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Mark Hitchcock

QUEM É O ANTICRISTO?
RESPONDENDO À PERGUNTA QUE TODOS
FAZEM

Ebook - 1ª edição - 2015


Traduzido do original em inglês: Who is the Antichrist?
Harvest House Publishers
Eugene, Oregon – USA. - ISBN 978-0-7369-3995-9
Tradução: Cleide Camargo
Revisão: Sérgio Homeni, Ione Haake, Célia Korzanowski Edição: Arthur Reinke
Capa: Tobias Steiger
Layout: Roberto Reinke
Passagens da Escritura segundo a versão Almeida Revista e Atualizada (SBB),
exceto quando indicado em contrário: Almeida Revista e Corrigida – ARC, Almeida
Corrigida Fiel – ACF ou Nova Versão Internacional – NVI.
Todos os direitos reservados para os países de língua portuguesa.
Copyright 2015 Actual Edições
Ebook ISBN - 978-85-7720-125-9
R. Erechim, 978 – B. Nonoai 90830-000 – PORTO ALEGRE – RS/Brasil Fones (51)
3241-5050 e 0300 789.5152
www.chamada.com.br - pedidos@chamada.com.br
Para Jay Risner, Um amigo fiel e colaborador de Cristo. Grato
por seu exemplo e influência de justiça sobre meus filhos e por
seu coração para o nosso Senhor e para Sua Igreja.
“Quando Satanás tentou Jesus no deserto,
ele ofereceu a Jesus todos os reinos deste mundo se o
Senhor
Se prostrasse e o adorasse.
Logicamente que Jesus recusou sua oferta.
Mas, no futuro, virá um homem que aceitará a oferta
de Satanás e em quem Satanás habitará, dando seu poder,
seu trono e toda sua autoridade nas mãos desse homem”.
Donald Grey Barnhouse
ÍNDICE

Parte 1 - A Curiosidade Sobre o Anticristo


Por que atualmente existe tanto interesse e tanta
especulação sobre o Anticristo?
Por que eu devo me preocupar com o Anticristo?
Onde a Bíblia fala sobre o Anticristo?
O que a Igreja Primitiva acreditava sobre ele?
Os crentes saberão quem é o Anticristo antes do
Arrebatamento? Será que devemos tentar descobrir a
identidade dele?
Parte 2 - O Caráter do Anticristo
O que significa a palavra Anticristo?
O Anticristo será uma pessoa real, um indivíduo?
O que é o “espírito” do Anticristo?
Como ele será?
Ele será judeu ou gentio?
Ele será a encarnação de Satanás?
Ele será um indivíduo ressuscitado do passado?
Que outros nomes e títulos ele terá?
Títulos do Anticristo
Ele será homossexual?
Qual é a nacionalidade do Anticristo?
Ele será muçulmano, possivelmente o Mahdi islâmico?
Um presidente americano poderia ser o Anticristo?
O Anticristo é a mesma pessoa que “Gogue” em Ezequiel
38?
A marca da besta (666) é do passado ou do futuro?
O que é a marca da besta?
Qual é o significado do número 666?
Por que 666?
Qual é o propósito da marca?
Será que a moderna tecnologia tem algo a ver com a marca
da besta?
Como o Anticristo irá persuadir as pessoas de receberem
a marca?
10 Chaves para entender a marca da Besta
Parte 3 - A Vinda do Anticristo
Como o Anticristo chegará ao poder mundial?
Quais são alguns dos sinais da sua vinda?
A reunificação do Império Romano
O globalismo
O templo reconstruído
O clamor do mundo pela paz
Parte 4 - A Carreira do Anticristo
O que o Anticristo fará durante sua carreira?
As atividades do Anticristo
Durante quanto tempo ele governará o mundo?
Qual é o relacionamento do Anticristo com a Babilônia?
Ele será assassinado e tornará a viver?
Uma imitação ou a realidade?
Sinais, maravilhas e milagres
Linguagem idêntica
Quem é o falso profeta e qual é o relacionamento dele com
o Anticristo?
Judeu ou gentio?
A obra do falso profeta
Dez características identificadoras do Falso Profeta
Por que o Anticristo perseguirá o povo judeu?
Que relacionamento ele terá com as duas testemunhas?
Existem figuras históricas ou “tipos” que prefiguram a
carreira do Anticristo?
Será que o Anticristo estará debaixo do controle de Deus?
As dez chaves para a identidade do Anticristo
Parte 5 - A Consumação do Anticristo
O Anticristo e o Armagedom: O que acontecerá?
O Anticristo está vivo atualmente?
Como isto se aplica à sua vida hoje?
Notas
A CURIOSIDADE SOBRE O
ANTICRISTO

“Muitas pessoas crêem que a grande final do jogo milenar já


começou.
À medida que a civilização se apressa em direção ao seu
destino final,
o aparecimento de um poderoso governante mundial
é inevitável. A questão extrema que nossa geração enfrenta
é saber se ele já está vivendo e passando bem,
e se movendo em direção ao poder”.
Ed Hindson, (“O Anticristo Está Vivo e Passa Bem?”)

Por que atualmente existe tanto interesse e


tanta especulação sobre o Anticristo?
Há algum tempo ouvi uma história sobre dois
Testemunhas de Jeová, que estavam indo de porta
em porta e esperando pela oportunidade de falar
com as pessoas sobre a visão deles. Chegaram à
porta de um homem que os convidou para entrar e
pediu que se sentassem na sala de visitas enquanto
ele cuidava de alguma coisa lá no quarto dos fundos.
Depois de alguns minutos, o homem voltou para a
sala de visitas e disse: “Bem, e sobre o que era que
vocês queriam falar comigo?” Surpresos, os dois
Testemunhas de Jeová se entreolharam. Então, um
deles disse:
“Não sabemos. Nunca chegamos tão longe
antes”.
Esta é uma ilustração bem precisa sobre onde
as pessoas se encontram hoje, com relação ao
futuro: Nunca chegamos tão longe antes. Em
Romanos 13.11-12, lemos:
“E digo isto a vós outros que conheceis o
tempo: já é hora de vos despertardes do sono;
porque a nossa salvação está, agora, mais perto do
que quando no princípio cremos. Vai alta a noite, e
vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das
trevas e revistamo-nos das armas da luz”.
Está ficando cada vez mais claro para muitos
que este mundo está chegando a um final e as
pessoas estão fazendo perguntas sobre o futuro
como nunca haviam feito antes. Muitos estão
temerosos, ansiosos e inseguros. Existe uma
fascinação crescente com aquilo que poderá
acontecer a seguir. As pessoas estão cada vez mais
concentradas naquilo que o amanhã pode trazer.
Colapsos econômicos, a ameaça de pragas
pandêmicas, desastres cataclísmicos naturais e a
temida ameaça do terror nuclear, todos convergem
para fazer do mundo um lugar mais perigoso que já
houve em qualquer outra época na história da
humanidade.
Ao mesmo tempo, há uma conversação
crescente entre os líderes mundiais sobre esforços
em direção a uma unidade global. Por exemplo, tem
havido importantes conferências sobre economia e
sobre clima, nas quais os representantes dos
governos têm tentado conseguir que vários países
trabalhem em conjunto visando determinados alvos.
E há outras maneiras através das quais vários
governos solicitam cooperação global com relação a
problemas e questões específicas. Cada vez mais
estamos vendo esforços em direção à centralização
do poder, o que está levando muitos a imaginar se o
tempo do Anticristo chegou – se o governador final
do mundo e seu governo mundial único estão para
fazer a sua estréia no palco do mundo. O mundo
está ansioso por alguém que possa trazer esperança
e fornecer as respostas para o aumento das crises
mundiais. Será que a chegada do Anticristo pode ser
logo? Será que ele já está vivendo agora e presente
em algum lugar da terra, esperando que seu tempo
chegue?
Em nossos dias, as pessoas estão falando cada
vez mais sobre o Anticristo. De certa forma, isso
não surpreende porque as pessoas sempre tiveram
uma fascinação pela personificação humana do mal,
e já tiveram o auge tentando imaginar quem é o
Anticristo. A identidade do Anticristo já intrigou
pessoas durante 2.000 anos, e muitos acharam
irresistível a tentação de identificá-lo. Há séculos
elas têm sugerido inúmeras possibilidades e os vários
papas têm sido candidatos consistentes. Diz-se que
Martinho Lutero, o grande reformador, falou o
seguinte: “Sinto-me muito mais livre agora que sei
que o papa é o Anticristo”.
Dentre os candidatos mais proeminentes que
foram mencionados estão o Imperador Frederico II,
o Papa Inocêncio IV, Maomé, os Turcos, Napoleão,
Hitler, Mussolini e Stalin. Em épocas mais recentes,
não tem havido escassez de nomes:
• Presidente John F. Kennedy – era católico e
foi assassinado com um ferimento na cabeça.
Algumas pessoas associaram este fato ao
ferimento mortal que o Anticristo um dia vai
receber (ver Apocalipse 13.3) e esperavam que
Kennedy voltasse a viver.
• Henry Kissinger – era judeu e seu nome, de
acordo com alguns cálculos, é igual a 666.
Uma razão chave pela qual algumas pessoas
sugeriram que ele poderia ser o Anticristo foi
sua reconhecida diplomacia e atitude
pacificadora.
• Mikhail Gorbachev – Quem poderia ignorar
aquela grande marca vermelha que ele tinha em
sua testa? Algumas pessoas pressupuseram que
essa marca só poderia estar relacionada à marca
da besta.
• Presidente Ronald Reagan – Seu nome,
Ronald Wilson Reagan, era composto por três
palavras com seis letras cada uma, e algumas
pessoas as equacionavam com o número 666.
Elas também achavam que sua recuperação de
um atentado a tiro poderia ter algum
significado.
• Bill Clinton – Muitas pessoas apontaram Bill
Clinton como possivelmente sendo o
Anticristo, e algumas viam Hillary como o falso
profeta (um companheiro do Anticristo que, de
acordo com o livro de Apocalipse, promoverá
o poder do Anticristo e persuadirá as pessoas a
adorá-lo).
• Algumas pessoas falam jocosamente que esse
esforço para identificar o Anticristo é como
uma tentativa às escuras. Vale a pena observar
que aqueles que se engajam nesse exercício
jogam a culpa em quem quer que seja que eles
não gostem. Quase todos os presidentes
americanos desde Ronald Reagan têm sido
identificados por alguém como sendo o
Anticristo. Portanto, não é tão surpreendente
que, depois que Baraque Obama se tornou
presidente, alguns começaram a sugerir que ele
seria o Anticristo. Há programas de notícias em
televisão a cabo que mostraram entrevistas e
histórias sobre essa afirmação, e pesquisas de
opinião mostram que esta não é simplesmente
uma crença de alguma ala lunática. De acordo
com uma pesquisa de opinião feita por Louis
Harris em 23 de março de 2010,
• 67 por cento dos republicanos (e 40 por cento
dos americanos em geral) crêem que Obama é
um socialista;
• 45 por cento dos republicanos (e 25 por cento
dos americanos em geral) crêem que Obama
“não nasceu nos Estados Unidos e, portanto,
não seria elegível para presidente);
• 38 por cento dos republicanos (e 20 por cento
dos americanos em geral) dizem que Obama
“está fazendo muitas das coisas que Hitler fez”.
Mas a verificação mais intrigante de todas é
que 24 por cento dos republicanos (e 14 por cento
dos americanos como todo) dizem que Obama
“pode ser o Anticristo”. Aqueles que mantêm essa
visão foram apelidados de “Antichristers”, assim
como aqueles que questionam a cidadania do
Presidente Obama são chamados de “birthers”.[1]
O fantasma do Obama como o Anticristo
circula amplamente pela Internet. Há um vídeo que
tem uma série de seguidores que afirmam que Jesus
nos deu o nome do Anticristo e ligam Baraque
Obama ao nome, embora um discordante diga que o
narrador não está afirmando que o Presidente
Obama é o Anticristo. O vídeo se baseia em Lucas
10.18, onde Jesus diz: “Eu vi Satanás caindo do
céu como relâmpago”. O argumento então
prossegue da seguinte forma:
1. Jesus falou em aramaico, não em grego.
2. Jesus disse: “Eu vi a Satanás caindo das alturas, ou dos céus”.
3. A passagem é, então, retraduzida como: “Eu vi a Satanás
caindo como relâmpago dos céus”.
4. Nota-se que, no hebraico bíblico, a palavra traduzida por
“relâmpago” é “baraq”.
5. Isto está relacionado com Isaías 14, que fala de Satanás ou de
Lúcifer.
6. A palavra hebraica traduzida por “alturas” em Isaías 14.14 é
“bamaw”.[2]

Bem, já se pode ver onde isso vai chegar. Há,


por acaso, alguma validade nessa linha de
pensamento? A melhor análise desse raciocínio foi
feita pelo estudioso do Novo Testamento, Daniel B.
Wallace. Depois de comentar cada um dos pontos
acima e vários outros, Wallace chegou à seguinte
conclusão:
Quando tudo é dito e feito, a evidência a que se chega
é que é simplesmente uma tapeação. Jesus não falou em
hebraico, e o hebraico que é dado aqui não significa
“relâmpago das alturas”. Baraq ubamah significa
“relâmpago e altura”. Mas isso raramente poderá ser o
aramaico subjacente (que não é o hebraico) para o texto
grego de Lucas 10,18. Assim, é necessário um salto
linguístico do grego para o aramaico e para o hebraico,
com mudanças gramaticais e de vocabulário ao longo do
caminho, para fazer com que Lucas 10.18 signifique o
que o narrador quer que signifique.[3]

Muitas coisas foram ditas em alguns círculos


sobre o número vencedor da loteria no dia 5 de
novembro de 2008, o dia após a vitória de Barack
na eleição presidencial, em seu estado de origem
(Illinois): o número foi 6-6-6. Outros disseram que o
código de endereço postal dele é 60606. Um blog
observou o seguinte: “Por que há tantas
coincidências dentre o Baraque e o número 666?
Depois, passou a listar as “supostas” coincidências:
• Data do nascimento = 4 de agosto (216º dia do
ano) (216 = 6 x 6 x 6)
• Local do nascimento = Longitude 21,6
(novamente o número 216) 216 (21,6) = 6 x 6
x6
• Nome = 18 letras (18 = 6 + 6 + 6)
• O número da loteria vencedora em Chicago, do
Estado que era governado por Obama, no dia
seguinte à sua eleição para presidente, foi 6 – 6
– 6.
• O próximo vencedor foi 7 – 7 – 7 – 9
• De acordo com a numerologia de Deus:
666 = Anticristo
777 = Complitude perfeita
9 = Julgamento
6667779 = Anticristo, conclusão perfeita de
julgamento (tempo)? [4]
Não tenho a menor idéia se estas alegações são
verdadeiras ou não, mas isso mostra até onde
algumas pessoas são obcecadas em tentar descobrir
a identidade do Anticristo. Não muito tempo depois
que o furor sobre Obama estava em voga, um grupo
extremista chamado a milícia Hutaree recebeu
bastante atenção nos noticiários porque havia
engendrado assassinar um policial e depois matar os
que estivessem em seu funeral com a ajuda de
bombas caseiras. Tudo isto era parte de um grande
plano para se prepararem para a batalha com o
Anticristo. Uma parte-chave da teologia tramada por
esse grupo era a crença de que o ex-secretário geral
da OTAN, Javier Solana, é o Anticristo.[5]
Outro motivo para o grande interesse que as
pessoas têm no Anticristo é derivado da presença de
uma figura do Anticristo em muitas religiões do
mundo. Você pode ficar surpreso, como eu fiquei,
ao saber que as três grandes religiões do mundo, o
Cristianismo, o Judaísmo e o Islamismo, ensinam
sobre um governador mundial poderoso e sinistro,
que aparecerá durante os tempos do fim. Todos
estão procurando um homem de perversidade sem
paralelos, um inimigo extremo, que virá durante os
últimos dias e assumirá o controle do mundo.
No Islamismo, essa pessoa é chamada Al-
Dajjal, que em árabe significa “o enganador”. Seu
título completo é Al-Maseeh (o Messias) Ad-Dajjal
(o Mentiroso; o Enganador). Aqui estão algumas de
suas principais características, de acordo com o
ensinamento islâmico:
• Ele será um homem jovem.
• Aparecerá durante uma época de Grande
Tribulação.
• Será cego de um olho (há fontes conflitantes
sobre qual dos dois olhos) e esse olho será
coberto por uma película grossa enquanto que
o outro olho será protuberante como uma uva
flutuante.
• Ele terá cabelos grossos.
• Terá a palavra “Infiel” (Kaafir) escrita entre
seus olhos, ou possivelmente em sua testa, mas
apenas os verdadeiros muçulmanos perceberão
seu significado.
• O Dajjal possuirá incríveis poderes
sobrenaturais que usará para enganar os
muçulmanos. De acordo com uma fonte, “O
Dajjal terá poderes do Diabo. Ele aterrorizará
os muçulmanos, fazendo-os seguirem-no,
convertendo-os à incredulidade. Ele esconderá
a verdade e divulgará a falsidade. O profeta
disse que o Dajjal terá o poder de mostrar a
imagem dos ancestrais mortos de uma pessoa
em sua mão, como se numa tela de televisão. O
parente (o morto) dirá: ‘Ó, meu filho! Este
homem está correto. Estou no Paraíso porque
fui bom e cri nele.’ Na realidade, aquele
parente está no inferno. Se o parente disser:
‘Creia neste homem; eu estou no inferno
porque não cri nele,’ alguém poderá dizer para
o Dajjal: ‘Não, ele está no Paraíso. Isto é
falso.’” [6]
• Ele será a encarnação do mal.
• Afirmará que é Deus.
• Será um judeu que reunirá 70.000 judeus
como seus seguidores, juntamente com outros
incrédulos e hipócritas.
• Ele seguirá em um redemoinho de engano e
destruição.
• Estabelecerá a si mesmo como o governador
em Jerusalém.
• Ele finalmente será morto por Jesus, no portão
Lídia, quando Ele voltar do céu.
• O surgimento do Dajjal no cenário mundial é
um dos dez sinais-chave do fim dos tempos
para o Islamismo.
O Judaísmo também possui uma figura do
Anticristo. O Judaísmo ensina que um governador
romano por nome Armilus será um operador de
milagres que dirigirá seus exércitos contra
Jerusalém. No final, Armilus será morto pelo
Messias ben Davi, ou seja, o Messias, Filho de
Davi, o verdadeiro Messias.
No Cristianismo, como já vimos, esse
governador final do mundo é conhecido como o
Anticristo, a Besta e o homem do pecado, bem
como por vários outros nomes e títulos.
Quando consideramos que três das maiores
religiões do mundo estão aguardando o surgimento
de um grande líder político-religioso no final dos
tempos, não surpreende que hoje a especulação
sobre a identidade do Anticristo esteja em alta. Na
verdade, há uma especulação crescendo rapidamente
de que ele já esteja aqui. E as pessoas querem saber
quem ele é. Eu creio que, à medida que os
problemas mundiais continuam a piorar, a
curiosidade se tornará cada vez mais intensa. Com
tudo o que está transpirando em nosso mundo hoje,
as pessoas estão fazendo perguntas sobre o final dos
tempos e sobre o Anticristo como nunca fizeram
antes. As perguntas são como:
• Os acontecimentos de nosso mundo atualmente
estão estabelecendo o palco para o
aparecimento do Anticristo?
• Quem é esse super-homem satânico que ainda
está para estourar no cenário mundial?
• De onde ele virá?
• Como ele será e o que ele fará?
• Será que ele surgirá durante nosso tempo de
vida?
Estes são os tipos de perguntas que espero
esclarecer neste livro à medida que buscamos
responder à grande questão que permanece como o
título deste livro: Quem é o Anticristo?

Por que eu devo me preocupar com o


Anticristo?
Quando o Anticristo lhes vem à mente,
algumas pessoas hoje podem se sentir como Denis,
o cartusiano, que disse: “Será que ainda não nos
desgastamos o suficiente com esse amaldiçoado
Anticristo?” [7] Mesmo assim, eu creio que há pelo
menos quatro motivos pelos quais deveríamos gastar
algum tempo para nos informar sobre a vinda do
Anticristo.
1º) A Bíblia tem muito a nos dizer sobre esse
governante mundial final. Depois de Jesus Cristo, a
principal pessoa em toda a profecia bíblica e em
toda a história humana é o governante mundial que
está por vir, ou seja, o Anticristo. Meu amigo, o Dr.
Harold Willmington, descreveu adequadamente a
singularidade do futuro ditador mundial. Como se
pode perceber a partir dos números na citação
abaixo, ele fez essa declaração alguns anos atrás
(1981), mas a idéia ainda permanece verdadeira:
“Desde os dias de Adão, estima-se que
aproximadamente 40 bilhões de seres humanos
nasceram em nossa terra. Quatro bilhões e meio
desse número estão vivos hoje. Entretanto, por
qualquer que seja o padrão de mensuração que se
possa empregar, o maior ser humano (exceto o
próprio Filho de Deus) em questões de habilidade e
realização ainda está por fazer sua aparição sobre
nosso planeta”.[8]
Provavelmente poucas pessoas percebem que
há mais de 100 passagens nas Escrituras que
descrevem a origem, nacionalidade, caráter, carreira,
reino e destino final do Anticristo. Ele é discutido
extensivamente no livro de Daniel, do Antigo
Testamento, bem como nos livros de 2
Tessalonicenses e Apocalipse, do Novo Testamento.
Deus não quer que fiquemos preocupados com esse
indivíduo de um modo não salutar e desequilibrado,
mas Deus quer, claramente, que saibamos a respeito
desse príncipe das trevas que está por vir, pois Ele
escolheu nos falar bastante sobre tal pessoa. O
volume total de informações sobre o Anticristo nas
Escrituras é razão suficiente para entendermos quem
ele é e o que ele fará.
2º) Saber o que vai acontecer ao Anticristo nos
dá a segurança de que Deus finalmente triunfará
sobre todo o mal. Se é certo que Deus triunfará
sobre a maior concentração do mal que há na pessoa
conhecida como Anticristo, então podemos ter a
certeza de que Ele triunfará sobre todo o mal que
está proliferando descomedidadamente em nosso
mundo. Esse conhecimento pode servir como uma
tremenda fonte de conforto e segurança em nossos
tempos cada vez mais problemáticos. Como disse o
professor de Bíblia, John MacArthur, referindo-se a
Apocalipse 13 e ao Anticristo: “A mensagem desta
passagem é clara. Que a besta monstruosa vinda do
abismo faça o seu pior. Que Satanás e suas hostes
demoníacas tenham a sua hora. Deus controla o
futuro e os crentes pertencem a Ele”.[9]
3º) Saber sobre o Anticristo nos ajuda a ver
como os acontecimentos atuais ao nosso redor estão
se unindo para estabelecer o palco para essa vinda.
Veremos mais sobre isto quando enfocarmos alguns
dos sinais da vinda do Anticristo. À medida que
testemunharmos os acontecimentos mundiais
tomando forma da maneira predita na Bíblia,
conheceremos grande paz porque experimentaremos
a segurança que vem de perceber que a Bíblia
previu o futuro com perfeita exatidão.
4º) Conhecer a verdade sobre o Anticristo pode
nos ajudar a reconhecer o erro e a apostasia de
nossos dias. Embora ainda não estejamos vivendo
nos tempos do fim, à medida que nos aproximamos
deles, podemos esperar uma enxurrada crescente de
apostasia e de falsos ensinamentos. Os professores
de profecia Thomas Ice e Timothy Demy nos
fornecem esta palavra bastante prática:
O ensino bíblico com referência ao Anticristo não foi
dado para nos deixar ansiosos, mas para nos
conscientizar. A conscientização da vitória de Deus
sobre o Anticristo e sobre todo o mal dá certeza aos
crentes de que tanto o presente quanto o futuro estão
firmemente dentro do alcance da mão de Deus.
Deveríamos estar preocupados com o Anticristo, não
apenas porque a Bíblia fala dele nem por causa de
curiosidade, mas porque ele nos fornece insight sobre o
mistério da iniquidade que já opera em nosso meio (2Ts
2.7). O padrão do mal que será executado claramente no
futuro e personificado no Anticristo deveria ser a nossa
preocupação, para que possamos sabiamente resistir ao
mal no tempo presente. Embora uma passagem bíblica,
ou um assunto, possa não ser aplicada diretamente a um
crente em particular hoje, um conhecimento detalhado
das Escrituras dá ao santo de Deus maior insight para
viver fielmente para o Salvador.[10]

A revelação de Deus sobre a incorporação final


do mal é outra parte da mensagem d’Ele ao homem,
e não deveríamos dispensá-la nem negligenciá-la.
Deus quer que saibamos sobre o Anticristo que virá,
e todo crente deveria entender a revelação de Deus
sobre ele como parte de seu entendimento total da
Palavra de Deus e do plano de Deus para todas as
eras.

Onde a Bíblia fala sobre o Anticristo?


A verdade sobre o governante mundial final
está espalhada por toda a Escritura, portanto pinta
um quadro muito consistente da pessoa dele e de sua
obra. O retrato do Anticristo se deriva de muitas
passagens bíblicas. Selecionei algumas das passagens
chave abaixo, e você se beneficiará da leitura dessas
passagens neste ponto porque as verá citadas muitas
vezes durante o restante deste livro.
- Daniel 7.8:

“Estando eu a observar os chifres, eis que


entre eles subiu outro pequeno, diante do qual três
dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que
neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma
boca que falava com insolência”.
- Daniel 8.23-25:

“Mas, no fim do seu reinado, quando os


prevaricadores acabarem, levantar-se-á um rei de
feroz catadura e especialista em intrigas. 24Grande
é o seu poder, mas não por sua própria força;
causará estupendas destruições, prosperará e fará
o que lhe aprouver; destruirá os poderosos e o
povo santo. 25Por sua astúcia nos seus
empreendimentos, fará prosperar o engano, no seu
coração se engrandecerá e destruirá a muitos que
vivem despreocupadamente; levantar-se-á contra o
Príncipe dos príncipes, mas será quebrado sem
esforço de mãos humanas”.
- Daniel 9.26-27:

“Depois das sessenta e duas semanas, será


morto o Ungido e já não estará; e o povo de um
príncipe que há de vir destruirá a cidade e o
santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao
fim haverá guerra; desolações são determinadas.
27Ele fará firme aliança com muitos, por uma
semana; na metade da semana, fará cessar o
sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das
abominações virá o assolador, até que a
destruição, que está determinada, se derrame sobre
ele”.
- Daniel 11.36-39:

“Este rei fará segundo a sua vontade, e se


levantará, e se engrandecerá sobre todo deus;
contra o Deus dos deuses falará coisas incríveis e
será próspero, até que se cumpra a indignação;
porque aquilo que está determinado será feito.
37Não terá respeito aos deuses de seus pais, nem ao
desejo de mulheres, nem a qualquer deus, porque
sobre tudo se engrandecerá. 38Mas, em lugar dos
deuses, honrará o deus das fortalezas; a um deus
que seus pais não conheceram, honrará com ouro,
com prata, com pedras preciosas e coisas
agradáveis. 39Com o auxílio de um deus estranho,
agirá contra as poderosas fortalezas, e aos que o
reconhecerem, multiplicar-lhes-á a honra, e fá-los-
á reinar sobre muitos, e lhes repartirá a terra por
prêmio”.
- Mateus 24.23-24:

“Então, se alguém vos disser: Eis aqui o


Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acrediteis; 24porque
surgirão falsos cristos e falsos profetas operando
grandes sinais e prodígios para enganar, se
possível, os próprios eleitos”.
- 2 Tessalonicenses 2.3-8:

“Ninguém, de nenhum modo, vos engane,


porque isto não acontecerá sem que primeiro
venha a apostasia e seja revelado o homem da
iniqüidade, o filho da perdição, 4o qual se opõe e
se levanta contra tudo que se chama Deus ou é
objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário
de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio
Deus. 5Não vos recordais de que, ainda convosco,
eu costumava dizer-vos estas coisas? 6E, agora,
sabeis o que o detém, para que ele seja revelado
somente em ocasião própria. 7Com efeito, o
mistério da iniqüidade já opera e aguarda somente
que seja afastado aquele que agora o detém;
8então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o
Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o
destruirá pela manifestação de sua vinda”.
Os únicos lugares no Novo Testamento em que
o termo “Anticristo” aparece são em 1João 2.18,22;
4.1-3; e 2João 7.
- 1 João 2.18,22:

“Filhinhos, já é a última hora; e, como


ouvistes que vem o anticristo, também, agora,
muitos anticristos têm surgido; pelo que
conhecemos que é a última hora. ...22Quem é o
mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o
Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o
Filho”.
- 1 João 4.1-3:

“Amados, não deis crédito a qualquer


espírito; antes, provai os espíritos se procedem de
Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo
mundo fora. 2Nisto reconheceis o Espírito de Deus:
todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em
carne é de Deus; 3e todo espírito que não confessa
a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é
o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes
ouvido que vem e, presentemente, já está no
mundo”.
- 2 João 7:

“De fato, muitos enganadores têm saído pelo


mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo
veio em corpo. Tal é o enganador e o anticristo”
(NVI).
As principais passagens finais que tratam da
vinda do Anticristo são encontradas no livro de
Apocalipse.
- Apocalipse 13.1-10:

“Vi emergir do mar uma besta que tinha dez


chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez
diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia.
2A besta que vi era semelhante a leopardo, com pés
como de urso e boca como de leão. E deu-lhe o
dragão o seu poder, o seu trono e grande
autoridade. 3Então, vi uma de suas cabeças como
golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi
curada; e toda a terra se maravilhou, seguindo a
besta; 4e adoraram o dragão porque deu a sua
autoridade à besta; também adoraram a besta,
dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem pode
pelejar contra ela? 5Foi-lhe dada uma boca que
proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade
para agir quarenta e dois meses; 6e abriu a boca
em blasfêmias contra Deus, para lhe difamar o
nome e difamar o tabernáculo, a saber, os que
habitam no céu. 7Foi-lhe dado, também, que
pelejasse contra os santos e os vencesse. Deu-se-
lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua
e nação; 8e adorá-la-ão todos os que habitam sobre
a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no
Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a
fundação do mundo. 9Se alguém tem ouvidos, ouça.
10Se alguém leva para cativeiro, para cativeiro vai.
Se alguém matar à espada, necessário é que seja
morto à espada. Aqui está a perseverança e a
fidelidade dos santos”.
- Apocalipse 17.9-17:

“Aqui está o sentido, que tem sabedoria: as


sete cabeças são sete montes, nos quais a mulher
está sentada. São também sete reis, 10dos quais
caíram cinco, um existe, e o outro ainda não
chegou; e, quando chegar, tem de durar pouco. 11E
a besta, que era e não é, também é ele, o oitavo rei,
e procede dos sete, e caminha para a destruição.
12Os dez chifres que viste são dez reis, os quais
ainda não receberam reino, mas recebem
autoridade como reis, com a besta, durante uma
hora. 13Têm estes um só pensamento e oferecem à
besta o poder e a autoridade que possuem.
14Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os
vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos
reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis
que se acham com ele. 15Falou-me ainda: As águas
que viste, onde a meretriz está assentada, são
povos, multidões, nações e línguas. 16Os dez chifres
que viste e a besta, esses odiarão a meretriz, e a
farão devastada e despojada, e lhe comerão as
carnes, e a consumirão no fogo. 17Porque em seu
coração incutiu Deus que realizem o seu
pensamento, o executem à uma e dêem à besta o
reino que possuem, até que se cumpram as
palavras de Deus”.
Com este alicerce bíblico em mente, vamos nos
mover adiante e ver o que alguns dos pais da Igreja
Primitiva criam sobre o aparecimento do Anticristo.

O que a Igreja Primitiva acreditava sobre ele?


Há um coro crescente de vozes que afirma que
a visão de um futuro indivíduo que irá governar o
mundo é uma invenção moderna. Gary DeMar, que
representa esta visão e critica o autor e professor de
Bíblia Tim LaHaye e a série Deixados para Trás, diz
que a idéia de um Anticristo final é “moderna”. Para
ele é apenas um mito. Ele se refere repetidas vezes à
visão do Anticristo mostrada em Deixados para Trás
como “a moderna doutrina do Anticristo”, “a
moderna doutrina do Anticristo de Tim LaHaye” e
“a moderna doutrina do Anticristo como foi
delineada por Tim LaHaye e por muitos outros
escritores de profecias”.[11]
Mas, esta visão do Anticristo é mesmo um
mito? Ou é uma invenção recente? As evidências
revelam que ela se reporta aos primeiros dias da
Igreja. Logicamente que as interpretações dos pais
da Igreja Primitiva não provaram ser a verdade desta
visão por si, mas elas nos fornecem um ambiente
histórico para a visão de um Anticristo futuro e final,
e eles certamente demonstraram que esta posição
tem estado em todos os lugares há muito tempo.
Por exemplo, o Didache, ou o “Ensino dos
Doze Apóstolos”, foi escrito em algum tempo entre
os anos 70 e 100 d.C. Esse documento da Igreja
Primitiva reconhece a vinda de um Anticristo
pessoal que trará uma época sem paralelos de
dificuldades sobre a terra.
Pois, à medida que a iniquidade aumenta, eles se
odiarão, perseguirão e trairão uns aos outros. E depois o
enganador do mundo aparecerá como o filho de Deus, e
“realizará sinais e maravilhas, e a terra será entregue em
suas mãos, e ele cometerá abominações tais que nunca
acontecera algo semelhante”.[12]

Irineu, o bispo de Lyons, na França,


provavelmente teve mais influência do que qualquer
outro líder cristão dos três primeiros séculos. Ele foi
o primeiro grande teólogo sistemático da igreja e um
defensor incansável da fé contra as heresias que
começavam a surgir, especialmente o gnosticismo.
Ele incluiu um tratamento sobre o Anticristo em sua
importante obra Against Heresies (“Contra as
Heresias”, em tradução livre). Nesse trabalho, ele
detalhou sua visão sobre a vinda do iníquo. Em
determinado momento, ele conclui:
(...) quando esse Anticristo terá devastado todas as
coisas deste mundo, ele reinará por três anos e seis
meses, e se sentará no templo de Jerusalém, e então o
Senhor virá dos céus nas nuvens, na glória do Pai, e
mandará esse homem e aqueles que o seguiram para o
lago de fogo, mas trazendo para os justos os tempos do
reino, isto é, o abençoado sétimo dia; e restaurará a
Abraão a herança prometida, em cujo reino o Senhor
declarou que muitos viriam do leste e do oeste para se
sentarem com Abraão, Isaque e Jacó (“Contra as
Heresias” 5.30.4).

A partir disto, podemos dizer com segurança


que Irineu cria no seguinte sobre a vinda do
governante mundial:
• O Anticristo é um indivíduo cuja vinda ainda
era futura no Século II d.C.
• Ele incorporará totalmente o mal assim como
Cristo incorpora o bem.[13]
• Ele liderará a grande apostasia final (5.21.1;
5.28.2).
• Ele será promovido pelo falso profeta, que
realizará grandes milagres, levando muitos a se
perderem (5.28.2).
• Ele surgirá do “último reino”, quando dez reis
estarão governando o Império Romano (5.25.3;
5.30.2).
• Ele será judeu da tribo de Dan.[14]
• Ele se sentará no templo de Deus e declarará
ser Deus (5.25.2; 5.28.2).
• Ele reinará sobre o mundo por um período de
três anos e meio.[15]
• Depois o Senhor o atirará para dentro do lago
de fogo (5.28.2).
Irineu, um luminar do Século II d.C., manteve
a visão sobre o Anticristo que é muito semelhante à
que está sendo apresentada neste livro e por muitos
outros professores de profecia dos dias de hoje.
Movendo-se ao longo do Século III, Hipólito
foi presbítero em Roma desde cerca do ano 200
d.C. até 235 d.C. Ele escreveu o mais antigo
comentário bíblico cristão completo que subsiste até
hoje, intitulado “Comentário Sobre Daniel”. Foi
escrito em torno do ano 204 d.C. Ele também
escreveu um tratado inteiro relativamente ao
Anticristo, denominado Sobre Cristo e o Anticristo.
Hipólito listou seis maneiras nas quais o Anticristo
será uma imitação pervertida de Cristo: (1) Ele será
de origem judaica; (2) enviará apóstolos; (3) juntará
pessoas que estão espalhadas pelas nações; (4) selará
seus seguidores; (5) aparecerá na forma de um
homem; e (6) construirá um templo em Jerusalém.
[16] Ele também ensinou que o Anticristo surgiria a
partir de uma forma de dez reinos do Império
Romano, que a carreira dele duraria três anos e
meio, e que ele perseguiria os cristãos que se
recusassem a adorá-lo.[17] Hipólito observou
especialmente a conexão judaica do Anticristo.
“Sobretudo, ele amará a nação dos judeus. E, com
todos estes [judeus], ele realizará sinais e terríveis
maravilhas, falsas maravilhas e não verdadeiras, a
fim de enganar seus iguais ímpios. (...) E, depois
disso, ele construirá o templo em Jerusalém e
rapidamente o restaurará novamente e o entregará
aos judeus” (Hipólito, Discurso sobre o Fim do
Mundo 23-25).
Tertuliano foi a primeira voz importante no
Cristianismo latino, e viveu cerca de 160 d.C. a 220
d.C. Em sua obra Against Marcion (“Contra
Marcion”, em tradução livre), ele disse:
O homem do pecado, o filho da perdição, que primeiro
precisa ser revelado antes que o Senhor volte, que se
opõe e se exalta acima de tudo que se chama Deus ou
que é adorado; e que deverá se sentar no templo de
Deus e se vangloriar como sendo Deus (...) De acordo,
de fato, com nossa visão, ele é o Anticristo; como nos é
ensinado, tanto nas antigas quanto nas novas profecias,
e pelo apóstolo João, que diz que “já muitos falsos
profetas estão no mundo,” os precursores do Anticristo,
que negam que Cristo veio em carne, e não reconhecem
Jesus, significando Deus, o Criador (“Contra Marcion”,
5.16 [d.C. 210]).
Tertuliano tornou bem claro que ele cria tanto nos
“anticristos” daqueles dias, que eram os hereges que
dividiam a igreja, quanto em um Anticristo final, por vir,
que perseguirá o povo de Deus.[18]

Cipriano de Cartago, em cerca do ano 150


d.C., escreveu que ele cria que o Anticristo era um
indivíduo futuro que surgiria como o grande
perseguidor do povo de Deus (Cartas 69 [70].3).
Cirilo, bispo de Jerusalém, viveu cerca de 315-
386 d.C. Baseado em Daniel 7.13-27,
2Tessalonicenses 2.4, e em outras passagens
comumente relacionadas ao Anticristo, Cirilo
esperava um único futuro Anticristo, que seria
poderoso e habilidoso operador de mágicas e de
feitiçaria. Ele será o décimo primeiro rei do
fragmentado Império Romano e reconstruirá o
templo destruído dos judeus e se entronizará a si
mesmo como deus.[19]
Lactâncio, que se tornou conselheiro do
primeiro imperador romano cristão, Constantino,
também escreveu sobre o futuro Anticristo no início
do Século IV:
[Um] rei surgirá da Síria, nascido de um espírito mau,
derrubador e destruidor da raça humana, que destruirá
aquilo que for deixado pelo mal anterior, junto consigo
mesmo (...). Mas o rei não será apenas vergonhoso em
si, mas também será um profeta de mentiras, e se
constituirá e se denominará Deus, e ordenará que seja
adorado como o Filho de Deus, e poder será dado a ele
para realizar sinais e maravilhas, através do que ele
convencerá os homens a adorá-lo. Ele ordenará que
fogo caia do céu e que o sol pare e deixe o seu curso, e
a uma imagem que fale, e essas coisas serão feitas
mediante a palavra dele. (...) Então, ele tentará destruir o
templo de Deus e perseguir as pessoas justas (Institutos
Divinos 7.17).
Jerônimo (331-420 d.C.), o grande pai latino da igreja,
que traduziu as Escrituras para a língua latina, também
cria em uma pessoa do Anticristo. Ele acreditava que o
Anticristo seria um judeu, mas também afirmava que ele
nasceria de uma virgem e seria habitado pelo próprio
Satanás. Mais tarde ele ensinou que o Império Romano
seria compartilhado por dez reis, que seriam vencidos
pelo Anticristo, o décimo primeiro rei. Ele disse que o
Anticristo morreria no Monte das Oliveiras, o mesmo
lugar de onde Cristo ascendeu aos céus.[20]

Até mesmo o grande Agostinho, no início do


Século V, afirmou a idéia de um futuro Anticristo.
Disse ele:
Daniel profetiza sobre o julgamento final de tal maneira
que indica que o Anticristo primeiramente virá e realizará
sua destruição ao reino eterno dos santos. Pois, na
visão profética, ele viu quatro bestas, significando quatro
reinos, e o quarto conquistado por um determinado rei,
que é reconhecido como Anticristo, e depois disso o
reino eterno do Filho de Deus, ou seja, de Cristo (“A
Cidade de Deus” 20.19).

