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Introdução:

Sempre quando tratamos de contas, já nos remete imediatamente a pensar em finanças


empresariais, mas poucas vezes são observadas as verdadeiras raízes de onde surgem essas,
pois contas não são só finanças, elas envolvem uma série de fatores que trazem um resultado
quantitativo que é expressado através de números. Inicialmente quando se fala no índice de
mortalidade de micro e pequenas empresas alguns fatores são mais citados, como falta de
aptidão, conhecimento e interesse por parte do empreendedor, desconhecimento ou pouco
conhecimento do mercado em questão, alto endividamento comprometendo toda a estrutura
de capital da empresa, repentinas crises econômicas, descontrole financeiro, entre outros
(SEBRAE, 2010). Apesar de todos estes fatores citados, um dos preponderantes, na maioria dos
casos, não são analisados pelos empreendedores nas micro e pequenas empresas, que é o
descontrole financeiro por parte do proprietário (SEBRAE, 2010). Quando tratamos deste
ponto, pensamos primeiramente nas questões da definição inadequada de capital de giro,
descontrole na abertura de créditos para clientes, descontrole no uso de créditos, dentre
outros fatores. Mas muitas vezes o problema está além desses fatores, estando relacionado à
mistura de contas pessoais do proprietário com contas da empresa, o que prejudica o controle
e por vezes compromete a saúde financeira da mesma. Essa mistura de contas não permite
que o empreendedor separe com precisão o que de fato é patrimônio e responsabilidade do
mesmo ou da empresa.

MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Os critérios mais comuns para definição de pequena empresa envolvem vários fatores como
faturamento, número de empregados, capital, vendas, entre outros. No Brasil, oficialmente,
está em vigor a lei complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que define, em seu Art.
3º micro empresas como sendo “o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira,
em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta
mil reais)”; e empresa de pequeno porte como ”o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela
equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 (duzentos
e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil
reais)”. Cada vez mais, a sobrevivência de uma empresa resulta da competência na satisfação
dos clientes, da gestão dos recursos financeiros e humanos disponíveis. Desta forma, as
características de pequenas empresas podem apresentar pontos fortes e pontos fracos no que
se refere a sua competitividade, comparando-se com suas similares maiores, pela forma como
são gerenciadas por seu principal executivo. Normalmente, o surgimento de uma pequena
empresa se dá através de um empreendedor, que ao ser o principal executivo, acaba por
influenciar a organização, dando-lhe seu próprio estilo em relação a características individuais
como: arrojo, crenças, obstinação pelo trabalho e pelo sucesso. Por este motivo, a
característica gerencial é autoritária, centralizadora, pouco participativa e integrada, o que
prejudica, de certa forma, o desempenho da empresa, levandoa, muitas vezes, ao
conservadorismo e individualismo, predominando o improviso em relação às ações planejadas
(SILVA CANDIDO, 1998). Vieira (1995 apud SILVA CANDIDO, 1998) destaca que além de
administrar, na maioria das vezes com falta do conhecimento de técnicas gerenciais, o
empresário da pequena empresa, normalmente, exerce papéis de encarregado da produção,
office-boy, vendedor, planejador de produção, controlador de custo, pagador, assistente
técnico, chefe de manutenção, além de atender o cliente. Ainda, segundo Vieira, com o
acúmulo de tarefas menos nobres, não existe tempo para planejar o negócio, pensar no
futuro, conquistar novos clientes, reunir-se com clientes tradicionais para ouvir suas críticas e
sugestões. Porém, segundo Whiteley (1994 apud SILVA CANDIDO, 1998) as MPE possuem
muitos pontos fortes, sendo um deles que o líder da pequena empresa pode operar mudanças
com mais rapidez do que uma grande organização, em função dos menores níveis gerenciais e
da proximidade com que estão alojados os departamentos. As mudanças que numa grande
companhia levam anos para acontecer, em um grupo pequeno, podem realizar-se em poucos
meses. Desta forma, a liderança do empresário, fundador do negócio, agiliza a tomada de
decisão e permite à empresa adaptar-se com mais facilidade às alterações do mercado.

