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06/04/2010

PHD 5750 – Tratamento


avançado de águas de
abastecimento

Tratamento de águas de abastecimento


provenientes de mananciais eutrofizados,
otimização de remoção de algas e toxinas.

Prof. José Carlos Mierzwa

EUTROFIZAÇÃO
 Processo relacionado à proliferação de algas
e macrófitas em corpos d’água;
 Resultado do aumento da concentração de
nutrientes;
 Como conseqüência o corpo d’água perde
sua qualidade cênica, seu potencial para
recreação e valor econômico;
 O uso da água para abastecimento
doméstico e industrial fica comprometido.

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Ocorrência da eutrofização
Excesso de Aumento Redução da
Nutrientes da biomassa Aeração

Morte de
Condições Aumento de
Organismos
Anaeróbias DBO
Sensíveis

Predomínio de Bactérias
Anaeróbias e Facultativas no fundo do lago.
Ocorrência de uma estreita camada
superficial de algas e macrófitas

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Florações de algas na Represa Billings


(Fonte: Billings 2000, Capobianco e
Whately).

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Causas da eutrofização
 Naturais:
 É um processo evolutivo dos sistemas
aquáticos para sistema terrestre;
 Ocorre de maneira muito lenta.

 Artificiais:
 Resultado da ação antrópica:
 Drenagem de áreas agrícolas;
 Drenagem de áreas urbanas;
 Poluição por lançamento de esgotos e efluentes
industriais.
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Problemas dos mananciais da RMSP

 Ocupação das áreas de proteção de


mananciais;

 Serviços de coleta e tratamento de esgotos


deficientes;

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Represa Guarapiranga
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Braço Rio Grande da Represa Billings


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Sistema Produtor de Água para a Região


Metropolitana de São Paulo

Disponibilidade no Capacidade da Produção População


Sistema Manancial (m3/s) Estação (m3/s) Out/02 a Set/03 (milhões)

Cantareira 31,1 33,0 31,7 8,8


Guarapiranga/Billings 14,0 14,0 13,2 3,7
Alto Tietê 9,8 10,0 9,7 2,7
Rio Grande 4,8 4,2 4,7 1,2
Rio Claro 4,0 4,0 3,8 0,9
Alto Cotia 1,2 1,3 1,1 0,4
Baixo Cotia 0,9 1,1 0,9 0,3
Ribeirão da Estiva 0,1 0,1 0,1 0,02
Total 66,1 67,7 65,0 18,0
Fonte: http://www.sabesp.com.br/o_que_fazemos/captacao_e_distribuicao_de_agua/default.htm

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Sistema de Tratamento de Esgotos


Projeto Tietê

Capacidade de
Sistema Vazão Atual (m3/s)
Projeto (m 3/s)
ABC 3,0 1,6
Barueri 9,5 7,0
Parque Novo Mundo 2,5 2,0
São Miguel 1.5 0,5
Suzano 1,5 0,8
Total 18,0 11,9
Fonte:
http://www.sabesp.com.br/CalandraWeb/CalandraRedirect/?temp=4&proj=sabesp&pub=T&db=&docid=FDADB6DE
B2F5B3408325734E005D92CD – acesso em 01/04/2010

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Condição para 2025

 Demanda de água prevista  81,0 m 3/s;

 Disponibilidade inferida  83,4 m 3/s;

 Déficit em relação à 2004  17,3 m 3/s;

 Geração de esgotos (1)  55,1 m 3/s;

 Capacidade de tratamento (2) 18,0 m 3/s;

 Índice de tratamento possível (2)  32,7%;

 Principais conseqüências:

 Contaminação dos mananciais

 Redução da disponibilidade de água na região.


(1) – Mantendo-se as perdas em 15%; (2) – Não havendo investimento em coleta e tratamento de esgotos

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Dados de qualidade de água de


mananciais

 Índice de Estado Trófico (IET), utilizado pela


CETESB;
 Baseado no Índice de Carlson Modificado;
 Utiliza três variáveis para classificação dos
corpos d’água:
 Fósforo (mg P/L);
 Clorofila (mg/L);
 Transparência Secchi (m).

