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Faculdade Canção Nova

Flavia Moraes

Educação Ambiental na Escola

Cachoeira Paulista
2013
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Flavia Moraes

Educação Ambiental na Escola

Projeto social da disciplina de


Projetos de Filosofia III
Professor Élcio H. Dos Santos

Cachoeira Paulista
2013
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Sumário

1. Introdução ....................................................................................................3
2. Justificativa...................................................................................................4
3. Objetivos ......................................................................................................4
3.1 Objetivo geral .............................................................................................4
3.2 Objetivos específicos .................................................................................4
4. Concepções filosóficas acerca da natureza ..................................................5
4.1 A crise ambiental decorrente da relação homem-natureza ........................8
5. A educação ambiental na escola ..................................................................9
6. Metodologia ...............................................................................................12
7. Cronograma ...............................................................................................12
8. Referências ................................................................................................13
9. Projeto encaminhado à instituição escolar ................................................14
10. Transformação do estágio em projeto .....................................................15

1. INTRODUÇÃO
Este projeto é fruto dos estágios realizados numa escola estadual de uma
cidade do Vale do Paraíba. Durante os estágios, foram verificadas algumas
necessidades da instituição escolar e, mediante a relevância do tema, escolheu-se
tratar da educação ambiental na escola.
A consciência ambiental como meta planetária começa se concretizar a partir
da conferência de Estocolmo, realizada em 1972. Esta foi a primeira iniciativa
mundial com o intento de organizar as relações do homem com o meio ambiente, uma
vez que já se havia detectado que a poluição atmosférica provocada pelas indústrias
causaria graves problemas no futuro.
Diante desta realidade, verifica-se que a educação tem uma grande
importância para a construção de uma sociedade sustentável, uma vez que é
responsável pela construção de uma ética ecológica que se constrói com pequenas
ações dentro do âmbito escolar tais como a coleta de lixo e a conscientização dos
alunos que jogam lixo fora das lixeiras.
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Neste projeto, primeiramente será tratado a relação entre o ser humano e a


natureza. Esta relação observada ao longo da história demonstra que a capacidade
humana em dominar e transformar muitas vezes foi confundida com destruição.
Em seguida, serão identificadas as concepções pedagógicas sobre as práticas
de educação ambiental exercidas na instituição escolar, assim como o lugar da
discussão dessa temática na educação. O assunto é amplamente discutido? Com quais
estímulos? Qual o nível de interesse? As discussões têm evoluído em direção à
prática? Quais práticas?
Para concluir, será elaborado um projeto propondo atividades de
conscientização ambiental e a criação de subsídios para a formação de alunos e
professores. Tal projeto contemplará a realidade escolar observada nos estágios.

2. JUSTIFICATIVA
Com a crescente industrialização do século XX e seus problemas, instalou-se
a necessidade de um desenvolvimento sustentável que atenda as necessidades das
gerações presentes sem comprometer as das gerações futuras.
A meta global de sustentabilidade ganha força quando contextualizada em
âmbito educacional. A participação ativa da escola na conscientização ambiental das
crianças é imprescindível para que aconteça uma mudança nos hábitos da sociedade
atual.

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL


Identificar a realidade da educação ambiental na instituição de ensino e
elaborar um projeto que gere consciência ambiental.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


- Identificar as práticas de educação ambiental oferecidas pela escola.
- Verificar quais as estratégias aplicadas pelo corpo docente para tratar do tema do
meio ambiente.
- Elaborar um projeto contendo iniciativas e atividades que resultem em
conscientização ambiental.
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4. CONCEPÇÕES FILOSÓFICAS ACERCA DA NATUREZA


