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07/02/2019 Documento sem título - Documentos Google

Instituição: Universidade Federal Fluminense - UFF


Curso: Administração Pública
Disciplina: Filosofia e Ética
Nome: Álvaro César Oliveira da Conceição Júnior
Polo: Campo Grande
Matrícula: 19113110055

1. Sobre as Teorias a respeito da origem da filosofia, explique por que ela não
é nem oriental nem um milagre grego.

Pode-se considerar as duas teorias exageradas pois o surgimento da filosofia não


se trata da apropriação de culturas orientais e nem um milagre grego, o surgimento
da Filosofia é dado a partir da junção de fatos históricos ocorridos na Grécia onde
os primeiros filósofos por não mais se contentaram com as explicações dadas pela
tradição, pela religião, pelos mitos, entre outras explicações iniciaram suas próprias
pesquisas para as várias questões que ainda lhes surgiam, questões estas
relacionadas à vida, à morte, à existência humana, à natureza entre outras tantas.

As principais condições históricas que demonstram o surgimento da filosofia na


Grécia são observadas a partir de alguns traços importantes, tais como:

As viagens marítimas que permitiram aos gregos desmistificar os mitos; a invenção


do calendário que permitiu aos gregos uma percepção do tempo como algo natural
e não como um poder divino; a invenção da moeda que permitiu uma nova
capacidade de abstração e generalização; o surgimento da vida urbana com o
predomínio do comércio e do artesanato, diminuindo assim o prestígio das famílias
tradicionais para as quais os mitos eram criados. Além disso, o surgimento de uma
nova classe social, os comerciantes que precisavam suplantar a velha aristocracia
rural e de sangue e que para que isso ocorresse passaram a patrocinar as artes, as
técnicas, favorecendo o conhecimento, ambiente propício ao surgimento da filosofia;
a invenção da escrita alfabética que aumenta o crescimento da capacidade de
abstração e generalização, uma vez que a escrita alfabética representa o que se
pensa e se transcreve; a invenção da política que introduz aspectos novos para o
nascimento da filosofia, tais como a idéia da lei, como expressão da vontade de uma
coletividade humana; o surgimento de um espaço público, denominado de pólis,
onde cada cidadão pode emitir em público sua opinião, discuti-la com outros e tentar
persuadi-los, surgindo assim o discurso político como diálogo, discussão e
deliberação humana. Além disso, a política surge como forma de valorizar o
humano, o pensamento, a discussão, a persuasão e a decisão. Diferentemente do
mito, em que apenas o poeta falava ao povo aquilo que os deuses pretensamente
diziam para o mesmo falar, na política grega todos podiam falar e explicar suas
teorias sobre variados assuntos.

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É possível perceber que todas essas mudanças foram elaboradas pelo próprio
intelecto humano, ou seja, pelo seu poder de abstração e desmitificação do mundo
em que vivia, por isso, não se pode considerar que a filosofia é algo que surgiu
espontaneamente, como um “milagre grego” ou a partir da apropriação cultural
“Oriental”.
Sendo assim, a Filosofia é uma prática originalmente grega, fruto de uma série de
acontecimentos que criaram as condições para seu desenvolvimento.

2. Quais eram as questões dos filósofos pré-socráticos?

As questões dos filósofos pré-socráticos eram voltadas ao naturalismo, buscavam nos


elementos da natureza as respostas sobre a origem do ser e do mundo.

Características do período pré-socrático:

A explicação racional e sistemática da natureza, na qual os seres humanos fazem parte e


em assim sendo explica também à origem e a mudança dos seres humanos.

A cosmologia nega a criação do mundo como se este tivesse surgido do nada (questiona
assim algumas religiões, que dão ao mundo uma origem divina), por isso afirma “nada vem
do nada, e nada volta ao nada”.

O fundo eterno, onde tudo nasce e tudo volta é visível apenas para o pensamento.

O fundo eterno chama-se physis (do grego physis, que significa fazer surgir, fazer brotar,
produzir, fazer nascer).

Embora a physis (o elemento primordial eterno) seja imperecível, ela dá origem a todos os
seres variados e diferentes do mundo e estes são perecíveis e mortais.

Afirma que todos os seres estão em contínua transformação, ou seja, o mundo está em
mudança e movimentações contínuas e mesmo assim não perde sua forma, ordem ou
estabilidade. O movimento do mundo é chamado de devir, e este segue leis que o
pensamento conhece. O devir é a passagem contínua de uma coisa para o seu estado
contrário, obedecendo às leis da physis.

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3. Explique o que é e como funciona a maiêutica socrática.

A maiêutica consiste em fazer perguntas e analisar as respostas de maneira sucessiva até


chegar à verdade ou contradição do argumento. Ela estimula o pensamento a partir daquilo
que não é conhecido. Logo, esse método socrático está relacionado com o aspecto que
induz a uma pessoa a formular conceitos latentes através de uma dialética ou sequência
lógica de perguntas.
A maiêutica é concebida por Sócrates, que questionava as idéias e valores dos gregos e
seus interlocutores não sabiam responder, assim como ele, que respondia que também não
sabia, ou seja, demonstrava a consciência da própria ignorância, que é o começo da
filosofia, Sócrates não procurava opiniões, mas sim a essência da idéia, das coisas, do
valor.

4. Por que os Sofistas não podem ser considerados verdadeiros filósofos? O


que ensinavam?

Os Sofistas não podem ser considerados verdadeiros filósofos pois não possuíam
compromisso com a verdade tinham os seus ideais voltados para a busca do
sucesso, do êxito, independente dos artifícios necessários, falaciosos, para
alcançá-lo; a negação da existência do conhecimento; entre outros.
Considerando-se assim a atitude sofística como uma arte de manipular raciocínios,
de produzir o falso, de iludir os ouvintes, sem qualquer amor pela verdade.

Os sofistas eram considerados mestres da retórica e da oratória, acreditavam que a


verdade é múltipla, relativa e mutável, atuavam como professores ambulantes de
filosofia, ensinando, a um preço estipulado, a arte da oratória, afirmando que era
possível ensinar a arte da persuasão para que todos fossem bons cidadãos, ou seja,
ensinavam aos jovens a arte de argumentar e persuadir.

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