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CAJAZEIRAS - PB
2019
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CAJAZEIRAS - PB
2019
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BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________
Profa. Ma. Pollyanna Priscila de Sousa Lima
Orientadora – Faculdade Santa Maria
___________________________________________________________________
Profa. Ma. Mirela Davi De Melo
Examinadora – Faculdade Santa Maria
___________________________________________________________________________
Profa. Ma. Marjorie Maria Abreu Gomes de Farias
Examinadora – Faculdade Santa Maria
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RESUMO
O presente estudo pretende trazer uma reformulação na Escola Estadual de Educação Infantil
e Ensino Fundamental Cônego João Cartaxo Rolim, quanto à arquitetura e o conforto térmico,
por meio da modificação de determinados ambientes que sofrem incidência de insolação, para
que possa acolher melhor alunos e professores. A partir disso, se faz necessário um
entendimento acerca da viabilidade de realizar a inserção do conforto térmico na arquitetura
exposta pela edificação escolar foco deste trabalho, através de um anteprojeto, como solução
para tratar a insolação e os fatores climáticos advindos dele. A falta de conforto térmico no
ambiente pode interferir nas realizações das atividades e no aprendizado de seus usuários,
bem como provocar um aumento no consumo de energia elétrica e uma perda da interação
com o meio externo, limitando o ambiente de aprendizado que deveria ser comunicativo. Com
isso, a pesquisa tem como objetivos específicos: compreender as diretrizes para o clima
quente-seco, obtendo como foco a insolação presente na edificação; analisar a escola em
questão no que se refere ao seu histórico, a hierarquia dos ambientes, sua constituição, externa
e internamente, e a incidência de insolação sofrida por eles; aplicar soluções projetuais que
possam otimizar os ambientes da escola localizada na cidade de Sousa-Paraíba. Este trabalho
retrata sobre o conforto térmico exposto em ambientes escolares, principalmente ligado à
reformulação deles, oferecendo boas condições para os seus usuários e influenciando nas suas
atividades do dia a dia. Com relação a metodologia classifica-se como estudo de caso, com
características de pesquisa qualitativa e bibliográfica. Como proposta espera-se definir
elementos que pudessem barrar a insolação incidente nas fachadas e nos ambientes internos,
propiciando uma melhor qualidade para seus usuários.
ABSTRACT
The present study intends to bring about a reformulation in the State School of Early
Childhood Education and Elementary Cônego João Cartaxo Rolim, regarding the architecture
and the thermal comfort, by modifying certain environments that suffer insolation incidence,
so that it can better accommodate. From this, it is necessary an understanding about the
feasibility of inserting the thermal comfort in the architecture exposed by the school building
focus of this work, through a preliminary project, as a solution to treat the insolation and the
climatic factors arising from it. The lack of thermal comfort in the environment can interfere
with the activities and learning of its users, as well as increase the consumption of electricity
and a loss of interaction with the external environment, limiting the learning environment that
should be communicative. The research has specific objectives: understand the guidelines for
the hot-dry climate, focusing on the insolation present in the building; analyze the school in
question with regard to its history, the hierarchy of environments, its constitution, externally
and internally, and the incidence of heat stroke suffered by them; apply design solutions that
can optimize the school environments located in the city of Sousa-Paraíba. This paper
portrays the thermal comfort exposed in school environments, mainly linked to their
reformulation, offering good conditions for its users and influencing their daily activities.
Regarding the methodology, it is classified as a case study, with characteristics of qualitative
and bibliographic research. As a proposal it is expected to define elements that could prevent
the insolation incident on the facades and indoor environments, providing a better quality for
its users.
LISTA DE FIGURAS
Figura 31: Volumetria do escosso frontal e posterior da escola em junho às 15:00 horas. ...... 49
Figura 32: Volumetria do escosso frontal e posterior da escola em dezembro às 15:00 horas.50
Figura 33: Detalhe da veneziana móvel. .................................................................................. 51
Figura 34: Detalhamento das venezianas móveis entre os pilares............................................ 52
Figura 35: Detalhamento do pergolado no pátio externo. ........................................................ 52
Figura 36: Brises de madeira utilizadas nas aberturas da fachada Sul. .................................... 53
Figura 37: Brises de madeira utilizadas nas aberturas da fachada Oeste. ................................ 53
Figura 38: Novas árvores inseridas na fachada Leste............................................................... 54
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LISTA DE QUADROS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 11
3. OBJETO DE ESTUDO................................................................................................... 21
3.1. Dados Socioeconômicos de Sousa-PB ..................................................................... 21
3.2. Dados Climáticos de Sousa-PB ............................................................................... 21
3.3. Escola Estadual de Ensino Fundamental Cônego João Cartaxo Rolim ............. 25
4. METODOLOGIA ........................................................................................................... 28
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 58
ANEXOS ................................................................................................................................. 60
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1. INTRODUÇÃO
O conforto térmico deveria ser um dos principais fatores a ser investido ao se realizar
um projeto, construindo um espaço destinado aos mais diversificados usos pelo homem, seja
ele habitacional ou até espaços de lazer (GONÇALVES, 2007). Porém esse é um conjunto de
elementos que ainda está muito aquém das demandas em projetos construtivos realizados na
atualidade, no interior da Paraíba.
