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MUSEU BRASILEIRO DA ESCULTURA E ECOLOGIA

O MuBE, Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia, foi criado a partir da concessão do terreno, situado
entre a Avenida Europa e a Rua Alemanha, pela Prefeitura de São Paulo à SAM - Sociedade dos Amigos
dos Museus, no ano de 1986, para a construção de um Centro Cultural de Escultura e Ecologia.

Para a escolha do projeto do prédio do Museu, foi realizado um concurso vencido por Paulo Mendes da
Rocha. Nascia então o MuBE e seu prédio que é um marco da arquitetura mundial e que conta também
com o jardim projetado por Roberto Burle Marx.
O Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) é uma instituição cultural privada localizada no Jardim Europa,
cidade de São Paulo. Foi inaugurado em maio de 1995, com o objetivo de divulgar os mais diversos
segmentos da arte, priorizando a escultura e os suportes tridimensionais. Seu edifício-sede, uma das
obras mais conhecidas do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, é uma construção semi-subterrânea
integrada a um jardim projetado por Burle Marx[1].
O museu surgiu como fruto da mobilização de uma associação de moradores do bairro, visando impedir
a construção de um shopping center no local. O terreno foi cedido em regime de comodato
pela prefeitura de São Paulo à Sociedade de Amigos dos Museus (SAM), mantenedora da instituição, por
um período de 99 anos. Em 2007, esteve no centro de uma disputa judicial envolvendo a prefeitura e a
SAM, acusada de uso indevido do espaço. [1]
A ideia inicial de construção do museu era a confecção de uma praça, mas como não foi possível realizar
sua estrutura ficou sendo de um jardim em sua parte superior e o museu no inferior, foi feito todo
de concreto, sem rebocos ou tintas onde a ideia era torna-lo um museu simples. O museu possui três
áreas internas para exposições: o Grande Salão, a Sala Pinacoteca e a sala Burle Marx, também conta
com o auditório Pedro Piva que tem capacidade para 192 pessoas.
O Museu Brasileiro da Escultura tem sua origem em uma mobilização conjunta empreendida pela
Sociedade dos Amigos do Jardim Europa (SAJEP) e pela Sociedade de Amigos dos Museus (SAM), sob
coordenação da artista plástica Marilisa Rathsam, visando impedir a construção de um shopping center
em um terreno de 7000 metros quadrados localizado na Avenida Europa, que, alegadamente,
interferiria na tranquilidade dos moradores do bairro.[2] Em 1987, durante a gestão Jânio Quadros, a
prefeitura de São Paulo concedeu à Sociedade de Amigos dos Museus, em regime de comodato, o uso
do terreno por um período de 99 anos, com a contrapartida de que o mesmo fosse destinado à
construção de um equipamento cultural aberto à comunidade. [3]
Após a concessão, a SAM idealizou a construção no local de um museu dedicado à escultura e à
ecologia. O plano inicial previa o uso da futura instituição como centro de documentação e
administração do acervo público de esculturas da cidade. O projeto do arquiteto Paulo Mendes da
Rocha para a edificação foi escolhido por meio de concurso fechado e a sua construção se iniciou em
1988.[4] O projeto paisagístico do jardim, idealizado por Roberto Burle Marx, seria executado apenas
parcialmente.[5]
A construção do museu levou oito anos e foi financiada em grande parte por doações do setor
privado.[5] [6] Inaugurado em maio de 1995, com uma mostra de 140 obras de Victor Brecheret, o museu
foi gerido desde então como um espaço expositivo dedicado a manifestações diversas, sem a
preocupação de formar ou manter uma coleção permanente de obras de arte. [7]
Entre 1997 e 1999, Fábio Magalhães trabalhou como curador do MuBE, organizando uma mostra inédita
no Brasil de esculturas de Max Ernst,[6] uma ampla retrospectiva de Giorgio de Chirico [6] e outra
dedicada a César Baldaccini. Nesses primeiros anos o museu também desenvolveu um programa
educacional, com cursos e workshops voltados a mídias diversas e diferentes linguagens das artes
visuais e criou uma divisão de audiovisual, responsável por uma programação de apresentações
musicais e sessões de cinema. [8] [6]

