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CURSO DE PSICOLOGIA - CAMPUS MANAUS

ADOLESCÊNCIA CONTEMPORÂNEA E A TECNOLOGIA: OS


IMPACTOS PSICOSSOCIAIS SOBRE A GERAÇÃO DE ADOLESCENTES
CONECTADOS AS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CONTEXTO FAMILIAR.

MANAUS
2019
ALAÍNE PAULAIN MESQUITA RA: D0887A-7
ANA CASSIA DA SILVA MACEDO RA: N854AG-6
TAMIRES VIANA LOPES RA: N1056C-0

ADOLESCÊNCIA CONTEMPORÂNEA E A TECNOLOGIA: OS


IMPACTOS PSICOSSOCIAIS SOBRE A GERAÇÃO DE ADOLESCENTES
CONECTADOS AS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO CONTEXTO FAMILIAR.

Trabalho apresentado pelas alunas Alaíne


Paulain Mesquita, Ana Cássia da Silva
Macedo, Tamires Viana Lopes, da turma
PS7A/6P34 como exigência para obtenção de
nota para a média da disciplina Temática de
Pesquisa em Psicologia, pela Universidade
Paulista – UNIP campus Manaus, sob
orientação da professora Patrícia De Góes.

MANAUS
2019
INTRODUÇÃO

Hoje em dia é comum encontrar pessoas que não conseguem mais conviver apenas
com a realidade comum, pois elas estão inseridas nos espaços virtuais sendo muitas vezes
dependente das opções que o mundo virtual pode oferecer. Segundo Schwartz (2005 apud
NARDON, 2006), a internet está, cada vez mais, presente no dia a dia das pessoas,
principalmente na vivência dos jovens.
O surgimento e a expansão da internet estão relacionados ao processo de
globalização, que tem proporcionado uma mudança estrutural nas sociedades contemporâneas
ou pós-modernas (LIMA et. al., 2012). A crescente propagação de estudos que evidenciam os
comportamentos e o envolvimento com as novas tecnologias, vem causando questionamentos
e discussões entre pesquisadores e educadores. As inúmeras investigações acerca das
condutas e regras que constituem o mundo virtual por parte dos adolescentes, demonstram
que nos encontramos na presença de um fenômeno ainda pouco explorado que tem gerado
vários desafios para aqueles envolvidos na educação dessa geração (SPIZZIRRI et. al., 2012).
É preciso compreender até que ponto o uso do telefone celular interfere no contexto
familiar dos adolescentes, nas suas relações no meio em que vivem. Dessa forma, a pesquisa
visa analisar os aspectos psicossociais que influenciam o comportamento do adolescente a
partir de sua interação com o telefone celular no contexto familiar, além de descrever o
desenvolvimento biopsicossocial deste para compreender melhor essa fase da vida tão
importante e identificar o possível efeito do uso do celular na conduta do adolescente,
considerando principalmente seu convívio familiar. A partir desse entendimento, será
possível pensar possíveis intervenções junto ao público alvo, no sentido de propor uma
reflexão entre os adolescentes sobre as implicações do uso do aparelho celular no seu
comportamento social.

 REFERENCIAL TEORICO
 O DESENVOLVIMENTO BIOPSICOSSOCIAL DOS ADOLESCENTES

A palavra “adolescência” vem do latim ad (a, para) e olescer (crescer), que é a fase
que está no processo de crescimento, tanto no sentido físico, quanto psíquico (CESAR,
1998).
Quando se define a adolescência de acordo com critérios físicos, a puberdade é
tomada como ponto de partida (Steinberg, 1987). A puberdade, a única mudança universal da
adolescência, ocorre em todos os adolescentes e transforma uma criança num adulto sexual e
fisicamente maduro (COBB, 1998, FINKELSTEIN, 1998).
Para Ferreira (2008) a adolescência é o início dos primeiros indícios físicos da
maturidade sexual (puberdade) e chega ao fim com a realização social na situação de adulto
independente. Por sua vez, Fonseca (2002) diz que a fase da adolescência tem três subfases, a
inicial, que corresponde a um período dos 12 aos 15 anos, em que o adolescente se adapta às
transformações corporais, a fase intermédia, dos 15 aos 18 anos em que o adolescente
demonstra a necessidade de se tornar emocionalmente independente e a tardia dos 18 aos 20
anos na qual o adolescente procura assumir a sua identidade sexual.

