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INSTITUTO ENSINAR BRASIL

RELATÓRIO – PRODUÇÃO DE SABÃO E DETERGENTES

ANO: 2019 SEMESTRE: 7°

IDENTIFICAÇÃO

Instituição: FACULDADE DOCTUM DE VITÓRIA

Tema: PRODUÇÃO DE SABÃO E DETERGENTES

Curso: Engenharia de Produção

Período: 7º período

Componentes curriculares envolvidos: Processos Químicos

Autores: Jose Luiz Campos Monteiro, Douglas Gonzaga, Jânio Minchio, Gabriel
Miranda e Assis Carlos Miranda

VITÓRIA
2019
JOSÉ LUIZ CAMPOS MONTEIRO
DOUGLAS GONZAGA
JÂNIO MINCHIO
GABRIEL MIRANDA
ASSIS CARLOS MIRANDA

Pesquisa acadêmica – PRODUÇÃO DE SABÃO E DETERGENTES

Relatório apresentado ao componente


Curricular Processos Químicos do curso
de Engenharia de Produção da Faculdade
Doctum de Vitória, como requisito parcial
de Avaliação.

Orientador: Prof. Nehemias Leonor Junior

VITÓRIA
2019
INTRODUÇÃO

Ao se iniciar uma limpeza, logo percebe-se que a água não molha muito bem as
superfícies onde é aplicada, pois tende a se aglomerar formando gotas esféricas e,
assim, não lava com eficiência. Sozinha, não consegue remover certos tipos de
sujidade, como por exemplo substâncias orgânicas gordas.
Isto pode ser observado quando se enche um copo e em seguida este é esvaziado.
O recipiente fica umedecido internamente de forma irregular, apresentando áreas
secas e áreas úmidas. Este fenômeno é conhecido como tensão superficial pode ser
entendido como, a força que está sujeita a água na superfície de um líquido (força que
impede a miscibilidade entre a água e o ar). A tensão superficial da água é de 72
dinas/cm (20ºC). Para que ocorra seu perfeito espalhamento sobre a superfície, é
necessário reduzir sua tensão superficial a valores entre 30 a 40 dinas/cm. O agente
capaz de promover este tipo de modificação na tensão superficial da água é
denominado de tensoativo e é o principal componente dos detergentes
comercialmente conhecidos hoje. Além de solucionar o problema de tensão
superficial, os tensoativos exercem outras funções muito importantes na lavagem
como, deslocar e dispersar partículas de sujeira.
Várias tentativas, ao longo dos séculos, foram feitas no sentido de auxiliar a água em
sua função detergente. Os primeiros processos que se tem notícia, baseados no atrito,
empregavam substâncias alcalinas argilas, cinzas e gordura animal.
Dos tensoativos conhecidos, o sabão foi o primeiro a ser produzido comercialmente.
A indústria do sabão nasceu muito simples e os primeiros processos exigiam muita
paciência. Tudo o que tinham a fazer, segundo a história, era misturar dois
ingredientes: cinza vegetal, rica em carbonato de potássio, e gordura animal. Então,
era esperar por um longo tempo até que eles reagissem entre si. O que ainda não se
sabia era que se tratava de uma reação química de saponificação. Esta arte secular
de fabricar sabão somente recebeu impulso definitivo quando da descoberta do
processo Leblanc de fabricação de soda em 1790. A regra básica atual é uma reação
entre um ácido graxo (gorduras e óleos de origem vegetal ou animal) com um material
alcalino, isto é, de caráter básico. Normalmente, a base é o hidróxido de sódio (NaOH),
que é conhecida como soda cáustica. A dosagem adequada de gorduras animais e
vegetais aliada aos processos modernos de fabricação, permite obter sabões de
características totalmente definidas e elevada qualidade.
O sabão, cuja época e local exato de aparecimento são ignorados, é o marco de
entrada no campo dos detergentes.
Dito de uma forma simples, pode-se definir detergentes por substâncias inorgânicas
ou orgânicas que apresentam a propriedade de reduzir a tensão superficial da água,
favorecendo o seu espalhamento e emudecimento das superfícies, promovendo um
contato mais íntimo entre a água e o objeto a ser limpo.
Atualmente consumimos uma enorme quantidade de produtos derivados de sabões e
detergentes em nosso cotidiano. Por esse motivo, esta pesquisa irá mostrar a
importância de saber como essas substâncias são produzidas, como agem e como
são degradadas pela natureza, para que nossa interação com o meio seja melhor e
mais consciente. Serão abordados vários aspetos, como os seus processos de
produção mais relevantes e respectivas reações químicas, caracterização destes
processos, impactos ambientais e em algumas diferenças entre os detergentes
biodegradáveis e não biodegradáveis.