Após a saída de Fábio Magalhães e a redução no ritmo de exposições, no entanto, começaram a se


registrar críticas à falta de consistência do projeto museológico. As críticas se intensificaram depois que
a direção tomou atitudes polêmicas, como a instalação de um grande letreiro na lateral da viga sob o
vão livre (posteriormente retirado) e de grades cercando o edifício.[8]
Em abril de 2007, após elaboração de um parecer do Departamento de Patrimônio Histórico que
apontava desvio de função por parte da direção do MuBE, o prefeito Gilberto Kassab rescindiu a
concessão administrativa do espaço. A prefeitura alegou que a direção do museu estava utilizando
indevidamente o edifício para fins não relacionados a atividades artísticas – como feiras comerciais,
lançamentos de produtos, desfiles de moda e festas de música eletrônica. O museu recorreu e obteve
liminar permitindo-lhe continuar ocupando o espaço. Em 2008, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça
julgou o mérito da ação, dando ganho de causa ao museu.[9] [10]
A prefeitura declarou ter a intenção de retomar o edifício para servir de abrigo ao acervo da Pinacoteca
Municipal, atualmente instalada no Centro Cultural São Paulo. A rescisão do contrato recebeu apoio de
parte da comunidade artística, por meio de um abaixo-assinado subscrito por 2000 personalidades do
meio cultural, entre os quais os curadores Tadeu Chiarelli e Aracy Amaral e os artistas plásticos Leda
Catunda, Regina Silveira e Jac Leirner. A direção do museu, por sua vez, obteve o apoio de outra parcela
da comunidade artística, nomeadamente do escultor Caciporé Torres. [9] [11] O desgaste provocado pelo
embate com a prefeitura levou a diretoria do museu a caçar o mandato da presidente Marilisa Rathsam,
à frente da instituição desde sua inauguração.[12] O empresário Jorge Landmann assumiu a presidência
do MuBE, prometendo a profissionalização de sua gestão. Landmann anunciou que transformaria o
museu em uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), o que permitira à instituição
ter acesso maior a incentivos fiscais. Também contratou Jacob Klintowitz para o cargo de curador.[12]
Sob a curadoria de Klintowitz, o museu voltou a realizar exposições, elevando sua média anual de
visitantes de 12 mil, em 2007, para 70 mil, em 2009. Destacaram-se neste período mostras dedicadas a
artistas contemporâneos, como Pablo Atchugarry, Yutaka Toyota e Yukio Suzuki e a
exposição Michelangelo no MuBE, com 25 réplicas em gesso da Gipsoteca dell’Istituto Statale d’Arte
de Florença e dois desenhos originais de Michelangelo cedidos pela Fondazione Buonarroti. Em agosto
de 2009, Klintowitz foi demitido pela direção, sob a alegação de que o museu não possuía verbas para
manter o cargo. Na ocasião, o ex-curador declarou à imprensa que a diretoria do MuBE "entende que
arte não traz dinheiro para o museu, que o espaço deve ter outras utilidades". O presidente da
instituição rebateu as críticas dizendo que o cargo de curador é "conceitualmente desnecessário" para
uma instituição com o perfil do MuBE, concebida como um espaço múltiplo. [12]
Em novembro de 2010 o museu lançou o projeto MuBE Virtual, um acervo digital colaborativo sobre a
produção escultórica nacional. [12]
O MuBE foi criado a partir de uma ideia inovadora: ser um museu sem acervo fixo onde durante sua
existência, recebeu um conjunto significativo de esculturas. São realizadas cerca de 25 exposições a
cada ano no museu. Para ter um alcance maior de público a instituição disponibiliza visitas guiadas para
estudantes, crianças e grupos da terceira idade, tudo de forma gratuita. [13]
Apesar do Mube aparentar ser um local de simples contemplação, ele oferece aos vistantes muito além
das exposições, como filmes de arte, cursos, palestras, recitais de piano, seminários, apresentações de
música clássica, feiras de antiguidade, design, entre outras atividades.[14]

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