Em conformidade com o que fora refletido anteriormente, para fundamentar o estudo
faz-se necessário primeiramente um entendimento acerca do clima da cidade de Sousa, sede
da escola na qual foi desenvolvida essa pesquisa para que, a partir dessa compreensão
climatológica do macro, passar a análise da unidade foco que são os ambientes da escola
escolhida.
Pode ser notório que, quanto ao partido arquitetônico, a maioria das escolas da cidade
de Sousa na Paraíba, sejam elas estaduais ou municipais, foram desenvolvidas inicialmente
em um espaço que foi adaptado a nova função. Com a escola foco deste trabalho não foi
diferente das demais, após passar por muitas mudanças de edificações, hoje está localizada
num espaço em que antes era ocupado por um lar de idosos.
Percebe-se serem poucas as alterações que foram realizadas no ambiente construído
para adaptar a sede de uma escola estadual, desde que mudaram para esse novo espaço
edificado, algumas dessas alterações foram feitas pelos próprios professores no desenvolver
das atividades diárias, através de projetos, como exemplo o projeto da horta cultivada em
materiais descartados como pneus, garrafas pet, dentre outros.
Perante todos os tipos de confortos que são ausentes na edificação escolar, o conforto
térmico é o principal responsável pela maior parcela nessa ausência, por ser a maior
reclamação exposta pelos usuários, quando numa primeira visita realizada ao espaço. Além
disso, o clima da cidade, consideravelmente quente, ajuda a agravar ainda mais o conforto
interno ao ambiente construído.
Mesmo com o incentivo do Governo, do MEC e das legislações vigentes, pode ser
visto diariamente nas manchetes em sites, canais televisivos, jornais e no próprio meio vivido
que boa parte das escolas brasileiras não apresentam uma boa estrutura seja ela física e/ou
pedagógica em harmonia com o aprendizado, na qual em alguns casos pouca importância é
dada às condições climáticas locais (WOLFF apud BAUDIN, 2010). Deste modo,
proporciona-se pouca inserção com soluções propostas para os espaços formulados na
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2. REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo foi dividido em duas partes, sendo a primeira determinada com a
formulação de uma linha do tempo na história da arquitetura escolar, as suas determinações de
acordo com o tempo até as usuais formas utilizadas atualmente e os impulsionadores desses
ideais. Na segunda etapa, tratou-se sobre o conforto térmico, destacando em alguns pontos
aspectos como: orientação solar, a direção dos ventos predominantes, elementos de vegetação,
entre outros.
É visto pelos autores referenciados aqui, que a arquitetura escolar mais antiga possuía
um espaço mais fechado embora configurado dando importância à ordem e posicionamento
das coisas, mantendo visualmente o espaço mais hierarquizado, através da determinação dos
espaços, que ficavam reservados aos estudantes e em um plano mais elevado aos professores.
Atualmente se percebe que os ambientes de sala de aula em sua maioria são voltados a
espaços abertos usados muitas vezes para as atividades recreativas, mantendo um fluxo
luminoso e de ventilação natural.
As divulgações desses modelos expostos na Inglaterra e Europa se constituem como
uma forma de exposição da evolução também ligada diretamente a história da humanidade,
que fora transformada com a evolução dos estudos e tecnologias.
Relacionando-se a arquitetura escolar em seu modelo de educação pública, é
necessário identificar a época do seu surgimento, o padrão que era estabelecido, para assim
entender a formação atual exposta pela escola foco desse trabalho.
Na Escócia em 1816, Robert Owen estabeleceu as principais pré-escolas abrindo salas
para jardins de contemplação e autocontrole, contendo flores e árvores frutíferas.
(KOWALTOWSKI, 2011).
