Uso do multímetro

Víctor Mitleton Herrera, Roberto Vargas Chaul e Rodrigo Carrilho

Instituto de Física – Universidade Federal de Uberlândia
Av. João Naves de Ávila, 2121 – Santa Mônica – 38400-902 – Uberlândia – MG - Brasil
e-mail: victor@herrerascopel.com.br

Resumo. Nesse relatório, apresentamos nossos experimentos realizados com um multímetro, com
intuído de aprendizado, e a análise dos resultados obtidos. Em nosso procedimento experimental,
utilizamos as três funções do multímetro: voltímetro, amperímetro e ohmímetro, em um conjunto
de 3 resistores, uma lâmpada, e uma fonte, comparando o resultado obtido com o valor teórico
calculado pela lei de ohm.

Palavras chave: amperímetro, voltímetro, ohmímetro, multímetro

1. Introdução
Uma das ferramentas mais utilizadas para medir
grandezas elétricas é o multímetro, dada sua versatilidade e
baixo custo, afirma Alves, Mário (1999). Tal versatilidade
existe por este pode medir corrente elétrica, diferença de
potencial elétrico e resistência, ou seja, uma considerável
abrangência de grandezas.
Existem multímetros analógicos e digitais, programados
para medir grandezas elétricas em diferentes escalas.
Entretanto, não é apenas na área da elétrica que esse
instrumento pode ser aplicado. Alves, Mário (1999) também
afirma em sua obra que, ”Com o transdutor adequado, o
multímetro poderá medir “qualquer” grandeza (...). Diversos
fabricantes disponibilizam dispositivos adicionais (que se
ligam diretamente ao aparelho) para medir diversas
grandezas, usando um multímetro básico”. Figura 1: resistores
Este experimento foi realizado com o objetivo didático de
instruir a como se utilizar corretamente um multímetro.
Em primeira análise foi obtido os valores da resistência 3. Procedimento Experimental
dos resistores e da lâmpada, em seguida foi medida a tensão
de uma fonte de corrente contínua, e por fim, encontrou-se a Para a realização desse experimento foram utilizados: um
corrente da fonte que passava pela lâmpada. multímetro, três resistência, uma lâmpada, dois cabos e uma
fonte.
2. Teoria O experimento foi realizado na seguinte ordem:
1. Colocou-se o multímetro na posição de ohmímetro e
De acordo com a Lei de Ohm medimos a resistência conectou-se os cabos, o preto na entrada COM e o vermelho
elétrica através da equação: na entrada V-Ω-mA. Após isso encaixou-se os cabos na
resistência 1 em paralelo, que possuía seu valor de resistência
conhecido para fins de análise. Então o aparelho foi ligado e
sua escala de resistência foi colocada na menor possível,
aumentando-a gradativamente se necessário, caso o
A resistência determina a característica do material, isso multímetro registrasse o valor 1 em seu visor. Anotou-se o
pode ser percebido, quando aplicamos a mesma diferença de resultado e repetiu-se o procedimento descrito acima para as
potencial em extremidades de barras de mesmas dimensões, outra resistências.
mas de materiais diferentes, por exemplo aplicando a mesma 2. Para a segunda parte do experimento, a fonte foi
diferença de potencial em uma barra de vidro e em uma barra conectada na lâmpada e no multímetro, que foi colocado no
de cobre. modo de voltímetro, formando um sistema em série. Em
De acordo com a equação da Lei de Ohm: seguida a fonte foi ligada e começou a gerar uma ddp, o que
fez a lâmpada acender, e foi aumentando gradativamente até
chegar a 10V, onde parou de subir. Os valores obtidos no
 multímetro e no visor da fonte foram anotados para analises
4.3. Amperímetro
posteriores.
Nessa parte do experimento, a lâmpada foi ligada à fonte
3. Por fim, manteve-se o mesmo sistema da segunda e observou-se a qual voltagem, ela começava a acender.
parte do experimento, porém alterou-se o multímetro para o Notou-se que a lâmpada emitia brilho fraco a partir de 1,5V, e
modo de amperímetro e conectou-se o cabo vermelho na que a medida que o grupo aumentava a tensão na fonte, o
entrada 10A. Então a fonte foi ligada novamente e a ddp brilho da lâmpada também aumentava. O grupo foi instruído
ajustada para 10V, anotou-se o valor de corrente indicado a parar antes dos 12V, caso contrário a lâmpada queimaria.
pelo multímetro e comparou-se com o valor obtido pela Após isso, seguindo o procedimento experimental
aplicação da lei de Ohm. descrito, o multímetro foi ligado em série ao circuito elétrico,
com a lâmpada acesa e a fonte marcando 10V. O
4. Resultados e Discussão amperímetro, na escala de 10 A, leu o valor de (0,09 ± 0,01)
A, o que seria equivalente a 90 mA, no entanto, ao ajustar a
Como descrito no experimento, foram realizadas
escala para 200mA, ele não imprimiu valor algum.
medições e análises para cada funcionalidade do multímetro,
No entanto, com esses dados, foi possível prever o valor
comparando-se o resultado obtido com os dados teóricos.
da resistência da lâmpada com maior exatidão, seguindo a
primeira lei de Ohm.
4.1. Ohmímetro

