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Direito Administrativo II

Professor – Marco Aurélio

Será apresentado aos alunos sempre que possíveis questões da OAB –


IMPORTANTE.

11/02/19

Regime jurídico administrativo

Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as


atividades públicas tendentes a realizar os fins desejados pelo Estado.
Relaciona-se intimamente com o Direito Constitucional, pois disciplina os serviços
públicos e regulamenta as relações entre a Administração e os Administrados,
dentro dos princípios constitucionais estabelecidos.

Quando se fala em supremacia, trata-se da interposição sobre o direito público sobre


o direito privado.

As fontes do direito administrativo são: a lei, doutrina, jurisprudência, etc. utilizam-se


pouco os costumes – princípio da legalidade. O direito administrativo não é
codificado.

O regime jurídico administrativo tratará a supremacia do interesse público sobre o


privado- superioridade do interesse da coletividade, firmando a prevalência dele
sobre o do particular, como condição de sobrevivência. É pressuposto de uma
ordem o socialestável em que todos e cada um possam sentir-se garantidos e
resguardados. Segurança, água, luz, comunicações, esgoto, transporte, etc. quem
exerce a função administrativa se obriga a satisfazer interesses públicos, ou seja,
interesses de outrem: a coletividade. Vale dizer: do povo, porquanto nos Estados
democráticos, o poder emana do povo e em seu proveito terá de ser exercido.

Poder-Dever

As prerrogativas inerentes a supremacia do interesse público sobre o interesse


privado só podem ser manejadas legitimamente para o alcance de interesses

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públicos; não para satisfazer interesses ou conveniências tão só do aparelho estatal
(denegar ações de indenizações procedentes; cobrar tributos altos, etc.), e menos
ainda dos agentes governamentais.

Todavia, é importante salientarmos que quando existem obras públicas e somente


verbas para uma delas, deverá haver critérios para que se atinja o interesse público.
Como é o caso de obras públicas que visem contribuição de melhorias, entretanto,
poderão ocorrer critérios que sejam mais relevantes que este para ser efetivado.

Indisponibilidade, pela administração, interesses públicos – trata-se de uma


obrigação, o agente pública não possui discricionariedade em querer ou não fazer,
trata-se de uma dever.

Os interesses da coletividade não se encontram a livre disposição de quem quer que


seja, nem do próprio administrador; para este, coloca-se como uma obrigação,
observando sua finalidade. Por isso, a administração e suas pessoas auxiliares tem
caráter e suas pessoas auxiliares tem caráter meramente instrumental. Ex. placas de
inauguração.

LEI 8.429/92 art. 9, 10 e 11

14/02/19

Princípio da legalidade – art. 5º, II; art. 37, CAPUT; e art. 84, IV da CR/88.

A administração pública só pode ser exercida conforme a lei. Tal princípio é o


antidoto natural do poder monocrático. O particular pode fazer tudo o que a lei não
proíbe; a Administração só pode fazer o que a lei antecipadamente autorize.

Princípio da finalidade – art. 5º, II; art. 37, CAPUT; e art. 84, IV da CR/88.

O que explica, justifica e confere sentido a norma é a finalidade que a anima.

Princípio da razoabilidade - art. 5º, II; art. 37, CAPUT; e art. 84, IV da CR/88.

A administração deve obedecer a critérios do ponto de vista racional, em sintonia


com o senso normal das pessoas equilibradas. Deve haver prudência e sensatez.

Princípio da motivação – art. 1º, II E § único e art. 5º, XXXV da CR/88.

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Dever de justificar os atos, apontar os fundamentos de fato e de direito. Deve ser
prévio ou contemporâneo ao ato. Exigência de uma administração democrática. Do
contrário, pode haver invalidação pelo judiciário.

A administração deve ser transparente nos seus gastos, e a população deve cobrar
uma explicação do que foi feito com o dinheiro.

Quem anula é quem fez, caso não anule o judiciário irá revogar.

Princípio da impessoalidade - art. 5º, CAPUT e art. 37, CAPUT da CR/88.

Não pode haver discriminação nem favoritismo; perseguição ou simpatia. Ex.


concurso público, art. 37, II e contratos, art. 37, XXI.

São seis as modalidades de licitação: concurso, contratos, leilão, concorrência,


tomada de preços, convite.

Quando a impessoalidade não é cumprida entra em ação lei 8.429 em seu art. 11 –
improbidade administrativa.

18/02/19

Todos os cargos públicos tem que ser criado por LEI. Quando a administração cria o
cargo ela deverá inserir as atribuições, carga horária, remuneração, plano de
carreira daquele cargo.

O Art. 24 da lei 8.666/93 possibilita dispensa de licitação, e o art. 25 da mesma lei


possibilita a inexistência da licitação.

Praticamente tudo na sociedade é necessário que passe por uma regularização por
aquilo que a lei estabeleça, como por exemplo, a comissão de formatura que deverá
obedecer a normas que regem a festas.

Princípio da publicidade

Art. 37, CAPUT e art. 5º, XXXIII e XXXIV, ‘b’ transparência de comportamento.
Garante a informação sobre assuntos públicos. Pode ser garantido através do
habeas data (art. 5º, LXXII).

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O edital é um meio de aplicar tal principio para atingir o maior numero de pessoas
em um processo licitatório, por exemplo. O princípio da publicidade poderá ANULAR
aquele concurso que se abriu para a população.

PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL E A AMPLA DEFESA

Art. 5º, LIV e LV – garantia da liberdade e propriedade.

O mérito do ato é cabível a nós como sociedade decidirmos.

21/02/19

Princípio da moralidade administrativa

Art. 37, CAPUT e §4º; art. 5º LXXIII e art. 85, V da CR/88.

Atuação conforme princípios éticos. Compreende princípios da lealdade, ética e boa


fé.

Princípio do controle judicial dos atos administrativos

Art. 5º, XXXV, da CR/88.

Unidade de jurisdição; o poder judiciário possui competência para julgar todos os


atos.

