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Projeto Mário Travassos

Resenha Crítica

Livro: A REVOLUÇÃO DOS BICHOS


Autor: George Orwell

1º Ten Pedro Luiz Vieira das Neves


(Opinião de inteira responsabilidade do autor)
2018
ORWELL, George. A Revolução dos Bichos. Rio de Janeiro: Companhia das Letras,
2007. 152 p.
Em seu livro “A Revolução dos Bichos”, o autor George Orwell expõe as experiências
de um grupo de animais de uma fazenda que estavam insatisfeitos com as atitudes do dono
do lugar onde viviam, Granja do Solar. Diante disso, Major, um velho porco, que era
considerado, dentre os animais, o mais inteligente e sábio, começou a expor suas ideias em
denegrindo os humanos. Conseguiu mudar a forma de pensar de todos os animais da granja,
fazendo-os pensar como ele: igualdade entre os animais, havendo respeito por parte dos
humanos, culpando-os pelas coisas negativas que acometiam os animais. Com ideias
revolucionárias, instituiu um lema que passou a ser seguido por todos do sítio: “o que quer
que ande sobre duas pernas é inimigo, o que quer que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas
é amigo”, ao lado da canção “Bichos da Inglaterra”, hino da revolução.
Major, o grande idealizador da revolução, acabou falecendo. A liderança ficou a cargo
de três porcos, Napoleão, Garganta e Bola-de-Neve, os quais deram o nome da doutrina
ensinada pelo Major de Animalismo. Havia grande insegurança dos animais da granja com os
ideais da revolução, como a possibilidade de ficarem sem alimentos após a expulsão do dono
da Granja. Aliado a esse sentimento, um corvo domesticado afirmava haver um paraíso para
os animais onde nada faltava, acima das nuvens. Mesmo com dificuldades, os três porcos
conseguiram alinhar o pensamento dos animais aos seus.
Os animais começaram a revolução quebrando as instalações onde estavam. Seu dono,
com a finalidade de acalmá-los chicoteou os animais. Porém tal fato geral mais agitação entre
eles, que começaram a morder, bicar, chifrar, machucar, desencadeando a fuga dos humanos.
Para comemorar, foi servida ração em dobro, cantaram o hino sete vezes seguidas e dormiram
muito bem, como nunca antes. No dia seguinte, ainda desacreditados do ocorrido, saíram pela
propriedade pra verificar se tudo era real. Ao constatarem que sim, correram, pularam e
festejaram a vitória. O celeiro sempre fora o local de reuniões dos bichos. Após toda essa
animação, os porcos reuniram todos e contaram que sabiam ler e escrever. Fato aprendido
com um livro de ortografia velho que encontraram no lixo. Decidiram então trocar o nome do
local para Granja dos Bichos, e escreveram os princípios do Animalismo no celeiro, intitulado
de sete mandamentos. Após isso, tentaram ensinar aos demais animais o que aprenderam com
o livro. Porém, não obtiveram êxito, pois só os cachorros aprenderam. Como consequência,
os demais animais não conseguiam ler os mandamentos. Para resolver, os porcos
simplificaram todos os mandamentos em apenas um: “Quatro pernas bom, duas pernas ruim”.
Os trabalhos voltaram a ser realizados normalmente como antes. Mas agora,
trabalhavam com mais afinco, com melhores resultados na colheita. Tudo estava perfeito até
surgir a s desigualdades entre eles. O primeiro leite ordenhado das vacas havia sumido, sendo
descoberto que havia sido misturado à comida dos porcos. As maçãs colhidas estavam sendo
destinadas apenas aos porcos, justificado pela necessidade de serem bem alimentados pois
tomavam as decisões mais importantes. Mesmo diante dessas controvérsias, os líderes
conseguiram acalmar os ânimos justificando tais necessidades para manter os humanos
afastados.
No entanto, durante as reuniões, dois porcos começaram discordar um do outro, Bola-
de-Neve e Napoleão. Esse último se sobressaia constantemente. Em uma das reuniões, Bola-
de-Neve sugeriu que fosse criado um moinho de vento para melhorar as atividades da granja,
sendo Napoleão contra. Em uma reunião de domingo, Bola-de-Neve expôs todo o
planejamento e projeto para a construção do moinho, o qual seria decidido por votação de
todos os animais. Napoleão foi contra e, para impedir que a situação se concretizasse, chamou
nove cachorros que ele havia criado desde filhotes. Ordenou que os nove atacassem o Bola-
de-Neve, que conseguiu escapar e fugiu para nunca mais voltar. Diante do ocorrido, o porco
decidiu acabar com essas reuniões aos domingo, chamando para si a responsabilidade de todas
as decisões da propriedade. No domingo, os animais passaram a se reunir apenas para receber
as ordens para a semana. Isso gerou grande revolta dos outros animais, que foram acalmados
por Garganta, aceitando o recebimento das ordens.
A indignação aumentou quando, semanas depois, Napoleão decidiu pela construção do
moinho. Outras mudanças ocorreram também. Decidiu-se pela necessidade de negociação
com outras granjas para aquisição de mercadorias, que seria intermediado por um advogado
humano. Os porcos passaram a ocupar a casa da propriedade, e a dormir em camas, o que era
amplamente criticado por eles no início da revolução e constituía-se em um dos sete
mandamentos. Porém, Garganta sempre conseguia ludibriar os demais com justificativas
patéticas.
Todos os animais começaram a construir o moinho. Após árduo trabalho, quando
próximo do fim, aconteceu uma tragédia. Num dia com tempo fechado, os animais não
trabalharam. No dia seguinte, viram estragos por toda a dependência, e o moinho havia sido
derrubado. Bola-de-Neve culpou Napoleão do ocorrido, oferecendo uma recompensa por
quem o capturasse. Reiniciada a construção, as paredes foram reforçadas. Após a sua
consolidação, em uma tentativa de invasão à granja por parte dos humanos, porém sem êxito,
o moinho foi novamente destruído. Napoleão obrigou alguns animais que questionavam suas
atitudes a se entregar, dizendo que estavam ajudando o Bola-de-Neve. Foram considerados
culpados e mortos em frente aos demais. Dessa forma, os animais trabalharam afinco até que
o moinho fosse novamente construído. Trocando mercadorias, conseguiram, finalmente,
comprar as maquinas necessárias. Mais uma vez iludidos, os animais tiveram que iniciar a
construção de um segundo moinho, trabalhando mais e mais, sem recompensas satisfatórias.
Os porcos começaram a desrespeitar diversos mandamentos da granja, extinguindo,
inclusive, o Hino da Revolução. Para acalmar os ânimos, trocaram os sete mandamentos
escrito por: “Todos os animais são iguais. Mas alguns animais são mais iguais que os outros”.
Porém, como muitos não sabiam ler, acomodaram-se e estavam trabalhando para alguém
novamente. Os porcos passaram a fumar, beber, andar em duas pernas, vestir-se, jogar como
os humanos. Inclusive, passaram a se relacionar com eles. O nome da propriedade voltou a
ser Granja do Solar. E os animais da granja não conseguiam mais diferenciar os porcos dos
humanos, mantendo sua relação de trabalhadores, como antes da revolução.

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