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ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS E VENENOSOS:

• Animais peçonhentos: com glândulas de veneno que se comunicam com dentes ocos, ou ferrões, ou agulhões,
por onde o veneno é injetado;
• Animais venenosos: produzem veneno mas não possuem um aparelho inoculador, provocando envenenamento
passivo ocasionados por ingestão (animais marinhos - peixe baiacu), contato (lagartas) ou compressão (sapo).

ACIDENTE POR HEMINÓPTEROS: abelhas, vespas e formigas;

ABELHAS:
• Brasil: abelha africana (cruzamento da europeia com africana);
• Marcante comportamento defensivo - ataques em massa;
• Killer-bees;
• Veneno: complexa mistura de substâncias farmacológicas e bioquimicamente ativas (enzimas, peptídeos,
aminas);
• Casos fatais: mais relacionados a reações alérgicas do que ao envenenamento propriamente dito;
• VENENO:

• QUADRO CLÍNICO:
‣ Mais frequente: reação inflamatória local com eritema, calor e dor;
‣ Inicia-se alguns minutos após a picada e pode durar várias horas ou dias;
‣ Área central clara, onde é encontrado o ferrão, circundado por um halo avermelhado;
‣ Reações locais graves: edema progressivo acometendo todo o membro ou extremidade;
‣ Inicia-se tardiamente - 24 a 48 horas, podendo levar semanas para desaparecer;
‣ Reação anafilática:

‣ Acidente com mais de 100 picadas:


- Quadro tóxico generalizado, secundário à ação do veneno, conhecido como síndrome do envenenamento;
- Reações iniciais semelhantes a anafilaxia, associado a agitação psicomotora, convulsões e coma;
- Insuficiência renal aguda em 48 a 72 horas por necrose tubular aguda tóxico-isquêmica;
- Rabdomiólise;
- Comprometimento hepático pode ocorrer;
- Comprometimento cardíaco raro: vasoespasmo coronariano e IAM-Síndrome de Kounis;
• TRATAMENTO:
‣ Antinflamatórios, antihistamínicos e cortiçoides eventualmente;
‣ Compressa fria para diminuir a dor;
‣ Quadros graves:
- ABC;
- Oxigenioterapia;
- IOT ou cricotireoidotomia de urgência se necessario;
- Monitoramento;
- Dois acessos periféricos - infusão rápida de SF0, 9% sistêmico;
- Adrenalina: 0,01mL (criança) 0,3mL (adulto) (solução 1:1000) repetida a cada 5-15 minutos, se necessário;
- Drogas de segunda linha: antihistamínicos, corticóides e broncodilatadores;
- Em casos de rabdomiólise:alcalinização da urina e diurese forçada.

• CUIDADOS:
‣ Não usar pinça para retirar o ferroo pois leva a compressão do saco venenoso;
‣ Retirar o ferrão com raspagem do local com uma lâmina ou faca até a saúde do ferrão;
‣ Lavar com água e sabão;
‣ A colocação do gelo ajuda a diminuir a dor;
‣ Em caso de múltiplas picadas ou quadro grave encaminhar ao hospital.

VESPAS:
• Marimbondo;
• Atraídos por perfumes e substâncias doces, ficando agressivas;
• Veneno - composição pouco conhecida e não possui meltina e fosfolipase A2, somente no das abelhas;
• Não há reação cruzada entre alergia a veneno de abelhas e vespas;
• Quadro clínico semelhante ao de abelhas, exceto pela ausência de ferrão;
• Tratamento igual ao de picada de abelha.