Bernard McGinn, um conhecido expert no


Anticristo, cita David Dunbar, um renomado
estudioso, que disse que um “tipo de escatologia
importante” havia se desenvolvido e que havia
sido...
bastante difundido durante as últimas décadas do
Século II. Essa visão importante na igreja era que o
Anticristo seria um indivíduo futuro, judeu, da tribo de
Dan; ele virá depois da fragmentação do Império
Romano; ele será um tirano perseguidor; ele reconstruirá
o templo em Jerusalém; exaltará a si mesmo como sendo
deus; governará por três anos e meio; sua queda
introduzirá o retorno de Cristo à terra.[21]

McGinn conclui com um desafio a professores


modernos que rejeitam a verdade bíblica sobre o
Anticristo. Ele diz o seguinte: “Esses pais da Igreja
cristã ainda oferecem muitas coisas que fazem
pensar aos que vivem no final do Século XX, que
perderam sua crença em qualquer Oponente Final”.
[22]
O pastor Kim Riddlebarger, um estudioso
amilenista, observa o que segue: “Os pais da Igreja,
em geral, criam que o Anticristo seria um judeu
apóstata que apareceria depois da queda do Império
Romano e que reivindicaria ser o Messias em um
templo reconstruído em Jerusalém”.[23]
Esta mesma figura geral do Anticristo
continuou até a Idade Média. Em seu livro Naming
the Antichrist (“Dando Nome ao Anticristo”, em
tradução livre), Robert Fuller resume a visão
medieval dominante do Anticristo:
Embora a tradição medieval sobre o Anticristo fosse
bastante complexa e variasse de autor para autor, é, não
obstante, possível discernir um padrão e um
entendimento medieval amplamente aceito do Anticristo;
quem ele é, quando surgirá, o que fará, e o que
acontecerá com ele. (...) A tradição medieval de certa
forma oscilava entre identificar hereges contemporâneos
(especialmente judeus) como anticristos e aguardar um
indivíduo específico que viria no futuro imediatamente
antes do retorno de Cristo. No todo, a última
interpretação era a dominante, e o clero medieval
escreveu extensivamente sobre um homem que nasceria
de uma prostituta ou outro tipo de mulher má, de
parentesco judeu da tribo de Dan. Pensava-se que de
seu nascimento em diante ele seria possuído pelo
demônio, que o instruiria nos poderes do engano e de
operação de maravilhas. As várias “vidas do Anticristo”
afirmam que ele entrará em Jerusalém, reconstruirá o
templo e converterá os judeus, que inicialmente o
receberão como aliado. Ele ganhará poder político e
religioso, enviará falsos profetas, destruirá a crença em
Jesus como o Filho de Deus, e instituirá uma nova lei.
Esse mestre do engano aparecerá para realizar milagres
e exigirá ser adorado como Deus. Quando os profetas
bíblicos Enoque e Elias aparecerem para desafiar esse
governante e para converter os judeus ao verdadeiro
Cristo, o Anticristo os matará e perseguirá seus
seguidores. Em sua imitação final de Cristo, o Anticristo
tentará se elevar aos céus a partir do Monte das
Oliveiras. Nesse momento, Cristo voltará dos céus,
destruirá o Anticristo “com o sopro de Sua boca” e
inaugurará o período do Milênio, como está descrito em
Apocalipse.[24]

Como se pode observar, esta visão do


Anticristo dos primeiros dias da história da igreja até
a Idade Média se assemelha incrivelmente com a
visão moderna do Anticristo. A visão de que ele será
um indivíduo que surgirá no final dos tempos é
quase que uma imagem no espelho da visão dos pais
da Igreja Primitiva e do clero medieval. Essa visão,
longe de ser moderna, ou de ser um mito, data da
Igreja Primitiva e vem daqueles que estiveram mais
próximos, no tempo, do Novo Testamento e dos
apóstolos. Algumas pessoas podem discordar da
idéia de um grande Anticristo nos últimos dias, mas
afirmar que essa visão é recente não é nada preciso.

Os crentes saberão quem é o Anticristo antes


do Arrebatamento? Será que devemos tentar
descobrir a identidade dele?
A identidade do Anticristo tem intrigado muitas
pessoas por 2.000 anos. Como pudemos notar
anteriormente, muitos acharam difícil resistir à
tentação de identificar o Anticristo. Contudo,
embora possa parecer atraente tentar às vezes
apontar quem é o homem do pecado, devemos
evitar fazê-lo. Aqueles que cederam a essa tentação
geralmente chamam bastante atenção durante algum
tempo, mas, quando finalmente se prova que estão
errados, eles enfatizam os perigos de se tentar
identificar especificamente o Anticristo antes do
tempo apropriado.
Muitos que tentam identificar o Anticristo
fazem uso do número 666 de Apocalipse 13.16-18
de uma maneira ou de outra. Discutiremos o 666 –
ou a marca da besta – em maiores detalhes mais
adiante. Por ora, é suficiente dizer que muitos
especuladores tentam aplicar o número aos nomes
dos atuais candidatos a fim de encontrar alguma
correlação. G. Salmon, um estudioso da Bíblia,
observou três “estratégias” que as pessoas têm usado
há séculos em suas tentativas de identificar o
Anticristo e de fazer com que determinados nomes
se igualem ao número 666.
• Regra nº 1 = Se o nome da pessoa não bate
com 666, use um título.
• Regra nº 2 = Se você não conseguir que o
nome se iguale em sua língua, tente o hebraico
ou o grego ou, até mesmo, o latim.
• Regra nº 3 = Não seja muito cuidadoso com
relação à ortografia do nome.
Então, com uma certa “engenhosidade”, uma
pessoa pode fazer quase qualquer outra pessoa se
tornar o Anticristo. Como conclui Salmon: “Não
podemos inferir demais a partir do fato de que uma
chave cabe na fechadura se é uma fechadura na qual
quase todas as chaves cabem”.[25]
Mas isso não impediu as pessoas de apontarem
para o Anticristo. Então se levantam as seguintes
perguntas: Seria possível para nós sabermos a
identidade do Anticristo nesta época? Deveríamos
gastar tempo em tentar descobrir quem ele é?
Há uma passagem chave no Novo Testamento:
2Tessalonicenses 2.1-8, que muitos professores de
Bíblia lêem como se estivesse dizendo que o
Arrebatamento deve vir antes da revelação do
Anticristo. Em outras palavras, não é possível
sabermos quem é o Anticristo antes que os cristãos
sejam arrebatados para o céu. Isto significa que
Apocalipse 13.16-18 fala àqueles crentes que
estiverem na terra depois do Arrebatamento. A
passagem proporciona informações que os
capacitarão a descobrirem quem ele é quando ele
aparecer em cena. Vamos dar uma olhada breve em
2Tessalonicenses 2.1-8 e verificar o que a passagem
nos ensina sobre o relacionamento entre o
Arrebatamento e o aparecimento do Anticristo.
O Dia do Senhor

Em 2 Tessalonicenses, Paulo escreveu para os


crentes de Tessalônica, no norte da Grécia, para
esclarecer alguma confusão que eles tinham tido
sobre a vinda do Dia do Senhor (a qual eu creio que
tem início no sétimo ano da Tribulação).
Evidentemente, alguém havia ensinado aos crentes
tessalonicenses que eles já estavam na Tribulação.
Paulo corrigiu esse erro afirmando que o Dia do
Senhor não pode vir antes que duas coisas
aconteçam: (1) uma grande apostasia ou rebelião, e
(2) a revelação do Anticristo, ou do homem do
pecado.
A Segunda Carta aos Tessalonicenses 2.1-3 diz:
“Irmãos, no que diz respeito à vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós
vos exortamos 2a que não vos demovais da vossa
mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer
por espírito, quer por palavra, quer por epístola,
como se procedesse de nós, supondo tenha
chegado o Dia do Senhor. 3Ninguém, de nenhum
modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem
que primeiro venha a apostasia e seja revelado o
homem da iniqüidade, o filho da perdição”.
Uma vez que, como crêem muitos professores
de Bíblia, o Anticristo será revelado no início do Dia
do Senhor (o período da Tribulação), e a Igreja será
arrebatada antes desse tempo, não parece que nós
que somos cristãos conheceremos a identidade do
Anticristo antes que sejamos levados para o céu. Se
você descobrir quem é o Anticristo, então tenho más
notícias para lhe dar: Você foi deixado para trás!
Em algum momento depois do Arrebatamento,
o Anticristo entrará em cena para assinar uma
aliança de paz com Israel, e então a Tribulação
começará. Não há dúvida de que o caos e a
confusão provocados por causa do desaparecimento
de milhões de pessoas em todo o mundo no
Arrebatamento tornará o ambiente maduro para o
Anticristo rapidamente subir à proeminência global.
O mundo estará desesperado por respostas, por
soluções, por alguém que possa trazer ordem. O
Anticristo entrará em cena com respostas e muitos
ficarão enamorados dele, mas a lua de mel não
durará muito porque o mundo enfrentará sete anos
de terrível tribulação.
A remoção daquele que o está detendo

Existe uma outra maneira na qual o apóstolo


Paulo fez uma conexão entre o Arrebatamento e o
Anticristo em 2 Tessalonicenses 2. Ele disse que o
Anticristo não pode ser revelado antes que “seja
afastado aquele que agora o detém”. Esse que o
detém é mencionado tanto como uma pessoa quanto
como um poder.
“...a que não vos demovais da vossa mente,
com facilidade, nem vos perturbeis, quer por
espírito, quer por palavra, quer por epístola, como
se procedesse de nós, supondo tenha chegado o
Dia do Senhor. 3Ninguém, de nenhum modo, vos
engane, porque isto não acontecerá sem que
primeiro venha a apostasia e seja revelado o
homem da iniqüidade, o filho da perdição, 4o qual
se opõe e se levanta contra tudo que se chama
Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se
no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse
o próprio Deus. 5Não vos recordais de que, ainda
convosco, eu costumava dizer-vos estas coisas? 6E,
agora, sabeis o que o detém, para que ele seja
revelado somente em ocasião própria. 7Com efeito,
o mistério da iniqüidade já opera e aguarda
somente que seja afastado aquele que agora o
detém; 8então, será, de fato, revelado o iníquo, a
quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua
boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda”
(2Ts 2.2-8).
Deus está nos dizendo que há um obstáculo
específico que está impedindo a manifestação
completa do mal e a abertura da porta para a entrada
do Anticristo no palco do mundo. E esse
impedimento é chamado de “aquele que o detém”.
Embora haja muitas explicações dadas com respeito
à identidade daquele que o detém, creio que a visão
que faz maior sentido é a de que aquele que o detém
é o Espírito Santo operando dentro e através da
Igreja, o corpo de Cristo na terra.[26]
Há quatro motivos para se identificar “aquele
que detém” o Anticristo como sendo o ministério do
Espírito Santo através da igreja:
1. Essa restrição requer poder onipotente. O único com poder
para restringir e deter o aparecimento do Anticristo é Deus.
2. Esta é a única visão que explica adequadamente a mudança de
gênero em 2 Tessalonicenses 2.6-7. “Aquele que o detém” é
tanto um poder – “o que o está detendo” – quanto uma pessoa
– “aquele que agora o detém”. No texto grego original, a
palavra ‘pneuma’ (Espírito) é neutra. Mas na Escritura, o
Espírito Santo é consistentemente mencionado pelo pronome
masculino “Ele”, especialmente em João 14-16.
3. O Espírito Santo é mencionado nas Escrituras como aquele
que detém o pecado e o mal no mundo (Gn 6.3) e no coração
do crente (Gl 5.16-17).
4. A Igreja com sua missão de proclamar e retratar o Evangelho
é o principal instrumento que o Espírito Santo usa para deter
o mal nesta era. Somos o sal da terra e a luz do mundo (Mt
5.13-16). Somos o templo do Espírito Santo individual e
corporativamente.

Aquele que detém o Anticristo, então, é a


influência restritiva e o ministério do Espírito Santo,
que ocorre à medida que Ele habita e opera através
de Seu povo. Amo a maneira que o renomado
professor de Bíblia, Donald Grey Barnhouse
descreve a identidade daquele que detém o
Anticristo:
Bem, o que está impedindo o Anticristo de manifestar
seu aparecimento no palco do mundo? Você! Você e
todos os outros membros do corpo de Cristo na terra. A
presença da igreja de Jesus Cristo é a força que se
recusa a permitir que o homem da iniquidade seja
revelado. É verdade que o Espírito Santo é o verdadeiro
impedimento. Mas, como tanto 1 Coríntios 3.16 quanto
6.19 ensinam, o Espírito Santo habita no crente. O corpo
do crente é o templo do Espírito de Deus. Coloque todos
os crentes juntos, então, com o Espírito Santo habitando
em cada um de nós, e você terá uma formidável força
retentora.
Pois, quando a igreja for removida no Arrebatamento, o
Espírito Santo irá com a igreja, no que se refere ao Seu
poder de deter. Seu trabalho nesta era da graça terá
terminado. Daí em diante, durante a Grande Tribulação, o
Espírito Santo ainda estará na terra, logicamente – pois,
como você poderá se livrar de Deus? – mas Ele não
estará habitando nos crentes como o faz agora. Em vez
disso, Ele se voltará para o Seu ministério no Antigo
Testamento, de “vir sobre” pessoas especiais.[27]

Quando o Arrebatamento ocorrer, a Igreja, que


é habitada pelo Espírito e sua força retentora, será
removida da terra. Satanás então será capaz de
colocar seu plano em pleno funcionamento,
trazendo seu homem para estar no centro do palco e
tomar o controle do mundo. O Arrebatamento abrirá
completamente as portas para o Anticristo atingir o
poder e ocasionar uma explosão do mal como
jamais ocorreu antes. O fato de que aquele que
detém o Anticristo ainda está em Sua posição neste
momento significa que Satanás deve esperar pelo
momento determinado por Deus antes que possa
desvendar o Anticristo. O fato de que Deus é assim
soberano também nos assegura de que a derrota
final de Satanás é certa desde muito tempo antes que
ele sequer comece seu ataque dos últimos dias
contra Deus e Seu povo. Ele não pode dar seu passo
diabólico final até que Deus o libere para fazê-lo ao
remover o poder que o detém, que é o poder do
Espírito Santo na igreja.[28]
Buscando por Cristo

Devemos nos lembrar deste fato importante: O


Anticristo não será revelado enquanto a Igreja não
tiver sido levada para o céu. É por isso que ninguém
pode conhecer a identidade do Anticristo até que
todos sejam arrebatados. Devemos seguir o conselho
de Irineu no que diz respeito a tentativas de
identificar o Anticristo:
É, portanto, mais certo, e menos perigoso, aguardar
pelo cumprimento da profecia do que ficar fazendo
conjecturas e procurando nomes que se possam
apresentar, uma vez que há muitos nomes que podem
ser encontrados e que possuam o número mencionado;
e a mesma questão, afinal, permanecerá sem solução.
Pois, se há muitos nomes encontrados que possuam
esse número, será perguntado qual dentre eles será o
nome desse homem (Contra as Heresias 5.30.3).

Isto também explica por que nunca se fala aos


crentes para procurarem o Anticristo, mas para
buscarem por Jesus. Nós iremos nos encontrar com
o Senhor nos ares antes que o homem do pecado
seja revelado e comece sua carreira nefasta. Estamos
buscando por Aquele cujo nome está acima de todo
nome, Aquele diante de quem todo joelho se
dobrará e toda língua confessará que Ele é o Senhor,
para a glória de Deus Pai (Fp 2.9-11).
2
O CARÁTER DO ANTICRISTO

“Por entre as variadas cenas mostradas pela profecia,


recai a sombra de uma figura imediatamente impositiva e
ameaçadora. Sob muitos e diferentes nomes,
como os pseudônimos de um criminoso,
seu caráter e movimentos são colocados diante de nós”.
(A.W. Pink - “The Antichrist” - 1923)

O que significa a palavra Anticristo?


Antes de irmos adiante em nossa discussão
sobre o Anticristo, é importante fazermos uma breve
pausa para nos certificarmos de que sabemos
exatamente quem é esse de quem estamos falando.
O prefixo “anti” pode significar “contra”, “em
oposição a”, ou “em vez de”, “no lugar de”. Isto
levanta uma questão chave: Esse Anticristo será
“contra” Cristo, ou virá “no lugar de” Cristo? Isto é,
deveríamos entender o prefixo “anti” como oposição
ou como uma troca? O Anticristo será um Messias
falsificado, ou ele simplesmente trabalhará contra o
próprio Cristo?
Esses dois significados estão, sem dúvida,
incluídos no termo Anticristo. Ele será o arqui-
inimigo e oponente final do Senhor Jesus. As
origens, naturezas e propósitos de Cristo e do
Anticristo são diametralmente opostos. A lista de
títulos abaixo revela a lacuna abissal que está
presente entre Cristo e Seu adversário.[1]

Cristo Anticristo
A Verdade A Mentira
O Santo O Iníquo
Homem de Dores O Homem do Pecado
O Filho de Deus O Filho da Destruição
O Mistério da Piedade O Mistério da Iniqüidade
Purifica o Templo Profana o Templo
O Cordeiro A Besta

A total oposição do Anticristo para Cristo é


vista nas descrições contrastantes abaixo.[2]

Característica Cristo Anticristo


Origem: Céu Abismo sem fim
Natureza: O Bom Pastor O pastor tolo
Destino: Ser exaltado nas Ser atirado no inferno
alturas
Alvo: Fazer a vontade do Fazer sua própria
Pai vontade
Propósito: Salvar os perdidos Destruir o povo santo
Autoridade: O Nome do Seu Pai Seu próprio nome
Atitude: Humilhou-Se Se exaltará
Fruto: A videira verdadeira A vinha da terra
Resposta: Desprezado Admirado

De todas as formas que se poderia imaginar,


Cristo e o Anticristo são fundamentalmente opostos.
O Anticristo é o contrário de Cristo, e será anti-
(contra) Cristo.
O Anticristo não somente será anti-Cristo no
sentido de ser contra Cristo, como também será
anti-Cristo no sentido de tentar se colocar no lugar
de Cristo. Ele será uma incrível caricatura ou
falsificação do verdadeiro Cristo. Ele afirmará ser
um substituto de Cristo, será uma imitação de
Cristo, um pseudo-Cristo, uma zombaria de Cristo.
Em João 5.43, disse Jesus: “Eu vim em nome
de meu Pai, e não me recebeis; se outro vier em seu
próprio nome, certamente, o recebereis”. Aquele
que está vindo em seu próprio nome será o falso
Messias do final do mundo, o Anticristo. Ele tentará
ser o alter ego do verdadeiro Cristo. A.W. Pink
disse:
Em cada ponto ele é a antítese de Cristo. A palavra
“Anticristo” tem duplo significado. Seu significado
principal é alguém que é oposto a Cristo; mas seu
significado secundário é alguém que se coloca em lugar
de Cristo. (...) Anticristo não denota somente o
antagonismo a Cristo, mas também fala de alguém que
se apresenta em lugar de Cristo. A palavra significa outro
Cristo, um pró-Cristo, um alter christus, um pretendente
ao nome de Cristo. Ele parecerá ser e se estabelecerá
como o verdadeiro Cristo. Ele será a simulação do
Diabo.[3]

Como tem sido freqüentemente apontado,


Satanás nunca deu origem a nada exceto ao pecado.
Desde o tempo da Criação, ele tem simulado as
obras de Deus. O Anticristo não será exceção. Ele é
a obra prima final de Satanás – a falsificação
coroadora – um falso Cristo e a réplica forjada de
Jesus, o verdadeiro Cristo e Filho de Deus.

Cristo Anticristo
Milagres, sinais e Milagres, sinais e maravilhas (Mt
maravilhas (Mt 9.32-33; 24.24; 2Ts 2.9)
Mc 6.2)
Aparece no Templo do Senta-se no Templo da Tribulação
Milênio (Ez 43.6-7) (2Ts 2.4)
É Deus (Jo 1.1-2; Afirma ser deus (2Ts 2.4)
10.35)
É o Leão de Judá (Ap Tem a boca como de leão (Ap 13.2)
5.5)
Faz uma aliança de paz Faz uma aliança de paz com Israel
com Israel (Ez 37.26) (Dn 9.27)
Faz com que os Faz com que os homens adorem
homens adorem a Satanás (Ap 13.3-4)
Deus (Ap 1.6)
Seguidores serão Seguidores selados na testa ou na
selados na testa (Ap mão direita (Ap 13.16-18)
7.4; 14.1)
Nome digno (Ap 19.16) Nomes blasfemos (Ap 3.1)
Casado com uma noiva Casado com uma prostituta vil (Ap
virtuosa (Ap 19.7-10) 17.3-5)
Coroado com muitas Coroado com dez coroas (Ap 13.1)
coroas (Ap 19.12)
É o Rei dos Reis (Ap É chamado “o rei” (Dn 11.36)
19.16)
Senta-Se no trono (Ap Senta-se no trono (Ap 13.2; 16.10)
3.21; 12.5; 20.11)
Espada afiada de Sua Tem um arco em sua mão (Ap 6.2)
boca (Ap 19.15)
Cavalga um cavalo Cavalga um cavalo branco (Ap 6.2)
branco (Ap 19.11)
Tem um exército (Ap Tem um exército (Ap 6.2; 19.19)
19.14)
Morte violenta (Ap 5.6; Morte violenta (Ap 13.3)
13.8)
Ressurreição (Mt 28.6) Ressurreição (Ap 13.3,14)
Segunda Vinda (Ap Segunda vinda (Ap 17.8)
19.11-21)
1.000 anos de reinado 3 anos e meio de reinado mundial
mundial (Ap 20.1-6) (Ap 13.5-8)
É parte da Trindade É parte de uma trindade ímpia
Santa (Pai, Filho e (Satanás, Anticristo e o falso
Espírito profeta – Ap 13)
Santo - 2Co 13.13)

Uma passagem do Novo Testamento que


evidencia as maneiras pelas quais o Anticristo irá
falsificar o verdadeiro Cristo é 2Tessalonicenses 2.3-
8. As palavras gregas traduzidas por “poder”,
“sinais” e “maravilhas” usadas para descrever os
milagres enganadores do Anticristo são as mesmas
palavras gregas usadas nos Evangelhos para
descrever os genuínos milagres de Cristo. Também,
as palavras traduzidas por “revelado” (apokalupsis)
e “vinda” (parousia) que são usadas para descrever
a explosão do Anticristo no cenário mundial são as
mesmas palavras gregas usadas para descrever a
Segunda Vinda de Jesus. J. Dwight Pentecost
habilidosamente resume o significado bíblico da
palavra Anticristo: “Satanás está buscando dar ao
mundo um governante no lugar de Cristo que
também estará em oposição a Cristo, para que ele
possa governar o mundo, em vez de Cristo”.[4]

O Anticristo será uma pessoa real,


um indivíduo?
Como o título “Anticristo” é aquele com o qual
mais pessoas estão familiarizadas atualmente, é
importante que saibamos alguma coisa sobre o
significado dessa palavra. “Anticristo” ou
“anticristos” (em grego = antichristos) é encontrado
apenas cinco vezes no Novo Testamento. Todas as
cinco vezes aparecem nas epístolas de João (duas
vezes em 1João 2.18, uma vez em 1João 2.22, uma
vez em 1João 4.3 e uma vez em 2João 7).
- 1João 2.18:
“Filhinhos, já é a última hora; e, como
ouvistes que vem o anticristo, também, agora,
muitos anticristos têm surgido; pelo que
conhecemos que é a última hora”.
- 1João 2.22:

“Quem é o mentiroso, senão aquele que nega


que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que
nega o Pai e o Filho”.
- 1João 4.3:

“e todo espírito que não confessa a Jesus não


procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito
do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que
vem e, presentemente, já está no mundo”.
- 2João 7:

“Porque muitos enganadores têm saído pelo


mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo
vindo em carne; assim é o enganador e o
anticristo”.
Observe como João abriu 1João 2.18:
“Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes
que vem o anticristo”. Os leitores de João sabiam
sobre o futuro Anticristo que estava por vir. O título
“anticristo” poderia ser novo para eles, mas o fato de
sua vinda não era. João indubitavelmente havia
ensinado a eles sobre o Anticristo, e eles
provavelmente tinham lido sobre a vinda dele no
Antigo Testamento, em livros como o de Daniel.
Anos antes, quando o apóstolo Paulo estava em
Éfeso, ele também havia ensinado a esses mesmos
crentes o que João estava lhes referindo agora em
sua carta. Esses cristãos claramente já haviam
ouvido sobre a vinda desse grande enganador final,
assim como os crentes tessalonicenses já haviam
ouvido falar dele por meio de Paulo (2Ts 2.1-12).[5]
O propósito de João era admoestar seus
companheiros crentes sobre os falsos mestres
daqueles dias, que vinham no espírito do Anticristo
e mostravam hostilidade em relação ao verdadeiro
Cristo. Nas epístolas que João escreveu, ele estava
primeiramente preocupado com o erro doutrinário
de negar a pessoa de Jesus Cristo. João afirmou que,
mesmo em seus dias, muitos “anticristos” (falsos
mestres) haviam aparecido que estavam negando o
verdadeiro Cristo e enganando a muitos. E aqueles
anticristos estavam entre os primeiros a promover a
filosofia do Anticristo, de Satanás, que já estava em
ação (1Jo 4.3; 2Ts 2.7).
Atualmente, o número de pessoas que negam
um futuro indivíduo Anticristo está crescendo. Hans
Hanegraff, presidente do CRI (Christian Research
Institute [Instituto Cristão de Pesquisa]), representa
esta visão e nega a noção de um futuro indivíduo
Anticristo. Ele diz: “João não reservou o título de
‘Anticristo’ para nenhum indivíduo em particular; ao
contrário, ele ensinou que qualquer que negar a
encarnação, o papel messiânico ou a deidade de
Jesus, é o Anticristo”.[6]
O preterista Gary DeMar apóia essa mesma
idéia e diz o seguinte: “Nenhuma das afirmações de
João se relaciona com a moderna doutrina do
Anticristo como é delineada por LaHaye e muitos
outros escritores de profecia”.[7] Ele ainda
acrescenta: “Contudo, não se pode chegar a essa
conclusão através do estudo da descrição bíblica que
João dá do Anticristo”.[8]
Essas asserções dogmáticas de que as
afirmações de João não podem ser entendidas como
se referindo a uma pessoa, um indivíduo, o
Anticristo, são contrárias ao que João de fato
escreveu na Bíblia. Observe em 1João 2.18 que
João se referiu a um “anticristo” (o singular
“antichristos”), que virá no futuro, e a “anticristos”
(o plural “antichristoi”), que já estão presentes.[10]
O uso que João faz da forma singular quando está
falando do Anticristo se coloca em frontal contraste
com a forma plural “anticristos”, e denota
claramente que ele está apontando para um
indivíduo específico. Ao usar tanto a forma singular
quanto a plural em 1João 2.18, João ensinou sobre
os anticristos plurais e os falsos mestres de seus dias
que incorporavam o espírito de negação e de engano
do futuro Anticristo singular. Os anticristos plurais
eram precursores do Anticristo singular e serviram
como poderosas evidências de que seu espírito já
estava em ação no mundo.[11]
O professor de Bíblia e comentarista, James
Montgomery Boice, é representante desta visão
quase que universal. Boice disse: “[João] está
dizendo que o espírito que caracterizará o Anticristo
final já está operando naqueles que recentemente
deixaram as congregações de seus leitores. O futuro
Anticristo será um substituto para Cristo, tão
parecido com Jesus quanto é possível que um
instrumento de Satanás o seja”.[12] O renomado
estudioso do Novo Testamento, F.F. Bruce,
concorda: “Assim foi com João. Ele e seus leitores
sabiam que o Anticristo viria e, nos falsos mestres,
ele discernia os agentes, ou pelo menos os
precursores do Anticristo, compartilhando de sua
natureza tão completamente que eles podiam ser
chamados de ‘muitos anticristos’”.[13] Kim
Riddlebarger apóia esta visão consensual:
Eu creio que a Igreja tem enfrentado uma série de
anticristos desde o tempo dos apóstolos e que essa
série de anticristos culminará no aparecimento do
Anticristo imediatamente antes do retorno de Jesus
Cristo no final dos tempos. Esse futuro aparecimento do
Anticristo reflete o fato de que ele é um falso Messias por
excelência, que imita a obra de Cristo. Como Cristo
morreu, ressuscitou dos mortos e retornará, assim
também o Anticristo tem sua própria morte, ressurreição
e segunda vinda, tudo designado para imitar a redenção
assegurada por Cristo, bem como para direcionar a
adoração ao seu mestre, o dragão.[14]

Em outras palavras, João estava olhando para


além dos muitos anticristos menores (com “a”
minúsculo) de seus dias, em direção ao último
Anticristo (com “A” maiúsculo), que culminará a
manifestação do sistema de iniqüidade que nega a
Cristo e engana os homens. Não cometa erros. A
Bíblia ensina que um indivíduo último, final, o
Anticristo, está vindo.

O que é o “espírito” do Anticristo?


Parte da conclusão sobre a vinda do Anticristo
surge a partir do fato de que o termo “anticristo” no
Novo Testamento se aplica tanto a um indivíduo
quanto ao sistema de maldade que ele representa.
Como já vimos, o termo “anticristo” aparece apenas
cinco vezes no Novo Testamento, e todas as vezes
estão nas epístolas de João.
Um olhar mais de perto em 1João 4.1-3 ajuda
a esclarecer parte da confusão. Ali nós lemos:
“Amados, não creiam em qualquer espírito, mas
examinem os espíritos para ver se eles procedem
de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído
pelo mundo. Vocês podem reconhecer o Espírito de
Deus deste modo: todo espírito que confessa que
Jesus Cristo veio em carne procede de Deus; mas
todo espírito que não confessa a Jesus não procede
de Deus. Esse é o espírito do anticristo, acerca do
qual vocês ouviram que está vindo, e agora já está
no mundo”.
De acordo com esse texto, quando João
escreveu essa carta, no final do Século I d.C., os
destinatários dessa carta não apenas sabiam que o
espírito do Anticristo estava vindo, como também
sabiam que ele já estava em ação no mundo. Foi por
isso que João conclamou o povo de Deus para que
examinasse “os espíritos se procedem de Deus,
porque muitos falsos profetas têm saído pelo
mundo fora”. Esses eram os falsos mestres
itinerantes daqueles dias, que não reconheciam nem
confessavam que Jesus procede de Deus. Isto nos dá
uma dica quanto ao significado de “o espírito do
anticristo”. Em seu sentido mais amplo, “o espírito
do anticristo” é uma expressão satanicamente
inspirada e energizada de iniqüidade e rebelião
contra Deus, contra as coisas de Deus e contra o
povo de Deus. É o espírito anticristão que opera
febrilmente para se opor, enfraquecer, negar, torcer,
distorcer e rejeitar a verdade sobre Jesus Cristo.
Alguns crêem que “o espírito do anticristo” é
de fato o próprio Satanás, que é a pessoa real por
detrás de tudo isso e que será a força capacitadora
por detrás do Anticristo final quando ele surgir. Em
qualquer um dos casos, o espírito do Anticristo está
vivo e passa bem. Como observa o professor de
profecia, Ed Hindson: “Os autores do Novo
Testamento nos asseguram que o espírito do
Anticristo estava ativo em seus dias, mais de 20
séculos atrás. Ele permaneceu ativo durante todo o
tempo da história da Igreja, expressando-se em
perseguições, heresias, enganos espirituais, falsos
profetas e falsas religiões. Satanás tem batalhado
contra a Igreja em todas as oportunidades durante
sua longa história, esperando pelo momento certo
para habitar na pessoa certa – o Anticristo – sua
obra prima final”.[15]
O mesmo “espírito” do Anticristo é
mencionado como o “mistério da iniqüidade” em
2Tessalonicenses 2.7, que diz: “Com efeito, o
mistério da iniqüidade já opera e aguarda somente
que seja afastado aquele que agora o detém”. O
homem da iniqüidade, em 2Tessalonicenses 2.3
ainda não foi revelado, mas o mistério da iniqüidade
está em pleno vapor. A palavra “mistério” nessa
passagem (e no Novo Testamento) não se refere
somente a algo misterioso, como geralmente
pensamos hoje, mas, ao contrário, refere-se a algo
que foi previamente escondido e desconhecido do
homem e que agora foi revelado por Deus (Rm
16.26; Ef 1.9; 3.3-5; Cl 1.25-27). Um mistério é
descoberto por revelação divina. Em 2
Tessalonicenses 2.7, o mistério é a iniqüidade que o
Anticristo incorpora. É seu esquema anti-lei,
antiCristo, anti-Deus. Antes que o sinistro Anticristo
seja abertamente revelado, o espírito da iniqüidade
que dominará sua carreira já estará em ação,
operando secretamente ou “debaixo do radar”. Os
escritores do Novo Testamento estavam convencidos
de que a guerra entre Cristo e o Anticristo já havia
começado.
O espírito do Anticristo, o mistério da
iniqüidade que vemos em ação por toda parte ao
nosso redor, é apenas uma leve amostra daquilo que
inundará o mundo quando a manifestação completa
e nefasta desse espírito de rebelião contra Cristo
irromper e se dirigir para sua incorporação final – o
Anticristo.

Como ele será?


Apocalipse 12 é o capítulo chave no
desdobramento do drama do final dos tempos. É um
capítulo altamente simbólico. Embora todo o
Apocalipse apresente símbolos vívidos que
graficamente retratam os personagens e
acontecimentos do final dos tempos, tem sido
apontado que Apocalipse 12 é o capítulo mais
simbólico daquele que é o livro mais simbólico da
Bíblia. Nesse capítulo, Satanás é mostrado como o
grande dragão vermelho que é atirado dos céus
como conseqüência de uma grande guerra cósmica.
Apocalipse 12 termina observando que “o dragão
estava irado” e Apocalipse 13 começa dizendo: “Vi
uma besta que saía do mar” (NVI).
A cena aqui é dramática. Satanás – o dragão
irado – está em pé na praia (provavelmente uma
referência ao Mar Mediterrâneo) chamando a
“besta” ou o Anticristo para que saísse do mar das
nações para que Satanás possa incorporá-lo e
realizar cabalmente o seu programa de domínio
mundial. Apocalipse 13 descreve o governante
mundial que está por vir em grandes detalhes. Muito
do que é revelado sobre o Anticristo nesse capítulo e
em Apocalipse 17 corrobora e amplia aquilo que o
profeta Daniel escreveu sobre ele no Antigo
Testamento. Com a ajuda de Daniel e do
Apocalipse, podemos desenvolver um perfil ou um
retrato do caráter desse governante mundial final.
Ele será um dos mais poderosos e populares líderes
que o mundo já conheceu. A.W. Pink escreveu o
que segue:
Durante seis mil anos, Satanás tem tido total
oportunidade que lhe foi dada para estudar a natureza
humana decaída, para descobrir seus pontos mais
fracos e para aprender como melhor fazer o homem
obedecer a suas ordens. O Diabo conhece muito bem
como fascinar as pessoas por meio da atração pelo
poder. (...) Ele sabe como gratificar a paixão pelo
conhecimento, (...) ele consegue agradar os ouvidos com
música melodiosa, os olhos com cativante beleza (...).
Ele sabe como exaltar os homens a alturas estonteantes
de grandeza e fama mundanas, e como controlar aquela
grandeza para que possa ser empregada contra Deus e
contra o Seu povo.[16]

O comentarista bíblico John Phillips dá esta


descrição amedrontadora:
O mundo entrará em delírio pelo prazer de sua
manifestação. Ele parecerá a resposta para todas as
necessidades. Ele estará cheio com toda a plenitude de
Satanás. Bonito, charmoso, confiante, personalidade
atraente, um gênio, completamente à vontade com
relação a todas as disciplinas científicas, corajoso como
um leão e com ar de mistério para agitar a imaginação ou
para fazer gelar o sangue, dependendo da ocasião,
brilhante para conversar em uma série de línguas, um
orador cativante, ele será o ídolo de toda a humanidade.
[17]

Aqui estão algumas das características do


Anticristo que Satanás usará para atrair e deliciar o
mundo:
1. Ele será um gênio intelectual (Dn 8.23)

Ele dominará e cativará o mundo com seu


intelecto super-humano e seus poderes de
percepção. Obviamente, qualquer um que puder
manter o mundo inteiro debaixo de seu encanto e
rapidamente convencer dez líderes do Império
Romano reunificado (o G-10) a lhe darem completo
controle deve ter habilidades intelectuais que
excedem em muito às do homem normal.
2. Ele será um gênio da oratória (Dn 7.8,11; 11.36; Ap
13.5)

O mundo todo será levado pelo encanto


hipnótico de suas palavras. Vez após vez, em
passagens bíblicas sobre o Anticristo, o enfoque é
em sua boca, que fala palavras grandiosas – isto é,
sua grande habilidade oratória. Quando ele fala,
todos os demais ouvem. Como disse A.W. Pink:
E assim será com esse ousado impostor: ele terá uma
boca que fala coisas muito grandiosas. Ele terá perfeito
comando e fluir da linguagem. Sua oratória não ganhará
apenas atenção, mas também respeito. Apocalipse 13.2
declara que a boca dele é como a boca de um leão, que
é uma expressão simbólica que fala sobre a majestade e
os efeitos de sua voz que produzem reverência. A voz de
um leão excede a de qualquer outro animal. Portanto, o
Anticristo vai superar oradores antigos e modernos.[18]

3. Ele será um gênio da política (Dn 9.27; Ap 17.11-12)

O Anticristo emergirá de relativa obscuridade


para tomar o poder político mundial de repente. Ele
não fará grande alarde nem atrairá muita atenção
quando começar na arena política. Ele começará
sem qualquer pompa, como um “pequeno” chifre
dentre dez chifres em um Império Romano
reunificado. Ele rapidamente subirá posições e será
eleito pelo grupo de dez para governar sobre o
Império Romano reunificado (Ap 17.13). Ele será o
unificador excelente e diplomático. Todos o amarão.
Sua plataforma será de paz e prosperidade.
Emergindo com um ramo de oliveira em sua mão,
ele unirá forças de oposição com facilidade. Todos
os sonhos das Nações Unidas serão realizados em
suas políticas. Ele até mesmo resolverá
temporariamente o impasse político do Oriente
Médio, que poderá lhe angariar honrarias, tais como
o Prêmio Nobel, ou ser apontado como o homem
do ano pela revista Time. Daniel 9.27 revela que ele
trará tamanha paz ao Oriente Médio que a área do
Monte do Templo em Jerusalém será devolvida à
soberania judaica. Ele indubitavelmente será
aclamado como o maior pacificador que o mundo já
conheceu.
4. Ele será um gênio da economia (Dn 11.43; Ap 13.16-
17)

O anticristo será o Executivo-Chefe de Satanás


para assuntos de economia mundial. Ele estabelecerá
taxas de juros, preços, valores do mercado e níveis
de produção. Sob sua liderança, todas as coisas
serão nacionalizadas ou internacionalizadas segundo
seu controle pessoal. Com o caos criado pelo
Arrebatamento e o colapso da economia mundial
como predito em Apocalipse 13.5-6, as pessoas
estarão dispostas a entregar todo o poder a um
homem. Semelhantemente aos alemães, que se
voltaram para Hitler depois dos dias de grande
inflação na Alemanha de Weimar, o mundo vai se
voltar para o Anticristo em busca de respostas para
os problemas esmagadores que o mundo estará
enfrentando. De acordo com Apocalipse 13.16-17,
da metade da Tribulação até a Segunda Vinda de
Cristo, ninguém poderá comprar nem vender nada
sem a permissão do Anticristo. As pessoas do
mundo inteiro serão compelidas a aceitarem sua
marca. Sua economia mundial será dirigida por seu
parceiro, o falso profeta. Nos encontraremos com
ele no capítulo seguinte.
5. Ele será um gênio militar (Ap 6.2; 13.2)

Na metade da Tribulação, a máscara do


Anticristo vai cair e ele substituirá o ramo de oliveira
pela espada. Ele subjugará o mundo todo. Toda a
grandeza de Alexandre e de Napoleão será como
nada comparada à dele. Ninguém será capaz de
atrapalhar sua caminhada para as conquistas. Ele
esmagará tudo e todos diante dele. Ele será o
Grande César sobre a forma final do Império
Romano. Parte de sua expansão militar inicial e seu
irresistível sucesso está descrito em Daniel 11.40-44:
“No tempo do fim, o rei do Sul lutará com ele,
e o rei do Norte arremeterá contra ele com carros,
cavaleiros e com muitos navios, e entrará nas suas
terras, e as inundará, e passará. 41Entrará também
na terra gloriosa, e muitos sucumbirão, mas do seu
poder escaparão estes: Edom, e Moabe, e as
primícias dos filhos de Amom. 42Estenderá a mão
também contra as terras, e a terra do Egito não
escapará. 43Apoderar-se-á dos tesouros de ouro e
de prata e de todas as coisas preciosas do Egito;
os líbios e os etíopes o seguirão. 44Mas, pelos
rumores do Oriente e do Norte, será perturbado e
sairá com grande furor, para destruir e exterminar
a muitos”.
Apocalipse 13.4 expressa seu poderio militar
sucintamente: Quem é como a besta? Quem pode
guerrear contra ela?
6. Ele será um gênio da religião (2Ts 2.4; Ap 13.8)

O prodígio de Satanás será capaz de fazer o


que nenhum outro líder já fez. Ele fará o que nem
Maomé, nem Buda, nem nenhum papa jamais foi
capaz de fazer: unir o mundo em adoração, todas as
religiões do mundo serão reunidas em adoração a
um homem.
Imagine que capacidade, poder e engano serão
necessários para conseguir isso! A religião é um dos
grandes divisores das pessoas. Quando você era
criança, seus pais devem ter-lhe dito para não
conversar sobre religião ou política perto de outras
pessoas porque muitas vezes elas têm sentimentos
tão fortes sobre esses assuntos que facilmente as
tornam irritadas e frustradas com aqueles que
discordam delas. A religião é freqüentemente um
separador de pessoas. Mas tudo isso mudará um dia.
E como o mundo está procurando cada vez mais por
um grande líder, um messias, um salvador para
resolver as situações profundamente difíceis que
todos enfrentam, ele também estará aberto para a
idéia de adorar essa pessoa.
Para nos ajudar a visualizar melhor como será
o Anticristo, H.L. Willmington nos forneceu esta útil
analogia com presidentes americanos. O governante
mundial que está por vir possuirá:
• A liderança de um Washington e Lincoln;
• A eloqüência de um Franklin Roosevelt;
• O charme de um Teddy Roosevelt;
• O carisma de um Kennedy;
• A popularidade de um Ike;
• A política perspicaz de um Johnson;
• O intelecto de um Jefferson.[19]
John Phillips descreveu o Anticristo da seguinte
maneira:
O Anticristo será uma figura atraente e carismática, um
gênio, um encantador de homens controlado pelo
demônio e ensinado pelo diabo. Ele terá resposta para
os horrendos problemas da humanidade. Ele será todas
as coisas para todos os homens: um estadista político,
um leão social, um sábio financeiro, um gigante
intelectual, um enganador religioso, um orador magistral,
um organizador capacitado, Ele será a obra prima do
engano de Satanás, o falso messias do mundo. Com
entusiasmo ilimitado, as massas o seguirão e
prontamente o entronizarão em seus corações como o
salvador do mundo e como deus.[20]

Ele será judeu ou gentio?


