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Trabalho TFC - Grupo 01 - Fumec
Trabalho TFC - Grupo 01 - Fumec
Belo Horizonte,
Outubro/2017
Bernardo Antônio Nicoli de Melo Chaves
Bruno de Figueiredo Magalhães
Fernanda Amaral Guimarães
Guilherme Henrique Pinto Coelho Ferreira
Raphael Carvalho Reis
Belo Horizonte,
Outubro/2017
__________________________________________________________________
Bernardo Antônio Nicoli de Melo Chaves e assinatura
__________________________________________________________________
Bruno de Figueiredo Magalhães e assinatura
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Fernanda Amaral Guimarães e assinatura
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Guilherme Henrique Pinto Coelho Ferreira e assinatura
__________________________________________________________________
Raphael Carvalho Reis e assinatura
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Prof. Orientador Doutor Cláudio Roberto Magalhães Pessoa
Universidade Fumec
_______________________________
Profª. Enid Brandão Carneiro Drumond
Professora Coordenadora da Disciplina Trabalho de Conclusão de Curso
Belo Horizonte,
Outubro/2017
AGRADECIMENTO
A Deus por ter nos dado saúde e forças para superar as dificuldades. À Universidade
Fumec, pela oportunidade de fazer o curso de Engenharia de Produção Civil. Ao
nosso orientador Professor Doutor Cláudio Pessoa pela oportunidade e apoio na
elaboração deste trabalho. Aos nossos pais, pelo amor, incentivo nas horas mais
difíceis e apoio incondicional.
RESUMO
O presente trabalho tem o objetivo de fazer uma análise dos impactos da crise
financeira no ramo da construção civil no Brasil, trazendo um estudo de caso do
setor de infraestrutura – construção pesada, e o programa habitacional “Minha Casa
Minha Vida” do Governo Federal. Para isso foram feitas pesquisas em entrevistas,
reportagens, dados de bancos, agências reguladoras, bem como em estatísticas
nacionais divulgadas por grandes organizações e pela mídia. As informações
trazidas para a construção deste trabalho se fundamentam na Constituição
Brasileira, dados e levantamentos nacionais, e no momento econômico, que está
diretamente vinculado ao mercado da construção civil, não esquecendo também do
momento político e sua influência na economia. Como parte da discussão, o
presente trabalho apresenta os impactos da crise, abordando a variação dos
principais índices econômicos brasileiros dentro do setor de construção pesada, e
as consequências da queda na produção e entrega das moradias no programa
Minha Casa Minha Vida. O trabalho é destinado a analisar a situação atual do ramo
da construção civil, indicando uma projeção para o final de 2017, e uma tendência
para o ano seguinte.
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 12
1.1 Objetivo ................................................................................................................... 12
1.2 Justificativa .............................................................................................................. 12
2. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................ 13
3. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................ 13
3.1 Infraestrutura - Construção Pesada ......................................................................... 13
3.2 Programa Minha Casa Minha Vida .......................................................................... 14
3.3 Crise financeira........................................................................................................ 15
3.4 Impactos da crise financeira .................................................................................... 23
4. CRISE NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................................................. 26
5. EMPREITEIRAS ENTRAM EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL ........................................ 27
5.1 Obras Paralisadas ................................................................................................... 28
5.2 Queda nas Receitas ................................................................................................ 29
5.3 Acordos de Leniência e Delações Premiadas .......................................................... 31
5.4 Impactos da Crise, segundo IBGE ........................................................................... 32
5.5 Déficit de Moradia .................................................................................................... 33
5.6 Evolução de produção e entrega das moradias ....................................................... 34
5.7 Consequências da queda na produção e entrega das moradias ............................. 35
6. VARIAÇÃO DOS PRINCIPAIS ÍNDICES ECONÔMICOS BRASILEIROS..................... 37
7. A RETOMADA DO CRESCIMENTO ............................................................................. 39
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 42
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 44
12
1. INTRODUÇÃO
Esta pesquisa tem como objetivo identificar o momento econômico atual, bem
como os aspectos que levaram a este momento remetido aos setores da construção
habitacional e infraestrutura do Brasil como um todo.
