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• Animais peçonhentos: com glândulas de veneno que se comunicam com dentes ocos, ou ferrões, ou agulhões,
por onde o veneno é injetado;
• Animais venenosos: produzem veneno mas não possuem um aparelho inoculador, provocando envenenamento
passivo ocasionados por ingestão (animais marinhos - peixe baiacu), contato (lagartas) ou compressão (sapo).
ABELHAS:
• Brasil: abelha africana (cruzamento da europeia com africana);
• Marcante comportamento defensivo - ataques em massa;
• Killer-bees;
• Veneno: complexa mistura de substâncias farmacológicas e bioquimicamente ativas (enzimas, peptídeos,
aminas);
• Casos fatais: mais relacionados a reações alérgicas do que ao envenenamento propriamente dito;
• VENENO:
• QUADRO CLÍNICO:
‣ Mais frequente: reação inflamatória local com eritema, calor e dor;
‣ Inicia-se alguns minutos após a picada e pode durar várias horas ou dias;
‣ Área central clara, onde é encontrado o ferrão, circundado por um halo avermelhado;
‣ Reações locais graves: edema progressivo acometendo todo o membro ou extremidade;
‣ Inicia-se tardiamente - 24 a 48 horas, podendo levar semanas para desaparecer;
‣ Reação anafilática:
• CUIDADOS:
‣ Não usar pinça para retirar o ferroo pois leva a compressão do saco venenoso;
‣ Retirar o ferrão com raspagem do local com uma lâmina ou faca até a saúde do ferrão;
‣ Lavar com água e sabão;
‣ A colocação do gelo ajuda a diminuir a dor;
‣ Em caso de múltiplas picadas ou quadro grave encaminhar ao hospital.
VESPAS:
• Marimbondo;
• Atraídos por perfumes e substâncias doces, ficando agressivas;
• Veneno - composição pouco conhecida e não possui meltina e fosfolipase A2, somente no das abelhas;
• Não há reação cruzada entre alergia a veneno de abelhas e vespas;
• Quadro clínico semelhante ao de abelhas, exceto pela ausência de ferrão;
• Tratamento igual ao de picada de abelha.
• DESSENSIBILIZAÇÃO:
‣ Indicada em casos de reação grave ou anafiltica, secundárias à picada de insetos;
‣ Outras indicações: risco ocupacional, intervalo entre os acidentes, comorbidades, inabilidade no
atendimento ou difícil acesso à rede médica;
‣ Altamente efetiva: 90 a 98% na prevenção de anafilaxia;
‣ Pode-se dosar IgE específica para abelhas e vespas (teste RAST)
FORMIGAS:
• Correição:
‣ Picada moderadamente dolorosa, distribuição na Amazônia.
• Saúva:
‣ Comum em todo Brasil;
‣ Pode reproduzir cortes na pele co as mandíbulas;
‣ Pouco interesse médico.
• Tocandira:
‣ Brasil central e região Amazônica;
‣ Dor local intensa até 24-48 horas;
‣ Urticárias são comuns em múltiplas picadas.
• Lava-pés:
‣ Ampla distribuição;
‣ Pápula urticariforme, póstula estéril após 24 horas;
‣ Alguns casos - reação local extensa com vermelhão e edema, em 24-72 horas;
‣ Anafilaxia em 1-2%;
➡ No tratamento, logo após a picada, podem ser utilizados compressa fria, corticosteróide tópico e anti-
histamínico por via oral.
OFIDISMO:
• Possuem fosseta loreal:
‣ Subdividem-se em três tipos:
- Crotalus: cauda em chocalho;
- Lachesis: escamas eriçadas na cauda;
- Bothrops: se não tem nenhum dos dois.
