerer o arquivamento;

II – requisitar as diligências que entender necessárias;

III – oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e requerer as

demais provas que entender pertinentes.

Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado

para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

§ 1º Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado

poderá arguir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer

documentos e justificações, especificar as provas que pretende produzir e,

até o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.

§ 2º As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95

a 113 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo

Penal.

§ 3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor

para oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de

nomeação.

§ 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.

§ 5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias,

determinará a apresentação do preso, realização de diligências, exames e

perícias.

Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência

de instrução e julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação

do Ministério Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos

periciais.

§ 1º Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos

arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia,

poderá decretar o afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, se

for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo.

2137
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada

dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se

determinada a realização de avaliação para atestar dependência de drogas,

quando se realizará em 90 (noventa) dias.

Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório do

acusado e a inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente,

ao representante do Ministério Público e ao defensor do acusado, para

sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável

por mais 10 (dez), a critério do juiz.

Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das

partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas

correspondentes se o entender pertinente e relevante.

Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o

fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.

§ 1º (Revogado pela Lei n. 12.961, de 2014)

§ 2º (Revogado pela Lei n. 12.961, de 2014)

Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta

Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e

de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória.

CAPÍTULO IV

DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE BENS DO

ACUSADO

Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante

representação da autoridade de polícia judiciária, ouvido o Ministério Público,

havendo indícios suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da ação

2138
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias relacionadas aos bens

móveis e imóveis ou valores consistentes em produtos dos crimes previstos

nesta Lei, ou que constituam proveito auferido com sua prática, procedendo-

se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de

1941 - Código de Processo Penal.

§ 1º Decretadas quaisquer das medidas previstas neste artigo, o juiz

facultará ao acusado que, no prazo de 5 (cinco) dias, apresente ou requeira a

produção de provas acerca da origem lícita do produto, bem ou valor objeto

da decisão.

§ 2º Provada a origem lícita do produto, bem ou valor, o juiz decidirá pela

sua liberação.

§ 3º Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o comparecimento

pessoal do acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários

à conservação de bens, direitos ou valores.

§ 4º A ordem de apreensão ou sequestro de bens, direitos ou valores

poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua

execução imediata possa comprometer as investigações.

Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da prova dos fatos e

comprovado o interesse público ou social, ressalvado o disposto no art. 62

desta Lei, mediante autorização do juízo competente, ouvido o Ministério

Público e cientificada a Senad, os bens apreendidos poderão ser utilizados

pelos órgãos ou pelas entidades que atuam na prevenção do uso indevido, na

atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e na repressão

à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no

interesse dessas atividades.

Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre veículos, embarcações

ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente

2139
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e

licenciamento, em favor da instituição à qual tenha deferido o uso, ficando esta

livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito

em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da União.

Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios

de transporte, os maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer

natureza, utilizados para a prática dos crimes definidos nesta Lei, após a sua

regular apreensão, ficarão sob custódia da autoridade de polícia judiciária,

excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma de legislação específica.

§ 1º Comprovado o interesse público na utilização de qualquer dos bens

mencionados neste artigo, a autoridade de polícia judiciária poderá deles fazer

uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de sua conservação, mediante

autorização judicial, ouvido o Ministério Público.

§ 2º Feita a apreensão a que se refere o caput deste artigo, e tendo recaído

sobre dinheiro ou cheques emitidos como ordem de pagamento, a autoridade

de polícia judiciária que presidir o inquérito deverá, de imediato, requerer ao

juízo competente a intimação do Ministério Público.

§ 3º Intimado, o Ministério Público deverá requerer ao juízo, em caráter

cautelar, a conversão do numerário apreendido em moeda nacional, se for o

caso, a compensação dos cheques emitidos após a instrução do inquérito, com

cópias autênticas dos respectivos títulos, e o depósito das correspondentes

quantias em conta judicial, juntando-se aos autos o recibo.

§ 4º Após a instauração da competente ação penal, o Ministério Público,

mediante petição autônoma, requererá ao juízo competente que, em caráter

cautelar, proceda à alienação dos bens apreendidos, excetuados aqueles

que a União, por intermédio da Senad, indicar para serem colocados sob

2140
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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uso e custódia da autoridade de polícia judiciária, de órgãos de inteligência

ou militares, envolvidos nas ações de prevenção ao uso indevido de drogas

e operações de repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de

drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades.

§ 5º Excluídos os bens que se houver indicado para os fins previstos no

§ 4º deste artigo, o requerimento de alienação deverá conter a relação de

todos os demais bens apreendidos, com a descrição e a especificação de

cada um deles, e informações sobre quem os tem sob custódia e o local onde

se encontram.

§ 6º Requerida a alienação dos bens, a respectiva petição será autuada

em apartado, cujos autos terão tramitação autônoma em relação aos da ação

penal principal.

§ 7º Autuado o requerimento de alienação, os autos serão conclusos ao

juiz, que, verificada a presença de nexo de instrumentalidade entre o delito e

os objetos utilizados para a sua prática e risco de perda de valor econômico

pelo decurso do tempo, determinará a avaliação dos bens relacionados,

cientificará a Senad e intimará a União, o Ministério Público e o interessado,

este, se for o caso, por edital com prazo de 5 (cinco) dias.

§ 8º Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respectivo

laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribuído aos bens e determinará

sejam alienados em leilão.

§ 9º Realizado o leilão, permanecerá depositada em conta judicial a quantia

apurada, até o final da ação penal respectiva, quando será transferida ao

Funad, juntamente com os valores de que trata o § 3º deste artigo.

§ 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra as

decisões proferidas no curso do procedimento previsto neste artigo.

2141
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4º deste artigo, recaindo

a autorização sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará

à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a

expedição de certificado provisório de registro e licenciamento, em favor

da autoridade de polícia judiciária ou órgão aos quais tenha deferido o uso,

ficando estes livres do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores,

até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor

da União.

Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá sobre o perdimento

do produto, bem ou valor apreendido, sequestrado ou declarado indisponível.

§ 1º Os valores apreendidos em decorrência dos crimes tipificados nesta Lei

e que não forem objeto de tutela cautelar, após decretado o seu perdimento

em favor da União, serão revertidos diretamente ao Funad.

§ 2º Compete à Senad a alienação dos bens apreendidos e não leiloados

em caráter cautelar, cujo perdimento já tenha sido decretado em favor da

União.

§ 3º A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a fim de dar imediato

cumprimento ao estabelecido no § 2º deste artigo.

§ 4º Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz do processo,

de ofício ou a requerimento do Ministério Público, remeterá à Senad relação

dos bens, direitos e valores declarados perdidos em favor da União, indicando,

quanto aos bens, o local em que se encontram e a entidade ou o órgão em cujo

poder estejam, para os fins de sua destinação nos termos da legislação vigente.

Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar convênio com os

Estados, com o Distrito Federal e com organismos orientados para a prevenção

do uso indevido de drogas, a atenção e a reinserção social de usuários ou

dependentes e a atuação na repressão à produção não autorizada e ao tráfico

2142
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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ilícito de drogas, com vistas na liberação de equipamentos e de recursos por

ela arrecadados, para a implantação e execução de programas relacionados

à questão das drogas.

TÍTULO V
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Art. 65. De conformidade com os princípios da não intervenção em


assuntos internos, da igualdade jurídica e do respeito à integridade territorial
dos Estados e às leis e aos regulamentos nacionais em vigor, e observado o
espírito das Convenções das Nações Unidas e outros instrumentos jurídicos
internacionais relacionados à questão das drogas, de que o Brasil é parte, o
governo brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros países e
organismos internacionais e, quando necessário, deles solicitará a colaboração,
nas áreas de:
I – intercâmbio de informações sobre legislações, experiências, projetos e
programas voltados para atividades de prevenção do uso indevido, de atenção
e de reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
II – intercâmbio de inteligência policial sobre produção e tráfico de drogas
e delitos conexos, em especial o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o
desvio de precursores químicos;
III – intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre produtores e
traficantes de drogas e seus precursores químicos.

TÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º desta Lei, até que

seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-

2143
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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se drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob

controle especial, da Portaria SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998.

Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei no 7.560, de 19 de

dezembro de 1986, em favor de Estados e do Distrito Federal, dependerá de

sua adesão e respeito às diretrizes básicas contidas nos convênios firmados

e do fornecimento de dados necessários à atualização do sistema previsto no

art. 17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.

Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão

criar estímulos fiscais e outros, destinados às pessoas físicas e jurídicas que

colaborem na prevenção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção

social de usuários e dependentes e na repressão da produção não autorizada

e do tráfico ilícito de drogas.

Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de empresas

ou estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou congêneres,

assim como nos serviços de saúde que produzirem, venderem, adquirirem,

consumirem, prescreverem ou fornecerem drogas ou de qualquer outro em

que existam essas substâncias ou produtos, incumbe ao juízo perante o qual

tramite o feito:

I – determinar, imediatamente à ciência da falência ou liquidação, sejam

lacradas suas instalações;

II – ordenar à autoridade sanitária competente a urgente adoção das

medidas necessárias ao recebimento e guarda, em depósito, das drogas

arrecadadas;

III – dar ciência ao órgão do Ministério Público, para acompanhar o feito.

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§ 1º Da licitação para alienação de substâncias ou produtos não proscritos

referidos no inciso II do caput deste artigo, só podem participar pessoas

jurídicas regularmente habilitadas na área de saúde ou de pesquisa científica

que comprovem a destinação lícita a ser dada ao produto a ser arrematado.

§ 2º Ressalvada a hipótese de que trata o § 3º deste artigo, o produto não

arrematado será, ato contínuo à hasta pública, destruído pela autoridade

sanitária, na presença dos Conselhos Estaduais sobre Drogas e do Ministério

Público.

§ 3º Figurando entre o praceado e não arrematadas especialidades

farmacêuticas em condições de emprego terapêutico, ficarão elas depositadas

sob a guarda do Ministério da Saúde, que as destinará à rede pública de saúde.

Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a

37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são da competência da

Justiça Federal.

Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que não sejam sede

de vara federal serão processados e julgados na vara federal da circunscrição

respectiva.

Art. 71. (VETADO)

Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquivado o inquérito policial, o juiz,

de ofício, mediante representação do delegado de polícia ou a requerimento

do Ministério Público, determinará a destruição das amostras guardadas para

contraprova, certificando isso nos autos. (Redação dada pela Lei n. 12.961,

de 2014)

Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Estados e o com

o Distrito Federal, visando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso

indevido de drogas, e com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso

2145
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção social de usuários e

dependentes de drogas. (Redação dada pela Lei n. 12.219, de 2010)

Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após a sua

publicação.

Art. 75. Revogam-se a Lei no 6.368, de 21 de outubro de 1976, e a Lei

no 10.409, de 11 de janeiro de 2002.

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LEI N. 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965


Regula o Direito de Representação e o processo de Responsabilidade
Administrativa Civil e Penal, nos casos de abuso de autoridade.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabilidade ad-
ministrativa civil e penal, contra as autoridades que, no exercício de suas
funções, cometerem abusos, são regulados pela presente lei.
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição:
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar,
à autoridade civil ou militar culpada, a respectiva sanção;
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para ini-
ciar processo-crime contra a autoridade culpada.
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a ex-
posição do fato constitutivo do abuso de autoridade, com todas as suas cir-
cunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de testemunhas, no máximo de
três, se as houver.
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
a) à liberdade de locomoção;
b) à inviolabilidade do domicílio;
c) ao sigilo da correspondência;
d) à liberdade de consciência e de crença;
e) ao livre exercício do culto religioso;
f) à liberdade de associação;
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto;
h) ao direito de reunião;
i) à incolumidade física do indivíduo;
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional.
(Incluído pela Lei n. 6.657,de 05/06/79)

2147
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:


a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as
formalidades legais ou com abuso de poder;
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constran-
gimento não autorizado em lei;
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou
detenção de qualquer pessoa;
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que
lhe seja comunicada;
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança,
permitida em lei;
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas,
emolumentos ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha
apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor;
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de impor-
tância recebida a título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer
outra despesa;
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica,
quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal;
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de
segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediata-
mente ordem de liberdade. (Incluído pela Medida Provisória n. 111, de 1989)
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de
segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediata-
mente ordem de liberdade. (Incluído pela Lei n. 7.960, de 21/12/89)
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce
cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que
transitoriamente e sem remuneração.
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administra-
tiva civil e penal.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do


abuso cometido e consistirá em:
a) advertência;
b) repreensão;
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oi-
tenta dias, com perda de vencimentos e vantagens;
d) destituição de função;
e) demissão;
f) demissão, a bem do serviço público.
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá
no pagamento de uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros.
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42
a 56 do Código Penal e consistirá em:
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
b) detenção por dez dias a seis meses;
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra fun-
ção pública por prazo até três anos.
§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autô-
noma ou cumulativamente.
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil
ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou
acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou
militar no município da culpa, por prazo de um a cinco anos.
Art. 7º recebida a representação em que for solicitada a aplicação de
sanção administrativa, a autoridade civil ou militar competente determinará a
instauração de inquérito para apurar o fato.
§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas estabelecidas nas
leis municipais, estaduais ou federais, civis ou militares, que estabeleçam o
respectivo processo.

2149
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º não existindo no município no Estado ou na legislação militar normas


reguladoras do inquérito administrativo serão aplicadas supletivamente, as
disposições dos arts. 219 a 225 da Lei n. 1.711, de 28 de outubro de 1952
(Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União).
§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de
aguardar a decisão da ação penal ou civil.
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da autoridade
civil ou militar.
Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à autoridade ad-
ministrativa ou independentemente dela, poderá ser promovida pela vítima
do abuso, a responsabilidade civil ou penal ou ambas, da autoridade culpada.
Art. 10. Vetado
Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de Processo
Civil.
Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito poli-
cial ou justificação por denúncia do Ministério Público, instruída com a repre-
sentação da vítima do abuso.
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima,
aquele, no prazo de quarenta e oito horas, denunciará o réu, desde que o fato
narrado constitua abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, e,
bem assim, a designação de audiência de instrução e julgamento.
§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada em duas vias.
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade houver dei-
xado vestígios o ofendido ou o acusado poderá:
a) promover a comprovação da existência de tais vestígios, por meio de
duas testemunhas qualificadas;
b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da audiência de ins-
trução e julgamento, a designação de um perito para fazer as verificações
necessárias.

2150
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e prestarão seus


depoimentos verbalmente, ou o apresentarão por escrito, querendo, na audi-
ência de instrução e julgamento.
§ 2º No caso previsto na letra a deste artigo a representação poderá con-
ter a indicação de mais duas testemunhas.
Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a de-
núncia requerer o arquivamento da representação, o Juiz, no caso de con-
siderar improcedentes as razões invocadas, fará remessa da representação
ao Procurador-Geral e este oferecerá a denúncia, ou designará outro órgão
do Ministério Público para oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só
então deverá o Juiz atender.
Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no pra-
zo fixado nesta lei, será admitida ação privada. O órgão do Ministério Público
poderá, porém, aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva e
intervir em todos os termos do processo, interpor recursos e, a todo tempo,
no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de quarenta e oito
horas, proferirá despacho, recebendo ou rejeitando a denúncia.
§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz designará, desde
logo, dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, que deverá ser
realizada, improrrogavelmente. dentro de cinco dias.
§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento final e para
comparecer à audiência de instrução e julgamento, será feita por mandado su-
cinto que, será acompanhado da segunda via da representação e da denúncia.
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser apresentada
em juízo, independentemente de intimação.
Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de precatória para a audi-
ência ou a intimação de testemunhas ou, salvo o caso previsto no artigo 14,
letra “b”, requerimentos para a realização de diligências, perícias ou exames,
a não ser que o Juiz, em despacho motivado, considere indispensáveis tais
providências.

2151
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos auditórios ou


o oficial de justiça declare aberta a audiência, apregoando em seguida o réu,
as testemunhas, o perito, o representante do Ministério Público ou o advoga-
do que tenha subscrito a queixa e o advogado ou defensor do réu.
Parágrafo único. A audiência somente deixará de realizar-se se ausente o Juiz.
Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não houver com-
parecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro
de termos de audiência.
Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pública, se contraria-
mente não dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia útil, entre dez (10) e de-
zoito (18) horas, na sede do Juízo ou, excepcionalmente, no local que o Juiz
designar.
Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o interrogatório do
réu, se estiver presente.
Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu advogado, o Juiz no-
meará imediatamente defensor para funcionar na audiência e nos ulteriores
termos do processo.
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz dará a palavra
sucessivamente, ao Ministério Público ou ao advogado que houver subscrito a
queixa e ao advogado ou defensor do réu, pelo prazo de quinze minutos para
cada um, prorrogável por mais dez (10), a critério do Juiz.
Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediatamente a sentença.
Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro próprio, dita-
do pelo Juiz, termo que conterá, em resumo, os depoimentos e as alegações
da acusação e da defesa, os requerimentos e, por extenso, os despachos e a
sentença.
Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do Ministério Pú-
blico ou o advogado que houver subscrito a queixa, o advogado ou defensor
do réu e o escrivão.
Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte forem difíceis e não
permitirem a observância dos prazos fixados nesta lei, o juiz poderá aumen-
tá-las, sempre motivadamente, até o dobro.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas do Código de


Processo Penal, sempre que compatíveis com o sistema de instrução e julga-
mento regulado por esta lei.
Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças, caberão os recur-
sos e apelações previstas no Código de Processo Penal.
Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário.

2153
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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LEI N. 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003

Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição,


sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras provi-
dências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional de-


creta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS

Art. 1º. O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério


da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território
nacional.
Art. 2º. Ao Sinarm compete:
I  – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, me-
diante cadastro;
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País;
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações
expedidas pela Polícia Federal;
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e
outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as de-
correntes de fechamento de empresas de segurança privada e de transporte
de valores;
V – identificar as modificações que alterem as características ou o funcio-
namento de arma de fogo;
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a
procedimentos policiais e judiciais;

2154
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder


licença para exercer a atividade;
IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas,
exportadores e importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e mu-
nições;
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das im-
pressões de raiamento e de microestriamento de projétil disparado, conforme
marcação e testes obrigatoriamente realizados pelo fabricante;
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Dis-
trito Federal os registros e autorizações de porte de armas de fogo nos res-
pectivos territórios, bem como manter o cadastro atualizado para consulta.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de
fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as demais que constem dos
seus registros próprios.

CAPÍTULO II
DO REGISTRO

Art. 3º. É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.


Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no
Comando do Exército, na forma do regulamento desta Lei.
Art. 4º. Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deve-
rá, além de declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:
I – comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negati-
vas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Mi-
litar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo
criminal, que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; (Redação dada
pela Lei n. 11.706, de 2008)
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de
residência certa;

2155
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para


o manuseio de arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento
desta Lei.
§ 1º O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após
atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente
e para a arma indicada, sendo intransferível esta autorização.
§ 2º A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre corres-
pondente à arma registrada e na quantidade estabelecida no regulamento
desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 3º A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é
obrigada a comunicar a venda à autoridade competente, como também a
manter banco de dados com todas as características da arma e cópia dos do-
cumentos previstos neste artigo.
§ 4º A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições
responde legalmente por essas mercadorias, ficando registradas como de sua
propriedade enquanto não forem vendidas.
§ 5º  A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre
pessoas físicas somente será efetivada mediante autorização do Sinarm.
§ 6º A expedição da autorização a que se refere o § 1º será concedida, ou
recusada com a devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a
contar da data do requerimento do interessado.
§ 7º O registro precário a que se refere o § 4º prescinde do cumprimento
dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo.
§ 8º Estará dispensado das exigências constantes do inciso III do caput des-
te artigo, na forma do regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de
uso permitido que comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas
características daquela a ser adquirida. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 5º. O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo
o território nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo
exclusivamente no interior de sua residência ou domicílio, ou dependência

2156
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que seja ele o titular ou o
responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. (Redação dada pela Lei
n. 10.884, de 2004)
§ 1º O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia
Federal e será precedido de autorização do Sinarm.
§ 2º Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4º deverão
ser comprovados periodicamente, em período não inferior a 3 (três) anos, na
conformidade do estabelecido no regulamento desta Lei, para a renovação do
Certificado de Registro de Arma de Fogo.
§ 3º O proprietário de arma de fogo com certificados de registro de pro-
priedade expedido por órgão estadual ou do Distrito Federal até a data da pu-
blicação desta Lei que não optar pela entrega espontânea prevista no art. 32
desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente registro federal, até o dia
31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de documento de identificação
pessoal e comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento
de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a
III do caput do art. 4º desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
(Prorrogação de prazo)
§ 4º Para fins do cumprimento do disposto no § 3º deste artigo, o pro-
prietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal,
certificado de registro provisório, expedido na rede mundial de computado-
res - internet, na forma do regulamento e obedecidos os procedimentos a
seguir: (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
I – emissão de certificado de registro provisório pela internet, com valida-
de inicial de 90 (noventa) dias; e (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
II – revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Federal do cer-
tificado de registro provisório pelo prazo que estimar como necessário para
a emissão definitiva do certificado de registro de propriedade. (Incluído pela
Lei n. 11.706, de 2008)

2157
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO III
DO PORTE

Art. 6º. É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional,


salvo para os casos previstos em legislação própria e para:
I – os integrantes das Forças Armadas;
II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput
do art. 144 da Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pú-
blica (FNSP); (Redação dada pela Lei n. 13.500, de 2017)
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos
Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições
estabelecidas no regulamento desta Lei; (Vide ADIN 5538) (Vide ADIN 5948)
IV – os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de
50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes,
quando em serviço; (Redação dada pela Lei n. 10.867, de 2004) (Vide ADIN
5538) (Vide ADIN 5948)
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os
agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institu-
cional da Presidência da República; (Vide Decreto n. 9.685, de 2019)
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no
art. 52, XIII, da Constituição Federal;
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais,
os integrantes das escoltas de presos e as guardas portuárias;
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores cons-
tituídas, nos termos desta Lei;
IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente consti-
tuídas, cujas atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo, na
forma do regulamento desta Lei, observando-se, no que couber, a legislação
ambiental.

2158
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

X – integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e


de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributá-
rio. (Redação dada pela Lei n. 11.501, de 2007)
XI – os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição
Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo
de servidores de seus quadros pessoais que efetivamente estejam no exer-
cício de funções de segurança, na forma de regulamento a ser emitido pelo
Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério
Público - CNMP. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo
terão direito de portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida
pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, nos ter-
mos do regulamento desta Lei, com validade em âmbito nacional para aque-
las constantes dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada pela Lei n. 11.706,
de 2008)
§ 1º-A (Revogado pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais
poderão portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela res-
pectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, desde que estejam:
(Incluído pela Lei n. 12.993, de 2014)
I – submetidos a regime de dedicação exclusiva; (Incluído pela Lei
n. 12.993, de 2014)
II – sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e (Incluído
pela Lei n. 12.993, de 2014)
III  – subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno.
(Incluído pela Lei n. 12.993, de 2014)
§ 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.993, de 2014)
§ 2º A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das ins-
tituições descritas nos incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está condi-
cionada à comprovação do requisito a que se refere o inciso III do caput do

2159
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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art. 4º desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. (Re-


dação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 3º A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais
está condicionada à formação funcional de seus integrantes em estabeleci-
mentos de ensino de atividade policial, à existência de mecanismos de fis-
calização e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento
desta Lei, observada a supervisão do Ministério da Justiça. (Redação dada
pela Lei n. 10.884, de 2004)
§ 4º Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais
e do Distrito Federal, bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal,
ao exercerem o direito descrito no art. 4º, ficam dispensados do cumprimento
do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do regulamento
desta Lei.
§ 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos
que comprovem depender do emprego de arma de fogo para prover sua
subsistência alimentar familiar será concedido pela Polícia Federal o porte de
arma de fogo, na categoria caçador para subsistência, de uma arma de uso
permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de
calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove
a efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os se-
guintes documentos: (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
I  – documento de identificação pessoal;  (Incluído pela Lei n. 11.706,
de 2008)
II – comprovante de residência em área rural; e (Incluído pela Lei
n. 11.706, de 2008)
III – atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 6º O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo,
independentemente de outras tipificações penais, responderá, conforme o
caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso permitido. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)

2160
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 7º Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram


regiões metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em
serviço. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 7º. As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de
segurança privada e de transporte de valores, constituídas na forma da lei,
serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas empresas,
somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo essas observar
as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competen-
te, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela
Polícia Federal em nome da empresa.
§ 1º O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança pri-
vada e de transporte de valores responderá pelo crime previsto no parágrafo
único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das demais sanções administrativas e
civis, se deixar de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal
perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios
e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro)
horas depois de ocorrido o fato.
§ 2º A empresa de segurança e de transporte de valores deverá apresen-
tar documentação comprobatória do preenchimento dos requisitos constan-
tes do art. 4º desta Lei quanto aos empregados que portarão arma de fogo.
§ 3º A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo de-
verá ser atualizada semestralmente junto ao Sinarm.
Art. 7º-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições
descritas no inciso XI do art. 6º serão de propriedade, responsabilidade e
guarda das respectivas instituições, somente podendo ser utilizadas quando
em serviço, devendo estas observar as condições de uso e de armazenagem
estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a au-
torização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição.
(Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)

2161
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º A autorização para o porte de arma de fogo de que trata este artigo


independe do pagamento de taxa. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 2º O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público designará
os servidores de seus quadros pessoais no exercício de funções de segurança
que poderão portar arma de fogo, respeitado o limite máximo de 50% (cin-
quenta por cento) do número de servidores que exerçam funções de seguran-
ça. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 3º O porte de arma pelos servidores das instituições de que trata este
artigo fica condicionado à apresentação de documentação comprobatória do
preenchimento dos requisitos constantes do art. 4º desta Lei, bem como à
formação funcional em estabelecimentos de ensino de atividade policial e à
existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condi-
ções estabelecidas no regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.694,
de 2012)
§ 4º A listagem dos servidores das instituições de que trata este artigo de-
verá ser atualizada semestralmente no Sinarm. (Incluído pela Lei n. 12.694,
de 2012)
§ 5º As instituições de que trata este artigo são obrigadas a registrar ocor-
rência policial e a comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo
ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e munições que
estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) horas depois de
ocorrido o fato. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
Art. 8º. As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legalmente
constituídas devem obedecer às condições de uso e de armazenagem esta-
belecidas pelo órgão competente, respondendo o possuidor ou o autorizado a
portar a arma pela sua guarda na forma do regulamento desta Lei.
Art. 9º. Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma
para os responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou
sediados no Brasil e, ao Comando do Exército, nos termos do regulamento
desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito de arma de fogo para

2162
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em


competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional.
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em
todo o território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será
concedida após autorização do Sinarm.
§ 1º A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia
temporária e territorial limitada, nos termos de atos regulamentares, e de-
penderá de o requerente:
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profis-
sional de risco ou de ameaça à sua integridade física;
II – atender às exigências previstas no art. 4º desta Lei;
III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem
como o seu devido registro no órgão competente.
§ 2º A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, per-
derá automaticamente sua eficácia caso o portador dela seja detido ou abor-
dado em estado de embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou
alucinógenas.
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do
Anexo desta Lei, pela prestação de serviços relativos:
I – ao registro de arma de fogo;
II – à renovação de registro de arma de fogo;
III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;
IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
V – à renovação de porte de arma de fogo;
VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de fogo.
§ 1º Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manutenção das
atividades do Sinarm, da Polícia Federal e do Comando do Exército, no âmbito
de suas respectivas responsabilidades.
§ 2º São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo as pes-
soas e as instituições a que se referem os incisos I a VII e X e o § 5º  do
art. 6º desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)

2163
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as condições


do credenciamento de profissionais pela Polícia Federal para comprovação
da aptidão psicológica e da capacidade técnica para o manuseio de arma de
fogo. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 1º Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado pelo psicólo-
go não poderá exceder ao valor médio dos honorários profissionais para reali-
zação de avaliação psicológica constante do item 1.16 da tabela do Conselho
Federal de Psicologia. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 2º Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado pelo instrutor
de armamento e tiro não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido
do custo da munição. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 3º A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ 1º e 2º deste
artigo implicará o descredenciamento do profissional pela Polícia Federal. (In-
cluído pela Lei n. 11.706, de 2008)

CAPÍTULO IV
DOS CRIMES E DAS PENAS

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou


munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regula-
mentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu
local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabe-
lecimento ou empresa:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Omissão de cautela

Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que me-


nor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apode-
re de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:

2164
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.


Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor
responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem
de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto,
roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição
que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de
ocorrido o fato.

Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, trans-


portar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter
sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido,
sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quan-
do a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)

Disparo de arma de fogo

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado


ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa
conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin
3.112-1)

Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,


transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,

2165
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso
proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal
ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identifica-
ção de arma de fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equi-
valente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou
de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendi-
ário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regula-
mentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com
numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimi-
do ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo,
acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar,
de qualquer forma, munição ou explosivo.

Comércio ilegal de arma de fogo

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em


depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou
de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

2166
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efei-


to deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou co-
mércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência.

Tráfico internacional de arma de fogo

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território


nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem au-
torização da autoridade competente:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da
metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou
restrito.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é au-
mentada da metade se forem praticados por integrante dos órgãos e empre-
sas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei.
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de
liberdade provisória. (Vide Adin 3.112-1)

CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os Estados


e o Distrito Federal para o cumprimento do disposto nesta Lei.
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das
armas de fogo e demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos,
permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão disciplinadas em ato do
chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exérci-
to. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)

2167
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Todas as munições comercializadas no País deverão estar acondicio-


nadas em embalagens com sistema de código de barras, gravado na caixa,
visando possibilitar a identificação do fabricante e do adquirente, entre outras
informações definidas pelo regulamento desta Lei.
§ 2º Para os órgãos referidos no art. 6º, somente serão expedidas auto-
rizações de compra de munição com identificação do lote e do adquirente no
culote dos projéteis, na forma do regulamento desta Lei.
§ 3º As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da data de publi-
cação desta Lei conterão dispositivo intrínseco de segurança e de identifica-
ção, gravado no corpo da arma, definido pelo regulamento desta Lei, exclusi-
ve para os órgãos previstos no art. 6º.
§ 4º As instituições de ensino policial e as guardas municipais referidas
nos incisos III e IV do caput do art. 6º desta Lei e no seu § 7º poderão ad-
quirir insumos e máquinas de recarga de munição para o fim exclusivo de
suprimento de suas atividades, mediante autorização concedida nos termos
definidos em regulamento. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei,
compete ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção, exporta-
ção, importação, desembaraço alfandegário e o comércio de armas de fogo
e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte de trânsito de
arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pe-
ricial e sua juntada aos autos, quando não mais interessarem à persecução
penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército, no
prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos
órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento
desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 1º As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército que rece-
berem parecer favorável à doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada
Força Armada ou órgão de segurança pública, atendidos os critérios de priori-

2168
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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dade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido o Comando do Exército,


serão arroladas em relatório reservado trimestral a ser encaminhado àquelas
instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse. (Incluído
pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 2º O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a serem
doadas ao juiz competente, que determinará o seu perdimento em favor da
instituição beneficiada. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 3º O transporte das armas de fogo doadas será de responsabilidade da
instituição beneficiada, que procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no
Sigma. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
§ 5º O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o encaminhamento ao
Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate de arma de uso permitido ou de uso
restrito, semestralmente, da relação de armas acauteladas em juízo, mencio-
nando suas características e o local onde se encontram. (Incluído pela Lei n.
11.706, de 2008)
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a impor-
tação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas
se possam confundir.
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros
destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado,
nas condições fixadas pelo Comando do Exército.
Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a
aquisição de armas de fogo de uso restrito.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos
Comandos Militares.
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de
fogo, ressalvados os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II,
III, V, VI, VII e X do caput do art. 6º desta Lei. (Redação dada pela Lei n.
11.706, de 2008)

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Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas expi-


rar-se-ão 90 (noventa) dias após a publicação desta Lei. (Vide Lei n. 10.884,
de 2004)
Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de validade superior
a 90 (noventa) dias poderá renová-la, perante a Polícia Federal, nas condi-
ções dos arts. 4º, 6º e 10 desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua
publicação, sem ônus para o requerente.
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido
ainda não registrada deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro
de 2008, mediante apresentação de documento de identificação pessoal e
comprovante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de compra ou
comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em
direito, ou declaração firmada na qual constem as características da arma
e a sua condição de proprietário, ficando este dispensado do pagamento de
taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III
do caput do art. 4º desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)
(Prorrogação de prazo)
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste ar-
tigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia
Federal, certificado de registro provisório, expedido na forma do § 4º do art.
5º desta Lei. (Incluído pela Lei n. 11.706, de 2008)
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regu-
larmente poderão, a qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante
recibo e indenização, nos termos do regulamento desta Lei.
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entre-
gá-la, espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, se-
rão indenizados, na forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade de
eventual posse irregular da referida arma. (Redação dada pela Lei n. 11.706,
de 2008)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 11.706, de 2008)

2170
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a


R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme especificar o regulamento
desta Lei:
I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, flu-
vial ou lacustre que deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova, fa-
cilite ou permita o transporte de arma ou munição sem a devida autorização
ou com inobservância das normas de segurança;
II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize pu-
blicidade para venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo,
exceto nas publicações especializadas.
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com aglomeração
superior a 1000 (um mil) pessoas, adotarão, sob pena de responsabilida-
de, as providências necessárias para evitar o ingresso de pessoas armadas,
ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5º da Constituição
Federal.
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos serviços de
transporte internacional e interestadual de passageiros adotarão as providên-
cias necessárias para evitar o embarque de passageiros armados.

CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo


o território nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6º desta Lei.
§ 1º Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação me-
diante referendo popular, a ser realizado em outubro de 2005.
§ 2º Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo
entrará em vigor na data de publicação de seu resultado pelo Tribunal Supe-
rior Eleitoral.
Art. 36. É revogada a Lei n. 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

2171
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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ANEXO
(Redação dada pela Lei n. 11.706, de 2008)

TABELA DE TAXAS

ATO ADMINISTRATIVO R$

I – Registro de arma de fogo: Gratuito


- até 31 de dezembro de 2008 (art. 30)
- a partir de 1º de janeiro de 2009 60,00

II – Renovação do certificado de registro de arma de fogo: Gratuito


- até 31 de dezembro de 2008 (art. 5º, § 3º)
- a partir de 1º de janeiro de 2009 60,00
III – Registro de arma de fogo para empresa de segurança privada e de
60,00
transporte de valores
IV – Renovação do certificado de registro de arma de fogo para empresa de
segurança privada e de transporte de valores:
- até 30 de junho de 2008 30,00
- de 1º de julho de 2008 a 31 de outubro de 2008 45,00
- a partir de 1º de novembro de 2008 60,00
V – Expedição de porte de arma de fogo 1.000,00
VI – Renovação de porte de arma de fogo 1.000,00
VII – Expedição de segunda via de certificado de registro de arma de fogo 60,00
VIII – Expedição de segunda via de porte de arma de fogo 60,00

2172
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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LEI N. 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998

Dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção


da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de
Controle de Atividades Financeiras – COAF, e dá outras providências.

CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE "LAVAGEM" OU OCULTAÇÃO DE BENS, DIREITOS
E VALORES

Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição,


movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, di-
reta ou indiretamente, de infração penal. (Redação dada pela Lei n. 12.683,
de 2012)
I – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
III – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
IV – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
V – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
VI – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
VII – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
VIII – (revogado). (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Pena: reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa. (Redação dada pela
Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1o Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização
de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal: (Redação dada
pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – os converte em ativos lícitos;
II – os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda,
tem em depósito, movimenta ou transfere;

2173
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos ver-
dadeiros.
§ 2o Incorre, ainda, na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
I – utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de
que sua atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes pre-
vistos nesta Lei.
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do
Código Penal.
§ 4o A pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos
nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organiza-
ção criminosa. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 5o A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em
regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou
substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, co-
autor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando
esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identifica-
ção dos autores, coautores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou
valores objeto do crime. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES PROCESSUAIS ESPECIAIS

Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


I – obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes
punidos com reclusão, da competência do juiz singular;
II – independem do processo e julgamento das infrações penais antece-
dentes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz competente para
os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de processo e julga-
mento; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

2174
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – são da competência da Justiça Federal:


a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-fi-
nanceira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de
suas entidades autárquicas ou empresas públicas;
b) quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Fe-
deral. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1o A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da
infração penal antecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ain-
da que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta a punibilidade da
infração penal antecedente. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 2o No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no
art. 366 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Proces-
so Penal), devendo o acusado que não comparecer nem constituir advogado
ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julgamento, com a nomeação
de defensor dativo. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 3º (Revogado pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 4o O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou median-
te representação do delegado de polícia, ouvido o Ministério Público em 24
(vinte e quatro) horas, havendo indícios suficientes de infração penal, poderá
decretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado
ou acusado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam ins-
trumento, produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações
penais antecedentes. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1o Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos
bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou de-
preciação, ou quando houver dificuldade para sua manutenção. (Redação
dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 2o O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e va-
lores quando comprovada a licitude de sua origem, mantendo-se a constrição
dos bens, direitos e valores necessários e suficientes à reparação dos danos
e ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da
infração penal. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

2175
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3o Nenhum pedido de liberação será conhecido sem o comparecimento


pessoal do acusado ou de interposta pessoa a que se refere o caput deste
artigo, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação
de bens, direitos ou valores, sem prejuízo do disposto no § 1o. (Redação dada
pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 4o Poderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre bens, direitos
ou valores para reparação do dano decorrente da infração penal antecedente
ou da prevista nesta Lei ou para pagamento de prestação pecuniária, multa e
custas. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 4o-A. A alienação antecipada para preservação de valor de bens sob
constrição será decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
Público ou por solicitação da parte interessada, mediante petição autônoma,
que será autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em separado
em relação ao processo principal. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1o O requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os
demais bens, com a descrição e a especificação de cada um deles, e informa-
ções sobre quem os detém e local onde se encontram. (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
§ 2o O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos apartados, e inti-
mará o Ministério Público. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 3o Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respec-
tivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribuído aos bens e de-
terminará sejam alienados em leilão ou pregão, preferencialmente eletrônico,
por valor não inferior a 75% (setenta e cinco por cento) da avaliação. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 4o Realizado o leilão, a quantia apurada será depositada em conta ju-
dicial remunerada, adotando-se a seguinte disciplina: (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
I – nos processos de competência da Justiça Federal e da Justiça do Dis-
trito Federal: (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

2176
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Federal ou em insti-


tuição financeira pública, mediante documento adequado para essa finalida-
de; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica Federal ou por
outra instituição financeira pública para a Conta Única do Tesouro Nacional,
independentemente de qualquer formalidade, no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas; e (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou por instituição
financeira pública serão debitados à Conta Única do Tesouro Nacional, em
subconta de restituição; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – nos processos de competência da Justiça dos Estados: (Incluído pela
Lei n. 12.683, de 2012)
a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira designada em
lei, preferencialmente pública, de cada Estado ou, na sua ausência, em insti-
tuição financeira pública da União; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) os depósitos serão repassados para a conta única de cada Estado, na
forma da respectiva legislação. (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 5o Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do depósito, após o
trânsito em julgado da sentença proferida na ação penal, será: (Incluído pela
Lei n. 12.683, de 2012)
I – em caso de sentença condenatória, nos processos de competência da Jus-
tiça Federal e da Justiça do Distrito Federal, incorporado definitivamente ao patri-
mônio da União, e, nos processos de competência da Justiça Estadual, incorpo-
rado ao patrimônio do Estado respectivo; (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – em caso de sentença absolutória extintiva de punibilidade, colocado
à disposição do réu pela instituição financeira, acrescido da remuneração da
conta judicial. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 6o A instituição financeira depositária manterá controle dos valores de-
positados ou devolvidos. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

2177
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 7o Serão deduzidos da quantia apurada no leilão todos os tributos e


multas incidentes sobre o bem alienado, sem prejuízo de iniciativas que, no
âmbito da competência de cada ente da Federação, venham a desonerar bens
sob constrição judicial daqueles ônus. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 8o Feito o depósito a que se refere o § 4o deste artigo, os autos da
alienação serão apensados aos do processo principal. (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
§ 9o Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra as de-
cisões proferidas no curso do procedimento previsto neste artigo. (Incluído
pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 10. Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, o
juiz decretará, em favor, conforme o caso, da União ou do Estado: (Incluído
pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – a perda dos valores depositados na conta remunerada e da fiança;
(Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – a perda dos bens não alienados antecipadamente e daqueles aos
quais não foi dada destinação prévia; e (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
III – a perda dos bens não reclamados no prazo de 90 (noventa) dias após
o trânsito em julgado da sentença condenatória, ressalvado o direito de lesa-
do ou terceiro de boa-fé. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 11. Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 deste artigo
serão adjudicados ou levados a leilão, depositando-se o saldo na conta única
do respectivo ente. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 12. O juiz determinará ao registro público competente que emita docu-
mento de habilitação à circulação e utilização dos bens colocados sob o uso
e custódia das entidades a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela
Lei n. 12.683, de 2012)
§ 13. Os recursos decorrentes da alienação antecipada de bens, direitos e
valores oriundos do crime de tráfico ilícito de drogas e que tenham sido objeto
de dissimulação e ocultação nos termos desta Lei permanecem submetidos
à disciplina definida em lei específica. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

2178
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Art. 4o-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de


bens, direitos ou valores poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério
Público, quando a sua execução imediata puder comprometer as investiga-
ções. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 5o Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, ouvido o Ministé-
rio Público, nomeará pessoa física ou jurídica qualificada para a administração
dos bens, direitos ou valores sujeitos a medidas assecuratórias, mediante
termo de compromisso. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 6o A pessoa responsável pela administração dos bens: (Redação dada
pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será satisfeita com
o produto dos bens objeto da administração;
II – prestará, por determinação judicial, informações periódicas da situa-
ção dos bens sob sua administração, bem como explicações e detalhamentos
sobre investimentos e reinvestimentos realizados.
Parágrafo único. Os atos relativos à administração dos bens sujeitos a me-
didas assecuratórias serão levados ao conhecimento do Ministério Público, que
requererá o que entender cabível. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

CAPÍTULO III
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO

Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no Código Penal:


I – a perda, em favor da União – e dos Estados, nos casos de competência
da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta
ou indiretamente, à prática dos crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles
utilizados para prestar a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro
de boa-fé; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
II – a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer na-
tureza e de diretor, de membro de conselho de administração ou de gerência
das pessoas jurídicas referidas no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena pri-
vativa de liberdade aplicada.

2179
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§ 1o A União e os Estados, no âmbito de suas competências, regulamen-


tarão a forma de destinação dos bens, direitos e valores cuja perda houver
sido declarada, assegurada, quanto aos processos de competência da Justiça
Federal, a sua utilização pelos órgãos federais encarregados da prevenção,
do combate, da ação penal e do julgamento dos crimes previstos nesta Lei,
e, quanto aos processos de competência da Justiça Estadual, a preferência
dos órgãos locais com idêntica função. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 2o Os instrumentos do crime sem valor econômico cuja perda em favor
da União ou do Estado for decretada serão inutilizados ou doados a museu
criminal ou a entidade pública, se houver interesse na sua conservação. (In-
cluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

CAPÍTULO IV
DOS BENS, DIREITOS OU VALORES ORIUNDOS DE CRIMES
PRATICADOS NO ESTRANGEIRO

Art. 8o O juiz determinará, na hipótese de existência de tratado ou con-


venção internacional e por solicitação de autoridade estrangeira competente,
medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou valores oriundos de crimes
descritos no art. 1o praticados no estrangeiro. (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de tratado ou
convenção internacional, quando o governo do país da autoridade solicitante
prometer reciprocidade ao Brasil.
§ 2o Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou valores pri-
vados sujeitos a medidas assecuratórias por solicitação de autoridade es-
trangeira competente ou os recursos provenientes da sua alienação serão
repartidos entre o Estado requerente e o Brasil, na proporção de metade,
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé. (Redação dada pela
Lei n. 12.683, de 2012)

2180
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO V
(REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 12.683, DE 2012)
DAS PESSOAS SUJEITAS AO MECANISMO DE CONTROLE
(REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 12.683, DE 2012)

Art. 9o Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as pessoas


físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou eventual, como ati-
vidade principal ou acessória, cumulativamente ou não: (Redação dada pela
Lei n. 12.683, de 2012)
I – a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de ter-
ceiros, em moeda nacional ou estrangeira;
II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro
ou instrumento cambial;
III – a custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermedia-
ção ou administração de títulos ou valores mobiliários.
Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações:
I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros e os sistemas
de negociação do mercado de balcão organizado; (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
II – as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdên-
cia complementar ou de capitalização;
III – as administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de cré-
dito, bem como as administradoras de consórcios para aquisição de bens ou
serviços;
IV – as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão ou qual-
quer outro meio eletrônico, magnético ou equivalente, que permita a trans-
ferência de fundos;
V – as empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as de fomento
comercial (factoring);

2181
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VI – as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou quaisquer bens


móveis, imóveis, mercadorias, serviços, ou, ainda, concedam descontos na
sua aquisição, mediante sorteio ou método assemelhado;
VII – as filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam no Bra-
sil qualquer das atividades listadas neste artigo, ainda que de forma eventual;
VIII – as demais entidades cujo funcionamento dependa de autorização de
órgão regulador dos mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros;
IX – as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem
no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras, comissionárias ou por qual-
quer forma representem interesses de ente estrangeiro que exerça qualquer
das atividades referidas neste artigo;
X – as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de promoção
imobiliária ou compra e venda de imóveis; (Redação dada pela Lei n. 12.683,
de 2012)
XI – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem joias, pedras e me-
tais preciosos, objetos de arte e antiguidades.
XII – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou
de alto valor, intermedeiem a sua comercialização ou exerçam atividades que
envolvam grande volume de recursos em espécie; (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
XIII – as juntas comerciais e os registros públicos; (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
XIV – as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que eventual-
mente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselha-
mento ou assistência, de qualquer natureza, em operações: (Incluído pela Lei
n. 12.683, de 2012)
a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comerciais ou indus-
triais ou participações societárias de qualquer natureza; (Incluída pela Lei n.
12.683, de 2012)

2182
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b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos; (Incluída


pela Lei n. 12.683, de 2012)
c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, investimento
ou de valores mobiliários; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer natureza,
fundações, fundos fiduciários ou estruturas análogas; (Incluída pela Lei n.
12.683, de 2012)
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e (Incluída pela Lei n. 12.683,
de 2012)
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos relacionados a ati-
vidades desportivas ou artísticas profissionais; (Incluída pela Lei n. 12.683,
de 2012)
XV – pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, intermediação,
comercialização, agenciamento ou negociação de direitos de transferência de
atletas, artistas ou feiras, exposições ou eventos similares; (Incluído pela Lei
n. 12.683, de 2012)
XVI – as empresas de transporte e guarda de valores; (Incluído pela Lei
n. 12.683, de 2012)
XVII – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de alto valor
de origem rural ou animal ou intermedeiem a sua comercialização; e (Incluído
pela Lei n. 12.683, de 2012)
XVIII – as dependências no exterior das entidades mencionadas neste
artigo, por meio de sua matriz no Brasil, relativamente a residentes no País.
(Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
CAPÍTULO VI
Da Identificação dos Clientes e Manutenção de Registros
Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:
I – identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado, nos termos
de instruções emanadas das autoridades competentes;

2183
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II – manterão registro de toda transação em moeda nacional ou estrangei-


ra, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo
passível de ser convertido em dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela au-
toridade competente e nos termos de instruções por esta expedidas;
III – deverão adotar políticas, procedimentos e controles internos, compa-
tíveis com seu porte e volume de operações, que lhes permitam atender ao
disposto neste artigo e no art. 11, na forma disciplinada pelos órgãos compe-
tentes; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
IV – deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado no órgão re-
gulador ou fiscalizador e, na falta deste, no Conselho de Controle de Ativida-
des Financeiras (Coaf), na forma e condições por eles estabelecidas; (Incluído
pela Lei n. 12.683, de 2012)
V – deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf na periodicidade,
forma e condições por ele estabelecidas, cabendo-lhe preservar, nos termos da
lei, o sigilo das informações prestadas. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídica, a identi-
ficação referida no inciso I deste artigo deverá abranger as pessoas físicas
autorizadas a representá-la, bem como seus proprietários.
§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste artigo de-
verão ser conservados durante o período mínimo de cinco anos a partir do
encerramento da conta ou da conclusão da transação, prazo este que poderá
ser ampliado pela autoridade competente.
§ 3º O registro referido no inciso II deste artigo será efetuado também
quando a pessoa física ou jurídica, seus entes ligados, houver realizado, em
um mesmo mês-calendário, operações com uma mesma pessoa, conglome-
rado ou grupo que, em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado pela autori-
dade competente.
Art. 10A. O Banco Central manterá registro centralizado formando o ca-
dastro geral de correntistas e clientes de instituições financeiras, bem como
de seus procuradores. (Incluído pela Lei n. 10.701, de 2003)

2184
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CAPÍTULO VII
Da Comunicação de Operações Financeiras

Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º:


I – dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instru-
ções emanadas das autoridades competentes, possam constituir-se em sérios
indícios dos crimes previstos nesta Lei, ou com eles relacionar-se;
II – deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de tal ato a
qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a informação, no prazo de
24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou realização: (Redação dada pela Lei
n. 12.683, de 2012)
a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10, acompanhadas
da identificação de que trata o inciso I do mencionado artigo; e (Redação
dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) das operações referidas no inciso I; (Redação dada pela Lei n. 12.683,
de 2012)
III – deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da sua ativi-
dade ou, na sua falta, ao Coaf, na periodicidade, forma e condições por eles
estabelecidas, a não ocorrência de propostas, transações ou operações pas-
síveis de serem comunicadas nos termos do inciso II. (Incluído pela Lei n.
12.683, de 2012)
§ 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas no inciso I
deste artigo, elaborarão relação de operações que, por suas características,
no que se refere às partes envolvidas, valores, forma de realização, instru-
mentos utilizados, ou pela falta de fundamento econômico ou legal, possam
configurar a hipótese nele prevista.
§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista neste artigo, não
acarretarão responsabilidade civil ou administrativa.
§ 3o O Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com base no inciso II
do caput aos respectivos órgãos responsáveis pela regulação ou fiscalização das
pessoas a que se refere o art. 9o. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)

2185
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Art. 11-A. As transferências internacionais e os saques em espécie deve-


rão ser previamente comunicados à instituição financeira, nos termos, limi-
tes, prazos e condições fixados pelo Banco Central do Brasil. (Incluído pela
Lei n. 12.683, de 2012)

CAPÍTULO VIII
Da Responsabilidade Administrativa

Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos administradores


das pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as obrigações previstas nos
arts. 10 e 11 serão aplicadas, cumulativamente ou não, pelas autoridades
competentes, as seguintes sanções:
I – advertência;
II – multa pecuniária variável não superior: (Redação dada pela Lei n.
12.683, de 2012)
a) ao dobro do valor da operação; (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela
realização da operação; ou (Incluída pela Lei n. 12.683, de 2012)
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais); (Incluída pela
Lei n. 12.683, de 2012)
III – inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício
do cargo de administrador das pessoas jurídicas referidas no art. 9º;
IV – cassação ou suspensão da autorização para o exercício de atividade,
operação ou funcionamento. (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
§ 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade no cumpri-
mento das instruções referidas nos incisos I e II do art. 10.
§ 2o A multa será aplicada sempre que as pessoas referidas no art. 9o, por
culpa ou dolo: (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertência, no prazo
assinalado pela autoridade competente;

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II – não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10; (Redação dada


pela Lei n. 12.683, de 2012)
III – deixarem de atender, no prazo estabelecido, a requisição formulada
nos termos do inciso V do art. 10; (Redação dada pela Lei n. 12.683, de 2012)
IV – descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a comunicação a que
se refere o art. 11.
§ 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem verificadas in-
frações graves quanto ao cumprimento das obrigações constantes desta Lei
ou quando ocorrer reincidência específica, devidamente caracterizada em
transgressões anteriormente punidas com multa.
§ 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de reincidência
específica de infrações anteriormente punidas com a pena prevista no inciso
III do caput deste artigo.
Art. 13. O procedimento para a aplicação das sanções previstas neste
Capítulo será regulado por decreto, assegurados o contraditório e a ampla
defesa.

CAPÍTULO IX
Do Conselho de Controle de Atividades Financeiras

Art. 14. Fica criado, no âmbito do Ministério da Justiça e Segurança Públi-


ca, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras – COAF, com a finalidade
de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar as
ocorrências suspeitas de atividades ilícitas previstas nesta Lei, sem prejuízo
da competência de outros órgãos e entidades. (Redação dada pela Medida
Provisória n. 870, de 2019)
§ 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas mencionadas
no art. 9º, para as quais não exista órgão próprio fiscalizador ou regulador,
serão expedidas pelo COAF, competindo-lhe, para esses casos, a definição
das pessoas abrangidas e a aplicação das sanções enumeradas no art. 12.

2187
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§ 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos de coopera-


ção e de troca de informações que viabilizem ações rápidas e eficientes no
combate à ocultação ou dissimulação de bens, direitos e valores.
§ 3o O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração Pública as in-
formações cadastrais bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em ativi-
dades suspeitas. (Incluído pela Lei n. 10.701, de 2003)
Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes para a instauração
dos procedimentos cabíveis, quando concluir pela existência de crimes previstos
nesta Lei, de fundados indícios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito.
Art. 16. O COAF será composto por servidores públicos de reputação ili-
bada e reconhecida competência, designados em ato do Ministro de Estado da
Justiça e Segurança Pública, dentre os integrantes do quadro de pessoal efe-
tivo do Banco Central do Brasil, da Comissão de Valores Mobiliários, da Supe-
rintendência de Seguros Privados do Ministério da Economia, da Procuradoria-
-Geral da Fazenda Nacional do Ministério da Economia, da Secretaria Especial
da Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia, da Agência Brasileira
de Inteligência do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da Re-
pública, do Ministério das Relações Exteriores, do Ministério da Justiça e Segu-
rança Pública, da Polícia Federal do Ministério da Justiça e Segurança Pública,
da Superintendência Nacional de Previdência Complementar do Ministério da
Economia e da Controladoria-Geral da União, indicados pelos respectivos Mi-
nistros de Estado. (Redação dada pela Medida Provisória n. 870, de 2019)
§ 1º O Presidente do COAF será indicado pelo Ministro de Estado da Jus-
tiça e Segurança Pública e nomeado pelo Presidente da República. (Redação
dada pela Medida Provisória n. 870, de 2019)
§ 2o Caberá recurso das decisões do Coaf relativas às aplicações de pe-
nas administrativas ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.
(Redação dada pela Lei n. 13.506, de 2017)
Art. 17. O COAF terá organização e funcionamento definidos em estatuto
aprovado por decreto do Poder Executivo.