Princípio da responsabilidade do Estado por atos administrativos

Art. 37, §6º, da CR/88.

Aplica-se a qualquer das funções públicas. Adota o direito de regresso contra o


agente responsável.

Todo administrativo irá gerar uma responsabilidade. O tribunal de contas existe que
cada município tenha seguro de responsabilidade civil.

22/02/2019

Organização da administração pública/ frente aos 03 poderes

Estruturação legal das entidades e órgãos que desempenham funções através de


agentes públicos. Tal organização é feita por lei, e excepcionalmente por decreto e

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normas inferiores, quando não exige a criação de cargos nem aumenta a despesa
pública.

Esta lei é de competência de qualquer um dos três poderes, devendo ser analisado
caso a caso.

Governo

Conjunto de poderes e órgãos constitucionais; complexo de funções estatais


básicas; condução política dos negócios públicos.

O gestor irá administrar as atividades e a administração irá executar. Quem governa


é quem está acima.

Administração pública

Conjunto de órgãos instituídos para a consecução dos objetivos do governo; funções


necessárias ao serviço público em geral; desempenho legal e técnico dos serviços
públicos em prol da coletividade. A Administração não pratica atos de governo, mas,
tão somente, atos de execução.

Entidades políticas e administrativas

Entidades Estatais – Pessoas jurídicas de direito público que integram a estrutura


constitucional do Estado e têm podres políticos e administrativos (União, Estados,
Municípios, D. Federal). A União é soberana e as entidades estatais possuem
autonomia política, administrativa e financeira.

Entidades autárquicas

Pessoas jurídicas de direito público, de natureza meramente administrativa, criadas


por lei, para a realização de atividades, obras ou serviços descentralizados da
entidade estatal que os criou. Ex.: atividades econômicas e educacionais.

Quanto mais se descentraliza maior será a qualidade. Pessoas jurídicas de direito


público criadas por lei com atividade administrativa. Autarquias são pessoas
jurídicas de direito público criadas por lei com atividades a elas direcionadas. Quanto

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maior for a administração, mais complexo é, logo mais eu terei que contar com
serviços descentralizados.

25/02/19

Entidades Fundacionais

Pessoas jurídicas de direito público, semelhantes ás autarquias, criadas por lei


específica com as atribuições que lhe foram conferidas no ato de sua instituição.

Uma fundação somente poderá ser criada por lei. Quando uma fundação se
dissolve, seu patrimônio irá para uma finalidade específica, sendo destinado a outra
entidade fundacional com a mesma finalidade a que se destina, sendo vedado a
transferência para outra.

Entidades Paraestatais

Pessoas jurídicas de direito privado, cuja criação é autorizada por lei específica
para a realização de obras, serviços e atividades de interesse coletivo. Ex.:
sociedades de economia mista, empresas públicas e serviços sociais autônomos.
Ex.: SESI e SESC.

Órgãos Públicos

Centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, através


de seus agentes, cuja atuação é imputada a pessoa jurídica a que pertencem. Para
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, é “a unidade que congrega atribuições exercidas
pelos agentes públicos que o integram com o objetivo de expressar a vontade do
Estado.”.

Os cargos públicos, os bens necessários ou cedidos para aquele ente público, não
são de domínio do funcionário público que o comanda, devendo ser respeitados as
normas hierarquicamente superiores, e, quando aquele sujeito deixa de exercer
aquela atividade tudo deverá continuar com o ente estatal e o substituo do sujeito
que antes exercia tal função.

Classificação dos órgãos públicos

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Como as atividades governamentais e administrativas são múltiplas e variadas, os
órgãos que a executam apresentam-se diferenciados, adaptando-se ás funções que
lhe são atribuídas. Podem ser: órgãos de direção, deliberação e planejamento,
assessoramento e execução; superiores e inferiores; centrais, regionais e locais;
administrativos, jurídicos e técnicos; normativos e fiscalizadores e tantos outros.

Quanto maior é a administração pública, maiores serão seus órgãos, cada qual com
suas funções específicas.

28/02/19

Agentes Públicos

Pessoas físicas incumbidas do exercício de alguma função estatal. O cargo ou a


função pertencem ao Estado, que podem suprimi-los ou alterá-los sem ofensa aos
direitos de seus titulares, como podem desaparecer os titulares sem extinção dos
cargos e funções. Os cargos são criados no órgão para serem providos por agentes
que exercem as funções na forma legal. As funções são os encargos atribuídos aos
órgãos, cargos e agentes. Toda função é atribuída e delimitada por norma legal, que
configura a competência do órgão, do cargo e do agente, ou seja, a natureza da
função e o limite do poder para o seu desempenho.

Os cargos/funções não são de exclusividade da administração pública, e quando ele


deixa de exercer aquele cargo, tudo que está ligado àquele cargo será transferido
junto com todos os seus equipamentos.

Agentes Políticos

São os componentes do Governo em seus primeiros escalões, investidos em


cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou
delegação para o exercício de suas atribuições constitucionais. Não são servidores
públicos, nem se sujeitam ao regime jurídico único; tem normas específicas para a
sua escolha, investidura, conduta e processo por crimes funcionais e de
responsabilidade que lhe são privativos. Ex.: Chefes de Executivo e seus auxiliares
imediatos; os membros das Casas Legislativas; e demais autoridades que atuem
com independência funcional.

Repartição de Competências
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A autonomia das entidades federativas pressupõe repartição de competências
legislativas, administrativas e tributárias – caracteriza e assegura o convívio no
Estado Federal.

Competência é a “faculdade juridicamente atribuída a uma entidade, órgão ou


agente do Poder Público para emitir decisões. Competências são as diversas
modalidades de poder de que se servem os órgãos ou entidades estatais para
realizar suas funções” – Prof. José Afonso da Silva.

Se eu não tenho competência para agir em determinado local, eu devo pedir


autorização administrativa para estes determinados locais. Cada órgão possui sua
competência para agir em determinado local, tal competência será delegada através
de lei, sendo vedado a outro agente administrativo agir fora de sua competência. A
constituição irá delimitar qual é a competência legislativa de cada um dos agentes.