Neste capitulo abordaremos a relação homem – natureza nos diferentes
períodos históricos, com o objetivo de entender as mudanças no seu modo de pensar
ao longo da historia.
No período Pré-socrático temos os filósofos que se ocupam em explicar ou
buscar a gênese da vida em elementos da natureza. Segundo Reale (2011), este
período é chamado de período naturalista e foi caracterizado pelo problema da physis
(da natureza) e do cosmos, investigando, sobretudo, os seus fundamentos numa
preocupação estritamente cosmológica ou cosmogônica. Entre os séculos VI e V a.C.,
o período naturalista viu sucederem-se os Jônicos, os Pitagóricos, os Eleatas, os
Pluralistas e os Físicos ecléticos. Para estes filósofos, não havia separação entre o
homem e a natureza. Observavam as transformações que ocorriam na natureza e
concordavam que estas transformações poderiam ser deduzidas de uma única
substancia, que seria o fundamento (arché) de todo o cosmos. Na medida em que a
reflexão avançava, os problemas – por eles colocados – iam ganhando complexidade
e exigindo respostas mais exigentes em sua elaboração.
É assim que se delineia na sequência da história da filosofia o período
Clássico (século IV a.C.), cujos principais pensadores foram Sócrates, Platão e
Aristóteles. É a partir de Sócrates que se realiza o que podemos denominar de
verdadeira revolução do pensamento grego. Tem início uma filosofia antropocêntrica,
em que a ordem da natureza vai, gradativamente, cedendo espaço para questões
relativas à moral e à convivência na Pólis. O homem que fala... que vai à guerra...
produtor de harmonia estética em suas artes... capaz de suscitar polêmicas em seus
discursos... pode se mostrar virtuoso ou vicioso, conforme a grandeza de sua alma
(intelecto).
Segundo Reale (2011), se os naturalistas procuraram responder à questão: “O
que é a natureza ou a realidade ultima das coisas?” Sócrates, ao contrário, procura
responder: “O que é a natureza ou realidade ultima do homem?”, ou seja: O que é a
essência do homem?
Em sequência a esta linha de pensamento e dando primazia à alma em relação
ao corpo, a principal novidade da filosofia de Platão é a descoberta de uma realidade
superior ao mundo sensível, ou seja, uma dimensão suprafísica. Se a natureza em
Sócrates já não ocupava o primeiro plano, em Platão o mundo sensível passa a ser
considerado uma doxa (cópia). O homem continua sendo mais importante que a
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realidade material, mas essa importância se corporifica na participação a uma ideia


perfeita de homem que está fixada fora da realidade sensível.
Aristóteles é comumente apontado como o filósofo que teria valorizado, pela
primeira vez, a observação sistemática da natureza como forma de se chegar a
explicar os eventos naturais. Considerado o primeiro biólogo, se interessava como
ninguém pelas mudanças na natureza e o que elas poderiam significar. Toda
substancia está impregnada de acidentes (lugar, quantidade, posição, tempo etc.) que
em última análise faz com que as coisas estejam sempre mudando. Em sua Física,
chegou a definir a filosofia da natureza como o estudo das coisas que mudam. E
porque mudam, a natureza por si própria, garante às espécies, realizarem seus fins
naturais.
Estas concepções acerca do homem e da natureza também foram marcadas no
período medieval (século IV - XIV). As pequenas comunidades da Idade Média
tinham uma vida harmoniosa com a natureza, sendo o teocentrismo a visão dominante
da época.
Concepções que não se sustentam com o advento da modernidade nos séculos
XV e XVI. Trata-se de um período em que ocorreram grandes mudanças na física e na
astronomia e transformariam a visão de natureza vigente. Deus, mundo e homem já
não eram entes estabelecidos no monólogo teocêntrico, senão que precisavam ser,
cada um a seu tempo, definido por critérios racionais. Nicolau Copérnico (1473-
1543), com os fundamentos do heliocentrismo e Galileu Galilei (1564-1642) com uma
abordagem empírica, na qual a experiência passa a ser fonte de conhecimento para
explicar os fenômenos da natureza – realizam para a ciência uma revolução tão
significativa quanto o aparecimento de Sócrates na Atenas de Péricles.
Mas foi Francis Bacon (1561-1626) por meio de seu método de observação, o
primeiro a encontrar a finalidade da ciência, estabelecendo uma nova relação entre o
homem e a natureza. O lema saber é poder indica o objetivo da ciência moderna:
colocar as forças da natureza a serviço do homem; o que se traduz em conhecer a
natureza para poder dominá-la.
O século XVII entrincheirado pela razão dos enciclopedistas ou iluministas
franceses vai, pouco a pouco, modelando a revolução cientifica em direção a uma
técnica que, sem escrúpulos, substitui o “saber fazer” pelo “como fazer”. A técnica
passa a ser o método da ciência, desvinculado da reflexão filosófica. A filosofia
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moderna representa o recomeço da busca pelo saber, sendo a razão dotada de


