EXMO SR.

DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Processo nº

Ministério Público de São Paulo, já qualificado nos autos da Ação Civil Pública de número em
epígrafe, que move em face do prefeito de Rosana e do Município de Rosana, vem, através de
seu órgão, interpor, tempestivamente, RECURSO EXTRAORDINÁRIO, conforme art. 102, III, a
da CRFB/88, em face do acórdão do turma do Tribunal de Justiça de São Paulo que contraria
expressamente a Constituição Federal, esperando que este recurso seja conhecido e recebido,
juntada a guia de recolhimento anexa e, cumprida todas as formalidades legais necessárias,
seja este remetido ao Supremo Tribunal Federal.

Termos em que,

Pede deferimento.

Promotor.
AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

RECORRENTE: Ministério Público de São Paulo

RECORRIDO: Prefeito de Rosana e Município de Rosana

RAZÕES DO RECURSO

I – DO CABIMENTO

O recurso extraordinário é cabível nos casos em que a decisão, em única ou última instância,
contrariam dispositivo constitucional (art. 102, III, a da CRFB/88).

II – DO PREQUESTIONAMENTO

A matéria constitucional em debate foi devidamente levantada através de embargos de

declaração, conforme os autos nas fls.. Preenchendo o requisito fundamental para a presente
ação extraordinária.

III - DA REPERCUSSÃO GERAL

A matéria possui repercussão geral, pois é relevante sob o ponto de vista da supremacia
constitucional e transcende os interesses subjetivos da parte na causa, visto que pode
estabelecer perigoso precedente em relação à discricionariedade da aplicação das verbas
referentes à Educação Infantil à nível municipal. Portanto, satisfeito o requisito da repercussão
geral, previsto no art. 102, § 32, da CRFB/88 e no art. 1.035, do CPC.

IV - DA SÍNTESE DOS FATOS

V - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

O conteúdo decisório do acórdão atacado se revela antagônico aos Princípios constitucionais

estabelecidos na carta magna. Especialmente no que concerne à proteção dos direitos
fundamentais das crianças e dos adolescentes. A utilização do princípio da reserva do possível
encontra sua limitação na garantia do mínimo existencial, visando assegurar a incolumidade do
super princípio da dignidade da pessoa humana. Desse modo, as limitações orçamentárias
estatais não podem servir de obstáculo para garantir o acesso de crianças a educação básica.
As normas que tratam da educação são de eficácia plena e aplicação imediata, de modo que
não pode haver discricionariedade da parte do Estado na aplicação das verbas referentes ao
mesmo. O artigo 6º da CRFB/88 assegura o direito à educação, e os artigos 205, 208, 211 e 212
da mesma carta os tornam prioritários em se tratando de crianças e adolescentes. Diante de
tamanho arcabouço legal protetivo resta defunta a aplicação do princípio da reserva do
possível no caso concreto.

VI - DOS PEDIDOS

Face ao acima exposto, o Recorrente pede:

Seja dado provimento ao presente Recurso para reformar a decisão e garantir a criação das
vagas escolares na rede municipal de ensino conforme pedido original.

A condenação do Recorrido nos ônus sucumbenciais.

Termos em que,

Pede deferimento.

Local. e data.

Promotor de Justiça