2188
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CAPÍTULO X
(Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
DISPOSIÇÕES GERAIS
(Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)

Art. 17-A. Aplicam-se, subsidiariamente, as disposições do Decreto-Lei


n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), no que não
forem incompatíveis com esta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 17-B. A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, ex-
clusivamente, aos dados cadastrais do investigado que informam qualifica-
ção pessoal, filiação e endereço, independentemente de autorização judicial,
mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas instituições
financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão
de crédito. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 17-C. Os encaminhamentos das instituições financeiras e tributárias
em resposta às ordens judiciais de quebra ou transferência de sigilo deverão
ser, sempre que determinado, em meio informático, e apresentados em ar-
quivos que possibilitem a migração de informações para os autos do processo
sem redigitação. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor público, este será afasta-
do, sem prejuízo de remuneração e demais direitos previstos em lei, até que
o juiz competente autorize, em decisão fundamentada, o seu retorno. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 17-E. A Secretaria da Receita Federal do Brasil conservará os dados
fiscais dos contribuintes pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos, contado a partir
do início do exercício seguinte ao da declaração de renda respectiva ou ao do
pagamento do tributo. (Incluído pela Lei n. 12.683, de 2012)
Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS

(Assinada na Conferência Especializada Interamericana sobre Direitos


Humanos, San José, Costa Rica, em 22 de novembro de 1969)

PREÂMBULO

Os Estados americanos signatários da presente Convenção,


Reafirmando seu propósito de consolidar neste Continente, dentro do qua-
dro das instituições democráticas, um regime de liberdade pessoal e de justiça
social, fundado no respeito dos direitos essenciais do homem;
Reconhecendo que os direitos essenciais do homem não derivam do fato
de ser ele nacional de determinado Estado, mas sim do fato de ter como funda-
mento os atributos da pessoa humana, razão por que justificam uma proteção
internacional, de natureza convencional, coadjuvante ou complementar da que
oferece o direito interno dos Estados americanos;
Considerando que esses princípios foram consagrados na Carta da Organi-
zação dos Estados Americanos, na Declaração Americana dos Direitos e Deve-
res do Homem e na Declaração Universal dos Direitos do Homem e que foram
reafirmados e desenvolvidos em outros instrumentos internacionais, tanto de
âmbito mundial como regional;
Reiterando que, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos do
Homem, só pode ser realizado o ideal do ser humano livre, isento do temor e
da miséria, se forem criadas condições que permitam a cada pessoa gozar dos
seus direitos econômicos, sociais e culturais, bem como dos seus direitos civis
e políticos; e
Considerando que a Terceira Conferência Interamericana Extraordinária
(Buenos Aires, 1967) aprovou a incorporação à própria Carta da Organização de
normas mais amplas sobre direitos econômicos, sociais e educacionais e resol-
veu que uma convenção interamericana sobre direitos humanos determinasse
a estrutura, competência e processo dos órgãos encarregados dessa matéria,

2190
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Convieram no seguinte:

PARTE I
DEVERES DOS ESTADOS E DIREITOS PROTEGIDOS
CAPÍTULO I
ENUMERAÇÃO DE DEVERES

Artigo 1. Obrigação de respeitar os direitos

1) Os Estados Partes nesta Convenção comprometem-se a respeitar os di-

reitos e liberdades nela reconhecidos e a garantir seu livre e pleno exer-

cício a toda pessoa que esteja sujeita à sua jurisdição, sem discriminação

alguma por motivo de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas

ou de qualquer outra natureza, origem nacional ou social, posição econô-

mica, nascimento ou qualquer outra condição social.

2) Para os efeitos desta Convenção, pessoa é todo ser humano.

Artigo 2. Dever de adotar disposições de direito interno

Se o exercício dos direitos e liberdades mencionados no artigo 1 ainda não


estiver garantido por disposições legislativas ou de outra natureza, os Estados
Partes comprometem-se a adotar, de acordo com as suas normas constitucio-
nais e com as disposições desta Convenção, as medidas legislativas ou de outra
natureza que forem necessárias para tornar efetivos tais direitos e liberdades. 

2191
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO II
DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS

Artigo 3. Direito ao reconhecimento da personalidade jurídica

Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua personalidade jurídica.

Artigo 4. Direito à vida

1) Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve

ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Nin-

guém pode ser privado da vida arbitrariamente.

2) Nos países que não houverem abolido a pena de morte, esta só poderá

ser imposta pelos delitos mais graves, em cumprimento de sentença final

de tribunal competente e em conformidade com lei que estabeleça tal

pena, promulgada antes de haver o delito sido cometido. Tampouco se

estenderá sua aplicação a delitos aos quais não se aplique atualmente.

3) Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido.

4) Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada por delitos políticos,

nem por delitos comuns conexos com delitos políticos.

5) Não se deve impor a pena de morte a pessoa que, no momento da per-

petração do delito, for menor de dezoito anos, ou maior de setenta, nem

aplicá-la a mulher em estado de gravidez.

6) Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anistia, indulto ou

comutação da pena, os quais podem ser concedidos em todos os casos.

Não se pode executar a pena de morte enquanto o pedido estiver pen-

dente de decisão ante a autoridade competente.

2192
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Artigo 5. Direito à integridade pessoal

1) Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua integridade física, psí-

quica e moral.

2) Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis,

desumanos ou degradantes. Toda pessoa privada da liberdade deve ser

tratada com o respeito devido à dignidade inerente ao ser humano.

3) A pena não pode passar da pessoa do delinquente.

4) Os processados devem ficar separados dos condenados, salvo em cir-

cunstâncias excepcionais, e ser submetidos a tratamento adequado à sua

condição de pessoas não condenadas.

5) Os menores, quando puderem ser processados, devem ser separados dos

adultos e conduzidos a tribunal especializado, com a maior rapidez possí-

vel, para seu tratamento.

6) As penas privativas da liberdade devem ter por finalidade essencial a re-

forma e a readaptação social dos condenados.

Artigo 6. Proibição da escravidão e da servidão

1) Ninguém pode ser submetido a escravidão ou a servidão, e tanto estas

como o tráfico de escravos e o tráfico de mulheres são proibidos em todas

as suas formas.

2) Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou obrigató-

rio. Nos países em que se prescreve, para certos delitos, pena privativa

da liberdade acompanhada de trabalhos forçados, esta disposição não

pode ser interpretada no sentido de que proíbe o cumprimento da dita

pena, imposta por juiz ou tribunal competente. O trabalho forçado não

deve afetar a dignidade nem a capacidade física e intelectual do recluso.

2193
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

3) Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios para os efeitos deste

artigo:

a) os trabalhos ou serviços normalmente exigidos de pessoa reclusa em

cumprimento de sentença ou resolução formal expedida pela autoridade

judiciária competente. Tais trabalhos ou serviços devem ser executados

sob a vigilância e controle das autoridades públicas, e os indivíduos

que os executarem não devem ser postos à disposição de particulares,

companhias ou pessoas jurídicas de caráter privado;

b) o serviço militar e, nos países onde se admite a isenção por motivos de

consciência, o serviço nacional que a lei estabelecer em lugar daquele;

c) o serviço imposto em casos de perigo ou calamidade que ameace a exis-

tência ou o bem-estar da comunidade; e

d) o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas normais.

Artigo 7. Direito à liberdade pessoal

1) Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoais.

2) Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, salvo pelas causas e

nas condições previamente fixadas pelas constituições políticas dos Esta-

dos Partes ou pelas leis de acordo com elas promulgadas.

3) Ninguém pode ser submetido a detenção ou encarceramento arbitrários.

4) Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razões da sua de-

tenção e notificada, sem demora, da acusação ou acusações formuladas

contra ela.

5) Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presen-

ça de um juiz ou outra autoridade autorizada pela lei a exercer funções

judiciais e tem direito a ser julgada dentro de um prazo razoável ou a ser

2194
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. Sua liber-

dade pode ser condicionada a garantias que assegurem o seu compare-

cimento em juízo.

6) Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribu-

nal competente, a fim de que este decida, sem demora, sobre a legalidade

de sua prisão ou detenção e ordene sua soltura se a prisão ou a detenção

forem ilegais. Nos Estados Partes cujas leis preveem que toda pessoa que

se vir ameaçada de ser privada de sua liberdade tem direito a recorrer a

um juiz ou tribunal competente a fim de que este decida sobre a legali-

dade de tal ameaça, tal recurso não pode ser restringido nem abolido. O

recurso pode ser interposto pela própria pessoa ou por outra pessoa.

7) Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os manda-

dos de autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadim-

plemento de obrigação alimentar.

Artigo 8. Garantias judiciais

1) Toda pessoa tem direito a ser ouvida, com as devidas garantias e dentro

de um prazo razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente

e imparcial, estabelecido anteriormente por lei, na apuração de qualquer

acusação penal formulada contra ela, ou para que se determinem seus

direitos ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer

outra natureza.

2) Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua ino-

cência enquanto não se comprove legalmente sua culpa. Durante o

processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes

garantias mínimas:

2195
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por tradutor ou intér-

prete, se não compreender ou não falar o idioma do juízo ou tribunal;

b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusação formulada;

c) concessão ao acusado do tempo e dos meios adequados para a prepara-

ção de sua defesa;

d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por

um defensor de sua escolha e de comunicar-se, livremente e em particu-

lar, com seu defensor;

e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor proporcionado

pelo Estado, remunerado ou não, segundo a legislação interna, se o

acusado não se defender ele próprio nem nomear defensor dentro do

prazo estabelecido pela lei;

f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presentes no tribunal e de

obter o comparecimento, como testemunhas ou peritos, de outras pesso-

as que possam lançar luz sobre os fatos;

g) direito de não ser obrigado a depor contra si mesma, nem a declarar-se

culpada;e

h) direito de recorrer da sentença para juiz ou tribunal superior.

3) A confissão do acusado só é válida se feita sem coação de nenhuma na-

tureza.

4) O acusado absolvido por sentença passada em julgado não poderá ser

submetido a novo processo pelos mesmos fatos.

5) O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para pre-

servar os interesses da justiça.

2196
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Artigo 9. Princípio da legalidade e da retroatividade

Ninguém pode ser condenado por ações ou omissões que, no momento em


que forem cometidas, não sejam delituosas, de acordo com o direito aplicável.
Tampouco se pode impor pena mais grave que a aplicável no momento da per-
petração do delito. Se depois da perpetração do delito a lei dispuser a imposição
de pena mais leve, o delinquente será por isso beneficiado.

Artigo 10. Direito a indenização

Toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a lei, no caso de haver
sido condenada em sentença passada em julgado, por erro judiciário.

Artigo 11. Proteção da honra e da dignidade

1) Toda pessoa tem direito ao respeito de sua honra e ao reconhecimento

de sua dignidade.

2) Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou abusivas em sua

vida privada, na de sua família, em seu domicílio ou em sua correspon-

dência, nem de ofensas ilegais à sua honra ou reputação.

3) Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais ingerências ou tais

ofensas.

Artigo 12. Liberdade de consciência e de religião

1) Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de religião. Esse

direito implica a liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou

de mudar de religião ou de crenças, bem como a liberdade de professar e

divulgar sua religião ou suas crenças, individual ou coletivamente, tanto

em público como em privado.

2197
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

2) Ninguém pode ser objeto de medidas restritivas que possam limitar sua

liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de re-

ligião ou de crenças.

3) A liberdade de manifestar a própria religião e as próprias crenças está su-

jeita unicamente às limitações prescritas pela lei e que sejam necessárias

para proteger a segurança, a ordem, a saúde ou a moral públicas ou os

direitos ou liberdades das demais pessoas.

4) Os pais, e quando for o caso os tutores, têm direito a que seus filhos ou

pupilos recebam a educação religiosa e moral que esteja acorde com suas

próprias convicções.

Artigo 13. Liberdade de pensamento e de expressão

1) Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento e de expressão. Esse

direito compreende a liberdade de buscar, receber e difundir informações

e ideias de toda natureza, sem consideração de fronteiras, verbalmente

ou por escrito, ou em forma impressa ou artística, ou por qualquer outro

processo de sua escolha.

2) O exercício do direito previsto no inciso precedente não pode estar sujeito

a censura prévia, mas a responsabilidades ulteriores, que devem ser ex-

pressamente fixadas pela lei e ser necessárias para assegurar:

a) o respeito aos direitos ou à reputação das demais pessoas; ou

b) a proteção da segurança nacional, da ordem pública, ou da saúde ou da moral

públicas.

3) Não se pode restringir o direito de expressão por vias ou meios indire-

tos, tais como o abuso de controles oficiais ou particulares de papel de

imprensa, de frequências radioelétricas ou de equipamentos e aparelhos

usados na difusão de informação, nem por quaisquer outros meios desti-

nados a obstar a comunicação e a circulação de ideias e opiniões.

2198
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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4) A lei pode submeter os espetáculos públicos a censura prévia, com o ob-

jetivo exclusivo de regular o acesso a eles, para proteção moral da infân-

cia e da adolescência, sem prejuízo do disposto no inciso 2.

5) A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda

apologia ao ódio nacional, racial ou religioso que constitua incitação à

discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violência.

Artigo 14. Direito de retificação ou resposta

1) Toda pessoa atingida por informações inexatas ou ofensivas emitidas em

seu prejuízo por meios de difusão legalmente regulamentados e que se

dirijam ao público em geral, tem direito a fazer, pelo mesmo órgão de

difusão, sua retificação ou resposta, nas condições que estabeleça a lei.

2) Em nenhum caso a retificação ou a resposta eximirão das outras respon-

sabilidades legais em que se houver incorrido.

3) Para a efetiva proteção da honra e da reputação, toda publicação ou em-

presa jornalística, cinematográfica, de rádio ou televisão, deve ter uma

pessoa responsável que não seja protegida por imunidades nem goze de

foro especial.

Artigo 15. Direito de reunião

É reconhecido o direito de reunião pacífica e sem armas. O exercício de tal


direito só pode estar sujeito às restrições previstas pela lei e que sejam neces-
sárias, numa sociedade democrática, no interesse da segurança nacional, da
segurança ou da ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas
ou os direitos e liberdades das demais pessoas.

2199
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Artigo 16. Liberdade de associação

1) Todas as pessoas têm o direito de associar-se livremente com fins ideo-

lógicos, religiosos, políticos, econômicos, trabalhistas, sociais, culturais,

desportivos ou de qualquer outra natureza.

2) O exercício de tal direito só pode estar sujeito às restrições previstas pela

lei que sejam necessárias, numa sociedade democrática, no interesse da

segurança nacional, da segurança ou da ordem públicas, ou para proteger

a saúde ou a moral públicas ou os direitos e liberdades das demais pessoas.

3) O disposto neste artigo não impede a imposição de restrições legais, e

mesmo a privação do exercício do direito de associação, aos membros

das forças armadas e da polícia.

Artigo 17. Proteção da família

1) A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e deve ser

protegida pela sociedade e pelo Estado.

2) É reconhecido o direito do homem e da mulher de contraírem casamento

e de fundarem uma família, se tiverem a idade e as condições para isso

exigidas pelas leis internas, na medida em que não afetem estas o prin-

cípio da não discriminação estabelecido nesta Convenção.

3) O casamento não pode ser celebrado sem o livre e pleno consentimento

dos contraentes.

4) Os Estados Partes devem tomar medidas apropriadas no sentido de as-

segurar a igualdade de direitos e a adequada equivalência de responsa-

bilidades dos cônjuges quanto ao casamento, durante o casamento e em

2200
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caso de dissolução do mesmo. Em caso de dissolução, serão adotadas

disposições que assegurem a proteção necessária aos filhos, com base

unicamente no interesse e conveniência dos mesmos.

5) A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos filhos nascidos fora do ca-

samento como aos nascidos dentro do casamento.

Artigo 18. Direito ao nome

Toda pessoa tem direito a um prenome e aos nomes de seus pais ou ao de


um destes. A lei deve regular a forma de assegurar a todos esse direito, me-
diante nomes fictícios, se for necessário.

Artigo 19. Direitos da criança

Toda criança tem direito às medidas de proteção que a sua condição de me-
nor requer por parte da sua família, da sociedade e do Estado.

Artigo 20. Direito à nacionalidade

1) Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.

2) Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em cujo território hou-

ver nascido, se não tiver direito a outra.

3) A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua nacionalidade nem do

direito de mudá-la.

Artigo 21. Direito à propriedade privada

1) Toda pessoa tem direito ao uso e gozo dos seus bens. A lei pode subordi-

nar esse uso e gozo ao interesse social.

2201
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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2) Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens, salvo mediante o paga-

mento de indenização justa, por motivo de utilidade pública ou de inte-

resse social e nos casos e na forma estabelecidos pela lei.

3) Tanto a usura como qualquer outra forma de exploração do homem pelo

homem devem ser reprimidas pela lei.

Artigo 22. Direito de circulação e de residência

1) Toda pessoa que se ache legalmente no território de um Estado tem direito

de circular nele e de nele residir em conformidade com as disposições legais.

2) Toda pessoa tem o direito de sair livremente de qualquer país, inclusive

do próprio.

3) O exercício dos direitos acima mencionados não pode ser restringido se-

não em virtude de lei, na medida indispensável, numa sociedade de-

mocrática, para prevenir infrações penais ou para proteger a segurança

nacional, a segurança ou a ordem públicas, a moral ou a saúde públicas,

ou os direitos e liberdades das demais pessoas.

4) O exercício dos direitos reconhecidos no inciso 1 pode também ser res-

tringido pela lei, em zonas determinadas, por motivo de interesse público.

5) Ninguém pode ser expulso do território do Estado do qual for nacional,

nem ser privado do direito de nele entrar.

6) O estrangeiro que se ache legalmente no território de um Estado Parte

nesta Convenção só poderá dele ser expulso em cumprimento de decisão

adotada de acordo com a lei.

7) Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo em território estran-

geiro, em caso de perseguição por delitos políticos ou comuns conexos

com delitos políticos e de acordo com a legislação de cada Estado e com

os convênios internacionais.

2202
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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8) Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso ou entregue a outro

país, seja ou não de origem, onde seu direito à vida ou à liberdade pes-

soal esteja em risco de violação por causa da sua raça, nacionalidade,

religião, condição social ou de suas opiniões políticas.

9) É proibida a expulsão coletiva de estrangeiros.

Artigo 23. Direitos políticos

1) Todos os cidadãos devem gozar dos seguintes direitos e oportunidades:

a) de participar na direção dos assuntos públicos, diretamente ou por meio

de representantes livremente eleitos;

b) de votar e ser eleitos em eleições periódicas autênticas, realizadas por

sufrágio universal e igual e por voto secreto que garanta a livre expressão

da vontade dos eleitores; e

c) de ter acesso, em condições gerais de igualdade, às funções públicas de

seu país.

2) A lei pode regular o exercício dos direitos e oportunidades a que se refere

o inciso anterior, exclusivamente por motivos de idade, nacionalidade,

residência, idioma, instrução, capacidade civil ou mental, ou condenação,

por juiz competente, em processo penal.

Artigo 24. Igualdade perante a lei

Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por conseguinte, têm direito, sem
discriminação, a igual proteção da lei.

2203
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Artigo 25. Proteção judicial

1) Toda pessoa tem direito a um recurso simples e rápido ou a qualquer

outro recurso efetivo, perante os juízes ou tribunais competentes, que a

proteja contra atos que violem seus direitos fundamentais reconhecidos

pela constituição, pela lei ou pela presente Convenção, mesmo quando

tal violação seja cometida por pessoas que estejam atuando no exercício

de suas funções oficiais.

2) Os Estados Partes comprometem-se:

a) a assegurar que a autoridade competente prevista pelo sistema legal do

Estado decida sobre os direitos de toda pessoa que interpuser tal recurso;

b) a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; e

c) a assegurar o cumprimento, pelas autoridades competentes, de toda de-

cisão em que se tenha considerado procedente o recurso. 

CAPÍTULO III
DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS

Artigo 26. Desenvolvimento progressivo

Os Estados Partes comprometem-se a adotar providências, tanto no âmbito


interno como mediante cooperação internacional, especialmente econômica e
técnica, a fim de conseguir progressivamente a plena efetividade dos direitos
que decorrem das normas econômicas, sociais e sobre educação, ciência e cul-
tura, constantes da Carta da Organização dos Estados Americanos, reformada
pelo Protocolo de Buenos Aires, na medida dos recursos disponíveis, por via
legislativa ou por outros meios apropriados. 

2204
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO IV
SUSPENSÃO DE GARANTIAS, INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO

Artigo 27. Suspensão de garantias

1) Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra emergência que ame-

ace a independência ou segurança do Estado Parte, este poderá ado-

tar disposições que, na medida e pelo tempo estritamente limitados às

exigências da situação, suspendam as obrigações contraídas em virtude

desta Convenção, desde que tais disposições não sejam incompatíveis

com as demais obrigações que lhe impõe o Direito Internacional e não

encerrem discriminação alguma fundada em motivos de raça, cor, sexo,

idioma, religião ou origem social.

2) A disposição precedente não autoriza a suspensão dos direitos determi-

nados seguintes artigos: 3 (Direito ao reconhecimento da personalidade

jurídica); 4 (Direito à vida); 5 (Direito à integridade pessoal); 6 (Proibição

da escravidão e servidão); 9 (Princípio da legalidade e da retroatividade);

12 (Liberdade de consciência e de religião); 17 (Proteção da família); 18

(Direito ao nome); 19 (Direitos da criança); 20 (Direito à nacionalidade) e

23 (Direitos políticos), nem das garantias indispensáveis para a proteção

de tais direitos.

3) Todo Estado Parte que fizer uso do direito de suspensão deverá informar

imediatamente os outros Estados Partes na presente Convenção, por in-

termédio do Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos, das

disposições cuja aplicação haja suspendido, dos motivos determinantes da

suspensão e da data em que haja dado por terminada tal suspensão.

2205
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Artigo 28. Cláusula federal

1) Quando se tratar de um Estado Parte constituído como Estado federal, o

governo nacional do aludido Estado Parte cumprirá todas as disposições

da presente Convenção, relacionadas com as matérias sobre as quais

exerce competência legislativa e judicial.

2) No tocante às disposições relativas às matérias que correspondem à com-

petência das entidades componentes da federação, o governo nacional

deve tomar imediatamente as medidas pertinente, em conformidade com

sua constituição e suas leis, a fim de que as autoridades competentes das

referidas entidades possam adotar as disposições cabíveis para o cumpri-

mento desta Convenção.

3) Quando dois ou mais Estados Partes decidirem constituir entre eles uma

federação ou outro tipo de associação, diligenciarão no sentido de que o

pacto comunitário respectivo contenha as disposições necessárias para

que continuem sendo efetivas no novo Estado assim organizado as nor-

mas da presente Convenção.

Artigo 29. Normas de interpretação

Nenhuma disposição desta Convenção pode ser interpretada no sentido de:

a) permitir a qualquer dos Estados Partes, grupo ou pessoa, suprimir o gozo

e exercício dos direitos e liberdades reconhecidos na Convenção ou limi-

tá-los em maior medida do que a nela prevista;

b) limitar o gozo e exercício de qualquer direito ou liberdade que possam ser

reconhecidos de acordo com as leis de qualquer dos Estados Partes ou de

acordo com outra convenção em que seja parte um dos referidos Estados;

2206
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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c) excluir outros direitos e garantias que são inerentes ao ser humano ou

que decorrem da forma democrática representativa de governo; e

d) excluir ou limitar o efeito que possam produzir a Declaração Americana

dos Direitos e Deveres do Homem e outros atos internacionais da mesma

natureza.

Artigo 30. Alcance das restrições

As restrições permitidas, de acordo com esta Convenção, ao gozo e exercício


dos direitos e liberdades nela reconhecidos, não podem ser aplicadas senão de
acordo com leis que forem promulgadas por motivo de interesse geral e com o
propósito para o qual houverem sido estabelecidas.

Artigo 31. Reconhecimento de outros direitos

Poderão ser incluídos no regime de proteção desta Convenção outros direi-


tos e liberdades que forem reconhecidos de acordo com os processos estabele-
cidos nos artigos 76 e 77. 

CAPÍTULO V
DEVERES DAS PESSOAS

Artigo 32. Correlação entre deveres e direitos

1) Toda pessoa tem deveres para com a família, a comunidade e a humanidade.

2) Os direitos de cada pessoa são limitados pelos direitos dos demais, pela

segurança de todos e pelas justas exigências do bem comum, numa so-

ciedade democrática.

2207
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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PARTE II
MEIOS DA PROTEÇÃO
CAPÍTULO VI
ÓRGÃOS COMPETENTES

Artigo 33

São competentes para conhecer dos assuntos relacionados com o cumpri-


mento dos compromissos assumidos pelos Estados Partes nesta Convenção:

a) a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, doravante denominada

a Comissão; e

b) a Corte Interamericana de Direitos Humanos, doravante denominada a

Corte.

CAPÍTULO VII
COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS

Seção 1 — Organização

Artigo 34

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos compor-se-á de sete mem-


bros, que deverão ser pessoas de alta autoridade moral e de reconhecido saber
em matéria de direitos humanos.

Artigo 35

A Comissão representa todos os membros da Organização dos Estados


Americanos.

2208
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Artigo 36

1) Os membros da Comissão serão eleitos a título pessoal, pela Assembléia

Geral da Organização, de uma lista de candidatos propostos pelos gover-

nos dos Estados membros.

2) Cada um dos referidos governos pode propor até três candidatos, na-

cionais do Estado que os propuser ou de qualquer outro Estado membro

da Organização dos Estados Americanos. Quando for proposta uma lista

de três candidatos, pelo menos um deles deverá ser nacional de Estado

diferente do proponente.

Artigo 37

1) Os membros da Comissão serão eleitos por quatro anos e só poderão ser

reeleitos uma vez, porém o mandato de três dos membros designados na

primeira eleição expirará ao cabo de dois anos. Logo depois da referida

eleição, serão determinados por sorteio, na Assembléia Geral, os nomes

desses três membros.

2) Não pode fazer parte da Comissão mais de um nacional de um mesmo

Estado.

Artigo 38

As vagas que ocorrerem na Comissão, que não se devam à expiração normal


do mandato, serão preenchidas pelo Conselho Permanente da Organização, de
acordo com o que dispuser o Estatuto da Comissão.

2209
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Artigo 39

A Comissão elaborará seu estatuto e submetê-lo-á à aprovação da Assem-


bléia Geral e expedirá seu próprio regulamento.

Artigo 40

Os serviços de secretaria da Comissão devem ser desempenhados pela uni-


dade funcional especializada que faz parte da Secretaria-Geral da Organização
e devem dispor dos recursos necessários para cumprir as tarefas que lhe forem
confiadas pela Comissão.

Seção 2 — Funções

Artigo 41

A Comissão tem a função principal de promover a observância e a defesa


dos direitos humanos e, no exercício do seu mandato, tem as seguintes funções
e atribuições:

a) estimular a consciência dos direitos humanos nos povos da América;

b) formular recomendações aos governos dos Estados membros, quando o

considerar conveniente, no sentido de que adotem medidas progressivas

em prol dos direitos humanos no âmbito de suas leis internas e seus pre-

ceitos constitucionais, bem como disposições apropriadas para promover

o devido respeito a esses direitos;

c) preparar os estudos ou relatórios que considerar convenientes para o de-

sempenho de suas funções;

d) solicitar aos governos dos Estados membros que lhe proporcionem infor-

mações sobre as medidas que adotarem em matéria de direitos humanos;

2210
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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e) atender às consultas que, por meio da Secretaria-Geral da Organização

dos Estados Americanos, lhe formularem os Estados membros sobre

questões relacionadas com os direitos humanos e, dentro de suas possi-

bilidades, prestar-lhes o assessoramento que eles lhe solicitarem;

f) atuar com respeito às petições e outras comunicações, no exercício de

sua autoridade, de conformidade com o disposto nos artigos 44 a 51 des-

ta Convenção; e

g) apresentar um relatório anual à Assembléia Geral da Organização dos

Estados Americanos.

Artigo 42

Os Estados Partes devem remeter à Comissão cópia dos relatórios e estu-


dos que, em seus respectivos campos, submetem anualmente às Comissões
Executivas do Conselho Interamericano Econômico e Social e do Conselho In-
teramericano de Educação, Ciência e Cultura, a fim de que aquela vele por que
se promovam os direitos decorrentes das normas econômicas, sociais e sobre
educação, ciência e cultura, constantes da Carta da Organização dos Estados
Americanos, reformada pelo Protocolo de Buenos Aires.

Artigo 43

Os Estados Partes obrigam-se a proporcionar à Comissão as informações


que esta lhes solicitar sobre a maneira pela qual o seu direito interno assegura
a aplicação efetiva de quaisquer disposições desta Convenção.

2211
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Seção 3 — Competência

Artigo 44

Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não governamental le-


galmente reconhecida em um ou mais Estados membros da Organização, pode
apresentar à Comissão petições que contenham denúncias ou queixas de viola-
ção desta Convenção por um Estado Parte.

Artigo 45

1) Todo Estado Parte pode, no momento do depósito do seu instrumento

de ratificação desta Convenção ou de adesão a ela, ou em qualquer mo-

mento posterior, declarar que reconhece a competência da Comissão para

receber e examinar as comunicações em que um Estado Parte alegue

haver outro Estado Parte incorrido em violações dos direitos humanos

estabelecidos nesta Convenção.

2) As comunicações feitas em virtude deste artigo só podem ser admitidas

e examinadas se forem apresentadas por um Estado Parte que haja feito

uma declaração pela qual reconheça a referida competência da Comissão.

A Comissão não admitirá nenhuma comunicação contra um Estado Parte

que não haja feito tal declaração.

3) As declarações sobre reconhecimento de competência podem ser feitas

para que esta vigore por tempo indefinido, por período determinado ou

para casos específicos.

4) As declarações serão depositadas na Secretaria-Geral da Organização dos

Estados Americanos, a qual encaminhará cópia das mesmas aos Estados

membros da referida Organização.

2212
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Artigo 46

1) Para que uma petição ou comunicação apresentada de acordo com os

artigos 44 ou 45 seja admitida pela Comissão, será necessário:

a) que hajam sido interpostos e esgotados os recursos da jurisdição interna, de

acordo com os princípios de direito internacional geralmente reconhecidos;

b) que seja apresentada dentro do prazo de seis meses, a partir da data em

que o presumido prejudicado em seus direitos tenha sido notificado da

decisão definitiva;

c) que a matéria da petição ou comunicação não esteja pendente de outro

processo de solução internacional; e

d) que, no caso do artigo 44, a petição contenha o nome, a nacionalidade,

a profissão, o domicílio e a assinatura da pessoa ou pessoas ou do repre-

sentante legal da entidade que submeter a petição.

2) As disposições das alíneas a e b do inciso 1 deste artigo não se aplicarão

quando:

a) não existir, na legislação interna do Estado de que se tratar, o devido pro-

cesso legal para a proteção do direito ou direitos que se alegue tenham

sido violados;

b) não se houver permitido ao presumido prejudicado em seus direitos o

acesso aos recursos da jurisdição interna, ou houver sido ele impedido de

esgotá-los; e

c) houver demora injustificada na decisão sobre os mencionados recursos.

Artigo 47

A Comissão declarará inadmissível toda petição ou comunicação apresenta-


da de acordo com os artigos 44 ou 45 quando:

2213
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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a) não preencher algum dos requisitos estabelecidos no artigo 46;

b) não expuser fatos que caracterizem violação dos direitos garantidos por esta

Convenção;

c) pela exposição do próprio peticionário ou do Estado, for manifestamente

infundada a petição ou comunicação ou for evidente sua total improce-

dência; ou

d) for substancialmente reprodução de petição ou comunicação anterior, já

examinada pela Comissão ou por outro organismo internacional. 

Seção 4 — Processo

Artigo 48

1) A Comissão, ao receber uma petição ou comunicação na qual se alegue

violação de qualquer dos direitos consagrados nesta Convenção, proce-

derá da seguinte maneira:

a) se reconhecer a admissibilidade da petição ou comunicação, solicitará

informações ao Governo do Estado ao qual pertença a autoridade apon-

tada como responsável pela violação alegada e transcreverá as partes

pertinentes da petição ou comunicação. As referidas informações devem

ser enviadas dentro de um prazo razoável, fixado pela Comissão ao con-

siderar as circunstâncias de cada caso;

b) recebidas as informações, ou transcorrido o prazo fixado sem que sejam

elas recebidas, verificará se existem ou subsistem os motivos da petição

ou comunicação. No caso de não existirem ou não subsistirem, mandará

arquivar o expediente;

c) poderá também declarar a inadmissibilidade ou a improcedência da peti-

ção ou comunicação, com base em informação ou prova supervenientes;

2214
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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d) se o expediente não houver sido arquivado, e com o fim de comprovar os

fatos, a Comissão procederá, com conhecimento das partes, a um exa-

me do assunto exposto na petição ou comunicação. Se for necessário e

conveniente, a Comissão procederá a uma investigação para cuja eficaz

realização solicitará, e os Estados interessados lhes proporcionarão todas

as facilidades necessárias;

e) poderá pedir aos Estados interessados qualquer informação pertinente e

receberá, se isso lhe for solicitado, as exposições verbais ou escritas que

apresentarem os interessados; e

f) por-se-á à disposição das partes interessadas, a fim de chegar a uma

solução amistosa do assunto, fundada no respeito aos direitos humanos

reconhecidos nesta Convenção.

2) Entretanto, em casos graves e urgentes, pode ser realizada uma inves-

tigação, mediante prévio consentimento do Estado em cujo território se

alegue haver sido cometida a violação, tão somente com a apresentação

de uma petição ou comunicação que reúna todos os requisitos formais de

admissibilidade.

Artigo 49

Se se houver chegado a uma solução amistosa de acordo com as disposições


do inciso 1, f, do artigo 48, a Comissão redigirá um relatório que será encami-
nhado ao peticionário e aos Estados Partes nesta Convenção e, posteriormente,
transmitido, para sua publicação, ao Secretário-Geral da Organização dos Es-
tados Americanos. O referido relatório conterá uma breve exposição dos fatos
e da solução alcançada. Se qualquer das partes no caso o solicitar, ser-lhe-á
proporcionada a mais ampla informação possível.

2215
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Artigo 50

1) Se não se chegar a uma solução, e dentro do prazo que for fixado pelo
Estatuto da Comissão, esta redigirá um relatório no qual exporá os fatos
e suas conclusões. Se o relatório não representar, no todo ou em parte, o
acordo unânime dos membros da Comissão, qualquer deles poderá agre-
gar ao referido relatório seu voto em separado. Também se agregarão ao
relatório as exposições verbais ou escritas que houverem sido feitas pelos
interessados em virtude do inciso 1, e, do artigo 48.
2) O relatório será encaminhado aos Estados interessados, aos quais não
será facultado publicá-lo.
3) Ao encaminhar o relatório, a Comissão pode formular as proposições e
recomendações que julgar adequadas.

Artigo 51

1) Se no prazo de três meses, a partir da remessa aos Estados interessa-


dos do relatório da Comissão, o assunto não houver sido solucionado ou
submetido à decisão da Corte pela Comissão ou pelo Estado interessado,
aceitando sua competência, a Comissão poderá emitir, pelo voto da maio-
ria absoluta dos seus membros, sua opinião e conclusões sobre a questão
submetida à sua consideração.
2) A Comissão fará as recomendações pertinentes e fixará um prazo dentro
do qual o Estado deve tomar as medidas que lhe competirem para reme-
diar a situação examinada.
3) Transcorrido o prazo fixado, a Comissão decidirá, pelo voto da maioria ab-
soluta dos seus membros, se o Estado tomou ou não medidas adequadas

e se publica ou não seu relatório.

2216
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO VIII
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
Seção 1 — Organização

Artigo 52

1) A Corte compor-se-á de sete juízes, nacionais dos Estados membros da

Organização, eleitos a título pessoal dentre juristas da mais alta autorida-

de moral, de reconhecida competência em matéria de direitos humanos,

que reúnam as condições requeridas para o exercício das mais elevadas

funções judiciais, de acordo com a lei do Estado do qual sejam nacionais,

ou do Estado que os propuser como candidatos.

2) Não deve haver dois juízes da mesma nacionalidade.

Artigo 53

1) Os juízes da Corte serão eleitos, em votação secreta e pelo voto da maio-

ria absoluta dos Estados Partes na Convenção, na Assembléia Geral da

Organização, de uma lista de candidatos propostos pelos mesmos Estados.

2) Cada um dos Estados Partes pode propor até três candidatos, nacionais

do Estado que os propuser ou de qualquer outro Estado membro da Or-

ganização dos Estados Americanos. Quando se propuser uma lista de três

candidatos, pelo menos um deles deverá ser nacional de Estado diferente

do proponente.

2217
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Artigo 54

1) Os juízes da Corte serão eleitos por um período de seis anos e só pode-

rão ser reeleitos uma vez. O mandato de três dos juízes designados na

primeira eleição expirará ao cabo de três anos. Imediatamente depois da

referida eleição, determinar-se-ão por sorteio, na Assembléia Geral, os

nomes desses três juízes.

2) O juiz eleito para substituir outro cujo mandato não haja expirado, com-

pletará o período deste.

3) Os juízes permanecerão em funções até o término dos seus mandatos.

Entretanto, continuarão funcionando nos casos de que já houverem to-

mado conhecimento e que se encontrem em fase de sentença e, para tais

efeitos, não serão substituídos pelos novos juízes eleitos.

Artigo 55

1) O juiz que for nacional de algum dos Estados Partes no caso submetido à

Corte, conservará o seu direito de conhecer do mesmo. 

2) Se um dos juízes chamados a conhecer do caso for de nacionalidade de um

dos Estados Partes, outro Estado Parte no caso poderá designar uma pes-

soa de sua escolha para fazer parte da Corte na qualidade de juiz ad hoc.

3) Se, dentre os juízes chamados a conhecer do caso, nenhum for da naciona-

lidade dos Estados Partes, cada um destes poderá designar um juiz ad hoc.

4) O juiz ad hoc deve reunir os requisitos indicados no artigo 52.

5) Se vários Estados Partes na Convenção tiverem o mesmo interesse no

caso, serão considerados como uma só Parte, para os fins das disposições

anteriores. Em caso de dúvida, a Corte decidirá.

2218
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Artigo 56

O quorum para as deliberações da Corte é constituído por cinco juízes.

Artigo 57

A Comissão comparecerá em todos os casos perante a Corte.

Artigo 58

1) A Corte terá sua sede no lugar que for determinado, na Assembléia Geral

da Organização, pelos Estados Partes na Convenção, mas poderá realizar

reuniões no território de qualquer Estado membro da Organização dos

Estados Americanos em que o considerar conveniente pela maioria dos

seus membros e mediante prévia aquiescência do Estado respectivo. Os

Estados Partes na Convenção podem, na Assembléia Geral, por dois ter-

ços dos seus votos, mudar a sede da Corte.

2) A Corte designará seu Secretário.

3) O Secretário residirá na sede da Corte e deverá assistir às reuniões que

ela realizar fora da mesma.

Artigo 59
A Secretaria da Corte será por esta estabelecida e funcionará sob a direção
do Secretário da Corte, de acordo com as normas administrativas da Secretaria-
-Geral da Organização em tudo o que não for incompatível com a independência
da Corte. Seus funcionários serão nomeados pelo Secretário-Geral da Organiza-
ção, em consulta com o Secretário da Corte.

2219
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Artigo 60

A Corte elaborará seu estatuto e submetê-lo-á à aprovação da Assembléia


Geral e expedirá seu regimento.

Seção 2 — Competência e funções

Artigo 61
1) Somente os Estados Partes e a Comissão têm direito de submeter caso à
decisão da Corte.
2) Para que a Corte possa conhecer de qualquer caso, é necessário que se-
jam esgotados os processos previstos nos artigos 48 a 50.

Artigo 62

1) Todo Estado Parte pode, no momento do depósito do seu instrumento de


ratificação desta Convenção ou de adesão a ela, ou em qualquer momen-
to posterior, declarar que reconhece como obrigatória, de pleno direito
e sem convenção especial, a competência da Corte em todos os casos
relativos à interpretação ou aplicação desta Convenção.
2) A declaração pode ser feita incondicionalmente, ou sob condição de reciproci-
dade, por prazo determinado ou para casos específicos. Deverá ser apresen-
tada ao Secretário-Geral da Organização, que encaminhará cópias da mesma
aos outros Estados membros da Organização e ao Secretário da Corte.
3) A Corte tem competência para conhecer de qualquer caso relativo à in-
terpretação e aplicação das disposições desta Convenção que lhe seja
submetido, desde que os Estados Partes no caso tenham reconhecido ou

reconheçam a referida competência, seja por declaração especial, como

preveem os incisos anteriores, seja por convenção especial.

2220
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Artigo 63

1) Quando decidir que houve violação de um direito ou liberdade protegidos

nesta Convenção, a Corte determinará que se assegure ao prejudicado

o gozo do seu direito ou liberdade violados. Determinará também, se

isso for procedente, que sejam reparadas as consequências da medida

ou situação que haja configurado a violação desses direitos, bem como o

pagamento de indenização justa à parte lesada.

2) Em casos de extrema gravidade e urgência, e quando se fizer necessário

evitar danos irreparáveis às pessoas, a Corte, nos assuntos de que estiver

conhecendo, poderá tomar as medidas provisórias que considerar perti-

nentes. Se se tratar de assuntos que ainda não estiverem submetidos ao

seu conhecimento, poderá atuar a pedido da Comissão.

Artigo 64

1) Os Estados membros da Organização poderão consultar a Corte sobre a

interpretação desta Convenção ou de outros tratados concernentes à pro-

teção dos direitos humanos nos Estados americanos. Também poderão

consultá-la, no que lhes compete, os órgãos enumerados no capítulo X da

Carta da Organização dos Estados Americanos, reformada pelo Protocolo

de Buenos Aires.

2) A Corte, a pedido de um Estado membro da Organização, poderá emitir

pareceres sobre a compatibilidade entre qualquer de suas leis internas e

os mencionados instrumentos internacionais.

2221
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Artigo 65

A Corte submeterá à consideração da Assembléia Geral da Organização, em


cada período ordinário de sessões, um relatório sobre suas atividades no ano
anterior. De maneira especial, e com as recomendações pertinentes, indicará os
casos em que um Estado não tenha dado cumprimento a suas sentenças. 

Seção 3 — Procedimento

Artigo 66

1) A sentença da Corte deve ser fundamentada.


2) Se a sentença não expressar no todo ou em parte a opinião unânime dos
juízes, qualquer deles terá direito a que se agregue à sentença o seu voto
dissidente ou individual.

Artigo 67

A sentença da Corte será definitiva e inapelável. Em caso de divergência


sobre o sentido ou alcance da sentença, a Corte interpreta-la-á, a pedido de
qualquer das partes, desde que o pedido seja apresentado dentro de noventa
dias a partir da data da notificação da sentença.

Artigo 68

1) Os Estados Partes na Convenção comprometem-se a cumprir a decisão


da Corte em todo caso em que forem partes.
2) A parte da sentença que determinar indenização compensatória poderá
ser executada no país respectivo pelo processo interno vigente para a

execução de sentenças contra o Estado.

2222
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Artigo 69

A sentença da Corte deve ser notificada às partes no caso e transmitida aos


Estados Partes na Convenção. 

CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES COMUNS

Artigo 70

1) Os juízes da Corte e os membros da Comissão gozam, desde o momento

de sua eleição e enquanto durar o seu mandato, das imunidades reco-

nhecidas aos agentes diplomáticos pelo Direito Internacional. Durante o

exercício dos seus cargos gozam, além disso, dos privilégios diplomáticos

necessários para o desempenho de suas funções.

2) Não se poderá exigir responsabilidade em tempo algum dos juízes da

Corte, nem dos membros da Comissão, por votos e opiniões emitidos no

exercício de suas funções.

Artigo 71

Os cargos de juiz da Corte ou de membro da Comissão são incompatíveis


com outras atividades que possam afetar sua independência ou imparcialidade
conforme o que for determinado nos respectivos estatutos.

Artigo 72

Os juízes da Corte e os membros da Comissão perceberão honorários e des-


pesas de viagem na forma e nas condições que determinarem os seus estatutos,
levando em conta a importância e independência de suas funções. Tais honorários

2223
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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e despesas de viagem serão fixados no orçamento-programa da Organização dos


Estados Americanos, no qual devem ser incluídas, além disso, as despesas da
Corte e da sua Secretaria. Para tais efeitos, a Corte elaborará o seu próprio pro-
jeto de orçamento e submetê-lo-á à aprovação da Assembléia Geral, por inter-
médio da Secretaria-Geral. Esta última não poderá nele introduzir modificações.

Artigo 73

Somente por solicitação da Comissão ou da Corte, conforme o caso, cabe


à Assembléia Geral da Organização resolver sobre as sanções aplicáveis aos
membros da Comissão ou aos juízes da Corte que incorrerem nos casos pre-
vistos nos respectivos estatutos. Para expedir uma resolução, será necessária
maioria de dois terços dos votos dos Estados Membros da Organização, no caso
dos membros da Comissão; e, além disso, de dois terços dos votos dos Estados
Partes na Convenção, se se tratar dos juízes da Corte. 

PARTE III
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
CAPÍTULO X
ASSINATURA, RATIFICAÇÃO, RESERVA, EMENDA,
PROTOCOLO E DENÚNCIA

Artigo 74

1) Esta Convenção fica aberta à assinatura e à ratificação ou adesão de to-

dos os Estados membros da Organização dos Estados Americanos.

2) A ratificação desta Convenção ou a adesão a ela efetuar-se-á mediante de-

pósito de um instrumento de ratificação ou de adesão na Secretaria-Geral

da Organização dos Estados Americanos. Esta Convenção entrará em vigor

logo que onze Estados houverem depositado os seus respectivos instru-

2224
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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mentos de ratificação ou de adesão. Com referência a qualquer outro Esta-

do que a ratificar ou que a ela aderir ulteriormente, a Convenção entrará em

vigor na data do depósito do seu instrumento de ratificação ou de adesão.

3) O Secretário-Geral informará todos os Estados membros da Organização

sobre a entrada em vigor da Convenção.

Artigo 75

Esta Convenção só pode ser objeto de reservas em conformidade com as


disposições da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, assinada em
23 de maio de 1969.

Artigo 76

1) Qualquer Estado Parte, diretamente, e a Comissão ou a Corte, por inter-

médio do Secretário-Geral, podem submeter à Assembléia Geral, para o

que julgarem conveniente, proposta de emenda a esta Convenção.

2) As emendas entrarão em vigor para os Estados que ratificarem as mes-

mas na data em que houver sido depositado o respectivo instrumento

de ratificação que corresponda ao número de dois terços dos Estados

Partes nesta Convenção. Quanto aos outros Estados Partes, entrarão em

vigor na data em que depositarem eles os seus respectivos instrumen-

tos de ratificação.

Artigo 77

1) De acordo com a faculdade estabelecida no artigo 31, qualquer Estado

Parte e a Comissão podem submeter à consideração dos Estados Partes

2225
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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reunidos por ocasião da Assembléia Geral, projetos de protocolos adicio-

nais a esta Convenção, com a finalidade de incluir progressivamente no

regime de proteção da mesma outros direitos e liberdades.

2) Cada protocolo deve estabelecer as modalidades de sua entrada em vigor

e será aplicado somente entre os Estados Partes no mesmo.

Artigo 78

1) Os Estados Partes poderão denunciar esta Convenção depois de expirado

um prazo de cinco anos, a partir da data da entrada em vigor da mesma

e mediante aviso prévio de um ano, notificando o Secretário-Geral da

Organização, o qual deve informar as outras Partes.

2) Tal denúncia não terá o efeito de desligar o Estado Parte interessado das

obrigações contidas nesta Convenção, no que diz respeito a qualquer

ato que, podendo constituir violação dessas obrigações, houver sido co-

metido por ele anteriormente à data na qual a denúncia produzir efeito.

CAPÍTULO XI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Seção 1 — Comissão Interamericana de Direitos Humanos

Artigo 79

Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário-Geral pedirá por escrito a


cada Estado membro da Organização que apresente, dentro de um prazo de no-
venta dias, seus candidatos a membro da Comissão Interamericana de Direitos
Humanos. O Secretário-Geral preparará uma lista por ordem alfabética dos can-
didatos apresentados e a encaminhará aos Estados membros da Organização
pelo menos trinta dias antes da Assembléia Geral seguinte.

2226
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Artigo 80

A eleição dos membros da Comissão far-se-á dentre os candidatos que fi-


gurem na lista a que se refere o artigo 79, por votação secreta da Assembléia
Geral, e serão declarados eleitos os candidatos que obtiverem maior número de
votos e a maioria absoluta dos votos dos representantes dos Estados membros.
Se, para eleger todos os membros da Comissão, for necessário realizar várias
votações, serão eliminados sucessivamente, na forma que for determinada pela
Assembléia Geral, os candidatos que receberem menor número de votos. 

Seção 2 — Corte Interamericana de Direitos Humanos

Artigo 81

Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário-Geral solicitará por escrito


a cada Estado Parte que apresente, dentro de um prazo de noventa dias, seus
candidatos a juiz da Corte Interamericana de Direitos Humanos. O Secretário-
-Geral preparará uma lista por ordem alfabética dos candidatos apresentados e
a encaminhará aos Estados Partes pelo menos trinta dias antes da Assembléia
Geral seguinte.

Artigo 82

A eleição dos juízes da Corte far-se-á dentre os candidatos que figurem na


lista a que se refere o artigo 81, por votação secreta dos Estados Partes, na As-
sembléia Geral, e serão declarados eleitos os candidatos que obtiverem maior
número de votos e a maioria absoluta dos votos dos representantes do Estados
Partes. Se, para eleger todos os juízes da Corte, for necessário realizar várias
votações, serão eliminados sucessivamente, na forma que for determinada pe-
los Estados Partes, os candidatos que receberem menor número de votos.

2227
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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B-32: CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS


"PACTO DE SAN JOSÉ DE COSTA RICA"
(Assinada em San José, Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, na
Conferência Especializada Interamericana sobre Direitos Humanos)

ENTRADA EM VIGOR: 18 de julho de 1978, conforme o artigo 74.2 da Convenção.

DEPOSITÁRIO: Secretaria-Geral da OEA (instrumento original e ratificações).

TEXTO: Série sobre Tratados, OEA, n. 36.

REGISTRO NA ONU: 27 de agosto de 1979, n. 17955.

ACEITAÇÃO DA
ACEITAÇÃO DA
PAÍSES ASSINA- RATIFICAÇÃO/ COMPETÊNCIA
DEPÓSITO COMPETÊNCIA
SIGNATÁRIOS TURA ADESÃO DA COMISSÃO,
DA CORTE
ARTIGO 45

Antígua e Barbuda // // // // -

Argentina1 02/02/84 08/14/84 09/05/84 RA 09/05/84 09/08/84

Bahamas // // // // //

Barbados2 06/20/78 11/05/81 11/27/82 RA 0/04/00 //

Belize // // // // //

Bolívia3 // 06/20/79 07/19/79 AD 07/27/93 //

Brasil4 // 07/09/92 09/25/92 AD 12/10/98 //

Canadá // // // // //

Chile5 11/22/69 08/10/90 08/21/90 RA 08/21/90 08/21/90

Colômbia6 11/22/69 05/28/73 07/31/73 RA 06/21/85 06/21/85

Costa Rica 7
11/22/69 03/02/70 04/08/70 RA 07/02/80 07/02/80

Dominica8 // 06/03/93 06/11/93 RA // //

El Salvador 9 11/22/69 06/20/78 06/23/78 RA 06/06/95 //

Equador  10
11/22/69 12/08/77 12/28/77 RA 07/24/84 08/13/84

Estados Unidos 06/01/77 // // // //

Grenada11 07/14/78 07/14/78 07/18/78 RA // //

Guatemala12 11/22/69 04/27/78 05/25/78 RA 03/09/87 //

Guiana // // // // //

Haiti13
// 09/14/77 09/27/77 AD 03/20/98 //

Honduras14 11/22/69 09/05/77 09/08/77 RA 09/09/81 //

Jamaica15 09/16/77 07/19/78 08/07/78 RA // 08/07/78

2228
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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México16 - 03/02/81 03/24/81 AD 12/16/98 //

Nicarágua17 11/22/69 09/25/79 09/25/79 RA 02/12/91 02/06/06

Panamá18 11/22/69 05/08/78 06/22/78 RA 05/09/90 //

Paraguai 19
11/22/69 08/18/89 08/24/89 RA 03/26/93 //

Peru20 07/27/77 07/12/78 07/28/78 RA 01/21/81 01/21/81

República
09/07/77 01/21/78 04/19/78 RA 03/25/99 //
Dominicana21

Saint Kitts e Nevis22 // // // // //

Santa Lúcia // // // // //

São Vicente
// // // // //
e Granadinas

Suriname // 11/12/87 11/12/87 AD 11/12/87 //

Trinidad e Tobago 23
// 04/03/91 05/28/91 AD 05/28/91 //

Uruguai24 11/22/69 03/26/85 04/19/85 RA 04/19/85 04/19/85

Venezuela25 11/22/69 06/23/77 08/09/77 RA 04/24/81 08/09/77

DECLARAÇÕES/RESERVAS/DENÚNCIAS/RETIRADAS

REF = REFERÊNCIA INST = TIPO DE INSTRUMENTO

D = DECLARAÇÃO RA = RATIFICAÇÃO

R = RESERVA AC = ACEITAÇÃO

AD = ADESÃO

INFORMA = INFORMAÇÃO SOLICITADA PELO TRATADO

1. Argentina
(Reserva e declarações interpretativas formuladas no ato da ratifi­cação da
Convenção)
O instrumento de ratificação foi recebido na Secretaria-Geral da OEA em
5 de setembro de 1984, com uma reserva e declarações interpretativas. Pro-
cedeu-se à tramitação da notificação da reserva, em conformidade com a
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, assinada em 23 de maio
de 1969.

2229
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Figuram abaixo os textos da reserva e declarações interpretativas acima


mencionadas.
I – Reserva
O artigo 21 fica sujeito à seguinte reserva: "O Governo argentino estabe-
lece que não serão submetidas a revisão por tribunal internacional questões
inerentes à política econômica do Governo. Tampouco considerará passível de
revisão o que os tribunais nacionais considerem causas de “utilidade pública” e
“interesse social”, nem o que entendam por “indenização justa”.
II – Declarações interpretativas
O artigo 5, parágrafo 3, deve ser interpretado no sentido de que a pena não
pode transcender diretamente a pessoa do delinquente, ou seja, não caberão
sanções penais extensíveis.
O artigo 7, parágrafo 7, deve ser interpretado no sentido de que a proibi-
ção da "detenção por dívidas" não implica vedar ao Estado a possibilidade de
subordinar a imposição de penas à condição de que certas dívidas não sejam
liquidadas, quando a pena não seja imposta pelo não pagamento em si da dívi-
da, mas por um fato anterior independente e penalmente ilícito.
O artigo 10 deve ser interpretado no sentido de que o "erro judiciário" seja
estabelecido por um tribunal nacional.
Reconhecimento de competência
No instrumento de ratificação datado de 14 de agosto de 1984, depositado
na Secretaria-Geral da OEA em 5 de setembro de 1984, o Governo da Repúbli-
ca argentina reconhece a competência da Comissão Interamericana de Direitos
Humanos e da Corte Interamericana de Direitos Humanos por tempo indeter-
minado e sob a condição de estrita reciprocidade no que se refere aos casos
relativos à interpretação ou aplicação da citada Convenção, com reserva parcial
e levando em conta as declarações interpretativas consignadas no instrumento
de ratificação.

2230
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Fica também consignado que as obrigações contraídas em virtude da Con-


venção só terão efeito com relação a fatos ocorridos anteriormente à ratificação
do mencionado instrumento.

