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Capítulo 1 – Referencial teórico e conceptual

1.1. Definição de conceitos-chave

1.1.1. Recursos Financeiros

De acordo com Pereira (2005), recursos financeiros podem ser entendidos como uma forma
de investimentos, empréstimos entre outros, mas sempre visando a viabilidade dos negócios
que proporcionem não somente o crescimento, mas também o desenvolvimento e
estabilização.

Na mesma linha de pensamento, Musgrave (1994) nos diz que, recursos financeiros
representam os meios monetários detidos por uma organização, ou a capacidade de os obter
nos mercados ou junto de entidades financiadoras, podendo ser utilizados no financiamento
da actividade corrente ou no financiamento de novos investimentos. Desta forma, os recursos
financeiros de uma organização são constituídos por todos os meios de pagamento tais como:
valores em caixa e os depósitos bancários, bem como outros activos detidos pela empresa
exclusivamente para venda, nomeadamente inventários, sejam eles matérias-primas, produto
acabado ou mercadorias, sendo facilmente convertíveis em meios de pagamento.

1.1.2. Gestão de recursos financeiros

Na perspectiva de Pereira (2005), Gestão de Recursos Financeiros é o conjunto de actividades


de âmbito financeiro que procuram assegurar a rentabilidade (relação entre os capitais
investidos e os resultados por eles gerados) e a solidez financeira quer a curto ou a longo
prazo, bem como o financiamento da actividade e dos investimentos e a aplicação de fundos
excedentários.

Neste sentido, Gama (2009) afirma que a gestão financeira é uma das áreas funcionais da
gestão, sendo a responsável pelas análises, decisões e actuações relacionados com os meios
financeiros necessários à actividade da organização. Por conseguinte, a gestão financeira
integra todas as actividades ligadas à obtenção, utilização e controlo de recursos financeiros
de forma a garantir a estabilidade das operações da organização, bem como, a rendibilidade
dos recursos nela aplicados.
1.1.3. Receita pública

Segundo Franco (1996), receita pública é qualquer recurso obtido durante um dado período
financeiro, mediante o qual o sujeito público pode satisfazer as despesas públicas que estão
ao seu cargo.

Segundo o mesmo autor, receita pública é o valor em dinheiro administrado pelo Tesouro
Nacional usado para pagar as despesas e investimentos públicos. É o resultado dos impostos,
taxas, contribuições e outras fontes redireccionados para as despesas públicas. Portanto, ela é
formada pelas contribuições pagas pelos cidadãos e pelos empréstimos feitos pelo Governo
(Ibidem).

Breda (1999), por sua vez, nos diz que receita pública é todo o tipo de entrada de receita de
carácter não devolutivo auferidas pelo poder público em qualquer esfera governamental para
alocação e cobertura das despesas públicas. Dessa forma, toda a entrada orçamentária
constitui uma receita pública, pois tem como finalidade atender às despesas públicas.

1.1.4. Despesa pública

Na opinião de Fortes (2005), a despesa pública pode ser conceituada levando em


consideração dois enfoques: sentido lato e sentido restrito. Portanto, as despesas públicas, em
sentido stricto sensu, são as despesas orçamentárias que somente poderão ser executadas se
estiverem autorizadas na lei orçamentária anual ou nas leis de créditos adicionais, e que
caracterizam os gastos que o Governo realiza para atender as necessidades da população.

Já as despesas públicas, em sentido lato sensu, abrangem além das despesas orçamentárias,
anteriormente citadas, as despesas extraorçamentárias, que são representadas pelas
devoluções de recursos de terceiros, pelas operações de crédito por antecipação de receita e
pelos pagamentos de restos a pagar, serviço da dívida e consignações diversas.

Neste sentido, Pereira (2005) afirma que, a despesa pública consiste no conjunto das despesas
do Estado ou de outra pessoa jurídica de Direito Público, autorizados no orçamento, para o
funcionamento e manutenção dos serviços prestados à sociedade, por meio da realização de
obras e prestação de serviços públicos.
1.1.5. Autonomia política local

De acordo com Souza (1998), autonomia local é a capacidade que as autarquias locais têm
para tomar decisões em relação aos serviços que por eles são confiados sem a interferência do
órgão tutelar central. Ainda, consiste na capacidade que as autarquias locais têm para
influenciar políticas regionais que possam afectar os seus interesses.

Segundo o mesmo autor, autonomia local é o direito e a capacidade efectiva de as autarquias


locais regulamentarem e gerirem, nos termos da lei, sob sua responsabilidade e no interesse
das respectivas populações, uma parte importante dos assuntos públicos (Idem).

King e Pierre (1990), por sua vez afirmam que, autonomia local é a capacidade dos governos
locais para formular e incumbir-se de políticas públicas sob a sua competência,
independentemente de considerações externas.

1.1.6. Autonomia Patrimonial das Autarquias

Na opinião de Cistac (2001), Autonomia Patrimonial das autarquias consiste no poder ou na


capacidade em ter património próprio, neste caso, bens móveis e imóveis, direitos e acções
que a qualquer título lhe pertençam ou venham a pertencer para a prossecução das suas
atribuições enquanto autoridade local, permitindo gerir e tomar decisões relativas ao
património público, exercendo deste modo a plenitude das suas atribuições.

1.1.7. Autonomia financeira

Segundo Dias & Oliveira (2006:59), Autonomia Financeira consiste na possibilidade de se


praticar actos administrativos, só susceptíveis de impugnação directa em via contenciosa,
possibilidade de decisão independente no âmbito das suas funções.
1.8. Município
1.8.1. Competência própria das Autarquias locais

De acordo com Aguiar (1995, p. 39), a autonomia política “consiste em governo próprio, com
representantes escolhidos livremente pelos municípios, mediante pleito directo e secreto,
realizado simultaneamente em todos os municípios”.

1.8.2. Gestão das Autarquias Locais


1.8.3. Classificação das receitas e despesas das autarquias locais
1.8.4. Dependência financeira das autarquias face às transferências fiscais efectuadas
pelo Estado

1.9. Descentralização fiscal

1.10. Teoria institucionalista


Bibliografia

Fortes, João (2006). Contabilidade Pública. Brasília: Franco & Fortes.

Gama JR, Fernando Lima (2009). Fundamentos de Orçamento Público e Direito Financeiro.
São Paulo: Campus.

Musgrave, Richard A (1994). Teoria da Finanças Públicas. São Paulo: Atlas.

Breda, Michael F. Van; Hendriksen, Eldon S. (1999).Teoria da Contabilidade. São Paulo:


Atlas.

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