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UNIVERSIDADE FUMEC

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA - FEA

Bernardo Antônio Nicoli de Melo Chaves


Bruno de Figueiredo Magalhães
Fernanda Amaral Guimarães
Guilherme Henrique Pinto Coelho Ferreira
Raphael Carvalho Reis

ANÁLISE DOS IMPACTOS DA CRISE FINANCEIRA NA CONSTRUÇÃO CIVIL


BRASILEIRA: estudo dos setores de infraestrutura e habitacional

Orientador: Prof. Doutor Cláudio Pessoa

Belo Horizonte,
Outubro/2017
Bernardo Antônio Nicoli de Melo Chaves
Bruno de Figueiredo Magalhães
Fernanda Amaral Guimarães
Guilherme Henrique Pinto Coelho Ferreira
Raphael Carvalho Reis

ANÁLISE DOS IMPACTOS DA CRISE FINANCEIRA NA CONSTRUÇÃO CIVIL


BRASILEIRA: estudo dos setores de infraestrutura e habitacional

Trabalho apresentado à Faculdade de


Engenharia e Arquitetura da Universidade
Fumec, como requisito parcial para a
conclusão do curso de Engenharia de
Produção Civil.

Orientador: Prof. Doutor Cláudio Pessoa

Belo Horizonte,
Outubro/2017
__________________________________________________________________
Bernardo Antônio Nicoli de Melo Chaves e assinatura

__________________________________________________________________
Bruno de Figueiredo Magalhães e assinatura

__________________________________________________________________
Fernanda Amaral Guimarães e assinatura

__________________________________________________________________
Guilherme Henrique Pinto Coelho Ferreira e assinatura

__________________________________________________________________
Raphael Carvalho Reis e assinatura

ANÁLISE DOS IMPACTOS DA CRISE FINANCEIRA NA CONSTRUÇÃO CIVIL


BRASILEIRA: estudo dos setores de infraestrutura e habitacional

_______________________________
Prof. Orientador Doutor Cláudio Roberto Magalhães Pessoa
Universidade Fumec

_______________________________
Profª. Enid Brandão Carneiro Drumond
Professora Coordenadora da Disciplina Trabalho de Conclusão de Curso

Belo Horizonte,
Outubro/2017
AGRADECIMENTO

A Deus por ter nos dado saúde e forças para superar as dificuldades. À Universidade
Fumec, pela oportunidade de fazer o curso de Engenharia de Produção Civil. Ao
nosso orientador Professor Doutor Cláudio Pessoa pela oportunidade e apoio na
elaboração deste trabalho. Aos nossos pais, pelo amor, incentivo nas horas mais
difíceis e apoio incondicional.
RESUMO

O presente trabalho tem o objetivo de fazer uma análise dos impactos da crise
financeira no ramo da construção civil no Brasil, trazendo um estudo de caso do
setor de infraestrutura – construção pesada, e o programa habitacional “Minha Casa
Minha Vida” do Governo Federal. Para isso foram feitas pesquisas em entrevistas,
reportagens, dados de bancos, agências reguladoras, bem como em estatísticas
nacionais divulgadas por grandes organizações e pela mídia. As informações
trazidas para a construção deste trabalho se fundamentam na Constituição
Brasileira, dados e levantamentos nacionais, e no momento econômico, que está
diretamente vinculado ao mercado da construção civil, não esquecendo também do
momento político e sua influência na economia. Como parte da discussão, o
presente trabalho apresenta os impactos da crise, abordando a variação dos
principais índices econômicos brasileiros dentro do setor de construção pesada, e
as consequências da queda na produção e entrega das moradias no programa
Minha Casa Minha Vida. O trabalho é destinado a analisar a situação atual do ramo
da construção civil, indicando uma projeção para o final de 2017, e uma tendência
para o ano seguinte.

Palavras-chave: Infraestrutura na Construção Civil.; Programa Minha Casa Minha


Vida.; Crise Financeira.
LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Ciclo Financeiro ............................................................................... 27


LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Déficit de Moradia 2016 .................................................................. 34


Tabela 02: Variação do IPCA ........................................................................... 38
Tabela 03: Valor Corrente do PIB .................................................................... 38
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 - Programa de desenvolvimento de obras ...................................... 15


Gráfico 02 -Variação Anual do Produto Interno Bruto Brasileiro ...................... 17
Gráfico 03 -Variação do produto interno bruto de 2013 por setor da economia 17
Gráfico 04- Classificações das agências de risco ............................................ 18
Gráfico 05- Variação do PIB em 2014 – por setores pela ótica da oferta ......... 20
Gráfico 06- Índices Econômicos - 2015 ............................................................ 21
Gráfico 07 – Índice de Desemprego ................................................................. 21
Gráfico 08 - Retração em todos os Setores do PIB – 2016 .............................. 22
Gráfico 09- Variação trimestral do PIB brasileiro .............................................. 23
Gráfico10 - Inflação da Economia conforme IPCA por ano .............................. 24
Gráfico 11- Evolução da taxa básica de juros - Selic ....................................... 25
Gráfico 12 -Taxa de desocupação (%) – Brasil ................................................ 26
Gráfico 13- Comparativo entre receitas anuais (valores em R$ bilhão) .......... 30
Gráfico 14- Empresas de construção - Pessoal Ocupado ................................ 32
Gráfico 15 - Número de empresas ativas ......................................................... 33
Gráfico 16 - Unidades entregues pelo Programa Minha Casa, Minha Vida ..... 35
Gráfico 17- Gráfico 17: Unidades habitacionais entregues em todo país ......... 36
Gráfico 18- Desemprego por semestre ........................................................... 36
Gráfico 19 - Setor de serviços .......................................................................... 37
Gráfico 20 -Evolução do PIB ........................................................................... 39
Gráfico 21- Índice de Lançamentos no Brasil ................................................... 40
Gráfico 22: Variação do PIB da Construção Civil ............................................. 41
LISTA DE SIGLAS