2. Barbados
(Reservas formuladas no ato da ratificação da Convenção)
O instrumento de ratificação, com reservas, foi recebido na Secretaria-
-Geral da OEA em 5 de novembro de 1981. Essas reservas foram notificadas
de acordo com as disposições da Convenção de Viena sobre o Direito dos
Tratados, assinada em 23 de maio de 1969. O prazo de 12 meses a partir da
notificação encerrou-se, sem objeções, em 26 de novembro de 1982.
Segue-se o texto das reservas com relação aos artigos 4.4, 4.5 e 8.2, e.
Quanto ao parágrafo 4 do artigo 4, o Código Penal de Barbados estabelece a
pena de morte por enforcamento para os crimes de homicídio e traição. O Go-
verno examina cuidadosamente neste momento a questão da pena de morte,
que só é imposta em raras ocasiões, mas deseja formular reserva sobre esse
ponto, uma vez que, em certas circunstâncias, a traição poderia ser considera-
da crime político e ser enquadrada nos termos do parágrafo 4 do artigo 4.
Relativamente ao parágrafo 5 do artigo 4, embora a menoridade ou maiori-
dade do delinquente possam constituir fatores que o Conselho Privado, a Corte
de Apelações de mais alta hierarquia, poderia levar em conta ao considerar
se se deve cumprir a sentença de morte, as pessoas acima de 16 anos ou as
maiores de 70 anos podem ser executadas em conformidade com as leis de
Barbados.
Quanto à alínea e do parágrafo 2 do artigo 8, a legislação de Barbados não
estabelece como garantia mínima no procedimento penal nenhum direito irre-
nunciável à assistência de um defensor designado pelo Estado. Nos casos de
determinados delitos, tais como homicídio e estupro, são prestados serviços de
assistência jurídica.

2231
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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3. Bolívia
Reconhecimento de competência
Em 27 de julho de 1993, a Bolívia encaminhou à Secretaria-Geral da OEA
o instrumento de reconhecimento da competência da Corte Interamericana
de Direitos Humanos, de acordo com o artigo 62 da Convenção Americana
sobre Direitos Humanos, com a seguinte declaração:
I – O Governo Constitucional da República, em conformidade com o artigo
59, parágrafo 12, da Constituição Política do Estado, mediante a Lei n. 1430
de 11 de fevereiro, dispôs a aprovação e ratificação da Convenção Americana
sobre Direitos Humanos, “Pacto de San José de Costa Rica”, assinada em San
José, Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, e o reconhecimento da compe-
tência da Corte Interamericana de Direitos Humanos, em conformidade com os
artigos 45 e 62 da Convenção.
II – No uso da faculdade que lhe confere o parágrafo 2 do artigo 96 da Cons-
tituição Política do Estado, expede-se este instrumento de ratificação da Con-
venção Americana sobre Direitos Humanos, “Pacto de San José de Costa Rica”,
e reconhecem-se como obrigatórias de pleno direito, incondicionalmente e por
prazo indeterminado, a jurisdição e a competência da Corte Interamericana de
Direitos Humanos, em conformidade com o artigo 62 da Convenção".
O Governo da Bolívia, mediante a nota OEA/MI/262/93, de 22 de julho de
1993, apresentou a seguinte declaração interpretativa no ato do depósito do
instrumento de reconhecimento da competência da Corte Interamericana de
Direitos Humanos:
"Os preceitos de incondicionalidade e prazo indeterminado serão aplicados
em estrita observância da Constituição Política do Estado boliviano, especial-
mente dos princípios de reciprocidade, irretroatividade e autonomia judicial".

2232
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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4. Brasil
(Declaração formulada no ato da adesão à Convenção)
O Governo do Brasil entende que os artigos 43 e 48, d, não incluem o direi-
to automático de visitas e investigações in locoda Comissão Interamericana de
Direitos Humanos, que dependerão da anuência expressa do Estado.
Reconhecimento da competência da Corte
O Governo da República Federativa do Brasil declara que reconhece, por
tempo indeterminado, como obrigatória e de pleno direito a competência da
Corte Interamericana de Direitos Humanos, em todos os casos relacionados
com a interpretação ou aplicação da Convenção Americana sobre Direitos Hu-
manos, em conformidade com o artigo 62, sob reserva de reciprocidade e para
fatos posteriores a esta declaração.
(Data: 10 de dezembro de 1998)

5. Chile
(Declaração formulada no ato da assinatura da Convenção)
A Delegação do Chile apõe sua assinatura a esta Convenção, sujeita a pos-
terior aprovação parlamentar e ratificação, em conformidade com as normas
constitucionais vigentes. A aprovação parlamentar foi formalizada posterior-
mente e o instrumento de ratificação depositado na Secretaria-Geral da OEA.
(Declarações formuladas no ato da ratificação da Convenção)

a) O Governo do Chile declara que reconhece a competência da Comissão

Interamericana de Direitos Humanos, por tempo indeterminado e sob

reserva de reciprocidade, para receber e examinar as comuni­cações

em que um Estado Parte alegue haver outro Estado Parte incorrido em

violações dos direitos humanos estabelecidos na Convenção Ameri-

cana sobre Direitos Humanos, nos termos constantes do artigo 45 da

citada Convenção.

2233
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

b) O Governo do Chile declara que reconhece como obrigatória de pleno

direito a competência da Corte Interamericana de Direitos Humanos com

respeito aos casos relativos à interpretação e aplicação da Con­venção,

em conformidade com o disposto no artigo 62.

Ao formular essas declarações, o Governo do Chile deixa consignado que


os reconhecimentos de competência por ele conferidos referem-se a fatos
posteriores à data do depósito do instrumento de ratificação ou, em todo
caso, a fatos cujo princípio de execução seja posterior a 11 de março de
1990. O Governo do Chile, ao conferir competência à Comissão e à Corte
Interamericana de Direitos Humanos, também declara que esses órgãos, ao
aplicarem o disposto no artigo 21, parágrafo 2, da Convenção, não poderão
pronunciar-se acerca das razões de utilidade pública ou de ordem social que
tenham sido consideradas ao se privar uma pessoa de seus bens.

6. Colômbia
Reconhecimento de competência
Em 21 de junho de 1985, apresentou instrumento de aceitação mediante o
qual reconhece a competência da Comissão Interamericana de Direitos Huma-
nos por tempo indeterminado, sob condição de estrita reciprocidade e para fatos
posteriores a essa aceitação, nos casos relativos à interpretação ou aplicação da
Convenção, reservando-se o direito de fazer cessar a competência no momento
em que considere oportuno. O referido instrumento reconhece a competência
da Corte Interamericana de Direitos Humanos por tempo indeterminado, sob
condição de reciprocidade e para fatos posteriores a essa aceitação, nos casos
relativos à interpretação ou aplicação da Convenção, reservando-se o direito de
fazer cessar a competência no momento em que considere oportuno.

2234
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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7. Costa Rica
Reconhecimento de competência
Em 2 de julho de 1980, depositou na Secretaria-Geral da OEA o instrumen­
to de reconhecimento da competência da Comissão Interamericana de Direi-
tos Humanos e da Corte Interamericana de Direitos Humanos, nos termos
dos artigos 45 e 62 da Convenção.
(Declaração e reserva formuladas no ato da ratificação da Convenção)

1) Que a República da Costa Rica declarou reconhecer, sem condições e

pelo período de vigência da Convenção Americana sobre Direitos Huma-

nos, a competência da Comissão para receber e examinar as comunica-

ções em que um Estado Parte alegue haver outro Estado Parte incorrido

em violação dos direitos humanos estabelecidos na citada Convenção.

2) Que a República da Costa Rica declarou reconhecer, sem condições e por

todo o período de vigência da Convenção Americana sobre Direitos Hu-

manos, a competência obrigatória, de pleno direito e sem convenção es-

pecial, da Corte Interamericana de Direitos Humanos, em todos os casos

relativos à interpretação ou aplicação do referido Tratado multilateral.

8. Dominica
(Reservas formuladas no ato da ratificação da Convenção)
Em 3 de junho de 1993, ratificou a Convenção Americana sobre Direitos
Humanos, com as seguintes reservas:

1) Artigo 5. Não deve ser interpretado como proibição do castigo corporal

aplicado de acordo com a Lei de Castigo Corporal da Dominica ou a Lei

de Castigo de Menores Delinquentes.

2) Artigo 4.4. Expressam-se reservas acerca das palavras "ou crimes co-

muns conexos".

3) Artigo 8.21, e. Este artigo não será aplicado no caso da Dominica.

2235
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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4) Artigo 21.2. Este artigo deve ser interpretado à luz das disposições da

Constituição da Dominica e não se deve considerar que amplia ou limita

os direitos declarados na Constituição.

5) Artigo 27.1. Também deve ser interpretado à luz das disposições da

Constituição da Dominica e não se deve considerar que amplia ou limita

os direitos declarados na Constituição.

6) Artigo 62. Dominica não reconhece a jurisdição da Corte.

9. Equador
(Declaração formulada no ato da assinatura da Convenção)
A Delegação do Equador tem a honra de assinar a Convenção Americana
sobre Direitos Humanos. Não julga necessário especificar reserva alguma,
com exceção tão-somente da faculdade geral constante da mesma Conven-
ção, que deixa aos governos a liberdade de ratificá-la.
Reconhecimento de competência
Em 24 de julho de 1984, reconheceu a vigência dos artigos 45 e 62 da Con-
venção Americana sobre Direitos Humanos, mediante o Decreto n. 2768, de 24 de
julho de 1984, publicado no Registro Oficial n. 795, de 27 do mesmo mês e ano.
Além disso, o Ministro das Relações Exteriores do Equador formulou decla-
ração, datada de 30 de julho de 1984, em conformidade com o disposto no
parágrafo 4 do artigo 45 e no parágrafo 2 do artigo 62 da citada Convenção,
cujo texto é o seguinte:
De acordo com o que determina o artigo 45, parágrafo 1, da Convenção
Americana sobre Direitos Humanos, “Pacto de San José de Costa Rica” (rati-
ficada pelo Equador em 21 de outubro de 1977 e em vigor a partir de 27 de
outubro de 1977), o Governo do Equador reconhece a competência da Comis-
são Interamericana de Direitos Humanos para receber e examinar as comu-
nicações em que um Estado Parte alegue haver outro Estado Parte incorrido
em violações dos direitos humanos estabelecidos na citada Convenção, nos
termos do parágrafo 2 do mencionado artigo.

2236
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Esse reconhecimento de competência se estende por tempo indetermi­nado


e sob condição de reciprocidade.
De acordo com o disposto no artigo 62, parágrafo 1, da Convenção, o
Governo do Equador declara que reconhece como obrigatória de pleno di-
reito e sem convenção especial a competência da Corte Interamericana de
Direitos Humanos em todos os casos relativos à interpretação ou aplicação
da citada Convenção.
Esse reconhecimento de competência se estende por prazo indeterminado e sob
condição de reciprocidade. O Estado equatoriano reserva-se a faculdade de retirar
o reconhecimento dessas competências no momento em que julgue conveniente.

10. El Salvador
(Declaração e reserva formuladas no ato da ratificação da Convenção)
Ratifica-se esta Convenção, interpretando-se suas dispo­sições no sentido
de que a Corte Interamericana de Direitos Humanos só será competente para
conhecer de qualquer caso que lhe possa ser submetido, tanto pela Comissão
Interamericana de Direitos Humanos como por qualquer Estado Parte, se o
Estado de El Salvador, como Parte no caso, houver reconhecido ou reconheça
a referida competência, por qualquer dos meios ou nas modalidades mencio-
nadas na própria Convenção.
Ratifica-se a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, denominada
“Pacto de San José de Costa Rica”, assinada em San José, Costa Rica, em 22
de novembro de 1969, constituída por um preâmbulo e oitenta e dois artigos,
aprovada pelo Poder Executivo, na área das relações exteriores, mediante o
Acordo número 405, datado de 14 de junho do corrente ano, sem prejuízo das
disposições da Convenção que possam conflitar com preceitos expressos da
Constituição Política da República.
O instrumento de ratificação foi recebido na Secretaria-Geral da OEA em 23
de junho de 1978, com uma reserva e uma declaração. Procedeu-se à trami-
tação da notificação da reserva, em conformidade com a Convenção de Viena
sobre o Direito dos Tratados, assinada em 23 de maio de 1969.

2237
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Reconhecimento de competência, de 6 de junho de 1995


I – O Governo de El Salvador reconhece como obrigatória de pleno direito
e sem convenção especial a competência da Corte Interamericana de Direitos
Humanos, em conformidade com o disposto no artigo 62 da Convenção Ameri-
cana sobre Direitos Humanos ou “Pacto de San José de Costa Rica".
II – O Governo de El Salvador, ao reconhecer essa competência, deixa con-
signado que a aceitação é por prazo indeterminado, sob condição de recipro-
cidade e com a reserva de que os casos em que se reconhece a competência
compreendem única e exclusivamente fatos ou atos jurídicos posteriores ou
fatos ou atos jurídicos cujo princípio de execução sejam posteriores à data do
depósito desta declaração de aceitação, reservando-se o direito de fazer cessar
a competência no momento em que considere oportuno.
III – O Governo de El Salvador reconhece a competência da Corte, na me-
dida em que esse reconhecimento é compatível com as disposições da Consti-
tuição da República de El Salvador.

11. Grenada
Mediante instrumento datado de 14 de julho de 1978, o Primeiro-Ministro
e o Ministro das Relações Exteriores ratificaram em nome do Estado a Con-
venção Americana sobre Direitos Humanos.

12. Guatemala
(Reserva formulada no ato da ratificação da Convenção)
O Governo da República da Guatemala ratifica a Convenção Americana so-
bre Direitos Humanos, assinada em San José, Costa Rica, em 22 de novembro
de 1969, formulando reserva quanto ao artigo 4, parágrafo 4, já que a Consti-
tuição da República, em seu artigo 54, exclui da aplicação da pena de morte os
delitos políticos, mas não os delitos comuns a eles conexos.
O instrumento de ratificação foi recebido na Secretaria-Geral da OEA em 25
de maio de 1978, com uma reserva. Procedeu-se à tramitação da notificação
da reserva, em conformidade com a Convenção de Viena sobre o Direito dos
Tratados, assinada em 23 de maio de 1969.

2238
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Retirada da reserva da Guatemala


O Governo da Guatemala, mediante o Acordo Governamental n. 281-86,
datado de 20 de maio de 1986, retirou a reserva acima mencionada, que in-
troduzira em seu instrumento de ratificação datado de 27 de abril de 1978, por
carecer de sustentação constitucional à luz da nova ordem jurídica vigente. A
retirada da reserva entrará em vigor a partir de 12 de agosto de 1986, em con-
formidade com o artigo 22 da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados,
de 1969, em aplicação do artigo 75 da própria Convenção Americana sobre
Direitos Humanos.
Reconhecimento de competência
Em 9 de março de 1987 foi recebido na Secretaria-Geral da OEA o Acordo
Governamental n. 123-87, de 20 de fevereiro de 1987, da República da Guate-
mala, em que a competência da Corte Interamericana de Direitos Humanos é
reconhecida nos seguintes termos:
(“(Artigo 1) Declarar que reconhece como obrigatória de pleno direito e sem
convenção especial a competência da Corte Interamericana de Direitos Huma-
nos, em todos os casos relativos à interpretação ou aplicação da Convenção
Americana sobre Direitos Humanos.
(Artigo 2) A aceitação da competência da Corte Interamericana de Direitos
Humanos estende-se por prazo indeterminado, em caráter geral, sob condição
de reciprocidade e com a reserva de que os casos em que se reconhece a com-
petência limitam-se exclusivamente aos ocorridos posteriormente à apresen-
tação desta declaração ao Secretário-Geral da Organização dos Estados Ame-
ricanos”).

13. Haiti
Mediante instrumento datado de 14 de setembro de 1977, o Presidente
desse Estado, de acordo com o artigo 93 da Constituição Nacional, ratificou a
Convenção Americana sobre Direitos Humanos, comprometendo-se a prote-
ger sua inviolabilidade.

2239
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Reconhecimento de competência
Vista a Constituição da República do Haiti, de 1987;
Vista a lei de 18 de agosto de 1979, mediante a qual a República do Haiti
ratifica a Convenção Americana sobre Direitos Humanos,
Declaramos, pela presente, reconhecer como obrigatória, de pleno direito
e sem convenção especial, a competência da Corte Interamericana de Direitos
Humanos em todos os casos relativos à interpretação ou aplicação da Conven-
ção. Esta declaração é emitida para apresentação à Secretaria-Geral da Organi-
zação dos Estados Americanos, que dela transmitirá cópias aos demais Estados
membros da Organização e ao Secretário da Corte, em conformidade com o
artigo 62 da Convenção.
Esta declaração é acompanhada da lei de 18 de agosto de 1979, mediante
a qual a República do Haiti ratifica a Convenção Americana sobre Direitos Hu-
manos promulgada no Diário Oficial da República.
Emitida no Palácio Nacional, em Port-au-Prince, em 3 de março de 1998,
ano 195 da independência.

14. Honduras
Reconhecimento de competência
Em 9 de setembro de 1981 apresentou à Secretaria-Geral da OEA o instru-
mento de reconhecimento da competência da Corte Interamericana de Direitos
Humanos, de acordo com o artigo 62 da Convenção.

15. Jamaica
Reconhecimento de competência
No instrumento de ratificação, datado de 19 de julho de 1978, o Governo
da Jamaica, nos termos do artigo 45, parágrafo 1, da Convenção, declara reco-
nhecer a competência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos para
receber e examinar as comunicações em que um Estado Parte alegue haver
outro Estado Parte incorrido em violações dos direitos humanos estabelecidos
na Convenção.

2240
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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16. México
(Declarações interpretativas e reservas formuladas no ato da ratificação
da Convenção)
O instrumento de adesão foi recebido na Secretaria-Geral da OEA em 24
de março de 1981, com duas declarações interpretativas e uma reserva. Essa
reserva foi notificada de acordo com o disposto na Convenção de Viena sobre
o Direito dos Tratados, assinada em 23 de maio de 1969. O prazo de 12 me-
ses a partir da notificação encerrou-se em 2 de abril de 1982, sem objeções.
O texto das declarações e da reserva é o seguinte:
Declarações interpretativas
Com relação ao parágrafo 1 do artigo 4, considera-se que a expressão “em
geral” nele usada não constitui obrigação de adotar ou manter em vigor legisla-
ção que proteja a vida “a partir do momento da concepção”, uma vez que essa
matéria é de domínio exclusivo dos Estados.
Por outro lado, o Governo do México é de parecer que a limitação estabele-
cida na Constituição Política dos Estados Unidos Mexicanos, no sentido de que
todo ato público de culto religioso deva ser celebrado no interior dos templos,
acha-se compreendida no parágrafo 3 do artigo 12. Essa declaração interpreta-
tiva foi retirada em 9 de abril de 2002.
Reserva
O Governo do México formula reserva expressa ao parágrafo 2 do artigo 23,
já que a Constituição Política dos Estados Unidos Mexica­nos, em seu artigo 130,
dispõe que os ministros dos cultos não terão direito a voto ativo ou passivo,
nem direito a associação com fins políticos.
Declaração de reconhecimento da competência contenciosa da Corte Inte-
ramericana de Direitos Humanos

1) Os Estados Unidos Mexicanos reconhecem como obrigatória de pleno

direito a competência contenciosa da Corte Interamericana de Direitos

Humanos nos casos relativos à interpretação ou aplicação da Conven-

2241
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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ção Americana sobre Direitos Humanos, em conformidade com o artigo

62.1, com exceção dos casos decorrentes da aplicação do artigo 33 da

Constituição Política do país.

2) A aceitação da competência contenciosa da Corte Interamericana de

Direitos Humanos só será aplicável aos fatos ou aos atos jurídicos pos-

teriores à data do depósito desta declaração, motivo por que não terá

efeito retroativo.

3) A aceitação da competência contenciosa da Corte Interamericana de Di-

reitos Humanos é de caráter geral e continuará em vigor até um ano após

a data em que os Estados Unidos Mexicanos notifiquem tê-la denunciado.

17. Nicarágua
Reconhecimento de competência
Em 12 de fevereiro de 1991, o Governo da Nicarágua depositou na Secreta-
ria-Geral da OEA um instrumento, datado de 15 de janeiro de 1991, mediante
o qual declara:
I – O Governo da Nicarágua reconhece como obrigatória de pleno direito
e sem convenção especial a competência da Corte Interamericana de Direitos
Humanos em todos os casos relativos à interpretação ou aplicação da Conven-
ção Americana sobre Direitos Humanos, “Pacto de San José de Costa Rica”, em
conformidade com o disposto no artigo 62, parágrafo 1, desse instrumento.
II – O Governo da Nicarágua, ao consignar o que consta do item I desta
declaração, deixa consignado que a aceitação da competência da Corte Intera-
mericana de Direitos Humanos é expressa por tempo indeterminado, em cará-
ter geral, sob condição de reciprocidade e com a reserva de que os casos em
que se reconhece a competência abrangem somente fatos posteriores ou fatos
cujo princípio de execução seja posterior à data do depósito desta declaração
perante o Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos.

2242
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Em 6 de fevereiro de 2006, o Governo da República da Nicarágua encami-


nhou nota à Secretaria-Geral, mediante a qual comunica que acrescentou um
terceiro parágrafo à Declaração n. 49, datada de 15 de janeiro de 1991, relativa
à Convenção Americana sobre Direitos Humanos, em que declara que reco-
nhece a competência da Comissão Interamericana de Direitos Humanos para
receber e examinar as comunicações em que um Estado Parte alegue haver
outro Estado Parte incorrido em violações dos direitos humanos estabelecidos
na Convenção, nos termos do artigo 45.

18. Panamá
Reconhecimento de competência
Em 9 de maio de 1990, depositou na Secretaria-Geral da OEA um instrumen-
to datado de 20 de fevereiro de 1990, mediante o qual declara que o Governo
da República do Panamá reconhece como obrigató­ria de pleno direito a compe-
tência da Corte Interamericana de Direitos Humanos em todos os casos relativos
à interpretação ou aplicação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos.

19. Paraguai
Reconhecimento de competência
Em 11 de março de 1993, apresentou à Secretaria-Geral da OEA o ins-
trumento de reconhecimento da Corte Interamericana de Direitos Humanos,
“por tempo indeterminado, e deve interpretar-se em conformidade com os
princípios que norteiam o Direito Internacional, no sentido de que esse re-
conhecimento se refere expressamente aos fatos ocorridos posteriormente a
este ato e somente nos casos em que houver reciprocidade".

20. Peru
Reconhecimento da competência
Em 21 de janeiro de 1981, foi apresentado na Secretaria-Geral da OEA um
instrumento proveniente do Ministério das Relações Exteriores da República
do Peru, datado de 20 de outubro de 1980, nos seguintes termos: “…De acor-

2243
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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do com o disposto no parágrafo 1 do artigo 45 da Convenção sobre Direitos


Humanos, Pacto de San José da Costa Rica (ratificada pelo Peru em 9 de se-
tembro de 1980), o Governo do Peru reconhece a competência da Comissão
Interamericana de Direitos Humanos para receber e examinar as comunica-
ções em que um Estado Parte alegue haver outro Estado Parte incorrido em
violação dos direitos humanos estabelecidos na citada Convenção, nos termos
no parágrafo 2 do referido artigo. Esse reconhecimento de competência é fei-
to por tempo indeterminado e sob condição de reciprocidade. De acordo com
o disposto no parágrafo 1 do artigo 62 da Convenção mencionada, o Governo
do Peru declara que reconhece como obrigatória de pleno direito e sem con-
venção especial a competência da Corte Interamericana de Direitos Humanos
em todos os casos relativos à interpretação ou aplicação da Convenção. Esse
reconhecimento de competência é feito por prazo indeterminado e sob condi-
ção de reciprocidade...”.
Retirada da competência contenciosa da Corte Interamericana de Direitos
Humanos
O Governo do Peru, com data de 8 de julho de 1999, declara:
De acordo com a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, a Repú-
blica do Peru retira a declaração de reconhecimento da cláusula facultativa de
submissão à competência contenciosa da Corte Interamericana de Direitos Hu-
manos, oportunamente formulada pelo Governo peruano.
Essa retirada do reconhecimento da competência contenciosa da Corte In-
teramericana produzirá efeito imediato e se aplicará a todos os casos em que o
Peru não tenha contestado a demanda iniciada perante a Corte.
Retirada da competência contenciosa da Corte
O Governo do Peru, com data de 29 de janeiro de 2001, declara:
O reconhecimento da competência contenciosa da Corte Interamericana de
Direitos Humanos, efetuada pelo Peru em 20 de outubro de 1980, encontra-se
em plena vigência e compromete em todos os seus efeitos jurídicos o Estado
peruano, devendo entender-se a vigência ininterrupta dessa Declaração a par-
tir de seu depósito na Secretaria-Geral da Organização dos Estados Americanos
(OEA), em 21 de janeiro de 1981.

2244
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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O Governo da República do Peru procede à retirada da declaração deposita-


da em 9 de julho de 1999, em virtude da qual se pretendeu a retirada da decla-
ração de reconhecimento da cláusula facultativa de submissão à competência
contenciosa da Corte Interamericana de Direitos Humanos.

21. República Dominicana


(Declaração formulada no ato da assinatura da Convenção)
A República Dominicana, ao assinar a Convenção Americana sobre Direitos
Humanos, aspira a que o Princípio sobre a Proscrição da Pena de Morte chegue
a ser puro, simples e de aplicação geral para os Estados da região americana.
Mantém, ademais, as observações e comentários formulados a respeito do ci-
tado projeto de convenção, que fez circular entre as delegações junto ao Con-
selho da Organização dos Estados Americanos em 20 de junho de 1969 (19 de
fevereiro de 1999).
Reconhecimento de competência
O Governo da República Dominicana, por meio do presente instrumento,
declara que reconhece como obrigatória de pleno direito e sem convenção es-
pecial a competência da Corte Interamericana de Direitos Humanos em todos
os casos relativos à interpretação ou aplicação da Convenção Americana sobre
Direitos Humanos, de 22 de novembro de 1969.

22. Suriname
Adesão
Reconhecimento de competência
Em 12 de novembro de 1987, depositou na Secretaria-Geral da OEA o ins-
trumento de reconhecimento da competência da Corte Interamericana de Di-
reitos Humanos, de acordo com o artigo 62 da Convenção.

23. Trinidad e Tobago


(Reservas formuladas no ato da adesão à Convenção)

2245
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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1) Em relação ao parágrafo 5 do artigo 4 da Convenção, o Governo da Re-

pública de Trinidad e Tobago formula reserva pelo fato de não existir, nas

leis do país, proibição de aplicação da pena de morte a uma pessoa maior

de 70 (setenta) anos de idade.

2) Em relação ao artigo 62 da Convenção, o Governo da República de Trini-

dad e Tobago reconhece a jurisdição obrigatória da Corte Interamericana

de Direitos Humanos, estabelecida nesse artigo, somente na medida em

que esse reconhecimento seja compatível com as dispo­sições pertinentes

da Constituição da República de Trinidad e Tobago e desde que uma sen-

tença da Corte não contradiga, estabeleça ou anule direitos ou deveres

vigentes de cidadãos particulares.


Em 26 de maio de 1998, a República de Trinidad e Tobago comu-
nicou ao Secretário-Geral da OEA sua decisão de denunciar a Conven-
ção Americana. A denúncia entrou em vigor um ano após a data da no-
tificação, em conformidade com o artigo 78.1 da Convenção Americana.

24. Uruguai
(Reserva formulada no ato da assinatura da Convenção)
O artigo 80, parágrafo 2, da Constituição da República Oriental do Uruguai
estabelece a suspensão da cidadania em virtude da “condição de legalmente
processado em causa criminal que possa redundar em pena de reclusão em
penitenciária”. Essa limitação ao exercício dos direitos consagrados no artigo 23
da Convenção não é contemplada entre as circunstân­cias que a esse respeito
dispõe o parágrafo 2 do referido artigo 23, motivo por que a Delegação do Uru-
guai formula a reserva pertinente.
(Reserva formulada no ato da ratificação da Convenção)
Com a reserva formulada ao assiná-la. A reserva foi notificada de acordo
com as disposições da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, assi-
nada em 23 de maio de 1969.

2246
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Reconhecimento de competência
No instrumento de ratificação datado de 26 de março de 1965, depositado
em 19 de abril de 1985 na Secretaria-Geral da OEA, o Governo da República
Oriental do Uruguai declara reconhecer a competência da Comissão Interame-
ricana de Direitos Humanos por tempo indeterminado a e da Corte Interameri-
cana de Direitos Humanos em todos os casos relativos à interpretação ou apli-
cação da Convenção, sob condição de reciprocidade, de acordo com o disposto
nos artigos 45, parágrafo 3, e 62, parágrafo 2.

25. Venezuela
(Reserva e declaração formuladas no ato da ratificação da Convenção)
O artigo 60, parágrafo 5, da Constituição da República da Venezuela dispõe:
“Ninguém poderá ser condenado em ação penal sem haver sido pessoalmente
notificado das acusações e ouvido na forma prescrita na lei. Os réus de delito con-
tra a coisa pública poderão ser julgados in absentia, com as garantias e na forma
que determine a lei”. O artigo 8, parágrafo 1, da Convenção, não dispõe essa
possibilidade, motivo por que a Venezuela formula a correspondente reserva, e
DECLARA, de acordo com o disposto no parágrafo 11 do artigo 45 da Con-
venção, que o Governo da República da Venezuela reconhece a competência
da Comissão Interamericana de Direitos Humanos para receber e examinar
as comunicações em que um Estado Parte alegue haver outro Estado Parte
incorrido em violações dos direitos humanos estabelecidos na Convenção, nos
termos previstos no parágrafo 2 do citado artigo. Expressa-se esse reconhe-
cimento de competência por tempo indeterminado.
O instrumento de ratificação foi recebido na Secretaria-Geral da OEA em 9
de agosto de 1977, com uma reserva e uma declaração. Procedeu-se à tramita-
ção da notificação da reserva de acordo com o disposto na Convenção de Viena
sobre o Direito dos Tratados, assinada em 23 de maio de 1969.

2247
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Reconhecimento de competência
Em 9 de agosto de 1977, reconheceu a competência da Comissão Interame-
ricana de Direitos Humanos e, em 24 de junho de 1981, reconheceu a compe-
tência da Corte Interamericana de Direitos Humanos, de acordo com os artigos
45 e 62 da Convenção, respectivamente.

2248
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DECRETO N. 678, DE 6 DE NOVEMBRO DE 1992

Promulga a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José


da Costa Rica), de 22 de novembro de 1969.

O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no exercício do cargo de PRE-


SIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,
inciso VIII, da Constituição, e Considerando que a Convenção Americana so-
bre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), adotada no âmbito
da Organização dos Estados Americanos, em São José da Costa Rica, em 22
de novembro de 1969, entrou em vigor internacional em 18 de julho de 1978,
na forma do segundo parágrafo de seu art. 74;
Considerando que o Governo brasileiro depositou a carta de adesão a
essa convenção em 25 de setembro de 1992; Considerando que a Convenção
Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) entrou
em vigor, para o Brasil, em 25 de setembro de 1992, de conformidade com o
disposto no segundo parágrafo de seu art. 74;
DECRETA:
Art. 1º A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São
José da Costa Rica), celebrada em São José da Costa Rica, em 22 de novem-
bro de 1969, apensa por cópia ao presente decreto, deverá ser cumprida tão
inteiramente como nela se contém.
Art. 2º Ao depositar a carta de adesão a esse ato internacional, em 25
de setembro de 1992, o Governo brasileiro fez a seguinte declaração inter-
pretativa: "O Governo do Brasil entende que os arts. 43 e 48, alínea d, não
incluem o direito automático de visitas e inspeções in loco da Comissão Inte-
ramericana de Direitos Humanos, as quais dependerão da anuência expressa
do Estado".
Art. 3º O presente decreto entra em vigor na data de sua publicação.

2249
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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LEI N. 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006


Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eli-
minação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Conven-
ção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher;
dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução
Penal; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º. Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência domés-
tica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição
Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência
contra a Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar
a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela
República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violên-
cia Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência
e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
Art. 2º. Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orien-
tação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos
direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas
as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde
física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
Art. 3º. Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício
efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação,
à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho,

2250
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e


comunitária.
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos
humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no
sentido de resguardá-las de toda forma de negligência, discriminação, explo-
ração, violência, crueldade e opressão.
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições ne-
cessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.
Art. 4º. Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a
que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres
em situação de violência doméstica e familiar.

TÍTULO II
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 5º. Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar


contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause
morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patri-
monial: (Vide Lei complementar n. 150, de 2015)
I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de
convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as
esporadicamente agregadas;
II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por
indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais,
por afinidade ou por vontade expressa;
III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou
tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

2251
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo indepen-


dem de orientação sexual.
Art. 6º. A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma
das formas de violação dos direitos humanos.

CAPÍTULO II
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A
MULHER

Art. 7º. São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher,


entre outras:
I – a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua
integridade ou saúde corporal;
II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cau-
se dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e per-
turbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,
humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição con-
tumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito
de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica
e à autodeterminação;
II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cau-
se dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e per-
turbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,
humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição con-
tumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, explo-
ração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause
prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; (Redação dada pela Lei
n. 13.772, de 2018)

2252
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a cons-


tranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada,
mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a co-
mercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impe-
ça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à
gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno
ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e
reprodutivos;
IV – a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que confi-
gure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instru-
mentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recur-
sos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
V  – a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure
calúnia, difamação ou injúria.

TÍTULO III
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DO-
MÉSTICA E FAMILIAR
CAPÍTULO I
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO

Art. 8º. A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar


contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações não go-
vernamentais, tendo por diretrizes:
I – a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e
da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, assistência social,
saúde, educação, trabalho e habitação;

2253
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações


relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes
às causas, às consequências e à frequência da violência doméstica e familiar
contra a mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados nacio-
nalmente, e a avaliação periódica dos resultados das medidas adotadas;
III – o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e
sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis estereotipados que
legitimem ou exacerbem a violência doméstica e familiar, de acordo com o
estabelecido no inciso III do art. 1º, no inciso IV do art. 3º e no inciso IV do
art. 221 da Constituição Federal ;
IV – a implementação de atendimento policial especializado para as mu-
lheres, em particular nas Delegacias de Atendimento à Mulher;
V – a promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da
violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e à
sociedade em geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos
direitos humanos das mulheres;
VI – a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros ins-
trumentos de promoção de parceria entre órgãos governamentais ou entre es-
tes e entidades não governamentais, tendo por objetivo a implementação de
programas de erradicação da violência doméstica e familiar contra a mulher;
VII – a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda Muni-
cipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos órgãos e às
áreas enunciados no inciso I quanto às questões de gênero e de raça ou etnia;
VIII – a promoção de programas educacionais que disseminem valores
éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana com a perspectiva
de gênero e de raça ou etnia;
IX – o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino,
para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à equidade de gênero e de
raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a mulher.

2254
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CAPÍTULO II
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e fami-


liar será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes
previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde,
no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas pú-
blicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso.
§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação
de violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do
governo federal, estadual e municipal.
§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e fa-
miliar, para preservar sua integridade física e psicológica:
I – acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da
administração direta ou indireta;
II – manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento
do local de trabalho, por até seis meses.
§ 3º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar
compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento cien-
tífico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de emergência, a
profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessá-
rios e cabíveis nos casos de violência sexual.

CAPÍTULO III
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL

Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica


e familiar contra a mulher, a autoridade policial que tomar conhecimento da
ocorrência adotará, de imediato, as providências legais cabíveis.

2255
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Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao descumpri-


mento de medida protetiva de urgência deferida.
Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e fa-
miliar o atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado
por servidores - preferencialmente do sexo feminino - previamente capacita-
dos. (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar
ou de testemunha de violência doméstica, quando se tratar de crime contra
a mulher, obedecerá às seguintes diretrizes: (Incluído pela Lei n. 13.505,
de 2017)
I – salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente,
considerada a sua condição peculiar de pessoa em situação de violência do-
méstica e familiar; (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
II – garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de
violência doméstica e familiar, familiares e testemunhas terão contato direto
com investigados ou suspeitos e pessoas a eles relacionadas; (Incluído pela
Lei n. 13.505, de 2017)
III – não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre
o mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como ques-
tionamentos sobre a vida privada. (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar
ou de testemunha de delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencial-
mente, o seguinte procedimento: (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
I – a inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse
fim, o qual conterá os equipamentos próprios e adequados à idade da mulher
em situação de violência doméstica e familiar ou testemunha e ao tipo e à
gravidade da violência sofrida; (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
II  – quando for o caso, a inquirição será intermediada por profissional
especializado em violência doméstica e familiar designado pela autoridade
judiciária ou policial; (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)

2256
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III – o depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnéti-


co, devendo a degravação e a mídia integrar o inquérito. (Incluído pela Lei
n. 13.505, de 2017)
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e
familiar, a autoridade policial deverá, entre outras providências:
I – garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imedia-
to ao Ministério Público e ao Poder Judiciário;
II – encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto
Médico Legal;
III – fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo
ou local seguro, quando houver risco de vida;
IV – se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de
seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar;
V – informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços
disponíveis.
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a
mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de
imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no
Código de Processo Penal:
I – ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representa-
ção a termo, se apresentada;
II – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e
de suas circunstâncias;
III – remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado
ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de
urgência;
IV – determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida
e requisitar outros exames periciais necessários;
V – ouvir o agressor e as testemunhas;

2257
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VI – ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha
de antecedentes criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou
registro de outras ocorrências policiais contra ele;
VII – remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao
Ministério Público.
§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e
deverá conter:
I – qualificação da ofendida e do agressor;
II – nome e idade dos dependentes;
III – descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela
ofendida.
§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1º o
boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis em posse
da ofendida.
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários mé-
dicos fornecidos por hospitais e postos de saúde.
Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de suas políti-
cas e planos de atendimento à mulher em situação de violência doméstica e
familiar, darão prioridade, no âmbito da Polícia Civil, à criação de Delegacias
Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams), de Núcleos Investigativos
de Feminicídio e de equipes especializadas para o atendimento e a investiga-
ção das violências graves contra a mulher.
Art. 12-B. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
§ 2º (VETADO. (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
§ 3º A autoridade policial poderá requisitar os serviços públicos necessá-
rios à defesa da mulher em situação de violência doméstica e familiar e de
seus dependentes. (Incluído pela Lei n. 13.505, de 2017)
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à
integridade física da mulher em situação de violência doméstica e familiar,

2258
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ou de seus dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar, do-


micílio ou local de convivência com a ofendida: (Incluído pela Lei n. 13.827,
de 2019)
I – pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
II – pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca;
ou (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
III – pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não
houver delegado disponível no momento da denúncia. (Incluído pela Lei n.
13.827, de 2019)
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será co-
municado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual
prazo, sobre a manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo dar
ciência ao Ministério Público concomitantemente. (Incluído pela Lei n. 13.827,
de 2019)
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade
da medida protetiva de urgência, não será concedida liberdade provisória ao
preso. (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)

TÍTULO IV
DOS PROCEDIMENTOS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e cri-


minais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mu-
lher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de Processo Penal e Processo Civil e
da legislação específica relativa à criança, ao adolescente e ao idoso que não
conflitarem com o estabelecido nesta Lei.

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Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher,


órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser
criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para
o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de
violência doméstica e familiar contra a mulher.
Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em horário no-
turno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis
regidos por esta Lei, o Juizado:
I – do seu domicílio ou de sua residência;
II – do lugar do fato em que se baseou a demanda;
III – do domicílio do agressor.
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da
ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação
perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, an-
tes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar
contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária,
bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.

CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
Seção I
Disposições Gerais

Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz,


no prazo de 48 (quarenta e oito) horas:
I – conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas prote-
tivas de urgência;

2260
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II – determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência


judiciária, quando for o caso;
III – comunicar ao Ministério Público para que adote as providências
cabíveis.
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo
juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de ime-
diato, independentemente de audiência das partes e de manifestação do Mi-
nistério Público, devendo este ser prontamente comunicado.
§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumu-
lativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior
eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou
violados.
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da
ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já
concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus familia-
res e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público.
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal,
caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a re-
querimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade
policial.
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso
do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos
ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão,
sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do defensor público.
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação
ao agressor .

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Seção II
Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a


mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor,
em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgên-
cia, entre outras:
I – suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação
ao órgão competente, nos termos da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de
2003 ;
II – afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III – proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixan-
do o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer
meio de comunicação;
c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade
física e psicológica da ofendida;
IV – restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida
a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
V – prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras
previstas na legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as
circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser comunicada ao Ministé-
rio Público.
§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas
condições mencionadas no caput e incisos do art. 6º da Lei n. 10.826, de 22
de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou
instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a res-
trição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor responsável

2262
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pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos crimes


de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.
§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, pode-
rá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da força policial.
§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o dis-
posto no caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro
de 1973 (Código de Processo Civil).

Seção III
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:


I – encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou co-
munitário de proteção ou de atendimento;
II – determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao
respectivo domicílio, após afastamento do agressor;
III – determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direi-
tos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;
IV – determinar a separação de corpos.
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou
daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, limi-
narmente, as seguintes medidas, entre outras:
I – restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
II – proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra,
venda e locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;
III – suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
IV – prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por per-
das e danos materiais decorrentes da prática de violência doméstica e fami-
liar contra a ofendida.
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins
previstos nos incisos II e III deste artigo.

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Seção IV
(Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)
Do Crime de Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência
Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de


urgência previstas nesta Lei: (Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei
n. 13.641, de 2018)
§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal
do juiz que deferiu as medidas. (Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial po-
derá conceder fiança. (Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções ca-
bíveis. (Incluído pela Lei n. 13.641, de 2018)

CAPÍTULO III
DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas cí-
veis e criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher.
Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras atribuições,
nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, quando necessário:
I – requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de educação, de
assistência social e de segurança, entre outros;
II – fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento
à mulher em situação de violência doméstica e familiar, e adotar, de imediato,
as medidas administrativas ou judiciais cabíveis no tocante a quaisquer irre-
gularidades constatadas;
III – cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.

2264
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CAPÍTULO IV
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em


situação de violência doméstica e familiar deverá estar acompanhada de ad-
vogado, ressalvado o previsto no art. 19 desta Lei.
Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de violência doméstica e
familiar o acesso aos serviços de Defensoria Pública ou de Assistência Judici-
ária Gratuita, nos termos da lei, em sede policial e judicial, mediante atendi-
mento específico e humanizado.

TÍTULO V
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR

Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher


que vierem a ser criados poderão contar com uma equipe de atendimento
multidisciplinar, a ser integrada por profissionais especializados nas áreas
psicossocial, jurídica e de saúde.
Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras
atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios
por escrito ao juiz, ao Ministério Público e à Defensoria Pública, mediante
laudos ou verbalmente em audiência, e desenvolver trabalhos de orientação,
encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o
agressor e os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes.
Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais aprofun-
dada, o juiz poderá determinar a manifestação de profissional especializado,
mediante a indicação da equipe de atendimento multidisciplinar.
Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária,
poderá prever recursos para a criação e manutenção da equipe de atendi-
mento multidisciplinar, nos termos da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

2265
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência Doméstica e


Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumularão as competências cível
e criminal para conhecer e julgar as causas decorrentes da prática de violên-
cia doméstica e familiar contra a mulher, observadas as previsões do Título IV
desta Lei, subsidiada pela legislação processual pertinente.
Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas varas crimi-
nais, para o processo e o julgamento das causas referidas no caput.

TÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar con-


tra a Mulher poderá ser acompanhada pela implantação das curadorias neces-
sárias e do serviço de assistência judiciária.
Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios poderão
criar e promover, no limite das respectivas competências:
I – centros de atendimento integral e multidisciplinar para mulheres e res-
pectivos dependentes em situação de violência doméstica e familiar;
II – casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores em
situação de violência doméstica e familiar;
III – delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saúde e cen-
tros de perícia médico-legal especializados no atendimento à mulher em situ-
ação de violência doméstica e familiar;
IV – programas e campanhas de enfrentamento da violência doméstica e
familiar;
V – centros de educação e de reabilitação para os agressores.

2266
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promo-


verão a adaptação de seus órgãos e de seus programas às diretrizes e aos
princípios desta Lei.
Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais previstos nes-
ta Lei poderá ser exercida, concorrentemente, pelo Ministério Público e por
associação de atuação na área, regularmente constituída há pelo menos um
ano, nos termos da legislação civil.
Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado
pelo juiz quando entender que não há outra entidade com representatividade
adequada para o ajuizamento da demanda coletiva.
Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar contra a
mulher serão incluídas nas bases de dados dos órgãos oficiais do Sistema de
Justiça e Segurança a fim de subsidiar o sistema nacional de dados e infor-
mações relativo às mulheres.
Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do
Distrito Federal poderão remeter suas informações criminais para a base de
dados do Ministério da Justiça.
Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da medida proteti-
va de urgência. (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão registradas em
banco de dados mantido e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça,
garantido o acesso do Ministério Público, da Defensoria Pública e dos órgãos
de segurança pública e de assistência social, com vistas à fiscalização e à efe-
tividade das medidas protetivas. (Incluído pela Lei n. 13.827, de 2019)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no limite de
suas competências e nos termos das respectivas leis de diretrizes orçamentá-
rias, poderão estabelecer dotações orçamentárias específicas, em cada exercí-
cio financeiro, para a implementação das medidas estabelecidas nesta Lei.
Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras decorren-
tes dos princípios por ela adotados.

2267
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra


a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei n. 9.099,
de 26 de setembro de 1995.
Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Có-
digo de Processo Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IV:
“Art. 313..................................................
................................................................
IV – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher,
nos termos da lei específica, para garantir a execução das medidas protetivas
de urgência.” (NR)
Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 61...................................................
.................................................................
II – f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésti-
cas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na
forma da lei específica;
...........................................................” (NR)
Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Có-
digo Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 129...................................................
..................................................................
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão,
cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ain-
da, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
..................................................................
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um
terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência.” (NR)

2268
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 45. O art. 152 da Lei n. 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Exe-


cução Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 152....................................................
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz
poderá determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de
recuperação e reeducação.” (NR)
Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após sua pu-
blicação.

2269
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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL – DECRETO-LEI N. 3.689,


DE 3 DE OUTUBRO DE 1941

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o


art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei:

LIVRO I
DO PROCESSO EM GERAL
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por


este Código, ressalvados:
I – os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
II – as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos mi-
nistros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República,
e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade
(Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100);
III – os processos da competência da Justiça Militar;
IV – os processos da competência do tribunal especial (Constituição,
art. 122, no 17);
V – os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF n. 130)
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos refe-
ridos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem
de modo diverso.
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da
validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação
analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.

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TÍTULO II
DO INQUÉRITO POLICIAL

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no ter-


ritório de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infra-
ções penais e da sua autoria. (Redação dada pela Lei n. 9.043, de 9.5.1995)
Parágrafo único. A  competência definida neste artigo não excluirá a de
autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I – de ofício;
II – mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público,
ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões
de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos
de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e resi-
dência.
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito
caberá recurso para o chefe de Polícia.
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de
infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito,
comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das infor-
mações, mandará instaurar inquérito.
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de represen-
tação, não poderá sem ela ser iniciado.
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá pro-
ceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.

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Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a au-


toridade policial deverá:
I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada
pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
II – apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados
pelos peritos criminais; (Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e
suas circunstâncias;
IV – ouvir o ofendido;
V – ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto
no Capítulo III do Título VII, deste Livro, devendo o respectivo termo ser as-
sinado por duas testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura;
VI – proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito
e a quaisquer outras perícias;
VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se
possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX – averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista indivi-
dual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de âni-
mo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que
contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
X – colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e
se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsá-
vel pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei
n. 13.257, de 2016)
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de
determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simu-
lada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capí-
tulo II do Título IX deste Livro.

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Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, re-


duzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado
tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o
prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão,
ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e en-
viará autos ao juiz competente.
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tive-
rem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto,
a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores
diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessa-
rem à prova, acompanharão os autos do inquérito.
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre
que servir de base a uma ou outra.
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
I – fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à ins-
trução e julgamento dos processos;
II – realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
III – cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;
IV – representar acerca da prisão preventiva.
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do
art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Esta-
tuto da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o dele-
gado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de
empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou
de suspeitos. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)

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Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e


quatro) horas, conterá: (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
I – o nome da autoridade requisitante; (Incluído pela Lei n. 13.344, de
2016) (Vigência)
II – o número do inquérito policial; e (Incluído pela Lei n. 13.344, de
2016) (Vigência)
III – a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela in-
vestigação. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relaciona-
dos ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de
polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas pres-
tadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem
imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e
outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em
curso. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação
de cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência. (Incluído pela Lei
n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluído pela Lei n. 13.344,
de 2016) (Vigência)
I – não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer nature-
za, que dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei; (Incluí-
do pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
II – deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por
período não superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por
igual período; (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
III – para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será neces-
sária a apresentação de ordem judicial. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016)
(Vigência)

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§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser ins-
taurado no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da
respectiva ocorrência policial. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 4º Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a au-
toridade competente requisitará às empresas prestadoras de serviço de te-
lecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios
técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a
localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata co-
municação ao juiz. (Incluído pela Lei n. 13.344, de 2016) (Vigência)
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão re-
querer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela auto-
ridade policial.
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inqué-
rito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao
oferecimento da denúncia.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de in-
quérito.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autorida-
de judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá
proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inqué-
rito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do
ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente,
se o pedir, mediante traslado.
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à eluci-
dação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados,
a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes
a instauração de inquérito contra os requerentes. (Redação dada pela Lei
n. 12.681, de 2012)

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Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despa-


cho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou
a conveniência da investigação o exigir.
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será
decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade
policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese,
o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do
Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963) (Redação dada pela Lei n. 5.010,
de 30.5.1966)
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma
circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos
inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de
outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim provi-
denciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato
que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente,
a autoridade policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou re-
partição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os
dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.

TÍTULO III
DA AÇÃO PENAL

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia
do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do
Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver quali-
dade para representá-lo.
§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por de-
cisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão. (Parágrafo único renumerado pela Lei n. 8.699, de
27.8.1993)

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§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio


ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública. (Incluí-
do pela Lei n. 8.699, de 27.8.1993)
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.
Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de pri-
são em flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária
ou policial.
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Minis-
tério Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por
escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e
os elementos de convicção.
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denún-
cia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de
informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas,
fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este
oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para ofere-
cê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz
obrigado a atender.
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta
não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a quei-
xa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos
do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo,
no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo cabe-
rá intentar a ação privada.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por
decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará
ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que
comprovar a sua pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal.

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§ 1º Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas


do processo, sem privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento
ou da família.
§ 2º Será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em
cuja circunscrição residir o ofendido.
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo,
ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interes-
ses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido por curador
especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo
juiz competente para o processo penal.
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de
queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal.
Art. 35. (Revogado pela Lei n. 9.520, de 27.11.1997)
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá
preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de
enumeração constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas pros-
seguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone.
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas
poderão exercer a ação penal, devendo ser representadas por quem os res-
pectivos contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, pelos seus
diretores ou sócios-gerentes.
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representan-
te legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer
dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o
autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para
o oferecimento da denúncia.
Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou re-
presentação, dentro do mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo úni-
co, e 31.

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Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou


por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral,
feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.
§ 1º A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devi-
damente autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador,
será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão
do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida.
§ 2º A representação conterá todas as informações que possam servir à
apuração do fato e da autoria.
§ 3º Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial
procederá a inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade
que o for.
§ 4º A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a
termo, será remetida à autoridade policial para que esta proceda a inquérito.
§ 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a re-
presentação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação
penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou
tribunais verificarem a existência de crime de ação pública, remeterão ao
Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da
denúncia.
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com
todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos
pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessá-
rio, o rol das testemunhas.
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.
Art. 43. (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais,
devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a men-
ção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de di-
ligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal.

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Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido,


poderá ser aditada pelo Ministério Público, a quem caberá intervir em todos
os termos subsequentes do processo.
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso,
será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber
os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afian-
çado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial
(art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público
receber novamente os autos.
§ 1º Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo
para o oferecimento da denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido
as peças de informações ou a representação
§ 2º O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado da
data em que o órgão do Ministério Público receber os autos, e, se este não se
pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o que aditar, prosse-
guindo-se nos demais termos do processo.
Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimen-
tos e documentos complementares ou novos elementos de convicção, deverá
requisitá-los, diretamente, de quaisquer autoridades ou funcionários que de-
vam ou possam fornecê-los.
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao pro-
cesso de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos
autores do crime, a todos se estenderá.
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofen-
dido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver
completado 18 (dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a
renúncia do último excluirá o direito do primeiro.

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Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos,


sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar.
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito
de perdão poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal, mas o
perdão concedido por um, havendo oposição do outro, não produzirá efeito.
Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental
e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os do
querelado, a aceitação do perdão caberá ao curador que o juiz Ihe nomear.
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-á, quanto à
aceitação do perdão, o disposto no art. 52.
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais.
Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto
no art. 50.
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de
prova.
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos,
o querelado será intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo,
ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará aceitação.
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade.
Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração
assinada pelo querelado, por seu representante legal ou procurador com po-
deres especiais.
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, consi-
derar-se-á perempta a ação penal:
I – quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento
do processo durante 30 dias seguidos;
II – quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60
(sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o
disposto no art. 36;

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III – quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado,


a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular
o pedido de condenação nas alegações finais;
IV – quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem
deixar sucessor.
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a
punibilidade, deverá declará-lo de ofício.
Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Público, do quere-
lante ou do réu, o juiz mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrá-
ria e, se o julgar conveniente, concederá o prazo de cinco dias para a prova,
proferindo a decisão dentro de cinco dias ou reservando-se para apreciar a
matéria na sentença final.
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de
óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade.

TÍTULO IV
DA AÇÃO CIVIL

Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promo-


ver-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofen-
dido, seu representante legal ou seus herdeiros.
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execu-
ção poderá ser efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso iv do caput do
art. 387 deste Código sem prejuízo da liquidação para a apuração do dano
efetivamente sofrido. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarci-
mento do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime e,
se for caso, contra o responsável civil. (Vide Lei n. 5.970, de 1973)
Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá sus-
pender o curso desta, até o julgamento definitivo daquela.

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Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter
sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estri-
to cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil
poderá ser proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a
inexistência material do fato.
Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil:
I – o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação;
II – a decisão que julgar extinta a punibilidade;
III – a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui
crime.
Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre (art. 32,
§§ 1º e 2º), a execução da sentença condenatória (art. 63) ou a ação civil
(art. 64) será promovida, a seu requerimento, pelo Ministério Público.

TÍTULO V
DA COMPETÊNCIA

Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:


I – o lugar da infração:
II – o domicílio ou residência do réu;
III – a natureza da infração;
IV – a distribuição;
V – a conexão ou continência;
VI – a prevenção;
VII – a prerrogativa de função.

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CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO

Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se


consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for pratica-
do o último ato de execução.
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar
fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido pra-
ticado, no Brasil, o último ato de execução.
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território na-
cional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmen-
te, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou
quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas
divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada
em território de duas ou mais jurisdições, a  competência firmar-se-á pela
prevenção.

CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU

Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á


pelo domicílio ou residência do réu.
§ 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a  competência firmar-se-á
pela prevenção.
§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro,
será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir
o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar
da infração.

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CAPÍTULO III
DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO

Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis


de organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos
nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do
Código Penal, consumados ou tentados. (Redação dada pela Lei n. 263, de
23.2.1948)
§ 2º Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para
infração da competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se
mais graduada for a jurisdição do primeiro, que, em tal caso, terá sua com-
petência prorrogada.
§ 3º Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à
competência de juiz singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a
desclassificação for feita pelo próprio Tribunal do Júri, a seu presidente caberá
proferir a sentença (art. 492, § 2º).

