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Projeto

PERGUNIE
E
RESPONDEREMOS
ON-LlNE

Apostolado Veritatis Splendor


com autorização de
Dom Estêvão Tavares Bettencourt, osb
(in mamariam)
APRESENTAÇÃO
DA EDiÇÃO ON-LlNE
Diz São Pedro que devemos
estar preparados para dar a razlo da
nossa esperança a todo aquele que no·la
pedir (1 Pedro 3,15).
Esta necessidade de darmos
conta da nossa esperança e da nossa fé
hoje é mais premente do que outrora.
; ...:::- -
......~ .. :, '~ ' .. visto Que somos bombardeados por
numerosas correntes filosóficas e
religiosas contrárias à fé católica. Somos
assim Incitados a proeu rar consolidar
nossa crença católica mediante um
aprofundam enIo do nosso estudo.
Eis O que neste site Pergunte e
Responderemos propõe aos seus leitores:
aborda questões da atualidade
controvertidas, elucidando-as do ponto de
vista crlstao a fim de que as dúvidas se
. . dissipem e a vivência católica se fortaleça
-, . no Brasil e no mundo. Queira Deus
abençoar este trabalho assim como a
equipe de Veritatls Splendor que se
encarrega do respectivo sita.
Rio de Janeiro, 30 de julho de 2003.
p." Estevlo Se/1emOUrI, aSB

NOTA DO APOSTOLADO VERITATIS SPLENDOR

Celebramos convênio com d. Estevão BeHencourt e


passamos a disponibilizar nesta área, o excelente e sempre alual
conteúdo da revista leológlco - filosófica · Pergunte e
Responderemos", que conta com mais de 40 anos de publicaçao.
A d. Estêvão Benencourt agradecemos a conflaça
depositada em nosso trabalho, bem como pela generosidade e
zelo pastoral assim demonstrados.
confront
Sumário

A IGREJA E o ABORTO . . .•. 171

Enlre l,n:lO., e dlstenlOn :


A IGREJA. NA HOLANOA ANTES 00 SINOOO DE 1980
'"
Um belo teslemunho !
O SINODO DOS BISPOS HOLANDESES : CONCLUSõES .
,
Mais um, palavra de Rom. lobre
ABSOLVIÇAO COLETIVA : ABUSOS ....... .

Mals lIIfte vez . ..


"OS HOMOSSE XUAIS" por Marc Daniel e André Bludl)'

LIVROS EM ESTANTE , .. , . . .. 3' cllpa

COM APROVAÇAO ECLESIA$TICA

• • •

NO PRÓXIMO NuMERO :

. CATEQUESE HOJE. d~ Joóo Pa ulo 11. _ O Papll e a lilurgia : um


pano olrin ? - _Jesu, Cristo libertador. de L. BoU. - CO I mila·
gres do Johrei :.,

x ---

" PERGUNTE E RESPONDEREMOS .


Nümero avulso de qualquer mês .... .. . . ......... . 32,00

Assinatura anual . ...... . . ..... ...... . ... . ..... ~ . 320,00

Direção e Redação de Estêvão Bettencourt O , S . B.


ADl'UlNISTRACAO REDAÇAO DE PR
Llv.rvla l'IllsslonArlA Editor.. Cnlxa Postal 2.608
Rua 1tléxIco, l11- B (Cnlltelo)
20 .0S1 Rio de Janeiro (RJl 20.000 Rio de Janeiro (RJ)
Tol.: 224.·0000
A IGREJA E O ABORTO
No cJornal do BrasU. de 17/04/80, cad. B. p. 12. um mé·
dico de Salvador (BA) emitiu declarações que bem merecem
atenção:
1) «Dois séculos atrás, a Igreja Catõlica pennitia o
aborto~. - Todo estudioso, diante de tal afinnacão, sente-se
impelido a pedir a comprovação ou a documentacão respectiva.
Quais as fontes donde se depreende que a Igreja permitia o
aborto há dois sécu1os? As afirmações gratuitas não têm valor
cientifico. A Igreja é que pode provar, por documentos escrl·
tos, que há dois séculos (e sempre) ela repudiava o aborto
como hoje, pois este nada mals é do que um homicldio. Te~
nha·se em vista, por exemplo, a obra de Denzinger.Schõnmet.
zer: cEnquiridlo dos Símbolos, DefiniCÕês e Declarações ati.
nentes à fé e à Moral» n.QI 670. 2134.2135. 3258. 3298.
3337. 3719.21. ..
2) Rã quem alegue o caso recente de Religiosas que,
violentadas no Congo, engravldaram e, por isto, teriam sido
autorizadas a abortar. Também Isto é apresentado sem do-
cumentação; por <!onseguinte, não pode ser trazido ao plano
do debate sério e cientifico. Em perigo de estupro, a Igreja
pcnnlte, sim, o uso de antleoneepelonais, pois, no easo, se trata
de salvar os direitos e a Integridade da pessoa humana (não se
trata de procurar ter voluntariamente relações sexuaJs Isentas
de fecundidade),
3) O cientista baiano procura justificar o aborto, ale-
gando o morticinio rometido em guerras, como as Cruzadas,
que a Igreja autorizou ou mesmo incentivou. - Ora observe_
mos que é licito a um Individuo ou a um povo matar em legi-
tima defesa; com outras palavras: desde que não haja outro
melo para preservar a pessoa Inocente agredlda ou salvaguar-
dar a justiça, é legitimo matar o injusto agressor, pois este
então perde o direito à própria vida. Em conseqUêncIa, pqde
haver guerras justas. Na verdade, é difícil dizer, em casos
. concretos. se tal ou tal guerra é justa ou injusta, pois há lre-
qUentemen te ta tores heterogêneos na origem de uma guerra.
Como quer Que seja. a Insplracão inicial das Cruzadas era
santa, segundo o modo de pensar dos medievais; estes tencio-
navam recuperar o Santo Sepulcro de Cristo, que se acha va
sob o poder muçulmano desde 637 - o que sujeitava os cris-
tãos peregrinos a ataques e perigo de vida. Para um medieval

-177 -
dos séculos XI/XII, não hã dúvida de Que o apelo às Cruza.
das vjnha da parte de Deus; Deus lo vol4 gritavam milhares
de voluntários que respondiam a tal apelo. Tenhamos em vista
também o empenho com que São Bernardo, Pedro o Eremita
e outros se interessaram pela realização das duns primc,irns
Cruzadas. Posteriormente as Cruzadas se tornaram instruo
mento da politica de reis e prlnclpes. perdendo a sua motiva·
ção estritamente religiosa. .e de notar, porém, Que o. Igreja
só se moveu em favor das Cruudas por razôes do fé. de cuja
validade njnguém duvidava na Idade Média.
4) O aborto cometido numa jovem de quatorze anos que
tenha ficado grãvida do namorado ou de um estranho, é sem-
pre um morticinlo; íl criancinha no selo materno conserva o
direito à vida que toca a todo ser humano, independentemente
do estado clvll da sua genitora. A criança Inocente não deve
ser condenada a pagar pela desventura de sua mãe. Em vez
de pensar em legitimar o aborto (Infantlc!dlo) em tais casos,
pense a sociedade em dar assistência à mãe soltelra, a tlm de
que não seja eoagida a abortar (o Que é sempre profunda-
mente traumatl2ante para a mulher). Especialmente os pais
de meninas Que engravidam antes do casamento. SDO respon-
sáveis pelo futuro dessas jovens; em vez de expulsá-las de
casa, como fazem vârlos, proporclonem.lhes todo o apoio para
que possam ter'seu filho em condições tâo tranqüilas Quanto
possíveL Caso nâo o Caçam, a jovem expulsa e sem lar arris·
ca-se a despencar-se pejo o.bh;mo da dcgrada:;ão n., Pl'Omlscui-
dade das grandes cidlldes.
5) A utilização de seres humanos - qualquer que seja
a sua condição social - como cobaias é ilícita aos olhos da cons-
ciência bem formada. O ser humano é anJma. nobUl5, vivente
nobre, cuja vida há de ser respeitada pelos pesquisadores, nâo
podendo ser nivelada com a de animais irracionais.
6) t:: certo que a Igreja nôo vai na onda. das opiniões e
teorias correntes e m cada época. Se ela não tivesse uma men-
sagem definida a ser apregoada com absoluta Cidelidade a
Cristo, Ela não teria perdido o· reino dll Inglaterra em 1534.
Os fiéis católicos têm consciência de <tue, em ma térla de fé e
de eostumes. o magistério da Igreja goza da assistência do
Esplrito Santo para propor, sem deturpações, a doutrina de
Cristo. Esta. por· deslgnto do Senhor Deus, não fica à mercê
da falibUldade dos homens, pois é Palavra de vida eterna.
1:; com estas reflexões no mês de maio, dedicado à Mãe
Santlssima e a todas as mães. que desejamos honrar também
o. Santa Mãe Igreja!
E .B .
-178 -
.P.ER<iUHTE E RESPONDER EMOS-
Ano )(J(I - N' 245 - Maio d. 1980

Entre tendes _ dlstens6•• :

a Igreja na holanda antes do sínodo


de 1980
Em .In.... : Os cat611coa da Holanda a'é ma.dos do dcuJo pasudo
conatllUlam uma mlnorl. coneld,rada de ••gunda categoria no plano doi
direitos civil. TodaYla Im 1853 • realaura~o da hierarquia .plSCOpll
nIIqulle pai, acarretou vlgoroto .uno da vida CIIIOII~j OI ,,,,. pu ....am
. . . autD&lIrrnar • Impor no contexto da vida naelona', criando aUls esco-
,••• seus malDI de comunlçaplo locla' pr6pllol. A Holanda em meados
do presente ,éculo dava ao mundo 10% dos mlssion6rlOl pregadoras da
f. em terras estrangeiras.
Todayla os acontecimento. que cercaram o Concilio do Vaticano 11
(1962-1985) passaram a agitar fortemente os c.l16I1cos holanel..... A apl~
; açlo das nolmllS conciliares ocasionou abusos doutrlnArlos • disciplinam..
O Slnodo Puloral dos Pal • ...s.bl.ol (1968--1870), .. da um lado acenluou
• con:u:léncla d. par1lclpaçlo doe ,Iéls holand..... da oulro lado foi oc..
3110 de atitudes a prAtico Indevida;. Em ,Q71 ti 1972 re,pectlvamente,
duas nomeaçOU de bispos conservadores provocarem "ri.. dlverg'Relu
tanlo no episcopado como entre OI fltls da Holanda. O ano de 1978 foi
um ano tenso, que IlIYOu • Incidente Inesperado em Janeiro de 1979. Diante
do ~enrollr dot 'alOl, o S. Padre Joio Paulo li, após ouvir cada bispo
holan0l8 de per ai, lKIuve por bem convocar um Slnodo particular dos
bIspos doIS Palsn-Balxos para Roma em ,anelro (14. 25) d& 1980.
No próximo .rllgo .. rio publicadas a. conclusOeI dess. Srnodo.

• • •
Comentário: Os jornais têm noticiado os acontecimentos
que vêm interessando e egitando os católicos na Holanda a
partir do término do ConclUo do Vaticano lI. Em janeiro de
1979 sérias Incidências ocorrerem, as quais levaram finalmente
o Papa João Paulo n a convocar um Sínodo (assembléia) dos
bispos holandeses para Roma no mês de janeiro de 1980.
Precisamente as ocorrências que de perto ou de longe cer-
cam este importante Sínodo constituirio o objeto da exposição
-179 -
4 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS,. 24S/19SO

subseqüente. Somente quem as conhece pode apreciar lnures-


sante aspecto da vida da Igreja contemporânea e perceber a
ação do Espirlto entre os homens, que constituem o corpo visí·
vel de Jesus Cristc.

No artigo seguinte a este abordaremos o documento con·


c1usivo no Slnodo.

1. O ('.ptolicismo na Holanda : ressurgimento


Diz·se que um holandês é um teólogo, dois holandeses
constituem uma Igreja c três holandeses perfazem o génnen
de wn cisma. Este adágio popular bem mostra o interesse da
população neerlandesa pelos assuntos religiosos, .. . interesse
expresso nas colunas dos jornais, nas manifestacÕes públicas
e também pela existência de mais de sessenta denominacÕes
cristãs nos Palses-Baixos. Nesse contexto religioso, o Catoli.
cismo ocupa, sem dú.vida, posição própria e relevante.
Importa, pois, antes do mais, tomarmos consciência do
que tem sido a história recente da Igreja Católica na Holanda.

Pode·se dizer que a história do CatolIcismo modcmo na


Holanda começa em 1853, nno em que foi restaurada ti. hierar-
quia episcopal. Durante três séculos, ou seja, a partir do mo-
vimento reformista ou calvinista que marcou a Holanda do
século XVI, OS católicos tlcaram em condições de exceção ecle·
siaL O restabelecimento da hierarquia nos Palses-Balxos tol,
em parte, uma conseqüência da Revolução francesa de 1789;
esta, proclamando cLiberdade. Igualdade e Fraternidade~. avi-
vou na populaçio holandesa a conscléncla de que os católicos
eram cidadãos de plenos direitos, e não de segunda categoria,
como pa~la até então.
A partir da referida data, as autoafirmacões do Catoli-
cismo na Holanda torain-se tomando cada Via mais signlflca-
tlvas: tiveram a conseqüência importante de corrobot:ft1" a coe--
são da população católica holandesa e a Indissolúvel unlAo
desta com Roma. . Isto se entende, em grande parte, pelo fato
de que 08. Retonna protestante exclulra os cidadãos catôllcos
da vida cultural, clentlfica e política do pais; a procura de
maior união com Roma permitia .aos católicos mais P. . .,pres·
siva e eficiente autoafirmação.
-180 -
5

Até o fim da década de 1950, ou seja. até as vésperas do


Concilio do Vaticano II (1962·1965), duas notas caracteriza.
ram fcrtemente o Catolicismo na Holanda:
_ soUdariedade dos fiéis católicos entre si, perceptivel
através de estatísticas: 90% dos filhos de familias católicas
freqüe ntavam escolas primárias confessionais; os jornais cató·
licos eram lidos em três quartos dos lares católicos; a Missa
dominical era freqüentada por 75% dos fiéis;
- união com a Igreja universal: os Países·Baixos, cuja
população católica corrcspondia a 1% dos fi éis católicos do
mundo inteiro, forneciam 10% dos mlssionários esparsos pelo
orbe.
Eis, porém. que na déc:ada de 60, especialmente em con·
seqüência dos preparativos e dos debates do ConelIfo do Va~
tlcano TI (1962.1965), os católicos holandeses começaram 8
levantar questões qu.e puseram em agitação a Igreja na Ho-
landa: referiam-se à renovação litúrgica e ã criatividade nas
celebrações, ao movImento ecumênico e às novas relações de
colaboracão entre católicos e protestantes, aos artigos da ré e
à sua reformulação (tenha-se em vista o Novo Catecismo Ho-
landês) . Verdade é que a agitação não foi exclusiva da Ho-
landa após o ConeIl1o do Vaticano n, mas não resta dúvida de
que foi mais acirrada entre os católicos holandeses.
Alêm das correntes suscitadas pelas tentativas de renova-
ção e inovação. S\1l'&iram na Holanda novos organismos ecle·
siats. nos qunis os leigos e ram majoritários: eram conselhos
paroquiais. conselhos diocesanos e o famoso . Sinodo Pastorab.
Este desenvolveu.se de 1966 a 1970. acarretando a participa-
ção de quase todos os fiéis holandeses: foi preparado por mais
de doze mll grupos de discussão e teve a presença atuante de
representantes clõ:ltos pelos fiéis. O Concilio ou Sínodo Pas-
toral tomou·se um acontecimento marcante na vida da Igreja
holandesa: corroborou a consciência de uma Igreja viva. a des·
coberta do dh\logo dos fiéis com a hierarquia e da solidarie.
dade muito estreita entre os membros do povo de Deus.