ABMI – Associação Brasileira do Mercado Imobiliário


Abrainc – Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias
CMO – Comissão Mista de Orçamento
CNDL – Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas
Corecon/ES – Conselho Regional de Economia do estado do Espirito Santo
FMI – Fundo Monetário Internacional
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados
PIB – Produto Interno Bruto
PIS – Programa de Integração Social
PPI – Programa de Parcerias de Investimento
SELIC – Sistema Especial de Liquidação e Custódia
SPC – Serviço de Proteção ao Crédito
TCU – Tribunal de Contas da União
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 12
1.1 Objetivo ................................................................................................................... 12
1.2 Justificativa .............................................................................................................. 12
2. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................ 13
3. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................ 13
3.1 Infraestrutura - Construção Pesada ......................................................................... 13
3.2 Programa Minha Casa Minha Vida .......................................................................... 14
3.3 Crise financeira........................................................................................................ 15
3.4 Impactos da crise financeira .................................................................................... 23
4. CRISE NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................................................. 26
5. EMPREITEIRAS ENTRAM EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL ........................................ 27
5.1 Obras Paralisadas ................................................................................................... 28
5.2 Queda nas Receitas ................................................................................................ 29
5.3 Acordos de Leniência e Delações Premiadas .......................................................... 31
5.4 Impactos da Crise, segundo IBGE ........................................................................... 32
5.5 Déficit de Moradia .................................................................................................... 33
5.6 Evolução de produção e entrega das moradias ....................................................... 34
5.7 Consequências da queda na produção e entrega das moradias ............................. 35
6. VARIAÇÃO DOS PRINCIPAIS ÍNDICES ECONÔMICOS BRASILEIROS..................... 37
7. A RETOMADA DO CRESCIMENTO ............................................................................. 39
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 42
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 44
12

1. INTRODUÇÃO

Esta pesquisa tem como objetivo identificar o momento econômico atual, bem
como os aspectos que levaram a este momento remetido aos setores da construção
habitacional e infraestrutura do Brasil como um todo.
Os aspectos econômicos com seus índices mostrarão um retrato imparcial e
apartidário deste setor.
A apresentação dos dados coletados de forma contundente garante a base
desta pesquisa qualitativa para que se torne uma ferramenta para os profissionais
da área e estudiosos tirarem conclusões e projeções para o mercado futuro.
Os dados apresentados visam uma ótica diferenciada para os empresários,
estudiosos e todos envolvido no que tange direta e indiretamente as empresas tidas
anteriormente como referência no setor bem como as manobras utilizadas pelo
governo vigente para tentar manter os índices econômicos conforme esperado pelo
mercado como um todo.

1.1 Objetivo

Elaborar uma pesquisa qualitativa para demonstrar os impactos da crise


financeira vivida no Brasil no período de 2012 até 2017.

1.2 Justificativa

O fator determinante para se realizar esta pesquisa está na falta de dados


condensados referente ao setor da construção civil perante ao momento de
incertezas em que o Brasil se encontra.
Fazendo com que motive profissionais de setores a realizar pesquisas
semelhantes para que se possam fazer uma análise ampla do mercado.
13

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Esta é uma pesquisa qualitativa e exploratória realizada através de coleta de


dados no setor de infraestrutura e habitacional (Minha Casa Minha Vida) com
informações dos órgãos governamentais, por meio de documentos disponibilizados
no portal brasileiro de dados abertos, pelo IBGE, bancos públicos e privados,
agências reguladoras, agências de investimentos internacionais, jornais de grande
circulação nacional e empresas de renome no ramo econômico, garantindo a
imparcialidade dos dados coletados, bem como das análises de dados econômicos.
Após a coleta dos dados, eles foram compilados de forma a apresentá-los
com suas interações, evidenciando assim, a relação dos dados com o momento
econômico atual e sua relação com dados de séries históricas, quando pertinente a
pesquisa apresentada.
O trabalho se situa no momento econômico vinculado ao mercado da
construção civil, na parte de infraestrutura do ano de 2012 até o presente ano.
Devendo ser citado os fatores que causaram as mudanças de perspectivas e da
realidade econômica do período analisado mesmo que os fatores dessa mudança
se afastem do setor econômico.
Tendo os dados coletados, compilados, analisados e apresentados devemos
indicar a projeção para o final do ano corrente de 2017 e sua tendência para o ano
de 2018.
E por fim, uma conclusão com base em todo trabalho apresentado e incorporado ao
mesmo as opiniões dos membros do grupo realizador da pesquisa, com o fim de
justificar a sua realização, bem como enfatizar a importância do mesmo para todos
aqueles que manifestem interesse neste material, desenvolvido para aqueles que
fazem parte do setor da construção civil, seja na área de infraestrutura ou
habitacional, disponibilizando aos interessados ferramentas e análises para que eles
posam se situar no momento econômico atual dentro deste setor, com base em um
material histórico e confiável.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Infraestrutura - Construção Pesada


14

Nos anos de 2007 e 2009, o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo
e as Olimpíadas, respectivamente. E também em 2007, começaram as divulgações
da descoberta de óleo no pré-sal, grandes reservas de óleo que estão em grandes
profundidades no oceano. Em 2009, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), entre 2003 e 2008, o valor das obras do setor teve o crescimento
real (descontada a inflação) de 60%, valor bem acima dos 26,4% do Produto Interno
Bruto (PIB) no período. Este movimento foi impulsionado especialmente pela
retomada das construções para o setor público, cujo avanço foi de 69,5%.
Em 2011, o Portal Administradores noticiava que a construção civil teve o
melhor início de ano de sua história, e impulsionado pela numerosa oferta de vagas
de trabalho e também no aumento do crédito imobiliário, o setor havia crescido
14,9% no primeiro trimestre de 2010, comparando ao mesmo período de 2009 -
recorde da série de pesquisas iniciada pelo IBGE em 1995.

3.2 Programa Minha Casa Minha Vida

O “Programa Minha Casa Minha Vida” foi criado por meio de uma medida
provisória, a MP n°459 de março de 2009 e convertida na Lei n°11.977 de 2009 com
o intuito de atender o déficit habitacional da população de baixa renda além de
impulsionar o setor de construção civil no país.
Segundo o Portal do Brasil, com informações dos Ministérios das Cidades,
este programa habitacional foi dividido em quatro faixas específicas e a faixa rural
para atender a população. As faixas são divididas respectivamente por renda familiar
de até R$1.800,00 (hum mil e oitocentos reais); R$2.350,00 (dois mil trezentos e
cinquenta reais); R$3.600,00 (três mil e seiscentos reais); R$6.500,00 (seis mil e
quinhentos reais) e as rurais destinadas a propriedades com faturamentos anuais de
até R$78.000,00 (setenta e oito mil reais).
Em seu primeiro ano, o programa contou com R$14.397.000,00 (quatorze
milhões trezentos e noventa e sete mil reais) em recursos, já no ano de 2014 o
mesmo programa contou com recursos da ordem de R$ 244.278.000,00 (duzentos
e quarenta e quatro milhões duzentos e setenta e oito mil reais), conforme Gabinete
do Ministro divulgado pelo site do PGI.
15

No gráfico abaixo é possível observar o desenvolvimento do programa de


forma anual até 2014, com os últimos dados fornecidos pelo Portal da Transparência
do Governo Federal.

