1 – Polissemia e controvérsias no conceito de DEMOCRACIA: “Democracias
Populares”; “relativas”; escravistas, etc...
2 – Democracia direta (grega) x democracia representativa (atual);
3 – Sartori: democracia empírica x prescritiva;
4 – Macpherson (1977): democracia protetora (Bentham e James Mill),
desenvolvimentista (JS Mill), de equilíbrio (Schumpeter) e participativa (Macpherson). Inspiração do B. Constant: liberdade dos antigos e dos modernos.
5 – Jon Elster: forma dominante (mercado político de agregação de preferências
individuais) e duas formas contestadoras: participativa (desenvolvimentista do Macpherson) e deliberativa (Habermas).
6 – Proposta de classificação do LFM:
a) Democracia Liberal-pluralista: corrente dominante correspondente aos
sistemas políticos ocidentais (concorrenciais), conjunto de liberdades cidadãs, competição eleitoral livre e multiplicidade de grupos de pressão, coalizões e barganhas, cada qual tentando promover seus interesses. Democracia é Maneira de gerar uma minoria governante legítima. Fundador: Schumpeter. Herdeiros: Downs, Olson, Lipset, Sartori, Dhal. Limites: desigualdades reais x igualdade formal; como se formam os interesses? b) Democracia deliberativa: Habermas, principal inspiração crítica às democracias realmente existentes. Decisões políticas devem derivar de ampla discussão pública, na qual todos tenham condições de participar em igualdade, apresentando argumentos racionais em busca de consenso. Agentes não estão presos a interesses fixos e são capazes de alterar suas preferências em meio ao debate. Preferências são construídas e reconstruídas pelo debate na esfera pública. Ênfase na igualdade de participação e na autonomia (produção de normas pelos próprios cidadãos). c) Republicanismo cívico: revalorização da ação na polis e do sentimento de comunidade. Algumas vertentes desembocam no comunitarismo, que polemiza contra o individualismo da tradição liberal. É o pertencimento à comunidade que dota de sentido a ação humana; e nesse sentido a participação política pode ser entendida como provida de valor em si mesmo (ao passo que, para a vertente liberal, a política possui apenas valor instrumental, na busca pela realização de interesses constituídos na esfera privada). Liberdade é “ausência de dominação”; portanto, ela exige a participação ativa na vida pública. (Maquiavel, Rousseau, Hannah Arendt) d) Democracia participativa, que destaca à necessidade de ampliação dos espaços de decisão coletiva na vida cotidiana. O chamamento episódico à participação, no período eleitoral, é insuficiente para promover a qualificação das cidadãs e dos cidadãos. É necessário que as pessoas comuns estejam presentes na gestão das empresas, das escolas, enfim, que a participação democrática faça parte de seu dia-a-dia. Não se trata de volta à democracia direta, mas da combinação dos mecanismos representativos com a participação popular na base. Democracia é processo educativo. Rousseau e Mill; Carole Pateman e C. B. Macpherson. e) Multiculturalismo ou a política da diferença: afirmação das características distintivas dos diversos grupos presentes na sociedade, entendidas como irredutíveis a uma identidade única e fontes legítimas de ação política. A ruptura com a perspectiva liberal é profunda, na medida em que grupos — e não só indivíduos — são considerados sujeitos de direitos.
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