SABÃO

O termo é utilizado para todos os sais de sódio e potássio de ácidos graxos de elevado
peso molecular como oléico, palmítico, esteárico, etc. São os sabões utilizados para
fins de lavagens domésticas e/ou indústrias; existem, entretanto, uma grande
variedade de sabões de outros metais, usados para fins lubrificantes (indústria têxtil,
etc..) e medicinais, obtidos usualmente pela saponificação direta dos ácidos
correspondentes.

Algumas das propriedades mais características dos sabões são:


• Solubilidade em água: Varia inversamente com o peso molecular do ácido graxo
empregado. Os sabões sódicos são menos solúveis que os potássicos.
• Poder emulsificante: Quando solubilizados em água baixam a tensão superficial
aumentando o poder de molhabilidade.
• Ponto de fusão: São de uma maneira geral elevados, os dos sabões sódicos variam
entre 230 a 270 °C.
• Higroscopicidade: Quando secos são higroscópicos, os sabões potássicos são mais
higroscópico que os sabões sódicos.
A água, individualmente, não consegue remover certos resíduos, como os óleos. Isto
deve-se ao facto de as moléculas de água serem polares e as dos óleos apolares. O
sabão consegue interagir com estes dois tipos de moléculas, visto possuir pelo menos
uma ligação com característica polar (com afinidade pela água – hidrofílica) e uma
cadeia carbonada apolar (com aversão pela água – hidrofóbica), como se pode
visualizar na seguinte representação.

De acordo com a regra "polar dissolve polar; apolar dissolve apolar", cada extremidade
apolar procura um ambiente apolar; em meio aquoso, o único ambiente deste tipo
existente são as partes apolares das outras moléculas do sabão, e assim elas se
agregam umas às outras no interior da micela. As micelas mantêm-se dispersas
devido à repulsão entre as cargas de mesmo sinal das respectivas superfícies. Forma-
se, então, uma emulsão estável de óleo em água que é facilmente removida da
superfície que se pretende limpar (por agitação, ação mecânica, etc.).
Dessa maneira, ao se lavar um prato engordurado, gotículas de gordura são
envolvidas pelas moléculas de sabão (e de detergente também). Na ciência dos
colóides essa partícula, resultado da associação das moléculas de tensoativos,
chama-se micela. As moléculas são orientadas com a cadeia apolar direcionada para
a gordura e a extremidade polar se direciona para a água
Matérias Primas

As principais matérias primas utilizadas para a fabricação do sabão são as gorduras


animais e/ ou vegetais e álcalis (soda ou potassa). As gorduras animais e sebos são
subprodutos dos frigoríficos, açougues e matadouros. As principais fontes brasileiras
de óleos vegetais são os frutos de babaçu, tucum, palma, amendoim, algodão,
mamona e soja.
Os óleos brutos e as gorduras animais contêm grande quantidade de impurezas e
matérias corantes e, portanto, são submetidas a um branqueamento através de um
processo de adsorção com terras infusórias e separadas posteriormente por filtração.

Reações químicas e processos de produção

A reação química que está na origem da produção do sabão é a de saponificação,


assim designada por se dar entre um ácido gordo insolúvel (existente em óleos ou
gorduras) e uma base forte. Os reagentes são, pois, as gorduras (de origem vegetal
ou animal) e o hidróxido de sódio ou potássio.
O sabão à base de potássio é um sabão mole, que apresenta viscosidade elevada e
cor esverdeada. Por outro lado, com o sódio, o mais utilizado, cria-se um sabão mais
sólido e com características distintas que o tornam menos solúvel.
São conhecidos dois processos de fabricação de sabão.
O primeiro convencionalmente conhecido como o processo de caldeira é baseado na
saponificação direta da gordura, isto é, na reação da gordura com o álcali liberando
sabão e glicerina. Este processo apresenta algumas limitações para o seu emprego
industrial, sendo apenas usado por fábricas de pequeno porte ou para obtenção de
produtos com características especiais.
Atualmente, utiliza-se a saponificação alcalina contínua, com controle automático e
capacidade de produção de aproximadamente 300 ton/dia, representando de 2 a 5
dias a produção obtida pelos métodos descontínuos tradicionais.