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Dados de qualidade de água de


mananciais

 IET = [IET(P) + IET(CL)]/2

 IET (PT) = 10x(6-(1,77-0,42x(ln PT)/ln 2))

 IET (CL) = 10x(6-((0,92-0,34x(ln CL))/ln 2))

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Dados de qualidade de água de


mananciais

Classificação do Estado Trófico - Reservatórios


Categoria Secchi - S P-total - P Clorofila a
Ponderação
(Estado Trófico) (m) (mg.m-3) (mg.m-3)
Ultraoligotrófico IET ≤ 47 S ≥ 2,4 P≤8 CL ≤ 1,17
Oligotrófico 47 < IET ≤ 52 2,4 > S ≥ 1,7 8 < P ≤ 19 1,17 < CL ≤ 3,24
Mesotrófico 52 < IET ≤ 59 1,7 > S ≥ 1,1 19 < P ≤ 52 3,24 < CL ≤ 11,03
Eutrófico 59 < IET ≤ 63 1,1 > S ≥ 0,8 52 < P ≤ 120 11,03 < CL ≤ 30,55
120 < P ≤
Supereutrófico 63 < IET ≤ 67 0,8 > S ≥ 0,6 30,55 < CL ≤ 69,05
233
Hipereutrófico IET> 67 0,6 > S 233 < P 69,05 < CL

Fonte: Relatório de qualidade de águas interiores do Estado de São Paulo 2008 - CETESB

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Dados de qualidade de água de


mananciais

Índice de Estado Trófico da Represa Billings 2004

Fonte: Relatório de qualidade de águas interiores do Estado de São Paulo 2008 - CETESB

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Dados de qualidade de água de


mananciais

Índice de Estado Trófico do Reservatório Guarapiranga 2004

Fonte: Relatório de qualidade de águas interiores do Estado de São Paulo 2008 - CETESB

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Algas em Mananciais para


Abastecimento Público
Divisão Classe
Cyanophyta Cyanophyceae
Rodophyta Bangiophyceae
Florideophyceae
Chrysophyta Chrysophyceae
Xantophyceae
Haptophyceae
Bacillariophyceae
Cryptophyta Phaeophyceae
Fonte: Bicudo, C.E.M. e Menezes, M. Gêneros de algas de águas continentais do Brasil, 2005

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Algas em Mananciais para


Abastecimento Público
Divisão Classe
Pyrrophyta Desmophyceae
Dinophyceae
Euglenophyta Euglenophyceae
Chlorophyta Charophyceae
Bryopsidophyceae
Conjucatophyceae
Oedogoniophyceae
Chlorophyceae
Prasinophyceae
Fonte: Bicudo, C.E.M. e Menezes, M. Gêneros de algas de águas continentais do Brasil, 2005
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Critérios para classificação das algas


 As algas são classificadas de acordo com a
morfologia da célula móvel de reprodução e
na composição dos pigmentos e substâncias
de reserva alimentícia;
 Com relação à morfologia da célula móvel
considera-se:
 Número de flagelos por célula móvel;
 Tipo de flagelo;
 Tamanho relativo dos flagelos;
 Local de inserção do flagelo na célula móvel.

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Cyanophyta
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Chlorophyta

Mougeotia sp.

Pediastrum sp.

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Pennales
Centrales

Vaucheria sp.

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Algas e seus efeitos em sistemas de


tratamento de água
Gênero de Alga Problema

Anabaena Odor, interferência na


coagulação e toxinas.
Chlorella Odor, coloração e persistência
no sistema de distribuição
Asterionella Odor, persistência no sistema de
distribuição e interferência na
coagulação.
Euglena Odor, corrosão em concreto e
interferência na coagulação.
Spirogyra Odor e produção de lodo,
Fonte: Di Bernardo, L. Algas e suas influências na qualidade das águas e nas tecnologias de
tratamento, 1995.
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Impactos sobre os sistemas de


tratamento
 A presença de algas na água bruta dos
sistemas de tratamento podem resultar em:
 Problemas operacionais;

 Problemas de qualidade;

 Potencial de formação de subprodutos tóxicos


nas etapas onde se utiliza oxidantes químicos;

 Potencial de liberação de toxinas.

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Problemas operacionais

Coagulação /
Manancial Sedimentação
Floculação

Distribuição Desinfecção Filtração

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Problemas operacionais

 Coagulação / floculação:

 A presença de algas implica em uma maior


estabilidade das partículas em suspensão;

 Necessidade de uma maior dosagem de


produtos químicos;

 Aumento do custo de tratamento;

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Problemas operacionais
 Sedimentação:
 Como o peso específico das algas é menor,
há uma tendência de que ocorra flotação de
uma parcela dos sólidos;
 Deterioração da qualidade da água
decantada;
 Com a maior utilização de produtos químicos
ocorre maior formação de lodo;
 Aumento dos custos de desidratação e
disposição de lodos.
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Problemas operacionais
 Filtração:
 Com a maior carga de sólidos na água
decantada as carreira de filtração são
menores;
 Maior freqüência nas operações de lavagem
dos filtros;
 Menor produtividade pelo aumento no
consumo de água de lavagem.