A Inglaterra realizou em 1870 um investimento significativo em educação pública,
sendo contratado o arquiteto E. R. Robson para realizar uma expansão da rede de prédios
escolares em Londres. Contendo projetos as vezes feitos no estilo Queen Anne, baseado em
plantas baixas simétricas, com pé direito alto, janelas no alto das paredes externas para que
não se permitisse a visualização do exterior pelos alunos (KOWALTOWSKI, 2011).
Em 1895, Charles R. Mackintosh mostrou através das suas projeções que a utilização
de formas orgânicas cria um efeito de poder e quebra a austeridade da arquitetura comum à
época. Com Montessori em Roma, os ambientes passam a ser criados para a escala dos
usuários (KOWALTOWSKI, 2011).
Em determinadas épocas se percebe que a arquitetura vai adquirindo novas escalas e
concepções, se adequando as evoluções e aos eventos que vão ocorrendo, como efeito
procurou novas tendências e foi se modernizando.
No início de 1900 Garnier projetista francês, adotou um modelo com as salas de aula e
principalmente os espaços de recreio separados através das idades, e os pátios ou jardins eram
das crianças menores, com objetivo de um local mais reservado, longe das crianças maiores
livrando-as de confusões, valorizando também os espaços verdes em seus projetos
(KOWALTOWSKI, 2011).
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Conforto
No conforto térmico de uma edificação propõe-se uma interação de temperatura entre
o meio interno e externo, e para que isso aconteça é necessário que haja alguns fatores a
serem considerados como, por exemplo, a orientação solar, a direção dos ventos
predominantes, elementos de vegetação, entre outros, que podem contribuir com a redução do
consumo energético do edifício.
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podem trazer algum tipo de interferência nos resultados dos cálculos realizados sobre a
intensificação de radiação solar sobre o edifício e suas superfícies. Existe uma grande
dificuldade em se medir uma variável climática, por ser necessária à coleta de dados de uma
incidência de radiação sobre fachadas e coberturas, sendo que nesse tempo necessário para a
coleta, o sol “se movimenta”, podendo trazer alguma alteração na coleta.
O clima regional pode ser determinado por fatores sinópticos, pelos efeitos dominantes
da orografia local e por modificações que possam ser introduzidas pelos edifícios ou grupos
deles (ROMERO, 2015).
Para uma boa execução do projeto de arquitetura é necessário que o arquiteto conheça
ou pesquise acerca dos dados meteorológicos do local onde será executada a obra, esses
informantes devem ser: temperatura do ar, umidade absoluta e relativa do ar, vento, radiação
solar e nebulosidade, desde que esses fatores podem resultar consequentemente na boa ou má
qualidade térmica dos ambientes internos.
A maioria dos fatores externos proporcionam influência para o conforto térmico de um
edifício, sejam eles: a própria formação geométrica, a sombra que reproduz no espaço interno
ou externo, a sua orientação e propriedades, os elementos referentes a construção, os
processos de combustão da cidade, os agentes poluentes das trocas térmicas.
O clima local é influenciado pelos materiais que formam as superfícies não
construídas. As superfícies constituintes das edificações atuam como refletoras e radiadoras,
na qual juntos aumentam o efeito da radiação que incidem sobre a localidade (ROMERO,
2015).
Na década de 70 surgem estudos que promovem propostas que fazem frente às
alternativas para a utilização de uma fonte de energia esgotável, essas pesquisas buscam a
utilização de fontes naturais tanto na construção das edificações quanto na climatização
(ROMERO, 2015).
Essa obtenção de novas soluções para serem somados aos projetos podem se realizar
através de uma flexibilidade espacial atrelada a uma nova cadeia de sistemas energéticos
independentes do sistema de abastecimento convencional, gerando assim uma economia no
uso convencional.
Conhecer a parte factual climática e as necessidades humanas referentes ao conforto,
são fatores decisivos para a realização de um projeto de arquitetura bem executável, mas
atualmente é difícil encontrar uma construção que estejam atendendo “esses requisitos
simultaneamente” (CORBELLA & CORNER, 2011).
Elementos como a temperatura, a umidade, a velocidade do ar, a radiação solar que
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incide sobre o corpo e a temperatura radiante média das superfícies que ficam vizinhas,
permitem uma alteração no conforto térmico das pessoas, sendo considerado que 35° C é a
temperatura de pele aproximada para uma pessoa estar em conforto térmico (CORBELLA &
CORNER, 2011).