Processo Convencional

Operações necessárias para a produção de sabão:


• Saponificação.

O processo de saponificação tem início com o carregamento das matérias primas


(gorduras líquidas e soda) é efetuado em um recipiente de ferro, circular ou retangular
com fundo inclinado para um tubo central de descarga.
A reação é exotérmica e auto catalítica. A gordura (triglicerídeo) é atacada pelo álcali,
liberando glicerina e ácidos graxos os quais são neutralizados pela soda formando o
sabão.

Reação de Saponificação

• Semi-Cotura

Consiste na fervura da massa com excesso de álcali para garantir uma saponificação
completa, evitando deste modo, a formação de blocos de gordura ou soda que possam
permanecer sem reagir.

• Refino

Consiste na separação da massa em duas fases imiscíveis de sabão e glicerina


respectivamente; o processo baseia-se na enorme diferença de solubilidade dos
componentes da massa em salmoura. O sabão fica na superfície devido a sua menor
densidade em relação à solução de salmoura e glicerina (lixívia), a qual é separada
pelo fundo do recipiente.
Por processos especiais a glicerina é recuperada, tendo vários destinos de acordo
com a sua qualidade, podendo ser classificada como medicinal e industrial. Pode ser
utilizada tanto por fabricantes de resina e explosivos como pela indústria de
cosméticos. Devido a isso, seu preço, depois de purificada, pode superar o do sabão.
• Dinamite

A lavagem com salmoura é repetida tantas vezes quantas forem necessárias para
obter-se o teor de sabão desejado. O processo tradicional de refino acima descrito
tornou-se anti-econômico e obsoleto para as grandes indústrias. Modernamente
utiliza-se um processo no qual a solução de salmoura percorre em contracorrente a
mistura que contém sabão, numa torre de lavagem. A medida que progride, a solução
de salmoura se enriquece em glicerina.

• Descanso e Acabamento

O sabão processado contém um elevado teor de sal dissolvido na sua massa.


Adiciona-se uma pequena quantidade de água e deixa-se o produto descansar por 24
a 48 horas. Com o descanso, o conteúdo do recipiente de ferro separa-se em três
camadas:
Superior: Sabão de boa qualidade, alta viscosidade e aspecto claro, contendo
até 65% sabão.
Central: Fluido salgado, escuro contendo até 40% sabão. É chamado de borra.
Inferior: Líquido salgado e alcalino denominado lixívia da borra.

Esquema simplificado de um processo de produção de sabão


Processo de produção contínua

As gorduras fundidas e quentes e o catalisador são todos injetados no fundo do


hidrolisador.
A hidrólise das gorduras ocorre em contracorrente no hidrolisador, a 485°F (252°C) e
600 psi (41 atm), continuamente, com os glóbulos de gordura ascendendo contra a
fase aquosa descendente.
A fase aquosa, depois de dissolver a glicerina separada (cerca de 12%), afunda e é
separada.
A fase aquosa com a glicerina é evaporada e purificada.
A fase com os ácidos graxos no topo do hidrolisador é seca mediante a vaporização
da água, e aquecida.
Num destilador a alto vácuo, os ácidos graxos são destilados e separados dos
resíduos, e retificados.
O sabão é formado pela neutralização contínua com soda cáustica a 50%, num
neutralizador a alta velocidade.
O sabão bruto é descarregado, a 200°F (93°C), num tanque de homogeneização,
lentamente agitado, para eliminar desigualdades de neutralização. Neste ponto, o
sabão contém de 0,002 a 0,10% de NaOH, de 0,3 a 0,6% de NaCl e cerca de 30% de
H2O.
Este sabão pode ser extrudado, moído, reduzido a flocos ou atomizado, conforme o
produto que se deseja.
As operações podem ser detalhadas da seguinte forma: a pressão sobre o sabão
líquido e elevada a 600 psi (41 atm), e o sabão e aquecido ate 485°F (252°C) num
trocador de calor a alta pressão. Este sabão é lançado num tanque de flash a pressão
atmosférica, onde ocorre uma secagem parcial (até cerca de 20%) em virtude de o
sabão estar bem acima do seu ponto de ebulição a pressão atmosférica. Este sabão
viscoso, empastado, é misturado à quantidade desejada de ar, num trocador de calor
com a parede raspada mecanicamente, no qual o sabão também é resfriado por uma
salmoura que circula pela carcaça externa de 220°F até cerca de 150°F(104 a 66°C).
Nesta temperatura, o sabão é extrudado na forma de uma fita e cortado em barras. A
operação se completa pelo resfriamento, pela cunhagem e pela embalagem.
Vapor Vapor
condensador
d´agua d´agua
Tanque Bomba
flash Soda Cáustica Pressão Alta
Ácidos graxos
Receptor
Vapor destilado
Água d´agua
Quente