é nesta fase da vida que ocorre aceleração e desaceleração do


crescimento físico, mudanças de composição corporal, eclosão
hormonal, envolvendo hormônios sexuais e evolução da maturidade
sexual, acompanhada pelo desenvolvimento de caracteres sexuais
secundários masculinos e femininos. Paralelamente às mudanças
corporais, ocorrem as psicoemocionais, como a busca de identidade, a
tendência grupal, o desenvolvimento do pensamento conceitual, a
vivência singular e a evolução da sexualidade (SAITO Apud
CAMARGO, 2011).

Em correspondência às transformações que se desenrolam nessa última etapa do


adolescente, verificamos que aquelas relacionadas ao estado físico são uma das mais
significativas e perceptíveis, incluindo no consentimento de um “novo” corpo físico, com
transformações que, mesmo sendo aguardadas e pretendidas, são reconhecidas como
constrangimentos. O adolescente passa, portanto, a conviver com o descaminho do corpo
infanto-juvenil, que está se transformando em adultos, pois com um desenvolvimento
psicossocial que ainda não segue o corpo e que pode também não ser o que o adolescente
ambicionava (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2013).
Eric Erikson, discípulo de Freud, elaborou uma teoria do desenvolvimento
psicossocial e, em seu livro Infância e Sociedade, apresenta uma detalhada descrição do
desenvolvimento, abrangendo toda a vida humana. Sua teoria também é conhecida como as
oito idades do homem.
Para Eric Erikson, o desenvolvimento psicossocial é de desenvolvimento da
personalidade e acontece ao longo de oito etapas que, no seu conjunto, constituem o ciclo da
vida.
Podem se dividir essas etapas, agrupando as em três momentos e a cada um deles
corresponde à formação de um aspecto particular da personalidade. O primeiro momento,
incluindo as quatro crises iniciais nos estágios da infância, cuja resolução estabelece um
modelo básico de relação com o mundo (Confiança Básica X Desconfiança, Autonomia X
Vergonha, Iniciativa X Culpa, Diligência X Inferioridade).
O segundo é a configuração da identidade propriamente dita – período
correspondente à adolescência (Identidade X Confusão de Papeis) e o terceiro corresponde às
três etapas finais da vida, em que cada uma delas corresponde a um momento de ‘produção’
quer ao nível interno ou social (Intimidade X Isolamento, Generatividade X Auto Absorção,
Integridade do Ego X Desesperança) (BOSSA, 1998).
O quinto estágio é intitulado identidade versus confusão. É neste estágio que o
adolescente adquire senso de identidade psicossocial, ou seja, compreende sua singularidade
e seu papel no mundo, na qual, os indivíduos estão abastecidos de novas potencialidades
cognitivas, exploram e ensaiam estatutos e papeis sociais porque a sociedade fornece tal
espaço de experimentação ao adolescente.
Os adolescentes que resolvem esta crise de maneira satisfatória desenvolvem
a virtude da fidelidade - lealdade, fé ou sentimento de pertencer a algo ou alguém que se ama,
ou identificação com um conjunto de valores, uma ideologia, um movimento político etc
(ERIKSON, 1998).
Erikson diz que a principal tarefa da adolescência é enfrentar a crise
de identidade versus confusão de identidade (ou confusão de papéis), de modo a se tornar um
adulto único com um senso de identidade coerente e um papel valorizado na sociedade. A
crise de identidade raramente se resolve plenamente na adolescência; questões relativas à
identidade aparecem repetidas vezes durante a vida adulta (PAPALIA, 2006, p.477).