Gráfico 01: Programa de desenvolvimento de obras


Fonte: pgi.gov.br 2017

3.3 Crise financeira


Quando foi definido fazer a “análise dos impactos da crise financeira na
construção civil no brasil: estudo de caso dos setores de infraestrutura e

Unidades em obra Unidades em ações


845,403
1,000,000 830,936 preparatórias
705,387 559,924 567,473
800,000 600,000 366,073
503,376 431,786
600,000
400,000 162,990
400,000
95,139 200,000
200,000
0 0
2010 2011 2012 2013 2014 2010 2011 2012 2013 2014

habitacional” estrategicamente limita-se analisar o contexto da crise entre os anos


de 2012 a 2016 e para entender o impacto, é preciso primeiro entender os motivos
que acarretaram a crise financeira brasileira.
Segundo o economista e vice-presidente do Conselho Regional de Economia
Corecon/ES Eduardo Araújo (2017) visando contextualizar a economia brasileira ao
longo dos anos em destaque foi utilizado o Produto Interno Bruto (PIB) como o
principal indicativo, seja de crescimento ou recessão. O PIB representa a soma de
todos os bens e serviços produzidos no país e é o indicador mais utilizado na
macroeconomia ao mensurar a atividade econômica do país.
As políticas governamentais são de grande influência no rumo da economia
de um país e é comum, sempre no início de um ano fiscal, que o Ministro da Fazenda
faça uma previsão de alguns indicativos, como o PIB, assim é importante analisar a
previsão para o ano de 2012 feita pelo até então Ministro da Fazenda Guido
Mantega:

Se a economia internacional se comportar adequadamente, não tiver


grandes surpresas – se recuperar, inclusive -, nós podemos tentar buscar
5%. Se a economia internacional se agravar – isso sempre tem de estar no
horizonte; afinal de contas eles não resolveram os problemas -, então nós
16

podemos ter 4%. Quatro por cento é o mínimo. Cinco por cento é o padrão,
teto. Portanto, 4,5% é o centro (MANTEGA, 2012).

Na frase do Ministro pode-se destacar que a variação do PIB estava atrelada a


economia internacional, que se encontrava em crise devido a um endividamento
público elevado em países europeus como Grécia, Portugal, Espanha e Itália. Com
a crise dos Estados Unidos da América que teve seu auge em setembro de 2008 os
problemas financeiros dos países acima citados se agravaram, conforme cita
Stephen Fidler (ano). Assim sendo com o intuito de diminuir os impactos causados
foram disponibilizados pacotes bilionários de ajuda aos setores mais críticos da
economia.
Segundo Salomão Quadros (2014) em entrevista à Gazeta do Povo os pacotes
de ajuda estipulados pelos respectivos governos proporcionaram um fôlego imediato
a economia, porém com o passar dos anos e a diminuição na arrecadação os países
se viram novamente em crise com a escassez de crédito no mercado, fuga de
capitais de investidores, e aumento do desemprego.
As expectativas do Ministro não se justificariam quando ao final do ano de
2012 foi constatado que o PIB tinha crescido apenas 0,9% conforme podemos ver
no gráfico 02. Esse era o menor crescimento registrado desde 2009 quando a
economia tinha retraído 0,3% segundo dados do IBGE (2013).

Gráfico 02: Variação Anual do Produto Interno Bruto Brasileiro


17

Fonte: IBGE, 2013

Ao final do ano de 2013 o PIB Brasileiro teve um crescimento efetivo de 2,3%,


de que o crescimento tinha sido satisfatório dadas as circunstâncias externas uma
vez que os três setores que compõe a economia se desenvolveram com destaque
para a agropecuária com 7% de crescimento conforme dados do IBGE (2014) que
podemos visualizar no gráfico 03.

Gráfico 03: Variação do Produto Interno Bruto de 2013 por setor da Economia

Fonte: IBGE, 2014


18

Para o ano de 2014 foi estabelecida como meta pelo Ministro da Economia
em pronunciamento no dia 18/12/2013 o crescimento do PIB em 3,8%, porém o que
preocupava os investidores na época era o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor (IPCA) que tinha aumentado em 5,74% no ano de 2013 e estava
previsto por analistas um crescimento na casa de 6,0% para 2014 conforme Agencia
Brasil. A meta estipulada pelo Banco Central para o IPCA foi de 4,5% para o
respectivo ano e veremos que tal meta não seria cumprida ao final do ano.
O IPCA é um indicativo medido mensalmente pelo IBGE, com o intuito de
mostrar a variação dos preços do comércio para o consumidor final, sendo o índice
oficial da inflação no país conforme o próprio site do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística IBGE (2017).
Com o passar dos meses e as previsões não se cumpriram e as agências
internacionais de risco Moody’s e Standard & Poor’s rebaixaram as notas do Brasil
de “Estável” para “Negativa” e de “BBB” para “BBB- “respectivamente conforme visto
no gráfico 04.
Gráfico 04: Classificações das agências de risco

Fonte: Fitch Ratings; Standard & Poor´s; Moody´s, 2014


19

Rebatendo o rebaixamento das notas de investimento do Brasil o Ministério


da Fazenda classificou o rebaixamento contraditório com a solidez e os fundamentos
do Brasil:

Embora a agência alegue que o crescimento econômico foi uma das razões
para sua decisão, é importante destacar que o Brasil, no período da crise
internacional iniciada em 2008, cresceu 17,8%, uma das maiores taxas
acumuladas de crescimento entre os países do G-20. No ano passado, o
país cresceu 2,3%, desempenho superior à maioria dos países deste grupo.
(Mantega, 2014)

Como justificativa ao rebaixamento uma das agências em seu relatório


divulgado argumentou:

Contínua resiliência do país a choques financeiros externos, dado seu


colchão de reservas internacionais; vulnerabilidade limitada do balanço
patrimonial do governo a mudanças abruptas no apetite global por risco em
relação aos seus pares. (MOODY’S, 2014)

Ao final do ano de 2014 o IBGE divulgou que o IPCA tinha fechado em alta
de 6,41%, o maior valor registrado desde 2011 e quase no topo da meta traçada
pelo Governo de 4,5%, que contemplava uma variação de mais ou menos 2,0%. Em
contrapartida o PIB não ficou dentro do esperado pelo Governo, crescendo apenas
0,5% no ano com queda registrada em todos os setores quando comparado a 2013.