Neutralizador Vapor
Hidrolisador d´agua
252ºC e 41 atm
Ácidos graxos

Gorduras e Misturador do Vapor


catalisador - ZnO Destilador
a sabão d´agua
alto-vácuo

Resíduos Acabamento Ar
convencional do
água sabão: barras,
Congelador
Vapor flocos ou pó
d´agua

Sabão em barra aerado

Glicerina bruta

Fluxograma de produção contínua de sabão

BIODEGRADABILIDADE DO SABÃO

O sabão é um produto biodegradável, o que significa dizer que é uma substância que
pode ser degradada pela natureza. Essa possibilidade de degradação das moléculas
formadoras do sabão muitas vezes é confundida com o fato do produto ser poluente
ou não. Ser biodegradável não indica que um produto não causa danos ao
ecossistema, mas sim, que o mesmo é decomposto por microrganismos (geralmente
bactérias aeróbicas), aos quais serve de alimento, com facilidade e num curto espaço
de tempo.
O sabão pode tornar-se um poluidor, basta observar que após a utilização o
eliminamos na água, junto com a sujeira. Essa mistura vai para o esgoto e, como é
muito comum, este, acaba desaguando diretamente nos rios, lagos ou oceanos, sem
prévio tratamento. É nesse meio que a mistura sabão-sujidades pode tornar-se
poluidora. Este fato gera a eutrofização das águas, isto é, torna-as férteis ao aumento
de culturas bacterianas. Vários microrganismos, patológicos ou não, alimentam-se da
mistura de sabão e matéria orgânica. Se ocorrer abundância destes compostos, eles
se proliferarão com maior facilidade. Como grande parte desses organismos
necessitam de oxigênio para sobreviver, acabam reduzindo a quantidade do mesmo
que está dissolvida em água, e que, consequentemente, leva os microrganismos
aeróbicos à morte. A partir deste momento, a degradação é realizada, com maior
intensidade, por bactérias anaeróbicas que, ao invés de produzirem CO2 (dióxido de
carbono) e H2O (água) como produtos finais, formarão CH4 (metano), H2S (ácido
sulfídrico) e NH3 (amônia), que são mais tóxicos e prejudiciais ao meio ambiente.
Outra forma pela qual o sabão contribui para o aumento da poluição ocorre quando
há formação exagerada de espumas nas superfícies dos rios e lagos.
A camada de espuma encobre a superfície, impedindo a penetração dos raios solares
e a interação da atmosfera com a água. Esta obstrução é mais evidente em rios cuja
vazão é pequena e as águas, agitadas. Nesses casos, leva plantas aquáticas e peixes
à morte. Este fato, além de prejudicial à natureza, torna mais difícil e dispendioso o
tratamento da água para consumo humano. Por sorte o sabão é suficientemente
biodegradável para que este fato não ocorra somente por sua utilização.

DETERGENTES

Os detergentes são, assim como os sabões, substâncias que reduzem a tensão


superficial de um líquido, sendo assim, estes compostos são, também, considerados
tensoativos.
Os detergentes são produtos sintéticos produzidos a partir de derivados do petróleo.
Estes compostos começaram a ser produzidos comercialmente a partir da Segunda
Guerra Mundial devido à escassez de óleos e gorduras necessárias para a fabricação
de sabões.