Um de meus amigos que trabalhava com John
MacArthur contou-me que, anos antes, John havia
pregado um sermão em um domingo e ensinado que
o Anticristo será um homem judeu. Entretanto,
durante estudos mais profundos na semana seguinte,
ele mudou de idéia e fez o sermão subseqüente
apresentando o Anticristo como gentio. Não sei se
essa história é verdadeira ou não, uma vez que eu
não estava lá, mas ela coloca em evidência o fato de
que há muita discussão persuasiva de ambos os
lados dessa questão básica envolvendo o Anticristo.
Esta é, sem dúvida, uma das perguntas mais
freqüentes e debatidas sobre a vinda do homem do
pecado. No coração dessa discussão está como uma
pessoa deveria interpretar o prefixo “anti” no termo
“Anticristo”. Se “anti” significa que esse indivíduo
será oposto a Cristo como governante do poder
mundial gentio, então ele provavelmente será um
gentio. Todavia, há muitos que dizem que, se o
“anti” significa que ele tentará ficar no lugar de
Cristo, como um falso messias, então isto torna mais
provável que ele seja um judeu.
Já antigamente, no Século II d.C., estudiosos
estiveram debatendo essa questão. Irineu (120-202)
cria que o Anticristo seria um judeu da tribo de Dã.
Ele baseava sua conclusão em Jeremias 8.16 e no
fato de que a tribo de Dã é omitida da lista das tribos
de Israel em Apocalipse 7.4-8. No entanto, não
somos informados do motivo pelo qual Dã é omitido
da lista das tribos. A melhor explicação para isto de
que tenho notícia é que Dã foi a primeira tribo a cair
em adoração idólatra.[21] Há também alguns que
acham que a profecia de Jacó relativamente a Dã
(em Gênesis 49.17) pode fornecer uma dica: “Dã
será serpente junto ao caminho, uma víbora junto à
vereda, que morde os talões do cavalo e faz cair o
seu cavaleiro por detrás”. A conexão de Dã com
uma serpente é interpretada como de certa forma
tendo algo a ver com Satanás, e isto está relacionado
com o que diz Apocalipse 13 sobre o Anticristo. A
visão consistente com a Igreja Primitiva durante as
décadas finais do Século II d.C. foi que o Anticristo
seria um falso messias judeu da tribo de Dã. Essa
visão foi também mantida por Jerônimo (331-420
d.C.).
Outra passagem específica das Escrituras, que é
freqüentemente usada para substanciar a visão de
que o Anticristo é de linhagem judaica, é a versão
bíblica de King James de Daniel 11.37: “Ele não
terá consideração pelo Deus dos seus
antepassados” (N.Trad.: semelhante às versões
ARA, ACF, ARC e NVI). O argumento inteiro se
baseia na expressão “pelo Deus de seus pais” ou “de
seus antepassados”. Aqueles que afirmam que o
Anticristo será judeu crêem que sua rejeição ao
“Deus de seus pais” prova que é judeu. Contudo,
essa afirmação poderia igualmente se aplicar a um
gentio cujos pais fossem seguidores do cristianismo.
Da mesma forma, em 1João 2.18-19, onde aparece
o título “anticristo”, o termo se refere à apostasia do
cristianismo, não do judaísmo. Tudo o que
discernimos a partir de Daniel 11.37, então, é que o
Anticristo rejeitará totalmente qualquer que seja a
religião que seus ancestrais praticavam.
Sobretudo, na maioria das traduções mais
recentes da Bíblia, a palavra “Deus” (em hebraico
“elohim”) é traduzida na forma plural, “deuses”.
Como observa o comentarista Arnold
Fruchtenbaum: “No contexto todo, Daniel 11.36-39,
o termo “deus” é usado um total de oito vezes. No
texto hebraico, seis dessas vezes a palavra está no
singular e duas vezes no plural, uma das quais está
no versículo 37. O próprio fato de que a forma
plural de “deus” é usada em um contexto no qual a
forma singular é encontrada na maioria dos casos já
faz desta uma referência a deidades pagãs e não uma
referência ao Deus de Israel”.[22] Além disso, na
Septuaginta, que é a tradução conhecida mais antiga
do Antigo Testamento do hebraico para o grego, a
tradução está “deuses”. Isto é consistente com o
texto hebraico original.[23]
Portanto, se você seguir a tradução King James
ou traduções mais novas da Bíblia, fica claro que o
versículo chave usado por aqueles que crêem que o
Anticristo será judeu está longe de ser algo
conclusivo. Na verdade, pelo contrário, a Bíblia
ensina claramente que o Anticristo que está por vir
será gentio. Sua origem gentia pode ser discernida a
partir de quatro pontos principais.
Primeiro: a tipologia bíblica aponta para a
origem gentílica do Anticristo. A única pessoa
histórica que é perfeitamente identificada com um
“tipo” ou previsão da pessoa e da obra do Anticristo
é Antíoco Epifânio, que foi um monarca sírio
gentio, do Século II a.C.. Antíoco tem sido
adequadamente apelidado de “O Anticristo do
Antigo Testamento”. Se o tipo do Anticristo é um
gentio, segue que ele também será gentio.
Segundo: a origem da besta, ou do Anticristo,
é simbolicamente descrita pelo apóstolo João em
Apocalipse 13.1: “Vi emergir do mar uma besta...”
A palavra “mar”, quando usada simbolicamente no
livro do Apocalipse e no restante das Escrituras, é
uma referência às nações gentílicas. Isto se confirma
em Apocalipse 17.15, onde lemos que “As águas
que viste... são povos, multidões, nações e
línguas”. Entretanto, o uso da palavra “mar”
poderia também se referir ao abismo, ou às
profundezas (11.7; 17.8). Se este for o caso, então a
afirmação de que a besta saia do mar pode descrever
sua origem satânica e demoníaca do inferno.
Terceiro: o Anticristo é apresentado nas
Escrituras como o governante final do poder
mundial gentílico. Seu reino marca a fase final do
“tempo dos gentios” e de seu governo sobre Israel
(Lc 21.24). Ele se sentará no trono do império
mundial final, que levantará seu punho contra a face
de Deus. Que um judeu se levante como o último
governante mundial sobre as potências gentílicas é
algo ilógico.
Quarto: dentre as principais atividades do
Anticristo estará a perseguição ao povo judeu, a
invasão a Israel, e a profanação do Templo Judeu
(Dn 7.25; 9.27; 11.41,45; 2Ts 2.4; Ap 11.2; 12.6;
13.7). É altamente improvável, se não impossível,
que um judeu seja o grande perseguidor final de seu
próprio povo. Os gentios sempre tomaram a frente
na perseguição aos judeus.
Por esses motivos, creio que o Anticristo será
um gentio.
Ele será a encarnação de Satanás?
O Anticristo é apresentado nas Escrituras como
uma completa caricatura ou como um impostor do
verdadeiro Cristo. Ele é o alter ego de Cristo. Como
o Anticristo é uma caricatura tão completa de Cristo,
será possível que ele também seja o produto de um
“nascimento virginal” falsificado e que ele seja o
filho de Satanás – e que será o Satanás encarnado?
Alguns alunos de profecia bíblica contendem
que, assim como Cristo foi o produto de uma
mulher humana e do Espírito Santo (o Deus-
Homem), assim o Anticristo será o produto de uma
mulher humana e do próprio Satanás (a falsificação
deus-homem ou diabo-homem). Esta foi a visão de
Jerônimo no Século IV d.C. Ele ensinou que, como
o filho falsificado, o Anticristo teria uma origem
sobrenatural – ele seria literalmente o filho de
Satanás. Hollywood se apegou a essa idéia e a
popularizou em filmes como O Bebê de Rosemary
(1968) e The Omen (1976). Em O Bebê de
Rosemary, um casal católico romano (estrelado por
Mia Farrow e John Cassavetes) faz um pacto com o
Diabo. Como conseqüência disso, a esposa
finalmente dá à luz ao Satanás encarnado. O filme é
obscuro e perturbador. Haveria alguma base bíblica
para esta visão do Anticristo como Satanás
encarnado?
Suporte bíblico para esta noção é retirado
principalmente de Gênesis 3.15. Ali, o Senhor
amaldiçoou a serpente e disse: “Porei inimizade
entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu
descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás
o calcanhar”. Nesta passagem, o descendente da
mulher é uma referência clara ao Messias ou o
Libertador, que havia de vir e que esmagaria a
cabeça da serpente de uma vez por todas. Mas,
observe que há uma referência aqui à “sua
descendência” (semente) ou o descendente de
Satanás, que será o arqui-adversário do descendente
da mulher. Para aqueles que defendem a origem
sobrenatural do Anticristo, Gênesis 3.15 é visto
como a primeira profecia sobre a vinda do Messias,
bem como a primeira profecia sobre o Anticristo.
Embora seja possível que o Anticristo tenha
origem sobrenatural, parece mellhor a visão do
Anticristo, não como o filho literal de Satanás, mas
como um homem que é totalmente controlado por
Satanás. Nas passagens bíblicas que descrevem o
Anticristo, ele é consistentemente apresentado como
homem. Por exemplo, em 2Tessalonicenses 2.9,
lemos sobre a pessoa e obra do Anticristo vindouro:
“A vinda desse perverso é segundo a ação de
Satanás, com todo o poder, com sinais e com
maravilhas enganadoras” (NVI). O Anticristo é
descrito como um homem mau, energizado pelo
poder de Satanás para fazer suas obras más.
Apocalipse 13.4 diz que o dragão (Satanás)
“deu a sua autoridade à besta” (o Anticristo). Isto
é, o Anticristo é capaz de fazer o que ele pode fazer
não porque ele é descendente de Satanás, mas
porque Satanás o energizou e lhe deu poder como
seu instrumento humano escolhido para governar o
mundo.
Um homem chamado Adso escreveu um livro
em cerca do ano 950 d.C. chamado Carta Sobre a
Origem e a Vida do Anticristo. Nessa obra, ele
contradisse a visão abraçada por muitos em seus dias
de que o Anticristo nasceria de uma virgem e
afirmou que ele nascerá da união de um homem e
uma mulher humanos. Não obstante, Adso afirmou
que o Anticristo “será concebido totalmente em
pecado, gerado em pecado e nascido em pecado. O
Diabo entrará no útero da mãe do Anticristo no
exato momento da concepção. Ele será criado pelo
poder do Diabo e protegido no útero de sua mãe”.
A visão de Adso, que é a visão predominante
da história da Igreja, é muito consistente com a
maneira que o Anticristo é descrito na Bíblia. Se
Satanás vai entrar no Anticristo no momento da
concepção é passível de debates, mas o ponto
principal permanece: O Anticristo será totalmente
humano, porém totalmente possuído por Satanás.

Ele será um indivíduo ressuscitado do


passado?
Como já observamos, o Anticristo é uma
completa imitação ou falsificação de Satanás sobre o
verdadeiro Cristo. Parte da obra de mestre do
engano – de Satanás – será a falsificação do maior
acontecimento do cristianismo – a morte e a
ressurreição de Cristo. Há vários versículos no livro
do Apocalipse que, eu creio, se referem à morte do
Anticristo e sua suposta ressurreição de volta à vida.
- Apocalipse 13.3:

“Então, vi uma de suas cabeças como


golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi
curada; e toda a terra se maravilhou, seguindo a
besta”.
- Apocalipse 13.12-14:

“Exerce toda a autoridade da primeira besta


na sua presença. Faz com que a terra e os seus
habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida
mortal fora curada. 13Também opera grandes
sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à
terra, diante dos homens. 14Seduz os que habitam
sobre a terra por causa dos sinais que lhe foi dado
executar diante da besta, dizendo aos que habitam
sobre a terra que façam uma imagem à besta,
àquela que, ferida à espada, sobreviveu”.
- Apocalipse 17.8:

“a besta que viste, era e não é, está para


emergir do abismo e caminha para a destruição. E
aqueles que habitam sobre a terra, cujos nomes
não foram escritos no Livro da Vida desde a
fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta
que era e não é, mas aparecerá”.
Muitos interpretam estas passagens como
dizendo que o Anticristo será uma pessoa do
passado que ressuscitou de volta à vida, com o
propósito de fazer o papel principal no drama final
das eras. O professor de Bíblia, Lehman Strauss
apoia esta noção:
Ora, será possível que o Anticristo seja um homem que
morreu e a quem Satanás ressuscitará à vida
novamente? Sim, é possível. A obra prima de engano de
Satanás será uma esperta imitação de Cristo. (...) Ao ler
cuidadosamente Apocalipse 11.7; 17.8,11, parece que a
besta vai para o lugar de espíritos mortos, e então é
ressuscitada fora daquele lugar. Em Apocalipse 17.8,
quatro coisas são ditas sobre ele: A besta que você viu,
era e já não é. Ela está para subir do abismo e caminha
para a perdição. Isto indica com bastante clareza que o
Anticristo já esteve na terra antes.[24]

Muitas sugestões foram apresentadas com


respeito à identidade desse indivíduo ressurreto. Em
uma conferência onde falei não muito tempo atrás,
um homem se aproximou de mim e apresentou
extensivamente os motivos pelos quais ele crê que
Antíoco Epifâneo ressuscitará de volta à vida como
o Anticristo. O Antigo Testamento usa Antíoco
como um tipo do Anticristo , e associa Antíoco com
o abominável da desolação (ou “o terrível
sacrilégio”). Esse homem tinha uma série de motivos
para crer que Antíoco era a pessoa responsável pela
abominação da desolação original e que esse ato de
profanação será repetido pelo Anticristo. Um dos
pontos chave era que Antíoco foi morto por um
ferimento fatal – que é o que o livro do Apocalipse
diz que acontecerá ao Anticristo. Um problema
importante com essa visão, entretanto, é que, de
acordo com o historiador judeu Josefo, Antíoco
morreu de uma morte dolorosa devido a uma
terrível doença intestinal (Antiguidades dos Judeus
12.9.1). Esse fato é confirmado pelo livro apócrifo
2Macabeus 9.5-28. A idéia de que Antíoco Epifâneo
será ressuscitado de volta à vida, tendo morrido de
um ferimento na cabeça não é confirmado pela
história ou pelas Escrituras.
Outro candidato histórico que foi sugerido para
a visão do Anticristo ressurreto é o imperador
romano Nero. Na Igreja Primitiva, uma teoria
amplamente aceita relativamente à identidade do
Anticristo era o Nero redivivus – isto é, que o
Anticristo seria Nero revivido ou ressuscitado de
volta à vida. Nero cometeu suicídio no ano 68 d.C.,
e uma série de impostores fingindo ser o Nero
ressuscitado surgiu nos anos 69 e 80 d.C. No ano 88
d.C., um impostor sério de Nero apareceu na Pártia.
Contudo, a despeito da popularidade dessa teoria,
especialmente durante os anos logo após a morte de
Nero, não há nenhuma garantia bíblica para se crer
que o Anticristo será Nero trazido de volta à vida
para uma chamada final ao palco.
Outra teoria popular é que o Anticristo será
Judas Iscariotes, trazido de volta da sepultura.[25]
Há algumas passagens bíblicas que os proponentes
apontam em sua tentativa de sustentar essa visão.
Lucas 22.3 diz que “Satanás entrou em Judas
chamado Iscariotes”. João 6.70-71 é ainda mais
forte – ali, lemos que Jesus respondeu aos apóstolos:
“Não vos escolhi eu em número de doze? Contudo,
um de vós é diabo. 71Referia-se ele a Judas, filho de
Simão Iscariotes; porque era quem estava para
traí-lo, sendo um dos doze”. Judas foi o único
homem que Jesus chamou de “diabo” (diabolos).
Em João 17.12, nosso Senhor Se referiu a
Judas Iscariotes como “o filho da perdição” ou
“aquele destinado à perdição” (NVI). O único
outro lugar que esse título é usado no Novo
Testamento é em 2Tessalonicenses 2.3 – “o filho da
perdição” – em referência ao Anticristo. Atos 1.25
declara que, quando Judas morreu, ele foi “para o
lugar que lhe era devido”. Alguns interpretam isso
como significando que Judas foi para um lugar
especial quando ele morreu, e está agora aguardando
o tempo em que ele será trazido de volta como o
Anticristo. Atos 1.25 está, então, correlacionado
com Apocalipse 17.8, e aquele lugar especial é
geralmente identificado como “o abismo” ou o
“abismo profundo”. Apocalipse 17.8 diz: “A besta
que você viu, era e já não é. Ela está para subir do
abismo e caminha para a perdição” (NVI).
Embora seja até possível que o Anticristo será
Nero, Judas Iscariotes ou algum outro indivíduo
nefasto do passado trazido de volta à vida, a Bíblia
nunca identifica claramente qualquer pessoa do
passado como potencialmente sendo o Anticristo.
Para explicar a linguagem de Apocalipse 13 e 17,
não é necessário recorrer a um indivíduo do passado
que ressuscitará no futuro. Ao contrário, parece
melhor visualizar o Anticristo com um indivíduo
futuro que morrerá e depois voltará à vida.

Que outros nomes e títulos ele terá?


Indubitavelmente, o título que a maioria dos
cristãos usa em referência ao vindouro governante
mundial do final dos tempos é Anticristo. Este é o
mesmo título com o qual até os não cristãos estão
mais familiarizados atualmente. Mas esse não é o
único termo que a Bíblia usa para falar sobre ele.
Não deveria nos surpreender que outros nomes e
títulos sejam atribuídos a ele também. Assim como o
Senhor Jesus Cristo é conhecido por diferentes
nomes e títulos em todas as Escrituras, aquele que
virá para imitar e se opor a Cristo também é
conhecido por várias designações. A.W. Pink disse:
É somente quando fazemos um cuidadoso estudo
sobre os inúmeros nomes e títulos do Senhor Jesus
Cristo, que estamos em posição de apreciar Suas
infinitas excelências e os múltiplos relacionamentos que
Ele sustenta. De um ponto de vista oposto, o mesmo é
igualmente verdadeiro sobre o Anticristo. À medida que
damos mais cuidadosa atenção aos diferentes nomes e
títulos que lhe são dados, então descobrimos a
delineação maravilhosamente completa que nos
proporcionou o Espírito Santo a respeito da pessoa, do
caráter e da carreira desse monstro da perversidade.[26]
Também Satanás, aquele que habitará e que inspirará
o Anticristo tem muitos e diferentes nomes e títulos nas
Escrituras: diabo, Lúcifer, o dragão, a serpente, o leão
que ruge, o anjo de luz, o príncipe da potestade do ar, o
deus deste século, o príncipe deste mundo, o inimigo, o
tentador. Não deveria nos surpreender que o Anticristo
tenha muitos cognomes também. Aqui estão os dez
cognomes mais conhecidos do vindouro Anticristo –
cognomes que nos ajudam a pintar um retrato complexo
de vários aspectos de sua carreira e caráter.[27]

Títulos do Anticristo

1. O pequeno chifre
“Estando eu a observar os chifres, eis que
entre eles subiu outro pequeno, diante do qual três
dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que
neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma
boca que falava com insolência” (Dn 7.8).
2. Um rei de semblante duro, especialista em intrigas

“Mas, no fim do seu reinado, quando os


prevaricadores acabarem, levantar-se-á um rei de
feroz catadura e especialista em intrigas. 24Grande
é o seu poder, mas não por sua própria força;
causará estupendas destruições, prosperará e fará
o que lhe aprouver; destruirá os poderosos e o
povo santo. 25Por sua astúcia nos seus
empreendimentos, fará prosperar o engano, no seu
coração se engrandecerá e destruirá a muitos que
vivem despreocupadamente; levantar-se-á contra o
Príncipe dos príncipes, mas será quebrado sem
esforço de mãos humanas” (Dn 8.23-25).
3. Um príncipe que virá

“Depois das sessenta e duas semanas, será


morto o Ungido e já não estará; e o povo de um
príncipe que há de vir destruirá a cidade e o
santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao
fim haverá guerra; desolações são determinadas”
(Dn 9.26).
4. O assolador
“Ele fará firme aliança com muitos, por uma
semana; na metade da semana, fará cessar o
sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das
abominações virá o assolador, até que a
destruição, que está determinada, se derrame sobre
ele” (Dn 9.27).
5. O rei que fará o que bem entender

“O rei fará o que bem entender. Ele se


exaltará e se engrandecerá acima de todos os
deuses e dirá coisas jamais ouvidas contra o Deus
dos deuses. Ele terá sucesso até que o tempo da ira
se complete, pois o que foi decidido irá acontecer.
37Ele não terá consideração pelos deuses dos seus
antepassados nem pelo deus preferido das
mulheres, nem por deus algum, mas se exaltará
acima deles todos. 38Em seu lugar adorará um
deus das fortalezas; um deus desconhecido de seus
antepassados ele honrará com ouro e prata, com
pedras preciosas e presentes caros. 39Atacará as
fortalezas mais poderosas com a ajuda de um deus
estrangeiro e dará grande honra àqueles que o
reconhecerem. Ele os fará governantes sobre
muitos e distribuirá a terra, mas a um preço
elevado.
40”No tempo do fim o rei do sul se envolverá
em combate, e o rei do norte o atacará com carros
e cavaleiros e uma grande frota de navios. Ele
invadirá muitos países e avançará por eles como
uma inundação. 41Também invadirá a Terra
Magnífica. Muitos países cairão, mas Edom,
Moabe e os líderes de Amom ficarão livres da sua
mão. 42Ele estenderá o seu poder sobre muitos
países; o Egito não escapará, 43pois esse rei terá o
controle dos tesouros de ouro e de prata e de todas
as riquezas do Egito; os líbios e os núbios a ele se
submeterão. 45Mas, informações provenientes do
leste e do norte o deixarão alarmado, e irado
partirá para destruir e aniquilar a muitos.
45Armará suas tendas reais entre os mares, no belo
monte santo. No entanto, ele chegará ao seu fim, e
ninguém o socorrerá” (Dn 11.36-45 – NVI).
6. Um pastor insensato
“O Senhor me disse: Toma ainda os petrechos
de um pastor insensato, 16porque eis que suscitarei
um pastor na terra, o qual não cuidará das que
estão perecendo, não buscará a desgarrada, não
curará a que foi ferida, nem apascentará a sã; mas
comerá a carne das gordas e lhes arrancará até as
unhas. 17Ai do pastor inútil, que abandona o
rebanho! A espada lhe cairá sobre o braço e sobre
o olho direito; o braço, completamente, se lhe
secará, e o olho direito, de todo, se escurecerá”
(Zc 11.15-17).
7. O homem da perdição

“Ninguém, de nenhum modo, vos engane,


porque isto não acontecerá sem que primeiro
venha a apostasia e seja revelado o homem da
iniqüidade, o filho da perdição” (2 Ts 2.3).

8. O perverso
“Então será revelado o perverso, a quem o
Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e
destruirá pela manifestação de sua vinda” (2Ts 2.8
– NVI).

9. O cavaleiro do cavalo branco


“Vi, então, e eis um cavalo branco e o seu
cavaleiro com um arco; e foi-lhe dada uma coroa;
e ele saiu vencendo e para vencer” (Ap 6.2).
10. A besta que saía do mar.

“Vi emergir do mar uma besta que tinha dez


chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez
diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia.
2A besta que vi era semelhante a leopardo, com pés
como de urso e boca como de leão. E deu-lhe o
dragão o seu poder, o seu trono e grande
autoridade” (Ap 13.1-2).
Esses títulos deixam pouco espaço para a
imaginação. O governante final do mundo será um
satânico super-homem.

Ele será homossexual?


Ao ler essa pergunta você pode achar-se
imaginando: De onde veio essa pergunta? Será que
outras pessoas perguntaram sobre isso? A resposta é
sim. Já me perguntaram sobre isso muitas vezes, e a
questão surgiu em muitos livros que falam sobre o
final dos tempos. A base para essa pergunta vem das
palavras encontradas na Versão King James e na
Nova Versão Americana Padrão, de Daniel 11.37.
Essas versões dizem que o vindouro Anticristo não
“observará o desejo de mulheres” (VKJ) e “não
mostrará interesse pelo desejo de mulheres”
(NVAP). Muitos estudantes de profecia bíblica
tomaram essas afirmações como significando que o
Anticristo será homossexual. Eles crêem que, como
alguém que é totalmente controlado por Satanás, o
Anticristo viverá em completa desobediência a Deus
em todas as áreas de sua vida, inclusive sua
orientação sexual. O Anticristo é visto como
sexualmente poluído, pervertido e profano.
Embora seja possível interpretar Daniel 11.37
desta forma, observe que o versículo diz
explicitamente apenas que o Anticristo não terá um
desejo natural pelas mulheres – e não que ele terá
desejo sexual pelos homens.
A expressão “desejo de mulheres” em Daniel
11.37 tem sido entendida de várias maneiras.
Primeiro, alguns a vêem como uma referência ao
Messias. Isto porque era o desejo natural de todas as
mulheres judias no Israel antigo de ser a mãe do
Messias que fora prometido em Gênesis 3.15. Ageu
2.7, que se refere ao Messias como o “desejo das
nações” (VKJ), é freqüentemente usado para dar
suporte a essa visão. Se a pessoa adota esse ponto
de vista, significa que o Anticristo irá rejeitar toda
religião e se oporá especialmente à esperança
messiânica.
Outros pressupõem que a rejeição do Anticristo
pelo desejo de mulheres se refira à sua falta de
qualquer uma das atitudes femininas características,
como gentileza, amor e misericórdia. Embora essa
visão também seja possível, parece melhor, no
contexto dessa passagem, entender essa falta com
relação ao desejo de mulheres como indicação de
que o Anticristo estará tão intoxicado por seu amor
pelo poder que este consumirá completamente toda
sua paixão. Seu deus é o deus do poderio militar.
Daniel 11.38-39 ajuda a explicar o versículo 37:
“38Mas, em lugar dos deuses, honrará o deus
das fortalezas; a um deus que seus pais não
conheceram, honrará com ouro, com prata, com
pedras preciosas e coisas agradáveis. 39 Com o
auxílio de um deus estranho, agirá contra as
poderosas fortalezas, e aos que o reconhecerem,
multiplicar-lhes-á a honra, e fá-los-á reinar sobre
muitos, e lhes repartirá a terra por prêmio” (ARA).
Seja qual for a visão que se adote a respeito da
enigmática expressão “o desejo de mulheres”, não
creio que Daniel 11.37 devesse ser usado para
sugerir que o Anticristo será homossexual. Em vez
disso, ele estará tão enredado pelo deus do poderio
militar, conquistas e poder político que essa
obsessão obscurecerá qualquer desejo que ele
pudesse, em outra situação, ter pelas mulheres.

Qual é a nacionalidade do Anticristo?


Como você pode imaginar, tem havido muita
especulação sobre a nacionalidade ou a origem
nacional do Anticristo. As pessoas são naturalmente
curiosas com relação ao lugar de onde ele deverá vir.
Creio que ele surgirá de uma confederação de
nações que, de certa forma, corresponde ao antigo
Império Romano. Há dois pontos importantes em
favor dessa conclusão.
Primeiro, tanto em Daniel quanto no livro do
Apocalipse, o Anticristo está sempre associado à
forma final do Império Romano. Para entendermos
essa conexão, precisamos voltar atrás cerca de 2.500
anos, para o tempo do profeta judeu, Daniel, a
quem foi dada por Deus uma revelação panorâmica
que forneceu uma visão geral da história do mundo
desde os dias de Daniel até a Segunda Vinda de
Jesus Cristo ao planeta Terra. A profecia oportuna
de Daniel é tão relevante hoje quanto foi no tempo
em que foi escrita. Há eventos acontecendo hoje que
indicam extraordinariamente aquela mensagem
antiga.
Daniel escreveu a maior parte de sua grandiosa
profecia na metade do Século VI a.C.,
proximamente ao 70º ano do exílio dos judeus em
Babilônia. Deus sabia que, durante esse tempo de
disciplina, Seu povo teria todo tipo de perguntas
sobre o que lhes guardava o futuro. Sem dúvida,
eles estavam fazendo perguntas como: Deus
terminou Seu tratamento conosco? Será Deus fiel à
Sua aliança com Abraão e nos dará a terra de Israel
para sempre? Será o reino eterno prometido a Davi
realizado em algum momento? Será que o Messias
virá para governar e reinar sobre a terra?
Nos capítulos 2 e 7 de Daniel, Deus animou
Seu povo e respondeu às suas perguntas, dando-lhe
uma visão rápida sobre o curso da história mundial.
Deus queria que ele soubesse que Suas promessas
eram certas e que Ele manteria Sua Palavra – que o
reino prometido finalmente viria a Israel. Todavia,
Deus também queria que Seu povo soubesse que o
reino não viria imediatamente. Antes que o Rei e
Seu Reino viessem, quatro grandes impérios
governariam sobre Israel em uma sucessão. Com o
benefício de 100% da visão, hoje sabemos que esses
quatro impérios foram Babilônia, Média-Pérsia,
Grécia e Roma. Em Daniel 2, esses quatro impérios
são mostrados como partes de uma grande estátua
de metal que o rei Nabucodonosor viu em um
sonho. Cada parte foi feita de um metal diferente:
A Estátua Metálica em Daniel 2
Cabeça de ouro Babilônia
Braços e peito de prata Média-Pérsia
Estômago e coxas de bronze Grécia
Pernas de ferro Roma

Até este ponto, quase todos estão em


concordância geral sobre o significado do sonho de
Nabucodonosor em Daniel 2. A discordância
começa com respeito à forma final do Império
Romano, que é representado pelos pés e dez
artelhos de ferro e de barro. De acordo com Daniel
2.42-44, os dez artelhos da estátua representam dez
reis que governarão simultaneamente logo antes do
retorno de Jesus à terra para estabelecer o Seu reino.
Em Daniel 7, esses mesmos impérios mundiais
são mostrados novamente, mas desta vez como
quatro bestas feras que Daniel viu subindo do Mar
Mediterrâneo.

As Quatro Bestas em Daniel 7


Leão com asas Babilônia
Urso com sede de sangue Média-Pérsia
Leopardo com quatro cabeças e duas asas Grécia
Besta terrível Roma

Assim como em Daniel 2, o número dez


aparece em conexão com o império final descrito na
visão. Em Daniel 2, há dez artelhos nos pés da
estátua. Em Daniel 7, a terrível besta, que simboliza
a forma final do Império Romano, tem dez chifres
(Dn 7.7). A besta corresponde às pernas de ferro da
estátua, e os dez chifres correspondem aos dez
artelhos da estátua. Assim, a fase final do Império
Romano é mostrada pelos dez chifres, que são
identificados com os dez reis (Dn 7.24). Muitos têm
interpretado esses dez artelhos e dez chifres como
nações ou regiões nas quais o mundo será dividido
durante os tempos do fim. Mas Daniel 2.44 e 7.24
claramente os identificam com reis ou indivíduos
que formarão um tipo de comitê governante. Esses
dez líderes podem representar várias nações ou
grupos de nações, mas a Bíblia nunca diz tão
especificamente. O que nos diz é que dez líderes se
unirão para formar um Império Romano
reunificado. Esses mesmos dez líderes do final dos
tempos são mencionados pelo apóstolo João em
Apocalipse 17.12-13, onde são descritos como “dez
chifres”.
Algumas pessoas que lêem Daniel 2 e 7, crêem
que os dez artelhos e os dez chifres são realmente
parte da história passada – que forma parte do
histórico Império Romano, destruído no ano 476
d.C. Entretanto, sabemos por meio da história que o
Império Romano nunca existiu na forma de dez reis,
como requerido por Daniel 2 e 7. Sobretudo, de
acordo com Daniel 2 e 7, a forma final do Império
Romano experimentará destruição completa e
súbita. Observe que a imagem em Daniel 2
subitamente será despedaçada, e depois a poeira será
espalhada. Mas a história documenta para nós que o
Império Romano se deteriorou gradativamente até
que a parte ocidental do império caiu no ano 476
d.C. e a parte oriental foi cortada no ano 1453 d.C.
Um processo mais gradativo que este dificilmente
poderia ser imaginado. O fato de que o Império
Romano declinou vagarosamente em um longo
período no tempo nos diz que a destruição súbita
profetizada por Daniel 2 ainda não foi cumprida.
A razão principal para se acreditar que o antigo
Império Romano um dia será reavivado é o simples
fato de que a profecia exige que isso aconteça. As
várias profecias bíblicas que tratam da fase final
desse império ainda não foram literalmente
cumpridas da mesma forma que as profecias sobre
os impérios mundiais precedentes. Para aqueles que
crêem na Bíblia, as profecias sobre o futuro são tão
autênticas quanto as profecias que já foram
cumpridas na história. Se todas as profecias de
Daniel 2 e 7 tiveram cumprimento literal exceto
aquelas profecias que tratam da forma final do
Império Romano, devemos concluir que ainda está
para vir um Império Romano revivido, que
experimentará uma total e rápida destruição.
Esse Império Romano reavivado, de acordo
com Daniel, emergirá antes do retorno de Cristo,
que então estabelecerá Seu reino e reinará sobre a
terra. Essa manifestação final do Império Romano
tomará a forma de uma coalisão ou confederação de
dez líderes mundiais (simbolizados pelos dez
artelhos em Daniel 2 e dos dez chifres em Daniel 7),
cujas nações compreenderão o mesmo território
geográfico básico que o Império Romano original ou
histórico. Somos informados que o pequeno chifre
de Daniel 7.8, que é o vindouro Anticristo, surgirá
dentre esses dez reis, o que conecta o Anticristo com
esse Império Romano reunificado. Portanto,
podemos ver que a Bíblia mostra o Anticristo como
vindo de um grupo de nações que correspondem de
certa forma ao antigo Império Romano.
Um segundo ponto importante em favor da
origem romana do Anticristo também vem do livro
de Daniel. No que me concerne, a única passagem
das Escrituras que nos fala conclusivamente sobre a
nacionalidade do Anticristo é Daniel 9.26, que
afirma que o Anticristo (“o príncipe que virá”) será
da mesma nacionalidade do povo que destruiu o
Segundo Templo judeu no ano 70 d.C. Daniel 9.26
nos diz: “e o povo de um príncipe que há de vir
destruirá a cidade e o santuário”. Logicamente que
sabemos através da história que os romanos
destruíram o Templo em Jerusalém. Por isso,
sabemos que o Anticristo será de origem romana.
Isto não significa necessariamente que ele será
italiano, mas simplesmente que surgirá de algum
lugar dentro do Império Romano reunificado. Isto
limita o lugar de origem à Europa, Oriente Médio e
norte da África. Muitas pessoas entenderam isso
como significando que ele surgirá de uma nação da
Europa que formou o núcleo do antigo Império
Romano, possivelmente da própria Roma. Isto
formava o âmago do Império Romano que existia
nos dias do apóstolo João, quando ele profetizou a
vinda do Anticristo de uma forma futura do Império
Romano. É interessante que o filme clássico, The
Omen, pegou essa idéia e abriu com o nascimento
do Anticristo em um hospital fracamente iluminado
em Roma. Um poema deprimente desse mesmo
filme reforça a crença de que o futuro Anticristo se
levantará de um Império Romano santo renascido.
À medida que olhamos para a cena global
atual, vemos que grandes números do povo judeu
voltaram a Sião (Israel), e que o Império Romano
está surgindo diante dos nossos olhos, na forma da
Comunidade Européia. Nações diferentes que antes
eram parte do que compreendia o antigo Império
Romano estão voltando a ficar juntas como os pés e
os artelhos de ferro e barro de Daniel 2. Essas
nações estão se unindo numa mistura diversificada
de países fortes e fracos, que não aderem muito bem
um ao outro (assim como ferro e barro não se
misturam), o que está provocando problemas
internos. O surgimento do Anticristo a partir dessa
amálgama pode não estar muito longe!

Ele será muçulmano, possivelmente o Mahdi


islâmico?
Há um número crescente de professores de
profecia e autores de livros que afirma que o
Anticristo que está por vir, ou o governante mundial,
será muçulmano, ou que será a manifestação do
messias islâmico (Mahdi). Dada a ascensão
meteórica do islamismo na esfera internacional, não
surpreende que essa visão esteja se tornando mais
popular. Os que sustentam essa visão geralmente
rejeitam a idéia de um Império Romano reunificado,
centrado na Europa, como a força dominante no
final dos tempos. Para eles, o mundo será dominado
por um califado muçulmano e governado pelo
messias islâmico.
O raciocínio por detrás dessa visão é como
segue:
Primeiro – os proponentes geralmente
apontam para o fato básico de que o islamismo é a
religião que mais cresce no mundo – até mesmo nos
Estados Unidos, Canadá e Europa. Em muito pouco
tempo, o islamismo suplantará o cristianismo como a
maior religião do mundo. Assim, eles argumentam
que faz total sentido que o líder mundial final
militar, político e espiritual venha da religião
majoritária. Minha resposta a esse ponto é que
devemos ter cuidado para não interpretarmos a
profecia à luz de acontecimentos atuais, mas, em vez
disso, vermos os acontecimentos atuais através das
lentes das Escrituras. Olhar para a profecia bíblica
através das manchetes é geralmente chamado de
“exegese do jornal” e pode levar-nos a conclusões
sem garantia e ao sensacionalismo.
Segundo – adeptos dessa visão às vezes notam
que a grande maioria das nações que a Bíblia lista
como personagens chave do final dos tempos são
atualmente nações islâmicas, inclusive a Síria, a
Jordânia, o Egito, o Sudão, a Líbia, o Líbano, a
Turquia e o Irã. Como estas estão entre as nações
chave do final dos tempos, os proponentes
argumentam que faz mais sentido se o futuro
governante mundial seja muçulmano de uma dessas
nações. Eles também geralmente afirmam que
Gogue (Ez 38-39), o líder de uma invasão contra
Israel no final dos tempos, é a mesma pessoa que o
Anticristo (falaremos sobre esse assunto mais
adiante). Embora seja verdade que o palco do final
dos tempos é a nação de Israel, temos que manter
em mente o envolvimento da forma final do Império
Romano, como indicado em Daniel 2 e 7. Ezequiel
38 também se refere a “Rôs”, que muitos acreditam
que seja a Rússia dos dias modernos. Além disso,
Apocalipse 16.12 também identifica uma grande
confederação militar que virá do leste do Rio
Eufrates. Essa confederação, liderada pelos “reis do
leste”, fluirão para o Oriente Médio no final dos
tempos. Logo, a afirmação de que “todas as nações”
mencionadas na profecia do final dos tempos são
islâmicas é um exagero. Outras nações chave e
forças unidas terão papeis importantes também.
Terceiro – os proponentes desta visão apontam
para muitas semelhanças entre o Mahdi, ou messias,
muçulmano e o Anticristo bíblico. Por exemplo,
ambos serão governantes mundiais, ambos serão
líderes espirituais mundiais, ambos farão tratados de
sete anos, e ambos cavalgarão um cavalo branco.
[28] Essas semelhanças são citadas como prova de
que essas duas figuras do final dos tempos são uma
e a mesma. Mas, considere o seguinte: Não será
possível que a razão para as semelhanças seja que
Maomé obteve muitas de suas informações sobre os
dias finais nas histórias bíblicas que ele ouviu de
judeus e cristãos?
Quarto – a Bíblia diz que o Anticristo trará
terrível perseguição sobre o povo judeu. Aqueles
que defendem a posição do Anticristo islâmico
observam que o Mahdi irá lançar uma campanha
objetiva contra judeus e cristãos, atacará Israel e
estabelecerá o assento de sua autoridade no Monte
do Templo, exatamente como a Bíblia prediz em
2Tessalonicenses 2.4. Eles também apontam que o
Monte do Templo está atualmente sob o controle
muçulmano. Eles acreditam que todos esses pontos
são consistentes com a possibilidade de que o
Anticristo seja muçulmano. No entanto, parece
muito improvável que um Mahdi islâmico sente-se
em um Templo judeu reconstruído para se declarar
Deus. Qualquer muçulmano, antes de tudo,
destruiria o Templo judeu e não se sentaria nele.
Quinto – alguns proponentes enfatizam o fato
de que o Anticristo usará da decapitação como
forma de execução contra aqueles que rejeitarem
seu governo (Ap 20.4). Eles se apressam em apontar
que este é o meio preferido de execução entre os
seguidores do islamismo. Embora seja verdade, a
decapitação também foi o método principal de
execução na Revolução Francesa e, seja qual for o
passado histórico do Anticristo, ele pode reavivar
essa forma de execução porque ela é simples, rápida
e instilaria grande medo naqueles que pensassem em
rejeitar seu governo.
Sexto – Daniel 7.25 fala o seguinte sobre o
Anticristo por vir: “Proferirá palavras contra o
Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e
cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos
lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois
tempos e metade de um tempo”. Joel Richardson vê
isto como uma dica-chave de que o Anticristo será o
Mahdi muçulmano. Diz ele:
Isto é, na verdade, uma indicação bastante grande da
pessoa do Anticristo. Pois, por suas ações, vemos a
indicação de sua origem. É mencionado que ele desejará
mudar duas coisas: tempos e leis. Ora, já vimos que o
Mahdi mudará a lei, instituindo a lei da Shariah islâmica
sobre a terra, mas não vimos nenhuma evidência na
literatura apocalíptica islâmica de que ele mudará “os
tempos”. A pergunta simples, entretanto, é: Quem mais,
além dos muçulmanos desejaria mudar “os tempos e a
lei”? (...) O islamismo, contudo, tem suas próprias leis e
seu próprio calendário e, para ele, seria desejável que
ambos fossem impostos ao mundo inteiro. O calendário
islâmico é baseado no calendário de Maomé.[29]

É obviamente verdadeiro que os muçulmanos


têm um calendário diferente do mundo ocidental, e é
verdade que, se eles um dia pudessem ganhar o
controle do mundo, forçariam a observância de seu
calendário. Todavia, o Anticristo irá mudar o
calendário, independentemente de quem ele é ou do
que seu passado religioso possa ser, porque o
calendário seguido pela maior parte do mundo conta
o tempo a partir do nascimento de Jesus. A mudança
dos tempos e das leis que o Anticristo fará será sua
tentativa de remover qualquer vestígio do
cristianismo da sociedade. Não é necessário que o
Anticristo seja o Mahdi islâmico para que essa
profecia se cumpra.[30]
A única passagem das Escrituras que conheço
que dá um insight sobre o passado religioso do
Anticristo encontra-se em Daniel 11.36-39.
Descrevendo o governante mundial final como o
“rei [que] fará segundo a sua vontade”, Daniel diz
o que segue: “...e se levantará, e se engrandecerá
sobre todo deus; contra o Deus dos deuses falará
coisas incríveis e será próspero, até que se cumpra
a indignação; porque aquilo que está determinado
será feito. 37Não terá respeito aos deuses de seus
pais, nem ao desejo de mulheres, nem a qualquer
deus, porque sobre tudo se engrandecerá. 38Mas,
em lugar dos deuses, honrará o deus das
fortalezas; a um deus que seus pais não
conheceram, honrará com ouro, com prata, com
pedras preciosas e coisas agradáveis. 39Com o
auxílio de um deus estranho, agirá contra as
poderosas fortalezas, e aos que o reconhecerem,
multiplicar-lhes-á a honra, e fá-los-á reinar sobre
muitos, e lhes repartirá a terra por prêmio”.
Embora eu concorde de que haja alguns
paralelos interessantes entre o Anticristo bíblico e o
Mahdi islâmico, para mim, esta passagem
desqualifica a visão do Anticristo islâmico. Daniel
disse que o Anticristo se exaltará acima de todos os
deuses e honrará um deus que seus pais não
conheceram. O Anticristo poderia ser alguém que
foi muçulmano em algum momento em sua vida,
mas, se este for o caso, para ele “honrar um deus
desconhecido de seus antepassados” significa que
ele teria que rejeitar Alá e se voltar para um outro
deus – o deus das fortalezas ou do poderia militar, e,
finalmente, a si mesmo. Logo, mesmo que ele tenha
sido muçulmano em algum momento de sua vida, o
que é possível, essa passagem torna claro que,
quando ele chegar ao poder, ele terá voltado suas
costas para todas as religiões e se estabelecerá como
deus.
Em 2Tessalonicenses 2.4 lemos que o
Anticristo se sentará no Templo de Deus, que é uma
referência ao terceiro Templo judeu em Jerusalém, e
declarará ser deus. Nenhum muçulmano praticante
poderia fazer isso. Certamente que o Mahdi islâmico
não faria isso. Fazer isso seria uma violação ao
princípio central do Islamismo de que há um só
Deus, que é Alá. Se o Anticristo se pronunciasse
deus, ele já não seria um seguidor do Islamismo.
Joel Richardson, que apoia a visão do Anticristo
muçulmano, reconhece esse problema, mas mesmo
assim responde da seguinte maneira:
Precisamos entender que o Anticristo não exigirá
adoração até bem depois do fato de que ele terá sido
reconhecido e aceito universalmente pelo mundo islâmico
como o Mahdi. Os imãs, os mulás, os sheiks e os
aiatolás, toda a liderança do mundo islâmico, terão
prestado obediência ao Mahdi. Negá-lo depois desse
ponto seria a vergonha máxima para o islamismo. Viria
em um momento em que o islamismo estaria
experimentando seu maior avanço de justificação e
cumprimento. Em meio a toda essa incrível euforia,
subitamente declarar e reconhecer que um charlatão
absolutamente mau havia enganado o mundo islâmico
inteiro seria algo inimaginável. Uma vez que o engano
tomou seu lugar, será impossível desfazê-lo. O anzol terá
sido firmado.[31]

Esta resposta negligencia o fato de que a


declaração do Anticristo como sendo ele mesmo
deus será o último ato de uma descarada blasfêmia.
Nenhum muçulmano que se preze poderia jamais
aceitar esse cenário. Acreditar que os líderes
islâmicos ainda seguiriam alguém que afirmou ser o
Mahdi islâmico e mais tarde declarou ser Deus é
ingênuo. Se o moderno avanço do Islamismo radical
nos ensina alguma coisa é que seus líderes são
zelotes ardentes e não estão dispostos a
comprometer nem suas práticas religiosas mais
simples, quanto mais um princípio importante de sua
fé.
Por essas razões, não defendo a visão de que o
Anticristo será muçulmano. Creio que a Bíblia
ensina que ele será um megalomaníaco que odeia
Deus, que rejeita Cristo, que desprezará toda as
religiões e todo deus que não seja ele mesmo e seu
mestre maior, Satanás.