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Problemas operacionais

 Desinfecção:

 Aumento no consumo do agente de


desinfecção;
 Maior quantidade de matéria orgânica no efluente
dos filtros.

 Maior possibilidade do desenvolvimento de


gosto e odor na água.

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Problemas operacionais
 Distribuição:
 Maior potencial de recrescimento bacteriano;
 Presença de matéria orgânica que é utilizada
como substrato;
 Potencial do aumento da taxa de corrosão na
rede de distribuição de água tratada:
 Estabelecimento de biofilme e desenvolvimento
de condições anaeróbias sob o biofilme,
resultando em:
 Corrosão por aeração diferencial;
 Corrosão devido a formação de ácidos.
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Problemas de qualidade

Coagulação /
Manancial Sedimentação
Floculação

Distribuição Desinfecção Filtração

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Problemas de qualidade
 Água tratada:
 Presença de substâncias potencialmente
tóxicas:
 Compostos organoclorados;
 Ácidos halo-acéticos.
 Gosto e odor na água:
 2,6-dimetil biciclo decan-1-ol
Geosmina – utilizado na fabricação de perfumes;
 2-Metil-isoborneol (MIB).

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Formação de sub-produtos tóxicos


Pré-oxidação

Coagulação /
Manancial Sedimentação
Floculação

Distribuição Desinfecção Filtração

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Formação de sub-produtos tóxicos


 Pré-oxidação:
 Rompimento das células de algas;
 Aumento na concentração de matéria
orgânica;
 Aumento no potencial de formação de sub-
produtos tóxicos (SPT);
 A extensão do problema está associada ao
tipo de agente de pré-oxidação e de sua
dosagem.
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Formação de sub-produtos tóxicos

 Desinfecção e distribuição:

 Formação de sub-produtos de desinfecção


(SPD);
 Presença de matéria orgânica não removida nas
etapas anteriores do sistema de tratamento;

 Continuidade das reações de formação de


SPD no sistema de distribuição.

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Potencial de liberação de toxinas

 Alguns tipos de algas, como as cianofíceas, na


ocorrência de florações produzem toxinas;

 A hipótese é que estas toxinas têm a função de


proteger as algas;

 De acordo com a ação farmacológica, as toxinas


podem ser hepatotóxicas ou neurotóxicas;

 Durante o processo de tratamento de água, estas


toxinas podem ser liberadas;
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Potencial de liberação de toxinas


 Processo de pré-oxidação:
 A dosagem do agente oxidante é suficiente para
romper a célula das algas;
 Processo de coagulação e floculação:
 As algas são submetidas a um estresse, o
que pode ocasionar a lise celular;
 Processo de sedimentação:
 Com o acúmulo do lodo e condições
estabelecidas no fundo do sedimentador, ocorre
morte das algas e lise celular.
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Algas potencialmente tóxicas


 As algas potencialmente tóxicas pertencem à divisão
Cyanophyta, geralmente denominadas de
cianobactérias;

 Vários gêneros e espécies de cianobactérias que


formam florações produzem toxinas, conhecidas
como Cianotoxinas;

 Algumas das toxinas produzidas pelas


cianobactérias têm ação rápida, podendo causar a
morte de mamíferos.

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Características gerais das cianotoxinas

Fonte: WHO, 1999. Toxic Cyanobacteria in Water: A guide to their public health consequences,
monitoring, and management. 1999.
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Estrutura das microcistinas


X e Z são L-amino ácidos variáveis.
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Estrutura das nodularinas


X e Z são L-amino ácidos variáveis.
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Estrutura da cilinrospermopsina

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Tratamento de água de mananciais


eutrofizados

 Tratamento de água envolve todas as


atividades que vão do manejo do manancial
até a distribuição de água;

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Conceitos básicos

 Conforme recomendações da OMS, para


tratamento de água deve ser utilizado o
conceito de múltiplas barreiras;
1) Evitar a proliferação de algas nos
reservatórios;
2) Minimizar a entrada de algas na estação de
tratamento;
3) Remover as algas presentes na água.