Tipos de detergentes

Catiónicos: Apresentam grupo funcionais catiónicos (carga positiva) no grupo


hidrofílico, podendo estar dependentes do pH do meio e sendo normalmente
constituídos por grupos de aminas.
Aniónicos: Apresentam grupos funcionais aniónicos no grupo hidrofílico, como sulfatos
e fosfatos, tendo por isso carga negativa. Não funcionam bem sozinhos em água dura
devido à presença de muitos ions Ca2+ e Mg2+ em solução, o que dificulta a sua ação
sobre outras moléculas.
Anfotéricos: Apresentam centros aniónicos e catiónicos ligados no mesmo grupo
hidrofílico da molécula, tendo por isso carga negativa e positiva em simultâneo.
Encontram-se maioritariamente em produtos de cosmética, champô e detergentes
líquidos para as mãos por serem mais suaves.
Não iónicos/Neutros: Apresentam um grupo hidrofílico polar, mas não iónico. São
usados principalmente em produtos de cosmética devido às suas baixas reatividades
com a pele, evitando a irritabilidade que outros produtos provocam.

Reações e Processos de fabricação

As reações mais importantes nos processos de fabrico de detergentes são a reação


de oligomerização a reação de sulfonação, de neutralização, de alquilação de
FriedelCrafts e de acilação de Friedel-Crafts.
A reação de oligomerização é semelhante a uma de polimerização, enquanto que na
de polimerização um determinado monómero é repetido indefinidamente, na de
oligomerização o número de monómeros presentes numa cadeia é bem definido.
Na reação de sulfonação, um átomo de hidrogénio de um alcano, cicloalcano ou areno
é substituído pelo grupo funcional ácido sulfónico na reação de um destes com ácido
sulfúrico concentrado e trióxido de enxofre. Esta reação é fundamental para a criação
de surfactantes com grupos sulfato.
Na reação de neutralização, a molécula obtida durante a formação do grupo hidrofílico
iónico é transformada de um ácido/base (conforme seja o caso) para um sal, usando
para isso uma base forte como NaOH ou KOH no caso de ser ácido, ou um ácido forte
como HCl ou HF no caso de ser básico

Síntese do ABS, tendo em conta as reações de oligomerização (a), de alquilação


(b), de sulfonação (c) e de neutralização (d)
Sulfonação-sulfatação: 0 alquilbenzeno (AB) e introduzido continuamente no
sulfonador, com a quantidade necessária de óleum, usando-se o mecanismo do
banho dominante, para controlar o calor da conversão de sulfonação e manter a
temperatura a cerca de 54°C . Na mistura sulfonada, são injetados o álcool graxo do
talol e outra alíquota de óleum. O conjunto é bombeado para o sulfatador, que também
opera no mecanismo do banho dominante, para que a temperatura seja mantida entre
49 e 54°C ; assim e obtida uma mistura de agentes tensioativos.
Neutralização: O produto sulfonado e sulfatado é neutralizado por uma solução de
NaOH em condições controladas de temperatura, para manter-se a fluidez da polpa
de surfactantes. A polpa de surfactantes e dirigida para o deposito.
A polpa de surfactantes, o tripolifosfato de sódio e a maior parte dos diversos aditivos
são introduzidos na máquina misturadora. Remove-se considerável quantidade de
água e a pasta é espessada pela reação de hidratação do tripolifosfato:

Na5P3O10 + 6 H2O → Na5P3O10 . 6 H2O

tripolifosfato de sódio → tripolifosfato de sódio hexaidratado

A mistura é bombeada para um piso superior, onde é atomizada sob alta pressão,
numa torre com 24 m de altura, em contracorrente com o ar quente proveniente de
uma fornalha. Assim, constituem-se os grânulos secos, com a forma e as dimensões
aceitáveis e com a densidade apropriada. Os grânulos secos retornam ao piso
superior, mediante transporte pneumático, que os resfria de 116°C e os estabiliza. Os
grânulos são separados num ciclone, peneirados, perfumados e embalados.
A conversão de sulfonação é extremamente rápida. É preciso manter sob controle os
elevados calores de reação, onde se mostra o trocador de calor a circulação, ou o
princípio do banho dominante, não só para estas conversões químicas, mas também
para a neutralização. Nos dois casos, o uso do óleum diminui o sulfato de sódio no
produto acabado. Entretanto, o óleum aumenta a importância do controle, para que
seja impedida a supersulfonação. Em particular, a sulfonação dos alquilbenzenos é
irreversível e, em menos de um minuto, se tem a conversão de 96%, quando se opera
a 54°C com excesso de 1 a 4% de SO3 no óleum. É necessária uma certa
concentração mínima de SO3 no óleum, antes de a reação de sulfonação principiar,
que neste caso é da ordem de 78,5% em SO3 (equivalente ao ácido sulfúrico a 96%).
Uma vez que estas reações são muito exotérmicas e rápidas, a remoção eficiente do
calor é indispensável para impedir a supersulfonação e o escurecimento. A agitação
é proporcionada por uma bomba centrífuga, que injeta o óleum. A razão de
recirculação (volume do material que recircula dividido pelo volume da produção) é
pelo menos de 20 para 1, a fim de que se tenha um sistema favorável. Para que a
sulfonação tenha tempo suficiente de atingir a elevada conversão a que se visa,
proporciona-se à mistura um tempo extra, fazendo-se com que circule por uma
serpentina, com o que a reação de sulfonação pode completar-se.