Repartição em matéria legislativa

Competência privativa da União (CR/88, art. 22);

Possibilidade de delegação de competência da União para os Estados (CR/ 88, art.


22, §único);

Competência concorrente: União/Estado/DF (CR/88, art. 24);

Competência remanescente (reservada) do Estado (CR/88, art. 25, §1º);

Competência exclusiva do município (CR/88, art. 30, I);

Competência suplementar do município (CR/88, art. 30, II);

Competência reservada ao DF (CR/88, art. 32, § 1º);

07/03/19

ATOS ADMINISTRATIVOS

Manifestação de vontade da administração pública, que age com a finalidade de


adquirir, resguardar, transferir, modificar, declarar direitos ou impor obrigações aos
administrados ou a si próprio.

Observação
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A análise dos atos administrativos deve ser feita em sintonia com todos os princípios
administrativos, sendo necessário a sua adequação aos casos específicos quando
sua respectiva execução.

Requisitos do ato administrativo

1) A competência é o poder atribuído ao agente da administração para o


desempenho específico de suas funções. O ato administrativo só tem
validade por quem pode efetivamente praticá-lo; do contrário o ato será
considerado imperfeito. Ex.: O presidente do Tribunal de Justiça de nosso
estado não possui competência para fixar a tarifa de transplante público
urbano dos municípios.
Destarte, somente será competente para tomar qualquer ação administrativa
pública aquele a quem a lei tenha determinado tal competência.
2) Finalidade: A finalidade deve ser entendida como o objetivo do interesse
público a atingir; não se admite ato administrativo sem um fim público. A
alteração na finalidade caracteriza desvio de poder que enseja a invalidação
do ato.
É um requisito, trata-se do objetivo do ato administrativo com a finalidade
pública (sempre interesse público sobre o privado).
3) Forma: A forma deve ser entendida como o revestimento exterior, material do
ato administrativo. Todo ato administrativo deve ser formal.
11/03/19
4) Motivo: situação de direito ou de fato que determina ou autoriza a realização
do ato administrativo. É a regra, salvo casos raros e específicos como o
provimento em cargos de confiança. Trata-se de razão de fato ou de direito
que autoriza ou determina que o agente público que tome tal ação, portanto,
todo ato administrativo são situações de fato.
5) Objeto: O objeto é o conteúdo do ato administrativo, através do qual a
administração pública manifesta seu poder e sua vontade. É aquilo que a
administração pretende fazer, trata-se do poder externado.

Atos de direito privado

A administração pública pode e deve praticar atos de direito privado no


exercício típico de suas funções; condicionando-se tal prática a observância de
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todos os princípios administrativos. Ex.: emissão de cheques, compra e venda de
imóveis, doação, entre outros, condicionando-se sempre a autorização legislativa,
avaliação, licitação, etc.

Atributos do ato administrativo

1) Presunção de legitimidade: decorre do princípio da legalidade. A


presunção de legitimidade autoriza a imediata execução ou operatividade
dos atos administrativos, enquanto não houver pronunciamento de
nulidade, seja administrativo ou judicial.
2) Imperatividade: Atributo do ato administrativo que impõe a coercibilidade
para seu cumprimento ou execução; obriga o particular ao fiel
atendimento sob pena de se sujeitar a execução forçada pela
administração pública ou pelo poder judiciário. Trata-se do poder da
coercibilidade do desejo da administração pública sobre os particulares.
3) Autoexecutoriedade: Possibilidade que certos atos administrativos
ensejam de imediata e direta execução pela própria administração,
independente de ordem judicial. Tal atributo é polêmico tanto na doutrina
quanto na jurisprudência. Ex. poder de polícias e interdição de atividades
ilegais, como embargos e demolição de obras, gêneros impróprias para o
consumo, eventos, festas, shows, etc.

Tendo os 5 requisitos, tem-se o gozo dos 3 atributos.

Classificação dos Atos administrativos

I. Atos vinculados: São aqueles para os quais a lei estabelece os


requisitos e condições de sua realização. A ação do administrador fica
vinculada aos pressupostos estabelecidos pela norma legal para a
validade da atividade administrativa.
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II. Atos discricionários: São os que a Administração pode praticar com
liberdade de escolha de seu conteúdo, de seu destinatário, de sua
conveniência, de sua oportunidade e do modo de sua realização.
Deve ser observada a conveniência ao interesse público. Não é
um instrumento legal concedido à administração pública para

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impor o seu capricho. Discricionário só podem ser os meios e os
modos de administrar. Nunca os fins a atingir. Todos os atos devem
ser motivados. Encontra fundamento e justificativa na complexidade e
variedade dos problemas que o poder público tem que solucionar a
cada passo e para os quais a lei, não pode prever todas as soluções,
ou pelo menos, a mais vantajosa para cada caso ocorrente. A timidez
da autoridade é tão prejudicial quanto o abuso do poder; ambos são
deficiência do administrador, que sempre redundam em prejuízo para
a administração. Um peca por omissão, outro por demasia no
exercício do poder.
III. Ato válido: É o que provém de autoridade competente para praticá-lo
e contém todos os requisitos necessários à sua eficácia. O ato válido
pode porém, ainda não ser exequível, por pendente de condição
suspensiva ou termo não verificado.
IV. Ato Nulo: É o que nasce afetado de vício insanável por ausência ou
defeito substancial em seus elementos constitutivos ou no
procedimento formativo. A nulidade, todavia, deve ser reconhecida e
proclamada pela Administração ou pelo Poder Judiciário, não sendo
permitido ao particular negar exequibilidade ao ato administrativo,
ainda que nulo, enquanto não for regularmente declarada sua
invalidade, sendo que essa declaração retroage às suas origens e
alcança todos os seus efeitos passados, presentes e futuros em
relação às partes, ou seja, irá gerar efeitos ex-tunc.
V. Ato irrevogável: É aquele que a administração (súmula 473 do STJ), e
somente ela, pode invalidar, por motivos de conveniência,
oportunidade ou justiça. Se o ato for ilegal não enseja revogação, mas
sim anulação; a revogação só atua ex nunc. A anulação pode ser feita
tanto pela administração quanto pelo judiciário, tendo efeitos ex-nunc.
VI. Atos Normativos: São aqueles que contêm um comando geral da
autoridade competente, visando à correta aplicação da lei. O objetivo
imediato de tais atos é explicar a norma legal a ser observada de
imediato pela administração e pelos administrados. Tais atos não são
leis em sentido formal; são leis apenas e sentido material, vale dizer,