ATITUDES DO ADMINISTRADOR NAS EMPRESAS:

O FATOR HUMANO Dentro do contexto organizacional é de suma importância a entrega de


valor dos seus recursos humanos, Dutra (2002) destaca a importância da entrega de valor que
a pessoa pode oferecer para a empresa, não levando em consideração somente que os
administradores sabem de parte técnica (como fazer) ou da parte prática (ato de saber fazer),
mas sim da entrega que ele faz e dos conhecimentos que ele transmite dentro do contexto
organizacional. Dutra define competência como sendo a adequação à ação, tendo cunho
estrutural e contextual. Estrutural por ter como parâmetros conhecimentos habilidades e
atitudes e, contextual por observar a agregação de valor e sua eficácia tendo como parâmetro
a estratégia organizacional. Vários fatores ajudam a esclarecer o que ocorre com os recursos
humanos dentro da organização, segundo Castro (2003) a sociologia também tem contribuído
para a compreensão das mudanças que ocorrem dentro do contexto organizacional. Destaca
também que o seu aproveitamento nem sempre ocorre de forma satisfatória, pois em certas
ocasiões contrariam o que os empresários trazem em suas mentes, norteados apenas por
experiências assistemáticas e conservadoras julgadas infalíveis. A eficiência de uma
organização depende do fator humano, pois são as pessoas que realizam os trabalhos e
alcançam os objetivos estabelecidos, portanto o comportamento e o conhecimento das
pessoas tornam-se primordial e indispensável para o bom funcionamento da organização
(OLIVEIRA, 2002).

CAPACITAÇÃO DOS EMPREENDEDORES NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Com as constantes mudanças e aumentos na competitividade entre as empresas brasileiras,


torna-se cada vez mais importante adotar técnicas de gestão especializadas. Na realidade
brasileira, entretanto, muitas das Micro e Pequenas Empresas não estão estruturadas para
enfrentar tal desafio. Além disso, as dificuldades são aumentadas, na medida em que o fluxo
de informações necessárias para uma boa gestão empresarial fica maior e mais complexo.
Segundo pesquisas citadas por Vieira (1995), apud SILVA CANDIDO, (1998), de cada 5 novos
negócios abertos, quatro quebram logo no primeiro ano e apenas 3% sobram após 5 anos.
Isto, segundo o autor decorre da falta de preparo do empresário para tocar seu negócio. O
planejamento é um dos principais pontos de partida para o desenvolvimento das funções
gerenciais, sendo um importante processo de reflexão que precede a ação de tomada de
decisão. A habilidade do gestor em utilizar-se da Contabilidade Gerencial como ferramenta de
gestão e suporte ao planejamento, contribui fortemente para o sucesso da empresa. Portanto,
é preciso que o empreendedor busque conhecimento por meio de capacitações, adquirindo
técnicas que lhe permita gerir adequadamente um negócio próprio e obter sucesso. As
mudanças que ocorrem constantemente tanto no meio social como no empresarial podem
levar as organizações, a gerência e os funcionários de um modo geral a intuição até mais que o
planejamento (CASAS, 1999).

CULTURA ORGANIZACIONAL NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Seja dentro no contexto organizacional ou na sociedade o ambiente marca fortemente a


personalidade humana, por exemplo, a cultura em si, estabelece normas , atitudes e valores
que são tão marcantes que passam de uma geração para a outra e não se perdem facilmente
com o tempo devido a sua consistência dentro de cada ser (SOTO, 2008). As empresas de
pequeno de porte em sua maioria são as familiares que para Casas (1999), é aquela que em
sua particularidade é exercido pelo capital e representado pelo próprio fundador ou iniciador
do negócio ou por familiar que o suceda. Para esse autor os conceitos relativos a crenças,
convicções político-sociais e religiosas do fundador se incorporam no jeito de ser da empresa e
tornem-se comuns no dia-a-dia, e acabam que suas particularidades comandam e padronizam
o comportamento das pessoas. Daí pode-se explicar a tendenciosidade de porque os
administradores confundirem o patrimônio da empresa e o seu próprio.

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