• CARACTERÍSTICAS DE SERPENTES PEÇONHENTAS:
‣ Possuem anéis coloridos:
- Vermelhos e laranjas com pretos e brancos ou amarelos, sendo 2 anéis brancos/amarelos em cada
segmento de cor; cauda termina grossa e presa antero-mediana, proteróglifa, é peçonhenta (gênero
Micrurus)
‣ QUADRO CLÍNICO:
- Local:
✴ Processo inflamatório agudo;
✴ Dor;
✴ Hemorragia;
✴ Equimose;
✴ Complicações locais: bolha, necrose, abscesso, síndrome compartimental, limitação de movimentos,
amputação…
- Sistêmico:
✴ Incoagulabilidade sanguínea;
✴ Sangramentos (gengivorragia, equimoses, hematúria);
✴ Casos graves:
✓ Hipotensão arterial e choque;
✓ Hemorragia intensa;
✓ Insuficiência renal;
✓ Edema extenso.
‣ EXAMES LABORATORIAIS:
- Atividade de protrombina;
- Dosagem de fibrinogênio;
- Plaquetas;
- Hemograma;
- Urina rotina (ou urina I)
‣ TRATAMENTO:
- Lavar o local com água e sabão;
- Elevação do membro picado;
- Hidratação;
- Analgesia;
- Antibioticoterapia se necessário (cobrir gram negativos e anaeróbios);
- Profilaxia antitetânica;
- Soro antibotrópico.
‣ CLASSIFICAÇÃO E ESQUEMA DE TRATAMENTO:
‣ FISIOPATOLOGIA:
- Veneno - 4 ações: neurotóxica, miotóxica, nefrotóxica e coagulante.
✴ Crotoxina: toxina responsável pela neurotóxica e miotóxica: inibe liberação de acetilcolina, bloqueia
grupos musculares, leva paralisia motora, facial e diafragmática;
✴ Crotoxina e crotamina: ação miotóxica levando a mioglobinúria;
✴ Trombina-símile: transforma o fibrinogênio em fibrina.
‣ QUADRO CLÍNICO:
- Local:
✴ Edema discreto, parestesia;
✴ Dor (em casos de garroteamento ou ação traumática).
- Sistêmica:
✴ Fácies miastênica: ptose palpebral, flacidez dos músculos da face, oftalmoplegia;
✴ Turvação visual, doplopia, miose/midriase;
✴ Distúrbio de deglutição;
✴ Mialgia generalizada, urina escura;;
✴ Sangramento discreto: gengivorragia.
- Complicações: insuficiência respiratória, insuficiência renal aguda.
‣ EXAMES COMPLEMENTARES:
- Provas de coagulação (atividade de protrombina,tempo de tromboplastina parcial,fibrinogênio,plaquetas);
- Hemograma;
- CPK;
- DHL;
- Transaminases;
- Urina rotina;
- Creatinina e ureia.
‣ TRATAMENTO:
- Hidratação com soro fisiológico 0,9%;
- Alcalinização da urina com bicarbonato de sódio nos casos de CPL > 10,000 UI/L;
✴ 1 a 2 mEq/Kg, em 20 minutos, seguido de infusão contínua em bomba de infusão, para manter o pH
urinário em 8,0 (controle com fita a cada 2 horas);
✴ Cuidado com a alcalinização sanguínea (fazer gasometria) e hipocalemia;
- Se insuficiência respiratória: intubação orotraqueal e suporte ventilatório;
- Diálise: se hipercalemia ou hipervolemia decorrente de insuficiência renal;
- Soro anticrotálico.
• ACIDENTE LAQUÉTICO: (surucucu)
‣ CARACTERÍSTICAS:
- Região amazônica;
- Atinge até 4 metros;
- Cauda com escamas eriçadas, sem chocalho.
‣ QUADRO CLÍNICO:
- Local:
✴ Dor, edema, eritema, equimose, bolhas.
- Sistêmico:
✴ Alteração de coagulação;
✴ Hipotensão arterial;
✴ Bradicardia;
✴ Cólica abdominal;
✴ Diarreia.
- Complicações:
✴ Infecção secundária;
✴ Necrose;
✴ Déficit funcional;
✴ Síndrome compartimental.
‣ EXAMES COMPLEMENTARES:
- COagulograma;
- Hemograma;
- Ionograma;
- Provas de função renal;
- Gaometria arterial.