2. O Início dos males mais recentes


. Existem na Holanda sete dioceses, Que contam 5 .500 .000
de fiéis, ou seja, 40 % ela população neerlandesa. A menor das
dioceses é a de Groningen, ao Norte, que conta 140.000 cató·
IIcos. A maior é a de 's-Hertogenbosch, ao SUl. que conta
1.368 .000 fiéis.
-181-
6 cPERCUNTE E RESPONDEREMOS~ 245/1980

Durante os anos que se seguiram ao Concllio, os sete bIs.


pos constitulam realmente um corpo episcopal coeso a gover·
nar a provincla eclesiástica da Holanda. Ccnjuntamente publi.
oavam as suas Cartas Quaresmals para todo o pais; unânimes,
trabalharam no Concílio Pastoral neerlandês e .na solu~o dos
problemas provocados pelo Novo Cateclsmo Holandês.
Em 1971. porém, essa unidade começou a ser violada.
Com efeito. J:; de notar que. por ocasião da sede vacante
(ausência de bispo), o cabido (ou OS cõnegos) da diocese res.-
pectiva gaza do privilégio de apresentar à Santa. Sé os seus
candidatos, dentre os quais o S. Padre nomeia um como bispo
diocesano 1. Ora por duas vezes - em 1971 e 1972 - tal COs-
twne não foi observado na provisão de dioceses holandesas,
pois foram nomeados dois bispos, respectivamente, que não
constavam da lista apresentada pelos cabidos.
Em_.Rotterdam (diocese de 800.000 fiels). por exemplo,
foi elevado à sede episcopal em 1971 o Pe. Adriano J. Slmo·
nis, que era vjgário em paróquia e -capelão de hospital, g0-
zando, allãs. da estima de todos no desempenho dessas fun-
cães. ParticIpou do Conelllo Pastoral a pedido dos bispos, e
não como delegado eleito, sendo então o porta-voz do gr:upo
conservador. Uma vez. nomeado bispo, D. Simonis teve de
enfrentar a resistência da maioria do clero diocesano e de boa
parte dos fiéis. O prelado conservou sempre as suas concep-
ções, mas não quiS romper com a maneira de proceder do seu
ant«esSOr e dos colegas. Sempre foi considerado como homem
reto e sincero, dotado de notável senso pastoral.
Quanto à diocese de Roermond, foi tomada de surpresa
pela nomeação do Pe. João B.M . Gijsen em 1972. O prelado
tinha então trinta e seis anos de idade; exercia as funções de
capelão de Religiosas retiradas no campo e tinha fama de con-
servador. Logo que nom~:l.do, começou a experimentar a opo-
sição da opinião pública : os decanos da diocese manifesta-
ram·se, por vinte e três votos a um, contra o novo bispo; o
cabIdo rogou a Roma que reconsiderasse a sua decisão; dez
mil intelectuais da diocese uniram·se a 83% do clero dioce-
sano numa. atitude de resistência.
D . .1010 Gijsen, porém, não se intimidou: substituiu os
vigários episCOpais do seu antecessor e nomeou novas equipes

1 Tal prlvllfgl0 dala da Idade M6dla; tt8ufruem dele tamb6m algu-


mas dloceles da 5urça.

-182 -
IGREJA NA HOLANDA ANTES O~ 1980 7

de traba1ho e alguns novos decanos. Dentre as suas princi-


pais realizações, destaca-se a fundacão de um grande Seminã-
rio. em réplica aos Institutos de Teologia aos quais os bispos
e os Superiores Religiosos haviam confiado a fonnação dos
seus futuros sacerdotes. Tal SemInário obteve o vivo beneplâ-
cito de Paulo VI e de João Paulo n. Esta união com a Santa
Sé bem mostra que D. Gijsen não se coloca na linha de Mons.
Lefêbvre: à diferença deste, o bispo de Roermond se rde re
sempre ao Papa e ao Concilio do Vaticano n .
Em 1975, dentro do quadro do episCOpado holandês algo de
novo ainda ocorreu: o Cardeal Altrlnk, arcebispo de Utrecht,
tendo atingido os setenta e cinco anos de idade, pediu demis-
são do cargo. Foi então substituldo peJo Cardeal João Wil·
lebrands, que residia em Roma, onde presidia e ainda preside
ao Secretariado para a União dos Cristãos desde 1969. A
escolha do novo arcebispo de Utrecht fora d1ffclllma para
Paulo VI; mas felizmente o novo Utular soube assumir e tra·
tar a província eclesiástica neerlandesa com grande habilidade
e desenvoltura.

3. A decisóo de 'Convocar um Sínodo


Em novembro de 1977, os bispos holandeses foram 3. Roma
em visita nd líminn. (visita que, de cinco em cinco anos, os bis-
pos fazem ao Papa para tratar dos assuntos de suas respectivas
dioceses). Diante do quadro conturbado da Igreja (e do epis·
copado) na Holanda, Paulo VI eJCortou energicamente os bis-
pos holandeses >à união na fé e à unidade na carIdade.
Os meses subseqüentes. porém, ainda alimentaram um
clima de tensões. D. Gljsen resolveu tomar novas medidas
frente à situação da Igreja na Holanda: suspendeu a partIci.
pação da sua diocese nas diversas coletas feitas em prol das
missões, assim como nos projetos nacionais de catequese e
ecumenismo; anunciou B publicação de .um Catecismo ( cpaz
e Seguranca:D). do qual ele serIa o autor.
Ora. a flm de pôr tenno ao novo mal·estar assim gerado,
os sete bispos holandeses reuniram·se a portas fechadas aos
13 de janeiro de 1979. O diálogo entre os prelados p8rct'la ter
chegado a resultados multo positivos, quando aos 16 de janeiro
o hebdomadãrio Elsevlers I\Ia.gazlne publicou uma entrevista
de D. Gljsen que reaeendia vivamente o questionamento: entre
-183 -
8 «PERGUNTE E Il.ESPON DEREMOS~ 245/1980

outras coISas, O prelado afirmava que recusaria os sacramen.


tos aos deputados católicos que votassem em favor de um
projeto de lei existente no Parlamento em prol da liberalização
do aborto; o mesmo tratamento seria dado aos hemossexuais:
que praticassem ostensivamente o homossexualismo e às peso
soas que usassem anticoncepcionais. Como se compreende, tal
entrevista provocou manifestações contrárias diante da resl·
dência do bispo; os parlamentares e, em especial. o primeiro
Ministro (que é católico), reagiram com indignação à palavra
de D. GUsen; os outros bispos mostraram-se surpreendidos com
o fato, n ponto que o Cardc:ll J. Wlllcbrnnds, em Roma, deu
uma entrevisto à imprensa, pela qual procurava amainar O
mal.estar.
Entrementes, O Papa João Paulo II acompanhava atenta-
mente os acontecimentos. Resolveu receber cada qual dos bis·
pos holandeses de per sI nos primeiros meses de 1979, pro-
curando assim obter Informações exatas sobre a situação da
Igreja nos Palses-Baixos. E, !lnalmente, aos 25/05/19 resol-
veu convocar um Sínodo cparticular. dos bispos holandeses a
se realizar no Vaticano em começo de 1980 - decisão esta
que correspondia exatamente ao que desejavam os referidos
prelados.
Vejamos, pois, o que seja um Sinodo.

4. Um Sínodo de bispos: que é?


A palavra SlnOdo vem do grego Synodos, palavra que sigo
nUlca ccongres50, convergência». Sínodo de Bispos é, pois. um
Encon1lro de Bispos, o que também pode ser chamado Condito.

Desde os primórdios da Igreja realizam-se Sínodos de bis-


pos, geralmente destinados a 'Cxamlnar problemas suscitados
pela teologia ou pela · pastoral. O Papa Paulo VI houve por
bem legislar mais deUdamente a respeito através do l\lotu
proprlo cApostolica Sollieitudo_ de 15 de setembro de 1965;
neste documento distingue o Ponti~lce:
1) Sinodos gerais, que reunem representantes do epis.
copado do mundo inteiro e que, a partir daquela data, deve-
riam congregar-se de três em três anos paL'a abordar deter-
minados assuntos de atualidade;
- ]84-
_ _ _ ,IC"R",EJ""A,--!N"A,--,H"O"LA""N"O
" A"-,A"N-,-T"E",S,--"O",E,-,,I9,,80,, __ .__ _ __ ,

2) Sinodos enraordlnários, dos quais participam apenas


os presidentes das Conferências Episcopais e que tratam de
assuntos .urgentes;
3) SinodO!l especla.ts 011 particulares, que estudam alguma
ou algumas questões importantes para um pais ou alguns
palses.
A finalIdade geral dos Sínodos é corroborar a colegiali.
dade dos bispos entre si e COm o Papa e promover a unidade
de doutrina e de ação da Igreja no mundo intl!iro ou em deter-
minado tcrrit6rlo. Ora o S:nodo especial dos bispos holande-
ses visaria a este objetivo geral dentro da problemática. vivida
pela Igreja nos Pa.lses·Baixos.
Ex.Iste importante diferença entre um Sinodo e .uma As-
sembléia Geral de ConCerencia EplscopaJ. Com efeito i esta:
pode apenas indicar normas gerais, que cada bispo é livre para
apllear ou não em sua diocese (é o que se dá nas Assembléias
da CNBB). Ao cont.rârJo, as decisões de um Sinodo gO'l8ll1. de
valor juridlco: são tomadas por maioria de votos e, uma vez
aprovadas pelo Papa, obrigam também aqueles que votaram
("Clntra.
O Sínodo particular dos bispos holandeses em janeiro pp.
teve a presidência do próprio Sumo Pontifice. que nomeOu dois
presidentes delegados: (l Cardeal J . WiUebrands, arcebispo de
Utrecht, e D.G. Danneels, hoje cardeal·arcebispo de Bruxelas
(Bélgica). Além dos sete bispos holandeses, participaram do
Sinodo doia representantes dos Religiosos da Holanda e alguns
Cardeais da Cúria Romana responsãveis por Congregações a
cuja competência pertenciam os assuntos abordados no Sinodo.
Os católicos holandeses participaram ativamente da pre·
paração do Sinodo, enviando cartas, recomendações e suges.
tões aos respectivos bispos - o que é bem compreensível,
mas não deixava de criar certo clima de pressão sobre os
prelados.
No artigo seguinte. pubticaremos o documento conclusivo
do Sínodo dos bispos holandeses.
A propósito citamos:
IATVYT, JAN, L'EglI•• des Pap.p.. 11 I, .,.me clu Synode, In "Cahlars
de " aclualllé tellgleuse ai soclele" n9 196. 01101180, PIl. 17'22,

- 185-
Um beto te.temunho :

o sínodo dos bispos holandeses:


conclusão

eftl ,lntHe: o Docl,lmento conclu$lvo do Slnodo partlcurar dos bl$-


pO$ holandeses tem Impo,t6ncla para a Igreja Unl ... ersal, pois eNaUza ...er-
dades e prl ~lp los qua estavam sando oblltarados nlo só nos Palses-8al·
XOI, mas também em OUlras partes do mundo católico.

A 10nlea do Documa nto 6 a comunhlo ecleslal Qua deva unir OI bis-


pos da Holanda antre si. com o Papa a com os 116~: comunhlo na mesma
fé ortodoxa, ensinada pelo magistério universal da Igreja, e nu mesm..
nonnas disciplinares (na medida e m que s. aplicam li toda a Igr.Ja). 510
Incutidos de modo especial 0 11 segulntas ponlos: neco"ldllde de atender
à lormaçio doa Semlnlll.ta, lanlo no plano acadêmico como no da vida
espleltual; o claro conservar-se-' cellbalérlo (nlo 9tO os Ideais esV811ados
que atraem .. Juventl,lde); a cat.Ques. hà de sogulr os enslnamantos da
Santa Sé, e ... Uando-se manu. 's nlo davldam.nte aprovados pela hierar-
quia; 11 real presença de Cristo na Euurlslla mereca adOlaçAo masmo
depois de lermlnada a Mil" ; esla é obrltjalôrla aos domingos li dias dt
preceito; é pllcllo restaurar o UIIO da conll"lo Individuai sacramontal; o
ecum8nlsmo nlo d ....e levar l Inlercomunhlo sacramental, pois esta aupa.
a unidade da 16, que Ilndl nlo foi obtida .. .

Em suma, pode-se dizer que OI principais ponto! controvertidos na


,,,reja universal em nome da "renovaçAo" conciliar foram consld.rados e
dirimidos de manel,a unlnl,"1t pelos bispos holandMM, que assim deram
l€Jcldo testemunho de 16 lOS católicos do mundo Inl.lro.

• • •
Comentário: O Slnodo dos Bispos holandeses realizou-se
no Vaticano de 14 a 25 de janeiro pp., abordando os proble-
mas de" fe e de pastoral que ultimamente agitaram a Igreja
nos Países-Baixos.
No dia 31 de janeiro, o S. Padre João Paulo II celebrou
com todos os padres slnodais na Capela Slxtina a Missa de
encerramento da grande reunião. Sobre o altar foram coloca-
de". seis exemplares do docume nto conclusivo, que o Papa assi·
nau então, entregando, logo B seguir, duas cópias - uma em
holandês e outra em francês - ao Cardeal J. Willebrands.
A "assinatura papal seguia-se. de imediato, a uma fórmula
-186 -
StNODO DOS BISPOS HOLANDESES: CONCLUSAO U

cuidadosamente estudada para o caso. que assim se pode tra·


dl.iZlr:
"AI conclusOes acima reler Idas receberltl'l o plac.1 da parte dos
padres do Slnodo particular dos bispos dos Palses-Balxos. Em virtude do
poder apost611co que vem d. Cristo, apfoYO-as • ordeno que, par. a Glória
d. Daus, o que foi estabelecido alnodalmente seja promulllado.
Roma, na Capela Slxllna junto a 510 Pedro, aos 31 de janeiro de 1880".
O abraço ao Cardeal WiIlebrands que se seguiu à entrega
do documento, estendia-se aos demais bispos presentes e a
toda a naçâo católica holandesa, representada por numerosos
membros da colónia neerlandesa em Roma. Esse abraço slg.
nificava plena comunhão e fraterna convergência de intenções
em demanda de uma vida ec1esial fiel às genuínas tradicões
da Igreja na Holanda.
Para que os nossos leitores possam apreciar a caminhada
percorrida pelos bispos (e fiéis) holandeses durante o Sinodo,
publicamos, a seguir. em traduçã.o portuguesa., o texto do res-
pectivo Documento conclusivo. Por último, proporemos breve
comentário a este texto procurando pôr em relevo os seus
pontos mais importantes.

I. DOCUMENTO CONCLUSIVO
DO SINODO PARTICULAR DOS BISPOS DOS PAISES-BAIXOS
INTRODUÇÃO

Reconhecidos a Dtu•• quaramo. tomer pUblico, no fim date Slnado


Parth;:ular, o que dllcullmos lob • pre. fd6ncla estimulante do Sucessor de
510 Pedro, o nono Papa Joio Paulo 11, e com a partlclpaçlo, teGundo
as respectivas compel6nclu , dOs Pr. feltos dls Sallrada. COnar.glçO..
roman&3.
Apresenlamo. OI resultados das nQUAI deliberações ao Sanla Pad,.
p&r. bem da IlifllJa nos P.lse,· B.b~O$. nA qual vive a Ig reja de Cristo,
una, u nia, calóllca • epo.t6llca.
As nossa. deUbolaç&es varaatam sobre o q ue é desejável par. o tra-
balho pastoral nos P.I•••·Balxo. nas cln:unsh\nclas aluai •. Tlnhamoe .spe-
elal con, ç'6ncla da os '111...... problamb que 151 nOI apresenlam corno
pastor.s, exigirem um. unidade, um sentido profundo do que deve u r uma
comunhlo aletlva • a'eUva: • • concllçio mesma para uma IgleJa poda,
cumprir. lua mlsslo.
Consideremos esta unldad. na l ua dlmensl o dupla:
- unld ada da todo. os fl6ls, cujo Idaal é o da pllmalr. comunldede
cristA descllla nos Alol dOI Apol tÓloa: "todos OI crentes eram asslduos ao

- 187 -
12 cPERCUNT~ E Ri:SPONDERi:AtOS. 245/1980

ensino dos Ap6stolos, .. unllo IfIIlerna, .. Iracçlo do pIo e as oreçOOS"


(Aç 2."2);
- unidade dos pastores entre si, da quel se enconlra um modalo
Importante nos Apóstolo. reunidos' volta de Pedro, em Jerusalém, par.
decidirem questões ClUcia\s num momento decisivo da vida da Igrej. nu-
cente (çl. AI 15,G) .
Sendo e fldelld.de ao .nslnamenlo do, Apóstolos çondlçAo da cornu-
nMo, a doutrlr.a8 • dIsciplina da igreja contInuam, portanto, hoje a ser
a norma para. fldelldacSe .. çomunhlo ltaterna.
Aplicando esle modeJo ;\ nossa sltunç Ao, pen5amos, anlos de ludo,
na comunh80 de lodos o, c rente, cat611cos na, sele dioceses do, Palses-
-Baixos. Com vlll'l nesla comunhlo de lodos, Iralamos dos dlver.o. ml-
ntst.rtOl ti de diversos lervlço. n. Igrej• .
A comunhAo da Igr.ja t.m c.riler multo próprio. é, ao mesmo tempo,
local e unlvarsal. Em .egulda, lem um aspecto. ao mesmo tempo, InslUu-
clon.1 ti esplrllual. Por 11m, ..Ia comunhlo allmenta-se de uma tradlçlo
I1lslo,'ca, fundada nOI Ap6stOlos, sando ao mumo tempo chamada a r.all-
zar-se no mundo .alu.I,
Coocanlrando a no'" alançAo n8lla realidade compla:ltl, começamoa
por uma rallexlo ,obre • Igreja, comunidade esphllual. Por lISO, ulamol
freqOenlemlnl a a pllavra brbllca communlo. A palavra designa comunidade
especifica de lê, esperança e caridade, qUI unlllca os çrelllas com Cristo
e seu Pai, e, ao mesmo tempo, os una uns aos outros. e
o unlco 8 Indlvf..
.IV81 Esplrllo Santo quo, habUendo nos coraçOtls, os unifica no mas mo
Corpo de Crlslo. A palavra communlo exprImo, por consegulnlo, participar
cada fiei com os outros ' 16ls na mesma Wlcaçio, na mesma 'é.no mesmo
batismo, ne mesma Eucaristia, na mesma comunhlo eclaslal raunlda a volta
dos pastores laglllmol, e na mes ma mluAo da Igreja no mllndo.
Aelerlndo-s. a esta unldad. dos c ranlH. a primeira eana de 510
Joio dlz-nO$ qUI .11 é, lO masmo t.mpo, comunhlo an tra nós • lambém
comunhlo com o Pai a com seu Filho J.IUS CrIsto <1 J o 1,3). 'Estas
palavras levam-no. l verdadeIra fonta da nossl comunh!.o ecleshll. O S ....
nhor mesmo lalou deale lonle na aua olaçlo 58cerdotel: ~ Para que lodos
sejam um só: como Tu. o Pai, elt'. em Mim 1 Eu em TI, que tamb6m
ales estejam em NÓ I, para que o mundo crala que Tu Me anvlasle"
(Jo 17,21) .
Estas pal.v,..s do Sanhor lembram-nos também qua li unIdade con;-
cl1Ita e vlslvel • lrigll, mas por Isso nlo fica sendo manQ!J precIosa e
Indispensável. Certamenl_, • C,lsto que no. reune pelo único Eaplrllo; m.,.
..Ia comunhlo • também comunhlo dI ser.. humanos.
Este eapeclo humano ajude-noa a compreender. a n.lo no. escan-
dallzarmol dlenll da. fr.quazal, cf•• tana(iea, da. IrllllçOal a dOI mll..ntan-
dldos, e.tu ten.61' podam m.nlfallar.... no. dlf.rentes nlval. da vida da
Igreja. Correm o risco de torn,,-sa vardadalrl9 ameaça. pll. a unidade
e da prO'loe.r ruptural. CoOSlIUuem I lorle de um. Igreja qua desejou
Crlsto fossa comllnldldl n plrUual. mas também organismo humano e
hlslórlco,