Gráfico 05: Variação do PIB em 2014 – por setores


20

Fonte: IBGE, 2015

Segundo Salomão Quadros (2014), em entrevista a Gazeta do Povo, em


análise desses fatos e dos números do ano de 2014, percebe-se que os números de
2013 foram impulsionados por políticas governamentais de assistência social que
tiveram o intuito de estimular o mercado interno e a produção de empregos. O
Governo concedeu 77,8 bilhões no ano de 2013 e 104,04 bilhões no ano de 2014
totalizando um montante 181,84 bilhões em incentivos fiscais e desonerações
tributárias conforme divulgado pela Secretaria da Receita Federal no dia 29/01/2015.
A redução de impostos como o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e do
ICMS na base de cálculo do PIS/Cofins diminuíram a arrecadação do Governo em
1,79%, comparado ao ano de 2013. Devido a isso e o aumento nos gastos o Governo
acumulou o maior déficit orçamentário da história, 18,3 bilhões dentre os meses de
janeiro e novembro de 2014, o que equivale a -0,39% do PIB. Para efeitos de
comparação no mesmo período de 2013 o esforço fiscal representava +1,41% do
PIB conforme apresentado pelo Governo Central que inclui o Tesouro Nacional,
Previdência Social e Banco Central.
O ano de 2015 foi o ápice da crise Brasileira, conforme podemos conferir ao
analisarmos o gráfico 06, com uma recessão de 3,8% do PIB e um aumento de
10,76% do IPCA.
21

Gráfico 06: Índices Econômicos - 2015

Fonte: IBGE, 2016

Diversos fatores como a inflação e o nível de desemprego que havia


aumentado de 6,4% em 2014 para 8,5% em 2015, conforme pode ser visto no gráfico
07, causaram descontentamentos da população fazendo com que em 2 de
dezembro de 2015, após pressão popular, o Presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha, acatou o pedido de impeachment da até então Presidente do Brasil
Dilma Rousseff.
Gráfico 07: Índice de Desemprego

Fonte: IBGE, 2016


22

Ainda em dezembro 2015 a Comissão Mista de Orçamento (CMO) do


Congresso Nacional estimou uma queda de 1,9% do PIB Brasileiro para 2016 e o
então Ministro Nelson Barbosa fez uma declaração a respeito do que esperava para
o próximo ano:
Estamos trabalhando para que o crescimento se recupere o mais rápido
possível. É bom lembrar que essas projeções são atualizadas toda semana
pelo boletim do Banco Central Focus e essas projeções indicam que
podemos recuperar o crescimento mais rapidamente e estamos
trabalhando para isso. (BARBOSA, 2015)

A política influenciou a economia Brasileira naquele período uma vez que em


12 de maio de 2016 a Presidente Dilma Rousseff foi afastada para que o vice-
Presidente de sua chapa assumisse, o então Presidente Michel Temer fez alterações
nos cargos de confiança e nomeou Henrique Meirelles para o Ministério da Fazenda.
No início do ano de 2017 foi constatado que o PIB havia retraído 3,6% em
2016 o Ministro da Fazenda justificou os números pelas políticas implementadas em
governos passados:
O PIB divulgado hoje [terça] refere-se ao ano passado. É olhar no espelho
retrovisor. [...] É o resultado de uma série de políticas que levaram a
economia brasileira a enfrentar a maior crise da sua história” e destacou a
queda generalizada dos setores: “Em 2014, a gente já tinha a indústria
caindo, mas os serviços continuavam crescendo. Em 2015, caíram a
indústria e os serviços. Já em 2016, a agropecuária. Desde 1996, isso
nunca ocorreu. A situação peculiar desta vez é justamente essa queda
generalizada. (Meirelles, 2017)

Gráfico 08: Retração em todos os Setores do PIB – 2016

Fonte: IBGE, 2017


23

3.4 Impactos da crise financeira

Os impactos da crise financeira perante a economia brasileira foram


significativos, atingindo basicamente todos os setores produtivos do país como
indústrias, serviços e agropecuária. O primeiro indicativo que comprova o fato foi a
constante queda do PIB nos últimos dois anos, como visto no gráfico 09. De certa
forma, porém, em vias de regra, pode-se afirmar que a queda no PIB reflete numa
queda do consumo e consequentemente menos dinheiro circulando no mercado. A
tendência desse indicativo é de crescimento para o ano de 2017, onde registra-se
um crescimento de 1,0% para o primeiro trimestre e mais um aumento de 0,2% no
segundo semestre, conforme pode-se perceber no abaixo. É a primeira alta deste
indicativo após 8 quedas consecutivas conforme o IBGE (2017).

Gráfico 09: Variação trimestral do PIB brasileiro

Fonte: IBGE, 2017

A inflação é calculada segundo o IPCA, que mede a variação no custo de vida


do país. O índice cresce conforme o cenário de incertezas aumenta, como podemos
perceber no gráfico 10 que nos mostra a variação desse índice ao longo dos últimos
anos, e consequentemente, prejudica todos os setores da economia pois diminui o
consumo da população uma vez que o poder de compra diminui conforme o
economista José Aires Trigo (2010).
24

Gráfico 10: Inflação da Economia Brasileira - IPC

Fonte: IBGE, 2017

A variação na taxa básica de juros SELIC (“taxa média ajustada dos


financiamentos diários apurados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia”),
inibe os investimentos nas empresas uma vez que fica mais caro os custos para
créditos bancários em troca de capital de giro e expansões. Além disso, quando as
taxas aplicadas estão altas as mesmas tornam-se mais atrativas frente ao
empreendimento e os riscos corridos no mesmo conforme Beatriz Selan em seu livro
Mercado Financeiro página (2015).
Dentre os anos de 2013 e 2015 a Taxa Selic teve grande alta, quase dobrando
o seu valor de 7,25% no final de 2012 para 14,25% em julho de 2015. Atualmente a
taxa SELIC tem diminuído constantemente chegando a 9,25% em julho de 2017 e
com a queda da taxa os investimentos tendem a voltar para novos empreendimentos
uma vez que as taxas aplicadas no mercado financeiro deixam de ser interessantes,
como pode ser visto no gráfico 09 segundo dados do Banco Central do Brasil (2017).