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provimentos executivos com conteúdo de lei, com matéria de lei. Ex.
decretos, regulamentos, regimentos, resoluções e deliberações.
VII. 1ª Prova até aqui.
18/03/19
Licitações
É o procedimento administrativo mediante o qual a administração
pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse.
Visa a propiciar iguais oportunidades aos que desejam contratar com o
Poder Público, dentro dos padrões previamente estabelecidos pela
Administração e atua como fator de eficiência e moralidade nos negócios
administrativos. É o meio técnico legal de verificação das melhores condições para a
execução de obras e serviços, compra de materiais e alienação de bens públicos.
Devido Processual
Realiza-se através de uma ação ordenada de atos vinculantes para a
Administração e para os licitantes, sem a observância dos quais é nulo o
procedimento licitatório, e o contrato subsequ0ente.
Destaca-se em todas as suas fases, o devido processo legal, mercê da
garantia do contraditório, ampla defesa e, com o principal objetivo de satisfazer o
interesse público.
Modalidades
São modalidades: Concorrência, tomada de preços, convite, concurso, leilão
e pregão.
Tipo eu só tenho três: preço, técnica (não somente a cientifica como também
a de saber fazer o que desejo) e técnica e preço.
Princípios em licitações
Procedimento formal; publicidade de seus atos; igualdade entre os licitantes;
sigilo na apresentação das propostas; vinculação ao edital; julgamento objetivo,
adjudicação compulsória ao vencedor; acrescentando-se todos os demais
princípios lecionados no artigo 37 da Constituição Federal.
Procedimento Formal
Significa que a licitação está vinculada à prescrições legais que a regem em
todos os seus atos e fases. Não só a lei, mas o regulamento, as instruções
complementares e o edital pautam o procedimento da licitação, vinculando a

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administração e os licitantes a todas as suas exigências, desde a convocação dos
interessados até a homologação do julgamento.
Publicidade dos atos
Não há nem pode haver licitação sigilosa. É da natureza da licitação a
divulgação de todos os seus atos e a possibilidade do conhecimento de todas as
propostas abertas e de seu julgamento, como prescreve o artigo 3º, §3, da Lei nº
8.666/93. A publicidade da licitação abrange desde a divulgação do aviso de sua
abertura até o conhecimento do edital e de todos os seus anexos, o exame da
documentação e das propostas pelo interessados e o fornecimento de certidões de
quaisquer peças, pareceres ou decisões relacionados como o processo, desde que
solicitados de forma legal.
Igualdade entre os licitantes
É o princípio primordial da licitação (art. 27, XXI da CR/88) pois não pode
haver participantes ou com cláusulas do edital que afastem eventuais proponentes
qualificados ou dos desnivelem no julgamento. Não pode haver favorecimento a uns
e prejuízo a outros. O edital não deve vedar o caráter competitivo do certame.
Ressalte-se que esse é um dos casos em que o edital pode e deve ser impugnado,
desde eu no momento oportuno.
Sigilo na apresentação das propostas
Preserva o caráter competitivo do procedimento e a objetividade do
julgamento. Os envelopes são indevassáveis sendo que a abertura antecipada
configura inclusive crime (previsto na Lei Licitatória).
21/03/19
Vinculação ao Edital
A administração e os licitantes ficam sempre adstritos aos termos do pedido
ou do permitido no instrumento convocatório da licitação, quer quanto ao
procedimento, quer quanto à documentação, às propostas, ao julgamento e ao
contrato. Em outras palavras, estabelecidas às regras do certame, tornam-se
obrigatórias para aquela licitação durante todo o procedimento e para todos os seus
participantes, inclusive para o órgão ou entidade licitadora. É o fundamento de todo
o certame.
Julgamento Objetivo

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O julgamento se apoia em fatores concretos pedidos pela Administração em
confronto com o ofertado pelos proponentes dentro do permitido no edital. Tal
princípio afasta o discricionarismo na escolha das propostas, obrigando os
julgadores a se aterem ao critério pré-fixado pela Administração, levando sempre em
consideração o interesse do serviço público, os fatores qualidade, rendimento,
eficiência, durabilidade, preço, prazo, financiamento, carência e outras condições
pertinentes pedidas ou admitidas no edital. Veda-se qualquer elemento ou fator
sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado, que possa ferir inclusive o princípio da
igualdade.

Adjudicação compulsória ao vencedor


Vencida a licitação, nasce para o O direito do vencedor limita-se à
vencedor o direito subjetivo à adjudicação, e não ao contrato imediato,
adjudicação, isto é, a atribuição de seu pois mesmo após a adjudicação, é lícito
objeto a quem foi classificado em à Administração revogar ou anular a
primeiro lugar. E essa adjudicação é licitação, ou adiar o contrato, quando
obrigatória, não podendo a sobrevenham motivos de interesse
administração atribuir o objeto da público para tal conduta. O que a
licitação a outrem que não seja o Administração não pode é contratar com
vencedor, salvo se esse desistir outro que não seja o adjudicitário
expressamente da licitação o não firmar enquanto válida a sua adjudicação,
o contrato no prazo estabelecido no como também não lhe é permitido
edital ou fixado pela Administração na revogar ou anular a licitação nem
assinatura; a menos que ocorra justo protelar indefinidamente a assinatura do
motivo para a recusa ou adiamento. contrato sem justa causa, assim
entendidas a invalidação arbitrária do
certame ou a protelação abusiva do
contrato. Havendo revogação ou
anulação sem justa causa, ou ainda
protelação abusiva do contrato que
configure abuso ou desvio do poder, fica
a administração sujeita à correção
judicial e à reparação dos prejuízos
causados ao vencedor lesado em seus
direitos.
Neste caso o sujeito que passa em um Aqui neste caso quem decide quando irá
concurso/licitação terá o direito a sua ser chamado aquele sujeito que passou
vaga. A adjudicação é compulsória no concurso, é a administração pública,
podendo protelar ou adiar nos casos de
justa causa, ou seja, poderá anular ou
adiar aquele concurso se houver justa
causa.
28/03/2019