- 188-
SJNODO DOS BISPOS HOLANDESES: CONCLUSAO 13

Estes choques podem contudo ser vencido.. Por Isso, • Igl'llJa. con-
lando pecadore. no seu pr6prlo selo, simultaneamente aanla e sempre
nICnsltada de purlncaçllo, eXllrclla contln~am8n!8 a penitência 8 a reno-
vaçlo (L.G ., I). O CofK:lll0 Vaticano 11 anslnou·nos multo claramente
que e vIda da IgreJa' peregrlnaçlo e que, por conseguinte, a IgreJa'
cMmada por Cristo a eua r.'orma perene. Corno Instllulolo humana a
lerrena. • 11I"Ja necessita p'rpaluemanl' desta relorma (U . R., I) .
A nona dlscunlo &obr. o qua pfaelsa ser corrigido, 101 dlscusslo
multo fraterna. Nlo. sem rado que o Santo Padre 118 01llge IM alspos
como IrmIOl , E porque a tio rica no plano da fé, • palavra communlo
Inclui também ralações cordlar. e Iralarnas. Assim, cada dia rellmos Jun-
tos a partilhamos • Eucaristia. Foi nesta fraternidade que discutimos dlver·
sas quast6&s que sa !'lOS apruantava m, dtscusslo cujos rasullados camu·
rllcamos nas paginas seguintes.
EsperamOl de todo o coraçlo que a apllcaçao pratica dIStas res~
luç6es venha a •• r grande benellclo a que a Igreja de Slo Wllllbrord, por
Isso mesmo, se manllasle communlo mais profunda .

OS BISPOS
1. Os Bispos dOIl Pafus-Babc05 e:Mprlmem a vontada unlnlme de
aprofundar anlte si relações cordiais e fralernas. Procedendo assim. nlo
pretendem somente lesl.mYnh.a, esplrlto de 'raternldade como ....Ior hu-
mano: desle modo - apeu.r das dlliculdadee de natureza dlverla que ..
lhes deparam para reduzir" pr6t1ca o seu l'plrllo colegial - . estio crJno
voncldos do que rearrzam ptolunde comunh'o de amor, que • IrulO do
Eaplrllo Sanlo.
2. O. Bispos dlo-sa conla de esle perfella e)Cecuçlo depender de
carlas condlç6u obj.tlvas, quer dizer, da fé católica e da maneira como
deve e!Carcer,se a funçlo episcopal.

o, A fé, ou o Bispo tomo «doctOf f1del~


3. 03 Bi spos profa15am concordlncla .obre o conleOdo da '6 cat6-
Ilca ..gundo o .nslnemento da Igrej. católica romana. Expressam a lIua
plana e Inlelra comunhio com o Papa. Bispo de Roma e PaslO( suprtlmo
da fgreJa universal, lulm como a sua 'IS na conslllulçlo 'er'rqulca da
Igreja: nem OI Bispos nem OI Sacerdotas alo dalagados dos II61s, mes, sIm.
mlnlSlros de Jelus Cristo ao u",lço da comunidade eclaslal.
4. O. Bispo. prolesllam que o ponlo de panlcla a a fonle objall"a
de " elllo na Reve!açlo divina, pofllua a [)fIus que se revela deve o
homem a QMdI'ncls da 16 (Fiam 1.5: 18,26; D.V. , 5) .
5. OS BlIpos prtltendam anunciar a planltude do conleOdo da R..
""Iaçlo, Intarprtllada pelo mllll.16rlo, Isto tendo em conta IS exigêncIas
doa homens do 1'10110 tempo. Os Bispos rtlconhecem Que existem I16nst·
bllldade. dllarant•• a respello da pedagogia do anClnclo da fé crlstl aoa
homena da hoje.

-189-
14 cPERGUNT.I::. E.. HI::5PONDEREMOS»
-. _.
245/1980
--- - --, -
6. No que 'espolta • hannonla enlr. a Revelaçio Interpretada pelo
maglltérlo a . . . .plr.,oe. dt) nesta tempo, os Bispos Indicam a pr6prla
von.ade de que se tonCla pata uma 8prasenlaçio elasa • equlliDrada da fé.
7. Os Bispos m.nUest.m a própria concordAnel. sobre e .xls'Ancla.
noa crenla 1161. da todoa IDe lempoa, da um ..nsu. tldal, 8 que os taól~
gos deveriam prl.la, H mpr• •Iançlo, do qual. preciso tirar partido como
ellmenlo Interpreta,No da Tradlçao. Segundo Del Verti"", " , 8, ospecl.~
mante pela contemplaçlo 8 pelo .studo dos crentes, e pGla compreendo
Intima qua 8.t•• Iam du ,.. lIdade• • Sp1/1IU81s que experimentam, 6 que
aumenta a percapçlo de Tr.diçlo. Todavia este ....u. lida, nlo é cons-
Ulutlvo da Ravelaçto•• nlo Iam a mesma lorça que • lolelpl.laçAo nor p

maUva quo dele d6 (I magls!ÓIIO da 10leJa, n8 submlsslo a osla mllsma


RevelaçiQ.
6. Ao lado desllI sensus lideI, próprio dos crenles fiéis. existem
experi&nclll. I1Illglo... comuna a lodos os homens. Esta, podem consll-
lulr ponlo de palllda na educaçlo para a 16 e na catequese. Devem con-
tudo ser valorludas • luZ do prooreno nacessArlo para a Intellg§flcla
plena da 16, t: preciso, porlanl.." .'ast.rmo-n~ de certos método_ de calo-
quese que se rnan16m unlcllmenlo ao nl'l8l da 1I0lIipt:11Gncla religiosa.
9, Sabendo emborl qUII hi cena diversidade (unidade nlo " aliá"
o mesmo que uniformidade) na • .,xpreu6es da Ié e da doutrina, dlfulto-
dldas quar pelos mu ..medla, quer palas publlc8ç~es Impressas, os B/opos
\/lglar60 para que ..Ia di~er8Id.da nlo crie con(us!lo nos crentes. Os Bis-
pos têm em visto os meios conerelos para essogut8r sullclente dlfuslo dos
Bntll'l8menloa do Vallcano II e dos documenlos da Santa Sé.
10. A maneira como os pastores apresentem e fé, requer prudêncIa,
especlalmenle no campo da mo rll cllstl. Sabem que nlo dovem slcll·
ficar a norma em si mesma. Oeverlo, por outro lado, discernir os remé-
dios apropriados par. a 'alt. de disponibilidade ou para a dificuldade de
certc;;s 11.ls acaltarem ou aplicarem as nO,,"85 que derivam dos valores
CrfstICMI, Quando esta dlspo"lbllldade " nula ou limitada, ou quando esta
dlllculdade " grando, devem alas eonstltulr objelo da solicitude dos
pastores.

bI O gov.mCl eplscopol, ClU G Bllpa como postor


11 . Os BI:;pos dos Palses·Balxos professam fidelidade .li disciplina
da Ig,eJa e vontade de se dedlcalom, segundo 05 documentos ollclals de
Igreja. Recordall1"$8, em plftlcullr, da ImportAncla de Chrlstus Dommus.
de EccI...lle Sane'" • do O!rel6rlo p.r. o min istério pastoral doa Bispos.
, Z. Os Prefeitos da, Segredas CongregaçOes e os Bispos reconhe-
ceram qua existem enlre uns e oulro. certas dlllculdade.. Concordaram
em que poderiam lumentlr a collboraçlo e a contrlnçl mútua com Iroel..
de InlormaçOes, completas e perlódlces, com visitas dos Bl&pos ao& Dlc;u.
t'rJcs. maama com dlllg6 nclu regulares de uma delagaçlo da Conferência,
com vlsUsa ao. Par'81'Bllxos da representlntes da Cúria, com o cuidado
dedicado" RoI.lIa qulruluanrtalll a aos protocolos das reunll5es da Con·
1ertncl8, R.lunarl. de ,udo Isto comunhlo mais .slrella Ito!re l i comunt~
dade católica doa Pal.a.·8ellto. e a Igreja Universal. Os Bispos rogam
que as Inlormaç5es ou aculeçaas enviadas, lIem alas saberom, 10111 Dlc ....

-190 -
SJNOOO OOS BISPOS HOLANDESES: CONCLUSÃO 15

l'rlOl romanos lejam .... rlflc.das pel. consulta ou do Bispo Interessado


ou di Conferência.
13 . Os Bispos "t6~ preocupado. com a necessidade da Irav.r con-
talO! pessoais conslantes com Sacerdotes, Religiosos e Religiosas, e leigos
comprometIdos: sebem também que os 1161a desalem, hoje mais que anti·
gamente, • presença pessoal do Bispo entra eles. Neste contexto, e em
conformidade com Ct.rlstu. Domln", 22·24, os Bispo. Il'\&lallr.m no próprlo
acordo para que aej_ te.llUdo, dentro da Conl8l6ncla dO$ Palles'Balxoa,
o eatudo da nova dellmllaç.6o das dioceses no pafa, a qual nlo deve $at
levacta a elello neçessarlamente em bloco e de uma vez só. .
14 . Os Bispos 16m consciência de se verem dlanta de um problema
ospoclalmente dilicll: 111 conclllaç~o entra o axarclclo da sua lunçio pr6-
pila da cada um no Interior da diocese, a • •de$Io As diretrizes di COn-
forêncla ou do. malort. dos seua membros.
Do ponto de vista doulrlnal, a Conlerlnei. eplscop.1 I uma assem-
bléia em que os Bispos de uma naç60 exercem Juntos o sau múnus pas-
loral (munuI luum pastora" conluncUrn e.arctnt) (C .D., 31,1).
00 ponlo de vista pril1co, as Conl~lIinelu epIscopais podem hoje
contribuir d9 mullo!: modos p9r. que o 19n1'menlo colegial I...... aplica-
çõn concretas (L .G., 23) . Vale lsto de menelra especial nos Pais""
~B.I)(os, l'églló de populaçlo dense, 11 hoje unl!lcada com meios novoa,
como • urbanizaçlo, a mlgraçlo e os m......,adla. A Conler6ncl. epls-
cop.' lIeré, portanto, inslrumento precioso para tê realizar "santa harmonia
(Saneia con,9plraUo) das 10lÇas, em vlsls do bem comum du Igrejas"
(C . O.• 31). A nalurexa da Obrigação que peu sotlr. o Bispo é 'lfpresh,
1'\0 DIretório dM Bispos, com e$les termos :

.) Aceitar' com respeito e esplrllo de le, como tendo força de


tel, em vI/tudo da suprema autoridade da Igreja, as docl~es le9111ma-
manle .doladas pela Conferência e ratlneadas pela Sé Apostólica (cl. C.D. ,
38,4) e ordenará a exacuçlo delas, embora ele tenha sido, anles, da sen-
Ilmento contrario ou Isto haja ele tfazer·lhe alguns Inconvenientes: por fim.
terll cuidado a que a asses pontos 58 obedeçe na sua dloces • .
b) Quanto.s oulres declsiles e norma. da Conferê ncl. que nlo
Itm lorça de leis, tomar' como reora lazt-les auas num .,p11110 da unJ...
dade o caridade para com seus Irmlos, a nlo ser que haja gravas molJ...
vos que ele próprio aprecler' diante do SenhM. Promulgar' . em seu nome
a com a sua própria eulorldade na Diocese, eslh declSiles e normas. uma
vez Qua 8 Conlerl!nc\n episcopal nlo pode limitar nlslo o poder Que tem
pessoalmont..., ceda BIspo em nome de Cristo (el. L.G ., 27) ( Dlraclolrwn
pro mlnhlello paslorall epl,eopotum, 212, a e b) .
OI Bf8pos larlo tudo para a comunhlo efellva entre eles se apro-
lundar cada vez mal. e par. se evlt.r que .ejam julgi!ldo. divididos. Em
viste dllto compromalam ...:
a) a procurllr ocasl!!e. de oraçlo • de liturgia comuns:
b) • ajud'Tem· •• muluamante a pllr eM pt,tica as d.c l~s do
Slnodo:
c) a proeader regularmenle _ troca., para aprenderem a conhecer
Id6Ie., Iniciativa. d. peuoas, para todos poderem tirar proveito da lals
troc •• no pr6prlo mlnlat6rlo pas tarei e "' poderem tomar dlsposlç/Ses comuns
com melhor conheclmanto de causa;

-191 -
16 ... PERCUNTE E RESPONDEREMOS,. 245/1980

d) • abster-.. de dlclaraçCh qUI possam prejudicar um Irmlo no


eplscopadCl ;
e) no que diz. .... pelto • auunlos mlls dellcedos e de Intere...
nacional 101,1 unlv.... ", oa Bispos rupelta,Ao com cuidado lO procedimento
resultante do Dlret6rlo do Mlnl.térlo Pasloral do. Blspoa acima descrito
(212. li e b) .
15. O. membros do Slnodo .ornaram em conslderaçlo certa C~
p'eddade dos organismos da COfltef'l1(:ia e dos Conselhos que auxiliam I
Conf.rinela, Os Bispo. conSlllgr.m I' templO conskler6vet aos trabalhos da
Conl.rêncla. Há lod .....'. um. partilha des responsabilidades, que nem IlIm-
pre garante Iu/lel.nte meo!. a relapo com lO BIspo; há de este conUnuar
a ser quem viii li Irente de rebanho, sem nunca dele se separ.r, SJo os
Bispos os verdadeiro. responsàvals das deels6es lemadas peja Conle-
rencla.
16 . O. 81.pc. etperam que a rellltrulunllçio da ConlerAncla que
ast6 atual manta em estudo, poder6 resolver o problema lII5slm posto; o
lIIumento do numero dOI BIspos membros contribuiria para facilitar 1 solu-
çlo do problema, permitindo que ai Comlss(l.aS lossem presididas ou assls-
lidas por um Bispo.