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Evitar a proliferação de algas nos


mananciais
 Controle do aporte de nutrientes;
É vedado o uso de algicidas para
 Recomposição da vegetação no entorno do
o controle do crescimento de
manancial; ou qualquer
cianobactérias
intervenção no manancial que
provoque a lise celular, quando a
 Coleta e tratamento de esgotos;
densidade é superior a 20.000
células/mL.
 Controle da drenagem de áreas urbanas que
podem atingir o manancial;

 Controle do florescimento de algas, por meio


da utilização de algicidas.
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Minimizar a entrada de algas na


estação de tratamento
 Locação do ponto de captação onde o
potencial de acúmulo de algas é menor;
 Geralmente os ventos apresentam direção
predominante;
 Isto faz com que ocorra o acúmulo de algas
nas margens dos mananciais, principalmente
em baias;
 Avaliação do perfil vertical de distribuição das
algas ao longo do dia, para promover a
captação em pontos de menor concentração;
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Minimizar a entrada de algas na


estação de tratamento
 Utilização de barreira para impedir que a
escuma de algas atinja o ponto de captação.
 Filtração em margem:
 Utiliza o próprio solo como barreira para as
algas e outros contaminantes;
 Como limitação deve ser considerada a taxa
de permeabilidade do solo;
 É mais adequada para sistemas de pequeno
porte.

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Uso de barreira para impedir que as algas atinjam o


ponto de captação
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Representação esquemática do processo de filtração em margem


(Projeto desenvolvido pela UFSC, PROSAB-4)
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40

FAD

Clorofila-a (mg/L)
30

20
FAD SED
ou
SED
10

FD FDD
0
0 20 40 60 80 100 120
Turbidez (uT)
FD - Filtração direta FAD - Flotação por ar dissolvido
FDD - Filtração dupla direta SED - Sedimentação
Fonte: Janssens e Buekens, 1993 apud FUNASA, 2003

Diagrama de seleção de processos de tratamento


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Remoção em sistema convencional

 Utilização de pré-oxidação como cloro ou ozônio:

 Pode conduzir ao rompimento da membrana celular


das algas e ocasionar a liberação de toxinas e
precursores de THM’s.

 A presença de algas em sistemas convencionais de


tratamento, no processo de coagulação floculação
resulta em flocos mais leves;

 Como conseqüência, a eficiência da sedimentação é


reduzida.

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Pré-oxidação com permanganato de


potássio
 Para evitar a liberação de toxinas, é necessário
que as algas sejam removidas intactas;

 Como alternativa aos oxidantes tradicionais


pode-se utilizar o permanganato de potássio;

 Estudos têm mostrado que o uso deste produto


seguido da coagulação com sais de ferro e
polímero catiônico melhora a eficiência de
remoção de partículas.

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Pré-oxidação com permanganato de


potássio
 Uma preocupação com o permanganato de potássio
é a dosagem de utilização;
 Se esta for muita alta pode resultar em na coloração
da água;
 Com dosagens relativamente baixas (1,0 mg/L), após
o processo de coagulação a sedimentação pode
resultar em remoções de algas superiores a 90%;
 A hipótese para a eficácia do permanganato de
potássio na remoção de células é a agregação de
matéria orgânica extracelular e do óxido de
manganês sobre a superfície da célula das algas.
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Adsorção do MnO2
na superfície da alga

Micrografia de uma célula de alga após pré-oxidação com


permanganato de potássio
(Fonte: CHEN, J.J. e YEH, H.H., Water Research, 39 (2005))

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Processo de coagulação e floculação

 Para que possa ser obtida uma boa eficiência


de remoção de algas é necessário elevar a
dosagem dos agentes de coagulação;
 O excesso de coagulante visa compensar a
baixa massa específica das algas e a carga
negativa da superfície;
 Em função das carga negativa da superfície
das algas o uso de polímeros catiônicos
possibilita uma maior eficiência de remoção.

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06/04/2010

Micrografias de flocos de
hidróxido de alumínio e algas
(Nitzschia)
Fonte: konno et al. JEOL News Vol.37E
No.1 34 (2002))
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Micrografias de flocos de
hidróxido de ferro III e algas
(Nitzschia)
Fonte: konno et al. JEOL News Vol.37E
No.1 34 (2002))
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Flotação por ar dissolvido

 Em função da menor massa específica das


algas, o processo de flotação por ar
dissolvido é uma opção;
 De maneira geral pode-se obter elevadas
eficiências de remoção de células;
 O processo de pré-oxidação também não é
necessário.