Gráfico 11: Evolução da taxa básica de juros - Selic


25

Fonte: Banco Central do Brasil, 2017

De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios


Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo IBGE neste ano, o índice de desemprego
no primeiro trimestre de 2017 alcançou 13,7% sendo que, para o mesmo período de
2016, foi de 10,2%. Desde o último trimestre de 2014 quando o índice se encontrava
em 6,5%, a taxa de desemprego no país só tem aumentado conforme podemos
perceber no gráfico 11 (IBGE, 2017).

Gráfico 12 –Taxa de desocupação (%) - Brasil


26

Fonte: IBGE (2017)

Segundo o Sebrae (2014), que elabora o “Índice de Sobrevivência” das micro


e pequenas empresas, 600 mil empresas que abriram em 2014 tendem a fechar os
seus negócios devido à crise, o que representa mais de 30% das empresas abertas
no período. Esse alto índice de empresas fechando justifica a escalada do índice de
desemprego a partir de 2014, sendo que uma vez que essas empresas fecham, as
ofertas de empregos diminuem, pois dependem diretamente desse fator.

4. CRISE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

A crise financeira abalou a construção civil, em especial, as grandes


empreiteiras do país, porém a crise não pode ser desassociada a outro fator
importante para que esse setor fosse o mais atingido: A operação Lava Jato.1
Com a corrupção causando crise política, e a crise financeira prejudicando o
país, criou-se uma crise sem precedentes ao país e as construtoras.
Segundo Alves (2017), as medições, que são verificações entre o que está
previsto no projeto ou edital, e o que foi executado, criando assim um valor parcial a
ser pago ao prestador de serviço. De acordo com Costa (2013), a Petrobras estava
atrasando os pagamentos a fornecedores, o que acabou gerando um efeito em

1
A operação Lava Jato é a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve. Estima-
se que o volume de recursos desviados dos cofres da Petrobras, maior estatal do país, esteja na casa de bilhões
de reais. Soma-se a isso a expressão econômica e política dos suspeitos de participar do esquema de corrupção
que envolve a companhia. (Ministério Público Federal, 2017)
27

cadeia no setor de construção e montagem industrial. A Petrobras não pagava suas


empreiteiras, que por sua vez não pagam também seus funcionários e fornecedores.
Fazendo com que todos fossem afetados pelo imbróglio estatal a suas empreiteiras,
ou seja, ficavam meses sem ser pagas ao construtor. Para fugir deste problema de
fluxo de caixa, segundo Furquim (2015) as empresas solicitavam empréstimos em
bancos dando como garantia a medição que já havia sido aceita pela Petrobras,
porém não paga. Os bancos, com suas análises de risco, verificavam e
emprestavam o dinheiro, a juros baixos, confiando no tomador (maiores empreiteiras
do país), e na garantia (Petrobras). Em 2015, o valor estimado de empréstimo
passava dos 160 bilhões de reais.
Conforme com o fluxograma abaixo, é possível verificar, de acordo com o
falado acima que a engrenagem então acabou travando, complicando ainda mais a
situação da indústria da construção civil pesada.

Figura 01: Ciclo Financeiro

Fonte: Os autores (2017)

5. EMPREITEIRAS ENTRAM EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL


28

Segundo Furquim (2015), o ciclo de empréstimos apresentado se manteve


até março de 2014, quando a operação lava jato eclodiu e os esquemas de obras
dentro da Petrobras vieram à tona. Como toda medição precisa ser assinada pelo
cliente (no caso a Petrobras), assim como seus pagamentos, toda cadeia de
pagamentos travou. Assim que a imprensa noticiou o esquema, e todos os
pagamentos de serviços prestados foram suspensos, com isso, os bancos que eram
os garantidores do fluxo de caixa2, passaram a não emprestar dinheiro, e as
empresas ficaram de mãos atadas. Com dívidas e sem receita para honrá-las, restou
a algumas delas a recuperação judicial, que segundo a lei 11.101/2015, tem por
objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do
devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos
trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da
empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica.
Conforme Bezerra Filho (2011), a recuperação judicial é uma ação judicial
com objetivo de sanear a situação financeira do devedor, garantindo a produção, os
empregos, e obviamente, o interesse dos credores. Evitando que a empresa decrete
falência e piore ainda mais a situação de todos os envolvidos.
Entre as empresas que entraram em recuperação judicial, podemos citar o
Grupo OAS, Galvão Engenharia, UTC, Engevix, entre diversas outras, segundo
PEREIRA (2015).

5.1 Obras Paralisadas


Com as maiores empreiteiras do país, envolvidas na Lava-Jato, em 2016,
Oliveira (2016) observou que o Brasil tinha 22 mil obras inacabadas, as principais
obras do setor de infraestrutura foram paralisadas, entre elas:
➢ Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), localizado em Itaboraí-
RJ – Valor Estimado: US$ 26 bilhões – 37 mil demissões – Construtores:
Odebrecht, Mendes Junior, UTC, OAS, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez,
Engevix, Camargo Corrêa.
➢ Ferrovia Transnordestina – Piauí, Pernambuco e Ceará. Valor Estimado: R$
11 bilhões. Construtores: Odebrecht, EIT, Marquise.

2“Fluxo de Caixa é um Instrumento de gestão financeira que projeta para períodos futuros todas as
entradas e as saídas de recursos financeiros da empresa, indicando como será o saldo de caixa
para o período projetado.” (SEBRAE, 2011)
29

➢ UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3) – Três Lagoas – MS. Valor:


R$ 3,5 bilhões. - Construtores: Galvão Engenharia e Sinopec
➢ FIOL (Ferrovia Oeste Leste) – Bahia e Tocantins. Valor Estimado: R$ 8
bilhões. Construtoras: Odebrecht, OAS, Andrade Gutierrez, Camargo
Correa, Galvão Engenharia.

Com essas paralisações, receitas bloqueadas, investigações criminais e crise


no país, as empresas entraram em crise. Segundo informações obtidas no Caged
(Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do ano de 2016, demonstram
que o setor de construção civil foi o que mais demitiu. Em 2015, mais de 416 mil
pessoas deixaram seus empregos neste setor.