CAPÍTULO IV
DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO

Art. 75. A  precedência da distribuição fixará a competência quando, na


mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente.
Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de
fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência ante-
rior à denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal.

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CAPÍTULO V
DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA

Art. 76. A competência será determinada pela conexão:


I  – se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas,
ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em
concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas
contra as outras;
II – se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou
ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a
qualquer delas;
III – quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstân-
cias elementares influir na prova de outra infração.
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:
I – duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II – no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51,
§ 1º, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal.
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência,
serão observadas as seguintes regras: (Redação dada pela Lei n. 263, de
23.2.1948)
I – no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da juris-
dição comum, prevalecerá a competência do júri; (Redação dada pela Lei
n. 263, de 23.2.1948)
II - no concurso de jurisdições da mesma categoria: (Redação dada pela
Lei n. 263, de 23.2.1948)
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais
grave; (Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de
infrações, se as respectivas penas forem de igual gravidade; (Redação dada
pela Lei n. 263, de 23.2.1948)

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c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; (Redação


dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
III – no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de
maior graduação; (Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
IV – no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.
(Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e jul-
gamento, salvo:
I – no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
II – no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores.
§ 1º Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a
algum corréu, sobrevier o caso previsto no art. 152.
§ 2º A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver
corréu foragido que não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese
do art. 461.
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações
tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes,
ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não lhes prolongar a
prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente
a separação.
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência,
ainda que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a
proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que
não se inclua na sua competência, continuará competente em relação aos
demais processos.
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por cone-
xão ou continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar
ou absolver o acusado, de maneira que exclua a competência do júri, reme-
terá o processo ao juízo competente.

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Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados


processos diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os
processos que corram perante os outros juízes, salvo se já estiverem com
sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processos só se dará, ulterior-
mente, para o efeito de soma ou de unificação das penas.

CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO

Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, con-


correndo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição
cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do
processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da
denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3º, 71, 72, § 2º, e 78, II, c).

CAPÍTULO VII
DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribu-


nal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais
e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente às
pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de respon-
sabilidade. (Redação dada pela Lei n. 10.628, de 24.12.2002)
§ 1º (Vide ADIN n. 2797)
§ 2º (Vide ADIN n. 2797)
Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem quere-
lantes as pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal
Federal e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento,
quando oposta e admitida a exceção da verdade.

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Art. 86. Ao Supremo Tribunal Federal competirá, privativamente, proces-


sar e julgar:
I – os seus ministros, nos crimes comuns;
II – os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos com os do Presiden-
te da República;
III – o procurador-geral da República, os desembargadores dos Tribunais
de Apelação, os ministros do Tribunal de Contas e os embaixadores e minis-
tros diplomáticos, nos crimes comuns e de responsabilidade.
Art. 87. Competirá, originariamente, aos Tribunais de Apelação o julga-
mento dos governadores ou interventores nos Estados ou Territórios, e pre-
feito do Distrito Federal, seus respectivos secretários e chefes de Polícia, juí-
zes de instância inferior e órgãos do Ministério Público.

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS

Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro,


será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido
o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da
Capital da República.
Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territo-
riais da República, ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de em-
barcações nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados pela justiça
do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação, após o crime, ou,
quando se afastar do País, pela do último em que houver tocado.
Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do
espaço aéreo correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a
bordo de aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo correspondente ao
território nacional, serão processados e julgados pela justiça da comarca em
cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de onde
houver partido a aeronave.

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Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas


estabelecidas nos  arts.  89 e 90, a  competência se firmará pela prevenção.
(Redação dada pela Lei n. 4.893, de 9.12.1965)

TÍTULO VI
DAS QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES
CAPÍTULO I
DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS

Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução


de controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das
pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível seja a
controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entre-
tanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza urgente.
Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério Público, quan-
do necessário, promoverá a ação civil ou prosseguirá na que tiver sido inicia-
da, com a citação dos interessados.
Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração penal depender de
decisão sobre questão diversa da prevista no artigo anterior, da competência
do juízo cível, e se neste houver sido proposta ação para resolvê-la, o juiz cri-
minal poderá, desde que essa questão seja de difícil solução e não verse sobre
direito cuja prova a lei civil limite, suspender o curso do processo, após a in-
quirição das testemunhas e realização das outras provas de natureza urgente.
§ 1º O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser razoavelmente
prorrogado, se a demora não for imputável à parte. Expirado o prazo, sem
que o juiz cível tenha proferido decisão, o juiz criminal fará prosseguir o pro-
cesso, retomando sua competência para resolver, de fato e de direito, toda a
matéria da acusação ou da defesa.
§ 2º Do despacho que denegar a suspensão não caberá recurso.

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§ 3º Suspenso o processo, e tratando-se de crime de ação pública, incum-


birá ao Ministério Público intervir imediatamente na causa cível, para o fim de
promover-lhe o rápido andamento.
Art. 94. A suspensão do curso da ação penal, nos casos dos artigos ante-
riores, será decretada pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes.

CAPÍTULO II
DAS EXCEÇÕES

Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de:


I – suspeição;
II – incompetência de juízo;
III – litispendência;
IV – ilegitimidade de parte;
V – coisa julgada.
Art. 96. A arguição de suspeição precederá a qualquer outra, salvo quan-
do fundada em motivo superveniente.
Art. 97. O  juiz que espontaneamente afirmar suspeição deverá fazê-lo
por escrito, declarando o motivo legal, e remeterá imediatamente o processo
ao seu substituto, intimadas as partes.
Art. 98. Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, deverá
fazê-lo em petição assinada por ela própria ou por procurador com poderes
especiais, aduzindo as suas razões acompanhadas de prova documental ou
do rol de testemunhas.
Art. 99. Se reconhecer a suspeição, o juiz sustará a marcha do processo,
mandará juntar aos autos a petição do recusante com os documentos que a
instruam, e por despacho se declarará suspeito, ordenando a remessa dos
autos ao substituto.
Art. 100. Não aceitando a suspeição, o juiz mandará autuar em apartado
a petição, dará sua resposta dentro em três dias, podendo instruí-la e ofe-

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recer testemunhas, e, em seguida, determinará sejam os autos da exceção


remetidos, dentro em 24 vinte e quatro horas, ao juiz ou tribunal a quem
competir o julgamento.
§ 1º Reconhecida, preliminarmente, a relevância da arguição, o juiz ou tri-
bunal, com citação das partes, marcará dia e hora para a inquirição das teste-
munhas, seguindo-se o julgamento, independentemente de mais alegações.
§ 2º Se a suspeição for de manifesta improcedência, o juiz ou relator a
rejeitará liminarmente.
Art. 101. Julgada procedente a suspeição, ficarão nulos os atos do pro-
cesso principal, pagando o juiz as custas, no caso de erro inescusável; rejei-
tada, evidenciando-se a malícia do excipiente, a este será imposta a multa de
duzentos mil-réis a dois contos de réis.
Art. 102. Quando a parte contrária reconhecer a procedência da arguição,
poderá ser sustado, a seu requerimento, o processo principal, até que se jul-
gue o incidente da suspeição.
Art. 103. No Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o juiz
que se julgar suspeito deverá declará-lo nos autos e, se for revisor, passar o
feito ao seu substituto na ordem da precedência, ou, se for relator, apresentar
os autos em mesa para nova distribuição.
§ 1º Se não for relator nem revisor, o juiz que houver de dar-se por sus-
peito, deverá fazê-lo verbalmente, na sessão de julgamento, registrando-se
na ata a declaração.
§ 2º Se o presidente do tribunal se der por suspeito, competirá ao seu
substituto designar dia para o julgamento e presidi-lo.
§ 3º Observar-se-á, quanto à arguição de suspeição pela parte, o disposto
nos arts. 98 a 101, no que lhe for aplicável, atendido, se o juiz a reconhecer,
o que estabelece este artigo.
§ 4º A suspeição, não sendo reconhecida, será julgada pelo tribunal pleno,
funcionando como relator o presidente.
§ 5º Se o recusado for o presidente do tribunal, o relator será o vice-pre-
sidente.

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Art. 104. Se for arguida a suspeição do órgão do Ministério Público, o juiz,


depois de ouvi-lo, decidirá, sem recurso, podendo antes admitir a produção
de provas no prazo de três dias.
Art. 105. As partes poderão também arguir de suspeitos os peritos, os in-
térpretes e os serventuários ou funcionários de justiça, decidindo o juiz de
plano e sem recurso, à vista da matéria alegada e prova imediata.
Art. 106. A suspeição dos jurados deverá ser arguida oralmente, decidin-
do de plano do presidente do Tribunal do Júri, que a rejeitará se, negada pelo
recusado, não for imediatamente comprovada, o que tudo constará da ata.
Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do
inquérito, mas deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal.
Art. 108. A exceção de incompetência do juízo poderá ser oposta, verbal-
mente ou por escrito, no prazo de defesa.
§ 1º Se, ouvido o Ministério Público, for aceita a declinatória, o feito será
remetido ao juízo competente, onde, ratificados os atos anteriores, o proces-
so prosseguirá.
§ 2º Recusada a incompetência, o juiz continuará no feito, fazendo tomar
por termo a declinatória, se formulada verbalmente.
Art. 109. Se em qualquer fase do processo o juiz reconhecer motivo que
o torne incompetente, declara-lo-á nos autos, haja ou não alegação da parte,
prosseguindo-se na forma do artigo anterior.
Art. 110. Nas exceções de litispendência, ilegitimidade de parte e coisa
julgada, será observado, no que lhes for aplicável, o disposto sobre a exceção
de incompetência do juízo.
§ 1º Se a parte houver de opor mais de uma dessas exceções, deverá fa-
zê-lo numa só petição ou articulado.
§ 2º A exceção de coisa julgada somente poderá ser oposta em relação ao
fato principal, que tiver sido objeto da sentença.
Art. 111. As exceções serão processadas em autos apartados e não sus-
penderão, em regra, o andamento da ação penal.

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CAPÍTULO III
DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS

Art. 112. O juiz, o órgão do Ministério Público, os serventuários ou funcio-


nários de justiça e os peritos ou intérpretes abster-se-ão de servir no proces-
so, quando houver incompatibilidade ou impedimento legal, que declararão
nos autos. Se não se der a abstenção, a incompatibilidade ou impedimento
poderá ser arguido pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para a
exceção de suspeição.

CAPÍTULO IV
DO CONFLITO DE JURISDIÇÃO

Art. 113. As questões atinentes à competência resolver-se-ão não só pela


exceção própria, como também pelo conflito positivo ou negativo de jurisdição.
Art. 114. Haverá conflito de jurisdição:
I – quando duas ou mais autoridades judiciárias se considerarem compe-
tentes, ou incompetentes, para conhecer do mesmo fato criminoso;
II – quando entre elas surgir controvérsia sobre unidade de juízo, junção
ou separação de processos.
Art. 115. O conflito poderá ser suscitado:
I – pela parte interessada;
II – pelos órgãos do Ministério Público junto a qualquer dos juízos em dissídio;
III – por qualquer dos juízes ou tribunais em causa.
Art. 116. Os juízes e tribunais, sob a forma de representação, e a parte
interessada, sob a de requerimento, darão parte escrita e circunstanciada do
conflito, perante o tribunal competente, expondo os fundamentos e juntando
os documentos comprobatórios.
§ 1º Quando negativo o conflito, os juízes e tribunais poderão suscitá-lo
nos próprios autos do processo.

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§ 2º Distribuído o feito, se o conflito for positivo, o relator poderá determi-


nar imediatamente que se suspenda o andamento do processo.
§ 3º Expedida ou não a ordem de suspensão, o relator requisitará infor-
mações às autoridades em conflito, remetendo-lhes cópia do requerimento
ou representação.
§ 4º As informações serão prestadas no prazo marcado pelo relator.
§ 5º Recebidas as informações, e  depois de ouvido o procurador-geral,
o conflito será decidido na primeira sessão, salvo se a instrução do feito de-
pender de diligência.
§ 6º Proferida a decisão, as cópias necessárias serão remetidas, para a
sua execução, às autoridades contra as quais tiver sido levantado o conflito
ou que o houverem suscitado.
Art. 117. O Supremo Tribunal Federal, mediante avocatória, restabelece-
rá a sua jurisdição, sempre que exercida por qualquer dos juízes ou tribunais
inferiores.

CAPÍTULO V
DA RESTITUIÇÃO DAS COISAS APREENDIDAS

Art. 118. Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas apre-


endidas não poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo.
Art. 119. As coisas a que se referem os arts. 74 e 100 do Código Pe-
nal não poderão ser restituídas, mesmo depois de transitar em julgado a sen-
tença final, salvo se pertencerem ao lesado ou a terceiro de boa-fé.
Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser ordenada pela autori-
dade policial ou juiz, mediante termo nos autos, desde que não exista dúvida
quanto ao direito do reclamante.
§ 1º Se duvidoso esse direito, o pedido de restituição autuar-se-á em
apartado, assinando-se ao requerente o prazo de 5 (cinco) dias para a prova.
Em tal caso, só o juiz criminal poderá decidir o incidente.

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§ 2º O incidente autuar-se-á também em apartado e só a autoridade ju-


dicial o resolverá, se as coisas forem apreendidas em poder de terceiro de
boa-fé, que será intimado para alegar e provar o seu direito, em prazo igual e
sucessivo ao do reclamante, tendo um e outro dois dias para arrazoar.
§ 3º Sobre o pedido de restituição será sempre ouvido o Ministério Público.
§ 4º Em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono, o juiz reme-
terá as partes para o juízo cível, ordenando o depósito das coisas em mãos
de depositário ou do próprio terceiro que as detinha, se for pessoa idônea.
§ 5º Tratando-se de coisas facilmente deterioráveis, serão avaliadas e leva-
das a leilão público, depositando-se o dinheiro apurado, ou entregues ao terceiro
que as detinha, se este for pessoa idônea e assinar termo de responsabilidade.
Art. 121. No caso de apreensão de coisa adquirida com os proventos da
infração, aplica-se o disposto no art. 133 e seu parágrafo.
Art. 122. Sem prejuízo do disposto nos arts. 120 e 133, decorrido o prazo
de 90 dias, após transitar em julgado a sentença condenatória, o juiz decre-
tará, se for caso, a perda, em favor da União, das coisas apreendidas (art. 74,
II, a e b do Código Penal) e ordenará que sejam vendidas em leilão público.
Parágrafo único. Do dinheiro apurado será recolhido ao Tesouro Nacional o
que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé.
Art. 123. Fora dos casos previstos nos artigos anteriores, se dentro no
prazo de 90 dias, a contar da data em que transitar em julgado a sentença
final, condenatória ou absolutória, os objetos apreendidos não forem recla-
mados ou não pertencerem ao réu, serão vendidos em leilão, depositando-se
o saldo à disposição do juízo de ausentes.
Art. 124. Os instrumentos do crime, cuja perda em favor da União for
decretada, e as coisas confiscadas, de acordo com o disposto no art. 100 do
Código Penal, serão inutilizados ou recolhidos a museu criminal, se houver
interesse na sua conservação.

2296
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CAPÍTULO VI
DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS

Art. 125. Caberá o sequestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado


com os proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro.
Art. 126. Para a decretação do sequestro, bastará a existência de indícios
veementes da proveniência ilícita dos bens.
Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do
ofendido, ou mediante representação da autoridade policial, poderá ordenar
o sequestro, em qualquer fase do processo ou ainda antes de oferecida a de-
núncia ou queixa.
Art. 128. Realizado o sequestro, o juiz ordenará a sua inscrição no Regis-
tro de Imóveis.
Art. 129. O sequestro autuar-se-á em apartado e admitirá embargos de
terceiro.
Art. 130. O sequestro poderá ainda ser embargado:
I – pelo acusado, sob o fundamento de não terem os bens sido adquiridos
com os proventos da infração;
II – pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferidos a título one-
roso, sob o fundamento de tê-los adquirido de boa-fé.
Parágrafo único. Não poderá ser pronunciada decisão nesses embargos
antes de passar em julgado a sentença condenatória.
Art. 131. O sequestro será levantado:
I – se a ação penal não for intentada no prazo de sessenta dias, contado
da data em que ficar concluída a diligência;
II – se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, prestar cau-
ção que assegure a aplicação do disposto no art. 74, II, b, segunda parte, do
Código Penal;
III – se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por sentença
transitada em julgado.

2297
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Art. 132. Proceder-se-á ao sequestro dos bens móveis se, verificadas as


condições previstas no art. 126, não for cabível a medida regulada no Capítu-
lo XI do Título VII deste Livro.
Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício
ou a requerimento do interessado, determinará a avaliação e a venda dos
bens em leilão público.
Parágrafo único. Do dinheiro apurado, será recolhido ao Tesouro Nacional
o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé.
Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser reque-
rida pelo ofendido em qualquer fase do processo, desde que haja certeza da
infração e indícios suficientes da autoria.
Art. 135. Pedida a especialização mediante requerimento, em que a parte
estimará o valor da responsabilidade civil, e designará e estimará o imóvel ou
imóveis que terão de ficar especialmente hipotecados, o  juiz mandará logo
proceder ao arbitramento do valor da responsabilidade e à avaliação do imó-
vel ou imóveis.
§ 1º A petição será instruída com as provas ou indicação das provas em
que se fundar a estimação da responsabilidade, com a relação dos imóveis
que o responsável possuir, se outros tiver, além dos indicados no requerimen-
to, e com os documentos comprobatórios do domínio.
§ 2º O arbitramento do valor da responsabilidade e a avaliação dos imóveis
designados far-se-ão por perito nomeado pelo juiz, onde não houver avalia-
dor judicial, sendo-lhe facultada a consulta dos autos do processo respectivo.
§ 3º O juiz, ouvidas as partes no prazo de dois dias, que correrá em car-
tório, poderá corrigir o arbitramento do valor da responsabilidade, se Ihe pa-
recer excessivo ou deficiente.
§ 4º O juiz autorizará somente a inscrição da hipoteca do imóvel ou imó-
veis necessários à garantia da responsabilidade.

2298
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 5º O valor da responsabilidade será liquidado definitivamente após a


condenação, podendo ser requerido novo arbitramento se qualquer das par-
tes não se conformar com o arbitramento anterior à sentença condenatória.
§ 6º Se o réu oferecer caução suficiente, em dinheiro ou em títulos de
dívida pública, pelo valor de sua cotação em Bolsa, o juiz poderá deixar de
mandar proceder à inscrição da hipoteca legal.
Art. 136. O arresto do imóvel poderá ser decretado de início, revogando-
-se, porém, se no prazo de 15 (quinze) dias não for promovido o processo de
inscrição da hipoteca legal. (Redação dada pela Lei n. 11.435, de 2006)
Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou os possuir de va-
lor insuficiente, poderão ser arrestados bens móveis suscetíveis de penhora,
nos termos em que é facultada a hipoteca legal dos imóveis. (Redação dada
pela Lei n. 11.435, de 2006).
§ 1º Se esses bens forem coisas fungíveis e facilmente deterioráveis, pro-
ceder-se-á na forma do § 5º do art. 120.
§ 2º Das rendas dos bens móveis poderão ser fornecidos recursos arbitra-
dos pelo juiz, para a manutenção do indiciado e de sua família.
Art. 138. O processo de especialização da hipoteca e do arresto correrão
em auto apartado. (Redação dada pela Lei n. 11.435, de 2006).
Art. 139. O depósito e a administração dos bens arrestados ficarão sujei-
tos ao regime do processo civil. (Redação dada pela Lei n. 11.435, de 2006).
Art. 140. As garantias do ressarcimento do dano alcançarão também as
despesas processuais e as penas pecuniárias, tendo preferência sobre estas
a reparação do dano ao ofendido.
Art. 141. O arresto será levantado ou cancelada a hipoteca, se, por sen-
tença irrecorrível, o réu for absolvido ou julgada extinta a punibilidade. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.435, de 2006).
Art. 142. Caberá ao Ministério Público promover as medidas estabele-
cidas nos arts. 134 e 137, se houver interesse da Fazenda Pública, ou se o
ofendido for pobre e o requerer.

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Art. 143. Passando em julgado a sentença condenatória, serão os autos


de hipoteca ou arresto remetidos ao juiz do cível (art. 63). (Redação dada
pela Lei n. 11.435, de 2006).
Art. 144. Os interessados ou, nos casos do art. 142, o Ministério Público
poderão requerer no juízo cível, contra o responsável civil, as medidas previs-
tas nos arts. 134, 136 e 137.
Art. 144-A. O juiz determinará a alienação antecipada para preservação
do valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterio-
ração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para sua manutenção.
(Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 1º O leilão far-se-á preferencialmente por meio eletrônico. (Incluído pela
Lei n. 12.694, de 2012)
§ 2º Os bens deverão ser vendidos pelo valor fixado na avaliação judi-
cial ou por valor maior. Não alcançado o valor estipulado pela administração
judicial, será realizado novo leilão, em até 10 (dez) dias contados da reali-
zação do primeiro, podendo os bens ser alienados por valor não inferior a
80% (oitenta por cento) do estipulado na avaliação judicial. (Incluído pela Lei
n. 12.694, de 2012)
§ 3º O produto da alienação ficará depositado em conta vinculada ao ju-
ízo até a decisão final do processo, procedendo-se à sua conversão em ren-
da para a União, Estado ou Distrito Federal, no caso de condenação, ou, no
caso de absolvição, à sua devolução ao acusado. (Incluído pela Lei n. 12.694,
de 2012)
§ 4º Quando a indisponibilidade recair sobre dinheiro, inclusive moeda
estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques emitidos como ordem de
pagamento, o juízo determinará a conversão do numerário apreendido em
moeda nacional corrente e o depósito das correspondentes quantias em conta
judicial. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 5º No caso da alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz
ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e con-

2300
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trole a expedição de certificado de registro e licenciamento em favor do ar-


rematante, ficando este livre do pagamento de multas, encargos e tributos
anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo proprietário.
(Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 6º O valor dos títulos da dívida pública, das ações das sociedades e dos
títulos de crédito negociáveis em bolsa será o da cotação oficial do dia, provada
por certidão ou publicação no órgão oficial. (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)
§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.694, de 2012)

CAPÍTULO VII
DO INCIDENTE DE FALSIDADE

Art. 145. Arguida, por escrito, a falsidade de documento constante dos


autos, o juiz observará o seguinte processo:
I – mandará autuar em apartado a impugnação, e em seguida ouvirá a
parte contrária, que, no prazo de 48 horas, oferecerá resposta;
II – assinará o prazo de três dias, sucessivamente, a cada uma das partes,
para prova de suas alegações;
III – conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que entender ne-
cessárias;
IV – se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, mandará desen-
tranhar o documento e remetê-lo, com os autos do processo incidente, ao Mi-
nistério Público.
Art. 146. A arguição de falsidade, feita por procurador, exige poderes
especiais.
Art. 147. O juiz poderá, de ofício, proceder à verificação da falsidade.
Art. 148. Qualquer que seja a decisão, não fará coisa julgada em prejuízo
de ulterior processo penal ou civil.

2301
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CAPÍTULO VIII
DA INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO

Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado,


o juiz ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defen-
sor, do curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado,
seja este submetido a exame médico-legal.
§ 1º O exame poderá ser ordenado ainda na fase do inquérito, mediante
representação da autoridade policial ao juiz competente.
§ 2º O juiz nomeará curador ao acusado, quando determinar o exame,
ficando suspenso o processo, se já iniciada a ação penal, salvo quanto às di-
ligências que possam ser prejudicadas pelo adiamento.
Art. 150. Para o efeito do exame, o acusado, se estiver preso, será inter-
nado em manicômio judiciário, onde houver, ou, se estiver solto, e o requere-
rem os peritos, em estabelecimento adequado que o juiz designar.
§ 1º O exame não durará mais de quarenta e cinco dias, salvo se os peri-
tos demonstrarem a necessidade de maior prazo.
§ 2º Se não houver prejuízo para a marcha do processo, o juiz poderá au-
torizar sejam os autos entregues aos peritos, para facilitar o exame.
Art. 151. Se os peritos concluírem que o acusado era, ao tempo da infra-
ção, irresponsável nos termos do art. 22 do Código Penal, o processo prosse-
guirá, com a presença do curador.
Art. 152. Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração o
processo continuará suspenso até que o acusado se restabeleça, observado
o § 2º do art. 149.
§ 1º O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do acusado em ma-
nicômio judiciário ou em outro estabelecimento adequado.
§ 2º O processo retomará o seu curso, desde que se restabeleça o acu-
sado, ficando-lhe assegurada a faculdade de reinquirir as testemunhas que
houverem prestado depoimento sem a sua presença.

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Art. 153. O incidente da insanidade mental processar-se-á em auto aparta-


do, que só depois da apresentação do laudo, será apenso ao processo principal.
Art. 154. Se a insanidade mental sobrevier no curso da execução da
pena, observar-se-á o disposto no art. 682.

TÍTULO VII
DA PROVA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova


produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressal-
vadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela
Lei n. 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas
as restrições estabelecidas na lei civil. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém,
facultado ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada
de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, ade-
quação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a re-
alização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. (Incluído
pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo,
as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas consti-
tucionais ou legais. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)

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§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo


quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quan-
do as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primei-
ras. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo
os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução cri-
minal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei
n. 11.690, de 2008)
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmis-
sível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompa-
nhar o incidente. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)

CAPÍTULO II
DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS EM GERAL

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame


de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do
acusado.
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo
de delito quando se tratar de crime que envolva: (Incluído dada pela Lei
n. 13.721, de 2018)
I – violência doméstica e familiar contra mulher; (Incluído dada pela Lei
n. 13.721, de 2018)
II – violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiên-
cia. (Incluído dada pela Lei n. 13.721, de 2018)
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados
por perito oficial, portador de diploma de curso superior. (Redação dada pela
Lei n. 11.690, de 2008)

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§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natu-
reza do exame. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente
desempenhar o encargo. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação,
ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação
de assistente técnico. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 4º O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após
a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as
partes intimadas desta decisão. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 5º Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à
perícia: (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para res-
ponderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou
questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência míni-
ma de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complemen-
tar; (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em
prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. (Incluído pela Lei
n. 11.690, de 2008)
§ 6º Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu
de base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que man-
terá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos
assistentes, salvo se for impossível a sua conservação. (Incluído pela Lei
n. 11.690, de 2008)
§ 7º Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de
conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um
perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico. (Incluído pela
Lei n. 11.690, de 2008)

2305
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Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão mi-


nuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados.
(Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10
dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requeri-
mento dos peritos. (Redação dada pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e
a qualquer hora.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, sal-
vo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser
feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame ex-
terno do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as
lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade
de exame interno para a verificação de alguma circunstância relevante.
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade
providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a
diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado.
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indica-
rá o lugar da sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de
falta de quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não
destinado a inumações, a  autoridade procederá às pesquisas necessárias,
o que tudo constará do auto.
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que fo-
rem encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas
e vestígios deixados no local do crime. (Redação dada pela Lei n. 8.862, de
28.3.1994)
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos,
quando possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas
ou desenhos, devidamente rubricados.

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Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, pro-


ceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou
repartição congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de
reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos
os sinais e indicações.
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados
todos os objetos encontrados, que possam ser úteis para a identificação
do cadáver.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver
sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da
autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério
Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
§ 1º No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo
de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
§ 2º Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129,
§ 1º, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias,
contado da data do crime.
§ 3º A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova teste-
munhal.
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infra-
ção, a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado
das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com foto-
grafias, desenhos ou esquemas elucidativos. (Vide Lei n. 5.970, de 1973)
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado
das coisas e discutirão, no relatório, as consequências dessas alterações na
dinâmica dos fatos. (Incluído pela Lei n. 8.862, de 28.3.1994)

2307
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Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material sufi-


ciente para a eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os lau-
dos serão ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos
ou esquemas.
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obs-
táculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de
descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em
que época presumem ter sido o fato praticado.
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas destru-
ídas, deterioradas ou que constituam produto do crime.
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos procederão à
avaliação por meio dos elementos existentes nos autos e dos que resultarem
de diligências.
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em
que houver começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o
patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais circunstân-
cias que interessarem à elucidação do fato.
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação
de letra, observar-se-á o seguinte:
I – a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada
para o ato, se for encontrada;
II – para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita
pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de
seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida;
III – a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os do-
cumentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes
realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados;
IV – quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes
os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que lhe for ditado.
Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência pode-
rá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa
será intimada a escrever.

2308
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Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a


prática da infração, a fim de se lhes verificar a natureza e a eficiência.
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato
da diligência.
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no
juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, acordo das par-
tes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante.
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão transcritos na pre-
catória.
Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela autoridade ao
diretor da repartição, juntando-se ao processo o laudo assinado pelos peritos.
Art. 179. No caso do § 1º do art. 159, o escrivão lavrará o auto respec-
tivo, que será assinado pelos peritos e, se presente ao exame, também pela
autoridade.
Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo, que po-
derá ser datilografado, será subscrito e rubricado em suas folhas por todos
os peritos.
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no
auto do exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um re-
digirá separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se
este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame
por outros peritos.
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omis-
sões, obscuridades ou contradições, a  autoridade judiciária mandará suprir
a formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. (Redação dada pela Lei
n. 8.862, de 28.3.1994)
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a
novo exame, por outros peritos, se julgar conveniente.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejei-
tá-lo, no todo ou em parte.

2309
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Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-se-á o


disposto no art. 19.
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade
policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao
esclarecimento da verdade.

CAPÍTULO III
DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO

Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária,


no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de
seu defensor, constituído ou nomeado. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
§ 1º O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no
estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a
segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem
como a presença do defensor e a publicidade do ato. (Redação dada pela Lei
n. 11.900, de 2009)
§ 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a
requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sis-
tema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons
e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender
a uma das seguintes finalidades: (Redação dada pela Lei n. 11.900, de 2009)
I – prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de
que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa
fugir durante o deslocamento; (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
II – viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando
haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermi-
dade ou outra circunstância pessoal; (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)

2310
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III – impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima,


desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência,
nos termos do art. 217 deste Código; (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
IV – responder à gravíssima questão de ordem pública. (Incluído pela Lei
n. 11.900, de 2009)
§ 3º Da decisão que determinar a realização de interrogatório por video-
conferência, as partes serão intimadas com 10 (dez) dias de antecedência.
(Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 4º Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompa-
nhar, pelo mesmo sistema tecnológico, a realização de todos os atos da audi-
ência única de instrução e julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531
deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 5º Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o
direito de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por
videoconferência, fica também garantido o acesso a canais telefônicos reser-
vados para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o advoga-
do presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso. (Incluído
pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 6º A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de
atos processuais por sistema de videoconferência será fiscalizada pelos cor-
regedores e pelo juiz de cada causa, como também pelo Ministério Público e
pela Ordem dos Advogados do Brasil. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 7º Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas hipóteses
em que o interrogatório não se realizar na forma prevista nos §§ 1º e 2º des-
te artigo. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
§ 8º Aplica-se o disposto nos §§ 2º, 3º, 4º e 5º deste artigo, no que cou-
ber, à realização de outros atos processuais que dependam da participação
de pessoa que esteja presa, como acareação, reconhecimento de pessoas e
coisas, e  inquirição de testemunha ou tomada de declarações do ofendido.
(Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)

2311
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§ 9º Na hipótese do § 8º deste artigo, fica garantido o acompanhamento


do ato processual pelo acusado e seu defensor. (Incluído pela Lei n. 11.900,
de 2009)
§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação sobre a existência de
filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o con-
tato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa
presa (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor
da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interro-
gatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas
que lhe forem formuladas. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não pode-
rá ser interpretado em prejuízo da defesa. (Incluído pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa
do acusado e sobre os fatos. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
§ 1º Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência,
meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua
atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma
vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão con-
dicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados
familiares e sociais. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
§ 2º Na segunda parte será perguntado sobre: (Incluído pela Lei n. 10.792,
de 1º.12.2003)
I – ser verdadeira a acusação que lhe é feita; (Incluído pela Lei n. 10.792,
de 1º.12.2003)
II – não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a
que atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada
a prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da
infração ou depois dela; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)

2312
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III – onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notí-
cia desta; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
IV – as provas já apuradas; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
V – se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e des-
de quando, e se tem o que alegar contra elas; (Incluído pela Lei n. 10.792,
de 1º.12.2003)
VI – se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qual-
quer objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido; (Incluído pela
Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
VII – todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos
antecedentes e circunstâncias da infração; (Incluído pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
VIII – se tem algo mais a alegar em sua defesa. (Incluído pela Lei n. 10.792,
de 1º.12.2003)
Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes
se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas cor-
respondentes se o entender pertinente e relevante. (Redação dada pela Lei
n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no todo ou em parte,
poderá prestar esclarecimentos e indicar provas. (Redação dada pela Lei
n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os motivos e cir-
cunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram para a infração, e quais
sejam. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados separada-
mente. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do surdo-mudo será feito
pela forma seguinte: (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
I – ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas, que ele respon-
derá oralmente; (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)

2313
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II – ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, respondendo-as por


escrito; (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
III – ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escrito e do mesmo
modo dará as respostas. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou escrever, intervirá
no ato, como intérprete e sob compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo.
(Redação dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua nacional, o interroga-
tório será feito por meio de intérprete. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de
1º.12.2003)
Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não puder ou não quiser
assinar, tal fato será consignado no termo. (Redação dada pela Lei n. 10.792,
de 1º.12.2003)
Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de
ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das partes. (Redação dada pela
Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)

CAPÍTULO IV
DA CONFISSÃO

Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os


outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-
-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe
compatibilidade ou concordância.
Art. 198. O  silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá
constituir elemento para a formação do convencimento do juiz.
Art. 199. A  confissão, quando feita fora do interrogatório, será tomada
por termo nos autos, observado o disposto no art. 195.
Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre con-
vencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto.

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CAPÍTULO V
DO OFENDIDO
(Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)

Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado


sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor,
as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 1º Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo,
o ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade. (Incluído pela Lei
n. 11.690, de 2008)
§ 2º O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingres-
so e à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à
sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem. (Incluído
pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 3º As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele
indicado, admitindo-se, por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico. (In-
cluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 4º Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reserva-
do espaço separado para o ofendido. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
§ 5º Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para
atendimento multidisciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, de assis-
tência jurídica e de saúde, a expensas do ofensor ou do Estado. (Incluído pela
Lei n. 11.690, de 2008)
§ 6º O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimi-
dade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, deter-
minar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras in-
formações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos
meios de comunicação. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)

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CAPÍTULO VI
DAS TESTEMUNHAS

Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha.


Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer
a verdade do que souber e lhe for perguntado, devendo declarar seu nome,
sua idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua
atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas
relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as
razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua
credibilidade.
Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à
testemunha trazê-lo por escrito.
Parágrafo único. Não será vedada à testemunha, entretanto, breve con-
sulta a apontamentos.
Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da testemunha, o juiz
procederá à verificação pelos meios ao seu alcance, podendo, entretanto, to-
mar-lhe o depoimento desde logo.
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Po-
derão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim
em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou
o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo,
obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, mi-
nistério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas
pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.
Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos do-
entes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às
pessoas a que se refere o art. 206.

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Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemu-


nhas, além das indicadas pelas partes.
§ 1º Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as
testemunhas se referirem.
§ 2º Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber
que interesse à decisão da causa.
Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo
que umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz
adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho. (Redação dada pela
Lei n. 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua realização,
serão reservados espaços separados para a garantia da incomunicabilidade
das testemunhas. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer que alguma
testemunha fez afirmação falsa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia do
depoimento à autoridade policial para a instauração de inquérito.
Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado em plenário de jul-
gamento, o juiz, no caso de proferir decisão na audiência (art. 538, § 2º),
o tribunal (art. 561), ou o conselho de sentença, após a votação dos quesitos,
poderão fazer apresentar imediatamente a testemunha à autoridade policial.
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à tes-
temunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não
tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respon-
dida. (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá comple-
mentar a inquirição. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas aprecia-
ções pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa do fato.
Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar
a testemunha ou arguir circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de

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parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a contradita ou arguição e


a resposta da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou não Ihe deferirá
compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.
Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá cingir-se, tanto quan-
to possível, às expressões usadas pelas testemunhas, reproduzindo fielmente
as suas frases.
Art. 216. O depoimento da testemunha será reduzido a termo, assinado
por ela, pelo juiz e pelas partes. Se a testemunha não souber assinar, ou não
puder fazê-lo, pedirá a alguém que o faça por ela, depois de lido na presença
de ambos.
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilha-
ção, temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo
que prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconfe-
rência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do
réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor. (Redação
dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previstas no caput
deste artigo deverá constar do termo, assim como os motivos que a determi-
naram. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008)
Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de compare-
cer sem motivo justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua
apresentação ou determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderá
solicitar o auxílio da força pública.
Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista
no art. 453, sem prejuízo do processo penal por crime de desobediência,
e condená-la ao pagamento das custas da diligência. (Redação dada pela Lei
n. 6.416, de 24.5.1977)
Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de
comparecer para depor, serão inquiridas onde estiverem.

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Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e


deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e
Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios, os deputados às Assembleias Legislativas Estaduais, os membros do
Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos
Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiri-
dos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz. (Redação
dada pela Lei n. 3.653, de 4.11.1959)
§ 1º O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do
Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal
poderão optar pela prestação de depoimento por escrito, caso em que as per-
guntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, lhes serão transmitidas
por ofício. (Redação dada pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)
§ 2º Os militares deverão ser requisitados à autoridade superior. (Redação
dada pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)
§ 3º Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto no art. 218, deven-
do, porém, a expedição do mandado ser imediatamente comunicada ao chefe
da repartição em que servirem, com indicação do dia e da hora marcados.
(Incluído pela Lei n. 6.416, de 24.5.1977)
Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inqui-
rida pelo juiz do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta
precatória, com prazo razoável, intimadas as partes.
§ 1º A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.
§ 2º Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo
tempo, a precatória, uma vez devolvida, será junta aos autos.
§ 3º Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de testemunha
poderá ser realizada por meio de videoconferência ou outro recurso tecnoló-
gico de transmissão de sons e imagens em tempo real, permitida a presença
do defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a realização da audi-
ência de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)

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Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas se demonstrada pre-


viamente a sua imprescindibilidade, arcando a parte requerente com os cus-
tos de envio. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o disposto nos §§ 1º e
2º do art. 222 deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.900, de 2009)
Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a língua nacional, será no-
meado intérprete para traduzir as perguntas e respostas.
Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo ou surdo-mudo, proceder-
-se-á na conformidade do art. 192.
Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de um ano, qual-
quer mudança de residência, sujeitando-se, pela simples omissão, às penas
do não comparecimento.
Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfer-
midade ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal
já não exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das par-
tes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.

CAPÍTULO VII
DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS

Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de


pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma:
I – a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descre-
ver a pessoa que deva ser reconhecida;
Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possí-
vel, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidan-
do-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la;
III – se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhe-
cimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em
face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para
que esta não veja aquela;

2320
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IV – do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito


pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e
por duas testemunhas presenciais.
Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não terá aplicação na
fase da instrução criminal ou em plenário de julgamento.
Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com as cautelas
estabelecidas no artigo anterior, no que for aplicável.
Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconheci-
mento de pessoa ou de objeto, cada uma fará a prova em separado, evitan-
do-se qualquer comunicação entre elas.

CAPÍTULO VIII
DA ACAREAÇÃO

Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e


testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa
ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas de-
clarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes.
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem
os pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação.
Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declarações divirjam das
de outra, que esteja presente, a esta se darão a conhecer os pontos da di-
vergência, consignando-se no auto o que explicar ou observar. Se subsistir a
discordância, expedir-se-á precatória à autoridade do lugar onde resida a tes-
temunha ausente, transcrevendo-se as declarações desta e as da testemunha
presente, nos pontos em que divergirem, bem como o texto do referido auto,
a  fim de que se complete a diligência, ouvindo-se a testemunha ausente,
pela mesma forma estabelecida para a testemunha presente. Esta diligência
só se realizará quando não importe demora prejudicial ao processo e o juiz a
entenda conveniente.

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CAPÍTULO IX
DOS DOCUMENTOS

Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar


documentos em qualquer fase do processo.
Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos
ou papéis, públicos ou particulares.
Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se
dará o mesmo valor do original.
Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios cri-
minosos, não serão admitidas em juízo.
Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo
destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento
do signatário.
Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a
ponto relevante da acusação ou da defesa, providenciará, independentemen-
te de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se
possível.
Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares serão submetidas a
exame pericial, quando contestada a sua autenticidade.
Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua jun-
tada imediata, serão, se necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na
falta, por pessoa idônea nomeada pela autoridade.
Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando conferidas com o ori-
ginal, em presença da autoridade.
Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo findo, quando não
exista motivo relevante que justifique a sua conservação nos autos, poderão,
mediante requerimento, e ouvido o Ministério Público, ser entregues à parte
que os produziu, ficando traslado nos autos.

2322
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO X
DOS INDÍCIOS

Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que,


tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de
outra ou outras circunstâncias.

CAPÍTULO XI
DA BUSCA E DA APREENSÃO

Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.


§ 1º Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autori-
zarem, para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos fal-
sificados ou contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de cri-
me ou destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu
poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa
ser útil à elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crimes;
h) colher qualquer elemento de convicção.
§ 2º Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de
que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas le-
tras b a f e letra h do parágrafo anterior.
Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária não a reali-
zar pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida da expedição de
mandado.

2323
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Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de


qualquer das partes.
Art. 243. O mandado de busca deverá:
I – indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a
diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de busca
pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem;
II – mencionar o motivo e os fins da diligência;
III  – ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer
expedir.
§ 1º Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do mandado
de busca.
§ 2º Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor
do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito.
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou
quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma
proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando
a medida for determinada no curso de busca domiciliar.
Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o
morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa,
os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o repre-
sente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.
§ 1º Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qua-
lidade e o objeto da diligência.
§ 2º Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada.
§ 3º Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra
coisas existentes no interior da casa, para o descobrimento do que se procura.
§ 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º, quando ausentes os mo-
radores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer
vizinho, se houver e estiver presente.
§ 5º Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador
será intimado a mostrá-la.

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§ 6º Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente


apreendida e posta sob custódia da autoridade ou de seus agentes.
§ 7º Finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado, assi-
nando-o com duas testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4º.
Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo anterior, quando se
tiver de proceder a busca em compartimento habitado ou em aposento ocu-
pado de habitação coletiva ou em compartimento não aberto ao público, onde
alguém exercer profissão ou atividade.
Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa procurada, os motivos
da diligência serão comunicados a quem tiver sofrido a busca, se o requerer.
Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste
os moradores mais do que o indispensável para o êxito da diligência.
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar
retardamento ou prejuízo da diligência.
Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no território de
jurisdição alheia, ainda que de outro Estado, quando, para o fim de apreensão,
forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à competente
autoridade local, antes da diligência ou após, conforme a urgência desta.
§ 1º Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão em seguimento
da pessoa ou coisa, quando:
a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou transporte, a seguirem
sem interrupção, embora depois a percam de vista;
b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por informações fide-
dignas ou circunstâncias indiciárias, que está sendo removida ou transporta-
da em determinada direção, forem ao seu encalço.
§ 2º Se as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da
legitimidade das pessoas que, nas referidas diligências, entrarem pelos seus
distritos, ou da legalidade dos mandados que apresentarem, poderão exigir
as provas dessa legitimidade, mas de modo que não se frustre a diligência.

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TÍTULO VIII
DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E DEFENSOR,
DOS ASSISTENTES E AUXILIARES DA JUSTIÇA
CAPÍTULO I
DO JUIZ

Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter


a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a
força pública.
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:
I – tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha
reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, ór-
gão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;
II – ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido
como testemunha;
III – tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de
fato ou de direito, sobre a questão;
IV – ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em li-
nha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente
interessado no feito.
Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os
juízes que forem entre si parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou
colateral até o terceiro grau, inclusive.
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recu-
sado por qualquer das partes:
I – se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
II – se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo
a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;
III – se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o tercei-
ro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de
ser julgado por qualquer das partes;

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IV – se tiver aconselhado qualquer das partes;


V – se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
VI - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no
processo.
Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por afi-
nidade cessará pela dissolução do casamento que lhe tiver dado causa, salvo
sobrevindo descendentes; mas, ainda que dissolvido o casamento sem des-
cendentes, não funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro
ou enteado de quem for parte no processo.
Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando
a parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la.

CAPÍTULO II
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 257. Ao Ministério Público cabe: (Redação dada pela Lei n. 11.719,


de 2008).
I – promover, privativamente, a ação penal pública, na forma estabelecida
neste Código; e (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
II – fiscalizar a execução da lei. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos
em que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consanguí-
neo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles
se estendem, no que lhes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e
aos impedimentos dos juízes.

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CAPÍTULO III
DO ACUSADO E SEU DEFENSOR

Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verda-


deiro nome ou outros qualificativos não retardará a ação penal, quando certa
a identidade física. A qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento ou
da execução da sentença, se for descoberta a sua qualificação, far-se-á a reti-
ficação, por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos atos precedentes.
Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório,
reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realiza-
do, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença. (Vide ADPF 395)
(Vide ADPF 444)
Parágrafo único. O mandado conterá, além da ordem de condução, os re-
quisitos mencionados no art. 352, no que lhe for aplicável.
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será proces-
sado ou julgado sem defensor.
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público
ou dativo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada. (In-
cluído pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador.
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz,
ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou
a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação.
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os
honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz.
Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e solicitadores serão
obrigados, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, a prestar seu
patrocínio aos acusados, quando nomeados pelo Juiz.

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Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo


imperioso, comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a
100 (cem) salários mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor
não puder comparecer. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Incumbe ao defensor provar o impedimento até a abertura da audi-
ência. Não o fazendo, o juiz não determinará o adiamento de ato algum do
processo, devendo nomear defensor substituto, ainda que provisoriamente
ou só para o efeito do ato. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 266. A constituição de defensor independerá de instrumento de man-
dato, se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório.
Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão como defensores os
parentes do juiz.

CAPÍTULO IV
DOS ASSISTENTES

Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como as-


sistente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na
falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31.
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a
sentença e receberá a causa no estado em que se achar.
Art. 270. O corréu no mesmo processo não poderá intervir como assis-
tente do Ministério Público.
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer
perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do de-
bate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele
próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.

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§ 1º O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da realização das


provas propostas pelo assistente.
§ 2º O processo prosseguirá independentemente de nova intimação do
assistente, quando este, intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos
da instrução ou do julgamento, sem motivo de força maior devidamente com-
provado.
Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão
do assistente.
Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá re-
curso, devendo, entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão.

CAPÍTULO V
DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA

Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-se aos ser-


ventuários e funcionários da justiça, no que lhes for aplicável.

CAPÍTULO VI
DOS PERITOS E INTÉRPRETES

Art. 275. O  perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina


judiciária.
Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito.
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o en-
cargo, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa,
provada imediatamente:
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade;
b) não comparecer no dia e local designados para o exame;
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos
prazos estabelecidos.

2330
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 278. No caso de não comparecimento do perito, sem justa causa,


a autoridade poderá determinar a sua condução.
Art. 279. Não poderão ser peritos:
I – os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos ns.
I e IV do art. 69 do Código Penal;
II – os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anterior-
mente sobre o objeto da perícia;
III – os analfabetos e os menores de 21 anos.
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que lhes for aplicável, o disposto
sobre suspeição dos juízes.
Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados aos peritos.

TÍTULO IX
DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplica-


das observando-se a: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a ins-
trução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de
infrações penais; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e con-
dições pessoais do indiciado ou acusado. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativa-
mente. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a
requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por
representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério
Público. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida,


o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da par-
te contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias,
permanecendo os autos em juízo. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas,
o juiz, de ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, de seu as-
sistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumu-
lação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, parágrafo
único). (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 5º O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando ve-
rificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se
sobrevierem razões que a justifiquem. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 6º A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua
substituição por outra medida cautelar (art. 319). (Incluído pela Lei n. 12.403,
de 2011).
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em de-
corrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da
investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão pre-
ventiva. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infra-
ção a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena
privativa de liberdade. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, res-
peitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio. (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável
no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso.
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo
mandado.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. O mandado de prisão:


a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou
sinais característicos;
c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.
Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará
ao preso, logo depois da prisão, um dos exemplares com declaração do dia,
hora e lugar da diligência. Da entrega deverá o preso passar recibo no outro
exemplar; se recusar, não souber ou não puder escrever, o fato será mencio-
nado em declaração, assinada por duas testemunhas.
Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado
não obstará à prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado
ao juiz que tiver expedido o mandado.
Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exibido o man-
dado ao respectivo diretor ou carcereiro, a quem será entregue cópia assinada
pelo executor ou apresentada a guia expedida pela autoridade competente, de-
vendo ser passado recibo da entrega do preso, com declaração de dia e hora.
Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no próprio exemplar do
mandado, se este for o documento exibido.
Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdi-
ção do juiz processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da pre-
catória o inteiro teor do mandado. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio
de comunicação, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o va-
lor da fiança se arbitrada. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções ne-
cessárias para averiguar a autenticidade da comunicação. (Incluído pela Lei
n. 12.403, de 2011).

2333
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo


máximo de 30 (trinta) dias, contados da efetivação da medida. (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do man-
dado de prisão em banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça
para essa finalidade. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no
mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora
da competência territorial do juiz que o expediu. (Incluído pela Lei n. 12.403,
de 2011).
§ 2º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que
sem registro no Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções neces-
sárias para averiguar a autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que
a decretou, devendo este providenciar, em seguida, o registro do mandado na
forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 3º A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de cum-
primento da medida o qual providenciará a certidão extraída do registro do
Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a decretou. (Incluído
pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 4º O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII
do art. 5º da Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome
de seu advogado, será comunicado à Defensoria Pública. (Incluído pela Lei
n. 12.403, de 2011).
§ 5º Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pessoa
do executor ou sobre a identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2º do
art. 290 deste Código. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 6º O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do mandado
de prisão a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.403,
de 2011).

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro municí-


pio ou comarca, o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcan-
çar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois de lavrado,
se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do preso.
§ 1º - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando:
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o
tenha perdido de vista;
b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha pas-
sado, há pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure,
for no seu encalço.
§ 2º Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da
legitimidade da pessoa do executor ou da legalidade do mandado que apresen-
tar, poderão pôr em custódia o réu, até que fique esclarecida a dúvida.
Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-á feita desde que
o executor, fazendo-se conhecer do réu, lhe apresente o mandado e o intime
a acompanhá-lo.
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão
em flagrante ou à determinada por autoridade competente, o executor e as
pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defen-
der-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito
também por duas testemunhas.
Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas du-
rante os atos médico-hospitalares preparatórios para a realização do parto e
durante o trabalho de parto, bem como em mulheres durante o período de
puerpério imediato. (Redação dada pela Lei n. 13.434, de 2017)
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu
entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será intimado a entregá-
-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o exe-
cutor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, ar-
rombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação

2335
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a


casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará
a prisão.
Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua
casa será levado à presença da autoridade, para que se proceda contra ele
como for de direito.
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á o disposto no
artigo anterior, no que for aplicável.
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição
da autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação
definitiva:
I – os ministros de Estado;
II – os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefei-
to do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais,
os vereadores e os chefes de Polícia; (Redação dada pela Lei n. 3.181, de
11.6.1957)
III – os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Na-
cional e das Assembleias Legislativas dos Estados;
IV – os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";
V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito
Federal e dos Territórios; (Redação dada pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
VI – os magistrados;
VII – os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República;
VIII – os ministros de confissão religiosa;
IX – os ministros do Tribunal de Contas;
X – os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado,
salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício
daquela função;
XI – os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios,
ativos e inativos. (Redação dada pela Lei n. 5.126, de 20.9.1966)

2336
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste


exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum. (Incluído
pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 2º Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este
será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimento. (Incluído pela Lei
n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 3º A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os
requisitos de salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de ae-
ração, insolação e condicionamento térmico adequados à existência humana.
(Incluído pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 4º O preso especial não será transportado juntamente com o preso co-
mum. (Incluído pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
§ 5º Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do
preso comum. (Incluído pela Lei n. 10.258, de 11.7.2001)
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível, serão recolhi-
dos à prisão, em estabelecimentos militares, de acordo com os respectivos
regulamentos.
Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido pela autoridade
judiciária, a autoridade policial poderá expedir tantos outros quantos ne-
cessários às diligências, devendo neles ser fielmente reproduzido o teor do
mandado original.
Art. 298. (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial,
por qualquer meio de comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer
a requisição, as precauções necessárias para averiguar a autenticidade desta.
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já
estiverem definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução penal.
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

2337
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos


procedimentos legais, será recolhido a quartel da instituição a que pertencer,
onde ficará preso à disposição das autoridades competentes. (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).

CAPÍTULO II
DA PRISÃO EM FLAGRANTE

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agen-


tes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I – está cometendo a infração penal;
II – acaba de cometê-la;
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qual-
quer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou pa-
péis que façam presumir ser ele autor da infração.
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante
delito enquanto não cessar a permanência.
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o con-
dutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo
e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas
que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que
lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando,
a autoridade, afinal, o auto. (Redação dada pela Lei n. 11.113, de 2005)
§ 1º Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido,
a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto
ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para
isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja.

2338
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em


flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos
duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade.
§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder
fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas,
que tenham ouvido sua leitura na presença deste. (Redação dada pela Lei
n. 11.113, de 2005)
§ 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a infor-
mação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma
deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos
filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa desig-
nada pela autoridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal.
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre se-
rão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público
e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. (Redação dada pela Lei
n. 12.403, de 2011).
§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será
encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o au-
tuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria
Pública. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de
culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor
e os das testemunhas. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou
contra esta, no exercício de suas funções, constarão do auto a narração deste
fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o preso e os depoimentos das
testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas teste-
munhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimen-
to do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto.

2339
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a


prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo.
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois
de lavrado o auto de prisão em flagrante.
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá funda-
mentadamente: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os
requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas
ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei
n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o
agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do
art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, me-
diante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de
revogação. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

CAPÍTULO III
DA PRISÃO PREVENTIVA

Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal,


caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação
penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assis-
tente, ou por representação da autoridade policial. (Redação dada pela Lei
n. 12.403, de 2011).

2340
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem


pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para
assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime
e indício suficiente de autoria. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso
de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras
medidas cautelares (art. 282, § 4º). (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decreta-
ção da prisão preventiva: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima
superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença tran-
sitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação
dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher,
criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garan-
tir a execução das medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei
n. 12.403, de 2011).
IV – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando hou-
ver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer
elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado ime-
diatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese reco-
mendar a manutenção da medida. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz
verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas
condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. (Redação dada pela Lei
n. 12.403, de 2011).

2341
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Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventi-


va será sempre motivada. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do
processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei
n. 5.349, de 3.11.1967)

CAPÍTULO IV
DA APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA DO ACUSADO
CAPÍTULO IV
DA PRISÃO DOMICILIAR
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou


acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização
judicial. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quan-
do o agente for: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – extremamente debilitado por motivo de doença grave; (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).
III – imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis)
anos de idade ou com deficiência; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV – gestante; (Redação dada pela Lei n. 13.257, de 2016)
V – mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos; (Inclu-
ído pela Lei n. 13.257, de 2016)
VI – homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até
12 (doze) anos de idade incompletos. (Incluído pela Lei n. 13.257, de 2016)
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requi-
sitos estabelecidos neste artigo. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).

2342
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Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for


mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência será substituída
por prisão domiciliar, desde que: (Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018).
I – não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
(Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018).
II – não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente. (Incluído
pela Lei n. 13.769, de 2018).
Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser
efetuada sem prejuízo da aplicação concomitante das medidas alternativas
previstas no art. 319 deste Código. (Incluído pela Lei n. 13.769, de 2018).