O autor Corbella & Yannas (2009), trata sobre a busca da arquitetura sustentável,
relacionada ao conforto, ficando destacada dentre todas as pesquisas realizadas, uma
desenvolvida num edifício em Porto Alegre no qual fazem indicação dos brise-soleil e da
vegetação, onde utilizados da forma correta, conseguem reduzir a energia solar recebida de
2000 kWh/dia para 820 kWh/dia.
Diante disso se faz necessária uma arquitetura escolar que permita inserir ambientes
termicamente agradáveis, favorecendo um melhor aprendizado pelo alunado e porque não
também uma melhor pré-disposição dos docentes.
Um bom projeto consegue prever fatores que amenizem a problemática térmica,
apresentada na maioria das edificações atualmente, criando ambientes e espaços que possuam
a dualidade de fontes sejam elas energéticas ou naturais, pensando principalmente na
interação dos usuários com os fatores externos e na economia de energia convencional, desde
que também faz a utilização de fontes em abundância naturais como a água, sol e vento.
A utilização de brises e vegetações nativas, podem propiciar uma barreira contra os
fatores solares externos além de propiciar um controle na ventilação e reduzir as cargas
térmicas incidentes, consequentemente diminuindo o consumo de energia.
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3. OBJETO DE ESTUDO
Nesse capítulo é apresentado uma explicação quanto aos dados climáticos da cidade
em que está localizado o objeto de estudo, relatando a temperatura e a zona de conforto, em
que se baseia a economia do lugar, o índice pluviométrico, dentre outros fatores. Em seguida,
é apresentado o objeto, destacando localização, entorno e construção, além de outros dados
como quantidade de alunos e a formação dos ambientes internos.
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A plataforma ProjetEEE - Projetando Edificações Energeticamente Eficientes faz uso dos dados climáticos
disponível no Instituto Nacional de Meteorologia – INMET, sendo esta, portanto, a referência indicada nas
imagens.
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Em sua área construída, conforme Figura 6, a escola possui 05 salas de aula, que
variam entre 3,20m a 7,20m de largura e comprimento respectivamente, uma biblioteca, uma
área de recreação coberta e ainda duas salas no setor administrativo da escola: uma direção e
uma secretaria, além de uma sala que compõe as seguintes modalidades: biblioteca, sala dos
professores, reuniões e multimídia. A escola não possui auditório nem quadra poliesportiva,
usando o pátio de recreação na realização de reuniões de pais e mestres.
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Esta escola funciona nos turnos diurno, ofertando Ensino Fundamental I nos anos
iniciais do 2º ao 5º ano e Ensino Fundamental II do 6º e 7º ano, e noturno, com a modalidade
EJA (Educação de Jovens e Adultos) o 1º segmento (ciclos I e II). Hoje conta com 246 alunos
matriculados em sua totalidade, no ano letivo de 2018. Como consta nos dados do Quadro 1, o
maior número de alunos da escola é formado pela zona urbana, especificamente do bairro
onde está localizada e suas adjacentes.
dos saberes, são também tijolos que fazem parte da construção do alicerce dos muros da
construção de vida futura”.
Todas as salas de aula possuem como infraestrutura base, dois ventiladores de parede,
duas lâmpadas fluorescentes, as carteiras dos alunos variam com a quantidade de acordo com
as turmas, possui um birô com cadeira para a professora, um quadro branco, um armário, duas
janelas pequenas e altas e uma porta de entrada principal, localizada aos fundos da sala,
conforme a planta de layout da Figura 7.
4. METODOLOGIA
De acordo com Gil (2002), a pesquisa em questão classifica-se como aplicada, por ter
como objetivo gerar conhecimentos para a aplicação prática, analisar e identificar pontos
positivos e negativos quanto à arquitetura e a insolação incidente nos ambientes internos, para
propor soluções mais adequadas.
Quanto à forma de abordagem, a pesquisa caracteriza-se como qualitativa, por analisar
os dados coletados de maneira teórica e subjetiva, com conceitos, princípios e interpretações
dos resultados através das considerações feitas pelo pesquisador. Pode ser classificada
também como quantitativa diante das medições realizadas nos espaços pertencentes a escola.
Quanto aos objetivos, ela se enquadra como exploratória por descrever características de
determinado fenômeno, observando a relação das variáveis pré-estabelecidas para análise
(GIL, 2002).
Em concordância com o mesmo autor, quanto aos procedimentos, esse estudo se
classifica como bibliográfico por fazer uso de pesquisas publicadas em livros, artigos e textos
de caráter científicos para comparação de conceitos e ideias. Classifica-se ainda como estudo
de caso, por permear a pesquisa de campo, na busca do entendimento e avaliação da relação
entre a Arquitetura escolar e a insolação incidente nos ambientes internos como forma de
auxílio para um melhor aprendizado.
