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INTRODUÇÃO
Pesquisadores acreditam que processadores embarcados são a próxima grande tendência
em hardware de computadores. Uma definição exata de sistemas embarcados é difícil de ser
feita. Em todos os sentidos, eles são computadores reais, tendo uma UCP, memória e algum tipo
de capacidade de E/S. Mas eles são diferentes dos computadores de propósito geral porque eles
realizam um número limitado de tarefas dentro do domínio de um grande sistema.
Sistemas embarcados podem ser encontrados em dispositivos simples, como uma
máquina de café até sistemas mais complexos e críticos como aeronaves comerciais. Muitos dos
automóveis atuais contêm dezenas de computadores, cada um dos quais controlando um
subsistema específico. Estes subsistemas incluem injeção de combustível, controle de emissões,
freios antibloqueantes e piloto automático. Além disso, processadores automotivos se
comunicam entre si, de modo que seus esforços sejam coordenados e adequados em relação ao
estado do automóvel.
Sistemas embarcados também podem ser encontrados dentro de outros computadores, um
controlador de unidade de disco é um exemplo de um computador dentro de outro computador.
O controlador posiciona o braço do disco e codifica e decodifica dados à medida que estes são
escritos e lidos na superfície do disco.
→ Microcontroladores
Muitos processadores embarcados utilizados no nosso dia a dia são derivados dos
processadores de propósito geral com tecnologia de ponta de ontem. Embora esses processadores
antigos não sejam suficientemente potentes para executar o software atual comum em
computadores de mesa (desktops), eles possuem potência mais do que suficiente para aplicações
simples de controle. Além disso, estes processadores são agora vendidos por uma fração do seu
preço original, porque seus fabricantes recuperam há muito tempo os custos de seu
desenvolvimento quando eles eram largamente usados em computadores pessoais. Como
exemplos podemos citar o 68HC12 da Motorola, o chip era coração dos primeiros computadores
Apple. O 8051 da Intel é um derivado do 8086, o processador que era coração do primeiro IBM
PC.
Microcontroladores têm muito em comum com processadores de propósito geral – PPG.
Como um PPG, um microcontrolador é programável e pode acessar uma grande variedade de
periféricos. Ao contrário de um PPG, um microcontrolador processa a um velocidade de relógio
menor, tem espaço endereçável de memória menor e seu software não pode ser alterado pelo
consumidor.
Um exemplo simplificado de um microcontrolador é mostrado na Figura 1. Ele consiste
de um núcleo de UCP, memória para programas e dados, portas de E/S, controladores de E/S e
do barramento do sistema, um relógio e um temporizador vigia (watchdog). O temporizador
vigia fornece um mecanismo seguro contra falhas que se ativa quando um problema é detectado.
Computadores de propósito geral não necessitam de temporizadores vigia porque eles interagem
diretamente com seres humanos, já que se o sistema falha, um humano corrige a situação,
geralmente reiniciando o computador. O temporizador vigia fornece essa funcionalidade de
reiniciar ao detectar uma falha.
Figura 1: Um microcontrolador simplificado
→ Sistemas em um chip
Observamos que microcontroladores são sistemas computacionais em miniatura. Eles
consistem de uma UCP, memória e portas de E/S. Eles não são , contudo, chamados de sistemas
em um chip. Essa designação geralmente é reservada para dispositivos que são muito mais
complexos.
Sistemas de um chip (SOCs) se distinguem de microcontroladores por sua complexidade
e mais recursos no chip. Microcontroladores muitas vezes requerem circuitos de suporte, como
processadores de sinal, decodificadores e conversores de sinal. Um sistema em um chip é uma
peça única de silício que contém todos os circuitos para fornecer um conjunto de funções,
podendo consistir em mais de um processador. Estes processadores acoplados não
necessariamente compartilham o mesmo relógio ou espaço de memória. As funções dos
processadores individuais podem ser especializadas até certo ponto, desde que eles disponham de
ISAs projetadas especificamente para programação de um domínio particular de aplicação. Por
exemplo, um roteador de internet pode ter vários processadores RISC que tratam do tráfego de
comunicação e um processador CISC para configuração e gerenciamento do próprio roteador.
SOCs possuem uma capacidade maior de memória passando da casa dos kilobytes para os
megabytes. A grande vantagem dos SOCs é que são mais rápidos, menores, mais confiáveis e
consomem menos energia do que os vários chips que eles substituem.
Embora muitos SOCs estejam disponíveis no mercado, a customização é algumas vezes
necessária para suportar uma determinada aplicação. Em vez de absorver o custo de projetar um
sistema em um chip desde o início, um chip semicustomizado pode ser montado a partir de
circuitos de propriedade intelectual (Ips) licenciados por empresas que se especializam na
criação e teste de projeto de circuitos.
→ Hardware configurável
Algumas aplicações são tão especializadas que nenhum controlador disponível no
mercado pode realizar o trabalho. Quando projetistas se deparam com esta situação, eles podem
escolher uma dentre duas alternativas: eles podem decidir criar um chip a partir do zero ou eles
podem usar um dispositivo lógico programável (PLD – programmable logic device). Quando a
velocidade e o tamanho do circuito não são as principais preocupações, um PLD pode ser uma
boa escolha.