‣ TRATAMENTO:
- Soro antilaquético: 10-20 ampolas via IV;
- Se houver dificuldade de distinção entre acidente botrópico e laquêtico (na região Amazônica) pode ser
utilizado o soro polivalente (botrópico-laquético);
- Se bradicardia e hipersecreção pulmonar: atropina;
- Se bradicardia Hidratação com SF 0,9%;
- Cuidados locais.
‣ FISIOPATOLOGIA:
- Veneno:
✴ Não possui ação coagulante ou miotóxica;
✴ Causa bloqueio neuromuscular por competição com a acetilcolina pelos receptores nicotínicos
‣ QUADRO CLÍNICO:
- Local:
✴ Parestesia;
✴ Dor discreta.
- Sistêmico:
✴ Fácies miastênica: ptose palpebral, flacidez dos músculos da face, oftalmoplegia;
✴ Turvação visual, diplopia, miose/midriase;
✴ Distúrbio de deglutição Bradicardia;
- Complicações:
✴ Insuficiência respiratória.
‣ EXAMES COMPLEMENTARES:
- Gatometria arterial.
‣ TRATAMENTO:
- Potencialmente grave;
- Soro antielapídico 10 ampolas IV;
- Fisostigmina 0,5mg IV a cada 30 minutos, precedido de atropina 1mg;
- Se insuficiência respiratória: IOT e ventilação mecânica;
- Indicado UTI.
ESCORPIÃO:
• CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DOS ACIDENTES ESCORPIÔNICOS:
‣ Procedência: tendência na zona urbana. Escondem-se em porões, esntulhos, cetimérios, troncos…
‣ Sazonalidade: varia de acordo com a região estudada;
‣ Tempo picada - atendimento: início precoce dos sintomas;
‣ Gravidade: maior por acidente por T.serrulatus maior em crianças;
‣ Letalidade: 0,28%
• FISIOPATOLOGIA:
‣ Veneno composto de:
- Fosfolipase A2;
- Neurotoxinas;
- Cardiotoxinas;
- Liberadores de fosfodiesterase;
- Endotelina;
- Peptídio natriurético;
- Serotonina;
- Citocinas;
- TNF;
- Prostaglandinas;
- Bradicinina;
- Fatores de ativação plaquetária;
- Histaminas.
• TRATAMENTO GERAL:
‣ Crianças menores de 7 anos: observação por 12 horas;
‣ Adultos casos leves: observação por 6-12 horas;
‣ Casos graves: UTI;
‣ Dor: analgesia VO, IM ou IV;
‣ Vômitos: metoclorpramida;
‣ Hipertensão: captopril;
‣ Hidratação com SF 0,9%
• TRATAMENTO ESPECÍFICO:
‣ Casos leves: não é necessário o uso do soro;
‣ Exceção: crianças menores de 3 anos com picada pelo T serrulatus, admitidas até 2 horas da picada;
‣ Casos moderados: 02 ampolas do soro;
‣ Casos graves: 04 ampolas do soro;
‣ Via de administração: IV;
‣ Tempo: 15 minutos.
➡ OBS: a dose nos casos moderados e graves pode variar até 6 ampolas.
• REAÇÃO AO SORO:
‣ Suspender a aplicação;
‣ Administrar a adenalina, anti-histamínico H1 e H2, corticóide e suporte ventilatório;
‣ Após melhora, recomeçar a aplicação.
ARANHAS:
• ACIDENTE POR PHONEUTRIA (ARANHA ARMADEIRA):
‣ CARACTERÍSTICAS:
- Rápidas;
- Dão grandes saltos;
- Medem 5cm de corpo e 10-15cm de envergadura;
- Pelos cinzas e curtos, manchas claras nas patas, 2 fileiras de pontos claros ao longo do abdome;
- Veneno com ação neurotóxica;
- Pode causar alteração da permeabilidade e domiciliar;
- Abrigam-se em tocas, buracos, bananeiras, cascas de árvores, entulhos, interior de sapatos, armários…
- Hábito noturno;
- Sazonalidade: incidência aumenta nos meses de abril e maio (Sul e Sudeste);
- Região anatômica da picada: predomínio em extremidades.