Um presidente americano poderia ser o


Anticristo?
Como já foi observado no capítulo 1, quase
todos os presidentes americanos, desde John F.
Kennedy, têm sido considerados como o suposto
Anticristo, geralmente por alguém do partido
político oposto. Há algumas pessoas que especulam
que, como o presidente dos Estados Unidos é
comumente considerado o indivíduo mais poderoso
da terra, talvez um deles venha a ser o Anticristo.
Eles raciocinam que, de acordo com as Escrituras, o
Anticristo surgirá do Império Romano reunificado.
Como a América foi formada pelas nações da
Europa, sua língua e suas leis são derivadas de
Roma, e é a nação mais poderosa do mundo, eles
imaginam que, por extensão, o Anticristo poderá vir
dos Estados Unidos.
Mas isso me parece altamente improvável.
Parece melhor afirmar que o Anticristo virá de uma
forma futura do Império Romano que existiu nos
dias de João quando ele profetizou sobre a vinda do
Anticristo. Estender as fronteiras do Império
Romano para incluir a América apenas porque a
nação foi fundada por europeus é ter elasticidade
demais. Mas, independentemente do lugar de onde
ele vem, uma coisa é certa: Ele vem. E fará
exatamente o que a Bíblia prediz que ele fará.

O Anticristo é a mesma pessoa que “Gogue”


em Ezequiel 38?
Ezequiel 38-39 é uma das profecias chave do
Antigo Testamento sobre o final dos tempos. Ela
prevê uma brutal invasão a Israel por uma
confederação de nações ao redor. A aliança de
nações está listada em Ezequiel 38.1-6:
“Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
2Filho do homem, volve o rosto contra Gogue, da
terra de Magogue, príncipe de Rôs, de Meseque e
Tubal; profetiza contra ele 3e dize: Assim diz o
Senhor Deus: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue,
príncipe de Rôs, de Meseque e Tubal. 4Far-te-ei que
te volvas, porei anzóis no teu queixo e te levarei a ti
e todo o teu exército, cavalos e cavaleiros, todos
vestidos de armamento completo, grande multidão,
com pavês e escudo, empunhando todos a espada;
5persas e etíopes e Pute com eles, todos com
escudo e capacete; 6Gômer e todas as suas tropas;
a casa de Togarma, do lado do Norte, e todas as
suas tropas, muitos povos contigo”.
Quais são os locais onde estão esses lugares
que Ezequiel listou no ano de 570 a.C.? Uma olhada
no mapa revela as nações que ocupam essas terras
antigas. São elas: a Rússia (Rôs), as nações da Ásia
Central (Magogue), a Turquia (Meseque, Tubal,
Gômer, Togarma), Irã (Pérsia), Sudão (Cuxe) e
Líbia (Pute). Todas essas nações são islâmicas
atualmente, exceto a Rússia.
Em algum momento, durante a primeira
metade da Tribulação, quando Israel estiver em paz
e vivendo em segurança sob o tratado que firmou
com o Anticristo, a Rússia e essa quantidade de
aliados islâmicos montarão um ataque terrível contra
a terra de Israel. O líder dessa invasão se chama
“Gogue” em Ezequiel 38.2. O nome Gogue aparece
no Antigo Testamento apenas uma vez além de
Ezequiel 38-39: o encontramos em 1 Crônicas 5.4,
onde Gogue é listado como um dos descendentes de
Rubens. O Gogue dessa passagem não tem relação
nenhuma com aquele mencionado em Ezequiel.
O nome “Gogue” aparece onze vezes em
Ezequiel 38-39, mais do que qualquer outro nome
no capítulo. Fica claro, quando lemos as referências
a Gogue, que ele é uma pessoa que lidera a
anteriormente mencionada invasão contra Israel.
Portanto, sabemos que Gogue é a pessoa mais
importante nessa coalisão. Gogue é claramente o
ator principal nesse grande drama durante o final
dos tempos. O nome dele significa “alto, supremo,
altura ou montanha alta”. A maneira que o nome
dele é usado em Ezequiel revela que Gogue é uma
pessoa que vem da antiga terra de Magogue, ou da
parte sul da antiga União Soviética. Gogue
provavelmente não é o nome de uma pessoa, mas
um simbólico título real como Faraó, César, czar, ou
presidente. O termo “príncipe” também é usado em
referência a Gogue em Ezequiel 38-39.
Há uma visão crescente de que Gogue é
simplesmente um outro título do Anticristo, e que a
invasão em Ezequiel 38 é a Batalha do Armagedom.
Joel Richardson está entre aqueles que apóiam
igualar o Anticristo a Gogue:
Pessoalmente, rejeito a idéia de que Gogue é qualquer
outra pessoa que não o Anticristo. (...) Colocado de
maneira simples, o Anticristo é o marionete de Satanás
que ele usará para atacar Jerusalém. E, pelo menos no
livro do Apocalipse, Gogue também é marionete de
Satanás que servirá ao mesmo propósito. Em termos de
papel e função, o Anticristo e o Gogue de Apocalipse são
essencialmente o mesmo. (...) Aqueles que vêem o
Gogue de Ezequiel como um competidor contra o
Anticristo se encontram tomando uma posição muito
inconsistente. (...) Gogue e o Anticristo são uma e a
mesma pessoa.[32]

Há outros, entretanto, que crêem que essa


identificação é errônea. Devemos manter em mente
que Gogue lidera uma força de invasão russo-
islâmica, não o Império Romano reunificado,
profetizado sobre o Anticristo em Daniel 7 e em
Apocalipse 13 e 17. Gogue é chamado de “o rei do
norte” em Daniel 11.40, e sua invasão a Israel será
um desafio direto ao tratado do Anticristo com
Israel. Isso tornaria impossível que Gogue fosse o
Anticristo. Ao contrário, Gogue é um governante
sobre a Rússia, que liderará a Rússia e seus aliados
ao seu destino em Israel durante o período da
Tribulação.

Gogue Anticristo
Rei do Rei do Ocidente
Norte
Ataca Faz tratado com Israel (mais tarde quebra o
Israel tratado)

Também é importante lembrar que a invasão


descrita em Ezequiel 38, que é liderada por Gogue,
não é a mesma batalha que o Armagedom, que é
liderada pelo Anticristo. A campanha do
Armagedom, encabeçada pelo Anticristo, acontecerá
no final da Tribulação, enquanto que a invasão em
Ezequiel 38 acontecerá durante a primeira metade
da Tribulação, quando Israel “habitar seguro” (Ez
38.8,11,14). Segue abaixo uma tabela que mostra
sete das diferenças chave entre essas duas batalhas
dos últimos dias.

Gogue e Magogue Armagedom


(Ezequiel 38-39) (Apocalipse 19)
- Invasão liderada por Gogue. - Invasão liderada
pelo Anticristo.
- Israel está em paz no tempo da invasão. - Não há menção
de paz em Israel.
- Exércitos se juntam para saquear Israel. - Exércitos se
juntam para lutar
contra Cristo.
- Ocorre na metade da Tribulação. - Ocorre no final
da Tribulação.
- Nações específicas (Rússia e seus - Todas as
aliados). nações invadem
Israel.
- Exércitos são destruídos pelo - Exércitos são
julgamento sobrenatural de Deus, destruídos pela
inclusive os membros da coalisão se Segunda Vinda
voltando uns contra os outros. de Cristo.
- Ocorre de modo que Deus será - Ocorre para
reconhecido por muitas as nações. destruir as
nações.

Embora eu creia que Gogue e o Anticristo


sejam dois atores diferentes dos tempos do fim,
também creio que eles estão relacionados um com o
outro de maneira muito importante. Para
entendermos essa conexão, devemos perceber que a
força de combate de Gogue será aniquilada por
Deus. Quando Gogue e seus exércitos atacarem
Israel, parecerá a maior discrepância militar da
história. Parecerá que Israel está acabado. Mas Deus
irá intervir no que podemos chamar não de Guerra
dos Seis Dias, mas a Guerra de Um Dia (ou de Uma
Hora). Ezequiel 38.18-23 descreve graficamente a
destruição cataclísmica de Gogue e seu exército pelo
poder sobrenatural de Deus:
“Naquele dia, quando vier Gogue contra a
terra de Israel, diz o Senhor Deus, a minha
indignação será mui grande. 19Pois, no meu zelo,
no brasume do meu furor, disse que, naquele dia,
será fortemente sacudida a terra de Israel, 20de tal
sorte que os peixes do mar, e as aves do céu, e os
animais do campo, e todos os répteis que se
arrastam sobre a terra, e todos os homens que
estão sobre a face da terra tremerão diante da
minha presença; os montes serão deitados abaixo,
os precipícios se desfarão, e todos os muros
desabarão por terra. 21Chamarei contra Gogue a
espada em todos os meus montes, diz o Senhor
Deus; a espada de cada um se voltará contra o seu
próximo. 22Contenderei com ele por meio da peste e
do sangue; chuva inundante, grandes pedras de
saraiva, fogo e enxofre farei cair sobre ele, sobre
as suas tropas e sobre os muitos povos que
estiverem com ele. 23Assim, eu me engrandecerei,
vindicarei a minha santidade e me darei a conhecer
aos olhos de muitas nações; e saberão que eu sou
o Senhor”.
Aqui está a conexão entre essa destruição de
Gogue e o surgimento do Anticristo. Quando Gogue
e sua maciça coalisão forem destruídos durante a
primeira metade da Tribulação, um profundo vácuo
de poder se abrirá, e o Anticristo se movimentará
rapidamente para preenchê-lo. A eliminação dessa
aliança russo-islâmica e de todas as suas tropas vai
abrir caminho para o Anticristo se colocar, assumir o
poder do mundo na metade da Tribulação e
declarar-se Deus. Sempre me pergunto se o
Anticristo vai receber algum crédito pela destruição
do exército de Gogue por afirmar que ele tem uma
arma de destruição em massa secreta que usou para
aniquilá-lo. Ele poderia usar essa propaganda para
intimidar o restante do mundo fazendo que todos o
sigam no que vai se tornar um reino global de terror.

A marca da besta (666) é do passado ou do


futuro?
Um dos tópicos mais fascinantes relacionados
com o futuro Anticristo é a misteriosa marca da
besta. Todos os tipos de perguntas giram em torno
do significado e da aplicação dessa marca. E uma
das perguntas mais comuns nesses dias é a seguinte:
As profecias sobre a marca da besta foram
cumpridas no passado, ou essa marca é algo que
ainda está no futuro?
Aqueles estudiosos que sustentam uma visão
pretérita do livro de Apocalipse – isto é, eles dizem
que a maior parte ou todos os acontecimentos
descritos em Apocalipse já ocorreram – afirmam
que a marca da besta foi usada durante o reinado do
governante romano Nero (54-68 d.C.) [33] Os
preteristas dizem que a maioria, ou todas, das
profecias do Apocalipse, bem como do restante do
Novo Testamento, foi cumprida durante a Guerra
Judaica (66-70 d.C.) e a destruição de Jerusalém no
ano 70 d.C. Para eles, o Anticristo não é um “futuro
inimigo, mas uma relíquia da história”.[34] O
Anticristo, na visão deles, já apareceu em cena e foi
derrotado por Cristo. Para os preteristas, Nero era a
besta.
Preteristas argumentam que a forma grega do
nome Nero, Neron Caesar, escrito em caracteres
hebraicos, soma o número 666. Eles afirmam ainda
que alguns manuscritos gregos antigos contêm a
variante 616 em vez de 666, e que a forma latina do
nome Nero, Nero Caesar, é equivalente ao número
616.[35] Proponentes da visão preterista também
dizem que a perseguição de Nero aos cristãos durou
cerca de 42 meses, ou 1.260 dias, o que
corresponde à duração do tempo mencionado em
Apocalipse 13.5.[36]
No entanto, há sérias dificuldades para se
identificar Nero como a besta que “saía do mar”
(Ap 13.1):
Primeiro – o livro de Apocalipse foi escrito no
ano 95 d.C., quase 30 anos depois que o reinado de
Nero já havia terminado. Por isso, Apocalipse 13.1
não pode ser uma profecia sobre ele.[37] Na
verdade, a data em que João escreveu o Apocalipse
é o problema mais obstinado para toda a visão
preterista. A visão tradicional, dominante, da igreja -
do Século II até os dias de hoje – é que Apocalipse
foi escrito perto do final do reinado de Domiciano.
Todos os luminares na Igreja Primitiva que se
referiram a essa questão mantiveram a data de 95
d.C. Isto elimina a visão preterista como uma
alternativa viável, inclusive sua crença de que Nero
foi a besta de Apocalipse 13.1.
Segundo – ao afirmarem que Nero foi a besta,
os preteristas Gary DeMar e Kenneth Gentry
interpretam os 42 meses do reinado mundial da
besta como um acontecimento literal. Mas, ao
mesmo tempo, DeMar e Gentry defendem uma
interpretação simbólica para quase todos os outros
números encontrados no Apocalipse. Por que eles
tomam os 42 meses do reinado do Anticristo
literalmente e tomam os outros números
simbolicamente? Não há justificativa no texto bíblico
para a abordagem inconsistente deles com relação
aos números no Apocalipse.
Terceiro – e mais importante, Nero nunca
cumpriu uma série de outras afirmações proféticas
claras em Apocalipse 13. Seguem abaixo apenas uns
poucos exemplos:
1.A besta será adorada pelo mundo inteiro: “Todos os
habitantes da terra adorarão a besta, a saber, todos aqueles
que não tiveram seus nomes escritos no livro da vida do
Cordeiro que foi morto desde a criação do mundo” (Ap 13.8
– NVI). Todas as classes da humanidade serão forçadas a
escolher um lado: “A todos, os pequenos e os grandes, os
ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja
dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte” (Ap
13.16). Robert Thomas, um conhecido estudioso do Novo
Testamento, observa que essa linguagem “se estende a todas
as pessoas de todas as camadas civis; (...) todas as classes
ranqueadas de acordo com riqueza; (...) cobre todas as
categorias culturais. (...) As três expressões são uma fórmula
para a universalidade”.[38]
2.Ele forçará as pessoas a receberem sua marca na mão direita
ou na testa se quiserem fazer qualquer transação comercial.
3. O falso profeta erigirá uma imagem da besta e forçará todo o
mundo a adorar a besta.
4. A besta será morta e voltará a viver.
5. A besta em Apocalipse 13.1-10 terá um associado, o falso
profeta, que invocará fogo do céu e dará fôlego de vida à
imagem (13.11-18).

Claramente, nenhuma dessas profecias foi


cumprida durante o reinado de Nero. Nem Nero,
nem qualquer outro imperador romano, jamais
marcou todo o povo do mundo com a marca da
besta, ou 666. Nero não tinha um assistente, ou
ministro de propaganda, que se encaixe na descrição
do falso profeta como é apresentada em Apocalipse
13.[39] Aquelas profecias permanecem não
cumpridas e não sucederão até que o Anticristo surja
durante os tempos do fim.
Quarto – para que o nome de Nero seja igual
ao número 666, você tem que usar o título exato
dele, que é Neron Caesar. Nenhuma outra forma do
nome dele funcionará. Sobretudo, há uma forma
abreviada do nome Domiciano (o Caesar Romano
de 81-96 d.C.), que também é 666.[40] Apocalipse
13.17 diz especificamente que a marca “é o nome
da besta ou o número do seu nome”. Neron Caesar
não era o nome de Nero. A palavra Caesar é um
título, e não parte do nome. Fazer isso seria como
acrescentar a palavra “presidente” antes do nome da
pessoa e incluir como parte do nome dela. Isto vai
além do que o texto de Apocalipse 13.17 diz a
respeito do número 666.
Quinto – se a conexão entre 666 e Nero é tão
óbvia, como afirmam os preteristas, por que
demorou quase 1.800 anos depois da morte de Nero
para que alguém percebesse? [41] Todos os pais da
Igreja Primitiva que escreveram depois do tempo de
Nero adotaram a visão futurista da besta saindo do
mar e do número 666.[42] As primeiras pessoas que
sugeriram uma conexão entre Nero e 666 foram
quatro estudiosos alemães nos anos 1830.[43]
Apocalipse 13.17-18 claramente diz que o
número 666 será a marca proposta para a mão
direita ou a testa. Ninguém na história, inclusive
Nero, jamais propôs tal número ou marca durante
tempos que se aproximam do cenário que se
descortinará na Tribulação. Logo, adivinhações
passadas quanto à identidade do Anticristo podem
ser anuladas com base no exposto. Robert Thomas
nos proporciona um direcionamento sábio nessa
área.
A melhor parte da sabedoria é estar contente de que a
identificação ainda não está disponível, mas estará
quando o futuro falso Cristo subir ao seu trono. A pessoa
a quem 666 se aplica deve ser futura ao tempo de João,
porque João claramente teve a intenção de que o
número fosse reconhecido por alguém. Se não foi
discernível em sua geração e na daqueles que o
seguiram imediatamente, e não foi, a geração a quem
será discernível deve ter estado (e ainda está) no futuro.
Gerações passadas forneceram muitas ilustrações
desse personagem, mas todos os candidatos passados
provaram ser inadequados para serem o cumprimento da
profecia.[44]

Nero não cumpriu – tampouco qualquer outra


pessoa o fez – as profecias detalhadas apresentadas
em Apocalipse 13.1-10. A única conclusão a que
podemos chegar, então, é que a marca da besta
ainda está no futuro.

O que é a marca da besta?


O número 666, a chamada marca da besta,
pode ser uma das questões mais intrigantes de toda a
profecia bíblica. Provavelmente tem havido mais
especulação, sensacionalismo e bobagem induzidos
por essa questão do que por qualquer outra que eu
possa pensar dentro da profecia bíblica. Alguns
poucos anos atrás, me deparei com uma lista de
aplicações absurdas nos EUA.:
Rota 666 O caminho para a besta
00666 O Código de Endereço Postal da besta
Phillips 666 A gasolina da besta
LXVI O numeral romano da besta
666K O plano de aposentadoria da besta
999 O número australiano da besta
IAM666 A placa do carro da besta
666i O BMW da besta

O que é trágico a respeito dessa banalização é


que o número 666 é uma questão séria. Afinal, está
ligado ao Anticristo – um futuro governante mundial
que trará grande mal e destruição à terra.
Apocalipse 13.16-18 é a chave bíblica que abre
a porta para o significado de 666 – a marca da besta
– e para a economia única mundial com a sociedade
sem dinheiro que a acompanha. Esta passagem é o
ponto bíblico de entrada para qualquer discussão
sobre o número 666.
“A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e
os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja
dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a
fronte, 17para que ninguém possa comprar ou
vender, senão aquele que tem a marca, o nome da
besta ou o número do seu nome. 18Aqui está a
sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o
número da besta, pois é número de homem. Ora,
esse número é seiscentos e sessenta e seis”.
Tendo determinado que a marca da besta é
futura, a próxima coisa que devemos fazer é definir
a natureza dessa marca. A Bíblia ensina que, durante
a Tribulação, o falso profeta, que é a cabeça da
máquina de propaganda religiosa do Anticristo,
encabeçará a campanha da marca da besta (Ap
13.11-18). Apocalipse 13.15 torna claro que a
questão chave subjacente à marca da besta é “a
adoração à imagem da besta”. A marca da besta é
simplesmente um veículo para forçar as pessoas a
declararem sua fidelidade – ou ao Anticristo ou a
Jesus Cristo. Todas as pessoas serão polarizadas em
dois campos, pois será impossível tomar uma
posição de neutralidade. A Escritura diz que aqueles
que se recusarem a receber a marca serão mortos
(Ap 20.4).
Todas as classes da humanidade serão forçadas
a tomar um lado: “A todos, os pequenos e os
grandes, os ricos e os pobres, os livres e os
escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre
a mão direita ou sobre a fronte” (Ap 13.16). A
Escritura é muito específica: O falso profeta exigirá
a marca de lealdade e devoção à besta, e esta será
colocada “sobre a mão direita” – não na esquerda –
ou “na testa” (Ap 13.16).
Mas o que é essa marca?
Encontramos a palavra “marca” espalhada por
toda a Bíblia. Por exemplo, ela é usada muitas vezes
em Levítico em referência a uma marca que é
conferida à pessoa que está cerimonialmente impura,
como quando alguém tem lepra. Claramente, nesses
casos, a “marca” é algo externo e visível.
É interessante que Ezequiel 9.4 usa “marca” de
maneira semelhante à usada em Apocalipse: E lhe
disse: “Percorra a cidade de Jerusalém e ponha um
sinal na testa daqueles que suspiram e gemem por
causa de todas as práticas repugnantes que são
feitas nela”. Aqui a marca era de preservação –
semelhante à maneira em que o sangue do cordeiro
colocado nas portas dos lares dos israelitas no Egito
livrava os primogênitos do anjo da morte (Êx 12.7-
13). Em Ezequiel, a marca é colocada visivelmente
na testa de determinados indivíduos, o que antecipa
o uso que o apóstolo João fez do termo em
Apocalipse.
Oito entre nove usos da palavra traduzida por
“marca” em grego (charagma) significam “a marca
ou o selo gravado, cortado, impresso”.[45] Robert
Thomas explica como a palavra foi usada em
tempos antigos:
A marca deve ser algum tipo de rótulo ou sinal
semelhante àquele dado aos soldados, escravos e
devotos do templo dos dias de João. Na Ásia Menor, os
devotos das religiões pagãs se deliciavam em expor tais
tatuagens como se fossem um emblema mostrando que
a pessoa que as usava era de propriedade de um certo
deus. No Egito, Ptolomeu Filopator I marcava os judeus,
que se submetiam ao registro, com uma folha de era em
reconhecimento à adoração deles a Dionísio (cfe.
3Macabeus 2.29). Esse significado se assemelha à
prática antiga ‘de levar sinais para promover lealdades
religiosas (cfe. Is 44.5) e segue o hábito de marcar
escravos com o nome ou com uma marca especial de
seus donos (cfe. Gl 6.17). Charagma (“marca”) era o
termo para as imagens ou os nomes dos imperadores
em moedas romanas; portanto, poderia se aplicar
adequadamente ao emblema da besta colocado nas
pessoas.[46]

Henry Morris também forneceu uma excelente


descrição da natureza da marca:
A natureza da marca não é descrita, mas o princípio
básico foi estabelecido há anos em várias nações. O
cartão de seguridade social, a carteira de identidade, a
prática de fazer um desenho das costas da mão, e vários
outros dispositivos são todos precursores dessa
marcação universal. A palavra em si (“marca”) é a
palavra grega “charagma”. É usada apenas em
Apocalipse, para se referir à marca da besta (oito
vezes), mais uma vez para se referir a ídolos “feitos pela
arte e imaginação dos homens” (At 17.29). A marca é
algo como uma gravação ou uma tatuagem que, uma vez
feita, não pode mais ser removida, proporcionando uma
identificação permanente como seguidor da besta e do
dragão.[47]

A questão para cada pessoa que estiver viva


durante a Tribulação será a seguinte: Eu jurarei
lealdade ao homem que afirma ser Deus? Eu
desistirei da propriedade da minha vida e a darei a
ele por levar esta marca, ou me ajoelharei diante do
verdadeiro Deus e perderei meu direito de comprar
e vender e até mesmo enfrentarei a decapitação (Ap
20.4)? Receber a marca será finalmente uma decisão
espiritual; os benefícios econômicos serão
secundários a esta escolha tão importante que todas
as pessoas terão que enfrentar.

Qual é o significado do número 666?


No filme The Omen, Damien nasceu no dia 6
de junho às 6 horas (666) para simbolizar sua
identificação como o futuro Anticristo. Quase todas
as pessoas – mesmo aquelas que são biblicamente
iletradas – já ouviram falar alguma coisa sobre o
número 666 ou sobre a marca da besta. Lembro-me
de todo o furor a respeito da data 6 de junho de
2006 (6/6/06). Fui entrevistado por dezenas de
estações de rádio e apareci na Fox News para
discutir sobre a superstição em torno daquele dia.
Uma estação de rádio até foi tão longe a ponto de
oferecer presentes aos pais de qualquer criança
nascida naquele dia.
Como você pode imaginar, há múltiplas
explicações para o que significa 666. Creio que a
melhor resposta inclui o uso de um processo
chamado “numerologia”, o qual se refere ao valor
numérico dos nomes. Em numerologia, um valor
numérico é atribuído a cada letra do alfabeto. Se
você quiser encontrar o total numérico de uma
palavra ou nome, some o valor numérico de cada
letra individualmente na palavra ou nome.
Claramente, em Apocalipse 13, algum tipo de valor
numérico está relacionado com o nome da besta,
pois está escrito que alguém com “conhecimento”
deve “calcular” ou contar o número.[48] Contar o
número de um nome significa simplesmente somar
os números atribuídos a todas as letras que
aparecem no nome.[49] O hebraico, o latim, o
grego, o inglês, todos têm valores numéricos para
cada letra do alfabeto. Por exemplo, a cada letra do
alfabeto hebraico, que possui 22 letras, é designado
um valor numérico, como segue: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,
8, 9, 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90, 100, 200,
300 e 400.
Apocalipse 13.16-18 fornece cinco dicas chave
que auxiliam na interpretação da marca da besta –
dicas que, eu creio, apoiam a idéia de que a
numerologia está envolvida de alguma maneira. Leia
Apocalipse 13.17-18 e observe a progressão das
expressões listadas abaixo:
1. “O nome da besta”
2. “O número do seu nome”
3. “O número da besta”
4. “O número é de homem”
5. “O número é seiscentos e sessenta e seis”.[50]

Quando essas cinco dicas forem seguidas em


sua progressão lógica, vemos que o número ou a
marca da besta é o número de um homem que é o
Anticristo ou o governante mundial final. Esse
número é o número do próprio nome do Anticristo.
Como observa o estudioso de profecia, Arnold
Fruchtenbaum:
Nesta passagem, seja qual for o nome pessoal que o
Anticristo terá, se seu nome for soletrado em caracteres
hebraicos, o valor numérico de seu nome será 666.
Portanto, este é o número que será posto nos
adoradores do Anticristo. Uma vez que um número de
diferentes cálculos pode ser igual a 666, é impossível
calcular o nome dele adiantadamente. Mas, quando ele
aparecer, qualquer que seja seu nome pessoal, a soma
será 666. Aqueles que têm conhecimento (versículo 18)
naquela ocasião serão capazes de apontá-lo.[51]

Quando o Anticristo começar a aparecer no


cenário mundial, no início da Tribulação, aqueles
que tiverem um entendimento da Palavra de Deus
serão capazes de identificá-lo pelo número de seu
nome. O valor numérico do nome dele será 666.
Muitos, a grosso modo, usaram erroneamente a
abordagem da gematria aplicando-a a nomes de
líderes modernos para verem se os mesmos
poderiam ser o Anticristo. Ela foi aplicada a Henry
Kissinger e a Lyndon Johnson, e me foi dito que os
nomes de ambos eram iguais a 666. Também
tentaram John F. Kennedy, Gorbachev e Ronald
Reagan. Supostamente, Bill Gates III soma 666. E,
alegadamente, MS DOS 6.21 soma 666, assim
como Windows 95 e System 7.0.
Recentemente recebi um telefonema de um
homem que me disse enfaticamente que Philip
Borbon Carlos, o filho de Juan Carlos, Rei da
Espanha, é o Anticristo porque cada um de seus três
nomes contém seis letras e ele é um proeminente
líder europeu. No entanto, catálogos telefônicos
estão cheios de nomes que somariam 666 quando as
letras individualmente forem convertidas para seu
valor numérico. Isto revela o absurdo de se tentar
“contar o nome” em nossos dias. A instrução para
“calcular o número da besta” não pode ser aplicada
aos nossos dias porque isso seria agir
precipitadamente. Em vez disso, o cálculo deve ser
aplicado por crentes durante a Tribulação. Especular
sobre a identidade do Anticristo é tolice e deveria ser
evitado. Ele não será desvendado antes do início do
período da Tribulação, ou “do dia do Senhor” (2Ts
2.2-3). Naquela ocasião, as pessoas serão capazes de
identificá-lo porque o número de seu nome será
666.

Por que 666?


Por que o Senhor planejou que o nome do
Anticristo somasse 666? Muitos professores de
profecia já apontaram que o seis triplo se refere ao
número do homem, que é o número seis, ou um
número a menos que o número perfeito de Deus,
que é sete. Lembre-se de que o homem foi criado
no sexto dia. O estudioso de profecia, John
Walvoord escreveu o seguinte:
Embora possa haver mais luz sobre ela no tempo em
que esta profecia for cumprida, a passagem em si
declara que esse número é “de homem”. No Livro do
Apocalipse o número “7” é um dos números mais
significativos, indicando perfeição. Assim, há sete selos,
sete trombetas, sete taças da ira de Deus, sete trovões,
etc. Essa besta afirma que é Deus, e se esse fosse o
caso, ele deveria ser 777. Esta passagem, com efeito,
diz: Não, você é apenas 666. Você está aquém da
divindade, embora tenha sido originalmente criado à
imagem e semelhança de Deus. A maior parte da
especulação sobre o significado desse número não traz
proveito algum nem significado teológico.[52]

M.R. DeHaaan, o fundador da Radio Bible


Class [Rádio Escola de Bíblia], também marcou sua
posição:
Seis é o número do homem. Três é o número da
divindade. Aqui está a interpretação. A besta será um
homem que afirma ser Deus. Três números seis
implicam em que ele é um falso deus e um enganador,
mas é, não obstante, meramente um homem,
independentemente de suas afirmações. Sete é o
número da perfeição divina, e 666 é um numeral menor
do que sete. Esse homem do pecado atingirá o mais alto
pico do poder e da sabedoria, mas, ainda assim, será
meramente um homem.[53]

Acho interessante que o número do nome


Jesus, em grego, é 888 e cada um dos seus oito
nomes no Novo Testamento (Senhor, Jesus, Cristo,
Senhor Jesus, Jesus Cristo, Cristo Jesus, Senhor
Cristo e Senhor Jesus Cristo) todos têm valores
numéricos que são múltiplos de oito.[54] Não creio
que isto seja uma mera coincidência. Jesus é
completa perfeição, enquanto o homem,
separadamente de Deus, é um completo e total
fracasso.
Adão, o primeiro homem, foi criado no sexto
dia, enquanto que Jesus, o segundo homem, foi
ressuscitado dos mortos no domingo, o “oitavo dia”
da semana (o segundo primeiro dia da semana).[55]
O uso do número 666 é a maneira de Deus
demonstrar que o Anticristo, a obra prima de
Satanás, não é nada mais do que um homem
decaído, que está completamente debaixo do
controle do Deus soberano de todas as eras.
Qual é o propósito da marca?
Quando lemos sobre a marca da besta, uma
pergunta que imediatamente nos vem à mente é esta:
Por que essa marca será necessária? De acordo com
as Escrituras, a marca servirá como um indicador
visível da devoção de uma pessoa ao Anticristo. A
marca do Anticristo, o valor numérico de seu nome,
será gravado ou impresso sobre a mão direita ou
sobre a testa daqueles que dobrarem seus joelhos ao
punho de ferro dele. A marca da besta será uma
imitação falsa do selo de Deus que está colocado na
testa dos santos, que é o selo do Espírito Santo (Ap
7.3).[56] Esta é apenas uma outra maneira de
Satanás imitar a obra de Deus durante os tempos do
fim. A marca da besta servirá como um tipo de
compromisso de lealdade global, um sinal visível
que declara que uma pessoa comprou a visão do
Anticristo, sua plataforma e propósito. A aceitação
da marca da besta não será um ato inadvertido,
casual, acidental. Aqueles que a receberem farão
uma escolha deliberada por aceitá-la. Eles saberão
exatamente o que ela significa quando escolherem
aceitá-la.
Segundo, a marca proporcionará um benefício
econômico àqueles que a aceitarem. A marca se
tornará o bilhete ou o passaporte da pessoa para os
negócios. Será exigida para todas as transações
comerciais durante a última metade da Tribulação
(Ap 13.17). Isto ajudará a tornar possível uma
ordem global e impedirá a participação de qualquer
um que rejeite a marca. E mais, podemos saber que
a marca é literal e visível, pois ela não poderia servir
como bilhete para transações comerciais se fosse
invisível.
Separe um momento para pensar sobre isto.
Tem sido o sonho de todo tirano por toda a história
controlar seus súditos de forma tão abrangente de
modo que ele decida quem pode comprar ou vender.
Quando a besta, ou o Anticristo, agarrar o poder
global na metade da Tribulação, todas as pessoas da
terra se depararão com uma decisão monumental.
Será que a pessoa vai aceitar a marca da besta em
sua mão direita ou em sua testa, ou será que ela vai
recusar a marca e enfrentar a morte? Será que a
pessoa vai receber a marca que é exigida para
qualquer transação pública ou privada, ou ela vai
permanecer firme e dizer não ao Anticristo?
A política econômica do Anticristo será muito
simples: receba minha marca e me adore, ou morra
de fome. Ele forçará as pessoas a tomarem uma
decisão espiritual. Elas podem servir ao Anticristo e
adorar a besta e sua imagem ou podem recusar o
Anticristo e morrer de fome ou serem decapitadas. E
apenas aqueles que rejeitarem a besta conhecerão a
vida eterna, enquanto que todos os que aceitarem a
marca da besta enfrentarão o julgamento eterno de
Deus. Aceitar a marca selará o destino de perdição
eterna. Será um pecado imperdoável e irreversível:
“Um terceiro anjo os seguiu, dizendo em alta
voz: “Se alguém adorar a besta e a sua imagem e
receber a sua marca na testa ou na mão, 10também
beberá do vinho do furor de Deus que foi
derramado sem mistura no cálice da sua ira. Será
ainda atormentado com enxofre ardente na
presença dos santos anjos e do Cordeiro” (Ap
14.9-10 – NVI).
Isto revela que a aceitação da marca por uma
pessoa não é, afinal, algo relacionado à economia.
Deus não condena o povo por razões puramente
econômicas. Ao contrário, Ele julgará aqueles que
receberam a marca como resultado de uma decisão
deliberada de adorar a besta. É a adoração à besta
que incorrerá na ira de Deus.

Será que a moderna tecnologia tem algo a ver


com a marca da besta?
O que exatamente será essa marca? Qual será a
aparência dela? Que forma ela terá? A especulação
sobre isto é quase sem fim. Quase que todas as
formas de tecnologia que têm surgido ao longo das
recentes décadas foram relacionadas de uma
maneira ou de outra à marca da besta. Será que a
marca é algo tão simples como uma tatuagem? Será
ela algum tipo de carteira de identidade nacional?
Ou seria um chip de computador colocado debaixo
da pele? Ou ainda algum tipo de código de barra
implantado sobre a mão direita ou na testa?
No tempo que sucedeu aos ataques terroristas
ao World Trade Center e ao Pentágono, em 11 de
setembro, muitas pessoas sugeriram alguma forma
de cartão de identidade nacional, um sistema de
identificação biométrica (que funciona por meio de
uma impressão digital ou do escaneamento do olho),
ou uma tecnologia de scanner digitalizado que fosse
colocado no lugar das torres gêmeas.[57] As pessoas
temiam a possibilidade de ataques adicionais e até
mesmo falaram sobre a possibilidade de todos,
voluntariamente, deixarem de lado certas liberdades
para que pudéssemos prender mais facilmente
aqueles que quisessem tentar futuros atos terroristas.
Alguns especularam que uma dessas novas
tecnologias pode acabar sendo a marca da besta. A
especulação correu solta por anos – a marca tem
sido associada aos números da Seguridade Social, a
scanners de código de barra, a scanners de retina, a
tecnologias de implante de chips que vão surgindo.
Tem havido todos os tipos de conjecturas sem
garantia sobre a exata natureza da marca da besta.
Como disse meu amigo, Dr. Harold Willmington:
“Tem havido muita paranóia a respeito do meia,
meia, meia”.
Quando se trata de qual será a aparência da
marca ou que forma ela terá, a resposta é que ainda
não sabemos, e não devemos perder tempo
pensando sobre isso. Podemos saber com certeza
que nada do que vemos hoje é a marca da besta. E
não sabemos que método o Anticristo adotará para
implementar essa marca em seus adoradores. O
texto de Apocalipse 13.16 claramente indica que a
marca será colocada “sobre” a mão direita ou na
testa, não dentro delas. Isto é, a marca será colocada
do lado de fora da pele da pessoa, onde possa ser
vista. A preposição grega “epi”, neste contexto,
significa “sobre”.
O que se pode dizer com segurança e
responsabilidade é que a tecnologia está certamente
disponível hoje em dia para tatuar, gravar ou
parcialmente encaixar um número identificador
visível ou uma marca na pele de todas as pessoas
vivas com o propósito de regular o comércio
mundial e controlar a vida das pessoas. Embora
nada disso que vemos hoje seja a marca da besta, o
surgimento de novos meios surpreendentes de
localizar, identificar e controlar a vida das pessoas
prefigura incrivelmente o cenário apresentado em
Apocalips13. É apenas mais um indicador que
aponta em direção à figura que as Escrituras pintam
sobre o final dos tempos.
Mais um ponto merece menção aqui. Tão
incrível quanto a idéia da marca da besta possa
parecer, há ainda algo muito mais estupendo a ser
observado aqui que não ousamos negligenciar. A
Bíblia predisse este sistema econômico mundial e a
marca de identificação 1900 anos atrás. O fato de
que as palavras de Apocalipse 13 foram escritas na
era da madeira, das pedras, das espadas e das lanças
torna essa profecia uma das provas mais poderosas
da natureza inspirada e da confiabilidade da Palavra
de Deus que se poderia imaginar. Quem poderia ter
predito um sistema econômico mundial único que
controla todo o comércio, exceto Deus? Como Deus
disse: “...eu sou Deus, e não há outro; eu sou
Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde
o princípio anuncio o que há de acontecer e desde
a antiguidade, as coisas que ainda não
sucederam...” (Is 46.9-10). Esta tremenda profecia
é somente mais uma evidência de que o Deus da
Bíblia é o Deus verdadeiro e vivo e que a Bíblia é
Sua Palavra inspirada e infalível.
Como o Anticristo irá persuadir as pessoas de
receberem a marca?
Não sei se você já havia pensado nisto, mas eu
sempre ficava imaginando como o Anticristo será
capaz de pôr em ação o esquema 666.
Um cenário possível é que o Anticristo será tão
orgulhoso, blasfemo e arrogante que ele conseguirá
usar seu carisma e oratória atraente para convencer
as pessoas de receber essa marca tabu. Embora as
pessoas saibam que aceitar a marca é uma afronta a
Deus, elas a receberão mesmo assim como sinal de
rebelião aberta contra o único e verdadeiro Deus.
A segunda resposta possível é que o Anticristo
poderá usar o Arrebatamento da Igreja – o
desaparecimento de milhões de pessoas – para jogar
com os medos das pessoas. Ele pode afirmar ser a
única pessoa na terra que conhece a explicação para
o que aconteceu a todas as pessoas que foram
arrebatadas. Ele pode até mesmo afirmar que causou
os desaparecimentos e ameaçar aqueles que se
rebelarem contra ele de que eles desaparecerão
também. Ele poderá criar algum tipo de promessa
que ninguém mais vai desaparecer ou ser
“vaporizado” contanto que eles se registrem para
receber a marca da besta. Isso pode explicar como
ele consegue que o mundo todo se reúna debaixo de
seu sistema político, econômico e religioso.
Outra possível explicação é encontrada nas
palavras alarmantes de 2Tessalonicenses 2.9-11,
onde o apóstolo Paulo descreveu o excessivo engano
que inundará a terra durante o final dos tempos:
“A vinda desse perverso é segundo a ação de
Satanás, com todo o poder, com sinais e com
maravilhas enganadoras. Ele fará uso de todas as
formas de engano da injustiça para os que estão
perecendo, porquanto rejeitaram o amor à verdade
que os poderia salvar. Por essa razão Deus lhes
envia um poder sedutor, a fim de que creiam na
mentira” (NVI).
Isto significa que, durante a futura Tribulação,
o Anticristo será habilitado por Satanás para realizar
sinais e maravilhas incríveis que chocarão e
emudecerão até mesmo a moderna e sofisticada
humanidade. Seu engano criará espanto e reverência
que atrairão bilhões de pessoas para se voltarem a
ele como salvador. Aqueles que se voltarem da
verdade de Deus para o Anticristo e recusarem a
oferta de salvação graciosa de Deus serão entregues
à sua própria escolha egoísta. Deus confirmará a
escolha deles e enviará uma influência ilusória sobre
eles para que recebam, literalmente, a mentira. O
que é a mentira? A crença de que o Anticristo é
Deus. Isto significa que, embora as pessoas tenham
conhecimento sobre 666 e suas conotações do mal,
elas alegremente aceitarão a marca e tudo o que ela
representa. A forte ilusão superará qualquer
hesitação que eles possam ter sobre receberem a
marca da besta. O fato de que tantos escolherão
seguir o Anticristo – e receber a subseqüente
condenação eterna – deveria nos levar a ter certeza
de que sabemos onde estamos no Senhor. Tempos
de poderosa ilusão estão por vir.