A pesquisa foi realizada desde agosto de 2018 até maio de 2019, na Escola Estadual de
Ensino Fundamental Cônego João Cartaxo Rolim, localizada na Rua Dorgival Nóbrega de
Assis, s/n, bairro alto do Cruzeiro, na cidade de Sousa - Paraíba.
Quanto aos procedimentos de coleta de dados, foram seguidas as seguintes etapas:
O projeto para o prédio teve o partido arquitetônico baseado num pavilhão com suas
maiores fachadas oferecendo proteção solar e ventilação predominante, por estarem voltadas
para o norte e sul (Figura 08). Para que não fosse removida a macaubeira obteve-se como
solução realizar um pouco a redução da dimensão do bloco edificado.
A ideia da praça também seria para abarcar eventos MacAUba, realizados pela equipe
de arquitetos, por isso no projeto, o banheiro e copa possuem acesso direto para o espaço
exterior da edificação, em específico voltados para praça formulada que possui diversas
espécies de vegetação, além da macaubeira que foi preservada inicialmente no local, existem
no terreno, xique-xique, palmas, ipês roxos, mandacarus, fazendo assim base para a ideia de
manter características regionais, além de propiciar economia com a manutenção.
utilização em várias possibilidades, sendo assim utilizadas na parte externa telhas metálicas
pintadas na cor amarela e vidro incolor na parte interna.
As esquadrias metálicas quando abertas, funcionam como “quebra-ventos”, fazendo a
captação da ventilação natural vinda do Leste para o interior da edificação, já o vidro incolor,
permite a entrada de muita luz natural (LOPES, 2019). O vidro faz parte tanto das esquadrias,
como de componentes no teto, ajudando na entrada da iluminação natural que não incide
formando insolações e sim fechos de luz complementares a claridade interna.
Quanto as instalações elétricas utilizaram peças de sobrepor, muitas compostas por
spots fixados em trilhos aparentes (LOPES, 2019).
A cobertura em formato de asas de borboleta, que fora implantada solta em cima da
edificação, é sustentada por uma viga em treliça metálica em policarbonato leitoso, barrotes
de madeira e pilares em concreto aparente vencendo os 16 metros de comprimento do
pavilhão (Figura 12).
Os pisos são revestidos de ladrilho hidráulico colorido e tijolos cerâmicos (Figura 10),
além disso devido a busca na diminuição da temperatura no interior do edifício, também
foram utilizadas pinturas com cores claras, inclusive branca e materiais de grande inércia
térmica como o concreto e “uma cobertura com grandes beirais, impedindo que a luz do sol
incida diretamente sobre a edificação” (LOPES, 2019).
Figura 12: Lateral do escritório: destaque para as aberturas e formação do teto, paredes e piso.
um melhor conforto térmico e controle da insolação, a outra solução bem executada fica
evidenciada nos pisos que são revestidos de ladrilho hidráulico e tijolos cerâmicos, buscando
a diminuição da temperatura no interior do edifício.
Construída entre os anos de 2008 a 2009, a Casa de veraneio elaborada pelo arquiteto
Márcio Kogan (Figura 13), foi implantada num terreno isolado na ilha de Santa Rita em
Paraty no estado do Rio de Janeiro.
O autor do projeto relata que na época pelo estilo do projeto, “nenhum profissional
paulista consultado quis calcular a estrutura” da residência por possuir um balanço de oito
metros em volume de 27 metros.
Por conta disso o projeto ganhou dois prêmios: o primeiro lugar no Leaf Awards
2009, um dos mais importantes prêmios de arquitetura da Europa, e o Design Awards 2010,
da revista britânica Wallpaper, na categoria “Best new private house” (melhor casa).
Os quatro pavimentos que compõem a casa são divididos em: térreo, constituído por
uma academia, uma sauna, uma piscina, um armazém e um banheiro; no segundo pavimento
possui quatro pátios encostados na montanha, terraço, área para churrasco, sala de estar,
cozinha, sala de jantar, dois banheiros e uma área de serviço; no terceiro pavimento existe um
terraço com um jardim, esta parte liga uma caixa a outra; o quarto pavimento constitui-se de
quatro pátios que estão juntos a montanha, cinco suítes, sendo uma delas máster e uma sala de
TV (Figura 15). Os espaços voltados para a montanha possuem pequenos pátios internos com
visão zenital.