CAPÍTULO V
DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela


Lei n. 12.403, de 2011).
I  – comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixa-
das pelo juiz, para informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei
n. 12.403, de 2011).
II – proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer
distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada
pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela perma-
necer distante; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV – proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja
conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela
Lei n. 12.403, de 2011).

2343
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V – recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando


o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei
n. 12.403, de 2011).
VI – suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza
econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a
prática de infrações penais; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
VII – internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados
com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputá-
vel ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;
(Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
VIII  – fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o compareci-
mento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de
resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
IX – monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 2º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 3º (Revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI
deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares. (Incluído
pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às
autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, inti-
mando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24
(vinte e quatro) horas. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

2344
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CAPÍTULO VI
DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA

Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão


preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o
caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observa-
dos os critérios constantes do art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei
n. 12.403, de 2011).
I – (revogado) (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos
de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4
(quatro) anos. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que
decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. (Redação dada pela Lei n. 12.403,
de 2011).
Art. 323. Não será concedida fiança: (Redação dada pela Lei n. 12.403,
de 2011).
I – nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; (Redação dada pela Lei
n. 12.403, de 2011).
III – nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, con-
tra a ordem constitucional e o Estado Democrático; (Redação dada pela Lei
n. 12.403, de 2011).
IV – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
V – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: (Redação dada pela Lei
n. 12.403, de 2011).

2345
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I – aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente


concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se
referem os arts. 327 e 328 deste Código; (Redação dada pela Lei n. 12.403,
de 2011).
II – em caso de prisão civil ou militar; (Redação dada pela Lei n. 12.403,
de 2011).
III – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV – quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão
preventiva (art. 312). (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder
nos seguintes limites: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
a) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
b) (revogada); (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
c) (revogada). (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração
cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (qua-
tro) anos; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da
pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. (Incluído
pela Lei n. 12.403, de 2011).
§ 1º Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá
ser: (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – dispensada, na forma do art. 350 deste Código; (Redação dada pela
Lei n. 12.403, de 2011).
II – reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou (Redação dada pela
Lei n. 12.403, de 2011).
III – aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (Incluído pela Lei n. 12.403,
de 2011).
§ 2º (Revogado): (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).

2346
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – (revogado); (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).


III – (revogado). (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consi-
deração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pre-
gressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem
como a importância provável das custas do processo, até final julgamento.
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer
perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito
e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer,
a fiança será havida como quebrada.
Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fian-
ça, mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade processante,
ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar
àquela autoridade o lugar onde será encontrado.
Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia, haverá um livro es-
pecial, com termos de abertura e de encerramento, numerado e rubricado em
todas as suas folhas pela autoridade, destinado especialmente aos termos de
fiança. O termo será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade e por
quem prestar a fiança, e dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos autos.
Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão pelo escrivão notifi-
cados das obrigações e da sanção previstas nos arts. 327 e 328, o que cons-
tará dos autos.
Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de
dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, fede-
ral, estadual ou municipal, ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar.
§ 1º A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos será
feita imediatamente por perito nomeado pela autoridade.
§ 2º Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívida pública,
o valor será determinado pela sua cotação em Bolsa, e, sendo nominativos,
exigir-se-á prova de que se acham livres de ônus.

2347
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Art. 331. O valor em que consistir a fiança será recolhido à repartição


arrecadadora federal ou estadual, ou entregue ao depositário público, juntan-
do-se aos autos os respectivos conhecimentos.
Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não se puder fazer de
pronto, o valor será entregue ao escrivão ou pessoa abonada, a critério da
autoridade, e dentro de três dias dar-se-á ao valor o destino que Ihe assina
este artigo, o que tudo constará do termo de fiança.
Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será competente para conceder
a fiança a autoridade que presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão
por mandado, o juiz que o houver expedido, ou a autoridade judiciária ou po-
licial a quem tiver sido requisitada a prisão.
Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida independente-
mente de audiência do Ministério Público, este terá vista do processo a fim de
requerer o que julgar conveniente.
Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado
a sentença condenatória. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da
fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples peti-
ção, perante o juiz competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.
(Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento
das custas, da indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o
réu for condenado. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescri-
ção depois da sentença condenatória (art. 110 do Código Penal). (Redação
dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sen-
tença que houver absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal,
o valor que a constituir, atualizado, será restituído sem desconto, salvo o
disposto no parágrafo único do art. 336 deste Código. (Redação dada pela Lei
n. 12.403, de 2011).

2348
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Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será cas-
sada em qualquer fase do processo.
Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência
de delito inafiançável, no caso de inovação na classificação do delito.
Art. 340. Será exigido o reforço da fiança:
I – quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente;
II – quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipote-
cados ou caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas;
III – quando for inovada a classificação do delito.
Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão,
quando, na conformidade deste artigo, não for reforçada.
Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: (Redação
dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
I – regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer,
sem motivo justo; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
II – deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do proces-
so; (Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
III – descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança;
(Incluído pela Lei n. 12.403, de 2011).
IV  – resistir injustificadamente a ordem judicial; (Incluído pela Lei
n. 12.403, de 2011).
V – praticar nova infração penal dolosa. (Incluído pela Lei n. 12.403, de
2011).
Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em que se declarou que-
brada a fiança, esta subsistirá em todos os seus efeitos
Art. 343. O  quebramento injustificado da fiança importará na perda de
metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras
medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva. (Re-
dação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

2349
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Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, con-


denado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena
definitivamente imposta. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas
e mais encargos a que o acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo
penitenciário, na forma da lei. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas
no art. 345 deste Código, o valor restante será recolhido ao fundo penitenci-
ário, na forma da lei. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será entregue a
quem houver prestado a fiança, depois de deduzidos os encargos a que o réu
estiver obrigado.
Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por meio de hi-
poteca, a execução será promovida no juízo cível pelo órgão do Ministério
Público.
Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou metais preciosos,
o juiz determinará a venda por leiloeiro ou corretor.
Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação
econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o
às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medi-
das cautelares, se for o caso. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qual-
quer das obrigações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4º do
art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 12.403, de 2011).

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TÍTULO X
DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES
CAPÍTULO I
DAS CITAÇÕES

Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no


território sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado.
Art. 352. O mandado de citação indicará:
I – o nome do juiz;
II – o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa;
III – o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característi-
cos;
IV – a residência do réu, se for conhecida;
V – o fim para que é feita a citação;
VI – o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer;
VII – a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.
Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz pro-
cessante, será citado mediante precatória.
Art. 354. A precatória indicará:
I – o juiz deprecado e o juiz deprecante;
II – a sede da jurisdição de um e de outro;
Ill - o fim para que é feita a citação, com todas as especificações;
IV – o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer.
Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, independente-
mente de traslado, depois de lançado o "cumpra-se" e de feita a citação por
mandado do juiz deprecado.
§ 1º Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de
outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação da dili-
gência, desde que haja tempo para fazer-se a citação.

2351
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§ 2º Certificado pelo oficial de justiça que o réu se oculta para não ser cita-
do, a precatória será imediatamente devolvida, para o fim previsto no art. 362.
Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que conterá em resumo os re-
quisitos enumerados no art. 354, poderá ser expedida por via telegráfica, de-
pois de reconhecida a firma do juiz, o que a estação expedidora mencionará.
Art. 357. São requisitos da citação por mandado:
I – leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na
qual se mencionarão dia e hora da citação;
II – declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua acei-
tação ou recusa.
Art. 358. A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respec-
tivo serviço.
Art. 359. O dia designado para funcionário público comparecer em juízo,
como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição.
Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado. (Redação
dada pela Lei n. 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo
de 15 (quinze) dias.
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de
justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma
estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 -
Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado não
comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo. (Incluído pela Lei n. 11.719,
de 2008).
Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada a
citação do acusado. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
I – (revogado); (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
II – (revogado). (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).

2352
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§ 1º Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital.
(Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 3º (VETADO) (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 4º Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo,
o processo observará o disposto nos arts. 394 e seguintes deste Código. (In-
cluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 364. No caso do artigo anterior, no  I, o  prazo será fixado pelo juiz
entre 15 (quinze) e 90 (noventa) dias, de acordo com as circunstâncias, e, no
caso de no II, o prazo será de trinta dias.
Art. 365. O edital de citação indicará:
I – o nome do juiz que a determinar;
II – o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característi-
cos, bem como sua residência e profissão, se constarem do processo;
III – o fim para que é feita a citação;
IV – o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer;
V – o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa,
se houver, ou da sua afixação.
Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar
o juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser
certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação provada por exemplar
do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com a
data da publicação.
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem consti-
tuir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional,
podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas
urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto
no art. 312. (Redação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 1º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).

2353
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Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou


intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo
justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo en-
dereço ao juízo. (Redação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado
mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até
o seu cumprimento. (Redação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em legações estrangeiras
serão efetuadas mediante carta rogatória. (Redação dada pela Lei n. 9.271,
de 17.4.1996)

CAPÍTULO II
DAS INTIMAÇÕES

Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pes-


soas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, será observado, no
que for aplicável, o disposto no Capítulo anterior. (Redação dada pela Lei
n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 1º A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e
do assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos
atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusa-
do. (Incluído Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 2º Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na comarca,
a intimação far-se-á diretamente pelo escrivão, por mandado, ou via postal
com comprovante de recebimento, ou por qualquer outro meio idôneo. (Re-
dação dada pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 3º A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a aplicação a que
alude o § 1º. (Incluído pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)
§ 4º A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pesso-
al. (Incluído pela Lei n. 9.271, de 17.4.1996)

2354
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Art. 371. Será admissível a intimação por despacho na petição em que for


requerida, observado o disposto no art. 357.
Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o juiz mar-
cará desde logo, na presença das partes e testemunhas, dia e hora para seu
prosseguimento, do que se lavrará termo nos autos.

TÍTULO XI
DA APLICAÇÃO PROVISÓRIA DE INTERDIÇÕES
DE DIREITOS E MEDIDAS DE SEGURANÇA

Art. 373. A aplicação provisória de interdições de direitos poderá ser de-


terminada pelo juiz, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do
querelante, do assistente, do ofendido, ou de seu representante legal, ainda
que este não se tenha constituído como assistente:
I – durante a instrução criminal após a apresentação da defesa ou do pra-
zo concedido para esse fim;
II – na sentença de pronúncia;
III – na decisão confirmatória da pronúncia ou na que, em grau de recur-
so, pronunciar o réu;
IV – na sentença condenatória recorrível.
§ 1º No caso do no I, havendo requerimento de aplicação da medida, o réu
ou seu defensor será ouvido no prazo de 2 (dois) dias.
§ 2º Decretada a medida, serão feitas as comunicações necessárias para
a sua execução, na forma do disposto no Capítulo III do Título II do Livro IV.
Art. 374. Não caberá recurso do despacho ou da parte da sentença que
decretar ou denegar a aplicação provisória de interdições de direitos, mas
estas poderão ser substituídas ou revogadas:
I – se aplicadas no curso da instrução criminal, durante esta ou pelas sen-
tenças a que se referem os ns. II, III e IV do artigo anterior;

2355
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II – se aplicadas na sentença de pronúncia, pela decisão que, em grau de


recurso, a  confirmar, total ou parcialmente, ou pela sentença condenatória
recorrível;
III – se aplicadas na decisão a que se refere o no III do artigo anterior, pela
sentença condenatória recorrível.
Art. 375. O despacho que aplicar, provisoriamente, substituir ou revogar
interdição de direito, será fundamentado.
Art. 376. A decisão que impronunciar ou absolver o réu fará cessar a apli-
cação provisória da interdição anteriormente determinada.
Art. 377. Transitando em julgado a sentença condenatória, serão execu-
tadas somente as interdições nela aplicadas ou que derivarem da imposição
da pena principal.
Art. 378. A aplicação provisória de medida de segurança obedecerá ao
disposto nos artigos anteriores, com as modificações seguintes:
I – o juiz poderá aplicar, provisoriamente, a medida de segurança, de ofí-
cio, ou a requerimento do Ministério Público;
II – a aplicação poderá ser determinada ainda no curso do inquérito, me-
diante representação da autoridade policial;
III – a aplicação provisória de medida de segurança, a substituição ou a
revogação da anteriormente aplicada poderão ser determinadas, também, na
sentença absolutória;
IV – decretada a medida, atender-se-á ao disposto no Título V do Livro IV,
no que for aplicável.
Art. 379. Transitando em julgado a sentença, observar-se-á, quanto à
execução das medidas de segurança definitivamente aplicadas, o  disposto
no Título V do Livro IV.
Art. 380. A aplicação provisória de medida de segurança obstará a con-
cessão de fiança, e tornará sem efeito a anteriormente concedida.

2356
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TÍTULO XII
DA SENTENÇA

Art. 381. A sentença conterá:


I – os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessá-
rias para identificá-las;
II – a exposição sucinta da acusação e da defesa;
III – a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão;
IV – a indicação dos artigos de lei aplicados;
V – o dispositivo;
VI – a data e a assinatura do juiz.
Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao
juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambigui-
dade, contradição ou omissão.
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou
queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequ-
ência, tenha de aplicar pena mais grave. (Redação dada pela Lei n. 11.719,
de 2008).
§ 1º Se, em consequência de definição jurídica diversa, houver possibili-
dade de proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de
acordo com o disposto na lei. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão
encaminhados os autos. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova de-
finição jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de
elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Mi-
nistério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco)
dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação
pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente. (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.719, de 2008).

2357
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-


-se o art. 28 deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido
o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designará dia
e hora para continuação da audiência, com inquirição de testemunhas, novo
interrogatório do acusado, realização de debates e julgamento. (Incluído pela
Lei n. 11.719, de 2008).
§ 3º Aplicam-se as disposições dos §§ 1º e 2º do art. 383 ao caput deste
artigo. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 4º Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) teste-
munhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos
termos do aditamento. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 5º Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá. (Incluído pela Lei
n. 11.719, de 2008).
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença con-
denatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem
como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada.
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte disposi-
tiva, desde que reconheça:
I – estar provada a inexistência do fato;
II – não haver prova da existência do fato;
III – não constituir o fato infração penal;
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de
pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou
mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; (Redação dada pela
Lei n. 11.690, de 2008)

2358
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VII  – não existir prova suficiente para a condenação. (Incluído pela Lei
n. 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Na sentença absolutória, o juiz:
I – mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade;
II – ordenará a cessação das medidas cautelares e provisoriamente apli-
cadas; (Redação dada pela Lei n. 11.690, de 2008)
III – aplicará medida de segurança, se cabível.
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: (Vide Lei n. 11.719,
de 2008)
I  – mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes definidas
no Código Penal, e cuja existência reconhecer;
II – mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o mais que
deva ser levado em conta na aplicação da pena, de acordo com o disposto
nos arts. 59 e 60 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
Penal; (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
III – aplicará as penas de acordo com essas conclusões; (Redação dada
pela Lei n. 11.719, de 2008).
IV – fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infra-
ção, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; (Redação dada pela Lei
n. 11.719, de 2008).
V  – atenderá, quanto à aplicação provisória de interdições de direitos e
medidas de segurança, ao disposto no Título Xl deste Livro;
VI – determinará se a sentença deverá ser publicada na íntegra ou em
resumo e designará o jornal em que será feita a publicação (art. 73, § 1º, do
Código Penal).
§ 1º O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for
o caso, a imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem
prejuízo do conhecimento de apelação que vier a ser interposta. (Incluído
pela Lei n. 12.736, de 2012)

2359
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§ 2º O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de interna-


ção, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determinação
do regime inicial de pena privativa de liberdade. (Incluído pela Lei n. 12.736,
de 2012)
Art. 388. A sentença poderá ser datilografada e neste caso o juiz a rubri-
cará em todas as folhas.
Art. 389. A sentença será publicada em mão do escrivão, que lavrará nos
autos o respectivo termo, registrando-a em livro especialmente destinado a
esse fim.
Art. 390. O escrivão, dentro de três dias após a publicação, e sob pena
de suspensão de cinco dias, dará conhecimento da sentença ao órgão do Mi-
nistério Público.
Art. 391. O querelante ou o assistente será intimado da sentença, pesso-
almente ou na pessoa de seu advogado. Se nenhum deles for encontrado no
lugar da sede do juízo, a intimação será feita mediante edital com o prazo de
10 dias, afixado no lugar de costume.
Art. 392. A intimação da sentença será feita:
I – ao réu, pessoalmente, se estiver preso;
II – ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, quando se
livrar solto, ou, sendo afiançável a infração, tiver prestado fiança;
III – ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou não, a in-
fração, expedido o mandado de prisão, não tiver sido encontrado, e assim o
certificar o oficial de justiça;
IV – mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o defensor que houver
constituído não forem encontrados, e assim o certificar o oficial de justiça;
V – mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que o réu houver
constituído também não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;
VI – mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, não for
encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça.

2360
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º O prazo do edital será de 90 dias, se tiver sido imposta pena privativa de
liberdade por tempo igual ou superior a um ano, e de 60 dias, nos outros casos.
§ 2º O prazo para apelação correrá após o término do fixado no edital,
salvo se, no curso deste, for feita a intimação por qualquer das outras formas
estabelecidas neste artigo.
Art. 393. (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).

LIVRO II
DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE
TÍTULO I
DO PROCESSO COMUM
CAPÍTULO I
DA INSTRUÇÃO CRIMINAL

Art. 394. O procedimento será comum ou especial. (Redação dada pela


Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: (In-
cluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
I – ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada
for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; (Inclu-
ído pela Lei n. 11.719, de 2008).
II – sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada
seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; (Incluído pela
Lei n. 11.719, de 2008).
III – sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo,
na forma da lei. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo disposi-
ções em contrário deste Código ou de lei especial. (Incluído pela Lei n. 11.719,
de 2008).

2361
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento


observará as disposições estabelecidas nos arts. 406 a 497 deste Código. (In-
cluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 4º As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos
os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste
Código. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 5º Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário
e sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário. (Incluído pela Lei
n. 11.719, de 2008).
Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão
prioridade de tramitação em todas as instâncias. (Incluído pela Lei n. 13.285,
de 2016).
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada
pela Lei n. 11.719, de 2008).
I – for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
II – faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação
penal; ou (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
III – faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei
n. 11.719, de 2008).
Parágrafo único. (Revogado). (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou
queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a cita-
ção do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez)
dias. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa co-
meçará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor
constituído. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar
tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especi-
ficar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requeren-
do sua intimação, quando necessário. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).

2362
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a


112 deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado,
não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-
-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos,
deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verifi-
car: (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
I – a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; (Inclu-
ído pela Lei n. 11.719, de 2008).
II – a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agen-
te, salvo inimputabilidade; (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou (Incluído
pela Lei n. 11.719, de 2008).
IV – extinta a punibilidade do agente. (Incluído pela Lei n. 11.719, de
2008).
Art. 398. (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para
a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministé-
rio Público e, se for o caso, do querelante e do assistente. (Redação dada pela
Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º O acusado preso será requisitado para comparecer ao interrogatório,
devendo o poder público providenciar sua apresentação. (Incluído pela Lei
n. 11.719, de 2008).
§ 2º O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. (Incluído
pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no pra-
zo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do
ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defe-
sa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como

2363
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pes-


soas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. (Redação dada pela
Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz inde-
ferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. (Incluído
pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento
das partes. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas
arroladas pela acusação e 8 (oito) pela defesa. (Redação dada pela Lei
n. 11.719, de 2008).
§ 1º Nesse número não se compreendem as que não prestem compromis-
so e as referidas. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas
arroladas, ressalvado o disposto no art. 209 deste Código. (Incluído pela Lei
n. 11.719, de 2008).
Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público,
o querelante e o assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligên-
cias cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na ins-
trução. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido,
serão oferecidas alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectiva-
mente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), profe-
rindo o juiz, a seguir, sentença. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de
cada um será individual. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão
concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de
manifestação da defesa. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).

2364
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de


acusados, conceder às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para
a apresentação de memoriais. Nesse caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para
proferir a sentença. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 404. Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a
requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais.
(Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência determinada, as par-
tes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais,
por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença. (In-
cluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
rt. 405. Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, as-
sinado pelo juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes
nela ocorridos. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado,
indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gra-
vação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisu-
al, destinada a obter maior fidelidade das informações.  (Incluído pela Lei
n. 11.719, de 2008).
§ 2º No caso de registro por meio audiovisual, será encaminhado às par-
tes cópia do registro original, sem necessidade de transcrição. (Incluído pela
Lei n. 11.719, de 2008).

2365
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO II
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS PROCESSOS DA COMPETÊN-
CIA DO TRIBUNAL DO JÚRI
Seção I
Da Acusação e da Instrução Preliminar

Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do


acusado para responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º O prazo previsto no caput deste artigo será contado a partir do efe-
tivo cumprimento do mandado ou do comparecimento, em juízo, do acusado
ou de defensor constituído, no caso de citação inválida ou por edital. (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito),
na denúncia ou na queixa.
§ 3º Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo que
interesse a sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as
provas pretendidas e arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), qualifi-
cando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. (Incluído pela Lei
n. 11.689, de 2008)
Art. 407. As  exceções serão processadas em apartado, nos termos
dos arts. 95 a 112 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 408. Não apresentada a resposta no prazo legal, o juiz nomeará de-
fensor para oferecê-la em até 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério Público ou o
querelante sobre preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias. (Redação
dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

2366
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Art. 410. O juiz determinará a inquirição das testemunhas e a realiza-


ção das diligências requeridas pelas partes, no prazo máximo de 10 (dez)
dias. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 411. Na audiência de instrução, proceder-se-á à tomada de decla-
rações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela
acusação e pela defesa, nesta ordem, bem como aos esclarecimentos dos
peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogan-
do-se, em seguida, o acusado e procedendo-se o debate. (Redação dada pela
Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento e
de deferimento pelo juiz. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º As provas serão produzidas em uma só audiência, podendo o juiz in-
deferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. (Incluído
pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 3º Encerrada a instrução probatória, observar-se-á, se for o caso, o dis-
posto no art. 384 deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 4º As alegações serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente,
à acusação e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por
mais 10 (dez). (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 5º Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo previsto para a acusação
e a defesa de cada um deles será individual. (Incluído pela Lei n. 11.689,
de 2008)
§ 6º Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão
concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de
manifestação da defesa. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 7º Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível à prova fal-
tante, determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer.
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 8º A testemunha que comparecer será inquirida, independentemente da
suspensão da audiência, observada em qualquer caso a ordem estabelecida
no caput deste artigo. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

2367
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 9º Encerrados os debates, o juiz proferirá a sua decisão, ou o fará em 10


(dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos. (Incluído
pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 412. O procedimento será concluído no prazo máximo de 90 (noven-
ta) dias. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

Seção II
Da Pronúncia, da Impronúncia e da Absolvição Sumária
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se conven-


cido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria
ou de participação. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materia-
lidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de parti-
cipação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o
acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento
de pena. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para a con-
cessão ou manutenção da liberdade provisória. (Incluído pela Lei n. 11.689,
de 2008)
§ 3º O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação
ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente de-
cretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação
da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do
Livro I deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência
de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentada-
mente, impronunciará o acusado. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

2368
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá


ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova. (Incluído pela
Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado,
quando: (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
I – provada a inexistência do fato; (Redação dada pela Lei n. 11.689,
de 2008)
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
III – o fato não constituir infração penal; (Redação dada pela Lei n. 11.689,
de 2008)
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste ar-
tigo ao caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta for a
única tese defensiva. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária
caberá apelação. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 417. Se houver indícios de autoria ou de participação de outras pes-
soas não incluídas na acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o acu-
sado, determinará o retorno dos autos ao Ministério Público, por 15 (quinze)
dias, aplicável, no que couber, o art. 80 deste Código. (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante
da acusação, embora o acusado fique sujeito a pena mais grave. (Redação
dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação,
da existência de crime diverso dos referidos no § 1º do art. 74 deste Código e
não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

2369
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a outro juiz, à disposição


deste ficará o acusado preso. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia será feita: (Redação dada
pela Lei n. 11.689, de 2008)
I – pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao Ministério Públi-
co; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
II – ao defensor constituído, ao querelante e ao assistente do Ministério
Público, na forma do disposto no § 1º do art. 370 deste Código. (Incluído pela
Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Será intimado por edital o acusado solto que não for en-
contrado. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 421. Preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão encaminhados
ao juiz presidente do Tribunal do Júri. (Redação dada pela Lei n. 11.689,
de 2008)
§ 1º Ainda que preclusa a decisão de pronúncia, havendo circunstância
superveniente que altere a classificação do crime, o juiz ordenará a remessa
dos autos ao Ministério Público. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Em seguida, os autos serão conclusos ao juiz para decisão. (Incluído
pela Lei n. 11.689, de 2008)

Seção III
Da Preparação do Processo para Julgamento em Plenário
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determi-


nará a intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de
queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de
testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), opor-
tunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência. (Redação
dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

2370
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 423. Deliberando sobre os requerimentos de provas a serem produzi-


das ou exibidas no plenário do júri, e adotadas as providências devidas, o juiz
presidente: (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
I – ordenará as diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou
esclarecer fato que interesse ao julgamento da causa; (Incluído pela Lei
n. 11.689, de 2008)
II – fará relatório sucinto do processo, determinando sua inclusão em pau-
ta da reunião do Tribunal do Júri. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 424. Quando a lei local de organização judiciária não atribuir ao
presidente do Tribunal do Júri o preparo para julgamento, o juiz competen-
te remeter-lhe-á os autos do processo preparado até 5 (cinco) dias antes
do sorteio a que se refere o art. 433 deste Código. (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Deverão ser remetidos, também, os processos prepara-
dos até o encerramento da reunião, para a realização de julgamento. (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

Seção IV
Do Alistamento dos Jurados
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 425. Anualmente, serão alistados pelo presidente do Tribunal do Júri


de 800 (oitocentos) a 1.500 (um mil e quinhentos) jurados nas comarcas
de mais de 1.000.000 (um milhão) de habitantes, de 300 (trezentos) a 700
(setecentos) nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil) habitantes e de 80
(oitenta) a 400 (quatrocentos) nas comarcas de menor população. (Redação
dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Nas comarcas onde for necessário, poderá ser aumentado o número
de jurados e, ainda, organizada lista de suplentes, depositadas as cédulas em
urna especial, com as cautelas mencionadas na parte final do § 3º do art. 426
deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

2371
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º O juiz presidente requisitará às autoridades locais, associações de


classe e de bairro, entidades associativas e culturais, instituições de ensino
em geral, universidades, sindicatos, repartições públicas e outros núcleos co-
munitários a indicação de pessoas que reúnam as condições para exercer a
função de jurado. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 426. A lista geral dos jurados, com indicação das respectivas pro-
fissões, será publicada pela imprensa até o dia 10 de outubro de cada ano e
divulgada em editais afixados à porta do Tribunal do Júri. (Redação dada pela
Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º A lista poderá ser alterada, de ofício ou mediante reclamação de
qualquer do povo ao juiz presidente até o dia 10 de novembro, data de sua
publicação definitiva. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Juntamente com a lista, serão transcritos os arts. 436 a 446 deste
Código. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 3º Os nomes e endereços dos alistados, em cartões iguais, após serem
verificados na presença do Ministério Público, de advogado indicado pela Se-
ção local da Ordem dos Advogados do Brasil e de defensor indicado pelas De-
fensorias Públicas competentes, permanecerão guardados em urna fechada a
chave, sob a responsabilidade do juiz presidente. (Incluído pela Lei n. 11.689,
de 2008)
§ 4º O jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença nos 12 (doze)
meses que antecederem à publicação da lista geral fica dela excluído. (Inclu-
ído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 5º Anualmente, a lista geral de jurados será, obrigatoriamente, comple-
tada. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

2372
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Seção V
Do Desaforamento
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida


sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribu-
nal, a requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do
acusado ou mediante representação do juiz competente, poderá determinar
o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde
não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas. (Redação dada
pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º O pedido de desaforamento será distribuído imediatamente e terá
preferência de julgamento na Câmara ou Turma competente. (Incluído pela
Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poderá determinar,
fundamentadamente, a suspensão do julgamento pelo júri. (Incluído pela Lei
n. 11.689, de 2008)
§ 3º Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não tiver sido por ele
solicitada. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 4º Na pendência de recurso contra a decisão de pronúncia ou quando
efetivado o julgamento, não se admitirá o pedido de desaforamento, salvo,
nesta última hipótese, quanto a fato ocorrido durante ou após a realização de
julgamento anulado. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 428. O desaforamento também poderá ser determinado, em razão
do comprovado excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte con-
trária, se o julgamento não puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses,
contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia. (Redação dada pela
Lei n. 11.689, de 2008)

2373
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Para a contagem do prazo referido neste artigo, não se computará o


tempo de adiamentos, diligências ou incidentes de interesse da defesa. (In-
cluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Não havendo excesso de serviço ou existência de processos aguar-
dando julgamento em quantidade que ultrapasse a possibilidade de aprecia-
ção pelo Tribunal do Júri, nas reuniões periódicas previstas para o exercício,
o acusado poderá requerer ao Tribunal que determine a imediata realização
do julgamento. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Seção VI
Da Organização da Pauta
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 429. Salvo motivo relevante que autorize alteração na ordem dos


julgamentos, terão preferência: (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
I – os acusados presos; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
II – dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há mais tempo na
prisão; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
III – em igualdade de condições, os precedentemente pronunciados. (In-
cluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Antes do dia designado para o primeiro julgamento da reunião perió-
dica, será afixada na porta do edifício do Tribunal do Júri a lista dos processos
a serem julgados, obedecida a ordem prevista no caput deste artigo. (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º O juiz presidente reservará datas na mesma reunião periódica para a
inclusão de processo que tiver o julgamento adiado. (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
Art. 430. O assistente somente será admitido se tiver requerido sua ha-
bilitação até 5 (cinco) dias antes da data da sessão na qual pretenda atuar.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

2374
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 431. Estando o processo em ordem, o juiz presidente mandará in-


timar as partes, o ofendido, se for possível, as testemunhas e os peritos,
quando houver requerimento, para a sessão de instrução e julgamento, ob-
servando, no que couber, o disposto no art. 420 deste Código. (Redação dada
pela Lei n. 11.689, de 2008)

Seção VII
Do Sorteio e da Convocação dos Jurados
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 432. Em seguida à organização da pauta, o juiz presidente determi-


nará a intimação do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e
da Defensoria Pública para acompanharem, em dia e hora designados, o sor-
teio dos jurados que atuarão na reunião periódica. (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
Art. 433. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á a portas abertas, ca-
bendo-lhe retirar as cédulas até completar o número de 25 (vinte e cinco)
jurados, para a reunião periódica ou extraordinária. (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
§ 1º O sorteio será realizado entre o 15º (décimo quinto) e o 10º (déci-
mo) dia útil antecedente à instalação da reunião. (Incluído pela Lei n. 11.689,
de 2008)
§ 2º A audiência de sorteio não será adiada pelo não comparecimento das
partes. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 3º O jurado não sorteado poderá ter o seu nome novamente incluído
para as reuniões futuras. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 434. Os jurados sorteados serão convocados pelo correio ou por
qualquer outro meio hábil para comparecer no dia e hora designados para a
reunião, sob as penas da lei. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

2375
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. No mesmo expediente de convocação serão transcritos


os arts. 436 a 446 deste Código. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 435. Serão afixados na porta do edifício do Tribunal do Júri a relação
dos jurados convocados, os nomes do acusado e dos procuradores das par-
tes, além do dia, hora e local das sessões de instrução e julgamento. (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

Seção VIII
Da Função do Jurado
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 436. O serviço do júri é obrigatório. O alistamento compreenderá os


cidadãos maiores de 18 (dezoito) anos de notória idoneidade. (Redação dada
pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Nenhum cidadão poderá ser excluído dos trabalhos do júri ou dei-
xar de ser alistado em razão de cor ou etnia, raça, credo, sexo, profissão,
classe social ou econômica, origem ou grau de instrução. (Incluído pela Lei
n. 11.689, de 2008)
§ 2º A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará multa no valor de 1
(um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a condição
econômica do jurado. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 437. Estão isentos do serviço do júri: (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
I – o Presidente da República e os Ministros de Estado; (Incluído pela Lei
n. 11.689, de 2008)
II – os Governadores e seus respectivos Secretários; (Incluído pela Lei
n. 11.689, de 2008)
III – os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e
das Câmaras Distrital e Municipais; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
IV – os Prefeitos Municipais; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

2376
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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V – os Magistrados e membros do Ministério Público e da Defensoria Públi-


ca; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
VI – os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defenso-
ria Pública; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
VII – as autoridades e os servidores da polícia e da segurança pública;
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
VIII – os militares em serviço ativo; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua dispen-
sa; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
X – aqueles que o requererem, demonstrando justo impedimento. (Inclu-
ído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa, filo-
sófica ou política importará no dever de prestar serviço alternativo, sob pena
de suspensão dos direitos políticos, enquanto não prestar o serviço imposto.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Entende-se por serviço alternativo o exercício de atividades de ca-
ráter administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, no Poder
Judiciário, na Defensoria Pública, no Ministério Público ou em entidade conve-
niada para esses fins. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º O juiz fixará o serviço alternativo atendendo aos princípios da propor-
cionalidade e da razoabilidade. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado constituirá serviço pú-
blico relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral. (Redação dada
pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 440. Constitui também direito do jurado, na condição do art. 439
deste Código, preferência, em igualdade de condições, nas licitações públicas
e no provimento, mediante concurso, de cargo ou função pública, bem como
nos casos de promoção funcional ou remoção voluntária. (Redação dada pela
Lei n. 11.689, de 2008)

2377
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 441. Nenhum desconto será feito nos vencimentos ou salário do


jurado sorteado que comparecer à sessão do júri. (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
Art. 442. Ao jurado que, sem causa legítima, deixar de comparecer no dia
marcado para a sessão ou retirar-se antes de ser dispensado pelo presidente será
aplicada multa de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do juiz, de acordo
com a sua condição econômica. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 443. Somente será aceita escusa fundada em motivo relevante devi-
damente comprovado e apresentada, ressalvadas as hipóteses de força maior,
até o momento da chamada dos jurados. (Redação dada pela Lei n. 11.689,
de 2008)
Art. 444. O jurado somente será dispensado por decisão motivada do
juiz presidente, consignada na ata dos trabalhos. (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
Art. 445. O jurado, no exercício da função ou a pretexto de exercê-la,
será responsável criminalmente nos mesmos termos em que o são os juízes
togados. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 446. Aos suplentes, quando convocados, serão aplicáveis os dispo-
sitivos referentes às dispensas, faltas e escusas e à equiparação de respon-
sabilidade penal prevista no art. 445 deste Código. (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)

Seção IX
Da Composição do Tribunal do Júri e da Formação do Conselho de
Sentença
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, seu pre-
sidente e por 25 (vinte e cinco) jurados que serão sorteados dentre os alista-
dos, 7 (sete) dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão
de julgamento. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

2378
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Art. 448. São impedidos de servir no mesmo Conselho: (Redação dada


pela Lei n. 11.689, de 2008)
I – marido e mulher; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
II – ascendente e descendente; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
III – sogro e genro ou nora; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
IV – irmãos e cunhados, durante o cunhadio; (Incluído pela Lei n. 11.689,
de 2008)
V – tio e sobrinho; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
VI – padrasto, madrasta ou enteado. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º O mesmo impedimento ocorrerá em relação às pessoas que man-
tenham união estável reconhecida como entidade familiar. (Incluído pela Lei
n. 11.689, de 2008)
§ 2º Aplicar-se-á aos jurados o disposto sobre os impedimentos, a suspei-
ção e as incompatibilidades dos juízes togados. (Incluído pela Lei n. 11.689,
de 2008)
Art. 449. Não poderá servir o jurado que: (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
I – tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, indepen-
dentemente da causa determinante do julgamento posterior; (Incluído pela
Lei n. 11.689, de 2008)
II – no caso do concurso de pessoas, houver integrado o Conselho de
Sentença que julgou o outro acusado; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
III – tiver manifestado prévia disposição para condenar ou absolver o acu-
sado. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 450. Dos impedidos entre si por parentesco ou relação de convivên-
cia, servirá o que houver sido sorteado em primeiro lugar. (Redação dada pela
Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 451. Os jurados excluídos por impedimento, suspeição ou incompati-
bilidade serão considerados para a constituição do número legal exigível para
a realização da sessão. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

2379
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Art. 452. O mesmo Conselho de Sentença poderá conhecer de mais de


um processo, no mesmo dia, se as partes o aceitarem, hipótese em que
seus integrantes deverão prestar novo compromisso. (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)

Seção X
Da reunião e das sessões do Tribunal do Júri
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 453. O  Tribunal do Júri reunir-se-á para as sessões de instrução e


julgamento nos períodos e na forma estabelecida pela lei local de organização
judiciária. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 454. Até o momento de abertura dos trabalhos da sessão, o juiz
presidente decidirá os casos de isenção e dispensa de jurados e o pedido de
adiamento de julgamento, mandando consignar em ata as deliberações. (Re-
dação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 455. Se o Ministério Público não comparecer, o juiz presidente adiará
o julgamento para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião, cientifica-
das as partes e as testemunhas. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Se a ausência não for justificada, o fato será imediata-
mente comunicado ao Procurador-Geral de Justiça com a data designada para
a nova sessão. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 456. Se a falta, sem escusa legítima, for do advogado do acusado,
e se outro não for por este constituído, o fato será imediatamente comunica-
do ao presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, com a data
designada para a nova sessão. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Não havendo escusa legítima, o julgamento será adiado somente
uma vez, devendo o acusado ser julgado quando chamado novamente. (In-
cluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

2380
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§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, o juiz intimará a Defensoria Pública


para o novo julgamento, que será adiado para o primeiro dia desimpedido,
observado o prazo mínimo de 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei n. 11.689,
de 2008)
Art. 457. O julgamento não será adiado pelo não comparecimento do
acusado solto, do assistente ou do advogado do querelante, que tiver sido
regularmente intimado. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Os pedidos de adiamento e as justificações de não comparecimento
deverão ser, salvo comprovado motivo de força maior, previamente subme-
tidos à apreciação do juiz presidente do Tribunal do Júri. (Incluído pela Lei
n. 11.689, de 2008)
§ 2º Se o acusado preso não for conduzido, o julgamento será adiado para
o primeiro dia desimpedido da mesma reunião, salvo se houver pedido de
dispensa de comparecimento subscrito por ele e seu defensor. (Incluído pela
Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 458. Se a testemunha, sem justa causa, deixar de comparecer, o juiz
presidente, sem prejuízo da ação penal pela desobediência, aplicar-lhe-á a
multa prevista no § 2º do art. 436 deste Código. (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
Art. 459. Aplicar-se-á às testemunhas a serviço do Tribunal do Júri o dis-
posto no art. 441 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 460. Antes de constituído o Conselho de Sentença, as testemunhas
serão recolhidas a lugar onde umas não possam ouvir os depoimentos das
outras. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 461. O julgamento não será adiado se a testemunha deixar de com-
parecer, salvo se uma das partes tiver requerido a sua intimação por man-
dado, na oportunidade de que trata o art. 422 deste Código, declarando não
prescindir do depoimento e indicando a sua localização. (Redação dada pela
Lei n. 11.689, de 2008)

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§ 1º Se, intimada, a testemunha não comparecer, o juiz presidente sus-


penderá os trabalhos e mandará conduzi-la ou adiará o julgamento para
o primeiro dia desimpedido, ordenando a sua condução. (Incluído pela Lei
n. 11.689, de 2008)
§ 2º O julgamento será realizado mesmo na hipótese de a testemunha
não ser encontrada no local indicado, se assim for certificado por oficial de
justiça. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 462. Realizadas as diligências referidas nos arts. 454 a 461 deste
Código, o juiz presidente verificará se a urna contém as cédulas dos 25 (vin-
te e cinco) jurados sorteados, mandando que o escrivão proceda à chamada
deles. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 463. Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze) jurados, o juiz pre-
sidente declarará instalados os trabalhos, anunciando o processo que será
submetido a julgamento. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º O oficial de justiça fará o pregão, certificando a diligência nos autos.
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição serão computados
para a constituição do número legal. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 464. Não havendo o número referido no art. 463 deste Código, proce-
der-se-á ao sorteio de tantos suplentes quantos necessários, e designar-se-á
nova data para a sessão do júri. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 465. Os nomes dos suplentes serão consignados em ata, remetendo-
-se o expediente de convocação, com observância do disposto nos arts. 434
e 435 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 466. Antes do sorteio dos membros do Conselho de Sentença, o juiz
presidente esclarecerá sobre os impedimentos, a suspeição e as incompatibi-
lidades constantes dos arts. 448 e 449 deste Código. (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
§ 1º O juiz presidente também advertirá os jurados de que, uma vez sor-
teados, não poderão comunicar-se entre si e com outrem, nem manifestar

2382
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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sua opinião sobre o processo, sob pena de exclusão do Conselho e multa, na


forma do § 2º do art. 436 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 11.689,
de 2008)
§ 2º A incomunicabilidade será certificada nos autos pelo oficial de justiça.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 467. Verificando que se encontram na urna as cédulas relativas aos
jurados presentes, o juiz presidente sorteará 7 (sete) dentre eles para a for-
mação do Conselho de Sentença. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 468. À medida que as cédulas forem sendo retiradas da urna, o juiz
presidente as lerá, e a defesa e, depois dela, o Ministério Público poderão
recusar os jurados sorteados, até 3 (três) cada parte, sem motivar a recusa.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. O jurado recusado imotivadamente por qualquer das par-
tes será excluído daquela sessão de instrução e julgamento, prosseguindo-se
o sorteio para a composição do Conselho de Sentença com os jurados rema-
nescentes. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 469. Se forem 2 (dois) ou mais os acusados, as recusas poderão ser
feitas por um só defensor. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º A separação dos julgamentos somente ocorrerá se, em razão das
recusas, não for obtido o número mínimo de 7 (sete) jurados para compor o
Conselho de Sentença. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Determinada a separação dos julgamentos, será julgado em primeiro
lugar o acusado a quem foi atribuída a autoria do fato ou, em caso de coau-
toria, aplicar-se-á o critério de preferência disposto no art. 429 deste Código.
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 470. Desacolhida a arguição de impedimento, de suspeição ou de in-
compatibilidade contra o juiz presidente do Tribunal do Júri, órgão do Ministé-
rio Público, jurado ou qualquer funcionário, o julgamento não será suspenso,
devendo, entretanto, constar da ata o seu fundamento e a decisão. (Redação
dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

2383
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 471. Se, em consequência do impedimento, suspeição, incompatibili-


dade, dispensa ou recusa, não houver número para a formação do Conselho,
o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido, após sorteados os
suplentes, com observância do disposto no art. 464 deste Código. (Redação
dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 472. Formado o Conselho de Sentença, o presidente, levantando-se,
e, com ele, todos os presentes, fará aos jurados a seguinte exortação: (Re-
dação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e
a proferir a vossa decisão de acordo com a vossa consciência e os ditames da
justiça.
Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente, responderão:
Assim o prometo.
Parágrafo único. O jurado, em seguida, receberá cópias da pronúncia ou,
se for o caso, das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação e
do relatório do processo. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Seção XI
Da Instrução em Plenário
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 473. Prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução


plenária quando o juiz presidente, o Ministério Público, o assistente, o que-
relante e o defensor do acusado tomarão, sucessiva e diretamente, as decla-
rações do ofendido, se possível, e inquirirão as testemunhas arroladas pela
acusação. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Para a inquirição das testemunhas arroladas pela defesa, o defensor
do acusado formulará as perguntas antes do Ministério Público e do assis-
tente, mantidos no mais a ordem e os critérios estabelecidos neste artigo.
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

2384
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º Os jurados poderão formular perguntas ao ofendido e às testemu-


nhas, por intermédio do juiz presidente. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 3º As partes e os jurados poderão requerer acareações, reconhecimen-
to de pessoas e coisas e esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de
peças que se refiram, exclusivamente, às provas colhidas por carta precató-
ria e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis. (Incluído pela Lei
n. 11.689, de 2008)
Art. 474. A seguir será o acusado interrogado, se estiver presente, na
forma estabelecida no Capítulo III do Título VII do Livro I deste Código, com
as alterações introduzidas nesta Seção. (Redação dada pela Lei n. 11.689,
de 2008)
§ 1º O Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor, nes-
sa ordem, poderão formular, diretamente, perguntas ao acusado. (Redação
dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Os jurados formularão perguntas por intermédio do juiz presiden-
te. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 3º Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período
em que permanecer no plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à
ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da integri-
dade física dos presentes. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 475. O registro dos depoimentos e do interrogatório será feito pelos
meios ou recursos de gravação magnética, eletrônica, estenotipia ou técnica
similar, destinada a obter maior fidelidade e celeridade na colheita da prova.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. A transcrição do registro, após feita a degravação, cons-
tará dos autos. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

2385
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Seção XII
Dos Debates
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 476. Encerrada a instrução, será concedida a palavra ao Ministé-


rio Público, que fará a acusação, nos limites da pronúncia ou das decisões
posteriores que julgaram admissível a acusação, sustentando, se for o caso,
a existência de circunstância agravante. (Redação dada pela Lei n. 11.689,
de 2008)
§ 1º O assistente falará depois do Ministério Público. (Incluído pela Lei
n. 11.689, de 2008)
§ 2º Tratando-se de ação penal de iniciativa privada, falará em primeiro
lugar o querelante e, em seguida, o Ministério Público, salvo se este houver
retomado a titularidade da ação, na forma do art. 29 deste Código. (Incluído
pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 3º Finda a acusação, terá a palavra a defesa. (Incluído pela Lei n. 11.689,
de 2008)
§ 4º A acusação poderá replicar e a defesa treplicar, sendo admitida a rein-
quirição de testemunha já ouvida em plenário. (Incluído pela Lei n. 11.689,
de 2008)
Art. 477. O tempo destinado à acusação e à defesa será de uma hora e
meia para cada, e de uma hora para a réplica e outro tanto para a tréplica.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor, combinarão
entre si a distribuição do tempo, que, na falta de acordo, será dividido pelo
juiz presidente, de forma a não exceder o determinado neste artigo. (Incluído
pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo para a acusação e a de-
fesa será acrescido de 1 (uma) hora e elevado ao dobro o da réplica e da tré-
plica, observado o disposto no § 1º deste artigo. (Incluído pela Lei n. 11.689,
de 2008)

2386
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Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulida-


de, fazer referências: (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admis-
sível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento
de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado; (Incluído pela Lei
n. 11.689, de 2008)
II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de
requerimento, em seu prejuízo. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de docu-
mento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a
antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Compreende-se na proibição deste artigo a leitura de
jornais ou qualquer outro escrito, bem como a exibição de vídeos, gravações,
fotografias, laudos, quadros, croqui ou qualquer outro meio assemelhado,
cujo conteúdo versar sobre a matéria de fato submetida à apreciação e julga-
mento dos jurados. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 480. A acusação, a defesa e os jurados poderão, a qualquer momen-
to e por intermédio do juiz presidente, pedir ao orador que indique a folha dos
autos onde se encontra a peça por ele lida ou citada, facultando-se, ainda,
aos jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o esclarecimento de fato por ele
alegado. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Concluídos os debates, o presidente indagará dos jurados se estão
habilitados a julgar ou se necessitam de outros esclarecimentos. (Incluído
pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Se houver dúvida sobre questão de fato, o presidente prestará escla-
recimentos à vista dos autos. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 3º Os jurados, nesta fase do procedimento, terão acesso aos autos e
aos instrumentos do crime se solicitarem ao juiz presidente. (Incluído pela Lei
n. 11.689, de 2008)

2387
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 481. Se a verificação de qualquer fato, reconhecida como essencial


para o julgamento da causa, não puder ser realizada imediatamente, o juiz
presidente dissolverá o Conselho, ordenando a realização das diligências en-
tendidas necessárias. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Se a diligência consistir na produção de prova pericial,
o juiz presidente, desde logo, nomeará perito e formulará quesitos, facultan-
do às partes também formulá-los e indicar assistentes técnicos, no prazo de
5 (cinco) dias. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

Seção XIII
Do Questionário e sua Votação
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 482. O Conselho de Sentença será questionado sobre matéria de


fato e se o acusado deve ser absolvido. (Redação dada pela Lei n. 11.689,
de 2008)
Parágrafo único. Os quesitos serão redigidos em proposições afirmativas,
simples e distintas, de modo que cada um deles possa ser respondido com su-
ficiente clareza e necessária precisão. Na sua elaboração, o presidente levará
em conta os termos da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram
admissível a acusação, do interrogatório e das alegações das partes. (Incluído
pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 483. Os quesitos serão formulados na seguinte ordem, indagando
sobre: (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
I – a materialidade do fato; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
II – a autoria ou participação; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
III – se o acusado deve ser absolvido; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
IV – se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa; (Incluído
pela Lei n. 11.689, de 2008)

2388
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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V – se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena re-


conhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível
a acusação. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º A resposta negativa, de mais de 3 (três) jurados, a qualquer dos
quesitos referidos nos incisos I e II do caput deste artigo encerra a votação e
implica a absolvição do acusado. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Respondidos afirmativamente por mais de 3 (três) jurados os quesi-
tos relativos aos incisos I e II do caput deste artigo será formulado quesito
com a seguinte redação: (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
O jurado absolve o acusado?
§ 3º Decidindo os jurados pela condenação, o julgamento prossegue, de-
vendo ser formulados quesitos sobre: (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
I – causa de diminuição de pena alegada pela defesa; (Incluído pela Lei
n. 11.689, de 2008)
II – circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena, reconheci-
das na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acu-
sação. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 4º Sustentada a desclassificação da infração para outra de competência
do juiz singular, será formulado quesito a respeito, para ser respondido após
o 2º (segundo) ou 3º (terceiro) quesito, conforme o caso. (Incluído pela Lei
n. 11.689, de 2008)
§ 5º Sustentada a tese de ocorrência do crime na sua forma tentada ou
havendo divergência sobre a tipificação do delito, sendo este da competência
do Tribunal do Júri, o juiz formulará quesito acerca destas questões, para ser
respondido após o segundo quesito. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 6º Havendo mais de um crime ou mais de um acusado, os quesitos serão
formulados em séries distintas. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 484. A seguir, o presidente lerá os quesitos e indagará das partes se
têm requerimento ou reclamação a fazer, devendo qualquer deles, bem como
a decisão, constar da ata. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

2389
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Ainda em plenário, o juiz presidente explicará aos jurados


o significado de cada quesito. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 485. Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os ju-
rados, o Ministério Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado,
o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser pro-
cedida a votação. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Na falta de sala especial, o juiz presidente determinará que o público
se retire, permanecendo somente as pessoas mencionadas no caput  deste
artigo. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º O juiz presidente advertirá as partes de que não será permitida qual-
quer intervenção que possa perturbar a livre manifestação do Conselho e
fará retirar da sala quem se portar inconvenientemente. (Incluído pela Lei
n. 11.689, de 2008)
Art. 486. Antes de proceder-se à votação de cada quesito, o juiz presi-
dente mandará distribuir aos jurados pequenas cédulas, feitas de papel opaco
e facilmente dobráveis, contendo 7 (sete) delas a palavra sim, 7 (sete) a pa-
lavra não. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 487. Para assegurar o sigilo do voto, o oficial de justiça recolherá em
urnas separadas as cédulas correspondentes aos votos e as não utilizadas.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 488. Após a resposta, verificados os votos e as cédulas não utiliza-
das, o presidente determinará que o escrivão registre no termo a votação de
cada quesito, bem como o resultado do julgamento. (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Do termo também constará a conferência das cédulas
não utilizadas. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 489. As decisões do Tribunal do Júri serão tomadas por maioria de
votos. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 490. Se a resposta a qualquer dos quesitos estiver em contradição
com outra ou outras já dadas, o presidente, explicando aos jurados em que

2390
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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consiste a contradição, submeterá novamente à votação os quesitos a que se


referirem tais respostas. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Parágrafo único. Se, pela resposta dada a um dos quesitos, o presidente
verificar que ficam prejudicados os seguintes, assim o declarará, dando por
finda a votação. (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 491. Encerrada a votação, será o termo a que se refere o art. 488
deste Código assinado pelo presidente, pelos jurados e pelas partes. (Reda-
ção dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

Seção XIV
Da sentença
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença que: (Redação


dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
I – no caso de condenação: (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
a) fixará a pena-base; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
b) considerará as circunstâncias agravantes ou atenuantes alegadas nos
debates; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em atenção às causas
admitidas pelo júri; (Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)
d) observará as demais disposições do  art.  387 deste Código; (Incluído
pela Lei n. 11.689, de 2008)
e) mandará o acusado recolher-se ou recomenda-lo-á à prisão em que se
encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva; (Incluído pela Lei
n. 11.689, de 2008)
f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da condenação; (Incluído
pela Lei n. 11.689, de 2008)
II – no caso de absolvição: (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

2391
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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a) mandará colocar em liberdade o acusado se por outro motivo não esti-


ver preso; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
b) revogará as medidas restritivas provisoriamente decretadas; (Redação
dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
c) imporá, se for o caso, a medida de segurança cabível. (Redação dada
pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 1º Se houver desclassificação da infração para outra, de competência
do juiz singular, ao presidente do Tribunal do Júri caberá proferir sentença
em seguida, aplicando-se, quando o delito resultante da nova tipificação for
considerado pela lei como infração penal de menor potencial ofensivo, o dis-
posto nos arts. 69 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
§ 2º Em caso de desclassificação, o  crime conexo que não seja doloso
contra a vida será julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, aplicando-
-se, no que couber, o disposto no § 1º deste artigo. (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
Art. 493. A sentença será lida em plenário pelo presidente antes de encer-
rada a sessão de instrução e julgamento. (Redação dada pela Lei n. 11.689,
de 2008)

Seção XV
Da Ata dos Trabalhos
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 494. De cada sessão de julgamento o escrivão lavrará ata, assinada


pelo presidente e pelas partes. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 495. A ata descreverá fielmente todas as ocorrências, mencionando
obrigatoriamente: (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
I – a data e a hora da instalação dos trabalhos; (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)

2392
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – o magistrado que presidiu a sessão e os jurados presentes; (Redação


dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
III – os jurados que deixaram de comparecer, com escusa ou sem ela, e as
sanções aplicadas; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
IV – o ofício ou requerimento de isenção ou dispensa; (Redação dada pela
Lei n. 11.689, de 2008)
V – o sorteio dos jurados suplentes; (Redação dada pela Lei n. 11.689,
de 2008)
VI – o adiamento da sessão, se houver ocorrido, com a indicação do mo-
tivo; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
VII – a abertura da sessão e a presença do Ministério Público, do quere-
lante e do assistente, se houver, e a do defensor do acusado; (Redação dada
pela Lei n. 11.689, de 2008)
VIII – o pregão e a sanção imposta, no caso de não comparecimento; (Re-
dação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
IX – as testemunhas dispensadas de depor; (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
X – o recolhimento das testemunhas a lugar de onde umas não pudessem
ouvir o depoimento das outras; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
XI – a verificação das cédulas pelo juiz presidente; (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
XII – a formação do Conselho de Sentença, com o registro dos nomes dos
jurados sorteados e recusas; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
XIII – o compromisso e o interrogatório, com simples referência ao termo;
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
XIV – os debates e as alegações das partes com os respectivos fundamen-
tos; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
XV – os incidentes; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
XVI – o julgamento da causa; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

2393
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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XVII – a publicidade dos atos da instrução plenária, das diligências e da


sentença. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
Art. 496. A falta da ata sujeitará o responsável a sanções administrativa
e penal. (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)

Seção XVI
Das Atribuições do Presidente do Tribunal do Júri
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 497. São atribuições do juiz presidente do Tribunal do Júri, além


de outras expressamente referidas neste Código: (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
I  – regular a polícia das sessões e prender os desobedientes; (Redação
dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
II – requisitar o auxílio da força pública, que ficará sob sua exclusiva au-
toridade; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
III – dirigir os debates, intervindo em caso de abuso, excesso de lingua-
gem ou mediante requerimento de uma das partes; (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
IV – resolver as questões incidentes que não dependam de pronunciamen-
to do júri; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
V – nomear defensor ao acusado, quando considerá-lo indefeso, poden-
do, neste caso, dissolver o Conselho e designar novo dia para o julgamento,
com a nomeação ou a constituição de novo defensor; (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)
VI – mandar retirar da sala o acusado que dificultar a realização do jul-
gamento, o qual prosseguirá sem a sua presença; (Redação dada pela Lei
n. 11.689, de 2008)

2394
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VII – suspender a sessão pelo tempo indispensável à realização das dili-


gências requeridas ou entendidas necessárias, mantida a incomunicabilidade
dos jurados; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
VIII – interromper a sessão por tempo razoável, para proferir sentença
e para repouso ou refeição dos jurados; (Redação dada pela Lei n. 11.689,
de 2008)
IX – decidir, de ofício, ouvidos o Ministério Público e a defesa, ou a reque-
rimento de qualquer destes, a arguição de extinção de punibilidade; (Redação
dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
X  – resolver as questões de direito suscitadas no curso do julgamento;
(Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
XI – determinar, de ofício ou a requerimento das partes ou de qualquer ju-
rado, as diligências destinadas a sanar nulidade ou a suprir falta que prejudi-
que o esclarecimento da verdade; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
XII – regulamentar, durante os debates, a intervenção de uma das partes,
quando a outra estiver com a palavra, podendo conceder até 3 (três) minu-
tos para cada aparte requerido, que serão acrescidos ao tempo desta última.
(Incluído pela Lei n. 11.689, de 2008)

CAPÍTULO III
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS
CRIMES DA COMPETÊNCIA DO JUIZ SINGULAR

Art. 498. (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).