5.2 Queda nas Receitas

A publicação das Demonstrações Financeiras da Odebrecht por exemplo,


publicadas e disponíveis em seu próprio site, retratam bem o que vem acontecendo.
De acordo com Sfredo (2017), essas demonstrações financeiras, permitem montar
um quadro do quanto a recessão na economia brasileira e os efeitos da Operação
Lava-Jato afetaram os negócios das maiores empreiteiras do país. Juntos, os braços
de construção pesada da líder nacional do setor e de suas principais concorrentes –
OAS, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Galvão Engenharia –
somaram faturamento de R$ 61,4 bilhões em 2014, quando vieram à tona os casos
de corrupção que envolviam a Petrobras. No ano passado, chegaram a R$ 33,2
bilhões, queda de 46% nos negócios. Somente a empresa Odebrecht, por exemplo,
encolheu 50% suas receitas, segundo Landim (2017) em relatório entregue a
investidores, a companhia demitiu mais de 50% dos 107 mil funcionários, conforme
visto no gráfico 13, abaixo.

Gráfico 13: Comparativo entre receitas anuais (valores em R$ bilhão)


30

Fonte: O Empreiteiro - 500 Grandes (2016)

Casos mais extremos como OAS e Galvão Engenharia, levaram as empresas


à recuperação judicial, pois faturavam, em 2012, segundo a publicação de O
Empreiteiro (500 grandes) (2013), 3,9 e 3,1 bilhões de reais, respectivamente, e em
2016, este faturamento caiu para 2,4 e 0,3, respectivamente.
É importante ressaltar que não são apenas as grandes empreiteiras que
sofrem com essa recessão, toda uma cadeia produtiva abaixo dela, sofre ainda mais,
pois são muito mais sensíveis a essas oscilações. Toda grande empreiteira,
terceiriza muitos dos serviços contratados pelo cliente, e apesar de não estarem em
destaque, tem papel fundamental na economia. Em 2015, segundo Pereira (2015),
31

253 empreiteiras já haviam requerido a recuperação judicial e milhares de outras já


haviam decretado falência ou tornado inativas.

5.3 Acordos de Leniência e Delações Premiadas

Para tentar coibir a corrupção, que é diferente de outros crimes, delito este
que possui características não encontradas em outros ilícitos, surgiu a lei nº
12.846/2013, a Lei anticorrupção, acordo de leniência. De acordo com João
Grandino Rodas e Gesner Oliveira (2004):

Uma transação entre o Estado e o delator que, em troca de


informações que viabilizem a instauração, a celeridade e a melhor
fundamentação do processo, possibilita um abrandamento ou
extinção da sanção em que este incorreria, em virtude de haver
também participado na conduta ilegal. (OLIVEIRA E RODAS, 2004)

E também surgiu a lei da colaboração premiada, que conforme a lei


12.850/20133. Segundo Quezado (2014), a delação premiada ou colaboração
premiada se faz cabível quando um acusado fornece informações acerca da
atividade criminosa que se mostre útil a identificação de outros autores ainda não
identificados, recuperar produto de crime ou ainda descobrir outros delitos. O
abrandamento da pena dependerá de acordo com a relevância e provas
apresentadas.
Com executivos presos (todas as 6 maiores empreiteiras do país tiveram
colaboradores do alto escalão presos) e investigações em curso, todas as empresas,
tiveram problemas para continuar prestando serviço ao poder público (seu principal
cliente), por declarações de inidoneidade, pelo Tribunal de Contas da União,
conforme noticiado pelo TCU no ano de 2017. Desta forma, optaram por acordos de
leniência com as autoridades, revelando detalhes de esquemas e devolvendo
valores desviados, possibilitando assim, o abrandamento das penas. Da mesma
forma fizeram vários executivos e políticos, com a famosa delação premiada. Esse
imbróglio judicial complicou ainda mais a já combalida indústria da construção civil e
o rearranjo das relações comerciais entre empreiteiras e governos, que ainda está

3Art. 1o Esta Lei define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de
obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal a ser aplicado.
32

ocorrendo. A expectativa é que com os acordos de leniência, e novas políticas de


governança e compliance, as relações sejam mais transparentes, possibilitando um
ambiente de negócios mais claro e aberto a novos concorrentes, diminuindo assim
o custo do empreendimento.

5.4 Impactos da Crise, segundo IBGE

Segundo o IBGE (2017), em 2015, a indústria da construção realizou


empreendimentos no valor de R$ 354,4 bilhões, com retração de 16,5% em relação
a 2014. O mesmo aconteceu com a receita operacional líquida (R$ 323,9 bilhões),
que também apresentou recuo de 18,7%, em termos reais.

Em 2013, o setor da construção contava com 2,9 milhões de pessoas, já em


2015, uma redução de cerca de 500 mil pessoas, diminuiu essa quantidade para
2,4 milhões. Conforme mostra o gráfico 14:

Gráfico 14: Empresas de construção - Pessoal Ocupado

Fonte: IBGE (2016)

Este recuo reflete a retração da atividade econômica do país, com uma


variação de -3,8% do PIB e 2015, em relação a 2014 (maior retração já vista), de
acordo com o IBGE (2016). Tudo isso é confirmado na demanda interna, pela
diminuição do consumo das famílias, que diminuiu -3,9% em relação a 2014, porém,
33

um fenômeno interessante ocorreu neste período. O número de empresas do setor


de construção cresceu segundo o IBGE (2016), conforme observado no gráfico
abaixo:

Gráfico 15: Número de empresas ativas

Fonte: IBGE (2016

Uma possível causa deste aumento, é a necessidade que o antes funcionário,


e posterior desempregado, teve de empreender por conta própria, visto que as
demissões superavam em grande número as contratações no setor.

5.5 Déficit de Moradia


A pesquisa realizada pelo IBGE a pedido da FIESP no início de 2015 fica
evidenciado que a baixa na contratação de novas unidades do programa Minha Casa
Minha vida do Governo Federal, nada tem haver com a demanda. Segundo os dados
desta pesquisa o Brasil apresenta um déficit total de moradia de 6.198.294 de
unidades, conforme observado na Tabela 01 apresentada abaixo:
34

Tabela 01:Deficit de Moradia 2016

Fonte: IBGE (2016).