Fonte: https://www.archdaily.com.br/
A comunicação dos pavimentos ocorre por meio de uma escada que vai desde o
espelho d’água no térreo até os quartos, no último pavimento.
A cobertura foi projetada com o intuito de que funcionasse como murante para que os
moradores pudessem apreciar a vista para o mar e a mata atlântica, podendo ainda cultivar
plantas medicinais e ervas comestíveis, além de um jardim para as esculturas.
Com relação à ortogonalidade foi opção do arquiteto, afim de obter um vão contínuo
que se abre de fato para a natureza, por meio da frente envidraçada que oferece total
aproveitamento da vista para o mar.
Já a textura em concreto foi a solução adotada tanto para imprimir o estilo
contemporâneo como também por ser um material que, por sua tonalidade neutra, acaba por
não interferir no clima de contato com a natureza que o arquiteto tanto preza.
Como resultado das visitas realizadas na escola estadual Cônego João Cartaxo Rolim
obteve-se os seguintes dados:
Quanto a estrutura de toda a edificação foi executada com vedações em alvenaria de
tijolos furados, com espessuras entre 15 e 21 cm, acabamento com reboco e pintura com uma
mistura de cal utilizando corante na cor amarela (Figura 17).
necessário, quando em dias de aula, o deslocamento da turma para os espaços que estiverem
sombreados, que muda no decorrer da aula a cada deslocamento da luz incidente (Figura 18).
porta principal precisar ser mantida fechada, pelo motivo da acústica não ser muito boa, e
assim não gerar conflito com a reverberação dos sons dissipados entre todas as turmas (Figura
19).
Figura 19: Sala de aula com suas aberturas e utilização de ventilação artificial.
Para os ambientes localizados a oeste, pela manhã não existe problema com insolação,
mas no período da tarde a alvenaria localizada nessa orientação fica das 15:00 às 18:00 horas
completamente exposta ao sol poente, e mesmo com as portas e janelas abertas durante toda a
aula, essas localizadas na parede oposta, além da existência de ventiladores estando ligados
em sua velocidade máxima, ainda assim não conseguem amenizar a elevada sensação térmica,
ficando ainda mais intolerante nos meses de setembro a dezembro, meses considerados os
mais quentes da região, destacada por estar contida na zona climática 07.
Os banheiros masculino, feminino e dos funcionários, localizados na lateral leste da
edificação, possuem apenas um cobogó como abertura para iluminação e ventilação naturais
(Figura 20), deixando o ambiente com pouca ventilação quando fechado e úmido devido a
presença da caixa d’água e de elementos hidráulicos como componentes do espaço.
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A sala da diretoria possui piso em mesmo material dos demais ambientes, com a
presença de uma janela em madeira voltada para fachada principal, uma sala um pouco
compacta, com muitas estantes e materiais, mas bem mais ventilada que as demais, por estar
voltada para o sul (Figura 21).
Com relação a sala onde localiza-se a cozinha, a mesma também está posicionada para
o sul, com a presença de apenas uma janela exposta na parede leste do ambiente, mas devido
aos aparelhos elétricos e fogão industrial que passa boa parte do dia produzindo as refeições
de alunos e funcionários, se torna quente, não podendo durante a elaboração da comida ligar o
ventilador que existe instalado na sala, para não prejudicar o uso do fogão (Figura 22).
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As duas salas utilizadas como depósito, uma localizada na lateral direita da cozinha,
na parte sul da edificação, com uma janela também voltada para a fachada principal, que é
mantida sempre fechada, devido aos diversos materiais que estão guardados, a outra
localizada na parte oeste da edificação, ambiente este que não possui aberturas, gerando um
clima seco e asfixiante (Figura 23).
Ficou revelado através da visita in loco, que na maioria dos ambientes existe a
presença de insolação e demasiado calor, devido muitas vezes a fatores externos, como o sol e
a falta de alguns elementos internos que possam barrar tais incidências. Mas para
comprovação foi realizado o levantamento métrico dos ambientes pertencentes a edificação
escolar foco do trabalho e inserido no software Revit, para confirmação através desta
ferramenta.
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Com relação ao mesmo horário citado anteriormente, mas modificando o mês, ficando
em evidência junho (Figura 25), percebe-se quanto a fachada leste que a mesma ainda possui
iluminação natural em demasia, assim como os ambientes internos localizados à esquerda da
edificação, o destaque se dá por uma leve claridade que se destaca na fachada posterior,
determinando assim uma pequena mudança referenciada ao deslocamento solar, perante o
início do solstício de inverno iniciado em 21 deste mês referenciado.
