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01/09/2019 O vidro certo para cada projeto | AECweb

O vidro certo para cada projeto


A escolha acertada permite que a obra alcance o desempenho desejado de segurança,
design, luminosidade, isolamento térmico e acústico.

A escolha acertada permite que a obra alcance o desempenho desejado de segurança, design,
luminosidade, isolamento térmico e acústico.

Redação AECweb

Projetos mais sofisticados que envolvem amplos vãos ou fachadas cortinas, além de variados níveis de
eficiência acústica e térmica, pedem profundos conhecimentos sobre a performance dos vidros a serem
utilizados.

Para Claudia Mitne, arquiteta especializada e atuando em empresas do setor há mais de 15 anos, o
especificador busca o suporte de consultores ou dos profissionais das indústrias beneficiadoras
“quando o projeto do envidraçamento coloca novos desafios, inovações e aplicações, como cores
diferentes, necessidades de desenvolvimento e de customização”. O risco da escolha errada, segundo
ela, é a obra não obter o resultado ou desempenho desejado de segurança, design, isolamento
térmico, luminoso ou acústico.

Neste momento em que se tornam cada vez mais presentes as exigências quanto ao isolamento
acústico das fachadas, a escolha deverá considerar diversos aspectos. “Vai depender do tipo de
atenuação desejada, porque a freqüência é uma variável muito importante que define qual o tipo de
vidro será a melhor barreira. Às vezes, é resolvida somente com a espessura do vidro, em outros
casos necessita-se de vidro + PVB (polivinilbutiral). E chegamos ao máximo com vidros duplos
insulados compostos com vidros laminados, produzindo uma barreira diferenciada”, ensina a arquiteta.
O duplo insulado é, ainda, “um excelente produto quando necessitamos de alta transmissão luminosa,
baixa entrada de calor, com baixa reflexão”. Quando utilizado vidro revestido (metalizado) no duplo, a
cor é mais neutra, privilegiando a estética.
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Para o desempenho térmico, que Claudia Mitne define como controle da entrada de luz e calor, há
uma gama muito grande de produtos que resultam em boas soluções. “Devemos sempre acrescentar
o item do design desejado, incluindo a aparência – cor, aspecto de brilho e reflexão -, para obter o
melhor produto. Este desempenho depende do tipo de uso do edifício, não há melhor ou pior
desempenho, mas o mais adequado”, diz ela.

Os vidros antivandalismo e os blindados ganham espaço quando a exigência é a proteção patrimonial


em vitrines e guaritas de edifícios e residências. “O Exército brasileiro controla todas as etapas dos
produtos blindados, desde o desenvolvimento, fabricação, transporte e instalação. Tanto a empresa
como o produto devem ser homologados e certificados”, explica.

Claudia Mitne comenta que a utilização de vidro tem crescido no mercado brasileiro, a área
envidraçada das fachadas tem aumentado e o vidro está mais acessível. “Estamos disponibilizando os
mesmos vidros, no Brasil, quase que simultaneamente aos lançamentos do mercado internacional”,
destaca, alertando que “temos ainda a desenvolver tecnologias de painéis solares (fotovoltaicos),
tendência mundial para geração de energia limpa”. Nesta entrevista ao AECweb, a arquiteta
apresenta, em linhas gerais, as principais características e usos dos vidros para arquitetura disponíveis
no mercado nacional.

Laminados
Segurança, conforto, proteção e controle acústico são alguns dos benefícios dos vidros laminados. O
aspecto da segurança provavelmente é o mais conhecido de todos por sua característica de, em caso
de quebra, se romper em fragmentos que ficam colados ao PVB (polivinilburial) intercalado entre as
lâminas. Isto reduz o risco de lesões corporais e danos materiais. E o vão da janela se mantém
fechado. Razão mais do que suficiente para seu uso em cobertura, piso, guarda-corpos e fachadas.

A poluição sonora típica das grandes cidades pode ser evitada nos ambientes com a instalação de
janelas dotadas de vidros laminados. Quanto maior a espessura do conjunto e a quantidade de chapas
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de vidros intercaladas por PVB de diferentes espessuras, melhor o resultado. Opção interessante é
combinar o vidro laminado com o duplo insulado que, assim, cumprirá a função de isolante térmico nas
coberturas, fachadas e esquadrias.

