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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES – URI

CAMPUS DE SANTO ÂNGELO


CURSO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA: PSICOLOGIA JURÍDICA
PROFESSORA: SABRINA SOUZA

Nome: GABRIELLA CASARIN E JOÃO VÍCTOR FETTER Data: 17/09/2019

1) Matthew Huss em seu livro Psicologia Forense (2011, p.33) aponta:

“A Psicologia e o Direito são duas disciplinas muito diferentes que abordam a solução dos
problemas de maneiras também muito diferentes. O direito tende a ser dogmático, e a psicologia
tende a ser baseada empiricamente. O princípio de manter a decisão, está no cerne da lei. O sistema
legal está organizado hierarquicamente, com regras e procedimentos específicos. A psicologia, por
outro lado, tem seu foco na reunião de inúmeras informações, com conclusões que podem ser
alteradas ao longo do tempo. A psicologia aceita que é provável haver mudanças durante nossa
busca da verdade”.

Questão: Levando-se em consideração essa dicotomia entre a ciência do direito e a ciência


psicológica, bem como os conteúdos discutidos em sala de aula até o momento, e também a
ideia de Huss citada acima, elabore um comentário a respeito das especificidades da
psicologia, e sua aplicação ao direito no sentido de mostrar de que maneira essas duas ciências
podem e devem contribuir um com a outra, principalmente em situações e fatos jurídicos.

A Psicologia é o estudo científico do comportamento humano e dos processos mentais. Isto


significa que estudamos o comportamento, tudo o que fazemos, como: ler, chorar, andar, dormir,
etc. Mas a psicologia também estuda os processos mentais, as experiências psicológicas como: os
pensamentos, as emoções, os sentimentos, as percepções, as fantasias.
Já o Direito é o conjunto de normas que garante a convivência social. É, então, uma ciência
que estabelece regras obrigatórias para manter o equilíbrio da sociedade. Psicologia e Direito se
aproximam pela conduta humana. Distinção da psicologia do direito, psicologia no direito e a
psicologia para o direito:
a) psicologia do direito: tem como objetivo explicar a fundamentação psicológica do direito.
É uma formulação teórica que até o momento não foi investigada suficientemente.
b) psicologia no direito: estuda as normas jurídicas das condutas humanas de modo a
produzir ou evitar tal conduta. Aqui é pode ser entendida como uma disciplina aplicada e prática.
c) psicologia para o direito: é uma ciência auxiliar do direito e é convocada a elucidar os fins
do direito.
O cientista busca simplificar aquele lugar que por início é bastante complexo. O direito
possui um dogma positivista em relação a sociedade, onde a lei é a ferramenta fundamental, e o juiz
sendo o manifesto imparcial dela. A lei para o direito, é a melhor solução, porém o fato jurídico é
separado do fato social e psicológico.
A ciência separa em partes os todos complexos e retira o objeto de estudo dos contextos em
que ele se encontra. Por consequência, há a separação dos fenômenos: os biológicos dos físicos, os
jurídicos dos psicológicos e dos culturais, por exemplo. Onde as áreas não têm como objetivo serem
opostas, mas ajudar a se complementar.
O direito afasta as pessoas de sua subjetividade, visando apenas a produção de provas e com
os detalhes do caso, ignorando por maior parte o convívio social do réu que está sendo acusado e da
vítima que o acusa.
A psicologia visa analisar os sujeitos nos seus contextos familiar e social, já o direito vai
pela via da objetividade, a interdisciplinaridade das profissões serve para buscar um saber
unificado, onde cada parte contribui com um fragmento relacionado ao seu saber.
O Direito, por muito tempo, se manteve afastado das demais ciências por se tratar de uma
ciência pura, dotada de certeza, rigor e especificidade na sua investigação. Esses aspectos o
naturalizaram como ciência positivista ou tradicional. A Psicologia e o Direito, nesta
interdisciplinaridade, mantêm o foco no estudo compartilhado do comportamento humano.
Contudo, não podemos deixar de ressaltar que este é apenas um ponto de ligação entre as
ciências, pois cada uma apresenta compreensões distintas sobre o comportamento humano. As
diferenças entre a Psicologia e o Direito, coloca que nas abordagens psicológicas, o sujeito não é
constantemente racional e não divide a noção de verdade como no Direito. Isso significa que
mesmo que cada ciência apresente compreensões próprias é possível estabelecer um diálogo.
A Psicologia Jurídica pode ser entendida como uma psicologia aplicada ao melhor exercício
do Direito. Objeto de estudo da psicologia jurídica: são as relações e as interações entre o indivíduo,
o direito e o judiciário. A Psicologia Forense é uma área em particular da Psicologia Jurídica, que
diz respeito diretamente às decisões e os trabalhos que ocorrem nas situações de tribunais e de
julgamentos.
Já a Psicologia Jurídica vai desde o estudo, passando pelo tratamento e pelo assessoramento
de várias etapas da atividade jurídica, até o cuidado com vítimas, infratores e profissionais do
Direito. Deve ir além do estudo de uma das manifestações da subjetividade, ou seja, o estudo do
comportamento. Devem ser seu objeto de estudo as consequências das ações jurídicas sobre o
indivíduo.

A Psicologia Jurídica tem grande relevância para os profissionais do direito, como:

1. A Psicologia tem ajudado a aperfeiçoar o sistema de justiça.

2. Parte dos erros cometidos pelos profissionais de justiça se deve ao desconhecimento de assuntos
psicológicos essenciais.

3. É necessário conhecer mecanismos psicológicos do comportamento humano para aprimorar a


Justiça e as Instituições.

4. A Psicologia Jurídica deve auxiliar na instrumentalização de advogados e Promotores de Justiça


que lidam com conflitos individuais e sociais. Deve, também, auxiliar Juízes na missão de resolver
estes conflitos.

5. Muitos conflitos jurídicos são decorrentes, motivados ou mantidos, por questões de natureza
emocional e psicológica.

6. A Psicologia Jurídica tem um importante papel: nas questões de família; no direito penal;
nos delitos sexuais; nas questões de imputabilidade e na responsabilidade diminuída;
na vitimologia; na realização do depoimento sem danos; no Direito Penitenciário;
no Direito da Criança e do Adolescente; no Direito do Idoso; nos delitos de trânsito;
no âmbito do Direito Civil; no Processo Penal; no Direito do consumidor;
na avaliação de toxidependentes; na Justiça Terapêutica; no Direito do Trabalho;
no Direito do funcionário público; no Direito da mulher violentada ou agredida;
no estudo particular da personalidade do réu, da testemunha e do jurado;
na tarefa policial e na investigação criminal;
e nas teorias criminológicas de explicação da delinquência, da violência e da guerra, do direito de
expatriados e dos grupos minoritários, na psicologia criminal e política.

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