5.6 Evolução de produção e entrega das moradias

Como apresentado abaixo (Gráfico 16) em 2010 até 2012 a entrega de


moradia se mantinham em crescimento acelerado. Após essa data mudanças
quanto às unidades em preparação para início de construção bem como unidades
novas contratadas sofrerem uma redução na taxa de crescimento bem como em sua
diminuição. A taxa de declínio demorou mais a aparecer no item entrega de unidades
unicamente pelo fato das unidades iniciadas antes das diminuições apresentadas
demandarem um tempo de produção de cerca de 6 meses a 1 ano. É possível notar
uma retomada acelerada do crescimento no ano de 2014 véspera de ano eleitoral
com um salto no item de subsidio do governo para novas unidades. Subsidio esse
35

cortado em cerca de R$16,5 bilhões após o anúncio dos resultados das eleições em
2015. (Ministério das Cidades, 2017).

Gráfico 16: Unidades entregues pelo Programa Minha Casa, Minha Vida 2017

Fonte: PGI, 2017

5.7 Consequências da queda na produção e entrega das moradias

De acordo com os dados disponibilizados pelo Portal Brasileiro de Dados


Aberto em 2015 as entregas de unidades do programa Minha Casa Minha Vida teve
uma queda aproximada de 32% saindo de um patamar de 577.480 unidades em
2014 para 390.789 unidades entregues em 2015. (Plataforma de Gestão de
Indicadores (PGI), 2017)
36

Gráfico 17: Unidades habitacionais entregues em todo país

Fonte: Ministério das Cidades, 2016


A importância deste programa é sentida com o impacto produzido por sua
queda. A taxa de desemprego no período estudado é afetada diretamente com a
queda de produção no setor habitacional e diminuição em cadeia dos demais setores
que dependem diretamente da construção como o setor siderúrgico.
O início da escalada do desemprego no 3° trimestre de 2015 corrobora com
a afirmação acima, conforme apresentado no gráfico abaixo.

Gráfico 18: Desemprego por semestre

Fonte: IBGE, 2016


37

Com a construção civil representando uma parcela significativa no setor de


serviços o mesmo reagiu de forma a acompanhar a tendência de queda.
(IBGE,2017), como podemos observar abaixo:

Gráfico 19: Setor de serviços

Fonte: IBGE, 2016.

Todos os números seguem a mesma tendência da construção civil devido à


crise e aos desdobramentos das investigações da “lava jato” conforme dito pelo
diretor técnico do Dieese Clemente Ganz:

Há um travamento da economia brasileira que é um terço decorrente da


crise internacional e dois terços, dos nossos problemas internos. Associada
à crise internacional, temos a crise fiscal, hídrica e a Operação Lava Jato.
Ao atuar no sentido de coibir a corrupção, ela trava o setor da construção,
que era muito forte. Vários fatores estão atuando simultaneamente.
(DIEESE, 2016)

6. VARIAÇÃO DOS PRINCIPAIS ÍNDICES ECONÔMICOS BRASILEIROS

Os índices econômicos a serem utilizados serão IPCA, este índice é calculado


pelo IBGE com base no consumo das famílias com renda entre 01 e 40 salários
mínimos, e o PIB, este é a soma de todos os bens produzidos em um país em um
38

período de tempo determinado. (IBGE,2017). Como podemos ver em ao final de


2015 para 2016 temos uma queda no índice do IPCA conforme a tabela abaixo.

Tabela 02: Variação do IPCA

Fonte: IBGE, 2017.

Onde somente a base de habitação foi responsável por uma queda expressiva
(IBGE,2017). O PIB segue a mesma tendência conforme Tabela 02.

Tabela 03: Valor Corrente do PIB

Fonte: ADVFN, 2016.


39

Ficando claro de como essa crise de confiança política levou a níveis


perigosos quanto ao que tratamos de investimentos. Segundo a ADVFN teve uma
queda de 17,5% nos investimentos. E na evolução do PIB no período, um país sem
investimentos está fadado a perdas enormes na sua geração de riqueza, de
empregos e de uma economia sólida, pois o país não tem condições de ser
competitivo ou se manter no mercado sem investimento, mantendo assim a queda
ou falta de crescimento em seu PIB posterior. (ADVFN, 2017).

Gráfico 20: Evolução do PIB

Fonte: IBGE, 2017

7. A RETOMADA DO CRESCIMENTO

Após uma fase difícil para o setor da Construção Civil, no primeiro trimestre
do ano de 2017, de acordo com dados do IBGE (2017), a construção civil continua
em recessão, com um recuo de 6,3% em comparação ao mesmo período de 2016.
Essa melhora, segundo Luiz Antônio França (2017), presidente da Abrainc
(Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), a melhora do setor depende
do andamento da crise política e econômica, pois são três fatores ligados a melhoria
do setor da construção civil: baixo índice de desemprego, marcos regulatórios
40

adequados e diminuição de taxas de juros. Segundo ele, baseados nesses três


fatores, estarão dispostos a investir tanto as incorporadoras que entendem ter
menos riscos, quanto o consumidor que ganhará mais confiança.
Segundo dados da Abrainc (2017) em comparação ao ano de 2016, a
quantidade de empreendimentos lançados não deve aumentar. Neste mesmo ano,
foram lançadas 69.800 unidades, 9% a mais do que no ano de 2015, conforme é
possível ser visto no gráfico 21 os índices de lançamentos ao longo dos anos de
2010 a 2016.

Gráfico 21: Índice de Lançamentos no Brasil

Fonte: Neoway Criactive, 2017

Para França (2017) uma melhoria poderá vir em 2018 embora ainda há um
longo percurso para atingir as condições ideais.
Ao contrário dos anos anteriores, as vendas podem ter uma tímida reagida e
é possível que sejam vendidos empreendimentos em estoque como afirma Pedro
Fernandes (2017), presidente da ABMI (Associação Brasileira do Mercado
Imobiliário), isto é, não teremos lançamentos, mas queima de estoque. Boa parte
destas unidades são frutos de cancelamento de contratos de compra e vendas.
Conforme é visto no gráfico abaixo a variação da atividade da Construção Civil em
relação ao ano anterior.
41

Gráfico 22: Variação do PIB da Construção Civil

Fonte: Neoway Criactive, 2017.