Na primeira parte foi medido o valor de resistência

elétrica de 3 resistores e uma lâmpada, utilizando o
multímetro em paralelo com cada um. Os valores obtidos
estão contidos na tabela abaixo. Note que, nos resistores, Agora acrescentando os valores encontrados:
estavam escritos os valores teóricos de resistência que
eles deveriam apresentar.
Note também, que o multímetro apresenta um erro
proporcional à escala utilizada para medir os valores.

Levando em conta o erro da fonte de 0,1V e o do

Tabela 1: Tabela com os valores de resistência no multímetro
multímetro de 0,01 A, faz-se a propagação de incertezas para
e nos resistores
encontrar o erro da resistência. Sendo assim o erro
encontrado foi de ±0,48 Ω, que é melhor representado
Multímetro (Ω) Resistores (Ω)
arredondado para ±0,5 Ω. Sendo assim o valor final de
Resistor 1 4690±10 4700 resistência que a lâmpada apresentou foi de 111,1 ± 0,5 Ω,
Lâmpada (80,8 – 114) ±0,1 - que se encaixa perfeitamente no intervalo medido na parte 1.
Resistor 2 996±0,1 1000
Resistor 3 9870±10 10000 5. Conclusão

Observação: o valor de resistência da lâmpada variava
erraticamente, por isso, foram anotados, respectivamente, o
menor e o maior valor encontrados.
4.2. Voltímetro
Nessa parte do experimento, a fonte foi programada para
produzir uma diferença de potencial conhecida.
Seguidamente foi ligada em paralelo ao multímetro, e os
valores descritos no multímetro e na fonte estão expressos na
tabela abaixo.
Tabela 2: Tabela com os valores de ddp no multímetro e na
fonte
Neste relatório procurou-se reconhecer e entender a
utilidade e o modo de uso do multímetro, afim de realizar
medidas em um conjunto de resistências e comprovar
experimentalmente a lei de Ohm.
De acordo com os resultados obtidos e apresentados nas
tabelas, fica evidente a precisão do multímetro e sua
versatilidade para medir grandezas. Assim, os valores
medidos pelo aparelho, se considerados os erros, estão na
faixa esperada, como por exemplo na tabela 1, o resistor 1
apresentou 4690±10Ω de resistência medida
experimentalmente, enquanto o valor teórico era de 4700Ω.
Conclui-se então, que objetivo central do projeto foi
concluído, permitindo a compreensão do multímetro e seu
funcionamento pela lei de Ohm. Tal fato sustenta-se nos
valores obtidos de erro, estes muito pequenos, e da
proximidade dos valores experimentais com os teóricos.

Referências
 HALLIDAY, RESNICK, Fundamentos da Física, Volume
3, 8ª edição.