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Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Faculdade de Formação de

Professores
Departamento de Ciências Humanas – DCH
Laboratório de Ensino de Historia II

Juliana Barbosa dos Santos Faria

FREYRE,,Gilberto. Casa Grande & Senzala:formação da família brasileira sob o


regime da economia patriarcal.48ª ed. São Paulo:Global, “Cap. I- Características gerais da
colonização portuguesa do Brasil: formação de uma sociedade agrária , escravocrata e híbrida”,
p. 64 – 155.

Gilberto Freyre (1900-1987) nasceu no Recife, Pernambuco, no dia 15 de março de


1900
e morreu no Recife, no dia 18 de julho de 1987.
Freyre fez carreira acadêmica, de artista plástico, jornalista e cartunista no Brasil,
na Europa e nosEstados Unidos. Manteve, porém, uma grande ligação com
Pernambuco, em especial Olinda e Recife.
No início dos anos 1920, estudou Ciências Sociais e Artes nos Estados Unidos. O
professor Joseph Armstrong tentou convencê-lo a naturalizar-se. Freyre resistiu ao
convite por preferir o português. "Hei de criar um estilo", escreveu em seu diário.
Retornou ao Recife em 1924, mas partiu para o exílio após a Revolução de 1930.
Depois de lecionar nos Estados Unidos, na Universidade de Stanford, em 1931, viajou
para Europa. Voltou ao Rio de Janeiro, em 1932, e se dedicou a escrever "Casa-Grande
& Senzala: Formação da Família Brasileira sob o Regime de Economia Patriarcal",
publicado em 1933. Recusou empregos, viveu em casas de amigos e pensões baratas,
até que o sucesso do livro lhe devolveu a carreira de professor. Em 1941, casou-se com
Maria Magdalena Guedes Pereira.
Deputado federal constituinte, pela UDN (União Democrática Nacional) em 1946, sua
vida política foi marcada pela ação contra o racismo. Em 1942, foi preso no Recife por
ter denunciado nazistas e racistas no Brasil, inclusive um padre alemão. Reagiu à prisão,
juntamente com seu pai, o educador e juiz de Direito, Alfredo Freyre. Ambos foram
soltos no dia seguinte, por interferência do general Góes Monteiro. Em 1954,
apresentou propostas para eliminar as tensões raciais na Assembléia Geral das Nações
Unidas.
Com o livro "Casa-Grande & Senzala", publicado em 1933, Gilberto Freyre
revolucionou a historiografia. Ao invés do registro cronológico de guerras e reinados,
ele passou a estudar o cotidiano por meio da história oral, documentos pessoais,
manuscritos de arquivos públicos e privados, anúncios de jornais e outras fontes até
então ignoradas. Usou também seus conhecimentos de antropologia e sociologia para
interpretar fatos de forma inovadora.
Resumo

Ele mostra como se deu a formação do povo brasileiro,analisando a questão


patriarcal,escravocrata e híbrida na formação desta nação.Vai falar das facilidades de
Portugal na América tropical e também de seus contra-tempos.