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Princípios Gerais (do processo de licitação – lei 8.666/93)
Princípio da legalidade – Toda atividade administrativa está sujeita aos
mandamentos da lei e deles não se pode afastar, sob pena de nulidade do
respectivo ato.
Princípio da impessoalidade – Exige que a Administração trata à todos
sem perseguições ou favorecimentos; todos são iguais perante a lei. O interesse
público deve ser o único objetivo certo de qualquer ato administrativo.
Princípio da moralidade administrativa – Pressuposto da Administração e
se confunde com o dever de probabilidade do administrador, como necessário à
legitimidade de seus atos.
Princípio da competitividade – Entre os concorrentes deverá haver a mais
justa competição possível.

Quais os parâmetros para se aferir o princípio da moralidade?


Definição do Objeto: A finalidade precípua da licitação será sempre a
obtenção de seu objeto – uma obra publica, uma compra, uma alienação, uma
locação, uma concessão ou uma permissão – nas melhores condições para o poder
publico. Assim o objeto é a própria razão de ser do procedimento seletivo destinado
a escolher de quem ira firmar o contrato com a administração; Se ficar definido ou
mal caracterizado, passará para o contrato com o mesmo vicio, dificultando ou ate
mesmo impedindo a sua execução.
Para se atender fielmente ao anseio do poder publico e para que as
propostas sejam objetivamente julgadas, o objeto deve ser bem definido no edital ou
no convite. A definição do objeto é, pois, condição de legitimidade da licitação, sem
a qual não pode prosperar o procedimento licitatório, qualquer que seja a
modalidade de licitação. É assim porque sem ela torna-se inviável a formulação das
ofertas, bem como o seu julgamento, e irrealizável o contrato subsequente.
11/04/2019
Projeto Básico e Projeto Executiv0: A inexistência de projeto básico ou da
especificação detalhada, geralmente em anexo ao edital ou convite (Art. 38, I), tal
sua relevância para definição do objeto da licitação, acarretará a nulidade dos atos e
contratos realizados e a responsabilização de quem lhes tenha dado causa (Art. 7º,
§6º).

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Na definição do objeto da licitação, assim como na sua futura execução, é
essencial que se atenda, ainda as normas técnicas adequadas – ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas). Dentre as disposições especificas para a
contratação de obras e serviços, a lei cuida do projeto básico e do projeto executivo.
O projeto básico é de suma importância para a definição do objeto da licitação e o
projeto executivo essencial para sua execução. Daí porque a Lei Nº. 8.666/93
estabelece uma serie de requisitos a serem observados na elaboração de ambos,
tanto pela administração, como pelas proponentes e contratadas.
Habilitação dos Licitantes : Habilitação é o reconhecimento dos requisitos
legais para licitar, feito em regra, por comissão. A administração só pode contratar
com quem tenha qualificação para licitar, ou seja, o interessado que, alem de
regularidade com o fisco (Municipal, Estadual e Federal), demonstre possuir
capacidade jurídica para o ajuste; Condições técnicas para executar o objeto da
licitação; Idoneidade financeira para assumir e cumprir os encargos e
responsabilidades do contrato. Em todas as modalidades de licitação, a habilitação
consistira na verificação e reconhecimento da capacidade jurídica, da regularidade
fiscal, da capacidade técnica e da idoneidade financeira dos licitantes.”
15/04/19
Capacidade Jurídica: É a aptidão efetiva para exercer direitos e contrair
obrigações, com responsabilidade por seus atos. A capacidade jurídica prova-se
pela cédula de identidade, carteira profissional e CPF (pessoa Física) ou pelo
registro na repartição competente (pessoa jurídica de direito privado), a saber: junta
comercial (Sociedades comerciais e firmas individuais) e registro civil das pessoas
jurídicas (sociedades e associações civil) ou, onde esta não exista, cartório de
registro de títulos e documentos.
Regularidade Fiscal
É o atendimento das exigências do Fisco (quitação ou discussão dos tributos
pelo contribuinte). Refere-se à inscrição no cadastro de contribuintes federal (CPF
ou CGC), como também nos cadastros estadual e municipal relativos ao domícilio ou
sede do licitante.
Capacidade Técnica: É o conjunto de requisitos profissionais que o licitante
apresenta para executar objeto da licitação. Essa capacidade pode ser genérica,
especifica e operativa.

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● Capacidade Genérica: Registro Profissional, ART (Anotação de
Responsabilidade técnica);
● Capacidade Especifica: Atestado do desempenho anterior à existência
de aparelhamento e pessoal adequados para a execução do objeto;
● Capacidade Operativa: Demonstração de aparelhos e pessoal
disponíveis para a execução do objeto.
Obs. Os requisitos da capacidade técnica é o licitante apresentar para
execução do objeto da licitação, divide em três capacidades.

Capacidade Financeira: É a capacidade para satisfazer os encargos


econômicos (executados) decorrentes do contrato, aferida em principio pela boa
situação financeira da empresa e pela inexistência de ações que podem afetar o seu
patrimônio. Exigem-se demonstrações contábeis do último exercício financeiro e de
certidões negativas pertinentes a pedidos de falência ou concordata e execuções
patrimoniais, assim como garantia real ou fidejussória no valor de 1% do valor do
contrato (Art. 31, III da CR/88).