• DESSENSIBILIZAÇÃO:
‣ Indicada em casos de reação grave ou anafiltica, secundárias à picada de insetos;
‣ Outras indicações: risco ocupacional, intervalo entre os acidentes, comorbidades, inabilidade no
atendimento ou difícil acesso à rede médica;
‣ Altamente efetiva: 90 a 98% na prevenção de anafilaxia;
‣ Pode-se dosar IgE específica para abelhas e vespas (teste RAST)

• ADRENALINA PARA ADMINISTRAÇÃO:


‣ EpiPen

FORMIGAS:
• Correição:
‣ Picada moderadamente dolorosa, distribuição na Amazônia.
• Saúva:
‣ Comum em todo Brasil;
‣ Pode reproduzir cortes na pele co as mandíbulas;
‣ Pouco interesse médico.
• Tocandira:
‣ Brasil central e região Amazônica;
‣ Dor local intensa até 24-48 horas;
‣ Urticárias são comuns em múltiplas picadas.
• Lava-pés:
‣ Ampla distribuição;
‣ Pápula urticariforme, póstula estéril após 24 horas;
‣ Alguns casos - reação local extensa com vermelhão e edema, em 24-72 horas;
‣ Anafilaxia em 1-2%;

➡ No tratamento, logo após a picada, podem ser utilizados compressa fria, corticosteróide tópico e anti-
histamínico por via oral.

OFIDISMO:
• Possuem fosseta loreal:
‣ Subdividem-se em três tipos:
- Crotalus: cauda em chocalho;
- Lachesis: escamas eriçadas na cauda;
- Bothrops: se não tem nenhum dos dois.
• CARACTERÍSTICAS DE SERPENTES PEÇONHENTAS:
‣ Possuem anéis coloridos:
- Vermelhos e laranjas com pretos e brancos ou amarelos, sendo 2 anéis brancos/amarelos em cada
segmento de cor; cauda termina grossa e presa antero-mediana, proteróglifa, é peçonhenta (gênero
Micrurus)

• ACIDENTE BOTRÓPICO: (jararaca)


‣ Muito agressivas principalmente quando acuadas;
‣ Hábito noturno;
‣ Preferem ambientes úmidos;
‣ Dorso apresenta imagens que lembrar letra V invertida ou ganchos de telefones antigos;
‣ Fisiopatologia:
- Veneno tem 3 ações: proteloutica, coagulante e hemorrágica (letalidade: 0,3% nos casos tratados).

‣ QUADRO CLÍNICO:
- Local:
✴ Processo inflamatório agudo;
✴ Dor;
✴ Hemorragia;
✴ Equimose;
✴ Complicações locais: bolha, necrose, abscesso, síndrome compartimental, limitação de movimentos,
amputação…

- Sistêmico:
✴ Incoagulabilidade sanguínea;
✴ Sangramentos (gengivorragia, equimoses, hematúria);
✴ Casos graves:
✓ Hipotensão arterial e choque;
✓ Hemorragia intensa;
✓ Insuficiência renal;
✓ Edema extenso.

‣ EXAMES LABORATORIAIS:
- Atividade de protrombina;
- Dosagem de fibrinogênio;
- Plaquetas;
- Hemograma;
- Urina rotina (ou urina I)

‣ TRATAMENTO:
- Lavar o local com água e sabão;
- Elevação do membro picado;
- Hidratação;
- Analgesia;
- Antibioticoterapia se necessário (cobrir gram negativos e anaeróbios);
- Profilaxia antitetânica;
- Soro antibotrópico.
‣ CLASSIFICAÇÃO E ESQUEMA DE TRATAMENTO:

• ACIDENTE CROTÁLICO: (cascavel)


‣ CARACTERÍSTICAS:
- Chocalho no fim da cauda com segmentos córneos que se acumulam de acordo com núm de mudas de pele
- Desenhos geométricos que lembram losangos.

‣ FISIOPATOLOGIA:
- Veneno - 4 ações: neurotóxica, miotóxica, nefrotóxica e coagulante.
✴ Crotoxina: toxina responsável pela neurotóxica e miotóxica: inibe liberação de acetilcolina, bloqueia
grupos musculares, leva paralisia motora, facial e diafragmática;
✴ Crotoxina e crotamina: ação miotóxica levando a mioglobinúria;
✴ Trombina-símile: transforma o fibrinogênio em fibrina.