II

OS SACERDOTES

17 . Os membro. do Slnodo alo uolnlme, em proflssar a dlsllnçlo


eS5&ocll' entra o .acard6clo mlnlstarlat ou sacramental a o sacerd6clo
comum dos baU28doS, • etn que,e, vel., pelas conseqOênclas pr6t1cas qua
di' relultam.
18. Os membros do Slnodo professlm com e mesma unanImidade
o carllller permenente do sacerdócio mlnlstellal.
19. Os Bispos neerlandes" desejam exprimir raconhtelmenlo pro-
fundo aos seUl .acerdote., tanto diocesanos como religiosos, .lclarecldOI
cooperador.. da ordem episcopal (L . G. ,28). pela dadlcaçAo que mostram
no trabllho paSIMII dI Igr.JI , multai yuas tio dillcil no nos5O tempo.
A prop(lslto da e,plrltualldade, os BIspo, verlllcam nos sacardt.tes
evoluçlo posltlya: OI sacerdotes lalam, mais freqü.nle e facilmente, di
sua vida 81phllual, VIII,lo. dentre ele. Islorçam-•• por adquirir lorm,ç'o
prollaalonal para ta,ef. aspaclllca, a 11m de podetem aaNlr melhor os 111111.
e manlfallar IIslm a lua" ·crlsll com grande disponibilidade. Procuram
atingir o eS51nclal doa problemlS d. Ylde. no contelo que IlI!m com 03
homenl. A a.plrl!uaUdada blbllca ocupa lugar primordial. Mas a vIda elpl-
ritual dOI aacardote, estê amaaçada pala secutarlza.ç lo da $ocredade, pai"
excesso de Irabalho • . ta yaZ'S por tlma concepçlo demasIado funclun.1
d .. lua. obrfgaç/lel.
20. Oa mlmbroa do Sinodo estio convencIdos da Import8ncla da
vida esplrllull, di oraç'o dai horas, da celabraçlo cotidiana, da panltêncla
a. do col6qulo a' plrltual. Elllo dl.poslol a ajudar 05 ,acerdote, a apro-
fundar 1 eua ylda esplrllual, por examplo, lavorecendo Iniciativa, ICI hoc,

- 192-
SINODO OOS BISPOS HOLANDE:SES: CONCLUSÃO 11

tomad., quer pelo Blepo Ioc:al quer pela Contertncla Episcopal. em coop"
raçlo, dando-u o cuo, com o, Superlores-MalorllS dos Re llglosOI.saear·
do tes, om espoclal a propósito da dlraçAo "pltltual.
21 . Os membrol do Slnodo lodos estio persuadIdos de qua o celJ..
balo em vllla do ral no dos céu, constitui granda bem para a Igreja. SIQ
un.nlmas na vontade de seguir Ualmenle as da<:lsOes do. Papas r.I.lh....
,. consarvaçlo da regra do cellbalo. o. BIspos esperam enconlrar númoro
sullclente da sacerdotas. Mes mo quando faliam OI candidatos, os mem.
bros do Slnodo professam a própria confIança n'Aquele que . o S'nhor
da Messa , n'o dehcaré de enviar op.r'rlos pere a aua Massa (cl. Certo
do Papa Joio Paulo 11 a todos os Sacerdotes da Igreja na qulnla-Iallu
aanla de 1979).
Atribuem muito velor eo .1'010 que pode tra:zer a vida em comun~
dado ou pelo mono, .a a juda múlua Iralerna enlre sacardotes. JI.Ilgam que
o ceUbato n'o atlnglr4 plenamenta os seus eleitos, no plano pesaoel e
pastoral, se MO lar vivido como verdadalro c onset ho evangélico, que nlo
delx. de lar a nalogIa com os outros conlelhol, Que 110 e pOb.eza a a
obedlancla.
22 . Os membros do Slnodo filio d.cldldoc a promover uma pas-
loral ativa da. vccaçOes l acerdolals e r811gIOsas, continuando m.I.nlO a
busca lobr. a, diversas lorma. que poda lomar o apostolado dcn lalgOI.
23. A fim da promovar aat. pastoral, os Btapos concordaram e m
erigir em cada diocese um Conselho ad hO'C ou entlo encarreg.lt dMla
pasloral uma ou yArlas passou. Oel lgnarl0 em cada diocese um delegado
que .. m.nlerA .m conlalo com es escolaa teológicas, os Kanvlklt' e oa
alludanles de leologla qua .. encaminhem par. o sac8ld60lo, • nlo .ar,
eati claro, q ue o Bispo toma pessoelmente esta la rela.
Nesta eampo pastoral das ..,ocaçl)Q lIc:erdolal. e relIgiosas. os 8 11-
po. mantim-sa e m contato Intimo c om OI Superiores Melores dos Rei"
glosol,
2<4. A prop6slto de poulvels auoelac.õ.s de aaca rdola5, • naca..
sArlo recorder a mensagem do Vaticano 11 lobre a IIgaç!o entra o sacerdote
e o Bispo:
a) Os sacerdotes dloceuno. ou religIosos participam com o Bis po no
aacerdõclo unlco de Cristo. Em virtude da própria ordenaç80 lodos OI s.cer-
dotes e.lio e m comul'lhlo Jer.rqulca com a Ordem dos Bispos (P .O .• ') .
Além dlsSC), aslando Incardlnados numa IgleJa particular, os sacerdote. diO-
c esanos consUluem um prnbyterlurn t uma lamUla dt que o Bispo) o ~I
(c. O •• 28 ).
b) o pr••by..r...... a rapresanlado paio Conselho Pres blta,.l, que e
orgia conslÚtivo (E . S . , 15).
c) POI.lvals assoclaç6es da .acer60tes n'o podem por ct.lnltgulnta
ser 'ais que obscuraçam • comunhlo Je r4rqulca dos seus membros com o
Bispo ", Se •• Ias assoclaç08s tomaram cal'ler sindical. ser60 Incomp..
tlvel. com .. e.ltuluraa e o e.plrlto da Igreja.

t KClltvlkl. vem 11 ser _ resIdêncIa de estudantas da Taologla c.nd~


dal~ ao secsrdoelo.

-193 -
25. Os Bispos exprimem unanimemente e própria llollcill.lde e a pr6-
prla vonlade de serem aecundados por um clero cellbatilrlo, de recrutarem
8splranies !I lal vocaçlo, e de ludo porem em prAtlclI sem de!o"oas para
se obterem resultados nute campo.
A. lormaçlo deslos c.ndldalas deva corresponder á:; presçrlç6as do
Vaticano 11 (am aspeclal Oplal.m lolluI) ou as que delas derivam, çomo
li Aatlo lundam.ntalls, querida pelo primeiro S lnodo dos Bispos.
26 , Segue_so que osta formaçlo só pode sar g.ranUda por verda-
deiros semlnAr los: ou seminários que ofereçam In[egralmente a lorma-
çll) - como acon tece 11m Rolduc - ou Koml"le com lod os os otrib\,l:os
de semirubio, altcelo em que a maior palIe do ensino é lorneçida por uma
Faculdade ou Escola superiOI de Teologia reconhecida pel.. Sanla Sé,
27 . Estas Faculdades ou ~colllS de Teologia devem, se querem
manter-se ac.ulvels aos candidatos ao sacerdócio, responder a várias
CXlndlç68$.
Qua nto 110 pormenor dCSlas condlçOcli, o Slnodo rl:mCle para os
documenlO$ aliciaI.:! d:t Igreja SObro o assunto, A titulo de oxemp[o, racorda
aqui algumas deSllas cor,dlçi)el: direitos reconhecidos aos Bispos - 8obre-
tudo ao Bispo do luga~ - d. exerCITem perante tais Escolas o sau papel
de doclo,,, lidei e dG çuardas da ortodoxia; cU'ell08 reconhecidos aos BIs-
pos de eltercerem a pr6p:la autoridade n. nomeaçAo 8 no licenciamento
dos prolallSo/as, no!! plog/amas e no Que diz raspeilo ti con$&lvaçio da
atmoslera eeleslal, em pa::lclJlar sobre o ponlo do celibato; e, par lim,
possIbilidades conco(ll (lns nos Bispos d a legulolem a slhlaçl o do, ::acor-
dotea casados que onlinam nossas E!colss,
28 . Plfa verUlear se Dslu eor:dlç t es se reaUzam Oil o!l1l10 em vias
dls!:o no terrano - Qaor dize r, (lO S Escolas do To:::lo;la, - o também
para llcarem cer\01 do bom lunclona:nenlo dos Kon ~lkle 11 de Rolduc, os
Bispos 1.'10 Instllulr uma Comb sAo da Bispos que termlnari OI trabathos
ante3 do 11' de JaMiro du 1981 . Esla Comi!ls60 consullaró li .a.s3e m bl ~l .
dos Supe:I';res MalOrc:. das ConglOgaçOOS clericais , e recolher. o parecer
d O OrdlnArlo do tugar. ~ re sul1ados ob tidos pela ComissAo Mo de ser
°
submettdo!), à Co:'l1e r~nci., Ql18 os t ransmt1irá com seu paroce r à Co~
grogaçlo pa ra a EducaçAo Ca tólica, tendo (Im conla o prazo acadêmico
de Selembro de 1981

li'
OS RELIGIOSOS
29, o. aispos neerlDnO:!l::es aprociam multo li Vida Religiosa comO'
dom que a Igl eJa ranbo do 511U Sennar (L. G . , 43) , Têm consciência da
pr6prle re5pon,.bllldade Quanto ao desenvolvimento o sobrelud<! quanlo ao
afervoramento mt:~mo da vIda co nsagrada. OeSl!jDm exercer esta raspon-
.abll1dade em colabora,.lo InUma com os SuperlorllS Malore. rllllglosos.
30 . O. membros do Slnodo exprimem a sua preocupaç'o quanlo •
'eUa de noviçoa. Tudo sa propõem lazer para a Igreja e as ccmun IdadM
cristls lavorecerem que se ouç3m os ct;amamentos da Deus tIi vloa C.01)o.
8ag~ada e se respcnda ganarosamanla e lals chamllmenlos.

31. Os Bispos neerlandeses apreciam mais q uo n\,lnca li aluda direta


Que thes trazem os Religiosos na pa sloral, assim como a Irtodlaçlo espl·
ritual das abadias e dos conventos de vida conlemplllllva, Follcitam·se da.
SlNOOO OOS BISPOS HOLANDESES: CONCLUShO 19

AllaçOes que elCl.tem entr. a Conferência e as qualro Assemblelas de Su-


perlorea Malore•.
32. A propósito do que aa cllama li vezes. Inlegraçlo afellva, os
m8fllbro. do Srnodo vorlllcam que a elCpresslo • objeto do InterprelaçOes
amb lgua.. Reconhecem a Importlnc:la de ai a!ellvldade, compreendida no
.. ntido do cordialldado e fralernldada nu. relações enlre possoas. Rele-
rem-se 1 510 Paulo fi a 510 ..1010 pala sublinhar que, bem compreendido.
o amor a Deu. o • Cristo. no Eaplrlto, mu lto pode contribuir para u ll..
lazer ' neceuldacse do a[elçao no amor "alerno. Quanto a urna ospéclo
de ,.reelr. via, vtyjdl como eatado amblguQ entre celibato e casamento,
os membros do Slnodo do unlnlmos em I8J.llllll-la.

IV
<lI Os Leigos
33. Os ml!mbros do Slnodo 16m consciência da notável pano quo
os leigo' tomam no trabalho pa.toral da IgraJa. Prostam homenanem reco-
nheclaa aos milhares de Leigos que, sem lemul'\8lação, plflLclplm com
regulalkl8de o do muU.. mallehu em dlvorllllS atividades em mat6rla do
liturgia, .~o eoclal, caloque. e da crianças. adultoa, HOCU e ajuda mtltua
e promoção da lustlça e da paz. Estes Leigo. ostorçam-so por lomar a
Igreja plesenl. num mundo secularizado, Isto multas vezes em clrcunsl.~
cias dlllcel •. o Slnodo elCprlme também viva graUdAo aos numerosos crll-
Ilos - especialmente doentes o pessou Idosas - que sustentam as aU-
vldades da Iglll8 com oraçAo e sacrlflcios.
As dlralrlzes Indicadas abaixo, que se referem aos trabalhadores paI-
lorala, apenu IOrio lecundu .a OI numerosos leIgos, elualmente IU'IOI
na pastoral, conllnuarem • ofe recer 8sIa colaboraçAo.
~. Quanto aool gnrpol cllllcOI, o. mambroa do Slnodo - .om Igno-
rar que lal. grupo. compraondam lam bém Sacordolas e RIJligl050S -
verillcam que estes grupos exercem prtlSs!o por vazas demasiada sobre a
vida da Igraja. O mesmo so diga da vários periódicos e dourr.s lonn81
da publlcldado. Esta critica provém da meios op051os entre si, por um lado,
de grupos prcgresslslas, por outro, de grupos conservadores.
Os Bispos reconl\ocern que as criticas le/las .io em pane lundadn
o ... êm !s "tes acompsnt.adaa da VOIO. faz06vell e da astimutanles Cltell
para a pastoral.
A Innutnda dost •• criticas 6 089al"'a quando ha gena,allzaçlo, 1an..
IIsmo, agresslvldade, pllaslo, .ecusa de dl"ogo • ataques injuslos contra
pessoas. Inslllulçoe. da Igreja, provocam 8nl40 polllrizaçlo e prejudIcam
o elCorclc:fo da funçlo episcopal e a comunhão enlre os tléls; minam a
almoslera de amor fralemo e do alagrla qua dove caraclerlzar a vida crlstl.
Os Bispos q U8rem COMeNar contalos com eslas grupos na espe-
rança de poderem dasemplnhar pepal moderador e para 58 manlerem Infor-
mado. de manolra dlrot.. Mas propOflm'ae Igualmente denuncler os
do.vlos no que diz respolto li le e lIr disciplina da Igr.Je, pafa que .e
manUel!e • "rdadolfa comunhlo.

bl O. trabolhodoras pOJloroi.
35. O Slnodo propOe-se Instituir uma Comlsdo episcopal com o
rim de estudar as dlvarsas forma l concretas quo poda tomar a atividade
dos leigos nll tare' .. piSto"l. da Igreja. Esta Comlsslo anaUsar' as

-195 -
atividades desenvolvidas pelos leigos nHle campo, em particular o exer.
elcla prallsslonal destas .tI~ld.d.5.

38 . No seu trabalho, _ Comlnlo leni de p6r em realce:


a) a dlstinçio enlre as tarelas pestorals respecllllu do Sacerdote,
do Dlicono e do Leigo;
b) a oportunidade de um compromisso no caminho do dlaconado,
dadas a larela especUle_ e a imporlAncla deste minis tério permanen te, tal
como foi ,esl8urado pelo Vaticano 11 (L.Oi., 29);
c) as la,eles .,peclllcas que do conliadas ao leigo na Igrela
(em espacial quando e sile a lempo complelo e de maneira pelmanen!e),
especificando que nlo se trata de um novo ollclo ou mi nistério - como
o lallorado e o aco'ilado -, ne m \fc umo lunçlo permanonle de alcance
global, para eVllar • crlaçAo de um clero paralelo, que se apresen"sse
eome allemaUva ao saceõdóclo e .0 dlaconado. Ter-se-é cuidado de que
uma passIvo' apresenlaçlo a comu nidade nllo levls\.a o caléler de Instai.
çlo no ministério.
Em tudo 1110, basear-1i&-' 8 Comlsslo nos documento! conc11l,,"
(em especial L.O., 33, e A . A., 24), assim como nos documentol (le S.-
grada Congregaçio para os Sacramenloa e o CuUo Divino (particularmente
Immenl .. carllella de 29.1.73 o a carla aos Bispos sulços do 17.7. 7!1)
e da Sagrada Congregsçlo plra a Doutrina da Fé (carta de 5.3.79).
Os Bispos neerlllndeses, por OUlfO lado, têm lã alguma olperlêncla
de que estes lergos podem ser colaboradores apreclAvels.
37. No que respeIta aos Sacerdotes dispensados da obrlgaçlo do
cel/balo, alguns axercem cargos no ensino ou na pastoral.
O Srnodo doa Bispos de 1971 diz: "O aacerdole que abandonou o
exerclclo do seu mlnlstê rlo, deve aer Iratado com Justlçs e fralerna lmente;
ainda que possa prestar aUllllo no serviço da Igreja, nlo deve contudo
ser admitido a exrecor luunçGes sacerdotais" (2~ parte, <4, R, no 11m). De
acordo com estai lndlcaçOes dadas peta Santa Sé, o presenle Slnodo
.deelde o que segua:
1 . e sltulçlo deles ser' regularizada • luz: dai Inllruc08s da Se-
greda Congreglçlo para a Doulrlna da Fé (em especial, as de 1971 e 1972) ;
2 . lodavl. tal regularlzaçilo nem sempre se podera fazer do um dia
para o OUlfO, pois deverá ler conta das pessoas e das clrcunallnclas;
. .....
3 . esta regulariuçlo será portanto conllada l prudência pasto reI do
Bispo do luga, (IJudado pelol Conselhos da Comlsslo eplscopsl encarre-
gada da queltlo doa "Ir.bathldores pastorais" e pelos eon3elh03 da Con-
'erancl. episcopal).

v
ALGUNS SETORES DA VIOA ECLESIAL

Estel setores lorem pe rcorridos no fim do Sfnodo a Ululo de exem·


pios e de menel,. neceuarlament. maIs s uma,la.

-196 -
_ _-,S..,lNODO DOS BISPOS HOLANDESES : CONCLUSAO 21

38. Eatar unkto a Crlslo, viver n'Ele, • primeiro que tudo crer na
SUl Palavra, ma •• lamb6m participar no••• cramontoa da". Per. Graça
.. cramenlal, C,I~lo laz-nos dom da SI mesmo, para n03 darmol frutos
(cl. Jo 15,5),
39. leto' verdade, a tIIulo unlcc, da EUClI.ll!lIa. Recebendo o
Corpo. o Sangue de Cristo, enlramos em eomunt.Jo com Ele, a, por Ele,
com o Par, • lambmn com os noasos lrmlca 8 "OUIS 11mb. Por Isso,
durante a c.lebraçlo 8UCI".lIc8, lIaneramOll com rGspaUo OI dona consa-
gradol. Adoramos também Crlato na Santa Rl'Serva, Para podarmos viver
com Cristo, a Igreja pede ac& Iltls que Iomem parte na celebraçlo ouca"
tlsllel ~ a Saerlflcl0 pertello da louvor - pelo manos cada domingo 8
nl' I"w de obrlgaçlo.
40. A mana Ira da Palavra de Deus, 510 conllados os saclam.tlos
• Igreja. A , egulementaçlo da lIIurgla depende unIcamente dlll autoridade
da Igreja, Esta regulamenlaçlo perlence à S. Apottóllca, e na medida em
que o aulorb:am as normas canônicas, ao Bispo, lendo em conta cer1as
competências atrlbuldas paio Olrello à Conll/énela Eplscopel (er. S .C .,
22,1e2).
A liturgia ~ bem comum de Igreja Inlal,.; exprima • parlella ador.
;10 olereclda em Cristo ao Pai, e une-nos no Esplrlto Santo, e:
po, flde-
lidada e Cristo e 1 Igreja que' preciso celebrar a lIIurg'a em plena con-
formidade com os livros ollclala, renovados segundo a linha do Vaticano ti
(cf. S . C.), unindo as largh pONlbllldades de adaptaçlo previstas po,
astas livros mesmos.
41. Para la/moa parte na sarvaçlo que nos 101 trazida por Jaeu.
Cri. lo, preellamos de &81 llberledos do pecado e reeslabeleclOoa numa
plane comunhlo de amor com o Pai e com OI nouO!! IrmAoI 8 IrmAs. t
Já um doa a'lltoa do batismo, 8 eale efello ranova~se 8 aprolund818, em
legulda, no aacramento da raconclllaçlo.
42. Esta raconclllaçlo com o Pai e com a Igreja prftllupOe a con-
lIesto das nossas laltu pesaoals e uma vontade slncara de conversa0,
Apesar do alual desalelo pela conflsslo Individuai, c.s Bispo, pedem aos
Sacer<kltas que tenham a bondade, na preglçlo e na catequese, do r_
leurar .!I estima dOI !l61s pelo lacramento da roconclllaçlo. Podom·lhe.,
em espacial, que se mostrem dlsponlvols a ledos para a conllado, sobre
tudo em lelma de colóquIo possoal o a horaJ determInadas, e ainda quo
.os JovelUl queiram ensinar como se hlo de confessa r. Manifestem a.
esperança de rtslllulr lamb6m O elu lugar. na vida dos fiéis , t confinA0
Indlvldua~ quo ~ o melo Ílnlco ordinário de os reconciliar com Deus e
com os seul IImlos e IrmAs na fé. A e bsolvlçlo cola Uva • melo OKtraor·
dln6rlo, quo o Bispo 010 pode permlllr senlo nas coodlç6es prOSClltas pelo
novo rito do ..aclamanlo da leconclllaçlo.
43. Os membros do Slnodo <exprimem • s ua gratld!o ao grande
numelO de CtltequlSllls que olle/cem lIelmente O seu apostolado a encon-
tram eoormes dllJculdad8$ num mundo lecularlzado.
44. Paio que . e tefar. ao conteúdo d. cataquese, os BI~pos sublI-
nham que a fé vivida da Igrofa unlversa' dove ser eJ:presSl. Cuento ao
mélodo pedagógico, ela deve adaplar-se ao ca/átaf, às apUdõas, • fC/ado
o lIs cendlçoll, de vida dos ouvlnlas (cl, C.D . , 14), NIsto alo laglllmas
cerla busca e uma prudenle experlmentaçllo, como • também necessário
um dlé.logo paciente e confiante com os espoclall.las.