Alquilbenzeno Álcool Graxo NaOH

Sulfonador Água Sulfatador Água Neutralizador


Água

Óleum
Óleum
Depósito
Agentes Polpa
tensioativos Surfactada
Ar

Ar e partículas de detergente em pó
Ciclone Surfactantes
Ar

Filtro Tripolifosfato de Sódio


Ciclone Aditivos

Torre Água
Embalagem
de
Atomização
Peneira
Ar Quente
Misturador

Detergente Perfume
116ºC Fornalha
em Pó
Recuperado seco

Fluxograma fabricação de detergente em pó

BIODEGRADAÇÃO DOS DETERGENTES

Os primeiros detergentes produzidos apresentavam problemas com


relação à degradação pelo meio ambiente, tornando-se altamente poluidores, pois
permaneciam nas águas de rios, lagos, etc. por um período muito grande. Neste caso,
devido à permanente agitação das águas, causavam a formação de muita espuma,
cobrindo a superfície de rios, estações de tratamento e redes de esgoto.
Na água existem microrganismos que produzem enzimas capazes de quebrar as
moléculas de cadeias lineares. Essas enzimas, porém, não reconhecem as moléculas
de cadeias ramificadas, fazendo com que esses detergentes permaneçam na água
sem sofrer degradação (não-biodegradável).
Recentemente, a par da evolução tecnológica, tem havido também uma grande
evolução nos detergentes biodegradáveis. Quando se utiliza detergentes, quer seja
para uso doméstico, quer para uso industrial, estes vão parar aos lagos e rios. Porém
após um certo tempo os resíduos são degradados por microrganismos que existem
na água, ou seja, não são prejudiciais para o ambiente. No entanto, ainda há quem
fabrique detergentes não-biodegradáveis, pois possuem custos de produção menos
elevados, acumulando-se nos rios e formando uma camada de espuma que impede
a entrada de oxigénio na água. Isto pode causar graves prejuízos ao ambiente.

Exemplo de detergente não biodegradável

Exemplo de detergente biodegradável

No entanto, também se deve ter cuidado ao utilizar detergentes biodegradáveis, pois


quando estes são despejados em excesso em rios e lagos provocam um grande
aumento de matéria orgânica o que faz com que os microorganismos consumam mais
oxigénio da água para realizar a degradação. Consequentemente, haverá morte em
cadeia de várias espécies que habitam no ecossistema e que necessitam do oxigénio
para sobreviver. Assim para além de ser importante optar pelos detergentes
biodegradáveis, também é importante economizar na quantidade utilizada.

DIFERENÇAS ENTRE SABÃO E DETERGENTES


Tanto sabões quanto detergentes pertencem a um mesmo grupo de substâncias
químicas, os tensoativos. Assim sendo, os dois produtos são redutores de tensão
superficial e possuem a característica comum de, quando em solução e submetidos à
agitação, produzirem espuma. Por esse motivo, ambos são utilizados para limpeza.
Quanto às características de estrutura molecular, as similaridades se repetem. Tanto
sabões quanto detergentes possuem, pelo menos, um ponto de polaridade na
molécula o que os coloca em outra classificação química comum, ambos são sais. É
comum também o fato de possuírem característica polar e apolar na mesma
molécula. A facilidade de degradação também tem motivo comum: cadeia carbônica
linear. Já que ditos compostos possuem várias características comuns, é de se
esperar que os dois atuem de forma igual, ou semelhante, com relação à forma de
limpar, o que, de fato, ocorre.