‣ QUADRO CLÍNICO:
- Local:
✴ Edema discreto, parestesia;
✴ Dor (em casos de garroteamento ou ação traumática).
- Sistêmica:
✴ Fácies miastênica: ptose palpebral, flacidez dos músculos da face, oftalmoplegia;
✴ Turvação visual, doplopia, miose/midriase;
✴ Distúrbio de deglutição;
✴ Mialgia generalizada, urina escura;;
✴ Sangramento discreto: gengivorragia.
- Complicações: insuficiência respiratória, insuficiência renal aguda.

‣ EXAMES COMPLEMENTARES:
- Provas de coagulação (atividade de protrombina,tempo de tromboplastina parcial,fibrinogênio,plaquetas);
- Hemograma;
- CPK;
- DHL;
- Transaminases;
- Urina rotina;
- Creatinina e ureia.

‣ TRATAMENTO:
- Hidratação com soro fisiológico 0,9%;
- Alcalinização da urina com bicarbonato de sódio nos casos de CPL > 10,000 UI/L;
✴ 1 a 2 mEq/Kg, em 20 minutos, seguido de infusão contínua em bomba de infusão, para manter o pH
urinário em 8,0 (controle com fita a cada 2 horas);
✴ Cuidado com a alcalinização sanguínea (fazer gasometria) e hipocalemia;
- Se insuficiência respiratória: intubação orotraqueal e suporte ventilatório;
- Diálise: se hipercalemia ou hipervolemia decorrente de insuficiência renal;
- Soro anticrotálico.
• ACIDENTE LAQUÉTICO: (surucucu)
‣ CARACTERÍSTICAS:
- Região amazônica;
- Atinge até 4 metros;
- Cauda com escamas eriçadas, sem chocalho.

‣ QUADRO CLÍNICO:
- Local:
✴ Dor, edema, eritema, equimose, bolhas.
- Sistêmico:
✴ Alteração de coagulação;
✴ Hipotensão arterial;
✴ Bradicardia;
✴ Cólica abdominal;
✴ Diarreia.
- Complicações:
✴ Infecção secundária;
✴ Necrose;
✴ Déficit funcional;
✴ Síndrome compartimental.

‣ EXAMES COMPLEMENTARES:
- COagulograma;
- Hemograma;
- Ionograma;
- Provas de função renal;
- Gaometria arterial.

‣ TRATAMENTO:
- Soro antilaquético: 10-20 ampolas via IV;
- Se houver dificuldade de distinção entre acidente botrópico e laquêtico (na região Amazônica) pode ser
utilizado o soro polivalente (botrópico-laquético);
- Se bradicardia e hipersecreção pulmonar: atropina;
- Se bradicardia Hidratação com SF 0,9%;
- Cuidados locais.

• ACIDENTE ELAPÍDICO: (coral)


‣ CARACTERÍSTICAS:
- Acidente raro menos de 0,5%;
- Pouco agressivas;
- Habitat subterrâneo;
- Entretanto o veneno é muito potente;
- Diferencia da cobra coral falsa por ter anéis completos coloridos (brancos, pretos, vermelhos e amarelos);
- Cauda romba.

‣ FISIOPATOLOGIA:
- Veneno:
✴ Não possui ação coagulante ou miotóxica;
✴ Causa bloqueio neuromuscular por competição com a acetilcolina pelos receptores nicotínicos 

‣ QUADRO CLÍNICO:
- Local:
✴ Parestesia;
✴ Dor discreta.
- Sistêmico:
✴ Fácies miastênica: ptose palpebral, flacidez dos músculos da face, oftalmoplegia;
✴ Turvação visual, diplopia, miose/midriase;
✴ Distúrbio de deglutição Bradicardia;
- Complicações:
✴ Insuficiência respiratória.

‣ EXAMES COMPLEMENTARES:
- Gatometria arterial.

‣ TRATAMENTO:
- Potencialmente grave;
- Soro antielapídico 10 ampolas IV;
- Fisostigmina 0,5mg IV a cada 30 minutos, precedido de atropina 1mg;
- Se insuficiência respiratória: IOT e ventilação mecânica;
- Indicado UTI.