• O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO DO ADOLESCENTE A


PROCURA DA IDENTIFICAÇÃO COM OS GRUPOS SOCIAIS.
Ramos (2003) afirma que o indivíduo dentro dos seus padrões sociais, vive em
sociedade, como membro do grupo, como uma “pessoa”, como “socius”, adquirindo a própria
consciência da sua individualidade como membro do grupo social, na qual é determinada
pelas relações entre o ‘eu” e os “outros”, entre o grupo interno e o grupo externo.
Em cada grupo no qual relacionamos, encontramos normas que conduzem as
relações entre as pessoas, algumas são mais sutis, outras mais rígidas. São essas normas que
caracterizam essencialmente os papéis sociais e que produzem as relações sociais (LANE,
2006).
Savoia (1989) alega outro aspecto do papel social é que ele pode ser tanto objetivo
quanto subjetivo. No objetivo, é aquilo que os outros esperam de nós, no subjetivo é como
cada indivíduo assume os papéis de modo mais ou menos fiel aos modelos vigentes na
sociedade. Quando esses dois aspectos não coincidem, podem transformar-se em obstáculo
na interação social.
Além do mais, dependendo do papel que o indivíduo exerce, ele adquire um lugar na
sociedade que é denominado de status, que, juntamente com os papéis sociais, determinam
sua posição social (PISANI, 1996).
Quando pensamos em conceito de identidade, prontamente pensamos em imagens,
representações, conceito de si mesmo, como se o indivíduo se caracterizasse identificando
traços, imagens, sentimentos, como parte dele mesmo. Mas esse conceito é produzido a partir
das relações que mantemos com os outros. Então a identidade é algo fugaz em permanente
transformação. É um processo que ocorre desde o nascimento do ser humano até sua morte.
Por isso, podemos dizer que a nossa identidade está em constante mudança. (LANE, 2006). A
autora ainda enfatiza “ que apenas quando formos capazes de [...] encontrar razões históricas
da nossa sociedade e do nosso grupo social que explicam por que agimos hoje da forma como
o fazemos é que estaremos desenvolvendo a consciência de nós mesmos”.
O indivíduo constrói a sua história, como um ser individualizado e, juntamente,
social. Esse processo de transformação pode trazer angústia, dúvidas o que pode causar uma
crise de identidade, diante da contradição que o indivíduo vive, entre a necessidade de se
padronizar para ser aceito em um grupo e a necessidade de se destacar como único
(SAWAIA, 2006).