superpoderes e a técnica como última instância de conhecimento.
Segundo Reale (2011), um novo tipo de saber centrado sobre o homem e sobre
a racionalidade humana, faz dele o “possuidor” da natureza. A era cartesiana, se
estende séculos a fora com um “cogito” que circunscreve a natureza em leis
mecânicas ao alcance da criatividade humana. A natureza passa a ser vista como um
manancial de recursos a serem explorados para atender a fins determinados. Na
concepção de Descartes (1596-1650) a natureza funcionando mecanicamente
conforme leis matemáticas, abre caminho para a constituição da ciência como novo
paradigma dominante. A dúvida como método passa dar formas às definições
racionais acerca de todos os fenômenos naturais. Se em nossos dias o
falsificacionismo popperiano se auto define como passo seguro para o progresso das
ciências, é sintoma que o paradigma de Descartes ainda ronda algumas esferas de
nosso conhecimento.
Não é incomum escutar que Jean Jacques Rousseau (1712-1778) representa
uma espécie de precursor do ecologismo contemporâneo. A sua contribuição
essencial para o ecologismo, passa por uma defesa do valor da natureza.
Nas entrelinhas do “Contrato Social”, é possível perceber o esforço
empreendido por Rousseau, para levar a cabo aquela distinção entre o homem no
estado de natureza e o homem em estado civil.
“Mudança bem notável produz no homem a passagem do estado natural ao
civil, substituindo em seu proceder a justiça ao instinto [...]” (ROUSSEAU, 2000, p.
28).
Marilena Chauí apresenta duas definições que, embora reduzidas, são ricas
em conteúdo e dignas de apreciação. Vejamos:

Natureza é o reino das relações necessárias de causa e efeito ou das


leis naturais universais e imutáveis, enquanto a civilização é o reino
da liberdade e da finalidade proposta pela vontade livre dos próprios
homens, em seu aperfeiçoamento moral, técnico e político.
(CHAUI, 2000, p. 57).

Há quem afirme que a reflexão de Rousseau foi mais voltada sobre o estado de
natureza humana do que a preocupação efetiva com as questões ambientais, uma vez
que o seu mundo é anterior ao avanço da civilização urbano – industrial. Porém, o que
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não se pode negar é que o estudo da condição humana no estado de natureza é uma
forma de reintegrar o homem ao meio ambiente.
No século XVIII, as ciências experimentais têm a finalidade de descrever,
explicar e explorar a natureza, como fenômeno passível de transformação. A
Revolução Industrial – acontecimento histórico de maior importância na modernidade
- é a concretização de uma mentalidade utilitarista acerca da natureza, onde o
fisiocratismo passa a conviver com o liberalismo econômico.
A mentalidade da instrumentalização da natureza que foi se instaurando desde
a ruptura do logos grego com o mito parece ocupar definitivamente a mentalidade
moderna. No século XIX se reforça a ideia de se conceber a natureza como um
objeto a ser possuído.
Do que foi exposto até aqui, percebe-se que o homem naturalmente ligado ao
cosmo na filosofia antiga, na medida em que avança em conhecimento vai se
afastando da natureza como que se buscasse a razão de sua entidade em outra
realidade que não fosse o mundo natural. O século XIX, enquanto cristalização de
ciências como a psicologia, a política, economia e sociologia, erradica as últimas
raízes nas quais o homem ainda estava vinculado à terra, para fincá-las
definitivamente no solo da cultura urbano-industrial.
Com a crescente industrialização do século XX e seus problemas, o tema
“relação homem x natureza” ganha uma nova abordagem. Diante dos problemas
ambientais causados pelo abuso do homem à natureza, instalou-se a necessidade de
um desenvolvimento sustentável que atenda as necessidades das gerações presentes
sem comprometer as das gerações futuras.
Atingir o equilíbrio entre a relação homem – natureza, sem comprometer o
progresso e a tecnologia passa a ser o grande desafio do século XXI.

