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estudos feitos pela CPMI da violência contra a mulher, que por sua vez revelaram uma
realidade alarmante.
“é difi ́cil denunciar alguém que reside sob o mesmo teto, pessoa com quem se tem um vínculo
afetivo e filhos em comum e que, não raro, é o responsável pela subsistência da fami ́lia”.
Diante desse quadro, a Lei do Feminicídio foi criada com o intuito de atacar as causas que
levam a esse cenário e diminuir a incidência de agressões/assassinatos de mulheres, os quais
estão condicionados a uma série de fatores supracitados.
2) O termo "feminicídio" têm a função de indicar o assassinato de uma mulher motivado por
ódio de gênero. Um exemplo típico de feminicídio é quando um homem, por ciúmes, mata a
sua ex mulher porque não aceitou a separação. Não é um termo que se aplica a todo e
qualquer caso em que uma mulher é assassinada. Caso uma mulher tenha sido assassinada ao
reagir a um assalto, provavelmente o criminoso será acusado de latrocínio. A distinção ocorre
devido a necessidade de apresentar e enfrentar a realidade de que mulheres são assassinadas
todos os dias no Brasil devido a misoginia de seus parceiros, ex parceiros ou pretendentes.
Serve para que, na medida do possível, os crimes motivados por ódio à mulher não sejam
naturalizados. Esses crimes geralmente vêm acompanhados de um sentimento alimentado por
toda uma cultura e histórico de machismo na sociedade brasileira de que a mulher é
propriedade de seu marido.
3) Consta na Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada na ONU em 1948, e que
serve como um documento que aponta diretrizes a serem seguidas globalmente que “Toda
pessoa têm direito à vida, à liberdade e a segurança pessoal”. Tendo em vista a realidade
brasileira na qual as mulheres se encontram desprovidas de segurança devido a uma cultura
machista e histórico de violência, fica claro que a Lei do Feminicídio é necessária para a
consolidação de direitos humanos básicos no país. Na Declaração também consta que
“ninguém será mantido em escravidão ou servidão”. A situação de muitas mulheres que não
encontram segurança nem mesmo em seus lares, sendo submetidas a violência (não só física)
e pressões diversas por parte de seus companheiros é uma condição de submissão e privação
da liberdade e segurança, portanto análoga à servidão. A Declaração também estabelece que
“Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, à igual proteção da lei.
Todos têm direito à igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente
Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação”. Encontramos aqui uma
formulação que corrobora a necessidade da Lei do Feminicídio, pois considerando o fato de
que as mulheres são muito mais vitimadas pela violência doméstica do que os homens,
denota-se que as mulheres precisam de uma proteção legal contra a violência doméstica, pois
é nítida que sofrem de discriminação.
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/declaracao-universal-dos-direitos-
humanos.htm
Artigo III
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, à igual proteção da lei.
Todos têm direito à igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente
Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
O feminicídio, enquanto qualificadora do crime de homicídio, gerou questionamentos na
sociedade em relação à necessidade de uma norma especifica para proteger um determinado
gênero (feminino). Assim, esta monografia tem como objetivo geral analisar os precedentes
que levaram à criação da Lei do Feminicídio no Brasil
pode-se concluir que mais da metade dos homicídios femininos são cometidos por seus
parceiros íntimos, há um número considerável de homicídios que ocorrem na residência das
vítimas, provando, assim, sua proximidade com o agressor. Também é notável a forte presença
do gênero e patriarcado como alicerces destes crimes, sendo perceptível a dependência
financeira e emocional das vítimas, fazendo com que estas se sintam em situação inferior aos
seus agressores, mantendo, muitas vezes, uma relação de obediência e mando e desmando.
Os homicidas acreditam ter um poder de propriedade sobre as suas vítimas e isto faz com que
se sintam no direito de menosprezá-las. A criação da Lei em referência surgiu da urgência de
uma maior proteção às mulheres e para diminuir os índices de homicídios cometidos por seus
parceiros.
s é que esta violência está indo além das agressões verbais e das lesões corporais, tendo
terminado em homicídios. As mulheres estão sendo assassinadas por seus
namorados/parentes/cônjuges, muitas das vezes dentro de suas próprias casas.
A Lei do Feminicídio foi criada no ano de 2015, com base em Relatório elaborado a
partir de estudos feitos pela CPMI da violência contra a mulher, que por sua vez revelaram
uma realidade alarmante.
“é difi ́cil denunciar alguém que reside sob o mesmo teto, pessoa com quem se tem um vínculo
afetivo e filhos em comum e que, não raro, é o responsável pela subsistência da fami ́lia”.
Diante desse quadro, a Lei do Feminicídio foi criada com o intuito de atacar as causas que
levam a esse cenário e diminuir a incidência de agressões/assassinatos de mulheres, os quais
estão condicionados a uma série de fatores supracitados.