Art. 499. (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 500. (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 501. (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 502. (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).

2395
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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TÍTULO II
DOS PROCESSOS ESPECIAIS
CAPÍTULO I
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES DE FALÊNCIA

Art. 503. (Revogado pela Lei n. 11.101, de 2005)


Art. 504. (Revogado pela Lei n. 11.101, de 2005)
Art. 505. (Revogado pela Lei n. 11.101, de 2005)
Art. 506. (Revogado pela Lei n. 11.101, de 2005)
Art. 507. (Revogado pela Lei n. 11.101, de 2005)
Art. 508. (Revogado pela Lei n. 11.101, de 2005)
Art. 509. (Revogado pela Lei n. 11.101, de 2005)
Art. 510. (Revogado pela Lei n. 11.101, de 2005)
Art. 511. (Revogado pela Lei n. 11.101, de 2005)
Art. 512. (Revogado pela Lei n. 11.101, de 2005)

CAPÍTULO II
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES
DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo


processo e julgamento competirão aos juízes de direito, a queixa ou a de-
núncia será instruída com documentos ou justificação que façam presumir a
existência do delito ou com declaração fundamentada da impossibilidade de
apresentação de qualquer dessas provas.
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devi-
da forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para
responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do acusado, ou este se
achar fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá
apresentar a resposta preliminar.

2396
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 515. No caso previsto no artigo anterior, durante o prazo concedido


para a resposta, os autos permanecerão em cartório, onde poderão ser exa-
minados pelo acusado ou por seu defensor.
Parágrafo único. A resposta poderá ser instruída com documentos e justi-
ficações.
Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamen-
tado, se convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexis-
tência do crime ou da improcedência da ação.
Art. 517. Recebida a denúncia ou a queixa, será o acusado citado, na for-
ma estabelecida no Capítulo I do Título X do Livro I.
Art. 518. Na instrução criminal e nos demais termos do processo, obser-
var-se-á o disposto nos Capítulos I e III, Título I, deste Livro.

CAPÍTULO III
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES
DE CALÚNIA E INJÚRIA, DE COMPETÊNCIA DO JUIZ SINGULAR

Art. 519. No processo por crime de calúnia ou injúria, para o qual não haja
outra forma estabelecida em lei especial, observar-se-á o disposto nos Capí-
tulos I e III, Titulo I, deste Livro, com as modificações constantes dos artigos
seguintes.
Art. 520. Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às partes oportuni-
dade para se reconciliarem, fazendo-as comparecer em juízo e ouvindo-as,
separadamente, sem a presença dos seus advogados, não se lavrando termo.
Art. 521. Se depois de ouvir o querelante e o querelado, o juiz achar pro-
vável a reconciliação, promoverá entendimento entre eles, na sua presença.
Art. 522. No caso de reconciliação, depois de assinado pelo querelante o
termo da desistência, a queixa será arquivada.
Art. 523. Quando for oferecida a exceção da verdade ou da notoriedade
do fato imputado, o querelante poderá contestar a exceção no prazo de dois

2397
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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dias, podendo ser inquiridas as testemunhas arroladas na queixa, ou outras


indicadas naquele prazo, em substituição às primeiras, ou para completar o
máximo legal.

CAPÍTULO IV
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES
CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL

Art. 524. No processo e julgamento dos crimes contra a propriedade ima-


terial, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III do Título I deste Livro,
com as modificações constantes dos artigos seguintes.
Art. 525. No caso de haver o crime deixado vestígio, a queixa ou a denún-
cia não será recebida se não for instruída com o exame pericial dos objetos
que constituam o corpo de delito.
Art. 526. Sem a prova de direito à ação, não será recebida a queixa, nem
ordenada qualquer diligência preliminarmente requerida pelo ofendido.
Art. 527. A diligência de busca ou de apreensão será realizada por dois
peritos nomeados pelo juiz, que verificarão a existência de fundamento para
a apreensão, e quer esta se realize, quer não, o laudo pericial será apresen-
tado dentro de 3 (três) dias após o encerramento da diligência.
Parágrafo único. O requerente da diligência poderá impugnar o laudo con-
trário à apreensão, e o juiz ordenará que esta se efetue, se reconhecer a im-
procedência das razões aduzidas pelos peritos.
Art. 528. Encerradas as diligências, os autos serão conclusos ao juiz para
homologação do laudo.
Art. 529. Nos crimes de ação privativa do ofendido, não será admitida
queixa com fundamento em apreensão e em perícia, se decorrido o prazo de
30 dias, após a homologação do laudo.

2398
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Parágrafo único. Será dada vista ao Ministério Público dos autos de busca
e apreensão requeridas pelo ofendido, se o crime for de ação pública e não
tiver sido oferecida queixa no prazo fixado neste artigo.
Art. 530. Se ocorrer prisão em flagrante e o réu não for posto em liberda-
de, o prazo a que se refere o artigo anterior será de 8 (oito) dias.
Art. 530-A. O disposto nos arts. 524 a 530 será aplicável aos crimes em
que se proceda mediante queixa. (Incluído pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
Art. 530-B. Nos casos das infrações previstas nos  §§  1º, 2º  e 3º  do
art. 184 do Código Penal, a autoridade policial procederá à apreensão dos
bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos, em sua totalidade, juntamente
com os equipamentos, suportes e materiais que possibilitaram a sua existên-
cia, desde que estes se destinem precipuamente à prática do ilícito. (Incluído
pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
Art. 530-C. Na ocasião da apreensão será lavrado termo, assinado por 2
(duas) ou mais testemunhas, com a descrição de todos os bens apreendidos
e informações sobre suas origens, o qual deverá integrar o inquérito policial
ou o processo. (Incluído pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
Art. 530-D. Subsequente à apreensão, será realizada, por perito oficial,
ou, na falta deste, por pessoa tecnicamente habilitada, perícia sobre todos os
bens apreendidos e elaborado o laudo que deverá integrar o inquérito policial
ou o processo. (Incluído pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
Art. 530-E. Os titulares de direito de autor e os que lhe são conexos serão
os fiéis depositários de todos os bens apreendidos, devendo colocá-los à dis-
posição do juiz quando do ajuizamento da ação. (Incluído pela Lei n. 10.695,
de 1º.7.2003)
Art. 530-F. Ressalvada a possibilidade de se preservar o corpo de delito,
o juiz poderá determinar, a requerimento da vítima, a destruição da produção
ou reprodução apreendida quando não houver impugnação quanto à sua ilici-
tude ou quando a ação penal não puder ser iniciada por falta de determinação
de quem seja o autor do ilícito. (Incluído pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)

2399
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 530-G. O juiz, ao prolatar a sentença condenatória, poderá determinar


a destruição dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos e o perdimento
dos equipamentos apreendidos, desde que precipuamente destinados à produ-
ção e reprodução dos bens, em favor da Fazenda Nacional, que deverá destruí-
-los ou doá-los aos Estados, Municípios e Distrito Federal, a instituições públi-
cas de ensino e pesquisa ou de assistência social, bem como incorporá-los, por
economia ou interesse público, ao patrimônio da União, que não poderão re-
torná-los aos canais de comércio. (Incluído pela Lei n. 10.695, de 1º.7.2003)
Art. 530-H. As associações de titulares de direitos de autor e os que lhes
são conexos poderão, em seu próprio nome, funcionar como assistente da
acusação nos crimes previstos no art. 184 do Código Penal, quando praticado
em detrimento de qualquer de seus associados. (Incluído pela Lei n. 10.695,
de 1º.7.2003)
Art. 530-I. Nos crimes em que caiba ação penal pública incondiciona-
da ou condicionada, observar-se-ão as normas constantes dos arts. 530-B,
530-C, 530-D, 530-E, 530-F, 530-G e 530-H. (Incluído pela Lei n. 10.695, de
1º.7.2003)

CAPÍTULO V
DO PROCESSO SUMÁRIO

Art. 531. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo


máximo de 30 (trinta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofen-
dido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela
defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem
como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de
pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se,
finalmente, ao debate. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).

2400
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 532. Na instrução, poderão ser inquiridas até 5 (cinco) testemu-


nhas arroladas pela acusação e 5 (cinco) pela defesa. (Redação dada pela Lei
n. 11.719, de 2008).
Art. 533. Aplica-se ao procedimento sumário o disposto nos parágrafos
do art. 400 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 3º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 4º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 534. As alegações finais serão orais, concedendo-se a palavra, res-
pectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, pror-
rogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença. (Redação
dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de
cada um será individual. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão
concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de
manifestação da defesa. (Incluído pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 535. Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível a prova
faltante, determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva compare-
cer. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 1º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 2º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 536. A testemunha que comparecer será inquirida, independentemente
da suspensão da audiência, observada em qualquer caso a ordem estabelecida
no art. 531 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 537. (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 538. Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o
juizado especial criminal encaminhar ao juízo comum as peças existentes
para a adoção de outro procedimento, observar-se-á o procedimento sumário
previsto neste Capítulo. (Redação dada pela Lei n. 11.719, de 2008).

2401
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).


§ 2º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 3º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
§ 4º (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 539. (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 540. (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).

CAPÍTULO VI
DO PROCESSO DE RESTAURAÇÃO DE AUTOS EXTRAVIADOS OU
DESTRUÍDOS

Art. 541. Os autos originais de processo penal extraviados ou destruídos,


em primeira ou segunda instância, serão restaurados.
§ 1º Se existir e for exibida cópia autêntica ou certidão do processo, será
uma ou outra considerada como original.
§ 2º Na falta de cópia autêntica ou certidão do processo, o juiz mandará,
de ofício, ou a requerimento de qualquer das partes, que:
a) o escrivão certifique o estado do processo, segundo a sua lembrança,
e reproduza o que houver a respeito em seus protocolos e registros;
b) sejam requisitadas cópias do que constar a respeito no Instituto Médi-
co-Legal, no Instituto de Identificação e Estatística ou em estabelecimentos
congêneres, repartições públicas, penitenciárias ou cadeias;
c) as partes sejam citadas pessoalmente, ou, se não forem encontradas,
por edital, com o prazo de dez dias, para o processo de restauração dos autos.
§ 3º Proceder-se-á à restauração na primeira instância, ainda que os au-
tos se tenham extraviado na segunda.
Art. 542. No dia designado, as partes serão ouvidas, mencionando-se em
termo circunstanciado os pontos em que estiverem acordes e a exibição e a
conferência das certidões e mais reproduções do processo apresentadas e
conferidas.

2402
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Art. 543. O juiz determinará as diligências necessárias para a restaura-


ção, observando-se o seguinte:
I – caso ainda não tenha sido proferida a sentença, reinquirir-se-ão as
testemunhas podendo ser substituídas as que tiverem falecido ou se encon-
trarem em lugar não sabido;
II – os exames periciais, quando possível, serão repetidos, e de preferên-
cia pelos mesmos peritos;
III – a prova documental será reproduzida por meio de cópia autêntica ou,
quando impossível, por meio de testemunhas;
IV – poderão também ser inquiridas sobre os atos do processo, que deverá
ser restaurado, as autoridades, os serventuários, os peritos e mais pessoas
que tenham nele funcionado;
V – o Ministério Público e as partes poderão oferecer testemunhas e pro-
duzir documentos, para provar o teor do processo extraviado ou destruído.
Art. 544. Realizadas as diligências que, salvo motivo de força maior, deve-
rão concluir-se dentro de vinte dias, serão os autos conclusos para julgamento.
Parágrafo único. No curso do processo, e depois de subirem os autos con-
clusos para sentença, o juiz poderá, dentro em cinco dias, requisitar de auto-
ridades ou de repartições todos os esclarecimentos para a restauração.
Art. 545. Os selos e as taxas judiciárias, já pagos nos autos originais, não
serão novamente cobrados.
Art. 546. Os causadores de extravio de autos responderão pelas custas,
em dobro, sem prejuízo da responsabilidade criminal.
Art. 547. Julgada a restauração, os autos respectivos valerão pelos originais.
Parágrafo único. Se no curso da restauração aparecerem os autos origi-
nais, nestes continuará o processo, apensos a eles os autos da restauração.
Art. 548. Até à decisão que julgue restaurados os autos, a sentença con-
denatória em execução continuará a produzir efeito, desde que conste da
respectiva guia arquivada na cadeia ou na penitenciária, onde o réu estiver
cumprindo a pena, ou de registro que torne a sua existência inequívoca.

2403
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO VII
DO PROCESSO DE APLICAÇÃO DE MEDIDA DE SEGURANÇA
POR FATO NÃO CRIMINOSO

Art. 549. Se a autoridade policial tiver conhecimento de fato que, embora


não constituindo infração penal, possa determinar a aplicação de medida de
segurança (Código Penal, arts. 14 e 27), deverá proceder a inquérito, a fim de
apurá-lo e averiguar todos os elementos que possam interessar à verificação
da periculosidade do agente.
Art. 550. O processo será promovido pelo Ministério Público, mediante
requerimento que conterá a exposição sucinta do fato, as suas circunstâncias
e todos os elementos em que se fundar o pedido.
Art. 551. O juiz, ao deferir o requerimento, ordenará a intimação do inte-
ressado para comparecer em juízo, a fim de ser interrogado.
Art. 552. Após o interrogatório ou dentro do prazo de dois dias, o interes-
sado ou seu defensor poderá oferecer alegações.
Parágrafo único. O juiz nomeará defensor ao interessado que não o tiver.
Art. 553. O Ministério Público, ao fazer o requerimento inicial, e a defesa,
no prazo estabelecido no artigo anterior, poderão requerer exames, diligên-
cias e arrolar até três testemunhas.
Art. 554. Após o prazo de defesa ou a realização dos exames e diligências
ordenados pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes, será marcada
audiência, em que, inquiridas as testemunhas e produzidas alegações orais
pelo órgão do Ministério Público e pelo defensor, dentro de dez minutos para
cada um, o juiz proferirá sentença.
Parágrafo único. Se o juiz não se julgar habilitado a proferir a decisão,
designará, desde logo, outra audiência, que se realizará dentro de cinco dias,
para publicar a sentença.
Art. 555. Quando, instaurado processo por infração penal, o juiz, absol-
vendo ou impronunciando o réu, reconhecer a existência de qualquer dos
fatos previstos no art. 14 ou no art. 27 do Código Penal, aplicar-lhe-á, se for
caso, medida de segurança.

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TÍTULO III
DOS PROCESSOS DE COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
E DOS TRIBUNAIS DE APELAÇÃO
CAPÍTULO I
DA INSTRUÇÃO
(Revogado pela Lei n. 8.658, de 26.5.1993)

Art. 556. a Art. 560 (Revogado pela Lei n. 8.658, de 26.5.1993)

CAPÍTULO II
DO JULGAMENTO
(Revogado pela Lei n. 8.658, de 26.5.1993)

Art. 561. e Art. 562. (Revogado pela Lei n. 8.658, de 26.5.1993)

LIVRO III
DAS NULIDADES E DOS RECURSOS EM GERAL
TÍTULO I
DAS NULIDADES

Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar


prejuízo para a acusação ou para a defesa.
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
I – por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;
II – por ilegitimidade de parte;
III – por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contra-
venções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante;
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalva-
do o disposto no Art. 167;

2405
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausen-


te, e de curador ao menor de 21 anos;
d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele
intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime
de ação pública;
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando
presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa;
f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com
o rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri;
g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri,
quando a lei não permitir o julgamento à revelia;
h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade,
nos termos estabelecidos pela lei;
i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri;
j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua
incomunicabilidade;
k) os quesitos e as respectivas respostas;
l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento;
m) a sentença;
n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido;
o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sen-
tenças e despachos de que caiba recurso;
p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum le-
gal para o julgamento;
IV – por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato.
Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos
ou das suas respostas, e contradição entre estas. (Incluído pela Lei n. 263,
de 23.2.1948)

2406
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 565. Nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado
causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja obser-
vância só à parte contrária interesse.
Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver
influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.
Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios,
devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz
competente.
Art. 568. A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá
ser a todo tempo sanada, mediante ratificação dos atos processuais.
Art. 569. As omissões da denúncia ou da queixa, da representação, ou,
nos processos das contravenções penais, da portaria ou do auto de prisão em
flagrante, poderão ser supridas a todo o tempo, antes da sentença final.
Art. 570. A  falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação
estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consu-
mar-se, embora declare que o faz para o único fim de arguí-la. O juiz orde-
nará, todavia, a suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a
irregularidade poderá prejudicar direito da parte.
Art. 571. As nulidades deverão ser arguidas:
I – as da instrução criminal dos processos da competência do júri, nos
prazos a que se refere o art. 406;
II – as da instrução criminal dos processos de competência do juiz singular
e dos processos especiais, salvo os dos Capítulos V e Vll do Título II do Livro
II, nos prazos a que se refere o art. 500;
III – as do processo sumário, no prazo a que se refere o art. 537, ou, se
verificadas depois desse prazo, logo depois de aberta a audiência e apregoa-
das as partes;
IV – as do processo regulado no Capítulo VII do Título II do Livro II, logo
depois de aberta a audiência;

2407
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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V – as ocorridas posteriormente à pronúncia, logo depois de anunciado o


julgamento e apregoadas as partes (art. 447);
VI – as de instrução criminal dos processos de competência do Supre-
mo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, nos prazos a que se refere
o art. 500;
VII – se verificadas após a decisão da primeira instância, nas razões de
recurso ou logo depois de anunciado o julgamento do recurso e apregoadas
as partes;
VIII – as do julgamento em plenário, em audiência ou em sessão do tribu-
nal, logo depois de ocorrerem.
Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, Ill, d  e  e, segunda par-
te, g e h, e IV, considerar-se-ão sanadas:
I – se não forem arguidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto
no artigo anterior;
II – se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim;
III – se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos.
Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma dos ar-
tigos anteriores, serão renovados ou retificados.
§ 1º A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que
dele diretamente dependam ou sejam consequência.
§ 2º O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se es-
tende.
TÍTULO II
DOS RECURSOS EM GERAL
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes ca-


sos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz:
I – da sentença que conceder habeas corpus;

2408
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência


de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, nos termos
do art. 411.
Art. 575. Não serão prejudicados os recursos que, por erro, falta ou omis-
são dos funcionários, não tiverem seguimento ou não forem apresentados
dentro do prazo.
Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja
interposto.
Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo
querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor.
Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não
tiver interesse na reforma ou modificação da decisão.
Art. 578. O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos,
assinado pelo recorrente ou por seu representante.
§ 1º Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, o termo será
assinado por alguém, a seu rogo, na presença de duas testemunhas.
§ 2º A petição de interposição de recurso, com o despacho do juiz, será,
até o dia seguinte ao último do prazo, entregue ao escrivão, que certificará
no termo da juntada a data da entrega.
§ 3º Interposto por termo o recurso, o escrivão, sob pena de suspensão
por dez a trinta dias, fará conclusos os autos ao juiz, até o dia seguinte ao
último do prazo.
Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela
interposição de um recurso por outro.
Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do
recurso interposto pela parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do
recurso cabível.
Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a de-
cisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não
sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.

2409
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CAPÍTULO II
DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou


sentença:
I – que não receber a denúncia ou a queixa;
II – que concluir pela incompetência do juízo;
III – que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
IV – que pronunciar o réu; (Redação dada pela Lei n. 11.689, de 2008)
V – que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, in-
deferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade
provisória ou relaxar a prisão em flagrante; (Redação dada pela Lei n. 7.780,
de 22.6.1989)
VI – (Revogado pela Lei n. 11.689, de 2008)
VII – que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
VIII – que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a pu-
nibilidade;
IX – que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra
causa extintiva da punibilidade;
X – que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
XI – que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;
XII – que conceder, negar ou revogar livramento condicional;
XIII – que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
XIV – que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
XV – que denegar a apelação ou a julgar deserta;
XVI – que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão pre-
judicial;
XVII – que decidir sobre a unificação de penas;
XVIII – que decidir o incidente de falsidade;

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XIX – que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença


em julgado;
XX – que impuser medida de segurança por transgressão de outra;
XXI – que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos
do art. 774;
XXII – que revogar a medida de segurança;
XXIII – que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que
a lei admita a revogação;
XXIV – que converter a multa em detenção ou em prisão simples.
Art. 582 - Os recursos serão sempre para o Tribunal de Apelação, salvo
nos casos dos ns. V, X e XIV.
Parágrafo único. O recurso, no caso do no XIV, será para o presidente do
Tribunal de Apelação.
Art. 583. Subirão nos próprios autos os recursos:
I – quando interpostos de oficio;
II – nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e X;
III – quando o recurso não prejudicar o andamento do processo.
Parágrafo único. O recurso da pronúncia subirá em traslado, quando, ha-
vendo dois ou mais réus, qualquer deles se conformar com a decisão ou todos
não tiverem sido ainda intimados da pronúncia.
Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda da
fiança, de concessão de livramento condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do
art. 581.
§ 1º Ao recurso interposto de sentença de impronúncia ou no caso do no
VIII do art. 581, aplicar-se-á o disposto nos arts. 596 e 598.
§ 2º O recurso da pronúncia suspenderá tão somente o julgamento.
§ 3º O recurso do despacho que julgar quebrada a fiança suspenderá uni-
camente o efeito de perda da metade do seu valor.
Art. 585. O réu não poderá recorrer da pronúncia senão depois de preso,
salvo se prestar fiança, nos casos em que a lei a admitir.

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Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de cinco dias.


Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será de vinte dias, con-
tado da data da publicação definitiva da lista de jurados.
Art. 587. Quando o recurso houver de subir por instrumento, a parte in-
dicará, no respectivo termo, ou em requerimento avulso, as peças dos autos
de que pretenda traslado.
Parágrafo único. O traslado será extraído, conferido e concertado no prazo
de cinco dias, e dele constarão sempre a decisão recorrida, a certidão de sua
intimação, se por outra forma não for possível verificar-se a oportunidade do
recurso, e o termo de interposição.
Art. 588. Dentro de dois dias, contados da interposição do recurso, ou do
dia em que o escrivão, extraído o traslado, o fizer com vista ao recorrente,
este oferecerá as razões e, em seguida, será aberta vista ao recorrido por
igual prazo.
Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, será intimado do prazo na pes-
soa do defensor.
Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso conclu-
so ao juiz, que, dentro de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho,
mandando instruir o recurso com os traslados que lhe parecerem necessários.
Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrá-
ria, por simples petição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso,
não sendo mais lícito ao juiz modificá-la. Neste caso, independentemente de
novos arrazoados, subirá o recurso nos próprios autos ou em traslado.
Art. 590. Quando for impossível ao escrivão extrair o traslado no prazo da
lei, poderá o juiz prorrogá-lo até o dobro.
Art. 591. Os recursos serão apresentados ao juiz ou tribunal ad quem,
dentro de cinco dias da publicação da resposta do juiz a quo, ou entregues ao
Correio dentro do mesmo prazo.
Art. 592. Publicada a decisão do juiz ou do tribunal ad quem, deverão os
autos ser devolvidos, dentro de cinco dias, ao juiz a quo.

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CAPÍTULO III
DA APELAÇÃO

Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: (Redação dada pela


Lei n. 263, de 23.2.1948)
I – das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por
juiz singular; (Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
II – das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por
juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior; (Redação dada
pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
III  – das decisões do Tribunal do Júri, quando: (Redação dada pela Lei
n. 263, de 23.2.1948)
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; (Redação dada pela Lei n. 263,
de 23.2.1948)
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão
dos jurados; (Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida
de segurança; (Redação dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.
(Incluído pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
§ 1º Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei expressa ou diver-
gir das respostas dos jurados aos quesitos, o tribunal ad quem fará a devida
retificação. (Incluído pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
§ 2º Interposta a apelação com fundamento no no III, c, deste artigo,
o tribunal ad quem, se Ihe der provimento, retificará a aplicação da pena ou
da medida de segurança. (Incluído pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
§ 3º Se a apelação se fundar no no III, d, deste artigo, e o tribunal ad
quem se convencer de que a decisão dos jurados é manifestamente contrária
à prova dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu a novo julgamen-
to; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda apelação. (Incluído
pela Lei n. 263, de 23.2.1948)

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§ 4º Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sen-
tido estrito, ainda que somente de parte da decisão se recorra. (Parágrafo
único renumerado pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
Art. 594. (Revogado pela Lei n. 11.719, de 2008).
Art. 595. (Revogado pela Lei n. 12.403, de 2011).
Art. 596. A apelação da sentença absolutória não impedirá que o réu
seja posto imediatamente em liberdade. (Redação dada pela Lei n. 5.941, de
22.11.1973)
Parágrafo único. A apelação não suspenderá a execução da medida de
segurança aplicada provisoriamente. (Redação dada pela Lei n. 5.941, de
22.11.1973)
Art. 597. A apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivo,
salvo o disposto no art. 393, a aplicação provisória de interdições de direitos
e de medidas de segurança (arts. 374 e 378), e o caso de suspensão condi-
cional de pena.
Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz sin-
gular, se da sentença não for interposta apelação pelo Ministério Público no
prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ain-
da que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação,
que não terá, porém, efeito suspensivo.
Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de quinze
dias e correrá do dia em que terminar o do Ministério Público.
Art. 599. As apelações poderão ser interpostas quer em relação a todo o
julgado, quer em relação a parte dele.
Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o ape-
lado terão o prazo de oito dias cada um para oferecer razões, salvo nos pro-
cessos de contravenção, em que o prazo será de três dias.
§ 1º Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de três dias, após o
Ministério Público.

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§ 2º Se a ação penal for movida pela parte ofendida, o Ministério Público
terá vista dos autos, no prazo do parágrafo anterior.
§ 3º Quando forem dois ou mais os apelantes ou apelados, os prazos se-
rão comuns.
§ 4º Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a apela-
ção, que deseja arrazoar na superior instância serão os autos remetidos ao
tribunal ad quem onde será aberta vista às partes, observados os prazos le-
gais, notificadas as partes pela publicação oficial. (Incluído pela Lei n. 4.336,
de 1º.6.1964)
Art. 601. Findos os prazos para razões, os autos serão remetidos à ins-
tância superior, com as razões ou sem elas, no prazo de 5 (cinco) dias, salvo
no caso do art. 603, segunda parte, em que o prazo será de trinta dias.
§ 1º Se houver mais de um réu, e não houverem todos sido julgados, ou
não tiverem todos apelado, caberá ao apelante promover extração do tras-
lado dos autos, o qual deverá ser remetido à instância superior no prazo de
trinta dias, contado da data da entrega das últimas razões de apelação, ou do
vencimento do prazo para a apresentação das do apelado.
§ 2º As despesas do traslado correrão por conta de quem o solicitar, salvo
se o pedido for de réu pobre ou do Ministério Público.
Art. 602. Os autos serão, dentro dos prazos do artigo anterior, apresen-
tados ao tribunal ad quem ou entregues ao Correio, sob registro.
Art. 603. A apelação subirá nos autos originais e, a não ser no Distrito Fe-
deral e nas comarcas que forem sede de Tribunal de Apelação, ficará em car-
tório traslado dos termos essenciais do processo referidos no art. 564, n. III.
Art. 604. (Revogado pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
Art. 605. (Revogado pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
Art. 606. (Revogado pela Lei n. 263, de 23.2.1948)

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CAPÍTULO IV
DO PROTESTO POR NOVO JÚRI
(Revogado pela Lei n. 11.689, de 2008)

Art. 607. (Revogado pela Lei n. 11.689, de 2008)


Art. 608. (Revogado pela Lei n. 11.689, de 2008)

CAPÍTULO V
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS RECURSOS EM SENTIDO
ESTRITO
E DAS APELAÇÕES, NOS TRIBUNAIS DE APELAÇÃO

Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribu-


nais de Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competên-
cia estabelecida nas leis de organização judiciária. (Redação dada pela Lei
n. 1.720-B, de 3.11.1952)
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instân-
cia, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade,
que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de
acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos se-
rão restritos à matéria objeto de divergência. (Incluído pela Lei n. 1.720-B,
de 3.11.1952)
Art. 610. Nos recursos em sentido estrito, com exceção do de habeas
corpus, e  nas apelações interpostas das sentenças em processo de con-
travenção ou de crime a que a lei comine pena de detenção, os autos irão
imediatamente com vista ao procurador-geral pelo prazo de cinco dias, e, em
seguida, passarão, por igual prazo, ao relator, que pedirá designação de dia
para o julgamento.
Parágrafo único. Anunciado o julgamento pelo presidente, e apregoadas
as partes, com a presença destas ou à sua revelia, o relator fará a exposição

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do feito e, em seguida, o presidente concederá, pelo prazo de 10 (dez) minu-


tos, a palavra aos advogados ou às partes que a solicitarem e ao procurador-
-geral, quando o requerer, por igual prazo.
Art. 612. Os recursos de habeas corpus, designado o relator, serão jul-
gados na primeira sessão.
Art. 613. As apelações interpostas das sentenças proferidas em proces-
sos por crime a que a lei comine pena de reclusão, deverão ser processadas e
julgadas pela forma estabelecida no Art. 610, com as seguintes modificações:
I – exarado o relatório nos autos, passarão estes ao revisor, que terá igual
prazo para o exame do processo e pedirá designação de dia para o julgamento;
II – os prazos serão ampliados ao dobro;
III – o tempo para os debates será de um quarto de hora.
Art. 614. No caso de impossibilidade de observância de qualquer dos pra-
zos marcados nos arts. 610 e 613, os motivos da demora serão declarados
nos autos.
Art. 615. O tribunal decidirá por maioria de votos.
§ 1º Havendo empate de votos no julgamento de recursos, se o presidente do
tribunal, câmara ou turma, não tiver tomado parte na votação, proferirá o voto
de desempate; no caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorável ao réu.
§ 2º O acórdão será apresentado à conferência na primeira sessão se-
guinte à do julgamento, ou no prazo de duas sessões, pelo juiz incumbido de
lavrá-lo.
Art. 616. No julgamento das apelações poderá o tribunal, câmara ou
turma proceder a novo interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou
determinar outras diligências.
Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao dis-
posto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser
agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da sentença.
Art. 618. Os regimentos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as nor-
mas complementares para o processo e julgamento dos recursos e apelações.

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CAPÍTULO VI
DOS EMBARGOS

Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras


ou turmas, poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo de dois
dias contados da sua publicação, quando houver na sentença ambiguidade,
obscuridade, contradição ou omissão.
Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos em requerimento
de que constem os pontos em que o acórdão é ambíguo, obscuro, contradi-
tório ou omisso.
§ 1º O requerimento será apresentado pelo relator e julgado, independen-
temente de revisão, na primeira sessão.
§ 2º Se não preenchidas as condições enumeradas neste artigo, o relator
indeferirá desde logo o requerimento.

CAPÍTULO VII
DA REVISÃO

Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:


I – quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei
penal ou à evidência dos autos;
II – quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames
ou documentos comprovadamente falsos;
III – quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência
do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição es-
pecial da pena.
Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da
extinção da pena ou após.
Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fun-
dado em novas provas.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador
legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão.
Art. 624. As revisões criminais serão processadas e julgadas: (Redação
dada pelo Decreto-lei n. 504, de 18.3.1969)
I – pelo Supremo Tribunal Federal, quanto às condenações por ele profe-
ridas; (Redação dada pelo Decreto-lei n. 504, de 18.3.1969)
II – pelo Tribunal Federal de Recursos, Tribunais de Justiça ou de Alçada,
nos demais casos. (Redação dada pelo Decreto-lei n. 504, de 18.3.1969)
§ 1º No Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Federal de Recursos o
processo e julgamento obedecerão ao que for estabelecido no respectivo re-
gimento interno. (Incluído pelo Decreto-lei n. 504, de 18.3.1969)
§ 2º Nos Tribunais de Justiça ou de Alçada, o julgamento será efetuado
pelas câmaras ou turmas criminais, reunidas em sessão conjunta, quando
houver mais de uma, e, no caso contrário, pelo tribunal pleno. (Incluído pelo
Decreto-lei n. 504, de 18.3.1969)
§ 3º Nos tribunais onde houver quatro ou mais câmaras ou turmas cri-
minais, poderão ser constituídos dois ou mais grupos de câmaras ou turmas
para o julgamento de revisão, obedecido o que for estabelecido no respectivo
regimento interno. (Incluído pelo Decreto-lei n. 504, de 18.3.1969)
Art. 625. O requerimento será distribuído a um relator e a um revisor, de-
vendo funcionar como relator um desembargador que não tenha pronunciado
decisão em qualquer fase do processo.
§ 1º O requerimento será instruído com a certidão de haver passado em
julgado a sentença condenatória e com as peças necessárias à comprovação
dos fatos arguidos.
§ 2º O relator poderá determinar que se apensem os autos originais, se
daí não advier dificuldade à execução normal da sentença.
§ 3º Se o relator julgar insuficientemente instruído o pedido e inconve-
niente ao interesse da justiça que se apensem os autos originais, indeferi-
-lo-á in limine, dando recurso para as câmaras reunidas ou para o tribunal,
conforme o caso (art. 624, parágrafo único).

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§ 4º Interposto o recurso por petição e independentemente de termo,


o relator apresentará o processo em mesa para o julgamento e o relatará,
sem tomar parte na discussão.
§ 5º Se o requerimento não for indeferido in limine, abrir-se-á vista dos
autos ao procurador-geral, que dará parecer no prazo de dez dias. Em se-
guida, examinados os autos, sucessivamente, em igual prazo, pelo relator e
revisor, julgar-se-á o pedido na sessão que o presidente designar.
Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a clas-
sificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo.
Parágrafo único. De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena
imposta pela decisão revista.
Art. 627. A absolvição implicará o restabelecimento de todos os direitos
perdidos em virtude da condenação, devendo o tribunal, se for caso, impor a
medida de segurança cabível.
Art. 628. Os regimentos internos dos Tribunais de Apelação estabelece-
rão as normas complementares para o processo e julgamento das revisões
criminais.
Art. 629. À vista da certidão do acórdão que cassar a sentença condena-
tória, o juiz mandará juntá-la imediatamente aos autos, para inteiro cumpri-
mento da decisão.
Art. 630. O tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o
direito a uma justa indenização pelos prejuízos sofridos.
§ 1º Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível, responderá a
União, se a condenação tiver sido proferida pela justiça do Distrito Federal ou
de Território, ou o Estado, se o tiver sido pela respectiva justiça.
§ 2º A indenização não será devida:
a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável
ao próprio impetrante, como a confissão ou a ocultação de prova em seu poder;
b) se a acusação houver sido meramente privada.
Art. 631. Quando, no curso da revisão, falecer a pessoa, cuja condenação
tiver de ser revista, o presidente do tribunal nomeará curador para a defesa.

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CAPÍTULO VIII
DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Art. 632. (Revogado pela Lei n. 3.396, de 2.6.1958):


Art. 633. (Revogado pela Lei n. 3.396, de 2.6.1958):
Art. 634. (Revogado pela Lei n. 3.396, de 2.6.1958):
Art. 635. (Revogado pela Lei n. 3.396, de 2.6.1958):
Art. 636. (Revogado pela Lei n. 3.396, de 2.6.1958):
Art. 637. O recurso extraordinário não tem efeito suspensivo, e uma vez
arrazoados pelo recorrido os autos do traslado, os originais baixarão à primei-
ra instância, para a execução da sentença.
Art. 638. O recurso extraordinário será processado e julgado no Supremo
Tribunal Federal na forma estabelecida pelo respectivo regimento interno.

CAPÍTULO IX
DA CARTA TESTEMUNHÁVEL

Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável:


I – da decisão que denegar o recurso;
II – da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e segui-
mento para o juízo ad quem.
Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao secre-
tário do tribunal, conforme o caso, nas quarenta e oito horas seguintes ao
despacho que denegar o recurso, indicando o requerente as peças do proces-
so que deverão ser trasladadas.
Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará recibo da petição à
parte e, no prazo máximo de cinco dias, no caso de recurso no sentido estrito,
ou de sessenta dias, no caso de recurso extraordinário, fará entrega da carta,
devidamente conferida e concertada.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 642. O escrivão, ou o secretário do tribunal, que se negar a dar o


recibo, ou deixar de entregar, sob qualquer pretexto, o instrumento, será
suspenso por trinta dias. O juiz, ou o presidente do Tribunal de Apelação, em
face de representação do testemunhante, imporá a pena e mandará que seja
extraído o instrumento, sob a mesma sanção, pelo substituto do escrivão ou
do secretário do tribunal. Se o testemunhante não for atendido, poderá recla-
mar ao presidente do tribunal ad quem, que avocará os autos, para o efeito
do julgamento do recurso e imposição da pena.
Art. 643. Extraído e autuado o instrumento, observar-se-á o disposto
nos arts. 588 a 592, no caso de recurso em sentido estrito, ou o processo
estabelecido para o recurso extraordinário, se deste se tratar.
Art. 644. O tribunal, câmara ou turma a que competir o julgamento da
carta, se desta tomar conhecimento, mandará processar o recurso, ou, se
estiver suficientemente instruída, decidirá logo, de meritis.
Art. 645. O processo da carta testemunhável na instância superior segui-
rá o processo do recurso denegado.
Art. 646. A carta testemunhável não terá efeito suspensivo.

CAPÍTULO X
DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO

Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar


na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir,
salvo nos casos de punição disciplinar.
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
I – quando não houver justa causa;
II – quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;
III – quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;
IV – quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;
V – quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a
lei a autoriza;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VI – quando o processo for manifestamente nulo;


VII – quando extinta a punibilidade.
Art. 649. O juiz ou o tribunal, dentro dos limites da sua jurisdição, fará
passar imediatamente a ordem impetrada, nos casos em que tenha cabimen-
to, seja qual for a autoridade coatora.
Art. 650. Competirá conhecer, originariamente, do pedido de habeas
corpus:
I – ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos no Art. 101, I, g, da
Constituição;
II – aos Tribunais de Apelação, sempre que os atos de violência ou coação
forem atribuídos aos governadores ou interventores dos Estados ou Territó-
rios e ao prefeito do Distrito Federal, ou a seus secretários, ou aos chefes de
Polícia.
§ 1º A competência do juiz cessará sempre que a violência ou coação pro-
vier de autoridade judiciária de igual ou superior jurisdição.
§ 2º Não cabe o habeas corpus contra a prisão administrativa, atual ou
iminente, dos responsáveis por dinheiro ou valor pertencente à Fazenda Pú-
blica, alcançados ou omissos em fazer o seu recolhimento nos prazos legais,
salvo se o pedido for acompanhado de prova de quitação ou de depósito do
alcance verificado, ou se a prisão exceder o prazo legal.
Art. 651. A concessão do habeas corpus não obstará, nem porá termo ao
processo, desde que este não esteja em conflito com os fundamentos daquela.
Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do
processo, este será renovado.
Art. 653. Ordenada a soltura do paciente em virtude de habeas corpus,
será condenada nas custas a autoridade que, por má-fé ou evidente abuso de
poder, tiver determinado a coação.
Parágrafo único. Neste caso, será remetida ao Ministério Público cópia das
peças necessárias para ser promovida a responsabilidade da autoridade.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa,


em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público.
§ 1º A petição de habeas corpus conterá:
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou
coação e o de quem exercer a violência, coação ou ameaça;
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples
ameaça de coação, as razões em que funda o seu temor;
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não sou-
ber ou não puder escrever, e a designação das respectivas residências.
§ 2º Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício or-
dem de habeas  corpus, quando no curso de processo verificarem que al-
guém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal.
Art. 655. O carcereiro ou o diretor da prisão, o escrivão, o oficial de justiça
ou a autoridade judiciária ou policial que embaraçar ou procrastinar a expe-
dição de ordem de habeas corpus, as informações sobre a causa da prisão,
a condução e apresentação do paciente, ou a sua soltura, será multado na
quantia de duzentos mil-réis a um conto de réis, sem prejuízo das penas em
que incorrer. As multas serão impostas pelo juiz do tribunal que julgar o ha-
beas corpus, salvo quando se tratar de autoridade judiciária, caso em que ca-
berá ao Supremo Tribunal Federal ou ao Tribunal de Apelação impor as multas.
Art. 656. Recebida a petição de habeas corpus, o juiz, se julgar neces-
sário, e estiver preso o paciente, mandará que este lhe seja imediatamente
apresentado em dia e hora que designar.
Parágrafo único. Em caso de desobediência, será expedido mandado de
prisão contra o detentor, que será processado na forma da lei, e o juiz pro-
videnciará para que o paciente seja tirado da prisão e apresentado em juízo.
Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo escusará a sua
apresentação, salvo:
I – grave enfermidade do paciente;
Il - não estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui a detenção;
III – se o comparecimento não tiver sido determinado pelo juiz ou pelo
tribunal.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. O juiz poderá ir ao local em que o paciente se encontrar,


se este não puder ser apresentado por motivo de doença.
Art. 658. O detentor declarará à ordem de quem o paciente estiver preso.
Art. 659. Se o juiz ou o tribunal verificar que já cessou a violência ou co-
ação ilegal, julgará prejudicado o pedido.
Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o paciente, o juiz decidi-
rá, fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas.
§ 1º Se a decisão for favorável ao paciente, será logo posto em liberdade,
salvo se por outro motivo dever ser mantido na prisão.
§ 2º Se os documentos que instruírem a petição evidenciarem a ilega-
lidade da coação, o juiz ou o tribunal ordenará que cesse imediatamente o
constrangimento.
§ 3º Se a ilegalidade decorrer do fato de não ter sido o paciente admitido a
prestar fiança, o juiz arbitrará o valor desta, que poderá ser prestada perante
ele, remetendo, neste caso, à autoridade os respectivos autos, para serem
anexados aos do inquérito policial ou aos do processo judicial.
§ 4º Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaça
de violência ou coação ilegal, dar-se-á ao paciente salvo-conduto assinado
pelo juiz.
§ 5º Será incontinenti enviada cópia da decisão à autoridade que tiver or-
denado a prisão ou tiver o paciente à sua disposição, a fim de juntar-se aos
autos do processo.
§ 6º Quando o paciente estiver preso em lugar que não seja o da sede
do juízo ou do tribunal que conceder a ordem, o alvará de soltura será ex-
pedido pelo telégrafo, se houver, observadas as formalidades estabelecidas
no art. 289, parágrafo único, in fine, ou por via postal.
Art. 661. Em caso de competência originária do Tribunal de Apelação,
a petição de habeas corpus será apresentada ao secretário, que a enviará
imediatamente ao presidente do tribunal, ou da câmara criminal, ou da tur-
ma, que estiver reunida, ou primeiro tiver de reunir-se.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1º, o presiden-


te, se necessário, requisitará da autoridade indicada como coatora informa-
ções por escrito. Faltando, porém, qualquer daqueles requisitos, o presidente
mandará preenchê-lo, logo que lhe for apresentada a petição.
Art. 663. As diligências do artigo anterior não serão ordenadas, se o presi-
dente entender que o habeas corpus deva ser indeferido in limine. Nesse caso,
levará a petição ao tribunal, câmara ou turma, para que delibere a respeito.
Art. 664. Recebidas as informações, ou dispensadas, o  habeas cor-
pus será julgado na primeira sessão, podendo, entretanto, adiar-se o julga-
mento para a sessão seguinte.
Parágrafo único. A decisão será tomada por maioria de votos. Havendo em-
pate, se o presidente não tiver tomado parte na votação, proferirá voto de de-
sempate; no caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorável ao paciente.
Art. 665. O secretário do tribunal lavrará a ordem que, assinada pelo pre-
sidente do tribunal, câmara ou turma, será dirigida, por ofício ou telegrama,
ao detentor, ao carcereiro ou autoridade que exercer ou ameaçar exercer o
constrangimento.
Parágrafo único. A ordem transmitida por telegrama obedecerá ao dispos-
to no art. 289, parágrafo único, in fine.
Art. 666. Os regimentos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as nor-
mas complementares para o processo e julgamento do pedido de habeas
corpus de sua competência originária.
Art. 667. No processo e julgamento do habeas corpus de competência
originária do Supremo Tribunal Federal, bem como nos de recurso das deci-
sões de última ou única instância, denegatórias de habeas corpus, obser-
var-se-á, no que lhes for aplicável, o disposto nos artigos anteriores, devendo
o regimento interno do tribunal estabelecer as regras complementares.

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LIVRO V
DAS RELAÇÕES JURISDICIONAIS COM AUTORIDADE ESTRANGEIRA
TÍTULO ÚNICO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 780. Sem prejuízo de convenções ou tratados, aplicar-se-á o dispos-


to neste Título à homologação de sentenças penais estrangeiras e à expedi-
ção e ao cumprimento de cartas rogatórias para citações, inquirições e outras
diligências necessárias à instrução de processo penal.
Art. 781. As sentenças estrangeiras não serão homologadas, nem as car-
tas rogatórias cumpridas, se contrárias à ordem pública e aos bons costumes.
Art. 782. O trânsito, por via diplomática, dos documentos apresentados
constituirá prova bastante de sua autenticidade.

CAPÍTULO II
DAS CARTAS ROGATÓRIAS

Art. 783. As cartas rogatórias serão, pelo respectivo juiz, remetidas ao


Ministro da Justiça, a fim de ser pedido o seu cumprimento, por via diplomá-
tica, às autoridades estrangeiras competentes.
Art. 784. As cartas rogatórias emanadas de autoridades estrangeiras
competentes não dependem de homologação e serão atendidas se encami-
nhadas por via diplomática e desde que o crime, segundo a lei brasileira, não
exclua a extradição.
§ 1º As rogatórias, acompanhadas de tradução em língua nacional, feita por
tradutor oficial ou juramentado, serão, após exequatur do presidente do Supre-
mo Tribunal Federal, cumpridas pelo juiz criminal do lugar onde as diligências
tenham de efetuar-se, observadas as formalidades prescritas neste Código.

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§ 2º A carta rogatória será pelo presidente do Supremo Tribunal Federal


remetida ao presidente do Tribunal de Apelação do Estado, do Distrito Fede-
ral, ou do Território, a fim de ser encaminhada ao juiz competente.
§ 3º Versando sobre crime de ação privada, segundo a lei brasileira, o an-
damento, após o exequatur, dependerá do interessado, a quem incumbirá o
pagamento das despesas.
§ 4º Ficará sempre na secretaria do Supremo Tribunal Federal cópia da
carta rogatória.
Art. 785. Concluídas as diligências, a carta rogatória será devolvida ao
presidente do Supremo Tribunal Federal, por intermédio do presidente do Tri-
bunal de Apelação, o qual, antes de devolvê-la, mandará completar qualquer
diligência ou sanar qualquer nulidade.
Art. 786. O despacho que conceder o exequatur marcará, para o cumpri-
mento da diligência, prazo razoável, que poderá ser excedido, havendo justa
causa, ficando esta consignada em ofício dirigido ao presidente do Supremo
Tribunal Federal, juntamente com a carta rogatória.

CAPÍTULO III
DA HOMOLOGAÇÃO DAS SENTENÇAS ESTRANGEIRAS

Art. 787. As sentenças estrangeiras deverão ser previamente homologa-


das pelo Supremo Tribunal Federal para que produzam os efeitos do art. 7º do
Código Penal.
Art. 788. A sentença penal estrangeira será homologada, quando a apli-
cação da lei brasileira produzir na espécie as mesmas consequências e con-
correm os seguintes requisitos:
I – estar revestida das formalidades externas necessárias, segundo a le-
gislação do país de origem;
II – haver sido proferida por juiz competente, mediante citação regular,
segundo a mesma legislação;

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III – ter passado em julgado;


IV – estar devidamente autenticada por cônsul brasileiro;
V – estar acompanhada de tradução, feita por tradutor público.
Art. 789. O procurador-geral da República, sempre que tiver conhecimen-
to da existência de sentença penal estrangeira, emanada de Estado que tenha
com o Brasil tratado de extradição e que haja imposto medida de segurança
pessoal ou pena acessória que deva ser cumprida no Brasil, pedirá ao Ministro
da Justiça providências para obtenção de elementos que o habilitem a reque-
rer a homologação da sentença.
§ 1º A homologação de sentença emanada de autoridade judiciária de
Estado, que não tiver tratado de extradição com o Brasil, dependerá de requi-
sição do Ministro da Justiça.
§ 2º Distribuído o requerimento de homologação, o relator mandará citar
o interessado para deduzir embargos, dentro de dez dias, se residir no Distri-
to Federal, de trinta dias, no caso contrário.
§ 3º Se nesse prazo o interessado não deduzir os embargos, ser-lhe-á
pelo relator nomeado defensor, o qual dentro de dez dias produzirá a defesa.
§ 4º Os embargos somente poderão fundar-se em dúvida sobre a auten-
ticidade do documento, sobre a inteligência da sentença, ou sobre a falta de
qualquer dos requisitos enumerados nos arts. 781 e 788.
§ 5º Contestados os embargos dentro de dez dias, pelo procurador-geral,
irá o processo ao relator e ao revisor, observando-se no seu julgamento o
Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
§ 6º Homologada a sentença, a respectiva carta será remetida ao presi-
dente do Tribunal de Apelação do Distrito Federal, do Estado, ou do Território.
§ 7º Recebida a carta de sentença, o presidente do Tribunal de Apelação
a remeterá ao juiz do lugar de residência do condenado, para a aplicação da
medida de segurança ou da pena acessória, observadas as disposições do Tí-
tulo II, Capítulo III, e Título V do Livro IV deste Código.

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Art. 790. O interessado na execução de sentença penal estrangeira, para


a reparação do dano, restituição e outros efeitos civis, poderá requerer ao Su-
premo Tribunal Federal a sua homologação, observando-se o que a respeito
prescreve o Código de Processo Civil.

LIVRO VI
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 791. Em todos os juízos e tribunais do crime, além das audiências e


sessões ordinárias, haverá as extraordinárias, de acordo com as necessidades
do rápido andamento dos feitos.
Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais serão, em regra,
públicos e se realizarão nas sedes dos juízos e tribunais, com assistência dos
escrivães, do secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e
hora certos, ou previamente designados.
§ 1º Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato processual,
puder resultar escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da
ordem, o juiz, ou o tribunal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a requeri-
mento da parte ou do Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a
portas fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar presentes.
§ 2º As audiências, as sessões e os atos processuais, em caso de neces-
sidade, poderão realizar-se na residência do juiz, ou em outra casa por ele
especialmente designada.
Art. 793. Nas audiências e nas sessões, os advogados, as partes, os es-
crivães e os espectadores poderão estar sentados. Todos, porém, se levan-
tarão quando se dirigirem aos juízes ou quando estes se levantarem para
qualquer ato do processo.
Parágrafo único. Nos atos da instrução criminal, perante os juízes singula-
res, os advogados poderão requerer sentados.

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Art. 794. A polícia das audiências e das sessões compete aos respectivos


juízes ou ao presidente do tribunal, câmara, ou turma, que poderão determi-
nar o que for conveniente à manutenção da ordem. Para tal fim, requisitarão
força pública, que ficará exclusivamente à sua disposição.
Art. 795. Os  espectadores das audiências ou das sessões não poderão
manifestar-se.
Parágrafo único. O juiz ou o presidente fará retirar da sala os desobedien-
tes, que, em caso de resistência, serão presos e autuados.
Art. 796. Os atos de instrução ou julgamento prosseguirão com a assis-
tência do defensor, se o réu se portar inconvenientemente.
Art. 797. Excetuadas as sessões de julgamento, que não serão marcadas
para domingo ou dia feriado, os demais atos do processo poderão ser pra-
ticados em período de férias, em domingos e dias feriados. Todavia, os jul-
gamentos iniciados em dia útil não se interromperão pela superveniência de
feriado ou domingo.
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e pe-
remptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.
§ 1º Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém,
o do vencimento.
§ 2º A terminação dos prazos será certificada nos autos pelo escrivão;
será, porém, considerado findo o prazo, ainda que omitida aquela formalida-
de, se feita a prova do dia em que começou a correr.
§ 3º O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á
prorrogado até o dia útil imediato.
§ 4º Não correrão os prazos, se houver impedimento do juiz, força maior,
ou obstáculo judicial oposto pela parte contrária.
§ 5º Salvo os casos expressos, os prazos correrão:
a) da intimação;
b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se a ela estiver
presente a parte;
c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência inequívoca da sen-
tença ou despacho.

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Art. 799. O escrivão, sob pena de multa de cinquenta a quinhentos mil-réis


e, na reincidência, suspensão até 30 (trinta) dias, executará dentro do prazo
de dois dias os atos determinados em lei ou ordenados pelo juiz.
Art. 800. Os  juízes singulares darão seus despachos e decisões dentro
dos prazos seguintes, quando outros não estiverem estabelecidos:
I – de dez dias, se a decisão for definitiva, ou interlocutória mista;
II – de cinco dias, se for interlocutória simples;
III – de um dia, se se tratar de despacho de expediente.
§ 1º Os prazos para o juiz contar-se-ão do termo de conclusão.
§ 2º Os prazos do Ministério Público contar-se-ão do termo de vista, salvo
para a interposição do recurso (art. 798, § 5º).
§ 3º Em qualquer instância, declarando motivo justo, poderá o juiz exce-
der por igual tempo os prazos a ele fixados neste Código.
§ 4º O escrivão que não enviar os autos ao juiz ou ao órgão do Ministério
Público no dia em que assinar termo de conclusão ou de vista estará sujeito
à sanção estabelecida no art. 799.
Art. 801. Findos os respectivos prazos, os juízes e os órgãos do Ministério
Público, responsáveis pelo retardamento, perderão tantos dias de vencimentos
quantos forem os excedidos. Na contagem do tempo de serviço, para o efeito
de promoção e aposentadoria, a perda será do dobro dos dias excedidos.
Art. 802. O desconto referido no artigo antecedente far-se-á à vista da
certidão do escrivão do processo ou do secretário do tribunal, que deverão,
de ofício, ou a requerimento de qualquer interessado, remetê-la às reparti-
ções encarregadas do pagamento e da contagem do tempo de serviço, sob
pena de incorrerem, de pleno direito, na multa de quinhentos mil-réis, impos-
ta por autoridade fiscal.
Art. 803. Salvo nos casos expressos em lei, é proibida a retirada de autos
do cartório, ainda que em confiança, sob pena de responsabilidade do escrivão.
Art. 804. A sentença ou o acórdão, que julgar a ação, qualquer incidente
ou recurso, condenará nas custas o vencido.