4.1 A CRISE AMBIENTAL DECORRENTE DA RELAÇÃO HOMEM-


NATUREZA
No auge do iluminismo instauram-se novas formas de pensamento, entre eles,
o de que a razão é capaz de aperfeiçoamento e progresso, e o homem é um ser
perfectível. O desenvolvimento ilimitado deixa de ser pretensão teórica e passa a ser
realidade com o desenvolvimento da técnica e tecnologia.
Porém, as atividades econômicas começam a produzir o contrário do
progresso. Separou-se a eco – nomia da eco – logia e a natureza passou a ser
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explorada em velocidade cada vez mais intensa. A busca pela subsistência foi
absorvida pela avidez do lucro.
A deterioração do meio ambiente natural e a desigualdade social são as
consequências desastrosas de um desenvolvimento desequilibrado, onde a harmonia
necessária entre o homem e a natureza deixou de existir.
A capacidade humana em dominar a natureza foi confundida com o poder de
destruição. Acomodar as modificações estruturais do homem contemporâneo resultou
em danos para ambos – homem e natureza. Diante desta realidade, instalou-se uma
conscientização ambiental como meta global.
O novo desafio global é instaurar um desenvolvimento sustentável, onde a
economia e o progresso tecnológico estejam em harmonia com o meio ambiente.

5. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA


Neste capitulo será abordada a questão da educação ambiental no âmbito
escolar procurando mostrar a importância da mesma para a formação de uma
consciência de sustentabilidade ambiental e as ações concretas que devem ser
realizadas com esta tomada de consciência.
Para que as estratégias de enfrentamento da problemática ambiental surtam o
efeito desejável na construção das sociedades sustentáveis, faz-se necessária uma
articulação coordenada em todos os tipos de intervenção ambiental direta, nesse
contexto se incluem também as ações de educação ambiental.
Ao contatar-se uma necessidade de se edificar os pilares das sociedades
sustentáveis, atualizam-se os sistemas sociais para se integrar a dimensão ambiental
em suas concernentes especificidades, proporcionando os meios adequados para se
efetuar a transição societária em direção à sustentabilidade. Desta forma, surgem
diversos tipos de sistemas: O sistema jurídico que cria um “direito ambiental”, o
sistema cientifico que desenvolve uma “ciência complexa”, o sistema tecnológico que
cria uma “tecnologia eco-eficiente”, o sistema econômico que potencializa uma
“economia ecológica”, o sistema politico que oferece uma “politica verde” e o sistema
educativo que fornece uma “educação ambiental”.
A educação assume posição de destaque na construção dos fundamentos de
uma sociedade sustentável com uma função dupla: Proporcionar processos de
mudanças culturais voltados para a implantação de uma ética ecológica e de
transformações sociais direcionadas para ações coletivas dos indivíduos, grupos e
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sociedades que se encontram em condições de vulnerabilidade frente aos desafios


contemporâneos.
Segundo MELLOWS (1972) deveria ocorrer um desenvolvimento progressivo
de um senso de preocupação com o meio ambiente, completo e sensível entendimento
das relações do homem com o ambiente a sua volta.
MININI (2000), afirma ainda que a educação ambiental deve propiciar as
pessoas uma compreensão critica e global do ambiente, deve esclarecer valores e
desenvolver atitudes que lhes permitam adotar uma posição consciente e participativa
dos recursos naturais, para uma melhoria da qualidade de vida e a eliminação da
pobreza extrema e do consumismo desenfreado.
Para DIAS (2000) a Educação Ambiental é um processo onde as pessoas
devem aprender como funciona o ambiente, como dependemos dele, como o afetamos
e como promovemos ainda a sua sustentabilidade.
VASCONCELOS (1997) diz que a presença em todas as praticas educativas,
da reflexão sobre as relações entre si, do ser humano com ele mesmo e do ser humano
com seus semelhantes é condição imprescindível para que ocorra a educação
ambiental.
As escolas devem ser espaços privilegiados para a implementação de
atividades que proporcionem a reflexão sobre a temática ambiental, parte daí a
necessidade de atividades em sala de aula e em campo com ações orientadas em
projetos que levem a autoconfiança, a atitudes positivas e ao comprometimento
pessoal com a proteção ambiental implementados de modo interdisciplinar (DIAS,
1992). Vale ainda sublinhar que as gerações que receberem esta formação crescerão
dentro de um novo modelo de educação e com novas visões do que é o planeta Terra.
Pode-se dizer que a escola age como uma mantenedora e reprodutora de uma
cultura que destrói o ambiente, ou limita-se a passar somente informações. Assim
sendo, as reflexões que iniciam a implementação da Educação Ambiental devem
oferecer aspectos que não apenas possam gerar alternativas para a superação desse
quadro, mas que o invertam, a fim de produzirem consequências benéficas
(ANDRADE, 2000). E ainda a este respeito diz Paulo Freire:
Reduzimos o ato de conhecer o crescimento existente a uma
mera transferência deste conhecimento. E o professor se torna
exatamente o especialista em transferir conhecimento. Então,
ele perde algumas das qualidades necessárias, indispensáveis,
requeridas na produção do conhecimento, assim como no
conhecer o conhecimento existente. Algumas destas
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qualidades são, por exemplo, a ação, a reflexão crítica, a