• TECNOLOGIA E RELAÇÕES FAMILIARES


Aos trabalhamos no contexto das tecnologias que são diversas hoje em dia para
facilitar a comunicação e o estudo, como tablete, smarthfone, computadores, e outros, aqui
nos iremos abordar especificamente o uso de celulares pelos adolescentes, mostrando como
este objeto tecnológico pode interferir direta ou indiretamente no seu comportamento no meio
em que vive.
Os telefones celulares tornaram-se uma parte bastante relevante da vida cotidiana dos
adolescentes. O telefone móvel não é apenas usado para a comunicação, ele é utilizado para a
administração funcional de uma família e para a interação de um grupo. Os celulares têm
consentido novos modos de relações sociais na qual transformou-se em um componente
capaz de causar desentendimentos nas relações familiares, principalmente na interação entre
pais e filhos. (LING, 2004).
Alves (2011) afirma que é importante que pais e mães observem-se ao mundo
habituado por seus filhos – seja ele real ou virtual. Acompanhar e encontrar, desde os
primeiros passos digitais dos filhos, oportunidades de tornar a tecnologia uma aliada no
estreitamento das relações familiares é obrigatória para pais e mães que não desejam viver em
mundos totalmente diferentes dos seus filhos no futuro.
O avanço tecnológico oferece diversos meios práticos e interesses que conecta os
indivíduos em diferentes lugares do planeta ao mundo virtual. Com tantas facilidades que a
tecnologia proporciona, pode-se, com apenas um click, acessar a internet, conteúdos, jogos
eletrônicos, redes sociais, estabelecer vínculos em grupos virtuais e rotinizar diálogos através
do Smartphone (LEMOS, 2016).
Rossi (2015) diz que ao mesmo tempo em que a tecnologia facilita nossa vida, gera
uma pressão extrema, em termos de imediatismo, com a velocidade da informação, e
pressiona as pessoas. Dessa forma, ela gera problemas de estresse e ansiedade. Para Viera
Júnior apud Perucci (2016), “a própria ansiedade, na verdade, numa certa vertente, tem a ver
com a impossibilidade de acessar o que se quer”.
Hanaver (2005) enfatiza que as pessoas estão deixando de sair de sua residência para
se divertir com os amigos, para ficar em frente ao computador teclando com outras pessoas.
Portanto, nos dias atuais, a tecnologia mais uma vez está modificando o convívio familiar e
social. Ela está sendo incluída como um fator indispensável, participando de qualquer
situação ou contexto em que as pessoas estejam. O mundo virtual vai progredindo e
confundindo os seus limites com o mundo real. As tecnologias digitais vão
transformando os comportamentos e hábitos sociais de todos que fazem o seu uso, sobretudo,
dos adolescentes.
Segundo Libâneo (2010), diz que as estruturas de relacionamento social e familiar
foram recriadas a partir da popularização da Internet na vida das pessoas. A apropriação das
novas tecnologias digitais móveis acontece cada vez mais rápida no cotidiano, satisfazendo
aos desejos, motivações e interesses, principalmente dos jovens, impactando nas relações
familiares e ressignificando o vínculo afetivo.
 Comportamento disfuncionais relacionados ao uso do celular
Diante de avanços tecnológicos e o surgimento de celulares, bem como
computadores mais desenvolvidos, os indivíduos passaram a tornar se mais dependentes
destes aparelhos e modificaram completamente seu modo de viver e se relacionar gerando
transformações psicológicas. O que antes era necessário mais de um aparelho para realizar
operações, hoje passa a ser utilizado um único aparelho e decorrente disso observa se um uso
abusivo na interação com essa tecnologia, que de fato resulta em uma dependência.
Decorrente disto surge então uma preocupação sobre os impactos do uso das tecnologias e
das consequências que ele ocasiona na vida do indivíduo (MAZIERO, OLIVEIRA, 2016).
King, Nardi e Cardoso (2014) argumentam que a utilização exacerbada e abusiva da
tecnologia resulta em consequências nos níveis comportamentais, cognitivos, clínicos, sociais
e ambientais, que implicam na interferência direta em vários âmbitos da vida do indivíduo,
potencializando impactos dessa dependência.
King e Nardi (2013) enfatizam ainda a necessidade de compreensão acerca da
diferença da utilização tecnológica enquanto uma dependência normal, tal como saber
identificar o instante em que está se faz “patológica”, dado que o uso diário mesmo que por
longo período não caracterize em si algo patológico, a dependência patológica indica que há
relação a algum transtorno primário, tal como um transtorno ansioso que conduza o indivíduo
à dependência da tecnologia e cause danos à sua vida.
O processo da dependência tecnológica então vai ser considerado uma questão
patológica a partir do momento em que o sujeito de fato não consegue viver sem a presença
de um aparelho telefônico ou de algum outro dispositivo, com isso é possível ver que a
dependência se torna algo prejudicial na vida desse sujeito, enquanto há também uma
dependência considerada normal que é o uso excessivo só que sem esse impacto, em que o
sujeito utiliza da tecnologia, mas caso seja necessário ficar sem ela não sofre como se fosse
uma doença que ele tem, ou como parte dele que faltasse, ele até sente falta do seu aparelho,
como por exemplo ficar triste por estar sem seu celular, entretanto sem deixar que isso o
prejudique, é sentir falta, mas conseguir viver independentemente da existência do aparelho
(MAZIERO, OLIVEIRA, 2016).

 CONTRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA PARA POSSÍVEIS INTERVENÇÕES