Os aspectos econômicos com seus índices mostrarão um retrato imparcial e
apartidário deste setor.
A apresentação dos dados coletados de forma contundente garante a base
desta pesquisa qualitativa para que se torne uma ferramenta para os profissionais
da área e estudiosos tirarem conclusões e projeções para o mercado futuro.
Os dados apresentados visam uma ótica diferenciada para os empresários,
estudiosos e todos envolvido no que tange direta e indiretamente as empresas tidas
anteriormente como referência no setor bem como as manobras utilizadas pelo
governo vigente para tentar manter os índices econômicos conforme esperado pelo
mercado como um todo.
1.1 Objetivo
1.2 Justificativa
2. MATERIAIS E MÉTODOS
3. REFERENCIAL TEÓRICO
Nos anos de 2007 e 2009, o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo
e as Olimpíadas, respectivamente. E também em 2007, começaram as divulgações
da descoberta de óleo no pré-sal, grandes reservas de óleo que estão em grandes
profundidades no oceano. Em 2009, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), entre 2003 e 2008, o valor das obras do setor teve o crescimento
real (descontada a inflação) de 60%, valor bem acima dos 26,4% do Produto Interno
Bruto (PIB) no período. Este movimento foi impulsionado especialmente pela
retomada das construções para o setor público, cujo avanço foi de 69,5%.
Em 2011, o Portal Administradores noticiava que a construção civil teve o
melhor início de ano de sua história, e impulsionado pela numerosa oferta de vagas
de trabalho e também no aumento do crédito imobiliário, o setor havia crescido
14,9% no primeiro trimestre de 2010, comparando ao mesmo período de 2009 -
recorde da série de pesquisas iniciada pelo IBGE em 1995.
O “Programa Minha Casa Minha Vida” foi criado por meio de uma medida
provisória, a MP n°459 de março de 2009 e convertida na Lei n°11.977 de 2009 com
o intuito de atender o déficit habitacional da população de baixa renda além de
impulsionar o setor de construção civil no país.
Segundo o Portal do Brasil, com informações dos Ministérios das Cidades,
este programa habitacional foi dividido em quatro faixas específicas e a faixa rural
para atender a população. As faixas são divididas respectivamente por renda familiar
de até R$1.800,00 (hum mil e oitocentos reais); R$2.350,00 (dois mil trezentos e
cinquenta reais); R$3.600,00 (três mil e seiscentos reais); R$6.500,00 (seis mil e
quinhentos reais) e as rurais destinadas a propriedades com faturamentos anuais de
até R$78.000,00 (setenta e oito mil reais).
Em seu primeiro ano, o programa contou com R$14.397.000,00 (quatorze
milhões trezentos e noventa e sete mil reais) em recursos, já no ano de 2014 o
mesmo programa contou com recursos da ordem de R$ 244.278.000,00 (duzentos
e quarenta e quatro milhões duzentos e setenta e oito mil reais), conforme Gabinete
do Ministro divulgado pelo site do PGI.
15
podemos ter 4%. Quatro por cento é o mínimo. Cinco por cento é o padrão,
teto. Portanto, 4,5% é o centro (MANTEGA, 2012).
Gráfico 03: Variação do Produto Interno Bruto de 2013 por setor da Economia
Para o ano de 2014 foi estabelecida como meta pelo Ministro da Economia
em pronunciamento no dia 18/12/2013 o crescimento do PIB em 3,8%, porém o que
preocupava os investidores na época era o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor (IPCA) que tinha aumentado em 5,74% no ano de 2013 e estava
previsto por analistas um crescimento na casa de 6,0% para 2014 conforme Agencia
Brasil. A meta estipulada pelo Banco Central para o IPCA foi de 4,5% para o
respectivo ano e veremos que tal meta não seria cumprida ao final do ano.