10 Chaves para entender a marca da Besta


1. A marca é futura, não passada.
2. A marca é literal, um sinal visível, como uma tatuagem.
3. Ela será colocada “sobre” a mão direita ou na testa das
pessoas durante a Tribulação.
4. A marca será dada como sinal de devoção ao Anticristo e
como um passaporte para ter direito ao comércio.
5. A marca será o número 666, ou seja, o valor numérico do
nome do Anticristo.
6. Aqueles que são crentes serão capazes de calcular o número e
identificar o Anticristo.
7. Os que receberem a marca serão eternamente condenados.
8. Antes do Arrebatamento, ninguém deve tentar identificar o
Anticristo ou sua marca.
9. Embora a tecnologia atual e os métodos de identificação e
localização de pessoas prefigurem incrivelmente o possível
meio através do qual o Anticristo tentará controlar o mundo,
nenhuma tecnologia atualmente em existência deve ser
identificada como a marca da besta. Ninguém pode dizer
especificamente qual tecnologia será empregada para cumprir
essa profecia, mas o que vemos hoje certamente faz com que
tal sistema não seja somente possível, mas seja provável.
10. A despeito da associação de 666 com o mal, o número será
recebido por aqueles que por sua própria vontade rejeitaram a
Cristo durante a Tribulação.
3
A VINDA DO ANTICRISTO

“Nós não queremos mais uma comissão, já temos muitas.


O que queremos é um homem de estatura suficiente para
manter
a lealdade de todo o povo e nos levantar do marasmo
econômico
em que estamos afundando. Envie-nos tal homem e, seja ele
Deus ou o diabo,
nós o receberemos”.
Paul Henri Spaak
(Primeiro Presidente da Assembléia Geral das Nações
Unidas
e principal planejador na formação da
Comunidade Econômica Européia, em 1957)
“O tempo vem, isto é claro.
O Anticristo está cada vez mais perto”.
Sebastian Brant
(The Ship of Fools [O Navio dos Tolos] CIII.92-93)

Como o Anticristo chegará ao poder mundial?


Esta é uma das questões mais desafiadoras para
se responder sobre o Anticristo. Como um homem
como esse subirá ao poder? O que poderia levar
pessoas com grande educação formal e sofisticadas a
se voltarem para um líder como o Anticristo? E
finalmente adorá-lo como a Deus? Logicamente
que, ao fazermos estas perguntas, temos que nos
lembrar de que somente umas poucas décadas atrás
uma nação inteira se colocou sob o feitiço de um
homem louco, perverso e criminoso chamado Adolf
Hitler. Portanto, esta não é uma ocorrência que não
tenha precedente moderno.
Embora ninguém saiba os detalhes exatos sobre
como sua subida ao poder será orquestrada, todos
sabem que nosso mundo atualmente está em busca
desesperada por liderança. Em face da crescente
crise internacional, o mundo está procurando por
alguém com o carisma, a liderança e a perspicácia
para unir o mundo e satisfazer esses desafios
críticos.
Um dos problemas crônicos que o mundo
enfrenta é o perpétuo conflito do Oriente Médio,
que deu início ao que parece ser um “processo de
paz” que nunca tem fim. Resolver a crise do Oriente
Médio é, indubitavelmente, o prêmio mais cobiçado
da história da diplomacia internacional. O mundo
está clamando por paz. Todo líder quer ser aquele
que vai acrescentar essa vitória ao seu currículo com
suas realizações, e a Bíblia diz que o Anticristo
conseguirá. Ele fará sua apresentação no cenário
mundial forjando algum tipo de acordo ou tratado
com a nação de Israel. Daniel 9.27 fornece os
detalhes:
“Ele fará firme aliança com muitos, por uma
semana; na metade da semana, fará cessar o
sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das
abominações virá o assolador, até que a
destruição, que está determinada, se derrame sobre
ele”.
Com muitos ele fará uma aliança que durará
uma semana. No meio da semana ele dará fim ao
sacrifício e à oferta. E numa ala do templo será
colocado o sacrilégio terrível, até que chegue sobre
ele o fim que lhe está decretado.
Qual é a exata natureza dessa aliança que o
Anticristo fará com Israel? Embora a passagem
acima não nos diga especificamente qual é a
natureza exata desse tratado, podemos facilmente ler
nas entrelinhas. Charles Dyer, um respeitado
professor de profecia e autor de livros, diz:
O que é essa aliança que o Anticristo fará com Israel?
Daniel não especifica seu conteúdo, mas ele indica que
ela se estenderá por sete anos. Durante a primeira
metade desse tempo, Israel se sentirá em paz e seguro,
então, a aliança deverá proporcionar alguma garantia de
segurança nacional para Israel. Muito provavelmente, a
aliança permitirá que Israel esteja em paz com seus
vizinhos árabes. Um dos resultados da aliança é que
Israel terá permissão para reconstruir seu Templo em
Jerusalém. Esse governante mundial será bem sucedido
onde Kissinger, Carter, Reagan, Bush e outros líderes
mundiais falharam. Ele será conhecido como o homem
de paz. [1]

Que haverá um tempo de paz para Israel no


final dos tempos, pelo menos temporariamente, é
confirmado por Ezequiel 38.8,11,14:
“Depois de muitos dias, serás visitado; no fim
dos anos, virás à terra que se recuperou da
espada, ao povo que se congregou dentre muitos
povos sobre os montes de Israel, que sempre
estavam desolados; este povo foi tirado de entre os
povos, e todos eles habitarão seguramente. (...) 11e
dirás: Subirei contra a terra das aldeias sem
muros, virei contra os que estão em repouso, que
vivem seguros, que habitam, todos, sem muros e
não têm ferrolhos nem portas; (...) 14Portanto, ó
filho do homem, profetiza e dize a Gogue: Assim
diz o Senhor Deus: Acaso, naquele dia, quando o
meu povo de Israel habitar seguro, não o saberás
tu?”
Outras passagens bíblicas indicam que, no
começo da Tribulação, o mundo inteiro desfrutará
de um tempo de paz garantido pelo Anticristo:
1 Tessalonicenses 5.1-3:

“Irmãos, relativamente aos tempos e às


épocas, não há necessidade de que eu vos escreva;
2pois vós mesmos estais inteirados com precisão de
que o Dia do Senhor vem como ladrão de noite.
3Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis
que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm
as dores de parto à que está para dar à luz; e de
nenhum modo escaparão”.
Apocalipse 6.1-2:

“Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete


selos e ouvi um dos quatro seres viventes dizendo,
como se fosse voz de trovão: Vem! 2Vi, então, e eis
um cavalo branco e o seu cavaleiro com um arco; e
foi-lhe dada uma coroa; e ele saiu vencendo e para
vencer”.
Fica claro que, quando o primeiro selo é
aberto, vem a paz porque, quando o segundo selo é
aberto, o que apresenta o cavaleiro no cavalo
vermelho, vem o fim daquela paz. Apocalipse 6.3-4
continua, dizendo: “Quando abriu o segundo selo,
ouvi o segundo ser vivente dizendo: Vem! 4E saiu
outro cavalo, vermelho; e ao seu cavaleiro, foi-lhe
dado tirar a paz da terra para que os homens se
matassem uns aos outros; também lhe foi dada
uma grande espada”. Obviamente que o cavaleiro
do cavalo vermelho não pode trazer paz vinda da
terra se já não há mais paz nenhuma nela. O
Anticristo, o cavaleiro sobre o cavalo branco, trará
ao mundo o que o mundo sempre quis. W.A.
Criswell, ex-pastor da Primeira Igreja Batista de
Dallas, olha adiante, para aquele dia:
Em um dia de revolução, em um dia de caos, em um
dia de tempestade e fúria, vem esse grande e final
governante. Este é o significado do primeiro selo em
Apocalipse 6. De conformidade com a abertura do
primeiro selo, o capítulo 17 de Apocalipse diz que
aqueles dez reis, de boa vontade, deram a ele poder,
força e autoridade. Quando o primeiro selo é aberto,
esse Anticristo final aparece. Ele vem montado em um
cavalo branco, com um arco, mas sem nenhuma flecha.
Ele vem vencendo e para vencer, mas ele é um vencedor
sem sangue. Não há guerra, não há batalha, não há
resistência. No meio desse caos e desespero, esses
reis da terra, os governantes da terra, de boa vontade
cedem o lugar a ele e o saúdam como se ele fosse o
salvador da raça. Eles dizem: “Este é o homem que pode
nos tirar desta situação, este é o homem que tem a
resposta para nossas perguntas, este é o homem que
pode trazer paz e prosperidade a toda a humanidade.
Todos o saúdem!” O povo será atraído a ele e a
admiração se transformará em adoração. Este é o
grande governante final da terra. [2]

O Anticristo subirá ao poder como um grande


homem de paz. Não sei como você visualiza o
Anticristo, mas a maioria das pessoas provavelmente
acha que ele é um monstro diabólico e irracional –
um megalomaníaco sem vergonha. Todas essas
imagens são precisas, mas nenhuma delas mostra
como ele será quando o mundo tiver a primeira
impressão dele. No começo de sua carreira, ele
chegará à proeminência como um popular
pacificador. Alguém incansável na solução de
problemas. O diplomata distinto. Ele chegará ao
cenário mundial com um ramo de oliveira na mão.
John MacArthur adequadamente descreve a situação
do mundo que dará surgimento ao Anticristo:
Nos tempos caóticos de confusão, incerteza e
instabilidade que prevalecerão durante a Tribulação, o
mundo almejará ter um líder. As pessoas estarão
aguardando desesperadamente por alguém que seja
poderoso e influente para unir as nações divididas e
contenciosas do mundo; alguém que traga esperança em
meio à desesperança; alguém que proporcione uma
sensação de segurança em um tempo incerto de
apreensão e medo. As pessoas estarão buscando
desesperadamente um líder forte, carismático, com
autoridade para trazer o mundo de volta da beira do
desastre. Esses desejos serão satisfeitos. O poderoso
líder que as pessoas desejarão virá e unificará o mundo
debaixo de seu governo. A princípio ele parecerá ser
tudo o que o povo está buscando. E por um breve tempo
ele trará paz e prosperidade. Mas ele acabará sendo
muito mais do que o mundo ansiava. Ele será um ditador
mais cruel e poderoso do que qualquer outro líder que o
mundo já conheceu. Esse homem, frequentemente
chamado de Anticristo, será a culminação de uma longa
linhagem de futuros vencedores. Aquilo que homens
como Alexandre, o Grande, e os imperadores romanos,
nos tempos antigos, e Hitler e Stalin, nos tempos
modernos, sonharam em fazer, o Anticristo fará – ele
governará o mundo inteiro e receberá a sua adoração.
[3]

O palco do mundo já está pronto para a vinda


dele. Todos os sinais apontam em direção à entrada
dele num futuro não muito distante.

Quais são alguns dos sinais da sua vinda?


Uma coisa é clara sobre o surgimento do
Anticristo. Não pode ocorrer num vácuo. O palco
deve estar preparado para a vinda dele. Quais são
algumas das precondições para o surgimento dele,
de acordo com as Escrituras? Listei aqui cinco sinais
que estão preditos na Bíblia. A propósito, todos os
cinco são muito semelhantes às manchetes das
notícias atuais, que indicam que o aparecimento do
Anticristo poderia muito bem acontecer logo, a
qualquer momento.
O reajuntamento de Israel

Quase todos os eventos chave do final dos


tempos se centralizam, de uma maneira ou de outra,
na existência da nação de Israel. Israel é o campo de
batalha de todas as guerras e conflitos do final dos
tempos descritos na Bíblia (Ez 38; Zc 12). O povo
dessa nação deve ser preservado e reunido na terra
de seus ancestrais antes que as profecias bíblicas
sobre o final dos tempos possam ser cumpridas. Os
últimos dias acontecerão oficialmente quando o
Anticristo fizer um tratado de sete anos com Israel
(Dn 9.27). Obviamente que, para que isso aconteça,
Israel deve existir. O Anticristo não pode estabelecer
um tratado com o povo judeu a menos que eles
sejam uma nação reconhecida. Antes de 1948,
quando o moderno Estado de Israel foi fundado,
essa profecia relativa ao tratado não poderia ser
cumprida, mas com Israel agora sendo uma nação
estabelecida dentro da comunidade mundial, essa
peça do quebra cabeça do final dos tempos está
agora no lugar.
O fato de que o povo judeu tem permanecido
um povo distinto por quase 2.000 anos e tenha
novamente se juntado e se tornado uma nação na
terra de seus antepassados é verdadeiramente
estupendo. O Dr. Randall Price enfatiza o milagre
moderno do povo de Israel:
O moderno retorno do povo judeu à Terra de Israel tem
sido denominado “O Milagre no Mediterrâneo.” Tal
retorno por um grupo de pessoas que havia estado
espalhado entre as nações não tem precedentes na
história. Na verdade, o povo judeu é o único povo exilado
que se manteve um povo distinto a despeito de estar
disperso por mais de 70 diferentes países durante mais
de 20 séculos. Os poderosos impérios do Egito, Assíria,
Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma, todos assolaram a
terra dos judeus, levaram seu povo cativo e os
espalharam por toda a terra. E, depois disso, eles ainda
sofreram perseguições, foram massacrados e passaram
pelo Holocausto nas terras em que ficaram exilados; no
entanto, todos esses reinos antigos se tornaram em pó e
suas glórias passadas permanecem apenas como
relíquias de museu e muitas das nações que se
opuseram aos judeus sofreram declínio econômico,
político ou religioso. Mas o povo judeu, a quem
escravizaram e tentaram erradicar, vive livre e
novamente se tornou uma nação forte![4]

E o povo judeu não apenas sobreviveu como


um povo distinto através dos séculos, mas também
foi restaurado à terra natal de seus antepassados,
contra todas as possibilidades. Eles até mesmo
reviveram sua língua morta:
O fato da continuidade do povo judeu é ainda mais
notável à luz do testemunho histórico da ida para o exílio
e o retorno. Em toda a história humana houve menos de
dez deportações de um grupo de pessoas de sua terra
natal. Esses grupos de pessoas desapareceram na
história porque se assimilaram nas nações às quais
foram exilados. Contudo, o povo judeu não experimentou
simplesmente um exílio, mas múltiplos exílios. (...) O
contraste aqui com outros exílios históricos não deve ser
negligenciado. Enquanto que outros grupos foram
exilados para um país, os judeus foram dispersados para
muitos e diferentes países, e, de fato, foram espalhados
para todas as partes da terra. O povo judeu também tem
a distinção de ser o único povo que reviveu com sucesso
sua língua antiga depois de 2.000 anos. No século XIX,
quando os judeus começaram a imigrar de volta à sua
terra, eles apenas falavam as línguas dos países de
onde estavam retornando. Um homem, Eleazar Ben-
Yehuda, decidiu que a língua adequada para o povo judeu
que estava agora de volta à terra dos profetas era a
língua dos profetas. Ele começou a ensinar as crianças,
e hoje o hebraico é falado diariamente por todos os
homens, mulheres e crianças em Israel. Em
compensação, que país ou grupo de pessoas fala hoje o
egípcio, o assírio, o latim? Apenas o povo judeu ganhou
novamente e com sucesso o uso de sua língua original
na vida cotidiana. (...) Além disso, o povo judeu é o único
povo a ter retornado em massa para sua terra antiga e
ter restaurado sua independência, restabelecendo seu
estado anterior. (...) Qualquer um desses fatos sobre a
sobrevivência de Israel seria notável, mas, tomados em
conjunto, são um milagre. [5]

No tempo perfeito de Deus, exatamente como


a Bíblia predisse cerca de 2.500 anos atrás, o povo
judeu está continuando a ser restaurado à sua terra
vindo de todas as partes do mundo. Temos um lugar
na primeira fila para assistir esse milagre acontecer.
Esse mecanismo crítico da profecia do final dos
tempos está agora no lugar certo. As engrenagens
estão começando a girar e o surgimento do
Anticristo pode não estar muito longe.

A reunificação do Império Romano


Tem sido observado várias vezes neste livro
que o Anticristo surgirá do Império Romano
reunificado. Embora nada do que vemos hoje
abranja a forma final do Império Romano
reunificado, ou revivido, especialmente sob o
governo de dez reis (o Grupo de Dez), as agitações
que vêm acontecendo na Europa desde o final da
Segunda Guerra Mundial são estupendas. Como
consequência de duas paralisadoras guerras
mundiais, as nações da Europa vieram a reconhecer
que sua única esperança de sobrevivência e
estabilidade está no estabelecimento de algum tipo
de aliança pacífica. Começando em 1957, aquela
coalisão começou a se formar. Eis aqui uma visão
geral sobre como essa coalisão cresceu a partir de
uma associação livre de 6 nações para uma
superpotência de 27 nações, com um parlamento de
736 membros e uma população de meio bilhão de
pessoas.
Uma Visão Geral da Europa Reunificada

Nascimento da moderna União Européia (EU) –


através do Tratado de Roma, com 6 nações:
Bélgica, Alemanha, Luxemburgo, França, Itália e 1957
Holanda (total de 220 milhões de pessoas).
A Comunidade Econômica Européia (CEE) é
formada; Dinamarca, Irlanda e Grã-Bretanha
aderem, acrescentando 66 milhões de pessoas. 1973
A Grécia se une à CEE, tornando-se o décimo
membro.
1981
Portugal e Espanha se unem à CEE.

1986
Formação oficial da UE e a assinatura do 07/02/1992
Tratado Maastricht.
Áustria, Finlândia e Suécia se unem à UE,
elevando a população total a 362 milhões de
pessoas em 15 nações membros. 1995
Formação da União Monetária da UE acontece, 01/01/1999
designando uma nova moeda corrente
compartilhada, denominada Euro.
A moeda Euro é emitida oficialmente (conhecida 01/01/2002
como e-day).
À sombra da antiga Acrópolis em Atenas, 16/04/2004
Grécia, outras 10 nações assinam tratado para
se unirem à UE: Chipre, República Tcheca,
Estônia, Hungria, Lituânia, Malta, Polônia,
Eslováquia e Eslovênia. A população da UE
sobe para quase meio bilhão.
Os 25 membros da EU assinam a nova 29/10/2004
Constituição da EU, em meio a grande pompa,
numa cerimônia na Colina Capitoline, em Roma.
Romênia e Bulgária se unem à EU, fazendo o
total de nações subir para 27.
2007
O Tratado de Lisboa é ratificado (é 01/12/2009
estabelecido um cargo permanente de
“Presidente da Europa” com um mandato de 2
anos e meio).

Este novo alinhamento do poder aponta em


direção ao Império Romano revivido e seu novo
líder, que trará a promessa de paz para um mundo
que estará hesitante à beira da catástrofe e do caos.
Creio que estamos testemunhando os estágios
embrionários da emergência de um Império Romano
cada vez mais unificado e poderoso, assim como a
profecia bíblica nos diz para esperar no final dos
tempos. Como adequadamente concluem os
estudiosos de profecia, Thomas Ice e Timothy
Demy:
Seria necessário sermos totalmente ignorantes quanto
aos progressos no mundo de nossos dias para não
admitirmos, através dos esforços da União Européia,
que finalmente as coisas estão voltando aos seus
lugares. Isto está ocorrendo como todos os outros
progressos necessários da profecia, no momento exato
para estarem no lugar certo para o período vindouro da
Tribulação. [8]

O globalismo
A cena hoje está madura para uma economia
internacional e finalmente um governo global. Na
esteira do brutal desastre econômico que aconteceu
no final de 2008 e começo de 2009 – que foi
sentido globalmente e ainda estava sendo sentido no
final de 2010, enquanto escrevia este livro – os
líderes mundiais se reuniram para buscar estratégias
para ficarem fora do completo colapso econômico e
estabelecerem algum tipo de mapa rodoviário
econômico para o futuro. Chamados a uma nova
ordem mundial foram ouvidos, vindos da Grã-
Bretanha, por todo o Oceano Atlântico, até
chegarem aos Estados Unidos. O crescente consenso
entre os líderes mundiais parece ser que apenas uma
consolidação e concentração de poder salvará o
globo de um desastre econômico e da
autodestruição. Este é o tipo de cenário visualizado
nas Escrituras na época em que o Anticristo entra no
cenário mundial. Em um curto espaço de tempo, ele
tomará o controle da economia mundial e tomará as
rédeas do poder político.

O templo reconstruído
De acordo com a Bíblia, um terceiro Templo
judeu, frequentemente conhecido como o Templo
da Tribulação, deve ser construído nos 35 acres do
Monte do Templo em Jerusalém. O primeiro
Templo judeu foi construído por Salomão e foi
destruído no ano 586 a.C. pelo babilônios. O
segundo Templo judeu foi construído por Zorobabel
e grandemente embelezado por Herodes, o Grande.
Foi reduzido a escombros no ano 70 d.C. pelos
romanos.
A Bíblia indica em, pelo menos, quatro lugares
que o povo judeu vai construir um terceiro Templo
no Monte do Templo e farão isto no final dos
tempos.
Daniel 9.27:

“Ele fará firme aliança com muitos, por uma


semana; na metade da semana, fará cessar o
sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das
abominações virá o assolador, até que a
destruição, que está determinada, se derrame sobre
ele”.
Mateus 24.15:

“Quando, pois, virdes o abominável da


desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar
santo (quem lê entenda)”.
2 Tessalonicenses 2.4:
“o qual se opõe e se levanta contra tudo que
se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de
assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se
como se fosse o próprio Deus”.
Apocalipse 11.1-2:

“Foi-me dado um caniço semelhante a uma


vara, e também me foi dito: Dispõe-te e mede o
santuário de Deus, o seu altar e os que naquele
adoram; 2mas deixa de parte o átrio exterior do
santuário e não o meças, porque foi ele dado aos
gentios; estes, por quarenta e dois meses, calcarão
aos pés a cidade santa”.
Sabemos que esse terceiro Templo tem que ser
construído antes que o Anticristo suba ao poder
porque ele fará um tratado com o povo judeu que
evidentemente lhes dará acesso ao Templo para que
possam restituir e realizar o sistema sacrificial (Dn
9.27). Também, 2 Tessalonicenses 2.4 diz que o
Anticristo se sentará no Templo e declarará ser
Deus.
Isto nos leva a um dos problemas mais
espinhosos de toda a profecia bíblica: Como
poderão os judeus construir seu Templo quando o
Domo da Rocha muçulmano e a Mesquita Al-Aqsa
estão erigidos naquele lugar? Da forma que as coisas
estão agora, parece impossível que o Templo venha
a ser construído naquele sítio. Mas não devemos
nunca nos esquecer de que, antes de 1948, muitas
pessoas achavam impossível que um dia o povo
judeu retornasse à sua antiga terra natal. No entanto,
hoje, quase 40% do povo judeu do mundo vive em
Israel. É incrível que quase dois terços deles querem
ver o Templo reconstruído.
A Ynetnews fez uma reportagem sobre os
números assustadores de uma nova pesquisa de
opinião sobre o Templo, no dia 30 de julho de 2009.
A pesquisa perguntava aos respondentes se eles
queriam ver o Templo reconstruído.
Sessenta e quatro por cento responderam
favoravelmente, enquanto que 36% disseram não. Uma
análise das respostas mostrou que não são apenas os
ultra-ortodoxos e os religiosos que anseiam pela
reconstrução do Templo (100% e 97%, respectivamente),
mas também o público tradicional (91%) e muitos
seculares (47%). O Templo foi destruído 1942 anos atrás
e quase dois terços da população querem vê-lo
reconstruído, inclusive 47% de seculares.
Esse forte apoio para a construção do terceiro
Templo judeu é um sinal-chave do final dos tempos.
Durante anos, grupos como os Temple Mount
Faithful [Fiéis do Monte do Templo] e outros
fizeram campanhas e até mesmo preparações para a
reconstrução do Templo, mas infelizmente faltou
apoio mais amplo do público. Isso parece ter
mudado. Atualmente, há muitos em Israel que
querem que o Templo seja construído. E ele deve
estar no lugar durante o período da Tribulação para
que o sistema sacrificial possa ser reinstituído e o
Anticristo possa se sentar no Templo e profaná-lo.
Embora ninguém saiba quando o Templo será
reconstruído, ou que circunstâncias tornarão tal
coisa possível, o nível de apoio para o esforço da
reconstrução está subindo rapidamente, o que serve
como ainda mais um sinal de que os últimos dias
estão se aproximando.
Randall Price, a maior autoridade cristã
evangélica em questões do Templo, conclui seu
excelente livro The Coming Last Days Temple [O
Vindouro Templo dos Últimos Dias] com as
seguintes palavras:
O que é que isto diz a você e a mim? Diz que os judeus
não somente já começaram a visualizar seu alvo, mas
estão bem perto de realizá-lo! Como este livro mostrou, o
atual conflito sobre o Monte do Templo e a decisão dos
judeus ativistas de se prepararem para a conclusão
desse conflito proporcionaram o momentum para a curta
distância que falta dessa subida. Estamos vivendo em
dias que estão à beira do esforço de reconstrução, e
com ele o início do cumprimento das profecias, que
moverão o mundo rapidamente para ver como realidade
o vindouro Templo dos Últimos Dias. [7]

Dois dos eventos-chave que deveriam


acontecer antes que o Templo possa ser reconstruído
já aconteceram: Os judeus estão de volta à sua terra
e têm controle sobre Jerusalém. Tudo o que resta é
que eles tenham soberania sobre o Monte do
Templo em si e que algo aconteça ao Domo da
Rocha dos muçulmanos. Quando Deus fizer esses
eventos acontecerem – o que Ele realmente fará a
Seu tempo – o Templo será reconstruído. E a
desolação que o Anticristo provocará no Templo
não ficará muito atrás. Os fatos que estão
acontecendo hoje estão abrindo caminho para que
essas profecias sejam cumpridas.

O clamor do mundo pela paz


“É uma charada envolta em um mistério dentro de um
enigma.”

Em um discurso transmitido, realizado dia 1º


de outubro de 1939, foi assim que Sir Winston
Churchill descreveu as ações dos russos naquele dia.
E o que ele disse sobre as ações da Rússia poderiam
se aplicar ao Oriente Médio hoje. Afinal, qual é o
problema número um do mundo hoje? A persistente
crise do Oriente Médio: Israel versus palestinos,
Israel versus Hezbollah [ou Hezb’allah – partido de
Alá), Israel versus Irã. A pequenina nação de Israel
na mira das nações islâmicas que a circundam.
Desde 1948, uma administração presidencial dos
Estados Unidos após outra tem tentado resolver esse
enigma e, embora tenha havido vitórias breves e
rasas e tempos sem guerra, uma paz real e
duradoura tem consistentemente iludido os mais
habilidosos diplomatas. Mas a Bíblia indica tudo que
mudará dramaticamente um dia.
Como a cabeça de uma confederação
multinacional, o Anticristo aparentemente terá o
poder e a habilidade para iniciar, formular e impor
uma aliança de paz sobre Israel e possivelmente
sobre seus países vizinhos. [8] Relativamente à
natureza desse tratado de paz, o estudioso de
profecia, John Walvoord, disse:
Quando um governante gentio sobre as dez nações
impuser um tratado de paz sobre Israel, será vindo de
uma força superior e não será um tratado de paz
negociado, mas irá aparentemente incluir os elementos
necessários para tal contrato. Ele incluirá o
estabelecimento das fronteiras de Israel, das relações de
comércio com seus vizinhos – algo que Israel não tem no
presente momento, e, sobretudo, irá proporcionar
proteção contra ataques estrangeiros, o que permitirá
que Israel dê descanso à sua preparação militar. Pode-
se também prever que algumas tentativas serão feitas
para abrir as áreas sagradas de Jerusalém a todas os
tipos de fé relacionados a ela. [9]

A idéia de uma paz imposta sobre Israel por


uma confederação de nações ocidentais parece um
cenário muito provável hoje. Pode-se facilmente ver
no ambiente atual como o Anticristo poderia entrar
em cena e compelir Israel a aceitar uma paz imposta
– um negócio ‘ou pega ou larga’. Afinal, o mundo
está ficando cada vez mais frustrado com a situação
cada vez pior do Oriente Médio. Muitos estão para
perder a paciência. Uma paz forçada por um líder
poderoso certamente poderia se encaixar com o que
a profecia bíblica diz que acontecerá nos últimos
dias.
Em suma, os fatos que estão acontecendo
atualmente em nosso mundo parecem indicar que a
chegada do Anticristo pode ocorrer em breve.
Vamos recapitular as evidências que já vimos acima:

Dicas bíblicas
básicas para o
O palco do mundo hoje
surgimento do
Anticristo
O Anticristo surgirá A União Européia está agora
de um Império firmemente em seu lugar. Atualmente
Romano numa época ela não é governada pelo “Grupo de
em que é governado Dez”, mas a forma básica já está
por dez líderes. delineada.
O Anticristo surgirá A crise do Oriente Médio é o
em uma plataforma problema internacional número um do
de paz para o mundo hoje.
Oriente Médio.
O Anticristo se Israel se tornou nação em maio
sentará no Templo de1948 e tomou controle de
reconstruído de Jerusalém em junho de 1967. Agora
Jerusalém e já há um movimento crescente para a
declarará ser Deus. reconstrução do Templo.
O Anticristo O globalismo, ou a globalização, é
governará o mundo uma realidade presente. De fato, em
inteiro política, nosso clima mundial atual, é uma
econômica e necessidade.
religiosamente.
O Anticristo forçará A tecnologia que torna possível fazer
todo o povo a algo assim já existe, mas não
receber sua marca conhecemos os detalhes de como
de lealdade para será feito ou realizado.
sobreviver.

O pastor e autor David Jeremiah resumiu como


as condições do mundo hoje estão maduras para a
vinda do Anticristo:
Hoje é muito mais fácil visualizar a possibilidade de tal
governante mundial. A tecnologia nos deu comunicações
globais instantâneas. A CNN é vista em todos os lugares
do mundo. A internet e os telefones celulares a satélite
alcançam todos os países da face da terra. O transporte
aéreo encolheu o planeta a ponto de podermos colocar
nosso pé em qualquer nação em questão de horas. Fui
informado de que agora há mísseis que podem alcançar
qualquer parte do mundo em menos que trinta minutos.
Homens e nações já não vivem em isolamento. Há
também outros fatores que tornam a ascendência de um
líder global mais plausível do que era antigamente. A
Bíblia prediz que o caos mundial, a instabilidade e a
desordem aumentarão à medida que nos aproximamos
do final desta era. (...) Antes dessas tensões explodirem
em um caos mundial, o Arrebatamento da igreja irá fazer
diminuir muito a população do planeta. (...) A devastação
produzida por esses desastres irá disparar um clamor
mundial por alívio e ordem a quase qualquer custo. Isso
estabelecerá o palco para a emergência de um novo líder
mundial que irá prometer uma solução para todos os
problemas. [10]
A CARREIRA DO ANTICRISTO

“O mundo tem um desejo de morte a ser


dominado pelo Anticristo”.
Padre Vincent Miceli - O Anticristo (1981)

O que o Anticristo fará durante sua carreira?


A carreira do Anticristo subirá e cairá
semelhantemente à vela romana acesa no dia 04 de
julho [Dia da Independência dos Estados Unidos].
Ele começará com grande alarde e raiará
brilhantemente pelo céu do mundo político e
econômico. Então, estourará em uma grande
explosão de poder e domínio por três anos e meio.
No final, ele fracassará sob o julgamento de Cristo
em Sua Segunda Vinda. Sua carreira, embora breve,
será cheia de incríveis sucessos e de chocantes
obstáculos. O mundo jamais terá visto alguém como
ele. Embora não saibamos tudo o que vai acontecer
durante o seu curto tempo no poder, a Bíblia nos
fornece alguns detalhes sobre suas atividades.
As atividades do Anticristo
1. Ele aparecerá nos “tempos do fim” da história de Israel (Dn
8.17);
2. Sua manifestação sinalizará o começo do “dia do Senhor”
(2Ts 2.1-3);
3. Seu surgimento está atualmente sendo impedido por “aquele
que o detém” (2Ts 2.3-7);
4. Sua subida ao poder virá através de programas de paz (Ap
6.2). Ele fará uma aliança de paz com Israel (Dn 9.27). Esse
evento sinalizará o início dos sete anos de Tribulação. Mais
tarde ele quebrará a aliança na metade do seu tempo de
validade;
5. Perto da metade da Tribulação, o Anticristo será assassinado
ou morto violentamente (Ap 13.3,12,14);
6. Ele “sairá do abismo” (Ap 17.8);
7. Ele será trazido de volta à vida (Ap 11.7; 13.3,12,14; 17.8);
8. O mundo todo ficará pasmado e o seguirá (Ap 13.3);
9. Ele será completamente controlado e energizado por Satanás
(Ap 13.2-5);
10. Ele assassinará três dos dez reis no Império Romano
reunificado (Dn 7.24);
11. Os reis darão toda a autoridade à besta (Ap 17.12-13);
12. Ele invadirá a terra de Israel e profanará o Templo
reconstruído (Dn 9.27;11.41;12.11; Mt 24.15; Ap 11.2);
13. Ele irá atrás e perseguirá sem misericórdia o povo judeu (Dn
7.21,25; Ap 12.6);
14. Ele se estabelecerá no Templo como sendo Deus (2Ts 2.4);
15. Ele será adorado como Deus durante três anos e meio (Ap
13.4-8). Sua reivindicação de deidade será acompanhada de
grandes sinais e maravilhas (2Ts 2.9-12);
16. Ele proferirá grandes blasfêmias contra Deus (Dn 7.8; Ap
13.6);
17. Ele governará o mundo política, religiosa e economicamente
por três anos e meio (Ap 13.4-8, 16-18);
18. Ele será promovido por uma segunda besta que levará o
mundo em adoração à besta (Ap 13.11-18);
19. Ele exigirá que todos recebam a sua marca (666) para que
possam comprar e vender (Ap 13.16-18);
20. Ele estabelecerá sua capital política e econômica na Babilônia
(Ap 17);
21. Ele e os dez reis destruirão Babilônia (Ap 18.6);
22. Ele matará as duas testemunhas (Ap 11.7);
23. Ele reunirá todas as nações contra Jerusalém (Zc 12.1-2;
14.1-3; Ap 16.16; 19.19);
24. Ele lutará contra Cristo quando Cristo retornar à terra e ele, o
Anticristo, sofrerá total derrota (Ap 19.19);
25. Ele será atirado vivo para dentro do lago de fogo (Dn 7.11;
Ap 19.20).

Durante quanto tempo ele governará o


mundo?
De acordo com as Escrituras, o reino mundial
do Anticristo durará três anos e meio. Ele
indubitavelmente estará no cenário mundial como
um jogador chave por vários anos, o que o levará a
agarrar o poder, mas não temos idéia sobre quanto
tempo ele terá que esperar nos bastidores. Seu
surgimento vai parecer insignificante no início, pois
Daniel 7.8 o descreve como um ‘pequeno chifre’.
Mas ele finalmente se tornará um governante
mundial e seu reino durará breves três anos e meio.
Esse período de três anos e meio é confirmado de
várias maneiras nas Escrituras, mas sempre a
duração do período é a mesma:

“42 meses” Apocalipse


11.2; 13.5
“um tempo, dois tempos e metade de um Daniel 7.25;
tempo 12.7
(Um tempo = um ano Apocalipse
Dois tempos = dois anos 12.14
Metade de um tempo = meio ano)
“1260 dias” Apocalipse
(Usando o calendário de 360 dias,1.260 11.3; 12.6
dias = 3 anos e meio)
O Anticristo estabelecerá seu reino mundial em
uma tentativa fútil de obstruir a vinda do reino de
Jesus Cristo. Mas Cristo virá em grande poder e
glória em Seu segundo advento para destruir o
Anticristo e estabelecer Seu reino na terra, reino que
durará 1.000 anos.

Qual é o relacionamento do Anticristo com a


Babilônia?
Apocalipse 13 desvenda o império do final dos
tempos do Anticristo incluindo os âmbitos globais
político, econômico e religioso. Apocalipse 17 dá
uma descrição suplementar de seu reino e revela a
conexão que há entre a besta e a Babilônia. Alguns
chamam esse relato de “a bela e a fera”.
“Transportou-me o anjo, em espírito, a um
deserto e vi uma mulher montada numa besta
escarlate, besta repleta de nomes de blasfêmia, com
sete cabeças e dez chifres. 4Achava-se a mulher
vestida de púrpura e de escarlata, adornada de
ouro, de pedras preciosas e de pérolas, tendo na
mão um cálice de ouro transbordante de
abominações e com as imundícias da sua
prostituição. 5Na sua fronte, achava-se escrito um
nome, um mistério: Babilônia, a grande, a mãe das
meretrizes e das abominações da terra. (...) 18A
mulher que viste é a grande cidade que domina
sobre os reis da terra”.
Durante os tempos do fim, as coisas vão ter
dado a volta completa, a partir da antiga Torre de
Babel. Em Gênesis 10-11, o primeiro poderoso líder
mundial, Ninrode, construiu uma grande cidade
(Babilônia) e um sistema religioso mau para estar
nela. Babilônia, em Gênesis, era tanto uma cidade
quanto um sistema. Em Apocalipse 17-18, Babilônia
é novamente mencionada como uma grande cidade
e um sistema religioso-comercial embrulhados como
se fossem uma coisa só, e a cidade e a besta são
associadas bem de perto uma da outra.
Babilônia, apresentada como uma prostituta
descarada, monta nas costas da besta, ou do
Anticristo. Isto provavelmente indica que a besta
apóia a mulher enquanto ela inicialmente exerce
algum controle sobre ele. Em outras palavras, eles
estarão conectados bem de perto e dependentes um
do outro.
Mas, o que é a Babilônia? Embora muitos
creiam que Babilônia (no livro do Apocalipse) seja
um tipo de pseudônimo para Roma ou para Nova
Iorque ou para outra grande cidade do final dos
tempos, eu creio que esse nome se refere a uma
cidade literal da Babilônia, reconstruída, no Rio
Eufrates, que nos dias modernos seria o Iraque, a
qual servirá como um quartel general político para o
Anticristo. Esta é a visão apresentada na popular
série “Deixados para Trás”, escrita por Tim LaHaye
e Jerry Jenkins. No primeiro livro da série
“Deixados para Trás”, aparece a seguinte
conversação:
- “Ele quer mudar a ONU”.
- “Para onde?”
- “Ele quer mudá-la para Babilônia”.
- “Ouvi falar que estão renovando aquela cidade há
anos. Milhões de dólares investidos para fazer, o quê? A
Nova Babilônia?”
- “Bilhões”.
- “Dentro de um ano a sede das Nações Unidas vai se
mudar para Nova Babilônia?”[1]
No livro, o Anticristo, Nicolae Carpathia, muda
as Nações Unidas e a sede de seu mundo para a
cidade reconstruída da Babilônia, chamada a Nova
Babilônia, que está localizada no Rio Eufrates, no
Iraque. Embora “Deixados para Trás” seja ficção,
esse evento de tirar o fôlego, o surgimento da Nova
Babilônia, é baseado nas antigas profecias bíblicas
que por enquanto ainda não foram cumpridas.
Há várias razões para minha convicção de que
Babilônia é uma cidade reconstruída, literal, e
apresentarei algumas das razões chave aqui:
Primeira: “Babilônia” aparece quase que 300
vezes na Bíblia, e, com uma possível exceção em 1
Pedro 5.13, o nome sempre se refere a uma cidade
literal da Babilônia, localizada onde hoje é o Iraque.
A grande cidade do final dos tempos, cidade do
Anticristo, é mencionada como “Babilônia” seis
vezes em Apocalipse (14.8; 16.19; 17.5;
18.2,10,21). Como o termo “Revelação” (em grego:
apokalypsis), em Apocalipse 1.1, se refere a algo
que é revelado, ou desvendado, seria estranho
interpretar “Babilônia” literalmente em todos os
outros lugares na Bíblia, mas subitamente insistir em
um significado simbólico quando “Babilônia”
aparece no último livro das Escrituras.
Segunda: as outras localizações geográficas
mencionadas em Apocalipse são entendidas
literalmente. Isto inclui Patmos, Éfeso, Esmirna,
Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia, Laodicéia,
Armagedom, e a Nova Jerusalém. Se todos esses
lugares são entendidos em um sentido literal, por
que não aceitar Babilônia em um sentido literal
também? Como observa Henry Morris: “Na
ausência de alguma declaração no contexto que
afirme o contrário, devemos pressupor que o termo
Babilônia se aplica à cidade verdadeira e real da
Babilônia, embora o termo também possa se
estender para além da cidade e abranger todo o
sistema centralizado em Babilônia”.[2]
Terceira: a Bíblia prediz repetidamente que
Babilônia experimentará um cataclismo, uma súbita
destruição, mas isso ainda não aconteceu. Por
exemplo, Isaías 13.4-5 diz:
“Já se ouve sobre os montes o rumor como o
de muito povo, o clamor de reinos e de nações já
congregados. O Senhor dos Exércitos passa revista
às tropas de guerra. 5Já vêm de um país remoto,
desde a extremidade do céu, o Senhor e os
instrumentos da sua indignação, para destruir toda
a terra”.
Isaías continua, ainda, em 13.10-13:
“Porque as estrelas e constelações dos céus
não darão a sua luz; o sol, logo ao nascer, se
escurecerá, e a lua não fará resplandecer a sua
luz. 11Castigarei o mundo por causa da sua
maldade e os perversos, por causa da sua
iniqüidade; farei cessar a arrogância dos atrevidos
e abaterei a soberba dos violentos. 12Farei que os
homens sejam mais escassos do que o ouro puro,
mais raros do que o ouro de Ofir. 13Portanto, farei
estremecer os céus; e a terra será sacudida do seu
lugar, por causa da ira do Senhor dos Exércitos e
por causa do dia do seu ardente furor”.
Nesse capítulo, parece que o profeta Isaías
estava olhando pelo corredor do tempo para a futura
destruição da Babilônia nos últimos dias, pois nada
como isto jamais aconteceu a Babilônia desde que a
profecia foi dada. Jesus até mesmo citou Isaías
13.10 em Mateus 24.29 quando descreveu os sinais
estelares que acompanharão Sua Segunda Vinda à
terra – uma indicação clara de que Jesus viu o
cumprimento de Isaías 13.10 como um evento ainda
futuro.
Isaías também parece se referir à destruição da
Babilônia em conexão com a Segunda Vinda de
Cristo em Isaías 13.20-22:
“Nunca jamais será habitada, ninguém
morará nela de geração em geração; o arábio não
armará ali a sua tenda, nem tampouco os pastores
farão ali deitar os seus rebanhos. 21Porém, nela, as
feras do deserto repousarão, e as suas casas se
encherão de corujas; ali habitarão os avestruzes, e
os sátiros pularão ali. 22As hienas uivarão nos seus
castelos; os chacais, nos seus palácios de prazer;
está prestes a chegar o seu tempo, e os seus dias
não se prolongarão”.
Isaías 13.19 inclusive fala que, quando
Babilônia for finalmente destruída, será como
quando Deus destruiu Sodoma e Gomorra. O
profeta Jeremias fala a mesma coisa:
“...será mui envergonhada vossa mãe, será
confundida a que vos deu à luz; eis que ela será a
última das nações, um deserto, uma terra seca e
uma solidão. 13 Por causa da indignação do
Senhor, não será habitada; antes, se tornará de
todo deserta; qualquer que passar por Babilônia se
espantará e assobiará por causa de todas as suas
pragas”. (...) 26Vinde contra ela de todos os confins
da terra, abri os seus celeiros, fazei dela montões
de ruínas, destruí-a de todo; dela nada fique de
resto. (...) 39Por isso, as feras do deserto com os
chacais habitarão em Babilônia; também os
avestruzes habitarão nela, e nunca mais será
povoada, nem habitada de geração em geração,
40como quando Deus destruiu a Sodoma, e a
Gomorra, e às suas cidades vizinhas, diz o Senhor;
assim, ninguém habitará ali, nem morará nela
homem algum” (Jr 50.12-13,26,39-40).
No que se refere ao cumprimento histórico
desses versículos, é óbvio, tanto da parte das
Escrituras quanto da parte da história, que ainda não
ocorreu. Creio que o cumprimento literal dessa
passagem acontecerá durante os tempos do fim, e
acontecerá a uma cidade reconstruída da Babilônia.
Quarta: a Babilônia fica numa localização
privilegiada hoje para dominar o Oriente Médio, que
é o caldeirão dos conflitos bem como o lar de quase
dois terços das reservas mundiais de petróleo
conhecidas. Henry Morris destaca as vantagens da
Babilônia como uma capital mundial:
Não obstante, Babilônia é, de fato, um prospecto
crucial para reconstrução, inteiramente separada de
quaisquer intimações proféticas. Sua localização é a
mais ideal do mundo para qualquer tipo de centro
internacional. Ela não é apenas a bela e fértil planície do
Tigre-Eufrates, mas está próxima de algumas das mais
ricas reservas de petróleo do mundo. Estudos
computadorizados para o Instituto de Pesquisas sobre a
Criação mostraram, por exemplo, que Babilônia fica
muito perto do centro geográfico de todas as massas de
terra no planeta. Está dentro de distâncias navegáveis do
Golfo Pérsico e no entroncamento de três grandes
continentes: a Europa, a Ásia e a África. Assim, não há
uma localização mais ideal em nenhum lugar para um
centro mundial de comércio, um centro mundial de
comunicações, um centro mundial bancário, um centro
mundial educacional, ou especialmente uma capital
mundial! O grande historiador dos tempos modernos,
Arnold Toynbee, costumava enfatizar, para seus leitores
e ouvintes, que a Babilônia seria o melhor lugar do mundo
para se construir uma futura metrópole cultural mundial.
Com todas as vantagens e o início já dado pelos
iraquianos, não é, absolutamente, um exagero sugerir
que a futura capital do “Reino das Nações Unidas” é a
federação das dez nações.[3]

Assim como muitas pessoas no passado


questionaram como seria possível que Israel se
tornasse uma nação novamente, muitas pessoas hoje
querem saber como a Babilônia poderia servir de
grande quartel general para o Anticristo durante o
final dos tempos. Alguns também perguntam: “Se a
Babilônia tem que ser reconstruída, quão próximos
podemos realmente estar da vinda de Cristo? Afinal,
levará um bom tempo para se reconstruir a
Babilônia e fazer dela a cidade descrita em
Apocalipse 17-18”. No entanto, temos que nos
lembrar de que o Arrebatamento poderia acontecer
hoje e a Tribulação não começará antes de vários
meses ou até anos mais tarde. O Arrebatamento não
é um acontecimento que sinalize o início da
Tribulação. Pelo contrário, a Tribulação começa
quando o Anticristo forja seu tratado de paz com
Israel. Haverá, indubitavelmente, um tempo de
preparação ou do estabelecimento do palco entre o
Arrebatamento e o início da Tribulação. Não temos
idéia sobre quanto tempo será esse hiato, mas ele
poderá ser bem prolongado. Se for, isso ajudará a
responder às perguntas sobre quão rapidamente as
coisas poderão – ou não – entrar em seus devidos
lugares depois que ocorrer o Arrebatamento.
Conhecendo o que a Bíblia diz sobre Babilônia
durante o final dos tempos e seu relacionamento
com o governante mundial vindouro, não
deveríamos ficar surpresos com toda a atenção que
o mundo tem dado ao Iraque nas décadas recentes.
Não é por acidente que o Iraque saiu de relativa
obscuridade para ter um papel significativo nos
eventos mundiais. Da mesma forma, as enormes
quantidades de petróleo no Iraque – que podem
trazer grande riqueza ao país – não são
simplesmente um golpe de sorte. Deus colocou o
petróleo lá. O lugar do Iraque nos holofotes
mundiais poderia servir como perfeito prelúdio para
a reconstrução da Babilônia no futuro próximo. O
ressurgimento do Iraque, os esforços que já têm sido
feitos para restaurar e reconstruir Babilônia, e as
ricas reservas de petróleo disponíveis para financiar
a reconstrução da cidade, tudo isso torna muito real
a possibilidade da Babilônia servir como o quartel
general do Anticristo no final dos tempos.