curiosidade, o questionamento exigente, a inquietação, a
incerteza – todas estas virtudes indispensáveis ao sujeito
cognoscente (1987, p. 18).

Deve-se encontrar dentro da escola os meios efetivos para que cada aluno
compreenda os fenômenos naturais, as intervenções humanas e as suas respectivas
consequências para o próprio homem, para a sua espécie, e para toda a biosfera que o
envolve. É, portanto fundamental que cada aluno manifeste as suas potencialidades e
adquira posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos, colaborando desta
forma, para a construção de uma sociedade justa e com um ambiente saudável.
A Educação Ambiental na escola deve sensibilizar o aluno motivando-o a
procurar valores que o levem a uma convivência harmoniosa com o ambiente e as
demais espécies que vivem no planeta, ajudando-o a analisar de forma critica os
princípios que tem levado à destruição irresponsável dos recursos naturais e das mais
variadas espécies. O aluno precisa ter a clareza que a natureza não é uma fonte
inesgotável de recursos e que suas reservas tendem para um finitude e por isso devem
ser utilizadas de forma responsável evitando-se assim, todo e qualquer desperdício.
Neste processo devem-se considerar ainda alguns aspectos fundamentais para a
preservação do meio ambiente: a reciclagem do lixo, a manutenção da biodiversidade,
o planejamento antes da ocupação do solo em áreas urbanas e rurais, e por fim, a
proteção de todo e qualquer recurso natural.
O processo de sensibilização da comunidade escolar pode motivar iniciativas
que vão além do ambiente da escola, podendo assim, chegar tanto no bairro onde se
encontra a escola com também em outras comunidades mais afastadas. Para SOUZA
(2000) o estreitamento das relações fora e dentro da escola é bastante útil para a
conservação do ambiente, e principalmente o ambiente escolar.
À medida que todos os conteúdos ambientais permearem as disciplinas
curriculares e for contextualizada com a realidade da comunidade na qual se encontra,
a escola ajudará o aluno na percepção da correlação dos fatos levando-o a ter uma
visão integral do mundo em que vive. Entende-se então que a educação ambiental
deve ser tratada de forma sistemática e transversal, em todos os níveis de ensino,
assegurando a importância do tema ambiental de forma interdisciplinar nos currículos
das diversas disciplinas das atividades escolares.
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Desta forma, a escola se torna o espaço social onde o aluno será sensibilizado
para as ações ambientais e fora da realidade escolar ele será capaz de dar seguimento
ao processo de socialização. Os comportamentos ambientais corretos devem ser
aprendidos na prática cotidiana da vida escolar.

6. METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de campo e bibliográfica. Primeiramente houve um
contato com a coordenação de uma instituição de ensino de uma cidade do Vale do
Paraíba. Nesta oportunidade foram levantadas informações relativas as atividades,
previstas no currículo ou não, que abordassem o tema sobre o meio ambiente.
Após a analise da realidade escolar, elaborou-se um projeto com iniciativas
para uma maior consciência ambiental. Também foi feito um levantamento
bibliográfico com o intuito de reunir dados sobre o tema e aprofundar-se nesse
sentido.
Além do projeto entregue a escola, foram feitas duas ações com os educandos.
A primeira foi uma palestra para os alunos do 1º ano do ensino médio, expondo a
necessidade da educação ambiental e despertando neles o interesse em trabalhar o
tema com outros alunos da escola. Nesta ação foi dado aos alunos um material sobre
reciclagem. Após a aceitação da proposta, houve uma outra ação, onde estes alunos
do 1º ano que participarão da palestra, distribuíram aos alunos do ensino
fundamental, uma cartilha sobre sustentabilidade.