O IPCA é um indicativo medido mensalmente pelo IBGE, com o intuito de
mostrar a variação dos preços do comércio para o consumidor final, sendo o índice
oficial da inflação no país conforme o próprio site do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística IBGE (2017).
Com o passar dos meses e as previsões não se cumpriram e as agências
internacionais de risco Moody’s e Standard & Poor’s rebaixaram as notas do Brasil
de “Estável” para “Negativa” e de “BBB” para “BBB- “respectivamente conforme visto
no gráfico 04.
Gráfico 04: Classificações das agências de risco
Embora a agência alegue que o crescimento econômico foi uma das razões
para sua decisão, é importante destacar que o Brasil, no período da crise
internacional iniciada em 2008, cresceu 17,8%, uma das maiores taxas
acumuladas de crescimento entre os países do G-20. No ano passado, o
país cresceu 2,3%, desempenho superior à maioria dos países deste grupo.
(Mantega, 2014)
Ao final do ano de 2014 o IBGE divulgou que o IPCA tinha fechado em alta
de 6,41%, o maior valor registrado desde 2011 e quase no topo da meta traçada
pelo Governo de 4,5%, que contemplava uma variação de mais ou menos 2,0%. Em
contrapartida o PIB não ficou dentro do esperado pelo Governo, crescendo apenas
0,5% no ano com queda registrada em todos os setores quando comparado a 2013.
1
A operação Lava Jato é a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve. Estima-
se que o volume de recursos desviados dos cofres da Petrobras, maior estatal do país, esteja na casa de bilhões
de reais. Soma-se a isso a expressão econômica e política dos suspeitos de participar do esquema de corrupção
que envolve a companhia. (Ministério Público Federal, 2017)
27
2“Fluxo de Caixa é um Instrumento de gestão financeira que projeta para períodos futuros todas as
entradas e as saídas de recursos financeiros da empresa, indicando como será o saldo de caixa
para o período projetado.” (SEBRAE, 2011)
29
Para tentar coibir a corrupção, que é diferente de outros crimes, delito este
que possui características não encontradas em outros ilícitos, surgiu a lei nº
12.846/2013, a Lei anticorrupção, acordo de leniência. De acordo com João
Grandino Rodas e Gesner Oliveira (2004):
3Art. 1o Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de
obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal a ser aplicado.
32
cortado em cerca de R$16,5 bilhões após o anúncio dos resultados das eleições em
2015. (Ministério das Cidades, 2017).
Gráfico 16: Unidades entregues pelo Programa Minha Casa, Minha Vida 2017
Onde somente a base de habitação foi responsável por uma queda expressiva
(IBGE,2017). O PIB segue a mesma tendência conforme Tabela 02.
7. A RETOMADA DO CRESCIMENTO
Após uma fase difícil para o setor da Construção Civil, no primeiro trimestre
do ano de 2017, de acordo com dados do IBGE (2017), a construção civil continua
em recessão, com um recuo de 6,3% em comparação ao mesmo período de 2016.
Essa melhora, segundo Luiz Antônio França (2017), presidente da Abrainc
(Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), a melhora do setor depende
do andamento da crise política e econômica, pois são três fatores ligados a melhoria
do setor da construção civil: baixo índice de desemprego, marcos regulatórios
40
Para França (2017) uma melhoria poderá vir em 2018 embora ainda há um
longo percurso para atingir as condições ideais.
Ao contrário dos anos anteriores, as vendas podem ter uma tímida reagida e
é possível que sejam vendidos empreendimentos em estoque como afirma Pedro
Fernandes (2017), presidente da ABMI (Associação Brasileira do Mercado
Imobiliário), isto é, não teremos lançamentos, mas queima de estoque. Boa parte
destas unidades são frutos de cancelamento de contratos de compra e vendas.
Conforme é visto no gráfico abaixo a variação da atividade da Construção Civil em
relação ao ano anterior.