-197 -
22 ",PEne UNTE .E nt::SPONDEREMOSJo 215/1920

45 . Na qualidade de primeiros respons6vels pela catequese, os 81$-


pos 11m em viela • prepa,açAo de bons textOI pata a calequese a da
1lç6e.s baseadas no Dlletórlo catequético gerei, em documentos do Slnodo
de 1fj17 • na Exorlaçlo ApostÓlica Cateche.1 tradlnd... Apel8lldo embora
para a colaboraçlo de pllltOS e de or~nlsmol especializados, OI Bispos
desejem, lIesta mal8ria como noulra., exercer passoalmanla o aeu pap"
de doclo.es fldel.
46. Os Bispos promovem vfvamanta a açio ecumênica como grave
d8't8r derlvanla, I m .specla l, do Vallcano 11. Insistem na lmpon8nÇla da
oraçao e na eSNncla prolundamante espiritual da aÇao e':\lmenlc:a. .:
8elasl.1 da pleno d ireito : na origem, na I\81Ul8H a na tlnllidade. O 581,1
objetivo 6 çhogar 060 .penas a um menor denominador comum, mas pelo
<:00u6110 • plenltuda da 16. Por 16100, a.la açao ecumêo lo.:a Sll:l'. ma.,,'da
pelos Bispos. que velallo por que ala lenha em conta as e .. !glncla. da
lê, qua noç recorda em palUeular que a IntarcomunhAo onllO IrmaGS cepa-
r.dos nlo 6 a raspos t. ao apeto de Cristo para a unldada penei ... I:.ata
unidade perlalia palmanaca objato dos no"os estorços e da uma espe-
rança lundada na oraç.lo do própllo Crlslo: "Para que todOlll sajam um 56"
(Jo 11,21) (çl. Olsçur50 de Joio Paula 11 80S Bispos amelicanos, 5 da
outubro de 1919).

EPILOGO
t ctaro qua nlo Iralamos lodos os problemas que aa apresenlam na
Igreja da tIole nos Parses·ealxos. A escolha dos assuntos lei Indicada por
aquilo qua foi o nosso ponto de vista principal, quar dller, a eomunhlo, e
atandeu-sa às possibilidades que um SI nado nos podia apresantar.
Falando da comunhlo, nlo falamos unlcamenta de uma graça I' dalle,
mas lambém da um da\/Or qua 6 preciso cumpri" Sobra o fundamenlo de
e omunhlo J6 e..tslanle, lemos do realizar Juntos o mandamenio novo do
amo r mtlluo (c!. Jo 13,34).
I.ssim a Igreja, pondo ao ~8rv"::0 da lodo o gênero humano o Evan-
gelho da paz (çl. EI 2, 11-18j Me 16,15.>. cempleta na esperança a sua
paragrlnaçlo para o lermo que • a pátrl. cateste (cf. 1 Ped 1,3-9)
(U. fI ., 2).

li. COMENTÁRIO
Poremos. a seguir, em relevo os pontos Que mnis impor_
tantes parecem no Documento conclusivo do Sinodo dos Bis-
pos holandeses. Tais po.ntos respondem a questões c proble.-
mas que eram levantados não s6 na Holanda. mas são formu-
lados, com maior ou menor Intensidade, na Igreja inteira.
Como se vê, o Documento consta de uma Introdução. de
clnco partes (em 46 parâgraCos) e de um EpUogo.
1) Na Introducão importa realçar a ênfase posta sobre
a comunhão, sem a qual não há Igreja, Precisamente para que
tal comunhão não se rompa definitivamente em conseqüência

- 198 -
SJNOI>O J)O~ ~SPOS HOLANDF.5ES: CONCL..US.\O 23

de violacôes aparentemente secundárias e paulatinas, os Bis·


pos sentem·se obr1gados a intervir na vida dos fiéis dos PaI·
ses-Baixos, lembrando.lhes alguns tópicos nos quais a fé exige
unanimidade da parte dos clérigos e dos leigos.
2) A primeira parte do Documento refere-se aos Bis·
pos, pondo em relevo a necessidade de unidade entre os mes·
mos no tocante a todos os, pontos de fé e de moral que o ma.
gistério da Igreja imponha. Em particular, merece a alen;ão
do leitor o parágrafo 14, no qual são enumerados alguns meios
concretos d(! fomentar a unidade.
3) No t..oc:a.nte à. fé, os bispos holandeses fazem uma Pt'O·
fissão global de todos os artlgos da mensagem evangélica tal
como é ensinada pelo Papa e pela. Igreja ,universal. Dado O
peso desta pl'oflssao. transcrevemo·la literalmente:
"O. bispos proleslam eoneordênela IODr\t o çonltúdo dI lê 081611ca
segundo o enslnlmlnto da Iglela Católica Romana. Exp,enam I aUI plena
• Inteira comunhlo com o Papa, Bispo de Roma 8 Pastor supremo da
Igreja unJ","sal, alllm como a lua lé na consUtulç40 hler'rqulca da Ig,eJa.
Nem O!II blaP03 nem os lace,dotes .10 delegado, do, lIéls, mas, sim, mln ....
IrOl de Je.us Cristo ao serviço da c:omunidad9 ecleslal" (M' 3).

4) «O ponto de partida. e &, fonte objetiva da. fé estio lUl


Revel~ DlvJnn.:o (n~ 4). Isto é dito a fim de dissipar a tese
dos que exaltnm a experiência da fé (mêSmo quando contrãrla
elOS ensinamentos objetivos da Igreja). Dai as palavras dos
padres slnodais nos Incisos 5·10.
5) Sobro ti. catequese os bispos tornam ti. falar nos pará.
grafos 43-45, acentuando Que ca fé vivida da Igreja univerSal
deve ser expressa» (nf 44) e preconizando a redacão de ma·
nuais de instrução religiosa adequados, a. fim de remover cate·
cismas não aprovados, dos quais alguns são portadores de
erros doutrinários (n' 45) .
6) il sci:;uncla. parte do Documento trata dos sacerdotes
(panigrafos 17-28)_
Este foi wn dos setores mais abalados pela crise pós.con.
clUar. São notórias as multas defecções ocorridas nos Ultimas
anos, a baixa espantosa do número de vocações, a Insistência
em favor do casamento dos sacerdotes, o aproveitamento de
sacerdotes dispensados de seu m1n1stério em funçõe,; não per·
mitidas pela Santa Sé, o fechamento dos Seminários e ~tu~
dantados Religiosos em vista de uma formação menos siste-
mática, mas, na verdade, insuficientej a tendência a uma espé·

-199 -
24 ",PERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 245/1980

cie de sacerdócio temporário por designação c delegação das


comunidades a alguns de seus membros; o apagamento do papel
do saeerdote pela inserção do leigo em !un\,,'Óes que não lhes
tocam de manCõ!lra ordinária (administração do batismo, da
comunhão eucaristlca, e, por vezes, da unção dos cnfennos)
ou em funções que são tipicamente sacerdotais (pregação duo
rante a Missa, participação ativa e habitual em parte da Missa
reservada exclusivamente ao sacerdote ... ).
A raiz de tais inconvenientes foi Identificada: consiste na
falta de clareza sobre a genuína índole do mccrdóclo ministe-
rial. Por isto, os padres sinodals foram «unânimes em pro·
fessar a distinção essencial entre o sacerdócio ministerial ou
sacramental e o sacerdócio comum dos fiéis batizados e em
querer velar pelas conseqüências prãtlcas que dai resultam,
Cn' 17).
Por isto também o:os membros dQ Sínodo professam com
a mesma unanImidade o carâter permanente do sacerdócio
ministerial:. Cn· 18).
7) Quanto ao celibato sacerdotal - contra o qual se
pl'Onunciul'<'l o Sinodo p:.sloral holandês em 1970, na sun 5' As-
sembléia Plenária, provocando intervencões de Paulo VI _,
OS padres slnodais se declararam dados persuadidos d(! que o
celibato em vista do Reino dos céus constitui grande bem para
a Igreja. São unanimes na vontade de seguir fielmente as
decisões dos Papas relativas à conservação da regra do celi.
bato. Os Bispos esperam encontrar número suficiente de
sacerdotes%> Cn'1 21) .
Este parágrnfo professa não somente a confiança dos
Bispos nos valores sobrenaturais, mas também a convicção de
que as genuinas vocações não se obtêm oferecendo·se aos jo.
vens meias·medidas ou idcnl esvaziado de seu conte(ldo mais
exigente.
8) O Slnodo alude também às associações de sacerdotes
ccnsUtuIdas à semelhança de sindicatos destinados a propug~
nar Intcresses classistas, reivindicações, campanhas, etc., Crente
aos bispos ou õ. Santa se. - OutrilS deverão ser as vias que
o clero trilharô parll tutelar seus legitimas pontos de vista
(cf. n t 24).

9) A propósito da rormaçiio dos sacerdotes, os bispos


voltaram sua ntenção para os Institutos de Teologia da Ho·
-- 200-
_ _ -",Sl"N:OOO DOS BISPOS HOLANDESES: CONCLUSAO 2S

landa. fundados para substituir os seminários. Tais Institutos


apenas atendem à formação intelectual dos seus alunos. que
em grande parte são pessoas do sexo feminino; muitos dos
rapazes que ai estudam, não se decidem a abra~ar o sacerd6-
cio celibalãrio. Em contra·parte, o Seminário de Roh1uc, fun-
dado pelo Bispo D. Gljsen, segue linhas mais clássicas de for·
matão, atendendo outrossim ao preparo espiritual e à vida
Intenor dos estudantes: conta com cerca de oitenta alunos de
Filosofia. e Teologia (numero relativamente elevado), aos Quais
é ministrada uma ronnação integra1, de acordo com as nor·
mas do n Concílio do Vaticano. Cf. R.O"" 25·28.
10) No tocante aos R'tllglosOSt os Bispos exprimem.lhes
o seu apreço na terceira parte do d"OCumento (n. os 29-32). De
modo especial. voltam sua atenção para o problema da «ter-
ceira. via». ou seja, para um tipo de relacionamento entre Re-
ligiosos e Religiosas que permitiria livre expansâo de afetos
com exclusão tão somente das relaçócs sexuais. Cf. n. 32.
11) A qua.rta parte do Documento trata dos leigos
(n.o. 33·37).
A propósito vem o caso dos ch:umados cgrupos criticos:l e
dos que, como católicos, trabalham na imprensa, no rádio e na
televisão. Exercem, por vezes, pressão moral sobre os bispos
c as instituiçõcs da Igreja, agredindo-os ora em nome do pro-
gressismo, ora em nome do conservadorismo. Tais procedi-
mentos, quando generaJlzadores e fanãticos. são nocivos à vida
da Igreja, emborn multas tias críticas assim feitas sejam fun-
dadas e tenham função estimulante; cf. n' 34.
12) Os agentes de pastoral Oe[gos que, por vezes, dão
seu tempo integral 80 serviço da Igre1a) merecem ca1orosos
elogios d a parte dos padres slnodais. Todavia estes desejam
delimitar com precisão as tarefas dos leigos e as doo clérigos
(diáconos e presbíteros) a fim de que não haja invasão de
áreas. Isto acontece Quando se vêem leigos que exercem ordi-
nariamente [unções próprias dos clérigos ou habitualmente
reservadas a estes; constituem assim quase um cc1ero para·
leio», que contribui para atenuar a distinção existente entre o
sacerdócio minis teria l e o sacerdócio comum dos fiéis - o que
redunda em desestímulo para as vocações diaconais e prasbi.
teriais: cf. n.O' 35s.
13) No que concernc a sncerdotes dlsponsados dl1s obrl·
gnçôcs prc.sbltcrnl$, mas colocados em funções do magistério

- 201-
26 ~ PERCUNTE E RESPONDEREMOS~ 245/ 1990

leolÓ'.;ico ou da pastoral, o S;nodo tem em mira aler·sc !leI.


mente às instituiÇÕes da Santa se, que são contrárias a tal
proced imento. Todavia. os Bispos, ao desligarem de tais fun·
ções os referidos sacerdotes, levarão em conta cada pessoa e
as respt>Ctivas circunstâncias pm-a evitar tratamento desumano
ou descaridoso; cf. n'} 37.
14) A quinta parte aborda a lguns sctores da vida ecle·
sia l (n. os 38·46).
Em primeiro lugar, \'em o culto da S. Eu~ristia. O culto
ao 5S. Sacramento Iara da Missa se enfraqueceu na Holanda,
notando·se mesmo pouco respeito para com as hóstias cansa·
gradas, após a dil;lribui'.'áo da S. c.;omunhao. Diante disto, os
padres sinodais afil'mam:
"Rocebendo o Corpo e o Sangue de Cristo, entramos em comunhio
com Ele, e, por Ele, com o Pai, e tamoém com OI nossos Irmlos • nosus
llmês, Por isso, d urante I celebração euclllstka, veneramos com respeito
os donl consagradol, Adoramos também C.lsto na Santa ReseNe. Para
pocl,umos viver com C/Isto, a Igreja pede aOl Uél:; que tomlm plne nl
celeblaçAo euc.arlsllea - o Saedhcl0 perfeito de fouvor - pelo menos
cada domingo e nas lestas de obrlgllçlo" (n'1 3.).

Merece relevo a reafirmarão do preceito referente ii. par-


ticipal.:úo da S. Mi~ 1 nos domingos c naS fest as ele obl'j~lç~o.
No setor litúrgico. a criatividade suscitou sérios abusos,
alime-ntados por progr.lmas dl! lclevisão, Iivl'OS IIturglcos não
apl'Ovados, arbitrariedades !,ubjetivas dos celebl"anlc:s e dos
fieis . .. r~oi o que inspirou aos padres sinodais as observações
do inciso n 'I 40.
15J A respeito da COlÚissio S:LCrumental, nDLa·SC que na
Hoianda deixou, quase por completo, de ser praticada. Mui·
tos jovens parecem ignorá.la totalmente; os catecismos não a
mencionam. os sacerdotes não a querem ministrar, muitas 19re-
jas já não têm confessionarios. Somente noS conventos e nas
Casas Religiosas parece ainda ser praticada. Em conseqüên.
cia, o próprio sentido de pecado se vai obnubilando na mente
dos fiéis. Donde as palavras dos bispos holandeses:
"Apesar do alUl1 dosafl to pela conffn Ao Individuai, os Bllôpos pedem
lO. S.ealdoln qlla tl nh.m a bondlde, na preg.çlo e na catequese. de
restaurar • esllma dOI l i". paio IIcram.nlo di laco~cUl.çl.o. Pedem·lhes,
em l.pecl.I, que ,e mos tram dJsponlva l, I 10dOl plra a confls.ao. sobra-
ludo em lorml de colóquio pes soal 8 I ~,o~as delermlnadas; e ainda quo .lOS
JoveM quelrlm ensln.r como lO hlio CIO conlessar. Manllo.t.m a aspe·
Ilnça de resti tuir também o sou lugar, nl vida CIos 1161s, .11 co~ljss6o Indl·

- 202 - -
vidull. qUI é O melo unlco ordln'rla di as reconclUar com Deu. e com
(1$ seus Imles n. !t. A 11»01vl,,10 coletivA li maio extraordlnarlo, qUI o
Bispo do pode pe/mltlr "nlo nllS condições presc/llas pelo novo rllo do
ulc,amenlo da IOConclllflÇllo" (nll 42) .