7. CRONOGRAMA
Setembro Outubro Novembro
Contato com a escola X
Contato com os professores X
Discussão da escolha do tema X
Análise da questão ambiental na escola X

Pesquisa bibliográfica X
Elaboração da fundamentação teórica X X
Elaboração do projeto X
Aplicação do projeto X
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8. REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, J. Gestão Ambiental e Responsabilidade Social: conceitos,
ferramentas e aplicações. São Paulo: Atlas, 2009. 326 p.

ANDRADE, D. F. Implementação da Educação Ambiental em escolas: uma reflexão.


In: Fundação Universidade Federal do Rio Grande. Revista
Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental, v. 4, out./nov./dez. 2000.

BATTESTIN, C. Ética e Educação Ambiental: Considerações Filosóficas. 2008. 44


p. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Educação Ambiental) -
Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul, 2008.

BRIGAGÃO, C.; RODRIGUES, G. Globalização a olho nu: O mundo conectado.


São Paulo: Moderna, 1998. 136 p.

CAVALHEIRO, Jeferson de Souza. Consciência Ambiental entre professores e


alunos da Escola Estadual Básica Dr. Paulo Devanier Lauda. 2008. 62 p. Trabalho
de Conclusão de Curso (Especialização em Educação Ambiental) - Universidade
Federal de Santa Maria - Centro de Ciências Rurais, Rio Grande do Sul, 2008.

CHAVES, André Loureiro; FARIAS, Maria Eloisa. Meio ambiente, escola e a


formação dos professores. Revista Ciência e Educação, Bauru, v. 11, n. 1, p. 63-71,
2005.

CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 2. ed. São Paulo: Ática, 2000. 597p.

DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo, Gaia,


1992.

DIB-FERREIRA, Declev Reynier. A pedagogia de projetos e a educação ambiental


na escola – uma experiência. Revista Ambiente e Educação, Rio Grande, v. 7, p.
105-114, 2002.
14

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

LIMA, Aguinel Messias; OLIVEIRA, Haydée Torres. A (re) construção dos conceitos
de natureza, meio ambiente e educação ambiental por professores de duas escolas
públicas. Revista Ciência e Educação, Bauru, v. 17, n. 2, p. 321-337, 2011.

REALE, G., ANTISERI, D. Historia da Filosofia: Filosofia pagã antiga. Tradução de


Ivo Storniolo. 5. ed. São Paulo: Paulus, 2011. v. 1. 385 p.

______. Historia da Filosofia: Do Humanismo a Descartes. Tradução de Ivo


Storniolo. 3. ed. São Paulo: Paulus, 2009. v. 3. 321 p.

ROUSSEAU, J. Emilio ou da Educação. Tradução de XXXX 3. ed. São Paulo – Rio


de Janeiro: Difel, 1979. 569 p.

______. Do Contrato Social. 3. ed. São Paulo: Martin Claret, 2000. 123 p.

SATO, M. Educação Ambiental. São Carlos: Rima, 2002.

SOUZA, A. K. A relação escola-comunidade e a conservação ambiental.


Monografia. João Pessoa, Universidade Federal da Paraíba, 2000. ????

TRISTÃO, M. As dimensões e os desafios da educação ambiental na sociedade do


conhecimento. In: RUSHEINSKY, A. (Org.). Educação ambiental: abordagens
múltiplas. Porto Alegre: Artmed, 2002.

VASCONCELLOS, H. S. R. A pesquisa-ação em projetos de Educação Ambiental.


In: PEDRINI, A. G. (Org.). Educação Ambiental: reflexões e práticas
contemporâneas. Petrópolis, Vozes, 1997.

9. PROJETO ENCAMINHADO À INSTITUIÇÃO ESCOLAR

Educação Ambiental na Escola


15

Observando-se a relevância do tema e a realidade escolar observada, verifica-se


que a implantação de projetos ambientais trarão contribuições para a formação do
aluno e maior consciência de sua responsabilidade socioambiental.

Descrição do projeto:
Ações que podem ser incluídas no calendário de 2014 da Instituição Escolar.