41
● Aeroportos:
O governo federal arrecadou com o leilão dos aeroportos de Salvador (BA),
Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC) R$3,72 bilhões no que
era previsto R$3,014 bilhões.
As vencedoras do leilão terão expectativa de investir R$6,6 bilhões em
projetos para melhoria dos serviços. Nestes projetos constam a ampliação
das pistas de pousos e decolagem, pátio das aeronaves e terminais de
passageiros. Previsão também no aumento de pontes de embarque, assim
como em estacionamento de veículos. (Governo do Brasil 2017)
● Portos:
Segundo o Ministro Moreira Franco (2017) foram leiloados dois terminais
portuários dentro deste programa. O consórcio Porto Santarém arrematou
duas áreas do Porto de Santarém (PA) num valor total de R$68,2 milhões.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
43
REFERÊNCIAS
CHOR Davin; MANOVA, Kalina. Off the cliff and back? Credit conditions and
international trade during the global financial crisis. Stanford: Journal of
International Economics, p.117-133, 2012.
COSTA, Carlos Vitor. - Empresas contratadas pela Petrobrás dão calote em
metalúrgicos. Disponível em: <http://novoextra.com.br/outras-
edicoes/2013/751/12046/empresas-contratadas-pela-petrobras-do-calote-em-
metalurgicos-e-somem-de-alagoas>. Acesso em: 22 de outubro de 2017.
DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. A
evolução do crédito na economia brasileira 2008-2013. São Paulo, SP, 2014.
EBC - Nelson Barbosa diz que é possível reverter a queda do PIB brasileiro.
Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2015-11/nelson-
barbosa-diz-que-e-possivel-reverter-queda-do-pib-brasileiro>. Acesso em: 7 de
setembro de 2017.
ESTADÃO – Brasil tem cerca de 5 mil obras paradas. Disponível em:
<http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-tem-cerca-de-5-mil-obras-
paradas,1887811>. Acesso em: Acesso em: 5 de setembro de 2017.
46
G1- Economia brasileira cresceu 0,9% em 2012, diz IBGE. Disponível em:
<http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/03/economia-brasileira-cresce-09-em-
2012-diz-ibge.html>. Acesso em: 28 de outubro de 2017.
G1- Mantega reduz previsão para PIB e diz que alta do dólar é passageira.
Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/08/mantega-reduz-
previsao-para-pib-de-2013-e-2014.html>. Acesso em: 27 de agosto de 2017.
G1 - IBGE divulga que o IPCA fechou 2014 com a maior alta desde 2011.
Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/01/ibge-divulga-
que-o-ipca-fechou-2014-com-maior-alta-desde-2011.html>. Acesso em: 27 de
agosto de 2017.
G1 - PIB do Brasil cai 3,8% em 2015 e tem pior resultado em 25 anos. Disponível
em: <http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/03/pib-do-brasil-cai-38-em-
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G1 - PIB recua 3,6% em 2016, e Brasil tem pior recessão da história. Disponível
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G1 - PIB do Brasil cresce 1% no 1º trimestre de 2017, após 8 quedas seguidas.
Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/noticia/pib-do-brasil-cresce-10-no-
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G1 - PIB avança 0,2% no 2º trimestre de 2017, diz IBGE. Disponível em:
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48
G1 - Número de inadimplentes no Brasil cai em abril, mas segue perto de 40% dos adultos,
dizem SPC Brasil e CNDL. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/seu-
dinheiro/noticia/numero-de-inadimplentes-no-brasil-cai-em-abril-mas-segue-perto-
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2017.
G1. Número de inadimplentes no Brasil cai em abril, mas segue perto de 40% dos adultos,
dizem SPC Brasil e CNDL. Disponível em:
<http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/03/taxa-media-de-desemprego-ficou-
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G1. Setor de serviços recua 5% em janeiro, diz IBGE. Disponível em:
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G1. PIB recua 3,6% em 2016, e Brasil tem pior recessão da história. Disponível em:
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