Você está na página 1de 1

O juiz federal Claudio Bonadio, o Sergio Moro argentino, fez hoje o que estava

previsto. Como Alberto Fernández e Cristina Kirchner devem vencer a eleição no


primeiro turno,

Bonadio voltou a indiciar Cristina em mais um processo por corrupção. A poucos mais
de um mês da eleição de 27 de outubro, a direita joga pesado e age descaradamente
no Judiciário.

É a volta do chamado escândalo dos cadernos, com denúncias de propinas que teriam
sido pagas por empresários aos governos de Nestor e Cristina Kirchner, entre 2005 e
2015 (e que estariam anotadas em um caderno).

Tudo muito parecido com a Lava-Jato. O juiz quer a prisão preventiva de Cristina,
mas depende da derrubada da imunidade parlamentar da senadora. O peronismo e o
kirchnerismo têm maioria no Senado.

Lula responde a sete processos. Cristina enfrenta 11. Lá e cá, o golpismo depende
sempre da Justiça seletiva.

Na Argentina, a família Macri também enfrenta processos por corrupção, mas – pela
mesma coincidência em relação ao Brasil dos Aécios, Serras, milicianos e jaburus –
as acusações contra a direita gostam das gavetas dos magistrados.

No Brasil, Moro conseguiu transformar Lula em preso político e, num país


anestesiado, resignado e alienado, facilitou a eleição de Bolsonaro. Mas na
Argentina o furo é mais embaixo.

Você também pode gostar