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Departamento de Ciências Humanas – DCH
Laboratório de Ensino de Historia II
CAPITULO 1
Gilberto Freyre tenta mostrar neste primeiro capitulo como se organizou econômica e
civilmente a sociedade brasileira.Os portugueses vão do fácil mercantil para o agrícola,
Ele vai dizer que neste momento começa haver uma incorporação entre a nova terra e
seus invasores. “A base, a agricultura;as condições, a estabilidade patriarcal da família,
a regularidade do trabalho por meio da escravidão ,a união do português com a mulher
índia ,incorporada assim à cultura econômica e social do invasor.” (Pág.65)
Freyre tenta mostrar que apesar da questão escravocrata,de haver uma exploração de
negros e índios,o que há é uma composição entre estes e a América tropical.
Na visão dele essa composição se deu de forma pacifica e o português se adaptou muito
bem a colonização hibrida e escravocrata dos trópicos.Essa boa adaptação se dá porque
segundo Freyre Portugal já tinha um contato com a África . “(...).A influencia africana
fervendo sobre a européia e dando um acre requeime a vida sexual, à alimentação ,à
religião ;o sangue mouro ou negro correndo por uma grande população brancarana
(...),o ar da África um ar quente,(...).A Europa reinando sem governar,governando antes
a África.”(pág.66).
Ele vai dizer que há uma mistura de raças, a capacidade de misturar-se também é
defendida por Freyre, no qual os lusitanos aproveitavam suas estadias e mantinham
relações sexuais com as nativas, que destas tinham filhos e que se tornavam, mais tarde
seus ajudantes na conquista de terra etc, religião entre outras coisas, “um Portugal
influenciado pela África”. Para mostrar algumas semelhanças ele vai citar a lenda da
moura-encantada ,em que muito se parece com as índias do Brasil.Vai citar os desejos
sexuais que os portugueses tinham pelas mulheres morenas.Em fim para Freyre há uma
miscigenação e uma mobilidade na eficácia da colonização. “A miscibilidade ,mais do
que a mobilidade ,foi o processo pelo qual os portugueses compensaram-se da
deficiência em massa ou volume humano para a colonização em larga escala e sobre
áreas extensíssimas.”(pág.70-71)
Outra questão que Freyre cita em relação ao favorecimento português foi a
aclimatabilidade. “Nas condições físicas de solo e de temperatura ,Portugal é antes
África do que Europa”(pág.72),e isso ajudou-o muito na adaptação na América
tropical.Porem alguns estudiosos discordam ,ele vai citar alguns nomes que discordam
desta teoria na qual diz que o clima português de Martone é um clima aproximado do
africano.
“De qualquer modo o certo é que os portugueses triunfaram onde outros europeus
falharam:de formação portuguesa é a primeira sociedade moderna constituída nos
trópicos com característicos nacionais e qualidades de permanência .Qualidade que no
Brasil madrugaram,(...).”(pág.73)
Em relação aos índios,os portugueses formaram um forte hibridismo,devido a rápida
mistura dos portugueses com as nativas da região,como já foi citado à cima,que os
portugueses comparavam as índias com a lenda deles. .
Com o nascimento de uma nova geração,agora formada por mestiços,fomenta-se a
ocupação do Brasil,tendo em vista que Portugal não possuía um grande contingente
populacional para ocupar o Brasil de forma rápida e,além disso,havia outras colônias na
África e na Ásia que também precisavam serem ocupadas.
É citado também a questão da família,por ser grande fator colonizador do Brasil desde o
século XVI,fala da família como uma instituição tão forte que chega a criar um
antagonismo com a Cia de Jesus'' . Tudo gira em torno da família de
característica.patriarcal,escravocrata e aristocrática.
Depois,o autor cita outros fatores que caracterizaram o Brasil colônia ,como o engenho
de cana de açúcar,a falta de alimentos,o problema da nutrição,causado pela falta de
variedade alimentícia em decorrência da extensa plantação de cana de açúcar,enfatiza
que a ganância da monocultura impedia o desenvolvimento de outras plantações,como a
mandioca e legumes,além de inviabilizar a criação de gado e outros animais no
litoral,levando os criadores a se deslocarem para o nordeste,onde não havia pastagens
,tornando assim,magros os animais.
Ele fala da sífilis, O fato da grande miscigenação que ocorreu no Brasil desde o início
da sua colonização, acabou por favorecer a proliferação da sífilis, tendo em vista que
essa doença foi trazida pelos primeiros europeus que atracando no Brasil logo se
misturaram com a população indígena, e junto a eles, a sífilis. “De todas as influencias
sociais talvez a sífilis tenha sido ,depois da má nutrição ,a mais deformadora da plástica
e a mais depauperadora da energia econômica do mestiço brasileiro”.(pág.110)
Em fim Freyre vai dizer que: “Na verdade ,o equilíbrio continua a ser entre as realidades
tradicionais e profundas: sadistas e masoquistas ,senhores e escravos ,doutores e
analfabetos ,indivíduos de cultura predominantemente européia e outros de cultura
principalmente africana a ameríndia.”(pág. 115)
Ele vai dizer que a mediação africana no Brasil aproximou os extremos,e foi através
dela que se pode entender a cultura européia e a ameríndia . “A formação brasileira tem
sido às primeiras paginas deste ensaio ,um processo de antagonismos.Antagonismos de
economia e cultura.A cultura européia e a indígena .A européia e a
africana,etc.”(pág.116)
Neste capítulo Freyre quis concluir que através do levantamento histórico, cultural,
entre outros do período colonial, foi possível ter um entendimento da construção do
Brasil como nação, e que este se deu por bases de antagonismos,que a formação
brasileira tem sido um processo de equilíbrio de antagonismos. Para compreendermos o
hoje é necessário entendermos o ontem.
Em fim não se pode falar de uma obra através da análise de um capitulo,porem o
capitulo é muito interessante,percebemos uma linguagem bem difícil,mas consegue-se
entender que é muito importante no estudo sobre a colonização portuguesa no
Brasil,entre outros aspectos.O autor tenta nos mostrar que não houve uma invasão por
parte dos colonizadores e sim uma mobilidade, uma mistura de raças ,costumes e
culturas ,uma miscigenação.
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