NO COMPORTAMENTO SOCIAL DO ADOLESCENTE DE FORMA
PREVENTIVA
Como o o psicólogo pode intervir junto aos adolescentes no contexto escolar de
formar preventiva relacionado a utilização de tecnologias
Diante desse contexto, a contribuição da atuação do psicólogo é de suma
importância, principalmente na identificação dos atos disfuncionais do adolescente. Uma das
abordagens psicoterapêuticas de Aaron T. Beck, a Terapia Cognitiva estuda a cognição
voltada para pensamentos, emoções e lembranças do paciente. As técnicas são utilizadas para
auxiliar o adolescente a identificar estes desejos, pensamentos, dificuldades, carências e a
entender seu comportamento. O psicólogo irá auxiliar o paciente a enxergar seus sintomas
alvos e então trabalhar junto ao adolescente na promoção de mudanças desses
comportamentos e pensamentos distorcidos (FUKUMITSU, 2014).
Crippa (2017) propõe algumas orientações como forma de aliviar os impactos do uso
das tecnologias, objetivando inclusive restringir a dependência dos indivíduos, através de
atividades na monitoração dos comportamentos viciosos, de higiene do sono e busca de
interação social pessoalmente ao invés da persistência do celular. Semelhantes práticas
relacionadas pelo autor, como propostas reforçam com o trabalho de treino comportamental
que pode ser desenvolvido na TCC, como meio de diminuir as crenças desadaptativas que são
mostrados na compulsão pela tecnologia.
Spraggins (2009); Dowling & Brown (2010) relatam que os tratamentos mais
eficientes para a dependência da internet podem ser abordagens múltiplas que incluem TCC,
trabalho familiar e atenção para a morbidez dessa patologia. Psicoterapia com uso associado
de medicações e/ou internações, pode ser um método positivo para tratar indivíduos viciados
em internet.
Silva, Pereira, & Aquino (2011) relatam que a abordagem cognitivo-comportamental
tem sido adotada por distintas práticas e modalidades de intervenção, tal como no enfoque
individual e com grupos. A aplicabilidade das intervenções nesse campo tem sido estudada há
décadas, a partir das primícias de sua proposição, através dos estudos de Aaron Beck e Albert
Ellis Knapp (2004), e sua variação em termos práticos tem resultado em sua recomendação
como uma abordagem indicada em diversos casos de tratamento na saúde pública.
Clark & Beck (2012) expressam que a finalidade da Técnica Cognitiva
Comportamental Grupal - TCCG vem sendo desenvolvida para atuação na promoção de
saúde em diversos âmbitos, sejam no campo clínico, escolar, nos serviços públicos de
assistência à saúde ou grupais.
Neufeld (2011) fala sobre a existência de quatro modalidades de intervenções
cognitivo-comportamentais em grupo: 1) psicoeducação, 2) grupos de apoio, 3) grupos de
orientação e/ou treinamento e 4) grupos terapêuticos. Cada um com sua peculiaridade, onde
em todas as modalidades a atividade psicoeducativa se torna presente, tendo singularidade
para proporcionar informações a respeito do teor dos problemas, as dificuldades dos
integrantes e compreensão sobre as características, os cursos e os tratamentos efetivos. E
proporciona aos pacientes que reconheçam suas dificuldades e identificar o que está
associado a elas (emoções, pensamentos, comportamentos) e busquem estratégias de
intervenção para proporcionar mudanças.
Cade (2001) afirma que além de analisar o problema focal, permite conhecer melhor
as habilidades de relacionamento, estilo de vida e adequação social. Com base literária, se
refere a intervenção como meio que possibilita experiências similares às situações do
cotidiano por se compor em um mundo pequeno social que permite a aprendizagem desde a
experiência do outro, permitindo encontrar resultados para os problemas expostos. Além
disso, a intervenção psicológica com grupos concede coletivizar o serviço psicológico que
ainda constitui alta despesa para cidadãos brasileiros (Chacon et al., 2003).
Neufeld, Moreira, & Xavier (2012) afirmam que a TCCG é um conjunto que permite
a aplicação de técnicas específicas com o objetivo de atingir resultados próprios na melhora
sintomatológica. O principal diferencial dessa abordagem em relação a outras modalidades
grupais de intervenção é a homogeneidade na formação dos grupos.
Bourguignon; Guimarães; Siqueira (2010) e Neufeld (2011) expressam que os Grupos
Terapêuticos são os modelos grupais mais comuns em TCCG e que visam intervenções
estruturadas em sintomas específicos, objetivando a psicoeducação, saúde e apoio, a
prevenção de recaídas e a orientação para a mudança .
Neufeld, Moreira e Xavier (2012) relatam que o tratamento a partir da TCCG não
promove apenas uma diminuição temporária de sintomas, mas permite manutenção a longo
prazo da melhora alcançada. Isso ocorre porque os pacientes aprendem a modificar os
pensamentos disfuncionais, sentem se melhores emocionalmente, se comportam de maneira
mais positiva em busca de suas metas.
Neufeld (2011) fala que a princípio o terapeuta constrói plano e protocolos para o
grupo, tendo atenção na influência dos conceitos e na estrutura das sessões e cria tarefas que
interagem, auxiliando no alcance de metas e no andamento do programa.
Rani (2011) relata que o emprego da TCCG tem o objetivo de auxiliar os indivíduos
a aprenderem novos comportamentos; proporcionando então examinar sistemas de crenças e
comportamentos dos pacientes. O grupo se torna o local ideal para aprender a interagir e se
relacionar com as pessoas, ocasionando novas práticas comportamentais.
• PROBLEMA
Quais as consequências psicossociais que o celular pode causar ao adolescente em
relação ao contexto familiar?
• HIPÓTESES
O uso abusivo do celular pode causar mudanças de comportamento no adolescente,
pois ficam desligados do mundo real, deixando de estudar, de se divertir ao ar livre e até
dialogar entre si e com entes próximos.
O adolescente na sua fase de desenvolvimento, pode perder o interesse nos
acontecimentos cotidianos externo ao celular, ou seja, nas manifestações escolares e
familiares deixando de ser vivida com intensidade.