‣ EFEITOS COLATERAIS DA SOROTERAPIA:


- Exantema;
- Papulas;
- Salvas de espirros;
- Tosse;
- Dispneia;
- Vômito;
- Casos graves: edema de glote, hipotensão arterial.
➡ OBS: após a infusão o paciente deve ficar monitorizado por 24 horas.
✴ Aparece 5-21 dias após administração;
✴ Mediada por hipersensibilidade do tipo III;
✴ Quadro clínico:
✓ Artralgia;
✓ Edema articular;
✓ Urticária;
✓ Prurido;
✓ Glomerlopatia.
✴ Incidência: 5-10%;
✴ Tratamento: corticóide sistêmico, anti-inflamatório e anti-histamínicos.

DISTRIBUIÇÃO DOS ACIDENTES OFÍDICOS POR GÊNERO DE SERPENTES:

PRIMEIROS SOCORROS NOS ACIDENTES OFÍDICOS:


• Não cortar nem furar;
• Não dar pinga, querosene ou álcool;
• Manter a vítima em repouso;
• Levar com urgência para atendimento.

MECANISMO DE AÇÃO DE VENENOS OFÍDICOS:

ESCORPIÃO:
• CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DOS ACIDENTES ESCORPIÔNICOS:
‣ Procedência: tendência na zona urbana. Escondem-se em porões, esntulhos, cetimérios, troncos…
‣ Sazonalidade: varia de acordo com a região estudada;
‣ Tempo picada - atendimento: início precoce dos sintomas;
‣ Gravidade: maior por acidente por T.serrulatus maior em crianças;
‣ Letalidade: 0,28%

• FISIOPATOLOGIA:
‣ Veneno composto de:
- Fosfolipase A2;
- Neurotoxinas;
- Cardiotoxinas;
- Liberadores de fosfodiesterase;
- Endotelina;
- Peptídio natriurético;
- Serotonina;
- Citocinas;
- TNF;
- Prostaglandinas;
- Bradicinina;
- Fatores de ativação plaquetária;
- Histaminas.

• CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS SINTOMAS:


‣ Leves:
- Dor local;
- Parestesia;
- Sudorese;
- Edema discreto.
‣ Moderados:
- Dor intensa;
- Sudorese;
- Edema e hiperemia;
- Lacrimejamento;
- Rinorreia;
- Naúsea;
- Vômito;
- Taquicardia;
- Taquipnéia;
- Agitação;
- Dor abdominal;
- Calafrios;
- Hipertensão arterial leve.
‣ Graves: anteriores associados a pelo menos um dos abaixo:
- Sudorese profunda;
- Vômitos incoercíveis;
- Salivação excessiva;
- Alternância de agitação com prostração;
- Taquiarritmias;
- Bradicardia;
- Insuficiência cardiaca;
- Hipotermia;
- Broncorreia;
- Dispneia;
- Edema pulmonar;
- Hipotensão;
- Choque;
- Espasmos musculares;
- Convulsão;
- Coma.

• TRATAMENTO GERAL:
‣ Crianças menores de 7 anos: observação por 12 horas;
‣ Adultos casos leves: observação por 6-12 horas;
‣ Casos graves: UTI;
‣ Dor: analgesia VO, IM ou IV;
‣ Vômitos: metoclorpramida;
‣ Hipertensão: captopril;
‣ Hidratação com SF 0,9%

• TRATAMENTO ESPECÍFICO:
‣ Casos leves: não é necessário o uso do soro;
‣ Exceção: crianças menores de 3 anos com picada pelo T serrulatus, admitidas até 2 horas da picada;
‣ Casos moderados: 02 ampolas do soro;
‣ Casos graves: 04 ampolas do soro;
‣ Via de administração: IV;
‣ Tempo: 15 minutos.
➡ OBS: a dose nos casos moderados e graves pode variar até 6 ampolas.


• REAÇÃO AO SORO:
‣ Suspender a aplicação;
‣ Administrar a adenalina, anti-histamínico H1 e H2, corticóide e suporte ventilatório;
‣ Após melhora, recomeçar a aplicação.