As diferenças são encontradas entre os sabões e detergentes, principalmente, em


sua forma de atuar em águas duras e águas ácidas. Os detergentes, nessas águas,
não perdem sua ação tensoativa, enquanto que os sabões, nesses casos, reduzem
grandemente e até podem perder seu poder de limpeza. Em presença de águas
ácidas, os detergentes são menos afetados pois possuem também caráter ácido e,
novamente, o produto formado não é completamente insolúvel em água,
permanecendo, devido ao equilíbrio das reações químicas, em solução e mantendo
sua ação de limpeza.
Exemplo:

Reação que ocorre entre o sabão quando em águas ácidas

Reação de um detergente quando em águas ácidas

Outra desvantagem dos sabões está no fato de terem menor poder tensoativo e,
consequentemente menor poder de limpeza que os detergentes. Em contrapartida
os sabões, por possuírem gorduras não saponificáveis, agridem menos a pele. Os
detergentes quando utilizados para a lavagem de louças, retiram, inclusive, a
gordura natural presente nas mãos de quem o utiliza, causando o ressecamento da
pele e a maior suscetibilidade a irritações da mesma.
A grande vantagem na utilização do sabão está no fato deste ser sempre
biodegradável, de ser produzido a partir de matéria-prima renovável (óleos e as
gorduras), é mais barato e atóxico.
Deve ser ressaltado, que existem diferenças significativas nos processos usados
para fabricar os detergentes e sabões, e diferenças marcantes de composição
química que provocam diferenças de atuação.

CONCLUSÃO

Pode concluir-se que os sabões, os detergentes e a glicerina são produtos com uma
alargada área de utilização, que pode ir desde a limpeza e higiene à área medicinal.
No entanto, os processos químicos de obtenção são diferentes, podendo uns serem
mesmo subprodutos de outros, como é o caso, por exemplo, da glicerina
relativamente ao sabão. Apesar de alguns deles serem biodegradáveis, é necessário
ter em atenção a sua excessiva utilização e o modo como os seus resíduos são
tratados.
O sabão e detergentes são produtos de limpeza que assume uma grande importância
devido às suas propriedades químicas. São produtos que tem várias aplicações, das
quais se destacam o uso diário na extração de gordura, e a utilização na higiene
pessoal e pública, assumindo, portanto, uma grande importância a nível económico e
social.

CONCLUSÃO

Esta pesquisa serve para demonstrar que soluções simples a disposição da


Engenharia da Produção, como o estudo do layout, representam uma alternativa de
baixo custo capaz de resolver os problemas da manufatura e, por outro lado, ainda,
incrementar a competitividade ao proporcionar a redução dos custos operacionais e
os ganhos de produtividade.
Nesta pesquisa apresentaram-se os conceitos e princípios dos arranjos físicos.
O presente Planejamento das Instalações, foram traduzidos como uma ferramenta
que compõem a Engenharia de Produção. Ferramentas estas necessárias à obtenção
de ganhos operacionais do ambiente produtivo, quer seja ele manufatura ou serviço.
Considerando as condições e a complexidade que envolve todos os aspectos
relacionados ao planejamento do arranjo físico das instalações, a elaboração de um
trabalho desta magnitude não é plenamente atendida em trabalho acadêmico onde o
foco é voltado para o ensinamento da prática, neste caso questões de maiores
significados ficam para trabalhos ou consultorias profissionais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://quimicasemsegredos.com/documents/Teoria/Saboes-e-Detergentes.pdf,
[1] PRODUÇÃO DE DETERGENTE Disponível em: <
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAVYoAI/processos-quimicos-industriais-2-industria-
detergente?part=2> Acesso em 14 de julho de 2013;
http://www.nossofuturoroubado.com.br/arquivos/junho_09/quimica_dos_saboes.PDF
http://www.members.tripod.com/alkimia/saboes_detergentes.htm
[2] DETERGENTE Disponível em: < http://quimicaambiente.blogspot.com.br/2007/11/produo-
artesanal-de-sabo.html> Acesso em 14 de julho de 2013;
[3] TENSOATIVOS Disponível em: <
http://www.iq.ufrgs.br/aeq/html/publicacoes/matdid/livros/pdf/sabao.pdf> Acesso em 14 de julho
de 2013.

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