16) Com rerel' ~ ncia ao c{!unlf'nismo (movimento di!' re·


-união dos cristãos separados), I...; problemas na Holanda
(como, aliils, em ourros paiSl's). Os matrimônios mistos (en-
tre católicos e protestantes) vão·se multiplicando - o que
muitas vezes l"dunda em dehimento da ré dos esposos e da
prole. 'Registram.se . celebra;:ões alternativas:> : em a lgumas
capelas universitãrias. o mesmo rito cucaristico num domingo
é celebrado por um J;;'\ccrdote católico e no outro por um pas·
tal' prolcstanl~, rrenle a uma nsscmbléia mista de cdólicos e
protestantes. Pratlca·se Q cintercomunhão sacramental ~, Jsto
é. a Eucaristia, que é o sinal visivel da unidade da fé, c d1s-
tribuida Indlstlntllmente a católicos e protestantes antes que
estes tenham chegado a tal unidad~. , . Em conseqüência. os
padres sinodais proclamnram:
"Os Bispos promovem vlvamenle a açAo ecumênica. O seu oblellvo é
chegar nSo upenas a um me nor dencmlnador comum, mas, pelo 00nlr;\rl0,
.. plenitude da 16. Por Isso, esl. IIÇ.il.O ecumênlclI serA m.nllda oelos Bis·
1JOs.. quo vel;:ldlo por quo 0111 lonha ':In conla I!$ ellligência:; da hi. qUI! nos
foCOn:l:J um pilrlicular quo a inle, comui"ltlão entro i/mãos ~epaliu:los nlo •
.a resposlll ao apelo de CrlSIO para I unidade perlella" (nl' 46) .

;:~l~l conchmii.o, \'C'ririca·st' que o Sinooo dos Bispos Holan·


d~s em Roma. at ingiu. fiO menos teoricamente, todos os obje.
tivos propostos. Os pontos nevrálgicos e controvertidos foram
encarados com sinceridade c esp!rito de fé. resultando dai una-
nimid:ldc entre os Bispos quc Ilcm sempre concordavam entre
si. O Espil'ito de Deus agiu assim mais uma vez na sua Igreja,
realizando obra que, à primeira vista, era muito árdua, por·
que facilmente sujelt:l, n pressões e correntes passionais ou
fanáticos. O episcopado holandês deu um testemunho de fé
Que há de ser válido modelo para todas as demais Confi!rên.
das Episcopais afetadas pelos problemas c as tell"'"ôes da liora
presente.
Compete agora n todos os fji!is contribuir pela oração
para que a obra concebida e redigida na Documento Conclu-
sIvo do Sinodo seja fielmente traduzida em atos e realizações
na Igreja dos Palses-Balxos.
E que assim a sabedoria c a glória du Senha)' mais se
manifestem no mundo!
- 203-
Mais uma palavra d. Roma .obre

absolvição coletiva: abusos

fi!! .In.... : Vai .qul tranacrUa um. Catl. da S. Congragaçlo para os


SaClamentOl • o Culto Divino enviada .os SI'I, Blspoa do Brasil a fim d.
recomend .. , I n.l obnrv6ncl. das norma. d. Santa S' relaUvas .. cone...
alo de .bsolv1çlo colellva. Eata nio pode aer oulorgad• •e"Io em di..
prevlame,,'e e,lIpulados pero Sr. BIspo diocesano (que pode lemb6m lul-
"'-'a d"naceuitl. Im lU. dlou •• ) denlro de oetermlnadaa condlÇÕe• •
com e obtlgaçAo, par. os '''Is, de conlos!etem oportunamente (no mi-
xlmo, dentro do prlto de um ano) os pecados IA absolvidos. Cabe .0.
Nc.rdot.. ter lxatO conhecimento de lals normes e Itlttrulr a respeUo OI
'telll na p.rt. que Ih•• diz re.pallo.

• • •
Comentário: A Santa Sé. mediante a S. Congregacão para
os Sacramentos e o Culto Divino, tem acompanhado a praxe
concernente à absolvição coletiva em várias partes do Brasil,
onde se têm verificado abusos ou o recurso indiscrIminado a
tal faculdade. Eis por que a mesma S. Congregação houve por
bem enviar a respeito uma carta ao Presidente da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil solicitando se'am as normas da
Igreja devidamente 'POstas em prátlca onde vêm sendo prete-
ridas. O documento, em sua simplicidade, é de alto signifi-
cado, pois supõe graves abusos em matéria importante. que
toca de perto a fé mesma do povo de Deus. Este, não sendo
devidamente Instruido pelos seus ministros, pode ir e<mce-
bendo n0ç6es heterodoxas referentes à remissão dos pecados.
Visto que os BIspos são os cdoctores fldeb ou os mestre'J da
fé lnstltuldos por Cristo, a estes toca zelar para que nas paró-
qulas e capelas de suas dioceses não se cometam os males
apontados.
O teor da carta interessa não só ao clero, mas a todo o
povo de Deus, pois este precisa de conhecer com exatidão o
pensamento oficial da Igreja, para que possa exercer a sua
corresponsabUldade na guarda intata da reta fé e da praxe
sacrament!rla.
A carta em foco foi publicada em italiano na revista
cComunicado Mensal. da Conferência Nacional dos Bispos do
-204-
ABSOLVIÇA.O COLE"nVA : ABUSOS 29

Brpsll, dezembro de 1979, n' 327, pp. 1186~1l90. Traduzido


para o português, esse documento foi divulgado por mais de
um periódico de circulação dioeesana, pOr ordem do respectivo
Bispo.

Tais obsetvaçôes justificam a reprodução do Importante


documento neste número de PRo

Roma, 22 d. no....mbro de 1979

Prof. n' 1796179

A Suo Excelência Revma .


Dom Ivo Jos' Lonchei'er
Pr.,idenl. da (NBB

Excelinda Reverendlstimo

Novamente, tivemos noticia de certos abusos que le .,'oriam

I.
d ifundindo nalguma . regiaes do Brasil, concernente. a mat6rias que
Inlere.,am Q ella Congr.goçSo, enlre os quais renolto a obsolvlçao
coletivo, que daria .em ter em conta o s devidos condicS••.

Em primeiro lugar, se de ...e recordor que cc Integra confissão


Individual li (I absolvição continuam sendo o única forma ordin6rio
d. r.conciliocão dos fifi. com Deus , Q Igreio, (I nao ser qu. \Imo
Impossibilidade flsloo ou moral dispense de,'a conflullo:t 'd. cNor.
ma. pastora lo. circo ablOlullonom _eramentalem generall moda
ImpertlendamJ> de 16 de iunho de 1972. do Sagrada Congregacão
para O Doutrino da F6. N. J. I.

No que rel"ello o absolviCão coletiva, no mesmD documentD


.upra átado, nos. respedivos NN. 11 e 111 Je diz leduo Imente ;

N. 11.
. Pode suceder, com efeito, que MQ,lnstanclas partJcula-.
rei tomem IIdto, e at'
neces.s6r1o, concede, a absolvl,õo .eral a
",6r1o. p.nllent" lem préVia canRISão Individuai.

I,to pode acontecer prfnclpalmente quando existe perfgo d.


morte Iminente o não há lempo para 'I\le o sac.rdote ou '" soe.,..

- 205-
30 " PERGUNTE E RESPONDEREMOS:. 215/1980

dotes. mesmo p~tes, ouçom a 'confhtõo d. cada um dos fl"s.


N~. cosn, <I,..alau., socerdot. tem a faculdade d. ablOlv., col.lI·
vom,,,'o. de~o" d, brevrssJma e"ortCl~õo, cala o tempo o permIto,
para que cada um faça o ato d. contrição.

N. 111. Fore os CO!'OI d, pllrlgo d. morte, , !Etlto dar (ol,tI·


'oIo,"ont, li absolvl~ão sacramental aos nóls qUe se confe.sorom
aoment. de modo geral, mas forom conven lem.~nte exortodos ao
o"epend!menla, d.:do que hala 9'0"e necessidade, a 5Gb., :
ql,londf) , pnr cou:!"a dCl grcrnde nÚrllorf) do penitente5, nóo h6 COR-
' ... ores sund~nlos poro aVI/ir as confissões de cadg um denlro d.
espaço d, tempo ro%06 ....I, d. tol modo que os penlte"'e., sem
culpa pr6prio, flcooiom forcados a Rcor sem a graça sacramental
ou som a 5a!}rado t:cmunhão por multo tempo . Isto pede acontGcer
prJndpalmGnt. e:n torra s de m:ssões, mos tombém ~'" euttos lugam
c por oeadti., d. grandes alSMIblélas ~\li.itas às condições alrÓl
clo,~ri'.en.

Toc!avla a obsolviç::io colellvo nóo é lIolta, desde que possa


hoy er ~onrf:!lsares dl~ponly('is, somenle pelo falo de haver grande
concur::o de ::JenÍ',enllts, cnmo acont ece, ~er exemplo, no. 9rande,
f'esllvfdactes ou na, perogrlnações».
A absolvição coletiva , portClnlo, naCl 6 licita SfI não le verificam
simultan eamente O I ',Is condições: 1) gronde afluên cia de peni.
lentel; 21 numero Inluficiente de socerdatel confesso,es prelente.;
3) OI penitenles deveriam, lem culpo pr6p,io, permanecer priyodos,
por longo tempo, do graça locromonlol ou do Santo Comunhlio.

Também le deve recordar que, quando SI! admini5lro licito-


mente a absolvição coletiva, " necen ório advertir os fiéis sobre a
obrigoçéio de contenar privodoment. o . peçodos groves absolvidos,
o"Ies de recebe, uma segundo absolvição geral.
Merece ser recordado oindo o Nt IV dos lupromene1onadal
...Normas Pastorais:.!
([ OS Ordin6rl01 ti, no parte que lhes toco, os sacerdO'les d 6vem
ocoule~or·S!1 a fim de que não d iminua o número de (en'ollo," por
motivo de alguns soc.rdotes se omItirem neste Indgne minIstério,
sela porque .e entngam aos afouret •..."orols, seja "arque ..
dão o o'lllros mlnlstéllol menos n.'.lS6rios, que pOlJOm ser dese~
penhadol por diáconos ou IItlgos Id3neoslt,
. ... !.
Veiam, pois, os Bispos dena Nocõo o modo de suscitar pru-
d entemente o xelo pOllotol 1'101 .eus sacerdotes paro que, de umo
-206 _
ABSOLVICJlO COLETIVA : ABUSOS 31

parle, a ablalviçêio coletiva sela dada nOI ca.os previ.,al pela


Santa S6 alra\l'1 de lua. dilpo.lde. afidail, e s6 naquele., e de
aulra parte CI confissão IClcramen'al Inldi\llduClI, que tarifa bem
continua a fazer 001 fiéis, recupere o posição tradicional.

Chegou-nos, aclemais, ao conhecimonlO que são multo. OI que


comungam I: poucos os que procuram O SaO'amento do Penitência,
e que recebem a Eucaristia tomb'm peuaas conheddas como coso-
das Is6) civilmente, concubinos ou outras esp'eie. d. pecadores
públicos,

Portanto, elte Dicaltirio, ao qual incumbe o dever de vigiar


pela reta administração do. Sacromenlo,. pede ao, g;mo•• Bispos
da Brasil procurem .q ue .elam eliminados OI escandalas lamb6m
nelle selor • que esclareçam OI fi'!. paro que se aproxImem do Ban-
quele Eucarldlca com os devida.s disposicae., recardondo~lhes OI
ensinomenlol do Igreia a re.peita,

Bem 'tlbe Vossa Excel&ncie que a In,trução cEuchoristicum


MYlt.rium~, emanada da Sagrada Congregacão dOI Rilos o 2S
de mola de 1967, em se", n. 35 comento o conhecido expressão de
Sc10 Poulo I «fltomine-,e o homem a si mesmo. liCor 11,281, refe-
rindo o polavro do CancUio de Trento, se.. ão XIII, capitula 7:

liA Tradl,õo do Igroja d.clClra que aquel. exame , necessário


paro que nln9uém, con,clenl. do seu pecado mortal, ainda que ,e
lulgue an-epenclido. ouse apraximor-tóe do Sragrado Eutcufstla, tem
anl., M tor eonfessado».
Com a e'perança de haver ajudado fraternalmente a' Bispos
do 8rasil a r.. slaurar muita em bre\le a vida sacramental conforme
OI dispOlicoes oficiais da Santa Si. ·aguardamos tamb6m saber
quanto ante. o. frutos obtidos,
Valho-me da circ=unst6ncio para confirmar-me com ,entimenlOI
de distinta estImo

d. v. Exdo. Revma,
~~\ ~,\~lRSIDAO[ f/h
devallssimo
Jornes Cardo Xnox,
~
~ R. G. S. ~ t:
Pr.feito .91. - ~:~
• • • 'I/lOTECA ct\\'
207
32 .PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 245/ 1980

Dada a clareza do documento acima, não lhe acrescenta-


mos comentário. Apenas parece oportuno ainda obselVar que
os casos previstos pelo n9 lU de .Nonnae pastorales . .. • ~trás
transcrIto &io casos que cada Bispo diocesano deve Identificar
e definir dentro das circunstâncias próprias de sua diocese :
não CB~, pois, aos sacerdCltes dar absolvlcão sacramenta.l cole-
tiva em algum domingo ou solenidade por julgarem que em
tal dia há grande afluência de fiéis sem possibilidade de aten·
dimento pessDal e com o perigo de ficarem muito tempo pri.
vados dos sacramentos. Quem deve de antemão prever tais
ocasiões, é o Bispo diocesano, precisamente a Clm de evitar
abwos e Improvisações. Note-se também que em a lgumas dio·
ceses pode nlio haver necessidade de conceder absolvição cole-
tiva por penúria de sacerdotes confessores. Em outras, tal
indigência verlfical'-sc-á talvez na Semana Snnla, talvez no
Natal e/ ou em outras ocasiões que a configuracão local aponte.
Nâo se pode deixar ainda de sulJlinhul' que, U(J con<..'(.'<..l~ r
a absolvição coletiva, o sacerdote deve instruir os fiéis a res-
peito da necessidade de confessarem pessoalmente os pecados
grnves assim remetidos dentro do prazo máximo de um ano
(o porquê desta exigência é exposto no primeiro artigo abaixo
citado).

Vlla-" ti propósl1o:

PR 242111180, pp. 56-70 :

PR 154/1112, pp. 435-442 j

PR 175/'1174, pp. 289-303.

- 208-
Mais uma vez . . .

"os homossexuais"
por MafC" Olnle' e Andri Baudry

.Em .In.... : O livro "o. homossexuais" de Mare Denlel e And,.


aaudry apra.enla o homOllltxultrlsmo como f.lo ec.lI"'el, que d.v.rla me-
recer estatulo ollclal da p.rte di locladade, ,em o qui as pa.. ola homos-
s ..uals serlc sempre Infelizes. Par. poslular estl reconhecimento, OI
lulor.s recorrem fi oscale de Klnsay, segundo I qual a Irlnslçlo d. het ..
rOSSlxu.Ud.de p.r. a homossexualidade se lu por s.la dlgr.ua: h6, pois,
Individuas quo normalmenlO dc blvpl.nl.s ••xl"8 contlnuldlde entre o.
dois 8xtremo. do oscale.
A . sta I.s. respondem os que, no plsno blolelglco, o feio 6 IniciaI-
menle Inctlf.,.nclado. Mas apela o prlmelrc m" cOlJleça a Icrmar os "UI
clracleres sexuais, a la1 ponlo que assume sexo bem d.llnldo. Ora a cono
IIgur.çlo blolóQlca , declslv. para a Idanl1flcaçlo aexu.1 do IndivIduo.
O p.lqulamo de.te corra.ponde normalmlln.e ~ ••Irulura blol6glca , ..-
pacllva; toei mesmo a cada pesSOI o Imperativo 6!1co da 'a auloeducar
..gundo a IIpologla do .eu . l.xo. Se elgJ\Mm nio o consegue, mas, ao
conl,..,lo, apresenta IncUn.ç61S homouexual., lal pessoa 6 vitima de um.
anom.lla ou aberraçio da n.tureza (I!:oma axl,'em • cegual,. de nllcença,
• hemoflll. ou doença do senguo e oulrla). O çalJO de 1.1 p..,oa, embora
nlo leJa normal, nio é n.c.... ,I.mant. pec.mlnoso: n. veldeda, pode
um IndIvIduo homOSlexu.1 fazer alnca,o e.forço par. nlo ceder às Incll-
nl~as aba,'lnles • lentar lavl' vida "", entregue ao trabllho, .. arte,
.0 •• porte.,.

Donda ee ve Que os homos.exueb merec.m ser Iral.doe com carl-


d l de e banllVolOncla, • 11m da que pOlIam mal. f.cllmanle evll.r prétlcu
anemal.s. EIsa benevolêncl., porém, nlo . Ignlllca leglllmaç'o de com~
pOrlamento. .nlln.turals.
• • •
Comentário: Em PR já foi, mals de uma vez, abordado o
tema chomossexuallsmo:., Este ocorre de novo em nossas pági-
nas a propósito de um livro escrito por autores professada-
mente homossexuais, dispostos a pleitear, da parte da socie-
dade, o reconhecimento oClclal do fenômeno como algo nor~
mal; cf. Os homossexua1s, por Marc Daniel e André Baudry.
TraduCão de J, Dart. Ed. Artenova. Rio de Janeiro, 1971.
173 pp., 137 X 210 mm.
-209 -
34 <rPERGUNTE E RESPONDEREMOS,. 245/1980

:t, sem dúvida, Interessante conhecer a argumentação de


tais autçres. Em vista disto, resumi·la-emos nas páqlnas sub-
seqUentes, acrescentando-lhe alguns comentários.