Habilitação/Inabilitação: Do exame da documentação relativa à capacidade


jurídica, regularidade fiscal, capacidade técnica e idoneidade financeira, resultará a
habilitação ou inabilitação dos licitantes, ou seja, sua qualificação ou desqualificação
para licitar. A habilitação é, pois, o reconhecimento de que o licitante tem todos
os requisitos para aquela licitação, e por isso, fica qualificado para disputar o
seu objeto. Da decisão proferida na fase de habilitação cabe recurso (art.
108/109 da lei 8.666/93), que deve ser recebido com efeito suspensivo, para evitar o
conhecimento antecipado das propostas. Os elementos ou fatores pertinentes à fase
de habilitação não podem ser considerados na fase de julgamento das propostas,
nem mesmo para desempate (Preclusão). A habilitação qualifica os proponentes; a
classificação ordena as propostas. São fases distintas com finalidades diversas.
22/04/2019
Idoneidade dos Concorrentes: A idoneidade devera ser apreciada e
decidida necessariamente antes da abertura das propostas, não se admitindo a
recusa de proponentes sob a pretexto de idoneidade depois de conhecidas as

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ofertas, salvo em razão de fatos supervenientes ou só revelados após o julgamento,
os quais poderão acarretar a desclassificação da proposta do participante inidôneo.
Qualquer concorrente poderá impugnar a idoneidade do outro, mas
deverá fazê-lo no momento próprio, que é o da habilitação, isto é, na fase em
que se examina a documentação dos interessados (Envelope 1 – “documentação”),
sendo inaceitável qualquer reclamação posterior. A verificação da idoneidade dos
concorrentes é matéria preliminar do julgamento da concorrência, e por isso mesmo,
não pode ser relegada para a fase subsequente, da apreciação das propostas
(Envelope 2 – “Propostas”), em que se confrontam as ofertas e se valoram as
vantagens para a escolha do melhor proponente.
Impugnação ao Edital: A lei legitima qualquer cidadão para impugnar o
edital e desde que o faça ate 5 dias uteis da data fixada para a abertura dos
envelopes de habilitação, ficando a administração obrigada a julgar em 3 dias
(Art.41,§1º). Tal circunstancia não impede que o cidadão represente ao tribunal de
contas contra irregularidades praticadas pela administração (Art. 113, §2º). Esses
preceitos concretizam a tendência moderna de ampliar a fiscalização das atividades
administrativas pelo cidadão comum, como forma de exercício da cidadania, já
contemplada no Art.4º da lei que autoriza o acompanhamento do processo licitatório
por qualquer individuo, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a
realização de trabalhos.
Comissão de Julgamento (C.P.L):
I- A habilitação preliminar e o julgamento da concorrência são feitos
obrigatoriamente por comissão de no mínimo três membros (Art.51). A comissão é o
órgão julgador, e por isso, nenhuma autoridade pode substituí-la nessa função. Se
ocorrer irregularidade ou erro no julgamento, a autoridade competente poderá anular
a decisão, através de recurso Ex Oficio, determinando que a comissão corrija o erro
ou proceda a novo julgamento em forma regular. Isso acontece quando a comissão
se equivoca no julgamento, ou omite elemento essencial, ou considera condição ou
vantagem não pedida nem permitida no edital, ou se desvia do critério e julgamento
fixado. O que a autoridade superior não pode é rever o mérito da decisão da
comissão, reformando seu julgamento para modificar a qualificação dos
concorrentes, alterar a classificação das propostas ou adjudicar a outrem o objeto.

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Enfim, o julgamento é ato privativo da comissão de julgamento, e por isso mesmo,
nenhuma autoridade hierárquica poderá subtraí-lo de sua competência.
II- A comissão de julgamento poderá ser assessorada por técnicos e ate
mesmo por outra ou outras comissões de especialistas, notadamente nos aspectos
jurídicos, científicos, tecnológicos, econômicos e financeiros, frequentes nas
licitações de grande vulto e complexidade, como poderá, também, obter laudos e
pareceres esclarecedores das propostas em apreciação; Mas a decisão final será
sempre sua. O julgamento deverá ser consubstanciado em ata ou termo, com a
transcrição integral ou resumida do relatório e conclusões da comissão, indicando os
concorrentes desclassificados e classificados, bem como os fundamentos e motivos
da escolha, para a adjudicação do objeto da concorrência ao vencedor.
A comissão de julgamento é independente nas suas decisões, mas não é
discricionária no seu julgamento, porque esta adstrita ao critério estabelecido no
edital e aos elementos objetivos das propostas que constituam vantagem ou
desvantagem para a Administração. Além disso, o julgamento há que se basear nos
fatores e condições pedidos ou admitidos no edital como preponderantes para
caracterizar a melhor oferta.
Edital: O edital é o instrumento convocatório através do qual a
administração leva ao conhecimento publico a abertura da concorrência ou da
tomada de preços, fixa as condições de sua realização e convoca os
interessados para a apresentação de suas propostas. Vincula inteiramente a
administração e os proponentes as suas clausulas. Nada se pode exigir ou decidir
alem ou aquém do edital, porque é a lei interna da licitação.
O prazo mínimo para a convocação dos licitantes é fixado em 30 dias
para concorrência; 45 dias para concurso; 15 dias para tomada de preços e
leilão; 5 dias uteis para convite.
25/04/2019
Conteúdo e Requisitos do Edital: O edital tem à semelhança da lei,
preâmbulo, texto e fecho. O preâmbulo é a parte introdutória, destinada a apresentar
a licitação e a identificar o órgão que a promove. Contem o nome da repartição
interessada; o numero do edital; a finalidade e o processo em que foi autorizada; a
indicação da legislação; o local, dia e hora para recebimento das propostas e
abertura dos envelopes com a documentação. O texto é o corpo do edital e a sua