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Art. 805. As custas serão contadas e cobradas de acordo com os regula-


mentos expedidos pela União e pelos Estados.
Art. 806. Salvo o caso do art. 32, nas ações intentadas mediante queixa,
nenhum ato ou diligência se realizará, sem que seja depositada em cartório
a importância das custas.
§ 1º Igualmente, nenhum ato requerido no interesse da defesa será reali-
zado, sem o prévio pagamento das custas, salvo se o acusado for pobre.
§ 2º A falta do pagamento das custas, nos prazos fixados em lei, ou mar-
cados pelo juiz, importará renúncia à diligência requerida ou deserção do
recurso interposto.
§ 3º A falta de qualquer prova ou diligência que deixe de realizar-se em
virtude do não pagamento de custas não implicará a nulidade do processo, se
a prova de pobreza do acusado só posteriormente foi feita.
Art. 807. O disposto no artigo anterior não obstará à faculdade atribuída
ao juiz de determinar de ofício inquirição de testemunhas ou outras diligências.
Art. 808. Na falta ou impedimento do escrivão e seu substituto, servirá
pessoa idônea, nomeada pela autoridade, perante quem prestará compromis-
so, lavrando o respectivo termo.
Art. 809. A estatística judiciária criminal, a cargo do Instituto de Identifi-
cação e Estatística ou repartições congêneres, terá por base o boletim indivi-
dual, que é parte integrante dos processos e versará sobre:
I  – os crimes e as contravenções praticados durante o trimestre, com
especificação da natureza de cada um, meios utilizados e circunstâncias de
tempo e lugar;
II – as armas proibidas que tenham sido apreendidas;
III – o número de delinquentes, mencionadas as infrações que praticaram,
sua nacionalidade, sexo, idade, filiação, estado civil, prole, residência, meios
de vida e condições econômicas, grau de instrução, religião, e condições de
saúde física e psíquica;
IV – o número dos casos de codelinquência;

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V – a reincidência e os antecedentes judiciários;


VI – as sentenças condenatórias ou absolutórias, bem como as de pronún-
cia ou de impronúncia;
VII – a natureza das penas impostas;
VIII – a natureza das medidas de segurança aplicadas;
IX – a suspensão condicional da execução da pena, quando concedida;
X – as concessões ou denegações de habeas corpus.
§ 1º Os dados acima enumerados constituem o mínimo exigível, podendo
ser acrescidos de outros elementos úteis ao serviço da estatística criminal.
§ 2º Esses dados serão lançados semestralmente em mapa e remetidos
ao Serviço de Estatística Demográfica Moral e Política do Ministério da Justiça.
(Redação dada pela Lei n. 9.061, de 14.6.1995)
§ 3º O boletim individual a que se refere este artigo é dividido em três par-
tes destacáveis, conforme modelo anexo a este Código, e será adotado nos
Estados, no Distrito Federal e nos Territórios. A primeira parte ficará arquiva-
da no cartório policial; a segunda será remetida ao Instituto de Identificação
e Estatística, ou repartição congênere; e a terceira acompanhará o processo,
e, depois de passar em julgado a sentença definitiva, lançados os dados fi-
nais, será enviada ao referido Instituto ou repartição congênere.
Art. 810. Este Código entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 1942.
Art. 811. Revogam-se as disposições em contrário.

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LEI N. 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996

Regulamenta o inciso XII, parte final,


art. 5°, inciso XII da Constituição Federal
do art. 5° da Constituição Federal.

O  PRESIDENTE  DA   REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza,

para prova em investigação criminal e em instrução processual penal,

observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da

ação principal, sob segredo de justiça.

Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de

comunicações em sistemas de informática e telemática.

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas

quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:

I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração

penal;

II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;

III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com

pena de detenção.

Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a

situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos

investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada.

Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser

determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento:

I - da autoridade policial, na investigação criminal;

II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na

instrução processual penal.

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Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a

demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração

penal, com indicação dos meios a serem empregados.

§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado

verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem

a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução

a termo.

§ 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o

pedido.

Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando

também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o

prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a

indispensabilidade do meio de prova.

Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos

de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar

a sua realização.

§ 1° No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação

interceptada, será determinada a sua transcrição.

§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado

da interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá

conter o resumo das operações realizadas.

§ 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art.

8° , ciente o Ministério Público.

Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei,

a autoridade policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às

concessionárias de serviço público.

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Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza,

ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou

do processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e

transcrições respectivas.

Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada imediatamente

antes do relatório da autoridade, quando se tratar de inquérito policial (Código

de Processo Penal, art.10, § 1°) ou na conclusão do processo ao juiz para o

despacho decorrente do disposto nos arts. 407,  502 ou 538 do Código de

Processo Penal.

Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão

judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude

de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada.

Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério

Público, sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal.

Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas,

de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização

judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário.

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LEI N. 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989


Dispõe sobre prisão temporária.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Caberá prisão temporária:
I – quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II – quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos
necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III – quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova ad-
mitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguin-
tes crimes:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2º);
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1º e 2º);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1º e 2º);
e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e
parágrafo único); (Vide Decreto-Lei n. 2.848, de 1940)
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com
o art. 223, caput, e parágrafo único); (Vide Decreto-Lei n. 2.848, de 1940)
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e pa-
rágrafo único); (Vide Decreto-Lei n. 2.848, de 1940)
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1º);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal
qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei n. 2.889, de 1º de outubro de 1956),
em qualquer de sua formas típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n. 6.368, de 21 de outubro de 1976);

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o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n. 7.492, de 16 de junho de


1986).
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. (Incluído pela Lei n. 13.260, de
2016)
Art. 2º A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da repre-
sentação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e
terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de ex-
trema e comprovada necessidade.
§ 1º Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de
decidir, ouvirá o Ministério Público.
§ 2º O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamen-
tado e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a
partir do recebimento da representação ou do requerimento.
§ 3º O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e
do Advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informa-
ções e esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo
de delito.
§ 4º Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em
duas vias, uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de
culpa.
§ 5º A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de man-
dado judicial.
§ 6º Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos
previstos no art. 5º da Constituição Federal.
§ 7º Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser pos-
to imediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão
preventiva.
Art. 3º Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente,
separados dos demais detentos.
Art. 4º O art. 4º da Lei n. 4.898, de 9 de dezembro de 1965, fica acres-
cido da alínea i, com a seguinte redação:

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“Art. 4º...............................................................
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de
segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediata-
mente ordem de liberdade;”
Art. 5º Em todas as comarcas e seções judiciárias haverá um plantão per-
manente de vinte e quatro horas do Poder Judiciário e do Ministério Público
para apreciação dos pedidos de prisão temporária.
Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário.

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LEI N. 8.038, DE 28 DE MAIO DE 1990


Institui normas procedimentais para os processos que especifica, perante o Su-
perior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte lei:

TÍTULO I
Processos de Competência Originária
CAPÍTULO I
Ação Penal Originária

Art. 1º - Nos crimes de ação penal pública, o Ministério Público terá o pra-
zo de quinze dias para oferecer denúncia ou pedir arquivamento do inquérito
ou das peças informativas. (Vide Lei n. 8.658, de 1993)
§ 1º - Diligências complementares poderão ser deferidas pelo relator, com
interrupção do prazo deste artigo.
§ 2º - Se o indiciado estiver preso:
a) o prazo para oferecimento da denúncia será de cinco dias;
b) as diligências complementares não interromperão o prazo, salvo se o
relator, ao deferi-las, determinar o relaxamento da prisão.
Art. 2º - O relator, escolhido na forma regimental, será o juiz da instru-
ção, que se realizará segundo o disposto neste capítulo, no Código de Proces-
so Penal, no que for aplicável, e no Regimento Interno do Tribunal. (Vide Lei
n. 8.658, de 1993)
Parágrafo único. O relator terá as atribuições que a legislação processual
confere aos juízes singulares.
Art. 3º - Compete ao relator: (Vide Lei n. 8.658, de 1993)
I – determinar o arquivamento do inquérito ou de peças informativas,
quando o requerer o Ministério Público, ou submeter o requerimento à deci-
são competente do Tribunal;

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II – decretar a extinção da punibilidade, nos casos previstos em lei.


III – convocar desembargadores de Turmas Criminais dos Tribunais de
Justiça ou dos Tribunais Regionais Federais, bem como juízes de varas crimi-
nais da Justiça dos Estados e da Justiça Federal, pelo prazo de 6 (seis) meses,
prorrogável por igual período, até o máximo de 2 (dois) anos, para a reali-
zação do interrogatório e de outros atos da instrução, na sede do tribunal ou
no local onde se deva produzir o ato. (Incluído pela Lei n. 12.019, de 2009)
Art. 4º - Apresentada a denúncia ou a queixa ao Tribunal, far-se-á a noti-
ficação do acusado para oferecer resposta no prazo de quinze dias. (Vide Lei
n. 8.658, de 1993)
§ 1º - Com a notificação, serão entregues ao acusado cópia da denúncia
ou da queixa, do despacho do relator e dos documentos por este indicados.
§ 2º - Se desconhecido o paradeiro do acusado, ou se este criar dificul-
dades para que o oficial cumpra a diligência, proceder-se-á a sua notificação
por edital, contendo o teor resumido da acusação, para que compareça ao
Tribunal, em cinco dias, onde terá vista dos autos pelo prazo de quinze dias,
a fim de apresentar a resposta prevista neste artigo.
Art. 5º - Se, com a resposta, forem apresentados novos documentos,
será intimada a parte contrária para sobre eles se manifestar, no prazo de
cinco dias. (Vide Lei n. 8.658, de 1993)
Parágrafo único. Na ação penal de iniciativa privada, será ouvido, em igual
prazo, o Ministério Público.
Art. 6º - A seguir, o relator pedirá dia para que o Tribunal delibere sobre
o recebimento, a rejeição da denúncia ou da queixa, ou a improcedência da
acusação, se a decisão não depender de outras provas. (Vide Lei n. 8.658,
de 1993)
§ 1º - No julgamento de que trata este artigo, será facultada sustentação
oral pelo prazo de quinze minutos, primeiro à acusação, depois à defesa.
§ 2º - Encerrados os debates, o Tribunal passará a deliberar, determinan-
do o Presidente as pessoas que poderão permanecer no recinto, observado o
disposto no inciso II do art. 12 desta lei.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 7º - Recebida a denúncia ou a queixa, o relator designará dia e hora


para o interrogatório, mandando citar o acusado ou querelado e intimar o
órgão do Ministério Público, bem como o querelante ou o assistente, se for o
caso. (Vide Lei n. 8.658, de 1993)
Art. 8º - O prazo para defesa prévia será de cinco dias, contado do inter-
rogatório ou da intimação do defensor dativo. (Vide Lei n. 8.658, de 1993)
Art. 9º - A instrução obedecerá, no que couber, ao procedimento comum
do Código de Processo Penal. (Vide Lei n. 8.658, de 1993)
§ 1º - O relator poderá delegar a realização do interrogatório ou de outro
ato da instrução ao juiz ou membro de tribunal com competência territorial
no local de cumprimento da carta de ordem.
§ 2º - Por expressa determinação do relator, as intimações poderão ser
feitas por carta registrada com aviso de recebimento.
Art. 10 - Concluída a inquirição de testemunhas, serão intimadas a acusa-
ção e a defesa, para requerimento de diligências no prazo de cinco dias. (Vide
Lei n. 8.658, de 1993)
Art. 11 - Realizadas as diligências, ou não sendo estas requeridas nem
determinadas pelo relator, serão intimadas a acusação e a defesa para, su-
cessivamente, apresentarem, no prazo de quinze dias, alegações escritas.
(Vide Lei n. 8.658, de 1993)
§ 1º - Será comum o prazo do acusador e do assistente, bem como o
dos corréus.
§ 2º - Na ação penal de iniciativa privada, o Ministério Público terá vista,
por igual prazo, após as alegações das partes.
§ 3º - O relator poderá, após as alegações escritas, determinar de ofício a
realização de provas reputadas imprescindíveis para o julgamento da causa.
Art. 12 - Finda a instrução, o Tribunal procederá ao julgamento, na forma
determinada pelo regimento interno, observando-se o seguinte: (Vide Lei n.
8.658, de 1993)
I – a acusação e a defesa terão, sucessivamente, nessa ordem, prazo de
uma hora para sustentação oral, assegurado ao assistente um quarto do tem-
po da acusação;

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II – encerrados os debates, o Tribunal passará a proferir o julgamento, po-


dendo o Presidente limitar a presença no recinto às partes e seus advogados,
ou somente a estes, se o interesse público exigir.

CAPÍTULO II
Reclamação

Art. 13 - Para preservar a competência do Tribunal ou garantir a autorida-


de das suas decisões, caberá reclamação da parte interessada ou do Ministé-
rio Público. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
Parágrafo único. A reclamação, dirigida ao Presidente do Tribunal, instru-
ída com prova documental, será autuada e distribuída ao relator da causa
principal, sempre que possível. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vi-
gência)
Art. 14 - Ao despachar a reclamação, o relator: (Revogado pela Lei n º
13.105, de 2015) (Vigência)
I – requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática
do ato impugnado, que as prestará no prazo de dez dias; (Revogado pela Lei
n º 13.105, de 2015) (Vigência)
II – ordenará, se necessário, para evitar dano irreparável, a suspensão
do processo ou do ato impugnado. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015)
(Vigência)
Art. 15 - Qualquer interessado poderá impugnar o pedido do reclamante.
(Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 16 - O Ministério Público, nas reclamações que não houver formula-
do, terá vista do processo, por cinco dias, após o decurso do prazo para infor-
mações. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 17 - Julgando procedente a reclamação, o Tribunal cassará a decisão
exorbitante de seu julgado ou determinará medida adequada à preservação
de sua competência. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)

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Art. 18 - O Presidente determinará o imediato cumprimento da decisão,


lavrando-se o acórdão posteriormente. (Revogado pela Lei n º 13.105, de
2015) (Vigência)

CAPÍTULO III
Intervenção Federal

Art. 19 - A requisição de intervenção federal prevista nos incisos II e IV


do art. 36 da Constituição Federal será promovida:
I – de ofício, ou mediante pedido de Presidente de Tribunal de Justiça do
Estado, ou de Presidente de Tribunal Federal, quando se tratar de prover a
execução de ordem ou decisão judicial, com ressalva, conforme a matéria, da
competência do Supremo Tribunal Federal ou do Tribunal Superior Eleitoral;
II – de ofício, ou mediante pedido da parte interessada, quando se tratar
de prover a execução de ordem ou decisão do Superior Tribunal de Justiça;
III – mediante representação do Procurador-Geral da República, quando
se tratar de prover a execução de lei federal.
Art. 20 - O Presidente, ao receber o pedido:
I – tomará as providências que lhe parecerem adequadas para remover,
administrativamente, a causa do pedido;
II – mandará arquivá-lo, se for manifestamente infundado, cabendo do
seu despacho agravo regimental.
Art. 21 - Realizada a gestão prevista no inciso I do artigo anterior, so-
licitadas informações à autoridade estadual e ouvido o Procurador-Geral, o
pedido será distribuído a um relator.
Parágrafo único. Tendo em vista o interesse público, poderá ser permitida
a presença no recinto às partes e seus advogados, ou somente a estes.
Art. 22 - Julgado procedente o pedido, o Presidente do Superior Tribunal
de Justiça comunicará, imediatamente, a decisão aos órgãos do poder público
interessados e requisitará a intervenção ao Presidente da República.

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CAPÍTULO IV
Habeas Corpus

Art. 23 - Aplicam-se ao Habeas Corpus perante o Superior Tribunal


de Justiça as normas do Livro III, Título II, Capítulo X do Código de
Processo Penal.

CAPÍTULO V
Outros Procedimentos

Art. 24 - Na ação rescisória, nos conflitos de competência, de jurisdição e


de atribuições, na revisão criminal e no mandado de segurança, será aplicada
a legislação processual em vigor.
Parágrafo único. No mandado de injunção e no habeas data, serão obser-
vadas, no que couber, as normas do mandado de segurança, enquanto não
editada legislação específica.
Art. 25 - Salvo quando a causa tiver por fundamento matéria constitucio-
nal, compete ao Presidente do Superior Tribunal de Justiça, a requerimento
do Procurador-Geral da República ou da pessoa jurídica de direito público
interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à eco-
nomia pública, suspender, em despacho fundamentado, a execução de limi-
nar ou de decisão concessiva de mandado de segurança, proferida, em única
ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos
Estados e do Distrito Federal.
§ 1º - O Presidente pode ouvir o impetrante, em cinco dias, e o Procura-
dor-Geral quando não for o requerente, em igual prazo.
§ 2º - Do despacho que conceder a suspensão caberá agravo regimental.
§ 3º - A suspensão de segurança vigorará enquanto pender o recurso, fi-
cando sem efeito, se a decisão concessiva for mantida pelo Superior Tribunal
de Justiça ou transitar em julgado.

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TÍTULO II
Recursos
CAPÍTULO I
Recurso Extraordinário e Recurso Especial

Art. 26 - Os recurso extraordinário e especial, nos casos previstos na


Constituição Federal, serão interpostos no prazo comum de quinze dias, pe-
rante o Presidente do Tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
(Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
I – exposição do fato e do direito; (Revogado pela Lei n º 13.105, de
2015) (Vigência)
II – a demonstração do cabimento do recurso interposto; (Revogado pela
Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
III – as razões do pedido de reforma da decisão recorrida. (Revogado pela
Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
Parágrafo único. Quando o recurso se fundar em dissídio entre a inter-
pretação da lei federal adotada pelo julgado recorrido e a que lhe haja dado
outro Tribunal, o recorrente fará a prova da divergência mediante certidão, ou
indicação do número e da página do jornal oficial, ou do repertório autorizado
de jurisprudência, que o houver publicado. (Revogado pela Lei n º 13.105, de
2015) (Vigência)
Art. 27 - Recebida a petição pela Secretaria do Tribunal e aí protocolada,
será intimado o recorrido, abrindo-se-lhe vista pelo prazo de quinze dias para
apresentar contrarrazões. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 1º - Findo esse prazo, serão os autos conclusos para admissão ou não
do recurso, no prazo de cinco dias. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015)
(Vigência)
§ 2º - Os recursos extraordinário e especial serão recebidos no efeito de-
volutivo. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 3º - Admitidos os recursos, os autos serão imediatamente remetidos


ao Superior Tribunal de Justiça. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015)
(Vigência)
§ 4º - Concluído o julgamento do recurso especial, serão os autos reme-
tidos ao Supremo Tribunal Federal para apreciação do recurso extraordinário,
se este não estiver prejudicado. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015)
(Vigência)
§ 5º - Na hipótese de o relator do recurso especial considerar que o recur-
so extraordinário é prejudicial daquele em decisão irrecorrível, sobrestará o
seu julgamento e remeterá os autos ao Supremo Tribunal Federal, para julgar
o extraordinário. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 6º - No caso de parágrafo anterior, se o relator do recurso extraordiná-
rio, em despacho irrecorrível, não o considerar prejudicial, devolverá os autos
ao Superior Tribunal de Justiça, para o julgamento do recurso especial. (Re-
vogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 28 - Denegado o recurso extraordinário ou o recurso especial, caberá
agravo de instrumento, no prazo de cinco dias, para o Supremo Tribunal Fe-
deral ou para o Superior Tribunal de Justiça, conforme o caso. (Revogado pela
Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 1º - Cada agravo de instrumento será instruído com as peças que forem
indicadas pelo agravante e pelo agravado, dele constando, obrigatoriamente,
além das mencionadas no parágrafo único do art. 523 do Código de Processo
Civil, o acórdão recorrido, a petição de interposição do recurso e as contrar-
razões, se houver. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 2º - Distribuído o agravo de instrumento, o relator proferirá decisão.
(Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 3º - Na hipótese de provimento, se o instrumento contiver os elementos
necessários ao julgamento do mérito do recurso especial, o relator determi-
nará, desde logo, sua inclusão em pauta, observando-se, daí por diante, o
procedimento relativo àqueles recursos, admitida a sustentação oral. (Revo-
gado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)

2448
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 4º - O disposto no parágrafo anterior aplica-se também ao agravo de


instrumento contra denegação de recurso extraordinário, salvo quando, na
mesma causa, houver recurso especial admitido e que deva ser julgado em
primeiro lugar. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
§ 5º - Da decisão do relator que negar seguimento ou provimento ao agra-
vo de instrumento, caberá agravo para o órgão julgador no prazo de cinco
dias. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 29 - É embargável, no prazo de quinze dias, a decisão da turma que,
em recurso especial, divergir do julgamento de outra turma, da seção ou do
órgão especial, observando-se o procedimento estabelecido no regimento in-
terno. (Revogado pela Lei n º 13.105, de 2015) (Vigência)

CAPÍTULO II
Recurso Ordinário em Habeas Corpus

Art. 30 - O recurso ordinário para o Superior Tribunal de Justiça, das de-


cisões denegatórias de Habeas Corpus, proferidas pelos Tribunais Regionais
Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal, será interposto
no prazo de cinco dias, com as razões do pedido de reforma. (Vide Lei n º
13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 31 - Distribuído o recurso, a Secretaria, imediatamente, fará os autos
com vista ao Ministério Público, pelo prazo de dois dias.
Parágrafo único. Conclusos os autos ao relator, este submeterá o feito a
julgamento independentemente de pauta.
Art. 32 - Será aplicado, no que couber, ao processo e julgamento do re-
curso, o disposto com relação ao pedido originário de Habeas Corpus.

CAPÍTULO III
RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA

Art. 33 - O recurso ordinário para o Superior Tribunal de Justiça, das


decisões denegatórias de mandado de segurança, proferidas em única

2449
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais de Estados


e do Distrito Federal, será interposto no prazo de quinze dias, com as ra-
zões do pedido de reforma.
Art. 34 - Serão aplicadas, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao
procedimento no Tribunal recorrido, as regras do Código de Processo Civil
relativas à apelação.
Art. 35 - Distribuído o recurso, a Secretaria, imediatamente, fará os autos
com vista ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias.
Parágrafo único. Conclusos os autos ao relator, este pedirá dia para julgamento.

CAPÍTULO IV
Apelação Cível e Agravo de Instrumento

Art. 36 - Nas causas em que forem partes, de um lado, Estado estrangei-


ro ou organismo internacional e, de outro, município ou pessoa domiciliada ou
residente no País, caberá:
I – apelação da sentença;
II – agravo de instrumento, das decisões interlocutórias.
Art. 37 - Os recursos mencionados no artigo anterior serão interpostos
para o Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto aos requisitos
de admissibilidade e ao procedimento, o disposto no Código de Processo Civil.

TÍTULO III
Disposições Gerais

Art. 38 - O Relator, no Supremo Tribunal Federal ou no Superior Tribunal


de Justiça, decidirá o pedido ou o recurso que haja perdido seu objeto, bem
como negará seguimento a pedido ou recurso manifestamente intempestivo,
incabível ou, improcedente ou ainda, que contrariar, nas questões predomi-

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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nantemente de direito, Súmula do respectivo Tribunal. (Revogado pela Lei n


º 13.105, de 2015) (Vigência)
Art. 39 - Da decisão do Presidente do Tribunal, de Seção, de Turma ou
de Relator que causar gravame à parte, caberá agravo para o órgão especial,
Seção ou Turma, conforme o caso, no prazo de cinco dias.
Art. 40 - Haverá revisão, no Superior Tribunal de Justiça, nos seguintes
processos:
I – ação rescisória;
II – ação penal originária;
III – revisão criminal.
Art. 41 - Em caso de vaga ou afastamento de Ministro do Superior Tribu-
nal de Justiça, por prazo superior a trinta dias, poderá ser convocado Juiz de
Tribunal Regional Federal ou Desembargador, para substituição, pelo voto da
maioria absoluta dos seus membros.
Art. 41-A - A decisão de Turma, no Superior Tribunal de Justiça, será to-
mada pelo voto da maioria absoluta de seus membros. (Incluído pela Lei n.
9.756, de 1998).
Parágrafo único. Em habeas corpus originário ou recursal, havendo em-
pate, prevalecerá a decisão mais favorável ao paciente. (Incluído pela Lei n.
9.756, de 1998).
Art. 41-B - As despesas do porte de remessa e retorno dos autos serão
recolhidas mediante documento de arrecadação, de conformidade com ins-
truções e tabela expedidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior
Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei n. 9.756, de 1998).
Parágrafo único. A secretaria do tribunal local zelará pelo recolhimento das
despesas postais. (Incluído pela Lei n. 9.756, de 1998).
Art. 42 - Os arts. 496, 497, 498, inciso II do art. 500, e 508 da Lei n.
5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, passam a vigorar
com a seguinte redação:
"Art. 496 - São cabíveis os seguintes recursos:
I – apelação;

2451
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – agravo de instrumento;


III – embargos infringentes;
IV – embargos de declaração;
V – recurso ordinário;
VI – recurso especial;
VII – recurso extraordinário.
Art. 497 - O recurso extraordinário e o recurso especial não impedem a
execução da sentença; a interposição do agravo de instrumento não obsta o
andamento do processo, ressalvado o disposto no art. 558 desta lei.
Art. 498 - Quando o dispositivo do acórdão contiver julgamento por maio-
ria de votos e julgamento unânime e forem interpostos simultaneamente em-
bargos infringentes e recurso extraordinário ou recurso especial, ficarão estes
sobrestados até o julgamento daquele.
......................................................................
Art. 500..........................................................................................
.........
II – será admissível na apelação, nos embargos infringentes, no recurso
extraordinário e no recurso especial;
.......................................................................
Art. 508. Na apelação e nos embargos infringentes, o prazo para interpor
e para responder é de quinze dias."
Art. 43 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 44 – Revogam-se as disposições em contrário, especialmente os arts.
541 a 546 do Código de Processo Civil e a Lei n. 3.396, de 2 de junho de 1958.

2452
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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LEI N. 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995


Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências.

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça

Ordinária, serão criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e

pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas

de sua competência.

Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade,

informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que

possível, a conciliação ou a transação.

CAPÍTULO II

Dos Juizados Especiais Cíveis

Seção I

Da Competência

Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo

e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:

I – as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;

II – as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;

III – a ação de despejo para uso próprio;

IV – as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao

fixado no inciso I deste artigo.

§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:

2453
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – dos seus julgados;

II – dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o

salário mínimo, observado o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei.

§ 2º Ficam excluídas da competência do Juizado Especial as causas de

natureza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública,

e também as relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e

capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.

§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia

ao crédito excedente ao limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese

de conciliação.

Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei, o Juizado do

foro:

I – do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça

atividades profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial,

agência, sucursal ou escritório;

II – do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;

III  – do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para

reparação de dano de qualquer natureza.

Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no

foro previsto no inciso I deste artigo.

2454
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Seção II

Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos

Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas

a serem produzidas, para apreciá-las e para dar especial valor às regras de

experiência comum ou técnica.

Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e

equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às exigências do bem comum.

Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados,

os primeiros, preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os segundos,

entre advogados com mais de cinco anos de experiência.

Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia

perante os Juizados Especiais, enquanto no desempenho de suas funções.

Seção III

Das Partes

Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o

incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas

da União, a massa falida e o insolvente civil.

§ 1º Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado Especial:

(Redação dada pela Lei n. 12.126, de 2009)

I – as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de direito de

pessoas jurídicas; (Incluído pela Lei n. 12.126, de 2009)

II – as pessoas enquadradas como microempreendedores individuais,

microempresas e empresas de pequeno porte na forma da Lei Complementar

no 123, de 14 de dezembro de 2006; (Redação dada pela Lei Complementar

n. 147, de 2014)

2455
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

III – as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade

Civil de Interesse Público, nos termos da  Lei no 9.790, de 23 de março de

1999; (Incluído pela Lei n. 12.126, de 2009)

IV – as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos do art.

1º da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001. (Incluído pela Lei n. 12.126,

de 2009)

§ 2º O maior de dezoito anos poderá ser autor, independentemente de

assistência, inclusive para fins de conciliação.

Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes

comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de

valor superior, a assistência é obrigatória.

§ 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes comparecer assistida

por advogado, ou se o réu for pessoa jurídica ou firma individual, terá a outra

parte, se quiser, assistência judiciária prestada por órgão instituído junto ao

Juizado Especial, na forma da lei local.

§ 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do patrocínio por advogado,

quando a causa o recomendar.

§ 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto aos poderes

especiais.

§ 4º O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá

ser representado por preposto credenciado, munido de carta de preposição

com poderes para transigir, sem haver necessidade de vínculo empregatício.

(Redação dada pela Lei n. 12.137, de 2009)

Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de

terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio.

Art. 11. O Ministério Público intervirá nos casos previstos em lei.

2456
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Seção IV

Dos atos processuais

Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em

horário noturno, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.

Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as

finalidades para as quais forem realizados, atendidos os critérios indicados no

art. 2º desta Lei.

§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.

§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada

por qualquer meio idôneo de comunicação.

§ 3º Apenas os atos considerados essenciais serão registrados

resumidamente, em notas manuscritas, datilografadas, taquigrafadas ou

estenotipadas. Os demais atos poderão ser gravados em fita magnética ou

equivalente, que será inutilizada após o trânsito em julgado da decisão.

§ 4º As normas locais disporão sobre a conservação das peças do processo

e demais documentos que o instruem.

Seção V

Do pedido

Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito

ou oral, à Secretaria do Juizado.

§ 1º Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem acessível:

I – o nome, a qualificação e o endereço das partes;

II – os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;

2457
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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III – o objeto e seu valor.

§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for possível determinar,

desde logo, a extensão da obrigação.

§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado,

podendo ser utilizado o sistema de fichas ou formulários impressos.

Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei poderão ser

alternativos ou cumulados; nesta última hipótese, desde que conexos e a

soma não ultrapasse o limite fixado naquele dispositivo.

Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de distribuição

e autuação, a Secretaria do Juizado designará a sessão de conciliação, a

realizar-se no prazo de quinze dias.

Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes, instaurar-se-á,

desde logo, a sessão de conciliação, dispensados o registro prévio de pedido

e a citação.

Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser dispensada a

contestação formal e ambos serão apreciados na mesma sentença.

Seção VI

Das Citações e Intimações

Art. 18. A citação far-se-á:

I – por correspondência, com aviso de recebimento em mão própria;

II – tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega

ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado;

III  – sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de

mandado ou carta precatória.

§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para comparecimento

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do citando e advertência de que, não comparecendo este, considerar-se-ão

verdadeiras as alegações iniciais, e será proferido julgamento, de plano.

§ 2º Não se fará citação por edital.

§ 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou nulidade da citação.

Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista para citação, ou por

qualquer outro meio idôneo de comunicação.

§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão desde logo cientes

as partes.

§ 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas

no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local

anteriormente indicado, na ausência da comunicação.

Seção VII

Da Revelia

Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de conciliação ou

à audiência de instrução e julgamento, reputar-se-ão verdadeiros os fatos

alegados no pedido inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do Juiz.

Seção VIII

Da Conciliação e do Juízo Arbitral

Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá as partes

presentes sobre as vantagens da conciliação, mostrando-lhes os riscos e as

consequências do litígio, especialmente quanto ao disposto no § 3º do art. 3º

desta Lei.

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Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou leigo ou por

conciliador sob sua orientação.

Parágrafo único. Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e

homologada pelo Juiz togado, mediante sentença com eficácia de título

executivo.

Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado proferirá sentença.

Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum

acordo, pelo juízo arbitral, na forma prevista nesta Lei.

§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independentemente de

termo de compromisso, com a escolha do árbitro pelas partes. Se este não

estiver presente, o Juiz convoca-lo-á e designará, de imediato, a data para a

audiência de instrução.

§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.

Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do Juiz,

na forma dos arts. 5º e 6º desta Lei, podendo decidir por equidade.

Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subsequentes, o

árbitro apresentará o laudo ao Juiz togado para homologação por sentença

irrecorrível.

Seção IX

Da Instrução e Julgamento

Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á imediatamente à

audiência de instrução e julgamento, desde que não resulte prejuízo para a

defesa.

Parágrafo único. Não sendo possível a sua realização imediata, será a

audiência designada para um dos quinze dias subsequentes, cientes, desde

logo, as partes e testemunhas eventualmente presentes.

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Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento serão ouvidas as partes,

colhida a prova e, em seguida, proferida a sentença.

Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes que possam interferir

no regular prosseguimento da audiência. As demais questões serão decididas

na sentença.

Parágrafo único. Sobre os documentos apresentados por uma das partes,

manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da

audiência.

Seção X

Da Resposta do Réu

Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda matéria

de defesa, exceto arguição de suspeição ou impedimento do Juiz, que se

processará na forma da legislação em vigor.

Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação,

formular pedido em seu favor, nos limites do art. 3º desta Lei, desde que

fundado nos mesmos fatos que constituem objeto da controvérsia.

Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do réu na própria

audiência ou requerer a designação da nova data, que será desde logo fixada,

cientes todos os presentes.

Seção XI

Das Provas

Art. 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos, ainda que não

especificados em lei, são hábeis para provar a veracidade dos fatos alegados

pelas partes.

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Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e

julgamento, ainda que não requeridas previamente, podendo o Juiz limitar ou

excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.

Art. 34. As testemunhas, até o máximo de três para cada parte,

comparecerão à audiência de instrução e julgamento levadas pela parte que

as tenha arrolado, independentemente de intimação, ou mediante esta, se

assim for requerido.

§ 1º O requerimento para intimação das testemunhas será apresentado à

Secretaria no mínimo cinco dias antes da audiência de instrução e julgamento.

§ 2º Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz poderá determinar

sua imediata condução, valendo-se, se necessário, do concurso da força

pública.

Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá inquirir técnicos de

sua confiança, permitida às partes a apresentação de parecer técnico.

Parágrafo único. No curso da audiência, poderá o Juiz, de ofício ou

a requerimento das partes, realizar inspeção em pessoas ou coisas, ou

determinar que o faça pessoa de sua confiança, que lhe relatará informalmente

o verificado.

Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito, devendo a sentença

referir, no essencial, os informes trazidos nos depoimentos.

Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a supervisão

de Juiz togado.

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Seção XII

Da Sentença

Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com

breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o

relatório.

Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia

ilíquida, ainda que genérico o pedido.

Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que exceder a alçada

estabelecida nesta Lei.

Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferirá sua decisão e
imediatamente a submeterá ao Juiz togado, que poderá homologá-la, proferir
outra em substituição ou, antes de se manifestar, determinar a realização de
atos probatórios indispensáveis.
Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo
arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado.
§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes togados,
em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por
advogado.
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da
ciência da sentença, por petição escrita, da qual constarão as razões e o
pedido do recorrente.
§ 1º O preparo será feito, independentemente de intimação, nas quarenta
e oito horas seguintes à interposição, sob pena de deserção.
§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para oferecer
resposta escrita no prazo de dez dias.

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Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe


efeito suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte.
Art. 44. As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita
magnética a que alude o § 3º do art. 13 desta Lei, correndo por conta do
requerente as despesas respectivas.
Art. 45. As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento.
Art. 46. O julgamento em segunda instância constará apenas da ata, com
a indicação suficiente do processo, fundamentação sucinta e parte dispositiva.
Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do
julgamento servirá de acórdão.

Art. 47. (VETADO)

Seção XIII

Dos Embargos de Declaração

Art. 48. Caberão embargos de declaração contra sentença ou acórdão

nos casos previstos no Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei n.

13.105, de 2015) (Vigência)

Parágrafo único. Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por escrito ou

oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.

Art. 50. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição

de recurso. (Redação dada pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)

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Seção XIV

Da Extinção do Processo Sem Julgamento do Mérito

Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei:

I – quando o autor deixar de comparecer a qualquer das audiências do

processo;

II – quando inadmissível o procedimento instituído por esta Lei ou seu

prosseguimento, após a conciliação;

III – quando for reconhecida a incompetência territorial;

IV – quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos no art. 8º

desta Lei;

V – quando, falecido o autor, a habilitação depender de sentença ou não

se der no prazo de trinta dias;

VI – quando, falecido o réu, o autor não promover a citação dos sucessores

no prazo de trinta dias da ciência do fato.

§ 1º A extinção do processo independerá, em qualquer hipótese, de prévia

intimação pessoal das partes.

§ 2º No caso do inciso I deste artigo, quando comprovar que a ausência

decorre de força maior, a parte poderá ser isentada, pelo Juiz, do pagamento

das custas.

Seção XV

Da Execução

Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no próprio Juizado,

aplicando-se, no que couber, o disposto no Código de Processo Civil, com as

seguintes alterações:

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I – as sentenças serão necessariamente líquidas, contendo a conversão

em Bônus do Tesouro Nacional - BTN ou índice equivalente;

II – os cálculos de conversão de índices, de honorários, de juros e de

outras parcelas serão efetuados por servidor judicial;

III – a intimação da sentença será feita, sempre que possível, na própria

audiência em que for proferida. Nessa intimação, o vencido será instado a

cumprir a sentença tão logo ocorra seu trânsito em julgado, e advertido dos

efeitos do seu descumprimento (inciso V);

IV – não cumprida voluntariamente a sentença transitada em julgado, e

tendo havido solicitação do interessado, que poderá ser verbal, proceder-se-á

desde logo à execução, dispensada nova citação;

V – nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de não fazer, o Juiz, na

sentença ou na fase de execução, cominará multa diária, arbitrada de acordo

com as condições econômicas do devedor, para a hipótese de inadimplemento.

Não cumprida a obrigação, o credor poderá requerer a elevação da multa ou

a transformação da condenação em perdas e danos, que o Juiz de imediato

arbitrará, seguindo-se a execução por quantia certa, incluída a multa vencida

de obrigação de dar, quando evidenciada a malícia do devedor na execução

do julgado;

VI – na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o cumprimento por

outrem, fixado o valor que o devedor deve depositar para as despesas, sob

pena de multa diária;

VII – na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá autorizar o devedor, o

credor ou terceira pessoa idônea a tratar da alienação do bem penhorado, a

qual se aperfeiçoará em juízo até a data fixada para a praça ou leilão. Sendo

o preço inferior ao da avaliação, as partes serão ouvidas. Se o pagamento

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não for à vista, será oferecida caução idônea, nos casos de alienação de bem

móvel, ou hipotecado o imóvel;

VIII – é dispensada a publicação de editais em jornais, quando se tratar

de alienação de bens de pequeno valor;

IX – o devedor poderá oferecer embargos, nos autos da execução, versando

sobre:

a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu à revelia;

b) manifesto excesso de execução;

c) erro de cálculo;

d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, superveniente

à sentença.

Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no valor de até

quarenta salários mínimos, obedecerá ao disposto no Código de Processo

Civil, com as modificações introduzidas por esta Lei.

§ 1º Efetuada a penhora, o devedor será intimado a comparecer à audiência

de conciliação, quando poderá oferecer embargos (art. 52, IX), por escrito ou

verbalmente.

§ 2º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e eficaz para a

solução do litígio, se possível com dispensa da alienação judicial, devendo o

conciliador propor, entre outras medidas cabíveis, o pagamento do débito a

prazo ou a prestação, a dação em pagamento ou a imediata adjudicação do

bem penhorado.

§ 3º Não apresentados os embargos em audiência, ou julgados

improcedentes, qualquer das partes poderá requerer ao Juiz a adoção de uma

das alternativas do parágrafo anterior.

§ 4º Não encontrado o devedor ou inexistindo bens penhoráveis, o processo

será imediatamente extinto, devolvendo-se os documentos ao autor.

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Seção XVI

Das Despesas

Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em primeiro grau de

jurisdição, do pagamento de custas, taxas ou despesas.

Parágrafo único. O preparo do recurso, na forma do § 1º do art. 42

desta Lei, compreenderá todas as despesas processuais, inclusive aquelas

dispensadas em primeiro grau de jurisdição, ressalvada a hipótese de

assistência judiciária gratuita.

Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas

e honorários de advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé.

Em segundo grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e honorários de

advogado, que serão fixados entre dez por cento e vinte por cento do valor de

condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido da causa.

Parágrafo único. Na execução não serão contadas custas, salvo quando:

I – reconhecida a litigância de má-fé;

II – improcedentes os embargos do devedor;

III – tratar-se de execução de sentença que tenha sido objeto de recurso

improvido do devedor.

Seção XVII

Disposições Finais

Art. 56. Instituído o Juizado Especial, serão implantadas as curadorias

necessárias e o serviço de assistência judiciária.

2468
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou valor, poderá ser

homologado, no juízo competente, independentemente de termo, valendo a

sentença como título executivo judicial.

Parágrafo único. Valerá como título extrajudicial o acordo celebrado pelas

partes, por instrumento escrito, referendado pelo órgão competente do

Ministério Público.

Art. 58. As normas de organização judiciária local poderão estender a

conciliação prevista nos arts. 22 e 23 a causas não abrangidas por esta Lei.

Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas ao procedimento

instituído por esta Lei.

CAPÍTULO III

Dos Juizados Especiais Criminais


Disposições Gerais

Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados

e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução

das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de

conexão e continência. (Redação dada pela Lei n. 11.313, de 2006)

Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o

tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência,

observar-se-ão os institutos da transação penal e da composição dos danos

civis. (Incluído pela Lei n. 11.313, de 2006)

Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo,

para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei

comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com

multa. (Redação dada pela Lei n. 11.313, de 2006)

2469
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Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios

da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade,

objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima

e a aplicação de pena não privativa de liberdade. (Redação dada pela Lei n.

13.603, de 2018)

Seção I

Da Competência e dos Atos Processuais

Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi

praticada a infração penal.

Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em

horário noturno e em qualquer dia da semana, conforme dispuserem as

normas de organização judiciária.

Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as

finalidades para as quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no

art. 62 desta Lei.

§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.

§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada

por qualquer meio hábil de comunicação.

§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos

por essenciais. Os atos realizados em audiência de instrução e julgamento

poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente.

Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que

possível, ou por mandado.

Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz

encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento

previsto em lei.

2470
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Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento


pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante
entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado,
ou, sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado
ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde
logo cientes as partes, os interessados e defensores.
Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de citação
do acusado, constará a necessidade de seu comparecimento acompanhado
de advogado, com a advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á designado
defensor público.

Seção II
Da Fase Preliminar

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência


lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado,
com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames
periciais necessários.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a
ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança.
Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida
de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a

vítima. (Redação dada pela Lei n. 10.455, de 13.5.2002))

Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo possível a

realização imediata da audiência preliminar, será designada data próxima, da

qual ambos sairão cientes.

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Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a

Secretaria providenciará sua intimação e, se for o caso, a do responsável civil,

na forma dos arts. 67 e 68 desta Lei.

Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério

Público, o autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil,

acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade

da composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata

de pena não privativa de liberdade.

Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua

orientação.

Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na

forma da lei local, preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os

que exerçam funções na administração da Justiça Criminal.

Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada

pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado

no juízo civil competente.

Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação

penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a

renúncia ao direito de queixa ou representação.

Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente

ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que

será reduzida a termo.

Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência

preliminar não implica decadência do direito, que poderá ser exercido no

prazo previsto em lei.

2472
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal

pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público

poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas,

a ser especificada na proposta.

§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá

reduzi-la até a metade.

§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:

I – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena

privativa de liberdade, por sentença definitiva;

II – ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos,

pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;

III – não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do

agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente

a adoção da medida.

§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida

à apreciação do Juiz.

§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da

infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não

importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente

o mesmo benefício no prazo de cinco anos.

§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida

no art. 82 desta Lei.

§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará

de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo

dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação

cabível no juízo cível.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Seção III

Do Procedimento Sumaríssimo

Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação

de pena, pela ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese

prevista no art. 76 desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato,

denúncia oral, se não houver necessidade de diligências imprescindíveis.

§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no

termo de ocorrência referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito

policial, prescindir-se-á do exame do corpo de delito quando a materialidade

do crime estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente.

§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem

a formulação da denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao Juiz o

encaminhamento das peças existentes, na forma do parágrafo único do art.

66 desta Lei.

§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa

oral, cabendo ao Juiz verificar se a complexidade e as circunstâncias do caso

determinam a adoção das providências previstas no parágrafo único do art.

66 desta Lei.

Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-

se cópia ao acusado, que com ela ficará citado e imediatamente cientificado

da designação de dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, da

qual também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o responsável


civil e seus advogados.
§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos arts. 66
e 68 desta Lei e cientificado da data da audiência de instrução e julgamento,
devendo a ela trazer suas testemunhas ou apresentar requerimento para
intimação, no mínimo cinco dias antes de sua realização.

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão


intimados nos termos do art. 67 desta Lei para comparecerem à audiência de
instrução e julgamento.
§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma prevista no art.
67 desta Lei.
Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de instrução e
julgamento, se na fase preliminar não tiver havido possibilidade de tentativa
de conciliação e de oferecimento de proposta pelo Ministério Público, proceder-
se-á nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei.
Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando
imprescindível, a condução coercitiva de quem deva comparecer.
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder
à acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo
recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e defesa,
interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente
aos debates orais e à prolação da sentença.
§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e
julgamento, podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas,
impertinentes ou protelatórias.
§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo
Juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em
audiência e a sentença.
§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de
convicção do Juiz.
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença
caberá apelação, que poderá ser julgada por turma composta de três Juízes
em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência
da sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição
escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.

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§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no prazo de


dez dias.
§ 3º As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita magnética
a que alude o § 3º do art. 65 desta Lei.
§ 4º As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento pela
imprensa.
§ 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula
do julgamento servirá de acórdão.
Art. 83. Cabem embargos de declaração quando, em sentença ou acórdão,
houver obscuridade, contradição ou omissão. (Redação dada pela Lei n.
13.105, de 2015) (Vigência)
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente,
no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.
§ 2º Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição

de recurso. (Redação dada pela Lei n. 13.105, de 2015) (Vigência)

§ 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

Seção IV

Da Execução

Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu cumprimento far-

se-á mediante pagamento na Secretaria do Juizado.

Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará extinta a

punibilidade, determinando que a condenação não fique constando dos

registros criminais, exceto para fins de requisição judicial.

Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita a conversão em

pena privativa da liberdade, ou restritiva de direitos, nos termos previstos em lei.

2476
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade e restritivas de

direitos, ou de multa cumulada com estas, será processada perante o órgão

competente, nos termos da lei.

Seção V

Das Despesas Processuais

Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e aplicação de pena

restritiva de direitos ou multa (arts. 74 e 76, § 4º), as despesas processuais

serão reduzidas, conforme dispuser lei estadual.

Seção VI

Disposições Finais

Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial,

dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões

corporais leves e lesões culposas.

Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior

a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer

a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro

anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido

condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam

a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).

§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz,

este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o

acusado a período de prova, sob as seguintes condições:

I – reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;

2477
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – proibição de frequentar determinados lugares;

III – proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização

do Juiz;

IV – comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para

informar e justificar suas atividades.

§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a

suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.

§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier

a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a

reparação do dano.

§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado,

no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição

imposta.

§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.

§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.

§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo

prosseguirá em seus ulteriores termos.

Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais

cuja instrução já estiver iniciada. (Vide ADIN n. 1.719-9)

Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça

Militar. (Artigo incluído pela Lei n. 9.839, de 27.9.1999)

Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir representação para a

propositura da ação penal pública, o ofendido ou seu representante legal será

intimado para oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena de decadência.

Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos Códigos Penal e

de Processo Penal, no que não forem incompatíveis com esta Lei.

2478
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO IV

Disposições Finais Comuns

Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados Especiais Cíveis

e Criminais, sua organização, composição e competência.

Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e as audiências

realizadas fora da sede da Comarca, em bairros ou cidades a ela pertencentes,

ocupando instalações de prédios públicos, de acordo com audiências

previamente anunciadas.

Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão e instalarão os

Juizados Especiais no prazo de seis meses, a contar da vigência desta Lei.

Parágrafo único. No prazo de 6 (seis) meses, contado da publicação desta

Lei, serão criados e instalados os Juizados Especiais Itinerantes, que deverão

dirimir, prioritariamente, os conflitos existentes nas áreas rurais ou nos locais de

menor concentração populacional. (Redação dada pela Lei n. 12.726, de 2012)

Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de sessenta dias após a sua

publicação.

Art. 97. Ficam revogadas a Lei n. 4.611, de 2 de abril de 1965 e a Lei n.

7.244, de 7 de novembro de 1984.

2479
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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LEI NO 10.259, DE 12 DE JULHO DE 2001

Dispõe sobre a instituição dos Juizados


Vigência
Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da
Regulamento
Justiça Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º São instituídos os Juizados Especiais Cíveis e Criminais da Justiça

Federal, aos quais se aplica, no que não conflitar com esta Lei, o disposto

na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.

Art. 2º Compete ao Juizado Especial Federal Criminal processar e julgar

os feitos de competência da Justiça Federal relativos às infrações de menor

potencial ofensivo.

Art. 2º Compete ao Juizado Especial Federal Criminal processar e julgar

os feitos de competência da Justiça Federal relativos às infrações de menor

potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. (Redação

dada pela Lei n. 11.313, de 2006)

Parágrafo único. Consideram-se infrações de menor potencial ofensivo,

para os efeitos desta Lei, os crimes a que a lei comine pena máxima não

superior a dois anos, ou multa.

Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o

tribunal do júri, decorrente da aplicação das regras de conexão e continência,

observar-se-ão os institutos da transação penal e da composição dos danos

civis. (Redação dada pela Lei n. 11.313, de 2006)

Art. 3º Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar

e julgar causas de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta

salários mínimos, bem como executar as suas sentenças.

2480
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º Não se incluem na competência do Juizado Especial Cível as causas:

I – referidas no art. 109, incisos II, III e XI, da Constituição Federal, as

ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação,

populares, execuções fiscais e por improbidade administrativa e as demandas

sobre direitos ou interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos;

II – sobre bens imóveis da União, autarquias e fundações públicas federais;

III – para a anulação ou cancelamento de ato administrativo federal, salvo

o de natureza previdenciária e o de lançamento fiscal;

IV – que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta

a servidores públicos civis ou de sanções disciplinares aplicadas a militares.

§ 2º  Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins

de competência do Juizado Especial, a soma de doze parcelas não poderá

exceder o valor referido no art. 3º, caput.

§ 3º No foro onde estiver instalada Vara do Juizado Especial, a sua

competência é absoluta.

Art. 4º O Juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir

medidas cautelares no curso do processo, para evitar dano de difícil reparação.

Art. 5º Exceto nos casos do art. 4º, somente será admitido recurso de

sentença definitiva.

Art. 6º Podem ser partes no Juizado Especial Federal Cível:

I – como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de

pequeno porte, assim definidas na Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996;

II – como rés, a União, autarquias, fundações e empresas públicas federais.

Art. 7º As citações e intimações da União serão feitas na forma prevista

nos arts. 35 a 38 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993.

2481
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. A citação das autarquias, fundações e empresas públicas

será feita na pessoa do representante máximo da entidade, no local onde

proposta a causa, quando ali instalado seu escritório ou representação; se

não, na sede da entidade.

Art. 8º As partes serão intimadas da sentença, quando não proferida esta

na audiência em que estiver presente seu representante, por ARMP (aviso de

recebimento em mão própria).

§ 1º As demais intimações das partes serão feitas na pessoa dos advogados

ou dos Procuradores que oficiem nos respectivos autos, pessoalmente ou por

via postal.

§ 2º Os tribunais poderão organizar serviço de intimação das partes e de

recepção de petições por meio eletrônico.

Art. 9º Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato

processual pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição

de recursos, devendo a citação para audiência de conciliação ser efetuada

com antecedência mínima de trinta dias.

Art. 10. As partes poderão designar, por escrito, representantes para a

causa, advogado ou não.

Parágrafo único. Os representantes judiciais da União, autarquias,

fundações e empresas públicas federais, bem como os indicados na forma

do caput, ficam autorizados a conciliar, transigir ou desistir, nos processos da

competência dos Juizados Especiais Federais.

Art. 11. A entidade pública ré deverá fornecer ao Juizado a documentação

de que disponha para o esclarecimento da causa, apresentando-a até a

instalação da audiência de conciliação.

2482
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Parágrafo único. Para a audiência de composição dos danos resultantes

de ilícito criminal (arts. 71, 72 e 74 da Lei no 9.099, de 26 de setembro

de 1995), o representante da entidade que comparecer terá poderes para

acordar, desistir ou transigir, na forma do art. 10.

Art. 12. Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao

julgamento da causa, o Juiz nomeará pessoa habilitada, que apresentará o

laudo até cinco dias antes da audiência, independentemente de intimação

das partes.

§ 1º Os honorários do técnico serão antecipados à conta de verba

orçamentária do respectivo Tribunal e, quando vencida na causa a entidade

pública, seu valor será incluído na ordem de pagamento a ser feita em favor

do Tribunal.

§ 2º  Nas ações previdenciárias e relativas à assistência social, havendo

designação de exame, serão as partes intimadas para, em dez dias, apresentar

quesitos e indicar assistentes.

Art. 13. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá reexame necessário.

Art. 14. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei federal

quando houver divergência entre decisões sobre questões de direito material

proferidas por Turmas Recursais na interpretação da lei.

§ 1º O pedido fundado em divergência entre Turmas da mesma Região

será julgado em reunião conjunta das Turmas em conflito, sob a presidência

do Juiz Coordenador.

§ 2º  O pedido fundado em divergência entre decisões de turmas

de diferentes regiões ou da proferida em contrariedade a súmula ou

jurisprudência dominante do STJ será julgado por Turma de Uniformização,

integrada por juízes de Turmas Recursais, sob a presidência do Coordenador

da Justiça Federal.

2483
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 3º A reunião de juízes domiciliados em cidades diversas será feita pela

via eletrônica.

§ 4º Quando a orientação acolhida pela Turma de Uniformização, em

questões de direito material, contrariar súmula ou jurisprudência dominante

no Superior Tribunal de Justiça -STJ, a parte interessada poderá provocar a

manifestação deste, que dirimirá a divergência.

§ 5º No caso do § 4º, presente a plausibilidade do direito invocado e havendo

fundado receio de dano de difícil reparação, poderá o relator conceder, de ofício

ou a requerimento do interessado, medida liminar determinando a suspensão

dos processos nos quais a controvérsia esteja estabelecida.

§ 6º Eventuais pedidos de uniformização idênticos, recebidos

subsequentemente em quaisquer Turmas Recursais, ficarão retidos nos autos,

aguardando-se pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça.

§ 7º Se necessário, o relator pedirá informações ao Presidente da Turma

Recursal ou Coordenador da Turma de Uniformização e ouvirá o Ministério

Público, no prazo de cinco dias. Eventuais interessados, ainda que não sejam

partes no processo, poderão se manifestar, no prazo de trinta dias.