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Processos de separação por


membranas
 Os processos de micro e ultrafiltração podem
ser utilizados para a remoção de algas,
 Como o diâmetro dos poros das membranas
são significativamente menores que o
tamanho das algas, a remoção é bastante
eficiente;
 Não é necessário fazer a pré-oxidação das
algas e nem adicionar produtos químicos;
 Como limitação, há o potencial de formação
de depósitos na superfície da membrana.
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Unidade Piloto de Ultrafiltração na Guarapiranga


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MARS - Divisão de Recursos Hídricos Metropolitanos Sudoeste

sabesp Laudo de Exame Hidrobiológico


Procedência: Guarapiranga Data de Emissão: 22/12/05
Coletor: 0 Data da Coleta: 20/12/05
chuvas : não
Dados de Coleta e Análise
Laudo nº 270/05
Tipo de Água - B
Ponto de Coleta - GU001 Alimentação Permeado Concentrado 00:00
Hora da Coleta h 08:30 08:30 08:30 08:30
Temperatura ar ºC
Temperatura água ºC 23,5 26,5 26,5 27,0
Dados do Exame Microscópico e Conclusões
1 - Cianofíceas n°/mL 952,1 252,4 77,1
UPA/mL 654,4 183,2 46,8
2 - Clorofíceas n°/mL 1173,5 657,8 771,4
UPA/mL 922,9 469,4 411,2
3 - Bacilarofíceas n°/mL 1509,8 325,3 248,1
UPA/mL 875,8 166,4 235,9
4 - Outras Algas n°/mL 15,1 18,2
UPA/mL 15,1 16,6
5 - Outros Microorganismos n°/mL 284,4 124,1 167,9
UPA/mL 285,8 68,07 48,4
TOTAL n°/mL 3919,8 1374,7 1282,6
UPA/mL 2738,9 902,2 759,1
Remoção nesta etapa % 67,06 100,000
Remoção até esta etapa % 67,06 100,000
(1) = Cianobactérias (2) = Clorofíceas (3) = Bacilarofíceas (4) = Outras algas (5) = Outros microoganismos

Organismos Predominantes UPA/mL Significado Sanitário


Pseudanabena(1) 403,4 109,9 Potencialmente tóxica
Mougeotia(2) 540,2 290,9 226,7 Entope filtros
Pennales(3) 597,6 115,0 196,6 Entope filtros
Contagem de células
Aphanocapsa cel/mL 2586,4 862,1
Microcystis cel/mL 226,9 90,7
Oscillatoriales cel/mL 3408,9 852,2 525,8
Prof. José Carlos Mierzwa
Pseudanabaena cel/mL 6455,1 1758,8 398,9
TOTAL cel/mL 12677,4 3563,9 924,7

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06/04/2010

Foto da amostra de água bruta da Guarapiranga


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Foto da amostra de permeado UF da Guarapiranga

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Remoção de toxinas

 As principais toxinas liberadas pelas algas são


as Cianotoxinas:
 Neurotoxinas:
 Anatoxina-a – DL50(camundongos) = 200 mg/Kg;
 Anatoxina-a(s) – DL50(camundongos) = 20 mg/Kg;
 Saxitoxinas – DL50(camundongos) = 10 mg/Kg.
 Hepatotoxinas:
 Microcistinas – DL50(camundongo) = 25 a 150 mg/Kg;
 Nodularinas – DL50(camundongos) = 50 a 200 mg/Kg.

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Remoção de toxinas
 As cianotoxinas são compostos orgânicos com peso
molecular variado;
 Hepatotoxinas – 800 a 1.100 g/mol;
 Neurotoxinas - < 1000 g/mol.
 Por se tratar de compostos orgânicos, a sua
remoção pode ser feita por:
 Oxidação química com ozônio (após decantação),
cloro (após filtração) e permanganato de potássio;
 Adsorção em carvão ativado em pó ou granular;
 Adsorção e degradação em carvão ativado granular
com crescimento biológico.

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Eficiência de remoção de microcistinas


Eficiência de remoção (%)
Técnica de tratamento
Intracelular Extracelular

Coagulação / sedimentação / flotação  80 < 10


Precipitação / sedimentação  90 < 10
Filtração rápida  60 < 10
Filtração lenta > 99 Significante
Coagulação, sedimentação e filtração 90 < 10
Adsorção em carvão ativado em pó e granular Desprezível > 80
Carvão ativado granular com crescimento biológico Desprezível > 90
Ozonização (após clarificação) --x-- 98
Cloração (após filtração) --x-- 80
Permanganato de potássio --x-- 95
Depende da
Membranas 90
membrana
Fonte: WHO, 1999. Toxic Cyanobacteria in Water: A guide to their public health consequences, monitoring, and
management. 1999.
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