Ele será assassinado e tornará a viver?


Várias vezes neste livro mencionei brevemente
o fato de que o Anticristo morrerá e voltará à vida.
Mas, será que ele realmente morrerá e voltará a
viver novamente? Ou isso será uma fraude? O texto
bíblico que descreve esse evento está em Apocalipse
13.3-4:
“Então, vi uma de suas cabeças como
golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi
curada; e toda a terra se maravilhou, seguindo a
besta; 4e adoraram o dragão porque deu a sua
autoridade à besta; também adoraram a besta,
dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem pode
pelejar contra ela?”
Apocalipse 17.8 é uma passagem paralela:
“a besta que viste, era e não é, está para
emergir do abismo e caminha para a destruição. E
aqueles que habitam sobre a terra, cujos nomes
não foram escritos no Livro da Vida desde a
fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta
que era e não é, mas aparecerá”.
Existem três visões principais sobre o
significado desses textos. Alguns crêem que a morte
e a ressurreição descritas aqui se referem ao final do
Império Romano no ano 476 d.C. e sua
ressuscitação nos tempos do fim. Em outras
palavras, essas passagens estão falando sobre o
império voltar à vida, não sobre um homem.
Ora, é verdade que a besta em Apocalipse é
tanto um império quanto um imperador, o reino e
seu rei. Como já vimos tantas vezes na história, um
grande líder às vezes dificilmente pode se
desassociar de seu reino. Luiz XIV é citado como
tendo dito em determinado momento: “Eu sou a
França”. A pergunta aqui é qual deles está em vista?
Parece-me que, em Apocalipse 13.3-4 e 17.8, quem
está em vista é o governante do império.
Há dois motivos-chave que favorecem esta
visão:
Primeiro: a linguagem em Apocalipse 13
parece, na maior parte, estar se referindo a um
indivíduo. O pronome “ela” é usado repetidamente,
e a segunda besta, de acordo com Apocalipse 13.11-
18, fará uma imagem da primeira besta, “cuja ferida
mortal fora curada” (v.12). Seria estranho que a
segunda besta construísse uma imagem de um
império que havia morrido e voltou a viver. Faz mais
sentido, então, entender que a besta é uma pessoa.
Segundo: Será que o reviver do Império
Romano realmente faria com que o mundo todo
ficasse fascinado, como está descrito em Apocalipse
13.3? Esse versículo diz que, depois que a besta
morreu e tornou a viver, “toda a terra se
maravilhou, seguindo a besta”. Este é o
acontecimento que impulsiona a besta à grande
popularidade e faz com que o mundo caia a seus
pés. Tal resposta seria muito mais provável se se
referisse a um homem do que a um império. O
reavivamento do Império Romano dificilmente
deixaria o mundo boquiaberto ou faria com que
todo o mundo ficasse maravilhado e seguisse o
império. Mas, se um grande líder mundial fosse
assassinado com um ferimento mortal e depois
voltasse a viver alguns dias mais tarde, então
esperaríamos tal resposta prodigiosa.
O comentarista bíblico, John Phillips, capta
bem o significado quando diz:
Com esse toque de mestre do milagre, o Diabo traz o
mundo aos pés do messias. (...) É esse milagre de sua
ressurreição que é apresentado como a razão para a
popularidade da Besta. Não há dúvida de que a coisa
toda será dirigida por Satanás e pelo falso profeta para
causarem o maior impacto possível sobre os homens.
Sua máquina de propaganda se certificará de que o
milagre seja maximizado e elaborado em sua extensão
maior.[4]

Um terceiro motivo para crermos que


Apocalipse 13.3-4 e 17.8 se aplicam a um homem e
não a um império revivido é que, como diz Warren
Wiersbe: “Seria difícil entender como um reino
poderia ser morto por uma espada. É melhor, eu
penso, aplicar essa profecia a pessoas
individualmente”.[5] Concordo com ele. O líder do
Império Romano reunificado é a principal figura em
vista em Apocalipse 13.1-10. Mas isso nos leva à
próxima pergunta.
Uma imitação ou a realidade?
As outras duas visões sobre essa morte e
ressurreição são as que se referem a um indivíduo.
Isto, logicamente, nos leva a uma pergunta que
muitos cristãos fazem: “Essa ressureição da besta
durante a Tribulação é verdadeira, ou apenas um
truque barato? É autêntica ou apenas uma imitação?
Muitos comentaristas bíblicos e professores de
Bíblia de boa reputação e confiáveis defendem a
visão de que, como Satanás não tem poder para dar
vida, isto somente parecerá ser uma morte e uma
ressurreição verdadeiras. Eles dizem que o Anticristo
não morrerá de fato. Por exemplo, disse J. Vernon
McGee:
Apenas Cristo pode ressuscitar os mortos – tanto os
salvos quanto os perdidos. Satanás não tem poder para
ressuscitar os mortos. Ele não é doador da vida. Ele é
um diabo, um destruidor, um negociante da morte. (...)
Creio que a besta é um homem que exibirá uma fraude,
uma imitação de ressureição. Este será o grande
engano, a grande mentira do período da Grande
Tribulação. (...) Eles não aceitarão a ressurreição de
Cristo, mas certamente irão falsificar a ressurreição do
Anticristo. (...) Ninguém pode duplicar a ressurreição de
Cristo; eles poderão imitá-la, mas não poderão duplicá-la.
Contudo, o Anticristo vai imitá-la de tal forma que vai
fazer o mundo de bobo – essa é a grande mentira. Os
crentes dizem: “Cristo ressuscitou!” O orgulho dos
incrédulos naquele dia será: “O Anticristo também!” O
Império Romano saltará de volta à existência sob a mão
cruel de um homem que falsificou uma ressurreição, e
um mundo ingênuo, que rejeitou a Cristo, finalmente será
enredado por esse ato forjado.[6]

Embora eu concorde com todo o meu coração


com aqueles que dizem que somente Deus tem
poder para ressuscitar os mortos, eu (e alguns outros
professores e comentaristas da Bíblia) creio que o
Anticristo irá falsificar Cristo tão completamente que
ele realmente irá morrer e voltar à vida. Deixe-me
explicar o que me leva a essa conclusão.
Primeiro: creio que os sinais, maravilhas e
milagres feitos através da agência satânica são de
fato milagres. Jesus (Mt 24.4-5,11,24), Paulo (2Ts
2.9) e João (Ap 13.13-15; 16.13-14; 19.20)
descrevem as obras miraculosas realizadas pelo
engano de Satanás, usando a mesma linguagem
empregada para descrever os milagres realizados
pelo próprio Jesus. Parece que, durante a
Tribulação, um tempo durante o qual “aquele que o
detém” será retirado, um poder satânico sem
paralelos será liberado. O Espírito Santo de Deus
está agora detendo o Anticristo de exercer
determinadas atividades durante a presente era (2Ts
2.6-7). Mas, assim que o Espírito Santo dê um
passo para fora, o mundo verá o aumento dramático
da atividade satânica: “Ora, o aparecimento do
iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo
poder, e sinais, e prodígios da mentira” (2Ts 2.9).
Em 2Tessalonicenses 2.11, Paulo disse
especificamente que “É por este motivo, pois, que
Deus lhes manda a operação do erro” ou “um
poder sedutor” (NVI). Isto é, Deus “enviará” esta
atividade sobre as pessoas do mundo. O seu
propósito é que creiam na mentira e sejam
condenados todos os que não creram na verdade,
mas tiveram prazer na injustiça (2Ts 2.11-12).
Ora, consideremos alguns motivos pelos quais
parece que a besta do Apocalipse ressuscitará dos
mortos e realizará milagres genuínos durante a
Tribulação.
Sinais, maravilhas e milagres
No Novo Testamento, a linguagem
essencialmente usada para descrever os milagres de
Cristo e dos apóstolos é dos termos “sinais”,
“maravilhas” e “milagres”. A palavra grega para
“sinais” é “semeion” e significa “um sinal” ou “uma
marca distintiva” através da qual algo é conhecido. É
usada para os milagres de Jesus e dos apóstolos em
muitas passagens (Mt 12.38; 16.1,4; Mc 8.11-12;
16.17, 20; Lc 11.16,29; 23.8; Jo 2.11,18,23; 3.2;
4.48,54; 6.2,14,26,30; 7.31; 9.16; At 2.22,43;
4.16,30; 5.12; 6.8; 7.36; 14.3; 15.12; Rm 15.19;
1Co 1.22; 2Co 12.12; Hb 2.4).[7] Esta é a palavra
comum usada para descrever as obras miraculosas
de Cristo e de Seus apóstolos.
Os milagres no Novo Testamento também são
mencionados através da palavra grega “teras”, que é
traduzida por ‘uma maravilha’.[8] O substantivo
“maravilha” ocorre 16 vezes no Novo Testamento e
está sempre acoplado à palavra “sinal” (Mt 24.24;
Mc 13.22; Jo 4.48; At 2.19,22,43; 5.12;6.8;7.36;
14.3; 15.12; Rm 15.19; 2Co 12.12; 2Ts 2.9; Hb
2.4). Todas essas passagens, exceto 2
Tessalonicenses 2.9, descrevem os milagres feitos
por Cristo e pelos apóstolos e denotam “algo tão
estranho que faz com que seja ‘observado’”.[9]
As outras palavras gregas usadas para falar de
milagres são “dunamis” e “energeia”, geralmente
traduzidas por “milagre”. “Ela aponta mais para a
fonte sobrenatural do que para o que é produzido”,
[10] conclui Harris. Excetuando 2Tessalonicenses
2.9, essas palavras sempre se referem à “atuação de
Deus”.[11] Philip Edgcumbe Hughes as liga umas às
outras com a seguinte afirmação:
É melhor entendermos sinais, maravilhas e milagres
como pertencentes uns aos outros do que como
indicativos de três formas diferentes de manifestação.
(...) Assim, um sinal, que é a palavra consistentemente
usada no Quarto Evangelho para as obras miraculosas
de Cristo, indica que o evento não é uma ostentação
vazia de poder, mas é significativo porque aponta para
além de si mesmo, para a realidade da mão poderosa de
Deus em atuação. Uma maravilha é um evento que, por
causa de seu caráter sobre-humano, gera espanto e
admiração da parte do observador. Um milagre (ou
literalmente ‘poder’) enfatiza o caráter dinâmico do
evento, com particular respeito a seu resultado ou efeito.
[12]

Surpreendentemente, as palavras acima vistas,


usadas para descrever a obra miraculosa de Cristo e
dos apóstolos, também são termos usados para
descrever “os milagres realizados na Tribulação por
aqueles comprometidos com Satanás”.[13] A
palavra ‘sinais’ é usada para os milagres satânicos na
Tribulação (Ap 13.13-14; 16.14), “e a mesma
combinação de palavras é usada: grandes sinais e
maravilhas (Mt 24.24; Mc 13.22), com todo poder,
com sinais e maravilhas (2Ts 2.9)”.[14] Para
especial observação é o que diz 2Tessalonicenses 2.9
sobre o homem da iniqüidade: “A vinda desse
perverso é segundo a ação de Satanás, com todo o
poder, com sinais e com maravilhas enganadoras”
(NVI). Parece que a Bíblia está nos dizendo que
esses são milagres semelhantes aos realizados por
nosso Senhor. “A palavra ‘pseudos’ (falso) tem a
ver com os resultados dos milagres, não por sua falta
de autenticidade ou de origem sobrenatural”.[15] A
linguagem usada pelos inspirados escritores do Novo
Testamento não permitirá que as obras satânicas
sejam somente truques de magia, como veremos a
seguir.
Então será revelado o perverso, a quem o
Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e
destruirá pela manifestação de sua vinda. A vinda
desse perverso é segundo a ação de Satanás, com
todo o poder, com sinais e com maravilhas
enganadoras. Ele fará uso de todas as formas de
engano da injustiça para os que estão perecendo,
porquanto rejeitaram o amor à verdade que os
poderia salvar. Por essa razão Deus lhes envia um
poder sedutor, a fim de que creiam na mentira, e
sejam condenados todos os que não creram na
verdade, mas tiveram prazer na injustiça (2Ts 2.8-
12).
Portanto, as passagens bíblicas que falam dos
milagres satânicos realizados através do Anticristo e
do falso profeta usam exatamente a mesma
linguagem que foi usada para os milagres de Cristo
em Seu primeiro advento. Esse fato defende a noção
de que a Tribulação será um tempo único na
história, durante o qual Deus permitirá que Satanás
realize milagres para que possa enganar aqueles que
rejeitaram a salvação oferecida por Cristo.

Linguagem idêntica
Apocalipse 13.3 nos diz que a besta terá uma
“ferida mortal” que será “curada”. O capítulo
também diz que o falso profeta fará a terra e seus
habitantes adorarem a primeira besta, cujo ferimento
mortal havia sido curado (13.12); e realizava
grandes sinais, chegando a fazer descer fogo do céu
à terra, à vista dos homens (13.13); ela enganará os
habitantes da terra. Ordenou-lhes que fizessem uma
imagem em honra da besta que fora ferida pela
espada e contudo revivera (13.14); foi-lhe dado
poder para dar fôlego à imagem da primeira besta,
de modo que ela podia falar (13.15). Se a Satanás
será dado poder para dar vida a um ídolo morto,
como atesta Apocalipse 13.15, então por que não
seria possível para ele (com a permissão de Deus)
ressuscitar um homem dentre os mortos?[16]
Como observa Gregory Harris: “Em defesa da
visão de que essa ferida era fatal é o fato de que
linguagem idêntica é usada para a morte e a
ressurreição de Cristo”.[17] Apocalipse 5.6 descreve
o Cordeiro que foi morto [hos esphagmenen], as
mesmas palavras usadas para o ferimento recebido
pela besta (hos esphagmenen) em Apocalipse 13.3.
Por causa dessa semelhança tão próxima, Ryrie
conclui: “Se Cristo realmente morreu, então parece
que esse governante também vai realmente morrer.
Mas sua ferida seria curada, o que só pode significar
restauração à vida. (...) Ele aparentemente morre,
desce ao abismo e retorna à vida”.[18]
Além disso, “a palavra que se refere ao retorno
da besta à vida é semelhante à palavra usada para o
retorno de Cristo à vida. Jesus é Aquele “que esteve
morto e tornou a viver” [ezesen] (Ap 2.8). E a besta
será “aquela que, ferida à espada, sobreviveu” (Ap
13.14).[19] Comparando essas afirmativas sobre a
morte de Cristo em Apocalipse 5.6 e a morte da
besta em Apocalipse 13, J.B. Smith diz: “Como as
palavras no exemplo anterior significam a morte de
Cristo por violência, assim verdadeiramente o
imperador romano final terá morte violenta. Em
cada exemplo, as marcas ou insígnias de uma morte
violenta são aparentes”.[20]
Em defesa desse entendimento está o fato de
que Apocalipse 17.8,11 se refere à besta que “era e
não é”. Gregory Harris observa o seguinte: “Isto
pode muito bem se referir ao ferimento do
Anticristo em 13.3,12,14. A expressão ‘não é’ se
refere à morte física da besta, seguida por sua
ascensão do abismo (17.8), que se refere ao seu
retorno à vida (13.14) e é a mesma que refere ao
seu reaparecimento como o oitavo rei de 17.11”.
[21] Como observa John Phillips: “A Besta tem duas
vindas. Ela aparece primeiro como a ‘besta que
emergiu do mar’ (13.1) e, depois, após seu
assassinato, como a besta que ‘está para emergir do
abismo’ (17.8)”.[22]
A passagem de 2Tessalonicenses 2.11-12 diz:
“É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a
operação do erro, para darem crédito à mentira,
12a fim de serem julgados todos quantos não deram
crédito à verdade; antes, pelo contrário,
deleitaram-se com a injustiça”. Deus é Aquele que
permitirá que Satanás e seus seguidores realizem
milagres semelhantes aos milagres genuínos
realizados por Jesus e Seus discípulos. Harris nos
diz:
A possibilidade do retorno da besta à vida (ou com a
permissão soberana de Deus ou com Sua operação
ativa) não deveria ser prontamente descartada. Em
outras palavras, não é impossível que o Anticristo retorne
à vida por causa do status único da Tribulação e a
capacidade ampliada do poder satânico durante aquele
tempo, bem como a ampliação dos parâmetros de Deus
do que Ele vai permitir ou acompanhar diretamente.[23]

Por esses motivos, creio que o Anticristo


verdadeiramente morrerá e voltará à vida – em uma
surpreendente imitação da morte e ressurreição de
Jesus Cristo. Esse evento formidável acontecerá na
metade da Tribulação de sete anos e coincidirá com
o fato de Satanás ser lançado para fora do céu e ter
um tempo curto para fazer sua obra de maldade (Ap
12.2). Percebendo que o tempo está acabando,
Satanás copiará a ressurreição de Cristo e habitará
no Anticristo. Esta será a parte do dramático engano
que Deus permitirá durante aquela porção especial
de tempo no final da era. Daquele ponto em diante,
tendo voltado da perdição e sendo habitado por
Satanás, o Anticristo terá o poder de realizar todos
os tipos de sinais, maravilhas e milagres e liberará
sua grande obra final de engano.
J.B. Smith descreve o impacto que esse
atordoante evento terá sobre o mundo nos tempos
do fim: “Assim como o avanço no início e a
perpetuidade da fé cristã estão firmados na
ressurreição de Cristo, assim a adoração e a
reverência universais conferidas à besta na última
metade do período da tribulação podem apenas ter
como responsável a ressurreição do imperador
decaído de Roma”.[24]

Quem é o falso profeta e qual é o


relacionamento dele com o Anticristo?
De acordo com Apocalipse 13.11-18, o
Anticristo não subirá ao poder sozinho. Ele será
lançado ao poder e desfrutará de sucesso sem
precedentes como consequência do engano mundial
promovido por um homem que a Escritura chama
de “o falso profeta” (Ap 16.13). Sua habilidade de
realizar milagres, sinais e maravilhas incríveis o
habilitará a convencer o mundo de que o Anticristo
é o líder que todos estão procurando – o homem
com planejamento, o homem que pode resolver os
problemas do mundo.
Sempre houve falsos profetas e falsos mestres.
Um dos métodos principais de operação de Satanás
é falsificar e corromper a mensagem verdadeira de
Deus através de falsos mensageiros. E ele fará isso
com muito maior intensidade durante o final dos
tempos. A Bíblia diz que nos últimos dias do planeta
Terra virão muitos falsos profetas que realizarão
grandes sinais e maravilhas e cuspirão mentiras
enganosas (Mt 24.24). Nessa quantidade de engano,
um falso profeta se levantará acima de todo o
restante por sua capacidade de chamar a atenção do
mundo. Ele é chamado de “o falso profeta” três
vezes no Apocalipse (16.13; 19.20; 20.10), e
também é conhecido como “a outra besta”, ou “a
segunda besta”, em Apocalipse 13.11-18.
Embora muitas coisas já tenham sido escritas
sobre o Anticristo, comparativamente pouco já foi
escrito sobre o falso profeta. Todavia, ele é figura
central nos eventos vindouros da Tribulação. Ele é a
pessoa final da trindade blasfema do final dos
tempos (Ap 16.13; 19.20-20.2; 20.10). Como disse
Donald Grey Barnhouse:
O Diabo está fazendo seu último e maior esforço, um
esforço furioso, para ganhar poder e estabelecer seu
reino sobre a terra. Ele não sabe fazer nada melhor do
que imitar a Deus. Como Deus já é vencedor, por meio
de uma encarnação e depois por meio da obra do
Espírito Santo, o diabo trabalhará através de uma
encarnação em Anticristo e por um espírito blasfemo.[25]

Na trindade do inferno, Satanás é uma


falsificação do Pai (o anti-Pai), o Anticristo é uma
falsificação do Filho (o anti-Filho) e o falso profeta
é a falsificação satânica do Espírito Santo (o anti-
Espírito). Essa é a trindade do inferno.
A Trindade Santa
A Trindade Blasfema

Assim como o ministério chave do Espírito


Santo é glorificar a Cristo e levar as pessoas a
confiarem n’Ele e O adorarem, o ministério chave
do falso profeta será glorificar o Anticristo e levar as
pessoas a confiarem nele e o adorarem. Eis abaixo
cinco maneiras chave através das quais o falso
profeta falsificará o ministério do Espírito Santo:

Espírito Santo
Falso Profeta
Aponta os homens para Aponta os homens para o
Cristo Anticristo
É instrumento de revelação É instrumento de revelação
divina satânica
Sela os crentes para Marca os incrédulos com o número do
Deus Anticristo
Edifica o Corpo de Cristo Constrói o império do Anticristo
Ilumina os homens com a Engana os homens através de
verdade milagres

O Anticristo, ou a primeira besta, de


Apocalipse 13, será essencialmente uma figura
militar e política, enquanto que a segunda besta será
essencialmente uma figura religiosa. Ele será um tipo
de “João Batista satânico”, que prepara o caminho
para a vinda do Anticristo. O falso profeta será o
propagandista chefe e o porta-voz da besta, seu
braço direito, seu mais próximo colega. E conduzirá
o mundo na adoração falsa a seu imperador. O
Anticristo e o falso profeta são mencionados juntos
em quatro lugares no Novo Testamento:
1. Apocalipse 13.1-18: Compartilharão o mesmo objetivo;
2. Apocalipse 16.13: Compartilharão o mesmo planejamento
para o mundo;
3. Apocalipse 19.20: Compartilharão a mesma sentença;
4. Apocalipse 20.10: Compartilharão o mesmo destino.

Thomas Ice e Timothy Demy observam essa


conexão próxima:
“O Anticristo e o falso profeta são dois indivíduos
separados que trabalharão em direção a um objetivo
enganoso comum. Seus papéis e relacionamentos serão
aqueles que eram comuns no mundo antigo entre um
governante (Anticristo) e o sumo-sacerdote (Falso
Profeta) da religião nacional”.[26]

Judeu ou gentio?
Estudiosos da Bíblia estão divididos quanto à
identidade étnica do falso profeta. Alguns crêem que
ele será judeu, enquanto que outros afirmam que ele
será gentio. Os que crêem que ele será de
ascendência judaica apontam para Apocalipse 13.11:
“Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía
dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como
dragão”. Apocalipse 13.1 diz que a primeira besta,
o governante político, sairá “do mar”. Como foi
observado anteriormente, em Apocalipse, o mar é
simbólico para as nações gentias (Ap 17.15). No
entanto, em Apocalipse 13.11, muitos professores
de profecia tomam a palavra “terra” [o planeta]
como significativa de “terra” [território, solo], ou
como sendo uma referência à terra de Israel. Assim,
eles concluem que a segunda besta deverá ser um
judeu. Embora certamente seja possível que “terra”
[o planeta] se refira a Israel, parece melhor ver a
palavra “terra” [território, solo] como estando em
contraste com “céu”. Seja qual for o caso, a Bíblia é
inconclusiva nessa questão. Ela simplesmente não
nos fala o suficiente para sabermos a resposta com
certeza. Mas, como a segunda besta trabalha tão
próxima ao Anticristo, que, a partir do registro
bíblico, parece ser gentio, faz sentido que o falso
profeta também seja gentio.

A obra do falso profeta


Existem três elementos chave da obra do falso
profeta descritos em Apocalipse 13.11-18: sua
aparência enganosa, sua autoridade demoníaca e sua
atividade mortal.
Sua aparência enganosa (Ap 13.11)

“Vi ainda outra besta emergir da terra;


possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas
falava como dragão”. Este é um completo engano!
Aqui está um homem que é descrito como uma
besta fera, um cordeiro e um dragão:
• “Ele tem a natureza de uma besta fera”: Ele é
hostil ao rebanho de Deus e causa danos ao
povo de Deus;
• “Ele tem a aparência de um cordeiro”: Ele
parece gentil, suave e inofensivo;
• “Ele tem a voz de um dragão”: Ele é a voz do
próprio inferno, arrotando as mentiras ardentes
de Satanás. Quando fala, ele serve de porta-voz
de Satanás.
John Phillips resume a aparência enganadora e
a abordagem mortal do falso profeta:
O papel do falso profeta será fazer com que a nova
religião seja atraente e palatável aos homens. Não há
dúvida que ela combinará todas as características dos
sistemas religiosos dos homens, atrairá a personalidade
total do homem e tirará todas as vantagens do apetite
carnal do homem. O apelo dinâmico do falso profeta
estará em sua habilidade de combinar o expediente
político com a paixão religiosa, o interesse próprio com a
filantropia benevolente, o sentimento condescendente
com o sofisma descarado, a banalidade moral com a
autoindulgência desregrada. Seus argumentos serão
sutis, convincentes e atraentes. Sua oratória será
hipnótica, pois ele será capaz de levar as multidões às
lágrimas ou chicoteá-las até o frenesi. Ele controlará os
meios de comunicação do mundo e habilidosamente
organizará a publicidade em massa para promover seus
fins. Ele será o mestre de todo dispositivo promocional e
táticas de relações públicas. Ele manipulará a verdade
com uma astúcia que vai além das palavras, torcendo-a
e distorcendo-a. A opinião pública estará sob seu
comando. Ele moldará o pensamento mundial e formará a
opinião humana como se esta fosse um vaso de barro.
Sua atração mortal estará no fato de que o que ele diz
parecerá tão certo, tão sensato, tão exatamente aquilo
que todo homem degenerado sempre quis ouvir.[27]

Sua autoridade demoníaca (Ap 13.12)

Apocalipse 13.12 diz que a segunda besta


“Exerce toda a autoridade da primeira besta na
sua presença. Faz com que a terra e os seus
habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida
mortal fora curada”. Isto é, o falso profeta terá
grande autoridade delegada a ele pelo Anticristo.
Sua missão será usar todos os meios dados a ele
pelo Anticristo para fazer com que todos sobre a
terra adorem a besta. Ele executará os planos e
desejos do Anticristo e liderará o culto de adoração
mundial ao Anticristo. Ele também será capacitado
pela mesma fonte que a primeira besta – o próprio
Satanás. Como aconteceu com Joseph Goebbels e
Hitler, ele será inspirado pela mesma autoridade e
compartilhará do mesmo planejamento diabólico do
Anticristo.
Sua atividade mortal (Ap 13.13-18)

Sete atividades mortais do falso profeta são


delineadas em Apocalipse 13.13-18. Essas atividades
revelam como ele usará sua influência e experiência
durante os dias da Grande Tribulação.
1. Ele sairá da terra (Ap 13.11)
Como já foi observado, alguns estudantes de profecia bíblica
tomaram este versículo como significando que o falso profeta
será judeu. A primeira besta, ou o Anticristo, sairá do mar, o
que pode indicar que ele é gentio. A segunda besta, ou o falso
profeta, sairá da terra, o que alguns pensam que poderia se
referir a Israel. Contudo, é melhor ver o falso profeta como
gentio. Tenha em mente que a segunda besta ajudará a
primeira besta a perseguir o povo judeu, então é algo
duvidoso que ele seja de ascendência judaica. O fato de que é
dito que ele saía da terra provavelmente tem a intenção de
contrastá-lo com o Espírito Santo, que vem dos céus. O falso
profeta será alguém ‘terreno’, no mais completo sentido da
palavra. A terra será seu domínio e seu único foco.
2. Ele fará descer fogo do céu e realizará outros milagres (Ap
13.13-14).
O falso profeta imitará os milagres das duas testemunhas (Ap
11.4-6), assim como os mágicos do antigo Egito falsificaram
os milagres de Moisés (Êx 7.11-13,22; 8.7). Thomas Ice e Tim
Demy fornecem uma palavra prática de precaução em
resposta a supostos milagres que podemos ouvir falar em
nossos dias: “Muito embora este seja ainda um acontecimento
futuro, a lição que devemos aprender para os nossos dias é
que devemos exercitar o discernimento, especialmente na área
da religião – mesmo quando os milagres parecem vindicar o
mensageiro”.[28]
3. Ele erigirá uma imagem ao Anticristo para o mundo todo
adorar (Ap 13.14).
Como já vimos, essa imagem, ou o abominável da desolação
[NVI ‘terrível sacrilégio’], será sem dúvida colocada no
templo em Jerusalém (Mt 24.15). Como foi o caso da imagem
de Nabucodonosor na planície de Dura (Dn 3), todos terão
que reverenciar esta imagem ou morrerão.
4. Ele ressuscitará o Anticristo dos mortos (Ap 13.14).
Embora isto não esteja declarado explicitamente no texto, está
fortemente implícito. A morte e ressurreição do Anticristo são
mencionadas três vezes em Apocalipse 13 (vv. 3,12,14) e
também em Apocalipse 17.8. Como o falso profeta é um
obreiro milagroso que enganará o mundo, é provável que
Satanás use o falso profeta como seu instrumento humano
para ressuscitar o Anticristo de volta à vida.
5. Ele dará vida à imagem da besta (Ap 13.15).
A imagem que foi erigida em homenagem à besta não será
como nenhuma outra imagem já criada. Como algo que saiu
de um filme de ficção científica ou de um filme de terror, ela
será animada. Ela falará e respirará. O engano de Satanás
chegará ao seu zênite sob o governante mundial final e seu
ardente promotor.
6. Ele controlará o comércio mundial em favor da besta,
forçando todos a receberem a marca da besta (Ap 13.6).
A realização coroadora da segunda besta será a
implementação de um registro global de todas as pessoas para
que sejam preparadas para receber a marca da besta. Ele usará
total controle da economia para assegurar o governo da
primeira besta, o Anticristo. Ninguém poderá comprar ou
vender sem prestar fidelidade à besta, recebendo sua marca e
se submetendo ao sistema de registro global. Seu programa
econômico é divulgado em Apocalipse 13.16-17:

“A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e


os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja
dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a
fronte, 17para que ninguém possa comprar ou
vender, senão aquele que tem a marca, o nome da
besta ou o número do seu nome”.
Observe o escopo universal desse controle. Ele
se estenderá a “todos”. O falso profeta exercerá
controle com punho de ferro sobre os fundamentos
básicos da economia mundial – suprimento
(ninguém poderá vender) e demanda (ninguém
poderá comprar). Ninguém poderá ir ao correio,
comer em um restaurante, encher o tanque de
gasolina do carro, pagar suas contas de água e luz,
fazer compras de supermercado, pagar para alguém
cortar a grama ou fazer um empréstimo sem a marca
da besta.
Dez características identificadoras do Falso
Profeta
1. Sai da terra (Ap 13.11);
2. Controla assuntos de religião (Ap 13.11);
3. É motivado por Satanás (Ap 13.11);
4. Promove a adoração à primeira besta (Ap 13.12);
5. Realiza sinais e milagres (Ap 13.13);
6. Engana o mundo todo (Ap 13.14);
7. Dá poder à imagem da besta (Ap 13.15);
8. Mata a todos que se recusarem a adorar a imagem (Ap 13.15);
9. Controla todo o comércio (Ap 13.17);
10. Controla a marca da besta (Ap 13.17-18).

O que é o “sacrilégio terrível” (a “abominação da


desolação”, ou o “abominável da desolação”) que o
Anticristo apresentará?

Por pelo menos uma parte da primeira metade


da Tribulação, o povo judeu, sob sua aliança com o
Anticristo, terá seu Templo reconstruído e poderá
oferecer sacrifícios, de acordo com Daniel 9.27.
Entretanto, na metade dos sete anos de Tribulação,
tudo isso irá mudar. Daniel 9.27 diz: “No meio da
semana ele dará fim ao sacrifício e à oferta. E
numa ala do templo será colocado o sacrilégio
terrível, até que chegue sobre ele o fim que lhe está
decretado” (NVI). Nesse ponto, o Anticristo
quebrará sua aliança com Israel e cometerá um ato
que é mais frequentemente chamado de “a
abominação da desolação”.
O que dizem as Escrituras

Esse monumental ato de sacrilégio do final dos


tempos é mencionado, especificamente pelo nome,
várias vezes nas Escrituras:
Daniel 9.27:

“Com muitos ele fará uma aliança que durará


uma semana. No meio da semana ele dará fim ao
sacrifício e à oferta. E numa ala do templo será
colocado o sacrilégio terrível, até que chegue sobre
ele o fim que lhe está decretado” (NVI).
Daniel 12.11:

“Depois do tempo em que o sacrifício diário


for tirado, e posta a abominação desoladora,
haverá ainda mil duzentos e noventa dias”.
Mateus 24.15-16:

“Quando, pois, virdes o abominável da


desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar
santo (quem lê entenda), 16então, os que estiverem
na Judéia fujam para os montes”.
Marcos 13.14:
“Quando, pois, virdes o abominável da
desolação situado onde não deve estar (quem lê
entenda), então, os que estiverem na Judéia fujam
para os montes”.
Essas passagens tornam abundantemente claro
que o povo judeu irá reconstruir o Templo em
Jerusalém em algum momento antes da metade da
Tribulação.
Ora, o que exatamente é a abominação da
desolação (ou o terrível sacrilégio)? Primeiro,
precisamos saber que a palavra ‘abominação’ se
refere a um ídolo ou imagem. Segundo, a primeira
referência à abominação da desolação, em Daniel
9.27, liga-a ao fato de o Anticristo quebrar a aliança
com Israel. Ali, lemos que o Anticristo “dará fim ao
sacrifício e à oferta” no Templo. A expressão
“numa ala do templo” se refere ao pináculo do
Templo, enfatizando a idéia de que será uma
influência abrangente. Em outras palavras, o que o
Anticristo faz no Templo se espalhará para outros
lugares.[29] A abominação da desolação, então, é
um ídolo ou uma imagem que profana o Templo e
se espalha dali para o mundo.
Um desempenho repetido

A abominação, ou sacrilégio, que o Anticristo


cometerá durante a Tribulação será uma repetição
do que o rei selêucida (sírio) Antíoco IV (Epifâneo)
fez no ano 167 a.C., no Templo judeu. Ele invadiu a
cidade de Jerusalém e seus soldados pilharam o
Templo, profanaram-no, oferecendo um animal
imundo (um porco) sobre o altar do Templo. Eles
interromperam os sacrifícios judaicos e instituíram o
culto pagão ao erigirem uma estátua de Zeus
Olímpias no Santo dos Santos. Coincidentemente, a
face da estátua de Zeus “por acaso” era parecida
com o rosto de Antíoco. Esse acontecimento é
descrito nos livros não canônicos de 1Macabeus
1.10-63 e 2Macabeus 5.1ss.
Espantosamente, o ato de Antíoco foi predito
pelo profeta Daniel cerca de 400 anos antes que
acontecesse:
“Sim, engrandeceu-se até ao príncipe do
exército; dele tirou o sacrifício diário e o lugar do
seu santuário foi deitado abaixo. 12O exército lhe
foi entregue, com o sacrifício diário, por causa das
transgressões; e deitou por terra a verdade; e o
que fez prosperou. 13Depois, ouvi um santo que
falava; e disse outro santo àquele que falava: Até
quando durará a visão do sacrifício diário e da
transgressão assoladora, visão na qual é entregue
o santuário e o exército, a fim de serem pisados?
14Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e
manhãs; e o santuário será purificado” (Dn 8.11-
14)
“Depois, se levantará em seu lugar um
homem vil, ao qual não tinham dado a dignidade
real; mas ele virá caladamente e tomará o reino,
com intrigas. (...) 31 Dele sairão forças que
profanarão o santuário, a fortaleza nossa, e
tirarão o sacrifício diário, estabelecendo a
abominação desoladora” (Dn 11.21,31).
Antíoco cometeu outras atrocidades. Ele
queimou cópias da Torá, forçou o povo judeu a
consumir porcos em violação à Lei Mosaica e
ordenou que fossem feitos sacrifícios pagãos. No dia
25 de dezembro de 164 a.C., o líder judeu Judas
Macabeu restaurou o ritual judaico, fazendo a
purificação e a nova consagração do Templo. Foi aí
que teve origem o Festival Judeu das Luzes ou o
Hanukkah. Com tudo isto em mente, vamos agora
ver o que as Escrituras dizem sobre a futura
abominação da desolação a ser cometida pelo
Anticristo.
Duas futuras fases da abominação

Pelas Escrituras, parece que há dois elementos


principais, ou duas fases, envolvidas na abominação
da desolação que ocorrerá durante o final dos
tempos.[30] A fase inicial está descrita para nós em
2 Tessalonicenses 2.3-4:
“Ninguém, de nenhum modo, vos engane,
porque isto não acontecerá sem que primeiro
venha a apostasia e seja revelado o homem da
iniqüidade, o filho da perdição, 4o qual se opõe e
se levanta contra tudo que se chama Deus ou é
objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário
de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio
Deus”.
Assim que o Anticristo assumir o poder em
Jerusalém, ele se sentará exatamente no Santo dos
Santos no Templo e declarará ao mundo que ele é
deus. Ao fazer isso, ele estabelecerá a religião falsa
que deseja impor ao mundo inteiro.
A segunda fase, no que se refere à abominação
da desolação, é divulgada em Apocalipse 13.11-15:
“Vi ainda outra besta emergir da terra;
possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas
falava como dragão. 12Exerce toda a autoridade da
primeira besta na sua presença. Faz com que a
terra e os seus habitantes adorem a primeira besta,
cuja ferida mortal fora curada. 13Também opera
grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz
descer à terra, diante dos homens. 14Seduz os que
habitam sobre a terra por causa dos sinais que lhe
foi dado executar diante da besta, dizendo aos que
habitam sobre a terra que façam uma imagem à
besta, àquela que, ferida à espada, sobreviveu; 15e
lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da besta,
para que não só a imagem falasse, como ainda
fizesse morrer quantos não adorassem a imagem
da besta”.
O Anticristo não será capaz de se sentar no
Templo 24 horas por dia, sete dias por semana, para
receber adoração, então ele terá uma imagem, ou
um ídolo, à sua semelhança, construída para ficar
sentada no Templo no lugar dele. Que um ídolo
estará envolvido é claro a partir do significado da
palavra ‘abominação’ (ídolo), bem como pelas ações
de Antíoco em estabelecer a imagem. Warren
Wiersbe explica: “O que é a abominação da
desolação? É a imagem da ‘besta’, estabelecida no
templo em Israel, em Jerusalém. Um ídolo já é ruim
o suficiente; mas estabelecê-lo no Templo é o auge
de toda blasfêmia. Como Satanás não pode
comandar a adoração no céu, ele irá para o próximo
melhor lugar – o templo judeu na Cidade Santa”.
[31]
Ao homem que é o braço direito do Anticristo,
o falso profeta, sobre quem falamos no capítulo
anterior, será dada autoridade para realizar grandes
sinais e maravilhas e enganará as pessoas para
adorarem a besta. Seu maior engano será a
construção de uma imagem à semelhança do
Anticristo e dar-lhe vida.
Essa imagem, como foi o caso da abominação
cometida por Antíoco, será colocada no Santo dos
Santos no templo reconstruído em Jerusalém.
Jerusalém servirá como a capital mundial religiosa
do Anticristo e o Templo servirá como centro de
adoração com a imagem em seu setor interno. Será
exigido que todo o mundo adore a imagem da besta
ou enfrente a morte.
As duas fases da abominação da desolação,
portanto, serão: (1) a entrada do Anticristo no Santo
dos Santos e sua declaração de que é Deus; e (2)
seguido pelo estabelecimento de sua imagem
naquele mesmo lugar. Essa condição persistirá pelos
1.260 dias finais ou três anos e meio da Tribulação.
[32]

Por que o Anticristo perseguirá o povo judeu?