• PREVENÇÃO DOS ACIDENTES POR ESCORPIÃO:


‣ Manter a casa limpa, evitando acúmulo de lixo;
‣ Cuidado ao manusear tijolos, blocos e outros materiais de construção;
‣ Tampar buracos e frestas de paredes, janelas, portas e rodapés;
‣ Sacudir roupas, sapatos e toalhas antes de usar;
‣ Verificar a roupa de cama antes de deitar, afastando a cama da parede;
‣ Preservar os predadores naturais (sapos e galinhas) dos escorpiões.

ARANHAS:
• ACIDENTE POR PHONEUTRIA (ARANHA ARMADEIRA):
‣ CARACTERÍSTICAS:
- Rápidas;
- Dão grandes saltos;
- Medem 5cm de corpo e 10-15cm de envergadura;
- Pelos cinzas e curtos, manchas claras nas patas, 2 fileiras de pontos claros ao longo do abdome;
- Veneno com ação neurotóxica;
- Pode causar alteração da permeabilidade e domiciliar;
- Abrigam-se em tocas, buracos, bananeiras, cascas de árvores, entulhos, interior de sapatos, armários…
- Hábito noturno;
- Sazonalidade: incidência aumenta nos meses de abril e maio (Sul e Sudeste);
- Região anatômica da picada: predomínio em extremidades.

‣ EXAMES COMPLEMENTARES:
- Hemorragia, glicemia, ionograma, ECG, raio x tórax…

‣ CLASSIFICAÇÃO E TRATAMENTO:

• ACIDENTE POR LOXOSCELES:


‣ CARACTERÍSTICAS:
- Pequenas 1cm de corpo a 4cm, incluindo as pernas que são finas e longas;
- Tonalidade marrom e castanho;
- Seis olhos (3 pares em forma de semicírculo);
- Mais ativas à noite;
- Escondem-se em quadros, móveis, cantos de paredes, pilhas de roupas…
- Sazonalidade: meses quentes (Sul e Sudeste);
- Região anatômica da picada: predomina em regiões centrais;
- Intervalo entre picada e atendimento: aparecimento dos sintomas tende a ser mais tardio;
- Circunstâncias do acidente: vestindo, dormindo;
- Mecanismo de ação do veneno desconhecido;
- Lesão dermonecrótica decorrente incialmente da ação direta do veneno;
- Ativa sistema complemento, polimorfonucleares, agregação plaquetária, citocinas, quimiocinas e enzimas
hidrolíticas;
- Danos na microcirculação, alteração no fluxo sanguíneo, edema, ação isquêmica;
- VENENO:
✴ Hialuronidades: potencializam os efeitos anteriores e participam na difusão do veneno e na dispersão
gravitacional;
✴ Disturbios da coagulação: trombocitopenia, fibrinogenemia, prolongamento do tempo de coagulação;
✴ Fosfolipase D: hemólise direta

‣ FORMAS CLÍNICAS:
- Forma cutânea:
✴ Edema local endurado;
✴ Dor local;
✴ Equimose, isquemia;
✴ Vesícula, bolha;
✴ Necrose.
- Manifestações gerais:
✴ Febre;
✴ Mal-estar;
✴ Exantema.
- Forma cutâneo-hemolítica:
✴ Hemólise intravascular;
✴ CIDV;
✴ IRA.

‣ QUADRO CLÍNICO:
- Complicações locais: perda tecidual;
- Complicações sistêmicas: IRA.

‣ EXAMES COMPLEMENTARES:
- Forma cutânea: hemograma;
- Lesões mais profundas: pcK, DHL, ADT;
- Forma cutâneo-hemolítica: hemograma, bilirrubina, DHL, trnasaminases, GGT, ureia, creatinina, urina
rotina.

