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Primeiramente temos o patronato de empresários cujo poder vem da

exploração econômica e o patriciado decorrente de cargos: general deputado,


e surge também o estamento gerencial de empresas estrangeiras como setor
dominante das classes dominantes.
Abaixo as classes intermediarias, pequenos oficiais, profissionais liberais
professores, e dentro o dessa ordem entre o clero e raros intelectuais que
surgiram rebeldes contra a ordem, mas são no geral mais mantedores da
ordem do que ativistas de transformação.
Abaixo há a classe subalterna com a aristocracia operaria que tem
empregos estáveis e pequenos proprietários que tentam manter o que tem e
obter mais invés de transformar a sociedade,
e abaixo ainda os marginais. A maior classe e oprimida: moradores de
favela e periferia, enxadeiros, domesticas, quase todos analfabetos e
incapazes de reivindicar e que lutam para ingressar no sistema de produção.

Temos uma distancia quase de povos distintos em relação a beleza,


longevidade, habitos, e inteligencia entre classes. Quando ha um ingresso
numa classe superior eles crescem em estatura, embelezam, e se educam Aí
apos cerca de duas geracoes descendentes se confundem então com o
patriciado tradicional.

A populacao para enriquecer uma camada senhorial voltada para atender


solicitacoes exogenas, com direito apenas para refazer suas engergias
produtivas e se reproduzir para repor mao de obra. Culturalmente ainda sao os
mesmos valores historicos de escravidao e de tirar o maior proveito possivel
que acabam por desumanizar as relacoes de trabalho.

Nao temos uma piramide de classe social, e sim um losango, um funil invertido
no qual a base é onde esta a maior parte da populacao, a marginalizada.

Há também a diversidade de situacoes regionais que faz com que uma simples
mudanca de localizacao possa signifcar ascensao por ex: mesma classe mudar
do PA para o RS (o sul tem a questao historica de atrair imigrantes europeus
dando lotes de terra o que contribuiu com a economia)

A distancia se ve por exemplo no descaso pelo destino dos servicais, na


isciencia de que possam ter aspiracoes. Os que se rebelam nesse sistema sao
excluidos. Alguns caem no banditismo. Nisso ha a incapacidade de assegurar
um padrao de vida modestamente satisfatorio, uma inaptidao para criar uma
cidadania livre e inviabilidade de instituir-se uma vida democratica. Com isso a
eleicao é uma grande farsa onde a massa de eleitores vendem seus votos
aqueles que seriam seus adversários naturais.
Autora alega que só E é só pelo caminho do movimento operario que as
instituicoes políticas podem aperfeicoar-se dando realidade funcional á
Republica.

A discriminação sobre negros mulatos e indios também pesa. A resistencia que


houve uma época não existe mais.
Com aboliçao os negros livres cairam na miseria e na ausencia de terra. Sua
ignorancia e criminalidade nao sao vistas como resultado da opressão.

Os Negros procuravam convivencia menos hostil e se formaram os bairros


africanos que mais tarde deram lugar a favelas: solução que o pobre encontra,
e ainda sob permanente ameaça de serem expulsos.
Não tendo mais que plantar o negro revigora o que havia de criatividade
africana no peito e nessas precárias bases o negro urbano se torna o mais belo
da cultura popular brasileira: base do Carnaval, Iemanja, capoeira... e tenta
provar seu valor onde nao se exige escolaridade: futebol, musica..etc se
tornando o mais criativo do nosso povo.
Mistura biologica e social ao mundo branco, temos Aleijadinho, machado de
assis, rui barbosa são exemplos de que se acercaram de sua cultura erudita.

O que o autor chama de assimilacionismo é uma falsa aceitação que cria uma
atmosfera de fluidez nas relacoes inter-raciais e dissuade o negro para sua luta
especifica, sem compreender que a vitoria só é alcancavel pela revolução
social apesar de toda a sua crescente ascensao social.
A autora conclui que a democracia racial é possivel mas só é praticavel
conjuntamente com a democracia social.

É justamente aos donos do poder que encontramos fortes críticas, pois é para eles que
“lá fora faz um tempo confortável”, procurando cuidar do normal e manter a “ordem”
das coisas. Em relação a isso, o autor faz uma menção simbólica à perseguição aos
opositores do regime e a forma como esse sistema era mantido com o “gado” à margem
da realidade da situação. É utilizando a arma do simbolismo, da metáfora, da
duplicidade de sentido que Zé Ramalho empreende sua crítica a esse estado de coisas e
aos que mantêm essa situação. Essa condição de alienação e entorpecimento vivida pelo
povo faz com que ele “contemple essa vida numa cela”. Essa prisão nada mais é do que
a ignorância, o assujeitamento, o conformismo que impossibilitam a visão crítica e
transformadora da sociedade

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