Para o mesmo horário, agora evidenciando o mês de dezembro (Figura 26), percebeu-
se a presença da insolação matutina presente em todas as fachadas a partir do dia 21, início do
solstício de verão. A começar por esta data, as insolações se tornam mais vigentes também
nos espaços internos.
No mês de março, com evidência para o horário das 12:00 horas (Figura 27), as
fachadas e os espaços internos se mantém protegidos da insolação direta, desde que o sol
mantêm-se inclinado em relação ao plano orbital da terra, focando a sua iluminação na
coberta da edificação, no entanto a sensação térmica dos ambientes internos aumenta, sendo
necessária a utilização de elementos elétricos para amenização das altas temperaturas.
Figura 27: Volumetria do escosso frontal e posterior da escola em março às 12:00 horas.
Para o dia 21 de junho às 12:00 horas, início do solstício de inverno, analisa-se que a
incidência solar começa a se manifestar tanto nas coberturas como na fachada posterior, com
relevância para uma parte do pátio (Figura 28).
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Figura 28: Volumetria do escosso frontal e posterior da escola em junho às 12:00 horas.
Em 21 de dezembro nesse mesmo horário tratado anteriormente, nas análises feitas nas
volumetrias pelo Revit, fica evidente a presença da insolação apenas na coberta, deixando
marcado alguns espaços abertos, sendo estes, o afastamento entre a coberta do pátio e o “U”
que compõe a cobertura das demais edificações do entorno (Figura 29).
Figura 29: Volumetria do escosso frontal e posterior da escola em dezembro às 12:00 horas.
Para a última verificação no mês de março fica destacado que no horário das 15:00
horas (Figura 30), o sol poente, fica explícita a insolação na fachada oeste e nos ambientes
internos voltados a esta orientação. Quanto a sensação térmica nesse horário, é
consideravelmente alta, devido à ausência dos condicionantes climatéricos que afetam a
transferência de calor entre o ar e o corpo de seus usuários. Nesse horário normalmente o
consumo energético por meio dos ventiladores, é aumentado para diminuição do calor
emanado das alvenarias que se mantém expostas a insolação durante este período de tempo.
Nessa mesma data, está iniciando o equinócio de outono e primavera, momento este
em que o sol está diretamente alinhado sobre a linha do equador, mantendo uma mesma
duração quanto o dia e a noite.
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Figura 30: Volumetria do escosso frontal e posterior da escola em março às 15:00 horas.
A partir do dia 21 de junho, às 15:00 horas (Figura 31), percebe-se que o sol adentra
ainda mais nos espaços internos formando uma incidência de luz que prejudica a execução de
algumas atividades, como as aulas de esportes realizadas no pátio e até mesmo o recreio, que
inicia-se exatamente nesse horário, esse fator faz com que os seus usuários busquem sempre
as áreas que estão mais sombreadas, livrando-se da intensidade dos raios solares desse
horário.
No tocante a essa mesma data, é iniciado o solstício de inverno, momento este em que
as noites se tornam mais longas do que os dias, esse evento ocorre devido aos fenômenos de
rotação e translação realizados pelo planeta, nesses dias a luz solar se torna incidente de forma
desigual por entre os hemisférios.
Figura 31: Volumetria do escosso frontal e posterior da escola em junho às 15:00 horas.
mais longos do que a noites, a incidência do sol é realizada de forma vertical no trópico de
capricórnio.
Figura 32: Volumetria do escosso frontal e posterior da escola em dezembro às 15:00 horas.
Os espaços que recebem luz do sol por muito tempo e em grande intensidade, além de
estarem propícios ao aumento do calor, estão sujeitos a problemas de desgaste de pinturas,
pisos e dos móveis internos.
É de fato evidente que durante os diversos meses do ano, o deslocamento do sol vai
causando momentos de insolação nas quatro fachadas da edificação além dos ambientes
internos, essas incidências de luz ocasionam em certos horários desconfortos na execução das
atividades que são realizadas na escola, em consequência muitas vezes, da falta de circulação
de ar, da quantidade de esquadrias existentes e até mesmo pela falta de um elemento que faça
o controle desse excesso de iluminação solar que é incidida nas alvenarias e cobertas.
Para um melhor entendimento da apuração dos dados climatológicos foram
desenvolvidos os modelos a seguir, de forma detalhada quanto aos solstícios de inverno,
verão e o equinócio de outono e primavera, nos Quadros 2 e 3 (ver em Anexos):
51
Fonte: http://portalmad.com.br.
aplicações (Figura 34). A inserção dessas venezianas tem como suporte para sustentação os
pilares existentes nos corredores e no pátio.