‣ TRATAMENTO:
- Específico: soroterapia com soro antiaracnídico ou antiloxoscelico. Idealmente até 12 horas da picada;
- Gerais:
✴ Corticóide: prednisona 0,5 a 1mg/Kg peso por 5 a 7 dias;
✴ Analgésico;
✴ Anti-histamínico;
✴ Antibiótico: se infecção secundária;
✴ Hidratação;
✴ Diurético: se hemólise e oligúria no paciente devidamente hidratado;
✴ Lesão dermonecrótica: desbridamento só após delimitação da área (em torno da segunda semana).

• ACIDENTE POR LATRODECTUS:


‣ CARACTERÍSTICAS:
- Latrodectus curacaviensis (viúva negra):
✴ Pequenas 2cm envergadura e 1-1,5cm corpo;
✴ Apenas as fêmeas causam acidentes em humanos;
✴ É a que causa maior número de acidentes graves;
✴ Preta com faixas vermelhas no abdome.
- Latrodectus geometricus (viúva marrom):
✴ Corpo marrom com desenhos geométricos claros, com mancha em formato de
ampulheta de cor laranja avermelhada na face ventral do abdome;
✴ Espécie mais comum.

‣ CARACTERÍSTICAS:
- Veneno com ação neurotóxica potente, com efeito central e periférico;
- Dor por ação nas terminações nervosas sensitivas;
- Despolariza os neurônios por aumento de cálcio intracelular e estímulo da exocitose.

‣ QUADRO CLÍNICO:
- Início dos sintomas 15 a 60 minutos após a picada;
- Dor intensa local;
- Sudorese;
- Mialgia;
- Eritema escleral;
- Câimbras;
- Dor abdominal;
- Arritmias cardíacas;
- Fasciculações musculares;
- Contrações espasmódicas dos membros;
- Convulsões;
- Lesão urticariforme;
- Linfoadenomegalia satélite.

‣ EXAMES COMPLEMENTARES:
- Hemogrma;
- Glicemia;
- ECG.

‣ TRATAMENTO:
- Sintomático: analgésicos, benzodiazepínicos, anticolineterásicos;
- Se espasmos musculares: gluconato de cálcio 10 mL a 10% a cada 4h;
- Soro antilatrodectus – via IM:
✴ 01 ampola nos casos moderados;
✴ 02 ampolas nos casos graves.

• ACIDENTE POR LYCOSA: (ARANHA DE JARDIM/TARÂNTULA)


‣ CARACTERÍSTICAS:
- Medem 3 cm de corpo e 5 cm envergadura;
- No abdomen apresenta o desenho de uma seta preta;
- Possui 8 olhos (4 dianteiros, 2 medianos e 2 posteriores);
- Vivem em domicílios, gramados e jardins;
- Veneno: propriedades proteolíticas e neurotóxicas (age no SNC e periférico). Atua nos canais de potássio,
sódio e cálcio. Pouco potente.

‣ QUADRO CLÍNICO/TRATAMENTO:
- Dor;
- Eritema;
- Edema leve;
- Necrose superficial - raro;
- Tratamento:
✴ Analgésicos comuns;
✴ Limpeza local;
✴ Antibiótico se infecção secundária.

LEPDÓPTEROS: (TATURANA)
• CARACTERÍSTICAS
‣ Acidentes ocorrem por compressão sobre as cerdas dorsolaterais que perfuram a pele;
‣ Cerdas são quitinosas, pontiagudas e possuem glândulas onde a toxica é produzida;
‣ Veneno;
‣ L. obliqua: atividade pró-coagulante;
‣ L. achelous: atividade pró-coagulante e anticoagulante;
‣ A histamina tem sido o principal componente estudado

• QUADRO CLÍNICO:
‣ Dor intensa;
‣ Edema;
‣ Eritema;
‣ Prurido local;
‣ Infartamento ganglionar regional característico e doloroso;
‣ Primeiras 24h: lesão com vesículas, raramente bolhas e necrose na área do contato.

• TRATAMENTO:
‣ Lavar a região com água fria ou corrente;
‣ Compressa com gelo;
‣ Decúbito elevado do membro;
‣ Bloqueio anestésico com lidocaína 2%, 3-4ml por infiltração;
‣ Corticosteróide tópico;
‣ Antihistamínico oral.

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