Um estudo da Abrainc (2017) mostra 44.200 apartamentos devolvidos em


2016, diminuição de 7,1% em comparação ao ano de 2015.
Para reforçar a meta de retomada ao crescimento econômico o governo
federal criou, no ano passado, o Programa de Parcerias de Investimento (PPI) para
as obras de infraestrutura com o objetivo de atrair investimentos privados reforçando
a geração de empregos e renda. (Governo do Brasil, 2017)

Segundo informações obtidas pelo Moreira Franco, Ministro da Secretaria


Geral da Presidência da República, este programa, quando foi lançado, previa a
venda ou concessão de 35 projetos nos setores de saneamento, energia e
transporte, no que inclui ferrovias, aeroportos, rodovias e portos, distribuição de
energias elétricas e exploração de combustíveis fósseis.
Este ano houve uma ampliação para inserir mais 55 projetos com a previsão
de R$45 bilhões gerando mais de 200 mil vagas de empregos.
42

● Aeroportos:
O governo federal arrecadou com o leilão dos aeroportos de Salvador (BA),
Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC) R$3,72 bilhões no que
era previsto R$3,014 bilhões.
As vencedoras do leilão terão expectativa de investir R$6,6 bilhões em
projetos para melhoria dos serviços. Nestes projetos constam a ampliação
das pistas de pousos e decolagem, pátio das aeronaves e terminais de
passageiros. Previsão também no aumento de pontes de embarque, assim
como em estacionamento de veículos. (Governo do Brasil 2017)
● Portos:
Segundo o Ministro Moreira Franco (2017) foram leiloados dois terminais
portuários dentro deste programa. O consórcio Porto Santarém arrematou
duas áreas do Porto de Santarém (PA) num valor total de R$68,2 milhões.

O Governo Federal 2017 motivou a disponibilidade de áreas, publicações de


editais, adiantou renovações de contratos e abertura para novos empreendimentos
tudo para garantir investimentos de R$849,5 milhões na infraestrutura portuária.Com
isto deve empregar 928 empregos diretos, ampliando a capacidade portuária.
No porto de Paranaguá, o contrato foi renovado e passará a valer até 2048
com investimentos de R$135,5 milhões com 428 empregos diretos, também o
Terminal de contêineres de Salvador teve a sua validade no contrato prorrogada
para 2050 sendo investidos R$715 milhões e 500 empregos diretos.
A união arrecadará R$ 408,1 milhões com a exploração da concessão além
dos valores investidos nas infraestruturas. (Governo do Brasil, 2017)

Preocupados com a transparência, os órgãos fiscalizadores terão de volta o


papel efetivo. Os editais passarão por debates públicos com a aprovação do Tribunal
de Contas da União. Os contratos terão cláusulas de qualidade e desempenho e os
investidores estarão cientes de quais metas deverão atingir.

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
43

De acordo com os dados coletados, pesquisas, notícias, podemos concluir


que o setor de construção civil foi o mais afetado pela crise nos últimos anos. Não
apenas nos dados financeiros das empresas, mas principalmente na queda de
empregos e renda da área.
As previsões e dados já divulgados para 2016 e primeiro semestre de 2017
demonstram que o setor de construção civil continua em recessão, com quedas.
Segundo o IBGE de, 6,3% no 1o trimestre de 2017; 5,2% em 2016; 7,6% em 2015
e 2,4% em 2014. As projeções indicam que este ano ainda terminará em retração,
afetada principalmente pela crise política. A relação entre o poder público e as
empresas privadas está estremecida, vários projetos de infraestrutura com
investimos significativos estão paralisados. Com a queda na arrecadação da União
(Programa Minha Casa Minha Vida) e a perda da confiança dos investidores houve
reflexo também no setor da construção residencial, principalmente com a redução
das linhas de financiamento.
O Brasil é um país com grande déficit de infraestrutura e moradia. Somos uma
nação dependente da exportação de commodities (grãos, minério de ferro, petróleo)
e do escoamento desta produção. A falta de ferrovias, portos, oleodutos, gasodutos
e rodovias pavimentadas, diminui a nossa competitividade diante de outros países
devido ao nosso alto custo do frete, tornando nossos produtos mais caros.
Acreditamos que esta situação de recessão da construção civil se mantenha
pelos próximos dois anos, e que após a eleição presidencial em 2018 haja
transparência na gestão pública, tornando o sistema mais produtivo. Com essa
mudança, é provável que investidores recuperem a confiança para investimentos,
retomando o ciclo de crescimento da construção civil.
44

REFERÊNCIAS

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45

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<http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/03/economia-brasileira-cresce-09-em-
2012-diz-ibge.html>. Acesso em: 28 de outubro de 2017.

G1 - Em reunião ministerial, Mantega prevê crescimento acima de 4%.


Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/noticia/2012/01/em-reuniao-
ministerial-mantega-preve-crescimento-acima-de-4.html>. Acesso em: 7 de
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G1 - Mantega prevê crescimento médio de 5,9% entre 2011 e 2014.


Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/noticia/2011/01/mantega-preve-
crescimento-medio-de-59-entre-2011-e-2014.html>. Acesso em: 7 de setembro de
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G1- Mantega reduz previsão para PIB e diz que alta do dólar é passageira.
Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/08/mantega-reduz-
previsao-para-pib-de-2013-e-2014.html>. Acesso em: 27 de agosto de 2017.

G1 - Agência de risco Moody´s muda nota do Brasil de 'estável' para 'negativa'.


Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/09/agencia-de-
classificacao-de-risco-altera-perspectiva-de-rating-do-brasil-para-negativa.html>.
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G1 - Economia brasileira avançou 2,3% em 2013, diz IBGE. Disponível em:


<http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/02/economia-brasileira-avancou-23-
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G1 - Decisão da S&P é 'inconsistente' com economia brasileira, diz Fazenda.


Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/03/decisao-da-sp-e-
inconsistente-diz-ministerio-da-fazenda.html>. Acesso em: 27 de agosto de 2017.

G1 - IBGE divulga que o IPCA fechou 2014 com a maior alta desde 2011.
Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/01/ibge-divulga-
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G1 - Decisão da S&P é 'inconsistente' com economia brasileira, diz Fazenda.


Disponível em: <http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/03/decisao-da-sp-e-
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G1 - Economia brasileira cresce 0,1% em 2014, diz IBGE. Disponível em:


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G1 - PIB do Brasil cai 3,8% em 2015 e tem pior resultado em 25 anos. Disponível
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G1 - PIB recua 3,6% em 2016, e Brasil tem pior recessão da história. Disponível
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G1 - PIB avança 0,2% no 2º trimestre de 2017, diz IBGE. Disponível em:
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