Uma das buscas supremas do vindouro
Anticristo, de acordo com as Escrituras, será a
perseguição sem misericórdia ao povo judeu. O
Anticristo será o anti-semita final brutal, caçando os
judeus até o fim. Essa caça é repetidamente
enfatizada na Escritura. Nós a encontramos
primeiramente em Daniel 7:
“Então, tive desejo de conhecer a verdade a
respeito do quarto animal, que era diferente de
todos os outros, muito terrível, cujos dentes eram
de ferro, cujas unhas eram de bronze, que
devorava, fazia em pedaços e pisava aos pés o que
sobejava; 20e também a respeito dos dez chifres que
tinha na cabeça e do outro que subiu, diante do
qual caíram três, daquele chifre que tinha olhos e
uma boca que falava com insolência e parecia mais
robusto do que os seus companheiros. 21Eu olhava
e eis que este chifre fazia guerra contra os santos e
prevalecia contra eles, 22até que veio o Ancião de
Dias e fez justiça aos santos do Altíssimo; e veio o
tempo em que os santos possuíram o reino.
(...)25Proferirá palavras contra o Altíssimo,
magoará os santos do Altíssimo e cuidará em
mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão
entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e
metade de um tempo” (Dn 7.19-22,25).
O contexto de Daniel 7 nos diz que os ‘santos’
que o pequeno chifre, ou o Anticristo, está
oprimindo são o povo judeu. Daniel 9.27 fala sobre
a aliança de paz do Anticristo com Israel no início
da Tribulação, bem como sua traição na metade dos
sete anos e sua virada contra os judeus como um
assolador voraz:
“Ele fará firme aliança com muitos, por uma
semana; na metade da semana, fará cessar o
sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das
abominações virá o assolador, até que a
destruição, que está determinada, se derrame sobre
ele” (Dn 9.27).
Jesus falou sobre esse tempo vindouro de
perseguição mundial aos judeus em conexão com a
quebra da aliança de sete anos e a abominação da
desolação que será estabelecida em Jerusalém pelo
Anticristo:
“Quando, pois, virdes o abominável da
desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar
santo (quem lê entenda), 16então, os que estiverem
na Judéia fujam para os montes; 17quem estiver
sobre o eirado não desça a tirar de casa alguma
coisa; 18e quem estiver no campo não volte atrás
para buscar a sua capa. 19Ai das que estiverem
grávidas e das que amamentarem naqueles dias!
20Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno,
nem no sábado; 21porque nesse tempo haverá
grande tribulação, como desde o princípio do
mundo até agora não tem havido e nem haverá
jamais. 22Não tivessem aqueles dias sido
abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa
dos escolhidos, tais dias serão abreviados” (Mt
24.15-22).
Jesus adverte os judeus que estiverem vivos
nessa época que fujam e saiam de Israel tão
rapidamente quanto possível.
Outra passagem-chave da Escritura que destaca
o massacre do final dos tempos contra os judeus é
Apocalipse 12. Neste capítulo altamente simbólico,
Satanás é mostrado como um “dragão, grande,
vermelho” (v.3) e a nação de Israel é simbolizada
por uma mulher vestida do sol, com a lua debaixo
dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça,
que, achando-se grávida sofrendo tormentos para
dar à luz (v.1-2). Sabemos que essa mulher é Israel
porque o imaginário em Apocalipse 12.1 é uma
alusão clara a Gênesis 37.9, que é o único lugar na
Bíblia onde encontramos todos esses mesmos
símbolos juntos em um mesmo lugar. Gênesis 37.9
registra um sonho que José teve, um sonho no qual
seu pai, mãe e 11 irmãos – representados pelo sol, a
lua e 11 estrelas – se dobravam perante ele. A
mulher em Apocalipse 12 representa o povo de
Israel, todos os quais são descendentes de Jacó. José
seria a 12ª estrela. Esse imaginário abrange a nação
inteira. Da mesma forma, em Apocalipse 12.2, a
mulher está grávida, e a criança é claramente Jesus.
De acordo com Isaías 9.6, seria a nação judaica que
daria à luz ao Messias: “Porque um menino nos
nasceu, um filho se nos deu”.
Empregando esse imaginário, Apocalipse 12
mostra graficamente a queda original de Satanás e
de um terço dos anjos que se uniram a ele na
malfadada rebelião, e as tentativas assassinas de
destruir o bebê Jesus através do Rei Herodes.
Satanás queria impedir que Jesus cumprisse Sua
obra salvadora na cruz. Satanás tentou muitas vezes,
no Antigo Testamento, se livrar do povo judeu
porque ele queria impedir o prometido Messias de
vir. Pense na ordem de Faraó para matar todos os
bebês israelitas do sexo masculino, o edito de Hamã
de eliminar todos os judeus (no livro de Ester), e os
massacres sob Antíoco Epifâneo durante o período
intertestamentário.
Já foi dito que cada vez que alguém tenta
varrer os judeus da face da terra, eles arrumam um
feriado em observância da ocasião. Com Faraó, eles
conseguiram a Páscoa; com Hamã, conseguiram a
Festa do Purim; e com Antíoco Epifâneo, eles
conseguiram o Hanukkah ou a Festa das Luzes.
Poder-se-ia até mesmo dizer que, como resultado do
Holocausto sob Hitler, os judeus conseguiram 14 de
maio de 1948, o dia no qual o moderno Estado de
Israel nasceu. Deus fez alianças eternas,
incondicionais, com Israel – Ele prometeu a terra na
Aliança Abraâmica (Gn 15.17-21), o reino na
Aliança Davídica (2Sm 7.12-16), e restauração
espiritual na Nova Aliança (Jr 31.31-34). Todas
essas alianças foram feitas com Israel e devem ser
cumpridas com Israel.
Tão cruéis quanto foram os ataques passados
ao povo judeu, a culminação da guerra satânica
contra Israel está gravada no calendário de Deus
para o final dos tempos, essencialmente durante os
três anos e meio finais da Tribulação. Satanás irá
organizar uma campanha mundial anti-semítica para
tentar eliminar todo o povo judeu de uma vez por
todas.
“6A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde
lhe havia Deus preparado lugar para que nele a
sustentem durante mil duzentos e sessenta dias.
(...)13Quando, pois, o dragão se viu atirado para a
terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho
varão; 14e foram dadas à mulher as duas asas da
grande águia, para que voasse até ao deserto, ao
seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo,
tempos e metade de um tempo, fora da vista da
serpente. 15Então, a serpente arrojou da sua boca,
atrás da mulher, água como um rio, a fim de fazer
com que ela fosse arrebatada pelo rio. 16A terra,
porém, socorreu a mulher; e a terra abriu a boca e
engoliu o rio que o dragão tinha arrojado de sua
boca. 17Irou-se o dragão contra a mulher e foi
pelejar com os restantes da sua descendência, os
que guardam os mandamentos de Deus e têm o
testemunho de Jesus; e se pôs em pé sobre a areia
do mar” (Ap 12.6,13-17).
Há muitos aspectos nesta passagem que não
temos espaço aqui para considerar desta vez, mas o
ponto principal é que, nos tempos do fim, Satanás e
sua hoste demoníaca irá lançar a fase final e
desesperada da guerra das eras em uma tentativa
febril de impedir que Deus cumpra Suas boas
promessas ao povo judeu. Em resposta, os judeus
escaparão para o deserto, possivelmente para a
cidade de Petra, ao sul do Mar Morto, e a
velocidade de seu vôo é simbolizada pelas asas de
águia (Ap 12.14). Alguns já especularam que a
menção das asas da águia é uma referência à Força
Aérea americana realizando um vôo de emergência
para levar os judeus, mas esse tipo de conjectura
não tem garantia. Imaginário idêntico é encontrado
em Êxodo 19.4 e Deuteronômio 32.11, em relação
ao livramento sobrenatural que Deus dá ao povo
judeu para sair do Egito durante o êxodo.
Ora, você deve estar pensando: E o que é que
isto tem a ver com o Anticristo e os judeus? Eis aqui
a importante conexão: O Anticristo é o instrumento
humano que Satanás usará para promover sua
guerra contra os judeus. Depois que Apocalipse 12
descreve esse massacre satânico final contra Israel, o
capítulo seguinte continua a visão da mulher e do
dragão “que se pôs em pé sobre a areia do mar”
(12.18) e abre com as seguintes palavras alarmantes:
“Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres
e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e,
sobre as cabeças, nomes de blasfêmia”(Ap 13.1).
Isto significa que Satanás, em seu ataque aos judeus,
vai chamar a besta de dentro do mar, que é o
Anticristo final, para vir ajudá-lo nessa perseguição.
Satanás ficará em pé na praia e sinalizará para a
besta vir e ser o instrumento através do qual essa
perseguição será empreendida. O Anticristo será o
instrumento, o canal, o catalizador humano que
Satanás irá encher e capacitar para realizar sua
‘solução final’ de promover a guerra contra o povo
judeu.
Arthur E. Bloomfield, em seu livro “Como
Reconhecer o Anticristo”, habilidosamente descreve
a atitude do Anticristo em relação aos judeus:
A atitude do Anticristo em relação aos judeus
provavelmente será evidente desde o início. Será a
mesma que Hitler teve, exceto que o Anticristo tentará
destruir todos os judeus da face da terra. Deve-se
lembrar que o Anticristo é o protegido de Satanás e
realizará o programa de Satanás. A tentativa de Satanás
de destruir os judeus é de longa data. Uma porção de
vezes na história os judeus escaparam por pouco. (...) A
história dos judeus é uma história de expulsão de um país
para outro. Sempre que Satanás obtém alguma
vantagem, os judeus estão com problemas.[33]

Bloomfield depois apresenta o motivo nefasto


por detrás do longo enredo satânico desta era:
Todo o programa de Deus para o futuro gira em torno
de Israel...
Todo o programa de Deus para o Reino gira em torno
de Israel. Quando Cristo vier novamente, de acordo com
o profeta Zacarias, Seus pés ficarão no Monte das
Oliveiras, que está diante de Jerusalém. Os judeus serão
o núcleo do novo reino. Se Satanás quiser vencer essa
guerra e quiser deter o controle da terra, ele deverá
necessariamente destruir todos os judeus. Isso impediria
o estabelecimento do reino de Deus no mundo. Este é o
programa básico de Satanás. Sua primeira tentativa,
quando ele tiver o controle da terra, será destruir todos
os judeus. Isso provocará a maior crise da história de
Israel. Essa característica particular do caráter e da obra
do Anticristo será tão proeminente que será uma marca
positiva de identificação.[34]

Israel será o alvo final de Satanás e seu


homem, o Anticristo. Apocalipse 16.13-16 descreve
o lugar onde as tropas de todo o mundo se
mobilizarão sob o comando do Anticristo em sua
tentativa final, mas fútil, de destruir Israel.
“Então, vi sair da boca do dragão, da boca
da besta e da boca do falso profeta três espíritos
imundos semelhantes a rãs; 14porque eles são
espíritos de demônios, operadores de sinais, e se
dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de
ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus
Todo-Poderoso. 15(Eis que venho como vem o
ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda
as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja
a sua vergonha.) 16Então, os ajuntaram no lugar
que em hebraico se chama Armagedom”.
O Armagedom (em hebraico Har-Magedon),
que fica na parte norte de Israel, servirá como um
tipo de centro de mobilização para os exércitos do
mundo. A batalha será sobre a cidade de Jerusalém,
como descreve Zacarias:
“Eis que eu farei de Jerusalém um cálice de
tontear para todos os povos em redor e também
para Judá, durante o sítio contra Jerusalém.
3Naquele dia, farei de Jerusalém uma pedra pesada
para todos os povos; todos os que a erguerem se
ferirão gravemente; e, contra ela, se ajuntarão
todas as nações da terra” (Zc 12.2-3; cf. Jl
3.2,12). A gloriosa Segunda Vinda de Jesus à terra
será o clímax da Campanha do Armagedom, à
medida que Jesus fende os céus e vem para destruir
o Anticristo e o falso profeta e atirá-los vivos para
dentro do Lago de Fogo (Ap 19.20-21).
Embora os eventos que vemos acontecendo no
mundo hoje não sejam o cumprimento dessas
profecias de Daniel e do Apocalipse, devemos
reconhecer que o mundo está de novo se voltando
rapidamente contra a nação de israel. Essa
pequenina nação, que é mais ou menos do tamanho
do estado americano de Nova Jersey, está nas
manchetes dos jornais todos os dias. O povo de
Israel é demonizado e castigado pelo mundo
enquanto tenta sobreviver em meio a um mar de
inimigos. Os clamores do mundo por paz no Oriente
Médio e em Israel estão no olho do furacão. É de se
pensar quanto tempo mais o povo judeu pode
esperar até que a tampa exploda. Mas a Bíblia nos
diz que, depois do Arrebatamento da Igreja e o
dramático enfraquecimento da América como
consequência, Israel se voltará para o Anticristo para
se proteger contra seus adversários que estão ao seu
redor. O Anticristo simulará uma preocupação por
Israel; no princípio ele forjará um acordo de paz,
mas quebrará esse acordo no meio de sua duração, e
servirá como instrumento da tentativa final de
Satanás para exterminar os judeus e impedir as
promessas que Deus tem para eles. O que vemos
acontecendo atualmente com relação ao ‘novo anti-
semitismo’ prefigura estrondosamente o que está por
vir.

Que relacionamento ele terá com as duas


testemunhas?
Exatamente como Satanás terá suas duas
testemunhas durante os tempos do fim – o Anticristo
e o falso profeta – Deus terá duas testemunhas,
especialmente capacitadas, na terra durante esse
tempo. As testemunhas de Deus e as testemunhas de
Satanás colidirão em um dos mais colossais
enfrentamentos de todos os tempos. As duas
testemunhas e seu ministério estão descritos em
Apocalipse 11.3-13:
“Darei poder às minhas duas testemunhas, e
elas profetizarão durante mil duzentos e sessenta
dias, vestidas de pano de saco. 4Estas são as duas
oliveiras e os dois candelabros que permanecem
diante do Senhor da terra. 5Se alguém quiser lhes
causar dano, da boca deles sairá fogo que
devorará os seus inimigos. É assim que deve
morrer qualquer pessoa que quiser causar-lhes
dano. 6Estes homens têm poder para fechar o céu,
de modo que não chova durante o tempo em que
estiverem profetizando, e têm poder para
transformar a água em sangue e ferir a terra com
toda sorte de pragas, quantas vezes desejarem.
7 Quando eles tiverem terminado o seu
testemunho, a besta que vem do Abismo os atacará.
E irá vencê-los e matá-los. 8Os seus cadáveres
ficarão expostos na rua principal da grande
cidade, que figuradamente é chamada Sodoma e
Egito, onde também foi crucificado o seu Senhor.
9Durante três dias e meio, homens de todos povos,
tribos, línguas e nações contemplarão os seus
cadáveres e não permitirão que sejam sepultados.
10Os habitantes da terra se alegrarão por causa
deles e festejarão, enviando presentes uns aos
outros, pois esses dois profetas haviam
atormentado os que habitam na terra.
11 Mas, depois dos três dias e meio, entrou
neles um sopro de vida da parte de Deus, e eles
ficaram de pé, e um grande terror tomou conta
daqueles que os viram. 12Então eles ouviram uma
forte voz do céu que lhes disse: ‘Subam para cá’. E
eles subiram para o céu numa nuvem, enquanto os
seus inimigos olhavam. 13Naquela mesma hora
houve um forte terremoto, e um décimo da cidade
ruiu. Sete mil pessoas foram mortas no terremoto;
os sobreviventes ficaram aterrorizados e deram
glória ao Deus do céu” (NVI).
Existem muitas opiniões sobre a identidade das
duas testemunhas, e creio que a melhor visão é
aquela em que as testemunhas serão Elias e Moisés.
Há três motivos pelos quais Moisés é provavelmente
uma das duas testemunhas:
1. Como Moisés, essas duas testemunhas farão as águas se
tornarem em sangue e trarão outras pragas para a terra (Ap
11.6).
2. No Monte da Transfiguração, que evocava a Segunda Vinda
de Cristo, Moisés e Elias aparecem com Cristo (Mt 17.1-11).
3. Moisés era profeta.

Um argumento específico contra Moisés ser


uma das duas testemunhas é que isso significaria que
ele teria que morrer duas vezes. Embora isso não
seja obviamente uma ocorrência comum na história,
devemos nos lembrar de que todas as pessoas da
Bíblia que ressuscitaram de volta à vida – tal como
Lázaro em João 11 – tiveram que morrer uma
segunda vez. Portanto, a idéia de uma pessoa morrer
duas vezes não é desconhecida das Escrituras.
Com relação a Elias, há cinco motivos para que
ele provavelmente seja uma das duas testemunhas:
1. Como Enoque, Elias nunca provou a morte física.
2. Como Moisés, Elias estava presente no Monte da
Transfiguração.
3. A Escritura prediz que ele voltará antes “do grande e terrível
dia do Senhor” (Ml 4.5).
4. Deus usou Elias para impedir que chovesse durante três anos
e meio, e Deus usará as duas testemunhas para fazerem a
mesma coisa.
5. Como as duas testemunhas, Elias era profeta.

Outra forte evidência em favor da identificação


das duas testemunhas com Moisés e Elias, é que eles
são mencionados juntos no capítulo final do Antigo
Testamento (Ml 4.4-5). E, como foi observado
anteriormente, os dois apareceram com Jesus no
Monte da Transfiguração, em um acontecimento
que mostrava uma previsão de Cristo vindo em Sua
glória na Segunda Vinda (Mt 16.27-17.5; 2Pe 1.16-
18). Como as duas testemunhas em Apocalipse 11
aparecerão em uma conexão bem próxima com a
futura vinda de Cristo, creio que é muito provável
que essas duas testemunhas sejam Elias e Moisés.
A vida e os ministérios desses dois gigantes do
passado se cruzarão profundamente com o reinado
do Anticristo e seu falso profeta. Às duas
testemunhas será dado por Deus incrível poder. Ele
mesmo diz: “Darei poder às minhas duas
testemunhas. (...)6Estes homens têm poder para
fechar o céu, de modo que não chova durante o
tempo em que estiverem profetizando, e têm poder
para transformar a água em sangue e ferir a terra
com toda sorte de pragas, quantas vezes
desejarem” (Ap 11.3,6 – NVI). Baseado nessas
palavras, creio que as duas testemunhas são os
instrumentos humanos que Deus usará para suscitar
os seis primeiros julgamentos das trombetas em
Apocalipse 8-9, exatamente como Moisés suscitou
as terríveis pragas no Egito. O Anticristo e o falso
profeta serão capazes de fazer milagres falsos (assim
como os mágicos de Faraó foram capazes de fazer),
mas finalmente eles não serão capazes de se igualar
ao poder de Deus das duas testemunhas.
Como você pode imaginar, as duas
testemunhas de Deus serão desprezadas pelo
Anticristo e seu braço direito. O mundo as odiará e
conspirará contra elas à medida que elas clamam por
julgamento após julgamento dos céus. Todo mundo
desejará que as duas testemunhas morram. Um alto
preço será dado por suas cabeças. Seriam
instantaneamente assassinadas não fosse a proteção
sobrenatural de Deus por um período de três anos e
meio. Durante esse tempo, elas serão invencíveis.
“Se alguém pretende causar-lhes dano, sai fogo da
sua boca e devora os inimigos; sim, se alguém
pretender causar-lhes dano, certamente, deve
morrer” (Ap 11.5). Mas, depois que as duas
testemunhas terminam seu ministério de três anos e
meio, Deus permitirá que o Anticristo as mate.
“Quando tiverem, então, concluído o testemunho
que devem dar, a besta que surge do abismo
pelejará contra elas, e as vencerá, e matará” (Ap
11.7). (A propósito, tenha em mente que nosso
tempo também está nas mãos de Deus. Nós também
somos invencíveis até que o Senhor termine conosco
e tenhamos completado nosso trabalho aqui na terra
para Ele. Que verdade confortadora e fortalecedora
é esta!)
Quando as duas testemunhas forem mortas, o
mundo todo irá se regozijar com esse
acontecimento. Levados pelo Anticristo, todos
celebrarão em macabro prazer e alegria vingativa
pela morte dessas testemunhas. Durante três dias e
meio, homens de todos povos, tribos, línguas e
nações contemplarão os seus cadáveres e não
permitirão que sejam sepultados. Os habitantes da
terra se alegrarão por causa deles e festejarão,
enviando presentes uns aos outros, pois esses dois
profetas haviam atormentado os que habitam na
terra (Ap 11.9-10 – NVI).
As duas testemunhas terão sido uma tortura
constante, irritante e estressante para o Anticristo.
Como observou Ray Stedman:
Elas ficam falando a verdade para as pessoas que
querem apenas defender seus erros e aberrações. Elas
ficam fazendo pouco da propaganda cuidadosamente
arquitetada pelo Anticristo. (...) A sociedade vil e sem
Deus do mundo sob o governo do Anticristo vê a morte
das duas testemunhas como causa para celebração
global. Uma pessoa se lembrou de um ditado que era
comum entre os generais da Roma antiga: “O cadáver de
um inimigo tem cheiro bom!”[35]

Pessoas em todo o mundo estarão em um


êxtase tão grande porque as duas testemunhas estão
mortas que elas farão uma celebração do tipo do
Natal e enviarão presentes uns para os outros. Será
o que se poderia chamar de “Natal do Diabo” ou
“Natal Satânico”. É interessante que esta é a única
menção de qualquer tipo de regozijo ou celebração
na terra durante todo o período da Tribulação. As
pessoas ficarão tão animadas por ver esses homens
mortos que não será permitido nenhum funeral. Elas
vão querer assistir o apodrecimento daqueles corpos
na rua.
Mas a festa mundial pela morte das duas
testemunhas não durará muito. Incrivelmente, depois
que os corpos das duas testemunhas ficarem na rua
inchando ao sol durante três dias e meio, o Senhor
os levantará da morte diante do mundo abalado pelo
terror. A ressurreição deles e subsequente
Arrebatamento diretamente para o céu é
vividamente descrito em Apocalipse 11.11-12:
“Mas, depois dos três dias e meio, entrou neles um
sopro de vida da parte de Deus, e eles ficaram de
pé, e um grande terror tomou conta daqueles que
os viram. Então eles ouviram uma forte voz do céu
que lhes disse: ‘Subam para cá’. E eles subiram
para o céu numa nuvem, enquanto os seus inimigos
olhavam” (NVI).
O comentarista da Bíblia John Phillips descreve
adequadamente o espantoso evento:
Imagine a cena – as ruas ensolaradas de Jerusalém, a
multidão de pessoas que vieram para ali desde os
confins da terra para uma olhada de primeira mão aos
cadáveres desses homens detestáveis, as tropas de
soldados usando o uniforme da Besta, os policiais do
Templo. Ali estão eles, homens demoníacos de todos os
reinos debaixo do céu, vindos para dançar e festejar pelo
triunfo da Besta. E, daí, acontece! À medida que as
multidões se apertam ao cordão policial para
curiosamente espiarem os dois corpos mortos, lá vem
uma súbita mudança. A cor deles muda de cadavérica
para florescente, com o brilho rosado da juventude.
Aqueles braços e pernas endurecidos – agora se
dobram, se movem! Olha só, que visão! Eles
ressuscitam! As multidões caem para trás, pausam, e se
formam novamente.[36]

Que cena será essa! As pessoas de toda a terra


verão as duas testemunhas indo para os céus nos
noticiários de seus canais preferidos de televisão e
ouvirão atenciosamente à medida que os analistas
tentam explicar o que acaba de acontecer.
Apocalipse 11.9,11-12 faz essa breve afirmação
quase passando por cima do fato de que o mundo
inteiro irá testemunhar a morte e a ressurreição das
duas testemunhas: “Durante três dias e meio, gente
de todos povos, tribos, línguas e nações
contemplarão os seus cadáveres e não permitirão
que sejam sepultados. (...) Mas, depois dos três
dias e meio, entrou neles um sopro de vida da parte
de Deus, e eles ficaram de pé, e um grande terror
tomou conta daqueles que os viram. Então eles
ouviram uma forte voz do céu que lhes disse:
‘Subam para cá’”. E eles subiram para o céu
numa nuvem, enquanto os seus inimigos olhavam”
(NVI). Que todas as pessoas ao redor do globo
verão esse acontecimento não parece tão incrível
para nós hoje porque estamos acostumados à
acessibilidade à mídia instantânea 24 horas por dia,
sete dias por semana. Mas temos que nos lembrar
que o apóstolo João escreveu essas palavras quase
2.000 anos atrás. Como diz Tim LaHaye:
A nossa é a primeira geração que pode literalmente ver
o cumprimento de [Apocalipse] 11.9 ao ser possível que
as pessoas do mundo inteiro vejam tal espetáculo
tremendo. Esta é mais uma indicação de que estamos
chegando mais perto do final da era, porque seria
humanamente impossível alguns anos atrás que o mundo
todo visse essas duas testemunhas nas ruas em um
determinado momento no tempo.[37]

Quando o Anticristo assassinar as duas


testemunhas, ele pensará que seus problemas
finalmente acabaram e que os julgamentos
devastadores que elas infringiram sobre a terra terão
terminado. Mas, quando ele vir os corpos mortos,
inchados, de seus arqui-inimigos se levantarem do
chão e subirem ao céu, não posso deixar de imaginar
se, mesmo que por um breve momento, o Anticristo
não ficará amedrontado ao pensar que seu reinado
finalmente chegou ao fim.

Existem figuras históricas ou “tipos” que


prefiguram a carreira do Anticristo?
Como já vimos, Antíoco Epifâneo serve como
uma prefigura clara do Anticristo no Antigo
Testamento. Algumas pessoas discerniram
protótipos adicionais do Anticristo, ou proto-
anticristos, em outros indivíduos que aparecem na
Bíblia. Vamos considerar alguns dos mais
proeminentes:
Ninrode

O primeiro governante mundial depois do


dilúvio é frequentemente apontado como um tipo do
Anticristo. Ninrode governou o mundo todo e
construiu Babel (Babilônia) e a Torre de Babel. O
governante mundial final também governará o
mundo e será associado a Babilônia nos tempos do
fim (Ap 17-18).
Faraó

Faraó foi o primeiro grande opressor do povo


judeu. Ele também tinha mágicos na corte que eram
capazes, pelo menos por algum tempo, de fazer os
mesmos milagres que Moisés e Arão.[38] Como
observa Kim Riddlebarger: “O poder deles de operar
milagres em resposta aos mensageiros de Deus
claramente antecipa a besta que saiu da terra de
Apocalipse 13.11-17, que realiza grandes e
milagrosos sinais para enganar os habitantes da terra
para que estes adorem a besta e sua imagem”.[39]
Como o Faraó se recusou a deixar o povo
judeu ir embora, Deus enviou poderosas pragas ao
Egito. Vemos julgamentos semelhantemente
poderosos acontecerem durante os últimos dias em
Apocalipse 6-11. E, quando a vitória final veio para
Israel e o exército de Faraó se afogou no Mar
Vermelho, o povo cantou triunfantemente o Cântico
de Moisés. Esse cântico será cantado novamente no
céu à medida que as sete pragas finais são
derramadas sobre a terra em Apocalipse 15.1-8. A
derrota humilhante de Faraó é uma prefigura
tremenda da queda do Anticristo.
Nabucodonosor

Nabucodonosor foi o primeiro governante


mundial do “tempo dos gentios”. Primeiro no
tempo. Primeiro em poder. Na grande estátua, em
Daniel 2, o reino dele é representado pela cabeça de
ouro. Em Daniel 7, seu reino foi retratado como o
poderoso leão, o rei das bestas feras. E, na outra
ponta do espectro, o Anticristo será o governante
final e mais poderoso do “tempo dos gentios”.
Nabucodonosor erigiu uma grande imagem, ou
ídolo, diante da qual todo o mundo tinha que se
prostrar ou enfrentaria a morte (Dn 3). É
interessante que a imagem tinha 60 côvados de
altura e seis côvados de largura. Observe a repetição
do número 6, como em 666. Da mesma forma, o
Anticristo construirá uma grande imagem que todos
serão forçados a adorar, ou terão que enfrentar a
morte. E, assim como Sadraque, Mesaque e Abede-
Nego se recusaram a se prostrar diante da estátua de
Nabucodonosor, no final dos tempos haverá um
remanescente do povo que se recusará a se prostrar
diante da imagem do Anticristo.
Nabucodonosor se exaltou em seu orgulho e
teve que ser humilhado pelo poder de Deus. Ele se
tornou um animal selvagem e ficou assim por sete
anos (Daniel 4). Assim também o Anticristo será
humilhado diante da poderosa mão de Deus.
Outros poderiam ser mencionados como proto-
anticristos. Satanás tentou dar grandes passos em
direção à dominação mundial através dos Césares
romanos. Ele tentou novamente com Napoleão.
Depois, com Hitler e, depois, com Stalin.
Quando o Anticristo finalmente vier, ele
possuirá o poder e a fúria completos e as
características de todos os protótipos acima
mencionados. Como diz John Phillips em referência
a Apocalipse 13.1-3:
O leão simbolizava o Império da Babilônia, o urso
estava no lugar do Império Medo-Persa, e o leopardo
significava a Grécia. Assim como o Império Romano
juntou em si mesmo a ligeireza da conquista dos
macedônios, a tenacidade de propósito dos persas, e o
apetite pela conquista dos babilônios, assim também
essa Besta, o último de uma linhagem notável, juntará as
características e cobiça imperial de todos os três. Ele é o
herdeiro das eras, o último e pior de todos os Césares,
Gêngis Khans, Napoleões, Hítleres e Stalins, que
amaldiçoaram esta terra. Ele é o último gentio reclamante
do trono do mundo, herdeiro e sucessor de
Nabucodonosor, a quem aquele trono foi dado longos
séculos atrás.[40]

Será que o Anticristo estará debaixo do


controle de Deus?
Como Daniel e o livro do Apocalipse revelam,
o Anticristo será a personificação do mal. Ele será
habitado e controlado pelo próprio Satanás. Alguns
podem querer saber se Deus terá qualquer controle
sobre as ações do Anticristo, ou se ele será livre para
fazer o que desejar. Como lemos em Apocalipse 13,
não ousamos deixar de lado pequenas expressões
que aparecem seis vezes nesse texto (ênfases
acrescentadas aos textos):
• Apocalipse 13.5a: “foi-lhe dada uma boca que
proferia arrogâncias”;
• Apocalipse 13.5b: “Foi-lhe dada... autoridade
para agir quarenta e dois meses”;
• Apocalipse 13.7a: “Foi-lhe dado, também, que
pelejasse contra os santos”;
• Apocalipse 13.7b: “Deu-se-lhe ainda
autoridade sobre cada tribo, povo, língua e
nação”;
• Apocalipse 13.15: “foi-lhe dado comunicar
fôlego à imagem da besta”.
O Anticristo e seu braço direito, o falso
profeta, não fazem nada de si mesmos. Tudo está
debaixo do controle da mão soberana de Deus – as
ações deles, as palavras, a duração e os milagres.
Tão poderoso quanto o Anticristo possa ser, seu
poder é limitado, é um poder delegado. Assim como
no Antigo Testamento, no livro de Jó, Satanás e o
Anticristo só serão capazes de fazer as coisas que
Deus lhes permitir. O Anticristo causará horríveis
males ao mundo, mas é confortador sabermos que
Deus permanecerá no controle de tudo até mesmo
durante os piores momentos da terra. Ninguém e
nada podem exceder aos limites que Ele estabeleceu
em Sua sabedoria.

As dez chaves para a identidade do Anticristo


1. Ele não será reconhecido até depois do Arrebatamento dos
crentes para o céu;
2. Ele terá início obscuro e depois se elevará à proeminência
mundial como o elemento principal da paz internacional;
3. Ele será um líder do mundo gentio vindo da área geográfica
do Império Romano;
4. Ele governará sobre o Império Romano reunificado (o
“ímpio” Império Romano);
5. Ele fará uma aliança de paz de sete anos com Israel;
6. Ele será assassinado, mas voltará a viver;
7. Ele quebrará o tratado com Israel na metade da Tribulação e
invadirá a terra de Israel;
8. Ele se sentará no Templo de Deus e declarará ser deus;
9. Ele profanará o Templo em Jerusalém, colocando ali uma
imagem de si mesmo;
10. Ele governará sobre o mundo política, econômica e
religiosamente durante três anos e meio.
5
A CONSUMAÇÃO DO
ANTICRISTO

“Assim pereçam todos os teus inimigos, ó Senhor!


Mas os que te amam sejam como o sol
quando se levanta na sua força”.
Juízes 5.31

O Anticristo e o Armagedom: O que


acontecerá?
A Palavra de Deus é muito específica sobre a
morte e o destino do Anticristo vindouro. Duas
passagens chave no Novo Testamento nos mostram
como ele encontra seu fim.
Em 2Tessalonicenses 2.8 diz: “...então, será,
de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus
matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela
manifestação de sua vinda”. O Senhor Jesus Cristo
destruirá o Anticristo simplesmente por meio de Sua
Palavra falada em Sua gloriosa Segunda Vinda à
terra. Tudo o que será necessário é que o Senhor
fale e profira, o destino do Anticristo e acontecerá
imediatamente segundo o que Ele disser.
Apocalipse 19.19-21 revela que, quando Cristo
retornar, o Anticristo será separado para um
julgamento singularmente rápido e severo:
“E vi a besta e os reis da terra, com os seus
exércitos, congregados para pelejarem contra
aquele que estava montado no cavalo e contra o
seu exército. 20Mas a besta foi aprisionada, e com
ela o falso profeta que, com os sinais feitos diante
dela, seduziu aqueles que receberam a marca da
besta e eram os adoradores da sua imagem. Os
dois foram lançados vivos dentro do lago de fogo
que arde com enxofre. 21Os restantes foram mortos
com a espada que saía da boca daquele que estava
montado no cavalo. E todas as aves se fartaram
das suas carnes”.
Naquilo que se conhece como a Batalha do
Armagedom, o Anticristo terá reunido todos os
exércitos da terra no território de Israel. As
Escrituras não falam qual é o motivo exato desse
ajuntamento das nações. Poderia ser destruir Israel
de uma vez por todas. Poderia ser desafiar Cristo em
Sua vinda. Ou poderia ser que as nações se reunirão
ali para confrontar o Anticristo, cujo reino terá
começado a se deteriorar à medida que o mundo
mergulha no caos como consequência dos
julgamentos de Deus, quando os julgamentos das
trombetas (Ap 8-11) e os julgamentos das taças (Ap
16) são derramados.
Seja qual for o motivo para o ajuntamento, as
tropas se reunirão no Armagedom, ao norte de
Israel, e depois a operação se espalhará por todo o
território de Israel, desde o Armagedom ao norte,
até Edom na parte sul da atual Jordânia. Bem no
meio dessa conflagração estará Jerusalém (Zc 12.1-
3). À medida que a operação se enfurece e parece
que Israel vai finalmente ser exterminado da face da
terra, Jesus virá em poder e grande glória.
Quando Cristo retornar, Ele destruirá todos os
exércitos reunidos no Armagedom com a espada
afiada de Sua Palavra, que procede de Sua boca.
Tudo que Ele deverá fazer para destruir todo o
poderio militar do homem será simplesmente dizer:
“Caiam Mortos!”, e os exércitos do mundo se
derreterão diante d’Ele como cera. Entretanto, o
Anticristo e o falso profeta não serão mortos como
os outros. Eles serão atirados no “lago de fogo e
enxofre”, onde serão encontrados 1.000 anos mais
tarde por Satanás, a cabeça da falsa trindade (Ap
20.10). É nesse ponto que notamos um paralelo
bastante interessante: Dois homens no Antigo
Testamento foram para o céu sem terem morrido –
Enoque e Elias. E dois homens no Novo Testamento
irão para o inferno sem terem morrido – o Anticristo
e o falso profeta.
Este é o destino final da obra prima do diabo.
Seu reino falso será aniquilado e o glorioso reino de
Cristo será estabelecido. Daniel 7.26 é um lembrete
poderoso de que a exterminação do Anticristo é
absolutamente certa: “Mas, depois, se assentará o
tribunal para lhe tirar o domínio, para o destruir e
o consumir até ao fim”.

O Anticristo está vivo atualmente?


O mundo hoje está procurando por um líder.
Com os perigos e as incertezas crescentes em todo
os lugares e a economia global em queda livre, as
pessoas estão famintas por liderança e
direcionamento como nunca estiveram antes na
história da humanidade. Os prospectos do mundo
para o futuro são tristes e estão piorando. Todos
sabem disso. E todos sabem que precisamos de
alguém que possa oferecer esperança e possa
apresentar um rumo claro para a resolução das crises
mundiais cada vez maiores. Arnold Toynbee
sabiamente observou: “As nações estão prontas para
dar os reinos do mundo a qualquer homem que nos
ofereça uma solução para os problemas do nosso
mundo”.[1] Para a revista Forbes, Paul Johnson, um
proeminente historiador britânico, disse: “Há uma
lição a ser aprendida acima de todas as outras: Não
há substituto para uma liderança forte e corajosa. É
disto que o atual mundo civilizado está sentindo falta
e precisa encontrar – logo”.[2] A Bíblia prediz que
tal líder está chegando. Na verdade, ele, de fato,
pode já estar aqui.
É espantoso que, em 1999, em uma pesquisa
de opinião da revista Newsweek, 19 por cento dos
americanos disseram que acreditavam que o
Anticristo já estava na terra. Isto significa que um
americano em cada cinco cria que o Anticristo
estava vivo em nosso meio. E na mesma pesquisa de
opinião, quase a metade daqueles que aceitam a
profecia bíblica como fidedigna crê que ele está vivo
agora.[3] Será que eles estão certos?
Em resposta a essa pergunta tão
frequentemente feita, ofereço três pensamentos
chave.
Primeiro: quero deixar bem claro que não
creio que alguém possa dizer com certeza que o
Anticristo já esteja vivo hoje. Creio, baseado em 2
Tessalonicenses 2.3-7, que a identidade do
Anticristo não será revelada enquanto os crentes não
forem arrebatados para a glória e não tiverem visto
Jesus face-a-face. Portanto, se você está tentando
descobrir se alguma pessoa em particular, em
Washington, D.C., Londres, Paris ou Roma é o
Anticristo, você está desperdiçando o seu tempo. A
Bíblia nunca identifica o Anticristo pelo nome, e
nunca nos diz para tentarmos identificá-lo. O
número 666, o número do nome dele, não se
tornará discernível até após o Arrebatamento. De
acordo com as Escrituras, o Anticristo só será
revelado depois do Arrebatamento da Igreja, depois
da remoção do poder que o Espírito Santo tem de
detê-lo (2Ts 2.3-7). Ele emergirá no cenário mundial
quando fizer seu tratado de paz com Israel (Dn
9.27). Essa será sua introdução formal ao mundo, e
não acontecerá até que o povo de Deus esteja no
céu.
Segundo: embora ninguém saiba se o
Anticristo já está vivo hoje, podemos ter certeza de
que um anticristo está vivo no mundo neste exato
momento. Escrevendo no final do Século I d.C., o
apóstolo João disse que “o espírito do anticristo” já
estava em ação enfraquecendo e se opondo à obra
de Deus (1Jo 4.3; ver também 2.18). Portanto,
podemos ter certeza de que o espírito do Anticristo
está vivo hoje e passa bem. O apóstolo Paulo
também disse que, em seus dias, Satanás já estava
em ação tentando trazer o Anticristo para a cena do
mundo (2Ts 2.6-7).
Creio que em cada geração Satanás tem um
homem – um vaso satanicamente preparado –
pronto para tomar o centro do palco e governar o
mundo. Afinal, este é o objetivo de Satanás (Is
14.12-14). Satanás quer ser adorado como Deus. E,
como Deus declarou que Ele governaria o mundo
por meio de Seu Filho, o Cristo, o objetivo de
Satanás é usurpar a Deus e governar o mundo por
meio de seu homem, o Anticristo. O problema para
Satanás é que ele não sabe quando acontecerá a
vinda de Cristo. É por isso que provavelmente ele
tem alguém preparado em cada geração, alguém que
vai tentar assumir o poder do mundo e se colocar
contra Cristo e contra o estabelecimento de Seu
glorioso reino. Satanás fica tentando adivinhar
quando poderá acontecer o Arrebatamento, então
ele tem que ter um homem em cada geração, em
quem ele está pronto para habitar à medida que
espera o tempo de Deus.
Se este for realmente o caso, então significa
que Satanás tem alguém vivo hoje, a quem ele usará
para usurpar o lugar de direito do Rei dos Reis se a
situação se apresentar. Mas Satanás não pode
realizar seu programa porque o poder de deter do
Espírito Santo o está impedindo. Finalmente, no
tempo de Deus, aquele que tem poder para deter
sairá do meio do caminho e Satanás terá permissão
para colocar seu tão aguardado planejamento em
ação (2Ts 2.6-7).
Terceiro: embora eu queira re-enfatizar que
ninguém pode dizer com certeza se o Anticristo está
vivo hoje, não me surpreenderá se ele estiver.
Muitos dos pontos chave do quebra-cabeça
profético para os últimos dias parece que estão
entrando nos lugares devidos. Temos os Estados da
Europa se organizando diante dos nossos olhos na
forma da União Européia. A globalização está aqui,
a tecnologia avançada necessária para o
estabelecimento de um governo mundial único e
uma economia única já existe. Crises de proporções
épicas estão irrompendo com frequência e
regularidade, abrindo caminho para mais e mais
mudanças. O mundo está maduro para um grande
pacificador, especialmente aquele que trouxer paz ao
Oriente Médio.
Novamente, ninguém pode dizer ao certo que o
Anticristo está vivo neste momento. Mas pense bem:
Se a Segunda Vinda de Jesus provavelmente
acontecer nos próximos 40 a 50 anos, então o
Anticristo quase que certamente está vivo em algum
lugar neste momento. Embora a Bíblia nunca nos
fale quantos anos o Anticristo terá quando vier ao
cenário mundial, podemos pressupor que ele
provavelmente terá pelo menos quarenta ou
cinqüenta anos, se não for mais velho. Além disso,
embora eu não esteja dizendo que Jesus virá nos
próximos 40 a 50 anos (porque ninguém sabe o
momento de Seu retorno), penso, sim, que é
altamente provável que aconteça. Se este for o caso,
então o Anticristo está vivo em algum lugar na terra
hoje. Ele pode até já estar no cenário político,
esperando pelo momento certo. Ed Hindson
admoesta: “Alguém ameaçador está se aproximando
no horizonte da existência humana. E pode ainda
estar nas sombras no momento, mas pode
subitamente entrar em cena”.[4]
O professor de profecia, Gary Frazier, pinta
este quadro amedrontador:
Em algum lugar neste momento, pode haver um jovem
crescendo em direção à maturidade. Ele, com toda
certeza, é um jovem taciturno e pensativo. Em seu
coração, contudo, há uma ira infernal. Ela ferve como um
caldeirão de chumbo derretido. Ele odeia a Deus. Ele
despreza Jesus Cristo. Ele detesta a Igreja. Em sua
mente, está se formando um sonho de conquista. Ele se
apresentará enganosamente como amigo de Cristo e da
Igreja. No entanto, (...) ele irá, uma vez habilitado,
derramar o próprio inferno neste mundo. Poderia o
mundo produzir tal prodígio? Hitler certa vez foi um
menino. Stalin foi um rapaz. Nero foi uma criança. A
ternura da infância será formada pelo diabo no terror do
anticristo.[5]

Novamente, todos os indicadores de que os


tempos do fim estão no horizonte parecem estar
certos. A emergência do Anticristo poderia acontecer
muito em breve. Isto significaria que a vida do
Senhor está ainda mais perto.
Você está pronto para se encontrar com Ele em
Sua vinda?

