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Soren Kierkegaard, filósofo existencialista dinamarquês fez a seguinte afirmação: “Uma vida não avaliada não é uma
vida digna de ser vivida”. Todos nós, num determinado momento da vida, precisamos avaliar o que estamos fazendo,
seja do ponto de vista profissional, pessoal, espiritual. É o momento de olhar pelo espelho do retrovisor, e ver se as
marcas que estamos deixando para trás estão ou não valendo a pena. Se isto não acontecer, não temos como
rever planos, considerar as áreas mais fracas e fortalecer as que precisam de maior reflexão. Em tempos de
transições, em horas de crises, passagens de ano, é muito importante fazer uma retrospectiva.
Um dos maiores líderes do cristianismo e que solidificou boa parte do pensamento da Bíblia foi o apóstolo Paulo.
Apesar de todo seu conteúdo teológico profundo, ele demonstra sua humanidade nas cartas que escreve, ora se
sentindo solitário, ora eufórico. Numa carta pessoal escrita a Timóteo, ele fez uma profunda avaliação de sua vida, e
daí chegou a quatro constatações.
Primeiro, ele percebe que nem sempre os amigos estão por perto, principalmente quando passamos por
tribulações. Amigos mudam de região e de foco, traem, dispersam. Pessoas passam por nossas vidas, entram e
saem dela. Alguns por motivos corretos, outros por motivos questionáveis, mas o fato é que nem sempre os amigos
estão ao nosso alcance.
A segunda foi que precisamos cuidar da saúde. Ele aconselha Timóteo a cuidar das frequentes enfermidades que
tinha, não se esquecendo de receitas simples. Muitas vezes andamos no automático, mas chega um momento em
que o corpo exige atenção especial e cuidado. Como uma máquina, seu corpo precisa de manutenção e calibragem.
Não force a máquina porque sem lubrificação ela funde o motor.
Em terceiro lugar, ele percebe que a mente precisa ser exercitada, ocupada com bons pensamentos. Quando
a mente fica vazia, passa a imaginar coisas, ser consumida por ansiedades e preocupações tolas. Muito desânimo é
um movimento de retroalimentação de pensamentos e ideias errôneas que devem e podem ser corrigidas.
Em quarto e último lugar, ele conclui que não deveria consumir sua vida com pessoas que lhe provocaram
males. Em geral, pessoas malignas são capazes de intoxicar nossa mente e consumir muito do nosso vigor e
alegria. Se pararmos cada vez que encontramos oposição e ficarmos remoendo o mal que nos fizeram, não vamos
avançar. Vingança é um prato que se come cru. Portanto, não fique se lamentando com o esquecimento,
incompreensão, traição, abandono e maldade dos outros.
Considere estes quatro aspectos na retrospectiva que você deve estar fazendo na virada de ano. Muito
aborrecimento pode ser evitado colocando em prática estes quatro princípios.