§ 8º Decorridos os prazos referidos no § 7º, o relator incluirá o pedido em

pauta na Seção, com preferência sobre todos os demais feitos, ressalvados os

processos com réus presos, os habeas corpus e os mandados de segurança.

§ 9º Publicado o acórdão respectivo, os pedidos retidos referidos no §

6º serão apreciados pelas Turmas Recursais, que poderão exercer juízo de

retratação ou declará-los prejudicados, se veicularem tese não acolhida pelo

Superior Tribunal de Justiça.

§ 10. Os Tribunais Regionais, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo

Tribunal Federal, no âmbito de suas competências, expedirão normas

regulamentando a composição dos órgãos e os procedimentos a serem

2484
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

adotados para o processamento e o julgamento do pedido de uniformização e

do recurso extraordinário.

Art. 15. O recurso extraordinário, para os efeitos desta Lei, será processado

e julgado segundo o estabelecido nos §§ 4º a 9º do art. 14, além da observância

das normas do Regimento.

Art. 16. O cumprimento do acordo ou da sentença, com trânsito em

julgado, que imponham obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coisa

certa, será efetuado mediante ofício do Juiz à autoridade citada para a causa,

com cópia da sentença ou do acordo.

Art. 17. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito

em julgado da decisão, o pagamento será efetuado no prazo de sessenta

dias, contados da entrega da requisição, por ordem do Juiz, à autoridade

citada para a causa, na agência mais próxima da Caixa Econômica Federal ou

do Banco do Brasil, independentemente de precatório.

§ 1º Para os efeitos do § 3º do art. 100 da Constituição Federal, as obrigações

ali definidas como de pequeno valor, a serem pagas independentemente de

precatório, terão como limite o mesmo valor estabelecido nesta Lei para a

competência do Juizado Especial Federal Cível (art. 3º, caput).

§ 2º Desatendida a requisição judicial, o Juiz determinará o sequestro do

numerário suficiente ao cumprimento da decisão.

§ 3º São vedados o fracionamento, repartição ou quebra do valor da

execução, de modo que o pagamento se faça, em parte, na forma estabelecida

no § 1º deste artigo, e, em parte, mediante expedição do precatório, e a

expedição de precatório complementar ou suplementar do valor pago.

§ 4º Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido no § 1º, o pagamento

far-se-á, sempre, por meio do precatório, sendo facultado à parte exequente a

renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa optar pelo pagamento

do saldo sem o precatório, da forma lá prevista.

2485
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 18. Os Juizados Especiais serão instalados por decisão do Tribunal

Regional Federal. O Juiz presidente do Juizado designará os conciliadores

pelo período de dois anos, admitida a recondução. O exercício dessas funções

será gratuito, assegurados os direitos e prerrogativas do jurado (art. 437 do

Código de Processo Penal).

Parágrafo único. Serão instalados Juizados Especiais Adjuntos nas

localidades cujo movimento forense não justifique a existência de Juizado

Especial, cabendo ao Tribunal designar a Vara onde funcionará.

Art. 19. No prazo de seis meses, a contar da publicação desta Lei, deverão

ser instalados os Juizados Especiais nas capitais dos Estados e no Distrito

Federal.

Parágrafo único. Na capital dos Estados, no Distrito Federal e em outras

cidades onde for necessário, neste último caso, por decisão do Tribunal

Regional Federal, serão instalados Juizados com competência exclusiva para

ações previdenciárias.

Art. 20. Onde não houver Vara Federal, a causa poderá ser proposta

no Juizado Especial Federal mais próximo do foro definido no art. 4º da Lei

no 9.099, de 26 de setembro de 1995, vedada a aplicação desta Lei no juízo

estadual.

Art. 21. As Turmas Recursais serão instituídas por decisão do Tribunal

Regional Federal, que definirá sua composição e área de competência, podendo

abranger mais de uma seção.

§ 1º Não será permitida a recondução, salvo quando não houver outro

juiz na sede da Turma Recursal ou na Região. (Revogado pela Lei n. 12.665,

de 2012)

§ 2º A designação dos juízes das Turmas Recursais obedecerá aos critérios

de antiguidade e merecimento. (Revogado pela Lei n. 12.665, de 2012)

2486
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 22. Os Juizados Especiais serão coordenados por Juiz do respectivo

Tribunal Regional, escolhido por seus pares, com mandato de dois anos.
Parágrafo único. O Juiz Federal, quando o exigirem as circunstâncias,
poderá determinar o funcionamento do Juizado Especial em caráter itinerante,
mediante autorização prévia do Tribunal Regional Federal, com antecedência
de dez dias.
Art. 23. O Conselho da Justiça Federal poderá limitar, por até três anos,
contados a partir da publicação desta Lei, a competência dos Juizados Especiais
Cíveis, atendendo à necessidade da organização dos serviços judiciários ou
administrativos.
Art. 24. O Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal e
as Escolas de Magistratura dos Tribunais Regionais Federais criarão programas
de informática necessários para subsidiar a instrução das causas submetidas
aos Juizados e promoverão cursos de aperfeiçoamento destinados aos seus
magistrados e servidores.
Art. 25. Não serão remetidas aos Juizados Especiais as demandas ajuizadas
até a data de sua instalação.
Art. 26. Competirá aos Tribunais Regionais Federais prestar o suporte
administrativo necessário ao funcionamento dos Juizados Especiais.
Art. 27. Esta Lei entra em vigor seis meses após a data de sua publicação.

2487
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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LEI N. 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984

(Vide Decreto n. 6.049, de 2007)


Institui a Lei de Execução Penal.
(Vide Decreto n. 7.627, de 2011)

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DO OBJETO E DA APLICAÇÃO DA LEI DE EXECUÇÃO PENAL

Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sen-


tença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integra-
ção social do condenado e do internado.
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em
todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, na confor-
midade desta Lei e do Código de Processo Penal.
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao
condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimen-
to sujeito à jurisdição ordinária.
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos
não atingidos pela sentença ou pela lei.
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social,
religiosa ou política.
Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas ativi-
dades de execução da pena e da medida de segurança.

2488
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

TÍTULO II
DO CONDENADO E DO INTERNADO
CAPÍTULO I
Da Classificação

Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes


e personalidade, para orientar a individualização da execução penal.
Art. 6º A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que
elaborará o programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada
ao condenado ou preso provisório. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabe-
lecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois)
chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente
social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade.
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da
Execução e será integrada por fiscais do serviço social.
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em
regime fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos
elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individu-
alização da execução.
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido
o condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime se-
miaberto.
Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da
personalidade, observando a ética profissional e tendo sempre presentes pe-
ças ou informações do processo, poderá:
I – entrevistar pessoas;
II – requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e infor-
mações a respeito do condenado;
III – realizar outras diligências e exames necessários.

2489
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 9º-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violên-


cia de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos
no art. 1º da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, serão submetidos, obri-
gatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA
- ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor. (Incluído pela Lei
n. 12.654, de 2012)
§ 1º A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados
sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo. (Incluí-
do pela Lei n. 12.654, de 2012)
§ 2º A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz
competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados de
identificação de perfil genético. (Incluído pela Lei n. 12.654, de 2012)

CAPÍTULO II
DA ASSISTÊNCIA
SEÇÃO I
Disposições Gerais

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objeti-


vando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
Art. 11. A assistência será:
I – material;
II – à saúde;
III – jurídica;
IV – educacional;
V – social;
VI – religiosa.

2490
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

SEÇÃO II
Da Assistência Material

Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no for-


necimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas.
Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços que aten-
dam aos presos nas suas necessidades pessoais, além de locais destinados à
venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela Administração.

SEÇÃO III
Da Assistência à Saúde

Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter pre-


ventivo e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e
odontológico.
§ 1º (Vetado).
§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover
a assistência médica necessária, esta será prestada em outro local, mediante
autorização da direção do estabelecimento.
§ 3º Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente
no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido. (Incluído pela Lei
n. 11.942, de 2009)

SEÇÃO IV
Da Assistência Jurídica

Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados


sem recursos financeiros para constituir advogado.
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência
jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora dos esta-
belecimentos penais. (Redação dada pela Lei n. 12.313, de 2010).

2491
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural, pessoal


e material à Defensoria Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora
dos estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
§ 2º Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado des-
tinado ao atendimento pelo Defensor Público. (Incluído pela Lei n. 12.313,
de 2010).
§ 3º Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos Es-
pecializados da Defensoria Pública para a prestação de assistência jurídica
integral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e seus fa-
miliares, sem recursos financeiros para constituir advogado. (Incluído pela Lei
n. 12.313, de 2010).

SEÇÃO V
Da Assistência Educacional

Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a


formação profissional do preso e do internado.
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema
escolar da Unidade Federativa.
Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou
educação profissional de nível médio, será implantado nos presídios, em obe-
diência ao preceito constitucional de sua universalização. (Incluído pela Lei n.
13.163, de 2015)
§ 1º O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao sistema
estadual e municipal de ensino e será mantido, administrativa e financeira-
mente, com o apoio da União, não só com os recursos destinados à educação,
mas pelo sistema estadual de justiça ou administração penitenciária. (Incluí-
do pela Lei n. 13.163, de 2015)

2492
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 2º Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas cursos suple-


tivos de educação de jovens e adultos. (Incluído pela Lei n. 13.163, de 2015)
§ 3º A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal incluirão em
seus programas de educação à distância e de utilização de novas tecnologias
de ensino, o atendimento aos presos e às presas. (Incluído pela Lei n. 13.163,
de 2015)
Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de
aperfeiçoamento técnico.
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional adequado à
sua condição.
Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com
entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos
especializados.
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada estabeleci-
mento de uma biblioteca, para uso de todas as categorias de reclusos, provi-
da de livros instrutivos, recreativos e didáticos.
Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar: (Incluído pela Lei n.
13.163, de 2015)
I – o nível de escolaridade dos presos e das presas; (Incluído pela Lei n.
13.163, de 2015)
II – a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o número de
presos e presas atendidos; (Incluído pela Lei n. 13.163, de 2015)
III  – a implementação de cursos profissionais em nível de iniciação ou
aperfeiçoamento técnico e o número de presos e presas atendidos; (Incluído
pela Lei n. 13.163, de 2015)
IV – a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo; (Incluído
pela Lei n. 13.163, de 2015)
V – outros dados relevantes para o aprimoramento educacional de presos
e presas. (Incluído pela Lei n. 13.163, de 2015)

2493
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

SEÇÃO VI
Da Assistência Social

Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o inter-


nado e prepará-los para o retorno à liberdade.
Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
I – conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
II – relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as
dificuldades enfrentadas pelo assistido;
III – acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas tem-
porárias;
IV – promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação;
V – promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da
pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade;
VI – providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdên-
cia Social e do seguro por acidente no trabalho;
VII – orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do inter-
nado e da vítima.

SEÇÃO VII
Da Assistência Religiosa

Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos


presos e aos internados, permitindo-se-lhes a participação nos serviços orga-
nizados no estabelecimento penal, bem como a posse de livros de instrução
religiosa.
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos.
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de ati-
vidade religiosa.

2494
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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SEÇÃO VIII
Da Assistência ao Egresso

Art. 25. A assistência ao egresso consiste:


I – na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
II – na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em esta-
belecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses.
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado
uma única vez, comprovado, por declaração do assistente social, o empenho
na obtenção de emprego.
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:
I – o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do
estabelecimento;
II – o liberado condicional, durante o período de prova.
Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a
obtenção de trabalho.

CAPÍTULO III
DO TRABALHO
SEÇÃO I
Disposições Gerais

Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de digni-


dade humana, terá finalidade educativa e produtiva.
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções
relativas à segurança e à higiene.
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das
Leis do Trabalho.
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela,
não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.

2495
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:


a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados
judicialmente e não reparados por outros meios;
b) à assistência à família;
c) a pequenas despesas pessoais;
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção
do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação pre-
vista nas letras anteriores.
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restan-
te para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entre-
gue ao condenado quando posto em liberdade.
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade
não serão remuneradas.

SEÇÃO II
Do Trabalho Interno

Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao tra-


balho na medida de suas aptidões e capacidade.
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só
poderá ser executado no interior do estabelecimento.
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habi-
litação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as
oportunidades oferecidas pelo mercado.
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expres-
são econômica, salvo nas regiões de turismo.
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação ade-
quada à sua idade.
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apro-
priadas ao seu estado.

2496
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem


superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feriados.
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos pre-
sos designados para os serviços de conservação e manutenção do estabele-
cimento penal.
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou empresa pú-
blica, com autonomia administrativa, e terá por objetivo a formação profis-
sional do condenado.
§ 1º. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora promover e su-
pervisionar a produção, com critérios e métodos empresariais, encarregar-se
de sua comercialização, bem como suportar despesas, inclusive pagamento
de remuneração adequada. (Renumerado pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 2º Os governos federal, estadual e municipal poderão celebrar convênio
com a iniciativa privada, para implantação de oficinas de trabalho referentes
a setores de apoio dos presídios. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta da União, Estados,
Territórios, Distrito Federal e dos Municípios adquirirão, com dispensa de con-
corrência pública, os bens ou produtos do trabalho prisional, sempre que não
for possível ou recomendável realizar-se a venda a particulares.
Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas com as vendas rever-
terão em favor da fundação ou empresa pública a que alude o artigo anterior
ou, na sua falta, do estabelecimento penal.

SEÇÃO III
Do Trabalho Externo

Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime


fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Ad-
ministração Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as
cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.

2497
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento)


do total de empregados na obra.
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa emprei-
teira a remuneração desse trabalho.
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimen-
to expresso do preso.
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do
estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além
do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso
que vier a praticar fato definido como crime, for punido por falta grave, ou
tiver comportamento contrário aos requisitos estabelecidos neste artigo.

CAPÍTULO IV
DOS DEVERES, DOS DIREITOS E DA DISCIPLINA
SEÇÃO I
Dos Deveres

Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes ao


seu estado, submeter-se às normas de execução da pena.
Art. 39. Constituem deveres do condenado:
I – comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;
II – obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva
relacionar-se;
III – urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;
IV – conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou
de subversão à ordem ou à disciplina;
V – execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
VI – submissão à sanção disciplinar imposta;
VII – indenização à vitima ou aos seus sucessores;

2498
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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VIII – indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas


com a sua manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do
trabalho;
IX – higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
X – conservação dos objetos de uso pessoal.
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto
neste artigo.

SEÇÃO II
Dos Direitos

Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física


e moral dos condenados e dos presos provisórios.
Art. 41 - Constituem direitos do preso:
I – alimentação suficiente e vestuário;
II – atribuição de trabalho e sua remuneração;
III – Previdência Social;
IV – constituição de pecúlio;
V – proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descan-
so e a recreação;
VI  – exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e des-
portivas anteriores, desde que compatíveis com a execução da pena;
VII – assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;
VIII – proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
IX – entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X – visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias de-
terminados;
XI – chamamento nominal;
XII – igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individuali-
zação da pena;

2499
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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XIII – audiência especial com o diretor do estabelecimento;


XIV – representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;
XV – contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita,
da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral e
os bons costumes.
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da
responsabilidade da autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei n.
10.713, de 2003)
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser sus-
pensos ou restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.
Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de segu-
rança, no que couber, o disposto nesta Seção.
Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal
do internado ou do submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares
ou dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento.
Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o particular serão
resolvidas pelo Juiz da execução.

SEÇÃO III
Da Disciplina
SUBSEÇÃO I
Disposições Gerais

Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às


determinações das autoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho.
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa
de liberdade ou restritiva de direitos e o preso provisório.
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior
previsão legal ou regulamentar.

2500
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e mo-


ral do condenado.
§ 2º É vedado o emprego de cela escura.
§ 3º São vedadas as sanções coletivas.
Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou da
prisão, será cientificado das normas disciplinares.
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade,
será exercido pela autoridade administrativa conforme as disposições regula-
mentares.
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar
será exercido pela autoridade administrativa a que estiver sujeito o condenado.
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz da
execução para os fins dos artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d,
e 2º desta Lei.

SUBSEÇÃO II
Das Faltas Disciplinares

Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves.


A legislação local especificará as leves e médias, bem assim as respectivas
sanções.
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta
consumada.
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
I – incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
II – fugir;
III – possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade
física de outrem;
IV – provocar acidente de trabalho;
V – descumprir, no regime aberto, as condições impostas;

2501
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

VI – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio
ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente
externo. (Incluído pela Lei n. 11.466, de 2007)
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso
provisório.
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que:
I – descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
II – retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;
III – inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e,
quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisó-
rio, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferencia-
do, com as seguintes características: (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
I – duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repe-
tição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um
sexto da pena aplicada; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
II – recolhimento em cela individual; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
III – visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com du-
ração de duas horas; (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
IV – o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de
sol. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos pro-
visórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco
para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. (In-
cluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 2º Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso
provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envol-
vimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, qua-
drilha ou bando. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)

2502
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

SUBSEÇÃO III
Das Sanções e das Recompensas

Art. 53. Constituem sanções disciplinares:


I – advertência verbal;
II – repreensão;
III – suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único);
IV – isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabeleci-
mentos que possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88
desta Lei.
V – inclusão no regime disciplinar diferenciado. (Incluído pela Lei n. 10.792,
de 2003)
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato
motivado do diretor do estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fundamen-
tado despacho do juiz competente. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 1º A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar dependerá
de requerimento circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou
outra autoridade administrativa. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 2º A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será
precedida de manifestação do Ministério Público e da defesa e prolatada no
prazo máximo de quinze dias. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
Art. 55. As recompensas têm em vista o bom comportamento reconhe-
cido em favor do condenado, de sua colaboração com a disciplina e de sua
dedicação ao trabalho.
Art. 56. São recompensas:
I – o elogio;
II – a concessão de regalias.
Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos estabelecerão a na-
tureza e a forma de concessão de regalias.

2503
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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SUBSEÇÃO IV
Da Aplicação das Sanções

Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta


a natureza, os motivos, as circunstâncias e as consequências do fato, bem
como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão. (Redação dada pela Lei n.
10.792, de 2003)
Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas
nos incisos III a V do art. 53 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 10.792,
de 2003)
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão
exceder a trinta dias, ressalvada a hipótese do regime disciplinar diferencia-
do. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da execução.

SUBSEÇÃO V
Do Procedimento Disciplinar

Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o procedimen-


to para sua apuração, conforme regulamento, assegurado o direito de defesa.
Parágrafo único. A decisão será motivada.
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento pre-
ventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias. A inclusão do preso no regi-
me disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do
fato, dependerá de despacho do juiz competente. (Redação dada pela Lei n.
10.792, de 2003)
Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime
disciplinar diferenciado será computado no período de cumprimento da san-
ção disciplinar. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)

2504
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

TÍTULO III
DOS ÓRGÃOS DA EXECUÇÃO PENAL
CAPÍTULO I
Disposições Gerais

Art. 61. São órgãos da execução penal:


I – o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária;
II – o Juízo da Execução;
III – o Ministério Público;
IV – o Conselho Penitenciário;
V – os Departamentos Penitenciários;
VI – o Patronato;
VII – o Conselho da Comunidade.
VIII – a Defensoria Pública. (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).

CAPÍTULO II
DO CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA
CRIMINAL E PENITENCIÁRIA

Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, com


sede na Capital da República, é subordinado ao Ministério da Justiça.
Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária será in-
tegrado por 13 (treze) membros designados através de ato do Ministério da
Justiça, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal, Processu-
al Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da
comunidade e dos Ministérios da área social.
Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho terá duração de 2
(dois) anos, renovado 1/3 (um terço) em cada ano.
Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, no
exercício de suas atividades, em âmbito federal ou estadual, incumbe:

2505
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do delito,


administração da Justiça Criminal e execução das penas e das medidas de
segurança;
II – contribuir na elaboração de planos nacionais de desenvolvimento, su-
gerindo as metas e prioridades da política criminal e penitenciária;
III – promover a avaliação periódica do sistema criminal para a sua ade-
quação às necessidades do País;
IV – estimular e promover a pesquisa criminológica;
V – elaborar programa nacional penitenciário de formação e aperfeiçoa-
mento do servidor;
VI – estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de estabeleci-
mentos penais e casas de albergados;
VII – estabelecer os critérios para a elaboração da estatística criminal;
VIII – inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, bem assim in-
formar-se, mediante relatórios do Conselho Penitenciário, requisições, visitas
ou outros meios, acerca do desenvolvimento da execução penal nos Estados,
Territórios e Distrito Federal, propondo às autoridades dela incumbida as me-
didas necessárias ao seu aprimoramento;
IX – representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para
instauração de sindicância ou procedimento administrativo, em caso de viola-
ção das normas referentes à execução penal;
X – representar à autoridade competente para a interdição, no todo ou em
parte, de estabelecimento penal.

CAPÍTULO III
DO JUÍZO DA EXECUÇÃO

Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de orga-


nização judiciária e, na sua ausência, ao da sentença.
Art. 66. Compete ao Juiz da execução:

2506
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

I – aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favore-
cer o condenado;
II – declarar extinta a punibilidade;
III – decidir sobre:
a) soma ou unificação de penas;
b) progressão ou regressão nos regimes;
c) detração e remição da pena;
d) suspensão condicional da pena;
e) livramento condicional;
f) incidentes da execução.
IV – autorizar saídas temporárias;
V – determinar:
a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua
execução;
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de
liberdade;
c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos;
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena
por medida de segurança;
e) a revogação da medida de segurança;
f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo 86,
desta Lei.
i) (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
VI – zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança;
VII – inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando
providências para o adequado funcionamento e promovendo, quando for o
caso, a apuração de responsabilidade;

2507
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

VIII – interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver


funcionando em condições inadequadas ou com infringência aos dispositivos
desta Lei;
IX – compor e instalar o Conselho da Comunidade.
X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. (Incluído pela Lei n.
10.713, de 2003)

CAPÍTULO IV
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução da pena e da medida


de segurança, oficiando no processo executivo e nos incidentes da execução.
Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público:
I – fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de inter-
namento;
II – requerer:
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo
executivo;
b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução;
c) a aplicação de medida de segurança, bem como a substituição da pena
por medida de segurança;
d) a revogação da medida de segurança;
e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos regimes e a revo-
gação da suspensão condicional da pena e do livramento condicional;
f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior.
III – interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária,
durante a execução.
Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visitará mensalmente os
estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio.

2508
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

CAPÍTULO V
DO CONSELHO PENITENCIÁRIO

Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e fiscalizador da exe-


cução da pena.
§ 1º O Conselho será integrado por membros nomeados pelo Governador
do Estado, do Distrito Federal e dos Territórios, dentre professores e profis-
sionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências
correlatas, bem como por representantes da comunidade. A legislação federal
e estadual regulará o seu funcionamento.
§ 2º O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá a duração
de 4 (quatro) anos.
Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:
I – emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipó-
tese de pedido de indulto com base no estado de saúde do preso; (Redação
dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
II – inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;
III – apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao Conselho Na-
cional de Política Criminal e Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados
no exercício anterior;
IV – supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egressos.

CAPÍTULO VI
DOS DEPARTAMENTOS PENITENCIÁRIOS
SEÇÃO I
Do Departamento Penitenciário Nacional

Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, subordinado ao Ministério


da Justiça, é órgão executivo da Política Penitenciária Nacional e de apoio admi-
nistrativo e financeiro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.

2509
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário Nacional:


I – acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal em todo o
Território Nacional;
II – inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e serviços
penais;
III – assistir tecnicamente as Unidades Federativas na implementação dos
princípios e regras estabelecidos nesta Lei;
IV – colaborar com as Unidades Federativas mediante convênios, na im-
plantação de estabelecimentos e serviços penais;
V – colaborar com as Unidades Federativas para a realização de cursos de
formação de pessoal penitenciário e de ensino profissionalizante do condena-
do e do internado.
VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades federativas, o ca-
dastro nacional das vagas existentes em estabelecimentos locais destinadas
ao cumprimento de penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de
outra unidade federativa, em especial para presos sujeitos a regime discipli-
nar. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
Parágrafo único. Incumbem também ao Departamento a coordenação e
supervisão dos estabelecimentos penais e de internamento federais.

SEÇÃO II
Do Departamento Penitenciário Local

Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento Penitenciário ou ór-


gão similar, com as atribuições que estabelecer.
Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão similar, tem por
finalidade supervisionar e coordenar os estabelecimentos penais da Unidade
da Federação a que pertencer.

2510
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

SEÇÃO III
Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais

Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabelecimento deverá satis-


fazer os seguintes requisitos:
I – ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou Psicologia, ou
Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços Sociais;
II – possuir experiência administrativa na área;
III – ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da
função.
Parágrafo único. O diretor deverá residir no estabelecimento, ou nas pro-
ximidades, e dedicará tempo integral à sua função.
Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado em diferentes
categorias funcionais, segundo as necessidades do serviço, com especificação
de atribuições relativas às funções de direção, chefia e assessoramento do
estabelecimento e às demais funções.
Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especializado, de instrução
técnica e de vigilância atenderá a vocação, preparação profissional e antece-
dentes pessoais do candidato.
§ 1º O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a progressão ou a
ascensão funcional dependerão de cursos específicos de formação, proceden-
do-se à reciclagem periódica dos servidores em exercício.
§ 2º No estabelecimento para mulheres somente se permitirá o trabalho
de pessoal do sexo feminino, salvo quando se tratar de pessoal técnico es-
pecializado.

2511
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO VII
DO PATRONATO

Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a prestar assistência


aos albergados e aos egressos (artigo 26).
Art. 79. Incumbe também ao Patronato:
I – orientar os condenados à pena restritiva de direitos;
II – fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de serviço à comu-
nidade e de limitação de fim de semana;
III – colaborar na fiscalização do cumprimento das condições da suspen-
são e do livramento condicional.

CAPÍTULO VIII
DO CONSELHO DA COMUNIDADE

Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da Comunidade com-


posto, no mínimo, por 1 (um) representante de associação comercial ou in-
dustrial, 1 (um) advogado indicado pela Seção da Ordem dos Advogados do
Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado pelo Defensor Público Geral e 1 (um)
assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de
Assistentes Sociais. (Redação dada pela Lei n. 12.313, de 2010).
Parágrafo único. Na falta da representação prevista neste artigo, ficará a
critério do Juiz da execução a escolha dos integrantes do Conselho.
Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade:
I – visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos penais existen-
tes na comarca;
II – entrevistar presos;
III – apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao Conselho
Penitenciário;
IV – diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor as-
sistência ao preso ou internado, em harmonia com a direção do estabelecimento.

2512
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO IX
DA DEFENSORIA PÚBLICA

(Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).


Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular execução da pena e
da medida de segurança, oficiando, no processo executivo e nos incidentes da
execução, para a defesa dos necessitados em todos os graus e instâncias, de
forma individual e coletiva. (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: (Incluído pela Lei n.
12.313, de 2010).
I – requerer: (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo
executivo; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de qualquer modo
favorecer o condenado; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
c) a declaração de extinção da punibilidade; (Incluído pela Lei n. 12.313,
de 2010).
d) a unificação de penas; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
e) a detração e remição da pena; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução; (Inclu-
ído pela Lei n. 12.313, de 2010).
g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem como a
substituição da pena por medida de segurança; (Incluído pela Lei n. 12.313,
de 2010).
h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a suspensão condi-
cional da pena, o livramento condicional, a comutação de pena e o indulto;
(Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
i) a autorização de saídas temporárias; (Incluído pela Lei n. 12.313, de
2010).

2513
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;


(Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;
(Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º do art. 86 desta
Lei; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
II – requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir; (Incluído
pela Lei n. 12.313, de 2010).
III – interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária ou
administrativa durante a execução; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
IV – representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para
instauração de sindicância ou procedimento administrativo em caso de vio-
lação das normas referentes à execução penal; (Incluído pela Lei n. 12.313,
de 2010).
V – visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para o ade-
quado funcionamento, e requerer, quando for o caso, a apuração de respon-
sabilidade; (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
VI – requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou em parte,
de estabelecimento penal. (Incluído pela Lei n. 12.313, de 2010).
Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará periodicamente os
estabelecimentos penais, registrando a sua presença em livro próprio. (Inclu-
ído pela Lei n. 12.313, de 2010).

2514
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TÍTULO IV
DOS ESTABELECIMENTOS PENAIS
CAPÍTULO I
Disposições Gerais

Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao sub-


metido à medida de segurança, ao preso provisório e ao egresso.
§ 1º A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, serão recolhi-
dos a estabelecimento próprio e adequado à sua condição pessoal. (Redação
dada pela Lei n. 9.460, de 1997)
§ 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar estabelecimentos
de destinação diversa desde que devidamente isolados.
Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá con-
tar em suas dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência,
educação, trabalho, recreação e prática esportiva.
§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de estudantes universitários.
(Renumerado pela Lei n. 9.046, de 1995)
§ 2º Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de
berçário, onde as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive ama-
mentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de idade. (Redação dada pela Lei
n. 11.942, de 2009)
§ 3º Os estabelecimentos de que trata o § 2º deste artigo deverão possuir,
exclusivamente, agentes do sexo feminino na segurança de suas dependên-
cias internas. (Incluído pela Lei n. 12.121, de 2009).
§ 4º Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico
e profissionalizante. (Incluído pela Lei n. 12.245, de 2010)
§ 5º Haverá instalação destinada à Defensoria Pública. (Incluído pela Lei
n. 12.313, de 2010).

2515
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta as atividades mate-


riais acessórias, instrumentais ou complementares desenvolvidas em esta-
belecimentos penais, e notadamente: (Incluído pela Lei n. 13.190, de 2015).
I – serviços de conservação, limpeza, informática, copeiragem, portaria,
recepção, reprografia, telecomunicações, lavanderia e manutenção de pré-
dios, instalações e equipamentos internos e externos; (Incluído pela Lei n.
13.190, de 2015).
II – serviços relacionados à execução de trabalho pelo preso. (Incluído
pela Lei n. 13.190, de 2015).
§ 1º A execução indireta será realizada sob supervisão e fiscalização do
poder público. (Incluído pela Lei n. 13.190, de 2015).
§ 2º Os serviços relacionados neste artigo poderão compreender o forne-
cimento de materiais, equipamentos, máquinas e profissionais. (Incluído pela
Lei n. 13.190, de 2015).
Art. 83-B. São indelegáveis as funções de direção, chefia e coordenação
no âmbito do sistema penal, bem como todas as atividades que exijam o
exercício do poder de polícia, e notadamente: (Incluído pela Lei n. 13.190, de
2015).
I – classificação de condenados; (Incluído pela Lei n. 13.190, de 2015).
II  – aplicação de sanções disciplinares; (Incluído pela Lei n. 13.190, de
2015).
III – controle de rebeliões; (Incluído pela Lei n. 13.190, de 2015).
IV – transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário, hospitais e ou-
tros locais externos aos estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei n. 13.190,
de 2015).
Art. 84. O preso provisório ficará separado do condenado por sentença
transitada em julgado.
§ 1º Os presos provisórios ficarão separados de acordo com os seguintes
critérios: (Redação dada pela Lei n. 13.167, de 2015)

2516
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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I – acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados; (Incluído


pela Lei n. 13.167, de 2015)
II – acusados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave
ameaça à pessoa; (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
III  – acusados pela prática de outros crimes ou contravenções diversos
dos apontados nos incisos I e II. (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
§ 2º O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da
Justiça Criminal ficará em dependência separada.
§ 3º Os presos condenados ficarão separados de acordo com os seguintes
critérios: (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
I – condenados pela prática de crimes hediondos ou equiparados; (Incluí-
do pela Lei n. 13.167, de 2015)
II – reincidentes condenados pela prática de crimes cometidos com violên-
cia ou grave ameaça à pessoa; (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
III – primários condenados pela prática de crimes cometidos com violência
ou grave ameaça à pessoa; (Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
IV – demais condenados pela prática de outros crimes ou contravenções
em situação diversa das previstas nos incisos I, II e III. (Incluído pela Lei n.
13.167, de 2015)
§ 4º O preso que tiver sua integridade física, moral ou psicológica ameaça-
da pela convivência com os demais presos ficará segregado em local próprio.
(Incluído pela Lei n. 13.167, de 2015)
Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com a sua
estrutura e finalidade.
Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária
determinará o limite máximo de capacidade do estabelecimento, atendendo a
sua natureza e peculiaridades.
Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça de uma
Unidade Federativa podem ser executadas em outra unidade, em estabeleci-
mento local ou da União.

2517
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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§ 1º A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local dis-


tante da condenação para recolher os condenados, quando a medida se jus-
tifique no interesse da segurança pública ou do próprio condenado. (Redação
dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 2º Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão trabalhar os
liberados ou egressos que se dediquem a obras públicas ou ao aproveitamen-
to de terras ociosas.
§ 3º Caberá ao juiz competente, a requerimento da autoridade adminis-
trativa definir o estabelecimento prisional adequado para abrigar o preso pro-
visório ou condenado, em atenção ao regime e aos requisitos estabelecidos.
(Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)

CAPÍTULO II
Da Penitenciária

Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em


regime fechado.
Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Terri-
tórios poderão construir Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos pre-
sos provisórios e condenados que estejam em regime fechado, sujeitos ao
regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. 52 desta Lei. (Incluído pela
Lei n. 10.792, de 2003)
Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá dormi-
tório, aparelho sanitário e lavatório.
Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular:
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, in-
solação e condicionamento térmico adequado à existência humana;
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).

2518
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a penitenciária de mu-


lheres será dotada de seção para gestante e parturiente e de creche para
abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos, com
a finalidade de assistir a criança desamparada cuja responsável estiver presa.
(Redação dada pela Lei n. 11.942, de 2009)
Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e da creche referidas
neste artigo: (Incluído pela Lei n. 11.942, de 2009)
I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo com as diretrizes ado-
tadas pela legislação educacional e em unidades autônomas; e (Incluído pela
Lei n. 11.942, de 2009)
II – horário de funcionamento que garanta a melhor assistência à criança
e à sua responsável. (Incluído pela Lei n. 11.942, de 2009)
Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em local afastado do
centro urbano, à distância que não restrinja a visitação.

CAPÍTULO III
DA COLÔNIA AGRÍCOLA, INDUSTRIAL OU SIMILAR

Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao cumpri-


mento da pena em regime semiaberto.
Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo, ob-
servados os requisitos da letra a, do parágrafo único, do artigo 88, desta Lei.
Parágrafo único. São também requisitos básicos das dependências coletivas:
a) a seleção adequada dos presos;
b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de individuali-
zação da pena.

2519
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO IV
DA CASA DO ALBERGADO

Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de pena privati-


va de liberdade, em regime aberto, e da pena de limitação de fim de semana.
Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos de-
mais estabelecimentos, e caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos
contra a fuga.
Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado, a
qual deverá conter, além dos aposentos para acomodar os presos, local ade-
quado para cursos e palestras.
Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações para os serviços de
fiscalização e orientação dos condenados.

CAPÍTULO V
DO CENTRO DE OBSERVAÇÃO

Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os exames gerais e o


criminológico, cujos resultados serão encaminhados à Comissão Técnica de
Classificação.
Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas pesquisas criminológi-
cas.
Art. 97. O Centro de Observação será instalado em unidade autônoma ou
em anexo a estabelecimento penal.
Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela Comissão Técnica de
Classificação, na falta do Centro de Observação.

2520
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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CAPÍTULO VI
DO HOSPITAL DE CUSTÓDIA E TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO

Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-se aos


inimputáveis e semi-imputáveis referidos no artigo 26 e seu parágrafo único
do Código Penal.
Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que couber, o disposto no pará-
grafo único, do artigo 88, desta Lei.
Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames necessários ao trata-
mento são obrigatórios para todos os internados.
Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97, segunda par-
te, do Código Penal, será realizado no Hospital de Custódia e Tratamento Psi-
quiátrico ou em outro local com dependência médica adequada.

CAPÍTULO VII
DA CADEIA PÚBLICA

Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento de presos provisó-


rios.
Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública a fim de
resguardar o interesse da Administração da Justiça Criminal e a permanência
do preso em local próximo ao seu meio social e familiar.
Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo será instalado
próximo de centro urbano, observando-se na construção as exigências míni-
mas referidas no artigo 88 e seu parágrafo único desta Lei.

2521
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

TÍTULO V
DA EXECUÇÃO DAS PENAS EM ESPÉCIE
CAPÍTULO I
DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
SEÇÃO I
Disposições Gerais

Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa de


liberdade, se o réu estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de
guia de recolhimento para a execução.
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará
em todas as folhas e a assinará com o Juiz, será remetida à autoridade admi-
nistrativa incumbida da execução e conterá:
I – o nome do condenado;
II – a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial
de identificação;
III – o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como
certidão do trânsito em julgado;
IV – a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução;
V – a data da terminação da pena;
VI – outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tra-
tamento penitenciário.
§ 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de recolhimento.
§ 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que sobrevier modifi-
cação quanto ao início da execução ou ao tempo de duração da pena.
§ 3º Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da Administração
da Justiça Criminal, far-se-á, na guia, menção dessa circunstância, para fins
do disposto no § 2º, do artigo 84, desta Lei.
Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena privativa de
liberdade, sem a guia expedida pela autoridade judiciária.

2522
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º A autoridade administrativa incumbida da execução passará recibo da


guia de recolhimento para juntá-la aos autos do processo, e dará ciência dos
seus termos ao condenado.
§ 2º As guias de recolhimento serão registradas em livro especial, segun-
do a ordem cronológica do recebimento, e anexadas ao prontuário do conde-
nado, aditando-se, no curso da execução, o cálculo das remições e de outras
retificações posteriores.
Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será internado
em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico.
Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto em liber-
dade, mediante alvará do Juiz, se por outro motivo não estiver preso.

SEÇÃO II
Dos Regimes

Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado


iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade, observado o disposto
no artigo 33 e seus parágrafos do Código Penal.
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo
processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumpri-
mento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada,
quando for o caso, a detração ou remição.
Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á
a pena ao restante da que está sendo cumprida, para determinação do regime.
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progres-
siva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo
juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime
anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor
do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. (Reda-
ção dada pela Lei n. 10.792, de 2003)

2523
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

§ 1º A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Mi-


nistério Público e do defensor. (Redação dada pela Lei n. 10.792, de 2003)
§ 2º Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento con-
dicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas
normas vigentes. (Incluído pela Lei n. 10.792, de 2003)
Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação
de seu programa e das condições impostas pelo Juiz.
Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que:
I – estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente;
II – apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a
que foi submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina
e senso de responsabilidade, ao novo regime.
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas
no artigo 117 desta Lei.
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão
de regime aberto, sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias:
I – permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias
de folga;
II – sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;
III – não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;
IV  – comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades,
quando for determinado.
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício, a
requerimento do Ministério Público, da autoridade administrativa ou do con-
denado, desde que as circunstâncias assim o recomendem.
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime
aberto em residência particular quando se tratar de:
I – condenado maior de 70 (setenta) anos;
II – condenado acometido de doença grave;
III – condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;
IV – condenada gestante.

2524
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma


regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos,
quando o condenado:
I – praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II – sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante
da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).
§ 1º O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóte-
ses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar,
podendo, a multa cumulativamente imposta.
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido
previamente o condenado.
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas complementares
para o cumprimento da pena privativa de liberdade em regime aberto (artigo
36, § 1º, do Código Penal).

SEÇÃO III
Das Autorizações de Saída
SUBSEÇÃO I
Da Permissão de Saída

Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou se-


miaberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do esta-
belecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos:
I – falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente,
descendente ou irmão;
II – necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14).
Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do es-
tabelecimento onde se encontra o preso.
Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração
necessária à finalidade da saída.

2525
GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
Analista Judiciário – Área Judiciária

SUBSEÇÃO II
Da Saída Temporária

Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semiaberto po-


derão obter autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigi-
lância direta, nos seguintes casos:
I – visita à família;
II – frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instru-
ção do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Execução;
III – participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio
social.
Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não impede a utilização
de equipamento de monitoração eletrônica pelo condenado, quando assim
determinar o juiz da execução. (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da exe-
cução, ouvidos o Ministério Público e a administração penitenciária e depen-
derá da satisfação dos seguintes requisitos:
I – comportamento adequado;
II – cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for
primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente;
III – compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.
Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete)
dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.
§ 1º Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as se-
guintes condições, entre outras que entender compatíveis com as circunstân-
cias do caso e a situação pessoal do condenado: (Incluído pela Lei n. 12.258,
de 2010)
I – fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde
poderá ser encontrado durante o gozo do benefício; (Incluído pela Lei n.
12.258, de 2010)

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II – recolhimento à residência visitada, no período noturno; (Incluído pela


Lei n. 12.258, de 2010)
III – proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos
congêneres. (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
§ 2º Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instru-
ção de ensino médio ou superior, o tempo de saída será o necessário para o
cumprimento das atividades discentes. (Renumerado do parágrafo único pela
Lei n. 12.258, de 2010)
§ 3º Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser con-
cedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre
uma e outra. (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o conde-
nado praticar fato definido como crime doloso, for punido por falta grave,
desatender as condições impostas na autorização ou revelar baixo grau de
aproveitamento do curso.
Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária dependerá
da absolvição no processo penal, do cancelamento da punição disciplinar ou
da demonstração do merecimento do condenado.

SEÇÃO IV
Da Remição

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semia-


berto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução
da pena. (Redação dada pela Lei n. 12.433, de 2011).
§ 1º A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de: (Reda-
ção dada pela Lei n. 12.433, de 2011)
I – 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - ati-
vidade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou supe-
rior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três)
dias; (Incluído pela Lei n. 12.433, de 2011)

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. (Incluído pela Lei
n. 12.433, de 2011)
§ 2º As atividades de estudo a que se refere o § 1º deste artigo poderão ser
desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância
e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos
cursos frequentados. (Redação dada pela Lei n. 12.433, de 2011)
§ 3º Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de tra-
balho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem. (Redação
dada pela Lei n. 12.433, de 2011)
§ 4º O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou
nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição.(Incluído pela Lei n.
12.433, de 2011)
§ 5º O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3
(um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior
durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competen-
te do sistema de educação.(Incluído pela Lei n. 12.433, de 2011)
§ 6º O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o
que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de
ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da
pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1º deste
artigo.(Incluído pela Lei n. 12.433, de 2011)
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar.(In-
cluído pela Lei n. 12.433, de 2011)
§ 8º A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério
Público e a defesa. (Incluído pela Lei n. 12.433, de 2011)
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um
terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a
contagem a partir da data da infração disciplinar. (Redação dada pela Lei n.
12.433, de 2011)

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Art. 128. O tempo remido será computado como pena cumprida, para


todos os efeitos.(Redação dada pela Lei n. 12.433, de 2011)
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao juízo
da execução cópia do registro de todos os condenados que estejam traba-
lhando ou estudando, com informação dos dias de trabalho ou das horas de
frequência escolar ou de atividades de ensino de cada um deles. (Redação
dada pela Lei n. 12.433, de 2011)
§ 1º O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal
deverá comprovar mensalmente, por meio de declaração da respectiva uni-
dade de ensino, a frequência e o aproveitamento escolar. (Incluído pela Lei n.
12.433, de 2011)
§ 2º Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias remidos. (Incluído pela
Lei n. 12.433, de 2011)
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal declarar ou ates-
tar falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição.

SEÇÃO V
Do Livramento Condicional

Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da


execução, presentes os requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, do
Código Penal, ouvidos o Ministério Público e Conselho Penitenciário.
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica
subordinado o livramento.
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o
trabalho;
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia
autorização deste.

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§ 2º Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obri-


gações, as seguintes:
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade in-
cumbida da observação cautelar e de proteção;
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
c) não frequentar determinados lugares.
d) (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da comarca do Juízo da
execução, remeter-se-á cópia da sentença do livramento ao Juízo do lugar
para onde ele se houver transferido e à autoridade incumbida da observação
cautelar e de proteção.
Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de apresentar-se ime-
diatamente às autoridades referidas no artigo anterior.
Art. 135. Reformada a sentença denegatória do livramento, os autos bai-
xarão ao Juízo da execução, para as providências cabíveis.
Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de livramento com
a cópia integral da sentença em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à autorida-
de administrativa incumbida da execução e outra ao Conselho Penitenciário.
Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada solene-
mente no dia marcado pelo Presidente do Conselho Penitenciário, no estabe-
lecimento onde está sendo cumprida a pena, observando-se o seguinte:
I – a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais condenados,
pelo Presidente do Conselho Penitenciário ou membro por ele designado, ou,
na falta, pelo Juiz;
II – a autoridade administrativa chamará a atenção do liberando para as
condições impostas na sentença de livramento;
III – o liberando declarará se aceita as condições.
§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por quem pre-
sidir a cerimônia e pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou
não puder escrever.
§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da execução.

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Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal, ser-lhe-á entregue,


além do saldo de seu pecúlio e do que lhe pertencer, uma caderneta, que
exibirá à autoridade judiciária ou administrativa, sempre que lhe for exigida.
§ 1º A caderneta conterá:
a) a identificação do liberado;
b) o texto impresso do presente Capítulo;
c) as condições impostas.
§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um salvo-condu-
to, em que constem as condições do livramento, podendo substituir-se a
ficha de identificação ou o seu retrato pela descrição dos sinais que possam
identificá-lo.
§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver espaço para consig-
nar-se o cumprimento das condições referidas no artigo 132 desta Lei.
Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas por serviço social
penitenciário, Patronato ou Conselho da Comunidade terão a finalidade de:
I – fazer observar o cumprimento das condições especificadas na sentença
concessiva do benefício;
II – proteger o beneficiário, orientando-o na execução de suas obrigações
e auxiliando-o na obtenção de atividade laborativa.
Parágrafo único. A entidade encarregada da observação cautelar e da pro-
teção do liberado apresentará relatório ao Conselho Penitenciário, para efeito
da representação prevista nos artigos 143 e 144 desta Lei.
Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas hipóteses
previstas nos artigos 86 e 87 do Código Penal.
Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na hipótese da revo-
gação facultativa, o Juiz deverá advertir o liberado ou agravar as condições.
Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vi-
gência do livramento, computar-se-á como tempo de cumprimento da pena
o período de prova, sendo permitida, para a concessão de novo livramento, a
soma do tempo das 2 (duas) penas.

2531
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Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se computará na


pena o tempo em que esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, em
relação à mesma pena, novo livramento.
Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do Ministério Pú-
blico, mediante representação do Conselho Penitenciário, ou, de ofício, pelo
Juiz, ouvido o liberado.
Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defen-
soria Pública ou mediante representação do Conselho Penitenciário, e ouvido
o liberado, poderá modificar as condições especificadas na sentença, devendo
o respectivo ato decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades ou
funcionários indicados no inciso I do caput do art. 137 desta Lei, observado
o disposto nos incisos II e III e §§ 1º e 2º do mesmo artigo. (Redação dada
pela Lei n. 12.313, de 2010).
Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá or-
denar a sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público,
suspendendo o curso do livramento condicional, cuja revogação, entretanto,
ficará dependendo da decisão final.
Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério
Público ou mediante representação do Conselho Penitenciário, julgará extinta
a pena privativa de liberdade, se expirar o prazo do livramento sem revogação.

Seção VI
Da Monitoração Eletrônica

(Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)


Art. 146-A. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração
eletrônica quando: (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
I – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)

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II – autorizar a saída temporária no regime semiaberto; (Incluído pela Lei


n. 12.258, de 2010)
III – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
IV – determinar a prisão domiciliar; (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
V – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá
adotar com o equipamento eletrônico e dos seguintes deveres: (Incluído pela
Lei n. 12.258, de 2010)
I – receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica,
responder aos seus contatos e cumprir suas orientações; (Incluído pela Lei n.
12.258, de 2010)
II – abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer
forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o
faça; (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
III – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres previstos neste arti-
go poderá acarretar, a critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério Públi-
co e a defesa: (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
I – a regressão do regime; (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
II – a revogação da autorização de saída temporária; (Incluído pela Lei n.
12.258, de 2010)
III – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
IV – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
V – (VETADO); (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)
VI – a revogação da prisão domiciliar; (Incluído pela Lei n. 12.258, de
2010)
VII – advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da exe-
cução decida não aplicar alguma das medidas previstas nos incisos de I a VI
deste parágrafo. (Incluído pela Lei n. 12.258, de 2010)

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Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser revogada: (Incluído pela


Lei n. 12.258, de 2010)
I – quando se tornar desnecessária ou inadequada; (Incluído pela Lei n.
12.258, de 2010)
II – se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver sujeito
durante a sua vigência ou cometer falta grave. (Incluído pela Lei n. 12.258,
de 2010)

CAPÍTULO II
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
SEÇÃO I
Disposições Gerais

Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena restritiva


de direitos, o Juiz da execução, de ofício ou a requerimento do Ministério Pú-
blico, promoverá a execução, podendo, para tanto, requisitar, quando neces-
sário, a colaboração de entidades públicas ou solicitá-la a particulares.
Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, motivadamente,
alterar, a forma de cumprimento das penas de prestação de serviços à comu-
nidade e de limitação de fim de semana, ajustando-as às condições pessoais
do condenado e às características do estabelecimento, da entidade ou do
programa comunitário ou estatal.

SEÇÃO II
Da Prestação de Serviços à Comunidade

Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:


I – designar a entidade ou programa comunitário ou estatal, devidamente
credenciado ou convencionado, junto ao qual o condenado deverá trabalhar
gratuitamente, de acordo com as suas aptidões;

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GRAN VADE MECUM: Legislação Consolidada para o TJ-CE
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II – determinar a intimação do condenado, cientificando-o da entidade,


dias e horário em que deverá cumprir a pena;
III – alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às modificações ocor-
ridas na jornada de trabalho.
§ 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e será realizado
aos sábados, domingos e feriados, ou em dias úteis, de modo a não prejudi-
car a jornada normal de trabalho, nos horários estabelecidos pelo Juiz.
§ 2º A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento.
Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de serviços encami-
nhará mensalmente, ao Juiz da execução, relatório circunstanciado das ati-
vidades do condenado, bem como, a qualquer tempo, comunicação sobre
ausência ou falta disciplinar.

SEÇÃO III
Da Limitação de Fim de Semana

Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a intimação do conde-


nado, cientificando-o do local, dias e horário em que deverá cumprir a pena.
Parágrafo único. A execução terá início a partir da data do primeiro com-
parecimento.
Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, durante o tempo de
permanência, cursos e palestras, ou atribuídas atividades educativas.
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz
poderá determinar o comparecimento obrigatório do agressor a programas de
recuperação e reeducação. (Incluído pela Lei n. 11.340, de 2006)
Art. 153. O estabelecimento designado encaminhará, mensalmente, ao
Juiz da execução, relatório, bem assim comunicará, a qualquer tempo, a au-
sência ou falta disciplinar do condenado.

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SEÇÃO IV
Da Interdição Temporária de Direitos

Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à autoridade competente


a pena aplicada, determinada a intimação do condenado.
§ 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47, inciso I, do Código
Penal, a autoridade deverá, em 24 (vinte e quatro) horas, contadas do rece-
bimento do ofício, baixar ato, a partir do qual a execução terá seu início.
§ 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código Penal, o Juí-
zo da execução determinará a apreensão dos documentos, que autorizam o
exercício do direito interditado.
Art. 155. A autoridade deverá comunicar imediatamente ao Juiz da exe-
cução o descumprimento da pena.
Parágrafo único. A comunicação prevista neste artigo poderá ser feita por
qualquer prejudicado.

CAPÍTULO III
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL

Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) a 4 (quatro)


anos, a execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos,
na forma prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal.
Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena privativa de li-
berdade, na situação determinada no artigo anterior, deverá pronunciar-se, mo-
tivadamente, sobre a suspensão condicional, quer a conceda, quer a denegue.
Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as condições a que
fica sujeito o condenado, pelo prazo fixado, começando este a correr da au-
diência prevista no artigo 160 desta Lei.

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§ 1º As condições serão adequadas ao fato e à situação pessoal do con-


denado, devendo ser incluída entre as mesmas a de prestar serviços à comu-
nidade, ou limitação de fim de semana, salvo hipótese do artigo 78, § 2º, do
Código Penal.
§ 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a requerimento do Minis-
tério Público ou mediante proposta do Conselho Penitenciário, modificar as
condições e regras estabelecidas na sentença, ouvido o condenado.
§ 3º A fiscalização do cumprimento das condições, reguladas nos Estados,
Territórios e Distrito Federal por normas supletivas, será atribuída a serviço
social penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade ou instituição bene-
ficiada com a prestação de serviços, inspecionados pelo Conselho Penitenciá-
rio, pelo Ministério Público, ou ambos, devendo o Juiz da execução suprir, por
ato, a falta das normas supletivas.
§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à entidade fiscalizado-
ra, para comprovar a observância das condições a que está sujeito, comuni-
cará, também, a sua ocupação e os salários ou proventos de que vive.
§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar imediatamente ao órgão
de inspeção, para os fins legais, qualquer fato capaz de acarretar a revogação
do benefício, a prorrogação do prazo ou a modificação das condições.
§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita comunicação ao
Juiz e à entidade fiscalizadora do local da nova residência, aos quais o primei-
ro deverá apresentar-se imediatamente.
Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for concedida por Tri-
bunal, a este caberá estabelecer as condições do benefício.
§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal modificar as condi-
ções estabelecidas na sentença recorrida.
§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da pena, poderá,
todavia, conferir ao Juízo da execução a incumbência de estabelecer as condi-
ções do benefício, e, em qualquer caso, a de realizar a audiência admonitória.

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Art. 160. Transitada em julgado a sentença condenatória, o Juiz a lerá ao


condenado, em audiência, advertindo-o das consequências de nova infração
penal e do descumprimento das condições impostas.
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vin-
te) dias, o réu não comparecer injustificadamente à audiência admonitória, a
suspensão ficará sem efeito e será executada imediatamente a pena.
Art. 162. A revogação da suspensão condicional da pena e a prorrogação
do período de prova dar-se-ão na forma do artigo 81 e respectivos parágrafos
do Código Penal.
Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com a nota de suspen-
são em livro especial do Juízo a que couber a execução da pena.
§ 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o fato averbado à
margem do registro.
§ 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para efeito de informa-
ções requisitadas por órgão judiciário ou pelo Ministério Público, para instruir
processo penal.

CAPÍTULO IV
DA PENA DE MULTA

Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória com trânsito em


julgado, que valerá como título executivo judicial, o Ministério Público reque-
rerá, em autos apartados, a citação do condenado para, no prazo de 10 (dez)
dias, pagar o valor da multa ou nomear bens à penhora.
§ 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o depósito da res-
pectiva importância, proceder-se-á à penhora de tantos bens quantos bastem
para garantir a execução.
§ 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior execução seguirão o que
dispuser a lei processual civil.
Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os autos apartados serão
remetidos ao Juízo Cível para prosseguimento.

2538
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Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-á prosseguimento


nos termos do § 2º do artigo 164, desta Lei.
Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa quando sobrevier
ao condenado doença mental (artigo 52 do Código Penal).
Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da multa se efetue
mediante desconto no vencimento ou salário do condenado, nas hipóteses do
artigo 50, § 1º, do Código Penal, observando-se o seguinte:
I – o limite máximo do desconto mensal será o da quarta parte da remu-
neração e o mínimo o de um décimo;
II – o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem de direito;
III – o responsável pelo desconto será intimado a recolher mensalmente,
até o dia fixado pelo Juiz, a importância determinada.
Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o artigo 164 desta Lei,
poderá o condenado requerer ao Juiz o pagamento da multa em prestações
mensais, iguais e sucessivas.
§ 1º O Juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências para verificar
a real situação econômica do condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará
o número de prestações.
§ 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de situação econômica,
o Juiz, de ofício ou a requeri

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