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Adeus, rapazes (e moças)

Transformando-se em uma nação governada por ateístas.

9 de setembro de 2016

Os relatos de como os católicos estão abandonando a Fé,


especialmente os jovens, agora são tão corriqueiros como noticiar
incidentes onde um homem foi mordido por um cachorro – não há
muita novidade aí, e quem se importa? Tal é a situação da Igreja de
Niceia1.

Os números recentes (os bispos alguma vez olham estas coisas para
medir a quase inutilidade de seus esforços?) do pessoal da CARA
(Centro de Pesquisa Aplicada no Apostolado), que está
continuamente pesquisando e rastreando católicos, é que jovens
católicos na faixa de 10 anos de idade estão deixando a Igreja porque
ela não pode provar sua fé. Para eles, os ensinamentos são contos de
fadas comparados à “realidade” da ciência.

A maioria destes jovens não estão saindo porque estão entediados ou


não tiveram um encontro pessoal com uma banda de rock de Jesus.
Eles estão saindo porque a cúpula da Igreja falhou em apresentar um
argumento convincente quanto à verdade do magistério.

Desculpe, mas isso recai diretamente sobre a cúpula, o episcopado,


que durante décadas permitiram a catequese incauta nas escolas,
filosofia de lata de lixo nas faculdades e nada além de uma vibe
emocional do sentir-se bem proveniente dos púlpitos.

Mesmo os seminários estão produzindo muitos jovens despreparados


intelectualmente. A Fé não é provada, pelo menos diretamente, com
evidência empírica; você não pode dissecar uma alma e colocá-la
sobre um microscópio. Mas a Fé é eminentemente comprovável de
uma posição filosófica – mas poucos na Igreja nos dias de hoje estão
preparados para lidar desta maneira.

Não há praticamente ninguém nas fileiras do clero que possa entrar


no ringue com os pesos pesados culturais e lutar com eles. O último
exemplo real disto foi o Venerável Arcebispo Fulton Sheen,
retornando a meados do último século.

A maioria dos garotos que deixam a Igreja – estamos falando de


adolescentes aqui, que também dizem que há uma forte possibilidade
de que provavelmente nunca retornem – não estão saindo por uma
outra religião, mas para nenhuma religião. Eles estão alegando
fidelidade ao agnosticismo ou ateísmo a taxas crescentes. E porque é
assim?

Porque seus intelectos nunca foram apresentados à própria verdade


como um conceito, algo que a mente possa apreender. Seu campo de
visão foi tão reduzido ao mundo sensível aqui e agora que eles não
conseguem tocá-la, vê-la ou ouvi-la. Eles não acreditam.

Um dos autores do estudo, Dr. Mark Gray, concluiu corretamente: “É


quase uma crise de fé. Em todo o conceito de fé, esta é uma geração
que está lutando com a fé de maneiras que não vimos em gerações
anteriores.”

Nada disto pode ser considerado surpreendente. Acho que “O


cachorro morde o homem” – de novo.

Como alguém de forma razoável pode esperar que após 40 anos


ouvindo catequese horrivelmente explicada e filosofia zero – ao
menos que fosse uma filosofia ruim – e sendo ensinado que
costumávamos balançar nas árvores pelas nossas caudas e a Bíblia é
um amontoado de coisas estranhas e inventadas - digo (quero dizer),
fala sério! Lixo entra, lixo sai.

O que é espantosa é a absoluta falta de resposta a isto por


praticamente toda a hierarquia Americana ao longo do mesmo
período de tempo. Eles chacoalharam a fé dos católicos duas
gerações atrás. Eles substituíram a fé dos católicos da última geração
com seu catolicismo kumbayá2. E agora tiveram êxito em matar a fé
da próxima geração.

Ai desses homens quando estiverem diante de Nosso Bendito Senhor


em suas mortes. Por que não estão apavorados com seus destinos?
Eles não cuidaram de suas escolas, seus seminários, seus padres,
seus professores – nada. E agora temos uma prova contínua. Uma
avalanche de prova incessante da falha épica que a hierarquia
americana tem sido.

Praticamente toda semana, algo novo surge – algum novo ponto de


dados, um novo estudo, uma nova pesquisa mostrando o ritmo
crescente do colapso – e ainda, temos coisas como o programa
ALPHA em resposta, como aqui na arquidiocese de Detroit e muitas
outras dioceses.
Ah, mas mencione uma palavra sobre qualquer coisa a respeito disso
e será tachado de cismático, ou aquele velho estado de prontidão:
“Bem, o que está sendo dito é verdade, mas eu não gosto do estilo
ou do tom.”

Nós alcançamos um ponto na Igreja agora onde os católicos, bem


como muitos de seus líderes, simplesmente perderam a Fé. É uma
apostasia colossal da qual, no Ocidente, pelo menos, não há solução
humana. A próxima geração, todos estes estudantes de ensino médio
e superior, estão surgindo sem conceito algum de fé. Dentro de
poucos anos, eles estarão comandando o show. Comece a se adaptar
à nação comandada por ateístas e oponentes à fé, muito maior do
que já vimos.

Quando os bispos católicos e seu clero se darão conta de que o único


baluarte contra o mal neste mundo é a Igreja Católica?

Exercício de tradução do texto Goodbye, Young Men (and Women) do


site Church Militant https://www.churchmilitant.com/.

1 Concílios: Concílio de Niceia


https://cleofas.com.br/concilios-concilio-de-niceia/

2 Palavra de origem angolana, o termo kumbaya foi tomado


emprestado de um spiritual. As letras dos spirituals estão
diretamente ligadas à experiência da escravidão negra nos Estados
Unidos. A música atuava como fonte de força, esperança e coragem
para os escravos enfrentarem seu quotidiano árduo e injusto. A
língua era um dialeto negro, usado pelas tribos para se comunicarem
entre si.

Um spiritual é cantado para doar à comunidade uma música que faça


sentido para ela e possa revigorá-la; para inspirar aquele que
necessita de ajuda; para invocar o sentido da união em um mundo
tão confuso e desafiador.

A palavra kumbaya representa um chamado a Deus, um pedido de


ajuda: Deus, venha aqui! Poderia ser traduzida literalmente como
venha por aqui. A canção Kumbaya my lord é universalmente
famosa, tendo sido transformada em um ícone cultural.

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