Como isto se aplica à sua vida hoje?


Jamais me esquecerei de quando assisti o filme
The Omen pela primeira vez, em 1976, enquanto
ainda estava no ensino médio. O filme foi
reformulado há alguns anos, mas o original ainda é
um clássico. Embora o filme seja ficção de terror, o
tema básico é sadio: O Anticristo está para chegar e
ele pode até já estar vivo e caminhando pela terra
agora. Embora o filme em si seja ficção, sua
advertência é real. O Anticristo e seu sistema único
mundial religioso e econômico estão chegando.
Há uma cena que atrai sua atenção e que
acontece logo no início do filme. Na manhã depois
da festa, que foi um pesadelo, do aniversário de
cinco anos de Damien (o Anticristo), um padre
católico chamado Padre Brennan faz uma visita sem
anunciar ao escritório do Embaixador Thorn (o pai
de Damien). Assim que o Padre Brennan fica
sozinho com Thorn, ele lança um aviso chocante ao
Embaixador, urgindo desesperadamente com ele
para que aceite a Cristo como seu Senhor naquele
momento.
O Embaixador Thorn fica boquiaberto quando
o padre prossegue contando-lhe que seu jovem filho
é realmente o filho de Satanás – o Anticristo. Thorn
fica enraivecido e chama os guardas da segurança
para mandarem o padre embora. Na ocasião, Thorn
considera que o aviso do Padre Brennan é uma
tolice. É interessante, entretanto, que, quando Thorn
finalmente percebe que Damien é o Anticristo, ele
ainda se recusa a aceitar a Cristo. A advertência do
Padre Brennan ainda é aplicável hoje. Você já
aceitou a Cristo enquanto ainda há oportunidade?
As Escrituras ensinam que, quando o Anticristo
aparecer, a maioria das pessoas ainda se recusará a
aceitar a Cristo. Ao contrário, eles se voltarão e
seguirão ao iníquo. 2Tessalonicenses 2.8-12 diz:
“...então, será, de fato, revelado o iníquo, a
quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua
boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda.
9Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a
eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e
prodígios da mentira, 10e com todo engano de
injustiça aos que perecem, porque não acolheram o
amor da verdade para serem salvos. 11É por este
motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do
erro, para darem crédito à mentira, 12a fim de
serem julgados todos quantos não deram crédito à
verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com
a injustiça”.
Se você ainda não é cristão, não conte com o
fato de que você ainda tem tempo para esperar e
receber Cristo mais tarde. Ninguém sabe quando vai
morrer, e certamente não sabemos quando o
Arrebatamento vai acontecer. Portanto, se você tem
adiado sua decisão, não adie mais. Aceite Jesus
Cristo como seu Salvador agora!
A Bíblia nos diz que, quando Jesus Cristo
morreu na cruz, Ele comprou o perdão completo da
penalidade do pecado para você e para mim. O
perdão foi comprado e pago, e Deus o oferece a
todas as pessoas. Tudo o que temos que fazer para
tornar esse perdão efetivo em nossa vida é
simplesmente recebê-lO, aceitá-lO. João 1.12 diz:
“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o
poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos
que crêem no seu nome”.
Por que não fazê-lo?

Se você já conhece o Salvador, o desafio para


você é viver à luz do que você sabe. Embora os
tempos do fim ainda estejam no futuro, o que lemos
neste livro tem aplicações práticas para hoje.
Primeiro: devemos evitar tentar estabelecer
datas para a vinda do Senhor e também devemos
evitar tentar identificar o Anticristo. E não devemos
dar ouvidos àqueles que afirmam conhecer estas
coisas. Os tempos estão nas mãos de Deus somente,
e Ele não escolheu revelar essa informação para
ninguém na terra. Como disse Jesus: “Passará o
céu e a terra, porém as minhas palavras não
passarão. 36Mas a respeito daquele dia e hora
ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho,
senão o Pai” (Mt 24.35-36). E depois que Jesus
ressuscitou dos mortos, quando os discípulos
perguntaram quando Ele restauraria o reino a Israel,
Ele disse: “Não vos compete conhecer tempos ou
épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva
autoridade” (At 1.7).
Segundo: saber sobre o Anticristo e como os
acontecimentos hoje em nosso mundo parecem
prontos para a vinda dele deveriam nos motivar a
viver cada dia para Jesus Cristo e para os outros.
Não sabemos quanto tempo temos antes de que
Cristo arrebate a Igreja, mas poderia acontecer a
qualquer momento. Esta é a mensagem do Novo
Testamento. E, antes que o Anticristo venha, Cristo
virá. Devemos aguardar “a bendita esperança” e
viver tendo-a em vista (Tt 2.13). Devemos nos
certificar de que estamos vivendo nossa vida de
forma que seja agradável ao Senhor, pois Ele pode
voltar a qualquer hora. Meu amigo Randall Price
disse bem:
Que bem faz ser capaz de entender as sete cabeças
descritas em Apocalipse 13.1 se não formos capazes de
usar nossa própria cabeça? Que proveito há em
discernir os dez artelhos de Daniel 2.42-44; 7.74 se não
movermos nossos próprios pés? E que valor há em
conhecer sobre a grande boca que profere mentiras (Dn
7.8; Ap 13.5), a menos que abramos nossa boca e
falemos a verdade? Em todas as gerações em que a
profecia foi adequadamente proclamada, os resultados
foram uma colheita de almas para a glória de Deus.[6]

Terceiro: nesses tempos de medos mais


profundos e incertezas mais frequentes, quando as
nuvens de tempestade parecem estar se juntando no
horizonte, precisamos ser cheios de esperança.
Precisamos colocar o capacete da salvação (Ef 6.17)
e perceber que a única esperança para este mundo –
e a única esperança para nós – é a vinda de Jesus
Cristo.
Kim Riddlebarger oferece este sábio conselho
para nossos tempos – que cada um de nós possa
levar este conselho no coração:
Em vez de termos medo do Anticristo e nos
preocuparmos com os mais recentes acontecimentos do
Oriente Médio, ou se o número 666 aparece no código
de barra de um produto para nossa casa, devemos
anelar pela Segunda Vinda de Jesus Cristo. Pois
Satanás e seus asseclas já foram derrotados pelo
sangue e justiça de Jesus, embora, por um curto tempo,
estejam investindo cegamente, possuídos de fúria
homicida, porque sabem que seu tempo é curto. No que
se refere ao destino de nosso inimigo, Martinho Lutero
talvez tenha dito melhor: “Uma pequena palavra o
derrubará”. Amém. Ora, vem logo, Senhor Jesus![7]
NOTAS

Parte 1: A Curiosidade Sobre o Anticristo


1 “‘Scary’ Harris poll: 24% of Republicans think Obama ‘may be
the Antichrist,’” [Pesquisa de Opinião: 24% dos
Republicanos acham que Obama pode ser o Anticristo]
www.news.yahoo.com/s/dailybeast/20100323/ts…/7269_scarynewgoppoll
2 Daniel B. Wallace, “Is Obama the Antichrist?” [Obama é o
Anticristo?] The Christian Post, August 20, 2009,
www.christianpost.com/article/…/is-obama-the-antichrist/.
3 Daniel B. Wallace, “Is Obama the Antichrist?” [Obama é o
Anticristo?]
4 At http://answers.yahoo.com/question/index?
qid=20090122184810AAkh6XI.
5 Mark Hosenball and Michael Isikoff , “Extremist Reaction”
[Reação Extremista] Newsweek (April 12, 2010), 14.
6 “The Dajjal: Islam’s Antichrist,” [Dajjal: O Anticristo do
islamismo] www.answeringislam.org/Authors/JR/
…/ch08_the_dajjal.htm.
7 Denis the Carthusian, Dialogue on the Catholic Faith 6
[Diálogo Sobre a Fé Católica] in Opera omnia,vol. 18
(Tournai: n.p., 1899), 468.
8 H.L. Willmington, The King Is Coming [O Rei Está Voltando]
(Wheaton, IL: Tyndale House,1981), 81.
9 John MacArthur Jr., Revelation 12–22 [Apocalipse 12-22]
(Chicago: Moody Press, 2000), 51.
10 Thomas Ice and Timoth Demy, The Truth About the
Antichrist and His Kingdom [A Verdade Sobre o Anticristo e
Seu Reino] (Eugene, OR: Harvest House, 1996), 40-41.
11 Gary DeMar, End Times Fiction [Ficção dos Tempos do Fim]
(Nashville, TN: Thomas Nelson, 2001), 134-37.
12 Didache 16. 4. DeMar afirma que os falsos Messias em
Marcos 13.22 estavam presentes nos dias anteriores à
destruição do templo no ano 70 A.D. e que Nero era a
Besta de Apocalipse 13. Mas o Didache, que foi escrito
depois do ano 70 A.D., se refere a um indivíduo futuro que
cumprirá essas profecias.
13 Irenaeus, Against Heresies 5.28.2 [Contra as Heresias].
14 Irenaeus, Against Heresies 5.30.2. [Contra as Heresias].
15 Irenaeus, Against Heresies 5.25.3-4. [Contra as Heresias].
16 Hippolytus, Antichrist 6. Cf. Bernard McGinn, Antichrist:
Two Thousand Years of Human Fascination with Evil
[Anticristo: Dois Mil Anos de Fascinação Humana Pelo Mal]
(San Francisco: HarperSanFrancisco, 1994), 61.
17 McGinn, Antichrist: Two Thousand Years of Human
Fascination with Evil [Anticristo: Dois Mil Anos de
Fascinação Humana Pelo Mal] (San Francisco:
HarperSanFrancisco, 1994), 61.
18 McGinn, Antichrist: Two Thousand Years of Human
Fascination with Evil [Anticristo: Dois Mil Anos de
Fascinação Humana Pelo Mal], 63.
19 Cyril, Catechetical Lectures 15.12-15. [Palestras
Catequéticas]
20 Jerome, Commentary on Daniel 7:8; 11:39; 11:45.
[Comentário Sobre Daniel]. Diferentemente da maioria dos
outros escritores do início, Jerônimo não apoiou a visão de
que o Anticristo iria reconstruir o Templo em Jerusalém. Ele
também rejeitou fortemente qualquer idéia de um reino
literal de 1000 anos de Cristo. Mas ele cria em um
Anticristo, futuro, uma pessoa. Jerônimo cria que Daniel 7-
11, 2Tessalonicenses 2, Mateus 24, Apocalipse 17 e João
5.43, todos se relacionavam ao futuro Anticristo. John
Chrysostom também rejeitou a idéia de um Templo
reconstruído, mas acreditava em um Anticristo, uma
pessoa, no final dos tempos. Homily 3 on 2 Thess.
21 McGinn, Antichrist: Two Thousand Years of Human
Fascination with Evil [Anticristo: Dois Mil Anos de
Fascinação Humana Pelo Mal], 63.
22 Ibid., 78.
23 Kim Riddlebarger, The Man of Sin: Uncovering the Truth
About the Antichrist [O Homem do Pecado: Descobrindo a
Verdade Sobre o Anticristo] (Grand Rapids: Baker, 2006),
10.
24 Robert C. Fuller, Naming the Antichrist: History of an
American Obsession [Dando Nome ao Anticristo: A História
de Uma Obsessão Americana] (New York: Oxford Press,
1995), 34-35.
25 G. Salmon, An Historical Introduction to the Study of the
Books of the New Testament [Uma Introdução Histórica ao
Estudo dos Livros do Novo Testamento], 9th ed. (London:
John Murray, 1904), 230-31.
26 Em 2Tessalonicenses 2, há pelo menos 11 visões
diferentes sobre a identidade daquele que detém o
Anticristo: (1) o Império Romano, (2) o Estado Judeu, (3)
o apóstolo Paulo, (4) a pregação do Evangelho, (5)
governo humano, (6) Satanás, (7) Elias, (8) algum ser
celestial desconhecido, (9) o arcanjo Miguel, (10) o Espírito
Santo, e (11) a Igreja.
27 Donald Grey Barnhouse, Thessalonians: An Expositional
Commentary [Tessalonicenses: Um Comentário Expositivo]
(Grand Rapids: Zondervan, 1977), 99-100.
28 Ed Hindson, Is the Antichrist Alive and Well? [Será que o
Anticristo Está Vivo e Passa Bem?] (Eugene, OR: Harvest
House, 1998), 22.

Parte 2: O Caráter do Anticristo


1 Grant R. Jeffrey, Prince of Darkness [O Príncipe das Trevas],
(Toronto: Frontier Research Publications, 1994), 29.
2 Ibid., 30.
3 A.W. Pink, The Antichrist [O Anticristo] (Swengel, PA: Bible
Truth Depot, 1923; reprint, Grand Rapids: Kregel, 1988),
62.
4 J. Dwight Pentecost, Will Man Survive? [Será que o Homem
Sobreviverá?] (Grand Rapids: Zondervan, 1971), 93.
5 H.L. Willmington, The King Is Coming [O Rei Está Voltando],
rev. ed. (Wheaton, IL: Tyndale House, 1981), 66-67.
6 Hank Hanegraaff, “Who is the Antichrist?” [Quem é o
Anticristo?] www.ptm.org/05PT/Sep Oct/antiChrist.pdf.
7 Gary DeMar, End Times Fiction [Ficção dos Tempos do Fim]
(Nashville, TN: Thomas Nelson, 2001), 137.
8 DeMar, End Times Fiction, 140. [Ibid.]
9 DeMar, End Times Fiction, 137. [Ibid.]
10 O verbo ‘está vindo’ em 1 João 2.18 é um presente
futurístico que “pressupõe que a vinda futura do anticristo
é tão certa quanto a realidade presente.” D. Edmond
Hiebert, The Epistles of John [As Epístolas de João]
(Greenville, SC: Bob Jones University Press, 1991), 109.
11 Aqui está uma pequena amostragem dos estudiosos que
crêem que 1João fala de um futuro Anticristo, uma pessoa:
F.F. Bruce, The Epistles of John [As Epístolas de João]
(Grand Rapids: Eerdmans, 1992), 64-68; Martyn Lloyd-
Jaones, Walking with God [Caminhando com Deus], Life in
Christ [Vida em Cristo], vol. 2 (Wheaton, IL: Crossway,
1993), 98-101; R.C.H. Lenski, The Interpretation of the
Epistles of St. Peter, St. John and St. Jude [A Interpretação
das Epístolas de São Pedro, São João e São Judas]
(Minneapolis: Augsburg, 1966), 430-32; James
Montgomery Boice, The Epistles of John [As Epístolas de
João] (Grand Rapids: Zondervan, 1979), 84-86; Simon J.
Kistemaker, James and I– III John, New Testament
Commentary [Tiago e I, II e III João, Comentário do Novo
Testamento] (Grand Rapids: Baker, 1986), 275-76; I.
Howard Marshall, The Epistles of John [As Epístolas de
João], The New International Commentary on the New
Testament, gen. ed. F.F. Bruce (Grand Rapids: Eerdmans,
1978), 148-51; John R.W. Stott, The Letters of John [As
Cartas de João], rev. ed., Tyndale New Testament
Commentaries (Grand Rapids: Eerdmans, 1994), 108-10; D.
Edmond Hiebert, The Epistles of John [As Epístolas de
João], 106-09. O único estudioso evangélico respeitado
que pude encontrar que não afirmava que 1João 2.18 se
refere à vinda de um futuro Anticristo em pessoa foi Brooke
Foss Westcott, que escreveu no Século XIX. E mesmo
então, Wetcott não foi decisivo. Ele disse que a passagem
“não é decisiva quanto ao ensinamento de João no que se
refere à vinda de um grande Anticristo, do qual os outros
eram incorporações preparatórias.” B.F. Westcott, The
Epistles of John [As Epístolas de João] (Grand Rapids:
Eerdmans, 1966), 70. Bernard McGinn, que não era cristão
evangélico, escreveu uma obra prima sobre o assunto do
Anticristo e diz que o uso do singular para anticristo em
1João “tornou possível que a maioria dos cristãos mais
tarde cressem em muitos anticristos bem como em um
único opositor final predito em 2Tessalonicenses e no
Apocalipse.” Bernard McGinn, Antichrist: Two Thousand
Years of the Human Fascination with Evil [Anticristo: Dois Mil
Anos de Fascinação Humana Pelo Mal] (San Francisco:
HarperSanFrancisco, 1994), 56.
12 James Montgomery Boice, The Epistles of John: An
Expositional Commentary [As Epístolas de João: Um
Comentário Expositivo] (Grand Rapids: Zondervan, 1979),
86.
13 F.F. Bruce, The Epistles of John [As Epístolas de João]
(reprint, Grand Rapids: Eerdmans, 1992), 65.
14 Kim Riddlebarger, The Man of Sin: Uncovering the Truth
about the Antichrist [O Homem do Pecado: Descobrindo a
Verdade Sobre o Anticristo], (Grand Rapids: Baker, 2006),
13.
15 Ed Hindson, Is the Antichrist Alive and Well? [Será que o
Anticristo Está Vivo e Passa Bem?] (Eugene, OR: Harvest
House, 1998), 19.
16 Pink, The Antichrist [O Anticristo], 79.
17 John Phillips, Exploring Revelation [Explorando o
Apocalipse] (Neptune, NJ: Loizeaux Brothers, 1991), 166.
18 Pink, The Antichrist [O Anticristo], 81.
19 Willmington, The King Is Coming [O Rei Está Voltando],
95.
20 John Phillips, Exploring the Future: A Comprehensive Guide
to Bible Prophecy [Explorando o Futuro: Um Guia Extensivo
Para a Profecia Bíblica] (Grand Rapids: Kregel, 2003), 272.
21 Robert L. Thomas, Revelation 1–7 [Apocalipse 1-7]
(Chicago: Moody Press, 1992), 481.
22 Arnold G. Fruchtenbaum, The Footsteps of the Messiah [As
Pegadas do Messias], rev. ed. (Tustin, CA: Ariel Ministries,
2003), 211.
23 Fruchtenbaum, The Footsteps of the Messiah, 211. [Ibid.]
24 Lehman Strauss, The Book of the Revelation [O Livro do
Apocalipse] (Neptune, NJ: Loizeaux Brothers, 1964), 249.
25 Strauss, The Book of the Revelation, 249. [Ibid.]
26 Pink, The Antichrist, 60-61. [O Anticristo]
27 Gary DeMar acusa aqueles que crêem em um Anticristo
futuro, um indivíduo, de amalgamar diferentes entidades
para “construir um Anticristo.” Gary DeMar, End Times
Fiction [Ficção do Final dos Tempo] (Nashville, TN: Thomas
Nelson,2001), 135-36. O que DeMar ignora é que a
maioria dos estudiosos, mesmo aqueles que discordariam
de muitos aspectos da visão geral sobre o final dos tempos
que está sendo apresentada neste livro, concorda que
todas as passagens e títulos se referem ao Anticristo. Por
exemplo, D. Martyn Lloyd-Jones disse o seguinte: “Fica
muito claro que outros autores em diferentes lugares estão
preocupados com exatamente a mesma coisa.
2Tessalonicenses 2, de novo, é claramente uma descrição
da mesma pessoa, do mesmo poder e da mesma condição.
Então, em Daniel 7-11, você encontra descrições claras da
mesma coisa. Logicamente, há uma outra passagem
clássica em Apocalipse, na qual você tem um relato sobre
as duas bestas, a que está saindo do mar e a que está
saindo da terra. Todas estas são claramente referências ao
mesmo poder.” D. Martyn Lloyd-Jones, Walking with God
[Caminhando com Deus] (Wheaton, IL: Crossway, 1993),
98. A.W. Pink observa: “Em vez de atribuir esses nomes a
diferentes pessoas, devemos ver que eles designam o
mesmo indivíduo, somente que em diferentes
relacionamentos, ou como que nos dando fases diferentes
de seu caráter” (The Antichrist, 61 [O Anticristo]). Os
futuristas não construíram um Anticristo. Simplesmente
reunimos todos os textos relevantes sobre ele.
28 Joel Richardson, Antichrist: Islam’s Awaited Messiah
[Anticristo: O Esperado Messias do Islamismo] (Enumclaw,
WA: Pleasant Word, 2006), 52-70.
29 Richardson, Antichrist: Islam’s Awaited Messiah, 67-68.
[Ibid.]
30 David R. Reagan, “The Antichrist: Will He Be a Muslim?” [O
Anticristo: Será Ele um Muçulmano?]
www.prophezine.com/…/TheAntichristWillhebeaMuslim/
…/Default.aspx.
31 Richardson, Antichrist: Islam’s Awaited Messiah, 198.
[Anticristo: O Esperado Messias do Islamismo].
32 Richardson, Antichrist: Islam’s Awaited Messiah, 101-2
[Ibid.]. Um dos argumentos de Richardson é baseado em
Ezequiel 38.17, que diz: “Assim diz o Senhor Jeová: És tu
aquele de quem, nos tempos antigos por meio dos meus
servos, os profetas de Israel, que naqueles dias
profetizaram durante muitos anos, falei que eu te faria vir
sobre eles?” O argumento do autor segue desta forma:
“Então, uma pergunta deve ser feita, a saber, se Gogue e
Magogue são mencionados pelos profetas de Israel que
precederam Ezequiel, então onde estão todas essas
referências? Haverá grande pressão para se achar qualquer
referência, a não ser que a pessoa estique bastante as
Escrituras. Mas, se tomarmos a posição de que Gogue é o
Anticristo, então será bem fácil encontrar inúmeras
passagens sobre o Anticristo e seu exército invasor em
todos os profetas” (102). Não creio que seja necessário
esticar as Escrituras para achar referências a uma grande
invasão ao norte de Israel. Daniel 11.40 se refere ao “rei
do norte”, a quem igualo a Gogue. Daniel 11 foi escrito
depois de Ezequiel, mas Daniel foi contemporâneo de
Ezequiel durante o cativeiro em Babilônia. O “exército do
norte”, em Joel 2.20, também pode ser uma referência a
essa invasão. Ou Ezequiel 38.17 pode não se referir a
nenhuma profecia anterior em particular. Charles Feinberg
observou o seguinte: “É possível que não haja referência
direta a qualquer grupo específico de profecias, mas a um
conceito geral que permeia as profecias. Profetas que
vieram antes, ao falarem de tempos escatológicos,
previram acontecimentos catastróficos e o julgamento de
Deus sobre os inimigos de Israel, embora o nome Gogue
não apareça em suas profecias.” Charles Lee Feinberg, The
Prophecy of Ezekiel: The Glory of the Lord [A Profecia de
Ezequiel: A Glória do Senhor] (Chicago: Moody Press,
1969), 225. Não creio que Ezequiel 38.17 seja um
obstáculo tão grande para minha visão, como contende
Richardson.
33 DeMar, End Times Fiction [Ficção dos tempos do Fim],
142-45; Kenneth Gentry, The Beast of Revelation [A Besta
de Apocalise] (Tyler, TX: Institute for Christian Economics,
1989).
34 Riddlebarger, The Man of Sin: Uncovering the Truth about
the Antichrist,11 [O Homem do Pecado: Descobrindo a
Verdade Sobre o Anticristo].
35 Kenneth Gentry, The Beast of Revelation [A Besta do
Apocalipse](Tyler, TX: Institute for Christian Economics,
1989), 35. O. Ruhle diz que a variante 616 foi uma
tentativa de ligar Gaio César (Calígola) à besta que saiu do
mar, em Apocalipse 13. O valor numérico de seu nome em
grego se iguala a 666. Gerhard Kittel, ed., The Theological
Dictionary of the New Testament [O Dicionário Teológico do
Novo Testamento], trans. Geoffrey W. Bromiley, vol. 1
(Grand Rapids: Eerdmans, 1964), 462-63.
36 Gentry, The Beast of Revelation, 53-54 [A Besta do
Apocalipse].
37 Para uma discussão completa sobre a data em que
Apocalipse foi escrito, veja Mark Hitchcock, “The Stake in
the Heart: The A.D. 95 Date of Revelation” in The End
Times Controversy [A Estaca no Coração: Ano 95 d.C.: Data
do Apocalipse, em A Controvérsia dos Tempos do Fim]
(Eugene, OR: Harvest House, 2003), 123-50.
38 Robert L. Thomas, Revelation 8 –22: An Exegetical
Commentary [Apocalipse 8-22: Um Comentário Exegético]
(Chicago: Moody Press, 1995), 179-80.
39 Muitos preteristas crêem que um homem chamado
Gessius Florus, procurador romano ou governador da
Judéia sob o governo de Nero, era o falso profeta
mencionado em Apocalipse 13.11-18. J. Stuart Russell, The
Parousia: The New Testament Doctrine of Our Lord’s Second
Coming [A Parousia: A Doutrina do Novo Testamento Sobre
a Segunda Vinda de Nosso Senhor], new ed. (London: T.
Fisher Unwin, 1887; reprint, Grand Rapid: Baker, 1999),
465-69; Kenneth L. Gentry Jr., He Shall Have Dominion: A
Postmillennial Eschatology [Ele Dominará: Uma Escatologia
Pós-Milenar] (Tyler, TX: Institute for Christian Economics,
1992), 410. No entanto, nem Russell nem Gentry fornecem
qualquer evidência histórica de que Gessius Florus jamais
operou sinais e maravilhas, que ele construiu uma imagem
de Nero, que ele mandou a imagem falar, que ele forçou a
marca da besta sobre o populacho, ou que ele executou
aqueles que se recusaram a aceitar a marca. Além disso,
Josefo, o historiador judeu, menciona Gessius Florus em
seus escritos, mas nunca descreve nenhuma atividade dele
que nem remotamente corresponda às profecias de
Apocalipse 13,11-18. Se Florus tivesse realizado grandes
sinais e maravilhas ou qualquer das outras coisas
profetizadas em Apocalipse 13, o fracasso de Josefo em
mencionar tais fatos estupendos seria inexplicável. A
inabilidade de ser bem sucedido em fornecer o nome de
uma pessoa histórica que cumpriu o papel e as atividades
do falso profeta na era nerônica é uma importante pedra
de tropeço para a visão preterista da besta.
40 David E. Aune, Revelation 6 –16, Word Biblical Commentary
[Apocalipse 6-16, Comentário da Palavra Bíblica], gen. ed.
Bruce M. Metzger, vol. 52B (Nashville, TN: Thomas Nelson,
1998), 771.
41 Para uma completa refutação da visão de que Nero é a
besta do Apocalipse 13, ver Andy Woods, “Revelation 13
and the First Beast” in The End Times Controversy
[Apocalipse 13 e a Primeira Besta, em Controvérsia do
Final dos Tempos] (Eugene, OR: Harvest House, 2003),
237-50.
42 Irineu, que escreveu no final do Século II, sugeriu três
nomes para o total 666: Evanthas, Lateinos e Teitan
(Against Heresies 5.30.3 [Contra as Heresias]). Mas ele
nunca sugeriu Nero.
43 Simon J. Kistemaker, Exposition of the Book of Revelation,
New Testament Commentary [Exposição do Livro do
Apocalipse, Comentário sobre o Novo Testamento] (Grand
Rapids: Baker, 2001), 395.
44 Thomas, Revelation 8 –22: An Exegetical Commentary
[Apocalipse 8-22: Um Comentário Exegético], 185.
45 William F. Arndt and F.W. Gingrich, A Greek-English Lexicon
of the New Testament [Um Léxico Grego-Inglês do Novo
Testamento] (Chicago: University of Chicago Press, 1957),
876.
46 Thomas, Revelation 8 –22: An Exegetical Commentary
[Apocalipse 8-22: Um Comentário Exegético], 181.
47 Henry Morris, Revelation Record [Registro do Apocalipse]
(Wheaton, IL: Tyndale, 1983), 252.
48 Hal Harless, “666: The Beast and His Mark in Revelation
13” [666: A Besta e Sua Marca em Apocalipse 13] The
Conservative Theological Journal (December 2003): 342-
46.
49 Morris, Revelation Record [Registro do Apocalipse], 255.
50 Fruchtenbaum, The Footsteps of the Messiah [As Pegadas
do Messias], rev. ed., 255.
51 Fruchtenbaum, The Footsteps of the Messiah, rev. ed., 255
[Ibid].
52 John F. Walvoord. The Prophecy Knowledge Handbook [Um
Guia para o Conhecimento da Profecia] [(Wheaton, IL: SP
Publications, 1990), 587.
53 M.R. DeHaan, Studies in Revelation [Estudos em
Apocalipse] (Grand Rapids: Zondervan, 1946; reprint,
Grand Rapids: Kregel, 1998), 189.
54 Morris, Revelation Record 256 [Registro de Apocalipse].
55 Morris, Revelation Record, 256 [Ibid.].
56 A palavra usada para o ‘selo’ de Deus na testa dos santos
em Apocalipse 7.3 é a palavra grega sphragizo, que é
usada para o selo invisível do Espírito Santo no Novo
Testamento (2 Coríntios 1.22; Efésios 1.13; 4.30). A
palavra usada para ‘marca’ (charagma), por outro lado, se
refere à marca visível, impressa ou gravada. Portanto,
enquanto a marca de Deus em Seus santos é invisível, a
marca da besta será visível.
57 Steven Levy, Playing the ID Card, [Jogando a Cédula de
Identidade] Newsweek (May 13, 2002), 44-46.

Parte 3: A Vinda do Anticristo


1 Charles H. Dyer, World News and Bible Prophecy [As Notícias
Mundias e o Anticristo] (Wheaton, IL: Tyndale, 1995), 214.
2 W.A. Criswell, Expository Sermons on Revelation [Sermões
Expositivos Sobre Apocalipse] (Grand Rapids: Zondervan,
1969), 107-8.
3 John MacArthur Jr., Revelation 12–22 [Apocalipse 12-22]
(Chicago: Moody Press, 2000), 36.
4 Randall Price, “The Divine Preservation of the Jewish People”
[A Divina Preservação do Povo Judeu], World of the Bible
Ministry Update, October 1, 2009,
http://www.worldofthebible.com/update.htm.
5 Price, “The Divine Preservation of the Jewish People” [A Divina
Preservação do Povo Judeu].
6 Thomas Ice and Timothy Demy, The Truth About the Signs of
the Times [A Verdade Sobre os Sinais dos Tempos],
(Eugene, OR: Harvest House, 1997), 37.
7 Randall Price, The Coming Last Days Temple [O Vindouro
Templo dos Últimos Dias] (Eugene, OR: Harvest House,
1999), 592.
8 Thomas Ice and Timothy Demy, Prophecy Watch [O Relógio
das Profecias] (Eugene, OR: Harvest House, 1998), 150.
9 John F. Walvoord, Major Bible Prophecies: 37 Crucial
Prophecies That Affect You Today [As Principais Profecias
Bíblicas: 37 Profecias Cruciais que Afetam Você Hoje],
(Grand Rapids: Zondervan, 1993), 319.
10. David Jeremiah, What in the World Is Going On? [O Que
é Que Está Acontecendo?] (Nashville: Thomas Nelson,
2008), 141-42.
Parte 4: A Carreira do Anticristo
1 Tim LaHaye and Jerry B. Jenkins, Left Behind [Deixados
Para Trás] (Wheaton, IL: Tyndale, 1995), 352, 413.
2 Henry Morris, Revelation Record [Registro do Apocalipse]
(Wheaton, IL: Tyndale, 1983), 323.
3 Morris, Revelation Record, 348-49 [Ibid.].
4 John Phillips, Exploring Revelation [Explorando o
Apocalipse] (Neptune, NJ: Loizeaux Brothers, 1991), 167.
5 Warren Wiersbe, The Bible Exposition Commentary, New
Testament [Comentário Bíblico Expositivo, Novo
Testamento], vol. 2 (Wheaton, IL: Victor Books, 1989),
605.
6 J. Vernon McGee, Thru the Bible [Através da Bíblia], vol. 5
(Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1983), 1000.
Algumas pessoas discutem extenuada e estridentemente
contra essa visão. O apologista Hank Hanegraaff considera
uma real morte e ressurreição do Anticristo como sendo
algo absurdo. Ele diz o seguinte: “Se o Anticristo pudesse
ressuscitar e controlar a terra e o céu (...), o cristianismo
perderia a base para crer que a ressurreição de Cristo
sustentou Sua reivindicação à deidade. Numa visão cristã
de mundo, Satanás pode imitar a obra de Cristo por meio
de todos os tipos de falsos milagres, sinais e maravilhas
(2Ts 2.9), mas ele não pode realizar milagres verdadeiros
como Cristo fez. Se Satanás possuísse o poder criativo de
Deus, ele poderia ter fingido ser o Cristo ressurreto. Além
disso, a noção de que Satanás pode realizar atos que são
indistinguíveis dos milagres genuínos sugere uma visão de
mundo dualista, na qual Deus e Satanás são poderes iguais
competindo pela dominação.” Hank Hanegraaff, The
Apocalypse Code: Find Out What the Bible Really Says About
the End Times and Why It Matters Today [O Código do
Apocalipse: Descubra o que a Bíblia realmente diz sobre o
fim dos tempos e por que isso é importante hoje]
(Nashville: Thomas Nelson, 2007). xix-xx. Hanegraaff mais
adiante afirma: “O que está em jogo aqui não é nada
menos do que a deidade e a ressurreição de Cristo. Em
uma visão cristã de mundo, somente Deus tem o poder
para ressuscitar alguém dos mortos.” Hank Hanegraaff and
Sigmund Brouwer, The Last Disciple (Wheaton, IL: Tyndale,
2004), 394.
7 William F. Arndt and F.W. Gingrich, A Greek-English Lexicon
of the New Testament [Um Léxico Grego-Inglês do Novo
Testamento] (Chicago: University of Chicago Press, 1957),
55.
8 George Abbott-Smith, A Manual Greek Lexicon of the New
Testament [Um Manual do Léxico Grego do Novo
Testamento], 3rd ed. (Edinburgh: T. & T. Clark, 1937), 443.
9 Joseph Henry Thayer, A Greek-English Lexicon of the New
Testament (New York: American Book Company, 1889), 620
[Ibid.].
10 Gregory H. Harris, Satan’s Deceptive Miracles in the
Tribulation [Os Milagres Enganosos de Satanás na
Tribulação], Bibliotheca Sacra (July-September 1999): 310.
11 Harris, Satan’s Deceptive Miracles in the Tribulation, 310
[Ibid.].
12 Philip Edgcumbe Hughes, A Commentary on the Epistle to
the Hebrews [Um Comentário Sobre a Epístola aos
Hebreus], (Grand Rapids: Eerdmans, 1977), 80-81.
13 Harris, Satan’s Deceptive Miracles in the Tribulation, 311
[Os Milagres Enganosos de Satanás na Tribulação].
14 Harris, Satan’s Deceptive Miracles in the Tribulation, 311
[Ibid.].
15 Harris, Satan’s Deceptive Miracles in the Tribulation, 311
[Ibid.].
16 Warren Wiersbe, The Bible Exposition Commentary
[Comentário Bíblico Expositivo], New Testament, vol. 2
(Wheaton, IL: Victor Books, 1989), 605.
17 Gregory H. Harris, The Wound of the Beast in the Tribulation
[O Ferimento da Besta na Tribulação], Bibliotheca Sacra
(October-December 1999): 466.
18 Charles C. Ryrie, Revelation [Apocalipse], Everyman’s Bible
Commentary (Chicago: Moody Press, 1968), 83.
19 Harris, The Wound of the Beast in the Tribulation, 467 [O
Ferimento da Besta na Tribulação].
20 J.B. Smith, A Revelation of Jesus Christ: A Commentary on
the Book of Revelation [Uma Revelação de Jesus Cristo: Um
Comentário Sobre o Livro de Apocalipse] (Scottsdale, PA:
Herald Press, 1961), 467.
21 Harris, The Wound of the Beast in the Tribulation, 467 [O
Ferimento da Besta na Tribulação].
22 John Phillips, Exploring Revelation [Explorando o
Apocalipse] (Neptune, NJ: Loizeaux Brothers, 1991), 119.
23 Harris, The Wound of the Beast in the Tribulation, 469 [O
Ferimento da Besta na Tribulação].
24 Smith, A Revelation of Jesus Christ: A Commentary on the
Book of Revelation, 195-96 [Uma Revelação de Jesus Cristo:
Um Comentário Sobre o Livro do Apocalipse].
25 Donald Grey Barnhouse, Revelation: An Expository
Commentary [Apocalipse: Um Comentário Expositivo],
(Grand Rapids: Zondervan, 1971), 240.
26 Thomas Ice and Timothy Demy, The Facts on Bible
Prophecy [Fatos Sobre a Profecia Bíblica] (Eugene, OR:
Harvest House, 1997), 78-79.
27 Phillips, Exploring Revelation, 171 [Explorando o
Apocalipse].
28 Ice and Demy, The Facts on Bible Prophecy, 78-79 [Fatos
Sobre a Profecia Bíblica].
29 Arnold G. Fruchtenbaum, The Footsteps of the Messiah [As
Pegadas do Messias], rev. ed. (Tustin, CA: Ariel Ministries,
2003), 257.
30 Fruchtenbaum, The Footsteps of the Messiah, 256-60
[Ibid.].
31 Wiersbe, The Bible Exposition Commentary, 606
[Comentário Bíblico Expositivo].
32 Daniel 12:11 diz que o abominável da desolação ficará no
Lugar Santo durante 1290 dias. Estes são os três anos e
meio finais da Tribulação (1260 dias) mais 30 dias extras.
Por que um extra de 30 dias? Quando Jesus voltar em Sua
segunda vinda no final da Tribulação, o Anticristo será
destruído, mas evidentemente a imagem permanecerá no
Templo durante outros 30 dias e depois ela também será
removida e destruída.
33 Arthur E. Bloomfield, How to Recognize the Antichrist: What
Bible Prophecy Says About the Great Deceiver [Como
Reconhecer o Anticristo: O Que a Profecia Bíblica Diz Sobre
o Grande Enganador] (Minneapolis, MN: Bethany House,
1975), 129-30.
34 Bloomfield, How to Recognize the Antichrist: What Bible
Prophecy Says About the Great Deceiver, 131-32 [Ibid.].
35 Ray C. Stedman, God’s Final Word: Understanding
Revelation [A Palavra Final de Deus: Entendendo o
Apocalipse] (Grand Rapids: Discovery House, 1991), 220.
36 Phillips, Exploring Revelation, 150 [Explorando o
Apocalipse].
37 Tim LaHaye, Revelation Unveiled [O Apocalipse
Desvendado] (Grand Rapids: Zondervan, 1999), 188.
38 Kim Riddlebarger, The Man of Sin: Uncovering the Truth
about the Antichrist [O Homem do Pecado: Descobrindo a
Verdade Sobre o Anticristo] (Grand Rapids: Baker, 2006),
45.
39 Riddlebarger, The Man of Sin: Uncovering the Truth about
the Antichrist, 45 [Ibid.].
40 Phillips, Exploring Revelation, 163 [Explorando o
Apocalipse].

Parte 5: A Consumação do Anticristo


1 Bible Prophecy Basics: The Rise of Antichrist [Elementos
Básicos da Profecia Bíblica: O Surgimento do Anticristo], at
www.angelfire.com/realm/ofstardust/RISE_AC.html.
2 Paul Johnson, A World in Search of Leaders [Um Mundo à
Busca de Líderes] Forbes (November 24, 2008), 29.
3 The Daily Oklahoman (April 12, 2002), 2B.
4 Ed Hindson, Is the Antichrist Alive and Well? [Será que o
Anticristo Está Vivo e Passa Bem?] (Eugene, OR: Harvest
House, 1998), 8.
5 Gary Frazier, Signs of the Coming of Christ [Sinais da Vinda
de Cristo] (Arlington, TX: Discovery Ministries, 1998), 149.
6 Randall Price, Jerusalem in Prophecy [Jerusalém em
Profecia] (Eugene, OR: Harvest House, 1998), 50.
7 Kim Riddlebarger, The Man of Sin: Uncovering the Truth
about the Antichrist [O Homem do Pecado: Descobrindo a
Verdade Sobre o Anticristo], (Grand Rapids: Baker, 2006),
178.

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