1 – Alinhamento dos professores:


A prática de Educação Ambiental poderia ser trabalhada através de módulos com
diferentes assuntos, como a flora, fauna, resíduos sólidos, água, política, cidadania,
cultura, economia. Cada módulo deve ter uma dinâmica de fechamento por meio de
oficinas.

2 – Palestras de conscientização:
Sugere-se duas palestras ambientais por ano, sendo uma no inicio do 1º semestre
(para mobilizar) e a outra no final do 2º semestre (para fechamento).

3 – Caminhada Ecológica:
Indica-se uma caminhada ecológica no 2º bimestre podendo-se fazer uma
parceria com as escolas municipais. Esta caminhada tem o objetivo de mobilizar os
alunos e a comunidade sobre o tema.

4 – Semana Ambiental:
Sugere-se uma semana ambiental na escola no 4º bimestre, de forma que os
alunos possam fazer apresentações de trabalhos e pesquisas sobre o tema sob
orientação dos professores. Essa semana poderá ser aberta a comunidade.

10. TRANSFORMAÇÃO DO ESTÁGIO EM PROJETO


De acordo com o Projeto Pedagógico do Curso (PPC) de Licenciatura em
Filosofia da FCN, o estudante deve iniciar seu estágio curricular supervisionado a
partir do 4º período do curso. O estágio é o momento definidor da profissão professor.
É o momento de conhecer a realidade escolar e assim, emergir questões como: O que
é ser professor? Que professor eu quero ser? Qual a função do professor nos tempos
atuais?
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Durante o estágio deve-se elaborar um projeto de estágio. Estudos já


elaborados comprovam que apenas a educação passada em sala de aula, não ensina
crianças e jovens a se tornarem grandes cidadãos e é neste ponto que os projetos
sociais complementam em conjunto com as escolas o desempenho dos alunos. A
proposta de se trabalhar com projetos é justamente a de proporcionar um ambiente
favorável ao saber.
A escolha do tema do projeto se dá mediante a observação do espaço escolar (
localização e infraestrutura) visando conhecer os aspectos físicos e recursos didáticos
da escola e a observação das aulas (comportamento dos alunos em sala de aula,
didática do professor, interação professor-aluno-conteúdo) visando conhecer a
dinâmica de uma sala de aula. Em seguida, verifica-se as necessidades da escola
para que o projeto possa contribuir com a instituição escolar contemplando a
realidade observada.
A característica básica de um projeto é ter um objetivo compartilhado por
todos os envolvidos, que se expressa num produto final em função do qual todos
trabalham e que terá, necessariamente, destinação, divulgação e circulação social
internamente na escola ou fora dela. A elaboração do projeto a ser aplicado na
instituição escolar faz com que as atividades de estágio e de pesquisa sobre o
cotidiano escolar, produzam conhecimento teórico-prático ao mesmo tempo.
É importante destacar que trazer para o campo da formação docente na
licenciatura, reflexões sobre a relevância de projetos que tenham mecanismos de
articulação entre a educação e a realidade social, se configura em compromisso
político, com a produção e socialização de conhecimento e emancipação dos
cidadãos.
Por isso, é de extrema relevância a elaboração de um projeto de estágio que
privilegie o conhecimento prático aliado ao conhecimento teórico, objetivando
formar o professor para o exercício consciente da sua profissão, assim como, associar
o projeto à ações sociais, atendendo as necessidades da instituição de ensino.
Diante do acima exposto e da relevância do tema, este projeto sobre a
“Educação ambiental na escola” originou-se dos estágios feitos em uma instituição de
ensino do Vale do Paraíba, onde foi verificada a ausência de atividades que
contemplassem o tema ambiental na escola.
O tema proposto para este projeto foi escolhido juntamente com os
professores e a direção da escola, para que estes, sintam-se valorizados em suas
17

opiniões e tenham prazer em colaborar, além de conhecerem com mais afinco, a


realidade dos discentes.
As atividades desenvolvidas junto à escola buscaram despertar junto aos
alunos e professores, formas de pensar e agir sobre o meio ambiente escolar e
comunitário. O projeto almejou desenvolver uma prática de educação ambiental
voltada a mobilizar primeiramente uma classe do ensino médio, e depois toda a
escola.

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