O principal intuito dessa aplicação é barrar a insolação incidente nas paredes das salas,
proporcionando um equilíbrio na temperatura interna, que já é amenizado com o uso de
aparelhos energizados (ventiladores). Essa mesma aplicação é realizada na parte externa na
lateral oeste, barrando a insolação mais incidente que é determinada pelo horário das 15:00
horas.
Outra inserção que foi realizada para controle da insolação das 09:00 horas foi tanto a
manutenção das árvores existentes atualmente no entorno da edificação escolar, como a
inserção de novas árvores com canteiros que servem de bancos aos usuários, formando uma
barreira ao longo da fachada leste (Figura 38). Essa obstrução como proteção dessa fachada,
permitirá um controle da iluminação que incidirá sobre as salas, sem inibir de fato a passagem
da ventilação.
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tanto o software Revit como o SketchUp serviu durante a análise como suporte para a
verificação da exposição da edificação quanto a insolação, destacando alguns ambientes como
os mais vulneráveis em certos horários. A verificação foi de grande relevância por possibilitar
um conjunto de recomendações para a elaboração de um anteprojeto mais adequado e
específico para a região climática do objeto de estudo, evitando falhas projetuais e
proporcionando sugestões que solucionem a problemática da insolação e das altas
temperaturas internas dos espaços.
O desenvolvimento do traçado do sol durante os principais meses do ano através dos
softwares também possibilitou uma compreensão da trajetória solar da cidade de Sousa-PB,
facilitando a execução e inserção das proteções solares no entorno da edificação. Esta
representou-se como a principal estratégia executada para controle da incidência de luz,
concretizada através dos brises localizados tanto nos espaços entre as cobertas, quanto nas
aberturas das janelas.
As inserções propostas cumpriram com o papel de proporcionar sombreamento dos
espaços internos, como o pátio e os corredores, sem realizar um bloqueio total da entrada de
iluminação e ventilação aos ambientes, revelando um efeito com pequenas frestas de luz
condicionadas no piso.
Quanto aos objetivos da pesquisa, todos foram alcançados, deixando claro quão
possível é realizar a inserção de elementos mesmo após a edificação já ter sido construída,
embora saiba que o certo seria prever essas inserções ainda quando projeto, para que as
mesmas já tivessem sido aplicadas antes da apropriação de seus usuários.
O primeiro objetivo de buscar a compreensão das diretrizes para o clima quente-seco,
obtendo como foco a insolação presente na edificação, foi realizado quando pesquisado sobre
os fatores condicionantes térmicos, de modo que a partir do entendimento de como se
comportam, pôde-se pensar as soluções mais viáveis para o controle desses determinantes
climáticos.
Outro objetivo alcançado foi trazer a análise da escola no que se refere ao seu
histórico, a hierarquia dos ambientes, sua constituição externa e interna e a incidência de
insolação sofrida por eles. A conquista dessa etapa se deu a partir de pesquisas acerca dos
momentos históricos da escola e das mudanças de sedes, de medições de seus espaços
componentes, locando as aberturas e destacando elementos construtivos, onde a análise
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fotográfica e o uso dos softwares Revit e SketchUp em sua versão estudantil atuaram de modo
complementar.
Com a revisão bibliográfica, a análise do objeto de estudo e dos correlatos foi possível
selecionar as melhores alternativas e aplicar soluções projetuais que pudesse otimizar os
ambientes da escola, que consiste no terceiro e último objetivo proposto para a pesquisa.
No entanto a contribuição realizada através das recomendações deste projeto visando o
conforto térmico da Escola Estadual Cônego João Cartaxo Rolim, não se acabam com a
finalização desta pesquisa, podendo ser complementados e analisados para outras edificações,
muita coisa entrará em conformidade, mas diante a especificidade desse ambiente outras
inserções deverão ser pensadas.
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REFERÊNCIAS
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GONÇALVES, Joana Carla S. Iluminação e Arquitetura. São Paulo: Editora Geros s/c
Ltda., 2007.
PROJETEEE. Gráfico Rosa dos ventos dia e noite Jaguaribe Zona climática 7. 2016.
Disponível em: < http://projeteee.mma.gov.br/dados-climaticos/?cidade=CE-
Jaguaribe&id_cidade=bra_ce_jaguaribe.818330_inmet>. Acesso em: 10 Fevereiro 2019.
ANEXOS