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parte fundamental, por definir o objeto da licitação e estabelecer as condições
para participação dos licitantes, julgamento das propostas e formalização do
contrato. O fecho é o encerramento do edital, com as determinações finais sobre
sua divulgação, data e assinatura da autoridade responsável pela licitação.
1º requisito - Condições Para Participar da Licitação: O edital terá que
consignar com clarezas as condições para os interessados participarem da licitação,
especificando a documentação necessária e a forma de apresentação das
propostas.
2º requisito - Objeto da Licitação: O objeto da licitação deve ser identificado
no edital por descrição sucinta e clara, que possibilite aos interessados o perfeito
conhecimento do que a administração deseja contratar. As minúcias constarão no
projeto, acompanhado de memoriais, especificações, plantas e demais elementos
complementares, conforme o caso.
O objeto deverá ser claro no edital, poderá ser básico, desde que seja
especificada em momento posterior em anexos, lembrar do exemplo da licitação de
carros para o exército da marca “sedan”, mas que não foi especificada a cor, sendo
que para o exército somente poderá ser preto. O objeto, portanto deverá ser exposto
de maneira clara e sucinta.
3º requisito - Prazos e Condições: O prazo e as condições para assinatura
do contrato ou retirada de documento equivalente, para a execução e para a entrega
do objeto da licitação devem ser estabelecidos no edital com clareza e precisão
técnica e jurídica, para orientação dos interessados na formulação de suas
propostas e na formalização do contrato com o vencedor.
4º requisito - Garantias: As garantias exigíveis para a execução do contrato
devem constar no edital. De acordo com a complexidade e importância do objeto,
pode ser exigida uma das seguintes garantias: Caução em dinheiro ou títulos da
divida publica; Seguro-garantia ou fiança bancaria, podendo o vencedor optar por
qualquer uma delas. O seu quantum, todavia, fica limitado a 5% do valor do contrato,
admitindo-se a sua elevação até a 10% no caso de empreendimento de grande
vulto, que envolva alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis
(Art.56 e §§).
29/04/19

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5º Requisito - Pagamento e Reajuste de Preços: As condições de
pagamento e reajuste de preços devem ser estabelecidas no edital, para serem
reproduzidas no contrato. O preço normalmente é fixo e imutável, mas as variações
do mercado e a desvalorização da moeda ensejam exceções a essa regra. Como
exceção, o reajuste há que ser expressamente previsto no edital e delimitado nos
seus índices correcionais. Não é concordância das partes que legitima as
majorações de preços; é o contrato que há de autoriza-las, quando previstas no
edital, conforme a legislação.
6º Requisito - Recebimento do Objeto: Devem constar do edital e
reproduzidas no contrato, as condições, inclusive prazos de observação, quando for
o caso, para o recebimento do objeto. Esse recebimento pode ser provisório ou
definitivo; se provisório, a obra, serviço ou a compra ficarão em observação pelo
prazo e nas condições estabelecidas pela administração; se definitivo, libera-se
desde logo o contratante dos encargos da execução do contrato, devolvendo-se lhe
a garantia, mas subtraindo, em qualquer caso, as responsabilidades ético-
profissionais, a civil pela solidez e segurança da obra (CC, art.1.245) e a penal, se
for o caso. O recebimento, provisório ou definitivo, de obras e serviços se faz
mediante termo circunstanciado; o de compras, salvo equipamentos de grande vulto,
mediante simples recibo.
7º Requisito - Critérios de Julgamento: O edital deverá indicar,
necessariamente, o critério de julgamento das propostas e os fatores que serão
considerados na avaliação das vantagens para a Administração, tais como
qualidade, rendimento, preço, condições de pagamento, prazos e outros de
interesse do serviço publico. É essencial que o instrumento convocatório aponte os
fatores que a Comissão Julgadora deverá considerar no julgamento, a fim de que se
atenda ao principio do julgamento objetivo.
8º Requisito - Recursos Admissíveis: A lei relaciona os recursos cabíveis,
fixa-lhe os prazos, estabelece o procedimento a seguir e indica seus efeitos
(art.109). Diante desta preceituação legal tornam-se desnecessárias a
regulamentação e a discriminação no edital, bastando mencionar que os recursos
admissíveis são os relacionados na Lei 8.666/93. Mas, mesmo que o edital silencie a
respeito, são cabíveis todos aqueles recursos conforme o ato que ocorrer.

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9º Requisito - Informações Sobre a Licitação: O edital deve trazer em seu
texto a indicação do local e horário em que podem ser conhecidos e obtidos os
elementos esclarecedores da licitação (projeto, memorial, especificações, plantas,
etc.) e demais informações a ela relativas. A indicação desse local e horário precisa
constar também – e principalmente – dos avisos e comunicações que se fizeram
pela imprensa ou qualquer outro meio de divulgação. O caráter publico da licitação
exige que se possibilite a todos o pleno conhecimento do desejo da Administração,
para que se habilitem e disputem o contrato em igualdade de condições.
02/05/19
CRIAÇÃO DA CPI
 Deliberação Plenária/Princípio da colegialidade.
 Princípio da Representação proporcional partidária.
É um processo administrativo que tramita exclusivamente no legislativo.
Deverá tramitar no prazo que foi determinado, ou no prazo máximo de 4 anos
que é o prazo de uma legislatura.
No requerimento administrativo quem irá escolher são as minorias. O
requerimento de um terço (1/3) dos membros do poder legislativo.
Portanto, a criação será automática tendo a assinatura de 1/3 dos membros
do poder legislativo. Aqui não há dependência de nenhum quórum, não há
necessidade de uma aprovação, se assinou o requerimento e tem 1/3 a criação será
automática.
06/05/19
O prazo da comissão parlamentar tem que ser determinado, certo (deverá
ser estipulado um prazo, legal de 120 prorrogado por igual período. O que não pode
é deixar sem prazo).
Composição
O presidente, recebendo o requerimento criador da CPI, é obrigado, sob
pena de destituição do cargo, a solicitar, se for o caso, às lideranças partidárias
indicação dos parlamentares que comporão a CPI, observando-se o princípio da
proporcionalidade da representação partidária ou bloco partidário, na respectiva
Casa Legislativa. Em seguida, incumbe-lhe, ao Presidente, baixar a Resolução
administrativa ou outro ato previsto no Regimento Interno, nomeando os membros
da CPI, que escolherão o seu Presidente e o Relator.