• OBJETIVOS
 Objetivo Geral
Analisar os aspectos psicossociais que influenciam o comportamento do adolescente
a partir de sua interação com o telefone celular no contexto familiar
 Objetivo Específico
• Descrever o desenvolvimento biopsicossocial do adolescente
• Identificar o possível efeito do uso do celular na conduta do adolescente,
considerando principalmente seu convívio familiar e seu rendimento escolar;
• Compreender a contribuição da Psicologia para possíveis intervenções no
comportamento social dos jovens a partir do uso do telefone celular.
• JUSTIFICATIVA
Relaciona-se ao fato de se basear em um tema atual e presente na sociedade,
sobretudo no modo como o adolescente se interage com a tecnologia e, principalmente, com
o aparelho celular. O interesse partiu através da revisão de livros, artigos e monografias.

METODOLOGIA
O método de pesquisa utilizado será do tipo qualitativo por ser uma forma
apropriada para atender a natureza de um fenômeno social que é adolescência contemporânea
e a tecnologia: os impactos psicossociais sobre a geração de adolescentes conectados as
tecnologias digitais no contexto familiar. Nosso será de natureza descritiva exploratória, por
conta de descobrir as características desse fenômeno que são considerados como objeto de
uma situação específica e social.
A pesquisa qualitativa envolve uma abordagem que interpreta o mundo, o que leva
os seus pesquisadores estudarem as coisas em seus cenários naturais, tentando entender os
fenômenos em termos dos significados que as pessoas a eles averiguam. Por sua vez,
enfatizam que a pesquisa qualitativa atribui de forma fundamental, a importância aos
depoimentos dos atores sociais envolvidos, aos discursos e aos significados transmitidos por
eles. Nessa perspectiva, esse tipo de pesquisa preza pela descrição detalhada dos fenômenos e
dos elementos que o envolvem (DENZIN & LINCOLN, 2006; VIEIRA & ZOUAIN,2005).

A pesquisa de campo buscar respostas para determinado estudo, é preciso resolver


ou amenizar um determinado problema em questão, por conta disso, toda pesquisa tem que
ser construída e fundamentada. Uma pesquisa precisa construir-se a partir de uma síntese que
o pesquisador expressa de suas próprias ideias e diferentes autores. Segundo Gonçalves
(2001, p. 67):

A pesquisa de campo é o tipo de pesquisa que pretende buscar a informação


diretamente com a população pesquisada. Ela exige do pesquisador um encontro
mais direto. Nesse caso, o pesquisador precisa ir ao espaço onde o fenômeno
ocorre, ou ocorreu e reunir um conjunto de informações a serem documentadas
[...].

Este estudo foi realizado e fundamentado através de fontes bibliográficas constituído


por meio de leitura em obras de conhecimentos científicos e técnicos, artigos, revistas e livros
sobre o tema, encontrados na biblioteca da UNIP e em sites com bases de dados tais como: o
Scielo, Pepsic e outros, no qual, trouxesse um melhor apoio ao assunto abordado,
viabilizando o acesso a um maior número possível de informações.

( colocar a linha de pesquisa fenomenologia ou observação participante)

Os sujeitos do estudo, foram estudantes do 3° ano da Escola Estadual Professor Rui


Alencar, do turno vespertino...

Para a coleta de dados foram realizadas uma entrevista


• REFERÊNCIAS
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