‣ EXAMES COMPLEMENTARES:
- Hemorragia, glicemia, ionograma, ECG, raio x tórax…
‣ CLASSIFICAÇÃO E TRATAMENTO:
‣ FORMAS CLÍNICAS:
- Forma cutânea:
✴ Edema local endurado;
✴ Dor local;
✴ Equimose, isquemia;
✴ Vesícula, bolha;
✴ Necrose.
- Manifestações gerais:
✴ Febre;
✴ Mal-estar;
✴ Exantema.
- Forma cutâneo-hemolítica:
✴ Hemólise intravascular;
✴ CIDV;
✴ IRA.
‣ QUADRO CLÍNICO:
- Complicações locais: perda tecidual;
- Complicações sistêmicas: IRA.
‣ EXAMES COMPLEMENTARES:
- Forma cutânea: hemograma;
- Lesões mais profundas: pcK, DHL, ADT;
- Forma cutâneo-hemolítica: hemograma, bilirrubina, DHL, trnasaminases, GGT, ureia, creatinina, urina
rotina.
‣ TRATAMENTO:
- Específico: soroterapia com soro antiaracnídico ou antiloxoscelico. Idealmente até 12 horas da picada;
- Gerais:
✴ Corticóide: prednisona 0,5 a 1mg/Kg peso por 5 a 7 dias;
✴ Analgésico;
✴ Anti-histamínico;
✴ Antibiótico: se infecção secundária;
✴ Hidratação;
✴ Diurético: se hemólise e oligúria no paciente devidamente hidratado;
✴ Lesão dermonecrótica: desbridamento só após delimitação da área (em torno da segunda semana).
‣ CARACTERÍSTICAS:
- Veneno com ação neurotóxica potente, com efeito central e periférico;
- Dor por ação nas terminações nervosas sensitivas;
- Despolariza os neurônios por aumento de cálcio intracelular e estímulo da exocitose.
‣ QUADRO CLÍNICO:
- Início dos sintomas 15 a 60 minutos após a picada;
- Dor intensa local;
- Sudorese;
- Mialgia;
- Eritema escleral;
- Câimbras;
- Dor abdominal;
- Arritmias cardíacas;
- Fasciculações musculares;
- Contrações espasmódicas dos membros;
- Convulsões;
- Lesão urticariforme;
- Linfoadenomegalia satélite.
‣ EXAMES COMPLEMENTARES:
- Hemogrma;
- Glicemia;
- ECG.
‣ TRATAMENTO:
- Sintomático: analgésicos, benzodiazepínicos, anticolineterásicos;
- Se espasmos musculares: gluconato de cálcio 10 mL a 10% a cada 4h;
- Soro antilatrodectus – via IM:
✴ 01 ampola nos casos moderados;
✴ 02 ampolas nos casos graves.
‣ QUADRO CLÍNICO/TRATAMENTO:
- Dor;
- Eritema;
- Edema leve;
- Necrose superficial - raro;
- Tratamento:
✴ Analgésicos comuns;
✴ Limpeza local;
✴ Antibiótico se infecção secundária.
LEPDÓPTEROS: (TATURANA)
• CARACTERÍSTICAS
‣ Acidentes ocorrem por compressão sobre as cerdas dorsolaterais que perfuram a pele;
‣ Cerdas são quitinosas, pontiagudas e possuem glândulas onde a toxica é produzida;
‣ Veneno;
‣ L. obliqua: atividade pró-coagulante;
‣ L. achelous: atividade pró-coagulante e anticoagulante;
‣ A histamina tem sido o principal componente estudado
• QUADRO CLÍNICO:
‣ Dor intensa;
‣ Edema;
‣ Eritema;
‣ Prurido local;
‣ Infartamento ganglionar regional característico e doloroso;
‣ Primeiras 24h: lesão com vesículas, raramente bolhas e necrose na área do contato.
• TRATAMENTO:
‣ Lavar a região com água fria ou corrente;
‣ Compressa com gelo;
‣ Decúbito elevado do membro;
‣ Bloqueio anestésico com lidocaína 2%, 3-4ml por infiltração;
‣ Corticosteróide tópico;
‣ Antihistamínico oral.