Temperados
Antes da laminação com três ou quatro camadas de PVB, o vidro
pode ser temperado, o que vai assegurar elevada resistência à peça,
além de conforto acústico e excelente proteção contra os raios UV.
Neste caso, o uso ideal fica com as fachadas autoportantes, térreos
de edifícios comerciais, shopping centers, lojas e restaurantes. É
bom lembrar que os vidros termoendurecidos são duas vezes mais
resistentes que os vidros comuns da mesma espessura, tipo e
tamanho. E vidros temperados são cinco vezes mais resistentes que
os vidros comuns e duas vezes e meia mais resistentes que vidros
termoendurecidos com a mesma espessura, tipo e tamanho.

Blindado
Cada vez mais exigido nas edificações, o vidro blindado é o
laminado mais espesso. Sua fabricação envolve múltiplas lâminas
de vidro intercaladas com camadas de PVB ou policarbonato, o
que aumenta sua resistência e o torna ideal para aplicação em
fachadas e guaritas.

Refletivos e Low-e
A obtenção de maior eficiência energética para o edifício passa, necessariamente, pelo uso da luz
natural. Nesse caso, é recomendável lançar mão de vidros de controle solar. Os mais utilizados são os
refletivos e o low-e, que permitem a entrada da iluminação natural, sem comprometer o conforto
térmico dos ambientes.

O vidro refletivo reduz os ganhos indesejáveis de calor através de sua alta capacidade de reflexão e
absorção da luz solar. Essa tecnologia traz conforto térmico ao ambiente, com uma transmissão
luminosa menos intensa. O revestimento low-e reflete a radiação infravermelha de ondas longas,
reduzindo os ganhos ou perdas de calor do edifício. Isso significa que os ambientes terão um equilíbrio
perfeito entre a transmissão da luz natural e a transferência de calor, com grande economia de
energia.

Serigrafados
Houve um tempo em que a arquitetura só empregava o vidro serigrafado como elemento decorativo.
Hoje, tem indicações também técnicas, como sua instalação no vão em frente à viga e a alvenaria das
fachadas. Para que responda bem à questão do conforto, deve-se escolher o tipo de vidro em que a
serigrafia será aplicada de acordo com os níveis de controle solar e transmissão luminosa
especificados. O envidraçamento com o serigrafado exige que os vidros do vão cego (spandrel) se
harmonizem com os vidros das áreas de visão do edifício.

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Mas isso às vezes não é simples de conseguir quando o vidro tem alta transmissão luminosa e baixa
reflexão externa — isto é, quando o vidro é mais transparente. Para esses casos, os vidros de baixa
transmissão luminosa combinados com os de alta reflexão oferecem o menor contraste entre o vão
cego e a área de visão, independente das condições de variação de luz.

Para-chamas
Esse vidro possui a classificação E (Integridade), conferida internacionalmente ao vidro que impede a
passagem de chamas e gases tóxicos. Resistente e durável, o para-chamas reproduz as cores de
modo fiel, tem alta transmissão luminosa e atende aos requisitos dos vidros de segurança,
apresentando um padrão de quebra em fragmentos muito pequenos. A tecnologia aplicada a esse
produto permite que ele se mantenha transparente em caso de incêndio, facilitando a retirada das
pessoas em segurança. É indicado para aplicação em fachadas, divisórias, portas, janelas e
coberturas.

Corta-fogo

O vidro corta-fogo é um multilaminado altamente resistente, fabricado com tecnologia capaz de isolar o
calor, além de impedir a passagem de chamas e gases tóxicos. O produto atende às exigências do
Corpo de Bombeiros e possui a classificação internacional EI (Integridade e Isolamento), com
especificação para uso em fachadas, divisórias, portas, janelas e cobertura.

Autolimpante

O vidro possui tecnologia capaz de aproveitar a energia dos raios UV e a força da água da chuva para
dispersar, com eficiência, a sujeira que se acumula sobre a superfície externa do vidro. O produto
diminui os custos com limpeza e manutenção e pode ser processado em vidro laminado, temperado,
duplo insulado, de controle solar e serigrafado, de acordo com a necessidade de aplicação. Como as

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propriedades autolimpantes do produto são ativadas pela luz solar, seu uso é amplamente indicado
para fachadas e coberturas. Sua aplicação principal são as coberturas.

Extra Clear (Low Iron)

Esse é um vidro versátil e moderno, para aplicações que exigem a máxima transparência. O extra
clear pode passar por processos de laminação, têmpera ou serigrafia, ou entrar na composição do
vidro duplo insulado. Indicado especialmente para serigrafia e aplicações em que os vidros ficam com
as bordas aparentes, pois a transparência assegura a fidelidade do tom da tinta aplicada.

Redação AECweb

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