1. O co'nteúdo do livro
A obra começa registrando o fato de que o homossexua·
lismo é assunto tabu, do qual a sociedade não costuma falar,
por julgar que se trata de algo de anonnal e contrário à
natureza.

Os autores, porém, tencionam remover cstt!: epreconcelto)


da parte da sociedade contemporânea, fazendo valer o seguinte
arrazoado:
Em 1948 o relatório Kinsey (devido ao Dr. Alfredo Kln·
sey e a seus colaboradores) pôs à luz do dia o ccontlnuum
hétero-homossexuab. Na verdade, existiriam em quase todos
os seres hwnanos tendências hemo e heterossexuais, cujas pro-
porções variariam desde a Inclinação heterossexual exclusiva
(o que Kinsey chama o grau O de sua escala de gradações)
até a IncUnacio homossexual exclusiva (grau 6 da escala) .
Segundo KJnsey, cadll grau Intennedlário entre O e 6 corres·
ponde a uma proporcão ora mais forte, ora menos forte, da
lnclinacão homo ou hetero~xua1i o grau 3, a meio-caminho
do grau O ao grau a, representa o .equlllbrlo absoluto entre as
duas tendências, ou seja, a ~ blssexualid.ade) no vocúbulo tra-
dicional.
Em conseqüência desta escalD., M. Daniel e A. Bnudry
recusam a divisão do gênero humano em homossexun.b e hete.
rossexuals, ~sobre a qual repousa o manlqueismo eondenador
de muitos moralistas trad.icionais ~ . As pessoas que, na escala
de Kinsey, se situam entre os graus 4 e 6 (cquase inteira·
mente homossexuais .. . e exclusivamente homossexuais. ), não
tém consciência de ser, e não são, profundamente diferentes
dos outros homens pelo tato de terem um comportamento
minoritário. 1.: neste fato que, conforme M. Daniel e A. Bnu·
dry, reside o problema da homossexualidade (cf. p. 51) .

Disto se segue que, c<:Informe os autores em pauta, a


homossexualidade não é a1go de anormal ou antinatural (cf.
pp. 68·70). Não é doença, A. qual se deva aplicar algum tipo
- 210-
~OS HOMOSSEXUAIS. 35,

de tratamento (cf. p. 70). Ao contrário, pretender alterar a


personalidade profunda de um homossexual é falta morallnJus-
tificãvel (cf. p. 73). O que a sociedade tem a fazer. é sim-
plesmente confirmar o homossexual na sua realidade própria
(cf. p. 95), roconhecendo.lhe a legitimidade da prâtica homos-
sexual ou mesmo oficializando uniões de pares homossexuais
(cf. p. 135).
Em suma, a obra em foco vem a ser um apelo veemente
a que a sociedade contemporânea deixe de condenar os homos-
sexuais como criminosos ou cesse de compadecer-se deles como
se fossem doentes ... ; ao contrãrlo, contribua para fazê-los
felizes removendo qualquer restrição ao seu teor de vida pro.
prlo. Justamente o que impede os homossexuais de gozar de
felicidade. é a repulsa, expliclta ou Implicita, Que os homens
lhes devotam.
AUãs. o número de Indlviduos homossexuais é tido como
grande, embora seja dlficll avallA·lo com precisão. cHé. possi_
bilidades, estatist~amente falando. para que, sobre quinze pes-
soas que cada um dos nossos. leitores freqUenta, se encontre
pelo menos um homossexual. 1t uma constatação que vaJe a
pena que se reflita nela:. Cp. 57), OS autores julgam que até.
mesmo entre os persona~ns biblicos maJs famosos havia
homossexuais; assim teMam sido Davi e Jônatas, por exemplo,
(cf. p. 25) " ,
Quanto 80 lesblsmo (homossexuaJldade feminina), Daniel
e Baudry julgam que «o número de mulheres abertamente
maroa.das como lésbicas é bem menor do que aquele dos ho-
mens ostentados como invertidos:. (p. 157). Todavia entre as
mulheres são encontradas as mesmas gradações de se.xuall·
dade que entro os homens: a heterossexual. a bisscxual e ca
amazona violentamente antimacho:. (p.I58). A diferença entre.
o homossexualismo feminino e o masculino está em que .8
sexualidade feminina é mais dlfW8, menos exclusivamente fi-
sica que a do homem . ,. O ato sexual é, entre elas, !reqüen.
temente o resultado de uma 1ntlmldade de coração Já. longa,
ao passo que no homem tem lugar multas vezes desde o pM-
meiro contato:. (p. 159), Por isto as manllestações homosse-
xuais na mulher sAo menos veementes.
Os autores concluem seu livro com a seguinte observacão:
"A nomossexualldada l empre exlsUu. axllle por toda parta, a contl~
nuari veroalmllmanla a exlltlr em toda parta. sempre. Nlo la conhece

- 211-
86 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 245/1980

melo di Impedi-Ia nem da 'curt-I,'. Força.0 lom...e, portanto. lomt-la


qual' I, pOllo que nlo .e
t,'
podam modlllcar 0$ homossexuaIs - 0$ quel.
nlo .10 perIgoso. para nlngu6m - , • Llnlel! coIsa qua Importa • aludA-
-los a viver. ~ 111 qUI re.lda o verdadeiro problema da homos•• xuaUdada"
(p. 167) .

Após esta breve exposlcão da tese de Daniel e Baudry,


passamos a algwnas

2. Reflexões sobre o livro


A propósito proporemos quatro considerações:

2.1. Naturol a antinahnal

Em geral, os defensores do homossexualismo afirmam que,


ao contrárIo do que se diz comumente, a homossexualidade não
é antinatural. E por quê?
a) Segundo a definição de Larousse, natureza ê o con·
junto de tudo o que existe (seres e coisas). Ora um fenô·
meno tio corrente na natureza como o homossexualismo nâo
pode ser qualificado de OODtranatureza.
- A este argumento respondemos que, apesar do avulta·
mento do fenõmeno homossexual, os Individuas homossexuals
ainda constituem minoria na sociedade. De resto, a verdade e O
bem moral não podem ser aferidos pelo número de seus adep-
tos. - Voltaremos à noção de cnaturab pouco adiante.
b) cA natureza oferece Inúmeros exemplos de atividades
sexuais não llpdas <à procriação, em particular a homossexua-
Udade tanto no homem . . . como entre os animais (Ford e
Beach dela citam numerosos casos entre os simlos, os eetá·
ceos, os ratos, sem contar os pombos, tão caros Q André Glde,
as pombas, os galos. as girafas, os pelxes e muitas outras
espé<ies. (p. 44).
Respondemos:
o argumento nada prova, pois, dentre os «inúmpros exem·
pIos., DanIel e Baudry citam apenas a homossexualidade. que
esti sendo d1seuUda - o que redunda num circulo vicioso.
- 212-
ocOS HOMOSSEXUAIS» 37

Quanto ao argumento a., ponderemos o seguinte: por


enatureza,. se entende não simplesmente o conjunto de tudc. o
Que existe (seres e coisas), pois isto é vago e indefinido. cNa-
tureza~, antes, vem a ser aquilo que é nat-ivo ... , aquUo que o
homem não faz, mas já encontra feito, em oposJção à arte,
Que é produto do engenho humano. Natureza. portanto, são
os mares, as montanhas, as florestas virgens, os anlma.1s e
também. •. o organismo hwnano. Este não ê feito pelo ho-
mem, mas ê dado ao homem para que o administre. Ora o
organismo humano tem uma constituição psicossomê.tica se·
xuada; o psiquismo da pessoa como também o seu tísico são
determinados pelo sexo. Se as tendências pslquicas, em deter·
minado individuo, são amblguas ou indefinidas. os órgãos se-
xuais são geralmente definidos (como reconhecem Daniel e
Baudry' às pp. 535) 1; estes órgãos sexuais só podem funcionar
de maneira significativa em relaçio ao outro sexo; MO esté-
reis quando aplicados ao mesmo seXOj os seres humanos só
podem reproduzir-se de acordo com o apnrelho genital (ou
masculino ou femInino) que os caracteriza. Eis por que se
pode e deve dizer que a homossexualldade é contriria à natu-
reza. Se a natureza deu ao ser humano órgãos genitais (mas-
culinos ou femininos) feitos para se unir ao sexo oposto, vê-se
que qualquer unllo sexual com o mesmo sexo é antinatural: é
frustrada oU carece de razio de ser.

Dirá alguém: se assim é, deveremos condenar também as


relações heterossexuais Que não sejam fecundas (e que não
raro são praticadas em dias reconhecidamente Infecundos para
8 mulher) .••

Em resposta, observamos: em tais casos existe a heteros-


sexualidade, que é natural. Marido c mulher a respeitam.
Acontece, porém, que não há. fecundidade, porque a própria
natureza Cc não a liberdade humana) a exclui. E a exclui por-
que a natureza. precisa de pausas ou de períodos de repouso.
sem os quais a sua fecundidade prejudicaria a mulher. A nntu·
reza é sábia, alternando fasL'S fecundas e fases estéreis; a pró·
pria esterilidade, no caso, é natural ou está dentro dos moldes

t Tl'llnscrevemol pslavras dos lutor.. Im conta:


"A grande maioria dOI homossexual. - mesmo doi grau, fi e 6 da
esclla de Klns8y - nlo apre..ntam n_nhum Iraço de Inte,.uualldade, e
nlo se dl.Unguem absolutamente, por aua apal'ncra 1181ca. da maioria dos
..,.., do mesmo ..xo" (p. 53).

- 213-
38 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 245/1980

da heterossexualldade natural. Donde se vê que não há l1\2A.O


para equiparar, do ponto de vista ético, atos homossexuais e
atos heterossexuais naturalmente estéreis.

2.2. IE G hllAXuolldod. do ser huma no?

Os autores M. Daniel e A. Baudry apoiam-se no fato da


bissexua1idade fundamental de cada ser humano para tentar
legitimar o homossexualismo ...

A propósito convém observar:

Sabemos que o genótipo de todo individuo recém-concebido


no seio materno se forma a partir de 23 pares de cromos-
somos ou 46 cromossomos. Destes, 22 pares são de cromos-
somos somáticos e um par é de cromossomos sexuais (ganos.
somos). A f6nnula cromossômIca. difere segundo o sexo: para
o homem, ela consta de 44 A +XY; para a mulher, ela consta
de44A+XX-

A fónnuJa cromossomât1ca do ovo - assim como outros


fatores - determina diretamente o tipo da glândula genital
ou gOnada (ovário ou testiculos) do respectivo organismo.

Forma.se a pregônada ou o inIcio da glândula gerútal até


o trigéslmo sétimo dia de vida embrlonâria. A d1fcrenciacão
dessa glAndula vai-se acentuando 6. partir <lo quadragésimo
quinto dia. Em conseqUência, os condutos genitais ou gon6-
foros também se vão diferenciando: no homem o canal de
MWler se atrofia, enquanto o de Wollf fonna o epididlmo, o
canal deferente, a vesicula seminal e o canal ejaculador. Na
mulher, atrofla.se o canal de Wolft, e o de Müller forma as
trompas e o útero. A Isto, segue·se a diferendacão dos órgãos
sexuais externos, que ocorre entre o terceiro e o quinto mês.

Assim vê-se que o sexo, a principio biologicamente indi·


ferenclado. vai-se tornando anatõmica e fisiologicamente carac_
terizado e Inconfundível nos casos nonnals. A configuração
biológica determina decisivamente o sexo do individuo a ponto
que o psiquismo da pessoa normalmente toma as
característl.
cas masculinas ou femininas que a estrutura biológica do
sujeito rêSpec:tlvo exige.
- 214-
.os HOMOSSEXUAIS»
Eis a propósito a sábia observação de Marc1ano VidaI:
..
"A Instlinela b/OIOglel , o apolo de todo o edlflelo da sexualidade
humana; empregando a termInologIa d. Lersch, poclerlam08 dlzar que' o
.eu fundo vII&!: o comportemento sexuar humeno e "Irado da. foro_ vltaJa
dat pul ..ç6.s blolÓQku e em sua ,.allzaQlo ganha d8C..I.... /mportlncla
dlda, m.. cremos aer nec..urlo .dvertlr qua nlo •• PD"
o fundo blolOglco, tem aldo uma falha redullr a sexualidade • ".nltal..
c.lr no exttemo
opoato: compreendar a .exualldade numana Iam relarlnda 6. .UI InIthcIa
bIOlOgia" (Moral de aUtudel, voL 2. p. 321) .
No feto existe uma blpotenclaHdade sexual, que vai desa.
parecendo à medida que ele evoluI. Poderiamos representar
tal processo do seguinte modo:

A
b

Os dois circulos Indicam a lndlterenciação eXIstente nos


~llJsdo sexo masculino (XY) 01\ feminIno (XX). . O deri·
vado ~ significa o individuo de sexo femlruno resultante
b
do desenvolvimento fet&l: Â significa a femlnilldade preva·
lente; b a masculinidade regressiva. Dá.se o . contrário nos
IndIviduas 2!.... Esta realidade permite afirmar que todo h:o-
a
mem, ou a Imensa maioria dos homens. traz em .si um etan·
tasma de mulher», não na imaginação, mas nas pr:ofundldades
da sua constituição fislca. e. vlce-versa. cada mulher traz um
esboco, mais ou menos apagado, de homem.
Essa. existência latente de um projeto do sexo oposto den.
tro de cada indlv1duo explica que, em certas fases da vida
(tases consideradas pl1l1das pan a espec1flcação sexual), a
- 215-
tO ..PERGUNTE E RESPONDEREMOS .. 24511980

pessoa possa assumir comportamento blvalente ou ambiguo: é


o que se dã, por vezes, na puberdade ou na pré-puberdade,
quando ocorre certa intersexualidade p.u beral ou pré-pube-
ral;_ .. na menopausa da mulher, Que não raro assume atitu-
des acentuadamente viris; . .. na velhice, quando se pode veri.
ficar a indlferenciacão de tratoS secundários do fislco ou do
psiqulco.
Pergunta-se: não se poderia então legitimar o homosse-
xualismo a partir da bipotenclalídade sexual, ora mais nitida,
ora mais latente, da pessoa humana?
- Respondemos em termos negativos. Cada individuo há
de pl'OCW"ar real1zar, pela educação dos seus afetos e pelo $Cu
comportamento moral, a diferenciação sexual que o seu físico
realiza desde o selo materno. Procurar viver a mascullnidtldc
ou a femlnUidade incutida pela estrutura biológica de cada
pessoa vem a ser um imperativo ético.
Se alguém não o consegue independentemente tle sua von·
tade, nã.o comete falta moral, como se dlrê. adiante. Mas nem
por isto será. licito dizer que a sua Inclinação para o mesmo
sexo ê normal.
Precisamente tais pondera~ serão desenvolvidas sob o
subtituio abaixo.

2.3 . AnormoJidad. pecaminosa?

o pensador que considera a homossexualidade como algo


de anormal ou anômalo, nAo a define necessariamente como
pecaminosa, Trata·se de uma deficiência congênita ou não,
comparâvel a outras derIelências flslcas que afetam a natu-
reza humana . . . Esta tem suas falhas e suas taras•.. . falh a.c;
e taras que do naturais, mas nem por isto são padrão ou refe.
rencial para se definir o ser humano: 1.enham-se em vista a
cegueira de nascença, .. _ o bebê que nasça sem bra!:;os; ... as
pessoas de temperamento tlmldo, lnlbldo ou exageradamente
agressivo . .. Assim também f:. o homossexuallsmoj vem a selO
uma aberração da natureza, que não pode ser equiparada ao
heterossexuallsmo.
A existência. desta abcrracão não constitui, por si , um
pecado ... Este só começa a existir desde que a pessoa cons·
ciente e voluntariamente se entregue a algum ato homos5e-
- 216-
«os HOMOSSEXUAIS~
xual. .. Dizemos: . . . consciente e voluntariamente, porque o
pecado SÓ ocorre na proporção em que seja um ato humano.
1.: d1f.lcl1, porém, julgar as consciêncIas; pode haver atos de
homossexualismo cuja culpabD1dade seja multo atenuada.