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Publicação
*Sequencialmente, publicar-se-á ato de nomeação da comissão, juntamente
com o requerimento, se aquele – ato de nomeação – não produzir este
integralmente ou não lhe fizer menção. A publicação se fará em jornal ou por
afixação no quadro de avisos da casa legislativa originária.
Instalação dos trabalhos
Instalam-se, imediatamente à publicação, os trabalhos da CPI, registrando-
se em ata, em livro próprio, as ocorrências e determinando-se em seguida as
seguintes providencias com roteiro a ser seguido, feito pelo relator.
Devido Processo Legal
a) Dar ciência da CPI ao (s) interessado (s) (autoridades municipais,
estaduais, federais), oficialmente, encaminhando-lhe cópias de toda a
documentação, com a insubstituível informação de que se lhes faculta o direito de,
por si ou procurador, acompanhar todos os quais haverá intimação prévia. Tratando-
se do chefe do poder executivo, as comunicações devem ser feitas pela mesa
diretora;
b) Roteiro a ser seguido, dentro do possível, deve ser do conhecimento do
interessado (autoridades, cujos atos vão ser investigados). É a satisfação do
princípio da previsibilidade dos atos públicos.
09/05/19
Indiciados e testemunhas
Faculta-se a todos os indiciados, o direito de prestar declarações, cuja
intimação se fará de acordo com o código de Processo Penal (art. 3º, Lei nº
1.579/52). O declarante não está obrigado a falar a verdade.
As testemunhas (intimadas de acordo com a legislação penal) são obrigadas
a comparecer. Sem motivo justificado, sua ausência ou recalcitrância implica
intimação sua pelo juízo criminal correspondente. Testemunha depõe sobre fato e
não sobre aquilo que sente sobre aquele fato.
Os servidores públicos serão requisitados. Não atendendo à requisição,
abre-se ensejo de adoção de medida judicial sem prejuízo de sanção, se a omissão
for do respectivo superior hierárquico.

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Depoimento de Autoridades
A CPI pode tomar depoimento de autoridades; ou seja, mediante
requerimento de convocação à Mesa Diretora da respectiva Casa Legislativa,
Ministros, Secretários ou auxiliares equivalentes, podem ser ouvidos pela CPI.
Deverá sempre passar por seu superior hierárquico para se falar com agente
superior a mim e ao meu chefe.
13/05/19
Requisição de documentos
É direito da CPI proceder, via Mesa Diretora, à requisição de informações
públicas da administração direta, autárquica, fundacional, das empresas públicas e
sociedades de economia mista do município. Havendo dificuldades na obtenção das
informações e documentos, poderá ocorrer sigilo bancário pode ser quebrado, na
forma da lei, bem como as informações telefônicas e o sigilo fiscal.
Perícia
A prova pericial, se necessária, far-se-à na conformidade da legislação
processual penal.
Interferência de Advogado
Não h á como restringir o exercício do profissional do Direito nas
verificações da CPI, se ele é defensor constituído de alguém ou nomeado. Garantia
do Devido Processo Legal.
A participação do advogado é obrigatória e não facultativa. Devemos nomear
um advogado sempre que uma pessoa não indica.
Publicidade dos atos
Os atos da CPI são públicos. Somente as hipóteses de reserva legal é que
justificam a necessária discrição (art. 5º, LX, da constituição Federal), como na
hipótese das atividades bancárias protegidas pelo sigilo, embora quebrado.
20/05/19
Deslocamento
Direito da CPI, se necessário, deslocar-se para busca de informações,
dentro ou fora da Comarca e mesmo do Estado ou País. As despesas com tais
deslocamentos serão cobertas com recursos do Poder Legislativo (viagens, diárias,
pernoite, alimentação, etc.). A administração pública poderá fazer ou requerer que

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faça o deslocamento para busca de informações necessárias. Ou ela vai até o ato,
ou o ato vai até ela.
Crimes contra a CPI
O art. 4º, I e II, da Lei n. 1.579/52 prescreve que é crime impedir, ou tentar
impedir, mediante violência, ameaça ou assuadas, o regular funcionamento de CPI,
ou livre exercício das atribuições de qualquer de seus membros, como fazer
afirmação falsa, negar ou calar a verdade como testemunha, perito, tradutor ou
intérprete, perante a Comissão Parlamentar de Inquérito. Ocorrendo os tipos penais,
incube à CPI, através da Mesa Diretora do Poder Legislativo, dar a notitia criminis ao
Ministério Público competente.
Relatórios Parciais
Podem ser divulgados, em separado, relatórios da CPI, entregando ao
Ministério Público as respectivas conclusões, se constatada matéria criminal ou de
lesão ao patrimônio público, para os inquéritos (criminal ou civil) competentes.
Conclusões
Entregá-las ao Ministério Público, depois de votada e aprovada no interior da
Comissão. Mesmo se houver rejeição, a matéria criminal deverá ser encaminhada
para o Ministério Público; independente, aqui, de deliberação plenária. Somente a
questão político-administrativa é que é submetida ao Plenário do Poder Legislativo.
27/05/19

Controle da Administração Pública e participação popular

*Controle por partes dos Poderes constituídos pela própria Administração

Fiscalização/correção
Iniciativa própria ou mediante provocação

Poder /dever – Interesse Público


Súmula 473 – STF – “A administração pública pode rever seus próprios atos
quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revoga-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os
direitos adquiridos e ressalvada a apreciação judicial”.

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Direito de Petição – art. 5º, XXXIV, ‘a’
 São a todos assegurados, independente do pagamento de taxas:
 A) O direito de petição aos poderes públicos em defesa ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;

Direito de Representação – Art. 74, §2º

 Art. 74) os poderes executivo, legislativo e judiciário manterão, de


forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
 §2º) Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato, é
parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou
ilegalidades perante o tribunal de contas da união

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