(Opinião de inteira responsabilidade do autor) 2018 ORWELL, George. A Revolução dos Bichos. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2007. 152 p. Em seu livro “A Revolução dos Bichos”, o autor George Orwell expõe as experiências de um grupo de animais de uma fazenda que estavam insatisfeitos com as atitudes do dono do lugar onde viviam, Granja do Solar. Diante disso, Major, um velho porco, que era considerado, dentre os animais, o mais inteligente e sábio, começou a expor suas ideias em denegrindo os humanos. Conseguiu mudar a forma de pensar de todos os animais da granja, fazendo-os pensar como ele: igualdade entre os animais, havendo respeito por parte dos humanos, culpando-os pelas coisas negativas que acometiam os animais. Com ideias revolucionárias, instituiu um lema que passou a ser seguido por todos do sítio: “o que quer que ande sobre duas pernas é inimigo, o que quer que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas é amigo”, ao lado da canção “Bichos da Inglaterra”, hino da revolução. Major, o grande idealizador da revolução, acabou falecendo. A liderança ficou a cargo de três porcos, Napoleão, Garganta e Bola-de-Neve, os quais deram o nome da doutrina ensinada pelo Major de Animalismo. Havia grande insegurança dos animais da granja com os ideais da revolução, como a possibilidade de ficarem sem alimentos após a expulsão do dono da Granja. Aliado a esse sentimento, um corvo domesticado afirmava haver um paraíso para os animais onde nada faltava, acima das nuvens. Mesmo com dificuldades, os três porcos conseguiram alinhar o pensamento dos animais aos seus. Os animais começaram a revolução quebrando as instalações onde estavam. Seu dono, com a finalidade de acalmá-los chicoteou os animais. Porém tal fato geral mais agitação entre eles, que começaram a morder, bicar, chifrar, machucar, desencadeando a fuga dos humanos. Para comemorar, foi servida ração em dobro, cantaram o hino sete vezes seguidas e dormiram muito bem, como nunca antes. No dia seguinte, ainda desacreditados do ocorrido, saíram pela propriedade pra verificar se tudo era real. Ao constatarem que sim, correram, pularam e festejaram a vitória. O celeiro sempre fora o local de reuniões dos bichos. Após toda essa animação, os porcos reuniram todos e contaram que sabiam ler e escrever. Fato aprendido com um livro de ortografia velho que encontraram no lixo. Decidiram então trocar o nome do local para Granja dos Bichos, e escreveram os princípios do Animalismo no celeiro, intitulado de sete mandamentos. Após isso, tentaram ensinar aos demais animais o que aprenderam com o livro. Porém, não obtiveram êxito, pois só os cachorros aprenderam. Como consequência, os demais animais não conseguiam ler os mandamentos. Para resolver, os porcos simplificaram todos os mandamentos em apenas um: “Quatro pernas bom, duas pernas ruim”. Os trabalhos voltaram a ser realizados normalmente como antes. Mas agora, trabalhavam com mais afinco, com melhores resultados na colheita. Tudo estava perfeito até surgir a s desigualdades entre eles. O primeiro leite ordenhado das vacas havia sumido, sendo descoberto que havia sido misturado à comida dos porcos. As maçãs colhidas estavam sendo destinadas apenas aos porcos, justificado pela necessidade de serem bem alimentados pois tomavam as decisões mais importantes. Mesmo diante dessas controvérsias, os líderes conseguiram acalmar os ânimos justificando tais necessidades para manter os humanos afastados. No entanto, durante as reuniões, dois porcos começaram discordar um do outro, Bola- de-Neve e Napoleão. Esse último se sobressaia constantemente. Em uma das reuniões, Bola- de-Neve sugeriu que fosse criado um moinho de vento para melhorar as atividades da granja, sendo Napoleão contra. Em uma reunião de domingo, Bola-de-Neve expôs todo o planejamento e projeto para a construção do moinho, o qual seria decidido por votação de todos os animais. Napoleão foi contra e, para impedir que a situação se concretizasse, chamou nove cachorros que ele havia criado desde filhotes. Ordenou que os nove atacassem o Bola- de-Neve, que conseguiu escapar e fugiu para nunca mais voltar. Diante do ocorrido, o porco decidiu acabar com essas reuniões aos domingo, chamando para si a responsabilidade de todas as decisões da propriedade. No domingo, os animais passaram a se reunir apenas para receber as ordens para a semana. Isso gerou grande revolta dos outros animais, que foram acalmados por Garganta, aceitando o recebimento das ordens. A indignação aumentou quando, semanas depois, Napoleão decidiu pela construção do moinho. Outras mudanças ocorreram também. Decidiu-se pela necessidade de negociação com outras granjas para aquisição de mercadorias, que seria intermediado por um advogado humano. Os porcos passaram a ocupar a casa da propriedade, e a dormir em camas, o que era amplamente criticado por eles no início da revolução e constituía-se em um dos sete mandamentos. Porém, Garganta sempre conseguia ludibriar os demais com justificativas patéticas. Todos os animais começaram a construir o moinho. Após árduo trabalho, quando próximo do fim, aconteceu uma tragédia. Num dia com tempo fechado, os animais não trabalharam. No dia seguinte, viram estragos por toda a dependência, e o moinho havia sido derrubado. Bola-de-Neve culpou Napoleão do ocorrido, oferecendo uma recompensa por quem o capturasse. Reiniciada a construção, as paredes foram reforçadas. Após a sua consolidação, em uma tentativa de invasão à granja por parte dos humanos, porém sem êxito, o moinho foi novamente destruído. Napoleão obrigou alguns animais que questionavam suas atitudes a se entregar, dizendo que estavam ajudando o Bola-de-Neve. Foram considerados culpados e mortos em frente aos demais. Dessa forma, os animais trabalharam afinco até que o moinho fosse novamente construído. Trocando mercadorias, conseguiram, finalmente, comprar as maquinas necessárias. Mais uma vez iludidos, os animais tiveram que iniciar a construção de um segundo moinho, trabalhando mais e mais, sem recompensas satisfatórias. Os porcos começaram a desrespeitar diversos mandamentos da granja, extinguindo, inclusive, o Hino da Revolução. Para acalmar os ânimos, trocaram os sete mandamentos escrito por: “Todos os animais são iguais. Mas alguns animais são mais iguais que os outros”. Porém, como muitos não sabiam ler, acomodaram-se e estavam trabalhando para alguém novamente. Os porcos passaram a fumar, beber, andar em duas pernas, vestir-se, jogar como os humanos. Inclusive, passaram a se relacionar com eles. O nome da propriedade voltou a ser Granja do Solar. E os animais da granja não conseguiam mais diferenciar os porcos dos humanos, mantendo sua relação de trabalhadores, como antes da revolução.