2 . 4. A otJtude cristã diante do homouexuall.o


Daniel e Baudry apregoam a necessidade de que a socie.
dade ajude os homossexuais a viver em paz e felicidade. - Não
há quem não esteja de acordo com tal diretriz. Todavia 'não
se pode dizer que a feUc1dade do Individuo homossexual con·
sIsta em viver homossexualmente, constituindo até pares ofI.
clal1mdos pela legislação civil e pelo Direito religioso (esses
pares são, por sua própria natureza, instáveis, como reconhe·
cem os autores às pp. 135s). Seria falso dizer·se que, no dia
em que a sociedade reconhecer os homossexuais como repre·
sentantes de um cterceil'O sexo ~ , serão felizes e realizados.
A felicidade não 'pode ser avaliada pela fruiç10 de pt'82e·
res eróticos ou sensuais. Ela, às vezes, supõe a renúncla 8.
determinados prazeres da carne, para. que a pessoa possa us.u~
fruIr de valores superiores ou espirituais, encontrando nestes
a sua verdadeira felicidade.
Por isto a genuIna ajuda que se possa prestar a uma peso
soa homossexual, consistirá em procurar demovê·la das pri·
t1cM anonnais e oferecer·lhe a ocasião de sublimar suas ten·
dênclas no trabalho, no esporte, na música, na poesia, na pino
tura, etc. O anúgo do indivíduo homossexual que, com toda a
brandura e paciência, tentar ajudá·lo a realizar tal sublima-
ção, comunlcando-lhe coragem para recomeçar constante·
mente, sem desanimar, prestará o melhor serviço ao seu Irmão.
Há pessoas que julgam impossível uma vida sem recurso
às relações sexuais (qualquer que !teja o seu tipo) . . • A tais
Interlocutores responderemos que li. prática sexual não é de
absoluta necessidade ao ser humano. A continência sexual
pode ser exercida, até mesmo com beneficios fisiolóticos e psl.
cológicos para a pessoa continente. As diflcu1dades Que ocor·
rem 'às pessoas celibatárias, não se devem a pretensas exlgên·
cias do organismo humano, mas, sim, a fatores psiCOlógicos e
emocionais.
Com outras palavras: há qUoên\ atribua à função sexual a
necessidade que toca aos processos fisiológicos de micção ou
-217-
42 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 245/1980

defecação. Julgam que se dá wn acúmulo de liquido seminal


na respectiva bolsa do organismo, de tal modo que, ao atingir
certo grau de tensão. esse liquido exige eliminação. Sendo
assim, todo homem sentirIa a necessidade imperiosa de satis·
.fazer periodicamente aos seus Impulsos sexuais.
Ora ta) concepçAo é errônea. O aparelho genital masculino
não funciona como bexiga, mas pode ser comparado às glân·
dulas saUvares. As diversas glândulas que o constituem, fun·
cionam cem clmara lenta», de tal modo que o liquido seminaJ
é eliminado no momento oportuno pelas vias naturais, sem
que a pessoa se dê conta disto. Acontece. porém, que. quando
no individuo ocorre alguma excitação psIcológica ou emocional
(consciente ou inconscIente), entra em ação wn conjunto de
reações e de reflexos que ativa notoriamente o funcionamento
dessas diversas gllndulas. Ora uma pessoa que se deixe 1m.
press10nar por questões sexuais ou que pense freqüentemente
nas mesmas. não pode deixar de experimentar forles necessi·
dades sexuais. Tal é o caso, em geral. do cidadão contempo·
râneo, que se vê constantemente <l:bombardeado:t por teorIas
e imagens provocadoras do sexo ou erotizantes; julgará que a
Vida sexual (dentro ou fora do casamento, em termos heteros·
sexuais ou homossexuais) é inevitável ou obrigatória para .a
conservação da saúde do indivíduo. Tal concepção, como dito.
é errônea; o desejo sexual não é provocado pela formação ou
pelo acúmulo de espennatozoides, mas é, sim, ,um processo
preponderantemente psicogênito. isto é. derivado de fatores
emocionais.
Dc resto, é lnconceblvel um teor de vida digna c reta sem
determinada cota de a bnegação. Todo ser humano é chamado
o praticar determinado tipo de renUncia a fim de realizal' o seu
Ideal. Para o cristão, a mortificação não é fator meramente
negativo. mas vem a ser participação da cruz gloriosa de Cristo,
penhor de comunhão com o Senhor I'êSSUScitado. O individuo
homossexual aceitará a modalidade da cruz de Cristo que lhe
é imposta pelas suas inclinações afetivas, como um individuo
colérico ou sangWneo aceita a necessidade de ascese para se
autodomlnar; cada qual, em suma, tem o seu setor de mortl·
flcação pessoal, . . . mortificação que o Senhor Deus nunca ex!·
glrJa se EJe não desse a todos as graças necessárias para a
realizarem. É certo que o Senhor nunca dispõe para alguém
circunstãncias de vida tais que o condenem à mediocridade ou
.ao pecado. O Pai celeste chama todos à perfeição ou à san-
tidade.

-218 -
-os HOMOSSEXUAIS»
M. Daniel e A. Baudry, em seu livro. mencionam o caso
de ministros protestantes que abençoam uniões homossexuais
(cf. p. 111), e preeoni2:am, da parte da Igreja Católica, atitude
compreensiva para com as pessoas hom6filas ...
A Igreja Católica. pronunclou.se em 1975 a respeito do
homossexualismo, apresentandooO como aberraçio. Por conse·
guinte, não se pode esperu que algum de seus ministros aben-
çoe, em nome de Deus e da Igreja, uniões homossexuais. Esta
recusa de bênção, porém, não significa, da parte da Igreja, um
juizo condenatório sobre todos os Indlvlduos homossexuais. Só
Deus vê as consciências, e conhece os esfo~ e os anseios sln·
ceros de cada criatura que no (oro externo cometa aberrações.
1: mesmo norma da Igreja Católica tratar com o máximo de
caridade e solicitude as pessoas que. sofrem; os homossexuais,
por conseguinte, podem estar certos de que a Igreja lhes dedica
compreensão e benevolência sem que por isto aprove a prá-
tica do homossexualismo.
Eis as palavras textuais da Declaração sobre alguns pon-
tos de 2tlca sexual da S. Congregação para a Doutrina da Fé,
datada de 29/12/75:
"8. Nos nosso. dias. em conlradlçlo CDm o ensino conslanle do
Magllt'rlo e com o •• ntlr mor'l do povo crlstlo. tui alguns qua, fundan-
do-s. em obNrvaçeas eI. ordam psicológica, chegam a Julga, com Indul-
gAncla, • ai' mesmo a daseulplr complelemenle, as relaç&IUI homossexual.
em delermlnadas plnoU, EI.. lalem uma dl,tlnçlo - ao que "arace nlo
sim fundlmento - enlre os homossexuais cuja tandêncla provém d. uma
educaçlo lalseada. de uma la lia d. ovoluçlo sexual normal, de um hjbllo
conlraldo. de maus exemplos ou de oulras causa an6logl1 (Iretar-""a
da uma lendAncl. Ir.nsltórla, ou paio menos nlo Incunlovel) • aqua'" outros
hotnossall;uaf. qUI .10 IIla dlltnllvamanla, por força de uma ..~cl. de
Instinto Inato ou dI uma constllulçlo patológica conslderade Incur6wl.

Or., qUl nlo a esta aagunda categorfa de suJellos, algunS concluem


que a aua I.ndlnce , da lal maneIra natural que deva Nr considerada
como Juslillcant., para elU. das relaç6es homossexuais numa slncer.
comunhlo de vida. da amor In6/oga lO matrlm6nlo, na medlde Im qua
ales se . Inlam IncaplZl" ela suport.r uma vida 101lt6,Ia,

Cert.manl •. na atividade puloral ..11$ homossexuais .salm t'llo de


ser acolhidos com comprnnllo e apoiadOS na esperança de suportar ..
próprias dlllculdada. pessoais a a sua Inadapl8çlo soclsl, A lua culpebl·
lidada h' da ser Julgada com prudlncla, No enlanlo, nenhum m'lodo
plsloral pode ser empregado que, pelo lato de esses atos serem Julgado,
conformu com a condlçlo da 111. passoas. Ihss venha a conceder uma
Juamlcaçlo moral. Segundo a ordem mor.1 obJalln, e, relaç6es homosse-
xuais do 1101 desUluldos da sua regra enendar a Indlspensivel. Elas 110

- 219-
f4 cPf:RGUNrE E RESPONDEREMOS. 245/1980

condenedaa na Segreda Eterltura como gl...... depr.va~ •• I apr...nt.d..


ai tamWm como uma consequêncla Irlal. d. uma relalçlo d. Deus. Eslt
Juizo axarado na escritura Sagrada nlo pennlle. porllm. con-clulr que todos
aqua!a. que sofrem da t.! anom.na 1110 po' !.. o pe••oalmanla r..pona'·
vai.: m.s .la.l. que os alol da homolle)ltu.lldade alo Inlrllllecamenle
deaordanadOl e que eles nlo podem, em hlpOl ••e nenhuma, receber qual·
quer .prov.çlo",

Estas palavras não deixam dúvida sobre a posição da


Igreja a respeite do doloroso problema do homossexualismo:
haja respeito e solicitude para com as pessoas homossexuais;
todavia não é posstvel aprovar o exercicio do homossexualismo
çamo se fosse forma normal e legitima de comportamento.

Slbnotfl.l. :
MARCEl, ECK, SocIGII'Ie. Parl8, 1968.
OVERNIQ E OUTROS. HomoI.xuIlU•• Paris, 1987,
S. CONGREGAC.i.O PARA A DOUTRINA OA. H. Dt(:I.r.çJo IOb,.
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WEST, D. J., L·hom.,.......Il1'. Oesslrt 1972.

- 220-
livros em estante
lUneta/lo da EnelrnaçJo, por 011'110 Cesc., Ediçlo da Equipe Re-
gional de Catequese, CNBB Sul 3. Porto Alegre 1980, 155 x 215 mm, 215 PP,
o livro sa apresenta como manual d. Inlclaçlo .. história d. 10feJa
desUn.ldo .. e.teques•. A idéia de publicar uma obra deste gen.ro ê Clr·
tamente louvi ...el. Fez-se nllcns6,lo que o. nolaoS adolescentes 11 Jovens
conheçam. história ela Igreja (quI é a tll,16ft. do plano de Deu. desdo-
tirado apÓs Cllsto) • concebam, em con,eqü6nc:la, um maio r amOr /I tOta!l.
Qua • In,epar;"a' do amor 11 Cristo. O amor 11 Igreja hiI de lor um amor
rlallsta, maduro, que saiba raconhecer a. fraqlllzlS human •• dOI membroa
d. Igreja, ma • • , compreenda" luz da lé li do dl519nlo '.'vrtlco de DeUI.
Ora O ple.enlo livro 1'110 pa,ece conesponder li "'1 IInelldada por
vérios motivo. :
1) O aulor nem sempre dlltlngue o e"enclal e o acidentai na
def.c,lçlo da hlltOrla, de modo Que le det.m, por ....zes longamenle, em
na rrar episódios secvndarlos, porque plto,ascos 011 sarcéltlcos; cl., por
exemp lo, pp. 31, 62.72.
2) O. Cesce parece considerar o passado como algo de negativo,
cujas manchas ele põe em releyo (és vezes, sem IIsar de ..nlo crlllco
riem citar fonle.). eo pasao que a época contempc:lrlnea a partir do Con-
cilio do Vallcano 11 (19t12-1S18S) é na rrada aloglosamenle - o que nlo
pode deixar d6 ser .,lIrlclai (alguns d iriam: triunfalista) .
Assim a Idede Média. vista como "a long. noll. medl.val" (cf.
P. 104), da qual a Igtejl s6 ler' saldo dellnlllvamenle por ocasllo do
Concilio do Vaticano 11 (p, 175), Ora esté comprovaGo que I Idade
M.dll 101 rlcl .m valores humanos, cullurals • crlallos e Que os historia-
dores lendenclolOs dos s6c:ul01 )(VI/XVU a desl lg ur.ram: cf. PR 240/1919,
pp. 5~S34.
Pouco diz. o aulor sobll a obra minlon!rla dos dc. VI-XI em tayor
dos germanos, esla..,os, esc.ndln....o!, ruSSO!, mas muitos tóplco. IIOm-
brio. se Ilem no livro a respeito dos paslores d. Igreja nos s6c:. VI1I-X;
cf. PP. 73-80. Ot clsterclens.s alo clllclallndo. como "um axércllo de
cap!nadores" (p. 80).
Oa pedldoa de lelorma na Igreja formulados no MC . XVI só !erlo
lido atendidos no Concilio do Vallcano \I (p. 109) I Todavia o próprio
aulor se contraclLr: reconhecendo que oa Pap.. dos s.c. XVii-XVIII foram
aualelOS a cor.Josol promotor" da boa Ofdam e da açlo ..... n96l1ca na
IgreJa; cl. PP. 126-1~8.
3) 011'0'0 Cesca sa preocupa mal. com OI aspectos loclall e poll-
licOI da hlslólla da Igreja do Que com a doul.lna e a teologia da história
ou a .presanlaçlo da histó,la como dasanrolar do plano de Deus. Ta-
nham-se em "',ta, pOf' examplo, os comentl. rloa leitos ao modelnlsmo
Ip. 155), 801 padrel oper.r los (p. 170), 1 atuaçlo do Papa Pio IX
(pp. 1~1 S3) • . , 011 tal pertpectlvs é unilateral 8 "lo .Unge o am.go
da história da Igreja,
4) Ouando se ,efere • Teologia da Llber'açlo. o a ular elogia as
altpress6e. mal. avançadas da mesma (cf, p. 191), quando na "rdade
8.las merecem ."Iel reslrlçlHs. Sella e"Cneo, por exemplo, abonar li
seguinte frasa di Gutle"l~ qua Ce$C8 apola : "A açlo pulora[ da Igreja
nlo 'e deduz como corw:lullo de premluas teológicas. Ao teologl. nlo
gera a pastoral, e antes rellexlo sobre ela" (P. 192) . Alih, e notilllo que
os próprios bispos reunidoS em Puabla racl/saram lecar elogios fi Teologia
da Llberlaçilo por causa da amblgulelade de,te expresslo.
5) Algunus Impreclsaes : *' p. 180, as excomuooOes dalam do
seclJlo XI (1054) e nlo do ,ec, X, A p. 37 : antes da Iraduçlo lan"a da
Blblla chamada "Vulgata", )4 havia 'raduçtles lannas das ·Escrltur.. (cl.
"Vatu. lIala, Vetus lat1na" ) . A P. 106: S. Calarlna da Sena (f 1380) e
citada em contexto do de. xv. - AllII s, a cronOlogia nem sempre li
obs.rnda na obra, ceme também li latl1a a cllaçAo de fontes e e exama
critico dU mes ma • . O 8utor paroce dar granda Im portinela aos episódios
aned611cos, pllortscos ou sardsllcos, s em la preocupar com a lidai Idade
hlstórlea de taIs e plsódlol,
Es tas ponderações. h quais outras s. poderiam aerescanlsr, nos
levam a crar 'lua o livro em loco não se preste par. • calaqua.a. A
hlstOrla i terreno delicado, que ., Ideologia. li 1II0solla. nlio raro manI-
pulam : da' iI necessidade de est\ldo critico d as fontes e de discernlmento
entre pontos essenciais li ponto! .clde nlals.
A I" axplleac:la ao. lo.... n•• adufloa, por Aey-Mlrmll VoI. I : A ,6..
Traduzido dO fr.ncês por Joao Pedro Mlnde • . - Ed. Paullnes, sao Paulo
1980, 185 x 265 mm, 312 pp.
Mullos tAm :lido os II... rO! de catequese edllados nos ull1mos anos.
Todavia pareca que a obra acima lem, nessl conjunlO, o IIU luger • o
seu valor prOprlos : comenla sucessivamente OI ertlgo. do Credo, pro-
pondo assim \lml ylllo completa d. doulrln. cl16l1ce. O volume 11 abor-
dar. e.pllcita 8 diretamente os Sacramenlos. - Embor. o livro seja de
origem Iraflcesa (percepllvel atreves da. citaç6es que lu ), e de laitura
16c1l e agradlillvel: o autor, que liII s acerdcle redentoriSla, recorre freqüen-
temenle • S. Escriluta como tamb6m • escritoras a a lelos da vld. mo,
dern • . Percebe-se qUI Aey-M.,mel Quis lalar lO homem de hoje, Iludindo
Ias problemas desle. O qUI 'nlpreulo nl o lellor, é a lolldel da. proposl-
çOes da obrl, que vem I ser aulAnUca expresdo de doutrina da. Igreja.,
com tUdO o que ela lem de perene e ludo o que a possa Ih.lltr.r em
nossos dlll. O livro ser. um a quem I' lenh. recebido I Inlc laçao crlSll,
servindo 110 aprorundame nto das verdades di fé, como bem observa O.
Paulo Po nlls, bispo de IUlplpoca (CE), nl honrosa IApr.. antaçAo que 'aI
da obrl (pP.9-10).
O pOYo da Deus 1'111 l ua t.1I16rlll, Ilter.'ur., menatg.", ,.lIlIlon, por
Waldomlro O. Piaul. - Ed, Loyora, Sl o Plulo 1960, 1<10 x 210 mm, 203 pp.
file livro apresenta compendlosamentl uma Inl,educAo A leitura dos
livros do Anllgo Testamento. O aUlor, la conhe çldo par oulraa vellosls
publlclçOes, aborda os grandes limas e os principais problemal que os
tiYTOS bfbllcos de IsrBel Iralem ao IllIor, Imblentando cada pófllo no
séu e onlexta histórico e cullural ; assim de manei ra. s uave e breve o Pe .
Plana diz multi coisa Importanle e ulll. O Vocabu16 r1o EspeclaUude e
as Notll Expllc atl",s colocadas no 11m da obre ((pp. HI1-2(0) yêm a ser
um In,lrumental de gra nde vaiar j)al. rlquau de InfonTIlçOes que em
pouc.. pllievras oferecem ao estUdioso. Apen u nOI que r plracer que as
página. relal Nas à origem do mal (pp. 72-82) podariam •• r mlls lucrntas
e clarll, o que nlo lhe, lira o Ipreço merecido. Congrltulamo-nos, pois ,
eom o PI. Plaua por mais Isla produçAo exegéllca, Que se pOda reco-
mendar a quantos desejem reler I S. Escr1turl do Antigo Testamento com
mais panetraçio.
I!.e.

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