CAPITULO 1
Gilberto Freyre tenta mostrar neste primeiro capitulo como se organizou econômica e
civilmente a sociedade brasileira.Os portugueses vão do fácil mercantil para o agrícola,
Ele vai dizer que neste momento começa haver uma incorporação entre a nova terra e
seus invasores. “A base, a agricultura;as condições, a estabilidade patriarcal da família,
a regularidade do trabalho por meio da escravidão ,a união do português com a mulher
índia ,incorporada assim à cultura econômica e social do invasor.” (Pág.65)
Freyre tenta mostrar que apesar da questão escravocrata,de haver uma exploração de
negros e índios,o que há é uma composição entre estes e a América tropical.
Na visão dele essa composição se deu de forma pacifica e o português se adaptou muito
bem a colonização hibrida e escravocrata dos trópicos.Essa boa adaptação se dá porque
segundo Freyre Portugal já tinha um contato com a África . “(...).A influencia africana
fervendo sobre a européia e dando um acre requeime a vida sexual, à alimentação ,à
religião ;o sangue mouro ou negro correndo por uma grande população brancarana
(...),o ar da África um ar quente,(...).A Europa reinando sem governar,governando antes
a África.”(pág.66).
Ele vai dizer que há uma mistura de raças, a capacidade de misturar-se também é
defendida por Freyre, no qual os lusitanos aproveitavam suas estadias e mantinham
relações sexuais com as nativas, que destas tinham filhos e que se tornavam, mais tarde
seus ajudantes na conquista de terra etc, religião entre outras coisas, “um Portugal
influenciado pela África”. Para mostrar algumas semelhanças ele vai citar a lenda da
moura-encantada ,em que muito se parece com as índias do Brasil.Vai citar os desejos
sexuais que os portugueses tinham pelas mulheres morenas.Em fim para Freyre há uma
miscigenação e uma mobilidade na eficácia da colonização. “A miscibilidade ,mais do
que a mobilidade ,foi o processo pelo qual os portugueses compensaram-se da
deficiência em massa ou volume humano para a colonização em larga escala e sobre
áreas extensíssimas.”(pág.70-71)
Outra questão que Freyre cita em relação ao favorecimento português foi a
aclimatabilidade. “Nas condições físicas de solo e de temperatura ,Portugal é antes
África do que Europa”(pág.72),e isso ajudou-o muito na adaptação na América
tropical.Porem alguns estudiosos discordam ,ele vai citar alguns nomes que discordam
desta teoria na qual diz que o clima português de Martone é um clima aproximado do
africano.
“De qualquer modo o certo é que os portugueses triunfaram onde outros europeus
falharam:de formação portuguesa é a primeira sociedade moderna constituída nos
trópicos com característicos nacionais e qualidades de permanência .Qualidade que no
Brasil madrugaram,(...).”(pág.73)
Em relação aos índios,os portugueses formaram um forte hibridismo,devido a rápida
mistura dos portugueses com as nativas da região,como já foi citado à cima,que os
portugueses comparavam as índias com a lenda deles. .
Com o nascimento de uma nova geração,agora formada por mestiços,fomenta-se a
ocupação do Brasil,tendo em vista que Portugal não possuía um grande contingente
populacional para ocupar o Brasil de forma rápida e,além disso,havia outras colônias na
África e na Ásia que também precisavam serem ocupadas.
É citado também a questão da família,por ser grande fator colonizador do Brasil desde o
século XVI,fala da família como uma instituição tão forte que chega a criar um
antagonismo com a Cia de Jesus'' . Tudo gira em torno da família de
característica.patriarcal,escravocrata e aristocrática.
Depois,o autor cita outros fatores que caracterizaram o Brasil colônia ,como o engenho
de cana de açúcar,a falta de alimentos,o problema da nutrição,causado pela falta de
variedade alimentícia em decorrência da extensa plantação de cana de açúcar,enfatiza
que a ganância da monocultura impedia o desenvolvimento de outras plantações,como a
mandioca e legumes,além de inviabilizar a criação de gado e outros animais no
litoral,levando os criadores a se deslocarem para o nordeste,onde não havia pastagens
,tornando assim,magros os animais.
Ele fala da sífilis, O fato da grande miscigenação que ocorreu no Brasil desde o início
da sua colonização, acabou por favorecer a proliferação da sífilis, tendo em vista que
essa doença foi trazida pelos primeiros europeus que atracando no Brasil logo se
misturaram com a população indígena, e junto a eles, a sífilis. “De todas as influencias
sociais talvez a sífilis tenha sido ,depois da má nutrição ,a mais deformadora da plástica
e a mais depauperadora da energia econômica do mestiço brasileiro”.(pág.110)
Em fim Freyre vai dizer que: “Na verdade ,o equilíbrio continua a ser entre as realidades
tradicionais e profundas: sadistas e masoquistas ,senhores e escravos ,doutores e
analfabetos ,indivíduos de cultura predominantemente européia e outros de cultura
principalmente africana a ameríndia.”(pág. 115)
Ele vai dizer que a mediação africana no Brasil aproximou os extremos,e foi através
dela que se pode entender a cultura européia e a ameríndia . “A formação brasileira tem
sido às primeiras paginas deste ensaio ,um processo de antagonismos.Antagonismos de
economia e cultura.A cultura européia e a indígena .A européia e a
africana,etc.”(pág.116)
Neste capítulo Freyre quis concluir que através do levantamento histórico, cultural,
entre outros do período colonial, foi possível ter um entendimento da construção do
Brasil como nação, e que este se deu por bases de antagonismos,que a formação
brasileira tem sido um processo de equilíbrio de antagonismos. Para compreendermos o
hoje é necessário entendermos o ontem.
Em fim não se pode falar de uma obra através da análise de um capitulo,porem o
capitulo é muito interessante,percebemos uma linguagem bem difícil,mas consegue-se
entender que é muito importante no estudo sobre a colonização portuguesa no
Brasil,entre outros aspectos.O autor tenta nos mostrar que não houve uma invasão por
parte dos colonizadores e sim uma mobilidade, uma mistura de raças ,costumes e
culturas ,uma miscigenação.

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